ceará: moda praia e surf, um sucesso Revista de informação ANO VI — Nº 69 OMNI EDITORA
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1.Polít 2.Profiss 3. Empresários&E 4.Artistas&I 5.Esportes
Os 30 Cea mais Infl
Em abril de 2010 a revista Fale! vai publicar o ranking dos Cearenses mais Influentes, edição 2010. Trata-se de um levantamento feito pela nossa equipe com o apoio de leitores via Internet. Você pode votar pela Internet no site www.revistafale.com.br
ticos sionaisLiberais Empreendedores Intelectuais
arenses fluentes Objetivo: A lista Os 30 Cearenses Mais Influentes, versão 2010, da revista Fale!, coloca em evidência e celebra a atuação de cidadãos que, de maneira significativa, contribuem para o crescimento do estado do Ceará e do Brasil. Os cearenses mais influentes se destacam não só pelo poder que ocasionalmente possuem, mas por ações transformadoras na sociedade. Essas personalidades, com suas realizações refletidas na vida pública, impactam, como formadores de opinião, a população cearense e merecem ser celebrados pela mídia. As 5 categorias da lista contemplam
várias facetas da vida pública cearense: 1. Políticos 2. Profissionais Liberais 3. Empresários & Empreendedores 4. Artistas & Intelectuais 5. Esportes. Escolhidos pela redação, os cearenses prestigiados formam um retalho peculiar que contribui para as qualidades excepcionais do estado do Ceará. Processo de seleção: A lista será elaborada pela redação da revista Fale! e se orientará pela votação aberta no site da revista www.revistafale.
com.br. Cada eleitor informará o seu e-mail para rechecagem e poderá votar somente em uma pessoa ,
comentar e justificar seu voto com depoimento comentário. Não é necessário indicar a categoria do escolhido. Divulgação da lista: Os nomes serão divulgados na edição de abril de 2010 da revista Fale! Cada um dos 30 Cearenses Mais Influentes terá seu perfil publicado pela revista e uma fotografia com alta qualidade gráfica. A promoção será de responsabilidade da Omni Editora que edita a revista Fale!
Vote no site www.revistafale.com.br
ISSN 1519-9533
REVISTA DE INFORMAÇÃO
EDITOR&PUBLISHER Luís-Sérgio Santos EDITOR SENIOR Isabela Martin Editor Associado Luís Carlos Martins EDITOR DE ARTE Jon Romano EDITORES DE ARTE ASSISTENTES Carlos Eduardo Vasconcelos, Cinara Sá e Lívia Pontes REDAÇÃO Adriano Queiroz Revisão Francisco Gomes Segundo COLABORADORES Fernando Maia, Roberto Martins Rodrigues e Roberto Costa IMAGEM
Agência Brasil, Reuters REDAÇÃO E PUBLICIDADE Omni Editora Associados Ltda. Rua Joaquim Sá, 746 Fones: (85) 3247.6101 e 3091.3966 CEP 60.130-050, Aldeota, Fortaleza, Ceará e-mail: fale@ revistafale.com.br home-page: www.revistafale.com.br Fale! é publicada pela Omni Editora Associados Lltda. Preço da assinatura anual no Brasil (12 edições): R$ 86,00 ou o preço com desconto anunciado em promoção. Exemplar em venda avulsa: R$ 9,00, exceto em promoção com preço menor. Números anteriores podem ser solicitados pelo correio ou fax. Reprintes podem ser adquiridos pelo telefone (85) 3247.6101. Os artigos assinados não refletem necessariamente o pensamento da revista. Fale! não se responsabiliza pela devolução de matérias editoriais não solicitadas. Sugestões e comentários sobre o conteúdo editorial de Fale! podem ser feitos por fax, telefone ou e-mail. Cartas e mensagens devem trazer o nome e endereço do autor. Fale! é marca registrada da Omni Editora Associados Ltda. Fale! é marca registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Copyright © 2010 Omni Editora Associados Ltda. Todos os direitos reservados. Impressão Halley Impresso no Brasil/Printed in Brazil. Fale! is published monthly by Omni Editora Associados Ltda. A yearly subscription abroad costs US$ 99,00. To subscribe call (55+85) 3247.6101 or by e-mail: df@fortalnet.com.br
Vem aí O Livro do Ano 2009-2010. A história é de quem faz. O mais completo documento de 2009 e os cenários para 2010. Mais um lançamento da Omni Editora.
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ArenaPolítica TalkingHeads Online BrasíliaOff Blogosfera
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POLÍTICA
16Mensalão no DF
Arruda preso. novos tempos? Para quem apostava em uma enorme pizza candanga, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou uma decisão inédita em períodos democráticos, mandar o governador do GDF, José Roberto Arruda, para a cadeia
foto © Steve Morenos cortesia da Sony World Photography Awards
Uma entrevista com Francisco José Pinheiro, o vice-governador low profile do governo Cid Gomes. Ele é um dos homens do PT no governo do Estado, resultado de uma aliança vitoriosa com o PSB que deverá ser reprisada nas eleições de 2010
economia
32Moda surf no Ceará Pequenos negócios criados por amantes do surf são a base de um dos mais sólidos segmentos da indústria de confecções no país: o surfwear — a moda do surf
43Kaiser reage
O grupo cervejeiro que sofreu com o nascimento do “império” AB InBev, agora faz parte de outra gigante do mercado de cervejas. Femsa, que farica a Kaiser agora é da Heineken
SEÇÕES
8 Talking Heads 10 Arena Política capa: foto andre de lima
11 Online 12 Periscópio 55 Persona
imagem auto-ajuda ortodoxa
Esta é uma das fotos selecionadas pela organização da Sony World Photography Awards na disputa anual versão 2010. A foto, de Steve Morenos, mostra o incrível esforço de equilíbrio e sobrevivência de um roedor. Poderia muito bem representar o apego ao poder ou a insistência em permanecer onde todo mundo não mais o quer, como acontece agora com muitos políticos de Brasília. No prêmio Sony, são 190 fotógrafos finalistas em 21 categorias de um dos mais importantes prêmios de fotografia do mundo. Os vencedores serão conhecidos em 22 de abril em Cannes.
“
Dilma já é a favorita para vencer a eleição presidencial deste ano. Cândido Vaccarezza (PT), líder do governo na Câmara dos Deputados
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20Política e palavra
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Foto José Cruz _ ABr
TalkingHeads Vira e mexe querem acabar com algum programa do governo Lula. Em 2006, foi a época que eles queriam acabar com o Bolsa Família. Agora o objetivo é acabar com obras como essa que estamos inaugurando. DILMA ROUSSEFF, ministra da Casa Civil, em inauguração de uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), rebatendo as críticas ao programa do governo
Esse babaca do Sérgio Guerra não sabe o que está falando quando diz que nada acontece de bom no Brasil. em reunião ministerial, sobre o presidente do PSDB
presidente lula,
Dilma Rousseff mente. Mentiu no passado sobre seu currículo e mente hoje sobre seus adversários. Usa a mentira como método. Aposta na desinformação do povo e abusa da boa fé do cidadão. sérgio guerra, senador (PE) e presidente nacional do PSDB, em nota do partido sobre a ministra Dilma Rousseff
c au t ela
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Na vida, a gente não sobe de salto alto.
dilma rousseff, ministra
es q u i va
de Minas e Energia, ao comentar uma pesquisa feita pelo CNT/Sensus, onde aparece à frente, pela primeira vez, do governador José Serra nas respostas espontâneas sobre quem deve suceder Lula
Estou aqui como governador, trabalhando. Não falo de política. josé serra, governador
de São Paulo (PSDB), quando questionado sobre a mesma pesquisa
Foto Marcello Casal Jr _ ABr
Nós podemos dizer que, pela primeira vez, o desmatamento da Amazônia está sob controle.
carlos minc, ministro do meio ambiente, ao anunciar a queda de 72%
do desmatamento da Amazônia nos meses de outubro e novembro do ano passado em relação a 2008
Não acho que eu possa ajudar mais a candidatura do PSDB do que estando em Minas Gerais, eventualmente como candidato ao senado, ajudando a dar a vitória ao nosso candidato ao governo em Minas Gerais e ao nosso candidato governador à presidência da República. de Minas Gerais (PSDB), ao falar que não irá compor a chapa do AÉCIO NEVES,
partido para as eleições presidenciais como vice de José Serra
Jamais na história deste país nós tivemos um governo tão aparelhado, onde a meritocracia deu espaço à filiação partidária. Foto Elza Fiúza_ ABr
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IDEM
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Foto Ricardo Stuckert_PR
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Não, eu não sou popular. Mas minha casa está cheia de gente que vem visitar meu uísque. millôr fernandes,
escritor e desenhista, pelo endereço twitter/ millorfernandes
Esse negócio de notas com tamanhos diferentes não é novidade. Na época do Sarney, o dinheiro encolhia todo dia. jornalista e cartunista sobre as novas cédulas do Real, pelo endereço twitter/EdsonAran
Público do Twitter é qualificado, inteligente, mas tá grudadinho na Globo torcendo contra a vilã da novela. cristiano dias,
endereço twitter/ crisdias
aloizio mercadante,
A discussão agora não é mais sobre onde vai ser o estaleiro, mas sobre quem é contra e quem é a favor. cid gomes, governador do Ceará (PSB), sobre a construção do estaleiro no bairro Serviluz, em Fortaleza
Esta cidade tem prefeita!
luizianne lins, prefeita de Fortaleza (PT), demonstrando que se depender dela, o projeto não sairá do papel
presidente lula, sobre as
possíveis ações da oposição na disputa de 2010
Não vou fazer ações de Governo baseado no que agrade ao seu programa policial.
cid gomes, governador do Ceará (PSB), em resposta ao deputado Ely Aguiar (PSDC-CE), que reclamou da proibição em divulgar os rostos dos presos em programas policiais
líder do PT no Senado, pelo endereço twitter/mercadante
Pois é, interessante. Aquela área lá sempre foi uma área que ninguém se preocupou em resolver os problemas sociais de lá. A partir do momento que aparece um projeto como esse, aí, né? líder do Governo na Assembléia Legislativa, em crítica à Prefeitura que afirmou ter projetos desde 2006 para a região
Nelson Martins,
t r é gua
pelo
E depois do aumento dos ônibus e recorde de multas, estão chegando os carnês com aumento de 60% no IPTU. Seria cômico, se não fosse trágico.
es t ale i r o n o c ear á
Os argumentos do governador a favor da obra vão do terrorismo econômico à puerícia. Foto José CruZ_ ABr
“Todos sabem da minha admiração, mas eu quero ser candidato. Vamos estar do mesmo lado político, mas não no mesmo palanque.” ciro gomes , deputado federal (PSB-CE), em resposta à
Dilma, que, em meio à elogios, manifestou a vontade de dividir o palanque com o deputado
exgovernador do Estado (PR) e opositor da prefeita, criticando Cid Gomes
Lúcio Alcântara,
Luizianne pode ter tido alguns desacertos, como ainda os têm, mas nesse caso do Titanzinho ela está coberta de razão. senadora pelo PTD, demonstrando seu apoio à prefeita e antiga opositora
Patrícia Saboya,
“Sou candidato para ganhar.” idem
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edson aran,
Estou imaginando que como meus adversários são muito letrados vão querer fazer um debate programático de alto nível. Mas, pelos sinais que eu vi na ausência de discurso programático vale chutar do peito para cima. O que eles não sabem é que sou capoeirista e estou preparado para não deixar a coisa chegar no meu peito
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ArenaPolítica TEODORO APONTA A FALTA DE VAGAS NAS CRECHES DE FORTALEZA
O deputado Professor Teodoro (PSDB) quer a universalização e mais investimentos para a educação infantil no Ceará. Teodoro lembra o programa do PSB apresentado em rede nacional, dando destaque ao presidenciável Ciro Gomes, onde o deputado federal apontou como uma das alternativas para o futuro do Brasil mais investimentos na educação. Outro grave problema é a falta de estrutura e vagas nas creches de Fortaleza. Para o parlamentar, o mais cruel é a sensação de passividade da sociedade e do parlamento acerca do assunto. “O Cedeca não foi omisso e entrou com duas representações contra a Prefeitura de Fortaleza. O problema não é só a falta de vaga, mas há também estagiários substituindo professores.”
BANCOS TEM LUCROS ENORMES MAS DEMITEM
O deputado Edson Silva (PSB) critica a alta lucratividade dos bancos no Brasil e onda de demissões no setor. “Existe uma cegueira do lucro entre os banqueiros”. E há falta de uma liderança sindical forte para lutar pelos direitos dos trabalhadores. Ele cita estudo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e o do Dieese que mostra que, no ano passado, 15.459 bancários foram demitidos, enquanto os 21 maiores bancos do país obtiveram lucros de R$ 14,3 bilhões no mesmo período. Só o Itaú Unibanco teve um lucro líquido de R$ 10,6 bilhões e demitiu, sem justa causa, lembra Edson Silva. 10 | Fale!
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coelce deve pagar pelo uso do solo?
O
VEREADOR VITOR VALIM (phs-
CE) acredita que sim. quer que a coelce — empresa concessionária de energia elétrica do Ceará — pague pelo uso do solo. Um projeto de indicação de sua autoria apresentado na Câmara Municipal de Fortaleza, autoriza a compensação dos valores cobrados pelo serviço de arrecadação da CIP com os valores relativos, devido ao uso do solo pela empresa concessionária de energia elétrica, atualmente, a Coelce. CIP é a sigla para Contribuição sobre Iluminação Pública. Valim quer que a prefeitura de Fortaleza proceda a compensação dos valores cobrados pelos serviços prestados pela empresa concessionária de energia elétrica relativos à arrecadação da Contribuição de Iluminação Pública em favor do município com os valores devidos pelo uso do solo em Fortaleza. O projeto de indicação tem parecer favorável da Comissão de Legislação, Justiça e da Cidadania. O vereador Leonelzinho Alencar (PTdoB), indicado relator, observou que a “matéria encon-
tra abrigo nas prerrogativas do Poder Legislativo em indicar ao Executivo sugestões de projetos que, dependendo da aquiescência e vontade política do seu Chefe, poderá convertê-lo em mensagem para posterior apreciação dos vereadores” O lucro líquido da Coelce alcançou a marca de R$ 98,23 milhões no terceiro trimestre de 2009, um crescimento de 24,9% sobre o mesmo período do ano anterior, quando os ganhos somaram R$ 78,67 milhões. A receita líquida da empresa cresceu 19,3% entre julho e setembro de 2009.
Dirceu, seu cliente e a nova Telebrás O jornal Folha de S. Paulo revelou: o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu recebeu pelo menos R$ 620 mil do principal grupo empresarial que será beneficiado caso a Telebrás seja reativada, como promete o governo. O dinheiro foi pago entre 2007 e 2009 pelo empresário Nelson dos Santos, dono da Star Overseas, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Em 2005, Santos havia comprado participação de 49% na empresa Eletronet pelo valor simbólico de R$ 1. Praticamente falida, a Eletronet era dona de 16.000 www.revistafale.com.br
km de cabos de fibra óptica ligando 18 Estados, o que não cobria suas dívidas, estimadas em R$ 800 milhões. Após Santos contratar Dirceu, o governo decidiu usar as fibras ópticas da Eletronet para reativar a Telebrás e arcar sozinho com a caução judicial necessária para resgatar a rede, hoje em poder dos credores. Estima-se que o negócio renda ao empresário R$ 200 milhões. Segundo Santos, o dinheiro pago a Dirceu não se destinou a lobby. O ex-ministro não comenta o assunto.
Online
Enfim, o iPad. Depois de muita expectativa, Steve Jobs
apresentou seu tablet, o iPad. Lançado diante de olhos curiosíssimos, o aparelho possui tela LED sensível ao toque de 9,7 polegadas. Com 24,28 cm de altura por 18,97 cm de largura, pesa apenas 680 gramas e tem 1,27 cm de espessura. A empresa garante que a bateria dura até 10 horas, como o MacBook. O usuário poderá escutar música, ver vídeos, navegar na internet e ler livros digitais, que talvez seja seu grande trunfo. Enquanto não lançam os programas desenvolvidos para o iPad, ele roda todos os programas do iPhone e iPod. Críticas não demoraram a surgir: muitos, decepcionados, apontaram o iPad como um iPhone gigante; a ausência de uma câmera incomodou e o nome escolhido também; além disso, ele não consegue rodar mais de um aplicativo ao mesmo tempo. Segundo Jobs, o aparelho está inserido entre os smarthphones e os notebooks, mas está em uma categoria diferente dos netbooks. A Apple ainda vai lançar alguns acessórios complementares e de proteção para o iPad. Apesar das críticas, a aposta de Jobs tem potencial revolucionário por criar uma nova categoria de gadgets e, quem sabe, fará filas nas lojas como o iPhone. Ainda mais quando o preço não assusta: dependendo do tipo de conexão (wi-fi ou 3G) e da memória, ele custa entre US$499 e US$829. Em março, o gadget estará à venda.
A associação dos consumidores Proteste fez uma avaliação com os principais navegadores de internet e concluiu que o Firefox 3.5 é o melhor. Entre as suas características que ajudaram na escolha estão: rápida inicialização, navegação simples e grande capacidade de personalização. O único aspecto negativo apontado foi o alto consumo de memória. As versões do familiar Internet Explorer ficaram em último lugar, perdendo para o Opera 10, Safari 4.0, Flock 2.5 e Chrome 3.0. A versão 8.0, considerada a melhor do IE, foi tida como um bom produto, mas com problemas de compatibilidade e também grande consumidora de memória. A 7.0 foi considerada desatualizada e a 6.0, em últmo lugar, é insegura, não tem navegação por abas e integração com mecanismos de busca.
Jornal conceitual
A revista americana McSweeney elaborou o “protótipo do jornal do século XXI”: o San Francisco Panorama. Foram cinco meses de trabalho, liderado pelo escritor Dave Eggers, com a ajuda de mais de 150 profissionais que resultou em 320 páginas de conteúdo com seções de notícias, artes, esportes, quadrinhos, alimentação, livros e posters. A proposta do site é analisar os fatos, com textos mais aprofundados, o que, segundo eles, é a melhor chance de sobrevivência do jornal. O Panorama, com formato standard e um projeto gráfico colorido, começou a ser distribuído em San Francisco na primeira semana de dezembro passado (posteriormente disponível em todo o país) e, inicialmente, terá apenas uma edição. Um dos objetivos do projeto é buscar uma alternativa para o futuro da mídia impressa.
O QUE É NOVO
China versus Google
O Google está ameaçando encerrar seus negócios na China depois de sofrer um ataque em sua rede pelo governo chinês. O site até adiou o lançamento no país de dois celulares que usam seu sistema operacional Android. Os hackers teriam invadido contas do Gmail, de propriedade do site, de ativistas dos direitos humanos. A China, maior mercado de Internet do mundo com 384 milhões de usuários, por meio de suas rígidas leis de censura, obriga os sites que operam no país a filtrar seus conteúdos. Assuntos como a independência do Tibete, repressão à Praça da Paz Celestial e movimento religioso Falun Gong são tópicos proibidos na rede. A empresa diz que está avaliando a viabilidade de manter suas operações no país e que está disposta a negociar com o governo.
confeccionados para vários dispositivos e o material é especial para facilitar a adesão, podendo ser aplicados e removidos diversas vezes sem deixar resíduos. A maioria dos skins custa US$15, mas podem chegar até US$ 30 e estão à venda no site www.music-skins.com.
Gadgets para Beatlemaníacos. A empresa MusicSkins, que produz adesivos de bandas para customização de gadgets, lançou uma linha com as capas de alguns dos principais discos dos Beatles. Entre eles estão os clássicos Sgt. Pepper, The Beatles e Let it Be. Os skins são
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FireFox é o melhor
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Periscópiofernando maia Arrocho fiscal
Do secretário Mauro Filho reagindo as críticas de que é Deus para o Estado e diabo para os empresários por conta do arrocho fiscal que elevou à estratosfera a arrecadação estadual. – Nunca o empresariado estadual esteve tão feliz. Diminuímos impostos fazendo crescer a arrecadação porque todos pagam...
Os de sempre
O PSDB atribui à coincidência, a ausência do núcleo duro do partido na reabertura do Ano Legislativo. Luis Pontes, João Jaime e Cirilo Pimenta não deram importância à explanação do governador na Assembléia Legislativa. Tucanos governistas liderados por Teo Meneses, Osmar Baquit e o professor Teodoro (sempre os mesmos) fizeram a festa.
pé de guerra
Agrava-se o relacionamento do PT com Cid Gomes. Não se trata apenas da questão relacionada ao estaleiro que o governador quer no Titanzinho e Luizianne não. O poderoso deputado José Guimarães pregou aviso: o menor sinal de que o governo apoiará a reeleição de Tasso, será suficiente para o PT deixar a aliança.
voraz fiscal
Cid Alves, presidente do Sindilojas, diz que só quem sente na pele pode avaliar o efeito nefasto da política tributária do governo de cobrar impostos antecipados. Paga-se o tributo sem a consignação antes de vender a mercadoria. Se houver sinistros, azar do comerciante. Duro na queda, Mauro Filho cobra o dízimo do estado na fronteira e justifica a insatisfação do Sindilojas como rebeldia de oposicionistas. 12 | Fale!
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a vocação política de macêdo
A
performance do presidente
da FIEC no último encontro com a imprensa revelou um Roberto Macêdo maduro e pronto para outros embates. Se reeleito este ano, cogita-se o seu ingresso na política em 2014 para disputar com Inácio Arruda (PC do B) o cargo de Senador da República. Há muito que a classe empresarial cearense se ressente de um representante que seja identificado com as propostas da FIEC para ocupar melhores espaços no conselho das decisões nacionais, a exemplo da maioria dos dirigentes da Confederação Nacional da Indústria. O Sr. Macêdo tem raiz política e vocação incubada nunca revelada. Não é fora de propósito, portanto, que os seus pares alimentem a esperança de vê-lo elevado a uma posição de influência nos destinos do País. Esse tem sido um desejo antigo do principal núcleo gerador de empregos do estado e uma demonstração inequívoca de que a entidade acredita nas suas lideranças, até com o sacrifício, se for o caso, de aceitarem maiores compromissos a favor do seu crescimento. O presidente da FIEC nunca, em nenhum momento, fez revelações que inspirassem interpretações de caráter político-partidário, mas também nunca, em momento nenhum, desestimulou o significado e a importância de um desafio desta natureza. Na FIEC, Macêdo vem demonstrando extraordinária capacidade de unir contrários, anulando influências ambiciosas e “alucinógenas” de aventureiros que tentaram no passado envolver a entidade em projetos pessoais. Dele não partiu nenhum sofisma nesse sentido. O que hoje se verifica ocorre em
decorrência de outras vontades, tendo como princípio a humildade, o aprumo, a discrição e a habilidade por ele postas a serviço de uma instituição que dá a sua contribuição ao desenvolvimento estadual, não só fabricando bens de consumo para a sociedade, mas, acima de tudo, preocupando-se com o dever
O presidente da FIEC, Roberto Macêdo de incentivar a criação de novos valores que possam contribuir para melhorar o bem-estar social. Dono desse perfil, Roberto Macêdo poderá ampliar direitos de cidadania, não em função de esquemas políticos, mas como um desafogo nas complicadas relações com o poder para mobilizar a vontade de unir e fazer crescer, sob a mesma bandeira, o Ceará dos patrões e dos empregados.
