VALOR: O REQUINTE DA CACHAÇA ESPECIAL FRANQUIA: REDES INTERNACIONAIS DE OLHO NO BRASIL
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ANO 14 N o 166 AGOS TO 2008
R$ 9,90
IS SN 1414-0 152
EMPREENDEDOR – EMBALO NAS VENDAS – ANO 14 N o 166 AGOS TO 2008
Marcos Sebben, da Design Inverso, autor de soluções premiadas no País e no exterior
Embalo nas
vendas A embalagem certa diminui custos e ganha mercado
ENSINO A DISTÂNCIA: ATINJA MAIS COLABORADORES COM MENOS GASTOS E TEMPO
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N E S TA E D I Ç Ã O
18 EMBALAGEM RETOCADA
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A embalagem, item fundamental dos produtos, pode ser um grande diferencial para as empresas. Uma boa embalagem pode representar custos de produção menores e mais vendas e lucratividade pela facilidade de uso para o consumidor ou visibilidade no mercado, seja pelo material utilizado, seja pelo design, seja pelo marketing. Nenhuma empresa que pretende ser líder de mercado pode encará-la como um item supérfluo, ou corre o risco de se meter num embrulho.
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40 | MEMÓRIA Mais valia
36 | CRÉDITO Garantia de terceiros
30 | ESTRATÉGIA Purinha requintada
Em uma releitura de matéria publicada em fevereiro de 1997 (edição 28), a Empreendedor constatou que o modelo de ensino a distância é cada vez mais utilizado pelas empresas na hora de capacitar seus quadros pelo custo menor e alcance maior.
Empreendedores que não possuem bens para dar como garantia de financiamentos podem recorrer aos fundos de aval, uma alternativa para complementar a contratação de operações de crédito. Conheça as opções e condições existentes no mercado.
A cachaça deixou de ser tachada como bebida de pobre e vem ganhando espaço em bares e restaurantes da moda e nas adegas particulares. O que os produtores fazem para manter a qualidade elevada de seus produtos e conquistar cada vez mais consumidores?
26 | MERCADO Parceiros de análise Em um segmento composto majoritariamente por estabelecimentos de pequeno porte, laboratórios de medicina diagnóstica unem-se para ganhar escala, diminuir custos e dividir investimentos em equipamentos modernos.
52 | A VOZ DA EXPERIÊNCIA Steno Marcegaglia O que move este italiano de 77 anos é o gosto por ver empresas nascerem e crescerem, e para isso ele reinveste a cada ano todo o lucro líquido que obtém. Essa compulsão fez Steno erguer do zero um grupo que fatura 5 bilhões de euros por ano.
56 | TI Service desk O gerenciamento da área de TI em uma empresa é cada vez mais importante para evitar riscos e perdas e até para negociar ações em alguns mercados. Isso pode ser feito internamente ou terceirizado, mas é importante que se sigam as normas do setor.
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PERFIL Plínio Bortoncello
62 | FRANQUIA Brasil atraente Terceiro maior mercado de franquias do mundo e ostentando um crescimento de 15,6% no faturamento das empresas do segmento, o Brasil atrai os olhares de redes internacionais interessadas em replicar suas marcas no País.
10 | ENTREVISTA Carmelina Nickel
Com apenas um Fusca vermelho, ano 1968, e muita atenção às oportunidades que surgiam, o fundador da Plimor conseguiu erguer uma transportadora que emprega cerca de 800 pessoas e possui 67 unidades nos estados da Região Sul, São Paulo e Argentina.
L E I A TA M B É M 08 14 50
EMPREENDEDORES NÃO DURMA NO PONTO PEQUENAS NOTÁVEIS
68 74 76
NEGÓCIO CERTO PRODUTOS E SERVIÇOS LEITURA
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ANÁLISE ECONÔMICA AGENDA E-EMPREENDEDOR
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Consultora da DBM especializada em networking, Carmelina fala sobre a importância de uma boa rede de relacionamentos, os benefícios que ela proporciona, os cuidados que se deve ter, como montar e manter uma boa rede, entre outras dicas.
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EDITORIAL
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s cientistas podem até divergir sobre a existência do amor à primeira vista – tema que caberia melhor aos poetas e outros artistas –, mas é muito importante que as empresas dêem a devida atenção ao ditado “a primeira impressão é a que fica”, ou correrão o risco provocar repulsa instantânea. A recomendação vale para todos os setores da economia, mas principalmente para os fabricantes de bens de consumo não-duráveis, em que
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o caso é capital. São as embalagens destes produtos que ficam cara a cara com o consumidor e podem despertar sentimentos que influenciem na decisão de compra. Uma boa embalagem, por exemplo, tem cores e imagens que ajudam a destacá-la em uma prateleira lotada, e informações que incentivam a sua aquisição. Seu formato facilita o manuseio, o transporte e a estocagem. Algumas possuem sistemas que liberam odores atrativos, e outras que ajudam a manter inalte-
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rados o aroma e o sabor do produto. Deve ser sustentável – qualidade cada vez mais apreciada – tanto em relação ao material utilizado (reciclado ou reciclável) quanto ao design, que deve exigir menos matéria-prima e energia para sua fabricação e facilitar a separação para reciclagem. Além de diminuir o impacto ambiental, podem ainda reduzir os gastos dos consumidores, no caso dos refis. Isso tudo sem deixar de lado sua função original: proteção ao seu conteúdo. A embalagem certa também faz a diferença nas etapas anteriores à venda final. O uso de equipamentos tecnologicamente mais avançados ou de design mais racional pode reduzir o tempo e os custos de produção e dar maior flexibilidade aos processos de envase. Facilita ainda a distribuição e o armazenamento e exposição nas lojas. Em muitos casos, pode dispensar até a propaganda. Mas o grande mérito de uma embalagem está na sua relação com o consumidor. A grande maioria das compras ocorre por impulso, ou seja, é decidida em poucos segundos. Na reportagem de capa desta edição, a jornalista Andréa da Luz apresenta diversos exemplos de embalagens inovadoras e o impacto que elas tiveram nas vendas dos produtos, além dos conceitos que devem ser seguidos e as tendências para a área. Em outra matéria, “Brasileirinha arretada”, é possível perceber a importância que a embalagem desempenha na busca de reconhecimento da qualidade da cachaça reserva especial. Na seção Empreendedores, mais um exemplo de criatividade e consciência ecológica na criação de um estojo. E a “embalagem” da Empreendedor deste mês traz uma pequena novidade. Depois da mudança de projeto gráfico em fevereiro, que trouxe mudanças significativas no formato e no logotipo da revista, agora a capa traz um selo comemorativo aos 15 anos da Editora Empreendedor.
CEDOC
Alexsandro Vanin
O Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 2106-8666 ou pelo e-mail imagem@empreendedor.com.br
A revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor: Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Comercialização e Marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [geraldo@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@empreendedor.com.br] – Repórteres: Andréa da Luz, Andréia Seganfredo, Cléia Schmitz, Diogo Honorato, Francis França, Leonardo Baio e Marco Britto – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, Luciano Nunes e PurestockX – Foto da capa: Luciano Nunes – Revisão: Lu Coelho Sedes São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba – Executivos de Contas: Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São Paulo – SP – Fone: (11) 3214-1020 [empreendedorsp@ empreendedor.com.br] Florianópolis Executivos de Contas: Nelson Rosa [nelson@empreendedor.com.br] – Executiva de Atendimento: Kerlly Corrêa [kerlly@empreendedor.com.br] – Av. Osmar Cunha, 183 – Ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda – Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] – Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 Brasília Ulysses C. B. Cava [ulyssescava@gmail.com] – Fone: (61) 3963-7732/9975-6660 – CLSW 301 – Bloco C – Loja 62 – Sudoeste – 70673-603 – Brasília – Distrito Federal Paraná Merconet Representação de Veículoss de Comunicação merconet.srv.br] – Ltda – Ricardo Takiguti [comercial@merconet.srv.br] unto 1 – Boa Vista Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo argo [ag_camargo@terra.com.br] – Rua Arnaldo Balvê, 210 – Jardim Itu – 91380-010 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3340-9116 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] ria.com.br] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boaa Viagem – 51021310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações – Sérgio io Bernardes de Faria [comercial@sbfpublicidade.com.br] r] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 17044 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fone: (31) 2125-2900 00 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante ssinante – Diretor: 97979 – [assine@ Ronaldo Cesar Pacheco – Fone: 0800-9797979 empreendedor.com.br] – O valor da assinaturaa anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoçãoo especial e receba ,04. Estamos à sua um desconto de 20%, pagando somente R$ 95,04. disposição de segunda a sexta-feira, das 8h àss 18h30. Produção Gráfica Impressão e Acabamento: to: Coan Gráfica Editora CTP – Distribuição: Distribuidora ora Magazine Express de Publicações Ltda – São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br dor.com.br
C A RTA S
Carta do Mês Sustentabilidade no campo Parabéns pelo projeto Mandalla (tema da matéria “Círculos de fartura”, por Andréa da Luz, publicada na edição 165)! Ele é algo realmente promissor para quem quer de fato mudar o curso da matriz de produção agroquímica (agrotóxica!) que é insustentável tanto economicamente quanto ambientalmente. Urge, pois, que novos produtores venham a fazer parte deste processo técnico de produção e que possam sentir os benefícios auferidos por uma tomada de decisão sensata, justa e coerente na produção saudável de alimentos para sua família e para o País. Faz-se necessário que essas tecnologias alcancem mais espaços na mídia escrita, falada e televisiva; inserindo-se nas diferentes programações de massa como forma de conscientizá-los na busca, na defesa e no consumo de produtos ecologicamente saudáveis e ambientalmente sustentáveis. Pois isso terá reflexos na economia nacional com a redução drástica de importação de todas as espécies de agroquímicos e seus insumos que tantos malefícios causam aos trabalhadores e consumidores, além dos enormes prejuízos à fauna, à flora e aos recursos hídricos da humanidade. Eugenio Santos Barreto
Minha empresa está com dificuldad dificuldades financeiras por causa da mistura de despesas pessoais e da empres empresa (problema abordado na matéria “Na ponta do lápis”, de Francis França França, publicada na edição 164). Como é uma empresa familiar, foram criado criados vícios que estou tentando eliminar, mas estou encontrando certas dificuldades. Onde posso encontrar mais informações? Marly Da Redação: O problema que qu a senhora enfrenta é bastante comum nas empresas de micro e pequeno portes no Brasil. A principal recomendação é que a senhora senh trate separadamente o caixa da empresa e os gastos pessoais. Segundo os especialistas, o ideal é que o pró-labore do empresário empresá seja contabilizado como despesa nas contas da empresa. Para Pa mais informações, sugerimos que entre em contato com o con consultor que deu entrevista para a elaboração desta reportagem. Seu S nome é Raphael Cordeiro e seu telefone é (41) 3023-4580. O Sebrae também disponibiliza cursos Seb gratuitos pela internet, um deles sobre Planejamento Financeiro. dele O endereço é www.ead.sebrae.com.br. Do lado direito da págiwww.ead.sebrae. na, há um link para “Catálogo de Cursos”, onde a senhora pode encontrar mais detalhes. Outra dica é procurar o Sebrae de sua cidade e buscar informações junto ju aos consultores. PURESTOCKX
A reportagem “Nos trilhos da expansão”, da jornalista Francis França (Empreendedor 153, julho de 2007), está classificada para as finais do 5º Prêmio Ebape-FGV/Embratur – MTur. O prêmio é uma iniciativa da Fundação Getulio Vargas, em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). De acordo com os organizadores, a proposta é estimular o debate e elaborar propostas para o turismo brasileiro. No início do ano esta matéria recebeu Menção Honrosa no 3º Prêmio SAE Brasil de Jornalismo.
Fonte de informações
Acabei de ler a matéria de capa da revista Empreendedor de junho sobre franquias e achei muito interessante. Vou aproveitar bastante as informações para minha monografia (faço pós em gestão empresarial na ESPM). Rafael Akao, relações-públicas
Consórcios de exportação
Excelente a iniciativa e o trabalho do senhor Nicola Minervini (entrevista “Passaporte coletivo”, publicada na edição 164). Gostaria de saber se já existem grupos de moda formados em São Paulo e como posso entrar em contato para participar. Fernanda Polifemi Vieira Da Redação: Infelizmente não sabemos da existência ou não de algum consórcio de moda em São Paulo. Aconselhamos a procurar essa informação na Federação das Indústrias (Fiesp), na Federação das Associações Empresariais (Facesp), na Federação das Micro e Pequenas Empresas (Fampesp) e outras entidades associativas e representativas do ramo da moda, além do Sebrae.
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Vícios financeiros
Trem bão!
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EMPREENDEDORES Ludger Tamaoki e Zé Henrique Rodrigues
CAIXINHA SUSTENTÁVEL Os designers Ludger Tamaoki e Zé Henrique Rodrigues, do estúdio Brainbox Design Estratégico, são os vencedores do 6° Prêmio de Excelência Gráfica Oscar Scharappe Sobrinho, organizado anualmente pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica, na categoria “Embalagens semi-rígidas sem efeitos gráficos”. O título foi concedido pela criação de um estojo de presente para a empresa Amazônia Natural, desenvolvido com materiais recicláveis e sem substâncias poluentes. De acordo com o designer Ludger Tamaoki, criador do material ecologicamente correto, o objetivo do estojo é mostrar ao público conceitos de natureza e preservação, atributos fundamentais da marca. (41) 3027-3377
Marcos Stefano
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GANHA-GANHA
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A Microsoft Brasil e a catarinense Aporte anunciam parceria estratégica na Região Sul. A Aporte, consultoria especializada no mercado de soluções de gestão, se tornará distribuidora das soluções Microsoft Dynamics, com atuação nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A empresa ficará responsável pela captação de canais especializados, treinamento, marketing cooperado e suporte às empresas locais, focadas no mercado de soluções de negócios. “Dobramos nossa previsão de parcerias concretizadas para 30 e nossa expectativa é certificar 150 consultores até dezembro”, diz Marcos Stefano, presidente da Aporte, empresa fundada em 1992, que hoje atende mais de 300 clientes espalhados pelas regiões Sul e Sudeste, além de atuar nos EUA, México, Itália, China e Eslováquia. (47) 3441-7500/www.aporte.com.br
DIVULGAÇÃO RICARDO JAEGER
www.brainboxdesign.com.br
Dario Boralli
DH&C PLANEJA EXPANSÃO Fundada no ano 2000 em São Paulo e especializada em serviços e soluções de TI, a empresa DH&C Outsourcing vai investir ao longo deste ano R$ 15 milhões para se consolidar como líder na área de e-commerce e expandir sua atuação na oferta de serviços em novos mercados, como finanças e energia. A meta para 2008 é um faturamento de R$ 42 milhões para repetir o desempenho obtido no ano passado, cuja receita de R$ 30 milhões foi 33% maior que a do período anterior. “Nesses oito anos de mercado crescemos e trouxemos aos clientes um diferencial no atendimento, qualidade e agilidade dos serviços. Nossa meta para 2008 é expandir mais 30%, acompanhando a média de crescimento dos últimos três anos. Esse é um número significativo para os negócios da empresa”, afirma Dario Boralli, presidente da DH&C. Atualmente a empresa conta com 60% das maiores companhias que possuem vendas on-line em sua carteira de clientes, um portfólio que inclui Magazine Luiza, Pernambucanas, Kopenhagen, entre outros. Um dos diferenciais da empresa é a oferta de soluções de aceleradores web de última geração que aumentam a velocidade de navegação para o usuário final, tornando os portais mais rápidos para compras e acesso de conteúdo pela internet. (11) 3848-7799/www.dh-c.com.br
Walen Nogueira Júnior e Rodrigo Martins
A ZIPlux, empresa residente da Incubadora da Coppe/UFRJ, acaba de receber o prêmio Idea Brasil, maior prêmio brasileiro de design, com o primeiro totem de iluminação remota por meio de cabos de fibra ótica, batizado de ZIPlux. O projeto, inédito no Brasil, promete reduzir o tempo e os custos de manutenção e, ao mesmo tempo, poupar energia elétrica. “É um conceito totalmente inovador de iluminação remota para vias públicas”, afirma Walen Nogueira Júnior, diretor da ZIPlux e idealizador do produto, junto com seu sócio Rodrigo Martins. A grande inovação do equipamento, já patenteado, é que ele não usa luminária ou conjuntos ópticos no topo do poste para dispersar a luz. Um emissor posicionado na base do poste emite a luz que é conduzida, por meio de cabos de fibra ótica, até o topo do ZIPlux, onde a fibra ótica é subdividida para direcionar a luz de maneira mais eficiente, minimizando a perda de luminosidade. O Idea é o mais importante prêmio de design dos Estados Unidos e chega ao Brasil após quase 30 anos de sua criação. Foram inscritos 343 trabalhos divididos em 18 categorias diferentes. A ZIPlux venceu na categoria de Iluminação em Produtos Comerciais e Industriais. (21) 2590-3428/www.ziplux.com.br
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PRÊMIO IDEA BRASIL
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Carmelina Nickel
REDE VIVA É preciso investir permanentemente em networking para se beneficiar dos contatos na hora que necessitar de ajuda
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por Leonardo Baio
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Quem nunca se beneficiou de sua rede de relacionamento para resolver um problema pessoal ou corporativo, como realizar uma venda, fechar um negócio, contratar alguém? Uma pesquisa da DBM Consultoria, uma das maiores empresas do mundo especializada em gestão do capital humano em período de transição, mostra que 76% das contratações de executivos no País, entre julho de 2007 e junho de 2008, tiveram a influência do networking, expressão do inglês que significa a criação e a manutenção de uma rede de contatos. Espécie de “toma lá, dá cá” em que as conexões interpessoais são utilizadas para azeitar novos negócios ou impulsionar carreiras, o networking
visa, acima de tudo, manter as pessoas mais próximas de seus conhecidos, com resultados positivos para todos. “As pessoas fazem networking porque têm prazer de estar umas com as outras”, afirma Carmelina Nickel, consultora da DBM e especialista em networking. O conceito tornou-se popular entre executivos e gestores de Recursos Humanos com o advento da internet, que aproximou as pessoas e facilitou a construção das redes, seja por e-mail ou pelos sites de relacionamento como o Orkut e o LinkedIn. Poucas pessoas sabem, no entanto, que o networking é um processo mais intenso do que a simples manutenção de contatos. “Disparar uma mala direta de e-mail quando você precisa de algo, e achar que todos
devem ajudar sem haver uma retribuição sua, não é networking.” A construção de uma rede de apoio profissional requer contato constante com as pessoas que fazem parte dela, além de uma mentalidade de ajudar o outro sempre, para ser ajudado em um momento futuro. O primeiro passo é dar mais atenção às pessoas já conhecidas, entre ex-colegas de faculdade ou do trabalho, convidando-as para encontros e atividades em conjunto, muitas vezes fora do ambiente profissional. “Alguns deles podem estar com carreiras superestabelecidas neste momento”, diz Carmelina. Nesta entrevista, a especialista em networking conta os caminhos a seguir para se obter uma rede de contatos ativa e de sucesso.
O que diferencia o networking da manutenção de uma rede de contatos telefônicos ou e-mails? Carmelina — Networking não é ter 1,5 mil cartões registrados na agenda e achar que essa é a sua rede, nem achar que faz parte dela aquela pessoa que foi apresentada a você em um congresso há não sei quantos anos, e que depois você perdeu de vista. Também não é networking ter uma porção de contatos no Outlook e, quando você precisa, disparar uma mala direta com os dizeres “querido/querida” no começo do e-mail. Networking é um processo contínuo de trocas e ganhos, muitas vezes de duas vias. É mais intenso do que manter a rede ativa apenas nos momentos em que mais se precisa de algo, e achar que todos devem ajudar nessas ocasiões sem haver uma retribuição. Existe risco em alimentar uma rede de contatos de maneira consciente? Carmelina — Se você não tiver clareza dos seus objetivos, sim. Como é que se perde uma rede de contatos? Ao usá-la de forma utilitária, pedindo apenas para as pessoas atenderem as suas demandas sem retribuí-las de alguma forma. Quando alguém precisa de sua ajuda e você diz que não pode, ou que está ocupado, você se queima com seu contato. Se eu não tenho a genuína intenção de fazer algo bom para o outro, o outro percebe. Que ações tomar para iniciar uma rede de relacionamentos? Carmelina — Deve-se começar de uma forma bem simples: listando todas as pessoas de sua rede pessoal e profissional. Escreva o nome, descubra o paradeiro e quanto tempo
faz desde o último encontro. Não me refiro apenas à rede profissional, mas da pessoal, aquela dos amigos e familiares. Às vezes, amigos muito próximos passam meses ou anos sem se ver por conta dos compromissos profissionais. É preciso encontrá-los! Alguns deles podem estar com carreiras superestabelecidas neste momento. É recomendável criar uma hierarquia de redes. Em primeiro lugar, é preciso ter uma rede primária e muito bem alimentada, que são as pessoas que você encontra pelo menos uma vez por mês. Mais ampla é a rede das pessoas conhecidas, que são aquelas com quem você esteve próximo no passado e por algum motivo não vê mais, mas que consegue restabelecer a relação. É uma rede de, em média, umas 200 pessoas que podem retornar a ligação, caso necessário. Defina um plano de ação para entrar em contato com essas pessoas, como se fosse uma meta de trabalho da sua empresa. Ao contatar esta rede de pessoas conhecidas, como deve ser a abordagem? Carmelina — Depende do seu objetivo. Resgatar os contatos dos colegas do ensino fundamental para reatar a relação é bem diferente do que entrar em contato com um ex-colega para vender um produto. Se você encontrar no Orkut uma pessoa que não vê há dez anos e convidá-la para almoçar com o
Networking é um processo contínuo de trocas e ganhos, muitas vezes de duas vias. É mais intenso do que manter a rede ativa apenas nos momentos em que mais se precisa de algo
intuito de resgatar a relação perdida, pega mal durante o encontro abordá-la dessa forma: “Olha, fulano, eu sei que você está em uma empresa que tem interesse no produto que eu estou vendendo”. A pessoa vai pensar que você entrou em contato apenas por interesse. Para minimizar isso, deixe claro o porquê do contato desde o início. Durante o encontro, é interessante contar as suas realizações, como anda a sua vida profissional, e não ir para o almoço com o argumento de resgatar a convivência e, no meio da conversa, vender o seu produto. Corre-se o risco da pessoa não entender os seus objetivos, que muitas vezes não são apenas o de vender o produto. O que fazer para reconstruir uma rede de contatos após ela ter sido desfeita por descuido ou algum deslize? Carmelina — Quando a rede foi desfeita por descuido, falta de atenção ou negligência, ela pode até ser recuperada, uma vez que não houve intenção negativa. Pode ter sido por excesso de trabalho ou ainda falta de tempo. Sempre é possível resgatar os contatos e mantê-los a partir daí. Se o deslize significar a perda da relação por falta de confiança, sacanagem ou por uma intenção não clara que tenha causado danos ao outro, fica mais difícil o resgate. Se conquistar não é fácil, reconquistar é muito mais complicado. Por isso é preciso encarar a construção de redes de contatos como uma postura perante a vida. Há algum treinamento ou etiqueta para evitar essas situações? Carmelina — Não existe treinamento, mas sim uma definição do porquê de se resgatar um contato. O segundo ponto é ter clareza na comunicação, ao explicar a minha intenção em entrar em contato com uma pessoa. Quando conversar com ela e for vender o seu produto, saiba que tipo de interesse que a empresa de seu interlocutor poderia ter. Então é preciso estudar a empresa, avaliar onde seu produto pode fazer sentido. Nesta conversa, mostre toda a sua oferta para que ela perceba valor no que está oferecendo. Essa regra vale para todas as situações, inclusive para quem procura emprego. Quem faz networking neste caso é quem deve conduzir a conversação e ser o protagonista da ação, e não o seu interlocutor. Por isso, você precisa ter autoconhecimento e clareza da sua oferta. É preciso ser uma pessoa metódica para conquistar boas redes de contatos?
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Qual a definição de networking? Carmelina — Existem várias definições. Podemos considerá-lo a rede de relacionamentos de uma pessoa e as formas de mantê-la viva. É acima de tudo um processo que cria e mantém conexões interpessoais, uma mentalidade que certas pessoas desenvolvem já no berçário, no primário, na faculdade e na entrada no mercado profissional. As pessoas fazem networking porque facilitam as trocas, porque têm prazer de estar umas com as outras. É algo tão natural que não percebemos que isto é um processo que serve para tudo. Não sei se você percebe o quanto você dá de informação para algumas pessoas e não cobra nada por isso. Você já imaginou o quanto uma pessoa faz de bem para outra quando indica uma babá? Isso não tem preço.
