Empreendedor 163

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ESTRATÉGIA: A FORÇA DO LICENCIAMENTO

CRÉDITO: BNDES VAI LANÇAR PORTAL PARA MPE

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EMPREENDEDOR – HOR A DE EMIGR AR – ANO 14 N o 163 MAIO 2008

Hora de emigrar

IS SN 1414-0 152

ANO 14 N o 163 MAIO 2008 R$ 9,90

Países sul-americanos oferecem incentivos generosos para atrair investimento direto de empresas brasileiras Chile está no topo do ranking latino-americano para se realizar negócios

RESPONSABILIDADE SOCIAL: “AINDA HÁ MUITO POR FAZER”, DIZ ITACARAMBI, DO INSTITUTO ETHOS


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N E S TA E D I Ç Ã O

18 PAÍSES ATRAENTES JHONATTAN BALCÁZAR DURAN

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A internacionalização da empresa é alternativa para ganhar competitividade e enfrentar concorrentes globais, segundo consultores do mercado. Até mesmo pequenos empreendimentos podem aproveitar as vantagens oferecidas por outros países, como impostos mais leves, mão-de-obra barata e bons acordos internacionais. Na América do Sul, Colômbia, Chile e Uruguai destacam-se pela redução da burocracia e estímulos à implantação de empresas estrangeiras em seus territórios.

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26 | INOVAÇÃO Casca preciosa

32 | TENDÊNCIA Gestão de grifes

40 | MEMÓRIA De carona

O que antes era jogado no mar e terrenos baldios, sem nenhum tratamento, agora pode ser reaproveitado com alta rentabilidade. Mais de 1 mil toneladas de cascas de ostras deixarão de ser desperdiçadas para virar um produto que concorre com o mármore.

A concentração de grifes em grupos de gestão de marca é uma tendência iniciada nos anos 1980, nos Estados Unidos, e que no Brasil ganhou força a partir de 2006. Para uma união vantajosa, é preciso equilíbrio entre objetivos de retorno financeiro e de imagem.

O apelo de personagens, marcas, esportistas e celebridades dos mais variados ramos sempre ajudou a abrir portas e vender produtos, como mostra a releitura de reportagem publicada há 11 anos sobre licenciamento, segmento que ainda tem muito a crescer.


CASA DA PHOTO

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PERFIL Beatriz Dockhorn

16 | ENTREVISTA Paulo A. Itacarambi O diretor-executivo do Instituto Ethos faz uma análise sobre a responsabilidade social empresarial no Brasil e sua evolução nos últimos 10 anos. O tema passou a ser visto como estratégico pela sociedade, mas o País ainda carece de resultados concretos.

60 | FRANQUIA Malas prontas O segmento de turismo cresce constantemente no Brasil, seja a lazer, seja a negócios. Na ponta desse mercado de R$ 60 bilhões ao ano estão as agências de viagem, pequenas empresas com menos de 10 funcionários em geral e opções no sistema de franchising.

52 | VOZ DA | EXPERIÊNCIA Ricardo Zema

O BNDES procura diminuir a falta de informações sobre as linhas disponíveis, uma das principais reclamações dos empresários. Até o início de 2009 a instituição coloca no ar um portal voltado para MPEs, que também deve ajudá-las a obter melhores condições.

Com apenas 21 anos, ele assumiu os negócios criados pelo avô, em plena crise financeira. Contrariando as expectativas dos sócios, Ricardo reverteu o quadro, transformando a empresa de atuação regional em um sólido grupo nacional.

28 | GESTÃO Líderes em ação

56 | TI Dono do número

Independente de cada situação exigir um estilo de liderança diferente, é intrínseco de um bom líder influenciar as pessoas a dar o melhor de si e a evoluir, pelo exemplo e pela coordenação, obtendo assim os resultados planejados para a corporação.

A portabilidade numérica vai romper um dos últimos elos entre usuário de telefonia e operadora. Até março do ano que vem, consumidores de todo o Brasil poderão trocar de companhia telefônica e manter o número da linha.

GABRIEL SCHMIDT

Ex-ginasta e professora de educação física, ela começou a fazer roupas de ginástica para si mesma após uma gravidez, e acabou descobrindo um nicho inexplorado. Hoje, depois de reconstruir o patrimônio destruído por um incêndio, vende para 42 países.

L E I A TA M B É M 08 12 50 68 74

EMPREENDEDORES NÃO DURMA NO PONTO PEQUENAS NOTÁVEIS NEGÓCIO CERTO PRODUTOS E SERVIÇOS

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AGENDA LEITURA INFORMAÇÃO E CRÉDITO ANÁLISE ECONÔMICA E-EMPREENDEDOR

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36 | CRÉDITO Sem ruídos

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EDITORIAL

A

chamada de capa principal (Hora de emigrar: países sul-americanos oferecem incentivos generosos para atrair investimento direto de empresas brasileiras) não é um clamado para as companhias nacionais deixarem o País e investir em seu território natal. Muito pelo contrário. A internacionalização é uma forma de ganhar forças para

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competir no mercado global, não apenas pelas vantagens existentes em outros países, como também pela capitalização e, principalmente, pelo grau de profissionalização que a operação exige. E quanto mais fortes as empresas brasileiras, mais divisas são geradas, porque se exportam serviços, produtos e matérias-primas. O Brasil vive um dos melhores momentos econômicos das últimas décadas e tem melhorado o ambiente para o empreende-

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dorismo. O PIB deixou de patinar, a produção industrial continua a crescer e não há sinais de comprometimento da capacidade instalada, foi criada uma lei específica para estimular os negócios de micro e pequenas empresas, e uma proposta de reforma tributária foi encaminhada ao Congresso. A inflação está sob controle, o superávit primário é considerável e as reservas estão na casa dos US$ 200 bilhões, o que, entre outros fatores, levou a agência de classifio cação de riscos Standard & Poor’s (S&P) a c conceder ao País, no final de abril, o carimc bo de grau de investimento. A avaliação, a b ser seguida por outras agências, deve favos recer a entrada de investimentos diretos, r de longo prazo. Por outro lado, se mantida d a altíssima taxa de juros, pode ocorrer uma depreciação ainda maior do dólar ante o d real, o que dificultaria ainda mais a vida das r empresas exportadoras. e Mas o Brasil, apesar de ser a maior economia e o segundo maior destino de e investimentos diretos da América Latina i (perde para o México, neste quesito), não ( é o melhor país da região para se empreender. d Neste ponto, Colômbia, Chile, Peru e Uruguai, principalmente, oferecem um amU biente totalmente favorável à instalação de b empresas: impostos mais leves ou até mese mo isenção tributária, mão-de-obra barata m e bons acordos de comércio internacional, além de infra-estrutura logística e de apoio à produção. É preciso que o Brasil olhe com humildade para seus vizinhos e tire uma boa lição. Ou melhor, é preciso que nossos políticos deixem de brigar exclusivamente pelo poder e passem a lutar por um país melhor, concentrando-se na implementação de um projeto nacional.

CEDOC

Alexsandro Vanin

O Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 2106-8666 ou pelo e-mail imagem@empreendedor.com.br

A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor: Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@ empreendedor.com.br] – Repórteres: Camila Stähelin, Cléia Schmitz, Débora Remor, Francis França e Marco Britto – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira, Casa da Photo, Gabriel Schmidt, Jhonattan Balcázar Duran, Lio Simas e PurestockX – Revisão: Lu Coelho Sedes São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba – Executivos de Contas: Érika Kaiser, Gesner C. Vieira e Nassara Kedman – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São Paulo – SP – Fone: (11) 3214-1020 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executivos de Contas: Vitor Hugo de Carvalho [vitorhugo@empreendedor.com.br] e Nelson Rosa [nelson@ empreendedor.com.br] – Executivo de Atendimento: Ronaldo César Pacheco [ronaldo@empreendedor.com.br] – Av. Osmar Cunha, 183 – Ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda – Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] – Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 Brasília Ulysses C. B. Cava [ulyssescava@gmail.com] – Fone: (61) 3963-3208/9975-6660/9951-1878 – SRTVN Quadra 702 – conjunto P – sala 3049 – Ed. Brasília Radiocenter – 70719-900 – Brasília – Distrito Federal Paraná Merconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [comercial@merconet.srv.br] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo [ag_camargo@terra.com.br] – Rua Arnaldo Balvê, 210 – Jardim Itu – 91380-010 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3340-9116 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [comercial@sbfpublicidade.com.br] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fone: (31) 2125-2900 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – Diretora: Luzia Correa Weiss – Fone: 0800-9797979 – [assine@empreendedor.com.br] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 20%, pagando somente R$ 95,04. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30. Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora CTP – Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda – São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br


C A RTA S Foco bem definido

Pequenos negócios, grandes times Bem interessantes os pontos levantados pelo artigo “Peneira de aptidões”, de Marco Britto e Natacha Amaral, publicado na edição de abril. Mesmo os pequenos negócios precisam de um grande time. Acredito que é mais importante e vital para as empresas que tenham poucos colaboradores acertar de primeira, pois nem sempre terão tempo e recursos para continuar tentando acertar no seleção de pessoas. O diferencial está na mentalidade do empreendedor. Às vezes ele quer resolver tudo sozinho e acaba custando mais caro esta improvisação. Sérgio Bogaert, do Núcleo de Desenvolvimento em Vendas (www.ndv.com.br)

Editora Empreendedor domina etapa regional do Prêmio Sebrae de Jornalismo A Editora Empreendedor está na final nacional do Prêmio Sebrae de Jornalismo em duas categorias: Mídia Impressa Segmentada, com “Berço Esplêndido”, grande reportagem desenvolvida por toda a equipe de redação da Revista Empreendedor e publicada na edição de dezembro de 2007; e Webjornalismo, com “Fuja da falência”, da jornalista Carla Kempinski, editora do Portal Empreendedor. Os dois trabalhos foram classificados em primeiro lugar em suas respectivas categorias na Região Sul. Na etapa regional, a Revista Empreendedor ainda teve outros três trabalhos selecionados na categoria Mídia Impressa Segmentada: “Empreendedores da fé” e “Virtuais, mas nem tanto”, de Alexsandro Vanin, e “O apelo do hobby”, de Fábio Mayer. O outro finalista regional foi “Por um mercado mais justo”, de Andréa da Luz, publicado na Revista do Varejo, também publicação da Editora Empreendedor. Os vencedores nacionais serão anunciados durante o mês de maio. Nesta primeira edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo, 618 trabalhos de todo o Brasil foram inscritos.

Fico bastante motivado toda vez que leio histórias de sucesso como a de Lourival Mariano, da Petink Serigráfica (“Árduo caminho”, por Marco Britto, publicado na edição de março). Remontam organização, dedicação e acima de tudo um verdadeiro comprometimento com estratégias e plano de ação bem elaboradas. Parabéns e sucesso, Lourival. Obrigado por desenvolver seus insights empresariais. Com eles acredito que possa dar um norte referencial aos jovens empresariais com dificuldades para alavancar seus nichos de negócios. Giovatan de Souza Bueno

Funcionários satisfeitos, empresa no azul

Acabamos de receber a Revista Empreendedor de abril com a matéria “Lucros da motivação”. Parabéns pelo conteúdo. E que ótimo exemplo de empresa, hein? Solange Gonçalves, da Accesso – Assessoria de Comunicação

ERRATAS: Na matéria “Nosso banco” foram cometidos dois erros. O valor correto do patrimônio da Escola Salvador Jesus Cristo ultrapassa R$ 3 milhões (e não bilhões, como informado), e o nome da esposa de Itamar Penteado é Marta (e não Sara, que é a filha). Na matéria “Receita ideal”, por equívoco foi informado o faturamento da empresa Petink Serigráfica, de Lourival Mariano (personagem da seção perfil da edição anterior), como sendo da Indústria de Cosméticos Adélia Mendonça. A empresária preferiu não revelar o resultado financeiro da empresa. Na matéria “Lucros da motivação”, a data correta de início do Grupo de Trabalho Integrar, da Knowtec, é janeiro (e não novembro de 2007), e os três ambientes da área de lazer são sala de jogos (sinuca e videogame), sala de descanso e estúdio com isolamento acústico.

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Carta do Mês

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EMPREENDEDORES

Margarete Scherer

CHOCOSOJA Responsável pela idéia de lançar o Ovo de Páscoa diet à base de soja, a gerente de marketing Margarete Scherer comemora os resultados colhidos pela Olvebra, empresa de industrialização da soja. Sem lactose nem adição de açúcar, o Chocosoy diet foi às prateleiras com o aval da Associação Nacional de Assistência aos Diabéticos.

Os ovos Chocosoy da Olvebra podem ser encontrados em lojas especializadas em produtos naturais, mercearias, atacadistas e nas principais redes de supermercado. As vendas pela internet também são crescentes, já que a empresa entrega em qualquer lugar do País.

www.olvebra.com.br

Gelson Zardo

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CAMINHO DA ESCOLA

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Fabricante de miniônibus, a Volare ainda festeja o recorde de produção e vendas do ano passado, com crescimento de 14%. São 3 mil unidades a mais na frota circulando pelo País. “Nosso crescimento no segmento de fretamento e turismo, responsável por 38% das vendas dos modelos da marca, foi um dos principais fatores para o excelente desempenho”, avalia Gelson Zardo, diretor da unidade de negócios. Fundada em 1998, a empresa tem projetos ambiciosos para o aniversário de dez anos. A Volare quer fornecer 1,4 mil miniônibus para as prefeituras do País, participando do projeto “Caminho da Escola” para renovação da frota para transporte escolar, do governo federal. A exportação também é uma das apostas, já que, em relação a 2006, o crescimento foi de 38%, com destaque para África do Sul, Angola, Argentina, Chile, Paraguai e Venezuela.

(54) 2101-4000/www.volare.com.br


Ana Cristina de Souza Gomes

AMIGA DA NATUREZA Especializada em pisos cimentícios ecologicamente corretos, a Solarium Revestimentos comemora a parceria com o escritório de arquitetura Point of Design. Com isso, a empresa começa o ano de 2008 embarcando dois contêineres para o Messina Beach Hotel, no Kuwait. Para a fundadora e presidente da Solarium, Ana Cristina de Souza Gomes, a parceria veio para fortalecer a internacionalização dos produtos e marcar o início das operações do Departamento de Exportações. Com dez anos de atuação no mercado, a Solarium reveste ambientes externos e internos, e possui patente nacional na produção de revestimentos à base de cimento, atérmicos e antiderrapantes.

0800 774-4747

Sylvio Emygdio

Baseada num cenário positivo de forte demanda de documentos digitais e redução nos preços dos equipamentos, a Winsdata cresceu 35% em 2007 atendendo principalmente a grandes corporações. A novidade para 2008 é que pequenos escritórios podem contar com o apoio e a experiência no gerenciamento de documentos eletrônicos e de conteúdo empresarial. Segundo Sylvio Emygdio, diretor executivo da Winsdata, “gerenciar documentos com total eficácia não é preocupação apenas das grandes corporações”. (11) 3159-2211 www.winsdata.com.br

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DE OLHO NOS PEQUENOS

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EMPREENDEDORES

Fábio Calegari

NOVO NOME A mudança de foco da produção levou a empresa a trocar também o nome, e a e-Logicon agora se chama Simova, sigla de Soluções Inteligentes de Mobilidade e Valor Agregado. O diretor comercial da Simova, Fábio Calegari, explica que a companhia se dedicará a desenvolver e implantar soluções para dispositivos móveis e espera crescimento na ordem de 300%. A explicação e o entusiasmo acompanham os números da demanda corporativa por ferramentas que proporcionam mobilidade. “Nossa meta é conquistar 20 novos clientes em 2008 em todo o Brasil”, comenta ele, que vislumbra a abertura de duas filiais da empresa paulista. www.simova.com.br

Sueli Maria Bravi Conte

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CONSCIÊNCIA SOCIAL

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Fundado há 24 anos na capital paulista, o Colégio Renovação lançou o projeto Salário Mínimo. A ação, idealizada pela fundadora e diretora da entidade, Sueli Maria Bravi Conte, tenta conscientizar os 90 alunos envolvidos para o valor do dinheiro. “O foco principal do projeto está no excesso, no consumismo exagerado e na vivência, para que os alunos sintam e enfrentem a dificuldade pela qual passam milhares de brasileiros, que precisam administrar bem o salário mínimo para garantir moradia, alimentação e medicamentos à família”, diz. Inserido na disciplina de Geografia, o projeto terá o apoio das aulas de História, Filosofia e Orientação Profissional. (11) 5073-5231

Altair Silvestri

NOVOS NICHOS O presidente da Intelbras comemora o crescimento de 64% na receita bruta e a criação de novas unidades de negócios. “Além dos bons resultados com produtos de telefonia corporativos e de consumo, também experimentamos um ingresso bem-sucedido na área de segurança eletrônica e de informática”, afirma Altair Silvestri. A líder na fabricação de centrais e telefones ainda contabiliza a aquisição da mineira Maxcom e da paranaense Nova Computadores em meados de 2007. Para Silvestri, a Intelbras se consolida na integração de soluções em comunicação, “aproveitando nossa rede de distribuição em todo o território nacional”, completa. www.intelbras.com.br


Orlando Gomes

PALMILHAS NA REDE O objetivo é crescer 40% e aumentar a participação nos mercados da América Latina. Com esses planos, a fabricante de palmilhas Impec começou o ano apostando no comércio eletrônico dos seus mais de 250 produtos e reforçando as vendas por representantes e telemarketing. “Além disso, lançaremos a linha de solados injetados de borrachas e ampliaremos as linhas de bojo (para lingeries e biquínis) e a Domus (doméstica)”, explica Orlando Gomes, presidente da Impec.

(16) 3713-7444/www.impec.com.br

Daniel Duarte

As expectativas para 2008 em relação à telefonia sobre IP animam ainda mais o diretor executivo da Tellfree, Daniel Duarte. Os resultados do ano passado mostram crescimento exponencial, quando a empresa contabilizou 200 cidades atendidas, com mais de 11 mil clientes. Para manter o crescimento em 100%, Duarte explica que a empresa vai investir R$ 7 milhões. “Acreditamos que o mercado de VoIP no Brasil crescerá ainda mais em 2008, porque a tecnologia está mais conhecida e consolidada, e as dúvidas quanto à qualidade e segurança têm diminuído significativamente”, justifica. (11) 2126-2705/www.tellfree.com.br

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EM ALTA

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E N T R E V I S TA

Paulo Augusto Itacarambi

MUITO POR FAZER Responsabilidade social é tema discutido pela sociedade, mas as empresas ainda precisam tirá-lo da esfera do marketing e assumir uma gestão sustentável

CASA DA PHOTO

por Cléia Schmitz

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cleia@empreendedor.com.br

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O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social está completando uma década de um forte trabalho de sensibilização das organizações empresariais para as questões ambientais e sociais. No início, poucos acreditavam que a proposta de um grupo de empresários e executivos da iniciativa privada teria reflexos sobre a gestão de alguma empresa. O que se vê hoje é muito diferente daquela visão de descrédito. O Instituto tem 1.354 empresas associadas, de diferentes setores e de todos os portes, que somam um faturamento anual equivalente a 35% do PIB brasileiro. E não há empresário sério que não veja a responsabilidade social como um assunto estratégico. Na última década, a questão também chegou ao

mercado de ações. Junto com seus balanços econômico-financeiros, as empresas passaram a divulgar balanços sociais, com indicadores cada vez mais avaliados por acionistas. Tanto que a Bovespa, em parceria com várias instituições, incluindo o Ethos, criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), uma carteira de ações que serve como referência para os investimentos socialmente responsáveis. Na mesma direção, instituições financeiras estão criando fundos éticos e de responsabilidade social. O assunto também ganhou espaço na TV, em jornais, revistas e outros veículos de imprensa. “O termo responsabilidade social nasceu com o Ethos, que ajudou a promover e reunir os principais instrumentos para que as empresas operem dentro desse conceito”, afirma Paulo Augusto Itacarambi, diretor-executivo do Instituto. Convidado pelo empresário Oded Grajev, um dos fundadores

do Instituto, a ajudar no planejamento estratégico do Conselho Deliberativo, o engenheiro integrou a equipe da entidade em 1999 e acompanhou toda a evolução do conceito e das ações de responsabilidade social. “Criamos uma agenda positiva de responsabilidade social, promovendo o diálogo de boa vontade entre empresas e outros setores da sociedade. Isso permitiu ações importantes como o Pacto Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, o Pacto Nacional de Integridade e Combate à Corrupção e a criação, em parceria com outras organizações, do Fórum Amazonense.” Mas ainda há muito que fazer. Na entrevista a seguir, Itacarambi diz que as pessoas têm razão quando pensam que há muito de marketing nas ações sociais divulgadas por empresas. “O assunto está em pauta, mas ainda temos pouca coisa em resultados concretos.”


Qual é a participação da sociedade nessa discussão? Itacarambi – A própria sociedade está demandando um novo comportamento das organizações, no sentido que elas assumam responsabilidades sobre os efeitos de suas ações. É o que eu chamo de movimento de responsabilização. As pessoas perceberam que as atividades econômicas interferem no clima, nos recursos naturais e nos próprios valores da sociedade, no tratamento ao idoso, aos deficientes físicos, aos negros, às crianças. A economia tem efeito também no desequilíbrio social, na pobreza. A desigualdade não nasce do nada, ela é resultado da forma como a sociedade produz e consome, ou seja, de como ela se organiza. As pessoas estão cada vez mais conscientes disso e há uma expectativa grande e crescente de que as organizações dêem respostas a essas questões. E quais são as responsabilidades que as empresas estão assumindo? Itacarambi – Temos três níveis de resposta: filantropia, investimento social privado e gestão sustentável do negócio. Algumas empresas assumem responsabilidades pequenas, apoiando projetos sociais com doações, o que nós caracterizamos mais como filantropia. Há outras organizações que assumem responsabilidades mais continuadas, de fazer um investimento social privado, ou seja, sendo parceiras de governos ou de ONGs (organizações

não-governamentais) na solução de problemas. E, por último, há empresas que eu digo que levam a tarefa para casa, para dentro do negócio. Elas assumem responsabilidades de mudar a gestão da sua empresa no sentido de reduzir os impactos que têm sobre as cidades, diminuindo a produção de resíduos, investindo no desenvolvimento dos funcionários, criando oportunidades iguais para mulheres, pessoas com deficiência, negros. É o que eu chamo de fazer a tarefa de casa, esse é o tipo de resposta ideal. Nesse plano da gestão sustentável é que evoluímos muito pouco. Muitas pessoas ainda acreditam que há muito de marketing em responsabilidade social empresarial e pouco em ações concretas. Há mesmo uma distância do discurso para a prática? Itacarambi – Essas pessoas têm razão. Como há uma valorização do tema em toda a sociedade, muitas empresas não querem ficar para trás. Essas organizações vêem o concorrente se posicionando e decidem seguir a tendência. Mas para se posicionar rapidamente, começam a fazer uma propaganda muito maior do que o trabalho de responsabilidade social que estão executando. Às vezes, são apenas ações de apoio a um projeto social de outra instituição, mas a empresa já sai fazendo uma superdivulgação do fato. Há ainda aquelas empresas que se dizem responsáveis socialmente há 20, 30 anos, passando uma men-

Mais dia, menos dia, todas as empresas terão que mudar porque nosso modelo de produção está condenado, ele não é sustentável

sagem de que não vão mudar. Mas as pessoas estão esperando mudanças das organizações e, enquanto essas mudanças não aparecem, elas têm razão em dizer que a maioria das empresas só faz marketing. Isso acaba prejudicando a credibilidade do conceito de responsabilidade social? Itacarambi – Eu não diria que há um descrédito do conceito. Fizemos uma pesquisa junto com o Instituto Akatu sobre a percepção do consumidor brasileiro em relação ao tema. Está muito claro que as pessoas continuam com alta expectativa, mas também há sinais de desilusão. Antes, elas estavam mais entusiasmadas em premiar as empresas que têm comportamento diferenciado, falando bem delas. Hoje, já tem menos gente disposta a isso. Há muita gente que quer regulamentação por parte do governo. Isso é sinal de que as pessoas estão desiludidas, não acreditam mais que as empresas vão mudar por influência e pressão do mercado. Elas acham que as mudanças só virão se tiver pressão mais forte por parte do governo. Isso significa o seguinte para nós, do Ethos: se o mercado não fizer um movimento significativo de mudança, a população vai demandar essas mudanças por outros caminhos. Se formos analisar, isso também é um avanço, as pessoas estão mais atentas, assim como a imprensa, que está entrando mais profundamente na reflexão sobre a responsabilidade social das empresas. Todo esse movimento é importante porque é o que nos fará avançar. O Ethos tem um projeto que estimula a realização de ações de responsabilidade social em toda a cadeia de produção. Como funciona esse programa e qual a sua importância? Itacarambi – O Projeto Tear funciona da seguinte forma: uma empresa monta um grupo de trabalho, que pode ser em conjunto com um grupo de fornecedores ou de clientes. A proposta é desenvolver durante dois ou três anos um programa com uma metodologia que indica o passo a passo para que as empresas formulem uma nova visão sobre responsabilidade social e sustentabilidade. As empresas fazem um diagnóstico de suas práticas, seguido de um plano para mudá-las durante a execução do programa. Nesse processo, elas reanalisam sua visão, e revisitam e redefinem sua missão. É uma oportunidade de criar novos negócios. Como na época do desenvolvi-

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Em dez anos de Instituto, como o senhor avalia a evolução do conceito e das ações de responsabilidade social nas empresas? Quais foram as principais conquistas? Itacarambi – São muitas conquistas. Quando o Ethos foi criado, a primeira coisa que Oded (Grajev, ex-presidente do Instituto, atual presidente do Conselho Deliberativo) fez foi percorrer os veículos de imprensa. Muitas pessoas lhe disseram que o assunto não entraria no coração, no centro dos negócios. E hoje, o tema responsabilidade social está na mesa de todos os executivos, e também em muitos outros espaços, nas universidades, na mídia, nos sindicatos, na sociedade. É uma grande conquista, mas se você me perguntar se já temos resultados, tanto de mudanças concretas nas empresas como na sociedade, eu acho que ainda temos pouca coisa. Ou seja, o assunto é muito discutido, mas temos muito por fazer.

