Revista Evino | Edição 4 | Ano 1 | Nov.2015

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www.evino.com.br

Vinho e turismo na Serra Gaúcha Castellani e a essência da Toscana Raízes da Pizzato no Vale dos Vinhedos Black Friday: prepare a sua adega Receitas brasileiras: dicas para harmonizar

ed. 4 - ano 1 - R$ 14,90



EDITORIAL

Campanha Black Friday 2015

C

aro amigo amante do vinho, é com muita satisfação que lhe dou as boas vindas nesta edição especial de Black Friday da Revista Evino. Esta publicação marca o lançamento oficial da campanha Black Friday 2015, que começa na segunda-feira (23), tem seu ápice na sexta-feira (27) e se encerra com a Cyber Monday (30). A Black Friday é a data de maior expressividade no calendário do e-commerce brasileiro. Nossos times de sommeliers, compras e importações vêm se preparando para esta data há muitos meses, selecionando os vinhos mais interessantes, negociando acirradamente as melhores condições e organizando todo o fluxo logístico para podermos apresentar a você ofertas que, de fato, não vai querer perder. A única dica que dou é: vá separando um bom espaço em sua adega... Neste mês de novembro, com as temperaturas subindo e o verão se aproximando, investimos em uma seleção especial de espumantes, brancos e rosés, que foram garimpados para que ninguém passe mal por falta de borbulhas e refrescância no calor que vem por aí. E, se o Brasil é conhecido internacionalmente pelas altas temperaturas, nossa gastronomia também é cada vez mais prestigiada mundo afora. Nesta edição prestamos uma homenagem à culinária brasileira. Propusemo-nos a harmonizar nossos vinhos com receitas elaboradas a partir de ingredientes que celebram a inigualável riqueza gastronômica tupiniquim. Para isso, não poderíamos ter feito convites melhores do que os que fizemos às renomadas chefs Ana Luiza Trajano, do premiado Brasil a Gosto, e Morena Leite, que assina, além de menus de outras casas, o cardápio do Capim Santo. Chegamos ao final de 2015 com inúmeros motivos para comemorar. Embora este não tenha sido um ano fácil para a Evino, com disparada das moedas internacionais, greve nos portos e inúmeros outros obstáculos, foi, definitivamente, um ano marcado por grandes conquistas. Crescemos muito, importamos muito, vendemos muito e, sobretudo, aprendemos muito. O esforço é contínuo para nos aproximarmos cada vez mais de você, cliente e assinante do Clube, para atender às suas demandas, proporcionar a melhor experiência de compra possível e oferecer os vinhos de maior custo-benefício do mercado. Enfim, fechamos 2015 com sensação de dever cumprido e certos de que 2016 nos reserva mais um lote especial de desafios, conquistas e aprendizados. Que venham. Um abraço e saúde,

Ari Gorenstein

PUBLISHERS Ari Gorenstein e Marcos Leal CMO Patrícia Komura Coordenadora de Conteúdo Lana Ruff

Editor Giuliano Agmont

Revisão Larissa Mayra

ATENDIMENTO AO LEITOR leitor@evino.com.br

Diretor de Arte Ricardo Torquetto

Foto de capa Luna Garcia

Impressão Prol Gráfica

Colaboradores Danilo Marcondes, Eduardo Milan, Jessica Marinzeck, Jussara Martins, Larissa Mayra, Luciana Ferreira, Mayara Moraes e Raphael Pugliesi

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A Revista Evino é uma publicação da ­INNER Editora sob licenciamento da Evino


SUMÁRIO

20 SEÇÕES 06 ABRE ASPAS

Seu espaço de interação da Revista Evino

08 ALÉM DAS TAÇAS

Novidades para sofisticar sua degustação

10 VITI & CULTURA

Bate-papo com Jancis Robinson

12 ESPAÇO DO SÓCIO

Benefícios do Clube Evino

24 COM ELA, A PALAVRA

Jessica Marinzeck

44 PARA BRINDAR

Sugestões de rótulos para você apreciar

50 COM ELE, A PALAVRA

14

Eduardo Milan


32

26 REPORTAGENS 14 VOZES DO VINHO

Massimo de Grandis, da Castellani

20 LARES DO VINHO

Pizzato Vinhos e Vinhas, Vale dos Vinhedos

26 EM ROTA

Passeio pela Serra Gaúcha

32 COMES SE BEBES

Harmonização com pratos brasileiros

36 VINIFIQUE-SE

Por que usamos carvalho?

38 TERROIRS

Castilha-La Mancha, na Espanha

40 ENQUANTO ISSO, NA EVINO

Nossa viagem ao Tejo

42 O FAVORITO

Famille Castel Cuvée Blanche Brut

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ABRE ASPAS

o seu espaço na Revista Evino

DEPOIMENTOS Assinamos o Clube Evino e, lendo a revista, meu marido inspirouse para registrar suas impressões com relação ao Clube. Segue o texto para possível registro no espaço: Gaúcho de São Gabriel, onde reinava o vinho da Campanha Gaúcha, não raras vezes tomava alguns ‘golos’ dessa bebida artesanal, embora criança. De lá, passei por Rio Negro (PR) e Araguari (MG) e hoje estou em Brasília (DF). Aqui e acolá, sempre tomei essa bebida de requintes, porém, de garrafas com qualificações bem modestas. Ao conhecer a Evino, eu e minha mulher decidimos aprender o que é um bom vinho e como saboreá-lo, e isso vem nos proporcionando ocasiões mais românticas. Somos como os mais apaixonados noivos em período pré-matrimonial. Se vivo estivesse, tenho certeza de que o meu velho pai também ficaria muito grato com as oportunidades que a Evino vem proporcionando.” Rita Campos e Newton Trindade Brasília, DF

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Um dia li numa newsletter da Evino um texto que recomendava pratos com cogumelos para harmonizar com Barolo, já que o vinho típico do Piemonte costuma ter perfil “terroso”. Confesso que não entendi muito bem na hora, mas decidi arriscar e preparar um belo risoto com cogumelos Portobelo e Cantarela. O único problema foi não ter mais garrafas de Barolo para repetir a harmonização toda semana.” Laet Oliveira, São Paulo, SP

DIRETAMENTE DO INSTAGRAM @EVINOBR Nossos seguidores do Instagram foram desafiados a responder à pergunta “Por que ser Black?”. Desta vez, apenas uma resposta seria digna do Vega Sauco Reserva Adoremus. Da incrível safra 2001, o Tempranillo de Reserva que deixou nossos sócios do Clube Black inebriados foi nosso presente ao Murilo Chiumento, que evidenciou o estilo de vida de um verdadeiro membro Black.

“Ser black é estar na imensidão, no infinito, mergulhar no mágico mundo dos tons mais escuros. É aguçar os sentidos; no olfato e no paladar. É ser noite, onde os sonhos fazem morada, é ter estrelas. Black é elegância, ousadia, intensidade, é ser Baco, é ser Rei”

Murilo Chiumento @muhchiumento

Fique atento às próximas ações no Instagram da @evinobr e tire sua foto para aparecer na Revista Evino!


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ALÉM DAS TAÇAS

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VITI & CULTURA BATE-PAPO

Em nome dos bons vinhos A crítica de vinhos Jancis Robinson acaba de lançar a quarta edição de seu “The Oxford Companion to Wine” e a sétima do “The World Atlas of Wine and Wine Grapes”, além de reformular seu site jancisrobinson.com. A master of wine conversou com a reportagem da Revista Evino e compartilhou um pouco do que aprendeu com o vinho em décadas de convivência. Com tanta influência, como se sente sabendo que a classificação que você dá para um vinho provavelmente vai influenciar no valor e talvez até no estilo? Honestamente, escrevo para os consumidores, nunca penso nos produtores, tenho medo. Nem verifico se um ou outro produtor leu o que escrevi. Procuro apenas fazer o meu melhor para guiar meus leitores em direção a um bom vinho e a um vinho de bom valor. Só não tenho certeza se sou tão influente quanto diz (risos).Tenho cantado os louvores dos Riesling por décadas, mas ainda é um rótulo difícil de vender. Sabemos que teve a oportunidade de provar vinhos brasileiros. O que pode dizer sobre os rótulos daqui? Acho que o trabalho de identificação dos locais mais promissores tem de continuar. Vai ser difícil para o Brasil construir uma grande marca nos mercados de exportação enquanto o Chile e a Argentina continuarem tão ativos, a menos que obtenha um vinho com estilo único. Os melhores vinhos brasileiros que já provei até agora foram espumantes. Qual sua avaliação sobre a venda de vinhos on-line por meio de e-commerce? Falando como alguém que tem administrado o site jancisrobinson.com com sucesso desde 2000, estou muito interessada em negócios on-line! O varejo on-line faz sentido para vinhos. Eles podem ser 10 | revista evino

