FRANQUIAS: RUMO AO NORDESTE
TECNOLOGIA: SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO
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IS SN 1414-0 152
ANO 18 N o 209 MARÇO 2012 R$ 9,90
Sonho possível
Condições econômicas favoráveis e disponibilidade de crédito estimulam a procura por imóveis e consolidam o crescimento da indústria da construção civil no País COMO EDVALDO ANGELO FEZ A METISA CHEGAR AOS 70 ANOS COM FÔLEGO PARA ACELERAR O CRESCIMENTO
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empreendedor | marรงo 2012
edi to ria l
Diretor-Editor: Acari Amorim [acari@empreendedor.com.br] Diretor de Comercialização e Marketing: Geraldo Nilson de Azevedo [geraldo@empreendedor.com.br] Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [vanin@empreendedor.com.br] – Repórteres: Ana Paula Meurer, Beatrice Gonçalves, Cléia Schmitz, Mônica Pupo, Raquel Rezende – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereira e Shutterstock – Foto da capa: Shutterstock – Revisão: Lu Coelho Sedes São Paulo Diretor: Fernando Sant’Anna Borba – Executivo de Contas: Osmar Escada Jr – Rua Pamplona, 1.465 – Conj. 74 – CEP 01405-002 – Jardim Paulista – Fone/Fax: (11) 3887-2193 [empreendedorsp@empreendedor.com.br] Florianópolis Executiva de Atendimento: Joana Amorim [anuncios@ empreendedor.com.br] – Rua Padre Lourenço Rodrigues de Andrade, 496 – Santo Antônio de Lisboa – 88050-400 – Florianópolis – SC – Fone: (48) 3371-8666 Central de Comunicação – Rua Anita Garibaldi, nº 79 – sala 601 – Centro – Florianópolis – SC – Fone (48) 3216-0600 [comercial@centralcomunicacao.com.br] Escritórios Regionais Rio de Janeiro Triunvirato Empresarial – Milla de Souza [milla@triunvirato.com.br] – Rua São José, 40 – 4º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fones: (21) 2611-7996/9607-7910 Brasília Ulysses Comunicação Ltda. [ulyssescava@ gmail.com] – Fones: (61) 3367-0180/9975-6660 – condomínio Ville de Montagne, Q.01 – CS 81 – Lago Sul – 71680-357 – Brasília – Distrito Federal Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [ricardo@merconeti.com.br] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 3 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666 Rio Grande do Sul Nenê Zimmermann [nene@starteronline.com.br.com.br] e Renato Zimmermann [renato@starteronline.com.br.com.br] – Floresta – 90440-051 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3327-3700 Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [hmconsultoria@hmconsultoria.com.br] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [sbfaria@sbfpublicidade.com.br] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fones: (31) 2125-2900/2125-2927 Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – [assine@empreendedor.com.br] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80 à vista. Renovação de Assinatura R$ 112,86 à vista. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30. Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfica Editora Ctp – Distribuição: Distribuidora Magazine Express de Publicações Ltda – São Paulo Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br Editora: Carla Kempinski – Repórter: Raquel Rezende
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a última década, a construção civil conseguiu superar definitivamente a sofrida estagnação nos anos 1980 e 1990. As condições econômicas favoráveis do País – especialmente o baixo índice de desemprego e o aumento da renda da população – e a disponibilidade de crédito imobiliário, com prazos mais longos e juros menores, além de programas públicos como o “Minha Casa Minha Vida” permitiram que muitos brasileiros realizassem o sonho da casa própria. Em 2011, o volume dos financiamentos para aquisição e construção de imóveis cresceu 42%, índice que representa novo recorde histórico. São milhões de unidades residenciais e comerciais entregues e em construção, que consolidam o crescimento do setor. Tudo isso fez com que o número de trabalhadores com carteira assinada na construção civil dobrasse nos últimos cinco anos. No desempenho geral, o incremento foi de 11,6% em 2010 – ano excepcional, marco da recuperação – e de cerca de 5% em 2011, o que demonstra não um arrefecimento simples do ritmo, mas sim uma acomodação natural das atividades para se chegar a um ponto de equilíbrio sustentável do crescimento setorial. E o bom momento deve durar, pois o déficit habitacional no País ainda é alto – superior a 8 milhões de moradias, segundo a Abecip – e a aquisição de imóveis tem se mostrado um excelente investimento. Com crescimento acima da média mundial, os preços mais do que dobraram nos últimos cinco anos, atingindo valorização de 24,7% em 2011, índice superado apenas pela Índia. Além disso, há uma larga margem para o crédito imobiliário crescer. Hoje ele representa 4,7% do PIB total do País e a perspectiva é de que essa participação atinja 6% em 2012 e chegue a 10% em 2014. Com o mercado aquecido, as empresas da área têm se utilizado de diferentes estratégias para conquistar clientes. Entre as principais tendências estão a transformação de condomínios em verdadeiros complexos de lazer, a adoção de tecnologias sustentáveis, a aquisição e fusão de empresas para aumentar a presença no território nacional, a utilização da internet como ferramenta de vendas e inovação, além de projetos especialmente criados para atender públicos específicos. Não deixe de conferir as oportunidades na matéria de capa e demais reportagens desta edição. Alexsandro Vanin
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A Revista Empreendedor é uma publicação da Editora Empreendedor
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ne s ta e di ç ã o
14 | chave na mão
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As condições econômicas favoráveis do País – especialmente o baixo índice de desemprego e o aumento da renda da população – e a disponibilidade de crédito imobiliário têm feito a alegria de quem não tinha esperança de mudanças há alguns anos: milhões de pessoas agora têm a oportunidade de realizar o sonho da casa própria, o que
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22 | lopes Estratégia agressiva de fusões e aquisições por todo o País adotada nos últimos cinco anos fez da Lopes líder em comercialização de imóveis.
consolida o crescimento da indústria da construção civil e habitação, estagnada por mais de uma década. E o bom momento deve durar, pois o déficit habitacional no País ainda é alto e há uma larga margem para o crédito imobiliário crescer. Veja o que as empresas da área estão fazendo para conquistar o público e aumentar suas vendas.
24 | koerich Falta de empreendimentos de alto padrão no mercado leva a uma valorização recorde destas edificações e garante o sucesso de lançamentos.
28 | tecnisa Combinação de uso intensivo da internet e valorização do relacionamento com clientes traz resultados significativos de vendas.
carlos pereira
32 | Perfil Edvaldo Angelo, da Metisa Saiba como Edvaldo criou um modelo que fez a Metalúrgica Timboense superar crises e chegar aos 70 anos com resultados positivos e fôlego para acelerar o ritmo de crescimento.
42 | Franquias Rumo ao Nordeste Segundo a ABF, enquanto o setor de franchising cresceu 15% no Brasil nos últimos três anos, na região Nordeste esse crescimento foi de 32% no mesmo período. E, para 2012, mais de 500 empresas de 20 setores planejam investir por lá. Quem sabe não é a sua oportunidade?
O secretário-geral da Comissão de Direitas Autorais da OAB/RJ fala sobre a nova política de direitos autorais e as principais mudanças em relação à legislação em vigor.
40 | Perfil lojista Giovanna Motta, da e-closet
LEIA TAMB ÉM 06 48 52 55 57
NÃO DURMA NO PONTO franquias PRODUTOS E SERVIÇOS megafone de olho no cliente
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Pioneiro em e-commerce de moda no Brasil, o site e-closet agora busca a liderança na América Latina. Conheça as estratégias da empreendedora Giovanna para atingir seu objetivo.
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NÃO DURMA NO PONTO
Herrar é umano!
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Essa frase já deve ter feito seus olhos arderem, quando estampada em um adesivo, camiseta ou pichação de parede. Sim, errar é humano! Mas os prejuízos que os erros humanos podem causar muitas vezes são desumanos. Basta lembrar exemplos bastante divulgados, como desastres aéreos ou marítimos, engavetamentos nas estradas, acidentes de trabalho, desabamentos de edifícios.
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Na empresa, então, erros humanos costumam conduzir a graves prejuízos, não apenas financeiros. Podem arruinar a relação com um cliente ou com um fornecedor importante. Muitas vezes os danos são irrecuperáveis. Os dirigentes de empresas sabem disso e a maioria deles busca socorro nos programas de qualidade, a escola da administração que mais desenvolveu métodos e ferramentas para lidar com erros. O problema é que nesse caso só são tratados os erros da não-conformidade, aqueles que não correspondem a especificações predeterminadas. Mas o que fazer, então, com os erros que cometemos sem que haja algum parâmetro que sirva de referência? É melhor admitir logo: nós nos habituamos a avaliar muito superficialmente determinadas situações. Diante das primeiras e parcas impressões, tratamos de deduzir toda a história. Esse jeito leviano de enfrentar o que achamos ser a realidade faz com que cometamos erros crassos, alguns injustificáveis. Muitos deles decorrem do nosso viés de percepção, ou seja, quase sempre não enxergamos tudo o que está ao nosso redor. Vemos apenas o que estamos preparados para ver. Dizem os
cientistas que a maior parte das coisas com as quais nos deparamos, todos os dias, é repetição das sobejamente conhecidas. Enxergamos, portanto, aquilo que já está registrado em nosso cérebro. O que passa despercebido – e não é pouco – tal qual a cilada do ponto cego, atraindo e fisgando os erros. Inexoravelmente. Há quem acredite que a rotina ajuda a diminuir os erros. Na certeza de oferecer uma solução para evitá-los, a própria escola da qualidade bate na tecla da repetição, apoiada na mecanização e na normatização. Deixa, porém, de considerar que, nessas circunstâncias, o indivíduo liga o seu piloto automático, aquele estado em que a atenção está adormecida e, portanto, propícia ao erro. Já vivemos em um mundo multitarefa, onde a atenção é dividida entre o telefone celular, o SMS, o correio eletrônico, o Facebook e outras tantas dispersões, sejam eletrônicas ou de outras naturezas. Toda atenção diluída perde a força. Basta citar como exemplo o fato de serem muitos os acidentes causados por veículos dotados dessa parafernália toda, que inclui, além de MP3 e GPS, até televisão. Não dá para culpar o carro, porque está sob a direção de um motorista, passível, portanto, de erro humano. Em resumo e sem rodeios: não estamos tão atentos como pode parecer. Bem ao contrário. Tomados por expectativas, preocupações e emoções, estamos mais dispersos do que podemos imaginar. Por isso, olhamos, mas não vemos. E quando nos damos conta, o trem passou.
A virtude da atenção
A atenção é mesmo uma virtude, se considerarmos o vício em que se trans-
formou a dispersão na vida das pessoas. E o antídoto contra um vício, conforme reza a tradição, é uma virtude. Que precisa ser desenvolvida. E que só será desenvolvida mediante disciplina. Antes, precisamos romper com algumas crenças que se apoderaram de nós. A primeira é a de que somos seres produtivos e que só estamos vivos se estivermos fazendo alguma coisa. Há quem não consiga ficar mais de uma hora em absoluto (e necessário) descanso sem ser abatido por uma insuportável crise de abstinência de trabalho. Se nos perdermos no fazer, não arranjaremos tempo para ser. Nem para aquietar expectativas e preocupações, essas que tomam nossa mente, gerando diálogos imaginários e repetitivos e que roubam nossa atenção. Parar é um grande feito! – acredite. E que vai exigir muita disciplina até que você se acostume e ache natural. Depois, pare para pensar. Então, nada de “fogo, preparar, apontar”. Você não está num filme de faroeste, assoprando o cano fumegante do revólver depois de dado o tiro, para perguntar, em seguida, qual é o alvo pretendido. A pressa faz parte dessa história e é mãe de uma infinidade de erros. A pressa restringe nossa capacidade de pensar e, com isso, não conseguimos ver o todo. Sem a percepção do todo, não temos condições de ligar os pontos e enxergar a imagem por completo. Então, parar para pensar vai ajudar a diminuir os erros. E também exige disciplina, pois estamos sempre de raquete em mãos, prontos para rebater a próxima bola-problema que se apresente. Parar vai ajudar a apaziguar as expectativas e preocupações. Parar para
Saber por que e para quem determinado trabalho está sendo feito traz à tona outra palavra importante para evitar erros: o significado
O mundo dos negócios é muito grande para você se aventurar sozinho.
Educador da Cempre Conhecimento & Educação Empresarial (11) 3873-1953/www.cempre.net roberto.tranjan@cempre.net
pensar vai ajudar a construir mentalmente o que precisa ser feito, antes que você mergulhe de cabeça na ação. Até aí, entretanto, são apenas atitudes preventivas contra os erros. Mas os erros ocorrem durante as ações. Então algo precisa ser feito, também, quando se age. E o que precisa ser feito, considerando a virtude da atenção, é executar cada tarefa com todo interesse. Saber exatamente por que e para quem determinado trabalho está sendo feito. Isso traz à tona outra palavra importante para evitar erros: o significado. Quando enxergamos significado naquilo que fazemos, muda e se amplia nosso grau de interesse e empenho e, portanto, de atenção. Nós nos recusamos a acionar o piloto automático. Queremos fazer tudo por inteiro, entregues à atividade de corpo, mente e alma. Em sublime estado de intensa presença. Mesmo que não seja uma tarefa agradável ou do nosso gosto. Com significado, aceitamos o caroço com a mesma alegria com que saboreamos a fruta. Finalmente, um trabalho feito com amor costuma preencher todos os espaços, de tal forma que os erros não encontram brechas onde possam se instalar. A não ser os erros cometidos por amor. Mas isso já é outra conversa.
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por Roberto Adami Tranjan
As publicações da editora Empreendedor têm sempre artigos, notícias e dados atualizados sobre o mundo dos negócios. Com 18 anos de história, a Empreendedor é a maior editora brasileira voltada ao empreendedorismo e às inovações do mundo dos negócios. Publica a revista Empreendedor e mantem o mais acessado site sobre empreendedorismo: www.empreendedor.com.br. Na hora de buscar informações ou falar com empreendedores de todos os portes, conte com as nossas publicações.
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e NTREVIS TA
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Hélder Galvão
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paternidade reconhecida Ministério da Cultura propõe mudanças significativas na regulamentação dos direitos autorais no Brasil
A lei nº 9.610 de 1998, que regulamenta os direitos autorais no Brasil, deve passar por uma revisão nos próximos anos. Um anteprojeto de lei elaborado pelo Ministério da Cultura tem como proposta ampliar as possibilidades de usos livres das obras sem a necessidade de autorização prévia do autor. O que permitiria, por exemplo, que cineclubes pudessem exibir filmes sem precisar pagar taxas pela veiculação. O anteprojeto também pode mudar a forma de atuação do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), entidade que hoje é administrada por associações de músicos e que tem como função fiscalizar e cobrar os direitos autorais pela veiculação de músicas em rádios e televisões. O Ministério da Cultura sugere a criação do Instituto Brasileiro de Direito Autoral, órgão governamental que poderia supervisionar o trabalho realizado pelo ECAD. O anteprojeto passou por duas consultas públicas e está agora na Diretoria de Direitos Autorais (DDI), órgão ligado ao Ministério da Cultura, para que seja concluído. Depois dessa etapa, ele será encaminhado ao Congresso Nacional para apreciação dos parlamentares e ainda não há previsão de quando ele entrará em vigor. O secretário-geral da Comissão de Direitos Autorais da OAB do Rio de Janeiro, Hélder Galvão, avalia como positiva a proposta de alteração na lei. Ele explica que a atual legislação está obsoleta e que a nova proposta tende a simplificar a relação entre o autor e a pessoa que irá utilizar a obra. Mas, faz um alerta. “É importante que a sociedade sensibilize os congressistas para agilizar o andamento desse processo. Qualquer tipo de demora pode ser prejudicial a todo trabalho que foi feito pelo Ministério da Cultura durante esses últimos anos”.
