VOZ DA EXPERIÊNCIA: JORGE ALVES, DA BRISTOL TRADE MARKETING: INDÚSTRIA E VAREJO UNIDOS www.empreendedor.com.br
IS SN 1414-0 152
ANO 14 N o 160 FEVEREIRO 2008 R$ 9,90
Empresa júnior é ambiente propício à formação prática dos empresários do futuro
Celeiro de talentos CAPITAL SEMENTE: RECURSOS PARA EMPRESAS COM ALTO POTENCIAL DE CRESCIMENTO
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N E S TA E D I Ç Ã O No Brasil, o ensino, especialmente o Superior, não contempla o empreendedorismo. Em compensação, o País é um dos que mais possui empresas juniores em atividade. Nelas, estudantes têm contato direto com o mercado de sua área, e com o dia-a-dia e o planejamento estratégico de uma empresa. Essas instituições são verdadeiros celeiros de novos talentos, e aqueles que delas participaram hoje são profissionais bem-sucedidos e qualificados, seja em seu próprio negócio, seja em uma companhia do mercado.
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EMPRESA JÚNIOR
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32 | TENDÊNCIA Reclamações na rede
42 | MEMÓRIA Marca que fica
As empresas ainda não despertaram para o poder de sites e blogs como veículos disseminadores de queixas de consumidores. Fóruns para trocar idéias, desde atendimento no balcão ou facilidade do site até relacionamento pós-venda, são comuns.
A identidade visual reflete os valores da empresa, e a forma como ela é percebida pode ser decisiva na compra. Se na oitava edição da Empreendedor a marca já exigia atenção, agora, com a globalização, os cuidados com nomes, cores e desenhos são redobrados.
36 | ESTRATÉGIA Trade Marketing
46 | GESTÃO Consultoria para ONG
Ciência que procura estabelecer uma relação de cooperação entre todos os participantes da cadeia produtiva, desde a fábrica até os canais de distribuição para que, no final das contas, todos ganhem, vem sendo cada vez mais aplicada nas indústrias.
A representatividade do terceiro setor exige profissionalismo nas ações sociais, o que abre espaço para um novo nicho: serviços especializados de orientação contábil e jurídica, e apoio na prestação de contas, gestão administrativa e captação de recursos.
66 | FRANQUIA Mercado underwear A indústria de roupas íntimas registra crescimento superior à média do setor têxtil e aposta no franchising para expandir a marca. É o caso da Casa das Cuecas U/W e da Hope.
26 | EXPANSÃO Café no Japão A torrefadora Café do Centro, tradicional fornecedora de cafés especiais para estabelecimentos sofisticados, decidiu expandir os negócios e abrir sua própria rede de cafeterias – só que no Japão, para não concorrer com os próprios clientes no Brasil.
PURESTOCKX
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LIO SIMAS
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50 | CRÉDITO Capital semente Nova modalidade de investimento pode ser a solução para empresas do setor de tecnologia e inovação em estágio inicial e com alto potencial de crescimento. Há recursos de sobra para certificar tecnologias, contratar equipe e ingressar no mercado.
12 | ENTREVISTA Martín Izarra
64 | TI Busca do erro
Para o diretor da Anpei, falta interação entre governo (e dentro dele), universidades, e institutos de pesquisa e indústrias. O Brasil tem apenas 23% dos cientistas dentro de empresas, bem abaixo dos 54% na Coréia do Sul e dos 80% nos Estados Unidos.
LIO SIMAS
A alta automação é uma tecnologia mais eficiente e de menor custo para a realização de testes de softwares e sistemas complexos, garantindo bom funcionamento e adequação de programas ou aplicação de novos processos operacionais.
60 | VOZ DA EXPERIÊNCIA Jorge Alves
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PERFIL Arante Monteiro Filho Simplicidade e boa comida atraem brasileiros e estrangeiros ao Bar do Arante, o mais antigo restaurante à beira-mar de Florianópolis, que completa meio século de muitas histórias, contadas em bilhetes colados nas paredes e no teto do estabelecimento.
L E I A TA M B É M 08 10 16
CARTAS EMPREENDEDORES NÃO DURMA NO PONTO
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PEQUENAS NOTÁVEIS PRODUTOS E SERVIÇOS LEITURA
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ANÁLISE ECONÔMICA AGENDA EMPREENDEDOR NA INTERNET
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Criador da Bristol Hotéis e Resorts traz mais de 40 anos de experiência de trabalho em hotelaria na bagagem e a marca de nunca ter registrado prejuízo em uma unidade sequer sob o seu comando nos últimos 14 anos de rede própria.
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EDITORIAL
uitos dizem que um empreendedor já nasce empreendedor. Há até quem diga que é uma questão genética. Pesquisadores da Inglaterra e dos Estados Unidos apontaram o gene NR2B, que está diretamente ligado ao desenvolvimento da capacidade para sobrevivência em ambientes hostis, da habilidade para solucionar problemas e do senso de oportunidade, como responsável
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pelo No entanto, l espírito í it empreendedor. d d N t t não ã mais do que 5% da população carrega em seu DNA o NR2B. E nem mesmo isso é garantia de uma carreira de sucesso, se os estímulos externos não forem adequados. O ambiente em que devem ocorrer os estímulos iniciais, ainda na primeira infância, é a família. Depois, a tarefa de estimular características de comportamento empreendedor começa a ser dividida com a escola, até chegar ao ápice, no Ensino Superior, no qual os jovens são introduzidos
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em conceitos e ferramentas mais complexos, como plano de negócios e planejamento estratégico. Com uma educação voltada às características empreendedoras, até mesmo quem não carrega o gene NR2B, com um pouco mais de esforço, pode se transformar em um homem de negócios. O problema é que são raros os casos em que o tema empreendedorismo está inserido no programa de ensino de escolas e faculdades d do Brasil. Quem tem preenchido esta lacuna – e muito bem – são as empresas la juniores. Nelas, estudantes podem aplicar ju na prática os conhecimentos adquiridos n em sala de aula, em pleno mercado, dise putando clientes com empresas seniores. p Independente de sua área de formação, In os jovens têm contato com o dia-a-dia de o um empreendimento e aprendem a traçar u e implementar um plano estratégico. Esses oásis o de formação empreendedora no sistema m de ensino do País, segundo estimativas do d Movimento Júnior, envolve mais de 15 mil m pessoas em aproximadamente 600 unidades. As mais antigas empresas juniores d brasileiras completam 20 anos em 2008, e b de seus quadros já saíram muitos empresád rios e executivos de sucesso, como mostra ri a reportagem de Marco Britto. A Revista Empreendedor ainda não completou 20 anos, mas está perto de ceco lebrar 15 anos de vida – em que sempre le esteve atenta a instituições como empresas t juniores e incubadoras. Como parte das comemorações, iniciadas com a publicação da seção Memória, nesta edição apresentamos o novo projeto gráfico, desenvolvido pelo designer Oscar Rivas. Moderna e elegante, e em novo formato, a revista procura proporcionar uma leitura mais agradável, sem perder a profundidade e seriedade dos textos. Alexsandro Vanin
CEDOC O Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 2106-8666 ou pelo e-mail imagem@empreendedor.com.br
A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor: Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@empreendedor.com.br] – Repórteres: Débora Remor, Francis França, Marco Britto e Natacha Amaral – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira, Casa da Photo, Lio Simas e Purestockx – Foto da capa: Casa da Photo – Revisão: Renato Tapado Sedes São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba – Executivos de Contas: Érika Kaiser, Gesner C. Vieira e Nassara Kedman – Rua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis 01239-010 – São Paulo – SP – Fone: (11) 3214-1020 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executivo de Contas: Vitor Hugo de Carvalho [vitorhugo@empreendedor.com.br] e Nelson Rosa [nelson@ empreendedor.com.br]– Executivo de Atendimento: Ronaldo César Pacheco [ronaldo@empreendedor.com.br] – Av. Osmar Cunha, 183 – Ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda. – Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] – Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 Brasília Ulysses C. B. Cava [ulyssescava@gmail.com/ulysses @agenciamidiax.com.br] – Fone: (61) 3326-8441/9975-6660 Paraná Merconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda. – Ricardo Takiguti [comercial@merconet.srv.br] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo [ag_camargo@terra.com.br] – Rua Arnaldo Balvê, 210 – Jardim Itu – 91380-010 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3340-9116 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda. – Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [comercial@sbfpublicidade.com.br] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fone: (31) 2125-2900 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – Diretora: Luzia Correa Weiss – Fone: 0800-9797979 – [assine@empreendedor.com.br] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 20%, pagando somente R$ 95,04. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30. Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora Ctp – Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda. – São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br
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C A RTA S Energia do lixo
Carta do Mês Gostaria de parabenizá-los pela matéria especial sobre incubadoras de empresas e empreendimentos inovadores (“Nascidos em berço esplêndido”, dezembro de 2007), tanto pela fidelidade dos fatos, dados e informações quanto pelo tratamento e tradução jornalística adotada para explicar a função e utilidade das incubadoras; além da extensão da matéria, que trouxe cases fantásticos de nosso movimento.
Parabéns pela matéria (“Energia do lixo”, janeiro de 2008). Mas acredito que tenha havido um engano ao citarem que a usina criada a partir do biogás, de 20 MW, seja suficiente para fornecer energia elétrica para uma cidade de 400 mil habitantes. Tal consumo seria suficiente quando muito para uma cidade de 40 mil habitantes. Ou então uma população com padrão de consumo extremamente baixo.
Márcio Caetano, coordenador de Comunicação e Marketing da Anprotec
Carlos Henrique de Goes Siqueira
Parabéns pelo trabalho. O conteúdo está muito bem escrito e condizente com a realidade das atividades.
DA REDAÇÃO: Prezado Carlos Siqueira, muito obrigado por nos chamar a atenção, e desculpe-nos pela informação errônea, que já foi corrigida no site. Segundo informações da assessoria técnica da Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A. (Celesc), 20 MW – e não Mwh, uma unidade de consumo – são suficientes para abastecer uma cidade de 25 mil habitantes, desde que ela não tenha um pólo industrial expressivo (ou que apresente uma unidade fabril de grande demanda energética, como siderúrgica, têxtil ou de papel e celulose, por exemplo) nem comercial forte.
Berço esplêndido
Paulo Lemos, da Agência de Inovação Inova Unicamp
Pequenos da gigante
Posso participar da cadeia de fornecedores da Petrobras como prestador de serviços, atuando em publicidade e propaganda (vídeos e material gráfico)? Possuo uma pequena empresa desde 1986, com receita de R$ 3 mil. Renê Silva
DA REDAÇÃO: Caro sr. Renê Silva. A princípio, sim. O melhor caminho é o senhor se informar se existe em seu Estado o programa do Sebrae para inserção das MPEs na cadeia do petróleo e do gás. Se houver, o senhor deve solicitar uma avaliação sobre seu ramo de atuação, e o técnico do Sebrae poderá dizer quais são as possibilidades e os procedimentos adequados.
Mídia indoor
Está sendo muito importante esta matéria (“Bem perto do alvo”, janeiro de 2008), dentro do aspecto expansão. Estou no Oeste do Paraná, no meu cantinho e expandindo, mas falta muito para os empresários e profissionais da área entenderem a importância da mídia segmentada. empreendedor | fevereiro 2008
Guido Savian e Juarez Antônio! Dois empreendedores com “E” maiúsculo! Parece fácil ler esta reportagem (“O encantador de pessoas”, dezembro de 2007) e achar que tudo foi sem grandes dificuldades. A mentalidade da empresa é o reflexo dos seus dirigentes, tenho certeza que qualquer ramo que eles escolhessem naquela época, hoje também teriam em mãos uma empresa de sucesso. Lembro-me de ter prestado alguns serviços de treinamento de técnicas de vendas para sua equipe por volta de 94/95. Todos eram envolvidos e motivados, isto sim é que cria sinergia e comprometimento, coisa que ninguém consegue comprar, bom ambiente de trabalho é fundamental para a equipe de vendas. Parabéns aos dois e a toda a sua equipe de colaboradores! Sérgio Bogaert, do Núcleo de Desenvolvimento em Vendas (NDV).
Potencial desperdiçado
Matéria bastante esclarecedora (“Nas mãos de terceiros”, novembro de 2007), principalmente porque apresenta os aspectos críticos da terceirização. Mostra os riscos dos dois lados. Bastante interessante para uso em sala de aula.
Sou formado em Engenharia Eletrônica e Telecomunicações (PUC-MG). Atualmente, atuo no segmento de Automação Industrial. Muito útil e interessante esta entrevista com o professor Alaor Silvério Chaves (“O poder da inovação”, outubro de 2007), pois agora tenho uma idéia do porquê da dificuldade que sempre tive de entrar para a área de pesquisa dentro das empresas para as quais trabalhei. É realmente uma falta de cultura delas.
Ana Maria Romano Carrão
Felipe A. Martinez
Edilene Andrade, da 6COM Midia Indoor
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Perfil vencedor
Terceirização
Parabéns a São Paulo, e que nossos governantes tomem a ação como exemplo. Agora, aguardamos para ver se os benefícios serão revertidos conforme compromisso. Cristina Martins
Se o Brasil tivesse políticos honestos que trabalhassem em função do desenvolvimento do País e de seu povo, esses projetos da geração de energia através do lixo poderiam ser considerados OURO. Irineu, da Vitha Alimentos
CARTAS PARA A REDAÇÃO Correspondências por e-mail devem ser enviadas para redacao@empreendedor.com.br. Solicitamos aos leitores que utilizam correio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publicação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescentados o nome da cidade e o do Estado de onde estão escrevendo.
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EMPREENDEDORES Marlene Schmidt
EXCELÊNCIA A diretora-executiva da Fanem, Marlene Schmidt, fechou 2007 com motivos de sobra para comemorar. A empresa do setor médico-hospitalar e laboratorial cresceu 20% e aumentou em 35% suas exportações no período. Esse desempenho rendeu o recebimento dos prêmios Exporta São Paulo, do governo estadual paulista, e Hospital Best categoria Empresa Exportadora, da Associação Brasileira de Marketing em Saúde (ABMS). A Fanem também foi considerada Empresa do Ano Top Hospitalar, pela IT Mídia, devido aos equipamentos que produz, tais como incubadoras e berços para recém-nascidos.
Segundo Marlene, os resultados apenas confirmam a qualidade dos produtos Fanem. “Estamos em quase cem países, inclusive naqueles que são referência no setor em que atuamos, como França, Alemanha e Japão”, explica. Para a empresária, é motivo de grande orgulho ter uma empresa genuinamente brasileira no mercado internacional. “Agora, nossos concorrentes são gente grande”, brinca. Ao mesmo tempo, o destaque serve como estímulo para a busca contínua de excelência. “A vontade é de melhorar cada vez mais. Estamos num momento em que não dá para parar.” (11) 6972-5700/www.fanem.com.br
Marcos Sebben Greigor Caisley
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SABOR ÚNICO
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Nascido na Austrália, com passagem por Londres e estabelecido no Brasil desde 2000, o reconhecido chef Greigor Caisley trabalha em duas frentes: no Drake’s Bar e Deck, dele e do empresário holandês Ali Visserman, e atendendo a pedidos de buffet. O chef reuniu uma equipe de profissionais com recepcionistas, garçonetes, cozinheiros, barmen, decoradores, segurança e manobristas, que se responsabiliza pela confecção de convites e confirmação até a elaboração do cardápio e decoração. Para as festas e os eventos, o australiano também oferece dois ambientes: um pub e o deck ao ar livre, com jardim de plantas nativas. Com paixão pelos sabores da cozinha francesa e asiática, Caisley desenvolve também cardápios exclusivos, de sua criação, com o sabor fusion. “Como o nome diz, é a fusão, a globalização na cozinha! Mesclando o modo de preparo com ingredientes brasileiros misturados a temperos tradicionais de várias culturas, transformam-se pratos de diferentes países em deliciosas tentações e receitas exóticas”, explica. (11) 3812-4477
EMBALAGENS CRIATIVAS Os funcionários do escritório Design Inverso, do catarinense Marcos Sebben, deram no ano passado um grande passo internacional ao ganharem dois dos 12 troféus do Prêmio Mundial da Embalagem, o WorldStar 2007. Promovido pela ONG sueca World Packaging Organization, o prêmio realizado em Atenas, na Grécia, selecionou vencedores entre 291 embalagens de 31 países. O Brasil concorreu com 13 produtos. A Design Inverso, que havia ganhado o prêmio da Associação Brasileira de Embalagem (Abre) 2007, participou com os projetos para embalagens da Lasanhas Pastagnolli e do Whiteness Perfect, da FGM. Os designers da empresa foram os brasileiros mais agraciados com o WorldStar nos últimos dois anos. Sebben, designer e diretor da Design Inverso, conta que o prêmio demonstra o nível de competitividade do Brasil. “Estamos nos igualando aos melhores profissionais do mundo.” www.designinverso.com.br
Gabriel Bacci
ACADEMIA INCLUSIVA
empreendedor | fevereiro 2008
A Orus Fitness surgiu há um ano, quando o educador físico Gabriel Bacci percebeu uma carência e, para ocupar este espaço, montou a empresa especializada em consultoria fitness, responsável por equipar, montar, organizar centros de treinamento em condomínios, residências, empresas, academias, hotéis, spas e flats. Recentemente, a Orus lançou o Multi Estação, um aparelho de musculação para cadeirantes, desenvolvido para pessoas que necessitam fortalecer os membros superiores. O empresário Gabriel Bacci explica que o aparelho traz inúmeros benefícios como resistência muscular, aumento da força e diminuição do índice de perda da densidade óssea, além de ajudar na superação dos limites corporais, capacidades físicas e funções metabólicas. Nascido em São Paulo, Bacci, de 25 anos, explica que abriu a empresa com o objetivo de levar mais qualidade de vida para as pessoas. A expectativa para o ano que se iniciou é de ótimos negócios. “As empresas estão mais preocupadas com a saúde de seus colaboradores, e 2008 será ótimo para o setor”, declara. (11) 3208-9658
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E N T R E V I S TA
Martín Izarra
BUSCA PELA PONTE Desenvolvimento da inovação no País depende de maior articulação entre ministérios na regulamentação das leis, e integração entre cientistas e indústria
por Francis França
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francis@empreendedor.com.br
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Dizer que a inovação é fator fundamental para a sobrevivência das empresas já é consenso entre boa parte dos empresários. Longe de ser exclusividade dos segmentos que produzem tecnologia de ponta, inovar significa, sobretudo, aperfeiçoar produtos e processos dentro da empresa para manter a competitividade, independente do tamanho ou do ramo de atuação. Apesar da clara importância para o crescimento econômico, o Brasil caminha devagar em relação a outros países em desenvolvimento, mesmo participando dessa corrida há quase duas décadas. Enquanto na Coréia do Sul o investimento em pesqui-
sa e desenvolvimento (P&D) representa 3% do Produto Interno Bruto (PIB), no Brasil o montante não passa de 1%, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). A iniciativa privada é responsável pela menor parte dos recursos aportados, com apenas 0,4% do PIB. Para Martín Izarra, diretor da Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), o que falta é integração entre academia e indústria. Segundo a OCDE, o Brasil tem apenas 23% dos cientistas dentro de empresas, bem abaixo dos 54% na Coréia do Sul e dos 80% nos Estados Unidos. Formado em Engenharia Eletrônica com especialização em Automação e Controle,
Izarra trabalhou no departamento de P&D do grupo General Dynamics na Argentina e nos Estados Unidos, e foi gerente de projetos de Automação na AEG-Brasil. Detentor de patentes de instrumentos e processos, é fundador e diretor-presidente da Brapenta Eletrônica, vencedora do Prêmio Finep 2002 na categoria pequena empresa. Com experiência tanto na academia quanto no ambiente empresarial, Izarra defende que os programas de pós-graduação nas universidades e nos centros de pesquisa sejam obrigatoriamente vinculados a temas de interesse da indústria. O diretor da Anpei alerta para a necessidade de regulamentação das leis de inovação e critica a política nacional para o setor, que, segundo ele, só funciona na teoria.
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E por que essa fase demorou tanto para se desenvolver no País? Izarra – Porque o Brasil demorou a entrar na globalização. Nós tivemos uma fase de reserva de mercado que atrasou nossa entrada na inovação. Até o governo de Fernando Collor, o País estava bastante protegido contra produtos do exterior. Quando se abriu o mercado, as empresas foram obrigadas a escolher: inovar ou fechar. Para as que escolheram continuar no mercado, que tipo de inovação devem buscar? Izarra – A inovação nas empresas deve ser o que chamamos de engenharia integrativa, isto é, a empresa inova a partir dos produtos que já tem. Não é necessariamente criar um produto absolutamente novo, mas lapidar a tecnologia que já possui. Tecnologia demanda muito tempo para ser desenvolvida. O que se deve fazer constantemente é incorporar tecnologias para gerar um novo produto, mas que possua, na origem, características do original. Os carros, por exemplo, são produtos altamente inovadores, mas, lá no fundo, existe um Ford T escondido. Essa é a inovação que precisa haver dentro das empresas, porque lançar uma inovação revolucionária é difícil, além de ser muito caro. Qual deve ser a velocidade da inovação? Izarra – O ideal é lançar produtos com novas características cada três anos. Produtos mais velhos do que isso já começam a ficar obsoletos. Claro que depende do mercado em que se está. A indústria farmacêutica, por exemplo, demora cinco anos para lançar um produto. Mas, para a área industrial, o ideal é a regra dos três anos. Quais são as áreas com maior potencial de crescimento?
Izarra – Depende do porte da inovação. Quando se fala em investimentos de menor porte, os segmentos mais promissores são segurança pública e alimentar, principalmente relacionadas à tecnologia da informação. Nos investimentos de maior porte, o potencial de crescimento está mais concentrado em pesquisas de biotecnologia e nanotecnologia. O senhor costuma defender que o motor da inovação está no setor de vendas. Por quê? Izarra – Porque quem está na rua vê o que acontece no mercado. O departamento de vendas está nas feiras no Brasil e no exterior, e vê as tecnologias que estão aparecendo. Está próximo aos clientes e percebe suas necessidades. O profissional de vendas está lado a lado com o concorrente, traz as inquietudes de mercado e sugere que sua empresa faça algo melhor quando está perdendo clientes. Um dos desafios para o desenvolvimento da inovação no Brasil é integrar universidades, centros de pesquisa e mercado. O que é preciso para construir essa ponte? Izarra – Primeiro, interesses em comum. Precisamos de doutorandos que façam teses sobre temas que interessem à indústria. Se o tema interessa à indústria, certamente ela vai se associar a esse doutor
É preciso ser mais do que um gestor da tecnologia. A empresa que procura inovação começa a procurar excelência
para que ele faça uma boa tese, e depois vai contratá-lo. No momento em que o doutor está dentro da empresa, temos a ponte. E por que isso não está acontecendo? Izarra – Porque cada um está preocupado com o seu próprio umbigo. Tanto a indústria como a academia estão preocupadas com seus próprios interesses. Falta um intermediário para integrar essas duas forças, alguém do porte do Ministério de Ciência e Tecnologia. Isso tem que ser feito dentro de um programa específico, é preciso impor à academia que os programas de mestrado e doutorado sejam orientados para temas de interesse da indústria. Teria que haver uma imposição, como uma norma ou medida provisória. Assim, teremos doutores dentro das empresas, para estabelecer o diálogo com a universidade. A falta de recursos é a principal barreira para a inovação nas empresas de pequeno porte. O que é preciso para superar esse obstáculo? Izarra – Os pequenos precisam fazer parcerias. Hoje, temos uma oferta de incentivos espetacular. Há muito dinheiro, mas para quem tem garantias de crescimento, e isso não é muito comum nas pequenas empresas de inovação. O melhor caminho é se associar com outras empresas. Sozinho, é muito difícil. A maioria das empresas que investem em inovação no Brasil desconhece a oferta de incentivos para o setor. Isso é um problema das empresas ou das entidades de fomento? Izarra – Na realidade, são os dois. As empresas que não querem saber do governo e, por outro lado, as instituições de fomento não conseguem entrar nas pequenas e médias empresas porque estão acostumadas a negociar com as grandes. Fizemos um estudo dentro da Anpei e descobrimos que mesmo empresas altamente inovadoras desconhecem os incentivos. Um dos motivos é a falta de tempo. O empreendedor de uma pequena empresa é multidisciplinar, ele não tem tempo para preencher formulários altamente burocráticos. O governo exige certidões negativas de tributos em dia, garantias, estrutura firme da empresa, segurança de sucesso no projeto. Essas exigências acabam desestimulando boa parte dos empresários.