descritos e ter os devidos links para revendedores e produtores veiculados. Além disso, como o vinho é pesado, preferimos recebê-lo em casa, em vez de carregá-lo para casa como tijolo e argamassa. A qualidade dos vinhos de entrada melhora constantemente. Qual o efeito disso sobre a indústria do vinho em geral? É engraçado. A diferença de qualidade dos piores vinhos para os melhores é mais estreita do que nunca enquanto a diferença de preço é maior do que jamais foi – e o mercado de vinhos finos segue animado. Isso mostra que uma importante parte do vinho está migrando para mercados emergentes, como a China. Mas estou firmemente segura de que não existe uma correlação direta entre preço e qualidade. Existem muitos vinhos excessivamente caros no mercado. Como vê o equilíbrio entre tecnologia e tradições no mundo do vinho? Agora que muitos problemas tecnológicos foram resolvidos, os produtores parecem valorizar a tradição mais do que nunca. Eu amo o fato de que há um retorno perceptível para expressar do modo mais transparente possível as características da vinha, assim como há um movimento para demonstrar o que aconteceu nas adegas com o evidente afastamento do carvalho. Tradição é certamente uma parte importante do vinho que merece ser exposta, agora que sabemos como evitar fazer vinhos rústicos. Se você tivesse de escolher uma região para fazer o seu vinho, qual seria e por quê? Em nenhum lugar. Tenho zero desejo de fazer o vinho! Estou muito feliz escrevendo sobre vinho, podendo saboreá-lo com 100% de objetividade. E sei que se fosse produzir vinho, ficaria arrasada se alguém não gostasse.


Jancis Robinson acaba de lançar a quarta edição de seu “The Oxford Companion to Wine” revista evino | 11


ESPAÇO DO SÓCIO

VINHOS DE LOTES ANTERIORES Aproveite para comprar os que mais fizeram sucesso

GIESTA DÃO DOC 2012

Tinto · Portugal · Dão · Touriga Nacional, Jaén e Tinta Roriz

Boas Quintas

Costela de Javali ao molho reduzido de maçã

Não há 17 °C 2018

Medalha de ouro no Concours Mondial de Bruxelles

Da região que há séculos disputa com o Douro o trono do vinho português, Giesta expressa com talento e distinção o terroir tão único e característico ao Dão. As autóctones Touriga Nacional, Jaén e Tinta Roriz (famosa Tempranillo) aparecem juntas na grande obra que é este rótulo extremamente aromático, encantadoramente encorpado e merecidamente premiado.

evino.com.br/gidd

FLOR D’ENGLORA GARNATXA D.O. MONTSANT 2011 Tinto · Espanha · Montsant · Garnatxa

Cellers Baronia del Montsant Penne all’Arrabbiata

Em tanques de aço inox

18°C 2016

90 pontos Robert Parker

evino.com.br/fegm

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Garnatxa é o nome que a Grenache leva na região catalã onde está situada a D.O. Montsant. É 100% a partir dela que é vinificado o Flor d’Englora, um vinho com 90 pontos Parker que traz equilíbrio entre frutas e flores, acidez e taninos, frescor e untuosidade. Enigmático e único, assim como sua região.


GRAVELLY FORD ZINFANDEL 2014

Tinto · Estados Unidos · Califórnia · Zinfandel

O’Neill Vintners Pasta apimentada com molho de tomate e pancetta Em barricas de carvalho francês

16°C

2020

Não há

Com envelhecimento em barricas francesas e um belíssimo manuseio da uva que saiu à frente de todas as outras para adaptar-se majestosamente ao terroir das terras douradas estadunidenses, este Zinfandel traz picância e opulência típicas de seu estilo. Redondo, suculento e cheio de personalidade, Gravelly Ford é um clássico ‘Zin’ da Califórnia.

evino.com.br/ gfzi

MONTE TORO ROBLE TORO D.O. 2009 Tinto · Espanha · Toro · Tinta de Toro

Bodega Ramón Ramos Tajine marroquino de cordeiro e legumes 6 meses em barricas de carvalho francês e americano e mais 12 em garrafa

18°C 2017

90 pontos Robert Parker

Embora tenha uma história vinícola que data de milênios, foi só três décadas atrás que a região do Toro recebeu status de denominação. Agradeçamos a isso, pois hoje é possível conhecer toda a irreverência, força e intensidade que lhe emprestaram o nome. Bem pontuado e majestosamente elaborado a partir da uva Tempranillo, Monte Toro é um exemplar perfeito do território em questão.

evino.com.br/mtrt

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VOZES DO VINHO

Por Giuliano Agmont

TOSCANA centenária Responsável pela atuação da Castellani no mercado latino-americano, o executivo Massimo de Grandis explica como as tradições italianas influenciam na produção dos vinhos que comercializa no Brasil

A

família Castellani produz vinhos na Itália há mais de 100 anos. Somente nos anos 1960, porém, começou sua aventura além das fronteiras de seu território em forma de bota. Passado mais de meio século, a vinícola se tornou uma das mais atuantes do país no mercado internacional, comercializando seus rótulos em cerca de 45 países de diferentes continentes. Nascido em Pisa em uma família que está na Toscana há gerações, Massimo de Grandis é hoje o responsável pelos negócios da Castellani no mercado latino-americano. Herdeiro das tradições históricas,

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A Toscana é uma das poucas regiões do mundo onde parece que você encontra todas as condições ideais para a produção de grandes vinhos

enológicas e culinárias de sua terra natal, o diretor executivo da Castellani para a América Latina fala sobre os encantos da Toscana e as tendências da produção de vinho nesta entrevista à Revista Evino. Segundo de Grandis, a crescente demanda nos países do Novo Mundo levou a marca a investir localmente, com escritórios comerciais que pudessem fornecer uma assistência direta, sem intermediários e um acompanhamento presencial e na língua local durante todo o processo de introdução de suas marcas.

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O Grupo Castellani tem uma história centenária. Como essa tradição de mais de 100 anos influencia a produção de vinhos hoje em dia?

Na viticultura de qualidade, os tempos estão muito longos. São necessárias muitas gerações, e muitas vindimas, antes de se criar um verdadeiro conhecimento de território, da sua terra, experimentando as infinitas variáveis que o cultivo da uva exige para obter os excelentes vinhos que melhor expressam uma grande tradição vinicola, como aquela do Chianti. O que já descobriram sobre a Toscana?

A Toscana é uma das poucas regiões do mundo onde parece que você encontra todas as condições ideais para a produção de grandes vinhos: terra extraordinária com matriz principalmente calcária, um belíssimo território quase completamente montanhoso para uma drenagem perfeita, um clima equilibrado com verões quentes e invernos frios e chuvosos, uma grande cultura e tradição do vinho associada a uma grande cozinha, pessoas felizes e determinadas a obter o melhor e proteger sua identidade e história. E quanto à região de Chanti e suas subdivisões?

Do ponto de vista histórico, poderia dividir a Toscana em duas principais áreas vinícolas: o interior, conhecido como Chianti Classico, e a costa com vista para o Mar Mediterrâneo. O territó-


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O Chianti nasceu como um vinho para acompanhar a grande cozinha italiana, uma das melhores, mais complexas e saudáveis no mundo

rio interno da região, graças a um clima muito mais frio e vinhas mais altas, é capaz de produzir vinhos clássicos para longos períodos de envelhecimento, como Chianti Classico, Brunello e Vino Nobile… A área da costa tem um clima mais favorável para a produção de vinhos mais modernos, com mais concentração e morbidez, mais fáceis de beber. A vinícola Castellani produz em ambas as áreas. É a vinicola líder da região do Chianti próxima à costa e faz alguns dos vinhos à base de Sangiovese que têm sido mais bem-sucedidos nos mercados internacionais. Os vinhos da região de Chianti são muito versáteis quando se fala em harmonização. Por quê?

O Chianti nasceu como um vinho para acompanhar a grande cozinha italiana, uma das melhores, mais complexas e saudáveis no mundo. Como tal, um vinho deve ser capaz de enriquecer a cozinha tradicional e fazer os pratos ainda mais saborosos. Com esse objetivo, um vinho deve ser elegante, fino e intenso, com uma acidez delicada e uma boa presença de taninos... Estas são as grandes características do Chianti, produzido na maioria dos casos a partir de uvas Sangiovese, uma variedade que encontrou na Toscana as condições para se expressar melhor. Qual é o futuro da Toscana?

