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No Comando Sheila Martins é a primeira mulher a presidir Organização Mundial do AVC Política Candidatos apresentam seus planos de governo para Novo Hamburgo
expansao.co
Setembro 2020
ENTREVISTA | Doenças raras atingem boa parte da população
INFORMAÇÃO. NEGÓCIOS. VARIEDADES
Viva Emergências Médicas Atendimento médico que vai até você
R$ 15,00
Dr. Thiago Serafim, Dra. Luciane Mendes e Dr. Alexandre Schuh
PUBLIEDITORIAL
Saúde em equilíbrio SAO esclarece mitos e verdades sobre a cirurgia bariátrica
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anter-se com a saúde em dia é um desafio a ser cumprido todos os dias. Na quarentena, então, isso foi intensificado. Afinal, estamos passando mais tempo em casa, diminuímos ou zeramos a prática de atividade física, e a ansiedade, muitas vezes, desencadeia estresse e compulsão alimentar. Por isso, o risco de desenvolver ou agravar um quadro de obesidade ficou ainda maior. O SAO - Serviço de Atendimento ao Paciente Obeso e Metabólico é especializado no acompanhamento de pessoas que buscam tratamento para controle do peso. Dr. Carlos Frota Dillenburg*, responsável técnico da clínica, fala um pouco sobre as principais dúvidas que rondam a cirurgia neste momento de pandemia.
nos obesos moderados e avançados. Entre os pacientes hospitalizados com COVID-19, a prevalência da obesidade chega a mais de 50% dos casos.
Dr. Carlos Dillenburg, responsável técnico e cirurgião bariátrico
A quarentena pode intensificar o quadro de obesidade? Por quê? A quarentena, em si, não. Mas a forma como as pessoas reagem a ela, sim. Com as restrições impostas, tem sido impossível, para muitos, frequentar parques e academias, bem como praticar esportes, e até mesmo trabalhar. Esta situação tem gerado quadros de ansiedade de diversos graus. Para um determinado grupo, o momento serve como justificativa para abandonar suas rotinas de exercícios físicos e de hábitos alimentares saudáveis. Sim, para quem reage desta forma, a quarentena pode intensificar o quadro de obesidade. Mas outras pessoas aproveitam o maior tempo disponível justamente para se exercitarem ainda mais, motivando um maior cuidado com a alimentação, auxiliando desta forma no controle da sua ansiedade. Ou seja, este grupo tem conseguido controlar ainda melhor a sua obesidade.
Como a obesidade está relacionada a um fator de risco da Covid19? Sim, e não só para a Covid-19. A baixa imunidade característica da obesidade aumenta o risco de instalação de infecções virais, bacterianas e fúngicas em geral. Uma infecção que se instale em um orgaQuais grupos são especialmente nismo permanentemente inflamado, propensos a desenvolverem a obesitambém característico dos obesos, dade nesse período? Por quê? São aumenta a chance de provocar uma aqueles mais suscetíveis emocionalresposta inflamatória tão intensa que mente às consequências do atual pode levar a lesão de órgãos vitais. Dr. Luciano Furlanetto, clínico e intensivista momento. Um descontrole emocional No caso da Covid-19, os pulmões poderia causar a perda dos hábitos são os mais dramaticamente atingisaudáveis que, aliado a predisposição genética para a dos, mas outros órgãos como rins e cérebro também obesidade, poderia provocar o desenvolvimento, intensifipadecem. Segundo publicação recente da Sociedade cação ou até mesmo o retorno da doença. Portanto, esse Mundial de Obesidade, o percentual de pacientes risco está mais associado aos fatores genéticos e comcom falta de ar grave que evoluem para a intubação portamentais de cada indivíduo. traqueal aumenta de 47% nos não obesos para 85%
*Dr. Carlos Frota Dillenburg é cirurgião bariátrico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), além de possuir Certificado de Atuação na Área de Cirurgia Bariátrica
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Revista
Quando e para quem a cirurgia bariátrica é indicada? A cirurgia bariátrica está indicada para os portadores de obesidade mórbida que já esgotaram as tentativas de controlar a doença da obesidade pelos tratamentos clínicos, e que estejam dispostos a executar mudanças no seu estilo de vida. A indicação baseia-se em parte no Índice de Massa Corporal (IMC), cujo cálculo encontra-se disponível em www.sao-nh. com.br. A cirurgia bariátrica, pelo seu potente mecanismo metabólico, tem apresentado excelentes resultados também no controle da diabete, da hipertensão arterial, das doenças do coração e dos pulmões, do colesterol aumentado, da apneia do sono, da gordura no fígado, entre outras. Uma avaliação profunda é realizada em cada paciente individualmente pela equipe multidisciplinar. Após, toma-se a decisão em conjunto com o paciente e seus familiares sobre a possibilidade de realizar a cirurgia. A partir de que idade a cirurgia bariátrica pode ser feita? A partir dos 16 anos, com avaliações e cuidados específicos para a idade. Abaixo dos 16 anos, somente em situações muito pontuais. A partir dos 18 anos, a abordagem é semelhante a do adulto. Como é o pós-operatório? A constante evolução nos últimos anos possibilita a internação hospitalar por geralmente um dia, desde que feita por videocirurgia. A recuperação na UTI, o uso de drenos e sondas são situações de exceção. A dor é controlada por medicação leve nos primeiros dias, não sendo geralmente necessária nos dias seguintes, e o enjôo é muito raro. O retorno a vida normal (trabalho e exercícios físicos orientados), ocorre em até duas semanas em 90% dos pacientes. Uma dieta especial com reposição proteica, vitamínica e mineral são iniciadas precocemente. Por quanto tempo a pessoa deve ter um cuidado mais intensificado em relação à alimentação? Pelo resto da vida. A obesidade é uma doença crônica, portanto não tem cura. Nem a cirurgia cura a obesidade, mas representa uma potente ferramenta que, ao modificar o metabolismo e restringir a quantidade de alimentos ingerida, exige que o hábito alimentar específico seja mantido e reforçado ao longo da vida, através da equipe multidisciplinar. Mas, cá para nós, todos deveríamos ter um cuidado especial com a nossa alimentação ao longo das nossas vidas, não é mesmo?
A cirurgia bariátrica está indicada para os portadores de obesidade mórbida que já esgotaram as tentativas de controlar a doença da obesidade pelos tratamentos clínicos, e que estejam dispostos a executar mudanças no seu estilo de vida.
De que maneira é feito o acompanhamento multidisciplinar? A nossa equipe multidisciplinar bariátrica e metabólica é composta por clínicos, endocrinologistas, cirurgiões, nutricionistas, psicólogas, educadora física e dentista. Trabalhando permanentemente de forma interdisciplinar, a qualidade das avaliações e seguimentos vitalícios é potencializada, o que faz toda a diferença para a saúde física e mental do paciente. Costuma-se afirmar que a cirurgia tem um terço da responsabilidade sobre o controle da obesidade, e os outros dois terços são consequências da qualidade do seguimento multidisciplinar e da manutenção dos novos hábitos dos pacientes ao longo das suas vidas. Vocês estão realizando cirurgias bariátricas nesse período? Quais cuidados estão sendo tomados para minimizar ao máximo os riscos? Sim, estamos. Utilizamos protocolos de segurança validados pelas mais confiáveis entidades nacionais, como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, Colégio Brasileiro de Cirurgiões e Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva. O operado bariátrico tem mais riscos de ter uma pior evolução da Covid-19? Não, pelo contrário. Quem fez a cirurgia bariátrica e está bem nutrido diminui suas chances de complicações da Covid-19 já a partir das primeiras semanas após a cirurgia, período em que a imunidade melhora e o estado de inflamação crônica cessa. Porém, se ele estiver desnutrido (devido a um seguimento de má qualidade, por exemplo) ou ainda não ter controladas suas comorbidades (diabete, doenças do coração ou pulmões), ainda estará em risco leve a moderado devido a estes fatores, que são considerados de pior prognóstico também para as pessoas não obesas.
Av. Dr. Maurício Cardoso, 931, sala 12, Novo Hamburgo/RS
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PUBLIEDITORIAL
Com a mente em dia Terapia é a chave para cultivar uma boa saúde mental
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Porém, muito “mais que isso,
vida está cada vez trata a dor. mais corrida, com tudo Portanto, mesmo mudando muito rápique não haja do. A famosa modernidade um transtorno líquida, em que nada é feito específico, a para durar, como conceituou o sociólogo polonês Zygmunt psicoterapia Bauman. Nesse contexto, é auxilia no fundamental praticar bons sofrimento pelo hábitos, a fim de melhorar qual a pessoa cada vez mais a qualidade da está passando e saúde mental – ou seja, a forma como uma pessoa reage às quer resolver. exigências, desafios e mudanças da vida e à harmonização de suas ideias e emoções. É normal sentir, eventualmente, que não consegue lidar com tudo ao mesmo tempo. O problema é quando isso começa a provocar problemas no pensamento ou até no comportamento. Para isso, existe a terapia. “Trata-se de um momento destinado especialmente ao
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Equipe da Vivamente: Bruna Land, Tatiana Azevedo, Glenda Kusiak, Ana Maria Ribeiro e Aricelli Colissi
paciente, onde ele pode sentir-se completamente à vontade para falar daquilo que está lhe fazendo sofrer. Não existem julgamentos ou censuras”, explica Bruna Land, psicóloga e sócia do Vivamente Saúde Mental. Aliás, engana-se quem pensa que ir ao psicólogo é “coisa de louco”. “Quem nunca viveu algo que traz sofrimento? Algum problema no trabalho, no relacionamento, com a família, não importa o motivo. Se há dor, é momento de buscar ajuda”, esclarece. Alguns dos transtornos que a psicoterapia pode tratar são a depressão, transtornos de ansiedade e o TOC. “Porém, muito mais que isso, trata a dor. Portanto, mesmo que não haja um transtorno específico, a psicoterapia auxilia no sofrimento pelo qual a pessoa está passando e quer resolver”, destaca Tatiana Azevedo, também sócia da Vivamente. Seja uma situação de escolha, relações amorosas, em processos de luto, tudo isso pode ser facilitado pela terapia. “Reiteramos que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, muito pelo contrário. É uma demonstração de força!”, salienta Bruna.
O que a Vivamente oferece: Atendimento clínico de crianças, adolescentes e adultos | Psicoterapia de casais | Psicoterapia familiar | Avaliação psicológica e neuropsicológica | Supervisão de casos | Orientação vocacional
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Revista
Elas separaram alguns temas fundamentais que rondam a psicoterapia: QUANDO PODE COMEÇAR? Cada vez mais, a infância está ganhando espaço nos consultórios clínicos, segundo Tatiana. “Assim como os adultos, as crianças também têm emoções e sofrem. Podemos trabalhar até os três anos de idade com as famílias das crianças, e a partir dos 3 anos de idade já com a própria criança – sempre aliando a família e escola”, pontua. Também não há limite de idade para iniciar o processo de psicoterapia. “Sempre é tempo de ter um espaço para pensar em como viver com mais qualidade e mais feliz”, comenta Bruna.
MEDICAÇÃO É REGRA? “Essa questão é bem importante. Quando alguém está sofrendo, o que mais quer é encontrar um alívio, o quanto antes”, relata Tatiana. Por isso, é comum as pessoas se automedicarem, numa tentativa de atenuar suas dores emocionais. “Em alguns casos, a medicação pode ser um dos pilares do tratamento, juntamente com a psicoterapia. Às vezes é necessária, especialmente para auxiliar na sintomatologia, pois atua na neuroquímica cerebral”, detalha. Entretanto, ela ressalta que deve ser prescrita por profissional caOPÓSITO | Promover o bem estar e saúde dos pacientes pacitado, “que terá o cuidado de avaliar o paciente de maneira personalizada”.
pe da Clínica é formada por Psicólogos e Psiquiatras qualificados e especializados para prestar atendimento com excelência. POR QUE INVESTIR EM SAÚDE
os
MENTAL?
Para Bruna, fazer terapia significa investir em desenvolvimento pessoal e em qualidade de vida, de • Atendimento clínico modo que os relacionamentos conjugais e familiade crianças e adolescentes res são qualificados. “Costumamos dizer que todas
nios;
sicoterapias
omportamentais;
o diferenciado;
te acolhedor,
• Psicoterapia familiar; • Avaliação Psicológica; • Avaliação Psiquiátrica; • Avaliação Psicossocial; • Avaliação
om 4 amplas
ndimento,
s e equipadas;
Neuropsicológica;
SOBRE A VIVAMENTE
Composta por profissionais da Psicologia e com mais de 15 anos de história, a clínica surgiu do sonho de Bruna e Tatiana em promover a saúde mental de forma acessível. Assim, nasce a Vivamente, cuja especialidade é a psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC). “Ou seja, a maneira como interpretamos e significamos as situações que a vida nos apresenta será geradora de emoções, comportamentos e até mesmo reações corporais”, define Tatiana. Ela complementa afirmando que “a TCC é uma abordagem terapêutica voltada à identificação e reestruturação de pensamentos e comportamentos geradores de sofrimento”. Ou seja, através de uma atmosfera colaborativa e empática, “o paciente pode resgatar e/ou desenvolver estratégias de enfrentamento e resolução de problemas, bem como reformular suas crenças a respeito de si mesmo, dos outros e da vida”. Fotos: Arthur Pehls/Divulgação
xperiência
e adultos;
• Psicoterapia de casais;
as pessoas, em algum momento da vida, deveriam experimentar investir na sua saúde mental”, diz. Sem contar, continua ela, que existem pesquisas comprovando o reflexo da saúde mental em outras partes do corpo. “Pode afetar o sistema imunológico; o sistema endócrino, trazendo desequilíbrios hormonais, e o sistema nervoso – interferindo na produção de neurotoxinas relacionadas a algumas doenças como Mal de Parkinson e Alzheimer”, aponta a profissional.
• Supervisão de casos.
nobre em no
e
urgo,
cesso de
ou ônibus.
Rua Bento Gonçalves, 2310 - Conjunto 45 e 46. Centro - Novo Hamburgo vivamentesaudemental 3939-5090
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viva emergências médicas humaniza atendimento
19 | empreendimento Skyglass Gramado é a nova atração da Serra Gaúcha, mesclando adrenalina e sustentaibilidade 10
(51) 999-467-405 Fotos: Divulgação
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Entrevista Dr. Roberto Giugliani fala sobre as doenças raras e a criação do centro de referência em atendimento na Capital
20 20 | no comando
médica gaúcha LIDERA COMBATE MUNDIAL AO avc
política Candidatos à Prefeitura de Novo Hamburgo falam sobre os planos de mudanças e gestão para a cidade
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RETOMADA GRADUAL DAS AULAS EM DEBATE
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40 personalize Casa de ferreiro, espeto de pau? Não na coluna do arquiteto Marcelo Minuscoli!