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Carmelina Nickel
Carmelina — É preciso um mínimo de organização e planejamento, mas o fundamental é ver valor na manutenção das redes de contatos. Por que algumas pessoas perdem as suas redes? Porque nunca precisaram e, na hora que precisam, acham que as pessoas as abandonaram. Não é isso, cada um é responsável pela manutenção de suas redes. Mas cada um tem que fazer o networking do seu jeito, de acordo com seu estilo. Tem gente que alimenta sua rede com naturalidade, outros por ver valor, outros por interesse, o que não é recomendável. Como testar a eficiência das nossas redes de contato? Carmelina — Um bom teste para saber se sua rede de contatos é eficiente é supor que você tenha um problema jurídico que faz a sua empresa perder dinheiro. Você liga para uma pessoa da sua rede. Se você conseguir resolver seu problema com dois ou três telefonemas, sua rede está bem estabelecida, porque você resolveu aquilo que podia ter se estendido por meses. Se você não tivesse alguém que pudesse lhe dar uma informação, que pudesse fazer um link seu com outras pessoas, talvez o seu problema se estendesse por meses.
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Sites de relacionamento na internet, como o Orkut e o LinkedIn, são fundamentais para quem quer fazer networking? Carmelina — Eles são apenas uma ferramenta. O Orkut é muito interessante para resgatar pessoas que não vê há muito tempo e conseguir um contato, seja pessoalmente ou por e-mail. O LinkedIn atualiza os movimentos dos executivos. Agora, melhor do que ficar acompanhando os movimentos de um grande amigo pelo LinkedIn é pegar o telefone e marcar um almoço para ter um contato visual, essencial em networking.
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Como está o profissional brasileiro em comparação com os de outros países na realização de networking? Carmelina — Entre os pontos positivos, os brasileiros são superpró-ativos, acessam as suas redes para chegar a uma empresa-alvo, inclusive utilizando-se de ferramentas como o Orkut e o LinkedIn. Mas se compararmos com o norte-americano, por exemplo, que tem uma postura mais pragmática em suas relações, percebemos que eles usam muito
do contato, do olho no olho. A gente gosta de marcar um happy hour ou de almoçar de vez em quando com os amigos. O brasileiro é mais quente em seus relacionamentos, inclusive ao praticar networking.
A construção de uma rede de contatos não é uma receita de bolo. Cada um deve fazer da maneira que achar melhor, por isso não há um tempo ideal para despender em networking
mais as ferramentas, porque têm um foco claro em resultados e sabem que se facilitarem algo para alguém, quando precisar, eles vão conseguir. O brasileiro está aprendendo a trabalhar com essas ferramentas por conta da alta carga de trabalho que resulta na negligência de suas redes, tanto profissionais quanto pessoais. Ainda sim o brasileiro tem algo mais
Como você estrutura a sua network? Quanto tempo você considera ideal para uma pessoa despender na manutenção de sua rede de contatos? Carmelina — Minha rede de contatos foi construída ao longo da minha vida. Tenho amigas desde o ginásio, da universidade e dos primeiros empregos. A maioria dos meus contatos está na cidade de São Paulo, mas se você me perguntar o tamanho dela, posso dizer que é de milhares de pessoas, com as quais eu almoço e tenho encontros. Algumas dessas pessoas estão em outros países, inclusive. São pelo menos três contatos por semana com alguma pessoa dessa rede, seja em almoços ou happy hour com gente do mercado. Aos fins de semana, em geral tenho uma festa para ir, mas aí são de contatos da rede pessoal. A minha rede é tão poderosa que se eu mando um e-mail pedindo informação para alguém, o retorno é imediato. É gratificante. Eu tenho uma rede pessoal, composta pela família e por amigos que eu vejo toda semana. De ex-clientes, que são mais de 900, eu procuro mandar e-mails, telefonar, fazer links com outras pessoas, indicar conteúdos interessantes. Mas a construção de uma rede de contatos não é uma receita de bolo. Cada um deve fazer da maneira que achar melhor, por isso não há um tempo ideal para despender em networking. Dos clientes atendidos pela DBM, que constam na pesquisa sobre recolocação no mercado de trabalho, qual o percentual dos clientes que fazem um networking de forma consciente? Carmelina — Pouquíssimos. O grande aprendizado de uma recolocação profissional é justamente a construção e manutenção das redes de contato. Isso é uma lição que as pessoas que passaram por esse processo carregam para toda a vida.
LINHA DIRETA Carmelina Nickel: dbm@dbmconsultoria.com.br
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NÃO DURMA NO PONTO
O PODER DA ATENÇÃO Existem três comportamentos que sabotam nossas riquezas: a desatenção, causada pela dispersão de foco; o desalinhamento, como resultado do desajuste entre gestos e valores; e a desesperança, que deriva de uma atitude negativa diante da realidade. Do trio, a desatenção foi mencionada como o mais sabotador, em pesquisa que fizemos com 2.436 pessoas. Essa obteve 36 pontos na média, numa faixa de zero a 100. Um estudo como este sempre legitima um traço da realidade, mas nem é preciso ir tão longe para constatar o mesmo fato. Basta olhar para os lados e comprovar a incidência notória de desatenção e de mentes desfocadas. É comum perceber, com desagrado, que alguém com quem falamos interrompe a conversa a todo momento para atender o celular. As pessoas estão divididas entre o e-mail e o iPod, entre o presente e o futuro – para dizer o mínimo. A mente oscila da pressa para o piloto automático, da agitação para o tédio, da inquietação para o enfado. Sensações extremas. Paradoxais. Nem é preciso dizer que quando a atenção está assim dispersa, se distancia de tudo aquilo que estamos fazendo, e, quando está
até aqueles preciosos momentos para descanso, teoricamente do “não fazer nada”, porque a mente fervilha entre opostos. Muitos de nós vivem essa situação continuamente. Um dos grandes problemas da desatenção é que bloqueia ou atrapalha bastante a nossa percepção, levando-nos a construir imagens parciais ou equivocadas da realidade. A percepção da realidade tem muito a ver com o nosso foco da atenção. Somente nos parece real aquilo em que estamos atentos, enquanto o que ignoramos, não importa quão importante possa ser, torna-se insignificante. Acontece que as coisas que ignoramos não deixam de existir por causa disso. Elas continuam a exercer poderosas influências em nossas vidas e no mundo ao nosso redor. Quando deixamos de notá-las, porém, não as incluímos na nossa realidade. Não as registramos. Isso não seria um grande problema, exceto pelo importante detalhe de que agimos e reagimos de acordo com as imagens que criamos e não de acordo com a realidade. A realidade que observamos não é tanto aquilo que existe, mas se limita aos aspectos do mundo nos quais centramos nossa atenção. Pense em quanto perdemos de oportunidade por essa razão e em como nossas decisões
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Existem três comportamentos que sabotam nossas riquezas: a desatenção, o desalinhamento e a desesperança
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focada, otimiza a atividade em curso. Sem focar a atenção, seja pelo motivo que for, será impossível atuar bem. Nada é feito com excelência. A dispersão impede que qualquer um de nós estude, converse com ouvidos atentos, trabalhe direito, se divirta com satisfação completa. É um fator que atrapalha
deixam de contemplar uma realidade mais ampla e verdadeira, resultando, portanto, em ações com baixo poder de resultados. Se a desatenção tem sido o maior vício sabotador de riquezas nas empresas e pessoas, o grande desafio é revertê-lo em virtude, na virtude da atenção.
Um negócio depende da atenção A riqueza possui algumas dimensões. A mais conhecida é a dimensão econômica, que trata dos aspectos físicos e tangíveis do negócio. No mundo do tangível existem os produtos, as mercadorias, os serviços, etc. Se a sua empresa persegue apenas a dimensão econômica, é possível que esteja prestando atenção somente nos aspectos físicos e tangíveis. Até aí, nada de errado. A dimensão econômica é importante. Mas lembre-se de que a atenção é seletiva. Com isso, tende a ignorar qualquer aspecto nãofísico ou imaterial. E aí sim existe um problema: o verdadeiro “pulo-do-gato” nos negócios está mais nos aspectos não-físicos e imateriais. E não se trata de algo novo. O grande guru do marketing dos anos 70, Theodore Levitt, já ensinava que as “pessoas não compram produtos e sim a expectativa de seus benefícios”. Essa expectativa de benefícios está relacionada a algum tipo de sentimento, ou seja, algo intangível. Cerca de 85% das decisões de compra são mais emocionais do que racionais. Se duvida, tome-se como exemplo. A dimensão econômica define “qual” é o negócio e “o que” é o produto. Essa é uma dimensão importante, mas quando um negócio se limita a ela, a atenção também se restringe. É preciso evoluir para a dimensão causal que define “para quem” é o negócio ou os produtos e serviços. Este “para quem” foca a atenção no cliente, naquele que precisa ser satisfeito, fidelizado e que, verdadeiramente, paga a conta e proporciona o lucro. No mundo do tangível existem as rotinas, os problemas e os custos; no mundo do intangível existem as necessidades dos clientes, as idéias e os resultados. Em qual desses dois mundos você gostaria de se concentrar e focar a atenção de todos, na empresa?
O desempenho depende da atenção Pense em grandes músicos, artistas plásticos, cientistas, filósofos, matemáticos – todos eles se concentram profundamente em suas
atividades. São bem-sucedidos porque são criativos. São criativos porque conseguem conectar a centelha poderosa das idéias ao foco das suas atenções. Existem duas palavras importantes quando se deseja exercitar a atenção no trabalho: a intenção e a intensão. Sim, é um jogo de palavras, mas com profundo significado. Entenda por intenção a atitude que precede o comportamento. Atender um cliente como se estivesse diante de um CPF ou qualquer outro número de registro é muito diferente de atendê-lo com a real intenção de resolver o seu problema, que é específico, não genérico. Quando a intenção sai do bolso do cliente e vai para o coração, aumentam muito as chances de bons negócios. E o trabalho também se engrandece. Pense no momento de suprema alegria ao ouvir do cliente que sua necessidade foi atendida ou que ele se sente gratificado porque a empresa lhe proporcionou um momento de intensa felicidade. É disso que a atenção na intenção é capaz. A atenção na intensão (ou seja, na intensidade) é permanecer por inteiro naquilo que se está fazendo. Intensamente, portanto. É buscar superar-se a cada dia e almejar a excelência em cada atividade. Não importa se aquela tarefa
por Roberto Adami Tranjan
Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953/www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net
de descoberta. Acredite, é possível! Isso é colocar a atenção na intensão. E os ganhos também serão intensos.
A chave para o equilíbrio Sem dúvida, a virtude da atenção aplicada aos negócios gera as melhores riquezas, aquelas que são gratificantes e transcendem ao simples tilintar do caixa. Um negócio focado é capaz de oferecer o máximo aos seus clientes, algo impossível quando ele é tratado como se fosse “todo mundo”, um ser genérico e amorfo. Da mesma forma, não há dúvidas de que um trabalho feito com atenção concentrada
tem de ser repetida dia após dia. Importa, isso sim, transformar ações rotineiras em novidades, com a sensação de se dedicar a elas pela primeira vez. Não importa se aquele cliente, que retorna todos os dias, é sempre o mesmo e com as mesmas necessidades. Atenda-o, como se o visse pela primeira vez. Com aquele sabor
atinge o nível de excelência e, por isso, possui um valor maior. Mas o maior ganho com a prática da virtude da atenção é desenvolver o altamente desejável equilíbrio físico, mental e espiritual, pois sem ele – não importa quanta riqueza material se acumule – ninguém usufrui de uma vida significativa e saudável.
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Existem duas palavras importantes quando se deseja exercitar a atenção no trabalho: a intenção e a intensão
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genial Empresas ganham em custos de produção e mercado ao utilizar recipientes mais funcionais, sustentåveis e atrativos
andrea@empreendedor.com.br
O sucesso no lançamento de um produto não depende apenas de oferecer algo que satisfaça uma necessidade do público-alvo. Tão importante quanto o conteúdo, a embalagem é o que chamará a atenção do cliente logo no primeiro olhar. Por isso, as empresas investem cada vez mais em inovação tecnológica e em design funcional para fisgar o consumidor e se posicionar no mercado com agilidade e eficiência. O segmento de cosméticos, cujos artigos passam por um crivo minucioso principalmente das mulheres antes de deixarem as prateleiras, é um bom exemplo da busca por inovação. A ProLife – fabricante de linhas de tratamento voltadas às áreas médica, estética e a usuários finais – comemora o sucesso de um produto cujo grande diferencial é a embalagem. Em um frasco duo de PVC estão acondicionados dois produtos de tratamento facial: um creme anti-rugas e um gel tensor (lifting) de efeito imediato. Ambos podem ser utilizados em conjunto ou isoladamente, graças a um sistema de válvula com duas saídas que permite dosar a quantidade desejada de cada produto. “A consumidora paga um preço único por dois itens acondicionados em embalagem única e leva para casa três benefícios: a redução de rugas com o uso contínuo do creme, o efeito de lifting imediato do gel e uma hidratação extra no caso do uso combinado dos dois”, explica a diretora comercial da empresa, Fernanda Sanchez. O lançamento do Definitive Up 3, da linha Biomarine, ocorreu em março, mas em dois meses superou o antigo carro-chefe da empresa (um gel anti-sinais para o rosto) e é líder de vendas. Segundo a diretora comercial, cerca de 5 mil frascos são importados mensalmente da Alemanha. O envase é feito na fábrica da empresa, no Brasil. “Buscamos uma embalagem de alta tecnologia que trouxesse um benefício diferente e praticidade para as mulheres, e o retorno veio mais rápido do que esperávamos. Por isso, já estamos pensando em outros recipientes inovadores para itens que comercializamos”, diz Fernanda. Sem aumento de custo no processo produtivo, a única mudança que a empresa precisou fazer foi adaptar os rótulos utilizando etiquetas transparentes para melhorar a visualização do frasco e do produto. CASA DA PHOTO
Produto 2 em 1 superou antigo carro-chefe da ProLife em apenas dois meses de venda
A preocupação em deixar o conteúdo à mostra, facilitar a exposição na loja e na hora de levar o artigo para casa são as motivações do desenvolvimento de novos recipientes para os chuveiros da Botega Eletrônica. As duchas Multitemperatura 8T e a Eletrônica Thermo System vêm em maletas plásticas transparentes que dispensam o uso de sacolas no caixa e permitem formar pilhas de diferentes formatos dentro das lojas. “O objetivo é diferenciar nosso produto no ponto-de-venda sem utilizar o blister comum que todos os fabricantes de chuveiros costumam usar”, afirma o coordenador de P&D da empresa, Líbni da Silva. A antiga embalagem necessitava de uma lâmina de papelão com informações sobre o produto, feita em gráfica e colocada dentro do blister transparente envolvendo os chuveiros. O novo design simplifica e baixa o custo do processo produtivo. Com o uso da flexografia todas as informações obrigatórias (modelo, marca, características técnicas, etiqueta de consumo, voltagem, composição do produto, SAC, endereço do fabricante, selo do Inmetro) e adicionais (como garantia, selo da certificação ISO 9001 e benefícios oferecidos ao consumidor) são impressas ao longo do recipiente, diretamente no polipropileno, que já vem com corte e vinco para montagem da maleta.
Sustentabilidade Além da funcionalidade, o empreendedor deve prestar atenção à sustentabilidade na hora de escolher o material e de definir o design dos recipientes. Segundo Marcos Sebben, diretor da Design Inverso, empresa especializada em projetos de design, as pessoas querem ver o que estão comprando, mas deve haver cuidado para não criar embalagens que dificultem a separação de materiais na reciclagem. O projeto também deve ser adequado ao tipo de produto (alimentos, eletrônicos, etc.) e privilegiar o uso de materiais retornáveis ou recicláveis, que não agridam o ambiente. “Um bom design não leva em conta apenas a estética, mas a racionalização de todo o processo, o que inclui reduzir o volume dos recipientes, usar menos material, preservar a função primordial de proteção durante o transporte e distribuição e diminuir o impacto ambiental”, afirma Sebben. Apesar de atender habitualmente grandes indústrias, a Design Inverso participou de um projeto em parceria com o Sebrae e a Associa-
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por Andréa da Luz
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Sebben: “É preciso entender todo o processo, desde a função de proteção, a cadeia produtiva do cliente incluindo o envase, até a comunicação com o consumidor”
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ção Brasileira de Embalagens (Abre) para ajudar micro e pequenas empresas a aumentar a competitividade através do desenvolvimento de embalagens. “O convênio abre possibilidades reais de empresas pequenas competirem com grandes organizações, seja pela otimização logística de transporte, fortalecimento da marca ou aumento da produtividade”, diz o empresário. O trabalho rendeu um prêmio no World Star, considerado o Oscar mundial do design, em maio deste ano, com o produto Lasanha Pastagnolli, de uma pequena empresa sediada em São Francisco do Sul (SC). O novo design da marca e as novas embalagens também para molhos, minipizzas e massas frescas mantiveram a idéia de culinária caseira e tradicional italiana, mas o
diferencial está mesmo na facilidade de uso: os alimentos agora podem ir direto ao forno convencional e ao microondas para cozimento ou aquecimento. Em junho, a criação recebeu a medalha de bronze no Prêmio Idea/ Brasil, edição brasileira do maior prêmio de design dos Estados Unidos. Também recebeu o World Star o redesenho do clareador dental Whiteness Perfect, de uso domiciliar, que ao privilegiar a exposição vertical economiza espaço no ponto-de-venda e no consultório odontológico. Fabricado pela FGM, maior indústria de clareadores dentais da América Latina, o item é voltado para as classes A e B. Para valorizar o produto sem perder de vista a preocupação desse público com a saúde e os cuidados pessoais, a De-
sign Inverso optou por um visual clean, com transparência e aplicação de verniz sobre polipropileno, o que permite ver o produto sem abrir o recipiente. Sebben afirma que não há uma receita pronta para aliar boa embalagem (a que protege o produto) a um bom design. “É preciso entender todo o processo, desde a função de proteção, a cadeia produtiva do cliente incluindo o envase, até a comunicação com o consumidor.” No entanto, alguns itens devem ser observados, segundo o designer: proteção durante o transporte e distribuição; adequação do visual à cultura dos consumidores (a cor vermelha, por exemplo, remete a significados diferentes dependendo do país); comunicação entre marca e consumidor; funcionalidade e custos, entre outros.
Fernanda: empresa buscou embalagem de alta tecnologia que trouxesse um benefício diferente e praticidade para as mulheres
DEMANDA DE EMBALAGENS POR MATERIAL (2007)
METAL 5,2% de aumento na produção física
PLÁSTICO 1,98% de aumento na produção física
VIDRO 1,38% de aumento na produção física
PAPEL E PAPELÃO
Tamanho não é documento Quando tudo isso é observado, fica mais fácil vencer a concorrência, principalmente ao entrar em um mercado altamente competitivo. O sucesso da cerveja Sol Shot resulta da observação desses aspectos e da identificação de uma lacuna no mercado: a inexistência de um frasco menor que mantenha a cerveja gelada do início ao fim e possa ser consumida de uma só vez. A dose de 250 mililitros (ml), menor do que uma latinha (350 ml) e do que a long neck (355 ml), permite praticar um preço mais convidativo. Isso é importante porque os consumidores de cerveja costumam ter suas preferências e relutam em trocar de marca. “Se a pessoa acostumada com sua cerveja tra-
dicional vê um produto novo, em uma embalagem bacana e cujo preço não é um bloqueio, há maior probabilidade de que ela o experimente”, diz o diretor de Marketing da Femsa Cerveja Brasil, Riccardo Morici. Ele conta que o design da garrafa virou moda e a campanha publicitária com o bordão “gelaaada” caiu no gosto popular ajudando a elevar as vendas. “Tenho visto a Sol Shot até em baladas, lugares em que a bebida tradicionalmente é mais cara, mas aí o que vale é o menor volume, o apelo fashion.” Lançada em outubro do ano passado no Sudeste e Sul do Brasil e em fevereiro deste ano nas regiões Norte e Nordeste, a cerveja recebeu vários prêmios, como o de Produto do Ano eleito pelos consumidores no Grande
Prêmio de Marketing Brasil/Ibope e o de bebida alcoólica do ano pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A garrafa é feita no Brasil, e a fórmula do produto adequada ao gosto do consumidor brasileiro. Conforme o diretor de marketing, esse público adora novidades e o melhor meio de comunicação com ele é a embalagem. Além disso, o vidro ainda tem o apelo da reciclabilidade. O custo para adaptação das linhas produtivas foi relativamente pequeno. “Começamos a produção na fábrica em Araraquara (SP), mas em abril atingimos o máximo da capacidade produtiva dessa linha, pois as vendas estão muito maiores do que esperávamos”, diz Morici. A solução foi adaptar linhas em mais duas unidades: Ponta Grossa (PR) e Feira de Santana
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CASA DA PHOTO
LUCIANO NUNES
0,58% de aumento na produção física
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C A PA (BA) para atender a demanda. “Esse volume adicional é bem-vindo porque dilui e barateia os custos de produção”, afirma Morici.
Saindo na frente O pioneirismo marca a estratégia da Natura no quesito embalagens. A empresa é a primeira fabricante brasileira de cosméticos a desenvolver produtos com refis, lançados em 1983. A prática reduz o consumo de recursos naturais em média em 30% quando comparada à embalagem regular e contribui com o conceito ecologicamente sustentável dos três erres: redução, reutilização e reciclagem. Em 2006, a empresa lançou sua primeira linha de maquiagem com refil, após dois anos e meio de pesquisa para chegar a um modelo que permitisse a troca prática e diária, possibilitando à consumidora diversas opções de cores em refis e apenas um recipiente regular. “Maquiagem é a categoria que mais provoca o acúmulo de embalagens, pois as consumidoras compram movidas pela moda e impulso e a recompra não ocorre apenas quando o produto acaba. Por isso, foi um desafio desenvolver um mecanismo que respeitasse essa necessidade e reduzisse significativamente a utilização de recursos naturais”, afirma Victor Fernandes, diretor de Desenvolvimento da Natura. Atualmente, cerca de 150 produtos da marca oferecem refil. A venda de artigos nes-
ses recipientes representou 21,3% do total de itens comercializados pela empresa em 2007, com redução de 12% no impacto ambiental, comparado ao ano anterior. O uso de refil é uma opção mais econômica tanto para as empresas como para os consumidores, mas ainda não se popularizou no Brasil. Segundo a diretora-executiva da Associação Brasileira de Embalagens (Abre), Luciana Pellegrino, há poucos itens desse tipo no mercado porque não há uma cultura de consumo de refis por parte da população. “É preciso aumentar a demanda para que haja mais oferta”, opina. Mas a Natura ataca em várias frentes: na redução da quantidade de recursos naturais utilizados na fabricação da embalagem regular e no controle do custo ambiental. Os cartuchos de papel são produzidos com 78% de material reciclado e os frascos da linha Ekos utilizam 30% de PET reciclado, produzido a partir de garrafas usadas, fios, fitas e outros produtos plásticos cujo destino é o lixo. Segundo o diretor de pesquisa Daniel Gonzaga, o material é reciclado pela empresa parceira BahiaPet, que usa tecnologia alemã (Stehning Bottle to Bottle Process) para descontaminar totalmente o plástico após o consumo. Outra iniciativa, mais recente, é a adoção da tabela ambiental nos rótulos dos produtos, levando ao consumidor dados técnicos sobre a escolha e obtenção da matéria-prima desde a origem até o descarte, visando despertar o consumo
consciente. Essa estratégia está alinhada com a Análise do Ciclo de Vida, cuja metodologia leva em conta todo o processo de fabricação, desde a extração de recursos naturais até a devolução na forma de resíduos, emissões e efluentes. A ferramenta ajuda a determinar o custo ambiental de cada produto. O uso de equipamentos tecnologicamente mais avançados é outra estratégia que pode melhorar a qualidade das embalagens e aumentar a produtividade nos processos de envase. A SIG Combibloc, uma das líderes mundiais em fornecimento de recipientes cartonados assépticos e máquinas de envasamento para alimentos e bebidas, ajudou a Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil), de Patos de Minas (MG), a aumentar sua competitividade no mercado com novas embalagens e equipamentos de envase. Os investimentos de R$ 5 milhões da cooperativa serviram para adotar novo formato do recipiente e mudar o sistema de abertura das caixas de leite UHT – agora por meio de tampa. O projeto incluiu ainda a instalação de duas máquinas CFA 812, capazes de envasar, cada uma, 12 mil caixinhas longa-vida de um litro por hora. Essas duas linhas produtivas são as mais velozes e modernas da América do Sul e substituem quatro equipamentos da concorrente Tetra Pak que funcionavam na planta industrial da Cemil. O resultado é um produto com melhor aceitação do consumidor, redução nos custos operacionais e maior flexibilidade:
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Embalagens inovadoras fazem parte da estratégia da Natura, da Botega (dos chuveiros Thermo System e 8T) e da Femsa (fabricante da cerveja Sol)
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tros itens – foram lançadas em 1993. Desde então, a empresa tem desenvolvido sistemas cada vez mais práticos, não apenas com novas tampas plásticas como outros tipos de abertura (o pré-picote em “V”, por exemplo, que permite que a embalagem seja aberta com as mãos, sem necessidade de tesoura).
