Revista de informação ANO I — Nº 6 BSB EDITORA
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BSB e d i t o r a
AGRONEGÓCIO tecnologia, PRODUTIVIDADE e conflitos.
O crescimento do negócio no Brasil
Fรกbrica da empresa Vulcabrรกs em Horizonte - Cearรก
LIDERANÇA NA GERAÇÃO DE EMPREGOS NO NORDESTE. ESSE É O RESULTADO DE UM TRABALHO FEITO COM
COMPROMISSO.
BSB BS SB e d i t o r a
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Uma revista com a cara de Brasília.
A revista de informação de Brasília. Toda grande cidade merece uma grande revista.
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diretor de redação
editor executivo
Marcos Linhares
Luís-Sérgio Santos
Editores de Arte
Everton Sousa de Paula Pessoa e Jon Romano
Redação Gabriel Alves, Vitor Ferns, Rafael Oliveira Arte Luís Sérgio Santos Jr serviços editoriais e Fotografia Agência Brasil, Agência Estado, Reuters, Omni colaboradores Aline Almeida, Carlos Henrique Araújo, Adriana Almeida, Igor Macedo, Adriano Queiroz Revisão Francisco Gomes Segundo Redação e publicidade BSB Editora Endereço SHIN CA 05 Bloco I Loja 112 Ed. Saint Regis — Lago Norte CEP 71.503-505, Brasília, Distrito Federal FONE (61) 3468.5697 sucursal fortaleza Omni Editora — Rua Joaquim Sá, 746 fones (85) 3247.6101 CEP 60.130-050, Aldeota, Fortaleza, Ceará e-mail: df@fortalnet.com.br web-page www.revistafale.com.br/brasilia
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BSB e d i t o r a DIRETORES
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Vem aí O Livro do Ano 2009-2010. A história é de quem faz. O mais completo documento de 2009 e os cenários para 2010. Mais um lançamento da Omni Editora.
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ArenaPolítica TalkingHeads Online BrasíliaOff Blogosfera
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POLÍTICA
Em campanha
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Em viagem de três dias por quatro estados do Nordeste para vistoriar as obras de revitalização e integração do Rio São Francisco, o presidente Lula posa com Ciro Gomes, Dilma Rousseff e Aécio Neves e faz o seu melhor, política.
23Os super nanicos
Políticos poderosos e influentes incrementam os “pequenos” partidos, como o caso do ex-governador do Distrito Federal, por 14 anos, Joaquim Domingos Roriz. Filiado ao Partido Social Cristão, vai disputar o Palácio do Buriti, mais uma vez, em 2010.
economia
32O agronegócio
O agronegócio é responsável por um terço do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 40% das exportações e dos empregos brasileiros. No estado do Mato Grosso do Sul corresponde a 70% das riquezas geradas, já que boa parte do comércio também gira em torno do setor.
42
Sociedade
Contra a Corrupção
Pesquisa revela que 83% dos brasileiros admitem já ter cometido pelo menos uma prática ilegítima.
SEÇÕE S
08 Talking Heads 12 Arena Política 13 Online 14 BrasíliaOff
16 10 Perguntas 44 Persona 46 Moda 50 Artigo
Foto: Ricardo Stuckert _ PR
NA TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva caminha sobre leito de obra dos Eixos Leste e Norte do projeto de integração do rio São Francisco, em Cabrobó, Pernambuco, em 16 de outubro de 2009.
“
É lícito transformar um evento rotineiro de governar, num comício? Entendo que não. Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal
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TalkingHeads Antes de mais nada, acho que é importante perceber que eu já era negro antes da eleição.
Por que as pessoas odeiam você? Tyren Scott, um garoto de 9
anos, citado pelo jornal Chicago Tribune que, durante um evento em Nova Orleans fez a pergunta ao presidente Barack Obama
Barack Obama, no talk show David
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Letterman, da rede de TV CBS, sobre se a virulenta reação ao seu plano de reforma da saúde teria sido motivada, ao menos em parte, pelo racismo
Foto pete souza _the white house
O Brasil precisa de governantes que sejam íntegros, que sirvam ao povo, em vez de se (PSDB), servirem do povo. governador de São Paulo.
Nós tivemos muitos governantes de duas caras que prometiam fazer a obra em um Estado e não faziam.
lula, em discurso durante visita às obras, em Buritizeiro (MG), em 14 de outubro de 2009 — um projeto idealizado por D. Pedro II.
l os
josé serra,
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am i g os
Foto janine moraes _ ABr
Essa é uma aliança estratégica não só politicamente, mas para governar o país. Já falei com o PMDB. Os peemedebistas podem, publicamente, assumir que são vice da gente.
Ricardo Berzoini, (SP), presidente do PT, assegurando que o PMDB tem a aprovação do partido para compor a chapa governista em 2010, com a indicação à vice-presidência, numa eventual campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
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O Brasil não é uma Venezuela, que compra no supermercado de armas internacional. Queremos fazer uma capacitação [das Forças Armadas]. Eu não uso o termo ‘compras’. ministro da Defesa, dizendo que resistências e falta de garantias formais da Colômbia levaram ao fracasso a tentativa de fechar um acordo militar entre os 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
nelson jobim,
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Logo começarão a chegar uns foguetinhos russos que não falham. Não vamos atacar ninguém, mas com esses instrumentos de defesa faremos frente a qualquer ameaça, venha de onde venha. hugo chávez,
presidente da Venezuela, após compras na Rússia.
Foto Fabio Rodrigues Pozzebom _ ABr
seç
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O carioca é o único povo do mundo que é capaz de falar uma frase inteira só com vogais: ó o auê aí, ó!. Flávio Fachel ,
jornalista, repórter da TV Glovo, pelo endereço twitter.com/ flaviofachel
marconi perillo,
senador, pelo endereço twitter.com/ marconiperillo
Eu sou de uma terra quente onde o suor pinga no chão, onde só o forte vence. Ceará meu coração. O sol é autoridade grande sertão faculdade. TomCavalcante,
O jogo é da natureza humana. Jogar não é crime.
JOSÉ GENOINO, deputado (PT-SP), defendendo e conseguindo aprovar, na CCJ da Câmara, o projeto de funcionamento de bingos e casas de caça-níqueis.
no congresso. “Este
é um ano perdido. Não acredito que o Congresso encontre uma agenda positiva, sobretudo em ano eleitoral. A gente teve uma legislatura muito medíocre.”
jarbas vasconcelos, (PMDB-PE) senador, mostrando
descrença sobre avanços do Congresso no campo da ética.
Foto josé cruz _ ABr
humorista cearense, pelo endereço twitter/ TomCavalcante1
Tem alguma coisa mais chata e inútil do que discutir se os políticos, Lula à frente, estão ou não fazendo campanha eleitoral antes do tempo? Alon Feuerwerker,
articulista do jornal Correio Brasiliense, pelo endereço twitter/ AlonFeuerwerker
Anselm Jappe, ensaísta
alemão.
É a desculpa mais esfarrapada de todas. Um governo, quando é responsável, adapta sua estrutura de gastos à receita prevista. Estamos alertando há anos que o governo planta uma bomba de efeito retardado, porque não corta gastos. Arthur Virgílio, (AM) senador, líder no PSDB no Senado, criticando um possível atraso por parte do Governo na restituição do Imposto de Renda.
A prefeita Luizianne Lins está totalmente enganada com relação ao Ciro. Ela não conhece o Ciro e muito menos o Brasil. IVO GOMES, chefe de gabinete do governador do Ceará, Cid Gomes, partindo em defesa do deputado federal Ciro Gomes (PSB) — alvo, no dia 8 de outubro, de farpas disparadas pela prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT) — Ciro “não está preparado” para governar o Brasil.
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Eu não sei se vale fazer uma CPI porque esses delitos que estão sendo imputados a pessoas do MST, são delitos de ordem pública. Tarso Genro, ministro da
Justiça sobre a eficácia de uma CPI para investigar o MST. outubro de 2009 | Fale
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A ministra Dilma Roussef comete uma injustiça com Goiás quando diz que o projeto do novo aeroporto está superdimensionado.
Disse que o capitalismo é um parêntese na história para fazer uma objeção à apologia atual que o vê como uma realização necessária de toda a história. Critico a ideia de que a humanidade e a evolução avançam para algo melhor, e que o capitalismo seria uma espécie de apogeu da humanidade..
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Foto wilson Dias_ABR
talkingheads
O Lula vive me dizendo que metalúrgico não vota em metalúrgico, corintiano não vota em corintiano, mulher não vota em mulher, e preto não vota em preto.
O meu adversário é o Serra. Ele fica dizendo que não tem polarização, que ele não responde pelo governo do Fernando Henrique. Mas, ao dizer isso, ele já está polarizando. Temos que centrar forte nos resultados de cada governo, mostrando que os ganhos sociais do governo Lula estão muito acima dos ganhos da era FHC.
Dilma Rousseff, ministra da Casa
Civil, pré-candidata à presidência da República
Dilma Rousseff
Gosto igual dos dois [Ciro e Dilma]. Eles têm vocação para cantores solo.
lula, comentadno o perfil dos pre-candidatoss
à sua sucessão Ciro Gomes e Dilma Rousseff
Você pode se adaptar às mudanças agora ou no futuro, mas fazer isso agora é um diferencial competitivo. estrategista na campanha de Barack Obama na área de Tecnologia Política e Comunicação Online. Fundador da Blue State Digital
ben self,
Na política, em especial na brasileira, é comum o uso de estratégias diversionistas quando a intenção oculta é fugir do debate que está sendo proposto por seu adversário. José Dirceu, advogado
Civil
e ex-ministro da Casa
Na Argentina, o pessoal adora o Lula. A esquerda se pergunta: por que não temos alguém como ele? Já a direita diz que o presidente brasileiro é alguém com quem se pode conversar. Torcuato Di Tella, sociólogo
Cultura argentino
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e ex-ministro da
Eu lamento que Lula saia e sei que no Brasil muitos também lamentam. Deixo a pergunta no ar: por que um presidente que está bem e tem 80% de popularidade tem que sair? Hugo Chávez,
presidente da Venezuela
Todos sabem o peso que Dilma tem. É a próxima presidente do Brasil, podem anotar. É o que me diz esse coração. Ela é uma grande mulher, com a cabeça bem coordenada. fazendo seu prognóstico eleitoral para o Brasil em 2010 e, claro, uma boa média com o amigo Lula
Hugo Chávez,
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Por que não vão atrás dos políticos?
Isabeli Fontana, modelo, alvo de investigação por suposta sonegação fiscal
10twittersde Yoani Sánchez
O
que pode ameaçar
Regressarei no meio da semana e por favor lembrem a sessão de blog de amanhã e mandem-me SMS com notícias. Gracias mil!!! Tenho que irme, é muito caro o preço de uma hora e tenho que economizar para conectar-me esta semana.
Neste mesmo hotel, em maio, nos impediram de conectar-nos, mas fizemos tal escândalo que voltaram a permitir o acesso de cubanos.
de associação, liberdade para os presos políticos e para Cuba. Me conecto una o dos veces por semana en hoteles, proque los cubanos no podemos contratar una conexión doméstica a Internet
[...] Desenvolvidos por empresas da CIA” ¿Alguien sabe de eso? [sobre o absurdo de supostas conexões suas com a CIA] Twittar às cegas, é que faço. Agora mesmo levo 24 horas sem poder conectarme à rede. Estou usando o celular.
Amigos, twittar me fez sentir livre, é uma sensação nova e tremendamente estimulante. Algo aconteceu com meu blog... estava conectada com um proxy porque me bloqueam em Cuba e pufff... desapareceu.
Yoani informa que não pode enviar mensagens por Twitter porque seu telefone móvel está bloqueado. Hoje estive a poucos segundos de ver Moratinos [o ministro de Exteriores espanhol, Miguel Ángel Moratinos que esteve em Cuba em outubro] no hotel Meliá. [...] Yo también fui una exiliada y sufrí la distancia.
Me conecto uma ou duas vezes por semana em hotéis, porque os cubanos não podem ter uma conexão de Internet em casa.
Moratinos continua sem aparecer nos meios [de comunicação] cubanos. O segredo é tanto que tenho minhas dúvidas de se realmente ele chegou.
Bem, felizmente não será no ministério dos Negócios Estrangeiros, e sim no Palácio do Governo que as mudanças vão começar em Cuba.
Fiquei quase 48 horas sem poder conectar-me à rede. Que está acontecendo?
Amigos, todo aquele que quiser e desejar colaborar com os temas do blog podem por o ícone em seu blog, fazer menção.
Peço aos twitter-amigos que me mandem notícias do que ocorre para informar-me na ilha dos desconectados. n
Liberdade de opinião, de acesso à internet, para entrar e sair de Cuba, www.revistafale.com.br
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hoje a continuação de um regime fechado que no final dos anos 5o chegou ao poder através da revolução popular e de lá nunca mais saiu? Nem Bush, nem Obama, nem as forças do além paracem incomodar tanto hoje ao regime de Cuba como essa jovem de 25 anos, proibida de deixar o país, que se comunica com o mundo clandestinamente através do twitter. Ela é Yoani Sánchez, 34 anos, formada em Letras e vive em Havana com o filho e o marido. Recentemente ganhou o Prêmio Maria Moors Cabot concedido pela Universidade de Columbia, em Nova York, mas não pode recebê-lo porque o governo cubano negou-lhe o visto para sair do país. Yoani é uma ameaça à Cuba desde que lançou, em abril de 2007 seu blog Generación Y no endereço www.desdecuba. com/generaciony. Ela fala de coisas simples e da falta de perspectiva de sua geração e da falta de perspectiva para a geração do seu filho. Seus textos são traduzidos para 17 idiomas (entre eles o português) por uma equipe internacional de colaboradores, mas não podem ser lidos em seu país. A revista virtual “Desde Cuba”, que hospedava o blog desde que foi criado, foi bloqueada pelo governo em março do ano passado. Alguns meses depois, Yoani e um grupo de colegas criaram o portal Voces Cubanas, que abriga 15 blogs — e que, em agosto deste ano, foi também bloqueado. Yoani produziu uma dissertação sobre Ditaduras na América Latina sob o olhar da Literatura que foi vista como uma crítrica ao regime de Fidel Castro. As ideias a seguir foram extraidas do twitter de Yoani no endereço twitter.com/yoanisanchez. Até o dia 19 de outubro Yoani tinha 8,806 seguidores no Twitter.
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ArenaPolítica lula acredita que em 2010 o nível do emprego sobe
Ao comentar os resultados do Cadastro Geral do Empregados e Desempregados (Caged) divulgados em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrase otimista com a geração de empregos em 2010. Ele voltou a defender um crescimento de 5% da economia para o próximo ano. “Acho que isso pode voltar a gerar empregos de forma extraordinária e eu acho que o Brasil está preparado para crescer, para gerar mais empregos e distribuição de renda e é isso que todos nós queremos”, disse. Em setembro, o país gerou 252.617 empregos com carteira assinada, segundo dados do Caged. O índice representa crescimento de 0,77% em relação ao resultado de agosto.
campanha contra a baixaria na tv completa 4 anos “Em quatro anos, o movimento conseguiu muitas vitórias, como a retirada do programa de João Kleber. Foi um marco histórico.” Quem comemora é a coordenadora do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, Isabela Henriques. Ela diz que o fim do programa Eu Vi na TV, da RedeTV, foi um marco do sucesso da campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania. 12 | Fale!