Arrependida
A senadora Patrícia Saboya quer continuar no Senado. Não tem votos. Tasso está dizendo que ela é uma fortíssima candidata. Acredita que Cid Gomes não votará nele nem em José Pimentel. Patrícia seria, assim, a solução perfeita para o governador não desafiá-lo nem desagradar ao PT. Nesse caminho sobram mágoas. A senadora jogou pesado e rompeu com o ex-cunhado, de quem disse cobras e lagartos depois que o governador apoiou a petista Luizianne Lins para a prefeitura de Fortaleza. Deve estar arrependidíssima. www.revistafale.com.br
Periscópio
morrendo
Lúcio Alcântara avalia o quadro tucano com uma só frase: “O PSDB vive um momento triste. Está pagando o que fez comigo.” Ciro Gomes também critica a indefinição do partido de Tasso Jereissati. “Time que não joga, não tem torcida”. Os dois falaram certo. A turma do neoliberalismo governou o Ceará por 16 anos, mas agora parece estar morrendo e não sabe.
Engenheira com especialidade em cálculo estrutural, Roseane Medeiros tem uma cabeça privilegiada e toma posse dia 25 na presidência do Centro Industrial do Ceará com propostas de mudanças. Não quer a entidade como degrau de ascensão político-partidária e promete trabalhar a favor da categoria, sem ambições pessoais.
Foto queiroz neto
Está na ordem do dia do presidente Marco Penaforte para a próxima reunião dos tucanos. O PSDB terá candidato próprio ao governo do estado. Os deputados contaminados pelo fisiologismo que se retirem. A Executiva está acompanhando as votações e os pronunciamentos para agir com rigor.
Racha tucano
Íntimo da ministra Dilma Roussef, Sérgio Machado será o representante do PMDB na coordenação da campanha da candidata do presidente Lula. O
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seu consulado a frente da Transpetro na cota do senador Renan Calheiros, que o indicou, chega ao fim com a troca da guarda após a convenção peemedebista.
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Quando um partido de oposição não tem o que propor e não tem discurso, fica difícil a situação deles. Então, eles tentam impedir que o outro time jogue presidente lula, sobre as acusações da oposição de que estaria fazendo campanha eleitoral antecipadamente
Quem é que pode proibir o presidente da República de fazer visitas a obras feitas com dinheiro do povo para esse próprio povo? Vou continuar viajando até 31 de dezembro, à meianoite. Até lá a festa é minha. Idem
Mais da metade da bancada estadual do PSDB apoiará a reeleição de Cid Gomes nas próximas eleições, mesmo que o partido decida por candidato próprio. Não tem quem segure o racha dos tucanos. Sentença do petista Artur Bruno, informado do que poderá acontecer. – Os fatos estão mostrando que ele tem razão.
Contra Ponto
Dois advogados, Lindival Freitas Junior e Alfredo Marques Sobrinho, estão incomodando profissionais do jornalismo que fazem televisão. O programa “Contra Ponto” agrada pela naturalidade dos apresentadores e tem mostrado aos coleguinhas como se deve fazer entrevista.
VendidA
A rede de mercados Superfamília foi vendida. São 3 no estado, todos em prédios alugados. Por um preço considerado excelente. O grupo G. Barbosa, de Aracajú, com ajuda de capital chileno, foi o comprador. Pagou R$70 milhões pelas mercadorias e a bandeira que fez fama no Ceará assustando a concorrência com preços baixos.
Discórdia sobre estaleiro
Salmito Filho, presidente da Câmara Municipal, está entre o mar e o rochedo. É a favor do estaleiro no Titanzinho contrariando a sua correligionária Luizianne Lins que condena o local em defesa de uma escola de surfistas ali existente. Se prevalecer a vontade da prefeita, o Ceará poderá perder um investimento que irá gerar 1.200 empregos diretos para garantir o espaço dos atletas de ondas. Deputados governistas realizaram estudos de impacto ambiental na Praia do Titanzinho, constatando que não apenas os surfistas serão prejudicados: dois ou três cascos de tartarugas ali abandonados, perderão o seu jazigo.
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NOVO rumo
Na coordenação de Rousseff
Reação
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10Perguntaspara
henrique COSTA LIMA
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atual diretor-presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará, cage-
ce, está no cargo desde 2007.O engenheiro civil Henrique Vieira Costa Lima, 38, natural de Fortaleza, tem preocupação especial com o meio ambiente; além de diretor da empresa, é também professor do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Fortaleza — Unifor. Mestre e Doutor em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, em entrevista exclusiva à Revista Fale! ele discute o papel da empresa na melhoria da qualidade de vida de fortalezenses e cearenses nas áreas de saneamento e abastecimento d’água. Com grandes investimentos em parceria com os governos estadual e federal, o problema da distribuição de água que historicamente assolou o e s t a d o está a caminho de ser erradicado. Sem esquecer a preocupação mundial com o meio ambiente e a otimização do uso de energia, o presidente descreve projetos desenvolvidos pela Cagece tendo em vista o desenvolvimento sustentável. — Por Lívia Pontes
Apesar da capital cearense ter a segunda maior cobertura do Nordeste, nosso desafio ainda é muito grande e por isso estamos investindo, a cada ano, valores recordes. A cobertura em Fortaleza é bem acima da média nacional, mas nós queremos mais que isso.
Como o Sr. avalia as condições de cobertura sanitária em Fortaleza e no Ceará atualmente? Henrique Vieira. Eu posso falar da cobertura em Fortaleza e em outros 148 municípios, que são os locais atendidos hoje pela Cagece. Nos outros 35 municípios a atuação é da própria prefeitura. Em termos de cobertura de abastecimento de água, o sistema é praticamente universalizado nas sedes dos municípios. Temos uma cobertura em torno de 99%. No que diz respeito a esgotamento sanitário temos muito a fazer e estamos fazendo. Hoje, a média de cobertura das cidades atendidas pela Cagece é de 35,78%. Se analisarmos somente Fortaleza, a cobertura é de 52,24%. Apesar da capital cearense ter, hoje, a segunda maior cobertura do Nordeste, ficando atrás somente de Salvador, nosso desafio ainda é muito grande e por isso estamos investindo, a cada ano, valores recordes. A cobertura em Fortaleza é bem acima da média nacional, mas nós queremos mais que isso. A Cagece, o governo do Estado e o governo Federal têm total preocupação com o esgotamento sanitário porque todos esses atores sabem a extrema importância do serviço para a qualidade de vida da população. Embora a população não perceba de ime-
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diato esse benefício, ele é fundamental para o Estado. Por exemplo: os óbitos por diarréia em crianças diminuíram de forma acentuada no Ceará nos últimos anos, na medida em que melhorou a cobertura de esgoto.
Qual o faturamento líquido da Cagece em 2009? Henrique Vieira. O valor do faturamento líquido total da Cagece em 2009 foi em torno de R$ 564,4 milhões. Temos uma empresa com saúde financeira, o que nos permite investir mais para expandir os serviços. Então a saúde financeira da empresa é consistente. Henrique Vieira. A Cagece é uma empresa sólida financeiramente, garantindo sua autonomia. Para se ter uma idéia arrecadou, de janeiro a novembro de 2009, cerca de R$ 507,7 milhões. Com isso, em 2009, o investimento com recursos próprios somou R$ 17,4 milhões, beneficiando diretamente a sociedade. A previsão é investir, de 2010 até 2012, com recursos próprios, cerca de R$ 72 milhões. A maior parte dos nossos investimentos é feita com recursos que captamos com órgãos financia-
dores e pagamos ao longo dos anos. Temos, nos próximos dois anos, quase R$ 600 milhões para investir no Ceará. A cobertura de abastecimento d’água em Fortaleza é de 100% ou falta algo para cumprir esta meta? Henrique Vieira. Fortaleza não enfrenta qualquer problema de abastecimento de água. A nossa rede está presente em quase 100% da cidade. Temos uma cobertura de 99%. Os locais em que não há rede são áreas de proteção ambiental ou áreas em que há disputa de titularidade da terra, onde não podemos instalar rede, ou pequenas expansões porque a cidade está crescendo. Mas esse crescimento é perfeitamente acompanhado pelos investimentos que fazemos. Para se ter idéia, de 2007 para 2010, os investimentos em água e esgoto no Ceará somam R$ 840 milhões e mais da metade disso está concentrada em Fortaleza. Temos uma rede de distribuição espalhada em toda a cidade e mais uma capacidade de tratamento acima do que é consumido. Hoje, Fortaleza e região metropolitana consomem 6,5 metros cúbicos por segundo (m³/s) e a Estação de Tratamento de Água do Gavião — ETA Gavião — tem capacidade para tratar 10m³/s. Isso quer dizer que a demanda pode crescer até 40% a 50%. Além disso, estamos construindo uma nova estação de tratamento em Caucaia com capacidade de tratar 5m³/s. Em 2009, a Cagece recebeu o prêmio do Ministério das Minas e Energia por desenvolver um projeto que www.revistafale.com.br
otimiza o consumo de água, gastando menos energia. Com a crescente preocupação com o meio ambiente e as mudanças climáticas, quais são os planos da empresa para operar de maneira sustentável? Henrique Vieira. A Cagece já desenvolve vários projetos no sentido de operar de maneira sustentável. Resumidamente, a companhia ganhou com o projeto de redução do consumo de energia, utilizando tecnologia desenvolvida para celulares. O projeto foi colocado em prática, em caráter experimental, na região leste de Fortaleza para gerenciar as pressões nas redes de distribuição de água. Como resultado diminuíram-se vazamentos, reduziram-se as perdas e evitou-se a produção de mais água e, consequentemente, mais gasto de energia. Outra ação foi a implantação de cinco usinas de geração termelétricas, em estações elevatórias de Fortaleza. Outro projeto que já alcançou resultados preliminares foi de utilização do gás metano, gerado a partir do esgoto, na estação de tratamento de Itaitinga. Por enquanto, o piloto permite que o gás seja utilizado como combustível no fogão da unidade. Existe escala na produção? Henrique Vieira. O processo está em fase experimental, mas vem apresentando resultados satisfatórios. A utilização do gás evita que o metano seja lançado na natureza. Como projeto para os próximos anos, a Cagece prevê investir em energia eólica, para suprir o fornecimento de energia da Estação de Tratamento de Água do Gavião. Segundo o projeto, a demanda de consumo de energia para operação da ETA Gavião será plenamente atendida, através da produção de energia eólica. Isso quer dizer que cerca de 20% de toda energia consumida pela Cagece em todo o Ceará poderá ser produzida pela própria Companhia. Qual a meta da Cagece para a cobertura do serviço de esgoto no Ceará em 2010? Henrique Vieira. A meta definida para dezembro de 2010 para o índice de cobertura de esgoto no Estado do Ceará é de 37,67%. No ano que se inicia, a previsão de investimento em esgoto supera R$ 220 fevereiro de 2010 | Fale
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Qual será o foco de investimento e projetos da empresa em 2010? Henrique Vieira. A previsão de investimentos para 2010 é de mais de R$ 350 milhões, a serem revertidos em ampliações, implantações ou melhorias nos sistemas de água e esgoto. Um dos destaques será o investimento em Fortaleza, com a ampliação do sistema de esgotamento sanitário. No interior, faremos esgotamento sanitário em Barroquinha, Poranga, Santana do Cariri, Maranguape, Aracati, Crateús, Quixadá, entre outros. Em 2010 vamos ter todas as obras já iniciadas e em execução. Isso nos permite centrar esforços na expansão do serviço. Claro que vamos continuar desenvolvendo projetos para captar mais recursos, ir atrás de linhas de financiamento, conversar com a Caixa Econômica Federal, Governo do Estado, Governo Federal e outros financiadores, mas também vamos estar nas ruas executando obras e fazendo o trabalho de conscientização da população sobre a importância do saneamento.
Temos uma cobertura de 99%. Os locais em que não há rede são áreas de proteção ambiental ou áreas em que há disputa de titularidade da terra, onde não podemos instalar rede.
Arruda preso. n
Para quem apostava em uma enorme pizza candanga, o Superior Tribunal de Justiça (
P
or doze votos a dois, o STJ, que é também co-
nhecido como o “Tribunal de Cidadania”, mandou afastar o governador do Distrito Federal (DF), José Roberto Arruda, do cargo e prendê-lo, preventivamente. É a primeira vez na história democrática do Brasil que uma autoridade máxima do Poder Executivo de uma unidade federativa recebe uma ordem judicial de prisão. É um marco no histórico de impunidade que contamina a sociedade brasileira. Trinta dias depois do devastador terremoto que atingiu o Haiti, foram as bases da política brasiliense e (por que não dizer) brasileira que sofreram um forte abalo. O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, acusado de comandar um mega-esquema de corrupção envolvendo pagamento de propinas em troca de apoio político e caixa dois, foi preso no último dia 11 de fevereiro.
Política
Estou consciente de que desarmei uma quadrilha que se locupletava de dinheiro público há muitos anos. A campanha insidiosa contra mim chega a um ponto culminante com a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que considero imprópria, absurda, mas que devo acatar. José Roberto Arruda, em nota à Câmara Legislativa Distrital, quando da decretação de sua prisão pelo STJ, tentando transferir culpa aos seus denunciantes, em 11 de fevereiro
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Por ampla maioria, os ministros do STJ decidiram pela prisão preventiva de Arruda. A decisão foi mantida no dia seguinte pelo Supremo Tribunal Federal (STF), através da negação do ministro Marco Aurélio Melo ao pedido de habeas corpus feito pelos advogados do governador. A gota d’água para que o STJ decidisse pela detenção de Arruda foi o desenrolar das investigações feitas acerca da suposta tentativa de suborno empreendida, em nome do governador, ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra. Seis dias antes, o conselheiro fiscal do Metrô do DF e gerente comercial do jornal “O Distrital”, Antônio Bento da Silva, foi preso em flagrante pela Polícia Federal (PF) ao levar um pacote com R$ 200 mil para Sombra. O dinheiro seria parte www.revistafale.com.br
novos tempos?
(STJ) tomou uma decisão inédita em períodos democráticos. Por Adriano Queiroz
É inconteste que a presença do governador está ligada aos recentes eventos e tem gerado instabilidade na ordem pública da cidade. A única forma de se fazer cessar é decreto de prisão preventiva. Fernando Gonçalves,
ministro do STJ, relator do inquérito que investiga o mensalão do
DEM-DF, no dia 11 de fevereiro
A Justiça está de parabéns por promover uma assepsia na política brasileira ao punir quem compra voto e usa o poder público para enriquecer. Não apoio Paulo Octávio para assumir o governo do DF.
Ronaldo Caiado (DEM-GO), deputado federal, via twitter, tentando mostrar que o vicegovernador também não conta com o apoio da executiva nacional do partido, em 15 de fevereiro
O meu partido foi a primeira instituição a se posicionar. Nem a OAB, nem o Ministério Público, nem a Justiça tomou essa decisão. O partido agiu no primeiro momento e levou o governador a se desfiliar. José Agripino Maia (DEM-RN),
líder dos Democratas no Senado, no dia 11 de fevereiro
Há uma organização encastelada no governo, com indícios de um esquema criminoso de apropriação de recursos públicos, inclusive com parlamentares envolvidos. O governador tem demonstrado que o andamento das investigações não tem impedido ele de continuar a atuar criminosamente, atuando para coagir testemunhas, apagar vestígios. procurador-geral da República, ao ingressar no STF com pedido de intervenção federal no governo do DF, em 11 de fevereiro
Roberto Gurgel,
de um acordo, previamente denunciado pelo jornalista à PF, em depoimento prestado no dia 21 de janeiro. Nele, Sombra entregou um bilhete atribuído a Arruda e mais doze vídeos que ele mesmo gravou de conversas com pessoas ligadas ao governador. O jornalista contou, ainda, que foi procurado pelo deputado distrital Geraldo Naves, que integrava na Câmara Distrital a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão Parlamentar www.revistafale.com.br
de Inquérito (CPI) que apurava o escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal. “Ele veio aqui e disse que estava vindo a mando do governador Arruda, que precisava de ajuda para sair da crise em que se encontra. Pedi que houvesse uma prova. Ele me trouxe um bilhete feito pelo governador. É fácil identificar a letra dele”, revelou. O referido bilhete foi usado como uma forte evidência contra Arruda a partir da identificação da letra do gofevereiro de 2010 | Fale
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POLÍTICA vernador. O deputado citado pediu afastamento imediato das comissões que integrava e confirmou ter entregado o bilhete, mas negou que seu conteúdo configurasse suborno. Edson Sombra também disse à PF que se recusou a negociar com Naves e pediu que o negociante fosse o secretário de comunicação do governo distrital, Wellington Moraes. No final das contas, a incumbência de levar a suposta propina teria ficado com Bento, que a propósito trabalhava no mesmo jornal que Sombra. O dinheiro apreendido pela PF seria parte de um acordo maior (que chegaria a R$ 1 milhão) para que o jornalista mudasse o depoimento que prestaria às autoridades policiais. O objetivo seria fazer com que Sombra dissesse que os vídeos usados como elementos de acusação contra Arruda e outros membros da base aliada no DF tinham sido manipulados por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do DF, denunciante do chamado “mensalão do DEM de Brasília” e amigo do jornalista.
O escândalo no GDF 2009
27 de novembro. Polícia Federal deflagra a Operação Caixa de Pandora para investigar fraude em licitações no governo do Distrito Federal. No mesmo dia, Arruda exonera o secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que gravou imagens do governador supostamente oferecendo propina para parlamentares da base aliada. 28 de novembro. Exibido um dos vídeos gravados por Barbosa que mostra Arruda recebendo dinheiro. 30 de novembro. Flagrado em vídeo, o presidente da Câmara do DF, Leonardo Prudente (DEM), diz que guardou dinheiro em meia por segurança. Vídeo mostra aliados de Arruda orando após receber propina. Após as denúncias, PDT, PPS e PSB deixam o governo do DF. 1º de dezembro. Câmara do DF recebe dois pedidos de impeachment contra Arruda. PV e PSDB deixam o governo de Arruda. A Executiva Nacional do DEM abre processo disciplinar contra Arruda. 2 de dezembro. Cerca de 150 manifestantes invadem e acampam no plenário da Câmara do Distrito Federal para protestar contra Arruda. 4 de dezembro. Procuradoria da Câmara do DF recomenda que apenas dois dos oito pedidos de impeachment contra o 18 | Fale!
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Obviamente que esse problema da corrupção, acaba manchando todo o trabalho que fez, inclusive na área da educação, em que educadores sérios se esforçaram e que agora veem o seu nome e o seu trabalho indo por água abaixo. Marina Silva,
pré-candidata à presidência da República pelo PV, em 12 de fevereiro
O cidadão em vez de ter um tribunal o julgando, quando não tem prerrogativa de foro, tem o juiz de primeiro grau, tem o tribunal de relação, o STJ, e o STF. O cidadão que é julgado apenas pelo STF tem apenas o STF e não tem recurso da decisão do STF, então tem um pouco de equívoco em torno disso. José Gerardo Grossi, advogado de Arruda, achando pouco o foro privilegiado ao qual os políticos têm direito, em 17 de fevereiro
Não fiquei chocado, fico chocado quando vejo as denúncias de corrupção, quando aparece o filme de Arruda recebendo dinheiro.
presidente da República, negando notícias veiculadas na mídia nacional de que ele havia se chocado com a prisão de Arruda, em 12 de fevereiro
LuiZ Inácio Lula da Silva,
governador sejam analisados. Pedidos que atingiam o vice Paulo Octávio foram rejeitados. 7 de dezembro. PMDB é o sexto partido a desembarcar do governo Arruda. 8 de dezembro. Câmara do DF aceita três dos 11 pedidos de impeachment contra Arruda. Protesto contra o governador termina em confronto entre manifestantes e policiais. 10 de dezembro. Arruda anuncia sua saída do DEM. 15 de dezembro. Manifestantes são retirados à força da Câmara do DF a pedido do presidente da Câmara em exercício, deputado Cabo Patrício (PT). 16 de dezembro. Após aprovar o orçamento para 2010, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF) entra em recesso parlamentar. No entanto, os deputados aprovaram a convocação extraordinária da Casa a partir de 11 de janeiro para tratar dos pedidos de impeachment de Arruda e da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. 18 de dezembro. Em novo depoimento, Durval afirma ter entregue R$ 200 mil a Paulo Octávio no Hotel Kubitschek Plaza, "há cerca de um ano e meio". Diferentemente das demais acusações, devidamente registradas em vídeo, desta vez Durval não apresentou qualquer prova ou indicação de que a entrega do dinheiro www.revistafale.com.br
teria sido realizada. 21 de dezembro. Comando nacional do DEM decide intervir na decisão do diretório regional do partido no Distrito Federal e determina que fosse concluída até o dia 23 a análise do processo de expulsão contra o presidente licenciado da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente. Líderes do partido, no entanto, preservam o vice-governador, Paulo Octávio, sob o argumento de que não há provas materiais contra ele. 23 de dezembro. Vice-governador do DF, Paulo Octávio, ensaia pedir licença da presidência regional DEM, um dia antes, mas voltou atrás. No mesmo dia, o secretário de Transportes do DF e deputado federal (também pelo DEM), Alberto Fraga, dispara contra caciques de seu partido: “Que não apareça nada contra aqueles que foram mais contundentes contra Arruda, porque a partir de agora vou votar sempre pela expulsão”. 30 de dezembro. Flagrado em um dos vídeos do mensalão do DEM-DF guardando dinheiro nas meias, o deputado distrital Leonardo Prudente reassume o comando da Câmara Legislativa do DF, que esteve de recesso até o dia 10 de janeiro.
