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Cultura

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Porto Barcarena

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Foto: Dudu Maroja

Genuinamente paraense

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Festival Jambu Live reuniu diversos artistas paraenses em uma programação on-line, com objetivos de valorizar e ampliar a produção cultural regional.

Profa. Dra. Regina Lima

Característico do Pará, o jambu intriga, encanta e delicia turistas e papa-chibés, por suas propriedades “anestésicas” – advindas da presença do espilantol, substância encontrada na erva. Se na gastronomia, ela é a rainha (dividindo atenções com o tucupi), para as erveiras do Ver-o-Peso, maior feira a céu aberto da América Latina e cartão-postal da capital paraense, o jambu tem propriedades, por assim dizer, afrodisíacas. Mas esta não é uma matéria sobre botânica ou sobre a milenar cultura alimentar dos amazônidas paraenses: o jambu que nos delicia emprestou seu nome (e sabor) a um festival, que é parte de um projeto maior e que conta com apoio e incentivo da FADESP.

O evento, que foi realizado entre os dias 2 e 10 de dezembro de 2021, reuniu 27 espetáculos de música, dança e teatro em diferentes estilos, ritmos e expressões da cultura da Amazônia e foi transmitido ao vivo e gratuitamente pela internet. O Jambu Live está em sua segunda edição e faz parte do projeto de extensão da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal do Pará, Jambu Festival: Conexões Periferia, coordenado pela Profa. Dra. Regina Lima.

Durante o evento, o público pôde desfrutar da pluralidade de ritmos nortistas, como: brega, rap, carimbó, punk rock, guitarrada (e outros gêneros), durante seis dias de programação, totalizando mais de 17 horas ao vivo e ultrapassando 4 mil visualizações simultâneas. Para a seleção dos artistas, bandas e grupos, foram convidadas duas consultoras: a cantora e técnica vocal, Dayse Addario, para seleção musical, e a Profa. Dra. Mayrla Andrade, que participou na etapa de Artes Cênicas. Dentre os critérios para seleção, foram consideradas as produções autorais, pluralidade cultural, mistura de ritmos, além de diversidade de gênero e raça.

O projeto não tem fins lucrativos e busca dar apoio e visibilidade aos fazedores de cultura na Amazônia. A professora e coordenadora do projeto, Regina Lima, conta que esta edição foi “pensada principalmente para ampliar a visibilidade do trabalho de fazedores e fazedoras da região que muitas vezes não conseguem espaço na mídia ou no próprio circuito cultural da cidade”.

Em um momento delicado, os espaços culturais retornam com todo cuidado necessário, em meio às transições das normas de combate à COVID-19. Mesmo com as dificuldades, muitos artistas e grupos não conseguem ter agendas suficientes para manter seus custos. Pensando neste cenário, o Festival Jambu Live promoveu uma estrutura com palco, câmeras de alta resolução, iluminação e som, para que os artistas transmitissem seus trabalhos de forma segura e com qualidade, tendo um maior alcance na internet, grande palco do espetáculo. O Jambu Live foi acompanhado por pessoas de diferentes estados e mesmo de fora do país.

A cantora e compositora Zara acompanhou a primeira edição do Festival, em 2020, e se sentiu honrada em ser convidada para participar da line-up de 2021. “Festivais como Jambu Live são de extrema importância para artistas da Amazônia. Sabemos que, por todas condições históricas, culturais e sociais, o Norte do país não tem ocupado o lugar que lhe é de direito e merecido. Então, quando temos um festival que possibilita levar os artistas amazônidas para todo o mundo! Isso não tem preço, é fantástico! ”, enfatizou.

Zara lançou seu primeiro álbum em 2021 e teve a oportunidade de cantar sua música no festival. “A gente se sente feliz em poder mostrar nosso trabalho autoral. Iniciativas como essas, são essenciais. Cantar nossas músicas para um público muito maior, por meio da internet, que possibilita um grande alcance de visualizações foi muito bom, me sinto realizada”, finaliza.

Para conferir os shows e espetáculos do festival na íntegra, acesse o canal do Youtube Jambu Live. Ou acesse o QR Code.

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