Venda avulsa: R$ 6,00
ANO 2 - EDIÇÃO 03 - MAI/JUN/2016
MÃE Amor sem limites As histórias emocionantes de mães da nossa região
Confira a enquete sobre POLÍTICA nos municípios
Entrevista EXCLUSIVA com a banda CPM 22
EVIP FASHION TRENDS: As tendências do outono/inverno
Editorial DIREÇÃO Graziele Sperotto Greici Siezemel REPORTAGEM Greici Siezemel greici@revistaevip.com.br DIAGRAMAÇÃO E ARTE Graziele Sperotto grazi@revistaevip.com.br Revisora responsável: Gracieli Verde Colaboraram nesta edição: Liliane Cristina Goettems Taíza Schmitz Mademann Fernanda Koch Sec. Mun. Turismo Tenente Portela Revista Evip é uma publicação bimestral. Não nos responsabilizamos pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. IMPRESSÃO: Kunde - Indústrias Gráficas LTDA CIRCULAÇÃO Santo Augusto, Chiapetta, São Martinho, Coronel Bicaco, Campo Novo, Inhacorá, Redentora, Boa Vista do Buricá, Tenente Portela, Três Passos. TIRAGEM: 1.000 exemplares
ASSINATURAS, SUGESTÕES E RECLAMAÇÕES assinatura@revistaevip.com.br contato@revistaevip.com.br Fone/whatss app: 55.9939.8329 55.9651.1297 www.revistaevip.com.br
Friozinho chegando e, com ele, mais uma edição da Evip. Antes de mais nada, gostaríamos de agradecer a todos que contribuíram para que a revista ficasse pronta. Foram dias de muito trabalho e dedicação, tudo para que você, querido leitor, se sinta representado pela Evip. Nossa região merece este espaço, em que histórias não passam despercebidas. Falando nisso, tivemos o privilégio de fazer, nesta terceira edição um especial alusivo ao Dia das Mães, lembrado no dia 8 deste mês. Reunimos seis queridas mães dos municípios que abrangemos e elas contam, em nossas páginas, suas vidas, suas histórias, o que vai servir de inspiração para cada um de vocês. Vale a pena conferir! Para que essa pauta fosse possível, contamos mais uma vez com nossas “ajudantes Evip”, que se uniram a nós nesta linda causa, então um agradecimento super especial a Adriana Ferretto de Lima, a Monique Antes da Foto Studio e a equipe do Salão de Beleza Cheia de Charme. Quando visitamos os municípios da região, como sempre, fomos muito bem recebidas, tanto nas escolas, como nas prefeituras, rádios e empresas. Isso não tem preço, ficamos
Graziele Sperotto Publicitária
felizes em saber que estão gostando do nosso trabalho. Sempre que tiverem contribuições, sabem que podem nos procurar. Nesta edição, além do especial das mães, vocês poderão ler matérias de diversos assuntos. Fizemos uma enquete nas cidades perguntando sobre a atual situação política no Brasil e conversamos com dois professores conceituados para tentar explicar o que está acontecendo. Frisamos que nossa ideia é esclarecer algumas dúvidas que foram levantadas, sem nenhum posicionamento político. Também fizemos, como de costume, o editorial de moda com a nossa design de Moda Taíza. Ficou um sucesso! A coluna de decoração continua com nossa amiga Lili, a editoria de Turismo mostra um pedacinho de Tenente Portela e o olhar do exterior ficou por conta da Fernanda. Para finalizar, já que nossa edição saiu em maio, que é o mês do dia das mães, nosso abraço a todas as mãezinhas que nos acompanham! E não esqueçam, assinem a Evip pelo site ou nos pontos de venda da sua cidade!
Greici Siezemel Jornalista
Bastidores
Com Sheila e Solange do Salão Cheia de Charme, Maiara Bona e designer de Moda Taíza -prontas para as fotos do editorial.
Foto da capa: FOTO STUDIO
REVISTA EVIP Criação: Site: 10 de novembro de 2008 Revista: 10 de dezembro de 2015
Com as protagonistas desta edição: as mães!
ÍNDICE
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CAPA
ESPECIAL MÃES
A história de seis mães que surpreendem pela maneira como cuidam de seus filhos
40 IRREVERSÍVEIS CPM 22: Rock e Originalidade
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Sofisticação, projetos únicos e exclusivos? Móveis planejados!
22 14 38 37
29
CLINIVIDA
Há 15 anos cuidando de pessoas
POLITICANDO: especialistas
analisam a crise política e comunidade opina na enquete da Evip
TURISMO
Tenente Portela e suas atrações
INFORMÁTICA Cuide da saúde do seu PC
YÔGA
Conheça mais sobre essa prática milenar
33
GRAZI, COISA E TAL
relembre as bandas que existiam em Sto Augusto nos anos 2000
20
EVIP FASHION
35
Fernanda Koch nos mostra um pouquinho da
POLÔNIA
31
GREICI, COISA E TAL
Sempre há tempo para ser feliz!
TRENDS
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CAPA ESPECIAL MÃES
“Mãe”! Uma palavra com poucas letras, mas com tantos significados! Amor, carinho, cuidado, afeto, atenção, garra, luta, fé... Foi tudo isso que vimos nessas seis mães que escolhemos para fazer esse especial de Dia das Mães. As histórias são diferentes e ao mesmo tempo parecidas, pois se resume em um só verbo: cuidar. Percorremos os municípios da nossa região para encontrar essas mulheres que servem de inspiração, que nos dão uma verdadeira lição de vida, e agora apresentamos elas a vocês. Temos aqui, vários tipos de mãe: da barriga, do coração, irmã, amiga, anjo de Deus! São histórias que emocionam, que surpreendem e que nos fazem pensar sobre o verdadeiro sentido da vida.
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Foto Studio
por Greici Siezemel
SANTO AUGUSTO
Clarinês e Maria Valentina: uma escolheu a outra! Quem conhece a história de Clarinês Hames e sua filha, Maria Valentina, tem certeza de que a vida as uniu. A sintonia entre elas, as características e a maneira de agir tão semelhante são marcas que não têm como passar despercebidas. Quando Clarinês olha para trás e vê aquela mulher que nem pensava em ter filhos, que tinha outras prioridades na vida, percebe a mudança que sua filha foi capaz de fazer em tão pouco tempo. “Teve um período muito longo em que eu não queria ser mãe. Eu comecei a pensar na ideia de ter filhos quando tinha mais de 30 anos e só depois de começar a fazer terapia”, conta a professora de Biologia que, depois de decidir ser mãe, optou pela produção independente. Clarinês tentou engravidar, mas como não deu certo logo, ela não quis fazer inseminação e resolveu que iria adotar uma criança.
Fila de adoção ou fila da ansiedade? Quando entrou na fila, a única exigência que ela colocou foi que o bebê tivesse até dois anos e fosse saudável. Clarinês tinha 40 anos e não esperava que só receberia sua filha cinco anos depois. “É uma ilusão achar que é fácil e rápido. A expectativa da chegada foi muito intensa no primeiro ano, depois eu comecei a diluir isso um pouco, até para poder tocar a vida, porque poderia não dar certo”, conta. E foi numa bela manhã, depois de um feriado de 21 de maio, quando a professora chegava de viagem – ainda quando morava em São Vicente –, que o seu celular tocou e uma mulher da vara da infância lhe informou que o dia da adoção poderia estar próximo. “O susto foi tão grande que eu falei sem pensar para ela: ‘sexta-feira eu passo aí”. Daí ela disse: ‘não, você precisa
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vir hoje, porque essa criança está no hospital, ela vai dar alta nos próximos dias e o juiz não vai a deixar passar por um abrigo. Ela vai do hospital para família adotante’. Eu disse então que em meia hora ligava. Eu fiquei sentada esperando baixar a adrenalina, meio paralisada. Então fui para a sala do diretor e disse: “acho que estou de licença-maternidade”, recorda. Clarinês viajou de São Vicente à Ijuí e quando chegou ao fórum recebeu o prontuário da Maria Valentina. O médico informou que ela teria uma noite para analisar se ficaria ou não com o bebê. “Ele disse que eu não poderia nem vê-la antes disso, e falou para mim: ‘ela não é um par de sapatos, que você olha e diz que você não gosta. Ela não pode ter mais uma rejeição, porque se ela estivesse na
sua barriga tu também não poderia olhar para ela. A criança está lá, bem cuidada, e você tem essa noite para decidir’. Eu voltei para casa, analisei tudo e no outro dia fui até o fórum para assinar os papeis e confirmar a adoção. O juiz me deu então uma autorização para vê-la. Fui ao hospital acompanhada da assistente social, era o meu parto! Quando cheguei ela estava no berço aquecido, só de fralda. Embaixo do berço tinha um rádio ligado na AM, para que ela tivesse a sensação de ter gente ao redor, pois como era uma criança para doção, ninguém podia vê-la”, lembra a mãe, que na mesma tarde foi fazer o enxoval da Maria. Passaram-se dois ou três dias, a menina completou dois quilos e Clarinês levou ela para casa. “O dia em que ela chegou eu nunca vou esquecer,
ela tinha apenas cinco dias e pesava 1,7 quilo ”, se emociona a mãe. Depois de levar sua filha para casa, o mundo de Clarinês se transformou e embora ela tivesse medos, foi vencendo a batalha diariamente. Após ter passado o período da licença-maternidade, a professora foi removida para Santo Augusto e acabou vindo morar na cidade para conseguir ficar mais tempo com Maria Valentina, pois ela percebeu que não podia continuar a sua rotina do jeito como era antes. “As prioridades mudam quando temos filhos”, destaca. As duas foram criando laços muito fortes e a maturidade de Clarinês, que hoje tem 45 anos, é um diferencial na criação da menina. “Tem o lado bom e o lado não tão bom (não é o lado ruim!) de ser mãe aos 45. O lado bom é que você já viveu toda a sua juventude, já fez muitas coisas: já estudou, já está estabilizada, já viajou, já foi nas baladas que queria. Então agora é uma nova fase, que é a fase
de ficar um pouco mais em casa, em que um programa maravilhoso é você visitar uma amiga que tem criança para as filhas poderem brincar juntas. O não tão bom é que você não tem mais tanta disposição assim para brincar e correr em alguns horários do dia. Outra coisa que acontece, que não me incomoda, é que as pessoas me perguntam se ela é minha neta. Eu tive ela quando a maioria das mulheres estão sendo avós e acho que a gente faz certas coisas de avós, pela idade mesmo”, analisa. Clarinês sempre conversou com a filha sobre a adoção. A primeira conversa foi quando ela tinha aproximadamente um aninho e a mãe sempre explicou que seus pais biológicos não puderam cuidar dela. Maria Valentina, com seus poucos, mas muito bem resolvidos, seis anos de vida, dá uma aula de maturidade quando perguntamos se ela tem duas mães. “Não tenho duas, eu tinha duas. Eu tinha uma outra mãe que eu nasci na barriga”. Questionamos: “e a Clarinês é a mãe do que?” Ela responde: “a mãe
do nascimento”. Clarinês completa: “Ela é muito cuidadosa comigo, carinhosa, espontânea, afetuosa. É tudo na minha vida! Eu não me organizo sem ela, porque tudo gira em função dela”, exclama.
“Chegar em casa tem outro sentido depois que você é mãe.”