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De norte a sul do País, a palavra do momento é inovação. Que fatores tornaram o cenário favorável no Brasil? Martín Izarra – A corrida pela inovação surgiu a partir da globalização. É uma resposta à necessidade de adaptar a tecnologia dos produtos brasileiros aos mercados onde antes não entrávamos. Quer dizer, é fundamentalmente uma adaptação à demanda de mercado e à concorrência, principalmente dos produtos importados.
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Martín Izarra CASA DA PHOTO
Geral das Micro e Pequenas Empresas deve trazer muita inovação, porque 20% dos fundos de desenvolvimento têm que ser direcionados a negócios de menor porte.
E qual seria a alternativa para esses empreendedores? Izarra – A burocracia, na realidade, é necessária, mas precisamos de iniciativas com líderes locais que funcionem como agentes de apoio para intermediar essas relações. As instituições de fomento já disponibilizam o recurso, agora precisamos desdobrar isso com institutos, universidades, federações de indústrias e fundações de amparo.
Em que patamar estão as políticas governamentais brasileiras em relação à inovação? Izarra – Na teoria, estão ótimas. Temos leis maravilhosas, mas não estão regulamentadas e, quando estão, são cerceadas pela Receita Federal. Então, temos uma legislação fantástica, mas que não funciona, porque falta integração entre o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Ministério da Fazenda. A Lei do Bem, por exemplo, que trata dos incentivos para a inovação, exclui a participação das pequenas empresas, que operam com lucro presumido, porque só vale para lucro real. Então, 90% das empresas inovadoras não têm acesso ao benefício. Precisamos de um melhor desdobramento na regulamentação das leis. A maioria delas beneficia as grandes empresas. Recentemente, as coisas têm melhorado, mas em um ritmo muito lento, se comparado com a Coréia do Sul, por exemplo.
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Além da inovação em relação aos produtos, falase muito em gestão inovadora. Qual a sua definição e o que é necessário para consegui-la? Izarra – A gestão inovadora é a forma como o empresário administra seu departamento de P&D, mesmo que seja formado por apenas uma pessoa, e como lida com seus recursos para inovação – humanos, tecnológicos e financeiros. Um empreendedor será bom gestor de recursos de financiamento quando tiver muitos incentivos, por exemplo, e bom gestor em recursos tecnológicos quando tiver muitas parcerias com a academia. Esses são os recursos de inovação. Mas temos também a própria gestão da empresa, com governança corporativa, transparência, etc. É preciso ser mais do que um gestor da tecnologia. A empresa que procura inovação começa a procurar excelência.
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Segundo pesquisa divulgada pela Anpei, 84% das empresas investem em inovação motivadas por oportunidades. Se depender do mercado, o que podemos esperar nos próximos anos? Izarra – Agora, a inovação tende a se acelerar muito, porque o mercado está bastante agitado. Principalmente, porque temos a entrada de produtos importados, o que obriga as empresas nacionais a correrem e inovarem cada vez mais. Mais tarde, isso deve se desacelerar, porque estamos em uma curva exponencial. No Brasil, vamos atingir cada vez mais níveis de inovação, devido a essa oportunidade de mercado local e também de exportação. Por outro lado, as universidades começaram a se associar às empresas, e o governo, a conceder incentivos. Com as oportunidades de mercado e a globalização, existe uma grande ação do governo para agilizar a inovação. A própria Lei
Precisamos de um melhor desdobramento na regulamentação das leis. A maioria delas beneficia as grandes empresas
E por que o Brasil não consegue seguir o mesmo padrão? Izarra – A Coréia veio estudar no Brasil, há alguns anos, sobre como fazer um programa de inovação. Só que eles implementaram, nós não. Precisamos de integração entre os ministérios e de uma regulamentação clara das leis, mas isso ainda vai levar alguns anos. Até lá, o empreendedor de inovação no Brasil vai ter que enfrentar a solidão e se defender como pode. Temos um dado interessante em relação à concorrência exterior, que mostra como o empreendedor brasileiro é forte. Nós nos autofinanciamos, porque é inviável pagar os juros do mercado, enquanto os concorrentes no exterior têm 90% das ações financiadas a juros baixíssimos e com longos prazos para pagar. Imagine se tivéssemos crédito barato, seria fantástico.
LINHA DIRETA Martín Izarra (11) 3842-3533 www.anpei.org.br
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NÃO DURMA NO PONTO
BONS TEMPOS AQUELES A história é real, mas tão absurda que você talvez duvide. Tudo começou com a criação de um grupo de qualidade. E, uma vez instalado, tinha de mostrar serviço. Então, todas as quartas-feiras o pessoal se reunia para gerar INs, ou seja, instruções normativas. Claro, com a intenção de implementar a tal qualidade em todos os procedimentos da empresa. Até aí, tudo bem. Afinal, que mal existe em desenvolver a qualidade em uma empresa? Mal nenhum, exceto que uma iniciativa dessas – assim como tantas outras implantadas a torto e a direito, muitas vezes por modismo – não é acompanhada de uma tomada de consciência na mesma medida. Acontece assim, fora de contexto.
garam a essa conclusão, mas emitiram mais uma IN, e essa determinava a temperatura de 23 graus como a melhor para todos. A instrução normativa prescrevia também que a recepcionista seria incumbida de zelar pelo cumprimento da regra. Foi sagrada guardiã dos controles. Tratava de guardá-los, em lugar não acessível a ninguém senão ela, logo depois de uniformizar a temperatura em todos os ambientes. Nem é preciso dizer que a moça e a tal instrução normativa eram detestadas por todos na empresa. A situação permaneceu assim, “de qualidade”, até que numa manhã fria de inverno o diretor da empresa se viu diante de mais um conflito para administrar. A recepcionista e uma funcionária irritada irromperam em
empreendedor | fevereiro 2008
O crescimento prefere jogar suas fichas mais no controle do que na flexibilidade, o que é no mínimo paradoxal, porque ignora as razões que fizeram o próprio progresso
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Como o surgimento de um corpo estranho dentro de um organismo, que não sabe direito como reagir a essa “intromissão”. Depois de muitas reuniões e INs, o grupo das quartas-feiras, como ficou conhecido, tentou resolver um problema que há muito aborrecia os funcionários: a temperatura do ar-condicionado. Não havia acordo entre eles sobre a mais adequada, e, com isso, cada um tratava de calibrar o controle a seu gosto, ou melhor, a seu conforto térmico. Era um cabo-de-guerra constante, que gerava disputa e muita irritação. Para resolver esse impasse diário e contínuo, os membros do grupo das quartasfeiras saíram pesquisando qual deveria ser a temperatura ideal. Sabe-se lá como che-
sua sala, em acirrada discussão. A primeira, irredutível, não aceitava nenhum argumento para alterar a temperatura ambiente, que naquelas circunstâncias não se justificava. Simplesmente, cumpria à risca a IN.
A flexibilidade e o controle “Bons tempos aqueles!” Essa frase é muito pronunciada por funcionários com muitos anos de casa e que gostam de lembrar a época em que os controles ainda não superavam as iniciativas. Recordam, saudosos, o quanto a empresa era flexível ao permitir (e até incentivar) que cada um usasse sua própria competência pessoal para solucionar problemas que surgem no
dia-a-dia, sem que fosse preciso recorrer a algum regulamento. Se a sua empresa tem uma certa idade e cresceu, ao longo desse tempo, é quase certo que a frase “bons tempos aqueles” seja pronunciada vez ou outra. Não se trata de algo que só acontece aí. Costuma se repetir em todas aquelas que evoluem e não conseguem mais manter o empirismo típico dos seus primeiros anos de vida. E isso independe do negócio ou ramo de atividade. O crescimento prefere jogar suas fichas mais no controle do que na flexibilidade, o que é no mínimo paradoxal, porque ignora as razões que fizeram o próprio progresso, em geral relacionadas à flexibilidade, um ingrediente altamente saudável da receita de sucesso, ao qual o cliente sempre agradece. O controle é sempre algo fora das pessoas (normas, regulamentos, procedimentos, instruções, etc.). Tem por objetivo adequar decisões e ações, impedindo que os mais criativos fiquem inventando moda. Flexibilidade, ao contrário, é algo que decorre das competências individuais, quando as pessoas podem se expressar e usar sua criatividade para realizar seu trabalho. Certamente, controle em excesso gera um ambiente burocrático com pouco espaço para a criatividade. Sem criatividade, não existe inovação, e sem inovação, qualquer empresa está fadada a ficar para trás ou morrer aos poucos. Por outro lado, flexibilidade demais também não é a solução. Controles são necessários, pois sem eles os riscos do negócio excedem seus limites. Está aí o embate com o qual todos os líderes se defrontarão em algum momento da história. Existe, no entanto, um ponto de equilíbrio entre a flexibilidade e o controle. Como reconhecer esse ponto de equilíbrio? Faça o teste: entre as necessidades do cliente e as ordens do chefe, qual seria a escolha imediata de seus funcionários? Se pelas necessidades do cliente, então a flexibilidade está em vantagem. Se pelas ordens do chefe, então o controle está ganhando a parada. Buscar esse equilíbrio é um dos mais
importantes desafios da liderança. Perderse na gestão desse equilíbrio pode levar uma empresa à situação absurda de ter de inventar uma instrução normativa para controlar a temperatura do ar-condicionado. E aí já é demais!
por Roberto Adami Tranjan
Fazer algo ou ter algo para fazer
Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873 1953 / www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net
Existe algo mais que pode ser feito pelos líderes, além da gestão do equilíbrio entre flexibilidade e controle. Esse algo mais é o significado do trabalho. Trabalhe para que ele venha à tona, e seja bem definido e esclarecido. Peter Drucker dizia que “90% do que nós chamamos de administrar consiste em
da: “o que é esse algo que você quer fazer?”. Se a primeira resposta não for convincente, então apele para a segunda: “por que você quer isto?”. Continue perguntando “por que” até obter uma boa resposta, ou seja, uma que tenha significado para você ou para quem se beneficia do seu tra-
Controle em excesso gera um ambiente burocrático com pouco espaço para a criatividade. Sem criatividade, não existe inovação, e sem inovação, qualquer empresa está fadada a ficar para trás
balho. Isso é sinal de que está no caminho certo. E de que, efetivamente, faz algo que conta e faz alguma diferença.
Equilíbrio e significado Em resumo, se não dá para viver sem os controles, então que sejam usados. Mas não permita que eles sejam tão valorizados que impeçam as pessoas de usar suas competências, inteligências e talentos. Ou seja, garanta espaço à flexibilidade esclarecida: aquela exercida com responsabilidade quando existe um algo a mais. E esse algo a mais está no significado daquilo que fazemos. Aposte no equilíbrio e no significado. E constate, você mesmo, a diferença!
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dificultar as coisas para as pessoas”. Drucker certamente estava se referindo aos controles que recebem os mais variados apelidos: processos, procedimentos ou instruções normativas, que em geral só servem para preencher lacunas e gerar ocupações inúteis. Trata-se de arranjar algo para fazer, que é muito diferente de fazer algo. Faça, agora, o teste do significado no trabalho, da mesma forma que o do equilíbrio. Coloque em xeque as suas ocupações e permita que as pessoas que trabalham com você façam o mesmo. Comece pela seguinte pergunta: “seu envolvimento com o trabalho é para fazer algo ou para ter algo para fazer?”. Se a resposta for: “é para fazer algo”, questione em segui-
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Empresa JĂşnior
Empresas juniores colocam estudantes em contato com o mercado e a necessidade de gerir um empreendimento
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Celeiro de
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talentos
CASA DA PHOTO
por Marco Britto
Alexandre Borges (de óculos), da Articultura, e integrantes da EJ FG, da qual ele também participou
Selva para uns, guerra para outros, no mercado a sobrevivência é questão de aptidão. Empresas competitivas são criadas, e cargos de atribuições importantes são ocupados por profissionais preparados, com capacidade de gestão e experiência na tomada de decisões. Se o ensino não contempla o empreendedorismo e a prática, as empresas juniores (EJ) cumprem essa função, aliando lições teóricas da sala de aula com projetos reais de trabalho. Essas instituições são verdadeiros celeiros de novos talentos, estudantes que defendem seu lugar entre as feras do mundo profissional antes mesmo de estarem formados e despertam a atenção de recrutadores de grandes companhias. O Brasil se destaca quando o assunto é empresa júnior. Apesar de não haver uma estatística exata, o País é considerado líder do ranking de instituições dessa natureza. Segundo a Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), em 2003 elas já eram mais de 600 em todo o território nacional, envolvendo cerca de 15 mil jovens. Naquele ano, os cerca de cem empreendimentos confederados registraram um faturamento de R$ 4,5 milhões. Em 2005, a Brasil Júnior procurou atualizar os dados sobre o movimento, mas apenas 119 EJ de 12 Estados responderam o questionário. No Rio de Janeiro, por exemplo, das 55 organizações em atividade, apenas 16 são afiliadas à federação estadual. E no Rio Grande do Sul, um dos Estados não filiados à confederação, 21 EJ estão em operação. A França, país onde surgiu o conceito em 1967, apresenta 134 EJ em atividade, de acordo com a Confederação Européia de Empresas Juniores ( Jade). Apesar de estarem em menor número, as organizações francesas lucram mais: 7,8 milhões de euros por ano, cerca de R$ 20 milhões, segundo informações da Jade. A entidade, criada em 1992, representa atualmente 16 países da Europa, que reúnem cerca de 300 EJ e 20 mil jovens. Outros países fora deste eixo também participam do movimento, entre eles Camarões e Marrocos, no continente africano, Japão, na Ásia, e Estados Unidos, na América do Norte. A idéia de empresa júnior foi trazida ao Brasil em 1987 pela Câmara de Comércio
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marcobritto@empreendedor.com.br
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Empresa Júnior
O Movimento Júnior NO BRASIL L O CAÇÃO 59,13% das EJ estão em instituições públicas federais de ensino. 26,96%, em públicas estaduais. 13,91%, em instituições privadas. CLIENTES 80,34% dos clientes atendidos por EJ são micro ou pequenas empresas. F E R R A M E N TA S M A I S U T I L I Z A DA S 63,87% das EJ federadas adas têm nos eventos a ferramenta enta de marketing mais usada. a. 88,50% das EJ disseram eram que realizam benchmarketing. arketing.
FAT U R A M E N T O M É D I O R$ 26,7 mil por EJ federada. ederada. R E M U N E R AÇÃO ÃO 45,76% das EJ admitem tem
Fonte: Censo 2005 – Brasil Júnior ior (O documento recebeu dados de 119 EJ de 12 federações: dos Estados tados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Minas Gerais, Distrito istrito Federal, Santa Catarina, Pernambuco, Ceará, Maranhão, Tocantins e Paraíba).
N A F R A N ÇA
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Número de EJ: 134. Faturamento total: 7,88 milhões de euros.
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N A E U R O PA Número de EJ: 300. Países integrantes: 16. 6. Jovens envolvidos: 200 mil. Fonte: Confederação Européia de Empresas Juniores (Jade).
PURESTOCKX
dar ajuda de custo aos alunos.
França-Brasil, que publicou anúncios na mídia convocando jovens interessados em implantar o conceito nas faculdades do País. No ano seguinte, foram criadas as três primeiras EJ brasileiras, em São Paulo: a EJ FGV, da Fundação Getúlio Vargas; a Júnior FAAP, da Fundação Armando Álvares Penteado; e a Júnior Poli Estudos, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Nestes 20 anos de empreitadas, muitos jovens tiveram a oportu oportunidade de largar na frente quando o assunt assunto é empreender, seja investindo no negócio próprio, seja administrando eficientemente a carreira, e hoje fazem parte da parcela de profissionais bem-sucedidos e qualifica cados no mercado. Alexandre Borges, por exemplo, é um Alex empreendedor que acumula uma respeiempr tável coleção de negócios de sucesso. táv Inquieto, ele não tem medo de mudar Inq de ra ramo. Renovar parece ser a regra. “A empresa empres júnior foi uma vivência bastante rica. O ggosto por empreender começou lá.” Formado na FGV, retornou à casa como professor dde Empreendedorismo, entre 2003 e 2005. An Antes de completar 30 anos, o administrador nistrado de empresas ficou conhecido com o site Flo Flores On-Line, notável caso brasileiro do segm segmento de comércio eletrônico. Utilizando uma idéia de sucesso nos Estados Unidos, reforçada com estratégias bem colocadas de marketing, como a distribuição de brind brindes aos clientes da companhia aérea TAM e do banco Citibank, divulgação no portal AAmericanas.com, entre outras ações, a empre empresa conseguiu atingir em cheio seu público-alvo – internautas das classes A e B. públicoCriada em 1998, a partir de um investiCriad mento dde R$ 250 mil dividido entre os sócios (Borges e seu ex-colega de faculdade Marcelo Casarini), a floricultura virtual alcançou em Casarin cinco anos um faturamento de R$ 4 milhões (2002) e seguiu crescendo R$ 1 lhõ milhão por ano até 2005, quando Borm ges decidiu abandonar a sociedade, sob o ímpeto de mudar de ares. “Depois de alcançar o sucesso com aquela operação, pensei: vou ficar a dez anos aqui ou vou empreender outra vez?” Atualmente, sob direção da família Casarini, Atualmen o Flores On-Line faturou R$ 10 milhões em 2007, an ano em que registrou a marca de 120 mil entre entregas em todo o País. Para 2008, quan-
fornecedora de grandes redes como WalMart e Pão de Açúcar. Com esta atuação multifacetada, é compreensível que Borges tenha uma preocupação típica entre os executivos: a dificuldade em encontrar tempo livre. Com uma jornada de 12 horas de trabalho, falta a ele espaço para cuidar da vida pessoal, um custo que considera alto. Brincando, Borges diz que sonha em morar em Florianópolis. Mais concentrado, define sua carreira profissional com ponderação. “Vejo que minha trajetória foi de alto risco. E o retorno foi proporcional ao risco, como manda o mercado. Escolhi empreender, o que não é tão seguro quanto a carreira corporativa dentro das grandes empresas”, dispara, com a autoridade de quem traçou o próprio caminho e obteve bons resultados.
Início de carreira Para a jovem recém-formada Ana Carolina Shinoda, o período da faculdade é o início da vida adulta. Pelo menos foi assim que a paulistana encarou a conquista de um lugar
Ana Carolina: quem não passa pela EJ demora mais a entender a transição para o mundo profissional
no curso de Administração de Empresas na FGV. Nos primeiros dias de aula, contente com a nova rotina, ela teve uma surpresa. Em sua caixa postal, chegou um convite para que ela integrasse o time de empresários juniores da EJ FGV. Interessada em se aproximar de uma vez da realidade de sua profissão, ela não hesitou em se inscrever no processo de seleção. “Eu decidi que queria ver na prática a carreira que eu estava escolhendo naquele momento. Era uma oportunidade de trabalhar com administração e ter certeza de que era isso que eu queria.” Na empresa júnior, Carolina descobriu a afinidade com marketing. O trabalho cotidiano a fez perceber no que poderia ser mais eficiente e realizada profissionalmente. Ainda assim, pelo fato de seu pai ser professor de Finanças, ela quis ter certeza de que seu futuro não estaria também atrelado aos números e candidatou-se a um estágio na área de finanças. Na Dupont do Brasil, companhia ligada ao desenvolvimento científico de variados ramos, a estudante vislumbrou o dia-a-dia das grandes corporações e gostou do que viu – embora o trabalho em finanças tenha servido para que Carolina soubesse o que não gostaria de fazer pelo resto da vida. Por meio de um programa da Aiesec (sigla francesa para Associação Internacional de Estudantes em Ciências Econômicas e Sociais), Carolina conseguiu um estágio em Lisboa, Portugal, numa consultoria de marketing chamada Qmetrics. Bingo! Após seis meses de experiência no exterior, ela retornou ao Brasil e logo estava trabalhando na Procter & Gamble, onde permaneceu até se formar, em junho de 2007. “Eu olho para a minha trajetória profissional, com a EJ, depois os estágios, e vejo que isso deu um impulso para a minha carreira, sem dúvida. Desde o começo, eu vi que podia fazer muita coisa. Alguns colegas que não passaram pela EJ demoram mais para entender a transição para o mundo profissional”, avalia. Aos 23 anos, Carolina é analista de marketing da Integration, consultoria com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México, Buenos Aires e Santiago do Chile. “Estou satisfeita, trabalho numa empresa que me valoriza, na qual tenho oportunidade de crescer e me capacitar.”
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do o site completa uma década no mercado, a previsão é de um aumento de 25% no faturamento, apostando cada vez mais na personalização dos arranjos, agregando fotos, perfumes e outros produtos, como afirma Eduardo Casarini, atual diretor da empresa. Aos 34 anos, Borges atua hoje como sócio e diretor-geral da Articultura Comunicação, agência de planejamento e gestão integrada de patrocínios a ações culturais, sociais, ambientais e esportivas. Criou uma empresa especializada em atitude de marca, a Significa, que atua em conjunto com a Articultura. De acordo com Borges, são dois lados da mesma moeda. A Significa fortalece marcas usando conceitos de propaganda e marketing, sem deixar de lado a visão estratégica do ramo empresarial. “Como sempre, o que me moveu foi a vontade de fazer algo novo. É uma empresa que não existia no mercado, e logo que abrimos já tivemos grandes corporações à procura deste serviço”, revela. Foi, realmente, um tiro certo. Entre os clientes atendidos pela agência, estão os grupos Votorantim, Bridgestone e Pepsico. Na Articultura, Borges define seu trabalho como “construir empresas com uma visão conectada com o mundo atual, considerando as demandas sociais, educação, esporte e meio ambiente”. Na lista de realizações da empresa, estão inúmeros eventos, como a Bienal da Moda (2000), 3ª Bienal do Mercosul e o Carnaval Multicultural do Recife, reunindo grandes patrocinadores. “A paixão é o que me move. Sinto-me satisfeito de ter empreendido coisas muito boas, que dão oportunidades para as pessoas”, diz. Em outra frente, o empresário é sócio de uma empresa de capital de risco, a Solo. Ao lado de Marília Rocca, integrante do conselho de administração do Instituto Empreender Endeavor, Borges procura por oportunidades interessantes de investimento. A empresa atua discretamente, não possui site na internet, uma opção dos diretores. “A Marília tem uma presença forte, muitos contatos no ramo empresarial. Desde o início, em 2006, procuramos investir em negócios dos quais soubéssemos no boca-a-boca mesmo.” No momento, a Solo está finalizando sua primeira aquisição, ainda em sigilo. Borges revela apenas que se trata de um empreendimento do ramo de alimentos, com 50 funcionários,
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Empresa Júnior
Nova vida
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Participar de uma EJ exige conciliação das rotinas pessoal, acadêmica e profissional
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Para o estudante, um lugar na empresa júnior representa a entrada para a vida profissional. O processo de seleção, apelidado de “vestibular do vestibular”, é, na maioria das vezes, mais disputado que o concurso para a graduação, como comenta o professor Sérgio Yates, mestre em Gestão Empresarial e integrante do corpo docente da PUC-Rio. Na visão de Yates, a briga acirrada por espaço prepara melhor os alunos para o que lhes espera adiante. “Esses profissionais certamente estarão em postos-chave nos próximos anos”, aposta. De olho no futuro, adolescentes recém-chegados na universidade aspiram a uma vaga de trabalho não remunerado, sabendo que o mais valioso da experiência será o conhecimento além das especialidades pelas quais eles serão diplomados na faculdade. A diretora financeira da EJ PUC-Rio, Layla Bendia, resume a característica comum a todos os candidatos: “é o perfil empreendedor. Eles têm um brilho nos olhos, uma vontade de aprender”. Envolver-se com o trabalho de gerir uma empresa obriga o estudante a desenvolver a autodisciplina, respeitando horários e balanceando talvez pela primeira vez a vida profissional e pessoal. A repentina mudança de valores é um choque inevitável, por isso as empresas juniores procuram ajudar seus funcionários neste período de adaptação. A EJ PUC-Rio, organização multidisciplinar que realiza serviços de consultoria em nove áreas distintas, como finanças, comunicação e recursos humanos, promoveu uma semana de palestras para capacitação e integração do grupo no mês de dezembro. O tema central foi: equilíbrio – como conviver com a mudança na rotina. Devidamente apresentados aos conceitos da EJ, bem como ao ambiente de trabalho, os novatos começam a se familiarizar com as novas responsabilidades. “Uma das primeiras coisas
que ensinamos é como manter o equilíbrio entre a vida pessoal, a profissional e a acadêmica. Eu atendo às minhas obrigações e consigo até visitar minha família em Miguel Pereira (município a 120 quilômetros do Rio). Mantenho a vida normal de estudante”, afirma Layla. Dentro da EJ, o exercício de aula é aplicado logo em seguida na prática do trabalho, possibilitando um entendimento mais amplo da profissão e do raciocínio de mercado. Inseridos no ambiente profissional da empresa júnior, os estudantes começam a formular uma nova imagem de si mesmos. Na EJ PUC-Rio, os funcionários ganham até um “auxílio-paletó” para vestirem-se de acordo com o papel que assumiram. A nova rotina, de contato com clientes, apresentação de projetos e formulação de soluções junto à equipe permite aos jovens vislumbrar oportunidades de iniciar uma carreira bem-sucedida. “Fizemos um projeto para uma importadora e fomos convidados a apresentá-lo numa fábrica nos Estados Unidos. Com 19 anos, eu nunca imaginei que receberia um convite desses”, conta Layla. “Eu fico cinco horas por dia na empresa. A gente vai conhecendo e pega gosto pela coisa, sai da aula e dá uma passada por lá”, revela José Carvalho, vice-presidente da FEA Júnior. Ele conta que, na empresa júnior, se pode aprender como fazer bons negócios e, ao mesmo tempo, encontrar grandes amigos e curtir o período da faculdade. Desde 1990, a EJ locada na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA – USP) desenvolve consultorias para pequenas e médias empresas, em áreas como pesquisa de clima organizacional, reestruturação administrativa, e pesquisa e análise de clientes. Nestes 18 anos, já ultrapassou a marca de 200 projetos executados, com a participação estimada de
600 alunos. Em 2007, foram realizadas 16 consultorias. São 72 pessoas trabalhando sem remuneração, e nesse esforço coletivo obtiveram um faturamento de R$ 250 mil no ano passado, valor quase dez vezes acima da média geral calculada pela Brasil Júnior no censo nacional de 2005.
