ANO 2 - EDIÇÃO 4 - JUL/AGO 2016
• Famílias da região adotam animais de rua e mostram a paixão pelos bichinhos • Cervejas artesanais são apostas de mestres cervejeiros da região
• Entenda de uma vez por todas o que é o movimento Feminista
“Nós, mulheres, precisamos nos unir!” Em entrevista exclusiva, Rosane Marchetti fala sobre empoderamento feminino, relembra sua luta contra o câncer e revela os planos para a carreira após sair da RBS
• Especialista tira dúvidas sobre o câncer e mulheres contam como venceram a doença
• Gabriel Lorenzo revela detalhes de sua vida
O menino já é sucesso da música sertaneja
Editorial REVISTA EVIP Criação: Site: 10 de novembro de 2008 Revista: 10 de dezembro de 2015 DIREÇÃO Graziele Sperotto Greici Siezemel REPORTAGEM Greici Siezemel greici@revistaevip.com.br DIAGRAMAÇÃO E ARTE Graziele Sperotto grazi@revistaevip.com.br
A 4ª edição da Revista Evip chegou! Junto dela, várias reportagens com os personagens da nossa região, vocês. Primeiramente, queremos agradecer a jornalista Rosane Marchetti, que estampa nossa capa, que não mediu esforços para nos ajudar e garantir que tudo ficasse pronto a tempo. Com o passar das edições, a Revista Evip vai se firmando ainda mais como um veículo de comunicação
Graziele Sperotto Publicitária
Revisora responsável: Gracieli Verde Colaboraram nesta edição: Liliane Cristina Goettems Taíza Schmitz Mademann Érika Gabriela de Alvarenga Revista Evip é uma publicação bimestral. Não nos responsabilizamos pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. IMPRESSÃO: Kunde - Indústrias Gráficas LTDA CIRCULAÇÃO Santo Augusto, Chiapetta, São Martinho, Coronel Bicaco, Campo Novo, Inhacorá, Redentora, Boa Vista do Buricá, Tenente Portela TIRAGEM: 1.000 exemplares
ASSINATURAS, SUGESTÕES E RECLAMAÇÕES assinatura@revistaevip.com.br contato@revistaevip.com.br Fone/whatss app: 55.9939.8329 55.9651.1297 www.revistaevip.com.br
importante na região, principalmente pela singularidade com que aborda assuntos que já estavam esquecidos e que mereciam destaque. É para isso que estamos aqui, para emocionar, contar lindas histórias e gerar também reflexões. Sobre qualquer tema, sobre tudo. Aproveitem a 4ª Evip, as matérias estão te esperando para serem devorados, até a próxima!
Greici Siezemel
Jornalista
O que você vai ver nessa edição
14
24
FEMINISTAS E EMPODERADAS:
Relaxa, o feminismo não quer fazer com que as mulheres dominem o mundo!
ADOÇÃO DE ANIMAIS:
Famílias da região unidas por uma paixão em comum
36
MESTRES CERVEJEIROS
a onda das cervejas artesanais invade nossa região e conquista fãs
46
ESPORTE
Meninos de Santo Augusto participam de projeto social 180°
04 20 Gabriel Lorenzo:
a aposta do mundo sertanejo
18 43
Elas venceram o
câncer!
10
EVIP FASHION TRENDS
DECORAÇÃO Papéis de parede - um toque especial que cabe no seu bolso As belezas de
Portugal
sob as lentes de Nathan
Bate-papo
com
Rosane Marchetti
Tonico Alvarez
A capa da 4ª edição da Revista Evip é uma capa dupla, explicamos por que: trazemos nela uma personalidade que tem tudo a ver com duas de nossas reportagens especiais, a do empoderamento feminino e a da luta contra o câncer. Sim, estamos falando da conceituada jornalista Rosane Marchetti, 56 anos, uma inspiração feminina que, com seu trabalho, mostra que as mulheres têm muita garra, que é possível construir um mundo mais igualitário. Rosane venceu o câncer de mama em 2012 e contou para nós como foi o enfrentamento da doença na época. Ela Também comentou sobre sua saída da RBS TV, depois de 31 anos atuando na emissora. A jornalista foi apresentadora e editora dos programas Bom Dia Rio Grande e Jornal do Almoço, apresentou o Campo e Lavoura e o RBS Notícias. Também fez reportagens para o Jornal Nacional e Globo Repórter, da Rede Globo. Confira a entrevista exclusiva que Rosane concedeu para a Evip.
A luta de Rosane contra o câncer
“Quando fui diagnosticado com câncer de mama, o chão sumiu. Eu não acreditava. Ninguém espera ter uma doença grave e a perspectiva da possibilidade de que se pode morrer logo. Isso é assustador, porque sabemos da morte com a razão, então, quando sentimos com o coração temos a consciência plena da finitude. Esses sentimentos são inevitáveis, mas a nossa vontade de viver é maior! E aí começou minha luta cheia de esperança, de fé, e esperando sempre o melhor. Tive bons médicos, apoio da família, dos amigos, a presença de meus quatro gatos e acesso ao tratamento necessário. Isso facilita muito, ajuda na cura, o que, infelizmente, não é a realidade para a maioria das mulheres. Enquanto me tratava também me envolvi na mobilização para a prevenção e direito ao tratamento contra o câncer. Sou uma lutadora. Venci essa luta com muita fé e muita ajuda. O que eu digo para as mulheres sempre é: se cuidem! Marquem exames de um ano para o outro se for o caso, pois se pegar a doença no início, a possibilidade de cura é mais efetiva. Exijam que seus médicos batalhem por vocês na busca do tratamento. Se organizem em entidades, se associem a outras mulheres e mostrem a força. E essa mobilização precisa de todas: das que têm, tiveram ou nunca tiveram câncer! A luta contra essa doença não é fácil. É preciso lutar para viver e para ter atendimento rápido. E sobre os dias de luta, digo: muitos dias serão tristes e de revolta, mas muitos outros são de esperança. Fique na sua cura! Receba a quimioterapia e a radioterapia como bênçãos e não como algo que deixa a gente mal fisicamente. Pense que tudo vai passar! E logo tudo será apenas uma lembrança ruim”.
Se sofremos agressões, vamos denunciar. Se somos vítimas de assédio moral, vamos contar para todo mundo. Assim como devemos espalhar notícias boas para que as pessoas tenham esperança e sejam felizes e se inspirem temos que contar o que não é do bem! Se moralmente não existe comprometimento, vamos provocar vergonha naqueles que nos exploram e que nos tiram direitos. Felizmente acho que estamos indo....lentamente, mas estamos mostrando que apesar de ainda sermos vítimas de atitudes machistas, estamos conquistando respeito.”
Um novo começo na carreira da Jornalista
“Saí da RBS TV depois de 31 anos, um mês e um dia. A RBS fez parte da minha vida e eu da história dela. Prefiro, agora só lembrar disso e dos momentos felizes. Estou bem. Com o coração tranquilo e cheia de planos . Tenho um mundo aberto enorme a minha frente e nele muitos amigos, muito carinho de pessoas que nem conheço pessoalmente mas que de alguma forma, com minhas reportagens eu toquei. Isso é que importa”.
“Como eu disse, nós mulheres precisamos nos unir! Buscar espaços, brigar pelos nossos direitos e não ter medo de se expor quando estamos lutando por um mundo ou uma vida mais justa! Isso serve para o dia a dia.... No trabalho, precisamos buscar o reconhecimento pela capacidade.
Tonico Alvarez
Sobre o feminismo: Mulheres unidas
Elas
venceram o câncer! Greici Siezemel
As lutas individuais podem marcar o destino de nossas vidas e das pessoas que amamos. E foi na luta contra o câncer de mama que Maria Solange Berger percebeu que precisava recriar a própria vida. A psicóloga de Chiapetta sempre fez o autoexame, como é orientado, mas o caso dela não foi o típico, não tinha um nódulo na região. “Ele começou mudando a mama, retendo-a. Então eu percebi isso, mas minha mãe ficou doente bem na época e eu acabei deixando, colocando outras coisas na frente. Marquei mastologista duas vezes e adiei, mas no fundo, como trabalho na área da saúde, eu já tinha um certo medo, até porque nós temos um histórico familiar de câncer na família”, lembra Maria, que foi fazer a consulta só no dia 14 de maio 2015. A mastologista fez o autoexame e a encaminhou para o laboratório a fim de fazer os demais exames e, como o caso de Maria foi um tanto urgente, a paciente ficou apavorada. “Eu, como psicóloga, senti que houve uma negação da minha parte. Eu não queria acreditar”, revela. Foi então que a psicóloga começou as buscas por médicos, com a ajuda do médico Maçalai, que foi um facilitador do tratamento dela. “Quando veio a biópsia, eu no fundo sabia o resultado, mas não queria receber a notícia. Quando vi que havia dado malignidade, eu chorei muito, foi um impacto na hora, mas no outro dia já pensei: eu preciso seguir em frente”, conta Maria, que nos dias seguintes foi para Ijuí fazer vários exames e iniciar o tratamento. Antes de começar com as quimioterapias, Maria colocou um cateter. No decorrer do tratamento ela
teve uma intercorrência e ficou 14 dias internada, o que atrasou o exame que ela teria que fazer antes da cirurgia, e aí veio outra intercorrência. “Eu senti muita dor, fui várias vezes ao hospital, tive cálculo renal, micose no pulmão. Fiquei 10 dias no oxigênio e acabei não fazendo esses exames”, lembra. Com isso, Maria precisou adiantar a cirurgia, que foi feita no dia 12 de novembro do ano passado, em Santa Maria. “O momento que mais me chocou foi quando eu levantei para ir ao banheiro, eu estava sem cabelo e sem os lenços que eu usava, e eu vi que eu estava reta, que tinha perdido algo. A minha imagem no espelho me chocou, mas Deus nos capacita de uma forma tão especial que a gente consegue passar por isso”, conta. Depois da cirurgia, a psicóloga voltou para casa, precisou usar um dreno e depois teve intercorrência novamente. Aos poucos o procedimento cicatrizou. “Aí meu cabelo já estava voltando a crescer e tive que fazer mais oito quimioterapias e acabei perdendo ele de novo. Aguardei um período e fiz 28 sessões de radioterapia. Em todos os lugares encontrei atendimento humanizado, carinho e atenção”, destaca. As sessões de radioterapia terminaram no dia 29 de abril e Maria fez muitas amizades com as “colegas da vida”. “Apelidamos de ‘risoterapia’, porque a gente chegava lá e era só alegria, risos. As mulheres que enxergavam nós se arrumando, se arrumavam também, e aquilo contagiava”, lembra. Quando o tratamento terminou, foi feita uma formatura, onde as mulheres tocaram um sino, como uma forma de transmitir a vitória, uma
descarga emocional. “Eu vibrei mais no dia do término da radioterapia do que no dia da minha formatura. Porque quando eu me formei, eu estudei, passei momentos bons, difíceis também, mas eu consegui aquele canudo, era o percurso natural... E ali na radioterapia eu comemorava um novo recomeço, pois apesar de a medicina estar avançada, o câncer ainda faz muitas vítimas. Eu comemorei, me sentia livre e pronta para uma nova vida”, reflete. Maria usa um expansor com silicone para reconstituir a mama em breve. “Eu vou aguardar alguns meses para fazer, pretendo voltar pronta para um recomeço da vida”, planeja.
Maria Solange e Mari Ivone comemorando o término do tratamento com suas amigas da vida
Autoestima sempre importante A autoestima de Maria aumentou durante o tratamento, ela queria cada vez se arrumar mais e melhorou, inclusive, a qualidade de vida. Tiveram momentos, é claro, em que ela ficou mais sensível, pois o câncer de mama mexe com algo fundamental, que faz parte da sensualidade da mulher. Aí a importância de se ter um profissional que sabe dar respostas para tua angústia, que te diz: “tu vai ficar melhor, tudo vai se resolver”.
Família: a base de tudo Os dois filhos da psicóloga, Augusto e Victor, deram muita força, amor e carinho para ela durante o tratamento, não permitiam que ela desanimasse. Para se solidarizar com e mãe, eles quiseram raspar o cabelo, um gesto para mostrar o quanto estavam implicados no meu tratamento. “Temos que ter amor próprio, mas eles foram as válvulas propulsoras. Ser mãe é algo extraordinário, é uma plenitude,
os filhos são luz, benção, esperança , fé, amor, são um bálsamo para a vida e são o amanhã da gente. Eu queria me curar e ficar bem para eles, mostrar que passei por tudo isso e que serei capaz de passar muito tempo ainda com eles”, destaca. A família inteira de Maria deu muito apoio a ela nesse período. “Minha mãe vinha me trazer chazinho, frutas, tu se senta amada. Eu era referência de positividade na família,
Os dois filhos de Maria se solidarizaram com a mãe enquanto ela enfrentava a doença
então eu tinha que seguir firme”, relata. Além da família, os amigos e conhecidos também deram muita força a ela e, volta e meia, pediam para ela postar sobre o andamento do seu tratamento nas redes sociais. “Eu não queria que o Facebook fosse o muro das minhas lamentações, mas as pessoas pediam para eu postar para poder me acompanhar. Por eu ser psicóloga, alguns achavam que não tinham o que me falar, mas pelo
contrário, aquele abraço que eu recebia, o beijo, os elogios, tudo ajudava. Quando eu postava ficava apavorada com a repercussão, inclusive, depois do meu tratamento tiveram mais de 500 solicitações de amizade, de pessoas que queriam saber, que se identificaram, que pediam livros para ver como a psicologia poderia ajudar”, se surpreende ela, que já foi convidada para ministrar três palestras para a campanha Outubro Rosa. “Não
imaginei que as pessoas gostassem tanto de mim: era apoio, presentes, orações, visitas, até de pessoas que nunca imaginei que se importassem comigo. Isso me motivava ainda mais a vencer, elas achavam que eu tinha força, então eu não podia fraquejar”, conta.
Não adianta se desesperar Para quem está vivenciando uma situação semelhante a que Maria passou, ela aconselha: “É preciso encarar, não se colocar como vítima ou se sentir injustiçada pelo que está acontecendo. É preciso muita determinação, foco, fé no enfrentamento de toda a doença, de todo o processo. Quando você tem Deus e pensa que habitamos o nosso corpo, mas que o que vale mesmo é a alma e o espírito, tu aceita as provações. Deus nos capacita para enfrentarmos as adversidades da vida e nos dá força para passarmos pelo sofrimento. Às vezes achamos que estamos completos, que somos uma boa pessoa e aí vemos que temos muito a aprender e crescer”, reflete ela. Maria afirma que teve um crescimento espiritual muito grande com a doença, que sua fé aumentou e que ela percebeu que tinha muitas coisas a corrigir e melhorar para ter empatia. “Eu percebi que precisava recriar a minha própria vida e com
isso você passa a ter uma empatia muito grande com as situações e aí surge a resiliência, que é a capacidade de você lidar com os problemas e superar obstáculos no momento do sofrimento, é essa capacidade que você tem de sair com mais força ainda ter autoconfiança de que tudo vai dar certo, que vamos vencer no fim. Muitas cicatrizes servem para nos deixar melhores e mais fortes. Com tudo isso que passamos, dores, dúvidas, medo do amanhã, começamos a contemplar o mundo de outro ângulo, pois não da para deixar nada para amanhã”, diz. Através de tudo isso a psicóloga diz que conheceu muito o caminho da caridade, realizou muitas leituras que a ajudaram entender o porquê de estarmos aqui. “Hoje eu não saberia dizer o quanto é bom saber que eu venci o câncer sem ter passado por isso”, afirma. Ela ainda quer ser voluntária, deseja ajudar, pois se sente na obrigação de passar para as pessoas que o câncer pode atingir qualquer um, que é preciso nos cuidarmos e nos
“Agora sei quanto é importante os momentos que passo com as pessoas”.
“Apesar de todas as adversidades da vida, a gente encontra uma maneira de superar”. amarmos. “Não sou heroína por isso, mas hoje minha capacidade de amar o outro é ainda maior. A dimensão do problema está em como você vê ele, então, as coisas têm que emanarem, vir de dentro”, conta. Todos os dias de manhã a vencedora Maria agradece a Deus pela vida, pela oportunidade de um recomeço “Fico pensando em uma forma de agradecer todo carinho e apoio e peço para que Deus possa dar o melhor para essas pessoas, que elas cultivem a fé e o amor entre as famílias”, se emociona.
