TI: SISTEMAS DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL
INOVAÇÃO: BRAINSTORM VIA REDES SOCIAIS
www.empreendedor.com.br
ANO 15 N o 178 AGOSTO 2009
R$ 9,90
César Alckmin, da Exsto
Ensino profissional e tecnológico aliado ao estímulo ao empreendedorismo é caminho para o desenvolvimento econômico e social IS SN 1414-0 152
EMPREENDEDOR – TÉCNICA APUR ADA – ANO 15 N o 178 AGOS TO 2009
Técnica apurada
PAULO OKAMOTO, PRESIDENTE DO SEBRAE, FALA SOBRE OS PLANOS DA INSTITUIÇÃO ATÉ 2015 E O FUTURO DAS MPES
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CLEBER MIRANDA
N E S TA E D I Ç Ã O
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PROFISSÃO EMPREENDEDOR Aliar o ensino profissional e tecnológico com o desenvolvimento das competências empreendedoras, em um ambiente que apoie e dê suporte às atividades empresariais, é um caminho certo para alavancar o desenvolvimento econômico e social de uma localidade e, em médio e longo prazo, melhorar indicadores de qualidade de vida, especialmente o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
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14 | ENTREVISTA Paulo Okamoto
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30 | INOVAÇÃO Portal de ideias
32 | CAPACITAÇÃO Conhecimento avançado
O presidente do Sebrae fala sobre as vitórias recentes das MPEs, e comenta sobre os planos de ação para os próximos anos, quando entra em seu foco apoiar e capacitar quem ela ajudou a abrir seu próprio negócio para agora continuar a crescer.
O uso de redes sociais para a solução de problemas e desenvolvimento de novos produtos e processos é uma tendência crescente. Algumas empresas criam seus próprios sistemas, enquanto outras utilizam redes criadas por terceiros especificamente para esse fim.
Com a diminuição da mortalidade entre os empreendimentos nascentes, o Sebrae lançou um programa de conhecimento avançado para as empresas continuarem a crescer. Em Florianópolis, a instituição criou um centro exclusivo para a capacitação e treinamento.
36 | PERFIL Marcelo Checon
48 | FRANQUIA Modelos compactos
42 | TI Contabilidade digital
Networking é um conceito levado a sério pelo proprietário da M Checon, empresa de arquitetura promocional. Buscando atender bem tanto no relacionamento quanto na qualidade, a M Checon conquistou contas de destaque em apenas cinco anos de existência.
Seja pela crise, seja para entrar em mercados menores, muitas redes de franquia têm criado versões compactas de seus negócios. Menores, essas unidades ocupam menos espaço e exigem menos mão-de-obra, o que também leva à diminuição de taxas.
As plataformas de sua empresa já estão adaptadas ao sistema de escrituração digital? A partir de setembro o Sped Fiscal começa a ser obrigatório. No entanto, muitas empresas ainda nem se adequaram ao Sped Contábil. Saiba como se ajustar.
34 | TENDÊNCIA Vantagens garantidas
Não é fácil conseguir vaga em uma incubadora. A boa notícia para propostas que não encontravam vaga é o modelo de incubação virtual, cuja única diferença é não estar fisicamente presente nas instalações da instituição. Todas as outras vantagens continuam.
L E I A TA M B É M 8 12 26 56 58 60 61 62 64
EMPREENDEDORES NÃO DURMA NO PONTO GESTÃO PRODUTOS E SERVIÇOS LEITURA DINÂMICA AGENDA ANÁLISE ECONÔMICA E-EMPREENDEDOR
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EDITORIAL
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m caminho para a melhoria da qualidade de vida da população pode ser conciliar o ensino profissional e tecnológico ao desenvolvimento das competências empreendedoras, e dar apoio e suporte às pequenas empresas nascentes. Somente o empreendedor cria e aloca valores para indivíduos e para a sociedade, sendo responsável pelo crescimento econômico e social de uma comunidade, por meio da geração direta de emprego e renda, mas também pelo aquecimento da econo-
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mia local e do aumento da arrecadação de impostos. Além disso, intraempreendedores melhoram os resultados das empresas onde trabalham, identificando oportunidades e promovendo melhorias. O estímulo ao empreendedorismo deveria estar presente em todos os níveis de ensino, do básico à pós-graduação. Mas é na educação
A Revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor
profissional e tecnológica que a receita dá resultados mais rapidamente. Primeiro, porque são justamente as micro, pequenas e médias empresas que geram a maior parte do emprego e boa parcela do PIB – estado e grandes companhias procuram sempre reduzir os quadros de pessoal. Segundo, porque estas e outras empresas precisam de mão-de-obra altamente qualificada, não apenas na aplicação de técnicas e ferramentas, mas a ponto de tomar decisões e ser capaz de se adaptar e desenvolver novas tecnologias. Além disso, o ensino profissional e tecnológico é a forma mais rápida de possibilitar que jovens ingressem no mercado de trabalho e tenham uma renda, permitindo àqueles interessados dar continuidade aos estudos. Mas, conforme ressalta o último relatório da Iniciativa Global de Educação (GEI) do World Economic Forum, o empreendedorismo cresce em ecossistemas nos quais várias partes desenvolvem papéis-chave. As instituições acadêmicas são a peça central, mas não a única. Governos e legisladores precisam criar um ambiente propício ao florescimento e crescimento de novos empreendimentos, ajustando a legislação, o sistema tributário e a oferta e condições de crédito, por exemplo, à realidade das MPEs. Órgãos de apoio devem procurar sanar as deficiências dessas empresas, principalmente na área de gestão e promoção, e representar politicamente os interesses do grupo. A receita, completa, provoca o aumento da escolaridade e da renda da população, e indiretamente contribui para a melhoria da saúde dos indivíduos, além de movimentar a economia do município, que passa a arrecadar mais e gastar menos, com tratamentos médicos e policiamento ostensivo, por exemplo. Criase, assim, um círculo virtuoso que se reflete na qualidade de vida da comunidade. Alexsandro Vanin
CEDOC – O Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 2106-8666 ou pelo e-mail imagem@empreendedor.com.br
Diretor-Editor: Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Comercialização e Marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [geraldo@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@ empreendedor.com.br] – Repórteres: Beatrice Gonçalves, Cléia Schmitz, Diogo Honorato e Mônica Pupo – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, Cleber Miranda e PhotosToGo – Foto da capa: Cleber Miranda – Revisão: Lu Coelho Sedes São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba – Executivos de Contas: Ana Carolina Canton de Lima e Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São Paulo – SP – Fone: (11) 3214-1020/2649-1064/2649-1065 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executivos de Contas: Nelson Rosa [nelson@ empreendedor.com.br] – Executivo de Atendimento: Ronaldo Cesar Pacheco [ronaldo@empreendedor.com.br] – Av. Osmar Cunha, 183 – Ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666 Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda – Milla de Souza [triunvirato@triunvirato.com.br] – Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 Brasília Ulysses C. B. Cava [ulyssescava@gmail.com] – Fone: (61) 3225-3715/9975-6660 – CLSW 301 – Bloco C – Loja 62 – Sudoeste – 70673-603 – Brasília – Distrito Federal Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [ricardo@merconeti.com.br] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Flávio Duarte [commerciarizare@terra. com.br] – Rua Silveiro, 1301/104 – Morro Santa Teresa – 90850-000 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3392-7767 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [sbfaria@sbfpublicidade.com.br] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fone: (31) 2125-2900/2125-2927 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [assine@empreendedor.com.br] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 20%, pagando somente R$ 95,04. Estamos à sua disposição de segunda a sextafeira, das 8h às 18h30. Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora CTP – Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda – São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br Editora: Carla Kempinski – Repórter: Raquel Rezende
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EMPREENDEDORES
Edson Ichiro Sasazaki
PERSEVERANÇA NIPÔNICA Considerada a maior indústria nacional do segmento de portas e janelas em alumínio, a Sasazaki deve seu sucesso à perseverança de uma família de imigrantes japoneses que desembarcaram no Brasil em 1933 para trabalhar como agricultores. Uma década depois, os irmãos começaram a produzir equipamentos agrícolas e, desestimulados pela sazonalidade do setor, decidiram fabricar esquadrias metálicas. Atual diretor de marketing da empresa, Edson Ichiro Sasazaki herdou o gene empreendedor da família. Responsável por desenvolver um plano estratégico para fortalecer o reconhecimento da marca, o executivo comemora a conquista do Prêmio Anamaco 2009 como melhor fabricante de portas e janelas de aço e alumínio. Organizada pela Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, a premiação tem como base uma pesquisa realizada em parceria com o Ibope, que ouviu cerca de 1,5 mil lojistas do ramo de material de construção. “Nos diferenciamos no mercado pela qualidade e excelência em produtos e serviços junto aos nossos clientes e consumidores e o Prêmio Anamaco é o sinal de que nossas estratégias estão de acordo com as necessidades e expectativas do mercado. É uma forma importante de reconhecimento”, declara Sasazaki. www.sasazaki.com.br
Saviany Monteiro Lucas
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POTENCIAL RECONHECIDO
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Formada em Administração de Empresas com ênfase em Marketing e Empreendedorismo, Saviany Monteiro Lucas possui quase uma década de experiência no comércio de móveis. Começou a carreira como vendedora em uma loja do segmento em Goiânia e, com apenas 22 anos, foi convidada a assumir a gerência da empresa. Hoje, aos
30 anos, está à frente da unidade da Evviva Bertolini – tradicional fabricante gaúcha de mobiliário planejado de alto padrão – em Florianópolis. Sem medo da crise, para 2009 a empresária prevê um crescimento de 50% em relação ao ano passado. Apaixonada por arquitetura e gastronomia, ela mesma produz ambientações para cozinhas gourmet,
que chamaram a atenção do fabricante – recentemente, a Evviva Bertolini utilizou imagens de algumas criações de Saviany em seu catálogo oficial e em anúncios em revistas de decoração. “Um projeto só faz realmente a diferença para os consumidores quando alia funcionalidade, durabilidade e estética”, afirma. www.evviva.com.br/(48) 3335-6001
Cláudia Pinto
SÓ SORRISO Quando decidiu se tornar empresária, há dez anos, a cirurgiã-dentista Cláudia Pinto desejava oferecer tratamento odontológico de alta qualidade a custo acessível, que pudesse atender às mais variadas camadas sociais. Assim nasceu a franquia Clivo, especializada em implantes dentários. Diretora comercial da empresa, Cláudia é a responsável pelo plano de expansão da rede, que já superou a meta de crescimento estabelecida para 2009, com a abertura de duas unidades no primeiro semestre. Com isso, a previsão é que o faturamento aumente até 40% em relação ao ano passado. Atualmente com quatro endereços no Rio de Janeiro, a meta é chegar à 10ª franquia em 2010, expandindo a atuação também para o Estado de São Paulo. Segundo a executiva, dois fatores são fundamentais para o sucesso da expansão: o foco no atendimento da classe C e na abertura de unidades franqueadas em áreas em que a relação clínicas/ habitantes é baixa. “Temos 20 anos de experiência à frente de clínicas odontológicas e chegou a hora de expandirmos nossos conhecimentos e know-how no segmento de implante dentário”, afirma.
empreendedor empr em pprreeeend nded e or ed o | agosto agos ag o ttoo 2009 os 200 200 0099
www.clivo.com.br (21) 2285-0945
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EMPREENDEDORES
Fábio Ângelo, Michaela Limaco, Daniel Machado e Lúcio Flávio da Cruz
EXPANSÃO INESPERADA, MAS BEM-VINDA Eles são jovens, focados em seu negócio e têm como meta para 2009 expandir o mercado de atuação e crescer cerca de 60%. Fábio Ângelo, Michaela Limaco, Daniel Machado e Lúcio Flávio da Cruz são os sócios da MSI Tecnologia, que há 12 anos atua no mercado de soluções em TI. Sediada em Florianópolis,
no início a empresa pretendia apenas prestar serviços de manutenção de redes e computadores. Mas o negócio se expandiu e hoje, além da consultoria em TI, a MSI também é responsável pelo desenvolvimento de softwares e programação de sistemas especiais como aplicativos móveis, desenvolvimento
e criação de portais corporativos, produtos para segurança das redes, comercialização de computadores e periféricos. Recentemente certificada pela Microsoft, a empresa catarinense tem acesso antecipado às novas tecnologias e lançamentos da multinacional.
www.msitecnologia.com/(48) 3248-1878
Jeziel Montanha
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DEDICAÇÃO AO SETOR
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Atual presidente do Blusoft (Blumenau Polo de Software), Jeziel Montanha assumiu em julho a presidência do Conselho de Entidades de Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina. O Cetic-SC é um fórum que agrega instituições empresariais empenhadas na busca de maior representatividade política do setor tecnológico no estado. Formado em
Administração de Empresas com pós-graduação em Marketing e Vendas, o executivo possui 25 anos de experiência na área de TI. Além destes dois cargos, Montanha ainda ocupa a função de diretor de operações da Edusoft Tecnologia e é vice-presidente de operações da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação. (47) 3323-3598
Fábio Lavalle
MÚSICO EMPREENDEDOR
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Há mais de uma década no mercado, a produtora paranaense D/áudio está sob nova direção. O produtor musical Fábio Lavalle é quem assume o comando da empresa, antes a cargo do humorista Diogo Portugal, que deixou a função por conta da agenda de shows. Mas as mudanças não param por aí: desde o início do ano com nova identidade visual, a D/áudio lança em breve seu novo site. Referência nacional na produção de spots, jingles, trilhas sonoras para rádio e direção artística, a produtora já teve diversos trabalhos premiados no Festival Mundial de Gramado, Voto Popular About e Festival Brasileiro de Publicidade da ABP (Associação Brasileira de Propaganda), entre outros. Amante da música desde a juventude, Lavalle abandonou os negócios da família quando decidiu estudar baixo, aos 18 anos. Depois de ser aluno do renomado Celso Pixinga, foi para Hollywood, Los Angeles, onde estudou música e produção musical no Musicians Institute (BIT). “Além de entender de música, você precisa entender de publicidade e marketing para traduzir para suas produções as expectativas dos clientes. Tudo é um grande equilíbrio”, explica. www.daudio.com.br/(41) 3353-7725
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NÃO DURMA NO PONTO
APOSTE NA PARTE CHEIA DO COPO Parece que o mundo se especializou na falta. Veja os médicos: tratam mais da doença do que da saúde. Os advogados: tratam mais do crime do que da ética. Os guardas de trânsito: tratam mais das penalidades do que da educação dos motoristas ao volante. Talvez porque acreditem que a doença é o oposto da saúde, o crime é o oposto da ética, e a multa é o oposto da perícia. E que, ao aprender sobre a doença, o crime ou a contravenção, se aprende, também, o que é saúde, ética e aptidão. Mas se assim pensam, estão todos enganados. São coisas diferentes, de maneira que a lição é sempre enviesada, não direta e nem completa. Pode, inclusive, ser contraproducente. A parte vazia do copo não ensina como se faz para enchê-lo. Apenas informa a falta. Nada diz sobre a farta. Lido com empresas há quase 30 anos. Descobri que aprender sobre como as empresas fracassam não ajuda muito a compreender como as empresas prosperam. São lições diferentes. Sucesso não é o oposto de
des são diferentes. É por isso que ressalto a importância de ter um foco e de escolher os clientes com os quais pretendemos trabalhar, pois nenhuma empresa ou produto consegue satisfazer todos. Na empresa, os líderes estão muito mais focados nos erros do que nos acertos. Como se os primeiros fossem inadmissíveis, e os segundos, nada menos que obrigações. Constate: erros dão mais assunto do que acertos. Veja as pautas das reuniões das quais participa. Verá que estão mais voltadas para a resolução de problemas do que para a produção de ideias. Se ainda não concorda, examine os indicadores de desempenho da sua empresa ou qualquer outro sistema de controle usado para medir resultados. Aposto que avaliam mais a parte vazia do copo, os erros e anomalias ou tudo que expresse impotência, do que os acertos ou tudo que expresse as capacidades. Com isso, os funcionários aprendem muito sobre os erros e como eles funcio-
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Os líderes estão muito mais focados nos erros do que nos acertos. Como se os primeiros fossem inadmissíveis, e os segundos, nada menos que obrigações
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fracasso. Está estranhando? Sempre pensou que, na realidade, fossem mesmo antônimos? Então reflita comigo. Estudar clientes insatisfeitos não contribui para melhorar a satisfação dos clientes satisfeitos. Cada um desses grupos é bem distinto do outro, porque suas necessida-
nam, mas continuam sem saber por que e como fazer o certo. Tornam-se especialistas em erros e impotência (o que não podem), em vez de conhecer sobre a potência (o que podem). Potenciais humanos não são assuntos do dia a dia. Um líder desacorçoado pode-
rá dizer: “Mas cadê esses potenciais? Onde eles estão, que nunca se expressam? É só ver os resultados – não demonstram que têm talento de sobra por aqui”. Oras! Não é de estranhar... Afinal, toda a sua atenção está viciada em captar erros, perceber defeitos, identificar disfunções, localizar não-conformidades, prever anomalias. Se algo inusitado, extravagante e inovador aparecesse na sua frente, seria incapaz de notar. Mesmo que fosse a salvação da lavoura! Líderes também fazem parte desse mundo da parte vazia do copo.
A riqueza desperdiçada Que bom se as avaliações de resultados pudessem dar pistas sobre o potencial humano! Acontece que potenciais são abstrações. Não podemos vê-los. É um tipo de estado geral ou condição existente dentro de nós e dos outros. Como os fermentos, que só deixam de ser quadradinhos quando abertos à ação dos outros ingredientes, com os quais interagem e contribuem para realizar o milagre do pão. Toda afirmação sobre o potencial é uma suposição ou previsão. Não importa o que alguém diz sobre os talentos ocultos de outra pessoa, sempre será uma previsão de como essa pessoa tende a agir e produzir resultados. É, portanto, uma expectativa. Como o potencial não é visível a olho nu, todas as afirmações sobre potencial são baseadas no que é visível: o comportamento. Este é o indicador a partir do qual inferimos potenciais alheios. Portanto, é sempre uma previsão e expectativa baseada no que essa pessoa diz ou faz. Chegamos, portanto, no ponto. Os indicadores são apenas a ponta de um iceberg, enquanto a parte submersa é o potencial. Se os indicadores são pensados e controlados para medir a impotência, é isso só que eles captarão: o que as pessoas não podem
fazer. Mas podemos inverter o jogo. Precisamos nos aprofundar, focando a parte submersa, em busca de pistas que mostrem os potenciais. Aí começamos a enxergar a riqueza, que – embora ainda escondida – mora dentro de cada pessoa, da equipe e da empresa como um todo.
O mundo da parte cheia É isso: potenciais são importantes porque guardam em si uma imensa riqueza. Muito das riquezas que buscamos fora da empresa está bem lá dentro, em cada pessoa, que tem armazenados em seu interior potenciais inimagináveis. Se um líder é capaz de captar esse potencial, também será capaz de captar a riqueza que isso pode gerar. Se enxergar dessa maneira, poderá eliminar tudo o que restringe a expressão dos potenciais e deixar que eles se expressem, na contramão de tudo o que normalmente faria, antes. Uma maneira de fazer isso é substituir
por Roberto Adami Tranjan
Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953/www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net
cio da criatividade. Essa é uma inteligente decisão! Incentivar a participação das pessoas diretamente envolvidas nos processos de trabalho, apoiando e reforçando suas opiniões e ideias, é outra sensata decisão! Investir no aprendizado de líderes, para que possam conhecer mais sobre a natu-
medidores e indicadores, que realçam a parte vazia e inibem a expressão dos potenciais, por medidores e indicadores que realçam e valorizam as potencialidades. Essa é uma louvável decisão! Também é possível temperar a pauta das reuniões com temas voltados à produção de ideias e ao exercí-
reza humana e como ela funciona. Esta é definitiva, inadiável e urgentemente a mais sábia das decisões! Coragem! Escolha este caminho. Pode parecer arriscado, mas acredite: será o melhor para todos e, claro, para a vida saudável da empresa.