Eventos Outro foco de atuação da FEA Júnior são os eventos, que trazem discussões de interesse dos acadêmicos. O principal destes é o “Jovens Investidores”. Na última edição, em março de 2007, um público de 2 mil participantes circulou pelo campus durante
os dois dias de palestras sobre temas ligados ao mercado financeiro. “Muitas pessoas se interessaram pelo assunto e passaram inclusive a investir em ações. Eu mesmo sou um deles”, confessa o vice-presidente. O encontro recebeu o troféu de 1º lugar na categoria Eventos, no Prêmio da Qualidade 2007, promovido pela Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo (Fejesp). Por meio de ações como esta, a empresa busca proporcionar uma experiência consistente de trabalho para os funcionários e assim cumprir a tarefa de estender o conhecimento da profissão a todos os alunos da FEA. “Muitos aqui pretendem abrir um negócio, e a missão da empresa júnior é
mostrar como fazer isso”, diz Carvalho. Os eventos também são ocasiões ideais para aproximar a universidade do mercado de trabalho. A “Competição de resolução de casos” é uma gincana que reúne 50 equipes, vindas também de outras instituições do País, como o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Cada ano, uma corporação convidada apresenta um problema real para que os grupos resolvam. E não é brincadeira: na última competição, o time vencedor recebeu R$ 6 mil, o segundo colocado, R$ 3 mil, e o terceiro, R$ 1,5 mil. Em eventos como o “Recrutamento de carreira”, as empresas montam estandes
na universidade e divulgam detalhes dos programas de trainee e estágio. Os alunos assistem também a palestras e oficinas, e conhecem o plano de carreira dessas empresas. “Os diretores e pessoas de cargos altos vêm e dividem a experiência de carreira com os alunos”, conta Carvalho. A FEA júnior efetua as inscrições dos estudantes mediante apresentação de currículo, que é posteriormente enviado às corporações participantes – foram 16 na última edição. A atividade, que revela a capacidade dos alunos, pode ainda resultar numa boa oportunidade de estágio. Promovendo esta aproximação, a EJ leva os jovens empreendedores ao encontro de seu futuro.
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Equipe vencedora da “Competição de resolução de casos”, um dos eventos promovidos pela FEA Júnior
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Empresa Júnior
Gente grande EJ oferecem serviços de custo acessível e qualidade, algumas com certificação ISO 9001
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Uma vez no mercado, as empresas juniores precisam provar sua competência para vencer o preconceito de terem ação limitada, por serem geridas por estudantes. Por outro lado, os que apostam em contratar os serviços de uma EJ podem encontrar uma maneira eficiente e barata de solucionar os problemas na gestão da empresa, independente do porte – como são organizações sem fins lucrativos, as EJ possuem custos operacionais e tributação reduzidos, o que permite a oferta de um preço menor. Prova disso é a relação de clientes atendidos pela
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Fernando Escobar, da Motriz: “ISO demandou mudança de cultura na empresa, o que não é algo simples”
Motriz, empresa júnior do curso de Engenharia Mecânica da Unicamp: 3M, Pirelli, Procter & Gamble e Saint Gobain, entre outros. Buscando um posicionamento cada vez melhor em seu segmento, o time júnior trabalha para ser reconhecido como “gente grande”. Com a conquista da certificação ISO 9001, o novo padrão de gestão deve qualificar ainda mais o trabalho da EJ de Campinas (SP). “A ISO demandou uma mudança de cultura na empresa, o que não é algo simples”, comenta Fernando Escobar, vice-presidente. No contexto mundial de juniores, a Motriz foi a
primeira empresa de Engenharia a conquistar a qualificação. Em São Paulo, a EJ Mackenzie também possui a certificação, assim como a EJ PUC-Rio, no Rio de Janeiro. A Motriz tem grande rotatividade de funcionários, uma característica comum a todas as EJ. Cada seis meses, um novo processo de seleção admite entre dez e 20 novos integrantes, num contingente total de 40. Regras quanto à normatização se fazem essenciais para ajustar este troca-troca de pessoas sem comprometer a qualidade do serviço oferecido. Outra ferramenta importante são os manuais de procedimentos da empresa. A Motriz mantém dois guias que servem como referência de método, de procedimento e de gestão. Todas as atividades do dia-a-dia da empresa estão ali descritas, explicadas passo a passo. Escobar tem na ponta da língua as vantagens em participar de uma empresa júnior. Explorar temas inéditos, como a implantação da norma ISO, proporcionou um conheci-
geração e muitas vezes garantem um lugar no pódio já na largada da vida profissional. Com vontade de aprender e empreender, tornam-se parte dos brasileiros economicamente ativos. O País agradece. E o mercado os espera – de braços abertos.
LINHA DIRETA Fernando Escobar (Motriz Empresa Jr.) (19) 3521-3206/www.motrizej.com.br Layla Bendia (EJ PUC – Rio) (21) 3527-1780/1781 www.empresajunior.com.br José Carvalho (FEA Júnior) (11) 3091-5904/5928/www.feajr.org.br Alexandre Borges (Significa/Articultura) (11) 6818 5010/www.articultura.com.br Ana Carolina Shinoda (Integration) (11) 3078-1144/www.integration.com.br
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Com o trabalho na empresa júnior, aos poucos um jovem introvertido pode se tornar um ás na prospecção de clientes, como aconteceu na Motriz. “O Gabriel mal conseguia pronunciar o próprio nome em voz alta durante as reuniões quando chegou. Um ano depois, é o consultor que mais vende em nosso departamento de Marketing”, conta Escobar sobre o colega. Realmente, não há motivos para se envergonhar: contando com a supervisão técnica do Departamento de Engenharia da Unicamp, referência nacional no campo, e fornecendo serviços de qualidade por um valor até 50% abaixo do praticado no mercado, a EJ se mantém entre as principais do País, com clientes de grande porte na carteira. Antecipando o encontro com a profissão, os estudantes obtêm no contexto das empresas juniores um estímulo e também uma credencial para suas carreiras. Com autonomia desenvolvida, se colocam à frente da sua
FOTOS TOMAS MAY
mento que deve abrir portas na carreira do futuro engenheiro. “Nos formamos profissionais polivalentes. Eu estudo Engenharia Mecânica e fui diretor de marketing na Motriz. Quando eu iria entrar em contato com essa área, se não fosse pela empresa?” O professor Renato Pavanello, da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, acompanha de perto a evolução dos alunos na EJ e ressalta a necessidade do contato com o mercado para o estudante decidir sobre o futuro profissional. “Os que se engajam amadurecem bastante nos processos de gestão empresarial. Alguns se interessam tanto pela área que acabam migrando para o curso de Administração”, observa. Segundo Pavanello, o trabalho em grupo é também um dos benefícios providos pela EJ, pois no dia-a-dia o estudante é estimulado a desenvolver seu perfil empreendedor. “Eles ganham as habilidades necessárias para trabalhar, se desenvolverem como pessoas e profissionais.”
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E X PA N S Ã O
Café do Centro investe em rede própria no exterior e conquista consumidor japonês
brasileiro
Sabor
por Francis França
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francis@empreendedor.com.br
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A torrefadora Café do Centro, tradicional fornecedora de cafés especiais para estabelecimentos sofisticados, decidiu expandir os negócios e abrir sua própria rede de cafeterias – só que no Japão. A busca por consumidores do outro lado do mundo foi uma questão de lealdade com o mercado conquistado no País. “Abrir pontos-de-venda aqui seria concorrer com nossos próprios clientes, porque já atendemos a muitas cafeterias e restaurantes. No Brasil, nosso negócio é fornecer, industrializar e distribuir cafés superiores”, diz Rodrigo Branco Peres, sócio-diretor da empresa. A primeira cafeteria da marca foi aberta em frente ao Palácio Imperial, no centro de Tóquio, no final de 2006. A segunda loja foi inaugurada em julho do ano passado, no bairro nobre de Aoyama, próxima à embaixada brasileira e à sede da ONU, com investimentos de R$ 1 milhão. A expectativa é de que cada ponto renda cerca de R$ 1,3 milhão por ano. O resultado é melhor do que se esperava, com faturamento 30% superior ao projetado e freqüência de mais de mil pessoas por dia nas duas lojas. Estratégias inusitadas de mercado já são tradição no Café do Centro. Fundada em 1916, no centro da cidade de São Paulo, a torrefadora se preocupava com a qualidade do produto vendido no País, numa época em que os melhores grãos eram exportados. Em 1995, a marca foi comprada pelo Grupo Branco Peres, que expandiu a venda dos cafés gourmet para restaurantes, hotéis, bares e cafeterias. O café gourmet exige dedicação especial na produção. O segredo para o alto nível,
Expectativa é de que cada ponto no Japão renda cerca de R$ 1,3 milhão por ano
oferecidos no Brasil. Além do menu tradicional, as cafeterias também oferecem produtos típicos brasileiros, como pão de queijo, pastel, bolinho de bacalhau, caipirinha, e sucos de maracujá e manga.
Conceito japonês No ambiente, se ouve música brasileira, os colaboradores já moraram no Brasil e falam português. A cafeteria não é feita para brasileiros, mas lembra o Brasil no conceito dos japoneses. “A cafeteria não é verde e amarela, ela é de um marrom avermelhado, que, para eles, representa solo fértil. Quando pensa em Brasil, o japonês lembra de abundância, fertilidade, riqueza natural, que são coisas que eles não têm lá”, diz. A marca investe em sua história de 90 anos, com fotos da primeira colheita, do primeiro café produzido. Segundo Peres, lidar com o público japonês beneficia os processos de gestão de toda a empresa. Os consumidores de lá são mais detalhistas, querem saber a procedência dos produtos. “Se você tem seis tipos de café, ele quer saber qual é o melhor para se tomar de manhã, no almoço e no jantar”, conta. Por outro lado, os clientes gostam de produtos estrangeiros e se dispõem a pagar o preço da qualidade, explica Peres. Conquistar a confiança do consumidor, no entanto, não é tarefa das mais fáceis. Apesar do sucesso acima do esperado, é difícil convencer um japonês a mudar de cafeteria. “Aqui a gente tem essa cultura de fazer para ontem – constrói, fatura e passa para alguém ou fecha. Lá, não, a curva é mais estável e demora mais para atingir o pico.” A meta do Café do Centro é atingir cem unidades na Ásia em dez anos. Segundo Peres, o sucesso das duas primeiras unidades é um bom auspício. O Japão é o termômetro do mercado asiático, e, para dar certo nos demais países do continente que mais cresce no mundo, um produto precisa passar pelo crivo do consumidor japonês.
LINHA DIRETA Café do Centro: (11) 2146-0909
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explica Peres, é ter bons fornecedores que garantam a qualidade do grão, uma indústria bem estruturada para elaborar os blends e equipamentos de primeira para fazer as torras de forma homogênea. “Nosso país sempre foi conhecido como produtor de commodities, mas a verdade é que o Brasil está para o café como a França está para o vinho. Temos a maior diversidade de grãos, climas, tipos de solo e variedades do mundo”, diz. Pensando nisso, a empresa lançou uma linha de cafés especiais de origem, com as peculiaridades das seis regiões produtoras do Brasil: Mogiana Paulista, Paraná, Bahia, Cerrado Mineiro, Espírito Santo e Sul de Minas. O sucesso da linha levou a marca para a Europa, e foi então que começou o projeto de cafeterias. Os sócios foram procurados por um grupo de investidores japoneses que vieram ao Brasil em 1999 e escolheram o Café do Centro para levar ao seu país. Entre a primeira visita e a inauguração da loja em Tóquio, foram cinco anos de negociações. “Achamos até que não daria certo, porque os japoneses demoram muito para tomar decisões, é tudo programado meticulosamente, não só nas negociações, mas nos processos, produtos, tudo”, diz Peres. A inauguração da segunda unidade foi mais fácil: um ano e meio de debates e 30 dias para a execução do projeto. Os negócios na Ásia são administrados pelos investidores japoneses, já acostumados a um mercado com diferenças marcantes em relação ao Brasil. Para alugar um imóvel, por exemplo, mais importante do que a oferta é provar que o projeto é de longo prazo. “Como o Café do Centro não existia no Japão, foi muito difícil começar, conseguir um ponto sem pagar um absurdo, e Tóquio é a cidade mais cara do mundo. Eles têm um problema sério de espaço, e os pontos comerciais são muito disputados”, diz Peres. Outro desafio foi aprender a lidar com os hábitos do consumidor. No Japão, se o cliente não especificar que deseja um espresso regular, o cafezinho é servido com um cubo de gelo. Mas o objetivo do Café do Centro é manter-se fiel à linha vendida no Brasil. A empresa desenvolveu uma linha gourmet de cafés gelados, torrados de forma especial, mas os demais produtos são idênticos aos
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MERCADO
planejado
Sorriso
Cresce a contratação de planos odontológicos empresariais, uma forma barata de valorizar e reter funcionários
por Natacha Amaral
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natacha@empreendedor.com.br
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Vale-transporte, ticket-refeição e assistência médico-hospitalar. Entre os diversos benefícios oferecidos no mercado de trabalho hoje, nenhum outro atravessa um momento de desenvolvimento tão acelerado como o de planos odontológicos. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o número de usuários desse serviço cresceu quatro vezes mais do que a clientela dos planos de saúde médica só no ano passado. Além disso, operadoras de planos odontológicos empresariais registraram aumento acima de 50% no número de associados em 2007. De fato, o mercado confirma que esse tipo de assistência está entre as mais procuradas tanto por empregados como por empregadores e é uma tendência que veio para ficar. Motivos? De um lado, a entrega de um produto que gera satisfação ao funcionário, e, de outro, um diferencial competitivo de baixo custo para retenção de talentos na empresa. Foi isso o que constatou o gerente de Recursos Humanos (RH) da companhia brasileira de navegação Aliança, Marco Antonio Gomes. A empresa, ligada ao grupo alemão Hamburg Süd, oferece plano odontológico gratuito há oito anos. “Hoje, há uma preocupação maior de tratar bem os dentes, especialmente na questão estética. As pessoas vêem isso como um valor e buscam não só o salário nominal, mas também o que a organização oferece como benefício”, analisa Gomes. Por esse motivo, os planos odontológicos são comumente utilizados nas emPURESTOCKX
Barbosa, da Odonto A (na foto do meio): regulamentação tornou serviço de alta qualidade acessível e com baixo custo em relação a outros planos de saúde barato é oferecida toda cobertura clínica (restaurações, tratamento de canal e de gengiva, radiologia e até odontopediatria). Nas versões com valores mais elevados – ainda assim, bem mais em conta que as de cobertura médica –, estão inclusos trabalhos com porcelana, próteses e tratamento ortodôntico completo. “Por R$ 13 mensais por funcionário, a empresa dá um benefício que não seria percebido com um aumento de salário ou ticket-refeição no mesmo valor”, compara o diretor de Operações da Prodent, Rodrigo Califoni. Segundo ele, as assistências odontológicas no momento tendem a socializar seus serviços para uma camada cada vez maior da população – tudo com a oferta de um bom tratamento.
A acessibilidade a um serviço de alta qualidade só se tornou possível com a regulamentação do setor de operadoras odontológicas realizada a partir de 1998 pela ANS, atual órgão supervisor de todo o segmento de planos de saúde no Brasil. A medida impôs o cumprimento de uma série de condições para que as operadoras pudessem oferecer seus produtos. “Com o aumento do rigor, as empresas não profissionalizadas acabaram saindo do mercado, e hoje os planos odontológicos são extremamente bem-vistos e respeitados”, explica Barbosa, da Odonto A. No total, o Brasil conta hoje com 423 operadoras de planos odontológicos e oito
Planos de saúde odontológica X Planos de saúde médica 8 milhões de usuários contra 38 milhões de clientes crescimento quatro vezes superior em 2007 (mais de 50% de aumento no número de associados) estimativa de crescimento de 25% até 2010 423 operadoras contra 1.479 operadoras 1/7 do custo mensal (mensalidades variam de R$ 10 até R$ 65)
Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
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presas como um diferencial competitivo – uma forma de reter mão-de-obra qualificada. Segundo o gerente, proporcionar esse tipo de assistência contribui para a construção de uma boa imagem interna da companhia. “A qualidade do tratamento é notada pelo funcionário, que passa isso para os demais”, explica Gomes. Já deixar de oferecer o plano, por outro lado, pode transmitir a impressão de que a empresa não se preocupa com questões de saúde ou com o bem-estar de seus recursos humanos. De acordo com o sócio-diretor de uma das maiores operadoras de planos odontológicos do País, a Odonto A, as vantagens da contratação da assistência ainda vão além. Armando Barbosa diz que é possível observar uma melhora das condições de saúde dos empregados e um conseqüente aumento na sua produtividade. “Um funcionário com problemas bucais estará indisposto para o trabalho e normalmente irá faltar. Além disso, gera preocupação não só para si, mas também para seus familiares”, explica. Barbosa afirma que a ausência por motivos odontológicos é uma das principais causas de absenteísmo nas empresas. “Isso se reduz com a cobertura do plano, porque, uma vez normalizada a situação, o número de saídas necessárias para resolver o problema é muito reduzido.” E um grande diferencial da assistência odontológica em relação aos demais benefícios de saúde é o seu baixo custo. Quebrando o estigma de que esse tipo de tratamento é caro, o valor das mensalidades por usuário hoje chega a 1/7 do custo mensal de um plano médico, por exemplo. Os valores variam de R$ 10 até R$ 65 por mês, e no serviço mais
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MERCADO
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Gomes, da Aliança: localização dos dentistas é fundamental
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milhões de usuários desse tipo de assistência, contra 38 milhões de clientes de planos médicos. A disparidade apenas indica o enorme potencial de desenvolvimento do primeiro setor. Para a Odonto A, isso já pode ser percebido pelo aumento na procura de seus produtos. Há 22 anos no mercado, a operadora incrementou em 68% seu número de beneficiários só no ano passado e, para 2008, já planeja ficar entre as cinco maiores operadoras do País. Já a concorrente Prodent aumentou seu faturamento em 50% em 2007 e, para este ano, aposta na oferta de planos odontológicos agregados a outros produtos e serviços. “Já fizemos parceria com o Banco Regional de Brasília e com as lojas Marisa para que os clientes desses locais tenham a assistência como um diferencial”, diz Califoni. Entre seus clientes, também estão Portugal Telecom, Renner, Ministério da Cultura e Aneel.
Critérios Com tantas opções disponíveis nessa onda de planos, é preciso que cada empresa leve em conta alguns critérios na hora de selecionar a operadora e o tipo de assis-
Califoni, da Prodent: benefício diferenciado custa apenas R$ 13 mensais por funcionário
A tendência é que o setor de assistência odontológica fique cada vez mais acessível tanto a pessoas físicas como jurídicas tência mais interessante para si. O primeiro passo, segundo o gerente de RH da Aliança, é analisar a rede credenciada. É fundamental verificar a localização dos dentistas – que devem estar próximos ao local de trabalho ou à moradia dos funcionários da empresa contratante – e checar o índice de satisfação desses profissionais com o plano. “Se o plano remunera bem, o profissional obviamente fará o melhor trabalho possível para não perder o vínculo com a operadora”, explica. A segunda medida é prestar atenção na agilidade do atendimento da operadora. “Problemas bucais são raros, mas, quando acontecem, são de emergência, porque as
pessoas procuram um dentista quando já está doendo ou pelo menos incomodando. Por isso, não há tempo para atraso ou demora”, diz. Já para acertar na escolha do tipo de plano, a empresa deve descobrir os serviços odontológicos mais valorizados por seus funcionários. A tendência é que o setor de assistência odontológica continue a crescer e fique cada vez mais acessível tanto a pessoas físicas como jurídicas nos próximos anos. Gold, Platinum ou Diamond, seja qual for o plano, eles entraram com tudo no mercado e estão fazendo a alegria de operadoras, funcionários e empresários – todos agora com um motivo a mais para sorrir.
LINHA DIRETA Armando Barbosa (Odonto A):
(11) 4122-8600/www.odontoa.com.br
Marco Antonio Gomes (Aliança): www.alianca.com.br
Rodrigo Califoni (Prodent):
(11) 3017-6092/www.prodent.com.br
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TENDÊNCIA
Empresas ainda não despertaram para o poder de sites e blogs como veículo de queixas de consumidores insatisfeitos
Reclamação
on-line por Débora Remor
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debora@empreendedor.com.br
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O comércio eletrônico no Brasil registrou índices grandiosos no período natalino: 9,5 mil compradores gastaram mais de R$ 1 bilhão, um aumento de 55% no movimento de novembro a 24 de dezembro de 2007 em relação ao ano anterior, segundo pesquisas da e-bit. O que poucos sabem é que muitas das empresas que vendem através da internet não têm conseguido acompanhar os pedidos e, em alguns casos, os consumidores não recebem o produto depois de 60 dias do prazo, apesar de o valor ter sido debitado da conta. Segundo a Proteste, nos primeiros 15 dias de janeiro de 2008, o número de reclamação por descumprimento no prazo da entrega foi cinco vezes maior do que o registrado em 2007. Este incômodo não é a única razão dos relatos de consumidores insatisfeitos, uma lista que demonstra o despreparo das empresas para este modelo de comércio. O que as tradicionais lojas e empresas mais recentes estão descobrindo é que este público não fica em casa choramingando sozinho, ele coloca a boca no trombone e espalha as suas experiências, geralmente más, pela internet. Fóruns para trocar idéias sobre deterPURESTOCKX
Mapa da insatisfação
Vargas: “Relatos diários mostram que as reclamações geram reflexos negativos para as empresas”
P R INC IPA IS R A MOS 1º – telefonia 2º – lojas virtuais 3º – eletroeletrônico 4º – livraria e editoras
P R OB LE MA S MA IS V E R I F I CAD O S
38% foram vítimas de golpe (não receberam os produtos)
29% receberam os produtos com atraso 20% foram vítimas de propaganda enganosa (produto anunciado não existia ou não estava em conformidade com o anúncio)
9% dos produtos tinham algum defeito 4% não conseguiram trocar a mercadoria defeituosa
D E S F E C H OS MA IS F R E Q Ü E N T E S
52% não tiveram o problema solucionado 22% conseguiram resolver por meio do reclamando, e é um movimento sem volta. O canal está crescendo geometricamente, porém as empresas reagem a isto muito lentamente. Elas estão perdendo vendas por não resolver esses problemas”, opina Vargas. “É irreversível, é o novo caminho da cidadania”, confirma Alexandre Diogo, presidente do Instituto Brasileiro de Relações com o Cliente (IBRC). De acordo com pesquisas do Instituto, até 2015 o Brasil será o país com maior volume de pessoas que se relaciona com empresas pela internet. “Apesar disso, uma grande parcela das organizações não está levando em conta este canal”, lamenta. Segundo Diogo, comparado a outros países, o Brasil apresenta um nível baixo de empresas que se preocupam com isso, “mas os formadores de opinião estão num patamar
contato com a empresa
17% solucionaram no Reclame Aqui 6% foram para a Justiça 4% recorreram ao Procon D IS P OS IÇÃO AT UA L
83% dos consumidores comprariam novamente pela internet * Pesquisa do site Reclame Aqui com dez mil consumidores de todos os Estados do Brasil que fizeram algum tipo de reclamação contra lojas virtuais em 2007
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minadas empresas – desde atendimento no balcão ou facilidade do site até relacionamento pós-venda e assistência técnica – se tornaram comuns, seja para adicionar comentários, seja para pesquisar antes de efetuar a compra. “Não temos dados concretos, mas relatos diários mostram que as reclamações geram reflexos negativos para as empresas”, afirma Maurício Vargas, criador do Reclame Aqui. O site nasceu de uma brincadeira da empresa de Vargas, que se vê cada vez mais envolvido e está sendo obrigado a interromper contratos com clientes para se dedicar ao fórum on-line. No ar desde 2002, o Reclame Aqui tem 195 mil reclamantes cadastrados e registra um milhão de visitas por mês, numa média de 328 mil reclamações mensais. “O consumidor está, sim,
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TENDÊNCIA
bem elevado, participando e opinando em comunidades, sites e fóruns”. A internet não é o primeiro canal dos clientes, mas já se caracteriza como uma importante opção. Os insatisfeitos ligam para as empresas, tentam o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), buscam o Procon. Se nenhuma dessas opções dá certo, ou enquanto isso, ele recorre à rede mundial e se junta a outros reclamantes, propagando as deficiências da empresa na velocidade da luz. As grandes companhias já perceberam este impacto, mas as médias e pequenas começam a despertar agora para o reflexo do relacionamento virtual com os clientes. “O interessante é que o comércio local passou a ser alvo das reclamações pela internet. As respostas levam mais tempo, às vezes, a empresa não tem e-mail ou site. Só que, quando o empresário sabe da reclamação e que o problema está na internet, ele resolve com mais agilidade do que as grandes empresas”, constata Vargas.