O que vem por aí Muitas outras novidades devem surgir nesta área. Embora os principais materiais utilizados não variem muito (metais – flandres e alumínio –, vidro, papel e plástico), há uma forte tendência de mesclar. “A combinação de vários materiais na mesma embalagem vem sendo bastante utilizada: tampa metálica com acabamento em plástico para proporcionar manuseio diferenciado, embalagem de papel-cartão com janelas de celofane ou plástico para visualizar o conteúdo, e cartuchos plásticos com revestimento em papel-cartão para proporcionar barreira, aparência ou resistência diferenciada são alguns exemplos”, afirma a diretora da Abre, Luciana Pellegrino. A gerente de Marketing da SIG diz que no quesito conveniência, as principais vertentes são os produtos para consumo em movimento (onthe-go), os de preparação rápida (prontos e semiprontos) e os substitutos para refeições (quick snacks). Para ela, a individualização de hábitos e preferências cria novos desafios
Produção em alta A produção industrial brasileira de embalagens atingiu um pico de 90% no uso da capacidade produtiva em outubro do ano passado. Em janeiro deste ano, caiu para 87%, índice também considerado alto para o segmento. “As indústrias estão investindo muito em equipamentos de altíssima tecnologia, mas espera-se uma contrapartida do governo no que se refere à carga tributária e melhor infra-estrutura de transporte e de exportação para aumentar a competitividade”, afirma Luciana Pellegrino. Com expectativa de faturamento de R$ 34,5 bilhões em 2008 e aumento na produção física em torno de 2,5% em relação ao ano anterior, a indústria adquire equipamentos de última geração com vistas a assegurar alta performance dos processos produtivos (próprios e dos clientes) e praticidade para o consumidor. A diretora-executiva da Abre lembra, no entanto, que o setor precisa ser mais flexível para conseguir produzir tiragens menores e atender clientes de pequeno porte.
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caso a Cemil decida utilizar outra tampa na mesma embalagem, basta trocar o aplicador, não sendo necessário substituir a máquina inteira. “As caixinhas ficaram mais higiênicas, mais fáceis de abrir, pois não é preciso utilizar tesouras ou facas e ocupam menos espaço na geladeira”, afirma o presidente da Cemil, João Bosco Ferreira. De acordo com a gerente de Marketing da SIG para a América do Sul, Luciana Galvão, um dos principais diferenciais da CFA 812 em relação às máquinas existentes no mercado é sua alta velocidade. Além disso, podem trabalhar com dois formatos e três volumes (500 ml, 750 ml e 1000 ml). Outro atrativo é o exclusivo sistema de sleeves (embalagens pré-formadas) que elimina o uso de bobinas que precisavam ser cortadas e soldadas para formar a caixinha. “Excluímos uma das etapas mais críticas do processo de envase: a solda longitudinal, que demanda tempo e pode causar perda de embalagens, quando realizada na planta dos clientes. Portanto, isso significa muito mais economia e dinâmica para os parceiros da SIG”, explica a gerente. A SIG trabalha junto aos clientes para definir qual o melhor formato, volume e sistema de abertura da embalagem e a capacidade do equipamento a ser instalado. Dessa forma, consegue oferecer projetos e soluções personalizados. As caixinhas com tampas plásticas – hoje comuns em embalagens de leites, sucos e ou-
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para os que desenvolvem produtos e, conseqüentemente, para quem fabrica embalagens. O acompanhamento da mudança nos hábitos de consumo também serve para avaliar a demanda por novos materiais, novos sistemas de abertura e fechamento, tamanhos diferenciados e até novas funções, como a de aumentar a vida útil de alimentos – são as chamadas embalagens ativas, que já começam a chegar ao Brasil. Luciana foi uma das integrantes da comitiva da Abre em visita à Interpack, feira internacional realizada em abril na Alemanha. Entre as novidades apresentadas, a diretora da Associação cita as embalagens Shelf Ready Packaging (SRP), utilizadas no transporte e também no display em gôndolas, na Europa. “Lá, a mão-de-obra é escassa e cara, então as indústrias de bens de consumo buscam otimizar a colocação e organização dos produtos na gôndola. O varejo pega a mesma caixa que recebeu com várias unidades de um produto, picota essa caixa e põe direto na prateleira expondo os itens”, explica Luciana. Segundo ela, essa é uma embalagem usada muito esporadicamente no Brasil, porque aqui as indústrias costumam ter seus próprios repositores no varejo para organizar itens nas prateleiras. “Outro motivo é que o transporte de cargas é tão agressivo, com empilhamentos inadequados, que as embalagens precisam ser o mais resistente possível para agüentar os impactos na fase de distribuição”, afirma. A maior novidade, no entanto, são as embalagens inteligentes e ativas. Elas apresentam rótulos que mudam de cor de acordo com a temperatura de armazenagem; tintas que reagem caso o produto não tenha sido mantido na temperatura ideal; tampas que ajudam a controlar a qualidade de fermentação de iogurtes, aumentando sua vida útil, entre outras inovações. “Essas novas funções ajudam o consumidor a reconhecer o ponto ideal de consumo do produto”, revela Luciana. “Embora tendam a elevar o custo do produto, compensam pelo tempo maior de permanência nas gôndolas”, avalia. Há também as embalagens com absorvedores de oxigênio, utilizadas para acondicionar bolos em pedaços: o oxigênio liberado pelo próprio produto não fica em contato com ele, melhorando a conservação. Os rótulos também são importantes na hora de comunicar ao mercado os benefícios e as qualidades do produto, além de reforçar o conceito das marcas. “As informações sobre
Cemil: linhas produtivas mais velozes e modernas da América do Sul reduzem custos e fazem caixas mais higiênicas e fáceis de abrir
as características do produto e o manuseio do frasco devem ter um linguajar de fácil entendimento, pois há uma camada nova de consumidores formada por quase 20 milhões de pessoas que só tiveram acesso a novos bens de consumo nos últimos três anos”, afirma Luciana. Essas pessoas, segundo ela, ainda estão se familiarizando com as informações dos rótulos, mas já conhecem seus direitos como consumidores. “O que a maioria busca é poder consumir ao máximo o produto acondicionado (evitar perdas) e voltar a fechar a embalagem caso não utilize todo o conteúdo de uma única vez”, diz. “No caso de cosméticos e produtos de limpeza isso já é comum, mas na área de alimentos a demanda ainda é grande por sistemas de fechamento que ofereçam a possibilidade de consumo parcial”, acrescenta. A aparência pode ser tudo na hora da primeira compra, mas são as funcionalidades oferecidas pela embalagem – entre outros fatores, como custo e sustentabilidade – que garantirão a fidelidade do consumidor.
LINHA DIRETA Daniel Gonzaga e Victor Fernandes (Natura): www.natura.net 0800 115 566 Fernanda Sanchez (ProLife): www.prolifeimport.com.br (11) 4196-2522 João Bosco Ferreira (Cemil): www.cemil.com.br/(34) 3818-1300 Líbni da Silva (Botega): www.thermosystem.com.br (48) 3621-0500 Luciana Galvão (SIG): www.sig.biz/(11) 2107-6744 Luciana Pellegrino (Abre): www.abre.org.br/(11) 3082-9722 Marcos Sebben (Design Inverso): www.designinverso.com.br (47) 3028-7767 Riccardo Morici (Femsa): www.cervejasol.com.br/0800 888 1010
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MERCADO
estratégicos
Parceiros Associações e fusões diminuem custos para laboratórios de medicina diagnóstica e permitem aumentar clientela
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por Marco Britto
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Buscar boas parcerias. Essa é a regra a ser seguida pelos laboratórios de medicina diagnóstica para assegurarem sua permanência no negócio. Tradicionalmente fechado, com pouca comunicação entre concorrentes, esse mercado agora se redescobre através de fusões entre as empresas. Em um segmento com 86% de sua composição representada por estabelecimentos de menor porte, observa-se a integração de marcas pequenas em redes, uma solução para ganhar escala em número de clientes e possibilitar investimentos de maior envergadura em equipamentos. Pequenas empresas consolidadas regionalmente passaram a ser o alvo de grandes corporações para aquisições e infiltração em novos mercados. A tática é capitalizar a confiança do cliente na marca local. Os grupos investem nos laboratórios menores, modernizando-os e aumentando o rol de exames disponíveis aos pacientes. Seguindo este método de expansão, a brasileira Diagnósticos da América S/A (Dasa) alcançou a liderança na América Latina e a quinta posição no mundo entre empresas de medicina diagnóstica.
Atualmente, o grupo Dasa é formado por 17 marcas em dez estados do País. O diretor nacional da corporação, Milton Zymberg, reforça a importância das operações locais na formação de uma rede que atenda às peculiaridades de cada região. “Na grande maioria das aquisições que fizemos os donos permaneceram. O primeiro trabalho após a compra é reconhecer o mercado local, suas particularidades.” Zymberg desloca-se com freqüência pelos estados do Brasil na busca de sinergia entre as diferentes operações mantidas pela empresa. As inovações nas unidades regionais em alguns casos são aplicadas em outras marcas do grupo. “Seria muito mais fácil, sob a perspectiva administrativa, termos uma marca única. Mas desta forma não conseguiríamos atingir todos os nichos possíveis em nosso segmento”, aponta Zymberg. As diferentes marcas do grupo atendem públicos diferentes. São três faixas de consumidores, na classificação da Dasa: o segmento standard (padrão), o intermediário e o superior. Uma vez concluída a aquisição de uma nova empresa, um plano de negócios de cinco anos é definido para aquele empreendimento. Esse projeto traça a missão, os atributos da marca, e como será a postura do laboratório para se manter forte em seu mercado. Uma novidade trazida pela Dasa foi o foco no cliente de baixa renda. O projeto popular foi uma experiência que começou na cidade de São Paulo, no laboratório Lavoisier. Os serviços são direcionados a pessoas sem plano de saúde. O atendimento oferece preços acessíveis, alguns na faixa entre R$ 3 e R$ 4, inclusive exames de imagem, que costumam ser mais caros. “Pela escala conseguimos ter um preço mais competitivo”, revela Zymberg.
PURESTOCKX
Uma vez bem-sucedida, a proposta foi implantada também em outras três regionais – no laboratório Santa Casa, em Curitiba, Pasteur em Brasília, e Bronstein, na cidade do Rio de Janeiro –, incrementando o movimento de unidades ociosas. Em outro nicho, serão abertas este ano na capital federal quatro unidades da marca Pasteur e duas da marca Exame. Uma das clínicas Exame é a chamada megaunidade. Além do tamanho (no mínimo mil metros quadrados), ela também oferece todos os serviços que a empresa disponibiliza em medicina diagnóstica. “Sob o mesmo teto o cliente tem todos os exames. É o que chamamos de solução onestop-shop.” Em Curitiba o grupo acaba de abrir uma unidade da marca Fishman dentro do Shopping Palladium, recém-inaugurado como o maior do Sul do Brasil. O faturamento total das empresas de medicina diagnóstica no Brasil é avaliado entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões, segundo a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC). Porém, os números sobre o segmento são na maioria estimativas. A quantidade de estabelecimentos ativos, por exemplo, oscila entre 12 mil (Inmetro) e 30 mil (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde/Ministério da Saúde). Estima-se que a atividade envolva 300 mil empregos no País. O Laboratório Santa Luzia, com base em Florianópolis, volta sua atenção para a presença regional. Apesar de bem consolidada na região metropolitana da Capital catarinense, a empresa estuda uma maneira de expandir seus negócios para outras áreas do Estado.
Desde 1974 operando em Santa Catarina, o Santa Luzia preserva sua popularidade, que inclusive rendeu troféus Top of Mind como marca mais lembrada no segmento onde atua. Uma das bandeiras do laboratório valoriza o aspecto humano do atendimento, e ostenta a impressionante marca de 99% de satisfação entre os clientes. “O que nós temos mesmo que fazer é atender bem o nosso paciente, dar qualidade para ele. Sempre que há uma queixa, estamos ouvindo. Nossos funcionários são treinados para trazer informações diretamente do paciente até a diretoria. É algo que faz parte da cultura da empresa”, afirma João Nilson Zunino, diretor-presidente. Zunino concorda que a melhor estratégia de crescimento nesta área é comprar unidades bem posicionadas e fortes em suas praças. Outra tendência que o executivo apóia são os centros compartilhados de processamento de exames. “Há cerca de dez anos eu reuni os laboratórios do Estado e disse a eles que, se quisessem acompanhar o mercado, era necessário que todos se aprimorassem para atender seu paciente, e se preocupassem como eles executariam os exames, pensando numa usina central para isso.” Segundo Zunino, os empresários acharam a idéia maravilhosa, mas desconfiaram que ele levaria alguma vantagem. Hoje o Santa Luzia centraliza o processamento de seus exames na clínica matriz. No último ano, o laboratório investiu R$ 4 milhões em melhorias, como novos equipamentos. Atualmente, os laboratórios Santa Luzia possuem ao todo 600 metros quadrados para
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A Vita é uma das 17 marcas em dez estados que integram o grupo Dasa, o maior da América Latina
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MERCADO
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Laboratório Santa Luzia ostenta a impressionante marca de 99% de satisfação entre os clientes
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a área técnica, e os planos são de ampliar para 2 mil. A empresa se faz presente em cerca de 40 pontos de coleta – em hospitais, clínicas e postos avançados. “Temos que estar perto do nosso paciente”, frisa Zunino. A rede já adquiriu duas marcas da região da Grande Florianópolis, uma especializada em atendimento em hospitais e outra que era uma concorrente direta. A identidade visual das empresas incorporadas continuou a mesma. Para o futuro próximo, a empresa vai priorizar investimentos em exames de imagem e saúde da mulher, com o objetivo de se tornar referência definitiva no Sul do Brasil nas duas áreas. Para isso, muitas vezes o Santa Luzia investe em equipamentos inéditos no Brasil, numa atitude “ousada”, como classifica o diretor-presidente. “São máquinas que realizam 5 mil exames por hora. Na década de 1960 passava-se a manhã inteira para realizar dez destes exames. Para a comunidade isso melhora muito, pois nosso serviço se torna mais rápido e mais barato.” Segundo Zunino, a demanda por atualização tecnológica é mais uma razão para que os pequenos apostem em usinas centrais de processamento: dividir o custo de equipamentos sofisticados e compartilhá-los. O Lab Rede, de Minas Gerais, foi uma empresa criada para suprir exatamente esta lacuna do mercado de medicina diagnóstica. A empresa é especializada em prestar serviços aos laboratórios, processando exames de todo tipo. Desde 2000, os interessados podem comprar lotes de ações e se torna-
rem sócios da rede, usufruindo de toda a tecnologia disponível em processamento de análises clínicas. Se fossem investir em equipamentos por conta própria, gastariam pequenas fortunas em aparelhos que em certa época poderiam ficar parados.
Expansão Nos últimos 12 meses, a empresa cresceu 40% em seu grupo de acionistas. No momento, 17 novos laboratórios passam pela fase de finalização de contrato. A dinâmica de novas parcerias foi impulsionada a partir de janeiro de 2007. A empresa passou por um aprimoramento da área técnica, aquisição de novos equipamentos, e reestruturação dos sistemas de informação e organizacional. “Nós redesenhamos o perfil dos profissionais do Lab Rede. Fizemos novos desenhos de processos e melhoramos as ferramentas de gestão para suportar uma expansão de porte”, conta Antônio Neves, diretor-executivo. Todos os associados são conectados a uma interface. O laboratório local colhe as amostras e as encaminha para Belo Horizonte, para a central de processamento, onde em 24 horas o resultado está disponível. Para ganhar agilidade, o Lab Rede mantém um parceiro no transporte expresso. Nesse esquema de operação, a empresa mineira atende clientes em 11 estados do Brasil. Hoje são 137 laboratórios associados na forma de acionistas. E a rede continua aberta a novas participações. “Nosso foco é ganhar em
Zunino: pioneiro ao propor centrais de processamento escala. Quando o custo-benefício não justifica que o laboratório faça o exame em sua estrutura, ele envia para nós, e isso é um serviço que diminui custos dele com equipamentos e insumos”, comenta Neves. Todos os laboratórios sócios seguem administrando independentemente de seus negócios. O Lab Rede atua apenas como um prestador de serviços na hora de processar os exames. “Embora sejamos uma S/A, nossa operação assemelha-se a um modelo de associativismo. Os parceiros ganham em função da escala de exames realizados pela rede. Nosso foco é realizar exames a preços competitivos e atender a rede de acionistas, tornando-os mais competitivos.” Encarando as novas tendências que regem este mercado, os laboratórios precisam fixar suas metas. Como na seleção natural de Darwin, o mais apto sobreviverá. Porém, neste caso, a evolução será saber escolher a melhor parceria para fazer da empresa um organismo vencedor.
LINHA DIRETA Grupo Dasa: www.diagnosticosdaamerica.com.br
Laboratório Santa Luzia:
www.sluzia.com.br
Lab Rede:
www.labrede.com.br
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Brasileirinha
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arretada Apreciadores de destilados do Brasil e do exterior cedem à qualidade e às sensações da cachaça reserva especial por Alexsandro Vanin e Marco Britto
O costume de dar o primeiro gole para o santo pode estar com os dias contados. Com o reconhecimento nacional da qualidade da cachaça reserva especial (mais de quatro anos de envelhecimento), a bebida ganhou espaço em bares e restaurantes chiques e adegas particulares. E o preço também acompanhou a ascensão às classes mais altas. Uma garrafa de Havana Anísio Santiago – a mais famosa de
todas as aguardentes brasileiras e de produção controlada – pode ser comprada em lojas a partir de R$ 150 ou arrematada em leilões virtuais por mais de R$ 500. Nos botequins, a dose é vendida por R$ 20, e em alguns estabelecimentos chega a mais de R$ 120. Nem sempre foi assim. A cachaça carregou a tacha de bebida de pobre e de baixa qualidade até o final do século passado, quando a
Panorama Números do setor 1 bilhão de litros produzidos por ano 1,2 bilhão de litros é a capacidade
instalada
7% do que é produzido é de alta qualidade
40 mil produtores 99% são micro e pequenos aguardenteiros
4 mil marcas registradas no Inpi 650 mil empregos diretos e indiretos
Ranking etílico 1º destilado mais tomado no Brasil 2ª bebida alcoólica mais consumida no Brasil
3º destilado mais bebido no mundo Fonte: Ibrac
cachaça mais bem posicionada no ranking elaborado pela Interscience. Da linha reserva especial, dois produtos são vendidos a partir de R$ 60: Ypióca Rio, maturada por cinco anos em carvalho e mais um em bálsamo, vendida em garrafas exclusivas produzidas na França; e a Ypióca 160, aguardente envelhecida seis anos em barris de carvalho e composta com malte importado, comercializada em garrafas de vidro escuro, premiada com o World Star de melhor embalagem de bebida alcoólica de 2007. Segundo Aline, esta bebida única, lançada em 2006 para comemorar os 160 anos do grupo e disponibilizada comercialmente este ano, foi inspirada no desejo de reconhecimento da cachaça e slogan criado por seu avô Paulo: “Ypióca, delicioso uísque nacional”. O controle de qualidade passa por todas as etapas de produção, a começar por plantações próprias, nas quais são utilizadas apenas adubação orgânica e modernas técnicas agrícolas e a cana-de-açúcar não é queimada antes da colheita. “A fermentação é o segredo”, conta Everardo Telles, ao informar que é utilizada bactéria importada no processo e controlados rigidamente a temperatura e tempo de aquecimento e resfriamento da mistura. Mas o verdadeiro segredo é realmente sigilo industrial: colunas (equipamento para destilação em grande escala) de inox e cobre. Fabricado originalmente em inox, o artefato é desmontado e remontado na Ypióca para a colocação das peças de cobre em partes específicas, determinadas por dez anos de pesquisas feitas por Paulo para saber exatamente onde o metal faz a diferença. A esmagadora maioria de cachaças tipo reserva especial, no entanto, é tirada de alambiques, como o existente na Fazenda Havana, em Salinas (MG). Anísio Santiago iniciou a produção em 1943, um ano após adquirir a propriedade, e em pouco tempo a atividade se tornou a principal fonte de renda da família. Em 1946, diferenciou-se de outros produtores da região ao identificar seu produto por meio de uma marca, o nome da fazenda, garantindo-lhe origem e personalidade. Iniciavase, assim, a aura em torno desta pinga. Logo passou a vender e ser respeitado em toda a região do norte de Minas e no sul da Bahia, depois Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. “Por incrível que pareça, a Havana Anísio Santiago não faz publicidade do produto por meio da mídia. Aliás, a única propaganda é o boca-a-boca”, diz o neto Roberto Santiago, filho do responsável pela administração, Osvaldo.
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bebida conquistou estrangeiros e os brasileiros passaram a despertar para as virtudes sensoriais da caninha. A mudança em curso tem origem no Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Cachaça (PBDAC), criado em 1997 pela Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), e desenvolvido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex Brasil). Nesses 10 anos, os aguardenteiros se organizaram e investiram em controle de qualidade e marketing para superar o preconceito e transpor as fronteiras. As exportações passaram de 970 mil litros em 1997 para 9 milhões de litros em 2007, com pico de 11,3 milhões de litros em 2006, volume que neste ano deve ser superado ou pelo menos igualado, conforme projeções do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac). Embora tenha sido registrada uma queda de 20% na quantidade exportada, a redução em valor foi de apenas 4%. O preço médio do litro passou de US$ 1,27 para US$ 1,53, o maior de toda a história, o que pode ser considerado uma vitória tendo em vista que a maioria das exportações ainda é feita a granel, ou seja, sem marca, que tem menor valor agregado. Uma das razões é que a maior demanda pela bebida no exterior é para fazer caipirinha – o jornal americano The New York Times chegou a orientar seus leitores a como pronunciar o nome do badalado drinque: kye-peer-EEN-yahs. Mas isso ajuda a esquentar uma polêmica: a de que as aguardentes produzidas em indústrias (responsáveis por cerca de 90% das vendas externas) não têm a mesma qualidade daquelas produzidas de forma artesanal, em alambiques, ideais para serem degustadas puras. A cearense Ypióca parece ser uma exceção à suposta regra. Criada em 1846, a empresa aderiu ao sistema industrial por volta da metade do século passado, durante a gestão de Paulo Telles. Foi ele, com a ajuda de seu filho, Everardo, atual presidente, quem despachou a primeira carga de cachaça para o exterior e abriu as portas de vários países, sempre com a marca estampada. “A Ypióca não exporta a granel e trabalha somente com importadores exclusivos, que prezem pela qualidade do produto”, afirma Aline Telles Chaves, diretora de Marketing. Estratégia que garante à aguardente exportada pelo Ceará o segundo melhor preço médio por litro (US$ 2,29). No Brasil, é líder de vendas no segmento premium (um a seis anos de envelhecimento) e considerada uma das dez marcas de bebida alcoólica mais admiradas por sete anos seguidos, sendo a
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A espécie da cana e os cuidados com a plantação ajudam a definir o padrão de qualidade de aguardentes de reserva especial, como as da Ypióca (ao lado)
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Impostos injustos
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No Congresso Nacional tramita o Projeto de Lei 1187, que prevê a redução da carga tributária e inclusão no Simples para produtores de cachaça. Segundo o coordenador da Câmara Técnica da Cachaça de Alambique Artesanal do Conselho Estadual de Política Agrícola de Minas Gerais, Trajano Lima, o IPI recolhido sobre a garrafa de cachaça de alambique artesanal é de R$ 2,23, enquanto o valor mais alto no caso da aguardente de cana industrializada é R$ 0,38 por garrafa. Apesar dos alambiqueiros insistirem na isonomia tributária, ele concorda com a fixação do imposto de R$ 0,57 para a garrafa. Para o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Valdir Colatto, a redução de impostos não diminuirá a arrecadação, pois vai aumentar a base de contribuição e permitirá o aumento da produção.