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CHIAPETTA
Quatro vezes mãe, duas ao mesmo tempo! O privilégio de Renata, mãe de gêmeas, que passa por cima das dificuldades para cuidar dos filhos
A recepção na casa de Renata de Souza Carvalho não poderia ser mais calorosa: seus quatro filhos vindo em nossa direção, curiosos para saber o que estávamos fazendo lá. Começaram a se apresentar: Otávio, Maria Vitória e a duplinha Amanda e Érika – depois de cinco minutos já não sabia quem era quem das duas, pois a semelhança das gêmeas confunde qualquer um. A maternidade veio cedo para Renata, que com 17 anos ganhou a filha mais velha, Vitória, no município de Alegrete. “Essa foi a época mais difícil, pois o pai não assumiu ela, então enfrentei tudo sozinha”, lembra. Depois Renata conheceu seu atual esposo, Everaldo, que acolheu sua filha e levouas para morar em Chiapetta, onde estão até hoje. “Vim para cá quando a Vitória tinha um aninho. Passamos algumas necessidades, morávamos em uma casa que até água passava por baixo. Agora ganhamos uma casa e as coisas estão melhor”, conta a mãe. Quando descobriu que estava grávida pela segunda vez veio junto da notícia uma surpresa: a gestação
de gêmeas, que é comum na família dos dois. “Quando descobri foi um susto, pensava em como iria conseguir sustentar. No ultrassom só dava para ver o sexo de um bebê, uma menina, a outra só ficamos sabendo o que seria na hora do parto”, recorda Renata, que achou mais fácil criar as gêmeas do que a primeira filha, pois tem agora o pai presente e a família dele também. “Se eu fosse criar elas sozinha, não sei se teria conseguido enfrentar tudo, porque sem pai não é fácil. É uma segurança a mais”, diz, emocionada. Depois das gêmeas veio Vitor e, com a família maior, as responsabilidades aumentaram. “Passamos trabalho e necessidades, mas graças a Deus eles estão aqui, se dão bem, estudam e têm saúde”, se orgulha Renata. O casal faz o que pode para dar o melhor aos filhos e supera as dificuldades que vão surgindo. “Eu quero um futuro bom para eles, oferecer o que os meus pais não puderam me dar. Quero que eles estudem, porque isso é muito importante. Para garantir o que eles precisam eu trabalho no que
vier, não tenho medo de serviço”, diz ela, que atualmente trabalha em uma casa de família. Sobre ter mais filhos, Renata prefere não arriscar. “Quando ganhei o Otávio eu fiz ligadura, porque não é fácil dar tudo o que eles pedem. Eu tento me virar sozinha com o meu marido, sem pedir nada para os outros, mas sempre aceitamos ajuda quando alguém se disponibiliza”, relata. Como perdeu os pais muito cedo, Renata, que hoje está com 30 anos, tenta dar muito amor aos seus filhos, porque não quer que eles passem o que ela passou. “Eu tive que aprender a sobreviver sozinha, não é fácil perder pai e mãe. O que me motiva é a felicidade das crianças e como mãe, quero que eles aprendam o que eu não pude aprender, para terem uma vida melhor que a nossa. A gente faz tudo pensando neles”, finaliza.
“O engraçado é que às vezes nem eu sei qual das gêmeas é qual.” evip | 07
SANTO AUGUSTO
As joinhas da mãe Ju! Carinhosa! Se perguntassem como definir Juliana Alegretti em uma palavra seria assim e não é difícil de chegar a essa conclusão: basta ficar cinco minutos observando a maneira como ela cuida dos dois filhos, Pedro Allan, 15, e Vitória, 9. É muito amor para dar! Juliana, que está com 42 anos, cria o casal sozinha e dá conta perfeitamente da tarefa. “Nos primeiros tempos não foi fácil, a avó paterna deles ajudou bastante, ela ficava com eles enquanto eu trabalhava e os buscava na escola, foi assim até eles crescerem um pouquinho”, conta. A família veio para Santo Augusto porque Juliana queria que seus filhos tivessem mais oportunidades de estudo, então fez uma escolha por eles — sempre coloca os filhos em primeiro lugar. “Claro que bate aquela insegurança, às vezes eu pensava que alguma coisa poderia dar errado, porque eu estava sozinha e a responsabilidade é maior. Foi e ainda é um desafio, tens que ter um pulso mais forte para poder contornar, mas a batalha é vencida cada dia um pouquinho”, diz a mãe. Juliana teve Pedro com 27 anos e tinha o sonho de ter mais um filho, mas que dessa vez fosse adotado. Foi aí que surgiu a Vitória. “Meu ex-marido concordou em adotar, mas quem correu atrás de tudo fui eu. Desde o dia em que entrei na fila de adoção, demorou dois anos para eu ter ela. Ela estava na antiga ‘casa de passagem’, que abrigava crianças que poderiam ser destituídas do pátrio poder, daqui de Santo Augusto, e veio com um mês para a nossa casa. No
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primeiro ano que ficamos com ela sabíamos que a mãe biológica poderia querer ela de volta, então, durante um ano não dormi descansada”, lembra Juliana, que cultivava a ideia de adotar um filho já fazia algum tempo. O sonho da massoterapeuta, que batalha diariamente para sustentar os dois, é adotar mais um filho futuramente. “Se eu pudesse, eu adotaria uma creche, eu tenho muito amor para dar. A minha relação com a Vitória é muito forte, ela é filha mesmo, então eu acho que quantos mais viessem, mais seriam filhos também. Eu sentiria a mesma coisa por todos, sem distinção nem nada”, relata ela, que tem esse projeto de vida para quando melhorarem as condições.
A fórmula mágica da Ju!
“A fórmula é bastante diálogo, porque eu tive uma mãe assim e sigo os passos dela, copio o que foi bom. Outra coisa que eu penso também é que eles são tesouros que Deus confia para gente e que vamos ter que prestar conta de como cuidamos dessas joinhas. Temos que tentar moldar o caráter enquanto eles estão com a gente, porque depois que batem as asinhas, já estão formados”.
“Ser mãe é a plenitude, é um sentimento que não se explica em palavras, é uma realização plena. Poder acordar de manhã e ficar olhando estes rostinhos é tudo de bom, não tem preço”.
CORONEL BICACO
Mãe, pai, irmã, tia e o que mais surgir, essa é Marisa! O verde daquela casa se confunde com o da natureza que a rodeira e, quem sabe, até com o verde da esperança. Esperança e força de uma mulher encabulada, de sorriso fácil, que é irmã e tia ao mesmo tempo, mas que assume, além desses postos, o papel de mãe e de pai, porque a vida quis assim. Marisa Santos Costa, com seus poucos 30 anos, vive no interior de Coronel Bicado com sua família, que tem uma história comovente e, ao mesmo tempo, de superação diária, que serve de exemplo para qualquer pessoa. Há 15 anos aconteceu a primeira perda na família: da mãe de Marisa, que estava doente já há alguns tempo. O choque foi grande e ficou maior depois de um mês, quando o pai dela também faleceu, vítima de câncer. “Morávamos todos na mesma casa: meus pais, minha irmã mais velha e meu irmão, o Milton, que é deficiente visual e tinha cinco anos na época. Nós duas ficamos cuidando dele”, lembra. A irmã de Marisa era casada e logo teve uma filha, a Mônica. Toda família morava junto e um ajudava o outro. Em 2011, a vida pregou mais uma peça: a irmã de Marisa fez uma cirurgia de desvio de intestino, teve algumas complicações e acabou falecendo. Mais uma vez, Marisa precisou assumir o papel de mãe, dessa vez de sua sobrinha Mônica, que tinha nove anos. Dois anos depois, o pai de Mônica acabou morrendo, devido à idade avançada e, então, os três passaram a viver na propriedade em que estão
ainda hoje. Não foi fácil para ninguém, mas Marisa abriu e abre mão de seus interesses diariamente para criar os dois. “Não tem outra pessoa para fazer, tem que ser eu mesma. Desde que ele tem cinco anos eu cuido dele (Milton), levo ele estudar e fazer as coisas que gosta”, conta ela, que apesar de todas as dificuldades, faz tudo com amor. Ela ainda cuida da casa e do minimercado que tem perto da propriedade. A fim de garantir que seu irmão estudasse, ela não mediu esforços. Para que Milton pudesse aprender braile, sua mãe-irmã o acompanhava nas idas até Santo Augusto, onde tinha aula na Escola Estadual de Ensino Médio Senador Alberto Pasqualini (Ciep). Para isso, a maratona começava cedo. “Duas vezes por semana nós íamos até a cidade de Bicaco com o transporte escolar, dormíamos na casa de uma amiga lá e no outro dia cedo saíamos, às 6 horas da manhã, para ir até a rodoviária e pegar o ônibus para Santo Augusto. Eu acabei aprendendo braile junto com ele”, conta Marisa. Milton tinha 10 anos quando fez o curso. Ele estudou no Ciep por três anos. Como ele estudou até a 8ª série em uma escola do interior de Bicaco, não conseguiu se adaptar quando foi cursar o ensino médio na cidade, pois era tudo diferente.
“Não é difícil, eu tenho que fazer, cuidar deles até...” Marisa abriu mão de tudo em função dos dois, tanto que nunca tirou tempo para sair sozinha e se divertir. “Ele era pequeno quando meus pais morreram, então, eu não ia sair e deixar ele em outro lugar, com outras pessoas”, diz. A única diversão dela é levar o Milton (que atualmente está com 21 anos) para tocar teclado e cantar nas festas e bailes. “Ele gostava de música quando era pequeno e pediu para comprar um teclado, minha irmã fez isso. Aí ele começou a fazer as aulas em Bicaco, onde o levei durante dois anos. Como era o que ele queria, aprendeu rápido e hoje ele faz bastante apresentações. Onde ele quer ir eu levo, vamos por tudo e eu me sinto realizada, porque quero ver ele feliz, é isso que me faz sentir bem”, relata. Marisa destaca que recebe força de Deus para continuar, enfrentar as dificuldades e que a maior recompensa é ver o Milton fazendo as coisas que ele gosta. Ela sonha em ver ele estudando e se formando em uma faculdade. A vida dela? É a deles.
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CAMPO NOVO
Em primeiro lugar o futuro do filho
Iolanda e sua batalha para manter o filho estudando em outro país Dona Iolanda Oliveira Motta é o exemplo clássico de mãe que faz de tudo por um filho. Sua história é tão admirada em Campo Novo que chegamos até ela por indicação da sua amiga Adriana Ferretto de Lima. E o que tem essa mãe de tão diferente assim? Ela simplesmente move “rios e fundos” para manter o filho, Mario César Motta, estudante de Medicina, na Bolívia.