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stédile: mídia defende a burguesia
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UMA ENTREVISTA AO PROGRAMA
3 a 1, exibido pela TV Brasil. Na entrevista, que vai ao ar em 11 de novembro, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse que a invasão da Cutrale, em São Paulo, foi um equívoco do MST e criticou a mídia brasileira, afirmando que ela age em defesa dos interesses dos ricos. Ele classificou a ocupação da fazenda da Cutrale, por integrantes do MST, no final de setembro, como uma ação “desesperada” e motivada pela situação em que se encontravam os militantes do movimento acampados na região, há seis anos. “Foi uma atitude desesperada das famílias que ocupavam a fazenda. Com a notícia do próprio Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] de que a área é da União, desde 1910, naquele clima de indignação, alguns dos companheiros pegaram o trator e destruíram os laranjais”, disse o coordenador do MST. “Evidentemente que foi um equívoco, porque a direita e os órgãos de comunicação deste país, que servem aos interesses da burguesia brasileira, se utilizaram daquelas imagens, que foram gravadas pelo serviço de inteligência da PM de São Paulo, com o uso de helicóptero, e nos execraram na opinião pública”, completou.
Stédile defendeu o movimento da acusação de que militantes haviam invadido casas de trabalhadores da fazenda e causado danos. “Nenhum militante entrou nas casas dos funcionários. Aquilo lá foi uma armação da polícia e da Cutrale, sobretudo da Cutrale. Quem fez o serviço [de entrar nas casas] não foi o MST. Ou seja, tem uma hora aí de espaço. Nós saímos, deixamos tudo bonitinho, não mexemos nas casas. Aí ficou a polícia sozinha com a Cutrale dentro da fazenda, por uma hora. Aí depois dessa hora veio a imprensa”, afirmou. O coordenador do MST ainda criticou a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) para investigar repasses de verbas do governo ao movimento. “A CPMI é uma armação. Eles fizeram uma matéria na [revista] Veja com dados requentados de três anos”, sustenta. “Com a matéria da Veja, convocaram a outra CPMI. Aí nós derrubamos, porque era sintomático. Aí com a ocupação da Cutrale, você acha que por uma ocupação, por algumas laranjas vale a pena abrir uma CPMI? Então é melhor abrir uma CPMI aqui na Assembléia Legislativa de São Paulo para saber por que que a Cutrale tem aquela área grilada.”
Ceará dá R$ 100 mil a municípios com melhores indicadores O governador Cid Gomes fará um repasse de R$ 100 mil para os municípios que obtiverem a melhor evolução em seus indicadores sociais. O recurso, a fundo perdido, deverá ser aplicado pelos prefeitos, nos indicadores municipais de menor evolução. “Essa é uma lei que será enviada imediatamente para apreciação e aprovação na Assembleia Legislativa. Ser o melhor é bom, mas não é fundamental. É preciso mesmo que os municípios evoluam, oferecendo melhores condições
de vida para crianças e adolescentes”, confirmou. Cid Gomes anunciou esta inovação durante o lançamento da 6ª edição local e 3ª edição nacional do Selo Unicef Município Aprovado, em Fortaleza. A coordenadora do Unicef no Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte, Ana Márcia Diógenes, disse que cerca
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de 20 indicadores são utilizados para selecionar um município para o Selo. Para esta edição o Selo Unicef vai incluir esporte e cidadania, educação para o meio ambiente, arte e cultura, comunicação para identidade étnica e racial, além dos Fóruns Comunitários, formados por adolescentes e representações da comunidade.
Online MEC, dinheiro para notebooks de professores
O real valor do YouTube vira polêmica
Quanto vale o YouTube? Segundo um site especializado em tecnologia, que teve acesso a gravações de uma audiência do processo movido pela Viacom contra o Google e o YouTube por violação de direitos autorais, o site de vídeos vale menos do que o valor pelo qual foi comprado. A informação foi dada pelo próprio Eric Schmidt, CEO do Google, no vídeo Schmidt teria admitido que pagou R$ 1 bilhão a mais do que o Youtube realmente valia. Sob juramento, Schmidt disse ter informado ao conselho do Google que o Youtube valia entre 600 e 700 milhões de dólares.
O QUE É NOVO
kindle ganha um concorrente O reinado do Kindle – leitor eletrônico da Amazon — pode estar ameaçado. O aparelho que domina o mercado americano, impulsionado pelo crescente interesse nos livros eletrônicos, chamados de e-books, ganhou um concorrente no mesmo dia em que estava marcado o início das vendas online do aparelho, através do site da Amazon, para diversos países, entre eles o Brasil. A empresa americana Spring Design apresentou seu leitor eletrônico, batizado de Alex, que roda o sistema Android
do Google e possui duas telas sensíveis ao toque. A tela maior, de 6 polegadas, tem tecnologia de papel digital e permite a leitura de livros e jornais, além de acesso à internet. Mas a grande novidade do Alex é a tela menor, colorida, de 3,5 polegadas, localizada na parte inferior do aparelho. Esse espaço extra permitirá que empresas, como as editoras, apresentem mais conteúdos aos usuários, como links relacionados ao assunto tratado no livro. O Alex pode estar sempre conectado à
internet, via Wi-fi. É compatível com as redes de telefonia 3G, GSM e CDMA. Além disso, o lançamento da Spring Design permite que o usuário assista a vídeos na tela colorida, salve conteúdos da internet e carregue fotos no aparelho, através da entrada SD e ainda um alto-falante garante a função de leitura em voz alta dos livros e dos sites. A empresa responsável pelo concorrente à altura do Kindle, não divulgou data para que o aparelho comece a ser vendido e nem o preço.
Um mar de multas contra telefônicas O Diário Oficial da União do dia 30 de outubro publicou quatro atos punitivos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) contra empresas de telefonia celular por não cumprimento das metas de qualidade. Um dos atos é referente a multas aplicadas em 2005 e 2006 contra a Amazônia Celular e a Telemig. Como as duas empresas foram compradas
pela Oi e pela Vivo, respectivamente, as multas foram repassadas a essas empresas. O montante aplicado à Oi soma R$ 207.329,38, que já foram pagos pela companhia. Já a Vivo, que ainda recorria das multas, terá agora que pagar R$ 1.310.503,18 pelas multas da Telemig. Há ainda um ato contra a Claro, referente a multa aplicada em 2007, no
A Vicon desenvolveu uma mini-câmera que, segundo a empresa, é uma promessa capaz de registrar toda uma vida. O aparelho está programado para capturar imagens a cada 30 segundos e tem uma capacidade de armazenamento de até 30 mil fotos.
A mini camera da Vicon
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valor de R$ 2.671.971,79. Apesar de ter continuado recorrendo, a empresa já havia pago a multa em 2008. A Brasil Telecom também foi multada em 2007 no valor de R$ 405.692,70, quantia que também foi paga em agosto deste ano. Segundo a Anatel, todas as multas são referentes ao não cumprimento de metas de qualidade tanto de redes, quanto de atendimento.
A Sensecam foi pensada para criar os chamados ‘lifelogs’, que são espécies de históricos da vida das pessoas e segundo seus idealizadores, pode ajudar também pessoas portadoras do Mal de Alzheimer ou outras doenças que afetam a memória humana, ao registrar, por exemplo, o caminho que elas acabaram de percorrer ou as atividades que estavam fazendo. outubro de 2009 | Fale
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O Ministério da Educação e Cultura – MEC, está com linhas de financiamento para professores das redes pública e privada que queiram adquirir um notebook. Apesar de não disponibilizar recursos para a aquisição dos equipamentos, o Programa Computador Portátil facilita a compra através de juros mais baixos e mais tempo para o parcelamento. A ideia é promover a inclusão digital além de permitir que professores ministrem aulas mais dinâmicas, através do acesso às novas tecnologias. A meta é cobrir 3,4 milhões de educadores. Cada um pode adquirir um computador. Os preços variam entre R$1.199 e R$1.399 e podem ser divididos em 24 ou 36 parcelas.
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28ª Feira do Livro de Brasília
Foto Marina Lina
Quase deu certo. A Feira do Livro de Brasília seria realizada no Conjunto Cultural da República – entre a Rodoviária e a Biblioteca Nacional, mas devido a má gestão da Secretaria de Cultura do DF, o evento quase não acontecia. Mas aos trancos e barrancos, tudo indica que será realizada na última semana de novembro, no ótimo lugar que a acolheu nas últimas edições: no Shopping Pátio Brasil. A 28ª edição da Feira do Livro homenageará o escritor Ziraldo, e o autor de O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry. No ano passado, maisde 450 mil pessoas passaram pela Feira, participando de atividades culturais.
Bessa luta por plano de cargos e salários da PM e dos Bombeiros Após relatar o Pro jeto de Lei do
Executivo nº 5664/2009, que trata do Plano de Cargos e Salários – PCS – da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público – CTASP, o deputado Laerte Bessa conseguiu aprovar a proposta, quando conseguiu que ela entrasse em pauta para votação. De acordo com Bessa, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP) cumpriu o compromisso assumido quando ele esteve em seu gabinete
com lideranças das duas categorias. “O deputado Michel Temer reconheceu a importância da urgência da aprovação do PCS”, disse. “Com a votação das Medidas Provisórias que trancavam a pauta, a Casa está cumprindo o compromisso com as categorias que, junto com a Polícia Civil, garantem a Segurança Pública do DF”. Em sua relatoria na Comissão, o deputado Laerte Bessa afirmou que procurou “acatar propostas não modificativas para poder evitar o veto presidencial”. colaborou Simone Cavalcante
Governo da legalidade ou irregularidade? Segundo o demonstrativo de obras e serviços de engenharia, com indícios graves de irregularidade, do Tribunal de Contas do DF – TCDF, aparece a construção da nova sede da Câmara Legislativa do DF. No processo 193/02, em auditoria 14 | Fale!
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nas obras de construção da nova sede, o TCDF encontrou seis irregularidades. Vamos enumera-las: 1. ausência das planilhas detalhadas de preços e quantidades; 2. “jogo de preços”; 3. sobrepreço; 4. ausência da Tabela de Composição de Custos Unitários;
5. descumprimento da Constituição Federal, da Lei Orgânica do DF, da Lei de Licitações e da LRF; 6. ausência de prestação de contas. O TCDF tomou algumas medidas: 1. Decisão n.º 1.984, de 09/05/2007: determinação à CLDF, à NOVACAP e à empresa Via Engenharia S.A a apresentarem planilhas detalhadas de preços
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Vôo BrasíliaAtlanta, sem conexão
Depois que a TAP resolveu apostar – e tem lucrado – em trechos direto de Brasília para a Europa, agora chegou a vez da Delta Air-Lines também investir nessa idéia. Em breve, será a vez do início das atividades do vôo direto Brasília-Atlanta (EUA), sem conexão. Parabéns aos responsáveis por mais essa iniciativa, o secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico do DF (e vicegovernador), Paulo Octávio, e o vice-presidente para América Latina e Caribe da Delta, Christophe Didier.
e quantidades; 2. Possibilidade de impugnação do valor de R$19.067.158,72 (atualizado até 20.04.2006); 3. À empresa Via Engenharia S.A. deverá manifestase sobre as irregularidades identificadas. A obra da nova sede, segundo consta no TCDF, custa R$ 67 milhões. colaborou Rafael Oliveira
Lei do Fisco sob fogo cruzado
A Lei Orgânica do Fisco tem recebido duras críticas por parte do presidente do Sindicato Nacional dos AnalistasTributários da Receita Federal do Brasil – Sindireceita, Paulo Antenor de Oliveira. Ele tem afirmado insistentemente que é oportunista o discurso de que somente com essa lei a Receita Federal estaria mais segura, visto que o projeto que chegou ao Congresso Nacional não foi debatido pelos analistastributários. Essa briga promete.
Índia dispara na ciência
Jogos Mundiais militares
Antes dos Jogos Olímpicos de 2016, em 2011, o Rio de Janeiro será a sede dos V Jogos Mundiais Militares. Está prevista a construção de uma Vila Olímpica que custará cerca de R$ 300 milhões de reais. A estimativa é de que esses Jogos custem cerca de R$ 580 milhões que já possuem previsão no orçamento de 2010. Agora a pergunta que não quer calar: Essa Vila Olímpica será reaproveitada em 2016? Tudo indica que não...
Pesquisa doSindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Autorizados do Distrito Federal — Sincodiv-DF — mostra que o reflexo do incentivo fiscal no mercado do Distrito Federal é bastante positivo. De janeiro a agosto de 2009, foram vendidas 73.737 unidades, contra 65.996, no mesmo período do ano passado, o que representou um crescimento de 11,73%. A comercialização,
em agosto deste ano, foi a melhor dos últimos seis anos. No mesmo período do ano passado, foram emplacados 7.983 veículos; em 2007, 8.083; em 2006, 6.879; em 2005, 4.449; em 2004, 3.629; e em 2003, 3.018. O ranking das marcas mais vendidas no DF em agosto de 2009: 1 VW 2.650 unidades. 2 Fiat 2.128 unidades. 3 GM 1.187 unidades. 4 Ford 568 unidades. 5 Honda 455 unidades
irregularidades em obras do gdf
Chamam a atenção indícios de graves irregularidades em mais uma obra executada pelo GDF. Desta vez, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O demonstrativo de obras e serviços de engenharia do Tribunal de Contas do Distrito Federal – TCDF, aponta falhas na condução do processo licitatório da obra. A decisão do Tribunal: “Decisão nº 3657/09 – audiência do Presidente do METRÔ-DF em face das ilegalidades do certame e da contratação sem autorização da Corte, em descumprimento à decisão. Suspensão cautelar de todo e qualquer ato decorrente da execução do Contrato nº 010/2009, até ulterior manifestação do Tribunal”. A obra, de acordo com o TCDF, custará R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos. No demonstrativo citado, a pasta mais problemática é a Secretaria de Saúde, comandada por Augusto Carvalho – PPS. Estamos de olho. (RF ) www.revistafale.com.br
Brasília no mercado de arte do País
O mercado de arte brasiliense está em terceiro lugar, após São Paulo e Rio de Janeiro. Brasília tem grandes colecionadores e amantes da arte. “A cidade já nasceu com uma concepção artística, com as obras e esculturas de Oscar Niemeyer. A capital nasceu voltada para a arte”, explica a proprietária e leiloeira oficial da Casa Amarela, Sílvia de Souza. Segundo ela, em breve, Brasília pode ocupar o segundo lugar no mercado de arte, atrás apenas de São Paulo. Em Brasílai quem investe nesse segmento são os profissionais liberais e jovens executivos. Segundo Sílvia, são pessoas que entendem que a arte é uma excelente aplicação de capital. “Quem consome, só ganha, não existe desvalorização. Um Di Cavalcante tem valorização de 20% ao ano, um Portinari, de 25% a 30%. Ou seja, o mercado oscila, a bolsa cai, mas a arte se mantém”, analisa.