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6 de janeiro. Governo Arruda tira da lista de premiados com a medalha comemorativa dos 200 anos da Polícia
Edson Sombra foi incluído como testemunha do caso por ter sido o principal incentivador da decisão de Barbosa em aceitar a proposta de delação premiada feita pelos investigadores da “Operação Caixa de Pandora”. E por falar nela, nunca uma operação da PF tinha desencadeado tantos acontecimentos desagradáveis a um governador. De acordo com a mitologia grega, é exatamente a abertura de uma caixa proibida pela deusa Pandora que origina todas as desgraças da humanidade. Arruda foi o primeiro governador a receber ordem judicial de prisão preventiva na história democrática brasileira. As decisões do STJ e do STF foram comemoradas por grande parte da sociedade civil brasiliense e por entidades ligadas ao Judiciário. Para a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), “decisões como essa fortalecem a jovem democracia brasileira e contribuem para o fim da impunidade no País”. A Ordem dos Advogados do Brasil — OAB disse que a decisão das
duas cortes representava “uma luz no fim do túnel”. Já o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria lamentado o episódio (o que depois foi negado) e recomendado cautela ao diretor da PF, Luiz Fernando Côrrea, quando fosse efetuar a prisão. Contudo, isso não foi necessário, uma vez que o próprio governador tratou de pedir licenciamento do cargo e de se apresentar às autoridades policiais, partindo da residência oficial em Águas Claras, escoltado por cinco carros do governo. A ordem de prisão proferida pelo STJ se estendeu ainda a: Rodrigo Arantes, sobrinho de Arruda; Haroaldo Brasil, amigo de Arruda e ex-diretor da Companhia Energética de Brasília; Wellington Moraes e Geraldo Naves. Salvo nova determinação judicial, Arruda vai cumprir a prisão preventiva na superintendência da PF, em Brasília, na chamada “sala de Estado Maior”. O vice-governador Paulo Octávio assumiu o cargo interinamente, mas o Distrito Federal está sob o risco de intervenção federal, pedido feito
pelo Ministério Público no STF. Isso porque praticamente toda a cadeia sucessória de Arruda está envolvida nas denúncias de corrupção no governo distrital. O próprio Paulo Octávio é citado por Barbosa como um dos beneficiários (entre mais de trinta acusados, dos quais oito eram deputados e dois suplentes) das propinas pagas pelas empresas acusadas de integrar o esquema. Foram elas a Infoeducacional, a Alder, a Linknet e a Vertáx. Segundo o denunciante do esquema de corrupção, Arruda recebia 40% do montante ilícito pago mensalmente, Paulo Octávio 30% e o restante da base aliada os outros 30%. Além da sequência negativa de fatos, desde que estourou o escândalo, seis partidos abandonaram a base aliada e a hecatombe política que se abateu sobre Arruda parece longe do fim. No dia 23 de fevereiro o vice-governador Paulo Octávio renunciou. Seu último ato administrativo foi prorrogar por um ano, sem licitação, de um contrato com uma empresa envolvida no esquema do mensalão do DEM no Distrito Federal. n
Militar, Durval Barbosa, autor das denúncias do mensalão do DEM, e Estefânia Viveiros, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) que apresentou pedido de impeachment contra o governador. 8 de janeiro. Site da OAB-DF sai do ar depois que notícias envolvendo o governador José Roberto Arruda foram retiradas da página. As páginas, que traziam reportagens sobre o escândalo do mensalão do DEM, sumiram dias após o novo presidente da entidade, Francisco Caputo, tomar posse do cargo. Caputo é membro do escritório de advocacia que defende Arruda. 11 de janeiro. Grupo de 30 pessoas realiza protesto na frente da casa do deputado Leonardo Prudente, no dia em que reassume a presidência da Câmara Distrital. 12 de janeiro. O ministro Cesar Asfor Rocha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), dá prazo de dois dias para que o governo do DF esclareça dúvidas sobre os contratos firmados pelo governo Arruda sobre o período de 2007 a 2009. Mais cedo, o ministro Fernando Gonçalves determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do governador do DF e de outros 13 envolvidos no chamado “mensalão do DEM”. 16 de janeiro. Polícia Federal abre
investigação para checar se 10% da propina proveniente do “mensalão do DEM” eram repassados para a Associação Brasiliense dos Amigos do Arruda. Sigilos bancário e fiscal da instituição são quebrados. 20 de janeiro. Apontado como um dos operadores do suposto esquema de propina do governo do DF, o ex-chefe da Casa Civil José Geraldo Maciel se reserva ao direito de permanecer calado durante depoimento à Polícia Federal. Ele deve ser convocado para novo depoimento. 25 de janeiro. O deputado Leonardo Prudente renuncia à presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Prudente, que popularmente ficou conhecido como o “deputado da meia”, envia carta à Mesa Diretora da Casa comunicando sua renúncia. 28 de janeiro. O ex-assessor de imprensa do governador, Omezio Pontes, não comparece ao depoimento marcado pela PF em Brasília. Até essa data, das 12 pessoas convocadas, apenas duas aceitaram colaborar com as investigações da Operação Caixa de Pandora. 1 de fevereiro. Com imagem arranhada, a Câmara Distrital de Brasília decide reservar R$ 7 milhões para gastar com publicidade. 3 de fevereiro. Tribunal de Justiça do Distrito Federal rejeita recurso e mantém afastamento de deputados distritais
citados nas denúncias de Durval Barbosa dos processos movidos contra Arruda na Câmara. 5 de fevereiro. Antônio Bento da Silva é preso em flagrante por tentativa de suborno feita ao jornalista Edson Sombra. PF divulga bilhete que teria sido escrito pelo próprio Arruda e entregue durante as negociações que objetivavam mudar o depoimento de Sombra à PF a favor do governador e contra Barbosa. Os citados no bilhete negam suborno, mas confirmam autoria do documento. 7 de fevereiro. Rodrigo Arantes, sobrinho de Arruda pede afastamento do governo do Distrito Federal após ser citado em denúncia de tentativa de suborno a jornalista. 9 de fevereiro. OAB pede prisão preventiva ou afastamento de Arruda. 11 de fevereiro. Por 12 votos a 2, o STJ vota pela prisão preventiva do governador José Roberto Arruda e mais quatro acusados da tentativa de suborno ao jornalista Edson Sombra, uma das principais testemunhas de acusação no caso do mensalão do DEM-DF. No mesmo dia Arruda se licencia do cargo e se apresenta espontaneamente à PF, mas seus advogados entram imediatamente com pedido de hábeas corpus no STF. 12 de fevereiro. Ministro Marco Aurélio Melo, do STF, mantém a decisão do STJ. Arruda passa o carnaval preso.
Luz.
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POLÍTICA FOTO ANDRE DE LIMA
A política d 20 | Fale!
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Francisco José Pinheiro, o vice-governador low profile do governo Cid Gomes, é a cara do PT no governo do Estado, resultado de uma aliança vitoriosa com o PSB que deverá ser reprisada nas eleições de 2010. Professor Pinheiro, 55, doutor em História Social pela Universidade Federal de Pernambuco e professor da Universidade Federal do Ceará, é dono de uma trajetória política que teve início no movimento sindical, e foi um dos principais nomes na criação do diretório do PT no estado. Aqui, fala também de sua origem no sertão cearense, que o marcou pela tradição da palavra, traço que, garante, Cid Gomes também possui, o que faz da parceria entre os dois um sucesso no governo. Por Luís-Sérgio Santos. Colaborou Lívia Pontes
Francisco Pinheiro, vice-governador
da palavra
O
VICE-GOVERNADOR DO CEARÁ, FRANCISCO PINHEIRO é um discreto personagem da cena política cearense e se conduz assim a ponto de receber do governador Cid Gomes elogios que o consolidam como o vice ideal. Um outro ponto marcante na relação dos dois é o respeito à palavra. “O governador, eu diria, tem uma marca muito forte do sertanejo como eu, é uma pessoa de palavra. Quando ele faz um acordo, ele é muito rigoroso no cumprimento. Isso nos identificou muito”, reforça Pinheiro. Ele lembra que, seus avós, no sertão, não assinavam documento. “A palavra é fundamental”, diz. “O governador é uma pessoa que quando ele afirma alguma coisa, você pode ficar completamente despreocupado que ele cumpre. Agora se ele disser que não dá, também, não dá.” O antigo sindicalista é amigo pessoal e aliado da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, que acredita estar passando por um momento de melhoria da sua gestão, hoje, desgastada por falta de recursos, afirma. Pinheiro aposta na cautela ao falar do impacto que a disputa de sucessão presidencial deverá ter na política do Estado, com a possível candidatura de Ciro Gomes à presidência. “Nós estamos em uma situação no Ceará muito diferente da do resto do Brasil.” O resultado das ações do governo Cid já são vistos na vantagem que possui o governador nas pesquisas de opinião para as eleições de outubro. A importância da aliança PT-PSB não passará despercebida, com grande chance de reprise. “Há um convencimento da maioria do partido de que a aliança no Ceará está sendo e será importante para mudar a história política do Ceará.” www.revistafale.com.br
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POLÍTICA Fale! São três anos e dois meses de governo no Ceará. Como o Sr. avalia essa parceria com o governador Cid? Francisco Pinheiro. Avalio como algo muito positivo para a política do Ceará. Eu não conhecia o Cid. Antes da campanha acho que nós deveríamos ter nos cumprimentado duas vezes, não tinha nenhuma relação com o governador. Portanto nós éramos dois desconhecidos um do outro. Mas o governador, eu diria, tem uma marca muito forte do sertanejo como eu, é uma pessoa de palavra. Quando ele faz um acordo, ele é muito rigoroso no cumprimento. Isso nos identificou muito. Eu venho do sertão e tenho uma marca muito forte da educação dos meus pais, meus avós, que era aquela estória; não assina documento. A palavra é fundamental. E eu encontro no governador exatamente isso: uma pessoa que quando afirma alguma coisa, você pode ficar completamente despreocupado que ele cumpre. Agora se ele disser que não dá, também, não dá. Fale! O Sr. conversa bastante com o governador?
Essa aliança [com PSB, PMDB e PCdoB] foi consolidada, mas ela é uma construção. No primeiro momento havia, de uma parcela significativa do PT, desconfiança de que as coisas não dessem certo. Francisco Pinheiro. Como a relação tem sido muito boa, sempre que necessário a gente conversa. E, foi uma surpresa agradável, conviver com o Cid, com o Ivo [Ferreira Gomes], o chefe de gabinete com quem regularmente converso numa saudável troca de ideias. Esta convivência foi muito inovadora para mim que venho do ambiente da Universidade, do ambiente sindical, e que ti-
nha uma experiência de parlamento como vereador, e a minha experiência no executivo é curta, que foi na Secretaria da Regional IV, embora tenha me dado um algo a mais. Fiquei lá um ano, mas isso já me deu muita experiência porque as secretarias, na verdade elas estão na ponta, fazem o contato com a população. É uma espécie de pára-choque da gestão. Elas absorvem boa parte das demandas, que são coisas cotidianas como asfalto, calçamento, posto de saúde, e dá para você resolver pelas regionais. Então isso me deu uma experiência de gestão bem interessante, mas a experiência maior é no movimento sindical, na Universidade e no parlamento. Fale! O Sr. foi presidente do sindicato dos professores da UFC, a Adufc. Francisco Pinheiro. Fui presidente da Adufc — Associação de Docentes da Universidade Federal do Ceará —, fui da direção nacional do Sindicato Nacional dos Professores, o Andes, da direção da Adufc durante duas gestões e vereador de 2004 a 2006. Fale! O Sr. acredita na reedição da
coligação PT-PSB que foi vitoriosa
Os nomes do PT no Governo Cid Nomes do Partido dos Trabalhadores no primeiro escalão do Governo Cid Gomes, do Ceará
Francisco José Pinheiro, doutor em História Social e professor da Universidade Federal do Ceará Cargo no governo Vicegovernador 22 | Fale!
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Joaquim Cartaxo, arquiteto, mestre em planejamento urbano, ex-presidente estadual do PT Cargo no governo Secretário das Cidades
Auto Filho, professor de filosofia e economia política da Universidade Estadual do Ceará Cargo no governo Secretário da Cultura
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Camilo Santana, engenheiro agrônomo e ex-prefeito de Barbalha Cargo no governo Secretário do Desenvolvimento Agrário
na eleição de 2006 tendo Cid Gomes como governador e o Sr. como vice? Francisco Pinheiro. É interessante porque essa aliança foi consolidada, mas ela é uma construção. No primeiro momento havia, de uma parcela significativa do PT, desconfiança de que as coisas não dessem certo. E essa aliança foi sendo consolidada aos poucos. E eu diria que o marco essencial desse momento foi a reeleição de Luizianne [Lins, prefeita de Fortaleza]. Ali o governador demonstrou isso que eu digo. Ele assume o compromisso e cumpre o compromisso; mesmo na situação da [senadora] Patrícia Saboya [exmulher e apoiada pelo deputado federal Ciro Gomes, irmão de Cid] ser candidata, o governador cumpriu o que ele havia discutido com a prefeita Luizianne e apoiou a prefeita Luizianne e foi um dos atores importantes na campanha. Fale! O governador Cid mostrou a cara na campanha, não foi um apoio discreto. Francisco Pinheiro. Mostrou a cara, fez campanha, participou da campanha de forma ativa. Esse momento foi um de consolidação da aliança. As pessoas perceberam que o governador tinha palavra e compromisso programático. Isso foi muito importante. Outro momento muito importante para essa aliança foi o resultado agora das eleições do PED [Processo de Eleição Direta, do PT]. Você tinha duas teses colocadas no tabuleiro. Uma tese que defendia, em função do resultado político, a continuidade da aliança. Uma outra que se colocava contra a aliança, lançando candidatura própria. A tese que defendia a aliança foi amplamente majoritária. A prefeita Luizianne defendeu com toda clareza a necessidade de continuidade da aliança. Meu grupo [Tendência Marxista — TM] defendeu, nós tivemos em torno de 12%. O grupo do Guimarães defendeu, somando o grupo dele com o meu temos em torno de 60%. Mas a prefeita Luizianne defendeu isso claramente. Quem foi que fez a defesa muito clara contra? Ilário [Marques] e o deputado Zé [José] Airton. Então há uma visão clara de que hegemonicamente o partido defende a aliança. Sabe ava-
[A mudança do vice] tem que ter uma justificativa política. Você não pode descartar as pessoas como quem descarta casca de laranja. [...] Eu quero discutir por que eu não devo continuar. liar o que está significando a aliança PT-PSB-PCdoB-PMDB no Ceará. Fale! E o PT tem assento no governo, não só o vice-governador, mas tem secretários no governo. Esse grupo do PT no governo está confortável, os resultados estão vindo? Francisco Pinheiro. Nós temos reunião sistemática de planejamento e avaliação de execução orçamentária. Vamos pegar o exemplo do professor Auto Filho [Secretário da Cultura]. O professor tem uma crença muito importante, que é importante ter livros e leitores. Então o carro chefe da secretaria é fortalecer bibliotecas e os leitores. Ele tem feito um trabalho muito centrado. Estou citando essa questão porque acho que ela é emblemática no Ceará. E ele tem conseguido — às vezes tem dificuldade não por falta de recursos, mas por questão da burocracia. Os recursos estão disponíveis, agora há a burocracia da licitação, que é importante, mas muitas vezes você perde um tempo imenso. É necessário termos um Brasil com transparência no serviço público, mas sem dificultar tanto o processo de funcionamento da máquina pública, que hoje é completamente emperrada. Vejamos o caso de Camilo Santana [Secretário do Desenvolvimento Agrário], com uma área que foi completamente esquecida nos últimos governos enquanto política pública — essa área da agricultura familiar e da pecuária. Não havia políticas www.revistafale.com.br
públicas voltadas pra essa área. Iniciamos o governo, e no programa de Garantia Safra, tínhamos vagas para que os agricultores se inscrevessem, 150 mil vagas. Calculamos que no Ceará temos em torno de 300 mil famílias que vivem da agricultura familiar. Obviamente, mais da metade dessas famílias, quando tinha enchentes ou havia secas, perdiam mais da metade da sua produção e não tinham nenhum seguro para garantir pelo menos a sobrevivência no período da entressafra. Uma das primeiras atitudes que tomamos foi conversar com o presidente Lula sobre o problema e saímos das 153 mil para 300 mil vagas. E no último período inscrevemos 273 mil famílias no Seguro-Safra. Isso fez com que nós tivéssemos sobra de vagas, pela primeira vez na história recente do Ceará. Então, o Camilo [Santana] tem feito um papel muito importante enquanto gestor. O Cartaxo [Joaquim Cartaxo, Secretário das Cidades] está também em uma área fundamental. Se você pegar só o que vai acontecer no Maranguapinho, são mais de cinco mil unidades residenciais a ser construídas. Isso vai acabar com 70% das áreas de risco de Fortaleza. Então, os secretários do PT estão muito bem, situados em pastas importantes. E têm feito um trabalho importante nas suas pastas. O partido, inclusive, coloca seu modo de gerir a coisa pública. O Auto fez uma construção cultural, o Camilo tem feito uma discussão sobre as políticas agrícolas no Ceará. Estamos fazendo a maior regularização fundiária no Ceará nesse momento. E toda a política agrícola no Ceará foi montada a partir da participação dos trabalhadores. Estamos colocando nosso modo de gestão em prática no governo do governador Cid Gomes. Fale! Como o Sr. avalia hoje a hipótese de redesenho da coligação com vistas às eleições de outubro. Há uma discussão interna do PT em relação ao Vice. Há um compromisso do governador em reeditar a coligação, e há dentro do partido uma discussão. Como se avalia isso? Francisco Pinheiro. Com naturalidade. Acho que o PT é o PT. E nós vamos ter sempre isso. Acho que é natural. Vamos avaliar qual foi o desempefevereiro de 2010 | Fale
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POLÍTICA nho do Vice, se ele cumpriu aquilo que o partido havia determinado, ou não. Se a alternativa segunda de não ter cumprido for a considerada, não tenho nenhum problema em cumprir outro papel no partido. Isso não me causa nenhum constrangimento. Se a avaliação for contrária, de que cumprimos aquilo que estava dentro do que o partido exigia em termos de comportamento, das ações, da coerência do Vice, eu quero discutir por que eu não devo continuar. Aí não vai nenhum projeto pessoal porque do jeito que entrei, saio do mesmo jeito e vou cuidar de outras coisas. Mas a discussão é essa: vamos avaliar. Com transparência, vamos ver o seguinte: os parâmetros são esses, quais os pa-
râmetros foram cumpridos e os que não foram e ver o resultado dessa somatória. Se o resultado for negativo, o partido tem todo direito de dizer não, você não cumpriu aquilo que nós determinamos então queremos testar outro nome. Tem que ter uma justificativa política. Você não pode descartar as pessoas como quem descarta casca de laranja. Fale! Qual a posição da prefeita Luizianne Lins, nesse episódio? Francisco Pinheiro. Bom, nós temos uma conversa marcada, não conversamos sobre isso, a minha última conversa política com a prefeita foi quando levei a sugestão dela ser candidata à presidência do PT. Ela
ORIGEM. Lula na greve do ABC paulista nos anos 80 Foto ARQUIVO
A estrela vermelha agora é ‘trintona’ Por Adriano Queiroz
Nascido nos últimos anos do regime militar brasileiro, o Partido dos Trabalhadores (PT), completou, no último dia 10 de fevereiro, 30 anos de militância política de orientação esquerdista. Em três décadas de existência, a última foi, sem dúvida, a mais exitosa com a chegada ao poder executivo federal de seu maior representante, o exmetalúrgico, Luiz Inácio Lula da Silva. O partido “trintão” também alcançou o governo de vários estados e municípios, elegeu milhares de vereadores, centenas de deputados (estaduais, distritais ou federais) e conta com um quadro respeitável no Senado. O PT sobreviveu, ainda, a um dos maiores escândalos políticos da história brasileira (o chamado “mensalão” federal) e se prepara agora para viabilizar a candidatura de uma mulher à presidência da República. Para usar uma expressão de seu maior expoente, podemos dizer que “nunca antes na história desse país”, um partido político conseguiu gerar tantos sentimentos conflitantes no imaginário popular. De um lado, movimentos sociais, intelectuais, trabalhadores, profissionais liberais, servidores públicos e grupos religiosos não só ajudaram a fundá-lo como constituem até hoje a base do partido. 24 | Fale!
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me perguntou duas vezes sobre essa questão. Eu disse, Luizianne, vamos resolver essa questão por partes. Eu quero resolver agora a questão da presidência do PT. Ela disse, ‘o que você quer ser?’ Eu disse, não é o momento, depois a gente conversa sobre isso. Aí discutimos, eu apresentava a tese junto com o Acrísio Sena de ela ser a candidata do PT porque ela conseguiria constituir unidade no partido, ela tem autoridade política e tem apoio. Nós a convencemos, e na discussão com ela levantei duas teses básicas: se ela fosse candidata, faríamos o esforço junto a todos os quarenta para ela ser a candidata de unidade. Se ela não fosse, que ela me liberasse para eu ser candidato à
Do outro, setores do empresariado, da classe média e do funcionalismo público tinham sentimento de medo só de ouvir falar na sigla PT. O Partido dos Trabalhadores, ao lado do seu arquirrival contemporâneo PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), tem polarizado as disputas políticas nacionais nos últimos 21 anos. Mas a “estrela vermelha” já brilha na constelação de agremiações partidárias há mais tempo. Fundado em 10 de fevereiro de 1980, cerca de dois meses depois da aprovação da Lei Orgânica dos partidos, o PT chega agora aos 30 anos sonhando em eleger a primeira mulher presidente do Brasil. As comemorações oficiais foram realizadas durante o 4º Congresso do partido, que aconteceu entre os dias 18 e 20 de fevereiro, em Brasília. Além das celebrações, o evento serviu para definir táticas eleitorais, alianças políticowww.revistafale.com.br
partidárias, o programa de governo que o PT apresentará no pleito deste ano e a aclamação da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff como pré-candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Participaram do encontro, 1.350 delegados eleitos no Processo de Eleição Direta (PED) de 2009. Também foi empossado o novo presidente José Eduardo Dutra (ex-senador e expresidente da Petrobrás), que ocupou o lugar do deputado Ricardo Berzoni (SP). O congresso custou R$ 6,5 milhões e reuniu convidados de legendas esquerdistas internacionais. Quase simultaneamente aos festejos pela data simbólica, o partido do presidente Lula lançou comercial de rádio e TV exaltando não só a história da legenda como também a pré-candidata e ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A peça publicitária, criada por João Santana (o mesmo da campanha de Lula em 2006 e o encarregado da campanha de Dilma em 2010), teve 60 segundos de duração. Após mostrar a trajetória de luta pelas minorias travada pelo partido ao longo das últimas três décadas, aparecem o presidente e a ministra caminhando à frente de uma
presidência do PT. Essa conversa foi muito restrita. Foi Luizianne Lins, Acrísio Sena e professor Pinheiro. E eu disse, se você não for candidata, não quero que a minha candidatura seja motivo de esgarçamento entre nós. Ela disse não tem problema, me dê um tempo que eu vou responder. E ela respondeu na prática dizendo que aceitava. E na hora que ela aceitou eu virei um soldado da campanha dela. Fui defender a candidatura na prática. Então não conversamos sobre a Vice. O que eu tenho são notícias de jornal. Mas notícias de jornal, são notícias de jornal. Fale! Como o Sr. avalia a sucessão estadual aqui no Ceará, a preço de
passeata de militantes e populares. Lula profere as seguintes frases que causaram alvoroço na oposição: “Eu sou PT. A Dilma é PT. Nós todos somos PT. E você?”. Dilma arremata com a frase: “Venha com a gente. Vamos continuar mudando o Brasil”. A principal alegação dos líderes de PSDB, DEM e PPS é a de que a peça constitui propaganda eleitoral antecipada. Pode até não ser, mas que a presença de Dilma ao lado de Lula em um comercial festejando 30 anos do PT dá ainda mais peso na briga dela contra Serra, não resta a menor dúvida.
