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Ilustração mostrando vias de implante da TAVI

Técnica que possibilita cirurgia cardíaca sem abertura do tórax já é realizada em Pernambuco

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Os avan ços tecnológicos e científicos se tornaram aliados essenciais para diversas áreas da medicina. Na cardiologia não é diferente. Com a evolução das técnicas e dos dispositivos, cirurgias de peito aberto, hoje no Estado de Pernambuco, podem ser substituídas por métodos muito menos invasivos. Indicado para pacientes idosos ou de risco cirúrgico proibitivo, o Implante Transcateter de Válvula Aórtica tem demonstrado um resultado significante em termos de segurança e eficácia. Segundo o cirurgião cardiovascular Alexandre Magno, a técnica permite implantar válvulas cardíacas por meio de cateter, o que causa menos efeitos colaterais e melhor custo-benefício para a saúde. “A cirurgia é realizada por punções (furinhos), através da virilha, auxiliado com uso de máquina de hemodinâmica e ecocardiografia. Dessa forma, evitamos a abertura do peito do paciente e o uso de circulação extracorpórea. Assim, diminui-se otrauma cirúrgico, ou seja, uma recuperação mais rápida e com menor número de complicações”, explica o médico. Considerado como alternativa de tratamento para a estenose aórtica grave calcificada, patologia que pode apresentar taxa de mortalidade de até 50% em 1 ano, o TAVI, ainda de acordo com o Dr. Alexandre Magno, por permitir que uma nova válvula seja colocada no lugar da doente sem a necessidade de realizarar a cirurgia convencional é uma opção segura para esses pacientes de alto risco cirúrgico e idosos acima de 75 anos com risco considerado intermediário. “O coração é um órgão capaz de aumentar a sua própria força de contratura e manter o bombeamento do sangue adequado, porém ele enfraquece com o passar do tempo, causando uma série de sinais e sintomas” afirma, o cirurgião cardiovascular, acrescentando que a doença impede a abertura correta da válvula aórtica e dificulta a saída do sangue para todo o corpo. Diagnosticado com estenose aórtica severa, o aposentado Lourenço Ramos, 84 anos, foi submetido à TAVI e recebeu alta após quatro dias do implante, pouco tempo depois já estava apto para retornar às suas atividades normalmente. “A recuperação foi muito rápida. Estou me sentindo ótimo. É como se eu não tivesse feito uma cirurgia. Saí do hospital caminhando e hoje não sinto mais aquele cansaço de

Além de evitar o desconforto que a abertura do tórax provoca, o Implante Transcateter de Válvula Aórtica (TAVI), é capaz de reduzir o tempo de internação

antes. Minha vida voltou ao normal”, comemora Lourival lembrando a importância de uma equipe dedicada e competente nos momentos delicados, como esse. O primeiro implante de TAVI no mundo foi realizado há dezenove anos (2002) e a partir de 2008, o procedimento passou a ser introduzido no Brasil. Em Pernambuco, o cirurgião cardiovascular, Alexandre Magno, foi um dos pioneiros quando passou a utilizar o Implante Transcateter de Válvula Aórtica nos pacientes com as devidas indicações, desde 2012. Apesar de já estar sendo usado na rede privada, o TAVI ainda não é disponibilizado para a rede pública. O Dr. Alexandre Magno realiza este tipo de cirurgia no Hospital PROCAPE da UPE, mas explica que é necessário padronizá-lo para o Sistema Único de Saúde (SUS), com a definição de protocolos para liberação junto ao Governo do Estado. “Através de Resolução Normativa, publicada em fevereiro de 2021, a ANS incluiu o Implante Transcateter de Válvula Aórtica no seu rol de procedimentos, assegurando assim o uso sem os questionamentos das operadoras de saúde. Por vezes, se fizeram necessárias medidas judiciais para garantir a realização da cirurgia”, ressalta Magno.

Tavi x Cirurgia convencional

Além de evitar o desconforto que a abertura do tórax provoca, o Implante Transcateter de Válvula Aórtica (TAVI), é capaz de reduzir o tempo de internação. E, por ser um procedimento menos invasivo, o paciente fica num período mais curto na UTI, em média 24 horas. A recuperação, passa para 15 dias. Já na cirurgia convencional leva cerca de dois meses. Como o implante é realizado no setor de cateterismo ou numbloco cirúrgico sob sedação ou com anestesia geral, também se diminui o risco operatório e o incômodo no pós-operatório em 90%. Comparando-se os desfechos clínicos obtidos com o TAVI em uma população de pacientes com alto risco, estudos apontaram índices de mortalidade, após 30 dias, de 3,4% após TAVI e de 6.5% após a cirurgia.

Cirurgião cardiovascular, Alexandre Magno

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