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Ensino Remoto

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Laços amazônico-portugueses

Por Lorena Filgueiras Fotos: Divulgação/Acervo pessoal

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Vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia e à Pró-Reitoria de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pará, a Cátedra João Lúcio Azevedo tem, como objetivo, aproximar ainda mais as Instituições brasileiras e portuguesas, nos campos da cultura, contribuindo para ampliar o que conhecemos da realidade amazônica-lusitana.

Vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia e à Pró-Reitoria de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pará, a Cátedra João Lúcio Azevedo tem, como objetivo, aproximar ainda mais as instituições brasileiras e portuguesas, nos campos da cultura, contribuindo para ampliar o que conhecemos da realidade amazônica-lusitana.

A professora Maria de Nazaré Sarges, professora do programa de pós-graduação em História e diretora da Cátedra João Lúcio de Azevedo, conta que a ideia de criação de uma cátedra vinculada ao Instituto Camões surgiu em uma viagem do reitor da UFPA Emmanuel Tourinho a Portugal, em 2016. “Na ocasião, junto com a professora Maria Adelina Amorim, da Universidade Nova de Lisboa e pesquisadora do CHAM [Centro de Humanidades], articularam a proposta de abertura de uma cátedra na Universidade Federal do Pará”, detalha.

“Devemos a ela [Maria Adelina], também, e aos seus estudos de história da Amazônia, a sugestão de João Lúcio de Azevedo para dar nome à cátedra. Acolhemos a sua sugestão de imediato, pela expressão que daria à interação entre Portugal e a Amazônia; pela inspiração que proporciona para o trabalho a ser desenvolvido e pela possibilidade de contribuir para promover uma obra intelectual das mais relevantes para amazônidas e portugueses”, declarou Tourinho por ocasião da assinatura do protocolo, em 29 de setembro de 2017.

A empreitada teve êxito porque foi uma proposta muito bem acolhida pelo Instituto Camões e, posteriormente, pelo embaixador de Portugal no Brasil, Jorge Cabral, detalha Sarges.

“A escolha do nome de João Lúcio de Azevedo já, em si, retrata bem as relações históricas entre a Amazônia, em especial o Pará, e Portugal. João Lúcio nasceu em Sintra, nos arredores de Lisboa, e embarcou para Belém do Pará, em 1873, onde trabalhou e se tornou sócio de uma empresa de navegação, foi caixeiro da famosa Livraria Universal, dos irmãos Tavares Cardoso. Autodidata, aprendeu várias línguas e começou a escrever as suas primeiras obras. Ainda no Pará, publicou cinco artigos que, reunidos, formariam o seu primeiro livro, Estudos de História Paraense. Fez pesquisas e foi um dos colaboradores do Arquivo e Biblioteca Pública do Pará, um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Pará e participou ativamente de várias sociedades literárias e estudos históricos, como a Sociedade de Estudos Paraenses. Já no início do século XX, já com uma grande fortuna, foi viver na França, onde continuou suas atividades como historiador. De regresso a Portugal, já completamente livre das atividades comerciais, iniciou o período mais produtivo, publicando diversas obras importantes, como O Marquês de Pombal e a Sua Época, História de António Vieira, A Evolução do Sebastianismo e História dos Cristãos-Novos Portugueses. Organizou ainda a melhor edição das cartas do Padre António Vieira jamais publicadas”, conta Aldrin Moura de Figueiredo, professor da Faculdade de História, pesquisador associado à Cátedra e seu vice-diretor.

João Lúcio de Azevedo é considerado um dos maiores historiadores portugueses do início do século XX e continua, ainda hoje, a ser regularmente editado em Portugal e no Brasil. “Foi amigo chegado dos historiadores brasileiros Capistrano de Abreu e Manuel de Oliveira Lima e de escritores paraenses como José Veríssimo, Domingos Antônio Raiol e José Coelho da Gama e Abreu”, complementa Aldrin.

Diante da grave crise humanitária e sanitária que assola o mundo, as atividades da cátedra precisaram passar por adequações e foram mantidas virtualmente, inclusive o Encontro Internacional de Cátedras Brasileiras do Camões I.P. – que reunirá todas as cátedras em evento on-line.

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