Os sentimentos registrados em um diário Como sempre gostou de escrever, desde o primeiro dia que descobriu o câncer, Maria pegou um caderno e relatou à mão tudo o que fazia. “Anotava como eu estava me sentindo, era uma terapia para mim, porque quando eu não queria deixar as pessoas tristes eu escrevia lá. Está tudo escrito, as tristezas e vibrações”, revela . Ela pretende, futuramente, lançar um livro a partir do seu diário. A cura já existiu para Maria, foi a sua vitória e, agora, ela tem a reconstituição da mama para fazer. Cuidados ela terá para o resto da vida. “É preciso se cuidar todo dia. Por isso é importante procurar um médico assim que alguma coisa diferente for identificada, porque às vezes tu não vai precisar passar por todo esse processo, se está no começo é mais fácil”, recomenda ela.
Um jeito alto-astral de encarar a doença: conheça a Mari Ivone Foi em um exame de rotina que Mari Ivone Pereira, também moradora de Chiapetta, descobriu que estava com câncer de mama. A professora notava que o seio estava um pouco endurecido, mas como já havia tido mastite quando estava grávida da sua filha mais nova, não deu muita importância. Depois do diagnóstico, Mari Ivone foi para Ijuí a fim de iniciar as quimioterapias, em junho do ano passado, pois o oncologista achou melhor não operar imediatamente. “A primeira quimioterapia que eu fiz provocou um pouco de inchaço em minhas mãos, aí resolvi colocar um cateter para não sentir dor. Quando fui fazer a segunda, já perdi o cabelo, mas em nenhum momento me abalei, eu sabia que iria enfrentar e vencer”, lembra ela, que não se abalou e resolveu investir em lenços, de várias cores e tipos. Durante o tratamento a professora manteve uma boa alimentação e não sofreu com os efeitos colaterais da quimioterapia, só tinha um pouco de cansaço e sono. “Não sentia dor alguma, tomava os remédios direitinho, me alimentava bem, tanto que adquiri 15 quilos no período, mas isso porque não me exercitava”, conta. Ela revela que sempre achou que aquilo tudo iria passar e que conseguiria dar a volta por cima. Os filhos de Mari Ivone, Larissa e Diego, seu esposo Elton, sua mãe e toda a sua família foram muito presentes em todos os momentos enfrentados por ela. “Meus filhos me ligavam
A família da professora foi muito importante para que ela enfrentasse bem a doença
todo dia e meu marido nunca faltou a uma quimioterapia. Até hoje ele não quer que eu vá para lugares onde tem muito movimento, porque acha que vou gripar, se dou um espirro, já vem ele com um chá! E se saio com pouca roupa, então?”, se diverte ela, que enfrentou com alto-astral tudo o que aconteceu. “Não pode se abalar, eu tive muita fé, rezava bastante, não pensava na morte, nunca tive medo dela, isso é importante”, garante. No dia 18 de dezembro do ano passado finalizaram-se as quimioterapias e no dia 11 de janeiro deste ano foi feita a cirurgia para retirada da mama. “Fiz a cirurgia e deu tudo certo, retirei todo o seio esquerdo. Não fiz a reconstituição ainda, nem sei quando vou fazer, não estou preocupada com isso agora”, conta ela, que após o procedimento iniciou as radioterapias, que foram feitas até o dia 19 de abril, mesmo dia que Mari Ivone tinha perícia. “Terminei a radioterapia e fui fazer a perícia, daí falei para o médico que queria voltar a trabalhar e ele disse apavorado: ‘O que? Tu tens direito a mais dois meses, tem certeza disso?’ Falei que não queria mais ficar em casa e ele perguntou quando eu tinha terminado as radioterapia e revelei: ‘terminei hoje’. E ele: ‘mas isso é inusitado, nunca vi alguém pedir para voltar a trabalhar!’ e soltou uma gargalhada”, lembra a professora, que achou melhor retornar ao trabalho por 20 horas semanais na Secretaria de Educação do município. E assim a professora volta, aos poucos, à sua rotina, sempre bem otimista e feliz por ter conseguido vencer esta etapa. “Eu não me desesperei em nenhum momento, sabia que tinha saída. Se eu me abatesse e ficasse deprimida, o tratamento não seria o mesmo. Não se pode ter medo. Se fazer tudo direitinho, dá certo”, orienta ela, que no ano seguinte pretende voltar às salas de aula.
Os caminhos do câncer Greici Siezemel
Ainda nos dias de hoje o câncer assusta e gera muitas dúvidas na população, que fica sem saber o que fazer para evitar a doença, quais os sintomas devem ser notados, como levar uma vida saudável, no que acreditar, como funciona tratamento, enfim, uma série de questionamentos existem sobre essa doença, que tende a aumentar nos próximos anos. Para explicar um pouco mais sobre essas e outras questões, conversamos com o médico Fábio Franke, oncologista clínico do Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI).
Como podemos definir o câncer? O câncer é um conjunto de vários tipos de doenças. Temos classificados mais de 100 tipos de câncer diferentes, cada um com seu tratamento específico. Muito se falou nos últimos tempos sobre uma pílula do câncer, onde um tratamento único pudesse servir para todos, mas a ciência vai justamente ao sentido contrário: tenta identificar, para cada tipo de câncer, vários subtipos, cada um com seu tratamento específico. O câncer hoje é a formação de células defeituosas pelo nosso organismo que perdem a capacidade de se dividirem, perdem sua função original, criando células defeituosas, que não são mais eliminadas pelo organismo e acabam formando o que chamamos de tumores. Que fatores têm relação direta com o surgimento da doença? O câncer na sua origem é uma doença composta por vários fatores. Temos que destacar a questão da alimentação, responsável por 30% dos casos; dos hábitos, principalmente o tabagismo (responsável por grande parte dos cânceres de pulmão, garganta, esôfago, estômago, entre outros); do álcool, que causa bastante câncer de cabeça e pescoço e de fígado; do HPV, que é um vírus altamente contagioso, que hoje é responsável pelo câncer de colo de útero, e daí a importância de vacinar as meninas aos nove anos de idade, para diminuir a incidência desse tipo de câncer no futuro. Existem também os fatores diretos, como a predisposição genética, isso explica porque alguns pacientes nunca fumaram e tem câncer no pulmão. O câncer de mama também tem uma incidência forte pelo fator genético. Claro que temos também a questão do sedentarismo, aí entra a obesidade, que é uma epidemia mundial e está diretamente ligada com a origem do câncer. Então é uma soma de fatores, ou seja, não adianta você ter uma dieta rica em fibras, que a gente sabe que previnem o câncer de intestino, se você fumar, porque anula os benefícios que teria. Então é um conjunto. Na alimentação é indicado dar preferência a alimentos funcionais, frutas e verduras, que não sejam industrializados e que não contenham conservantes ou que tenham pelo menos uma quantidade baixa de agrotóxicos. Os agrotóxicos estão presentes em praticamente todos os alimentos que consumimos, então devemos usá-los de maneira criteriosas, em quantidade segura e ficar atento àqueles que são permitidos. A procedência dos alimentos que nós consumimos precisa ser monitorada. Todo mundo tem células cancerosas? Sim, todos os dias nós estamos renovando a maioria das células do nosso organismo (eliminando as velhas e substituindo por novas). Esse mecanismo de recuperação ou regeneração celular, por algum defeito genético ou por uma agressão de um fator externo, pode se tornar defeituoso e isso faz com que a gente não forme mais células normais. O câncer é o surgimento dessas células defeituosas quando o nosso organismo perde a capacidade de gerar células novas, então, essas células defeituosas acabam não sendo mais eliminadas pelo organismo e vão crescendo. Todos os dias estamos formando células defeituosas, mas o nosso sistema de defesa reconhece e elimina-as, o câncer aparece quando o sistema perde essa capacidade de reconhecimento das células. Se você não cuida da sua saúde, você está diretamente diminuindo sua imunidade e aumentando a probabilidade de um câncer aparecer.
Hoje o tratamento mais moderno que existe para o câncer e que está sendo muito pesquisado é a imunoterapia, ela faz com que o nosso organismo volte a combater as células cancerígenas. Como se dá o processo de tratamento? Ele varia de um câncer para outro? Toda parte de tratamento de câncer é fundamentada em três pilares. Um deles é a prevenção, que se resume a bons hábitos, prática de exercícios físicos, bem-estar físico e mental. Outro é o diagnóstico precoce, que consiste na realização de exames de rotina, pois quanto mais inicial for o diagnóstico do câncer, maior a probabilidade de cura e tratamento da doença. Temos uma probidade alta de cura no câncer de mama, próstata, de colo de útero, de intestino, que ocorrem com bastante incidência e que são possíveis de diagnosticar em um exame preventivo na fase inicial. Para finalizar, outro pilar é o tratamento da doença quando estabelecida. Este é fundamentado em cirurgia na maioria dos casos, quando é possível a retirada do tumor, e depois é associado a radioterapia e a quimioterapia. Agora nos últimos tempos há uma evolução do tratamento que vai além da quimioterapia: o uso de medicamentos inteligentes, como a terapia alvo, que atinge as células cancerosas e não as células normais. Mais uma alternativa recente é a imunoterapia, que é um medicamento que faz com que o nosso sistema imunológico volte a trabalhar e a reconhecer as células cancerosas e eliminá-las. Esse é o futuro do tratamento do câncer que está se visualizando agora com resultados bastante expressivos, é o que está sendo desenvolvido de mais moderno em termos de pesquisa. Quando a doença for inicial, sempre que possível, se indica cirurgia. A imunoterapia surge mais nos casos onde não é possível ser feita a cirurgia e, quem sabe no futuro, ela possa até ser usada de forma combinada. Esses tratamentos sempre são usados associados uns aos outros para que se tenham melhores resultados. Cada tipo de câncer tem um tratamento diferente. E os efeitos colaterais do tratamento? Nós, médicos e pesquisadores, sonhamos com um tratamento que tenha cada vez mais eficácia e menos efeitos colaterais. A quimioterapia ainda possui muitos efeitos colaterais indesejados, como queda de cabelo, vômito, mal-estar, diminuição da imunidade, porque ela atinge também as células normais, ela não é uma medicação inteligente. A partir disso estão sendo desenvolvidos, para alguns tipos de câncer, medicamentos alvos, inteligentes, que não atacam as células normais, fazendo com que o tratamento tenha menos efeitos colaterais. Existem sinais que podem ser notados para que a doença seja diagnosticada na fase inicial? Quando o paciente deve procurar um médico? A primeira dica é a realização de exames preventivos, na mulher a mamografia anual, a partir dos 40 anos de idade, e o preventivo de colo de útero, a partir do início da vida sexual. É importante agora também a vacina, nas meninas, contra o HPV, que já é disponibilizada, no Brasil, na rede pública. Nos homens, o exame de próstata é indicado anualmente a partir dos 40 anos de idade, através do exame de sangue com o PSA, e o exame do toque quando indicado. Para ambos os sexos é aconselhável, a partir
dos 50 anos de idade, o exame de colonoscopia, para prevenção de câncer do intestino, que tem bastante incidência na nossa população, principalmente no RS, pela nossa descendência europeia e pelo hábito de comer churrasco, rico em gorduras saturadas. Esses são os exames de rotina que devem ser feitos. Fora isso, qualquer alteração nas mulheres através do autoexame na mama, qualquer nódulo ou caroço na mama ou na axila, e, para todos, qualquer lesão que esteja mudando de cor, crescendo, sangrando, ou ficando muito escura, tem que ser avaliada. Pacientes que estejam apresentando emagrecimento muito rápido, febre sem explicação convincente, enfim, qualquer sinal diferente, devem procurar um médico para melhor avaliação, desde um clínico geral, para melhor orientação. O câncer, quando diagnosticado, ainda assusta muito as pessoas, causa muito medo. Como se deve agir em relação a isso? São duas situações: primeiro que o câncer atinge índices alarmantes em relação a sua incidência, que deve aumentar cerca de 50% nos próximos 30 anos, isso porque as pessoas ainda não se cuidam em relação aos seus hábitos: estão cada vez mais sedentárias, estressadas, se alimentando mal, então isso só vai diminuir com a mudança. Porém, com o avanço da medicina, da ciência, nós temos exames cada vez mais sofisticados, que podem diagnosticar o câncer em um estágio inicial, o que aumenta as chances de cura, se tratado de maneira correta e mesmo em estágio mais avançados existem tratamentos que podem levar a cura. Então, as pessoas não precisam ter medo de enfrentar a doença, devem tratar com naturalidade, como algo que faz parte da nossa existência. O câncer é totalmente curável? Quais as chances de cura? Depende do tipo de câncer e do momento em que é diagnosticado. O câncer de próstata e de mama, por exemplo, quando pego no início, tem probabilidade de cura de mais de 90%. Já nos casos mais avançados vai depender do tipo e de como a pessoa reage, se ela encara a doença com mais otimismo, por exemplo, ela tende a responder melhor ao tratamento. Você fazendo exames a cada ano, tem probabilidade maior de pegar a fase inicial da doença se ela existir. A fase inicial é quando ele se desenvolveu há pouco tempo, há alguns meses, por isso não é indicado deixar de um ano para o outro os exames de rotina, porque já pode ser tarde demais. Explique do que se trata a oncologia clínica e como ela ajuda a tratar o câncer. Hoje a oncologia é dividida em várias áreas, desde o cirurgião oncológico, o radioterapeuta e o oncologista clínico, que vai não só prescrever a medicação, como fazer a avaliação global da doença, fazer o acompanhamento do paciente e definir qual tratamento seguir. O oncologista clínico cuida do paciente como um todo, fazendo, inclusive, a prevenção da recaída da doença, que é o grande medo que as pessoas têm: o de saber se a doença vai voltar. O paciente deve saber que tem a doença? Sempre. A ideia de esconder que o paciente tem câncer não se pratica mais. Antigamente talvez não se contasse porque não existiam tratamentos significativos, mas hoje o paciente tem que decidir junto
com o médico quais os tratamentos ele vai fazer. Sempre se deve contar ao paciente o que ele tem, até porque hoje o câncer não é mais uma sentença de morte, é uma doença curável. Quais as dúvidas da maioria dos pacientes que chegam até você? Incerteza com o futuro, eles querem saber se a doença tem cura. Ninguém está preparado para receber uma notícia de que está com câncer. Quando descobre isso, quer ter a certeza sobre a cura e qual é o futuro que ele pode planejar. Todos temos família, planos para o futuro, é importante que o médico possa entender isso para passar esperança ao paciente, confiança e segurança. No fundo todos sabemos que somos mortais, porem só paramos para pensar nisso quando se deparamos com algo que ameace a nossa vida, como a doença. Daí a importância de se tratar com um médico que o paciente confie, buscar os melhores centros, onde existam os melhores tratamentos e saber da experiência do profissional, se ele está se atualizando. Qual é seu conselho para quem está lutando contra o câncer? A palavra chave é otimismo, nunca perder a fé, porque nossa vida é movida a isso. Os pacientes que têm fé reagem melhor ao tratamento. É fundamental entender que a felicidade está nas coisas mais simples da vida, continuar trabalhando e convivendo com a família, que essa é a melhor maneira que temos de lutar e, claro, fazer o tratamento médico de maneira correta. Muito se fala em tratamento alternativo, mas é preciso ficar atento para que isso não atrapalhe. Sempre que alguém recomendar que se abandone o tratamento médico convencional, o conselho é que a pessoa fuja dessa terapia. Sabe-se que a maioria dos pacientes que tratam o câncer com o tratamento convencional partem para um tipo de terapia alternativa. Não existe mal nenhum nisso, desde que não se abandone o tradicional, porque aí muitas vezes depois não se consegue recuperar o tempo que foi perdido. É preciso seguir lutando. Nossa vida é isso, um desafio diário. Você acredita que alcançaremos a cura total do câncer? Com o passar dos anos, muitos dos cânceres que não têm cura hoje passarão a ter. É fundamental que as pessoas não descuidem da prevenção e tenham hábitos saudáveis. Como a questão espiritual pode contribuir para a melhora do paciente? A fé tem uma força muito grande na recuperação dos pacientes, mas precisa ser sempre aliada ao tratamento convencional. Se você for a uma igreja onde recomendarem parar com um tratamento médico alegando que você será curado de uma forma milagrosa, não podemos achar que é por esse lado. O que conta é o esforço conjunto, pois recebendo o tratamento correto, o paciente pode ficar curado e a fé ajuda a pessoa encarar isso com mais força. Estudos mostram que pacientes que têm fé e praticam a oração se recuperam mais rápido do que aqueles que não têm. A fé é uma aliada poderosa ao tratamento médico.
evip fashion trends Taíza Schmitz Mademann
Designer de Moda
Fotos: Grazi Sperotto Maquiagem e Cabelo: Cheia de Charme Salão de Beleza Modelo: Ana Gabriela Ribeiro de Souza Produção: Taíza Schimitz Mademann
Olá, pessoal! Estou aqui novamente para falar das tendências de inverno. E a mais ardente e certeira é o estilo caliente espanhol. Isso mesmo, nosso tema agora é Espanha, chegando com tudo para arrebatar corações enamorados. O forte desta tendência são as cores vibrantes, estampas florais, simbolizando as rosas, relembrando a intensidade e a paixão da cultura espanhola. Look: Enéas Magazine
Outro detalhe importante é o peito à mostra: quanto mais decote mais intenso. O decote trançado entra com tudo para providenciar isso. O trançado pode ser feito com cordão de diversos materiais, tanto metálico, couro, suede, ou qualquer outro tecido. Também é importante evidenciar o contraste entre cores fortes, como azul e vinho, de um jeito harmônico e inovador. A echarpe vem para dar um toque de elegância e sofisticação, seja ela estampada ou não, com tecidos fluídos ou mais grossos, dependendo do clima.