O que prevê o anteprojeto de lei sobre direitos autorais que foi elaborado pelo Ministério da Cultura? Hélder Galvão – A nova proposta atua em quatro pontos importantes da atual lei de direitos autorais porque propõe mudanças em princípios, nas formas de contratos, gestão coletiva e nas limitações de cessão e licenciamento que estão hoje previstas em lei. Ela incorpora, por exemplo, alguns princípios do direito civil e passa a interferir nos contratos, principalmente, nos de edição musical. O anteprojeto aumenta as possibilidades de usos livres das obras sem a necessidade de autorização do autor. Que inovações o anteprojeto traz para a legislação hoje em vigor? Hélder Galvão – A atual lei é muito vaga, não existe, por exemplo, uma definição sobre o que deve ser considerado um licenciamento ou uma cessão. O anteprojeto de lei deixa isso mais claro e permite delimitar melhor quando cada um dessas formas de concessão deve ser utilizada. A cessão, que acontece quando o autor cede seus direitos sobre a obra a um terceiro, é por prazo indeterminado e o licenciamento é por prazo determinado. Em que medida a nova proposta amplia o uso de obras sem a necessidade de autorização do autor? Hélder Galvão – Hoje somente uma obra poderá ser usada sem autorização se ela estiver prevista no artigo 46 da lei. Esse artigo foi significativamente alterado com o anteprojeto. Com isso, ampliaram-se as possibilidades de usos livres para que, por exemplo, cineclubes ou mesmo deficientes visuais possam ter acesso a determinadas obras sem a necessidade de autorização. Antes
não havia essas previsões em lei. Com o anteprojeto passa-se a adotar também no Brasil a regra dos três passos que foi aprovada na Conferência de Estocolmo e estabelece exceções e limites de aplicação dos direitos de propriedade intelectual. Dessa forma, desde que o uso da obra seja utilizada em casos especiais, não ofenda o autor e não apresente prejuízos para a vendagem é possível usar a obra sem autorização prévia. Isso é um grande avanço. E quando o uso da obra não se encaixar na regra dos três passos, haverá alguma mudança na relação entre o autor e a pessoa que irá usufruir da obra? Hélder Galvão – Essa é uma relação privada entre as partes que é puramente negocial. No caso do licenciamento, o cedente, que é o autor, e o cessionário, que será o titular dos direitos da obra, estipulam em conjunto qual é o melhor prazo para a utilização do material. Não existe nenhum percentual pré-definido que estabeleça quanto cada parte deve pagar e receber. O autor e o cessionário é que chegam a um acordo sobre isso. A lei atual e o anteprojeto de lei não se envolvem na autonomia das partes. O anteprojeto chega a discutir a questão dos direitos autorais na internet? Hélder Galvão – Não. A lei que vai tentar de alguma maneira regular essas questões é o marco civil de internet que também está sendo discutido pelo legislativo. A lei de direitos autorais não irá regular as limitações no âmbito virtual. Seria um erro tentar regular especificamente as questões digitais. O anteprojeto procura um caminho para estabelecer causas gerais. Se a lei tentar acompanhar apenas as questões da atualidade, ela fica velha em pouco tempo.
A atual lei é muito vaga, não existe, por exemplo, uma definição sobre o que deve ser considerado um licenciamento ou uma cessão.
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por Beatrice Gonçalves beatrice@empreendedor.com.br
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Seria um erro regular especificamente as questões digitais. Se a lei tentar acompanhar apenas questões da atualidade, ela fica velha em pouco tempo
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Com esse anteprojeto como ficaria a atuação do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), que hoje arrecada, distribui e fiscaliza a execução de músicas em rádios e tevês? Hélder Galvão – Ainda não está definido. A princípio o Ministério da Cultura queria criar um órgão que fosse capaz de supervisionar o trabalho do ECAD, que é hoje administrado por associações de música. A proposta inicial era que uma entidade do governo acompanhasse o trabalho do ECAD, porque hoje não há um controle externo sobre o que é feito no órgão. Com a proposta, os administradores do ECAD passariam também a responder por eventuais más gestões na entidade. A ideia do governo é criar o Instituto Brasileiro de Direito Autoral, mas ainda não está definido qual seria exatamente a função do novo órgão. Em princípio ele retomaria as funções do Conselho Nacional de Direitos Autorais (CNDA) que era uma instância consultiva e de mediação de conflitos e tinha poderes para se manifestar sobre algumas regras e imprecisões da lei. O anteprojeto já foi discutido com as enti-
dades representativas do setor cultural? Hélder Galvão – Foram realizadas pelo Ministério da Cultura duas consultas públicas que alteraram significativamente a redação original do anteprojeto. A versão que se tem hoje está bastante lapidada. A proposta já foi encaminhada ao Congresso? Hélder Galvão – Ele está em análise na Diretoria de Direitos Intelectuais (DDI), que é um órgão vinculado à Secretaria de Políticas Culturais (SPC) do Ministério da Cultura. Por enquanto é um anteprojeto, ou seja, não é ainda um projeto de lei, e sim um rascunho que não teve seu texto final concluído. Só depois que estivar pronto é que será submetido ao Congresso Nacional para votação. Há uma ideia de quando ele chegará ao Congresso? Hélder Galvão – Não. Por enquanto está indefinido. Existem muitos interesses e valores em jogo. São mudanças significativas na lei e o problema dessa demora é que o anteprojeto pode se tornar obsoleto quando chegar ao Congresso. A lei atual é de 1998 e ficou
uma média de seis a oito anos tramitando no Congresso. É importante que a sociedade sensibilize os congressistas para agilizar o andamento desse processo. Qualquer tipo de demora pode ser prejudicial a todo trabalho que foi feito pelo Ministério da Cultura durante esses últimos anos. O sistema jurídico brasileiro já está se adaptando a nova lei? Hélder Galvão – Ainda está cedo para a sociedade em geral assimilar as novas propostas. O que já vem acontecendo é que os especialistas no tema estão assimilando as mudanças aos poucos. A legislação vai mudar e é preciso entender o que isso irá representar. Ricardo Brajteran, que é o presidente da Comissão de Direitos Autorais da OAB – RJ e professor titular da PUC, e eu temos realizado um trabalho de disseminar esses conteúdos e levar as questões de direitos autorais para o público em geral.
LINHA DIRETA Hélder Galvão: www.oab-rj.org.br
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empree nded o r e s
Paulo Cupello e Paulo Lopes – Grupo Entreter
Torcida animada
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Quando a Seleção Brasileira de Vôlei entra em quadra, nas arquibancadas quem entra em cena é uma equipe coordenada pela dupla de empreendedores Paulo Cesar Lavrado Cupello e Paulo Sérgio Alves Lopes. Sócios-fundadores do Grupo Entreter, criado há nove anos no Rio de Janeiro, eles são responsáveis por transformar eventos esportivos em grandes oportunidades de exposição e fidelização das marcas patrocinadoras. Atualmente, a empresa conta com uma equipe formada por mais de 300 profissionais, incluindo promotores, locutores, animadores de torcida, DJs e recreadores. Além da Confederação Brasileira de Vôlei, o grupo tem em seu portfólio clientes de peso como Unilever, RJX, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Grupo Pão de Açúcar, Coca-Cola, Vale, Petrobras, Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Fifa, entre outros. A expectativa de novas oportunidades de negócios não poderia ser melhor com a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. Os eventos tendem a aumentar o número de marcas interessadas em estreitar o contato direto com os consumidores por meio de ações promocionais. Um dos mais recentes trabalhos do Grupo Entreter foi o Rei e Rainha da Praia 2012, tradicional torneio de vôlei de praia do Brasil, disputado em fevereiro passado, em Ipanema (RJ). Coube à empresa fazer a festa na arquibancada, animando a torcida com canhão d’água, bandeirões e DJs. Festa garantida para torcedores e, claro, para as marcas patrocinadoras do evento. A Entreter também prestou serviços à campanha promovida em novembro passado pelo governo do Rio de Janeiro para protestar contra as mudanças nas regras de distribuição dos royalties do petróleo. www.grupoentreter.com.br
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Luciana e Tony De Franceschi – Teddy Bear
FIDELIDADE DE URSO Há 20 anos, o casal Luciana e Tony De Franceschi decidiu juntar suas experiências profissionais (ela como professora e ele na área de marketing e publicidade) e criar uma escola de inglês com um método específico para atender crianças e adolescentes. Surgia assim a Teddy Bear, hoje uma rede de franquias com sede em Florianópolis e oito escolas distribuídas por Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O casal estima que mais de 5 mil alunos já tenham passado pela escola nessas duas décadas. Atualmente, são 2 mil alunos matriculados. Uma prova do sucesso do negócio
é o alto índice de retenção de estudantes, entre 90% e 95%, algo raro em escolas de idiomas, acostumadas com um entra-e-sai de alunos. Para Tony, esse desempenho é resultado de uma estratégia que a rede não abre mão desde sua fundação: “Nosso foco é a qualidade da escola e não o volume de alunos”, garante o empreendedor. Por isso, as turmas têm, no máximo, dez alunos. O objetivo é manter as crianças entretidas e motivadas na sala de aula. O foco na qualidade se estende para a área de expansão das franquias. A decisão de franquear se deu no início
do ano 2000, quando a rede contava com três escolas em Florianópolis. “Ao longo de dez anos percebemos que o negócio tinha potencial para se expandir”, conta Tony. Em 2003, a marca se filiou à Associação Brasileira de Franchising (ABF) e, no ano seguinte, inaugurou a primeira franquia, em Blumenau (SC). Era uma espécie de piloto e, após ajustes na formatação, em 2008 abriu uma escola em Curitiba. Na sequência vieram as unidades de Jundiaí (2009), São Paulo Alto de Pinheiros (2010) e São Paulo Vila Nova Conceição (2011). www.teddybear.com.br
Marcel Magalhães – UNS Idiomas
Proprietário da rede UNS Idiomas, o administrador Marcel Magalhães começou sua carreira no segmento de escolas de inglês em 1998, como trainee comercial de uma rede de franquias. Em pouco tempo assumiu o cargo de diretor da empresa e, na sequência, tornou-se franqueado da marca. Foi então que se deparou com um nicho ainda inexplorado no mercado: o público jovem que precisa aprender inglês em um curto espaço de tempo. Com essa ideia na cabeça, abriu, em 2003, a UNS, cuja proposta é garantir aos alunos a fluência no inglês em apenas 18 meses. A primeira unidade contava apenas com duas funcionárias: sua esposa – formada em Jornalismo, mas com experiência em outras redes de ensino de idiomas – e uma amiga, também da área, que assumiu a coordenação pedagógica e hoje é dona de duas franquias da rede. Eram elas quem ministravam as aulas na primeira unidade de Marcel. Após um ano e meio, a UNS já tinha três unidades próprias e começava a chamar a atenção de candidatos a franqueados. Atento a esse interesse, Marcel decidiu se profissionalizar em franchising e cursou MBA em gestão de franquias. Hoje, a rede tem 50 unidades abertas em nove estados brasileiros e mais de 10 em processo de implantação. Para alavancar o negócio, Marcel criou o UNS Competition, um programa que trabalha a gestão de pessoas em cinco frentes: formação de líderes, aumento da rentabilidade da unidade, motivação da equipe, multiplicação da confiança e da credibilidade da marca em seus colaboradores e estímulo ao empreendedorismo. A proposta é formar novos franqueados dentro de sua própria equipe. www.unsidiomas.com.br
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OCUPAÇÃO DE NICHO
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CAPA
Lar, doce lar empreendedor | março 2012
Condições econômicas favoráveis e disponibilidade de crédito estimulam a procura por imóveis e aquecem a indústria da construção civil no País
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por Ana Paula Meurer
Comprar uma casa própria e conseguir manter em dia o pagamento das parcelas de um financiamento era uma realidade distante para grande parte dos brasileiros até poucos anos atrás. No entanto, há cerca de cinco anos, esse cenário começou a mudar e aproximar o sonho do “lar, doce lar’’, fortalecendo os segmentos da construção civil e habitação. O momento é favorável. O Brasil está recebendo investimentos previstos em função dos eventos esportivos que irá receber nos próximos anos, ações governamentais foram criadas, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV ), e conseguir um financiamento habitacional passou a ser mais fácil e acessível. A estabilidade da economia aliada ao aumento do emprego e da renda, às condições mais atrativas dos financiamentos, com prazos mais longos e juros menores, e a programas como “Minha Casa Minha Vida” são algumas das condições determinantes para a expansão do crédito imobiliário. Os números refletem o bom momento e mostram que o brasileiro nunca financiou tanto imóvel como em 2011. No ano passado, o volume dos financiamentos para aquisição e construção de imóveis cresceu 42%, índice que representa novo recorde histórico no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e é mais do que o dobro da média do crescimento do crédito à pessoa física, que registrou incremento de 19%. Em números, significa a concessão de R$ 79,9 bilhões em empréstimos para a construção e compra de imóveis: R$ 23,7 bilhões a mais do que em 2010. Ao todo, foram 493 mil unidades financiadas, 17% a mais em relação ao número registrado em 2010. A parcela do crédito imobiliário no PIB total do País foi de 4,7% e a perspectiva é de que essa participação atinja 6% em 2012 e chegue a 10% em 2014. Na visão de Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip, esse cenário positivo é resultado da combinação de um déficit habitacional de mais de 8 milhões de moradias e de um baixo índice de desemprego – de acordo com o IBGE, 6% da população economicamente ativa em janeiro, o menor registrado na história – que traz um consequente aumento de renda e baixo índice de inadimplência. Além disso,
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CAPA
Minha Casa, Minha Vida
Roberto Stuckert Filho
O Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, lançado em abril de 2009, em sua primeira fase (2009 e 2010) promoveu a contratação de 1.005.028 unidades habitacionais. Em sua segunda fase (de 2011 a 2014) foi incorporado ao Plano Nacional de Habitação (PLANHAB) e às ações do PAC – com monitoramento e relatórios periódicos específicos – sendo ampliado para a construção de mais 2 milhões de moradias.
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Fonte: CBIC
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há dez anos o prazo máximo dos empréstimos era de 15 anos e hoje está em 30 anos. A taxa de juros, que era de 12% ao ano, caiu para 10%. “As pessoas estão mais seguras para comprar um imóvel e as instituições bancárias para financiar. Além de estarmos bem amparados pela legislação, essa é uma compra diferenciada e planejada, já que ninguém adquire uma casa por impulso, como muitas vezes acontece com os carros, por exemplo’’. Lazari ainda destaca que, de acordo com dados do setor, os brasileiros geralmente oferecem 40% do valor do imóvel de entrada e financiam os 60% restantes. “Em caso de uma possível dificuldade financeira, os proprietários preferem pagar primeiro o financiamento da sua casa. Tudo isso explica porque o ano de 2010 encerrou com apenas 2% de inadimplência, o menor em nove anos’’, comenta. Situação favorável e segura para os bancos emprestarem. Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, o setor imobiliário aparece como o grande responsável pelo recorde na procura dos consumidores e das empresas por crédito. A instituição alcançou o volume de R$ 230 bilhões em crédito, representando 12% a mais do que o registrado no mesmo período do ano anterior. O destaque desse resultado
Volume dos financiamentos imobiliários cresceu 42% em 2010, um recorde
foi mais uma vez a carteira imobiliária do banco, que detém 75% do mercado no setor. O crédito habitacional totalizou R$ 81,8 bilhões das operações realizadas ao longo do ano, correspondendo a 35,5% do resultado. Em relação ao ano anterior houve um crescimento de 4,6%. A expectativa é que o financiamento habitacional continue em forte expansão este ano, mas em ritmo um pouco menor. De acordo com Lazari, o crescimento deve ficar em torno de 30%, atingindo o volume de R$ 103,9 bilhões. “É um número menor, porém positivo para que o crescimento se mantenha estável e consistente, contínuo e sustentável. Essa deve ser a prioridade do setor’’, avalia.
Valorização recorde
Lazari, da Abecip: “As pessoas estão mais seguras para comprar um imóvel e as instituições bancárias para financiar”
Com crescimento acima da média mundial, a valorização imobiliária atingiu índices elevados nos últimos anos no Brasil e os imóveis mais do que dobraram de preço nos últimos cinco anos. Em 2011, chegou a 24,7%, só não superando a alta registrada na Índia, de acordo com pesquisa realizada pelo site Global Property Guide. Um levantamento realizado pela Lello Imóveis, empresa de administração imobiliária, apontou valorização de até
Empregos na construção civil
98,8%
de aumento em 5 anos
Crédito imobiliário Volume dos financiamentos em 2011:
2.762.156
trabalhadores registrados
1.388.958
trabalhadores registrados
crescimento de 42% em relação a 2010 R$ 79,9 bilhões em empréstimos para a construção e compra de imóveis:
R$ 23,7 bilhões a mais do que em 2010 493 mil unidades financiadas,
17% a mais em relação ao número registrado em 2010 2006
2011
Fonte: ABECIP
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Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego
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Pesquisa da Lello apontou valorização de até 175% nos preços de imóveis residenciais de São Paulo
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CAPA
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175% nos preços de imóveis residenciais comercializados na capital paulista nos últimos dois anos. Foram analisados apartamentos de dois dormitórios, que registram maior procura na cidade, entre 50 e 100 metros quadrados, em prédios com mais de cinco anos de existência e área de lazer, localizados nas regiões de Perdizes, Jardins, Santana, Mooca e Tatuapé. Nessas cinco regiões, em 2011, o preço médio do metro quadrado dos apartamentos foi de R$ 4,97 mil, sendo que há dois anos o valor médio do metro quadrado do tipo de imóvel usado mais procurado na cidade era de aproximadamente R$ 3,1 mil. Na média, a valorização foi de 56,6%. “A revitalização de bairros e a expansão da malha metroferroviária, aliada à alta demanda, ajudaram a valorizar o mercado imobiliário paulistano, que se tornou, mais do que nunca, uma excelente opção de investimento’’, comenta Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis. Ela acredita os imóveis continuarão sendo uma boa aposta de investimento seguro e rentável, com tendência de concorrer mais intensamente com os investimentos
Com crescimento acima da média mundial, valor dos imóveis no Brasil mais do que dobrou em cinco anos em renda fixa, cuja rentabilidade tende a cair com a redução da taxa Selic. A FG Empreendimentos cita ainda como exemplo de valorização dois empreendimentos fora de São Paulo, situados na cidade de Balneário Camboriú (SC). O Villa Florence teve valorização de praticamente 160%, no período de maio de 2006 a outubro de 2011. Na linha de crescimento, há projeções importantes também para imóveis ainda na planta, como o Alameda Jardins, cuja valorização desde o lançamento atingiu 22,5%, de dezembro de 2010 a outubro de 2011. Tudo isso fez com que o número de trabalhadores com carteira assinada no setor da construção civil dobrasse nos últimos
cinco anos. Em 2006, o setor contabilizava 1.388.958 trabalhadores registrados com carteira assinada, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No fim de dezembro de 2011, o número já era de 2.762.156. Entre os estados que geraram o maior número de empregos do setor, estão São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Somente entre 2006 e 2009, os investimentos em construção civil totalizaram R$ 928,9 bilhões e representaram mais de 39,3% da formação bruta de capital fixo do País, de acordo com dados do SindusconSP (Sindicato da Construção Civil). Se em 2010 o setor no geral atingiu desempenho recorde, com 11,6% de crescimento, em 2011, a projeção é que o incremento tenha sido de 4,8%, alcançando maior equilíbrio e sustentabilidade. Na avaliação da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria de Construção), o resultado de 2010 foi excepcional e configurou-se em um marco da recuperação do dinamismo setorial. Já o ano passado caracterizou-se por um processo natural de acomodação das ati-
renato araújo/abr
PAC Em 2011, teve início a segunda fase do PAC, que vai até 2014. Esta nova fase representou um crescimento nominal de 45% no volume de recursos, que passou para R$ 955 bilhões. Conforme o Balanço do PAC 2, até setembro de 2011, a execução global do programa – que inclui Orçamento Geral da União (OGU) Fiscal e Seguridade, estatais e setor privado – foi de R$ 143,6 bilhões ou 15% do total previsto para o período de 2011 a 2014. O relatório oficial do PAC 2 informa que até 11,3% das obras foram concluídas até 30 de setembro deste ano. O gasto com estas obras foi de R$ 94,3 bilhões.