Fatos marcantes da história do PT
1980. Em 10 de fevereiro, fundação do PT em São Paulo, por sindicalistas, intelectuais, setores da Igreja Católica e alas da esquerda. 1982. Primeira participação do PT em eleições, com candidaturas em 24 Estados. Lula foi candidato a governador em São Paulo e ficou em quarto lugar. Partido elege o prefeito de Diadema. 1985. O PT vence pela primeira vez a disputa por uma prefeitura de capital de Estado, com a eleição de Maria Luíza Fontenele em Fortaleza. 1986. Primeiros deputados federais eleitos, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com a maior votação para um parlamentar na Câmara até então. 1988. Luiza Erundina é eleita prefeita de São Paulo. Em Porto Alegre, Olívio Dutra vence dando início a quatro mandatos seguidos do partido na cidade.
hoje, mantido o governador Cid candidato à reeleição. Como o Sr. vê os movimentos de oposição? Francisco Pinheiro. Vamos analisar de forma objetiva. Se olharmos as pesquisas de opinião, fica claro que o governador Cid tem uma vantagem clara em relação à candidatura. Em relação ao governo, também. Então acredito que pelas condições postas hoje, o governador tem todas as chances de se reeleger, caso queira. Eu acredito que ele quer, que ele será candidato. Não quer discutir agora porque não quer encurtar o mandato. O governador tem ampla chance de ser candidato. Espalharam na cidade um boato, antes das pesquisas, espalharam que o ex-governador
Tasso Jereissati teria uma grande vantagem sobre o governador Cid Gomes. E isso virou conversa de rodas políticas, no entanto quando saiu a pesquisa mostrou-se o contrário. O governador tinha uma grande vantagem diante do mais conhecido concorrente que é o ex-governador Tasso Jereissati, se ele concorresse. Nós podemos ter três candidaturas, acho que o PSol tem candidatura, o prefeito Roberto Pessoa se apresenta como candidato. Acho que o cenário, se medido hoje, no início de 2010, as condições são favoráveis.
1989. Lula disputa a Presidência da República pela primeira vez. Vai ao segundo turno, deixando para trás políticos tradicionais como Ulysses Guimarães (PMDB), Mário Covas (PSDB) e Leonel Brizola (PDT). Perde a disputa para Fernando Collor de Mello. 1994. Lula disputa novamente a Presidência e perde para Fernando Henrique Cardoso (PSDB), embalado pelo Plano Real. 1998. Lula perde pela terceira vez com a reeleição de Fernando Henrique. 2002. Lula ganha as eleições presidenciais derrotando José Serra (PSDB). A Carta ao Povo Brasileiro, em que Lula defendia o cumprimento de contratos, e o vice José Alencar, oriundo do empresariado, tiveram papel fundamental na atração do eleitorado que até então não votava no partido. PT elege maior número de deputados federais e de senadores de sua história.
2005. O deputado Roberto Jefferson (PTB), da base aliada, denuncia o pagamento de propina pelo governo Lula a parlamentares em troca de apoio, batizado de mensalão. O escândalo atinge deputados do partido e aliados e provoca a queda do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, que acaba tendo seu mandato de deputado cassado. 2006. Apesar das denúncias de Jefferson, Lula é reeleito no segundo turno, contra Geraldo Alckmin (PSDB). Partido elege ainda quatro governadores Ana Julia Carepa (PA), Binho Marques (AC), Jaques Wagner (BA), Marcelo Déda (SE), e reelege Wellington Dias (PI).
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Fale! Qual deve ser o discurso do governador Cid, e do Professor Pinheiro na campanha de 2010?
Tendências dentro do PT
Articulação de Esquerda AE Brasil Socialista BS Construindo um novo Brasil CNB — atual direção majoritária do partido Democracia Radical DR Democracia Socialista DS Esquerda Democrática ED Fórum Socialista FrS O Trabalho OT Tendência Marxista TM Movimento PT Movimento de Ação e Identidade Socialista MAIS Articulação Unidade na Luta (atualmente parte da CNB) PT de lutas e de Massas PTLM Militância Socialista União de Bases, Esperança Vermelha VR Um Novo Rumo Para o PT NR fevereiro de 2010 | Fale
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POLÍTICA
palanque. O presidente Lula faz campanha para Cid no Ceará em agosto de 2006, com o vice Pinheiro ao lado. Foto ARQUIVO
Francisco Pinheiro. Acho que o discurso é muito mais um balanço do que nós fizemos no governo, o que estamos fazendo na área de saúde, educação, estradas, infra-estrutura, do crescimento econômico, de políticas sociais. Acho que devemos fazer um balanço, inclusive comparando perspectivas. Isso é um elemento fundamental. A maioria da população não toma conhecimento do que o governo faz, com algumas exceções. Acho que a campanha é um momento didático de você apresentar de forma condensada para a população o que realmente o governo fez. O se26 | Fale!
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tor médio tem informação, porque lê jornal, vê televisão, mas a imensa maioria da população cearense não tem acesso à informação. Não tem uma visão da rede de educação profissionalizante que estamos fazendo em todo Ceará, saindo de uma situação de zero matrículas nessa área para 46 mil alunos ao final de 2010. Essa noção ela não tem. Eu não sou marqueteiro, mas acho que uma das linhas de campanha é apresentar esse balanço. Fale! E o quê é mais confortável para o Sr. como realização, nesse www.revistafale.com.br
momento no governo, e o que é mais desconfortável? Francisco Pinheiro. O que me conforta muito é a relação interna do governo. É uma relação muito franca, sem subterfúgios. Eu diria que às vezes é necessário que a gente chame a atenção para não perder o rumo das coisas, às vezes é necessário que se exija agilidade das pessoas. Uma coisa é você dizer que não tem dinheiro e outra é ter dinheiro em caixa e não executar. A dificuldade são os embarreiramentos burocráticos. O governador muitas vezes tem que ser exigente, fazer as
Uma coisa é você dizer que não tem dinheiro e outra é ter dinheiro em caixa e não executar. A dificuldade são os embarreiramentos burocráticos. O governador muitas vezes tem que ser exigente.
pessoas prestarem atenção naquele projeto, que é prioritário, então temos que focar nele para que ele não atrase. Nas reuniões do governo isso é muito exercitado. Acho que isso é uma coisa fundamental em qualquer governo, você não fica com conversa de corredor. Discute tudo ali, e sai dali e as pessoas não se sentem machucadas. E o governador ao final diz, olha, se eu exagerei me desculpem, mas a minha preocupação com o interesse público é tão grande que às vezes eu tenho que expressar para vocês. Então eu acho que isso é o que mais me faz sentir bem no governo.
Fale! E a inclusão popular no governo? Francisco Pinheiro. Nós temos vários programas em que exercitamos o modo de governo que nós acreditamos. Há uma forte participação popular no governo. Nós temos aí o Portal da Transparência, o Governo na Minha Cidade, quando o governador vê a população olho no olho. Muitas vezes altera a pauta para discussão de um fato local importante. Então por exemplo fomos a uma reunião em Assaré, e os professores estavam em greve. E tinha várias faixas, e ele [o governador] disse ‘Prefeito o senhor me desculpe, temos um tema em pauta, mas os professores vieram aqui e é importante que possamos abordar para a população tomar conhecimento do motivo da greve dos professores’. E abriu o debate democraticamente, e disse, ‘Olha, o microfone está aberto, vocês coloquem seu ponto de vista, coloquem sua pauta para as pessoas entenderem o que está em curso’. Isso foi no ano passado. Ele fez um debate de quase uma hora, expondo o ponto de vista dele sobre a greve, e abrindo o microfone para que a liderança dos professores falassem. Acho que isso é uma forma democrática de lidar com as adversidades. Tem outra coisa que nos faz muito feliz no governo. A PM hoje, se há um movimento social, não vai armada, e é sempre dirigida por um oficial. A notícia que mais me agradou foi que as bombas de gás lacrimogêneo estão perdendo www.revistafale.com.br
o prazo de validade no paiol porque não tem como usá-las. Acho que isso é uma coisa importante no governo que quer construir o diálogo. Ao lado disso nós criamos uma mesa permanente de negociação com os servidores públicos e é uma reivindicação de longo tempo que nunca foi criada. Funciona de forma permanente, com um assento da CUT, e de todas as representações sindicais do Estado. Normalmente a pessoa que tem feito a interlocução mais forte é o próprio Ivo [Gomes], e quando necessário o próprio governador senta para fazer o debate. Claro que algumas coisas nos deixam preocupados, gostaríamos de avançar muito mais na qualidade da educação, acho que é uma coisa que tanto preocupa o governador como nos preocupa. Há um esforço imenso nosso, mas nós sabemos que em educação, só se sente o resultado daqui há uma década. Mas isso nos deixa ansiosos porque não vamos ver a criança nascendo. De um modo geral, acho que temos uma relação muito boa e estou sempre muito satisfeito de estar nesse governo. Fale! Sobre a sucessão no Senado, o deputado Eunício Oliveira abriu mão em 2006 de sua candidatura ao Senado em favor do então deputado Inácio Arruda. E o deputado Eunício hoje se sente ameaçado com o surgimento da candidatura do ministro Pimentel ao Senado. O Sr. acha que essa variável atrapalharia a coligação? Francisco Pinheiro. Veja, primeiro vamos assegurar que o Eunício terá apoio do governador, terá apoio também... Há uma definição também do PT, há um compromisso do PT de apoiar o Eunício. Sobre o ministro José Pimentel, eu não conversei com ele ainda e não houve nenhum debate formal no PT ainda. Não existe uma formalização do Partido dos Trabalhadores sobre essa questão. Eu aguardo e espero que a gente possa fazer um debate, porque eu sou muito disciplinado nessa estória de ficar opinando em relação a aliança com o governador. Eu tenho liberdade de opinar porque há uma resolução do partido reafirmando isto. Eu me sinto completamente a vontade de dizer assim: ‘não, o partido tem posição’. Em relação ao sefevereiro de 2010 | Fale
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POLÍTICA nado não existe ainda uma definição partidária. Mas acho que existem concepções importantes, acho muito importante que haja uma discussão com o governador Cid Gomes. Quem coordena a eleição em Fortaleza no caso foi a prefeita Luizianne Lins e o PT. É muito justo que quem coordene as eleições do governo do Estado seja o governador Cid Gomes e seu partido PSB. Lógico que ele tem vários aliados mas cabe a condução da eleição ao governador. Portanto é
fundamental que em qualquer movimentação, haja antes uma discussão com o governador. Nós vamos ter um congresso do partido em março, e esse congresso define várias coisas, e virá como pauta única um debate sobre a estratégia para eleição. Até lá o partido tem que ter essa decisão formatada. E é claro que a conversa com o governador Cid Gomes é um passo importante, porque a meu juízo ele coordena as eleições para governo do estado. Tenho conversado
Um depoimento de Francisco Pinheiro
Minha família, da região de Jaguaribe, que é de onde eu venho, sempre teve um lugar ou no parlamento ou nas prefeituras locais. Agora meu pai e minha mãe nunca se envolveram com isso. Quem teve envolvimento político mais forte foi meu irmão mais velho, que foi militante de esquerda desde a década de 60. Foi do comitê central do Partido Comunista do Brasil. Meus primos mais próximos todos eles militaram no Partido Comunista do Brasil, e eu garoto fui muito influenciado por eles. Já na década de 60, ainda estudante secundarista, tínhamos alguns contatos lá no colégio agrícola em Lavras da Mangabeira, onde fui colega do Eunício Oliveira. Nasci em Jaguaribe e vivi muito em toda a região do Jaguaribe, em Várzea Alegre. Meu pai era funcionário público do Estado, então a gente ficava circulando muito e isso foi uma coisa boa porque eu conheci um pouco o Ceará ainda muito jovem. E depois conheci o Maranhão, em decorrênia de uma seca. E, como sempre, os cearenses migram pela seca. Em 1958 nós perdemos o pouco de rebanho que tínhamos e eu era menino, 4 anos, mas lembro muito da situação. Outros que tiveram uma influência muito grande na minha formação; os meus avós. Nós passávamos muitas férias com eles e eles eram uma espécie de espelho para todos os netos. A postura de sertanejo, de não faltar com a palavra. Então isso foi sendo enraizado. E na política acho que é uma 28 | Fale!
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VERDE. Francisco Pinheiro em palestra na COP15 em Copenhague
coisa que está se perdendo. Mas é muito importante, e isso me faz ter uma aproximação muito grande com o governador. Ele é uma pessoa muito franca, e quando ele assume um compromisso não tem perigo dele voltar atrás. Compromisso feito é compromisso honrado. Acho que isso é um pouco a marca dele de Sobral, e a minha de Jaguaribe. Em 1970, vim para Fortaleza fazer o segundo grau. Parei um tempo, voltei ao sertão. Fiquei um ano com minha avó e meu avô, aí me mandaram embora porque o pessoal tava com medo de comunista. Aí voltei para fazer vestibular em Fortaleza. Depois passei www.revistafale.com.br
com o Eunício, inclusive onde posso faço a defesa do nome dele, uma pessoa que foi importante para a eleição da prefeita Luizianne Lins, manteve a palavra, reuniu em torno da prefeita as pessoas que tem ligação com ele no PMDB. Então temos que dar essa segurança que o PT vai cumprir o acordo. E creio que ele [Eunício] está muito animado para esse ano. Fale! A questão burocrática tem desacelerado muito o ritmo que o
oito meses em São Paulo. Fui operário da Goodyear. Depois fui fazer pesquisa de mercado que era onde tinha espaço pra comunista naquela época. Na década de 70, só havia clandestinamente o PCdoB e o PCB, e outros grupos circulavam na Universidade. E nós éramos área de influência do PCdoB. No movimento estudantil, participamos da primeira eleição do Luis Carlos Paes, para o DCE da UFC. Depois veio o Clodoveu Arruda. Então quando o PT foi fundado eu tinha muita identidade com a forma como o PT foi construído. O partido se construiu a partir da discussão de movimentos sociais. Participei do movimento contra a carestia, que é o movimento que vai sedimentar o movimento da Anistia, no final da década de 70. Tinha Maria Luiza Fontenele, Rosa da Fonsêca e muitos outros. Como era proibido fazer movimentação política clara era preciso inventar uma coisa ‘despolitizada’. E o movimento contra a carestia soava aparentemente despolitizado. Quando o PT foi criado eu virei militante do PT, sem filiação. Um dia resolvi me filiar a esse partido. E já vai mais de 22 ou 23 anos. Mas sempre fui soldado raso.n
governo queria dar às obras? Como você avalia o ritmo das obras no governo? Francisco Pinheiro. Acho que no Brasil nós temos já uma experiência longa sobre a lei 8666 que é a lei de licitação, estabelece normas gerais sobre licitações e contratos. Acho necessário fazer uma avaliação dessa legislação. Ela é um marco na história do Brasil em relação à coisa pública do Brasil, a coisa republicana, para você fazer com que as obras públicas ganhem um aspecto cada vez mais republicano. No entanto, ela tem um conjunto de amarras que não impede que alguns gestores cometam deslizes. Mas amarra os gestores que querem fazer a coisa com correção. Vou citar um exemplo clássico que aconteceu comigo. Nós fizemos uma licitação na Regional IV, em Fortaleza, para compra de saco de lixo. E por mais que o edital fizesse uma descrição pormenorizada dos sacos, quando recebemos os sacos de lixo vimos que eram totalmente frágeis. Era preciso colocar dois sacos, um dentro do outro, porque só um o saco rasgava. Mas de acordo com o edital o concorrente apresentou-se e cumpriu todas as exigências. A experiência da licitação no Brasil já nos permitiria fazer um reexame dessa licitação. O Presidente Lula tem se queixado disso, já no Congresso alguns parlamentares tem levantado isso, o governador também tem levantado essas questões. A lei tem que ser aperfeiçoada de acordo com a realidade histórica. Às vezes o barato sai muito caro. Fale! O ministério público também tem, em alguns momentos, desacelerado o ritmo das coisas. Falta interlocução? Como se pode avaliar essa ação do Ministério nas obras? Francisco Pinheiro. Acho que o Ministério Público está no papel deles. Mas é fundamental que haja interlocução entre os poderes Judiciário, Executivo e Legislativo. Porque acho que o que deve predominar é o interesse público. E muitas vezes nós temos muitas obras que são atrasadas em detrimento do interesse público por conta de debates que terminam se resolvendo. Mas isso leva às vezes muito tempo pra se resolver. Discussão sobre licenças ambientais. Eu acho que temos que
Se houver qualquer risco com certeza o presidente Lula vai ser convencido da necessidade de uma segunda candidatura da base aliada. [...] Mas a autonomia dos partidos deve ser respeitada. ter muito rigor nisso, porque temos hoje no mundo inteiro. Há regiões belíssimas destruídas pela intervenção inadequada, pelo mal uso dessas regiões. Na Europa, o que eles tem de beleza natural é o essencial. Eles mostram aquilo com todo orgulho. Nós temos situações no passado muito recente no Ceará com hotéis que foram construídos sobre falésias. Aqui temos a seguinte situação: as falésias são uma grande atração turística, aí você mata a galinha dos ovos de ouro. Nisso você tem que ser muito rigoroso para evitar a destruição tanto pelo nosso usufruto, como pelo próprio equilíbrio do ambiente, mas também para que as gerações futuras tenham direito a apreciar essa beleza. Às vezes acho que há exageros, mas é necessário que a gente tenha rigor nisso. Mas o essencial é o diálogo, acho que às vezes falta diálogo. Fale! E a questão do Acquário que gerou enorme polêmica. Qual sua posição sobre o Acquário? Francisco Pinheiro. Avalio que é um projeto que vai requalificar aquela região [Praia de Iracema]. Às vezes as pessoas fazem um debate e infelizmente não pesquisaram, não conheceram as realidades no mundo. Se você for a Lisboa, as pessoas ficam as vezes um dia a mais em Portugal para ir ao Oceanário. Em Barcelona, estão oceanários belíssimos. Idem, em várias partes dos Estados Unidos. Então oceanários tanto são espaço de pesquisa como www.revistafale.com.br
de visitação turística. Além de atrair uma grande quantidade de pessoas é um instrumento importante para se requalificar uma área que foi extremamente importante para nossa cidade, perdeu essa condição, e a prefeitura faz um esforço muito grande para requalificar aquela área. Às vezes nós estamos acostumados a coisas muito pequenas. Não acreditamos que possamos fazer coisas belas, com qualidade, e as pessoas ficam se apequenando. E é o caso do Acquário. Mas gastar 200 e tantos milhões num aquário, podendo gastar com saúde, criticam alguns. O que é uma bobagem, porque no orçamento tem rubricas. Não se pode tirar da saúde para colocar na educação, como não se pode tirar do meio ambiente para colocar na saúde, porque boa parte dos recursos que nós vamos utilizar no Acquário são compensações ambientais, e deve ser usado especificamente para isso. Às vezes é um discurso meio populista, às vezes fico meio incomodado com isso. O Acquário vai gerar um impacto grande. Do mesmo modo vai gerar impacto com o Aeroporto Internacional de Jericoacoara, que é um ícone mundial de turismo. O aeroporto vai ficar numa região muito próxima a Jericoacoara, e vai possibilitar que as pessoas venham da Europa direto para Jericoacoara. Fale! E sobre a construção do Estaleiro na região do Serviluz que, a despeito de estar numa área nobre é uma região largada? Francisco Pinheiro. Eu acho que se tem de fazer uma avaliação muito fina sobre isso. Qual é o impacto de empregabilidade para a população no Serviluz numa obra dessas? Qual o impacto ambiental, o impacto da paisagem turística? Qual o impacto para os meninos que fazem surf, se não tiver surf no Serviluz eles ficarão sem escola de surf, ou há como se construir em outro espaço para que possam fazer o surf? O governador tem aberto o debate sobre determinadas obras que tem um impacto muito forte para a cidade. Essa obra pode alterar profundamente a situação da economia local. Porque há sempre o compromisso do governo de quando você faz a intervenção em termos de qualidade de obra, de você fevereiro de 2010 | Fale
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POLÍTICA qualificar a população no seu entorno para que ela também se beneficie com sua presença. Nós temos que ver como se requalifica aquela área em termos de moradia. Uma região que eu conheço e sei que, por exemplo, durante o período de setembro, outubro, novembro as pessoas conseguem sequer cozinhar, porque areia invade as casas pelo teto. É um negócio brabo para a população. Como você requalifica, melhora as condições de moradia? Tudo isso deve estar nessa discussão. É uma área que tem muita insegurança, existe até dificuldade para o setor de segurança entrar lá. Teria que ser uma intervenção casada. Melhorar as condições da população de um modo geral, com alargamento de vias, melhoria de habitação, saneamento básico, temos agora uma escola. Há toda a preocupação com aquela área que tem uma densidade populacional muito grande, mas também tem uma pobreza muito grande. Tem uma coisa importante, já teve vários jovens que foram revelados ali na escola de surf. Então você preserva para que essa juventude possa continuar a ter acesso a isso. Fale ! O Presidente Lula tem insistido na tese de uma disputa eleitoral da sua sucessão plebiscitária. Como você avalia essa tese? Francisco Pinheiro. Bom, nós temos duas teses. O deputado Ciro Gomes defende a tese de que para haver segundo turno é necessário que haja duas candidaturas da base aliada. Essa é uma tese que ele vem defendendo, e aí nós temos que avaliar como que evolui a aceitação das candidaturas até pelo menos março-abril. Se chegar lá em março, e a Dilma estiver empatada com o Serra, então a tese do presidente Lula mostrou-se mais eficaz. Porque haveria segundo turno de qualquer jeito porque a Marina [Silva] daria seus 5 ou 6%, haveria segundo turno. Caso a Dilma não consiga avançar e fique num nível muito distante do Serra, então a tese do Ciro se coloca bem. Então acho que nós temos que analisar as pesquisas pari passu. O que as 30 | Fale!