Seguir à risca os ensinamentos deixados pelos ancestrais também é a receita da Havana Anísio Santiago. Até hoje é usado o mesmo canavial, mas seu manejo é intensivo. Somente é utilizada adubação orgânica e plantadas canas da espécie java, cortadas individualmente quando prontas, sempre em um mesmo ponto. A água vem de uma nascente próxima da fazenda, na Serra dos Bois. Dez funcionários dividem o trabalho, sendo um responsável pelo alambique, outro pelo armazenamento e engarrafamento, e o restante pela manutenção da plantação e moagem. “Cada trabalhador exerce sua função no método ensinado por Anísio Santiago, mesmo após sua morte, no final de 2002, aos 91 anos”, garante Roberto. A cada safra são produzidos 12 mil litros de cachaça, encaminhados para envelhecimento em antigos tonéis de bálsamo – atualmente o tempo mínimo de maturação é de dez anos. A cada safra, 7 mil garrafas de 600 mililitros são comercializadas. Evita-se aumentar a oferta para não comprometer o padrão estabelecido pelo fundador. “O consumidor está disposto a continuar a pagar caro pela bebida, mas em contrapartida exige a manutenção do nível de qualidade”, diz Roberto. O sucesso de Anísio estimulou outros produtores de Salinas a identificar suas aguardentes por meio de marcas. A partir dos anos 60,
surgiram nomes como Piragibana, Indaiazinha, Seleta, Teixeirinha, Asa Branca, Estrela do Norte e Pulusinha. Na década de 90, o Pró-Cachaça, programa do governo mineiro, organizou toda a cadeia produtiva de aguardente artesanal. Atualmente, mais de 50 marcas são produzidas no município, somando mais de 5 milhões de litros por ano. Na esteira da Havana Anísio Santiago, e da preocupação em manter a qualidade, a cachaça mineira ganhou prestígio no Brasil e no exterior. Isso garante à aguardente de Minas o melhor preço de exportação: US$ 3,21, o dobro da média nacional. Mas a cachaça mineira não é unanimidade, nem mesmo a Havana Anísio Santiago. “A qualidade não é atestada, não está amarrada a algum referencial. Se você analisar as aguardentes mineiras, vai verificar que elas têm um nível elevado de acidez e sabor agressivo”, afirma o engenheiro agrônomo Agenor Maccari, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Minas concentra um terço dos alambiques artesanais e responde por 8% da produção brasileira, mesmo percentual que a Paraíba, e abaixo dos 12% de Pernambuco e Ceará e dos 44% de São Paulo, estados onde o forte é a caninha industrial. O restante é dividido por todo o Brasil, inclusive regiões com grande tradição aguardenteira, como Rio de Janeiro,
Engenhos Na Ilha de Santa Catarina, parte insular de Florianópolis, os engenhos eram abundantes, mas hoje encontrar algum é quase milagre. A mais famosa das aguardentes da cidade, a Armazém Vieira, é produzida em Antônio Carlos, região metropolitana da Capital. “Entregamos
nosso coração a um único produtor artesanal, com ele fizemos a pesquisa de fermentação e de tempo de destilação, essencial para conseguirmos extrair as impurezas e atingir o sabor que almejamos para nossa cachaça”, diz o sócio-proprietário Renato Bollo. De lá ela é encaminhada para envelhecimento em barris de ariribá e grápia localizados em uma casa de estilo português, na Ilha, tombada pelo patrimônio histórico. Por ano, são envasadas 7 mil garrafas feitas de forma artesanal, sopradas uma a uma. De uma linha de seis produtos, a Armazém Vieira Esmeralda, envelhecida quatro anos, é encontrada a partir de R$ 40; já a Armazém Vieira Ônix, maturada por 16 anos, é vendida a partir de R$ 180. “Sempre fomos uma cachaça cara, desde quando entramos no mercado, em 1985, e isso dificultou o começo”, conta Renato. Mas logo o produto passou a constar em relações das melhores caninhas do Brasil, em avaliações da imprensa, como as revistas Playboy e VIP, e a ser assunto de reportagens, tornando-o conhecido do consumidor mais exigente. Em um mar de aguardentes, não é muito fácil identificar aquelas de qualidade superior. A produção total é superior a 1 bilhão de litros, mais de 80% produzidos por indústrias, e o restante por cerca de 40 mil alambiques, em um total de 4 mil marcas. Mas, conforme
dados do Ibrac, apenas 7% é uma bebida mais refinada, atualmente consumida por um público formador de opinião, das classes A e B. “É importante ressaltar que cerca de 80% da cachaça artesanal brasileira é clandestina, sem origem, sem rótulo e sem registro no Ministério da Agricultura”, afirma Roberto Santiago. Ele e muitos outros produtores mostram-se favoráveis à certificação da bebida. “O mercado está se tornando seletivo e o consumidor mais exigente. É natural que se estabeleça padrões mínimos de qualidade e selos de indicação geográfica para tradicionais regiões produtoras, como Salinas e Paraty.” A Campanha da Cachaça Certificada, parte do Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade, busca reverter esse quadro. O Sebrae fez um convênio com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para fornecer apoio e subsídios aos produtores de cachaça que querem certificar seus produtos. Além de pagar 50% dos custos relativos ao processo de certificação, o Sebrae presta consultoria para orientar os aguardenteiros em relação às normas exigidas. Ao todo são 93 itens a serem cumpridos, que envolvem qualidade da bebida, de produção, de responsabilidade social e ambiental e de segurança alimentar. “O selo de conformidade
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Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia. Paraty, no litoral sul fluminense, tem uma tradição de mais de 400 anos na produção de cachaça. Lá é produzida a Cachaça Coqueiro, por Eduardo Mello, que aprendeu o ofício com seu pai, o mestre Antônio Mello, e seu avô, o lendário José Mello, herdeiro de uma sabedoria nascida no século 18, quando seus ancestrais se iniciaram na arte. Eduardo alia o legado a modernos recursos tecnológicos – sem desvirtuar o processo artesanal – de controle e melhoria constante da qualidade. No fim do ano passado, a Coqueiro foi uma das seis marcas a receber do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) o selo de Indicação de Procedência “Paraty”, a quarta indicação reconhecida no País e a primeira no ramo da cachaça. As outras foram Cachaça Corisco, Cachaça Engenho D’Ouro, Cachaça Labareda, Cachaça Maria Izabel e Cachaça Paratiana.
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Origens da cachaça
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Armazém Vieira: produção anual de 7 mil garrafas de cachaça envelhecida em barris de ariribá e grápia
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do Inmetro tem uma grande abrangência. Isso para o consumidor é a garantia de que o produto que ele está consumindo é feito dentro de normas de higiene, obedecendo a questões trabalhistas e ambientais corretamente”, explica Agenor Maccari, que trabalha na conscientização dos alambiqueiros. Para o produtor, além de um diferencial de mercado, a certificação contribui para a melhoria do processo produtivo e a racionalização dos custos de fabrico, segundo o gestor do Projeto Alambiques Gaúchos, Carlos Andrade. Até o final do primeiro semestre deste ano, 29 marcas haviam sido certificadas pelo Inmetro. A EQS Tecnologia, de Salvador, desenvolve um software para o controle da produção de cachaça. As informações de todas as etapas, da plantação da cana até o envasamento e comercialização, são armazenadas e analisadas para melhorar o processo e padronizá-lo. O programa é ajustado aos parâmetros do Inmetro, e qualquer indício fora das referências é alertado pelo sistema, o que torna a ferramenta essencial para quem busca a certificação. Dados relativos a investimentos, custos, mão-de-obra e capital de giro também são monitorados. Segundo o diretor da EQS, Fabrício Campos, com o rastreamento do processo produtivo, a redução de perdas pode chegar a 30% da produção. O software trabalha em módulos, um para cada etapa de feitura, que podem ser acessados via
internet ou instalados na rede local – mais indicado para grandes corporações, por motivos de segurança. A solução deve ser lançada em outubro, informa Campos, e deverá ter um custo de R$ 50 por usuário. A qualidade e a tradição não são irmãs gêmeas, mas é muito comum vê-las juntas, principalmente no ramo das cachaças envelhecidas. Aquelas marcas que não têm nem uma nem outra – ou apenas tradição – e desejam ganhar valor no mercado, nacional ou internacional, devem investir em boa matéria-prima, equipamentos e processos e na padronização da excelência para buscar os selos de conformidade e de origem. Àquelas que já trazem a dupla – e para as novatas de classe –, basta investir na manutenção de sua virtude. O santo agradece.
LINHA DIRETA Armazém Vieira: (48) 3333-8687 EQS Tecnologia: (71) 3344-1690 Havana Anísio Santiago: rcmsantiago@gmail.com Ypióca: www.ypioca.com.br Sebrae: 0800 5700800 UFPR: (41) 3360-5000
Mais de 4 mil anos se passaram e muitos povos tiveram participação até que a cachaça tivesse origem no Brasil Colônia, mas para que o brasileiro respeitasse a bebida foram outros 500. Os primeiros relatos sobre fermentação vêm dos egípcios antigos Os gregos registram o processo de obtenção da ácqua ardens, a água que pega fogo Os alquimistas atribuem à água ardente propriedades místico-medicinais e a batizam de Eau de Vie (água da vida), receitada como elixir da longevidade Os árabes descobrem equipamentos para a destilação, semelhantes aos utilizados hoje Portugal absorve a tecnologia dos árabes e destila o bagaço de uva, gerando a bagaceira Num engenho entre o recôncavo baiano e a capitania de São Vicente, entre 1532 e 1548, os primeiros colonizadores do Brasil descobrem o vinho de cana-de-açúcar, passo anterior à destilação Dos meados do século 16 até metade do século 17 as “casas de cozer méis”, como está registrado, se multiplicam nos engenhos A cachaça torna-se moeda corrente para compra de escravos na África A descoberta de ouro nas Minas Gerais leva muitas pessoas para as montanhas frias da Serra do Espinhaço, que encontram na cachaça uma boa ajuda para aquecer A Corte proíbe várias vezes a produção, comercialização e até o consumo da cachaça, por causa da queda nas vendas de bagaceira e vinho português. Sem resultados, a produção da cachaça é taxada Em 1729, o Conde de Assumar proíbe a entrada de aguardente. A Lei Seca mineira revolta o povo e gera uma série de protestos, conhecidos como a Revolta da Pinga Em 1756, a aguardente de cana-de-açúcar foi um dos gêneros que mais contribuíram com impostos voltados à reconstrução de Lisboa, abatida por um grande terremoto em 1755 A cachaça se transforma no símbolo de resistência à dominação portuguesa No início do século 20, surge um preconceito a tudo o que fosse relativo ao Brasil, e a cachaça passa a ser tachada de marginal, devido ao seu baixo valor e associação às classes mais baixas (primeiros os escravos e depois os pobres e miseráveis). Fonte: Ampaq
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CRÉDITO
Mão no
fogo Micro e pequenos empresários sem garantias reais podem recorrer aos fundos de aval na hora de buscar crédito por Andréa da Luz
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andrea@empreendedor.com.br
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Uma das maiores dificuldades para micro e pequenas empresas na hora de conseguir crédito é a falta de garantias reais. Para tentar contornar o problema, governo, prefeituras e instituições como o Sebrae servem de avalistas na operação, através dos fundos de aval. O aval é uma garantia para quem concede o crédito, no caso de a empresa não conseguir honrar seus compromissos e confere maior confiança nas relações comerciais e econômicas. Esses fundos são úteis principalmente quando o empreendedor quer ampliar seu negócio ou criar novos empreendimentos e necessita de um montante de capital mais elevado. Há várias opções no mercado, operadas por bancos comerciais ou de atacado – caso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), por exemplo –, e instituições de microcrédito, basta o empreendedor escolher aquele que melhor se adapta ao seu caso.
O Banco do Brasil (BB) trabalha com três garantias: o Fundo de Aval para Geração de Emprego e Renda (Funproger), com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT); o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) com recursos do Sebrae; e com a Associação de Garantia de Crédito da Serra Gaúcha (AGC), cujos recursos vêm do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Sebrae. O gerente-executivo da Diretoria de Micro e Pequenas Empresas, Kedson Pereira Macedo, explica que, em qualquer uma das opções, o empreendedor precisa ter conta corrente no BB para ter acesso à garantia. O prazo para pagamento da taxa de concessão do aval é igual ao do financiamento. A amortização varia de dois a 120 meses, dependendo da linha de crédito, e o índice de cobertura muda de acordo com o fundo de aval escolhido, podendo ser de até 80% do valor financiado. O Sebrae criou seu próprio fundo – o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), em 1995. Com a função exclusiva de complementar as garantias exigidas pelo ban-
Características das garantias Fampe:
Criado pelo Sebrae para viabilizar a concessão de avais complementares e facilitar o acesso ao crédito, para as MPEs legalizadas. podem ser beneficiárias MPEs dos setores industrial (inclusive agroindústria), comercial e de serviços, de acordo com a receita bruta anual: microempresa, até R$ 240 mil; pequena empresa, superior a R$ 240 mil e até R$ 2,4 milhões; e MPEs exportadoras, até R$ 10,5 milhões; o financiamento máximo do Fampe é de 80%, observados os seguintes limites quanto ao valor: em financiamentos destinados à aquisição de equipamentos, obras civis, capital de giro associado – até R$ 130 mil; para capital de giro – R$ 60 mil; investimentos em desenvolvimento tecnológico, inovação e operações de crédito voltadas às exportações, na fase pré-embarque – até R$ 300 mil; taxa de 0,1% multiplicado pelo número de meses e pelo valor do aval, podendo ser considerada item financiável do projeto.
Funproger:
Gerido pelo Banco do Brasil, pode cobrir até 80% do valor financiado e a garantia é válida por todo o prazo do financiamento, inclusive o período de carência. podem ser beneficiárias empresas com faturamento bruto anual de até R$ 5 milhões e pessoas físicas microempreendedoras com faturamento anual até R$ 120 mil que contratarem operações vinculadas ao programa Proger Urbano; comissão de 0,1% do valor garantido, multiplicado pelo prazo do financiamento em meses (poderá ser financiada e paga juntamente com o financiamento pretendido); valor da garantia limitado a 40% do teto de financiamento da linha de crédito Proger Urbano Micro e Pequena Empresa, quando o financiamento for restrito a investimentos.
AGC:
Destinado a empresas sediadas em cidades da região da Serra Gaúcha que tenham faturamento de até R$ 15 milhões.
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Fonte: Sebrae e BB
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FGPC:
Criado pelo BNDES, é destinado a micro, pequenas e médias empresas exportadoras que utilizam as linhas BNDES Automático, Finame, Finem e Apoio à Exportação. Podem utilizálo as empresas que: tenham realizado exportações no período de 36 meses anteriores à apresentação do pedido de financiamento; sejam fabricantes de insumos utilizados diretamente nos processos de produção, de montagem ou de embalagem de mercadorias destinadas à exportação, tendo efetuado, nos últimos 36 meses anteriores à apresentação do pedido de financiamento, fornecimentos a empresas exportadoras. comissão de 0,15%, multiplicada pelo número de meses do prazo total da operação (o valor também pode ser incorporado ao principal da dívida, quando da primeira liberação de recursos, sendo cobrado nas mesmas datas de exigibilidade do crédito concedido); somente poderão utilizar o FGPC empresas que não tenham apresentado atrasos acumulados nos pagamentos à instituição financeira por mais de 90 dias, nos últimos 12 meses anteriores à data de contratação da operação. O apoio do FGPC a exportações não se aplica às empresas em processo de implantação.
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CRÉDITO
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co e facilitar o acesso ao crédito para as MPEs legalizadas, o fundo de aval do Sebrae já atendeu 40 mil micro e pequenas empresas. As operações de crédito chegam a R$ 1,2 bilhão, desde a criação do Fampe até hoje. Entre janeiro e junho deste ano, já foram contratados R$ 580 milhões em créditos com a garantia do Fampe, beneficiando 20 mil empresas. As garantias concedidas nesse período somam R$ 450 milhões. “O crescimento dos números este ano é reflexo das novas condições do Fampe aprovadas pelo Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae em agosto de 2007, que trouxeram o aumento do percentual de aval”, explica o analista do Sebrae, José de Alencar Souza. A expectativa é que o número continue aumentando, pois recentemente mais parceiros começaram a atuar com esse fundo: agências de fomento do Rio Grande do Norte, do Rio Grande do Sul e do Paraná, além da revitalização do convênio com o BRDE. De acordo com o Sebrae, quase R$ 6,5 milhões estão sendo direcionados a esses novos parceiros para lastrear a garantia do Fampe nas operações de crédito, o que permitirá atender mais de 2 mil empresas. As instituições financeiras são credenciadas e recebem procuração para atuar em nome do Sebrae na concessão da garantia e na cobrança administrativa e jurídica. Também é de responsabilidade delas a análise e a decisão final sobre a concessão do crédito e da garantia do Sebrae. Por sua vez, ao contratar o financiamento com a garantia do Fampe, a empresa assume a responsabilidade de pagamento do empréstimo perante o agente financeiro e o Sebrae. Mas o Fampe não é um seguro de crédito, por isso, se houver atraso no pagamento, o agente financeiro poderá tomar todas as providências legais para a recuperação do crédito, inclusive pela via judicial. O superintendente do BRDE no Paraná, Carlos Aredon Azzolin Olson, explica que o Fampe pode garantir até 80% da operação, com cobertura limitada a R$ 130 mil para investimento fixo. No caso de capital de giro o valor cai para R$ 50 mil. “É uma boa opção para microempresários que necessitam de garantias para empréstimos até esses valores”, afirma. Nessa modalidade, se a microempresa financiar R$ 100 mil para comprar uma máquina ou ampliar um barracão, por exemplo, o Sebrae poderia oferecer até R$ 80 mil (80%
Olson, do BRDE: as empresas precisam de rapidez para enfrentar o mercado do valor do financiamento) de garantia. “É claro que isso tem um custo, mas compensa porque dá condição à empresa que está crescendo de se firmar e de formar capital”, avalia Olson. O custo é de 1,2% ao ano (ou 0,10% ao mês) sobre o valor afiançado. Assim, se o prazo do financiamento for de 60 meses, a taxa da garantia será de 6% (0,10% x 60 meses) sobre o valor da garantia. Seguindo o exemplo anterior, se a garantia é de R$ 80 mil, o emprendedor pagaria R$ 4,8 mil como custo dessa garantia. Conforme o superintendente da agência de fomento no Paraná, os financiamentos para microempresas em geral não chegam a valores extremamente altos. “Se fizermos 500 garantias de R$ 50 mil temos um total de R$ 25 milhões e isso em termos de crédito não é nada, embora para um banco de atacado como o BRDE seja difícil chegar a esse número de operações”, diz. Segundo Olson, o volume de fundos de aval no estado gira em torno de R$ 15 milhões a R$ 25 milhões ao ano. “Em valores individuais, às vezes chega a R$ 200 mil, mas aí o valor do aval continua limitado a 80% do valor ou ao teto de R$ 130 mil, o que for menor”, explica. Na opinião do superintendente, a vantagem do Fampe em relação a outras garantias é a simplicidade da operação. “O Sebrae é muito organizado e operamos com esse fundo de aval desde os
anos 90, sem problemas”, afirma. De acordo com o BNDES, o Fundo de Garantia para Promoção da Competitividade (FGPC) conta com uma reserva disponível de R$ 5 bilhões para injetar em micro e pequenas empresas. “Nossa idéia é usar o fundo também no portal direcionado aos micro e pequenos”, revela o economista Edson Moret, do Departamento de Suporte e Controle Operacional da Área de Operações Indiretas do BNDES. No entanto, parece haver certo descompasso na conversa entre as empresas – especialmente as menores – e o principal banco de fomento do País. Apesar das facilidades instituídas na obtenção de crédito, os empresários acusam o banco de morosidade. O BNDES rebate alegando que há falta de informação e que a reserva para o FGPC estaria sendo subutilizada, pois os bancos comerciais estariam privilegiando seus próprios produtos em detrimento desse fundo de aval. Para o superintendente do BRDE-PR, o processo do BNDES é realmente muito moroso, por isso o banco paranaense já deixou de operar com o FGPC e busca melhorar sua própria infra-estrutura para atender melhor os microempreendedores. “As empresas precisam de rapidez para enfrentar o mercado, por isso estamos nos reestruturando para operar com mais agilidade a partir de 2009”, afirma Olson. Como banco atacadista, o BRDE não tem a estrutura nem a capilaridade de bancos comerciais, mas está criando uma gerência exclusiva só para concessão de crédito, meios de informação eletrônica para receber informações das empresas e novos modelos de contrato mais fáceis de elaborar e de registrar em cartórios. Outra ação prevista no BRDE-PR para este semestre é a definição do número de empresas a ser atendido no estado como meta para o próximo ano. Atitudes de quem não teme pôr a mão no fogo pelo empreendedor brasileiro.
LINHA DIRETA BNDES: www.bndes.gov.br BRDE: www.brde.com.br (41) 3219-8000 Sebrae: www.sebrae.com.br (61) 3348-7100
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MEMÓRIA
próximo Mais
Ensino a distância permite capacitar grandes grupos a custos reduzidos e aproxima a empresa de seus objetivos por Francis França
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Especialistas apontam o conhecimento como o bem mais valioso das empresas na atualidade. Equipamentos, produtos e procedimentos podem ser copiados pela concorrência, mas não o capital intelectual, que se torna vantagem competitiva na hora de enfrentar o mercado. Para fortalecer esses ativos em 2008, as empresas pretendem ampliar os investimentos em educação corporativa, e o
ensino a distância desponta como o método em maior expansão no segmento. De acordo com o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD/2008), os investimentos em cursos presenciais serão 19,5% mais altos do que no ano passado; já em educação a distância (EAD), o crescimento previsto é de 56,4%. O método tradicional ainda é o mais procurado, mas os ambientes virtuais de aprendizado vêm galgando posições e, atualmente, ficam com R$ 1 em cada R$ 4 investidos em educação corporativa.
O novo método de ensino leva vantagem principalmente quando se trata de empresas globais com um grande número de colaboradores, cujos custos para prover cursos presenciais são altos. “A modalidade a distância é muito adequada, porque com o auxílio da internet, de satélite ou intranet, em um mês eu consigo atingir um número de colaboradores muito maior do que organizando palestras presencialmente”, diz Rita Maria Lino, da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). O Anuário lançado em parceria entre a Abed e o Instituto Monitor mostra que mais de 90% das empresas focam os investimentos em seus próprios funcionários, dos quais 70% trabalham em cargos de nível gerencial, operacional ou de supervisão. Segundo Rita Maria, os cursos vão desde capacitação técnica
a Amadeus Brasil treinou quase 3 mil alunos. “Eliminamos as distâncias geográficas e ganhamos capilaridade. Agora é possível treinar um maior número de alunos com mais flexibilidade, além de uma economia significativa de tempo e de custos para ambas as partes”, conta Rosana Coldibelli Meira, analista de treinamento da empresa. Antes de implantar os cursos a distância, a empresa precisava manter uma estrutura com salas de treinamento equipadas com computadores para cada grupo. Havia muitas salas, mas não em todas as cidades do Brasil, então muitos agentes de viagens precisavam se deslocar para participar dos treinamentos. A Amadeus comemora o número de alunos treinados e a agilidade dos cursos. “As novas tecnologias permitem que treinemos mais pessoas em menos tempo, e que os alunos concluam diversos módulos com mais agilidade, o que tem reflexo direto nos níveis de produtividade e vendas”, diz Rosana. Segundo ela, a empresa investe cerca de R$ 120 mil por ano em educação a distância, e a expectativa é incluir novas ferramentas, como conferências on-line, em que os alunos podem interagir com os professores em tempo real. As ferramentas da plataforma e-learning são mais indicadas para empresas de menor porte, com no máximo 500 funcionários. A partir daí, começam a surgir limitações, segundo explica o professor Cícero Barbosa, responsável pela Secretaria de Educação a Distância (SEaD) da Universidade Federal de
Há 11 anos... Na 28ª edição da Revista Empreendedor, em fevereiro de 1997, foram publicadas a reportagem “Interação em tempo real”, escrita pela jornalista Cléia Schmitz, e a entrevista “Caminho sem volta”, por Adriana Freitas. Agora, 11 anos depois, a repórter Francis França retoma o tema. De lá para cá, o ensino a distância evoluiu muito, tanto em recursos tecnológicos e metodologias quanto em penetração nas empresas. Fruto, em parte, da popularização da internet e do avanço nas tecnologias de transmissão via internet e via satélite, que permitiram um fluxo maior de informações transferidas em alta velocidade e, principalmente, mais interação entre professores e alunos. E, realmente, como disse o professor Ricardo Barcia, coordenador do projeto de EAD da UFSC na época, “a educação a distância veio para ficar”.
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até especialização, desenvolvidos de maneira personalizada para cada negócio. Os cursos mais oferecidos são os de Tecnologia (26%), Finanças (14%) e Vendas (11%). “A própria empresa contrata consultores para desenvolver os cursos e busca parcerias de universidades para certificá-los”, afirma. Para o nível de mestrado e doutorado, ainda falta regulamentação no Ministério da Educação (MEC) e definição de critérios de qualidade pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Em 2007, mais de 2,5 milhões de brasileiros estudaram por educação a distância, incluindo cursos corporativos, técnicos, de graduação e pós-graduação, além de educação de jovens e adultos. Entre as mídias utilizadas, o e-learning é a mais presente nas empresas (79%). Em segundo lugar vêm o material impresso (6%) e a transmissão por satélite (6%), seguidos de videoconferência (3%) e teleconferência (3%). O método e-learning é preferido pelos baixos custos, com aulas desenvolvidas para internet e disponíveis de forma on-line para os alunos. A empresa Amadeus Brasil, especializada em soluções para agências de viagens, utiliza a plataforma e-learning para oferecer a seus clientes um cardápio de cursos específicos sobre como operar os sistemas de reservas de passagens aéreas, carros, hotéis e outros serviços disponíveis para a indústria do turismo. Os recursos de ensino a distância são oferecidos desde 2004 e, só no ano passado,
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MEMÓRIA
Cerca de 50 pessoas trabalham na elaboração dos cursos da SEaD/UFSC. Na outra página, estúdio montado pela Patriani este ano para transmissão de webpalestras
MÍDIAS MAIS UTILIZADAS 3% 3% 3% 6% 6%
79%
E-Learning – 79% Material impresso – 6% Satélite – 6% Teleconferência – 3% Videoconferência – 3% Outros – 3%
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CURSOS MAIS PROCURADOS EM EAD NAS EMPRESAS
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Agronegócios, Ambiental, Cultura Empresarial, Educação e Cidadania, Finanças, Formação de Lideranças, Gestão, Idiomas, Informática, Qualidade e Normas, Saúde, Tecnologia e Vendas. Fonte: AbraEAD/2008 – Pesquisa sobre Educação Corporativa.