Bancos da AL permanecem fortes
O economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Augusto de la Torre, logo após a Conferência das Américas, em Miami, afirmou que a “América Latina, baseada em seu próprio desenvolvimento e nas lições aprendidas, pode e deve participar na discussão global sobre as lições que podem ser aplicadas ao setor financeiro global. “O próprio presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, afirmou que estava particularmente impressionado com a maneira com que as maiores economias da América Latina haviam lidado com o impacto da crise financeira global. “A crise financeira global não teve origem na América Latina, uma região que se mantém saudável, líquida e solvente”, diz Ricardo Marino, presidente da Federação Latino-Americana de Bancos (Felaban). Na crise, os bancos latino-americanos perderam menos valor de mercado que seus congêneres internacionais. outubro de 2009 | Fale
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Um estudo da Thomson Reuters, recentemente divulgado, prevê que, com base no crescimento, a produtividade de pesquisa da Índia estará equiparada com as nações do G8 dentro de 7 a 8 anos, podendo ultrapassá-las entre 2015 e 2020. A Índia cresceu 80% em produção cientifica desde 2000. O estudo, informa aos mentores de políticas sobre o potencial da Índia e seu lugar atual na ciência mundial. O estudo utiliza dados encontrados na Web of Science®, disponíveis na plataforma ISI Web of Knowledge® – o maior ambiente de referências do mundo.
Venda de veículos em alta
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10Perguntaspara
Ulisses borges de Resende
S
angue jovem, com 48 anos, mestre doutor em Sociologia pela UnB, com 27 anos dedicado à
advocacia, Ulisses Borges de Resende é desses advogados que impressiona com o trato com as palavras e a convicção nas ações. Professor universitário e engajado em lutas sociais, Borges coloca em prática seu discurso com os alunos. Afinal ele acredita na luta pelos direitos. Amante da educação, defendeu por anos, quase duas décadas, o Sindicato dos Professores do Distrito Federal. Atualmente é advogado do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal. Preocupado com o papel dos operadores do Direito, em tempos em que a Internet ganha mais e mais espaço nas vidas do cidadão comum, assim como já começa a ser incorporada, paulatinamente, a rotina dos tribunais, Ulisses Borges de Resende fala sobre os novos caminhos dos advogados, Exame de Ordem e decisões recentes das Cortes.
As faculdades de Direito podem se transformar em centros de formação de opinião com o debate acadêmico, acerca de questões jurídicas. A OAB constitui o elo de ligação entre a sociedade e os poderes constituídos, em especial, o Judiciário.
Fale! Brasília. Em São Paulo, depois de uma denúncia, a 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região condenou o dono de uma oficina de costura, Moisés Céspedes Cossio, a 23 anos de reclusão, por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão. Por que ainda o trabalho escravo persiste no Brasil e no mundo? As leis são brandas? O que falta? Ulisses Borges de Resende. O que falta
não são leis, mas fiscalização por parte do Estado. O número de Fiscais do Trabalho no Brasil é hoje extremamente pequeno em relação ao universo a ser fiscalizado. O Ministério Público do Trabalho tem dado inestimável colaboração para a coibição do trabalho escravo em nosso país. Precisamos intensificar a fiscalização, com a ampliação do quadro de Fiscais do Trabalho junto ao Ministério do Trabalho. Fale! Brasília. O Supremo Tribunal da Inglaterra emitiu sua primeira ordem judicial pelo twitter. De acordo com o portal G1, a corte registrou que o serviço de microblogs era a melhor forma de notificar um “tuiteiro” anônimo que fingia ser outra pessoa. O escritório de advocacia Griffin Law abriu 16 | Fale!
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o processo contra a página @blaneyblamey. Alegou que o autor fingia ser o blogueiro Donal Blaney, proprietário do escritório. O que acha dessa medida? Ulisses Borges de Resende. O Di-
reito deve se adaptar à evolução da própria sociedade. A revolução cibernética, tão importante para a humanidade quanto à Revolução Neolítica e a Revolução Industrial, traz novas configurações de relações humanas cujo Direito, enquanto ciência, não pode ficar alheio. A questão importante, enquanto instrumento de citação, é a certeza de que o destinatário foi cientificado da medida. O meio em si não é relevante.
Fale!Brasília. O Senhor foi membro da Comissão de Exame de Ordem de 2001 a 2003. Por que ainda persiste essa lacuna entre o Exame de Ordem e o ensino jurídico? O que a OAB poderia fazer a respeito? Ulisses Borges de Resende. O Exame
Fale!Brasília. Como avalia o atual quadro de advogados do Distrito Federal, visto que estados como Rio, São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul mostram tradição de escritórios mais antigos? Alguns até já possuem sedes no DF... Ulisses Borges de Resende.
Brasília é o local para onde as decisões convergem. Aqui, gestam-se decisões políticas, econômicas, sociais. De uma forma ou de outra o Brasil verte seus olhos para nossa cidade. Diante de tal quadro e apesar de seus quase cinqüenta anos de vida, Brasília já atingiu a plena maturidade em relação à advocacia. É de longe a
Fale! Brasília. Como avalia a Procuradoria Geral do DF sobre as ações de inconstitucionalidade de leis daqui e que tem alcançado status de conseguir jurisprudência em diversos casos? Ulisses Borges de Resende. A Exce-
lência do quadro de procuradores do Distrito Federal é digna de nota. O papel da Procuradoria Geral do DF está voltado para a defesa dos interesses do próprio Distrito Federal, onde se inclui a defesa da
A Ordem dos Advogados deve exigir qualidade de ensino, fiscalizando as faculdades e representando-as junto às autoridades administrativas e judiciárias quando não estiverem atuando adequadamente. constitucionalidade das leis locais. Poucas são as instituições, como a OAB, legitimadas para questionar a inconstitucionalidade das leis. Fale!Brasília. O Senhor foi membro de bancas de concursos para provimento de cargo de juiz. Foi publicada no dia 21 de maio, a Resolução nº 75 de 12 de maio de 2009, do CNJ, que criou novas regras que serão aplicadas a todos os concursos realizados, sejam para juízes federais, estaduais, militares, do trabalho, criando critérios incluindo até exame psicotécnico, que não era exigido até então. Como avalia esse novo diapasão? Ulisses Borges de Resende. A grande
virtude da Resolução nº 75/2009, do CNJ, consiste na uniformização dos procedimentos e critérios relawww.revistafale.com.br
cionados a concursos públicos para o ingresso na magistratura em todo o país. O exame psicotécnico, assim como o exame de sanidade física e mental, é uma salvaguarda a mais em prol da boa qualidade da futura magistratura. Fale!Brasília. O juiz não pode aplicar multa por abandono de processo, prevista no artigo 265 do Código de Processo Penal, sem antes dar ao advogado o direito ao contraditório e à ampla defesa. Com esse entendimento, a juíza federal convocada, Márcia Helena Nunes, suspendeu liminarmente a multa de R$ 9,3 mil aplicada contra cada um dos quatro advogados envolvidos no processo. Como avalia essa decisão? Ulisses Borges de Resende. A De-
cisão nos parece absolutamente correta, vez que é garantia constitucional o direito ao contraditório e à ampla defesa, além do devido processo legal, de forma que o advogado não pode ser multado sem que seja ouvido em seus fundamentos de defesa. A Lei nº 11.719/2008 introduziu a atual redação do artigo 265 do Código de Processo Penal. Trata-se de previsão legal cuja constitucionalidade deveria ser questionada pela Ordem dos Advogados do Brasil, pois não há proporcionalidade na aplicação de uma multa que pode chegar a R$ 46 mil, o que pode acarretar a falência do profissional da advocacia.
Fale!Brasília. O Conselho Nacional de Justiça quer estimular a discussão de questões judiciárias no âmbito acadêmico. Para isso, está em estudo a criação do programa CNJ Acadêmico. Acha que a OAB poderia também propor algo nesse sentido? Ulisses Borges de Resende. Sem dú-
vida. As faculdades de Direito podem se transformar em centros de formação de opinião com o debate acadêmico, acerca de questões jurídicas. A OAB constitui o elo de ligação entre a sociedade e os poderes constituídos, em especial, o Judiciário. Portanto, é papel da OAB exercer o controle social do Poder Judiciário, que pode ser levado a efeito por meio do debate acadêmico.
Fale! Brasília. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, decidiu recentemente, por maioria de votos, que outubro de 2009 | Fale
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de Ordem é necessário para avaliar se o bacharel detém conhecimento dos fundamentos estruturais de cada ramo do Direito. Penso que o Exame de Ordem tem que ter proporcionalidade. Não é justo que o Exame de Ordem seja equiparado a um concurso público. Esse é o caminho mais simples e mais injusto. A Ordem dos Advogados deve exigir qualidade de ensino, fiscalizando as faculdades e representando-as junto às autoridades administrativas e judiciárias quando não estiverem atuando adequadamente.
principal praça do país pela presença dos tribunais superiores e da Suprema Corte. Essa é a principal razão para os escritórios de fora instalaram suas sedes também no DF.A advocacia no DF não deixa em nada a desejar em relação aos escritórios de outras cidades.
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10perguntas Ulisses borges de Resende
O Direito deve se adaptar à evolução da própria sociedade.
justiça no sangue. Os advogados Ulisses Borges de Resende, filho, e Ulisses Riedel de Resende, pai
é possível o manejo de mandado de segurança contra decisão unipessoal de desembargador que converta o recurso de agravo de instrumento em agravo retido. Acha que foi um avanço, apesar de ainda faltar decisão do STF? Ulisses Borges de Resende. Concordo
com a decisão. O direito processual não pode ser um fim em si mesmo. O agravo de instrumento interposto diretamente contra decisões meramente interlocutórias auxilia na boa condução do processo, mas aumenta sobremaneira a carga de trabalho da magistratura. A possibilidade de conversão do agravo de instrumento em agravo retido é, em verdade, um remendo, que visa à redução do volume de serviço. Ocorre que, muitas vezes, essa conversão implica no perecimento do direito da parte, de forma que não havendo previsão recursal, como qualquer ato de autoridade pública que cause prejuízo de direito líquido e certo, a decisão judicial que converta o agravo de instrumento em agravo retido pode ser questionada por meio de mandado de segurança. 18 | Fale!
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Fale! Brasília. O Senhor é um dos postulantes à presidência da OAB-DF. Como avalia a importância da instituição hoje na capital federal? Ulisses Borges de Resende. A locali-
zação geográfica da OAB-DF traz a ela um diferencial importante em relação às seccionais, pois além da presença em sua base territorial dos Tribunais Superiores e da Suprema Corte, também estão as sedes do Poder Executivo e do Poder Legislativo, em nível federal. Vamos dar um choque de democracia na OAB e levá-la a uma transformação coerente com o século 21. Com a Nova Ordem – Independência e Transparência, a OAB-DF terá a oportunidade de resgatar a boa imagem da instituição perante da sociedade, servindo de espelho para as demais instituições, na medida em que vamos praticar uma democracia direta, via internet, com a disponibilização “on-line” de todas as sessões do conselho e das comissões da OAB-DF, salvos na hipótese de processos que correm em sigilo; vamos estabelecer nossas prioridades de forma participativa, www.revistafale.com.br
com um orçamento participativo, além da disponibilização imediata de todas as despesas na internet. Já que não prestamos contas ao TCU, vamos prestar contas à classe e à sociedade, diretamente. Vamos contratar pessoal por concurso público, salvo os poucos cargos comissionados, assim como, vamos demitir por justa causa, devidamente apurada por meio de Procedimento Administrativo Disciplinar, com amplo direito de defesa. Vamos contratar material e serviços por licitação. Vamos defender nossas prerrogativas com representantes (não remunerados) da OAB nos locais de trabalho, que acionarão, quando necessário, a comissão de prerrogativas, a diretoria e os conselheiros da OAB-DF. Usaremos nossa revista e a própria internet para divulgar tais situações, assim como as respostas obtidas das autoridades judiciárias e policiais, para, então, decidirmos em conjunto as medidas a serem adotadas, até mesmo com representação no CNJ ou no Ministério Público, se necessário. n
O SER TÃO VAI
Em viagem de três dias por quatro estados do Nordeste para vistoriar as obras de revitalização e integr
N
A
MARATONA
EMPREENDIDA
pelo presidente Lula em várias cidades do nordeste, a política teve seu momento privilegiado. Com a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff a tiracolo, Lula abriu espaço para o ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes e para o Governador de Minas Gerais, Aécio Neves, todos os três de olho na cadeira presidencial que deve ter ocupante novo em 2010. “Gosto igual dos dois [Ciro e Dilma]. Eles têm vocação para cantores
solo”, disse Lula, admitindo pela primeira vez, em público, a pré-candidatura de Ciro Gomes, por muitos considerado o seu plano B, numa hipótese de a ministra Dilma não decolar nas pesquisas eleitorais. Sobre as obras no São Franciso, cobrou do atual ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. “Nós vamos entregar o eixo leste da obra ainda em 2010 e deixar o eixo norte como uma obra irreversível, seja quem for o sucessor do presidente Lula”, disse ele.
Política 20 | Fale!
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I VIR AR MAR ?
ração do Rio São Francisco, o presidente Lula posa com Ciro, Dilma e Aécio e faz o seu melhor, política Filiado ao PMDB da Bahia, estado governado pelo petista Jaques Wagner, Geddel lembra que “infelizmente a questão sucessória se adiantou muito em nível nacional, o que cria uma certa angústia sobre as relações nos estados”. Mas ele assegura que será buscada uma “definição de como seria esse andamento entre o PT e o PMDB em nível nacional para que se comece discutir nos estados.” Rompidos na Bahia, PT e PMDB não negociam. O ministro Geddel, pré-candidato do governo da Bahia pelo PMDB, classificou de “medíocre” a gestão do petista Jaques Wagner, que tentará a reeleição. “É melhor ter um adversário leal do que um aliado traidor”, retruca Jaques Wagner. No sertão pernambucano, cerca de 8,4 mil pessoas trabalham dia e noite para apressar o andamento das obras de transposição do Rio São Francisco. De acordo com o Ministério da Integração Nacional,
velho chico. O deputado Ciro Gomes, o presidente Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, durante visita às obras de integração do São Francisco
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POLÍTICA 4,5 mil máquinas estão sendo usadas nas áreas onde as águas do rio passarão até chegar aos reservatórios dos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e Ceará. O coordenador-geral do Projeto São Francisco, Frederico Fernandes de Oliveira, informa que desde fevereiro, as obras, que foram iniciadas em setembro do ano passado, estão sendo realizadas em dois turnos. A ideia é que pelo menos a primeira etapa de construção do canal eixo leste, com 287 quilômetros de extensão, seja concluída em dezembro de 2010. “A maior parte dos trabalhadores admitidos pelo consórcio que executa as obras é da região”, diz Oliveira. “O contrato firmado com as empreiteiras tem uma cláusula que exige prioridade na contratação de mão de obra local.” Segundo ele, no eixo leste serão construídas seis estações de bombeamento para levar as águas do São Francisco até a altura de 300 metros, de onde o canal seguirá com o efeito da gravidade. Uma dessas estações, no município de Fazendas (PE), foi visitado pelo presidente Lula. Nesse ponto, a água do São Francisco, no Lago de Itaparica, começará a ser captada para o eixo leste. No canal eixo norte, com 429 quilômetros de extensão e que cruza quatro estados, serão utilizadas apenas três estações de bombeamento. Oliveira lembrou que apesar do eixo norte ser maior, o trajeto é menos elevado do que o do leste. O principal objetivo da transposição é suprir a demanda da população do sertão por água limpa e que o eventual uso da água para o agronegócio só será estudado se houver excedente. No atual período de seca o rio está tendo vazões de 1,8 mil metro por segundo e será captado 1,8% para os dois eixos. Os canais que estão sendo construídos para levar a água do São Francisco vão ser revestidos por uma manta plástica impermeável coberta por uma camada de concreto. Eles terão profundidade de 3,43 metros e largura que varia de 4 a 7 metros, dependendo do terreno. As margens dos eixos terão extensão de 200 metros, 100 de cada lado. No limite dessa área, serão construídas cercas para evitar que haja utilização indevida da água do canal. Ao longo dos eixos também serão construídas passagens para pessoas, animais e veículos. n 22 | Fale!