vidades, buscando o ponto de equilíbrio sustentável do crescimento setorial. Para este ano, especialistas acreditam que o segmento da construção civil continuará aquecido e apresentará um desempenho significativamente positivo. “Essa perspectiva será impulsionada também pelos valores dos aluguéis que continuam em alta tanto para os imóveis habitacionais como para os escritórios, configurando um dinamismo provocado pela demanda associado a um percentual de vacância baixo’’, afirma o professor economista da FGV Management de São Paulo, Evaldo Alves. No entanto, a escassez de terrenos livres em algumas capitais muitas vezes limita esse dinamismo das construções – o que também provoca uma compactação nas áreas habitacionais, ou seja, os apartamentos estão com dependências de dimensões reduzidas, criando um novo conceito de funcionalidade. Marcelo Brognoli, vice-presidente da ABMI (Associação Brasileira do Mercado Imobiliário), avalia que o mercado imobiliário encontra-se em um momento de reposicionamento. Na sua opinião, a demanda
por imóveis continua forte, porém alguns equívocos nos lançamentos de grandes empresas nacionais de capital aberto causaram excesso de oferta em alguns bairros de grandes e médias cidades do Brasil. “Tais equívocos, além do excesso de oferta pontual, causaram o atraso de muitas obras, já que no afã de uma expansão desenfreada, avaliou-se mal a velocidade de vendas, fornecimento de materiais e mão de obra em algumas regiões’’, comenta. Por outro lado, Brognoli comenta que as empresas regionais mantiveram a qualidade e assertividade de seus lançamentos, com seus prazos de entrega rigorosamente cumpridos, conseguindo desta forma manter suas vendas crescentes. “Assim sendo, nossa expectativa é que o mercado se ajuste, alinhando lançamentos à capacidade de produção e demanda dos compradores, seguindo em gradual expansão e pujança de longo prazo’’, afirma.
Lazer e segurança Os lançamentos seguem novas diretrizes da construção civil, geradas pelo rápi-
do crescimento populacional e a evolução de conceitos de caráter econômico e ambiental. Segurança, conforto e mobilidade urbana estão entre as principais características que os brasileiros buscam atualmente em um imóvel. “As pessoas querem, ainda em sua grande maioria, realizar o sonho da casa própria de bom nível, que supra as necessidades de suas famílias com qualidade. Além disso, os mais privilegiados buscam nos imóveis a segurança para seus investimentos, visando um futuro tranquilo para suas aposentadorias, através dos aluguéis’’, comenta Marcelo Brognoli. Assim, é cada vez mais comum que as construtoras invistam em implantação de espaços verdes, de infraestruturas específicas e de melhoria nos acessos. Uma das tendências atuais é o lançamento de grandes empreendimentos, especialmente residenciais, composto de várias torres e unidades autônomas ou lotes. Nesses, as áreas comuns são os principais atrativos para os moradores. Enquanto os condomínios tradicionais ofereciam basicamente piscina, salão de festas e playground, muitos dos atuais contam com estrutura que lembram
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Fonte: CBIC
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CA PA
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Residencial Essence, do Grupo Thá, em Itajaí
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um verdadeiro clube de lazer. Espaço zen, gourmet e cyber, academia, briquedoteca e até uma área destinada somente para os animais de estimação exemplificam as opções oferecidas aos moradores. Esses diferenciais foram buscados pelo Grupo Thá no último empreendimento entregue pelo grupo: o Residencial Essence, localizado no centro da cidade de Itajaí (SC) e composto por uma área ampla de lazer. Parte dela, aliás, está projetada no 17º andar do edifício. No espaço chamado “Lune’’, a mais de 50 metros de altura, estão localizados a área fitness, o lounge e a piscina, oferecendo aos moradores a possibilidade de visão para diferentes cenários, desde o Rio Itajaí-Açu até o agito do centro da cidade. Para o advogado Luciano Mollica, especialista em direito imobiliário e sócio do Bicalho e Mollica Advogados, o sucesso de tais produtos está associado à sensação de segurança e à possibilidade de oferecer à família lazer, entretenimento, esporte e outras facilidades no mesmo espaço, permitindo que crian-
Graciola, da FG: empresa sustentável interfere positivamente na vida das pessoas
ças e jovens circulem com certa liberdade e evitando deslocamentos nas cidades. Além disso, em função do grande número de unidades e lotes, acaba sendo mais barato para os moradores do que pagar a mensalidade de um clube. Já do ponto de vista dos empreendedores, são produtos bastante vantajosos, pois constituem empreendimentos de muita visibilidade, com expressivo volume geral de vendas e economia de escala tanto na obra quanto na campanha de marketing e vendas. “Por aliarem considerável retorno ao empreendedor com os anseios atuais dos consumidores, não é de se estranhar o crescimento deste tipo de produto’’, diz o advogado.
Sustentabilidade desejada Já construções mal planejadas, além de incômodos aos seus usuários, podem gerar grandes problemas para o meio ambiente. Com vista nesse contexto, o segmento da construção civil está, gradativamente, adequando-se aos conceitos de sustentabilidade. Utilização da energia solar e de materiais menos agressivos, preocupação com a quali-
Condomínio Orla Marítima, da Koerich Imóveis, em Florianópolis
Condomínios atuais têm estrutura que lembram um clube de lazer
Economia da Sinduscon-SP, afirma que esse tema está inserido principalmente na agenda das grandes construtoras das capitais, já que a implantação desses valores exige um investimento muito alto. “Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, a maioria dos empreendimentos comerciais de porte já incorporam essa prática, tanto nos canteiros como no desempenho dos edifícios quando eles ficam prontos’’, diz. O fato é que as construtoras procuram atender cada vez mais interesses e desejos de consumidores com crédito disponível para realizar o sonho do imóvel próprio.
LINHA DIRETA
Zaidan: “Em cidades como São Paulo e Rio, a maioria dos empreendimentos comerciais já incorpora práticas sustentáveis”
Abecip: www.abecip.org.br ABMI: www.abmi.com.br Bicalho & Mollica: www.bicalhoemollica.com.br FG Empreendimentos: www.fgempreendimentos.com.br FGV: http://portal.fgv.br/consultoria Financiar Casa: www.financiarcasa.com.br Grupo Thá: www.tha.com.br Lello Imóveis: www.lelloimoveis.com.br Sinduscon-SP: www.sindusconsp.com.br
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dade do ar e redução de desperdícios com água e energia podem fazer uma grande diferença e estão sendo pouco a pouco incorporados. A Craft, por exemplo, vem dedicando grande atenção a essa questão, reciclando resíduos sólidos, controlando a emissão de gases, ruídos e consumo de energia não renovável. O conceito também é seguido pela FG Empreendimentos. Para o diretor Jean Graciola, ser uma empresa sustentável significa investir naquilo que interfere positivamente na vida das pessoas, sejam elas da comunidade, dos funcionários, dos fornecedores e dos clientes. Pensando nisso, a construtora criou um Programa de Desenvolvimento Sustentável, investindo cerca de 1% de seu faturamento em sustentabilidade. “Vai desde projetos nas escolas da comunidade, onde já atendemos cerca de 9 mil crianças da rede publica de ensino, assim como na gestão dos seus resíduos e dos materiais utilizados, além de todos os nossos empreendimentos serem focados em projetos sustentáveis. Investimos também em nossos colaboradores, que são o coração da empresa, preparando para o futuro com cursos profissionalizantes, cursos de computação, capacitação, entre outros’’, destaca. Eduardo Zaidan, vice-presidente de
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presença nacional Estratégia agressiva de fusões e aquisições por todo o País fez da Lopes líder em comercialização de imóveis por Cléia Schmitz
cleia@empreendedor.com.br
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A LPS Brasil, controladora das marcas Lopes, Pronto!, CrediPronto, Habitcasa e Patrimóvel, é uma das protagonistas da recente evolução do mercado imobiliário nacional. Os últimos cinco anos foram transformadores para o grupo, líder no segmento nacional de comercialização e consultoria de imóveis. Num cenário tradicionalmente fragmentado e pulverizado – com empresas atuando de forma regional – a Lopes iniciou em 2007 um processo de fusões e aquisições com o objetivo de se tornar um player nacional. Assim surgiu a LPS Brasil, que em 2011 vendeu mais de 63 mil imóveis em 16 estados brasileiros e no Distrito Federal. Fundada por Francisco Lopes em 1935,
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na cidade de São Paulo, a Lopes começou a expandir seu mercado para outros estados após um processo de reorganização societária visando a abertura de capital, em 2006. Entre 2007 e 2011, a companhia adquiriu 27 empresas com atuação tanto no mercado primário (lançamentos de imóveis) quanto secundário (usados). Destaque para a Actual, no Espírito Santo, e a Royal, em Brasília, ambas em 2007, e a Patrimóvel, no Rio de Janeiro, em 2010. Em 2011, foram oito aquisições, incluindo a Thá, de Curitiba, a Itaplan e a Imóvel A, de São Paulo, e a Eduardo Imóveis, de Mogi das Cruzes (SP). E, no dia 7 de março, a empresa anunciou sua primeira aquisição em 2012, a LPS Foco Consultoria Imobiliária, com sede em São José dos Campos (SP). O Sudeste ainda é o grande mercado
da Lopes. Em novembro de 2011, o mix do grupo era subdividido da seguinte forma: 45% São Paulo, 21% Rio de Janeiro, 12% região Sul, 8% região Nordeste, 7% Brasília e 7% outros estados. Em 2012, a LPS Brasil deve seguir com novas fusões e aquisições, uma estratégia que tem impactado fortemente nos resultados. De acordo com dados operacionais preliminares, as vendas do grupo somaram R$ 18,2 bilhões em 2011, 16% a mais que no ano anterior. “O último trimestre foi o melhor da história, com vendas de R$ 5,5 bilhões”, destaca Cyro Naufel, diretor de atendimento da Lopes. As vendas de imóveis prontos cresceram 200%. Segundo o executivo, 2012 chegou com muito otimismo para o grupo. As boas expectativas são calcadas em indicadores da macroeconomia brasileira, tais
Carteira duplicada Em 2011, o montante de crédito imobiliário financiado pela LPS Brasil chegou a R$ 1,3 bilhão. O valor representa um crescimento de 118% em relação ao resultado obtido pela empresa nesta área em 2010. Para se ter uma ideia, esse índice é quase três vezes maior do que o crescimento total do mercado de crédito imobiliário brasileiro no mesmo período. As operações de crédito imobiliário da LPS são feitas pela CrediPronto, uma parceria do grupo com o banco Itaú, firmada em dezembro
de 2007. A meta da companhia é transformar a joint venture na maior empresa de promoção de crédito imobiliário do País. A CrediPronto está instalada em todas as unidades da LPS no País. O grupo também controla outras quatro marcas: Lopes e Patrimóvel (mercado de lançamentos), Habitcasa (imóveis no valor de até R$ 300 mil), e Pronto!, (segmento de venda de usados). No fechamento desta matéria, o portal da LPS Brasil oferecia 588 empreendimentos na categoria Lopes, 131 empreendimentos dentro da marca Habitcasa e 48,3 mil imóveis prontos. Em todo o País, a empresa conta com cerca de 20 mil corretores. Segundo Naufel, o site (www.lopes. com.br) do grupo tem sido um grande aliado nas vendas. “A internet é a principal ferramenta de pesquisa de quem quer comprar um imóvel. Quase 25% das nossas vendas têm origem na web.” A audiência do portal chega a 1,5 milhão de acessos por mês.
LINHA DIRETA LPS Brasil: 0800-11-4545 www.lopes.com.br
Índice de crédito imobiliário do Brasil em relação ao PIB é muito baixo se comparado a outros países Naufel: “A internet é a principal ferramenta de pesquisa. Quase 25% das nossas vendas têm origem na web”
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como: aumento consistente do salário mínimo (14% em 2012), nível de desemprego recorde (4,7% em dezembro de 2011), tendência de queda dos juros e, por último, bons níveis de reserva cambial (US$ 352 bilhões fechados em 2011) – um escudo contra a crise mundial. “São fatores que nos permitem traçar um cenário muito positivo”, afirma Naufel. Ele também ressalta que o índice de crédito imobiliário do Brasil em relação ao próprio Produto Interno Bruto (PIB) ainda é muito baixo se comparado com muitos países – 5% contra 11% na China, 20% no Chile e 80% nos Estados Unidos.
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luxo, doce luxo Faltam empreendimentos de alto padrão no mercado, o que leva a uma valorização recorde destes imóveis por Beatrice Gonçalves
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beatrice@empreendedor.com.br
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A queda na taxa de juros e o maior acesso ao crédito no Brasil não aquecem apenas o setor de imóveis populares. Eles influenciam também nas vendas de imóveis de alto padrão porque ampliam as facilidades de adquirir um imóvel e aumentam o poder de compra das construtoras e dos consumidores. O que tem feito com que o setor registre crescimento nas vendas e valorização recorde dos imóveis. Segundo o Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi-RJ), nos últimos cinco anos houve um crescimento na procura de casas e apartamentos de luxo na cidade que fez com que o preço desses imóveis subisse cerca de 200%.
Em São Paulo, esse mercado também está aquecido e até chega a faltar imóveis. Uma pesquisa realizada pela consultoria Colliers International, que avalia o mercado imobiliário em 172 cidades de 56 países, mostrou que há poucos espaços corporativos de alto padrão na capital paulista. Mesmo sendo uma das cidades que mais constroem imóveis de luxo no mundo, no final de 2011, do volume total de empreendimentos corporativos de alto padrão, apenas 0,5% estavam disponíveis para venda ou aluguel. Além do mercado imobiliário no Rio e em São Paulo, a construção de imóveis de alto padrão tem crescido no Brasil inteiro, o que tem feito com que as construtoras se especializem cada vez mais em desenvolver produtos e serviços voltados para
as classes A e B. Um consumidor que costuma ser bastante exigente e, ao comprar seu segundo ou terceiro imóvel, procura boa localização, fácil acesso, infraestrutura, segurança, itens sustentáveis e todo um conjunto de itens que facilitem o dia a dia de quem irá morar ou trabalhar no local. Nos empreendimentos residenciais não pode faltar espaço para lazer e entretenimento, além de piscinas e salões de festa há até imóveis que já têm uma área específica para que os moradores possam usar como boate. Já nos empreendimentos corporativos um item considerado fundamental é o heliponto para que os executivos possam fugir do trânsito caótico e se locomover melhor pela cidade. Florianópolis é uma das cidades que tem chamado a atenção do mercado pelo aumento na procura de imóveis de alto padrão. A capital catarinense tem atraído cada vez mais novos moradores com alto poder aquisitivo que decidem vir para a cidade em busca de uma melhor qualidade
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de vida e não se importam em pagar mais caro por imóveis em lugares privilegiados. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Florianópolis (Sinduscon), Hélio Bairros, esse aumento na procura tem feito com que se registre na cidade valorização anual dos imóveis superior a 20%, uma das maiores do País. “Adquirir imóveis continua sendo um dos melhores investimentos de mercado, rende muito mais que poupança e é mais seguro do que por exemplo comprar ações na bolsa de valores. Isso tem atraído cada vez mais investidores para o setor.” A Koerich Imóveis, construtora de Florianópolis, se especializou em atender o segmento de alto padrão. A empresa, que faz parte do Grupo Koerich, criado em 1955, é responsável por uma série de empreendimentos na cidade, como a construção do shopping Beiramar em 1993, um dos mais antigos na cidade, e hoje comanda oito obras na Capital. Entre elas o WOK Center, que tem um bloco
Projeto de alto padrão da WOA em Florianópolis
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CAPA
Nos últimos cinco anos, o preço dos imóveis de luxo no Rio subiram 200% de apartamentos residenciais e outro comercial, e o condomínio Orla Marítima, que terá apartamentos com mais de 600 metros quadrados. Para este ano, além das obras em andamento está previsto ainda o lançamento de dois empreendimentos. “A nossa proposta é oferecer imóveis de alto padrão em localizações privilegiadas. Nosso foco de atuação é em Florianópolis e, por enquanto, não temos a perspectiva de investir em outras cidades”, comenta Walter Koerich, diretor da empresa.