Prevemos um grande futuro para os vinhos da Toscana. As novas gerações que se aprofundam no conhecimento do vinho estão procurando não só qualidade, mas também a história que tem por trás de um produto... Acho que a Toscana tem para oferecer o melhor a este respeito. Assim como em 18 | revista evino

outras regiões vinícolas importantes, como Piemonte, Vêneto, Bordeaux, Champagne e Rioja, só para citar algumas, as pesquisas são orientadas a manter viva a tradição e ao mesmo tempo tirar proveito dos avanços tecnológicos e científicos, com o propósito de voltar a uma viticultura natural, em que, além das técnicas de cultivo biológico, tenta-se exaltar a unicidade da videira e do terroir. A família Castellani foi protagonista na pesquisa e na inovação neste a nível europeu. O vinho Castellani Primitivo di Puglia 2013 é um dos favoritos do pessoal da Evino. O que poderia falar sobre esse vinho e a região da Puglia?

O diretor técnico da Castellani é o jovem ‘star winemaker’ Sabino Russo, nascido e criado em uma das regiões vitivinícolas mais importantes do sul da Itália, a Puglia. Foi bastante natural para a família Castellani seguir as competências do próprio enólogo, que têm levado a explorar o grande potencial de uma uva extraordinária como a Pri-


mitivo. Assim como para Sangiovese da Toscana, ele é capaz de expressar o melhor nos solos arenosos da Puglia... um vinho poderoso e aromático, companheiro de aventura ideal para o mais aristocrático Sangiovese. A Castellani promoveu seus vinhos orgânicos durante o Festival de Cannes 2015. Esta é uma tendência?

Os organizadores do Festival de Cannes convidaram a Castellani para ser, com uma de suas marcas, o único fornecedor do pavilhão americano em Cannes. Aceitamos o convite com grande entusiasmo e decidimos aproveitar a oportunidade para apresentar o rótulo que talvez melhor represente a combinação de tradição com inovação, que distingue hoje as atividades da vinícola. O rótulo de vinhos orgânicos Ziobaffa é o fruto de uma parceria internacional que vem trabalhando duro há vários anos para oferecer às novas gerações o melhor da produção

vinícola italiana de uma forma simples, divertida e, acima de tudo, 100% sustentável. Tem sido um grande sucesso e esta marca, já ícone, vai se tornar o ponto de partida para demonstrar como as grandes tradições vitícolas do “velho mundo” são capazes de renovar-se através da exploração de um potencial incrível de conhecimento, história, cultura, criatividade e matérias-primas de alta qualidade. Talvez as qualidades que caracterizam melhor que outras as melhores produções italianas. Quais os projetos para os próximos anos?

Temos um novo e promissor projeto, o Tenuta di Ceppaiano, uma das vinhas mais a oeste do território de Chianti (em família, brincando, chamam de “Far West” ) onde estamos experimentando a produção de vinhos, em perfeito equilíbrio entre a tradição e a vanguarda do vinho toscano (www. ceppaiano.com). Será divertido ver a evolução desta nova ‘supertoscana’! revista evino | 19


LARES DO VINHO

por Giuliano Agmont

BERÇO

VITICULTOR A Pizzato Vinhas e Vinhos faz parte de um grupo de famĂ­lias de imigrantes italianos que semeou a fama do Vale dos Vinhedos, no Sul do Brasil

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A

história da vinícola Pizzato começa na capela de uma pequena comunidade da Itália. Lá o patriarca da família era o responsável tanto pelas vinhas quanto pelos vinhos do padre local. Cuidou da sagrada bebida do pároco até se mudar para o Brasil, onde precisou se dedicar à subsistência antes de retomar a vitivinicultura. Seu filho tornou-se famoso em Bento Gonçalves por elaborar e prover um Bonarda, que era recomendado pelo médico da cidade gaúcha para alguns de seus pacientes como excelente fortificante. Na época, em plena década de 1940, ele também recebeu treinamentos de técnicos italianos e franceses em princípios de enologia das uvas vitis vinífera – uvas finas no Brasil. O sucesso atingiu patamar tal que seu filho, já nos anos 1970 e 1980, era um dos poucos produtores, senão o único, que plantavam uvas finas em 100% de suas propriedades. Naquele período, a família também foi uma das primeiras a adotar a mecanização na Serra Gaúcha (anos 1970) e o plantio em espaldeiras (anos 1980) em escala comercial. Finalmente, em 1999, o agricultor gaúcho descendente de italianos criou com a mulher e os filhos a Pizzato Vinhas e Vinhos, centralizando em torno da empresa os assuntos que diziam respeito aos vinhedos e à vinícola da família. Hoje, Plinio e Diva Dalmolin Pizzato têm dois vinhedos. O mais antigo fica em Santa Lúcia, Vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves, com 26 hectares, onde também está – desde 1968 – a vinícola da família. As uvas usadas na preparação dos vinhos da marca Pizzato têm origem nessa plantação. O segundo vinhedo, de meados dos anos 1980, com 19 hectares, fica em Dr. Fausto de Castro, em Dois Lajeados, dando origem às uvas para os vinhos com a marca Fausto (da Pizzato). A vinícola comercializa atualmente cerca de 230.000 garrafas por ano, sendo 80% no Brasil e 20% no exterior. Os espumantes respondem por 30% da produção enquanto os vinhos tranquilos, com predomínio dos tintos, correspondem a 70%.

O Vale dos Vinhedos é uma área delimitada de 73 km2 dentro da Serra Gaúcha. “Trata-se de região com solos ‘frios’, com bom conteúdo de argila, férteis e razoavelmente profundos, o que, somado às condições de temperatura, horas de insolação, evapotranspiração, pluviosidade, topografia


a relação com a Merlot vem dos cultivos de seu pai dos anos 1970 e 1980 e, principalmente, do grande desempenho dessa uva ao ser plantada no sistema de condução espaldeira, uma estrutura que suporta as vinhas de modo que suas copas formem varais interligados contínuos. “Iniciamos os plantios em espaldeira praticamente 10 anos antes de sua disseminação. A origem das uvas Merlot a partir de um vinhedo que à época já tinha 12 anos em espaldeira e o cuidado e a atenção na vinificação contribuíram para o sucesso do primeiro vinho elaborado pela Pizzato, o ‘Pizzato Merlot 1999’”, conta o enólogo. O lançamento do vinho aconteceu em 2000, num momento de efervescência do mercado vitinicultor no Brasil, o que lhe rendeu prêmios e reconhecimento.

e altitude, cria um substrato para a elaboração de vinhos de corpo médio para encorpado, de muito frescor e expressão de fruta, mas também estrutura para amadurecimento e decorrente complexidade”, explica o enólogo Flavio Pizzato, filho de Plinio. Com a Indicação de Procedência (IPVV) e a Denominação de Origem (DOVV), o Vale dos Vinhedos, além de abrigar um festejado roteiro enoturístico, tem alta concentração de vinícolas dedicadas totalmente aos vinhos finos, o que lhe garantiu grande destaque, principalmente durante o boom do período de 1995 a 2005. A 30 km de distância dali, o vinhedo de Dr. Fausto de Castro está praticamente na mesma altitude do Vale dos Vinhedos. “A topografia privilegia extensões maiores nas parcelas, comparadas às do Vale, e o solo é um pouco menos argiloso, o que pode explicar um desempenho mais uniforme da Cabernet Sauvignon comparativamente ao do Vale”, explica Flavio Pizzato. MERLOT E SAFRA 99

Três histórias sobre a Pizzato merecem particular atenção: a do Merlot, a da safra histórica de 1999 e a do icônico DNA 99. Flavio Pizzato explica que 22 | revista evino

A partir da colheita de 2005, a Pizzato separou os vinhos de destaque como sendo de “parcela única”, ou “single vineyard”, dando origem ao Pizzato DNA99 Single Vineyard Merlot. “Desde sua primeira edição, é um dos vinhos tintos brasileiros mais destacados, tanto em painéis de degustação no Brasil como no exterior. O nome DNA99 é um tributo ao ‘Pizzato Merlot 1999’, primeiro vinho elaborado pela Pizzato”, diz Flavio. Até o momento, três colheitas renderam lançamentos: as de 2005, 2008 e 2011. ALICANTE BOUSCHET E CHARDONNAY

Duas outras uvas também fazem a fama da Pizzato, a Alicante Bouschet e a Chardonnay. Conhecida como tintoreira, a Alicante Bouschet é vista por muita gente apenas como uma uva para cortes, intensificando a cor de vinhos simples, correntes. Porém, ao ter sua produção limitada pelo controle tanto da planta quanto da vinificação, com decorrente amadurecimento mínimo, a uva acabou gerando um resultado surpreendente. “Foi o que ocorreu com o Pizzato Reserva Alicante Bouschet: de um início até provocativo em relação ao status quo deste varietal (dizia-se que ‘loucos’ tentavam fazer varietal da Alicante), fomos aprendendo a lidar com ela e este vinho acabou escolhido para representar o Brasil nas masterclasses de Evan Goldsztein no lançamento do livro ‘Wines of South America’, nos Estados Unidos”.


