Empreendedor 208

Franquias: oportunidades de luxo

Capacitação: aprender se distraindo

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IS SN 1414-0 152

ANO 18 N o 208 fevereiro 2012 R$ 9,90

Linha inovadora Inovação é o caminho para a indústria têxtil fugir da guerra de preços e fazer frente à concorrência asiática com produtos exclusivos e agilidade

Francisco Madia alerta para a necessidade de relacionamento permanente com seus públicos

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empreendedor | fevereiro 2012

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Diretor-Editor: Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Comercialização e Marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [geraldo@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@empreendedor.com.br] – Repórteres: Ana Paula Meurer, Beatrice Gonçalves, Cléia Schmitz, Mônica Pupo, Raquel Rezende – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira e Shutterstock – Foto da capa: Shutterstock – Revisão: Lu Coelho Sedes São Paulo Diretor: Fernando Sant’Anna Borba – Executivo de Contas: Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São Paulo – SP – Fones: (11) 3214-1020/2649-1064/26491065 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executiva de Atendimento: Joana Amorim [anuncios@ empreendedor.com.br] – Rua Padre Lourenço Rodrigues de Andrade, 496 – Santo Antônio de Lisboa – 88050-400 – Florianópolis – SC – Fone: (48) 3371-8666 Central de Comunicação – Rua Anita Garibaldi, nº 79 – sala 601 – Centro – Florianópolis – SC – Fone (48) 3216-0600 [comercial@centralcomunicacao.com.br] Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Empresarial – Milla de Souza [milla@triunvirato.com.br] – Rua São José, 40 – 4º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fones: (21) 2611-7996/9607-7910 Brasília Ulysses Comunicação Ltda. [ulyssescava@ gmail.com] – Fones: (61) 3367-0180/9975-6660 – condomínio Ville de Montagne, Q.01 – CS 81 – Lago Sul – 71680-357 – Brasília – Distrito Federal Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [ricardo@merconeti.com.br] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 3 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Nenê Zimmermann [nene@starteronline.com.br.com.br] e Renato Zimmermann [renato@starteronline.com.br.com.br] – Floresta – 90440-051 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3327-3700 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [sbfaria@sbfpublicidade.com.br] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fones: (31) 2125-2900/2125-2927 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [assine@empreendedor.com.br] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80 à vista. Renovação de Assinatura R$ 112,86 à vista. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30.

Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora Ctp – Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda – São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br Editora: Carla Kempinski – Repórter: Raquel Rezende

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indústria têxtil brasileira afirma passar por uma das piores crises de sua história. Ano a ano, vem perdendo terreno para os asiáticos que inundam os mercados interno e externo com produtos de baixíssimo valor. Entre os principais entraves indicados pelos empresários nacionais estão queixas conhecidas, como a alta carga de imposto, encargos trabalhistas e burocracia. Concorrência desleal é outra razão que costuma ser apontada, não raro com pedidos de medidas protecionistas.

Tarefas que cabem ao governo.

Uma série de salvaguardas – tarifas extras de importação ou cotas – está em análise pela Câmara de Comércio Exterior e elas podem ser aprovadas neste semestre. Além disso, a Receita Federal ganhou uma unidade específica para analisar irregularidades nas importações. E, há menos de meio ano, foi lançado o Plano Brasil Maior, cujas medidas – 16 das 36 estão em estágio avançado de implementação – devem amenizar a crise no setor, mas não resolver, segundo os empresários.

Então, se não é possível vencer o dragão chinês na guerra de preços, é preciso lutar com outras armas. Investir em inovação, tecnológica e de design, tem se mostrado a melhor estratégia. Com isso, empresas nacionais têm obtido mais agilidade e produtividade, reduzindo custos e produzindo artigos exclusivos e de qualidade superior. A certificação de que seus processos respeitam os direitos humanos e o meio ambiente também é bem-vista, em especial no mercado europeu.

Tarefas que, em grande parte, cabem aos empresários. Não é possível ficar estático, quanto a mudanças estratégicas e inovações competitivas, ante fatores previamente conhecidos, como o acirramento da concorrência internacional decorrente da globalização. Comportamento como esse levará, uma hora ou outra, a uma derrocada final, o que seria um desastre para a economia do País.

Como em quase todos os casos, cada um deve fazer a sua parte, e não esperar que o outro resolva tudo. Urge reduzir custos vinculados aos salários e, ainda mais do que reduzir a carga de impostos, racionalizar o sistema tributário brasileiro. Mas também é crucial estimular e apoiar – tecnicamente e financeiramente – a inovação, que deve ser intensiva nas empresas, pois é a única forma de melhorar produtos e processos.

Alexsandro Vanin

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A Revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor

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16 dragão chinês A indústria têxtil brasileira passa por uma de suas piores crises ao disputar os mercados interno e externo com os asiáticos. Mas se não é possível vencer o dragão na guerra de preços, é preciso lutar com outras armas. Investir em inovação, tecnológica e de design, tem se mostrado a melhor estratégia. Com isso, empresas nacionais têm obtido mais agilidade e produtividade, reduzindo custos e produzindo artigos exclusivos e de qualidade superior, e em alguns casos com a certificação de que seus processos respeitam os direitos humanos e o meio ambiente. Confira na matéria e nos casos exclusivos o exemplo de empresas que souberam lidar com a concorrência asiática.

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24 | Automatisa Softwares e tecnologias de ponta ajudam a aumentar produtividade e qualidade e a diminuir custos das empresas nacionais

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28 | haco A empresa viu na invasão asiática uma oportunidade de crescimento, transformando concorrentes em parceiros e clientes

30 | vicunha Fabricante consegue blindar-se de crises ao inovar permanentemente seus produtos e processos, o que garante a liderança em seu segmento

38 | Perfil Gilberto Meirelles, da Estação Resgate

42 | Franquias Mercado de luxo

34 | Capacitação Treinamento ao ar livre

Se a classe C cresce em números absolutos, no topo da pirâmide o crescimento percentual é ainda maior, estimulando o mercado de artigo de luxo. O potencial de compra dos brasileiros endinheirados atrai grifes globais e inspira marcas nacionais a investirem no segmento.

Empresas investem no treinamento de funcionários em ambientes diferentes do corporativo, através da vivência de experiências que contribuem tanto para o desenvolvimento pessoal quanto profissional, trazendo resultados mais duradouros para a organização.

LEIA TAMB ÉM 06 46 52 55 56

NÃO DURMA NO PONTO franquias PRODUTOS E SERVIÇOS pense grande megafone

58 60 62 64 66

empreendedorismojá.com de olho no cliente banho de loja leitura AGENDA

08 | Entrevista Francisco Madia de Souza O presidente da Academia Brasileira de Marketing fala sobre as tendências da área para 2012 e as deficiências das empresas brasileiras quando o assunto é planejamento e construção de marca.

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Após perceber a urgência em romper processos que aceleram a degradação do ambiente, Gilberto criou uma empresa de coleta e reciclagem de resíduos da construção civil.

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NÃO DURMA NO PONTO

Abram alas para empresas ipsilones!

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Lampejos de esperança no horizonte!

Vem aí uma nova era, que promete um futuro melhor para o mundo dos negócios! Novos empreendimentos estão surgindo e outros, sonhados, pensados, criados e implementados pela tão propalada Geração Y.

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Não vou aqui repetir todas as características dessa geração e daquelas que a precederam. Isso tem sido feito com muita propriedade por estudiosos, psicólogos, cientistas sociais e comportamentais. Levando-as em conta, principalmente aquelas que os autores são unânimes em apresentar em artigos, revistas e livros, então o alarde que faço é otimista, porém procedente.

Veja quais delas nos animam, justificadamente, a esperar um futuro melhor: 1) A Geração Y nasceu em uma era de grandes avanços tecnológicos, o que influenciou sua forma de se comunicar com velocidade, linguagem apropriada e tráfego desenvolto, mesmo diante de limitações do tempo e do espaço.

Certamente, os empreendimentos ipsilones trafegarão com naturalidade no uso da tecnologia, serão apoiados por ela e, muitos deles, nela se basearão para oferecer um diferencial ou uma competência essencial do negócio.

As gerações anteriores, principalmente os veteranos e os boomers, tiveram e ainda têm grandes dificuldades com a tecnologia. Não conseguiram assimilar todo o vertiginoso avanço ocorrido no período em que eles ainda corriam atrás da sobrevivência.

2) Dizem que os ipsilones têm dificuldades de aceitar o fracasso. São, pois, perseverantes, qualidade imprescindível a quem decide empreender. Possuem outra relação com o risco.

As gerações anteriores buscaram a estabilidade profissional submetendose a concursos públicos e empregos vitalícios, correspondam ou não a seu talento e vocação.

3) Os jovens ipsilones têm mais facilidade de atuar em equipe, de falar o que pensam, de dar e receber feedback imediato e constante. Preferem um ambiente de trabalho em que haja comunicação lateral, independentemente de cargos.

Tendem, com isso, a criar ambientes de trabalho mais autênticos.

Nesses contextos, a maior dificuldade das gerações anteriores era relacionada às questões comportamentais, principalmente no que se refere à comunicação e à qualidade de diálogo, atrelado, para agravar, a uma subserviência à hierarquia.

Não é sem motivo o estrondoso sucesso do conceito de inteligência emocional difundido por Daniel Goleman, no final do século passado.

4) Para os ipsilones, a vida está em primeiro lugar. Eles querem integrar vida e trabalho, o que tende a tornar ambas mais ricas, uma nutrindo a outra.

O workaholic é uma figura representativa das gerações anteriores, cuja vida girava ao redor do trabalho e, com isso, o máximo que conseguia era empobrecer a vida enquanto empobrecia, ao mesmo tempo, o próprio trabalho.

5) Para os ipsilones, as regras de dentro contam mais do que as regras de fora.

Recursos como uma carta de valores ou de princípios tendem a funcionar melhor nos ambientes da Geração Y. Essas leis internas nunca foram vistas com seriedade nos empreendimentos das gerações anteriores e não passaram de palavras bonitas cunhadas nas paredes das recepções ou nos cartazes afixados nos refeitórios. O que sempre prevaleceu, para elas, foi a submissão às leis de fora, fossem aquelas instituídas por autoridades fiscais ou legais, fossem aquelas advindas das normatizações e exigências para certificações.

6) Relacionamento conta muito.

Os ipsilones fazem isso com naturalidade e, para eles, chega a ser um fator higiênico, ou seja, parte integrante do cotidiano, assim como tomar banho ou escovar os dentes.

Nas gerações anteriores prevaleceu o isolamento e as relações, quando muito, eram privativas das áreas de negócio, como os setores comerciais, de compras e de vendas. Quem estava credenciado a estender o seu leque de relações, por questões meramente mercantis, era o profissional de vendas.

Vide que as gerações anteriores tiveram que instituir o conceito de network para corrigir uma deficiência que tinham.

7) Talento é o que conta! Os ipsilones gostam de talento. Faz parte de suas conversas preferidas. Não é à toa que, para uma geração sem ídolos, abriram uma exceção para Steve Jobs.

Nas gerações anteriores, era comum o conceito do QI, ou seja, “quem indicou”, deixando para segundo plano o talento e a competência.

Que venha a Geração Y com seus empreendimentos ipsilones!

Precisamos urgente de uma nova economia, de novos mercados e de um mundo melhor para oferecer às próximas gerações

O mundo dos negócios é muito grande para você se aventurar sozinho.

Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953/www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net

8) Para os ipsilones, ambientes de trabalho e de negócios não são apenas ambientes de trabalho e de negócios.

São um lar alternativo.

Nas gerações anteriores existia uma cisão entre trabalho e vida pessoal e a recomendação era de que as coisas não se misturassem.

9) Os ipsilones são mais abertos e ousados. E criativos. O cargo não importa, importa a ideia, venha de onde vier.

Nas gerações anteriores, a burocracia e a sistematização eram mais valorizadas, mesmo que bloqueassem as ideias. Além disso, a produtividade contava mais pontos do que a criatividade. Pior: ser criativo nem sempre era uma boa ideia.

10) A Geração Y é mais consciente em relação às causas sociais. Ajudar os outros faz parte da sua missão de vida.

Empreende, pois, com uma visão progressista, humana e solidária.

As gerações anteriores criaram empresas econômicas, cujo principal propósito é a obtenção de lucros, mesmo que, para isso, a ética seja, digamos, flexibilizada.

Como se pode ver, o otimismo inicial tem boa sustentação. Que venha a Geração Y com seus empreendimentos ipsilones! Precisamos urgente de uma nova economia, de novos mercados e de um mundo melhor para oferecer às próximas gerações. Já não era sem tempo. E faz todo sentido, neste limiar do terceiro milênio!

empreendedor | fevereiro 2012

por Roberto Adami Tranjan

As publicações da editora Empreendedor têm sempre artigos, notícias e dados atualizados sobre o mundo dos negócios.

Com 18 anos de história, a Empreendedor é a maior editora brasileira voltada ao empreendedorismo e às inovações do mundo dos negócios.

Publica a revista Empreendedor e mantem o mais acessado site sobre empreendedorismo: www.empreendedor.com.br.

Na hora de buscar informações ou falar com empreendedores de todos os portes, conte com as nossas publicações.

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e NTREVISTA

As empresas devem planejar seu marketing de forma a se relacionar com seus públicos tanto em ambientes analógicos quanto digitais e construir uma boa imagem

Francisco Madia Alberto de Souza

bem na foto por Ana Paula Meurer

empreendedor | fevereiro 2012

anapaula@empreendedor.com.br

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A evolução do mercado e do comportamento dos consumidores tem provocado mudanças significativas nas estratégias que as empresas utilizam nas vendas, relacionamentos e no desenvolvimento de seus negócios. Em um contexto em que uma simples frase, foto ou comentário podem ser divulgados para o mundo inteiro em questão de segundos, apostar em uma eficaz comunicação

faz toda a diferença para uma empresa.

Com experiência de mais de 40 anos atuando em marketing, Francisco Madia Alberto de Souza conta, na entrevista a seguir, quais as principais apostas do segmento para este ano. Criador do primeiro departamento de marketing no País em 1971, ele sugere que as empresas providenciem o mais rápido possível a inadiável mudança para esse novo mundo, em que as pessoas, mais do que consumir, querem participar da construção ou finalização do que estão comprando.

Para 2012 ele está otimista. O entendimento de que é necessário aprimorar a comunicação interna e externa da empresa, corrigindo suas falhas e deficiências, é apontado pelo empresário como a principal tendência para o marketing deste ano. Considerado uma das maiores autoridades de marketing do Brasil, Francisco Madia é diretor-presidente e sócio da empresa Madia Mundo Marketing.

Além disso, é autor de diversos livros do ramo, possuindo diversos cursos de especialização no Brasil e no exterior.

Como essa comunicação pode se tornar atraente para as pessoas?

Francisco Madia – Pela forma educada, inovadora e instigante com que se coloca nas diferentes paisagens, tanto do ambiente analógico quanto do digital.

Essa necessidade premente, vital e inadiável de comunicação de qualidade levará parcela expressiva das empresas a organizarem, internamente, seus NPCs (Núcleos de Produção de Conteúdo).

As empresas são resistentes a essas mudanças?

Francisco Madia – Esse comportamento passa na maioria das situações por uma mudança radical de comportamento, por uma nova cultura. A resistência a mudanças continua sendo a maior dificuldade a ser superada pelas empresas. Lembrando a todos que, como ensinou Peter Drucker, mudar não significa colocar o novo no velho, colocar todas as novidades na velha moldura que as empresas têm dentro de si. A primeira providência a ser adotada, antes de incorporar qualquer novidade, é jogar a moldura velha fora.

Há alguma aposta diferenciada para as pequenas e médias empresas? De que forma elas podem seguir essas tendências?

Francisco Madia – Em momentos de transformação, como o que vivemos, as empresas pequenas levam tremenda vantagem em relação às médias e, principalmente, às grandes, pelo fator agilidade, flexibilidade e rapidez. Conforme muito bem nos ensinou

Charles Darwin, as espécies que sobrevivem não são nem as mais fortes, nem as mais inteligentes, e sim as que mais rapidamente se adaptam às mudanças. Mas essas empresas nem sempre dispõem da informação necessária para tirar proveito de momentos como esse, rico de oportunidades.

Em relação ao marketing digital, quais são as apostas do setor?

Francisco Madia – A expressão mar­ keting digital acabou prevalecendo, mas não traduz exatamente um entendimento adequado e lúcido. Todas as empresas devem planejar seu marketing. E, ao planejar, contemplar, pelas suas características, pelos públicos com quem pretendem se relacionar, quais pontos de contato ou ferramentas de comunicação são os mais adequados para desenvolverem e aprimorarem o relacionamento. Essas ferramentas ou pontos de contato situam-se no ambiente analógico e no ambiente digital. E é disso que estamos falando. A empresa de hoje precisa sempre se colocar bem na foto, tanto no ambiente analógico como no digital.

