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CAMARA AMERICANA APROVA LEI SOBRE TETO DA DÍVIDA

O IMPACTO DA APROVAÇÃO DA LEI SOBRE O TETO DA DÍVIDA NA INSTABILIDADE DO DÓLAR

VERNAN W. AURÉLIO FOTO: GOOGLE

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VERNAN W. AURÉLIO Economista

Instagram: @vernanjonas

Os republicanos aprovaram na quarta-feira, 26 de abril, na Câmara dos Representantes, um projeto de lei propondo aumentar o limite de empréstimos de US$ 31,4 trilhões do país em troca de cortes profundos nos gastos do governo. O objetivo do partido é iniciar as negociações com o presidente dos EUA, Joe Biden, antes de um prazo que se aproxima para o governo federal evitar o calote. A legislação agora vai para aprovação Senado, controlado pelos democratas, onde encontrará resistência. A votação foi 217-215, com todos os democratas votando não. Quatro republicanos se opuseram ao projeto de lei, depois que o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, fez mudanças e promessas de última hora. A margem estreita destacou as políticas complicadas que devem atrapalhar o debate sobre o teto da dívida.

Os republicanos exigem reduções de gastos em troca de concordar em aumentar o teto da dívida. Biden e os democratas demandam um aumento sem condições, como previsto na constituição dos Estados Unidos. Os EUA enfrentaram o limite da dívida em janeiro, mas desde então vêm usando manobras contábeis especiais para evitar a violação do teto. Por quanto tempo será possível continuar implantando essas estratégias é incerto, com os analistas esperando que elas se esgotem em breve, talvez já em junho. Se o teto da dívida não for aumentado, os EUA podem deixar de pagar a dívida e outras obrigações, categorizando “default”.

O dólar por sua vez passou por um mês volátil, acompanhando principalmente o noticiário polí- tico e os dados econômicos dos EUA. Na sessão de sexta-feira, 28 de abril, a divisa americana fechou em leve alta ante o real, sustentado pela manhã por investidores comprados no mercado futuro e influenciado pelo exterior, onde a divisa dos EUA também subia ante outras moedas de países emergentes. Porém, no mês, o dólar teve queda de 1,60%, com a moeda fechando abaixo da barreira psicológica dos R$ 5, a R$ 4,987 na compra e na venda. Na semana, a divisa dos EUA acumulou queda de 1,40%. Já em 2023, a baixa acumulada é de 5,5%.

Na ultima semana de abril, a disputa entre comprados (investidores posicionados na alta do dólar) e vendidos (posicionados na baixa) deu o tom dos negócios, com os participantes do mercado tentando influenciar a determinação da Ptax. A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.

Com a Ptax definida no início da tarde, o dólar ficou mais livre para oscilar, o que fez as cotações se afastarem das máximas do dia. “O dólar está subindo contra emergentes hoje (sexta-feira), marginalmente. De certa forma, (o câmbio no Brasil) está alinhado”, comentou durante a tarde Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM.

CAPA GUSTAVO GAYER

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