Fabio Pizzato pertence à quarta geração de viticultores de sua família

Com o Chardonnay, a situação muda. Apesar de produzi-lo, também em espaldeira, desde 1986, a Pizzato realizou a primeira vinificação em branco apenas em 2005. O Pizzato Chardonnay 2005 se destacou exatamente por ter sido um exemplar “encorpadíssimo e, ao mesmo tempo, com expressão fresca e rica em fruta, apesar de não ter sido amadurecido em barris de carvalho, o que era exceção para os vinhos premium brasileiros de então”, na descrição de Flavio Pizzato. A partir de 2011, foi lançada também a versão com amadurecimento em barris de carvalho, o “Pizzato Legno Chardonnay”. Mais recentemente, a partir de 2013, o Fausto Chardonnay, junto com o Pizzato Chardonnay e o Fausto Merlot, foram os primeiros vinhos brasileiros a serem servidos em companhias aéreas internacionais, na classe executiva de voos de British Airways, KLM e Lufthansa, respectivamente. “O Fausto Chardonnay é um vinho de destaque pelo frescor e riqueza de aromas. Sem passagem por barris de carvalho, está entre os melhores da América do Sul”. ESPUMANTES

A Pizzato também investiu em espumantes. Suas novas linhas super premium Vertigo e Pizzato Nature começaram a surgir em 2010, ainda que fossem elaboradas desde 2006. O Pizzato Nature é um

projeto que nasceu do Pizzato Brut. Eles compartilham a mesma base, a diferença é que o Nature mostra o potencial do maior amadurecimento sur lattes (são mais de 30 meses contra 10 a 18 meses do Brut). Já o Pizzato Vertigo Nature é uma “pequena ousadia”, nas palavras de Flavio, “decorrente de algumas provocações vindas de clientes e entusiastas e também de provas do próprio Pizzato Nature em seu estado, digamos, ‘virgem’, ou sem expulsão das borras ou leveduras”. As provocações se referem às sobras de amostras de vinhos não filtrados levados a feiras, que eram guardadas para posteriores degustações dali meses ou até anos. “Elas revelaram uma complexidade que nos convenceu a ir por esse caminho, desbravado principalmente pela minha irmã Jane”. Flavio Pizzato guarda um otimismo incontido em relação ao Brasil. Na avaliação dele, com o novo patamar do câmbio, o “parece caro” para tudo o que é “made in Brazil” tende a mudar. Ele esteve com Steven Spurrier há não muitos anos e gosta de reproduzir o que ouviu do especialista famoso por sua participação no “Julgamento de Paris”: “Os vinhos brasileiros carregam consigo um frescor e diversidade que devem ser explorados e divulgados como algo único”. revista evino | 23


COM ELA, A PALAVRA...

A diversidade

BRASILEIRA Na esteira dos espumantes, vinhos produzidos no país ganham reputação internacional Jessica Marinzeck

P

ergunte a qualquer brasileiro: qual a sua bebida favorita na hora de descontrair ou receber os amigos em casa? A resposta, com certeza, será a cerveja. Claro, qualquer um pode argumentar que o clima no nosso território propicia o consumo da loirinha. Mas você sabia que o Brasil é reconhecido internacionalmente pela sua produção de espumantes? Outra bebida que vai muito bem com o calor! O reconhecimento mundial dos vinhos nacionais não é papo de vendedor. A compradora de vinhos Emma Dawson, da rede britânica Marks & Spencer, disse em sua última visita ao país: “Os britânicos veem o Brasil somente como Copacabana, mas o clima aqui é mais diverso e muito mais adequado à produção de vinhos do que se pode esperar”. Não é à toa que temos vinícolas chamando a atenção por sua produção de qualidade, não somente no estado do Rio Grande do Sul, mas também em Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Pernambuco... Voltando aos espumantes nacionais, são eles que estão estampando as prateleiras de supermercados e lojas mundo a fora, principalmente no Reino Unido. Nossos borbulhentos fazem parte também da seleção de algumas companhias aéreas, a exemplo da holandesa KLM. Susy Atkins, crítica de vinho do The Telegraph, comentou em seu último artigo sobre os espumantes nacionais: “Os vinhos brasileiros são definitivamente algo para manter no radar”.

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Em 2014, o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) promoveu uma degustação com o prestigiado crítico inglês Steven Spurrier (aquele do Julgamento de Paris). O mote era confrontar alguns rótulos de espumantes nacionais com outros fabricados em países do hemisfério sul: Chile, Argentina, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia. O resultado não foi outro, e o Brasil levou a melhor na degustação às cegas com direito a exaltação por parte do Sr. Spurrier: “Vocês não precisam beber Champagne”, disse ele. E eu estava lá pra ver e ouvir.

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Já de volta ao Reino Unido, o crítico fez um artigo para a revista Decanter sobre a sua visita ao país do futebol, e acrescentou: “Há alguns vinhos (brasileiros) que certamente irão competir na cena internacional. Mas fiquei bastante impressionado com os rótulos varietais que pude degustar, frutados, com equilíbrio e charme para melhorar qualquer refeição”. Steven refere-se a alguns vinhos produzidos com as uvas Merlot e Chardonnay. Os varietais elaborados a partir dessas castas vêm se mostrando agradáveis e, em alguns casos, até mesmo longevos. Ambas as uvas encontraram bom terreno na Serra Gaúcha. A produção de vinhos no Brasil ainda é muito pequena se comparada à do Chile e à da Argentina, mas aos poucos vai mostrando sua potência e qualidade. É preciso, antes de tudo, perder o preconceito e aventurar-se pelas inúmeras possibilidades que o país oferece. Estamos apenas no começo.



EM ROTA

Encantos

SERRANOS

Foto: Silvia Tonon

Mais charmosa região vitivinícola do Brasil, a Serra Gaúcha deslumbra não apenas por suas belas paisagens, mas, também, e principalmente, por sua tradição em vinhos e gastronomia

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O

café da manhã reforçado sobre a longa mesa de madeira e o chimarrão sorvido vagarosamente traduzem a atmosfera de um lugar onde o tempo descansa e inspira. Um tempo para vivenciar os encantos dos bons vinhos da terra e contemplar o mundo do alto. Estamos no Sul do Brasil, na Serra Gaúcha, uma região pródiga em recantos produtores da mais nobre das bebidas. De avião, é fácil chegar até Porto Alegre ou Caxias do Sul e depois seguir de carro para as cidadezinhas da Serra Gaúcha. Apesar de não estar precisamente no roteiro dos vinhos, uma visita até as vizinhas Gramado e Canela pode ser um bom começo para o belo roteiro, principalmente no inverno, pois ambas reservam grande apelo turístico e ótima estrutura hoteleira e de alimentação.

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Fotos: Divulgação / Gilmar Gomes

Hotel Casacurta, em Garibaldi: estilo dos anos 1950 com conforto do século 21

As melhores atrações para o enoturista, no entanto, ficam na região dos vinhos, especialmente nos municípios vizinhos de Bento Gonçalves e Garibaldi. Começando pelas belas paisagens, onde o verde dos vinhedos grita no horizonte. É hora de conhecer as histórias das dezenas de descendentes de italianos que ocupam estas terras desde o final do século 19, muitos dos quais ainda se dedicam aos ofícios de seus antepassados: a viticultura e a gastronomia. ATRAÇÕES CENTENÁRIAS

Existem vários tipos de viajantes, há os que gostam de se sentir parte da história local e os que apreciam a sofisticação em qualquer lugar onde estejam. Para os que pertencem ao primeiro grupo, a hospedagem ideal é o Hotel Casacurta, em Garibaldi. O estilo dos anos 1950 combina com todos os confortos do 28 | revista evino

século 21, mas a arquitetura, a paisagem que se avista da janela e o passeio pelas bem conservadas ruas da “Capital Nacional do Espumante” são um convite para outra época. Garibaldi é uma cidade pequena que preserva seu casario e muitas das vinícolas históricas – que muito bem representam os espumantes nacionais – estão localizadas lá. Vale a pena visitar as grandes, como a Cooperativa Garibaldi e a Peterlongo (cujo espumante Moscatel foi premiado numa feira em 1913 e fez dele, oficialmente, o primeiro espumante brasileiro) com seus belos acervos de equipamentos e caves, e as pequenas vinícolas dos enólogos Adolfo Lona e Gilberto Pedrucci. Quando a fome bater no almoço, uma parada no RER Divino, pequena e charmosa “champanheria” da


Casa Madeira tem ótimo restaurante e geleias especiais

BENTO GONÇALVES

cidade, vai manter o tom das conversas, e o jantar imperdível deve acontecer na Trattoria Primo Camilo, onde as paredes de pedra e a decoração caprichada são apenas coadjuvantes da boa gastronomia. O hotel e o restaurante Casacurta fazem parte de um roteiro local, a Rota do Sabor, no qual é possível fazer refeições harmonizadas com pratos e vinhos da região. Se o viajante tiver a chance de estar na Serra num final de semana, a Rota do Sabor oferece a possibilidade de um almoço na Osteria della Colombina, uma autêntica casa de colonos, na parte rural da cidade, em meio aos jardins e horta orgânica. É um desses lugares bucólicos de onde não se deseja sair, ainda mais quando placidamente sentados na sombra de uma centenária árvore com uma taça de vinho na mão e o pão colonial sobre a mesa.