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Nós estamos em uma situação no Ceará muito diferente da do resto do Brasil. Aqui você tem o governador e tem um candidato à presidência da República [Ciro Gomes] que é irmão do governador. pesquisas vem mostrando? Que a Dilma tem crescido dentro daquilo que era planejado. Vi uma pesquisa hoje, no Rio de Janeiro ela está empatada com o Serra. No Nordeste ela sempre esteve à frente do Serra com grande diferença. Então a coisa está caminhando para que a tese do presidente Lula tenha razão. Mas acho que essa é uma discussão democrática e é muito importante fazer isso com a maior tranqüilidade. Acho que março, abril, no máximo maio, isso teria que estar definido. Fale! O risco de uma eleição plebiscitária não é muito elevado? Não é uma espécie de roleta russa, sem plano B? Francisco Pinheiro. Eu acho que se as pesquisas indicarem a construção que o presidente vem fazendo, é um risco calculado. Se houver qualquer risco com certeza o presidente Lula vai ser convencido da necessidade de uma segunda candidatura da base aliada. Fale ! O PSB nacional tem dito que vai manter a candidatura do deputado Ciro Gomes. E o governador Cid concorda com a tese de que a candidatura do Ciro viabilizaria, daria segurança a um segundo turno. Francisco Pinheiro. Acho que o segundo turno tem essa vantagem. Você não resolve as coisas no 1º turno. Tivemos isso na hiswww.revistafale.com.br
tória do Brasil recente. A eleição do presidente Lula, Ciro foi candidato, mas quando o presidente passou para o segundo turno, Ciro foi o primeiro a apoiá-lo. Então nós temos que encarar isso com muita tranquilidade, acho que primeiro temos que respeitar a autonomia do PSB, é um partido aliado mas tem todo o direito de traçar para o partido o melhor caminho que eles perceberem. Acho que a primeira coisa é isso. Ter respeito é essencial. E discutir francamente. ‘Olha, se nós percebemos que a coisa dá para ser ganha no primeiro turno, vamos fazer logo essa convergência agora. Se não, vamos trabalhar mais uma candidatura da base aliada.’ Mas acho que o que deve presidir esse debate é o respeito à autonomia dos partidos. Fale ! Uma candidatura do deputado Ciro dividiria o palanque aqui na sucessão estadual porque colocaria PT num palanque, e o PSB em outro. Como seria a gestão dessa questão interna? Francisco Pinheiro. Acho que deveria ter tranquilidade de discutir isso a nível nacional. Nós estamos em uma situação no Ceará muito diferente da do resto do Brasil. Aqui você tem o governador e tem um candidato à presidência da República que é irmão do governador. No meu ponto de vista, essa é uma questão a ser discutida principalmente no âmbito nacional. DiscutI isso no âmbito nacional com a participação das lideranças estaduais, mas acho que nosso objetivo maior é garantir o projeto nacional. Temos que saber o que é essencial e o que é secundário. Acho que essencial para o povo brasileiro é manter o projeto nacional, e isso requer sacrifício, você tem que sacrificar alguma coisa para manter o projeto nacional. E a posição do governador Cid Gomes tem sido das mais lúcidas possível. Ele declarou o seguinte: ‘Não tenho problema de estar no palanque da Dilma e no palanque do Ciro no Ceará’. Então a posição do governador é de muita franqueza e de muita generosidade. Acho que o PT também tem que ter genero-
sidade nisso. E o PT tem generosidade. De saber, olha, o projeto nacional é importante, nós temos que administrar as nossas dificuldades no Estado de modo que não prejudique nossa aliança local, que é importante, e de modo que não prejudique nossa aliança nacional, que é fundamental. É uma construção difícil. Não é fácil essa construção porque como há no PT um setor pequeno que quer lançar candidatura própria, isso seria terreno muito fértil para essa tese ganhar corpo. Não creio que tenha chance de passar pelo diretório. Há um convencimento da maioria do partido de que a aliança no Ceará está sendo e será importante para mudar a história política do Ceará. Fale! Como o Sr. avalia a gestão da prefeita Luizianne Lins? Francisco Pinheiro. Eu acho que Fortaleza teve perdas muito drásticas em relação ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). E o fundo de participação leva em conta dois parâmetros básicos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade, e a população. E Fortaleza é uma cidade que tem um IDH baixo e uma população alta. Então o FPM era muito alto, e a incidência da crise em Fortaleza foi mais drástica do que para a maioria das capitais brasileiras. Houve uma perda muito significativa. Essa perda influenciou no orçamento da capital. Isso fez com que muitas obras fossem atrasadas, algumas obras tiveram que ser paradas, é claro que isso repercute para a população. Então a população está avaliando diante de um contexto com dificuldades. Eu acredito que a prefeita começe a recuperar algumas verbas. A recuperação da economia brasileira possibilitará que nesses 3 anos que faltam de seu mandato, a prefeita tenha todas as condições de recuperar a sua gestão. Todas as condições, porque ela vai ter recurso, vai ter condições de realizar as grandes obras, tipo a reforma do PV [o estádio Presidente Vargas]. Fale ! O fechamento do PV trouxe um grande desgaste. Francisco Pinheiro. A obra vai apagar o desgaste, que foi grande. Porque, por exemplo, você pega
A gestão da prefeita Luizianne se preocupa mais com as questões que dizem respeito diretamente às pessoas — tais como mais saúde, melhoria de material escolar, salário dos professores, bolsa saúde. os programas esportivos, e esses programas, com alguma razão, dizem “e o PV, e o PV?’. Isso tem uma irradiação muito grande para a população que é apaixonada por futebol, o que não é pouca gente. O Hospital da Mulher é outra situação que ela vem lutando para conseguir recurso e tem tido dificuldades. E isso tem sido usado pela oposição pra dizer, ‘taí, não disse que era só campanha eleitoral’. E que na verdade é uma dificuldade de recurso pois trata-se de uma obra muito cara. E tem algumas intervenções que estão sendo feitas que são muito importantes como o Transfor. São muito importantes mas geram o desgaste. Porque você está interditando ruas, você está dificultando o tráfego. Obviamente as pessoas, numa cidade em que o trânsito está ficando cada vez mais caótico, as pessoas que usam carro ficam insatisfeitas. Na hora que você terminar as obras do Transfor, esse desgaste se transforma em aprovação. Você vai ter vias exclusivas para ônibus. Eu diria que ela tem todas as chances de recuperar esse momento da gestão. E é claro, ela tem tido o cuidado também de melhorar a gestão em si, o que é outra coisa difícil. O governador faz um esforço cotidiano de gestão. Ele visita todas as obras, ele vai, tá lá, ele anda muito. E, mesmo assim, algumas obras emperram. Agora ela inaugurou uma coisa www.revistafale.com.br
muito importante, o Palácio do Bispo. Levou um bom tempo para ser inaugurado, mas hoje é um comentário na cidade da importância do poder municipal voltar para o centro da cidade. Pelo que conversei com ela, ela disse: Olha Pinheiro, nós temos projetos e temos verbas pra ser liberadas... e acreditamos que isso faz com que ela possa recuperar o fôlego. Que é um pouco parecido com a situação dela pré-eleitoral. Fale ! A comunicação não foi desempenhada com precisão? Francisco Pinheiro. No pré-eleitoral havia uma falha de comunicação na prefeitura. Então ela, e aí eu tinha participado da gestão... nós alteramos muito a qualidade dos postos de saúde de Fortaleza. Só que, a medida que você melhora, as pessoas querem mais. É da natureza humana. Se você chegou a um nível você quer sair de um nível para um nível melhor. As pessoas viram melhoria e querem mais melhoria. É interessante porque o investimento maior foi na saúde e era a área que tinha a pior avaliação na prefeitura. Mas à medida que foi sendo mostrado as intervenções na saúde, a população começou a perceber a saúde comparada com o que era no passado. Também aí tem uma falha, eu acho que a prefeita não conseguiu resolver, não estou fazendo nenhuma crítica aos companheiros da imprensa ligados à prefeitura, mas acho que ainda há uma falha de comunicação. Houve uma melhoria significativa, mas ainda não conseguiram encontrar a química para mostrar à população o que está sendo feito pela prefeitura. E por fim, eu acho que as pessoas estão acostumadas, nas grandes metrópoles, com as grandes obras. E a gestão da prefeita Luizianne se preocupa mais com as questões que dizem respeito diretamente às pessoas — tais como mais saúde, melhoria de material escolar, salário dos professores, bolsa saúde, e não fez nenhuma grande obra na cidade. As grandes obras vão sair nessa gestão. Hospital da Mulher, PV, Costa Leste, a requalificação da Praia de Iracema, tudo isso deve sair agora nessa gestão. Ela poderá completar o ciclo, que é se preocupar com as pessoas e fazer as grandes obras. n fevereiro de 2010 | Fale
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Economia
c ear á
Moda surf e praia da marola a tsunami
No Ceará, pequenos negócios criados por amantes do surf são a base de um dos mais sólidos segmentos da indústria de confecções no país: o surfwear. Com linguagem própria, eles conseguiram uma sintonia tão grande com seus clientes que hoje formam verdadeiras “tribos”. E apesar da diversificação de seus portfólios de produtos e do sucesso que suas marcas fazem pelo Brasil, não abrem mão de manter fincadas as raízes, investir na formação de novos talentos do esporte e na promoção de eventos de alto nível. O sucesso dos pioneiros também inspira novos empreendedores do ramo, que junto dos veteranos, incomodam marcas estrangeiras aqui e lá fora Por Adriano Queiroz 32 | Fale!
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T
udo começou nas ondas cearenses no final da década de 1970 e começo da década de 1980. A cultura surf, recém-introduzida no estado, crescia dia-a-dia entre a juventude de Fortaleza. Mas sem lojas ou fábricas especializadas em artigos próprios para essa prática esportiva, só mesmo a criatividade, o improviso e o amor ao mar ajudavam os primeiros aventureiros em suas pranchas ou “surfboards” (que, diga-se de passagem, eram bem diferentes das atuais). Um pouco mais tarde, em 1985, a estréia de um seriado de TV, “Armação Ilimitada”, que tinha como pano de fundo o universo dos surfistas, ajudou ainda mais a difundir esse estilo de vida. Foi nesse cenário que alguns surfistas começaram a enxergar oportunidades para além da participação em competições. Um dos primeiros surfistas empreendedores do Ceará foi Raimundo Bernardo Neto, mais conhecido entre a “tribo” do surf local como “Pena”. Depois de vender jornais, saquinhos de din-din — conhecido também como sacolé, geladinho, chupe-chupe — e trabalhar numa sorveteria, “Pena” montou com os irmãos Petrônio e Rubens uma pequena oficina de conserto de pranchas. O desejo de acompanhar as evoluções hidrodinâmicas e de design das pranchas fabricadas no exterior, levou “Pena” a trabalhar artesanalmente na adaptação da sua própria prancha monoquilha em uma biquilha (a quilha tem o formato de uma barbatana e serve para dar direção à prancha; hoje geralmente são três nas “surfboards”), que permitia manobras mais ousadas. Essa era, na época, a grande novidade nas praias brasileiras, embora tivesse sido desenvolvida alguns anos antes, pelo australiano e tetra-campeão mundial de surf Mark Richards. O êxito em realizar essa adaptação fez com que “Pena” ganhasse fama entre colegas do esporte e logo ele se viu cheio de encomendas para adaptar pranchas. Era a consolidação
da oficina de pranchas Pena SurfBoards.
A evolução da oficina seguiu até que os irmãos começaram a fabricar pranchas. Essa nova etapa gerou a necessidade de se criar uma logomarca. O próprio “Pena” criou-a e rapidamente ela se tornou conhecida na cena do surf local. Aliás, para além dela. A proximidade física da oficina em relação a colégios como na onda. O o Liceu e o Rui surfista Alan Barbosa, trouxe Jhones, campeão um grande fluxo nordestino de suf 2009, patrocinado de estudantes e uma demanda pela marca Pena nova: muitos queriam a logomarca Pena em camisas e shorts. Era o começo informal do que seria uma das marcas mais respeitadas no surfwear (moda para surfistas ou inspirada neles) brasileiro. Em 1986, a entrada no negócio da irmã de “Pena”, Lígia Maria de Sousa Tavares, contribuiu para a formalização da Pena Indústria e Comércio Ltda. “Nessa época a gente fazia shorts, com duas máquinas, e as cawww.revistafale.com.br
misas a gente terceirizava. Só que às vezes a gente recebia uma malha que não estava com a qualidade desejada. Aí começamos a procurar outros fornecedores. Encontramos um que entregava a malha, mas não tinha serigrafia. Aí nós pensamos em montar uma serigrafia, bem rústica. A coisa foi indo e a confecção começou a ocupar cada vez mais espaço até chegar ao espaço da oficina de pranchas”, relembra “Pena”. Foi o crescimento da confecção o que motivou a separação (amigável) da família em duas empresas: os irmãos “Pena” e Lígia ficaram com o empreendimento surfwear e os irmãos Petrônio e Rubens com a oficina de pranchas. Seis anos depois, eles também entrariam no mercado da moda surf e fundariam a Greenish. Mas essa é uma história para alguns parágrafos adiante. Em pouco tempo as roupas e acessórios fabricados ou comercializados pela Pena caíram no gosto dos surfistas (e até de outras “tribos”). Em 1989, abriu uma pronta-entrega e um ano depois começou a trabalhar com represenfevereiro de 2010 | Fale
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS
Cultura brasileira favorece o segmento
Os empreendedores do surfwear no Ceará enxergam muitos motivos para explicar o crescimento do setor. Para “Pena” a cultura da moda brasileira favorece o estilo. “As cores do surfwear e tudo o mais que o caracteriza se sintoniza com a forma de vestir do brasileiro. É diferente de alguns países que até tem potencial maior em matéria de qualidade de ondas, de força nas competições de surfe, como por exemplo, o México. O México é um país com ondas
fantásticas, mas a cultura da vestimenta lá não se adequou muito ao estilo board short e malha. Já no Brasil se você pega uma estrada qualquer e passa por um ciclista ele está de board short, se passa por um índio no Alto Xingu ele está de board short.”, argumenta. A opinião é compartilhada por Daniel Bernardi, gerente de marketing da Maresia. Ele diz que no Brasil, “você pode sair à noite muito bem vestido, usando 100% de peças surfwear. Diria que houve uma evolução para bermudas walk, calças jeans, alfaiataria e camisetas slim, deixando assim aquele look despojado para
momentos casuais. Isso passou a atender 100% da necessidade diária dos usuários do segmento”. Mas apesar da ampliação do nicho explorado pelo surfwear Petrônio Tavares, sócio da Greenish, lembra que a inspiração continua sendo essencialmente a mesma dos primórdios do segmento. “O surfe é um esporte que retrata a cultura de praia e quando estamos nela ou apenas nos imaginamos em uma é sempre bom. Praia é diversão, pegar uma cor, refletir olhando pro mar. Então para mim não mudou muita coisa”, resume. A principal mudança para ele, além da ampliação do mix de produtos, foi o aumento no
tamanho das bermudas, acompanhando as reclamações dos atletas que se incomodavam com a parafina que ficava grudada nos pelos das pernas. “Daí o porquê das bermudas para surfar terem hoje um comprimento que vai no mínimo até o joelho. Os tecidos também evoluíram bastante”, acrescenta Petrônio. Para Paulo Alves, fundador da Hot Side, é exatamente esse profundo interesse do empresariado local em pesquisar as necessidades do público e as novas tendências o que faz do Ceará “o maior pólo de confecção de surfwear do Brasil. Temos grandes marcas locais que são um sucesso também em nível nacional”. família pena. Os irmãos empresários Brígida Frazão, Raimundo Bernardo Neto, o Pena, e Lígia Maria Tavares: dedicação total à marca “Pena” dificuldades financeiras e de crédito são os maiores obstáculos no início. Até ganhar fôlego leva certo tempo, exige maturidade. Naquela época a inflação era louca, galopante. Eu não sei como o mercado suportava aquela situação, mas tudo isso fez parte do aprendizado”, relata o empresário.
Crescimento. Duran-
tantes comerciais. A irmã caçula dos sócio-fundadores, Brígida Maria de Sousa Frazão, também aderiu ao negócio, em 1992. Mas as dificuldades de se manter um pequeno negócio no período que antecedeu o plano Real 34 | Fale!
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eram quase hercúleas, por conta da instabilidade econômica do país. “O prédio era alugado e o que era uma residência foi transformada em um galpão industrial. A gente teve de alugar um outro imóvel depois. As www.revistafale.com.br
te todo o restante da década de 1990 e a primeira década do século XXI o conceito da Pena não parou de crescer. Na década seguinte, os irmãos esportistas e empresários ampliaram as instalações da indústria de confecções em 1500 m2 de área para
marketing. O catálogo da grife Maresia mostra a força da marca de beachwear que também ganhou as ruas
produção. Lá são produzidos principalmente os board shorts e a parte de malharia. Os demais acessórios são feitos por empresas parceiras, mas recebem a marca Pena. “Nós temos outras empresas que produzem para gente, algumas terceirizadas e outras licenciadas. Nós temos uma empresa que produzem acessórios, como mochilas, bonés, sandálias e carteiras, toda uma gama de produtos feita por uma outra equipe. Temos também a parte de jeans que é toda terceirizada. Desenvolvemos as coleções, mas a produção é feita por outra empresa, porque a estrutura é totalmente diferente”, explica. Hoje a empresa gera 285 empregos diretos e aproximadamente 400 indiretos, além de manter um quadro de 23 representantes, sendo dois na Europa, mais precisamente em Portugal e na Espanha. “Está se plantando uma semente. Aquele é um mercado muito bom de trabalhar também, já que não é tão distante, mas dificuldades como a logística do frete, entre outros fatores, ainda vão requerer da Pena mais um tempo de trabalho para que colhamos mais frutos. Nós estamos numa fase de prospecção da marca nesse mercado europeu”, define o empreendedor.
A razão principal para a rápida aceitação das marcas cearenses e nordestinas é o fato de que elas são 100% nacionais proprietário da Hot Side, em Paulo Alves,
entrevista ao site Ceará Surf
Voltando novamente ao passado, no mesmo ano em que surgiu a Pena, foi fundada, também na capital cearense, uma outra empresa que se estabeleceu como uma das gigantes do segmento surfwear nacional: a Maresia. O criador da empresa, Luiz Henrique Feijó, o “Maninho”, também começou de forma quase improvisada e em um local inusitado. O pai do fundador mantinha vários passarinhos em um quarto da casa da família. Pois foi exatamente lá onde nasceu o negócio de “Maninho”. No início, ele mesmo cortava e serigrafava os board shorts (bermudas apropriadas para a prática do surfe) da Maresia. Ainda na décawww.revistafale.com.br
da de 1980, “Maninho” ganhou um novo parceiro, Adriano Costa Lima. A fábrica mudou então para o quintal da casa do novo sócio e passou a incluir no seu mix de produtos camisetas de malha. No início, a clientela era composta principalmente por amigos dos jovens empresários, mas gradativamente a demanda foi crescendo. Surgiram depois as primeiras lojas Maresia em um shopping center de Fortaleza. O sucesso crescente levou “Maninho” e Adriano a usar a representação comercial como canal de venda. Em 1994, houve uma nova mudança de sede para acompanhar as necessidades de expandir a produção de peças. Um ano depois, a Maresia também ampliou o foco e passou a confeccionar jeans e roupas para o público infanto-juvenil.
Diversidade.
Outra estratégia curiosa utilizada nos primeiros dez anos de existência da empresa foi ter se tornado fornecedora e produtora de camisetas para candidatos em épocas eleitorais. Segundo o gerente de marketing da Maresia, Daniel Bernardi, isso “ajudou a empresa a se capitalizar e investir nas instalações que viria a se tornar um parque industrial”. De fato, em 1997, esse objefevereiro de 2010 | Fale
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS
Falando a língua da “galera” sem esquecer do marketing avançado
Além de todas as razões já apontadas, há ainda outra característica do segmento surfwear que o torna extremamente promissor e competitivo: a comunicação. Poucos empreendedores são tão sintonizados com as novas ferramentas comunicativas, especialmente as relacionadas à internet quanto os que trabalham a moda surf. “Participamos ativamente em todas as redes sociais. Nosso novo site tem um perfil avançado de interatividade e além de recebermos feedback do mercado, fazemos promoções pelo Twitter, Orkut (onde temos uma comunidade com mais de 30.000 usuários). Nós informamos os resultados dos campeonatos do cotidiano do departamento de marketing e da fábrica no geral, em tempo real via tweets. Hoje me arrisco a dizer que a internet e as redes sociais são nossa principal ferramenta de comunicação”, 36 | Fale!
