Empreendedor 169

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TI: AS VANTAGENS DO SOFTWARE LIVRE

MARCOS WETTREICH: COMPULSÃO POR EMPREENDER

www.empreendedor.com.br

NOVEMBRO N O VE VEMBRO 2008 R$$ 9,90 9 ,90 90

IS SN 1414-0 152

ANO 15 N o 169

Mervyn Lowe, diretor da P3D

Rumo ao exterior CCapacitação it ã e apoio i para pequenas empresas consolidarem lid a presença no mercado d iinternacional t i l ESPECIAL: AS OPORTUNIDADES E A FORÇA DA CADEIA DE VALOR DOS BANCOS


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N E S TA E D I Ç Ã O 10 | ENTREVISTA Ary Plonsky

Marcelo Torres, diretor da VO2Max

O presidente da Anprotec anuncia uma série de iniciativas para melhorar o desempenho e ampliar o número de negócios de base tecnológica, que somam 6 mil empresas apenas nas 400 incubadoras e 20 parques tecnológicos distribuídos por todo o País.

24 | ESPECIAL Valor para bancos

Com a crise financeira mundial, a eficiência da cadeia de valor e das ferramentas dos bancos brasileiros é ainda mais necessária para evitar riscos e prejuízos, e manter a rentabilidade em um cenário de turbulência.

30 | ESTRATÉGIA Trabalho em rede

Micro e pequenas empresas, principalmente do ramo de tecnologia, trocam a concorrência pela cooperação, evitando o desperdício de dinheiro e esforços, e ganham força para competir e atender grandes companhias.

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34 | GESTÃO Hora da organização

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Ferramentas de housekeeping ajudam a organizar o espaço de trabalho e a mantêlo assim para aumentar a produtividade. Segundo especialistas, os cinco sensos (separação, organização, limpeza, conservação e disciplina) trazem resultados logo que adotados.

Elas já são metade das empresas exportadoras do País, embora respondam por apenas 2% do valor total exportado. Aumentar a participação efetiva de empreendimentos de micro e pequeno portes é meta do governo federal, que conta com a ajuda de instituições como o Sebrae para a capacitação de empresários e a Apex-Brasil para a promoção dos negócios brasileiros no exterior.

36 | TRIBUTOS Olho no caixa

Micro e pequenas empresas podem adotar o regime de caixa como método de escrituração fiscal e usar o valor recebido como base de cálculo. Um alívio para as finanças de pequenos negócios, que deixam de pagar antes de receber pela venda. CRISTINA GALLO

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PEQUENAS INTERNACIONAIS


38 | CRÉDITO Dinheiro certo

40 | MEMÓRIA Lado a lado

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas garantiu preferência a estes empreendimentos nas licitações de compras públicas. Para facilitar a participação, o Banco do Brasil oferece crédito pré-aprovado para aquelas que vencerem concorrências.

A Empreendedor entra neste mês em seu 15º ano de vida. Ao longo de suas 169 edições, sua equipe de produção procurou sempre levar aos seus leitores as oportunidades de negócios existentes no mercado e soluções para melhorar suas empresas.

54 | TI Liberdade digital

58 | FRANQUIA Treinamento remoto

50 | A VOZ DA EXPERIÊNCIA Marcos Wettreich

Reconhecido como um empreendedor serial, ele se destaca tanto pela habilidade – e compulsão – em criar empresas quanto em vendê-las, obtendo retornos milionários que já chegaram a 14 e 18 vezes o valor investido. E não pensa em parar.

Softwares abertos têm eficiência e segurança Tecnologias de educação a distância, princimaiores ou iguais aos programas licenciados, palmente o e-learning, facilitam o treinamenmas ainda são uma realidade distante das to de grupos grandes e dispersos, característimicro e pequenas empresas, que perdem a ca comum às redes de franchising, reduzindo oportunidade de implantar ou melhorar sua gastos com logística e o tempo dispensado área de TI por um preço acessível. na capacitação.

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PERFIL Delfino Golfeto Quando conseguiu abrir seu negócio, o ex-bóia-fria apostou em um produto tipicamente nacional, mas extremamente marginalizado. Com muita disposição e dedicação, ele ajudou a reverter esse estigma, e hoje é reconhecido como o embaixador da cachaça.

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EMPREENDEDORES NÃO DURMA NO PONTO PEQUENAS NOTÁVEIS NEGÓCIO CERTO PRODUTOS E SERVIÇOS LEITURA DINÂMICA EMPREENDEDORA AGENDA ANÁLISE ECONÔMICA E-EMPREENDEDOR

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L E I A TA M B É M

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EDITORIAL A Revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor Diretor-Editor: Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Comercialização e Marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [geraldo@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@ empreendedor.com.br] – Repórteres: Andréia Seganfredo, Cléia Schmitz, Diogo Honorato, Francis França e Raquel Rezende – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, Cristina Gallo, Paula/Sinkrofoto e PurestockX – Foto da capa: Divulgação – Revisão: Lu Coelho Sedes

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São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba – Executivos de Contas: Ana Carolina Canton de Lima e Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São Paulo – SP – Fone: (11) 3214-1020 [empreendedorsp@empreendedor.com.br]

s micro e pequenas empresas já são metade dos exportadores brasileiros, e um quarto é de médio porte. O primeiro grupo, no entanto, responde por apenas 1,9% do valor total exportado. Aumentar a participação das MPEs no mercado internacional é estratégico, do ponto de vista econômico e social, pois elas são quase 99% dos negócios formais no País e respondem pela maior parte dos empregos gerados. Em uma ação conjunta, governo federal e instituições, como o Sebrae, visam preparar o terreno e capacitar 4 mil empreendimentos em dois anos. Mas estimular as empresas a exportarem, no momento em que uma crise mundial acaba de eclodir, é sensato? Pelo menos dois fatores derrubam essa dúvida. Primeiro, toda crise é passageira, por mais intensa e longa que possa ser, e a capacitação de empresários e funcionários não se faz de uma hora para outra, exige tempo e investimento. Segundo, a cultura necessária para atuar no exterior também tem outra utilidade: no mercado interno – mais favorável

neste momento de turbulência – a competição com produtos importados é acirrada. E se o assunto é crise financeira, o que dizer dos bancos, as instituições mais afetadas diretamente? Uma coisa é certa: agora, mais do que nunca, é preciso contar com uma cadeia de valor eficiente para evitar riscos desnecessários e prejuízos e manter a rentabilidade. As principais oportunidades encontram-se na área de Tecnologia da Informação, de gestão de crédito a sistemas de pagamento via celular. No alto da página, as duas capas produzidas para esta edição, a primeira do 15º ano de circulação da Empreendedor. Oferecer ao leitor conhecimentos e informações de qualidade, que permitam identificar novas oportunidades de negócio e melhorar o resultado de suas empresas sempre foi – e continua a ser – o compromisso desta revista, que testemunhou algumas crises e o surgimento e o sucesso de muitos empreendedores nesses 14 anos completos de história.

CEDOC

Alexsandro Vanin

O Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 2106-8666 ou pelo e-mail imagem@empreendedor.com.br

Florianópolis Executivos de Contas: Nelson Rosa [nelson@empreendedor.com.br] – Executiva de Atendimento: Kerlly Corrêa [kerlly@empreendedor.com.br] – Av. Osmar Cunha, 183 – Ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda – Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] – Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 Brasília Ulysses C. B. Cava [ulyssescava@gmail.com] – Fone: (61) 3963-7732/9975-6660 – CLSW 301 – Bloco C – Loja 62 – Sudoeste – 70673-603 – Brasília – Distrito Federal Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [ricardo@merconeti.com.br] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo [ag_camargo@terra.com.br] – Rua Arnaldo Balvê, 210 – Jardim Itu – 91380-010 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3340-9116 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [comercial@sbfpublicidade.com.br] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fone: (31) 2125-2900 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – Diretor: Ronaldo Cesar Pacheco – Fone: 0800-9797979 – [assine@ empreendedor.com.br] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 20%, pagando somente R$ 95,04. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30. Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora CTP – Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda – São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br


C A RTA S Oportunidades à vista

Carta do Mês Escola para a vida Fico feliz com a matéria (“Sempre mais”, perfil publicado na edição de março). Tive a oportunidade de trabalhar na IT Mídia por quatro anos e o Adelson de Sousa transmite uma energia muito positiva para todos. Investir e acreditar nas pessoas sem dúvida é um diferencial empresarial. Eu aprendi muito, e costumo dizer que eu fiz um MBA na IT Mídia. Todos os profissionais que atuam na IT Mídia são assediados por outras empresas. Hoje não eestou mais na IT Mídia, mas fico na torcida pela car carreira do Adelson, sem dúvid da um GRANDE empreendedor. Ade Adelson, continue fazendo fazend a diferença na vida das pessoas, você é muito m bom nisso! Tania Mac Machado, Marketing e gerente de Marke Relacionamento Fanem F

Favor informar mais detalhes sobre municípios que estimulam o empreendedorismo (“Oásis empreendedores”, reportagem de capa da edição de abril), principalmente nas regiões do DDD 35, que entendo ser o sul de Minas Gerais. Sou um ex-executivo à procura de oportunidades, principalmente em tecnologia. Odair Felisbino Da Redação: Pelo seu perfil, acreditamos que as melhores oportunidades estão na cidade de Santa Rita do Sapucaí, que se tornou um pólo tecnológico importante no cenário nacional. Para mais informações, o senhor pode entrar em contato com Ely Kallás, do Prointec, pelos fones (35) 3471-3032 e 3471-4287, ou acessar o site www.prointec.com.br. Além de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais, também se destacam os municípios de Campo Belo, pelo pioneirismo na regulamentação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas; Itajubá, pelas iniciativas de desburocratização, desoneração tributária e formalização de empresas; e Cachoeira de Minas, que venceu o prêmio “Prefeito Empreendedor 2008” do Sebrae/MG. A melhor fonte para o senhor tirar suas dúvidas em relação a cada município é o próprio Sebrae/MG. O telefone de lá é 0800 570 0800. Eles oferecem também atendimento on-line pelo site www.sebraemg.com.br.

Respeito ao meio ambiente

Já repassei este artigo (“Cores da natureza”, por Andréa da Luz, publicado na edição de setembro). Coisas boas, iniciativas como estas temos que divulgar e tomar como exemplo. Cristina Linda matéria (“O bit é pop”, por Francis França, reportagem de capa da edição de setembro)!!!! Muito boa, muito bem escrita! Parabéns!!!! Em poucas páginas conseguiu dar uma abordagem geral em toda a economia de computadores, internet e seus acessos. Muito bom!!! Ioram Cejkinski, da Lanhousing Consultoria

Bases firmes

CASA DA

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Michal Gartenkraut está certo (“Educação para os negócios”, entrevista com o presidente da Fundação Nacional da Qualidade publicada em setembro de 2007). Educação financeira e empreendedorismo mais cedo nas escolas: mais saúde das empresas, mais empregos e menos falências! Osmar A. Oliveira

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Reconhecimento

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EMPREENDEDORES

Cassio Pennachin e André Senna

HUMOR ON-LINE

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Em tempos de extrema instabilidade no mundo financeiro, tentar medir o “humor” do mercado garantiu aos fundadores da Vetta Labs, Cassio Pennachin e André Senna, reconhecimento internacional, com direito a artigo na revista Fortune. Em parceria com a empresa norteamericana Quant the News, eles desenvolveram o Stockmood – site que utiliza recursos de inteligência artificial para interpretar textos noticiosos de várias fontes. Como resultado, o aplicativo gera indicadores estatísticos, que tentam apontar tendências e o comportamento futuro de ações. Lançado em setembro deste ano, durante a TechCrunch 50, um dos maiores eventos de inovação e investidores de grande porte, o Stockmood consolidou a Vetta Labs como fornecedora de soluções de alto valor agregado e lembra, também, um pouco da sua história. Devido à queda da Nasdaq em 2001, a empresa de base tecnológica em que Cassio e André trabalhavam fechou, e eles uniram esforços para abrir um novo negócio. Hoje, a Vetta Labs conta com cerca de 20 funcionários especializados e desenvolve soluções para diversos setores, como siderúrgico, financeiro e bioinformática. www.vettalabs.com

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André Barros

COMÉRCIO NA REDE Criada em 1986, de olho no potencial do mercado brasileiro de informática, a New Soft Intelligence (NSI) foi a vencedora do Prêmio Dell Excelência em Tecnologia, com o desenvolvimento de um software para gestão de comércio exterior voltado para pequenas e médias empresas. “Instalamos um servidor virtual com o Linux e o nosso aplicativo, disponibilizando-o pela internet e cobrando pelo uso, de modo que elas tivessem acesso a um produto de alta performance”, explica André Barros, gerente de Desenvolvimento de Negócios. Até essa ampliação no mercado consumidor, a New Soft desenvolvia soluções com foco em clientes de grande porte, com altos custos de licença, manutenção e implementação. Além disso, foi a primeira empresa brasileira a integrar o seu aplicativo de comércio exterior aos principais softwares corporativos de mercado (ERP), como o da Oracle e o alemão SAP. Em 2007, a NSI chegou a faturar R$ 4 milhões, com um quadro de 40 funcionários, e a projeção de crescimento para este ano é de 35%.

(19) 3446-8700 www.ecomex.com.br


Celeste Allemand

APOSTA NO LUXO Nos últimos sete anos, o consumo de bens de luxo no Brasil cresceu 35% e movimentou cerca de US$ 5 bilhões anuais. Parte desse montante é ocupada pelos acessórios de decoração, segmento que a empresária Celeste Allemand aposta desde 2000, à frente do Grupo Cassini. Com experiência de 20 anos na fabricação de mobiliário próprio, Celeste diz estar atenta às necessidades, preferências e estilos adequados aos ambientes residenciais e comerciais. (47) 3367-4762

Jaison Bogo

TODOS PELA MODA

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A indústria têxtil catarinense está cada vez mais próxima dos novos talentos da moda. Isso graças ao Santa Catarina Moda Contemporânea, projeto que visa à troca de experiências no setor e à divulgação do potencial do Design de Moda catarinense. Cabe ao empresário Jaison Bogo, de 28 anos, coordenar os encontros periódicos, palestras, workshops, grupos de discussão e trabalhos conjuntos entre empresas e universidades. www.scmc.com.br

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E N T R E V I S TA

Guilherme Ary Plonsky

INOVAÇÃO NO AR Anprotec anuncia uma série de iniciativas para melhorar o desempenho e ampliar o número de negócios de base tecnológica

por Francis França

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francis@empreendedor.com.br

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As empresas inovadoras terão motivos de sobra para comemorar em 2009. Uma série de iniciativas será colocada em prática para melhorar o desempenho e ampliar o número de negócios focados em tecnologia. Quem anuncia o salto do empreendedorismo inovador é a Anprotec, associação nacional que representa incubadoras de empresas e parques tecnológicos. As boas notícias foram divulgadas durante o 18º Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, encontro anual, realizado no fim de setembro, que reuniu mais de 600 pesquisadores de todo o Brasil, além de outros 13 países. Na pauta de 2009 está prevista a elaboração de políticas públicas específicas para melhorar a

qualidade dos parques tecnológicos do País. A Anprotec apresentou durante o seminário a pesquisa “Parques Tecnológicos no Brasil – Estudo, Análise e Proposições” realizada em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em que são recomendados investimentos de R$ 10,2 bilhões para levar o Brasil ao patamar dos parques em países desenvolvidos, no prazo de cinco anos. Para as incubadoras, será lançado o Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne), que funcionará como um sistema de certificação de qualidade. O Cerne estabelece um conjunto de práticas que uma incubadora precisa adotar para ampliar o número e os resultados dos empreendimentos. Aquelas que cumprirem todos os requisitos recebem a certificação, que será realizada por instituições credenciadas pela Anprotec. O programa ainda está em fase de ajustes e deve

começar a funcionar no ano que vem. Outra novidade é o lançamento, em novembro, do Sistema de Acompanhamento de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas (Sapi), que funcionará como central única de informações sobre o movimento. Vinculado ao Portal Inovação, do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Sapi agrupará informações fornecidas pelas empresas, parques tecnológicos e incubadoras para gerar indicadores do setor. Todos os anos, em dezembro, será divulgado um relatório com os dados. Na entrevista a seguir, o presidente da Anprotec, Guilherme Ary Plonski, fala sobre os planos da entidade e sobre importantes convênios para beneficiar o empreendedorismo inovador, firmados, por exemplo, com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Microsoft e o programa infoDev, do Banco Mundial.


O que essas iniciativas representam na economia? Plonski – Os negócios gerados nesses ambientes têm faturamento anual da ordem de R$ 3 bilhões, com cerca de 6 mil empresas envolvidas. Isso mostra que há uma participação importante do movimento do empreendedorismo inovador na economia brasileira. E quais são as perspectivas para os próximos anos? Plonski – Devemos crescer bastante. Temos agora iniciativas como o Prime (Programa Primeira Empresa Inovadora), realizado pela Finep no âmbito do PAC da Ciência e Tecnologia, que prevê a criação de 5,4 mil novas empresas inovadoras até 2011. A frente dos parques tecnológicos também está madura para ser alavancada no País, e temos ainda a preocupação de melhorar a qualidade das empresas incubadas, com o programa Cerne (Centro de Referência para Apoio a Empreendimentos). É uma série de ações que começarão a ser trabalhadas já em 2009. Segundo estudo divulgado pela Anprotec, os parques tecnológicos demandam cerca de R$ 10,2 bilhões, dos quais R$ 1,9 bilhão devem vir do governo. Quais as chances de se conseguir efetivamente esses recursos? Plonski – O governo tem, por meio de algumas de suas agências, como Finep e CNPq, bastante sensibilidade quanto à importância dos parques tecnológicos, como plataformas que poderão alavancar o desenvolvimento tecnológico do País. O trabalho agora é conseguir a articulação entre essas agências para criar um mutirão de empreendedorismo inovador, e, ao que tudo indica, podemos contar com o governo como parceiro. Os resultados previstos no estudo dizem respeito a um panorama de cinco anos de investimentos.

Quando podemos começar a contar esse prazo? Plonski – Os investimentos já começaram de forma ainda modesta, mas espero que possamos aplicar as metas do estudo ainda em 2009, ou no máximo em 2010. A Anprotec firmou em setembro uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil). Como vão funcionar as ações conjuntas? Plonski – Nós vamos ajudar a Apex a realizar uma de suas atribuições, que é aumentar o leque das empresas inovadoras brasileiras com presença internacional, principalmente as de micro e pequeno porte. E o acordo com o programa infoDev, do Banco Mundial, também firmado em setembro, durante o seminário nacional, como vai funcionar? Plonski – É um acordo muito expressivo entre o infoDev e o governo do Brasil com colaboração do Sebrae e da Anprotec. Temos um leque de ações a promover, e a mais próxima será a realização, pela primeira vez fora da Índia, do 3º Fórum Global infoDev de Negócios em Inovação. Fora isso, teremos um conjunto de atividades que ainda serão detalhadas, mas tem a ver com o compartilhamento de boas práticas de gestão de incubadoras e parques.

Temos hoje cerca de 400 incubadoras e 20 parques tecnológicos em operação, com 6 mil empresas e faturamento anual da ordem de R$ 3 bilhões

Significa que o infoDev vai ajudar o Brasil com serviços de apoio? Plonski – Não exatamente. Na verdade o Brasil desenvolveu para o infoDev um centro de suporte para incubadoras chamado Idisc, desenvolvido pela Anprotec e pelo Sebrae. Além disso, com a decisão tomada sabiamente pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil se tornou um doador do fundo que alimenta o programa do infoDev e, portanto, tem acento nas decisões sobre o que será feito com os recursos. Parte expressiva desses recursos esperamos que seja usada para fortalecer atividades de cooperação entre associações de incubadoras e parques tecnológicos na América Latina e África. O fórum global sobre o qual o senhor falou é o que vai acontecer em maio de 2009, em Brasília? Plonski – Isso mesmo. Esse fórum foi realizado duas vezes na Índia e reúne agentes de inovação preocupados em colocar a tecnologia da informação e comunicação a serviço do desenvolvimento. As ações são direcionadas especialmente para segmentos mais vulneráveis da sociedade, como jovens, mulheres, produtores rurais, etc. É um espaço para compartilhar conhecimento que vai trazer gente do mundo inteiro. A Anprotec divulgou recentemente a criação do Instituto Christiano Becker como um braço de pesquisas sobre inovação. Qual será exatamente o papel da entidade? Plonski – A idéia é separar as atividades representativas de uma associação – participação e realização de eventos, abertura de canais, divulgação, etc. – das atividades de pesquisas e estudos. A Anprotec tem feito ela própria os estudos, como o que divulgamos sobre os parques tecnológicos, mas achamos que o movimento de empreendedorismo inovador no Brasil já tem maturidade para um instituto de pesquisa separado da Anprotec. Trabalharemos pela mesma causa, mas o instituto será focado na realização de pesquisas e estudos. Mas o instituto é vinculado à Anprotec? Plonski – Não, ele é uma pessoa jurídica diferente, e vai gradativamente não só absorver os estudos que a Anprotec já realiza como captar novas oportunidades de estudos, pesquisas e trabalhos. Os fundadores são os conselheiros da Anprotec, é verdade,

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Qual é o desempenho do empreendedorismo inovador no Brasil hoje e de que forma isso vem evoluindo? Plonski – O empreendedorismo inovador no Brasil como movimento é bastante recente, em 2008 completou 21 anos, mas teve uma evolução notável, principalmente a partir de meados da década de 1990, quando o País civilizou a inflação. Temos hoje cerca de 400 incubadoras e 20 parques tecnológicos em operação, sendo que há várias outras iniciativas em fase de implantação.

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e no seu conselho estratégico existem três elementos indicados pela Anprotec, mas a pessoa jurídica é separada. Um convênio recém-assinado pela Anprotec com a Microsoft está gerando bastante expectativa entre os pesquisadores. Como vai funcionar o acordo? Plonski – A idéia é que a Microsoft facilite o acesso à infra-estrutura tecnológica e também apóie as empresas inovadoras a obterem aportes de capital de risco. Junto com a Anprotec, ela vai prover recursos para capacitar empresas incubadas ou recém-graduadas, dando oportunidade para elas interagirem diretamente com investidores internacionais.

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E o que se pode esperar da nova parceria da Anprotec com o Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec)? Plonski – O Fortec é uma entidade criada há dois anos que abriga os núcleos de inovação tecnológica das universidades. Ele é responsável pela gestão da propriedade intelectual e transferência de tecnologia. Então as atividades deles têm muito a ver com as nossas. Nós trabalhamos com inovação, transformamos conhecimento em produtos, bens e serviços, e a propriedade intelectual é uma questão muito importante para incubadoras e parques tecnológicos. Esse convênio vai unir essas duas frentes. Um dos primeiros temas que vamos trabalhar, possivelmente, será a capacitação de incubadoras e parques para gerirem sua propriedade intelectual.

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Além dessas parcerias, que outros convênios a associação firmou em setembro? Plonski – Tivemos a assinatura de um convênio com a Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento, a SBGC, para o mapeamento de boas práticas em parques tecnológicos. A SBGC tem uma série de metodologias que ajudará bastante o movimento e o País. Por exemplo, existem aspectos complicados nos parques, como a questão imobiliária. Alguns parques já têm uma boa experiência nisso e vão colocar esse conhecimento à disposição. Além dis-

so, firmamos parceria com as associações de incubadoras da Costa Rica e da Colômbia, para desenvolver ações conjuntas. Há uma lista de temas que estamos definindo no âmbito da Rede Latino-americana de Associações de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas (Relapi). Outra inovação que a Anprotec deve inaugurar em 2009 é a transformação de incubadoras em pontos de atendimento ao empreendedorismo. Como eles vão funcionar? Plonski – Estamos trabalhando nesse projeto junto com o Sebrae e com a incubadora espanhola Barcelona Ativa. A idéia é ganhar escala no atendimento aos empreendedores tornando as incubadoras pontos de atendimento qualificado. Elas vão concentrar informações e atender potenciais empreendedores, mesmo os que não estejam fisicamente dentro da incubadora. O apoio dos espanhóis é bastante importante, pois há uma iniciativa nessa linha muito bem-sucedida na cidade de Barcelona.

A idéia é ganhar escala no atendimento aos empreendedores tornando as incubadoras pontos de atendimento qualificado

O encontro anual da Anprotec não serviu apenas para a discussão, mas também para a realização de negócios. Como funciona essa dinâmica? Plonski – Os negócios desenvolvidos nesses eventos são de dois tipos. Um é entre gerentes de incubadoras, que se encontram e percebem que pode haver negócios em comum, não só de compra e venda de bens ou serviços, mas de parcerias tecnológicas. A outra forma são os negócios de longo prazo, relacionados a ações conjuntas entre incubadoras e parques. Um exemplo é o Prime, viabilizado por um programa anterior que nasceu nos seminários anteriores. Durante os eventos, foram criadas 18 redes de incubadoras que mais tarde se tornaram a base para criar o Prime.

LINHA DIRETA Guilherme Ary Plonsky: (61) 3202-1555


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NÃO DURMA NO PONTO

ESSA TAL FELICIDADE Existir é diferente de viver! Admita essa distinção, por enquanto, por uma questão didática. Existir é determinado pelos nossos processos biológicos, químicos, psíquicos e sociais. Processos esses de que, em condições normais, todos somos dotados. Nossos cérebros produzem sinapses, ingerimos alimentos, os órgãos cumprem todas as suas funções, nos relacionamos com outras pessoas. E muitas vezes fazemos tudo isso de forma quase instintiva e involuntária. Viver é outra experiência. Depende dos nossos pensamentos, sentimentos e ações. Mais que isso: depende das nossas percepções. E as nossas percepções resultam das interpretações que extraímos dos nossos processos biológicos, químicos, psíquicos e sociais. Considere uma variável determinante entre o existir e o viver: o tempo. Trata-se de um recurso limitado. Neste instante, você só consegue ler este artigo, nada mais. Pode escutar uma só música, beber uma só bebida, engolir uma só garfada daquela saborosa macarronada, participar de uma só conversa. Tudo isso é existir. O que transforma o existir em viver é o conteúdo dessa experiência. Pensar no tempo como um recurso limi-

escolhas que fazemos e o controle sobre elas está em nossas mãos. Ora! Mas o que tem a ver toda essa conversa numa revista de negócios? Esta é uma boa pergunta, mas estou convencido de que administração é assunto mais existencial do que técnico. Portanto, a excelência na vida é determinante para que haja excelência também no trabalho e nos negócios. E, que eu saiba, a vida é o nosso principal empreendimento. Torná-la excelente deve ser o nosso maior desafio.