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Sinfonia
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Além das oito obras de prédios residenciais e comerciais que estão sendo construídos, a Koerich Imóveis está a frente de outros quatro empreendimentos. Em 2009, a construtora se uniu à outras duas empresas, a Zita Empreendimentos Imobiliários e as lojas de móveis Koerich (rede administrada pela família Koerich) para abrir a WOA Empreendimentos, uma sociedade de propósito específico, que tem como objetivo construir o Simphonia Woa Beiramar, um empreendimento com quatro condomínios residenciais na Avenida Beira-Mar Norte na capital catarinense. Os apartamentos terão entre duas a três suítes e até quatro vagas de garagem. “Adquirimos o terreno, que tem mais de 13 mil metros quadrados, pensando em oferecer o que há de melhor no mercado imobiliário para os futuros moradores.” O empresário explica que a parceria é
um sonho antigo do grupo e que o nome WOA é uma homenagem aos irmãos Walter, Orlando e Antônio Koerich, fundadores das empresas da família. “Acreditamos que o nome e a marca WOA já nascem com a segurança e a solidez de um nome reconhecido. Prova disso é que estamos alcançando bons resultados com as vendas dos apartamentos e a nossa expectativa é que o ano de 2012 seja ainda melhor que o ano anterior”, avalia Walter. O diretor da WOA explica que para atingir o mercado de alto padrão as ações de marketing e vendas precisam ser diferenciadas, e uma das apostas da empresa para se aproximar de seus clientes é fazer com que eles consigam visualizar como ficarão os apartamentos mesmo antes de eles estarem concluídos. Para isso, a empresa costuma criar espaços conceitos de seus empreendimentos em mostras de decoração. Na última edição da Casa Nova em Florianópolis, por exemplo, a WOA apresentou ao público um apartamento modelo do condomínio Jazz Club, que faz parte do empreendimento Simphonia, com todas as peças decoradas por arquitetos renomados da cidade. “Nesses eventos buscamos levar o conceito do nosso empreendimento. Criamos um ambiente surpreendente recriando o que o público encontrará no Simphonia WOA Beiramar.” A empresa também tem realizado uma série de ações na cidade para divulgar seu mais novo produto. A WOA é uma das patrocinadoras da Camerata Florianópolis, maior
orquestra sinfônica de Santa Catarina, apoia o clube de futebol Avaí e tem investido em ações de revitalização da cidade. A empresa é a responsável pela reforma e pelo projeto paisagístico da praça Governador Celso Ramos na Avenida Beira-Mar Norte. “Nós desenvolvemos uma série de ações sustentáveis e de promoção da comunidade nos bairros em que atuamos. A revitalização de uma das maiores praças de Florianópolis é a demonstração que a empresa tem uma preocupação muito grande em promover melhorias na cidade.” Walter considera que mesmo com a atual crise na Europa, o setor da construção civil, principalmente o voltado para o mercado de alto padrão, continuará crescendo e tendo um papel fundamental na geração de empregos e renda no Brasil. “O País vive um novo e diferente momento, as condições de vida estão melhorando e novas oportunidades estão sendo geradas. Os megaeventos que serão realizados no Brasil nos próximos anos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo estão aquecendo ainda mais o setor.”
LINHA DIRETA Koerich Imóveis: www.koerichimoveis.com.br Sinduscon da Grande Florianópolis: www.sinduscon-fpolis.org.br Woa Empreendimentos: www.woa.com.br
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empresa 2.0
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Combinação de uso intensivo da internet e valorização do relacionamento com clientes traz resultados significativos de vendas
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Relacionamento com o cliente e forte atuação na web fizeram da construtora e incorporadora Tecnisa uma das principais referências em inovação no setor imobiliário brasileiro. Fundada há 34 anos, a empresa aposta em nichos de mercado e
mídias sociais para alavancar os negócios. Pioneira na venda de apartamentos via Twitter e iPhone, a companhia também investe em estratégias de atendimento e marketing direcionadas a públicos segmentados – como gays e idosos – além de publicidade em jogos de videogame. Conforme aumenta a presença online crescem também as vendas: só em 2011, as transações geradas na rede subiram 40%. A ideia de investir na internet surgiu há cerca de uma década, com o lançamento do site institucional. “Percebemos que a web estava cada vez mais presente no processo de compra dos consumidores, sobretudo como fonte de informações na fase de pesquisa por imóveis”, diz Denilson Novelli, gerente de e-Business da Tecnisa. Hoje, mais do que apresentar os imóveis, o site da construtora funciona como uma verdadeira central de vendas, incluindo uma série de ferramentas interativas, como bússola que simula a posição do sol, informações sobre financiamento, imagens da obra e tour virtual. Para tirar as dúvidas dos internautas, 80 corretores revezam-se nos canais de atendimento, incluindo chat por voz e vídeo e ligações telefônicas. “Implantamos um sistema em que basta inserir um número de telefone que ligamos de volta na sequência em até trinta segundos, das 8h à meianoite”, detalha Novelli. Mas foi a partir do lançamento do blog corporativo, em 2006, que a Tecnisa entrou de vez no universo das redes sociais. Além de notícias, artigos e informações sobre lançamentos e novidades do setor, o espaço também serve como uma espécie de “ouvidoria 2.0”, facilitando a comunicação com os clientes. “Fomos a primeira empresa do ramo a lançar um blog, uma
atitude considerada ousada na época, até porque sempre optamos pela pós-moderação dos comentários”, fala o executivo. O blog também funciona como um canal de inovação aberta, de onde surgem ideias como o bicicletário disponibilizado pela construtora. Localizado na garagem do prédio, o bike sharing conta com bicicletas fornecidas pela Tecnisa para que os moradores compartilhem entre si. A iniciativa será inaugurada no residencial Lune, localizado na capital paulista, com entrega prevista até o fim de 2012. A entrada no Twitter ocorreu dois anos depois, em 2008. Num primeiro momento, a rede social servia mais para divulgar o conteúdo publicado no blog do que como canal de vendas. Até que, em 2009, a construtora decidiu divulgar uma promoção exclusiva e tornou-se a primeira do País a fechar a venda de um apartamento através do Twitter. Na ocasião, o comprador pagou aproximadamente R$ 500 mil por um apartamento de três suítes localizado no Alto da Lapa, na capital paulista. “O contato inicial e o cadastro do cliente foram totalmente realizados através do Twitter, o que não deixa dúvidas de que foi a primeira venda realizada por uma empresa do segmento de construção civil utilizando redes sociais”, ressalta Novelli. Atualmente, a companhia lista mais de 40 mil seguidores no Twitter. Sempre de olho nas novas tendências tecnológicas, a Tecnisa não tardou a lançar seu próprio site mobile e aplicativo para celular, em 2009. Disponível para download gratuito, o aplicativo permite utilizar a função de GPS do celular para localizar os imóveis mais próximos, apresenta um mapa com as unidades demarcadas e traça rotas ilustrativas para chegar até elas. Além
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por Mônica Pupo monica@empreendedor.com.br
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Gratuito, aplicativo permite utilizar GPS do celular para localizar imóveis próximos
disso, é possível tirar dúvidas por e-mail, entrar em contato com corretores, acompanhar a evolução das obras e ficar por dentro das novidades e lançamentos. Da mesma forma como aconteceu no Twitter, a Tecnisa foi a primeira do ramo a concretizar a venda de um imóvel via iPhone. “O cliente enviou um e-mail através do aplicativo e, mesmo sendo fora do expediente e em meio ao feriado de Carnaval, conseguimos respondê-lo prontamente, o que agilizou a venda do imóvel”, relata Novelli, referindo-se à venda de um apartamento no valor de R$ 460 mil, localizado no Jardim Anália Franco, área nobre de São Paulo. “O aplicativo também facilitou a vida dos corretores, já que os celulares agora também funcionam como eficientes catálogos de vendas, substituindo folhetos e papeis”, completa o executivo. Outra estratégia adotada recentemente pela companhia é investir no universo dos videogames, levando a marca para dentro dos jogos. A meta é ampliar e reforçar a presença junto aos consumidores através de publicidade em quinze jogos e simuladores de corrida, a exemplo de Need for Speed, Football Susperstars, Tiger Wood PGA e NBA Jam. “Queremos reforçar cada vez mais nossa presença digital, pois o consumidor está cada vez mais atento e sensível
às novas tecnologias”, afirma Novelli. O Pinterest – nova rede social que funciona como uma espécie de “vitrine virtual”, permitindo organizar e compartilhar imagens – também já faz parte das estratégias da Tecnisa. “É um serviço relativamente novo, mas que já possui mais de 10 milhões de usuários no mundo e é uma das maiores apostas do ano em termos de ambientes digitais”, explica Novelli. A construtora criou em seu perfil um canal de dicas de decoração, paisagismo e inovação, incluindo lançamentos, ideias para receber convidados e organizar a bagunça na casa nova, entre outras.
Riscos Mas nem sempre o pioneirismo é sinal de sucesso quando se tratam das redes sociais. Em meio às diversas estratégias já adotadas pela Tecnisa, algumas não vingaram, caso da ação realizada no Second Life, em 2007. “Realizamos um lançamento simultâneo na vida real e virtual, mas não deu o resultado esperado até mesmo porque o Second Life não alcançou a projeção que esperávamos no País por uma série de limitações, entre eles a banda larga deficiente”, relata Novelli. Além das estratégias online, outro
Novelli: projeto arquitetônico precisa levar em conta particularidades de públicos específicos
notório o crescimento da terceira idade no Brasil, então é preciso levar isso em conta no projeto arquitetônico”, salienta Novelli. Para montar o projeto, a Tecnisa estudou as necessidades dos idosos e levou em consideração requisitos para construção de moradias com segurança para qualquer fase da vida . O trabalho foi conduzido por um grupo multidisciplinar formado por professores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), engenheiros, arquitetos, gerontólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. Entre os diferenciais dos imóveis estão tomadas e interruptores mais altos, menos escadas e mais rampas, escadas submersas para facilitar o acesso às piscinas, fechaduras invertidas, pisos opacos e antiderrapantes, eliminação de cantos vivos, áreas de circulação e portas mais largas, entre outros detalhes. Já o posicionamento gay friendly teve início em 2003, quando a empresa contratou um consultor para treinar a equipe de atendimento e pós-venda. “Também passamos a investir em comunicação dirigida em portais e comunidades LGBT, caso dos sites Athos GLS e Mix Brasil”, complementa Novelli. Segundo o executivo, este público gasta em média 20% a mais em acabamento e modificações na planta se
comparado aos casais heterossexuais. Na construção civil, uma das tendências mais adotadas pelo público gay é a personalização dos apartamentos. Cômodos como banheiro – que antes recebiam diferenciais “comuns” como banheira – hoje contam com duchas higiênicas, decoração personalizada e espelhos maiores. “Ter postura gay friendly significa ser tolerante e aceitar as diferenças”, reforça. Tanta eficácia no atendimento ajuda a explicar o crescimento das vendas. Só entre outubro a dezembro de 2011, por exemplo, o volume de vendas contratadas da Tecnisa atingiu R$ 403 milhões, 20% a mais em relação ao trimestre anterior. Levando em conta o acumulado do ano, a empresa registrou novo recorde de vendas, fechando em R$ 1,83 bilhão – valor 21% superior ao registrado no mesmo período de 2010. “Pretendemos manter esse ritmo de crescimento em 2012, expandindo cada vez nossa presença tanto no ambiente digital como físico, com a inauguração de empreendimentos fora de São Paulo”, finaliza Novelli.
LINHA DIRETA Tecnisa: www.tecnisa.com.br
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ponto forte da Tecnisa é a comunicação dirigida a públicos segmentados, como idosos e gays. Elaborado em 2008, o chamado “projeto gerontológico” propõe a construção de empreendimentos levando em conta as necessidades e anseios do público com mais de 60 anos. “ É
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pe rf i l
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Edvaldo Angelo, presidente da Metisa desde 1989
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carlos pereira
aço Metisa comemora 70 anos com crescimento e investe em setores estratÊgicos da economia para acelerar o ritmo
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Forte como
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pe rf i l por Cléia Schmitz
cleia@empreendedor.com.br
Crise mundial que nada! Foi com uma saúde de dar inveja que a Metalúrgica Timboense S/A (Metisa) – fabricante de artefatos de aço para os segmentos agrícola, rodoviário, ferroviário, sucroalcooleiro e da construção civil – comemorou seus 70 anos em janeiro de 2012. No último exercício, a produção da companhia cresceu 10,6%, chegando a 50.400 toneladas de aço. O volume de exportações, que respondem por 30% das vendas da me-
talúrgica, subiu 11,1%, um crescimento ligeiramente maior do que o registrado no mercado interno – 10,4%. Companhia aberta, com ações negociadas na Bolsa de Valores, a Metisa ainda não havia liberado os resultados financeiros de 2011 até o fechamento desta edição. Em 2010, a empresa apresentou uma receita operacional bruta de R$ 240,7 milhões e um lucro líquido de R$ 19,8 milhões. “Temos crescido acima do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro”, afirma Edvaldo Angelo, presidente da empresa desde 1989. Engenheiro mecânico, ele chegou à com-
Desempenho Produção: 45.408 toneladas de aço 2010 Crescimento das vendas: 10,5% sobre 2009 Produção: 50.400 toneladas de aço 2011 Crescimento das vendas: 10,6% sobre 2010
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Produção: 58.720 toneladas de aço 2012 (meta) Crescimento das vendas: 16,5% sobre 2011
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panhia em 1972, quando a Metisa ainda era comandada por seu fundador, Richard Paul Júnior, falecido em 1978. A boa fase da Metisa é resultado de investimentos em novas áreas de negócios, na eficiência da força de vendas e em parcerias tecnológicas com seus clientes. Sediada em Timbó (SC), a metalúrgica exporta para 41 países nos cinco continentes e mantém no mercado nacional um cadastro com mais de 10 mil clientes. “A cada três meses vendemos pelo menos para 3,5 mil clientes”, conta Angelo. Ele se diz um otimista convicto com a atual fase da
reproduções carlos pereira
Metisa Metalúrgica Timboense S/A – Metisa Empresa de capital aberto com ações negociadas na Bolsa de Valores Sede: Timbó (SC) (planta industrial) Filiais: São Paulo e Recife (centros de distribuição) Data de fundação: 8 de janeiro de 1942 Fundador: Richard Paul Júnior (falecido em 1978)
carlos pereira
Principal executivo: Edvaldo Angelo (entrou na Metisa em 1972 e atua como presidente da empresa desde 1989) Área construída: 36 mil metros quadrados Número de funcionários: 1,1 mil Capacidade de produção: 80 mil toneladas de aço ao ano
Número de clientes no exterior: 62 (41 países)
carlos pereira
Número de clientes no Brasil: 10 mil (3,5 mil compram a cada três meses)
Participação do mercado nacional: 70% Participação das exportações: 30% Certificações: ISO 9002/94 (desde 1997) e ISO 9001/2000 (desde 2004)
carlos pereira
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economia brasileira – e mesmo com os negócios da Metisa no exterior. Prova disso são as metas fixadas pela metalúrgica para 2012. Segundo o executivo, a expectativa é de que a produção chegue a 58.720 toneladas, um crescimento de 16,5% em relação aos resultados de 2011. A empresa quer aumentar as vendas para o mercado interno em 17% e as exportações em 15%. “Estamos vivendo um novo momento de crescimento da companhia em função dos investimentos que fizemos nos segmentos ferroviários e sucroalcooleiro”, explica o executivo. Para
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Trajetória pessoal
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O engenheiro Edvaldo Angelo chegou à Metisa em 1972, quando a empresa tinha 90 funcionários. Hoje, são 1,1 mil colaboradores. “Fui o primeiro engenheiro de Timbó”, brinca o executivo, nascido em Braço do Norte, no sul de Santa Catarina. O executivo conta que até então as peças eram feitas na base da experimentação. “Quando eu calculei e deu certo na primeira tentativa, eles ficaram impressionados e me questionavam: mas como é possível?” Assim, ele foi conquistando a confiança dos colegas e também da diretoria, na época comandada pelo fundador, Richard Paul Júnior. Logo se tornou diretor e, em 1989, Angelo assumiu a presidência da empresa. Antes disso, já apostava suas fichas na Metisa. A herança que seus pais lhe deixaram serviram para comprar ações da metalúrgica. Sua filosofia como presidente, repassada constantemente aos funcionários da empresa, é: “Não pense na peça, pense na máquina. Não pense só na máquina, pense na fazenda. E não pense só na fazenda, pense no operador”.
cessionárias que operam a malha férrea do País investiram R$ 24 bilhões. Mas o carro-chefe da Metisa continua sendo o segmento do agronegócio, que responde por 40% das vendas. A metalúrgica fabrica desde ferramentas manuais (itens que deram origem à empresa) até implementos para máquinas que fazem a preparação do solo e o plantio e a colheita da produção. A companhia ainda fornece peças para montadoras de máquinas agrícolas, atendendo também o comércio de reposição. Para se ter uma ideia da saúde do agronegócio brasileiro, as projeções
Ação Social e Ambiental 4Mantém reflorestamento de 1 milhão de árvores plantadas 4Estimula a integração entre empresa, família e comunidade
para os próximos 40 anos mostram que a produção de grãos deve saltar de 159 milhões para 299,5 milhões de toneladas. A Metisa também é uma importante fornecedora de peças para tratores em geral. Trata-se de um mercado bastante consolidado pela metalúrgica, e que corresponde a 30% das vendas. Outra área bastante promissora para a companhia é a construção civil. A empresa fabrica lâminas para corte de granito e mármore. A área já responde por 18% das vendas da Metisa. Segundo Angelo, esse resultado é reflexo do crescimen-
“Temos crescido acima do PIB brasileiro”, afirma Edvaldo Angelo carlos pereira
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ele, o crescimento dessas duas áreas de negócio no Brasil é muito promissor. O Plano Estratégico do Setor Sucroalcooleiro estima que a demanda por etanol prevista até 2015 vai exigir ampliação das áreas de produção de cana-de-açúcar em 3,8 milhões de hectares. Atenta a essa conjuntura, a Metisa começou a vender neste mês de março uma linha de peças agrícolas específica para o setor sucroalcooleiro. No segmento ferroviário, a empresa está produzindo peças como talas de junção para trilhos e, mais recentemente, dormentes de aço. Entre 1997 e 2010, as con-
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PRESENÇA DE MERCADO
PE RFI L
Áreas de atuação to do mercado de construções de alto padrão no Brasil, incluindo shopping centers e aeroportos. “E nós ainda temos a maior reserva de granito do mundo”, acrescenta o executivo. Segundo Angelo, um momento decisivo na história da Metisa foi a entrada dos novos sócios, o Partbank, do Rio de Janeiro, no final da década de 1980. À consultoria coube reorganizar a metalúrgica depois das dificuldades impostas pela crise mundial do petróleo e a recessão no Brasil entre 1981 e 1986. “Tivemos uma queda vertiginosa na produção e foi preciso dar uma reviravolta”, conta Angelo. De acordo com a Partbank, a profissionalização promovida pela consultoria elevou as vendas da empresa de 18,4 mil toneladas, em 1987, para 44 mil toneladas, em 2005.