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E N T R E V I S TA

Paulo Augusto Itacarambi

mento da qualidade nas organizações, em que era necessário envolver toda a cadeia de valor, precisamos trabalhar o conceito de responsabilidade social em toda a cadeia, preparando o fornecedor e demandando um outro nível de comportamento dele.

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Isso leva a sustentabilidade para as pequenas e médias empresas? Itacarambi – É um caminho, mas a proposta é desenvolver o comportamento responsável em toda a cadeia de produção. O que vemos não é a empresa grande ensinando a pequena, mas fazendo junto com ela. Aliás, às vezes quem aprende mais é a grande empresa. Do mesmo jeito que não se consegue um produto de qualidade numa empresa só – o conceito tem que estar na cadeia inteira, desde a hora em que se produz a matériaprima até o momento de entrega do produto para o cliente final –, não é possível ter um processo e um produto sustentável se a proposta de responsabilidade social e sustentabilidade não estiver em toda a cadeia. Outro avanço que tivemos nos últimos 10 anos é que se produziu muito conhecimento nessa área. Hoje, as empresas dispõem de métodos e técnicas de trabalho para mudar o seu negócio. É claro que muito mais conhecimento será produzido, mas as ferramentas básicas estão aí. O momento é de fazer.

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Quais os segmentos que mais avançaram em termos de responsabilidade social? Por quê? Itacarambi – Se tomarmos como base as empresas que participam do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da Bovespa, veremos que há muitas companhias do setor de energia elétrica. Isso porque a Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) vem fazendo um trabalho muito forte desde o ano 2000 junto às concessionárias. Desenvolvemos em parceria com a associação os indicadores Ethos/Abradee, e a entidade também criou um prêmio para incentivar as empresas a aprofundarem suas práticas. É um setor que certamente está comprometido com a questão. Há também um movimento muito forte no segmento de mineração. No setor financeiro, há uma diferenciação grande, alguns já posicionados como o ABN e o Itaú, outros se posicionando fortemente como a Caixa Econô-

Progredir é progredir numa direção. Progredir na direção que nós estamos indo hoje é insustentável. Por isso temos que mudar

mica Federal e o Banco do Brasil. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) está promovendo diálogo com os bancos e nós estamos aperfeiçoando os indicadores Ethos/Febraban. Entendemos que o setor financeiro, com seus fundos éticos, pode ajudar muito no processo de desenvolvimento de responsabilidade social e sustentabilidade. Quanto mais ele avançar, mais avançará o mercado. O que uma empresa realmente ganha com ações de responsabilidade social e sustentabilidade? E o que perde ao não executá-las? Itacarambi – O ganho é imenso. Mais dia, menos dia, todas as empresas terão que mudar porque nosso modelo de produção está condenado, ele não é sustentável. Está em curso uma segunda revolução industrial, e o entendimento de sustentável não é apenas de produtos verdes porque não é só o impacto ambiental que precisamos considerar, mas também o impacto social. Senão corremos o risco de mudar tudo e não mudar nada, ou seja, mudamos os produtos e os processos, mas a pobreza e a desigualdade continuam. O que temos que fazer é mudar o padrão civilizatório e essa mudança com certeza virá. Então, é aquela história: ou você se posiciona e ganha mercado ou perde mercado.

Como o senhor vê o mercado de produtos sustentáveis? Como promover a oferta e a demanda desses produtos? Itacarambi – A questão de produtos verdes já evoluiu bastante, mas a de produtos sustentáveis ainda tem muito a crescer. Inclusive, essa é a discussão da 10ª Conferência Internacional Ethos (27 a 30 de maio): como criar mecanismos no mercado que sustentem e que valorizem o comportamento da empresa para a produção sustentável. Saímos da discussão de empresas socialmente responsáveis para mercados socialmente responsáveis, onde as relações entre as empresas passam a levar em conta os critérios de responsabilidade e sustentabilidade social. A idéia é que ao final da conferência a gente apresente propostas de quais mecanismos serão necessários ser criados tanto pelo mercado quanto por regulamentação do governo. O que o senhor responde quando alguém lhe pergunta se progresso e sustentabilidade são compatíveis? Itacarambi – A visão tradicional de progresso está superada porque é uma visão equivocada. É essa mudança que nós precisamos fazer, mudar a visão de progresso. O que, afinal, é ser bem-sucedido? Enquanto a gente continuar acreditando que bem-estar é consumir, ou seja, de que quanto mais eu tenho, mais eu sou bem-sucedido, vamos só gerar o desperdício. Essa não é uma visão boa para a sociedade, simplesmente porque não há recursos naturais suficientes para que todos tenham muito. O progresso dentro de uma visão de bem-estar para todos é compatível com uma visão de sustentabilidade. Se eu produzo retorno para todo mundo de forma equilibrada, eu estou tendo uma atividade sustentável. Dentro desta visão é possível compatibilizar progresso e sustentabilidade. Progredir é progredir numa direção. Progredir na direção que nós estamos indo hoje é insustentável. Por isso temos que mudar a direção.

LINHA DIRETA Paulo Augusto Itacarambi (11) 3616-7575


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NÃO DURMA NO PONTO

MUITO ALÉM DOS PROBLEMAS “Temos um problema”, “como você vai resolver esse problema?”, “isso vai dar problema”, “pare de me arranjar mais um problema”. Essa palavra de oito letras costuma roubar a cena no dia-a-dia das empresas. E as pessoas não têm lá uma grande simpatia por ela, da mesma forma que antipatizam com outra, também de oito letras: trabalho. “Problema: isso vai dar trabalho!” Essa frase costuma vir à tona com uma série de trejeitos negativos. Quem a pronuncia tem sempre a testa franzida, o olhar carregado de preocupação, e uma atitude sisuda, que revela estresse. É fácil concluir, então, que problema não é uma coisa agradável nem desejada. Mas, gostemos ou não, o trabalho nosso de cada dia é feito de problemas. Nada de novo até aqui. Todos sabemos disso. Inclusive (e até principalmente) os líderes. Caso contrário, não assumiriam grandes responsabilidades na empresa, cientes de que quanto mais alto o degrau, maior o número e a diversidade de problemas. Alguns problemas são clássicos, e se re-

param tremendas surpresas, tão complicadas que o cenário vira um circo de horrores. Portanto, eles existem. E não se trata de gostar ou não gostar deles. A questão é como a gente os vê. Problemas são desafios! Sem eles não há como crescer. Enfrentá-los leva pessoas e empresas a se desenvolver, a progredir. Se sabemos disso, então por que nos aborrecemos tanto com os problemas? No fundo, o que nos desagrada é a forma como os problemas são tratados e resolvidos.

A forma tradicional de tratar os problemas “Errar é humano!” Essa é uma frase clássica, que geralmente está na ponta da língua das pessoas que não são responsáveis por corrigir problemas criados por erros. Cá entre nós: no frenesi diário, os erros não são nada bem-vindos. Eles causam prejuízos, aborrecimentos, conflitos. Os líderes não costumam ser muito tolerantes com

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“Problemas são desafios! Sem eles, não há como crescer. Enfrentá-los leva pessoas e empresas a se desenvolver, a progredir”

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petem todos os meses. Parece que são alimentados por alguns sujeitos masoquistas, que preferem ampliar sua vida e quantidade, ao invés de abatê-los, receosos de viver uma crise de abstinência, se deixarem de existir. Outros problemas são extraordinários e pre-

quem os provoca. É aí que entra em cena o mecanismo tradicionalmente usado para evitar erros: o controle. O controle é um sistema de normas, procedimentos e indicadores que tem como objetivo justamente inibir o erro. E aí surge

uma outra série de problemas: às vezes inibe, mas nem sempre resolve; quando resolve, nem sempre erradica; se erradica, quase sempre provoca efeitos colaterais. O controle é sempre uma voz de comando vinda de fora e, por isso, gera mais reação do que aprendizado, mais ameaça do que adverte, mais pune do que educa. E não resolve um problema muito comum: a superficialidade. O problema dos problemas é que as pessoas não dedicam o tempo necessário para compreender e resolver os problemas. Falta, também, método. E o controle não é capaz de suprir essas deficiências. Ao contrário, parece alimentá-las. Ainda assim, quando se apregoa que uma empresa precisa ser mais leve, solta, flexível e abrir mão do controle, isso soa mal aos ouvidos. É como dar um alvará de licença para os erros. E para a proliferação de problemas.

Uma alternativa progressista Há pessoas para quem tudo parece dar certo: trabalho, carreira, finanças, estudos, casamento, relacionamentos, etc. Há outras para quem nada parece funcionar: “Não fui até o fim”, “desisti!”, “deixei pela metade”, “não era a minha praia”, “descuidei de mim”, “voltei ao que era”, “achei que o tempo resolveria”, etc. O que difere o primeiro grupo do segundo tem nome: disciplina. Disciplina é também um tipo de controle, mas a voz de comando não vem de fora, vem de dentro. Um convite para deixarmos de viver na superfície e mergulhar mais fundo. Para muitos, a palavra disciplina tem um significado de obediência cega às normas e regulamentos, como a vivida nos quartéis. Mas não é dessa que estamos tratando aqui. Disciplina significa que cada um de nós se torna “discípulo” de si mesmo, dos seus próprios valores. Reflita sobre essa definição: disciplina é


uma atitude de temperança ao adiar a satisfação, ao mesmo tempo em que se assume o compromisso. Certamente a parte da definição que não nos parece nada agradável é “adiar a satisfação”. Somos treinados para fazer o contrário: procurar a satisfação onde quer que ela esteja. A felicidade é a meta principal e se desviar dela deve ser evitado a todo custo. Talvez seja por isso que disciplina não é uma palavra muito em voga. Mas essa é a palavra que constitui as melhores equipes, constrói as melhores empresas e produz os melhores resultados.

A construção do humano A disciplina nos ajuda a resolver problemas e, na mesma medida, contribui para o nosso desenvolvimento como seres humanos. Daí vai muito além da resolução dos problemas. Pense bem: se os exercícios físicos fazem bem para a saúde do corpo, trabalhar com disciplina faz bem para a saúde da mente e

por Roberto Adami Tranjan

Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953/www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net

Será que boa parte dos problemas em uma empresa, principalmente aqueles que se perpetuam, não está relacionada com a ausência dessas marcas resistentes? A disciplina nos ajuda a ter uma relação mais intensa com o mundo exterior, mantendo a conexão com o nosso mundo interior. Não pense, no entanto, que disciplina é coisa de gênio ou de santo. Muitos são assim considerados pelo mérito da disciplina. Estamos nos referindo a seres humanos comuns e à sua capacidade de produzir desempenhos incomuns, por meio de pensamento e ação disciplinados. Se quisermos erigir uma empresa melhor e mais rica, precisamos de mentes e

da alma. Tem tudo a ver com a educação do caráter. A palavra grega charakter significa “marcas resistentes”, ou seja, algo que existe de maneira indelével. Só o caráter tem o poder de combater os problemas comuns e erradicar os problemas que se eternizam.

corações bem preparados. E, embora muitos ainda considerem a disciplina como algo rigoroso, casmurro, doído, quando é aplicada com sucesso para a resolução de problemas, o sentimento que provoca é de alegria. E essa é a melhor recompensa!

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“A disciplina nos ajuda a resolver problemas e, na mesma medida, contribui para o nosso desenvolvimento como seres humanos”

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Países

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Internacionalização é alternativa para ganhar competitividade e enfrentar concorrentes globais, mesmo para pequenas empresas Francis França francis@empreendedor.com.br

Fazer negócios em território estrangeiro já não é mais exclusividade de gigantes multinacionais. Para enfrentar a concorrência de uma economia globalizada, a internacionalização tem se tornado uma realidade – e uma necessidade – na vida de um número cada vez maior de empresas, incluindo as de pequeno porte. A batalha para reduzir custos leva empreendedores a emigrar, literalmente, para ambientes que ofereçam vantagens competitivas, como impostos mais leves, mão-de-obra barata e bons acordos internacionais. Para Celso Grisi, coordenador do MBA em Gestão de Negócios, Comércio e Operações

Internacionais da FIA/USP, disputar mundialmente por espaço no mercado leva os brasileiros a uma nova fase de raciocínio empresarial. “Não se trata mais de ficar no falso dilema se deve ou não sair do País e buscar alternativa. Quem não sair, pode se atrapalhar muito nos próximos períodos. É importante que as empresas genuinamente brasileiras, com capital nacional, estudem as oportunidades de ampliação fora do País e comecem a pensar na realocação de sua produção”, diz. O Brasil sai em desvantagem quando o assunto é comércio internacional. O fato de priorizar negociações multilaterais e relegar a


segundo plano os acordos bilaterais faz o País perder participação no mercado global. “Enquanto o Chile fez acordos para todo lado e consegue privilégios para exportar e importar, nós ficamos discutindo setor primário na Organização Mundial do Comércio (OMC)”, critica Grisi. Para anular as desvantagens macroeconômicas, a solução encontrada por muitos empresários é se instalar em países com cenários mais favoráveis – como o próprio Chile – e negociar a partir de seus acordos bilaterais. Felizmente, não é preciso cruzar o globo e produzir na China para ganhar competitividade. Nossos vizinhos sul-americanos oferecem

incentivos generosos para atrair investimento direto de empresas estrangeiras. O mais surpreendente deles é a Colômbia que, em cinco anos, recuperou a economia, pacificou o país e agora abre as portas para as empresas interessadas em gerar empregos e riqueza em seu território. A meta do governo é atrair US$ 12 bilhões por ano em investimento direto até 2010. Só no primeiro bimestre de 2008 já recebeu US$ 1,74 bilhão. Para atrair essas divisas, o país oferece incentivos fiscais, leis trabalhistas flexíveis e acordos comerciais com a maior parte dos países das Américas, com meta de estender as relações comerciais para toda a União

Européia até 2010. Um estudo comparativo divulgado pela embaixada colombiana mostra que seria interessante fabricar, a partir da Colômbia, 67 produtos exportados atualmente pelo Brasil aos EUA. A diferença está no imposto de importação, que lá é zero, e aqui passa de 2,5%. Os principais incentivos estão nos segmentos de turismo, biocombustíveis, tecnologia da informação (TI) e serviços. Desde que recuperou o controle das estradas – antes dominadas por milícias armadas – o governo planeja atrair 4 milhões de visitantes por ano e recuperar um segmento estagnado por mais

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Chile é o país latino-americano mais bem colocado no ranking mundial para investimentos diretos

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ALINE CABRAL

C A PA

Argentina População: 39,3 milhões de habitantes Área: 2,7 milhões de km2 PIB: US$ 245,6 bilhões IDH: 0,86 (38º) Crescimento (2007): 8,5% Inflação (2007): 8,5%

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Fonte: Cia – The World Fact Book 2008

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de 20 anos. Para as empresas de hotelaria e serviços turísticos, o país oferece 30 anos de renúncia total de imposto de renda. O estímulo ao combustível verde pretende estimular os agricultores a substituírem plantações ilegais de coca por cana-de-açúcar para produção de etanol e apagar a fama de maior produtor mundial de cocaína. Do cultivo à produção industrial, o biodiesel tem renúncia total de imposto de renda e garantia de estabilidade jurídica por até 20 anos. Para estimular o consumo, tornou-se obrigatória em 2008 a adição de 10% de etanol à gasolina. Há boas oportunidades para a indústria têxtil – produtos à base de algodão – e siderúrgica, além dos segmentos de calçados de couro, autopeças, aglomerados de madeira, pneus, cerâmica e artigos de metal. Outra área em expansão é a de infra-estrutura. Rodovias, portos, aeroportos e ferrovias estão em processo de concessão para investidores. Os empresários brasileiros podem solicitar estudos específicos de cada segmento e agendar visitas ao país com o apoio do escritório comercial do governo colombiano (Proexport), em São Paulo. Os serviços são gratuitos e incluem informações econômicas detalhadas, levantamento de custos e análise setorial para ajudar na escolha do investimento. “Nosso governo sabe que se a economia continuar baseada em café, flor, carvão e petróleo vai

Chile População: 16,5 milhões de habitantes Área: 756,7 mil km2 PIB: US$ 160,7 bilhões IDH: 0,86 (38º) Crescimento (2007): 5,3% Inflação (2007): 7,8% Fonte: Cia – The World Fact Book 2008

acabar perdendo competitividade, por isso estimula a diversificação, principalmente de produtos com alto valor agregado, como os segmentos de TI, autopeças, química e petroquímica, biocombustíveis e indústria têxtil”, diz Carlos Rodriguez, diretor da Proexport.

Encargos trabalhistas Além dos incentivos fiscais, a Colômbia leva vantagem sobre o Brasil em relação aos encargos trabalhistas. Enquanto aqui o peso dos impostos corresponde a 80% do salário do trabalhador, lá não passa de 50%. O custo da mão-de-obra também é significativamente mais baixo. De acordo com o ranking Prices and Earnings 2006 (Preços e Salários) da entidade financeira suíça UBS, o salário bruto de um operário em São Paulo é de US$ 14,6 mil por ano. Já em Bogotá, é de apenas US$ 4,9 mil. Quando se trata de engenheiros, o ganho médio em São Paulo é de US$ 27,7 mil anuais, bem acima dos US$ 15,1 mil pagos na capital colombiana. Apesar dos custos mais baixos, em 2007 a oferta de capital humano qualificado na Colômbia apresentou melhores índices do que no Brasil (7,19 contra 5,03, respectivamente), de acordo com o ranking de competitividade mundial, do Instituto Internacional de Desenvolvimento de Gestão (IMD, na sigla em inglês). Segundo o relatório Doing Business, do Banco Mundial, em 2007 a Colômbia ficou

Colômbia População: 44,3 milhões de habitantes Área: 1,13 milhão de km2 PIB: US$ 422 bilhões IDH: 0,79 (75º) Crescimento (2007): 6,5% Inflação (2007): 5,5% Fonte: Cia – The World Fact Book 2008

em segundo lugar no ranking dos países que mais promoveram reformas para facilitar a realização de negócios (atrás apenas do Egito). A economia tem crescido acima da média da América Latina, com índice de 6,8% registrado em 2006, o mais alto desde 1978. A inflação também caiu drasticamente para 4,5% em 2006, a menor taxa dos últimos 42 anos. Boa parte dos resultados vem da polêmica linha-dura adotada pelo presidente Álvaro Uribe, principalmente em relação à segurança nacional. Ele declarou guerra às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e recuperou o domínio sobre o território nacional. Sob protesto de entidades de direitos humanos, o número de guerrilheiros armados foi reduzido de 20 mil em 2002 para 8 mil em 2006. “O presidente propôs uma política de mão firme, com fortalecimento do exército e da polícia. Em 2004, o território já estava recuperado e os investimentos voltaram. Hoje, o desemprego e a inflação são de um dígito, o déficit fiscal está controlado”, afirma o embaixador da Colômbia no Brasil, Tony Jozame Amar. Apesar das críticas de algumas organizações, o governo conta com 84% de aprovação dos colombianos. O embaixador destaca que a Colômbia é a maior democracia da América Latina – teve apenas cinco anos de ditadura em toda sua história – e por isso pode oferecer segurança aos investidores. “As regras jurídicas não mudam,


MILTON SAURINA

Investimento estrangeiro direto na América Latina em 2006

População: 3,4 milhões de habitantes Área: 176 mil km2 PIB: US$ 21,1 bilhões IDH: 0,85 (46º) Crescimento (2007): 7,2% Inflação (2007): 8,5% Fonte: Cia – The World Fact Book 2008

são estáveis. E fatores de segurança jurídica, territorial e social devem ser levados em conta na hora de se aplicar dinheiro”, diz. O país oferece contrato de estabilidade jurídica com duração entre três e 20 anos para garantir os investimentos. As condições são injeção mínima de US$ 1,5 milhão, aproximadamente, e o pagamento de 1% sobre o valor ao Estado. As vantagens oferecidas pela Colômbia ao setor de TI interessaram à brasileira Datasul, que investiu no ano passado cerca de R$ 8 milhões em franquias na capital e em Medellín, centro econômico do país. Segundo Jean Carlo Klaumann, diretor de novos canais para a América Latina, o país servirá como base para atender o mercado andino. Como apoio da Proexport, a multinacional de software está fazendo uma análise completa do setor de TI para estudar ações que devem alcançar também os países vizinhos, como Peru, Equador e Panamá. Além da Colômbia, a empresa já possui unidades na Argentina, no Chile, e tem hoje cerca de 200 profissionais atuando no exterior. Nas unidades de Bogotá e Medellín, promove a capacitação de equipes de consultores, vendedores e pré-vendas, além de assistentes comerciais. Serão cerca de 30 profissionais especialmente treinados para atuar na Colômbia e no norte andino. Na Argentina, por meio de incentivos

US$ 18,9 US$ 18,7 bilhões bilhões US$ 8,05 bilhões

México

Brasil

Chile

US$ 6,3 bilhões

US$ 4,8 bilhões

US$ 3,5 bilhões

Colômbia

Argentina

Peru

Fonte: Cepal (2007)

fiscais, implantou uma unidade de desenvolvimento e centro de suporte em espanhol, que serve para atender também os mercados paraguaio e uruguaio. As operações no Chile começaram já há alguns anos, com o objetivo de acompanhar o crescimento dos clientes. “Para uma empresa que quer ter clientes

Klaumann: internacionalizar-se é uma necessidade para quem quer ter clientes internacionais

internacionais, internacionalizar-se é uma necessidade”, afirma Klaumann. As unidades fora do País representam apenas 5% do faturamento da empresa, por enquanto, mas com boas taxas de crescimento. Segundo Klaumann, a abertura de um novo mercado exige casos de êxito rápidos para dar sustentação à marca. “O câmbio influencia muito na avaliação de resultados. Além disso, somos fortemente impactados pela legislação de cada país, e as peculiaridades são muitas”, diz o diretor. Compreender e, principalmente, adaptarse às particularidades de cada nação é um dos principais desafios das empresas que pretendem expandir negócios no continente. Por acreditar que os vizinhos sul-americanos são todos iguais só porque falam o mesmo idioma, corre-se o risco de cometer grosserias e trazer sérios problemas para a empresa. De acordo com Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto, consultoria especializada em expansão de negócios, a primeira obrigação do empresário e de sua equipe é saber espanhol. “O ‘portunhol’ é tolerável em uma situação informal, mas em matéria de negócios não é aceitável”, recomenda. A segunda obrigação é estudar sobre a história e relação entre os países. Cherto relata o caso de uma empresa brasileira que tinha negócios em toda a América Latina e criou

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Uruguai

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uma estrutura na Argentina para facilitar a interação. Certa feita, ao confeccionar o material de divulgação que seria distribuído para todas as unidades, um mapa estilizado traçava a fronteira entre Peru e Chile de forma errada. “Quem confeccionou o mapa ignorava que existe uma disputa histórica entre os dois países por causa da fronteira. Deu uma encrenca enorme, uma das unidades se recusou a distribuir o material. Imagine se isso caísse nas mãos dos clientes”, conta. Além dos aspectos culturais, é importante tomar alguns cuidados na hora de internacionalizar e não deixar o senso de oportunidade tomar o lugar da prudência. Cherto recomenda observar especialmente aspectos tributários de remessa de capitais para se certificar de que se poderá trazer o dinheiro de volta para o Brasil depois. É fundamental cercar-se de pessoas qualificadas para estudar o mercado, como consultoria contábil e jurídica e, principalmente, investigar a reputação dessas pessoas, para não cair em golpes. “É sempre conveniente ter um parceiro local, que pode ser uma empresa ou um sócio, para ajudar tanto em questões comerciais quanto em relação a pequenas sutilezas culturais. Chegar a alguma entidade pelas mãos da pessoa certa pode fazer toda a diferença na forma como você será recebido”, diz Cherto. Contar com o apoio de pessoas nativas do país para onde se pretende ir é recomendação unânime de quem já passou pelo processo de internacionalização. Além de ajudar nos contatos e na compreensão das regras locais, um nativo é capaz de olhar para o negócio com a visão do cliente. Wallace Tonon, presidente da Showcolate, rede de franquias de fondue expresso, diz que, nessas horas, o empresário precisa estar preparado para ouvir críticas que nunca ouviu antes. “Tive uma experiência interessante na Espanha. Fui a um mercado para apresentar nosso produto e uma senhora me perguntou por que não tinha chocolate com laranja. Eu disse que não combinava, mas mesmo assim ela me deu laranjas e disse para eu levar. Foi o meu maior sucesso”, conta. Quando abriu sua unidade no Chile, Tonon se deparou com diferenças enormes em relação ao Brasil, tanto nos clientes quanto nos colaboradores. Segundo ele, o consumidor chileno reage diferente ao ver uma novidade. Olha, gosta, mas não compra imediatamente.