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Muito das riquezas que buscamos fora da empresa está bem lá dentro, em cada pessoa, que tem armazenados em seu interior potenciais inimagináveis
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E N T R E V I S TA
Paulo Narciso Okamoto
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As micro e pequenas empresas têm sua importância cada vez mais reconhecidas, inclusive por políticas exclusivas, e uma das instituições que sempre carregou esta bandeira é o Sebrae MÁRCIA GOUTHIER/ANS
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PARCEIRO IDEAL
Em três anos, o quadro institucional para as micro e pequenas empresas (MPEs) na economia nacional mudou. Primeiro, a Lei Geral das MPEs, que determinou tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a esses negócios, inclusive na concessão de crédito e vendas ao governo. Mais recentemente, em julho, começaram a valer as mudanças da Lei Complementar nº 128/2008, que institui a figura do Microempreendedor Individual (MEI) e ajudará a tirar da informalidade mais de 10 milhões de trabalhadores. Essas e outras melhorias para as MPEs tiveram como coadjuvantes o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), instituição privada de interesse público fundada em 1972. Além de atuar na articulação política, visando a um ambiente competitivo mais favorável, o Sebrae ajuda as MPEs a terem acesso a mais mercados e a melhorarem seus processos de gestão e inovação. Como presidente nacional do Sebrae desde 2005, o paulista Paulo Narciso Okamoto é um dos protagonistas da história recente das micro e pequenas empresas brasileiras. Nesse período, Okamoto acampanhou a taxa de mortalidade dessas empresas cair de 50,6%, em 2005, para 22%, em 2007, segundo dados mais recentes. Segundo o presidente do Sebrae, essa evolução “é decorrente do fato dos empresários estarem se preparando mais, (...) da melhoria do ambiente legal e também da economia”, conforme afirmou em entrevista exclusiva concedida durante inauguração do Centro de Educação Empresarial do Sebrae/SC. Além de comparar os resultados de sua gestão com as propostas formalizadas no direcionamento estratégico 2006-2010, Okamoto também comentou sobre os planos da instituição para os próximos anos, expressos no direcionamento 2010-2015, aprovado semanas antes da entrevista. O que se espera daqui para frente é um cenário muito mais competitivo. O Observatório das MPEs, do Sebrae/SP, estima que em 2015 a proporção de empresas por habitante será de uma para 24, enquanto em 2004 a razão era de uma empresa para cada 36 pessoas. E caberá ao Sebrae ajudar as MPEs a se estruturarem adequadamente. Mas o desafio, na verdade, já está posto: embora Okamoto afirme que a crise afetou com maior intensidade apenas as empresas que têm produtos para exportação, uma pesquisa nacional feita pelo Sebrae/SP revela que a crise internacional afetou 63% das 4,2 mil empresas entrevistadas. E como a reportagem de capa da edição tem como tema a importância da educação empreendedora, aproveitamos a oportunidade para indagar o presidente do Sebrae sobre as ações que a instituição desenvolve nessa área.
Pelo acompanhamento do Sebrae, como as micro e pequenas empresas sentiram a crise? Paulo Okamoto – Nos estados mais desenvolvidos, que têm produtos para exportação, como o setor de calçados, esses setores tiveram mais dificuldades. Mas quem tem uma pequena empresa, e depende apenas do mercado interno, de um modo geral esses setores não tiveram grande influência da crise internacional. É bom lembrar que o mercado brasileiro é muito grande e o governo federal tomou muitas medidas para fortalecer o mercado interno, fazendo com que as empresas não demitissem, tentando criar iniciativas para gerar mais demanda interna. Mas o fato é que agora, com todas estas medidas, estamos em ritmo de retomada, com indicadores de crescimento. Temos grandes oportunidades pela frente, e é nisso que temos que pensar para poder aproveitá-las. Recentemente, em junho, o Sebrae aprovou seu direcionamento estratégico para os próximos cinco anos. Que mudanças haverá em relação ao direcionamento de 2006-2010? Paulo Okamoto – Eu não diria que vai mudar. O Sebrae, a cada ano, aperfeiçoa a sua capacidade de análise da necessidade das nossas pequenas empresas. E procura, a partir dessa identificação, criar mecanismos para ajudá-las. De uma certa forma, isso permite que o Sebrae cumpra, de uma maneira muito satisfatória, essas necessidades. Nós estamos construindo, por exemplo, um projeto que chamamos de “revolução do atendimento”, com sistemas de internet e atendimento de massa – como nossa central de relacionamento, nosso portal, o atendimento pelo celular. Também usamos a educação a distância como uma forma rápida e eficiente de levar conhecimento e orientações de consultoria. Isso é uma coisa que estamos construindo, e que o Sebrae está muito bem posicionado nisso. Além disso, estamos desenvolvendo novas metodologias, a partir do ambiente que se conseguiu criar. Por exemplo, o MEI (Microempreendedor Individual, novo sistema de recolhimento fixo de tributos) vai permitir ao Sebrae levar soluções para um tipo de empresário que até então tínhamos pouca resposta, aquele empresário que fatura até R$ 36 mil. Hoje, o Sebrae pode explicar para ele como se formalizar, quais obrigações tem que cumprir e isso vai agregar muito valor a esse negócio também. São para coisas como essas que nosso planejamento estratégico é pensado, cons-
Estamos em ritmo de retomada, com indicadores de crescimento. Temos grandes oportunidades pela frente, e é nisso que temos que pensar para poder aproveitá-las
truindo soluções e mensurando os resultados que nós conseguimos alcançar. Falando em resultados, no direcionamento de 20062010, vocês registraram a intenção de acompanhar alguns índices, como a taxa de sobrevivência e tempo médio de abertura e fechamento das micro e pequenas empresas. O que podemos apontar como melhorias, chegando quase ao fim desse prazo? Paulo Okamoto – Houve uma evolução muito grande. Há cinco anos tínhamos uma mortalidade de mais de 50%, e atualmente, para cada 10 empresas abertas, 7,8 sobrevivem mais de dois anos. Isso é decorrente do fato dos empresários estarem se preparando mais, a capacitação e a educação desses empresários aumentou e também melhorou o ambiente legal – caso da Lei Geral (das Micro e Pequenas Empresas). E também melhorou a economia. Mas o fato é que os empresários da nossa pesquisa têm percepção de que a busca do conhecimento virou um elemento estratégico para aumentar a sobrevivência de sua empresa e para torná-la mais competitiva. No planejamento 2010-2015, o Sebrae publicou a intenção de potencializar alguns mercados, incluindo o de comércio eletrônico. Já há alguma perspectiva de como vão trabalhar o universo online entre os pequenos empreendedores? Paulo Okamoto – O papel do Sebrae é
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por Diogo Honorato honorato@empreendedor.com.br
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E N T R E V I S TA MÁRCIA GOUTHIER/ANS
buscar conhecimento, soluções e associações entre empresas. O que ele faz, por exemplo, no comércio eletrônico é discutir a questão legal e depois construir soluções a partir de exemplos que já existem no mundo. Esse é um mercado que cresce muito e que tem um futuro muito interessante. E a gente precisa, portanto, pegar esses conhecimentos, números e processos de gestão desses negócios e traduzi-los para as pequenas empresas e discutir alternativas, para que elas incorporem esses conhecimentos.
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Quando elaboraram o plano, vocês afirmaram ter partido do “cenário de atuação e dos fatores de competitividade das MPEs em 2015”, como consta no documento. Pode nos explicar como acreditam que será esse cenário e os fatores relevantes para as micro e pequenas empresas daqui a seis anos? Paulo Okamoto – Nós trabalhamos com um cenário de que o mundo será cada vez mais globalizado. Então, as transações internacionais deverão ocorrer de forma mais rápida. Existe tendência de setores com mais oportunidades de negócio e de ganhar dinheiro. E também as grandes empresas vão tentar ocupar esse espaço – seja ele na área da saúde, da educação ou de serviços. E nós então temos que levar a chamada “cooperação”, a rede, o conhecimento e o associativismo para fazer com que essas pequenas empresas tenham a capacidade de ter escala. E essa escala não depende do tamanho da empresa, mas da rede que ela criou.
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Falando em associativismo, você considera que as micro e pequenas empresas hoje estão tendo uma cooperação maior? Paulo Okamoto – Acho que de certa forma sim. Se considerarmos que a cooperação de certa forma se dá pela troca de informações, usando como base a internet. Mas nós precisamos fortalecer mais ainda as relações entre empresas, através de redes e das associações de classe. Pois há muita disputa por espaço. A busca por ambiente legal e acesso a conhecimento facilita muito se você estiver associado e tenha projetos estratégicos construídos coletivamente. Isso permite ao pequeno empresário avançar mais rápido. Hoje se fala na necessidade de implantar a “semente” do empreendedorismo nos jovens, de pre-
ferência desde o ensino básico. O que o Sebrae tem feito ou pretende fazer, nos próximos anos, quanto à disseminação da cultura empreendedora entre jovens e adolescentes? Paulo Okamoto – O Sebrae trabalha difundindo a cultura empreendedora, incluindo escolas estaduais, onde treinamos professores para levar a cultura empreendedora. Temos também um projeto para o mundo universitário, o Desafio Sebrae, em que cerca de 130 mil jovens participam deste projeto por ano. Nele trabalhamos a questão da educação empreendedora. Além disso, temos outros projetos com universidades, bolsas e estágios, para fazer com que a cultura empreendedora esteja presente. O mais importante é mostrar que ser empreendedor não é só montar um empreendimento, mas aquela pessoa que tem essa atitude de assumir responsabilidades, de criar soluções e de se apresentar. E o brasileiro nesse quesito está bem à frente em relação a outros países. O que a gente precisa é dar mais oportunidades e condições para aproveitar essa qualidade que o brasileiro tem quase que por natureza.
Temos que levar a chamada ‘cooperação’, a rede, o conhecimento e o associativismo para fazer com que essas pequenas empresas tenham a capacidade de ter escala
A definição do porte de uma empresa varia de acordo com os órgãos governamentais – alguns consideram o número de funcionários, outros o faturamento, e mesmo nesse último caso os valores nem sempre são os mesmos entre um estado e outro. Por que isso acontece? Não seria importante ter um critério padronizado para todo o País? Paulo Okamoto – Eu considero que o bom é que tenhamos um único critério para definir uma micro e pequena empresa. A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, que define as micro como tendo um faturamento de até R$ 240 mil e as pequenas de até R$ 2,4 milhões, é um bom critério que devemos insistir e aperfeiçoá-lo, em alguns casos. Em particular, o setor de indústria, que deveria ser maior do que isso. Mas essa definição já contempla 99% das empresas. Então é um bom conceito. O que nós precisamos é ter bons critérios para construir políticas públicas e, quando falarmos desse assunto, sabermos do que estamos falando.
LINHA DIRETA Paulo Okamoto: 0800 570 0800
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Técnico empreendedor
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Ensino profissional e tecnológico aliado ao estímulo ao empreendedorismo é caminho para o aumento do desenvolvimento humano
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CLEBER MIRANDA
César Alckmin, proprietário da Exsto, é técnico em Eletrônica
O jovem César Alckmin diz que sua referência empreendedora é familiar, mas foi na escola técnica e na universidade onde desenvolveu a postura de empreendedor. Ainda estudante, fez um trabalho que tirou o primeiro lugar na feira de projetos da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE). Com apoio da instituição, deu continuidade à pesquisa que daria origem ao produto inicial da Exsto, instalada na incubadora municipal de Santa Rita do Sapucaí (MG), de 2001 a 2004. Hoje a empresa de equipamentos para aulas de ensino profissional e tecnológico, com 30 funcionários e uma linha de quase 30 produtos, tem a expectativa de ultrapassar a marca de R$ 2,5 milhões de faturamento. Bem acima dos R$ 1,5 milhão registrados em 2008, graças ao aquecimento do mercado interno e à primeira exportação, para Angola. E das bancadas da Exsto surgiu um aparelho para conversão de combustíveis, o Ecoflex Auto, que deu origem a um novo empreendimento, agora incubado no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel): a Autotech. A história de Alckmin – e também a de Santa Rita do Sapucaí (veja matéria na página 24) – ilustra muito bem o potencial da união do ensino profissional e tecnológico e do empreendedorismo para alavancar o desenvolvimento econômico e social de uma localidade e, em médio e longo prazo, melhorar indicadores de qualidade de vida, especialmente o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Grosso modo, o IDH é composto de três grupos de subíndices: renda, saúde (longevidade) e educação. Dentre estes três, a educação age como motor propulsor dos demais. E a capacitação profissional e empreendedora é um catalisador desta fórmula. Não é de hoje que se bate nesta tecla. Em 1999, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), na Declaração de Seul, enfatizou os papéis democrático e econômico do ensino profissional. Mais recentemente, a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) recomendou que, independente do nível de ensino, a ênfase deve ser concentrada no desenvolvimento da capacidade individual de procurar e identificar novas oportunidades. Neste ano, um relatório da Iniciativa Global de Educação (GEI) do World Economic Forum destaca a importância da educação em empreendedorismo para aprimorar habilidades, atitudes e comportamentos necessários para criar empregos, gerar crescimento econômico, melhorar o bem-estar da sociedade e estimular a inovação para enfrentar desafios globais. “É fundamental para termos um ciclo de desenvolvimento autônomo”, afirma o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Eliezer Moreira Pacheco. Estão nas micro, pequenas e médias empresas quase todas as oportunidades de emprego e geração de renda na economia atual. Desde os anos 1980, as grandes empresas passaram a produzir cada vez mais com menos empregados, e os governos buscaram diminuir seus gastos através de cortes e redimensionamento dos quadros de pessoal. Na
Europa, por exemplo, as MPEs são responsáveis por 70% do emprego total e pela maior parte da criação líquida de postos de trabalho na Europa, conforme relatório realizado em junho deste ano pela Comissão das Comunidades Europeias. O cenário por aqui é o mesmo. “Hoje a economia brasileira se assenta nas pequenas e médias empresas, assim como boa parte de nosso mercado de trabalho”, diz o diretor regional do Senai/SC, Sérgio Roberto Arruda. Nada mais estratégico, portanto, do que estimular o empreendedorismo. “Cada nova empresa que se cria são novos postos de trabalho, mais impostos sendo pagos, mais produtos, mais aumento do PIB”, afirma Arruda. Cesar Augusto Olsen, por exemplo, trabalhava em uma indústria gráfica em Blumenau (SC) quando fez um curso técnico de Tornearia Mecânica e Ajustagem Eletrônica no Senai. Depois de concluir o curso, pediu demissão da empresa e foi para a capital do Estado prestar assistência técnica na área de equipamentos odontológicos, em 1973. “Estava fazendo o primeiro trabalho e já comecei a sonhar em fabricar equipamentos próprios”, diz. Cinco anos depois ele abriria a Olsen Indústria e Comércio, que hoje emprega mais de 170 funcionários e produz cerca de 400 equipamentos por mês, vendidos em todo o Brasil, por meio de 65 revendas credenciadas, e para mais de 100 países – as exportações representam 50% da produção. Mas é possível formar empreendedores, ou abrir uma empresa é apenas para predestinados? No projeto Formação Empreendedora na Educação Profissional, desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC) no governo anterior, os autores lembram que há 25 anos dizia-se não ser possível formar alguém para ser gerente. Para o consultor Fernando Dolabela, criador de um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo do Brasil, é possível que qualquer pessoa aprenda a ser empreendedor. É preciso, no entanto, mudar a visão de ensino da maioria das instituições. “Os educadores não são adequadamente treinados ou capacitados a respeito das profundas transformações pelas quais passa o sistema produtivo”, alerta o diretor-executivo da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) e ex-representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, em pronunciamento oficial de 2004. Em seu livro “Oficina do empreendedor”, Dolabela aponta que, “preso ao paradigma industrialista, o sistema educacional oferece aos alunos um único instrumento de comunicação: o curriculum vitae. É como se lhes ensinasse uma língua morta”. O relatório do WEF recomenda que as instituições adotem abordagens multidisciplinares e métodos de ensino interativos para incentivar a criatividade, a inovação, o pensamento crítico, o reconhecimento de oportunidades e a conscientização social. “Depois da revolução técnico-científica, o melhor profissional é aquele que tem uma compreensão mais abrangente da sociedade onde ele está inserido”, avalia Pacheco. Segundo o consultor Luiz Fernando Garcia, coautor do projeto Formação Empreendedora na Educação Profissional, o desenvolvimento de competências empreendedoras exige métodos de aprendizagem ativa que impliquem no envolvimento afetivo-emocional do aprendiz. “Ensinar a fazer planos
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por Alexsandro Vanin vanin@empreendedor.com.br
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Cesar Olsen, da Olsen Indústria e Comércio, é técnico em Tornearia Mecânica e Ajustagem Eletrônica
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LAURO MAEDA/ARQUIVO EMPREENDEDOR
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de negócios está muito distante da real necessidade.” Esta é a linha das metodologias Pedagogia do Empreendedor e Oficina do Empreendedor, criadas por Dolabela. “A Oficina apresenta um processo de aprendizado, e não de ensino. Ela induz ao contínuo aprender a aprender, que leva o aluno a proceder como faz o empreendedor na vida real: fazendo, errando, corrigindo rumos, criando.” Nas cinco primeiras ofertas semestrais da disciplina de empreendedorismo na UFMG, instituição pioneira na aplicação da Oficina, no Departamento de Ciência da Computação, foram criadas 25 empresas. Esta é a mesma filosofia da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE), instituição por onde passaram cerca de 70% dos empresários de Santa Rita do Sapucaí. “Tem que ensinar o aluno a aprender, a buscar o que é preciso para suprir suas deficiências”, diz o coordenador pedagógico Alexandre Loures Barbosa. Os estudantes devem ser incentivados a resolver problemas e tomar decisões. “O empreendedorismo vem de desafios, e os desafios são apresentados por meio de projetos. Para que eles saiam da inércia, é preciso provocá-los”, afirma o diretor de Educação Profissional do Senac/SC, Ivan Luiz Ecco. O método é utilizado também na rede federal, no Senai, na ETE e na maior parte das instituições de ensino profissional e tecnológico. Dolabela, no entanto, ressalta que isto só é um exercício de empreendedorismo se a proposta vier dos alunos, e não se imposta pelos professores. Na ETE, a feira de projetos acontece desde 1981. São trabalhos interdisciplinares, extraclasse, desenvolvidos ao longo do ano, idealizados, pesquisados e desenvolvidos pelos estudantes com orientação dos professores. “O aluno aprende mais com isso do que dentro da sala de aula”, afirma Barbosa. Cerca de 150 projetos são apresentados todo ano, e, segundo o coordenador pedagógico, sempre tem empresário que compra trabalhos, sempre tem aluno que se forma, dá sequência à pesquisa e abre sua empresa – fato corriqueiro também em outras instituições. É o caso de Thiago Victorino. Ele criou um produto ao desenvolver um projeto integrador no curso Técnico em Informática do Senai de Joinville (SC), o que lhe permitiu abrir sua própria empresa, a Clarity Soluções Conectadas, de Curitiba. Segundo ele, o software para automatização do envio de corridas de táxi foi sendo aprimorado continuamente e neste ano deve conquistar a liderança deste mercado. “Até o ano que vem, teremos a solução mais completa do mundo para este nicho”, diz Victorino. O mesmo ocorreu com Alexsander Fagundes, formado no curso superior de Gestão da Tecnologia da Informação do Senac, em Florianópolis. Foi ao longo do curso, enquanto procurava um tema para seu projeto, que descobriu um nicho de mercado inexplorado na cidade, na área de segurança patrimonial. Aproveitando a experiência dos professo-
“O empreendedorismo vem de desafios, e os desafios são apresentados por meio de projetos”, diz Ivan Luiz Ecco podem se candidatar a uma vaga em uma das três incubadoras da instituição no Estado. Abrir uma empresa, no entanto, não é o único objetivo de estimular as competências empreendedoras de um estudante. “Hoje a pessoa precisa ser empreendedora em tudo o que faz”, diz Denise Marques, do Sebrae. Segundo informações dessa instituição, em Harvard, 70% dos alunos do MBA escolhem o empreendedorismo como matéria optativa. Um terço deles faz esta opção para aumentar a empregabilidade. “O espírito empreendedor é um fator de evolução do técnico dentro de uma empresa, por sua capacidade de buscar inovação de processos, produtos e mercados”, afirma Arruda, do Senai/SC.