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entusiasma-se Daniel Bernardi, gerente de marketing da Maresia. Já a Greenish pretende ampliar sua participação no mundo virtual, inclusive com aumento da parcela da verba destinada ao marketing para essa área. “A internet é uma ferramenta que proporciona infinitas possibilidades de comunicação e interação com as pessoas. Ficamos felizes quando encontramos comunidades espalhadas em sites de relacionamentos e vemos que nessas comunidades estão pessoas que sentem nossa energia. Essa comunicação com nosso público, que é o jovem focado nas coisas simples da vida, flui naturalmente e geralmente proporciona nossos momentos mais felizes”, revela Petrônio Tavares. A empresa também aposta na bandeira da ecologia e do consumo consciente. Esse compromisso está exposto no próprio site da empresa que destaca ser a preservação da natureza “um compromisso da marca, que está sempre buscando alternativas em matérias-primas e processos produtivos, visando produtos cada vez menos agressivos ao meio ambiente”. Do lado da Pena, também há www.revistafale.com.br
um planejamento avançado de comunicação e marketing, que inclui o relacionamento com parceiros comerciais e colaboradores. A empresa reserva para esse tipo de investimento 4% do faturamento. Nele estão incluídos gastos com patrocínios de atletas e eventos, ações nos pontos de venda, divulgação em outdoors e outros veículos publicitários. Além deles, estão os investimentos de baixíssimo custo em comunicação via internet (que incluem desde “malas-diretas” até a participação em redes sociais ou portais de notícias ligadas ao surf) e os mais estruturais em qualidade de vida e treinamento de colaboradores e parceiros. “Buscamos ter uma empresa o mais saudável possível. Nós estamos investindo muito na melhoria da qualidade de ventilação e em toda a estrutura para que as pessoas tenham mais conforto. A gente também realiza de dois em dois anos uma convenção com os nossos profissionais de venda, com os nossos representantes”, enumera “Pena”. O surfista empreendedor sustenta ainda a necessidade da pesquisa em moda para que
maresia. Os empresários Luiz Henrique Feijó, ‘Maninho’ e Adriano Costa Lima ladeiam o vencedor da etapa de Paracuru do WQS, Heitor Alves
tivo inicial dos fundadores foi alcançado e a empresa se mudou para uma sede própria e definitiva no bairro da Parangaba. A unidade de 12 mil m2 conta, hoje, com tecnologia de ponta e mais de 700 trabalhadores na linha de produção. Em grande parte impulsionada por sua grande capacidade fabril, a Maresia tornou-se a única marca de surfwear cearense com penetração em todos os estados brasileiros (embora tenha, naturalmente, um mercado maior no Norte-Nordeste) e exportações para doze países. “Já incomodamos as marcas ‘gringas’ e estamos presentes nas redes de lojas mais conceituadas do Rio de Janeiro, Rio Grande
do Sul e São Paulo. O produto 100% nacional é também muito bem aceito e desejado na Europa como um todo. Nossas exportações crescem em média 50% por coleção (duas ao ano)”, diz Bernardi. O mix da empresa também é muito variado, apesar de ter a moda surf como carro-chefe. São cerca de 750 itens que vão das sandálias às roupas íntimas, das mochilas aos bonés. Tendo bebido na mesma fonte (ou “dropado” na mesma onda, para usar uma expressão do surf) da Maresia e principalmente da Pena, outra marca de sucesso no surfwear cearense e brasileiro é a Greenish. A empresa é sucessora da oficina de pranchas fundada por “Pena” e, posteriormente, administrada pelos irmãos dele, os surfistas Rubens e Petrônio Tavares, que eram respectivamente shaper (profissional que molda as pranchas) e laminador (quem faz o revestimen-
to de fibra de vidro). Petrônio foi da família de esportistas empreendedores o que mais êxito teve como atleta das ondas, tendo surfado, inclusive, a rara pororoca (onda fluvial que ocorre periodicamente no Maranhão, Pará e Amapá). Chegou a competir profissionalmente por muitos anos e até hoje se mantém em busca de novos conhecimentos sobre o esporte. Nesse sentido, a mais recente viagem do atleta-empreendedor foi ao sul do Peru, realizada no final do ano passado, quando ao lado do irmão e sócio Rubens e de outros dois surfistas amigos participou de uma pesquisa sobre as origens do esporte a partir de antigos povos indígenas peruanos. A experiência acumulada, em competições e em viagens como essa, fez com que ele entrasse em contato cada vez maior com as nuances da cultura surf e com as tendências da moda adotadas por surfistas de todo
a empresa esteja adequada às novidades do mercado. “Nossos profissionais estão viajando pelo mundo todo: Estados Unidos, Europa, São Paulo... Periodicamente essas viagens são feitas para nos atualizarmos. Porque a internet é importante, mas não pode ser a única fonte de pesquisa. Tem feiras importantes
e em cada viagem que se faz trazemos subsídios que ajudam no desenvolvimento de cada coleção”, argumenta. O filósofo, designer de estilo surf e street wear e professor do curso de Design de Moda da Faculdade Marista Católica do Ceará, endossa a preocupação de “Pena” com a necessidade da pesquisa. Ele
lembra que “estamos vivendo em um universo jovem por excelência. A questão do entendimento deste consumidor é hoje considerada a grande vantagem competitiva entre as indústrias. Quanto mais você conhece o seu consumidor mais você tem a condição de acertar estrategicamente o lançamento do seu produto”.
Perfil do consumidor do surfwear
86%
são do sexo masculino
68%
58%
ainda estudam
49%
40%
têm idade entre 18 e 25 anos
85%
A pesquisa DataSurf, a mais abrangente já realizada sobre não fumam o setor, chegou a resultados que definem o perfil dos consumidores do segmento
têm segundo grau completo
63%
trabalham
50%
50%
possuem TV a cabo
têm carro
falam outro idioma e destes, 81% tem como segundo idioma o inglês
Fonte: Instituto Pró-Surf
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS o mundo. Assim, Petrônio e Rubens decidiram se aventurar também pelos mares do surfwear.
Amigos e competidores.
A nova empresa nasceu em 1992 fabricando inicialmente camisetas. “Era setembro daquele ano quando demos entrada no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) do nome e do símbolo Greenish. Éramos eu, a Sandra (minha esposa na época e sócia até hoje), meu irmão Rubens e mais uns cinco colaboradores”, conta Petrônio. A entrada no mercado não alterou a profunda relação de amizade e respeito dos irmãos Petrônio e Rubens com os irmãos “Pena”, Lígia e Brígida, da Pena, a despeito da natural concorrência das duas marcas. “O meu irmão mais velho depois que encerrava o expediente de sua fábrica (que já era bem mais estruturada) cedia tanto o espaço, quanto seus próprios funcionários, para dar uma força à gente, cortando e estampando peças, pois nossa estrutura ainda era muito pequena”, revela com gratidão Petrônio.
A micro-empresa rapidamente se expandiu e teve como maior desafio enfrentar uma crise econômica em 1998. “Tivemos que rever várias coisas e, desde esse tempo, só temos evoluído, com muita persistência e dedicação. Aquele momento difícil nos deixou bem experientes e o foco no negócio faz hoje uma grande diferença, pois não existe mercado à prova de crise.”, afirmou o empresário. Hoje a marca Greenish está em centenas de produtos e representações em vários estados brasileiros, além de ser exportada para o exterior, onde concorre, principalmente, com marcas asiáticas. Mas se engana quem pensa que o surfwear cearense sobrevive apenas dos pioneiros das décadas de 1980 e 1990. Muitos jovens empreendedores de Fortaleza continuam a apostar nesse mercado. Aos quinze anos, Paulo Alves, o “Paulinho” começou a trabalhar na fábrica de roupas íntimas do pai. Depois começou a fabricar, experimentalmente, camisas, que vendia aos amigos. Em 2003, aos dezoito, resolveu sair
Surfwear patrocina o esporte Provavelmente, nenhum esporte está ligado tão diretamente à moda que ele inspira quanto o surfe. Tanto que, principalmente, no Brasil é o mercado surfwear o principal patrocinador das competições e eventos de esportes radicais aquáticos (incluindo kitesurf, windsurf, bodyboarding, entre outros). Muitos atletas dependem diretamente da marca que vestem para viajarem mundo a fora atrás das melhores ondas e prêmios. E não é necessário esperar ser visto por nenhum gigante do mercado para conseguir um patrocínio. Mesmo empresas, relativamente novas utilizam os patrocínios como fonte de divulgação de suas marcas. Um bom exemplo é a Hot Side, que mesmo tendo pouco mais de cinco anos de existência já está por trás de revelações nordestinas do esporte, tais como os surfistas Adriano Santos (de Fortaleza) e Jonathas Correia (de Natal). “Se o surfe não sobreviver a Hot Side deixará de existir. Então, é minha obrigação 38 | Fale!
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devolver para o esporte tudo o que ele me proporciona. Patrocinando atletas e fazendo campeonatos estaremos contribuindo para o surgimento de novas ‘feras’ e para ver quem sabe um cearense sendo campeão no WCT (primeira divisão do surfe mundial)”, diz o empresário Paulo Alves. De igual modo, a Pena também começou a patrocinar atletas desde cedo. “Nós já patrocinávamos alguns atletas, mesmo quando tínhamos apenas a oficina de pranchas. Quando eu fazia um pedido de cinqüenta espumas de poliuretano (matéria-prima das pranchas modernas), geralmente dez já estavam comprometidas com os atletas que a gente patrocinava. Mas o fato de se patrocinar essa turma tinha um retorno muito bacana, porque a imprensa, desde aquele período, sempre foi parceira e cobria os eventos esportivos”, recorda “Pena”. A marca ainda patrocinou, durante muitos anos, www.revistafale.com.br
de casa e trilhar o seu próprio caminho no mercado da moda, apostando no público jovem e esportista, enquanto paralelamente cursava Administração de Empresas. Ainda na informalidade e trabalhando com terceirização a clientela dele foi crescendo. Até que em 2004 decidiu abrir oficialmente a Hot Side Indústria e Comércio de Confeções LTDA. A empresa hoje tem cerca de 70 colaboradores diretos e indiretos e se prepara para disputar o mercado local e nacional com as grandes marcas do segmento. Os cerca de 150 itens de seu mix já atingem até 22 estados, via representantes comerciais. Em entrevista ao site Ceará Surf, o proprietário da Hot Side disse acreditar que a razão principal para a rápida aceitação das marcas cearenses e nordestinas, como um todo, nas demais regiões do país, é o fato de que elas “são 100% nacionais, desde a criação até a fabricação. A maioria das marcas do Sudeste são franquias”, o que dificultaria, a essas últimas, criarem uma maior identidade com o público-alvo. a lenda do surfe feminino cearense, tetracampeã brasileira e única mulher a conseguir uma nota dez no WQS, Tita Tavares. Hoje a Pena patrocina o atual campeão brasileiro, o cearense Messias Félix. O atleta disputa ainda o WQS (a segunda divisão do circuito mundial) e viaja o mundo inteiro levando o nome da marca. No elenco da Pena, aparecem ainda André Silva, Rodrigo Jorge, Heuler Frazão e Saulo Carvalho (campeão pan-americano de surf, categoria júnior, em 1993). Em termos de eventos, o mais recentemente patrocinado pela empresa foi o Pena Pro Noronha, etapa do Circuito Nordestino de Surf Profissional 2010, realizado entre os dias 9 e 11 de fevereiro. A Greenish por sua vez premia anualmente o surfista brasileiro que pegar a maior onda com a respeitável quantia de R$ 25 mil. Os últimos vencedores do Prêmio Greenish Maior Onda (entregue no último dia 6 de fevereiro em cerimônia realizada em Fernando de Noronha) foram os surfistas Alan Rangel e Ademir Calunga que surfaram, com sucesso,
3 bilhões por ano no Brasil, crescendo anualmenEmpresas consolidam marcas e geram empregos te em média 10%. O mais diretos e indiretos com atuação em todo o Brasil interessante é que apenas 13% das pessoas que conDIRETORES ANO EMPREGOS ATUAÇÃO FATURAMENTO/ANO somem os produtos relaNorte, Nordeste, R$ 28 milhões 285 diretos e Raimundo Bernardo 1986 Centro-Oeste, 400 indiretos Neto, Lígia Maria de cionados ao surfe praticam partes do Sul, do Sousa Tavares e Brígida essa modalidade esportiva. Sudeste e alguns Maria de Souza Frazão países da Europa O restante (87%) é apenas Todo o Brasil e Não Informado 700 diretos Luiz Henrique Feijó (o 1986 simpatizante dos valores e mais 12 países “Maninho”) e Adriano da estética associada a ele. Costa Lima Dentro deste mercado, o surfwear é o segmento de maior destaque, devido a A maior parte do R$ 25 milhões 380 diretos Petrônio Tavares e José 1992 Brasil e alguns Rubens Tavares maior diversidade de propaíses da Europa dutos e ao fato de estar ligado apenas de forma 22 estados Não informado 80 diretos Paulo Alves 2004 indireta ao esporte, o que brasileiros e 100 indiretos ajuda a atrair outros públicos, quer seja de atletas de outras modalidades, quer seja de pessoas de hábitos mais sedentários. Essa disputa pelo mercado do ro. Um estudo realizado em 2008, A pesquisa revelou ainda as prefesurfe, em que as marcas cearen- pelo Instituto Toledo & Associados, rências do consumidor desse estilo ses aparecem bem colocadas, é um especializado em pesquisas de mer- de moda. Entre os atletas a maior reflexo da enorme capacidade que cado e opinião pública, apontou procura é por bermudas (69%) e as essa vertente cultural tem de trans- que o esporte e suas manifestações camisetas vêm em segundo lugar. formar um estilo de vida em dinhei- culturais movimentam cerca de R$ Os demais consumidores invertem
O tamanho das empresas
blues. Messias Felix, patrocinado pela Pena a mesma onda (que media 18 pés, aproximadamente 6 metros de altura). Além do prêmio, a empresa patrocina os atletas Thiago de Sousa, Charlie Brown, Gabriel Ribas, Erbeliel Andrade, Daniel Bezerra e Fábio Silva (que já ganhou o ISA Surfing Games, três campeonatos válidos pelo WQS e já integrou a elite do surfe
mundial, o WCT). “Patrociná-los é a grande prioridade da Greenish. Poder mandar essas pessoas para competirem ou fazerem viagens para desbravar ondas remotas, em todo o mundo é muito gratificante. É notória a evolução que esses atletas adquirem como cidadãos”, constata Petrônio. Mas talvez nenhuma marca
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cearense de surfwear tenha tido tantas estrelas nacionais no seu rol de patrocinados e nem promova tantos eventos importantes quanto a Maresia. Entre os surfistas de renome que já receberam patrocínios da marca estão: a própria Tita Tavares, Dunga Neto, Alcione Silva, Claudemir Biba, Joca Júnior, Fábio Silva e Eraldo Gueiros. Hoje compõem o elenco de surfistas Christiano Spirro, Gustavo Fernandes (campeão brasileiro em 2008), Flávio Nakagima, Marco Fernandez, Edvan Silva, e Thiago Makaco (campeão brasileiro de wakeboard em 2002). Quanto às competições, a Maresia patrocina vários circuitos estaduais e regionais, além de etapas de competições nacionais e internacionais, tais como as etapas do WQS, realizadas em Pernambuco e no Ceará. No estado natal, a empresa patrocina ainda o campeonato cearense universitário de surf. Em dezembro do ano passado, a Maresia rompeu as ondas que separam o Brasil de Portugal e patrocinou o campeonato nacional daquele país europeu. n
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS
linha do tempo
o negócio do surf
1957. O poliuretano é introduzido na fabricação das pranchas, o que reduz acentuadamente o peso e o tamanho das mesmas. No Brasil essa tecnologia demoraria a chegar. 1959. Hollywood entra em cena com o filme Gidget é lançado e leva a nova geração para o mundo do surfe.Surge o primeiro “shaper” brasileiro, o marceneiro carioca Moacyr. No finalzinho da década surge um novo gênero musical associado à cultura do surfe: a surf music. O grupo Beach Boys é um dos ícones desse novo gênero. 1963. Os irmãos Beltrão, prevendo a futura explosão do surfe no Brasil, abrem a primeira oficina para construção e reforma de pranchas que se tem notícia. 1964. Ao verem o australiano Peter Troy pegar onda e fazer diversas manobras com uma prancha de fibra na praia do Arpoador - RJ, os jovens surfistas brasileiros da época começaram a importar pranchas de fibra da Califórnia. É lançada a primeira revista de surfe, originalmente chamada de “The Surfer”. 1968. O americano Mike Doyle recebe U$ 1OO,OOO de premiação, a primeira em um campeonato de surfe. Surge o primeiro fabricante de blocos de poliuretano no Brasil: a São Conrado Surfboards. Surfistas dos anos 60 e 70 fabricam bermudas, camisetas e cordinhas. Eles criam toda uma base para uma indústria de surfwear e pranchas que hoje movimenta 40 | Fale!
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milhões de reais no Brasil. 1971. Acontece o primeiro festival brasileiro de surfe em Ubatuba – SP, com ajuda de patrocinadores. 1975. No festival surge pela primeira vez uma equipe de surfistas patrocinados por uma loja. Essa equipe se beneficiou com estadia, alimentação e até parafina, algo totalmente incomum para a época no Brasil. Surgem três fabricantes de pranchas em São Paulo: Glaspac, Induma e Surf Champion. Dá-se início ao surftrip. Surge a primeira fábrica de roupas especiais para a prática do surfe no Brasil: a Mormaii. 1977. Abre a primeira indústria de surfwear nacional: a Lightning Bolt. Criada a primeira revista nacional do segmento: a Brasil Surf - um marco na história do jornalismo especializado em surfe. 1982. Abre a primeira “surf shop” do Brasil; a Star Point. A indústria de surfwear era basicamente de produtos como calções e t-shirts. 1983. Surge a ASP (Association of Surfing Professionals) que substitui a IPS. A associação previa uma estratégia de marketing mais comercial para o circuito, aumentando o número de etapas e prêmios distribuídos aos atletas. A Volkswagen lança uma linha de carros planejada para o público jovem: o Passat Surf. Ainda neste ano houve a ascensão das confecções de moda surfwear. O surf conquista um pessoal diferente: as classes A e B simpatizam com www.revistafale.com.br
a imagem saudável e o ideal de liberdade. Consomem o surf como idéia, mas na maioria das vezes nem praticam o esporte. No fim da década são vendidos em média 800 mil peças por mês ligadas ao surfwear no Brasil. Década de 1990. Os surfistas estão em todo canto do país: Minas Gerais, Mato Grosso, Acre e assim por diante. Surgem também os free-surfers patrocinados. Um novo “boom” da surf music com a trilha sonora do filme “Pulp Fiction” ajuda a alavancar o esporte. Durante a década de 90 finalmente é consolidada a moda surfwear no Brasil. Marcas como Billabong passam a investir na produção de artigos para outros esportes como skate e snowboard. Década de 2000. Ocorre uma grande diversificação de marcas e produtos. O mercado de surfe oferece mais acessórios como óculos de sol, relógios, sapatos, calças, sandálias e mochilas. As vendas pela internet ajudam a aumentar o impacto na indústria do surfe. O esporte ganha maior cobertura nas Tvs, jornais e grandes portais de notícias. Grandes marcas como Quiksilver e Billabong estão introduzidas na Bolsa de Valores. Em 2008 o instituto de pesquisas Toledo & Associados realiza uma pesquisa que acusa que 87% do total de consumidores do mercado são simpatizantes, e apenas 13% são realmente atletas. Fonte: Portal Surfe como Negócio
essa tendência: 45% compram mais camisetas que bermudas. A média anual de gastos também evidencia as diferenças entre os dois subgrupos de público-alvo. Enquanto os surfistas gastam em média R$ 1.200,00 por ano, os não-surfistas gastam aproximadamente R$ 700,00 com surfwear.
Share global.
O segmento no Brasil está crescendo em ritmo mais lento que em outros países, segundo o economista Renato Gugliucci. Mas é bastante significativo em termos de participação global. O estudo mais recente publicado pela Surf Industry Manufacturers Association (SIMA, sigla inglesa para “Associação das Indústrias de Negócios em Surfe”) mostrou que esse mercado do surfe movimentou em 2006 o equivalente a R$ 14,58 bilhões, contra R$ 12,15 bilhões em 2004, um crescimento de 14,5%, em dois anos. Isso significa dizer que caso o mercado mundial tenha
À prova d’água. E de crises?
Nem a crise econômica mundial abalou a confiança do setor ou o impediu de crescer. Para Petrônio Tavares, da Greenish, “o Brasil passou meio ileso à crise e para gente não foi diferente. Para 2010 é continuar trabalhando no que eu chamo de “luta diária”. Acho que a marca está num momento bem favorável para ter uma participação maior no mercado nacional e é legal estar vivendo esse momento, consciente do trabalho que realizamos, sempre vendo em longo prazo”. “Pena” reconhece que o ano de 2009 trouxe dificuldades, mas que mesmo assim a empresa conseguiu crescer cerca de 15%.“Para nós isso foi mais que satisfatório.Em 2010 nós estamos ampliando uma área da empresa que iniciamos no ano passado já visualizando esse novo ano. Estamos acreditando e trabalhando para fazer desse ano bem positivo, principalmente, em eventos como o carnaval, a Semana
crescido nos dois anos seguintes à mesma taxa, o Brasil teve, em 2008, uma participação (market share) de quase 18%. Mesmo assim Gugliucci acredita que no país “as atividades do setor ainda são muito tímidas, porém, temos de levar em conta outras variáveis que também impactam no setor e tais variáveis fazem com que o mercado de surfe cresça de forma mais lenta do que em outras partes do mundo; mas sem sombra de dúvida tem grande potencial de crescimento”. Esse potencial está evidenciado no número de praticantes e simpatizantes do esporte no Brasil e no mundo. No Brasil são 2,5 milhões de surfistas (entre profissionais e amadores) e 16,7 milhões de simpatizantes. Entre os homens, o esporte só perde em números para o futebol. Em todo o mundo esse número sobe para 30 milhões de atletas e 600 milhões de pessoas ligadas ao universo cultural do surfe. Os dados são do Instituto Pró-Surf. n Santa, a Copa do Mundo, o Dia dos Namorados (que é uma data fantástica, o nosso segundo Natal) e as eleições, que vão dar uma injeção no mercado”, projeta. Para Daniel Bernardi, gerente de marketing da Maresia, os principais efeitos da crise nesse mercado foram sentidos no primeiro semestre e se concentraram nas regiões Sul e Sudeste. Contudo ele acredita que até esse cenário serviu de oportunidade para a marca avançar. “Com os rumores da crise o cliente final preferiu comprar duas camisetas por R$ 100,00 a comprar uma marca ‘gringa’ de R$ 90,00”, avaliou. Para 2010, ele deseja aumentar o market share da marca e ter bons resultados com os atletas patrocinados. Na Hot Side, o empresário Paulo Alves quer aproveitar o ano para “investir cada vez mais no esporte, patrocinar muitos eventos e fixar cada vez mais a marca na mente dos consumidores. Queremos abranger outros estados do Brasil também, mas um passo de cada vez. Devagar a gente chega lá”. www.revistafale.com.br
10 razões para o Brasil ser o número um do mercado surfwear
1. São 8 mil km de praias, o maior
litoral do mundo propício à prática do esporte!
2. 70% da população vive a menos de 100 km do litoral. 3. Há uma explosão no número
de mulheres praticantes. O Brasil é hoje o único país do mundo que conta com um circuito de competições exclusivamente feminino.
4.
É bem provável que o surfe vire esporte olímpico e que contagie ainda mais as pessoas, principalmente se isso acontecer até os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.
5. Nos últimos anos houve um
aumento significativo de escolinhas de surfe, introduzindo o esporte para novos surfistas de todas as idades e de ambos os sexos.