Existem também várias cervejarias na Serra, a maioria delas artesanal. Outro passeio imperdível para quem quer conhecer a região é a Casa do Chimarrão, no roteiro “Caminhos de Pedra”, o mais antigo de toda a região. Lá é possível ver como se faz o beneficiamento da erva-mate, as diversas moagens e preparar o estômago com um autêntico chimarrão. No mesmo roteiro, estão dezenas de casas preservadas do começo do século passado, ateliês de artistas e artesãos locais, e restaurantes como a Casa Vanni, Nona Ludia e a Casa Fracalossi. Se gostar, vale uma passagem na cachaçaria Casa Bucco. A bela propriedade abriga também uma pequena pousada e, de seus mirantes, avista-se a bela paisagem do Vale do Rio das Antas, onde os mais ousados podem praticar esportes de aventura. A cidade de Bento Gonçalves, antes um enorme município do qual se separaram cidades como Pinto Bandeira e Monte Belo do Sul, ainda engloba distritos como Faria Lemos e Tuiuty, onde se encontram outras belas atrações da Serra. Em Faria Lemos, há o Parque Dal Pizzol, uma bela área que pertence à vinícola, com lago, restaurante, campos, o Vinhedo do Mundo (com centenas de variedades de videiras) e um Museu de Vitivinicultura, e também pequenas vinícolas familiares como a Cristófoli e a Estrelas do Brasil. Na Cristófoli, é possível agendar um piquenique no parreiral e, na Estrelas do Brasil, você pode tomar um espumante contemplando uma das mais belas paisagens de vinhedos de toda a serra, o Vale Aurora. revista evino | 29


Hotel Spa do Vinho, belas vistas do Vale dos Vinhedos

A poucos quilômetros de Faria Lemos, em Tuiuty, fica a sede da Vinícola Salton, cujos passeios e degustações levam o visitante não apenas através da história do vinho, como também da história dessa vinícola centenária e portentosa, que nasceu num casarão no centro da cidade, em frente à Igreja Matriz. De volta a Bento Gonçalves, vale fazer uma parada numa das poucas churrascarias da cidade (a gastronomia na região da Serra é muito mais italiana do que gaúcha), a Ipiranga, com seu espeto corrido (o rodízio de paulistanos e cariocas) e que fica na mesma rua da sede da Vinícola Aurora, outro passeio obrigatório para quem está na cidade, com seu bem organizado tour pelas instalações octogenárias. Para os que curtem um agito noturno, há muito vinho e música ao vivo em bares como o Ferrovia e o Bangalô, ambos na região central, perto de hotéis como o Dall’Onder e o Viverone, boas opções de hospedagem local. VALE O QUE SE PLANTA

Para desfrutar do bucolismo da vida entre os vinhedos, sem deixar de lado mordomias e boas opções gastronômicas, o melhor lugar da Serra Gaúcha é mesmo o Vale dos Vinhedos. Observar as cores do pôr do sol conversando com os amigos na varanda do Spa do Vinho, com uma taça na mão, é definitivamente uma dessas experiências para se imortalizar na mente. Pergunte a qualquer um que trabalhe no Miolo Wine Group, cuja sede está situada do outro lado da rua do Spa do Vinho. Eles vão admitir também que saem para visitar as outras vinícolas nos finais de semana, degustar com os proprietários, escolher as diversas garrafas que querem levar e depois provar uma a uma, provavelmente com uma sopa de capeletti e pão colonial. A Miolo é apenas uma entre as muitas vinícolas para se visitar no Vale e o Spa do Vinho é a hospedagem mais elegante de toda a região. É impossível não se render aos encantos do spa, ao relaxamento 30 | revista evino

proporcionado pela piscina térmica com vista para os vinhedos, com as caminhadas, as quadras de tênis e a gastronomia bem elaborada. Tudo isso sem contar a especialíssima adega do local, com rótulos de todo o mundo. Os muitos caminhos do Vale dos Vinhedos são repletos de atrações, desde uma fábrica artesanal de bolachas, a Biscotteria Itallinni, com suas delicadas preparações, e a Casa Madeira, com suas geleias especiais de frutas e de vinhos, o suco integral e os vinagres aromatizados – além de um


restaurante que faz uma excelente codorna. Há também as vinícolas tradicionais como a Don Laurindo, a Marco Luigi e a Pizzato, entre tantas outras, e vários restaurantes, como o Mamma Gema e a Pizza Entre Vinhos (com pizza na pedra e ambiente despojado em que você mesmo escolhe o vinho na bancada, leva para a mesa e faz o serviço), ambos na entrada da área do hotel Vila Michelon. Além deles, há o pequeno e exclusivo Valle Rústico, onde o jovem chef Rodrigo Bellora oferece opções diferenciadas aos pratos típicos da Serra numa paisagem especial.

A combinação das muitas belezas do Vale acontece na Vinícola Valduga, onde é possível se hospedar com a visão dos vinhedos na janela (na pousada Villa Valduga), provar a gastronomia mais tradicional, porém feita com extremo apuro no restaurante Maria Valduga, tomar um café da manhã ao som do piano ao vivo, fazer um curso rápido de degustação e ainda ir a pé até as vinícolas vizinhas, como a Don Cândido e a Larentis, até o parque Vivatto para tomar uma sopa, um vinho, enfim. Sim, os encantos da Serra Gaúcha merecem um roteiro turístico. revista evino | 31


COMES SE BEBES

Receitas brasileiras Dois restaurantes de comida típica nacional, o Brasil a Gosto e o Capim Santo, sugerem receitas para harmonizar com diferentes vinhos

Canapé de banana Ingredientes

Chef Ana Luiza Trajano, do Brasil a Gosto

• • • • •

3 unidades de pão de fôrma sem casca 60 g de queijo cremoso 10 ml de óleo de milho 2 bananas da terra 60 g de geleia de pimenta

Modo de Preparo

Cortar o pão de fôrma em quadradinhos e assar a 160ºC por 3 minutos. Corte a banana em rodelas e grelhe na chapa, com algumas gotas de óleo, até dourar. Monte os canapés colocando um pouco de creme de queijo no pão, a rodela de banana por cima e finalize com um pouco de geleia de pimenta sobre a banana. Rendimento: 12 unidades

A harmonização

Sommelier Gilvane Rebelo, do Brasil a Gosto

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Minha sugestão é o canapé de banana da terra com geleia de pimenta e queijo cremoso com o Spumante Zonin Pinot Grigio. Esse canapé é untuoso e picante, por isso, precisa de frescor e acidez do espumante. O Pinot Grigio fresco vai realçar os sabores e limpar o palato a cada unidade degustada.

O vinho

Zonin Pinot Grigio Produtor: Casa Vinícola Zonin Região: Abruzzo País: Itália


Fotos: Divulgação

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Linguado com crosta de quinoa e petit gâteau de banana Ingredientes •

Chef Morena Leite, do Grupo Capim Santo

• •

800 g de filé de linguado (4 filés aproximadamente) 2 limões (suco) Sal e pimenta-do-reino a gosto

Recheio • 5 fatias de pão de fôrma • 300 g de palmito pupunha picado • 40 ml de azeite • 30 g de alho picado • 120 g de cebola picada • Sal e pimenta-do-reino a gosto • Pimenta-dedo-de-moça a gosto • Raiz de capim-santo a gosto • Salsinha a gosto

Petit gâteau de banana • 150 g de banana nanica • 150 ml de suco de laranja • 60 g de manteiga derretida • 2 ovos e 4 gemas • 20 g de farinha de trigo peneirada • 60 g de manteiga para untar • 60 g de farinha de trigo para polvilhar Crosta do linguado • 30 g de farinha de trigo • 1 ovo batido • 100 g de quinoa cozida • 150 ml de azeite