Intraempreendedorismo Louis Jacques Filion, pesquisador do Centro de Empreendedorismo no HEC Montreal (Canadá), lembrou em palestra realizada no Brasil que as empresas querem que seus funcionários ajam com autonomia e iniciativa empreendedora. “Quero as pessoas dando opinião por aqui”, diz Cesar Olsen. Independente da função, os colaboradores de sua empresa podem dar sugestões e ele procura encontrar tempo para atender todos. “Na verdade estamos lá apenas para direcionar as pessoas, com a direção certa, todos podem voar”, concorda Victorino, da Clarity. Para Arruda, o espírito empreendedor é um fator de evolução do técnico dentro de uma empresa, por sua capacidade de buscar inovação de processos, produtos e mercados. Um dado levantado pela pesquisa GEM, no entanto, preocupa: a taxa de intraempreendedorismo no Brasil ficou em apenas 0,6%. Estimular as competências empreendedoras, portanto, é uma forma de aumentar o já elevado índice de empregabilidade de técnicos e tecnólogos e também a irrisória taxa de intraempreendedorismo brasileira. No Senai/ SC, ao término do curso ou alguns meses após
a formatura, 91% dos técnicos e 93% dos tecnólogos formados pela instituição obtêm uma vaga no mercado de trabalho. No Senac/SC, o índice de empregabilidade também fica acima de 90%. Na rede federal, do total de alunos de nível médio formados entre 2003 e 2007, 72% estão empregados, conforme pesquisa do MEC. Segundo levantamento realizado recentemente pela Fundação Getulio Vargas (FGV), para cada ano de estudo formal, a oportunidade de conseguir emprego aumenta 3,3%. A pesquisa indica que a taxa média de ocupação de uma pessoa que nunca estudou, por exemplo, é de 59%. Esse índice sobe para 90% quando se fala de brasileiros com 18 anos de estudo, o que inclui profissionais com mestrado e doutorado. Alguns fatores explicam a elevada procura por esses profissionais. Segundo Arruda, são necessários 20 técnicos para cada engenheiro. Mas é o alinhamento dos cursos às demandas dos setores produtivos, ao lado da qualidade dos programas o grande responsável pelo bom índice de empregabilidade. “Nossa formação é totalmente voltada para a prática das profissões e, dentro do possível, levamos a realidade das empresas e das indústrias para dentro das salas de aula”, diz José Carlos Semenzato, presidente do Grupo Microlins. Os alunos da instituição têm ainda a opção de aderir à agência de Encaminhamento ao Mercado de Trabalho, que os preparam para concorrer às vagas de emprego por meio de toda uma gama de conhecimentos adicionais ao aprendizado da profissão. A oferta e a elaboração correta dos currículos dos cursos são fundamentais para o sucesso dos futuros profissionais. Dados do IBGE, apurados a partir da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD/2007), apontam que 65,7% dos técnicos que trabalhavam ou trabalharam anteriormente na área de atuação afirmaram, como motivo para trabalhar, que o curso possuía conteúdo necessário ao desempenho do trabalho. Na rede
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res, tanto na parte técnica quanto empresarial, foi aperfeiçoando o sistema de circuito interno de vigilância que daria origem à Segurança Dia e Noite. “Nunca havia pensado em abrir uma empresa, esse desejo surgiu durante o curso”, conta Fagundes. São tantos os empreendimentos que surgiram de projetos que o Sebrae lançou, em 2002, em parceria com o MEC, o Prêmio Técnico Empreendedor, como forma de estimular, reconhecer, premiar e divulgar as atividades de empreendedorismo e cooperativismo desenvolvidas pelos alunos dos cursos técnicos e superiores em tecnologia. O vencedores recebem uma pequena premiação em dinheiro, mas o principal é a visibilidade que os projetos e seus autores ganham, ressalta a coordenadora nacional do Prêmio, Denise Marques. Segundo ela, isso estimula os estudantes a ter iniciativa, estar atento às oportunidades, buscar qualidade. Mais de 1,6 mil trabalhos já foram inscritos desde a criação do prêmio. Os projetos devem se caracterizar como soluções técnicas e tecnológicas com possibilidade de se transformar em negócio e que contribuam com o processo de desenvolvimento socioeconômico de suas comunidades. Um dos vencedores é o Lactynho, uma alternativa saborosa para o combate à desnutrição infantil, desenvolvido por alunos do quarto módulo do curso superior de Tecnologia em Processamento de Alimentos do Centro Federal de Educação Tecnológica de Bambuí (MG). O produto é um queijo tipo petit suisse à base de leite de cabra, nutritivo e de fácil digestão. Além disso, a cabra é um animal de fácil criação e a produção de leite é uma alternativa de renda para pequenos produtores rurais do agreste ou de qualquer outra região. No fim de novembro serão divulgados os ganhadores da edição 2009, que também conta com o apoio do Ministério da Agricultura, desde 2007, e a partir deste ano do Banco do Brasil. Segundo Denise, ainda está sendo negociada com a instituição alguma forma de apoio financeiro aos projetos vencedores. Financeiro ou não, bons projetos não devem deixar de receber apoio. Na ETE, por exemplo, todos os trabalhos da feira são admitidos em uma pré-incubadora, onde é possível desenvolver o protótipo do produto e o esboço de um plano de negócios. No Senai/ SC, também há, em todas as unidades, espaço semelhante para dar continuidade às pesquisas dos projetos integradores e transformá-los em produtos, com orientação dos professores. Aqueles que tiverem o melhor potencial ainda
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Semenzato, da Microlins: formação voltada para a prática das profissões
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federal, todos os cursos são definidos a partir de audiências públicas, que envolvem sindicatos patronais e de trabalhadores, prefeituras, lideranças políticas e qualquer um que queira participar. No Senai, assim como no Senac, um comitê técnico, com representantes do setor produtivo, ajuda a traçar o perfil de saída do profissional, e a partir disso o currículo é construído de forma a desenvolver as competências necessárias. “Desenhamos um profissional que atende às especificações do mundo do trabalho, através das empresas que depois vão contratar esse pessoal. É uma forma de aliar a necessidade com a metodologia de formação”, diz Arruda. “A formação foi de extrema importância para que eu e meu sócio pudéssemos tomar decisões técnicas da empresa. Sem esses conhecimentos não conseguiríamos alcançar os objetivos que atingimos”, afirma Victorino. “Hoje contamos com engenheiros, técnicos e tecnólogos que contribuem, e muito, no desenvolvimento da Clarity.” Dados do Sistema Nacional de Emprego (Sine) mostram muito bem a importância da qualificação profissional. No ano passado 575,4 mil vagas estavam disponíveis, mas apenas 264,7 mil foram preenchidas, apesar de quase 1,1 milhão de pessoas terem sido encaminhadas para seleção. O empresário Cleiton Weiss, por exemplo, tenta há mais de um ano preencher uma vaga de mecânico em sua revenda de motocicletas, em Florianópolis, e não consegue. Um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), divulgado no fim de 2008, indica que 71,6% dos brasileiros entre 15 e 19 anos não têm ní-
vel adequado de educação para conseguir um trabalho bem remunerado – o segundo pior resultado entre os países latino-americanos. Para Jorge Werthein, da Ritla, em um cenário de mudanças socioeconômicas e de uma crescente corrida por nichos de mercado cada vez mais seletos, o papel da educação é crucial em assegurar que grandes parcelas da população consigam aprimorar e criar alternativas para sua empregabilidade. Além disso, um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE/2002) mostra que para cada ano acrescentado à média de escolaridade da população adulta há um incremento de 3,7% na taxa de crescimento econômico. Como exemplos de países que se desenvolveram baseados no binômio educação-empreendedorismo, Werthein cita Coreia do Sul, Espanha, Malásia e Irlanda. Richard Roche, ex-ministro de Assuntos Europeus da Irlanda, declarou em palestra realizada no Brasil, registrada no livro “Educação e conhecimento: a experiência dos que avançaram”, que o milagre econômico irlandês tem
O papel da educação é crucial em assegurar que a população consiga aprimorar e criar alternativas para sua empregabilidade
como um dos principais fatores, sem qualquer sombra de dúvida, a educação. Além de contribuir diretamente para o crescimento do PIB, a disponibilidade de um conjunto de pessoas jovens e bem educadas foi fundamental para atrair investimentos diretos estrangeiros. Os investimentos em educação, no entanto, não podem vir sozinhos. Eles devem ser combinados à construção de uma política industrial eficiente, ao adensamento das cadeias produtivas e à estruturação dos arranjos produtivos locais. Segundo o relatório do WEF, o empreendedorismo cresce em ecossistemas nos quais várias partes desenvolvem papéis-chave. “O espírito empreendedor se desenvolve numa localidade por diferentes motivos, um dos principais é o capital social, o espírito de cooperação e colaboração, e a vontade de criar, e isso surge quando há um desejo coletivo, e a colaboração faz a economia local crescer”, afirma Dolabela, que acredita que o Brasil ainda não incorporou em seu DNA a geração de capital social e a distribuição de conhecimento. “A política brasileira ainda está baseada no assistencialismo.” Para ele, uma exceção, em nível municipal, é Santa Rita do Sapucaí. A pequena cidade mineira de 30 mil habitantes, além da infraestrutura de formação profissional, possui um ambiente político, legal e fiscal favorável à abertura e crescimento de empresas, que ainda contam com o apoio de instituições como o Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel). Duas pré-incubadoras (ETE e Inatel) e duas incu-
badoras (uma municipal e outra do Inatel) favorecem o desenvolvimento de negócios, que depois podem ser abrigados no centro empresarial, no condomínio de empresas e ou no distrito industrial. A Exsto, por exemplo, de 2001 a 2004 foi residente na incubadora municipal, época em que a instituição foi premiada como a melhor do Brasil. “Por estar ali tivemos acesso a muitas coisas que não teríamos recursos, como equipamentos, cursos, etc. E ali também se formam muitos relacionamentos”, ressalta Alckmin. De acordo com o presidente do Sindvel, Roberto de Souza Pinto, o sindicato desenvolve diversas ações de apoio e capacitação das empresas filiadas, para que os seus produtos tenham perfeitas condições de ir ao mercado e concorrer com os já existentes. “Quem compra nem imagina que é uma microempresa que produz, pois tem cara de grande empresa.” Pois este grupo de quase 140 empresas de eletrônica gera 9 mil empregos diretos e indiretos e em 2008 faturou R$ 1 bilhão. Mas não é apenas a economia que é beneficiada com o binômio educação-empreendedorismo. Conforme relatório do Atlas do Desenvolvimento Humano, entre 1991 e 2000 o IDH de Santa Rita do Sapucaí cresceu 10,20%, passando de 0,716 para 0,789 (valor classificado como médio desenvolvimento humano). Neste período, o hiato (distância entre o IDH do município e o limite máximo do índice) foi reduzido em 25,7%. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 39,7%, seguida pela Longevidade, com 32,4%, e pela Renda, com 27,9%. Mantendo esta taxa de cres-
Roberto, do Sindvel: sindicato desenvolve diversas ações de apoio e capacitação das empresas filiadas
cimento, o município levaria 13,6 anos para alcançar São Caetano do Sul (SP), cidade com o melhor IDH-M do Brasil (0,919), e 5,7 anos para alcançar Poços de Caldas (MG), município com o melhor IDH-M do estado (0,841).
Qualidade de vida Investir em educação profissional e tecnológica tem reflexos óbvios na qualidade de vida da população e no cálculo do IDH. Primeiro, porque provoca diretamente um aumento na escolaridade da população, pois ajuda a resolver o problema da evasão no ensino médio e o acesso ao ensino superior. Segundo o censo escolar 2005 do Instituto Nacional dos Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), 16% dos estudantes de escolas públicas que terminam o ensino obrigatório não chegam a se matricular no ensino médio. E dos que se matricularam, 18% não concluíram os estudos, de acordo com a PNAD 2004. Além disso, menos de 30% dos jovens de 18 a 24 anos chegam ao ensino superior. Sem perspectivas de ingressar em um curso superior, muitos abandonam as salas de aula. Mas, em cursos técnicos, a evasão é mínima, de acordo com o MEC. “E acaba sendo um caminho natural o jovem se formar técnico, começar a trabalhar e custear os estudos superiores com isso. Vejo muito isso aqui na Exsto, e em outras empresas da cidade”, conta Alckmin. Mudanças recentes na legislação educacional brasileira estabeleceram um itinerário formativo. É possível começar por um curso de qualificação profissional ou pelo técnico –
FOTOS ASCOM/SINDVEL
este integrado ou não ao ensino médio – e chegar até a um doutorado, depois de passar por um curso superior em tecnologia (graduação de curta duração). Alckmin, por exemplo, depois de se formar técnico cursou Engenharia Elétrica e então se pós-graduou em Administração. Fagundes, da Segurança Dia e Noite, que se formou tecnólogo no primeiro semestre deste ano, já procura uma pós-graduação em sua área. A Irlanda adotou um caminho semelhante na década de 1970, quando foram criadas as faculdades técnicas regionais, agora chamadas de Institutos de Tecnologia. Segundo a publicação “Educação num Relance”, da OCDE, isso teve um impacto significativo no índice de graduações no nível superior. Em relação à renda, além da alta absorção no mercado de trabalho, técnicos e tecnólogos desfrutam de uma remuneração igual ou acima da média. Conforme a pesquisa do MEC, 59% entendem que seu salário está na média do mercado e 11% acreditam receber mais que a média. Dados da PNAD indicam que, independente da classe de rendimento mensal,
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Barbosa, da ETE: “Tem que ensinar o aluno a buscar o que é preciso para suprir suas deficiências”
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a proporção de pessoas que frequentaram ou frequentavam cursos profissionais era sempre maior do que a daquelas que nunca frequentaram. E, de acordo com o levantamento da FGV, para cada ano de estudo, o salário pode subir 15%. Enquanto quem nunca estudou recebe, em média, R$ 392,14, aqueles que possuem título de mestre ou doutor ganham (18 anos de estudo), em média, R$ 4.454,69. No caso da expectativa de vida, a relação não é direta, mas é fácil observar. Estudos realizados no Brasil, baseados em dados da PNAD/1998 e tendo a escolaridade como um dos principais indicadores, verificaram que as desigualdades sociais afetavam as condições de saúde e o uso de serviços de saúde, inclusive no tocante à alimentação e à prática de exercícios físicos regulares. E as escolas técnicas ocupam o tempo ocioso de crianças e jovens, tirando-os das ruas e ensinando uma profissão, diminuindo assim o risco de caírem na criminalidade – responsável, ao lado de acidentes, pela maior parte das mortes de brasileiros nesta faixa etária. “A educação tem inúmeros efeitos econômicos e sociais inseparáveis. Crianças morrem menos, as pessoas vivem mais, o meio ambiente é mais bem preservado se as massas são educadas e conscientes”, enfatiza Werthein. Investir em educação profissionalizante – da mais básica para camadas da população com baixa escolaridade à mais complexa conforme a evolução do nível escolar –, portanto, é fundamental não apenas para o aumento da empregabilidade e da renda da população, mas também para a melhoria da saúde dos indivíduos e, consequentemente, da receita do município, pois pessoas capacitadas atraem mais empregadores e criam mais empresas, gerando mais impostos e movimentando o comércio e serviços locais, e ainda demandam menos gastos com tratamentos de saúde e policiamento ostensivo, por exemplo. Cria-se assim um círculo virtuoso que se reflete na qualidade de vida da população, o que pode ser comprovado com a melhoria do IDH da localidade. “Se existe um caminho claro a ser seguido, é este apontado – investir na qualificação profissional e empreendedora da maioria da população brasileira. O popular ditado está correto: ‘não dê o peixe, ensine a pescar’”, afirma Semenzato, da Microlins. E também as condições para que ele faça uma boa pescaria.
Vale abençoado Santa Rita do Sapucaí é exemplo de ecossistema favorável ao empreendedorismo “A Exsto é fruto de Santa Rita do Sapucaí. Se não fosse por ela, não existiríamos”, afirma o sócio-proprietário César Alckmin. Segundo ele, além de todo o estímulo ao empreendedorismo, mão-de-obra qualificada, apoio e suporte às empresas, existe todo um conjunto de empresas complementares, fabricantes de pequenos elos, fornecedores de partes dos equipamentos da Exsto e de outros empreendimentos, que ganham em escala e permitem a oferta de um produto com tecnologia e valor agregado, mas que não exigiu um investimento altíssimo para fabricá-lo. Isso tudo com agilidade e facilidade de acesso, podendo trabalhar com pequenas quantidades. “As empresas vão se especializando, ganhando qualidade no seu pequeno elo da corrente. É qualidade somando qualidade.” Para o coordenador pedagógico da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa (ETE), Alexandre Loures Barbosa, toda a fama, todo o know-how do Vale da Eletrô-
nica – como é conhecido o município desde os anos 1980 – deve-se à instituição. A ETE, criada em 1958, é a primeira escola técnica de eletrônica da América Latina e a sétima do mundo. Uma iniciativa de Luzia Rennó Moreira, a Sinhá Moreira, uma mulher rica e de visão empreendedora, que queria dar um futuro melhor às crianças da cidade. Logo foram surgindo outras instituições de ensino voltadas para a área tecnológica, como o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em 1965, e a Faculdade de Administração e Informática (FAI), em 1971. E, em 1977, foi criada a primeira empresa do setor de eletroeletrônica, a Linear, exemplo seguido por outros ex-alunos. Isso transformou aquela típica cidade do interior de Minas Gerais, de economia baseada na agropecuária, em um exemplo internacional de empreendedorismo – e que inclusive mantém um programa de aprendizado do tema em todo o ensino fundamental.
FOTOS ASCOM/SINDVEL
Douglas e equipe da Interactive World: “Todo mundo é amigo na incubadora, acaba transferindo know-how, estabelecendo parcerias”
“É preciso romper com o passado e estar sempre procurando o novo, realizar mudanças para alcançar condições de vida melhor”, diz Dolabela
dotada de fatores importantes de aceleração do desenvolvimento, como ambiente favorável ao empreendedorismo, instituições de apoio, facilidades para obtenção de financiamentos, etc. Fatores presentes em Santa Rita do Sapucaí, ressalta. É o caso a incubadora do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). Desde que foi criada, em 1992, foram graduadas mais de 30 empresas – 28 atuam no município –, que geram cerca de 500 empregos e faturam cerca de R$ 25 milhões por ano, segundo Evandro Carvalho, do Núcleo de Empreendedorismo da instituição. As 11 empresas residentes têm receita de R$ 1 milhão por ano e geram cerca de 50 empregos. Uma delas é a Interactive World, incubada desde novembro de 2008, que desenvolve um sistema inovador de automação predial, sem fio, que substitui controles manuais (de interruptores de luz a controles de aparelhos como TV ), de custo bem mais acessível do que os oferecidos pela concorrência, e com o diferencial de não exigir a troca dos controles já existentes. Como o lançamento está previsto para outubro, para sobreviver eles desenvolvem sites, e contam com as vantagens da incubadora. “Aqui temos custos reduzidos. Além disso, a incubadora dá acesso a equipamentos de altíssimo custo e apoia muito com treinamentos e na formação de
relacionamentos. Todo mundo é amigo, acaba transferindo know-how, estabelecendo parcerias”, conta o sócio-proprietário Douglas Calzzetta Filho, de 19 anos, estudante do quarto período de Engenharia da Computação. Pelo visto, Santa Rita do Sapucaí será nomeada padroeira dos empreendedores.
LINHA DIRETA Clarity: www.claritysoft.com.br ETE: www.ete.g12.br Exsto: www.exsto.com.br Fernando Dolabela: fernandodolabela.wordpress.com Inatel: www.inatel.br/nemp Interactive World: www.interactiveworld.com.br Microlins: www.grupomicrolins.com.br Olsen: www.olsen.odo.br Render Capacitação: www.rendercapacitacao.com.br Ritla: www.ritla.net Sebrae: www.sebrae.com.br Segurança Dia e Noite: www.segurancadiaenoite.com.br Senac/SC: www.sc.senac.br Senai/SC: www.sc.senai.br Setec/MEC: www.mec.gov.br Sindvel: www.sinvel.com.br
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Atualmente são 137 empresas, quase todas nascidas na cidade, com faturamento de cerca de R$ 1 bilhão em 2008, um aumento de quase 30% em relação aos R$ 780 milhões registrados em 2007, valor quase 40% superior ao faturado em 2006. Para 2009, segundo Roberto de Souza Pinto, presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), estima-se um crescimento de 14%. “É preciso romper com o passado e estar sempre procurando o novo, realizar mudanças para alcançar condições de vida melhor. Empreendedorismo é uma questão de valor, de hábito, prática social e cultural”, diz o consultor Fernando Dolabela. Segundo ele, uma das características das pequenas e médias empresas é a sua dependência da comunidade local, que poderá ou não estar
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Ferramentas de marketing digital devem ser usadas com ética e responsabilidade para dar bons resultados e não prejudicar a imagem da empresa por Mônica Pupo
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monica@empreendedor.com.br
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O marketing digital tem sido responsável por uma verdadeira revolução no relacionamento entre empresas e clientes. Cada vez mais modernas e acessíveis, ferramentas como e-mail marketing ou mobile marketing ajudam a alavancar as vendas e a fortalecer a imagem corporativa. Porém, antes de começar a disparar e-mails ou mensagens via celular, o lojista deve observar algumas questões éticas ou corre o sério risco de se tornar inconveniente. Além disso, é preciso ficar atento para a forma como as campanhas são formatadas e enviadas, caso
contrário a mensagem pode ser classificada automaticamente como spam. A questão da responsabilidade no e-mail marketing é tão importante que está prestes a ser lançado um Código de Ética oficial para a área. Atualmente em fase de assinatura, a autorregulamentação conta com o aval de diversas agências de tecnologia de informação de todo o Brasil, além de órgãos como Fecomercio/SP, Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd), Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) e provedores como UOL e Terra, entre outros. Há cerca de três anos a Abemd também lançou o seu Guia de Boas Práticas do E-mail Marketing (veja box), que traz uma série de
recomendações para o uso ético e responsável do e-mail como ferramenta de marketing. “Não se trata de restringir o envio de e-mails, mas sim de conscientizar as empresas sobre a importância de manter uma postura ética no relacionamento através destes novos canais”, afirma Fábio Adiron, conselheiro administrativo da Abemd. Segundo Walter Sabini Jr, CEO da Virid Interatividade Digital – empresa especializada em soluções de e-mail marketing – e um dos coordenadores do Código de Ética, o e-mail é um canal que deve ser usado apenas para relacionamento com os consumidores, e não para a prospecção de novos clientes. “Ao contrário do que muita gente pensa, o e-mail marketing
BOAS MANEIRAS 1. Opt in O primeiro recebimento é muito importante porque marca o início da relação. É preciso ter permissão para prosseguir o relacionamento, por meio do opt in do receptor, tanto quando ele procura como quando é procurado. Quando é a empresa quem procura a pessoa, tratando-se do primeiro contato deve-se informar como foi possível chegar a ela, explicitar o produto ou serviço oferecido e apresentar de forma visível a alternativa opt in. Se a pessoa não responder ao e-mail com essa alternativa assinalada, deve-se entender que não deseja receber novas mensagens.