A vida na corda bamba Considere duas situações possíveis: existir no trabalho e viver o lazer; viver o trabalho e existir no lazer. Caso oscilemos entre essas alternativas, constante e rotineiramente, em nenhuma dessas situações alcançamos uma excelência de vida. Boa parte das pessoas declara que se sente mais feliz em atividades de lazer do que no trabalho. E essa felicidade é, muitas vezes, feita de sol, praia, cervejinhas geladas, cheiro da picanha na churrasqueira, crianças brincando e o jogo na telinha da televisão.

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A excelência na vida é determinante para que haja excelência também no trabalho e nos negócios. E, que eu saiba, a vida é o nosso principal empreendimento

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tado é, de certa forma, angustiante. Muitos se ressentem por não dispor de mais tempo e ter de adiar uma porção de coisas que gostariam de fazer. Mas a boa notícia é que as

As conversas ficam sempre na superfície dos esportes, da família, da última moda, das próximas férias e das fofocas sobre conhecidos e celebridades. Se isso tudo representa

felicidade, então ser feliz fica mais próximo do existir do que do viver. Porque viver é fazer uso voluntário das nossas capacidades e isso acontece quando estamos diante de um desafio ou de um objetivo a ser alcançado. Um desafio exige de nós uma atenção completa, tanto física como psíquica, e é essa concentração que nos livra da entropia, aquele estado letárgico de desatenção, em que permanecemos condenados ao piloto automático. Nesse estado, parecemos felizes, mas no fundo estamos anestesiados. E, às vezes, literalmente anestesiados! É o oposto, portanto, do que vivenciamos nos momentos de alto desafio, quando estamos despertos e altamente conscientes, com tudo de que dispomos de mais nobre: sentimentos de concentração, criatividade, superação e realização. É nesses momentos de unicidade e uso do potencial todo que experimentamos a vida, na forma como ela está aqui sendo tratada. Confirme com suas próprias vivências. É ou não é diferente a sensação? Algumas pessoas experimentam tudo isso no lazer, mas nunca no trabalho. Outras vivenciam no trabalho, mas apenas existem no lazer. Embora isso some a favor do trabalho, não garante uma vida no estado de excelência. Quem só consegue uma experiência bem-sucedida de vida no trabalho pensa e sente como o lendário equilibrista de circo Karl Wallenda, que dizia: “Estar na corda bamba é vida, todo o resto é espera”. E isso é tanto uma solução profissional como um problema existencial. Já que a atenção é um recurso limitado, quando um desafio toma toda a energia psíquica, não sobra nada para as demais atividades. Por isso, algumas pessoas sentem-se perturbadas nos finais de semana e adoecem nos feriados prolongados ou mesmo nas férias, por mais esperadas que pareçam. O que se conclui que boa parte das pessoas está despreparada para o ócio. E que confunde lazer com “levar a vida”. Nada mais do que o equivalente a perder tempo. Mas a própria palavra lazer encerra uma profunda lição. Na sua origem, o termo grego para lazer é scholea, que é a raiz da palavra escola, porque os filósofos gregos acreditavam que o melhor uso para o lazer era o estudo e que nos tornamos verdadeiramente humanos dedican-


do tempo ao desenvolvimento pessoal. Está bem! Se não gostou, deixe isso lá com os gregos! Mas reconheça que, quando estamos sem propósitos, não temos um foco onde colocar a atenção e a motivação. E acabamos por gastar o tempo com atividades letárgicas e sem sentido, optando pela maneira mais rápida, porém equivocada, de lidar com o caos de consciência. O que é uma pena! O mundo está repleto de coisas interessantes para fazer. Basta um pouco de imaginação e iniciativa. Lazer também é cultura, quando se trata de entretenimento prazeroso, que ao mesmo tempo nos estimula, renova e (acredita?) relaxa! De verdade.

Ser bamba na corrente da vida Bamba é um adjetivo meio fora de moda para qualificar alguém que desenvolveu maestria em determinado assunto. Ser bamba na vida é um propósito que deveríamos almejar. É bamba nesse poderoso desafio quem vive o trabalho e o lazer com a mesma intensidade. E isso acontece quando o que está fazendo é tão absorvente e gratificante que você nem pensa em se dedicar a qualquer outra coisa. Mas atenção para um detalhe importante: não basta gostar do que faz! É preciso, isto sim, fazer as coisas com gosto. Esse gosto se desenvolve quando você consegue

por Roberto Adami Tranjan

Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953/www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net

dando apenas com as exigências imediatas da vida, como o simples e limitado sobreviver. Isso pode ser tão voraz que sobra pouco tempo (ou mesmo nenhum) para que nos interessemos pelo mundo ao nosso redor ou por qualquer outra coisa que não seja aumentar os créditos na nossa contabilidade da sobrevivência. Mas na maior parte das vezes em que nos sentimos realmente vivos fizemos as coisas pelo insuperável deleite de fazê-las, sem precisar de impulsos e recompensas externas. A experiência é que é a verdadeira recompensa! Seguida daquele sentimento ímpar de auto-realização que só emerge de nossas profundezas, em todo o seu esplendor,

expressar os seus talentos, usando todo o seu potencial, muitas vezes oculto. Você se surpreende com tudo do que é capaz! A maioria de nós dispersa a atenção, li-

quando contribuímos com algo maior fora de nós mesmos. Algo capaz de deixar um pouco de quem somos nessa poeira cósmica e transcendente que é a Vida.

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Viver é fazer uso voluntário das nossas capacidades e isso acontece quando estamos diante de um desafio ou de um objetivo a ser alcançado

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Governo e instituições investem na internacionalização de empreendimentos de micro a médio porte

Rumo ao

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por Francis França

Mervyn Lowe, diretor da P3D, que exporta tecnologia para 12 países

Em dois anos, 12.971 micro e pequenas empresas (MPEs) no País farão negócios no mercado internacional. A meta está incluída na Estratégia Brasileira de Exportação, anunciada em setembro pelo governo federal, que pretende ampliar em 10% o número de empreendimentos de pequeno porte que atuam no comércio exterior até 2010. Para atingir esse resultado, já estão em andamento ações para melhorar infra-estrutura logística e ampliar mecanismos de crédito e financiamento às exportações. O esforço conta com a colaboração de parceiros como Sebrae e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que pretendem facilitar a vida das MPEs. Mas, antes de se candidatar a indicador na estatística federal, o empresário precisa ter na ponta do lápis algumas informações estratégicas: quem é o cliente, quanto ele está disposto a pagar, que padrões exige, quem são os concorrentes, qual a capacidade produtiva ociosa. Além disso, precisa se fazer uma pergunta crucial: afinal, o produto interessa ao consumidor estrangeiro? A lista é longa, mas nada para arrancar os cabelos. O Sebrae construiu uma plataforma para ajudar os empresários a conhecer seu próprio negócio e a aparar as arestas para começarem a exportar. O portal www.internacionalizacao.sebrae.com.br oferece um serviço chamado Autodiagnóstico pelo qual o empreendedor identifica em que estágio se encontra para se lançar no comércio exterior. O serviço é útil até para quem está começando do zero. “Lá tem, por exemplo, uma pergunta sobre qual é a estratégia de formação de preço que o empresário usa. Se ele responder que não tem nenhuma, vamos encaminhá-lo então para um curso de formação de preço, porque sem saber isso ele não passa da fronteira”, explica Louise Machado, coordenadora do Programa de Internacionalização do Sebrae. Lançada em outubro, a iniciativa integra a Estratégia Brasileira de Exportação, construída dentro da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), anunciada em maio pelo governo. O programa do Sebrae pretende preparar as MPEs para a exportação desde que são criadas. “Trabalhamos desde o diagnóstico para avaliar o potencial de internacionalização da empresa até o ponto em que ela está pronta

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francis@empreendedor.com.br

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para acessar o mercado internacional. É um modelo que tem uma trilha de atendimento com início, meio e fim”, diz. A meta do Sebrae é atender 4 mil empresas em dois anos, e incluir parte delas na meta da PDP. Junto com o Autodiagnóstico, o portal oferece informações sobre como exportar, dados do comércio exterior e cursos on-line gratuitos para os empreendedores. Depois de passar pela análise virtual, um consultor do Sebrae vai até o empreendimento para fazer um segundo diagnóstico do processo produtivo, da equipe, da gestão e até do próprio empresário. Com as informações são elaborados dois planos: um de qualificação e outro de internacionalização. Quem já exporta sabe que planejamento nunca é demais. A P3D, empresa do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec), foi fundada em 2003 e começou o processo de internacionalização em 2005. Para o diretor Mervyn Lowe, é fundamental ter todos os aspectos do negócio detalhados e contabilizados, e ainda deixar margem para os imprevistos. “A minha recomendação é: faça o plano

de negócios com margens absolutamente conservadoras para estimar o investimento necessário para operar no mercado internacional. Aí, lá no final, pegue esse valor e multiplique por dois, porque é o que se vai gastar, na prática, nessa empreitada”, aconselha.

Momento único A primeira coisa que a P3D avaliou ao decidir pela internacionalização foi se o produto servia ao mercado externo e se havia concorrentes estrangeiros. Lowe chegou à conclusão de que o software desenvolvido era único no mundo e resolveu partir para a ação. “Decidimos investir fora do Brasil por ser um momento único, em que uma pequena empresa brasileira não tem concorrentes. Isso é uma janela no tempo que não sabemos quanto vai durar”, conta. A P3D desenvolve lousas eletrônicas com imagens tridimensionais e realidade virtual e já começou o processo de internacionalização, tendo que romper o tabu de que o Brasil não tem tradição de software. Foram três anos

e meio de investimento em canais de venda, participação de feiras e missões internacionais. O ponto de partida foi um escritório na Espanha, onde começaram os testes com tradução, suporte remoto e busca de parceiros para distribuição. Atualmente a tecnologia é exportada para 12 países, incluindo Estados Unidos, Alemanha e Finlândia. No Brasil, cerca de 150 instituições já usam a lousa eletrônica. São cerca de US$ 400 mil exportados anualmente, o que representa 20% dos negócios da empresa. A idéia é ampliar a fatia, mas, em meio à crise que os mercados mundiais enfrentam neste final de ano, Lowe está satisfeito por não depender das exportações. “O dólar subindo para nós é ruim, perdemos competitividade porque o custo do produto sobe. Qualquer grande flutuação de mercado é prejudicial, altera as planilhas de investimento, e isso nos afeta”, diz. A empresa cresce em média 50% ao ano e já conquistou três prêmios internacionais em educação – dois na Espanha (Innova/Espanha 2006 e 2008) e um na Suíça ( Worlddidac Award 2006). A P3D contou com o apoio da Apex-Brasil


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Papel dos parceiros O Programa de Internacionalização das Micro e Pequenas Empresas do Sebrae foi construído por uma equipe de parceiros com funções específicas de acordo com suas especialidades. Veja qual será o papel de cada um deles: Banco do Brasil: Vai oferecer um pacote especial de crédito para exportação aos empresários que aderirem ao programa. O banco terá acesso à ficha da empresa, com todos os detalhes sobre o negócio, para oferecer os produtos e serviços que mais combinarem com o momento empresarial do interessado. Apex-Brasil: Vai ajudar a promover as exportações dos empresários preparados pelo Sebrae, promovendo acesso a clientes, feiras e eventos. O acordo é que a Apex atenda pelo menos mil empresas vindas do programa. Em contrapartida, o Sebrae vai capacitar 2 mil clientes da Apex, com diagnóstico, cursos e consultorias.

e da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) para participar de feiras internacionais e contratar consultores. Segundo Lowe, sem apoio, as pequenas empresas não têm condições de concorrer no mercado mundial. “É muito dinheiro e muito tempo para ver o retorno. Se eu soubesse o que me esperava, acho que teria pensado duas vezes. Eu não tinha a mínima noção do quão pouco dinheiro e informação eu tinha e quanto demoraria essa brincadeira”, afirma. A proposta dos programas do governo federal e do Sebrae é justamente aliviar esse fardo. Ao todo, 23,5 mil empresas brasileiras operam no mercado internacional, sendo que 50,6% são MPEs e 24,5% são empresas de médio porte, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). “Elas representam parte essencial da economia brasileira e geram a maior parte dos empregos, e esse apoio é condição estratégica para países que precisam elevar as metas de desenvolvimento e aumentar a participação no comércio internacional”, diz Cândida Maria Cervieri,

Correios: Vai disponibilizar técnicos para dar cursos aos empresários do programa sobre os serviços de exportação oferecidos pelos Correios e dar dicas sobre como preencher a Declaração Simplificada de Exportação (DSE) do sistema Exporta Fácil. O treinamento mostra o passo-a-passo para exportar. A parceria ainda está em fase de construção, e outros serviços devem ser incluídos. CNI: A Confederação Nacional da Indústria vai atuar em conjunto com o Sebrae em promoção de exportações, capacitação em determinadas áreas e missões integradas ao exterior. A idéia é que as duas instituições unam esforços, em vez de investir em ações isoladas. ITC: A parceria com o Internacional Trade Centre trata do compartilhamento de inteligência e informações estratégicas. O ITC tem informações detalhadas sobre cotações de produtos em todos os países, e vai deixar essas informações disponíveis para as empresas do programa. MRE: O Ministério das Relações Exteriores vai disponibilizar para o Sebrae e empresas do programa seu acervo de informações sobre os mercados com os quais o Brasil tem acordos comerciais, para facilitar a prospecção de clientes e internacionalização de empresas. O ministério também dispõe de informações detalhadas sobre cada destino de exportação, o que facilita na hora de planejar.

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P3D desenvolve lousas eletrônicas com imagens tridimensionais e realidade virtual

ABDI: A Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial vai fornecer ao Sebrae uma avaliação das melhores práticas de internacionalização da Comunidade Européia. A idéia é mostrar ao Sebrae como o processo é feito lá fora, casos de sucesso, experiência de entidades com atuação semelhante ao Sebrae e trazer esse conhecimento para as MPEs brasileiras.

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Números da Exportação Destino das vendas

29%

20% 10% 6%

26% 2% 8%

J Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) .................29,0% J União Européia .........................25,6% J Estados Unidos..........................19,7% J Ásia ........................................ 10,3% J África .......................................5,7% J Oriente Médio ............................ 1,7% J Outros ........................................ 8%

Crescimento entre 2006 e 2007 75% 59,1% 50%

39,5%

30%

25%

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15,8% África

Mercosul

2006 África 107,5 Mercosul 342,6 União Européia 590,7 Ásia 267,5 Valores em milhões de dólares

UE 2007 171,1 477,9 768,1 309,8

Ásia Variação 59,1% 39,5% 30% 15,8%

Fonte: MDIC (dados sobre micro, pequenas e médias empresas)

diretora do Departamento de Micro, Pequenas e Médias Empresas do MDIC. A Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) pretende dar sustentabilidade ao atual ciclo de expansão da economia nacional e, além de aumentar em 10% o número de MPEs exportadoras, foram definidas outras três macrometas: aumentar para 21% a taxa de investimento fixo em relação ao PIB; ampliar a participação das exportações no comércio mundial para 1,25%; e elevar o gasto privado em pesquisa e desenvolvimento para 0,65%. O papel relevante das MPEs fez o governo prever ações específicas, como a regulamentação da Lei Geral e medidas para melhorar gestão e capacidade de inovação. “As MPEs brasileiras aceleram o ritmo de desenvolvimento não somente no sentido econômico, mas no de promover uma melhor distribuição de renda, pois geram empregos, divisas, aumentam a capacidade brasileira de inovação e desenvolvimento tecnológico, e contribuem para reduzir desequilíbrios regionais”, destaca Cândida. O grupo das MPEs teve o melhor desempenho relativo da economia no ano passado, ampliando as exportações em 25,4% de 2006 para 2007, passando de US$ 2,4 bilhões para US$ 3 bilhões. A participação no valor total exportado pelo País ainda é pequena (1,9%), mas o valor médio exportado subiu 24%, chegando a US$ 251 mil por empresa. Esses e outros dados farão parte de uma balança comercial voltada para MPEs, que será elaborada e divulgada pelo governo até o final do ano. A partir de 2009, os relatórios serão bimestrais. Os esforços não se concentram apenas em atingir metas numéricas, mas em semear a cultura internacional na consciência dos micro e pequenos empresários brasileiros. A idéia é que as MPEs já nasçam pensando no comércio exterior. “Nenhuma empresa na China abre as portas pensando em vender para o vizinho, todos os empresários lá sabem que concorrem com o mundo, e é isso que queremos aqui. Afinal, mesmo que não exportem, as empresas estão concorrendo com produtos estrangeiros aqui dentro”, diz Louise Machado, do Sebrae. Para fomentar essa natureza exportadora, o programa de internacionalização vai oferecer ferramentas que ajudem o empresário a tomar decisões sem depender exclusivamente de consultores. “Um dos serviços que estamos trabalhando é levar informação

qualificada na mão do empresário. Por exemplo, mando para o celular de um pequeno produtor de limão no interior de Minas Gerais uma mensagem com a cotação do dia. Ele não precisa procurar ninguém, não precisa ir até o Sebrae, a informação estratégica é que vai até ele”, explica. Outra tarefa dos programas, tanto do MDIC quanto do Sebrae, é apagar alguns mitos da cabeça do futuro exportador. O primeiro deles é a idéia de que a MPE brasileira vai para o exterior vender no atacado, quando o ideal é justamente procurar nichos. “Antes de vender mais, queremos vender melhor”, lembra Louise.

Produto diferenciado Essa é a estratégia que norteia o processo de internacionalização da VO2Max, que desde 2004 fabrica roupas especiais para a prática de esportes. De acordo com o diretor Marcelo Torres, o foco é vender para lojas, não países. “Nós não lançamos coleções, trabalhamos por pedidos feitos por especialistas em atividades físicas. Minha busca com esses parceiros é identificar os compradores. Queremos ir aos poucos. Estamos recém no segundo ano de trabalho de internacionalização, metade da vida da empresa”, pondera. No Brasil, a VO2Max tem cerca de 150 clientes, principalmente redes de lojas esportivas, como a Centauro, que leva a marca a 42 pontos-de-venda. Torres seguiu à risca a cartilha da internacionalização: tem produtos competitivos no mercado externo e capacidade para dobrar a produção, que hoje é de 1,5 mil peças por mês. “É o máximo que conseguimos hoje, porque não basta acelerar o processo de produção. São peças muito elaboradas”, diz.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) participa da Política de Desenvolvimento Produtivo, claro, oferecendo crédito para exportação. O banco recebeu autorização para construir subsidiárias no exterior e conceder financiamentos em euro. Junto com a Estratégia Nacional de Exportação, entra em ação a Nova Política Operacional do BNDES, com redução de spreads, novas linhas de inova-


CRISTINA GALLO

A qualidade do produto é a salvaguarda para garantir mercado. Torres é ciclista e começou a fabricar as roupas para uso próprio, pois não estava satisfeito com a qualidade das opções disponíveis no mercado. Decidiu investir em tecidos especiais, que utilizam nanotecnologia e protegem contra raios ultravioleta e inibem a proliferação de bactérias. Desenvolveu também aplicações no tecido para que o ciclista seja visto pelos carros à noite. A VO2Max também tem roupas para a prática de triatlo e desenvolve peças para corrida de aventura. Seus produtos hoje concorrem com gigantes multinacionais, como Nike, Puma e Adidas, e o que garante a competitividade é a sofisticação. “Se eu tentar trabalhar em escala, não tenho como competir, então investi em material melhor, pessoal qualificado. Os grandes fabricantes multinacionais não conseguem o mesmo grau de preciosismo que temos. O consumidor bate o olho e percebe que a qualidade é superior, então não importa se tem Nike, ele vai querer comprar nossas roupas também”, explica Torres, com a segurança de quem tem um público especializado. Ele testa seus produtos pessoalmente, e ainda conta com a avaliação dos amigos que fazem parte do ranking brasileiro de ciclismo. A VO2Max já nasceu querendo exportar, mas Torres só se sentiu seguro para começar o processo há dois anos. “Internacionalizar é fundamental para nós, porque nosso mercado é especialista. Se não levarmos os produtos para outros países, ficamos sujeitos à sazonalidade.” Quando percebeu que não tinha mais condições de avançar sozinho, procurou a ajuda profissional da Apex-Brasil e do Sebrae para adequar o produto ao mercado externo em relação a cor, forma, emba-

Marcelo Torres começou a produzir para uso próprio e hoje compete com multinacionais

ção, prazos Finame, nova área de renda variável e outras iniciativas. Entre os mecanismos de incentivo às exportações das MPEs, o banco oferece desde 2004 o Programa Empresa Âncora, que viabiliza a exportação indireta de bens produzidos por micro, pequenas ou médias empresas. Segundo as normas do programa, o BNDES oferece crédito para empresas de grande porte, chamadas de âncoras, que repassam os re-

cursos para seus fornecedores. A vantagem para as primeiras é o acesso mais fácil aos recursos, e para a âncora, a possibilidade de qualificar sua cadeia de fornecedores e captar recursos nas mesmas condições que o banco dá a uma pequena empresa. O BNDES apóia atualmente nove companhias âncoras em todo o País, associadas a cerca de 750 empresas menores. Desde que começou a funcionar, o programa já financiou US$ 80 milhões, que

resultaram em US$ 190 milhões em exportação nas organizações de menor porte e US$ 460 milhões nas âncoras. Levando em conta todos os programas que o BNDES desenvolve com foco em micro e médias empresas, 88% das operações realizadas no primeiro semestre foram voltadas a esse público, o que somou R$ 13 bilhões em financiamentos – 25% do total de recursos.

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Programa Empresa Âncora

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Rastreabilidade e produtos especiais garantem à Prodapys competitividade no exterior, onde atua há cinco anos

lagem, etiqueta, além de questões delicadas como proteção da marca. Segundo Torres, para as MPEs o processo de internacionalização é sempre delicado, e o empresário não pode se dar ao luxo de cometer erros. “Se meu concorrente dá um mau passo, esse erro é absorvido, porque eles são muito grandes. Conosco é diferente: qualquer erro em investimento é um passo para trás, por isso apostamos em planejamento e pesquisa.” A VO2Max ainda não tem data para começar a exportar, mas já sabe que seu foco é a América Latina.

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Novos rumos

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O destino de exportação é o segundo mito que as MPEs brasileiras precisam romper. Quando se fala em comércio exterior, a primeira coisa que os empresários pensam é em vender para Estados Unidos e Europa, quando a América Latina e a África oferecem mercados com forte poder de consumo e baixa concorrência. “Por que não investir em um país de língua portuguesa, por exemplo? Temos que trabalhar esses mercados, e nossa estratégia com o programa é justamente identificar as

oportunidades”, diz Louise Machado. Segundo dados do MDIC, o maior destino das exportações de empresas de micro a médio porte em 2007 foi a Associação LatinoAmericana de Integração (Aladi) – que inclui 12 países da América do Sul, América Central e México – com 29% das vendas, das quais metade para o Mercosul. Em segundo lugar aparece a União Européia (25,6%), seguida dos Estados Unidos (19,7%). A África responde por apenas 5,7% das exportações, mas as vendas para o continente cresceram 59% entre 2006 e 2007. Embora a Estratégia Brasileira de Exportação dê prioridade à expansão em mercados não tradicionais, como África, Oriente Médio, Europa Oriental e América Central, isso não significa que as empresas brasileiras não possam ter sucesso na Europa e nos Estados Unidos. A Apis Nativa Agroindustrial Exportadora (Prodapys) passou de micro a médio porte em cinco anos trabalhando principalmente com esses destinos. O primeiro lote de mel exportado foi para a Alemanha, em 2001, e a empresa chegou a vender 95% de sua produção para a Europa. Em 2006 veio o baque: a Comuni-

dade Européia embargou o produto porque o Brasil não tinha um Programa de Controle de Resíduos no Mel. A Prodapys realocou suas vendas para os Estados Unidos, mas sofreu com o prejuízo, porque, além de os norte-americanos não valorizarem tanto o mel quanto os europeus, o enxugamento do mercado diminuiu o poder de barganha dos produtores brasileiros. “O mercado americano pagava pelo nosso mel US$ 200 menos do que para o mel argentino, porque sabia que não tínhamos alternativa”, conta Tarciano Santos da Silva, gerente de exportações da Prodapys. Antes do embargo, a empresa exportava para Alemanha, Reino Unido, Bélgica e Espanha, além de Japão e Estados Unidos. Para superar as dificuldades, investiu em controle de processos e capacitação de produtores, e foi a primeira empresa do País a cumprir as exigências da Comunidade Européia, tornandose apta a vender para o bloco novamente em 2008. Entre janeiro e agosto deste ano, já foram exportadas 1,8 mil toneladas de mel, mais do que todo o volume de 2007, que fechou em 1,4 mil toneladas. A Prodapys compra mel de 450 forne-


Apex-Brasil promove exportações de empresas preparadas pelo Sebrae, facilitando o acesso a clientes, feiras e eventos

lote que chega ao consumidor. As boas práticas renderam à Prodapys, em 2007, a medalha de ouro como o melhor mel escuro do mundo, durante o congresso Apimondia, na Austrália. Certificações de acordo com padrões internacionais têm rendido bons frutos às empresas brasileiras em diferentes segmentos, como alimentação, cosméticos, tecnologia e equipamentos médicos. “As MPEs estão fazendo o dever de casa, e isso as torna mais competitivas nas concorrências internacionais. Elas chegam aos mercados com a mesma certificação que os produtos europeus, mas com custo de produção muito mais baixo”, afirma Sérgio Costa, gerente de negócios da Apex-Brasil. Parceira no programa de internacionalização do Sebrae, a Apex também está engajada na Política de Desenvolvimento Produtivo. Seu papel é prospectar e indicar mercados para as empresas brasileiras, e para isso formou equipes que monitoram de perto as oportunidades de negócios nos mercados definidos pela PDP como prioritários. A idéia é consolidar a presença brasileira no exterior, de forma que as MPEs não exportem apenas uma vez, só para dizer que

exportaram. “Queremos que os produtos brasileiros sejam incorporados no cotidiano do mundo. Que lá na China, ou em Angola, um consumidor tenha vontade de usar as nossas roupas, comer o nosso açaí, usar os cosméticos inspirados na beleza de nosso país”, diz Costa. Pois se tudo correr como previsto na Estratégia Brasileira de Exportação, em dois anos poderemos contar milhares de novos micro e pequenos empresários para levar ao mundo um pouquinho de Brasil, iaiá...

