Revista Expansão | Edição 268 - Novembro 2022

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Personalidade

4 expansao.co @expansao.co @expansao.co (51) 98030-3073 expansao.co Revista Expansão Novembro.2022 Calçados Beira Rio S.A. mostra novidades e marca presença no Festuris, em Gramado Business Entrevista 18 28 Andrea Zimmer, diretora da escola municipal Adolfina Diefenthäler, celebra o título de uma das melhores instituições do mundo Aulas práticas de tecnologia agregam novas habilidades aos alunos do Sinodal Robótica Homenagem ÍNDICE 40 42 Conceitos de inteligência cultural são transportados para dentro da sala de aula Sociedade Cruzeirinho completa cem anos e é homenageada pelo legislativo hamburguense Ensino 22
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Jaqueline Goes
sobre investimentos na pesquisa e representatividade negra Fotos: Divulgação Daniele Souza/Divulgação
Cientista
fala

Reta final

Novembro é um mês intermediário. Ainda não é final do ano, visto que tem todo dezembro pela frente. Tampouco temos aquela energia revigorante dos primeiros meses do ano, e a necessidade de um descanso vai ficando cada vez maior. Por isso, concebemos a edição 268 da Expansão para ser uma prévia dessa pausa: leve como a areia, refrescante como uma brisa de verão. A educação, por sinal, é um tema predominante. Na entrevista, a diretora de uma das melhores escolas do mundo, Andrea Zimmer, fala sobre o poder transformador que uma sala de aula tem. Nossa super capa traz um dossiê com-

pleto sobre os 190 anos da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo. Em uma conversa com o pessoal da robótica do Colégio Sinodal, falamos sobre a importância da tecnologia e seus benefícios aos alunos. Por fim, a personalidade do mês é inspiradora: a cientista Jaqueline Góes foi a responsável pelo sequenciamento genômico do Sars-CoV-2 em tempo recorde, lá no longínquo 2020, e aborda temas como investimentos na ciência e a importância da presença de pessoas negras em ambientes acadêmicos. Espero que você goste dos conteúdos tanto quanto eu gostei! Já aproveita e segue a gente no Instagram: @expansao.co. Boa leitura :)

Ficha técnica

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Abrangência

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Criação

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CAPA IENH Há 190 anos transformando gerações Fotografia Homero Schuch/Especial Alexandre Bitello (ABDesigner) Gabrielle Pacheco | Editora
DA REDAÇÃO
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Instituição Evangélica de Novo Hamburgo completa 190 anos de fundação

Uma história que confunde-se à da imigração alemã no Rio Grande do Sul, mais antiga até do que o próprio município onde se localiza. Assim é possível resumir a trajetória de 190 anos da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), que abrange a Educação Infantil até o Ensino Superior com três unidades de ensino –Pindorama, Oswaldo Cruz e Fundação Evangélica. Ao

longo desses quase dois séculos, a IENH vem ampliando cada vez mais seus esforços em aplicar uma educação transformadora, com ênfase na liderança, no empreendedorismo e na responsabilidade socioambiental. Ao longo das próximas páginas, você fará um passeio por histórias de quem passou pela instituição e a visão de futuro de quem está à frente das escolas.

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Fotos: Divulgação

Os primeiros passos

A imigração alemã no Brasil iniciou em 1824, onde começaram instalandose em São Leopoldo e, pouco a pouco, foram espalhando-se pelas proximidades, até chegarem aos primórdios de Novo Hamburgo, em uma localidade batizada Hamburgerberg – que hoje corresponde ao bairro de Hamburgo Velho. Com isso surgiu a necessidade de criar uma escola para os filhos dos imigrantes e, em 1832, criaram a igrejinha-escola Evangelische Gemeinde Schule – que veio a se tornar a unidade Pindorama. Já a Fundação Evangélica foi criada em 1886, pelas irmãs Lina e Amália Engel, com a denominação de Evangelisches Stift. Em 1896, a Comunidade Evangélica fundou sua escola que, poste-

riormente, foi batizada de Escola Evangélica Oswaldo Cruz. A mudança dos nomes ocorreu no início da década de 1940, por conta das medidas nacionalistas de Getúlio Vargas para preservar a Língua Portuguesa em detrimento dos dialetos estrangeiros.

Segundo a coordenadora do Programa Socioambiental da instituição e da comissão dos 190 anos, Isabel Cristina Vetter Lizakoski, os imigrantes sempre foram focados na educação com valores sociais, já que vinculavam o conhecimento à cultura e à relação com a comunidade ao seu redor. Ela lembra que as escolas foram criadas exatamente por e para essa comunidade. “As primeiras ações da IENH surgiram a partir da importância de atender a comunidade, promovendo atividades curriculares na área social”, revela.

Programação comemorativa

Ao longo de 2022, a escola realizou diversas atividades alusivas aos seus 190 anos. Entre elas o Jantar Baile, Recital Arte em Movimento, culto, Troféu IENH de Atletismo, Festa da Família, teatro e diversas atividades em sala de aula. Conforme Isabel, durante a Festa da Família aconteceu um encontro de ex-alunos. “Vieram ex-alunos de tempos muito antigos, que lembranças do seu tempo na instituição”, aponta.

A IENH faz parte da história da minha família há gerações, já que minha avó, minha mãe e seus irmãos, eu e os meus, e minha filha estudamos na instituição. Entrei bem pequena no Oswaldo Cruz e, depois de formada, voltei como professora na Fundação, onde trabalhei por quase 20 anos. Sou uma pessoa muito grata à IENH pela base que tive na minha vida e na minha formação profissional.

Aline Kruse, psicóloga e ex-professora da unidade Fundação Evangélica

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Isabel Cristina Lizakoski

Destaques da instituição

Rede Sinodal de Educação

A IENH faz parte da Rede Sinodal de Educação da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, tornando-se um espaço de educação com valores e vivências cristãs, com ênfase na liderança, no empreendedorismo e na responsabilidade socioambiental. Ao longo da história, participou de diferentes atividades em comum das instituições sinodais, como encontros de liderança, mostras de curta-metragem, teatro e dança, simpósios, entre outras.

Incentivo à inovação

Desde 2021, a Instituição Evangélica conta com o Núcleo de Inovação (NUII), que apoia iniciativas relacionadas à inovação, ao empreendedorismo e à transformação digital, por meio da criatividade aplicada e olhar para novas tecnologias, metodologias e modelos alternativos de negócio. O NUII desenvolve trilhas de extensão, jornadas de startups e iniciativas de aprendizagem baseada em projetos, hackathons e outras vivências para alavancar a cultura da inovação e o empreendedorismo no entorno da escola.

In Company

“Minha vida escolar na IENH iniciou aos cinco anos, na Escola Pindorama. A semente do afeto e da admiração, lançada na minha infância, criou raízes que me fizeram, após meu estágio do magistério, continuar na escola ensinando crianças a ler e a escrever. Hoje, vejo a IENH, com seus 190 anos de existência, evoluindo em seu fio condutor, com a permanente preocupação em qualificar indivíduos para uma nova realidade de mercado.” Cristina Mentz, ex-professora e ex-diretora da unidade Pindorama

Empresas privadas, públicas e do terceiro setor podem contar com a expertise da instituição por meio dos cursos in company promovidos pela Faculdade IENH. São diversas formações disponíveis, entre temas como comunicação assertiva, diversidade, gestão estratégica de pessoas, gestão do erro e regulação emocional. Na proposta, a faculdade trabalha com assessoria, mentoria e participação ativa para a solução dos desafios encontrados pela empresa. O trabalho é desenvolvido a partir da inclusão de áreas de saber não tradicionais e na interdisciplinaridade, abordando as demandas complexas de maneira inovadora e profunda.

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Esporte como estímulo aos estudantes

Atletismo, vôlei, basquete e outros esportes são incentivados e praticados por estudantes da IENH. Nos últimos anos, foram mais de 120 títulos conquistados em diversas modalidades esportivas, além de mais de 800 medalhas nos últimos quatro anos. Além das aulas de educação física, os estudantes podem realizar atividades complementares, no contraturno escolar, como natação, hidroginástica, judô e futsal. O resultado é o desenvolvimento de competências que vão além da sala de aula.

“A IENH é uma instituição respeitada e admirada pela marca que deixou e deixa naqueles que circulam pelos corredores do saber e das descobertas neste educandário. É com orgulho que declaro ter estudado na Fundação, que sempre foi marca de excelência. A formação que recebi permitiu-me desenvolver uma estrutura interna com muita clareza e ética nas escolhas e decisões, marca de uma escola fundamentada em princípios bíblicos.”

Projetos socioambientais

Uma ampla frente de projetos socioambientais tem como propósito a promoção do exercício da cidadania e o respeito à dignidade humana e ao meio ambiente. As atividades são evidenciadas em práticas pedagógicas que vão desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. Pessoas de todas as faixas etárias e o meio ambiente são contemplados pelos projetos desenvolvidos pela Instituição, como o programa Arte em Movimento, Corrida pela Cidadania, Um Olhar para o Outro, Agentes Mirins do Trânsito, Fórum Social da Faculdade IENH, entre outros. Para a coordenadora do Programa Socioambiental, Isabel Lizakoski, a instituição tem entre seus valores o compromisso com o entorno social e ambiental. “Acre-

dito que, com esse programa, os nossos estudantes compreendem que só vamos ter um mundo melhor quando as diferenças dialogarem entre si e que é necessário respeitar as características individuais de cada lado.”

Marie Traude Schneider, ex-diretora da unidade Oswaldo Cruz

Sob a visão do diretor

Seno Leonhardt é mestre em Ensino e Gestão, atua há 40 anos na Rede Sinodal – sendo o atual presidente da Associação Rede Sinodal de Educação – e está à frente da IENH desde 2004. Em entrevista exclusiva, ele detalha a importância da escola para a comunidade e os seus objetivos e planos para o futuro da educação na instituição.

Como podemos resumir os 190 anos da IENH? A história da IENH pode ser resumida em quatro palavras: protagonismo, propósito, inspiração e inovação. O protagonismo dos imigrantes foi essencial para criar a primeira escola de Novo Hamburgo. Característica que permanece forte nas lideranças da instituição e é trabalhada como diferencial com nossos alunos. O propósito tem sido o fio condutor da Instituição e está presente nos princípios e na sua missão, dando perenidade para uma educação de qualidade diferenciada. A inspiração vem de todos que nos antecederam e deram asas a grandes sonhos e, hoje, nos motivam a buscar as melhores alternativas de desenvolvimento da instituição. A inovação sempre foi o grande desafio a ser buscado e dá a condição de podermos garantir a continuidade de um trabalho comprometido com os anseios de uma sociedade em constante transformação.

O que os 190 anos significam para a instituição e para comunidade? É um marco histórico extremamente importante para Novo Hamburgo e região, pois foi a primeira escola da cidade e é uma das mais antigas instituições de ensino do estado que ainda permanece em funcionamento. Ela se funde com o histórico da região, já que surge a partir dos imigrantes alemães, em 1832, e supriu a necessidade de educação dos filhos destes, mas também acabou qualificando as pessoas para os novos negócios que surgiram. Sendo assim, a escola vai

crescendo junto com o desenvolvimento da região e contribuindo de forma muito decisiva.

Quais são os desafios de dirigir uma instituição de ensino desse porte? É uma grande responsabilidade, porque lidamos com os valores históricos dessa instituição que estão conectados também com a cultura evangélica luterana. Esse é um compromisso e um desafio, que é manter acesa essa chama e garantir que o legado histórico que recebemos, da inovação, seja continuado. Devemos olhar para trás, mas sem esquecer de sempre olhar para frente para ver onde podemos inovar. Essa é a essência da IENH, que sempre permaneceu dentro da comunidade e valorizando a sua história, mas sem perder um dos seus atributos que é inovar.

A IENH é conhecida pela vanguarda na inovação e na tecnologia. Quais os desafios nessa área? Olhamos o histórico da IENH e percebemos que, em cada tempo, a instituição teve uma contribuição de inovação muito significativa

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para comunidade. Se retornarmos, por exemplo, aos anos 1980, quando a questão da informática começava a dar os primeiros passos, tanto nas empresas como nas escolas, a IENH começava a investir forte na área. Essa vanguarda está presente até hoje, continuamos a ser essa instituição que se projeta pela inovação. Entre os grandes desafios que temos está em acompanhar as mudanças cada vez mais velozes e de procurar se antecipar às inovações.

Podes citar alguma dessas mudanças antecipadas pela IENH? Um exemplo mais recente é a questão do currículo bilíngue. Quando começamos a falar sobre o bilíngue, lá em 2004, 2005, não era uma questão que estava sendo discutida em termos de estado ou de país. A IENH entrou forte nesse assunto e deflagrou um processo de inovação dentro da comunidade, e hoje percebemos, depois de quase 20 anos, que isso passou a ser uma realidade nacional. Lembrando que a oferta de uma língua estrangeira sempre esteve presente na instituição, mas o currículo bilíngue é muito mais do que uma oferta de uma segunda língua. Ele abre novos horizontes e faz o aluno enxergar o mundo como uma oportunidade de empregabilidade. Hoje temos alunos que saem do ensino médio e buscam as universidades em outros países, porque estão plenamente preparados, não só na língua, mas também na visão de mundo.