LINHA DIRETA Metisa: www.metisa.com.br
Participação nas vendas
1. AGRONEGÓCIO Ferramentas manuais, como pá, enxada e picareta Discos e peças para implementos agrícolas
40%
2. PEÇAS PARA TRATORES Peças para montadoras e mercado de reposição
30%
3. CONSTRUÇÃO CIVIL Lâminas para corte de granito
18%
4. FERROVIAS Acessórios para trilhos, incluindo dormentes de aço 5. RODOVIAS Peças para implementos rodoviários como reboques e semirreboques 6. SUCROALCOOLEIRO Peças para colhedoras de cana-de-açúcar
6% 2,5% Vendas começaram em março de 2012
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perf i l loj i s ta
Giovanna Motta
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Empresa: E-closet Idade: 33 Formação: advogada e comunicadora Empresa: e-closet Data de fundação: 2008 Ramo: Comércio on-line Sede: São Paulo Número de funcionários: 15
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por Raquel Rezende
raquel@empreendedor.com.br
A ideia de reunir as marcas mais conhecidas e desejadas do mundo da moda em um site para venda on-line fez do e-closet o primeiro e-commerce de moda do Brasil, no ar desde junho de 2008. A oferta de mais de 60 marcas – cerca de 5 mil produtos – chamou a atenção de consumidoras de todo o País, principalmente de São Paulo, onde a entrega dos produtos é realizada com frete grátis no mesmo dia da compra. Com resultados promissores, o e-closet cresceu 60% em 2011, em relação ao ano anterior, e trabalha para ampliar o mix de marcas e se tornar o e-commerce referência de moda da América Latina. A paixão por moda e internet fez a empresária Giovanna Lemes Motta, criadora do negócio, desenvolver o site inspirada no modelo de e-commerce da loja inglesa Net-A-Porter, após voltar para o Brasil, depois de uma temporada em Londres. “Percebi que aqui não existia nenhum site que reunisse as marcas mais bacanas para venda on-line”, diz Giovanna. Depois de um ano de trabalho, envolvendo a seleção de marcas, escolha da plataforma, desenvolvimento do layout e
a formação da equipe, o e-closet foi lançado. “Tudo foi feito em seu tempo para sair exatamente como eu queria.” Apesar de inexperiente em e-commerce, Giovanna tinha experiência com internet, porque trabalhou no site Glamurama. Isso a ajudou a entender mais rápido que os negócios virtuais são sempre muito dinâmicos. “O business da internet não é nada simples. Há sempre muita coisa a ser feita e tudo tem que ser para ontem”, ressalta. Seguindo essa linha de raciocínio, o e-closet aposta forte na entrega dos produtos garantindo o recebimento mais rápido do mercado, segundo Giovanna. “Conseguimos que o produto chegue na casa do cliente no mesmo dia em São Paulo capital e em até três dias para as demais capitais”, afirma. Outra estratégia que a empresa tem para fidelizar clientes é a embalagem. A empresária conta que as roupas são colocadas em pacotes feitos com muito capricho pela equipe. “Nossa embalagem é diferenciada: a cliente recebe o produto em um embrulho lindo e cheiroso”, diz. Mas o grande diferencial do e-closet, de acordo com Giovanna, é a seleção de peças e marcas. “Só entra aqui o que é cuidadosamente escolhido por mim e pela
minha sócia, Camila Espinosa Diniz.” O trabalho das empresárias se concentra em selecionar tudo o que as marcas oferecem de mais interessante para o público do ecommerce. “A nossa pré-seleção é fundamental, pois as nossas clientes têm que ter a certeza de que o que está ofertado em nossa loja virtual é o que tem de mais legal no mercado”, afirma Giovanna. A seleção criteriosa das peças inclui as melhores e mais concorridas marcas do País. E as coleções são escolhidas para agradar os mais exigentes gostos, oferecendo edições limitadas e desenvolvidas com exclusividade. Algumas seções específicas no site proporcionam a escolha das roupas pelo nome dos designers ou pela denominação “Vintage”, reforçando o conceito de moda à prova do tempo. “Temos como missão oferecer um serviço impecável, focado no bom atendimento e nos detalhes”, destaca Giovanna. Ampliar o mix de marcas femininas, oferecer mais peças masculinas e se firmar como o maior e-commerce de moda da América Latina estão nos planos de Giovanna. E para conquistar de vez essa posição, a empresária conta que busca alinhar todo o negócio a informação atualizada e ideias criativas de moda. “Cuidar de tudo é trabalhoso, ainda mais pensando em cada detalhe para deixar o cliente feliz, como nós fazemos. Mas no final é uma delícia. Principalmente quando o cliente percebe o carinho envolvido em cada etapa do trabalho até o momento de receber sua compra.”
LINHA DIRETA E-closet: www.e-closet.com.br
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moda Sítio da
Site colhe os frutos do pioneirismo no Brasil e busca a liderança na América Latina a partir da seleção rigorosa de peças à venda
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nordeste Corrida ao
Crescimento do poder aquisitivo dos nordestinos atrai um número crescente de redes para a região, até então pouco explorada pelas grandes marcas por Raquel Rezende
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raquel@empreendedor.com.br
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A região Nordeste do País vem despontando fortemente para os negócios nos últimos anos. Diferentes investidores enxergam o local como promissor para a instalação de empreendimentos, lojas e, principalmente, franquias, tendo em vista o aumento da classe média e da renda do trabalhador. O modelo de franchising evoluiu 32,7% em número de novas redes na região em 2010, em relação ao ano anterior, enquanto no restante do Brasil o crescimento foi de 12,9%, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Nos últimos dois anos, os estados da Paraíba, Ceará e Alagoas apresentaram os maiores crescimento em números de redes. “Por concentrarem um grande contingente da classe C, que tem melhorado seu poder aquisitivo, as cidades com mais de 100 mil habitantes são um bom mercado para a expansão de marcas franqueadoras e grandes redes varejistas”, opina Patrick Wellisch, sócio da City Shoes, rede especializada em sapatos que tem 20 lojas na região e está em processo de abertura de mais duas lojas, uma em Juazeiro do Norte (CE) e a outra na microrregião do Cariri (CE), neste primeiro semestre. Na base dos associados da ABF, das 54.973 unidades em operação no Brasil, 14% delas atuam na região Nordeste. Já entre os 813
franqueadores associados, 430 tem ao menos uma unidade na região Nordeste. “O Nordeste está aquecido também por conta de diversas obras de infraestrutura, resultado de uma nova visão política com foco em trazer empresas e indústrias para a região”, observa Adir Ribeiro, presidente e fundador da Praxis Education, empresa de consultoria especializada em franchising e canal de venda. Para ele, alguns programas de distribuição de renda do governo têm gerado resultados positivos em regiões outrora muito pobres, movimentando a economia de maneira geral. Além disso, os grandes centros do Brasil, como as regiões Sudeste e Sul, principalmente, já estão bastante abastecidas das principais marcas de franquias do Brasil e por isso o mercado está saturado. Já o Nordeste é ainda pouco explorado e por isso oferece muitas opções de negócios. A hospitalidade nordestina, o potencial de turismo e a demanda crescente pela profissionalização em várias áreas, considerando que foi uma região, por muito tempo, deixada de lado pelas grandes marcas, ajudam a completar os motivos que fazem do Nordeste um bom local para empreender. Entre os setores que podem ter maior destaque, incluem-se cosméticos, acessórios pessoais e serviços. “O mercado de franchising é muito abrangente e existem chances para todos os setores na região”, diz Ribeiro.
Ricardo, da Griletto: inclusão no cardápio de ingredientes que agradam o paladar local
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Na página ao lado: Estimulada pelo calor predominante durante todo o ano, a Hope pretende se instalar em todas as cidades com mais de 150 mil habitantes
City Shoes, rede com 20 lojas na região e mais em processo de abertura
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524 empresas de 20 setores planejam ingressar no Nordeste neste ano
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Ribeiro, da Praxis: um dos modelos mais promissores para se investir são as microfranquias
Conforme Ribeiro explica, um dos modelos mais promissores para se investir no franchising são as microfranquias que têm forte potencial de crescimento, pois envolve empresários com vontade de empreender, porém sem dispor de muitos recursos. “Com capital restrito, de até R$ 50 mil, é possível abrir a franquia. E isso vai contribuir para gerar empregos e renda de maneira sustentável”, analisa o consultor. A previsão de geração de empregos, apontam dados da ABF, é de 2.620 novas vagas. Isso porque 524 empresas de 20 setores distintos planejam ingressar no mercado nordestino nesse ano. É o caso da franquia Seu Professor, rede que oferece serviço de reforço escolar virtual para alunos do ensino fundamental e médio. Lançada em julho de 2011, a rede conta com 30 mil alunos e sete de suas oito unidades na região, duas delas recém-inauguradas em São Luis e Recife. Para Gabriel Costa, diretor pedagógico da empresa, o grande atrativo da região é o material humano. “Os empreendedores costumam ter uma excelente visão de mercado e do que fazer para atin-
gir o sucesso”, afirma. E foi percebendo essa vontade de crescer da população em geral que o grupo Easycomp, rede de escolas de informática e cursos profissionalizantes, investe no Nordeste confiante de que se trata de um bom negócio. “Em pesquisas realizadas no Nordeste, percebemos a falta de oferta de cursos para que seja possível conseguir um emprego melhor”, afirma Jaques Grinberg Costa, diretor executivo da rede. A ideia da franquia é levar para a região um centro de treinamento e profissionalização completo, com cursos livres de informática, inglês e profissionalizantes em diversas áreas. Costa conta que o interesse pelo Nordeste surgiu no mesmo momento em que a empresa decidiu participar da Feira de Franquias em Recife. “Ficou comprovada a importância empresarial do grande crescimento da região e a certeza de que ela se confirmava como um imenso celeiro de oportunidades para o empreendedorismo”, afirma. Para confirmar suas expectativas otimistas para a região, Costa destaca ainda que a renda
CRESCIMENTO EM MARCAS UF PB CE AL BA PE RN MA PI SE REGIÃO NE
2009 REDES 6 25 5 22 38 9 3 2 3 113
2010 2010/2009 REDES % EVOLUÇÃO 11 36 7 30 48 11 3 2 2 150
83,3% 44,0% 40,0% 36,4% 26,3% 22,2% 0,0% 0,0% -33,3% 32,7%
EVOLUÇÃO POR SEGMENTO
Tropical Outra característica nordestina que está atraindo empreendedores é o clima. A marca Hope, especializada em lingeries e linha praia, estimulada pelo calor predominante durante todo o ano, tem planos de se instalar em todas as grandes capitais e cidades acima de 150 mil habitantes na região. “O clima favorece muito nossa atuação, pois estimula a compra de
2009 REDES
2010 REDES
Móveis, decoração e presentes Negócios, serviços e conveniência Hotelaria e turismo Educação e treinamento Comunicação, informática e eletrônicos Vestuário Alimentação Cosméticos e perfumaria Beleza, saúde e produtos naturais Acessórios pessoais e calçados Escolas de idiomas Fotografia, gráficas e sinalização Limpeza e conservação Livrarias e papelarias Construção e imobiliárias Entretenimento, brinquedos e lazer Serviços automotivos TOTAL
3 8 3 5 4 18 28 5 16 15 4 2 1 1 0 0 0 113
6 15 5 8 6 23 35 6 19 16 4 2 1 1 1 1 1 150
2010/2009 % EVOLUÇÃO 100,0% 87,5% 66,7% 60,0% 50,0% 27,8% 25,0% 20,0% 18,8% 6,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
33%
NORDESTE X BRASIL
Brasil Região Nordeste % Participação
2009 REDES
2010 REDES
2010/2009 % EVOLUÇÃO
1.643 113 6,9%
1.855 150 8,1%
12,9% 32,7% Base: Censo ABF 2009x2010
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per capta do Nordeste cresceu 50% nos últimos 25 anos e só o estado de Pernambuco evoluiu proporcionalmente mais do que o Brasil no último trimestre de 2011, segundo informação da Agencia Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco. “Cresce também o número de shoppings-centers. Recife abriga um dos maiores shoppings da América Latina, com área de 195.841 metros quadrados e 406 lojas”, diz Costa. Além disso, ele acredita que a Copa do Mundo deve gerar muitas oportunidades na região e os empregos vão demandar profissionais mais qualificados.
REGIÃO NORDESTE SEGMENTO
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Mr. Mix, rede de franquias especializada em milk shake, conta com duas unidades em operação e outras sete em implantação
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moda íntima, que hoje passou a ser um acessório de moda e não mais um produto underware que ficava escondido, isso sem falar da moda praia”, explica Sylvio Korytowski, diretor de expansão da marca. Korytowski afirma ainda que todos os grandes players estão com perspectivas de investimento no Nordeste, devido ao aumento do poder econômico da região. “O consumidor do Nordeste é bastante exigente e, cada vez mais, há uma migração para produtos de marca, por isso a Hope se encaixa perfeitamente nesse mercado”, afirma. O clima quente da região o ano todo também ajudou a Mr. Mix, rede de franquias especializada em milk shake, a se instalar no Nordeste. “A temperatura é muito propícia para nosso produto, o mercado está aquecido e tem muito para expandir”, avalia Clederson Cabral, sócio-fundador da rede. A marca tem duas franquias em operação na região: Caucaia, no Ceará, e Camaçari, na Bahia; duas que vão inaugurar agora em Carpina, em Pernambuco, e Itabaiana, em Sergipe; e outras em implantação: Salvador, Lauro de Freitas (BA), Aracaju, Recife e Natal. “Nas franquias em operação, o retorno está acima da média da rede”, conta Cabral. O Nordeste, na visão do empresário, é a “bola da vez”, pois as pequenas, médias e grandes redes de franquias estão trabalhando para conquistar
“Nas franquias em operação, o retorno está acima da média da rede”, diz Cabral as cidades desta região. “O incentivo que o governo vem oferecendo à região também é fundamental”, opina. Outro grupo do setor de alimentação que busca o Nordeste para se expandir é o Griletto, rede especializada em comida caseira. “Desde o nascimento da rede, o Nordeste sempre esteve em nossos planos de expansão. Por conta do grande potencial de crescimento e incremento da renda per capita de sua população nos próximos anos, a região está no nosso desenvolvimento”, relata Ricardo José Alves, sócio-fundador do Griletto. A rede tem 90 lojas no País, sendo duas em funcionamento em Salvador e mais três em implantação nas cidades de Maceió, Teresina e Salvador, com expectativa de abrir mais 10 unidades na região nos próximos anos. “Incluímos no cardápio um ingrediente a mais que agrada em cheio o paladar dos baianos, o feijão preto”, destaca. Alves revela que o retorno das franquias está dentro do esperado e cresce à medida que a marca se torna mais conhecida pelos clientes.