6. No Brasil o surfe é um grande
instrumento de inclusão social. São mais de 2 milhões de praticantes. Numa comunidade muito pobre como a Rocinha, no Rio de Janeiro, são 350.
7.
Temos surf shops em regiões como o cerrado, onde nem a falta de mar impediu que a percepção do esporte se estabelecesse entre os jovens.
8. Envolve direta e indiretamente mais de 180.000 pessoas, com três mil empresas atuando (entre surfwear e fábricas de prancha) e mais de 18 mil pontos de venda espalhados por todo país.
9. Os segmentos surfwear, street
wear e moda praia representam 10% da indústria têxtil nacional segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e Confecção.
10. O surf não é só um esporte,
tem um modo original de olhar a vida, de raízes e tradições antigas, que se estende a modernidade, com sua moda irreverente, música e imprensa própria. fevereiro de 2010 | Fale
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS
O novo sotaque da Kaiser
Quem acompanhou nas décadas de 1980 a 1990 as campanhas publicitárias de cerveja deve lembrar sem dificuldades do personagem “Baixinho da Kaiser” e do slogam “Kaiser, uma grande cerveja!”. Pois, o grupo cervejeiro que sofreu com o nascimento do “império” AB InBev, agora faz parte de outra gigante do mercado de cervejas. Com a compra do grupo Femsa, controlador das Cervejarias Kaiser Brasil desde 2006, pela holandesa Heineken, a “grande cerveja” se prepara para incomodar os líderes no Ceará e no Brasil Por Adriano Queiroz
N
um intervalo pouco menor que dois meses os consumidores cearenses de cerveja acompanharam três importantes acontecimentos envolvendo a tradicional marca Kaiser. O primeiro em escala nacional, o segundo em escala regional e o terceiro em escala internacional. No dia 1º de dezembro do ano passado, depois de uma participação discreta no mercado publicitário ao longo de quase uma década, a Kaiser exibiu um novo anúncio comercial de TV que abalou a concorrência. A campanha estrelada pelo ator global Humberto Martins e assinada pela agência Fischer Fala! mostra o resultado de um teste cego promovido pelo Instituto DataFolha e auditado pela Ernst & Young. Dez dias depois, como parte da estratégia de disputa pelo mercado cervejeiro a Femsa Brasil inaugurou no município cearense de Pacatuba a ampliação de sua unidade de produção no www.revistafale.com.br
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS Norte-Nordeste. Já no dia 11 de janeiro foi a vez de um evento ainda mais importante que os dois anteriores: um novo acionista assumiu o comando do grupo. Mais que a mudança em si, o grande diferencial é que o novo controlador da Kaiser é um gigante do mercado mundial de cervejas: a Heineken, o terceiro maior grupo em volume de produção. A expectativa do novo gigante cervejeiro é chegar ao final desta década a 35% de participação no mercado do Norte e do Nordeste. A multinacional holandesa Heineken fundada em 1864, em Amsterdã, controla 115 cervejarias em 65 países, assumiu o comando do Fomento Económico Mexicano – Femsa, a partir de uma transação de ações no valor de US$ 7,7 bilhões. No novo Heineken Group, a Femsa terá 20% do controle acionário, enquanto a Heineken NV e a Heineken Group terão juntas 27,4% das ações. Na nova empresa, os mexicanos terão o direito de indicar um membro para o conselho de diretores. Embora a Femsa seja o maior engarrafador de cervejas e refrigerantes da América Latina, seus grandes mercados são o México e o Brasil. Foi exatamente de olho nos lucrativos mercados mexicano e brasileiro que a Heineken decidiu apostar.
publicitária sacudiu o mercado. A concorrência, mesmo com mais participação no mercado, ficou incomodada com a comparação feita no novo comercial de Kaiser e algumas empresas chegaram a questionálo judicialmente, sem sucesso. Isso porque “a grande cerveja”, que há alguns anos tenta emplacar o novo slogan “Essa é gostosa”, aparece em pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa DataFolha e pela não menos respeitada empresa de auditoria Ernst & Young como a preferida do consumidor. A metodologia foi o teste cego, ou “blind monádico sequencial” em linguagem técnica, quando o consumidor de olhos vendados
No comunicado oficial que anunciou a mega-compra a Heineken deixou bem claro o interesse em “construir valor no Brasil, o segundo mercado mais lucrativo em cerveja do mundo”. As duas empresas, no entanto, já eram parceiras comerciais há alguns anos, tanto que a Femsa era a engarrafadora da marca Heineken no Brasil. Além da Heineken e da Kaiser, a filial brasileira da cervejaria mexicana, hoje holan-
Teste cego
Ranking de aprovação das principais marcas de cerveja fontes: datafolha e Ernst & Young
desa, já tinha em seu portfólio as marcas Summer Draft, Bavaria, Xingu, Sol e Dos Equis, essa última importada diretamente do México. O momento da transação não poderia ser melhor para a marca Kaiser. Embora com discreta participação de 4% no mercado brasileiro – no Nordeste esse número melhora bastante e chega a 25% em alguns estados – a nova campanha cervejaria. Cid Gomes e Paulo Macedo descerram a placa da nova Femsa sob as vistas de Antonio Balhmann da Adece
Kaiser
Skol
Brahma Antarctica
20,1% 19,8% 19,7% 19,4% 44 | Fale!
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Nova Schin
18,6%
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experimenta duas cervejas para avaliar a melhor. As cinco marcas mais tradicionais – Antarctica, Brahma, Skol, Nova Schin e a própria Kaiser foram comparadas umas com as outras por 2500 consumidores, entre homens e mulheres, de 21 a 54 anos, pertencentes às classes A, B, C e D e que tivessem ingerido cerveja clara, classificada como Pilsen, ao menos uma vez nos 30 dias que antecederam a pesquisa. O público-alvo do teste cego foram consumidores de Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Os resultados
Um garoto-propaganda que marcou época José Valien Royo, que imortalizou o “baixinho da Kaiser”, se tornou garotopropaganda da marca por acaso. Ele era, na verdade, motorista da produtora Nova Filmes, do diretor Cláudio Meyer, que o
chamou para completar um casting piloto. A dupla de criação José Zaragoza e Neil Ferreira achou o desempenho de Royo engraçado, e um tanto atrapalhado, e resolveu mantê-lo como protagonista do comercial com o qual a DPZ ganhou a conta, em 1986. Na época, o desafio da agência não era pequeno. A novata Kaiser, lançada três anos antes pelos engarrafadores brasileiros de Coca-Cola, precisava enfrentar as então gigantes Brahma e Antarctica. O slogan “A Kaiser é uma grande cerveja, ninguém pode negar”,
embalado ao ritmo da tradicional canção “Jolly Good Fellow”, contribuiu para a empatia popular imediata da campanha. Pouco mais de dez anos depois, no fim da década de 90, a Kaiser já respondia por mais de 15% do mercado brasileiro de cervejas, tendo, inclusive, ultrapassado a secular Antarctica. Royo jamais conseguiu se desvincular do personagem que o celebrizou nos 16 anos em que esteve no ar, tanto que em 2005 estreou como Zé da Colônia, garoto-propaganda da cervejaria Colônia, mesmo assim continua — e, pelo visto, continuará sempre — sendo conhecido como o Baixinho da Kaiser. Fonte: Portal da Propaganda
Parceria. Paulo Macedo, diretor de Relações Externas da Femsa Mercosul, Messao Sasaki Gazzi, coordenadora do Senac, Miguel Peirano, presidente da Femsa Mercosul e Felicidade Pereira, coordenadora do programa Renda Cidadã são parceiros no projeto Ação Jovem do Governo de São Paulo podem ser vistos no gráfico ao lado. Assim, como o próprio comercial deixou claro, os resultados indicaram, na prática, um empate técnico. Além da apresentação dos números da pesquisa em si, o comercial mostrou a reação de surpresa de algumas das pessoas que realizaram o teste cego ao constatarem que haviam aprovado como melhor a Kaiser.
A realização exitosa do teste levou os controladores da Kaiser a traçarem uma meta ambiciosa, pelo menos para o Norte-Nordeste: chegar a 35% de participação no mercado dessas regiões até o fim da década. Para o diretor de relações externas da Femsa Mercosul, Paulo Macedo, a partir da campanha “aqueles que não eram consumidores da marwww.revistafale.com.br
ca Kaiser, começaram a consumir pelo menos para experimentar. E quando experimentam acabam não trocando mais. Tentamos tirar um pouco do preconceito que as pessoas tinham em relação à marca com a degustação. Em função disso tudo o que nós queremos é realmente crescer num movimento bastante acelerado, capitaneados pelo Nordeste e fevereiro de 2010 | Fale
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS regionalmente pelo Ceará”.
Olho no Nordeste. Os executi-
vos da Femsa parecem mesmo dispostos a mirar no mercado nordestino. É bem verdade que ainda não é certo se a estratégia se manterá com o controle acionário da Heineken. Mas a julgar pelo que já existe de concreto na região não seria sensato desperdiçar o potencial consumidor local da Kaiser e de outras cervejas do novo grupo. A ampliação da fábrica de Pacatuba, cuja produção atende, pelo menos, a dez estados das regiões Norte e Nordeste, elevou a capacidade produtiva para 90 mil latas por hora. Isso mais que quadruplicou a capacidade produtiva anterior, de 20 mil latas por hora. Na região coberta pela unidade fabril cearense são nada menos que 115 mil pontos de venda atendidos. Desde 1997, quando chegou àquele município da Região Metropolitana de Fortaleza, a Kaiser/Femsa já produziu mais de 1 bilhão de litros de cerveja e gerou mais de R$ 700 milhões em impostos, descontados os incentivos fiscais que recebeu do governo estadual quando da sua instalação. De acordo com Macedo, os principais motivos para apostar no mercado cearense são “a renda disponível e a temperatura, o que faz com que o consumo interno do Ceará o coloque como um dos estados líderes em termos de crescimento”. Para as autoridades estaduais cearenses que estiveram presentes à inauguração da ampliação da fábrica da Kaiser/Femsa, além do público potencial, razões econômicas e de infra-estrutura também influenciaram positivamente para que o grupo decidisse investir R$ 34 milhões na unidade de Pacatuba. O presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará – Adece, Antônio Balhman, acredita que “a Femsa veio para cá, evitando alternativas em estados no Norte e no Nordeste, porque no Ceará o capital privado tem toda condição de ser remunerado adequadamente e dar ao investidor as garantias e a tranquilidade de que ele precisa”. O governador Cid Gomes lembrou que “ao contrário do que acontecia antes no Ceará, nós temos agora o exemplo de um empreendimento que teve incentivo, com46 | Fale!
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Sempre ‘estupidamente gelada’ A bebida mais consumida no Brasil passou por uma longa trajetória até se tornar parte da cultura e do dia-a-dia dos brasileiros. Ainda hoje, a cerveja no Brasil encontra-se em plena transformação, seguindo os hábitos dos consumidores que mudam com o passar dos anos. Recente no gosto dos brasileiros – e brasileiras – a cerveja é consumida há muito, desde o Egito Antigo e Mesopotâmia. Só com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, que começa a história da cerveja no País, com influências da cerveja alemã, principalmente. A partir da metade do século passado, porém, a bebida se popularizou de forma crescente. Como tudo que chega ao Brasil, o produto adquiriu os traços característicos dessa terra de hábitos e geografia bem diferentes da Europa. A cerveja brasileira é mais leve, refrescante, menos encorpada e com teor alcoólico reduzido, se comparada à européia, aproximando-se do estilo norte-americano de cerveja. Até na embalagem a bebida é diferenciada, haja vista que o Brasil é o maior produtor de garrafas retornáveis de cerveja no mundo. No começo dos anos 70, já com o objetivo de tornar as embalagens mais práticas e fáceis, a Skol lança a bebida em lata, seguida pelos outros tipos de cerveja, com, posteriormente, garrafas de plástico. A bebida guiavase pelas transformações na sociedade brasileira, e o que queriam seus consumidores. Seguindo as tendências de vida saudável, a Brahma lançou, dez anos depois, a primeira cerveja light no Brasil. Nos anos 90, a cerveja sem álcool surge com a Antarctica, procurando atender as demandas de um nicho diferenciado de consumidores. Com embalagens de todos os tipos, atendendo as mais variadas necessidades, o mercado da cerveja no Brasil atualmente busca fazer uma aproximação da bebida com a gastronomia, inspirando clubes de degustação da cerva. O consumo de cerveja mais sofisticado, enraizando-o na cultura gastronômica, é o objetivo das empresas fabricantes. O crescimento em consumo e fabricação das cervejas especiais, principalmente, mostra o esforço feito para fazer da cerveja a bebida ideal dos brasileiros, das ocasiões mais informais às mais solenes. n pletou dez anos e está é ampliando a sua capacidade de produção. Aliás, o setor de bebidas, que é todo incentivado, tem sido um dos que mais tem contribuído para a nossa geração de receitas”. Com grandes investimenwww.revistafale.com.br
tos em infra-estrutura, marketing e com o reforço da Heineken, é esperar para ver se os consumidores brasileiros e cearenses poderão dizer em bom holandês: “De Kaiser is een geweldig bier”. n
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ECONOMIA & NEG Ó CIOS
A cara nova do REAL
Corrente no Brasil desde 1994, o Real já sofreu algumas modificações, mas a última atualização do design de suas cédulas foi a mais significativa. Em um processo gradual, até 2012 todas as notas com o novo layout estarão em circulação. Segurança, acessibilidade e “internacionalização” foram as motivações para a implantação do projeto Por Cinara Sá
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o início do mês, o Governo lançou as no-
vas cédulas de Real. Os modelos apresentados têm imagens impressas em melhor qualidade para melhorar a visibilidade, as notas têm tamanhos diferenciados para ajudar no reconhecimento e diferenciação por portadores de deficiência visual - as marcas em relevo foram aprimoradas - e foram elaborados com recursos gráficos mais sofisticados com o intuito de dificultar as falsificações.
O uso de notas com dimensões diferentes existe em grande parte dos paí-
ses e, no Brasil, chegou a ser adotado na época do Cruzeiro. Em relação à segurança, as mudanças foram impulsionadas devido à popularização das tecnologias digitais que aponta para mais casos de falsificações. O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, destacou essa demanda. “A tecnologia de segurança evolui, como também evoluem os mecanismos de tentativa de imitação. Todos os países estão trabalhando por uma modernização tecnológica de suas moedas”, disse. A marca d’água, o registro coincidente e a imagem latente, já utilizados, foram redesenhados para dificultar as reproduções e facilitar a verificação pela população. Agora, todo animal das cédulas será a marca d’água, como já acontece nas notas de 2 e 5 reais e as notas de 50 e 100 reais ganharam a faixa holográfica já presente
NOVO LAYOUT. Os modelos lançados vão facilitar o manuseio dos deficientes visuais e apresentam elementos de segurança mais modernos. A semelhança com o euro, por exemplo, indica uma padronização internacional motivada pelo fortalecimento da moeda brasileira. Foram investidos R$ 400 milhões na modernização dos equipamentos da Casa da Moeda. bREVE hISTÓRICO. O Real foi lançado no governo de Itamar Franco, em 1994, através do Plano Real, um programa de estabilização econômica idealizado, elaborado e executado por vários economistas sob a liderança do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. O objetivo principal do projeto era combater a inflação em um processo que se deu em três 48 | Fale!
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na de 20. Além da maior acessibilidade e segurança, a vida útil das cédulas de menor valor aumentará cerca de 30%, que duram em média um ano. Em meio as mudanças, permanecerão algumas características do modelo atual: a cor predominante será mantida; os temas da República - nos anversos — e dos animais da fauna brasileira — nos reversos - não foram tirados para não causar tanto impacto visual, mas as imagens passaram a ter orientação horizontal para destacar os elementos de segurança; as cédulas serão impressas no já utilizado papel fiduciário e serão mantidos os valores em circulação. Até junho deste ano começarão a circular apenas as notas de 50 e 100 reais por serem as mais falsificadas. As de 10 e 20 reais serão lançadas no primeiro semestre de 2011 e as de 2 e 5 reais, um ano depois. A modificação será feita gradualmente através dos bancos comerciais, dos caixas automáticos e da rede de comércio, não sendo necessário trocar as cédulas antigas, que continuarão valendo até saírem de circulação naturalmente. Segundo o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, por conta do fortalecimento da economia brasileira, a nossa moeda precisa se preparar para o uso internacional. “Hoje o real é uma moeda forte. Às vezes, alguns empresários reclamam que a moeda é tão forte, valorizada, mas a vida é assim. Temos de nos preparar para que o real seja uma moeda de curso internacional. Hoje é uma moeda de curso mais limitado.”, afirmou. O Banco Central e a Casa da Moeda do Brasil (CMB), em parceria, já vinham trabalhando nesse projeto desde 2003 e até o final de 2010 serão concluídos os testes e a instalação dos novos equipamentos de impressão, adquiridos no ano passado. Por conta das mudanças no processo e da modernização do parque fabril da CMB, o custo da produção das cédulas aumentará cerca de 28%, o que a equipará, segundo o BC, às empresas mais modernas de impressão de segurança. Em três anos, a substituição da nova família do real custará ao contribuinte cerca de R$ 1,15 bilhão, segundo João Sidney Filho, chefe do Departamento de Meio Circulante do Banco Central. Até então, o BC pagava
em torno de R$ 170 por milheiro de cédula à CMB, mas com as mudanças esse valor passará para cerca de R$ 200. Não é a primeira vez que as notas de Real recebem um upgrade. Em 1997, por conta do fortalecimento da moeda e consequente interesse em falsificações, as de 1, 5 e 10 reais começaram a circular com pequenas alterações para uma maior confiabilidade nas notas e economia na produção. O processo de substituição foi gradual como será o desse ano. Na época, a marca d’água deixou de ser a efígie da República passando a ser a bandeira nacional, e o papel ficou mais fino. Nas notas de 1 e 5 o fio de segurança foi suprimido e somente a primeira teve sua imagem do reverso (um beija-flor) mais lisa. Em 2003, a cédula de 1 real sofreu novas modificações, recebendo a legenda “República Federativa do Brasil”, a barra de relevo para auxiliar deficientes visuais começou a ser impressa em papel mais grosso para garantir maior durabilidade e a cor verde foi escurecida, entre outras pequenas mudanças. n
etapas. Na primeira, a medida era equilibrar as contas públicas, na segunda era manter o poder de compra da massa salarial, e na terceira foi lançado o Real. Durante os anos posteriores, foram feitas várias reformas estruturais e de gestão para dar suporte econômico ao plano, como as privatizações e a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal. O real controlou a inflação, e ainda aumentou o poder de compra da população. As cédulas antigas apresentam tamanhos iguais, 14 x 6,5 cm. Agora, cada nota possui medidas diferentes, que aumentam de acordo com valor. A seguir, as novas dimensões. 2 reais 12,1cm x 6,5cm 5 reais 12,8cm x 6,5cm 10 reais 13,5cm x 6,5cm 20 reais 14,2cm x 6,5cm 50 reais 14,9cm x 7,0cm 100 reais 15,6cm x 7,0cm www.revistafale.com.br
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História
PÉ NA ESTRADA De Fortaleza a São Paulo em 7 milhões de passos Você teria coragem de sair, hoje, de Fortaleza para São Paulo a pé? E contando os passos? Pois foi exatamente o que três cearenses fizeram. Só que há quase cem anos. A temerosa excursão, mais audaciosa e, talvez, a maior até hoje realizada no Brasil, registrou 7.207.335 passos em 183 dias, 17 horas e 24 minutos de caminhada. Mais de 860 léguas a pé pelo interior do Brasil, enfrentando cangaceiros, frio, fome e animais selvagens Por Wilson Ibiapina, de Brasília “Esses pés cansados, familiarizados com muitas viagens, são pés de violeiros, pés de cantadores, pés de companheiros.”
A
Márcia Peltier de Queiroz proeza de três jovens escoteiros cearenses — José Limaverde, Artur Batista Nepomuceno e Manoel Bastos de Oliveira, foi narrada num livro, escrito em São Paulo em 1925, por um dos escoteiros da aventura. Batista Neponuceno conta no livro que eles foram o que podemos chamar de os pés de araras antecessores dos paus-de-araras.
José Limaverde, radialista famoso no Ceará. Ficou conhecido pelos seus programas na Ceará Rádio Clube. Um deles, “Coisas que o tempo levou” foi líder em audiência. Depois, por ser pai de dois radialistas, que até hoje estão em evidência. Narcélio Limaverde e Paulo Limaverde. Narcélio foi quem contou a aventura vivida pelo pai dele. Corria o ano de 1923, José Limaverde, com 23 anos de idade, teve notícia de alguns corajosos raids de escotismo de outros Estados. Ele e mais dois colegas decidiram partir para uma grande aventura. José Limaverde julgava que era dever dos cearenses mostrar de que fibra são feitos. No mesmo ano começa a crescer 50 | Fale!
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no Ceará o escotismo. Fazia um ano que fora fundada no Ceará a Associação Estadual dos Escoteiros Cearenses, filiada à Associação Brasileira de Escotismo, com sede em São Paulo. O Presidente da entidade, em Fortaleza, era o professor Lourenço Filho e o vice, o senador Menezes Pimentel. Limaverde acabara de fazer um concurso para o Banco do Brasil quando a idéia da viagem colocouo frente a frente com o professor Lourenço Filho. Ir a São Paulo a pé. Uma loucura. Lourenço Filho ao sentir a decisão dos garotos só teve que pedir que, pelo menos, se preparassem, estudassem com detalhes o itinerário a fazer. Recomendou que fossem submetidos a exame médico www.revistafale.com.br
e verificassem as possibilidades econômicas da excursão. Aprovado com distinção no concurso do Banco do Brasil, Limaverde foi chamado para assumir o cobiçado emprego. A viagem ou o trabalho? A dúvida aumentava quando os amigos faziam os mais tristes e desencorajadores comentários: “Vocês vão morrer no caminho”, “Por que não vão plantar algodão que dá mais dinheiro?” e “Só doido pra entrar numa aventura dessa. Cuidado com as onças”. Os três escoteiros já estavam decididos e prontos. José Limaverde, para a angústia da família, trocou a carreira de bancário pela caminhada rumo a São Paulo.
Primeiros Passos.