Na sua opinião, como elas “estão na foto”?

Francisco Madia – A grande maioria, quase totalidade, está mal e precariamente posicionada no analógico, e só agora começa a desconfiar da importância de fazê-lo, adequadamente, no digital. Só depois de cumprirem essas obrigações mínimas e básicas é que devem considerar a utilização das demais ferramentas. Caso contrário, sairão pessimamente na foto, causarão a pior das impressões.

Quais as mudanças que o crescimento econômico, principalmente da classe C, trouxe para o marketing?

Francisco Madia – Para o marketing em si absolutamente nada. Quando cada empresa vai construir seu plano de marketing, a primeira coisa que faz é definir qual é o seu foco. Ou seja, que público ou públicos pretende sensibilizar, seduzir, conquistar e, mediante relacionamento de qualidade, converter em cliente. Assim, as empresas que já vinham trabalhando com qualidade desde muito acompanhavam essa evolução e situa-

vam seus planos dentro desse contexto.

O que você sugere para que as empresas tenham mais aproveitamento das ferramentas de marketing?

Francisco Madia – Conhecendo a realidade da quase totalidade das empresas, tudo o que tenho a sugerir é que comecem a se movimentar. Que parem de ficar fingindo que não estão vendo, que acreditam que tudo não passa de “modismo fugaz” e decidam mergulhar de cabeça no mundo novo, plano e colaborativo, e providenciem o mais rápido possível – com “lusitanas” ou sem “lusitanas” – a inadiável mudança para esse novo mundo.

Ainda estão muito distante de cogitações como a contida nesta pergunta. Estão muito mais para o bê-á-bá, para as medidas básicas e iniciais, para o reconhecimento, do que para alguma ação mais elaborada.

Qual a chave para uma empresa obter sucesso?

Francisco Madia – Incorporar o mar­ keting à sua personalidade, entendimento, movimentação. Sempre, eu disse sempre, começar tudo de fora para dentro, jamais de dentro para fora. Perguntar-se o tempo todo não “qual é o meu produto?”, mas “que serviços as pessoas compram de minha empresa?”. Além disso, monitorar 24 horas por dia o comportamento das pessoas contidas em seu foco, tudo o que acontece no ambiente político, econômico, social e tecnológico, e compreender no que essas movimentações impactam em seu negócio. É importante compreender que as pessoas, mais que consumir, querem participar da construção ou finalização do que estão comprando. Mais do que comprar, elas querem ter uma extraordinária, memorável e encantadora experiência de compra. E tudo isso, devidamente executado, traduz na construção com qualidade da única propriedade que qualquer empresa de qualquer tamanho e setor de atividade tem: a sua marca.

LINHA DIRETA Francisco Madia: www.madiamundomarketing.com.br

Construa com qualidade a única propriedade que qualquer empresa de qualquer tamanho e setor de atividade tem: a sua marca

empreendedor | fevereiro 2012

Qual é a principal tendência para o marketing em 2012?

Francisco Madia Alberto de Souza – O entendimento e compreensão por parte das empresas que precisam atenuar, de forma substancial e consistente, suas insuficiências ou deficiências de comunicação. Que não é suficiente comunicar-se esporadicamente, e sim permanentemente; que precisam se expor e se fazerem presentes; que precisam interagir e participar; que a comunicação precisa contemplar os públicos interno e externo, os decisivos e relevantes; e que se esconder não leva a lugar nenhum que não seja o esquecimento, derrocada e fracasso.

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EMPREE NDED O R ES

Fanny Feigenson e Tati Grinfeld – Chic Chic Lab de Criação

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LOJA ABERTA PARA VISITAS

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Reunir num mesmo lugar peças de vestuário e de decoração cheias de história garimpadas cuidadosamente ao redor do mundo. Com essa proposta, a artista plástica e educadora Fanny Feigenson e sua filha, a psicóloga Tati Grinfeld, abriram há três anos a Chic Chic Lab de Criação. Instalada no Bairro do Morumbi, a loja conquistou os paulistanos apreciadores de arte, moda e design originais.

Tanto que no ano passado ela teve que passar por uma reforma e dobrou de tamanho, chegando a 58 metros quadrados. Fanny explica que o espaço pequeno estava comprometendo a filosofia da loja de proporcionar ao

visitante a experiência de estar em uma galeria de arte. “A Chic Chic é uma loja para se visitar. Não é só uma exposição de produtos para venda.”

Com o sucesso do empreendimento, Fanny e Tati decidiram apostar na abertura de um novo espaço, a Petit Design Chic Chic. Dedicada aos acessórios e

produtos lúdicos (fantasias infantis, brinquedos e objetos decorativos), a segunda loja foi instalada num espaço de 28 metros quadrados junto à matriz. “A escolha pelos acessórios justifica-se por ser um elemento que está estourando no mundo da moda e, principalmente, no Brasil, onde começou a ser um componente imprescindível na composição da roupa”, afirma Fanny. Empreendedoras, Fanny e Tati já estão pensando em novos voos. “Somos naturalmente inquietas e com certeza pensamos em expansão. Afinal, quem não quer ter o conceito da Chic Chic em seu bairro?”, questiona Tati. www.chiclab.com.br

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EMPREE NDED O R ES

Nelsinho Patriota – DJ Nelsinho

ALÉM DO GLAMOUR Para muitos pode parecer apenas um hobby, mas ser DJ é um grande negócio para Nelsinho Patriota. Ele conta que começou a tocar em meados de 1991, aos 12 anos de idade, após o falecimento do pai. “Mesmo com as dificuldades da época, quando DJ não era considerado artista, a música me fez superar isso tudo. Comecei fazendo festas particulares em playgrounds, depois tocando em matinês”, recorda Nelsinho. Vinte anos se passaram e hoje ele levanta o público em importantes casas noturnas do Rio de Janeiro e na abertura de shows como Ivete Sangalo e Jota Quest. Além disso, é contratado para agitar festas corporativas para clientes como Peixe Urbano, Unimed e Bradesco.

MARCOS SAMERSON/DIVULGAÇÃO

Denusa Demarchi

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OBJETOS DE DESEJO

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Apaixonada por bolsas, há sete anos a estilista Denusa Demarchi decidiu transformar o couro de tilápia, peixe abundante na região do Vale do Itajaí (SC), onde mora, em matéria-prima para suas criações. Depois de intensas pesquisas e testes, o resultado dessas experiências se traduz em peças que são verdadeiros objetos de desejo.

Bolsas e carteiras são criadas pelas mãos da própria Denusa num trabalho praticamente artesanal. “Chego a fazer 100 bolsas e carteiras por mês”, contabiliza a empresária, que tem a ajuda de uma funcionária. “E vendo tudo o que produzo praticamente no mesmo mês”, orgulha-se.

A empresa, que leva o nome da estilista, foi criada em 2008 com um investimento de R$ 100 mil. A fábrica funciona no terreno da família do marido de Denusa, em Timbó, cidade vizinha de Blumenau. É lá que ela prepara cuidadosamente o couro do peixe, material cujo destino provavelmente seria o lixo não fosse o apro-

veitamento dado por Denusa. “Eu mesma limpo, tinjo e amacio o couro. Só o fechamento das peças é terceirizado.” A empresária explica que os produtos de couro de tilápia são duráveis e resistentes e podem ser uma ótima alternativa a matérias-primas em extinção. Em países como Estados Unidos, ele entra na categoria de couro exótico e é altamente valorizado.

As vendas das peças de Denusa Demarchi são feitas no showroom da loja, em feiras pelo Brasil e em lojas multimarcas. A estilista tem o apoio do projeto Turismo e Artesanato do Vale Europeu, coordenado pelo Sebrae, que atende outras 100 empresas. Por meio dele, Denusa participa de rodadas de negócios e feiras, além de ações de capacitação e orientação.

www.denusademarchi.com.br

“Trabalhar na noite não é fácil. É preciso conciliar reuniões, eventos, vida particular. Não dá para trabalhar à noite e passar o dia seguinte inteiro dormindo”, destaca o DJ. Mas Nelsinho adora o que faz e para se manter em evidência investe constantemente em equipamentos e na comunicação com o seu público. Sua funpage no Facebook tem quase 7 mil fãs. Ele lembra que, com a facilidade de acesso a músicas pela internet, ser DJ virou moda e muita gente passou a achar que pode ser um deles do dia para a noite. “Não dá para olhar a profissão apenas pelo seu glamour. É preciso gostar de música, se aperfeiçoar, aprender a mixar, conhecer o público e buscar novidades”, aconselha. www.djnelsinho.com

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empree nded o r es

Luana Davidsohn – Cupcakes

negócio que dá gosto O script já estava escrito e parecia perfeito, mas um dia Luana Davidsohn decidiu que precisava reescrevê-lo.

Graduada pela Fundação Getulio Vargas e com pósgraduação em Marketing do Varejo na Escola Superior, a empresária tinha uma carreira promissora com 12 anos à frente da empresa de moda feminina da família.

No entanto, ela sentia que precisava buscar algo que lhe desse mais prazer e ao mesmo tempo garantisse satisfação em dinheiro. O resultado dessa equação Luana encontrou na confeitaria, mais especificamente em bolinhos de comer com os olhos e a boca.

Desde 2008, a empresária administra a Luana Davidsohn Cupcakes, que produz em média 25 mil bolinhos por mês. Entre seus clientes corporativos estão empresas como Itaú, Bradesco, TV Globo, Heineken, Mapfre e Natura. A primeira encomenda surgiu de maneira informal, atendendo ao pedido de uma amiga.

Logo os pedidos foram aumentando e a produção, inicialmente feita em casa, precisou ganhar novas instalações. Luana comprou equipamentos industriais e também investiu numa loja onde os consumidores pudessem degustar os bolinhos com café.

E a empresária não parou por aí. Com a percepção da demanda, ampliou seu mix de produtos, criando sabores que vão desde açaí – para os dias quentes de verão – até os sabores sem glúten ou lactose e as opções diet. Feliz, Luana diz que aprendeu que as crises podem abrir portas mágicas.

“Mas é bom deixar claro que as portas não se abrem sozinhas. Às vezes é preciso bater, outras é preciso arrombá-las”, filosofa. empreendedor | fevereiro 2012

www.cupcakes daluana.com.br

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CA PA

chinĂŞs

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Para

ver

por Mônica Pupo

monica@empreendedor.com.br

A julgar pelos números, é possível dizer que a indústria têxtil brasileira está em meio a uma das crises mais decisivas por que já passou o setor. Estatísticas da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) apontam que a produção têxtil teve queda de 15% em 2011, enquanto o segmento de vestuário viu o faturamento cair 3,5%, fechando o ano com déficit total de US$ 4,7 bilhões.

O saldo de empregos também ficou negativo em 20 mil vagas. Já a importação de vestuário cresceu 40%, o que ajudou a abalar ainda mais as estruturas da cadeia produtiva nacional. Entre os principais entraves estão velhas queixas, como a alta carga de impostos, tributos trabalhistas, burocracia e, principalmente, a concorrência com produtos vindos da China. Mas se é impossível competir em preço com os asiáticos, a saída é inovar.

Para garantir um lugar ao sol, cada vez mais empresas apostam em produtos diferenciados, incluindo o desenvolvimen-

to de fios, roupas e tecidos ecológicos, antimanchas e retardante de chamas, entre outros de alta tecnologia.

Dos oito maiores exportadores de têxteis para o Brasil, seis são asiáticos, na seguinte ordem: China (1º), Índia (2º), Indonésia (3º), Taiwan (6º), Coreia do Sul (7º) e Bangladesh (8º). Os Estados Unidos ocupam o quarto lugar e, em quinto, está a Argentina. A preocupação com o aumento das importações é tanta que, em janeiro, a Abit lançou, em parceria com o SinditêxtilSP, o Importômetro, relógio que mostra em tempo real quantos empregos são perdidos a cada centavo de dólar investido na importação de têxteis e confeccionados. Estimase que a cada segundo sejam importados US$ 214 e que um emprego deixe de ser gerado a cada minuto.

De acordo com o diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel, o setor não é contra as importações, porém a competição desleal com os produtos asiáticos deixa as empresas brasileiras em desvantagem. “Estamos enfrentando competidores que não são pautados pelas mesmas regras trabalhistas e previdenciárias, ao mesmo tempo em que o governo impõe aos produtores brasileiros um sobreônus colossal, com a adoção de leis – sobretudo no âmbito trabalhista – que apenas ameaçam os empresários e nos colocam na contramão do mundo em termos de competitividade”, diz Pimentel, referindo-se às novas regras quanto ao ponto eletrônico e uso de celular e email fora da jornada de trabalho.

Equivalente a 3,5% do Produto Interno Bruto nacional, o setor têxtil e de con-

fecção conta com 30 mil empresas em atividades. Destas, aproximadamente 6,5 mil estão em Santa Catarina, o segundo maior polo têxtil do Brasil. Diversificado, o parque fabril do estado reúne tanto grandes marcas, a exemplo de Teka, Karsten e Hering, mas principalmente pequenas e médias empresas, entre malharias e confecções do segmento de vestuário, cama, mesa e banho. Por ali, o impacto da “crise” na indústria têxtil teve um agravante: a queda nas exportações. “Em nossa região, o segmento de cama, mesa e banho passa por um momento sensível não só por causa do acréscimo nas importações, mas porque deixou de exportar entre 40% e 50% do que exportava há dois anos”, afirma Ulrich Kuhn, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário (Sintex), com sede em Blumenau. Não por acaso, a principal bandeira levantada pela entidade é a desoneração da folha de pagamentos. “Reduzir os custos vinculados aos salários é uma medida urgente e necessária em um setor intensivo de mão de obra como é o vestuário e vamos continuar insistindo para que isso seja feito de uma forma justa, sem tirar de um lado e cobrar de outro, como propõe atualmente o Plano Brasil Maior”, destaca Ulrich, mencionando o plano do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que pretende aumentar a competitividade da indústria nacional a partir do incentivo à inovação tecnológica e agregação de valor.

Lançado há pouco mais de seis meses, 16 das 36 medidas anunciadas pelo Plano Brasil Maior se encontram em fase

Panorama nacional

Invasão asiática

53,5% do PIB 530 mil empresas em atividade

Origem das importações 1º China 2º Índia 3º Indonésia 4º Estados Unidos 5º Argentina 6º Taiwan 7º Coreia do Sul 8º Bangladesh

615% de queda na produção têxtil 63,5% de queda no segmento de vestuário 6US$ 4,7 bilhões de déficit na balança comercial do setor 640% de crescimento na importação de vestuário 620 mil vagas deixaram de existir Fonte: Abit/2011

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Abandonar a guerra de preços e investir em inovação, certificações e produtos exclusivos é a saída para se desviar da concorrência asiática

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avançada de implementação. Devolução de crédito a exportadores, desoneração da folha de pagamentos, melhoria no marco legal da inovação, criação e ampliação de linhas de financiamento são alguns dos projetos em andamento.

Mas ainda não é suficiente. Considerada exagerada por empresários e entidades representativas, a carga tributária brasileira aumenta quanto maior forem os elos envolvidos na cadeia produtiva. No caso da indústria têxtil, o processo tem início com o algodão, passando pelo fio, pelo tecido até chegar à confecção e acabamentos finais. “Ao todo, entre os impostos diretos e indiretos que incidem sobre uma peça de roupa, existe um percentual de 53% de impostos no valor final do produto. Ao comprar R$ 100 em roupas, o consumidor paga R$ 53 só de impostos”, comenta Pimentel.

Bombardeada por ambos os lados – tanto pelo aumento nas importações como queda nas exportações – só resta à indústria nacional inovar para sobreviver.

Enquanto algumas empresas demitem e até mesmo fecham as portas, outras buscam a saída em produtos inéditos, caso do Grupo Natural Cotton Color, que desde 2006 trabalha exclusivamente com itens de moda fabricados em algodão colorido naturalmente. Com sede na Paraíba – único estado do País a produzir algodão colorido natural em escala in-

dustrial – a cooperativa conta com mais de 2 mil produtores rurais cadastrados, que se encarregam do plantio do algodão colorido. Desenvolvidas pela Embrapa, as sementes já nascem com cor e dispensam qualquer tipo de tingimento químico, economizando cerca de 70% da água consumida no processo convencional de acabamento dos tecidos.

Moda e sustentabilidade A ideia de investir num segmento tão específico surgiu a partir da concorrência que as pequenas marcas e confecções da Paraíba enfrentam em relação a grandes polos regionais, como Pernambuco. “Se investíssemos em produtos têxteis que são commodities, estaríamos fadados ao fracasso e jamais teríamos chance de chegar ao mercado nacional, que dirá ao externo”, reflete Francisca Vieira, coordenadora do Grupo Natural Cotton Color e proprietária de uma marca feminina que leva seu nome. Com foco na sustentabilidade, a cooperativa responde por tecidos

Estima-se que a cada minuto um emprego deixe de ser gerado por causa da importação

inovadores como a seda livre de processos artificiais, tingida com pigmentos de erva-mate e café, entre outros.