LINHA DIRETA Cândida Maria Cervieri (MDIC): (61) 2109-7000 Louise Machado (Sebrae): (61) 3348-7343 Marcelo Torres (VO2Max): (61) 3245-1029 Mervyn Lowe (P3D): (11) 5505- 0556 Sérgio Costa (Apex-Brasil): (61) 3426-0202 Tarciano Santos da Silva (Prodapys): (48) 3521-0723

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cedores em todo o Brasil, entre produtores e cooperativas. Já estão certificadas para vender no mercado europeu casas de mel em Santa Catarina e no Ceará, além de outras liberações previstas no Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul. “Acreditamos que em seis meses conseguiremos direcionar 90% das nossas exportações para o mercado europeu. Estamos apoiando nossos produtores com ajuda financeira, técnica e com a colaboração do Sebrae, com o Programa Alimento Seguro”, diz Silva. O retorno da Prodapys para o mercado europeu beneficia inclusive os concorrentes nacionais. “Tiramos oferta do mercado norte-americano, e por uma regra simples de oferta e demanda, eles acabam obrigados a pagar melhor pelo mel brasileiro”, explica. O que garante competitividade no exterior são produtos especiais, como o mel orgânico, inspecionado uma vez por ano por uma certificadora suíça. No período das vacas magras, a empresa também conquistou a confiança dos consumidores por honrar os contratos, mesmo perdendo dinheiro. Outra vantagem foi o desenvolvimento de mecanismos de rastreabilidade, pelo qual é possível saber de onde saiu cada

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ESPECIAL

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Jo達o Abud Junior, presidente da Diebold Procomp

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fortes Pilares

por Andréia Seganfredo colaboraram Cléia Schmitz, Diogo Honorato e Francis França A crise financeira mundial, desencadeada pela bolha imobiliária dos Estados Unidos, levou investidores, bancos e financiadoras à falência – com perdas estimadas em mais de US$ 1 trilhão pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) –, mas também colocou em evidência o modelo de concessão de crédito norte-americano: pouco regulado e estimulado por baixos juros internos. “No Brasil, isso dificilmente aconteceria. O Banco Central regulamenta o mercado, estabelecendo limites para empréstimos por parte dos bancos”, explica Maurício Ghetler, consultor da MG Systems. Apesar de afetados, os bancos brasileiros mantiveram rentabilidade maior que os norte-americanos – 21,7% contra 8,9%, segundo estudo da consultoria Economatica. Para alcançar esse índice, a cadeia de valor que sustenta o sistema bancário revela-se estratégica. “Graças a ela, os bancos mantêm um colchão de liquidez no recebimento de tarifas, pois a grande maioria provém dos serviços oferecidos. Isso ajuda a não depender tanto de crédito”, diz Ghetler. No ano passado, mais de 41 bilhões de transações bancárias foram realizadas nos mais diversos canais – internet, call center, auto-atendimento, correspondentes não-bancários, caixas de agências e varejo.

Ao mesmo tempo em que essa rede requer investimentos e aperfeiçoamentos tecnológicos, torna-se atrativa para empresas fornecedoras de soluções. No último ano, os bancos investiram R$ 6,2 bilhões em Tecnologia da Informação, que somados às despesas de manutenção da área chegam a um montante de R$ 15 bilhões, segundo dados da Febraban. No mesmo período, os serviços de desenvolvimento e manutenção de sistemas prestados por terceiros (15%) superaram as despesas com desenvolvimento de software pelas próprias instituições bancárias (13%), confirmando o potencial do mercado. A projeção para os próximos 18 meses é que os investimentos em TI cheguem a R$ 8,6 milhões – conforme o estudo Brazil IT Investments Trends: Finance 2008/2009. Uma das áreas de grande demanda em TI para os bancos está relacionada à gestão de crédito, sobretudo após o montante alcançado em setembro deste ano – R$ 1,149 trilhão, correspondente a 39,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e o maior já registrado pelo Banco Central. “Nossos bancos têm software de análise de risco com muito desenvolvimento brasileiro, usando métodos de estatística e até com físicos trabalhando isso. Fazem isso muito bem”, avalia Rui Rosado, diretor da Unisys para o mercado financeiro. Outra característica é a boletagem eletrônica, em que todas as operações são monitoradas até a liberação do crédito. “No exterior, muitas ainda são ma-

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Com a crise, a eficiência da cadeia de valor e das ferramentas dos bancos é ainda mais necessária para evitar riscos desnecessários e prejuízos, e manter a rentabilidade

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DIOGO HONORATO

ESPECIAL

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Rochadel, da Wiaxis, que desenvolveu sistema inovador de autorização de pagamento através de celular

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nuais e não há acompanhamento de todas as fases”, complementa Ghetler. Aliado a isso, as mudanças na regulamentação também impulsionam a busca por novas soluções. Desde julho, o Banco Central do Brasil exige que todas as instituições bancárias apliquem um conjunto de regras de controle de risco de crédito. A circular atende aos princípios da Basiléia II, deliberação firmada pelos maiores bancos mundiais em 2004, na cidade de Basel, na Suíça, com o objetivo de padronizar as formas de análise de risco. Mais recentemente, no dia 23 de setembro, o BC informou que vai obrigar todas as instituições financeiras a manterem uma estrutura de gerenciamento de risco de crédito. “Os grandes bancos já têm essas estruturas montadas, mas os pequenos e médios não”, diz Alexandre Ferreira Saldanha Marinho, presidente e fundador da SIACorp Software e Consultoria, especializada em automação de crédito e gestão de risco. Desde 2003, a empresa desenvolve a solução Ibasel – suíte de ferramentas criada especialmente para atender aos requisitos da Basiléia II referentes à gestão de risco de crédito e operacional. O produto é responsável por mais de 80% do faturamento da SIACorp, que tem o Bradesco como seu principal cliente. Nos últimos anos, a empresa tem crescido a taxas médias de 40%. Segundo Marinho, os grandes bancos

trataram de se adaptar às normas da Basiléia II antes mesmo das normativas do BC. A expectativa da SIACorp é que as instituições bancárias de médio porte façam o mesmo. Ao longo deste ano, corretoras e pequenos bancos também começaram a mostrar maior interesse por sistemas de gestão de risco de crédito e risco operacional. “Para 2008, esperamos manter o crescimento de 40%”, afirma o executivo, que também prevê um mercado aquecido em 2009 em decorrência das novas normativas do BC. Outra mudança do marco regulatório com conseqüência direta no desenvolvimento de TI é a adoção do padrão contábil internacional (IFRS), que passará a ser obrigatório para todas as companhias abertas e empresas fechadas de grande porte a partir de 2010. Grandes desenvolvedores de software de gestão já estão atualizando suas versões para atender a mais esta exigência. “Certamente é uma oportunidade de novos negócios e vai impactar positivamente em todas as empresas que fornecem aplicativos de contabilidade”, diz Carlos Augusto Leite Netto, presidente da Matera Systems. A empresa é responsável pela Matera Banco, um conjunto de sistemas que cobre todo o back office do mercado financeiro, desde contabilidade até canais como internet e iPhone Banking. Recentemente, a empresa investiu

R$ 10 milhões em atualizações tecnológicas. “Quando um banco compra uma solução ele não precisa saber apenas se ela funciona, mas até quando”, destaca Leite Netto. Ele acredita que a Matera pode receber a migração de clientes cujos fornecedores não conseguirão se adaptar a tempo para as normas internacionais de contabilidade. De um modo geral, o executivo considera o potencial desse mercado muito restrito devido ao baixo número de instituições bancárias no Brasil – em torno de 160. Desse total, metade se divide entre pequenos bancos, que preferem soluções mais simples, e grandes instituições, que normalmente desenvolvem TI em casa. “Para nós resta um mercado de 80 empresas. Mas já estamos em pelo menos 40, é uma condição muito boa no mercado” , afirma o executivo. No início do ano, a Matera conquistou um importante cliente, o Banco Azteca, braço financeiro do grupo mexicano Salinas. Segundo Leite Netto, o diferencial é que a empresa oferece uma solução completa, condição perfeita para quem vem de fora e não está adaptado ao sistema bancário brasileiro. Em três meses, o Azteca já estava operando normalmente. Para ampliar o mercado, a Matera também está comercializando uma solução full web do Matera Banco, uma forma de atrair pequenos bancos com a redução de


USO DE OUTSOURCING/TERCEIRIZAÇÃO Período

Na outra página: Nori Lermer, da ATP Banking Technology, que desenvolveu terminal multiuso (ao fundo)

2006

2007

Evolução

Telecomunicações

68%

74%

9%

Serviços de impressão

76%

73%

-4%

Help desk

63%

67%

6%

Projeto e desenvolvimento de aplicativo

62%

64%

3%

Manutenção de sistemas legados

43%

55%

27%

Processamento de cartões

58%

54%

-7%

Fábrica de software

52%

46%

-12%

Backup site

49%

44%

-10%

Body shop

37%

37%

0%

Infra-estrutura de CPD

29%

33%

13%

7%

Áreas de back office

custos com datacenter e outros recursos necessários para rodar programas.

Perfil inovador O dinamismo regulatório do mercado não é o único fator de influência na inovação em TI dos bancos. Segundo Ghetler, o perfil do consumidor, extremamente jovem e habituado a lidar com tecnologias, também impulsiona os negócios da área. Além disso, para o consultor, a falta de punições para crimes bancários no País estimula os investimentos em segurança da informação. “Nos Estados Unidos, eles não se preocupam com isso porque delegam para as autoridades”, diz. Outro ponto a favor da inovação bancária brasileira é que cerca de 90% dos softwares são construídos para plataformas baixas e não para mainframes – computadores de grande porte, atualmente utilizados para grandes bancos de dados. “No exterior ainda tem muita plataforma alta, o que significa um problema na evolução desses sistemas, pois há certa inflexibilidade no desenvolvimento de inovações”, explica Ghetler. Enquanto isso, ganha espaço no mercado nacional a implantação de plataformas multicanais, que permitem a integração dos aplicativos internos e transações. No Brasil, caracterizado pela presença de grandes bancos de varejo, com unidades em

todo o território, a integração de sistemas e entre agências sempre foi estratégica. “A conexão on-line entre agências é anterior à internet e foi impulsionada por causa da inflação, que também ocasionou a compensação de cheques em 24 horas”, diz Rosado, da Unisys. Em nenhum outro país o processamento é feito em tão curto prazo. “O cliente brasileiro se acostumou com isso, e as entidades reguladoras não permitem

Ghetler, da MG Systems: “Inovação tecnológica é vendida hoje como diferencial do banco”

que ele perca essa vantagem”, afirma. Para manter a competitividade, os bancos enfrentam o desafio de lançar novas ferramentas e soluções e, depois, disponibilizá-las para todos os clientes. “Tudo acaba sendo mais oneroso. Não são dez pontos para remodelar, são milhares. Então, nossos processos são complexos”, considera Rosado. Apesar disso, eles têm conseguido inserir adaptações em toda a cadeia, pois a customização de sistemas no Brasil era muito barata. “Com isso, criou-se uma pressão muito grande por parte do usuário, e inovação tecnológica é vendida hoje como diferencial do banco. Se um não fizer, o outro faz”, diz Ghetler da MG Systems. Sob essas condições, as instituições bancárias apostam em desenvolvimento de TI para conquistar clientes. Uma pesquisa do Citibank mostrou que o Internet Banking no Brasil, para ser competitivo, deveria ter 250 funcionalidades, enquanto que 50 seriam suficientes para o mercado norte-americano. Acompanhando essa tendência, produtos e serviços têm sido desenvolvidos, como novas modalidades de pagamento e funções adicionais nos terminais de auto-atendimento (ATMs) – hoje algo em torno de 170 mil unidades, responsáveis por um terço das operações. Os fornecedores de ATMs já têm tecnologia para oferecer terminais com reconhecimento de cédulas falsas, processamento de

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Fonte: Febraban

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ESPECIAL cheques por imagem e depósitos sem envelopes. Dispositivos de segurança também têm sido incrementados, com soluções de biometria e de gerenciamento dos equipamentos. “O Brasil é o terceiro maior mercado de ATMs no mundo e é pólo de desenvolvimento de tecnologias nessa área”, diz João Abud Junior, vice-presidente da Diebold para América Latina e presidente da Diebold Procomp, maior fornecedora de ATMs no País. Segundo o executivo, os terminais brasileiros destacam-se por oferecer um leque maior de transações bancárias e de serviços. Cerca de 80% da demanda da empresa, que fornecerá 16,5 mil unidades até o fim deste ano, é destinada à reposição de equipamentos antigos. Em 2007, a Diebold chegou a faturar R$ 1 bilhão – 30% apenas com o mercado de ATMs. Com aproximadamente 50 clientes, entre eles Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, desenvolveu a linha Opteva, conforme as normas da ABNT para acessibilidade de deficientes físicos e com o menor custo de propriedade do mercado. “Temos um equipamento que dura mais e se paga

mais rapidamente”, afirma Abud. Outra fornecedora de ATMs, a ATP Banking Technology, juntou a experiência na prestação de outsourcing em auto-atendimento e back-office para criar terminais multiuso – equipamentos que executam outras operações além das bancárias, como compras de bilhetes de viagem e cinema. Em outubro, a empresa começou a instalar máquinas próprias, conectadas à Rede Verde e Amarela, nas capitais onde possui escritório. “As transações serão disponibilizadas dependendo da região e do interesse do prestador de serviço, caso ele queira utilizar nosso equipamento como canal de distribuição”, diz Nori Lermer, presidente da empresa. A expectativa de crescimento é de 1,8 mil pontos para os próximos dois anos. A iniciativa inclui 16 bancos diferentes e, segundo o executivo, permite compartilhar os custos de manutenção dos equipamentos, o que implica a redução das tarifas e a instalação em locais onde o investimento por uma única instituição não seria compensado. Nos terminais, as informações dos depósitos em dinhei-

ro e cheque são repassadas imediatamente para as contas, nesse caso respeitando o prazo de compensação. “Não é mais necessário abrir um envelope posteriormente. A máquina reconhece se as cédulas são falsas e analisa a imagem do cheque, se é roubado ou de conta encerrada, por exemplo”, explica Lermer. As vantagens da captação digital de imagens vão além da otimização do processamento de cheques. “Essa mesma estrutura serve para transmissão de outros documentos, com ganhos enormes em vários processos operacionais, como abertura de crédito”, diz Rosado, da Unisys. Aliada a essa tecnologia, o uso de assinatura digital e transmissão de dados serão as ferramentas necessárias para firmar contratos, seguros e financiamentos remotamente. “É possível levar uma série de serviços bancários para uma solução remota no varejo, atendendo uma população excluída desses benefícios”, afirma Lermer, da ATP. A expectativa é de que a lei sobre o uso de imagens digitalizadas de documentos seja aprovada no começo de 2009 e, dentro de três ou quatro anos, o processo esteja consolidado em todo o País.

INVESTIMENTOS TOTAIS EM TI (Valores em bilhões)

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Investimento imobilizado

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% do total

Despesas correntes

% do total

Hardware

Mainframes, PCs, ATMs, storages, robôs, etc. (aluguéis, leasings, contratos de serviços, salários, encargos, etc)

2,2

15%

2,5

17%

Telecomunicações

Linhas / equipamentos de telecomunicações etc.

0,8

5%

2,5

17%

Software In House

Salários e encargos de profissionais de desenvolvimento, de produção e de outras áreas de TI etc.

0,3

2%

1,6

11%

Softwares de terceiros

Software básico e aplicativos, fábricas de software, terceirizações, ERC (aquisições de software, desenvolvimento de novas aplicações, manutenção de sistemas)

2,3

15%

Outras áreas de TI

Salários e encargos de profissionais de outras áreas de TI etc.

0,6

4%

1,2

8%

Outras despesas

Serviços em geral, despesas com instalações físicas, alocação de despesas, despesas gerais, etc.

0,03

0,2%

0,9

6%

Total de despesas em TI

14,9 Fonte: Febraban


A integração que se vê nos terminais de auto-atendimento ainda deve demorar para ocorrer nas máquinas de POS (terminais para transações com cartões), através das quais 1,7 bilhão de operações foram realizadas em 2007. “Pagamento é sinônimo de desconforto, devido à diversidade de redes, de equipamentos e à morosidade dos processos”, afirma Rosado. Embora o mercado de POS seja estimulado pelo número crescente de cartões, o consultor acredita que o crescimento do pagamento móvel será inevitável. “Não tem como evitar o conforto do mobile payment.” Enquanto a explosão do pagamento móvel não chega, o serviço de POS segue com inovações. A Perto, única a desenvolver tecnologia 100% nacional nesse setor, oferece soluções como mobilidade (máquinas sem fio), biometria para identificação do usuário pela digital e tecnologia contactless (cartão sem contato). “Esse segmento tem, na maioria dos fornecedores, produtos padronizados, e estamos entrando em um outro nível, ou seja, atender

às necessidades do cliente”, diz Marco Freitas, presidente da Perto, que pretende faturar R$ 185 milhões este ano Recentemente, a empresa venceu uma licitação do Banco do Brasil e forneceu 1.650 terminais POS para correspondentes bancários. Cada máquina tem impressora, leitor de cartão para identificar o usuário, e módulo para leitura de cheques e para códigos de barras, o que permite o pagamento de contas. “Esse módulo foi totalmente incorporado ao produto”, conta Freitas. Na customização, a Perto também inclui a logomarca e as cores dos bancos clientes – mais de 20 dentre os maiores do País. Se o POS já está consolidado, as operações por dispositivo móvel precisam conquistar os usuários. Pesquisa da Unisys revelou que apenas 2% dos brasileiros usam celular para transações on-line. “Ele ainda sente insegurança nesse procedimento”, afirma Rosado. Os maiores bancos oferecem serviços de mobile banking, como consultas a saldos e faturas de cartão de crédito, transferências e empréstimos. “O problema não é cultural, mas ergonômico. É difícil interagir com a plataforma, digitar muitos dados e visualizar”, diz Maurício Ghetler, da MG Systems. Segundo ele, outra dificuldade seria a falta de segurança para operar em locais de grande concentração de pessoas. No caso do mobile payment, o perfil de consumo dos clientes é um estímulo para o desenvolvimento em TI. “Os usuários fazem compras com mais freqüência do que acessam suas contas bancárias”, afirma Leonardo Rochadel, presidente da Wiaxis. A empresa desenvolveu sistema de autorização de pagamento através de celular, chamado WIPayment – software compatível com mais de 300 modelos de aparelhos celulares, smartphones e PDAs. Diferente das outras opções disponíveis no mercado, que usam confirmação via SMS ou central telefônica, a tecnologia da Wiaxis permite o pagamento remoto ou por aproximação a terminais e reduz os custos de operação. Ainda que o desenvolvimento de TI para mobile payment esteja apenas no começo, o potencial desse mercado é enorme: há 140 milhões de aparelhos celulares no Brasil. O serviço pode ser uma alternativa para o problema de multiplicidade de redes dos POS e, ao mesmo tempo, atender desbancarizados

Carlos Augusto, da Matera: empresa desenvolve conjunto de sistemas que cobre todo o back office – através do Peer-to-Peer. Nessa modalidade, sem envolvimento de instituições financeiras, o usuário pode comprar créditos de um fornecedor e utilizá-los em estabelecimentos credenciados ou transferi-los para outros usuários. “Daqui a alguns anos, as pessoas vão se perguntar como era possível pagar as contas sem telefone”, diz Rosado. Difícil vai ser lembrar o que era uma agência bancária, se depender da criatividade e eficiência da cadeia de valor dos bancos.

LINHA DIRETA Alexandre Ferreira Saldanha Marinho (Siacorp): (11) 3759-8880 Carlos Augusto Leite Netto (Matera): (11) 3512-0300 João Abud Junior (Diebold Procomp): (11) 3643-3000 Leonardo Rochadel (Wiaxis): (48) 3322-0249 Marco Freitas (Perto): (11) 4133-4100 Maurício Ghetler (MG Systems): (11) 3064- 4604 Nori Lermer (ATP Banking Technology): (61) 2108-8848 Rui Rosado (Unisys): (11) 3305-7000

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Pagamento fácil

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E S T R AT É G I A

redes Força das

Pequenos empresários se unem para conquistar mercados e negociar em pé de igualdade com grandes companhias por Francis França

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francis@empreendedor.com.br

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Trocar a concorrência pela cooperação tem sido a escolha de milhares de micro e pequenas empresas brasileiras que decidiram se associar em redes para enfrentar o mercado. O princípio de “a união faz a força”, que já move ONGs, cooperativas, associações e sindicatos, passou a valer também para o setor produtivo, com a conclusão de que, juntas, algumas pequenas têm tanta força quanto uma grande. As redes começaram a surgir no final da década de 1990 dentro das incubadoras de empresas e vêm ganhando espaço ao fortalecer segmentos e ampliar o poder de negociação de seus membros. “Quando recebemos um cliente, não é para ver um produto ou uma empresa, mas uma rede inteira que oferece produtos, serviços e soluções para mudar a vida de uma empresa de qualquer porte”, diz Sérgio Risola, diretor do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas, da Universidade de São Paulo (Cietec/USP). O trabalho em equipe também facilita as coisas para quem está começando e ainda não tem escala de produção para fornecer sozinho a um grande cliente. Sem contar que os resultados são compartilhados, e o sucesso de um acaba levando ao do outro. “Foi o que aconteceu com a Natura, que nos procurou para investir em sustentabilidade ambiental: eles queriam saber como usar a célula a hidrogênio”, conta Risola. O Cietec levou várias empresas da rede para a reunião e, além

das células combustíveis da Eletrocell, a Natura ainda fechou negócio com a Adespec, fabricante de colas ecológicas, e a Brasil Ozônio, que oferece soluções de purificação de água. As três empresas fazem parte da Rede de Cooperação Empresarial (RCE) de Meio Ambiente, criada pelo Cietec junto com outras redes focadas em segmentos específicos – Medicina e Saúde, Tecnologia da Informação, Eletroeletrônico e Biotecnologia. Ao todo, são 51 empresas associadas nas cinco RCEs. Além de ampliar o potencial de comercialização e negociação das empresas, as redes também oferecem a seus membros serviços de capacitação em marketing, recursos humanos, e pesquisa e desenvolvimento, além de facilitar o acesso a investidores. As atitudes em bloco fazem toda a diferença na hora de discutir normas ou incentivos para cada segmento. “Quando se vai à Anvisa, por exemplo, para discutir uma boa prática de biotecnologia e se chega com 55 empresas, como a Br Biotec (Rede de Empresas Brasileiras de Biotecnologia), fica muito mais fácil negociar exigências que, muitas vezes, são impossíveis de se cumprir por empresas que estão começando”, diz Risola. Além das RCEs, o Cietec lidera a Rede de Apoio à Inovação Tecnológica em Empreendimentos de Criação (Raitec), formada por 10 incubadoras do Estado de São Paulo. A meta é bastante específica: aumentar a taxa de sucesso de 283 empresas. As ações incluem certificação em ISO 9001, registro de softwares, marcas e patentes, e capacitação de empreendedores para a


PURESTOCKX

elaboração de 50 novos Planos de Negócios. Com tudo assim, na ponta do lápis, a Raitec deve completar dois anos de criação com R$ 69 milhões de faturamento e 1.960 postos de trabalho criados.

Entre as empresas beneficiadas pelas ações da Raitec está a Seiva Brasilis, incubada na Innova, de Santo André (SP), e especializada em gestão de informação em agronegócios. A participação na Raitec rendeu à empresa clientes e parceiros. “Começamos a trabalhar com empresas da incubadora EsalqTec, de Piracicaba, focadas em agricultura; então, em vez de reinventar a roda, buscamos o know-how desses parceiros. Nós entramos com a gestão e eles com a parte produtiva”, explica Carlos Magno Santos, diretor da Seiva Brasilis. Seu trabalho é ajudar os agricultores a produzir dentro de determinados padrões, e para isso é feito primeiro o diagnóstico da propriedade, depois planejamento, capacitação dos produtores e também assistência técnica rural. A Raitec ainda oferece à empresa consultoria em marketing estratégico, montagem de projetos e capacitação. Segundo Santos, o benefício imediato é o melhor acesso ao mercado. “Ganhamos capilaridade, não precisamos ir de porteira em porteira para saber o que os produtores querem e oferecer nossos serviços.” Atualmente existem 18 redes de incubadoras em todo o Brasil, mas a estratégia já não é mais exclusividade do movimento incubador. Mais de 2 mil empresas estão cadastradas na Rede Brasil de Tecnologia (www.redebrasil.gov.br), criada para integrar universidades, centros de pesquisa e empresas. A maior concentração dos associados está em São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, e os principais segmentos são software, serviços tecnológicos e de engenharia. Juntas, as empresas da RBT faturam cerca de R$ 57 milhões por ano, dos quais 3% são investidos em pesquisa e desenvolvimento. O Brasil também faz parte de iniciativas internacionais de integração, como as redes mantidas pelo infoDev, programa do Banco Mundial. Entre elas estão redes temáticas de incubação focadas nos temas mulheres, jovens e projetos de alto crescimento. O Brasil está presente nas duas últimas, em parceria com 25 países. As informações sobre elas estão no iDisc, plataforma desenvolvida pelo País a pedido do infoDev para facilitar o intercâmbio de conhecimentos e de profissionais engajados em promover o empreendedorismo. Mais de 140 países estão envolvidos no projeto.

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Benefícios

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RICARDO BENICHIO/TRAMA COMUNICAÇÃO

E S T R AT É G I A

Risola, do Cietec: “Não existe mecanismo de desenvolvimento de empresas mais efetivo do que uma incubadora, ainda mais com essa convergência de ações em rede” O iDisc permite acessar informações sobre incubadoras em todas as regiões atendidas pelo programa, com estatísticas e dados relevantes sobre cada uma delas. Para fazer parte, é preciso se registrar na lista de distribuição da Rede Latino-Americana e do Caribe de Incubadoras de Empresas (www.relapi.org), que divulga as atividades e oportunidades do infoDev.