Cuidados ao investir fora Situação política Situação econômica Tratados comerciais que o país tem pelo mundo Tratados de bitributação Contenciosos internacionais do país no setor em que pretende investir Concorrências local e internacional Necessidade de sócios locais Formas de remessa de lucro Sistema de tributação butação Garantias legais is de proteção de investimento Valor mínimo para investimento Tamanho do mercado ercado local Poder de compra pra da população Regras para reexportação eexportação de produtos Formas de solucionar ucionar questões judiciais ciais Disponibilidadee de infra-estruturaa Estrutura logística Custo, qualidade e disponibilidade de mãode-obra Como obter financiananciamento local Projetos de desenesenvolvimento do país Fonte: Apex Brasil PURESTOCKX

Com os funcionários, rios o trabalho foi ainda mais difícil, porque o chileno não tem o costume de abordar o cliente, como no Brasil. “O cliente parava na frente da vitrine e o funcionário ficava olhando sem dizer nada. Foi estranho no início, tivemos que reavaliar muitas coisas em relação à abordagem dos clientes em nossos manuais de operação.” Já no Peru o comportamento do público é mais semelhante em relação ao Brasil, diz Tonon, mas, como o poder aquisitivo é menor, apesar da boa aceitação, a empresa precisou adequar preços. As duas unidades re-

presentam cerca de 4% do faturamento da rede – 75% vêm do mercado interno. A Showcolate foi criada em 2003, em Belo Horizonte, e hoje possui cerca de 80 quiosques espalhados no Brasil. No exterior, além das unidades no Chile e no Peru, a empresa também possui franqueados em Portugal, Honduras, Panamá e Estados Unidos. A meta é instalar unidades em todos os países da América do Sul em dois anos. Ainda em 2008 devem ser abertas franquias na Argentina, Uruguai e Venezuela. Tonon escolheu começar a expansão no continente pelo Chile, por ser uma ec economia mais estável.

Topo do ranking r De fato, fato o Chile está em 22º lugar no ranking de países mais atrativos do mundo para realizar ne negócios até 2010, de acordo com a Economist Intelligence Unit (EIU), e segue Econo como o melhor destino de investimentos do continente, na frente inclusive do Méxicon co (42º) e do Brasil (45º). A taxa média de (42 crescimento nos últimos 15 anos é de 5,6%, crescim e a carg carga tributária é a mais baixa da América Latina. Segundo dados do governo, o Fórum Se Econômico Mundial e a UBS consideram o Chile um dos lug lugares mais competitivos para empresas internacionais em termos de custos para se interna fazer negócios, incluindo impostos, instalações negó industriais, mão-de-obra e infra-estrutura. industria Os ccustos com capital humano, tanto de executivos executi quanto de operários, são mais baixos baix do que no Brasil, principalmente devido aos encargos salariais, que variam de 23,24% a 25,95% (para atividades de alto risco) dos rendimentos brutos. De acordo com o relatório Fazendo Negócios em 2007, publicado pelo Banco Mundial, d o Chile também é muito competitivo quando se trata de despesas para abrir um novo negócio. A média de tempo gasto para abrir uma empresa é de 27 dias, e o custo equivale a 9,8% do investimento, com a vantagem adicional de que não há valor mínimo obrigatório para abrir um negócio. Mesmo com as vantagens, Wallace Tonon diz que é preciso cuidado na hora de expandir, principalmente quando a empresa já apresenta boa performance no mercado nacional. “São dois cenários completamente diferentes, e não


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importa os resultados que você tenha no Brasil, lá fora é como começar do zero. É um grande desafio sair da posição de líder e se colocar no mercado como iniciante”, observa. Ele recomenda que os empresários busquem se capitalizar antes de sair do País, pois há imprevistos e aspectos de desempenho que só serão descobertos quando começar a operar fora. Segundo Tonon, os empresários precisam ter em mente que internacionalizar diz respeito muito mais a investimento do que a lucro, e é ilusão achar que se vai enriquecer de forma rápida. Para as empresas de pequeno porte, a maior dificuldade é justamente ter o capital necessário para operações complexas como essa. Nesses casos, Marcelo Cherto aconselha que os empreendedores se vinculem a entidades como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que organiza missões e promove a visita de empresas brasileiras a países potenciais para fazer negócios. “Com essas missões os custos ficam bem mais baixos, e para empresas menores, o melhor caminho é tatear aos poucos, conhecer as pessoas, participar de feiras e missões empresariais organizadas pelos governos”, diz. Um bom caminho também é buscar informações em embaixadas, consulados e câmaras de comércio desses países no Brasil. A maioria dos países sul-americanos tem equipe no Brasil para dar apoio aos investidores. O movimento de internacionalização não faz bem só às empresas, mas à economia brasileira, de maneira geral. O primeiro motivo é a geração de divisas, porque se exportam serviços, produtos e matérias-primas, e, segundo, porque melhora a qualidade das empresas brasileiras. “Muitas delas, para conseguir recursos para internacionalizar, acabam abrindo o capital, o que as obriga a um grau de profissionalização muito maior. Isso é positivo tanto financeiramente como do ponto de vista de aprimoramento das companhias, empresários e executivos”, afirma Marcelo Cherto. Outra opinião unânime entre consultores e empresários é a de que não existe empreendedor mais adaptado a dificuldades do que o brasileiro e, portanto, barreiras culturais e mesmo restrições de capital tendem a ser contornadas com habilidade. Quem consegue se adaptar à complexidade de impostos, normas e leis nacionais, tem capacidade para se sair bem em qualquer lugar.

Paraísos empresariais O que os países deixam de arrecadar em impostos com zonas francas, ganham com a injeção de recursos na economia Na corrida por atrair investimentos diretos, o Uruguai resolveu investir em zonas francas privadas, e os incentivos concedidos às empresas que lá se instalam são difíceis de superar: renúncia fiscal absoluta, para impostos de qualquer natureza. O benefício se estende aos funcionários, não existem encargos trabalhistas, e o salário líquido tem o mesmo valor que o bruto. Existem atualmente 11 zonas francas privadas no país, empreendimentos imobiliários destinados principalmente a abrigar empresas de software e de serviços. Entre as pouquíssimas proibições, estão fabricar material bélico e morar na zona franca. Pelas normas estabelecidas para as zonas francas, as empresas são isentas de quaisquer

tributos nacionais que existam ou venham a existir, bem como estão livres de impostos as operações de entrada e saída de bens, mercadorias, matérias-primas e produtos manufaturados. A liberdade também é dada para a utilização dos recursos. O Uruguai tem um sistema livre de troca de dinheiro que permite ao empresário realizar negócios na moeda que preferir, com liberdade total para transferir divisas ao exterior. O empresário Renato Turk Faria, presidente do Sindicato das Empresas de Informática do RS (Seprorgs), foi convidado a visitar a Zonamérica, uma das zonas francas uruguaias, e ficou impressionado com as facilidades. “Eu não preciso nem de sócios uruguaios para montar um negócio. A única

Na Colômbia, uma única empresa pode se tornar zona franca especial

JHONATTAN BALCÁZAR DURAN

JHONATTAN BALCÁZAR DURAN


tributos aduaneiros. As empresas também ficam isentas de recolher tributos sobre matérias-primas, insumos e bens comprados em território nacional. As exportações das zonas francas para outros países gozam dos mesmos benefícios garantidos pelos acordos comerciais, e estão livres de tributos aduaneiros os equipamentos importados para viabilizar a produção. Existem três tipos de zonas francas especiais – também chamadas de uniempresariais – na Colômbia: de bens, de serviços e agroindustriais. Para se tornar uma zona franca, a empresa precisa obedecer a uma relação entre volume de capital investido e número de empregos gerados. Nas zonas francas uniempresariais de bens, o investimento mínimo é de US$ 32 milhões, e o negócio deve gerar pelo menos 150 empregos diretos. Cada US$ 5 milhões adicionais reduzem 15 empregos. Para o setor de serviços existem patamares diferentes de acordo com o investimento. Para aplicações entre US$ 2 milhões e US$ 10 milhões, devem ser gerados 500 postos de trabalho. Entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões, 350 vagas,

e para investimentos acima de US$ 20 milhões, 150 empregos diretos. Para entidades prestadoras de serviços de saúde, 50% dos empregos podem ser indiretos. Já para Zona Franca Uniempresarial Agroindustrial, o investimento mínimo é de US$ 16 milhões, condicionados à geração de pelo menos 500 empregos diretos.

LINHA DIRETA Carlos Rodríguez (Proexport): (11) 3171-0165 Celso Grisi (FIA/USP): (11) 3245-9236 Jean Carlo Klaumann (Datasul): (47) 2101-7000 Marcelo Cherto (Grupo Cherto): (11) 3549-9910 Renato Turk Faria (Seprorgs): (51) 3311-5533 Tony Jozame Amar (Embaixada da Colômbia): (61) 3226-8997 Wallace Tonon (Showcolate): (31) 2112-7209

Zonamérica, em Montevidéu, é uma das 11 zonas francas privadas do Uruguai

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exigência é que 75% dos colaboradores que trabalham na empresa sejam uruguaios”, diz. Segundo dados da agência estatal Uruguay XXI, a Zonamérica movimenta cerca de US$ 400 milhões em exportações, sendo que aproximadamente US$ 150 milhões correspondem às exportações de software. O que o país deixa de arrecadar em impostos, ganha com a injeção de recursos na economia com a geração de empregos para profissionais qualificados e com nível de remuneração alto. “Essas pessoas gastam o salário em seu país de origem e aquecem o mercado consumidor. Além disso, o Uruguai agrega conhecimento tecnológico sofisticado em seu território, e isso é muito relevante, principalmente para um país pequeno”, afirma Faria. A Colômbia também investiu em zonas francas, com uma característica peculiar: uma única empresa pode se tornar uma zona franca especial, com benefícios específicos. Entre as vantagens, as mercadorias que entram por estas zonas são consideradas fora do território nacional e ficam livres de impostos de importação, além de não pagarem

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TENDÊNCIA

Casca

preciosa Sistema de beneficiamento de conchas de moluscos reduz passivo ambiental e gera produto de alta rentabilidade por Francis França

empreendedor | maio 2008

francis@empreendedor.com.br

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Santa Catarina é responsável por 90% da produção nacional de moluscos, o que correspondeu a quase 15 mil toneladas de ostras e mexilhões no ano passado. A iguaria apreciada por consumidores em todo o País gera milhares de empregos e dá um charme especial ao turismo catarinense, mas também é responsável por um problema ambiental, já que a maior parte do molusco (70%) é casca. Uma única indústria de maricultura é capaz de gerar uma tonelada de resíduos por dia. Tirando uma pequena parcela destinada ao artesanato, calcula-se que cerca de mil toneladas de cascas de ostra sejam despejadas todos os anos em terrenos baldios ou no mar. Estudantes de Engenharia de Produção na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) foram em busca de soluções para o problema socioambiental e acabaram encontrando uma grande oportunidade de negócio. Christian Jung e Guilherme Tafne desenvolveram um projeto para recolher e beneficiar as cascas dos moluscos, dando origem a um produto semelhante ao mármore. O sistema bolado pelos alunos prevê a implantação de postos de coleta seletiva nas fazendas de ostras e também nos restaurantes,

de onde os resíduos serão recolhidos regularmente e levados para a unidade de beneficiamento. Ao chegar à indústria, o material passa por um processo de reciclagem limpo e de acordo com as normas ambientais. “Visitamos os produtores e percebemos que nos pátios sempre há montanhas de cascas com muitas moscas e mau cheiro. O processo que desenvolvemos não deixa o produto exposto ao ar livre, ele vem direto para sistemas que não emitem cheiro nem atraem insetos”, explica Jung. Além de acabar com o passivo ambiental, a matéria-prima derivada da reciclagem vai dar origem a um produto inovador, capaz de concorrer com o mercado de mármore destinado à construção civil. Os estudantes mantêm segredo sobre a invenção, pois o processo de pedido de patente está em trâmite, mas Jung revela que as primeiras unidades devem ser lançadas ainda no primeiro semestre de 2008. “Os números não se comparam ao mercado do mármore, que é muito grande, mas pretendemos distribuir toda a produção, o que vai ser suficiente para garantir alta rentabilidade”, diz. O projeto está na fase de finalização de pesquisas, testes e formalização de patente. O passo seguinte será a construção de uma planta piloto para beneficiar duas toneladas de resíduos por dia e atender os maricultores da Grande Florianópolis, responsável por mais


de 80% da produção catarinense. Mais tarde, será construída a unidade industrial para processamento em larga escala, com capacidade de processar dez toneladas de cascas por dia. O objetivo, em médio prazo, é abranger todos os produtores do Estado, com centros de triagem e unidades de pré-beneficiamento nos pontos onde há maior concentração de atividades ligadas à maricultura. Para a planta piloto, o investimento necessário é de cerca de R$ 300 mil. Para a fábrica de grande porte, capaz de absorver todos os resíduos produzidos no Estado, serão necessários R$ 2 milhões. O retorno do investimento foi calculado em dois anos, e os estudantes buscam agora apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O projeto de Christian Jung e Guilherme Tafne, sob orientação do professor José Marcos Tesch, foi vencedor, no final do ano passado, do prêmio Santander de Empreendedorismo e de Ciência e Inovação, na categoria Indústria. Eles concorreram com outros 22 projetos e conquistaram o prêmio de R$ 50 mil, dinheiro investido nos testes e pesquisas finais. Quando elaboraram o plano de negócios para concorrer, a idéia dos estudantes era triturar as cascas de ostras e vender o produto como carbonato de cálcio para a indústria alimentícia, agropecuária e de construção civil. O plano foi readaptado por sugestão do engenheiro de produção Jean Laitano, que se juntou à equipe após a premiação, quando o plano foi posto em prática. “Até então iríamos competir com outras indústrias de grande porte que já produzem carbonato de cálcio

NÚMEROS DA MARICULTURA Produção de ostras: 4 mil toneladas Produção de mexilhões: 11 mil toneladas Resíduos depositados em locais inadequados: 1 mil toneladas

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Fonte: Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), 2006

no mercado há anos. Decidimos então desenvolver um novo produto com maior valor no mercado e que, ao mesmo tempo, não exige tanto beneficiamento”, diz Jung. A idéia de trabalhar com soluções para a maricultura surgiu em sala de aula. Todos os semestres, os estudantes de Engenharia de Produção da Unisul devem desenvolver projetos para determinados segmentos e, durante um ano, o tema sugerido foi a produção de moluscos. “Na época, minha equipe ficou encarregada de desenvolver um triturador para as cascas”, conta Jung. Eles precisaram fazer estudos de viabilidade e chegaram à conclusão de que os produtores não teriam condições de comprar o equipamento, e a única opção seria desenvolver o processo em escala industrial. No semestre seguinte, Jung desenvolveu um projeto para reutilizar cascas de ostras, e avaliou as possibilidades de indústria farmacêutica, alimentícia e de construção civil. Com os dois trabalhos na mão, convidou o colega Guilherme Tafne e se dedicaram a escrever o plano de negócios para concorrer ao prêmio. Quando entrar em operação, a fábrica vai beneficiar diretamente 15 fazendas de grande porte e, indiretamente, mais de 200 produtores de ostras e mexilhões. Junto com eles, a natureza agradece a essa pérola da inovação.

LINHA DIRETA Christian Jung: cristian@festlane.com.br

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Christian, Guilherme e Jean: sistema deve reciclar mil toneladas de cascas de ostra por ano

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G E S TÃ O

Líder do futuro

O estilo de liderança depende da situação, mas em todos os casos é preciso influenciar as pessoas a dar o melhor de si e a evoluir

por Cléia Schmitz

cleia@empreendedor.com.br

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colaborou Camila Stähelin

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Nada menos do que 440 mil exemplares do livro O Monge e o Executivo foram comprados em 2007 no Brasil. Obra do mestre norte-americano James C. Hunter, o livro aborda o estilo de liderança servidora, aquela em que o líder usa da sua influência pessoal para conseguir que os liderados façam – com agrado – a sua vontade. Há mais de três anos na lista dos mais vendidos, o sucesso do livro mostra como o tema liderança desperta o interesse não só de quem lidera, mas também de quem é liderado. Para os empresários, exercer a liderança com habilidade pode significar o sucesso ou o fracasso de seus negócios. “A liderança determina o tamanho da organização. Quando o líder melhora, a organização melhora”, prega John Maxwell, o guru de liderança mais influente do mundo, segundo a Leaderships

Gurus International. Autor de uma série de best-sellers sobre o assunto, Maxwell lembra que o desempenho do líder determina o desempenho do grupo, ou seja, se ele melhorar, tudo à sua volta melhora também. O interesse de liderados sobre o tema pode ser interpretado como um grito de socorro aos milhares de exemplos de más lideranças. E John Maxwell também tem um recado para essas pessoas: “Não importa onde você está na organização, você pode ser um líder e influenciar as pessoas ao lado, acima e abaixo”. A teoria está no livro O Líder 360°, que mostra que independente da posição que ocupam, algumas pessoas têm a habilidade de influenciar outras e, ao fazer isso, estão exercendo liderança. Influenciar é uma palavra-chave quando o assunto é liderança. A questão é como influenciar positivamente as pessoas. Será que essa é uma habilidade nata ou é possível aprendê-la? Para George Andrew Brough, diretor de Desenvolvimento Organizacional da Caliper, consultoria especializada em gestão e estratégia de talentos, ninguém nasce sabendo nada. Todo líder precisa ser preparado. A diferença é que alguns precisam de menos tempo do que outros. Portanto, a vida pode nos ensinar a influenciar os outros. Mas há métodos bastante eficientes para aprender a fazer isso. “O crescimento não é um processo automático. A gente, simplesmente, não cresce e melhora automaticamente. Para melhorar, é preciso levar a sério o desenvolvimento”, afirma John Maxwell. O consultor aconse-

lha as pessoas a desenvolver o que fazem bem em vez de insistir nos pontos fracos. “Quando você estava na escola e precisava de nota para passar em matemática, era lógico se dedicar àquela disciplina, agora não mais”, compara. A lógica de Maxwell é a seguinte: o ser humano só consegue melhorar até certo nível e ninguém se empolga com pessoas medianas. Quando se trabalha o ponto forte, a prática o transforma em perfeição. Quando se trabalha um ponto fraco, o máximo que se consegue é um “ruim consistente”. Por isso, as empresas precisam descobrir o potencial de seus cola-


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O LÍDER BRASILEIRO LIDERANÇA alta assertividade para posicionar idéias e pontos de vista ao direcionar a equipe; gosto em convencer e ganhar apoio da equipe para alcançar as metas (ego-drive); alto senso de urgência, favorecendo resultados de curto prazo; ousados diante de decisões de risco. RELACIONAMENTOS bom nível de empatia, colocam-se no lugar de seus interlocutores e confiam na equipe; não necessitam de aprovação alheia, por isso, esquecem de elogiar e dar retorno aos colaboradores. RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E TOMADA DE DECISÕES perspicazes e criativos, mas poucos analíticos para avaliar a raiz dos problemas; gostam de inovar e têm predisposição a se arriscar, sem receio de tomar decisão. ORGANIZAÇÃO PESSOAL E ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO rápidos no cumprimento de prazos enxutos; desmotivados com excessos de controle; apreciam a diversidade e a freqüência de desafios.

boradores, em especial daqueles que podem se tornar excelentes líderes, capazes de transformar uma organização. George Brough defende que as empresas invistam na formação de líderes dentro da própria companhia. “O problema é que a maioria das organizações tem o hábito de trazer profissionais de fora para liderar suas equipes.” Segundo o consultor, muitas vezes essa atitude não dá certo porque o líder não tem algo essencial para o seu trabalho: a cultura da empresa. Ele compara a situação ao que costumeiramente acontece nos times de futebol. “Um craque pode ser o artilheiro num time e

não fazer nenhum gol em outro.” O tempo de formação de um líder pode levar cinco, seis, até dez anos. Segundo Brough, muitos empresários reconhecem que temem gastar dinheiro e tempo na formação desses profissionais e perdê-los na hora agá para o primeiro que fizer uma proposta tentadora. Para o consultor, esse não é um motivo plausível para uma empresa não investir no desenvolvimento de lideranças. Uma das vantagens do profissional “da casa” é que é possível fazer testes antes de colocá-lo na posição de líder. E quais são as características essenciais a um líder? Para Sônia Jordão, autora de A Arte

de Liderar, a capacidade de manter a motivação da equipe é uma delas. “Ele tem que ser a pólvora. Para isso precisa conhecer bem as pessoas e saber o que falar para liberar energia positiva.” O reconhecimento é um desses momentos. O líder tem que saber qual é a hora de fazer elogios e como fazê-los, sempre em cima de tarefas e não de pessoas. É bom também que o reconhecimento seja específico a quem merecê-lo. Sinceridade é fundamental. Integridade é uma das características imprescindíveis ao líder na lista de Maxwell. O guru explica que a equipe precisa sentir confiança para ouvir e colocar em prática as lições

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Fonte: Caliper

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G E S TÃ O

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Maxwell: um líder deve influenciar as pessoas ao lado, acima e abaixo

Sônia Jordão: liderança servidora esbarra na disputa por poder dentro das empresas

Marcelo Mariaca: uma qualidade importante do líder atual é se comunicar com todos os públicos

de quem está liderando. Ainda segundo o consultor, agregar valor aos outros também é uma habilidade comum aos bons líderes. Em outras palavras, é o que ensina James Hunter em O Monge e o Executivo: para liderar é preciso ter respeito, responsabilidade e cuidado com as pessoas, ou seja, é preciso ter disposição para servir. Se a liderança servidora é tão eficiente, por que os executivos não implantam o modelo em suas organizações? Para Sônia Jordão, a resposta é a seguinte: “Porque é muito difícil ser um líder servidor”. A disputa de poder ainda corrói as organizações e a maioria das pessoas não consegue “servir” o outro com medo de perder espaço. Ela própria passou pela experiência de exercer a liderança servidora ao ser contratada por uma empresa para conseguir em 170 dias a certificação ISO 9000. “Alcançamos a meta porque eu consegui fazer com que eles entendessem que isso seria bom para todo mundo e que eu estava ali só para ajudá-los.” Avesso a rótulos, o consultor George Brough acredita que o estilo de liderança depende muito da situação e do momento da empresa ou da área em questão. O que o lí-

der precisa é saber se adaptar a ela. No geral, os líderes têm comportamentos muito parecidos no mundo inteiro. Uma pesquisa feita pela Caliper, com 281 executivos brasileiros que ocupam cargos de liderança, mostrou que o líder brasileiro é autoconfiante e tem a capacidade de convencer e motivar outras pessoas em torno de um objetivo comum. Em geral, ele confia na equipe, mas esquece de fazer elogios.

não passavam de inteligência, conhecimento do ramo e habilidade com os negócios. Quem afirma é o consultor Marcelo Mariaca, professor do MBA da Brazilian Business School, associada à Universidade de Richmond, nos Estados Unidos. “Hoje, as empresas lidam com diferentes legislações, economias e culturas, o que exige do líder conhecimento das diversas realidades e, sobretudo, flexibilidade para se adaptar à diversidade.” Para Mariaca, outra qualidade importante ao líder atual é saber se comunicar com todos os seus públicos, sejam funcionários, sejam clientes, sejam acionistas ou fornecedores. Ele cita como exemplo Steve Jobs, da Apple, e Bill Gates, da Microsoft, sempre em evidência para reforçar as marcas de suas empresas. O executivo Antônio Maciel Neto chegou a ser o garoto-propaganda da Ford do Brasil quando comandou a montadora. “Eles mostram que os líderes devem suar a camisa e gastar a sola do sapato para se comunicar com seus stakeholders (todos aqueles que têm algum interesse no destino da empresa e de seu sucesso, como proprietários ou acionistas, clientes e consumidores, e funcionários)”, afirma Mariaca.