O chamado “algodão ecológico”, que custa o dobro do algodão comum, abastece as confecções e grifes locais, como Francisca Vieira, Rubra Rosa e ZAZ/Comparoni, que produzem roupas femininas, masculinas, infantis e acessórios, apostando em design moderno, exótico e inusitado. A ideia de aliar moda e sustentabilidade deu certo. Além da distribuição em lojas de todo o Brasil – com destaque para São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul –, as peças também seguem para países como Estados Unidos, Japão, Inglaterra, França, Arábia Saudita, Chile e Canadá. Ao todo, as exportações correspondem a 20% da produção total.

Segundo Francisca, a crise no setor têxtil refletiu na queda da produção de algodão colorido, que passou de 700 hectares em 2010 para pouco mais de 350 em 2011. “Um dos maiores problemas que temos enfrentado é o aparecimento de empresas e fabricantes ilegais, que utilizam o termo ‘moda ecológica’ ou ‘orgânica’ como puro marketing, colocando no mercado produtos de baixíssima qualidade que acabam prejudicando toda a cadeia”, conta.

O excesso de burocracia e as difi-

Algodão que nasce colorido, desenvolvido pela Embrapa, é a base dos produtos exclusivos das marcas ligadas ao Grupo Natural Cotton Color

GERMANO FELIPE/DIVULGAÇÃO

culdades logísticas também impedem o crescimento das exportações. “Hoje em dia, quando fecho uma compra para o exterior, não sei se rio ou se choro, pois começamos a enfrentar problemas já com o Banco do Brasil. Na Paraíba há uma única agência que trabalha com câmbio e exportação”, queixa-se Francisca. “Para completar, sistemas como o Exporta Fácil, que costumo chamar de ‘Exporta Difícil’, são caros e lentos, além de não garantirem a entrega no prazo, o que assusta os compradores.”

Para 2012, a expectativa do Grupo Natural Cotton Color é recuperar a produção e as vendas no mercado interno. “Estamos otimistas, pois desde o fim de 2011 começamos a sentir uma leve recuperação nas vendas.

Com a crise no setor têxtil e essa invasão de produtos chineses, as pessoas começaram a procurar produtos diferenciados, com identidade própria”, conclui Francisca.

Uma das saídas para as organizações que desejam garantir diferenciais de mercado pode estar nas certificações, a exemplo do Selo Qual. Idealizado pela Francisca Vieira

Abit em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o programa estabelece padrões de qualidade, responsabilidade social e ambiental para empresas do nicho de uniformes e roupas profissionais, militares e escolares. Lançada em 2006, a iniciativa valoriza a imagem das organizações junto aos compradores e garante vantagens em licitações para compras públicas. Além de aspectos ambientais e sociais, a metodologia leva em conta os requisitos e sistemas de avaliação adotados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), tais como respeitar características especiais como retardamento de chamas, dissipadora de eletricidade, proteção para produtos químicos, não ter trabalho infantil ou forçado. De acordo com o presidente da ABDI, Mauro Borges Lemos, um marco normativo adequado é um poderoso instrumento para a promoção do desenvolvimento industrial e para a proteção do consumidor. “Há benefícios para toda a sociedade, como segurança e conforto para os usuários, estímulo à melhoria contínua da qualidade, além do incremento das

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“As pessoas procuram produtos diferenciados, com identidade própria”, diz Francisca Vieira

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exportações e o fortalecimento do mercado interno”, diz o dirigente.

A certificação pode ser obtida de forma gradual, já que se divide em três categorias: bronze, prata e ouro. Cada estágio segue seus próprios requisitos normativos e as exigências são cumulativas e aumentam conforme a categoria.

Na bronze, por exemplo, a empresa tem que ter alguma ação social voltada para seus funcionários; na categoria prata essas ações devem ser voltadas também para as comunidades circunvizinhas; e na categoria ouro, ela deve ter como medir e monitorar suas ações.

Até o momento, três instituições possuem o Selo Qual e dez estão em fase de certificação. Enquadrada na categoria Bronze desde 2008, a Commanders agora se prepara para o nível Prata. Com sede em Apucarana (PR), a empresa é especializada na confecção de uniformes profissionais de identificação e proteção, com foco em tecidos com propriedades

especiais, incluindo retardante de chamas, antiagentes químicos, antimicrobial e antiestático, entre outros.

Após um ano e meio da certificação, a empresa já colhe os frutos dos investimentos em boas práticas de gestão de qualidade. O selo abriu novos mercados para a empresa, sobretudo junto a clientes do setor público, como Companhia Paranaense de Energia Elétrica e Petrobras. Em menos de um ano a confecção registrou aumento de 25% em suas vendas, elevando em cerca de 20% a produção. No mesmo período, 30 pessoas fo-

“Reduzir custos vinculados aos salários é urgente em um setor intensivo de mão de obra”, diz Ulrich

ram contratadas para reforçar o time de 200 colaboradores. “Após a certificação passamos a fazer parte do rol de fornecedores das grandes empresas. No ano passado chegamos a fornecer R$ 1 milhão em uniformes especiais para o pessoal que trabalha nas refinarias e plataformas da Petrobras”, conta Charles Arcanjo Berçot, gerente comercial da Commanders.

Para Berçot, o Selo Qual também ajudou a melhorar a reputação da instituição perante as companhias privadas.

Uma delas é a DHL Brasil, cliente da Commanders há cinco anos e que, após a certificação, fechou novo contrato para garantir o fornecimento dos uniformes. “A certificação ajudou a coroar a qualidade que sempre perseguimos”, ressalta o executivo.

Quanto às questões referentes à importação e exportação, a empresa paranaense passa longe dos problemas atuais por apostar no mercado interno tanto na hora de vender como de com-

prar matéria-prima. “Apenas 5% do que utilizamos é importado”, informa Berçot.

Com produção média mensal de 50 mil peças/mês, a confecção fornece para 2,5 mil clientes em todo o Brasil. “Exportar, especialmente para países do Mercosul, está nos nossos planos a médio prazo, já que o mercado interno é abundante e ainda temos muito o que investir por aqui”, revela o executivo.

Exclusividade brasileira Produtos inovadores e atendimento diferenciado também são os focos da Tecelagem Panamericana na hora de driblar a crise no setor têxtil. Ainda que tenha crescido menos que o esperado, em 2011 a empresa contrariou os números da Abit e registrou crescimento total de 16%, sendo 7% em valores e 8% na produção. “Creio que sofremos menos os impactos da concorrência com os asiáticos justamente por apostarmos numa

Ao comprar R$ 100 em roupas, o consumidor paga R$ 53 só de impostos”, comenta Pimentel linha de produtos muito exclusiva, fugindo de commodities”, opina Carlos Jorge Leitão, diretor da companhia. Atuando em três segmentos distintos – executivo, decoração e fashion – a tecelagem fabrica um amplo leque de tecidos, que são destinados à confecção de cortinas e estofados e camisaria masculina e feminina, passando pelo segmento de uniformes profissionais, com destaque para tecidos repelentes e antibactericidas. “Já que os chineses se garantem no preço, procuramos suprir o que eles não são capazes: qualidade, exclusividade e atendimento”,

especifica Carlos.

Segundo o executivo, a lógica do governo brasileiro não é justa se analisada do ponto de vista matemático. “A importação é um mal necessário. Também somos obrigados a trazer de fora produtos que ainda não são fabricados no Brasil ou que as empresas daqui não são capazes de suprir a demanda. Mas, por exemplo, se o consumo do País equivale a 10 e sua produção a cinco, você pode importar cinco, nunca além disso. O governo brasileiro precisa criar mecanismos que liberem apenas a entrada do que falta, e não permitir essa abertura completa e desregrada do mercado”, reflete Carlos.

Já as oscilações no câmbio do dólar e dificuldades logísticas inviabilizaram as exportações da tecelagem, que forneceu matéria-prima para as fábricas da Ellus no Chile. “Quando o dólar começou a subir, começamos a frear as exportações até que pararam por com-

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Certificação ajudou a Commanders a ganhar mercado e ampliar em 25% suas vendas em menos de um ano

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CAPA pleto e nos concentramos no mercado interno, sem falar na burocracia que enfrentávamos na hora de despachar os pedidos”, relata Carlos.

Com sede em Santa Bárbara d’Oeste (SP), a empresa produz 3 milhões de metros de tecido ao ano e possui 126 funcionários. Entre seus clientes estão grandes companhias como Donatelli, Infraero e Vale, além de mais de 500 confecções atendidas mensalmente.

Para 2012, a expectativa da Tecelagem Panamericana é conter investimentos e aguardar a reação do mercado. “Vamos dar um respiro no caixa e manter a cautela, focando nos contratos que já temos e no aperfeiçoamento dos produtos já desenvolvidos”, completa o executivo.

LINHA DIRETA ABDI: www.abdi.com.br Abit: www.abit.org.br Commanders: www.commanders.com.br Fundação Vanzolini: www.vanzolini.org.br Natural Cotton Color: www.naturalcottoncolor.com.br Sintex: www.sintex.org.br Tecelagem Panamericana: www.tecelagempanamericana.com.br

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Tecelagem Panamericana procura suprir o que os asiáticos não são capazes: qualidade, exclusividade e atendimento

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Raiz dos problemas

A concorrência asiática apenas agravou a crise do setor, que se encontrava protegido por barreiras fiscais e com parque industrial obsoleto Especialista em gestão da inovação e competitividade do setor têxtil, Felipe Bussinger Lopes também acumula experiência em gestão de portfólio e projetos, produtividade e custo industrial, entre outros temas. Em entrevista à revista Em­ preendedor, o consultor da Fundação Vanzolini avalia as causas e consequências da crise no setor têxtil brasileiro, a importância da inovação e afirma que “a concorrência com a China não é por si só um problema para o setor têxtil brasileiro”.

Segundo dados da Abit, o setor têx­ til brasileiro está em meio a uma “crise”. Em 2011, o setor teve dé­ ficit de US$ 4,7 bilhões, com saldo de empregos negativo em 20 mil vagas. Para completar o cenário, a

importação aumentou 40%. Na sua opinião, quais as causas e conse­ quências dessa crise?

Felipe Lopes – Ao longo dos anos a indústria têxtil nacional aproveitou-se de alguns incentivos na concorrência com outros países sob a forma de barreiras protecionistas, garantindo assim boa parcela do mercado doméstico. No início dos anos 1990, como decorrência do processo de globalização e abertura comercial, a indústria têxtil e de confecção sofreu o impacto da concorrência internacional. Um parque industrial obsoleto, a supressão de barreiras não tarifárias, a redução das alíquotas de importação e a ausência de outros estímulos levaram à falência diversas empresas que não possuíam condições de reagir

E para o varejo? Qual o impacto da crise no setor têxtil?

Felipe Lopes – O varejo nacional tem se reorganizado dentre os demais elos da cadeia de valor têxtil de forma a oferecer os produtos condizentes com a nova realidade de preços, qualidade e padrão (ou moda no caso do vestuário). O consumidor brasileiro encontra no varejo do setor têxtil, assim como em muitos outros setores, uma profusão de marcas, modelos e categorias de produtos asiáticos substituindo os nacionais. Um fenômeno curioso é a migração de diversas empresas enquadradas originalmente nos elos de produção têxtil (fibras, fiação, tecelagem,

Empresas deixaram de adotar mudanças estratégicas e inovações competitivas malharia, acabamento, confecção, equipamentos, etc.) para o elo varejista: muitos empresários estão deixando de produzir os bens e estão passando a importar e revender produtos estrangeiros.

Além da concorrência com a China, existem outras ameaças e desafios ao setor têxtil? Quais?

Felipe Lopes – Em primeiro lugar, a concorrência com a China não é por si só um problema para o setor têxtil brasileiro. A ameaça cresceu devido à falta de capacidade das empresas nacionais de se preparar antecipadamente ao que já estava anunciado a respeito da concorrência internacional. Muita confiança foi depositada nas barreiras fiscais e na flexibilidade das empresas, o que manteve a indústria estática quanto a mudanças estratégicas e inovações competitivas. Os desafios reais para o setor dizem respeito à mudança nesta mentalidade e na condução de ações que promovam o diferencial competitivo pela inovação: qualificação da mão de obra, formação de alianças de coopera-

ção e desenvolvimento entre os elos (sinergia de capacidade e recursos para investir nas mudanças), estabelecimento de parcerias com entidades públicas para financiamento e apoio de ações estratégicas, aproximação com universidades e centros de pesquisa, etc.

Qual sua opinião sobre medidas protecionistas e ações como o Im­ portômetro, lançado em janeiro pela Abit?

Felipe Lopes – Medidas protecionistas e ações semelhantes não atuam diretamente no problema da competitividade do setor. Contudo, algumas iniciativas (como o Importômetro) têm grande valor por oferecer informação e promover consciência a respeito da realidade enfrentada, ao mesmo tempo em que se ganha algum tempo para articular o empresariado.

O que podemos esperar para 2012?

Felipe Lopes – Em 2012 deve-se esperar a continuidade do cenário de déficit comercial para o setor têxtil, ainda com impactos negativos sobre a força de trabalho e sobre as margens e empresas nacionais. Ao mesmo tempo, espera-se o reforço de políticas públicas de estímulo à competitividade, bem como o avanço da maturidade das empresas quanto à gestão da inovação e tecnologia.

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e não suportaram as novas condições de concorrência. O cenário se agravou nos últimos dez anos, dada a entrada de atores de grande peso no cenário internacional – particularmente a China –, acirrando a competição e expondo a fraqueza de organizações nacionais, em grande parte pequenas e médias empresas. As consequências vão desde a redução da participação no mercado interno (reflexo do aumento das importações), levando ao já citado saldo negativo em empregos, por vezes a migração da força de trabalho para outros setores mais atrativos em termos de salários e condições de emprego, até o endividamento e fechamento de diversas empresas, principalmente micro, pequenas e médias.

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saída tecnológica

Softwares e tecnologias de ponta ajudam a aumentar produtividade e qualidade e a diminuir custos das empresas nacionais por Beatrice Gonçalves

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beatrice@empreendedor.com.br

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Com a entrada cada vez maior de roupas e tecidos importados no mercado brasileiro, as empresas do setor têxtil estão tendo que rever seus processos para se tornarem mais competitivas. Já não dá para perder tempo com produção de baixa qualidade ou mesmo com altos custos

de fabricação – a lógica é produzir roupas e tecidos que se diferenciem no mercado e que chamem a atenção do consumidor.

Neste cenário a tecnologia tem sido uma importante ferramenta para que as empresas têxteis conquistem bons resultados mesmo em momentos de crise.

Há no mercado uma série de softwares e equipamentos que têm feito com que as organizações diminuam o desper-

dício de materiais e de tempo. Com máquinas a laser, por exemplo, as fábricas podem cortar tecidos e aplicar etiquetas de forma mais rápida e simples. Em segundos, um equipamento é capaz de colocar apliques em uma peça, um trabalho que antes poderia demorar horas e que submetia o trabalhador ao risco de se queimar ao ter que manusear uma máquina aquecida a mais de 300°.

Outro diferencial do laser é que ele permite que as confecções possam produzir peças únicas sem gastar mais com isso.

Hoje ainda há uma série de empresas que não conseguem atender lotes pequenos de encomenda porque os custos com as matrizes e as peneiras, utilizadas em processos manuais, são muito caros. O tempo de fabricação das peças também diminui quando se utiliza a tecnologia porque é possível entregar uma encomenda no mesmo dia em que ela foi feita.

Além de melhorar os processos de trabalho, o laser abre novas oportunidades para o setor. Com as máquinas é possível fazer apliques em couros, acrílico e metais, o que permite que as empresas agreguem valor aos itens que fabricam e se tornem mais competitivas, inclusive para concorrer

com os produtos chineses. “Hoje as encomendas feitas na China têm um ciclo de vida muito curto porque entre o pedido e a entrega costuma-se levar cerca de 90 dias.

Além disso, do volume total da encomenda só cerca de 80% do material é realmente utilizado. Chegam muitas peças com defeito. O mercado têxtil brasileiro tem muito a ganhar se investir em produtos que possam suprir essas deficiências, e o laser pode ajudar muito porque a tecnologia faz com que a confecção produza peças de maior qualidade em um menor tempo”, afirma Marcos Lichtblau, diretor da Automatisa Sistemas.

Líder no mercado de corte e gravação a laser na América Latina, a Automatisa vende cerca de 12 máquinas a laser por mês no Brasil. A empresa é destaque no cenário internacional pelas tecnologias que con-

seguiu agregar aos equipamentos a laser.

Os produtos da Automatisa são equipados com sensores ópticos que fazem com que a máquina reconheça imagens em tecidos e faça cortes rentes aos desenhos. “Nossa proposta é sempre pensar em soluções que possam aumentar a produtividade do setor têxtil. Trabalhamos o tempo todo com inovação. Já temos três patentes de equipamentos registradas e estamos trabalhando para registrar mais três.”