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Preocupação
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Diogo, do IBRC, exemplifica a preocupação das grandes companhias: “empresas como Claro e Bradesco contratam pessoas para monitorar o que sai sobre a empresa na internet, especialistas em relacionamento virtual que fazem cotação no mercado de reclamações”. Ele alerta que as piores reações que uma empresa pode ter são hostilizar, ignorar, e desqualificar as reclamações e seus autores. “A organização precisa entender e ouvir o cliente, participar das comunidades e conhecer o problema para tentar reverter o quadro negativo”, afirma. O que deveria ser simples ficou complicado, desestimula o uso do produto, e quem pagou por isso se sente tão decepcionado que tem vontade de alertar outros. Comprar um home theater, mas ter dificuldade em inserir o DVD no leitor; um adesivo colado na casca da fruta gera desperdício; o site do restaurante não informa o telefone para fazer a reserva. Esses são exemplos da realidade que motiva sites e blogs, e estão sendo usados por consumidores para balizar futuras compras. Os casos relatados no blog Tá Difícil, idealizado e gerenciado pela consultora Mer-
Mercedes: empresas devem acompanhar as reclamações e facilitar os produtos Diogo: piores reações das empresas são hostilizar, ignorar e desqualificar as reclamações e seus autores
cedes Sanchez, não chegam diretamente à caixa de e-mail das empresas, mas elas estão acompanhando e corrigindo os problemas. A usabilidade – facilidade de uso – ganhou o site em 2006 para alertar empresários a pensar no usuário. “Existem casos quase absurdos sendo relatados. Um exemplo é o quanto as torneiras de locais públicos se tornaram tão complicadas que precisam de instrução de uso. Uma coisa simples que foi recebendo mudanças no design e se tornou difícil de usar”, conta Mercedes. Desde quando o consumidor descobre o produto, busca informações, compra e leva para casa, interage e usa, como são feitos o suporte ou conserto e o descarte, todas essas são etapas analisadas pela usabilidade, fazem parte da experiência do usuário, que precisa ser satisfatória para ele voltar a consumir o produto. De acordo com a especialista em usabilidade, as empresas devem acompanhar as reclamações que surgem na internet e procurar facilitar os produtos. “Isso realmente pesa na decisão de compra das pessoas”, justifica Mercedes.
Para evitar reclamações, algumas companhias investem em testes antes de lançar o produto. “Com um pequeno número de pessoas cadastradas, fazemos os testes, composto por tarefas corriqueiras de um usuário. Com isso, conseguimos detectar 90% dos problemas. O retorno é imediato, não envolve grandes custos”, explica Mercedes. Perto da imagem negativa produzida na internet, o custo de fazer testes práticos antes de lançar o produto é mínimo.
LINHA DIRETA Reclame Aqui: (62) 3026-8280/ www.reclameaqui.com.br Tá Difícil: www.tadificil.com.br Proteste: (21) 3906-3800/ www.proteste.org.br IBRC: (21) 3042-4047
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E S T R AT É G I A
Indústria e varejo intensificam a relação de cooperação para aumentar a satisfação dos consumidores e as vendas
por um
Todos por Natacha Amaral
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natacha@empreendedor.com.br
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Conciliar interesses da indústria, varejo e consumidor ao mesmo tempo parece um desafio e tanto, mas é exatamente essa tarefa que uma nova “ciência” do mercado está reivindicando para si. Trata-se do chamado Trade Marketing, uma área de conhecimento amplamente utilizada pela indústria para entender e se adaptar às características dos pontos-devenda de seus produtos e às necessidades do cliente final. A idéia é estabelecer uma relação de cooperação entre todos os participantes da cadeia produtiva, desde a fábrica até os canais de distribuição, para que, no final das contas, todos ganhem. Segundo os especialistas na área, o Trade Marketing teve suas origens no recente processo de fortalecimento do setor varejista sobre
a indústria. Esse fenômeno mundial pôde ser melhor observado a partir de 1995 no Brasil, quando ocorreu uma intensa concentração do mercado varejista na mão de grandes redes e também um aumento de concorrência no setor produtivo. “No passado, o varejo tinha poucas opções de produtos, e, por isso, as grandes indústrias estabeleciam todas as regras, inclusive a condição de pagamento e os prazos. Era uma relação um tanto predatória”, explica Liz Bittar, da consultoria de treinamento e desenvolvimento empresarial Liz Bittar & Associados. “Esse cenário mudou muito hoje. Ocorreu uma inversão de poderes, e o varejista descobriu que pode mandar”, complementa a especialista em Trade Marketing Ana Novo. Essa inversão de papéis exigiu uma mudança de postura por parte da indústria. Foi preciso aprender a dançar conforme a música do varejo. “A questão agora não é
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apenas o que eu, industrial, vou vender, mas também como isso vai beneficiar o lojista”, exemplifica Liz. Com isso, a antiga idéia de simplesmente distribuir o que se produz e ponto dá lugar a uma nova proposta: ajudar os canais de venda a crescer a fim de garantir a escolha e a permanência da marca nesses locais. É nesse contexto que surge o Trade Marketing. Umas das funções do Trade, presente nas indústrias, muitas vezes, sob a forma de um departamento, é realizar um intercâmbio de informações. O objetivo é tanto repassar o conhecimento técnico da produção para os pontos-de-venda como ouvir as solicitações do varejo, que está mais afinado com as necessidades do consumidor. Com essa troca de dados, a indústria pode sentir, por exemplo, que adaptações precisa fazer para atender melhor a seu mercado naquele local. “Inclusi-
Liz: “Mudanças devem refletir a real necessidade do mercado”
Amui: é função do Trade adaptar estratégias a cada local
cada vez mais, a decisão de compra das pessoas para o momento na frente das gôndolas. “É a chamada compra por impulso”, diz Amui. “É naqueles segundos que o produto ganha ou perde o jogo.” Assim, a disposição dos itens nas prateleiras começa a merecer mais cuidado a fim de fisgar a atenção do consumidor. Tudo é pensado: mais para direita ou para a esquerda, em cima ou embaixo, cor da embalagem, uso da própria caixa como propaganda, promoções e degustação de produtos, só para citar alguns. Também é muito comum a criação de núcleos exclusivos de produtos de beleza, itens para bebês ou materiais para churrasco, a fim de proporcionar um ambiente que estimule o consumo.
Chantilly e morango Além disso, o varejo utiliza técnicas de Trade na distribuição de seus itens dentro da loja. Uma ferramenta bastante aplicada é o chamado gerenciamento de categoria. Tratase da exposição dos produtos pela compra e forma de uso do consumidor – e não pelo tipo de fornecedor. É o chantilly do ladinho do morango, o fósforo perto do carvão e o queijo próximo do vinho, todos sugerindo uma compra adicional. A necessidade de entender o consumidor
no momento da compra, e não mais somente na hora do consumo do produto em si, levou muitas empresas a estruturar um departamento de Trade Marketing. “Isso vai se estender a toda empresa que trabalha com um intermediário na sua relação”, afirma Amui. Há cerca de um ano, a fabricante de pneus Bridgestone Firestone do Brasil criou um setor de Trade acoplado a seu departamento de Marketing. “A mudança nos trouxe uma nova visão de negócio: o foco no consumidor final, que fundamentou um trabalho sólido, profissional e com objetivos tangíveis já em médio prazo”, avalia o coordenador da nova área, Márcio Furlan. O profissional explica que a decisão de implantar o Trade dentro da empresa foi conseqüência da crescente competitividade no mercado de venda de pneus novos nos últimos anos. “Vimos a necessidade de criar ferramentas e atividades que apoiassem nossa rede de revendas. Então, fizemos treinamento e motivação das equipes, e desenvolvemos sua comunicação regional para atender melhor o consumidor”, relata Furlan. Mesmo indústrias que ainda não têm um setor específico para Trade já dão os primeiros passos nessa direção. Esse é o caso da Votorantim Cimentos, que, recentemente, realizou treinamento na área pela consultoria Liz Bittar & Associados e desenvolveu um
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ve, o gerente de Trade tem o poder de mexer na própria elaboração do produto dentro da fábrica”, explica Ana Novo. Um exemplo clássico são os itens personalizados que algumas marcas produzem para grandes redes de supermercado. Foi o que a Unilever fez ao lançar caixas exclusivas do sabão em pó Omo para o Wal-Mart. “Além de ter dado um diferencial para o ponto-de-venda, isso também atendeu os consumidores da loja”, diz Ana. A consultora explica, porém, que mudanças como essas são totalmente calcadas em muita pesquisa porque podem exigir uma grande manobra até mesmo dentro da linha de montagem do produto. “Por isso, essas mudanças devem refletir a real necessidade do mercado, em vez de apenas se basearem nas percepções individuais do lojista”, completa Liz Bittar. Adaptar a logística ou os preços de acordo com as características locais ou regionais do mercado também é uma das atribuições do Trade Marketing. “A aplicação da estratégia macro da empresa para o cliente é exatamente um de seus papéis fundamentais”, resume Adriano Amui, especialista em Trade Marketing da consultoria Esfera Gestão. “Suponhamos que o departamento de Marketing da minha empresa determine que o produto A custará 10% mais caro que o B. Parece simples, mas se eu aplicar isso em todo Brasil, quebro, porque existem variações da força da marca nas diversas regiões do País”, exemplifica. Neste caso, é função da equipe de Trade ir até os pontos-de-venda, sentir o mercado e adaptar a estratégia de preço da empresa para cada local. Em sistemas de venda complexos, essa tarefa adquire uma importância ainda maior. “Imagine uma grande indústria que opera em todo o Brasil. Isso equivale a atuar em toda a Europa, porque aqui dentro há múltiplos países com uma característica específica”, compara Amui, que já trabalhou como gerente de vendas da Shell no Sul do Brasil. “Na época, só em Santa Catarina, percebi pelo menos cinco áreas completamente distintas umas das outras”, relata. Um outro forte campo de atuação do Trade é a utilização de ferramentas de marketing dentro do ponto-de-venda para apresentar o produto de um modo mais atraente. Isso porque, se antes o consumidor já saía de casa para o supermercado com sua listinha de produtos, hoje, a variedade de opções transfere,
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E S T R AT É G I A projeto piloto chamado Loja Saudável. Representantes da empresa escolheram varejistas-clientes em todo o Brasil e foram até seu ponto-de-venda para oferecer capacitação, juntamente com o auxílio de um consultor inicialmente. “O objetivo foi ajudar nossos lojistas a aumentar seu volume de vendas e, conseqüentemente, o nosso. Este ano, queremos dar continuidade a esse trabalho”, conta a coordenadora de Projetos da Votorantim, Sara Bright.
Demanda profissional Os exemplos de negócios interessados no uso do Trade apontam para um forte potencial de expansão desse setor e uma demanda cada vez maior por profissionais qualificados. Segundo Adriano Amui, a área cresce a taxas de 100% a 200% todo ano no Brasil. “Há profissionais excelentes no mercado, mas a necessidade de pessoas que precisam ser treinadas é absurdamente grande.” O especialista esclarece que, para cada incremento industrial no País, é preciso ter o respectivo incremento comercial, ou seja, gente para vender. “Esse segmento deve ser absolutamente qualificado, porque as vendas são cada vez mais complexas e globais. Caso contrário, os negócios acabam sendo destruídos”, acrescenta. Foi essa preocupação com o preparo de profissionais que levou Amui a usar sua experiência como executivo e consultor para encabeçar a criação do Instituto Nacional de Vendas em Trade Marketing (Invent) – o único da
Firestone: adoção do Trade Marketing trouxe uma nova visão de negócio, com foco no consumidor final área no Brasil. O objetivo é disponibilizar ao mercado uma escola-referência em Trade Marketing, tanto em capacitação como aprimoramento de pessoal. Enquanto isso, gerentes e profissionais de Trade recorrem a consultorias especializadas em treinamento e cursos de pósgraduação das universidades e faculdades brasileiras, tais como Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP, Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e ESPM. Cerca de 70% dos alunos da Escola de Varejo da USP, o Provar, atualmente vêm de indústrias e bancos. “Um dos poucos cursos de Trade no Brasil, que eu ministro, lotou suas 40 vagas em apenas uma semana”, conta Amui. E, nesse aprendizado, as ex-
O tripé da indústria
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Entenda a atribuição específica de cada uma das seguintes áreas existentes nas empresas hoje:
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a) Marketing: responsável pela definição da estratégia macro da empresa para vender. Ex.: indústria alimentícia vai produzir suco, leite ou biscoito? Com foco infantil ou adulto? Que marca, com que preço e qualidade?; b) Vendas: encarregada da distribuição do produto. Sua principal função é levá-lo a cada um de seus pontos-de-venda, mesmo nos locais mais distantes, com a maior velocidade possível; c) Trade Marketing: responsável pela adaptação da estratégia de Marketing do fabricante para as características locais do varejista e do mercado consumidor. Está em contato direto com os pontos-de-venda.
periências de mercado também têm servido como referência. “Muitas grandes empresas se espelham nas práticas de multinacionais e conseguem bons resultados”, diz Ana Novo. “Cada vez mais, elas vão se informar e se profissionalizar para isso”, prevê, com otimismo. Para os especialistas em Trade, a aplicação dessa nova ciência é uma tendência muito positiva para todos os envolvidos. “O varejo e a indústria vendem mais, e o consumidor também ganha porque se sente mais bem atendido: encontra seu produto num lugar que lhe convém, com uma linguagem apropriada, embalagem boa e preço adequado ao seu bolso”, justifica Ana. Por isso, cada vez mais indústrias adotam práticas de Trade na sua rotina e conseguem convencer varejistas de que o grande pulo do gato agora é a união de forças e habilidades em busca de um mesmo objetivo: cair no gosto do consumidor.
LINHA DIRETA Adriano Amui (Esfera Gestão) (11) 3722-1972/www.esferagestao.com.br Ana Novo e Liz Bittar (Liz Bittar & Associados) (11) 3442-3132 Márcio Furlan (Bridgestone Firestone do Brasil) (11) 4433-1017/www.firestone.com.br Sandra Bright (Votorantim Cimentos) (11) 2162-0600/0555
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CONJUNTURA
Sempre
ativos
Mais de 3,5 milhões de aposentados continuam na ativa, e 40% dos trabalhadores do País têm mais de 60 anos por Natacha Amaral natacha@empreendedor.com.br
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PURESTOCKX
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Aposentadoria é sinônimo de liberdade do emprego, ócio ou férias definitivas? Não para os 3,6 milhões de brasileiros que já se aposentaram e continuam na ativa até hoje. O número é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revela um dado ainda mais interessante. Embora representem apenas 10% da população total do País, os idosos são uma fatia significativa do mercado de trabalho. Quatro a cada dez trabalhadores no Brasil têm mais de 60 anos de idade. Além de apontar a ineficiência da Previdência Social em manter o padrão de vida de seus beneficiários, essas informações indicam também uma mudança de conceito na cabeça dos empregadores. Num mercado que geralmente trata com preconceito os mais “velhos”, empresas de diversas áreas abrem agora suas portas para profissionais maduros a fim de satisfazer a carência por mão-de-obra qualificada dentro da organização. Este é o caso do laboratório farmacêutico Apsen, que admite aposentados no seu quadro de pessoal há algum tempo. A empresa brasileira, que acumula um histórico de prêmios
por suas boas práticas de Recursos Humanos (RH), tem como filosofia o tratamento igualitário de todos os colaboradores e candidatos à vaga. “Contratamos a terceira idade com os mesmos procedimentos e objetivos pelos quais aprovamos os demais funcionários. Inclusive, se o candidato mais velho for aprovado, terá os mesmos direitos e salário”, explica o diretor de RH da Apsen, Floriano Serra. E para provar que valoriza esse pessoal, a Apsen lançou, em 2004, um processo seletivo exclusivo para aposentados, cujo anúncio no jornal era: “Proibido para menores de 65 anos”. “Choveram currículos aqui”, conta Serra. Desse dilúvio de papéis, saíram 21 contratações – e nada de caridade. “Esses idosos foram escolhidos porque eram realmente excelentes profissionais”, enfatiza. O grande diferencial dos veteranos, especialmente no ramo farmacêutico, segundo o diretor de RH, é sua bagagem de experiência. “Eles são fantásticos, uma mão-deobra comprometida e competente”, avalia. Um exemplo disso é Jeovah Meireles, assessor da diretoria comercial da Apsen desde 2003. Hoje com 76 anos, ele carrega um currículo impecável. Só de experiência com vendas na indústria farmacêutica, completa 54 anos. “Tenho contato com os maiores distribuidores de produtos farmacêuticos do Brasil”, conta, todo orgulhoso. Aposentado há duas décadas, Meireles está no seu terceiro emprego a convite da própria empresa. “A gente que tem experiência nesse ramo é muito procurado”, diz. E, segundo ele, ainda é cedo para descansar. “Quem pára, esfria, e quem esfria, morre”, brinca. A mesma filosofia de vida é compartilhada por Tome Castro, também aposentado há cerca de 20 anos e colega de trabalho de
Meireles: “Quem pára, esfria, e quem esfria, morre”
Meireles. Para o laboratório, Castro levou sua experiência comercial em duas multinacionais italianas do setor farmacêutico. Hoje, é gerente de promoção de vendas e responsável pela área de treinamento. “Sou uma pessoa dinâmica e viajo todo o Brasil fazendo palestras motivacionais para jovens. Só no ano passado, foram 150”, conta. Com um fôlego de dar inveja em qualquer um, Castro está contente com seu trabalho e nem sequer pensa no dia de pendurar as chuteiras. “Vou trabalhar até quando tiver oxigênio.” Floriano Serra avalia a inclusão de aposentados no quadro de pessoal da Apsen como uma decisão extremamente benéfica, tanto para os profissionais como para a própria empresa. “Conseguimos uma dobradinha muito legal da energia e ousadia do jovem com a vivência e a serenidade do idoso”, diz. Mesmo com tamanha disposição, os aposentados têm mais calma na hora de tomar decisões e administrar dificuldades ou conflitos. O sócio-diretor da Ray & Berndtson no Brasil, George Washington, explica que, embora os jovens profissionais estejam tecnicamente muito preparados hoje, os mais velhos agregam maturidade e equilíbrio ao ambiente de trabalho, especialmente na hora de lidar com situações estressantes. “Também contribuem para a formação das novas gerações com bastante eficiência e deixam uma herança muito positiva”, acrescenta. Uma das cinco
Serra: “Conseguimos uma dobradinha muito legal da energia e ousadia do jovem com a vivência e a serenidade do idoso”
maiores empresas do mundo em executive search, a Ray & Berndtson já realizou indicações de executivos e profissionais com mais idade para cargos de alta gerência. “Fizemos isso onde a experiência de vida do profissional era um fator determinante para o crescimento dos negócios e em empresas que estavam receptivas a essa idéia”, diz. Segundo Washington, há espaço em toda parte para gente mais madura. Varejo ou serviços, onde quer que atuem, os resultados são sempre muito benéficos, de acordo com o executivo. “Eles conquistam a simpatia dos clientes e até funcionam como um fator de fidelização.”
Preconceito enraizado Pena que nem todo o mercado pense assim. “Infelizmente, há preconceito enraizado na nossa cultura e uma idéia de que o idoso já deu o que tinha que dar”, analisa Serra, da Apsen. “É um absurdo que, quando o sujeito atinge idade para se candidatar à Presidência da República (35 anos), o mercado começa a fechar suas portas para ele.” O psicólogo da empresa especializada em gestão de talentos Maksuri, Mauro Press, explica que a sociedade moderna sofre de neofilia, uma busca constante de novidades e modas, muitas vezes, sem consistência nem importância. Por esse motivo, tem desvalorizado as
vantagens de contratar aposentados. “Contraditoriamente, a maioria das empresas não está preparada para receber os jovens da geração internet e oferecer-lhes um ambiente de trabalho favorável ao seu perfil”, diz Press. Por isso, segundo o psicólogo, o ideal é formar equipes diversificadas com pessoas de todas as idades. Competência, maturidade, equilíbrio e habilidade de escutar são algumas das qualidades que os aposentados agregam dentro do atual ambiente de trabalho – sem falar no bom humor. Meireles, Castro e tantos outros profissionais estão aí para provar isso e muito mais. Esbanjando motivação e vontade de produzir, eles fazem mais do que gerar resultados financeiros para as empresas. Ensinam uma bela lição de vida. “Ter 66 anos para mim não é nada. As pessoas envelhecem se quiserem, e eu vou continuar jovem por muitos e muitos anos”, diz Castro, com um sorriso no rosto.
LINHA DIRETA Floriano Serra (Apsen): (11) 5645-5022 George Washington (Ray & Berndtson – Brasil) (11) 2147-0450/george@rayeb.com.br Jeovah Meireles e Tome Castro (Apsen) (11) 5644-8213 Mauro Press (Maksuri) (21) 2247-8356/www.maksuri.com
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Castro viaja todo o Brasil fazendo palestras motivacionais para jovens
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MEMÓRIA
decisiva
Marca por Débora Remor
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debora@empreendedor.com.br
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Depois de 65 anos de mercado, a empresa decide mudar o nome, a logomarca e as cores que a identificam. Qualquer um se assustaria, pensaria ser loucura colocar em risco a história e o posicionamento com uma transformação tão radical. Mas o exemplo acima é de uma das empresas brasileiras mais conhecidas no mundo e que está traçando um novo caminho com bases bem sólidas. A Companhia Vale do Rio Doce, ou melhor, a Vale anunciou tudo isso em 28 de novembro do ano passado. “Entendemos que a nossa missão e os valores foram alterados com o tempo, e a marca precisa retratar a nova realidade da empresa, que mudou significativamente”, declara Olinta Cardoso, diretora do Departamento de Comunicação da Vale. Presente em 30 países, vários nomes denominavam a mesma companhia. “Com a continuidade e o incremento das operações no mercado internacional, entendemos que era preciso criar uma identidade única para a empresa”. Olinta explica que a fase de estudo levou cerca de um ano, período em que foram feitas análises para um melhor entendimento do mercado de mineração, e para saber como a opinião pública e a imprensa mundial viam a empresa, e pesquisas de opinião com funcionários e debate sobre conceitos da Vale. O levantamento sobre atributos, posiciona-
mento, arquitetura e estratégia da empresa fez parte da segunda fase, que durou mais um ano e culminou com a apresentação de propostas para a nova marca. Definida a nova Vale, começou o processo de implantação, com divulgação e troca da comunicação visual da empresa. Segundo Olinta, toda a operação está orçada em US$ 50 milhões, e o cronograma prevê três anos para sua conclusão. “Estamos tratando com cuidado a mudança para não gerar descarte inconseqüente, por exemplo. A pintura das locomotivas e a substituição dos uniformes serão graduais. Vamos recolher os antigos uniformes para fazer doações a abrigos e comunidades carentes”, conta Olinta. Ela acrescenta ainda que a preocupação com a questão do ativo da marca antiga também está presente. “Além do respeito pelo que ela representou, a razão social da empresa continua sendo Companhia Vale do Rio Doce”.