Look: Enéas Magazine
Look: Enéas Magazine
As mangas flare são um dos its desta temporada em blusas, camisas e vestidos. Falando em tecidos, o veludo molhado entra em cena para ficar ao lado do nosso xodó suede. Os coletes de pele ganham novas texturas, inclusive com pelos que imitam penas de aves exóticas.
Look: Oceanus
Look: Oceanus
Mangas bufantes em blusas e camisas fluídas junto com detalhes de bordados brocados dão um toque de romance espanhol no visual. Combinadas com a poderosa saia midi, a saia que vai marcar presença no guarda-roupa feminino. O vermelho também dá vida a qualquer look preto e branco, principalmente quando aparece em detalhes e mostra-se como essência por si só.
Look: Enéas Magazine
Saias retas e tulipas usadas com salto alto, blusas ou camisas fluídas dão um ar de poder no visual. Os babados voltam nos detalhes do modelito, tanto em barras de mangas, saias e vestidos como em outros lugares diversos que apresentar. As rendas guipure agora aparecem em pequenos detalhes misturadas a diversos tipos de tecidos, tanto estruturados como fluídos.
As lãs aquecem o look agora também como golas, que podem ser usadas com qualquer look, inclusive com vestidos. Então, prepare-se para enamorar-se e transformar esta fria estação em algo muy caliente !
Chá de Ideias resgata história local
Larissa Fischer
por Joares Wahlbrink Pires
grande causador de uma mortandade jamais vista por aqui. João Vicente de Sousa, até então tido como o fundador do município de Campo Novo, matou milhares de indígenas, que liderados pelo cacique Fongue prosperavam com a extração e o comércio da erva-mate. O barbaquá e a residência do cacique ficavam nas proximidades do atual trevo de acesso à cidade. Fongue foi um sobrevivente da Guerra Guaranítica, já tinha conhecimento do local onde hoje é Campo Novo, que nos idos do século XVIII era o erval pertencente à Redução Jesuítica de Santo Ângelo Custodio. João Vicente de Souza era um bandeirante que falhou na primeira tentativa de tomar a terra indígena, perdendo inclusive seu filho, que ficou com o apelido de Chubrega. Com o apoio do Exército Nacional, em 1848,
o bandeirante voltou e então a chacina aconteceu. O local escolhido para o Chá de Ideias foi onde nasce o Lajeado Chubrega, propriedade da senhora Rosane Jung Solano. Em meio às apresentações um dos colaboradores da pesquisa, o professor e advogado camponovense Valdetar Dorneles contou parte da sua vida, sua perseguição e prisão, na luta contra o Golpe de 1964. Esta prisão, as peleias entre famílias de maragatos e chimangos e a primeira grande mortandade aconteceram com os reais fundadores do povoado, os indígenas. Foram reproduzidas fotografias, por meio das quais os alunos interpretam o papel dos personagens históricos. Algumas dessas releituras da história local estavam expostas em um mural para o público presente visualizar. Nesse sentido, a aprendizagem não acontece somente em sala de aula. Como disse a estudante Ionara Paim Nenninng: “um momento como este nunca iremos esquecer. Obrigada professores por escolher a nossa turma para pesquisar”. Ao final da tarde, depois de 27 alunos apresentarem suas pesquisas, a diretora da escola, professora Jane Gonçalves Lena, convidou a todos para além da socialização de ideias, confraternizar com um chá e um café colonial. O evento foi organizado pela área de Ciências Humanas da EEEM São Francisco de Sales, sob a coordenação dos professores Joares Wahlbrink Pires e Gilce Sampaio e com a colaboração dos docentes Antonio Nereu Dorneles, Alcides Grassi, Elise de Moura, Elio Nicolau Katzer, Claudia Adriani Fassine, Marcia Silva, Tatiane Dal Bello Rodrigues e Elizandra Jung Solano Lopes.
Cezar Ricardo
Cezar Ricardo
O principal caminho e a linha de pesquisa da parte dos pesquisadores da turma do segundo ano A do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Sales, têm por base a ressignificação da vida, tecnologias, ciências e artes que, de forma errônea, foi deixada de lado, simplesmente esquecida e ou até mesmo renegada. Os jovens pesquisadores, incentivados pelos professors, vem desde o ano 2015, produzindo pesquisas em todas as ciências, tendo como pano de fundo e ponto de convergência a história local, promovendo a interdisciplinaridade entre ciências e temas pesquisados. Para integrar suas atividades com a comunidade local, os pesquisadores idealizaram um evento para o momento de confraternização e interação com a localidade do Pontão da Mortandade. Com o nome “Chá de Ideias: o encontro da pesquisa com a comunidade”, o evento foi realizado na tarde do dia 19 de maio, em Campo Novo. Na ocasião, estudantes pesquisadores do ensino médio politécnico da Escola Estadual São Francisco de Sales apresentaram descobertas científicas para a comunidade. De maneira informal, em uma roda de chimarrão, houve uma troca de conhecimentos e experiências. O trabalho todo começou no início de 2015, quando surgiu o questionamento: por que uma das principais localidades do interior do município se chama Pontão da Mortandade? Um nome que tem a ver com morte, grande quantidade de mortes, intrigou alunos e professores que foram em busca de respostas. Respostas que causaram uma inversão dos personagens históricos da região Celeiro, quem era o herói se tornou o
Cezar Ricardo
CAMPO NOVO
Jaqueline, Jonas e a filha caçula do casal, Djúlia, se divertem com os cães e gatos que adotaram
Greici Siezemel
“Adotar um animal é valorizar a vida!” Famílias da região unidas por uma causa em comum: a adoção de animais abandonados Greici Siezemel | Colaboração: Érika Gabriela de Alvarenga
que a sociedade se conscientize. Jaqueline Vilani e sua família, de Chiapetta, são um exemplo quando o assunto é amor e cuidado com os bichos: ela abriga mais de 20 animais de rua em sua casa e explica como tudo começou. “Certo dia decidimos que gostaríamos de ter um cãozinho para alegrar ainda mais nosso dia a dia. Foi então que ganhamos uma cachorrinha muito especial, que está conosco há quinze anos. Assim, fomos adotando outros que tiveram a triste realidade de serem abandonados por seus donos”, lembra ela, que cuida de oito cãezinhos em sua casa: desses, seis são vira-latas! Ela garante que não existem diferenças entre eles. “Tanto os vira-latas como os de raça são capazes de fazer as mesmas coisas: são fiéis, amigos e companheiros. Eles brincam e interagem muito e nós amamos os animais. Não conseguimos vê-los sofrendo e, se pudéssemos, ficaríamos com todos os que aparecem por aqui.
Cada um demonstra e retribui de uma maneira especial todo o carinho e atenção que recebem”, conta. Jaque acredita que cada família deveria ter pelo menos um animalzinho de estimação, pois eles deixam o ambiente mais positivo e alegre. “Sem contar que ter um cão em casa é um grande privilégio, que só deveria ser permitido para pessoas realmente dedicadas. Adotar um animal é valorizar a vida”, exclama.
Greici Siezemel
Responsáveis por tornar a vida das pessoas mais felizes, os animais de estimação fazem parte de muitas famílias por aí e, ao mesmo tempo em que recebem carinho, alimentação e cuidados, retribuem tudo isso aos seus donos. São verdadeiros companheiros. Ter um animal exige também uma série de cuidados, como alimentar corretamente, levar ao veterinário quando necessário, vacinar, controlar pulgas e vermes e, é claro, não maltratar. Muitas pessoas se sensibilizam com a situação dos animais abandonados e optam pela adoção, mas ainda é muito comum vermos bichinhos sem dono andando pelas ruas das cidades e, como se não bastasse o fato de eles passarem fome e frio diariamente, são, muitas vezes, vítimas de maus tratos. Essa realidade precisa mudar e exemplos que encontramos pela nossa região servem de inspiração e esperança de
Djúlia cresceu convivendo com os animaizinhos em sua casa
A santoaugustense Fabiana Costa, assim como Jaque, tem um amor exemplar pelos animais que, para ela, “são anjos disfarçados mandados à Terra por Deus para mostrar ao homem o que é felicidade”. Fabi tem um círculo de convivência grande com os bichinhos: em torno de 20, contando os da sua família. “A gente se apega. Às vezes eu os vejo na rua, abandonados, e só não levo junto porque moro em um apartamento pequeno. Eu já cheguei a andar com um pouco de ração na bolsa para dar aos cachorrinhos que encontro, porque eles não sabem pedir”, relata. Fabi ressalta que as pessoas precisam ter consciência na hora de adotar. É fundamental planejar e se organizar com os gastos, pensar com quem deixar o animal caso surja
Paixão que veio cedo
A propriedade de Luana Raquel Ludwick e sua família, no interior de São Martinho, lembra um zoológico: gatos, cachorros, passarinhos, coelhos e periquitos convivem em harmonia. A menina, que tem apenas 17 anos, é apaixonada pelos animaizinhos e esse carinho começou cedo. “Vem de família, eu já nasci convivendo com essa realidade, brinco e cuido deles desde pequena. Os animais fizeram parte da minha infância e não imagino minha vida sem eles”, conta. Luana é uma dona muito dedicada e dá, inclusive, rações específicas para cada bichinho. “Eles são bem cuidados, sempre limpamos tudo e mantemos os banhos em dia. O
Arquivo Pessoal
uma viagem e prestar os devidos cuidados quando ele ficar doente. “Cada um precisa pensar e analisar essas questões e a recompensa do trabalho com certeza vem. Eu tive, por exemplo, casos na minha família de pessoas que quase entraram em depressão quando perderam um ente querido e que resolveram adotar um bichinho. Resultado: melhoraram a saúde emocional e hoje o animal é o xodó deles”, relata ela, que tem um cachorrinho super companheiro e que passou o tempo todo ao lado dela quando passou por uma cirurgia. “Eles entendem, muitas vezes, mais que um ser humano e a gente se apega, porque eles só querem amor”, destaca.
Fabi é apaixonada por seus companheiros e luta diariamente para que os animais não sejam maltratados
cachorrinho mais jovem ganhou uma casinha nova, que compramos esses dias, e para os coelhinhos foi o pai mesmo quem fez”, se orgulha. A estudante garante que dá amor e carinho para todos, mas admite que tem uma preferência pelos cachorros, por eles serem verdadeiros companheiros. “Quando estamos tristes eles percebem que a gente está mal. O cachorro mais novinho passa o dia correndo ao nosso lado. Uma vez ele ficou doente e pensamos que íamos perdê-lo. Sofremos bastante, mas conseguimos salvá-lo com a ajuda do veterinário”, lembra Luana, que não consegue imaginar como alguém tem coragem de fazer mal aos bichos. “A
gente não quer ser maltratado e eles também não. Ninguém merece isso. Eles têm sentimentos como nós”, ensina.
A casa de Luana é cercada por vários bichinhos que são muito bem cuidados
Érika G. de Alvarenga
Anjos disfarçados
O também morador de São Martinho, Sérgio Pauvels, é um exemplo em cuidados com os cães: ele tem duas cachorrinhas, a Babi, que é uma Lhasa Apso, e uma Fox Paulistinha. Como a Babi está com uma idade avançada (e é alérgica), ela come uma ração enriquecida com cálcio e é levada ao veterinário quando necessário. Sérgio e sua família tomam os cuidados que acham preciso com as duas. “Dou banho, toso, perfumo e cuido com as vacinas e vermífugos”, conta ele. Em relação aos maus tratos, o dentista desaprova totalmente, mas quando se trata de abandono, pensa que o assunto é mais complexo. “Talvez sejam questões de prioridade das pessoas no momento, não posso culpá-las por isso”, analisa.
Arqivo Pessoal
Sérgio brincando com suas duas cachorrinhas
O grito de guerra é “AMPARO E AMOR”
Em Santo Augusto um grupo de pessoas unidas pela mesma paixão e pelo amor aos animais resolveu tomar iniciativa e está criando uma organização nãogovernamental, com o objetivo de conscientizar e educar a população. Com o nome “Asapan” (Associação Santoaugustense de Proteção aos Animais e Meio Ambiente), a ONG pretende fazer o recolhimento de animais de rua que não possuem donos, realizar a ovariohisterectomia em fêmeas e orquiectomia em machos (castração). Além disso, está programada uma feira de adoção, em que as pessoas poderão levar os bichinhos para casa, desde que assinem um termo de compromisso, que, se não for cumprido, poderá acarretar em multa sobre pena de lei de maus tratos. A médica-veterinária Raquel Santos Tarragó, uma das integrantes da organização, informa que uma equipe responsável vai passar nos bairros do município para verificar quem deseja realizar o procedimento cirúrgico. “Primeiramente, vamos fazer uma panfletagem em nossa cidade para divulgar quem somos e o que fazemos. Faremos também bazares beneficentes e outras práticas para arrecadar recursos financeiros, que servirão para os procedimentos e também para alimentar os animais. Não vamos sair acolhendo todos os cachorros da rua, até porque ainda não temos espaço para isso. Pretendemos começar aos poucos, para tentarmos amenizar a situação de cães e gatos de rua da nossa cidade”, destaca. Alguns equinos também já estão sendo atendidos pelas médicas-veterinárias. Elas avaliam se eles estão em condições e aptos para realizar o trabalho de carga, e, se não houver o cumprimento da Lei do Bem-Estar Animal, o dono está correndo risco de ser multado. Com o cadastro será realizado o controle de todos os animais do município, a fim de que seja diminuído o índice de zoonose (doenças de animais transmitidas para o homem). “Em breve vamos construir um centro de zoonose em Santo Augusto. Já conseguimos verba, só não temos o terreno ainda”, conta Raquel. E se você achou a ideia legal e quer ajudar de alguma forma, pode entrar em contato com a Raquel, na Clínica Veterinária Saúde Animal, pelo fone (55) 3781-1695, e também com Denise Macagnan, no laboratório Riolab, pelo (55) 3781-1673. Quanto mais pessoas estiverem engajadas, melhores os resultados!
Pode chegar bem ANTES
pertinho... DEPOIS
Seu animalzinho sem mau hálito com a limpeza de tártaro!
Raquel Santos Tarrago Médica Veterinária CRMV RS 11896 Pós-graduanda em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais •Procedimentos clínicos e cirúrgicos •Vacinações •Acompanhamento gestacional pelo ultrasssom •Limpeza de tártaro
CLÍNICA E CIRURGIA EM PEQUENOS ANIMAIS
Papéis de parede:
Um toque especial na sua casa que cabe no seu bolso!