A Prisma 0906 – Visão LED da Automatisa, por exemplo, faz o corte preciso de materiais estampados e bordados como se fosse feito à mão. Um equipamento que foi fundamental para a MC Braga Indústria de Confecções de Roupas de Fortaleza conseguir aumentar sua produção em cerca de 70%. A empresa utiliza o maquinário

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Marcos, da Automatisa: “O laser pode ajudar muito porque a tecnologia faz com que a confecção produza peças de maior qualidade em um menor tempo”

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Encomendas feitas na China têm prazo de 90 dias e 20% do material vem com defeito

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24 horas por dia para o corte e aplique de feltro em jeans e malhas e produz agora mais de 4 mil peças por dia.

A Neuart Decorações, de Taió (SC), também aumentou sua produtividade com o uso de equipamentos a laser. A pequena empresa fabrica painéis de fachadas de lojas e bares, e antes de adquirir a máquina Acrila, desenvolvida pela Automatisa, precisava terceirizar o corte das peças. Como não conseguia finalizar os painéis, a Neuart era obrigada a levar todas as peças fabricadas para outra firma, que fica distante 45 quilômetros do ateliê, para o corte do material. Com isso, a empresa de Taió tinha custos altos com a fabricação e o transporte dos painéis.

O diretor da Automatisa afirma que investir em uma máquina a laser traz retornos garantidos para as confecções e que em poucos meses o valor gasto é recuperado com o aumento da produtividade. “Nossos equipamentos custam entre R$ 75 mil e R$ 250 mil e representam um investimento muito mais baixo do que se uma empresa brasileira resolvesse importar uma máquina de corte a laser. Nós oferecemos ainda diferentes formas de pagamento. Com o cartão BNDES é possível financiar 100% do valor da máquina.”

O foco de atuação da Automatisa tem sido na América do Sul, mas Lichtblau explica que a empresa pretende aumentar suas vendas na Índia e em países da África.

“Em 2011 a Automatisa cresceu cerca de 20% ao ano e a expectativa é que em 2012 tenhamos um aumento de 30% no volume total de vendas.”

Vertical têxtil Para ampliar ainda mais seu mercado, a Automatisa resolveu se unir a outras sete empresas que desenvolvem softwares e hardwares para oferecerem, juntas, solu-

Tecnologia de corte e aplicação permite entregar uma encomenda no mesmo dia em que ela foi feita

ções completas ao setor têxtil brasileiro.

“Muitas organizações de grande porte não compram equipamentos de forma isolada, elas querem soluções conjuntas em soft­ wares e hardwares. Nossa proposta foi nos unir a outras empresas catarinenses para que juntas possamos ampliar nosso mercado”, explica o diretor da Automatisa.

As oito empresas fazem parte da Vertical Têxtil, organizada pela Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate). Lichtblau é o presidente da Vertical e quem está sensibilizando outras organizações, que desenvolvem tecnologias para o setor têxtil em Santa Catarina, a participar da iniciativa. “Queremos que empresas de outras regiões do estado também integrem a Vertical.

Temos organizado uma série de reuniões em polos têxteis de Santa Catarina e a cada dia aumenta o número de organizações interessadas em participar.”

Além de ampliar o mercado das empresas de tecnologia, a proposta da Vertical é representar o setor nas esferas estaduais e federais. Lichtblau explica que dessa forma será possível sensibilizar órgãos de financiamento à pesquisa e à inovação para que ampliem as linhas de crédito e financiamento para o setor.

“Hoje muitas empresas do ramo não so-

licitam financiamento de suas pesquisas até por um desconhecimento sobre essas linhas de crédito. Além de incentivar as organizações a utilizarem mais esses financiamentos, uma de nossas propostas é que as empresas da Vertical consigam captar, juntas, recursos em órgãos como o Ministério da Ciência e Tecnologia ou mesmo com a Fundação de Amparo à Pesquisa e à Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).”

Lichtblau considera que nesse momento de crise do setor têxtil é ainda mais necessário que as empresas que oferecem produtos e serviços para esse mercado estejam cada vez mais unidas.

“Para promover a modernização do setor têxtil brasileiro e fazer com que ele se torne mais competitivo no cenário internacional, é preciso aumentar a oferta de crédito às empresas do ramo. Nosso papel, enquanto Vertical Têxtil, também é o de sensibilizar o governo para que amplie as políticas públicas para esse setor da economia”, conclui.

LINHA DIRETA Automatisa: www.automatisa.com.br Vertical Têxtil: www.acate.com.br

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MUDANDO O JOGO Haco viu na invasão asiática uma oportunidade de crescer, transformando concorrentes em parceiros e clientes por Ana Paula Meurer

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anapaula@empreendedor.com.br

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Quando a Haco Etiquetas percebeu que muitos dos seus clientes nacionais estavam aumentando o volume de importações de produtos acabados da Ásia, decidiu transformar essa alta concorrência em uma eficaz oportunidade. “Ao identificarmos este crescimento, notamos o quanto era importante estarmos presentes também neste continente, na intenção de oferecer aos nossos clientes produtos com a mesma qualidade e especificações brasileiras e sem passar pelas dificuldades oriundas das divergências culturais”, ressalta Alexander Stefan Dattelkremer, CEO da empresa.

O objetivo de enfrentar a situação de desaceleração do varejo têxtil, em função

da concorrência chinesa, levou a empresa ao investimento de novas unidades de negócios, que refletem o momento de expansão internacional vivido. Foi assim que, em janeiro de 2011, a Haco iniciou a produção de etiquetas, tags e outros produtos de identificação na China. Para isso, montou um escritório em Hong Kong por meio de uma joint venture com uma empresa asiática que está há mais de 25 anos atuando no mercado têxtil.

A internacionalização da marca teve como principal objetivo o atendimento a clientes que fabricam seus produtos em países daquele continente. A intenção foi oferecer o serviço com a qualidade e o padrão de cores, informações, texturas e acabamentos das etiquetas produzidas em suas fábricas no Brasil. A empresa busca atuar por meio de parcerias com fábricas

chinesas atendendo diversos países na Ásia, como China, Índia e Bangladesh. “O impacto representa toda uma redefinição de abordagem do cliente, em que as principais diferenças são o senso de urgência, que em determinados casos pode ser inclusive mais lento que o nosso, e o valor dado ao contato pessoal’’, explica.

Stefan detalha que a Haco transmite o desenho e especificações técnicas dos produtos desenvolvidos por sua engenharia no Brasil ao escritório de Hong Kong. Após supervisionar todo o processo com seu parceiro de produção local, entrega os produtos diretamente aos faccionistas asiáticos dos clientes da empresa, reduzindo a preocupação do cliente com os itens de identificação de suas marcas. “Nossa empresa é conhecida por sua qualidade e inovação e, como toda equipe que gosta do que faz, queremos estar sempre à frente e sermos os melhores no que fazemos para aprofundar cada vez mais nossas parcerias”, enfatiza.

Fundada em 1928, em Blumenau

Alexander: instalação de unidade na China, em 2011, faz parte do plano de dobrar o tamanho da empresa até 2015

(SC), a Haco Etiquetas fornece seus produtos para mais de 30 países. Possui um parque industrial de mais de 40 mil metros quadrados e cinco unidades fabris: Blumenau, Massaranduba e Criciúma (SC), Eusébio (CE) e Covilhã (Portugal).

São mais de 3 bilhões de itens produzidos por ano e mais de 6 mil clientes, números que permitem deter 70% do mercado nacional de etiquetas.

Além de etiquetas, nos modelos tecidos, estampadas e sintéticas, apresenta itens como cadarços, tecidos, jacquard, fitas, transfers, tags, embalagens, rótulos e produtos com tecnologia RFID. Sistematicamente, a empresa lança coleções de tendências após pesquisas em centros

de moda e sites especializados.

A iniciativa de expandir internacionalmente foi resultado do plano estratégico de 2010, que estipulou como meta dobrar o tamanho da empresa em até cinco anos.

“A Haco Ásia faz parte desta meta de crescimento e foi nossa reação em relação aos produtos asiáticos. No que tange a preços, foi importante implantarmos nossa unidade na Ásia, pois serve como referência no comparativo entre os valores nacionais versus os asiáticos, o que também nos faz procurar maneiras de nos tornarmos mais competitivos”, completa.

O intercâmbio cultural vai além de uma produção capaz de enfrentar a concorrência chinesa. Muitos colaboradores

têm a chance de crescimento pessoal e profissional ao atuarem nas filiais da Haco, inclusive na Ásia. As parcerias com uma universidade local também possibilitam que jovens intercambistas de diversos países estagiem na empresa. “Sabemos que produtos chineses de baixa qualidade existem, mas nossas parcerias estendem-se para o nível técnico – troca de materiais, cartela de cores, programação de máquinas – justamente para evitar que isto ocorra’’, afirma.

LINHA DIRETA Haco: www.haco.com.br

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Oferecemos produtos com a mesma qualidade e especificações brasileiras

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Arte de reinventar A Vicunha consegue blindar-se de crises ao inovar permanentemente seus produtos e processos, o que garante a liderança em seu segmento por Beatrice Gonçalves

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beatrice@empreendedor.com.br

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Há 45 anos no mercado, a Vicunha Têxtil já enfrentou os altos e baixos da economia, as crises do setor têxtil e a subida do dólar, mas nem por isso perdeu o posto de líder nacional na produção e exportação de fios, brins e índigos, tecidos utilizados para a confecção do jeans.

Considerada uma referência para marcas de roupas nacionais e do exterior, a Vicunha tem conseguido fazer o que poucas empresas fazem. A cada ano reinventa o jeans, ao combinar fios diferenciados, utilizar novos processos de tingimento e lavanderia que fazem com que o índigo e o brim tenham até aspecto de couro. Inovações que têm feito com que a Vicunha agregue valor aos tecidos que produz. Entre seus clientes estão marcas como MOB, Glória Coelho, Cavalera e Calvin Klein.

Uma das mais recentes criações da empresa são os artigos Lys e Lille, materiais feitos de linho para serem utilizados em peças de jeans para o verão.

Os tecidos trazem mais leveza ao índigo tradicional e por isso são indicados para a confecção de camisas, vestidos e bermudas. Além de deixarem a peça mais refinada, os materiais são confortáveis, o que permite que o usuário esteja na moda e use jeans mesmo na época mais quente do ano.

Outra aposta da marca é a sarja com elastano que deixa o jeans muito parecido com o couro. A linha Vintage Leather do tecido tem o aspecto envelhecido do couro e é vendida nas cores vermelho, verde e laranja. O material é leve e permite que mesmo no verão os estilistas possam trabalhar com a textura do couro em roupas como saias e vestidos. “Nossa proposta para o verão

2013 é reinventar o visual jeanswear com elementos versáteis que se diferenciam pelo conforto e pelas cores”, avalia Anna Maria Kuntz, diretora comercial da Vicunha Têxtil.

Todos os tecidos fabricados pela empresa ficam expostos no showroom da fábrica. O lugar também funciona como um espaço de pesquisa da Vicunha e onde estilistas e profissionais do setor recebem atendimento personalizado e consultoria em processos de lavanderia e acabamento. A empresa tem ainda um site (www.preview.com.br) que funciona como um grande canal de comunicação com seus clientes. Na página é possível ter informações sobre os produtos da Vicunha e ficar mais informado sobre tendências em tecidos e confecções.

Além do intenso trabalho de pesquisa e divulgação de seus tecidos, a marca é uma das que mais investe no patro-

cínio de eventos de moda no País.

A Vicunha é uma das apoiadoras do concurso Moda Inclusiva, promovido pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que premia os melhores looks desenhados por jovens estilistas para pessoas com deficiência, e do Concurso Sinditêxtil de Costura, Modelagem e Design. A diretora comercial da Vicunha explica que a relação direta com os estilistas ajuda a nortear o trabalho da empresa porque faz com que a organização entenda melhor as necessidades do mercado. “Sempre atenta às novidades do segmento, a empresa apoia diversos estilistas em eventos de moda. Nossa proposta é sempre buscar parcerias com empresas do mercado fashion e marcas formadoras de opinião.”

Anna Maria considera que no setor têxtil mais do que acompanhar as mudanças é preciso se antecipar a elas, principalmente em um cenário onde os tecidos importados têm ganho cada vez mais espaço. Ela avalia que para se destacar é preciso ter

diferenciais de mercado tanto na produção e divulgação quanto na venda dos produtos. “O consumidor está cada vez mais exigente e bem informado, só compra quando o produto realmente o encanta.”

Se a meta é encantar os clientes, as vendas dos tecidos da Vicunha mostram que a empresa consegue fazer isso muito bem. A companhia representa hoje 40% da produção nacional de índigos no Brasil, tem unidades no Ceará e Rio Grande do Norte, além de fábricas no Equador e na Argentina e escritórios na Europa. Mesmo sendo líder de seu segmento, a proposta da empresa é expandir ainda mais sua atuação nos próximos anos. Estão previstos investimentos de cerca de R$ 400 milhões até 2014 para modernização das fábricas, sendo que deste total R$ 90 milhões serão gastos só com a renovação do maquinário. Além disso, a Vicunha tem interesse em abrir uma indústria para o beneficiamento e produção de tecidos em Mato Grosso.

A diretora comercial da Vicunha expli-

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A Vicunha pretende investir R$ 400 milhões na modernização das fábricas até 2014

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Vicunha é uma das marcas que mais investe no patrocínio de eventos de moda no País

CAPA

ca que a empresa tem registrado bons resultados nos últimos dois anos. Em 2010, a empresa teve lucro líquido de R$ 70 milhões, uma melhora bastante significativa em comparação a 2009, quando a companhia teve prejuízos de R$ 5 milhões. “O caminho para continuarmos crescendo é investir mais em tecnologia, na relação com as empresas e com os profissionais do setor e na constante profissionalização dos nossos colaboradores.”

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Projetos sociais

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Além de se destacar no ramo têxtil, a Vicunha é referência no setor industrial pelos projetos sociais e ambientais que realiza. A empresa oferece, em parceria com a Fundação Projeto Pescar, cursos de capacitação em manutenção mecânica industrial para jovens em situação de vulnerabilidade social em Maracanaú (CE).

Em sete anos de trabalho, mais de 100 jovens foram formados no curso, sendo que 80% deles já estão inseridos no mer-

Para Anna, mais do que acompanhar as mudanças é preciso se antecipar a elas cado de trabalho, muitos inclusive foram contratados pela companhia.

A iniciativa fez com que a Vicunha fosse eleita em 2009 a melhor empresa para se estagiar no Brasil pelo Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), órgão não-governamental que trabalha para a inserção de jovens no mercado de trabalho. O levantamento foi feito pelo Ibope e selecionou entre as maiores empresas do Brasil as 50 que oferecem os melhores programas de estágio.

A Vicunha se destacou pelo alto índice de contratação dos jovens que fazem estágio na empresa.

Atenta à necessidade de rever seus processos e de reduzir os danos am-

bientais, a Vicunha também desenvolveu um programa ambiental pioneiro no setor têxtil. Para aquecer as caldeiras da fábrica no Ceará ela utiliza mais de 2 mil toneladas de resíduos de castanha de caju e de cascas de amêndoa, produtos que eram descartados por empresas de beneficiamento dos alimentos. Esta iniciativa que fez com que a Vicunha reduzisse pela metade o consumo de combustível fóssil nas fábricas.

Além do uso da castanha, a empresa realizou uma série de mudanças em seu parque fabril para reduzir o consumo de energia elétrica. Foram instaladas telhas translúcidas nos galpões e feito um trabalho para otimizar as vazões de ar e água das centrais de refrigeração, o que fez com que a Vicunha conseguisse registrar uma economia de 7.279 MWh/ano.

LINHA DIRETA Vicunha Têxtil: www.vicunha.com.br

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CAPAc i ta ç ã o

amarras Livre de

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Vivência de novas experiências em ambientes diferentes do corporativo contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional

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Atividade desenvolvida pela Outbox para estimular a criatividade e a inovação entre colaboradores da British American Tobacco

Quando é preciso motivar os funcionários, fazer com que eles empreendam ou inovem, nem sempre o treinamento feito dentro do escritório ou mesmo em salas de reuniões alcança os resultados esperados. Às vezes, é preciso sair do ambiente de trabalho e vivenciar novas experiências para que a equipe se sinta desafiada e perceba melhor seus pontos fortes e fracos. Em uma caminhada, regata ou em um passeio de canoa é possível promover experiências que capacitem os funcionários a serem mais criativos, a trabalharem em grupo e a lidarem melhor com os desafios do dia a dia. Mais do que práticas esportivas, essas atividades podem ser utilizadas em trabalhos de educação corporativa como parte de um processo de treinamento ao ar livre conhecido como outdoor training.