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Redes temáticas

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Vinculado ao programa por meio da Anprotec, associação nacional de incubadoras de empresas, e representado pelo Instituto Gênesis da PUC-Rio, o Brasil participa das redes temáticas de jovens e de alto crescimento, lançadas este ano. De acordo com João Rampini, do departamento de Relações Internacionais do Instituto Gênesis, as redes ainda estão em fase de estruturação, os membros se organizaram em comunidades dentro do iDisc e as ações devem começar no ano que vem. Em 2004, o instituto desenvolveu o projeto Vila Canoas, focado em empreendedorismo social. O trabalho foi feito na comunidade carente de mesmo nome, no Rio de Janeiro, e o resultado foi a criação de cinco empreendimentos – quatro na área de artesanato e um

em turismo. “Levamos cursos de empreendedorismo e desenvolvemos planos de negócios, que deram origem a empreendimentos que funcionam na comunidade até hoje.” De acordo com Sheila Pires, superintendente-executiva da Anprotec, independente de se desenvolverem no campo acadêmico, social ou produtivo, as redes fortalecem a relevância dos projetos. Segundo ela, o crescimento das redes é sinal do amadurecimento do empreendedorismo no Brasil. “As pessoas aprendem a compartilhar, a trabalharem juntas em prol de determinado objetivo, e com isso elas se fortalecem, tornam as empresas mais competitivas, aumentam qualidade, levam melhores produtos ao mercado. O resultado lá na ponta é o desenvolvimento de todo o País.” Embora crescente, a participação das redes na economia ainda é pequena. Sérgio Risola, do Cietec, explica que a tendência é, dentro de uma década, chegarmos a índices como os registrados na Espanha, em que 4% do PIB são gerados por empresas associadas em redes e parques tecnológicos. “A participação das redes ainda é incipiente. Para se ter uma idéia, o faturamento de todo o movimento de incubadoras e parques tecnológicos no Brasil gira em torno de R$ 1 bilhão. Diante de um PIB de quase R$

3 trilhões, não significa nada, é uma mancha dentro de um quadro estatístico. Mas temos potencial para chegar lá. Não existe mecanismo de desenvolvimento de empresas mais efetivo do que uma incubadora, ainda mais com essa convergência de ações em rede”, diz. Um dos indicadores da importância das redes que envolvem incubadoras e parques, segundo Risola, é o fato de o movimento negociar intensamente com gigantes como Petrobras, Vale do Rio Doce, Google, Microsoft Brasil, Siemens. “Não há empresa grande que não tenha incorporado o espírito dessa corrente chamada open innovation (inovação aberta) que veio dentro das incubadoras e parques tecnológicos. E é aí que temos que trabalhar rápido para recebê-los não só como empresas ou projetos isolados, mas com o peso de uma rede.”

LINHA DIRETA Carlos Magno Santos (Seiva Brasilis): (11) 4994-6949 João Rampini (Gênesis): (21) 3527-1371 Sérgio Risola (Cietec): (11) 3039-8301 Sheila Pires (Anprotec): (61) 3202-1555


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MGEERSCTAÃDO O

senso Bom

As ferramentas de housekeeping ajudam a organizar o espaço de trabalho e a mantê-lo assim para aumentar a produtividade por Andréia Seganfredo

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deia@empreendedor.com.br

34 PURESTOCKX

Em busca de maiores resultados, muitas empresas adotam metodologias e práticas para otimizar e melhor gerenciar processos produtivos. Um dos programas mais conhecidos é o 5S, uma sistematização de iniciativas usadas pelas organizações japonesas no pós-guerra, que ficou conhecido no ocidente apenas na década de 80. A rápida recuperação daquelas indústrias despertou a curiosidade do lado de cá do mundo e, hoje, os cinco sensos – separação, organização, limpeza, conservação e disciplina – estão disseminados nas corporações. Americanizado, o método passou a ser chamado de housekeeping, e, recentemente, mais sensos vêm sendo agregados aos cinco já conhecidos. “Na verdade, essa é uma forma encontrada de introjetar novos valores da cultura oriental nas empresas. À medida que vamos conhecendo o que fazem lá, vamos sistematizando aqui”, explica Odilon Soares de Toledo, consultor da Basso Associados, que criou um sistema contendo sete sensos. Diante da resistência a valores culturais distintos, as empresas precisaram elaborar planos bem definidos de implantação, estruturação e avaliação do housekeeping. “Se não houver engajamento de todos, o sistema não funciona”, diz Toledo. Uma empresa interessada em adotar a metodologia pode levar de um a dois anos até implantar os cinco sensos, mas os resultados começam a ser visíveis já nos primeiros meses, após o treinamento e conscientização dos funcionários. “A filosofia do housekeeping é baseada na eliminação de prejuízos durante o processo, ou seja, ganha-se quando

não se perde. Portanto, arrumar a casa é conseqüência, e o lucro é a causa”, avalia Toledo. Essa condição é mais perceptível quando se enumeram os benefícios do programa: a liberação e rearranjo do espaço e a possibilidade de qualquer pessoa localizar facilmente ferramentas e documentos no ambiente de trabalho. “O espaço custa para a empresa da mesma forma que funcionários perdendo dez minutos para encontrar um papel importante todos os dias”, explica o consultor. Outra vantagem do housekeeping é a melhoria da qualidade de vida e da auto-estima dos colaboradores, que passam a trabalhar melhor num ambiente limpo e asseado. Segundo Toledo, esse resultado não demora a aparecer e, muitas vezes, serve como estímulo para que as medidas estabelecidas no programa sejam incorporadas na rotina da empresa. Quando iniciou a implantação do 5S, em 1999, a América Latina Logística (ALL) criou a “Maratona Housekeeping”. Eram tiradas fotos de cada unidade antes e depois da aplicação do sistema. O mesmo programa foi estendido às moradias dos colaboradores, que levavam fotos para a empresa e concorriam a prêmios. “Foi uma medida muito efetiva para conscientizar todos. Fizemos isso durante dois anos”, afirma Simone Abrantes Hirakuri, coordenadora de qualidade da ALL. O housekeeping foi também aplicado nas aquisições da ALL, que trocam experiências com as demais unidades, num contínuo processo de adaptação. Além disso, cada setor possui um check-list de acordo com a sua função. “Em ambientes mais corporativos, a forma de organização é diferente daquela de ambientes mais operacionais, como jardins e setor de ferramentas”, explica Simone. Com base em


Laredo, da Calçados Aniger: diferencial da empresa está no processo Just in Time

padrões internos de qualidade, a ALL realiza também o “Dia do Housekeeping” – um mutirão de limpeza e organização de arquivos, que pode incluir até a pintura do local. O material descartado, quando não remanejado ou aproveitado por outros setores, é vendido como sucata para a reciclagem, e o lucro obtido pode ser aplicado em eventos internos ou comunitários, conforme decisão do comitê de cada departamento. Resultados satisfatórios como os conquistados pela ALL dependem de critérios de avaliação que garantam a perenidade do sistema na empresa. “O housekeeping deve ser entendido como um processo educacional, uma mudança de atitude, e, por isso, a importância de acompanhar e mensurar”, explica Toledo. Na ALL, por exemplo, são realizadas auditorias periódicas e repentinas,

Princípios do housekeeping Separação Organização Limpeza Conservação Disciplina Os novos sensos Preservação Valorização

e há responsáveis em cada unidade. Na Calçados Aniger, com fábrica no Ceará, o comitê de saúde, segurança e meio ambiente avalia a organização e limpeza das unidades. Nesse aspecto, Toledo considera os dois últimos sensos – conservação e disciplina – os mais importantes. “Eles são subjetivos, enquanto os outros têm aspecto prático, mas também são os mais difíceis de adotar.” A Calçados Aniger é um exemplo de empresa que já nasceu com a filosofia do housekeeping. Seu fundador trabalhava como diretor industrial de outra indústria calçadista e aplicou os princípios no processo produtivo assim que abriu o próprio negócio. “Quem nos visita pergunta como uma indústria com tantas pessoas, estoques e produtos consegue ser tão limpa”, conta Ede Laredo, diretor de marketing. Com produção aproximada de 20 mil pares por dia e clientes internacionais, o housekeeping é uma questão estratégica para a Aniger. “É uma prática de sobrevivência da empresa no ambiente competitivo do mercado”, explica Laredo. O diferencial da empresa está na adoção do processo conhecido como Just in Time. A Aniger firmou parceria com os fornecedores para apenas receber a matéria-prima necessária para um dia de produção e, com isso, diminuiu a quantidade do estoque intermediário. “O Just in Time é uma parte do processo. Elimina desperdícios, pois não deixa produzir mais do que o necessário”, explica Toledo. Além de manter o ambiente limpo e organizado, a prática reduz perdas

de material e custos. No entanto, deve ser adotada considerando-se a logística da operação. “No caso de transporte aéreo, com custos mais elevados, os estoques enviados são maiores”, conta Laredo. Assim como esse processo foi agregado ao housekeeping pela Aniger, a ALL também pensa em expandir seu programa. “Temos um projeto de avaliação, ainda neste ano, para instalação de metodologia mais abrangente, visto que há programas com até dez sensos”, diz Simone. Seguindo essa tendência, a Basso Associados criou o programa 7s4c, no qual são acrescentados dois novos sensos – preservação e valorização – e também outras esferas de convívio do funcionário: casa, companhia, comunidade e corpo. “Entendemos que é necessário perpetuar os valores nos funcionários através da valorização deles e expandir o que aprendem para além da empresa. Só assim é possível ter um sistema contínuo na empresa”, explica Toledo. Quem entendeu o recado já tem a casa arrumada.

LINHA DIRETA Odilon Soares de Toledo (Basso Associados): (11) 5584-7576 Ede Laredo (Calçados Aniger): (51) 2125-9900 Simone Abrantes Hirakuri (ALL): (41) 2141-7555

empreendedor | novembro 2008

Na ALL, cada setor possui um checklist de acordo com a sua função

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TRIBUTOS

livro Olho no

Novo sistema de cálculo de impostos e escrituração fiscal alivia as finanças dos pequenos negócios, mas exige muita atenção

empreendedor | novembro 2008

por Diogo Honorato e Raquel Rezende

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Dia 1º de janeiro de 2009: marque esta data na agenda. Mas, se sua empresa for optante do Simples Nacional e fizer uma venda a prazo, lembre-se de marcar o registro no livrocaixa apenas no mês de recebimento. É que a partir do ano que vem, micro e pequenas empresas podem utilizar o regime de caixa como método de escrituração fiscal e usar o valor efetivamente recebido como base de cálculo dos impostos. Trata-se de uma das muitas medidas instituídas pela Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas que ainda carecia de regulamentação. A expectativa de especialistas é que a medida alivie as finanças dos pequenos negócios e incentive as vendas parceladas. Hoje, dentro do regime de competência, o cálculo do valor do imposto unificado se baseia pelo mês de emissão da nota fiscal. Por conta disso, se o pagamento demorar mais de 30 dias, a empresa é obrigada a pagar tributos antes mesmo de receber, além de ter prejuízo dobrado no caso de inadimplência. “Por isso que se diz que é o contribuinte quem financia o governo”, comenta Lázaro Rosa da Silva, consultor do Centro de Orientação Fiscal (Cenofisco). Para o consultor, a medida vai melhorar o planejamento financeiro das empresas e, conseqüentemente, o fluxo de caixa. “Hoje, se fizer

uma venda grande, o empresário tem que tirar do seu próprio bolso ou mesmo fazer empréstimo para pagar os tributos”, conta. A opção de regime de caixa já existia para empresas que adotam o sistema tributário do lucro presumido e agora o método passará a valer para todas as optantes do Super Simples. Lázaro Silva alerta que o contribuinte deve tomar cuidado quando optar pelo novo sistema para não pagar duas vezes pela mesma venda e também para não deixar de contabilizá-la ao efetuar os pagamentos de impostos ao fisco. “A microempresa terá que ter um controle específico para isso e tomar muito cuidado para controlar o montante recebido, sob pena de pagar multa significativa”, destaca. Se a empresa deixar de cumprir a obrigação será mul-

Hoje, se o pagamento demorar mais de 30 dias, a empresa é obrigada a pagar tributos antes mesmo de receber, além de ter prejuízo dobrado no caso de inadimplência

tada em 3% ao dia, limitada a 20%, acrescida de juros equivalentes à taxa Selic acumulada do vencimento até o pagamento. A comunicação entre a empresa e o contador tem que ser afinada, para que nenhum recebimento seja desconsiderado na base de cálculo. Isso porque, embora mais oneroso, é mais simples pagar os tributos acompanhando a emissão de nota fiscal. O consultor também orienta que, antes de optar pelo regime de caixa – o que deve ser feito juntamente com a renovação anual do cadastro no Simples Nacional –, a empresa deve fazer um planejamento para os três anos seguintes para assegurar-se de que a mudança de método compensa. Empresas que são afetadas pela sazonalidade das vendas, por exemplo, devem permanecer com o regime de competências, aconselha Lázaro Silva. O advogado e contabilista Dilto Alfredo Borges, da Credicon Contabilidade e Assessoria, destaca um ponto importante da resolução nº 38 do Comitê Gestor do Simples Na-


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finições sobre microempreendimentos individuais. Para a Associação Comercial Empresarial do Brasil (Aceb), esse período é considerado normal e até necessário, já que muitos empresários atuam da mesma maneira há anos. “Toda mudança tem um período de adaptação. Isso ficou claro quando muitas empresas tiveram que se reenquadrar de acordo com sua atividade e faturamento. Por isso é mais interessante que as mudanças sejam apresentadas em doses homeopáticas”, defende o gestor de Comunicação e Marketing, Fabrizio Quirino.

LINHA DIRETA Dilto Borges (Credicon): (48) 3222-8892 Fabrizio Quirino (Aceb): (11) 2698-7711 Lázaro Silva (Cenofisco): (11) 2122-3536

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Lázaro Silva, do Cenofisco: cuidado para não pagar duas vezes o mesmo imposto

cional, que regulamentou a opção de regime de caixa: as empresas terão que pagar todas as parcelas não vencidas dos tributos até o último mês do ano. Isso quer dizer que, se uma venda for feita em novembro, com prazo de pagamento de três meses, o empresário deve se programar para pagar os tributos da segunda e terceira parcela já em dezembro. Dois anos após entrar em vigor, vários pontos da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas ainda carecem de regulamentação. Dois deles – que tratam sobre a restituição de impostos do Simples Nacional e da cobrança de ICMS em operações de trânsito – ainda devem demorar pelo menos um ano, que é tempo estimado pelas entidades de classe para que as resoluções nº 39 e nº 40 do Comitê Gestor do Simples Nacional sejam publicadas. Outras questões vão demorar ainda mais, caso das medidas para reduzir a burocracia e o tempo de abertura das empresas, das regulamentações que unificam de maneira mais clara e efetiva a cesta de impostos do Simples Nacional e as de-

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CRÉDITO

certo Dinheiro

por Diogo Honorato

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honorato@empreendedor.com.br

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Em tempos de baixa liquidez e escassez de crédito, a notícia é boa para as micro e pequenas empresas (MPEs) que participam de licitação de compras públicas. O Banco do Brasil anunciou que concederá crédito pré-aprovado para aquelas que vencerem concorrências. A intenção é permitir que elas tenham capital de giro suficiente para atender às condições de preço, quantidade e prazo firmados durante a concorrência. Uma ferramenta de acesso on-line permite aos participantes dos portais de compras do governo federal (comprasnet.gov. br) e do Banco do Brasil (licitacoes-e.com. br) consultar e contratar o crédito assim que se divulga os vencedores. Com dinheiro já disponível, a aquisição do crédito é imediata, enquanto pelo processo normal a análise e concessão levam em média três dias. Segundo a instituição, as empresas também terão condições diferenciadas de garantia, prazo e juros. Não se trata de uma linha de crédito especial para participantes de licitações, como informa a gerente da divisão de Capital de Giro do Banco do Brasil, Márcia de Lima Fernandes, mas uma iniciativa que facilita o acesso das MPEs às duas principais linhas disponíveis: BB Giro Rápido e BB Giro Em-

presa Flex. No primeiro caso, a empresa tem 18 meses para pagar, com juros entre 2,24% e 2,50% ao mês, e prazo maior no Giro Empresa Flex – 24 meses –, com taxa variável de acordo com o histórico de relacionamento. Para saber da disponibilidade de crédito não é preciso vencer a licitação: durante a concorrência as empresas clientes do banco já podem fazer a consulta. No total, o Banco do Brasil possui R$ 900 milhões disponíveis para atender até 42 mil negócios. Ao facilitar o acesso ao crédito, o banco visa aumentar as chances de micro e pequenas nas licitações, dando-lhes condições diferenciadas de participação e tratamento garantidas pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (Lei Complementar nº 123, de 2006). Com a certeza do capital de giro, os empresários podem lançar propostas ousadas com mais segurança, diminuem os riscos de descumprimento de contrato e a conseqüente inaptidão para participar de licitações posteriores. O governo federal comprou R$ 9,5 bilhões das MPEs em 2007, valor que representa 27% do total e uma maior presença dos pequenos negócios, que em 2006 venderam o montante de R$ 2,3 bilhões, correspondente a 16% do valor total de produtos e serviços licitados. De acordo com a gerente do Banco do Brasil, a meta para 2008 é que as MPEs vençam mais licitações e capitalizem

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Iniciativa do Banco do Brasil favorece micro e pequenas empresas participantes de licitações

Compras públicas MPE 14 bi

15 bi 9,5 bi

10 bi 5 bi 0

2,3 bi 2006

2007

2008 (previsão) Fonte: Governo federal

cerca de R$ 14 bilhões. “Para uma segunda etapa, a perspectiva é ampliar as parcerias, estendendo a compradores ‘âncora’ para também oferecer crédito nas licitações dessas empresas”, adianta Márcia Fernandes.

LINHA DIRETA Banco do Brasil: www.bb.com.br


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MEMÓRIA

Parceiro

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A Revista Empreendedor oferece informações de qualidade que permitem aos seus leitores melhorar as suas empresas ou investir em novas oportunidades de negócio

por Cléia Schmitz

cleia@empreendedor.com.br

Há 15 anos a Revista Empreendedor acompanha a história dos brasileiros que se aventuram pelo mundo dos negócios. Idealizada pelos jornalistas Acari Amorim e César Valente, a publicação nasceu em 1994 com a proposta de mostrar oportunidades de negócios, apontar tendências, divulgar alternativas de crédito e discutir novos conceitos de gestão. Além, é claro, de contar grandes histórias de empreendedorismo, tanto de quem está começando como de quem tem muito a ensinar. “Quando

criamos a revista, o conceito de empreendedor ainda era muito tímido, mas tínhamos convicção da necessidade de apoiar e orientar as iniciativas de pessoas que sonhavam em ter seu próprio negócio”, afirma Amorim, diretorexecutivo da Editora Empreendedor. A Empreendedor surgiu num momento em que a conjuntura econômica e política nacional estava em compasso de espera. Uma nova moeda, o real, tinha acabado de ser criada, consolidando um plano que tinha a proposta de alcançar a tão sonhada estabilidade econômica. Um ano antes, em 1993, a inflação acumulada do período tinha


Entre as capas ao lado, a primeira edição da Revista Empreendedor (publicada em agosto de 1994) e cinco premiadas (nº 3, 104, 137, 154 e 158)

Principais prêmios Prêmio Fiesc de Jornalismo Econômico – 1995 Reportagem: No calor do ninho. Autores: César Valente, Rosane Porto, Roberto Nicolato e Rosely Vargas Edição: nº 3 – outubro de 1994 Prêmio Destaque Franchising da Associação Brasileira de Franchising (ABF) – 2004 Reportagem: Franchising de qualidade. Autora: Sara Caprário Edição: nº 104 – junho de 2003 Prêmio Destaque Franchising da Associação Brasileira de Franchising (ABF) – 2005 Reportagem: Franchising em primeiro lugar. Autora: Sara Caprário Edição: nº 115 – junho de 2004 Prêmio Ethos de Jornalismo – 2007 Reportagem: Novos negócios do clima. Autor: Alexsandro Vanin Edição: nº 137 – março de 2006 Prêmio SAE Brasil de Jornalismo – Menção Honrosa – 2008 Reportagem: Nos trilhos da expansão. Autor: Francis França Edição nº 154 – agosto de 2007

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sido de 2.780,6%. A esperança também era de tempos mais estáveis na política. Uma eleição presidencial estava em curso e iria levar o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, à presidência da República. Isto depois de um período conturbado com o impeachment de Fernando Collor de Mello, dois anos antes. Os empreendedores estavam ávidos por um cenário mais propício ao desenvolvimento de negócios. Ao mesmo tempo, a abertura dos mercados e os movimentos de privatização de estatais davam novos ares ao mundo dos negócios. A internacionalização de empresas consagradas nacionalmente também foi destaque nas páginas da Empreendedor. Em julho de 1997, a revista dava em primeira mão o plano estratégico da Ceval Alimentos de se unir a um parceiro global para expandir seus negócios mundo afora. No mesmo ano, a companhia era incorporada ao grupo holandês Bunge, transformando-se num player global, atualmente com unidades industriais em todos os continentes, exceto África. Em sua trajetória, a Empreendedor registrou momentos importantes do universo corporativo no Brasil. A primeira edição, de agosto de 1994, trouxe como matéria de capa

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MEMÓRIA

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LAURO MAEDA

Depoimentos MIGUEL ABUHAB Presidente do conselho da NeoGrid “Quero parabenizar a Revista Empreendedor, cujo êxito está baseado pelo profissionalismo e seriedade com que é conduzida. Sou testemunha da forma dinâmica e motivadora que fez o sucesso da revista e que estimula todo leitor a chegar bem mais longe. Ao longo de sua trajetória de vida, que agora soma 15 anos, estabeleci amizades e contatos que sempre foram incentivadores na divulgação dos meus negócios e idéias. Parabéns à equipe desta renomada revista. É muito bom ver pessoas realmente empreendedoras alcançando o resultado positivo almejado.” CASA DA PHOTO

a disseminação dos conceitos de Qualidade Total nas micro e pequenas empresas. Os programas, que tinham como princípios alcançar resultados com menor custo e maior qualidade, eram uma verdadeira febre na época. Quem não se lembra do 5S, que promovia dias de arrumação nos escritórios com o objetivo de chegar à qualidade total por meio da organização no local de trabalho? De lá para cá, a Empreendedor mostrou o surgimento de outras tendências empresariais, como as certificações ISO e os investimentos em ações de responsabilidade social e ambiental. A Empreendedor também fez questão de registrar e apoiar empresas incubadas. Logo na terceira edição da revista, a revista destacou o trabalho de incubadoras tecnológicas, responsáveis pelo desenvolvimento de empresas como Bematech, hoje uma das mais importantes provedoras de soluções de automação comercial do Brasil. A matéria rendeu o primeiro prêmio jornalístico para a publicação, concedido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) no ano seguinte. Mais recentemente, em dezembro de 2007, a revista elegeu como “empreendedores do ano” dez empresários que construíram seus negócios em incubadoras. A publicação também acompanhou de perto o crescimento da indústria de franchising no Brasil. Em dezembro de 1996, o empresário Miguel Krigsner, fundador de O Boticário, a maior rede de franquias do Brasil, declarava à revista a meta de virar o século com 1,5 mil lojas. Não só cumpriu seus planos como 12 anos depois já soma 2,5 mil unidades no Brasil. Atenta aos interesses de seus leitores, a Empreendedor fez questão de ajudar as pessoas a conhecer e entender o funcionamento do sistema de franquia, um conceito de negócio ainda novo no início da década de 90. Mas o que nunca faltou mesmo à publicação foram boas histórias para contar. A começar pela de Adelina Clara Hess de Souza, fundadora da camisaria Dudalina, falecida no dia 31 de outubro. Com 16 filhos, a empresária encontrou tempo e energia para construir uma história que a Revista Empreendedor fez questão de relatar em sua primeira edição. Ao perfil de Adelina seguiram outros como Udo Döhler (Döhler), Wander Weege (Malwee), Luiza Helena Trajano (Magazine Luíza) e, mais recentemente, Raul Anselmo Randon, presidente das Empresas Randon, uma das trajetórias empresariais mais comentadas pelos leitores da revista. “Não há dúvidas que todas essas histórias inspiraram nossos leitores”, afirma Amorim.

GUILHERME ARY PLONSKI Presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) “A Revista Empreendedor é uma referência para o desenvolvimento brasileiro contemporâneo. Combina um tema de relevância crescente no mundo – o empreendedorismo –, com um tratamento competente – ao mesmo tempo profundo e agradável –, dos conteúdos comunicados. O nosso movimento de incubadoras de empresas e parques tecnológicos encontra na revista um espaço singular de inspiração e informação.” RAUL RANDON Presidente das Empresas Randon “As Empresas Randon se associam à equipe de pessoas talentosas que fazem o sucesso da Revista Empreendedor nestes 15 anos de caminhada. O nosso abraço e votos de renovado êxito na apuração da informação séria e construtiva através da busca de experiências empresariais bem-sucedidas que servem de modelo para todos os seus leitores.”


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PERFIL

Delfino Golfeto

Embaixador da

cachaça Com muita disposição para enfrentar desafios, de um sonho de ter uma casa de gastronomia ele construiu uma rede de 103 unidades por Cléia Schmitz

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cleia@empreendedor.com.br

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O técnico agrônomo Delfino Golfeto nunca foi homem de deixar seus sonhos para trás. Aos vinte e poucos anos, quando começou a ganhar dinheiro suficiente para freqüentar restaurantes, decidiu que um dia abriria uma casa de gastronomia. Demorou um pouco, mas, aos 40 anos, Golfeto tirou o projeto da gaveta e abriu a Água Doce Cachaçaria. Hoje, menos de duas décadas depois do início do negócio, ele não administra apenas um restaurante, mas uma rede de franquias com 103 unidades no Brasil inteiro, com faturamento anual de R$ 72 milhões. “Só me arrependo de não ter começado antes”, afirma o empresário paulista de 57 anos. A Água Doce Cachaçaria combina comidas e bebidas típicas do Brasil. O destaque, claro, é a cachaça. São cerca de 250 marcas de pinga à disposição dos clientes. Com o empreendimento, que tem sede em Tupã (SP), Golfeto acabou por glamurizar um pouco a bebida mais brasileira e também mais discriminada do País, vista como a “marvada”, coisa de boteco e de bêbado. Ao contribuir para elevar o prestígio da aguardente, o empresário acabou sendo conhecido informalmente entre os produtores como o embaixador da cachaça no Brasil. “Colocamos a bebida num

ambiente mais refinado e acabamos criando um fraque para a cachaça.” Golfeto também se tornou um dos maiores especialistas e conhecedores de cachaça do País. Todos os anos, ele reúne o Conselho de Administração da Água Doce para testar mais de 250 marcas, num evento chamado “olimpíada interna”. O objetivo é substituir marcas que perderam qualidade por outras que fazem fila para entrar no cardápio da casa. Golfeto chega a provar em torno de 80 tipos por dia, segundo ele, o equivalente a 12 doses. “Faço isso facilmente em três horas, mas se eu disser que não fico alcoolizado, estarei sendo um grande mentiroso”, confessa o empresário. Bem humorado, ele jura que consegue avaliar muito bem a qualidade da octagésima. No dia-a-dia, Golfeto prova uma ou outra marca que um produtor lhe manda. “Se eu não bebesse, não poderia ser chamado de embaixador”, diverte-se. Segundo o empresário, no caso da cachaça não existe a história de colocar na boca e cuspir. “Cachaça se coloca na ponta da língua, manda para o lado direito, depois para o lado esquerdo e, por último, no centro da língua, antes de colocar para dentro. Tem que beber mesmo, passar pela garaganta para perceber a acidez”, ensina. “Mas estou falando de um dedo de pinga, provar é diferente de beber. O pinguço vira o copo rapidinho e morre sem saber o que é uma cachaça boa.”