A Faculdade IENH foi outra inovação nos últimos 15 anos, certo? O que ela traz para a comunidade? Com certeza! A Faculdade IENH tem sido bem aceita na comunidade. Nós temos colocado no mercado de trabalho profissionais que não são formados naquele estilo tradicional que outras faculdades têm seguido. Temos uma estrutu-

ra com componentes curriculares diferentes e conectamos nossos alunos com o mercado de trabalho, porque a grande maioria dos nossos professores são oriundos dele, ou seja, são pessoas que atuam nas empresas e lecionam na IENH. Com isso, trazem aquela experiência do mercado para dentro da sala de aula. Esse é um diferencial. Além disso, temos uma empregabilidade muito grande dos nossos alunos que se formam na faculdade.

Quais os desafios e metas da IENH para os próximos anos? Pretendemos desenvolver currículos cada vez mais inovadores e adaptados a essa nova era. Não sabemos se daqui a 15 anos, quando nossos alunos da educação infantil saírem da escola, ainda existirão as mesmas profissões de hoje. Precisamos sempre pensar quais os empregos que existirão quando eles se formarem no ensino superior. Devemos preparar esse aluno para um desafio que não sabemos qual é. Temos que formar um aluno que seja instigado a pesquisar, a problematizar para que possa se descobrir dentro desse novo cenário. Não simplesmente preparar eles com aqueles componentes tradicionais que só repetem conteúdo e, sim, para abrir seus horizontes novos. Então esse é o desafio.

Temos que formar um aluno que seja instigado a pesquisar, a problematizar para que possa se descobrir dentro desse novo cenário.”

Educação Básica

A instituição conta com três unidades de ensino na Educação Básica – Pindorama, Oswaldo Cruz e Fundação Evangélica. As duas primeiras atendem crianças da Educação Infantil, a partir dos dois anos, até o sexto ano do Ensino Fundamental. Na Fundação, há turmas desde o sétimo ano do Ensino Fundamental até o terceiro do Ensino Médio.

Educação Básica em números

• 17 anos de expertise em educação bilíngue; • 100% de aprovação no B2 First, de Cambridge, nos últimos cinco anos; • Participação de mais de 170 alunos em intercâmbios promovidos pela IENH nos últimos sete anos; • 87% de aprovação em universidades públicas nos últimos três anos.

Novas tecnologias

A tecnologia é uma aliada a mais para o desenvolvimento dos alunos. Conforme a vice-diretora de Educação Básica e coordenadora da Fundação Evangélica, Déborah Kuntze Cassel, as tecnologias permeiam todas as atividades das crianças desde pequenas. Por isso, a instituição conta com parceria com a Mind Makers, que oferece recursos eletrônicos, inovações e plataformas em inglês, desde o nível cinco da Educação Infantil até o nono ano do Ensino Fundamental. Em todas as unidades, existe uma sala dedicada às práticas do projeto. “Temos um cuidado especial com as crianças menores, para mostrar a tecnologia e ensinar de uma forma lúdica o que podem ou não fazer com ela. Até porque nasceram digitais, mas precisamos modular de acordo com o que é saudável para eles”, enfatiza Déborah.

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Célia Corrêa, coordenadora da unidade Oswaldo Cruz Karina Spessato, coordenadora da unidade Pindorama Déborah Kuntze Cassel

Bilinguismo desde a infância

A partir de uma pesquisa realizada com a comunidade, em 2004, a IENH decidiu implementar o Currículo Bilíngue em português e inglês. Iniciando na Educação Infantil até o 9º ano do Ensino Fundamental, o currículo conta com propostas interativas e vivências colaborativas. Dessa maneira os componentes curriculares são ministrados nos dois idiomas. Em 2018, a IENH foi a primeira escola gaúcha a ser credenciada como Cambridge

Novo

Ensino

Médio

Com a implementação do novo Ensino Médio pelo Ministério da Educação, a IENH passou a ofertar, na unidade Fundação Evangélica, três opções de itinerários formativos, para possibilitar ao aluno desenvolver o seu projeto de vida e o seu futuro: internacionalização, ciências da natureza e matemática e tecnologia da informação. “Chegamos nessas três linhas a partir de levantamentos com os alunos e ex-alunos, para conhecer suas áreas de maior interesse”, explica Déborah.

International School. Dessa maneira, Déborah frisa que os alunos possuem certificação direta da Universidade de Cambridge, tradicional instituição inglesa de renome mundial. “Estão acima da média dos demais alunos brasileiros que estudam inglês, até porque eles não estudam só a língua inglesa, mas também aprendem em inglês outros componentes curriculares, como matemática, história, ciências e educação financeira,” observa. Tornar-se bilíngue ao longo da escolarização básica é um grande diferencial para o futuro acadêmico e profissional num mundo plural e sem fronteiras, e quem atesta isso é a ex-aluna e estudante de Nutrição na University of North Florida (EUA), Rafaela Marchini de Oliveira. Para ela, o currículo foi extremamente importante não só para conquistar a vaga na universidade, mas também para se adaptar ao ambiente acadêmico. “O currículo foi muito importante para criar conexões aqui. Como estudante-atleta, fui recrutada pela universidade para ser uma atleta de salto em distância”, comenta. Por isso, ela diz que surgiram muitas responsabilidades, “não apenas em relação ao desempenho esportivo, mas também nos relacionamentos interpessoais. É por causa da IENH que consigo administrar o alto nível tanto no esporte quanto no acadêmico”.

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Rafaela Marchini de Oliveira

Itinerários do novo Ensino Médio

• Internacionalização, sequência do currículo bilíngue que conta com os componentes curriculares ministrados por meio da Língua Inglesa e visa auxiliar os estudantes que têm interesse em buscar oportunidades no exterior tanto na vida acadêmica quanto na vida profissional;

• Ciências da Natureza e Matemática, que favorece os aprendizes que vislumbram a possibilidade de continuar seus estudos em cursos da área, como as engenharias;

• Tecnologia da Informação, disponibilizado através de parceria com os cursos técnicos da IENH e que trabalha com o desenvolvimento de sistemas em processos de comunicação de dados e na gestão da infraestrutura de dispositivos tecnológicos.

Para o aluno do primeiro ano do Ensino Médio Enzo Ludwig Neumann, o itinerário de Internacionalização auxilia no preparo para estudar no exterior, principalmente através de testes de proficiência da língua inglesa e simulados. “Eles são muito importantes para atingir esse objetivo que tenho para o meu futuro”, revela. Já Giovanna Bertotto de Wallau, também do primeiro ano, afirma que ficou interessada no itinerário de Matemática. “Ainda tenho dúvida de que carreira seguir, mas tenho certeza que vou aprender muito ainda nesse itinerário”, assegura Giovanna.

Cursos técnicos e Ensino Superior

Com o propósito de estender seus valores, metodologias e pensamento científico para além da educação básica, bem como desenvolver profissionais mais preparados para o mercado de trabalho, a instituição conta com cursos técnicos e a Faculdade IENH, com opções nas áreas de administração, informática e psicologia.

Cursos técnicos

A IENH tem disponibilizado cursos profissionalizantes desde os seus primórdios. Em 2000, criou o Centro Educação Profissional (CEP), que hoje conta com cursos técnicos em Administração, Comércio Exterior, Informática e Logística. Os cursos destacam-se pelas oportunidades internacionais e um currículo com ênfase em liderança, empreendedorismo, responsabilidade socioambiental e contato direto com empresas por meio de convênios e estágios profissionais.

A vice-diretora do Ensino Superior e dos Cursos Técnicos, Renata Roos, pontua que, entre os diferenciais dos cursos técnicos, estão os estágios e práticas profissionais, além do alto índice de empregabilidade dos alunos egressos. “A proposta dos nossos cursos técnicos é conectar-se com as demandas do mercado. Para tanto, além do estágio, temos o Projeto Integrador, onde trabalhamos em sala o que os nossos alunos vivem no seu dia a dia de trabalho”, afirma Renata. Para a aluna do curso técnico de Administração Larissa Troian, a experiência abre inúmeras portas para a carreira profissional. “Mesmo que o exercício desse papel seja desafiador, é uma trajetória incrível e cheia de muito conhecimento”, considera.

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Enzo Ludwig Neumann Giovanna Bertotto de Wallau

Faculdade IENH

Há 15 anos, a instituição tirou do papel mais um sonho: a Faculdade IENH. Inicialmente começando com o curso de Administração, hoje a faculdade conta, além deste, com Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Psicologia e Redes de Computadores. Em 2014, também começou a disponibilizar cursos de pós-graduação nessas áreas. Entre os diferenciais da Faculdade IENH, Renata destaca as avaliações de coordenação e de acadêmicos, bem como a qualidade do ensino, as pós-graduações e formações reconhecidas.

Ela enfatiza que os cursos passaram por reformulação em sua grade curricular em 2021, visando acompanhar as mudanças no mercado de trabalho. “Modificamos o currículo para acompanhar as mudanças dos novos tempos. O primeiro foi o de Administração, que passou a contar com novas cadeiras de inovação e empreendedorismo e que agora chamamos também de Genti – gestão, empreendedorismo, neurociência, tecnologia e inovação”, comenta.

acompanhar

Em 2022, a Faculdade IENH promoveu o 1° Hackathon, evento que reuniu alunos de todos os cursos com o intuito de criarem soluções inovadoras para problemas comuns. “Desafiamos os alunos a encontrar alternativas locais, criativas e inteligentes para problemas ambientais. Eles adoraram porque todos os cursos estavam mesclados e, assim, puderam aprender uns com os outros”, pontua Renata. Vencedora da competição, a aluna de Psicologia Carolina Mato da Rosa afirma que nunca havia participado de nada parecido e que foi maravilhoso. “Foram três dias incríveis, nos quais tive a oportunidade de conhecer novas pessoas. Através do grupo formado, conseguimos criar um projeto para ajudar outras pessoas, a partir da união de várias ideias dos membros”, finaliza.

“Tenho muito orgulho em pertencer a uma instituição que acredita em um ensino de excelência, valorizando-me não somente como profissional, mas também como pessoa. Percebo isso ao enfrentar cada desafio, superando barreiras do analógico ao digital, entre o olhar para cada pessoa que convivi e convivo, a cada experiência vivenciada no dia a dia, tendo bom senso entre ética e respeito, fui amadurecendo e aprendendo.”

Ivoni Martini, funcionária da IENH há 48 anos

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Modificamos o currículo para
as mudanças dos novos tempos.”

Maestra do ensino

Andrea Zimmer é diretora de uma das melhores escolas do mundo, de Novo Hamburgo, e fala sobre o poder da educação

Quando se pensa em referência em ensino, quais são as primeiras instituições que vem à nossa mente? É seguro dizer que uma escola pública não é a primeira. No entanto, a Escola Municipal de Ensino Básico (EMEB) Professora Adolfina J.M. Diefenthäler vem para mudar esse cenário: foi uma das três finalistas da premiação World’s Best School, na categoria Colaboração da Comunidade, mostrando que a educação pública tem, sim, um grande potencial. A instituição de ensino disputou, na última etapa do concurso, com uma escola da Escócia e outra da Índia, após já ter vencido as outras 47 participantes. Sem estabelecer segundo e terceiro colocados, o concurso definiu apenas o primeiro lugar para a escocesa Dunoon Grammar School, que recebeu um prêmio equivalente a cerca de R$250 mil. Mesmo sem a vitória, o reconhecimento como finalista coloca a escola hamburguense em posição de destaque e é motivo de orgulho para a região. Em entrevista exclusiva à Revista Expansão, a diretora Andrea Zimmer falou sobre a EMEB e sua participação no concurso mundial.

Para começarmos, gostaria que você contasse um pouco da história da E.M.E.B. Prof. Adolfina J.M. Diefenthäler. A Adolfina foi fundada em 1954 e está no prédio atual há aproximadamente 15 anos. A mudança ocorreu porque, no prédio antigo, a escola ia apenas até o sexto ano. Por isso, os pais dos alunos conversaram em conjunto com a secretária de educação à época, Maristela Guasseli – que é a mesma hoje em dia –, para solicitar um prédio novo que pudesse contemplar até o nono ano. Então a administração atendeu à nossa solicitação e, aos poucos, começamos a incluir sexto, sétimo e oitavo ano. No antigo prédio, tínhamos 500 alunos e, a partir da mudança de endereço, passamos a ter 750, aumentando gradativamente a quantidade.

A Adolfina foi uma das três finalistas na categoria Colaboração da Comunidade, devido ao projeto Gestão Democrática. Como funciona o projeto e como ele contribui com o desenvolvimento dos estudantes? Ele iniciou em 2013 e, mensalmente, realizamos a assembleia de professores, pais, funcionários e alunos, na qual fazemos um planejamento coletivo de ações e melhorias para a escola. Além disso, anualmente ocorre uma conferência, na qual geramos um documento com todas as ideias que serão aplicadas no ano seguinte, que vieram dos pais e alunos. É bem bacana e faz diferença na aprendizagem dos alunos, porque eles se sentem parte da escola. Muitas das atividades que temos agora vieram das sugestões passadas nas assembleias e conferências. Uma delas é o Recreio sob Rodas, em que uma vez por mês os alunos podem trazer patinete, patins, bicicleta ou o que quiserem para o intervalo das aulas. Também temos uma sala de ciências e uma sala de jogos, que levou três anos para ser aplicada devido à falta de um espaço para isso. Assim que foi possível, construímos, pintamos e ficou bem bonita. É isso o que faz com que os alunos sintam que a escola é pensada para eles.