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2. Opt out Toda mensagem precisa ter opt out. É prerrogativa do receptor decidir o momento em que não quer mais receber mensagens de determinado emissário. 3. Uso do endereço eletrônico Quando houver cadastro prévio, deve ficar claro que o endereço eletrônico poderá ser utilizado para o envio de mensagens comerciais, ou seja, na
geração de leads próprios ou, se for o caso, repassado também com a finalidade de envio de mensagens comerciais. E o receptor deve manifestar sua concordância com isso. 4. Tamanho dos arquivos Procure sempre limitar o tamanho dos arquivos enviados, seja no corpo das mensagens ou nos anexos. Devese ter sempre em mente o público da média inferior em capacitação tecnológica (software, hardware e modalidade de conexão). Sugere-se mensagens no formato txt ou html, este último com tamanho máximo de 12 KB, e que as figuras (gifs) não estejam anexadas na mensagem, mas sim localizadas em servidor próprio. 5. Autoexecutáveis Não devem ser enviados arquivos com autofuncionamento. Os autoexecutáveis são arquivos que os programas gerenciadores de e-mail conseguem ler e interpretar, iniciando automaticamente algum processo que não é necessariamente desejado pelo receptor. Essa
modalidade de arquivo também torna o sistema vulnerável à transmissão de vírus (voluntária ou não). 6. Relevância O consumidor não se incomoda em receber uma mensagem de cunho comercial, desde que seja relevante para ele. Portanto, preocupe-se sempre com o conceito de relevância. 7. Frequência Deve-se oferecer ao cliente que assinale a opção de sua preferência na frequência de recebimento de informações ou solicitar que ele opte entre as diversas alternativas de periodicidade que lhe são oferecidas. Quando não for possível oferecer que faça a opção, devese deixar claro qual a frequência de envio das mensagens. 8. Política de relacionamento É sempre conveniente que se tenha clareza na política de relacionamento adotada, o que pode ser feito por meio de um contrato/compromisso assumido formalmente com o consumidor.
nada mais é do que uma conversa digital, um canal de relacionamento, e não um folder eletrônico de produtos ou serviços”, esclarece.
Base de dados Para que as ações de marketing digital sejam éticas e bem-sucedidas, o segredo está no consentimento, chamado tecnicamente de opt in, que nada mais é do que a autorização do destinatário. No caso de empresas que também utilizam o mobile marketing, a dica da Abemd é fazer o opt in de acordo com a mídia. “O fato de o cliente optar por receber e-mails não quer dizer que ele deseja receber SMS, e vice-versa”, diz Adiron. Cabe ao lojista, portanto, pedir a autorização do cliente cada vez que quiser utilizar outro canal de comunicação. Ao contrário das campanhas veiculadas na mídia de massa, no e-mail marketing o que
vale é a qualidade, e não a quantidade. Ou seja, vale mais a pena ter um mailing com 5 mil pessoas com quem a empresa realmente tem relacionamento, do que possuir 50 mil endereços aleatórios. Sendo assim, nem pense em comprar aquelas listas de e-mails que costumam ser oferecidas na web. “O retorno negativo é muito maior do que o positivo, pois não há relacionamento com a base e as pessoas provavelmente não vão desejar receber as mensagens”, alerta Sabini. O primeiro passo para os comerciantes que desejam investir no e-mail marketing, portanto, é a geração de uma base de dados. Para isso, desenvolva entre os vendedores e caixas o hábito de sempre capturar os dados dos clientes. “Quando solicitar o endereço de e-mail, não esqueça de pedir permissão para enviar ofertas e promoções. Não é porque o cliente te deu a informação que deseja receber mensagens
constantemente”, recomenda Sabini. A única maneira de utilizar o e-mail marketing para prospectar novos clientes é através de parcerias, utilizando a base de dados de empresas que tenham sinergia com o negócio. Por exemplo, se você tem uma loja de bolsas e malas, pode se tornar parceiro de uma agência de viagens, utilizando a base de e-mails desta para oferecer seus produtos. Neste caso, o cliente deve reconhecer a origem do e-mail e, por isso, a primeira mensagem deve ser identificada pelo remetente com o qual a pessoa já possui relacionamento. É importante manter a base de dados sempre atualizada, até porque algumas pessoas mudam de endereço de e-mail com certa frequência. De acordo com informações da Zipcode, especializada em marketing direto e responsável pela gestão da base de dados de empresas como Nokia e Mandi, cerca de 5%
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Fonte: Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd)
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G E S TÃ O
NÚMEROS QUE FAZEM A DIFERENÇA 35% dos usuários abrem seus e-mails de acordo com o conteúdo do assunto. Incluir o nome da empresa ou marca no assunto pode aumentar em até 15% a taxa de leitura. Cerca de 30% dos e-mails de uma base mudam a cada ano.
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11% das vendas on-line no varejo acontecem por campanhas de e-mail marketing.
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60% dos consumidores que compraram a partir do e-mail o fizeram porque o e-mail continha produtos que eles já estavam considerando. Mensagens com apenas texto têm uma taxa de clique 54% acima de mensagens com quantidade igual de imagem e texto. Fontes: Zartana, “E-mail Marketing Content Best Practices”, JupiterResearch e Silverpop
dos endereços precisam ser eliminados a cada campanha de e-mail marketing disparada por apresentarem erro permanente. Além disso, a taxa de opt out – quando a pessoa solicita o cancelamento do envio de e-mails – gira em torno de 2%. “A base de dados tende a diminuir a cada campanha disparada, por isso o relacionamento com os clientes deve ser constante”, afirma Ricardo Sleiman, diretor comercial da Zipcode.
Para todos A oferta de softwares para envio de e-mail marketing é cada vez maior, o que exige a atenção do lojista na hora de adquirir uma solução que atenda às necessidades do negócio. Há desde ferramentas mais simples e baratas – que simplesmente disparam mensagens – até soluções mais completas, que possibilitam a análise de acessibilidade e o apoio estratégico nas próximas ações. Dessa forma, é possível saber, entre outras informações, se o cliente leu a mensagem, onde clicou, quanto tempo navegou no site, etc. Este é o caso da Virtual Target, plataforma de gerenciamento e envio de e-mail marketing, desenvolvida pela Virid e adotada por quase 3 mil empresas.
O sistema é capaz de gerar cerca de 80 relatórios diferentes, que permitem mensurar de forma precisa o retorno da campanha e as informações dos destinatários. “Quanto mais informações você puder captar, mais éticas, segmentadas e bem-sucedidas serão as próximas campanhas.” Para quem não dispõe de verba para investir em soluções mais elaboradas, Sabini garante que é possível conseguir bons resultados mesmo com softwares mais simples. “Muitas plataformas disponíveis hoje no mercado são capazes de oferecer um envio e uma gestão de e-mail marketing dentro das boas práticas”, afirma. Em alguns casos, principalmente para empresas de e-commerce, escolher uma ferramenta de e-mail marketing adequada pode ser o segredo do sucesso. Foi o que aconteceu com a Portcasa, que experimentou diversas plataformas até chegar à Virtual Target. Prestes a completar um ano e meio no mercado de cama, mesa e banho, a loja iniciou as vendas on-line quatro meses após a abertura da unidade física, localizada no Bairro Bom Retiro, em São Paulo. Segundo Natan Sztamfater, diretor comercial, o comércio eletrônico representa 50% do faturamento da empresa. “As vendas on-line
Nesta página, Walter Sabini, Veruska Reina e Ricardo Ramos, da Virid. Na outra página, a Portcasa, que tem 90 mil clientes na base de dados de marketing digital
cresceram muito depois que ajustamos as campanhas de e-mail marketing.” Hoje a loja conta com 90 mil clientes na base de dados, que recebem e-mails semanais com novidades e promoções. “O melhor é que com essa ferramenta conseguimos monitorar as mensagens e direcionar as promoções de acordo com o perfil do público”, conta Sztamfater. Foi o que aconteceu no mês passado, quando a Portcasa lançou uma campanha específica para a cidade de Sorocaba (SP). Com um banco de dados segmentado, foi fácil disparar e-mails só para quem interessava. “Como havia uma entrega apenas a ser feita na cidade, decidimos fazer uma promoção só para quem mora em Sorocaba,
assim não tivemos que subsidiar o frete.” Estima-se que os usuários domésticos recebem pelo menos 35 e-mails por dia, contra 100 mensagens recebidas por usuários corporativos. Com tanta informação circulando pela web, como garantir que suas mensagens não se tornem lixo virtual? De acordo com Ricardo Sleiman, o segredo está na relevância. “Por isso é fundamental conhecer os destinatários e segmentar as campanhas, assim o e-mail tem mais chances de ser lido”, afirma. Combinar segmentação e relevância é a saída para ter o e-mail lido. Bastou colocar no assunto “promoção especial para Sorocaba” que a Portcasa viu a taxa de abertura da mensagem dobrar. Se normalmente 23% dos usuários abrem os e-mails da loja, desta vez a taxa de abertura pulou para 42%. A taxa de conversão em vendas também dobrou, passando de 1,5% para 3,5%. Um item que deve ser muito bem pensado numa campanha de e-mail marketing é o campo assunto (subject). Afinal, o que está escrito ali determina a escolha entre ler, ignorar ou deletar o e-mail. “Escolha bem as palavras, pois quanto mais transparente, objetivo e criativo for o assunto, mais chances de atrair cliques para uma mensagem”,
aconselha Sleiman. Para não ir direto para a lixeira, não envie anexos muito pesados, escolha imagens leves, não utilize vídeos ou animações e evite incluir termos como “clique aqui” ou “grátis”, já que muitos provedores classificam este tipo de mensagem automaticamente como spam.
LINHA DIRETA Abemd: (11) 3129-4300 Portcasa: www.portcasa.com.br Virid: (11) 3708-0040 Zipcode: (11) 3078-3631
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Principalmente para empresas de e-commerce, escolher uma ferramenta de e-mail marketing adequada pode ser o segredo do sucesso
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I N O VA Ç Ã O
Banco de
ideias Cresce o uso de redes sociais para a criação de produtos e também solução de problemas antigos por Mônica Pupo
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Muito além de um canal de comunicação com o público, a internet tornou-se uma ferramenta de inovação ao alcance de todos. Em busca de vantagens competitivas, um número cada vez maior de empresas tem apostado no uso das redes sociais na hora de procurar por novas ideias ou soluções para antigos problemas. As tradicionais “caixinhas de sugestões” são substituídas por portais interativos, que funcionam como bancos de ideias onde colaboradores, parceiros, clientes e os internautas em geral são convidados a participar de um brainstorming coletivo e virtual. A intenção é valorizar o pensamento criativo em todas as esferas da empresa e, principalmente, no ambiente externo, com o objetivo de inovar em produtos, processos e serviços. Se até pouco tempo atrás a inovação estava restrita aos departamentos de pesquisa e desenvolvimento – muitas vezes sob sigilo –, hoje a proposta de algumas empresas é abrir suas dificuldades e adquirir conhecimento no próprio mercado. Segundo Alsones Balestrin, coautor do livro Redes de cooperação empresarial (Ed. Bookman, 2008) e professor dos cursos de Mestrado e Doutorado em Administração de Empresas da Unisinos, a tendência reflete uma “mudança geral de paradigma”. “O ciclo de vida dos produtos começou a diminuir cada vez mais, sobretudo a partir da década de 1990, exigindo inovações mais complexas, que por sua vez necessitam de mais conhecimentos específicos. Dessa forma, as organizações já
não podem mais inovar contando apenas com os recursos internos.” Além de parcerias com universidades e institutos de pesquisa, nos últimos anos muitas empresas têm apostado nas redes sociais para reduzir investimentos em pesquisas e laboratórios, aproximando-se dos consumidores com foco na inovação. Apesar de investir mais de US$ 2 bilhões por ano em pesquisa e desenvolvimento, a Procter & Gamble – líder mundial do mercado de bens de consumo – chegou à conclusão de que era preciso recorrer a um olhar externo em busca de soluções melhores e mais adequadas aos desejos do mercado. Para aderir à estratégia conhecida como “inovação colaborativa”, há oito anos a multinacional criou o Connect + Develop, site com o objetivo de desenvolver produtos inovadores a partir da colaboração de qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, que tenha uma sugestão a fazer. “Eventualmente surgem necessidades cuja competência específica não é de nosso domínio, ou ainda alguma demanda que consuma muitos recursos internos, o que acabaria encarecendo e até inviabilizando o investimento”, diz Beatriz Rodrigues, gerente do programa Connect + Develop para a América Latina. Além da iniciativa própria, a empresa também busca por inovações em redes sociais como Yet2 e NineSigma, que fazem o intermédio entre compradores e vendedores de ideias. Com estas ações, pelo menos 50% dos produtos lançados pela P&G hoje possuem no mínimo um componente externo de inovação, e a meta é chegar a 80%. “Essas ferramentas
nos permitem ter mais agilidade na obtenção de tecnologia e redução de custos, beneficiando os consumidores”, afirma Beatriz. Outra empresa que é referência em inovação colaborativa através da internet é a Dell, que criou sua própria rede social há cerca de dois anos. Através do portal IdeaStorm, a fabricante de computadores permite que os clientes do mundo todo opinem sobre seus produtos e sugiram novos recursos ou funcionalidades. Os visitantes podem votar nas sugestões, que são discutidas com os moderadores da Dell, responsáveis por comunicar quais melhorias a companhia pretende desenvolver. Até o momento, mais de 12 mil ideias foram postadas, sendo 350 já implementadas. As empresas que não dispõem de recursos ou não desejam criar seu próprio banco de ideias têm à disposição ferramentas criadas por terceiros especificamente com esse fim. Lançado há menos de dois meses no Brasil, o portal Battle of Concepts é um exemplo de rede social a serviço da inovação. Funciona de forma simples: a companhia contrata a ferramenta e insere uma questão – chamada de “batalha” –, que será solucionada por universitários e jovens profissionais com no máximo 30 anos de idade. As propostas dos estudantes são então avaliadas pelos gestores da empresa, que elegem as 20 melhores ideias, sendo que os dez primeiros colocados recebem pontos e dividem um prêmio em dinheiro. De acordo com Peter Tjabees, diretor-executivo do site no Brasil, o limite de faixa etária tem como objetivo garantir soluções surpreendentes, evitando os vícios comuns às pessoas que já atuam
REDES DE INOVAÇÃO COLABORATIVA www.ideastorm.com www.pgconnectdevelop.com www.ideias10.com.br www.battleofconcepts.com.br www.innocentive.com www.yet2.com www.ninesigma.com www.yourencore.com www.innovationrelay.net www.crowdspirit.com
Valorização Além disso, a iniciativa também pretende valorizar o currículo dos estudantes, ao criar um banco de dados que facilita a vida das empresas em futuras contratações. “Faremos a ponte entre as mais inovadoras companhias do Brasil e os milhões de jovens universitários, o que permite que todos saiam ganhando: estudantes, empresas e universidades”, completa Tjabbes. Na Holanda, onde foi lançado em 2006, o portal já distribuiu cerca de 350 mil euros em prêmios, totalizando 63 desafios solucionados. Uma das primeiras empresas a inscrever um desafio na versão brasileira do Battle of Concepts foi a Whirlpool Latin America, líder no setor de linha branca. Com investimentos anuais de cerca de US$ 100 milhões em pesquisas, tecnologia e marketing, a companhia viu no banco de ideias a oportunidade de prospectar jovens talentos, algo que já vem buscando há algum tempo através da divulgação dos programas de estágio e trainee em redes como Orkut, Facebook e Twitter. A proposta lançada aos estudantes é a de criar um sistema inovador para a comunicação da empresa nos pontos-de-venda, de forma a ressaltar os diferenciais dos produtos das marcas Brastemp
e Consul, valendo o prêmio de R$ 15 mil. “A velocidade e o alcance da informação na internet são ferramentas fundamentais para os negócios, independente da área de atuação da empresa”, diz Valdeon Sozo, gerente de inovação da Whirlpool Latin America. Iniciativa de um grupo de empresários de Santos (SP), o portal Ideias10 também oferece aos gestores uma ferramenta de gestão de ideias on-line e pré-estruturada. É possível optar pelo sistema fechado – onde só os usuários cadastrados pela companhia podem participar – ou pelo sistema aberto, que disponibiliza as demandas para o público em geral. O site ainda estimula o empreendedorismo, permitindo que qualquer pessoa cadastre uma ideia, que será apresentada a potenciais investidores. “Através do Mercado de Ideias procuramos aproximar o autor da ideia e o empreendedor com capacidade de levar isso adiante, o que pode gerar uma sociedade ou parceria”, afirma Nilson Cortez Junior, um dos fundadores do site. Indicada para empresas de todos os portes e segmentos, a inovação colaborativa através de redes sociais não significa que o departamento de pesquisa e desenvolvimento (P&D) deixou de ter importância no organograma. Muito pelo contrário. De acordo com Balestrin, o setor deve se aprimorar em captar de forma adequada as ideias que surgem no mercado. “O P&D interno não está fadado ao desaparecimento, mas precisa trabalhar com uma função muito mais de articulador do conhecimento externo, rompendo as fronteiras da empresa e dialogando com diversos
players”, explica o professor. Um detalhe importante para quem deseja investir num banco de ideias é manter o anonimato dos autores. Pelo menos durante a fase de seleção das propostas, evitando que alguma sugestão seja descartada por conta de conflitos pessoais, principalmente quando os funcionários da empresa são convidados a participar. “Muitas vezes o colaborador teme fazer alguma observação, porque sempre há um perigo embutido: o chefe pode entender como uma crítica negativa, ou tomar a ideia para si, etc.”, aponta Tjabbes. Para estimular a participação, seja de colaboradores, parceiros ou público em geral, é preciso garantir algum tipo de recompensa, seja simbólica – com uma homenagem ou menção honrosa – ou em produtos ou dinheiro. Além disso, não basta apenas investir na ferramenta se não houver acompanhamento constante. Para o banco de ideias ser bem aproveitado, a empresa deve manter um diálogo permanente com os participantes. “A companhia deve interagir e atuar como provocadora de ideias, mostrando que as sugestões realmente serão avaliadas e recompensadas conforme o combinado”, completa Cortez.
LINHA DIRETA Alsones Balestrin: (51) 3591-1100 P&G: 0800 701 5515 Whirlpool Latin America: (11) 3566-1000
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no mercado há algum tempo. “Nossa aposta é que as boas ideias podem vir das pessoas de quem menos se espera. Um estudante de Letras, por exemplo, pode oferecer uma solução técnica viável que um técnico em engenharia nunca tinha pensado a respeito.”