PAULA/SINKROFOTO

Idade: 57 anos Local de nascimento: Adamantina (SP) Formação: Técnico agrônomo com especialização em Tecnologia do Açúcar e do Álcool Empresa: Água Doce Cachaçaria Ano de fundação: 1992 Ramo de atuação: Gastronomia e entretenimento Unidades franqueadas: 103 Faturamento: R$ 72 milhões Cidade-sede: Tupã (SP)

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Delfino Golfeto

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PERFIL

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A convivência com a cachaça acabou levando à paixão pela produção da bebida. Tanto que entre os momentos “inesquecíveis” na vida de Golfeto está o dia em que o então presidente Fernando Henrique Cardoso assinou o decreto 4.062, em 2001. A cachaça passava a ser considerada um produto genuinamente brasileiro e o seu nome só poderia ser atribuído à bebida feita de cana-de-açúcar em território nacional. “Nesse dia eu chorei escondido”, conta o empresário. A lei era uma reivindicação antiga dos produtores que sonhavam em transformar a cachaça em uma marca do Brasil, a exemplo da vodca russa ou do champanhe francês. Para fazer jus ao título de embaixador da bebida, Golfeto construiu em Tupã um Museu da Cachaça. É mais um sonho do empresário que saiu do papel. A casa, que abriga raridades como uma Havana de 50 anos, foi ampliada recentemente e está com o dobro do tamanho. São quatro salas: uma conta a história da cachaça; outra abriga uma coleção de mais de 2 mil garrafas de cachaça, a maioria rara; uma terceira aborda em painéis fotográficos as “paixões nacionais”, com temas como futebol, samba e, claro, cachaça; por último, há uma sala que conta a trajetória da Água Doce Cachaçaria e da família de Golfeto. Uma história que começou com dificuldades como tantos outros negócios em desenvolvimento. Golfeto conta que teve que ser criativo para divulgar a Água Doce nos primei-

ros anos. Dois anos antes de partir para a rede de franquias, ele abriu, em 1990, na garagem de sua casa, em Tupã, uma loja para vender cachaça em garrafas. Para formar a clientela da Água Doce Aguardenteria, começou a fazer degustação das pingas e de caipirinhas e batidas preparadas com aguardente. “Provavelmente as pessoas saíam da loja e diziam para os amigos: tem um comerciante dando cachaça de graça, vai lá, engana o idiota, experimenta um monte e compra a mais barata para fazer uma média”, brinca Golfeto. No fim, o empresário conseguia resultados em sua estratégia: o “esperto” falava da aguardenteria para todo mundo. Golfeto aprendeu desde cedo a encarar os desafios com muita disposição. Nascido em Adamantina, no interior de São Paulo, ainda pequeno ele se mudou com a família para Tupã, onde foi bóia-fria até os 19 anos. Acordava às 5h para ir à roça. Poderia ser uma história triste, mas não para o empresário, um grande otimista. Ele conta que desde pequeno via seus avós acordarem cedo para trabalhar na roça com uma alegria contagiante. Enquanto um cortava a lenha para o fogo, outro pegava a água no poço para um terceiro fazer o café. “Com a enxada nas costas, iam cantando para o trabalho. Nunca vi aquele povo triste, era uma vida dadivosa”, lembra o técnico. Com o exemplo dos antepassados, Golfeto se tornou o “número 1” da roça. Ele sabia que de um caminhão de 150 bóias-frias, ele seria

um dos escolhidos entre os 30 e depois entre os dez que dariam o arremate final à lavoura depois da colheita. Seu orgulho era quando, na hora da seleção, o fazendeiro procurava aquele menino loirinho de boca rachada pelo sol quente. Esforçado aos extremos, Golfeto reconhece que era “puxa-saco” do patrão e, por isso, ficou tão desapontado quando um fazendeiro japonês mandou-o embora. “Eu perguntava muito, queria saber tudo sobre a lavoura, ele pensou que eu estivesse querendo ser seu concorrente,” conta Golfeto. De mochila nas costas, o jovem bóia-fria foi embora refletindo sobre a decisão do patrão. Logo ele se deu conta de que o fazendeiro foi “a mola propulsora” da sua vida. No mesmo dia, decidiu que depois de concluir o ensino médio faria um curso agrícola. Assim que chegou à escola, perguntou à professora sobre escolas especializadas. Se não era o patrão que iria lhe ensinar os segredos da lavoura, outros o fariam. Em 1968 , ao concluir o curso de técnico agrícola voltou à fazenda com o convite da formatura em mãos. A intenção não era jogar sua realização na cara do expatrão. Pelo contrário, era um ato de gratidão. “Lembro muito bem. Ele chorou copiosamente e depois me deu um terno e uma caneta de presente”, conta Golfeto. Técnico agrícola, ele decidiu continuar os estudos e fez uma especialização em tecnologia do açúcar e do álcool, em Piracicaba (SP). Antes mesmo de terminar o curso já es-


PAULA/SINKROFOTO

1951 1972

1990 1992 2006

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tava empregado. As usinas de cana-de-açúcar disputavam a tapa os poucos profissionais especializados no assunto. Tanto que para realizar o sonho de abrir um restaurante, Golfeto teve que largar uma bem-sucedida carreira de 15 anos como gerente agroindustrial de usinas. Apesar dos bons salários, ele nunca teve dúvidas. “Quem tem medo não sonha e não faz nada. Eu sempre brinco: para se tornar um empreendedor não se pode ter juízo. Se eu tivesse tido juízo, não teria largado um emprego ganhando bem para me aventurar em um negócio que eu não tinha certeza que daria certo”, afirma o empresário.

Herança Assumir riscos foi uma característica que Golfeto herdou do pai. Na década de 60, ele abriu mão da tranqüila vida no sítio e de um bom emprego no Departamento de Estradas de Rodagem para morar na cidade de Tupã para que os filhos estudassem. “Foi uma atitude corajosa. Naquela época, o sonho de todo mundo era ter a estabilidade de trabalhar para o governo”, lembra o técnico. Em Tupã, Golfeto e os quatro irmãos estudavam de noite para ajudar na roça durante o dia. O pai não poupava nem os sábados e domingos. “Era desse trabalho a mais com a enxada que ele conseguia pagar para a gente um sorvete de groselha, uma pipoca e uma sessão de cinema com filmes do Mazzaropi.

Tínhamos que escolher duas coisas entre as três”, recorda saudoso. Na carreira como gerente agroindustrial, Golfeto aprendeu que sempre é possível dar a volta por cima e tirar lição de tudo. Em uma de muitas histórias relatadas pelo engenheiro, ele conta que foi trabalhar com um produtor de cachaça à beira da falência. Ao chegar ao alambique e ver a situação complicada, se questionou: “Como é que esse cara vai me pagar?” O dono do engenho, um sírio-libanês que sonhava visitar sua terra natal, lhe ofereceu 5% da produção, mas Golfeto recuou: “Não, assim logo vou virar dono da sua fábrica”. Os dois acabaram concordando em 1%. Com o conhecimento e a experiência de Golfeto, o negócio se reergueu e, três anos depois, o dono do engenho pôde viajar ao Líbano. O técnico, por sua vez, aprendeu a comercializar a cachaça que recebia como pagamento. O sonho de montar um restaurante parecia estar só aguardando a formação de um empreendedor. Logo após somar mais esta experiência em sua vida profissional, Golfeto decidiu que era hora de ter o seu negócio. Para abrir a aguardenteria e, logo depois, a rede de cachaçaria, ele contou com a ajuda de Júlio Bertolucci, um primo que ele considera como um filho. Aliás, o ditado “família que trabalha unida, permanece unida” cai como uma luva para o empresário. O filho, Adriano Luiz, 24 anos, é um administrador que está fazendo MBA e trabalha na gestão da rede. A filha,

Delfino Golfeto Água Doce Cachaçaria

Nasce Delfino Golfeto em Adamantina (SP) Conclusão do curso Tecnologia do Açúcar e do Álcool pela Escola Superior de Agricultura Luiz Queiroz (Esalq-USP), em Piracicaba (SP) Abertura da Água Doce Aguardenteria Fundação da rede de franquias Água Doce Cachaçaria Conquista do primeiro Selo Excelência em Franchising, concedido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) Abertura da 100ª unidade

Andressa, 22, cursa nutrição e também já atua na empresa. A esposa, Sílvia Maria, é gerente da unidade piloto móvel. E Júlio, administrador com pós-graduação em marketing, é o diretor de franquia. A sucessão parece estar garantida. “Eu sempre digo: nós somos administradores do tempo, não somos donos de nada porque um negócio não cabe dentro do caixão”, afirma. O atual sonho de Golfeto é montar uma cozinha industrial para a rede de franquias. O objetivo é padronizar os pratos, conferindo mais qualidade para todos os franqueados. Ele diz que, no momento, não pretende aumentar o número de unidades da Água Doce. A meta, a longo prazo, é chegar a 150 unidades no Brasil para depois partir ao mercado externo. Por ora, Golfeto quer fazer crescer o faturamento de cada uma delas. A proposta é reter e conquistar novos clientes com estratégias diversas como noites especiais e pratos diferentes. Outra novidade, ainda em estudo, é a abertura da casa para almoço, uma medida para compensar a queda do movimento com a lei seca. “Nossa meta é aumentar a receita com royalties em 40%”, afirma Golfeto. Alguém duvida que ele vai conseguir?

LINHA DIRETA Água Doce Cachaçaria: (14) 3441-2321

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LINHA DO TEMPO

Museu da Cachaça, construído por Golfeto em Tupã (SP), abriga raridades como uma Havana de 50 anos

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P E Q U E N A S N O TÁV E I S

Impulso

sistêmico

Sebrae lança programa para empresas avançadas e que almejem vôos maiores

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Agência Sebrae de Notícias

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Elas já superaram grandes obstáculos. Estabelecidas há algum tempo, com problemas básicos de gestão resolvidos, chegou a hora de pensar mais alto, de solucionar outras questões e de focar ações no crescimento. Para apoiar empresas neste estágio, surgiu o Programa Sebrae para Empresas Avançadas, composto por soluções que abordam vários temas de interesses desses empresários como Gestão Financeira, Inovação e Internacionalização. O programa vai atender empreendimentos com dois ou mais anos de vida que já tenham ultrapassado a fase inicial de consolidação no mercado. Para a gerente de Capacitação Empresarial do Sebrae Nacional, Mirela Malvestiti, além dessas características, há um requisito fundamental para que uma empresa participe do novo programa. “Vamos trabalhar com empresas que aceitam o desafio do crescimento e que almejam realizar vôos maiores”, explica a gerente.

Em geral, os negócios que formam o público-alvo do Programa Sebrae para Empresas Avançadas superaram questões básicas de gestão, só que ainda esbarram em outros problemas para progredir, como a necessidade de melhorar a qualificação dos seus profissionais, o pouco uso da inovação e a dificuldade para se internacionalizar. O Programa Sebrae para Empresas Avançadas atende tanto à necessidade de formação do corpo gerencial das empresas quanto a pouca disponibilidade dos empresários para se submeter a uma extensa programação de cursos. Por esse motivo, um dos focos do projeto são consultorias dentro da empresa, assim podem ser beneficiados o empresário e seus funcionários. Com esse atendimento é possível identificar questões positivas ou negativas referentes ao crescimento da empresa.

Soluções O Programa Sebrae para Empresas Avançadas se divide em dois tipos de soluções, uma para temas específicos e outra integrada. As soluções para temas específicos são Estratégias Empresariais, Encontros Empresariais, Decisão Empresarial na Visão Sistêmica, Gestão Financeira: do Controle à Decisão, Gestão da Inovação – Inovar para Competir, e Pla-

nejando para Internacionalizar. A integrada chama-se Ferramentas de Gestão Avançada e é composta de workshops e consultorias. O Programa Ferramentas de Gestão Avançada será desenvolvido com base em dez pilares como o diagnóstico da performance e da competitividade da empresa, o desenvolvimento de um plano empresarial, a definição de objetivos estratégicos, a implantação de um modelo de gestão baseado em indicadores e metas e o acompanhamento sistemático da execução e dos resultados. A solução deve ser implementada no primeiro semestre de 2009. Algumas das Soluções Específicas já começaram a ser postas em prática e todas estarão disponíveis para serem aplicadas pelo Sebrae nos estados até o primeiro semestre de 2009. É o caso da solução Encontros Empresariais. “Nos Encontros, os empresários discutem temas importantes de seu setor, trocam experiências, fazem contatos e até podem estabelecer parcerias”, explica Alessandra Cunha, gestora nacional da Solução. A solução Estratégias Empresariais já foi posta em prática no Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco e Minas Gerais, e este mês começam novas turmas no Ceará, Paraíba e em outros estados. A solução trata do conceito do processo estratégico, traz um diagnóstico e análise de variáveis referentes ao setor em que


VINICIUS FONSECA

Presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e diretor-técnico da instituição, Luiz Carlos Barboza, reforçam a importância de empresas buscarem conhecimento e melhor preparo

O Programa Sebrae para Empresas Avançadas se divide em dois tipos de soluções: uma para temas específicos e outra integrada

aplicada no Recife com um grupo de 20 empresários de nove empresas de segmentos diferentes. No primeiro semestre de 2009, haverá a multiplicação da metodologia para os outros estados. Esta solução é focada nas empresas que buscam tomadas de decisões estratégicas e assertivas. Segundo o pensamento sistêmico, num processo de decisão é necessário considerar não apenas o problema em si, mas também todos os impactos no conjunto da atuação da empresa, com uma visão abrangente (sistêmica). A solução Gestão da Inovação – Inovar para Competir vem para atender a uma das mais importantes demandas dos pequenos negócios. “O nosso programa pretende que a inovação se torne parte integrante da cultura da empresa”, afirma Mirela Malvestiti. Segundo estudos de instituições que atuam junto às MPEs, como o Sebrae, uma das grandes dificuldades do segmento é exportar de uma forma constante e não apenas em momentos eventuais. Internacionalização vai além de exportar e significa tornar as empresas mais competitivas para atuarem no mundo globalizado. A solução Planejando para Internacionalizar trata de conceitos e traz um passo-a-passo para o planejamento e implantação do processo de internacionalização em

uma pequena empresa. Ela estará disponível a partir do início de 2009 em todas as unidades estaduais do Sebrae.

Lançamento O Programa Sebrae para Empresas Avançadas foi lançado no dia 9 de outubro em São Paulo (SP) durante o seminário Pequenas Empresas: Desafios do Crescimento, que reuniu mais de 400 empresários. Na ocasião, o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, ressaltou a necessidade de as empresas buscarem conhecimento e afirmou: “Percebemos que precisávamos consolidar um trabalho junto a empresas mais maduras. Elas precisam de novas ferramentas e metodologias para crescer e ficar mais fortes, tanto no mercado nacional quanto no externo”. O diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza, disse que a instituição procura conhecer melhor e dividir em determinados segmentos a sua clientela, que vai desde pessoas que pensam em abrir um negócio, passando pelos que estão começando, até as empresas mais consolidadas. “O Sebrae buscou para o novo programa soluções adotadas para grandes empresas, porém adaptadas ao formato e às necessidades das pequenas.”

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a empresa atua e das fragilidades e potencialidades dessa empresa e formula estratégias. Inclui atividades em grupo e consultoria para as empresas participantes. A solução de Gestão Financeira passa por um piloto em Mato Grosso e São Paulo e será implantada nos demais estados no primeiro semestre de 2009. “Muitas empresas possuem controles só que não utilizam as informações para as tomadas de decisão e normalmente trabalham aspectos financeiros de forma separada do conjunto, como a formação de preços”, observa Mirela. Desenvolvida pelo Sebrae Nacional em parceria com o Sebrae/PE, a solução Decisões Empresariais na Visão Sistêmica já foi

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A VOZ DA EXPERIÊNCIA

cifras Multiplicador de

Com mais de cinco empresas criadas em 45 anos de vida, duas delas vendidas por cerca de 15 vezes o valor investido, ele não pensa em parar por Cléia Schmitz

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cleia@empreendedor.com.br

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O carioca Marcos Wettreich jura que nunca sonhou em ser rico, tampouco empreendedor. Mas antes mesmo de completar 40 anos de idade, ele já tinha no currículo três bem-sucedidas empresas e dinheiro suficiente para fazer o que quisesse da vida. Inclusive abrir novos negócios. Reconhecido como um empreendedor serial, Wettreich se destaca tanto pela habilidade em criar empresas quanto em vendê-las. Entre os empreendimentos que fez, o mais conhecido no Brasil é o iBest, um dos maiores provedores de internet, criado em 1995 com investimentos de US$ 5 milhões e vendido em 2003 para a Brasil Telecom por US$ 72 milhões. Dois anos antes, Wettreich já havia feito outro grande negócio ao se desfazer da Mlab, seu segundo vôo solo como empreendedor. Primeira consultoria de marketing na web brasileira, a empresa foi aberta em 1996 com um capital de US$ 2 milhões. Em 2001, a Neoris, controlada pelo grupo mexicano Cemex, a comprou por US$ 36 milhões. O mercado começava a conhecer e aplaudir Wettreich.

No mesmo ano, ele conquistou o prêmio Empreendedor do Ano na categoria e-business, concedido pela Ernst & Young. Sorte? Não, é melhor chamar de obstinação. Wettreich chegou a abrir três empresas num espaço de seis meses, entre 1995 e 1996: o iBest, a Mlab e a MantelMedia, editora de publicações especializadas em tecnologia. Desde 1990 o empresário já comandava a Mantel, empresa de eventos de tecnologia. “Por um tempo fiquei presidente de quatro empresas”, conta Wettreich. Ele admite que só depois de dez anos criando empreendimentos sozinho é que começou a entender a necessidade e a importância de ter sócios estratégicos e financeiros. Se as coisas já iam bem para o empresário, passaram a andar melhor ainda com a nova tática. Como sócios do iBest e da Mlab, Wettreich teve nada menos do que os grupos GP Investimentos e Latinvest, os maiores investidores em internet no Brasil. Com o capital injetado pelos fundos, as duas empresas se tornaram tão expressivas que foram adquiridas, respectivamente, pela Brasil Telecom e Neoris. Com dinheiro no bolso, Wettreich bem

que poderia descansar um pouquinho, mas decidiu faturar com o descanso dos outros. Em 2004, criou o Nirvana, um spa urbano, primeira empresa fora da web. Até 2005, permaneceu na diretoria da Mlab. Nos intervalos, lançou o Manual de Pais e Mães Separados, no qual faz uma interposição de sua história pessoal com abordagens de negociação empresarial. O livro vendeu 20 mil exemplares. No ano passado, depois de três anos sem criar empresa alguma, Wettreich voltou a imprimir sua marca de empreendedor serial. Com o apoio de acionistas renomados, criou o WeShow, um portal que seleciona e organiza vídeos disponíveis na web. Entre os sócios, Bob Pittman, fundador da MTV e co-CEO da América On Line (AOL), e William Sahlman, professor titular de empreendedorismo de Harvard. “Amigos me recomendaram falar com eles e houve uma identificação muito grande com o projeto”, conta o empresário. Um ano e meio depois de criado, o WeShow já conta com uma audiência mensal considerável de 5 milhões de usuários. “É um negócio de alto risco, os desafios são muito grandes e temos a concorrência do YouTube, leia-se Google. Mas quanto maior o risco, maior o retorno.” Negócios de alto risco não são uma novidade na vida de Wettreich. Seu histórico como empreendedor mostra que ele tem uma atração pelos chamados investimentos assimétricos, em que o potencial de retorno é muito maior


Nascimento: 1963, Rio de Janeiro Formação: Engenharia Eletrônica com pós-gradução em Marketing pela PUC/RJ e OPM (Owner President Management) pela Escola de Negócios de Harvard Empresa: WeShow Ramo de atuação: Conteúdo em vídeo na web Cidade-sede: Rio de Janeiro Número de funcionários: 40

Habilidades A carreira de empresário começou um tanto por acaso na vida de Wettreich. Ele conta que, ainda adolescente, gostava muito de artes e ciência e estava mais próximo da medicina do que do mundo dos negócios. Acabou se formando em Engenharia Eletrônica pela PUC do Rio de Janeiro, mas seu destino parecia traçado. Empreendedor nato, desde pequeno Wettreich demonstrava um talento muito importante: a arte de negociar. E foi assim, negociando, que ele foi aceito na Saga, uma cooperativa de desenvolvimento e gestão de sistemas idealizada por um grupo de estudantes do último ano da faculdade de engenharia. “Eu era um ano mais novo. Como ainda não tinha acabado a formação, fiquei com a área mais administrativa e comercial da empresa.” Foi então que Wettreich descobriu seu talento para o marketing. “Hoje não tenho dúvidas que é o meu maior skill (habilidade)”, diz o empresário. Tanto que, logo depois de se formar, investiu numa pós-graduação na área, na

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Marcos Wettreich

do que o potencial investido. O WeShow também é mais um exemplo da habilidade de Wettreich em transformar carências do mercado em oportunidades de negócios. Com o crescimento do volume de vídeos na internet, o executivo percebeu que as pessoas tinham cada vez mais dificuldades de encontrar o que queriam. O WeShow nada mais é do que um organizador desta bagunça. A aposta do empresário é que cada vez mais as pessoas vão assistir a vídeos na web, ampliando o interesse por um canal específico para cada assunto. Segundo Wettreich, o desafio no momento é transformar a audiência do WeShow em receita e lucratividade com a monetização da propaganda. “O YouTube também não é lucrativo. Eu não sei qual é a estratégia do Google, mas nós somos pés no chão, queremos retorno sobre o investimento. A recente crise traz mais empecilhos, mas vida de empresário é assim mesmo, não tem moleza”, afirma o empresário. E não tem mesmo. O ritmo de trabalho imposto por Wettreich é intenso. Geralmente ele fica até duas, três da manhã enviando e respondendo e-mails. Seus colaboradores já sabem que ao chegar no escritório terão muitas tarefas a cumprir. “O importante é se dedicar e, para isso, é preciso abrir mão de muitas coisas. Durante anos da minha vida eu não tive fins de semana.”

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A VOZ DA EXPERIÊNCIA

Principais empresas WeShow

Criado em 2007, consome toda a atenção de Wettreich no momento. A proposta do empreendimento é de um guia de vídeos, no estilo YouTube, com portais exclusivos para o Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Japão e China. Atualmente, soma 5 milhões de usuários mensais.

iBest

Um dos mais importantes e bem-sucedidos negócios criados por Wettreich, o iBest é considerado o segundo maior provedor de internet no Brasil e o Prêmio iBest é o Oscar da internet brasileira. Fundado em 1995 com investimentos de US$ 5 milhões, foi vendido em 2003 para a Brasil Telecom por US$ 71 milhões.

Mlab

Primeira empresa de marketing na internet, a Mlab foi mais um ótimo negócio de Wettreich. Criada em 1996 com US$ 2 milhões, foi vendida em 2001 por US$ 36 milhões à Cemex e deu origem à Neoris (www. neoris.com). A consultoria atua na Europa, Estados Unidos, América Latina, Oriente Médio e África.

Mantel / MantelMedia

A empresa foi o primeiro negócio criado por Wettreich, em 1990. Produtora de conferências sobre tecnologia, chegou a realizar mais de 100 congressos em sete países até ser vendida para o grupo italiano Mondadori, em 1996. Em 1995, ainda criou a MantelMedia, que publicou a Internet World, primeira revista sobre internet no Brasil.

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Nirvana

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Um dos poucos empreendimentos idealizado por Wettreich fora do universo da web, o Nirvana foi criado em 2004 com a proposta de ser um centro de bem-estar. Com duas unidades no Rio de Janeiro, oferece atividades físicas, terapias, massagens e serviços de spa, além de restaurante e loja de alimentos saudáveis.

própria PUC-RJ. Mais tarde, fez uma especialização para executivos na Escola de Negócios de Harvard, nos Estados Unidos. Na Saga, ficou até os 26 anos, quando decidiu sair, levando US$ 14 mil, para criar seu primeiro negócio sozinho, a Mantel. Com ela, Wettreich começava a mostrar sua capacidade em reconhecer ótimas oportunidades de mercado. A Mantel foi criada numa época em que não havia internet nem literatura suficiente sobre tecnologia. A demanda por informação era gigante e Wettreich decidiu promover congressos e feiras segmentados. “Foi aí que comecei realmente a ganhar dinheiro. Era um negócio bem lucrativo porque muita gente queria participar e muitas empresas queriam expor e patrocinar os eventos. Em pouco tempo a empresa se tornou a maior do Brasil na área. Cheguei a promover uma feira internacional na Europa”, conta o empresário. O iBest foi outro negócio criado na hora certa. A internet dava seus primeiros passos no Brasil e o mercado de provedores tinha ótimas perspectivas de crescimento. Como bom marqueteiro criou o Prêmio iBest, hoje considerado o Oscar da internet brasileira. Ainda na onda da web, fundou a primeira empresa brasileira de marketing na rede, a Mlab. Para completar, percebeu que além de organizar feiras, poderia ganhar dinheiro com publicações ligadas à tecnologia. Assim surgiu a MantelMedia e a primeira revista sobre internet no Brasil, a Internet World, que chegou a ter uma tiragem de 580 mil exemplares. Com o sucesso dos empreendimentos vieram os sócios e, logo em seguida, as propostas de compra. Será que Wettreich sentiu pena em vender alguma delas? Ele garante que não. “Muitos empreendedores têm essa ligação com o negócio. Eu não tenho. Se tivesse, não poderia ser um empreendedor serial. Meu apego dura só enquanto estou administrando”, conta. Entre os empreendimentos favoritos, o empresário cita o iBest. “Já fiz negócios muito bons como investidor, mas considerando as empresas em que estive à frente, o iBest foi o meu melhor negócio em termos de retorno sobre o investimento.” Do provedor, também traz ótimas recordações da equipe, “formada ao longo do tempo e capaz de fazer coisas muito boas”. Qualquer pessoa que conheça Wettreich sabe que um elogio vindo do empresário vale

ouro. Ele não se considera um centralizador, mas reconhece que não dá trégua antes de ter certeza que pode deixar a função na mão de uma pessoa. “Até chegar lá, tenho que fazer micro-management (gerenciar pequenas tarefas). No WeShow, colaboro em tudo, desde o marketing, no que efetivamente eu coloco a mão, até nas áreas financeiras e de desenvolvimento de sistemas”, afirma o executivo.