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Foto Fabio Rodrigues Pozzebom _ ABr
em campanha. Palocci tem espaço privilegiado com Lula e Dilma
Dilma agora tem seu núcleo político O deputado Antonio Palocci (PTSP), Gilberto Carvalho e Franklin Martins são alguns dos nomes que formam o grupo de trabalho da campanha da ministra-chefe da Casa Civil à presidência da República. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, nos últimos dois meses o grupo já se reuniu três vezes com o presidente Lula e com Dilma, com o objetivo de traçar estratégias para a corrida de 2010. O deputado Antonio Palocci (PTSP), foi quem chefiou a equipe do programa de governo de Lula, em 2002, O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho e o ministro Franklin Martins (Comunicação Social) são outros nomes fortes do núcleo duro. O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o marqueteiro João Santana fecham o círculo. O jornal informa que num jantar, há cerca de um mês, Lula falou sobre dificuldades enfrentadas em suas campanhas para atrair apoios além das “fronteiras da esquerda”. www.revistafale.com.br
Dessas conversas reservadas decidiu-se que Dilma passaria a comandar reuniões com os partidos aliados e apresentar-se como candidata disposta a fazer acordos políticos, e não apenas como “gerentona” do governo. O marqueteiro Santana tem orientado a ministra a vestir o figurino da simpatia. É ele que incorpora o papel de personal stylist da ministra que está mais sorridente e veste cores mais vivas. Conhecida também por ser dona de um temperamento explosivo, Dilma ameniza: “Sou uma mulher dura, cercada por homens meigos.” Palocci voltou com toda força à cena política após decisão do Supremo Tribunal Federal de arquivar a denúncia contra ele, em agosto, no episódio de quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. “Politicamente, [a decisão do STF] demonstra a superação de uma fase na sua carreira. Agora ele [Palocci] vai ter mais tranquilidade para pensar as alternativas que terá”, avalia Berzoini. n
Os super
nanicos C PROJETO DE PODER
Siglas como PRTB, PSL, PRB, tem como clara estratégia ampliar o número de filiados com potencial eleitoral. Querem eleger o maior número de deputados e, ao mesmo tempo, aumentar também o valor dos recursos recebidos via fundo partidário, que é distribuído conforme a composição da Câmara. Uma estratégia comum a todos os partidos.
Políticos poderosos e influentes incrementam os “pequenos” partidos, como o caso do ex-governador do Distrito Federal, por 14 anos, Joaquim Domingos Roriz. Filiado ao Partido Social Cristão, vai disputar o Palácio do Buriti mais uma vez, em 2010 Por Rafael Oliveira
omo sempre na história política do país, os partidos pequenos
tiveram sua parcela significativa no processo eleitoral, seja nas disputas majoritárias ou proporcionais. E no caso do Distrito Federal nunca foi e nem será diferente. Os “pequenos” terão papéis definitivos nas eleições de 2010. Parte deles sonha em alçar vôo solo nas proporcionais, mas, não conseguirá escapar das coligações nas majoritárias. Por um simples fato: quadros políticos. Os poderosos nomes tradicionalmente disputam por siglas de grande porte.
As próximas eleições trarão algumas surpresas para as grandes siglas, por parte das pequenas. O Partido Trabalhista Nacional (PTN) entrou em ritmo acelerado de filiação. O momento para o partido é de reavaliação de quadros e busca por nomes que agreguem votos à legenda. O presidente do PTN-DF, Abdon Henrique de Araújo, não pretende se coligar com www.revistafale.com.br
nenhum outro partido no pleito proporcional, apenas no majoritário – presidente, vice-presidente, governador, vicegovernador, prefeito e senador. A legenda abriga em torno de cinco mil filiados, ou seja, cinco mil votos. A idéia é lançar de 30 a 35 candidatos à Câmara Legislativa e 12 à Câmara dos Deputados. As coligações majoritárias ficarão para uma conoutubro de 2009 | Fale
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versa mais à frente, pois segundo o presidente, ainda falta um ano para as urnas. O presidente do Partido Trabalhista Cristão do Distrito Federal (PTC-DF), Divino Omar do Nascimento, está com a chapa de candidatos a deputado distrital fechada. São 48 novos nomes, entre médicos, universitários, professores e até lutadores de vale-tudo. Mas, Divino garante que os nomes foram estudados e os candidatos entrevistados. “Queremos eleger, pelo menos, um deputado distrital. E todos os nomes foram selecionados”, disse Divino. O raciocínio do presidente resulta em uma conta matemática, onde o partido elegerá um deputado distrital com quatro mil votos. A chapa de concorrentes a deputado federal está quase pronta, restando apenas alguns bons nomes. “Para federal lançaremos 16 candidatos”, ressaltou. No campo das coligações, os “pequenos” trarão surpresas. Nenhum deles vai se coligar para disputas proporcionais no Distrito Federal. A explicação de Divino é bem simples. “Queremos renovar. Se eu coligar com partido grande, vou eleger deputados que já estão lá há dois ou três mandatos”, alfinetou. Para o PTC-DF, as conversas com os campos majoritários estão bem encaminhadas. A sigla sentou-se há algumas semanas, com o ex-governador, Joaquim Roriz (PSC-DF), de onde saíram encaminhamentos proveitosos. Mas, tudo no seu tempo, ainda falta o governador Arruda (DEM), e o candidato do PT, Agnelo Queiroz. A decisão só será tomada em junho de 2010. O recém-filiado ao Partido Social Cristão (PSC), deputado federal Laerte Bessa, adianta que a legenda se fortalecerá no Distrito Federal, com as caravanas de filiações realizadas pelo ex-governador do DF Joaquim Roriz (PSC-DF). A sigla, em âmbito regional, pretende manter coligações com partidos menores. Até o momento, Roriz fechou nove alianças para 2010. O líder nacional do PSC, deputado federal Régis de Oliveira (SP), afirmou que ainda não há nenhuma definição. “Não fomos chamados por ninguém para dialogar em nível nacional, nem nos estados. Tem muito palpite, mas falta conversa”, disse. Atualmente, o PSC conta com 24 | Fale!
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Os nanicos mais influentes Câmara dos Deputados n PHS. Felipe Bornier (RJ), Miguel Martino (MG), Uldurico Pinto (BA) n PMN. Fábio Faria (RN), Francisco Tenório (AL), Sérgio Petecão (AC), Silvio Costa (PE) n PRB. Cléber Verde (MA), Eduardo Lopes (RJ), George Hilton (MG), Léo Vivas (RJ), Márcio Marinho (BA), Marcos Antônio (PE) n PSC. Carlos Alberto Canuto (AL), Carlos Eduardo Cadoca (PE), Deley (RJ), Eduardo Amorim (SE), Filipe Pereira (RJ), Hugo Leal (RJ), Jurandy Loureiro (ES), Laerte Bessa (DF), Marcondes Gadelha (PB), Mário De Oliveira (MG), Milton Barbosa (BA), Ratinho Junior (PR), Regis De Oliveira (SP), Silas Câmara (AM), Takayama (PR), Zequinha Marinho (PA) n PTC. Antonio Feijão (AP), Carlos William (MG), Paes de Lira (SP) n PTdoB. Vinicius Carvalho (RJ)
Senado Federal n PP. Francisco Dorneles n PCdoB. Inácio Arruda n PRB. Marcelo Crivella e Roberto
Cavalcanti n PSC. Mão Santa n Psol. José Nery n PV. Marina Silva Fonte: DIAP
16 deputados federais e um senador. No DF, a idéia é reeleger o deputado federal Laerte Bessa, e mais um. Em nível nacional, entrar o ano de 2011 com pelo menos 30 deputados federais, ou seja, triplicar o número atual, segundo Régis de Oliveira. Em São Paulo, uns dois ou três deputados estão na previsão do líder. Em Brasília, o deputado esteve com Roriz, algumas vezes. “Ele está se preparando. As expectativas são boas, creio que ele tem chances reais de vencer”, analisou. Mas, o momento é ideal para dialogar com todos, em todas as esferas, segundo Régis. A surpresa do partido para o ano que vem será a eleição de mais um senador, além de Mão Santa (PI). Segundo Régis, o deputado federal www.revistafale.com.br
do Sergipe, Eduardo Amorim, deve sair candidato ao Senado. “Ele é muito forte no Estado, temos confiança nele”, disse. Para o consultor político da Expressão Brasil Marketing Político, Armando Uema, existem dois fatos para explicar o sobressalto das pequenas legendas: uma, o presidente Luís Inácio Lula da Silva acabou com a ideologia partidária e o enfraquecimento dos grandes partidos. As fortes lideranças regionais contribuíram para o agigantamento dos pequenos, a exemplo da senadora Marina Silva, no Acre. Quanto às surpresas esperadas por esses partidos, em todos os níveis, Armando acredita apenas nas regionais. “Nos Estados teremos grandes mudanças por causa das figuras políticas. O presidente Lula centralizou a figura política e isso ajudou os pequenos partidos”, explicou.
Disputa nacional.
No palco nacional, a disputa deve seguir tradicionalmente polarizada, entre PTPMDB e PSDB. Mas, especificamente em 2010, algo interessante deve ocorrer, na visão do consultor. “Lula não transfere voto para outro candidato e a ministra Dilma Rousseff não absorverá também o eleitorado”, frisou. O que já é diferente em Brasília. “Roriz transfere votos, como transferiu para sua filha, Jaqueline Roriz”, disse. Para o consultor, no Distrito Federal, o próximo ano trará novidades no teatro político candango.
Caso PMDB.
O diretório regional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-DF) perdeu seu maior símbolo de referência, o ex-governador Joaquim Domingos Roriz, um dos fundadores do partido. A decisão veio durante a reunião da Executiva Nacional em tentar resolver o impasse entre Roriz e o presidente da legenda regional, deputado federal Tadeu Filippelli. Tudo começou quando Filippelli negou-se ( de maneira velada, evitando as discussões) em dar legenda ao ex-governador para concorrer ao Buriti ,em 2010, e direcionou o partido para a base de apoio do governador do DF, José Roberto Arruda (DEM). Filippelli, supostamente, negociou a legenda com Arru-
da em troca de apoio para concorrer ao Senado Federal. Em discurso de despedida, Roriz lamentou ter sido preterido, mas garantiu que seu nome estará na disputa pelo GDF, independente de legenda. Até porque, por si só, Roriz já é uma legenda. O ex-governador anunciou que nove partidos da cidade prometeram uma coligação para o ano que vem. Atualmente, o ex-governador está filiado ao nanico PSC, na esperança de repetir o feito das eleições de 1990, quando se elegeu pelo PTC. O companheiro de Bessa e aliado de Roriz, deputado federal Marcelo Melo (PMDB-GO), considerou inacei-
tável essas manobras de bastidores e lamentou que o diretório local tenha cavado a própria sepultura. “Sem Roriz, não existe PMDB-DF”, ressaltou Melo. O ex-governador assegura estar vivendo um drama interno. Está triste por deixar o partido, mas, feliz por estar convicto que voltará ao governo. Roriz culpou Filippelli pelo ocorrido e declarou que aliança com o deputado será impossível. Marcelo Melo não vê saída para a legenda, a não ser encolher. “Acredito que o partido não fará deputado federal nem distrital no ano que vem. Não tem mais nome que puxe voto”, explicou.
Os dez mais.
O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) publica anualmente os deputados e senadores mais influentes do Congresso Nacional. O órgão, através de um criterioso processo de estudo, escolhe os 100 mais influentes. Posteriormente, os próprios 100 parlamentares escolhem os 10 mais influentes, dentre os listados. Na lista dos 100, alguns partidos pequenos marcam presença com alguns representantes: os deputados federais Chico Alencar (Psol/RJ) e Régis de Oliveira (PSC-SP) e o senador José Nery (Psol) do Pará. n
ENTREVISTA Joaquim Roriz Rejuvenescido e com todo gás. Foi assim que Joaquim Roriz recebeu a equipe de Fale! Brasília e concedeu a seguinte entrevista:
Foto José Cruz ABr _ ABr
Fale! Brasília. Em 1990, contra tudo e contra todos, o senhor conseguiu se eleger governador por um partido pequeno e repleto de alianças, levou 12 deputados distritais enquanto o PMDB fez, na época, apenas dois. Pretende fazer uma campanha como a de 1990, em 2010? Joaquim Roriz. Esse é o meu objetivo.
Fale! Brasília. Quais as expectativas no PSC-DF para 2010? Joaquim Roriz. A expectativa do PSC
é a melhor possível. Em apenas um mês de campanha de filiação conseguimos milhares de novos filiados em Brazilândia, Planaltina e Itapõa. No próximo ano, vamos disputar as eleições em todos os níveis. Teremos candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado distrital. Queremos fazer aliados com partidos como PMN, PSDC, PTdoB e PRTB e outros, a maior bancada na Câmara dos Deputados e na Câmara Legislativa.
Fale! Brasília. Como o senhor vai trabalhar com o eleitorado a partir de agora? O discurso deve mudar? Joaquim Roriz. Ainda não posso falar
que sou candidato ao governo porque as leis do meu país me impedem e eu respeito as leis. Vou continuar participando, como militante do PSC, da campanha de filiação, sempre reafirmando o meu compromisso com aqueles que mais precisam, que são os pobres.
Fale! Brasília. O PSC deve trazer alguma surpresa para o DF, em termos de aliança, coligação? Joaquim Roriz. Ainda é muito cedo para
que eles me conhecem. Sabem que, aquilo que prometo, eu cumpro. As pessoas sabem da minha vida política. Além disso, se for eleito, superarei todos os governos anteriores, inclusive os meus.
Vou lutar por isso.
falar de alianças e coligações para 2010. Todos os partidos dependem muito das coligações nacionais. É preciso, primeiro, que haja essa definição para depois discutirmos a nossa situação aqui em Brasília. Fale! Brasília. Quais são as estratégias para trabalhar agora, com um partido com menos tempo de TV? Isso pode influenciar no resultado final da campanha? Joaquim Roriz. Vamos trabalhar para
ampliar o tempo de televisão e rádio. Mas conto com a minha história política em Brasília. Fui governador por 14 anos, conheço a cidade e seu povo, e acredito www.revistafale.com.br
Fale! Brasília. Ainda dá tempo de conquistar novos aliados? Como o senhor pretende fazer isso, trazer para o seu lado pessoas que hoje estão de lados opostos? Joaquim Roriz. Os aliados, dentro
de uma proposta de governo, sempre é bom contar com eles. Mas quero pessoas honradas, pessoas que me ajudem a fazer o melhor governo de todos. Estou conversando com diferentes partidos e políticos, sempre discutindo o futuro do Distrito Federal, mesmo aqueles que no passado foram adversários. Sou um homem aberto ao diálogo, sempre fui, em todas as minhas administrações. Então, vamos conversar com todos aqueles homens de bem, que amam Brasília e seu povo, como eu amo. n outubro de 2009 | Fale
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POLÍTICA
a cabeça de toffoli
O novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli fala sobre suas expectativas na nova posição 26 | Fale!