Em pouco tempo você pode transformar qualquer ambiente! No quarto, na cozinha, na sala no banheiro ou onde você tiver vontade... Eles são antigos, mas chegaram para roubar a cena e dar aquele toque na decoração da sua casa: os papéis de parede. O papel de parede surgiu na China, aproximadamente 200 anos antes de Cristo. São uma excelente alternativa para quem deseja mudar o visual sem gastar muito e deixar sua casa com a sua cara. Para que o papel tenha o resultado esperado, a parede onde será aplicado deve estar em perfeitas condições, portanto livre de rachaduras, furos, mofo ou sujeira. Têm-se uma falsa impressão que quando existe alguma imperfeição na parede, posso “esconder” com o papel. Bem pelo contrário: elas são evidenciadas após a sua instalação.
Liliane C. Goettems
formada em Análise de Sistemas, Pós-Graduada em Marketing e Gestão de Cooperativas e cursa Design de Interiores
Dicas de decoração Hall - Ele é a alma da sua casa, o lugar onde as pessoas são recebidas e obtêm
uma primeira impressão. Tem a função de criar uma expectativa em relação ao que vem depois dele, aproveite e imprima sua personalidade. Pode ser colocado no ambiente todo, só em uma parede ou como nesse hall, uma faixa central com quadro e aparador tornando-o convidativo e acolhedor.
Quarto do bebê – As faixas decorativas são delicadas, coloridas e possuem diversos
temas a sua escolha. Normalmente são aplicadas no meio da parede e em todo o contorno do quarto, elas são uma forma simples de mudar o visual do quarto e o deixar com a carinha do seu filho. Aqui o tema escolhido na faixa foi carros, que juntamente com o papel em tons azuis na outra parede fizeram uma combinação perfeita no quarto, deixando-o alegre e divertido.
Sala - O papel pode ser aplicado em toda a parede ou colocar faixas de tamanhos, texturas e cores iguais ou diferentes. Nesse caso, foram inseridas três faixas de papel de um lado e duas do outro, sendo que o meio da parede ficou sem aplicação do papel para colocação do vaso com flores, compondo a decoração e dando um toque especial.
Quarto Juvenil - Nesse quarto foi utilizado o papel de parede
com estampa jeans. É um tecido clássico, daqueles que a gente ama e temos várias peças coringas no roupeiro. No ambiente neutro ele deu aquele toque de cor e, ao mesmo tempo, deixou a decoração incrível e moderna.
Quarto Casal – Romântico, agradável e aconchegante é o que se deseja para esse cômodo. O único cuidado na escolha do papel é para não deixar muito feminino e nem muito masculino, por isso, opte por uma estampa que o casal goste. Aqui utilizouse o tijolinho atrás da cabeceira da cama, trazendo elegância, personalidade e sofisticação ao quarto. Hoje o mercado oferece inúmeras opções, nacionais e importadas. Figuras geométricas, flores, listras, texturas, arabescos... Mas se estiver na dúvida, procure um profissional para lhe auxiliar ou simule o ambiente que você deseja mudar. Então, com todas essas dicas, é hora de dar aquele up nos ambientes e deixar sua casa com uma cara totalmente nova e encantadora!
Gabriel Lorenzo: o cantor que é um
#Estouro
“Antes de fã, sou uma admiradora do seu trabalho, amo cada letra cantada por você. Te admiro muito como pessoa, como cantor, como amigo, como estranho, pelo carisma que passa em cada música tocada. Ser fã não é apenas saber tudo sobre seu ídolo, os detalhes de sua vida privada, não é apenas conhecer todas aws suas obras e trabalhos nem ver e rever constantemente tudo o que está relacionado a ele, mas sim saber amá-lo de todas as formas: apesar de não conhecê-lo pessoalmente, amá-lo incondicionalmente. Conheci você por acaso em uma rede social, comecei a segui-lo no Instagram para ficar mais próxima de ti, e, desde então, comecei a admirar seu trabalhado fazendo cover de músicas famosas e bem conhecidas, mas quando você cantou “Cê é louco Cachoeira”, meu Deus! Aí o amor bateu e sem mesmo perceber, eu já estava cantando a música automaticamente. Desde então eu sigo o seu trabalho, sempre estou ligada nas publicações
das redes sociais e, convenhamos, você é um menino adorável e lindo. Gosto muito de ti e sinto um grande amor por você, o amor mais puro e lindo que existe. Não importa se eu não estive contigo desde o começo, mas sim que eu esteja ao seu lado até o final. Existe muito de você em mim”. Essa é a mensagem de uma fã apaixonada, a Jaqueline Marcieli Correa Morais, 17 anos, moradora de Santo Augusto, para o seu ídolo, o cantor sertanejo Gabriel Lorenzo. Com esse depoimento fica fácil de entender como Gabriel é querido pelos seus fãs e como o seu carisma cativa cada vez mais pessoas. O menino, nascido em Novo Hamburgo, tem feito muito sucesso por aqui e já é figurinha marcada na playlist da galera. O sonho de ser cantor era, inicialmente, do pai de Gabriel, Elton Lorenzon (natural de Miraguaí), que queria que o filho fosse para o ramo da música. “Quando criança eu sonhava em jogar bola. Meu pai acabou indo para o Mato Grosso e quando fui morar com ele, eu conheci o sertanejo. Foi então que comecei a cantar e, de lá para cá, não parei mais. Meu pai me incentivou muito e agora a música é minha vida. Quero isso para sempre”, revela o cantor, de 19 anos. Com a carreira ainda no início, Gabriel busca as melhores músicas. “Abrimos agenda faz dois meses e está indo tudo bem. A galera está recebendo o meu trabalho da melhor maneira e vou conquistando meu público devagarzinho” diz.
De repente, o sonho poderia dar certo! Quando foi morar no Paraná, Gabriel começou a tocar violão e a postar seus vídeos na internet. O empresário musical Ricardo Rústico sempre ia falar com ele e dizia para o menino continuar cantando. “Eu voltei para o RS para cursar Engenharia Civil e trabalhar com minha mãe, mas antes de eu começar a faculdade, o Ricardo veio falar comigo novamente e propôs que eu abrisse uma página no Facebook, onde eu teria que mandar dois vídeos por dia e colocar fotos também. Começamos a parceria e em uma semana a página estava com duas mil curtidas e, em um mês, contabilizava em torno de 15 mil”, lembra ele, que logo em seguida foi chamado pelo empresário para voltar ao Paraná. Ele aceitou a proposta. “Fui para lá, assinei o contrato e as coisas começaram a andar”, conta. Gabriel foi morar em Laranjal, uma cidade do lado de Maringá.
Momentos marcantes Um dos shows que mais marcaram a carreira de Gabriel foi realizado em Miraguaí, pois as pessoas cantaram todas as suas músicas. “A galera gosta bastante do meu som lá e o show foi ótimo”, lembra. Outro momento importante foi o dia da gravação da música #Estouro, com participação dos cantores Bruno e Barreto, que também tem o mesmo
empresário que Gabriel. “Eles ouviram a música, gostaram e falaram que iriam gravar a participação”, recorda. Gabriel também deve gravar com os cantores Conrado e Aleksandro. “Como a canção ‘Tô bebendo de torneira’ é do meu empresário, ele liberou para a dupla cantar e, em troca, eles vão fazer uma participação comigo. Ainda não achamos a música certa, então estamos esperando”, conta. Gabriel se autodenomina um cara muito romântico, mas revela que quando começou a compor, ainda sozinho, era muito difícil. “Nem todo mundo consegue entrar na viagem que você estava na hora de compor a música. Quando comecei sozinho foram poucas as canções que a gente gravou, então comecei a compor com parceria e daí mudou totalmente, porque você tem uma pessoa a mais, uma opinião para saber se está bom ou não. Temos músicas que nunca lançamos, nem mostramos para ninguém, e que são muito boas, mas a gente acha ainda que não estão no tempo certo”, revela. Recentemente Gabriel lançou a música “Julguei pela capa”, que é composição dele com os seus parceiros daqui do RS, o Luiz Henrique, da dupla Moisés e Luiz Henrique, e o Douglas, irmão dele. A música vai estar no novo CD do cantor, que está em produção. A canção “Amando e tomando chifre” também foi lançada recentemente. “Quero divulgar minhas músicas. Estamos trabalhando com as próprias pernas e conforme fazemos os shows, vamos trazendo novidades. Devagar e sempre”, planeja Gabriel, num tom bem humorado.
Geladeira de livros é destaque em São Martinho Colaboração: Érika Gabriela de Alvarenga
A geladeira de livros é um projeto que já existe há tempos em vários países, com destaque para Estados Unidos e Paris, onde carros ambulantes passavam distribuindo livros pelas ruas. Essa foi a ideia original e, depois disso, surgiu a da “geladeira itinerante”: algo prático, reciclável e personalizado, com objetivo de incentivar a leitura. No Brasil não foi diferente. Várias cidades resolveram colaborar para que a geladeira fosse colocada à disponibilização dos moradores e a ideia chegou aqui, na nossa região, na cidade de São Martinho. A responsável pelo projeto da geladeira (que visa estimular a leitura) no município foi a professora de Geografia (e também participante da diretoria da Escola Estadual de Educação Básica de São Martinho) Vera de Lurdes Gubiane. Uma das geladeiras está disposta ao ar livre, na academia do município, e outra está na Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Antônio Michels. A próxima geladeira deve ser instalada na entrada da escola estadual e doações já podem ser feitas, principalmente de livros de leitura infantil e juvenil.
A ideia é boa e os objetivos melhores ainda: é um voto de confiança que se dá às pessoas que, até agora, estão sabendo cuidar e têm mostrado interesse pela leitura!
Implantes dentários: Que soluções eles permitem?
Implantes dentários nada mais são do que parafusos de titânio colocados no osso para substituir um dente faltante, como se fosse uma raiz artificial. A reposição de elementos dentais perdidos por doenças ou traumas tem sido sempre buscada pelo homem, por isso a história da tentativa de implantar dentes tem uma longa data. Atualmente, é aceito dentro da área da odontologia e tem sido usado como uma solução para muitos casos, que até então não se apresentavam satisfatórios, tanto para o profissional como para o paciente.
Os implantes permitem: - Estabilizar sua dentadura superior ou inferior; - Trocar sua dentadura ou ponte móvel por uma prótese fixa; - Repor um ou mais dentes perdidos, sem desgastar os dentes vizinhos; - Os implantes permitem ainda melhorar sua qualidade de vida, eliminando muitas das inseguranças ou constrangimentos associados a dentaduras convencionais ou pontes móveis, além de, evidentemente, aumentarem sua eficiência mastigatória. Exemplos de algumas situações onde há necessidades de implantes: 1. Implante de dente unitário: para reposição de um dente perdido.
2. Implantes múltiplos: onde há necessidade de colocar mais de um implante. Neste caso podemos classificar em dois tipos:
Sélia Regina Savian Cirurgiã Dentista CRO/RS 7353 A – Perda parcial dos dentes: onde o paciente perdeu mais de um dente. Pode ser tanto na região anterior com o na posterior dos maxilares
B – Perda total dos dentes: os implantes podem ser usados para suportar uma prótese fixa ou estabilizar próteses totais chamadas OVERDENTE. Para suportar uma prótese fixa, é necessário a colocação de vários implantes, sendo que o número de implantes depende de cada caso. Normalmente a mandíbula e a maxila edêntula (desdentado) apresentam uma grande reabsorção, onde geralmente são colocados dois ou três implantes para estabilizar as próteses totais. ← A instalação de implantes em ma-
xila edêntula para a confecção de próteses fixas.
Todos os estilos. Todas as tendências. Em um só lugar. Av. do Comércio, 294 Santo Augusto-RS Fone: 55.3781.3335
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FEMINISTAS E EMPODERADAS! Relaxa, o feminismo não quer fazer com que as mulheres dominem o mundo! Greci Siezemel Taís acordou animada hoje, afinal, o dia de sol em meio há tantos de chuva é ideal para usar aquela saia nova que ainda não foi estreada. Mas se usar a saia um tanto acima do joelho sabe que vai ouvir piadinhas machistas o dia todo. Melhor não arriscar e usar um jeans qualquer. Bruna trabalha quarenta horas semanais em uma empresa de construção civil e seu colega, Paulo, exerce as mesmas funções que ela, cumpre a mesma carga horária, mas no fim do mês recebe bem mais do que Bruna. Ela foi questionar o porquê disso ao seu patrão hoje, logo que chegou ao trabalho. Não adiantou. Marta chegou em casa cansada da manhã de trabalho e ainda precisou preparar o almoço e arrumar as crianças para ir à escola. Seu marido, Oscar, descansa e assiste TV enquanto a esposa “se vira nos 30”. Mas por que ele vai se sentir culpado? Foi Marta quem insistiu tanto em trabalhar fora, agora ela que aguente a correria. Além do mais, ele acha que tarefas domésticas são mesmo funções femininas. Ana saiu mais cedo do curso de inglês, ficou com medo de voltar sozinha à noite, já que não foram poucas as vezes em que foi provocada por engraçadinhos na rua. Enquanto isso, Rafaela chora no quarto, porque o namorado a chamou de burra e disse que ela tem o peito caído, depois de uma discussão. Quantas Taíses, Brunas, Martas, Anas e Rafaelas vemos por aí! Quantas vezes nós, mulheres, sofremos preconceito e somos vítimas de violência, que às vezes
passam até despercebidas! Diariamente, elas vivenciam situações como as descritas acima e ficamos sem saber o que fazer, pois nossa sociedade é machista: desrespeita, oprime e ameaça o sexo feminino. Alguns pensam que o fato de a mulher hoje estar mais inserida do que há anos já é o suficiente, mas não: nós queremos respeito, principalmente de nossos parceiros, queremos poder sair de casa à noite sem medo, usar a roupa que bem entendermos, falar o que pensamos. Queremos valorização no trabalho, igualdade salarial, o fim da cultura do estupro. Falando nisso, quando alguns fatos chocantes vêm à tona, como o da menina vítima de estupro coletivo no Rio, percebemos que ainda há muito o que se discutir, pois algumas pessoas (amigos e familiares nossos, inclusive) ainda acham que existem justificativas para barbáries como essa. Primeiramente, precisamos refletir. É necessário compreender e enxergar que o estupro é um ato máximo da violência, e que, além dele, existem pequenas ações de subordinação, submissão e poder que também configuram violência e que precisam ser identificadas e combatidas. E aí surge o feminismo! Calmaaaaa: lendo essa matéria você vai entender que ele não é um bicho de sete cabeças, não é um ataque ao sexo masculino, pelo contrário, você vai perceber como o empoderamento feminino é bom para a sociedade como um todo.