A professora aposentada, de 62 anos, criou o filho praticamente sozinha e desde pequeno ele é um exemplo por onde passa. “O Mario cresceu na igreja e eu deixava ele participar de todas as coisas que ele se interessava. Ele nunca reprovou, mas tinha problemas com a caligrafia, aí ele brincava: ‘Ah, mãe, eu não preciso escrever bonito, vou ser médico!’. Então dizia para ele estudar bastante e conseguir passar numa universidade federal”, recorda a mãe. Como é difícil entrar no curso de Medicina aqui, Mario começou a fazer Agronomia em Porto Alegre, mas desistiu porque não era o que ele queria. Foi então que resolveu ir para a Bolívia. “Lá, Medicina não é tão caro como aqui no Brasil. Meu filho passou no provão da Universidad Cristiana de Bolívia, arrumei todos os papéis que precisava, e ele foi para o outro país, juntamente com um grupo de alunos daqui”, conta Iolanda. Para conseguir sustentar o filho no país vizinho, a mãe não mede esforços:manda o seu salário de aposentadoria para ele e chegou a alugar a casa própria, por meio saláriomínimo, para conseguir uma renda extra. “Me sobram 120 reais para passar o mês. Precisei fazer tudo isso porque somos só nós dois, o pai dele dá uma pensão, mas não é nem perto do suficiente para ele se manter lá”, conta. Depois de ter alugado a casa, 10 | evip
Iolanda passou a morar numa espécie de galpãozinho que tem nos fundos da sua propriedade. Como o lugar é extremamente pequeno, o pastor da igreja dela se solidarizou e ofereceu um quarto no hotel para ela ficar, onde não precisa pagar aluguel, nem água e luz, então ela se mudou para lá. Além de tudo que já faz, a mãe ainda trabalhava por fora para conseguir um dinheiro a mais para o filho. “Desde que ele está na Bolívia eu comecei a cuidar de idosos em várias cidades da região. Ano passado, acabei ficando doente, peguei uma bactéria, adoeci e cheguei a entrar em coma. Graças a Deus melhorei, mas tive que parar de atender os idosos”, conta. Ainda com todo o esforço de Iolanda, Mario passa apertado com o valor, mas consegue pagar a mensalidade e os custos de moradia e alimentação. A saudade e a distância também precisam ser enfrentada pelos dois, pois o estudante consegue vir para casa somente uma vez por ano, porque precisa economizar. “Sempre quando ele vinha para cá trabalhava em um mercado para guardar dinheiro e ajudar nas despesas. Ele ficava na peça pequena atrás da minha casa junto comigo. Este ano foi o único que ele não veio, porque entrou no internato. Depois que ele finalizar tudo, se Deus quiser, eu volto para minha casa grande”, revela. Iolanda sempre recebeu ajudas das
pessoas: ganha roupas das irmãs da igreja e até comida. Mesmo enfrentando tantas dificuldades, ela é realizada por conseguir dar um futuro melhor para o filho. “Muitas pessoas, até da minha família, dizem que eu sou louca em fazer tudo isso, falam para eu viver a minha vida, mas essa é a vida que eu quero viver: ajudar o meu filho e ver ele bem. O Mario amanhecia em cima dos livros, então eu sei o quanto ele se esforça e não é fácil para ele também”, afirma. Com uma organização de causar inveja, Iolanda marca todos os gastos com Mario em um caderninho. “Até agora já foram gastos 112 mil reais. Eu tenho uma amiga minha, a Clecir, mãe de um médico que se formou lá, que ajuda ele todos os meses com 150 reais, pois conhece nossa história de vida. Eu anoto esse valor para devolver a ela depois que meu filho tiver formado”, conta. A trajetória do estudante Mario está quase no fim, ano quem vem ele volta para o Brasil, pois conclui o internato, e pretende atuar aqui. Iolanda não vê a hora de ter o filho mais perto para poder matar toda a saudade que sente. “Eu vivi com tão pouco, mas sempre pedi a proteção de Deus e ele nunca deixou faltar nada para nós”, conclui a mãe.
SÃO MARTINHO
Foi amor à primeira vista!
A história de Jane Maria Flores Irber, de São Martinho, se confunde com a da sua amiga Edelweiss Wachter, que adotou duas irmãs de uma família e escolheu Jane para ser madrinha de uma delas. Como sempre foram muito próximas, Edelweiss convidou Jane para visitar a casa da mãe biológica de suas filhas, que vivia em condições precárias e havia ganhado um bebê. “Quando peguei a menininha no colo e olhei para ela, fiquei encantada. Logo que cheguei em casa, comentei isso com meu marido, Gaspar, e falei que a criança teria um futuro complicado. Para a minha surpresa, ele sugeriu que a adotássemos. A partir daquele marido logo encaminharam os papeis momento eu já me sentia mãe, mas para adoção e deu tudo certo. “Antes nunca comentamos isso com alguém, dela eu nem pensava em ter filhos, era algo entre eu e ele. Nós ficávamos ou adotar, e acabamos ganhando um apenas sonhando”, lembra a professora presente. Minha filha chegou para nós e enfermeira. quando tinha cinco meses e como não Passaram-se alguns dias e as duas tive direito a licença-maternidade na amigas foram visitar a recémépoca, precisei me organizar para nascida, mas Jane não teve coragem cuidar dela e trabalhar na escola”, de falar nada para a mãe do bebê. conta Jane. “Voltamos decepcionadas de lá e eu O casal deu o nome de fiquei pensando na menina 24 horas Paola à menina e quando ela tinha por dia, imaginando o que ela estaria dois aninhos, Jane engravidou fazendo. Os meses foram passando e de Gustavo. O amor entre eles a minha amiga falou que a situação sempre foi o mesmo, sem distinção. na casa da família estava difícil e que, “Enfrentamos alguns problemas de provavelmente, o casal iria entregar o preconceito, gostaríamos que isso bebê para adoção”, lembra. não acontecesse com outras famílias. Certo dia, a professora chega Às vezes nos perguntavam ‘qual é o em casa e vê sua amiga conversando de vocês?’, falando inclusive na frente com seu marido. Ela avisou que tinha das crianças, mas nossa relação alguém ali fora para eles, que a família sempre foi bem resolvida, pois desde iria entregar o bebê, pois não tinha pequena eu contei para ela como condições de criar. Jane foi até o carro tudo aconteceu, assim como para o e voltou com a criança no colo. Ela e seu Gustavo”, destaca.
Jane conta que os dois sempre foram tratados de forma igual e que eles têm muito carinho um pelo outro. Os irmãos também sempre foram bem instruídos para responder às perguntinhas inconvenientes que rugiam. “Sempre foi falado, explicado, e alertávamos ele que se alguém perguntasse: ‘é tua irmã?’, era para ele falar que sim e pronto”, revela Jane. A relação de Paola com as filhas de Edelweiss, que são suas irmãs biológicas, é muito boa, é um amor de família misturado com amizade. As meninas passaram praticamente a infância juntas, ainda saem e se visitam, mas cada uma tem sua família. Hoje Paola tem 24 anos e seu irmão Gustavo 22, os dois moram juntos em Santa Maria. Um fato curioso é a semelhança de Jane com sua filha. “Às vezes entramos nas lojas, eu e meus dois filhos, e falam que ‘a menina é a cara da mãe’ e que ele deve ter puxado pelo pai. Ela sempre se orgulhou de ser
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parecida comigo e eu com ela!”, conta a professora. Sobre a adoção, Jane frisa a importância da atitude. “Nós gostaríamos que não tivesse esse preconceito. A sociedade tem muito medo da adoção, do comportamento das pessoas depois. Muitos falam: ‘como tem coragem de adotar?’ Eu já penso: ‘ainda bem que tem alguém com coragem, pois as crianças conseguem viver melhor” , ensina.
Gustavo, Gaspar Paola e a mãe Jane
Micropigmentação de Sobrancelhas Mulheres e homens do mundo inteiro tem se rendido às vantagens de micropigmentar as sobrancelhas. A micropigmentação é uma evolução da maquiagem definitiva, indicada para quem deseja corrigir falhas, dar mais volume, levantar o olhar ou até mesmo dar um novo formato à sobrancelha. Seja através da técnica esfumada ou fio a fio, a micropigmentação modela a sobrancelha de acordo com o formato do rosto, traz beleza, expressão e rejuvenescimento ao olhar.
DÚVIDAS FREQUENTES
Monique Depiere
Como é feita a micropigmentação? Tudo depende da técnica escolhida. Fios realistas são feitos com um aparelho elétrico chamado dermógrafo, que através da agulha deposita pigmento na camada epidérmica da pele. Já a Microblading (fio a fio 3D) é realizada com o Tebori, um indutor manual que utiliza lâminas com microagulhas. Em ambas as técnica são feitos fios que se assemelham aos pelos de cada cliente. Para obter um resultado com naturalidade buscamos a semelhança na cor, espessura e caimento dos pelos, sendo feitos fios delicados e realistas. Dói? A dor é bem relativa. Algumas clientes sentem um pouco, outras chegam dormir durante a sessão. Utilizamos anestésicos tópicos para tornar o procedimento mais confortável dessa forma a maioria das clientes consideram o procedimento INDOLOR. Há alguma contraindicação? Pessoas com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, hemofilia, câncer de pele, que fazem uso de anticoagulantes, alergias tópicas, urticária física, portadores de marca-passo e gestantes necessitam passar por uma avaliação. Qual a diferença entre maquiagem definitiva e micropigmentação? Micropigmentação: é um procedimento diferente da antiga maquiagem definitiva, porque é, na verdade, uma maquiagem TEMPORÁRIA. Outra principal diferença são os pigmentos usados que são próprios para o rosto e não sofre variação de cor como o da tatuagem, que após alguns anos alterava a cor ficando azulada, acinzentada, rosada e esverdeada. Quem tem definitiva pode fazer micropigmentação? Já fiz várias correções de cor e desenho de sobrancelhas com definitiva, porém nesses casos é necessário fazer uma avaliação. É feito um desenho antes? Sim! Sempre é feito um desenho prévio para aprovação antes de iniciar o procedimento Qual a durabilidade? Em média um ano, mas quem segue os cuidados que oriento pode durar até 2 anos. Devido ao processo de renovação celular que ocorre a cada 28 dias, o pigmento vai clareando com o passar dos meses. Tipo de pele, exposição ao sol e cuidados diários são alguns dos fatores que influenciam positiva ou negativamente na durabilidade. 14 | evip
Design de sobrancelhas femininas e masculinas Design de sobrancelhas com henna Micropigmentação fio a fio hiper realista Micropigmentação fio a fio 3D Coloração de sobrancelhas e cílios
Rua Uruguai, 1175 (Tânia Costa Clínica Estética) Santo Augusto-RS Fone:
55-3781-4324| 55-9617-7630
Monique Depiere Micropigmentação
Politicando... por Greici Siezemel
Estamos vivendo uma efervescência política no Brasil que vai fazer parte da nossa história. Muitas vezes não sabemos o que pensar, em quem crer e nem o que esperar do futuro, pois nos encontramos confusos e desacreditados. Sabendo da importância do momento em que estamos passando, fomos até alguns municípios da nossa região Celeiro ouvir o que a população tem a dizer em relação a isso e conversamos também
A crise e suas implicações “Como todo o fato social, há aspectos positivos e negativos na crise. Um dos aspectos positivos mais interessantes é que o espaço público está sendo ocupado pelo povo. E aqui me refiro às pessoas “comuns”, não a “sociedade civil organizada”. Um dos aspectos negativos mais evidentes é a crise de representatividade. O povo não se sente representado pela classe política. A “crise de representatividade” se aprofundou com a atual crise política”, Ricardo Côrrea, professor de filosofia e sociologia.