Na manhã do dia 02 de dezembro de 1923 era grande o número de pessoas em frente ao prédio da Phênix Caixeiral, na praça José de Alencar, que na época se chamava Marquês de Herval. Parentes, amigos, autoridades, curiosos. Os três escoteiros de uniforme, chapéu alto, lenço no pescoço, sacolas, cantil. Em meio a uma rápida cerimônia, partiram rumo a São Paulo. Quando chegaram a Parangaba, pararam para um descanso de meiahora. Tinham dado 11.058 passos. A meta era andar, no primeiro dia, 35 quilômetros e assim caminharam. O sol, a sede, os pés ameaçando protestar. Problemas que teriam que administrar nos próximos 183 dias. No livro “Oitocentas léguas a pé”, Artur Nepomuceno descreve as razões que os levaram a empreender o raid: “nessa penosa travessia, aprendemos muito e, sobretudo, aprendemos a sofrer por uma idéia”. Na bagagem levavam também cartas de recomendação para as prefeituras compreendidas no itinerário. O Presidente do Ceará, Ildefonso Albano, mandou uma saudação do Estado ao Presidente da República. Em todas as cidades cearenses os três escoteiros foram recebidos com festa. De Baturité para Quixadá foram acompanhados pelos escoteiros locais, João Castelar Montenegro e João Cordeiro Sobrinho, que deram provas de gentileza e de resistência física. O curioso é que os viajantes não computaram os passos que deram
DO CEARÁ A SÃO PAULO, A PÉ
Réplica do mapa desenhado pelos escoteiros que mostra o caminho percorrido entre 1923 e 1924
Fortaleza Baturité Rio Grande Quixadá Quixeramobim do Norte Senador Pompeu
ará
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Iguatu
Cajazeiras
João Pessoa
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Recife
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Pernambuco
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Maceió Traipu Piranhas Propriá Capela Maruim Se rg Aracajú ipe São Cristóvão Itabaianinha ??? Bahia Entre Rios Alagoinhas Catu Santo Amaro Mata de São João Cachoeira Abrantes Conceição do Almeida São Salvador Santo Antonio de Jesus Félix Amargosa Maracás Jatobá
Oceano Atlântico
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Lavras da Mangabeira
Natal
Ituaçu Bom Jesus da Serra
Tremedal
Rio do Prado
Grão Mogol
Campinas
São João das Barreiras
Diamantina Curralinho Curvelo
Espirito Santo
Minas Novas
Sete Lagoas s i Belo Horizonte a r e G Minas Ouro Preto Queluz Juiz de Barbacena Fora Rio de
Janeiro
Paraíba do Sul Petrópolis Barra do Piraí Niterói Resende Rio de Janeiro Queluz Barra Mansa Pindamonhangaba lo São Pau Jacareí Caçapava Mogi das Cruzes São Paulo Santos
Vitória
nas cidades ou nos momentos em que passaram em fazendas. Só valeu quando estavam na estrada. O clima impiedoso, a água e a comida nem sempre de boa qualidade, o peso que carregavam, tudo era embaraçoso. Atravessar sertões, quase desertos. A própria monotonia da paisagem acabrunhava o pequeno grupo. Depois de 21 dias deixaram o Ceará. Foram 792.493 passos, cerca de 40 mil passos por dia. Foi na Paraíba que encontram o poeta popular Zé Café: — Moço me perdoe, mas me arresponda uma coisa: esta viagem de vosmiceis é promessa ou é castigo? — Não senhor. É uma viagem de estudos. E foi depois do diálogo que Francisco José Café, de viola em punho, cantou. “Eu quero partir, mais num parto. Quero ficar mais não fico. Agora me assartifico: nem parto, nem vou, nem fico”. Os três escoteiros cearenses caminhavam desalentados pela fome e impacientes com o sofrimento. Muitas vezes galgaram os altos penhasco procurando descobrir na imensidão dos campos um pequeno rancho onde pudessem repousar. Era o deserto. Tinham como refeição pedaços de rapadura com farinha. Quando encontravam uma fazenda é que conseguiam se restabelecer. E depois de nove dias deixavam a Paraíba. 316465 passos. 35 mil por dia. Mas foi a partir de Pernambuco que a caminhada tomou rumo de grande aventura. No dia 18 de janeiro, em pleno sertão pernambucano, foram avisados por uma senhora que na travessia do Estado iriam topar com o “bandoleiro” Lampião, que havendo assumido, recentemente, a chefia de um grupo de “cabras” vinha cometendo as maiores barbaridades que se podia imaginar. E estavam na rota dos cangaceiros. Vieram as advertências para que usassem de toda prudência: tirem do pescoço os lenços de escoteiros e as polainas. E explicaram: o lenço vermelho é de alta significação e as polainas só são usadas pelos oficiais de polícia. Precavidos, seguiram em frente, mas não demorou a aparecer nova surpresa. Um bando armado, chefiado por Clementino José Feitosa, lá estava aquartelado para combater Lampião. Abordado pelo bando, com muita dificuldade e depois de muita conversa, conseguiram se passar por engenheiros que andavam medindo terras. Depois de ouvir muitas histórias de brigas e mortes conseguiram alimento e pousada. No dia seguinte ainda viajaram léguas sob a proteção dos “cabras” de José Feitosa. Mas não foram só os cangaceiros que cruzaram o caminho dos escoteiros. Não foram poucas às vezes que se depararam com pessoas doentes e miseráveis ou fugitivos da lei. A maioria rumo a Juazeiro do Norte. Num dia de muita sede foram encontrar a casa de uma velha, dona
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história Maria Vilela. Próximo à casa, abrigada à sombra, uma família do Sul de Alagoas. A pobreza e o desconforto da família chamavam atenção. Crianças doentes, um velho, uma mulher esquálida iam pagar promessas em Juazeiro do Padre Cícero Romão. O pedômetro marcou 32.811 passos em Pernambuco, dados em nove dias de marcha. Horas de fome e desespero. Foi em Alagoas que viveram uma das piores etapas da viagem. Ao entrar no Estado foram dar na cidade de Pedras, exemplo vivo do que pode ser feito no sertão. Ali o cearense Delmiro Gouveia implantou a primeira fábrica de linhas do País. Cinco mil operários movimentavam a fábrica que dava vida à cidade. Os escoteiros encontraram em Pedras um cinema, duas farmácias, três escolas, quadras de esportes e um povo feliz. De lá seguiram para Piranhas e Pão de Açúcar, seguiram o “tráfego” orientado pela linha do telégrafo. Não havia estradas, por ali toda viagem só se fazia de barco pelo Rio São Francisco. Como o compromisso era andar não quiseram ir embarcados. Foi cruel.
Desespero. Depois de três dias de
caminhada, e já quase sem esperanças de novos horizontes, empregaram os últimos esforços e subiram o monte Albuim. Lançaram um olhar devorador e faminto às colinas e várzeas. E mais desesperados ficaram: nem casa, nem caminho, nem um terreno de cultura. Num momento, um dos companheiros, como alucinado, começou a descer o morro ao acaso, nada querendo ouvir ou pensar. Mais abaixo, desabalou numa corrida louca. Estropeados, famintos e sedentos, os outros dois correram também. Como um milagre deram com uma pobre choupana, até então invisível para eles. Foi uma noite de sono tranquilo, depois de muito comer e beber. E veio Sergipe, depois a Bahia. A temperatura baixava e o clima quente do sertão ia cedendo lugar a um clima úmido e doentio. A Bahia estava em festa pela posse de seu novo presidente Góes Calmon. Em Salvador foram recebidos por ele que se interessou muito pela viagem e mandou dar 52 | Fale!
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Coragem. O escoteiro José Limaverde enfrentou de cangaçeiros até a queda em um penhasco para concluir a jornada Foto: arquivo pessoal
cartas de recomendação para todas autoridades para onde passassem no interior baiano. E mais dias de penosa viagem chegaram a Minas Gerais. Na vila de Tremendal, que hoje é um município baiano, os escoteiros receberam um telegrama do Presidente do Estado, Raul Soares, saudando a entrada dos escoteiros em território mineiro. Em 18 de julho de 1924 estavam caminhando de Grão Mogol para Turmalina quando avistaram uma casa na beira da estrada. De repente viram muitos homens correndo da casa embrenhando-se no mato. Ficaram as mulheres e as crianças. Os escoteiros acabavam de ser confundidos com oficiais do Exército e os matutos fugiram com medo do recrutamento. Em outros lugares foram tomados como do Exército ou da polícia, mas nunca tinham visto tal impressão de terror. É que havia começado a revolução em São Paulo www.revistafale.com.br
de que nada os escoteiros sabiam. Quando já caminhavam no Estado do Rio de Janeiro, se sentiam praticamente vitoriosos. Mais da metade do percurso cumprido. Enquanto descansavam, após ligeira refeição à margem de um aterro da estrada de ferro, um dos companheiros descobre estar sentado sobre uma pedra que ocultava uma serpente. Com o susto saltou e perdeu o equilíbrio, indo de raspão pelo desfiladeiro abaixo até sumir entre moitas e espinhos. A emoção foi terrível. Gritaram para baixo e o companheiro respondeu. Como salvá-lo foi a preocupação que dominou até surgir a idéia de içá-lo com cipós. Mesmo emendados com nós de marinheiro o cipó não chegava ao fim do abismo e não podia servir para o resgate. Sem outro ponto de apoio, Limaverde se agarrou firmemente a um trilho da estrada. Bastos se agarrou a ele pelas pernas tendo amarrado nas botinas a pesada cadeia de cipós. Com aquela cadeia humana, o cipó chegou à altura da mão de Neponuceno, que começou a subir. Mas aí vem o inesperado. Numa curva súbita, ronca o comboio do horário. Se Limaverde que se agarrava aos trilhos não o largassem, ficaria sem as mãos. Se soltasse seriam os três tragados pelos abismo. O trem, pesadamente se aproximava. Limaverde, sem perda de um instante, se sustentou num só braço e com a outra mão, cavou rapidamente, entre o espaço de dois dormentes e passou a segurar por baixo dos trilhos no rebordo cortante de baixo. No momento que quase o trem chegava Neponuceno grita vitorioso, aparece ferido e sujo sobre a beira do barranco. Foi o instante de largar os trilhos e passar o trem. Foi o episódio mais emocionante da viagem. Do Rio a São Paulo não tiveram muito o que contar. No Rio, então capital da República, a sensação foi estranha, principalmente porque passaram muito tempo no mato. Neponuceno conta que foram acolhidos pelos cariocas como três ingênuos. Não encontraram mais entusiasmo pelo escotismo. Em São Paulo foram alvos de grandes manifestações de carinho. Era o dia 28 de novembro de 1924. Terminava a aventura. Voltaram para casa de navio. n
Luísa Lovefoxxx, ícone fashion da música
A It Girl da música indie e da moda, Luísa Lovefoxxx ou simplesmente Lovefoxxx, 25, já posou ao lado de Kylie Minogue e Kirsten Dunst, fez estampas para a Triton desfiladas na São Paulo Fashion Week, desenhou uma edição limitada de sandálias para a Melissa, e é a vocalista-líder da banda CSS, antes conhecida como Cansei de Ser Sexy e atualmente sucesso na Europa e nos Estados Unidos. A banda, inicialmente só de garotas, foi contratada em 2006 pela gravadora independente Sub
Pop, que já lançou CDs da banda Nirvana. Turnês nos Estados Unidos, Canadá e Europa fazem parte da rotina do grupo, que tem como membro mais conhecido a Lovefoxxx, que hoje mora na Inglaterra. Antiga ilustradora do site Chic, da jornalista de moda Glória Kalil, Luísa tem forte ligação com o mundo fashion; é tanto ícone de estilo, tendo sido garotapropaganda de uma marca de roupa de surf, desenhada pela estilista britânica Luella Bartley, como também já colaborou com criaçõespróprias para grifes
como a Zapping e a Triton, para qual Luísa montou a trilha sonora de seu mais recente desfile, em janeiro deste ano. A designer gráfico e cantora se mudou para São Paulo aos dezesseis anos para trabalhar em empresas de moda, e em 2003 se tornou integrante da banda CSS, deixando a atividade de lado temporariamente. Fashionista inveterada, Lovefoxxx, com apenas 25 anos, já conquistou dois mundos pouco semelhantes, mas que exigem muita personalidade: o da música underground e das vitrines muito cobiçadas. n
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ENCONTRO COM A IMPRENSA. O governador Cid Gomes reuniu a imprensa cearense na residência oficial para festa de confraternização. Fotos IRATUÃ FREITAS
O professor Edgar Linhares, o vice-governador Francisco Pinheiro, o governador Cid Gomes e o jornalista Roberto Moreira, da TV Diário
Edilmar Norões e Cid Gomes
Idelando Felício, Augusto Borges e Guto Benevides
Ângela Marinho e Carla Soraya
Sheila Raquel e Joelma Leal
Alberto Bardawil, da TV União, Cid Gomes e Ricardo Palhano, diretor do jornal O Estado 54 | Fale!
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Cristiane Sales e Roberto Moreira
Cid Gomes com a jornalista Ivonete Maia, presidente da Associação de Imprensa
O artista plástico Cláudio César promove exposição de seus trabalhos no Moana Gastronomia & Arte. A mostra exibe 18 obras entre pinturas e desenhos que retratam diversas fases de sua produção. Fotos IRATUÃ FREITAS
arte em foco.
Ritelza Cabral, Cacau Brasil, Cláudio César, Ariane Guimarães e Renata Guimarães
Cecilia Seligman, Augustín Herrero e Eduardo Sisi
Manu Figueiredo
Welbaneide Luna e Denis Araújo
Francisco Campelo e Inara Almeida
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Edras Guimarães, Iolanda Guimarães e Neuma Figueredo
Omar de Albuquerque, Helena Demes e Luiz Carlos Martins
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AFETIVIDADE. Wanda Palhano teve seu aniversário comemorado pela lista afetiva durante o tradicional pôr-do-sol do Iate Clube. Fotos IRATUÃ FREITAS
Amarildo Mires, Fátima German, Hermeto de Paula, Wanda Palhano e Flávio Torres
Marlene Barbosa e Alessandra Aragão
Solange e Ana Carolina Palhano
Islay Rangel e Darlene Sorense 56 | Fale!
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Marta e José Waldo Silva, Darlene Sorense e Priscilla Cavalcante
Ana Cristina e Airton Montenegro
Mônica Arruda, Wanda Palhano e Leuda Moreira
Harbélia Sancho e Guadelupe Pessoa
Regina Jereissati e Luiz Carlos Martins
Irene Mota e Myrtes Antunes www.revistafale.com.br
Selene Bezerra e Marilza Pessoa
O escritor Roberto Gaspar lançou seu livro “Itinerário do Otimismo”, no Centro Cultural Oboé. A obra foi apresentada pelo poeta Juarez Leitão. Fotos IRATUÃ FREITAS
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Juarez Leitão, João Soares Neto e Roberto Gaspar
Moema Guilhon e Romeu Prado
NOITE LITERÁRIA.
Eduardo Augusto Campos e Marilena
Alberto e Luiza Perdigão
Renato Barroso e Eymard Amoreira
Newton Freitas e Juarez Leitão
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Paulo Mindêllo e Marlene
Socorro França foi empossada para mais um mandato à frente da Procuradoria Geral de Justiça do Estado, em solenidade realizada no Centro de Convenções. Fotos IRATUÃ FREITAS
NOVA GESTÃO.
João Soares Neto, Iracema Vale e Socorro França
Mauro Benevides, Paulo Bonavides e Domingos Filho
Assis Machado e Roberto Macêdo
Karine e Maurício Sampaio www.revistafale.com.br
Roberto Monteiro e Mauro Filho
Socorro França e Ubiratan Aguiar fevereiro de 2010 | Fale
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HOMENAGEM. O presidente da Facic, Francisco Barreto, presidiu a solenidade de entrega da medalha Virgílio Távora a César Asfor Rocha e José Ramos Torres de Melo. Fotos IRATUÃ FREITAS
Raul Araújo, Ednilton Soarez, Perpétua Pinto e João Fujita
Mauro Benevides, Jeová Costa Lima e Gervásio Pegado
Francisco Barreto, Roberto Pessoa, José Torres de Melo e César Asfor
Freitas Cordeiro, José Jorge Vieira e José Waldo Silva João Guimarães, Tereza Távora e Raul Araújo
Luis Sérgio Vieira
Gerusa Rocha e Tereza Távora
Siria Asfor Rocha, Geruza Lima e Rafaela Ximenes Mazé Campos e Glória Villar
Torres de Melo 58 | Fale!
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César Asfor e Hermínio Resende de 2010
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Martonio Mont’Alverne e Roberto Pessoa
CONFRATERNIZAÇÃO NATALINA. Presidente do BNB, Roberto Smith, anfitrionou jantar de confraternização com a imprensa no Hotel Sonata de Iracema. Fotos IRATUÃ FREITAS
Jofran Peixoto, Fernando Passos, Walter Brito, Roberto Smith e Isidro Moraes
Carol Domingues, Carol Borralito e Gabriela Alves
Roberto Smith, Ian Gomes e Paulo Mota
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Paulo Mota, Roberto Smith, Orlando Mota e Luís-Sérgio Santos
Paulo Mota, Luiza e Alberto Perdigão
Julião Jr, Ana Flávia, Kézia Diniz, Wanderley Filho e Sofia Laprovítera
Isidro Moraes
Orlando Mota, Mauro Costa e Augusto Borges
Olga Ribeiro, Luiz Viana e Herman Hesse
Henilton Menezes e Eliane Brasil
João Gazzana e Melina Barbosa
SAUDANDO 2010. A Prefeitura de Fortaleza promoveu com sucesso sua festa de rèveillon no Aterro da Praia de Iracema, com várias atrações musicais. Fotos IRATUÃ FREITAS
Margareth Menezes
Rodolfo Trindade
No camarote vip: Cléa Petrelli, Luiza e Luizianne Lins, Norma Zélia www.revistafale.com.br
Fátima German
Liège Xavier e Flávio Perulli fevereiro de 2010 | Fale
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GASTRONOMIA. O delicioso Vojnilô, com o Chef Lúcio Figueiredo, recebeu membros da sociedade cearense para degustar pratos de frutos do mar.
Chef Lúcio e a esposa Emanuelle Figueiredo, ladeando o Chef Francês Laurent Suaudeau
Mano Alencar e Ciro Gomes
Lúcio Figueiredo, Yolanda Queiroz e amiga
Mauro Benevides
Chef Lúcio e Edilmar Norões
www.restaurantevojnilo.com.br 60 | Fale!
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Carmen e Esmerino Arruda
Salmito Filho, Chef Lúcio e Luizianne Lins
Jamille e Salmito Filho
Julinho Ventura e Chef Lúcio
Chef Lúcio Figueiredo com uma de suas criações www.revistafale.com.br
Assis Araripe e Roberto Smith
Emanuelle Figueiredo e Marisa Quixadá
Lúcio e Emanuelle Figueiredo, Marisa Quixadá, Kellen Fermon e Daniel Herculano
GESTÃO, ECONOMIA, NEGÓCIOS, experiência de vida E ESPÍRITO EMPREENDEDOR. Um livro sobre ousadia, coragem e determinação. Adquira o seu exemplar na Livraria SaraivaMegaStore, do Shopping Iguatemi expansão
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ÚltimaPágina
Como liderar diferentes gerações Por Eduardo Shinyashiki
É
comum que cada geração viva conforme os conceitos pré-estabelecidos pelo mundo que a cerca. São fatores econômicos, sociais, culturais e evolutivos que, somados aos paradigmas existentes em cada família, moldam a identidade dos jovens na sociedade. Dessa forma, é importante que os gestores estejam preparados para uma nova realidade, que envolve a integração entre experiência e inovação, isto é, a união de diferentes gerações no ambiente de trabalho. De um lado, a Geração Y, com sua necessidade de aprendizado constante. Otimistas e autoconfiantes, as pessoas desse grupo nasceram a partir da década de 80. Esses recém adultos cresceram em um mundo em que a informática e os aparelhos eletrônicos têm grande importância em suas vidas. Mesmo que lidar com novas tecnologias ainda seja um pouco desafiador, já faz parte do cotidiano dessa geração a busca por novidades em softwares e dispositivos eletrônicos. Um de seus pontos mais característicos é a capacidade de adaptação àquilo que não conhecem, seja na vida pessoal ou dentro das organizações. A nova parceria no cotidiano das empresas se dará quando a Geração Z, a mais apressada e tecnológica de todas as gerações, chegar ao mercado de trabalho. Vivemos em um mundo 62 | Fale!
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A boa mistura de competências será o fator chave para a obtenção de resultados positivos.
globalizado, em que a velocidade da informação e a convergência das mídias criaram uma nova forma de encararmos a vida e a sociedade. E é exatamente nessa nova era digital que entram em cena as crianças nascidas a partir de 1995, justamente na época em que acontecia o boom da internet. Esses futuros profissionais, que ainda são meninos e meninas, além de usarem o computador desde muito cedo, são ágeis e tem grandes tendências para o autoaprendizado. Mas, por conta dessa velocidade toda, têm se mostrado imediatistas, que buscam o futuro antes mesmo de passarem pelo presente. Os gestores terão um grande desafio ao liderar equipes cada vez mais formadas por profissionais de diferentes gerações. Mas, é importante ressaltar, que esse mix www.revistafale.com.br
poderá trazer ótimos resultados se as distintas competências forem captadas e integradas em prol de um mesmo objetivo. Para tanto, é imprescindível que gestores e executivos fiquem atentos e conheçam muito bem cada membro de sua equipe, com foco na complementaridade. Desta forma, resultados eficazes serão atingidos gradativamente. Uma equipe de jovens, por exemplo, pode dar vida nova a tarefas antigas, ao mesmo tempo em que aprendem sobre o seu funcionamento com os funcionários mais experientes. Contudo, em consequência da velocidade e fragmentação da era digital, os profissionais mais novos terão algumas dificuldades, como, por exemplo, encarar desafios que demandam visão de longo prazo e muita dedicação. Nesse sentido, a boa mistura de competências será o fator chave para a obtenção de resultados positivos. E para que tudo isso aconteça, é preciso que um ponto seja muito bem trabalhado: a comunicação. Afinal, não existe nada melhor do que a troca de ideias entre pessoas de diferentes origens e idades, para que as tarefas diárias possam ser executadas de maneira inusitada, inovadora e eficaz. n Eduardo Shinyashiki é consultor, palestrante e diretor da Sociedade Cre Ser Treinamentos. Autor do livro Viva Como Você quer Viver, da Editora Gente — www.edushin.com.br.
A revista de informação do Ceará.
CEARÁ: MODA PRAIA E SURF, UM SUCESSO Revista de informação ANO VI — Nº 69 OMNI EDITORA
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Francisco Pinheiro, vice-governador do Ceará
O HOMEM DO PT NO GOVERNO CID
Os leitores da revista Fale! são decisores, pessoas que não abrem mão de informação de qualidade. Política e Economia são os principais temas da revista de informação. Fale! Quem decide, lê.
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