Clederson Cabral, sócio-fundador da Mr. Mix
LINHA DIRETA ABF: www.portaldofranchising.com.br City Shoes: www.cityshoes.com.br Easycomp: www.easycomp.com.br Griletto: www.griletto.com.br/ Hope Lingerie: www.hopelingerie.com.br Mr. Mix: www.mrmix.com.br Praxis Education: www.praxiseducation.com.br Seu Professor: www.seuprofessor.com.br
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Pioneirismo
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O Koni Store é um dos maiores casos de sucesso na área de gastronomia. A primeira loja especializada em temakis começou em dezembro de 2006, no principal endereço da boemia carioca, o Baixo Leblon. E logo depois conquistou diferentes públicos e hoje são 44 lojas em todo o País. Em pouco tempo, o projeto de três jovens amigos ganhou outro tamanho. Iniciou-se então um estudo para expandir a marca de forma que não se perdesse conceito e qualidade. Em oito meses, o Koni Store expandiu pelo Rio de Janeiro e chegou a Brasília, culminando com a compra de 80% da rede, em março de 2008, pelo conceituado grupo Trigo (ex-Umbria). Detentores das marcas Spoleto e Domino’s, os novos sócios trouxeram para o Koni sua expertise em admi-
nistração de grandes redes e franquias, além de capital para acelerar o crescimento. Todo conceito por trás da marca foi estudado cuidadosamente. Desde o primeiro dia de sua abertura a preocupação foi aliar qualidade do produto e de atendimento a detalhes como ambiente aconchegante da loja, música, apresentação dos konis e relação custo e benefício para o cliente. O investimento necessário para abrir a franquia varia em torno de R$ 320 mil a R$ 450 mil, dependendo do tamanho da loja, e o custo com a taxa de franquia é a partir de R$ 60 mil. O faturamento médio é calculado em R$ 118 mil mensais com taxa de retorno prevista entre 24 a 36 meses.
www.konistore.com.br
Mercado promissor
Pão de cada dia Uma nova mídia está conquistando espaço no mercado publicitário: é o saco de pão, que leva a mensagem do anunciante, sem desperdícios e com a possibilidade de distribuição somente na área que interessa à empresa. Cada saco de pão tem espaço para até 32 anúncios coloridos, permitindo a utilização de fotos e imagens que aumentam o impacto dos anúncios, criados por uma equipe de designers altamente qualificados. As panificadoras, por sua vez, recebem os sacos de pão sem custo, gerando economia para o seu negócio, o que aumenta seu comprometimento e alavanca o resultado alcançado pelos anunciantes. Para explorar as oportunidades que esta mídia representa, a AzDirect criou em agosto de 2011 a DivulgaPão, franquia especializada na venda de anúncios em sacos de pão que já conta com 22 franqueados em todo o Brasil. Entre as vantagens do sistema de franquia está o baixo investimento inicial, sem necessidade de um ponto comercial, e com alto potencial de ganho. O custo para começar é em torno de R$ 25 mil, e inclui a taxa de franquia (a partir de R$12 mil, variando de acordo com o número de habitantes), capital de giro e taxa de royalties. O retorno do investimento é estimado entre 6 e 9 meses, com faturamento mensal médio estimado em R$ 12 mil. Para iniciar o trabalho, a DivulgaPão oferece treinamento na sede, em Curitiba, amostras de sacos de pão, cartão de visitas, bloco de pedido e manual de operações. Já em atividade, os franqueados contam com suporte comercial e de marketing, criação dos anúncios comercializados e a produção do saco de pão. O franqueado tem exclusividade em sua cidade e deve construir a sua rede de parceiros (panificadoras) e procurar clientes (anunciantes). Há pouco mais de seis meses de seu lançamento, a DivulgaPão já conta com 22 franqueados em 14 estados – Alagoas, Amazonas, Bahia, Espirito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. www.divulgapao.com.br
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A Casa do Notebook, rede de franquias de lojas especializadas na venda e assistência técnica para notebooks, prevê encerrar o ano de 2012 com 51 unidades – 10 a mais do que possui hoje. No plano de expansão, estão previstas aberturas de novas franquias nas cidades de Belo Horizonte, Ribeirão Preto (SP), Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e outras cidades do Nordeste. A expectativa é manter o forte ritmo de crescimento da rede, aumentando o faturamento, que em 2011 foi de R$ 1,8 milhão. Segundo Paulo Castanho, proprietário e fundador da Casa do Notebook, a busca pela franquia vem crescendo a cada ano devido à escassez de serviços especializados para a assistência técnica desses computadores, o que impulsiona a venda dos franqueados. “Nossos franqueados têm uma lucratividade que pode chegar a 60% na venda de acessórios e serviços”, informa Castanho. Para ter uma franquia da Casa do Notebook, o investimento inicial é a partir de R$ 65 mil e o retorno previsto é de 24 meses. Para o funcionamento de uma loja da rede é necessário ter três funcionários: supervisor, técnico e atendente. Fundada em 1988, a Casa do Notebook possui 41 unidades localizadas nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito Santo, Sergipe, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Amapá, Amazonas e Pará, sendo que quatro franqueados já contrataram sua segunda unidade. www.casadonotebook.com.br
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fra nqu i a
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Flexível e rentável
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Para atender o mercado de beleza com inovação, a LaserStar Brasil é uma oportunidade de negócio que pode ser adaptável ao salão de beleza ou centro estético com promessa de render até R$ 15 mil no mês em um período de 10 meses. Os serviços oferecidos pela franquia podem ser instalados dentro de um estabelecimento em andamento, mas também atendem quem pretende ingressar nesse mercado. Equipamentos de foto depilação, fototerapias e foto rejuvenescimento garantem o resultado eficiente aos clientes. Com 60 unidades espalhadas pelo Brasil, a franquia, que teve início em 2010, exige investimentos que giram em torno de R$ 90 mil.
www.laserstarbrasil.com.br
Negócios e esporte A Escola de Vôlei Bernardinho, fundada em 2007 pelo técnico Bernardinho, se destaca pelo ensino do vôlei por meio de uma metodologia própria, o minivôlei, para crianças entre 7 e 13 anos. As quadras são de tamanho reduzido, as bolas, menores e mais macias, e as redes, adequadas à altura das crianças. Esses cuidados possibilitam maior interatividade, condição de sucesso, situação de jogo e contato com a bola. Associados à metodologia, são incluídos valores e ideais essenciais para a formação e educação de um cidadão, como disciplina, superação, cooperação e responsabilidade. A escola busca atrair empreendedores e profissionais que se identifiquem com a marca e valores, que tenham sua atividade ligada ao público alvo (crianças entre sete e treze anos), localizados em escolas, clubes, academias, condomínios residenciais, associações e escolas de esportes contando com uma carteira de alunos cativa já estabelecida. A estimativa de investimentos diretos fica em torno de R$ 42 mil mais a
taxa de R$ 1,9 mil mensais referentes aos royalties. Essa proposta considera que o franqueado já disponha de uma quadra poliesportiva coberta com dimensões aproximadas entre 30 metros e 18 metros e um escritório devidamente montado, com acesso a internet banda larga. O retorno sobre os investimentos está estimado entre 24 e 36 meses, prazo este que poderá variar, dependendo da quantidade de alunos matriculados, valor da mensalidade cobrada e da localização da unidade franqueada.
www.escoladevoleibernardinho.com.br
Indicado para cidades pequenas ou centros comerciais, a escola de idiomas Excelência International apresenta os modelos Xpress, Standard e Prime que atende a diferentes tipos de investimentos. O primeiro deles é recomendado para quem deseja montar estrutura de até 100 metros quadrados, com tablets na sala de aula e laboratório de informática, investindo até R$ 100 mil. A opção Standard é para investimento de R$ 150 mil a R$ 300 mil reais e metragem de até 300 metros quadrados. Já o modelo Prime é mais completo, com valor acima de R$ 300 mil e tamanho acima de 300 metros quadrados. E, além dos recursos tecnológicos de ponta, o Prime possui também o Espaço Lumière dedicado a mostras de filmes, games e eventos com o intuito de promover o encontro dos alunos fora da sala de aula e aumentar o aprendizado e o tempo na escola. A franquia piloto, localizada em Valinhos (SP), apresenta crescimento de 30% nas matrículas a cada semestre. Outro diferencial é o material pedagógico desenvolvido para o público brasileiro pelo proprietário, Niels Nielsen. O material é resultado de mais de sete anos de estudo e segue os padrões internacionais de ensino de idiomas (ALTE Levels). www.excelenciainternational.com.br
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Ensino e tecnologia
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PRODUTO S E S ERVIÇO S
Bem fechado As portas seccionais da Hörmann são indicadas para uso em prédios comerciais e industriais. Diferente de outros modelos vendidos no mercado, elas abrem para cima, podendo ser aplicadas debaixo do teto, paralelamente ao telhado ou verticalmente junto à parede, o que permite que a empresa possa
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Lava na pressão
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A lavadora de alta pressão J12000 da JactoClean é ideal para a limpeza de máquinas e implementos agrícolas e pode ser utilizado em usinas, propriedades rurais e construtoras. O equipamento tem vazão máxima de 20 litros/minuto ou 1.200 litros/hora – nas versões 220V, 380V e 440V (trifásicos) – e está disponível na versão Bypass (válvula de segurança que protege a bomba contra eventuais entupimentos da mangueira ou da lança) e Stop Total (dispositivo de segurança que desliga automaticamente o motor ao soltar o gatilho, interrompendo o fluxo de água, o que aumenta a durabilidade das vedações). O motor elétrico é de indução e tem 7,5CV e o consumo do equipamento é de 7.540W (220V ), 6.500W (380V ) e 6.000W (440V ). Para maior segurança do usuário, a mangueira de alta pressão da lavadora possui trama de aço e tem acoplamento do tipo roscado; o bico da lança é de aço inox com jato do tipo leque, que possibilita varrer a superfície, fazendo uma limpeza completa com economia de água.
www.jactoclean.com.br
utilizar melhor os espaços do ambiente. Elas podem ser fabricadas com folha de alumínio e aço e se destacam dos demais modelos pela automação eletrônica com sistema ajustado que garantem o bom travamento das portas. Elas são totalmente vedadas e ocupam pouco espaço. www.hormann.com.br
Leitura de barras O Itaú Empresas disponibiliza um serviço para a captura de código de barras de boletos via iPhone para seus clientes. O aplicativo permite que o usuário através da câmera do celular capture o código de barras de qualquer boleto, seja impresso ou digital (na tela do computador) permitindo o pagamento de contas de qualquer lugar. O banco tem ainda um aplicativo exclusivo para iPad. Com essas novidades, o cliente Itaú Empresas pode, via celular e tablet, consultar saldo e extrato de sua conta corrente, fazer transferências e docs, realizar operações de câmbio, contratar empréstimos, incluir, autorizar e consultar pagamentos (com visões gráficas e analíticas), além de consultar e realizar investimentos. www.itau.com.br
Livre de vírus O antivírus ESET NOD32 versão 5 tem modo seguro de navegação para redes wi-fi públicas ou de confiabilidade desconhecida e controle de mídias que bloqueia as ameaças que tentam invadir o sistema por meio de mídias externas. O software permite bloquear mídias específicas baseando-se em uma classificação de parâmetros, como o número de identificação do dispositivo, o tipo de mídia e o número de série. Durante as aplicações de tela completa, o software muda automaticamente para o modo silencioso, o que representa economia aos recursos do sistema para que o usuário possa se concentrar nas tarefas do trabalho importantes sem se distrair com mensagens emergentes. O ESET NOD32 Antivirus versão 5 já está à venda pelo preço sugerido de R$ 54,99. Os usuários do aplicativo na versão anterior poderão migrar para a versão 5 sem custo adicional via download, desde que tenham a licença dos produtos válida. www.eset.com.br
A SuperTag 3 da Plastrom Sensormatic é uma etiqueta rígida indicada para proteger desde roupas delicadas até as mais pesadas como o jeans. O equipamento tem um exclusivo sistema de fecho que não permite, por exemplo, que a etiqueta seja desacoplada com o uso de imãs. É um produto reutilizável e pode ser removido tanto com o desacoplador mecânico quanto com o elétrico. “Essa solução foi desenvolvida em resposta à demanda de nossos clientes que solicitavam uma etiqueta rígida com um visual melhor, mas que atendesse às suas necessidades. Como a SuperTag 3 é pequena e leve, ela pode ser aplicada em diversas mercadorias. Além disso, ela possui uma alta integridade, por ter fecho mecânico, e seu design dificulta sua violação”, avalia Marcello Teixeira, gerente de soluções EAS da Plastrom Sensormatic. www.plastromsensormatic.com.br
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Etiqueta inviolável
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PR ODU TOS E S ER V IÇ O S
Office em nuvem Loja de aplicativos do UOL lança Office em nuvem. Com o serviço, as versões online do Word, Excel, PowerPoint e demais aplicativos do Microsoft Office 2010 podem ser acessados de qualquer computador, smartphone ou tablet. O produto atende tanto o consumidor final quanto empresas de todos os portes, mas representa uma oportunidade de upgrade tecnológico principalmente para pequenos e médios empreendedores que desejam adquirir o Office original e diversos outros serviços a um custo mais baixo. O UOL Office Online faz parte da solução UOL Host Office 365 que oferece quatro tipos de pacotes para atender os mais diferentes perfis de empresas e consumidores finais com preços que variam de R$ 12,50 a R$ 59,00 por usuário/mês. Um dos pacotes é o UOL Office Business que conta com programas como o Word, PowerPoint e o Office Professional Plus 2010 e é ideal para empresas que buscam flexibilidade para encontrar arquivos disponíveis tanto online quanto instalados em seus computadores. www.uolhost.com.br
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Pele saudável
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A Stoko Skin Care é uma linha de produtos para a pele que é indicada para uso em ambientes industriais para proteção dos trabalhadores. São kits que fazem a limpeza e a regeneração da pele e protegem o trabalhador de dermatoses ocupacionais, hoje responsáveis por altos índices de afastamento do serviço. Os produtos não contêm sabão em sua composição, têm pH neutro à pele, e são compostos por elementos biodegradáveis como cascas de nozes moídas. A Stoko Skin Care é distribuída pela Evonik. www.evonik.com.br
Atendimento rápido Um novo sistema de chat criado pela Addtech promete deixar o atendimento virtual mais rápido e eficaz. A empresa desenvolveu um sistema que permite monitorar todos os atendimentos que estão ocorrendo. Se existe um cliente logado e um atendente o auxiliando, o gestor do setor de atendimento pode acompanhar cada protocolo realizado em tempo real. “O objetivo da ferramenta é otimizar o tempo gasto e tornar a ferramenta mais eficaz na soluções dos problemas apontados”, afirma Carmen Gonzalez Ururahy, gerente de Trade Marketing da LeaderCard, que está investindo nessa estrutura para oferecer um atendimento de excelência aos clientes da linha de crédito. www.addtech.com.br
megafone
Projeto transformado em realidade do que este articulista carioca aqui é meio louco! Mas o empreendedor precisa, sim, ter emoção no coração para fazer o projeto acontecer. Se você tem uma ideia e sentiu uma energia positiva e o seu anjinho falou no seu ouvido “vá em frente!”, chegou a hora de transformar este pensamento em projeto. Acredito que uma das maiores dificuldades é organizar o pensamento, mas faça isso da forma mais simples para você. Primeiro avalie, estude o mercado para saber se existe alguém explorando este nicho de negócio que você pensou. Se não, já é uma excelente oportunidade. Se sim, a sua análise precisa ser mais detalhada para entender se vale a pena ir em frente. Iniciar um projeto em que já existe concorrência é mais complicado e exige muito mais recurso, conhecimento e capital. Outra dica importante é rascunhar em uma folha de papel os créditos e débitos. Sob o ponto de vista do crédito pense em todas as fontes de receitas que o seu projeto pode gerar. É assim que se constrói o tradicional planejamento comercial. É preciso ter a resposta sobre como gerar os recursos financeiros para a ideia se sustentar e crescer. Na parte de débitos, relacione todas as necessidades básicas como despesas administrativas, locação de espaço, telefonia, recursos pessoais, despesas de vendas, administrativas, contador, impostos, entre outros custos fundamentais para manter uma empresa. Passada esta etapa, será possível ter noção se tem o dinheiro suficiente para dar andamento no negócio ou se necessita contar com investidor. Para montar um negócio, além do investimento inicial, é fundamental saber o quanto precisa de recursos para manter o empreendimento vivo e ativo, o que requer fluxo de caixa. E, para concluir os passos principais para investir no projeto do sonho, a última dica é acreditar que no mercado brasileiro é preciso de três a quatro anos para uma ideia dar certo! Portanto, reflita se você
por Rodrigo Geammal
Fundador e Diretor Executivo da Elos Cross Marketing rodrigo@eloscrossmarketing.com.br www.eloscrossmarketing.com.br (11) 3432-2028
Costumo dizer que o brasileiro tem muita iniciativa, mas pouca perseverança!
tem essa paciência e cumplicidade. Ser empreendedor não é fácil. Volto a dizer: precisa ter emoção no coração! Costumo dizer que o brasileiro tem muita iniciativa, mas pouca perseverança! Muitas empresas são abertas e muitas são fechadas ainda no primeiro ano de vida. Não desista, mude o foco, inove para achar um novo caminho, mas continue! Admiro os japoneses pela capacidade de reconstrução e o seu pensamento positivo diante das grandes dificuldades vividas. O Brasil precisa de energia e emoção! Encerro este pensamento e – reflexão – orgulhoso de ver tantas ideias novas sair do papel! Se este país investir em melhorar a nossa relação com impostos, certamente temos tudo para viver tempos melhores. Ser empreendedor é maravilhoso, por isso, acredite em você! Vale a pena!