Democracia em pauta Osmar: “Democracia é o regime da paciência, ela não é tão boa quanto gostaríamos que fosse, mas o restante é pior. O discurso do “vamos solucionar tudo” que a gente tem visto é bastante perigoso, especialmente porque isso é o começo do autoritarismo. Qualquer um que se coloque no direito de resolver de uma vez só os problemas
com dois professores do Instituto Federal Farroupilha - Campus Santo Augusto, para que eles fizessem uma leitura do que está acontecendo e esclarecessem algumas questões. Um dos entrevistados é Osmar Lottermann, professor licenciado em História, mestre e doutorando em Educação pela Unijuí. O outro é Ricardo Corrêa, professor de filosofia e sociologia. A entrevista você confere abaixo.
de uma nação inteira vai usar métodos que não respeitam as outras opiniões ou os outros posicionamentos. O termo democracia tem diferentes interpretações. Hoje ela é limitada, mas dentro desse limites ela nos dá liberdade de expressão, liberdade de impressa, liberdade de discutir essas questões. E dentro dos marcos dessa democracia (sociedade contratual), o que estamos tratando? De uma espécie de acordo e dentro dele podemos ter as diferentes visões de sociedade, de mundo, de atuação de governo”,
Líderes de opinião Ricardo: “Líderes políticos radicais aparecem porque há no Brasil uma parcela da população que se sente representada pelo seu discurso; ou seja, uma parcela conservadora da população brasileira encontrou um representante político”. Osmar: “As aprovações de alguns líderes que têm um posicionamento
preconceituoso não é de agora, já se deu, inclusive, nos votos. Essa aprovação não está só nas redes sociais: ela é reflexo da eleição e agora vem à tona, e está talvez aumentando. Eu vejo pessoas que participam das manifestações convictas, pois pela primeira vez na história de suas vidas estão fazendo participação democrática, porque ir para a rua manifestar sua opinião é algo inerente à democracia. A contradição disso é aliar-se ou alinhar-se a grupos que estão pregando o fim da democracia... Uma pergunta que eu queria fazer a esse cidadão que está na rua é se ele já se deu por conta que se ele quiser ir para a rua de novo, em uma ditadura, vem a polícia e tira ele da rua, essa é uma questão bem importante.”
O imediatismo atual Osmar: “Vivemos em um tempo onde as pessoas querem mais do que nunca soluções imediatas, tudo que é para depois não é agradável, concebível.
A política estava muito esquecida, não podemos dizer que ela estava em segundo plano: ela estava lá em quarto, quinto, sexto plano e enquanto as contas não tinham batido na porta, estava tudo bem. Assim que uma classe média começa a perder o poder econômico e não consegue realizar todas as suas coisas nesse modelo individualista e de consumo que exige dela mesmo, ela precisa dar um jeito nisso e o jeito tem que ser para agora, independente de qualquer coisa: ‘se tiver que implantar a ditadura a gente implanta porque tem que resolver’. Quando chega uma etapa como a que nós estamos vivendo, e alguém pede calma, porque não dá para realizar agora, as pessoas perdem a paciência, e quando elas perdem a paciência elas querem um governo que resolva tudo para elas agora. Isso se chama ditadura. Duas pessoas, quando querem algo imediato, aceitam soluções imediatistas, independente dos meios e dos resultados. Vivemos em um mundo em que as pessoas não querem esperar o depois e qualquer
coisa que você prometa para mais tarde começa a perder o valor. A democracia é um regime da paciência, é um regime do debate, que irrita as pessoas que são ansiosas, é o regime da discussão. A democracia admite que as pessoas podem não estar certas, por isso temos que discutir. Eu tenho muita esperança, e não sou do tipo que pensa que tudo está perdido, me parece que essa desesperança pode bater em dois tipos de pensamento: ou na pessoa imediatista ou então em alguém que não tenha vivido já um bom tempo para saber que as coisas são processuais, então precisamos ajudar principalmente os jovens a entender que esse é o processo”.
Direita X Esquerda Osmar: “As pessoas acham que a esquerda é comunista, que por você ser de esquerda você defende um molde, mas, ao mesmo tempo, não atribuem o capitalismo ao fascismo. Ou seja, quem é capitalista tem o direito de ser liberal democrático, agora quem é socialista não tem esse
direito. Há uma guerra de significado e a população mistura e confunde esses significados. E nós temos pessoas de todos os níveis de conhecimentos que não têm um discernimento claro com relação a esses termos”. Ricardo: “Há uma confusão sobre praticamente todos os princípios da política. Eu penso que não há princípios de direita e esquerda, mas “conteúdos” políticos, datados historicamente, que podem ser caracterizados de direita ou de esquerda. Dentre os conteúdos políticos de direita podemos destacar o livre-mercado e a não interferência do Estado em questões morais e educacionais. À esquerda, podemos destacar a regulamentação da economia pelo Estado e a defesa e concessão de novos direitos às minorias”.
Existem soluções? Osmar: “Há um esgotamento da velha política e, se a população colaborar, é fundamental fazer uma reforma política. Mas será que aquele cidadão
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que está na rua protestando contra a corrupção entenderia, numa consulta popular, que grande parte da corrupção resulta da falta de financiamento público de campanha? Se os impostos financiassem a campanha eleitoral, elas seriam igualitárias, não existiria abuso de poder econômico e, sobretudo nós teríamos mais um debate de ideias e menos desfiles de perfis que os marqueteiros que ganham muito dinheiro traçam para ludibriar a população e ganhar votos para um determinado candidato. As pessoas pensam que corrupção é pegar dinheiro do cofre público, e a corrupção no sistema político é muito mais nas escolhas de caminho e de projetos, que vão favorecer alguns setores e prejudicar outros. Uma reforma política que termine com o financiamento
ENQUETE
privado de campanha ajuda muito para que governantes sejam eleitos e façam as escolhas que interessam mais a população e não a eles. A reforma política é uma das principais coisas a se fazer para melhorar a médio prazo”. Ricardo: “A solução depende dos envolvidos, ou seja, de nós. O primeiro passo é não tratar a política como ‘negócios públicos feitos por políticos profissionais’. É compreendermos que temos uma tradição política, herdada principalmente dos gregos e romanos, e que a política não pertence de forma alguma a nossa essência (podemos viver sem política), mas surge entre nós numa relação (dentro do espaço público) em que os diferentes se concebem como iguais, tendo em vista o bem comum ou a felicidade pública.
Confira a opinião dos moradores da nossa região sobre a situação política atual.
Talvez esse primeiro passo demore duas gerações. Mas duas gerações é um espaço curto de tempo, já que, a meu ver, o brasileiro não vive mais uma crise política, viveu até agora em crise política devido ao fato de ser um dos povos ocidentais que mais ignora a tradição política. Cito aqui Hannah Arendt: ‘porque é um começo, o homem pode começar. Ser humano e ser livre são uma única e mesma coisa. Deus criou o homem para introduzir no mundo a faculdade de começar: a liberdade’. A política é o espaço da ação e da liberdade. A liberdade, nesse sentido, é um atributo da ação. Só há liberdade pública. Ser livre dentro de casa (do espaço privado) não produz efeito algum. Os seres humanos são livres enquanto agem, nem antes e nem depois”.
“Eu acho que nós estamos sem representatividade no governo federal, na União. Precisamos de políticos menos corruptos, mais honestos. Precisa-se melhorar a economia, haver uma valorização dos professores, pois no momento que melhora a educação, melhora a cultura do povo” Simone Regina Fin, 43 anos, professora , Chiapetta
“A crise vem de tempos, mas agora veio à tona porque a polícia está investigando. Eu acho que deveria mudar a forma de governo no Brasil, porque com esse pessoal lá em cima não tem como mudar, os políticos são viciados, eles querem o poder. Deveria ser feita uma nova constituinte, mas os políticos não querem que mude, querem que continue do jeito que está, porque eles estão bem, quem está mal é o trabalhador, que sempre paga a conta”. Darci F. do Amaral Bueno, 52 anos, vendedor de Agroinsumos, Chiapetta
“Qualquer pessoa que for colocada agora no poder vai ser corrupta. O que aconteceu foi que tudo isso estourou neste ano e acredito que é uma decisão que precisa ser tomada lá dentro, pois devem existir pessoas que pensem em melhorias possíveis de realizar. Fazer investimentos na educação e na saúde é uma saída, aumentar o número de vagas para o ensino superior também. Érika Gabriela de Alvarenga, 17 anos, estudante, São Martinho 16 | evip
“O que tá acontecendo não é muito viável, podem até tirar governantes, mas sempre vai continuar. Pra um Brasil melhor não vai só dos deputados, vai de todos ajudar. Eu penso um futuro melhor, ter mais oportunidades para os jovens, que não há muito. O Brasil deveria ter mais socialização entre as pessoas, abrir pra ter uma conversa entre povo e deputados, começar por aí”. Kenia Peccin, 17 anos, estudante, Santo Augusto
“Se tirar alguém do poder vai ser a mesma coisa. As manifestações são boas, a gente está numa democracia. Precisamos de opiniões diferentes e de algum mecanismo para sanar essa corrupção. Acho que temos muitos ministérios. Para investir é preciso acabar com a corrupção, pois muito dinheiro foi desviado. A corrupção começa em nós mesmos, nas pequenas coisas. Todos somos corruptos e isso reflete nas atitudes dos governantes”. João Pedro de Lima John, 17 anos, estudante, São Martinho
“O país tem que melhorar. Eu sou a favor do aumento salarial e da diminuição dos preço das coisas. Eu imagino um país ideal com menos corrupção, com mais dignidade, com diminuição dos impostos. Atualmente é mais fácil para entrar na faculdade e isso está bom, pois antigamente era mais difícil, isso melhorou”. Gisele Capra Ávila, 16 anos, estudante, Coronel Bicaco
“Precisa melhorar principalmente a saúde, pois em cidades maiores, para conseguir uma consulta, precisa de mais de 30 dias de antecedência. Outra coisa é a segurança, eu já fui vítima de assalto. Essa parte deveria ser mais visto pelo governo. Nosso Brasil está passando um momento difícil, com firmas fechando, gente desempregada”. Gladimir Ramos Pinto, 57 anos, bancário, Campo Novo
“Tá faltando comprometimento de toda a população brasileira, pois não é nem presidente, senadores nem deputados que são responsáveis pelo sucesso do país, a população também faz parte. A partir do momento em que todos os brasileiros se comprometerem a buscar um país melhor, a situação vai mudar. Nós temos que começar pelos jovens e crianças, pela educação. Precisamos despertar neles um interesse maior pelo futuro e tirá-los do comodismo, os jovens não tem mais o espírito de luta, de buscar algo; temos de despertar neles esse querer. A partir do momento que os jovens se fecham em redes sociais, eles param de ter opinião própria, se deixando levar muito pela opinião dos outros e isso é um problema sério, pois um país onde os jovens não têm perspectivas é preocupante, afinal, eles são os responsáveis pelo nosso futuro ”.
