ESPORTES
EDIÇÃO 96 - ANO 9 - FEVEREIRO / 2020 - UBÁ - MG / R$ 11,90
Fotos: Servando Lopes | Nael Couto
“João Cigano”: mais de 60 anos de amor e dedicação ao NAC
Drª Yara Mota
SAÚDE x BELEZA Profissionais apostam em serviços que agregam inovação, estética e qualidade
PÁGINAS ROSAS
Mulheres e a vida depois do câncer de mama
ACONTECEU
Confira a cobertura da FEMUR 2020 e do Bloco do Leão
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Rua Cônego de Abreu e Silva, 90, loja B, Centro - Ubá/MG
C apa
Beleza: Grazielle Alves Foto: Servando Lopes
Por que não combinar as duas técnicas?
À
frente da Odontoart, a cirurgiã-dentista Yara Mota, especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, junto ao também cirurgião-dentista Luiz Antonio Fortuna, especialista em Implantodontia e Próteses, aliaram a vontade de gerenciar um negócio próprio ao amor pelo ramo da odontologia. Há 12 anos no mercado de Ubá, a empresa realiza procedimentos básicos como odontopediatria, limpezas, restaurações, próteses (coroas, dentaduras, roach e ponte fixa), até tratamentos mais complexos, como canal, extração e aparelhos ortodônticos. Além disso, a clínica também dispõe do tão promissor CLAREAMENTO DENTAL. A crescente evolução dos meios de informação e a difusão do conhecimento possibilitam atualmente um declínio progressivo da incidência das doenças bucais, como cárie, gengivite e periodontite. À medida que a população adquire mais conhecimento, a procura ao dentista para realização de procedimentos preventivos e melhorias estéticas, torna-se mais frequente. Dentre os tratamentos estéticos mais procurados pelos pacientes encontra-se o clareamento dental.
• Dentes escurecidos pela idade; • Dentes naturalmente amarelados; • Dentes escurecidos por substâncias presentes no cigarro; • Dentes pigmentados por dieta rica em corantes; • Dentes que receberão restaurações e ou próteses (a fim de equilibrar os tons de branqueamento); • Dentes que foram realizados tratamento de canal e que sofreram alteração de cor; • Dentes acometidos por manchas devido a uso de tetraciclina e seus derivados; • Dentes acometidos por fluorose;
CLAREAMENTO CASEIRO: É obtido um molde das arcadas do paciente e através dele são confeccionadas moldeiras individuais. Nestas moldeiras é colocado gel clareador, e o paciente utiliza por um tempo necessário indicado pelo dentista. CLAREAMENTO DE CONSULTÓRIO (A LASER):
Hoje em dia não restringimos dieta e nem recomendamos uma dieta “branca”, pelos pacientes, mas eles precisam saber que a higiene após o consumo de alimentos pode aumentar a longevidade do clareamento. O profissional deve zelar pela segurança do paciente e buscar atender da melhor forma a sua expectativa, afinal, a satisfação se alcança com bom resultado e conforto durante o tratamento. 05
Sem a necessidade de uso de moldeiras, essa técnica consiste na aplicação do gel clareador pelo profissional em consultório, com produtos de maior concentração em sessões que duram cerca de uma hora. Essa técnica é utilizada com frequência em pacientes que desejam resultados em menor período de tempo e para aqueles que não se adaptam ao uso de moldeira. CLAREAMENTO COMBINADO: A técnica combinada associa o clareamento caseiro e a laser em um mesmo tratamento. Consiste basicamente em realizar uma ou duas sessões de clareamento a laser e complementar com uso de moldeiras em casa. Diante da correria do dia a dia, trata-se de uma alternativa interessante para casos mais resistentes ao clareamento, encurtando o tempo de tratamento. Essa técnica combina maior velocidade inicial com resultados evidentes e duradouros, obtidos em tempo intermediário ao das técnicas isoladas. TÉCNICA DO CURATIVO DE DEMORA Essa técnica é específica para dentes que já fizeram tratamento de canal;