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Da
redação
Ficha Técnica
Administração Ana Maribel Pacheco | Diretora geral ana@revistaexpansao.com.br Sérgio Luiz Jost | Diretor comercial sergio@revistaexpansao.com.br redação Mariana Machado Repórter/Estagiária redacao@revistaexpansao.com.br Gabrielle Pacheco Assistente de redação gabrielle@revistaexpansao.com.br
Sinais de esperança (cautelosa) As notícias do último mês têm sido uma mescla de esperança e dúvidas. Por um lado, o Brasil registrou queda na média móvel de mortes e apresenta declínio na curva de casos - o Rio Grande do Sul igualmente, após um agosto sofrido nos leitos de UTI. Por outro, tivemos alta no preço da cesta básica - o arroz passou de protagonista da alimentação à vilão dos supermercados. Além disso, a natureza arde em chamas: no oeste dos Estados Unidos e, mais próximo da nossa realidade, no Pantanal e na Amazônia. São sinais de que a Terra pede socorro. Apesar disso, a vida nasce nos locais mais improváveis: cientistas encontraram sinais de seres vivos nas nuvens de Vênus. Será que o futuro aponta para os filmes de ficção científica? Ou os de catástrofe climática? Só o tempo dirá. Até lá, vamos aproveitar os conteúdos da Expansão. Boa leitura!
Ana Maribel Pacheco
Diretora geral / Coordenadora editorial
Criação Alexandre Bitello | Edição de Arte (ABDesigner) alexandre@revistaexpansao.com.br assinaturas assinaturas@revistaexpansao.com.br Assessoria Jurídica Becker&Santos Advogados | OAB/RS 3.201 contato@beckeresantos.com.br Impressão Impressos Portão São Leopoldo/RS (51) 3592-3355 Abrangência Porto Alegre, Grande Porto Alegre, Vale do Sinos, Vale do Paranhana, Vale do Caí, Vale do Rio Pardo, Região das Hortênsias e Encosta da Serra Rua Quintino Bocaiúva, 99, Centro, Novo Hamburgo/RS 93510-270 | (51) 3065-6380, (51) 3036-6380 ou (51) 3036-6381 Os artigos assinados não representam, necessariamente, o pensamento da revista. Não é permitida a reprodução parcial ou total dos artigos publicados na revista sem prévia autorização do editor.
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Medicina
em movimento Viva Emergências Médicas faz do atendimento sobre quatro rodas sua missão de salvar vidas
Alexandre Schuh, Dra. Luciane Mendes e Thiago Serafim
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medicina é uma das ciências mais antigas da humanidade. Há mais dois mil anos, na Grécia, Hipócrates tentava entender o funcionamento do corpo humano e seus males. Já a primeira tentativa de atendimento pré-hospitalar ocorreu em 1792, durante as guerras napoleônicas. De lá para cá, a tecnologia avançou, tornou-se mais acessível a todos e passou a ser bem menos “mística” e mais pautada na ciência e estudos comprovados. Nesse contexto, surge a Viva Emergências Médicas. O serviço de atendimento em urgências e emer-
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Revista
Foto: Joares Machado Fotografia/Especial
gências médicas nasceu do sonho de três amigos médicos Dra. Luciane Mendes, Dr. Alexandre Schuh e Dr. Thiago Serafim. Para eles, uma empresa deveria fornecer atendimento médico humanizado e de excelência. Assim, em 19 de agosto de 2011, é fundada a Viva, primeiramente como uma cooperativa, e a empresa como é hoje a partir de 2013. “Nosso propósito sempre foi que atender as pessoas em suas residências sem a necessidade do deslocamento a um pronto atendimento em saúde. No entanto, se fosse necessário, que pudesse ser realizado de forma segura até o hospital que melhor lhe atendesse”, explica Dra. Luciane, que é sócia majoritária da Viva.
ATENDIMENTO DE REFERÊNCIA
“Quem investe em nossos serviços tem prioridade em todos as solicitações, tem a confiança de que, quando necessitar, será brevemente socorrido, de forma segura e correta.”
Atualmente, a Viva presta, conforme Luciane, assistência em urgências e emergências médicas 24 horas por dia, sete dias na semana, de forma particular ou por planos familiares e empresariais. Enfermagem, remoções, cobertura de eventos, serviços de ambulatório, palestras com profissionais especialistas e home care complementam o rol de serviços. “Além disso, somos a única empresa na região do Vale do Sinos que possui duas incubadoras completas com monitoramento, respirador neopediátrico e bomba de seringa para transportes de recém-nascidos”, orgulha-se. Ela salienta, ainda, que são especializados em remoções de baixa e alta complexidade para qualquer região do estado. Ela comenta que os planos familiares e empresariais contam com assistência médica onde estiver, dentro da área de cobertura. “É disponibilizado aos clientes o deslocamento de unidades móveis e equipes médicas até a ocorrência, com uma resolutividade de 90% no próprio local”, relata. Se, após avaliação médica, for necessário, o paciente é removido para hospitais da região. A telemedicina é outro serviço ofertado pela Viva desde o princípio. “Há situações em que só ficamos tranquilos ao falar com um profissional. Muitas dúvidas são de fácil resolutividade com a orientação adequada. Medicações, pomadas e picadas de insetos, por exemplo, não necessitam de encaminhamento para uma unidade de saúde, em geral, e podem ser tratadas a distância”, explica Dra. Luciane.
EQUIPE ESPECIALIZADA
A Viva conta com 80 profissionais na parte assistencial, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e condutores socorristas. Eles contam, ainda, com técnicos auxiliares de regulação médica (Tarms), visando a classificação de risco no momento da solicitação do chamado, destinando assim a equipe apropriada para o atendimento. “Todas as equipes possuem formação profissionalizante e treinamentos periódicos em suporte básico de vida, atendimento pré-hospitalar, emergência clínica, cuidados de enfermagem, entre outros”, explica Luciane. Além do operacional, ela ressalta a importância de contar com um time de habilidades globais. “Contamos com uma farmacêutica responsável pela farmácia, recursos humanos, equipe administrativa, comercial e setor de relacionamento com o cliente. Eles nos dão um suporte fantástico e tornam o serviço ainda mais eficiente”, diz. Eles possuem, ainda, 16 viaturas, equipadas conforme a portaria 2048/2002 MS, que normatiza o atendimento na atividade de atendimento de urgência e emergência pré-hospitalar. “Todas contam com rastreamento GPS para auxiliar na localização da unidade mais próxima ao atendimento. Nas unidades, dispomos de equipamentos como cardioversor, respirador, bombas de infusão, equipamentos para verificação de sinais vitais, medicamentos e materiais para quaisquer tipos de intercorrências ou transporte pré-hospitalar”, enumera.
VIDAS ASSEGURADAS EM TODOS OS MOMENTOS Dra. Luciane comenta ainda a importância de uma empresa possuir convênio de emergências. “Quem investe em nossos serviços tem prioridade em todos as solicitações, tem a confiança de que, quando necessitar, será brevemente socorrido, de forma segura e correta”, pontua. Por consequência, continua ela, o colaborador sente-se amparado e enaltecido. “Naturalmente, a empresa beneficia-se disso, já que o mesmo dedica ainda mais esforço e produtividade ao trabalho em que é valorizado”, salienta. Ao optar por proteger sua empresa, a Viva faz uma avaliação do negócio e das necessidades da sua empresa. “Dessa maneira, conseguimos montar uma proposta personalizada de atendimento, ou seja, o plano será construído de maneira específica, na medida certa para atender exatamente às necessidades. Com isso, otimizamos custos e tornamos o serviço ainda mais eficaz”, conclui.
Viva Emergências Médicas Rua Castro Alves, 502, Novo Hamburgo
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en (im)probabilidade estatística POR Gabrielle Pacheco | FOTOS: Divulgação
trevista
Doenças raras atingem milhões e mudam a realidade de quem convive com ela, mas pouco se fala sobre o tema Além da pandemia de coronavírus, outra questão de saúde pública ronda silenciosamente a espécie humana. As doenças raras (DR) - ou seja, aquelas que atingem 65 pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes - são uma realidade diária para 13 milhões de brasileiros e cerca de 8% da população mundial. Por isso, a Expansão conversou com o Dr. Roberto Giugliani, médico geneticista e idealizador da Casa dos Raros, que promete revolucionar o acesso e tratamento das DRs. Além disso, ele também atua no Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. É professor Titular do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), pesquisador 1A do CNPq, e membro da Academia Brasileira de Ciências. Confira a entrevista exclusiva nas próximas páginas.
De que maneira uma doença se caracteriza como rara? Doenças raras são definidas pela prevalência. No Brasil, são consideradas aquelas que atingem 65 pessoas em cada grupo de 100 mil habitantes. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, são 13 milhões de brasileiros que possuem alguma patologia deste tipo. Existem de seis mil a oito mil doenças reconhecidas como raras.
Como elas surgem no organismo? Podem ser provocadas por influências externas, hereditariedade ou somente mutações genéticas? A grande maioria das doenças raras, 72%, são genéticas, ou seja, os pacientes nas-
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ceram com essa condição. As 28% restantes são formas raras de câncer, doenças infecciosas raras e condições imunológicas ou endócrinas. Na maioria das vezes, os sintomas iniciam na infância (80%), mas os pacientes demoram a ser diagnosticados.
Existe prevenção para doenças raras? Como a maioria dessas doenças tem origem genética, é difícil falar em prevenção. O grande desafio é reduzir o tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico das doenças raras para iniciar o mais rápido possível o tratamento. Estudos mostram que hoje esse tempo é de mais de quatro anos, na maioria dos casos, podendo chegar a 20 anos. Muitas vezes, esse período é decisivo, seja para evitar sequelas, seja para salvar a vida do paciente.
“O grande desafio é reduzir o tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico das doenças raras, para iniciar o mais rápido possível o tratamento.”
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Entrevista Doenças raras não possuem cura? Como é feito o acompanhamento para que o paciente possa conviver com a doença tendo qualidade de vida? Geralmente, as doenças raras não têm cura. Costumam ser patologias crônicas, progressivas e degenerativas. Hoje existem vários tratamentos para tentar barrar a evolução da patologia, reduzir complicações e sintomas, impedindo que o quadro se agrave. Também existem casos nos quais alternativas como transplante de medula óssea, terapia de reposição enzimática, imunoterapia e terapia gênica, entre outros, mostram bons resultados. Entretanto, muitos desses tratamentos são experimentais. Recentemente, realizamos, aqui em Porto Alegre, pela primeira vez fora dos Estados Unidos, uma terapia gênica ousada e promissora. No procedimento, um menino de dois anos diagnosticado com mucopolissacaridose tipo II recebeu diretamente, no líquido que banha o cérebro, um vírus modificado. Nele, os genes virais foram trocados por genes humanos com a função de substituir no paciente aquele gene que não funciona. Agora vamos observar se o tratamento é seguro e se paciente apresentará melhorias, especialmente no sistema nervoso, por se tratar de uma doença que compromete progressivamente o cérebro.
Quais são as principais doenças raras que se tem conhecimento hoje? Seja em questão de incidência, tratamento ou gravidade. É difícil falar em prin-
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cipais doenças raras quando se tem, nesse grupo, seis mil a oito mil diferentes condições. Mas algumas ganham mais relevância, principalmente pela maior incidência. É o caso da fibrose cística, que afeta uma em cada três mil a quatro mil pessoas, ocasionando problemas principalmente nos aparelhos digestivo e respiratório e cuja detecção está incluída no teste do pezinho. Outro exemplo é a atrofia muscular espinhal (AME), com um caso a cada 10 mil pessoas, que pode levar ao óbito antes dos dois anos de idade pelo comprometimento neuromuscular progressivo. A AME, hoje, dispõe de uma terapia gênica aprovada pela Anvisa, que beneficia principalmente os pacientes detectados nos primeiros meses de vida, trazendo para a ordem do dia o diagnóstico precoce dessa condição.
Doenças raras são tão importantes quanto outras, porém pouco faladas e, muitas vezes, envoltas por mitos e preconceitos. A que você atribui essa situação? Como é possível mudar? As doenças raras, como o próprio nome indica, são individualmente pouco frequentes, e consequentemente pouco conhecidas pelos profissionais de saúde. Isso tem como consequência atrasos em seus diagnósticos. Se formos olhar para cada condição em particular, elas serão pouco relevantes. Mas se pensarmos que são muitas, como já falamos de seis mil a oito mil diferentes condições, e que afetam 13 milhões de brasileiros em seu conjunto, se tornam um problema de saúde pública. Algumas dessas condições têm tratamento, mas, uma vez que é diminuta a populaçãoalvo de cada terapia, são geralmente de
Geralmente, as doenças raras não têm cura. Costumam ser patologias crônicas, progressivas e degenerativas. alto custo, o que repercute negativamente nas autoridades de saúde e na população.
Recentemente, a Anvisa autorizou o uso de terapia gênica para tratar um problema de visão raro. Acredita que esse pode ser o futuro do tratamento das doenças causadas por mutações genéticas? A aprovação da terapia gênica para uma forma de distrofia retiniana representa um marco para essa modalidade de tratamento em nosso país. Uma segunda terapia gênica, para o tratamento da atrofia muscular espinhal, foi aprovada na sequência. Outras deverão vir a seguir. A era da terapia gênica já chegou, trazendo uma esperança para quem sofre com doenças genéticas e também com algumas formas de câncer e outras patologias. Até vacinas podem utilizar a introdução de material genético para gerar uma resposta imunológica específica e prevenir infecções.
Do que se trata a terapia gênica? A terapia gênica é uma modalidade de tratamento pela qual se introduz no indivíduo a ser tratado
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Entrevista um material genético específico, que terá uma função biológica no paciente alvo da terapia. Por exemplo, uma pessoa que tem uma mutação no gene da atrofia muscular espinhal e, em decorrência disso, não produz uma proteína essencial para manter os neurônios vivos. Ela poderá receber, pela terapia gênica, cópias normais do gene específico, que ordenará a produção da proteína correta e, assim, preservará a sobrevida dos neurônios, interrompendo a progressão da doença.