Um problema histórico É preciso olhar para trás para entender como se instituiu a desigualdade no tratamento dado a homens e mulheres em função de diferenças biológicas, pois se trata de uma constante na história humana. Para compreender um pouco mais sobre como isso aconteceu, a professora Joice Graciele Nielsson, do curso de Direito, da Unijuí – que é mestre em Direitos Humanos e está concluindo doutorado em Direito Público –, explica que, apesar de termos referências a algumas sociedades matriarcais, desde cedo o patriarcado se constitui como o principal modo de organização social, aliado ao capitalismo como
modo de organização econômica. “Sociedades patriarcais são aquelas que se estruturam a partir dos patriarcas, ou seja, homens chefes de família, em função dos quais todo o restante da vida social e familiar se organizava. Desse modo, toda a estrutura social, econômica e, inclusive, legal das sociedades foi estruturado para perpetuar o patriarcado, ou seja, a dominação masculina, e mais do que isso, tornar essa dominação algo natural”, destaca ela. Do ponto de vista cultural, passou a ser considerado natural que as mulheres ocupassem um lugar de submissão (e que este lugar fosse
o espaço doméstico), e o homem, ao contrário, ocupasse os espaços públicos de tomada de decisão. A cultura e a legislação perpetuou tal distinção e impediu que as mulheres participassem sobre o debate e as decisões da vida politica e coletiva: mulheres não votavam (o que só se alterou a partir de 1934), não participavam de reuniões, não ocupavam espaços de poder, não participavam da política. O direito também se moldou a tais propósitos: considerava que as mulheres eram incapazes civilmente sem a presença de um pai ou marido (o que só mudou, no Brasil, a partir de
1964), não permitia que as mulheres recebessem herança ou gerissem seus próprios bens, tolerava a violência de gênero como crime de honra, permitia o rompimento do casamento por parte do marido em caso de desonra da mulher, dentre muitas outras situações. “Passa-se a considerar natural, portanto, que o homem ocupe os espaços de tomada de poder e de controle, que é financeiro, político, emocional e inclusive físico (controle sobre o corpo da mulher), enquanto esta fica confinada ao espaço doméstico e às tarefas (até hoje não reconhecidas e não remuneradas) e do cuidado (das crianças, dos doentes,
das roupas, da limpeza da casa). E para justificar tais situações surgiram uma série de movimentos pretensamente científicos, alardeando, principalmente, a maior racionalidade masculina e a irracionalidade feminina, e todos os adjetivos que daí advém até hoje”, explica Joice. É um longo processo que Foucault chamará de normalização e normatização das condutas. O patriarcado passa a ditar as regras para se perpetuar enquanto sistema de poder, e tais regras começam a ser reproduzidas sem questionamento e, aos poucos, passam a ser consideradas normas e legitimadas por todas as esferas
Feminista nata
O questionamento e o inconformismo a respeito das desigualdades e injustiças que existem em nossa sociedade sempre fizeram parte da vida de Joice, 33 anos. Esta inquietação levou-a a iniciar militância social no Movimento Nacional dos Direitos Humanos. A questão da desigualdade no tratamento entre homens e mulheres sempre foi uma das situações que mais a incomodava, muito pelo fato de ela vir de uma comunidade pequena e interiorana, em que o machismo, a violência e a falta de perspectiva das mulheres eram persistentes. Nesse sentido, Joice logo se aproximou de movimentos feministas e passou a integrar a luta em busca de igualdade entre homens, mulheres e, mais que isso, entre todos os seres humanos, independente de questões de gênero, raça, sexualidade, classe social, religião ou qualquer outra coisa que nos diferencia. À medida em foi se aprofundando nos estudos, pôde conciliar suas pesquisas acadêmicas com as temáticas de interesse. Fez mestrado focado nos direitos humanos e, agora, no doutorado, pôde aliar a construção de uma tese com o tema que a define enquanto cidadã: a vinculação histórica entre questões de gênero e justiça. A partir da sua atuação profissional como docente do curso de Direito da Unijuí, teve a oportunidade de desenvolver pesquisas sobre violência doméstica nos municípios em que a universidade atua, com a participação de alunos pesquisadores. Joice integra o Núcleo de Estudos em Gênero da Unijuí,
da sociedade, em um processo de normalização e normatização de comportamentos, sentimentos e condutas. Joice ressalta que um exemplo clássico da dominação patriarcal, dentre outros, está na linguagem: nossa linguagem considera, ainda hoje, o masculino como o modelo universal, como o padrão que inclui e representa a todos e todas, e o feminino como um adendo, uma espécie de dependente moral do homem, que só existe em função deste, como bem demonstram os conceitos de homem e mulher vinculados em muitos dicionários ainda em circulação.
o Projeto de Extensão Cidadania para Todos, que atua em escolas de Ijuí e região, abordando diversos temas envoltos à cidadania, (no caso dela, aborda especificamente questões de sexualidade e gênero com alunos e professores); também tem organizado e participado de uma série de eventos na Universidade e região, abordando as temáticas de gênero e feminismo; no semestre que vem, vai ministrar a disciplina “Direito e Gênero”, que será uma das primeiras da Unijuí a abordar especificamente questões de gênero. Além disso, a professora tem produzido e publicado artigos científicos em revistas respeitadas sobre estas temáticas. Joice consegue aliar a atuação profissional e aprofundamento teórico com a militância feminista e recebe o total apoio e incentivo do seu esposo, Nelson Copeti, que é seu parceiro de luta feminista.
A importância de debater o feminismo
O feminismo é um movimento de resistência, de questionamento e de luta contra a situação de desigualdade e de opressão na qual as mulheres estavam relegadas. Apesar de não ser um movimento recente, começou a se tornar organizado a partir da luta pelo sufragismo (direito ao voto) no final do século XIX e inicio do século XX (importante lembrar que na maioria dos países do mundo as mulheres conquistaram o direito de votar apenas nas primeiras décadas do século passado, ou seja, menos de 100 anos atrás), e se consolidou enquanto movimento prático e intelectual a partir dos anos 1970 do século passado. “A partir de então, as mulheres começaram a produzir um movimento sistemático de questionamento da situação de desigualdade, do patriarcado, da opressão, da violência, e a se colocar enquanto protagonistas de sua própria historia, de sua vida
e de seu conhecimento”, salienta Joice. A primeira bandeira de luta foi a supressão de legislações que perpetuavam as desigualdades, incluindo-se aí o debate sobre questões de liberdade sexual, direito de escolha, igualdade de oportunidades, dentre
muitos outros temas. A partir de então, muito se tem avançado, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. “O feminismo é um luta por igualdade, e esta luta interessa a todos que querem viver em uma sociedade melhor. É uma luta pela liberdade, ou seja, para que cada mulher possa ter a liberdade de escolher de que modo vai viver sua vida, se vai ou não namorar, casar, ter filhos, enfim, a possibilidade de ser livre para construir sua própria historia é o objetivo fundamental. Para isso, é necessário que a sociedade permita e respeite tal liberdade e as escolhas que cada mulher faz sobre seu corpo, seus sentimentos e sua vida”, destaca a professora. Assim, percebemos que o feminismo é extremamente importante ainda hoje. De acordo com Joice, ainda convivemos com uma série de desigualdades, preconceitos e discriminações, que se manifestam, principalmente, em três campos fundamentais:
a) No campo da política e nos espaços de poder: mulheres têm uma representação de 10%, em média, nos cargos de poder eletivos, e menos ainda em espaços de gestão, como secretarias, ministérios, ou cargos de chefia. Essa situação se repete no mundo do trabalho: mulheres ganham, em média, 30% menos que os homens desempenhando as mesmas funções, e ocupam cargos de gestão e chefia em menos de 5% das empresas, apesar de terem estudos muitas vezes superiores. b) No campo da feminização da pobreza: ou seja, as mulheres e seus filhos são as pessoas mais atingidas pela pobreza, miséria e suas consequências no Brasil, considerando que os maridos/pais muitas vezes os abandonam. c) No campo da violência: esta talvez seja a manifestação mais cruel da persistência do machismo e do patriarcado em nossa sociedade, e o pior: esta violência ainda parece naturalizada e não choca a sociedade. Dados demonstram que, no Brasil, no período de 2001 a 2011 ocorreram mais de 50 mil feminicídios, o que equivale, em média, a 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma a cada hora e meia, aproximadamente. Destas, segundo a pesquisa, a imensa maioria foram decorrentes de violência doméstica e familiar contra a mulher, sendo que um terço teve o próprio domicílio como local de ocorrência. Sobre a violência não letal, o Mapa da Violência (abaixo) revela que em 2014 foram atendidas 223.796 mulheres vítimas de diversos tipos de violência, sendo que “duas em cada três dessas vítimas de violência (147.691) foram mulheres que precisaram de atenção médica por violências domésticas, sexuais e/ou outras”, o que significa que, “a cada dia de 2014, 405 mulheres demandaram atendimento em uma unidade de saúde por alguma violência sofrida”, em sua grande maioria, por parceiros ou ex-parceiros, dentro de suas próprias residências. Fazendo as contas, a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas violentamente em nosso país. Quando falamos em violência sexual, a situação não muda muito, com o agravante de que a culpabilização da vítima é ainda o foco principal, ou seja, não há uma condenação moral da violência ou do estupro, mas sim, da própria vítima.
Sim, ainda há muito que se falar e discutir. “Eu questiono: será que não nos incomodamos com uma sociedade que ensina homens a bater e mulheres a apanhar? Ensina homens a estuprar e mulheres a se cobrirem e se esconderem? O feminismo é sim importante para todos os que lutam por uma sociedade melhor, afinal, que mundo será reproduzido por crianças que vivenciam violência doméstica dentro dos seus lares (e 70% dos lares brasileiros têm esse tipo de situação), seria um mundo de paz, de boa convivência? Dificilmente. Se alguém não se incomoda com essa situação, então sim, poderá ser capaz de dizer que o feminismo não é importante”, reflete Joice.
Desconfundindo o feminismo Nosso mundo é tão colonizado pela visão masculina, que até o feminismo é visto, pelas próprias mulheres, de uma forma pejorativa, negativa ou masculinizada. Isso faz com que muitos tenham uma ideia errada sobre o movimento. “Inicialmente é preciso desmistificar essa visão negativa sobre o feminismo, compreendendo que ele não é um movimento único, homogêneo e uniforme, ou seja, o que existem são mulheres, diferentes, cada uma lutando por melhoria nas suas vidas, por igualdade e liberdade, dentro da diversidade de vida que compõe o universo da vida das mulheres. Apesar da diversidade de contextos e situações de vida, a opressão é sim uma constante, e isso une as mulheres e os homens que queiram viver em um
mundo mais igualitário”, explica a professora. Ao contrário do que alguns pensam, NÃO, o feminismo não quer fazer com que as mulheres dominem o mundo! Ele é uma luta por IGUALDADE, não quer inverter a balança da opressão e passar a oprimir os homens. O feminismo quer, simplesmente, construir um mundo em que as pessoas tenham igualdade no acesso a bens e direitos, independente de sua sexualidade e gênero. É uma luta por LIBERDADE, para que as mulheres e os homens possam viver a vida que escolheram, sem opressão, pressão e impedimentos, e serem felizes desta forma.
Se você NÃO concorda que: • Matar ou bater em uma mulher é considerado algo normal; • Objetificar o corpo de uma mulher é normal; • Que elas são responsáveis pelo cuidado com os filhos e ainda pela satisfação das “necessidades” sexuais do marido (o prazer feminismo é um tabu. Muitas mulheres, além de manterem relações sexuais por obrigação, ainda fingem orgasmo pra satisfazer o parceiro). • Que mulheres têm de acumular, duplas, triplas ou quadruplas jornadas, porque além de trabalhar fora são responsáveis exclusivas pelas tarefas domésticas. “Ouço de muitos homens, que estes costumam “ajudar” suas parceiras. No entanto, o ato de ajuda pressupõe uma bondade e concessão de quem o faz, ou seja, eu ajudo porque sou bom, sou consciente, mas a responsabilidade mesmo, independente da ajuda bondosa do companheiro, ainda é exclusiva da mulher”, alerta Joice.
VOCÊ TAMBÉM DEVE SER FEMINISTA! E ser feminista não implica necessariamente em ser ativista. “O ativismo é uma decisão pessoal, uma tomada de atitude de participar de movimentos sociais. Ser feminista significa, acima de tudo, se importar com todas estas injustiças, considerar que um mundo em que homens e mulheres nascem com destinos desiguais, traçados a partir de sua configuração biológica, é um mundo injusto e que pode e deve ser transformado. Esta transformação será importante para todas as pessoas que vivem neste mundo e passa pelas pequenas atitudes de cada um de nós”, afirma a professora. O desconhecimento por parte de algumas pessoas em relação ao feminismo prejudica a causa. Muitas mulheres dizem: “Não sou obrigada a ser feminista; feministas são mal amadas; feministas odeiam a maternidade; feministas são feminazis; não sou feminista, ou feminina”, mas elas deveriam pensar que
criticar o feminismo e as feministas se beneficiando das vantagens que elas ajudaram a conquistar (direito ao voto, ao trabalho, ao estudo, à gestão de seus próprios bens e de seu próprio corpo, oportunidade de fala, respeito, dignidade, direitos...) é algo absolutamente injusto e desonesto. Claro que ninguém é obrigada a ser feminista, até porque, mulher nenhuma é obrigada a nada, justamente por causa da luta feminista. “A liberdade de fazer suas próprias escolhas é imprescindível à luta feminista, por isso mulheres hoje podem tomar os rumos de sua própria vida em suas mãos e tais escolhas incluem, inclusive, ser feminista ou não, ser bela, recatada e do lar, ou não, ser mãe, ou não. Enfim, o feminismo não obriga ninguém a nada, quem faz isso é o machismo. Feministas não odeiam a maternidade, apenas querem que ela seja uma escolha, e não uma obrigação. Tanto é assim que leis como a do aumento licença
maternidade para seis meses, ou a que permite a amamentação em locais públicos, são lutas feministas. Agora me assusta que ainda, em pleno século XXI, tenhamos que ter leis para permitir que mulheres amamentem em locais públicos. Isso me faz questionar quem realmente odeia a maternidade? Que sociedade tolera exposição do corpo feminino enquanto objeto sexual (vide o carnaval, por exemplo), mas não tolera a amamentação, um ato de amor que representa a vida? Que sociedade é essa que paga salários menores às mulheres porque elas engravidam? Essa sociedade para mim é que tem sérios problemas e precisa, com urgência, de cada vez mais feminismo”, sintetiza.
Homens também podem ser feministas...
É importante que homens debatam tais questões, porque o machismo e o patriarcado também pesam sobre eles. Por exemplo, possivelmente, a maioria dos homens não gosta de ser comparado a um estuprador ou agressor em potencial, pois é isso que se diz quando se considera a naturalização do estupro e da violência.
Machismo: um problema cultural
Para Joice, a cultura define os papéis e estereótipos de gênero e vai perpetuando as injustiças da nossa sociedade. Essa perpetuação começa na infância: ainda distribuímos roupas cor de rosa, bonecas e panelinhas para as meninas, e bolas carrinhos e armas aos meninos. Que mensagens passamos a eles? Que cuidado com os filhos e com a casa são coisas de menina, e que atividades agressivas e do espaço público (fora da casa) são coisas de menino. Ora, cuidar de um filho é tarefa apenas da mãe? “Ainda ensinamos nossas meninas a serem princesas e achamos isso o máximo, mas, afinal, quem são as princesas? São aquelas que esperam e vivem em função do príncipe encantado que lhes fará felizes. Ficam bonitas para o príncipe (nem que seja a custa de sacrifícios e riscos à própria vida, se submetendo a cirurgias plásticas, por exemplo), agradam o príncipe (fazendo todas as suas vontades), suportam tudo o que o príncipe faz (violência, principalmente) afinal, se perderem o príncipe, não são mulheres completas e nem são capazes de viverem felizes. Quando o príncipe “vira sapo” as meninas não sabem o que fazer, porque essa parte dos contos de fadas não são ensinadas nos livros nem na televisão. Com relação ao estupro, por exemplo, como ainda ensinamos que a Bela Adormecida pode se beijada pelo príncipe, desacordada, e sem consentimento? Isso configura um estupro, mas é ensinado nas casas, nas escolas, e passa a mensagem de que o consentimento não é necessário. E as músicas? O que dizem as letras que estamos cantando? E as propagandas? Porque mulheres servem como objeto para atrair a atenção dos homens para cervejas e carros? Enfim, há um longo caminho a ser percorrido para que a cultura machista e patriarcal seja superada”, reflete ela.
Para se inspirar
Entenda o que é gênero Gênero é um conceito científico que surgiu no bojo do desenvolvimento dos estudos feministas, a partir da segunda metade do século passado. O conceito de gênero perpassa várias áreas do conhecimento: antropologia, história, psicologia, direito, dentre várias outras, e busca demonstrar que a constituição biológica de uma pessoa não implica diretamente na forma como esta pessoa deve viver, se comportar, ser. Ou seja, apesar do corpo biológico, gênero e sexualidade são experiências que advém da individualidade das interações sociais que cada um constitui, por isso, não se podem fazer afirmações do tipo: mulheres são mais sensíveis, homens são mais racionais; mulheres são mais emotivas, homens são mais frios e agressivos. Os estudos de gênero vêm demonstrar que a constituição biológica de cada um não pode definir o que esta pessoa vai ser, o que ela vai sentir, querer, e como ela deve se comportar. Todos estes elementos não são naturais, mas culturalmente construídos.