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Lembrando da minha infância, na saudosa Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, recordei do dia em que passeava em frente à igreja, onde havia uma faixa que dizia: “Últimas barracas disponíveis para a nossa festa!”. Entusiasmado, cheguei em casa e conversei com a minha mãe, dona Berga, para montarmos a nossa barraca de doces. Todo dia acordava às 4h para pegar a primeira barca rumo ao Rio, onde eu e minha mãe vendíamos doces nas agências bancárias da cidade, na própria barca e na Praça 15! Modéstia à parte, a dona Berga, junto com a Mara (que considero como a minha mãe preta), preparam deliciosos doces e virou um sucesso! Recordo que viajávamos com as bicicletas cheias e voltávamos com elas vazias tamanha a procura. Na época, eu tinha oito anos. E, tão criança, já tinha uma energia de empreendedor e espírito visionário. Percebendo isso tão cedo em minha vida, mais do que nunca, me animei com a festa da igreja da Ilha. Claro que não tinha conhecimento, mas conversei com minha mãe para ligar para o gerente do banco e pedir um empréstimo de dinheiro para arcar com as despesas da compra de ingredientes, locação da barraca e uma pessoa para ajudar na cozinha. Minha mãe falou: “Menino você está muito esperto!” Brincadeira à parte: trabalhamos muito, fiz várias viagens de bicicleta levando e trazendo docinhos. Ganhamos diversos clientes, até mesmo no pós-venda, e nossa participação na feira foi um estrondoso sucesso. Compartilho na coluna Megafone deste mês, esta passagem verídica, para ilustrar o tema “Projeto transformado em realidade de negócio”. Quando estamos à frente de uma oportunidade, precisamos avaliar diversos pontos para transformar esta ideia em modelo de negócio rentável e promissor. A primeira dica é avaliar se existe emoção para mergulhar na empreitada. Você deve estar achan-
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Coletor inteligente A Intermec lança o SG20, um coletor portátil que faz a leitura de códigos de barra e agrega maior capacidade de performance 2D no mecanismo de verificação. O equipamento possibilita precisão e eficiência ao acompanhar o armazenamento, a movimentação, a contabilidade e as vendas de inventário e ativos. Para a leitura bidimensional, o SG20 possui a tecnologia EA30, dispositivo de última geração para módulos de leitura tanto para ambientes totalmente escuros quanto na luz do dia. Além disso, é possível realizar a leitura de múltiplos códigos 2D de uma só vez. Na área da saúde, o SG20 evita erros na entrega de processos concluídos dos pacientes e minimiza tempo e esforço. Além de possuir maior produtividade, o novo modelo apresenta inovações em informações do hospital e sistemas de gestão. O SG20 ainda é resistente a produtos químicos. www.intermec.com.br
Comunicação facilitada
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Compra segura
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O InfoSaveMe é um portal que traz informações sobre o mercado de compra coletiva no Brasil. O sistema monitora mais de 400 sites diariamente, coleta três vezes ao dia informações como faturamento, quantidade de cupons vendidos, economia realizada com as ofertas e valor de tíquete médio. São divulgados, uma vez por semana, dados, notícias e o desempenho dessa nova modalidade de comércio eletrônico e ao final de cada mês é publicada uma versão resumida com a análise sobre a evolução do mercado. “Utilizamos os conhecimentos e experiência do SaveMe para criar um canal que apresentasse informações interessantes tanto para os sites de compras coletivas quanto para os usuários” comenta Heitor Chaves, sócio-diretor do SaveMe. www.infosaveme.com.br
Os modelos de telefone sem fio da Panasonic – KX-TG1712LBB e KX-TG1711LBB – tem acabamento em black piano com textura que evita manchas. Os equipamentos possuem identificador de chamadas, agenda telefônica e visor iluminado na cor âmbar, que facilita a visualização do display no escuro. Os telefones têm baterias feitas de Ni-MH com duração de 15 horas. O modelo KX-TG1712LBB vem acompanhado com mais um monofone para ser instalado em outro local do ambiente. Para isso, basta ligar o segundo monofone na corrente elétrica, bastando que a base principal esteja conectada na rede telefônica. Com essa funcionalidade, a intercomunicação entre ramais se torna fácil e prática, o que possibilita a comunicação com pessoas que estão em outro ambiente. O KX-TG1712LBB também possui a função conferência de chamadas, permitindo realizar ligações entre um número externo e os dois aparelhos. www.panasonic.com.br
de ol h o no c l ient e
Lições da NRF 2012 saram a “embaixadores da marca”, gostam e se identificam com o DNA da empresa e propagam isto em suas mídias sociais e espontaneamente no seu dia a dia. Se no passado não tínhamos informações, o desafio hoje é trabalhar este número infinito de dados, de maneira rápida para conhecer melhor o cliente e antecipar sua estratégia de ação para obter sucesso. Selecione aquilo que é relevante, que faça diferença para o seu cliente. A empresa precisa estar engajada na comunidade onde atua. Ações simples podem fazer muita diferença. A Coca Cola criou um caminhão especial para entregar felicidade. O caminhão transita por lugares diferentes com um grande botão de “aperte”. Ao apertá-lo, ele entrega brindes simples, entre eles uma Coca Cola, que fazem a alegria das pessoas. Isto é um exemplo de autenticidade e propósito. Por isto os vídeos das ações da Coca Cola são tão divulgados na internet. A empresa Rent to Runway nasceu de um desejo da irmã da proprietária em ter um vestido especial para ir a um casamento. Não tinha condições de comprá-lo para usar somente em uma noite e, segundo ela, todas as suas roupas já haviam sido vistas no “facebook”. Esta empresa aluga roupas de grifes para que a cliente possa ter o seu dia de “cinderela”. Trabalham o “aspiracional”. A operação é enxuta, pois é feita via internet. O importante é descobrir quem são as pessoas que podem influenciar no seu negócio. Apresente a sua empresa, o seu produto ou serviço. Faça eles trabalharem para você, indicando seu trabalho ou simplesmente consumindo. Afinal estas pessoas são vistas e seguidas nas mídias sociais, são formadores de opinião. Jamais pare de falar sobre o seu negócio. Inovação é dar aos seus clientes aquilo que eles nem sabem que precisam. Seja único, expert naquilo que você faz. Veja o caso de uma senhora, dona de uma empresa de tortas. O que a faz ser tão especial? Cada produto enviado tem um carta que conta a sua história, portanto não é
Por Luciana Carmo
Especialista em gestão de serviços e palestrante. luciana.carmo@mixxer.com.br
Jamais imagine que o seu funcionário fará aquilo que você não é capaz de fazer pelo seu cliente
simplesmente uma torta. Tenha uma missão para a sua empresa, porque isto sempre te colocará de volta na rota certa. Estude e planeje sempre, porque você deve conhecer do seu negócio como ninguém. Seja grato por todos que estão envolvidos em seu negócio. Jamais imagine que o seu funcionário fará aquilo que você não é capaz de fazer pelo seu cliente. E faça o que os outros não estão fazendo. Walt Disney sonhou para ser real. Quando ele iniciou os desfiles na Disney, algumas pessoas acharam que seria loucura porque ninguém fazia. Algo novo atrairá o cliente e fará com que eles retornem e admirem o estabelecimento cada vez mais.
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No artigo anterior, comentei sobre a importância da tecnologia que agora está muito acessível para o consumidor e como isto foi apresentado na NRF 2012. O cliente deve ser o centro das decisões e objetivos de uma empresa de varejo. Esta foi a história de sucesso apresentada pela Macy’s, uma das maiores lojas de departamento do mundo. De acordo com a Macy’s, a fidelidade do cliente não é uma tática e sim uma maneira de fazer negócios. De cada dez americanos, sete visitam a empresa pessoalmente ou via internet, então há um desafio grande de fazer com que estas pessoas consumam cada vez mais os produtos ofertados na loja. Então a Macy’s fez toda uma reformulação de processos e treinamento de pessoal, alinhados à comunicação, para atingir o que chamamos de omni-channel – estar presente em todos os canais de acesso, com sinergia comunicação eficaz para o cliente. As empresas precisam ter muito cuidado ao “falar” com o seu cliente, pois algumas vezes investem dinheiro em propaganda ou comunicação para falar com a concorrência. Os consumidores procuram uma empresa que reconheça as suas necessidades e desejos. Fique atento aos seus clientes ao utilizar mídia social, mensagens por telefone, cartas ou e-mails. É necessário saber qual o canal de comunicação que interessa para o seu cliente falar com a sua empresa. Outro aprendizado importante é transformar os funcionários em “embaixadores da marca” O caso apresentado foi da Aeropostale, uma importante rede de lojas que atende o público jovem. Utilizam o smartphone na gestão do pessoal e administração do dia a dia da loja. Escolheram pessoas que têm o mesmo perfil do consumidor que a empresa quer atender. Foi um grande desafio, porque lidam diretamente com pessoas das geração Y, com suas expectativas e anseios que nem sempre serão atendidos no mesmo prazo do planejamento da empresa. Conseguiram fazer um equipe engajada, que tem orgulho de trabalhar na loja. Eles voluntariamente pas-
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emp ree ndedo r is mo j á . c o m
convi cç ão
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A construção do seu campo dos sonhos
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Há filmes que agradam ao público e alcançam enorme sucesso de bilheteria. Ainda assim, não passam de diversão efêmera. No dia seguinte, já não lembramos bem da trama. Há outros, no entanto, que discretamente nos oferecem valiosas lições de vida e ficam para sempre na memória. Campo dos sonhos figura na minha lista dessas obras cinematográficas especiais, capazes de entreter, emocionar e ensinar. Dirigido e adaptado por Phil Alden Robinson, com base no romance Shoeless Joe, de W. P. Kinsella, é estrelado por Kevin Costner. O filme foi lançado em 1989, um ano após a abertura de minha empresa, e encontrei ali uma poderosa mensagem de estímulo à atividade empreendedora. A história gira em torno de um fazendeiro de Iowa (EUA), Ray Kinsella, que tem uma vida simples ao lado de mulher e da filha. Um dia, ele ouve a misteriosa frase: “Se você construir, ele virá”. Intrigado, procura saber do que se trata, até que compreende sua missão: construir um campo de beisebol. Caso tenha sucesso na empreitada, receberá ali “Shoeless” Joe Jackson (Ray Liotta), um jogador morto em 1951, banido do esporte em 1920, acusado de receber suborno para entregar o campeonato. O atleta era ídolo de seu pai. Ray resolve realizar a tarefa, mas enfrenta grandes dificuldades financeiras e corre o risco de perder a propriedade. Confesso que várias vezes me vi em situação semelhante. Tinha um sonho e acreditava que algo positivo aconteceria se eu cumprisse uma determinada missão, inclusive quando o desafio era aumentar o espaço físico da agência. Hoje, sei que esse sopro de inspiração é percebido por muitos empreendedores. Eles sabem que precisam construir “X” ou montar “Y”, mas não têm uma ideia fechada e completa do que essa conquista vai lhes propiciar. Dizem que foi o que ocorreu com
Gustave Eiffel, com Santos Dumont, com Martin Luther King, JR e com o empresário mexicano Carlos Slim Helú, homem mais rico do mundo. Eiffel ganhou reconhecimento e milhões de viajantes de todo o mundo decidiram visitar sua magnífica torre em Paris. Dumont, com sua invenção revolucionária, permitiu que as pessoas pudessem encurtar distâncias e conhecer os recantos mais remotos do planeta. Luther King, cujo mais famoso discurso é “I have a dream”, construiu uma ponte para o entendimento e a cooperação entre os homens. E muitos trilharam esse caminho, deixando para trás o ódio e o preconceito. Slim, que instalou sua primeira lojinha debaixo da escada da casa da família, tornou-se o “Midas”. É elogiado por transformar companhias decadentes em empreendimentos dinâmicos e saudáveis. Há quem diga que os grandes empreendedores são um pouco loucos, perturbados e irremediavelmente esquizofrênicos. Ouvem vozes e veem imagens que ninguém mais vê. Talvez tenham apenas uma sensibilidade apurada para perceber tendências e compreender de que forma as coisas se transformam com o passar do tempo. O empreendedor tem, portanto, um talento especial para imaginar estratégias capazes de moldar o futuro. Quando ouvimos falar das proezas de um empreendedor como Richard Branson, do Grupo Virgin, nos perguntamos: como ele foi capaz de enxergar tudo isso? De estudante problema, ele se converteu num dos maiores inovadores corporativos do nosso tempo, com negócios que vão da música até o segmento nascente de viagens aeroespaciais. Incansável, comanda projetos educacionais para o empreendedorismo em diversos países em desenvolvimento e ainda encontra tempo para quebrar recordes em balões e barcos. O empreendedor, portanto, enxerga,
por Marcelo Ponzoni
Publicitário e diretor-executivo da agência Rae,MP; e autor do livro Eu só queria uma mesa, da Editora Saraiva. (11) 5070-1294 – marcelo@raemp.com.br www.raemp.com.br
Como o empreendedor carrega um pouco de saudável insanidade, vai perseverar e tentar dar a volta por cima
imagina e, de maneira convicta, constrói alguma coisa que vai fazer melhor sua própria vida e também das outras pessoas. Ele refina e sofistica o tempo que virá. Com certeza, ele enfrentará dificuldades para realizar sua tarefa. Vai arranhar-se, contundir-se, ouvir insultos e sofrer com a sabotagem de inimigos declarados ou ocultos. Vai chorar, sim. No entanto, como o empreendedor carrega um pouco de saudável insanidade, vai perseverar. Vai levantar-se, livrar-se da poeira e tentar dar a volta por cima. Não vou contar em detalhes o que ocorre ao personagem de Kevin Costner. Assista ao filme. Mas adianto que seu campo dos sonhos acaba finalmente acolhendo um bom jogo. Se você vê, escuta e toca o que é invisível, inaudível e impalpável, e se acredita que o trabalho inovador abre caminho para a construção de um mundo melhor, juntese a nós. Você é um empreendedor!
banh o de loja
Inteligência futura grande parte destas informações advém de dados não estruturados. É sabido que a quantidade de dados dos próximos anos aumentará ainda mais. Estima-se que ela crescerá 800% nos próximos cinco anos. A grande pergunta é: como faremos para encontrar algum sentido em tudo isso? Analisar formulários preenchidos por uma carteira de clientes é algo bem diferente de extrair suas opiniões, hábitos e aspirações a partir de rede sociais. Naturalmente, já há muita gente pensando e estudando como criar ferramentas para lidar com a complexidade crescente. Uma delas é a inteligência artificial, ou seja, o estudo de como fazer os computadores realizarem coisas que, atualmente, os humanos fazem melhor. Diferentemente de um computador que recebe dados estruturados que são armazenados para consulta, este é mais capacitado para entender o diá-
O volume de dados cresce tão rápido que a quantidade total deles gerada até 2003 é agora gerada a cada dois dias
Por Kátia Bello
Kátia Bello é arquiteta, especialista em comunicação estratégica de varejo e sócia-diretora da Opus Design (katia@opusdesign.com.br).
logo natural como nós, humanos, falamos. Em uma simulação de jogo de perguntas e respostas o computador procurará, por várias possíveis fontes, diferentes significados para a possível questão e as evidências envolvidas, trabalhará com numerosos algoritmos e somente então dará a resposta. O descritivo deste processo pode parecer longo, mas ele acontece muito antes de um flash de pensamento humano. Vi a demonstração deste supercomputador na mesma palestra da IBM nos Estados Unidos e não sei o que me impressionou mais, se a máquina ou os humanos que assistiam à palestra. Isso porque, como a demonstração foi feita por meio de um jogo de perguntas e respostas nas quais um homem e uma mulher competiam com a máquina e raríssimas vezes conseguiam vencê-la, a cada vez que isto acontecia a vibração da plateia era tanta que parecia a final do Super Bowl. A inteligência humana já criou algo mais inteligente que ela própria? Qual o futuro da nossa inteligência? Que tipo de inteligência necessitaremos para gerir nossos empreendimentos futuros?
empreendedor | março 2012
Diariamente, todos nós somos bombardeados por uma quantidade enorme de dados que chegam por meio das mais variadas mídias. Desde a conversa com os amigos presencial ou virtual até informações de nível global, e por que não dizer universal? Isso não é novidade nenhuma, mas a quantificação destes dados pode causar alguma surpresa. Fiquei impressionada com uma avaliação feita pela IBM, na qual seu executivo de marketing e comunicação dizia, em uma palestra, que o volume de dados cresce tão rápido que a quantidade total deles gerada até 2003 é agora gerada a cada dois dias. A quantidade de dados por si só já seria um desafio, porém, se considerarmos a diversidade de mídias, linguagens e maneiras pelas quais os dados circulam, esta complexidade é exponencial. Elas circulam por vídeos, textos, mídias sociais e
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leit ura
A terceira saída Caminho mais seguro para economia mundial é a coexistência de regulação de mercado e integração complementares Com a crise econômica mundial de 2008, as ideias de globalização foram profundamente abaladas. Até que ponto vale a pena apostar na queda das fronteiras entre os países? Vale a pena investir em uma economia mais protecionista? Questionamentos como esses pautam a obra do indiano Pankaj Ghemawat, ganhador do prêmio Thinkers 50, que consagra os maiores pensadores de negócios do mundo. Mais do que apenas questionar, o livro apresenta dados e leva o leitor a entender que conceitos como protecionismo e globalização não são as duas únicas saídas para a economia nos dias de hoje. Para o economista, o caminho mais seguro é aquele em que a regulação de mercado e a integração coexistem e se complementam. A partir de uma análise profunda sobre a conjuntura mundial, o autor detalha casos que ajudam os economistas e as empresas a compreenderem de que forma os países se relacionam e quais as melhores estratégias para adotar uma postura ativa na incerta economia global da atualidadel. Pankaj propõe ainda um entendimento maior de dados sobre a influência de cada iniciativa na economia nacional para que se construam opiniões a respeito de quais as melhores medidas econômicas a serem tomadas.
empreendedor | março 2012
Pankaj Ghemawat – Editora Bookman – 414 págs. – R$ 72
“O Mundo 3.0 tem consequências claras para governos, empresas e indivíduos. Ele exige que os governos tratem a integração e a regulamentação de mercado como duas dimensões de escolha diferentes que precisam ser coordenadas, e não como alternativas dicotômicas e mutuamente excludentes. Para as empresas, ele sugere uma série de oportunidades de adaptação, superação e exploração das diferenças entre países. E para os indivíduos, adotar o Mundo 3.0 envolve desenvolver um cosmopolitismo enraizado, diferente das noções atuais sobre cidadania nacional ou global.” “O mundo financeiro está em tumulto e, embora as preocupações com a crise bancária tenham arrefecido, o medo de uma crise nas finanças públicas está em ascensão. Mesmo sem mais reveses financeiros, o futuro da economia como um todo parece muito mais sombrio do que imaginávamos alguns anos atrás. A ordem global também parece mais incerta. A prosperidade e o poder estão se deslocando para novas mãos e novos lugares. As velhas divisões e doutrinas políticas não parecem mais viáveis. A tecnologia e a mídia estão mudando a olhos vistos. E o meio ambiente, ao que tudo indica, também.”