Sobre a Casa dos Raros, do que se trata? O Centro de Atendimento Integral e Treinamento em Doenças Raras é uma iniciativa inédita na América Latina, que busca ampliar o acesso ao diagnóstico rápido e preciso das doenças raras, ao tratamento mais adequado, bem como fomentar pesquisas na área, treinar profissionais e disseminar conhecimento. O objetivo é garantir atendimento a todos, seja pelo SUS, por convênio ou mesmo pacientes particulares. O que nós queremos é que a Casa dos Raros seja um espaço de atendimento
A ideia é oferecer a todos os que nos procurarem o que há de mais atual em relação à condição que apresentam.
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de pacientes e familiares, que serão acolhidos por uma equipe multidisciplinar, encaminhados para o diagnóstico e, com o resultado, orientados sobre o tratamento. Os profissionais de saúde envolvidos com esses pacientes receberão treinamento e o suporte para lidar com cada caso. A instituição terá 1.600 m² de área construída, em duas torres com quatro pavimentos e estrutura com consultórios, salas para os mais variados procedimentos, laboratórios especializados, além de espaço para eventos e treinamento de profissionais.
Qual o impacto que a instituição terá no apoio às doenças raras? Acredito que o maior impacto será na ampliação do acesso dos pacientes a diagnóstico e tratamento e no suporte para as equipes de saúde que atendem esses pacientes raros. A ideia é oferecer a todos os que nos procurarem o que há de mais atual em relação à condição que apresentam. Vamos ter, por exemplo, um espectrômetro de massas em tandem, capaz de identificar moléculas que outros equipamentos não captam e que permite identificar mais de uma centena de doenças raras. Teremos também tratamentos de última geração, incluindo terapia gênica, e equipe multidisciplinar altamente capacitada, que orientará profissionais em centros remotos por meio da telemedicina.
Como surgiu a ideia de implantar um centro de atendimento em Porto Alegre? A ideia surgiu da necessidade
de proporcionar aos pacientes com suspeita de uma doença rara um atendimento rápido e preciso. Embora existam centros especializados, o acesso ao atendimento nem sempre é fácil, e muitas vezes os pacientes ficam peregrinando de uma consulta a outra sem que as equipes de saúde consigam diagnosticar e tratar adequadamente essas doenças. O Instituto Genética para Todos e a Casa Hunter, organizações da sociedade civil que desenvolvem projetos nessa área, decidiram então fazer uma parceria para criar a Casa dos Raros. Os idealizadores escolheram fazer o primeiro centro nas imediações do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que sempre será uma referência para o Brasil e para a América Latina pelo trabalho de excelência que desenvolve há quase quatro décadas.
Planejam expandir essa iniciativa para outras regiões do Estado e até mesmo do País? Sim! A Casa dos Raros é um projeto piloto. A instituição está sendo construída na região Sul mas deverá servir de modelo para todas as demais regiões do país. Um centro para a região Sudeste já está sendo planejado em São Paulo. Outros irão ser construídos na sequência nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
Quem somos:
A co-med é um espaço compartilhado de salas (consultórios) exclusivo para profissionais da área da saúde. Nossa empresa fornece a melhor experiência para facilitar e qualificar seu tempo de trabalho, otimizando a estrutura necessária ao seu atendimento, reduzindo custos fixos e ampliando sua lucratividade. Além de um espaço físico qualificado, fornecemos o serviço de atendimento com uma secretária em tempo integral para o agendamento de consultas e recepção aos clientes. Todas as despesas fixas estarão incluídas no valor do plano de utilização: aluguel, condomínio, água, energia elétrica, telefonia, internet, limpeza e manutenção periódica.
Ideal para:
Quem quer ter um consultório novo, qualificado e de baixo custo operacional. Quem está começando a carreira na área da saúde. Quem quer reformar seu atual consultório mas não pode parar de atender seus pacientes com todo o conforto. Quem quer pagar somente o tempo real de uso de uma estrutura profissional, usando espaços modernos e compartilhados.
Nossa primeira sede de Novo Hamburgo conta com dois consultórios de 11,50m2 mobiliados e decorados de forma a criar um ambiente de atendimento de qualidade, conforto e elegância. Ambas salas possuem mesa de atendimento do profissional, armários, maca de exames, bancada completa de higienização e ar condicionado. Estamos localizados no Centro Profissional Nações Unidas, numa região central da cidade com ampla oferta de estacionamento nos arredores. Já estamos agendando visitas ao local para começarmos a reserva de turnos e começando a comercialização efetiva dos espaços. Interessados podem fazer contato pelo WhattsApp (51) 99327.8849 ou pelo e-mail comednh@gmail.com.
Vamos crescer juntos? a co-med te espera!
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POR Mariana Machado | FOTOS: Leonardo Lenskij/Divulgação
comando
Motivo de orgulho
Neurologista gaúcha Dra. Sheila Martins é a primeira mulher a presidir a World Stroke Organization, entidade médica focada em estudos sobre AVC
A
neurologista gaúcha Dra. Sheila Martins traçou sua trajetória médica em torno da meta de estudar, debater e difundir os conhecimentos sobre a segunda maior causa de mortes no mundo, uma doença que mata ao menos 100 mil brasileiros por ano: sua especialidade é o tratamento do acidente vascular cerebral (AVC). Em agosto, a médica — que já faz parte da Rede Brasil AVC e comanda a Neurologia do Hospital Moinhos de Vento — assumiu o comando da World Stroke Organization (WSO). Trata-se de uma entidade reconhecida pela Organização Mundial da Saúde que reúne especialistas do mundo todo, objetivando a redução do impacto global da doença, através da prevenção e do tratamento adequado. Sheila é a primeira mulher a presidir a WSO e, também, a primeira líder de um país emergente. A especialista, que atuou como vice-presidente da organização na última gestão, afirma que assumiu o novo cargo com orgulho e já tem muitos planos no comando da entidade. As novidades devem envolver a ampliação do uso da telemedicina e a regionalização da análise dos trabalhos.
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Revista
Como é ser não só a primeira mulher na presidência da WSO, mas também a primeira representante de um país em desenvolvimento? Hoje, o fato de ser homem ou mulher nem deveria ser levado em consideração. As mulheres já provaram que têm capacidade de assumir e de desempenhar muito bem a liderança de organizações mundiais. Então, esse reconhecimento é uma questão de justiça e motivo de orgulho. Também é importante o reconhecimento de que os países em desenvolvimento têm profissionais que são referência e que podem fazer muito para qualificar a atenção ao AVC no mundo. Somos especialistas com um olhar para as diferentes perspectivas, pois são os países de baixo e médio desenvolvimento os que mais precisam de ajuda e enfrentam os maiores desafios na prevenção e no tratamento do AVC.
As mulheres já provaram que têm capacidade de assumir e de desempenhar muito bem a liderança de organizações mundiais.
Você já fazia parte da organização como vice-presidente. O que muda agora, com o novo cargo? Com o novo cargo, vou poder criar meus próprios projetos, seguindo a linha que já venho utilizando na América Latina, para outros países que precisam dessa atenção. Pretendo organizar reuniões regionais com Ministérios da Saúde, avaliar a situação local, os problemas e as potenciais soluções dentro de cada realidade, desenhando planos de ação para cada local. Farei isso com o suporte técnico da WSO e sempre baseada nas melhores evidências científicas. Também acho importante pensarmos um comitê da WSO para apoio em cada região do mundo, além da criação de um programa mais amplo de telemedicina de baixo custo, para auxiliar na expansão do atendimento. Você também faz parte da Rede Brasil AVC. Que trabalhos são desenvolvidos nessas duas entidades, a nível nacional e internacional? A Organização Mundial de AVC é reconhecida pela OMS como a única associação internacional com foco em acidente vascular cerebral. Tem como visão e missão a redução do impacto global da doença a partir da prevenção, tratamento e cuidado pósAVC. A WSO envolve quatro mil experts e 90 sociedades especializadas, representando 55 mil especialistas do mundo inteiro que vêm trabalhando com esses objetivos. As ações e iniciativas são desenvolvidas pela WSO e implementadas por esses grupos de especialistas em cada região. A atuação vai desde definir diretrizes para ampliar o acesso à assistência, recomendações em pesquisa e treinamento de profissionais até investimentos em campanhas de alerta e implementação de estratégias. A WSO também atua na sensibilização
de autoridades e auxílio na elaboração de planos de enfrentamento com governos. A Rede Brasil AVC é uma organização nacional com objetivos e atuação alinhados à WSO. Foi à frente dessa instituição que fui convidada pelo Ministério da Saúde a elaborar um programa nacional de AVC. Coordenei a análise da situação de enfrentamento à doença e a implantação dos centros de tratamento no país, adequados aos recursos e às características de cada região. O plano inclui protocolos, programas de treinamento, campanhas nacionais e implantação da telemedicina, entre outros. No momento, você atua em dois hospitais de Porto Alegre. Como a pandemia alterou a rotina dos profissionais da saúde de todas as áreas? A pandemia alterou completamente a rotina de todo mundo. Agora, só circulamos no hospital de máscara. No atendimento aos pacientes, também usamos um protetor ocular ou face shield. Fazemos a higienização das mãos de forma ainda mais frequente e também utilizamos mais álcool em gel ou espuma. A circulação de pessoas está mais restrita. Médicos e equipes assistenciais permanecem, mas boa parte dos colaboradores da área administrativa está em home office. Houve impacto no número de atendimentos por medo dos pacientes em relação à Covid-19 no ambiente hospitalar? A pandemia reduziu o número de atendimentos nos hospitais. Nos casos de AVC, a queda foi de quase 50%, e muita gente não buscava socorro por medo da Covid-19. Fizemos campanhas e alertas sobre os riscos, e o cenário melhorou um pouco. Porém, ainda assim, essa redução se estabilizou em 20% em relação ao ano passado. As pessoas estão demorando mais para buscar o atendimento, o que aumenta os riscos de sequela e diminui as chances de recuperação. No caso do AVC, se o paciente chegar muito tarde no hospital, não tem mais chances de tratamento.
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no comando O AVC é uma doença que atinge uma em cada quatro pessoas no mundo. O que vem sendo discutido entre os profissionais como a solução para esse problema? O AVC atinge uma em cada quatro pessoas no mundo, mas 90% dos casos podem ser prevenidos. Atuar fortemente na prevenção é a medida mais eficaz. Existem dez fatores de risco: pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo, fibrilação atrial, obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada (principalmente excesso de gorduras e sal), depressão e ansiedade e abuso de álcool. Se trabalharmos na conscientização e no tratamento desses casos, podemos reduzir muito a incidência da doença. Este ano estamos lançando a estratégia Cut Stroke in Half, que terá Porto Alegre como ponto de partida e será liderada pelo Hospital Moinhos de Vento em parceria com o Ministério da Saúde. O objetivo é reduzir pela metade casos de AVC. Serão capacitados profissionais da atenção primária no mundo inteiro para a prevenção a partir do tratamento da hipertensão e dislipidemia e de mudanças no estilo de vida. É direcionada para pacientes de médio risco, porque focamos muito nos de alto risco e queremos ampliar a prevenção. Além disso, vamos iniciar um programa da OMS aqui que visa reconhecer e tratar os fatores de risco que já estão bem definidos na atenção primária em saúde.
“Os acadêmicos têm de aproveitar essa formação para aprender não só as doenças, mas como lidar com o paciente e com a população. A gente preza pela medicina humanizada.” Na sua atuação profissional, há uma experiência com a telemedicina. Qual a sua visão sobre esse tipo de atendimento, que se popularizou ainda mais durante a pandemia? A telemedicina leva acesso a especialistas para áreas que não têm esses experts. No caso do atendimento do AVC, a prática já está aprovada há muito tempo. No Brasil, utilizamos a telemedicina com grande experiência e sucesso no atendimento de urgência, em locais onde não existem especialistas. Com isso, estamos conseguindo dar o suporte e garantir que os pacientes sejam socorridos e recebam o tratamento ao qual não teriam acesso e ficariam com mais sequelas. Agora, na pandemia, as teleconsultas estão permitindo que os pacientes tenham acesso aos médicos com mais segurança. Podemos ajustar medicamentos, enviar receitas. São pequenos ajustes de medicação ou alguma queixa do paciente que podem ser resolvidos à distância. Claro que existem situações que o atendimento precisa ser presencial, mas em grande parte dos casos a telemedicina veio para ficar e é um grande ganho para a saúde do país e do mundo.
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Além da atuação nos hospitais e nas entidades, você também é professora do curso de medicina da UFRGS. Qual a sua visão hoje sobre o sistema de saúde de Porto Alegre e do RS, sobre a faculdade de medicina e as novas gerações que estão se formando? A faculdade é um grande aprendizado para os alunos, não só da medicina, mas de vida. Os acadêmicos têm de aproveitar essa formação para aprender não só as doenças, mas como lidar com o paciente e com a população. A gente preza pela medicina humanizada. Quanto ao sistema de saúde de Porto Alegre, eu tenho orgulho de dizer que a cidade tem sido um modelo para várias coisas neste país nas últimas décadas. Somos modelo de implementação do Samu, na organização de atenção primária com horários estendidos para atendimento da população depois do horário de trabalho, no atendimento de urgência. Recentemente, Porto Alegre foi indicada como referência no atendimento e tratamento do AVC para países em desenvolvimento, graças ao formato que contempla prevenção, tratamento e cuidados pós-AVC. Temos o maior programa brasileiro de implementação de centros de AVC, que conta com hospitais privados e públicos, plenamente de acordo com as normas internacionais e habilitado conforme critérios do Ministério da Saúde. No caso da rede pública, dos 82 hospitais do SUS habilitados como centros de AVC no país, 16 estão na Região Metropolitana da capital gaúcha e 21 no Rio Grande do Sul. Todos foram capacitados pela equipe do Hospital Moinhos de Vento, instituição que é referência nacional na especialidade. O Samu está habilitado para esse atendimento e para encaminhar os pacientes para os hospitais certos. Isso é extremamente importante.