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DIOGO HONORATO
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C A PA C I TA Ç Ã O
Fase de
crescimento Sebrae lança programa para empresas que já deram os primeiros passos e agora precisam de conhecimentos avançados para ir adiante por Diogo Honorato
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Não foi apenas a taxa de mortalidade infantil que caiu na última década. A pesquisa mais recente do Sebrae sobre a sobrevivência de micro e pequenas empresas (de 2007, com dados de 2005) mostra que o percentual de pequenas empresas que alcançaram a marca de dois anos no mercado passou de 51%, em 2002, para 78%, em 2005. E a mesma pesquisa também aponta razões para o crescimento: os empreendedores vêm se preparando mais. O número de empresários que se preocupam com planejamento nas empresas hoje representa 71% dos entrevistados, contra apenas 24% em 2002, e também aumentou expressivamente o interesse por temas como análise financeira, marketing e vendas. A consequência dessa evolução é um número maior de microempresários que, depois de se estruturarem, agora precisam de conhecimento avançado para crescer. A boa notícia para os empreendedores que resistiram às dificuldades iniciais de um negócio é que a oferta de cursos de qualificação e pro-
gramas de incentivo deve aumentar nos próximos meses. Isso porque o Sebrae, atento a essa nova demanda (e às suas pesquisas de mercado, as quais apontam que a imagem da instituição é mais relacionada ao apoio para quem deseja montar um negócio do que para quem deseja se fortalecer), iniciou este ano o Programa Sebrae para Empresas Avançadas. Durante o lançamento do programa, o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza, deixou claro que esses micro e pequenos empresários precisam receber mais atenção, sem deixar de atender quem ainda está começando: “Tínhamos que criar soluções para empresas com algum tempo de estrada, que necessitam de cuidados e capacitações diferenciadas para enfrentar as dores do crescimento”, declara. O projeto já está em andamento em pelo menos quatro estados. No Rio Grande do Sul, uma parceria com a Petrobras e a Rede Petro RS permite a capacitação continuada para empresas locais da cadeia de petróleo, gás e energia, e que já são beneficiadas através de outras ações do Sebrae/RS. Em Santa Catarina, o programa ganhou força com a inauguração do Centro de Educação Empresarial (CEE) de Florianópolis, que possui infraestrutura e recursos para atender um número maior de micro e pequenos empresários. O espaço poderá abrigar os seis novos cursos do módulo para empresas avançadas, nas áreas financeira, tomada de decisão, inovação, internacionalização e ferramentas avançadas de gestão, além de abrigar encontros empresariais. Para a gerente de Educação e Desenvolvi-
mento de Empreendedores do Sebrae/SC, Soraya Tonelli, outro diferencial dos cursos, além do conteúdo com foco em empresas avançadas, é a forma como acontece a disseminação do conhecimento. “Não são cursos realizados em espaço e local inflexíveis. E também não é realizado em uma sala onde possui do seu lado um empregado de outra empresa, em que o empresário não se sinta à vontade por não estar em um ambiente onde imagina ter alguma troca valiosa de experiências e informações com outros empresários”, explica. Soraya ressalta que a definição do que seja uma “empresa avançada” não está relacionada apenas com o tempo que ela possui de mercado. A faixa de dois anos de mercado é apenas um referencial, definido a partir do ciclo de vida das empresas apurado pelas pesquisas do Sebrae. Por isso, segundo a coordenadora, o ideal é que, antes da matrícula em um desses cursos, seja feito um diagnóstico da empresa, que avaliará se o negócio já possui controles financeiros e organização mínima. O diagnóstico serve inclusive para indicar o melhor plano de trabalho para o empreendedor. “Muitas vezes ele expressa uma necessidade e, ao fazermos algumas perguntas, percebemos que a causa que ele traz é apenas um sintoma que mascara a verdadeira causa”, conta. Assim, é mais fácil enxergar o segundo degrau.
LINHA DIRETA Sebrae: 0800 570 0800
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TENDÊNCIA
Atenção a
distância Incubação virtual é alternativa para empresas que buscam a ajuda dessas entidades para crescer por Diogo Honorato
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O verbo “incubar”, segundo o Dicionário Houaiss, pode ser definido como “gerar em incubadora, por período determinado e em condições controladas, favoráveis ao desenvolvimento”. Isso no sentido próprio. No sentido figurado (e aplicável ao mundo empresarial), o verbete significa “preparar laboriosa e paulatinamente; planejar, elaborar”. E é essa a conotação relacionada às incubadoras de empresas, embora as duas ações se assemelhem. Mas outra importante diferença entre os dois usos é que, para incubar um negócio, não é necessário estar dentro da incubadora, uma boa ventura para os empreendedores que buscam a ajuda dessas entidades para crescer.
Diferente da já conhecida incubação presencial, as empresas selecionadas na modalidade não-presencial (também chamada de “virtual” ou “a distância”) não ganham isenção total ou parcial no aluguel de salas comerciais. Contudo, as dessemelhanças param por aí. O corpo profissional de apoio atende igualmente incubados das duas modalidades. Por isso, as empresas que superam a grande concorrência e têm seus projetos selecionados dentro da modalidade virtual comemoram com a mesma intensidade. Foi o que fez o empresário Carlos Penteado, sócio da i8 Sistemas, empresa incubada a distância no Midi Tecnológico, de Florianópolis. “O que realmente importa para nós são as consultorias, as oportunidades geradas e as informações relevantes que temos acesso”, esclarece Penteado. “Só de conversar com a consultoria eles já abriram
nossa visão para outros mercados potenciais, outras formas de negociar nosso produto”, diz o empresário, que hoje fornece sistemas utilizados nas pesquisas de mercado de empresas como LG, Red Bull e Bunge. A i8 é uma das quatro empresas incubadas não-presencialmente no Midi Tecnológico. Para a incubadora, assim como muitas outras no País, a incubação a distância tem sido um modo de atender um número maior de empresas, superando as limitações físicas de seus condomínios empresariais. Segundo conta a coordenadora do Midi Tecnológico, Jamile Sabatini Marques, as 15 empresas residentes ocupam todas as salas da incubadora. Porém, através da modalidade virtual, a instituição consegue atender as outras quatro. “Estávamos deixando de apoiar muitos bons projetos”, explica a coordenadora. Por meio da incubação virtual, o Midi pretende atender pelo menos mais seis empresas. Segundo Jamile, o número de empresas incubadas através dessa moda-
Ao fundo, Jamile Marques, coordenadora do Midi Tecnológico (à esquerda); na outra página, Frederico Biehl, da empresa Sintonia, incubada na modalidade virtual
Mesmo edital Cruz Júnior explica que o edital para seleção das empresas a serem incubadas é um só para ambas as modalidades. No entanto, caso a empresa não direcione seu projeto para uma ou outra, os responsáveis pela seleção analisam o capital que a empresa já possui. E caso já tenha condições de se estruturar fora do ambiente da incubadora, os consultores encaminham os selecionados para a incubação não-presencial. O gestor da incubadora ainda acrescenta que em alguns casos, dependendo do negócio que será desenvolvido, a empresa precisa adequar o box que vai usar. “Mas, às vezes, não compensa fazer esse investimento
para deixar o espaço 36 meses depois, quando o período de incubação terminar”, conta. Para empresas já estruturadas e com condições de ter um espaço próprio, a incubação não-presencial também pode ser uma boa opção. Depois de dois anos incubados presencialmente no Midi Tecnológico e com seu negócio já avançado, os sócios da consultoria Sintonia concluíram que já era possível mudar para uma sede própria. Mas como conselho empresarial nunca é demais, não queriam abrir mão da ajuda dos consultores da incubadora. Decidiram, então, optar pela incubação virtual desde o início deste ano. “No estado atual do nosso negócio não poderíamos perder esse suporte. Porém, mesmo a distância, a atenção e os acompanhamentos são os mesmos”, afirma Frederico Biehl, sócio da empresa. Uma das áreas de atuação da Sintonia é voltada para o meio político, para o qual oferecem um sistema de gestão de gabinetes. Por isso, o microempresário considera de grande valia o apoio jurídico recebido na incubação. “Como trabalhamos com prestação de serviços e locação de software, precisamos de um advogado muito especializado para desenvolver um bom contrato. E os consultores possuem muita experiência em empresas de base tecnológica, como a nossa”, completa. Enquanto algumas empresas passam da incubação presencial para a distância, outras fazem o caminho inverso. A Bookess, que inicialmente não ganhou o direito de usufruir de um escritório do Midi Tecnológico, esperou a abertura de um novo edital e, mais estruturada, foi selecionada para ser residente da incubadora. Na opinião da coordenadora do Midi Tecno-
lógico, para obter resultados semelhantes aos das empresas incubadas presencialmente, é fundamental que as não-residentes sigam um rígido controle das atividades desenvolvidas, incluindo a participação em cursos e cumprimento de objetivos propostos pelos consultores. Jamile explica que há casos de empresas que desejam aproveitar os benefícios de ser incubadas – como o credenciamento para participar de programas de incentivo ou tratamento diferenciado no uso de bolsas de pesquisa científica – e não se envolvem nos programas destinados ao amadurecimento do negócio. “Ser incubado é como voltar a morar na casa da mãe: depois de aproveitar da autonomia, o empresário precisa se submeter a um controle e dar satisfação do que está fazendo”, brinca a coordenadora, que também se dedica à pesquisa acadêmica sobre diferentes experiências de incubação não-presencial. Sua avaliação é baseada principalmente na experiência no histórico do Midi, que oferecia incubação virtual até 2005, mas deixou de fazê-lo porque, segundo Jamile, faltava uma metodologia de acompanhamento específica e eficiente para essa modalidade. Depois de reavaliar o modo como atuava, este ano o Midi reabriu vagas para a incubação não-presencial. E também reabriu as portas para o crescimento de mais empresas.
LINHA DIRETA Incubadora Guarulhos: (11) 2457-1861 Sintonia: (48) 4052-8046 i8 Sistemas: (48) 2107-2741 Midi Tecnológico: (48) 2107-2737
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lidade só não é maior por conta do número de consultores disponíveis. Incubar-se virtualmente, além de resolver parte dos problemas de espaço nas incubadoras, também é a modalidade mais adequada para algumas empresas que precisam de local apropriado. Na cidade de Guarulhos (SP), que possui forte presença de indústrias de metal-mecânica, química fina e medicamentos, essa situação é aplicável a muitas das empresas interessadas. Por isso, a incubação não-presencial é a modalidade em que se enquadra quase metade das 44 empresas da Incubadora Guarulhos. “O zoneamento do local onde estamos instalados impossibilita qualquer tipo de atividade industrial. E em algumas situações a empresa até requer áreas muito maiores do que podemos oferecer. Nesses casos, apoiamos o desenvolvimento do projeto e a busca do espaço adequado”, detalha Nilson Cruz Júnior, gestor da incubadora.
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PERFIL
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Bem
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relacionado Jovem empresรกrio apoia-se no networking e no bom atendimento aos clientes para crescer sem parar
por Diogo Honorato
Marcelo Checon Idade: 31 anos Local de nascimento: São Paulo Formação: Superior em Hotelaria (incompleto) Empresa: M Checon Ano de fundação: 2004 Cidade-sede: Osasco (SP) Número de funcionários: 90 Faturamento: R$ 14 milhões www.mchecon.com.br
Networking é um conceito levado a sério pelo empresário Marcelo Checon, dono da M Checon, empresa de arquitetura promocional. Em seus 14 anos de atuação na área, Checon conheceu a importância de um aperto de mão bem dado e acumulou contatos profissionais que ajudam a impulsionar o desempenho de seu negócio, que fechou 2008 com 20 mil metros quadrados de estandes construídos e crescimento de 56%. Buscando atender bem seus clientes, tanto no relacionamento pessoal quanto na qualidade dos serviços, a M Checon possui contas de destaque, como a construção de estandes e cenografia para Microsoft, Nokia e Audi. E isso em apenas cinco anos de existência. Sua iniciação no ramo dos eventos aconteceu a convite de um importante contato profissional, seu próprio pai. Diretor-executivo da Câmara Brasileira do Livro, ele ofereceu ao filho um trabalho como fiscal da Bienal de São Paulo, que é organizada pela associação. Na época com 17 anos, Checon trabalhava como monitor de crianças em um parque, onde ganhava a metade do que ganharia na feira. De olho no dinheiro, topou e teve a oportunidade de conhecer o que se passa nos bastidores do evento. “Vi toda a construção dos estandes acontecendo, do piso ao teto, e me apaixonei por aquela loucura de ter que cumprir prazos e regras de trabalho”, relembra. Quando a Bienal terminou, Checon já tinha decidido: era na área de eventos que queria seguir. O primeiro emprego também apareceu a partir de outro contato dentro da família. O amigo de um primo tinha uma empresa de montagem de estandes e o chamou para ser assistente de produção. Atribuições: ajudar na fabricação, transporte e montagem. Carga horária: o tempo que fosse preciso, independente de ser madrugada, final de semana e feriados (inclusive Ano Novo). Remuneração: cerca de R$ 500, em valores atuais. “Minha mãe não entendia por que eu aceitava trabalhar tanto. Eu também não sabia bem a razão, mas achava que eu tinha que passar por tudo aquilo”, avalia Checon. Quatorze anos depois, o empresário considera a experiência muito válida. Além de conhecer os diversos processos de uma empresa de arquitetura promocional, os dois anos no primeiro emprego serviram para conhecer contraexemplos de como não dirigir um negócio. “A empresa era muito desorganizada, tanto que quebrou.” Nos quatro empregos seguintes, Marcelo Checon foi coletando mais lições para sua cartilha O que fazer caso a empresa fosse minha, inclusive
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PERFIL em grandes montadoras. E como ascendia seu cargo, enriquecia sua experiência em diversas funções. Depois de nove anos, já era o braço direito do dono de uma das empresas. Em uma passagem que marcou sua carreira, o proprietário havia viajado e coube a Checon atender os clientes. Certo dia, o representante de uma das empresas ligou, relatando a falta de mais um adesivo para o estande. Para satisfazer o cliente, encomendou às pressas mais uma peça. Mas, quando seu chefe soube da decisão, o reprimiu e mandou cancelar o serviço extra, pois esse teria que ser pago pela produtora. “Eu fiquei abismado. Estávamos fazendo um evento gigantesco, que custou cerca de R$ 600 mil para a Samsung, e aquele adesivo custaria menos de R$ 300. Eu teria até vergonha de cobrar”, diz. A partir daquele momento, Checon passou a ter outra certeza na vida: não queria apenas trabalhar no ramo de eventos, precisaria ter um negócio próprio para colocar em prática seu modo de trabalho. “Eu já sabia fazer tudo naquela empresa de cor e salteado. Mas acreditava que tinha potencial para fazer melhor. Às vezes o empregado precisa ter poder de decisão em certos assuntos, mas geralmente suas atribuições são limitadas. Por isso eu percebia que ou virava patrão ou não teria mais o que fazer lá”, conta Marcelo Checon, que decidiu pedir as contas.
Bons contatos
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Marcelo Checon ainda era um adolescente quando se apaixonou pelo segmento de arquitetura promocional
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Quando virou empresário, em 2004, ele já tinha sua receita de sucesso: fazer e cultivar bons contatos e atender bem os clientes, mesmo que para isso precise diminuir seus ganhos. “Hoje, na minha empresa, fazemos questão justamente de dar uma cortesia. Talvez por isso que as empresas gostam do nosso atendimento. Se deu algum problema, fazemos questão de pedir desculpas e dar desconto, para que o cliente perceba nosso empenho em atendê-lo bem”, explica. Não foi por acaso que, quando deixou o emprego, dois grandes clientes o seguiram. Graças ao relacionamento pessoal e pela confiança em seu trabalho, era com ele que os interessados faziam questão de executar os projetos. Iniciar um negócio tendo como clientes empresas como Lukscolor e Camargo Corrêa é o sonho de muitos empreendedores. Mas Checon descobriu que nem por isso o seu começo seria fácil. A recém-criada M Checon
Marcelo Checon
1977
Nascimento em São Paulo
1995
Primeiro emprego na área de arquitetura promocional
2004
Cria a M Checon Conquista seu primeiro grande cliente
2008
Lança projeto de um hotel-conceito para personalidades
M Checon
Há dois meses, Checon também virou sócio do Dois Santos Lodge Resort, a convite do apresentador Marcos Mion, que ele conheceu em uma festa e de quem virou amigo. Para o empresário, outro local de apoio aos seus relacionamentos profissionais, onde os clientes são convidados a conhecer e passar o final de semana. Foi o que aconteceu no sábado do dia 23 de maio, quando Checon convidou amigos e parceiros comerciais para a Sunset Party Life Celebration, evento promovido pelos sócios do resort. Mas há casos em que o retorno financeiro é mais direto: todos os eventos realizados no Dois Santos que precisarem de cenografia ficam obrigados a contratar os serviços da M Checon. “Fazemos uma triangulação, com os negócios interligados”, comenta o empreendedor. No carnaval deste ano, o empresário resolveu ousar. Criou um ponto de encontro de personalidades no carnaval de Salvador, através de uma parceria com a rede Accor de Hotéis. A intenção foi atender o mercado de luxo, que em sua avaliação não era bem atendido no carnaval baiano, e criar um espaço onde os patrocinadores do evento possam se relacionar com seus clientes. Um projeto semelhante ao que Checon tocava junto com a apresentadora Astrid Fontenelle, sua ex-mulher, no Amaralina Lounge Beach. O investimento foi de R$ 700 mil, mas o projeto não teve o retorno esperado neste primeiro ano. Isto é, não o retorno financeiro. “Se formos ver só pelos números, eu tive prejuízo. Mas o evento me rendeu contatos com pessoas influentes ou de grandes empresas
que eu não conseguiria de outro jeito. Por isso eu vejo como um investimento”, avalia. De qualquer forma, como o acordo com a rede Accor vai até 2014, ele acredita que conseguirá atrair patrocinadores e hóspedes em número suficiente já nos próximos anos. A vocação de Checon em se relacionar com celebridades e empresários pode ser traduzida no seu desempenho à frente da empresa. Ele se diz responsável por 85% nos negócios fechados, graças a seus contatos, e tem orgulho de dizer que há quatro mantém a Colgate em sua carteira de clientes e a Nestlé há três. “Falo para os meus colaboradores que temos a obrigação de manter os clientes na casa”, diz Checon. No mais, a maior parte das empresas que os procuram é indicada por outros clientes. “Isso é maravilhoso! Quando a pessoa te procura por indicação, já é meio caminho andado para o sucesso.” Mas existem casos em que o contrato não é garantido: os interessados convidam empresas de arquitetura promocional a apresentarem seus projetos e ganha quem tiver o melhor conjunto (proposta e competência para executá-la). “Desde pequeno, no futebol, eu odeio perder. Por isso hoje, quando entramos em uma concorrência, levamos muito a sério. Temos um índice de aprovação de 40% das propostas”, garante Checon, que faz questão de promover churrascos com os 90 colaboradores a cada grande contrato fechado. Segundo ele, por mês são de duas a três confraternizações e um total de 140 projetos entregues. Apoiado em tantos relacionamentos, o empreendedor só poderia comemorar os resultados reunindo e interagindo com os contatos que, de fato, fazem a empresa crescer.
LINHA DIRETA Marcelo Checon: (11) 3603-7449
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LINHA DO TEMPO
já tinha grandes projetos a fazer, mas não a estrutura ideal. Sem um galpão para trabalhar, era preciso alugar. Só que o prazo era curto e a documentação exigida era grande. Para agilizar o processo, Marcelo decidiu utilizar sua habilidade em lidar com pessoas e falar diretamente com o locador. “Eu ainda não tinha fiador nem todos os documentos pedidos. Mas disse que poderia pagar vários aluguéis antecipados, pois já tinha eventos para construir. Ele então viu que eu tinha bom caráter e decidiu me dar um voto de confiança, o que hoje é raro”, relata Checon, que ficou no local até quando o espaço ficou pequeno. No primeiro ano, Checon também descobriu que grandes trabalhos exigem elevados valores de capital inicial. “Quando o cliente dizia que iria me pagar só 30 dias depois do evento, eu quase morria. Tinha dia que eu não tinha dinheiro nem para almoçar”, diz. Em uma oportunidade, quando Checon estava viajando, uma funcionária teve que comprar madeira com seu próprio talão de cheque, na falta de uma conta empresarial. “Eu ficava com medo de não receber e ainda sujar o nome de outra pessoa”, admite. Para dar conta de pagar os colaboradores, o empresário era obrigado a trocar cheque em agiotas ou pedir empréstimos a amigos – em certa ocasião, o valor do empréstimo foi de quase R$ 20 mil. “Se eu não tivesse passado por todas essas dificuldades, talvez não desse tanto valor ao que conquistei. E o que me orgulha é que foi com o nosso trabalho, e não com o dinheiro dos meus pais ou de herança.” Ainda hoje, com a M Checon já estruturada, o empresário faz questão de investir em seus relacionamentos profissionais – que, segundo ele, em muitos casos acabam se tornando pessoais, ou vice-versa. Em 2008, tornou-se sócio do restaurante japonês Shaya, junto com o amigo Felipe Faria, o apresentador Fausto Silva e o empresário do ramo de promoção de eventos Marcus Buaiz. Como Marcelo Checon mesmo admite, sua intenção com o restaurante não é o retorno financeiro, e sim o uso do local como apoio aos seus negócios. “Com o (restaurante) Shaya, tenho um local para levar meus clientes para almoçar ou jantar, além dos contatos profissionais que meus sócios têm e que podem me ajudar, se necessário”, explica. Além de pessoas importantes do mundo corporativo, também é comum encontrar celebridades no local, que se tornou um dos mais badalados de São Paulo.