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A
posse
do
novo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antonio Dias Toffoli, foi uma das mais concorridas, no último dia 23 de outubro.
Com estilo claramente low profile, Toffoli reafirma que vai atuar seguindo a Constituição. “É dessa forma que irei trabalhar, com muita vontade de trabalho, com parâmetros na Constituição brasileira, sempre em defesa daqueles elementos que são essenciais para com a pessoa, que é a vida, a liberdade e o seu patrimônio.” A cerimônia foi breve, sem discursos. O ponto alto foi a assinatura
Foto Nelson Jr._SCO_STF_23.10.2009
do termo de posse. Pouco antes da cerimônia, um problema com um gerador elétrico deixou o prédio do STF sem energia por alguns instantes e interrompeu o funcionamento do ar-condicionado. O cerimonial do STF, estima que cerca de mil pessoas participaram da cerimônia. A posse foi acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelos presidentes do Senado, José Sarney, da Câmara, Michel Temer, os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, e de São Paulo, José Serra, além de parlamentares e autoridades do Judiciário. Toffoli estava acompanhado dos pais, irmãos e da filha. Toffoli é o 162º ministro do tribunal. Ele completa 42 anos no dia 15 de novembro e foi advogado do
Ministros comentam aprovação A aprovação pelo Senado Federal da indicação do advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga aberta com a morte do ministro Menezes Direito, foi considerada justa e bem recebida pelos integrantes da Corte. No plenário do Senado, foram 58 votos a favor, 9 contra e 3 abstenções. “Seguramente, [Toffoli] é uma pessoa qualificada. Vai nos dar uma contribuição no esforço que estamos fazendo www.revistafale.com.br
de modernização do STF, para transformá-lo em uma autêntica Corte constitucional.” Gilmar Mendes, presidente do STF “Estendo a ele minha saudação carinhosa, na certeza de que ele vem para qualificar os debates e arejar a Corte com sua juventude. Sangue novo é sempre bom.” Carlos Ayres Britto, ministro, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Referindos-se à idade de Toffoli, 41 anos, o mais jovem indicado das duas últimas décadas. outubro de 2009 | Fale
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Frases de Toffoli
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“A Constituição Federal de 1988 pôs fim à hereditariedade nos cartórios no país. Concurso público tem que ser respeitado para os cartórios. Esse tema, caso aprovado aqui, poderá afrontar o princípio constitucional que prevê o concurso público. Concessão de cartório é um cargo público, é uma delegação do Estado, e esses cargos devem ser preenchidos com concursos públicos.” Sobre a proposta conhecida como PEC dos Cartórios e também como PEC Trem da Alegria, tem o objetivo de efetivar os titulares de serviços notariais e de registro, sem concurso público.
2
“Eu sou contra o aborto. Agora penso que a sociedade deve debater quais os mecanismos mais eficientes para diminuir o número de abortos no País. Porque criminalizar o aborto não é um meio eficaz. Sobre a legalização do aborto
3
“A Lei das Inelegibilidades é explícita ao dizer que é preciso a sentença ter transitado e julgado para a pessoa ser considerada inelegível. A não ser que se altere a Lei, a formação de culpa só com o trânsito julgado.” Sobre os fichas-sujas
4
“Esse processo de escolha é adotado pela Constituição Federal desde 1991. Tratase do modelo americano. A composição deve ter um crivo da democracia. Tem que passar pela vontade do eleitor. A maneira com que isso ocorre, com a indicação do presidente da República, que foi eleito de forma direta pelo povo, e a 28 | Fale!
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aprovação feita pelo Senado, onde está a representação dos estados e com os membros eleitos pelo voto popular. Daí é que vem o suporte democrático”, Sobre o atual processo de escolha para o cargo.
5
“Todo poder emana do povo. A Corte constitucional é composta com o crivo do povo. O indicado para o Supremo [Tribunal Federal] será batizado pela população por meio da aprovação dos que foram eleitos. Sou contra que a Corte Suprema seja preenchida por meio de uma carreira. Dessa forma ela será objeto de uma corporação.”
6
“O Estado deve ter a função de promotor do desenvolvimento econômico e deve ser o grande mediador entre a população e os vários setores”, Sobre a intervenção do Estado na economia
7
“Deve se perder a ideia de que ter lucro é pecado. Em uma concessão pública, a empresa vencedora tem direito de prestar o serviço e obter lucro. O Poder Judiciário tem o papel de garantir a segurança dos contratos. Tem a função de garantir que aquilo que foi pactuado seja cumprido.”
8
“Atuarei como juiz e ouvirei os ministros do Supremo se é possível ou não eu julgar. Analisarei todas as condições processuais que dizem respeito a impedimento ou suspeição. Não posso me adiantar em relação a comportamento.” Sobre o caso Cesare Battisti
9
“É um tema que tem de ser discutido pelo Congresso.
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No Supremo, essa discussão terá de levar em conta os princípios e garantias individuais. Hoje, já existe punibilidade para o menor infrator.” Sobre a redução da maioridade penal
10
“Eu defendo a política pública de cotas raciais. É uma política que tem fundamento na Constituição. Ajuda a reduzir as desigualdades sociais.” Sobre as cotas raciais nas universidades
11
“Para mim é muito evidente que o terceiro mandato consecutivo está impedido pela Constituição.” Sobre o terceiro mandato no Brasil
12
“Não vejo como o Estado manter uma discriminação em relação a pessoas que têm uma relação homoafetiva. Na hora de cobrar Imposto de Renda, por exemplo, o Estado não trata de maneira desigual essas pessoas. Sou católico, mas não posso, como agente do Estado, agir pelo que penso na minha fé.” Sobre a união homossexual
13
“A vitaliciedade é uma prerrogativa do juiz e é algo que deve ser mantida. Mas é preciso acabar com as dificuldades que se tem para fazer um processo administrativo para pôr um mau juiz para fora da magistratura. E também acabar com as dificuldades que se tem para tirar os vencimentos desses juízes.” Sobre a vitaliciedade no cargo dos juízes
força na posse. O presidente Lula cumprimenta Toffoli como ministro do STF Foto: U.Dettmar_SCO_STF_23.10.2009
PT em três campanhas presidenciais de Lula. Natural de Marília (SP), se formou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. O presidente Lula deixou o prédio sem falar com a imprensa. Assim como Toffoli, o governador José Serra também fez apenas uma declaração ao sair da cerimônia e evitou comentários políticos. Disse que veio desejar boa sorte ao novo ministro e que acredita que Toffoli vai corresponder às expectativas. Toffoli deixou o prédio do STF sob aplausos e seguiu para uma casa de festas, onde receberia convidados para uma comemoração. Um dia antes de sua posse no STF, Toffoli deu uma entrevista à Agência Brasil onde assegura que ajudará a diminuir a morosidade do Judiciário. Ali, ainda na codição de advogado-geral da União, Antonio Dias Toffoli, faz um balanço sobre sua atuação na AGU. Também apresentou algumas expectativas para a fase que se inicia. “Deixo a AGU sem nenhum processo pendente e com o sentido do dever cumprido”, declarou. Toffo-
li assegura que “junto com toda a equipe de advogados e servidores administrativos, conseguimos economizar cerca de R$ 500 bilhões para o país, em ações tributárias, previdenciárias e que envolviam litígios das mais variadas espécies”. Como último ato na AGU, Toffoli instituiu o Prêmio Saulo Ramos — grande defensor da criação da AGU —, com o objetivo de “reconhecer o trabalho dos advogados da AGU e premiar os de maior relevância”. Segundo Toffoli, Saulo Ramos teve papel decisivo para criar a instituição, durante a assembleia constituinte. A experiência adquirida na AGU será de grande relevância para a atuação de Toffoli no STF. “Principalmente porque me proporcionou uma boa experiência de gestão, e um dos grandes problemas do Judiciário é justamente esse”. A atuação conciliatória da AGU é um dos destaques apontados por Toffoli. Por meio das câmaras de conciliação, a AGU conseguiu evitar que alguns conflitos entre estados e União, ou mesmo entre órgãos como Departamento Nacional de Infraeswww.revistafale.com.br
trutura de Transporte (Dnit) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) chegassem ao Judiciário, tornando-o ainda mais moroso. A morosidade do Judiciário, por sinal, é uma das grandes preocupações que Toffoli levará à Suprema Corte. “Tenho muita vontade de contribuir para auxiliar o STF a diminuir o número de processos pendentes na Justiça”, revela. “Claro que alguns dispositivos já existentes, como a súmula vinculante, têm contribuído para dar celeridade à Justiça, ajudando também a diminuir o número de processos.” Toffoli declara-se favorável à alta remuneração do Judiciário. São necessários “salários atrativos no Judiciário para ali ingressarem os melhores quadros da sociedade”, defende. E, na busca por eficiência, sugere que este poder siga os exemplos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão para o qual seu nome já é cogitado. “A eficiência da Justiça Eleitoral brasileira, que é sem dúvida uma das melhores do mundo, é um exemplo para todo o Poder Judiciário”, avalia.n outubro de 2009 | Fale
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o l p m armas e x e l e de m o b contro , a i l í s a r B POLÍTICA
de
o g fo
apenas uma comparação com outros Estados. Para termos uma visão mais realista, seria necessária uma comparação com outros países. Se isso fosse feito, chegaríamos a uma conclusão não tão positiva”, informa Rangel. A ideia da pesquisa é analisar a forma como as armas de fogo apreendidas pelas forças de segurança pública estão sendo conduzidas pelos Estados, de modo a avaliar o desempenho de cada unidade da Federação no controle das armas apreendidas, sob sua tutela. Por ter sido a unidade federativa que mais colaborou com informações sobre a padronização dos dados do armamento e relativas a cada caso de arma apreendida, o DF foi considerado ponto de referência (100%). Em segundo lugar ficou o Rio de Janeiro (95,5%), seguido por São Paulo (93,4%), Pernambuco (91,6%), pelo Tocantins (88%) e Espírito Santo (83,3%). A pesquisa leva em consideração também o local de armazenamento de armas e o núDistrito mero total de apreensões. Federal é Os estados de Minas GeNosso objetivo é gerar a unidade rais, de Mato Grosso do pressões para que os estados Sul e do Paraná também federativa superem suas deficiências. melhoraram sua posição que tem apresenno ranking, por adotar Infelizmente Rondônia, Sergipe tado a melhor quasistemas mais aproprialidade de informações relativas ao e o Amapá [não forneceram as dos de recolhimento, armazenamento e guarda, recolhimento e à apreensão de armas. Com informações solicitadas para a com informações mais pesquisa] não têm colaborado, isso, lidera o Ranking dos Estados no Controle detalhadas sobre os arde Armas, levantamento realizado pela orga- e isso precisa ser divulgado mamentos. “Nosso objetivo é genização não governamental (ONG) Viva Rio, a para que a opinião pública rar pressões para que os partir de outubro de 2008. O relatório foi di- os leve a tornar pública as Estados superem suas vulgado no último dia 15, durante reunião da informações. deficiências. InfelizmenRaul Jungmann (PPS-PE), Subcomissão Especial de Armas e Munições, te Rondônia, Sergipe e o deputado federal Amapá [não forneceram na Câmara dos Deputados. as informações solicitadas para a Liderar o ranking, segundo o diretor da Viva Rio, Antônio Rangel, não significa, necessariamente, que a situação da capital federal seja satisfatória. “Isso é pesquisa] não têm colaborado, e isso
or t e r i o d ão o d n u ngel, n e g e s ing, ônio Ra nte, qu ja k n a o r io, Ant ariame eral se ma r a r Lide a Viva R , necess pital fed as de u s. d ifica a ca apen stado sign uação d rata-se utros E a sit atória. T o com o Peduzzi f satis mparaçãor Pedro P co
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precisa ser divulgado para que a opinião pública os leve a publicar as informações”, afirmou o presidente da subcomissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE). De posse de informações sobre fabricação, lojas de revenda e entidades que compraram as armas é possível identificar como elas foram parar
nas mãos de criminosos, avalia Jungmann. “Boa parte tem como origem a própria polícia e em lojas autorizadas”, disse. “O início dessa pesquisa teve origem no Rio de Janeiro. Lá havíamos identificado, em 1995, que 99% das armas apreendidas com bandidos eram originárias de apenas nove lo-
jas”, disse Rangel. “A partir daí, caberia à Polícia Federal entrar em ação e investigar o porquê do desvio. Infelizmente isso ainda não foi feito e as lojas continuam atuando”, completa. A pesquisa levou em conta um universo de 238 mil armas apreendidas no país durante os últimos dez anos. n
índices em alta. Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari
Jovens, as principais vítimas da violência As taxas de violência e de homicídios no Brasil cresceram significativamente nos últimos anos no interior do país, mas se mantiveram estáveis na maior parte das regiões metropolitanas. Na análise por faixa etária, os jovens de 15 a 24 anos se consolidaram como principais vítimas dos atos violentos. Os dados são do diretor de pesquisas do Instituto Sangari, Julio Jacobo Waiselfisz, e foram anunciados em audiência pública na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Urbana da Câmara dos Deputados, em Brasília. A taxa global de mortalidade da população brasileira caiu de 633 em 100 mil habitantes em 1980 para 553, em 2007. Entre os jovens, ficou estável, passando de 128 para 129, no mesmo período. “A esperança de vida da população em geral melhorou sensivelmente nas últimas décadas, mas isto não aconteceu na juventude, devido,
principalmente, às mortes violentas”, afirmou o pesquisador, autor do Mapa da Violência nos Municípios, estudo que analisa a mortalidade causada por homicídios, com foco especial nos crimes contra jovens, por acidentes de transporte e por armas de fogo. Jacobo explica que a interiorização da violência no Brasil tem como principais explicações a prioridade do Fundo Nacional de Segurança Pública para os investimentos em capitais e regiões metropolitanas violentas, descentralização do crescimento econômico com pólos destacados no interior e a melhoria na captação dos dados de mortalidade. “No interior há muitas áreas com pouca presença da segurança pública. [Essas áreas] se apresentam como um terreno praticamente virgem para ser explorado pela criminalidade”, ressaltou Jacobo. Entre as 30 cidades mais www.revistafale.com.br
violentas do Mapa da Violência de 2008, o último divulgado, figuraram apenas duas capitais. Recife (PE), na nona posição, com taxa de homicídios de 90,5 para cada 100 mil habitantes e Vitória (ES), na décima terceira posição, com taxa de 87 para cada 100 mil. Cidades de fronteira, como Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul, com 107,2 homicídios para cada 100 mil habitantes, e Colniza, em Mato Grosso, com taxa de 106,4 homicídios, ocuparam respectivamente a primeira e segunda colocações do ranking. “As taxas podem ser um reflexo da incidência do contrabando e da pirataria na vida da população das cidades de fronteira”, avalia Jacobo. “O mapa é importante para ver quais municípios têm índices de violência elevados e serviu para nos dar um panorama do que acontece nos interiores”, lembra. “É um termômetro que indica que determinado município está com febre.” — Marco Antonio Soalheiro outubro de 2009 | Fale
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Economia
agr o ne tecnologia, PRODUTIVIDADE e conflitos
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eg ó ci o
O agronegócio é responsável por um terço do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 40% das exportações e dos empregos brasileiros. No estado do Mato Grosso do Sul corresponde a 70% das riquezas geradas, já que boa parte do comércio também gira em torno do setor. Esse bom desempenho não pode ser atribuído apenas à vocação agropecuária brasileira. O desenvolvimento científico-tecnológico e a modernização da atividade rural, contribuíram igualmente para transformar o país numa das mais respeitáveis plataformas mundiais do agronegócio. Entretanto, conflitos com grupos indígenas na região centro-oeste podem reduzir o fólego desse importante setor da economia do Brasil. Por Marcos Antonio Soalheiro_ Agência Brasil
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ECONO MI A & NEG Ó CI O S agronegócio
dos
grandes
latifún-
dios no sudoeste de Mato Grosso do Sul é responsável por cerca de 70% da economia regional, já que boa parte do comércio também gira em torno do setor. De plantações de soja, somente no município de Dourados, há 140 mil hectares de lavoura altamente produtiva, com média de 55 a 60 sacas por hectare, que representam um volume de negócios de R$ 300 milhões anuais. Em Dourados há também produção de milho safrinha no inverno – 100 mil hectares, nas mesmas áreas em que se planta soja, no verão. Outra cultura de destaque é o trigo, além dos rebanhos bovinos, que podem ser vistos durante as viagens pelas rodovias, num cenário absolutamente plano. Um dos setores em ascensão é o sucroalcooleiro – 24 mil hectares são destinados à plantação de cana-de-açúcar. O sucesso financeiro é garantido pelas condições naturais favoráveis da terra vermelha e pelo investimento constante em tecnologia. Um hectare de terra na região está avaliado em R$ 20 mil. “Hoje trabalhamos com agricultura de precisão. Todo o solo é mapeado, e cada pedaço é corrigido de acordo com o que ele precisa. Quando se faz a colheita, se sabe o que cada área produziu e se busca uniformizar. Na pecuária temos a parte de fertilidade embrionária. Estamos fazendo cruzamento de animais para melhorar a precocidade”, descreveu o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli. O produtor rural César Dierings, gaúcho e filho de colonizadores, tem com a família 2 mil hectares de lavoura em Dourados. Membro da
LINHA DO TEMPO
ÍNICIO DO SÉCULO XX n A região sudoeste de Mato Grosso do Sul se mantém isenta de colonização intensa e se caracteriza como refúgio para a população guarani Kaiowá e Guarani Nhandeva.