A transição deve ser feita com cuidado para não perder o que é bom, e sim reforçar os pontos positivos
Identidade visual reflete a personalidade da empresa, retrata suas características e a maneira como lida com o mercado A renovação de uma marca pode ter diversas razões e, acompanhada de um reposicionamento, a estratégia de redesign da empresa realmente não é tão incomum assim. Recentemente, o escritório Redondo Design desenvolveu a nova logomarca da Álamo Engenharia, companhia de manutenção de edificações com 1,5 mil funcionários. “A empresa chegou à segunda geração e, com 35 anos de mercado, era preciso renovar. O filho do fundador fez uma pesquisa e trouxe as idéias para o fortalecimento da marca”, conta a designer Jaqueline Fernandes. “A transição deve ser feita com cuidado para não perder o que é bom, e sim para reforçar os pontos positivos”, salienta. Mario Persona, consultor e professor de Estratégias de Comunicação e Marketing, acredita que mudanças como a da Vale se tornem cada vez mais necessárias com a globalização. Ele lembra que as cores e os desenhos podem funcionar bem num país e gerar repulsa em outro. “Uma logomarca com uma estrela de seis pontas pode ter dificuldade para ser aceita em alguns países do Oriente Médio por lembrar a Estrela de Davi da bandeira de Israel. Na Espanha, a cor vermelha tem uma associação muito forte ao socialismo, e, no Oriente, o branco pode lembrar luto”, exemplifica. “Quando uma marca não consegue mais se comunicar com o seu público ou quer focar em outro, está na hora de reposicionála”, define Antônio Portinho, da Dzigual. Em
Jaqueline e Cristiana, da Redondo Design: escritório desenvolveu nova logomarca da Álamo Engenharia, companhia com 35 anos de mercado
Há 13 anos... Na oitava edição da Revista Empreendedor, em março de 1995, foi publicada a matéria “Em busca da marca”, escrita pelos repórteres Alexandre Gonçalves e Karin Verbickas. Hoje, 13 anos depois, a jornalista Débora Remor faz uma releitura da reportagem. De lá para cá, a marca não perdeu nada em importância. Pelo contrário. A identidade visual de uma empresa reflete seus valores, e a forma como ela é percebida pelos consumidores pode ser decisiva na hora de uma compra. E, com a globalização, os cuidados com nomes, cores e desenhos precisam ser redobrados, pois o que pode funcionar bem num lugar pode gerar repulsa em outro. Registrar a criação também é muito importante, em todos os mercados em que atua ou pretende atuar. Afinal, ninguém quer ver o seu trabalho copiado, e todo o esforço e investimento, perdidos. E o registro de uma marca mista (nome e imagem) hoje é muito mais fácil, pode ser feito totalmente pela internet.
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1993, com dez anos de experiência em design gráfico, o carioca aportou em Florianópolis e ajudou a fundar o escritório pioneiro de Santa Catarina, o Espaço Z. Dois anos depois, abriu a Dzigual, um estúdio que atua com design gráfico e de produto, merchandising, fotografia digital e pré-impressão. “O mercado brasileiro já amadureceu muito nesses últimos 25 anos, desde que comecei a trabalhar, mas mesmo assim ainda vejo clientes interferirem muito com seus gostos pessoais no desenvolvimento de marcas e identidades visuais das empresas”, avalia. Na hora de pensar a identidade visual de uma empresa, atenção às dicas e aos pontos importantes. Unanimidade entre os profissionais do design é que a marca reflete a personalidade da empresa, retratando suas características e a maneira com que ela lida com o mercado. Quando um empresário chega ao estúdio com uma idéia, a equipe de criação não sai desenhando ao léu. Os profissionais precisam entender como a empresa funciona, o ramo de atuação, os valores presentes no ambiente de trabalho. Com o diagnóstico, que pode levar meses, e uma lista de qualidades a serem ressaltadas, o papel começa a ser rabiscado, e as idéias se concretizam. A criação de uma marca, com logo e a identidade visual completa, leva 45 dias, no mínimo, e custa, em média, de R$ 7 mil a R$ 10 mil. Mas o trabalho do escritório de design não se resume a isto. Às vezes, os designers se envolvem
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MEMÓRIA
Portinho: gosto pessoal do cliente ainda interfere na criação da marca
Passo a passo TEMPO E CUSTOS Criação da marca: tempo de 45 dias e custo entre R$ 7 mil a R$ 10 mil. Registro da marca: tempo médio de 18 meses. O depósito inicial de uma marca mista (nome e imagem) é de R$ 260. Se for para pessoa física ou microempresa, existe um desconto de 50%, e o depósito cai para R$ 130 por produto ou serviço a ser registrado. Quando a marca é aceita, o empresário precisa pagar a taxa de certificação, que é de R$ 95. A taxa de proteção da marca, válida para dez anos, sai por R$ 430 (passível de desconto para pessoa física ou microempresa), paga juntamente com a certificação. * Depois que a decisão é publicada, o prazo para pagar as taxas finais (certificação e proteção do decênio) é de 60 dias. Existe um período extraordinário de mais um mês, com acréscimos no valor. Caso este tempo de 90 dias expire sem o pagamento, o pedido se perde no sistema, e é preciso começar do zero.
DICAS IMPORTANTES Conheça a empresa ou produto que você pretende registrar. Trace os pontos positivos, as características a ressaltar, as qualidades com as quais o público se identifica e as metas perseguidas. Com o nome em mãos, faça pesquisas e saiba a que ele remete ou está ligado em outros países, o significado das cores, e se já existe o registro. Procure a agência de design e tenha reuniões abertas para idéias novas. Registre sua marca no INPI e o domínio do site. Trate com cuidado a imagem que você constrói da sua empresa e saiba como ela pode ser admirada e identificada.
16,5 %
REG ISTROS EM 2 007
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330 mil decisões
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203 mil (61,5%) deferidos (aceitos) 55 mil (22%) indeferidos (rejeitados) 72 mil (16,5%) pendentes ou à espera
de esclarecimentos Fonte: INPI
22%
61,5 %
muito com o cliente, a ponto de pensar o nome da empresa e acompanhar a administração da marca ao longo dos anos. “A gente vira quase um sócio pela preocupação com o sucesso do cliente”, reconhece Júnior Simões, da Tangerina.Ag. Outro alerta é feito por Cristiana Nogueira, da Redondo: “A marca não é só o logotipo, são todas as peças que envolvem a comunicação visual. A apresentação vai desde o uniforme, a maneira de atender o cliente até o site. Tudo deve estar alinhado ao posicionamento, todos os funcionários respondem pela marca, influenciam na imagem da empresa”.
Via crucis Antes de comemorar, ainda é preciso dar o segundo passo e enfrentar uma longa fila para registrar o novo ativo da empresa. Um dos segmentos que auxilia o empreendedor com a marca é o escritório de advocacia especializado em propriedade intelectual. Não que seja obrigatório, mas este tipo de serviço é recomendado para que o trabalho desenvolvido não acabe perdido devido a meras formalidades de prazo, por exemplo. A via crucis para conseguir o registro de marca leva 18 meses, em média, e todos os comunicados oficiais são publicados na internet, sem avisos individuais.
Uma estratégia de acompanhamento do processo é a dica mais importante levantada por Vinicius Bogéa Câmara, assessor da diretoria de marcas do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Ele explica que, todas as terças-feiras, a revista do INPI é publicada com os novos pedidos de registro, exigências de novos documentos ou esclarecimentos para pedidos que estão sendo avaliados, e até defesa, quando terceiros se opõem ao registro requerido. A revista está disponível no site, e existe facilidade para fazer a busca pelo número do processo. Ao fim do exame técnico, caso o pedido seja aceito, é preciso pagar a taxa de certificação e a de proteção do primeiro decênio. No ano passado, dos 330 mil pedidos analisados, 203 mil tiveram uma resposta final positiva, enquanto 55 mil foram indeferidos ou rejeitados. “Fazer esse registro sem assessoria é arriscado por conta dos prazos e da burocracia. A experiência do escritório no acompanhamento e na documentação gera segurança e é feita de maneira profissional”, afirma Silvio Caetano, advogado e diretor do Anel, escritório especializado em assuntos de propriedade industrial. A assessoria também se encarrega do acompanhamento permanente da marca, renovação do registro, e trata dos processos
administrativos de nulidade e caducidade. O custo deste acompanhamento gira em torno de meio salário mínimo por ano, que corresponde a uma taxa de manutenção. O escritório também tem conhecimento para auxiliar a empresa a se registrar no exterior. “Cada país tem sua norma e seus custos, mas os trâmites são semelhantes ao nacional, com pesquisa e depósito”, explica.
LINHA DIRETA Antônio Portinho (Dzigual): (48) 3234-0500/www.dzigual.com.br Cristiana Nogueira e Jaqueline Fernandes (Redondo Design): (21) 2274-9312 www.redondodesign.com.br Júnior Simões (Tangerina.ag): (21) 2484-1817 / www.tangerina.com.br Mario Persona: (11) 3525-7338 www.mariopersona.com.br Olinta Cardoso (Vale): www.vale.com Silvio Caetano (Anel Marcas e Patentes): (48) 3443-2001 / www.anelmarcas.com.br Vinícius Câmara (INPI): www.inpi.gov.br
Registro on-line Em setembro do ano passado, o INPI lançou o e-Marcas, que aproveita a internet para dar agilidade à apresentação de pedidos, e nesses quatro meses a modalidade já respondeu por 42% das solicitações de registro de 2007. O primeiro benefício é poder usar o e-Marcas para consultar se já existem registros com o mesmo nome. Sem precisar apresentar papéis, no site, o empresário preenche formulários – com poucas chances de erro e futuras anulações – e anexa os documentos necessários. Logo depois do depósito, há um exame formal, no qual os examinadores verificam a consistência do pedido. Caso eles identifiquem a falta de algum documento, o que acontece com 30% a 40% dos pedidos, é feita a exigência, e ela precisa ser respondida em cinco dias. Superada esta fase, o pedido é publicado oficialmente na revista do Instituto, que toda terça-feira é postada e fica disponível no site em formato PDF. Caso ninguém se oponha ao registro, o pedido vai para a fila do exame técnico, que pode ter quatro decisões. Deferir (aceitar) ou indeferir (rejeitar) são as principais, mas o pedido também pode ficar em sobrestado – aguardando pendências anteriores a este pedido – ou ainda em exigências – quando examinadores dão prazo de 60 dias para que sejam feitos esclarecimentos técnicos ou se apresente nova documentação.
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Caetano: fazer registro com assessoria é mais seguro por causa da burocracia
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Mercado do
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bem
Representatividade do terceiro setor estimula criação de consultorias especializadas por Francis França francis@empreendedor.com.br
Instituições sem fins lucrativos têm mais peso na economia brasileira do que certos segmentos da indústria e respondem por 5% do Produto Interno Bruto. Algumas organizações não-governamentais (ONG) movimentam cifras mais altas do que a maioria das empresas no País. Tanta representatividade passou a exigir profissionalismo nas ações sociais e fez surgir um segmento específico para atender a esse público: as consultorias especializadas em terceiro setor. Os serviços prestados incluem orientação contábil e jurídica, além de apoio na prestação de contas, gestão administrativa e captação de recursos. Os dados mais recentes disponíveis sobre o terceiro setor (IBGE, 2002) mostram que existem mais de 300 mil entidades sem fins lucrativos no País, com cerca de 3 milhões de trabalhadores empregados. O perfil das ONG tem mudado na última década também. Muitas delas possuem hoje marcas respeitadas no mercado e são freqüentemente procuradas por grandes empresas para firmar parcerias. “Se compararmos com dez anos atrás, o terceiro setor teve um fortalecimento impressionante. Hoje, elas têm todas as características de uma empresa, exceto o lucro, e precisam de estrutura compatível para fortalecer a moralidade, a imparcialidade e garantir a transparência em suas ações”, diz a advogada Janaína Müller, diretora da Setor Três Consultoria, que presta serviços atualmente para 30 ONG, algumas delas com mais de 500 funcionários envolvidos. Segundo Janaína, a busca por orientação profissional é mais comum entre as entidades em expansão, principalmente
Janaína: “Hoje, as ONG têm todas as características de uma empresa, exceto o lucro”
ONG no Brasil 3 2 6 mi l organizações nãogovernamentais existem no Brasil 5% do PI B é a participação das ONG na economia nacional 3 mi l hõe s de trabalhadores registrados estão no terceiro setor 3 50 mi l voluntários são engajados em alguma ONG
aquelas ligadas a educação, saúde e assistência social – setores mais vinculados a verbas públicas. “Quando trabalham com o poder público, a responsabilidade é ainda maior, porque é preciso mostrar que o gerenciamento está correto, e a aplicação dos recursos é legal”, diz. A maior necessidade das ONG que crescem rápido é gerenciar e estruturar legalmente a movimentação financeira. Janaína explica que, muitas vezes, os gestores não sabem o que fazer, porque seu compromisso é com a atividade-fim, e não têm experiência no gerenciamento do dinheiro. Outra dificuldade são as freqüentes alterações na legislação tributária e nas normas contábeis. “Se você tem uma entidade filantrópica, cada semana sai uma normatização diferente. Educação e assistência social têm regras novas todo mês”, diz. A dificuldade em acompanhar mudanças da legislação pode levar as entidades a perder verbas e até mesmo cometer irregularidades. O apoio profissional torna as ONG mais ágeis, segundo Janaína, com maior transparência nas ações, otimização dos recursos e estabelecimento de parcerias com possíveis financiadores da causa. Como se trata de organizações sem fins lucrativos, os benefícios nem sempre podem ser mensurados com base em resultados econômicos. A moeda de
troca, muitas vezes, é o sucesso nas ações sociais, quando atingem um número maior de pessoas. De acordo com Janaína, os serviços mais comuns são a produção de relatórios com diagnósticos de problemas e sugestões de mudanças nos procedimentos internos, principalmente com relação aos recursos humanos e materiais – o que gera, de forma indireta, economia para a entidade.
Gestão de verbas A ONG Cidadess (Cidadania, Desenvolvimento Social e Saúde), de Cubatão (SP), contratou uma consultoria especializada para gerenciar R$ 650 mil de verba recebida do governo e 120 colaboradores vinculados a dois projetos. O resultado foi o aval do agente financiador, a aprovação dos balanços financeiros e contábeis, nenhum débito previdenciário ou tributário e cerca de 150 mil pessoas atingidas pelas ações da entidade. A garantia de bons resultados – sob responsabilidade da consultoria – custou à Cidadess aproximadamente 5% do valor recebido para a execução dos projetos. “Tínhamos dificuldade em concretizar as ações, e a consultoria nos mostrou a melhor maneira para agilizar os projetos, principalmente no setor público, de maneira que tivemos um crescimento expressivo na
organização”, diz o médico Francisco José Lopes, diretor da entidade. Para contratar uma consultoria especializada, entretanto, as ONG precisam de recursos, e essa é a principal dificuldade das entidades sem fins lucrativos. A saída encontrada por Fernanda Dearo, diretora da Dearo Marketing Social, foi criar o próprio mercado. Depois de trabalhar alguns anos como captadora de recursos para a Fundação Abrinq, ela resolveu montar a própria empresa especializada em terceiro setor há oito anos. Fernanda diz que os três primeiros anos foram muito ruins, justamente porque as ONG não tinham condições de pagar por seus serviços. “Elas nunca tinham dinheiro para contratar a gente, então resolvi montar cursos de capacitação, com preços acessíveis, porque assim eu poderia profissionalizá-las e fazê-las pensar como um empreendimento, para que pudessem ter recursos e contratassem uma consultoria”, explica. Os cursos foram responsáveis pelo crescimento da empresa e são oferecidos até hoje, com uma média de 40 alunos por mês. Além das atividades em São Paulo, a empresa ministra aulas fora, por conta própria ou em parceria com empresas e universidades. As lições também são oferecidas via internet, por meio de um software de ensino a distância que atente atualmente 60 alunos. A duração dos cursos
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Fonte: Manual sobre a contribuição da sociedade civil para o desenvolvimento humano. Estudo elaborado em parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o Johns Hopkins Center for Civil Society Studies (2002)
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Fernanda: ensinar ONG a não dependerem apenas do dinheiro público Janine: instituições do terceiro setor têm boa vontade, mas falta informação
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varia conforme a demanda e pode se estender por até 12 meses. Os resultados têm dado tão certo que a Dearo foi convidada por uma universidade no Maranhão para transformar o programa de ensino em pós-graduação. De acordo com Fernanda, a empresa também presta serviços eventualmente para o governo federal, como o Ministério do Meio Ambiente, por exemplo, em que a tarefa foi ensinar organizações ambientalistas a não dependerem apenas do Fundo Nacional do Meio Ambiente. “Capacitamos as ONG que recebem dinheiro público para pensarem como empreendimentos e não acharem que o governo é obrigado a mantê-las”, diz. A Dearo desenvolve em média cinco grandes contratos por ano, além de três pequenos projetos por mês. “Ensinamos as ONG a elaborar projetos e montar um departamento de captação de recursos para se auto-sustentar”, diz. Os serviços de consultoria têm duração mínima de seis meses e máxima de três anos. Recentemente, a empresa passou a ser procurada também por grandes empresas para montar fundações e institutos, ou para minis-
trar cursos para colaboradores. Os programas de capacitação foram responsáveis pela profissionalização da equipe da ONG Nova Vida, em Curitiba. “Nossa intenção sempre foi profissionalizar o trabalho e adequar a equipe com uma visão mais atualizada do terceiro setor”, diz Janine Massolin, dirigente da organização durante 12 anos. Os resultados começaram a aparecer e, com eles, o pedido de ajuda de outras ONG para a elaboração de projetos e ações sociais.
Marketing social Chegou um momento em que a demanda por auxílio era tão grande, que Janine não conseguia mais cuidar dos projetos de sua entidade e resolveu abrir a própria empresa de consultoria. Hoje, quem dirige a Nova Vida é seu marido, e Janine administra a empresa Conquista Marketing Social, especializada em planejamento estratégico de marketing, elaboração de projetos, proposta de parcerias, prestação de contas, e todos os assuntos pertinentes a entidades sem fins lucrativos. O resultado para a organização foi per-
manente, e a Nova Vida é a única ONG de Curitiba credenciada a dar atendimento de alta complexidade para crianças e adolescentes dependentes químicos. A entidade desenvolve um projeto chamado “Cara Limpa” em parceria com prefeitura, juizado da Vara da Infância e Juventude e juizado da Vara de Infratores. Desde que fez os cursos de capacitação, em 2005, Janine já desenvolveu 13 projetos, entre nacionais e internacionais. “A capacitação que trouxemos para nossa equipe fez toda a diferença, porque é isso que falta ainda no terceiro setor: o conhecimento. As instituições são imbuídas da maior boa vontade, mas muitas vezes não têm informação, e ela é extremamente necessária”, diz.
LINHA DIRETA Fernanda Dearo: (11) 3722-3929 Francisco José Lopes: (13) 3021-1849 Janaína Müller: (13) 3288-1706 Janine Massolin: (41) 3253-2419
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CRÉDITO
Nova modalidade de investimento em ascensão no País abre oportunidade para empresas nascentes
por Francis França
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francis@empreendedor.com.br
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Empresários com bons projetos guardados na gaveta por falta de recursos para implantação já podem buscar apoio nos investidores de risco. O capital semente (ou seed money, do original em inglês) pode ser a solução para empresas do setor de tecnologia e inovação em estágio inicial e com alto potencial de crescimento. Para os empreendimentos que puderem projetar retorno interessante aos investidores, há recursos de sobra que podem ser usados para certificar tecnologias, contratar equipe e ingressar no mercado. Por ser uma operação de alto risco, para ter acesso a esse tipo de capital, não basta a empresa evoluir percentualmente: é preciso crescer em vezes. O valor de cada investimento, em média, é de R$ 1 milhão, e quem oferece são instituições que operam fundos de capital de risco, como BNDES e Finep, além de investidores particulares, os chamados anjos. Atualmente, esse mercado movimenta mais de R$ 16 bilhões, voltados a boas oportunidades de negócios, e pelo menos 10% das operações são de capital semente, de acordo com o Censo Brasileiro da Indústria de Private Equity e Venture Capital, realizado em 2006 pela Fundação Getúlio Vargas. O empreendedor precisa atender a uma série de parâmetros analisados pelos investidores para se habilitar a receber investimentos de capital semente – em média, de cada dez projetos analisados, apenas um recebe aporte. O plano de negócios precisa provar que a empresa tem vantagens competitivas e possibilidade de registrar patentes, além de mostrar se o produto é flexível para se defender dos concorrentes e se o
Capit semente
al
Fundos governamentais
mercado em que atua está em ascensão. O potencial humano também é analisado. Como as operações pressupõem contato direto com o investidor, é preciso afinidade entre ambos, e o empresário deve provar que tem condições de tirar o projeto do papel e gerar resultados significativos. No ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou um fundo de investimento de capital semente, o Criatec, com orçamento de R$ 80 milhões a serem investidos ao longo de quatro anos. A perspectiva do banco é de injetar recursos em até 60 micro e pequenas empresas inovadoras, com investimento médio entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. As empresas apoiadas devem ter faturamento líquido anual de, no máximo, R$ 6 milhões, e pelo menos 25% do fundo será destinado a empresas com faturamento de até R$ 1,5 milhão. “Trabalhar com empresas nascentes é ainda muito incipiente na cultura de venture capital no Brasil. Como reconhecemos a importância dessas empresas na inovação da indústria brasileira, pensamos em montar uma estrutura financeira, com ação de Estado, para mostrar a viabilidade desse tipo de instrumento”, diz Pedro Duncan, chefe do departamento de Investimentos em Fundos do BNDES. Das 60 empresas que devem ser apoiadas pelo fundo, a instituição espera alta rentabilidade em pelo menos dez. O primeiro aporte, de R$ 3,2 milhões, foi feito em dezembro. Quatro projetos já têm possibilidade de investimento, e a previsão é aplicar recursos em até dois negócios por mês. Os projetos podem ser apresentados na página da internet do fundo, no endereço www.fundocriatec.com.br. Para a BRy Tecnologia, contemplada com investimentos de capital semente, o recurso
C R IAT E C Instituição: BNDES Orçamento disponível: R$ 80 milhões Investimento médio: R$ 500 mil a R$ 1 milhão Foco: micro e pequenas empresas inovadoras Faturamento líquido máximo: R$ 6 milhões
permitiu embalar melhor os produtos, participar de feiras, fazer viagens, visitar clientes potenciais e contratar recursos humanos de melhor qualidade. A empresa, criada em 2001, recebeu o aporte de R$ 1,5 milhão em 2002, e investiu em desenvolvimento de produtos e estruturação comercial e de marketing. Em troca, o investidor recebeu dividendos e participação acionária. “Esse recurso possibilitou um impulso na atividade empresarial e uma tranqüilidade nem sempre presente em empreendimentos iniciais. Agora, nossa perspectiva é ser a principal empresa de tecnologia em segurança da informação do Brasil”, diz Carlos
Janaína, da Finep: apoio gera impacto significativo na inovação brasileira
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i NOVA R S E ME NT E Instituição: Finep Orçamento previsto: R$ 300 milhões Investimento médio: R$ 500 mil a R$ 1 milhão Foco: empresas inovadoras de base tecnológica Faturamento líquido máximo: R$ 2,1 milhões
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CRÉDITO
Roberto De Rolt, acionista e fundador da BRy Tecnologia. A empresa desenvolve produtos e serviços para garantir segurança em documentos eletrônicos, como assinatura digital, chaves públicas e nota fiscal eletrônica. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) também opera um fundo específico para capital semente desde o final de 2006. O programa Inovar Semente deve injetar cerca de R$ 300 milhões durante os seis anos previstos para a atuação do fundo. A verba é destinada a empresas inovadoras de base tecnológica com faturamento líquido de até R$ 2,1 milhões. Os investimentos também variam entre R$ 500 mil e R$ 1 milhão. De acordo com Janaína Nascimento, do Departamento de Investimentos em Fundos da Finep, o apoio gera impacto significativo
na inovação brasileira, principalmente na comercialização de tecnologias produzidas nas universidades. “Investir em inovação também aumenta nossa competitividade, principalmente em relação ao comércio exterior. Você gera riqueza a partir do conhecimento, e esses empreendedores formam novos negócios, desencadeando um ciclo virtuoso para a economia brasileira”, diz. Para investidores privados que quiserem injetar dinheiro no fundo, a Finep oferece mecanismos de liquidez e garante o retorno do valor aplicado ao final da atuação do fundo. A meta da financiadora é criar 24 fundos com patrimônio de R$ 10 milhões cada. Este ano, a perspectiva é lançar dois fundos ainda no primeiro semestre e outros dois no segundo semestre.