EMPREENDIMENTO
Atrações de tirar o fôlego O
Brasil vai ganhar inédita plataforma de vidro com duas atrações simultâneas
Brasil vai ganhar, até o final de 2020, a inédita atração Skyglass Canela. A natureza preservada do Parque da Ferradura foi o local escolhido para receber o investimento, avaliado em cerca de R$ 30 milhões. Única no mundo, a plataforma estaiada de aço e vidro avança 35 metros sobre o Vale da Ferradura, oferecendo uma vista de tirar o fôlego do Rio Caí a 360 metros de altura. Além do comprimento da plataforma, que faz dela a maior do mundo, o empreendimento trará duas formas de contemplação da natureza. O visitante pode apreciar toda a sensação de liberdade caminhando por cima do vidro ou por baixo da plataforma, através de um monotrilho. O brinquedo, que recebeu o nome de Abusado, vai oferecer dez cadeiras suspensas. “É um projeto único na América Latina e com modelo inédito em nível mundial. Será algo maravilhoso, não apenas com a construção da plataforma, mas com as maravilhas do Parque da Ferradura”, afirma o gerente do paque, Fabrício Medeiros. Ele conta que chegaram para agregar valor ao turismo regional. “Vamos fazer história. O turismo gaúcho terá um antes e um depois da Skyglass Canela”, celebra.
para o visitante contemplar a natureza de forma responsável. O atrativo contará com praça de alimentação, lojas, estacionamento e o Memorial do Ferro de Passar, que vai reunir um acervo aproximado de 300 peças. Para valorizar a fauna silvestre existente no local, a direção vai lançar um aplicativo de educação ambiental. Em realidade aumentada, o app vai trazer informações sobre os animais que vivem na área. Em dois anos de estudos para execução do projeto, a Skyglass Canela procurou agregar tecnologia e sustentabilidade ao Parque da Ferradura, que fica a aproximadamente 14 quilômetros do Centro de Canela. “Usamos a tecnologia em favor da sustentabilidade e do meio ambiente. Com a valorização da fauna e da flora, valorizamos a natureza maravilhosa do Vale da Ferradura”, conclui Medeiros.
PRESERVAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO Segundo Fabrício, o empreendimento preza pela preservação do meio ambiente e possuirá estação de tratamento de esgoto modelo, com 98% de pureza da água na saída do processo para utilização nos sistemas de irrigação. Todas as pedras e terras escavadas permaneceram no local, sendo reaproveitadas na própria obra. O alicerce do novo mirante foi erguido com o mínimo de impacto possível na vegetação. Com capacidade para receber três mil pessoas por dia, o parque vai oferecer completa infraestrutura Fotos: Eduardo Idalino/Divulgação
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POLÍTICA
TEXTO e FOTOS Gabrielle Pacheco
Novo Hamburgo em jogo
Pré-candidatos à Prefeitura mostram seus planos de campanha
O
ano de 2020 está sendo atípico. Com a pandemia, a maneira de se fazer política e campanhas de eleição mudou drasticamente. Se antes eram feitas aglomerações em comícios, compromissos a campo, visitas a bairros e um contato muito próximo com a população, agora isso tudo teve de ser deixado para trás e - a palavra do ano - reinventado.
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Com as eleições municipais se aproximando, os veículos de comunicação e a internet, especialmente as redes sociais, passam a ter um papel mais importante e ativo do que nunca. Por isso, a Expansão entrevistou os quatro principais précandidatos à Administração hamburguense. Confira nas próximas páginas!
Fátima Daudt
Buscando a reeleição, a arquiteta e urbanista Fátima Daudt entrega uma gestão marcada por diversos percalços: greve dos caminhoneiros, chuvas históricas e, agora, a pandemia de Covid-19. “Prezo sempre pelo equilíbrio e, nestes quatro anos, percebi que é isso que preciso ter cada vez mais”, destaca. Entre os principais feitos estão a revitalização da área central e a instalação do Santander na cidade, que trará consigo mais de dois mil empregos. Atrelado a isso estão as prioridades para realizar o que não pôde ser realizado nos últimos quatro anos. “A economia, com certeza. O Centro, que já estava recebendo atividades culturais, mas fomos atingidos pela pandemia. Isso acabou travando os planos, principalmente do comércio. O desenvolvimento econômico, com a transformação em um polo de saúde e tecnologia, é prioridade agora”, pontua.
Rodrigo Zucco
Patrícia Beck
Conhecida em Novo Hamburgo por sua atuação como vereadora, que iniciou em 2012, Patrícia agora quer alçar voos mais altos com a Prefeitura - e afirma que a experiência no Legislativo traz uma percepção apurada da máquina pública. “Esses oito anos me trouxeram o conhecimento dos problemas e a visão de quem não conseguiu resolver esses entraves. Por isso, vendo tudo o que foi feito errado, temos a obrigação de fazer o certo”, declara. Ela afirma ter como uma de suas principais vertentes a fiscalização, e quer levar isso para dentro do Centro Administrativo Leopoldo Petry. “Temos um plano de governo trabalhado em três eixos: desburocratização da máquina pública, desenvolvimento humano e desenvolvimento econômico”, pontua Patrícia.
Tarcísio Zimmermann
Delegado da Polícia Civil, Rodrigo iniciou sua vida política em 2018, ao coordenar a campanha do irmão, Ten. Cel. Luciano Zucco, eleito deputado estadual. “Sou um dos brasileiros que, durante muito tempo, acreditou que, para se buscar um mundo e um Brasil melhor, bastava escolher seu representante político e levar uma vida correta de trabalho, de dedicação à família e ao próximo”, afirma. Para ele, a segurança pública, a saúde e a educação são a base de qualquer administração - e o fato de ser delegado de polícia, segundo Zucco, contribui para a integração entre as instituições. “A nossa Guarda Municipal é, sem dúvida, uma das melhores e mais preparadas do País, podendo ser direcionada para ações específicas nesse sentido. Não podemos admitir uma guarda que seja treinada para ficar escondida em pontos estratégicos e aplicar multas em condutores”, comenta.
Após oito anos longe da administração hamburguense, atuando como deputado estadual, Tarcísio quer voltar ao cargo. Para tanto, ele se apoia em uma gestão baseada no conceito de vida em abundância. “Precisamos construir uma administração que valorize mais os aspectos humanos, que faça as pessoas se importarem com o outro”, afirma. Para tanto, ele afirma que definiu um processo forte de participação popular e ênfase em quatro pontos que julga serem essenciais neste momento de crise. “Que ninguém passe fome na cidade; que tenhamos uma educação que, de fato, abra portas para o futuro; que ninguém perca a vida por falta de atendimento, seja na saúde, na assistência social ou até na segurança, e por fim, que tenhamos um forte trabalho na geração de emprego e renda”, destaca.
PERFIL DE CANDIDATURA FD: Passamos por períodos muito difíceis na gestão, então é preciso equilíbrio, pois são necessárias decisões. e não se pode errar o time, não pode deixar de ter diálogo com todos, portanto, é importante ter um grupo coeso de secretários. Esse equilíbrio neste momento de decisões é importante. PB: Eu sou apaixonada pela cidade de Novo Hamburgo, com muita vontade de fazer o que precisa ser feito, sem reinventar a roda. A roda já foi inventada, apenas precisamos fazê-la se movimentar. Eu vou ser uma prefeita para liderar a nossa cidade com as pessoas, dando condições de crescimento à elas, porque uma cidade só cresce quando as suas pessoas crescem. RZ: Não me considero ainda um político, mas acredito numa visão fundamentada nos valores cristãos, tendo a família como alicerce e que atue preservando a soberania nacional, a livre ini-
ciativa e a liberdade econômica, encorajando o progresso tecnológico como caminho inevitável para o desenvolvimento humano. Defendo uma sociedade construída por um forte senso de justiça e dignidade humana e, por convicções pessoais, não abro mão da honestidade como pressuposto do exercício da atividade pública, do diálogo e da democracia como a única forma de se chegar ao rumo correto e da justiça social, como o fim comum de todos. O desejo de ser útil ao País, ao Estado em que nasci e à cidade que escolhi para viver e servir me trazem a este momento, em que percebo que de nada adianta termos iniciado uma grande mudança se ela não alcançar nós, cidadãos, no município onde moramos. TZ: Tive muitas oportunidades na minha vida, várias experiências, portanto, me defino como um candidato experimentado e que tem também muito método no trabalho.
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POLÍTICA
TRANSPORTE PÚBLICO
SEGUIMENTO ÀS AÇÕES DA GESTÃO ATUAL
FD: Vamos seguir o trabalho que estamos fazendo. Já conseguimos estruturar muito a saúde e devemos seguir melhorando cada vez mais. Todas as ações devem ter continuidade, isso é importantíssimo para o desenvolvimento de uma região. Vamos continuar com os trabalhos de revitalização urbana, de investimentos na saúde, na segurança. No momento em que uma ação é descontinuada, as coisas ficam ultrapassadas de novo e vão se deteriorando. PB: Para decidir o que mais pode ter continuidade, é preciso saber o que está funcionando, entrar lá [na Prefeitura], ver contratos. Não sou radical de parar tudo e recomeçar com a minha cara. A gestão da Fenac me chama a atenção, pois foi a única que prestou contas na Câmara, de fato, então tem uma técnica e um gerenciamento que me agrada. RZ: Um grande erro é fazer uma mudança completa do que vem sendo feito para satisfazer interesses partidários. Até por isso, pretendemos concorrer sem coligações eleitoreiras que buscam sempre o bem próprio, e não o da população. Candidatos apoiados por muitos partidos levam, obrigatoriamente, à divisão de secretarias e cargos de confiança, e isso não faremos em hipótese alguma. Precisamos de técnicos em cada pasta, não de presidentes de partidos. TZ: Na verdade, uma boa parte do governo é sempre de continuidade. A educação vai continuar, já que temos uma rede de educação importante. Quanto à saúde, temos um sistema robusto que está muito mal gerido, portanto, precisaremos modificar profundamente a gestão. A assistência social será totalmente reorganizada, pois é um desastre atualmente. Sinceramente, estou decepcionado com o governo da Fátima, pois ela não tem nenhuma ação que se possa dizer efetivamente digna. Não há nada para além do trivial, nada especial, que precisa ser mantido. Isso me entristece, pois empobrece a cidade.
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FD: Continuo brigando por isso. Quando assumi a Prefeitura, havia duas licitações difíceis a serem feitas: a do lixo e a do transporte público. A primeira, nós conseguimos, houve a troca de empresas, mas a população sequer sentiu. Já a do transporte nós também conseguimos, mas quando surgiram novas empresas, começou uma briga por conta de recursos impostos pelas anteriores e, para evitar uma judicialização estendida, reiniciamos o processo e fomos paralisados pela Covid-19, pois precisamos realizar uma audiência pública presencial. Estamos, então, aguardando isso para retomar o processo. PB: A licitação deve ocorrer, até porque tem uma Ação Civil Pública em andamento e, a qualquer momento, o gestor do Município pode ser condenado. Contrataremos pessoas técnicas, que consigam elaborar um plano de transporte e mobilidade efetivo. Não o que foi feito anteriormente, com mais de R$ 1,4 milhão por uma empresa espanhola e só virou papel. De forma muito rápida, precisamos construir um edital dentro das regras de licitação. Porém, também é necessário observar o município, não adianta ter ônibus de grande porte em determinadas áreas da cidade. RZ: Vamos contratar serviço profissional de engenharia de tráfego, para elaborar um estudo viário adequado para a cidade. Em seguida, fazer uma licitação para o transporte público, adequado ao novo modelo proposto pelo estudo técnico realizado.
TZ: Precisamos compreender que o sistema de transporte público enfrenta uma crise no país e, talvez, no mundo inteiro. Isso porque as pessoas tem mais carros, muita gente trabalha em casa, porque tem aplicativo, então as pessoas têm se movimentado menos na cidade coletivamente. Penso que o tempo em que podíamos imaginar um transporte coletivo financiado exclusivamente pela tarifa do usuário acabou. Portanto, é necessário discutir nacionalmente uma nova política de transporte urbano, que vai precisar de financiamento dos Governos Federal, Estadual e Municipal, como já acontece nas capitais e funciona. No caso de uma política nacional, será preciso uma desoneração fiscal para o sistema de transporte coletivo não pagar mais impostos, contando ainda com algum subsídio financeiro dos municípios. No entanto, também precisamos de um sistema mais racional, não tem sentido que todos os ônibus de Novo Hamburgo saiam de uma comunidade distante e venham até o centro. Precisamos de sistemas mais conectados, que tornem o sistema mais rápido e barato, porque hoje, quando um ônibus vem da comunidade até o Centro, são poucos passageiros, mas ele gasta o combustível, motorista, pneu, via pública, então é necessário racionalizar isso.
FD: Queremos concluir a reforma, e a utilização vai ser feita tanto pela comunidade, quanto pelas escolas. Sendo um espaço público, ele precisa ser utilizado. PB: [Precisamos encontrar uma finalidade] Não só para o ginásio, mas para todas as áreas de esporte e lazer do município, porque o esporte será muito trabalho dentro do eixo do desenvolvimento humano, inclusive como contraturno das escolas. Através da educação, vamos identificar talentos, seja pelo esporte ou pela cultura. Pensamos, inclusive, em parcerias públicoprivadas, pois temos clubes que também podem voltar a trabalhar com as crianças e jovens do município. Destaco que já fomos uma cidade que exportou muitos atletas, são talentos locais que precisamos voltar a identificar. RZ: Considero este um grande espaço mal aproveitado. A Oktoberfest da cidade seria um grande evento a ser realizado no local, inclusive tenho os direitos de exploração gratuita da marca para ser disponibilizada ao município. Seria nos moldes do que fiz em Lajeado, com a festa no Parque dos Imigrantes daquela cidade. TZ: Isso já era um problema no meu governo anterior, pois trata-se de uma obra mal planejada, de difícil conserto e manutenção. Dentro do contexto da negociação que vínhamos fazendo para a Fenac do futuro, ele entraria naquele negócio. No entanto, acho pouco provável que ele volte a ter uma utilidade dentro da cidade de Novo Hamburgo. Não vale o investimento.