O Dilema da Inovação
O filho da crise
O livro parte da premissa de que grandes empresas fracassam exatamente porque fazem tudo certo e, mesmo mantendo sua antena competitiva ligada, ouvindo os clientes e investindo agressivamente em novas tecnologias, perdem sua liderança no mercado quando se confrontam com mudanças tecnológicas de ruptura no mercado. Usando as lições de sucesso e fracasso de companhias líderes, a obra apresenta um conjunto de regras para ajudar os administradores a determinar quando é certo não ouvir os clientes, quando investir no desenvolvimento de produtos com menor desempenho que prometem margens menores e quando buscar mercados menores às custas daqueles aparentemente maiores e mais lucrativos.
Escrita pelo jornalista Rogério Godinho, a obra narra a saga de Marco Stefanini, fundador da Stefanini IT Solutions. Considerado um dos empresários brasileiros mais bem sucedidos do setor de tecnologia da informação, ele superou as dificuldades de montar uma empresa de sucesso no Brasil e também os problemas dos parceiros e clientes, incluindo inflação, competidores estabelecidos, mudanças tecnológicas e a necessidade de crescer e inovar sempre. O relato culmina com a atual crise mundial e a simultânea consolidação internacional da empresa, hoje presente em 28 países.
Clayton M. Christensen – M. Books – 320 págs. – R$ 69
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Mundo 3.0
Rogério Godinho – Matrix Editora – 200 págs. – R$ 36
EMPRE S ÁRIO RICO e fel i z
pense gr a nd e
O surfista e o business man
O business man – Conheci uma empresa de 60 anos, cujo fundador era um business man. A partir do zero ergueu uma empresa processadora de arroz. Grande negociador, aproveitou a onda de crescimento econômico de sua região, fez investimentos importantes, montou uma logística de distribuição e vendas mirando especialmente o mercado periférico de minimercados. Seu produto hoje tem demanda espontânea da rede varejista e não precisa mais do esforço de venda para ser colocado no mercado. Seu patrimônio é estimado em torno de R$ 20 milhões. O surfista – É o caso do Salomão. Ele foi surfista e se enveredou pelo ramo de negócios. Tem uma cafeteria, e, para dar conta do recado, seu filho recémnascido fica no andar de cima do café enquanto sua mulher o ajuda na chapa e ele faz o atendimento aos clientes. Tem uma dívida de R$ 3 mil. Quem entre milhões de empresários brasileiros se considera um homem de negócios? E quem entre os leitores pratica o surfe? Quem faz surfe, mesmo por hobby, sabe que ninguém entra na água
de paletó, sapatos, gravata e uma caneta na mão. O surfista sabe que seria loucura entrar no mar de olhos vendados. Ou entrar numa praia desconhecida sem antes observá-la, ver para onde puxa a maré, o tamanho de suas ondas, a tendência dos ventos, o tipo de ondulação e experimentá-la aos poucos. O surfista profissional – Por outro lado, se o surfista começa a participar de campeonatos e se torna um profissional, o buraco é mais embaixo. Além de fazer o que gosta, como treinar várias horas por dia, todo o santo dia, é necessário dedicar-se àquilo que não gosta, como às atividades fora d’água: a prática de corridas, restrição da alimentação, não se permitir outras distrações e focar a mente no título estadual, nacional e mundial. Só se torna campeão o surfista que ama o que faz e faz o que é necessário para tal. Ao tocar um empreendimento empresarial é a mesmíssima coisa: preparação intensa e dedicação total. Além de fazer o que se ama (dirigir vídeos) é fundamental dedicar-se àquilo que é necessário (pesquisas, especulação, prospecção, precificação, negociação, vendas, registros, controles...) para o empreendimento prosperar. A pessoa que abre um empreendimento tornase um homem de negócios, quer sua empresa seja formal ou não, como no caso do cineasta. E não se pode entrar no mar corporativo de calção de banho e uma prancha na mão, esperando que tudo vai dar certo, como no caso do
Assim como quem decidir surfar vai ter que pensar e agir como um surfista, aquele que opta por empreender tem que pensar e agir como um homem de negócios
Por Joel Fernandes
Autor dos livros Eu quero ser empresário rico!, Empresário rico também vai para o céu e Sua pequena empresa: muito além da sobrevivência! e do site www.euqueroserempresariorico.com.br
surfista Salomão: sem capital adequado, sem saber montar e manter uma operação lucrativa, sem saber identificar uma real oportunidade de negócio, como faria um business man, que tem tino empresarial, é frio, racional e calculista, isto é, sabe calcular o lucro e o retorno do investimento. O surfista e o business man – Nem todo mundo tem o tino de um homem de negócios, assim como a prática do surfe não é para qualquer um, mesmo que esteja disponível para todos. Mas, assim como alguém ao decidir surfar vai ter que pensar e agir como um surfista, de preferência inspirado num campeão, aquele que faz a opção de colocar um empreendimento, para evitar remar e não morrer na praia, também tem que pensar e agir como um homem de negócios e o primeiro passo é aceitar ser um business man.
empreendedor | março 2012
O cineasta – Recebi uma demanda de um cliente com atitude categórica: precisava de indicações de empresas que pudessem contratar seus serviços de produção de vídeo, mas não queria abrir uma empresa legalmente, pois ele não se enxergava como um business man (homem de negócios). Ele era um artista, um cineasta.
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ANÁLI S E ECONÔ MICA
Para onde vão os juros do Brasil? Governo tem dado preferência a aumentos no compulsório e IOF do que na própria elevação da taxa básica
empreendedor | março 2012 64
O pior que poderia acontecer é a volta da inflação, o que acabaria com o poder de compra dos menos favorecidos e no médio prazo desaceleraria fortemente a economia, jogando fora toda a credibilidade conquistada ao longo de 18 anos
mercado perante o novo governo. É verdade que o Banco Central acertou ao prever um cenário externo bem pior que se configurava anteriormente. A Grécia continua com sérios problemas sociais e econômicos mesmo depois da confirmação do primeiro aporte do BCE e do FMI, e os bancos europeus como um todo – principalmente os franceses – estão bem expostos à Grécia. Mas a pergunta que fica é: caso a Europa se recupere lentamente sem uma ruptura séria e os Estados Unidos recupere pelo menos um pouco a dinâmica do crescimento da economia, como o Banco Central brasileiro reagirá? A equipe econômica atual já deixou claro que busca uma taxa de crescimento do PIB por volta de 4,5% em 2012, enquanto a pesquisa Focus indica 3,3%, ou seja, para alcançarmos este numero o processo de redução de taxas não pode parar por aqui, o mercado já prevê mais duas reduções de 50 pontos base, o que levaria os juros para 9,5%. Se descontarmos a projeção de inflação para 2012 chegamos a juros reais abaixo de 4%, taxa muito peAlexandre Tombini, presidente do Banco Central
por Paulo Petrassi Leme Investimentos
rigosa que pode ampliar o consumo e piorar as expectativas sobre a inflação. O ideal é que a partir da próxima reunião, a qual deveremos ver mais uma queda de 0,50 pontos percentuais na taxa, o Banco Central começasse a mudar a comunicação com o mercado, já indicando que o ciclo de queda está se aproximando do fim. Assim evitaria a famosa política de stop and go que tem sido sempre um pesadelo para o Brasil. Mas fica um recado para nosso Banco Central: o pior que poderia acontecer para nosso País é a forte volta da inflação, o que acabaria com o poder de compra dos menos favorecidos e no médio prazo desaceleraria fortemente a economia, jogando fora toda a credibilidade conquistada ao longo de 18 anos. antonio cruz/abr
Assim que Alexandre Tombini assumiu a presidência do Banco Central no lugar de Henrique Meirelles, todos acreditavam rigorosamente na manutenção da política monetária da gestão anterior, até por Tombini ser funcionário de carreira e já ter trabalhado por quase uma década junto com Meirelles. Mas, para surpresa da grande maioria dos analistas, o que tem se visto é uma política monetária diferente do usual. O governo tem utilizado algumas alternativa interessantes, dando um peso maior para o aumento do compulsório e IOF do que na própria elevação da taxa básica. Como muitos tem afirmado, não deixa de ser uma política arriscada e só o tempo dirá se o Banco Central acertou. Hoje, se olharmos a curva futura de juros veremos que o mercado dá uma probabilidade grande da inflação se acelerar para os próximos anos. Se utilizarmos as taxas de juros futuras e descontarmos a projeção da pesquisa semanal Focus, do Banco Central, encontraremos uma incômoda projeção de 5,7% de inflação no IPCA para os próximos 40 anos, fato que não é nada agradável e mostra a real desconfiança do
Nome Classe Participação Ação Bovespa All Amer Lat ON Ambev PN B2W Varejo ON BMF Bovespa ON Bradesco PN Bradespar PN Brasil Telec PN Brasil ON Braskem PNA BRF Foods ON Brookfield ON CCR Rodovias ON Cemig PN Cesp PNB Cielo ON Copel PNB Cosan ON CPFL Energia ON Cyrela Realty ON Duratex ON Ecodiesel ON Eletrobras ON Eletrobras PNB Eletropaulo PNB Embraer ON Fibria ON Gafisa ON Gerdau Met PN Gerdau PN Gol PN Ibovespa Itausa PN ItauUnibanco PN JBS ON Klabin S/A PN Light S/A ON Llx Log ON Lojas Americ PN Lojas Renner ON Marfrig ON MMX Miner ON MRV ON Natura ON OGX Petroleo ON P. Açúcar-Cbd PNA PDG Realt ON Petrobras ON Petrobras PN Redecard ON Rossi Resid ON Sabesp ON Santander BR UNT N2 Sid Nacional ON Souza Cruz ON Tam S/A PN Telemar N L PNA Telemar ON Telemar PN Telesp PN Tim Part S/A ON Tim Part S/A ON Tim Part S/A PN Tran Paulist PN Ultrapar PN Usiminas ON Usiminas PNA Vale ON Vale PNA Vivo PN
1,104 0,979 0,701 3,902 3,130 0,993 0,390 2,726 0,596 1,341 0,622 0,802 1,134 0,685 1,539 0,598 0,784 0,441 1,866 0,589 1,311 0,890 0,743 0,530 0,755 1,498 1,648 0,660 2,574 1,211 100,000 2,315 4,015 0,934 0,404 0,541 0,914 1,207 1,098 0,546 1,440 1,233 0,845 3,773 0,808 2,745 2,206 8,517 1,283 1,163 0,352 1,097 2,359 0,443 1,041 0,225 0,268 0,923 0,155 0,125 0,170 0,840 0,229 0,486 0,592 2,462 2,925 11,956 0,793
Inflação (%)
Até 28/02 Tipo de Ativo Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação 9 Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação Ação
Índice
Fevereiro
Ano
-0,06 0,30 0,56 -0,07
0,19 0,14 1,06 0,59
IGP-M IGP-DI IPCA IPC - Fipe
Juros/Aplicação (%) Fevereiro
Ano
0,74 0,74 0,50 1,78
1,63 1,64 1,08 2,42
CDI Selic Poupança Ouro BM&F
Indicadores Imobiliários (%) Fevereiro
Ano
0,35 0,00
0,45 0,07
CUB SP TR
Juros/Crédito (%) 28/Fevereiro Desconto Factoring Hot Money Giro Pré (taxa mês)
27/Fevereiro
1,78 3,79 3,30 1,99
1,78 3,78 3,31 1,99
Câmbio
Até 28/02
Cotação Dólar Comercial Ptax R$ 1,7024 Euro US$ 1,3424 Iene (US$ 1,00) $ 80,5200
Mercados Futuros Dólar Juros DI
Até 28/02
Abril
Maio
R$ 1,747 9,78%
R$ 1,757 9,64%
Contratos mais líquidos Ibovespa Futuro
28/02 66.775
empreendedor | março 2012
Carteira Teórica Ibovespa
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AGENDA BRINQUEDOS NOVOS De 09/04/2012 a 12/04/2012
ABRIN 2012
Expo Center Norte – São Paulo – SP www.abrin.com.br
Durante quatro dias, 170 expositores estarão reunidos em toda a área de 35 mil metros quadrados do Expo Center Norte para apresentar suas novidades em brinquedos em geral e pedagógicos, puericultura leve e pesada, jogos eletrônicos, pelúcias, miniaturas, fantasias e outros artigos. A feira, considerada a terceira maior do mundo, deve movimentar o equivalente a pelo menos 30% do faturamento previsto para 2012 pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos.
26/03/2012 e 27/03/2012
De 06/04/2012 e 15/04/2012
Estação Treinamento – ABTD Vila Mariana – São Paulo – SP www.idepro.com.br
Marumby Expo Center – Curitiba – PR www.diretriz.com.br
Curso: O passo a passo do RH
O departamento de Recursos Humanos tem um papel importantíssimo nas estratégias organizacionais. O treinamento, ministrado pela consultora Maria Inês Felippe, levará aos participantes o conhecimento das ações de recursos humanos nas organizações com foco em resultados.
Com cerca de 110 expositores, a Mobiliar é uma oportunidade para conhecer o que há de mais moderno e sofisticado em móveis e decorações. O evento, aberto ao público das 16h às 22h, é voltado para arquitetos, decoradores, designers de interiores e outros profissionais que atuam no segmento moda para a casa.
De 02/04/2012 a 04/04/2012
De 26/04/2012 a 28/04/2012
empreendedor | março 2012
AveSui América Latina 2012 Feira Biomassa & Bioenergia AveSui Reciclagem Animal
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15ª Feira de Móveis do Paraná
Expo Center Norte – São Paulo – SP www.avesui.com www.bioenergia.com.br
Considerado o maior evento das cadeias avícolas e suinícolas na América Latina, a feira reúne empresas que atuam em todos os segmentos dessas atividades como nutrição, produtos veterinários, genética animal, equipamentos para granjas e plantas processadoras.
De 30/04/2012 a 04/05/2012
Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação
Ribeirão Preto – SP www.agrishow.com.br
A feira consolidou-se como a principal do setor na América Latina, com um conceito de feira agrícola dinâmica, com demonstrações de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas em ação.
31/05/2012
13ª Feira Nacional de Franquias
Curso Técnico: Sistemas de impermeabilização
Vitrine de oportunidades de negócios e um importante veículo de difusão do sistema de franchising no País, promovendo e lançando novas marcas franqueadoras no mercado. Apresenta centenas de opções de investimentos lucrativos nos segmentos de alimentação, cosméticos, ensino profissionalizante, cursos de informática, idiomas, entre outros.
O objetivo do curso é proporcionar aos profissionais da área da construção civil conhecimento dos sistemas de impermeabilização, buscando a aplicação correta, a otimização do desempenho do produto e consequente valorização no resultado final da obra. O curso é voltado para engenheiros, arquitetos, tecnólogos e profissionais na área da construção civil com ênfase em impermeabilização.
Centro de Eventos FIERGS Porto Alegre – RS www.feiradefranquias.com.br
Centro de Treinamento Viapol Inscrições gratuitas: www.viapol.com.br
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empreendedor | marรงo 2012
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