Capital de risco no Brasil
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Movimenta mais de R$ 16 bilhões – 10% das operações são de capital semente
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ALTO RETO R NO X R IS C OS E LE VA D OS 20% dos negócios: retorno extremamente relevante 50% dos negócios: investimento apenas recuperado 30% dos negócios: investimento totalmente perdido Fonte: Censo Brasileiro da Indústria de Private Equity e Venture Capital (FGV/2006)
Quem aplica recursos em capital semente está em busca de alto retorno financeiro e também disposto a correr riscos elevados, pois investe em idéias novas, cuja viabilidade ainda precisa ser testada. A média histórica comprovada em experiências internacionais mostra que apenas 20% dos negócios investidos têm retorno extremamente relevante. Na maioria dos casos (50%), o investimento é apenas recuperado, e em 30% dos negócios o investidor perde todo o dinheiro que aplicou. Segundo Fábio Bellotti, da São Paulo Anjos, associação de investidores criada em junho de 2007, não é fácil fazer a escolha certa. O grupo seleciona projetos com grande potencial de crescimento e realiza fóruns para aproximar investidores e empresas. O primeiro deles teve 35 projetos candidatos, mas apenas três foram pré-aprovados para participar. “Para acertar o alvo, temos que ser muito seletivos, e isso também não garante que acertemos. Trabalhamos com a perspectiva de ter uma posição minoritária na empresa e, depois de cinco anos, retirar de cinco a oito vezes o valor investido”, diz. Em 2008, a previsão é realizar mais dois fóruns para investidores, um por semestre, com a apresentação de três ou quatro projetos em cada. O grupo é formado por 30 associados e atua apenas no Estado de São Paulo. Bellotti explica que a proximidade é fundamental, porque o anjo gosta de participar do processo. “Também somos empreendedores, temos
Da esquerda para a direita: De Rolt, da BRy: “Nossa perspectiva é ser a principal empresa de tecnologia em segurança da informação do Brasil” Erich, do Idee: “Construir empresas bem estruturadas e com bom potencial de mercado é uma atividade muito gratificante” Rochadel, da Wiaxis: empresa busca acesso mais rápido às maiores redes de captura de transações financeiras do País
Requisitos Para participar dos fóruns realizados pela São Paulo Anjos, o empresário deve fazer contato com a associação e responder a cinco perguntas básicas sobre o produto, os clientes, os concorrentes, o mercado em que pretende atuar e seu perfil pessoal. Se as respostas atenderem aos requisitos, o empreendedor é chamado para uma sabatina de duas horas e, se ainda houver interesse de ambas as partes, o empresário passa por um período de acompanhamento para aperfeiçoar o plano de negócios e estruturar a apresentação que fará no fórum. Caso haja interesse de algum investidor, a negociação passa a ser direta. A empresa Wiaxis buscou recursos de capital semente mais interessada em contatos do que pela necessidade de dinheiro. Criada em 2004, a empresa desenvolve tecnologia para viabilizar transações eletrônicas e financeiras em terminais móveis, aparelhos celulares, smart phones e PDA. “Só
decidimos procurar capital de risco quando a empresa já estava viabilizada. O que buscamos agora é o networking dos investidores para acelerar o crescimento e nos ajudar a chegar mais rápido às maiores redes de captura de transações financeiras do País”, diz Leonardo Rochadel, sócio-fundador da empresa, que já tem na carteira clientes como a American Express e outras 15 operadoras de cartões de crédito. A perspectiva de crescimento da Wiaxis se enquadra no padrão buscado pelos investidores de capital semente. O faturamento da empresa deve saltar de R$ 1 milhão, estimado em 2008, para R$ 92 milhões, em cinco anos. A empresa negocia R$ 2,3 milhões com cinco investidores, e a operação deve ser concluída em seis meses. Os recursos serão utilizados para contratação de pessoal em Florianópolis – sede da empresa – e em São Paulo, nos setores de vendas e marketing. A meta é atingir o mercado europeu em 2010 e o norte-americano em 2012. Para Erich Muschellack, um dos principais investidores anjo do Brasil e presidente do fundo Idee, investir em capital semente é um ótimo negócio. Nos últimos quatro anos, sua empresa já investiu cerca de R$ 30 milhões em cinco empresas de inovação tecnológica com potencial de competitividade global. Mas é preciso ter paciência. Até o momento, segundo ele, duas empresas já têm faturamento, e apenas uma delas atingiu o
ponto de equilíbrio econômico. Outras duas devem começar a faturar somente este ano, e a quinta ainda está desenvolvendo a tecnologia. Como são operações de longo prazo, Muschellack ainda não tem como avaliar qual será o resultado de seus investimentos, mas aposta bastante nas duas empresas que ainda estão em fase de desenvolvimento. “Construir empresas bem estruturadas e com bom potencial de mercado é uma atividade muito gratificante, pois gera empregos, ajuda no desenvolvimento do País e pode ser muito lucrativa em longo prazo. Com o capital semente, consigo prover esta oportunidade aos empreendedores e também participar dela. Pessoalmente, acho esta atividade muito divertida”, diz ele, destacando que a maioria dos milionários que surgiram em 2007 conquistou esse status por meio da criação de empresas.
LINHA DIRETA Carlos Roberto De Rolt (BRy): (48) 3234-6696 Erich Muschellack (Idee): (11) 3021-7732 Fábio Bellotti (São Paulo Anjos): fabio_bellotti@uol.com.br Janaína Nascimento: (21) 2555-0330 Leonardo Rochadel (Wiaxis): (48) 3322-0249 Pedro Duncan: 21) 2172-7447 Sidney Chameh (DGF): (11) 3171-3224
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prazer em bolar o projeto e tirá-lo do papel. Sem dúvida, tem um risco maior, mas um retorno mais interessante, porque no início o valor injetado é mais baixo”, diz. Os investimentos ainda estão em fase de estudos e, assim que forem concretizados, a associação deve buscar mais sócios e manter o patamar de capacidade financeira.
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LIO SIMAS
PERFIL
Arante Monteiro Filho
Gosto pela
tradição Família comanda unida o restaurante à beira-mar mais antigo e singular da Ilha de Santa Catarina por Marco Britto
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marcobritto@empreendedor.com.br
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A primeira reação das pessoas que entram no restaurante é sempre a mesma. Percebem a estranha decoração e com os olhos começam a seguir os bilhetinhos de papel, que aos milhares cobrem as paredes e descem do teto em pequenas tiras, unidos com ajuda de fita adesiva. Alguns estranham, evidenciam certa preocupação com a higiene, porém logo aquiescem, quando um outro sentido é provocado de maneira ainda mais irresistível. Guiados pelo olfato, os visitantes deparam-se com um rico buffet de frutos do mar e sorriem ansiosos ao contemplar as panelas de barro, que borbulham e soltam pelo ar as fragrâncias especiais que perfumam o Bar e Restaurante do Arante, na Praia do Pântano do Sul, em Florianópolis. O estabelecimento é o mais antigo restaurante à beira-mar da cidade e completa no inverno deste ano meio século de portas abertas aos que procuram um ambiente simples, hospitaleiro, e de boa comida e bebida. A partir de um cardápio baseado na culinária tradicional da Ilha de Santa Catarina, onde se fundou a capital catarinense, o Bar do
Arante se tornou um sinônimo de cultura local, um ponto de encontro dos “manezinhos”, como se chamam os florianopolitanos das famílias mais antigas, que preservam costumes dos colonizadores vindos dos Açores no século 18. A bandeira do arquipélago português estampa o logotipo da casa, ao lado das bandeiras da cidade e do Brasil. Assumidamente popular, o restaurante acabou virando também uma atração turístico-gastronômica, que une estrangeiros de várias partes do mundo e pescadores da vila para um bate-papo regado a cachaça de alambique. A bebida é servida de graça pelo sr. Arante, que recebe os fregueses no seu canto predileto – o balcão de onde vê as ondas calmas da praia irem e virem desde quando se mudou do pequeno armazém para a beira do mar. Com um sotaque carregado que lembra os antepassados do além-mar, o velho pescador conversa com todos que se aproximam, mesmo que às vezes não se faça entender. O patriarca da família é o que se chama no diaa-dia de “figura”. Leva na face e nas maneiras a herança de uma cultura em extinção, uma vez que a capital perde sua identidade com o avanço dos empreendimentos imobiliários e a crescente chegada de forasteiros. “Meu pai pescava, minha mãe trabalhava fazendo renda. Na Ilha, era assim, onde tinha peixe, tinha renda. O turismo é que começou a trazer pessoas de fora com mais freqüência, a partir dos anos 1970”, lembra Arante Monteiro Filho, o Arantinho. Foi nesta época que o armazém da família Monteiro, que desde 1958 servia os viajantes que passavam pelo interior da Ilha, foi transferido para a construção à beira-mar.
Assim, sob o nome de “Pesqueiro Velho”, o negócio começou a operar nos moldes de restaurante, servindo bebidas e refeições à base de frutos do mar, pescados logo em frente, na Praia do Pântano do Sul.
Trabalho em família A empresa funciona em regime familiar. Tudo se realiza em conjunto, fruto do entendimento de irmãos, primos, pais e filhos, que trabalham no restaurante a vida toda. A cozinha, por exemplo, que guarda os valiosos segredos de Dona Osmarina, a matriarca, é composta exclusivamente por membros da família. No verão, em que o efetivo de funcionários dobra para atender à demanda dos turistas, outras cozinheiras, também da região, ganham trabalho e a chance de aprender a culinária que já é considerada uma tradição. A mulher de Arantinho, Cláudia Delfino, gerencia o café anexo ao restaurante, que serve chás, café expresso, sucos e doces diversos. Arantinho, o filho mais velho, se encarrega publicamente da administração do estabelecimento. Segundo ele, o restaurante mantém essa ligação estreita com a comunidade na consciência de que muitos precisam de emprego e contam com o serviço temporário para adquirir algum dinheiro extra durante a temporada. “Muitos aprenderam tudo conosco e depois abriram o próprio negócio”, conta. Arantinho ainda dá exemplos de garçons que puderam financiar seus estudos com os rendimentos do bar e hoje são engenheiros, bombeiros e repórter de televisão. “Nós sempre incentivamos
Idade: 49 anos Local de nascimento: Florianópolis (SC) Formação: História (UFSC) Empresa: Bar do Arante Ramo de atuação: Gastronomia Ano de fundação da empresa: 1958 Cidade-sede: Florianópolis (SC) Número de funcionários: 20 Site: www.arantebar.com.br Linha direta: (48) 3237-7022
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Arante Monteiro Filho
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PERFIL
Arante Monteiro Filho
LINHA DO TEMPO
o estudo, para que os meninos busquem um futuro melhor.” Recebendo quem chega e coordenando o serviço do restaurante, Arantinho não pára um minuto. Com um largo sorriso, ele diz que jamais se sente estressado. Cuidadoso, junta bilhetinhos pelo chão, espana a poeira deles e busca uma fita nova para pô-los de volta à parede. Empresário fora dos padrões, sua meta é ser feliz, manter sua vida simples, sem preocupações. “É uma satisfação muito grande, pois fazemos parte deste povo do interior da Ilha, que sempre viveu da pesca, da cultura de subsistência. É bonito ver o que nós conquistamos, com muito trabalho, e mesmo sem acumularmos dinheiro, nos consideramos ricos.” Para Arantinho, o lucro verdadeiro se revela ao receber cartas dos Açores, da África e outras partes do mundo,
1958
1960
1970
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1980
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1996
1999 2008
desejando Feliz Natal, enviadas por pessoas de que ele mal se lembra, mas que guardaram com certeza uma impressão inesquecível do pequeno vilarejo e sua comida fabulosa. Para esta clientela especial, o restaurante mantém um garçom que fala inglês, bem como um cardápio em inglês também. Nos dias ensolarados do verão, cerca de duas mil pessoas passam pelo bar, entre o almoço e o jantar. Nestes dias de bom movimento, o caixa acumula cerca de R$ 20 mil. O restaurante é administrado em sociedade, com três partes societárias: Arantinho, o irmão Amarildo e o pai, sr. Arante, que, com suas respectivas esposas, formam o que seria o conselho administrativo. Outro irmão, Armando, é dedicado exclusivamente à pesca e fornece os pescados para o restaurante, chegando a trazer dois mil quilos num único
Arante Monteiro Filho Bar e Restaurante Arante
Nasce Arante Monteiro Filho, o primeiro filho de Dona Osmarina e o sr. Arante. No mesmo ano, seu pai abre a “Bodega do Arante”, para atender os tropeiros, caçadores de baleia e demais pessoas que estivessem de passagem pelo Pântano do Sul e precisassem de uma refeição e lugar para dormir. O pequeno armazém de secos e molhados é transferido para outro imóvel, em frente ao mar. O novo estabelecimento já se caracteriza como bar, servindo comida e bebida. O restaurante começa a receber uma maior quantidade de turistas, inicialmente estudantes que visitavam o vilarejo para acampar durante as férias. Os jovens deixam bilhetes no Arante para indicar sua localização, para que os amigos pudessem encontrá-los ao chegar ao Pântano do Sul. A mania dos bilhetes se torna definitivamente uma característica do restaurante. Os turistas começam a procurar o restaurante como ponto de referência da culinária tradicional de Florianópolis. Durante o inverno, o Arante promove festas para animar a comunidade, entre elas, a Festa do Cachorro Louco, celebrada sempre no mês de agosto. Arantinho casa-se pela segunda vez, com Cláudia Delfino, sua companheira até os dias de hoje. Abre o Café ao lado do restaurante. Cláudia foi idealizadora do empreendimento e passou a administrá-lo. Após 40 anos de serviço à la carte, o Arante inaugura seu buffet de frutos do mar. O estabelecimento completa 50 anos de história, sendo o mais antigo restaurante à beira-mar de Florianópolis.
dia, nas temporadas de cardumes. Apesar de manter a família unida, o ambiente doméstico fez com que o empreendimento crescesse de maneira desordenada, sem controle de custos, e em 2008 o restaurante está pela primeira vez passando por uma auditoria contábil, para mapear mais precisamente o movimento financeiro e descrever o perfil de funcionamento da empresa.
Famosos e anônimos O Bar e Restaurante do Arante foi conquistando sua fama literalmente de boca em boca. É comum a presença de pessoas conhecidas no cotidiano do País a se deliciar com as especiarias preparadas na cozinha de Dona Osmarina. Um dos que foram fisgados pelos temperos do sul da Ilha foi o presiden-
Sentido anti-horário: sr. Arante e as irmãs; buffet; Arantinho e a esposa Cláudia Delfino; Lula na cozinha; e Arantinho serve pessoalmente a tradicional cachaça aos clientes.
nas as praias como opção de lazer.” Mesmo alheio às questões que motivam o dono do estabelecimento, qualquer um que entra no restaurante percebe que se trata de um lugar com história para contar. Afinal, ela está escrita por toda parte – deixada pelos muitos que ali passaram. Escrevendo bilhetes, relatando sua passagem pelo local, os clientes se divertem e aproveitam para também se unirem ao grupo dos participantes especiais da história do Bar do Arante – se despedem com um elogio, já pensando em voltar.
LINHA DIRETA Arante Monteiro Filho (48) 3237-7022 www.arantebar.com.br
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nunca deixará de ser um reduto dos “manezinhos”. Totalmente dedicado à sua comunidade, Arantinho inclusive já se lançou candidato a deputado estadual, em 1992, contudo não obteve sucesso nas urnas. Mesmo assim, participa das decisões sobre o futuro do Pântano do Sul nas reuniões de discussão do Plano Diretor da cidade. Prestes a iniciar as comemorações do cinqüentenário, neste inverno próximo, ele só tem uma certeza: em maio, começa a pesca da tainha, e o restaurante, como sempre, disponibilizará sua rede para o cerco dos cardumes. A ação envolve 200 pescadores da região, que recebem parte do pescado. “Há sempre a preocupação de não nos tornarmos um ponto específico para turistas. Fazemos questão de abrir o ano todo, pensando nos habitantes de Florianópolis, que durante muito tempo tiveram ape-
FOTOS/REPRODUÇÕES LIO SIMAS
te Lula. Fã de lulas recheadas com tempero verde e camarão, durante vários anos ele visitou regularmente o restaurante em suas passagens por Florianópolis e não recusava a tradicional cachacinha mata-bicho. “Nós conversávamos muito, ele falava dos planos dele para o País, dizia que ia ajudar os pescadores daqui. Eu vejo que ajudou. Porém, depois de eleito ele não apareceu mais”, conta Arantinho. O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, e o governador mineiro Aécio Neves são outros fregueses ilustres, além de políticos locais e formadores de opinião, atores e personalidades conhecidas que se espalham pelas paredes, estampados em fotos e bilhetes autografados. Conhecido por reunir tantos admiradores e causador de um movimento impressionante para uma vila de pescadores, o Arante
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P E Q U E N A S N O TÁV E I S
Capacitação pela
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Para a boa gestão dos negócios, o Sebrae oferece cursos gratuitos pela internet, como o “Iniciando um Pequeno Grande Negócio”
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O conhecimento é um dos mais importantes aliados com o qual o empreendedor pode contar para obter sucesso em seus negócios. O curso “Iniciando um Pequeno Grande Negócio (IPGN)”, oferecido pelo Sebrae presencialmente e na internet, sem qualquer custo, funciona como instrumento de apoio tanto para quem já possui um negócio e busca aprimoramento quanto para aqueles que pretendem se organizar para abrir uma empresa. A versão na web do IPGN surgiu em 2001, a partir de parceria entre o Sebrae e o Instituto de Estudos Avançados (IEA), de Santa Catarina. O Sebrae é encarregado de todo o monitoramento das atividades dos alunos, da avaliação dos resultados, do provimento dos tutores (profissionais que acompanham os estudantes) e da definição das diretrizes educacionais. O IEA cuida da operacionalização e do desenvolvimento
do curso, de acordo com o perfil institucional do Sebrae. Cerca de 700 mil pessoas já participaram gratuitamente dos cursos de educação a distância (EAD) oferecidos pelo Sebrae na internet. Mais do que levar informações sobre empreendedorismo, esses cursos contribuem para promover mudanças de atitude profissionais e pessoais, e incentivam o surgimento de empresas mais bem estruturadas. No momento, milhares de interessados começam a se inscrever nos cinco cursos oferecidos em 2008. São eles: “Iniciando um Pequeno Grande Negócio (IPGN)”, “Aprender a Empreender”, “Como Vender Mais e Melhor”, “Análise e Planejamento Financeiro” e “D’Olho na Qualidade”. Além do número de alunos, surpreende a satisfação de quem participa dos cursos, que fica acima de 90%.
Perfil contemporâneo Na visão do gerente de Atendimento Individual do Sebrae nacional, Enio Pinto, a metodologia de educação a distância atende às necessidades de aprendizado do empreendedor contemporâneo. “Na maior parte das vezes, ele não dispõe de muito tempo para participar de capacitações, cursos e outras atividades de estudo”, diz o gerente. “Com o dinamismo da vida moderna, é fundamental que haja flexibilidade no processo de capacitação, a qualquer hora do dia, com qualidade e baixo custo”, aponta Enio Pinto.
“Estamos adaptando nossos processos educacionais à gestão das empresas”, informa. Para fazer os cursos, o interessado deve entrar na página do Sebrae nacional (www. sebrae.com.br), clicando no canto esquerdo da página em “Aprenda com o Sebrae – Cursos pela Internet”. Ou, então, deve acessar o endereço http://educacao.sebrae.com.br e escolher o curso que deseja fazer. No ambiente virtual, o estudante tem acesso a todo o material do curso, que inclui textos, exercícios e ilustrações. O empreendedor pode fazer o download desse material, para imprimir e estudar quando não houver possibilidade de usar um computador. Junto ao conteúdo didático, o aluno tem a oportunidade de se comunicar por e-mail com os tutores do seu curso, profissionais responsáveis pelo seu acompanhamento e que podem tirar dúvidas, passar informações adicionais e opinar sobre o processo de aprendizado. Para que o estudante mantenha comunicação com os educadores, o ambiente de estudo reúne chats (salas de discussão com horário marcado), a ferramenta tira-dúvidas, os fóruns, que permitem que os estudantes aprofundem determinados temas e troquem idéias com os tutores e com seus colegas, o e-mail e o telefone. Somada à internet, a estratégia de educação a distância do Sebrae utiliza cursos pelo rádio, televisão e kits educativos para estudo autônomo.
PURESTOCKX
Conheça melhor os outros cursos
COMO VENDER MAIS E MELHOR Para empresários que querem aumentar suas vendas, o curso ajuda a desenvolver competências para construir um modelo de gestão de vendas a partir do planejamento e
da ação comercial da empresa. Conteúdo: Esquentando os motores; Entendendo e conquistando mais clientes; Acompanhando de perto as vendas; O papel de cada um; Escutando o mercado. Objetivos: Desenvolver no participante a competência para construir um modelo de gestão de vendas a partir do planejamento e da ação comercial da empresa. Público-alvo: Empresários de pequenos negócios que querem aumentar suas vendas. ANÁLISE E PLANEJAMENTO FINANCEIRO Ajuda empresários a desenvolver competências para projetar estratégias empresariais a partir da análise financeira do seu negócio. Conteúdo: Administração financeira da empresa; Projetar fluxo de caixa; Fatores que influenciam o planejamento; Definição de metas com base nos resultados; e Conclusão do plano: afinal, este negócio é viável? Objetivos: Desenvolver no participante a competência de analisar e projetar estratégias empresariais a partir de informações financeiras. Público-alvo: Empresários de pequenos negócios que desejam projetar estratégias
empresariais a partir da análise financeira do seu negócio. D’OLHO NA QUALIDADE O curso ajuda a conhecer e praticar o método D’Olho (descarte, organização, limpeza, higiene e ordem mantida) a fim de implementá-lo na organização. Conteúdo: O conteúdo está distribuído em sete módulos: Introdução; Preparando o ambiente; Implantando o D’Olho; Praticando o descarte e a organização; Praticando a limpeza e a Higiene; Praticando a ordem mantida; e Perpetuando a prática. Objetivos: Solução Educacional que busca desenvolver condições de conhecer e praticar o método D’Olho (descarte, organização, limpeza, higiene e ordem mantida) a fim de implementá-lo na organização, trazendo novos hábitos para o desenvolvimento do trabalho diário das pessoas, melhorando o bem-estar físico, mental e social de todos. Público-alvo: Empresários e gerentes de MPEs que tenham, pelo menos, o Ensino Médio incompleto; quem já tem um pequeno negócio e quer aplicar os 5S na sua empresa; quem precisa repensar a organização do seu empreendimento ou setor.
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APRENDER A EMPREENDER Para quem quer iniciar um pequeno negócio ou precisa repensar o seu empreendimento, o curso oferece interação com conceitos básicos sobre empreendedorismo, mercado e finanças. Conteúdo: O conteúdo está distribuído em três módulos: Empreendedorismo, Mercado e Finanças. Objetivos: Solução Educacional que oferece aos empreendedores, empresários formais e informais de pequenos negócios, atuantes na área de comércio, indústria, serviços e agroindústria a oportunidade para interagir com conceitos básicos sobre empreendedorismo, mercado e finanças. Público-alvo: Quem pretende iniciar seu negócio; quem quer noções básicas de como gerir um empreendimento; quem já tem um pequeno negócio e quer iniciar sua capacitação em empreendedorismo; quem precisa repensar o seu empreendimento.