ABANDONO ANIMAL FD: O canil não tem espaço para abrigar todos os animais de rua, portanto, o trabalho deles é a castração, principalmente de animais comunitários. Temos que ampliar esse trabalho, para que possamos ter um controle sobre o número da população animal, e isso está nos nossos planos. Nos últimos quatro anos, fizemos muitas coisas, como o investimento em equipamentos para o canil e a parceria com a Universidade Feevale, que deve ser ampliada agora que terá o Hospital Veterinário também. Também precisamos adquirir um novo Castramóvel, um novo veículo. Porém, em primeiro lugar, vem esse controle da população animal. PB: A primeira coisa a fazer é melhorar a comunicação. Queremos ter um diálogo com os protetores, que já tem a vivência e sabem os atalhos no trabalho da causa animal. Temos locais e pessoas que construíram uma estrutura, onde entra a parceria público-privada. Estamos estruturando, dentro [da Secretaria] do Meio Ambiente, uma gerência específica da causa animal. Veremos de que forma podemos melhorar o acesso ao nosso canil, não como um espaço para deixar os animais trancados, mas como um suporte para quem já trabalha essas políticas públicas de proteção e cuidado.
RZ: Viabilizar, por meio de parceria privada, um hospital veterinário, para cuidados com animais. Depois, vamos elaborar um programa visando banir o maus-tratos aos animais; possibilitar a castração dos animais, através da atuação de uma equipe móvel; cuidar dos animais abandonados realizando atos definidos como prevenção, devidamente tratados e castrados, encaminhando-os para adoção. TZ: Já havia assumido o compromisso de criar um órgão específico para esse aspecto dos cuidados com os animais. Isso não pode ser uma responsabilidade só da Administração Municipal, mas ela tem que ter capacidade de coordenar - junto com entidades e ONGs - uma política municipal. Para isso é preciso ter uma coordenadoria de defesa dos direitos dos animais, que faça essa gestão compartilhada com as entidades que apoiam a causa. Na verdade, eu valorizo muito essa área, creio que ela tem que ser enquadrada na mesma linha da vida em abundância. Nenhuma pessoa que maltrata um animal pode ser uma boa pessoa. Precisamos usar isso para educar, até mesmo passando pela escola. Educar para com os cuidados com os animais.
FD: A saúde em Novo Hamburgo mostrou que ela é capaz e provou seu valor. Já passamos por um pico de contágio e a saúde conseguiu, com todos os seus profissionais muito unidos, atravessar este que foi o maior teste com a saúde pública de um município. Em números e ações, o que fizemos até agora inclui: conclusão e inauguração da maternidade municipal, da nova UTI neonatal, que contou com investimento de R$ 1,2 bilhão e um espaço físico ampliado em 261%; inauguração do novo espaço da cardiologia do Hospital Municipal, com a ampliação de leitos de 11 para 23; inauguração do novo espaço do Laboratório Municipal; conclusão e inauguração da UPA Centro, com investimento de R$ 4,7 bilhões, sendo que R$ 2 bilhões vieram do Governo Federal e o restante, do Município; Centro Especializado em Reabilitação, o único no Brasil que compreende as quatro especialidades (auditiva, física, visual e intelectual); Centro de Especialidades Médicas, que atende, em média, três mil pacientes por mês.
SAÚDE
GINÁSIO DA FENAC
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POLÍTICA
PB: Temos a intenção de criar um plano de carreira, pois, para fomentar o setor, precisamos ter profissionais que fiquem na cidade, para que o profissional crie um vínculo com o cidadão. Quanto à atenção básica, em que a pessoa vai no posto com dor, o médico faz um exame clínico, dá o diagnóstico e pede um exame - não pode levar três anos para fazer uma ecografia. No primeiro ano [de governo], queremos tirar essas pessoas da “fila do sofrimento”, zerá-la. São Paulo fez isso com cirurgias de madrugada, com a rede privada, e temos condições, através dos hospitais privados e dos próprios médicos
do Hospital Geral - com quem já conversei, e se dispuseram a fazer esses mutirões de cirurgia. Temos, ainda, que engrandecer o hospital universitário, desde que a Feevale passou a ter o curso de Medicina. RZ: Daremos ênfase na medicina preventiva, com reforço do Programa Saúde da Família (PSF) e aumento das ações em saúde como planejamento e busca de casos (HIV+, tuberculosos e doentes crônicos) sem tratamento adequado, para correção de rumo e diminuir a incidência das complicações das mesmas; ativação do Centro de Imagem, com aparelhos de ecografia, tomografia e raio-x 24h por dia, bem como o laboratório e seu funcionamento que otimize e amplie a feitura e liberação dos exames às unidades básicas de saúde (UBS); parcerias público-privadas, por exemplo, podem ocorrer com instituições filantrópicas de papel social (de baixo custo e sem impostos), para fomentar as ações em saúde e cursos de capacitação dos profissionais da saúde, visando seu aprimoramento técnico, além de promover a humanização do serviço prestado ao usuário. TZ: A primeira coisa é acabar com a fila dos postos de saúde. É inaceitável que, com a estrutura que o Município tem, as pessoas tenham que chegar às quatro ou cinco horas da manhã
para conseguir um atendimento de saúde. Isso é falta de gestão. Nós já havíamos terminado com isso. É possível planejar a saúde, porque a gente não adoece de hoje para amanhã, todos ao mesmo tempo. Quando se tem uma estrutura de saúde da família, com duas UPAs e um hospital, não há razão para que uma pessoa precise sair às 4h da manhã para garantir atendimento. Ela pode chegar a qualquer hora e ser atendida. Se a unidade não puder atender, encaminha para a UPA. Essa é a primeira coisa. A segunda é a questão dos atendimentos especializados, que precisa ser resolvida. Precisamos voltar a valorizar a utilização de remédios e alimentos naturais, e pretendo ter um grande programa de hortas comunitárias que sejam, também, espaços de cultivo de ervas. Dessa forma, elas poderão ser utilizadas na produção de remédios artesanais, na substituição dessa cultura do remédio químico por uma retomada dessa tradição.
EDUCAÇÃO FD: O que queremos é que não existam crianças fora da escola. Para tanto, zeramos a lista de espera de 1,8 mil alunos que existia quando assumi a Prefeitura, ampliando a estrutura nas escolas. Para abrir vagas, é necessário construir escolas, e isso nós fizemos na rede de educação. A secretária Maristela faz um trabalho fantástico, diminuímos muito os números de evasão escolar e aumentamos também as notas dos alunos, além de trabalhar muito com o contraturno. PB: O meu foco é a educação com valorização e conhecimento dos talentos dentro das escolas. Além disso, o professor está ali para alfabetizar, quem tem que educar e dar os princípios básicos é a família. Por isso, teremos a integração da educação à assistência social e à saúde, com a intenção de criar um cadastro único que identifique as famílias e as vulnerabilidades. Além disso, voltaremos aos boletins com nota vermelha e nota azul, deixando-o mais acessível. O conceito exclui os pais analfabetos. Se tu está de frente para os
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pais e ele não está entendendo, de que forma essa educação é democrática e participativa? Educação de referência e de qualidade precisa ser propulsora para a pessoa crescer e se desenvolver como ser humano. Nisso entra a cultura e o esporte no contraturno, para mostrarmos para eles que eles podem ter um carrão, podem ter o tênis de marca, não pela droga e sim pelo suor do seu trabalho, talento e dedicação. RZ: Para investir em educação, aliás, como em qualquer empreendimento, são necessários recursos financeiros. De início e urgentemente, encaminharemos, junto ao Governo Federal, projetos e programas de alfabetização; implantação de escolas cívico-militares; escolas de tempo integral aos alunos; qualificação constante da gestão educacional junto à
família, professor e aluno; ações integradas entre as secretarias de Educação e Saúde. TZ: A educação terá que ser a chavemestre do governo. No meu governo, tivemos uma experiência interessante, o Pacto pelo Direito de Aprender. Através de um trabalho conjunto das áreas da educação, saúde e assistência social, conseguimos reduzir muito a quantidade de repetentes e evasão. Porém, não conseguimos articular isso suficientemente, precisamos de um esforço grande para oferecer uma educação de qualidade global e ter também capacidade de atender aquelas crianças que tem necessidades especiais. Precisamos ter um olhar generoso, articular esporte, cultura, lazer, assim como precisamos articular a saúde e a assistência social com a educação. Pretendo transformar a educação no centro. Meu primeiro governo, em 2008, foi muito focado na saúde, por necessidade. Nós organizamos todo o sistema de saúde da cidade. Se eu tiver a oportunidade novamente, farei um governo focado na educação.
CLASSE EMPRESARIAL E INDUSTRIAL
FD: Já mostramos que na saúde nós conseguimos fazer investimentos. Agora, temos que seguir forte com o que já vínhamos fazendo: trabalhar a diversificação econômica do Município, através de investimentos. Isso é ainda mais primordial depois da Covid-19. e esse é um grande desafio, mas um desafio onde eu gosto de atuar. Tanto que, durante a pandemia, trouxemos o maior empregador da cidade, que é o Santander. Já estamos tratando isso no nosso grupo, pois, no momento, em que aumentamos a arrecadação através da diversificação da economia, melhoramos todo o restante. Essa deve ser a nossa maior bandeira. Trago isso muito forte na minha história. PB: Começa com a Prefeitura não atrapalhando a vida de quem quer trabalhar. Nós somos a favor da livre iniciativa e da liberdade econômica. Aí entra o terceiro eixo do nosso plano de governo: desburocratização da máquina pública. Planejamos a liberação de alvará em até 24 horas: a pessoa passa por um único setor de atendimento e sem precisar fazer 500 protocolos, somente um que circule dentro da Prefeitura. Será um balcão de atendimento ao consumidor, tanto que quem me ajudou a construir esse projeto é uma pessoa que trabalhou no Procon, porque o cidadão nada mais é do que um consumidor de serviço público; criação do Distrito Industrial, em uma área que poderá ser desapropriada. Inclusive, pensamos em tornar a região um polo de saúde: convidar as empresas da saúde para produzir máscaras, propés, etc, aqui. Vemos as indústrias da área da saúde espalhadas pelo país e queremos concentrá-las na cidade. RZ: Recentemente, estive em Brasília para tratar especificamente desse tema. Temos um projeto voltado para a recuperação econômica e geração de empregos para nossa cidade. O alinhamento com o Governo Federal é fundamental para isso, e a proximidade com ministros podem resultar em investimentos. Já temos uma área escolhida e também aprovada em termos de licenciamento ambiental para criarmos um polo industrial na cidade.
VULNERABILIDADE SOCIAL
TZ: Na verdade, acredito que, hoje, os negócios e as empresas são menores em geral. O que precisa é ter uma política mais global de apoio e construir, junto ao ramo empresarial, uma estratégia para a cidade. Em meu governo, tivemos uma série de iniciativas que foram bem importantes. Por exemplo, a Fenac ganhou outra estatura, transformamos ela para gerar negócios. Resolvemos voltar a investir na ideia de que Novo Hamburgo é a Capital do Calçado, da tecnologia do calçado. Isso ganhou forma em uma interação com o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e com as entidades da tecnologia, e também no espaço que fomos ocupando nas feiras nacionais. Tinha planejado a criação da Hamburgtec, junto com a Feevale, e a criação de um instituto de inovação e tecnologia junto ao Liberato, na área do Zaffari - inclusive, já tínhamos negociado a área. Porém, esse é o tipo de projeto que exige muita liderança e muita persistência, que não houve na sucessão. Hoje, isso é absolutamente viável e ainda necessário. Temos que ter um plano de longo prazo, negociado com a comunidade.
FD: Sempre tivemos problemas com moradores de rua que vêm de outras cidades. Nosso trabalho no Centro POP é muito acolhedor, e também temos trabalhado em parceria com as igrejas e ONGs para que ocorra uma política de desenvolvimento social, que não incentiva eles a ficarem na rua. PB: A situação do morador de rua vai ser trabalhada em um projeto específico, muito parecido com o de São Paulo, porque o morador de rua tem, por vezes, a condição de volta para a sua família, mas alguns não querem voltar. Vamos fazer a identificação, a abordagem e criar um programa em que eles possam trabalhar para se manter. Muitos não vão para o albergue porque tem um regramento. Será feito um trabalho técnico específico de recolocação no mercado de trabalho: Catavida, higienização do Centro, com limpeza, canteiros, varrição de rua, e construção civil. Nossa estimativa é de que, em um ano e meio, tenhamos esse projeto e, em dois anos, consigamos solucionar esse problema. RZ: Ao longo desses 25 anos de atividade profissional como delegado de polícia, tive a oportunidade de interagir com todas os grupos e classes sociais, entre elas, a dos usuários e dependentes químicos. Foi então que conheci as comunidades terapêuticas mantidas por entidades não-governamentais, em geral ligadas às igrejas, que retiram essas pessoas das ruas e, após o devido tratamento, as devolvem ao convívio social e familiar. Passei a participar desses projetos de forma muito intensa contando com apoio de empresários, profissionais liberais e até da própria comunidade. Essas parcerias e ideias de comunidades poderiam ser levadas para dentro da gestão municipal. TZ: [Possuo um plano] Através de uma política de desenvolvimento social muito ativa. Claro que isso depende, também, de uma política de crescimento nacional. Quando falta emprego, quando faltam oportunidades, as pessoas empobrecem, as famílias se desarticulam, e as pessoas acabam indo para a rua. Respeito demais as diferentes profissões, mas cada uma na sua. Hoje, a assistência social está entregue a alguém que não tem formação para isso, o que não pode acontecer, pois é uma área complexa das políticas públicas. Tem que ter uma gestão técnica, se não o recurso investido é desperdiçado. Essa será a grande questão pós-pandemia, inclusive como fazer as pessoas não passarem fome. O nível de desemprego, empobrecimento, quebra de negócios é gigantesco e, ao tirarem o auxílio de R$ 600, será um caos nas nossas cidades. Teremos que estar preparados para atender, ou teremos um nível de desagregação social muito grave e não vai ter polícia suficiente, até porque a fome não se combate com polícia.
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Es
POR Gabrielle Pacheco FOTOS: Divulgação
pecial
Escolas se organizam para voltar com aulas presenciais
Retomada cautelosa L
entamente, o Rio Grande do Sul volta às suas atividades - mas não plenamente, claro, afinal, o vírus não deixou simplesmente de existir. Com isso, o debate do retorno às escolas se aquece, tendo dois lados antagônicos: um quer que as aulas presenciais voltem assim que possível, sob o argumento de que, com os pais indo trabalhar, não tem onde deixar os filhos; o outro afirma que, com as escolas fechadas, vidas serão preservadas.
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Foto: Divulgação
De fato, não há resposta certa, muito menos um acordo definitivo. O que é possível antecipar, no momento, são maneiras de minimizar ao máximo os riscos de contágio dentro dos colégios. Por isso, fomos conversar com cinco instituições de ensino privadas da região - Sinodal da Paz, IENH, Marista Pio XII, Sinodal e Instituto Ivoti para entender como elas estão se organizando para esse possível retorno. Confira nas próximas páginas.