Comprometimento Quem já trabalhou com ele sabe bem disso. “Marcos é bastante criativo, corajoso e exigente. Não aceita um não como resposta, sempre há um jeito para se alcançar o seu objetivo. E quase sempre alcança! É 100% comprometido com o sucesso do negócio, a ponto de se envolver em todas as frentes, desde a sua concepção até o dia-a-dia operacional, passando pelas grandes discussões estratégicas. Boa parte do que sei sobre marketing e empreendedorismo aprendi com ele”, conta o executivo Carlos Gamboa, que foi braço direito de Wettreich no iBest e hoje é um dos diretores do banco de investimentos 3G Capital, em Nova Iork. Exigência é mesmo uma característica marcante do empresário. Sócio no WeShow, Bruno Parodi conhece Wettreich desde 1995, quando foi pedir emprego na Mantel. “No final do processo seletivo tive uma entrevista com o próprio Marcos. Eu tinha apenas 18 anos, nenhuma experiência profissional e a conversa não foi das melhores, eu tinha certeza de que estaria fora. Ele foi muito franco comigo, disse que pelo que tínhamos conversado eu jamais poderia ser admitido, mas que tinha gostado das minhas provas e que acreditava que eu tinha um bom potencial. Marcos não somente costuma ser muito exigente com quem contrata – e nesse caso eu tive uma grande sorte – como, principalmente, consegue radiografar as pessoas em pouquíssimo tempo de contato. E, em geral, tem razão sobre suas impressões.” Órfão de pai desde os cinco anos, Wettreich teve que se virar sozinho muito cedo. A mãe trabalhava fora o dia inteiro e o pequeno Marcos foi aprendendo que era preciso ser independente. Excelente aluno, ganhou bolsas durante todo o período escolar. Seu único emprego foi como estagiário da Cobra


Computadores, durante a faculdade de engenharia. Ele poderia ter construído carreira na empresa, mas por sorte a Saga lhe resgatou para o empreendedorismo. “Marcos é absurdamente dedicado, planejado e decidido. E, principalmente, obcecado para que o produto final seja surpreendente. Ninguém entra para a história pelas noites que não dormiu, pelo que tentou e não funcionou, mas sim pelo que conseguiu cumprir e realizar”, elogia Parodi. Mas Wettreich não esconde suas iniciativas frustradas. Junto com a Saga ele teve uma “empresinha” de manutenção de computadores com dois amigos que acabou quebrando. “Éramos um grupo de crianças com 20 e poucos anos sem experiência nenhuma”, justifica o empresário. A Opinia, empresa de pesquisa na internet da qual foi sócio também, foi extinta antes de dar o retorno que esperava. A editora MantelMedia foi “um grande prejuízo financeiro”, porém serviu para fomentar e gerar publicidade para os outros negócios, como iBest e Mlab. Para o empresário, seu ponto fraco é acreditar demais. “Talvez eu pudesse ser um pouco menos otimista sem abrir mão de fazer tudo o que faço porque empreendedor que não é otimista cresce muito devagar”, afirma Wettreich. Ele explica que, se pudesse voltar atrás, subdimensionaria algumas iniciativas de modo a ter menos custos. Como exemplo, cita a MantelMedia, onde por diversas vezes decidiu fazer tiragens bem maiores do que o necessário. “Eu acreditava que escoaria o produto, depois até inventava uma solução para o problema, mas poderia ter obtido resultados com investimentos menores.” Como bom empreendedor, Wettreich é obstinado pelo retorno sobre o investimento. Talvez por isso não hesite em vendê-las assim que cumpre sua principal meta. Se o WeShow terá o mesmo destino de empreendimentos como o iBest, só o tempo dirá. Mas o empresário adianta: “Para mim, a empresa dá certo no momento em que é vendida e eu recupero o meu investimento”.

O Q U E FAZ ER

LINHA DIRETA

Observar carências do mercado e transformálas em oportunidades de negócios

Subestimar o potencial da concorrência

Trabalhar muito e buscar sempre a perfeição em cada uma das tarefas executadas

Não dimensionar corretamente o potencial de venda do produto ou serviço

Gerenciar de perto cada área da empresa até ter certeza que a equipe está preparada

O Q U E N ÃO FA Z E R

Ser pessimista com relação ao negócio

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Marcos Wettreich: (21) 2546-3100 www.marcoswettreich.com.br

BÚSSOLA EMPRESARIAL

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Tecnologia da Informação

TI

ALFORRIA DIGITAL Softwares abertos têm menos custo e eficiência e segurança maiores ou iguais, mas ainda são uma realidade distante das MPEs

por Diogo Honorato honorato@empreendedor.com.br

As grandes companhias tomaram a dianteira no uso de software livre. Sinal de que as vantagens anunciadas pelos entusiastas desses aplicativos, como a maior segurança e eficiência, de fato existem e compensam. No Brasil, soluções desse tipo estão presentes em três de cada quatro empresas com mais

de 1 mil colaboradores. E em quase metade dos casos, os aplicativos são utilizados até em operações de missão crítica, aquelas em que as tarefas são essenciais à empresa e, por isso, não pode haver travamento ou falhas. Isso mostra que cada vez mais gestores confiam nesses softwares. O levantamento foi realizado em 2007 pelo Instituto Sem Fronteiras, organização sem fins lucrativos que realiza estudos e aná-

lises para empresas de Tecnologia da Informação (TI). “As empresas de grande porte estão utilizando os softwares livres não apenas para reduzir custos (com licenciamento), mas porque têm planejamento e acham que eles são maduros o suficiente para se encaixar em suas estratégias”, afirma o consultor Álvaro Leal, responsável pela pesquisa. Já as empresas com menos de 100 funcionários ainda estão descobrindo as vantagens ou mesmo a existência desses produtos: somente 31% utilizam algum tipo de solução open source, como também são conhecidos os aplicativos com licença pública. Se um negócio está em expansão e precisa de mais máquinas, a ação mais comum é gastar com licenças de uso, concedidas por máquina, ou recorrer à pirataria. Mesmo nas empresas que utilizam softwares livres, o uso é tímido. Embora existam soluções para diversas finalidades, incluindo opções livres de ERPs (veja box),

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Exemplos de liberdade

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Vtiger CRM que ajuda a avaliar as necessidades de contato com os clientes, gerenciar compromisso e tarefas a fazer. É possível administrar as ações de marketing e as oportunidades de negócios. Ideal para pequenos e médios empreendimentos.

Compiere ERP que armazena e organiza informações dos processos organizacionais de uma empresa. Com ele é possível integrar o andamento das vendas com a área de produção e de contabilidade, por exemplo. Há versões que já vêm integradas com um CRM.

GNUCash Administrador de finanças pessoais ou de pequenos negócios que permite acompanhar transações bancárias, ações, faturamento e gastos, além de fazer cálculos financeiros e criar relatórios gráficos a partir deles .

Planner Uma ferramenta para gestão de projetos da comunidade de desenvolvedores Gnome que auxilia no planejamento diário. Permite gerar relatórios do tempo gasto em cada atividade e acompanhar incumbências pendentes.

BrOffice A adaptação brasileira do pacote OpenOffice possibilita a automatização de escritórios com aplicativos de edição de textos, planilhas eletrônicas e de apresentação. É usado em instituições como o Metrô de São Paulo como alternativa ao pacote pago MS-Office.

Fonte: SourceForge.net, vtiger.com e broffice.org.br


Customização Contudo, esses aplicativos nem sempre são a melhor opção. Como admite Douglas Conrrad, diretor da OpenS, consultoria especializada em suporte para softwares livres, a solução mais vantajosa depende do segmento em que a empresa atua e quais são suas demandas. “Em alguns casos, é mais barato customizar um aplicativo livre do que adquirir um proprietário. Em outros, o custo de desenvolvimento é elevado e, dependendo do nível de conhecimento aplicado, até inviável”, explica Conrrad. Em geral, a opção livre compensa nos casos em que não é preciso desenvolver a solução integralmente: quando o software já atende

em parte das necessidades do cliente, sendo imprescindíveis apenas algumas melhorias. Por isso, segundo Conrrad, os profissionais de TI devem fazer um planejamento para saber se as demandas da empresa podem ou não ser supridas a partir de um aplicativo open source. A carteira de soluções livres ainda é bem menor do que as proprietárias. Mas ainda assim as opções existentes são adequadas às necessidades de grande parte das empresas. Esse foi o caso da Effetiva Negócios, provedora de tecnologia e conhecimento que sentiu a necessidade de uma solução CRM para gerenciar seu relacionamento com os clientes. “Os softwares proprietários que existem são muito caros, pois atendem a realidades bem maiores do que a nossa. Por isso optamos pelo Vtiger (veja box), um software simples e fácil de usar”, conta Carlos Alberto Salinas, consultor da empresa para área de gestão. Satisfeitos com os recursos oferecidos, a empresa não precisou aprimorar o aplicativo e precisou custear apenas a instalação do sistema, feito por uma empresa terceirizada. As pequenas empresas interessadas em adquirir soluções livres devem se preocupar ainda com a oferta de suporte para esse tipo diferente de software. De acordo com Okano, da Fiap, a mão-de-obra especializada ainda é pequena e concentrada nos grandes centros. “Mas essa realidade começa a mudar, porque as instituições educacionais agora ensinam sobre software livre”, diz. Além disso, muitas empresas de tecnologia percebem que podem lucrar com a prestação de serviços de suporte, não apenas com a comercialização de softwares proprietários. É uma condição importante para que as pequenas e microempresas se beneficiem das vantagens das soluções livres, assim como as grandes.

LINHA DIRETA Álvaro Leal (Instituto Sem Fronteiras): (41) 3252-5250 Carlos Alberto Salinas (Effetiva Negócios): (48) 4052-9501 Douglas Conrrad (OpenS): (48) 3954-8000 Marcelo Okano (Fiap): (11) 4461-4708

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ra. Nesses casos, o investimento que seria gasto em licenças de um software proprietário pode ser usado com uma consultoria especializada em soluções livres, caso não possua uma equipe de TI capacitada para essa tarefa.

PURESTOCKX

os programas mais utilizados nas empresas ainda são os pacotes para escritório, como o BrOffice; navegadores para internet, como o Firefox; e sistemas operacionais, como o Linux, que tem índice de adoção de 53% das empresas pesquisadas. Com uso limitado, as empresas de menor porte perdem a oportunidade de implantar ou melhorar sua área de TI por um preço acessível. “Em vez de adquirir uma máquina e pagar pelo sistema operacional, pelo banco de dados e pelo trabalho de um programador, que vai desenvolver o que a empresa precisa, se um aplicativo livre é utilizado, a empresa só paga pelo hardware e pelo serviço”, cita Marcelo Okano, professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap). O uso de aplicativos de código aberto, para muitas empresas, é a possibilidade de poder customizá-los de acordo com suas necessidades operacionais, sem o processo burocrático de pedir autorização à empresa desenvolvedo-

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TI

Tecnologia da Informação

Big Brother das vendass A ferramenta de vídeo em rede IP da Axis Commmunications possibilita aprimorar a inteligência do marketing no varejo ao registrar imagens de como mo os compradores se movimentam e se comportam am nas lojas. Isso permite testar a eficiência das cammpanhas promocionais, propagandas e sinalizações ões internas. E com a vantagem de substituir as gravavações em vídeo analógico, que exigem maior tempo po de observação. www.axis.com

Linux mais fácil O software Aberium Supervisor, da desenvolvedora Mapa, instala e configura automaticamente o sistema Linux nos computadores de uma rede corporativa, sem a necessidade de conhecimentos técnicos aprofundados. O CD contém todas as orientações para configuração e gerenciamento do ambiente de rede. Segundo a empresa, o aplicativo é indicado para empresas com até 1,5 mil funcionários.

www.mapabrasil.com.br/(11) 5589-2143

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Hotel eletrônico

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Duas soluções para PDAs dão mais agilidade aos serviços hoteleiros ao usar rede wireless no controle de tarefas. Com o “Camareira Eletrônica”, o preenchimento dos formulários é automatizado e torna possível abrir ou receber ordens de serviço em tempo real, em qualquer dependência. Outra solução, a “Comanda Eletrônica”, utiliza o mesmo princípio e por isso melhora a produtividade dos garçons em 25%, segundo a comercializadora MGI Informática. www.mgi.com.br/(11) 2972-8738

Tráfego pesado O novo switch da Extreme Networks, o BlackDiamond 20808, pode transferir dados em uma velocidade de até 2 Terabytes por segundo, se somado o tráfego de seus oito slots, cada um com capacidade de até 120 Gigabytes por segundo. O equipamento é voltado para o segmento de operadoras e provedores de serviços interessados no transporte de pacotes convergentes via Ethernet metropolitana, como de internet banda larga.

www.extremenetworks.com


Redes sob controle I

www.pnm4.com.br

Redes sob controle II A solução RNA, da Sourcefire, permite o gerenciamento e o monitoramento de ameaças, de forma simultânea, tanto nos sistemas físicos quanto nas máquinas virtuais integrantes de uma rede. A idéia é adaptar os controles de segurança dos sistemas físicos aos ambientes virtualizados, que ainda são mais vulneráveis. No Brasil, a Sourcefire é representada pela distribuidora CLM.

www.clm.com.br

Forma e volume O Grupo GM7 apresentou duas novidades que visam deixar a comunicação mais atraente e clara: os recursos de interatividade e de animação de seu display eletrônico, o Digital Signage, que permitem ao vendedor mostrar exatamente o que o cliente deseja ver e na

ordem desejada. Com a tecnologia 3D é possível trabalhar diferentes posições de câmera, o que garante uma visualização bem próxima da real. A empresa espera que os pontos de mídia cheguem a quase 1 mil displays eletrônicos em 2009. www.gm7midiadigital.com.br

Perda zero A C&M Software, desenvolvedora do aplicativo Neural Risk Persona: FraudFree, promete perda zero no caso de fraudes eletrônicas – se a solução não identificar com precisão eventos inadimplentes ou fraudulen-

tos, a empresa se compromete a ressarcir integralmente o cliente. O sistema se baseia em redes neurais e em inteligência artificial para análise de crédito de compras eletrônicas pela internet ou call centers. (11) 3365-2666

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A Positivo Informática lançou a quarta versão de seu software de administração e monitoramento de redes baseada no sistema operacional Windows, o Positivo Network Manager. O aplicativo auxilia na organização e segurança da infra-estrutura de TI. É possível, por exemplo, saber da instalação de algum software sem licença, realizar cópia de segurança ou detectar anormalidades nos hardwares de qualquer um dos equipamentos da rede.

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FRANQUIAS

Ensino

remoto Tecnologias de educação a distância facilitam o treinamento de grupos grandes e dispersos, reduzindo custos por Cléia Schmitz

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cleia@empreendedor.com.br

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Não dá para dizer que os treinamentos presenciais estão com os dias contados, mas as tecnologias de educação a distância têm cumprido cada vez mais a função de qualificar profissionais. Especialmente no caso de redes de franquias, em que a ampla distribuição de unidades dificulta e encarece muito a realização de cursos in loco e outras estratégias de aprendizagem. “Quanto maior a amplitude da rede, mais a tríade logística – deslocamento, alimentação e hospedagem – impacta nos gastos e também no tempo dispensado para os treinamentos”, afirma César Braga, diretor de estratégia da Gestum Conhecimento Competitivo, especializada em tecnologia educacional. Para o executivo, outra vantagem de ferramentas como e-learning é que elas atendem muito bem às necessidades constantes de empresas de franchising em multiplicar o formato do negócio. Ao mesmo tempo, permitem fazer de forma mais dinâmica os ajustes necessários por conta das diferenças regionais. Alguns programas seriam inviáveis se tivessem que ser feitos de forma presencial. Braga cita o exemplo da rede O Boticário, cliente da Gestum desde 2005, que precisava selecionar 1,5 mil multiplicadores num prazo de 60 dias. “Conseguimos ter uma avaliação de desempenho de cada colaborador sem sair de Curitiba (sede da empresa). Aliás, seria impossível fazer uma seleção deste tipo de forma presencial”, afirma o executivo. O caso de O Boticário mostra como a

educação a distância pode complementar ou apoiar treinamentos in loco, e não substituí-los totalmente. Por meio de tecnologias é possível, por exemplo, avaliar de forma mais prática o resultado de um programa de capacitação realizado anteriormente, seja ele presencial ou a distância. É o que o mercado chama de “avaliação da aplicação do conhecimento no negócio”, uma informação mais importante para as áreas de recursos humanos do que as tradicionais provas feitas ao final dos cursos, que avaliam apenas o conhecimento retido e não a competência. “Com a tecnologia educacional é possível ir treinando e medindo o desempenho dos colaboradores na prática. Isto é fundamental porque o mau desempenho traz perdas como a insatisfação do cliente”, afirma Braga. O programa desenvolvido pela Gestum para O Boticário utiliza simuladores situacionais para medir a competência dos participantes, que são convidados a comandar uma loja virtual. Num primeiro momento, os profissionais assistem a animações e realizam testes com conteúdo específico para alcançar o atendimento esperado pela rede. Depois, numa espécie de jogo, situações previamente mapeadas permitem que os “jogadores” testem suas habilidades, errando e corrigindo problemas sem nenhum prejuízo real para a empresa. O objetivo do game é que os multiplicadores elevem o nível de satisfação dos vendedores e seus clientes. Para uma rede com 2,5 mil lojas só no Brasil, a agilidade e a eficácia no treinamento de multiplicadores são fundamentais. O interesse das empresas de franchising

E-learning atende às necessidades constantes de multiplicar o formato do negócio

por ferramentas de ensino a distância tem crescido bastante. A própria Gestum já fechou contratos com a Marisol Franchising, detentora de marcas como Lilica & Tigor, One Store e Rosa Chá. Outras, como a Flytour, agência de viagem e turismo com mais de 140 lojas no Brasil, planejam aderir efetivamente ao e-learning em 2009. “Temos franquias de Belém do Pará a Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Os custos dos treinamentos presenciais impactam bastante no orçamento dos franqueados”, afirma Charles Calmucci, gerente de gestão do conhecimento. Hoje, a Flytour já oferece um curso via intranet com os cinco primeiros módulos necessários ao treinamento de um novo colaborador. “Sempre que podem, os franqueados fazem uso da ferramenta.” Mas se por um lado ferramentas como o e-learning representam uma economia a longo prazo para as redes de franquia, por outro, têm um custo alto de implantação. O preço de um simulador situacional como o que foi utilizado por O Boticário, por exemplo, pode chegar a R$ 60 mil. De acordo com Romain Mallard, diretor de tecnologia da SK Digital,


VANTAGENS

especializada em e-learning, o custo de uma hora de multimídia varia de R$ 5 mil a R$ 15 mil. Na avaliação do executivo, para compensar o investimento, o ideal é que a franquia tenha, no mínimo, 100 unidades franqueadas com mais de dez funcionários cada uma. A abrangência territorial é outro fator determinante, além do perfil da empresa. “Quanto maior a quantidade de lançamentos anuais e a complexidade dos produtos, maior a necessidade de treinamento”, explica Mallard.

Alvo principal A SK Digtal já elegeu o sistema de franchising como seu principal alvo em 2009. A empresa foi responsável pela digitalização de toda a documentação da Quick, uma rede de franquias francesa com 420 restaurantes espalhados pela Europa, África do Norte e Oriente Médio. “Eles tinham um documento, que chamavam de bíblia, com 4 mil páginas em Word com tudo o que é necessário para abrir um restaurante da marca. Nós transformamos esse material em 16 mil páginas de web, divi-

didas em um manual para abrir uma franquia, um curso para colaboradores e uma ferramenta de consulta virtual entre os restaurantes”, conta Mallard. Originalmente em francês, o material já foi traduzido para o espanhol, inglês e, mais recentemente, russo. Segundo o executivo, boa parte das grandes franquias brasileiras já tem um sistema de documentação bem consolidado e relativamente informatizado. Essa é uma condição importante para aplicar o ensino a distância em larga escala. “Temos bons cases de franquias brasileiras que estão usando o e-learning. Em geral, a receptividade dos franqueados e seus colaboradores é muito boa, afinal, quanto melhor a qualidade do treinamento, melhor são os resultados.” Mallard acredita que uma das conseqüências desse trabalho é a queda na rotatividade de funcionários, um problema comum no varejo em geral, principalmente na área de vendas. A conclusão vai de encontro ao medo que os empresários têm em treinar seus profissionais e perdê-los para os concorrentes. Para Charles Calmucci, este temor pode

ser um ponto positivo para a educação a distância. “Hoje, o franqueado da Flytour de Belém do Pará paga caro para enviar dois ou mais colaboradores para um treinamento em São Paulo e corre o risco de, no mês seguinte, entregá-los prontinhos para a concorrência. E ainda ter que enviar outros profissionais para fazer o mesmo curso. Se a capacitação fosse a distância, o impacto econômico da perda de um profissional seria bem menor”, frisa o executivo. Para ele, não há saída. Se a Flytour quiser continuar ampliando sua abrangência, logo terá que dispor de ferramentas de e-learning. “Nós temos uma impressão muito clara de que treinamento se transforma em qualidade e produtividade.” De acordo com César Braga, apesar de ainda não ter dez anos de atuação no Brasil, o e-learning já está entrando num processo de consolidação em grandes companhias. “Temos percebido um momento interessante, em que muitas empresas estão buscando informações sobre tecnologias de educação”, afirma o executivo da Gestum. “Muitas empresas já colocaram o ensino a distância no centro de suas estratégias”, concorda Mallard. Para ele, é uma questão de diferenciação no mercado e, conseqüentemente, uma forma de se tornar mais atrativo aos investidores. “Se você fosse decidir entre uma franquia que apresenta como ferramenta de treinamento uma pilha de papel e outra que disponibiliza uma série de recursos multimídias, qual você escolheria? Não há dúvidas que influencia na escolha.”

LINHA DIRETA Gestum: (53) 3229-1620 Flytour: (11) 4502-2520 SK Digital: (41) 3264-4557

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1. Redução de despesas com logística de treinamento 2. Maior abrangência e alcance dos treinamentos 3. Maior padronização dos processos 4. Menor interferência na rotina de trabalho 5. Flexibilidade de tempo e espaço para o aluno

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FRANQUIAS

Só para crianças Sinônimo de roupinha de bebê, a Tip Top planeja abrir 100 lojas franqueadas nos próximos cinco anos. A marca lançou seu sistema de franchising este ano e deve fechar dezembro com cinco unidades em São Paulo e uma em Florianópolis, todas em shopping centers. “A entrada no varejo tem o objetivo de fortalecer a marca Tip Top, dis-

tribuída em 8 mil pontos-de-venda no Brasil e exterior, conquistando o freqüentador de shopping centers, que terá nas lojas opções personalizadas de produtos”, explica o presidente da Tip Top, David Bobrow. Há 56 anos no mercado, a Tip Top é uma das marcas da TDB Têxtil, fundada em 1936. Além da marca Tip Top, com tamanhos de

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Novidades nas ruas

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A Bon Grillê, uma das maiores redes de grelhados do País, está com um novo projeto de expansão: abrir franquias de rua e chegar em 2011 com 25% das lojas funcionando fora dos shoppings. A primeira loja de rua foi inaugurada em setembro no Brooklin, na capital paulista. “A alimentação fora do lar está abrindo oportunidades para vários modelos de negócio, seja em shopping ou em rua”, afirma George Alexandre, gerente de Operações da rede. Ainda segundo o exe-

cutivo, o ponto de rua precisa estar perto dos grandes centros, onde se concentra a maior parte dos escritórios comerciais. Com a nova loja, a Bon Grillê passa a ter 52 endereços nas principais regiões do País. A meta é abrir 15 unidades até dezembro de 2009. Dentre os mercadosalvo do plano de expansão estão o interior paulista, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Bahia e Amazonas.

www.bongrille.com.br

recém-nascido a três anos, as franquias também comercializam a linha Quati, voltada para a faixa etária de quatro a 16 anos. O investimento inicial para implantação de uma franquia Tip Top é de R$ 300 mil a R$ 350 mil. Além de roupas, a loja vende acessórios como sapatinhos, bolsas, perfumes e bichos de pelúcia. www.tiptop.com.br


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FRANQUIAS

Sorriso bonito Atraídos por um faturamento mensal que chega a R$ 140 mil e um lucro líquido que varia entre 20% e 30%, profissionais de diferentes segmentos estão entrando no mercado da odontologia com a franquia Ortodontic Center. “A odontologia está deixando de ser apenas uma profissão para ser encarada como um negócio”, afirma o sócio e diretor de expansão da Ortodontic Center, Fernando Massi, formado em Odontologia. Atualmente, mais da metade dos franqueados não é dentista. Os profissionais de outras áreas que querem montar uma Ortodontic Center precisam de um responsável técnico que, no caso, tem que ser dentista, além do pessoal operacional, que podem ser contratados no mercado. Fundada em 2002, a Ortodontic Center está presente em sete estados, além do Distrito Federal, com três unidades próprias e 13 franqueadas. O investimento total estimado para a abertura de uma franquia é de R$ 170 mil, com prazo de retorno de 30 meses. O franqueado aceita a conversão de consultórios para franquias da rede. www.ortodonticcenter.com.br

Locadora inovadora Lançada em junho na cidade de Florianópolis, a rede de franquia Inova traz uma estratégia inovadora para o segmento de aluguel de carros. Automóveis adesivados com propaganda de terceiros custeiam parte da diária e prometem cortar pela metade o preço de tabela. O modelo, batizado de diária compartilhada, é utilizado em alguns países europeus, mas é inédito no Brasil. “Um carro Celta 2009, cuja diária

normal é de R$ 95, sai por R$ 45, incluindo proteções do carro e de terceiros, quilometragem livre e taxas”, afirma Marcus Marchini, diretor da Inova. O plano de negócios da empresa prevê abertura de 50 lojas até 2011 e 100 unidades até 2014, cobrindo todo o Brasil. Atualmente, a rede conta com lojas em Florianópolis, Criciúma (SC) e Itajaí (SC).

www.alugueinova.com.br

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Expansão árabe

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Especializada em comida árabe, a Mister Sheik está concluindo um processo de reestruturação que inclui modernização do layout de loja, mudanças no cardápio e inauguração de uma cozinha industrial. A proposta desse último item é atender toda a rede de franquias, proporcionando maior economia aos franqueados. Com o novo mix de produtos, a rede quer oferecer alternativas desde a abertura das lojas, normalmente às 10h, até o fechamento, às 22h. A Mister Sheik conta com 35 unidades nos estados de São Paulo, Paraná e Maranhão, e segue em expansão, com propostas para outros estados do Nordeste e do Norte do País. Estão previstas mais sete inaugurações até o final do ano e um aumento de 25% no faturamento da rede.

www.mrsheik.com.br


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Fr an qu i a em ex p an s ão

PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO

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PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO


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Fr a nq u i a em exp an s ão

PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO

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Organizando e administrando o negócio Manual Etapa 4/Parte 2

Olá, caro empreendedor! É um prazer estar com você em mais uma etapa de sua viagem rumo ao sucesso empresarial. Convidamos você a continuar a nos acompanhar nesta viagem sem volta, iniciada na edição de outubro da Revista Empreendedor. Já fizemos duas das quatro paradas estratégicas previstas em nosso roteiro, e agora em novembro vamos completar nossa jornada. Vamos relembrar quais são as paradas estratégicas? Primeira parada: Ventos da mudança Segunda parada: Ferramentas gerenciais práticas da viagem Terceira parada: Obtendo resultados da viagem Quarta parada: Novos rumos, de olho no futuro

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Fique ligado!