Santa Catarina (UFSC), pioneira no Brasil em EAD. “É mais difícil monitorar e, principalmente, motivar um funcionário a aprender através de ferramentas de e-learning, em que ele tem que estudar por conta própria. Geralmente esse método dá certo para pessoas diretamente interessadas no aprendizado, como empresários, clientes, etc.”, explica. A UFSC é especializada em desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizado (AVAs), que contam com ferramentas e tecnologias mais complexas do que o e-learning. Como os custos também são mais altos, os AVAs são indicados para turmas com mais de 300 alunos. Diferente do e-learning, as cursos em AVA têm duração pré-definida. Na SEaD a carga horária é geralmente de 80 a 240 horas/ aula, com duração entre dois e cinco meses, e número mínimo de mil alunos por curso. As aulas oferecidas atualmente pela SEaD são para entidades governamentais, e os cursos são gratuitos. Segundo Barbosa, a universidade pretende oferecer cursos para o mercado corporativo já em 2009. Os cursos incluem vídeo-aulas com duração aproximada de 15 minutos cada; teleconferências ao vivo com duração entre uma e duas horas, em que o aluno pode mandar perguntas pela internet em tempo real, através de uma sala de bate-papo coordenada por mediadores; e videoconferências, que podem ser transmitidas para até dez salas simultaneamente, sem limite de espectadores. O material impresso também faz parte do aprendizado. Conforme
Barbosa, as apostilas são importantes para que o aluno consiga carregar consigo o conteúdo do curso, sem depender do computador. Cerca de 50 pessoas trabalham na produção dos cursos oferecidos pela SEaD. Além dos professores, é oferecido um programa de tutoria, em que alunos de pós-graduação da UFSC são capacitados para acompanhar pessoalmente e diariamente um grupo de alunos. “Eles atuam como co-professores virtuais, para mediar e solucionar dúvidas”, explica Barbosa. O aproveitamento das aulas é monitorado por um software, que gera relatórios semanais de desempenho dos alunos.
Descentralização Os cursos de ensino a distância oferecidos pela SEaD fazem parte do projeto de interiorização da universidade, que fornece toda a infra-estrutura para atender estudantes em todo o Estado de Santa Catarina. A SEaD foi criada em 2004, para garantir a qualidade de ensino nas etapas de planejamento, implantação e promoção de cursos desenvolvidos pela UFSC. De lá para cá, já foram abertas mais de 25 mil vagas para capacitação de profissionais, em cursos gratuitos em todo o País. O Brasil tem infra-estrutura suficiente para garantir o crescimento da EAD, principalmente se tratando de potencial tecnológico. Entretanto, de acordo com Rita Maria, da Abed, faltam profissionais capacitados para atender à demanda. “A tecnologia está aque-
de uma solução personalizada”, afirma. Ele sugere que empresas do mesmo setor produtivo façam parcerias para formar “universidades setoriais” que atendam às suas necessidades de aprendizado, o que pode ser feito com o apoio de entidades representativas. Em relação a custos de contratação de EAD, os preços são bastante relativos – segundo Andrade, existem bons cursos gratuitos,
Rita Maria Lino: o colaborador que se qualifica demonstra isso no próprio ambiente de trabalho
ou com valores que podem variar entre R$ 10 e R$ 1 mil. “Independente da modalidade que escolher (presencial ou em EAD) a empresa deve saber claramente quais os resultados que pretende alcançar e, com isso, avaliar custos e a qualidade pretendida”, recomenda. Em 2005 a Tecned se firmou como empresa de educação a distância e assinou contrato com a Faculdade de Negócios de Sergipe (Fanese) para gerenciamento de todo o projeto de EAD da instituição. Em 2006, foi contratada pelo Banco do Estado de Sergipe para elaboração e implementação do Projeto da Universidade Corporativa do Banese (UCB). No mesmo ano, foi autorizada pelo Conselho Estadual de Educação a oferecer cursos técnicos de nível médio – com início previsto para 2009 – em Gestão de Agronegócios, Gestão de Empreendimentos Comerciais e Gestão de Empreendimentos Turísticos. A Tecned deve apresentar este mês, durante a Feira do Empreendedor, realizada pelo Sebrae, seu mais novo projeto em tecnologias educacionais. O NewWiki (www.newwiki.net) é um sistema colaborativo para publicação e consulta de conteúdo educacional na internet. Inicialmente, a base de dados do sistema atenderá o Estado de Sergipe, e os verbetes estão sendo desenvolvidos com dados coletados por pesquisadores da Universidade Federal de Sergipe. As informações serão geradas e disponibilizadas seguindo padrões internacionais, e ferramentas de tradução vão permitir que
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cida e respondendo às necessidades, mas precisamos de profissionais de diversas áreas para produzir um curso, trabalhando de forma integrada e multidisciplinar, e ainda não temos um número suficiente de pessoas com essas competências”, afirma. De acordo com ela, os cursos de capacitação para formar profissionais especializados em EAD começaram a surgir há apenas três anos no País. Quem se preparou mais cedo, já colhe os louros desse mercado emergente. A empresa Tecned, especializada em tecnologias educacionais, foi criada em 2004 por professores universitários para implantar projetos em EAD. Até hoje, mais de 4 mil alunos já utilizaram as ferramentas desenvolvidas pela Tecned. Segundo o diretor Mário Vasconcelos Andrade, a empresa vem crescendo a uma taxa de 50% ao ano. A expectativa para os próximos dois anos é duplicar a carteira de clientes. Andrade explica que o acesso às novas tecnologias vem ampliando o mercado de EAD, inclusive em negócios de menor porte. “Os gestores estão percebendo que a qualidade dos cursos em EAD é igual ou superior aos cursos presenciais.” Segundo ele, empresas de todos os portes se beneficiam pela redução de despesas com deslocamento, acesso a cursos diversificados e possibilidade de treinar os colaboradores no próprio ambiente de trabalho. Para as micro e pequenas empresas, Andrade diz que a melhor alternativa é a união. “Na maior parte dos casos essas empresas têm problemas em comum e não precisam
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MEMÓRIA EAD NA EDUCAÇÃO CORPORATIVA VANTAGENS Flexibilidade de tempo para o aluno Agilidade Abrangência e alcance Redução de custos Acesso facilitado ao aluno Flexibilidade de espaço para o aluno Menor interferência na rotina do trabalho
DESVANTAGENS
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Equipe de tutores gerencia dúvidas enviadas pelos alunos
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pessoas de qualquer parte do mundo incluam conteúdo sobre a localidade em que vivem. O sistema, desenvolvido através do Programa de Apoio à Inovação nas Empresas Sergipanas, será utilizado por pesquisadores, professores e alunos e terá informações históricas, geográficas e turísticas sobre cada localidade. “Acreditamos que, com apoio dos pesquisadores, em pouco tempo teremos informações de todos os municípios brasileiros”, diz Andrade. Quem ainda não estava preparado para o avanço da educação a distância começa a se adaptar. A empresa Patriani Eventos, criada em 2003, era especializada em agenciar seminários e palestras presenciais que reuniam mais de 700 pessoas todos os meses. No início deste ano, a empresa montou uma editora para produzir DVDs com palestrantes exclusivos e, há cerca de um mês, passou a investir em palestras através da internet, para treinamento a distância. A primeira palestra oferecida foi em recrutamento e seleção de funcionários, com 1,1 mil participantes, incluindo pessoas no Chile, Argentina, Uruguai, Portugal e Estados Unidos. A partir de 2009, o plano é oferecer uma
grade com vários palestrantes e temas, e oferecê-la aos clientes por meio de assinatura mensal. “Será como TV por assinatura, você acessa e escolhe o que assistir. A franquia dará direito a seis palestras por mês”, explica Silvia Patriani, diretora da empresa. O custo da assinatura atualmente é R$ 400 por mês. As webpalestras são agendadas para um horário determinado, em que os primeiros 45 minutos são de exposição do tema. Os espectadores podem mandar suas dúvidas pela internet e, no final da apresentação, são dedicados 45 minutos para responder a perguntas. “É quase uma consultoria personalizada”, diz Silvia. Críticos dos métodos de educação a distância dizem que uma das limitações do método é garantir que os alunos assimilem o conhecimento que está sendo transmitido. Para Rita Maria Lino, da Abed, a avaliação da aprendizagem é uma questão polêmica mesmo no sistema de ensino tradicional. “Ainda estamos discutindo sobre os melhores procedimentos para verificar o aprendizado. No mercado corporativo é um pouco mais fácil, porque contamos com a avaliação de resultados do cliente. O colaborador que está se qualificando vai
Custo de implantação Impessoalidade Ausência de intimidade com o método Evasão Monitoramento dos participantes Falta de cultura para EAD Escassez de mão-de-obra especializada em EAD Fonte: AbraEAD/2008 – Pesquisa sobre Educação Corporativa.
demonstrar isso no próprio ambiente de trabalho”, explica. Ela destaca também o fato de a qualificação estar vinculada a um plano de carreira, o que acaba motivando os alunos. Os investimentos crescentes servem como termômetro e mostram que quem aplica dinheiro em educação não perde. Os colaboradores melhoraram sua empregabilidade no próprio ambiente de trabalho, e as empresas engordam seu cofre com capital intelectual, um bem que não sofre depreciação.
LINHA DIRETA LINHA DIRETA
Cícero Barbosa (SEaD/UFSC): (48) 3952-1900 Mário Vasconcelos Andrade (Tecned): (79) 3255-3391 Rita Maria Lino (Abed): (11) 3275-3561 Rosana Coldibelli Meira (Amadeus): (21) 4502-1621 Silvia Patriani (Patriani): (11) 5575-7314
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si PERFIL
Plínio Bortoncello
CASA DA PHOTO
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Patrão de
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Movido pelo desgosto de ser mandado, jovem juntou a pouca experiência e um fusquinha usado para investir numa oportunidade de negócio por Francis França
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Cumprir ordens era uma coisa que incomodava Plínio Bortoncello. Aos 25 anos de idade, ele percebeu que só ficaria satisfeito no trabalho quando pudesse tocar a própria empresa, sem dever obediência a ninguém. Convicto de que deixaria de ser empregado para se tornar patrão, ele foi atrás de meios para realizar a empreitada, e sua rebeldia levou-o a construir a Transportadora Plimor, que hoje emprega mais de 800 pessoas e tem 67 unidades espalhadas por todo o Sul do País, São Paulo e Argentina. Quando tomou a decisão de ser empresário, em 1975, tudo o que Bortoncello tinha era um Fusca vermelho, ano 1968. Ele havia trabalhado durante quatro anos em uma transportadora, como auxiliar de escritório, vendedor, cobrador ou qualquer função em que fosse necessário. “Era uma empresa pequena, a gente tinha que fazer de tudo um pouco, era ‘pau-pra-toda-obra’ mesmo”, conta. Ele pegou o que tinha – o fusquinha e a experiência na área de transportes – e trabalhou para começar seu negócio. Vendeu o Fusca, que valia na época 12 mil cruzeiros, investiu 10 mil para dar entrada em uma Kombi (financiou o resto em 24 vezes) e 2 mil usou para comprar material de escritório, móveis, máquina de escrever e de somar. Farroupilha (RS), onde morava, era um pólo industrial de produção de malhas, calçados e confecções, e as empresas tinham pouco espaço para guardar seus estoques. As transportadoras que levavam os produtos aos pontos-de-venda buscavam a carga apenas duas vezes por semana, e Bortoncello percebeu a brecha que seria a sua oportunidade. Passou a recolher os produtos nas fábricas com sua Kombi e levar para um depósito alugado, onde as transportadoras buscavam a carga. “Trouxe benefícios para todos. Para as indústrias, que não precisavam estocar material; para as transportadoras, que tinham menos custos ao buscar tudo em um lugar só, em vez de passar de porta em porta; e também para mim, que ganhava pelo serviço prestado”, explica. Plínio Bortoncello tinha bom relacionamento com os fabricantes da cidade e seu negócio prosperou com facilidade. “Eu conhecia muita gente, e todos confiavam suas cargas a mim, nunca tive nenhum problema”, diz. Já no segundo mês de trabalho, ele precisou comprar uma segunda Kombi. No terceiro mês, foi a vez de investir em uma linha telefônica e, no quarto mês, ele comprou um pequeno caminhão. “O serviço me atropelou”, brinca. O conhecimento para administrar sua própria empresa ele adquiriu na escola. Na época, quando chegavam ao ensino médio, os estudantes podiam optar por cursar disciplinas do científico ou do comércio. Bortoncello ficou com a segunda opção e aprendeu sobre contabilidade. O resto veio com a prática. Chegou a prestar vestibular, mas, com o crescimento do negócio, teve que trancar a matrícula. Depois do crescimento exponencial do início, o negócio se equilibrou e foi ampliando paulatinamente. No começo, a Transportadora Plimor era uma empresa
Idade: 58 anos Local de nascimento: Anta Gorda (RS) Formação: Ensino Médio Empresa: Transportadora Plimor Ramo de atuação: Transporte de carga fracionada Ano de fundação da empresa: 1975 Cidade-sede: Farroupilha (RS) Número de funcionários: 800 funcionários diretos, mais 300 prestadores de serviço
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Plínio Bortoncello
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Plínio Bortoncello
LINHA DO TEMPO
PERFIL
Plínio
Transportadora Plimor
1950 1971 1975 1979 1983 1996 1998
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Primeiro veículo da Transportadora Plimor
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regional, e Bortoncello sentiu a necessidade de expandir os serviços para atender todo o Estado do Rio Grande do Sul. “Eu ia vender serviços em uma determinada fábrica ou transportador e ouvia muito: ‘Vocês têm que atender todo o estado, eu não posso contratar uma empresa para cada trecho’. Então começamos a abrir unidades para ficar mais fácil de vender nosso trabalho”, conta. Ao completar a cobertura no Rio Grande do Sul, a Plimor expandiu para Santa Catarina e, na década de 1990, chegou a São Paulo, com a compra de veículos da transportadora de uma fábrica de defensivos agrícolas. “Eles tinham uma filial em São Paulo e fui obrigado a mantê-la para atender os clientes”, explica. Com a compra, Bortoncello recebeu também o direito de distribuir a carga. O contrato durou apenas dois anos, mas, como já estava em São Paulo, resolveu não retroceder. Mais tarde, expandiu para Curitiba, e depois por todo o Estado do Paraná. Segundo Bortoncello, o desenvolvimento foi gerido com sensibilidade e um pouco de intuição. “Em vários momentos de nossa trajetória eu percebi que precisava fazer coisas diferentes, abrir filiais, abastecer as fábricas com matéria-prima. Tive diversas oportunidades no meu caminho.” A unidade na capital paulista foi aberta em 1996, mas só em 2007 a empresa completou a cobertura em todo o Estado de São Paulo. Uma unidade em Campinas foi aberta aproveitando o fechamento da Transportadora Ouro e Prata, e, mais tarde, a empresa chegou a Bauru, cidade com locali-
zação estratégica, no centro do estado. Outra oportunidade bem aproveitada foi a chance de abrir uma filial na Argentina – a carga passou a ser concentrada na fronteira, em Uruguaiana (RS), e depois transferida para o país vizinho. Apesar de ter transformado a Plimor em uma transportadora independente, Bortoncello nunca desistiu de ser parceiro de outras empresas como prestador de serviços. Atualmente, tem alguns convênios com empresas do Nordeste e Centro-Oeste do País. “A Transportadora Plimor atende de São Paulo para baixo, mas o Brasil é muito grande, temos clientes que entregam carga para o País todo, então contamos com empresas correspondentes.” O período mais árduo na trajetória da Plimor foi a Era Collor, no início dos anos 1990. “A gente não sabia para que lado ia, não tinha controle dos custos, porque mudava muito rápido. Íamos dormir e, quando acordávamos, o combustível estava 20% mais caro; aí até repassar a alta para os clientes já tínhamos perdido muito dinheiro”, lamenta. O resultado dos anos de inflação alta foi uma cadeia de prejuízos que levou anos para ser recuperada. A Transportadora Plimor é especializada em carga fracionada, isto é, pacotes pequenos e frágeis. Os principais segmentos em que atua são eletroeletrônicos, e-commerce, têxteis, medicamentos, farmacêuticos, cosméticos e calçados. O perfil da carga, no entanto, nem sempre foi “nobre” – como é conhecido no setor. No início, a empresa transportava bens de menor valor, como óleo, tintas e embalagens, e Bortoncello
2002 2006 2007
Nasce Plínio Bortoncello Bortoncello começa a trabalhar em uma pequena transportadora em Farroupilha (RS) É criada a Transportadora Plimor, como prestadora de serviço regional Abertura das unidades em Novo Hamburgo e Porto Alegre Inauguração da sede própria, em Farroupilha, onde funciona até hoje a matriz da empresa Abertura da primeira unidade em São Paulo Abertura das primeiras unidades em Santa Catarina – em Blumenau e Jaraguá do Sul Abertura da primeira unidade no Paraná Empresa começa a operar na Argentina Lançado o projeto de expansão em São Paulo, para completar a cobertura em todo o estado
concentrou esforços para mudar o foco do negócio. Foi preciso fazer mudanças físicas e também na cultura da empresa. “Como passamos a transportar cargas mais leves, não precisávamos de implementos pesados, como empilhadeiras, depósitos, carretas de três eixos”, explica. Hoje, a empresa chegou ao patamar programado por Bortoncello, e agora basta colher os frutos. A expectativa é ampliar o faturamento em pelo menos 35% até 2010, além de implantar melhorias nos processos internos de conferência, cadastramento e entregas. Também serão comprados veículos mais leves, para adaptar a empresa ao perfil de cargas nobres. A Transportadora Plimor completou 33 anos de mercado em 2008, com 240 veículos próprios que percorrem cerca de 1,5 milhão de quilômetros e realizam mais de 120 mil entregas por mês. Quando fala sobre os fatores que o levaram aos bons frutos que colheu, Bortoncello é modesto: “Não sei se é bem sucesso, porque afinal são 33 anos de trabalho, mas o importante é estar sempre atento às oportunidades e tomar as atitudes necessárias”. Segundo ele, oportunidades há em qualquer ramo. Cabe ao empreendedor enxergá-las e, principalmente, saber o que fazer com elas.
LINHA DIRETA Plínio Bortoncello: (54) 2109-1000 www.plimor.com.br
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Todo ano a Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA) reavalia as habilidades da juíza internacional
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P E Q U E N A S N O TÁV E I S
Dekassegui
empreendedor Programa gratuito do Sebrae orienta nipo-brasileiros que retornam do Japão a criar seus negócios com planejamento e de forma sustentável
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por Marcelo Araújo da Agência Sebrae de Notícias
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Nipo-brasileiros, em sua maioria com menos de 40 anos de idade, atravessam o mundo rumo ao Japão em busca de melhores oportunidades profissionais. Após alguns anos de trabalho árduo, retornam ao Brasil. Muitos aproveitam suas economias para montar o próprio negócio. Essa é a típica trajetória dos dekasseguis. Para apoiar esses jovens em diversos momentos desse caminho e permitir que criem seus negócios com o devido planejamento e da forma mais sustentável, foi criado o Programa Dekassegui Empreendedor. A ação é desenvolvida pelo Sebrae, em parceria com o Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID/Fumin) e a Associação Brasileira de Dekasseguis (ABD). Neste ano, uma série de eventos e atividades no Brasil e no Japão marca o Centenário da Imigração Japonesa. Mais de 300 mil brasileiros vivem atualmente no país do sol nascente. “O programa, em última instância, tem como objetivo a reintegração social e econômica dos dekasseguis no retorno ao Brasil, por intermédio da abertura de negócios próprios”, observa o coordenador nacional pelo Sebrae do Dekassegui Empreendedor, Silmar Rodrigues.
Segundo Silmar, é necessário desenvolver e reforçar o comportamento empreendedor desses brasileiros e suas competências e habilidades em termos de gestão empresarial. “Isso é concretizado mediante oferta de cursos, consultorias e de informações técnicas tanto presenciais quanto a distância, além da realização de eventos no Brasil e no Japão”, explica o coordenador. O Dekassegui Empreendedor trabalha com os jovens em três momentos: antes de irem para o Japão, durante a estada naquele país e no retorno ao Brasil. O atendimento em todas as etapas é gratuito. No Brasil, o programa é desenvolvido nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Pará. São esses estados que reúnem a maior população de origem japonesa no Brasil. No período que antecede a ida ao Japão, os dekasseguis recebem informações sobre normas e leis nipônicas e a respeito dos pontos de apoio aos brasileiros no país oriental. O dekassegui ainda ganha informações sobre como se comunicar e obter trabalho, dicas para o planejamento financeiro e estabelecimento de metas para o retorno ao Brasil. No Japão, os dekasseguis têm acesso ao atendimento do Sebrae por meio do site do programa (www.dekassegui.sebrae.com.br). No endereço eletrônico, os jovens brasileiros que vivem ali e pensam em empreender quando retornarem ao Brasil têm a oportunidade
de participar de cursos de educação a distância e de formular perguntas a respeito da criação e da gestão de negócios. Em até três dias, as questões são respondidas por consultores do Sebrae. Mais de mil perguntas já foram respondidas através do site. Outra ação desenvolvida pelo Sebrae em parceria com entidades representativas de brasileiros no Japão é o Sebrae Itinerante. O serviço leva aos dekasseguis informações a respeito de oportunidades de negócio, sobre gestão e abertura de empresas e a respeito da legislação e do mercado no Brasil. “O Sebrae Itinerante traz oportunidades ímpares e proporciona grande interação entre os técnicos do Sebrae e os brasileiros que vivem no Japão”, afirma Silmar Rodrigues.
Informação para investir Há quatro anos instalada na cidade de Campo Grande (MS), a Maruzem Limpeza e Conservação aposta no profissionalismo e num serviço diferenciado para atuar no mercado. No comando do negócio está Álvaro Oshiro, um jovem que, como muitos outros brasileiros de origem nipônica, seguiu a trilha dekassegui. Morou e trabalhou durante 13 anos no Japão, onde juntou economias para abrir o próprio negócio no regresso ao Brasil. Antes de viajar, Oshiro vivia em Araçatuba (SP) e trabalhava em uma oficina
mecânica. Partiu para o Japão em 1991. Lá trabalhou com pavimentação de asfalto, em fábricas de veículos e na indústria eletrônica. Viveu em várias cidades como Ueda, Tóquio e Yamanashi. Segundo o empreendedor nipo-brasileiro, viver em um país de Primeiro Mundo, com regras muito definidas de disciplina profissional, trouxe importantes referências à sua atuação na Maruzem Limpeza e Conservação. “Tenho grande comprometimento com o meu negócio”, garante. No Japão, ele conheceu sua esposa, a brasileira Isaura Yumiko Moramizato, outra dekassegui. O primeiro filho do casal, Bruno, acabou de nascer. Junto com Isaura, o empreendedor paulista começou a construir um projeto de vida conjunto, que incluía o retorno ao Brasil para a criação de uma empresa. “No período em que vivi fora, entendi o que significava a minha nacionalidade e que eu tinha de viver no Brasil, onde estava toda a minha família”, lembra Oshiro. Apesar da vontade de voltar e de se tornar empresário, Oshiro diz que realizou um minucioso planejamento. Começou a pesquisar na internet como poderia ter apoio para empreender. Essa pesquisa o levou ao Sebrae. Motivado pela irmã Marlene, Oshiro decidiu se fixar em Campo Grande. Na capital de Mato Grosso do Sul, realizou os primeiros de uma série de longos contatos com o Sebrae. Já participou de cursos como Atendimento ao Cliente e o Empretec. “São tantos cursos que já fiz no Sebrae que nem me lembro o nome de todos. Recomendo o Empretec a qualquer pessoa que pense em abrir um negócio. O seminário possui uma dinâmica que dá uma injeção de ânimo no empresário e mostra as barreiras que você tem de superar para abrir um negócio”, indica Oshiro. Outro curso que Oshiro, um participante do Programa Dekassegui Empreendedor, considera muito importante para a sua formação empresarial é o Plano de Negócios. “O curso clareou a minha idéia sobre o que significa abrir um negócio. Na minha visão, o insucesso das empresas se deve à falta de um planejamento”, opina.