Modo de Preparo

Linguado Tempere o linguado com sal, pimenta-do-reino, limão e reserve no refrigerador. Retire as bordas do pão de forma, passe no ralador fazendo uma farinha, reserve. Aqueça o azeite, doure o alho e refogue a cebola. Acrescente o palmito, a pimenta-dedo-de-moça, a raiz de capim-santo e refogue. Ajuste o sal, a pimenta-do-reino, acrescente a salsinha e a farinha de pão. Petit gâteau de banana Cozinhe a banana em rodelas no suco de laranja até que se desmanche (aproximadamente 15 minutos). Acrescente a manteiga, os ovos, as gemas e a farinha de trigo. Misture até obter uma massa homogênea. Unte as forminhas de petit gâteau com manteiga e polvilhe com farinha de trigo. Preencha com a massa e reserve. Crosta e finalização Espalhe uma colher de recheio sobre o filé de linguado. Enrole-o como um rocambole. Passe-o na farinha de trigo e depois no ovo. Coloque uma camada de quinoa por cima do linguado enrolado e frite essa crosta no azeite até dourar. Envolva em papel-alumínio e leve ao forno a 200°C. Sirva o linguado com o petit gâteau. 34 | revista evino


A harmonização

Há sabores muito especiais no Brasil e queremos mostrá-los de forma criativa, além de extrair o máximo de sabor de combinações e ingredientes. Nossa principal marca é apresentar uma cozinha natural, preparada com técnicas francesas e ingredientes 100% nacionais. É o caso da escolha do linguado com crosta de quinoa, recheado com pupunha e servido com gâteau de banana da terra e espaguete ao pesto com camarões salteados. Dois pratos que harmonizam com o vinho rosé. Os vinhos do tipo rosé são ótimos com carnes magras grelhadas e massas italianas. Apesar de todas as dicas, o seu prazer é o mais importante. A harmonização é sempre uma experiência única. É o seu paladar que irá determinar. Mais do que regras ou modismos, você precisa sentir o que degusta e se aprova ou não. O interessante é ir descobrindo safras, estilos e arriscar. O importante é que vinho e refeição se complementem e não se sobreponham.

O vinho

Vinhetica Rosé TeroldegoMerlot 2014 Produtor: Vinhetica Região: Campanha gaúcha País: Brasil

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VINIFIQUE-SE

por Larissa Mayra

Afinal, para que usamos o

CARVALHO? Descubra como realmente se dá a relação entre vinho e barrica

36 | revista evino


Q

uercus petraea, Quercus robur, Quercus alba, entre outras mais de seis centenas de espécies. O que todas têm em comum? Bem, não se sinta mal caso não saiba, pois elas muito provavelmente estão presentes no seu cotidiano, só que com um nome diferente. Quercus, de forma simplificada, nada mais é do que o carvalho. Ou seja, é a madeira extraída desta árvore longeva encontrada no hemisfério norte. Mas você deve estar se perguntando: “E o que o carvalho tem a ver com vinho, e não qualquer outro gênero de árvore?”. Bem, antes de chegarmos a esse ponto, temos de voltar à antiguidade, época em que ele foi inserido no universo vinícola pela primeira vez. Utilizadas primeiramente como recipiente para armazenar a bebida fabricada pelos produtores, as barricas de madeira, que substituíram as tão conhecidas ânforas, com o passar do tempo, tiveram sua função remodelada. Em vez de serem usadas apenas como ferramenta de guarda e transporte, elas passaram a proporcionar ao vinho características próprias da madeira, que agregava caráter e personalidade, além de tornar a bebida mais cara, já que o custo de uma única barrica é de centenas – ou até milhares – de dólares. Mas voltemos ao que interessa. A escolha do carvalho se deu, basicamente, porque ele é mais resistente, leve e impermeável do que outras espécies, além de ter maior familiaridade com o sabor da bebida. Ao mesmo tempo em que atua intensificando a profusão de aromas, cores e sabores, suaviza os taninos e torna o vinho bastante agradável. Vinho este que pode ser branco, tinto ou espumante. Tendo como principal função a respiração da bebida – já que através dos poros da madeira ocorre uma micro-oxigenação –, as barricas podem ser fabricadas a partir de espécies diferentes, como a francesa, a americana, a húngara, a eslava, entre outras. Embora tenham aspectos em comum, como conferir à bebida aromas e sabores da madeira,

como especiarias, baunilha, café, pimenta, tabaco e coco queimado, elas também possuem diferenças. Enquanto umas oferecem, por exemplo, grande complexidade, outras agregam taninos eventualmente associados à estrutura e outras, ainda, grande aromaticidade. Numa rápida explicação, a escolha pela utilização – ou não – do carvalho durante o amadurecimento de um vinho é de responsabilidade de cada vinícola. Pressupondo-se a opção pelo uso, há de se considerar as facetas do carvalho no universo do vinho. Há barris, barricas, tonéis e chips. Enquanto os três primeiros referem-se ao tamanho dos recipientes – quanto menor o reservatório, mais contato a bebida vai ter com o carvalho –, os chips são todas as sobras da madeira, como serragens e raspas, colocadas dentro do vinho em “sacos”. Já quando o assunto é a vida útil, há as barricas de primeiro uso, de segundo, terceiro e quarto. A regra é bem simples: quanto mais usada ela for, mais sutil será sua influência na bebida. Consequentemente, quanto mais nova, mais intensidade fornecerá. Mas não pense que qualquer vinho pode envelhecer em carvalho, especialmente em barris virgens. Há exemplares que não têm estrutura suficiente para suportar as fortes características da madeira. Além do uso, a influência da barrica no vinho também está relacionada ao tipo de tosta: quanto maior o grau de tosta, maior a influência. Algumas das uvas tintas conhecidas por se darem muito bem com o carvalho são a Nebbiolo, a Syrah e a Cabernet Sauvignon. Não à toa, as castas estruturadíssimas ganham ainda mais forma, caráter e estilo durante o contato com a madeira. No caso das brancas, a famosa Chardonnay é uma das que melhor desempenha quando amadurecida em barricas. É necessário saber, ainda, que cada produtor tem de ter total controle sobre o processo. Afinal, há minúcias que só quem realmente entende do assunto pode dominar. Fato é que, para essa relação funcionar verdadeiramente, é preciso haver harmonia, equilíbrio e sabedoria. revista evino | 37


TERROIRS

por Raphael Pugliesi

Dos livros às taças Conheça a região espanhola de Castilla-La Mancha, onde o vinho e o eterno personagem de Cervantes compartilham de um mesmo significado

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T

ranque-se em um quarto, dê play em uma música inspiradora e apague a luz. Esqueça-se de seus problemas, esqueça-se do impossível. A única coisa de que você precisará é uma boa dose de imaginação – pois foi dela que surgiram as aventuras de Dom Quixote, personagem da obra-prima de Miguel de Cervantes, responsável por eternizar a região de Castilla-La Mancha nas mentes e nos corações de leitores de todos os cantos do globo. Tente imaginar-se morando no meio de mais de 164.000 belíssimos hectares de vinhedos, plantados em solo calcário-argiloso ao redor de moinhos e províncias medievais, como Toledo e Cuenca. Ah, seria indelicado não alertar que, para viver em um lugar como este, é preciso ter um guarda-roupa bem grande, pois tanto verões quanto invernos são rigorosos. Terá de lidar com termômetros que podem marcar desde gélidos - 15ºC até assustadores 45ºC ao longo do ano. Considerada a área viticultora mais extensa de todo o mundo, Castilla-La Mancha faz referência à palavra árabe Mantxa, cujo significado é “terra seca”. Isso porque é agraciada por um clima que impede a entrada de correntes úmidas, tornando raros os dias de chuva. Não é à toa a existência de um provérbio local que apresenta a terra de Dom Quixote como “nove meses de inverno e três meses de inferno”. A julgar pela escassez de água e sua grande amplitude térmica, já se consegue compreender o porquê da existência de tantas vinhas por lá – afinal, que outra cultura seria capaz de lidar com condições geoclimáticas tão impiedosas senão a vitivinicultura? Entre as corajosas castas viníferas que brotam em La Mancha, destacam-se a branca Airén, que por ser a mais plantada na terra espanhola (115.494 hectares) é também a cepa branca mais cultivada no planeta, e a tinta Cencibel (26.843 hectares), que é o nome recebido pela Tempranillo nessa área da Espanha. Mas, para se falar dos vinhos aos quais elas dão origem, é pre-