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Então vamos dar continuidade às paradas principais rumo à boa administração de sua empresa.

TERCEIRA PARADA: OBTENDO RESULTADOS DA VIAGEM Pelo que vemos na primeira parte do Manual 4, temos que estar bem preparados para adotar todos os procedimentos e controles mais adequados para a empresa. Os formulários sugeridos encontram-se à disposição para download no Portal Empreendedor (www.empreendedor. com.br) Para que você vá mais além em sua caminhada empreendedora, propomos uma revisão do que aprendemos na parada anterior. Acreditamos que, assim, você possa aprofundar seus conhecimentos. Gastos: Pessoal; Aluguel; Manutenção; Matéria-prima; Gastos diversos, etc.

Os custos representam, com certeza, uma das principais informações operacionais, gerenciais e administrativas da empresa. O custo é que vai definir se determinada venda propicia ou não ganho para a empresa Fonte: Viagem ao mundo do empreendedorismo, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA)

COMO ELABORAR O CONTROLE DE CAIXA? 1. Levante o saldo inicial dos recursos financeiros existentes na empresa (em dinheiro, cheques, tíquetes, bancos, etc.). 2. Registre diariamente todas as entradas de caixa (vendas à vista, recebimento de duplicatas, obtenção de empréstimos, etc.). 3. Registre diariamente todas as saídas de caixa (compras à vista, pagamento de duplicatas, de despesas fixas, de despesas variáveis, de despesas financeiras, retirada dos sócios, etc.). 4. Apure o saldo final de caixa (saldo inicial + entradas - saídas). 5. Confirme diariamente a existência do saldo final (em dinheiro, cheques, tíquetes, bancos, etc.). COMO ELABORAR O CONTROLE DE ESTOQUE DE MERCADORIAS? Você deverá manter controle do estoque pelo tipo de mercadorias/ produtos existentes na empresa da seguinte forma: 1. Registrar no Controle de Estoque as quantidades, custo unitário e custo total das mercadorias/produtos adquiridos. 2. Registrar no Controle de Estoque as quantidades, custo unitário e


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Os controles não fornecem, eles próprios, as respostas e sim sugerem as perguntas a serem respondidas pelo empresário ou administrador. Fonte: Tamanho não é documento, de Belmiro Valverde Jobim Castor

custo total das mercadorias/produtos vendidos. 3. Calcular no Controle de Estoque o saldo em quantidades, custo unitário e custo total das mercadorias/produtos que ficaram em estoque. Obs: o custo unitário é calculado pelo custo médio ponderado da seguinte forma: Custo Total ÷ Quantidade. 4. Periodicamente, confirmar se o saldo calculado no Controle de Estoque “bate” com o estoque físico existente na empresa. Para exemplificar o item 3, observe o seguinte exemplo: sua empresa possui, em estoque, 15 camisetas adquiridas no mês de maio, pelo custo unitário de R$ 6,00 e 10 camisetas adquiridas no mês de abril, pelo custo unitário de R$ 5,00. QUAIS OS ERROS MAIS COMUNS NA GESTÃO FINANCEIRA? A falta de uma adequada gestão financeira, pelas empresas, provoca uma série de problemas de análise, planejamento e controle financeiro das suas atividades operacionais, entre os quais citamos: Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas fixas ou financeiras, etc., porque não fazem o registro adequado das transações

realizadas. Não conhecer corretamente o volume e a origem dos recebimentos, o volume e o destino dos pagamentos, porque não elaboram o fluxo de caixa. Não conhecer corretamente o custo das mercadorias vendidas, porque não fazem um registro adequado do estoque de mercadorias. Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não tem um sistema de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimonial). Não saber se a empresa está tendo lucro ou não, em suas atividades operacionais, porque não elaboram o demonstrativo de resultados. Não calcular corretamente o preço de venda de seus produtos, porque não conhecem os seus custos e despesas. Não saber quanto os sócios retiram de pró-labore, porque não estabelecem um valor fixo para a remuneração dos sócios. Não saber corretamente o valor das despesas fixas da empresa, porque não fazem separação das despesas pessoais dos sócios com as despesas da empresa. Não saber o valor patrimonial (bens) da empresa, porque não elaboram o balanço patrimonial. Não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, porque não conhecem o ciclo financeiro de suas operações.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE CONTROLE UTILIZADOS NA GESTÃO FINANCEIRA? Foram elencados 12 principais instrumentos de controle utilizados na gestão empresarial. A seguir, você verá cada um detalhadamente. Fluxo de caixa O fluxo de caixa indica os recebimentos e os pagamentos a serem realizados e calcula o saldo disponível em caixa, pelo regime de caixa, na data efetiva de seu recebimento ou pagamento. Seu objetivo é calcular o saldo disponível em caixa, para se tomar a decisão de buscar os recursos necessários ou aplicar os recursos disponíveis. No fluxo de caixa deverão ser registrados todos os recebimentos (vendas à vista, recebimento de duplicatas e outros recebimentos) e todos os pagamentos (compras à vista, pagamentos de duplicatas, pagamento de despesas, outros pagamentos) previstos para o dia.

Fluxo de caixa básico ENTRADAS Aportes Empréstimos bancários Vendas à vista Recebimentos de duplicatas Outras entradas SAÍDAS Pagamento de empréstimos Aquisições à vista Pagamento a fornecedores Pagamento de despesas Outras saídas Atenção! O saldo de caixa não indica, necessariamente, que a empresa está tendo lucro e nem prejuízo em suas atividades operacionais.

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CONSELHO EMPREENDEDOR

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Como calcular o retorno do investimento? Investimento é todo o capital aplicado na empresa, ou seja, o capital social inicial mais os aumentos (aporte) de capital adicional, mais os lucros reinvestidos na empresa. Prazo de retorno do investimento (PRI) PRI = Total do Investimento Lucro Líquido Exemplo: PRI = 18.000,00 = 1,80 => 2 meses 9.992,08 (obs.: como o resultado não é um número inteiro, deve-se arredondar para cima) Com base neste índice podemos afirmar que, em um prazo de dois meses, todo o capital investido pelo proprietário retornará na forma de lucros. O que é lucro líquido? É o valor que sobra das vendas, menos todos os custos e despesas. O lucro líquido tem por objetivo remunerar o investimento feito na empresa. Se não for distribuído, aumenta o valor do patrimônio líquido da empresa.

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O que é lucratividade e rentabilidade? A Lucratividade indica o percentual de ganho obtido sobre as vendas realizadas. A Rentabilidade indica o percentual de remuneração do capital investido na empresa. Como calcular lucratividade e rentabilidade da empresa?

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Lucratividade É o índice que mede o lucro líquido em relação às vendas realizadas. A lucratividade é calculada da seguinte forma:

Com base neste índice podemos afirmar que: para cada R$ 100,00 em vendas, a empresa obterá R$ 20,46 de lucro. Rentabilidade É o índice que mede o lucro líquido em relação ao investimento (patrimônio líquido). A rentabilidade é calculada da seguinte forma: Rentabilidade = Lucro Líquido x 100 Invest. Total Exemplo: Invest. total = R$ 18.000,00 Rentabilidade = 9.992,08 18.000,00 Rentabilidade = 0,5551 => 55,51%

PM Pagamentos = 35 dias Vendas por Dia = R$ 750,00 CF = 45 + 30 – 35 = 40 dias NCG = R$ 750,00 x 40 dias NCG = R$ 30.000,00 O que é ponto de equilíbrio (PE)? Ponto de equilíbrio é o valor ou a quantidade que a empresa precisa vender para cobrir o custo das mercadorias vendidas, as despesas variáveis e as despesas fixas. No ponto de equilíbrio a empresa não terá lucro nem prejuízo. Como calcular o ponto de equilíbrio? Ponto de Equilíbrio em Valores: PE =

Com base neste índice podemos afirmar que o capital investido no negócio retorna sob a forma de lucro, a uma taxa de 55,51%. Como calcular a Necessidade de Capital de Giro (NCG)? A Necessidade de Capital de Giro (NCG) da empresa é calculada das seguintes maneiras:

Veja o exemplo: Despesas Fixas: R$ 6.000,00 Margem de Contribuição: 25% PE em Valores: R$ 6.000,00/25% PE em Valores: R$ 24.000,00 Ponto de Equilíbrio em Quantidades: PE =

Maneira 1 – Pelo saldo das contas no Balanço Patrimonial NCG = Contas a Receber + Valor em Estoque – Valor das Contas a Pagar Exemplo: Contas a Receber: R$ 25.000,00 + Estoques R$ 40.000,00 – Contas a Pagar R$ 35.000,00 = NCG: R$ 30.000,00

Lucratividade = Lucro Líquido x 100 Receita Total

Maneira 2 – Pelo Ciclo Financeiro NCG = Ciclo Financeiro (CF) x Valor das Vendas por Dia CF = Prazo Médio de Estoques + Prazo Médio de Recebimentos – Prazo Médio de Pagamentos

Exemplo: Lucrat. = 9.992,08 = 0,2046 => 20,46% 48.836,00

Exemplo: PM Recebimentos = 30 dias PM Estoques = 45 dias

Despesas Fixas Margem de Contribuição (%)

Despesas Fixas Margem de Contribuição

Exemplo: Despesas Fixas: R$ 8.000,00 Margem de Contribuição: R$ 4,20 PE em Quant.: R$ 8.000,00/R$ 4,20 PE em Quant.: = 1.905 unidades Veja outro exemplo do cálculo do ponto de equilíbrio em quantidades: PE = Custos Fixos (PVU – CVU) Exemplo: Custo Variável Unitário (CVU): R$ 10,41 Preço de Venda Unitário (PVU): R$ 26,02 Custos Fixos: R$ 19.100,00 Margem de Contribuição Unitária MCU = PVU – CVU MCU = 26,02 – 10,41 = R$ 15,61


CONSELHO EMPREENDEDOR O lado gerencial do empreendedor deve possibilitar a utilização dos instrumentos indispensáveis para a administração presente e futura da organização. Nada de sofisticações incabíveis para uma pequena empresa, mas algumas ferramentas elementares para uma certa longevidade. Fonte: Viagem ao mundo do empreendedorismo, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA) PURESTOCKX

Ponto de Equilíbrio ($) PE $ = Custos Fixos/MCU PE $ = 19.100,00/15,61 PE $ = 1.224 unidades A análise do ponto de equilíbrio possibilita estudar decisões sobre diferentes volumes de operações. O que é margem de contribuição (MC)? É o valor ou percentual que sobra das vendas, menos o custo direto variável e as despesas variáveis. A margem de contribuição representa quanto a empresa tem para pagar as despesas fixas e gerar o lucro líquido. Como calcular a margem de contribuição? A margem de contribuição é calculada da seguinte forma: Preço de Venda (PV), menos o Custo da Mercadoria Vendida menos o Custo das Despesas Variáveis

Exemplo: Despesas Variáveis = R$ 2,50 Mercadorias Vendidas = R$ 10,00 Preço de Venda = R$ 21,00 MC = Preço de Venda – Custos Mercadorias Vendidas – Despesas Variáveis MC = 21,00 – 10,00 – 2,50 MC = R$ 8,50 O que é preço de venda (PV)? O preço de venda é o valor que deverá cobrir o custo direto da mercadoria/ produto/serviço, as despesas variáveis (impostos, comissões, etc.), as despesas fixas proporcionais (aluguel, água, luz, telefone, salários, pró-labore, etc.) e, ainda, sobrar um lucro líquido adequado. Atenção! Quem determina o preço de venda é o mercado. Para isso, consulte o preço de venda dos seus concorrentes e informe-se quanto as pessoas estão dispostas a pagar por esse bem ou serviço.

Como calcular o preço de venda? PV =

Custo Direto Variável 100% – % despesas variáveis – % despesas fixas – % lucro líquido

Exemplo: Custo Direto Variável: R$ 20,00 Despesas Variáveis: 5% Despesas Fixas: 20% Lucro Líquido: 8% PV = R$ 20,00/(100% –5% –20% –8%) PV = R$ 20,00/67% PV = R$ 29,85 Entretanto, deve-se comparar com o preço praticado pelo mercado. Caso o preço de mercado seja menor do que o preço calculado, a empresa deverá desenvolver alguma ação para diminuir os seus custos ou despesas, ou então aceitar um lucro líquido menor.

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Agora sim é possível calcularmos o ponto de equilíbrio.

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CONSELHO EMPREENDEDOR Os controles de natureza financeira são importantes, mas apresentam limitações evidentes: não permitem aprofundar o conhecimento sobre aspectos cruciais da atividade empresarial, tais como a satisfação dos clientes e consumidores, as percepções do mercado em relação aos produtos e às empresas. Para evitar essas miopias, é recomendável utilizar métodos de controles multidimensionais, sendo o Balanced Scorecard (BSC) o mais conhecido. O BSC associa quatro esferas: controles financeiros, dimensão do cliente ou consumidor, dimensão interna e dimensão de aprendizagem e perenização. Fonte: Tamanho não é documento, de Belmiro Valverde Jobim Castor

O que é custo direto variável? O custo direto variável é o valor gasto diretamente com as mercadorias/produtos/serviços que a empresa vende: Nas atividades comerciais: é o custo de aquisição das mercadorias a serem revendidas. Nas atividades industriais: é o custo de aquisição das matérias-primas gastas na produção, mais o custo da mão-de-obra diretamente envolvida no processo de fabricação. Nas atividades de serviços: é o custo da mão-de-obra diretamente envolvida na realização do serviço, mais o custo dos materiais utilizados no serviço realizado. O custo direto variável representa os valores diretamente gastos na aquisição das mercadorias, ou na fabricação dos produtos ou, ainda, na realização dos serviços.

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O que são despesas fixas? São as despesas administrativas realizadas para o adequado funcionamento da empresa, independentemente do valor das vendas.

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Exemplos de despesas fixas: Aluguel, condomínio, IPTU; Água, luz, telefone; Salários administrativos; Pró-labore (retirada dos sócios); Encargos sociais sobre salários e pró-labore; Honorários profissionais (contador, outros); Despesas com veículos; Despesas com alimentação; Despesas financeiras; Despesas de manutenção; Depreciação sobre ativo fixo. Como controlar despesas fixas? Diariamente: registrar no Controle de Despesas Fixas todas as despesas fixas realizadas, devidamente classificadas. Mensalmente: comparar as despesas fixas realizadas com os meses


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O que são despesas variáveis? Despesas variáveis são obtidas em função das vendas realizadas. Normalmente se caracterizam como um percentual sobre o valor das vendas efetivas. Exemplos de despesas variáveis: Impostos sobre as vendas; Comissões sobre as vendas; Desconto do cartão de crédito. Como controlar despesas variáveis? Diariamente: registrando no Controle de Despesas Variáveis todas as despesas variáveis realizadas, devidamente classificadas. Mensalmente: comparando as despesas variáveis realizadas com os meses anteriores e analisando as eventuais discrepâncias. Atenção! Lembre-se que as despesas variáveis representam um percentual fixo em relação às vendas realizadas. QUARTA PARADA: NOVOS RUMOS, DE OLHO NO FUTURO “Em uma sociedade empreendedora, os indivíduos enfrentam um enorme desafio, desafio este que precisam explorar como sendo uma oportunidade: a necessidade por aprendizado e reaprendizado continuados”. Peter F. Drucker Este manual foi concebido pelo Sebrae e editado pela Revista Empreendedor com a intenção de fornecer a você uma gama de ferramentas básicas que possam ser usadas em um mundo de rápidas transformações. As ferramentas foram elaboradas para serem simples, mas os conceitos por detrás delas são bem abrangentes. Administrar é um negócio difícil. Nem sempre as coisas são tão simples. A realidade, às vezes, é outra. Hoje não há mais campo para o improviso permanente. Aquele que per-

manece no improviso, mais cedo ou mais tarde descobrirá que só o improviso permaneceu. Já a empresa definitivamente desapareceu, se perdeu na poeira da desorganização. A importância dos recursos aqui apresentados, para administrar com sucesso, e de outras ferramentas administrativas é que eles permitem que as chamadas complexidades, os chamados problemas, sejam avaliados da forma mais simples e elementar possível, com um passo de cada vez. Este manual procurou ajudá-lo a tornar a administração maleável, já que forneceu uma estrutura que permite que o sofisticado processo de administração seja conduzido com um mínimo de adversidades e com um máximo de resultados positivos. Aproveite as oportunidades e os desafios. Questione-se constantemente: “Posso mudar para melhor?”, “Quando?”, “Como?...”. Lembre-se: Nada deve ser feito em um negócio, a menos que: Exista uma razão justificável para fazê-lo; Ele se pague em um tempo razoável (relação custo/benefício); Possa ser explicado em linguagem clara e simples para todas as pessoas com a incumbência de fazê-lo funcionar. Devemos procurar um futuro ideal e criar um forte senso de visão da empresa como um todo. O papel primordial do empreendedor é estabelecer um sonho para o qual todos os empregados vão contribuir e para cuja realização todos devem dirigir seus esforços com mais entusiasmo. A realidade será instalada mais tarde. Para ter certeza de um desafio e de um senso de comprometimento com um resultado altamente satisfatório, é imprescindível que as mentes sejam tão criativas e idealistas quanto se possa imaginar. Procure criar uma paixão por resultados não apenas bons, mas excelentes.

As respostas para os seguintes questionamentos devem ser insistentemente procuradas, tendo em vista uma empresa renovada e sintonizada com a modernidade: O que será da empresa dentro de cinco a 15 anos? Quais serão os principais produtos e serviços? Quem serão os funcionários? Quais serão suas atitudes e comportamentos? Qual será a formação profissional e suas qualificações? O que significa ser membro da empresa? Quais serão os valores compartilhados da empresa? O que as pessoas envolvidas dirão da empresa ou como apresentarão a empresa para as pessoas de fora? Como a empresa será avaliada por: – Seus membros e empregados? – Seus consumidores/clientes? – Sua comunidade? Qual será a cultura da empresa? Esperamos que você tenha gostado deste nosso estudo. Mas ele ainda não terminou, avançamos apenas mais uma etapa da navegação. No próximo mês, a Revista Empreendedor publica a primeira das três partes que compõem o Manual da Etapa 5, Relacionando o negócio com o mercado, o último do programa Negócio Certo. Desejamos sucesso em seu empreendimento e grandes retornos em lucros e realização pessoal.

Para tirar suas dúvidas referentes a este Programa entre em contato conosco pelo telefone 0800 643 0401 ou pelo e-mail: negociocerto@ sc.sebrae.com.br

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anteriores e analisar as eventuais discrepâncias.

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P R O D U T O S E S E RV I Ç O S

Transporte macio A Promac, empresa especializada em correntes e equipamentos para indústria, acaba de lançar no mercado nacional o Aerobelt – transportador que utiliza um colchão de ar para o deslizamento da correia no lugar do sistema de roletes. Como não precisa de lubrificantes para funcionar, pode ser utilizado em indústrias alimentícias e farmacêuticas, além dos setores já tradicionais, como mineração, papel e celulose, sucroalcooleiro e grãos. Outras vantagens do Aerobelt são a redução de 58% nas horas paradas para manutenção e de até 50% do tempo de montagem. A estrutura modular permite ainda que seja aumentada de acordo com a necessidade do cliente.

www.promacbrasil.com.br

Plataforma central

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A GVT oferece aos seus clientes uma plataforma com informações centralizadas de todos os sistemas contratados – voz, dados e internet –, onde é possível monitorar os serviços e verificar indicadores de desempenho via portal de gerência. Destinada a organizações com alto grau de dependência de infra-estruturas de telecomunicações e a redes corporativas dispersas, a solução permite que o usuário solicite reparos e

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novas configurações. No caso dos planos estendido e avançado, é a equipe do Centro de Operações Corporativo da GVT que assume o monitoramento e se encarrega das correções preventivas, antecipando-se aos riscos. Para adesão ao serviço, os interessados devem entrar em contato com um consultor da Unidade de Negócios Corporativos pelo site www.gvt.com.br/empresas.

0800 6000 488

Troca-troca Gerar lucro a partir de estoques ociosos é a proposta da Permute, especializada em transações e intermediações de trocas multilaterais. Cerca de 600 empresas são afiliadas à rede de relacionamento, na qual é feita a conversão de produtos e serviços em Unidades de Permuta (UPs) – créditos que servirão para comprar no sistema e correspondem ao valor em reais. As empresas podem negociar preços, prazos e condições diretamente com o fornecedor e, na hora do pagamento, a Permute debita UPs do comprador e credita para o vendedor. Além de realizar compras sem desembolsar dinheiro, preservando o fluxo de caixa, as afiliadas têm a chance de aumentar sua participação no mercado e fidelizar clientes, num ambiente sem risco de inadimplência. www.permute.com.br


PABX virtual A Brastel Telecom uniu a praticidade da internet às vantagens do PABX para criar o Basix, serviço de telefonia através do qual o usuário passa a realizar ligações gratuitas entre todos os ramais de sua rede, ainda que estejam em filiais com endereços distintos. Voltado para pequenas e médias empresas, o Basix pode ser conectado a telefones fixos e celulares ou ser acoplado ao PABX já instalado do cliente. O usuário pode também utilizar a telefonia VoIP para realizar chamadas locais ou de longa distância nacional e internacional com preços compensadores.

www.brastel.com.br

Impressão econômica

Paternidade garantida Empresas interessadas em patentear soluções e produtos inovadores podem contar com a ajuda da Clarke, Modet & Co, especializada em serviços de Propriedade Intelectual e Industrial. A orientação adequada na hora de patentear uma tecnologia assume papel estratégico quando avaliado o cenário brasileiro: o volume de pedidos registrados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) faz com que o processo demore de cinco a oito anos e, em caso de indeferimento, uma nova proposta não pode ser feita. No entanto, obtendo a licença, concedida pelo prazo de 20 anos, a empresa pode lucrar com o pagamento de royalties.

www.clarkemodet.com

será economizado durante o trabalho e, somente após a conclusão, recebe o montante de volta. Toda a negociação dos orçamentos com os fornecedores passa a ser responsabilidade da Williams Lea, que também disponibiliza colaboradores para gerenciar os serviços na sede do cliente.

www.williamslea.com

Passo certo Pisos e passarelas industriais podem ser montados rapidamente com o Qualigrade, da Armco Staco – especializada na fabricação de produtos em aço para empresas agrícolas e de infra-estrutura. Superfície estável, segura e antiderrapante, os painéis são instalados facilmente, sem sobras, soldas ou ajustes no local da obra. Além disso, propiciam ventilação e passagem de luz e não acumulam água, pó ou detritos. A Armco Staco garante pronta entrega do produto e também fabrica peças sob medida, com tecnologia importada da China e Alemanha.

www.armcostaco.com.br

empreendedor | novembro 2008

Com o objetivo de ajudar as empresas a reduzirem custos com produção gráfica, a Williams Lea, líder mundial em administração de informações corporativas, chega ao Brasil oferecendo o serviço de gerenciamento de impressão e garante economia de 10% a 25%, em cláusula contratual. A empresa antecipa ao cliente, em dinheiro, o percentual que

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LEITURA

O que você pode e deve fazer Troque informações de forma a permitir e encorajar a interação Faça e responda perguntas Discuta assuntos importantes e tome decisões em grupo Dirija e coordene os esforços individuais e conjuntos dos colaboradores Ajude os funcionários a pensar criticamente Conte com a experiência dos outros Encoraje a equipe a levantar questões e identificar problemas Obtenha novas perspectivas sobre um problema Observe como os funcionários interagem Ajude os colaboradores a trabalhar em equipe

empreendedor | novembro 2008

Obra traz 24 passos para não se perder tempo e atingir os objetivos Tempo é dinheiro, diz a máxima. E como toda reunião toma tempo, resta saber se o que se gastou foi um desperdício ou terá retorno. Para ajudar a transformar esses encontros em um bom investimento, a Editora Sextante lançou Como planejar e conduzir reuniões produtivas, da consultora Barbara Streibel. A obra traz 24 passos simples para se atingir os objetivos, a começar pelo planejamento e organização até a execução, e encerrando pelo acompanhamento das tarefas programadas e dos resultados obtidos. Com textos curtos para cada passo, a autora expõe as características de boas e más reuniões, o impacto daquelas mal organizadas e os

fatores que podem minar o trabalho. De forma direta e com muitas dicas, é explicado como iniciar e conduzir o encontro, estabelecendo regras de conduta, como encerrá-lo e depois acompanhar os resultados. É apresentada, ainda, uma seleção de atividades que permite aos participantes trabalharem juntos de forma mais eficaz e mais eficiente. O uso de tecnologias também é abordado, inclusive as vantagens e desvantagens das reuniões virtuais. “Reuniões de negócios não devem ser vistas como perda de tempo, mas como uma excelente ferramenta para aumentar o desempenho de gerentes e funcionários”, diz Barbara. Para conseguir o máximo de cada encontro, o condutor precisa encorajar todos os participantes a tratar cada reunião como uma tarefa a ser realizada, estimulando-os ao trabalho em equipe e ao comprometimento com os resultados esperados. A vitória da empresa é a vitória de cada colaborador envolvido, e é necessário que todos a vejam assim.

Poder S.A.

O livro azul de respostas de vendas Jeffrey Gitomer – M.Books – R$ 39,90

Segurança e saúde no trabalho em perguntas e respostas

A obra conta histórias de corredores de dez empresas, situadas em um importante edifício comercial da capital paulista, sob o ponto de vista de um ex-executivo. Inspiradas em fatos, as crônicas corporativas mostram as disputas veladas entre funcionários, seus desejos de ascender na carreira e também das dissimulações existentes por trás da aparente boa convivência entre empresas vizinhas.

Durante uma venda, o que dizer ao cliente? O que fazer? Como fazer? São tantas as dúvidas que é possível escrever um livro só com respostas. E Gitomer, autor de A Bíblia de Vendas, afirma ter reunido só as melhores, ou seja, as mais rápidas e as que funcionam sempre. São diversas as situações abordadas: a preparação pessoal do vendedor, a sondagem dos clientes, a habilidade de vender e a construção de relacionamentos que possam render mais pedidos.

Mais de 1 mil páginas em formato pergunta e resposta que instruem os gestores sobre como criar condições adequadas de trabalho, preservando a saúde e a integridade física dos colaboradores, e assim evitar problemas com ações trabalhistas ou cíveis. A segunda edição do livro, além das leis que versam sobre a segurança no trabalho, foi atualizada com as Normas Regulamentadoras 32 e 33.