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Assim que foi possível, construímos, pintamos e ficou bem bonita. É isso o que faz com que os alunos sintam que a escola é pensada para eles.”

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Quais características do projeto você atribui a esse reconhecimento? Acredito que o que mais chamou a atenção das pessoas foi o que fizemos no ano passado, em que trocamos todo o mobiliário das salas de aula: agora não tem mais essa coisa de classe uma atrás da outra, são mesas redondas, para que seja mais colaborativo e se trabalhe em grupo. Recebemos visitas de diversos lugares, inclusive de viajantes do Canadá, além de futuros professores, que ficaram encantados com a iniciativa. É uma ideia diferente porque não precisa de dinheiro para implantar: basta ouvir as pessoas, então qualquer diretor do mundo pode implementar ações semelhantes.

Como foi a experiência de ver a escola que tu diriges concorrendo à posição de melhor escola do mundo? Não imaginei isso nem nos meus melhores sonhos. O bacana é que mesmo as pessoas que nunca nem passaram na frente da escola nos parabenizam. A repercussão não foi apenas municipal, foi no país inteiro, recebemos elogios até de moradores de Brasília. Também é muito legal ver a alegria das crianças aqui na comunidade e enxergar que o trabalho de uma escola pública é sério, sim. Por isso digo para as minhas colegas de profissão: “inscrevam as suas escolas também, não é só na Adolfina que tem ações bacanas”.

Falando nisso, para você, qual é a importância de premiações como esta para o fomento à educação, em especial à educação pública? É muito importante. Outras escolas públicas participaram também, uma delas era a Escola de Referência em Ensino Fundamental Evandro Ferreira dos Santos, de Pernambuco, que esteve entre as 15 finalistas na categoria Superação de Adversidades. A Escola Técnica Estadual Professor Agamenon Magalhães (Etepam), no Recife, também chegou a essa etapa, na categoria Inovação. É um reconhecimento importante para enxergarmos que a escola pública também tem trabalho sério: talvez se houvesse maior investimento do governo, faríamos mais sucesso. Mas participar de concursos como esses são uma oportunidade de reverter uma pauta com as quais as pessoas estão acostumadas, que é acreditar que as escolas públicas brasileiras não têm qualidade e que se matricula os filhos lá por falta de condições financeiras para uma escola particular. Concorremos com escolas particulares também, então é uma chance de mostrar o outro lado da escola pública.

Quais projetos oriundos da Gestão Democrática são os que mais se destacam entre os pais e os alunos? Tem o recreio compartilhado, no qual todos ficam juntos no recreio, onde eles utilizam todos os espaços da escola; a Feira de Iniciação Científica, onde os alunos que estão entre o terceiro e o nono ano se dividem em grupos e fazem pesquisas durante o semestre inteiro, uma vez por semana, sobre um assunto que seja do interesse deles, orientados por um professor. Os estudos que mais se destacam participam da feira, em julho. Temos ainda o Fora da Caixa, que contempla os alunos do primeiro até o quinto ano e consiste em oficinas de 50 minutos, que ocorrem após o recreio, nas quintas-feiras. Temos oficinas de culinária, pintura, desenho, brincadeiras folclóricas… geralmente são dois encontros por professor, que vai sendo trocado. Além disso, temos a roda de poesia, em que os alunos da educação infantil ao quinto ano declamam poesias na biblioteca, nas terças e quartas-feiras de manhã.

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Também é muito legal ver a alegria das crianças aqui na comunidade e enxergar que o trabalho de uma escola pública é sério, sim.”

Quais outras atividades a escola aplica para incentivar o desenvolvimento de características como liderança, colaboração, criatividade, idade e empatia? Temos também os monitores do recreio, no qual um grupo de alunos é selecionado diariamente para cuidar do intervalo das aulas. Nessa atividade eles desenvolvem a liderança, aprendem a ouvir, mediar conflitos, é bem legal. Organizamos diversas ações que auxiliam na formação humana de nossos alunos, como o Recreio Cultural, em que os alunos podem cantar ou tocar algum instrumento para os colegas no intervalo; o Núcleo de Orquestra Jovens, em parceria com a Secretaria de Cultura de Novo Hamburgo, em que eles aprendem a tocar instrumentos musicais e fazem shows, como o do Natal da cidade, do qual eles vão participar também, entre outros. São projetos em que todo mundo ensina e todo mundo aprende.

Para você, qual é a importância da educação básica para a formação humana como um todo? Acredito que é muito importante, porque é na escola que muitos alunos passam a ter acesso a livros, leitura, viagens. Não serve apenas para aprender matemática, geografia, português ou história, vai muito além disso. A escola é um lugar de cultura, esporte e de protagonismo, onde a gente aprende a se relacionar e ter empatia, então é essencial.

Como iniciou sua relação com a educação? A minha relação com a educação iniciou quando, em nível de segundo grau, fiz o curso que na época era chamado de Magistério. Durante o curso, eu fiquei como estagiária em um projeto chamado Aprender Fazendo, da prefeitura, para o qual me candidatei e fui trabalhar como auxiliar de professora em uma Emei, com crianças pequenas. Então me formei, fiz o concurso da prefeitura e comecei, há 31 anos estou nesta caminhada.

O que é educação para você? Você acredita em seu poder transformador? Acho que tem vários espaços de educação, eu vejo que a gente aprende muitas coisas na escola, mas a gente aprende muitas coisas em todos os lugares: a mídia nos educa, a arte, a família nos educa, né? Outros espaços também nos ensinam, como por exemplo, a lidar com pessoas. Acredito que a gente é transformado por esses lugares, esses espaços, à medida em que vamos interagindo com eles. Acho que a escola é, sim, um lugar de aprendizado, mas não o único. Desde que nascemos estamos aprendendo e ensinando, as pessoas aprendem muito também na relação com o outro, aqui na Adolfina a gente trabalha muito essa questão do se relacionar, se misturar e compartilhar.

Você já fez parte de alguma história sobre o poder que a educação tem na vida de alguém? A gente tem vários alunos nossos que hoje estão em vários outros espaços, como o Liberato, que estão na Feevale, ou em outros lugares, vivendo suas trajetórias. Aqui nós incentivamos muito essa questão de os alunos irem estudar no Liberato, de terem um projeto de vida, é bem interessante. E daí a gente tem vários alunos que foram para lá, todo ano temos um grupo de alunos que depois vãai para a faculdade, enfim. Neste ano teve a Mostratec, e a gente reencontrou lá vários ex-alunos que estão estudando no Liberato e apresentando seus trabalhos científicos, isso deixou a gente muito feliz. Acho muito legal ver essa alegria em estar sempre estudando e aprendendo coisas novas. No entanto, penso que a gente privilegia muito essas histórias. Elas são bacanas, mas os alunos que decidiram não cursar uma faculdade, por exemplo, não estão vivendo uma história de fracasso, e sim, foram para outros caminhos, o projeto de vida deles é outro.

Na sua visão, que medidas deveriam ser tomadas para reduzir a desigualdade na qualidade entre o ensino público e o privado, para que mais escolas possam receber o mesmo reconhecimento que a Adolfina? Vejo que a maior desigualdade entre as duas está na estrutura, pois temos professores tão qualificados quanto os da escola privada. Acho que deveria haver mais verbas e incentivo para escolas públicas. Quando entrei, não havia verba municipal, não existia repasse de dinheiro das prefeituras para as escolas e agora tem. Mas é claro que sempre pode melhorar, para que possamos fazer mais projetos e possuir uma estrutura melhor.

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Prontos para o mundo

Inteligência cultural transforma estudantes em verdadeiros cidadãos globais

Em 1964, o filósofo canadense Marshall McLuhan cunhou o termo aldeia global, em que o avanço tecnológico tende a encurtar distâncias, recriando no planeta a situação social que ocorre em uma aldeia. Nesse sentido, a inteligência cultural é uma ferramenta fundamental para sobreviver e adaptar-se a um mercado de trabalho cada vez mais globalizado, em que o profissional pode deparar-se com situações que envolvem culturas diferentes. A escola é um dos principais ambientes para desenvolver essa capacidade, e fomos a algumas instituições para ver como funciona o ensino cultural.

22 expansao.co ENSINO

Escola de Aplicação Feevale

De acordo com as professoras Grasielle Wazlawick, Vanderléia Schons e Vanessa Guterres, a Feevale oportuniza diversas atividades durante todo o ano letivo, tanto nas aulas de línguas estrangeiras, como nos projetos transdisciplinares. “São realizadas aulas internacionais que permitem colocar em prática aspectos estudados e vivenciar diferentes culturas, integrando-as de forma que instigue os estudantes a refletirem sobre essas diferenças sob diversos ângulos”, destaca Grasielle, complementando que esses momentos são planejados em conjunto com professores universitários do mundo todo. “Um exemplo é quando, com o auxílio e mediação dos professores dos dois países, nossos estudantes e os da outra instituição parceira elaboram a aula, o material e as atividades, inclusive ministrando a aula, o que desenvolve diversas habilidades e competências”, cita Vanderléia.

Vanessa pontua que desenvolver a inteligência cultural leva o estudante muito além do desenvol-

vimento das habilidades linguísticas, promovendo o respeito à diversidade cultural através da integração de culturas e ampliando perspectivas. “Ao ter contato com diferentes culturas, terá mais facilidade para lidar com essas diferenças em outras áreas da sua vida, inclusive mais tarde na sua profissão”, reflete. Dessa maneira, isso impacta em questões de compreensão do outro, respeito, comunicação e flexibilidade, segundo ela. “Ter conhecimento de mundo globalizado e multicultural é importante para que o estudante consiga transitar em diferentes ambientes, ampliando a capacidade de fazer conexões”, afirma a professora.

As educadoras percebem que os alunos apresentam mais facilidade para compreender e respeitar as diferenças culturais. “É possível perceber que deixam de fazer julgamentos baseados na sua cultura, para fazerem relações entre elas. Se fizermos uma comparação dos encontros de internacionalização realizados em março e o de outubro, vemos uma significativa diferença nas observações e relações feitas pelos estudantes”, salienta Vanderléia. Quem atesta isso é Anna Julya Veriato Eickhoff, aluna do sétimo ano do Ensino Fundamental. “Eu enxergo o ensino das diversas culturas na escola como um preparo importante não só para o futuro, mas também para os desafios de agora”, explica. Ela conta que tem vontade de morar nos Estados Unidos ou na Espanha, motivada especialmente pelas experiências da escola. “Participei de todas as atividades de internacionalização e achei incrível! São experiências que jamais irei esquecer”, detalha.

Grasielle Wazlawick, Vanderléia Schons e Vanessa Guterres

ENSINO

Colégio Marista Pio XII

Em uma sociedade com uma troca de informações cada vez mais intensa por conta da tecnologia, a professora de Língua Inglesa Débora Persch expõe que “é preciso ensinar aos estudantes como usar essas informações e mostrar que apenas ter acesso a isso não garante que uma sociedade viva junto e de forma respeitosa”. Por isso, ela comenta que procura abordar e comentar com os estudantes sobre o conceito da interculturalidade, evidenciando a compreensão e o respeito por todas as culturas. “Somos um país multicultural e, até mesmo, em nossa realidade, na escola, somos multiculturais. Por isso, há a necessidade de compreender as diferenças culturais e aprender como viver com a diversidade. Esse conceito da interculturalidade está comprometido com a equidade”, avalia. Débora argumenta que as atividades de internacionalização fazem parte dessa programação de ensino. “O intercâmbio marista para diferentes

países é uma delas. Além disso, de forma multimodal, também desenvolvemos atividades que evidenciam a cultura de diferentes países que falam a língua inglesa”, detalha, exemplificando com uma atividade realizada na disciplina de Inglês. “Os alunos elaboraram um folder com um cronograma de intercâmbio para um país diferente do que é comumente conhecido, trazendo aulas de inglês e inserindo os intercambistas em aspectos culturais do país. Então, eles criaram programas de intercâmbio para países como Índia, África do Sul, Nova Zelândia, Malta, Zimbábue, Papua Nova Guiné, etc”, comenta. A estudante do terceiro ano do Ensino Médio Carolina Feijó Louzada diz que é muito importante aprender sobre diversas culturas na escola. “Isso porque ampliar nosso conhecimento é sempre válido. A escola trabalha muito bem esse quesito, abrindo oportunidades para diversas experiências. Como eu fiz intercâmbio para o Canadá em 2019, por exemplo, tenho vontade de morar lá, pois me identifiquei muito com a cultura deles”, pontua. Ela detalha que essa experiência internacional teve um impacto muito grande em sua vida. “Foi uma experiência incrível, onde pude crescer muito, tanto como pessoa quanto academicamente. Conhecer novas culturas é sempre importante para enriquecer nosso conhecimento”, relembra.

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Estudante Caroline Louzada e prof. Débora Persch
Isso porque ampliar nosso conhecimento é sempre válido. A escola trabalha muito bem esse quesito, abrindo oportunidades para diversas experiências.”

Instituição Evangélica

Na IENH, a inteligência cultural é valorizada por meio de suas diferentes manifestações (histórica, artística, relacional, comunicacional, religiosa, etc), de acordo com a coordenadora pedagógica, Daniele Blos Bolzan. “Em projetos interdisciplinares e experiências de aprendizagem, promovemos uma sensibilização e o desenvolvimento de habilidades para a convivência e atuação em ambientes culturalmente diversos”, explica.