PLANOS DE RETORNO
A maioria das medidas de contingência são as mesmas. Aferição da temperatura na entrada dos estudantes, tapetes sanitizantes de calçados, disponibilização de álcool gel no ambiente escolar e o uso obrigatório de máscara, previsto por decreto estadual, são algumas delas. Além disso, os espaços serão demarcados, de forma a garantir o distanciamento - isso inclui diminuição no número de alunos, colaboradores e professores que estiverem ocupando os ambientes das escolas. No Colégio Sinodal, por exemplo, foi feita ainda uma nova modalidade para o lanche. “Criamos a possibilidade de take away (retirada no balcão), assim, em vez de ficar comendo nas dependências do bar, os alunos fazem suas refeições ao ar livre”, aponta o diretor Ivan Renner.
Ivan Renner
“Criamos a possibilidade de take away, assim, em vez de ficar comendo nas dependências do bar, os alunos fazem suas refeições ao ar livre”.
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especial Esses planos foram compostos por equipes específicas de cada colégio. Na Instituição Evangélica de Novo Hamburgo, foi formado o Comitê Covid IENH. “Ele é composto por representantes de pais, professores e funcionários, equipe diretiva, coordenações das três unidades (Oswaldo Cruz, Pindorama e Fundação Evangélica) e profissionais técnicos”, explica o diretor Seno Leonhardt. Já o Colégio Marista Pio XII uniu-se à equipe de Infectologia do Hospital São Lucas da PUCRS. “Com isso, pudemos elaborar um guia de retorno às atividades presenciais. Trata-se de um documento vivo, que permanece em construção devido aos desdobramentos que envolvem a área de Educação e Saúde na cidade de Novo Hamburgo”, afirma Kátia Antoniolli, diretora da escola.
Seno Leonhardt
Momento de aula online no Instituto Ivoti
MOMENTO IDEAL
De maneira geral, as escolas aguardam somente a autorização das esferas estadual e municipais para que possam funcionar plenamente. No entanto, é consenso de que o momento atual não seja muito propício, mesmo com a desaceleração do crescimento de novos casos. “Não consideramos o momento apropriado para o retorno das aulas presenciais tendo em vista o crescimento do número de casos e mortes no Rio Grande do Sul e especialmente na nossa região. O declínio na curva de crescimento será um bom indicativo para o retorno”, pontua Seno. Juliane Prediger, diretora do Sinodal do Paz, afirma que esta é uma questão delicada. “Depende da realidade de cada instituição. Obviamente, retornar às aulas presenciais não significa voltar à mesma rotina que tínhamos em março. Retornar hoje implica ciência, cuidado e muita atitude preventiva consciente”, destaca. No Instituto Ivoti, o diretor Everton Augustin baseia-se na confiança dos dados técnicos e científicos do Governo Estadual. “Daremos o nosso melhor pelo compromisso assumido junto à comunidade escolar em favor da Educação. Isso não nos livra da possibilidade de uma nova paralisação”, relata.
Profª. Gabriela Córneo ministra aula síncrona do Pio XII
Everton Augustin Kátia Antoniolli
“Daremos o nosso melhor pelo compromisso assumido junto à comunidade escolar em favor da Educação.”
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LEGADO POSITIVO
A possibilidade de tornar o sistema de ensino híbrido é um tema que vem se tornando cada vez mais debatido entre especialistas de educação, autoridades governamentais e escolas. Para Juliane, essa é a estratégia adequada para o momento da pandemia, mas, “particularmente, não acredito que possa substituir o formato presencial das aulas”. Aprendizagem, segundo ela, está diretamente ligada à vinculação, que ocorre na troca do olhar, afeto, toque, principalmente contato. “Também não descarto esta ser a estratégia para algumas situações específicas, mas não como normativa geral”, pontua.
Juliane Prediger
Particularmente, não acredito que [o ensino híbrido] possa substituir o formato presencial das aulas.
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especial
De fato, este torna-se o momento de praticar a metodologia da tentativa e erro. “É uma possibilidade que precisa ser avaliada com cuidado. Estamos tendo uma grande oportunidade de testagem e aprendizagem”, afirma Seno Leonhardt. Segundo ele, é um grande debate a ser estabelecido com os educadores de todos os níveis de ensino. “Para alguns níveis, a alternância se mostra mais apropriada, em outros teremos mais dificuldades. Questões estruturais, metodológicas e sindicais precisam ser resolvidas”, comenta. A situação é muito semelhante no Pio XII. “Muitas são as aprendizagens desse período. Com certeza, a bagagem para continuarmos pensando a qualificação dos processos de ensino e de aprendizagem aumentou significativamente com essa experiência”, salienta Kátia. No Instituto Ivoti, o cenário é bemvindo. “O modelo híbrido de ensino não se restringe a uma mescla ou alternância de atividades presenciais e remotas. Na presencialidade, o modelo cairá muito bem, assim como no trabalho remoto também.
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“O modelo híbrido de ensino não se restringe a uma mescla ou alternância de atividades presenciais e remotas.” É certo que a tecnologia de informação estará muito mais presente no cotidiano das escolas”, diz Everton. Já no Sinodal, de São Leopoldo, Ivan Renner afirma que as aulas remotas não deixarão de existir. “No entanto, é importante salientar que nada substitui a presença nos laboratórios, o professor em sala, por exemplo”, destaca. Ele finaliza dizendo que, assim que as aulas presenciais retornarem, serão quatro horas por turno, mas, como a carga de disciplinas ultrapassa esse período, portanto, algumas disciplinas seguirão no ensino remoto. “Não só neste ano, mas continuamente também. Não podemos perder o que é muito bom e devemos voltar com o que é melhor ainda”, conclui.
turismo
Pedaladas em
crescimento Rota Romântica prepara uma série de ações para a retomada do turismo de forma segura
A
ndar de bicicleta sem o compromisso de uma competição, com o objetivo de conhecer novos lugares, pessoas e culturas, tem crescido no mundo todo. Em 2012, um estudo encomendado pelo Parlamento Europeu já estimava que existiam mais de 2,2 bilhões de viagens de cicloturismo feitas todos os anos na Europa, o que gerava um impacto econômico estimado em € 44 bilhões. De olho nessa tendência, a Rota Romântica tem apostado no cicloturismo como uma de suas principais bandeiras nos últimos anos, sendo tema de novidades previstas ainda para 2020. A diretoria da entidade e os prefeitos trabalham nos últimos detalhes para o evento de lançamento oficial do Circuito Autoguiado de Cicloturismo, que contemplará estradas secundárias dos 14 municípios da Associação. Na Alemanha, referência para inúmeros trabalhos da Rota Romântica, são centenas de rotas e milhares de quilômetros sinalizados para a prática do cicloturismo. Com as restrições impostas pela pandemia do coronavírus, o hábito se tornou ainda mais presente. Recentemente, a jornalista brasileira Clarissa Neher, que mora em Berlim desde 2008, aproveitou cinco dias de suas férias para pedalar entre Frankfurt e Berlim. “O relato publicado por ela após a sua experiência tornou-se bastante conhecido. Com isso, passamos a pensar, cada vez mais, em passeios de bicicleta nos municípios da rota”, afirma o presidente da entidade, Claudio José Weber.
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FOTO: Alexander Qprin/Divulgação
No Brasil, o mercado de bicicletas vive um momento histórico. De acordo com a Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas), houve um aumento de 118% nas vendas de bicicletas no Brasil entre 15 de junho e 15 de julho, em comparação ao mesmo período do ano passado. A alta procura segue a tendência encontrada em todo o mundo: a procura por meios de transporte mais seguros para manter o distanciamento social e a necessidade de visitar espaços ao ar livre.
SOBRE O CIRCUITO Com 355 km, o circuito de cicloturismo da Rota Romântica tem seu início e término em Nova Petrópolis. No percurso, praticamente sem estradas pavimentadas, a tranquilidade do interior e as paisagens serão o principal atrativo. A entidade disponibilizará um guia de navegação com pontos de apoio, além de informações técnicas do percurso, como grau de dificuldade e altimetria.
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DIreto ao ponto Igrejinha
Soberanas em 2021
Canela
Novo formato
A Associação de Amigos da Oktoberfest de Igrejinha (Amifest), organizadora da festa voluntária, definiu que o concurso para a escolha da nova corte será realizado também em 2021, no dia 25 de abril, integrando a apresentação do espetáculo artístico-cultural Celebração da Alegria. A diretora artístico-cultural da associação, Liége Brusius, conta que o diálogo com os envolvidos, a preservação da saúde e o amor à festa foram as bases das decisões tomadas. “Nos últimos meses, optamos em não dar sequência ao Workshop der Kandidatinnen, que prepara as inscritas para tornaremse Soberanas por meio de diversas atividades. No atual momento, é o melhor pela segurança de todos. Por isso, acreditamos que ela precisa continuar marcada pela participação, e o calor humano, das famílias e amigos das candidatas, além de todos que puderem estar presentes!”, afirma. Juliano Arnold/Divulgação
Adaptando-se às novas realidades, o evento Sabores de Canela irá ocorrer através da modalidade de consumo local. Planejada desde março, a 11ª edição ocorre de 1º de setembro a 1º de dezembro de 2020, fortalecendo e incentivando as pessoas a consumirem de empresas locais, com uma forte atenção aos cuidados de higienização por conta da Covid-19. 16 estabelecimentos elaboraram um prato especialmente para o evento, com uma lista de produtores rurais locais, respeitando a sazonalidade dos ingredientes. Os clientes poderão consumir nos locais participantes ou, então, por delivery. “Não haverá valor único para os pratos como nos anos anteriores. Para incentivar a compra antecipada, no site da ACIC serão disponibilizados vouchers de descontos”, explica o presidente da Associação Comercial e Industrial de Canela (Acic), Ronaldo de Paula.
Candidatas inscritas em 2020 terão prioridade nas vagas
Novo Hamburgo
Floresta Imperial reformado
irá promover eventos de sustentabilidade
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Divulgação
Fechado desde o começo da pandemia, o Parque Floresta Imperial, administrado pela Comusa - Serviços de Água e Esgotos de Novo Hamburgo, passou por adequações para receber a comunidade quando a situação se normalizar. Entre as novidades estão reformas estruturais e renovações de espaços. O destaque fica para o novo Centro Ambiental, espaço que vai promover atividades e eventos voltados para educação e sustentabilidade, além de abrigar o setor socioambiental da Comusa. Com auditório que comporta até 60 pessoas, os servidores do setor já estão trabalhando no local e devem dar início às atividades após o fim da pandemia. As reformas no Parque Floresta Imperial foram iniciadas em 2019. “É uma forma de devolver para a comunidade, cuidando desse espaço tão importante para os moradores e garantindo a segurança de todos que passarem por ali”, comenCentro Ambiental ta o diretor-geral, Eduardo Antônio Bonato.
DECLARAÇÃO À COMUNIDADE DE NOVO HAMBURGO
Gramado
Edição histórica
O Festival de Cinema de Gramado anunciou os longas-metragens brasileiros e estrangeiros, através de coletiva de imprensa a distância. Este ano, 146 longasmetragens brasileiros (LMB) e 93 estrangeiros (LME) participaram da seleção. São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul lideraram as inscrições na categoria LMB, com 46, 30 e 13 títulos. Já Argentina, Espanha, Uruguai e México saíram à frente entre os longas-metragens estrangeiros, com 49, 10, seis e cinco títulos inscritos, respectivamente. Ao todo, foram 15 estados mais o DF e 14 países. “Sempre tivemos orgulho do festival que construímos, mas este ano tem um sabor ainda mais especial. Manter a realização do evento e essa janela aberta para o mundo é, sobretudo, um compromisso que, há 48 anos, mantemos com o setor”, avalia o presidente da Gramadotur, autarquia municipal responsável pela realização do Festival, Rafael Carniel. A lista completa dos selecionados e homenageados pode ser conferida no site do Festival (http://www.festivaldegramado.net). Edison Vara/Divulgação
Apresentador Roger Lerina, curador Marcos Santuario e Rafael Carniel Canela
Parada temática de Natal
A Secretaria de Turismo e Cultura anunciou a criação de uma inédita Parada de Natal, prevista para iniciar na edição 2021 do Sonho de Natal. Inspirada nos desfiles da Disney, a nova atração do evento terá como tema A Viagem dos Sonhos – Por Um Mundo Melhor. Os parques temáticos e atrações turísticas irão desfilar com seus carros e personagens pelas ruas Felisberto Soares e Osvaldo Aranha. “O Sonho de Natal está se reinventando e o mais importante é que está sendo pensado a quatro mãos pelo poder público e iniciativa privada. Mais uma vez Canela dá exemplo”, destaca Sanches. Cleiton Thiele/Divulgação
Edição 2019 do evento
Quero, por meio deste comunicado, afirmar que não vou participar do próximo pleito eleitoral municipal (2020) como candidato. Após 20 anos com cargo eletivo ininterruptos, quatro mandatos na Vereança, sendo presidente da Câmara em 2019, vice-prefeito de Jair Foscarini, onde vencemos a eleição e a suplementar (2005-2008) e que assumi por mais de cinco meses a condição de prefeito, considero ter dado minha colaboração política e pessoal à comunidade de Novo Hamburgo. Foram mais de 120 Projetos de Lei apresentados, na sua grande maioria aprovados, participação ativa nas Comissões, nos debates e nas discussões sobre a vida de Novo Hamburgo. No Executivo, colaboração incondicional em todas as atividades de governo. Agradeço, sobremodo, aos meus eleitores, ao meu partido MDB, a que estou filiado desde 1996, à minha assessoria ao longo destes anos, a tantos homens e mulheres da boa política, com quem muito aprendi e me inspirei. De modo muito especial e carinhoso, à minha família: minha esposa Déborah, meus filhos Letícia e Fernando, meus pais e demais familiares e amigos pelo apoio e pela privação de minha companhia em muitos momentos. Saio pela porta da frente, por onde entrei, fui feliz neste período, e quando encerro esse ciclo, que cumpro até o final de 2020, aproveito para provocar muitas pessoas críticas, ativistas de computador e algumas vezes mal-intencionadas que se filiem a um partido político, deem continuidade ao trabalho, e façam ainda melhor. Passo a me dedicar totalmente à Medicina e aos meus pacientes, à minha família, aos meus núcleos de amizades, entidades que participo e alguns projetos que tenho. Sempre estarei à disposição da minha comunidade, torcendo pelo desenvolvimento e prosperidade de Novo Hamburgo, independente do grupo político que venha governar. Abraço a todos. Agosto, 2020
RAUL CASSEL
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DIreto ao ponto eNERGIA DOS NEGÓCIOS
São Leopoldo
Agência reinaugurada
A Sicredi Pioneira RS reinaugurou sua agência dentro do câmpus da Unisinos. O espaço segue um novo conceito pensado pela cooperativa, para estimular uma forma mais próxima de relacionamento com a comunidade, seja para buscar alguma solução financeira, quanto para realizar uma atividade individual ou coletiva. “Esta entrega fortalecerá os laços da cooperativa com os associados e a comunidade acadêmica. Mais que duplicamos o espaço de atendimento, transcendendo o padrão bancário, oferecendo um local onde o associado encontra as soluções financeiras que precisa, porém com acessibilidade e inovação para sentir-se parte dele”, explica o diretor de Operações, Eduardo Spier. Segundo ele, a agência insere-se em um cenário digital, que prioriza a redução no uso de papéis e o caráter sustentável em favor do meio ambiente. Ela oferece três ambientes: lounge, atendimento e cafeteria - que contempla tanto associados quanto não-associados e comunidade acadêmica. Além disso, ainda disponibiliza o Espaço Juntos, que se propõe a ir além de um coworking: um local que oportunize ao usuário a “construção” do seu próprio ambiente de trabalho. A unidade Unisinos constitui a primeira de uma série de três reinaugurações em São Leopoldo. Até o final de 2020, estão previstas reformulações das outras duas unidades, Centro e Scharlau, com layout semelhante, de acordo com o perfil dos associados.