O que elas têm em comum? A luta feminista diária
Conheça o exemplo de três mulheres jovens que fazem do feminismo um estilo de vida O envolvimento de Gabriela Rotilli dos Santos, 22 anos, natural de Santo Augusto, com o movimento feminista se deu quando ela foi estudar em Santa Maria, ainda em 2010. A graduanda de História, logo que se mudou, teve contato com o coletivo Marcha das Vadias e com leituras sobre gênero no decorrer da trajetória acadêmica. Mesmo não estando organizada em nenhum coletivo, ela participa de grupos feministas que buscam compartilhar vvivências e apoia a mobilização dentro dos espaços da cidade, sejam eles formais (como o universitário) sejam fora deles, como atos, intervenções e oficinas. A santoauguestense acredita que a importância de se debater feminismo se dá pelo fato de que as
mulheres, apesar de terem conquistado arduamente muitos direitos, ainda se encontram em uma posição desigual com relação ao homem. “Acho importante destacar aqui que o feminismo não é um movimento único e coeso na sua totalidade, ele é plural e constituído de inúmeras ondas e vertentes que nem sempre dialogam ou concordam entre si, apesar de terem como grande pauta a luta por equidade de gênero”, destaca ela, que afirma também que a luta feminista não é só direcionada ao direito de as mulheres terem os salários iguais aos dos homens, quando desempenham as mesmas funções, mas sim sobre terem o direito de gerir o corpo como bem quiserem. “Nossa nossas roupas não podem ser interpretadas como
convite e nosso corpo como algo a ser violado. Queremos ter direitos reprodutivos assegurados sem intervenção religiosa, pois estamos em um Estado laico. O feminismo serve para que nós, mulheres, entendamos que não somos rivais uma das outras, que é absurdo que sintamos medo ao andarmos de noite sozinha na rua, de falarmos em público, de denunciarmos crimes sem sermos deslegitimadas por argumentos moralistas que nos tiram a autonomia e nos infligem culpa”, explica Gabriela.
A luta por garantia e manutenção de direitos é constante e a estudante tenta, sempre que possível, atuar de uma maneira combativa e também didática em todos os ambientes nos quais convive, porque, para ela, a militância feminista não se descola da prática cotidiana. “Não sofro com o racismo por não ser negra, não tenho as mesmas vivências e sobre mim não incidem as mesmas opressões e violências que uma mulher transexual, negra e pobre sofre. E é nisso que eu pauto a minha luta, em um feminismo que não é individual e que não restringe suas discussões e ações a espaços universitários. Dessa maneira, o diálogo com a comunidade LGBT, com o movimento/feminismo negro, com as comunidades periféricas, ativistas da luta antimanicomial e pessoas cujos corpos não se encontram em um padrão estético é, para mim, muito importante. Acredito que a nossa luta deve também dialogar com os homens para abrir espaços de
discussão onde eles entendam que esse é um movimento protagonizado e construído por e para mulheres, e que o papel masculino deve se dar enquanto apoiador da causa, enquanto ouvintes e capazes de construírem por si próprios mecanismos de desconstrução do machismo nas suas variadas formas e práticas diárias”, destaca ela. Gabriela acredita que o empoderamento feminino é necessário, que é um exercício diário. “Empoderarse é, sobretudo, resistir. Ser mulher nesse mundo não é fácil, mas é ainda mais difícil quando a gente se sente só e sem recursos, sem apoio, sem amor, quando a visão de amor que temos em nada se diferencia da violência. Ser feminista é ser capaz de identificar isso e, a partir daí, buscar apoio e seguridade, é agarrar a nossa dignidade entendendo que ela não é equivalente ao tamanho da nossa roupa, à com quantas pessoas nos relacionamos, à cor do nosso batom ou à nossa sexualidade”, complementa.
“
“
Debater feminismo é buscar, sobretudo, apoio em nós mesmas. É entendermos que nosso poder de organização e nossa luta transforma, constrói. É trabalharmos com nós mesmas o amor próprio e a empatia.”
Não somos rivais umas das outras.
“Acreditar no feminismo, é acreditar em igualdade.” O engajamento de Débora Raquel Cavalheiro à causa feminista tem raízes na própria família, pois ela teve como referência mulheres fortes, como suas avós, que dentro de seu tempo e suas causas reivindicaram seus direitos, e sua mãe, que sempre foi uma feminista. “Aos meus 15 anos, eu não tinha consciência dessa palavra e estava muito longe de entender que minhas dúvidas e angustias eram as mesmas de muitas meninas”, lembra a arquiteta e urbanista, que só se “descobriu” feminista quando começou para t r a b a l h a r. “Aí eu pude vivenciar as diferentes formas que a sociedade se mostra apenas por você ser mulher, então o feminismo
acabou sendo um movimento fácil de me engajar”, conta. Assim, a militância de Débora foi se intensificando, e, para ela, hoje o feminismo é uma causa de vida, é uma luta pela liberdade básica e pelos direitos que deveriam ser natos, mas não são. Assim como Gabriela, Débora luta diariamente para ser reconhecida como indivíduo e, em suas ações, procura sempre enfrentar a ideia de superioridade e dominação masculina buscando ser respeitada enquanto mulher e se colocando na luta por uma sociedade livre de opressão. “Recentemente participei de um encontro alusivo ao mês da mulher na Unijuí, organizado por um movimento de mulheres feministas, o Coletivo Sou Minha, onde o tema central era o protagonismo e luta das mulheres. Tive o prazer de ouvir mulheres expondo suas vivências e também pude falar um pouco de outro ponto dentro da causa feminista, o ser mulher e ser
negra dentro da nossa sociedade”, conta ela. Débora lamenta o fato de algumas mulheres não perceberem a importância do feminismo enquanto movimento. “Talvez estas mesmas mulheres tenham tido o privilégio de nunca ter passado por alguma situação constrangedora apenas por serem mulheres. O que vem sendo questionado é a negação da palavra feminista”, reflete.
SOU MINHA!
Foi depois de ouvir uma piadinha machista na sala de aula que Bethina Rafaela Burckardt, 21 anos, acadêmica de Direito da Unijuí, resolveu procurar algumas colegas para propor a ideia de criar um coletivo. “Me senti tão ofendida e, ao mesmo tempo, tão sem voz para poder questionar tal atitude. No momento em que falei com as gurias, elas não só apoiaram como caíram de cabeça na ideia”, conta ela. O próximo passo foi o contato com o Diretório Central de Estudantes (DCE) da Unijuí, que deu um enorme apoio à causa. Assim, a ideia saiu do papel e, no fim do mês de março, em um evento em parceria com o DCE, foi lançado o coletivo SOU MINHA. O coletivo foi criado com o objetivo de propor a desconstrução dos Cartaz Dia dos Namorados vícios criados pela sociedade patriarcal que se apresenta atualmente, para que, posteriormente, haja uma reconstrução livre de vícios e pre(con)ceitos a respeito do que se entende por feminismo. “O que se objetiva são mudanças. Mudanças através de diálogos, conversas, amostras culturais e ações sociais que visem oportunizar esse diálogo. Para haver mudança, é necessário dar o primeiro passo: enfrentar o assunto”, destaca Bethina. O coletivo Sou Minha vem realizando diversas ações. “Iniciamos com um evento, em parceria com o DCE, onde trouxemos mulheres de diversos ramos profissionais e sociais para dar seu depoimento”, conta a estudante. O coletivo também realizou um piquenique no próprio campus para conversar sobre alguns Ato Por todas elas, por todas nós temas para o movimento, e foi aí que surgiu a ideia de uma campanha nos banheiros do campus. “Foram deixadas caixinhas para depósito de absorventes e camisinhas (deixe um quando puder, pegue um quando precisar), juntamente com cartazes de frases feministas positivas sobre nós, mulheres. Estamos também realizando na escola Deolinda Barufaldi, Bairro Alvorada de Ijuí/RS, conversas com estudantes de sexto a nono ano sobre feminismo, coletividade e relações de gênero”, informa ela. No dia 2 de junho foi organizado o evento Por todas elas, por todas nós, contra a cultura do estupro e, ainda no mês de junho, foram realizados atos alusivos ao dia dos namorados, que orientaram as mulheres na identificação de Cartaz Dia dos Namorados relacionamentos abusivos. Bethina acredita que a união das mulheres é fundamental para construção de uma sociedade igualitária. “Existe uma questão cultural histórica de que mulheres devem odiar umas as outras, de que não existe amizade de verdade entre mulheres, que sempre estamos competindo entre nós. Unidas podemos descontruir esse pensamento, pois mulheres juntas se fortalecem. Sozinhas não conseguimos, mas juntas a vitória é certa: uma se torna o apoio da outras, há uma empatia e amor”, acredita ela. E é assim, através da voz, que a estudante tem a garantia de ver seus direitos respeitados dia após dia. Bethina (em pé, a 2ª da esquerda para a direita) no evento de lançamento do Coletivo Sou Minha
Colocando o feminismo em prática Perguntamos às nossas quatro entrevistadas desta matéria quais as ações diárias que podem ser feitas para combater a opressão das mulheres. Elas dão dicas valiosas. Confira!
Joice:
“Eu diria que a primeira das ações passa pela educação em gênero de meninos e meninas, ou seja, devemos parar de reproduzir uma educação sexista, e passar a investir em uma educação que ensine para a igualdade e o respeito, independente do gênero ou da sexualidade. Claro, há medidas necessárias, como a punição aos agressores, a construção de redes de atendimento emocional e financeiro às vítimas, o empoderamento das mulheres, a qualificação profissional, o incentivo à participação política. Mas, na minha opinião, o ponto fundamental é educar para que construamos relações de amor e respeito, e não de medo, poder e violência. E isto não tem nada a ver com destruir famílias, como muitas vezes o senso comum costuma reproduzir. Isso tem a ver com construir famílias e vivências que se amam, respeitem e sejam felizes juntas, é o que deveria ser importante para toda a sociedade. Por isso, convido a todos e todas para se juntar nesta caminhada, rumo a um mundo com mais amor, mais justo, igualitário e livre”.
Débora: “Tenho uma irmã de oito anos, um criança que
adora brincar de boneca e eu não vejo problema nenhum nisso, mas ela também adora correr, pular e brincar de espiã, então eu quero que ela cresça sabendo que ela pode tudo isso, que ela é dela, e que quando tiver vontade de fazer algo, desde que isso não magoe outras pessoas, ela pode fazer, e se não quiser, não deve fazer. Começo assim, numa atitude tão simples, educando minha irmã para que seja uma menina, adolescente e mulher forte. Converso com meus familiares e amigos para que mudem seus pensamentos retrógrados, e eles mudam, porque a gente conversa e nos acrescentamos, nos tratamos como iguais. Nas minhas relações mais próximas, amorosa e mesmo de amizades, quero pessoas que, assim como eu, não tenham pensamentos preconceituosos, machistas, homofóbicos, racistas. Procuro trabalhar com profissionais e empresas que me tratem com respeito e igualdade. Realmente acredito que atitudes diárias transformam. Se a mulher perceber que está em uma relação onde sofre qualquer tipo de agressão (moral, verbal ou psicológica) deve saber que esse é o primeiro passo, reconhecer-se nesta situação. O próximo é procurar ajuda, conversar, pois é possível sair dessa e os relatos de quem passou por situações assim são muitos e sempre a resposta é de melhora. Ao presenciar uma situação de violência contra mulheres, não dá para se omitir”.
Gabriela:
“Necessitamos urgentemente redefinirmos os conceitos de afeto, carinho e amor, isso porque nenhum deles combina com controle, ciúme e posse. As relações não devem machucar, tanto psicológica quanto fisicamente, devem ser lugar de conforto, cumplicidade, melhora e bem querer, nada menos que isso. A gente precisa parar de naturalizar as traições masculinas, de concebermos ela enquanto parte de uma natureza masculina insaciada pela mulher, a monogamia não deve ser apenas feminina, e quando é imposta somente à mulher é sinal de que a relação que vem sendo desenvolvida tem caráter abusivo. Acho que o primeiro passo é procurar apoio e aconselhamento com outras mulheres, porque, muitas vezes, não conseguimos identificar sozinhas que determinadas ações consistem em um tipo de agressão, isso porque o papel das Secretarias das Mulheres e demais órgãos públicos nem sempre são desempenhados com eficácia na
hora de informar sobre esse grande leque que o conceito de violência engloba, e também porque os espaços destinados ao acolhimento de vítimas e denúncias nem sempre contam com profissionais habilitados a lidar com esse tipo de situação, tornando o ato de denunciar um obstáculo, e não um refúgio. É preciso que a população em geral, e não somente as mulheres, tenham uma aproximação maior com os recursos jurídicos que nos são cabíveis em determinadas situações, é preciso informar e formar desde cedo cidadãs e cidadãos capazes de identificar, fazer a autocrítica e transformar suas atitudes para melhores, e isso, novamente, deve ser uma das obrigações das variadas instâncias que deveriam nos representar. Destaco também a importância da criação de espaços exclusivos para mulheres, onde elas se sintam confortáveis para dividir suas vivências e desenvolverem redes de mútuo apoio, tendo assistência para que isso seja possível, da mesma
forma, é de extrema importância que se tenham lugares para que os homens as escutem e sejam incluídos nessa discussão, porque as ações não devem ser somente reparativas. A sociedade e o poder público não podem tomar providência apenas depois de as pessoas se tornarem vítimas, devem sim direcionar suas ações para evitar que as violências ocorram e que sejam algo recorrente”.
Bethina: “Uma mulher apoiar a outra é uma forma de combate muito importante, assim, nos fortalecemos como feminista e na luta, pois hoje o combate mais acessível e muito importante é não se calar: devemos nos defender, debater, tanto na família, no grupo do Whatsapp e na faculdade. E isso se torna mais fácil quando não estamos sozinhas”.
Cuidado com as microviolências! A violência é um fenômeno que se manifesta de forma gradual, ou seja, seu grau de intensidade e crueldade costuma ir aumentando. Dessa forma, as microviolências, socialmente justificadas, estão na base da violência de gênero, do feminicídio e do estupro. Estas violências se manifestam como agressões físicas, mas principalmente como agressões psicológicas e morais. São elas: • Xingamentos e desmerecimentos ou, como muitas vezes as mulheres são tratadas pelos maridos: feias, chatas, brabas, estressadas, nervosas. • Quando a opinião da mulher é deslegitimada a partir do argumento de que ela é louca, de que está sensível, paranoica. • Quando, em espaços de discussão, mulheres são interrompidas por homens que falam exatamente a mesma coisa que elas. • Quando dizem que determinada ação é “de mulherzinha”, como se isso devesse constranger alguém. Todas essas desqualificações morais e emocionais são o início, porque começam a desmoralizar e desqualificar a mulher. Esse processo é o primeiro tipo de violência e ele vai aumentando, porque perpetua uma relação de poder e de posse: a mulher é vista como um objeto que pertence ao homem, e, como um objeto, pode ser usado, abusado e descartado. Essa é a gênese do estupro, da violência e do feminicídio. As microviolências tendem a justificar atitudes violentas no momento em que passam a culpabilizar as vítimas pelas violências sofridas pelas mesmas, isso quer dizer que: roupa, moral, embriaguez, horários ou lugares onde se encontravam as vítimas não justificam nem explicam estupro ou qualquer forma de violência. Mas é preciso atentar que o estupro não consiste somente no ato que envolve pênis-vagina, e nem só entre homens e mulheres. Ele consiste em qualquer atitude forçada de cunho sexual, havendo ou não penetração e pode ocorrer entre maridos e esposas (ainda que a Justiça tenha demorado a reconhecer isso), entre namorados ou companheiros esporádicos. Ele acontece a partir do momento em que a pessoa demonstra, seja através da palavra não ou de atitudes negativas, que não quer.
SOCIAL
Camila Gross e Francisco Mattioni Rohde casaram-se em uma linda e emocionante cerimônia na manhã de 25 de junho, na Primeira Igreja Batista em Ijuí. A alegria do casal e de seus pais Romeu e Neusa Rohde, e Milton e Silvana Gross:
Camila & Francisco “Deus mudou o teu caminho até juntares com o meu e guardou a tua vida separando-a para mim. Para onde fores, irei; nde tu repousares, repousarei. Teu Deus será o meu Deus. Teu caminho o meu será.”