Ela avalia que o jovem de hoje tem cada vez mais oportunidades globais, não só após a conclusão do ensino básico, mas também durante. “As tecnologias facilitaram o acesso a esse mundo globalizado e multicultural e os jovens interagem por meio delas na diversidade e vão ampliando seus repertórios. Temos acompanhado cada vez mais jovens buscando oportunidades de continuidade de seus estudos em outros países e, com certeza, a inteligência cultural favorece o sucesso diante des-

de Novo Hamburgo (IENH)

sas oportunidades”, destaca Daniele.

Gabriel Soccol, estudante do primeiro ano do Ensino Médio, conta que possui muita curiosidade em aprender mais sobre outros países. “Isso porque temos contato com diversas culturas em sala de aula, o que nos prepara para uma possível vivência no exterior, como o intercâmbio para o Canadá no nono ano”, opina. Ele revela que as experiências são importantes para conhecer mais sobre a língua e hábitos de outros países. “Por isso, gostaria de estudar fora do país, mas não necessariamente morar”, conta.

tecnologias

Daniele Blos Bolzan
As
facilitaram o acesso a esse mundo globalizado e multicultural .”

Colégio Sinodal da Paz

Conforme a professora de Arte e Teatro Aline Schneider Marques, a promoção da inteligência cultural ocorre de diversas maneiras. “Nas aulas de arte, por exemplo, trabalhamos manifestações culturais e artísticas de outros países, na busca por ampliar o conhecimento dos estudantes, bem como a sua capacidade de encontrar beleza e sentido naquilo que, num primeiro momento, pode ter sido rejeitado, por ser estranho e diferente”, diz. Ela avalia o ensino da inteligência cultural como fundamental para construir um mundo com mais diálogo e respeito. “O conhecimento e o diálogo intercultural é o que viabiliza a coexistência de diferentes grupos culturais. Do contrário, não é possível promover a paz entre as nações, nem entre as diferentes culturas existentes em uma mesma nação”, enfatiza.

Pedro Dick Schleich, estudante do segundo ano do Ensino Médio, diz que o colégio sempre proporciona o conhecimento de novas culturas. “Seja por meio de atividades dinâmicas na sala de aula, eventos da comunidade ou passeios educativos, nosso conhecimento de mundo se expande muito, algo que irá beneficiar no futuro, pois, ao viajarmos para outros países, por exemplo, saberemos bem mais do que simplesmente o básico”, ressalta. Entre suas experiências, ele ressalta a participação como tradutor de Espanhol na Mostratec, feira que reúne estudantes do mundo inteiro para apresentarem projetos científicos. “Pude conhecer e conversar com vários estrangeiros e, portanto, conhecer suas culturas”, reflete o aluno.

Ela comenta que percebeu respostas diversas entre os alunos. “Alguns mostram-se mais abertos e flexíveis a outras culturas, enquanto outros são mais resistentes num primeiro momento”, expõe a professora. Ela diz que percebe uma preferência por aquilo que já é conhecido, assimilado. “No que se refere à música, por exemplo, noto grande receptividade à música pop, à cultura de massa, enquanto há resistência a outras influências musicais, que não estejam sendo ouvidas repetidamente em meios de comunicação e redes sociais”, conta.

Por isso, ela propôs uma atividade para ampliar os horizontes dos alunos. “No sétimo ano, trabalhamos a música contemporânea em diferentes países do continente africano.” Com isso, cada grupo de estudantes ficou responsável pela pesquisa sobre a cultura de um país, buscando informações sobre a música produzida atualmente no país. “Eles escutaram diferentes produções musicais e escolheram a que mais os agradou. Fizemos da aula uma oportunidade de dançar, de conhecer novos sons, novas culturas. Eles adoram e se surpreendem”, celebra.

ENSINO
O conhecimento e o diálogo intercultural é o que viabiliza a coexistência de diferentes grupos culturais.”

Robôs

que agregam

Ensino de Robótica no Colégio Sinodal desenvolve competências para a vida toda aos estudantes

Por Gabrielle Pacheco (texto e fotos)

28 expansao.co ROBÓTICA

Você sabe o que é robótica? Modalidade que vem se tornando cada vez mais popular ao longo dos anos, o ensino dessa tecnologia apresenta diversos benefícios para quem o estuda. Um deles é o desenvolvimento do pensamento computacional, de modo que é possível entender o funcionamento de máquinas e objetos a partir da lógica. A solução de problemas é outro destaque, pois tudo é pensado a partir de problemas da sociedade para, consequentemente, criar estruturas que possam facilitar o dia a dia. Pensando nisso, o Colégio Sinodal, de São Leopoldo, tem intensificado os investimentos na capacitação de seus alunos.

De acordo com o professor e coordenador de Tecnologia Robótica da instituição, Jorge Jardim Jr., a modalidade ocorre de duas formas: como aula regular e, também, como atividade extraclasse. “Nesse último, que chamamos de oficina, os alunos a partir do sexto ano podem se matricular, sempre no começo do ano letivo”, explica. Para que todos os níveis de conhecimento sejam contemplados, foram criados diferentes níveis: básico, para alunos do sexto ano; intermediário, para o sétimo e oitavo ano do Ensino Fundamental e alunos novos; e robótica avançada, com estudantes do Ensino Médio e aqueles que se destacaram e apresentaram evolução ao longo de sua trajetória.

Like the cool kids

Um motivo de grande orgulho para Jorge é o fato de a procura pela oficina ter aumentado mais de 500% nos últimos anos. “Além do avanço da tecnologia e o reforço no ensino da inovação, os vídeos no TikTok e YouTube ajudaram a impulsionar isso. Tivemos um trabalho massivo desde 2011, quando eu assumi aqui, de transformar a robótica em algo cool, descolado, então criamos uma identidade visual e um mascote, para desmistificar aquela imagem de alunos deslocados a que geralmente era associada”, conta o professor. O esforço acabou sendo recompensado. “Fomos crescendo e chegamos ao que somos hoje, em que temos lista de espera para os estudantes se inscreverem, e todos querem ter o uniforme da robótica.” Com isso, o time foi ganhando complementos importantes, que levaram eles a ganhar campeonatos e competições internacionais.

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Fomos crescendo e chegamos ao que somos hoje, em que temos lista de espera para os estudantes se inscreverem, e todos querem ter o uniforme da robótica.”

ROBÓTICA

Uma das conquistas mais recentes foi na Olimpíada Brasileira de Robótica 2022. A equipe, formada pelos alunos do segundo ano do Ensino Médio Arthur Andrade, Lucas Fischer, Theodoro Friedrich e Arthur Pesi, levou o segundo lugar na competição, que reuniu times de todo o país para criarem soluções que pudessem auxiliar em situações de desastres ambientais. “Tivemos que criar um robô autônomo que pudesse superar todos os desafios, mas a grande dificuldade é justamente que ele precisa decidir tudo sozinho, pois a gente não pode interagir com ele durante a competição”, comenta Lucas. Para que esse resultado seja conquistado, muitas horas de testes são necessárias. “Nosso horário padrão da robótica é das 16h30 até as 18h na quarta-feira, mas a gente vem de segunda a sexta, às vezes saímos às 21, 22h, até no sábado. Tudo isso para prever os erros do robô e ajustá-los antes da competição”, destaca Andrade.

Da escola para a vida

Jorge avalia que essas experiências são muito importantes no desenvolvimento dos estudantes. “Eles adquirem conhecimentos de mecânica, engenharia e programação antes mesmo de saírem da escola. Mais do que isso, está o fato de criar um projeto para solucionar um problema”, pontua o professor. Ele afirma que a robótica é um instrumento para pensar em problemas da sociedade e, com isso, criar estruturas que possam facilitar o dia a dia e trazer um benefício. “Com isso, podemos instigá-los a trabalhar em grupo, desenvolvendo a colaboração coletiva e a confiança através da divisão de tarefas e da criação de planejamentos e cronogramas”, detalha. De acordo com Lucas, testemunhar e participar das conquistas da Robótica do Sinodal é um orgulho. “É muito legal acompanhar o crescimento do time. Eu entrei na robótica no sexto ano, então são seis anos de muita experiência, até dois anos atrás não tínhamos esse tamanho todo, e estamos percebendo uma participação cada vez maior das gurias”, finaliza.

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Eles adquirem conhecimentos de mecânica, engenharia e programação antes mesmo de saírem da escola.”
Tivemos que criar um robô autônomo que pudesse superar todos os desafios.”

A robótica cresce em valor como disciplina no currículo das escolas.

Valorizando o espírito científico de curiosidade e descoberta, o desafio de suplantar dificuldades, encontrar soluções e o fortalecimento do senso de trabalho em equipe, a robótica impulsiona nossos alunos a vencer competições e a se preparar para a rotina da vida.

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IENH: 190 anos

Para falar dos 190 Anos da Instituição Evangélica, eu queria, na verdade fazê-lo através das flores, metáfora que usei na abertura de um Simpósio de Educação Infantil, que sempre foi um evento marcante na história da Instituição, que hoje se dilui na metáfora das flores.

Eu queria falar de flores, aliás dos ipês há pouco floriram. Queria falar, inspirado no Rubem, que não há receitas para fazer o ipê florir. Queria lembrar Angelus Silésius, que disse que “a rosa não tem por quês: ela floresce porque floresce”.

Queria falar-lhes que, para Martin Buber, as coisas, as árvores, os bichos, as pessoas não são coisas, bichos e pessoas, nelas mesmas. Elas são a partir da relação que estabelecemos com elas.

Queria dizer-lhes que, para mim, os ipês são um assombro, beleza, alegria, revelação dos mistérios do universo. Queria dizer-lhes que, quando, ao contrário meus olhos estão abertos para o assombro e o mistério, eu refreio minha mão. Não posso usá-los como se fossem ferramentas em meus propósitos. São meus companheiros, não importa se um ipê florido, um cãozinho, um poema, uma criança.

Buber deu o nome de eu-tu a essa relação. E ele disse certa vez: “Cada vez eu me sinto mais distante dos adultos e mais próximo das crianças...”

O sábio presta atenção nos prazeres e alegrias de cada momento.”

Eu queria falar-lhes de sabedoria que, segundo Roland Barthes, é “nada de poder, uma pitada de saber e o máximo possível de sabor...”

Eu queria lembrar-lhes que o Rubem nos ensina que “sábio não é quem sabe muito. Sábio é quem come a vida como se ela fosse um fruto saboroso. O sábio presta atenção nos prazeres e alegrias de cada momento. E o que dá prazer e alegria não são coisas grandes, festas com bolo, bexigas e presentes. O que dá alegria são coisas pequenas. Por exemplo: brincar com um cachorrinho. Balançar num balanço. Andar na água fria de um riachinho. Ver um ipê florido. Ler um livro. Armar um quebra-cabeças. Ver fotografias antigas.

Eu queria relembrar que o objetivo da educação não é tornar a criança adulto, mas o adulto nunca esquecer a criança que foi.

Eu queria recuperar com Pablo Neruda que “o menino que não brinca não é menino, mas o homem que não brinca perdeu para sempre o menino que nele morava e que lhe fará muita falta.” Mesmo assim, não pude deixar de falar de ipês floridos, porque, embora tenham conspirado contra nós e florido um pouco mais cedo, reservaram algumas poucas flores para alegrar nossos corações.

32 expansao.co Foto: Divulgação
CRÔNICA

Jaqueline Goes ficou famosa após coordenar a equipe que estudou o vírus SARS-CoV-2

Os cientistas são a força por trás de diversos avanços na sociedade, seja no âmbito tecnológico, social ou na área da saúde – como é o caso da biomédica baiana Jaqueline Goes, doutora formada pelo Programa de Patologia Humana e Experimental, da Universidade Federal da Bahia. Em passagem por Novo Hamburgo, onde realizou a palestra de abertura do evento Inovamundi, na Universidade Feevale, ela falou sobre a força da ciência jovem e feminina no Brasil.

Em 2020, na época com 30 anos, Jaqueline foi responsável por coordenar a equipe que fez o sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2 apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil. O feito rendeu à pesquisadora homenagem do Conselho Nacional de Saúde e até mesmo uma boneca Barbie não comerciável. Em entrevista exclusiva à Revista Expansão, a biomédica relembra sua trajetória e o papel que os jovens e as mulheres têm na ciência.

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PERSONALIDADE

O início de tudo

Jaqueline Goes conta que seu interesse pela biomedicina surgiu de maneira inusitada, quando tinha 18 anos. “Acabei entrando em uma discussão dentro de um ônibus, por conta de uma informação errada que uma vendedora de livros estava utilizando, na qual ela dizia que existia cura para o diabetes e eu corrigi afirmando que era uma propaganda enganosa e que ela não podia dizer aquilo”, descreve ela, que reencontrou a vendedora depois de um tempo. “Ela me perguntou se eu já estava fazendo algum curso na área da saúde, ao que respondi que estava estudando para cursar medicina”, continua. A cientista conta que, até então, ela não conhecia o ramo. “Ela mencionou o curso de biomas simples, e, a partir disso, conheci a biomedicina”.