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diretoria do Sindicato Rural local, ele ressaltou que o bom desempenho do agronegócio no município é fruto de um processo iniciado há várias décadas. “A partir do final da década de 60 houve o boom da agropecuária na região, com a chegada de gaúchos, paranaenses, paulistas e mineiros. A região de Dourados se desenvolveu de forma sólida e a terra hoje é altamente produtiva, com muita tecnologia, se tornou um celeiro do país. De uns anos para cá, cresceram a avicultura, a suinocultura, o setor sucroalcooleiro e tem três fábricas de adubo se instalando”, destacou Dierings. O Sindicato Rural avalia que o agronegócio poderia ter um resultado ainda melhor se a Fundação Nacional do Índio — Funai, não tivesse publicado portarias prevendo estudos técnicos para identificação de áreas indígenas na região. “Quando a Funai lançou portaria de maneira irresponsável, havia a perspectiva de a Perdigão se instalar aqui e montar um frigorífico bovino. Eram grandes empresas chegando. Hoje, já não se fala mais em venda de terras, porque todo mundo tem medo de investir aqui, afirma Dierings.”
entre 1915 e 1928 n São criados pelo Serviço de Proteção ao Índio — orgão que antecede a Funai — oito espaços exclusivos para os índios. Não há preocupação com a preservação da identidade étnica e cultural dos povos. www.revistafale.com.br
“Funai é inoperante”
A prosperidade da atividade é outro argumento para que os fazendeiros não gostem da ideia de que parte das terras particulares seja desapropriada para os índios. Para os produtores, muitos problemas enfrentados pelos indígenas se devem à ineficiência dos órgãos oficiais. “A Funai é inoperante, deixa os índios passando fome, mas ainda é apoiada pelo MPF [Ministério Público Federal], que defende abertamente a anarquia e a bagunça no estado”, criticou o pecuarista Gino José Ferreira. Segundo o produtor César Dierings, mesmo sendo uma prática proibida, alguns índios arrendavam parte de suas terras para produtores rurais. Para ele, isso demonstra a incapacidade da Funai de estimular uma atividade agrícola nas reservas. “A Funai não tem capacidade de fazer com que os índios produzam e só alguns deles têm aptidão agrícola. Então só dar terra a eles não vai resolver”, disse Dierings. Os agricultores acreditam que o caminho para uma redução da desigualdade social na região passa obrigatoriamente pela maior integração do índio à sociedade, com todas as perdas culturais que isso possa acarretar. “Se quer que o índio viva numa condição que todo mundo merece, tem que deixar de lado a pressão das ONGs [organizações não governamentais] e a cultura [de subsistência] dos índios, trazê-los para a sociedade, inseri-los no mercado de trabalho e dar a eles deveres e obrigações”, defendeu Zeuli.
décadas de 1930 a 1960 n Incentivos pelo governo federal, agricultores e pecuaristas se instalam nas terras, deixando os indígenas espremidos em pequenas áreas remanescentes.
A maior concentração de índios do país A reserva de Dourados, em Mato Grosso do Sul, tem a maior concentração de índios do país. Cerca de 13 mil cidadãos de três etnias convivem em uma área de 3,5 mil hectares (ha)
7
hectares. É a área destinada a apenas uma cabeça de gado em Mato Grosso do Sul, enquanto um índio, na mesma região, ocupa um espaço vinte vezes menor.
Mato Grosso do Sul (MS)
293
vezes menor que o espaço individual de cada índio na Raposa Serra do Sol (RR). Lá, um indígena dispõe de aproximadamente 88 hectares.
7 hectares
7 hectares
100
hectares equivalem a1 quilômetro quadrado (Km²), 1 hectare equivale aproximadamente a um campo oficial de futebol (90 x 120 metros).
FOnte: IBGE e Conselho indígena missionário – CIME
décadas de 1940 a 1950 n A presença dos brancos fica mais intensa na região. A terra aumenta seu valor como capital e se ampliam as disputas por propriedade. Fazendas e empresas agropecuárias se instalam e substituem florestas por monoculturas de canade-açúcar, soja ou criação de gado.
Ano de 1978 n Grupos indígenas começam a se recusar a deixar suas terras tradicionais e passam a exigir do Estado o reconhecimento desse espaço. Há fortes reações de forças contrárias, inclusive com o assassinato de alguns indígenas. www.revistafale.com.br
Panorama atual n O governo federal inicia estudos de demarcação na região, sob protestos de agricultores e autoridades estaduais. Índios esperam o reconhecimento do direito originário às terras e proprietários rurais relutam em abrir mão das áreas, amparados por títulos registrados em cartório. outubro de 2009 | Fale
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ECONO MI A & NEG Ó CI O S
CONFLITOS. Arco, flecha e porretes são as armas usadas pelas famílias indígenas da Comunidade do Kurussu Ambá. Frágil cerca marca a divisão entre acampamento de família indígena e latifúndio, onde índios dizem ter parentes enterrados. FOTOS Valter Campanato_ABr
ÍNDIOS DO AMAMBAI SONHAM EM PRODUZIR E REDUZIR DEPENDÊNCIA
C
om aproximadamente 6 mil índios em uma área de 2,2 mil hectares, a aldeia de Amambai abriga famílias que sonham em recuperar terras de seus antepassados e enfrentam os reflexos negativos da falta de espaço para manter hábitos de uma cultura tradicional. Há moradias em boas condições, mas também muitas casas de sapê, com coberturas improvisadas por indígenas, que chegaram ao local depois de serem expulsos ou removidos de outras localidades que deram lugar a fazendas. Calejado na luta pela terra, o índio kaiowá Italiano Vásquez, 52 anos, estima que as famílias da aldeia teriam direito a pelo menos mais 1,5 mil hectares onde viveram antigas gerações. Os estudos de demarcação iniciados em 2008 foram suspensos por determinação judicial. No fim de agosto, entretanto, a Advocacia-Geral da União – AGU, conseguiu cassar a liminar na Justiça liberando a retomada dos estudos na região. “Aqui em Amambai está lotado e não cabe mais ninguém. Estamos cheios de gente morando, praticamente, um em cima do outro. Cada patrício tem só 1 hectare”, descreveu Italiano, pai de oito filhos, ao caminhar entre pequenas plantações de mandioca, banana e cana-de-açúcar. 36 | Fale!
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produtores rurais e autoridades Nossa luta é para entre para desapropriação das áreas. “Nossa luta é para retomar o chão retomar o chão que foi nosso. Isso é o mínimo que nós queremos do governo federal e que foi nosso. Isso é o da Funai, o nosso chão de volta. Não pedindo ao fazendeiro para me mínimo que nós queremos estou dar área produtiva dele, só o que é nosso”, argumentou. do governo federal e da Funai, o nosso chão de Falta apoio para produzir volta. Não estou pedindo Retomar o chão tradicional, entretanto, não será suficiente para gaao fazendeiro para me dar rantir melhores condições de sustenUma queixa geral da comunidade área produtiva dele, só o to. é a ausência de assistência técnica adequada para lidar com a lavoura. que é nosso. Sem orientação, a tribo não consegue “Tinha 3,6 mil hectares o nosso tekoha [o lugar onde o indígena realiza o seu modo de ser, na língua guarani], que agora se chama aldeia indígena de Amambai. Cada vez mais foi diminuindo e a população Guarani Kaiowá cada vez mais aumentando. Queremos terra para trabalhar e plantar, porque tem mais crianças chegando”, acrescentou o indígena, ex-capitão da aldeia em que nasceu e presidente de uma associação de produtores indígenas. Italiano sabe que a esperança de recuperar a terra depende de um acordo www.revistafale.com.br
produzir, ficando na dependência das cestas básicas doadas pelo governo. “Precisamos de orientação, acompanhamento técnico, defensivos, adubos e sementes na época certa. Muitas vezes chegam as coisas depois que passou a época certa e aí falam que os indígenas não querem trabalhar. Depois que passou a época do plantio não adianta”, ressaltou Italiano. A aldeia de Amambai, como outras na região, está cercada por latifúndios nos quais há produção de soja e outros cereais e criação de grandes rebanhos bovinos.
É embaixo de parte dessas terras que os índios encontram os argumentos para reivindicar o direito às áreas. “Queremos o lugar onde moravam nossos avós. Lá tem cemitério indígena em que os fazendeiros meteram trator em cima”, disse Italiano.
Abandono. Crianças indígenas crescem em acampamento precário à beira de rodovia federal. FOTO Valter Campanato_ABr
Populoso e sem estrutura
Acampados em barracos improvisados em um canto da aldeia de Amambai, os cerca de 20 integrantes da família do kaiowá Nízio Gomes têm de se acomodar com dificuldade para dormir no chão, enrolados apenas em um pano. Eles reivindicam outra área que hoje está ocupada por uma fazenda. Segundo o indígena, a cesta básica distribuída pela Funai é insuficiente para o sustento. A precariedade faz com que Gomes deseje ainda mais depressa a “recuperação” da terra de onde seus antepassados teriam sido expulsos na década de 70. “Essa aldeia é dos outros, não é minha. Quero entrar [na outra área], acampar, sem prejudicar fazendeiro. Se ele quer, pode retirar tudo, madeira, árvore. Só queremos uma terra, na quantia que o governo demarcar” (sic), afirmou. A falta de terra cria distintas situações na aldeia de Amambai. Enquanto famílias ficam dependentes das cestas básicas doadas pelo governo, outras tentam melhorar de vida com ajuda dos mais jovens que deixam aldeia em busca de trabalho na lavoura de cana. As usinas que usam a mão-de-obra indígena ficam a até 500 quilômetros de distância. Pela temporada de trabalho com o facão, em torno de 70 dias, cada índio volta para casa com a quantia de R$ 1 mil a R$ 2 mil. Com esse dinheiro, a família compra material de construção, móveis e paga dívidas. “[O índio] Não acha serviço por aqui, tem muito preconceito. Quase não tem patrício que trabalha na cidade”, queixou-se Italiano. A administradora regional da Funai, em Dourados, Margarida Nicolleti, admite a ocorrência de atrasos na entrega de cestas básicas e de sementes para projetos agrícolas nas aldeias e acampamentos indígenas. Ela atribui o problema tanto a fatores administrativos quanto ao clima da região. “É um trabalho operacional difícil. Às vezes chove demais e as estradas ficam muito ruins”, alegou Margarida.
Guarani Kaiowá vivem às margens de rodovia A apenas 5 quilômetros do centro de Dourados, 12 índios Guarani Kaiowá vivem acampados às margens da Rodovia BR-463, na saída para Ponta Porã, em frente a uma grande fazenda na qual dizem estar enterrados alguns de seus antepassados. Os três barracos, improvisados com lona e pedaços de madeira velha, contrastam com as grandes propriedades rurais da região. No acampamento não há energia elétrica e os índios tomam banho e bebem água em um córrego próximo, que está poluído. Eles se alimentam de cestas básicas entregues pela Fundação Nacional do Índio – Funai, a cada 15 dias. Não trabalham e às vezes vendem latinhas e garrafas descartáveis recolhidas às margens da rodovia. Dormem no chão ou em finos e gastos colchonetes, num local usado como galinheiro durante o dia. “Estamos passando dificuldade aqui. A comunidade está sem coberta, dormindo no chão, fazendeiro não deixa a gente cortar nem lenha seca. Já falou que, se cortar madeira lá, pistoleiro vai matar índio aqui e se pescar no córrego também”, lamentou a líder do grupo, Damiana Cavanha, 75 anos. “A gente já pediu pão na cidade. Aqui não dá para plantar nada, nem para criar galinha direito. Ainda tem dez [galinhas], mas estão acabando. Se chove, molha a gurizada toda, www.revistafale.com.br
que não tem cama nem coberta para diminuir o frio. Precisamos de lona, agasalhos e roupinhas”, acrescentou. Na luta pela terra, os índios já se instalaram além dos limites da cerca. Nas duas vezes foram retirados – uma pela Polícia Federal e outra por uma empresa de segurança privada contratada pelos fazendeiros. Os indígenas dizem ter sido orientados pela Funai a se manterem pacificamente às margens da rodovia até que tenham uma autorização judicial para ocupar parte do que hoje é a fazenda. “Tem que esperar a ordem do juiz. Mas essa terra é do índio mesmo. Minha tia está enterrada num cemitério lá. Tem que pegar para a gente pelo menos um pedaço de terra”, afirmou Damiana. “Quando a gente quer muito conseguir alguma coisa, tem que cantar e rezar”, explicou Damiana, ao fazer uma demonstração de sua cultura tradicional, com cantos e danças. Nas andanças pela aldeia, a líder indígena tem a companhia constante de um urubu que costuma pousar em sua cabeça como se fosse de estimação. Os donos da propriedade não foram localizados para comentar a reivindicação dos índios de ter parte da área reconhecida. Outros fazendeiros da região disseram que a família já se aborreceu muito com a situação e evita comentar o assunto. outubro de 2009 | Fale
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ECONO MI A & NEG Ó CI O S
A OPINIÃO DO ANTROPÓLOGO
O antropólogo garante que os levantamentos feitos em Mato Grosso do Sul para embasar as demarcações de terras, não são um jogo de cartas marcadas a favor dos indígenas
FOTOS Valter Campanato_ABr
A
identificação de áreas indígenas desperta reações contrárias da classe produtiva. Em Mato Grosso do Sul, onde 45 mil índios reivindicam mais espaço, os fazendeiros taxam como “viciado” os trabalhos dos especialistas responsáveis pelos estudos. O antropólogo Rubem Thomaz de Almeida, que há 30 anos estuda a região, garante que os levantamentos feitos para embasar as
incluir área porque não tínhamos argumentos nem dados suficientes para colocar espaços como terra indígena. É fundamental realizar os estudos para que o governo possa atuar e decidir um problema social gigantesco, que são 45 mil índios que estão ali sem terra, sem ter onde plantar”, afirmou Almeida. “Temos atrás da gente a academia. Somos vinculados à Associação Brasileira de Antropologia e, se a gente incorrer em desvios na nossa produção científica, haverá facilidade em derrubar [os laudos]”, acrescentou. Almeida diz ser contrário à “criminalização” dos fazendeiros e reconhece que eles deveriam ser recompensados pelo governo para deixar a terra, em valor além das benfeitorias. “Dificilmente essa coisa vai resolver sem negociação com os produtores rurais. Não podemos criminalizar os fazendeiros, dizer que são todos bandidos. Ficará muito difícil dar conta do problema
Faltou um pouco de decisão política e de ânimo do governo para dar conta, antes, do problema. demarcações pelo governo federal, não são um jogo de cartas marcadas a favor dos indígenas. Ele atribui a “desconhecimento de causa” as críticas dos ruralistas. “É necessário que eles [fazendeiros] entendam que o estudo não vem definido. Em estudos passados, inclusive, deixamos de 38 | Fale!