Elogio público, crítica privada É uma pena. Segundo James Hunter, receber elogio é uma necessidade de qualquer ser humano. Mas é preciso que esse elogio seja sincero e específico. Não adianta elogiar um grupo inteiro, o líder deve saber quem realmente contribuiu para determinado resultado e chamar essas pessoas pelo nome ao fazer o elogio. “É aquela história: o elogio deve ser público, e a crítica, privada”, lembra Sônia Jordão. A habilidade em reconhecer o trabalho da equipe é imprescindível ao líder atual. A globalização também contribuiu para mudar o perfil necessário ao líder. Há poucas décadas, as exigências que se fazia a um líder


Treinadores corporativos O líder coach age como o técnico de um time, que busca tirar o máximo de cada atleta, levando em conta suas habilidades metas”, afirma Villela da Mata, que por 20 anos trabalhou como executivo de grandes empresas, entre elas a Daymler-Chrysler, e hoje auxilia colegas como um coach. Existem várias situações que pedem a contratação de um executive coach. Muitas empresas requisitam o profissional quando querem preparar um líder para exercer cargos importantes como a presidência da companhia. Em outro extremo, ele pode ser chamado quando o executivo está prestes a ser mandado embora por problemas como baixa performance. “As causas podem ser interferências externas, como problemas pessoais ou estresse. Pesquisas mostram que mais de 80% dos executivos que têm coaching contam com saúde melhor”, afirma Villela. De acordo com o consultor, a solidão de um top executive é incomparável. Em muitas tomadas de decisão, ele passa semanas avaliando a questão, sem poder compartilhar informações estratégicas e nem pedir conselhos aos colegas para não sinalizar fraqueza. Nesses momentos, o coaching pode contribuir muito, não como conselheiro, mas como alguém com uma visão diferenciada, que orienta o executivo a trabalhar em cima de metas claras e objetivas. O sucesso do coaching se deve, em grande

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QUANDO O LÍ LÍDER PRECISA DE COACHING baixa qualidade na comunicação equipes desmotivadas falta de sinergia e objetividade falha na condução de pessoas estresse e desequilíbrio emocional baixo comprometimento com os resultados conflitos entre pessoas e equipes produtividade inferior às metas falha no relacionamento com clientes mudanças organizacionais Fonte: www.sbcoaching.com.br

Villela da Mata: o coach sabe como trabalhar para que sua equipe faça o que deve ser feito parte, ao fato da técnica estar atrelada a indicadores de desempenho. Assim, fica muito claro para a empresa se ela está dando resultados ou não. Segundo Villela, pesquisas mostram que executivos que participam de treinamentos convencionais aumentam a produtividade em 22%, enquanto o coaching proporciona um índice de 88%. “A diferença é que o coaching faz com que o líder tenha que praticar os conceitos aprendidos”, explica. O foco é sempre melhorar o desempenho do executivo para trazer maior receita para a empresa. Usualmente, os resultados devem aparecer em três meses de consultoria. “Quem contrata coaching são boas empresas, e boas empresas querem saber logo se o investimento está dando resultado.” Villela conta que no início dos anos 1990, quando ele começou a atuar como coach, os executivos o recebiam muito desconfiados. “Hoje é chique dizer ‘eu tenho um coach’”, brinca o consultor. Para ele, a disseminação do trabalho e os resultados ofertados ajudaram a tornar o profissional bem-visto no mundo dos negócios.

LINHA DIRETA Caliper: (41) 3075-3400 Sônia Jordão: (31) 3417-1915 Marcelo Mariaca: (11) 3844-6060 Associação Brasileira de Coaching (11) 3775-5333

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Um estilo de liderança que vem ganhando força no mundo dos negócios é o coaching. O termo vem da palavra coach – treinador em inglês – e foi importado do mundo esportivo para designar o líder que consegue extrair o melhor de cada um de seus liderados e, assim, alcançar alta performance, ou seja, ótimos resultados. O líder coach age como o treinador do seu time, que busca tirar o máximo de cada um dos atletas, levando em conta as habilidades de cada um deles. “Há muitos líderes que sabem o que deve ser feito, a diferença é que o coach sabe como trabalhar para que sua equipe faça o que deve ser feito”, afirma Villela da Mata, presidente da Sociedade Brasileira de Coaching. Com o sucesso da técnica, muitos profissionais com habilidade de coaching acabaram se tornando uma espécie de treinadores de executivos. Eles são contratados pelas empresas com o objetivo de melhorar a performance de um líder, no sentido de atingir metas específicas, apoiar na tomada de decisões e garantir qualidade de vida ao executivo. Há muitos pontos cegos na direção de um líder, que podem ser corrigidos pelo trabalho de executive coaching. “Muitas vezes, o executivo não percebe que é agressivo com os integrantes de sua equipe, o que pode comprometer o desempenho das

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MERCADO

moda Gestão da

Parcerias entre estilistas e gestores de marcas exigem equilíbrio entre retorno financeiro e de imagem por Cléia Schmitz

empreendedor | maio 2008

cleia@empreendedor.com.br

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Tudo aconteceu muito rapidamente, durou menos do que a coleção primaveraverão 2008. Divulgada durante o São Paulo Fashion Week, a sociedade entre o estilista Alexandre Herchcovitch e o grupo Identidade Moda (I’M) terminou no início de abril, jogando um balde de água fria nas expectativas de um mercado que assistia entusiasmado a uma série de aquisições de grifes por grupos gestores de marcas. O rompimento do estilista, que em comunicado alegou que “as negociações não chegaram a um bom termo”, deixa no ar a seguinte questão: haverá um freio no processo de concentração das grifes de moda em holdings ou fundos de investimentos? Executivos e consultores afirmam que casos como o de Herchcovitch e a I’M são próprios do mundo dos negócios. “O fato de uma parceria não ter dado certo não significa que todas as outras vão dar errado. Não é porque um dia você comprou uma caixa de leite estragado que vai deixar de tomar leite”, afirma Olavo Furtado, consultor de negócios da Trevisan e professor de internacionalização. Para o empresário Giuliano Donini, presidente da Marisol, outros segmentos também viveram seus momen-

tos de aquisições e fusões e tiveram vários negócios que deram certo e alguns que deram errado. “Faz parte do jogo.” Quinze dias antes do fim da parceria entre Herchcovitch e o grupo I’M, o cenário era completamente inverso. A AMC Têxtil, que detém as marcas Colcci, Sommer, Carmelitas, Malhas Menegotti e o licenciamento da linha Coca-Cola Clothing, havia adquirido 100% do grupo TF, que inclui as marcas Tufi Duek, Forum Tufi Duek, Forum e Triton. Pelo menos outros dez negócios foram fechados nos últimos dois anos, incluindo a venda das grifes Rosa Chá e Sais (Marisol), Herchcovitch, Fause Haten, Chocolate, Zapping e Zoomp (I’M), Isabela Capeto e Ellus (In Brands), Sommer, Colcci e Carmelitas (AMC Têxtil). A lista de promessas dos grupos inclui a injeção de recursos para a abertura de mais lojas no Brasil, além da internacionalização de grifes, sonho dourado de dez entre dez estilistas. Para a especialista em marcas Luciane Robic, diretora de marketing do Instituto Brasileiro de Moda (IBModa), o caso Herchcovitch não deve interromper a tendência de aquisições. “A profissionalização do segmento vai continuar, apenas haverá mais rigor de ambas as partes ao fechar negócio”, avalia Luciane. O empresário Giuliano Donini também não acredita que o fato trará


É preciso levar em conta que a preservação da identidade da marca é importante para a continuidade do negócio. Afinal, não dá para esquecer que a força da grife foi o motivo principal da compra. “O executivo tem que saber que não está produzindo um aro”, observa Furtado. Consultora do Senac-Rio e presidente do Comitê de Promoção e Trade da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), Simone Terra diz que experiências mostram que a marca deixa de existir quando perde o estilo. Em painel apresentado no seminário Moda + Visão Verão 2009, promovido pelo Senac-Rio no dia 9 de abril, Simone observou grande interesse das grifes em se tornarem desejáveis por um grupo financeiro. “Elas querem capacidade de autofinanciamento para expansão”, afirma a consultora.

Tendência mundial A concentração de grifes em grupos de gestão de marcas é uma tendência mundial, que começou nos anos 1980 nos Estados Unidos e na Europa. O exemplo mais clássico é da LVMH (Louis Vuitton, Moët e Hennessy). A explicação para esse movimento é simples: estilistas são ótimos criadores, mas não necessariamente bons gestores. Para Simone Terra, há uma série de fatores que tornam a profissionalização da moda em uma necessidade urgente, a começar pela sonegação de impostos, comum em lojas de grifes famosas. A consultora cita ainda a reestruturação de processos administrativos e a otimização de recursos como reflexos positivos de uma gestão profissionalizada. Para Olavo Furtado, a concentração de grifes em empresas de gestão de marcas é uma forma absolutamente positiva de ampliar escala e ganhar mercado externo. Ele chama a atenção para a questão da internacionalização. “Não basta montar uma butique lá fora. É uma ótima iniciativa, mas internacionalização é mais do que isso.” Na visão do professor, internacionalização inclui, por exemplo, ter independência em relação ao mercado doméstico. Assim, o aumento da demanda no Brasil não pode em hipótese alguma comprometer o mercado lá fora, é preciso ter cacife para atender todos.

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reflexos negativos para o setor. “O acontecimento mostra que esse tipo de negócio não é tão simplista. Não dá para dizer ‘vai lá e compra’”, afirma o presidente da Marisol. A empresa é precursora do movimento de gestão de grifes com a aquisição da Rosa Chá, do estilista Amir Slama, em 2006. Na opinião de Giuliano, a profusão de aquisições nos últimos meses evidencia a necessidade de um trabalho cuidadoso sempre que se tem a soma de culturas diferentes. “Uma cultura não pode sobrepor a outra”, afirma o empresário. Ele conta que, desde a sociedade com a Rosa Chá, há dois anos, houve um trabalho intenso de adaptação da controladora – a Marisol – para entender o universo da grife. Até então, a empresa não trabalhava com moda praia e nem com consumidores de alta renda. “É um trabalho que o mercado não vê”, diz. Segundo o executivo, o segmento de moda tem uma peculiaridade que torna o processo ainda mais complicado: o fato do valor intangível da marca muitas vezes ser tão ou maior do que o valor tangível. A questão do valor da marca vem de um entendimento de que a roupa é um dos mercados mais próximos da auto-expressão da identidade humana. “É a primeira linguagem não-verbal e, nesse sentido, há um potencial de valor agregado incomparável. Basta comparar o preço do quilo do algodão com uma blusa de marca internacionalizada”, afirma a consultora Luciane Robic. Para ela, menos ansiedade por retorno financeiro e mais visão de retorno de imagem é o equilíbrio necessário para que as parcerias entre estilistas e grupos gestores de marcas sejam bem-sucedidas. Para o consultor Olavo Furtado, é preciso fazer duas análises nesses processos de fusão e aquisição: o lado do estilista, que espera ter liberdade de criação, e o lado do executivo, com seus objetivos, metas e prazos que precisam ser alcançados. “Existem interesses que são convergentes e outros particulares, mas eles nunca podem ser divergentes”, afirma. Furtado é contundente ao afirmar que é importante estilistas entenderem que a partir do momento que passam a ser sócios minoritários de suas marcas, ficam sujeitos a uma liberdade de criação assistida.

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MERCADO

Donini: “Temos interesse em ampliar nosso portfólio, só estamos esperando oportunidades”

Luciane: profissionalização vai continuar, apenas haverá mais rigor ao fechar negócio

Simone Terra: experiências mostram que a marca deixa de existir quando perde o estilo

Do ponto de vista dos grupos controladores, a concentração de grifes é uma estratégia para fortalecer um conjunto de marcas e alcançar maior aproximação com o consumidor final. “A gestão das marcas e a dos canais de distribuição são ferramentas para atingir esse objetivo”, afirma Giuliano Donini, da Marisol. O empresário explica que a seleção das marcas segue um critério de sintonia com um público específico que consome vários tipos de marcas, dependendo do momento – praia, trabalho, férias. Fazer a gestão de marcas significa atender ao mesmo tempo a mãe, o pai e a filha, não necessariamente no mesmo lugar.

trola outras seis marcas, com destaque para Pakalolo, Lilica Ripilica e Tigor. “Temos interesse em ampliar nosso portfólio, só estamos esperando oportunidades aparecerem ou serem construídas”, conta o empresário. Ao mercado, ele manda um recado: “Definitivamente a Marisol não está à venda”. Assim como a Rosa Chá, de Amir Slama, as aquisições realizadas recentemente mantiveram seus estilistas à frente da criação no fechamento dos negócios. Tufi Duek, por exemplo, declarou que a intenção de vender a Forum era realizar um sonho antigo de voltar a se preocupar somente com a parte criativa do negócio, enquanto a AMC Têxtil, nova proprietária da marca, lhe dá fôlego financeiro para expandir a grife no mercado interno e externo. É claro que, como em qualquer outro negócio, não há garantia de permanência dos criadores das marcas. A própria AMC Têxtil já teve dois estilistas desligados da empresa: Lila Colzani, da Colcci, e Marcelo Sommer, da Sommer. Nesse último caso, o problema é que o estilista saiu deixando seu próprio nome. Acabou criando uma grife chamada O Estilista para se diferenciar. “No caso do Marcelo, eu acho que faltou a ele se adequar a

um sistema industrial e administrativo que lhe exigia uma série de compromissos”, afirma Luciane Robic. Por pouco, Alexandre Herchcovitch não fez o mesmo caminho. Já a saída de Lila Colzani da criação da Colcci foi sem rancores entre as partes, resultado de um processo natural na opinião de Luciane. “É como um filho: tem hora que ele segue por um caminho diferente.” Para a consultora, ao se associar à AMC, a estilista conseguiu dar à Colcci uma projeção nacional que seria difícil de acontecer sem o capital que se aportou na compra. Certamente não teria Gisele Bündchen como garota-propaganda. Esse pode ser o símbolo do que é possível acontecer com uma marca apoiada pelo capital e pela gestão de um grupo especializado.

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Recursos e expertise

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A vantagem é otimizar recursos e expertises. “Quando você leva mais de uma marca para o exterior, potencializa seus esforços porque não precisa duplicar a estrutura, há um ganho corporativo”, diz o presidente da Marisol. De acordo com Donini, a Rosa Chá teve um incremento de 30% na distribuição de sua produção desde a aquisição. No segundo semestre, a grife vai ganhar uma loja em Nova York. A Marisol também con-

LINHA DIRETA Marisol: (47) 3372-6000 IBModa: (11) 3086-3521 Olavo Furtado: (11) 3138-5200 Simone Terra: (21) 3138-1211


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CRÉDITO

entraves Queda de

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KX PUREST OC

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Portal voltado para MPEs diminui falta de informação sobre linhas disponíveis no BNDES e favorece a obtenção de melhores condições

por Marco Britto

marcobritto@empreendedor.com.br

Uma nova ferramenta deve colocar o acesso ao crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as micro e pequenas empresas (MPEs) à distância de um simples clique. Concluído o primeiro estágio de estudos, um grupo de tra-

balho dentro do Departamento de Suporte e Controle Operacional, na Área de Operações Indiretas (Desco-AOI) da instituição, prepara o lançamento de um portal que dará atenção exclusiva às MPEs em busca de financiamentos dentro de nove meses. A princípio será disponibilizada a linha de crédito Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame), destinada à compra de novas máquinas e apare-


produtos como o Finame Agrícola – financiamento semelhante para o agronegócio – e o Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (Progerem), que fornece capital de giro para as empresas, devem ser acrescentados às opções disponíveis. “É um grande projeto, que vai trazer uma evolução no acesso às linhas de crédito para os pequenos”, afirma Moret. O novo canal dedicado às MPEs consiste na mais nova investida contra um problema que esteve ligado à obtenção de crédito do BNDES desde sua criação, em 1952: a falta de informação sobre a disponibilidade das linhas de financiamento, até hoje uma das principais reclamações do empresariado em relação aos serviços prestados pela instituição. Percebendo esta reivindicação constante entre seus afiliados, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) criou a Sala de Crédito. O local disponibiliza informações de linhas de crédito do BNDES e outras quatro instituições financeiras para a micro, pequena e média indústria. Entre outros benefícios, os serviços da sala facilitam a vida do empresá-

rio na hora de enquadrar suas demandas nas linhas de financiamento existentes, a chamada orientação ao crédito. A própria federação faz uma análise do negócio da empresa e elabora o projeto de investimento junto com o industrial, muitas vezes o acompanhando até a liberação do crédito. Nos três anos de atividade, a média de aprovação de pedidos de financiamento tem ficado em torno de 78% dos projetos inscritos. “Havia confusão principalmente entre os pequenos. As indústrias queriam comprar equipamento, mas pediam capital de giro, que tem um custo mais alto. Depois voltavam aqui pedindo capital de compra de máquina para compensar a falta de giro”, revela José Antonio Cipolla, da diretoria do Departamento da Micro, Pequena e Média Indústria (Dempi – Fiesp). Para acabar com os enganos a respeito das linhas de crédito, a Fiesp também leva informação a seus afiliados por meio de palestras. Organizados por segmento, os encontros informam empresários de um setor específico sobre as linhas disponíveis para o ramo de atuação dos seus empreendimentos. A ação

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lhamentos de fabricação nacional. A previsão total de desembolso do banco para as MPEs em 2008 é de R$ 19 bilhões. O novo canal de comunicação foi idealizado para solucionar dois entraves na relação do banco com os pequenos: a competição dos agentes financeiros com o próprio BNDES e a falta de informação dos empresários sobre a obtenção de crédito. Através de um sistema de banco de dados do portal, as empresas aprovadas entram em uma lista que será visualizada por todos os 80 repassadores de recursos do BNDES cadastrados no País. “Assim pretendemos gerar uma competição entre os agentes, que estarão vendo ali um cliente em potencial, o que vai favorecer as empresas requerentes na hora de conseguir melhores condições de juros, por exemplo”, explica o economista Edson Moret, funcionário da instituição ligado ao projeto do portal. Se o empresário não tiver acesso direto à internet, poderá fazer a operação diretamente com o fabricante da máquina que deseja comprar. Com o desenvolvimento do portal, outros

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CRÉDITO

Jorge Lins Freire, da Fieb: empresas incubadas sem apoio de venture capital ficam prejudicadas

Guilherme Velloso, da Fiemg: 12 postos de informação atenderam 4 mil empresas no Estado

João Antonio Cipolla, da Fiesp: projetos que passam pela Sala de Crédito têm 78% de aprovação

se tornou uma ferramenta de apoio à atuação da Sala de Crédito. “A agilização de aprovação é total, pois as pessoas já vêm (para a sala) orientadas para o que elas desejam”, afirma Cipolla. No mês de abril, em dois dias de atendimento foram recebidas 109 empresas. Para marcar uma consulta, recomenda-se agendamento prévio com o Dempi. Sindicatos filiados à federação podem solicitar uma audiência em sua cidade. Geralmente os encontros no interior do Estado atendem um mínimo de 100 empresas, informa o Dempi, em razão dos gastos operacionais envolvidos.

da instituição, que não trabalha com agências próprias, ficando dependente da boa vontade de agentes financeiros – outros bancos – para divulgar seus produtos. O empresariado mineiro conta com 12 pontos de atendimento, na capital e no interior. Os profissionais atuantes neste trabalho, treinados pelo BNDES, buscam os bancos para identificar aqueles com maior interesse em realizar os repasses e ganhar novos clientes. “São agentes de desenvolvimento regional estimulando as empresas ao investimento produtivo e buscando a integração entre mercado financeiro e mercado produtivo”, destaca Velloso. Em 2007, os Postos de Informação BNDES da Fiemg atenderam 4 mil empresas, contribuíram para a aprovação e liberação de 1.145 operações de crédito, num valor total de R$ 126,1 milhões. Nos primeiros três meses deste ano já foram atendidos 734 empreendimentos e quase R$ 20 milhões em créditos aprovados e liberados para 163 empresas. Apesar das facilidades instituídas na obtenção de crédito, há ainda alguns pontos críticos, em que os empresários acusam o banco de morosidade, enquanto o BNDES classifica a questão como pura falta de informação. “Não há ainda instrumentos para obtenção de financiamento de giro a longo prazo. As empresas incubadas, por exemplo, sem um venture capital dando apoio, podem ficar prejudicadas”, cita o presidente da Federação das Indústrias do Es-

tado da Bahia (Fieb), Jorge Lins Freire, que já presidiu o BNDES. No Paraná, estado composto em 99% de MPEs na sua indústria, pede-se apoio às empresas nascentes com dificuldade em apresentar garantias. “O banco precisa pensar uma forma de se criar um fundo de aval que pudesse garantir a composição de garantias da empresa perante o BNDES”, questiona o diretor de captação e fomento Luiz Virgílio Macedo, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Segundo informações obtidas com o BNDES, este fundo já existe e tem nome: Fundo de Garantia para Continuação da Produtividade (FGCP), com uma reserva disponível de R$ 5 bilhões para injetar em micro e pequenas empresas que está sendo subutilizada. “A nossa idéia é usar o fundo também no portal direcionado aos micro e pequenos”, revela Moret. Na chamada Era da Informação, parece ainda haver certo ruído na conversa entre as empresas, especialmente as menores, e o principal banco de fomento do País.

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Aproximação

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O BNDES também criou uma rede de pontos de atendimento para estar mais próximo dos empreendedores em busca de crédito. Os Postos BNDES estão presentes em 21 estados brasileiros, com maior concentração em São Paulo e Minas Gerais. “Os postos contribuem para amenizar as dificuldades existentes na concessão do crédito às micro e pequenas empresas, especialmente a falta de informação adequada, problemas no relacionamento com os bancos e a má qualidade das informações e projetos apresentados pelas empresas”, avalia Guilherme Velloso, gerente de economia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Esta unidade avançada do BNDES foi criada para compensar a ausência

LINHA DIRETA BNDES: (21) 2172-8888 Fiesp – Dempi: (11) 3549-4267 Fiemg: (31) 3263-4389 Fieb: (71) 3343-1209 Fiep: (41) 3721-9000


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MEMÓRIA

marca Carona na

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Licenciamento ajuda a tornar produtos conhecidos, abre portas no varejo e cria identificação com o cliente, além de estar sempre em evidência na mídia

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A cena se repete todos os dias em lojas do País inteiro: “Mãe, eu quero uma sandália da Moranguinho”, “pai, compra uma bola do Homem-Aranha?” Não é segredo para ninguém. Personagens, marcas, esportistas e celebridades ajudam, e muito, a vender produtos. E não apenas para crianças. Adultos também não resistem a itens como camisetas, cadernos, óculos e perfumes com a assinatura de ídolos e marcas preferidas como Ferrari, Coca-Cola e Harley Davidson. De acordo com a Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), há no Brasil cerca de 550 licenças disponíveis, utilizadas por mais de 1 mil empresas e distribuídas por 85 agências licenciadoras. No ano passado, o segmento faturou R$ 3,2 bilhões, um salto de 11% em relação a 2006, mantendo a média de crescimento dos últimos anos. “Nos Estados Unidos, o faturamento do setor chega a R$ 100 bilhões, o que mostra que nós temos um mercado enorme a ser explorado”, afirma Sebastião Bonfá, presidente da Abral. Para quem licencia, a estratégia também é uma forma de abrir portas para o varejo. O empresário Guilherme Jacob, dono da Akakia Cosméticos, sentiu na pele o poder de uma licença. Antes de montar sua rede de franquias, ele produzia e vendia cosméticos para redes de supermercados e lojas especializadas. Durante muito tempo, cansou de ser ignorado pelos varejistas. A situação mudou completamente depois que ele obteve a licença da Baby Looney Tunes, da Warner Bros., para uma linha de produtos infantis. “Era só encostar que as portas se abriam”, afirma Jacob. Num mercado cada vez mais competitivo, imprimir uma marca conhecida no produto pode fazer toda a diferença. Diretor comercial da Guf Cosméticos, de Sergipe, Alberto Filho explica que há cada vez mais produtos à disposição dos varejistas e, como o espaço é limitado, ganha quem oferecer um pacote que inclui, além da mercadoria, uma campanha de mídia e merchandising. E essa é uma das maiores vantagens das licenças: estão sempre em evidência, seja em programas de TV ou no cinema, nas revistas e nos jornais. “A licença vem agregar o conceito de uma marca já existente no mercado e, por isso, aju-

Há 11 anos... Na 21ª edição da Revista Empreendedor, em julho de 1996, foi publicada a matéria “Imagens de peso”, escrita pelo repórter Maurício Oliveira. Hoje, quase 12 anos depois, a jornalista Cléia Schmitz faz uma releitura da reportagem. O apelo de personagens, marcas, esportistas e celebridades dos mais variados ramos sempre ajudou a vender produtos, não importa se para crianças, adolescentes ou adultos, e cresce cada vez mais esse tipo de assédio ao consumidor, em um mercado com ainda mais espaçoo para crescer. Que o digaa o elefante Jotalhão,, garoto-propaganda doo Extrato de Tomate Cicaa desde 1967. O criadorr do personagem, Mauricio de Sousa, aliás, é um dos precursores do licenciamento no Brasil. E o que diria então a Turma do Cocoricó, que havia recémestreado nas telas da TV Cultura, Cultura em 1996, 1996 e ainda nem havia invadido as gôndolas, mas hoje já responde por 4% da receita líquida da Fundação Padre Anchieta?