Isnar Amaral*
Consultor ambiental - CRQ 05203390 isnaramaral@ambientebasico.com.br ambientebasico.com.br| (51) 99956-0042
Do interior do núcleo do átomo aos extremos do universo, tudo o que existe são sistemas de energia interligados. Sincronia Sistêmica é a correlação harmônica entre todos os sistemas existentes, do micro ao macro, abrangendo do nada ao todo, considerando o ser humano como o elemento alvo e, a partir dele, todos os seus empreendimentos. Os sistemas que compõem o ecossistema do negócio devem estar em equilíbrio a fim de manter a empresa próspera. O ambiente interno, juntamente com o ambiente externo, associado ao universo de possibilidades, forma o ecossistema do negócio. Uma empresa é formada por recursos financeiros e energia humana. O que movimenta o negócio é a energia de pessoas gerada pela equipe de trabalho, clientes, fornecedores e demais interessados no negócio. O padrão de energia mais forte é o que prevalece, e isto acaba influenciando todo o ambiente. Os diversos fatores ambientais que impactam o meio, de forma positiva ou negativa, também impactam as pessoas. Se este meio não for controlado, as circunstâncias o controlarão. Sem controle, o padrão de energia do ambiente do negócio poderá estar propício ou não. A Sincronia Sistêmica no Negócio pode ser implantada por meio da Reprogramação Quântica do Ambiente Básico. Este programa tem como principal propósito equilibrar o ecossistema do negócio, otimizar as soluções para todas as situações, atrair oportunidades e harmonizar e engajar a equipe em sinergia, gerando uma performance sustentável.
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Renan Costantin/Divulgação
Sincronia Sistêmica no Negócio
Agência marca novo momento da cooperativa
Itapema (SC)
Sistema de automação inédito
A Cindapa, empresa gaúcha de monitoramento de alarmes, e a Prediotech/Intelbras inauguraram um sistema inédito de automação de portaria remota no Brasil, em um condomínio na praia catarinense. A inovação conta com tecnologia de reconhecimento facial e cadastro remoto de usuários e visitantes. “A grande novidade é que o reconhecimento ocorre por uma selfie do próprio smartphone. Assim, ao chegar no edifício, o sistema já estará com os dados cadastrados, prontos para identificação e liberação”, destaca o CEO da Cindapa, Carlos Köhler. Segundo ele, a tecnologia de criptografia e alta interatividade facilitam o cadastramento de moradores e convites de visitantes. Além disso, há o acompanhamento das imagens em tempo real, tanto pelo usuário quanto pela Central de Monitoramento da Cindapa, como abertura de portas e botões de pânicos. “É um projeto inédito no país, com a mais alta tecnologia da Prediotech/Intelbras e toda a expertise de segurança da Cindapa. Ele marca a evolução dos sistemas e pleno atendimento das necessidades dos usuários”, completa Köhler.
Comportamento Cris Manfro* | acmanfro@terra.com.br
Mais satisfação no seu relacionamento
Divulgação
Monitoramento é inédito no Brasil Novo Hamburgo
Fimec confirmada
Diego Soares/Divulgação
A 45ª da Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes (Fimec) já tem data para ocorrer: de 9 a 11 de março de 2021, nos pavilhões da Fenac. Com o mote A única que tem tudo para criar o amanhã, a feira apresentará uma indústria cada vez mais sustentável, atenta aos comportamentos do mercado e baseada na economia circular. O diretor-presidente da Fenac, Marcio Jung, lembra os desafios que novo cenário traz às feiras de negócios. “Temos uma equipe que analisa cada situação, feira e segmento para encontrarmos a melhor forma de conduzir, pois não existe uma solução padrão. Algumas feiras presenciais contarão com melhorias em biossegurança, já outras têm Edição 2021 contará com capacidade para se protocolos sanitários adaptar ao sistema hípara sua viabilização brido”, pontua.
Que prazer estar escrevendo aqui para vocês. Eu ando meio distante, mas meu carinho continua o mesmo. Tenho trabalhado muito num novo projeto que trará conteúdo de muita riqueza sobre relacionamento para vocês. Quem, não quer um relacionamento com mais alegria, prazer e satisfação, não é mesmo? A antropóloga biologista Helen Fischer através de tomografias descobriu que existem três comportamentos expressos em componentes neuroquímicos que estão presentes, em pessoas que se consideram muito satisfeitas com seu relacionamento. Um deles é a prática da empatia. A empatia é expressa de três formas. A empatia cognitiva que é aquela onde você entende através do pensamento o que está se passando com o outro. Como exemplo você já deve ter dito: “fico pensando em como foi para o outro passar por tal situação.” A empatia emocional que como diz, é a capacidade de se conectar emocionalmente ao que se passa com o outro. Isso não quer dizer que você sente da mesma forma que a pessoa, mas se conecta com o sentimento do outro. E por fim a empatia da compaixão pelo que o outro está vivendo ou sentindo. Você já se emocionou e chorou vendo programa de televisão sobre alguém que você nem conhece? Isso é empatia da compaixão. Pois, quando você tem empatia pelo seu parceiro(a), é como se visse pelos olhos dele, e não somente pelos seus. Dessa forma tem muito mais chance de entender, sentir-se mais próxima e conectada e ser mais assertiva na relação. Outra questão apontada é o controle dos próprios sentimentos e cá para nós em época de pandemia, não tem sido fácil para muita gente manter o controle das emoções. Muitos fatores estão contribuindo para o estresse, impaciência e intolerância. Parceiros estressados tendem a culpar mais um ao outro pelos problemas, porque as sensibilidades e vulnerabilidades aumentam. Mas, se você buscar entender a pressão e o que estressa e toca no outro, conseguirá ser mais acolhedora ao invés de se queixar e cobrar. É preciso pensar que todos nós estamos com nosso disjuntor interno hiper carregado e, que pode eventualmente dar choque. Precisamos lembrar que, não controlamos o que sentimos, mas podemos controlar como vamos responder e se comportar frente as situações e ao outro. Por fim o terceiro aspecto é ter uma visão positiva do seu relacionamento e do seu amor. Pois, você se sentirá mais motivada para trabalhar da melhor maneira pelo seu relacionamento. Isso requer esforço quando não estamos bem, porque a tendência é ver tudo negativo. Nesse caso troque de “óculos”, ou melhor, busque mudar a visão negativa, para uma visão generosa com seu parceiro e de certa forma com você. Valorizando o outro, estará valorizando a si mesma e a sua relação. A esperança e o engajamento aumentam para deixar a relação melhor. Três dicas simples mas, poderosas. Logo estou de volta. Quer saber mais, segue meu instagram @crismanfro. *Psicologa
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e AÍ, TUDO BLEY?
Vítor Bley de Moraes Jornalista (Reg. Prof. 5495) (51) 9.9116-4119
AS LIVES COM INTERNET RUIM
SÃO UM CASTIGO! Mesmo sendo de importância imprescindível, as transmissões são prejudicadas por sinal ruim
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ou um entusiasta das novas tecnologias. Por isso, aguardo ansiosamente a chegada do 5G no Rio Grande do Sul. A nossa internet ainda está muito distante do que gostaríamos. Há lugares, que nem sinal tem. Talvez, por isso, as lives, que ganharam mais destaque na pandemia, muitas vezes tornam-se desinteressantes. Trava a imagem, e o som sai picotado ou robotizado, o que torna o contato desagradável para quem participa ou assiste. Também as entrevistas por plataformas digitais levadas ao ar pelas emissoras de TV, carecem de maior qualidade. E isto contrasta com o enorme avanço dos aparelhos de TV, cada vez com melhor definição de som e imagem, além das dimensões das telas cada vez maiores.
ABRAÇO Reitero que as lives são extremamente importantes. Em pleno período pandêmico, conseguem reunir uma quantidade enorme de pessoas online, de forma segura e que podem se comunicar com o mundo. Confesso, no entanto, que não vejo o momento de ser restabelecida a “normalidade”. Por mais práticas que sejam essas reuniões, nada substitui o contato físico. Se, em “tempos normais”, já vinha havendo um distanciamento natural por conta dos costumes de acessar as redes sociais e os jogos virtuais, agora, quase tudo gira em torno do celular e do computador: aulas à distância, trabalho em home-office, comércio e até a tele-medicina. Somos dependentes da tecnologia. É impensável ficar sem internet, sem computador e dos aparelhos de celular de última geração. Não é possível recuar. E que venham logo o 5G e outras novas tecnologias, mas não esqueçamos da importância da conversa pessoal e de um abraço caloroso que não se resume a um emoji. Somos seres humanos movidos a emoções. É possível o convívio entre a tecnologia e os costumes.
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Foto: Divulgação
Moda& Estilo Luci Bairros
Fotos: Divulgação
finaestampa99@hotmail.com
Para a nova temporada, a união perfeita entre rústico e sofisticado, numa inspiração bem casa de campo.
Tendências para os dias quentes
Calor vindo aí, passamos a usar roupas mais leves, tecidos frescos e ainda mais cor. Os looks prometem exaltar ainda mais a beleza da mulher brasileira, sempre com charme e informação de moda. Selecionei algumas tendências que vão dominar o street style na temporada Primavera Verão 2021!
Cores e texturas marcantes, como laranja, verde e tons pastéis. Nas estampas, florais que trazem a beleza dos jardins botânicos.
Para elevar a beleza da noite, a duplinha famosa de P&B pode vir combinada a pontos de luz em laranja e lima, dando um brilho a mais nas peças de verão. PS: Trago notícias maravilhosas! A belíssima grife Morena Rosa me escolheu para ser uma das 30 embaixadoras da marca. A partir de agora, irei representá-la na Região Metropolitana.
Blusas com mangas bufantes trazem romantismo e feminilidade aos looks
Fotos: Morena Rosa/Divulgação
Peças em alfaiataria aparecerão mais estruturadas, ganhando um toque especial de cores vibrantes.
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PERSONALIZE
Ela sempre prima por personalidade
Marcelo Minuscoli Arquiteto mminuscoli@terra.com.br
COMO É A CASA DE UM ARQUITETO?
“(...) somos humanos, não semideuses no Olimpo da construção civil.”
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Fotos: Divulgação
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or trás do profissional arquiteto sempre tem uma pessoa e, por mais incrível que possa parecer, também temos dúvidas sobre como montar a nossa casa. Essa afirmação pode causar espanto, mas vou começar levantando uma defesa irrevogável: somos humanos, não semideuses no Olimpo da construção civil. Fomos treinados a ouvir o outro, a ajudar a organizar os anseios do outro e, no final do processo, realizar os planos do outro. Mas quando precisamos colocar num projeto as coisas que são importantes para nós e para nossa família o processo é diferente do dia a dia do escritório. Nosso vasto conhecimento e amplo acesso a produtos e técnicas do campo de atuação, inerentes da profissão, nos fazem entrar num processo de escolha e renúncia sobre o que usar e como fazer. Nossas casas também precisam ser dotadas de tudo aquilo que afirmamos aos nossos clientes: estética, praticidade, design, ergonomia, tecnologia e conforto. Parece simples e frio, mas um projeto precisa trafegar pela razão, pois sempre teremos que resolver a equação do custo-benefício; eu, particularmente, não concordo com a frase clichê de que o arquiteto “realiza sonhos”. Acredito numa metodologia que nos posiciona mais perto de ser uma “ferramenta” que auxilia e conduz um processo para os clientes realizarem os seus sonhos. Sendo assim basta fazer uma lista de definições? Não, infelizmente não. Vou dar um exemplo para explicar meu raciocínio: a escolha do piso será o tema. Eu já fiz lindas casas com piso de madeira natural, um charme incrível, réguas de comprimento variado davam uma sutil modernidade a um produto clássico mas, já fiz outras tantas casas maravilhosas com piso em porcelanato polido que traduz modernidade ou elegância (depende da estampa), em grandes formatos que além da estética imprimem uma praticidade inigualável aos usuários. E agora? Qual eu (arquiteto) vou colocar na minha casa?