Marcia Antonia da Silva, 39 anos, professora, Campo Novo “Acho que precisamos de mudança e troca dos governadores, porque está ruim para o Brasil inteiro. Quero um futuro melhor para os meus netos”. Valdemar Dorneles da Rosa, 68 anos, agricultor, Coronel Bicaco
“É preciso mais emprego, menos violência e mais policiamento, pois em muitos lugares nem tem. A crise política é falta de governo”. Maria Lurdes Zimerrman, 49 anos, doméstica, Coronel Bicaco
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SOCIAL
6 anos Guilherme
Guilherme Amorim Wengrat comemorou seu aniversário com uma festa super divertida e colorida, na tarde de 02 de abril na SOBASA em Santo Augusto. Fotos: Foto Studio
Família toda reunida
com a mãe Deusmetria
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com os irmãos: Anderson, Milton JR, Pamela e Tarly
com o pai Milton
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evip fashion trends Olá! Estou aqui na Evip Fashion Trends para falar das mais novas tendências deste inverno 2016. O it dos ventos do inverno são looks com uma pegada futurística, misturados com o vintage e o retrô dos anos 70 e 80, quando era novidade que o homem tinha pisado na lua.
Taíza Schmitz Mademann
Design de Moda
Fotos: Greici Siezemel e Grazi Sperotto Maquiagem e Cabelo: Cheia de Charme Salão de Beleza Modelo: Maiara Bona Produção: Taíza Schimitz Mademann
As calças metalizadas são peça-chave agora, tanto skinny quanto flare: elas vão fazer você arrasar num look bem inovador. Misturadas com coletes e casacos de pele darão um toque acolhedor neste friozinho. O moletom estonado jeans também entra em cena, inovando o clássico do inverno confortável. Não somente as calças, como vestidos, blusas ou detalhes, estampas com cores metalizadas. As jaquetas irão ser as preferidas, tanto jeans, como couro, metalizada e até mesmo estampada. Elas serão o casaquinho da temporada. E não precisa só usar com calça não, elas caem bem com tudo: saia, vestido, leggin, short... O listrado entra como peça retrô clássica. Muita sobreposição de túnicas com calças e leggins. A onda da bota “Over The Knee”, aquela que vem até a coxa; com ou sem salto, segue. Ela será a bota mais desejada entre as mulheres.
Franjas, tanto em colares, botas, coletes, saias, estão com tudo, voltando dos anos 1970 para dar movimento ao corpo neste inverno – geralmente usadas com o tecido suede ou camurça. As calças com textura ainda estão aí para deixar o seu look mais aconchegante.
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Look: Enéas Magazine
Look: Tânia Costa Store Coturno: Enéas Magazine Look: Enéas Magazine
Tons ocres com mistura metalizada também fazem o it da estação. As saias vieram mais rodadas e um pouco acima do joelho, combinadas com botas para deixar seu look atrativo e inovador. E atenção: a modelagem é ampla, pessoal! Nada de usar as coisas muito justinhas.
Look: Tânia Costa Store
Look: Oceanus | Bota: Enéas Magazine
Os acessórios também farão a diferença: relógios vintage da época combinados com pulseiras dão um toque especial ao look. Óculos de gatinho ou estilo John Lennon estão super em alta também.
Look: Tânia Costa Store Bota: Enéas Magazine Look: Oceanus
E dentre as cores a que mais vai reinar é o prata, com toda certeza... Para combinar com a lua e as espaçonaves do futuro!
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CLINIVIDA
15 anos
cuidando de pessoas por Greici Siezemel
Quando Jorge Gonchoroski foi morar em Natal, no Rio Grande do Norte, não imaginava que encontraria lá muito mais do que o aprendizado na carreira profissional que tanto queria. Recém-formado em Odontologia pela Universidade Federal de Santa Maria, o santo-augustense foi convidado por um professor a ir morar naquele Estado no final de 1984. “Falei para ele que eu não tinha grana e que precisava comer e dormir, então ele disse que eu poderia morar em um espaço na própria clínica em que iria trabalhar. Fui porque queria aprender”, lembra Jorge. E foi no mesmo ano de 1984 que o dentista viu pela primeira vez Margareth, em um vídeo do casamento da irmã dela que um amigo estava editando. “Ele me chamou para ajudar a montar o filme e disse: ‘mas antes eu tenho uma coisa para te mostrar, vem conhecer a irmã da noiva’”, ri Jorge, ao recordar. Os dois se encontraram pessoalmente no dia em que ela foi até a clínica para editar o vídeo e depois quando ela foi buscar a fita do casamento. “A minha irmã já tinha me falado um dia: ‘Margareth, tem um gauchinho que é a sua cara’, mas eu levei na brincadeira. Depois de nos conhecermos, ele pediu meu número, guardou de cabeça, mas só conseguimos nos encontrar novamente após o carnaval, quando começamos a namorar”, conta ela, que na época já estava formada em Aquicultura. “Eu pensava que se fizesse Aquicultura iria conseguir investir em Psicologia depois, então comecei a trabalhar na área e não queria deixar o trabalho para iniciar o novo curso. Resolvi fazer um vestibular para Sociologia, entrei 22 | evip
na graduação, fiquei dois anos, e finalmente iniciei Psicologia, em 1988”, conta ela. Na mesma época, Jorge terminava a graduação em Filosofia. Em 1992 os dois decidiram se casar e logo em seguida Margareth concluiu a faculdade. A ideia de morar em Santo Augusto começou a tomar forma em 1996, pois Jorge sentia a necessidade de dar um suporte maior à família e percebeu que o campo de trabalho seria bom para o casal, pois na região não havia profissionais com as especialidades deles e isso abriu o leque de atuação. Jorge visitou cada clínica do município para conversar com colegas e propor que fosse feito um estabelecimento integrado com uma equipe de saúde, mas nenhuma parceria deu certo. Quando a psicóloga veio para cá, precisou fechar todos os processos com os clientes que tinha no RN, porque, de acordo com ela, a psicoterapia exige um acompanhamento semanal, com algumas ressalvas. “Para a surpresa da gente, que pensava que no interior pudesse não ter trabalho para mim, consegui muitos clientes logo que cheguei. Realizei o primeiro atendimento ainda antes de a obra estar concluída e, assim, a propagação foi acontecendo”, destaca ela. A Clinivida ficou pronta no dia 14 de março 2001 e no início Jorge ficou alternando o trabalho nos dois Estados. “A Margareth estruturou tudo aqui, ela teve que sustentar . No começo eu passava 20 dias em Santo Augusto e dois meses lá, pois eu tinha muitos clientes em
Margareth e Jorge Gonchoroski Natal”, revela Jorge. Aos poucos ele conseguiu inverter a situação e, com o tempo, obteve mais clientes aqui do que lá. Ainda hoje ele atende em Natal duas vezes por ano. A mudança exigiu muito esforço dos dois, principalmente de Margareth, que sempre morou em uma cidade grande e teve que se adaptar a um município do interior – eram dois extremos. O frio também assustou no começo. “Saí da cidade do sol e vim para esse frio daqui! Foi difícil estar longe da minha família, que já é muito pequena. A distância era grande e a comunicação difícil, pois telefone não era muito acessível. Mas é assim, os sonhos exigem muito da gente e eu não pensava em desistir, porque valia o movimento. Eu não gosto de usar o termo valia a pena, porque parece penoso, então prefiro dizer que vale o investimento, vale ter ido, apostado. Eu sabia que ia conseguir”, destaca ela, que revela que a tranquilidade daqui era uma das coisas que atraía os dois. “Só falta uma praiazinha com uns coqueiros”, brinca Jorge, que considera a região de um grande potencial econômico.
Jorge e Margareth (ao centro), com as colaboradoras Luciana e Joeli
Recepção
Recepção infantil
A maneira Jorge e Margareth de enxergar o mundo O sucesso da Clinivida vai além do profissionalismo do casal, pois o jeito como eles pensam e tratam os clientes e suas colaboradoras é um diferencial quase que em extinção. “Sempre quando descobrimos uma novidade da profissão, a gente transmite aos colegas para que isso não fique restrito e o conhecimento não termine na gente. Quem se beneficia são todos. Procuramos colocarmonos na situação dos clientes, que são de todas as classes, e negociamos, pois são eles que procuram o nosso trabalho e isso não tem preço, tem valor!”, ensina Jorge. Esse feedback e essa troca com os clientes representam um diferencial dos dois, que buscam compreender as pessoas e vice-versa.
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“A relação vai além do reconhecimento. O que temos em mente são princípios da filosofia, da sociologia e da psicologia: saber o que é preço e o que é valor, pois temos uma responsabilidade com os clientes, sabemos esperar quando eles estão com alguma dificuldade financeira. O grande fruto disso: essa troca de compreensão com os clientes, é a nossa satisfação em ver o trabalho sendo realizado, o que serve de inspiração às pessoas. O trabalho engrandece, salva, dá vida.! Ele regenera, recupera, reaviva. Só não pode ser uma escravidão, não dá para colocar um cifrão na frente dele todo dia, pois o retorno financeiro é consequência do resultado do trabalho, ele vai surgir! Temos que cuidar do tempo: se você não souber o que é o
A odontologia é uma área maravilhosa, que se for feita com paixão, vai fazer com que se goste cada vez mais dela. Ela me permite grandes descobertas, que se somam ao longo do tempo e ao conhecimento que se adquire disso, que se transmite em uma conversa. Isso foge do padrão da odontologia puramente curativa, puramente técnica, ela tem um sentido maior dentro do ser humano. Dentro da minha especialidade acompanho o crescimento e desenvolvimento que começa na gestação. Tenho que estar atento a essas mudanças que ocorrem em uma pessoa a cada momento. A odonto é muito bonita, atendo uma pessoa e daqui um mês outra, mas que são a mesma, no outro ano vem outra que continua sendo a mesma e assim sucessivamente. Então, eu nunca vou ver o mesmo dente, eu vou ver sempre uma pessoa diferente. Eu trato o ser humano a vida toda e torno o meu cliente outro dentista, que não depende de mim e que vem aqui quando realmente precisa. A odontologia é maravilhosa, desde que não se restrinja aos dentes, não
tempo, o que ele é na grandeza, você está perdido”, filosofa o dentista. A psicóloga explica: “o retorno financeiro se dá pelo ‘tempo de vida investido em algo ou alguém’, que é trabalho E o relacionamento com as colaboradoras da empresa não poderia ser diferente: a Clinivida é uma família e a cumplicidade, a amizade profissional e o respeito são valores presentes no dia a dia. Diariamente é reservado um tempo para o diálogo na clínica e há uma valorização tanto financeira quanto profissional da equipe.”Não temos a intenção que elaws fiquem conosco a vida toda, pois queremos que cresçam como profissionais, que busquem novos sonhos para suas vidas. Algumas já saíram daqui para cursar odontologia, por exemplo. Isso nos enche de orgulho e certeza de que os anos que passam aqui conosco foram de aprendizagem e evolução.” conta Margareth.