Sandra Zanini afirma que a empresa, responsável pelo licenciamento da Turma do Cocoricó, tem um cuidado especial com alimentos por se tratar de personagens do universo de crianças na faixa etária até cinco anos. Em torno de 30 empresas licenciam a Turma do Cocoricó, que já responde por 4% da receita líquida da Fundação Padre Anchieta. Outro requisito importante para obter o direito sobre o uso de uma propriedade é dispor de forte estrutura para distribuição dos produtos nos pontos-de-venda. “Se não tiver isso, nem consegue a licença”, afirma Sebastião Bonfá, da Abral. O dirigente explica que normalmente os contratos são feitos com base numa estimativa de venda proporcionada pelo candidato. Portanto, a licença pode ajudar a abrir portas no varejo, mas o fabricante tem que garantir boa distribuição. Por outro lado, as agências licenciadoras

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por Cléia Schmitz cleia@empreendedor.com.br

da muito no lançamento de uma linha nova. O produto pode não ser conhecido, mas o personagem é”, afirma Alberto Filho. Há cerca de quatro anos a Guf Cosméticos detém a licença do personagem Senninha para as linhas Banho Infantil e Baby, uma parceria com o Instituto Ayrton Senna. São 24 itens, entre xampu, condicionador e colônia pós-banho. Recentemente, a marca incluiu Gabi, a amiga do Senninha, numa linha para meninas. Em alguns segmentos, o licenciamento pode ser um diferencial competitivo para fazer frente aos concorrentes, em especial os produtos chineses. Quem afirma é Júnior Muvilli, gerente nacional de vendas da Líder Brinquedos, de São Paulo. A empresa detém 22 licenças de personagens infantis, entre elas Barbie, Hot Wheels, Chaves, Turma da Mônica, Homem-Aranha e Moranguinho. “Nossa estratégia é ocupar o espaço nas lojas com o máximo possível de personagens em nossas bolas de vinil e EVA (etil vinil acetato), principais produtos da Líder”, afirma Muvilli. Segundo o executivo, as bolas que trazem estampadas as paixões da criançada vendem até seis vezes mais do que as bolas “genéricas”. A forte exposição dos personagens na mídia atrai bons resultados. Por isso, ao escolher suas licenças, as empresas precisam estar muito bem informadas sobre o universo de seus clientes e, principalmente, verificar tendências para não chegar tarde demais. Na semana de lançamento do filme, os produtos já devem estar na rua. “Antes de mais nada, o empresário tem que buscar uma licença de amplo reconhecimento e que tenha sinergia com a linha de produtos a ser licenciada”, aconselha Marcos Bandeira de Mello, general manager para o Brasil da Warner Bros.. A empresa é responsável pelo licenciamento de propriedades clássicas como Batman, Superman e Scooby-Doo. A Warner também licencia times de futebol do mundo inteiro como Manchester United, Paris Saint-Germain, Milan e, no Brasil, São Paulo Futebol Clube. Para licenciar, as empresas precisam preencher uma série de requisitos exigidos pelas agências licenciadoras. O primeiro deles é que o produto tenha qualidade. Ninguém quer imprimir sua marca numa mercadoria que vai trazer dor de cabeça aos consumidores. O artigo também tem que ser adequado à licença em questão. Gerente comercial da Cultura Marcas,

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MEMÓRIA

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Licenciamento é diferencial competitivo para fazer frente aos concorrentes, especialmente chineses

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devem trabalhar em conjunto com os licenciados. “Elas têm a responsabilidade de apresentar soluções e alternativas, principalmente no que concerne ao marketing dos produtos”, afirma Celso Rafael, diretor-geral da Exim Character Brasil, uma das maiores empresas de licenciamento da América Latina. Para ele, o produto licenciado deve fazer com que o consumidor tenha as mesmas experiências vividas ao tomar contato com a marca ou personagem através da mídia. Ele destaca o crescente empenho das agências em trabalhar junto ao varejo, promovendo os produtos licenciados. A idoneidade da empresa, obviamente, também é avaliada pelas agências antes de ceder uma licença. Esse requisito é ainda mais importante no caso de marcas ligadas ao terceiro setor. Gerente de Desenvolvimento e Negócios do Instituto Ayrton Senna, Mauro Ratto explica que depois do critério qualidade, as condições éticas da empresa são analisadas atentamente. A entidade leva em consideração uma série de questões, desde pagamento de impostos até condições de trabalho oferecidas aos colaboradores. O Instituto Ayrton Senna responde pelo licenciamento de duas marcas: Senninha e Ayrton Senna. A primeira está estampada

em cerca de 250 itens de 25 empresas. São brinquedos, calçados, alimentos, material escolar, vestuário e artigos de cuidados especiais. A primeira licença do Senninha foi obtida pela Grendene, em 1995, e renovada desde então. “O personagem segue valores que o Ayrton cultuava durante a sua carreira. São valores de vida que os pais que viram o piloto correr fazem questão de passar para os filhos e, por isso, são atraídos pelos produtos”, afirma Ratto. A marca Ayrton Senna está disponível em aproximadamente 200 itens de 15 empresas, incluindo estrangeiras. São DVDs, pôsteres, capacetes, miniaturas de carros e itens colecionáveis, além de artigos de vestuário. Todos os recursos arrecadados com os royalties das duas marcas são repassados para o Instituto Ayrton Senna, organização não-governamental (ONG) que em 13 anos já atendeu 7,8 milhões de crianças em 25 estados brasileiros. O trabalho da entidade, fortemente divulgado pela mídia, também estimula o consumo dos produtos que levam as marcas Ayrton Senna e Senninha. De acordo com a Abral, os royalties pagos pelo uso de licenças no mercado brasileiro variam de 4% a 12% das vendas, dependendo do

segmento. O Instituto Ayrton Senna define o percentual caso a caso, depois da aprovação do produto e da empresa. De acordo com Mauro Ratto, os contratos são firmados por um prazo máximo de dois anos, renovados pelo mesmo período. “O mercado muda muito rapidamente, por isso não é seguro fazer contratos longos”, explica o executivo. De renovação em renovação, há muitos produtos que acabaram ficando com a cara do personagem. Quem consegue imaginar o Extrato de Tomate Elefante Cica sem o Jotalhão da Turma da Mônica? O produto chegou ao mercado em 1941, já com a palavra elefante no nome por causa da paixão do filho do fundador pelo animal. Mas foi em 1979 que ganhou a simpática figura do elefante verde. “O contrato com a Cica foi o de maior repercussão”, afirma Mauricio de Sousa, criador do personagem. O licenciamento responde por quase 70% do movimento financeiro do grupo Turma da Mônica. São cerca de 80 contratos em andamento. Segundo o cartunista, milhares de produtos já passaram pela empresa em 30 anos de atividades. “Algumas vezes em que exercitamos os cálculos para chegar ao número de pessoas envolvidas com produ-


Licenciamento no Brasil

Novas tendências Especialistas em licenciamento de marca concordam que, nos últimos cinco anos, houve um amadurecimento desse mercado. O empresário Celso Rafael, da Exim, cita como exemplo o fato do mercado não estar mais dependente de propriedades com forte exposição na TV aberta. Ele afirma que há uma crescente demanda por licenças relacionadas aos filmes longa-metragem. “Os estúdios de animação têm desenvolvido conteúdo para toda a família e a aceitação pelo mercado está crescendo a cada ano”, destaca o executivo. Segundo Celso Rafael, nos últimos anos houve um declínio nos resultados apresentados por propriedades clássicas. “É um fenômeno que merece ser estudado. Certamente, os consumidores estão mais exigentes e querem

produtos com temática atual”, afirma Rafael. O cartunista Mauricio de Sousa reconhece a mudança no mercado. “O licenciamento está se espraiando para outras plataformas, o que nos obriga a criar novas condições para continuarmos a usar sua força”, afirma. Celso Rafael chama atenção para as animações japonesas e para propriedades relacionadas à música e internet. De acordo com o executivo da Exim, elas estão crescendo e, sem dúvida, serão muito representativas nos próximos anos. A Exim responde pelo licenciamento de aproximadamente 40 marcas, entre elas Bob Esponja, Backyardigans, Avatar, Transformers, Barney, Moranguinho e Shrek, grande fenômeno de licenciamento. São mais de 350 empresas licenciadas e um número superior a 800 itens. Uma breve leitura das listas de propriedades agenciadas no Brasil basta para ver que o mercado nacional de licenciamento ainda é fortemente concentrado em personagens infantis. Um fenômeno, conforme Celso Rafael, é o relançamento de ícones dos anos 80 como Moranguinho e Hello Kitty. Modernizadas, elas voltaram a ser sensação no mercado de papelaria e material escolar. Fora das telas de TV, muitos personagens também sobrevivem

Fonte: Associação Brasileira de Licenciamento (2007)

Vantagens do licenciamento ajuda a tornar o produto conhecido forte exposição na mídia cria identificação com o cliente facilita a negociação com o varejo

graças ao licenciamento de produtos. Um dos maiores calos do segmento de licenciamento no Brasil é a pirataria. Para Celso Rafael, ela é um inibidor da atividade. “Eu arriscaria dizer que a pirataria pode chegar a 25% do bolo potencial de faturamento em negócios de licenciamento, quando a marca ou personagem é forte e gera demanda. Nos casos de times de futebol, esse percentual pode ser maior ainda”, afirma o executivo. Segundo ele, as empresas estão buscando medidas legais para combater a falsificação, mas há muito mais para ser feito. O fato é que os índices de pirataria são mais uma prova da força de venda que um personagem ou marca pode imprimir a um produto.

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tos que levam a Turma da Mônica, o resultado passou de 40 mil”, afirma Mauricio de Sousa. O cartunista certamente foi um dos precursores do licenciamento no Brasil. Antes mesmo da Cica, ele já havia licenciado seus personagens para empresas como Trol (brinquedos), Alcatex (enfeites de parede), Danone (iogurtes) e Artex (toalhas).

550 licenças disponíveis + de 1 mil empresas utilizam licenças 85 agências licenciadoras R$ 3,2 bilhões de faturamento 11% de crescimento em relação a 2006 4% a 12% do faturamento pago em royalties 2 anos é o prazo máximo dos contratos

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MEMÓRIA

Licenças responsáveis Cresce o licenciamento de marcas do terceiro setor, mas o nível de exigência é ainda mais alto

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A tendência de produtos verdes e socialmente responsáveis tem impulsionado o licenciamento de marcas do terceiro setor. O Greenpeace licencia sua marca desde 1996, mas o crescente interesse por seus produtos levou a ONG a criar uma rede de franquias para vender centenas de produtos licenciados, de artigos de vestuário a papelaria em geral e até mesmo aparelhos de ar-condicionado. Por enquanto, além da loja virtual, há apenas uma unidade franqueada, a Espaço Greenpeace São Paulo, localizada no Frei Caneca Shopping, na capital paulista. Mas a lista de candidatos interessados em se tornar máster franqueados já tem mais de 1,8 mil nomes. Quando o Greenpeace decidiu licenciar sua marca, o objetivo era estimular a indústria a fabricar produtos ecologicamente corretos, reduzindo a poluição e o desperdício no processo de produção de toda a cadeia de valor. O instituto também queria mostrar que mercadorias feitas a partir de

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Menasce: apenas um em cada 100 projetos é aprovado para levar o selo das ONGs

uma fabricação limpa não precisam ter preços maiores do que as outras. “No início, corremos atrás de fabricantes dispostos a aceitar o desafio. Hoje, as empresas é que nos procuram. São mais de 40 empresas licenciadas e centenas de produtos no mercado”, afirma Samy Menasce, proprietário da Todaba, responsável pelo licenciamento do Greenpeace. Se uma licença normal já exige uma série de requisitos dos fabricantes, o uso de marcas como o Greenpeace pede um nível de exigência maior ainda. Segundo Menasce, de cada 100 produtos cadastrados para levar o selo da ONG, apenas um é aprovado. A instituição faz uma auditoria no processo de produção dos fabricantes porque, obviamente, não pode correr o risco de ter seu nome associado a empresas com problemas ambientais. Além disso, os produtos têm que ser ecologicamente corretos. Os climatizadores licenciados pelo Greenpeace, por exemplo,

têm resfriamento à base de evaporação da água e economizam até 95% de energia elétrica em comparação aos convencionais. Até mesmo a Todaba foi escolhida pelo Greenpeace para licenciar a marca no Brasil pela experiência de Menasce com a produção limpa de produtos têxteis. O empresário trabalhava na Filobel, do Grupo Safra, primeira empresa do mundo a receber um selo verde. Ele acompanhou de perto o desenvolvimento de produtos de tinturaria biodegradáveis e não-cancerígenos e a utilização de equipamentos que reduziam o consumo de água em seis vezes. “Quando o Greenpeace soube, veio nos procurar para apoiar a produção”, conta Menasce. Menos de um ano após deixar a Filobel, o empresário recebeu o convite da ONG para licenciar a marca.

LINHA DIRETA Abral: (11) 3021-7616 Guilherme Jacob: (48) 3283-6000 Mauricio de Sousa Produções: (11) 3613-5000 Cultura Marcas: (11) 2182-3066 Exim Character Licenciamento e Marketing (11) 3885-9275 Todaba: (11) 3039-8316 Líder e Apolo Brinquedos: (11) 4544-1305 Guf Cosméticos: (79) 2106-4668 Instituto Ayrton Senna: (11) 2974-3000 Warner Bros.: (11) 2133-3925


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PERFIL

Beatriz Dockhorn

Vocação

reformada Ex-ginasta inovou mercado de roupas de ginástica e conquistou clientes em 42 países por Francis França

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francis@empreendedor.com.br

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Especialistas costumam dizer que, na hora de abrir uma empresa, o melhor caminho é atuar em uma área que se conheça e, principalmente, de que se goste. A gaúcha Beatriz Dockhorn, presidente da Bia Brazil Fitness, se encaixa perfeitamente nesse perfil e mostra como a combinação de empreendedorismo com vocação pessoal pode levar a resultados surpreendentes. Ginasta dos cinco aos 18 anos de idade, bicampeã brasileira e campeã sul-americana de ginástica olímpica, quando decidiu abrir o próprio negócio foi no mercado esportivo que ela investiu seus esforços. Beatriz começou costurando roupas de ginástica para si mesma. Depois que encerrou a carreira esportiva, trabalhou durante 12 anos como professora de educação física nas escolas da rede estadual, em Porto Alegre. Em 1994, tirou seis meses de licençaprêmio e aproveitou o tempo livre para se dedicar novamente ao esporte. Mas quando foi comprar roupas de ginástica, só encontrou tamanho único nas lojas. “Era muito pequeno para mim, que estava saindo de um processo de gravidez. Decidi fazer as minhas próprias roupas e vi que existia um espaço no mercado muito grande para mulheres que não se encaixavam no padrão de atletas, então comecei a desenvolver tamanhos P, M e G”, conta. No começo, ela mesma desenhava, cortava e costurava os modelos. Beatriz não

era propriamente costureira, mas sempre teve, desde pequena, talento para atividades manuais, como pintura e artesanato. Quando terminou a licença-prêmio, ela não tinha como voltar atrás, pois já fazia roupas por encomenda para conhecidos e revendedores que pediam para oferecer suas peças em academias de ginástica. Em 1996, quando a conexão de internet ainda era discada, Beatriz lançou o website da empresa em três idiomas e realizou sua primeira operação internacional, para a Costa Rica. Teve que aprender na prática, pois não sabia nada sobre exportação na época. “Fui atrás de informações, e o cliente trabalha comigo até hoje.” No início de sua trajetória como empresária, sua preocupação era manter a fábrica funcionando com pedidos em todos os meses do ano. A tarefa parece simples, mas a Bia Brazil levou quase cinco anos para con-

Com 90% da produção destinada ao mercado externo, a Bia Brazil hoje está presente nos cinco continentes, com cerca de 200 mil peças produzidas por ano

seguir completar o ciclo de compras. Hoje, com 90% da produção destinada ao mercado externo, a Bia Brazil está presente em 42 países nos cinco continentes, com cerca de 200 mil peças produzidas por ano. Os maiores mercados são Estados Unidos, China e países da América Central. Apesar de ser uma empresa de médio porte, com faturamento aproximado de R$ 18 milhões anuais, a marca concorre no mercado com gigantes como Nike e Adidas. “Nossa vantagem é a exclusividade das peças, que são produzidas em menor escala, e nossa agilidade para alterar a produção, quando necessário.” Essa rapidez em se adaptar à dinâmica do mercado é especialmente bem-vinda em tempos de crise na economia norte-americana, que tem afetado os negócios da empresa. As negociações feitas em libra, através da central de distribuição na Inglaterra, equilibram as contas, mas Beatriz trabalha para ampliar a atuação no mercado nacional e se proteger contra os efeitos macroeconômicos. “É realmente um problema, pois nos focamos nas exportações, e agora, com a queda do dólar, precisamos trabalhar mais o mercado interno”, diz. Como vem se tornando comum entre os empresários brasileiros, Beatriz busca se precaver caso apareçam as dificuldades. Como a maioria, também, ela se esqueceu de que é preciso estar preparado para quando as coisas saem melhor do que o esperado. A Bia Brazil cresceu 14 vezes entre 2001 e 2008, e Beatriz, formada em


WILSON AVELAR

Beatriz Dockhorn

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GABRIEL SCHMIDT

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Idade: 42 anos Local de nascimento: Porto Alegre Formação: Administração e Educação Física Empresa: Bia Brazil Ramo de atuação: Confecção Ano de fundação: 1994 Cidade-sede: Porto Alegre Número de funcionários: 48


PERFIL

Beatriz Dockhorn

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Lições recebidas nos tempos em que era atleta profissional, como disciplina, espírito de equipe e trabalho duro, foram fundamentais para que ela construísse a Bia Brazil

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Administração e Educação Física, precisou de ajuda para gerenciar um processo de expansão tão rápido. “Chegou um dia que eu entrei no Sebrae do Rio Grande do Sul e disse: ‘Eu não sei mais administrar a minha empresa, vou atirar tudo para cima’. Eles riram e afirmaram que iam colocar gente lá comigo para ajudar”, conta. Hoje, ela não abre mão dos cursos de atualização, que faz todos os anos, e de um sistema rígido de controle dos processos da fábrica. A organização inclui relatórios diários de todos os setores para monitorar produtividade e aproveitamento de matéria-prima. Regularmente, são contratados auditores para checar as contas da empresa e analisar os relatórios de cada setor, processo que Beatriz acompanha de perto. “Quanto mais a empresa cresce, maior é o investimento, e a desorganização acaba multiplicando os gastos por causa de desperdício de tecido, aviamentos, linhas e tudo mais.” Em 2005, ela passou pelo momento mais difícil de sua vida como empresária. Um incêndio destruiu 30% da fábrica, causandolhe um prejuízo de R$ 600 mil. Beatriz tinha ido à fábrica numa manhã de novembro,

depois de um forte temporal de granizo em Porto Alegre, que alagou a unidade industrial. Ela passou duas horas levantando caixas de um carregamento que seria embarcado para o exterior e não percebeu que um dos ventiladores havia entrado em curto-circuito. Meia hora depois que saiu da fábrica, os vizinhos ligaram para avisar que o prédio estava em chamas. “Eu, como todo bom brasileiro, havia pago seguro durante dez anos sem usar, e quando venceu, em maio, decidi não renovar. Então eu tinha o seguro do prédio, mas não dos tecidos, das máquinas, nada.”

Superação Beatriz pensou em desistir ao ver dez anos de trabalho consumidos em meia hora de fogo, mas seus clientes começaram a adiantar pagamentos dos pedidos que seriam feitos no ano seguinte para que ela pudesse comprar novas máquinas. “Quando vi aquele dinheiro todo na minha conta eu não tinha outra escolha senão continuar, era uma obrigação moral com eles.” O trabalho de todo o ano de 2007 foi dedicado a

recuperar o prejuízo, e hoje, graças aos seus parceiros – como ela chama seus clientes –, a empresa tem mais máquinas e funcionários do que tinha antes do incidente. As lições recebidas nos tempos em que era atleta profissional, como disciplina, espírito de equipe e trabalho duro, foram fundamentais para que ela reconstruísse seu patrimônio. “Grande parte da minha personalidade e força para me levantar veio do esporte. A gente aprende que, quando cai, é preciso levantar e trabalhar com mais afinco. São coisas que se leva para o resto da vida.” Antes de montar a fábrica para roupas de ginástica, Beatriz conseguia malhar todos os dias. Depois que virou empresária em tempo integral, esforça-se para conseguir dedicar pelo menos dois dias por semana para os exercícios físicos. O trabalho virou sua ginástica: ela não tira férias há 15 anos e passa pelo menos dez dias por mês fora do País, em feiras ou negociando com clientes. Seu lazer é, quando vai para feiras internacionais, chegar dois dias antes e ficar dois dias após o evento para conhecer os países para os quais comercializa. Quando está em


FOTOS GABRIEL SCHMIDT

Beatriz Dockhorn: bia@biabrazil.com.br

Beatriz Dockhorn Bia Brazil Fitness

1964

Nasce Beatriz Dockhorn

1978

Conquista o tricampeonato estadual de Ginástica Olímpica Conquista o bicampeonato Brasileiro de Ginástica Olímpica Compõe a equipe brasileira vencedora do Campeonato Sul-Americano de Ginástica Olímpica

1987

Conclui faculdade de Administração de Empresas

1988

Conclui especialização em Administração Hospitalar

1991

Conclui faculdade de Educação Física

1994

Tira licença-prêmio de seis meses do serviço público Abre a empresa Bia Brazil

1996

Empresa realiza sua primeira exportação, para a Costa Rica

1997

Participa da primeira feira internacional, na Alemanha

2000

Conquista Prêmio Talentos Empreendedores de Indústria

2005

Conquista Prêmio Talentos Empreendedores de Exportação Em novembro, um incêndio destrói 30% da fábrica, causando um prejuízo de R$ 600 mil

2006

Conquista Prêmio Nacional de Qualidade

2008

Conquista Prêmio Mulher Empresarial

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LINHA DIRETA

LINHA DO TEMPO

Porto Alegre, trabalha das 9h30 às 18h30, sem pausa para o almoço, e a noite dedica às caminhadas, à academia ou aos pais. Beatriz não tem sócios, e dois de seus três filhos se preparam para trabalhar com ela na empresa. O mais velho, de 25 anos, é advogado especializado em direito internacional, e sua filha caçula, de 17 anos, estuda Administração com foco em empreendedorismo e sucessão. “É preciso gostar do que se faz, e tenho certeza que minha menina vai dar continuidade à empresa. Ela está comigo desde que começou a fábrica e já trabalha comigo três vezes por semana.” O legado de Beatriz inclui uma relação de confiança plena e companheirismo com os clientes, e à sua filha caberá a tarefa de manter esses laços em um mundo que exige empreendedores cada vez mais ágeis e competitivos.

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P E Q U E N A S N O TÁV E I S

Brasil

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Empresas conquistam novos mercados com apoio de agentes do Sebrae na ampliação da cartela de fornecedores e clientes responsáveis

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Diminuir custos e aumentar as vendas. Essas são algumas das várias vantagens que o empresário Antonio Martoneto conquistou para a sua empresa Ki-Fruit em Brasília. A partir de uma parceria firmada com o Sebrae, por meio do Projeto Comércio Brasil, o empresário teve a oportunidade de conhecer novos fornecedores e conquistar novos clientes. A empresa Ki-Fruit fica nas Centrais de

Abastecimento do Distrito Federal S/A (Ceasa) de Brasília, local que recebe diariamente caminhões abarrotados de frutas e verduras vindas de todo o Brasil. Existente no mercado há cinco anos, a Ki-Fruit é considerada uma das maiores empresas do atacado e comercializa 570 toneladas de frutas por mês. O empresário Antonio Martoneto lembra que no início seus únicos fornecedores de frutas eram do interior de São Paulo. Após algum tempo, ele passou a aumentar seu mix de produtos, ampliando sua cartela de fornecedores. Frutas como maçã, melão e laranja passaram a chegar também do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Argentina. Mas era preciso oferecer mais variedades e um melhor preço. Por intermédio de um dos seus clientes que, na época, era consultor do Sebrae, Antonio conheceu o Projeto Comércio Brasil. A ação desenvolvida pelo Sebrae tem por ob-

jetivo buscar novos clientes e fornecedores para empresas que estão aptas a competir no mercado. Na época, a Ki-Fruit se submeteu à avaliação do projeto, a Matriz de Diagnóstico. Após passar por essa fase como apta, a empresa recebeu um reforço na sua cartela de clientes e fornecedores. O Sebrae contratou agentes de mercado, como Márcio Fabris, para interligar os negócios, unir quem produz e quem vende. O agente encontrou na Bahia um novo fornecedor de frutas. Hoje, com o apoio do projeto, Antonio negocia a compra de uva e manga diretamente com fruticultores de Petrolina e Juazeiro, na Bahia. Ao todo são 30 toneladas por mês. “O Comércio Brasil abriu as portas para novos mercados. O setor em que atuamos tem muita gente não confiável, aventureira. O Sebrae nos colocou em contato com empresas sérias, das quais adquirimos produtos com


MÁRCIA GOUTHIER

Comércio Brasil Criado em 2006 pelo Sebrae Nacional, o Comércio Brasil busca criar oportunidades de negócios para micro e pequenas empresas, associações, cooperativas de produtores e artesãos. Inicialmente as empresas selecionadas pelo Sebrae recebem a visita de um agente de mercado, consultor que aplica questionários denominados Matrizes de Diagnóstico, com os quais avalia se a empresa está apta a participar do projeto.

Depois dessa etapa, o agente de mercado levanta as oportunidades de negócios e intermedia as relações entre as empresas participantes do projeto e os canais diretos e indiretos de vendas (representantes, distribuidores, revendedores), para inserção dos produtos no mercado. O agente identifica também as deficiências e necessidades das empresas e orienta os seus proprietários a participar de capacitações, consultorias e buscar informações técnicas em Gestão de Negócio, Gerência Básica, Planejamento Estratégico, Finanças, Atendimento ao Cliente, Marketing, Vendas, Gestão de Pessoas, Design entre outros. Hoje, o projeto atua nos segmentos da agricultura orgânica, alimentos, apicultura, artesanato, cachaça, calçados, confecções, equipamentos de proteção individual, estrutiocultura, fitoterápicos, flores e plantas, fruticultura, guaraná, mandiocultura, material esportivo, metalurgia, móveis, plásticos, piscicultura e tecelagem. O projeto está presente no Distrito Federal, Amazonas, Bahia, Acre, Pará, Pernambuco, Sergipe, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Maranhão, Rio de Janeiro, Piauí, Rio Grande do Norte e São Paulo. Segundo a gestora nacional do projeto, Hannah França Salem, “a expectativa é que, até o fim deste ano, estejam incluídas no projeto todas as 27 unidades da Federação. Outra tendência é que o projeto seja o suporte comercial de todos os projetos do Sebrae”.