A proposta desse modelo de treinamento é unir os conceitos teóricos de gestão, empreendedorismo e inovação a atividades esportivas que exijam que o grupo se planeje, tome decisões rápidas e trabalhe em equipe. Diferente dos cur-

sos de capacitação tradicionais, que são realizados dentro de uma sala de aula, nesse modelo de treinamento é importante que as atividades sejam feitas ao ar livre e que o funcionário tenha um intenso contato com a natureza para que possa durante o treinamento também relaxar e se divertir.

Eduardo de Souza, diretor da Outbox Treinamento, empresa especializada em outdoor training, explica que diversas modalidades esportivas podem ser utilizadas nesse modelo de treinamento – o importante é que a empresa avalie se determinada atividade trará os resultados esperados e se de fato motivará a equipe. “Quando uma empresa nos contrata, fazemos uma avaliação das necessidades dela e indicamos dentre 87 atividades esportivas aquela que melhor se encaixa no perfil da organização e dos funcionários. Podemos organizar um jogo de paint ball, caminhadas, regatas ou até mesmo um passeio em uma caminhonete 4x4 na Patagônia. O importante é que ao fim de cada atividade a equipe consiga refletir sobre sua performance e tire lições que a auxilie no dia a dia de trabalho”, afirma Souza.

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por Beatrice Gonçalves

beatrice@empreendedor.com.br

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CAPAc i ta ç ã o

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A Outbox Treinamento desenvolveu uma metodologia própria para as capacitações de outdoor training. Uma equipe multidisciplinar criou cinco programas de Atividades Corporativas ao Ar Livre (Acal). Uma delas é o Acal Top Management, que tem como proposta fortalecer o espírito de equipe em setores considerados estratégicos das organizações. É um curso voltado para funcionários que ocupam cargos de gerência, diretoria e presidência das empresas. Nesse programa, um consultor acompanha todo o trabalho, faz desde o levantamento da necessidade do treinamento, ajuda a escolher a atividade e após a realização da prova faz a mensuração dos resultados e propõe ações para a empresa.

Além do Top Management, há os programas Acal Coaching, Ludis, Management e Nature. Os custos dos treinamentos oferecidos pela Outbox variam de R$ 70 a R$ 7 mil por pessoa, e o valor depende do programa escolhido e da atividade esportiva que será realizada com os funcionários. Entre os clientes da Outbox estão grandes empresas

como os Correios, Caixa Econômica Federal, C&A e Ultragaz. “A procura por treinamentos ao ar livre tem crescido a cada ano. Muitos setores de marketing das empresas têm procurado essa ferramenta para capacitar os funcionários.

Diferente dos cursos indoor, em que é fácil o colaborador se distrair, no outdoor training ele vivencia os fatos e isso traz resultados mais duradouros para a organização. É uma experiência que o funcionário jamais esquecerá.”

Em novembro do ano passado, a Out­ box foi contratada pela British American Tobacco, empresa multinacional detentora de mais de 50 fábricas de cigarro no mundo, para organizar um treinamento

No outdoor training fatos são vivenciados, o que traz resultados mais duradouros. O funcionário jamais esquecerá

ao ar livre com os funcionários do centro de inovação da empresa. A organização queria melhorar o trabalho em equipe, estimular a criatividade e a inovação entre os 10 colaboradores do departamento. “Nós não contamos antecipadamente para os funcionários qual seria a atividade. Foi uma surpresa para eles descobrir que fariam um passeio de canoa havaiana na Lagoa da Conceição, em Florianópolis”, conta o empresário.

Souza conta que mais surpresos ainda os funcionários ficaram quando perceberam que eles mesmos comandariam a embarcação e teriam que remar 12 quilômetros para chegar ao objetivo da prova e outros 12 quilômetros para voltar para a costa. “Muitos nunca tinham visto uma canoa havaiana, outros nunca tinham entrado em uma. Mas era essa a proposta: lidar com o novo em equipe.

Para realizar a atividade eles precisavam se organizar, planejar e trabalhar juntos para chegar ao ponto final.”

Foram mais de quatro horas de prova em um percurso que foi todo monitorado e acompanhado de perto por técnicos

Programas da Razão Humana envolvem uma série de atividades para potencializar a atitude, o conhecimento, a habilidade e o entusiasmo

Helena, da Razão: só um consultor terá know-how para avaliar o melhor programa

Resultados Quando se compara os resultados do outdoor training com os de treinamentos indoor é possível perceber como a vivência de novas experiências contribui para o desenvolvimento profissional dos funcionários e das empresas. Helena Ribeiro, consultora da Razão Humana, empresa especializada em treinamentos empresariais e outdoor training, explica

que nesse modelo de capacitação há um maior envolvimento dos colaboradores e isso traz grandes resultados. “Ao vivenciar situações, o indivíduo é capaz de experimentar de antemão as sensações que novos comportamentos lhe trazem, podendo transformar a si e as pessoas que o cercam”, afirma Helena.

Apesar das vantagens desse modelo, a consultora observa que nem todo método de capacitação pode ser somente vivencial. Ela considera que essas atividades práticas precisam vir acompanhadas de um intenso trabalho teórico. “Não sugerimos treinamentos ao ar livre sem uma parte conceitual introdutória para que os participantes saibam por que estão realizando aquele treinamento e quais são os objetivos daquela atividade.”

A consultora também faz um alerta.

Antes de optar por uma atividade de out­door training, a empresa deve procurar técnicos especializados no assunto. “Só um consultor em treinamento ao ar livre terá know-how para avaliar o melhor programa a ser aplicado tendo como base o perfil da equipe, as com-

petências, os objetivos do treinamento e os resultados esperados.”

A Razão Humana oferece diversas atividades de outdoor training que vão desde a organização de rafting e trekking até a realização de regata oceânica com executivos. Entre os programas mais procurados está o “Você, a Águia e a Natureza”, que foi desenvolvido pela consultora Helena Ribeiro. O treinamento tem diversos módulos vivenciais e é indicado para diretores, líderes de vendas e equipes operacionais.

“Este programa aborda a importância do profissional ser competitivo, e para isso organizamos uma série de atividades para potencializar a atitude, o conhecimento, a habilidade e o entusiasmo dele.”

LINHA DIRETA British American Tobacco: www.bat.com Outbox Treinamento: www.outboxtreinamento.com.br Razão Humana: www.razaohumana.com.br

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de segurança da Outbox. “O grupo que precisava ser treinado era formado por executivos de diversas nacionalidades.

Entre as dez pessoas da equipe, havia brasileiros, mexicanos, australianos e argentinos. A gente precisava encontrar uma linguagem que fosse acessível a todos eles, e a canoa havaiana foi uma boa opção. Nós sabemos que o retorno dessa atividade se dá principalmente a longo prazo, mas já percebemos que essa equipe está mais unida e mais aberta a discussões em grupo”, observa João Paulo Gava, gerente do centro de inovação do fumo da British American Tobacco.

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pe rf i l

Gilberto de Souza Meirelles Neto Idade: 45 anos Formação: Administrador de empresas Empresa: Estação Resgate Data de fundação: 2004 Ramo: Reciclagem de resíduos sólidos Sede: São Paulo Número de funcionários: 9 funcionários por unidade Faturamento: R$ 120 mil por mês, dependendo da unidade

ambiental

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Resgate

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Empresa recolhe e recicla resíduos da construção civil, diminuindo o custo da matéria-prima do setor e seu impacto no meio ambiente

por Ana Paula Meurer

anapaula@empreendedor.com.br

siste em recolher sobras de canteiro de obras e reciclar os produtos, cujo destino é servir novamente como material de construção. Com isso, o custo da construção é reduzido e menos gás carbônico é lançado no ar.

A iniciativa de investir em um negócio sustentável surgiu com as experiências vividas pelo empresário no Terceiro Setor, quando foi convidado para atuar com sustentabilidade na Amazônia durante os anos de 2005 e 2008. Foi então que aprendeu o significado dessa prática tão discutida na atualidade. “Naquele momento, a condição de sócio em uma fábrica de explosivos para mineração no Estado de São Paulo passou a não mais fazer sentido. Mostrava-se necessária e urgente a ruptura com processos que aceleram a degradação do ambiente”, relembra.

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Sessenta milhões e 800 mil toneladas de lixo. Esse foi o volume de resíduos sólidos urbanos que o Brasil gerou em 2010, de acordo com os últimos dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Desse total, 31 milhões se originaram em novas construções e demolições. Diante dessa preocupante realidade, o empresário Gilberto Meirelles resolveu apostar em uma alternativa para diminuir o impacto ambiental originado pela acumulação de entulhos nas cidades.

Em 2007, Meirelles fundou a Estação Resgate, empresa instalada em São Paulo que concentra em um só local diversas modalidades de reciclagem provenientes de resíduos da construção civil e demolição. Basicamente, o processo con-

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pe rf i l

Ganho ambiental e economia de 30% em relação a materiais convencionais A partir de então, suas ideias foram sendo concretizadas. Investiu cerca de R$ 2,5 milhões para compra de maquinário e do espaço de aterro. Aliou coragem, dinamismo, estratégias, parcerias e equipe altamente comprometida para então criar a empresa, que tem como principal objetivo minimizar a extração de recursos naturais para a construção civil, proporcionar destino correto aos resíduos e diminuir a distância entre matéria-prima e consumidor.

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Multiprofissional

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Todo o processo acontece por meio de usinas móveis, conduzidas por profissionais qualificados das áreas de engenharia, arquitetura, administração e gestão ambiental. Aos poucos, entulhos recolhidos de empreiteiras, construtoras e caçambeiros são transformados em areia, pedrisco, brita, rachão e bica corrida. Depois do processo, os produtos voltam para a cadeia produtiva com os mais diversos usos, exceto em etapas estruturais.

“As usinas fixas recebem, processam e devolvem os resíduos reciclados ao mercado com operações em aterros ou ATT-R (Áreas de Triagem e Transbordo e Reciclagem) e móveis, que preveem o deslocamento da máquina até grandes obras públicas ou privadas. Ou seja, produzindo o material reciclado no próprio local”, detalha. Atualmente, há unidades da Estação Resgate em São Paulo (duas), em Goiânia, Sete Lagoas (MG), Recife e Rio de Janeiro.

Além de contar com uma grande tecnologia para a triagem e a reciclagem dos resíduos, a empresa também firmou parcerias que permitem uma atuação mais produtiva, desde o recolhimento de caçambas de entulho pré-selecionado nas obras, até o desenvolvimento de novas tecnologias para utilização dos produtos

reciclados. Meirelles ressalta que cada usina processa uma média de 200 metros cúbicos de entulho por dia, o que equivale a 50 caçambas. “Isso evita que esse entulho seja despejado nos aterros, agregando, assim, valor ao mesmo”, orgulha-se.

Embora proporcione para uma obra uma economia de cerca de 30% em relação aos materiais convencionais e permita um significativo ganho ambiental – uma vez que preserva os recursos naturais e evita o acúmulo de resíduos durante a construção de todos os tipos de empreen-

dimento –, o empresário lamenta o pouco reconhecimento que o material reciclado tem nesse segmento. Ajudar a convencer as pessoas de que o produto reciclado tem a mesma qualidade dos outros é seu principal desafio. “Enquanto não for realizada uma reeducação no que diz respeito à separação do material na própria obra, perdemos em qualidade e, assim, deixamos de reaproveitar muito material que poderia ser transformado em agregado.”

Outro obstáculo, na sua avaliação, é a falta de comprometimento efetivo do Po-

der Público para que os municípios usem o material e incentivem os prestadores de serviços e fornecedores a consumir o agregado reciclado. Para ele, as prefeituras não possuem recursos suficientes em seus orçamentos para se adequarem de forma eficiente à Política Nacional de Resíduos Sólidos até 2014.

Apesar disso, os resultados obtidos pela empresa se mostram positivos. A Estação Resgate fatura cerca de R$ 120 mil por mês, dependendo da unidade, e oferece selos de qualidade “Eu Reciclo En-

tulho” a seus fornecedores. A meta para este ano é firmar parcerias com 10% dos interessados que os procuram, resultando, assim, em uma unidade por mês.

Desde o primeiro contato, assinatura de protocolos, estudo de viabilidade, licenciamento da área, compra de equipamentos e fase pré-operacional, o tempo para implementação de uma usina pode variar de quatro meses a um ano. “Com uma boa reeducação e orientação quanto à aplicação do produto muita coisa pode melhorar. Ser sustentável é um desafio

constante e exige atitude, comprometimento e trabalho sério’’, finaliza o empresário, que também é presidente da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição, diretor de Negócios do Instituto Peabiru e diretor do Instituto EcoAção.

LINHA DIRETA Estação Resgate: www.estacaoresgate.com.br

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Cada usina processa uma média de 200 metros cúbicos de entulho por dia, o que equivale a 50 caçambas

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fra nqu i a

Um luxo s贸

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Crescimento significativo das classes A e B estimula mercado de alto valor agregado e atrai redes internacionais de grifes consagradas

O mercado brasileiro tem recebido nos últimos anos grandes marcas globais de luxo, especialmente no segmento de moda. E o ano de 2012 promete uma invasão ainda maior. Uma leva de grifes como Prada, Balenciag, Yves Saint Laurent, Tod’s e Balmain anunciou a abertura de lojas em solo nacional. Muitas escolheram o sistema de franquias para se instalar no Brasil, seguindo a estratégia da grife italiana Hermenegildo Zegna e despertando a atenção de investidores brasileiros que almejam focar seus negócios no mercado consumidor de alta renda.

Tanto interesse se explica pelo forte crescimento de endinheirados no Brasil.

De acordo com pesquisa do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), ao contrário do que muita gente pensa, as classes A e B cresceram mais do que a classe C no período de 2003 a 2011 – 69,1% contra 60,1%. A diferença é que em números absolutos, o crescimento da classe C nesses oito anos é mais expressivo – 39,6 milhões de habitantes deixaram a classe D contra 9,2 milhões de novos brasileiros que alcançaram o topo da pirâmide.

Dados da consultoria GFK Brasil dão conta de que o mercado de luxo apresentou um crescimento de 60% entre 2005 e 2010. Os percentuais de aumento do faturamento têm sido cada vez maiores.

Em 2010, ele foi de 28%. A expectativa para 2011 era de um crescimento de 33%, alcançando a marca de R$ 20 bilhões em faturamento. O futuro parece ainda mais promissor. Estima-se que até 2025 o Brasil responda por 6% do mercado de luxo global, o que em volume de faturamento corresponderá a R$ 63,5 bilhões.

“Muitas grifes internacionais têm alcançado faturamentos expressivos em suas operações no Brasil.

Há casos em que a loja de São Paulo aparece entre os cinco maiores faturamentos da marca no mundo”, afirma André

Friedheim, sócio-diretor da Francap, consultoria especializada em franchising e redes de negócios. Segundo o executivo, esse movimento de entrada de grifes de luxo no País tem inspirado muitas marcas nacionais a desenvolverem novas estratégias de aproximação aos consumidores de alta renda.

Um exemplo é a Saad, indústria paulista cujo portfólio inclui roupas, sapatos, bolsas, maquiagens e peças de decoração. Fundada há quatro décadas, a marca tem mais de 200 pontos de venda consolidados pelo Brasil afora. Mas em 2008 os sócios e irmãos Luciana, Roberta e Rodrigo decidiram apostar na abertura de franquias da marca. A proposta era dar mais visibilidade ao próprio nome Saad e reforçar a área comercial com o desenvolvimento de uma rede própria de distribuição. “Nós sempre estivemos de cabeça aberta para o mundo”, afirma Luciana Saad, diretora de marketing.

A empresária compara o mix das lojas multimarcas a uma exposição de arte. O proprietário faz uma espécie de curado-

ria juntando diferentes marcas, dando maior destaque a uma peça ou outra, de acordo com seu público ou gosto. “O resultado é uma loja com a personalidade do proprietário”, explica. Segundo Luciana, as franquias permitem que a Saad tenha espaços exclusivos para imprimir sua própria identidade. Porém, a empresa seguirá com a parceria de décadas dos lojistas multimarcas, preservando o mercado destes negócios. “Temos clientes antigos muito bons”, afirma.

A Saad aderiu ao franchising em 2008 quando um empresário procurou a marca interessado em instalar uma loja em Goiânia. “Não estávamos com o projeto formatado, mas tivemos uma empatia muito grande com ele”, conta Luciana. A primeira unidade foi inaugurada em 2009 e, em 2010, uma nova franquia era aberta em Brasília. Em 2011, a empresa reestruturou seu projeto de franchising e abriu a terceira loja em São Luís. A Saad também tem uma loja própria em São Paulo e outra em Curitiba, que em breve receberá uma franquia. Salvador também terá uma Saad ainda neste primeiro semestre. A meta, segundo Luciana, é chegar a 50 unidades até 2015.

Exclusivo Outro segmento com forte potencial de crescimento no mercado de luxo é o de negócios ligados ao bem-estar. Para a Fitness Together, rede norte-americana de academias, o caminho para alcançar sucesso entre os consumidores de alta renda é investir em exclusividade.