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se não houver mecanismo para se pagar a terra aos fazendeiros”, ressaltou. Entretanto, o antropólogo classifica de “absurdos” os argumentos que tentam vincular a luta dos índios pela terra a interesses estrangeiros. “São 45 mil pessoas que têm uma história, tradição,
e sabem exatamente onde vivem e o que querem. Não tem Cimi [Conselho Indigenista Missionário], antropólogo nem estrangeiro, absolutamente ninguém. Eles não vão deixar de reivindicar a terra. O fazem por sua conta. Quem fala o contrário é para jogar fumaça e não enfrentar o problema”, criticou. Pesquisa da década de 80 já alertava o governo para a necessidade de reconhecer mais áreas indígenas em Mato Grosso do Sul, após o processo de colonização que resultou no confinamento de índios em aldeias delimitadas pelo próprio governo. Hoje o sudoeste do estado é apontado por estudiosos e pela própria Fundação Nacional do Índio (Funai) como o espaço mais problemático da questão indígena no Brasil. Para Almeida, o país já poderia ter superado o quadro. “Faltou um pouco de decisão política e de ânimo do governo para dar conta antes do problema. É necessário que o governo pegue esse touro a unha, e decida levar adiante primeiro os estudos e depois as decisões [de demarcação e homologação de áreas]” , defendeu o antropólogo. A expectativa dos profissionais envolvidos no trabalho de identificação em Mato Grosso do Sul é concluir a fase dos estudos em abril de 2010. O antropólogo entende que as críticas de parte da população de Mato Grosso do Sul à vida dos índios em áreas homologadas, como a aldeia de Panambizinho, a
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25 quilômetros de Dourados, deve-se a uma percepção equivocada da cultura tradicional. Na região, áreas antes produtivas viraram mato e os índios trabalham apenas com agricultura de subsistência. “Não podemos esperar que os guarani vão produzir como nós produzimos. Eles têm um viés cultural e se mostram abertamente contra a produção em larga escala. Eles têm uma relação cosmológica importante com o mato. Buscam o mato, porque lá tem que ter bicho e tem que proteger a água. Mas eles também têm plena consciência de que quem não trabalha não come.” Se os estudos na região confirmarem as reivindicações indígenas, os antropólogos calculam que o problema fundiário das comunidades tradicionais estará resolvido para pelo menos três gerações, cabendo aos indígenas se organizarem futuramente para viver ali. Durante os estudos antropológicos, as equipes deverão ser acompanhadas por representantes do governo estadual e de proprietários rurais na vistoria em fazendas, além de receberem escolta policial. No ano passado, quando os estudos começaram, especialistas foram seguidos e fotografados por desconhecidos. “A presença da polícia é um modo de a gente entrar nas áreas que precisam ser verificadas”, disse Almeida ao destacar a importância do estudo para o processo de demarcação.n
Produção agrícola registra recorde em 2008 com alta de 9,1%
A
produção agrícola brasilei-
ra de grãos encerrou o ano de 2008 com 145,4 milhões de toneladas colhidas, o maior resultado já registrado. Em relação ao ano anterior, houve incremento de 9,1%. O volume recorde foi influenciado pelas condições climáticas verificadas no ano passado, pela oscilação nos preços das commodities agrícolas e pela elevação na demanda por produtos agrícolas, impulsionada pela expansão do mercado de agroenergia. Os dados fazem parte da Pesquisa Agrícola Municipal – Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o levantamento, tiveram bom desempenho o milho – com um aumento de 13,1% sobre a safra anterior, totalizando 58,9 milhões de toneladas – e a soja, cuja produção somou 59,2 milhões de toneladas, um acréscimo de 2,4% sobre o ano passado.
O valor da produção alcançou R$ 148,4 bilhões, registrando um acréscimo de 27,3% em relação a 2007. Esse resultado representa uma elevação de R$ 31,9 bilhões de reais, explicada principalmente pelo aumento dos preços da soja – que respondeu por 26,1% do valor da produção agrícola brasileira –, do milho, do feijão e do arroz, além da maior produção de cana-de-açúcar, que teve aumento de 17,4% (apesar de ter contribuído com apenas 8,2% no valor da produção), de café e de trigo. O levantamento também mostra um crescimento de 4,8% na área plantada, com a incorporação de quase 3 milhões de hectares, somando 65.338.804 milhões de hectares. Somente a soja teve um aumento de cerca de 500 mil hectares no período, e o milho, de 736 mil hectares. “O crescimento do milho nos últimos dois anos deve-se ao aumento da demanda pelo produto no mercado internacional, já que os Estados www.revistafale.com.br
Unidos, maior produtor e exportador mundial do grão, destinaram boa parte de sua produção para fabricação de etanol, o que, consequentemente, elevou o preço do milho no mercado, e acabou gerando a crise mundial de alimentos”, destaca o documento. Já no cenário nacional, como o álcool é produzido a partir da cana-deaçúcar, os investimentos feitos nos últimos cinco anos para abastecer os mercados nacional e internacional com etanol, acabaram favorecendo a produção da cana-de-açúcar , que teve expansão em 2008 de 15,9%, com a incorporação de 1,1 milhão de hectares. O levantamento ressalta, no entanto, que apesar do crescimento verificado, a área total plantada ainda é inferior às referentes aos anos de 2004 e 2005, o que, segundo o IBGE, ratifica os ganhos de produtividade influenciados pelo clima e pela maior utilização de insumos e tecnologia. — Thais Leitão, da Agência Brasil n outubro de 2009 | Fale
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bloomberg + businessweek
Michael Bloomberg, prefeito de Nova York e um dos homens mais ricos dos Estados Unidos, com fortuna de US$ 17,5 bilhões, segundo estimativa da revista ‘Forbes’ comprou a BusinessWeek, da McGraw-Hill
M
ESMO EM TEMPOS DE CRISE, MICHAEL BLOOM-
berg, o prefeito de Nova York, continua ampliando seus negócios. Depois de três meses de negociações com diferentes candidatos à compra, a editora McGraw-Hill formalizou no dia 12 de outubro a venda da revista BusinessWeek por cerca de US$ 5 milhões para a agência de notícias Bloomberg, fundada por ele em 1981. A revista, lançada há 80 anos, é um ícone do jornalismo econômico no mundo e uma das pérolas da coroa do neoliberalismo.
Mas em 2008 amargou enormes perdas. O prejuízo foi de US$ 43 milhões e projetando perdas de outros US$ 60 milhões para este ano. A agência Reuters e o grupo ZelnickMedia, tentaram comprá-la, mas Bloomberg foi mais sedutor. A BusinessWeek tem hoje 900 mil assinantes, o que dá a Bloomberg uma base para concorrer também no mermelhorado, tais quais cado de publicações impressas com nossos recursos nos seus principais rivais, o “The Wall permitem fornecer, que Street Journal” , de Rupert Murdoch é fundamentalmente, e o grupo Barron’s, que tem parte da tanto online quanto imrevista “SmartMoney”. Mas a com- presso, mais atrativo para pra da “BusinessWeek” deve ter ao os leitores, espectadores e menos uma consequência imediata: publicitários” disse ao jorjá se fala na redução de 20% de sua nal Advertising Age Daniel equipe. L. Doctoroff, presidente da Os novos donos têm um plano: Bloomberg. irão investir em produtos editoriais na BusinessWeek que, provavelmen“Ele te, será rebatizada de Bloomberg BusinessWeek, na expectativa que [o plano] começa com a os leitores e, por consequência, os criação de uma grande anunciantes os sigam. “Finalmen- revista”, disse Norman te vimos que você consegue ter uma Pearlstine, gestor de conrentabilidade através de um produto teúdo da Bloomberg, que
Mais e melhor.
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foto ELZA FIÚZA _ abr
jornalismo e projeto gráfico. A revista BusinessWeek impôs um modelo editorial de jornalismo amparado na qualidade e na originalidade do conteúdo e na sobriedade do projeto gráfico
está se tornando o presidente da BusinessWeek. “Existem muitos talentos na BusinessWeek que podem fazer isso. Mas eles têm certeza que o recurso estava sendo limitado nos últimos anos por causa do modelo de negócios que eles tinham.” P a r a melhorar e dinamizar a produção editorial da BusinessWeek, os novos proprietários planejam aumentar o número de páginas editoriais em cada edição, explorando os 2.200 jornalistas existentes na Bloomberg. “Nós achamos que, dado o alcance global e os valores disponíveis para nós na Bloomberg, associados com a BusinessWeek, nós podemos fazer uma grande revista” avalia Pearlstine em entrevista. “Se nós fizermos isso, nós seremos recompensados pela procura do consumidor e consequentemente, da publicidade”. E não é só o anúncio o carro chefe
da Bloomberg, eles também estão de olho na melhor circulação da economia, a prioridade que tantas editoras de revistas têm dado à caça desesperada pelos dólares dos anunciantes. “Nesse momento, o preço da assinatura anual é de US$ 35” informa Doctoroff. “Já o da The Economist é US$ 106. Nós temos que melhorar o produto e fazer a BusinessWeek corresponder à isso”. Isso não quer dizer que a Bloomberg vai ignorar a chance de vender anúncios em seus produtos recémcombinados face a seus consumidores, “A outra oportunidade existente é online, entre os dois sites Bloomberg. com e BusinessWeek.com. Nós teremos cerca de 8 milhões de acessos, o que significa mais do que qualquer outro portal de negócios ou finanças” disse Doctoroff. “O mais interessante é que os sites não apresentam nenhuma sobreposição de anunciantes e quase nenhuma em relação aos visitantes. Essa é a grande oportunidade” completa. O novo dono também pode enxuwww.revistafale.com.br
gar custos mudando a BusinessWeek para os nove andares vagos na sede da Bloomberg. Além isso, os encargos da empresa agora sob o domínio da Bloomberg serão menores do que na época de McGraw Hill. Não há nenhuma previsão de quando será feita a transformação de BusinessWeek para a Bloomberg BusinessWeek, mas tudo indica que isso será feito rapidamente. “Não é um projeto para ser feito da noite para o dia” disse Pearlstine, “Achamos que há realmente um nicho para uma revista semanal com alcance global dedicada aos negócios. Se você conseguir esse direito, você terá o tipo de circulação que você quer e o tipo de retorno que você está procurando”. Jim Spanfeller, ex-Forbes Digital, que recentemente começou a sua própria consultoria de mídia, disse que a aquisição não irá alterar, pelo menos de imediato, o jogo para os anunciantes. “Eu não acho que haja um impacto imediato em todos os anunciantes”, disse ele. “Mas daqui para frente poderá haver.” outubro de 2009 | Fale
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Sociedade
Corrupção Você diz
NÃO
ou sim?
O Brasil é um País de potenciais corruptos? Pesquisa inédita do Instituto Datafolha revela que 83% dos brasileiros admitem já ter cometido, pelo menos, uma prática ilegítima
A Cada não conta. A Organização das Nações Unidas – ONU, instituiu em 2003, o Dia Internacional Contra a Corrupção, a data da comemoração é 9 de dezembro. A organização acredita que é possível controlar a corrupção. Para isso, confia na UNCAC – sigla em inglês para Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. 140 países já assinaram o instrumento dentre eles 100 países já ratificaram o acordo, inclusive o Brasil. 42 | Fale!
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maior
parte
dos
brasileiros
associa corrupção ao governo, segundo a inédita pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha no mês de agosto e divulgada em outubro. Quando os entrevistados foram solicitados a dizer, espontaneamente, como definem o conceito de corrupção, 43% fazem referências ao setor público ou ao governo, como, por exemplo, apropriação indevida (ou roubo) do dinheiro público (19%), e políticos que utilizam o dinheiro público em benefício próprio (14%).
Foram realizadas 2.122 entrevistas em 150 municípios e a margem de erro é de no máximo dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Dois questionários foram aplicados. Primeiramente, o pesquisador fez uma série de perguntas sobre moralidade e corrupção, entre elas um conjunto de questões sobre alguns atos específicos, como comprar produtos piratas ou ‘colar’ em provas ou concursos, por exemplo. O objetivo era identificar o que os brasileiros consideram como atos corruptos. www.revistafale.com.br
Em seguida, cada entrevistado recebeu um questionário para que ele próprio preenchesse, no qual se perguntava se ele tinha cometido tais atos ilícitos. Esse questionário foi depositado em uma urna lacrada, de forma a que o pesquisador não tivesse acesso às respostas do entrevistado, garantido assim que ele não se preocupasse com o sigilo das informações. A pesquisa deixou claro que os brasileiros tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados. Mesmo assim, 83% dos brasileiros admitiram ter cometido pelo menos uma prática ilegítima, ou corrupta. Entre os que têm de 16 a 24 anos essa taxa vai a 93%. A quantidade de práticas ilegítimas é maior entre os homens (86%) do que entre as mulheres (80%). A pesquisa constatou um dado interessante. Os brasileiros que fazem parte das classes A e B são mais tolerantes com a corrupção do que os que integram as classes C, D e E.
Você é inocente?