Rute 1:16
Padrinhos e Madrinhas
Elizete Fioreze inaugura novo Escritório de Advocacia
Recentemente Elizete Fioreze, advogada de longa data em Santo Augusto, juntamente com a filha Yasmin Fioreze de Souza,mudou-se para um ambiente amplo e aconchegante, para melhor atender seus clientes. Elizete atua principalmente nas Áreas de Direito Civil (Família, Inventários, Usucapiões) e Direito Previdenciário (Aposentadorias e demais benefícios). Elizete Maria Fioreze OAB/RS 16.148
Yasmin Fioreze de Souza OAB/RS 97.476 Av. do Comércio, 274 - Sto Augusto.RS Fone: (55) 3781-4221 / 9955.8461 elizetefioreze@yahoo.com.br
O lema é: beba menos, beba melhor! A onda das cervejas artesanais invade nossa região e conquista fãs que preferem uma bebida diferenciada
Greici Siezemel
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Queridinha dos brasileiros, a cerveja é a bebida alcoólica mais consumida e de maior preferência no país. Desde as instalações das primeiras fábricas no Brasil, no final do século XIX, o produto se tornou muito popular ao paladar da população e até hoje é assim, tanto que o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial de produção de cerveja, ficando atrás apenas dos EUA e da China, com volume próximo a 14 bilhões de litros, e um consumo per capita de aproximadamente 68 litros anuais (24o lugar no mundo), o que representa a metade do consumo pela população da República Tcheca, líder mundial nesse quesito. Enquanto a indústria investe na cerveja tipo pilsen e mantém firme o controle do processo, os amantes da bebida vêm aderindo cada vez mais à produção de cervejas artesanais e caseiras, inspirados por movimentos internacionais sob o slogan: “Beba menos, beba melhor”. Esses “mestres cervejeiros de finais de semana” têm a total liberdade de usar os ingredientes e processos a seus gostos. Essa onda invadiu a nossa região e a Evip foi atrás de alguns adeptos daqui. Vamos mostrar como eles estão investindo em um produto diferente e exclusivo. Mas antes disso, que tal entender um pouco mais sobre o processo das cervejas? Conversamos com um doutor em Engenharia e Ciência de Alimentos, o professor Gilberto Arcanjo Fagundes, do Instituto Federal Farroupilha, campus Santo Augusto, que ajuda a compreender esse universo cervejeiro. Gilberto explica que a expressão “cerveja artesanal” refere-se às cervejas com produções mais restritas (mas não necessariamente pequenas), o que leva a produtos com resultados finais muito interessantes e diversificados. As “cervejas caseiras”, aquelas feitas em casa com produções limitadas, normalmente de 20 a 40 litros por vez, também podem ser consideradas cervejas artesanais. As microcervejarias artesanais são assim chamadas pelo cuidado que têm com sua produção, mesmo utilizando equipamentos modernos e engarrafando suas produções. “Outras microcervejarias, ou cervejarias caseiras, utilizam equipamentos pequenos, que cabem ~ em qualquer cozinha, normalmente não Legislacao e registro possuem engarrafadoras e guardam suas De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento produções em garrafas de cerveja comum. (Mapa) estão registradas, atualmente, no Brasil, 232 cervejarias e 1.110 Existem microcervejarias que utilizam 50 diferentes cervejas, a maioria nas regiões Sul e Sudeste. Apesar disso, litros de mosto por batelada, destinadas à a participação das microcervejarias no cenário nacional ainda é muito elaboração de cerveja como hobby, sem pequena, representando apenas 1% do mercado cervejeiro. fins comerciais. Com essa quantidade é No Brasil, o Mapa é o principal regulador, sendo responsável pela definição possível produzir o mosto e fermentá-lo dos parâmetros de qualidade da cerveja, por conceder o registro a no mesmo equipamento. A capacidade de produtores, padronizadores, envasadores, importadores, exportadores e produção da maioria das microcervejarias atacadistas, conceder o registro de todas cervejas produzidas e controlar varia geralmente entre mil e 10 mil litros a qualidade das cervejas importadas e das produzidas em solo nacional. por semana”, destaca o professor. Gilberto destaca que, com relação à legislação, o Decreto 2.314 de 1997, em seu artigo 64, define cerveja como sendo a bebida obtida pela fermentação alcoólica do mosto cervejeiro oriundo do malte de cevada e água potável, por ação da levedura, com adição de lúpulo. O Mapa, buscando adequar a legislação aplicada à produção cervejeira, iniciou em Prof. Gilberto Arcanjo 2013 o processo de discussão para revisão dos parâmetros de qualidade Fagundes vigentes, e também discussões sobre as cervejas e os chopes especiais, Bel. Química Industrial de Alimentos Msc. Ciência e Tecnologia Agroinonde se enquadram as artesanais. dustrial Depois de muita discussão e sugestões, em 2015 foram publicados Dr. Engenharia e Ciência de Alimentos gilberto.fagundes@iffarroupilha.edu.br a Lei 13.097 o Decreto 8.442, onde fica definido que uma cervejaria
artesanal é aquela que produz até 10 milhões de litros por ano e que possui, no mínimo, 75% de malte de cevada na receita. São essas que recebem o benefício de descontos nas novas regras tributárias para as bebidas frias vigentes desde maio 2015. “Para registrar uma microcervejaria, a solicitação deve ser feita na Superintendência Federal de Agricultura, a qual será analisada e concedida, após vistoria e validação pelo fiscal federal agropecuário. Após a concessão do registro, a empresa deve solicitar, na mesma superintendência, o registro da bebida que pretende produzir, informando sua composição, que será analisada segundo os parâmetros legais estabelecidos” informa o professor.
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~ Para entender a producao!
De maneira geral, as cervejas artesanais apresentam teor alcoólico maior que as cervejas comerciais. Isso se dá em função dos ingredientes e das condições de fermentação utilizados no processo. Gilberto destaca que ainda falta regulamentação sobre as receitas que utilizam ingredientes diferenciados, como mel e chocolate, por exemplo. Para a produção de uma cerveja são necessários quatro ingredientes básicos: água, malte, fermento e lúpulo. O professor explica como funciona o processo básico para produzir qualquer tipo de cerveja: a) moagem do malte (a partir da cevada malteada); b) solubilização do malte em água cervejeira para que ocorram as principais reações enzimáticas; c) filtração da solução para separar o bagaço (fase sólida) do mosto (fase líquida); d) fervura do mosto com adição de lúpulo (responsável pelo amargor e características peculiares de cada cerveja/marca); e) clarificação do mosto; f) fermentação e maturação, onde a cerveja irá adquirir suas características; g) filtração e armazenamento em tanques específicos. Em função das matérias-primas utilizadas e dos processos empregados, faz-se necessário ter a assessoria de um mestre-cervejeiro ou de alguém com conhecimentos na área (tecnólogo em alimentos, por exemplo) para assegurar a qualidade do produto. “Hoje é muito fácil adquirir os ingredientes (ou kits) para a elaboração de cerveja. Já contamos em nossa região com lojas especializadas para esse fim e, se falta tempo de pegar a estrada, basta fazer a compra pela internet”, conta Gilberto.
E a saúde?
Alguns estudos científicos afirmam que a cerveja, se consumida moderadamente (dois copos/dia para homens e um para mulheres), apresenta benefícios ao nosso organismo, como redução da probabilidade em se desenvolver Alzheimer na velhice. “Outros benefícios são os compostos antioxidantes presentes no lúpulo, que combatem os radicais livres e, por consequência, o envelhecimento precoce. Além disso, a cerveja também confere efeito diurético ao organismo. Porém, para algumas pessoas, até mesmo o consumo moderado de álcool pode causar danos ao fígado e ao cérebro, inflamações no pâncreas e estômago, pressão alta, bem como aumentar o risco de diferentes tipos de câncer”, informa Gilberto.
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Clientes buscam cervejas artesanais de qualidade, que agucem seus sentidos. O consumo dessas cervejas se inicia pela pilsen, passa para as de trigo - um pouco mais encorpadas - e depois para as belgas - aromáticas e criativas, com muitas especiarias.
Curiosidade
Este ano é importante para a Reinheitsgebot, ou “Lei de Pureza da cerveja”, pois se comemoram 500 anos da norma. Em abril de 1516 o duque da Baviera (Alemanha), Guilherme IV, assinou a lei que determinava que a cerveja local só poderia ser produzida utilizando-se apenas água pura, malte e lúpulo. O fermento foi incluído nesta lei algum tempo mais tarde, uma vez que ainda não era conhecido. Até então, os cervejeiros da Baviera, na tentativa de “inovar” suas receitas, incluíam ingredientes estranhos e inusitados à cerveja. Hoje, muitas cervejarias ainda seguem à risca a Reinheitsgebot, principalmente as alemãs e belgas, o que explica a excelência das cervejas produzidas nesses países. No Brasil, várias cervejarias artesanais também compartilham do mesmo ideal do antigo duque.
Nossos mestres cervejeiros O nome é inusitado e criativo, ainda mais por se tratar de uma cerveja: Cabraloca. A inspiração veio da internet, já que existem bastantes fotos e vídeos sobre cabras (que são engraçadas por natureza) e os idealizadores acharam que ficaria fácil montar uma imagem em cima desse nome. E foi assim, no fim de 2014, entre um trago e outro, que a ideia de produzir cerveja começou a surgir e os cinco amigos e colegas do curso de Engenharia Mecânica, da Universidade Federal de Santa Maria, colocaram a “mão na massa”. Em pouco tempo o sonho se tornou realidade, como nos conta o santoaugustense Gabriel Volkweis. “O sonho está virando paixão, e a paixão não vai morrer tão cedo, até porque cerveja é muito bom! (risos) A qualidade das cervejas brasileiras de massa não é muito boa e, para comprar as importadas, depende do bolso do cidadão. Para tomar cerveja de boa qualidade e barata só tínhamos uma alternativa: fazê-la em casa. Depois de brassarmos (é um dos termos cervejeiros) a primeira receita e ela dar certo, caímos de cabeça na ideia de fabricar cerveja artesanal, pois o resultado foi realmente muito bom”, lembra Gabriel. Atualmente, Gabriel produz a Cabraloca juntamente com dois amigos, Maurício Wagner e Renan Busse, em uma garagem mesmo, em Santa Maria. Eles compram os ingredientes de uma loja que importa os produtos aqui no Estado. “O bom é que no ramo cervejeiro dá para brincar com a criatividade, se às vezes não tem disponível um malte ou lúpulo alemão, dá para trocar por um belga ou um americano, por exemplo”, revela o estudante. Com uma produção de 60 a 80 litros de cerveja por leva, o objetivo deles é crescer e aumentar os números. “Começamos a produzir em panela e hoje a Cabraloca está sendo muito bem aceita entre amigos e conhecidos. Atualmente estamos produzindo variados estilos, dentre eles a ‘witbier’, uma cerveja saborosa que leva malte de trigo belga, sementes de coentro, cascas de laranja e limão siciliano. Essa é a queridinha do pessoal”, conta ele, que mudou, inclusive, de curso justamente por causa da cervejaria e hoje cursa Tecnologia em Alimentos. “Me apaixonei por fazer cerveja e é o máximo ver que as pessoas estavam gostando do nosso trabalho”, revela. O que realmente importa para os meninos é a qualidade do produto. Gabriel destaca que a cor da cerveja depende de qual malte for usado: quanto mais escuro e torrado ele é, mais escura é a cerveja e quanto mais lúpulo, mais amarga, assim por diante. Quem nunca provou as cervejas artesanais pode sentir estranheza na primeira vez que for apresentado à elas. “Chega a ser engraçado! Uma vez eu trouxe uma índia pale ale, conhecida como ipa, para um pessoal experimentar. A ipa é uma cerveja tri amarga, mas muito gostosa. No recinto havia pessoas que nunca tinham tomado este tipo de cerveja antes, e as caretas que saíram foram demais! Mas é assim que se começa”, diz ele, que recomenda: “Beba com parceria!”.
Gabriel e seus amigos produzindo a cerveja Cabraloca
Outra cerveja que vem se destacando é a Gaulesa, produzida por Marlon Pessini em Santo Augusto. O dentista costumava ler bastante sobre o assunto e se interessou pelo processo de produção das cervejas artesanais, então resolveu fazer um curso em Nova Petrópolis (RS), em julho de 2013. Depois disso, ele começou a produzir a Gaulesa no próprio apartamento onde ele mora e não parou mais. E a ideia do nome da cerveja? Ele conta: “Foram os gauleses que deram o nome definitivo da bebida, eles chamavam de ‘Cerevisia’, homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade. Acreditase também que foram os povos celtas gauleses que introduziram o lúpulo na receita”. Em 2014 ele fez até uma leva de witbier (cerveja branca) para presentear um casal de amigos em seu casamento. Marlon utiliza panelas com capacidade para 40 litros para fazer a cerveja (produzindo de 30 a 40 litros em cada brasagem) e destaca que é preciso ter cuidados na produção, como a sanitização, higienização dos
equipamentos utilizados e o controle da temperatura durante o processo. “A cerveja artesanal é produzida em escalas menores, apresenta rótulo diferenciado, utiliza ingredientes selecionados, puro malte, matériaprima geralmente importada de países com tradição cervejeira, como Bélgica e Alemanha”, se orgulha ele, que também dá dicas para aqueles que sonham em fazer cerveja em casa. “Se aventurar na produção de cerveja requer não apenas equipamentos adequados como também uma sanitização bem feita e muita paciência. Afinal, o processo de mosturação pode levar algumas horas e a bebida não fica pronta para degustação no mesmo dia, mas, na hora da degustação, percebe-se que vale a pena o esforço e dedicação pela qualidade dos resultados. O investimento inicial vai depender dos objetivos da produção”, ensina Marlon, que pretende continuar produzindo para aperfeiçoar as cervejas já feitas e reinventar novas receitas, pois as possibilidades são muitas. Marlon com o pai e irmão na produção da Gaulesa
Cerveja: Mosteiro O gosto pela produção de cervejas surgiu quando Jeferson Edegar da Silva ainda era adolescente. Ele observava seu pai fazer cerveja do tipo colonial, uma bebida simples, com poucos insumos e sem nenhuma tecnologia. Mas foi só em 2012 que o santoaugustense começou a pesquisar sobre a produção artesanal de cervejas especiais. “O primeiro contato veio através de uma empresa de Ijuí e da “Acerva Noroeste”, um grupo de cervejeiros que estava se formando na nossa região, unindo os praticantes deste hobby para troca de experiências”, conta.
Inicialmente Jeferson produziu lotes de 20 litros com um fogareiro simples e duas panelas grandes. À medida que foi apurando as técnicas e estudado sobre a produção, foi aumentando e qualificando o equipamento. “Hoje conto com fogareiro industrial triplo construído para esta finalidade específica, com queimadores grandes e bombas de recirculação acopladas e controladores digitais de fermentação e maturação”, se orgulha. No início de 2015, em parceria com Márcio Bechaire, cervejeiro de Horizontina, Jeferson adquiriu o software BeerSmith, o que foi fundamental para que ele pudesse elaborar as próprias receitas, desenvolvendo variedades com estilo próprio da cerveja Mosteiro. “Ainda no início de 2015, em conjunto com Gilmar Bitencourt, cervejeiro de Santo Augusto, adquiri panelas cervejeiras maiores, aumentado a capacidade de produção para 60 litros por leva. Com estes dois cervejeiros faço levas de cerveja em conjunto para serem degustados nos jantares entre amigos”, conta.
Stand da cerveja Mosteiro no 1° Cervejando em Três de Maio
Seguindo os padrões de produção apurados, sanitização e controle de níveis de açúcares e temperatura, Jeferson utiliza insumos importados (malte, lúpulo e fermento) e produz, atualmente, cervejas do tipo weiss, dunkel weiss, stout, belgian blond, witbier, ipa, belgian dark strong ale, com destaque para duas receitas próprias: uma saison, com pimenta de origem belga, e uma rara cerveja, que tem 24% de álcool, de origem alemã, estilo eisbock. “Dentre as escolas cervejeiras, tenho preferência pelos estilos belgas que são mais criativos e que se vale de adjuntos para enriquecer o paladar”, admite o cervejeiro. Jeferson participa de vários eventos do ramo e ministrou, recentemente, o primeiro curso de cerveja artesanal em Santo Augusto, no último dia 7 de maio. Outro curso está sendo programado para agosto no município. Graças a sua dedicação, já fez cursos de produção de cervejas artesanais, elaboração e práticas cervejeiras e utilização e manipulação de leveduras. Por enquanto, a produção é para o consumo, para degustação
Jeferson mandou vir mudas de lúpulo da Alemanha para dar o amargor na cerveja
Jeferson e seu amigo Gilmar fazendo cerveja
Brassagem coletiva de mebros da Acerva em Ijuí
Parte do equipamento usado para produção
Jeferson ministrando curso de cerveja artesanal em Santo Augusto
com amigos mesmo. “Vendo poucas garrafas, apenas para conhecidos e, futuramente, pretendo fazer cerveja em maior escala e comercializar legalmente”, revela. Agora fica fácil de entender como as cervejas artesanais estão fazendo tanto sucesso por aqui! Então já sabe: beba menos e melhor! E não esqueça: se beber, não dirija.