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Atitudes inovadoras, negócios lucrativos Sebrae cria ciclo de soluções com ferramentas para apoiar iniciativas inovadoras de empresas de micro e pequeno portes
Lavanderia de jeans numa das regiões mais secas de Pernambuco. Empresa que transforma dejeto de porco em energia renovável. Agroindústria de água de coco 100% natural, comercializada em garrafas PET. Esses são alguns dos casos de empresários que, com criatividade, investiram na inovação de seus
Empreender Informe do Sebrae Agosto
pequenos negócios. Parece pouco, mas iniciativas como essas fazem o grande diferencial no mercado e, como resultado, trazem benefícios para a empresa, para os clientes e até para a comunidade. Inovar hoje é muito mais que opção, é um elemento estratégico para crescimento econômico e aumento
FOTOS PAULO DE SOUZA/LUZ
inovação da competitividade. O Sebrae também está apostando fortemente nesta ideia. Para debater o assunto, a entidade e a Anpei promoveram, em julho, em São Paulo, o seminário Desafios do Crescimento – Inovação nas Pequenas Empresas. O evento reuniu mais de 300 empresários, além de consultores especialistas para falar sobre a importância de inovar, as diferenças entre inovação e invenção e a inovação nos diferentes segmentos, entre outros assuntos. No encontro, o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza, mostrou o que a entidade tem feito e levado sobre o tema aos empresários de pequenos negócios. O público conheceu o ciclo de soluções da instituição que, desde o início do ano, está sendo desenvolvido no País, como veiculação de programas de rádio e TV, lançamento de cartilhas e realização de cursos de gestão presencial e a distância. Em três meses, já foram realizados mais de 170 eventos, com 16 mil participantes. “Com todas essas ferramentas o que nós queremos é que os empresários brasileiros sintam-se confiantes na importância da inovação e que possam usar esses canais em benefício da empresa e da sociedade local”, disse o diretor. Casos de sucesso O caso da Lavanderia Mamute, em Toritama, no agreste do estado, foi um dos mais interessantes. O município de Toritama é um dos mais secos da região. Apesar disso, o empresário pernambucano Edilson Tavares Lima montou uma confecção de jeans e uma lavanderia. A escas-
Ferramentas da inovação Conheça as ações do Sebrae para apoiar projetos inovadores – Cartilha e Kit i9, disponíveis em todos os Sebraes estaduais – 300 eventos de sensibilização no País em 2009, com palestras e workshops – Criação de portal e blog para interagir diretamente com os empresários – Cursos presenciais, capacitações e consultorias gratuitas – Disseminação das linhas de financiamento disponíveis no mercado – Projeto Agentes Locais de Inovação (ALI), em fase de expansão
Barboza: “Queremos que os empresários possam usar esses canais em benefício da empresa e da sociedade local”
sez de água obrigava o empresário a comprar por mês 300 mil litros. Depois de muito pelejar, desenvolveu uma estação de tratamento de água e conseguiu com isso reciclar 50% da água consumida. Já a iniciativa do empresário João Paulo Muniz, dono da Pork Terra, serviu de exemplo para mostrar que a inovação pode nascer de uma oportunidade. Ele descobriu o potencial dos dejetos dos suínos que criava para diversificar os lucros do seu negócio. A empresa rural produzia diariamente 15 mil litros de resíduos de porcos, que não tinham destino e, consequentemente, eram liberados na natureza sem qualquer tratamento. O criador participou de eventos, contratou a consultoria de um químico e entrou em contato com o Sebrae. Hoje, a partir dos dejetos a Pork Terra produz biocombustível, fertilizante, biogás, sabão e glicerol. Outro modelo de sucesso apre-
sentado no evento foi a Coco Legal, uma agroindústria familiar que transformou a popular água de coco em um produto sofisticado e prático. A mudança veio quando Fábio Levim, sócio-gerente da empresa, resolveu conquistar novos consumidores, bares e restaurantes que não comercializavam o produto por causa da geração de resíduos – a casca – e da dificuldade de resfriamento. Para alcançar o novo público, a Coco Legal teve que mudar o processo produtivo e desenvolver uma nova embalagem. Assim, a empresa investiu em embalagens de garrafas PET e, para acabar com o problema do lixo e da estocagem, passou a vender o líquido em sachês. O resultado foi o crescimento de 400% em quatro anos. “Em dezembro de 2005, a gente vendia 2,6 mil litros de água de coco. Atualmente, a empresa vende 12 mil litros por mês”, comemora Levim.
Agosto Informe do Sebrae Empreender
TI
Tecnologia
tributária Como adequar a estrutura de TI ao sistema de escrituração digital em implantação para evitar problemas com o Fisco por Diogo Honorato
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Sped e NFe. Se o leitor não sabe o que significa essas duas siglas, é melhor se atentar ao tema, pois sua empresa poderá ser obrigada a utilizar o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) ou a Nota Fiscal Eletrônica (NFe) nos próximos anos. As empresas que estão enquadradas no regime de apuração do imposto de renda a partir do lucro real já tiveram que se adequar ao Sped Contábil (um dos braços do sistema de escrituração digital) em junho, transformando em virtuais os registros dos livros fiscais. Outras, que são contribuintes do ICMS ou IPI, terão que enviar suas escriturações fiscais no formato digital até o dia 30 de setembro. E para as pessoas jurídicas que não se enquadram em nenhum desses grupos, há uma grande possibilidade de terem que substituir as notas fiscais em papel dos modelos 1 e 1A pela NFe no máximo até novembro do próximo ano. O Ministério da Fazenda publicou em julho um protocolo que estende a alteração para todas as empresas contribuintes do ICMS que exerçam atividade industrial ou
de comércio atacadista, englobando cerca de 500 atividades econômicas. E a abrangência pode ser ainda maior, considerando que a obrigação também vale para empresas que fazem movimentações entre estados ou que vendam para o governo. Tantas mudanças na legislação forçaram muitas empresas a adaptarem seus sistemas de gestão nos últimos meses. Ou pelo menos era o que deveriam fazer, para conseguir entregar suas Escriturações Contábeis Digitais (ECDs) para evitar multas. Mas, na prática, nem todas conseguiram. O balanço da Receita Federal aponta que 10% das que deveriam aderir ao Sped contábil não conseguiram enviar suas ECDs. Na opinião de Jorge Campos, especialista fiscal e tributário da Aliz Inteligência Sustentável, isso aconteceu porque algumas dessas empresas passaram por migrações de sistemas, que é um processo complexo, e não conseguiram fazer o envio a tempo. A necessidade de adaptar os sistemas de gestão, no entanto, não se restringe às grandes empresas. Na prática, a instituição do Sped e da NFe passa a exigir das empresas mais certeza sobre as informações que são enviadas ao Fisco e às secretarias estaduais,
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Sidcley Silva, analista da WK Sistemas: “A fiscalização agora é ativa, não reativa” Outra opção, para empresas que não querem correr o risco de enfrentar problemas na geração e transmissão da escrituração fiscal, tem sido recorrer a auditorias nos sistemas, que são feitas por empresas como a Aliz. A metodologia utilizada pela empresa faz uma varredura nos ERPs, para verificar aderência ao novo modelo, e analisa se as informações necessárias já existem e a sua qualidade. O especialista da Aliz dá como exemplo a transição feita nos departamentos de contabilidade: empresas que só contabilizavam suas operações sinteticamente tiveram que produzir históricos mais detalhados e precisos. O problema é que alguns sistemas não tinham abertura para esses lançamentos, exigindo adaptações. Na sequência, é feita a revisão e o saneamento dos cadastros de dados referentes a materiais, clientes e fornecedores. Campos também chama a atenção para o fato dos detalhes e volume de informações das escriturações fiscais, os quais algumas empresas precisam enviar até o fim de setembro, serem muito maiores que os exigidos nas escriturações contábeis, enviados em junho. Embora as mudanças exijam maior atenção por parte das empresas de médio e grande portes, empresas menores também precisam estar cientes de que também po-
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uma vez que será mais fácil para esses órgãos fiscalizar os documentos. “A fiscalização agora é ativa, não reativa. Para nota fiscal eletrônica, por exemplo, é preciso pedir eletronicamente autorização para o Fisco. Caso o ERP (sistema de gestão empresarial) não gere ou gere incorretamente uma informação obrigatória, o contribuinte será impedido de realizar esta emissão e por consequência a circulação da mercadoria não poderá ser efetuda. Antes, o contador da empresa tinha tempo para acertar esse cadastro”, alerta o analista de negócios da WK Sistemas, Sidcley Silva. “Desta forma, os cadastros do ERP, como os de clientes, fornecedores e produtos, devem dispor de todo o conjunto de informações solicitadas pelo Fisco”, completa. Segundo o analista, a maior dificuldade para empresas é que haverá um aumento substancial da quantidade de informações exigidas, o que afeta inclusive as empresas que já trabalhavam com informações digitalizadas. “Antes, algumas declarações fiscais pediam cerca de 450 itens de informação. Hoje, o Sped exige uma base de 1.650 itens. Para a nota fiscal, eram exigidos 100 campos de informações. Agora, só o manual da NFe tem 144 páginas. Apesar de muitas empresas já possuírem ERPs estruturados, muitas dessas informações são novas ou geradas de maneira diferente”, explica Silva. Diante dessas mudanças, a WK Sistemas e outras desenvolvedoras de sistema de gestão adaptaram suas soluções de acordo com a nova regulamentação. E algumas dessas fornecedoras de softwares, como a própria WK, já comercializam seus produtos com as alterações, sem custo adicional, ou fornecem a atualização gratuitamente para os clientes que já utilizam o sistema. Para empresas que utilizam soluções de outros países, essa adaptação pode ser demorada, já que todo processo de liberação de documentação é lento. Nesse caso, uma opção é recorrer a empresas nacionais que possuem o know-how necessário para integrar os ERPs com o sistema público de escrituração. “As empresas de ERPs muitas vezes têm outras obrigações, como administração de estoques, além das fiscais. E é importante ter um sistema que consiga acompanhar as mudanças na legislação”, diz Paulo Sidney Ferreira, gerente de soluções da Mastersaf, desenvolvedora que possui soluções para gerenciamento dos processos de geração, validação e envio de escriturações digitais e notas fiscais eletrônicas.
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TI
Duarte, da Mastermaq: “Quem encara a NFe como projeto de gestão, entende como investimento”
Ferreira, da Mastersaf: “É importante ter sistema que acompanhe as mudanças na legislação”
Campos, da Aliz Inteligência: migrações de sistemas dificultaram adesão ao Sped Contábil
dem ter que se adaptar. Por ora, a lista de empresas obrigadas a substituir a forma de envio de suas escrituras fiscais está restrita a cerca de 28 mil empresas contribuintes de IPI ou ICMS selecionadas pela Receita. No entanto, para a NFe, o efeito pode vir em cascata. Isso pode acontecer porque as grandes empresas exigem que seus fornecedores se informatizem, para facilitar os processos operacionais. E essas empresas também tendem a exigir que seus parceiros comerciais também enviem as notas de venda em formato eletrônico e que essas também se preocupem com a qualidade da informação lançada.
para emissão de notas. No entanto, tanto o analista de negócios da WK quanto o da Aliz alertam que o programa gratuito é ideal para empresas que emitem poucas notas por mês, já que é preciso digitar todas as informações do faturamento, sem controle de que informações estão sendo imputadas e de forma demorada. “Além disso, como as empresas são obrigadas a armazenar as cópias digitais das notas, quem usa apenas o sistema da Receita está sujeito a perder os dados por conta de um vírus. E vale lembrar que o fisco não fornece arquivos perdidos”, defende Sidcley Silva, da WK Sistemas. No caso das NFes, as pequenas empresas já contam com soluções acessíveis. Desenvolvedoras como a WK oferecem sistemas on-line que gerenciam o envio das notas, fazem a guarda dos arquivos eletrônicos e convertem informações utilizando o conceito de SaaS (“software como um serviço”, em inglês): cobram pelo quanto se usa o aplicativo e não pela sua posse. Em meio a essa mudança e diante de todos os gastos necessários, a nova legislação também traz algumas vantagens. A começar pelo combate à sonegação, que se potencializa com o uso da tecnologia e que beneficia as empresas que sempre trabalharam dentro
da legalidade. No mais, os custos com notas impressas para transações entre empresas também diminuem. “Enquanto a nota em papel custa R$ 2, a nota fiscal eletrônica custa centavos. E, além de ser mais barato, o contribuinte ainda ganha tempo, pois não precisa preencher todas as notas”, afirma Roberto Dias Duarte, diretor da Mastermaq Softwares e autor do livro Big brother fiscal, cujo título se refere ao poder de fiscalização proporcionado pelo Sped. Outro ganho é na parte logística: com o envio eletrônico, é possível fazer a conferência da remessa antes do envio da mercadoria, o que evita ter que pagar frete duas vezes em caso de erros. “Quem encara a NFe como um projeto fiscal, entende a atualização como despesa. Quem encara como projeto de gestão, entende como investimento”, resume Duarte.
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Programa gratuito
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Ao ter que lidar com informações exclusivamente digitais, os profissionais de TI consultados indicam que as pequenas empresas adotem sistemas de gestão. Isso porque, embora a receita tenha disponibilizado programas para validação de escrituras digitais, é preciso que arquivos gerados passem por uma pré-validação, a fim de diminuir os riscos de rejeição. Para a NFe, também é possível baixar um aplicativo da receita
LINHA DIRETA WK Sistemas: (47) 3221- 8811 Mastermaq: (31) 3519-7500 Aliz Inteligência: (11) 2173-7650 Mastersaf: (21) 3094-9300
Operações financeiras A mesa de operações financeiras i turret iD808, comercializada no Brasil pela A5 Solutions, foi criada sob medida para bancos e corretoras. Totalmente baseada na tecnologia IP, facilita a comunicação com as bolsas, operadores do mercado e agências de informação. Compatível com o padrão aberto SIP (Session Initiation Protocol), amplamente aceito no setor financeiro, o produto traz facilidades de uso tanto para os operadores como para os gestores de TI das instituições financeiras. “Por meio da mesma plataforma, os operadores e analistas de mercado podem, por exemplo, conversar com os clientes e acessar o back-office e os aplicativos de comunicação da empresa, o que aumenta a produtividade e reduz as exigências da infraestrutura e suporte”, ressalta Fabricio Buzzatti, sócio-diretor da A5 Solutions. O equipamento, fabricado pela Speakerbus, é utilizado por empresas como Morgan Stanley e Bank of America, entre outras. www.a5solutions.com.br
Produtividade ampliada
Designers e desenvolvedores de web têm à disposição uma nova ferramenta de trabalho. A Microsoft anuncia o lançamento mundial da terceira versão dos softwares Silverlight e Expression, com cerca de 50 novos recursos que favorecem a produtividade. Um dos destaques é a melhor qualidade de vídeo e performance, além do suporte para aplicações em Silverlight fora do browser, tanto em PC como em Mac. O aplicativo ainda oferece novos recursos gráficos 3D, efeitos de aceleração de hardware, aperfeiçoamentos em texto e ferramentas de animação. A tecnologia conta com melhorias em RIA (Rich Internet Applications) e mais de 60 novos controles em código aberto, como gráficos, mídia e layout com temas profissionais.
www.microsoft.com/silverlight
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Novidades Microsoft
Estima-se que cerca de 80% das paradas inesperadas nos serviços de TI são ocasionadas por aplicações não testadas, mau gerenciamento de mudanças, sobrecarga de processamento, falhas em procedimentos ou erros relacionados à segurança e às rotinas de backup. Para evitar estes problemas, passa a ser distribuído no Brasil o software Monitora-IT, que otimiza a infraestrutura de dados e automatiza matiza tarefas repetitivas, evitando o downtime. Com a solução, ão, os indicadores da área de TI são monitorados os através de relatórios, gráficos e alertas, quee permitem avaliar o comportamento de todo o negócio. Além disso, o sistema facilita a pesquisa esquisa de eventos e ajuda a priorizar izar ações, reduzindo custos com m suporte e aumentando a produtividade do setor dee TI. www.brc.com.br
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TI
Grampo neles Indicado para empresas de todos os portes e segmentos, o gravador telefônico Voz atende às necessidades dos gestores que prezam por economia, controle e organização. Com tecnologia digital, o produto permite gravar todas as ligações efetuadas e recebidas, ou acompanhá-las no momento em que estão sendo realizadas, e gerar um
relatório detalhado com as diversas informações que necessitar. É possível acompanhar, via internet, a duração das chamadas, quem atendeu ou efetuou a ligação e os procedimentos adotados pelo atendente. Entre as vantagens, a ferramenta permite reduzir a conta telefônica e detectar possíveis falhas no atendimento. www.bitecnologia.com
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Acesso remoto
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Já está disponível para a Região Sul do País a linha de produtos Draytek, distribuída pela MSI Tecnologia. São roteadores de alta performance utilizados para segurança, alta disponibilidade e trabalhos remotos. Os equipamentos permitem o acesso remoto com segurança na transação de dados, gerenciamento de múltiplos links de internet, além de oferecer um potente firewall. A linha
Vigor 2950 suporta até 200 VPNs e faz duas conexões com a internet, reduzindo a quase zero as chances de queda da internet. Um dos principais destaques do equipamento é o sistema de firewall, com boas opções para bloquear ou monitorar mensageiros instantâneos e programas peer-to-peer. Além disso, todos possuem filtro de conteúdo e opções para VoIP e Wireless. www.msitec.com.br
Despesas sob controle Para facilitar a vida dos gestores de back office, chega ao mercado o Shared Services Astrein (SSA) que reúne, em um único software, todas as ferramentas necessárias para a operação e gestão de processos. A plataforma foi desenvolvida para facilitar as atividades dos departamentos financeiros, recursos humanos, TI e suprimentos. O objetivo é reduzir as despesas gerais e administrativas, aumentando a produtividade e a qualidade dos serviços. O programa abrange desde a automação e a execução dos processos, passando por conceitos de governança, indicadores de performance, billing, orçamento, auditoria de dados e gestão de SLAs. A solução oferece ainda conectores para a comunicação com os ERPs de mercado, tornando a integração entre sistemas mais simples e barata. http://www.astrein.com.br/
Tarifas reduzidas Minimizar as tarifas de transação e licença de softwares é o objetivo do Infor Flex. Na prática, a ferramenta promete diminuir os custos e a burocracia na hora de atualizar os softwares, garantindo a inovação constante da área de TI. A redução tarifária abrange também benefícios de acesso aos serviços abertos da plataforma SOA, sem custos adicionais. Segundo Bob Faricy, vice-presidente da Infor para a América Latina, a decisão de fazer o upgrade ou a migração dos produtos continua nas mãos do cliente, que deve se orientar de acordo com as necessidades específicas de cada negócio. “Em tempos de orçamentos de TI mais enxutos, soluções como essa servem não só como um incentivo à constante inovação de softwares, mas também como uma ferramenta capaz de trazer maior competitividade para a empresa”, afirma o executivo.