Corrupção para todos os gostos, todos os tipos. A pesquisa constatou a opinião de que, em todos os segmentos da sociedade a corrupção se faz presente. A percepção de corrupção nas empresas privadas empata com a que é verificada em empresas estatais: 72% em ambos os casos. Enquanto 69% acham que existem corruptos em bancos e financeiras. No Poder Judiciário, 73% acreditam que há corrupção entre juízes e promotores, taxa similar à registrada no que se refere aos que vêem corruptos nos sindicatos dos trabalhadores (70%). Para 61% existe corrupção na Imprensa. Acham que existe corrupção nas Forças Armadas 54%, percentual que empata com a dos que acreditam que há corruptos entre os integrantes da Igreja Católica (53%). A taxa dos que percebem corrupção nas igrejas evangélicas é maior, chegando a 64%. Quando se trata das forças policiais, 81% acham que existe corrupção na Polícia Militar do seu Estado; essa taxa é de 79% no que se refere à Polícia Civil e de 74% no que diz respeito à Polícia Federal.
Política mal avaliada
Os brasileiros se sentem cercados de corrupção por todos os lados, embora defendam um alto padrão moral. Assim, não chega a ser considerada
Mais números
“O jeitinho brasileiro” é muitas vezes sinônimo de corrupção.
31%
Já colou em provas ou concursos. 86% entre o total de brasileiros acham que isso é moralmente errado. Dizem já ter recebido troco a mais, e não tê-lo devolvido. Para 88% dos entrevistados isto é moralmente errado. Admitem já ter ultrapassado o farol vermelho. Afirmam já ter comprado ingressos de cambistas. 83% dos entrevistados acham essa uma forma de corrupção. Já compraram ou pagaram para que outra pessoa fizesse um trabalho escolar. Fizeram ligações clandestinas na rede elétrica. Ofereceram dinheiro, para um funcionário público para obter alguma vantagem. O mesmo percentual (5%) também ofereceu dinheiro para um guarda de trânsito, para não ser multado. 94% concordam que se trata de um erro. É o percentual dos que falsificaram documentos. 97% consideram isso corrupção.
27%
26% 18% 12% 9% 5%
3%
uma novidade, mas a opinião dos brasileiros sobre os políticos não é das melhores. Para 88% existe corrupção na Presidência da República e nos Ministérios. O Datafolha perguntou sobre a existência de casos de corrupção em 20 instituições nacionais. A maioria dos entrevistados acredita que existe corrupção em todas elas. Quando se fala no Congresso Nacional, ou seja, entre senadores e deputados federais, 92% acreditam na existência de corrupção, mesma taxa dos que acham que há corruptos nos partidos políticos, de modo geral. www.revistafale.com.br
87% acreditam existir corrupção no governo do Estado onde moram, e acham que há corrupção na Assembléia Legislativa do seu Estado, 86%. Para 81% existe corrupção na prefeitura de sua cidade; percentual idêntico acha que há vereadores corruptos na Câmara de Vereadores. Quando posto na posição de eleitor, os pesquisados não ajudaram a melhorar a própria imagem. 82% afirmam que rejeitariam uma oferta de dinheiro para mudar seu voto às vésperas de uma eleição. Mesmos assim, 12% admitiram que aceitariam dinheiro para trocar de voto. Mudou ou decidiu o voto em uma eleição em troca de emprego ou favor, 10%. Para 89%, isso é moralmente errado. Por outro lado, quando perguntados como os eleitores se comportariam diante desses tipos de ofertas, 79% dizem que os brasileiros, de modo geral, aceitariam uma oferta de dinheiro para mudar de voto.
A tecnologia e a corrupção
Os brasileiros estão entre os campeões mundiais de pirataria, fato comprovado na pesquisa já que a maioria (68%) dos brasileiros já comprou produtos piratas, como DVDs, CDs ou programas de computador. Apesar disso, 63% dos entrevistados consideram essa prática moralmente errada. Já baixaram filmes na internet sem pagar por eles 15% dos entrevistados. Do total de brasileiros entrevistados, 66% consideram esse ato moralmente errado. Entre os que admitem ter baixado filmes sem pagar ocorre empate (37%) entre os que acham que se trata de algo moralmente errado e os que não vêem problema na prática. Os números daqueles que baixaram músicas na internet sem pagar por elas foi de 27%. Do total de entrevistados, 64% acham isso errado. Entre os que já fizeram downloads musicais na rede, a taxa dos que acreditam que se trata de algo moralmente aceitável (39%) é ligeiramente superior à dos que acham que se trata de algo moralmente errado (34%). Não foram os brasileiros que inventaram a corrupção, ela é tão antiga quanto a existencia do homem na face da terra. E se “um povo tem o governo que merece” como escreveu Lima Barreto, pode demorar, pois o Brasil pode ser uma país com menos corrupção. Você diz sim ou não? n outubro de 2009 | Fale
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Persona
Por Aline Almeida
almeida@revistafale.com.br
Dança do Ventre: Sensualidade e Auto-estima
Ela tem apenas 21 anos, mas há nove é professora de dança do ventre e está a um passo de entrar para a Khan el Khalili, casa de chá egípcia, em São Paulo, conhecida por ter suas bailarinas entre as melhores do mundo. Aisha Dincer, cujo nome significa “Viva a Vida”, contou a Fale! Brasília que entrar para Khan el Khalili é o passaporte para se tornar conhecida nacionalmente nesse meio. Concursos já fazem parte da vida da professora, já que logo no início da carreira, Aisha ficou em primeiro lugar em um concurso da Rede de TV Bandeirantes e desde então já organizou e participou de diversos espetáculos no Distrito Federal. A professora do Studio Zahra e também estudante de biomedicina, afirma que mais do que uma atividade física e um estímulo à sensualidade, a dança do ventre é uma terapia. Aisha conta orgulhosa sobre as vezes em que passou por psicóloga de alunas, meninas com depressão, que se curaram com a ajuda da dança, e alunas deficientes que hoje dão aula. Para quem quiser conferir, um grande espetáculo está sendo programado pelas professoras, para o fim do ano. 44 | Fale!
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ha Dinc
Criatividade, inovação e ousadia, Chilli Beans
Esteve em Brasília, no Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), em setembro, o fundador da grife de óculos escuros Chilli Beans. Num tom descontraído, Caito Maia contou como criou a marca e a tornou conhecida e desejada entre jovens e adultos de todos os estilos. Agregação de valores e constante inovação. Basicamente é essa a receita de sucesso do empresário. Com uma equipe de vendedores que tem a cara da marca e se misturam aos clientes, produtos novos a cada semana, e campanhas publicitárias que refletem o estilo de vida que o jovem descolado www.revistafale.com.br
tem ou gostaria de ter; Caito Maia parece ter encontrado a fórmula do sucesso. E os números comprovam isso. Em pouco mais de dez anos, a Chilli Beans já tem franquias instaladas em todos os estados brasileiros, Portugal e Estados Unidos. E até o fim de 2010 pretende instalar mais 200 pontos no exterior.
Parceria Brasil-Japão Símbolo mundial da paz, acredita-se que o pássaro tsuru tenha o poder de conceder desejos, dizem que quem fizer mil pássaros em origami terá seu pedido realizado, qualquer que seja ele. E é em Hiroshima, no Monumento da Paz das Crianças, no Parque da Paz, que pessoas de todo o planeta depositam tsurus de papel pedindo paz no mundo, em memória às crianças mortas pelo desastre das bombas que destruíram Hiroshima e Nagasaki , na Segunda Guerra Mundial. Já no Brasil, quem coordena o projeto é Tarcísio Côrtes, na Creche e Abrigo da Sagrada Face de Jesus Cristo. Funcionário do Tribunal de Contas da União (TCU), e também artista plástico, Côrtes ensina a crianças carentes a milenar arte do origami. Os mil pássaros feitos pelos meninos vão
integrar o Monumento das Crianças da Paz numa parceria Brasil-Japão, um dos apoiadores do lugar. A Creche e Abrigo da Sagrada Face de Jesus Cristo fica no Jardim Ingá (Goiás), próxima ao Distrito Federal. Abriga crianças de colo a adolescentes, e precisa de apoio. Para colaborar: Banco Do Brasil. Agência: 1239-4 Conta Corrente: 5854-8. Telefone: (61) 3623-2767
Açougue também é cultura! Luana Piovanni, loja em Brasília
Diretamente do Rio de Janeiro, Luana Piovani aterrisou em Brasília para a inauguração da nova loja da LOS DOS no Park Shopping. Recebida por Tico Sahyoun e Denise Gebrim a atriz chegou por volta das 20 horas e ficou durante toda a noite como centro das atenções da nova coleção, que tem como temas Dolce Far Niente e a LOS DOS Football Culture, especial para os
apaixonados pelo esporte. Para fechar a noite, Luana mostrou que bate um bolão, não só com a bola da LOS DOS oficial de futebol, mas também na mesa de sinuca que a loja trouxe para a alegria dos marmanjos de plantão. A LOS DOS chega a Brasília junto com a expansão do Park Shopping, que comemorou a ampliação com pocket show da cantora Roberta Sá.
Quem nunca ouviu falar das noites de quinta-feira na quadra 312, norte de Brasília, num açougue cultural. Cultural? Isso mesmo! O açougue (e também Ponto de Cultura) T-Bone é famoso na capital. Luiz Amorim é o idealizador do projeto que hoje conta com o apoio do Ministério da Cultura,
O autor norte –americano Gary Chapman esteve em Brasília para o lançamento do livro “Castelo de Cartas — Desperate Marriages”. Chapman é um antropólogo que vem trabalhando com terapia de casais há alguns anos. Ganhou notoriedade com o best-seller “The Five Love Languages” traduzido para 36 idiomas. Só nos Estados Unidos, vendeu mais de 4 milhões de exemplares. Mora em Wiston-Salem, na Carolina do Norte. www.revistafale.com.br
Petrobras, GDF, UnB, Embaixada da Espanha, entre outros. O empresário conta que há 15 anos incluiu uma biblioteca dentro do seu açougue, e não parou mais. Lançamentos de livros, saraus, shows de artistas conhecidos nacionalmente, no T-Bone até os funcionários declamam, por conta própria, versos de poesias. Também pudera! Luiz, como ele próprio define, antes de ser empresário é filósofo, e essa convivência estimula e influencia. E para provocar a reflexão, há dois anos Luiz Amorim inaugurou o projeto Parada Cultural, com livros à disposição dos transeuntes nos pontos de ônibus de Brasília. outubro de 2009 | Fale
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MODA M Bruta flor
Por Adriana Almeida n Fotos de Léo Azevedo [especial para a Fale ! Brasília]
andacah é uma nova marca que nasceu no sertão da Bahia, uma proposta diferente para o mercado da moda. A marca traduz a criatividade, poesia e tem uma estética com marcante presença do regionalismo na coleção de verão “Bruta Flor” . É nesse clima que fizemos esse editorial especialmente para a revista Fale!, Brasília, pensando na beleza desse contraste de cores na paisagem árida.
As cores invadem o sertão, hipnotizando com seus bordados, aplicações e misturas de estampas. O contraste do rústico artesanal e o cosmopolitismo do corte das peças é que torna o estilo único e harmonioso. Destaque ainda para a ambigüidade do urbano X natureza, presente nos contrastes e combinações de listras e flores,cambraia de linho com cetim, malhas de viscose e apliques de retalhos. Bem brasileira, bem musical e cheia de charme, brindamos – eu e minha querida amiga e sócia Talita Tanajura –
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M O DA ao nosso
querido e magnífico fotógrafo Léo Azevedo que veio enfeitar as páginas da revista com a linda modelo Laisa Vieira na bucólica fazenda Mandacarú. Feita para quem gosta de se vestir com idéias novas e com conceitos despretensiosos, a Mandacah é o poema que envolve a pele, a música em tecidos e o perfume das cores que faz da mulher muito mais que estilosa e bonita! n
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moderna e chic. Túnica de cambraia p&b R$ 220. Duas páginas antes, Laisa enrolada com colares R$ 45,00 cada. À esquerda e acima, vestido roxo floral e com listras R$ 215. À esquerda, colete verde de bordado rosa R$ 108, colete colorido R$ 88, colar R$45 e bata listrada R$ 98. Acima, inspiração rural domina a cena.
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ÚltimaPágina
Por uma verdadeira carreira dos professores
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ão haverá transformação da educação brasileira sem as soluções para os problemas que afligem os profissionais de ensino do País. Alguns entraves culturais precisam ser enfrentados: desresponsabilização do trabalho escolar, excessivo corporativismo, greves freqüentes, carreira não atrativa em termos salariais e de progressão funcional, desvalorização da autoridade do professor e falta de formação. Não se trata de considerar o professor um “coitadinho” ou qualquer coisa que o valha, como ocorre no Brasil. Em nome de uma suposta pobreza econômica dos professores, as ações são sempre tomadas em nome da categoria e nunca para efetivamente melhorar o trabalho dos mais de 2,5 milhões de docentes do ensino básico. Temos, recentemente, a instituição de um piso salarial nacional dos professores. É uma política exemplo de equívoco e de falta de prioridade. A carreira é pensada somente pela ótica do salário e nunca da qualidade e da valorização do mérito. Certamente, não produzirá resultados efetivos a mera implementação de um piso salarial. Aliás, digamos que um governante resolvesse aumentar os salários dos professores em duas, três ou quatros vezes, provavelmente nada aconteceria com a qualidade da educação. Nenhum impacto seria registrado. Nos últimos anos, os salários foram em muito
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| outubro
de 2009
Por Carlos Henrique Araújo
A perpetuação da visão de que o professor é um coitadinho é a principal metáfora de nossa falta de qualidade educacional. aumentados e a distribuição de diplomas tem sido farta para o professorado nacional. Em paralelo, o sistema nacional de avaliação da educação tem atestado fracassos e falta de aprendizado. Foram acrescidos os rendimentos e os diplomas, porém, o ensino nacional continua de baixa qualidade. Estudos internacionais têm demonstrado que não existe uma relação direta entre qualidade da educação e salário dos docentes. Este é um fator importante, mas, além do nível salarial, contam a consistência da formação, as condições de trabalho, a estruturação da carreira com premiação para o progresso em função de critérios objetivos de avaliação, a valorização profissional e a auto-imagem dos profissionais. Todos estes são fatores chaves para se ter professores motivados e competentes. O que se recomenda é que o norte da carreira dos professores tenha como objetivos a diminuição da repetência e a elevar as médias de desempenho dos alunos nos
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exames padronizados externos. A valorização e os ganhos salariais dos professores devem se dar em função da qualidade de seu trabalho. Em sentido geral, devese fundar uma verdadeira carreira dos profissionais de ensino. O esforço deveria ser concentrado para que os docentes não sejam vistos como coitados, e sim como peças fundamentais do progresso das nações, resgatando o respeito dos alunos e da sociedade. A verdadeira docência exige pessoas talentosas, vocacionadas e preparadas adequadamente para auxiliar na aprendizagem dos indivíduos. Professores que apresentam de forma organizada o conteúdo, fazem transições claras entre os tópicos de ensino, utilizam linguagem clara e simples, apresentam sempre exemplos variados e significativos, repetem os pontos importantes, demonstram humor e entusiasmo, dão conhecimento a todos dos objetivos a serem alcançados e avaliam o conteúdo ministrado durante o aprendizado. A perpetuação da visão de que o professor é um coitadinho é a principal metáfora de nossa falta de qualidade educacional. Uma profissão nobre, edificante e vibrante foi reduzida, desvalorizada e cooptada pelo sindicalismo grevista. É uma lástima que isto tenha acontecido. n Carlos Henrique Araújo é mestre em Sociologia, Consultor em Educação e ex-diretor do Inep-MEC. E-mail chfach@gmail.com
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