Após tomar a decisão, a jovem matriculou-se, em 2008, na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, em Salvador, iniciando sua graduação no único local na cidade que possuía o curso que desejava. Após algum tempo, Jaqueline candidatou-se a um estágio em Iniciação Científica na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Quando o iniciei, me identifiquei muito com a área, fui orientada pelo professor Luiz Alcântara e pela professora Gisele Calazans. Por

ter gostado muito, decidi continuar”. Foi então que ela manteve-se na área da pesquisa científica, dando início ao seu mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, em 2012. Para tal, ela mudou-se para Ribeirão Preto e começou na Universidade de São Paulo, finalizando-o na Fiocruz, no Rio de Janeiro.

Em seguida, a pesquisadora seguiu para o doutorado em Patologia Humana e Experimental, em 2015, na Universidade Federal da Bahia. “Se eu não fizesse o doutorado, parecia que minha carreira ficaria incompleta”, comenta. Jaqueline confessa que, apesar do desejo de completar a carreira, ela sentia-se também desanimada. “Para ser cientista no Brasil, você tem que gostar muito. A remuneração não é compatível, o desgaste é muito grande e a dedicação também”, desabafa. “Mas eu tinha a premissa de não desistir”.

Mudança de rumo

O começo do doutorado foi um divisor de águas na carreira de Jaqueline Goes. “Tudo mudou para mim, porque mudei de projeto e passei a trabalhar com técnicas de sequenciamento”, relata a pesquisadora, que iniciou analisando o genoma do vírus da zika na Fiocruz, em associação à Universidade Federal da Bahia. “Foi em um projeto no Nordeste, através de um um laboratório móvel que era organizado dentro de um micro-ônibus”, afirma. “Nós viajamos com ele, começando por Natal, no Rio Grande do Norte, até retornar à Bahia”. Além do zika vírus, Jaqueline e sua equipe também trabalharam nas epidemias de chikungunya, febre amarela e dengue antes de chegar à pandemia de Covid-19.

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Para ser cientista no Brasil, você tem que gostar muito. A remuneração não é compatível, o desgaste é muito grande e a dedicação também.”
Tudo mudou para mim, porque mudei de projeto e comecei a trabalhar com técnicas de sequenciamento.”
Ana Rojas/Divulgação

Para aprofundar seus conhecimentos, Jaqueline passou seis meses estudando o tema na Inglaterra em 2017, através do programa Ciência sem Fronteiras. “Foi uma oportunidade de muito aprendizado, porque eu já sabia utilizar a técnica, mas lá eu dispunha de mais recursos, e a infraestrutura me permitiu avançar muito mais rápido do que se eu tivesse ficado no Brasil pelo mesmo período, pois teria levado dois ou três anos para chegar ao mesmo resultado”. Para ela, a viagem teve importância significativa para que, em 2020, fosse possível sequenciar o Sars-CoV-2 em menos de dois dias. “Foi essencial nesse aspecto porque lá consegui fazer pontes que perduram e que me ajudaram a dar continuidade às minhas pesquisas. Voltei com um saldo muito positivo de publicações e, durante o trabalho com o vírus da zika, consegui identificar algumas modificações que precisavam ser feitas nos protocolos de sequenciamento para que a técnica pudesse ser mais ágil”, avalia.

Em 2019, Jaqueline mudou-se para São Paulo e realizou um pós-doutorado na Universidade de São Paulo com a doutora Ester Sabino. “Comecei a trabalhar com alguns projetos que estavam parados e precisando de algum gás para dar continuidade, então comecei a ter contato com alguns pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz para trabalhar em um projeto a respeito de dengue”, lembra. “E foi essa parceria que abriu espaço para que pudéssemos trabalhar na Covid-19”.

A cientista explica que o sequenciamento fez sua equipe entender quais modificações o vírus poderia alcançar ao longo do percurso desde as primeiras detecções. “Quando fazemos análise, normalmente comparamos com os genomas que já foram depositados de outros lugares, e nós já começamos a ver algumas diferenças do vírus da China com relação ao que circulava na Itália, Espanha e Suíça”, diz. “A gente começou a entender que teríamos milhões de variantes”. De acordo com a cientista, o que mais chamou a sua atenção foi a possibilidade de analisar rapidamente, a despeito dos recursos disponíveis na época. “Ter feito de forma ágil e trazer essa informação ao conhecimento público foi uma das coisas que mais me deixou surpresa e feliz”.

Reconhecimento mundial e representatividade

Os resultados do estudo coordenado por Jaqueline Goes lhe renderam um destaque internacional. Em 2021, a marca de brinquedos Mattel criou uma boneca Barbie inspirada na cientista. “Como mulher negra e nordestina, chegar em um patamar em que fui reconhecida mundialmente e me transformei em uma boneca Barbie é muito importante”, reconhece. “Essa boneca ocupa muito o imaginário das crianças, então ter uma Barbie negra, cientista e brasileira traz um orgulho enorme para o país e transformase em um incentivo para que elas acreditem que também podem alcançar esse objetivo”.

Protagonismo feminino

e juvenil

Para a cientista, os jovens são o futuro da ciência brasileira. “Daqui a dez, 15 anos, os profissionais que hoje temos como referência estarão se aposentando e quem vai ocupar esse espaço são os jovens pesquisadores de agora, que já estarão em uma fase mais madura de pesquisa”, projeta. Para ela, as mulheres também possuem um papel significativo no ramo científico. “Atualmente, somos muito impulsionadas pelo feminismo, então vem crescendo esta mentalidade de que não somos apenas mães, esposas e cuidadoras dos nossos entes”. Apesar disso, Jaqueline relata que os cargos de liderança ainda são majoritariamente ocupados por homens, cenário confirmado por uma pesquisa do Gender Summit 2021 – a taxa feminina de liderança na STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática) latino-americana não passa de 2%. O levantamento ainda aponta que, no Brasil, as mulheres são 51% dos autores de publicações científicas, além de representarem 40% dos 10% dos principais autores mais produtivos na área. “Se pararmos para analisar, a maioria das mulheres está na base da pirâmide e, conforme subimos os cargos de liderança, encontramos uma minoria de homens ditando as regras para uma maioria feminina”, conclui.

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PERSONALIDADE
“A gente começou a entender que teríamos milhões de variantes.”

Lançamentos no Festuris

Evento em Gramado foi a ocasião para marcas do turismo apresentarem suas novidades

OFesturis, feira voltada para a inovação em turismo, reuniu diversos players do setor em Gramado no último mês, tornando-se o momento perfeito para alguns lançamentos. Entre eles estão dois novos roteiros da Rota Romântica e uma revista digital que traz conteúdos sobre o Vale Germânico.

Novos roteiros da Rota Romântica

A Associação Rota Romântica lançou dois roteiros de passeios de um dia para serem completados em Morro Reuter e Santa Maria do Herval. O objetivo é apresentar aos turistas novas opções, despontar cidades menores no turismo e mostrar o que a Rota tem de mais genuíno. “Para nós, as 14 cidades são muito importantes, uns para os outros. Somos uma rede de experiências, e é isso que queremos colocar na vitrine”, destaca a presidente, Terezinha Marina Kuhn Haas.

Os roteiros contemplam visitas em propriedades rurais, empreendimentos como cervejarias e fábrica de chocolates, pontos turísticos e almoço. “Tentamos trazer um pouquinho da essência de cada cidade, mas o que se destaca é a personalização, com um esqueleto que o turista ou agente de viagens pode moldar conforme sua vontade”, enfatiza Juliana Kroetz, proprietária da empresa que fará a operação dos roteiros.

Guia de viagens do Vale Germânico

O Vale Germânico promoveu o lançamento de seu primeiro guia de viagens no Festuris. A revista digital, resultado da parceria da Associação dos Municípios do Vale do Rio do Sinos (Amvars), com o Sicredi e o Sebrae, reúne sugestões de roteiros, dicas de gastronomia e hospedagens, além de opções para quem procura espaços diferenciados, assinado pela jornalista especializada em turismo Anelise Zanoni. “Esse guia é o primeiro compilado de rotas e roteiros que entregamos em formato editorial ao mercado de turismo, por isso a importância do lançamento durante o Festuris”, endossa Jerri Meneghetti, prefeito de Dois Irmãos e presidente da Amvars. Em versão digital e gratuita, o material tem 52 páginas com dicas e sugestões de passeios nos 13 municípios do Vale Germânico. Para produzir o conteúdo, Anelise viajou pela região, conheceu atrativos, viveu experiências gastronômicas e de lazer, transformando tudo isso em dicas para quem busca conhecer a região germânica. Ela também conheceu roteiros locais, como o Caminhos das Cervejarias Artesanais, fornecendo dicas de empreendimentos, tipos de bebidas e até petiscos, e trouxe detalhes do Caminhos da Contemplação, com sugestões de espaços contemplativos e voltados à espiritualidade.

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Fotos: Divulgação

Novo espaço do Hospital Sapiranga foca na praticidade e conforto para os pacientes

Arealização de exames preventivos pelas mulheres deve ser considerada como uma forma de preservação da vida, uma vez que existem doenças que se descobertas em seu estágio inicial, tem grandes chances de desfechos positivos. Foi pensado nisso que o Hospital Sapiranga inaugurou no mês de outubro o Centro de Saúde da Mulher. Em um espaço amplo e confortável reuniu em um só lugar todos os exames necessários para diagnóstico, podendo ser realizado no mesmo dia, visando praticidade e facilidade no acesso a esses serviços. Assim como o Centro da Mulher, o Centro de Cardiologia também concentra em um mesmo ambiente exames especializados para os cuidados cardiológicos.

O valor do investimento foi de aproximadamente R$ 1.500.000,00 e as obras iniciaram em abril de 2022. Com recursos próprios. Serão prestados serviços para o setor público, privado e convênios.

Centro da Mulher

Está integrado junto ao Centro de Diagnóstico e dispõe de estrutura personalizada focada na saúde da mulher. Seu maior objetivo é a comodidade de oferecer em um único centro vários serviços especializados para promover a saúde e o bem-estar feminino.

“Tanto o Centro de Saúde da Mulher como o Serviço de Cardiologia foram espaços pensados não só na questão de tecnologia e profissionais renomados. O ambiente é acolhedor. O Hospital Sapiranga se preocupou em oferecer espaços com privacidade, conforto e fácil acesso. A praticidade de realizar esses exames em um mesmo dia é um diferencial, porque cada vez mais as pessoas não têm tempo para fazer seus exames preventivos e periódicos. Procuramos contemplar todas essas características nos dois espaços. Mamografia e eco mamária, por exemplo, que as mulheres precisam fazer de forma preventiva, as pacientes podem dispor de um espaço adequado e fazer tudo no mesmo dia. O mesmo ocorre na área de cardiologia. Os exames cardiológicos solicitados anualmente podem todos serem realizados sem a necessidade do paciente depender de vários deslocamentos”, afirmou a diretora executiva Elita Herrmann.

Informe especial 38 expansao.co
Fotos: João Arnhold/Divulgação
Presidente João e diretora Elita

Centro de Cardiologia

Foi pensado para proporcionar mais resolutividade para os pacientes realizarem seus exames em um mesmo ambiente e em menor tempo. E está capacitado a oferecer o melhor cuidado aos pacientes que necessitam de atendimento especializado em cardiologia.

Além do Centro da Mulher e do Centro de Cardiologia, nesta nova área também está localizado o Centro de Infusão e o serviço de Ecografia. “Para nós, do Hospital Sapiranga, é uma satisfação imensa entregarmos um projeto de tamanhã relevância. Através de uma moderna estrutura, oportunizaremos aquilo que sempre buscamos que é a excelência no atendimento dos pacientes. Ao mesmo tempo, com a facilidade de ter tudo no mesmo lugar, estaremos tornando mais ágil o diagnóstico e início dos tratamentos necessários. Sabemos que, cada vez mais, esse cuidado faz a diferença no bem-estar e saúde das pessoas”, afirmou o presidente do Hospital Sapiranga, João Edmar Wolff.

A moderna estrutura possui ambiente diferenciado, equipamentos de última geração e equipe multidisciplinar especializada, capacitada para oferecer o cuidado ideal para pacientes.

Mais informações

Com os novos serviços e ampliação da estrutura, o Centro de Diagnóstico do Hospital Sapiranga que realiza mais de dois mil exames mês, aumentará sua capacidade em 40%. O hospital já é referência para a região do entorno, e agora amplia sua capacidade de atendimento, podendo contemplar não só as cidades próximas, mas todo o Vale do Paranhana, Vale dos Sinos e demais regiões.A ampliação dos serviçoes beneficiará a comunidade com diagnósticos precoces, agilidade nos resultados e praticidade, pois evita o deslocamento a outros centros para obtenção de exames de qualidade.

Para realizar estes exames, o cliente deve se dirigir ao Acesso 3 do hospital. Os exames de Ressonância e Tomografia permanecem no acesso 2 e o Raio-x junto ao Centro de Especialidades. O Acesso 3 do hospital conta com estacionamento exclusivo para clientes em atendimento.

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www.hospitalsapiranga.com.br @hospitalsapiranga Agendamento de exames: (51) 99941-8484 exclusivo para mensagens ou aponte a câmera do seu celular para o qr code (51) 3599-8100 Os exames que são realizados nestes novos serviços são: Ecografia Geral Ecografia Obstétrica Ecografia Vascular Ecografia Mamária Mamografia Densitometria Óssea Ecocardiograma fetal e adulto Eletrocardiograma Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) Holter Ergometria Eletroencefalograma “Através de uma moderna estrutura, oportunizaremos aquilo que sempre buscamos que é a excelência no atendimento dos pacientes.”