LINHA DIRETA www.dekassegui.sebrae.com.br
empreendedor | agosto 2008
LUIZ HENRIQUE
Após juntar economias durante 13 anos no Japão, Oshiro capacitou-se por meio de cursos antes de abrir a empresa no País
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A VOZ DA EXPERIÊNCIA
Steno Marcegaglia
aço O imperador do
AGÊNCIA RBS
empreendedor | agosto 2008
Italiano humilde ergueu do zero grupo de empresas de ramos diversificados que fatura 5 bilhões de euros por ano
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Steno Marcegaglia Idade: 77 anos Local de nascimento: Vêneto, Itália Formação: Diploma de Geometria (1948) Empresa: Grupo Marcegaglia Ramo de atuação: Siderurgia Ano de fundação: 1959 Cidade-sede: Gazoldo degli Ippoliti, Itália Número de funcionários: 6,5 mil
siderúrgico, começou a se tornar importante ao transformar o aço italiano. A partir de então, colocou em andamento uma política de aquisições e investimentos em segmentos diversos, como engenharia, energia, turismo e serviços. Além do sucesso, Steno teve a sua desforra: “Os empresários que antes me ridicularizavam foram obrigados a vender suas indústrias para mim, pois não conseguiam mais ter lucro”. Quando já tinha uma empresa consolidada, em 1982, Steno foi seqüestrado e mantido em cativeiro em uma cabana na região da Calábria, sul da Itália. Depois de 51 dias em poder dos seqüestradores, ele conseguiu escapar sozinho. Livrou a família das chantagens e do resgate de US$ 6 milhões exigido pelos bandidos. Quando voltou para casa, em vez de se recolher, voltou ao trabalho com vontade. “Outros empresários que passaram pelo mesmo problema e sobreviveram pararam de trabalhar, mas eu não: acelerei novamente para fazer a empresa crescer ainda mais.” Hoje, o Grupo Marcegaglia processa mais de 5 milhões de toneladas por ano. São 47 plantas espalhadas pelo mundo, com mais de 6,5 mil colaboradores, todos sob o comando de Steno. Segundo ele, dirigir um negócio deste tamanho exige entrega. “Quem não quer ter problemas deve escolher ser funcionário ou ter um pequeno negócio. Para ser grande, é preciso ter ambição, se comprometer e fazer do negócio a paixão da sua vida”, aconselha. Sua sorte foi que ele conseguiu envolver a mulher e os dois filhos nesse sonho, e transformou o Grupo Marcegaglia em uma empresa familiar bilionária. Seu filho Antonio, 44 anos, e sua filha Emma, 42, são seus parceiros na gestão da empresa, e também seu orgulho. “Ambos se formaram com nota máxima na universidade e são completamente comprometidos. Eles estão prontos para tocar a empresa ao longo do século 21.” O Grupo Marcegaglia chegou ao Brasil no ano 2000, com uma planta de 18 mil metros quadrados no município de Garuva, em Santa Catarina. A unidade brasileira teve resultados melhores do que o esperado e, em menos de cinco anos, a estrutura já era insuficiente para atender à demanda. Steno mandou construir então outros 50 mil metros quadrados e, no final de 2006, com a conclusão das obras, foi possível dobrar a produção de serpentinas. “Nosso plano no Brasil era sermos uma pequena empresa para fornecer tubos a uma companhia, mas em dois anos já estávamos
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CASA DA PHOTO
O dinheiro se torna um objetivo de menor importância para um empresário que fatura 5 bilhões de euros por ano. O que move o italiano Steno Marcegaglia, de 77 anos, é o gosto por ver empresas nascerem e crescerem, e para isso ele reinveste a cada ano todo o lucro líquido que obtém. Em suas palavras, dinheiro é útil para quem não tem. “Somos empresários pobres de uma empresa rica. Não esbanjamos, até porque estamos tão apaixonados pelo trabalho que mal dormimos”, diz. Para a maioria das pessoas, dedicar a vida ao trabalho e sequer gozar os lucros pode parecer insensato, mas nada lhe dá mais prazer do que poder dizer que construiu um império do zero. “Poucas pessoas no mundo podem ter essa sensação”, orgulha-se. O fundador do Grupo Marcegaglia, hoje entre os maiores processadores mundiais de aço, era filho de um marceneiro humilde, mas quando lhe perguntavam o que queria ser quando crescesse, dizia que seria rei ou papa. Nascido durante a ditadura de Mussolini, Steno passou por um alistamento militar aos 10 anos de idade e foi encaminhado para uma academia que pretendia formar comandantes de batalha. Durante a Segunda Guerra Mundial, sua escola foi bombardeada, e ele voltou para a casa da mãe, que trabalhava com parentes, proprietários de um restaurante. Todos os dias, Steno percorria 40 quilômetros de bicicleta para ir à escola e, à noite, trabalhava com a mãe para ajudar nas despesas. Aos 18 anos, ganhou seu primeiro salário. Ele começou a trabalhar para a Aliança dos Camponeses, que lutava contra os donos das terras – era uma briga de miseráveis, segundo conta, já que os proprietários eram tão pobres quanto os próprios camponeses. Seu pagamento eram 20 mil liras por mês, o que hoje equivaleria a cerca de US$ 40. “Lembro que chorei quando recebi aquele dinheiro, porque pude comprar um par de sapatos novos e sentir a alegria de saber que nos meses seguintes eu poderia comprar uma roupa nova e talvez até uma motocicleta.” Pouco antes de completar 30 anos, Steno Marcegaglia tinha uma poupança de 1,5 milhão de liras, o equivalente a US$ 3 mil. Ele não tinha experiência nem qualquer qualificação especial, então aproveitou que morava perto de indústrias e começou a comprar fitas
de aço que, com uma perfiladora, transformava em guias de janelas. Seus primeiros funcionários foram dois jovens, que ganhavam muito pouco, pois Steno não tinha condições de pagá-los regularmente. Além do trabalho duro e das condições precárias, Steno tinha que aturar a gozação de grandes empresários, herdeiros de empresas que produziam mil toneladas de perfis por mês, enquanto ele produzia apenas 100 toneladas. A oficina não tinha eletricidade, e as máquinas funcionavam com motores. Só que, enquanto os herdeiros de grandes empresas gastavam com casas e carros novos, Marcegaglia continuava como pobre empreendedor que reinvestia todo o dinheiro que ganhava. Para poder comprar equipamentos, usou dinheiro que não tinha. “Eu aproveitei leis que ajudavam os empresários de boa vontade e contraí dívidas enormes. Em cada pequeno banco eu pedia um pouco”, conta. Com o dinheiro, comprava novas máquinas e instalações, de forma que, depois de quatro anos de trabalho, pôde comprar um novo laminador e construir uma linha elétrica, e sua produção subiu para 4 mil toneladas por mês. Usando o orgulho e a ambição a seu favor, em poucos anos ele multiplicou dívidas, comprou novas plantas e sua produção saltou para 15 mil toneladas por mês. “Aqueles que riam de mim continuavam com mil toneladas por mês. Meus custos reduziam, e meus colegas grandes empresários continuavam gastando com bobagens em vez de aplicar dinheiro em suas indústrias”, diz. Aos 35 anos de idade, Steno Marcegaglia, que começou sem experiência alguma no setor
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por Francis França francis@empreendedor.com.br
A VOZ DA EXPERIÊNCIA
BÚSSOLA EMPRESARIAL
Steno Marcegaglia
entre as maiores do País”, afirma Steno. A cidade de Garuva fica localizada em uma região estratégica para os negócios do grupo, pois faz divisa com Joinville (SC), onde está localizada a unidade da Whirlpool, fabricante das marcas Consul e Brastemp e controladora da Embraco, que produz compressores.
Boa surpresa
O QUE FAZER Dar ao mercado o que ele pede Orientar a empresa com eficiência Comprometer-se com a empresa e com as metas Ter ambição
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O QUE NÃO FA ZER
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Deixar-se abater pelas dificuldades Acomodar-se com os bons resultados Deixar de investir na empresa Dar ouvidos a opiniões pessimistas
A Marcegaglia do Brasil tem atualmente 550 funcionários, responsáveis pela produção de 240 milhões de metros de tubos para refrigeração, 7 milhões de condensadores para refrigeração e mais de 180 mil toneladas de tubo de aço carbono e inox. A produtividade surpreendeu Steno. “Uma vez pensei que o Brasil era o país do ‘oba-oba’, mas descobrimos que é um país de excelentes trabalhadores. Quando inauguramos, começamos produzindo tubos delicados e com diâmetro pequeno, para geladeiras, e tínhamos apenas camponeses inexperientes. Selecionamos alguns operários e conseguimos qualificá-los em pouco tempo, e eles agora são tão eficientes que outros empresários tentam tirá-los de nós”, afirma. Para manter os colaboradores motivados, Steno diz que não existe segredo, basta tratá-los bem e pagá-los de forma justa. Em 2010, será concluída a segunda fase de ampliação do grupo no Brasil. A planta total terá 110 mil metros quadrados de instalações e mais de mil funcionários. A produção saltará para 10 milhões de peças e 20 milhões de tubos para refrigeração, além de 200 mil toneladas de produtos siderúrgicos. A nova etapa prevê a construção de uma cidade inteira para as famílias dos colaboradores, a “Marcegaglia
City”, com escolas e toda a infra-estrutura necessária para acomodar até 10 mil pessoas. A previsão é dobrar o faturamento, dos atuais R$ 515 milhões para R$ 1 bilhão em 2011. Tal qual a matriz italiana, a subsidiária brasileira reinveste todo seu lucro líquido, e pretende se tornar líder no segmento de tubos de aço no Brasil em breve. Em 2008, a expectativa é fechar o ano com produção 80% superior a 2007. Dentro de dois anos, o volume esperado deve passar de 300 mil toneladas por ano. Steno garante que continuará investindo para ampliar a produção, mesmo com o câmbio desfavorável. “O Brasil é um país 30 vezes maior do que a Itália, rico em matéria-prima e tem todas as premissas para receber nossos investimentos. Já identificamos muitos produtos e estamos fazendo pesquisas de mercado para investir.” Segundo ele, a empresa terá disponível um Ebitda (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 60 milhões por ano para investir em novas empresas. Sua preocupação é prover capital inicial para colocá-las em movimento, pois depois, de acordo com ele, crescem sozinhas. Steno Marcegaglia persegue sempre o lucro, não pelo dinheiro, que ele já tem bastante, mas para ser grande. “Continuamos realizando grandes feitos. E às vezes reencontro aqueles velhos empresários que riam de mim quando comecei. Vejo-os vendendo em quilos, enquanto nós vendemos toneladas.”
LINHA DIRETA Steno Marcegaglia: 39+0376-685-1 www.marcegaglia.com
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Tecnologia da Informação
TI
SERVIÇOS BEM CUIDADOS O gerenciamento da área de TI em uma empresa é cada vez mais importante para evitar riscos e perdas e até para negociar ações
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por Andréia Seganfredo
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Flexibilidade é a palavra-chave quando se fala de help desk e service desk. Não somente porque os dois conceitos costumam ter diversas interpretações, como também pelo fato de prestarem serviços em condições múltiplas. “O help desk é originalmente uma central de dúvidas, à qual, com o passar do tempo, foram agregadas funcionalidades diversas. Já o service desk tem o papel de ser o ponto único de contato para todas as requisições de serviços de Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC)”, esclarece Ricardo Mansur, autor do livro Governança de TI: frameworks, metodologias e melhores práticas. A necessidade de gerenciar os serviços da área de TIC de uma empresa é extremamente recente. Escândalos no mundo corporativo e financeiro, como o caso da norte-americana Enron, em que informações contábeis foram alteradas, expuseram a fragilidade dos sistemas de auditoria e controle das informações internas. Reflexo imediato disso foi a criação da Lei Sarbanes-Oxley, aprovada pelo governo dos Estados Unidos em 2002, com definição de critérios de governança que chegaram às áreas de TI das empresas de todo o mundo. A chamada governança em TI passou a ser um requisito para negociar papéis na Bolsa de Valores de Nova York. “Ela pode ser definida como uma estrutura organizacional de relacionamento e processos para direcionar, monitorar e controlar o empreendimento de forma que ele alcance os objetivos propostos”, explica Mansur. Uma das formas de reconhecimento pela excelência da governança de TI é dada hoje pela certificação ISO 20000, que regulamenta o padrão para o gerenciamento de serviços da área. A norma teve sua tradução feita para o português no começo de junho deste ano, o que explica o
potencial do crescimento do service desk no País. Previsão do Forrester Research aponta que o outsourcing dessa área deve atingir US$ 15,5 bilhões em 2009. Para alcançar bons níveis na governança de TI é necessário investir em tecnologia e profissionais qualificados, ou ainda terceirizar esse serviço. “Empresas de pequeno e médio portes que desejem investir e criar seu próprio setor de service desk vão gastar de R$ 70 mil a R$ 300 mil”, informa Carlos Osti, diretor da Relativa Soluções, que desenvolveu o Relativa IT Manager (Ritm). O sistema é fundamentado nos princípios da Itil (Information Technology Infrastructure Library), que define as melhores práticas para o gerenciamento dos serviços de TIC, seguidas por empresas no mundo todo. O software gerencia cinco processos descritos na Itil: mudanças, incidentes, problemas, configurações e liberações. “A gestão de mudança, por exemplo, permite fazer a troca de um software nos momentos de menor uso, de forma planejada”, explica Osti. Para que o service desk funcione adequadamente deve-se também trabalhar de acordo com o gerenciamento dos níveis de serviços (SLA, na sigla em inglês). São acordos que estabelecem regras para o atendimento do chamado e devem ser seguidos pelas equipes de atendentes, divididas em níveis, de acordo com a complexidade da solicitação. “Ele é muito mais efetivo para medir a qualidade dos serviços do que os relatórios de performance de atendimento”, avalia Mansur. O contato do cliente com a central de serviços pode ser via fax, e-mail, telefone ou chat, como é o caso do Labbo Live – ferramenta de mensagem instantânea oferecida pela Labbo. O sistema tem como foco clientes comerciais e possibilita a conexão do internauta com vários departamentos da empresa, incluindo o suporte técnico – o serviço de help desk.
Stefanini IT Solutions: terceirização da gestão dos serviços de TI permite que a empresa cliente mantenha o foco na sua área de negócio
“Nossos clientes registraram também aumento de vendas, pois há a possibilidade de tirar dúvidas sobre o produto no momento”, afirma Giovani Pasa, sócio da empresa.
Agilidade Usuária do sistema, a Ilha Service, empresa de venda e assistência técnica em informática de Florianópolis, presta assistência a seus clientes e também fecha novos negócios. “Agora podemos fazer solicitação de orçamento e compra de produtos imediatamente”, analisa Alcides de Brida Neto, diretor da empresa. O custo de implantação do sistema é de cerca de R$ 300, além do pagamento mensal de licença de uso, de R$ 89 para cada cinco atendentes. “Assim, podemos atender empresas de pequeno e grande portes”, avalia Pasa, da Labbo. Quem não pensa em investir nos servi-
ser contratada tiver acesso à mesma base de conhecimento que a minha, é muito mais barato e efetivo para a minha organização ter esse serviço realizado internamente”, analisa. O boom da governança em TI desencadeou não apenas a adoção de práticas, métricas e metodologias, mas também o mercado de certificação dos atendentes. “Hoje é uma carreira, não é mais uma trabalho temporário”, garante Thiago de Marco, diretor de Marketing do Help Desk Institute Brasil. “Hoje, há contratos de outsourcing que exigem número determinado de profissionais certificados”, conta De Marco. Os profissionais são treinados para seguir corretamente os SLAs, “o que é fator determinante para atingir índices satisfatórios de performance”, segundo ele. Para um mercado tão promissor e estratégico como o service desk, o futuro pede mais profissionalização e investimentos.
LINHA DIRETA Carlos Osti (Relativa Soluções): (48) 3223-3709 Giovani Pasa (Labbo): (48) 2107-2768 labbo@labbo.com.br Kleber de Melo Lopes (Stefanini IT Solutions): (11) 3039-2029 Ricardo Mansur: rmansur@sucesusp.org.br Thiago de Marco (HDI Brasil): (11) 3054-2005 thiago@hdibrasil.com.br
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ços de TI dentro da própria empresa tem a opção de terceirizar esse serviço. A Stefanini IT Solutions, brasileira com 33 escritórios em 14 países, é uma das líderes no segmento de outsourcing. “A terceirização da gestão dos serviços de TI permite que a empresa cliente mantenha o foco na sua área de negócio, com redução de custos e maior produtividade no serviço contratado”, avalia Kleber de Melo Lopes, arquiteto de soluções da empresa. No contrato, constam regras dos níveis de gerenciamento de serviço, mas a forma de execução é flexível. Pode ser via acesso remoto ou presencial e contar com profissionais da empresa cliente. “Há casos em que a equipe de campo é do cliente, ou funcionários deles são absorvidos por nós”, afirma Lopes. Na opinião do especialista Ricardo Mansur, a empresa interessada deve avaliar o valor agregado e a continuidade do negócio. “Se a empresa a
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Tecnologia da Informação
TI
Baixo custo A DF-e Tecnologia desenvolveu uma solução de baixo custo para o mercado de nota fiscal eletrônica (NF-e). Empresas emissoras de nota fiscal podem aderir à nova modalidade com mensalidades de R$ 50, mais R$ 0,10 por nota emitida. Para quem compra produtos e recebe com freqüência notas eletrônicas, o custo para validar estes documentos é de R$ 14,90 mensais. Já os con-
tabilistas podem escriturar gratuitamente as notas fiscais, com a solução da DF-e. Todos os sistemas podem ser integrados com os softwares de gestão empresarial das empresas e são indicados para organizações de todos os portes, mas preferencialmente as de micro, pequeno e médio, em que o custobenefício é superior à maioria das soluções hoje existentes. www.dfe.com.br
Sem fio A Intelbras, líder em centrais telefônicas na América Latina, está comercializando uma linha de roteadores e adaptadores USB para redes sem fio, com velocidades de 54 Mbps ou 108 Mbps. Tecnicamente, os produtos chegam com possibilidade de priorização no tráfego de dados na rede, chamada QoS (Quality of Service), adequada para a telefonia IP que exige qualidade na transmissão de voz. Os roteadores possuem quatro portas para cabos 10/100 Mbps que possibilitam conexão com outros dispositivos que já fazem parte do portfólio da Intelbras. “É a comodidade e segurança de se ter uma solução de comunicação com um só fabricante nacional, detentor de uma ótima reputação e grande capilaridade em termos de canais de comercialização e assistência técnica”, afirma Amílcar Scheffer, gerente de produto da unidade de networking da empresa. Toda linha Intelbras é homologada pela Agência Nacional de Telecomunicações.
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(48) 3281-9500/www.intelbras.com.br
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ERP corporativo A WK Sistemas está colocando no mercado um novo ERP corporativo: a Solução WK Industrial. Uma de suas inovações é a Metodologia de Implantação WK Sistemas, baseada no PMBOK – Project Management Body of Knowledge –, voltada ao gerenciamento de projetos na área de conhecimento. “Ao implantar um ERP, o cliente não está comprando apenas um software. Ele compra também todo o serviço de implantação, que muitas vezes é uma operação complexa. É algo que ele não vê, mas que influi diretamente na qualidade do sistema”, destaca Estanislau Mário Balzan, diretor de Marketing da WK. A proposta da empresa é oferecer uma solução integrada do começo ao fim. A Solução WK Industrial tem como foco a indústria de transformação, segmento onde os processos de produção são comuns a mais de 90% das atividades. O produto abrange oito áreas de negócios totalmente integradas: Vendas, Finanças, Materiais, Produção, Controladoria, Recursos Humanos, BI e Tecnologia. O sistema conta ainda com um módulo de BI (Business Intelligence). Outro diferencial é a utilização de banco de dados próprio, o WK Database, resultado de 25 anos de pesquisa, desenvolvimento e atualizações. Essa tecnologia diminui substancialmente o investimento com a implantação do ERP e, ao mesmo tempo, aumenta a segurança e confiabilidade das informações. (47) 3221-8888
www.wk.com.br
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Tecnologia da Informação
PURESTOCKX
TI
Menor custo
Tarifas menores Tecnologia desenvolvida pela Mapa Brasil permite conversações telefônicas via computador com tarifas de R$ 0,09 por minuto. O VoIPMapa, que integra portfólio de produtos exclusivos para pequenas e médias empresas de todo o País, é oferecido por meio de pacotes pré-pagos. A iniciativa faz parte do projeto nacional da Mapa Brasil para formar parcerias com entidades que representem pequenos e médios empreendimentos em todo o terri-
tório nacional, de forma a facilitar o acesso a produtos e novas tecnologias. “Estima-se que com o VoIP, as empresas podem reduzir até 90% os custos com ligações locais, 60% com ligações nacionais e internacionais e 100% em ligações para outros usuários VoIP. Recurso ideal para os empreendimentos em fase de crescimento”, afirma Paulo Tonetto, diretor de negócios da Mapa Brasil.
(11) 5589-2143/www.mapabrasil.com.br
As empresas V.Office e Khomp acabam de lançar um produto voltado para empresas usuárias de centrais telefônicas na internet, mas que ainda sofrem com o valor das ligações realizadas para celulares. Na placa KGSMSPX, que fica acoplada ao servidor de telefonia IP Asterisk, é possível inserir até quatro chips GSM de operadoras móveis, fazendo com que as ligações feitas para celulares tenham custo reduzido. De acordo com Flávio Gonçalves, diretor da V.Office, em muitas empresas o custo das ligações feitas para celulares chega a até 50% da conta telefônica. Uma das vantagens do equipamento é o fato dela ser totalmente digital e não apresentar os problemas que eram comuns nas antigas interfaces integradas a centrais telefônicas analógicas. “Como eram baseadas em aparelhos comuns de celular, apresentavam um tempo de espera muito longo para completar uma ligação, além de problemas com qualidade de voz e travamentos associados principalmente às baterias e fontes de aparelhos comuns”, explica Gonçalves.
(48) 3233-2933/www.khomp.com.br/ www.voffice.com.br
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Software pré-pago
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A Sial Software traz ao mercado o Fireman Pré-Pago, um conceito de software para help desk e service desk “sob demanda”, similar ao celular pré-pago. O cliente adquire créditos e usufrui do produto de acordo com a sua necessidade. A proposta é dar mais flexibilidade ao mercado, ajustando-se ao orçamento das empresas. “Observamos que a Sial registrou apenas 573 chamadas durante um ano e sabemos
que, assim como a nossa empresa, existem muitas outras com perfil similar; por isso lançamos o Fireman para essa versão sob demanda”, explica Roberto Cohen, diretorexecutivo da Sial Software. O suporte é realizado via fóruns virtuais, vídeos, manuais e FAQs. Os participantes contam com uma cartilha especial e, caso necessitem de ajuda extra, podem contratar um serviço para ser atendido via telefone. O
Fireman Pré-Pago é composto por três módulos que oferecem, entre outros serviços, registro de incidentes, requisições, base de conhecimento, gráficos, relatórios ambiente web para técnico e usuário final, ferramenta para abertura de chamadas via e-mail e coleta de inventário. O pacote de 500 chamadas custa R$ 2 mil e de mil chamadas, R$ 3.800.