ciso pensar no que você comeria se, de fato, morasse na terra do incansável anti-herói de Dante. O cardápio começa com um pisto manchego, que consiste em uma fritada de tomate, pimentão cereja, ovos e cebola, misturados com outros alimentos. Pela complexidade da receita, pode ter certeza de que uma das primeiras opções de um sommelier na hora de harmonizá-la seria um rótulo da própria região. Na seção “carnes”, você encontra um grande leque de pratos à base de ovelha e cordeiro. Sim, carnes bovinas não são muito comuns por lá. Mas se tem uma coisa que qualquer pessoa que passe por La Mancha sabe, é da fama dos queijos produzidos a partir de leite de ovelha, como, por exemplo, o Manchego. Uma tradição local que só fica mais atraente se acompanhada de outra: o vinho. De um modo geral, viver em La Mancha é sinônimo de ter sempre uma taça em mãos. A grande facilitadora disso é a bela relação custo-benefício decorrente de sua alta produtividade vinícola. E engana-se quem pensa que produção em escala significa simplicidade! A fim de lidar com uma culinária tão peculiar, Castilla-La Mancha também adotou algumas classificações para seus rótulos: Espumante: Segue o método tradicional de produção (segunda fermentação em garrafa). Joven: Sem passagem por madeira, ideal para ser consumido no mesmo ano da colheita. Tradicional: Ainda sem passagem por madeira, porém mais estruturado. Crianza: Amadurece 24 meses, sendo que pelo menos seis deles são em barricas de carvalho. Reserva: Envelhecimento de 12 meses em barricas, seguidos de 24 em garrafa. Gran Reserva: Envelhecimento mínimo de 18 meses em barricas, seguidos de 42 em garrafa. Riqueza vinícola, cultural e gastronômica. Se isso ainda não foi suficiente para explicar o motivo de Castilla-La Mancha ser o assunto desta seção “Terroirs”, o que resta é propor um brinde com um rótulo sob essa belíssima denominação. revista evino | 39


ENQUANTO ISSO, NA EVINO…

por Luciana Ferreira

Operações a mil A Equipe Evino está a todo vapor para que você tenha uma ótima experiência de compra durante o Black Friday 2015

É

claro que as palavras “Black Friday” fazem com que todos aqui respirem fundo. E existe, entre nós, uma equipe cujo coração bate ainda mais forte: nosso time de operações. Responsável por várias etapas do processo que rege nosso dia a dia, como o recebimento dos produtos e separação dos pedidos, essa galera está a todo vapor para garantir que você tenha uma ótima experiência de compra conosco. Quando os vinhos selecionados por nossos ­sommeliers chegam ao Centro de Distribuição, no

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Espírito Santo, eles são conferidos, catalogados e armazenados com muita atenção. Nesse momento, nossos clientes estão navegando por nosso site, desbravando as minúcias de cada rótulo e aproveitando as ofertas com toda a comodidade. Assim que seu pedido é efetivado, a equipe começa uma nova tarefa, separando e embalando cuidadosamente seus vinhos para que sejam transportados. Tudo pronto para proporcionar a você uma experiência positiva, é hora de trabalhar no próximo pedido com o mesmo zelo e entusiasmo.


Sommeliers Evino vão à Terrinha Nosso Gerente Geral de Compras, João Paulo, e a sommelier Jessica Marinzeck visitaram o Tejo, em Portugal, a convite da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo e da Wine Senses. Agora você fica sabendo, sob o olhar de Jessica, um pouco sobre a jornada de quatro dias por esse fascinante território, que abriga fortalezas medievais, vinhedos milenares e um povo apaixonado por sua terra e sua cultura. Visitas guiadas aos produtores, degustações incríveis e grandes negociações aconteceram nesse período. No fim, três vinícolas conquistaram nossa especialista: Fiuza, uma das pioneiras no cultivo de castas francesas em Portugal; Falua, que produz seus vinhos com a consultoria do Master of Wine Samuel Harrop; e a Quinta do Casal da Coelheira, uma grande propriedade da qual já vendemos alguns rótulos – e todos fizeram muito sucesso.

João Paulo, Jessica e Nuno Falcão, proprietário da vinícola Quinta do Casal da Coelheira

Entre as garrafas que foram negociadas, estão o Quinta da Essência Prestige Tejo Branco, um branco muito especial elaborado 100% a partir da uva autóctone Fernão Pires, e o Fiuza & Bright Native Branco, um encantador assemblage de Chardonnay e Arinto. Além desses dois brancos, há tintos e rosés esperando por você em nosso site. Aproveite a Black Friday e garanta o seu! revista evino | 41


O FAVORITO

UM BRINDE ÀS FESTAS Para festejar com elegância a época mais esperada do ano

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F

ruto do trabalho impecável do Grupo Castel, que hoje ocupa o posto de maior produtor de vinhos da França, o espumante Cuvée Blanche Brut irradia elegância. Versátil, com boa acidez e capaz de agradar a todos os tipos de paladares, o rótulo traz consigo um caleidoscópio de aromas e sabores. Elaborado a partir do assemblage de Chardonnay e Viognier, cepas brancas típicas do território de Languedoc-Roussillon, ele apresenta a personalidade untuosa e amanteigada da primeira em harmonia com o ótimo equilíbrio de álcool e frutas da segunda. Escolha certeira para ser o acompanhante de celebrações e momentos alegres e descontraídos, o ‘Favorito’ do mês de novembro revela um caráter tão rico quanto as experiências compartilhadas nas deliciosas festas de fim de ano. Conheça em: www.evino.com.br/famille-castel-blanche-favorito

FAMILLE CASTEL CUVÉE BLANCHE BRUT · Espumante branco · França · LanguedocRoussillon · Chardonnay e Viognier

Grupo Castel Tábua de queijos com geleias, frutos secos e frutas como peras, uvas e figos

Não há

8°C 2016 11%

Amarelo palha com reflexos dourados Complexo com notas florais e de frutas cítricas e brancas Belo equilíbrio entre opulência e refrescância, com frutas em destaque, e perlage fina e delicada

DE R$ 75,80

POR

R$ 37,90

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PARA BRINDAR

Verão Black Friday Estamos contando os dias para a chegada do Verão. Afinal, já é novembro! Consequentemente, nossa equipe já está a todo vapor, selecionando rótulos incríveis e expedindo pedidos com eficiência. Tudo isso para que você possa desfrutar as melhores ofertas da Black Friday e, é claro, entrar com o pé direito na estação mais esperada do ano. Este é o momento de deixar a sua adega mais do que preparada para receber os amigos e a família nas festas de fim de ano. E, como não podia deixar de ser, sócio do Clube Evino tem acesso antecipado às ofertas, além de descontos maiores e produtos especiais. E aí? Preparado?

2

1

Legenda Produtor Harmonização

Envelhecimento

3

Temperatura

Consumir até 1

Fotos: Jussara Martins

GIACONDI SANGIOVESE RUBICONE 2014 · Tinto · Itália · Emilia-Romagna · Sangiovese

Mario Giacondi

Tagliatelle ao ragu de costela

Confira estes e outros vinhos em WWW.EVINO.COM.BR

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Não há 16°C 2018

Sutil e fresco, com aromas típicos de violeta e taninos elegantes lembrando frutas maduras. evino.com.br/gsrb


De R$ 20 a R$35 3

SOLAR CABERNET SAUVIGNON 2012 · Tinto · Chile · Vale Central · Cabernet Sauvignon

4

5

Via Wines

Maminha na brasa Não há 17°C 2017

Aromas concentrados de frutas vermelhas, especiarias e cassis. Em boca tem equilíbrio entre álcool e acidez e taninos marcados. evino.com.br/slcs

MARQUES DE ALTILLO RIOJA DOCA 2014 · Tinto · Espanha · Rioja · Tempranillo e Garnacha

Felix Solis Avantis

Alcatra assado no alho Não há 17°C 2018

Flores e frutas vermelhas, como morangos, se mostram presentes no nariz. O paladar é fresco e macio com agradável final. evino.com.br/mdar

6 5

RIVERET 2014

· Tinto · Europa · Várias regiões · Tempranillo e Merlot

4

2

BUENOS AIRES CHARDONNAY CHENIN 2014 · Branco · Argentina · Mendoza · Chardonnay e Chenin Blanc

Fecovita

Mariscos frescos variados

Não há 10°C 2016

Tem traços delicados de frutas brancas e cítricas. Em boca é balanceado, sutil e fresco. evino.com.br/bacc

6

BWine Quibe de bandeja Em cubas de aço inox 16°C 2017

Nariz expressivo com notas de frutas vermelhas. Em boca mostra bom corpo, presença de frutas e retrogosto agradável. evino.com.br/rive

SOLIERA AIRÉN LA MANCHA D.O. 2014 · Espanha · Castilla-La Mancha · Airén

Felix Solis Avantis

Filé de pescada com limão Não há 10°C 2016

Com aromas refrescantes de ervas, maçã, pêssego e frutas tropicais, traz em boca um caráter elegante e longo final. evino.com.br/salm

* Valores definidos com base na cotação do dia 14.09: EUR a 4,369 e USD a 3,864 revista evino | 45


PARA BRINDAR 1

MONTEFRIO ROSADO TEMPRANILLO LA MANCHA D.O. 2014 · Rosé · Espanha · Castilla-La Mancha · Tempranillo