Outra novidade da Infor é o SCM Labor Management, solução para monitorar depósitos que reduz em até 30% os custos com mão-de-obra nos setores financeiro e logístico. Através de um dispositivo de radiofrequência (RF), o sistema captura os dados e compara o tempo gasto por um funcionário para realizar determinada tarefa com o tempo padrão estabelecido pela empresa. É possível obter feedback em tempo real de todas as operações realizadas nos depósitos, indicando tanto áreas de alta performance como tempo ocioso e tarefas improdutivas. O aplicativo possui ferramentas de validação de dados visuais, com imagens interativas bidimensionais, o que permite aos usuários escolher os mapas de origem e destino do depósito, além de especificar as modalidades e equipamentos das tarefas. Veja mais em www.brasil.infor.com/solutions/scm,
brasil.infor.com e www.infor.com/flex/
Backup virtual Disponível agora no Brasil, o SEP Backup Software for VMware facilita a realização e restauração de cópias de segurança a partir de máquinas virtuais. Trata-se de uma ferramenta especialmente projetada para o uso neste tipo de ambiente, que surge num momento de grande demanda, já que é crescente o número de empresas que investem na virtualização. O produto inclui o backup do sistema operacional e suas configurações, além de permitir que o usuário adicione as máquinas virtuais que deverão ter cópias de segurança. Mais informações e download: www.sepusa.com
RH bem controlado Desenvolvido para o setor de recursos humanos, o software Humanus traz uma série de ferramentas que facilitam a rotina dos gestores. A recém-lançada versão 7.7 apresenta novidades como os módulos Avaliação de Desempenho e Processos Judiciais, com o objetivo de agilizar a performance do RH. Já a função Gap Analysis possibilita acompanhar, avaliar e definir políticas de treinamento e desenvolvimento. Outra novidade é a ferramenta Budget, que permite controlar o orçamento de vagas e posições, comparando o que foi planejado com o que foi realizado. Verifica, setor por setor, colaborador por colaborador, e se os gastos estão de acordo com o planejado. Conforme o fabricante, isso permite que até mesmo a disponibilidade de vagas seja cientificamente calculada com base no orçamento. www.sertarh.com.br
Feito sob medida para o varejo, o Selector é um software desenvolvido para análise de crédito de pessoas físicas. Versátil, pode ser aplicado a cartão de crédito, CDC, cheque especial, leasing, empréstimo parcelado, crédito consignado, seguros, telefonia, etc. Por meio de modernas técnicas de análise, como credit-scoring e pesquisa orientada a cadastros de validação, a ferramenta garante transações mais ágeis e seguras. É possível consultar débitos ativos, títulos protestados, ações cíveis, consultas a sites e outras informações, que somam mais de 1 mil variáveis, incluindo documentos de identidade, telefones, endereços, referências pessoais, comerciais e bancárias, dados demográficos e de comportamento. Quem acaba de aderir ao sistema é a rede de lojas Combat, que possui 18 unidades na região centro-oeste de São Paulo. www.knowhouse.com.br
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Consulta versátil
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FRANQUIAS
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Mรกrcio Rangel: quiosques trazem mais investidores para o negรณcio
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Versรฃo
compacta
Redes apostam em unidades menores, no tamanho, nos custos e no investimento, para ganhar mercado
por Diogo Honorato | honorato@empreendedor.com.br
COMPARATIVO Salad Creations Custo de implantação Espaço necessário (m²) Taxa de franquia (R$) Faturamento mensal (R$) Funcionários Rentabilidade
Quiosque 135 mil 9 e 16 25 mil 30 mil a 40 mil* 12 14% a 15%
Restaurante 250 mil A partir de 35 45 mil 70 mil 12 17%
Empada Brasil Custo de implantação Espaço necessário (m²) Taxa de franquia (R$) Faturamento mensal (R$) Funcionários Rentabilidade
Quiosque 25 mil 6a9 15 mil 17 mil 3 20%
Loja 100 mil A partir de 40 25 mil 35 mil 7 15%
Oficina Brasil Custo de implantação Espaço necessário (m²) Taxa de franquia (R$) Faturamento mensal (R$) Funcionários Rentabilidade
Express Até R$ 195 mil Entre 100 e 180 20 mil 30 mil a 40 mil 6 15%
Tradicional A partir de 300 mil A partir de 250 50 mil 100 mil 15 a 20 15%
Wizard Custo de implantação Espaço necessário (m²) Taxa de franquia (R$) Faturamento mensal (R$) Funcionários
Express A partir de R$ 50 mil Até 180 6 mil 25 mil 5
Tradicional A partir de R$ 100 mil De 180 a 300 De 12 mil a 50 mil 50 mil 10
mais baratas de investimento, os representantes da rede no País resolveram iniciar a comercialização desse formato, o que já acontece em outros países. De acordo com a gerente de expansão Cecília Gonçalves, a previsão é de que até setembro seja inaugurado em Goiânia o primeiro quiosque da Salad Creations no Brasil e, segundo ela, também o primeiro da América Latina. As franquias também apostam nos formatos menores como um meio de expandir mercado. A intenção, nesse caso, é crescer em ambientes diferentes dos das lojas convencionais. Mas, para isso, precisam ter dimensões menores. Um exemplo dessa estratégia é a franquia Oficina Brasil, que lançou um padrão de loja que se adapta ao ambiente de postos de combustível. “Nossa intenção é não ficarmos restritos a shoppings e mercados e atender melhor o mercado de vizinhança, para que as pessoas não precisem se deslocar muito”, explica o diretor-geral João Carlos Conceição. De acordo com o executivo, esses espaços possibilitam que as lojas fiquem mais próximas dos clientes e em um ambiente já relacionado com os serviços da marca. “Nos postos, estamos próximos a uma circulação de 600 carros/ dia e, todos que entram veem a loja. Os estacionamentos de shoppings são muito grandes e pode ser necessário fazer panfletagem na portaria e pagar por essa ação para atrair público. Por mais que a circulação em posto seja menor, eu aproveito melhor o fluxo de pessoas”, afirma. Já a Salad Creations quer aumentar sua participação em espaços não convencionais, como escolas, academias e também em cidades menores, a partir de 300 mil habitantes. No caso da franquia Empada Brasil, o objetivo
é a penetração em locais onde os pontos comerciais são menores, como rodoviárias, estações de metrô e supermercados. Além disso, segundo o franqueado master da rede, com o quiosque também é possível se instalar em locais onde não é permitido montar uma cozinha, como corredores de shoppings. “Para nós, inclusive, é mais interessante o mall, pois a praça de alimentação já possui uma concorrência muito grande. Muitas vezes, o consumo é por impulso, e a posição no meio do mall facilita isso, pois atraímos a atenção em 360 graus”, ressalta Rangel. Para reduzir ainda mais os custos de implantação, as redes também diferenciam os valores cobrados nas taxas de franquias. Em alguns casos, a redução foi de 60%. Além disso, o número de funcionários em geral também é menor, o que diminui ainda mais o custo operacional. A exceção é a Salad Creations, que em um primeiro momento não pretende reduzir a quantidade de atendentes para não comprometer a qualidade do serviço, embora também estude maneiras de enxugar o quadro de pessoal. Mas os empreendedores precisam ficar atentos: os investimentos menores também são acompanhados por faturamentos também inferiores, já que a estrutura reduzida acaba limitando o desempenho. No caso da Oficina Brasil, por exemplo, enquanto o faturamento médio de uma loja convencional é de R$ 100 mil por mês, o da express fica entre R$ 30 mil e R$ 40 mil. A boa notícia é que na maioria dos casos a lucratividade líquida não se altera e, por isso, o tempo de retorno se mantém. Ao trabalhar em espaços inferiores e ambientes diferentes, franqueadores e franqueados ainda precisam adaptar seus negócios. A
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Ser um franqueado significa seguir padrões, que vão desde os processos de comercialização ao projeto da loja. Em função dessas características, o valor necessário para investir em uma franquia normalmente também é inflexível e inacessível a muitos empreendedores. Atentas a esse problema, diversas franquias anunciaram nos últimos meses o lançamento de novos formatos de lojas, mais compactos e baratos. Redes como Eurodata, Fran’s Café e Estação do Pão de Queijo foram algumas redes que apostaram nesta nova estratégia para atender um número maior de interessados em abrir negócios. Além dessas, outras 41 marcas já oferecem a opção de investimento no formato quiosque. Na franquia Empada Brasil, a criação do formato quiosque reduziu o investimento mínimo necessário de R$ 125 mil para R$ 40 mil, incluindo custos de implantação e taxa da franquia. Isso porque o tamanho necessário para os quiosques (entre 6 e 9 metros quadrados) também é bem menor que o do formato loja (a partir de 40 metros quadrados). “Muitas vezes, as pessoas têm o interesse de montar o negócio com nossa marca, mas não possuem o capital necessário. Com esse formato, conseguimos abranger um número maior de investidores que têm condições efetivas de entrar em uma franquia”, explica Márcio Rangel, master franqueado de São Paulo, estado onde a rede pretende abrir mais cinco quiosques até o fim do ano, além de cinco lojas. Quando chegou ao Brasil, há cerca de 18 meses, o formato quiosque ainda não era comercializado pela franquia americana Salad Creations. Contudo, ao observar a demanda por opções
* (estimado)
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FRANQUIAS
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Oficina Brasil investiu em um formato específico para postos de gasolina com o objetivo de atender ao mercado de vizinhança
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Empada Brasil, por exemplo, desenvolveu um processo em que a produção das empadas é feita em outro local, em razão dos shoppings não permitirem odor nos corredores. Os quiosques recebem os alimentos já prontos ou semiprontos. Como primeira franqueada da rede Wizard a abrir uma escola no formato express, a paranaense Edcleia Cazarini Platz passou pelo desafio de desbravar um novo mercado, o de shoppings. Nesse espaço, os alunos da escola contam com a comodidade do estacionamento e a proximidade com o comércio e serviços. “Temos muitos pais que agendam suas compras para o dia da aula do filho, em vez de enfrentar as zonas comerciais, que têm trânsito complicado”, diz Edcleia. Mas só foi possível aproveitar os benefícios de estar em um shopping em função de todas as adaptações do formato express, que possui menor quantidade de salas (quatro) e setor administrativo reduzido, tudo alocado em um espaço de apenas 180 metros quadrados. “Só depois que a arquiteta me provou que conseguiríamos atender a quantidade de alunos desejada que comecei a negociar com o shopping”, conta Edcleia. A negociação com a administradora do Catuaí Shopping Londrina foi outra etapa imprescindível para a viabilização do negócio e que proporcionou as adaptações necessárias. Nos
dias de aula, por exemplo, os alunos não pagam estacionamento. Também foi preciso conseguir uma autorização especial para não funcionar nos domingos e meses de férias escolares. No mais, também foi preciso direcionar o acesso à escola por uma via externa para que pudesse abri-la e fechá-la em horários diferentes das lojas.
Escolha do franqueado Na visão de Cecília Gonçalves, da Salad Creations, a negociação com os shoppings também é um modo de tornar a operação mais atraente. Isso porque, embora os gastos com aluguel de espaço de quiosque sejam menores em valores absolutos, proporcionalmente a quantia é mais elevada. Somado a isso, os contratos também são de menor duração, em geral dois anos. “Ninguém vai investir um grande montante de dinheiro para ficar pouco tempo. Negociando, conseguimos contratos maiores, de quatro anos”, indica. Outro fator ainda mais importante é a restrição quanto a quais empreendedores podem adquirir as franquias compactas. A prioridade para abertura de quiosque da Salad Creations, por exemplo, é para empresários que já possuem uma loja convencional, salvo nos casos de cidades com menos de 500 mil habitantes,
para as quais não há pré-requisito. No entanto, a gerente de expansão da rede lembra que todos os casos são estudados. A cidade de Goiânia, por exemplo, onde será inaugurado o primeiro quiosque, ainda não possui franquia da rede. O mesmo quesito é exigido para adquirir uma franquia Wizard Express. É que, com pouco espaço disponível, vários departamentos da escola precisam ser instalados na escola com formato tradicional, que passam a funcionar como uma matriz. Na Empada Brasil, a oferta de quiosques depende da existência de restaurantes, uma vez que precisam de uma estrutura de apoio para a produção dos salgados. “Por isso, a condição mais interessante é que o quiosque seja de um franqueado que já possui loja, o que reduz o custo fixo”, comenta o franqueador master da rede. Nesses casos, exigir investimento menor não significa, necessariamente, que as franquias são mais acessíveis.
LINHA DIRETA Empada Brasil: (11) 3898-2306 Oficina Brasil: (11) 4423-1000 Salad Creations: (11) 2645-0451 Wizard Londrina: (43) 3338-9199
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FRANQUIAS
Números otimistas
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Os estúdios de beleza e bem-estar OligoFlora decidiram manter a meta de crescimento de 100% no número de unidades em 2009, mesmo com a crise. A decisão levou em conta os núme-
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ros do segmento franquias de esporte, saúde, beleza e lazer em 2008 (que cresceram 25,8%) e principalmente a procura pela marca durante a Franchising Expo, realizada em junho. Segundo
a empresa, cerca de 400 pessoas se reuniram com os executivos do grupo durante a feira. A rede já conta com 11 unidades e outras 13 vendidas em todo o País. www.oligoflora.com.br
Licença ou franquia A rede de ensino Visual Mídia passou a atuar com uma nova modalidade de comercialização de seus métodos e marca. Além da licença de uso, a rede agora passa a operar também
pelo sistema de franchising. A Visual Mídia oferece cursos profissionalizantes e de informática de forma totalmente digital. A expectativa é que nos próximos dois anos pelo menos
100 de suas 500 escolas licenciadas adiram ao novo sistema de franquias. A meta da empresa é contar com mais 140 unidades franqueadas até 2012. www.visualmidia.com.br
Arquitetura e decoração Em 2010, a mostra Casa Cor terá mais uma localização. Florianópolis será a 14ª franquia da exposição de arquitetura, decoração e paisagismo e terá em sua direção alguns integrantes da família Petrelli, do Grupo RIC Record. A previsão é que a mostra seja realizada entre março e abril de 2010 e apresente cerca de 40 ambientes com as principais tendências do morar contemporâneo. Os franqueados também manifestaram a intenção de realizar outros eventos do Grupo Casa Cor nos próximos anos, como Casa Hotel, Casa Boa Mesa e Casa Office. www.casacor.com.br
Estruturação paulista vas lojas. Em seu balanço sobre a participação no evento, os diretores afirmam que mais de 200 empreendedores se cadastraram para obter mais detalhes sobre a franquia. Ao todo, a marca espera alcançar 100 lojas em cinco anos.
www.tiptop.com.br
Aceita conversão
Babá de confiança
Diferente de outras marcas do setor, a rede de clínicas odontológicas Clivo possui dois modelos de franquia: um voltado para o dentista que já dispõe de consultório e outro para investidores que queiram atuar no ramo. Com isso, o profissional que já atua na área pode aproveitar a atual estrutura de seu consultório e do ponto comercial. Nesse caso, o investimento (R$ 67 mil) pode ser até 45% menor, se comparado com o custo de adquirir equipamentos e espaço. A franquia atualmente conta com cinco unidades, todas no Rio de Janeiro. www.clivo.com.br
Em julho, a Kanguruh inaugurou sua 22ª franquia da rede, em Florianópolis. Além do agenciamento de babás, a unidade também oferecerá serviços de domésticas, cozinheiras e motoristas. A empresa utiliza critérios de checagem de referências e antecedentes em seus processos de seleção. A Kanguruh promove ainda a capacitação dos empregados domésticos com workshops sobre segurança, postura profissional e ética. Com isso, a franquia busca reunir profissionais realmente qualificados para atuar nos lares. www.kanguruh.com.br
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A participação da Tip Top na Franchising Expo pode render mais 10 unidades para a rede. Criada no ano passado, a franquia de lojas de roupas infantis conta hoje com oito unidades, sendo seis no Estado de São Paulo. E esse também será o destino de seis das no-
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FRANQUIAS
Novas formas Lucro diferente A rede de escolas de idiomas Minds resolveu se estruturar a partir de sua experiência interna: todos os 22 franqueados da rede eram funcionários de outra marca de ensino de inglês. Hoje, depois de reformular antigos conceitos, a Minds também utiliza uma proposta de lucratividade diferenciada, a partir da venda de livros. Segundo a franquia, a venda do material didático proporciona ganhos mais elevados para os franqueados. Ao todo, a rentabilidade pode chegar aos 40% por unidade, com investimento total a partir de R$ 70 mil. www.mindsidiomas.com.br
A franquia Emagrecentro anunciou que vai ampliar seu foco de atuação. Além dos tratamentos de estética e emagrecimento, a rede entrará no ramo de academias com a Emagrecentro Fitness. A intenção, segundo Edson Ramuth, fundador da franquia, será uma forma de complementar os tratamentos realizados, sendo que um franqueado pode ter consultórios e academia em um mesmo endereço. A academia terá um perfil popular e utilizará o sistema de circuito (sequência definida de exercícios), que foi testado em unidade própria da rede. www.emagrecentro.com.br
Do terreno à locação A Franchising Ventures, holding com participação em diversas franquias, lançou a primeira franquia destinada à comercialização de centros comerciais de vizinhança, a Flórida Center. A intenção é encontrar investidores interessados em explorar as vantagens competitivas desses espaços, que abrigam lojas qualificadas, mas sem os gastos de um shopping. A franquia oferece apoio na escolha do terreno, assistência para reduzir custos na construção e formatação do mix ideal e também ficará responsável pela locação dos pontos. www.floridacenter.com.br
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Sabor à brasileira
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O Grupo CRM, que controla as marcas Kopenhagen e DanTop, lançou uma nova franquia, a Brasil Cacau. A proposta é atender à demanda da classe C, público que passou a experimentar novos hábitos de consumo, com o de chocolates finos. Mais de 120 itens fazem parte da linha de produtos, que misturam cho-
colate com iguarias brasileiras, como limão, café, banana e brigadeiro. Depois de seis meses de operação, a rede já possui nove lojas em São Paulo e afirma ter recebido até junho 2 mil propostas para novas franquias. Por isso, espera fechar o ano com 50 unidades.
www.brasilcacau.com.br
A ALPS Idiomas ampliou o foco de sua rede de ensino. A franquia passou a oferecer grades curriculares voltadas para crianças entre cinco e 12 anos. A intenção é atender à demanda do público infantil, já que os pais modernos querem que seus filhos se familiarizem com outras línguas desde pequenos. Até os oito anos, a intenção é valorizar as atividades lúdicas. Depois, trabalhar fala e escrita. Após completar os três novos estágios do curso, o aluno pode dar sequência aos estudos no nível Teens, o qual a franquia já oferece. www.alpschool.com.br
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Fr a nq u i a em exp an s ão
PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO
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P R O D U T O S E S E RV I Ç O S
Superimpressora A impressora Speedmaster XL105 da Heidelberg tem quase 38 metros de comprimento e é considerada uma das mais longas do mundo. O equipamento pode imprimir verniz dos dois lados em uma só
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Servidores robustos
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A Unisys apresenta novidades na linha de servidores mainframe ClearPath. Os novos modelos ClearPath Libra 780 e 790 foram projetados para grandes ambientes de processamentos de transação e outras tarefas essenciais que requerem disponibilidade contínua com alta segurança. Esses são os sistemas mais eficientes para executar o ambiente operacional Unisys MCP. Os modelos ClearPath Dorado 740 e 750 de médio porte foram criados para acomodar processamentos de transação que exigem cargas de trabalho de desempenho variável. www.unisys.com.br
passada do papel, o que diminui os arranhões e as marcas no produto impresso. Procedimento que melhora a aparência do produto impresso.
www.heidelberg.com
Gás encanado O tubo de gás em alumínio multicamadas da Emmeti oferece mais segurança contra vazamentos. O material é composto de cinco camadas de alumínio e dispensa soldas. Pode ser usado na condução do gás desde o medidor de entrada da resi-
dência ou prédio até o local do consumo como fogão e aquecedor de água. Em comparação com o cobre, o tubo multicamadas para gás da Emmeti tem maior durabilidade, é mais barato e a instalação é mais rápida. www.emmeti.com.br
PHOTOSTOGO
Iluminaçãoo econômicaa
DDD e DDI alternativos minutos. Quem não for cliente Voitel, mas quiser utilizar o código 58, precisa se cadastrar na central de atendimento da empresa. A cobrança é feita por meio de conta telefônica independente.
(11) 3067-2820/4003-1858/www.voitel.com.br
www.lampadasgolden.com.br .com.br
Calorzinho gostoso
PHOTOSTOGO
A Voitel, empresa de comunicação multimídia, passa a oferecer o código 58 para ligações telefônicas interurbanas e internacionais. O serviço está disponível para São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba através de pacotes de
A lâmpada fluoresescente Tradicional 85 W tem a maior potência do mercado. Disponível nos modelos E-27 e E-40,, o produto alia alta intensinsidade de luz e economia mia de energia. Desenvolvilvido pela Golden, o proroduto chega a ser até 80% mais econômico co do que uma lâmpada da incandescente, e em m relação a uma lâmpada da mista equivalente de 25 W a economia é de 65%. %. É ideal para galpões, fábricas, bricas, garagens e supermercados. ados.
Atendimento facilitado Os clientes de seguros de automóvel da Liberty Seguros podem solicitar os serviços de assistência 24 horas pelo iPhone sem precisar ligar para a central de atendimento da empresa. Quando o cliente faz a solicitação, o software Liberty Seguros DirectAssist, oferecido pela
empresa, localiza o veículo e aciona o resgate mais próximo. Com o serviço, o cliente pode acompanhar por GPS e em tempo real a movimentação do guincho e obter mais informações sobre a localização da oficina credenciada mais próxima. www.libertyseguros.com.br
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A Philips lançou o aquecedor de ambientes por luz infravermelha, um aparelho que evita a perda de umidade do ar e oferece maior segurança de uso e manuseio. O aquecedor é portátil e o cliente pode controlar as funções de temperatura, direcionamento, temporizador e modo de liga/desliga por controle remoto. A tecnologia prevê o aquecimento imediato dos ambientes. www.philips.com.br
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LEITURA
Confiança “blogada” A mestre em relações públicas Carolina F. Terra fez uma pesquisa de campo sobre blogs a partir da experiência de sete empresas que utilizam a ferramenta para divulgação institucional. A pesquisadora observou as razões que levaram as empresas Edelman, Tecnisa, Doceshop, Catho, Microsoft, Sun Microsystems e HSBC a criar o blog, qual é o público-alvo de cada página e a linguagem e o conteúdo dos textos. O que a autora pôde perceber é que o blog é um assunto estratégico que faz parte da comunicação interna das empresas e é uma importante ferramenta para aproximar a organização de seus públicos. No caso da Edelman, consultoria em rela-
ções públicas, a criação do blog corporativo foi feita após uma pesquisa de confiança realizada pela empresa que revelou que 63% dos entrevistados confiam mais nos blogueiros do que nas empresas (26%). A construtora Tecnisa usa o blog para aumentar o fluxo de visitantes no site e para a geração de buzz marketing. O diretor de marketing, o analista de e-business e o gerente de comunicação da empresa são os responsáveis pela atualização da página. A Microsoft utiliza a ferramenta para criar eco na blogosfera e na mídia, e discute temas sobre produtos da empresa. O banco HSBC usa o blog para tratar de temas estratégicos junto ao público interno.