ODONTOLOGIA
se restrinja a olhar a boca, a fazer um tratamento curativo. É a prevenção do seu sorriso, da pessoa como um todo”. evip | 23
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Desde que entrei em contato com a Psicologia, logo me identifiquei! É um antigo e renovado amor, minha segunda identidade! Trabalho com muito gosto, adoro todos os meus clientes. É uma relação ímpar! Não social, nem afetiva, mas de enorme interação. Sou psicóloga pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Quando eu vim para Santo Augusto, saindo de uma capital onde atendi durante nove anos e onde era também fiscal conselheira do CRP, fui observando o contexto, conhecendo as pessoas e pensei: ‘eu tenho que viver muito reservada, elas estão muito próximas umas das outras, e há muitas conexões entre elas’. Então eu encarei a minha profissão como um sacerdócio, em que eu preciso estar reservada para dar liberdade aos meus clientes. Anos mais tarde, cursando especialização em Psicologia Clínica na UFRGS, em Porto Alegre, professores e colegas desconheciam o bom nível de educação e consciência das pessoas do interior, muitas delas com especialização, mestrado, doutorado e se surpreendiam ao falar-lhes o quanto atendia aqui! Antes de me graduar em Psicologia já estava fazendo a primeira pós-graduação em Terapia Familiar e de Casal. E logo fiz mais duas, na abordagem existencialfenomenológica. Nunca parei de atender desde formada. O ser humano me fascina em sua complexidade e capacidade de transformação surpreendentes. E são os momentos de transição que exigem transformação do que vivem, que os levam a crescer (como: nova função no trabalho; passar de uma graduação para um mestrado, começar uma relação à dois; a chegada de um filho) e, portanto, envolve mudanças, o que desestabiliza e nesse momento é quando
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PSICOLOGIA
mais buscam a psicoterapia. Minha experiência de anos de trabalho com a diversidade de vivências nas diferentes fases de vida e o trabalho com casais e família me possibilitam muita clareza e consequente facilidade de fazer conexões com o que elas me trazem. É maravilhoso ver o ser humano encontrando a si mesmo! E fica claro o quanto nosso trabalho na psicologia, como facilitadores, leva a esse despontar de potencias. É fundamental nós, psicoterapeutas, passarmos pelo processo psicoterápico. Primeiro, porque precisamos estar com tudo muito bem organizado em nosso psicológico e manter-se assim em constante atualização de si mesmo, evitando que nada que clientes nos tragam possa nos desestabilizar, pois nossa função é positivar, estabilizar, equilibrar! E segundo, para sabermos como é vivido o processo em si.”
Todos os estilos. Todas as tendências. Em um só lugar. Av. do Comércio, 294 Santo Augusto-RS Fone: 55.3781.3335
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Alisamento Definitivo Cabelos ondulados ou lisos? Essa é uma pergunta frequente na cabeça das mulheres. Se você escolhe alisar, há receio e medo ao optar pelo alisamento definitivo. Com a evolução da cosmética foram surgindo vários alisamentos através de substâncias químicas que não quebram a fibra capilar. Nosso cabelo é interligado por uma legião de ligações dissulfeto, determinado se é encaracolado ou liso. Graças à química, você pode alisar o cabelo frisado ou encaracolado com o tioglicolato, que tem a função de desestruturar cadeias internas do fio modificando a estrutura, deixando o cabelo liso. O tioglicolato retira as pontes de cistina como outros alisantes, porém sua diferença é que no final do processo utiliza-se o neutralizante para
por Kelly Pes
impedir que o ativo químico continue agindo no fio, isso impede a quebra do fio. Após alisar a cliente não necessita escovar nem fazer chapinha para manter o liso. E por ser feito a base de amônia, substância existente no descolorante e na coloração ele é compatível com estas duas químicas, por incrível que pareça, o alisamento é mais seguro que algumas escovas progressivas e deixa o cabelo com aspecto de cabelo liso natural. O seu cheiro característico e forte é somente porque na definitiva a amônia está em sua forma mais natural. A maior vantagem neste procedimento está na sua duração, que é muito superior a eventuais escovas progressivas, sendo necessários apenas retoques na raiz, que, dependendo da
velocidade do crescimento do cabelo e do formato do mesmo, podem ocorrer de forma trimestral, semestral ou até anual. Para manter o cabelo liso em casa não há necessidade de usar a chapinha nem o secador, apenas uma linha de manutenção de qualidade. “Utilizo tioglicolatto de amônia há uns 10 anos. O resultado é surpreendente, as clientes ficam satisfeitas e eu tenho a certeza da qualidade dos produtos com os quais trabalho.” explica Kelly.
Do dia 14 a 19/04 estive em São Paulo na maior feira da América Latina para cabelos: o Hair Brasil. Estive buscando técnicas de mechas, alisamentos, maquiagem e coloração. Tudo o que será tendência agora em 2016. “Tenho sempre um cuidado especial com as loiras, buscando proporcionar um loiro saudável. Trabalho com técnicas exclusivas de mechas, uma técnica para cada cliente dependendo do perfil de cada uma. Somos únicas, cada uma tem sua própria identidade e seu jeito de ser, com os cabelos não pode ser diferente.”
Cortes | Mechas | Tinturas | Ombré Hair Manicure e Pedicure Escova Progressiva | Alisamento Definitivo Maquiagem | Sobrancelhas
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casa expressa um pouco de você! SOFISTICAÇÃO, Sua Portanto, cada “pedacinho” deve ter seu estilo e, o mais importante: acolher as projetos únicos pessoas que você ama! Vai construir, reformar ou decorar sua Já pensou em móveis planejados? e EXCLUSIVOS? casa? Sabe aquela cozinha exclusiva, um quarto aconchegante ou uma sala com design único? Pode ser pequeno, médio Aposte em ou grande, eles possibilitam flexibilizar espaços, adequar as preferências dos clientes e otimizar cada centímetro. móveis Nas fotos você pode observar projetos por mim e executados pela PLANEJADOS! elaborados Bell Móveis.
Liliane C. Goettems
formada em Análise de Sistemas, Pós-Graduada em Marketing e Gestão de Cooperativas e cursa Design de Interiores
Ao contrário do que se pensa, móveis planejados não custam muito caro, pois projetos simples, mas bem elaborados, com certeza fazem a diferença em seu ambiente. O que muita gente não sabe é que o custo-benefício é quase sempre maior que o dos móveis prontos. Então, a seguir listo excelentes razões para que você opte por eles:
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Personalizar: adequar ao estilo do cliente. Utilizar cores, texturas, formas e materiais da maneira mais variada possível, tornando aquele projeto único, pois cada pessoa expressa seus desejos, unido a infinitas possibilidades. Assim, ele se torna exclusivo.
• Aproveitar espaços: hoje com apartamentos e casas cada vez menores adequar os móveis aos espaços disponíveis é fundamental. Além disso, você pode prever etapas posteriores a partir do projeto original para atender necessidades que podem surgir.
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• Analisar o projeto: a partir da planta é possível projetar
os móveis... Assim fica fácil adequar tomadas, fios, canos de água, para que fique tudo escondido. São esses pequenos detalhes que fazem diferença e dão um toque sofisticado e especial ao seu ambiente. Tire dúvidas com o projetista, não tenha medo de solicitar mudanças, pois essa é uma das grandes vantagens.
• Criar espaços multifuncionais: trazer conforto e praticidade
para os cômodos. Móveis planejados se agregam ao ambiente de tal forma que não se tornam uma interferência, mas parte da estrutura.
É por isso que cada vez mais os móveis planejados ganham espaço. O importante é exprimir personalidade, criar um ambiente de acordo com os gostos, necessidades e desejos de seus ocupantes. Gostou? Procure um profissional e realize seus sonhos!
YÔGA
Corpo e mente em equilíbrio Rosalva Escobar Instrutora de yôga, artista plástica e poetisa
Cada vez mais as pessoas têm buscado conciliar a rotina do dia a dia com práticas que permitem um melhor desempenho do corpo. Uma dessas práticas é o yôga. Em Santo Augusto, a instrutora de yôga, artista plástica e poetisa Rosalva Escobar tem ajudado muitas mulheres a “se encontrar” e ela nos conta um pouco sobre esse trabalho.
Yôga ao ar livre - 29/03/2016
O yôga é uma prática milenar de mais de cinco mil anos que surgiu na Índia. Sua meta é expandir a consciência para chegar a um estado de hiperconsciência, de megalucidez. Utilizamos várias técnicas que nos proporcionam autoconhecimento, qualidade de vida e um estilo comportamental próprio (que busca transformar esta cultura de violência, distrações e individualismo). Isso mantém nossa mente desperta, saindo da ignorância, ampliando a nossa percepção da realidade, deixando de pensar só no “eu ganhando” e conscientizando-nos de que da inclusão total e absoluta e do respeito por todos os seres, animais, vegetais e minerais depende a sobrevivência da humanidade. Com as várias técnicas do yôga aprimoramos e desenvolvemos nossos corpos físico, emocional, mental, institucional e espiritual. Fazemos novas conexões neurais que despertam infinitas possibilidades no praticante.
ANCESTRALIDADE “Percebo através destas imagens e formas que surgem em minhas telas, rostos conhecidos, revelando-se sutilmente através dos ciclos da vida e da morte. Rostos presos na memória do tempo, trazendo mensagens ocultas em seculares vínculos, suplicando por amores perdidos... Um campo magnético entre o passado e o presente me impele a percorrer o caminho transitado pelas ancestrais, trazendo-me mensagens que preciso decifrar, algum conhecimento antigo que precisa ser resgatado, sussurrando através dos séculos, querendo revelar-se. De quantos gestos repetidos na eternidade, através da linhagem ancestral, se compõem os gestos de minhas mãos? De quantos destes rostos que me espiam através de minhas telas, quando pressinto inquieta as histórias que escrevo, se compõe o meu rosto?”
Algumas das telas pintadas por Rosalva
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Grupo de Yôga em Santo Augusto “O que o yôga transformou em minha vida? Saúde, bemestar, conforto, satisfação e autossuficiência. Pratico há 14 anos e sou muito grata à instrutora Rosalva, porque com ela aprendi a conhecer os fundamentos e práticas do Yôga. Faço yôga por prazer, é uma manifestação espontânea que está no meu íntimo e precisa ser expressa. O que mais me encanta na prática é o encontro comigo mesma em qualquer uma das oito partes da prática: Mudrá (gestos reflexológicos), Pujá, Mantras, Pránáyáma (respiratórios), Ásanas (exercícios), Yôganidrá (descontração) e Samyama (meditação).”