Números do sucesso Um relatório recente registra, entre outras informações, o faturamento das 127 empresas ativas participantes do projeto. O balanço apresenta dados referentes ao período do segundo semestre de 2007 e ainda, quando pertinentes, os resultados de avaliações anteriores (1º e 2º semestres de 2006 e 1º semestre de 2007). O primeiro dado relevante refere-se à evolução mensal do reforço gerido no faturamento das empresas com apoio do Projeto Comércio Brasil. Observou-se que o faturamento total apurado em 2007 foi R$ 13.145.360,00 superior. Vale ressaltar que a meta inicial do Comércio Brasil era incrementar dentro de três anos o faturamento das empresas participantes em R$ 1,2 milhão. Porém, de acordo com os números apresentados, percebe-se que a meta foi ultrapassada logo no ano seguinte do seu início. Outra análise importante é com relação ao custo-benefício. O investimento total do projeto feito pelo Sebrae é da ordem de R$ 3.888.000,00. Hoje, o incremento de faturamento proporcionado às empresas participantes é no valor de R$ 18.516.562,00, sendo R$ 5.371.202,00 em 2006 e R$ 13.145.360,00 em 2007. Ou seja, o projeto já deu um retorno para as empresas quase cinco vezes mais que o valor investido.

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bom preço e qualidade”, afirma Antonio. Ainda segundo o empresário, os antigos fornecedores levavam seis dias para entregar as uvas em Brasília. Já os novos gastam a metade desse tempo. O resultado são frutas mais frescas e saborosas na mesa do consumidor. “O produto chega aqui com seu frescor natural e com mais durabilidade”, diz o agente Márcio. Antonio distribui a uva para mais de 100 mercados, quitandas e restaurantes do Distrito Federal. As encomendas triplicaram. Toda segunda-feira chegam da Bahia 30 toneladas de uva Itália. A fruta era vendida em Brasília por R$ 5,99. Mas, com os novos fornecedores, o empresário reduziu o preço para R$ 2,99. As vendas dispararam. O preço caiu porque o custo foi reduzido em 40%. “Optamos por mudar a estratégia da empresa. Trabalhar com mais volume e com menor preço”, conta o empresário Antonio Martoneto.

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A VOZ DA EXPERIÊNCIA

Ricardo Zema

familiar Persistência

Ricardo Zem Zema assumiu os negócios criados pelo avô e pe pelo pai em precária situação financeira, e depois de saná-los o grupo passou passo a ter atuação nacional por Marco Britto

em eempreendedor mpr preeeennddeeddor or | maio maaio m i 22008 008 00 08

marcobritto@empreendedor.com.br

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Com sol ou chuva, ch o empresário Ricardo Zema começa sua rotina de trabalho às 5h. Nunca faltou um único dia, e aos 65 anos continua com disposição de d sobra para acompanhar diariamente as empresas Grupo Zema, com operações em distribuição de comque formam o Gru bustível, lojas de eeletrodomésticos, revendas de automóveis e motos, negócios. Depois de investir em diversos ramos como entre outros negó madeireiras, fábricas de produtos químicos e material de farmácias, madeir construção, hoje é uma prioridade do empresário focar a atuação nos consolidados na companhia. Entre 1994 e 2007 foram vendiramos já consolida desativadas 49 unidades de negócio, em diversos segmentos. das ou desativada “Às vezes se torna difícil administrar tantos ramos diferentes, por isso escolhendo fechar”, revela. estamos escolhen A sede do grupo gru fica na cidade de Araxá (MG), localizada na reTriângulo Mineiro, a 350 quilômetros de Belo Horizongião do Triâng te. O atual presidente vem de uma linhagem de empresários iniciou na década de 1920, quando o avô, Domingos que se in Zema, escolheu a cidade para abrir a Casa Sport, oficina mecânica e revenda de autopeças. Os filhos de Ricardo mecâ trabalham com ele e já participam nas decisões sobre trab o futuro do grupo. Hoje, completando 85 anos de atividades, o conglomerado de empresas que fatua rou R$ 1 bilhão em 2007 poderia ter sido desman-


Batismo de fogo Nuvens negras punham-se no horizonte da família Zema no ano de 1964. Desde a morte prematura do filho de Domingos, Romeu Zema, homem à frente dos negócios da família – então uma loja de autopeças, um posto de gasolina e uma revenda de automóveis –, as coisas não iam bem, e a empresa acumulava dívidas cinco vezes maiores que o seu valor patrimonial. Os sócios discutiam a venda, porém, o filho de Romeu não concordava em se

Ricardo Zema Idade: 65 anos Local de nascimento: Araxá (MG) – 20/08/1942 Formação: Técnico em contabilidade Empresa: Grupo Zema Número de funcionários: 4 mil Cidade sede: Araxá (MG) Faturamento 2007: R$ 1 bilhão

livrar daquilo que simbolizava as vidas de seu avô e do pai. Aos 21 anos, poucos meses após se casar, Ricardo Zema assumiu a administração da empresa com a confiança de que com muito trabalho reverteria aquela situação. No final do mesmo ano, comprou o primeiro caminhão-tanque e começou a distribuir combustível para outros comerciantes do mesmo ramo na região, uma vez que o veículo podia carregar mais gasolina do que o Posto Zema demandava na época. Após iniciar a operação de distribuição de combustível na tentativa de dar a volta por cima na crise que abalava a empresa, em 1969 Ricardo retomou a expansão dos negócios com a compra de um segundo posto de combustível. Os contratos firmados com a Cia. São Paulo de Petróleo e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) ajudaram na viabilização de novos negócios e as finanças começavam a sinalizar equilíbrio novamente, o que permitiu novos investimentos. “Com isso comprei outro caminhão. Adquiri o segundo posto, e logo depois de seis meses comprei o terceiro, e após mais seis meses o quarto, em Uberaba (MG), em 1970.” Depois da tempestade, a bonança: o grupo entrava no caminho para se tornar a grande corporação que é hoje. Anos antes de assumir o comando da empresa Domingos Zema & Filhos, que àquela altura já tinha respeitáveis 40 anos de praça, o jovem Ricardo já participava do dia-a-dia daquilo que viria a ser o seu patrimônio. “Minha primeira função na empresa foi de officeboy, aos 14 anos. Trabalhava na revendedora, na época das marcas Studebacker, depois DKW Vemag, que vendia veículos, máquinas agrícolas e caminhões. Lembro que em 1956 meu pai vendeu os primeiros carros fabricados no Brasil.” Aos 17 anos, Zema assumiu a seção de venda de autopeças, e logo já vendia carros. Em meio ao caos na empresa da família, assumiu a administração geral do pequeno grupo em 1964. “Agradeço por ter tido força e saúde. Eu vivo única e exclusivamente para minha família e meus negócios. Não saio de casa, não gosto de festas. O que eu gosto é de trabalhar.” O Grupo Zema tem capital fechado, nas mãos da família. Depois de oito anos numa reorganização total, envolvendo definição de responsabilidades e mesmo o saneamento dos negócios do grupo, com as vendas e desativações de empresas, há uma tendência

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telado não fosse a determinação de Ricardo em continuar os negócios mesmo durante os períodos mais difíceis. Classificados pelo faturamento, os nichos principais de atuação do grupo são a distribuição de combustível, seguida dos eletros e concessionárias – hoje revendas Fiat e Honda. Ainda na década de 1960, o primeiro passo de Ricardo para pôr os negócios no prumo foi aproveitar um velho caminhão-tanque e distribuir combustível para os postos da região, numa época em que a empresa familiar esteve à beira da falência. Hoje, a Zema Cia. de Petróleo é fornecedora exclusiva de aproximadamente 150 postos nos estados de Minas Gerais, Goiás, Pará, Mato Grosso e São Paulo. A Eletrozema começou a partir de uma adaptação, que acabou se tornando mais um tiro certo na carreira do empresário mineiro. Em 1976, Ricardo decidiu comprar a concessionária Chevrolet em Araxá. Na época, a montadora também fabricava no Brasil as geladeiras Frigidaire. “Como o espaço da concessionária não comportava as geladeiras, abri uma loja de eletrodomésticos para vendêlas”, conta. Hoje esta cadeia iniciada por acaso espalha-se pelo interior mineiro e paulista, atualmente com 173 unidades. Há dez anos a empresa assumiu definitivamente seu lugar de importância no faturamento geral do Grupo Zema, desde quando vem registrando crescimento médio de 30% ao ano. Para 2008 a previsão é inaugurar pelo menos 50 novas unidades. A prioridade é fortalecer ainda mais a Eletrozema dentro de Minas, onde a marca já é bem difundida, o que facilita a abertura de novos pontos-de-venda. A aposta é investir em cidades pequenas com o modelo de miniloja, que prioriza a venda de equipamentos portáteis. As concessionárias faturam R$ 50 milhões anuais, com lojas na região de Araxá e também uma unidade da Moto Zema em São Paulo.

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A VOZ DA EXPERIÊNCIA

Ricardo Zema

Grupo Zema passou de 11 funcionários contratados para 4 mil trabalhadores nas últimas três décadas

BÚSSOLA EMPRESARIAL

O QUE FA ZER Seja otimista Fuja dos pessimistas

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Gaste menos do que ganha

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O QUE NÃO FAZER Não seja invejoso Não se preocupe com a vida dos outros e não fale mal de ninguém

em buscar a participação de um fundo de investimentos para aprimorar ainda mais a governança. Segundo o filho de Ricardo, atual CEO Romeu Zema, a abertura de capital é uma realidade no planejamento de gestão no longo prazo. Hoje a administração das empresas de combustível e eletrodomésticos já não está mais nas mãos de membros da família, com exceção das concessionárias, administradas por Roberto, também filho de Ricardo. O objetivo é não deixar as empresas dependentes de membros da família. O faturamento total do grupo tem se mantido estável, equilibrado entre pequenas retrações nas vendas de combustível – em torno de 3% – e a alta constante no ramo de eletro. Quando Ricardo Zema assumiu os negócios, havia 11 funcionários contratados. Atualmente o grupo emprega 4 mil trabalhadores, dos quais ele afirma conhecer ao menos uns 500 pelo nome. Sem cerimônias, o presidente faz questão de ressaltar que usa o mesmo uniforme que qualquer um dentro do Grupo Zema, num claro sinal de respeito aos colaboradores. “Eu trabalho de uniforme, da mesma maneira que o faxineiro trabalha.” Em 2005, o grupo recebeu o título de Cidadania Corporativa do Guia Exame, pela

preocupação com a qualidade de vida e projetos especiais destinados aos funcionários. Nas relações de melhores empresas para trabalhar, publicadas na mídia especializada, o nome Zema é presença constante. Hoje o presidente participa de maneira mais branda na rotina dos negócios, delegando boa parte desta responsabilidade ao CEO. “Estou repassando tudo para os meus filhos, que já estão totalmente a par dos assuntos do grupo.” De qualquer maneira, Ricardo continua chegando ao cantar do galo no escritório em Araxá, com o mesmo semblante determinado de quem construiu o sucesso com muito esforço e seriedade. Uma ocupação mais recente do empresário tem sido contar sua trajetória aos colegas, em palestras e encontros empresariais, onde repassa seus valiosos “dez mandamentos”, que mantém sempre à mão na mesa de trabalho. Lições de outros tempos, que são como peças de antiquário – quanto mais os anos passam, maior valor elas adquirem.

LINHA DIRETA Ricardo Zema: (34) 3669-1722


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Tecnologia da Informação

TI

ÚLTIMO ELO Portabilidade numérica permitirá ao usuário mudar de operadora e manter o número do telefone

por Débora Remor

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debora@empreendedor.com.br

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A partir deste mês, usuários da telefonia móvel e fixa de algumas cidades brasileiras começam a testar a portabilidade numérica, isto é, o assinante da linha pode manter o número de telefone caso troque de operadora ou mude de endereço dentro da mesma área de código DDD. A fase de preparação da rede vai até agosto e a ativação comercial para todo o território nacional começa em março de 2009. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda vai definir o preço a ser pago pelo usuário que quiser usufruir desse direito, mas está claro que será um valor único, tanto para celular como para telefone fixo. Essa taxa vai ajudar a cobrir os custos da entidade administradora, que tem como atribuição intermediar a relação entre as operadoras para a portabilidade. Uma associação de todas as grandes e algumas pequenas operadoras deu origem à ABR Telecom, responsável por gerenciar a Base de Dados Nacional de Referência. É através dela que a operadora escolhida pelo usuário vai se comunicar com aquela que perdeu o cliente, chamada operadora doadora. “A entidade administradora vai intermediar tudo. Não há contato direto entre as operadoras”, esclarece Luiz Antônio Vale Moura, coordenador do Grupo de Implantação da Portabilidade (GIP) da Anatel. Moura afirma que esta funcionalidade deve gerar um impacto grande para as operadoras, mas elas deviam estar preparadas, PURESTOCKX


já que a determinação ocorreu quando da privatização do sistema de telefonia. Além do mais, a regulamentação foi assinada em abril de 2006, a consulta pública se deu em setembro daquele ano e a publicação oficial em março do ano passado. O objetivo da Anatel ao estipular a portabilidade numérica é “o resgate do direito do usuário”, e que o aumento da concorrência e conseqüente melhora na qualidade do atendimento e serviço das operadoras “serão efeitos secundários”. “Agora vamos romper o último elo do usuário com a operadora”, reforça Moura ao lembrar que escritórios e consultórios médicos procuram não trocar de operadora por temerem a perda de contato com os clientes.

Moura: portabilidade vai gerar um impacto grande para as operadoras, mas elas já deviam estar preparadas

Prazo

ele, a média dos que usaram a portabilidade é de 1% a 3%, e chegou a 5% no primeiro ano de implantação do benefício em Hong Kong, considerado caso de sucesso. Luis Antônio Vale Moura responde que o mercado brasileiro se comporta de maneira diferente em muitos aspectos se comparados a outros países. A Anatel não fez pesquisas e nem estudo sobre o interesse dos clientes, porém “a movimentação dos usuários no Brasil é muito grande mesmo sem a portabilidade”, destaca o cordenador. A TIM e a Claro informaram que estão trabalhando para atender as exigências no prazo determinado, mas não revelam valores investidos na adequação dos sistemas. A Oi, ao anunciar a previsão de investimentos para 2008, divulgou que R$ 400 milhões estão reservados para a implantação da portabilidade. Na página da Tekelec, empresa de tecnologia que atende a TIM, Claro, Telemar, Telemig e Nextel, o vice-presidente para o Brasil, Paulo Henrique Souza, estima em R$ 2,5 bilhões a movimentação de recursos para a adequação do sistema. De olho na implantação das redes das operadoras, o Instituto Venturus iniciou o

desenvolvimento de uma solução sobre a plataforma IP Multimedia System (IMS). O projeto, com prazo de 15 meses, recebeu aporte de R$ 1,6 milhão do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), e a Ericsson também participa com recursos humanos e tecnológicos. “O resultado do nosso projeto será uma família de softwares que serão disponibilizados às operadoras por meio de licenciamento”, adianta Antônio Ribeiro Neto, superintendente do Venturus. O Instituto ainda está compondo ofertas e analisando possíveis parceiros, mas vê um “mercado promissor para a tecnologia IMS e seus produtos”.

LINHA DIRETA Anatel: www.anatel.gov.br Claro: www.claro.com.br Instituto Venturus: (19) 3755-8600/ www.venturus.org.br Teleco: www.teleco.com.br TIM: www.tim.com.br

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O cronograma da implantação da portabilidade prevê que, até 21 de março de 2009, o serviço esteja disponível em todas as 67 áreas de código. Para requerer o benefício, o cliente vai até a operadora para onde quer migrar e solicita a portabilidade. A migração deve ser feita em cinco dias, mas o usuário tem dois dias úteis para cancelar o pedido caso desista da troca. O coordenador explica que o GIP reuniu as melhores práticas mundiais para fazer o projeto, que será o segundo maior do mundo em volume de usuários envolvidos e em estrutura física de hardware, e escolheu a Cleartech como provedora da infra-estrutura utilizada pela ABR Telecom, contratada em setembro de 2007. A partir daí, cada operadora escolheu uma solução conveniente com a estrutura e a modernidade de seus sistemas, e todas precisaram adquirir equipamentos. “O trabalho das operadoras é grande porque a identificação está baseada no número, e agora elas precisam encontrar outro suporte”, afirma Moura. José Barbosa Mello, sócio-diretor do Teleco, site referência do mercado de telecomunicações, acredita que as operadoras móveis serão beneficiadas pela captação dos usuários, enquanto as operadoras fixas perderão com a migração. Ainda no tutorial publicado no site, Mello salienta os baixos índices de uso da portabilidade nos países da Europa, Estados Unidos e Japão. Segundo

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TI

Tecnologia da Informação

PDA multifuncional

Publicidade on-line A multinacional DQ&A reforça sua presença no Brasil para agilizar os negócios em publicidade on-line. Com atuação em seis países e clientes do porte de MSN mundial e AOL, a empresa holandesa oferece aos clientes da América do Sul os serviços prometendo retor-

no rápido dos investimentos em publicidade on-line e suporte 24 horas. Outro serviço é o de divulgação digital, com reserva de espaço em sites, controle da publicação e relatório detalhado dos resultados.

(11) 3213-0992/www.dqatraffic.com

Um PDA com tecnologia 3G e compatibilidade para conversar com outros aplicativos móveis. Essa é a carta de apreesentação do Ikon,, um dispositivo dee captura de dados,, comunicação de voz e dados, tira fotografias coloridas e ainda faz leitura de código de barras. “O mercado de computação móvel caminha para uma convergência tecnológica entre PDAs, celulares e coletores de dados”, ressalta Carlos Santana, gerente de desenvolvimento de negócios, principal executivo da empresa no Brasil.

www.psionteklogix.com

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Leitor vertical

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O novo produto da Metrologic, o MS7820 Solaris, promete recursos tecnológicos avançados para leitura de códigos, que reconhece e processa códigos de barra com baixa qualidade de impressão, como rasuras e baixo contraste. O leitor vertical se adapta facilmente e é recomendado para checkout de vendas onde há grande volume de itens de pequenas dimensões, como supermercados, farmácias, mercearias e lojas de conveniência e de bebidas. Com botões para ajustar tom, volume e liga/desliga, o MS7820 também dispõe de recursos para desativar etiquetas de segurança e reconhecimento de interface de comunicação inteligente. A empresa ainda garante suporte técnico, cobertura nacional e três anos de garantia.


Novos domínios O registro de domínios .com e .net passa a ser oferecido pela UOL, empresa de mídia on-line, que fechou uma parceria com a VeriSign. “Estamos muito satisfeitos com o acordo, que tornará os domínios .com e .net cada vez mais familiares para os brasileiros – indivíduos e empresas”, diz Erica Saito, gerente regional de estratégia de negócios da VeriSign.

Autorizada a realizar o registro e renovação de nomes de domínios .com e .net no Brasil, a UOL tem o desafio de demonstrar a simplicidade do processo do registro destes nomes. Segundo relatório da VeriSign, foram acrescentados 12 milhões de novos nomes de domínios no terceiro trimestre de 2007.

0800 723 6000 www.uolhost.com.br/registro-de-dominio

Portais sem desafios

O Guia para implantação de portais foi lançado pela Nativa, com dicas para quem quer construir uma ferramenta de negócios. Voltado para executivos e profissionais, o informativo foi elaborado com base na experiência da empresa de tecnologia especializada no desenvolvimento de plataformas e traz lições práticas para os usuários. O Guia é dividido em quatro partes para apresentar as principais etapas do projeto e sugere formas de superar os desafios do desenvolvimento de um portal. “É importante começar com o pé direito, e esse é o passo inicial para, a partir daí, avaliar sua capacidade interna, ferramentas, fornecedores e serviços”, recomenda Fábio Nunes, diretor de tecnologia da Navita. No site da empresa, é possível fazer o download gratuitamente do Guia. www.navita.com.br/neo/site/comunidade/

guiaportal.cfm

A Microsoft anunciou o Windows Live SkyDrive, uma ferramenta de armazenamento virtual. O serviço gratuito oferece 5 GB para armazenar, acessar e compartilhar arquivos com segurança e facilidade a partir de qualquer PC. O SkyDrive permite criar até 30 pastas em três níveis: Pessoal, Compartilhado e Público. Exceto nesse último, há transferência de conteúdo criptografado. skydrive.live.com

Mobilidade total Os PDA da Mobilx são ideais para trabalhar em ambiente hostil e trazem recursos como WiFi, Bluetooth, GSM/GPRS, leitor de código de barras e, como opcional, GPS e RFID. Os modelos SC 600 e 620 servem aos segmentos de varejo, logística e distribuição, pois pesam 560 gramas, já vêm com Windows Mobile, memória de 128MB e bateria com duração de oito a dez horas de funcionamento. O preço sugerido fica em torno de R$ 6 mil.

(11) 3758-0166

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HD virtual

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FRANQUIA

viagem

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Boa

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Agências são pequenos negócios propulsores de um mercado de R$ 60 bilhões ao ano no Brasil


por Marco Britto marcobritto@empreendedor.com.br

As agências de viagem formam um batalhão de micro e pequenas empresas na ponta de uma cadeia que movimenta mais de R$ 60 bilhões por ano no Brasil. Dados do Ministério do Turismo (MTur) apontam que 95% das agências têm menos de dez empregados. São pequenos negócios que contam com a força motriz de uma engrenagem robusta na economia nacional, que envolve diretamente 52 segmentos da indústria à prestação de serviços, segundo o MTur. Para atender e ao mesmo tempo aproveitar este potencial, grandes franqueadores estão investindo em nichos diferenciados, associando novas possibilidades de negócio aos tradicionais pacotes, como a promoção de eventos artísticos e a sofisticação do turismo de negócios. A cidade de São Paulo acumula uma receita média de R$ 1,32 bilhão anualmente só com o vaivém dos executivos a trabalho (Embratur). É um segmento de peso que se consolidou como principal ramo de atividade da Flytour, agência com 47 franquias e dez unidades próprias. Prova disso foi a aquisição em dezembro último das operações da American Express Travel no Brasil, empresa com extensa carteira de clientes corporativos brasileiros e estrangeiros. De acordo com a Flytour, além de Europa e Estados Unidos, a China entrou definitivamente para o grupo dos destinos mais procurados pelas corporações e seus funcionários. Com o intuito de expandir as opções de serviços em sua cadeia de agências, a Pax Voyage, que mantém 51 unidades franqueadas, instaurou um modelo de serviços em produções artísticas. Atuando também na organização e execução de shows e eventos, a empresa oferece pacotes que associam viagens turísticas às produções organizadas pelo departamento de eventos. “Tivemos um forte aumento no faturamento das franquias”, afirma Heide Zamboni, proprietária da Pax Voyage. Um exemplo das oportunidades geradas pelo modelo é o show do cantor Dudu Nobre em Manaus, organizado pela agência, que viabiliza a capitalização da franquia responsável pelo evento, bem como das outras associadas da rede, que podem oferecer pacotes especiais para a apresentação. Heide está negociando um show internacional no Peru e também apresentações da cantora Alcione em Piracicaba (SP).

O investimento inicial é pequeno comparado a outras categorias de franquia. Porém, seja operando um home office, seja gerindo uma equipe maior, estar no comando de uma agência de viagens exige dedicação total. Os grandes franqueadores fazem questão de avisar: neste mercado o requisito número um é ter espírito empreendedor. As redes não estão à procura de investidores apenas, mas de pessoas que desejam administrar de perto o próprio negócio e fazê-lo crescer. A divisão de franquias da Flytour trabalha com a credencial do prêmio Empresa Franqueadora do Ano no Brasil, concedido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). As diretrizes de expansão focam praças dentro do Brasil, com ao menos 100 mil habitantes. Além disso, a empresa prioriza operadores que conheçam bem a região onde a unidade será implantada. A rede mantém sete centros de treinamento, que dão toda a capacitação necessária ao novo gestor e sua equipe durante um mês de curso. “Não é necessário experiência, mas tem que gostar do negócio, se dedicar integralmente”, diz o diretor de vendas, marketing e expansão da Flytour Franchising, Cesar Trabulsi. São 52 módulos de treinamento, com conteúdo comercial, técnico e de gestão, e também atendimento. Este ano a Flytour planeja abrir ao menos dez unidades, com interesse no interior do Rio Grande do Sul e de São Paulo e na Região Nordeste. A rede de agências quer reforçar a presença nas cidades em desenvolvimento do interior, paralelamente à meta de estar presente em todas as capitais do País.

Perfil do franqueado Entre os serviços que o franqueado tem à sua disposição, o diretor de vendas destaca o investimento tecnológico em plataforma de dados e softwares especializados que dificilmente um operador independente teria condições de pagar. “Investimos uma pequena fortuna todo ano para desenvolver nossos sistemas.” Ferramentas de auxílio gerencial, como equipes de suporte administrativo, financeiro, comercial e operacional são oferecidas. Outra vantagem frisada por Trabulsi é a condição especial junto aos fornecedores devido à participação na rede Flytour. A Pax Voyage se prepara para inaugurar duas franquias internacionais no primeiro semestre – uma na praça do Vaticano, em

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Porto de Galinhas, em Pernambuco, com hotéis como o Nannai, é um dos principais destinos turísticos no Brasil

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FRANQUIA

Cruzeiros 247 mil passageiros

embarques na temporada 2005/2006, cerca de 80% a mais que a anterior.