Os blogueiros são responsáveis por 28% do boca-a-boca on-line brasileiro. Eles contribuem para elevar ou destruir marcas
Blogs corporativos – modismo ou tendência? Carolina Frazon Terra Editora Difusão – R$ 18
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Criação coletiva
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Para Don Tapscott e Anthony D. Williams, vivemos em uma era da participação que exige mudanças na forma de produzir das empresas. As novas formas de colaboração em massa como o MySpace, YouTube, Linux e Wikipédia estão mudando a maneira como bens e serviços são inventados, produzidos, comercializados e distribuídos globalmente. São redes colaborativas que trazem a cultura da abertura, da participação e da interatividade para os locais de trabalho. Criam um novo tipo de empresa que precisa abrir as portas para o mundo, inovar em conjunto com todos e compartilhar recursos que antes eram guardados a sete chaves. Com as redes colaborativas, as tarefas empresariais são mais fragmentadas e podem ser
executadas por uma rede de comunidades auto-organizadas de indivíduos. São pessoas que se unem para produzir um resultado compartilhado através de códigos abertos. Os autores citam a empresa Procter & Gamble como uma das primeiras a entrar na era da participação. Para solucionar seus problemas a companhia se registrou na rede colaborativa Innoncetive e permitiu que 90 mil cientistas no mundo todo a ajudassem a encontrar soluções para seus produtos. Há também referências à IBM como uma das empresas que mais investe em programas de códigos abertos. Em um ano, aplicou US$ 100 milhões no Linux e recebeu quase US$ 500 milhões em benefícios com o uso do sistema.
2006 foi o ano em que a web programável eclipsou a web estática, o Flickr superou o Webshots, a Wikipédia a Britânica e o Blogger a CNN
Wikinomics – Como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio Don Tapscott e Anthony D. Williams Editora Nova Fronteira – R$ 50
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DINÂMICA EMPREENDEDORA
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O estímulo e o contexto
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Dando continuidade a nossa abordagem sobre aspectos relacionados à Psicodinâmica em Negócios (ou Psicodinâmica Organizacional), trarei uma abordagem que tem profundo impacto no relacionamento com os clientes, servindo primordialmente às áreas de marketing e vendas: a Gestalt. Gestalt é um termo alemão que podemos traduzir por configuração ou boa forma. Em síntese: não podemos separar as partes de um todo, pois dele elas dependem e não fazem sentido, pelo menos o mesmo, senão enquanto partes formadoras daquele todo. Esta escola teve suas bases estruturadas no início do século 20. Utilizando a imagem ao lado como exemplo, podemos perceber – para alguns com certo esforço – um vaso e dois rostos de perfil. Ao vaso chamamos figura e aos perfis, fundo. Mas o inverso também é válido. Depende de cada pessoa. Isso se explica por que buscamos organizar os estímulos que recebemos da forma mais econômica e que denominamos de organização perceptual. Essa organização pode ser consciente, mas usualmente é inconsciente. Ela se dá de maneira espontânea e é inerente ao indivíduo. Disso emerge um dos principais preceitos da Gestalt: a noção de que um evento não pode ser entendido pelo estudo de suas partes constituintes, mas somente enquanto totalidade. Trata-se de uma relação, porque aquilo que é figura num determinado momento pode se tornar fundo, para o indivíduo, em outro momento e vice-versa. Perceba o impacto disso: o cliente chega à sua empresa e se depara com uma fachada malconservada, uniformes puídos. Ao falar com a secretária, ela é extremamente gentil. Existirá uma elevada tendência de que a “figura” – secretária –, ao ser relacionada com o “fundo” – fachada e uniformes deteriorados –, gere uma percepção de “este
negócio está mal e estão tentando disfarçar com sorrisos”. Em síntese, qualquer padrão de estímulo (relação figura-fundo) tende a ser visto de tal modo que a estrutura resultante (a mensagem recebida) é tão simples quanto as condições dadas permitem. Quando pensamos sobre a perspectiva de um negócio, a maneira como estão distribuídos os elementos (a embalagem, o site, o cartão de visita, o folder, a vitrine, o atendimento da telefonista, o pós-venda, os uniformes, etc.) que compõem as mensagens que são transmitidas aos clientes, fornecedores, colaboradores e demais parceiros necessitam que obedeçam a uma forma que transmita equilíbrio, simetria, estabilidade, regularidade e simplicidade suficientes para garantir a boa forma. A percepção é parcialmente determinada pelo que o indivíduo deseja e pela importância que lhe dá. Daqui pode-se deduzir a existência de uma “pré-percepção”, que antecede a percepção consciente e que realiza uma prévia seleção do que o indivíduo quer ver, no meio de tudo o que o rodeia. Esta situação diz respeito à Percepção Seletiva, um fenômeno que explica por que os anúncios contra o tabagismo são mais facilmente percebidos pelos não-fumantes e por que um calvo detecta perfeitamente os anúncios das loções capilares e as pessoas gordas os produtos para emagrecimento. A maneira como o estímulo é colocado é o que chama a atenção, o contexto em que está inscrito é que o torna mais ou menos perceptível. Um exemplo disso é quando colocamos um elemento colorido no meio de uma página quadriculada em preto e branco, o contraste determina a importância da imagem. A localização do estímulo visual também é de suma importância, pois um estímulo deslocado, além do campo visual, fica prejudicado em sua função. Deste modo, balas e chocolates no supermercado ficam mais próximos do campo de visão das crianças,
por Luiz Fernando Garcia
Consultor especialista em manejo comportamental e empreendedorismo em negócios. Fone: (48) 3334-5585 www.rendercapacitacao.com.br
Quando seu objetivo é mudar a percepção do outro, a comunicação não é o que se apresenta, mas como se apresenta!
na parte de baixo das prateleiras. O indivíduo seleciona a informação, a organiza e a interpreta na busca de um determinado significado. Um condicionamento, uma marca, uma etiqueta, a disposição dos produtos, uma música ou um preço induzem a um comportamento diferente conforme o modo como são apresentados ao consumidor. Mantenha uma regra básica: quando seu objetivo é mudar a percepção do outro a comunicação não é o que se apresenta, mas como se apresenta! Bom trabalho na busca de boas formas para sua empresa.
AGENDA
LOGÍSTICA AFINADA De 14 a 16/09/2009
10ª Expo.Logística 2009 – Feira de Produtos, Serviços e Soluções para Logística Hotel InterContinental – Rio de Janeiro – RJ – www.expologistica.com.br Logística em que são divulgadas pesquisas sobre a área. Reúne importantes profissionais de Logística e Supply Chain Management.
De 18 a 21/08/2009
De 25 a 27/08/2009
12/09/2009
Expo ABRH 2009 – Exposição de Soluções para a Gestão de Pessoas Transamérica Expo Center São Paulo – SP –www.conarh.com.br
9ª Tecnocarne – Feira Técnica de Produtos para a Indústria da Carne Centro de Exposições Imigrantes – São Paulo – SP – www.tecnocarne.com.br
Curso de Especialização em Comércio Farmacêutico Rua Frederico Silva, nº 86, Praça 11, Centro – Rio de Janeiro – RJ comunicação@cete.com.br/(21) 2298-2008
Mais de 140 expositores apresentam inovações tecnológicas na maior feira de produtos e serviços para gestão de pessoas. Durante a Expo ABRH é realizado o Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas (Conarh). Há palestras, oficinas e painéis com especialistas.
A Tecnocarne é o maior evento para o setor frigorífico da América Latina. Reúne mais de 650 empresas do Brasil e do exterior que representam os setores de máquinas, embalagens, refrigeração, ingredientes e serviços. A Tecnocarne é destinada a industriais, gerentes de compra, técnicos e profissionais da indústria frigorífica.
De 25 a 26/08/2009
De 26 a 28/08/2009
3ª Conferência Anual sobre Tributação Internacional Hotel Tryp Paulista – São Paulo – SP
Concrete Show South America 2009 – Tecnologia Internacional em Concreto em Exposição Transamérica Expo Center – São Paulo – SP www.concreteshow.com.br
Oportunidade para se atualizar sobre a carga fiscal em operações internacionais, evitar a bitributação e identificar os cuidados com os paraísos fiscais. Durante a conferência, dois workshops aprofundam os debates sobre os procedimentos e práticas legais para se beneficiar de créditos fiscais no Planejamento Tributário Internacional, e para a aplicação prática da tributação em contratos internacionais.
O Concrete Show é um encontro internacional de negócios e tecnologia exclusivo para fornecedores da cadeia de concreto e seus usuários. Tem exposição in door e demonstrações out door. Na programação, há seminários e workshops sobre aplicações e uso do concreto.
Curso de especialização voltado para profissionais de farmácias e drogarias. Oferece capacitação em gestão empresarial, recursos humanos, administração, direito do trabalho e legislação sanitária. A carga horária do curso é de 120 horas. As aulas são realizadas quinzenalmente e sempre aos sábados. Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor: www.empreendedor.com.br
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A Expo.Logística é o principal ponto de encontro dos executivos do setor. Durante a feira é realizado o 15º Fórum Internacional de
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ANÁLISE ECONÔMICA
Alternativas de investimentos
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Investidor precisa assumir riscos, e melhores opções estão na renda variável e nos títulos de crédito privado
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Durante muitos anos foi extremamente fácil ter retornos acima da inflação em aplicações financeiras no Brasil. Vamos levar em consideração para nossa análise o período pós-Plano Real, ou seja, depois de 1994. Em alguns períodos tivemos taxas de juros acima de 70% a.a. Mesmo passado o período das grandes crises dos países emergentes – México, Ásia, Rússia – e finalmente do Brasil em 1999, quando deixamos de adotar o regime de câmbio fixo e passamos ao câmbio flutuante, nossa taxa de juros real (taxa nominal descontada a inflação) foi, nos anos seguintes, maior que 10% a.a. Portanto, investidores de títulos de renda fixa ficaram mal acostumados com os altos rendimentos oferecidos pelo governo nesse período. Além de que o risco da aplicação era o mais baixo do mercado financeiro. Recentemente, a taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, foi derrubada para seu menor patamar da história: 8,75% a.a. Desde que o Banco Central iniciou o processo de flexibilização monetária, quando ela estava em 13,75% a.a., 500 pontos base já foram cortados. Isto equivale a uma taxa mensal de menos de 0,70%. Já a taxa real de juros, quando levamos em conta a inflação projetada, é de aproximadamente 4,75% a.a. Temos que lembrar que essa queda é extremamente positiva para a economia do País. Com a taxa de juros mais baixa, empresários tendem a investir mais na ampliação de seus negócios e mais empregos são criados, gerando assim um ciclo virtuoso de crescimento. Mas o objetivo do artigo é pensar alternativas de investimento para o investidor individual que quer remunerar melhor suas economias pessoais. Com uma das últimas
distorções macroeconômicas do Brasil (a taxa de juros) convergindo para os padrões internacionais, o investidor individual terá que buscar alternativas melhores para remunerar seu capital. Para isso terá que assumir mais riscos, o que até então não era preciso. Quais são as alternativas? As principais estão na renda variável (ações) e nos títulos de crédito privado. A exposição no investimento em ações já aumentou bastante nos últimos anos. No entanto, ainda é bem pequena quando comparada a outros países com mercados de capitais mais desenvolvidos. Este tipo de investimento já foi várias vezes discutido nesta coluna. Neste mercado o investidor deve buscar retornos de longo prazo e não se importar com as oscilações de curto prazo. Deve-se comprar boas empresas, receber seus dividendos e aguardar sua valorização ao longo do tempo. O problema desta modalidade de investimento é que não se pode garantir retornos no curto prazo. É possível comprar ações diretamente via uma corretora ou então aplicar em um fundo de ações que faz o trabalho de seleção para você. O investimento em títulos de crédito privado, que só pode ser acessado na maioria das vezes por investidores institucionais, é um mercado que deve ganhar mais liquidez nos próximos anos no Brasil. Ainda que a compra direta desses títulos é restrita a investidores com maior patrimônio, já há iniciativas de fundos voltados a pessoas físicas. Em geral, a rentabilidade é bem superior à rentabilidade dos títulos públicos. Todavia, a análise desses títulos deve ser profunda e o investidor deve estar ciente dos riscos mais elevados.
por Januário Hostin Júnior Analista da Leme Investimentos
Com a taxa de juros mais baixa, empresários tendem a investir mais na ampliação de seus negócios e mais empregos são criados, gerando assim um ciclo virtuoso de crescimento
Nome Ação All Amer Lat Ambev Aracruz B2W Varejo BMF Bovespa Bradesco Bradespar Brasil T Par Brasil Telec Brasil Braskem BRF Foods CCR Rodovias Celesc Cemig Cesp Comgas Copel Cosan CPFL Energia Cyrela Realty Duratex Eletrobrás Eletrobrás Eletropaulo Embraer Gafisa Gerdau Met Gerdau Gol Ibovespa Itausa ItauUnibanco JBS Klabin S/A Light S/A Lojas Americ Lojas Renner Natura Net Nossa Caixa P. Açúcar-CBD Petrobras Petrobras Redecard Rossi Resid Sabesp Sadia S/A Sid Nacional Souza Cruz Tam S/A Telemar N L Telemar Telemar Telesp Tim Part S/A Tim Part S/A Tran Paulist Ultrapar Usiminas Usiminas VCP Vale R Doce Vale R Doce Vivo
Tipo Ação
Participação Bovespa
Julho
UNT N2 PN PNB ON ON PN PN PN PN ON PNA ON ON PNB PN PNB PNA PNB ON ON ON PN ON PNB PNB ON ON PN PN PN
1,13 1,05 1,18 0,82 4,97 3,73 1,07 0,28 0,31 2,63 0,49 0,92 0,59 0,11 1,44 0,91 0,10 0,64 0,58 0,45 1,67 0,58 0,86 0,78 0,75 0,57 1,07 1,09 4,23 1,06 100,00 2,27 5,74 0,68 0,31 0,20 1,06 0,96 0,60 0,74 0,35 0,57 3,13 15,69 1,05 0,71 0,37 1,31 3,52 0,60 0,86 0,24 0,24 0,72 0,15 0,12 0,79 0,37 0,42 0,83 3,51 0,73 3,07 11,24 0,81
-2,40 4,80 26,50 18,00 2,40 2,60 10,00 4,00 2,70 11,60 15,70 10,40 -3,00 7,80 2,70 -1,40 -1,30 4,40 18,10 3,60 29,60 26,20 0,20 1,20 0,20 11,90 45,20 5,40 7,00 26,10 6,40 9,70 8,10 5,40 11,70 -9,80 14,40 26,70 5,20 0,30 1,90 13,40 -3,10 -2,10 -4,90 31,70 8,20 13,70 10,20 13,80 13,40 -0,20 -1,50 -1,10 -1,50 -17,50 19,50 -1,00 2,00 11,20 6,40 31,70 7,40 8,50 13,90
PN PN ON PN ON PN ON ON PN ON PNA ON PN ON ON ON PN ON ON PN PNA ON PN PN ON PN PN PN ON PNA PN ON PNA PN
Inflação (%)
Até 31/07 Variação % Ano 18,60 33,00 47,80 85,30 104,40 32,10 50,40 -8,60 -1,80 68,60 49,70 39,20 30,90 4,7 12,50 28,40 10,00 23,30 51,30 14,10 112,10 96,20 17,00 13,40 54,30 3,50 129,30 35,90 46,10 38,50 45,80 39,10 30,80 50,50 2,10 22,60 68,50 75,50 48,20 43,50 10,40 40,20 42,60 40,70 15,00 191,40 17,20 44,30 77,10 51,10 20,00 -2,00 2,60 7,30 0,00 12,60 46,80 19,70 26,70 81,80 70,40 54,50 35,80 38,00 56,10
Índice
Junho
Ano
IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe
-0,43 -0,32 0,36 0,13
-1,66 -1,06 2,57 1,92
Juros/Aplicação (%) CDI Selic Poupança Ouro BM&F
Junho
Ano
0,75 0,76 0,57 -4,76
5,33 5,36 3,71 -6,18
Indicadores Imobiliários (%) CUB SP TR
Junho
Ano
1,04 0,02
3,03 0,47
Juros/Crédito (%) 31/Julho
30/Julho
Desconto 1,64 Factoring 3,83 Hot Money 3,18 Giro Pré (taxa mês) 1,85
1,64 3,85 3,18 1,85
Câmbio
Até 31/07 Cotação
Dólar Comercial Ptax Euro Iene (US$ 1,00)
R$ 1,8726 US$ 1,4266 $ 94,6730
Mercados Futuros Agosto Dólar Juros DI
R$ 1,873 8,63%
Contratos mais líquidos Ibovespa Futuro
Setembro
Outubro
R$ 1,875 R$ 1,886 8,63% 8,63% 31/07 54.710
empreendedor | agosto 2009
Carteira Teórica Ibovespa
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E–EMPREENDEDOR
Interatividade PHOTOSTOGO
Confira alguns comentários de leitores que geraram polêmica sobre a matéria do site Empreendedor: “Pagamento com cartão pode sair mais caro”:
Prevenção contra Gripe A A preocupação com a possível transmissão do vírus influenza no ambiente de trabalho força empresas a pensar em alternativas para driblar as ameaças de contaminação. Corporações de diferentes setores estão colocando em prática algumas ações que buscam evitar o contágio da doença e, consequentemente, manter os negócios em dia. Distribuir cartilhas aos funcionários com informações preventivas, oferecer palestras com especialistas da área de saúde e usar sabão líquido para lavar as mãos integraram alguns dos procedimentos adotados. Existem locais de trabalho com maior risco de proliferação da doença, como hospitais e postos de saúde. Em corporações onde não tem ventilação ambiente também há maior possibilidade de contágio da doença. E se algum funcionário aparecer com os primeiros sintomas da gripe, o mais indicado é orientá-lo a procurar seu médico e pedir para se afastar do trabalho por sete dias. Para saber mais sobre o assunto, acesse a reportagem completa através do link www.empreendedor.com.br/gripeA.
Enquete A substituição do boleto impresso pelo eletrônico no comércio foi questionada na última enquete do site Empreendedor. Entre as opções de resposta, a mais votada pelos internautas foi: “A substituição vai facilitar o controle e o pagamento das cobranças”. Confira o resultado:
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Qual sua opinião sobre a substituição do boleto impresso pelo eletrônico no comércio? J Vai facilitar o controle e o pagamento das cobranças ........ 39,71% J A maioria dos consumidores não vai se adaptar à mudança ..... 32,84% J Vai reduzir os arquivos mortos nas empresas ................ 27,45%
64
27% 33%
40%
Preço diferenciado Participe da nova enquete do site Empreendedor respondendo: Qual sua opinião sobre a diferença de preço entre pagar à vista com dinheiro e com cartão de crédito? Para participar, acesse o endereço: www.empreendedor.com.br/enquete.
Sr. Julio Costa, aceite também minhas propostas: 1-Abra um comércio. 2-Compre tudo à vista. 3-Procure cooperados. 4-Venda tudo a prazo com desconto e em cheque. 5-Associe-se. 6-Quebre no primeiro semestre. 7-Se informe melhor, e não diga o que não sabe. A lei da oferta e procura ainda é a melhor, meu senhor, mas as contas de água, luz, telefone, aluguel, impostos, funcionários, mercadorias, papel, sacola, etc., não nos proporcionam descontos para pagamento em dinheiro ou qualquer que seja a forma de pagamento. E, sinceramente, pedir para o comerciante se esfolar para conceder desconto ao senhor é, no mínimo, muita cara-de-pau. Tenha um bom dia e saia sempre com dinheiro no bolso. Passe bem. Por Luciano Rezende Hipocrisia são comentários de quem não sofre na pele os altos custos para manter as portas abertas. Concordo plenamente que venda à vista é dinheiro na mão, e com o dinheiro na mão não se paga juro ao fornecedor. Simples assim. Criticar é muito fácil, o difícil é fazer! Por Rafael Costa Hoje em dia, quem pratica o desconto em dinheiro está descumprindo a lei. Acho essa lei um total absurdo. O nosso Parlamento está discutindo uma readequação de uma lei excessivamente dura e hipócrita. Acho que deve haver a diferenciação, chega de leis que só beneficiam as instituições financeiras. Por Rafael Gossn É um absurdo os valores abusivos que são cobrados de nós, empresários, pelas administradoras de cartões. Um simples débito automático nos é altamente taxado, imagine só nas vendas a crédito. Além disso, recebemos com prazos de 30 dias ou mais. Todas essas taxas claramente têm que ser repassadas ao consumidor final para que o comerciante possa manter seu negócio, a menos, é claro, que fôssemos instituições bancárias, que vivem de empréstimos a juros. Portanto, é lógico e racional que quem pague à vista, em dinheiro, tenha descontos diferenciados, pois esse sim está ausentando as empresas das altas taxas cobradas. O que ocorre hoje é que mesmo quem pode pagar à vista, em dinheiro, acaba pagando as taxas altas repassadas em função de não podermos diferenciar vendas a crédito. Qualquer quantia de dinheiro capitalizada ao longo do tempo sofre perdas ou ganhos, portanto, é ilógico que o valor cobrado imediato e sem taxas (em dinheiro) seja o mesmo do cobrado em transações que serão recebidas em 30 dias e com altos abatimentos. Quem tem a ganhar com isso é somente o consumidor, que ganha poder de barganha nas compras em dinheiro. Por Eduardo – Empresário
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