Rozane Allebrandt
“Faz alguns anos que pratico o yôga com a instrutora e amiga Rosalva e a prática abrange benefícios para mente, corpo e espírito. À medida que eu praticava as técnicas do yôga ia adquirindo mais equilíbrio na minha vida, passei a ter mais energia e determinação para enfrentar os desafios do dia a dia. Espiritualmente também senti uma grande transformação, pois descobri quem eu sou e Dirce Macagnan Mariotti qual a minha missão através de vivências e meditações. Graças às posturas do yôga senti também o fortalecimento de meus músculos. Eu sou uma apaixonada pela prática e recomendo a todos. Nestes encontros também cultivamos grandes amizades.” “O yôga me fez perceber que você é a essência de você mesmo, partindo do pressuposto de que o “yôga é um estado de estar para ser”. Para isso, você precisa prestar atenção na sua respiração e silenciar a sua mente para equilibrar seu estado mental, emocional e físico. O yôga me ajudou muito a superar obstáculos, controlar a ansiedade e, principalmente, a manter no foco.” Maria Elvenia Niewinski
Dione Dagmar Sperotto “Comecei a praticar yôga neste ano com a instrutora Rosalva Escobar e já percebi muitas mudanças na minha vida física, mental e emocional. As atividades proporcionam força e equilíbrio que, aliados à respiração, meditação e ao relaxamento nos harmonizam, oferecendo muitos benefícios. O yôga nos permite uma consciência plena de corpo e a relação que estabelecemos com ele é decisiva para diminuirmos a ansiedade e nos mantermos atentas e lúcidas para os fatos e acontecimentos da vida. Assim, conseguimos resgatar o Sagrado Feminino, diminuindo inclusive as tensões pré-menstruais. Mesmo praticando com a instrutora uma vez na semana, continuamos diariamente utilizando os ensinamentos, seja na respiração, meditação, relaxamento ou atividades que fazemos, inclusive quando estamos em férias.” 30 | evip
Rosalva Escobar Av do Comércio, 179 apto.21 - Centro Santo Augusto-RS Fone: 55.9901.1707 AULAS EM GRUPO OU INDIVIDUAIS
l a t e a s i Greici, co Aventuras e loucuras de uma guria que fala pelos cotovelos
Sempre há tempo para ser feliz! (baseada em fatos puramente reais)
Já há alguns meses Maria surpreendeu a família com sua atitude: uns ficaram chocados, outros admirados e alguns familiares até torceram o nariz. No auge de seus 51 anos, ela resolveu pedir a separação, sair de casa e viver a vida dela. Sim, DELA, porque até então ela vivia a vida DELE. “Mas você vai fazer isso agora, que os filhos já cresceram?”, “Vai ter coragem de abandonar ele?”, “Coitado dele!” foram algumas das frases que ela escutou por aí. Escutou, algumas se deu o trabalho de responder, outras não, não valia a pena discutir. O que poucos, eu diria quase ninguém, sabem é da frustração da vida que ela levava até então. Nascida nos anos 1960, foi “autorizada” pelos pais a namorar o ex-marido, ainda quando tinha 14 anos. Não amava ele, mas temia terminar o relacionamento e ficar “mal falada”, ele se aproveitava disso. Aos 16 anos, foi pressionada a ter a primeira relação sexual e logo engravidou. Precisou casar, antes que a barriga aparecesse! Veio a primeira filha. Moraram no interior de Chiapetta, Macieira e São Valério. Mulher naquela época tinha que ser submissa, então Maria só podia ficar cuidando da casa e das filhas, no máximo ir para roça, trabalhar fora não se cogitava. Imaginou que se fosse morar em uma cidade maior, talvez conseguisse um emprego, então, pela primeira vez convenceu o marido a fazer uma coisa que ela queria mais do que ele: ir para Lajeado. Mesmo ele não gostando da ideia, porque tinha ciúmes, ela arrumou um trabalho por lá. Sentia-
se melhor. A vida foi passando, Maria não sentia amor pelo marido, mas continuava com ele, afinal, seus pais estavam vivos e teriam muito “desgosto” com uma separação. O jeito rude do esposo ia fazendo ela ter cada vez mais aversão a ele, principalmente nas vezes em que fazia relações meio que na obrigação, porque senão ele incomodava e dizia que ela só podia estar com outro para não querer mais. Para tentar amenizar toda a situação e poder se refugiar do mundo, resolveu ter mais uma filha, pois para ela, um bebê motivaria sua existência. Motivou, mas a insatisfação com a vida conjugal ainda prevalecia. Ela fazia normalmente o que ele gostava, avisava cada passo que dava e se sentia presa. Sempre que tentava
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Facetas laminadas em porcelana: conversar sobre a situação, o marido ignorava e não falava muita coisa. As filhas cresceram, Maria começou a pensar no tempo que ainda tem para viver, mas viver feliz, do jeito que ela imaginou, podendo fazer as coisas que ela gosta, não tendo horário para dormir nem para voltar para casa, visitando quem quisesse. Não conseguia achar oportunidade para tomar a decisão. Pensou, rezou, conversou com algumas pessoas. Em uma briga comum de casal, viu a chance que precisava para dizer que gostaria de ir embora. Falou ir embora, porque sabia que ele não deixaria a casa, então ela abriria mão. Ele achou que era brincadeira, que ela não teria coragem de seguir a vida sozinha, mas coragem era o que ela mais tinha. Maria deixou a casa e alugou um apartamento para morar com sua filha mais nova. Enfrentou a família, estava decidia a mudar de vida, porque ela tem muito ainda o que viver. Com alguns dias morando no novo lar, já se sente mais aliviada, mais livre, mais feliz. Era a paz que ela buscava, a paz consigo mesma, o equilíbrio que faltava. Sentese aliviada, afirma que para um casamento dar certo precisa haver amor, respeito e confiança, além da fé, é claro. Ela acredita que se prova o amor com atitudes e não só com palavras. Maria, minha tia, é um exemplo. É admirável sua coragem, sua vontade de mudar de vida em uma fase em que muitas pensam não haver mais soluções. Sim, existem muitas Marias por aí...
uma opção estética para um sorriso perfeito Sélia Regina Savian Cirurgiã Dentista CRO/RS 7353
Facetas laminadas de porcelana, ou simplesmente facetas, são pedaços de porcelana personalizados que o dentista posiciona na parte frontal dos dentes para melhorar sua aparência e reparar danos. As facetas podem alterar de forma impressionante o sorriso de uma pessoa e ajudam a melhorar sua autoconfiança. Nas décadas de 20 e 30 atores, atrizes e outros artistas chegavam ao estremos de extrair seus dentes e colocar dentes postiços para melhorar seus sorrisos. Felizmente, esse procedimento radical deu lugar às facetas, uma técnica bem menos invasiva. As facetas são o segredo por trás dos sorrisos arrebatadores que vemos nas telas de cinema. As facetas podem ser usadas para melhorar uma ampla gama de problemas dentários estéticos. Elas podem clarear dentes machados ou descoloridos, fechar espaços entre dentes, “corrigir” um sorriso torto sem precisar de aparelhos, consertar lascas e imperfeições, e criar um sorriso com aparência mais atraente e jovial. O procedimento costuma envolver a remoção de uma fina quantidade de camada mais exterior do dente, chamada de esmalte. Então o dentista tira os moldes da boca, e coloca as facetas temporárias para o paciente usar enquanto as permanentes são fabricadas. Destaca-se ainda, que esse não é um método doloroso, por isso não é necessário nem mesmo anestesia. ‘’Mesmo quando a pessoa precisa ter o dente desgastado é bem pouco, por isso o processo é superficial e assim não causa dor’’. Com a ajuda de facetas de porcelana, você pode ter o sorriso que deseja. As facetas de porcelana podem mudar a forma, a cor, o espaçamento, o alinhamento, a largura e altura de seus dentes. As facetas de porcelana imitam perfeitamente a cor, textura e transparência natural dos dentes. São muito duráveis e não perdem a cor, mesmo depois de anos. Se você deseja ter um sorriso branco, brilhante e com aparência saudável e natural, então as facetas de porcelana podem fazer você voltar a sorrir. Atualmente, este é o método de restauração mais belo disponível na odontologia estética.
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l a t e a s i o Grazi, c Meus devaneios, impressões e histórias. Sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre a vida!
Rock nos anos 2000, Yeah! Fui privilegiada em ter nascido nos anos 1980. E (já vou me explicando aqui) nada contra outros gostos musicais, mas cresci ouvindo muita música boa (hehe). Lembro muito dos discos de vinil do meu irmão e, de todos eles, são dois que recordo mais: Legião Urbana e RPM. Tinha por volta de 10 anos e não sosseguei enquanto não aprendi a cantar a música Faroeste Caboclo inteirinha. E a capa do vinil do RPM eu lembro muito bem, era uma foto do show deles, Rádio Pirata. Minha adolescência foi recheada de CDs do Paralamas, Ira!, Titãs (lembro de um acústico que eles lançaram em 1997!) e aí o pop rock também veio com força: Skank, Jota Quest, e Mamonas Assassinas (que eu amava!). Sempre gostei mais de coisas nacionais! Brasil, sillll!!! Bom, mas voltando ao que me propus a falar... De 2006 até 2012, mais ou menos, surgiram muitas bandas de rock em Santo Augusto e região. A galera que saía nessa época dificilmente não gostava de ir às festas que as bandas daqui tocavam. Era um sucesso: quando sabiam que tal banda ia estar em tal lugar, era público garantido e a família e amigos iam em peso. O que vejo hoje é que é difícil lotar uma festa onde só toca rock ou pop rock, ao menos por aqui. A onda do sertanejo universitário vem com muita força e, infelizmente, quase todas as bandas que relembrarei aqui não existem mais. Tenho um precioso arquivo de fotos dessas bandas pelo fato da Evip ter surgido nessa época, em 2008. Antes eu já fazia fotos para outro site de coberturas. Entre 2008 e 2012 surgiram muitas bandas em Santo Augusto, algumas inclusive gravaram CD e tudo. E essa gurizada, com certeza teve, como inspiração várias bandas dos anos 1970, 1980 e 1990, nacionais e internacionais. Mas como o que gostamos mesmo é destacar as coisas daqui, nossas, de pertinho, quero compartilhar com vocês alguns desses momentos que pude registrar. Nos tempos do Orkut, por volta de 2007 o grupo do Maximiliano Tuco gravou uma fala deles em um show da Expofesa, onde ele pedia que valorizassem os músicos locais. De lá para cá pouca coisa mudou. Há supervalorização dos músicos que vêm de fora e não tem a nossa identidade, e a nossa história continua. Que nada, vamos que vamos! Um viva ao que é nosso!
Deu saudade! Jack Drive The Velvet Hard Road Harv Butanos Maria Surda (não é daqui, mas fez muitos shows na região) Enigma – que depois virou Cubo Mágico Fim das Obras Laboratorium Blekaut Sonorah 3 de Paus evip | 33
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De Santo Augusto ela foi parar na Polônia! No Castelo em Cracóvia - Polônia
Cześć, miło cię poznać*! me falavam que essa tinha sido a Meu nome é Fernanda Koch e eu estou melhor experiência de suas vidas. E eles não poderiam estar mais certos! estudando na polônia há sete meses. Talvez você esteja se No dia 23 de setembro de 2015 eu perguntando: “mas por que raios embarcava para a maior viagem você escolheu ir para a Polônia?” da minha vida. Mas eu não estava Sinceramente, eu também nunca sozinha, comigo estavam mais dois me imaginei estudando aqui! Desde alunos da Unijuí, a Tassia Cigana e o pequena meu sonho era fazer um Rodolfo Berlezi – estranhos que viriam intercâmbio, viajar o mundo todo e a se tornar próximos amigos. Estudar aqui vai muito além aprender muitas línguas no caminho. Estudar inglês foi só o primeiro passo de entrar em contato com a cultura para transformar esse sonho em polonesa. Nesses sete meses longe realidade. Meu objetivo era poder de casa conheci pessoas incríveis e estudar na Inglaterra – afinal, não lugares extraordinários, fiz amigos existe lugar melhor no mundo para poloneses, italianos, turcos, húngaros, aprender inglês —, mas nem sempre espanhóis, gregos, tchecos, franceses, ucranianos, eslovacos, eslovenos, as coisas acontecem como queremos. Minha universidade, a Unijuí, oferece para o curso de Letras quatro países como opção de intercâmbio: Portugal, Alemanha, Espanha e Polônia, mas apenas no último eu poderia realizar meus estudos em inglês. Eu nunca havia pensado muito sobre esse país. Para mim ele soava quase como um lugar meio exótico ou mágico. Felizmente eu tive a sorte de conhecer pessoas maravilhosas que vieram Em Zakopane, temperatura de -26ºC estudar aqui em Lublin antes de mim. E se tinha uma coisa que era unânime entre quem veio para cá é que todos
belgas... É um verdadeiro intercâmbio cultural. E entrar em contato com tantas culturas diferentes e poder experienciar estes hábitos, valores e crenças tão singulares é algo que não tem preço e te transforma completamente, te faz crescer, amadurecer, aprender a dar valor ao que realmente importa, a valorizar as diferenças e, por fim, te faz redescobrir-se como pessoa. Então, se você tiver a oportunidade de estudar fora do país, o que está esperando?! Eu sei que pode parecer como algo muito longe da tua realidade, mas na verdade não é. Fazer intercâmbio costumava ser algo destinado apenas à elite, mas isso mudou muito nos últimos anos
Em Riga na Letônia
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e agora é uma possibilidade real e destinada a todos – desde programas como o Ciências Sem Fronteiras e parcerias entre universidades, até bolsas de universidade estrangeiras dedicadas exclusivamente a brasileiros. Com um pouco de pesquisa, eu tenho certeza que você conseguirá encontrar o melhor programa de intercâmbio para a sua realidade.