A empresa, no Brasil desde 2009, aposta no conceito de treino personalizado. Os alunos têm um treinador exclusivo, além de salas e banheiros individuais. Para Cassiano Ximenes, master-franqueado da rede no Brasil, esse é o desejo dos clientes de luxo, cuja característica principal é a exigência com a qualidade do serviço.

A primeira franquia Fitness Together foi aberta em 2010, na Drika Saad, do Manuia Spa: preparativos para a abertura da primeira franquia

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por Cléia Schmitz cleia@empreendedor.com.br

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Luciana, da Saad: meta da marca é chegar a 50 unidades até 2015

região dos Jardins, em São Paulo. Hoje existem cinco unidades em funcionamento e mais duas previstas para inaugurar ainda neste primeiro semestre – todas na capital paulista. Para 2012, o master-franqueado ainda espera abrir mais seis unidades. “O ano está prometendo”, diz Ximenes. A meta da rede no Brasil é chegar a 70 academias até 2017.

“Há espaço em todas as regiões do País, o que muda é a quantidade de operações. Quando trouxemos a rede para o Brasil fizemos um estudo que mostrou a viabilidade de 110 unidades.”

Segundo Ximenes, o interesse pelo negócio tem sido expressivo. Só em janeiro passado 32 pessoas responderam ao questionário disponível no site da rede para candidatos a franqueado. Para ele, esse número é alto principalmente se levarmos em conta o investimento necessário para a instalação de uma academia Fitness Together, de R$ 350 mil. “Só esse valor já filtra bastante”, argumenta Ximenes. O empresário diz que a escolha do franqueado é extremamente cuidadosa.

“Temos que ter o candidato e o ponto perfeito, por isso estamos crescendo de

Estudo mostrou a viabilidade de 110 unidades da Fitness Together no Brasil, hoje com cinco em operação

forma muito criteriosa.”

No final do ano passado, a rede chegou a anunciar a instalação de uma franquia no Rio de Janeiro, que seria a primeira fora de São Paulo. No entanto, o negócio acabou não se viabilizando em função do ponto comercial. “Não encontramos um imóvel em área nobre, como Ipanema ou Leblon, com um valor adequado”, explica Ximenes. Para ele, mais do que qualquer outro segmento, o mercado de luxo não permite erros devido ao alto nível de exigência dos consumidores. “Mas com certeza é um mercado pouco explorado no Brasil. Nós, por exemplo, não temos concorrentes.”

A escolha do franqueado de uma rede focada no luxo merece mesmo algumas considerações específicas. Quem garante é o consultor André Friedheim, da Francap. Para ele, não basta ter ca-

pacidade financeira e espírito empreendedor. “O mercado de luxo é feito de relacionamento. É preciso buscar um franqueado que conhece de perto os clientes. Ele traz personalidade à loja”, afirma. Segundo o consultor, a vantagem de uma franquia do mercado de luxo é que a margem de lucro costuma ser maior em função dos produtos terem alto valor agregado por metro quadrado. Por outro lado, o número de operações costuma ser mais limitado.

Proprietária do Manuia Spa, inaugurado há pouco mais de um ano em São Paulo, a empresária Drika Saad já se prepara para abrir sua primeira franquia no segundo semestre deste ano, em Salvador. Não é para menos. Em pouco tempo, o Manuia tem uma carteira de 1,5 mil clientes. Drika escolheu o franchising para expandir um modelo de negócio que passou mais de dez anos aprimorando. E não lhe faltam propostas de candidatos a franqueados. “A fila de espera tem mais de 38 pessoas. Se pensarmos só no dinheiro rápido, fechamos os olhos e vendemos. Mas o nosso modelo é de um negócio exclusivo. Acreditamos que per-

deríamos qualidade com muito volume.”

Drika chama a atenção para um dos maiores desafios do seu negócio: a falta de mão de obra qualificada. Por isso, ela prefere não dar um passo maior do que a perna no processo de expansão e, assim, ter a certeza de que os clientes serão atendidos com excelência. “Muita gente pensa que montar um negócio para o mercado de luxo é garantia de sucesso. Não é não, precisa ter qualidade”, observa a empresária. Ela faz questão de destacar que o foco do Manuia não é estética, mas saúde e bem-estar.

O spa oferece até serviço de cabeleireiro, para lá de especial. A cadeira italiana faz massagem e tem entrada para iPhone. “Preciso surpreender e encantar meus clientes.”

LINHA DIRETA Fitness Together: (11) 3021-2236 Francap: (11) 3709-3709 Manuia Spa: (11) 4154-6693 Saad: (11) 2197-9400

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Mercado de luxo não permite erros devido ao alto nível de exigência dos consumidores

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Negócio divertido

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A Uatt?, rede de lojas especializada em presentes, investe cada vez mais em criatividade e diversidade dos produtos, em ações diferenciadas e na ampliação das franquias. Atualmente a rede já soma 500 pontos de venda licenciados, além de 30 lojas exclusivas. Para 2012, quando a marca comemora 10 anos, Rafael Biasotto, diretor da Uatt?, prevê a abertura de mais 40 lojas, sendo seis delas no primeiro semestre, com quatro unidades franqueadas em São Paulo e duas no Rio de Janeiro. As outras 34 devem abrir em estados como Rio Grande do Sul, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina, Pará, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amapá, Paraná, Pernambuco e Bahia, até o final do ano.

Com faturamento de R$ 62 milhões em 2011, a empresa pretende crescer 47% em 2012 e ampliar o quadro de colaboradores em 30%. Segundo Luciano Martins, artista plástico parceiro da marca, o crescimento está ligado à mudança de comportamento do consumidor.

“As pessoas gostam cada vez mais de cuidar da casa, mudar a decoração de acordo com as tendências e, ao mesmo tempo, dar seu toque pessoal por meio de objetos que traduzem seu estilo de vida”, observa.

Sempre em busca de registrar uma inquietude criativa em suas peças, a Uatt? oferece desde canecas a equipamentos eletrônicos, além de tornar objetos úteis e indispensáveis em verdadeiros itens de decoração e desejo. Sacolas retornáveis que se transformam em frutas, fones de ouvido com formato de animais, suporte para notebook com luminária e almofada são apenas alguns dos mais de 4 mil itens à venda. www.uatt.com.br

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Ouro líquido

Resultados sólidos Pioneira no segmento de frozen yogurt no Brasil, a Yogoberry fecha 2011 com um total de 105 franquias e encerra o ano comemorando os resultados obtidos: o faturamento da rede aumentou em 30%, comparado com o mesmo período de 2010, e a rede ganhou uma loja em Teerã, capital do Irã. A marca iniciou sua expansão internacional e exporta o modelo de frozen yogurt que virou febre no País. Quatro anos após a inauguração da primeira loja no Brasil, a maior rede do segmento abre a primeira franquia internacional, no Irã. A negociação durou cerca de 12 meses até a abertura da unidade no Clube Enghelab Sport Complex, local onde todos os eventos esportivos significantes na cidade de Teerã acontecem. A loja aberta em julho do ano passado já vende o mesmo que as maiores da rede no Brasil – cerca de 70 mil por mês. www.yogoberry.com.br

Expectativas animadoras Apesar da crise que abala os países europeus, o modelo de negócios de franquias deve continuar crescendo no Brasil e no mundo. O setor passará sem grandes problemas pela instabilidade econômica internacional e o faturamento no País pode chegar, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), a R$ 100 bilhões em 2012, sendo responsável também por criar mais de 1 milhão de empregos diretos.

Para se ter uma ideia do quanto o modelo de franquias aumenta a cada ano, o Portal TemUsados – site de ofertas para comprar ou vender carros, caminhões, motos e aviões, usados, novos ou seminovos – registrou no ano passado mais que o dobro de crescimento em relação a 2010. “Nosso planejamento aponta para a abertura de 20 novas unidades, 70% a mais que em 2011, e o objetivo de crescimento no faturamento da empresa na casa de 140% em relação ao ano passado”, afirma Paulo Cruz, proprietário do negócio. Além disso, o Brasil deve ser o terceiro maior mercado de veículos até 2016, de acordo com a KPMG, empresa que compila previsões de altos executivos no setor da indústria automotiva mundial.

“Lançaremos em 2012, dentro do Tem­ Usados, um portal exclusivo para notícias, trazendo tudo o que for de melhor informação no mercado automotivo. O público que é apaixonado por carros terá estas informações diariamente”, conta Paulo Cruz. Para abrir uma franquia TemUsados, o investimento inicial dependerá da região franqueada, que varia de R$ 13 mil a R$ 60 mil. Já a taxa de franquia fica entre R$ 10 mil e R$ 50 mil, com o percentual de rentabilidade podendo chegar a 50% do faturamento. www.temusados.com.br

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A extração de petróleo no pré-sal é uma oportunidade para o Brasil diversificar sua economia, desenvolver tecnologicamente, gerar empregos e renda. Mas não é só o fortalecimento desses setores que está em evidência.

O segmento de franquias e educação também observa a oportunidade latente.

A falta de mão de obra especializada para algumas áreas fez com que empresário Samuel Pinheiro, proprietário da escola de capacitação em petróleo e gás Petrocenter, apostasse no “ouro negro” para ampliar os negócios da empresa por meio de franquias. Segundo ele, a população, principalmente de classe baixa, ganha oportunidade de entrar para o mercado e aumentar vertiginosamente sua renda salarial. Este setor promove a inserção social e o desenvolvimento econômico do País – com certeza é a oportunidade da população de baixa renda melhorar de vida.

“Meu objetivo é levar o nosso know-how neste segmento e fortalecer ainda mais o Nordeste. Em dois anos, pretendo ter 50 franquias da Petrocenter em todo o território nacional”, completa. O investimento total do negócio pode ficar entre R$ 50 mil e R$ 160 mil. Dependendo da administração, o retorno chega até em 18 meses.

Outra franquia que aposta no petróleo como meio de crescimento é o Curso Maxx. A escola preparatória para concursos públicos também aproveita a oportunidade gerada no setor para ingresso no mercado de trabalho e criou o módulo Petróleo e Gás com turmas preparatórias para as provas da Petrobras.

“O ramo de petróleo e gás não vai parar de crescer tão cedo. Sentimos necessidade de dar uma atenção especial a esse público para não ficar fora desse excelente quadro de crescimento”, afirma Alexandre Lopes, diretor do curso. www.petrocenterbrasil.com.br

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fra nqu i a

Depillah expande No mercado há dois anos, a rede de clínicas de depilação Depillah está em fase de expansão, entrando no mercado de franquias. A sócia Gracielle Netto planeja a abertura de mais três lojas próprias no Rio

de Janeiro até o final deste ano e acredita no sucesso da empreitada: “A Depillah se destaca da concorrência devido à qualidade dos serviços e rigoroso controle de higiene, valores que também serão mantidos no mo-

delo de franquia”, afirma a jovem empresária. O investimento de uma loja da marca, no mercado desde 2010, gira em torno de R$ 250 mil e o prazo médio de retorno é de 24 a 36 meses. www.depillah.com.br

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Pretzel agora em franquias

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O Rei do Pretzel, que já possui duas lojas próprias, no Boa Vista Shopping, em Santo Amaro, e no Shopping Plaza Sul, no Jardim Saúde, em São Paulo, busca neste ano crescer ainda mais com a abertura de franquias. “Acreditamos muito no nosso produto e buscamos expandir as atividades.

Vimos no sistema de franquias o melhor caminho para implantar e expandir nosso conceito de negócio, a filosofia, processos e métodos que o caracterizam bem”, afirma Josiane Batista, sócia-diretora.

A empresa está desde 2010 no mercado, quando um dos diretores, em uma de suas viagens de trabalho, conheceu o pretzel suíço e decidiu dar o pontapé inicial no negócio aqui no Brasil. A massa é importada da Suíça, pois, de acordo com Josiane, a qualidade do produto acaba sendo mais alta, já que o país é tido como uma referência neste ramo. “Ela vem congelada, porém quando assada fica fresquinha e macia”, destaca.

“Estamos acompanhando todo o trâmite junto à ABF e até o segundo semestre já estará concluído e abriremos nossos primeiros franqueados”, conta Josiane, que também é responsável pelo setor de mar­keting da empresa. A meta inicial é abrir 10 unidades com quiosques com área mínima de 9 metros quadrados e lojas de 15 metros quadrados e com investimento inicial de R$ 150 mil para o franqueado com todos os equipamentos inclusos, pronto para iniciar. O prazo de contrato será de 60 meses com lucro líquido variando entre 25% e 30%, e um faturamento

bruto de R$ 40 mil com royalties de 5%.

O Rei do Pretzel comercializa produtos feitos à base do pretzel suíço com diversos sabores, além de sanduíches de baguetes de massa de pretzel e café expresso. Para os novos franqueados o Rei do Pretzel dará treinamento específico e colocará um link para canal direto no site www.reidopretzel.com.br. “Entre franqueador e franqueados existe uma parceria, em que a união faz a força.

Com a soma, todos saem ganhando.”

www.reidopretzel.com.br

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PRODUTOS E SERVIÇOS

Solução nas nuvens

A Trustwave lança o MyIdentity, token em nuvem que dispensa hardware para sua utilização. A solução tem duplo fator de autenticação e funciona a partir do desktop do usuário da rede ou de smartphones, tablets e telefones fixos. O sistema tem dupla autenticação que se baseia em uma camada adicional de segurança que utiliza dois componentes simultâneos para verificar a identidade do usuário no acesso à rede a partir de um local remoto. Para utilizar o MyIdentity é necessário que o usuário se conecte à rede e solicite acesso ao aplicativo, empregando para isso seu nome e senha. Em seguida, a tela do MyIdentity apresenta ao usuário cinco opções de autenticação para que ele próprio escolha o método a ser empregado. www.trustwave.com/myidentity

Proteção contra apagões

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A SMS Tecnologia Eletrônica lança a versão 1200 VA do nobreak Station II. O modelo tem duas baterias internas que garantem autonomia de até 45 minutos

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no caso de falta de energia elétrica. O aparelho conta ainda com seis tomadas de saídas padronizadas de acordo com a norma NBR 14.136 e garante seis níveis de proteção contra sobreaquecimento no transformador, potência excedida, descarga total da bateria, curto-circuito no inversor, surtos de tensão entre fase e neutro e sub/sobretensão da rede elétrica.

Os produtos com potência de 800 VA são indicados para um conjunto com até dois PCs onboard, dois monitores LCD 15’’ e uma impressora jato de tinta. Já os produtos com potência de 1200 VA são indicados para um conjunto com até dois PCs onboard, dois monitores LCD 17’’, uma impressora jato de tinta e um scanner. Os aparelhos contam com a função DC Start, que possibilita ligá-los mesmo na ausência da energia elétrica. www.sms.com.br

Na rede do bar

O Papo Boêmio é um aplicativo oferecido pela cervejaria Bohemia para seus clientes. O sistema une em uma sala de bate-papo o público que estiver em um dos 50 mil bares e restaurantes cadastrados na plataforma. A ferramenta, desenvolvida pelo Grupo.Mobi em parceria com a DM9 DDDB, alia os serviços de geolocalização e group messaging que permitem a comunicação entre pessoas localizadas em diferentes bares. O projeto tem por objetivo estabelecer o relacionamento entre as pessoas e também dá a possibilidade de ser utilizado como relacionamento dos estabelecimentos com seus clientes, por meio de promoções e interatividades. Para utilizar as funcionalidades do Papo Boêmio, o usuário precisa realizar um cadastro e fazer o check-in em um dos locais participantes. O aplicativo já é integrado com Facebook, Twitter e Mobile, o que possibilita compartilhar os diálogos diretamente do App. O projeto já conta com versões para iPhone e para as plataformas Android e Blackberry.

www.facebook.com/cervejabohemia

Gravador pessoal O euGravo é um gravador telefônico pessoal que permite fazer o gerenciamento dos arquivos armazenados. O aparelho vem com um software instalado que localiza os sons armazenados pelo número de telefone, data e hora da ligação, assunto, duração ou comentário. O

euGravo não necessita de computador para gravar as ligações, podendo ser acoplado a qualquer telefone fixo. O aparelho é portátil e pode ser transportado conforme a necessidade do usuário. É movido a bateria e tem cartão de memória micro sd. www.bitecnologia.com

Nova mordida na maçã A Harman traz para o Brasil o dock­ station JBL On Air Wireless com tecnologia AirPlay, compatível com iPod e iPhone. O aparelho permite a transmissão wireless de músicas e a reprodução da biblioteca do iTunes a distância, em vários ambientes simultaneamente. O sistema se integra a alto-falantes, receptores AV e sistemas estéreos. A transmissão é feita via wi-fi ou conexão ethernet, e durante a reprodução é possível conferir as informações como tempo da música, títulos,

intérpretes, capas e álbuns. O equipamento tem entrada USB, três transdutores JBL com acústica halo (otimização horizontal do nível acústico) de 360 graus e equalização computadorizada (COE), que proporcionam sons e imagens de alta qualidade com baixa distorção. O gadget disponibiliza dez predefinições de estação e um relógio com sete alarmes independentes, que permite despertar com a música ou playlist da preferência do consumidor. www.harman.com

O Santander disponibiliza uma oferta especial para clientes que optarem receber seus salários pelo banco: é o salário livre Santander, que disponibiliza a conta Free, sem tarifa mensal no pacote de serviços da conta corrente. A oferta inclui o cartão Santander Free, livre de anuidade e tarifas, desde que o cliente use o cartão uma vez por mês no crédito, sem limite mínimo de compras.