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A VOZ DA EXPERIÊNCIA
Jorge Alves
Midas dos hotéis Até hoje, nenhum estabelecimento da rede Bristol registrou prejuízo em 14 anos de mercado por Francis França
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francis@empreendedor.com.br
Com a experiência de quem conhece cada centímetro quadrado de um hotel, o empresário português Jorge Alves, dono de uma das maiores redes do Brasil, a Bristol Hotéis e Resorts, pode dizer que é perito em seu próprio negócio. Aos 16 anos, conquistou seu primeiro emprego, no Hotel Lancaster, em Paris, próximo à famosa Avenida Champs Elisées. Desde então, nunca largou o ofício. Começou como auxiliar no restaurante, foi mensageiro, recepcionista, gerente de alimentos e bebidas, diretor de hotel cinco estrelas, até se tornar proprietário da própria rede, que hoje fatura R$ 70 milhões por ano e emprega 1,3 mil pessoas. Filho de família humilde da região do Alentejo, em Portugal, Alves deixou seu país junto com milhares de jovens que não queriam lutar na guerra contra as colônias Angola, Moçambique e Guiné (1961–1974). “O momento mais difícil da minha vida foi sair de casa, ir para um país onde não falava a língua, ter que trabalhar para comer e ainda arrumar dinheiro para estudar. Mas valeu a pena, eu faria tudo de novo”, diz ele, que já trabalhou em 12 países e em lugares luxuosos, como o restaurante La Tour D’Argent, o mais famoso do mundo, fundado em 1582 na cidade de Paris. O convite para trabalhar no Brasil foi feito em 1975. Ele tinha ainda a opção de ir para a AustráLIO SIMAS
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Carreira solo Em 1994, teve a oportunidade de assumir a diretoria comercial da rede, mas declinou do convite para acompanhar de perto a infância de suas filhas – o cargo exigia viagens constantes – e, aos 46 anos, resolveu partir para “carreira solo”, como ele mesmo diz. Com a decisão de usar seu potencial em benefício próprio, Alves fundou a Bristol, que atua como prestadora de serviços em administração de hotéis. O nome da empresa é uma homenagem ao luxuoso hotel parisiense Le Bristol. O primeiro empreendimento que assumiu foi o Hotel Metropolitan, presente até hoje na carteira de clientes. “Foi na época em que começaram a surgir os flats, e fui convidado para administrar o flat de uma multinacional que não estava indo bem. O trabalho foi tão bom, que o investidor principal pediu para eu negociar outro hotel para ele no ano seguinte.” A Bristol, totalmente brasileira, apesar de seu presidente ser estrangeiro, é hoje a sexta maior rede de hotéis do País, entre nacionais e internacionais. Na carteira, estão atualmente 21 unidades hoteleiras, que Jorge Alves chama de “produtos”. A Bristol não é proprietária de hotéis – optou por trabalhar apenas com a prestação de
serviços. Todos os imóveis são de investidores, e a empresa fornece o know-how e a equipe – para Alves, é o que diferencia um hotel de outro. “Todo mundo tem uma cama, um chuveiro, mas nem todos têm bons serviços. É muito mais difícil você fidelizar um cliente do que conseguir um novo, porque o novo sempre vem para experimentar, mas vir porque gostou duas, três vezes, depende de talento.” A rede tem apenas uma sede comercial para contato com clientes – principalmente, empresas, agências de viagem e profissionais liberais. O departamento de reservas funciona 24 horas por dia, e existem escritórios de vendas no Rio de Janeiro e em São Paulo. O trabalho intenso garante a ocupação nos hotéis para manter os custos. Sempre disposto a aproveitar oportunidades, Alves tem entre os ditados populares que gosta de citar aquele que diz: “Enquanto uns choram, outros vendem lenços”. Em meio à crise do tráfego aéreo brasileiro, a Bristol resolveu ficar no segundo grupo. Dois hotéis da rede, um em Guarulhos e outro próximo ao aeroporto de Curitiba, vivem lotados por passageiros que ficam sem vôo. A empresa passou a oferecer benefícios como traslado gratuito e tarifas especiais aos clientes. Há 14 anos no mercado, Alves não perde o sono por causa da concorrência. Em 2007, inaugurou um hotel cinco estrelas em Florianópolis, próximo a empreendimentos de sucesso, e diz que não pretende disputar com eles. “Acredito que exista um lugar ao sol para todo mundo. Temos a vantagem de ser uma rede com captação de clientes no País inteiro e no exterior, mas precisamos ser humildes o suficiente para não concorrer com empreendimentos bem-sucedidos que já estão estabelecidos. Estamos preocupados em prestar um bom serviço e, se eles tiverem clientes demais e quiserem mandar para mim, eu aceito. Aprendi na vida que não se deve ter inimigos”, reflete. O empreendimento ainda está em fase de ampliação e contará com mais três prédios e um centro de convenções para 1,5 mil pessoas, com o objetivo de garantir o movimento na baixa temporada. Para garantir os bons resultados, ele comanda o negócio de perto e – já com as filhas maiores –passa a semana inteira viajando entre os hotéis da rede. “Sou diferente de certos empresários que comandam seu negócio do escritório. Eu não consigo, porque fui criado dentro do hotel e preciso ver com meus pró-
BÚSSOLA EMPRESARIAL
AC ERTO S Aprender a decidir com a razão, e não com a emoção Usar o bom senso em todas as situações Manter a humildade Saber compartilhar as conquistas
ER R O S Não ter começado mais cedo a própria rede Aceitar, durante certo tempo, unidades hoteleiras abaixo do padrão Bristol para poder crescer Cometer erros de cálculo por causa da ansiedade em alguns momentos Abrir uma empresa de alimentação de operários sem estar preparado para o tipo de público
prios olhos como as coisas estão. Gosto que o investidor que confiou a mim seu patrimônio, que chega a R$ 50 milhões em alguns casos, sinta que estou seguindo o empreendimento de perto.” Segundo Alves, a empresa se especializou em dar retorno financeiro aos investidores. Pelo contrato, a Bristol só tem lucro se o empresário também tiver, e, até hoje, nenhum dos empreendimentos deu prejuízo. Ele explica que a primeira meta de cada empreendimento é garantir 30% de ocupação para cobrir os custos fixos.
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lia ou o Canadá, mas decidiu vir para cá influenciado por um colega recém-chegado do Carnaval no Rio de Janeiro. Ocupou o cargo de gerente de alimentos e bebidas para a abertura dos hotéis Meridian em Copacabana e, mais tarde, em Salvador, onde ficou durante seis anos, casou-se com uma baiana e teve três filhas. Mais tarde, Alves foi novamente para a França, mas as coisas não deram certo, e ele resolveu voltar para trabalhar em um estabelecimento cinco estrelas de Olinda (PE). Em 1990, tentou uma experiência inédita: foi trabalhar em seu país, no maior hotel de Lisboa, o Ritz Continental. Depois de dois anos, Alves recebeu o convite que começaria a definir seu futuro. Conheceu o empresário brasileiro Alceu Vezozzo, presidente da Rede Bourbon de hotéis, que estava hospedado no Ritz e lhe convidou para trabalhar como gerente-geral de um cinco estrelas em Curitiba. Alves diz que sua gentileza e o vinho do Porto servido em garrafa de cristal causaram boa impressão. “Ser amável não custa muito e dá sempre um bom retorno. Eu fiz amizade com esse empresário, e ele me trouxe para gerenciar seu hotel”, diz Alves.
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A VOZ DA EXPERIÊNCIA
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Sexta maior rede hoteleira do País, com 21 unidades, Bristol fatura atualmente R$ 70 milhões por ano e emprega 1,3 mil pessoas LIO SIMAS
Naturalmente, a carreira de Jorge Alves não teve apenas momentos de sucesso – fora do ramo hoteleiro, é claro. Quando saiu do Meridian, em Salvador, em 1978, ele montou uma empresa de alimentação industrial no Pólo Petroquímico de Camaçari e chegou a servir 15 mil refeições, mas a empresa durou apenas um ano e meio. Faltou-lhe experiência, avalia. Depois de trabalhar durante anos com restaurantes de luxo, ele não conseguiu acertar a medida para a alimentação de operários, com um perfil totalmente diferente. Mas o fato é que Alves nasceu para a hotelaria. Casado há 30 anos, conheceu sua esposa no trabalho, e suas três filhas foram criadas praticamente dentro de hotéis. Contente com sua vida pessoal, diz ser compreendido pela família, apesar de trabalhar muito e passar bastante tempo fora de casa. “Elas sabem como é difícil essa vida, preciso estar atento 24 horas por dia, não tem como passar a chave na porta e ir embora.” Sua maior satisfação, segundo ele, também está relacionada ao trabalho: é saber que milhares de famílias, além da sua, sobrevivem do seu negócio. “Eu me orgulho de ter uma empresa que abriga tantas pessoas, porque vim de baixo e continuo sendo uma pessoa humilde, não sou esnobe, me dou bem com todo mundo, trabalho com todo mundo.” Folga para si mesmo, somente duas vezes por ano, durante dez dias, no máximo. Nessas ocasiões, viaja para fora do Brasil ou não conseguiria parar de trabalhar. Mas ele gosta mais de viajar a trabalho do que de férias. “Viajar por viajar não me atrai. Tenho que chegar sabendo que tem alguma coisa a fazer”, diz. No ano passado, Alves fez um tour pela Europa com o objetivo de visitar várias cidades e se
Jorge Alves
Jorge Alves Idade: 59 anos Local de nascimento: Alentejo, Portugal Formação: Hotelaria, pela Escola de Paris Número de funcionários: 1.300 Empresa: Bristol Hotéis e Resorts Ramo de atuação: Hotelaria Cidade-sede: Curitiba (PR) Faturamento: 70 milhões
hospedar apenas em hotéis econômicos, segmento que pretende desenvolver na Bristol. Ele se divertiu bastante, segundo conta, mas estava pensando como empresário. Atualmente, a empresa já tem uma bandeira chamada Flex, com tarifas econômicas, e pretende ampliar esse tipo de empreendimento. Nono filho e único homem, Alves ainda mantém contato com a família em Portugal. Segundo ele, não vai para lá com mais freqüência para não se render aos prazeres da mesa lusitana e engordar demais. Mas sua verdadeira paixão é o Brasil. “Eu sou um fã do Brasil, porque sei como as pessoas lá fora nos tratam quando somos imigrantes e sei como o Brasil acolhe a todos. Aqui não tem nenhum estrangeiro que possa dizer que é discriminado. Não conheço outro país igual. Deve ser o clima, não é?” Recentemente, entrou com pedido de naturalização – diz que quer morrer brasileiro. Seu plano é, daqui a cinco anos, ter condições de dedicar um pouco mais de tempo para si mesmo, viajar menos e aproveitar mais a vida. Entretanto, diz que não pensa em aposentadoria de jeito nenhum. “Eu faço aquilo que gosto e entendo do meu negócio. Além do mais, não sei fazer outra coisa e também não consigo ficar parado.” Na agenda do dia, a programação é trabalhar em um dos hotéis até às 20 h, depois dormir em outro e, na manhã seguinte, estar em um terceiro, para uma reunião. Ele não se importa, diz que, se parar, envelhece.
LINHA DIRETA Jorge Alves (41) 3218-4200
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empreendedor | fevereiro 2008
Tecnologia da Informação
TI
Bassi: sistema de inteligência artificial define regras e robô entende como o negócio do cliente funciona
ERRO ZERO Alta automação melhora a performance de testes e diminui os custos de aplicação
por Débora Remor
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debora@empreendedor.com.br
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A crescente necessidade de usar softwares complexos ou até a dependência de sistemas críticos obriga empresas a aplicarem controle de qualidade e testes automatizados. Quando a possibilidade de erros acarreta prejuízos, a garantia do bom funcionamento, a adequação de programas ou a aplicação de novos processos operacionais podem envolver altos investimentos. Buscando diminuir os custos desses testes é que Marco César Bassi, presidente do grupo HDI, estudou e desenvolveu a alta automação. A tecnologia exclusiva e inovadora está na metodologia de célula-teste, na qual o software ou robô simula uma pessoa digitando, tirando relatórios e identificando erros. “É uma máquina de inteligência artificial. A gente mostra as regras, e o robô passa a entender como o negócio do cliente funciona”, explica Bassi, que é engenheiro eletrônico e mestre em Garantia de Qualidade de Software. “Nossas ferramentas de alta automação já sabem o que testar e as certificações necessárias para as normas técnicas mundiais, assim elas programam os robôs de testes automaticamente, e estes, por sua vez, certificam a aplicação sob teste.” Segundo Bassi, esta forma linear de fazer os testes diminui os erros exponencialmente – um de seus clientes mais antigos reduziu de 580 defeitos para apenas quatro, em dois anos de aplicação da alta automação. A produtividade do modelo é aplicável em qualquer tipo e tamanho de empresa, já que “todo cliente tem sistemas que precisam ser testados”. O programa pode ajudar, por exemplo, na logística de entrega de produtos da farmácia, no valor do seguro ou no gerenciamento dos cartões de
crédito. Entre os clientes do Grupo HDI, uma parcela de 30% é composta por médias empresas, desde atacadistas, bancos e bandeiras de cartão de crédito, cujo faturamento anual gira em torno de R$ 10 milhões. Quando os testes começaram a ser executados por pessoas, o custo de cada caso ou opção de tela era de R$ 35 a R$ 45. Com a automação simples – uma pessoa programa o robô para fazer o teste –, cada caso sai por R$ 9; mas o esforço de programação e a quantidade de dados gerados continuam trabalhosos. A melhoria de Bassi é que um robô programa outros robôs para fazerem os testes e, ao envolver menos pessoas, diminui o valor do caso de teste para R$ 5, podendo chegar a centavos. Segundo ele, quanto mais complexo e maior a quantidade de telas do programa, menor o preço por teste. A empresa contrata uma célula-teste por R$ 50 mil por mês e, com isso, testa cem ou 600 mil casos. “A quantidade de casos pode ser sazonal, mas isso não influencia no preço, porque o robô vai testar todos por um custo fixo”, declara.
Apresentado ao mercado como produto em 2002, a alta automação é utilizada no Brasil, Peru, Colômbia, México e Portugal. Bancos como Itaú e Unibanco, e redes como Wal-Mart figuram entre os clientes de maior porte, e seus exemplos serão usados no Road Show Internacional de Alta Automação. O evento, marcado para 20 de fevereiro em São Paulo, tem a expectativa de receber 150 executivos e empresários, que serão apresentados aos conceitos da tecnologia de célula-teste com base em alta automação. “Queremos discutir e difundir a cultura do teste, já que o Brasil ainda precisa acordar para isso.”
Road Show Internacional de Alta Automação
20 de fevereiro – das 14h às 18h (11) 6346-3506 www.grupohdi.com
Alta definição uma série de sistemas pessoais de multimídia em alta definição. A HDX 4000 é voltada para executivos, médicos e pequenos grupos. Para salas de reunião e conferências de médio porte, a indicação da fabricante é a HDX 8000. Já a HDX 9000 foi desenvolvida para salas de reunião maiores, salas de aula e ambientes integrados. www.polycom.com PURESTOCX
Os sistemas de videoconferência HDX da Polycom oferecem vídeo, voz e recursos multimídia em alta definição. O desempenho de compartilhamento de conteúdo e a interface com o usuário se destacam como características marcantes. Depois de premiada pela Wainhouse Research, a Polycom expandiu a linha HDX com
Locação de softwares
www.newage-software.com.br
Fluxo controlado Para ajudar empresas a controlar o fluxo da rede com a convergência entre internet e TV, a CLM Software desenvolveu o ClearSight Analyzer. A ferramenta permite visualizar e gerenciar o tráfego VoIP e o suporte para streams IPTV. Para isso, gera relatórios, realiza diagnósticos e monitora o tráfego da rede em tempo real. “O ClearSight Analyzer permite que a empresa implante e gerencie a VoIP e IPTV com sucesso para aproveitar suas vantagens sem afetar negativamente o desempenho das aplicações e da rede”, afirma Francisco Camargo, presidente da CLM Software. Co-
mercializada a partir de R$ 7,9 mil, a solução oferece versatilidade e avançada capacidade de navegação de dados.
www.clm.com.br
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Na tentativa de diminuir os investimentos em software, empresas estão optando por alugar programas pela internet ou intranet, como um serviço. Desta maneira, os aplicativos empresariais são disponibilizados como serviços em uma rede de computadores. Para Marcelo Lombardo, diretor de tecnologia da New Age Software, “a tendência é que pequenas e médias empresas se voltem para os sistemas de gestão que rodam via modelo ASP e que não precisam ser comprados, mas que podem ser alugados”. Adaptada a qualquer realidade empresarial, a New Age oferece o aluguel do serviço por R$ 300 mensais por usuário.
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FRANQUIA
De baixo só no nome
Mercado de underwear supera crescimento do setor têxtil e aposta no franchising para expandir as marcas por Natacha Amaral
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natacha@empreendedor.com.br
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As peças de roupa íntima nacionais conquistam cada vez mais atenção e espaço no guarda-roupa do consumidor. Prova disso são os últimos dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) referentes ao mercado underwear. De acordo com a entidade, as indústrias do segmento produziram cerca de 700 milhões de unidades e faturaram US$ 1,75 bilhão em 2006. Os números apontam um aumento 3% acima do crescimento médio de todo setor têxtil no mesmo período. Só a produção de cuecas subiu 116% em cinco anos, saltando de 122 milhões de peças em 2001 para 142 milhões em 2006. O cenário favorável pode ser explicado pelo baixo valor agregado das peças nacionais e, portanto, sua maior competitividade diante das grifes importadas. Além de gerar milhares de empregos diretos, esse novo desempenho do segmento de moda íntima no País também tem mexido com marcas brasileiras tradicionais no mercado e estimulado a busca por novas estratégias de expansão, como o sistema de franquias. Esse é o caso da especialista em underwear masculina Casa das Cuecas U/W. Com quase 40 anos hoje, a marca pretende dobrar
seu número de lojas em grandes centros de consumo por meio do franchising. A meta é chegar a 40 unidades até o final do ano e superar em pelo menos 10% o faturamento de 2007, que chegou a R$ 22 milhões. Para isso, estão na mira da rede cidades como Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Vitória, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Manaus. Atualmente, a empresa possui 12 lojas próprias e nove franqueadas, localizadas principalmente em shoppings de níveis A e B das regiões Sudeste e Centro-Oeste do País. Participante do sistema de franquias há pouco mais de um ano, a marca escolheu o sistema exatamente para realizar uma rápida expansão. “Sozinhos, não conseguiríamos crescer nessa velocidade”, explica o sócio-diretor da Casa, David Kaleka. A rede também investe, nos últimos anos, no reposicionamento da marca para alcançar o público mais jovem. Ao agregar o nome da nova linha U/W à Casa das Cuecas em 2004, a empresa pretendia conquistar o consumidor interessado em produtos mais modernos, sem deixar de lado o cliente tradicional. “Nossa missão é levar ao público de todas as faixas etárias um estilo único e confortável de usar underwear, com modelos diversos e tecidos de ponta”, explica o diretor de Marketing da rede, Izo Levin. “E nossa grande estratégia de negócio é muito simples: primar pela qualidade”, acrescenta Kaleka. Oferta de um bom produto e expansão também são o projeto da Hope. Criada em 1966 em São Paulo por uma família de libaneses e presente nas grandes redes e lojas de departamento de todo o Brasil, a marca
Hope: fato de a empresa produzir quase tudo o que vende dá mais segurança aos franqueados
de moda íntima feminina agora estrutura seu processo de crescimento também por meio de franquia. O objetivo é mostrar a “cara” com força total. “A Hope passou uma vida inteira vendendo para grandes supermercados e magazines, onde você é apenas mais um”, explica a gerente de Franquia da empresa, Cyntia Coutinho. “A marca tem um produto de muita qualidade, com preço bastante comercial e precisa ser valorizada”, acrescenta. Com o novo sistema de lojas, a Hope poderá colocar todos os seus produtos em um espaço exclusivo da marca – inclusive aqueles com os quais o consumidor tem menos contato nos atuais pontos-de-venda do varejo, como acessórios e linha de cosméticos. Segundo Cyntia, essas mudanças já despertaram resultados positivos. “É impres-
Marcas H OP E Investimento total: R$ 300 mil Taxa de franquia: R$ 30 mil Royalties: não são cobrados Propaganda local: 2% sobre o faturamento bruto Tempo de retorno do investimento: 24 a 36 meses Lucro líquido: não divulgado (varia de acordo com a localização) Faturamento anual: R$ 1 milhão
criamos o cheirinho da loja e desenvolvemos no momento uma linha noite de lingerie muito bonita”, conta a gerente, com otimismo. Homens ou mulheres, crianças ou adultos, praia ou dia-a-dia, a indústria da moda íntima está atenta as todos os públicos e tendências do mercado para ganhar não só o gosto do consumidor, mas também um espaço mais perto do seu bolso.
LINHA DIRETA David Kaleka (Casa das Cuecas UW):
(11) 3263-0600/www.casadascuecas.com.br
Cyntia Coutinho (Hope):
(11) 7656-9917 http://www.hopelingerie.com.br
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sionante a reação do público. Muita gente fica surpresa com a variedade e a beleza dos ambientes”, relata. Para 2008, a Hope espera abrir até 20 unidades franqueadas, além das oito já existentes em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba. “Já estamos sendo bastante procurados, porque as pessoas acreditam na força da marca. O fato de produzirmos quase tudo o que vendemos também dá mais segurança na hora de abrir um negócio”, justifica Cyntia. A Hope tem hoje como seu grande diferencial no mercado underwear feminina a produção fortemente voltada para peças do dia-a-dia, com foco no conforto. A marca também lançou recentemente uma linha praia, que já é comercializada com bastante sucesso nos pontos-de-venda. “Também mudamos nossa linha de cosméticos,
CA SA DA S C UE CA S U / W Investimento total: cerca de R$ 350 mil com taxa de franquia inclusa Taxa de franquia: cerca de R$ 41 mil Royalties: 15% sobre as compras Fundo de propaganda: 4% sobre as compras Tempo de retorno do investimento: 18 a 30 meses Lucro líquido: 15% a 20% sobre o faturamento Faturamento anual: de R$ 600 mil a R$ 2 milhões (dependendo das características do ponto e da cidade)
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FRANQUIA
Expansão real A Real Time, escola de idiomas, comemorou no final de 2007 a abertura de três franquias da rede. As unidades em Ponta Grossa (PR), em Valinhos (SP) e na capital de São Paulo marcaram o início do sistema de franquia, que substituiu a concessão de licenças utilizada pela rede até 2006. As 16 escolas licenciadas da Real Time – que ensinam inglês, espanhol e português para estrangeiros – devem migrar para o sistema gradativamente.