R$ 132 milhões

gastos extras distribuídos entre traslados, alimentação, passeios e suvenires.

US$ 21,5 milhões

valor pago em comissões para agências de viagens referente à venda de cruzeiros marítimos na temporada de 2006/2007. O valor garante a manutenção de 1,8 mil empregos nas agências de viagens.

PURESTOCKX

Fonte: Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar) e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)

Turismo corporativo US$ 158,13

é o gasto médio diário do turista de negócios que vem ao Brasil; esse número é quase o dobro gasto pelos turistas de lazer.

8 dias

é o tempo médio de permanência no Brasil do turista de negócios.

US$ 800 milhões

receita anual estimada gerada pelo turismo de negócios na cidade de São Paulo.

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PURESTOCKX

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Fonte: Embratur

Loja da Flytour em Cuiabá, uma das 57 unidades da agência focada em turismo corporativo Roma, e outra no Japão. Mesmo expandindo os negócios para fora do País, a área de atuação forte da rede continua sendo deste lado do Oceano Atlântico. A cadeia franqueada possui unidades espalhadas por todo o território nacional, em cidades como Olinda (PE) e Recife, Porto Alegre, Manaus e em São Paulo, na capital e interior. Heide aprova cada novo ponto comercial pessoalmente, inclusive em outros países. Apesar da exigência, a franqueadora ressalta que não adota procedimentos rígidos quanto à arquitetura das agências, por exemplo. “Há um requisito mínimo, mas deixo o franqueado à vontade para adaptar a obra ao seu orçamento.” Nas entrevistas com seus candidatos a franqueados, a empresária procura uma característica imprescindível: perfil empreendedor. Heide diz que não importa tanto de onde veio o novo parceiro, e sim onde ele deseja chegar. Muitas pessoas procuram a opção das agências de viagem para mudar de ramo e iniciar uma nova carreira. Em sua rede, Heide mantém franqueados que antes trabalhavam como advogados, médicos e policiais federais. Todos largaram as profissões e entraram no turismo. Segundo a franqueadora, a adaptação nesse sentido é perfeita, pois o franqueado se apresenta como um profissional sem vícios. “Se a pessoa pretende fazer um investimento baixo, pode iniciar pelo home office. Eu comecei assim e hoje sou premiada internacionalmente.” Recentemente a empresária recebeu o Troféu Marketing & Negócios Internacional, promovi-

do pela Associação dos Empresários do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mercosul, na categoria Destaque Empresarial do Ano – Viagens e Turismo. As opiniões sobre o cenário atual para as agências se dividem. Para a Pax Voyage, vê-se uma evolução constante e é visível o aumento no faturamento, com ajuda dos cruzeiros marítimos, hoje a terceira maior fonte de renda das agências (Fipe/MTur). “Eu viajo pelo mundo todo e posso dizer que o turismo brasileiro está caminhando a passos largos”, constata Heide. Já Trabulsi, que atua no meio corporativo, diz não perceber em seus negócios qualquer influência das campanhas do governo federal, como a que beneficia os idosos – principal público dos cruzeiros. “Como nosso foco são viagens de negócios, sentimos muito pouco esta influência”, afirma. De qualquer maneira, o diretor de vendas afirma ter boas perspectivas quanto ao mercado interno e cogita um crescimento de 10% nas vendas totais da Flytour este ano. Seja qual for a frente de trabalho, a dedicação é o que mantém os empreendimentos a todo vapor. Mesmo admitindo marinheiros de primeira viagem, as franquias de agências exigem um bom preparo e muita atenção para que o negócio não morra na praia.

LINHA DIRETA Flytour: (11) 4502-2520 Pax Voyage: (11) 3258-5584


Estética e beleza

Com tecnologia de ponta para emoldurar quadros em uma hora, a FastFrame/Moldura na Hora comemora os 12 anos de presença no Brasil e a consolidação no mercado com mais de 28 lojas. A rede, que opera nos nichos de moldura, espelhos e pôsteres, tem expectativas de abrir mais dez unidades este ano. “Em 2007, a rede teve um crescimento muito bom, conquistamos novos mercados, abrimos dez lojas e nos estabilizamos ainda mais, portanto as perspectivas para 2008

são ótimas”, garante Fernando Guimarães, diretor-geral da rede, destacando o Nordeste como mercado promissor: “O ramo ainda é pouco explorado, portanto, tem boas perspectivas para desenvolvimento de uma nova atividade local”. Ao custo inicial de R$ 90 mil, é possível abrir uma loja, com a oficina funcionando no mesmo espaço. São necessários três funcionários e ambientes com, no mínimo, 70 metros quadrados.

(11) 2626-3115/www.fastframe.com.br

Sorridente O primeiro semestre deste ano demonstra o ritmo de crescimento que a rede de clínicas dentárias projeta. Serão abertas 36 franquias e 20 unidades próprias em 2008, com projeção de dobrar o número de clínicas Sorrident’s até 2011. Além das principais capitais, a rede fundada em 1995 quer conquistar novos franqueados, que precisam dispor de R$ 250 mil a R$ 300 mil para o investimento em uma clínica-padrão. O contrato de cinco anos prevê o retorno entre 24 e 36 meses. (11) 2076-5040/www.

sorridents.com.br

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Molduras a jato

Atuando no sistema de franquia desde 2002, a rede Onodera espera aumentar em 35% o número de unidades, abrindo 15 clínicas de estética este ano. A marca já conta com 42 lojas em oito estados e, na retomada do crescimento, dá prioridade ao Rio de Janeiro, com expectativa de ocupar espaços na zona sul, norte e na Barra da Tijuca. “Por se tratar de uma praça estratégica, optamos por uma abordagem ousada, permitindo maior potencial de negociação com fornecedores e especialmente de investimento no marketing local”, explica Lucy Onodera, diretora-executiva. A rede passou por reformulação na identidade visual e aprimorou o processo de seleção dos franqueados, que fazem estágio numa das clínicas Onodera por uma semana e mostram suas aptidões para trabalhar com estética e beleza. Cada unidade exige investimento inicial de R$ 256 mil, além de R$ 120 mil para instalação. A taxa de franquia fica em R$ 66 mil, e o contrato é de 48 meses, com expectativa de retorno em 24 meses. São necessários, no mínimo, oito funcionários e 200 metros quadrados de área. (11) 3578-9800/

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FRANQUIA

Café parcelado A Tostare Café quer chegar a 40 unidades em 2008, dobrando o número atual de lojas em operação. A rede de cafeterias estipula uma área de atuação para evitar a concorrência entre franqueados e incentiva idéias inovadoras que possam agregar mais valor aos produtos e serviços, aumentando o fluxo de caixa. A rede oferece cursos de aprendizado e qualificação, estoque inicial, assessoria e consultoria de campo, e franquias disponíveis em três formatos. O Tostare Express requer investimentos a partir de R$ 39,3 mil; o Tostare Café Sênior sai por R$ 49 mil; e o formato Premium, com restaurante executivo e cozinha, R$ 75 mil. A rede parcela o valor inicial em 12 ou 18 meses, mas exige um sinal de, no mínimo, 50%. (11) 8117-6133/(48) 9616-2911/

www.tostare.com.br

Sushi na rede A rede de culinária japonesa ClickSushi alcança a marca de 18 lojas em nove meses de operação, presente no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Paraná, Paraíba, Maranhão, Pernambuco, Goiás e Santa Catarina. A rede destaca a qualificação no atendimento e a presença constante do franqueado na unidade, que requer computador, telefone e internet no espaço comercial a partir de 40 metros quadrados. O investimento inicial varia de R$ 65 mil

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Prato balanceado

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Balanceado é o nome da rede de restaurantes com proposta de pratos leves e que seguem recomendações de médicos e nutricionistas. Entrando agora no sistema de franquias, o formato de loja foi repensado para modelos fast-food em praça de alimentação de shoppings, colégios e universidades. Com estimativas promissoras, a rede pretende abrir 12 unidades por ano, chegando a 60 lojas em cinco anos. Para cada unidade, o investimento inicial fica entre R$ 130 mil e R$ 150 mil, e mais R$ 45 mil referentes à taxa de franquia. O retorno leva de 18 a 24 meses, com a taxa de publicidade em 2% sobre o faturamento bruto e os royalties em 4%.

monique@contato.info

a R$ 85 mil, conforme o formato escolhido: quiosque ou restaurante. A rede coloca um sushiman à disposição do franqueado durante 15 dias para treinamento dos funcionários. O contrato é de cinco anos, com retorno estimado em 12 meses. O número de funcionários por unidade deve ser de no mínimo quatro e no máximo 12. No site, o empreendedor pode preencher o formulário e avaliar as chances de adquirir uma franquia. www.clicksushi.com.br


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Fr a nq u i a em exp an s ão

PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO

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PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO


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Fr a nq u i a em exp an s ão

PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO

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NEGÓCIO CERTO

COMO CRIAR E ADMINISTRAR BEM SUA EMPRESA

Gerando idéias de negócio Manual Etapa 1/Parte 2

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VOCÊ É EMPREENDEDOR?

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Não basta ter boas idéias. É necessário que você tenha, também, habilidades empreendedoras. Por isso, este passo é fundamental. Vamos lá? Quais as características de uma pessoa que tem sucesso nos negócios? Normalmente, esta pessoa identifica oportunidades, é criativa, propõe idéias e junta recursos para estabelecer uma empresa. Sobretudo, é uma pessoa de ação: ela age! As características empreendedoras são importantes quando se quer montar um negócio. Você tem perfil empreendedor? Nesta fase, vamos ajudar você a responder esta questão.

QUEM É O EMPREENDEDOR O empreendedor é alguém que sonha e busca transformar seu sonho em realidade, segundo definição de Fernando Dolabela. Ele define o que quer realizar, estabelece um ponto no futuro que quer alcançar e busca os conhecimentos e recursos para chegar lá. E fracasso não é não conseguir realizar os sonhos, mas desistir de realizá-los.

Fique ligado!

Bem-vindo! É um prazer ter você na segunda parte da Etapa 1 do Programa de AutoAtendimento Negócio Certo, elaborado pelo Sebrae e editado e publicado pela Revista Empreendedor. Leia com atenção todas as informações e responda aos questionários, pois assim você passará pela primeira etapa com a certeza de que está no caminho certo. Desejamos que você escolha a melhor idéia de negócio. Sucesso!

Você também pode participar do Programa Negócio Certo pela internet. Acesse o Portal Empreendedor (www. empreendedor.com. br), clique no banner Negócio Certo e siga as instruções do site


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FOTOS ARQUIVO EMPREENDEDOR


NEGÓCIO CERTO

COMO CRIAR E ADMINISTRAR BEM SUA EMPRESA

AVALIAÇÃO DO SEU PERFIL EMPREENDEDOR Muita Atenção! Para testar seu perfil empreendedor, dê a nota que corresponde a cada afirmação do formulário, seguindo o critério abaixo. Lembrando sempre que você deve ser o mais sincero possível com as suas respostas: Nota 1 – Nunca Nota 2 – Raras vezes Nota 3 – Algumas vezes Nota 4 – Usualmente Nota 5 – Sempre

tarefa, costumo me envolver muito? Em equipe, costumo ser um dos que mais se envolvem com os resultados? Soma das notas Conjunto de Realização: CONJUNTO DE PLANEJAMENTO Busca de Informações: Quando me interesso por algum assunto, costumo buscar informações? Para obter mais informações sobre áreas de meu interesse, costumo fazer cursos, assistir a palestras e ler livros e revistas que possam contribuir?

CONJUNTO DE REALIZAÇÃO Busca de Oportunidade e Iniciativa: Costumo estar sempre atento a novas oportunidades? Tenho iniciativa para colocar idéias em prática? Persistência: Não me sinto abatido quando alguma coisa não sai como eu gostaria? Costumo concluir tudo o que começo? Correr Riscos Calculados: Sou uma pessoa que gosta de correr algum tipo de risco? Quando preciso correr riscos, estudo até que ponto poderei assumi-los?

Estabelecimento de Metas: Costumo definir objetivos e prazos para alcançá-los? Costumo definir onde quero chegar e o que farei para chegar lá? Planejamento e Monitoramento Sistemáticos: Costumo planejar o que pretendo que aconteça no futuro? Sempre que planejo alguma coisa, procuro acompanhar cada etapa para me certificar de que aquilo que foi planejado será realizado?

Independência e Autoconfiança: Gosto de ser independente, pois tenho dificuldade em me submeter a pessoas? Sou uma pessoa otimista, que confia em seu alto potencial de realização? Soma das notas Conjunto de Poder:

AVALIAÇÃO DE SEUS RESULTADOS PARCIAIS: CONJUNTO DE REALIZAÇÃO Sua pontuação ficou entre 38 e 50 pontos: você está dentro da pontuação máxima. Siga em frente! Entre 30 e 37 pontos: você obteve uma classificação média. Neste caso, sugerimos que observe onde estão seus pontos fracos e tente mudá-los. Abaixo de 30 pontos: entenda que neste conjunto sua pontuação está fraca. Assim, recomendamos que você procure melhorar suas ações em relação a estas características. Fique mais atento às novas oportunidades, procure ser mais persistente e ousado em suas ações.

Soma das notas Conjunto de Planejamento: CONJUNTO DE PLANEJAMENTO

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CONJUNTO DE PODER

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Exigência de Qualidade, Eficiência e Eficácia: Costumo controlar a qualidade e os recursos envolvidos em tudo o que faço? Costumo sempre procurar adotar maneiras de fazer melhor? Comprometimento: Quando participo de alguma ação ou

Persuasão e Redes de Contato: Tenho um forte poder para convencer as pessoas a aceitarem minhas idéias? Tenho um grande número de pessoas conhecidas com as quais poderei contar para me ajudar sempre que precisar?

Sua pontuação ficou entre 24 e 30 pontos: você está dentro da pontuação máxima. Vá em frente! Entre 18 e 23 pontos: você obteve uma classificação média. Neste caso, reflita sobre seus pontos fracos e tente mudá-los. Se sua pontuação ficou abaixo de 18 pontos: entenda que neste conjunto você precisa melhorar. Procu-


PURESTOCKX

Ser empreendedor não é um privilégio de poucas pessoas. O empreendedorismo é uma forma de ser, de ver o mundo e de se relacionar, baseada fortemente na iniciativa e na inovação. Algumas pessoas têm uma predisposição maior (pesquisadores já relacionaram o gene NR2B, presente em 5% da população mundial, à capacidade de sobrevivência em ambientes hostis, à habilidade para solucionar problemas e ao senso de oportunidade), mas todo ser humano nasce empreendedor. É preciso apenas desenvolver os comportamentos certos para liberar o potencial. Isso pode acontecer naturalmente, quando bem conduzido pelo meio familiar, desde a primeira infância, e escolar, do ensino básico à graduação, ou ocorrer a partir do desejo de evolução da pessoa interessada. Mas quais são as características dos empreendedores de sucesso? No livro O segredo de Luísa, Fernando Dolabela apresenta um rol elaborado a partir de pesquisas de Timmons e Hornaday: O empreendedor tem um modelo,

(Do livro O segredo de Luísa, de Fernando Dolabela)

uma pessoa que o influencia. Tem iniciativa, autonomia, autoconfiança, otimismo, necessidade de realização. Trabalha sozinho. Tem perseverança e tenacidade. Considera o fracasso um resultado como outro qualquer; aprende com resultados negativos, com os próprios erros. Tem grande energia. É um trabalhador incansável. Ele é capaz de se dedicar intensamente ao trabalho e sabe concentrar seus esforços para alcançar resultados. Sabe fixar metas e atingi-las. Luta contra padrões impostos. Diferencia-se. Tem a capacidade de ocupar espaços não ocupados por outros no mercado; descobre nichos. Tem forte intuição. Como no esporte, o que importa no empreendedorismo não é o que se sabe, mas o que se faz. Tem sempre alto comprometimento. Crê no que faz. Cria situações para obter feedback sobre seu comportamento e sabe utilizar tais informações para se aprimorar.

Sabe buscar, utilizar e controlar recursos. É um sonhador realista. Embora racional, usa também a parte direita do cérebro. É um líder. Cria um sistema próprio de relação com os empregados. É comparado a um “líder de banda”, que dá liberdade a todos os músicos, extraindo deles o que têm de melhor, mas conseguindo transformar o conjunto em algo harmônico, seguindo uma partitura, um tema, um objetivo. É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo. Aceita dinheiro como uma das medidas de seu desempenho. Tece “redes de relações” (contatos, amizades) moderadas, mas utilizadas intensamente como suporte para alcançar seus objetivos. A rede de relações interna (com sócios, colaboradores) é mais importante que a externa. O empreendedor de sucesso conhece muito bem o ramo em que atua. Cultiva a imaginação e aprende a definir visões. Traduz seus pensamentos em ações.

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PERFIL DO EMPREENDEDOR

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NEGÓCIO CERTO

COMO CRIAR E ADMINISTRAR BEM SUA EMPRESA

re obter mais informações sobre as idéias de negócio que lhe agradam, estabeleça metas e planeje como alcançá-las. CONJUNTO DE PODER

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Fique ligado!

Sua pontuação ficou entre 16 e 20 pontos: que bom! Você está dentro da pontuação máxima. Entre 12 e 15 pontos: você obteve uma classificação média. Neste caso, reflita sobre seus pontos fracos e tente mudá-los. Abaixo de 15 pontos: entenda que neste conjunto você está com a pontuação abaixo do esperado. Reveja suas ações, procure ampliar sua rede de contatos e ter mais confiança em si mesmo.

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PURESTOCKX

Atenção! Agora observe onde se encaixa a soma total dos resultados parciais que você conseguiu: SOMA DAS NOTAS CONJUNTO DE PODER

+ SOMA DAS NOTAS CONJUNTO DE PLANEJAMENTO

+ SOMA DAS NOTAS CONJUNTO DE REALIZAÇÃO

= SOMA TOTAL DAS NOTAS

Há outros testes disponíveis em livros e na internet. No Portal Empreendedor (www.empreendedor.com.br) você encontra um exame on-line para conhecer o seu grau empreendedor na seção Minha Empresa

AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS TOTAIS J Sua pontuação ficou entre 70 e 100 pontos: Que bom, você está dentro da pontuação máxima. Parabéns, você tem perfil empreendedor! J Entre 60 e 70 pontos: você obteve uma classificação média. Neste caso, reflita sobre seus pontos fracos e tente mudá-los. J Abaixo de 60 pontos: você está com pontuação abaixo do esperado. Sugerimos que você se candidate a fazer os Programas Empretec ou IPGN, oferecidos pelo Sebrae. Esses programas exploram cada uma das características do comportamento empreendedor, auxiliando a desenvolver, ainda mais, suas competências para empreender.


Mas lembre-se: você pode verificar no banco de idéias se há informações sobre sua idéia. Se você estiver fazendo seu auto-atendimento por meio de material impresso, verifique estas informações pelo 0800 643 0401 ou pelo e-mail negociocerto@sc.sebrae.com.br. Caso não deseje, siga em frente. FINALIZANDO A PRIMEIRA ETAPA PARA A ESCOLHA DO SEU NEGÓCIO Agora que você já escolheu sua idéia e está certo de que ela é a melhor, vamos convidá-lo a passar para o Manual da Etapa 2: Verificando a Viabilidade do Negócio, na qual você poderá observar se seu negócio vai dar certo. Vamos lá?

VIRTUDES E QUALIDADES DO EMPREENDEDOR Três fatores gerais são importantes para o sucesso de pequenas empresas, segundo a visão de donos de negócios, identificados nos estudos de Ibrahim e Goodwin: em primeiro lugar estão as virtudes do empreendedor, em o segundo as habilidades gerenciais e em terceiro as habilidades pessoais, especialmente as de relacionamento. Conheça as virtudes e qualidades especiais de um empreendedor, conforme o livro Viagem ao o mundo do empreendedorismo, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA): VIRTUDES DE APOIO visão energia comprometimento liderança obstinação capacidade de decisão e concentração VIRTUDES SUPERIORES criatividade independência entusiasmo e paixão QUALIDADES ESPECIAIS assumir riscos identificar oportunidades conhecimento organização

TUTORIA A tutoria tem um diferencial, pois atenderá não somente as pessoas que fazem o curso via internet, mas também aquelas que optarem pelo meio impresso, além de orientar sobre todo o conteúdo do programa. Você pode entrar em contato com a tutoria por meio de: tira-dúvidas (recurso disponível para os clientes que optarem pelo acesso à internet) e-mail: negociocerto@sc.sebrae-sc.com.br Para tirar suas dúvidas referentes a este Programa, entre em contato conosco pelo telefone 0800 643 0401 ou pelo e-mail: negociocerto@sc.sebrae.com.br

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VOCÊ JÁ TEM UMA IDÉIA. QUE BOM!!!

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P R O D U T O S E S E RV I Ç O S

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De cara nova Para renovar a marca e a cara da empresa, as companhias podem contar com o esforço e criatividade da agência New Growing. Um dos trabalhos recentes foi realizado na Clean Pack, que produz embalagens voltadas para setores de manipulação farmacêutica, cosméticos e alimentação. A agência de design teve a preocupação de manter a identidade da empresa, e propôs mudança nas cores e um toque de leveza na sigla Clk, elevada a logomarca. “A proposta é que os clientes comecem a se familiarizar com a sigla e ela se torne um ponto forte de reconhecimento da marca”, destaca Hélio Moreira, diretor da New Growing Design & Branding. (11) 2268-0409

Exportação facilitada O programa da FedEx de apoio para exportação aos pequenos e médios empresários é usado por mais de mil empresas da América Latina. O PyMEx Membership funciona através de seminários gratuitos, consultoria por telefone e pela internet, acordos estratégicos, benefícios e ferramentas como o desenvolvimento de embalagens especiais e descontos em cursos MBA. Para participar do programa, o empre-

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Tradução técnica

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A Liberty oferece serviços de tradução e versão técnica em mais de 20 idiomas, e conta com uma equipe de profissionais das áreas jurídica, financeira, médica, químico-farmacêutica, telecomunicações, engenharia, transporte, informática, marketing, alimentos e patentes. Além de garantir sigilo nos trabalhos realizados, a empresa efetua tradução-teste, de até 500 palavras, sem cobrança, para que o cliente avalie a qualidade da tradução.

(11) 3101-0772/www.libertyonline.com.br

endedor precisa ter uma conta com a FedEx Express, e passa a ter acesso a descontos nas remessas internacionais, e a fóruns e salas de bate-papo com especialistas no site da entidade. Lançado em 2005, o programa já realizou seminários nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, e foi lançado oficialmente em Santa Catarina em março deste ano.

(11) 5514-7620/www.fedexpymex.com

Cartão empresarial

Planejamento contábil

Empresas já podem ter um cartão sem pagar anuidade, podendo usufruir das funções crédito e débito, além de concentrar o pagamento das contas na data de vencimento do próprio cartão. O Cartão Santander Business também oferece fatura consolidada e extrato individual para cada funcionário que o utiliza, e o controle separado pela internet. Com foco nas companhias que têm faturamento anual de até R$ 20 milhões, o banco Santander ainda abre uma linha de crédito que permite financiamento rotativo de até 85% do valor da fatura.

Visando o público das pequenas e médias empresas, a L&Barreiros Controladoria oferece suporte intelectual e gerencial constante, auxiliando no planejamento contábil e tributário a curto, médio e longo prazos. Segundo o consultor Laecio Barreiros, sócioproprietário da empresa, o serviço prestado ajuda as pequenas e médias empresas a ter acesso a linhas de crédito com mais facilidade e menos burocracia. “O grande diferencial está em proporcionar aos empresários ferramentas que antes eram acessíveis apenas às grandes companhias”, destaca Barreiros.

www.lbarreiros.com.br


AGENDA DESTAQUE

16/05/2008

Curso Governança Empresarial (11) 2275-7879/www.ipge.com.br

O curso presencial “Governança Empresarial: estratégia e economia fiscal”, oferecido pelo Instituto Paulista de Gestão Estratégica, vai abordar os pontos fortes e fracos da estrutura da empresa, apresentar as ferramentas de gestão mais indicadas para o formato da organização e as possibilidades de reduzir o risco fiscal e preparar a sucessão familiar. Executivos de empresas familiares, contadores e assessores são o público-alvo do curso, que acontece na sede do Instituto, na Vila Mariana. As informações e inscrições podem ser feitas pelo site ou por telefone.

ExpoMoney 2008 (11) 3094-3442/www.expomoney.com.br em abril, e chega às capitais de Pernambuco, Santa Catarina e Vitória. O roteiro passa ainda por Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Brasília (DF), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ). 13 e 14/05/2008 ............ Fortaleza 4 e 5/06/2008 .............. Florianópolis 12 e 13/06/2008............ Porto Alegre 6 e 7/08/2008 .............. Brasília 17 a 19/09/2008 ............ São Paulo 22 e 23/10/2008 ........... Belo Horizonte 18 e 29/10/2008............ Vitória 26 e 27/11/2008 ............ Rio de Janeiro

12 a 14/08/2008

15 a 18/05/2008

O evento, composto por conferência e exposição, é focado exclusivamente em mobilidade empresarial, e vai abordar temas como o crescimento da web móvel e os serviços 3G. Será apresentado um programa educacional com workshops e painéis sobre o mercado latinoamericano e os tópicos mais atuais. Os organizadores esperam atrair profissionais de TI, gerentes de empresas e profissionais de canais.