Beto Ribeiro – Editora Marco Zero – R$ 29

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Reuniões de resultado

Milena Sanches, Silvio Senne, Sônia Aguiar e Ydileuse Martins – IOB – R$ 90


FRASES “Se você não tem um propósito, não convoque uma reunião.” “Determine o que espera atingir e como pretende fazê-lo.” “Reserve apenas o tempo suficiente para atingir seus objetivos.” “De posse de um roteiro mais específico em mãos você terá mais confiança para conduzir a reunião, se sentirá mais bem preparado e poderá exercer um controle maior.” “Apenas as pessoas relacionadas aos objetivos da reunião devem ser convidadas.” “O êxito de uma reunião depende da participação total. Procure desenvolver um sentimento de cooperação que inspire cada membro a compartilhar a responsabilidade de transformar a reunião em um sucesso.” “Evite usar as reuniões para passar grandes quantidades de informações. Os participantes devem recebê-las de antemão, de modo que cheguem preparados para questionar, discutir e decidir.” “Reuniões são freqüentemente a realização máxima do trabalho em equipe. Cada participante traz consigo para a mesa experiências, habilidades e perspectivas diferentes.” “Uma decisão significa muito pouco se não resultar em ação.” “Sempre é bom demonstrar apreço. Aqueles que fizeram o melhor que podiam merecem receber agradecimentos, e os que não contribuíram o bastante podem sentir-se compelidos a fazer melhor da próxima vez.”

Gestão fiscal nas empresas – Principais conceitos tributários e sua aplicação Andréia Abreu – Editora Atlas – R$ 39,90

Uma obra para dar mais segurança quando o assunto é gestão fiscal e tributária, áreas que exigem empenho para adequar informações com as exigências legais. Mostra como esses departamentos funcionam nas grandes empresas. Por isso, é uma leitura complementar para cursos de graduação e um manual de consulta para profissionais da área. Disponível nas livrarias somente a partir de dezembro.

A cabeça do empreendedor – O pensamento do fundador de uma empresa de sucesso Anacleto Ângelo Ortigara – Editora Insular − R$ 44

Anacleto Ortigara usa sua experiência como professor universitário e diretor técnico do Sebrae/SC em seu livro A cabeça do empreendedor – O pensamento do fundador de uma empresa de sucesso. Na obra, o autor enumera os diferentes conceitos sobre empreendedorismo e os desenvolve de maneira prática: ao mostrar o ciclo de vida de uma empresa e o processo de superar dificuldades através das competências gerenciais. E como histórias de empreendedores sempre servem de exemplo, Ortigara conta a trajetória do produtor de queijos Acari Luiz Menestrina, que foi eleito Personalidade de Vendas 2008 pela ADVB/SC.

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Como planejar e conduzir reuniões produtivas Barbara J. Streibel Editora Sextante R$ 14,90

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DINÂMICA EMPREENDEDORA

Conduta ou personalidade de um empreendedor Pessoas de resultado identificam suas características fortes e fracas e trabalham no desenvolvimento de suas competências É com muito carinho e satisfação que estarei com vocês para desenvolver alguns aspectos de abordagem sobre a mente, a inconsciência, a consciência e a realidade do empreendedorismo no mundo dos negócios. Estas abordagens estarão alicerçadas na Psicodinâmica em Negócios, esforço que venho fazendo há oito anos para trazer ao ambiente das pequenas e médias empresas os principais conceitos da psicologia e da administração. São características, comportamentos, modelos mentais e universo de atuação traduzidos e aplicados no cotidiano destes empresários. Em primeiro lugar é importante diferenciarmos a personalidade empreendedora da conduta empreendedora. Personalidade empreendedora – um jeito de ser – refere-se a 3,5% a 5% da população mundial numa variação biopsicossocial. Decompondo este termo, temos: bio vem de biológico e se refere a predisposições ge-

personalidade. Basicamente se dará por meio de rejeição, aceitação, muito controle e pouco controle por parte da educação fornecida por pais e mães ou figuras substitutas de autoridade. Os últimos 25% (o social) referem-se à variância da inclusão social. São experiências vividas e afetos colocados em indivíduos marcantes no processo de socialização e desenvolvimento desta pessoa e que estará pronta até os 22 anos de idade. Em contrapartida, conduta empreendedora é algo aprendido, desenvolvido ou fomentado em processos de ensino-aprendizagem ou em processos de modelagem oriundos da convivência com realidades do universo empreendedor durante certo período de tempo. É importante destacar que a “janela” para desenvolvimento de uma personalidade empreendedora estará fechada após os 22 anos de idade. Embora todos desejem ser portadores de uma personalidade empreendedora, pode-se

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Conduta empreendedora é algo aprendido, desenvolvido ou fomentado em processos de ensinoaprendizagem ou de modelagem oriundos da convivência com o universo empreendedor

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néticas em potencial que vão determinar 50% da capacidade de uma personalidade empreendedora. Os outros 50% são oriundos do meio e se dividem em dois: psico, o processo de educação da primeira (zero a dois anos) e segunda (dois a sete anos) infância. É o período em que a pessoa foi estimulada em núcleos de iniciativa, risco e visão durante esta fase de desenvolvimento da

perceber nos indivíduos que a têm uma imensa inquietude interna e um nível de insatisfação bem acima da norma. Entretanto, uma conduta empreendedora a médio e longo prazos se demonstra ser algo funcional, mais adaptada, levando o indivíduo a se orientar para resultados nos negócios ou em ações empreendedoras. As três características relacionadas a estímu-

por Luiz Fernando Garcia

Consultor especialista em manejo comportamental e empreendedorismo em negócios. Fone: (48) 3334-5585 www.rendercapacitacao.com.br

los dados nos núcleos de iniciativa (agir antecipadamente), tomada de desafios (inclinação para riscos) e qualidade de desenvolvimento da visão (visualização dos resultados futuros) são fundamentais tanto para o desenvolvimento da personalidade (no processo de educação e desenvolvimento) quanto para gerar estímulos que potencializem a conduta empreendedora. O fortalecimento destes núcleos pode gerar uma qualidade empreendedora que incide nas condutas ou padrões de comportamento dentro de empresas ou organizações. Isto significa que uma conduta empreendedora pode ser desenvolvida e reforçada. Mas como toda aprendizagem humana, esta exige vivência e experimentação. Nenhum empreendedor desenvolveu sua conduta escrevendo sentado planos de negócios. Eles precisam ir a campo, identificar suas características mais fortes e mais fracas, e trabalhar intencionalmente no desenvolvimento de suas competências. Isto resultará no que tenho chamado de Equipes de Alta Performance ou Pessoas de Resultado. Estes aspectos, entre outras variáveis no tocante à inconsciência, à realidade dos negócios, às ferramentas e técnicas mais aplicadas no mundo do empreendedorismo, estaremos destrinchando e desenvolvendo durante nossa convivência. Nosso foco estará primordialmente no universo das PMEs (pequenas e médias empresas) que representam nada menos que 81% dos negócios geradores de empregos e do PIB de um país.


AGENDA

18 e 19/11/2008

Curso de auto-coaching e gestão emocional Estação Treinamento ABTD – São Paulo (SP) O curso terá caráter prático e abordará técnicas para usar as questões emocionais a favor do sucesso. A partir da identificação e eliminação de pensamentos inconscientes, os participantes aprendem a acabar com os bloqueios, que impedem de mudar suas atitudes, e a lidar com situações de fracasso ou sucesso. Será ministrado pelo mestre em psicologia e coach George Vittorio Szenészi, criador do “Sistema de Transformação Emocional”. Inscrições pelo site www.idepro.com.br 18 a 21/11/2008

13 a 16/11/2008

20º Festival de Turismo de Gramado Centro de Eventos Serra Park – Gramado – RS www.festivalturismogramado.com.br O Salão de Negócios Turísticos do Mercosul reúne o trade de hospedagem, serviços e transporte de países da região e de outros continentes, com cerca de 2 mil marcas expostas. Serão realizadas rodadas de negócios, workshops e um congresso sobre temas do setor. A organização espera que mais de 12 mil pessoas visitem o evento. A novidade deste ano é o 1º Salão do Turismo Cultural, que divulgará o patrimônio artístico de diferentes destinos.

3 a 5/12/2008

6º Congresso Internacional de Soluções Integradas para Feiras e Eventos Palácio de Convenções Anhembi São Paulo – SP www.exposystems.com.br/ (11) 3025-5555 O evento é focado na educação de profissionais sobre as técnicas de promoção, marketing e organização de feiras e eventos corporativos. Simultaneamente, apresenta produtos, técnicas e serviços que melhoram as performances nas ações realizadas nesses espaços. Neste ano, as palestras mostram as tendências e indicam o futuro do setor.

Reúne diversos integrantes da cadeia de transportes, como montadoras de veículos, empresas aéreas e fabricantes de autopeças e implementos. Oportunidade para ampliar a carteira de fornecedores ou mesmo divulgar marcas e produtos. Paralelamente, também será realizado o 2º Fórum Sul Brasileiro de Logística.

18 a 22 /11/2008

13ª Construir Rio Riocentro – Rio de Janeiro – RJ www.feiraconstruir.com.br/(21) 3799-0300 A Feira Internacional de Construção e Arquitetura é considerada o maior evento do setor na América Latina. A edição de 2007 gerou um volume de negócios de R$ 550 milhões e atraiu 184 mil participantes, principalmente engenheiros, técnicos em edificação, arquitetos, síndicos e lojistas. No evento, os profissionais da construção conhecem algumas das novidades de produtos e tecnologias. A entrada é gratuita, mediante cadastro no site do evento.

Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor: www.empreendedor.com.br

empreendedor | novembro 2008

SALÃO DE NEGÓCIOS TURÍSTICOS DO MERCOSUL

9ª Fecarga Feira dos Transportes e Logística Centro de Eventos Maximiliano Gaidzinki Criciúma – SC www.nossacasa-sc.com.br/fecarga/

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t

INFORMAÇÃO E CRÉDITO

Pioneirismo da Serasa fortalece as MPEs

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Banco de dados da instituição contribuiu para o aumento do crédito a empreendimentos de micro e pequeno portes

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Há mais de uma década a Serasa oferece soluções para as micro e pequenas empresas. Essas ferramentas vêm evoluindo continuamente e hoje contribuem para a expansão dos negócios nesse segmento em todas as regiões do País. O aumento do crédito concedido pelas instituições financeiras às MPEs nos últimos anos revela o quanto essas

soluções têm sido importantes para o fortalecimento dessas empresas. A Serasa olhou os micro e pequenos empreendimentos de forma ampla e desenvolveu soluções ajustadas às suas necessidades de negócios nas duas pontas: como fornecedoras de produtos e serviços essas empresas precisam vender mais, com mais segurança; e


FOTOS ROSANA MOMI

volvemos um banco de dados gigantesco, com informações sobre hábitos de pagamento e compromissos de cerca de 7 milhões de micro e pequenas empresas que, combinadas com as informações sobre seus sócios, permitiram eliminar a falta de informação que havia quando o micro ou pequeno empresário precisava de financiamento. Agora, quando esses empresários vão ao mercado financeiro ou a seus fornecedores pedir crédito, os concedentes dispõem de informações para realizar o negócio.” A expansão do crédito às micro e pequenas empresas comprova a eficácia da solução. De acordo com os últimos balanços divulgados pelos maiores bancos, os dados do primeiro trimestre de 2008 são muito positivos. No Banco do Brasil, as operações de crédito para as MPEs foram de R$ 25,6 bilhões até março, alta de 32% sobre o mesmo período do ano passado. No Itaú, o crédito destinado a essas empresas aumentou 50% no primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período de 2007. No Bradesco, em que a alta do crédito para o segmento no primeiro trimestre foi de 47,6%, o crescimento anual estimado é entre 20% e 25%. “A solução é resultado de mais de uma década de trabalho focado nesse segmento tão dinâmico e vital para a economia brasileira. Afinal, as micro e pequenas são as maiores empregadoras e representam 98% das empresas brasileiras e 20% do PIB”, salienta o executivo da Serasa.

Soluções para exportar Em iniciativa conjunta da Serasa com a FedEx Express, e o Yellow Pages Brazil foi realizado em outubro, na Sede Serasa, o 1º Seminário de Exportação para as Pequenas e Médias Empresas, com o objetivo discutir a importância da estruturação das empresas para iniciarem a exportação. A aliança entre a FedEx, a Serasa e o Yellow Pages Brazil reflete o compromisso com as metas de exportação do Brasil, bem como a preocupação em proporcionar formas acessíveis e simplificadas para que os pequenos e médios empresários obtenham resultado positivo em suas negociações. Mais que isso, que possam conhecer todas as possibilidades e ferramentas de acesso ao mercado global, minimizando assim os riscos e ampliando as oportunidades de negócios. O professor da Fundação Getulio Vargas e consultor da FedEx, Nelson Ludovico, abordou os caminhos para abertura de mercados e o que é necessário para conquistar clientes. O especialista também falou sobre as melhores soluções em logística e seus custos, além dos passos que envolvem todo o ciclo de gestão de crédito e do negócio. O seminário, aberto por Laércio de Oliveira, da Serasa, também contou com a participação do gerente de Produtos da Serasa, Júlio César Leandro; de Suamy Ranieri, gerente de Vendas da FedEx; e de Daniel Magalhães, diretor do YPB. Ao lado: Laércio de Oliveira, presidente da Unidade de Negócios e Serviços de Crédito Pessoa Jurídica da Serasa, no 1º Seminário de Exportação para as PMEs Na outra página: micro e pequenos empreendedores participaram do seminário na sede da Serasa, em São Paulo

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para poder tocar seus negócios e investir em expansão, necessitam tomar crédito com fornecedores e bancos. As soluções da Serasa destinadas a esse segmento de mercado, por um lado, fomentam o crescimento das micro e pequenas empresas, pois permitem que elas tenham acesso, a preços compatíveis, a uma oferta ampla de serviços para apoiar suas decisões de crédito e negócios com seus clientes, ajudando, dessa forma, na gestão do seu capital de giro; e, de outro, fornecem informações dessas empresas ao mercado financeiro e também às grandes empresas, fornecedoras de matérias-primas, mercadorias e equipamentos, para que possam conhecer melhor o seu potencial e assim ampliar a concessão de crédito para o segmento. O presidente da Unidade de Negócios e Serviços de Crédito Pessoa Jurídica da Serasa, Laércio de Oliveira, comenta sobre a dimensão do trabalho realizado para que a Serasa oferecesse essa solução ao mercado. “Desen-

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ANÁLISE ECONÔMICA

Turbulência financeira e fundamentos econômicos Estouro da bolha significa perdas para alguns, mas não quer dizer que o mundo vai acabar A crise que atinge os mercados financeiros mundiais desde o final de julho de 2007 e que se agravou nos últimos meses tem vários aspectos interessantes a serem analisados. Se, por um lado, gerou ganhos e perdas elevados no mercado financeiro, por outro atinge a economia “real”. É importante considerar que o mercado financeiro anda independentemente da economia por longos períodos. Não há dúvidas sobre a importância dos mercados financeiros para o funcionamento de uma economia de mercado. É o que acontece com o crédito e o sistema de pagamentos. O benefício gerado pelas operações de crédito vai além dos diretamente envolvidos na operação, o tomador e o fornecedor dos recursos. O mesmo ocorre com o sistema de pagamentos. É impossível pensar no funcionamento da economia se todos os

mercado, são conhecidos em economia como externalidades, e justificam a regulação estatal de mercados privados. É por causa dessas externalidades que se está vendo, ao redor do mundo, incluindo o Brasil, uma pesada intervenção estatal com o objetivo de manter o sistema financeiro em funcionamento. Dada a intervenção estatal para manter o sistema funcionando, é interessante discutir o que tornou necessária essa intervenção. A origem da crise está em uma expansão rápida das operações de crédito, especialmente para financiamento imobiliário nos Estados Unidos. A expansão desses empréstimos foi possível por causa da ampla liquidez disponível no mercado, decorrente da política monetária expansionista adotada no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. A disponibilidade de crédito levou ao aumento do preço dos imó-

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Não há dúvidas sobre a importância dos mercados financeiros para o funcionamento de uma economia de mercado. É o que acontece com o crédito e o sistema de pagamentos

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pagamentos tivessem de ser efetuados diretamente entre os agentes envolvidos em cada transação, o que quer dizer que o fornecimento desse serviço por parte do sistema financeiro é benéfico para a sociedade em um grau maior do que o cobrado pela realização desse serviço. Estes efeitos, que vão além dos diretamente envolvidos na transação no

veis, que possibilitou aumento dos empréstimos porque a garantia era maior. Como essas operações eram muito rentáveis, os emprestadores passaram a não cuidar adequadamente da qualidade do crédito, o que foi agravado pela utilização desses créditos como lastro para títulos e seus derivativos, cujo risco também não foi adequadamente avaliado.

por Roberto Meurer

Professor do Departamento de Economia da UFSC e consultor da Leme Investimentos

A expansão dos empréstimos e dos preços dos imóveis a taxas muito superiores à expansão da economia gerou a impossibilidade de se efetuarem os pagamentos dos empréstimos porque, afinal, é a renda que será utilizada para efetuar os pagamentos. Isto levou ao estouro da bolha. A bolha quer dizer que o crédito e os preços estavam incompatíveis com o comportamento da economia “real”. Isto é necessariamente corrigido em algum momento. Um problema é que, quando a bolha está se formando, não é possível distinguir o quanto da expansão é bolha e o quanto tem respaldo na economia. O outro problema é que, havendo bolha, não se sabe quando ela vai estourar. O estouro da bolha significa perdas para os que estavam com seus recursos alocados em ativos que estavam na bolha ou foram afetados pelo seu estouro, mas não quer dizer que o mundo vai acabar. A lógica do funcionamento da economia e do mercado financeiro permanecerá a mesma após a crise gerada pela excessiva valorização e posterior perda de valor dos ativos, que é o seu valor estar associado à renda por eles gerada. Isto pode ser ilustrado pelo caso das ações. Expectativas excessivamente otimistas quanto ao comportamento futuro da economia e das empresas tornam o preço das ações muito elevado, incompatível com o lucro gerado por elas. Quando a bolha estoura, há um realinhamento dos preços, exagerado na maioria dos casos, porque o pessimismo é excessivo em relação ao que as empresas continuarão a produzir e gerar de lucros, o que significa oportunidades de compra no momento inverso ao da bolha.


Nome Ação ALL Amér Lat Ambev Aracruz B2W Varejo BMF Bovespa Bradesco Bradespar Brasil T Par Brasil T Par Brasil Telec Brasil Braskem CCR Rodovias Celesc Cemig Cesp Comgás Copel Cosan CPFL Energia Cyrela Realty Duratex Eletrobrás Eletrobrás Eletropaulo Embraer Gafisa Gerdau Met Gerdau Gol Itaubanco Itausa JBS Klabin S/A Light S/A Lojas Americ Lojas Renner Natura Net Nossa Caixa P. Açúcar-CBD Perdigão S/A Petrobras Petrobras Redecard Rossi Resid Sabesp Sadia S/A Sid Nacional Souza Cruz TAM S/A Telemar N L Telemar Telemar Telesp Tim Part S/A Tim Part S/A Tran Paulist Ultrapar Unibanco Usiminas Usiminas VCP Vale R Doce Vale R Doce Vivo

Inflação (%)

Até 22/10

Tipo Ação

Participação Bovespa

Outubro

UNT N2 PN PNB ON ON PN PN ON PN PN ON PNA ON PNB PN PNB PNA PNB ON ON ON PN ON PNB PNB ON ON PN PN PN PN PN ON PN ON PN ON ON PN ON PN ON ON PN ON ON ON PN ON ON PN PNA ON PN PN ON PN PN PN UnN1 ON PNA PN ON PNA PN

1,53 1,65 0,41 0,67 2,95 4,31 1,14 0,39 0,50 0,48 2,42 0,75 0,70 0,15 2,23 0,85 0,16 0,91 0,46 0,72 1,04 0,70 0,99 1,15 0,84 0,78 1,01 0,62 1,98 0,94 3,63 2,46 0,38 0,37 0,31 1,01 0,96 0,97 1,29 0,38 0,80 1,13 2,86 15,80 1,04 0,33 0,40 0,72 2,61 0,62 1,01 0,28 0,59 1,50 0,30 0,40 1,20 0,46 0,45 2,58 0,38 2,25 0,53 3,11 12,61 0,83

-23,80 -15,20 -57,80 -47,10 -35,30 -27,30 -30,70 -9,60 -29,00 -28,50 -39,00 -18,80 -21,60 -27,8 -14,10 -39,30 -22,4 -13,30 -16,90 -18,30 -47,40 -28,40 -24,00 -17,70 -5,70 -24,00 -39,40 -39,80 -38,20 -26,40 -33,00 -34,90 -33,10 -24,20 -20,00 -40,10 -21,30 -8,10 -25,40 -27,30 -12,30 -17,20 -33,80 -33,90 -17,60 -25,90 -19,50 -18,40 -35,10 -16,50 -27,50 -23,10 -25,60 -16,80 10,30 -22,10 -27,10 -20,00 -12,50 -34,40 -37,40 -36,30 -38,50 -23,60 -24,20 -32,40

Variação % Ano -56,80 -27,50 -77,10 -65,70 -77,71 -39,00 -60,70 4,40 -45,40 -34,30 -52,80 -40,20 -24,80 -23,4 6,60 -76,80 -14,4 -11,40 -48,20 -7,10 -57,50 -62,00 -8,70 -8,40 -24,50 -49,00 -55,70 -48,20 -48,40 -79,80 -39,70 -39,90 -47,10 -52,10 -31,10 -67,80 -47,50 5,70 -44,20 27,70 -14,60 -30,80 -46,50 -47,20 -25,90 -82,20 -47,00 -52,80 -48,20 -15,70 -37,90 -13,00 -44,80 -10,60 15,30 -35,10 -51,40 11,40 -26,70 -46,30 -55,40 -51,10 -67,30 -52,60 -50,70 -44,10

Índice

Setembro

Ano

0,11 0,36 0,26 0,38

8,47 8,31 4,76 5,06

IGP-M IGP-DI IPCA IPC – Fipe

Juros/Aplicação (%) Setembro

Ano

1,10 1,10 0,70 22,50

8,77 8,83 5,64 11,36

CDI Selic Poupança Ouro BM&F

Indicadores Imobiliários (%) Setembro

Ano

0,73 0,20

8,93 1,00

CUB SP TR

Juros/Crédito (%) 22/Outubro

21/Outubro

Desconto 2,19 Factoring 4,15 Hot Money 3,66 Giro Pré (taxa mês) 2,39

2,18 4,14 3,65 2,38

Câmbio

Até 22/10 Cotação

Dólar Comercial Ptax Euro Iene

R$ 2,3650 US$ 1,2867 US$ 0,0100

Mercados Futuros Dólar Juros DI

Até 22/10

Novembro

Dezembro

Janeiro

R$ 2,387 13,78%

R$ 2,402 14,15%

R$ 2,416 14,45%

Contratos mais líquidos 22/10/2008 Ibovespa Futuro 36.065

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Carteira Teórica Ibovespa

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E–EMPREENDEDOR

Interatividade

Microcrédito orientado

Confira os últimos comentários postados no site durante o mês de outubro:

A crise financeira mundial ameaça a concessão de crédito no mercado brasileiro. E as instituições financeiras já fazem

Sou novo e esta crise despontou em mim a vontade de investir em ações, visto estar tudo em “baixa”. Segundo o que dizem, espero que tenham razão. É necessária confiança! Agora resta saber no que apostar. Bruno Matos sobre a reportagem: “Aproveite a crise americana para fazer boas apostas na Bolsa”

Hora de investir

Propriedade industrial

A última enquete do site Empreendedor perguntou ao internauta qual a sua expectativa em relação ao mercado de ações. A opção que mais recebeu fotos foi “Esta é a melhor hora para comprar ações”. Logo atrás, com pouca diferença de votos, ficou a resposta “Melhor ter cautela e esperar”. Confira o percentual das respostas em um total de 338 votos:

O registro da marca e produtos de uma empresa garante proteção à corporação, identifica o negócio, permite se diferenciar do seu concorrente e proporciona aumento no faturamento. Mesmo assim, cerca de 80% das empresas não possuem registro de marcas, segundo o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), e essa atitude pode trazer alguns problemas, como a perda do nome da empresa. Em relação a patentes a situação também é crítica: 80% são de empresas que vêm de fora do País para solicitar a exclusividade de comercialização do produto no Brasil, 10% são empresas concentradas no eixo Rio-São Paulo e os outros 10% correspondem a pedidos de registros solicitados por corporações de todo o Brasil. Para conferir a reportagem completa sobre o assunto e saber como proceder para registrar uma marca, acesse a seção “Reportagens”, no menu à esquerda do site, e busque o título: “Registro de marcas e produtos não é levado a sério pelos empresários”.

empreendedor | novembro 2008

J Esta é a melhor hora para comprar ações ......................46,18% J Melhor ter cautela e esperar ........40,37% J Vai piorar mais, não vale a pena arriscar ................13,46%

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uma análise mais criteriosa para conceder empréstimos. Nesse cenário, o pequeno empreendedor que buscar o microcrédito produtivo orientado poderá ter mais chances de desenvolver os negócios. O assunto foi tema da reportagem multimídia do site Empreendedor, que destacou a importância do microcrédito para começar pequenos empreendimentos. Esclarecer este tipo de financiamento, explicar o papel do agente de crédito e apresentar dois exemplos de empreendedorismo foi o objetivo do conteúdo em formato de áudio e vídeo da reportagem. Para ter acesso, clique na seção “Multimídia”, no menu à esquerda do site, e selecione o título “Eficiência em propagar negócios”.

13% 46%

40%

Acredito que o baixo índice de registro de marcas no Brasil se deve a alguns fatos como: 1) burocracia no processo – o Inpi deveria facilitá-lo mais, através da internet; 2) comportamento pouco ético de muitos despachantes do setor, que telefonam a cobrar, ameaçando a empresa de perder sua marca, porque outrem a está tentando registrar e assim oferecem seus “serviços”. Isso desmerece o processo. 3) demora no registro definitivo versus baixo tempo de vida média das pequenas empresas; 4) muitos setores de atividade não dependem de uma marca própria para crescer. Newton Petterle sobre a reportagem: “Registro de marcas e produtos não é levado a sério pelos empresários “ O Inpi, há pelo menos dois anos, já informatizou os registros de marca, podendo sim executar tudo via online. Entretanto, o trâmite não é tão fácil, requer conhecimento técnico e jurídico. Deve-se, portanto, buscar pessoas especializadas. O trâmite é burocrático, pois o Inpi está lhe concedendo uma propriedade, e a análise apurada se faz mister. Quanto às empresas que atuam desonestamente, elas se encontram em qualquer atividade, logo, deve-se buscar agentes da propriedade industrial idôneos. Maria Isabel Montañés sobre a reportagem: “Registro de marcas e produtos não é levado a sério pelos empresários”


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