Se você quer saber mais sobre meu dia a dia aqui em Lublin e conhecer mais da cidade e suas peculiaridades, não esquece de conferir o meu canal “itswonderfer” lá no Youtube (https://goo.gl/D95OyD). Você também pode me encontar no Instagram, Twitter e Snapchat como “itswonderfer”. Vejo você lá! ;) * “Cześć, miło cię poznać” é a versão em polonês para “Olá, prazer em lhe conhecer”!
Oxford-UK No porto de Estocolmo - Suécia
Em Praga na República Tcheca
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Oxford-UK
Zacopane -26ºC
De olho na saúde do seu computador! Um computador tem, em média, uma vida útil de dois a quatro anos, mas a forma como ele é usado pode diminuir ou aumentar esse tempo. A SANTI INFORMÁTICA preparou algumas dicas especiais sobre cuidados que podem aumentar o tempo de uso da sua máquina. Confira e cuide bem do seu PC. Limpeza dos componentes Os componentes do computador, como o cooler, o gabinete e outros, acumulam muita poeira e isso pode prejudicar o bom desempenho da máquina. Assim, é recomendada uma limpeza periódica a cada seis meses, bem como a higienização dos periféricos. Tudo isso vai ajudar a prolongar a vida útil do seu PC. Refrigeração O PC deve ficar longe do sol e da umidade em excesso. A luz solar sobre o gabinete pode causar superaquecimento e travamentos, principalmente se associados a um ambiente com pouca ventilação. Mas, se não for possível colocar a máquina em um lugar mais arejado, você pode adicionar coolers na placa de vídeo, processador e gabinete. Além disso, verifique a temperatura do seu computador. Hoje em dia há programas que podem te ajudar apontando se a temperatura está adequada, como AIDA64, Core Temp, SpeedFan, HWMonitor, Intel Desktop Utilities e Speccy. Fazer overclock (configurar o processador com um clock, ou frequência de giro, acima do especificado) no processador ou placa de vídeo não é recomendado, pois se a máquina não receber ventilação adequada pode estragar de vez.
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Remover programas desnecessários Desinstalar programas que não estão sendo usados ajuda a aumentar a vida útil do seu computador. Instalar antivírus e o manter atualizado O antivírus é um software indispensável para qualquer computador. Esses programas protegem a máquina das ações dos cibercriminosos, além de vírus, worms, spywares e outros acessos indesejados ao seu PC. Todos esses perigos podem danificar, travar e fazer com que alguns programas executem de forma inadequada. Para evitar esses possíveis transtornos, tenha antivírus, anti-spyware e firewall devidamente instalados e atualizados. Existem boas opções de antivírus gratuitos como o Panda, AVG, Avast! e muitos outros. Eles também contam com versões mais avançadas, porém pagas. Como fazer varreduras Passo 1. Abra o antivírus instalado no seu computador. Passo 2. Clique em “Varrer sistema”. Atenção! O procedimento deixa o computador mais lento quando realizamos atualizações e varreduras no sistema, mas esses processos são essenciais para deixar a máquina limpa
Luiz Gustavo Santi Técnico em informática e livre de vírus. É importante ficar atento na hora de abrir anexos vindos de e-mails desconhecidos. Esse é uma das maneiras mais comuns que os hackers usam para invadir a sua máquina. Atenção ao ligar e desligar o computador Muitos usuários costumam desligar e ligar o computador direto no botão “Power”. Isso não é nem um pouco aconselhável, pois pode causar o desgaste acelerado de alguns componentes da máquina, como o cooler e discos rígidos. O ideal é ir até o “Menu Iniciar” e selecionar “Desligar”. Vale ressaltar que não é indicado ligar a máquina durante tempestades, pois as descargas elétricas geradas podem queimar algumas peças essenciais, fazendo com que o computador sofra perda total. Os estabilizadores e nobreaks ajudam a prevenir essas e outras oscilações da corrente elétrica. Além de regular a voltagem e a pureza da energia que chega até os eletrônicos conectados, o nobreak UPS (Fonte de Energia Ininterrupta, na sigla em inglês) mantém seu computador ligado por alguns minutos em caso de queda de energia.
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BELEZAS DA REGIÃO
Contatos: (55) 3551.1863 | 9141.1004 email: asacirs.tenenteportela@gmail.com facebook.com/Asacirs
O Roteiro Turístico Caminhos do Interior de Tenente Portela visa resgatar as belezas rurais do interior do município, valorizando também a produção nas agroindústrias locais e outros atrativos turísticos existentes.
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O roteiro inicia na Praça Tenente Portela, popularmente conhecida como Praça do Índio, por ter um monumento feito em sucata, com cinco metros de altura e três toneladas, homenagem às tribos indígenas Kaingang e Guarani, que residem no território portelense, na terra Indígena Guarita. Faz parte do passeio também a Sapataria Ponce, tradicional no município na venda de artesanato em couro e indumentária gaúcha e três agroindústrias: Drachler, da conhecida cachaça artesanal Fortuna; Guerra, de sucos de uva, doces e geléias e Francheschi, de salame colonial e derivados de carne suína. Ainda neste roteiro o visitante se encanta com a natureza exuberante e peculiar da Parada da Fortuna, composta por pequenos riachos que acompanham todo o trajeto. Chegando na comunidade de São Sebastião há o Parque da Amizade, com uma trilha que leva a uma cascata de águas límpidas e queda de 20 metros. O roteiro termina com um delicioso café no Hotel Avenida, um os mais antigos da cidade, com iguarias típicas dos tempos antigos resgatando e valorizando a culinária local.
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Irreversíveis
CPM 22: ROCK E ORIGINALIDADE por Greici Siezemel e Henrique
A humildade e a personalidade da banda CPM 22 com certeza foram diferenciais determinantes para a consagração da sua carreira musical. Com mais de 20 anos na estrada, o grupo, cujo nome significa “Caixa Postal Mil e Vinte e Dois”, foi e continua sendo referência no cenário do rock brasileiro. O vocalista Fernando Badauí concedeu uma entrevista exclusiva à Revista Evip e falou sobre os frutos da trajetória do CPM 22. “Foi mérito de um trabalho bem feito, com muita coragem, amor, humildade e com bastante referência dentro da identidade que a gente criou. Completar 20 anos em um país tão careta, tão enraizado na cultura religiosa e conservadora, onde a verdade dita é encarada como polêmica, e não como forma de melhoria da sociedade, é uma vitória”, destaca. A banda tem no seu DNA a contestação dentro e fora da música e isso é perceptível na maneira de ser, se vestir e se se portar dos integrantes. O vocal ressalta que é muito importante ter perseverança e acreditar naquilo que se faz, pois o dinheiro é uma consequência. Sobre o cenário do rock hoje no país, Badauí
acredita que já existiram épocas mais favoráveis. “Ao invés de evoluir culturalmente, o Brasil está decaindo, isso configura um retrocesso total, principalmente das classes A e B, que eram mais politizadas e mais preocupadas com a cultura. Se pegarmos a herança dos anos 80, temos uma geração que vinha de uma ditadura, não apenas das bandas de rock, mas de um país como um todo, e agora vemos muitas músicas que não acrescentam em nada. A gente não é contra nenhum estilo, a nossa carreira prova isso, sempre respeitamos, mas as composições precisam ter conteúdo. Não estamos falando de Chico Buarque, Roberto Carlos, ou Tim Maia, e sim de artistas genéricos que cobram cachês milionários em eventos de prefeituras que não tem nem hospitais. Isso é uma decadência como sociedade e como povo e eu não vou fazer parte disso”, opina.
Público fiel de várias gerações
A notoriedade alcançada nos anos 2000 pela banda traz benefícios ainda hoje e é comum pais levarem seus filhos para prestigiar o CPM 22. O grupo valoriza muito o seu público e compõe músicas para aqueles que estão interessados de fato. “A gente não é dono da razão, mas com certeza temos coisas interessantes para passar como pessoa e também como artista, então, compomos música para nossa gente”, se orgulha o vocalista. Mas é claro que a carreira consagrada exigiu algumas renúncias: Badauí precisou abriu mão de algumas
coisas que eram importantes para ele, como a faculdade de Desenho Industrial, que ele até gostava, mas o seu sonho mesmo era ser músico, então foi o que falou mais alto. “A vida é um risco, eu acho que quem não arrisca não consegue atingir seus objetivos, e para você ser bem sucedido em alguma profissão, é preciso abrir mão de muitas coisas, como, no meu caso, ficar com a família nos finais de semana. Além disso, estamos sempre na estrada correndo perigo, em cidades que nem sabemos como seremos recebidos, mas a gente
viveria, com certeza, tudo de novo”, revela. E para quem sonha em viver do rock, o vocalista aconselha que primeiro é necessário saber exatamente que tipo de som se quer tocar, para depois se abastecer de influências que tem um estilo parecido. “A tendência é que você consiga atingir as pessoas, e se não conseguir, tente outra coisa”, brinca o cantor.
Momentos marcantes
Com uma carreira recheada de álbuns e grandes shows feitos pelo Brasil a fora, alguns reconhecimentos engrandeceram a história da banda, como a conquista do Grammy Latino em 2008, na categoria de melhor álbum de rock brasileiro, com o “Cidade Cinza”. Outro auge na carreira foi a participação no Rock in Rio ano passado, que vai, inclusive, virar DVD. Além disso, a banda já ganhou prêmios na Globo, na MTV e no Multishow. Mas para o Badauí, o principal de tudo é o legado que eles criaram ao longo dos anos. “É uma junção de coisas que formam uma carreira, que se não for brilhante, é perto disso. Estamos muito satisfeitos”, comemora o cantor.
E para o futuro... novidades a caminho
Para a virada do semestre deste ano, estava previsto o lançamento de um disco, mas por uma boa causa (o lançamento do DVD do Rock in Rio) ele foi adiado. Assim, no segundo semestre, o CPM 22 pretende gravar um ou dois singles do novo disco, para ter um material inédito para colocar no final da turnê de 20 anos. O disco deve ser lançado no final deste ano ou no início de 2017, pela Universal Music. “Estamos muito felizes em voltar a ter parceria com a gravadora e por estar trabalhando com pessoas que respeitam a ideologia da banda”, adianta o vocalista.
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