A EUROPA encanta os turistas por seu estilo, sua vibração e, claro, seus numerosos monumentos e construções. O turismo na Europa é bastante diversificado. O continente oferece opções de destinos tanto para os amantes de história e cultura, como para quem quer admirar paisagens magníficas. Lá estão as metrópoles mais charmosas do planeta: Paris, Londres, Lisboa, Roma, Madri, Barcelona, entre outras tantas, que guardam infindáveis atrações turísticas que representam o berço da civilização ocidental. Já no interior, campos de flores, vinícolas, colinas, fiordes e lagos, dividem espaço com impressionantes castelos, formando cenários idílicos. Não obstante, o Leste Europeu vem despertando cada vez mais os olhos do turismo, consagrando a Europa, por completo, como o continente mais visitado do mundo. Apenas algumas opções de visitas que você não deve deixar de fazer na sua viagem a EUROPA:
Catedral de Notre Dame, Paris, França
Rodeada pelas águas do Rio Sena, no coração de Paris, a Catedral de Notre Dame é uma obra-prima da arquitetura gótica que impressiona milhões de turistas anualmente, tanto pela sua beleza exterior quanto interior. A igreja foi construída ao longo de quase duzentos anos, sendo completada em 1345.
Museu do Louvre, Paris, França
Atraídos por obras famosíssimas, como a Mona Lisa e a Vênus de Milo, entre mais de 35 mil obras de arte, turistas do mundo inteiro fazem do Museu do Louvre o mais visitado do planeta. Simbolizado por suas polêmicas pirâmides de vidro de visual muito moderno, erguidas em 1989, o Louvre é um sonho para qualquer amante de arte, história e cultura.
Fórum Romano, Roma, Itália
Basílica de São Pedro, Vaticano
Centro social, comercial e político de Roma por mais de 1200 anos, o Fórum é hoje um impressionante vestígio do Império. Muitos dos turistas de passagem pela capital romana aproveitam para conhecer estas ruínas de templos, edifícios de governos e colunas que mostram a grandiosidade do império há cerca de 2 mil anos. lunas e torres com vista sobre a cidade e o rio Reno.
Além de ser um dos maiores e mais sagrados sítios católicos, a basílica de São Pedro é também uma das principais atrações turísticas da Europa. Colunas de mármore, ornamentos em ouro, pinturas de anjos, estátuas, e trabalhos de importantes artistas do Renascimento, como Michelangelo e Bernini, são alguns dos atrativos da bela basílica situada na cidade-estado do Vaticano.
Santuário de Lourdes, Lourdes, França
Em 1858, uma garota de 14 anos chamada Bernadette Soubirous teve visões da Virgem Maria na Gruta de Massabielle. Em seguida, outros milagres foram atribuídos às águas termais da gruta. Mais tarde a área foi transformada em um santuário católico com duas basílicas, três museus e nove capelas, e hoje é um importante ponto de congregação religiosa.
Catedral de Colônia, Colônia, Alemanha
Monumento gótico completado em 1880, a Catedral de Colônia demorou mais de seis séculos para ser construída. O resultado é uma obra impressionante, com interiores imponentes com grandes arcas.
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Roma, Itália
para o mundo
“Olá, malta!” Facilmente você poderia ser cumprimentado desta maneira quando estivesse em grupo. Apesar de ter o mesmo idioma, Portugal acrescentou um vocabulário bem distinto daquele adquirido no Brasil. Meu nome é Nathan Santos Rolim, sou do Inhacorá, e vou contar algumas experiências vivenciadas pela oportunidade única de morar e estudar na cidade portuguesa de Coimbra, pelo período de seis meses. Bué fixe! O intercâmbio é uma realidade cada vez mais presente nas instituições de ensino, graças à globalização e a vários projetos que fomentam as relações educacionais. Como estudante de Direito da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), houve a possibilidade de participar de uma seleção criteriosa, que ocorre em todo o território nacional, e que é financiada pelo Santander Universidades – Bolsas Luso-Brasileiras, para a obtenção de uma bolsa de estudos. O primeiro passo foi analisar o edital de seleção, que varia de acordo com a demanda de cada universidade.
Bratislava, Eslováquia
Existem vários requisitos para a inserção da inscrição e efetiva participação do processo seletivo, tais como o coeficiente de rendimento (média das notas acadêmicas) somado a avaliação do Currículo Lattes (produção acadêmica). Com muita dedicação dentro da academia, o resultado foi possível já no segundo ano da faculdade, com a terceira colocação de um total de oito bolsas. Claro, existem centenas de possibilidades de locais quando falamos em intercâmbio, mas por estar voltado ao sentido acadêmico, Portugal foi escolhido por mim pelo simples e suficiente fato de possuir a mais famosa e tradicional Faculdade de Direito do mundo: a Universidade de Coimbra (UC), fundada em 1290. Isso foi muito empolgante, na verdade, pela oportunidade de estudar em uma instituição bastante conhecida e que formou nomes como Luís Vaz de Camões e Eça de Queirós, por exemplo. Sem contar que a própria sede da universidade está listada entre as 20 mais bonitas do mundo e foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, o que atrai bastantes turistas. Além da graduaçãosanduíche e da questão do ensino, o intercâmbio promove a iniciativa de morar em outro país, experimentar sua cultura, viajar, treinar outro idioma e formar um par incontável de amigos. Nunca havia me ocorrido, por exemplo, de dividir residência com outros 30 estudantes, cada qual de
Coimbra, Portugal
Lisboa, Portugal um canto do globo mais inusitado que outro. Os turcos, lituanos e eslovacos, de quem tive mais proximidade, tonaram-se memoráveis. E o diálogo só era possível pelo inglês, apesar de que, de maneira muito contida, escaparam aprendizagens de termos de outras línguas. A bagagem de vida que se adquire em uma experiência destas, por vezes, é quase inenarrável. Poderia, de maneira muito simplista, utilizar de três palavras para definir a totalidade desta aventura:
Dublin, Irlanda
Porto, Portugal 1. Sonho. Com certeza, criança ou adulto, você já pensou, em algum momento, em conhecer outro país, de ir a Disney, de conhecer Londres, de querer provar uma comida específica ou de ver neve. A cultura do mundo é cheia de diversidade e isso é incrível! Às vezes é difícil acreditar, mas os sonhos tornam-se realidade e dão sentido à existência humana. 2. Autoconhecimento. Imagine estar a nove mil quilômetros de casa. Para alguns, intercâmbio pode ser um ato de coragem. Para outros, ato de liberdade. Você não conhece ninguém nesse “novo mundo” além de si mesmo. E será que você se conhece tão bem assim? Intercâmbio também é momento de situações extremas, sentimentos aflorados, saudades e curiosidades. 3. Nostalgia. Durante o período em que o sonho está sendo realizado há uma profunda dualidade que se inserirá de algum modo: a saudade de casa versus aproveitar o máximo possível aquele espaço-tempo. Você precisa aceitar também o fato de que toda aquela situação é temporária e, por isso, o aproveitamento do que se
fez ou deixou de fazer será fundamental para colocar na balança do futuro, quando voltar. Aliás, a parte que encerra o sonho deixa marcas e lembranças das quais nunca se esquecerá. Durante os tempos livres, eu costumava visitar museus, fotografar (habilidade a qual desenvolvi e tomei muito apreço), ir a cafés com amigos para longas conversas, sair para festas e viajar. Uma vez aprendi com Shakespeare que nós somos a soma de nossas experiências e que a nossa maturidade depende das coisas que aprendemos com estas experiências. Posso afirmar de que, além de uma mente renovada, também voltei mais artista. Se você quiser acompanhar o meu trabalho fotográfico, que também reúne uma série de fotos do intercâmbio, confira a minha conta no Instagram: @nathanrolim.
Há um fado (música típica portuguesa) muito famoso que diz: “uma vez Coimbra, pra sempre saudade”. Esta experiência é um bem que se adquire e que não é palpável, não dá pra mensurar, quantificar e, certamente, é um investimento pessoal. Levo comigo, desde então, cada uma das 31 cidades e 11 países que visitei, enxergando novas óticas em cada mínimo detalhe, porque a subjetividade nunca fez tanto sentido (e é ela que rege o meu mundo). Que tal ser você o desbravador da próxima aventura?
Londres, Inglaterra Amsterdam, Holanda
Bruxelas, Bélgica
Ponta da Piedade, Algarve, Portugal
Sem medo de ter direito!
Jonathan Thomás do Espírito Santo Advogado - OAB/RS 102.705
O Direito brasileiro é conhecido mundialmente por possuir uma das mais grandiosas legislações escritas da era moderna. São diversos códigos que compõem o nosso ordenamento jurídico atual. Algumas leis são antigas, mas muitas outras são obras recentes, que refletem bem o cenário social, político e econômico atual. Exemplo disso é a introdução do Novo Código de Processo Civil ao ordenamento jurídico no início deste ano, que trouxe diversas mudanças no trâmite das ações judiciais, além, é claro, de muita dor de cabeça para o operador do Direito, que precisou se reciclar. Mas, apesar de ter um dos ordenamentos jurídicos mais sólidos do planeta, ainda vivemos em um período onde as pessoas têm pouco acesso aos seus direitos. Pior! Se sentem impossibilitadas de exercer tais direitos. Para exemplificar, trouxemos para a discussão algumas hipóteses um tanto quanto corriqueiras, como a situação daquele consumidor que adquire um produto e, dias após a compra , o produto começa a apresentar defeitos estranhos à sua espécie. Nessa situação, o consumidor sabe que possui o direito de reclamar por um produto ou serviço melhor ou, então, receber a restituição do valor pago, porém não sabe como exigir esse direito. As particularidades da vida judiciária parecem um tanto quanto confusas, o que faz com que ele se cale e permaneça no prejuízo. Outra situação é a do empregado, que por anos trabalha mais que as horas permitidas por lei, realizando horas extras não pagas, ou quando é proibido de gozar de licenças previstas em lei, como a licença-paternidade. Ou ainda: quando realiza funções que ensejam o pagamento de adicionais, como o de insalubridade, o noturno ou o de periculosidade, sem, no entanto, receber o adicional que lhe é devido por lei. Ele sabe que possui o direito, mas tem medo de buscá-lo, por medo de represálias e afins, quando, na verdade, a lei o protege fortemente contra qualquer tipo de retaliação por parte do patrão. Para mudar essa lógica de que o Direito está inacessível, é necessário que os advogados, juízes, promotores e até mesmo os acadêmicos venham a utilizar uma linguagem mais coloquial para apresentar esse conhecimento ao povo. É necessário que o Direito seja estudado ainda na escola, pois devemos tê-lo como algo familiar, e não como um privilégio dos homens de terno e gravata. É preciso também que o Direito, escrito pelos representantes do povo – que são os deputados e vereadores –, seja feito para o povo. Só assim, com todos sabendo e exercendo seus direitos, a justiça será feita.
Filhos: seres humanos em construção! Responsável pela obra: os pais Dono da obra: a vida e o mundo Margareth Varela C. Gonchoroski CRP- 07/10.915 – Especialista em Psicologia Clínica Terapia Familiar e de Casal “Filhos... Como sabê-los?! Tê-los?!” Eis a questão que alguns se fazem. Mas muitos não! Vivem um desejo, um momento de paixão. E lá vem ao mundo alguém inesperado! Às vezes sem haver preparo ou estrutura para ser recebido. Mas, clinicando, é comum eu ouvir os pais dizerem que mesmo sem programação aceitam e buscam se adaptar a nova situação e passam a amar o bebê. Ao convívio a dois soma-se um serzinho que os fará viver, para sempre, a função paterna e materna, pois nesse momento também nascem um pai e uma mãe. E são eles os responsáveis por esse ser humano que no reino animal é o que leva mais tempo para viver de forma independente. Quando bebê, se não cuidado de forma intensiva e dedicada, não sobrevive! E para continuar vivendo é fundamental a presença dos pais, PRIMEIROS PROFESSORES, “em harmonia e boa AFETIVIDADE” – amor, carinho, toque corporal e acolhimento. Esse é o ALICERCE da construção humana que possibilita, conforme pesquisas atuais, um bom desenvolvimento neuropsicológico. E com essa base, devem com autoritividade, paciência e firmeza, dar claros LIMITES – regras, normas, deveres e obrigações – PAREDES dessa construção – que protegem, dão segurança, suporte, conforto e guiam ao básico-necessário: falar, andar, comer, cuidados com o corpo, vestir-se adequadamente, etc. E como viver as RELAÇÕES HUMANAS – como lidar e agir com ética e educadamente, dentro e fora de casa – o que se dá na convivência caseira, amorosa e diária, através da cópia e orientações desses pais “presentes”, que não devem passar a ninguém suas funções paterna e materna. Mas, às vezes, há a ilusão que seus filhos na ESCOLA possam ter essa educação de casa tão importante! Na escola haverá sim educação-formaldidática-pedagógica, para desenvolver socialização, capacidades cognitivas e os mais diversos saberes. Constato hoje que muitos filhos sofrem a ausência dos pais, que respondem a uma demanda midiática contemporânea ao INDIVIDUALISMO. Isso exige deles além do trabalho, ações extra família, como estudos, beleza corporal, vida virtual, etc., deixando os filhos quase abandonados. Isso resulta em que? E o que fazer?!
ESPORTE
Meninos de Santo Augusto participam de projeto social
Fotos: Monique Antes
Com o objetivo desenvolver o lado social, educacional e espiritual de jovens e suas famílias, o Projeto 180º, que é sem fins lucrativos, atende a 50 meninos de Santo Augusto que tem entre 11 e 17 anos de idade. O projeto nasceu em outubro de 2015, com o ex-jogador Paulo Cesar Tinga, que hoje realiza um exemplar trabalho social no Estado.
Os meninos que participam são oriundos de diferentes classes sociais e nas quatro horas que têm de treino aprendem a base do futebol. “Contamos com apoio de sete professores de educação física (e alguns alunos do curso), assistente social, nutricionista, parte jurídica, enfermeiros e a parceria de uma clínica médica, sem custo algum de todos os colaboradores”, conta Aldir Pereira da Silva, coordenador do projeto. Para os meninos poderem participar das atividades é exigida frequência escolar, sendo que eles não podem ultrapassar 30 faltas ao ano, além de um bom desempenho nos estudos. Também são realizadas palestras sobre diferentes assuntos.
“Temos vários padrinhos que auxiliam os meninos para eles se sentirem acolhidos na sociedade e estamos procurando parcerias para somar conosco. Nossos sonhos são grandes, pois queremos dar mais oportunidades para os nossos meninos. Queremos ser reconhecidos pela sociedade não por lançar atletas, mas por transformar vidas e famílias”, destaca Aldir.
Despertar a curiosidade e criar a paixão pelo estudo. É assim que se prepara o cidadão do futuro, capaz de ajudar a construir um país com valores, ética e conhecimento. Os frutos de uma árvore são como uma educação de qualidade. Temos a certeza de como será a colheita quando estamos seguros de nosso plantio. O Centro Educacional Padre Anchieta – CEPAN é uma instituição escolar sem fins lucrativos e que desenvolve sua proposta de trabalho com material didático apoiado em todos os Referências Curriculares Nacionais. A visão de educação é ampliada com foco no futuro. O CEPAN não é só boa casa de instrução mas também casa de educação dos sentimentos, do aprendizado da convivência com as diferenças, do aprendizado de se constituir como ser humano. Oportunize a Escola CEPAN para seu filho!
Rua Floresta, 925 Fone: 3781-1502 | Santo Augusto.RS