Cem anos de resistência

Cruzeirinho é homenageada pelo legislativo de Novo Hamburgo

ASociedade Cruzeiro do Sul, conhecida como Cruzeirinho, completou cem anos em 2022 e foi homenageada na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo. A proposta foi dos vereadores Enio Brizola (PT), Gerson Peteffi (MDB) e Tita (PSDB). O presidente do Legislativo, Cristiano Coller (PTB), o presidente da sociedade, José Odilto Martins Anselmo, e o secretário de Cultura, Ralfe Cardoso, representando a prefeita Fátima Daudt, compuseram a mesa de honra da solenidade. Tombada como patrimônio histórico-cultural imaterial da cidade, a escola de samba do bairro Primavera foi fundada em 1922 e se tornou o primeiro clube social negro do Vale do Sinos.

Na ocasião, Cristiano Coller relembrou a trajetória da Cruzeirinho. “Ela nasceu da fusão do clube de futebol Cruzeiro do Sul com o grupo carnavalesco Bloco dos Leões”, citou. Após a sua fala, foi veiculado um breve vídeo abordando a importância da entidade para o município. Gerson Peteffi destacou o trabalho realizado pela sociedade. “É inimaginável, nos tempos modernos, uma entidade que dure 100 anos”, salientou o parlamentar. A vereadora Tita também elogiou a força da Cruzeirinho. “Mulheres guerreiras, que estiveram juntas e que não deixaram apagar a luz. Que história linda”, exclamou.

Enio desejou prosperidade à escola de samba. “Vida longa à escola e a todos os seus representantes. Que continuem agentes transformadores e promotores de combate ao racismo”, homenageou. Ralfe Cardoso também deu os parabéns. “Uma honraria necessária para uma escola que é mais antiga que a própria cidade”, apontou. José Odilto agradeceu a homenagem e recapitulou a história da escola de samba. “A Cruzeiro foi fundada para os negros se reunirem, em função do racismo que existia, e não começamos com o carnaval, que foi nascendo aos poucos”, disse. “Hoje, o departamento de carnaval existe porque não trabalhamos só com ele. Na vida, nós estamos sempre aprendendo e isso é importante. Temos que aproveitar as oportunidades que a vida nos dá”, finaliza.

40 expansao.co HOMENAGEM
Souza/Divulgação
Fotos: Daniele

Melhorias constantes

São Leopoldo investe em obras para atualizar a rede de esgoto

OPrograma de Substituição de Redes realiza, desde 2019, obras por todo o município de São Leopoldo a fim de alterar toda a rede de água, com fim previsto para 2023. A mudança mais recente está sendo realizada no bairro Fião e parte do Cristo Rei, utilizando o método não destrutivo (MND), sem a necessidade da abertura de valas, ou seja, a rua é perfurada em duas pontas e a tubulação é introduzida de forma subterrânea. O novo quadrante sai da Avenida João Corrêa até a Rua Anchieta, no bairro Cristo Rei, e da BR-116 até a Avenida Theodomiro Porto da Fonseca. A previsão de conclusão é ao longo de 2023. O valor para o início das obras é de R$ 3 milhões, assim como ocorreu no Centro, com o investimento de cerca de R$ 20 milhões.

De acordo com Geison Freitas, a migração para o Fião e Cristo Rei se deve ao fato de serem os bairros com as redes mais antigas depois do Centro, com tubulações ainda de

ferro fundido. “Quando há uma interrupção no abastecimento, o Fião leva de 48 a 72 horas para restabelecer o fornecimento de água, além da baixa pressão e um índice de perda de água tratada relevante. Com a nova rede, esse problema vai acabar”, esclarece. “É uma obra do Semae com investimento próprio e uma escolha absolutamente técnica, que vai melhorar muito o abastecimento de água dessa região”, continua.

Vanazzi ressalta a importância do Semae para a melhoria. “Destaco que não há nenhum tipo de recurso de financiamento do Governo Federal, mostrando que o Semae é uma empresa pública que dá lucro e quando necessário, retorna esse lucro em benefícios à população”, afirma. “Depois de concluída essa etapa, nós vamos reduzir significativamente a perda de água nesta região e vai melhorar a qualidade de vida dos moradores desses bairros. O Semae está de parabéns por mais essa realização”, reitera.

Novo modelo de fornecimento energético

O Semae anunciou a compra de energia no mercado livre de energia, em um novo modelo de fornecimento energético, para as seguintes unidades: EAB, ETE Vicentina, ETA 2, EAT Campina, ETA 1, DNOS 3. Para isso, a autarquia realizou uma apresentação pela empresa vencedora do pregão 2W Energia SA sobre o modelo de fornecimento de energia. O ato, que ocorreu na sala de reuniões do gabinete do prefeito Vanazzi, contou com a presença de membros da diretoria da autarquia, secretários, vereadores e imprensa.

41 SANEAMENTO
Fotos: Divulgação

Inovação nos pés

Calçados Beira Rio S.A. marca presença no Festuris, em Gramado

Os setores de moda e turismo nunca estiveram tão conectados como agora, cujo estímulo surge a partir do consumo e da sustentabilidade, e as promessas de resultados positivos vêm forte para 2023. Quem testemunha esse cenário é a Calçados Beira Rio S.A., que marcou presença na mais recente edição do Festuris Gramado, um dos maiores eventos de negócios da América Latina voltados para o setor turístico.

Em estande institucional, a empresa apresentou suas ações direcionadas à sustentabilidade, com iniciativas que apostam na inovação e no sucesso da execução diária. No espaço, os participantes da feira conheceram mais sobre o processo fabril da indústria calçadista, bem como seu projeto de ambiência. Essa iniciativa visa transformar sobras de produção em uma variedade de materiais de ponto de venda com base no conceito de economia circular, de modo que os resíduos se tornam insumos para a confecção de novos produtos.

Por conta de todos os esforços realizados com o intuito de poupar os recursos naturais do planeta, a empresa conta com o selo Origem Sustentável, concedido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couros, Calçados e Artefatos (Assintecal). A qualificação foi entregue em seu grau máximo – nível Diamante – e certifica que a companhia se tornou referência para outras do setor calçadista.

42 expansao.co BUSINESS
Integração
Maribel Silva e Tiago Silva
Homenagem Árvore da

Moda consciente

A diretora comercial e de marketing da Beira Rio, Maribel Silva, participou da programação do Festuris com a palestra Design com propósito de servir com excelência, relacionando o universo da moda e turismo. Durante a apresentação, a executiva contou aos participantes que o trabalho realizado pela gigante calçadista é pautado pelo localtivismo, aspecto que privilegia a ambiência das lojas, o serviço especializado e conceitos de sustentabilidade. Maribel ainda foi homenageada pela organização do evento com o prêmio Árvore da Integração, iniciativa que destaca personalidades que atuam na busca por um futuro mais verde.

Durante o Festuris, a Calçados Beira Rio S.A. –que conta com 11 unidades produtivas, todas instaladas no Rio Grande do Sul e com produção em torno de 500 mil pares/dia – ainda apresentou um desfile exclusivo. Na passarela, as marcas Vizzano, Moleca, Beira Rio, Modare Ultraconforto, Molekinha, Molekinho, Actvitta e BR Sport mostraram novidades para a próxima temporada de frio.

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Fotos: Gustavo Merolli e Rafael Hanzen/Divulgação Maribel Silva e Marta Rossi Desfile Vizzano Consumidores conhecendo o estande e o projeto de sustentabilidade Estande com pauta de sustentabilidade

Santa Cruz do Sul

38ª Oktoberfest ocorrerá em três finais de semana

A Associação de Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp) já confirmou a realização da 38ª Oktoberfest, em 2023. O anúncio foi feito durante o encerramento da festa deste ano, em cerimonial no Pavilhão Central. Mantendo os três períodos, a 38ª Festa da Alegria vai ocorrer de 5 a 8, 11 a 15 e 19 a 22 de outubro do ano que vem. A presidente da festa, Roberta Pereira, comemorou o sucesso da edição. “Tenho que agradecer aos milhares de visitantes que estiveram aqui e a todos da organização, limpeza, segurança, gastronomia, danças, que são responsáveis pela Oktober acontecer. Nós estamos deixando um legado para a nossa festa e para a cidade”, celebra. Para a prefeita de Santa Cruz do Sul, Helena Hermany, o evento cada vez mais destaca o potencial de Santa Cruz, evidenciando belezas e atrativos da cidade para todos os visitantes. “Foi uma Oktober mágica. Não vi uma pessoa dizer que não foi uma festa boa. Nosso centro lindo, o parque estava muito organizado”, comemora.

Novo Hamburgo

Cidade em desenvolvimento

Novo Hamburgo Cirurgias robóticas

A Unimed Vale do Sinos é a primeira no Rio Grande do Sul a contar com o robô cirúrgico da Vinci®X e o primeiro hospital do interior a iniciar a cirurgia robótica para procedimentos de alta tecnologia. A cirurgia robótica é um procedimento minimamente invasivo, que é feito por pequenos cortes, ao invés de grandes incisões. Atualmente, com mais de 7 milhões de cirurgias realizadas no mundo todo, os benefícios incluem redução de dor no pós-operatório, retorno mais rápido para atividades normais e redução no uso de fármacos. Para o Presidente da Unimed Vale do Sinos, Dr. Luis Carlos Melo, a compra do robô é mais um importante passo para transformar a região em um polo de saúde com alta tecnologia. “O Hospital Unimed VS já é uma referência em várias especialidades e, com a che gada da cirurgia robótica, damos mais um grande passo em prol da implantação de alta tecnologia. O investimento foi em torno de R$ 12 milhões”, conta.

A prefeita Fátima Daudt apresentou, na reunião-almoço Tá na Mesa, da Federasul, o projeto hamburguense vencedor do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor 2022. Ao lado de prefeitos de outras seis cidades que também foram premiadas, Fátima explicou o Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado, que venceu na categoria Marketing Territorial e Setores Econômicos. A iniciativa contemplou a revitalização do Centro, incluindo macrodrenagem e requalificação dos espaços públicos, além da consolidação do Parcão, uma área de 54 hectares que recebe até cinco mil pessoas nos finais de semana. Apesar de ter um prazo de quatro anos para a finalização, o projeto foi concluído em apenas dois, em 2019. Fátima explicou que o programa foi uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), possível com a recuperação de um empréstimo de 23 milhões de dólares. Para a prefeita, as melhorias colaboram com o bem-estar da população. “O mais importante foi o resgate da autoestima do morador de Novo Hamburgo e do sentimento de pertencimento. Todas essas ações colaboram para criar uma cidade com ainda mais qualidade de vida”, destacou.

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O evento será realizado em três períodos Rodrigo Assmann/Divulgação de forma menos invasiva
Fotos:
Fatima falou sobre o programa vencedor
Divulgação

Entre fotografias e prêmios

Aos 20 anos de idade, a fotógrafa Sabrina Schuck Becker acumula 19 prêmios pelo seu trabalho, além de uma participação no congresso Wedding Brasil, em São Paulo. As premiações foram concedidas por duas associações de alcance mundial: Bride Association e Prime Photo Association. O congresso, que ocorreria em 2020, foi adiado devido à pandemia e ocorreu em 2022. Para a profissional, o evento foi uma oportunidade de troca de conhecimentos. “Essa troca, somada ao conteúdo adquirido nas palestras, traz insights que muitas vezes sem essa experiência não iriam acontecer”, explica. Atuante desde 2017, a profissional afirma que não há fronteiras para seu atendimento. “Atendo onde o cliente quiser que eu vá. Em maio, fiz um mini ensaio fotográfico em Paris, por exemplo.”

Aos 20 anos, Sabrina já possui 19 prêmios pelo seu trabalho

William Perin/Divulgação

ISNAR AMARAL

Consultor ambiental - CRQ 05203390 isnaramaral@ambientebasico.com.br ambientebasico.com.br| (51) 99956-0042 www.ambientebasico.com.br

Como atrair possibilidades favoráveis

Pequenos sistemas de energia se correlacionam em sincronia formando um sistema maior que produz um resultado. Exemplo disto é uma orquestra onde os instrumentos são os pequenos sistemas que, atuando em conjunto, geram sinais e dão forma às músicas. A energia pessoal interfere no ambiente e se correlaciona com a energia de outras pessoas, mesmo sem contato físico. Nós vivemos em três dimensões e nos relacionamos com a quarta, através do tempo. Nossos sistemas do corpo têm a capacidade de captar informações que estão além da dimensão em que vivemos. Os pensamentos e as intenções diretas se manifestam como energia elétrica e magnética, produzindo um fluxo ordenado de fótons, que pode alterar a estrutura molecular da matéria.

A convicção de que situações favoráveis irão surgir gera um campo de energia que oportuniza a atração de mais energia da mesma frequência. Esta é uma forma natural por meio da qual se atrai possibilidades favoráveis. No entanto, percebe-se que, muitas vezes, as pessoas almejam um futuro brilhante, prosperidade e abundância, mas não colaboram com ações neste sentido. Ou seja, para obter sucesso na atividade profissional, a competência é uma atribuição essencial. Para ser um empresário próspero, deve-se ter as condições para tal. Se não houver preparação, as oportunidades passarão. É de conhecimento geral que diversos ganhadores de prêmios milionários em loterias, após determinado tempo, já estavam na mesma condição em que se encontravam anteriormente.