Já os clientes do segmento Van Gogh, de alta renda, que decidirem pela portabilidade do salário, terão 50% de desconto no pacote de serviços da conta corrente. O pacote Van Gogh oferece outros benefícios, como dois cartões Platinum (Master e Visa) e até 10 cartões adicionais, espaços privativos nas agências e atendimento gerencial por telefone até a meia-noite, todos os dias do ano.

www.santander.com.br/salariolivre

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Conta livre

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PR ODU TOS E S ER V IÇ O S

Recursos ambientais O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou um empréstimo de US$ 30 milhões destinados ao fundo Emerging Energy Latin America Fund II, projetado para encorajar o setor privado a ser uma força motriz para tecnologias limpas e energias renováveis na América Latina.

O novo fundo investirá em projetos de energia eólica, solar e geotérmica, pequenas hidroelétricas e em projetos que utilizam tecnologias limpas, incluindo a gestão de resíduos, biomassa e eficiência energética. O dinheiro será gerido pela empresa Energia e Meio Ambiente Emergentes – LLC (EEE, por sua sigla em inglês), com sede em Stanford, Connecticut, que é especializada em energia limpa e renovável. www.iadb.org.br

Forno inteligente A Brascheff desenvolveu o Forno de Panificação Inteligente que monitora com exatidão a temperatura e a vaporização do pão enquanto ele está sendo assado, o que permite que panificadoras e mercados consigam fazer a padronização de seus produtos. Com o equipamento é possível assar diferentes tipos de pães como o francês e o italiano de leite ou integral.

Além do Forno de Panificação Inteligente, a empresa fabrica frangueiras a vapor e fornos de panificação para indústrias.

www.brascheff.com.br

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Predador ilusório

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O repelente para aves Petminato é um produto indicado para espantar aves indesejáveis de hortas, pomar de frutas, depósitos de grãos, residências, ou qualquer local onde ocorram infestações de aves como: pardal, pombo, andorinha, maritaca, tesourinha, corruíra e sanhaço.

O repelente não tem substâncias tóxicas e foi desenvolvido para simular a presença de um predador no local. O produto tem uma das pontas dobrada e com um pouco de vento gira em torno do seu próprio eixo, o que faz com que as aves se afastem acreditando estar na presença de um predador.

A fixação do repelente deve ser feita em um local onde a ave possa visualizar o produto de qualquer lado ou ângulo ao tentar acessar o local a ser preservado. A ação do vento é um fator que contribui para a eficiência do repelente, por isso é importante fixá-lo onde ele possa girar livremente. www.petminato.com.br

EMPRESÁRIO RICO e fe li z

pense gr and e

O terceiro lado da rua

o trabalho ao invés do capital), o modelo familiar (que privilegia a ascensão social e as relações familiares ao invés da reserva financeira e o profissionalismo), o modelo mental do empreendedor brasileiro (que tem a intenção prévia de sobrevivência ao invés da ambição empresarial), o modelo cultural de nosso país (que tem o encantamento pela pobreza e a repugnância da riqueza) e a possibilidade de riqueza empresarial (aquele empresário que conquista a liberdade de empreender por opção e não por obrigação).

Traduzindo o modelo de negócio descrito para o empreendedorismo podemos fazer a seguinte classificação: Empreendedor com espírito tra­ balhador – É aquela pessoa que inicia um negócio e tem como intenção prévia a sobrevivência pessoal e familiar. Sua motivação é a ascensão social. Tem no empreendimento uma opção ao trabalho. Não pensa grande. Ao atravessar a rua não olha nem para a direita, nem para a esquerda, ou seja, não entende nem do empreendimento, nem do investimento. Mais cedo do que imagina é atropelado e se torna um pobre empreendedor infeliz.

Empreendedor com espírito em­ preendedor – É aquela pessoa orientada por uma real oportunidade de negócio. Monta o empreendimento com a intenção prévia de expressar algo exclusivo que domina e faz bem-feito; algo inovador. Sua inspiração é tornar o mundo melhor e poder viver feliz com aquilo que empreende. São empreendedores felizes que habitualmente só olham para um lado da rua: para o empreendimento.

Correm o risco de um dia serem atropelados pelos problemas vindos do outro lado da rua – o do investimento.

É preciso olhar os três lados da rua: o empreendimento, o investimento e a verdade suprema de que tornar-se um empresário rico e feliz é necessário

Por Joel Fernandes

Autor dos livros Eu quero ser empresário rico!, Empresário rico também vai para o céu e Sua pequena empresa: muito além da sobrevivência! e do site www.euqueroserempresariorico.com.br

Empresário com espírito inves­ tidor – São pessoas que sabem montar e manter uma operação lucrativa. Como investidores buscam resultados desproporcionais aos esforços. Investem em mercados grandes, em crescimento e lucrativo. Entendem o necessário encaixe entre o modelo de negócio de uma empresa (privilegiando o capital), o modelo familiar (privilegiando a reserva financeira e o profissionalismo), o modelo mental do empreendedor (tendo ambição empresarial), o modelo cultural de nosso país (observando o enriquecimento do empresariado brasileiro) e a necessária intenção prévia da riqueza empresarial.

O terceiro lado da rua – Esses últimos sabem olhar para os três lados da rua: para o empreendimento (que amam de paixão), para o investimento (usando a razão) e para a verdade suprema de que tornar-se um empresário rico e feliz é necessário.

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Empreendedor de empanadas – Um empreendedor começou seu negócio devendo: comprou um freezer a prestação, se estabeleceu na garagem da casa de seu pai e se tornou um distribuidor de comida congelada (empanadas). Está há um ano no mercado e com seis freezers lotados de alimentos. Ele é um empreendedor? Leia mais: tem uma dívida de R$ 4 mil e descobriu em nossa consultoria que está operando a 50% do ponto de equilíbrio e com uma margem de contribuição bem menor do que a conta de padeiro que fizera. Ele é um empreendedor? Sim, ele é um empreendedor.

Empreendedor de alto impacto – Um jovem inteligente, com experiência em empresa multinacional, decidiu fazer uma carreira solo e entusiasmado abriu uma empresa de consultoria por conta própria. O foco de sua empresa é oferecer serviços de estratégia para empresas de alto impacto, isto é, empresas pequenas com grande potencial de crescimento. Ele entende do seu negócio e domina a linguagem empresarial. Está ganhando dinheiro. Ele é empreendedor? Sim, ele é um empreendedor.

Qual é a diferença entre os dois casos? E qual é a semelhança? A diferença é fácil de identificar: um começou com entusiasmo e o outro com dívida; um domina a linguagem empresarial; o outro ignora. Quanto à semelhança também tem um fator óbvio: os dois tiveram um impulso para empreender. E o que mais? Há uma semelhança sutil que permeia os dois casos e a ampla maioria das empresas brasileiras.

Desencaixe – Nos dois casos há um claro desencaixe entre o modelo de negócio das MPEs do Brasil (que privilegia

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m eg a f one

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Planejar é a alma do negócio!

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Hoje em dia vejo muitas pessoas com o desejo de empreender. Criam aquela imagem de que ser chefe é sinônimo de vida fácil, com uma rotina parecida com algo como acordar no seu horário, tomar café com a família, chegar ao trabalho e encontrar todos os colaboradores ativamente realizando as suas tarefas, fazer algumas reuniões no dia, sair no horário certo para a academia e chegar à noite para o jantar com toda a família na mesa, pontualmente. Não quero ser desanimador, mas “ah, sonho meu!”. Ser empreendedor significa viver uma vida completamente diferente desta escrita pelo meu último sonho.

Você trabalha muito mais do que os colaboradores e, além disso, sua responsabilidade é muito maior. Agora este desafio se torna ainda mais importante se você não investiu o suficiente para planejar o seu negócio e os seus objetivos. Planejamento é a palavra certa para buscarmos o sucesso da nossa empresa.

Meu objetivo é iniciar a nossa conversa fazendo a seguinte pergunta: “Você tem um planejamento sobre o seu negócio?”.

Esta é uma excelente questão a ser respondida pelo empreendedor.

Um planejamento estratégico, bem elaborado, primeiramente, deve responder às perguntas referentes ao segmento que permeia o nosso universo de trabalho, entre eles: concorrentes, investimentos e tamanho do mercado. Neste sentido, não existe uma estrutura universal que poderá ser aplicada. O empresário deve conhecer muito bem o setor em que vai investir, levando em consideração os riscos, oportunidades, seus pontos fortes – e fracos. Caso contrário, assumirá um alto risco de insucesso.

Converso com muitas pessoas no meu dia a dia e o diálogo com todas é uma excelente fonte de informação para organizar e planejar suas ideias. Para fazer uma analogia, ressalto que, recentemente, em minha última visita profissional ao Rio de Janeiro peguei um carro executivo para ir

à reunião agendada. Reparei que o motorista tinha um rádio e três celulares que tocavam sem parar. E, enquanto observava, escutava a mesma conversa: “Zero dois, segue para Ipanema! Zero três, segue para a Barra!”. Aqueles códigos me deixaram curioso e perguntei ao motorista: “Meu irmão, não estou sendo sequestrado?” (brincadeira). O motorista, com aquele ar simpático dos cariocas, respondeu: “Doutor, esse é o meu dia a dia! Era funcionário de uma multinacional, me aposentei e não queria ficar em casa à toa! Comprei um carro e comecei a fazer serviço para a vizinhança. Hoje tenho 15 carros próprios na frota! Mas olhe só: trabalho de 12 a 14 horas por dia, não é fácil, não”.

Portanto, aqui está um excelente conto para ilustrar a minha mensagem. Uma pessoa começar um modelo de negócio com um carro e, com muita luta, além de visão empreendedora, adquirir 15 unidades para formar uma frota significa que o negócio dela cresceu? Para muitos pode ser que sim. Para outros pode ser que não.

A resposta certa está no desenvolvimento ou não de um belo planejamento. Será que ele pensou em detalhes, como, por exemplo, na locação de uma pequena sala com uma colaboradora para atender as ligações dos clientes? Na minha visão estratégica, dirigir atendendo cliente a todo momento não é certo e esta prática resulta em multa, além do risco de acidente.

Ter aumentado a frota significa aumentar os seus custos de manutenção, seguro, combustíveis, telefonia, entre outros. Todos estes itens devem estar na planilha financeira para calcular o valor certo a ser cobrado por suas viagens. Se este motorista não teve este tipo de cuidado em planejar o seu crescimento, com toda certeza ele está deixando de ganhar e até mesmo deve estar assumindo prejuízos invisíveis, que aparecem apenas quando nos deparamos com a “quebra” da empresa ou com o fracasso do projeto.

por Rodrigo Geammal

Fundador e diretor-executivo da Elos Cross Marketing – agência brasileira pioneira no marketing de resultados de vendas, que tem o esporte e o entretenimento como conteúdo estratégico. rodrigo@eloscrossmarketing.com.br www.eloscrossmarketing.com.br (11) 3432-2028

Minha recomendação, então, é o cuidado. Invista no planejamento de todos os seus passos como empreendedor. Fazer um negócio dar certo dá muito mais trabalho do que pensamos e o planejamento existe como uma ferramenta para nos ajudar. Agora, seguem algumas dicas rápidas para você elaborar o seu planejamento: 1) Você conhece o serviço ou produto que vai comercializar? 2) Você conhece os pontos fortes e fracos do produto ou serviço? 3) Quem são os seus concorrentes?

4) Você precisa saber que além do dinheiro que investiu precisa ter uma verba considerável no banco para o caixa. 5) Qual o perfil do meu cliente? 6) Quais são as prioridades de investimento? 7) Quais serão os meus diferenciais? 8) Qual a minha meta em cinco anos? 9) Tenho metodologia para analisar os meus custos e receitas?

10) Uma das mais importantes: conheço todos os impostos que devo recolher?

Boa sorte e tenha muita disciplina, determinação e execute seu planejamento o ano todo!

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emp ree ndedo r is mo j á . c o m

resposta

Quem não responde não empreende!

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Atitudes positivas e conscientes ante as demandas de seu negócio são fundamentais para aproveitar as oportunidades

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Existe algo mais irritante do que um chamado sem resposta? Isso ocorre com a mãe que convoca o filho para o jantar, com o cliente que procura um prestador de serviços e com o líder corporativo que busca o socorro de um colaborador.

No caso do empreendedor, ele é frequentemente chamado a responder às demandas de seu próprio negócio. Se ele se cala, retrocede. Se ele alça a voz, ganha uma oportunidade.

Há quem chame essa atitude de “reação”. Prefiro a palavra “resposta”. A reação é sempre um movimento que vem depois.

Parece atrasado, a reboque dos acontecimentos. A “reação”, aliás, figura na raiz da palavra “reacionário”, aquele que reage negativamente à mudança e à inovação.

A “resposta”, ao contrário, é uma atitude positiva e consciente que tem por objetivo gerar continuidade em qualquer processo criativo.

Se um concorrente lança um produto melhor, por exemplo, é preciso que o empreendedor ofereça ao mercado uma resposta de aprimoramento. Se existe uma guerra de preços, ele deve se decidir por uma ação que o mantenha competitivo.

Negocia com os fornecedores de matérias-primas? Tenta baratear o transporte e a estocagem? Reduz a margem de lucro?

O bom empreendedor aprende, desde sempre, a oferecer respostas rápidas aos chamados do seu negócio. No entanto, a atitude proativa depende de conhecimento técnico, equilíbrio e sensatez.

A rapidez jamais pode ser confundida com a pressa. Um gesto irrefletido pode pôr fim a um sonho. Durante muitos anos vivi na ponta da faca, como se cada dia fosse o último. Se eu respondesse inteligentemente ao desafio, sobreviveria. Em caso contrário, teria de baixar as portas.

Esses chamados à ação ocorrem na vida de todos os empreendedores. Quando negligenciados, é certo que se fecha o acesso ao êxito futuro. Na verdade, quando amadurece, o empreendedor é capaz de planejar, de traçar estratégias, de antever cenários e projetar suas respostas.

Costumo efetuar exercícios sobre crescimento e redução, imaginando situações de avanço e de refluxo nos negócios.

Jamais fui um pessimista, mas sei que depois de vários dias de céu azul pode ocorrer uma queda brusca na temperatura ou uma tempestade. Por isso, tento ser precavido, ter meu casaco forrado e um bom colete salva-vidas.

Entre as virtudes do empreendedor deve se incluir, portanto, a prudência. Se há recursos, é preciso que ele se esforce por constituir uma reserva. Também é necessário que tenha um plano de contingência, não importa o tamanho do seu negócio.

A vida de quem empreende se assemelha a um bailado, em que depois de dois passos para frente é possível que seja necessário dar um para trás.

Respondemos e ganhamos. Respondemos e perdemos. Este é o grande desafio, que se assemelha às tradicionais gincanas

O verdadeiro empreendedor tem prazer em participar dos eventos que impulsionam a mudança. Ele aspira ao todo, quer ver tudo de cima

por Marcelo Ponzoni

Publicitário e diretor-executivo da agência Rae,MP, que atua há 23 anos no mercado; e autor do livro Eu só queria uma mesa, da Editora Saraiva.

(11) 5070-1294 – marcelo@raemp.com.br www.raemp.com.br

de conhecimento na TV. O importante, no entanto, é estudar, adquirir conhecimento e ter alguma preparação para a sabatina.

Vejo muitas empresas incapazes de antecipar o risco, condição inerente ao capitalismo. Se os ventos mudam, aborrecemse, culpam a sorte e, inertes, assistem ao declínio do negócio.

Particularmente, adoro aquele pensamento do grego Heráclito: “Nenhum homem se banha duas vezes no mesmo rio”. Segundo ele, tudo está em contínua mutação.

Não é diferente no mundo empreendedor. É preciso responder quantas vezes for necessário. Afoga-se neste rio quem não conhece o bom movimento, quem não sabe nadar, quem desconhece a margem mais próxima e segura.

O verdadeiro empreendedor, aliás, tem prazer em participar dos eventos que impulsionam a mudança. Ele fica entediado quando o trancam numa sala, quando pedem que ele reproduza procedimentos.

Ele odeia carimbos e nem sempre se dá bem com atividades de controle. Ele aspira ao todo, quer ver tudo de cima.