(51) 3321-2566 http://portal.fireman.com.br/fpp
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FRANQUIAS
De olho no
Brasil Redes internacionais procuram máster franqueados para expandir suas marcas no País por Diogo Honorato O setor de franquias está em festa com crescimento de 15,6% em seu faturamento no último ano, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). E algumas marcas estrangeiras que ainda não atuam no Brasil cada vez mais espiam o que se passa nos salões de franquias. Só na ABF Franchising Expo 2008, realizada em junho, participaram 21 marcas de 17 países. Todas interessadas em conhecer melhor o terceiro mercado mundial da área, divulgar seus con-
ceitos e, claro, prospectar negócios futuros. Investir em uma marca nova no País pode ser uma boa idéia, principalmente se ela traz alguma inovação de produto ou serviço. Mas o pioneirismo exige esforço e investimento. A maioria das marcas procura máster franqueados para vender os direitos de multiplicar o negócio no Brasil. Neste caso, os investimentos necessários são maiores em comparação à compra de uma franquia, entre US$ 300 mil e US$ 3 milhões. Com isso, os máster franqueados precisam implementar ou vender uma maior quantidade de unidades a terceiros para compensar os gastos. “Os custos de se trazer uma marca não justificam a operação de apenas uma unidade, pois há custos elevados com treinamentos no exterior e infra-estrutura de apoio, por exemplo”, explica o consultor Marcus Rizzo,
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Conheça algumas opções
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Planet Beach Interesse: máster franqueado País de origem: Estados Unidos Investimento estimado: não informado Atuação: as unidades reúnem tratamentos de estética, como bronzeamento artificial, e serviços de relaxamento, como massagem. O conceito assemelha-se ao de um SPA, mas adaptado ao ambiente urbano e com valores mais baixos. Contatos: (11) 5186-7022 Site: www.planetbeach.com
Cold Stone Creamery Interesse: máster franqueado País de origem: Estados Unidos Investimento estimado: US$ 3 milhões Atuação: especializada em sobremesas como shakes e bolos. Os sorvetes são feitos na hora, sobre uma pedra de granito resfriada, após o cliente escolher os ingredientes desejados e uma das quase 11 milhões de combinações possíveis. Contatos: (11) 5186-7022 Site: www.coldstonecreamery.com
La Salsa Fresh Mexican Grill Interesse: máster franqueado País de origem: Estados Unidos Investimento estimado: US$ 2 milhões Atuação: comida mexicana em geral, especialmente tacos e burritos, além de saladas e molhos exclusivos. Os pratos da casa são preparados aos olhos do público e com ingredientes frescos. Contatos: (11) 5186-7022 Site: www.lasalsa.com
Investimento para ser máster franqueado varia entre US$ 300 mil e US$ 3 milhões
Adaptação O trabalho de “tropicalizar” a marca também fica a cargo da máster franquia. Os pioneiros têm que se preocupar com a adequação do modelo à realidade brasileira. A consultora Ana Vecchi, da Vecchi & Ancona Estratégia e Gestão, ressalta que se uma marca vem com um conceito, produto ou serviço muito novo, será necessário despender mais recursos para adaptá-lo ao mercado nacional e garantir que seja aceito pelo consumidor local. “Isso acontece mesmo com marcas reconhecidas internacionalmente”, diz a consultora. Foi no momento de adequar um conceito que a Salad Creations Brasil percebeu os de-
Cardón Interesse: não informado Investimento inicial: US$ 300 mil País de origem: Argentina Atuação: fabricação e venda de artigos em tecido e em couro, como roupas, calçados, carteiras, bolsas e indumentárias típicas da Argentina. Contatos: franquicia@cardon.com.ar Site: www.cardon.com.ar
Salad Creations Interesse: franquias para unidades únicas ou múltiplas Investimento inicial: de R$ 180 mil a R$ 300 mil País de origem: Estados Unidos Atuação: especializado em fast-food saudável, como saladas, minipães, cookies, wraps e molhos exclusivos. Há opções de pratos prontos ou criados a partir dos ingredientes escolhidos pelo cliente. Contatos: (11) 3826-2699 Site: www.saladcreations.com.br
safios da globalização: as receitas da franquia americana especializada em saladas tiveram que ser adaptadas ao paladar do brasileiro e, sobretudo, à oferta de ingredientes no mercado local. “O cheddar usado pelos americanos, por exemplo, é mais duro e não tem similar produzido no Brasil. Por isso substituímos pelo queijo-de-minas”, conta Cecília Gonçalvez, diretora de expansão da Salad Creations Brasil. A empresa dedicou oito meses ao desenvolvimento de produtos e equipamentos em uma unidade piloto, em São Paulo. Em dezembro inaugurou sua primeira unidade e iniciou a venda de franquias. Colocar no papel prós e contras de se trazer uma marca – e conferir se o investimento compensa – exige experiência. Para maior segurança, vale também o auxílio de um consultor de franquias. Contratar esse serviço será útil na avaliação do negócio, incluindo a análise das taxas cobradas e volume de investimento necessário, e na implantação e estruturação da empresa no Brasil. Cuidados como esses reduzem os riscos de se trazer uma marca para o mercado nacional de franquias.
LINHA DIRETA Ana Vecchi: (11) 3841-9676 Cecília Gonçalvez: (11) 3826-2699 Marcus Rizzo: (11) 4022-7345 Ricardo Camargo: (11) 2503-0852
Outras marcas interessadas são: Almeidas Viajes, Carl’s Jr., CreditServices, Crestcom, El Fogoncito, Eternia, Gvision, Emplata, Homentality, La Tienda del Perfume, Loja do Condomínio, Motoshop VRC, Mr. Handyman, Open Mart, Pardo’s Chicken, Right at Home, Signs Now e Wendy’s International. Mais informações em www.abfexpo.com.br
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da Rizzo Franchise. O retorno, por sua vez, é proporcional a tal investimento, mas os máster franqueados não revelam números. Entre franquias americanas também é raro divulgar retorno prometido a másters. Grupos que se aventuram a desbravar um novo mercado de franquias têm um longo trajeto até poder revender a marca. Para quem se arrisca, o primeiro passo é se certificar de que o negócio é rentável. O problema é que essa tarefa é bem mais complicada quando a marca não existe no país. “É preciso buscar informações no país de origem, para saber como a empresa atua e como está o crescimento da marca e sua penetração de mercado”, indica o diretor-executivo da ABF, Ricardo Camargo.
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FRANQUIAS
Mundo das piscinas Único sistema de franchising especializado em piscinas na América Latina, a Primeiro Mundo Piscinas chega ao Brasil e inicia o atendimento aos interessados em ter um negócio nesse segmento. As franquias poderão trabalhar com produtos destinados a ambientes de lazer, paisagismo, decoração e mobiliário para piscinas, além de oferecer projetos. A franqueadora entrega todo o processo pronto ao franqueado, o que inclui estrutura e suporte operacional para projetos de piscinas, acesso a informações sobre os últimos lançamentos mundiais, ampla projeção de crescimento do negócio, suporte e treinamento para vendas técnicas, tudo de forma gradativa e acompanhando as necessidades do mercado. Com 16 anos de atuação e diversos lançamentos, a empresa possui cerca de mil projetos viabilizados na América Latina, um cadastro com mais de 5 mil clientes, e mais de 30 patentes relacionadas ao segmento de piscinas, resultante de seu trabalho como desenvolvedora de novas tecnologias.
(11) 3637-2222/www.primeiromundo.com.br
Idioma universal
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A globalização fez do idioma inglês definitivamente indispensável aos negócios bem-sucedidos. Dominar diferentes idiomas é hoje vital para a sobrevivência comercial e conseqüentemente para o crescimento profissional. Pensando no aperfeiçoamento de estudantes e profissionais, a escola de inglês Yes! desenvolveu uma metodologia de ensino que atende às necessidades de quem procura o que há de mais moderno em uma segunda língua. De acordo com a supervisora pedagógica da rede, Márcia Nascimento, “o segundo idioma está aplicado ao dia-a-dia do aluno e é baseado em três pilares importantes: vida acadêmica, social e profissional; ensinando situações que envolvem o mercado de trabalho, como entrevistas de emprego, leitura de manuais; e relatórios de atividades”. A próxima turma semestral inicia as aulas em agosto. www.cursoyes.com.br
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Cartão fidelidade A Quality Lavanderia lança um cartão para fidelizar e premiar clientes. A cada real gasto em qualquer loja da rede, serão contabilizados cinco pontos no cartão. O volume acumulado poderá ser trocado por serviços da lavanderia ou prêmios relacionados no site Submarino. “Fizemos essa parceria com o site de comércio eletrônico para que a campanha atendesse todos os níveis de clientes e em todo o território nacional”, afirma Letícia André, coordenadora de Marketing da rede. O catálogo completo de prêmios e a quantidade de pontos necessários para obtê-los ficarão disponíveis em um website que será indicado pela rede aos portadores do cartão. Clientes mais antigos e que mais utilizam os serviços terão direito ao cartão Gold, com pontos extras em todos os serviços. Os demais clientes também ganham pontos extras indicando um amigo, pagando antecipadamente os serviços, trazendo um volume maior de peças e no mês de seu aniversário. A iniciativa entra em vigor a partir de agosto nas 80 lojas franqueadas, que oferecem limpeza de roupas a seco e a água, tratamento de couro e serviços diferenciados de limpeza em tênis, calçados, tapetes, cortinas, roupa de cama e tecidos especiais.
(11) 5535-4110/www.acertefranquia.com.br
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Fr a nq u i a em exp an s ão
PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO
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PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO
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Fr a nq u i a em exp an s ão
PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO
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NEGÓCIO CERTO
COMO CRIAR E ADMINISTRAR BEM SUA EMPRESA
Formalizando o negócio
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Manual Etapa 3/Parte 1
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Bem-vindo! É um prazer ter você participando da Etapa 3 do Programa de AutoAtendimento Negócio Certo, concebido pelo Sebrae e editado pela Revista Empreendedor com o objetivo de ajudá-lo a formalizar seu negócio! Se você está nesta etapa, isso significa que você pretende registrar seu negócio. Então leia com atenção este manual, pois nele você encontrará todas as orientações que vão auxiliálo na escolha da forma jurídica adequada para realizar a abertura da sua empresa, além de fornecer o passo-apasso de como registrá-la nas esferas municipal, estadual e federal. Para isso você poderá contar, também, com o apoio da Agência Sebrae mais próxima de sua casa. Em alguns estados, como Santa Catarina, por exemplo, o Sebrae se coloca como um agente facilitador do processo de registro, repassando-o para contadores, segundo convênio mantido com o Conselho Regional de Contabilidade, os quais farão todo o encaminhamento e acompanhamento das solicitações de registro dos clientes. Porém, você mesmo pode realizar o processo de registro, caso opte por não recorrer aos serviços intermediados pelo Sebrae. Para isso, siga as instruções publicadas na Revista Empreendedor de agosto e de setembro.
INTRODUÇÃO Desde a sua criação, o Sebrae se dedica às micro e pequenas empresas fornecendo informações atualizadas, educação e orientação empresarial. A experiência adquirida ao longo destes anos no apoio aos empresários demonstra que, para obter sucesso nos negócios, é fundamental planejar cada passo. A legalização da empresa é um dos muitos desafios enfrentados pelos que iniciam um novo negócio. É preciso ter clareza das atividades que serão realizadas, possibilitando identificar a natureza jurídica adequada, assim como os impostos que você deverá pagar sobre o negócio. A legislação exige atenção e informação atualizada ao percorrer os diversos órgãos públicos para a apresentação de documentos e obtenção de licenças. As dificuldades crescem com as exigências burocráticas. Então, para começarmos a responder à questão “Como formalizar meu negócio?”, vamos lhe contar um caso ilustrativo de como Vivaldo e Alecrim abriram a Boa Brisa Indústria de Refrigerantes Ltda e de como enfrentaram a burocracia e venceram a desconfiança inicial dos seus consumidores. Vamos lá?
PURESTOCKX
QUEM PODE SER EMPRESÁRIO Quem estiver em pleno gozo da capacidade civil (maiores de 18 anos ou emancipados) e não for legalmente impedido. Além da capacidade civil, é preciso exercer profissionalmente atividade econômica, ou seja, a atividade deve ser exercida de forma habitual e com intuito de lucro. Fonte: Viagem ao mundo do empreendedorismo, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA)
A EMPRESA QUE DEU CERTO Cena 1: Decisão de abrir o negócio
– Vamos montar a empresa? – Isso, Alecrim! Estamos prontos para abrir nosso negócio! Ao tomar a decisão de montar o seu próprio negócio, não imaginavam a quantidade de obstáculos que ainda teriam de vencer.
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Nossos personagens Vivaldo e Alecrim, que conseguiram montar uma pequena fábrica de refrigerantes naturais, enfrentaram a tarefa de registrar a empresa e deram os primeiros passos na administração de seu negócio. Inicialmente, a pesquisa de mercado bem-feita e o plano de negócios bem elaborado pelos sócios da empresa Boa Brisa ofereceram preciosas informações para o planejamento da distribuidora que pretendiam abrir. Tinham um negócio com objetivos bem definidos, uma clientela diversificada e haviam feito cálculos minuciosos e consistentes. Acreditavam que tudo estava previsto e tomaram a decisão:
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NEGÓCIO CERTO
COMO CRIAR E ADMINISTRAR BEM SUA EMPRESA
Cena 2: Como escolher o contador Ocupados com alguns detalhes que não consideravam bem resolvidos, especialmente com a obtenção do que faltava para completar o capital necessário para tocar a empresa, Vivaldo e Alecrim resolveram contratar um contador que pudesse registrar a firma e a acompanhasse daí por diante. Isso evitaria que eles próprios tivessem que enfrentar a burocracia.
Voltaram ao mercado, fizeram consultas no próprio Sebrae, inclusive junto ao Conselho Regional de Contabilidade, selecionaram as indicações e convocaram quatro contadores para entrevistas. Escolheram um e tiveram com ele uma longa conversa. Mostraram seu plano de negócios, discutiram as contas que haviam feito, ouviram atentamente conselhos e decidiram que poderiam confiar no profissional. Você também pode consultar um dos contadores conveniados com o Sebrae. Para isso, entre em contato
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– Vivaldo, vamos tomar o cuidado de não escolher um contador com muitos clientes e que tenha apenas poucas horas por mês para dar à nossa empresa.
– Hum... Não é que o Alecrim está certo? – pensou Vivaldo.
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CONCEITO DE EMPRESA
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Embora o Código Civil não conceitue o que seja empresa, há entendimento de que empresa é sinônimo de atividade econômica organizada, em que o empresário reúne um conjunto de bens, corpóreos e incorpóreos: capital, trabalho, marca, equipamento, matéria-prima e tecnologia, para a produção ou circulação de bens ou de serviços, visando à obtenção de lucros. Fonte: Viagem ao mundo do empreendedorismo, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA)
com os orientadores do Programa de Auto-Atendimento Negócio Certo pelo 0800 643 0401 ou por e-mail: negociocer to@sc.sebrae.com.br. Caso haja a contratação dos serviços para a formalização do negócio, o contador cobrará honorários pelos serviços prestados. – Seguindo sua orientação, vamos optar por uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada, na qual a responsabilidade dos sócios por todas as ações da empresa é limitada ao valor percentual das cotas que cada sócio possui – disse Vivaldo ao contador.
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Com a ajuda do contador, discutiram e formalizaram o contrato social, fixando o capital social (patrimônio da empresa, formado pelo capital colocado por cada um dos sócios) e estabelecendo que Vivaldo ficaria com 55% e Alecrim com 45% das cotas, que foram integralizadas no ato. Cena 3: Exigências legais podem atrasar ou inviabilizar o seu negócio Enquanto acertavam a compra e
a instalação das máquinas e equipamentos, o contador partiu para o registro da empresa. Na Junta Comercial foi tudo bem. O registro levou 30 dias, ao todo. No Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), onde resolveram registrar a marca, para não ter problemas quando lançassem seus produtos no mercado, as coisas andaram bem. A partir daí, começaram os verdadeiros problemas. Apesar de Alecrim ser químico, o Ministério da Saúde recusou o registro da Boa Brisa. Exigiu certificado de um laboratório de testes com a análise dos produtos para poder registrá-los. – Puxa, e agora? Não temos este tipo de laboratório nesta cidade – queixou-se Alecrim. Hum... Alecrim e Vivaldo haviam chegado a um impasse. Montar o laboratório exigiria muito mais dinheiro do que o necessário para montar a empresa. Também era inviável mandar analisar os produtos em outro estado. A disposição inicial esfriou e discutiram até como desistir do negócio àquela altura dos acontecimentos, com os pedidos de registro já em andamento. Seria um fracasso desistir antes mesmo de começar. Porém, a seguinte informação tirou-os do buraco: – Alecrim!!! A universidade, por intermédio de seu núcleo de tecnologia, pode apoiar este tipo de iniciativa! – Então vamos até lá, agora! – animou-se Alecrim. Desta forma, Alecrim e Vivaldo foram à universidade e descobriram que o preço era mais do que razoável. Estava resolvido o problema. Com o ânimo renovado e disposição, embora tivessem perdido dois meses nesse vaivém, seguiram em frente.
Cena 4: É preciso tempo, dinheiro e paciência para vencer os obstáculos A instalação da pequena fábrica na garagem também enfrentou problemas, especialmente com os tanques de processamento e o sistema de envase. Algumas máquinas foram adaptadas graças à habilidade de Alecrim. Mas o pior ainda estava por vir. As garrafas e os copos – embalagens plásticas mais específicas –, além de caros, tinham de ser encomendados em grande quantidade, por tipo de produto. Tentaram fazer a compra no Rio de Janeiro, mas o fornecedor exigiu uma entrada de 50% e o restante na entrega, 35 dias depois. Isso porque a Boa Brisa não tinha experiência de crédito e nem cadastro. Foram obrigados a recorrer a parentes para conseguir o dinheiro. Para começar os testes de produção, também enfrentaram problemas. Alecrim, apesar de habilidoso, não tinha jeito para supervisionar. Era preciso contratar um encarregado de produção. – Ih! Não temos este profissional em nossa cidade, Vivaldo... – Bem, então vamos treinar um! Nos primeiros testes, verificaram que a previsão de produção de 100 mil copos ou 60 mil garrafas, por mês, estava superestimada. Só podiam produzir 50 mil copos ou 30 mil garrafas, o que só não foi um grande desastre porque eles haviam decidido trabalhar com a metade da capacidade de produção estimada. Desde o momento da idéia de abrir a pequena fábrica já havia se passado um ano. Felizmente, ambos haviam mantido seus empregos e não dependiam da Boa Brisa para sobreviver. Mas estava difícil conciliar as coisas.
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– E vamos chamar nossa empresa de Boa Brisa Indústria de Refrigerantes Ltda – completou Alecrim.
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Cena 5: Esteja preparado para convencer os seus consumidores de que o seu produto é realmente bom Encaminhada a produção, começaram a enfrentar problemas sérios de caixa, pois dos 50 mil copos produzidos, só conseguiram vender 35 mil e, assim mesmo, dando 21 e 35 dias de prazo. Os grandes compradores, distribuidoras, bares, padarias e lanchonetes não pagavam à vista. Os dois sócios enfrentavam também uma rejeição natural dos consumidores que não conheciam o produto e desconfiavam dos preços mais baixos do que os da concorrência e outros refrigerantes tradicionais. A rejeição inicial foi vencida com uma boa iniciativa de marketing (métodos e maneiras de entrar no mercado). Prepararam folhetos com as especificações dos produtos, informando como eram feitos e juntando o certificado fornecido pelo Núcleo de Tecnologia. Fizeram degustações em mercados, escolas, centros comerciais e distribuíram amostras gratuitas. Venceram a resistência inicial. Mas passaram seis meses de aperto, com sérios desequilíbrios de caixa. Tiveram que reduzir gastos pessoais, pois continuava impossível retirar dinheiro da empresa.
– Nada, Alecrim! Não se fica rico assim não. Mas vamos chegar lá!!! Bem, nossos amigos Vivaldo e Alecrim haviam descoberto que não se fica rico com um negócio assim, da noite para o dia. A expectativa de uma súbita melhora no nível de vida era puro sonho. Mas você tem o Programa AutoAtendimento Negócio Certo Sebrae. Assim, terá muitas informações que lhe ajudarão neste caminho. Vamos lá? Você pode escolher formalizar seu negócio pelo Sebrae. Caso tenha esta decisão, basta ir até a Agência Sebrae mais próxima à sua casa. Lá você receberá todas as orientações para o processo de registro. O fluxo para o processo de registro de empresas em Santa Catarina, estabelecido mediante parceria do Sebrae com o Conselho Regional de Contabilidade/Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas/Sindicatos dos Contabilistas, é apresentado no esquema a seguir: Cliente
Sebrae
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– Puxa, Vivaldo. Pensei que as coisas fossem mais fáceis!
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Contadores vinculados ao CRC
Instituições responsáveis pelos registros
Para obter orientações sobre o processo de registro, você poderá ligar para a tutoria via 0800 643 0401 ou por e-mail negociocerto@sc.sebrae. com.br, caso sua dúvida seja relacionada à dificuldade de entender o que está escrito neste manual, ou solicitar orientações de contadores credenciados no Sebrae, para retirar dúvidas relacionadas à formalização da empresa. A seguir, você terá orientações passo a passo para o registro da empresa. É importante que você leia tudo com muita atenção, principalmente se você resolver registrar sua empresa sem o apoio do Sebrae. LEGALIZAÇÃO PASSO A PASSO Antes de ler as orientações na próxima edição da Revista Empreendedor, é importante que você reflita sobre duas questões: 1. Quem sou? 2. Que tipo de empresa vou abrir? Se você pretende atuar sozinho no mercado, ou seja, se não terá sócios na empresa, deverá se enquadrar na categoria “Empresário”. Isso vale tanto para quem vai vender flores quanto para quem deseja abrir uma papelaria. Porém, se você pretende ter um ou mais sócios, vai precisar registrar sua empresa como “Sociedade Empresária” ou “Sociedade Simples”. Conheça as formas jurídicas mais utilizadas nos pequenos negócios:
Formas jurídicas
Vantagens
Desvantagens
Empresário individual
Amplo poder de decisão
Pouca credibilidade Responsabilidade ilimitada Adoção obrigatória da firma individual
Sociedade empresária
Responsabilidade social Divisão do poder de decisão Participação de menores como sócios Adoção facultativa da denominação social
Sociedade simples
Responsabilidade social Divisão do poder de decisão Adoção facultativa da denominação social Não pode praticar atos de comércio Não está sujeito aos processos de falência e de concordata
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Empresário Esta forma jurídica é voltada a quem exerce profissionalmente atividade econômica, organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento da empresa. Cabe destacar que o empresário é responsável, com seus bens pessoais, pelos atos da empresa, de forma ilimitada.
Sociedade Simples É a sociedade constituída por pessoas que exercem profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores; e se obriguem a contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e partilha, entre si, dos resultados. As Sociedades Simples, reguladas pelo Código Civil, não podem praticar atos de comércio. Na próxima edição da Revista Empreendedor vamos listar um passo-a-passo com todos os órgãos a serem percorridos para a legalização de empresas. Enquanto isso, aproveite para refletir sobre as questões colocadas e para corrigir arestas de seu plano de negócios.
REFERÊNCIAS BRASIL. Código Civil: Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 54. Ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 2032 p. (Legislação Brasileira) BRASIL. Código Civil: Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916. 53. Ed. São Paulo: Saraiva, 2002. 1994 p. (Legislação Brasileira) LEGISLAÇÃO BÁSICA DO REGISTRO DE EMPRESAS MERCANTIS. Disponível em: <http://www.jucesc.sc.gov.br/servicos.html>. Acesso em: 10 de setembro de 2004. ORIENTAÇÕES E MODELOS. Disponível em: <http://www.dnrc.gov.br/>. Acesso em: 9 de setembro de 2004. LEI nº 6.015/73 – Lei dos Registros Públicos. Disponível em: <http://www.sef.sc.gov.br>. Acesso em: 9 de setembro de 2004.
Para tirar suas dúvidas referentes a este Programa entre em contato conosco pelo telefone 0800 643 0401 ou pelo e-mail: negociocerto@sc.sebrae.com.br
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Sociedade Empresária Limitada Esta forma jurídica é voltada a quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa. Dessa forma, podemos dizer que “sociedade empresária” é a reunião de dois ou mais empresários para a exploração, em conjunto, de atividades econômicas. É o tipo de sociedade mais comum adotado pelas pequenas empresas. Conta com responsabilidade limitada dos sócios, restrita ao valor de suas cotas.
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P R O D U T O S E S E RV I Ç O S
Atitude ecológica Já está no mercado o Printlife Paper Eco, papel A4 reciclado da Printlife, distribuído no Brasil pela MegaData. A empresa espera vender até o final do ano 22 mil resmas – pacotes com 500 folhas. Com superfície lisa, o papel é indicado para diferentes impressoras, seja jato de tinta, laser ou impressão térmica. De acordo com Luis Menezes, gestor de papéis da MegaData, o Printlife Paper Eco tem baixo desprendimento de partículas, preservando os equipamentos de impressão. O exeim cutivo diz que o novo lançamento reflete a preocupação da empresa com o movimento de sustentabilidade do planeta.
(11) 2149-2900/www.mdata.com.br
Carrinho econômico A Masterplastic® está oferecendo aos supermercadistas dois modelos de carrinhos de compra feitos em náilon reforçado com fibras. A tecnologia inovadora, desenvolvida pela multinacional alemã Lanxess, antiga Bayer, substitui os convencionais carrinhos fabricados em metal. De acordo com a Masterplas-
tic®, a novidade proporciona economia aos varejistas, pois é mais resistente a intempéries, não enferruja e requer menos manutenção. A vida útil projetada é de 10 anos. A empresa dá garantia de três anos, bem maior do que os tradicionais seis meses dos carrinhos de metal. (11) 5055-1419/www.masterplastic.com.br
Impressão fiscal A Zebra Technologies, líder mundial em impressões especiais e soluções de identificação automática, lança até o fim do ano no Brasil dois novos modelos de impressoras/codificadoras de etiquetas: a RZ400 e a RZ600 para tags RFID Gen2 usando UHF. Mais acessível, a nova Série RZ permite que pequenos fornecedores de varejistas mundiais, como o Wal-Mart, Sam’s Club, Target, Metro e Tesco, cumpram com as normas de colocação de tags RFID, as chamadas etiquetas inteligentes, que utilizam tecnologia de identificação por radiofreqüência. www.zebra.com/RFID
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3D sem óculos
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A Philips Business Communications lança no quarto trimestre um monitor de 22 polegadas que exibe conteúdo 3D sem necessidade de uso de óculos especiais. O produto, que poderá ser instalado na parede ou sobre uma mesa, é ideal para sinalização digital no varejo, promoção no ponto-de-venda, jogos e visualização 3D. O monitor é baseado em um painel LCD WSXGA (1680x1050) com proporção de imagem 16:10, oferecendo brilho total (300 cd/m2) e contraste total (1000:1). A tecnologia WOWvx usa formato 2D-plus-Depht (2D mais profundidade), incluindo Declipse, o que dá informação de oclusão adicional para um efeito 3D real.