Comprada pela S.O.S. Computadores, a Real Time projeta uma expansão da marca para diversos Estados do País, inclusive nos 18 onde a rede de cursos profissionalizantes e de informática já está presente. O investimento inicial para os novos franqueados varia entre R$ 60 mil e R$ 150 mil. O capital de giro necessário é de R$ 15 mil, e o faturamento médio de uma unidade, R$ 30 mil. A rede não cobra taxa de franquia, e o retorno aparece de 18 a 24 meses. (11) 2162-1566
Sul em foco
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A rede de frutos do mar Vivenda do Camarão tem voltado sua atenção para o Sul do País e agora planeja se instalar na cidade de Joinville, Santa Catarina. Ainda sem lojas no local, a empresa espera inaugurar sua primeira unidade no município ainda este ano. A Região Sul, atualmente, tem cinco restaurantes Vivenda – Porto Alegre, Curitiba e Foz do Iguaçu – e representa apenas 7% do mercado da franquia. A meta é elevar esse número para 12%. “Joinville é a cidade mais rica de Santa Catarina e a terceira mais populosa dos Estados do Sul, com
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mais de 500 mil habitantes, segundo o IBGE. Esse cenário sugere um mercado consumidor ativo, o que nos motiva a colocá-la dentro de nosso plano de expansão”, afirma o gerente de expansão da rede, Ricardo Salém. Desde 1997 no setor de franquias, a Vivenda do Camarão é a primeira e a maior rede de frutos do mar do País. Atualmente, conta com 75 lojas espalhadas por todo o território nacional, oferece 50 opções de pratos e atende uma média de quase 400 mil consumidores mensalmente.
www.vivendadocamarao.com.br
Franca expansão A marca brasileira de presentes, objetos de decoração e artigos de uso pessoal Imaginarium fechou 2007 com faturamento de R$ 60 milhões e cresceu 20% em relação ao ano anterior. Só as vendas de Natal registraram um incremento de 30% com o lançamento de 85 produtos. Os números são resultados da aposta na diversificação do mix de produtos que incluem roupas, bolsas e outros acessórios de moda, bem como objetos para decorar a casa – todos com criação e produção exclusiva. Além disso, a marca adotou o plano de expansão denominado “Na Medida” cuja estratégia era abrir 200 novos pontos-de-venda dentro de lojas multimarcas em locais onde a rede ainda não tinha franquia. Para 2008, a Imaginarium pretende abrir pelo menos dez novas lojas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Sorocaba, Campinas, Ribeirão Preto, Salvador e Natal. As unidades vão se somar aos atuais 70 pontos-de-venda da rede, localizados nos principais shopping centers do País.
www.imaginarium.com.br
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F ra nq u i a e m exp ans ã o
PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO
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PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO
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F ra nq u i a e m exp ans ã o
PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO
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P R O D U T O S E S E RV I Ç O S
Otimização de custos
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Alugar móveis e acessórios para escritório na hora de montar ou expandir o próprio negócio pode ser uma alternativa vantajosa para pequenas e médias empresas. Além de proporcionar uma estruturação física rápida, a locação de mobília significa economia de tempo e dinheiro gastos com pesquisa, compra e montagem de móveis. “Foi uma medida
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fundamental para nós, porque evitamos um investimento elevado logo no início das atividades, e ainda pudemos reduzir nossa carga tributária por abater o valor da locação do IR e demais encargos”, diz Márcio Arruda, gerente da agência de publicidade Fabra Quinteiro. A Telelok Locação de Móveis oferece serviços de formatação e redesenho de
ambientes profissionais, bem como soluções rápidas para demandas emergenciais. São mais de 70 mil itens em estoque como cadeiras, mesas, gaveteiros, armários, e estações de trabalho e acessórios. Há 20 anos no mercado e com frota própria, a locadora realiza entregas em todo o território nacional.
www.telelok.com.br
Projeto verde
Por dentro das leis
Os prédios verdes ou green buildings são a nova tendência da construção civil. Trata-se de edifícios ecologicamente corretos, nos quais se busca melhorar a qualidade de vida de quem neles trabalha por meio de um melhor aproveitamento dos recursos naturais como energia solar, vento e água. Além disso, durante a realização da obra, há menor emprego de poluentes e cuidado com a biodiversidade da região. De olho nessa tendência, a consultoria Atitude, que já presta assessoria em projetos de sustentabilidade, agora também auxilia empresas no planejamento de construções verdes. “Apesar de mais caras, essas obras são investimentos para o futuro”, afirma a consultora Angela Andreopoulos. Segundo ela, os custos iniciais retornam mais tarde com a economia de água, luz e aumento de produtividade proporcionados pelo ambiente. Fundada em 2001, a Atitude realiza desde estruturação de modelos de sustentabilidade até workshops de práticas do conceito na estratégia de empresas. Entre seus clientes, estão Aracruz, Natura e Alcoa. www.atitude.srv.br e (11) 5096-1554
O empresário Alberto Bugarib lançou recentemente a Verbanet Legislação Empresarial Informatizada. Depois de ficar seis anos afastado do mercado por conta da venda da IOB para a canadense Thomson, em 2000, Bugarib comprou o Verbalegis, do Rio Grande do Sul, e chamou experientes profissionais para trabalhar na matriz da Verbanet, em São Paulo. Com pacotes para atender a pequenos, médios e grandes negócios, a Verbanet oferece aos assinantes boletins atualizados com as novidades nacionais e de destaque, cursos na área de legislação empresarial e a Consultoria Verbanet. “A intenção é fornecer aos profissionais informações atualizadas e estratégicas para o seu dia-a-dia, além de produtos e serviços de qualidade”, afirma Bugarib, ressaltando que, nos últimos anos, detectou uma grande necessidade e insatisfação do mercado.
www.verbanet.com.br
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LEITURA
Osso duro de roer Nova obra de Luis Paulo Luppa faz analogia ao filme “Tropa de elite”, sucesso de bilheteria em 2007
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Há mais de 20 anos, Luis Paulo Luppa decidiu não ser apenas mais um dos 500 mil bacharéis em Direito atuando no Brasil. Ele preferiu se destacar em uma área com mais de quatro milhões de profissionais. Após iniciar sua carreira como vendedor viajante, assumiu progressivamente a liderança de equipes de vendas e cargos executivos nas áreas de venda, marketing e superintendência geral em empresas nacionais e internacionais. A trajetória bem-sucedida o habilitou à área de treinamento, trabalho que desenvolve por meio de cursos e palestras há mais de dez anos no País e no exterior, e rendeu 12 livros publicados em 27 países, entre os quais o best-seller O vendedor pit bull, que já vendeu mais de 300 mil cópias, além de 14 DVD na área de
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Tropaa de elitede elite de vendas:como vendas: como formar, treinar e motivar equipes de vendas para dominar mercados Editora: Thomas Nelson Brasil Autor: Luis Paulo Luppa Preço: R$ 19,90
treinamento de vendas. Ele é o que se pode chamar de “o cara!” – ou, como ele se intitula, é o vendedor pit bull! Mas agora seu novo alter ego é Nascimento Pit Bull, líder da tropa de elite de vendas e idealizador do programa de treinamento ostensivo de vendas chamado B.O.P.E.: “b” de blindagem, que diz respeito às questões comportamentais; “o” de operações, que está relacionado ao dia-a-dia do vendedor; “p” de poder sobre as questões de conhecimento; e “e” de estratégias acerca do posicionamento da empresa no mercado. Tropa de elite de vendas é um livro inspirado na essência do filme “Tropa de elite”, de José Padilha, no qual são formadas unidades capazes de atingir resultados expressivos em situações de alta competitividade utilizando ferramentas adequadas, e competência e habilidades modernas”, explica o autor. Não é a primeira vez que Luppa pega carona no sucesso alheio. O líder que vende e faz vender, segundo ele, é um rico complemento do best-seller O monge e o executivo, de James C. Hunter, pois aponta com clareza a utilização dos conceitos e sua aplicação ao rumo dos negócios no Brasil. “Mais de meio milhão de pessoas aprendeu o que é liderança. Agora, terão a oportunidade de aprender o que fazer com ela.” O tema central e o estilo de Tropa de elite de vendas são os mesmos das obras anteriores de Luppa. O diferencial, segundo o autor, é que o lançamento explica como formar, treinar e motivar equipes de vendas para dominar mercados de alta competitividade. Ele orienta a contratação por personalidade, e não pelas habilidades do candidato – “habilidades se ensinam”, enfatiza. O livro trata ainda do estilo mais adequado de liderança de um time de vendedores: “o líder trabalha as fortalezas, e não as fraquezas, ele acha que
Frases “Acha estranho alguém querer ser vendedor? Faz sentido, porque a profissão não tem nada de nobre – até que sua conta bancária se torna bem gorda e todo mundo começa a dizer que você é o cara.” “Sem vendedor o mundo pára.” “É simplesmente impossível uma empresa obter sucesso sem deter a melhor força de vendas.” “Personalidade é o diferencial que tornará o executivo um profissional de sucesso. Ou não.” “Habilidade é obrigação; personalidade é diferenciação.” “As empresas querem que você vista a sua camisa. Porque, quando veste a própria camisa, você mostra que acredita em si.” “O mercado é a casa do cliente.” “O que as empresas estão buscando hoje? Quem é este profissional ideal? Bem, ele não existe, mas você pode se enquadrar em uma modalidade de profissionais que vem dando muito certo no cenário empresarial: o líder que vende e faz vender.” “O covarde nunca tenta, o fracassado nunca termina, e o vencedor nunca desiste.” “Existe um provérbio japonês que diz: hoje melhor do que ontem e pior do que o amanhã.” “Os anos mostraram que trazer toda a equipe de vendas para uma reunião anual não é treinamento – é festa.” “Valor é o que você obteve dividido pelo custo que pagou. Valor é uma cadeia de emoção, percepção e benefício real.”
tem sempre que melhorar aquilo já é forte”, afirma Luppa, que responsabiliza o líder pela identificação e o desenvolvimento de talentos. Para isso, ele apresenta o B.O.P.E., quatro conceitos básicos de um estilo de gestão, pequena parcela de sua metodologia de treinamento, e enumera os 50 mandamentos da tropa de elite – o que parece ser uma fixação de Luppa, pois ele já publicou os 50 hábitos altamente eficazes do vendedor pit bull (e que ele afirma serem 100% distintos) e as 300 regras de ouro de vendas e negociação, entre outras listas.
Luppa, o vendedor pit bull, poderia ganhar tranquilamente também o título de rei das analogias. As mais freqüentes – e já lugarescomuns na literatura de Administração de Empresas – fazem relação aos animais. Além de toda a “coleção pit bull”, Luppa já lançou todo um zoológico no mercado. Em Os princípios da competição empresarial, ele utiliza as expressões dos animais para explicar situações do mundo corporativo. Outro analogismo pode ser visto na obra Vendax: alívio imediato para as fortes dores causadas pela falta de vendas. Até mesmo o preparo de um risoto já foi base de analogia ao desenvolvimento de equipes, no DVD “Como transformar talentos individuais em uma equipe de sucesso”. Mas um recurso analógico muito utilizado pelo autor – assim como pelo presidente Lula – é o futebol: ademais de freqüentes citações em seus livros (já na primeira página de Tropa de elite, é feita uma comparação com Romário), há o DVD “Bola pra frente”, que lança mão dos ensinamentos desse esporte popular para o gerenciamento de trabalho em equipe. Para a nova obra, não foi preciso nem mesmo o “saco da verdade”. “Percebi que na Polícia Militar há pessoas que são policiais e outras que estão (sic) policiais por falta de opção. E o mesmo acontece com alguns vendedores.” No fundo, tudo está voltado para vendas. “A missão de vender é de cada colaborador da empresa, todos têm de vender o tempo todo, para todo mundo”, afirma Luppa. Em seu site (www.luispauloluppa.com.br), tudo está à venda: livros, DVD, CD de áudio, pôsteres e mouse pads, camisetas e bonés, além de assessoria e treinamento. Afinal, ele é o cara, ele é vendedor. Pede pra sair!
Princípios de marketing
Logísticano Logística no Comércio Exterior
Editora: Pearson Education Autores: Philip Kotler e Gary Armstrong Preço: R$ 99,00
Editora: Aduaneiras Autor: Luiz Augusto Tagliacollo Silva Preço: R$ 36,00
Chega à 12ª edição o clássico que apresenta o mundo do Marketing moderno de maneira prática. Através de um quadro conceitual de valor e relacionamento com o cliente, o Marketing é abordado em temas como construção e gerenciamento de marcas, administração do retorno das ações e domínio das novas tecnologias. Para aproximar a teoria da realidade, casos novos e atuais são descritos no “Panorama brasileiro”.
A logística é abordada por uma ótica sistêmica, contemplando todo gerenciamento da cadeia de abastecimento internacional e ampliando a visão logística nos negócios internacionais nesta obra. Segundo relata o professor: “Novas ferramentas de logística tornam-se essenciais para empresas que atuam no mercado internacional. Certamente, aquelas que souberem agregar valor a estas operações, propiciando uma melhor eficiência na cadeia, terão naturalmente um diferencial estratégico”.
Gestão estratégica de embalagem Editora: Pearson Autor: Fábio Mestriner Preço: R$ 56,00
O livro do professor e designer Mestriner busca auxiliar profissionais da área de Design, Marketing e Comunicação a entender o sistema e identificar as necessidades do ramo de embalagem. Entendida como um recurso estratégico de competitividade, a embalagem faz parte das diversas áreas da empresa, como o planejamento e gestão. Elaborado pelo autor, o Programa de Inteligência de Embalagem ajuda a detectar problemas e desenvolver a estratégia mais adequada para cada produto.
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Rei das analogias
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ANÁLISE ECONÔMICA
Bolsa de Valores: recomendação para 2008 Investimentos no mercado de capitais exigem seletividade na escolha dos papéis Temos a impressão de que a economia brasileira começa a achar o caminho para um crescimento sustentável. O PIB apresentou crescimento próximo de 5% em 2007 e 4,5%, aproximadamente, em 2008. Juros mais baixos, inflação sob controle, emprego e consumo crescendo contribuirão positivamente para o bom andamento da economia interna. No lado externo, a grande preocupação será o comportamento do dólar. Se exportar está mais complicado, as indústrias acertadamente focarão mais no mercado interno, o
Outro ponto, e não menos importante, do lado externo passa pelo processo de desaquecimento da economia norte-americana, que, na nossa visão, continuará ainda provocando nos próximos meses volatilidade aos mercados, mas, em princípio, sem grandes estragos nas economias globais. Nosso grande receio, a exemplo de anos anteriores, que exigirá monitoramento constante está focado nas atitudes do poder público. Investimentos prioritários em infra-estrutura, aeroportos, estradas, educação, saúde e segurança, parece que, mais uma vez, serão relegados a segundo plano. O governo não se empenha em segurar os gastos públicos. Em 2007, as despesas do governo devem apresentar crescimento em torno de 15% em relação a 2006, lembrando que inflação não baterá 4,5%.
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Temos a impressão de que a economia brasileira começa a achar o caminho para um crescimento sustentável. Juros mais baixos, inflação sob controle, emprego e consumo crescendo contribuirão positivamente para o bom andamento
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que é bom. Mas são as importações que começam a preocupar, e aí poderemos analisar por dois aspectos: primeiro, importar máquinas e equipamentos moderniza nosso parque fabril com conseqüente ampliação da capacidade produtiva; segundo, o País fica menos competitivo, ocorrerá perda de clientes duramente conquistados, e as exportações perderão espaço em relação às importações.
O dólar deve continuar na sua trajetória de queda. Somente um fato externo negativo de grandes proporções que atinja os mercados emergentes pode mudar a tendência. Juros, idem. Logo: renda fixa menos atrativa. Se estivermos corretos, a grande alternativa para investimento em 2008 será pelo quinto ano consecutivo a bolsa de valores. Isso sem contar com a tão
por Ivan Wagner de Souza Analista da Leme Investimentos
esperada classificação do Brasil no grau de investimento, o que com certeza impulsionará ainda mais o mercado. Apontamos a bolsa de valores como sendo a principal alternativa para rentabilizar suas aplicações em 2008, mas atenção: seletividade na escolha dos papéis é o nome do jogo! Como mencionamos, a bolsa de valores irá para o quinto ano consecutivo de valorização, o surgimento de fatos inesperados pode ocasionar movimentos significativos de realização de lucros, e aí a defesa deve prevalecer. A questão será: quais setores serão os maiores beneficiados? Quais empresas? Em que momento realocar sua carteira para ações mais defensivas? Quando comprar? Quando vender? Nossas recomendações: 1) tenha em mente que seu horizonte de retorno para investimento em ações deve ser sempre de médio e longo prazos (acima de 12 meses); 2) o mercado acionário não deve ser encarado como uma jogatina, compro hoje e já vendo amanhã. Isto até pode acontecer, mas não é a regra. Procure empresas com bons fundamentos, bem administradas, em setores promissores, de preferência ligadas ao crescimento da economia doméstica; 3) tenha cuidado, o mercado acionário não é para amadores. Estes, na maioria das vezes, pagam a conta; 4) invista parte de seus recursos em renda variável, procure especialistas para lhe orientar, investimento combina com segurança, e por último aplique a diferença na renda fixa, principalmente em alternativas pré-fixadas.
Nome Ação
Tipo Ação
Participação Bovespa
ALL Amér Lat Am Inox Br Ambev Aracruz B2W Global Bradesco Bradespar Brasil T Par Brasil T Par Brasil Telec Brasil Braskem CCR Rodovias Celesca Cemig Cesp Comgás Copel Cosan CPFL Energia Cyre Com-ccp Cyrela Realty Duratex Eletrobrás Eletrobrás Eletropaulo Embraer Gafisa Gerdau Met Gerdau Gol Ibovespa Ipiranga Pet Itaubanco Itausa Klabin S.A. Light S.A. Lojas Americ Lojas Renner Natura Net Nossa Caixa P. Açúcar-CBD Perdigão S.A. Petrobras Petrobras Sabesp Sadia S.A. Sid Nacional Souza Cruz TAM S.A. Telemar N L Telemar Telemar Telemig Part Telesp Tim Part S.A. Tim Part S.A. Tran Paulist Unibanco Usiminas VCP Vale R Doce Vale R Doce Vivo
UNT N2 PN PN PNB ON PN PN ON PN PN ON PNA ON PNB PN PNB PNA PNB ON ON ON ON PN ON PNB PNB ON ON PN PN PN
1,82 0,16 1,31 0,93 1,32 3,79 1,41 0,43 0,66 0,80 1,98 1,19 1,04 0,26 1,90 1,37 0,23 0,99 1,86 0,88 0,14 1,30 0,67 1,09 1,29 0,85 0,93 0,81 0,87 2,60 1,40 100,00 0,30 2,84 2,29 0,58 0,38 0,86 0,99 1,27 1,86 0,68 0,77 1,11 2,23 12,48 0,65 1,04 2,42 0,57 1,40 0,37 1,03 2,24 0,27 0,32 0,53 1,34 0,44 2,69 3,41 0,74 2,96 11,67 1,01
PN PN PN PN ON PN ON ON PN ON PN ON ON PN ON PN ON ON PN PNA ON PN PN PN ON PN PN UnN1 PNA PN ON PNA PN
Inflação (%)
Até 22/1 Janeiro -14,10 -2,80 -6,50 -12,60 -9,00 -17,20 -22,60 5,90 -14,20 -18,50 -5,60 -8,80 -14,50 -12,10 -6,40 0,60 -10,30 -5,40 7,60 -10,30 -7,70 -12,60 -21,80 -9,40 -5,10 -7,60 -7,70 -18,30 -16,60 -14,80 -26,40 -12,20 -0,80 -16,20 -16,50 -11,20 -17,60 -13,60 -18,60 -10,90 -10,60 0,80 -16,70 -15,90 -17,60 -17,20 -10,50 -8,20 -8,60 3,70 -18,90 8,00 8,50 15,70 1,40 -1,90 -5,10 -1,30 6,70 -10,30 -6,70 -16,80 -19,70 -14,80 -10,60
Variação % Ano -14,10 -2,80 -6,50 -12,60 -9,00 -17,20 -22,60 5,90 -14,20 -18,50 -5,60 -8,80 -14,50 -12,10 -6,40 0,60 -10,30 -5,40 7,60 -10,30 -7,70 -12,60 -21,80 -9,40 -5,10 -7,60 -7,70 -18,30 -16,60 -14,80 -26,40 -12,20 -0,80 -16,20 -16,50 -11,20 -17,60 -13,60 -18,60 -10,90 -10,60 0,80 -16,70 -15,90 -17,60 -17,20 -10,50 -8,20 -8,60 3,70 -18,90 8,00 8,50 15,70 1,40 -1,90 -5,10 -1,30 6,70 -10,30 -6,70 -16,80 -19,70 -14,80 -10,60
Índice
Dezembro
IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe
Ano
1,76 1,47 0,74 0,82
7,75 7,89 4,46 4,38
Juros/Aplicação (%) Dezembro
Ano
0,84 0,84 0,56 5,89
11,82 11,88 7,18 15,63
CDI Selic Poupança Ouro BM&F
Indicadores imobiliários (%) Dezembro CUB SP TR
Ano
0,58 0,06
7,50 1,44
Juros/Crédito (%) 22/Janeiro
21/Janeiro
Desconto 1,88 Factoring 4,01 Hot Money 3,40 Giro Pré (taxa mês) 2,16
1,88 4,02 3,40 2,16
Câmbio Cotação Dólar Comercial Ptax Euro Iene
R$ 1,8041 US$ 1,4614 US$ 0,0093
Mercados Futuros Dólar Juros DI
Até 22/1
Fevereiro
Março
Abril
R$ 1,795,67 11,13%
R$ 1,804 11,13%
R$ 1,813 11,19%
Contratos mais líquidos Ibovespa Futuro
Fevereiro 56.050
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Carteira Teórica Ibovespa
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AGENDA
19 a 22/2/2008
DESTAQUE
Prêmio Ethos-Valor
www.premioethosvalor.org.br Pré-inscrição: 11/2 a 17/3/2008
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Tendo a responsabilidade social empresarial e o desenvolvimento sustentável como mote, o Prêmio Ethos-Valor chega à oitava edição contabilizando 2,1 mil trabalhos inscritos, e participação de 2,8 mil estudantes e professores de 150 cursos. Na categoria “Professores”, aberta no ano passado, há espaço para artigos de pesquisa, projetos de extensão e planos de ensino. Para estudantes, os trabalhos podem ser de graduação e cursos seqüenciais ou pós-graduação. As datas para préinscrição vão de 11 de fevereiro a 17 de março, e os trabalhos devem ser enviados pelo correio até 18 de março, sem limite de inscrição por autor. As dicas e o regulamento podem ser conferidos no site, onde a pré-inscrição também é feita.
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Vitória Stone Fair Feira Internacional do Mármore e do Granito Pavilhão de Carapina – Vitória/ES www.vitoriastonefair.com.br – (27) 3337-6855 Com expectativa de 30% de aumento nas exportações em três anos, o setor de rochas ornamentais prepara a 25ª edição da feira internacional. Exclusivo para profissionais, o evento se destaca por reunir representan-
tes da indústria extrativa mineral da América Latina, com 450 expositores nacionais e 120 internacionais. Na vitrine, mármores, granitos, ardósias, rochas ornamentais, máquinas, equipamentos e insumos do segmento.
3 a 6/3/2008
14 e 15/3/2008
Gift Fair Brazilian International Expo Center Norte São Paulo – SP 0800 7733307/www.laco.com.br
Curso de Trade Marketing Transamérica Flat 21st Century São Paulo – SP (11) 3721-3787/www.inventrade.com.br
Lojistas do segmento de brindes, brinquedos e presentes mostram as novidades na 36ª edição da feira, que este ano abre espaço para pequenos artesãos e designers que estão entrando na área de decoração. A expectativa de público gira em torno de 70 mil profissionais, conhecendo produtos de 700 expositores entre utensílios para o lar, mesa, copa e cozinha, além de objetos de decoração e de uso pessoal.
Provocar os alunos a uma avaliação crítica sobre o que é Trade Marketing e propor uma visão aplicada de elementos importantes que possam alavancar os resultados profissionais é o objetivo deste curso. Com uma perspectiva realista das ações desta área, os participantes são orientados sobre os desafios e a viabilidade de projetos através de discussões e análise de cases. Voltado para profissionais de vendas e marketing, gerentes e assistentes de pequenas e médias empresas, o curso tem dois dias de duração.
Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor: www.empreendedor.com.br
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E–EMPREENDEDOR
Interatividade
Reportagens multimídia
Com o propósito de ser mais dinâmico e interativo, o novo portal Empreendedor dispõe de espaços para comentários em cada notícia, reportagem e artigo divulgados. Abaixo, você pode conferir algumas opiniões de quem acompanha as informações do site:
Confira no site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) as ferramentas multimídia, como áudio, imagem e vídeo, que integram e complementam as matérias das publicações mensais da Editora (Revista Empreendedor e Revista do Varejo). “A inovação tem atraído mais leitores para o site, devido ao formato dinâmico de apresentar matérias, o que torna a leitura menos ‘maçante’ e mais interativa”, diz Fábio Mayer, editor de multimídia do site.
Neste mês, a matéria multimídia da Revista do Varejo trata sobre os planos de cargos e salários no comércio como forma de garantir a satisfação e o comprometimento dos funcionários. Na Revista Empreendedor, o tema é sobre os investimentos do Sebrae e da Petrobras na capacitação de empresas de menor porte para a cadeia produtiva de combustíveis. Para ver estas e outras reportagens multimídia, clique na opção “Multimídia”, no menu à esquerda do site.
“Em determinado momento, temos que nos investir de empreendedor. Esta ação, se não prepararmos adequadamente, nos levará a uma situação de caos. Empreender não se resume unicamente em descobrir seu mercado, mas também ter uma educação empreendedora para que possamos entender todos os processos de uma empresa.” Amadeu Nascimento, sobre o artigo “Empresa própria pode ser um bom negócio”. “Sempre quando vou a São Paulo, visito a Ravil. O sr. Sebastião é sensacional, e a loja, excelente! Parabéns!” Lucio Baena de Melo, sobre o personagem tema da reportagem “De office-boy a varejista”. “Esta matéria está indo ao encontro das necessidades de muitas pessoas em todo o mundo, quero parabenizá-los por esta matéria fantástica.” Geraldo Humberto Vicente, sobre a notícia “Microsoft lança soluções para gerenciamento da infra-estrutura de TI”. “Muito bom esse espaço na net para novos negócios, acho legal essa coisa de não ter um espaço físico e conseguir fechar negócios on-line.” Dils, sobre a reportagem “A doce fama virtual”. Para enviar comentários, é muito simples: basta clicar no link “Comente”, no final de cada matéria, notícia e artigo do site Empreendedor.
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Incentivo à leitura
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FORMATO RSS Acesse o site Empreendedor (www.empreendedor.com.br) e saiba como receber as manchetes, um resumo e um link de cada novo conteúdo publicado.
Uma das novidades do novo formato do site Empreendedor é a seção “Leitura”, que oferece informações sobre os últimos lançamentos de livros focados em assuntos empresariais. As obras são atualizadas no portal, pelo menos, cinco vezes ao mês. E quem navega pelo espaço tem a possibilidade de comprar os livros através de uma parceria com o site Submarino.
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