O bom empreendedor prefere ainda a cadeira giratória para investigar o mundo em 360 graus. É um obstinado.

Quer ser apresentado aos enigmas e tentar desvendá-los.

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d e ol h o no c l ient e

Lições da NRF 2012

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Congresso da NRF 2012 em Nova York

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ainda que não tenhamos qualidade suficiente para garantir uma boa navegabilidade. Ainda assim, caro lojista, comece a pensar seriamente em ter algo para este consumidor, pois se você não for multicanal, não se esqueça que seu cliente já o é, ou será muito em breve.

Também é bom lembrar que os celulares assumem funções cada vez mais importantes para as pessoas: despertador, agenda, máquina fotográfica, máquina de filmar, calendário, etc. Hoje em dia quem fica sem celular? O que você faz – ou fez – quando chegou à sua empresa e constatou que esqueceu o celular em casa? Provavelmente voltou ou mandou alguém buscar. Não ficamos sem. Já é parte integrante da nossa vida.

Além da função de estabelecer relacionamento entre o varejo e o consumidor, as plataformas móveis estão assumindo funções também nas operações das lojas.

A rede de confecção Aeropostale, uma das mais fortes dos Estados Unidos, voltada para o público jovem, desenvolveu um aplicativo, exclusivo para ser utilizado pelos gerentes de loja e supervisores, que acompanha a vida dos funcionários de loja: através dele define os turnos, o desempenho, as faltas, e assim por diante.

O controle está cada vez mais na palma da mão e o futuro já está aqui, só não foi ainda totalmente distribuído.

Por Luciana Carmo

Especialista em gestão de serviços e palestrante. luciana.carmo@mixxer.com.br

O controle está cada vez mais na palma da mão e o futuro já está aqui, só não foi ainda totalmente distribuído

Carlos Stegemann

Nós, brasileiros, batemos o recorde de participação na NRF em 2012, que ocorreu em Nova York (EUA), de 15 a 18 de janeiro. Chegamos a 1.410 inscrições – fomos quase 1 mil em 2011 e quase 600 em 2010. E a delegação da CNDL, mais uma vez, contribui de forma fundamental para isso: 186 companheiros de todo o Brasil.

Este é o primeiro de dois artigos que mostram as principais lições da NRF 2012.

Vamos iniciar com a maior estrela do congresso deste ano, as plataformas móveis – tablets e principalmente smartphones, que foram as grandes vedetes.

No mercado americano, grande parte das pessoas possui smartphone com conexão rápida à internet, o que possibilita pesquisar as opções de compra nos sites, comparar preços, informar-se sobre as características dos produtos, trocar ideias com outros consumidores via mídias sociais, e assim por diante.

Isso tudo faz com que o comando e o controle do processo de venda no varejo estejam cada vez mais com o consumidor que, além disso, passou a ter voz mais ativa – e ouvida – no processo graças à dinamização das mídias sociais. Até então, o consumidor era passivo; agora, tomou a ribalta para si. E este processo já começa a ser observado no Brasil. O crescimento da posse de smartphones e de acessos de banda larga aumenta de forma acentuada,

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ba nh o de lo ja

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Mais um ano começa abaixo de zero grau para muitos apaixonados por varejo que foram a Nova York participar do congresso da NRF 2012, realizado entre os dias 15 e 18 de janeiro. Trata-se do evento de varejo do mundo, com novidades para o mercado que vão desde tecnologias e estratégias de venda até posicionamento de marca e design. A feira é organizada pela NRF (National Retail Federation), a maior federação do segmento e que representa várias empresas das 100 associações varejistas americanas e internacionais. Este ano, o tema escolhido foi “envolver e evoluir”.

Nesta edição, a conferência contou com a ilustre participação do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, que falou sobre seu trabalho global e também de sua visão sobre os fatos mais importantes que estão acontecendo no mundo. Dentre eles o Brasil, mais uma vez presente, sendo citado por ele como um dos lugares mais incríveis do mundo, que apresenta muitas oportunidades. Segundo o ex-presidente, as questões cruciais que nosso país precisa equacionar são energia e sustentabilidade.

Nas palestras mais específicas sobre varejo e operação de loja, três pontos-chave foram destacados para as lojas do futuro: tecnologia, talentos humanos e o ambiente da loja. Entenda-se por tecnologia não simplesmente colocar os mais novos aparelhos e programas nas lojas, mas utilizá-la para melhorar e personalizar a experiência de compra. Lapidar os talentos humanos exigirá cada vez mais treinamento, para que cada funcionário passe de mero atendente a real embaixador da marca. O ambiente da loja afirma-se como importante ponto de contato e o desafio é oferecer um ambiente memorável alinhado com a linguagem total da marca, que empolgue o cliente para que o mesmo o escolha.

A sensação que tive durante o congres-

so foi de que não foi apresentado nada que mude radicalmente as direções do varejo, mas que há iniciativas e evoluções em tecnologias, materiais e diferentes maneiras de dar acesso ao cliente e construir experiências de compra.

Evidencia-se cada vez mais a necessidade de haver uma cultura de marca suficientemente forte que seja vivenciada em cada ponto de contato que o cliente tem com a marca. Isso porque as opções são inúmeras e as percepções que as pessoas terão sobre a marca poderão vir de um comentário da rede social, do design das lojas, da conversa com os vendedores da loja ou ainda da qualidade do aplicativo que a empresa disponibilizou. Definitivamente, os clientes não enxergam canais e a expressão multicanal pode não significar nada para eles. O que tem significado e relevância para os clientes são as soluções oferecidas para que eles possam escolher a maneira como querem comprar naquele momento, seja por meio do smartphone, tablet ou loja física.

Por Kátia Bello

Arquiteta e sócia-diretora da Opus Design. katia@opusdesign.com.br

As fronteiras entre o físico e o virtual não estão mais marcadas. Pode-se transitar cada vez com mais facilidade entre estes dois espaços. Não importa onde o consumidor compra, o que importa é engajar e envolver para garantir a venda!

Para Bill Clinton, o Brasil é um dos lugares mais incríveis do mundo por apresentar muitas oportunidades

stocklight/Shutterstock.com

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Tendências do varejo 2012

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leit ura

Relacionamento duradouro

Franchising na alegria e na tristeza

Melitha Novoa Prado – Editora Lamônica – R$ 29,90

Consultora jurídica apresenta os principais temas ligados ao relacionamento entre franqueador e franqueado com dicas e linguagem descontraída Com experiência na consultoria jurídica de algumas das mais importantes redes de franquias do País, a advogada Melitha Novoa Prado aborda temas de interesse para quem já tem uma franquia ou está pensando em aderir ao negócio. Através de dicas, cases e depoimentos em linguagem descontraída, a autora apresenta os principais temas ligados ao relacionamento entre franqueador e franqueado, incluindo processo de seleção, os documentos legais que regulam o franchising, conflitos mais comuns e como preveni-los, além da relação das unidades com os demais atores da cadeia produtiva.

Em sua terceira edição, a obra propõe novas reflexões – como o relacionamento das marcas com a Geração Y, cada vez mais dominante entre os franqueadores – e aborda os principais aspectos do mercado que sofreram mudanças nesses três anos que se passaram. “Questões como invasão de território e gestão de fundo de propaganda ficaram mais fortes no período e merecem atenção especial”, diz Melitha.

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“No sistema de franchising, é bastante comum ouvir sobre o perfil de franqueados. As marcas definem características para aliarem-se somente a pessoas que podem agregar benefícios ao negócio. Porém, tão importante quanto saber se o operador vai seguir os padrões de trabalho é conhecer o potencial do dono da marca em ser franqueador.”

Você, vendedor

Fluent business English

Médico especializado em Medicina da Família, Mario Grieco possui mais de 25 anos de experiência como executivo de marketing e vendas de algumas das principais indústrias farmacêuticas do mundo, como Monsanto e Bristol-Myers Squibb. Em seu quarto livro, ele mostra como a habilidade de vender ocupa um papel estratégico não só na vida profissional, mas também na pessoal. Os conselhos de Grieco vão além das dicas práticas e englobam a personalidade dos vendedores, incluindo aspectos como honestidade, paixão e intuição. “A capacidade de criar empatia com o cliente está à frente de tudo”, enfatiza.

Há oito anos no Brasil, o autor – sócio da empresa CY Global, especializada em consultoria de idiomas – dá dicas de como melhorar o inglês empregado no mundo corporativo. Repleto de diálogos que priorizam expressões idiomáticas e termos coloquiais, o livro se divide em capítulos que abrangem linguagem prática, conversação, phrasal verbs e compreensão de diálogos, entre outros temas. Segundo Robert, o conteúdo é direcionado para pessoas que já se comunicam bem em inglês, mas necessitam melhorar seus conhecimentos em termos próprios do inglês corporativo.

Além do livro, o material inclui CD com 30 diálogos gravados em inglês, três seções de revisão com exercícios variados e caderno de respostas.

Mario Grieco – Geração Editorial – R$ 24,90

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“Abrir uma franquia é querer um negócio para a vida toda. Nos Estados Unidos, berço do franchising, os contratos têm período de 20 anos de duração, ou seja, a relação deve ser construída de forma que o franqueado deixe para seus filhos, como herança, uma ou mais unidades franqueadas. Mais que garantir sustento, com a franquia o investidor precisa alcançar satisfação profissional e pessoal, afinal, não raras vezes o investimento provém de economias de uma vida inteira.”

Robert Young e José Roberto Igreja – Disal Editora – R$ 68

Nome Classe Participação Ação Bovespa All Amer Lat ON Ambev PN B2W Varejo ON BMF Bovespa ON Bradesco PN Bradespar PN Brasil Telec PN Brasil ON Braskem PNA BRF Foods ON Brookfield ON CCR Rodovias ON Cemig PN Cesp PNB Cielo ON Copel PNB Cosan ON CPFL Energia ON Cyrela Realty ON Duratex ON Ecodiesel ON Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo PNB Embraer ON Fibria ON Gafisa ON Gerdau Met PN Gerdau PN Gol PN Ibovespa Itausa PN ItauUnibanco PN JBS ON Klabin S/A PN Light S/A ON Llx Log ON Lojas Americ PN Lojas Renner ON Marfrig ON MMX Miner ON MRV ON Natura ON OGX Petróleo ON P.Açúcar-Cbd PNA PDG Realt ON Petrobras ON Petrobras PN Redecard ON Rossi Resid ON Sabesp ON Santander BR UNT N2 Sid Nacional ON Souza Cruz ON Tam S/A PN Telemar N L PNA Telemar ON Telemar PN Telesp PN Tim Part S/A ON Tim Part S/A ON Tim Part S/A PN Tran Paulist PN Ultrapar PN Usiminas ON Usiminas PNA Vale ON Vale PNA Vivo PN

1,104 0,979 0,701 3,902 3,130 0,993 0,390 2,726 0,596 1,341 0,622 0,802 1,134 0,685 1,539 0,598 0,784 0,441 1,866 0,589 1,311 0,890 0,743 0,530 0,755 1,498 1,648 0,660 2,574 1,211 100,000 2,315 4,015 0,934 0,404 0,541 0,914 1,207 1,098 0,546 1,440 1,233 0,845 3,773 0,808 2,745 2,206 8,517 1,283 1,163 0,352 1,097 2,359 0,443 1,041 0,225 0,268 0,923 0,155 0,125 0,170 0,840 0,229 0,486 0,592 2,462 2,925 11,956 0,793

Inflação (%)

Até 31/01 Tipo de Ativo Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação 9 Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação

Índice

Janeiro

Ano

IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe

0,25 -0,16 0,50 0,66

0,25 -0,16 0,50 0,66

Juros/Aplicação (%) CDI Selic Poupança Ouro BM&F

Janeiro

Ano

0,88 0,89 0,58 0,63

0,88 0,89 0,58 0,63

Indicadores Imobiliários (%) CUB SP TR

Janeiro

Ano

0,10 0,07

0,10 0,07

Juros/Crédito (%) 31/Janeiro

30/Janeiro

Desconto n/d Factoring n/d Hot Money 3,34 Giro Pré (taxa mês) 2,02

n/d n/d 3,37 2,06

Câmbio

Até 31/01

Cotação Dólar Comercial Ptax R$ 1,7391 Euro US$ 1,3141 Iene (US$ 1,00) $ 76,2800

Mercados Futuros Dólar Juros DI

Até 31/01

Março

Abril

R$ 1,728 10,33%

R$ 1,740 10,10%

Contratos mais líquidos Ibovespa Futuro

31/01 63.385

empreendedor | fevereiro 2012

Carteira Teórica Ibovespa

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agenda Palco de lançamentos

De 27/02/2012 a 1º/03/2012

D.A.D.

15º Salão Internacional de Decoração, Artesanato e Design Expo Center Norte – São Paulo – SP www.feiradad.com.br

Evento ícone em decoração de interiores e design na América Latina. Com 700 expositores, agrega novas tendências e traz opções aos lojistas que procuram inovar sua linha de produtos.

De 5/03/2012 a 9/03/2012

Expodireto Cotrijal

13ª Feira Internacional do Agronegócio Parque de Exposições da Expodireto Cotrijal Não-Me-Toque – RS www.expodireto.cotrijal.com.br

No evento o visitante vai encontrar cerca de 330 expositores, entre eles empresas de agroquímicos, fertilizantes, máquinas e implementos, armazenagem, serviços, ensino, extensão, produção animal, meio ambiente e instituições financeiras. O caráter internacional da feira proporciona ainda encontros, negócios e trocas de informação entre dezenas de comunidades de diferentes países.

De 6/03/2012 a 9/03/2012

FIQ

8ª Feira Internacional da Qualidade em Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira Expoara – Arapongas – PR www.fiq.com.br

Consolidada como uma das maiores e melhores feiras do segmento, a FIQ tem projeção mundial e concentra um elevado número de produtos diferenciados, através de 200 expositores que apresentam máquinas, equipamentos, matérias-primas, acessórios, logística e marcenaria.

De 6/03/2012 a 11/03/2012

Feira do Bebê & Gestante

empreendedor | fevereiro 2012

37ª Feira da Moda Gestante, Infantil e Infanto-Juvenil Minascentro – Belo Horizonte – MG www.feiradobebeegestante.com.br

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Um dos maiores eventos do segmento realizados no Brasil. Com duas edições anuais, reúne fabricantes e lojas que oferecem produtos e serviços para mamães e bebês.

Enxoval, móveis e decoração infantil, moda para gestantes, bebês e crianças, lingerie para gestantes, brinquedos, fotografias, drogarias, livrarias, maternidades, moda infantil, infanto-juvenil e serviços são alguns itens que podem ser encontrados entre os 80 expositores do evento.

De 6/03/2012 a 9/03/2012

Texfair Home 2012

2ª Feira Internacional de Produtos Têxteis para o Lar Parque Vila Germânica – Blumenau – SC www.texfair.com.br

É a maior feira da América Latina especializada em têxteis para o lar. O evento reúne cerca de 200 expositores formadores de opinião e tendências dos setores de cama, mesa, banho, cortina, tapete e decoração. A aposta na segmentação foi o caminho escolhido para oferecer um evento mais focado nos interesses estratégicos e competitivos do mercado.

De 6/03/2012 a 8/03/2012

Feicana Feibio

10ª Feira de Negócios do Setor de Energia Recinto de Exposições Clibas de Almeida Prado – Araçatuba – SP www.feicana.com.br

Referência em bioenergia, como vitrine tecnológica e centro de debates.

Prestação de serviços, automação, sistemas elétricos, caldeiraria, agricultura de precisão, máquinas pesadas e insumos podem ser encontrados no evento com 200 expositores.

De 12/03/2012 a 16/03/2012

Brasilpack

8ª Feira Internacional da Embalagem Parque Anhembi – São Paulo – SP – www.semanainternacional.com.br

A Semana Internacional de Máquinas e Equipamentos para Embalagem e Impressão reunirá em um só lugar três eventos: as feiras Brasilpack (Feira Internacional da Embalagem), Flexo Latino América (Feira Internacional de Flexografia) e a Expográfica (Feira Internacional da Indústria Gráfica, Papel e Tecnologia) criarão um ambiente com cerca de 520 expositores que vão apresentar embalagem, materiais, máquinas, equipamentos, acessórios e insumos para embalagem, equipamentos e sistemas para processamento e envase, instrumentação e sistemas de controle, design, acessórios e produto acabado.

De 20/03/2012 a 23/03/2012

Fimec

36ª Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados Fenac – Novo Hamburgo – RS – www.fimec.com.br

Com cerca de 600 expositores, que apresentam ao mercado aproximadamente 1,2 mil marcas, a feira vai demonstrar couros, produtos químicos, componentes, acessórios, máquinas e equipamentos para calçados e curtumes. A Fimec proporciona troca de informações, conhecimento sobre as novas tecnologias, fechamento de parcerias comerciais e o encaminhamento de negócios que acabam se concretizando nos meses subsequentes à feira.

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