Bom, sendo assim, agora vou dividir com todos o que para mim é importante num lar, seja casa ou apartamento. Por ser uma pessoa prática, minha casa não pode ter mitos e tampouco soluções óbvias (não que elas também não estejam por lá). Eu preciso de espaço! Não só metros quadrados, mas de circulação e que permitam cada ambiente ter o melhor aproveitamento. Ao escrever isto lembrei que um cliente certa vez me disse que queria um quarto de casal grande e que ao redor de sua cama precisaria ter 1 metro livre nos três lados pois ele sempre teve quartos apertados e aquilo o incomodava profundamente (eu já me contentaria com 80 centímetros - risos). Eu gosto de banheiro bem montado! Além do tamanho e organização dos equipamentos, ele precisa ter iluminação e ventilação natural, como também é imprescindível ser plenamente revestido com cerâmica em tons neutros e texturas naturais. Sua instalação hidráulica deve ser perfeita e com vazão que permita um ótimo banho. Não faço questão de banheira, mas sou fã de coluna de banho, cheia de duchas de massagem. Eu valorizo armazenamento planejado! Cada coisa deve ter seu lugar, é um princípio que sempre utilizo em projetos. Pode parecer tortura para alguns,
mas não consigo guardar roupa de cama e toalhas de banho junto das roupas, para tanto sempre projeto uma rouparia para minha casa. Outros ambientes como armários de cozinha e roupeiros precisam promover o melhor uso possível, precisam ser pensados e muito bem divididos. Eu preciso ter controle efetivo da tecnologia! Acredito que certos itens são muito práticos, como a automação da iluminação e de persianas e cortinas pois facilitam o funcionamento e regulagem destes itens. Já na parte da climatização e segurança me permito fazer mais investimento pois para mim são essenciais. Eu preciso dormir bem! Para isso o colchão precisa ser muito bom, não adianta comprar qualquer um. Sempre lembro de quantas horas do dia que utilizo o item, e isso faz toda a diferença. Eu adoro cozinhar! Quem me conhece sabe que, modéstia à parte, eu me viro bem pilotando o forno e o fogão portanto eu gosto de bancadas livres, utensílios bem posicionados e uma quantidade considerável de armários de louça pois além de comer bem, também gosto de enfeitar a mesa. Eu amo design! Não só por ser profissional da área, mas é uma questão de gosto pessoal. Minha casa precisa ter móveis, arte, decoração, vegetação e meus preciosos animais de estimação (Lola, Nina e Mumu). São aqueles pequenos mimos que fazem bem aos olhos e enchem a casa e a vida de alegria.
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“A Primavera é um adorável lembrete do quão magníficas as mudanças podem ser.” (Autor desconhecido) Marcelo Faustini/Divulgação
Miss Brasil é gente nossa
de a a zita Zita Pereira zitapereira@revistaexpansao.com.br
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Gaúcha de Porto Alegre, Julia Gama foi eleita Miss Brasil 2020 e vai representar o país no Miss Universo. Fixada na China, onde trabalha como atriz, Julia participou do Miss World em 2014, no mais antigo concurso internacional de beleza do mundo. As candidatas foram avaliadas por vídeo, em desfiles, entrevistas e fotografias antigas, de acordo com todas as normas do momento atual. Preenchendo todos os quesitos, Júlia sagrou-se novamente a mulher mais bela do país, fazendo valer a fama, globo afora, da beleza da mulher gaúcha.
Dona da beleza: sua majestade vai consquistar o universo
Mamma mia!
De origem italiana, a paulista Edna Barraca, como toda boa mamma, dá show na cozinha. Preguiça? Ela não conhece essa palavra. Casada há mais de três décadas com um gaúcho, moraram em São Paulo, Cuiabá e hoje vivem em meio ao verde e à natureza em um sítio, em Dois Irmãos. Jonas Pereira, o Nango, pessoa super querida, prestativa e conhecida na cidade, e os filhos, Jéssica e Ricardo, não têm do que reclamar. Sempre pronta para o que der e vier, desta vez foi ela quem recebeu merecido break com a festa surpresa preparada para comemorar seus 6.0. Disposição e alegria definem muito bem essa paulista, que tornou a vida do meu mano mais barulhenta e movimentada. E fazem par para lá de perfeito!
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O tempo não para
Estilo e bem viver: eles estão sempre de portas abertas para os amigos Fotos: Divulgação
Passando fim de semana em Gramado Marcelo Piva e Fabi passeavam pela avenida principal, quando, depois de muito tempo, ele e Felipe Poersch, amigos de décadas, se reencontraram. Já eu e Fabi descobrimos todos nossos pontos em comum. Passamos fim de semana juntos e aproveitamos tudo o que a nossa mais linda e famosa cidade da serra gaúcha pode proporcionar. Foram dois dias intensos e de fortalecimento de uma amizade verdadeira. Eles são mais que demais, e, com certeza, foram feitos um para o outro. Marcelo é voltado para o lado esportivo e Fabi, linda, sempre elegante, fashion e chique, é parceira para toda hora e se arrisca nos esportes aquáticos com ele e os amigos que cultivam como se fossem pérolas. A imensa casa aqui na cidade e da praia, a beira do rio Tramandaí, estão sempre lotadas de friends. Eles são dez e, somando, fazem o legítimo casal 20.
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Doutor por honra da causa
A Organização das Américas para Excelência Educativa (Odaee), sediada em Frankfurt, Alemanha, titularizou o hamburguense Giovane Zambelli como Doutor Honoris Causa em Laserterapia e Saúde Estética. O título, concedido em julho, foi chancelado por seis universidades iberoamericanas, tornando-o o único em sua área reconhecido como doutor no mundo. Desde que iniciou na área, há cerca de 13 anos, Giovane não mediu esforços para se aprimorar. Cursos internacionais, palestras e especializações somaram-se à inquietude do esteticista, que passou a pesquisar, desenvolver e aplicar diferentes técnicas em remoção de tatuagem a laser. Sendo reconhecido no Brasil e no exterior, o laserterapeuta possui em sua carreira, mais de 26 mil atendimentos, palestras, cursos e consultorias na área, sendo figura respeitadíssima no mundo da despigmentação. Contatos pelo telefone (51) 9 9919-1010.
Reconhecimento internacional: doutor por honra e mérito
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Vilnei Duarte/Divulgação
COLUNA DOS VALES Vilnei Duarte
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Jéssica Kunzler/Divulgação
Santa Cruz agora tem Restaurante Viccino
A terra da Oktoberfest agora conta com uma deliciosa opção de gastronomia, bom café e excelentes vinhos. Tratar-se do Restaurante Viccino, do empresário Celso Esperidião, que abriu as portas na Rua Borges de Medeiros, 534, bem no coração de Santa Cruz do Sul. Dentre os itens do cardápio, a casa conta com massas, risotos, filés, codorna com polenta, carré de cordeiro, magret de carnard, sanduíches, vinhos e espumantes (nacionais e importados), cafés especiais (nacionais e importados) e empório com produtos orgânicos. Celso Esperidião é proprietário de uma auto-escola, o CFC Celso, mas disse que sempre sonhou em ter um empreendimento na área da gastronomia e agora chegou o momento, aguçado depois de uma viagem que fez pela Europa e teve contato com a gastronomia italiana, aumentando seu sonho guardado Culinária italiana e vinhos de excelente desde quando tinha qualidade são oferecidos aos clientes seus 18 anos.
Quiosque deu vida ao espaço turístico junto a Praça José Bonifácio
Vera Cruz ganha o Quiosque da Praça
Quando Vera Cruz completou 61 anos de emancipação, recebeu de volta um de seus pontos turísticos contemporâneos, o Quiosque da Praça, agora denominado de Quiosque À Brasileira. Filial do restaurante À Brasileira, de Santa Cruz do Sul, oferece aos vera-cruzenses o seu tradicional cardápio de comida estilo caseira, além de pizzas, petiscos e chope. Conforme os novos gestores do espaço, o atendimento inicial está obedecendo os protocolos de cuidados com a saúde, mas preparado para atuar a todo vapor assim que passar a pandemia, voltando a ser um dos pontos de maior concentração de pessoas que gostam da boa mesa ou de um espaço externo para um encontro com os amigos.
Caminho da Paz inaugura Memorial Pet
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Caminho da Paz/Divulgação
Pioneiros na região, os proprietários da Funerária Caminho da Paz oferecem também a partir de agora, serviços de despedida e cremação para animais de estimação através do Memorial Pet – Caminho da Paz, o mais novo empreendimento do grupo na cidade de Santa Cruz do Sul. A dor da perda de um pet há cinco anos, foi o que despertou na família Rohr, o desejo de colocar em prática um projeto para auxiliar muitos donos de pets em Santa Cruz do Sul e região do Vale do Rio Pardo. A estrutura é totalmente separada do atendimento humano, bem como todos os serviços. O prédio onde está instalado o memorial fica na rua Marechal Deodoro, 798, ao lado da estrutura da Caminho da Paz na cidade.
O Memorial Pet foi uma novidade que chamou a atenção de moradores da região
É negócio? Jorge Trenz Consultor Imobiliário
jorgetrenz@trenznegociosimobiliarios.com.br
Andréa Martins Schütz Seu olhar sobre a preservação é muito positivo, certo? Vejo o patrimô-
POR QUE A GENTE É ASSIM?
Aos nove anos, ela já participava das reuniões com os preservacionistas do bairro Hamburgo Velho junto com a mãe, que é historiadora. Andréa Martins Schütz, arquiteta e urbanista, percebeu desde cedo o valor do patrimônio histórico para uma comunidade.
nio histórico de uma forma extremamente afetiva, ele está dentro da minha pessoa. Tive a felicidade de ter nascido numa família que sempre teve consciência de que nós, em Novo Hamburgo, fomos agraciados com um sítio histórico que foi tombado em nível federal por ser um registro de memória fortíssimo da imigração alemã dentro do nosso país. Preservar esses espaços nos trazem uma identificação, uma identidade muito forte, que faz com que tenhamos o sentimento de pertencermos ao local.
mos casas, edificações, uma estrutura urbana consolidada e isso é muito importante. Mas não é só o patrimônio das edificações que precisa ser valorizado, mas o patrimônio cultural e natural, que inclui a paisagem. Nosso sítio histórico tem muito valor porque ainda abriga um contexto de paisagem preservada.
do que elas foram feitas em momentos diferentes, porém, se adequando ao progresso que a humanidade vai tendo ao longo do tempo. Isto é o que desperta nas pessoas a vontade de conhecer, de visitar, sabendo que ainda vai ter alguém ou alguma tecnologia para explicar a importância daquilo tudo.
Isso é importante para as gerações futuras? Uma população não pode apagar
Como você vê a relação com o lado econômico? Nós temos
A gente aprecia redutos históricos em outro lugares...
sua história ou de onde ela vem, porque dificilmente poderia seguir seu rumo construtivo. Alguns jardins que ainda mantém características da imigração alemã, lugares que produzem alimentos que vêm do conhecimento culinário daqueles primeiros imigrantes; alguns tipos de fazeres e saberes que lembram os nossos avós, as nossas bisavós, ajudam a manter essa história viva e fazem a gente compreender por que somos quem somos, porque hoje Novo Hamburgo é desse jeito, dessa forma. Pessoas que viveram em tempos passados deixaram seus registros no tecido urbano.
que ter uma multidisciplinaridade, conjugar com equilíbrio o lado da preservação e do progresso. O grande segredo para ir adiante é dar as mãos e construir resultados positivos. Por isso, também, é muito importante a população poder entender esse processo, termos discussões públicas sobre o assunto patrimônio histórico. Minha educação foi no sentido de valorar o patrimônio, não ver essa riqueza como uma coisa velha, decadente, que não vai ter valor para mim. É o contrário.
Esse rumo construtivo possibilitou a ascensão econômica do passado? Certamente. Não podemos esquecer,
As próprias questões estruturais exigem esse realinhamento, não é? É impossível man-
sob hipótese alguma, que o sapato foi a força motriz da cidade, que a indústria calçadista levou Novo Hamburgo a ser conhecida no mundo inteiro pela sua fabricação de sapatos, fortemente influenciada pelos imigrantes. Então, são esses aspectos que nos fazem ter amor pelo lugar, querer preservar o lugar. Te-
ter uma estrutura com cem por cento da sua originalidade. Temos que abrir frentes para adequá-las à questão da acessibilidade, das exigências sanitárias, de segurança, de dados... O ideal é ter uma arquitetura moderna conversando com a antiga, saben-
Os jovens hamburguenses têm feito muito lazer no bairro histórico de Hamburgo Velho. Isso é ótimo, porque eles também trazem uma visão diferente de mundo, ligada à sustentabilidade, à questão de poluir menos, de poder usar uma ciclovia, um sonho, aliás, que acalento há muito tempo naquele local. Eu acho que Novo Hamburgo tem um potencial significativo de levar adiante sua história e está mais que na hora de nós, como cidadãos dessa cidade, nos abrirmos para isso e construirmos juntos esse resultado.
“O ideal é ter uma arquitetura moderna conversando com a antiga, sabendo que elas foram feitas em momentos diferentes”. Foto: Divulgação
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Famílias da Serra nova petrópolis vanessa@projetosperene.com.br
Familias da serra
Arquivo pessoal/Divulgação
Vanessa Birk Staudt
Gabriel Heckler e Roberto Perez são os idealizadores do projeto Famílias da Serra, um e-commerce que reúne produtos de empresas familiares e artesanais da região. Criado com o objetivo de apoiar os produtores da região nas vendas digitais, os empreendedores fazem a comercialização e a logística. Assim, as famílias seguem fazendo as delícias artesanais da Serra Gaúcha. Cervejas, geleias, sucos, queijos, embutidos, mel e chocolate estão entre as delícias caseiras. Mais informações em www.familiasdaserra.com.br.
Mauro Stoffel/Divulgação
2ª cidade mais rica do Estado Um levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) classificou Nova Petrópolis como a segunda cidade mais rica do Rio Grande do Sul e a 23ª no ranking nacional. Foram considerados renda média, declarantes e patrimônio líquido médio da população, além da renda média e patrimônio líquido médio dos declarantes de imposto de renda pessoa física. O estudo da FGV Social foi baseado em um cálculo que considera os dados de rendimentos declarados no imposto de renda divididos pelo total da população.
Nova Petrópolis
Criado o Contur Hortênsias
Rebbie Hoffmann | ACINP/Divulgação
A Associação Comercial e Industrial de Nova Petrópolis liderou a criação do Conselho de Turismo da Região das Hortênsias, em parceria com outras entidades de Nova Petrópolis, Gramado, Canela e São Francisco de Paula. Com o propósito de atuar junto ao poder público na busca da regionalização de pautas comuns nas áreas econômicas, de infraestrutura, segurança e sociais, o Contur foi fundado no dia 25 de agosto. O conselho é formado pela ACIC, Visão, ACINP, ACISF, Convention, Abrasel, Sindetur, Sindilojas, e conta com o apoio de parceiros como Sicredi, Feevale, UCS e Sebrae.
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