Felix Solis Avantis

Fideuà Catalão

Não há

11°C 2015

1

Leve, refrescante e frutado, revela-se ainda balanceado com corpo suave e delicado. evino.com.br/mrlm

2

CODICI SALICE SALENTINO DOC 2012 · Tinto · Itália · Puglia · Negroamaro

2

Codici

Risoto de carne seca

Não há

17°C 2017 Medalha de prata no Mundus Vini 2013 Pleno no nariz e em boca, com aromas voltados à fruta madura e taninos aveludados. evino.com.br/cssd

3

LUIGI LEONARDO NERO D’AVOLA TERRE SICILIANE · Tinto · Itália · Sicilia · Nero d’Avola

Chilli con carne

Em tanques de aço inox

Cantine Sgarzi Luigi

16°C 2017

Frutas vermelhas maduras, como morangos, compõem o nariz deste vinho. É aveludado, cheio e agradavelmente tânico. evino.com.br/llna

46 | revista evino

3


De R$ 35 a R$50

4

PARADOSSO SANGIOVESE RUBICONE 2014 · Tinto · Itália · Emilia-Romagna · Sangiovese

4

Grupo i Vinai

Lasanha à bolonhesa

Não há

16°C 2018

No nariz é concentrado com destaque para morangos e temperos. Seu corpo é médio com acidez balanceada e final suave. evino.com.br/pdsr

5

PEÑASCAL ESTATE TEMPRANILLO CASTILLA Y LEÓN 2014 · Tinto · Espanha · Castilla y León · Tempranillo Bodegas Hijos de Antonio Barceló Polenta cremosa com ragu de calabresa Não há 17°C 2018

5

De caráter rico, balanceado e descomplicado, apresenta aromas de frutas vermelhas e pretas e especiarias. evino.com.br/ptcl

6

MANNARA PINOT GRIGIO TERRE SICILIANE 2014 · Branco · Itália · Sicília · Pinot Grigio

6

Mannara

Salada Caesar

Não há

13°C 2016

Brilhante no visual e no olfato, com notas intensas de flores brancas. Em boca é sedoso e vívido. evino.com.br/mpgt * Valores definidos com base na cotação do dia 14.09: EUR a 4,369 e USD a 3,864 revista evino | 47


PARA BRINDAR 1

ALLENDY DE LA CASSAGNE BLAYE CÔTES DE BORDEAUX AOC 2011 · Tinto · França · Bordeaux · Merlot Vignobles Fontémoing-Vergez Escalope ou Paillard de Mignon Não há

2

17°C 2018

Jovem, macio e muito aromático, com perfil frutado lembrando cassis e amoras.

1

evino.com.br/adlc

CHÂTEAU ROC DE BOUTY CÔTES DE BERGERAC AOC MOELLEUX 2011

2

· Branco · França · Bergerac · Sauvignon Blanc e Sémillion

Maison Ginestet Espaguete ao pesto de manjericão Não há

10°C 2016

Convidativo, concentrado e elegante no nariz, mostra em boca um caráter delicado e harmônico com toques de mel.

3

evino.com.br/rbcb

3

CHÂTEAU MOUCHET PUISSEGUIN SAINT-EMILION AOC 2006 · Tinto · França · Puisseguin Saint-Emillion · Merlot e Cabernet Franc

Em Barricas de carvalho

4

Maison Ginestet Steak au Poivre 16°C 2017

Com ataque generoso em boca revelando estrutura poderosa, mostra no nariz frutas vermelhas, pimenta e café. evino.com.br/cmps

CHÂTEAU MOUGNEAUX BORDEAUX SUPÉRIEUR AOC 2007 · Tinto · França · Bordeaux · Merlot, C. Franc e C. Sauvignon

Maison Ginestet Carré de javali

Em cubas de aço inox e barricas de carvalho 16°C 2017

48 | revista evino

Complexo e intenso, revela um nariz com groselhas e cacau. Tem paladar vívido, redondo e com taninos presentes. evino.com.br/cmbs

4


De R$ 50 a R$90 5

VILLA FRANCESCA PRIMITIVO DEL SALENTO · Tinto · Itália · Puglia · Primitivo

Cantine Sgarzi Luigi Costela de porco ao molho barbecue Em barricas de carvalho

18°C 2019

Complexo no nariz com traços de frutas maduras e especiarias. O paladar é expressivo, macio e tânico. evino.com.br/vfps

5

6

VILLA ALBERTI NERO D’AVOLA MERLOT SICILIA DOC 2014 · Tinto · Itália · Sicília · Nero d’Avola e Merlot

Cantine Sgarzi Luigi Brusquetas de queijo brie e presunto cru Em tanques de aço inox

7

6

16°C 2018

Intensos aromas herbáceos, frutados e balsâmico. Revela em boca taninos evidentes, corpo cheio e frutas vermelhas. evino.com.br/vanm

7

CHÂTEAU DU COURNEAU CUVÉE UCH MÉDOC AOC 2012 · Tinto · França · Médoc · Merlot, C. Sauvignon, C. Franc e Petit Verdot

Maison Ginestet

Pernil de cordeiro ao molho de frutas vermelhas Não há 17°C 2017 Toques sutis de groselhas maduras e violetas encantam no nariz. É rico, pleno e fácil de ser apreciado. evino.com.br/cccm * Valores definidos com base na cotação do dia 14.09: EUR a 4,369 e USD a 3,864 revista evino | 49


COM ELE, A PALAVRA...

Um OÁSIS de estilos e variedades Por sua diversidade tanto climática quanto de solo, o Chile tem muito a oferecer aos apreciadores de vinho, iniciantes ou experts

Eduardo Milan

O

Chile é conhecido mundialmente por seus Carménère e Cabernet Sauvignon de ótima relação qualidade-preço e, também, pelos grandes ícones lá elaborados. Mas as virtudes de nosso vizinho vão além de sua fama internacional. O tipo de extensão territorial do país – ele é “comprido” – faz com que exista muita diversidade, considerando tanto a direção norte-sul quanto a proximidade dos vinhedos do Oceano Pacífico ou da Cordilheira dos Andes. Do norte para o sul, as principais regiões vitivinícolas do Chile são Coquimbo, Aconcágua, Vale Central e Região Sul. Cada uma delas comporta, ainda, subdivisões. Em Coquimbo estão os vales do Choapa, do Elqui e do Limarí. Merecem destaque os Syrahs do Elqui. Já o solo de perfil calcário do Limarí tem dado Chardonnays equilibrados, limpos, frescos e com notas minerais. Em Aconcágua, próximo a Viña del Mar e Valparaíso, estão o Vale do Aconcágua, onde merecem destaque Cabernet Sauvignon, Syrah e Carménère, e os Vales de Casablanca e de San Antonio, com clima mais frio, que dão bons brancos de Chardonnay, Riesling e Sauvignon Blanc e tintos de Pinot Noir. O Vale Central, nos arredores de Santiago, engloba o Vale de Maipo, Vale de Rapel (norte: Cachapoal e Peumo; sul: Colchagua), Vale de Curicó e Vale do Maule. Em Maipo estão muitas das vinícolas importantes do país e 70% de seus vinhedos é de Cabernet

50 | revista evino

Sauvignon. No Alto Cachapoal produzem-se rótulos frescos e elegantes e, em Peumo, o clima mais quente é ideal para a Carménère. No Colchagua, a Carménère e a Syrah têm se dado muito bem. Maule é o vale mais extenso e de maior diversidade climática do Chile, onde se destacam Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Carménère. Na região sul estão o Vale do Itata, o Bío-Bío e o Vale do Malleco. Tanto em Itata quanto em Bío-Bío o clima é mais frio. Enquanto em Itata cultivam-se mais Moscatel de Alexandria, Cabernet Sauvignon e Chardonnay, em Bío-Bío ótimos resultados vêm das brancas aromáticas, como Riesiling e Gewürztraminer e da tinta Pinot Noir. Já em Malleco, os solos férteis e o clima úmido exigem trabalho e controle rigorosos. Além da divisão em regiões de norte a sul, recentemente foram criadas três subdenominações de origem para identificar a influência do oceano e da cordilheira, quais sejam “Andes” (vinhedos de altitude e uvas de alta qualidade), “Entre Cordilheiras” (terrenos planos com clima mais quente, que dão vinhos estruturados) e “Costa” (influência dos ventos do Pacífico, que dão vinhos mais frescos). O mais importante desse passeio pelo Chile é que a grande diversidade do país se reflete diretamente nos vinhos. Conhecer melhor as principais regiões, mais que abrir seus horizontes, vai auxiliar muito na escolha do que levar à taça.


MOMENT INTENSE. “Beer brewed carefully, to be consumed with care”

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