Há uma forma eficaz de atrair possibilidades favoráveis para o seu negócio ou atividade profissional, utilizando um sistema que potencializa esta condição. Este sistema utiliza ferramentas que amplificam a energia dos pensamentos e intenções, oportunizando acontecimentos que favorecem os resultados esperados, quase que por coincidência.

Novo Hamburgo Preparação para o novo mandato

Em visita à sede da Expansão, o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI-NH/CB/EV), Diogo Leuck, e o diretor-executivo da entidade, Leandro Cezimbra, parabenizaram a revista pelos seus 23 anos de atuação e conversaram sobre suas projeções para o Brasil após as eleições. De acordo com Leuck, a entidade reforçará seu posicionamento em prol dos interesses dos associados. “Precisamos reforçar os pilares da entidade para defender os direitos do empreendedor, temos agora uma oportunidade de defesa do empreendedorismo”,diz.

Novo Hamburgo Aluno nota dez

Estudante da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, Dexter Pires Seider foi o ganhador do prêmio Pró-Sinos na categoria Biologia Celular e Molecular e Microbiologia. Entregue pelo presidente do consórcio, prefeito de Esteio Leonardo Pascoal, o reconhecimento se deu em razão do projeto Avaliação do Potencial Antifúngico do Agrião como Alternativa de Combate ao Fungo Malassezia Pachydermatis, apresentado na Mostratec. A premiação garantiu ao jovem a participação no 12º Fórum Internacional de Talentos 2023, na Suíça, que ocorre de 7 a 11 de fevereiro. O evento tem como foco conectar jovens talentos para estimular o desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios do futuro. Dexter, que pretende seguir carreira na área da química medicinal, afirma que utilizará a oportunidade para ampliar seus conhecimentos. “Nesse campo, terei a chance de estudar a primeira área que me encantou, com uma inclinação para a farmacologia e a microbiologia”, diz.

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ENERGIA DOS NEGÓCIOS DIRETO AO PONTO
Leuck e Cezimbra com os diretores da Expansão Amanda Krohn/Especial Pascoal entregou o prêmio a Dexter Pires Seider Cristiane Franco/Divulgação

Porto Alegre

Lançamento literário

A vereadora Comandante Nadia lançou o livro Patrulha Maria da Penha - O impacto da ação da Polícia Militar no enfrentamento da violência doméstica. A obra foi editada e promovida pela Escola Superior dos Oficiais da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros, com apoio da Fundação Walter Perachi de Barcellos, Faculdades João Paulo II e Andresan, Cursos e Concursos. “Trata-se de uma edição atualizada. Fui a primeira mulher a comandar um Batalhão da Brigada Militar na história do estado e estava à frente do 19o BPM, na zona leste de Porto Alegre, quando implantei e coordenei a Patrulha Maria da Penha”, diz a autora. “Esta é uma eficaz ferramenta, reconhecida nacional e internacionalmente, e que está presente em 114 municípios do Rio Grande do Sul”, completa.

Novo Hamburgo

Reconhecimento à assessoria de imprensa

A Campanha Big Dog Brasil (BDB), da Diretoria de Comunicação da Prefeitura de Novo Hamburgo, conquistou o segundo lugar no 2º Prêmio ARI de Assessoria de Imprensa (ARI). A conquista é na categoria Gestão Pública, que teve, em primeiro lugar, a Direção de Comunicação Social do Tribunal de Justiça do RS (TJRS) com o trabalho desenvolvido no julgamento do Caso da Boate Kiss; e a Assessoria de Comunicação Social do TRE-RS levou a terceira colocação. O diretor de comunicação da prefeitura, Dario Panzenhagen, homenageou a prefeita do município em sua fala. “Estamos todos orgulhosos do trabalho. É mais um troféu para a premiada gestão de nossa prefeita Fátima Daudt”, declara.

Jade Guimarães, da Secretaria de Meio Ambiente, Daniela Laux e Dario Panzenhagen, da Diretoria de Comunicação, Bethânia Helder, que atuou na campanha, e Maicon Bock, do Gabinete

No livro, a vereadora fala sobre o impacto do trabalho da Patrulha Maria da Penha PMNH/
Divulgação

TALENTOS & DNA

EU QUERO SER FELIZ Você não?

Todos nós procuramos incessantemente ter o que chamamos de “uma vida feliz”, não é verdade?

Eu, por exemplo, ando sempre a cata dessa tão procurada “felicidade” e, se pararmos para pensar, o ser humano nasceu para viver uma vida plena e prazerosa, a não ser em momentos ou períodos de trovoadas e infortúnios que fazem parte da vida, sendo assim ainda mais valorizada. Afinal de contas, como podemos definir o significado verdadeiro da palavra “felicidade” e, mais importante ainda, como obtê-la já que não se compra a rodo em nenhum comércio especial? A fim de maior lucidez ao leitor trago o filósofo, sociólogo e escritor Frédéric Lenoir que contribui no estudo da “felicidade” e a sua colocação de diferenças entre “prazer”, “alegria” e ‘felicidade”. Simplificando a proposta de Lenoir:

O “prazer” tem a ver com autonomia, ou seja, você decide se dar ao prazer de comprar uma roupa nova, comer um chocolate e assim por diante.

A “alegria” é uma emoção que ocorre independente de nossa vontade, pode ser desencadeada pelo nosso sentido ou memória e necessita de um fator externo que nós, muitas vezes, não conseguimos provocar. Exemplificando, sentimentos que acompanham nossas realizações, conquistas ou celebrações. Já a “felicidade” não é uma emoção e sim um estado de espírito onde se pode viver e pensar em médio e longo prazo, ou seja, esse “produto” não pode ser consumido ou adquirido e não passa pelo consumo de qualquer natureza. Felicidade está alicerçada em dois pilares: o sentido que damos a nossas próprias vidas e a nutrição de emoções e interações positivas todos os dias.

Sabendo disso, não me faço de rogada, procuro me abastecer de diversos tipos de relações e interatividades diariamente. Um bom dia a quem cruza o meu caminho, passear com meu cão, auxiliar quem precisa, promover interações com os pequenos, fazer esportes e a lista continua tão extensa que não vou conseguir dar conta dela por aqui.

Tente, experimente e arranque um sorriso de qualquer desconhecido que encontrar na rua. Dê o seu melhor bom dia!

DIRETO AO PONTO

Santa Cruz do Sul

Destaque na saúde

A Secretaria Municipal de Saúde de Santa Cruz do Sul foi agraciada com o Prêmio Band Cidades Excelentes 2022, em Saúde & Bem-Estar. Promovido pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação e pelo Instituto Aquila, o objetivo da iniciativa é valorizar boas práticas de gestão pública. O município também foi finalista em outras duas categorias, classificando-se entre as três melhores do Estado com mais de 100 mil habitantes e na categoria Governança, Eficiência Fiscal e Transparência. A avaliação dos municípios é feita com base no ranking do índice de Gestão Municipal Aquila (IGMA), plataforma desenvolvida pelo Instituto, com 62 indicadores a partir de fontes públicas, e é desenvolvida em todos os municípios do país. A secretária de saúde, Daniela Dumke, orgulha-se com o reconhecimento. “Isso demonstra nosso comprometimento com a população do nosso município e é fruto de muito trabalho”, declara.

Dois Irmãos

Crescimento que não para

Mesmo durante a pandemia, o portfólio da Agência Vórtice, de Dois Irmãos, continuou crescendo. Em 2021, a empresa, que tem mais de dez anos de experiência, teve um crescimento de 30% no faturamento e a expectativa é de fechar 2022 acima de 40%. Segundo o CEO e jornalista, Sérgio Negri, o crescimento da agência está relacionado à mudança de prioridades que se estabeleceram nos últimos tempos, como o reposicionamento digital das empresas. “Com isso, as organizações passaram a pensar fora da caixa, e o nosso trabalho ganhou evidência”, observa. De acordo com o diretor de criação, Paulo Teixeira, a Vórtice apostou em mudanças no posicionamento da marca e na identidade visual. “Elaboramos isso sem deixar de refletir a história da Vórtice e incorporar o momento atual. Essa abordagem nos mantém focados no atendimento com qualidade e agilidade”, explica.

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Fotos: Divulgação
Secretária de saúde, Daniela Dumke, ao lado do vice-prefeito, Elstor Desbessell Tiago Rech/Divulgação Paulo Teixeira e Sérgio Negri Douglas Áustria/Divulgação

Canoas

Gaúcho no Conselho Nacional de Educação

O reitor da Universidade La Salle, Prof. Paulo Fossati, foi o único gaúcho nomeado para o Conselho Nacional da Educação (CNE) e atuará na Câmara de Educação Superior. O anúncio foi realizado através de publicação de decreto no Diário Oficial da União, e o mandato terá a duração de quatro anos. Paulo Fossatti já foi presidente da Associação Nacional da Educação Católica (Anec) no Brasil, nas gestões 2014-2016 e 2018-2020. Além disso, participou de campanhas em defesa da filantropia e da manutenção das bolsas estudantis do Programa Universidade Para Todos (Prouni). As atribuições do CNE são formular e avaliar a política nacional de educação, zelar pela qualidade do ensino e pelo cumprimento da legislação educacional, além de assegurar a participação da sociedade no aprimoramento da educação brasileira. Para Fossati, a nomeação é fruto de sua dedicação ao ensino. “Minha nomeação representa a contribuição da ANEC e das Instituições de Ensino Superior Comunitárias no cenário da Educação Superior Brasileira. Também é um reconhecimento ao meu trabalho na Educação Superior em Canoas e Brasil nas últimas duas décadas”, celebra.

Reitor da La Salle, Paulo Fossatti, é o único gaúcho nomeado para o CNE

Rodrigo Silveira/Divulgação

Repaginando

o jardim?

Não esqueça de colocar um lindo vaso

Em breve chegará o verão, e já é hora de pensarmos em dar aquela arrumada nos nossos pátios, jardins, sacadas e terraços.

Para quem tem em suas casas estas valiosas áreas externas sabe da importância que é a correta manutenção, principalmente em se tratando das espécies vegetais. Faz parte das composições para áreas externas as mais diversas plantas. Pode ser um pomar, um canteiro de lavandas ou até mesmo um bonsai, mas todos buscamos nos conectar com a natureza através das plantas, além de tirar o máximo de proveito estético com esta saudável relação.

Quando queremos embelezar mais ainda nossas áreas externas podemos lançar mão de diversos elementos como decks e pergolados, piscinas ou espelhos d’água, pedras ornamentais, canteiros variados, vasos, iluminação etc. Todos são válidos para criar a melhor composição possível e promover o bem-estar para seus usuários nos momentos de descanso ou de lazer com a família e amigos.

Dentre todas as opções talvez a mais escolhida delas, por ser de alto valor visual e de fácil implementação, são os vasos decorativos. Eles podem ser de diversos estilos e materiais, mas os mais charmosos são, sem dúvida alguma, os vasos de cerâmica. A cerâmica (de barro cozido) como conhecemos em formato de utensílio ou objeto de decoração tem origem des-

50 expansao.co Fotos: Divulgação
mminuscoli@terra.com.br
PERSONALIZE
Marcelo

de a antiga Mesopotâmia, ou seja, teria sido crida nove mil anos atrás. A produção destes objetos se confunde com a história da humanidade e tiveram os mais variados usos. Sempre que vemos algum registro de escavação em qualquer sítio arqueológico teremos registro da presença de cerâmica. No Egito os vasos simples serviam para guardar água e óleo, mas também para guardar os principais órgãos vitais dos faraós antes de seu corpo ser mumificado. No Brasil pré descobrimento registramos a cultura indígena de Marajó, no Amazonas, que teve uma grande e sofisticada produção em cerâmica onde viam-se pinturas elaboradas e desenhos com representações de plantas e animais, evidências de uma cultura marajoara avançada. Já no mundo contemporâneo um dos tipos mais desejados são os Vietnamitas devido a sua resistência e cores, porém seu alto custo acaba por elitizar demais os objetos importados. A boa notícia é que

no mercado nacional também temos ótimos produtos de qualidade onde encontramos peças maravilhosas com formatos, tamanhos e detalhes fantásticos. As opções são inúmeras, mas o destaque fica para os elementos com acabamento natural (cor de barro) como também para os esmaltados em cores vibrantes (azuis, verdes e vermelhos).

Na hora de repensar o seu jardim, ou até mesmo para espaços internos, não deixe de utilizar na composição lindos vasos em sua decoração, são elementos atemporais e que expressam muito charme e personalidade.

Quando queremos embelezar mais ainda nossas áreas externas podemos lançar mão de diversos elementos...”

Vítor Bley de Moraes

Jornalista (Reg. Prof. 5495)

(51) 9.9116-4119

Sociedade doente e o aumento de farmácias

As principais redes ocupam espaços privilegiados

Estamos vivendo momentos estranhos no Brasil. Temos uma sociedade doente. São sintomas físicos e psicológicos que se manifestam de diversas formas. Isso pode ser constatado pelo crescimento do número de farmácias espalhadas pelo Brasil. As grandes redes ocupam espaços privilegiados. Em Porto Alegre, por exemplo, em quase todas as esquinas importantes têm uma drogaria. Num curto espaço de tempo, se percebe um novo estabelecimento. Tudo isso para o delírio dos laboratórios farmacêuticos. Interessante observar que grande parte deles oferece, além de medicamentos, uma série de outros produtos entre os quais, balas, chocolates e sorvetes. Acho muito incoerente, que o local onde se vende remédios, também ofereça guloseimas. Parece-me que isto contraria a orientação dos médicos. Normalmente os profissionais da área pedem cuidados em relação ao consumo exagerado de doces para evitar, principalmente, problemas relacionados à obesidade e ao diabetes. Mas, o comércio desses produtos não parece estar sofrendo qualquer controle.