Exposições, workshops e palestras voltados para o público feminino fazem a segunda edição do evento, que é aberto ao público e também conta com atrações culturais e gastronômicas. As marcas, produtos e serviços serão apresentados para os mais de 4 mil visitantes esperados na feira, que se encerra com palestra sobre o tema Mulheres Empreendedoras.

Mobile Business Expo Transamérica Expo Center – São Paulo www.interopsaopaulo.com.br

Expo Mulher Atual São José dos Campos – SP www.bluemarineeventos.com.br

16/05/2008

1º Congresso Nacional de Empresas Familiares Hotel Caesar Park – São Paulo www.iefb.com.br/0800 7075887

O Instituto Empresas Familiares do Brasil realiza o primeiro congresso e demonstra que é possível crescer mantendo a estrutura familiar. Para ilustrar os casos, presidentes da Dudalina e da Ceratti contam a história de suas empresas. Antes deles, Horácio Lafer Piva fala sobre a Klabin e Fersen Lambranho explica o funcionamento e a contribuição das atividades de Private Equity para as empresas que recebem os investimentos.

Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor: www.empreendedor.com.br

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Finanças comportamentais, educação financeira para crianças, as armadilhas do consumo e a saúde do bolso são alguns dos temas abordados por escritores, professores, psicanalistas, investidores e economistas. No evento de educação financeira, realizado desde 2003, o objetivo é ensinar leigos sobre finanças pessoais e o mercado de ações. A ExpoMoney traz exposições de empresas investidoras e palestras gratuitas com especialistas que ensinam desde o planejamento financeiro pessoal até a montagem da carteira de ações. O circuito, que espera receber 80 mil pessoas, começou em São Paulo

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LEITURA

Sistema vivo A organização andróide processa ininterruptamente conhecimento para se afirmar e sobreviver com segurança, no que se inclui ser criativo para inovar Uma empresa é comparável a um animal coletivo, feito por pessoas, que interage com o ambiente e se dirige a um propósito definido – no caso, o lucro. É nessa interação com o meio em que se vive que reside o procedimento fundamental para o sucesso, similar ao de todos os seres humanos: a atividade de cognição. Trata-se da percepção do ambiente, dirigida à formação do conhecimento e, por fim, a ações de adaptação e sobrevivência, chamadas respostas. Ou, na linguagem corporativa, automodelagem. “As organizações empresariais têm no perceber, no conhecer e no responder sua atividade fundamental”, afirma Gilberto de Abreu Sodré Carvalho, na obra A organização andróide. A atividade de cognição foi crucial para que o homem suplantasse outras espécies e

evoluísse, superando problemas naturais ou causados por ele mesmo. Para o autor, a automodelagem também é a melhor estratégia para empresas em tempos de permanente desequilíbrio estrutural, em que a evolução é rápida e constante, a concorrência acirrada e global. “O habitat real apresenta mutações incessantes, muitas vezes despercebidas”, alerta Carvalho. Esse habitat real é constituído por nove ambientes operacionais (veja quadro) em que ocorrem as interações, interpretadas na visão corporativa como oportunidades, viabilidades, ameaças e barreiras. As interpretações tendem a ser repetitivas diante de interações semelhantes ou que pareçam semelhantes, o que poupa tempo em uma infinidade de ocasiões, mas cabe à organização empresarial forçar-se a ir além e procurar inte-

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QUATRO REGRAS DA EMPRESA ANDRÓIDE Criticismo a planos, procedimentos e estratégias durante sua execução. Resistência à simplificação ao interpretarem-se signos e símbolos. Incessantes reinterpretações em busca de viabilidades e oportunidades. Ações de cognição (“improvisação”) na expansão do escrutínio dos ambientes.

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OS AMBIENTES OPERATIVOS DE UMA EMPRESA

A organização andróide Editora: FGV – Autor: Gilberto de Abreu Sodré Carvalho Preço: R$ 23,00

Jurídico e da governança corporativa. Cultural. Socioeconômico. Científico-tecnológico.

Do consumidor. Dos recursos internos. Dos recursos externos. Concorrencial. “Espaço-tempo”.

rações ambientais onde elas possam existir e não estão tão claras, pois é preciso inovar para enfrentar a concorrência. “Criatividade e inovação se apresentam na investigação dos pontos escondidos, desvãos ou pontos cegos para a percepção convencional”, reforça Carvalho. Em uma empresa existem fluxos de conhecimento, entre os diversos níveis, e é preciso dar vazão a eles e estar atento a suas respostas, que podem surgir de qualquer colaborador e a qualquer momento. “O conhecimento tem idas e vindas, fluxos e refluxos, rodamoinhos, confrontos e disputas entre os operadores do conhecimento. Essa agitação deve existir até que ganhe massa crítica e se imponha como a resposta, até que outra a substitua, uma vez que em um sistema automodelante nada é estável”, explica Carvalho. Além da motivação da equipe e do comprometimento dos líderes com a busca de um sistema automodelante, nas organizações maiores é recomendada a utilização de sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para uma melhor identificação e aproveitamento das respostas geradas pelos fluxos de conhecimento. Segundo o autor, respostas simplesmente hierárquicas devem ser prestadas somente quando o processamento de cognição-conhecimento-resposta falhar em sua automodelagem e alguma resposta tenha que ser dada.

FRASES “A qualidade e o timing entre a cognição ambiental e as respostas ao ambiente são semelhantes aos de um ser humano de alta performance quanto à sensibilidade e imunologia, quanto ao julgamento sábio e em tempo e quanto às condições orgânicas, sistêmicas e motoras.” “Os fluxos de conhecimento espocam em todo canto e terminam a todo tempo e lugar na organização empresarial. Nem todos terminam em respostas, assim definíveis. A maior parte se perde no processo.” “A criatividade é resultado de um exercício de interpretação fora do que até então parecia evidente.” “A organização empresarial não é mais a expressão da vontade do dono, em ambiente certo e de poucas mudanças.”


4x Competência

“O comportamento usual é a pessoa preferir a realização de seus planos e cuidar de seus interesses individuais, deixando pouco de sua energia, ou o menos que puder, para as tarefas e exercício de suas competências.” “É importante para as pessoas e para as organizações empresariais encontrar novos caminhos, processos, tecnologia, produtos e serviços, ou seja, inovar para enfrentar a concorrência.” “Os ativos empresariais são feitos de conhecimento.” “A organização empresarial contemporânea tende a quebrar as regras da hierarquia tradicional.”

Autor: Enio Resende – Editora: Summus – Preço da coleção: R$ 99,00 A coletânea desenvolvida pelo especialista em gestão de competências apresenta quatro livros em tamanho compacto, vendidos separadamente ou juntos com desconto. Resende trabalha o tema por diversos ângulos para um público formado por gestores e profissionais de RH, educadores e líderes organizacionais e comunitários. O primeiro livro analisa um levantamento sobre 26 profissões e as competências, habilidades e aptidões envolvidas em cada função. Os empresários são tema do segundo livro, que apresenta

1001 maneiras i dde ttomar a iniciativa no trabalho

Autor: Bob Nelson – Editora: Sextante Preço: R$ 19,90 Para orientar o leitor a desenvolver seu espírito de liderança, estabelecer metas, correr riscos e conquistar espaço, o autor apresenta exercícios e técnicas de administração que motivam funcionários e empresários. Centenas de histórias servem de estudo de caso e trazem dicas de líderes, mostrando que todo profissional é capaz de arregaçar as mangas e se destacar.

exemplos de sucesso e fracasso, o papel da liderança e estratégias para o desenvolvimento e propõe que as iniciativas empreendedoras geram resultados para toda a sociedade. No terceiro, Resende apresenta um roteiro de como evoluir exercendo competências e habilidades. Como conseqüência, as pessoas mais competentes são mais úteis e felizes na vida pessoal e profissional. Por fim, o autor aborda a questão da liderança como habilidade a ser desenvolvida, adquirida e trabalhada, ao alcance de todos.

20 anos dde ffranchising/ hi i / ABF – 100 anos de varejo Editora: Lamônica – Preço: R$ 90,00 Para comemorar os 20 anos da Associação Brasileira de Franchising, foi lançado o livro que conta os 100 anos de varejo pelo sistema de franquias. A história do franchising brasileiro passa pela implantação, expansão e amadurecimento, chegando hoje a ser considerado o quarto país mais forte no número de marcas, com mais de mil redes, e pela importância que as franquias representam na economia nacional.

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As empresas, no entanto, são palcos de disputas pelo poder, onde planos individuais disputam tempo e espaço com as tarefas e competências a desenvolver em benefício da organização. Para alinhar os interesses imediatos e futuros dos colaboradores com os interesses da empresa, o autor sugere compensações e prêmios, além de trabalho cuidadoso em recrutamento, seleção e desenvolvimento de recursos humanos, e demissões. “À medida que uma organização empresarial mais se automodelar pelo conhecimento e para o conhecimento, mais capaz estará de sobreviver e de dar a seus investidores crescente retorno financeiro, mais será criativa”, ressalta Carvalho. Para o autor, as organizações andróide – aquelas que reproduzem de algum modo o ser humano, no caso o processo de cognição – ainda não são o padrão, nem existem ainda “andros” em sua plenitude. “As andros são alta e intransigentemente atentas, estão sempre em alerta máximo para tudo observar e tudo tomar como determinante de processamento de cognição-conhecimento-resposta, dedicam-se a cumprir os seus planos e tarefas de uma forma permanentemente crítica e de alta consciência reflexiva”, define Carvalho. Já as organizações dinossauro são lerdas e estúpidas nos seus longos tempos de resposta ou reação. E a sua empresa, está alinhada à vanguarda do século 21 ou ainda se encontra na era Mesozóica?

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INFORMAÇÃO E CRÉDITO

Certificação digital permite negócios mais rápidos e seguros

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CAROL CARQUEJEIRO

A tecnologia está se disseminando a cada dia em empresas de todos os portes, simplificando os processos com segurança e economia

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Dorival Dourado, diretor de Novas Tecnologias e Serviços de TI da Serasa, ressalta a importância da certificação digital para tornar os negócios mais ágeis, seguros e econômicos

A certificação digital é uma ferramenta de excepcional importância nestes tempos em que o mundo de negócios, além da indispensável eficiência, exige, no Brasil e no mundo, rapidez, presteza e disponibilidade no tráfego de informações, estudos, projetos, propostas – e, claro, contratos. O veículo natural desse tráfego é a internet, que atinge quaisquer pontos do globo instantaneamente. A contrapartida necessária à velocidade e à universalidade da internet, contudo, é a garantia de integridade, confidencialidade, autenticação e recebimento por parte do destinatário. A certificação digital oferece a garantia de que todos esses itens estão contemplados no processo. “Em função dessa garantia, o tráfego de documentos pela internet pode ocorrer livremente, sem que haja ameaças de fraudes, pirataria, falsificações, roubos ou qualquer tipo de problemas legais”, afirma o diretor de Novas Tecnologias e Serviços de TI da Serasa, Dorival Dourado. A Serasa, que além de ser a maior empresa do Brasil em pesquisas, informações e análises econômico-financeiras para apoiar decisões de créditos e negócios, também é empresa de tecnologia, foi a primeira autoridade certificadora credenciada pelo Instituto de Tecnologia de Informação (ITI), órgão ligado à Casa Civil da Presidência da República, para exercer essa função estratégica para o desenvolvimento definitivo da certificação digital no Brasil. Posteriormente, foi credenciada para emitir todos os tipos de certificados digitais previstos na legislação brasileira. “Atualmente, não é possível dissociar o empreendedorismo da competitividade e da inovação. Nesse sentido, a certificação digital é uma tecnologia muito estratégica para negócios de qualquer porte e segmento, à medida em que confere maior agilidade


Saiba mais sobre Certificação Digital

e simplificação com aumento da segurança do processo e redução de custos”, analisa Dorival Dourado. A certificação digital garante que a transação realizada pela internet terá sempre a mesma validade jurídica de qualquer uma feita por intermédio da clássica e tradicional troca de documentos em papel. Com a vantagem da rapidez. “A certificação digital une a praticidade da internet à segurança jurídica no tráfego eletrônico de mensagens”, afirma o executivo da Serasa. A Serasa foi pioneira no desenvolvimento dessa tecnologia no Brasil, e está credenciada a emitir certificados para todos os tipos de usuários, sejam pessoas físicas ou jurídicas, envolvendo desde contratos até simples e-mails, dando-lhes a garantia de validade jurídica atribuída pelo artigo 131 do Código Civil, o que permitirá uma aceleração ainda maior da utilização da internet para transações financeiras ou de negócios. Há vários tipos de certificados para pessoas físicas ou empresas. Há certificados de sigilo para as mensagens que trafegam na rede e há certificados de assinatura, que consistem em uma certificação digital para a assinatura da pessoa, garantindo a sua

autenticidade, bem como a integridade da mensagem e impossibilidade de repúdio do documento por parte do destinatário e do remetente. Entre as possibilidades de utilização dos certificados digitais, destacam-se a assinatura digital e com validade jurídica de qualquer tipo de documento; a proteção de dados confidenciais da empresa; a redução de custos e fluxo de papéis; o aumento da segurança no acesso de redes; a otimização de prazos e o relacionamento da cadeia produtiva; o acesso à Central Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) da Receita Federal; a proteção e identificação de websites corporativos. Muitos segmentos de negócios vêm utilizando a certificação digital com excelentes resultados, como o mercado de seguros, os escritórios contábeis, a área médica, o comércio eletrônico. A Serasa oferece uma gama de soluções de negócios e serviços, integrando a certificação digital nos mais diferentes processos. Essa oferta inclui consultoria, assessoria, integração, desenvolvimento sob medida, treinamento e outsourcing. http:// www.certificadosdigitais.com.br/ compras/

Todos os certificados dig digitais são iguais? Não. Há vários tipos de ce certificados digitais, mas para simplificar, no m modelo da ICPBrasil eles podem ser clas classificados em três tipos: Certificados de Servidor tipos Serv (servem para proteger websites, criando os chamados “sites seguros”); Certificados de Assinatura (permitem a pessoas físicas e jurídicas a assinatura digital de documentos); e Certificados de Sigilo (executam a função de criptografia, ou seja, protegem dados ou textos de forma que somente destinatários designados tenham acesso a seu conteúdo). Por que utilizar a certificação digital? A certificação digital traz vantagens como segurança, agilidade e redução de custos. Adicionalmente, a utilização dos certificados digitais nas operações eletrônicas resultam na inversão do ônus da prova. Quais os desafios para a certificação digital? A implantação de um sistema de certificação digital, assim como qualquer outro sistema de tecnologia, exige planejamento claro e preciso, para que essa melhoria seja corretamente adequada.

empreendedor | maio 2008

PURESTOCKX

O que são s certificados digitais? digita Certificados digitais Certi são o fruto da mais moderna tecnologia mode em se segurança para operaç operações em meios eletrônic eletrônicos, como a inte internet. t rnet São arquivos eletrônico eletrônicos que carregam informações pr precisas de seu titular e propiciam a utilização u de assinaturas digitais e criptografia. cript

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ANÁLISE ECONÔMICA

Aumentos dos juros, medida preventiva? Abril com certeza foi um mês importantíssimo para enxergar com maior clareza o comportamento da economia brasileira para o resto do ano. Câmbio e juros são as estrelas As medidas do governo para tentar conter o câmbio – aumento do IOF para investidores estrangeiros e aumento do limite para os exportadores deixarem seus recursos lá fora – parecem pouco eficazes. O aumento do IOF para capital externo é uma medida inócua. Quando comparamos o diferencial de juros de dois anos

ano, é bom destacar que será uma subida totalmente diferente dos ciclos anteriores. Os aumentos de juros em épocas anteriores ocorreram com cenário de projeção de inflação fora da meta, baixo nível de reserva e risco país elevado. O cenário atual é totalmente diferente: reservas internacionais em níveis recordes ao redor de US$

empreendedor | maio 2008

Os dois únicos fatores que podem amenizar a valorização do real ante o dólar são as compras de dólar pelo Banco Central no mercado, e a sensível piora no superávit da balança comercial diante do forte aumento das importações

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entre o Brasil e Estados Unidos, por exemplo, encontramos um valor extremamente elevado. Os EUA praticam juros atualmente em 1,75% ao ano, enquanto que o Tesouro Brasileiro emite títulos públicos de mesmo prazo a 13,50%. A diferença está em 11,5% ao ano. Não dá para acreditar que o acréscimo de 1,5% de IOF vai reduzir significativamente a entrada de capital externo para o Brasil. Com relação ao início de um movimento de alta dos juros iniciado em abril, em que a taxa Selic passou para 11,75% ao

195 bilhões, previsão do IPCA para 2008 e 2009 (pesquisa Focus) ainda dentro da meta do Banco Central, e uma grande probabilidade do País virar investment grade perante as agências de classificação de risco neste ano. Encaramos a subida de juros neste momento como medida puramente preventiva. Os dois únicos fatores, na nossa visão, que podem amenizar a valorização do real ante o dólar são: as compras de dólar pelo Banco Central no mercado que, no nosso entender diante do diferencial de juros

por Paulo Fernando Petrassi Gestor de renda fixa da Leme Investimentos Ltda

descrito no parágrafo anterior, limitam o poder de compra da autoridade monetária, pois deteriora ainda mais a dívida pública interna; e a sensível piora no superávit da balança comercial diante do forte aumento das importações, que devem reduzir o superávit da balança comercial para perto de US$ 26 bilhões neste ano e a conta corrente para um déficit perto de US$ 10 bilhões, ainda administrável. Nossa conclusão é que com este cenário de aumento do diferencial de taxas de juros entre Brasil e o resto do mundo, mesmo num ambiente econômico interno favorável, não vislumbramos, neste momento, outro cenário que não seja o de continuidade de valorização do real ante o dólar.


Carteira Teórica Ibovespa ALL Amer Lat Ambev Aracruz B2W Global Bradesco Bradespar Brasil T Par Brasil T Par Brasil Telec Brasil Braskem CCR Rodovias Celesc Cemig Cesp Comgas Copel Cosan CPFL Energia Cyre Com-ccp Cyrela Realty Duratex Eletrobrás Eletrobrás Eletropaulo Embraer Gafisa Gerdau Met Gerdau Gol Ibovespa Itaubanco Itausa Klabin S/A Light S/A Lojas Americ Lojas Renner Natura Net Nossa Caixa P. Açúcar-CBD Perdigão S/A Petrobras Petrobras Sabesp Sadia S/A Sid Nacional Souza Cruz TAM S/A Telemar N L Telemar Telemar Telemig Part Telesp Tim Part S/A Tim Part S/A Tran Paulist Ultrapar Unibanco Usiminas VCP Vale R Doce Vale R Doce Vivo

Tipo Ação

Participação Bovespa

Abril

UNT N2 PN PNB ON PN PN ON PN PN ON PNA ON PNB PN PNB PNA PNB ON ON ON ON PN ON PNB PNB ON ON PN PN PN

1,66 1,32 0,99 1,01 3,58 1,47 0,42 0,75 0,99 1,46 1,13 1,02 0,28 1,78 0,75 0,28 1,02 1,82 1,00 0,11 1,32 0,56 1,15 1,33 0,84 0,81 0,82 1,03 3,04 0,98 100,00 2,68 2,17 0,58 0,34 0,71 1,00 1,46 1,63 0,58 0,84 1,05 2,47 13,18 0,60 1,01 3,22 0,56 1,31 0,38 0,79 2,28 0,28 0,30 0,41 1,05 0,43 0,29 2,27 4,24 0,76 3,26 12,08 1,10

7,70 -4,10 8,40 -9,30 10,60 1,40 5,90 15,70 9,70 8,60 -8,30 7,80 5,30 7,90 -9,70 10,00 3,20 5,00 9,20 7,70 3,20 -6,70 -7,10 -0,40 4,90 -0,90 5,30 14,20 17,00 -6,80 7,30 9,50 7,40 12,10 4,70 -7,30 6,40 4,20 7,00 16,40 3,40 8,00 18,00 16,80 5,40 8,20 18,70 0,40 3,00 1,00 -1,50 -4,70 11,70 -2,40 4,70 -0,40 4,30 -4,70 7,40 12,80 3,70 8,60 5,20 3,60

PN PN PN ON PN ON ON PN ON PN ON ON PN ON PN ON ON PN PNA ON PN PN PN ON PN PN PN UnN1 PNA PN ON PNA PN

Variação % Ano -17,2 -1,6 1 -24,5 -3,1 0,9 14,8 9,5 20,8 -16,8 -1 3,4 7,1 4,6 -40,1 23,6 10,5 31,2 19,1 -13,5 -1,9 -27,2 4,1 9,4 -0,5 -12,7 -8 18,4 22,5 -44,4 2,4 -1,8 -3,4 0,8 -15,5 -22 -2,2 13,2 -7,4 4,9 9,1 -1,2 1,1 -1,9 -0,7 12,8 41,4 -2,5 -18,4 34,2 2 30 18,1 -1,4 -9,5 -7 13,4 -4 -8,7 37,5 -4 10,8 5,2 12,6

Índice

Março

IGP-M IGP-DI IPCA IPC – Fipe

Ano

0,74 0,70 0,48 0,31

2,38 2,08 1,52 1,03

Juros/Aplicação (%) Março CDI Selic Poupança Ouro BM&F

Ano

0,84 0,84 0,54 -2,46

2,61 2,57 1,67 6,40

Indicadores Imobiliários (%) Março

Ano

0,20 0,04

0,65 0,17

CUB SP TR

Juros/Crédito (%) 22/Abril

18/Abril

Desconto 2,02 Factoring 4,09 Hot Money 3,45 Giro Pré (taxa mês) 2,23

2,02 4,07 3,45 2,23

Câmbio

Até 22/04 Cotação

Dólar Comercial Ptax Euro Iene

R$ 1,6575 US$ 1,5998 US$ 0,0097

Mercados Futuros Maio Dólar Juros DI

R$ 1,663 11,62%

Contratos mais líquidos Ibovespa Futuro

Junho

Até 22/04 Julho

R$ 1,673 R$ 1,685 11,63% 11,83% Abril 65.480

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Nome Ação

Inflação (%)

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E–EMPREENDEDOR PURESTOCKX

Interatividade Confira, abaixo, os últimos comentários postados no site sobre a reportagem “Empresas contratam mais pessoas acima dos 40 anos”:

Mercado de trabalho após os 40 anos Confira no site Empreendedor matéria exclusiva sobre as últimas pesquisas realizadas pelo IBGE e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). As duas instituições apontam crescimento de profissionais seniores empregados, inclusive com o auxílio da internet. Ainda nesta reportagem, escute um trecho da entrevista realizada com o secretário de Políticas Públicas do MTE, Ezequiel

Resultado

empreendedor | maio 2008 82

60,45% 25,75% 13,81%

ENQUETE

“A reportagem é interessante, e eu me enquadro nesta situação. Tenho 48 anos, com formação profissional excelente, cursos no exterior, mas quase a maioria dos anúncios de emprego pede pessoas com menos idade. Já fui excluído de processo seletivo por causa da idade, mesmo depois de passar muito bem pelas qualificações para o trabalho. Tenho conhecimento de que é contra a lei discriminar pela idade, mas é o que o mercado pratica.” Enio Dorabiallo “É muito bom saber disso, pois aos 50 anos está difícil conseguir trabalho. Falo por experiência própria.” Roberto Wobeto

Preconceito ainda persiste

13,81% 25,75%

Nascimento. Ele fala sobre a demanda das empresas brasileiras em contratar profissionais mais experientes, o que, conseqüentemente, tem empregado pessoas com mais de 40 anos de idade. Para ter acesso à matéria, basta clicar na seção “Reportagens”, no menu à esquerda do site, e selecionar a matéria “Empresas contratam mais pessoas acima dos 40 anos”.

“É bom saber que as pessoas acima de 40 anos estão sendo ‘recrutadas’ para voltar ao trabalho. As mulheres que largaram a profissão para cuidar do lar, nessa idade têm maior disponibilidade de horários e um amadurecimento muito maior. Sabe o que o cliente quer, passa confiança para o consumidor, sendo ela responsável por um volume significativo de aumento de vendas no comércio.” Jaci Helena Mafei

60,45%

Preconceito das empresas Falta de atualização Exigem salários maiores

Para embasar a matéria sobre o mercado de trabalho após os 40 anos, a última enquete do site Empreendedor questionou os internautas sobre o porquê das pessoas desta faixa etária sentirem dificuldades para reingressar no mercado de trabalho. A opção mais votada foi “preconceito das empresas”. O resultado prova que as instituições ainda têm a visão de que as pessoas, mesmo com mais experiência profissional, não estão aptas a ocupar cargos importantes devido a vários fatores, como falta de atualização e custo elevado de mão-de-obra, por exemplo. Confira o percentual das opções no gráfico.

Chefe ideal A nova enquete do site Empreendedor quer saber o que um chefe deve ter ou fazer para ser considerado bom: ter experiência profissional, saber delegar funções ou valorizar seus funcionários? Para participar, basta clicar na seção “Enquete”, no menu à esquerda do site Empreendedor, e escolher a opção que mais se aproxima da sua opinião.


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