0800 7281229/www.hospitality.philips.com.br
Segurança eletrônica
Sem sobras Recortes com extrema precisão para o setor têxtil. Essa é a vantagem da Tecnologia de Visão Artificial, exclusividade das máquinas de corte e gravação a laser da Automatisa. Os equipamentos reconhecem o contorno das peças a serem cortadas e realizam o corte dispensando o uso de moldes ou marcas de referência. Desta forma, é possível combinar diferentes peças num mesmo tecido, por exemplo, em variadas posições, dando liberdade de criação e dispensando o trabalho manual de corte. A
tecnologia é utilizada especialmente para corte de etiquetas, bordados e estampados e oferece redução de sobras, já que é possível aproveitar o tecido praticamente na sua totalidade. Apesar da forte concorrência externa na oferta de equipamentos para as fábricas têxteis, especialmente por conta do dólar baixo, a Automatisa obteve em 2008 um crescimento de 108% no volume de vendas e 70% no faturamento, se comparado com o mesmo período de 2007.
(48) 3239-2240/www.automatisa.com.br
Telefonia
Projetor portátil
Contratar uma central telefônica terceirizada pode ser uma boa opção para pequenas empresas. A Voitel, fornecedora do serviço, acredita que até 2010, 22% das empresas brasileiras de pequeno e médio portes terão telefonia terceirizada. A vantagem é que o serviço viabiliza financeiramente a instalação de uma central com PABX e ainda traz adicionais, como correio de voz, identificador de chamadas, secretária de voz personalizada, conferência, e outros benefícios, como a gestão e modernização do equipamento. A Voitel desenvolve soluções customizadas, ou seja, adaptadas à realidade e necessidade de cada cliente. (11) 3067-2820/www.voitel.com.br
A SND está comercializando dois novos projetores profissionais da LG Electronics, voltados para a apresentação de dados e planilhas: DX325 e DS325. Portáteis e leves, apenas 1,45 kg, eles podem ser facilmente levados para qualquer lugar da empresa. O DX325 oferece resolução XGA (1024x768), contraste 2200:1 e tecnologia 2500 Ansi Lumens, que proporciona melhores condições de brilho. O modelo DS325 apresenta resolução SVGA (800x600), contraste 2000:1 e brilho 2500 Ansi Lumens. A SND tem matriz em Barueri (SP) e filiais de vendas em Campinas (SP), Goiânia, Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro. (11) 2187-8333/www.snd.com.br
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A Sony está comercializando quatro novos modelos de câmeras de segurança, ideais para aplicação em ambientes corporativos: a SNC-CM120, com formato compacto e convencional de câmera de segurança; a SNC-DM110, câmera minidome fixa; a SNC-DM160, câmera minidome fixa antivandalismo; e a SNC-CS20, com função Day&Night incorporada. Os três primeiros modelos empregam o novo CCD (sensor para captação de imagem) com tecnologia Sony ExwavePROTM, que aumenta o nível de sensibilidade à luz, permitindo atingir uma qualidade de imagem otimizada. www.sonypro.com.br
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LEITURA
Lições de excelência
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Ex-presidente da Serasa revela os princípios que nortearam sua gestão de 17 anos à frente da empresa que hoje está entre as maiores do mundo na área
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Compartilhar sua trajetória profissional e o inovador modelo de gestão que criou e por meio do qual transformou a Serasa em referência mundial na produção e comercialização de dados e informações cadastrais e econômicas. Essa foi a motivação do executivo Elcio Anibal de Lucca, considerado por empresários e consultores um administrador à frente do seu tempo, ao lançar agora o livro Gestão para um mundo melhor, pela Editora Campus-Elsevier, no qual mostra que é possível conciliar sucesso das pessoas, da empresa e do país. Afastado da presidência da Serasa desde janeiro deste ano, Elcio é hoje vice-presidente do Conselho de Administração da empresa. Em seu livro, aborda temas envolventes, como a busca pela excelência de forma permanente, a inovação que coloca o futuro da empresa no presente, o planejamento estratégico diferenciado com a participação de todos da empresa e como transformar a empresa e as pessoas que trabalham nela num corpo só. Administrador com graduação e mestrado pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, Elcio de Lucca relata seus princípios e valores éticos e humanísticos que resultaram, no período das duas últimas décadas, num sucesso extraordinário da Serasa, com crescimento de 34.233% da receita líquida. O maior orgulho de Elcio, no entanto, é o fato da Serasa ter conquistado, de forma inédita, o Prêmio Nacional da Qualidade por três vezes.
Gestão para um mundo melhor Elcio Anibal de Lucca Editora Campus-Elsevier
FRASES “No início de minha gestão estabeleci como objetivo permanente da Serasa a perenidade. Nos dias de hoje, isso é conhecido como sustentabilidade.” “Creio no homem como diferencial da empresa para aumentar a competitividade dela. (...) O conceito ‘A Serasa somos nós’, de que empresa e pessoas devem se fundir num único ser, me levou, naturalmente, à expressão que eu procurava para designar nós, os profissionais que atuavam na empresa: Ser Serasa. (...)” “Este é o conceito do Ser Serasa, no qual o crescimento das pessoas leva ao crescimento da empresa e o crescimento da empresa leva ao crescimento das pessoas. É um processo que se retroalimenta. Isso não pode ser só um conceito, uma idéia apenas, tem de ser levado à prática.” “Optei por basear nosso planejamento num modelo próprio que foi evoluindo ao longo dos anos. Hoje, é composto por vários fóruns de discussão que envolvem gerentes, líderes, do copeiro ao presidente. Em resumo, o nosso planejamento consegue incluir todas as pessoas que atuam na empresa, na definição dos rumos a serem trilhados por ela.” “O que é uma empresa, afinal de contas? Essa reflexão era importante uma vez que as empresas são um dos maiores agentes de transformação social, dadas a sua interferência e as referências que criam na sociedade, daí a importância de terem uma conduta ética e serem baseadas em valores.” ““Acredito que sustentabilidade é sinônimo de perpetuação para qqualquer empresa, e deve ser vista como uma abordagem de nnegócios, de competitividade e também de governança, pois gera vvalor aos acionistas no longo prazo.” ““Lancei um conceito inovador, o termo Tecnologia quando se tratava dde Crédito. Para evoluir a cultura presente e dar um novo entendimento científico para o crédito, baseado, entre outras coisas, em m modelagem estatística, modelos quantitativos e software.” m ““Acredito que quando se tem um problema, tem que se ter a ggarra, a vontade, a criatividade, a iniciativa e a coragem para rresolver a questão. Uma vez tomada a decisão, é preciso agir com cconvicção. Em momentos de conflito, (...) a solução acaba vindo qquando você inova, quebrando todos os paradigmas.”
Resiliência A transformação como ferramenta para construir empresas de valor
Trade marketing FGV Cenpro – Organizadores: Marcos Cobra e Pérsio Talarico – R$ 50
O autor trabalha com o seguinte conceito: uma pessoa ou empresa resiliente é aquela que promove as transformações necessárias para alcançar seus objetivos e propósitos mais nobres. A partir daí, o consultor Eduardo Carmello procura mostrar que é possível crescer com inteligência, mesmo em ambientes de instabilidade, da mesma forma que se pode aprender e se antecipar às mudanças. Um dos cases explorados no livro é o da fabricante de motocicletas americana Harley Davidson.
Trade marketing é uma nova área que estuda a relação entre fabricante, vendedor e comprador com o objetivo de proporcionar lucro aos dois primeiros agentes e satisfação a este último. A iniciativa de organizar um livro com uma série de artigos sobre o tema é do Centro de Estudos de Negócios da Propaganda da Fundação Getulio Vargas. A intenção foi elaborar uma obra que atendesse tanto profissionais do mercado quanto estudantes. Para isso, o livro traz textos de especialistas com experiência e atuação na academia, indústria, comércio e publicidade.
Motivando para o sucesso
Coleção BusinessWeek: Liderança e Marketing
Editora Gente – Eduardo Carmello – R$ 30
Verus Editora – Steve Chandler e Scott Richardson – R$ 24,90 Extrair o máximo de motivação dos colaboradores de uma empresa mantendo um ambiente saudável no local de serviço é o tema deste lançamento de autoria de um dos mais requisitados palestrantes dos Estados Unidos, Steve Chandler, em parceria com Scott Richardson. A obra promete uma abordagem prática com técnicas motivacionais voltadas ao cotidiano empresarial.
Editora Nobel – R$ 44 cada livro A editora Nobel está lançando uma série de livros com os melhores cases de negócios da conceituada revista americana BusinessWeek. Os dois primeiros títulos, de um total de seis obras, enfocam temas muito relevantes para empresários brasileiros. Liderança reúne o exemplo de executivos de grandes conglomerados, como Microsoft e Yahoo, dando dicas para consolidar carreiras de sucesso. O segundo livro, Marketing, conta com artigos sobre os principais executivos, estrategistas e consultores de marketing do mundo.
Manual do Super Simples Ao unificar oito tributos em uma mesma guia e diminuir a carga tributária para micro e pequenas empresas, o Super Simples deu uma notável contribuição para desburocratizar o sistema tributário brasileiro. Passado um ano desta iniciativa, ainda existem muitas dúvidas quanto à sua aplicação. Este livro do consultor tributário Sidney Barros procura esclarecer tais pontos para dar apoio aos profissionais da área contábil envolvidos com negócios de pequeno porte.
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Editora IOB – Sidney Barros – R$ 70
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ANÁLISE ECONÔMICA
Project finance Engenharia financeira de projetos estrutura a provisão de capital a partir de seu fluxo de caixa futuro e com recurso limitado ou zero O project finance não é apenas mais um anglicismo adotado pelo mercado financeiro para dizer “financiamento de projeto”. Basicamente, o project finance difere do tradicional financiamento corporativo (corporate finance) pela abordagem primária não do que seja análise do crédito, mas sim pela análise dos riscos. Enquanto o corporate finance aborda o risco de crédito da corporação que patrocina o projeto – os sponsors – o project finance se preocupa quase exclusivamente com os riscos do projeto em si. É de fato a engenharia financeira que estrutura o financiamento de um projeto a partir de seu fluxo de caixa futuro e com recurso limitado, ou até nenhum recurso, contra os sponsors.
forma não estariam disponíveis. O arcabouço contratual do projeto é fundamental para limitar as flutuações do fluxo de caixa futuro, e deve permitir que se identifique, analise e quantifique os riscos que possam vir a afetar a estabilidade desse fluxo de caixa. Os riscos identificados e quantificados serão mitigados, e sempre deverão ser alocados e transferidos às partes mais aptas a absorvê-los. O primeiro passo no sentido de isolar riscos de um projeto é a constituição de uma SPC (traduzida para SPE – Sociedade de Propósito Específico) que é quem deve incorporar o projeto. A partir daí, devem ser identificados os vários riscos decorrentes de relacionamentos da SPE com
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Os riscos identificados e quantificados serão mitigados, e sempre deverão ser alocados e transferidos às partes mais aptas a absorvê-los
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Essa abordagem permite preservar a capacidade de alavancagem financeira dos sponsors, posto que o projeto não é necessariamente contabilizado no balanço dos sponsors (torna-se off-balance sheet), e na maioria das vezes permite acesso a fontes de financiamento e garantias, que de outra
aquelas entidades que possam influir no sucesso da implantação do projeto e na sua operação – investidores, construtores, financiadores, entre outros. Alguns exemplos de riscos: dos sponsors não aportarem o capital próprio necessário ao projeto; de engenharia e de construção – como erro
por Renata Siebert de Moraes Economista e consultora da Leme Investimentos para área de Operações Estruturadas
de tecnologia e atraso de obras; financeiros como descasamento de moedas entre receitas e financiamentos. Os riscos decorrentes dessas relações serão então quantificados, e através de uma matriz cada um deles deverá ser mitigado pela sua alocação, mediante contratos específicos, a quem estiver mais apto de absorção desse risco. Alguns riscos poderão ser melhor mitigados através de seguros ou garantias financeiras, pelo menos durante o prazo em que se tiver identificado a possibilidade de ocorrência desse risco. Por exemplo, riscos de construção devem ser mitigados por seguros de completion; riscos de descasamento de moedas podem ser cobertos com operações de hedge; riscos de força-maior, através de fundos de reserva. No project finance também se deve buscar a otimização de cada uma das fontes de financiamento disponíveis. O plano de financiamento deve ser flexível, permitindo inclusive que se tomem refinanciamentos, se as condições de mercado se aprimorarem no futuro. A maior participação de capitais de riscos deve ser sempre bem-vinda. O cenário atual e as perspectivas futuras do País oferecem grande número de oportunidades de investimentos, seja em infraestrutura, ou no aumento da capacidade produtiva e modernização de empresas. A técnica de project finance é a mais indicada na maioria dos casos. Entretanto, a falta de familiaridade com aspectos-chave do project finance tem sido um entrave para a utilização dessa engenharia.
Nome Ação ALL Amér Lat Ambev Aracruz B2W Global Bradesco Bradespar Brasil T Par Brasil T Par Brasil Telec Brasil Braskem CCR Rodovias Celesc Cemig Cesp Comgás Copel Cosan CPFL Energia Cyre Com-ccp Cyrela Realty Duratex Eletrobrás Eletrobrás Eletropaulo Embraer Gafisa Gerdau Met Gerdau Gol Itaubanco Itausa JBS Klabin S/A Light S/A Lojas Americ Lojas Renner Natura Net Nossa Caixa P. Açúcar-CBD Perdigão S/A Petrobras Petrobras Rossi Resid Sabesp Sadia S/A Sid Nacional Souza Cruz TAM S/A Telemar N L Telemar Telemar Telemig Part Telesp Tim Part S/A Tim Part S/A Tran Paulist Ultrapar Unibanco Usiminas Usiminas VCP Vale R Doce Vale R Doce Vivo
Inflação (%)
Até 18/07
Tipo Ação
Participação Bovespa
Junho
Variação % Ano
UNT N2 PN PNB ON PN PN ON PN PN ON PNA ON PNB PN PNB PNA PNB ON ON ON ON PN ON PNB PNB ON ON PN PN PN PN PN ON PN ON PN ON ON PN ON PN ON ON PN ON ON PN ON ON PN PNA ON PN PN PN ON PN PN PN UnN1 ON PNA PN ON PNA PN
1,75 1,02 0,79 1,23 3,47 1,30 0,35 0,69 0,68 2,20 0,79 0,83 0,20 2,16 2,05 0,19 0,94 1,06 0,61 0,10 1,08 0,82 1,14 1,20 0,88 0,52 0,76 1,04 3,27 0,83 2,87 2,37 0,58 0,46 0,26 1,02 0,90 0,82 1,41 0,73 0,70 1,09 3,15 16,54 0,40 0,57 0,97 2,78 0,52 0,89 0,25 0,60 1,61 0,11 0,29 0,26 0,80 0,43 0,53 2,41 0,52 3,05 0,60 3,01 11,73 0,78
2,50 -2,30 -3,50 5,40 8,30 -15,40 -1,50 7,00 12,90 1,20 9,20 -4,50 0,3 5,90 -8,60 4,60 2,80 8,20 5,30 5,4 -6,00 -8,20 6,00 4,10 1,50 7,80 -6,10 -15,10 -14,10 -11,40 7,70 4,00 12,50 -2,40 12,50 12,20 -3,50 10,50 6,30 3,60 7,00 1,60 -18,30 -17,10 1,30 0,30 7,40 -12,30 0,70 10,70 5,50 -11,30 -3,70 -1,6 -1,50 0,40 1,20 3,20 -3,10 4,70 -7,70 -5,90 -3,00 -16,40 -12,80 -10,30
-9,3 -24,5 -11,6 -17,4 -6,1 -24 14 1,6 9,2 -16,2 -4,2 10,2 13,8 35,4 -31,3 26,6 27,7 46,6 14 -9,6 -15,1 -30,8 27,2 21,3 4,7 -42,6 -25,7 27,9 29 -66,1 -3 -0,6 46 -11,9 -12 -26,8 -15,8 11,9 -5,5 80,3 7,3 -1,5 -11,9 -13 -49,3 0 19,6 16,8 -7,2 -26,1 33,1 -31,9 6,6 -3,2 0,7 -32,5 -27,4 43,1 -4,3 -13,2 23,5 31,9 -24,6 -21,9 -20,2 -2,4
Índice
Junho
Ano
IGP-M IGP-DI IPCA IPC - FIPE
1,98 1,89 0,74 0,96
6,67 6,97 3,61 3,76
Juros/Aplicação (%) CDI Selic Poupança Ouro BM&F
Junho
Ano
0,95 0,96 0,62 0,86
5,39 5,43 3,50 -2,89
Indicadores Imobiliários (%) CUB SP TR
Junho
Ano
2,14 0,11
5,92 0,45
Juros/Crédito (%) 22/Julho
21/Julho
Desconto 2,06 Factoring 4,04 Hot Money 3,54 Giro Pré (taxa mês) 2,26
2,05 4,05 3,54 2,26
Câmbio
Até 22/07 Cotação
Dólar Comercial Ptax Euro Iene
R$ 1,5811 US$ 1,5784 US$ 0,0100
Mercados Futuros
Até 22/07
Agosto
Outubro
Dólar Juros DI
R$ 1,582 12,57%
Setembro
R$ 1,594 R$ 1,606 12,68% 12,87%
Contratos mais líquidos 23/07/2008 Ibovespa Futuro 59.800
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Carteira Teórica Ibovespa
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AGENDA
DESTAQUE 27 a 29/08/2008
Feira Internacional de Segurança e Proteção Centro de Exposições Imigrantes – São Paulo (SP) Horário: das 12h às 21h Ingressos: entrada franca e transporte gratuito www.fispvirtual.com.br/(11) 5585-4355
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Focada em discutir a prevenção dos acidentes e doenças no trabalho, a 17ª edição da Fisp (Feira Internacional de Segurança e Proteção) apresenta mais de 3 mil equipamentos e serviços, como suporte técnico na prevenção de acidentes e doenças no trabalho. Este ano são esperadas 650 empresas do Brasil e do exterior. A expectativa dos organizadores é receber mais de 40 mil visitantes, especialmente profissionais do trabalho, como médicos, enfermeiros, psicólogos do trabalho, engenheiros e técnicos de segurança no trabalho, bombeiros, inspetores de risco, estudantes, professores, entre outros. A Fisp acontece a cada dois anos e é o evento oficial do setor de segurança no trabalho do Brasil. É considerada a maior do segmento na América Latina e uma das três maiores no mundo.
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Até 22/08/2008
15 a 18/09/2008
Prêmios Santander de Empreendedorismo e de Ciência e Inovação Inscrições: devem ser realizadas no portal Universia – www.universia.com.br/premiosantander
Nova Equipotel 2008 Pavilhão de Exposição do Anhembi – São Paulo (SP) Horário: das 13h às 21h (acesso até às 20h) – www.novaequipotel.com.br/(11) 3257-4741
O Prêmio Santander de Empreendedorismo é destinado a graduandos e pós-graduandos que desenvolverem o melhor plano de negócios, com prêmios de R$ 50 mil para o vencedor de cada uma das quatro categorias: Indústria, Tecnologia da Informação e Comunicação, Biotecnologia, e Cultura e Educação. O Prêmio de Ciência e Inovação, dividido em três categorias – Indústria, Tecnologia da Informação e Comunicação, e Biotecnologia –, premia pesquisadores-doutores que produzirem as melhores pesquisas científicas de caráter inovador. O vencedor de cada categoria receberá R$ 50 mil.
Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor: www.empreendedor.com.br
A Nova Equipotel 2008, maior evento hoteleiro e gastronômico da América Latina e um dos cinco expressivos do mundo, pretende receber 50 mil visitantes em 2008. A expectativa do Grupo Equipotel é reunir mais de 1 mil expositores em uma área total de 55 mil metros quadrados. Para manter a qualificação do público e a geração de novos negócios, a 46ª edição traz ainda cinco áreas segmentadas: Equip Food&Drinks, Equip Design, Equip Spa&Wellness, Equip Conference e 3ª Rodada de Negócios Equipotel.
19 e 20/08/2008
Até 31/08/2008
Com:Atitude 2008 Centro Fecomercio de Eventos – São Paulo (SP) Ingressos: R$ 1.800 www.comatitude.com.br
Produto do Ano (11) 5102-3590
Com o apoio da Petrobras, a agência Significa apresenta o Com:Atitude 2008, o 6° Seminário de Atitude de Marca. O evento se propõe a difundir conceitos, lançar técnicas, estabelecer parâmetros, gerar questionamentos, apontar benefícios, deficiências e tendências e avaliar resultados sobre atitude de marca.
A segunda edição do prêmio Produto do Ano vai eleger as marcas que receberão o prêmio “Produto do Ano 2009”. As empresas interessadas podem inscrever produtos lançados no Brasil no período de 1º de julho de 2006 a 31 de julho de 2008. As inscrições devem ser enviadas para: Produto do Ano Brasil (Av. Luiz Carlos Berrini, 828, 3º andar, conj. 31, CEP 04571-000, São Paulo – SP).
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E–EMPREENDEDOR
Interatividade Confira, abaixo, os últimos comentários postados no site durante o mês de julho: Sempre imaginei ser possível segmentações que permitissem atingir de forma direta os consumidores. Entretanto, as perspectivas que você fornece em seu artigo são de muita valia. Parabéns, Ricardo. Miguel Rahme, sobre o artigo “Qualidade ou performance na entrega do e-mail marketing?” Achei este artigo excelente. Simples e direto naquilo que é essencial. É o mesmo que dizer 10% de inspiração, mas 90% de transpiração. Parabéns. Reinaldo Alves Santos, sobre o artigo “O poder da disciplina”
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Parabéns ao nosso governo atual! Depois de 30 anos de incompetência vemos o nosso querido Brasil crescer! Por que será que isso não ocorreu antes? Nossos antigos ilustres administradores não sabiam? Ou faltava vontade política? Ou faltou verdadeiro amor ao nosso povo? Denise Zanni, sobre a reportagem “Trabalhadores e estudantes terão formação profissional gratuita”
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Ótima iniciativa do governo, só não devem esquecer que não são só os jovens de ‘baixa renda’ que precisam de oportunidades de educação e emprego, pois vemos milhares de jovens da classe B e C que estão também sem perspectivas, e coincidência ou não, aumentando entre os mesmos o uso de drogas. Márcia Miranda, sobre a reportagem “Trabalhadores e estudantes terão formação profissional gratuita” Finalmente o governo percebeu que o progresso do País passa pela educação de seus jovens. ZB, sobre a reportagem “Trabalhadores e estudantes terão formação profissional gratuita”
Idéias lucrativas As soluções de problemas que afetam o dia-a-dia podem se transformar em negócios de sucesso. Através de pesquisa de mercado, plano de negócios, incentivos financeiros e com a criação patenteada é possível se estabelecer no mercado com produtos inovadores. Essa receita foi seguida por alguns empreendedores que conseguiram conquistar espaço no mercado para suas invenções. Confira alguns desses empreendedores e saiba como transformar o seu produto em um negócio de sucesso. Para isso, clique na opção “Reportagens”, no menu à esquerda do site, e selecione o título Soluções para problemas domésticos podem se tornar negócios lucrativos.
Fraldas para cachorro: idéia inovadora se transformou em negócio bem-sucedido
Métodos de seleção inusitados Outra matéria exclusiva que pode ser acessada no site Empreendedor é sobre os diferentes processos de seleção adotados por empresas para contratar funcionários de maneira rápida e eficaz. Os novos métodos incluem reality shows e softwares customizados, que integram a empresa com o candidato e a ferramenta. Na reportagem, o assunto é aprofundado com a análise do especialista em di-
nâmica de grupo Sebastião de Oliveira de Campos. Ele acredita nos processos em que é possível observar os candidatos em situações mais próximas daquilo que vivenciarão na empresa. Para acessar a matéria, clique na seção “Reportagens”, no menu à esquerda do site, e selecione o título Empresas utilizam tecnologia e métodos inusitados para contratar funcionários.
Trabalho em casa
A última enquete do site Empreendedor quis saber qual era a opinião dos leitores sobre contratar funcionários para trabalhar em casa. A opção mais votada foi “A maioria dos funcionários não tem a disciplina necessária”. Confira o percentual das respostas em um total de 322 votos: A maioria dos funcionários não tem a disciplina necessária ......................................46,58% Empregador e empregado saem ganhando com o novo sistema ..............................44,41% A tendência só traz prejuízos, como a falta de integração na empresa .......................9,01%
10% 44% 46%
Participe da enquete do mês de agosto e responda qual é a característica principal de um bom emprego: 1 – paga um ótimo salário 2 – oferece oportunidade de crescimento 3 – tem bom convívio entre funcionários
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