Medicamentos para todas as necessidades

A sociedade brasileira está muito doente, o que explica o crescente número de farmácias pelo país.”

E assim, os brasileiros consomem cada vez mais medicamentos para as mais diversas enfermidades como insônia, pressão alta, problemas cardíacos, ansiedade, depressão e tantas outras. Muitas vezes, a automedicação, acompanhada de um docinho para aliviar a tensão. Há males psicológicos que necessitam, obrigatoriamente, de acompanhamento profissional. Um deles é a Síndrome do Pânico, um mal terrível do qual fui vítima. Fui curado pela homeopatia através de medicações leves e eficientes. Outra síndrome, pouco comentada, mas também muito prejudicial, é a Síndrome de Estocolmo, quando a vítima se apaixona pelo seu agressor. Portanto, além das doenças graves como o câncer, Mal de Alzheimer e Parkinson, há tantas outras que aumentam imensamente os lucros da indústria farmacêutica e das farmácias. Durante a pandemia da Covid-19, ganhos fantásticos com medicamentos, máscaras e testes. Aliás, o kit para detectar a Covid caiu drasticamente. Mas a sociedade brasileira está muito doente, o que explica o crescente número de farmácias pelo Brasil. Pelo menos, abre-se um bom mercado de trabalho

E AÍ, TUDO BLEY? Fotos: Divulgação
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Bischoff Wine apresentada no Prato Principal

O empresário e CEO do Bischoff Group, Jorge Bischoff foi o palestrante do Prato Principal que ACI de Novo Hamburgo promoveu, no Centro de Eventos do Swan Hotel. Na oportunidade, Bischoff apresentou a trajetória de 20 anos da grife e a diversificação dos negócios, agora investindo em vinhos através da Bischoff Wines. O vinhedo próprio cultivado no coração do Valle de Uco, em Mendoza, na Argentina, produz vinhos tintos e brancos, bem como espumantes brut rosé e moscatel. A ACI, na ocasião, também homenageou as empresas associadas que completaram aniversário múltiplo de cinco.

Homenagem ao Dia do Médico

A Associação de Medicina de Novo Hamburgo, presidida por Raul Cassel, e o Sindicato dos Médicos de Novo Hamburgo, presidido por Kleber Fisch, promoveram jantar comemorativo ao Dia do Médico. O evento aconteceu no Buffet Martins, da Sociedade Aliança, e contou com a participação dos médicos associados com seus respectivos cônjuges e de futuros associados. O Dr. Hélio Dias foi homenageado por seu trabalho pioneiro como anestesista no Vale do Sinos, recebendo um mimo e placa de prata. Depois da pandemia, as duas entidades se reinventaram e programaram diversos eventos sociais, como o jantar de Natal e de final de ano, e de cunho científico, cuja palestra sobre longevidade, ajude sua genética, que vai acontecer em 23 de novembro, na sede das entidades. Irão palestrar os drs. Antônio Ferreira e Andres Kieling, tendo como moderadora a nutróloga Dra. Elcinda Grazziotin.

Os sócios Melina, Carolina e Nico

Cardápio de verão

A unidade Novo Hamburgo do restaurante EAT+Kitchen lançou sua programação de verão. Os sócios Nico Ventre, Melina Ventre e Carolina Ribeiro apresentaram o menu degustação e um cardápio especial de drinks para a programação de happy hour, que inicia de quinta a sábado nos meses de novembro, dezembro e janeiro. Segundo os sócios, a ideia é trazer um happy hour com gastronomia e ao som de uma boa música para reunir amigos.

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Drs. Raul Cassel, Gilson Kern, Hélio Dias e Kleber Fisch Sérgio Jost, Jorge Bischoff e o presidente da ACI, Diogo Leuck Empresas homenageadas durante o evento
Fotos: Divulgação
Fotos: Fábio Winter/Divulgação

Reencontro

O Festuris, em Gramado, serviu para reencontrar os amigos. Uma delas foi Marilei Beatriz Bravo, diretora da Bravo Intercâmbios e Turismo. Ela aproveitou para visitar o espaço Luxury da feira, conhecer as novidades do setor e brindar seu aniversário.

Unidos pelo matrimônio

No entardecer de 5 de novembro, o comunicador e vice-presidente da Sicredi Vale do Rio Pardo, Pedro Thessing, e a enfermeira e terapeuta Talita de Morais se uniram em matrimônio, em cerimônia ao ar livre, na sede da Adunisc, em Santa Cruz do Sul. A bênção, conduzida pelo professor Nestor Raschen, foi acompanhada por familiares e amigos, entre eles, os filhos do noivo, Maiquel e Germano Thessing.

Melhor Sommelier do país

A ABS Brasil, em conjunto com a ABS-RS, promoveu o concurso de melhor Sommelier do país que teve como palco o Vale dos Vinhedos, primeira Denominação de Origem brasileira, em Bento Gonçalves. O vencedor de 2022 foi Wallace Gonçalves Neves. Na ocasião, a entidade também anunciou os ganhadores do Prêmio ABS-RS. “Desejo que nos próximos anos tenhamos um engajamento maior de profissionais que trabalhem em vinícolas ou em restaurantes, de modo que essa região, que é a pátria do vinho e que elegemos para a escolha do melhor Sommelier, eleve o nível dos profissionais que trabalham aqui na terra onde se produz a maior parte do vinho fino no Brasil. Espero que a ABS-RS volte a sediar o concurso de melhor Sommelier do país nos próximos anos”, destaca Danio Braga, presidente da ABS Brasil e seu fundador, em 1983. Para Júlio César Kunz, presidente da ABS-RS, “os profissionais testaram suas habilidades práticas e teóricas, algo muito salutar para o desenvolvimento de toda uma cadeia produtiva”, sustenta.

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Cleber Brauner/ABS-RS/ Divulgação Divulgação Kunz, Wallace Gonçalves Neves, Danio Braga Lucas Martin/Divulgação Pedro e Talita agora casados Marilei comemorou aniversário no Festuris

Festuris faz homenagens

No encerramento da 34ª edição, os CEOs da Festuris, Marta Rossi e Eduardo Zorzanello, homenagearam duas personalidades da feira: Luciano Teixeira, da FRT de Porto Alegre, recebeu o troféu de Embaixador, enquanto que a empresária Jussara Höppner, diretora do Mini Mundo e do Hotel Rita Hoppner, de Gramado, foi agraciada com o troféu Silvia Zorzanello. Agora, a expectativa fica para a edição 35, que promete muitas novidades.

Prêmio Chiro’s Choice Awards

A acadêmica do 9º semestre de Quiropraxia da Universidade Feevale, Vanessa Arnhold, recebeu o prêmio Chiro’s Choice Awards, durante o VIII Congresso Brasileiro de Quiropraxia. O evento, que ocorreu em Vitória (ES), foi organizado pela Associação Brasileira de Quiropraxia (ABQ) com o objetivo de promover a atualização clínica, científica e filosófica para os profissionais da área. Em sua primeira edição, o Chiro’s Choice Awards - Acadêmico Destaque do Brasil, que foi concedido após uma votação realizada entre os cerca de 170 participantes do evento, é um reconhecimento aos acadêmicos de quiropraxia que se destacam pela sua atuação enquanto estudantes. Vanessa tem 22 anos, é moradora de Rolante e presidente do Diretório Acadêmico (DA) do curso na universidade.

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Feevale/Divulgação
Universidade O reconhecimento a Vanessa Teixeira recebeu homenagem do Festival Família Höppner com os diretores do Festuris

Temporada Bossa Nova

O Hotel Kempinski Laje de Pedra Canela, abriu a temporada Bossa Nova com a apresentação da Orquestra Filarmônica Laje de Pedra, acompanhada dos cantores Adriana Deffenti e Juliano Barreto. Os convidados se encantaram com a apresentação e aplaudiram do começo ao fim. Na ocasião, também, o casal Patrícia e José Ernesto Marino Neto (ele sócio do hotel), acompanhado dos filhos Filipe e Tiago, foi homenageado pelos 37 anos de casados. Após, no Restaurante 1835, os cinco diretores da rede de luxo Kempinski Hotels, Morgane Doucey – Grand Hotels des Bains, St. Moritz (Suiça) –, Alessandro Benedetti – Kempinski Cuba –, Nasser Fawzi, – Vier Jahreszeiten Kempinski Munich (Alemanha) –, Sebastian Riewe – Adlon Kempinski Berlin (Alemanha) – e Marcela Camargo, diretora comercial da Kempinski Hotels no Brasil, receberam seleto grupo de convidados do trade turístico de luxo e imprensa para uma conversa sobre o Kempinski Laje de Pedra, primeiro da rede na América do Sul. Entre os assuntos estavam as futuras rotas de destinos de luxo no mundo e a mudança de paradigma inaugurada com a abertura, em 2026, do hotel em Canela.

Miss Latina Estância Velha

Amanda Marques foi coroada Miss Latina Rio Grande do Sul 2023, para representar o município na próxima etapa estadual do concurso. A modelo e estudante de enfermagem esteve no gabinete do prefeito Diego Francisco, para receber a honraria. A coroação teve a presença de familiares, amigos e da atual Miss Latina RS, Betina Nunes Sampaio. A final do Miss Latina Rio Grande do Sul 2023 acontecerá entre os dias 7 e 10 de setembro, no Hotel Charrua, em Santa Cruz do Sul.

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Raul e Débora Cassel, Flávio e Denise Pinto, Fernando Cassel, Lara e Rogério Haubert Patrícia e José com os filhos Filipe e Tiago
Fotos: Divulgação
Diretores da rede Kempiski Hotéis na Suíça, Cuba, Alemanha e Brasil Orquestra Filarmônica animou o público Fotos: Lisiane Viezzer/Divulgação Divulgação Prefeito Diego com Amanda Marques Wesley Wierganowiez/PMEV/Divulgação

Gastronomia em prol do bem

A 28ª edição do Homens na Cozinha, promovida pela Liga Feminina de Combate ao Câncer de Novo Hamburgo, foi um sucesso. Cerca de 450 conviados se reuniram no Salão Social da Sociedade Ginástica para essa ação benemerente, já que a renda será revertida para o tratamento oncológico mensal de mais de 400 pessoas em situação de vulnerabilidade social.

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Geovani Fagundes, Fausto Fausth e Cleiton Bauer Márcio Juliano e Wilson Dagnese Marcelo Cunha, André Arrué e Alex Zimmermann João Batista Pereira, Kleber Fisch, João Carlos Crippa Turma dos bartenders liderada por Frederico de Boni Nico Ventre e João Victor Camillo Rubia Fauth, Milena Morena, Regina Dau e Carla Gräff Maria Helena, Ângela Alano, Marinez Fagundes, Rubia Fauth e Regina Dau Daniel Renato Schlindwein e Luiz Fernando Albernaz Daniel Oliveira, João Figueiredo, Márcio Provenzano e Bruno Emerim

Brindes e homenagens pelos 20 anos da SFVS

O jantar-dançante em comemoração aos 20 anos da SFVS foi pura festa, diversão e emoções. O evento, realizado no Saint Haus, em Novo Hamburgo, teve a presença de 100 convidados, em sua maioria fisioterapeutas, e do presidente do Conselho Regional de Fisioterapia Crefito 5, Jadir Camargo Lemos. Os sócios fundadores e os atuais foram homenageados com certificado. Segundo a presidente, Patrícia Martins, “a SFVS conquistou respeito e credibilidade, firmando-se como entidade de representação dos fisioterapeutas do Vale do Sinos e de outras regiões, contribuindo com o aperfeiçoamento técnico e científico dos profissionais, lutando pela dignidade da profissão e pelos interesses dos fisioterapeutas”. Ela também prestou homenagem ao idealizador, fundador e primeiro presidente da

GENTE 58 expansao.co Fotos: Kátia Rodrigues/Divulgação
SFVS, Gerson Birk. O show surpresa ficou por conta do cover de Elvis Presley Johnny Grace. Mário da Silva, Patrícia Martins, Sabrina Martins, Mariana Cocaro e Jair Cocaro Guy Krelling e Christiane Zapelini Nassir Taha e Adriana Rocha Patrícia Martins e Gerson Birk Herculano Reis, Alessandra Couto Reis, Anália Goreti da Silva e Ilton Lopes Moreira Ronnie Pinheiro Flores e Luisa Gehlen Henemann Flores Jorge Oliveira e Yasmin Oliveira Jeferson U. Mattos Vieira e Lisiane Chaves Vieira Jorge Luiz Nienow, Jadir Camargo Lemos, Ilka Maria Rolim Bassoa e Eduardo Abreu Joel Luis dos Santos, Sônia Trajano , Carolina Etchebarne , Bruno Trajano dos Santos Gerson Birk e Milena Birk Convidados e Johnny Grace Elvis Cover Rosaura Hahner Nienow e Jorge Luiz Nienow

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Brindes e homenagens pelos 20 anos da SFVS

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Temporada Bossa Nova

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Prêmio Chiro’s Choice Awards

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