Drª Yara Mota
Dr. Luiz Antônio Fortuna de Souza - CROMG:36281 Drª. Yara Mota - CROMG: 36154. (32) 9.9965.4483 (32) 3531.2252 @odontoart_uba_mg OdontoArt - Clínica Odontológica Av. Governador Valadares, nº 863, Centro, Ubá-MG. Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
Í ndice
Foto: Divulgação
Foto: Arquivo Pessoal
Panorama da edição
14 INFORME-SE
20 BEM-ESTAR
REPORTAGEM ESPECIAL
Conheça as curiosidades e benefícios sobre a meditação
Dr.ª Amanda Tolomelli explica sobre o transtorno de personalidade
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
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30 SAÚDE
Entenda como o suplemento Whey Protein pode te ajudar
05 – Capa – OdontoArt 07 – Capa – Daniela Costa 08 – Expediente 10 – Giro Social – Juliana Campos 12 – Páginas Rosas 16 – Psicologia – Júlio Custódio 18 – Informe-se 23 – Fato Esportivo – Guilherme Bonissate
Foto: Cássio Fotografias
Saiba mais sobre o Banco de Alimentos de Ubá
Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
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44 COMPORTAMENTO
Famílias com filhos autistas compartilham suas vivências
24 – Fique Ligado 28 – Talento de Fato 32 – Família no Divã – Marcela Corbelli 33 – Beleza e Estética – Fran Mendes 34 – Cartão de Embarque – Camila Santos 36 – Cidade 38 – Por Toda Minha Vida 40 – Esporte
48 ABRINDO O CLOSET O estilo e carisma de Maysa Carvalho
42 – Economia – Michel Pires 44 – Comportamento 52 – Editorial de Moda 58 – Contabilize – Paulo Marcos 60 – Espaço Jurídico – César Lara 61 – Conectados – Rafaela Namorato 62 – Meu dia D
Por Scarlett Gravina
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C apa
Foto: Nael Couto Beleza: Isabela Matias
meu trabalho se resume em recuperar a autoestima da mulher. Eu gosto de dizer que realizo sonhos e isso pra mim, é extremamente gratificante”. É assim, que Daniela Costa expressa tamanho orgulho pela carreira que vem construindo há cerca de 10 anos. O desejo e a aptidão pelo ramo da beleza despertaram na micropigmentadora a vontade de ir além: “eu atuava como manicure e amava o que eu fazia, mas como já trabalhava com design de sobrancelhas, fui descobrindo outros caminhos dentro da área que eu tanto amo. Minhas clientes foram as principais incentivadoras para que eu pudesse migrar para a micropigmentação, a qual venho me dedicando há um pouco mais de dois anos”, revela a profissional. A insegurança de apostar em uma nova experiência cedeu espaço para descobertas engrandecedoras: “quando pensei em fazer um curso de micro, eu busquei aumentar minha renda pensando em algo novo, mas percebi que esse trabalho vai além disso. É preciso dedicação e amor, porque a cliente chega até meu espaço com o desejo de ter uma sobrancelha bonita e, cabe a mim, fazer com que ela se sinta bem ao se olhar no espelho”, enfatiza. Realizada com as diferentes transformações que seu trabalho é capaz de proporcionar, Daniela comanda com excelência seu espaço, onde oferece técnicas inovadoras, como a fio a fio, Shadow e Shadow Line. Acerca das principais dúvidas que surgem sobre a micropigmentação, a profissional salienta que para o sucesso do método utilizado, o ideal é que a duração correta seja
de dez a doze meses. “Uma das perguntas mais recorrentes sobre a técnica, é se pode haver dor, e existe um desconforto sim, mas utilizamos anestésicos que alivia o incômodo. Eu sou muito sincera quanto a cicatrização, é um momento que causa insegurança, mas é meu papel explicar todo esse processo, esclarecer as dúvidas e participar por inteiro de cada procedimento”, explica. Além das técnicas aplicadas nas sobrancelhas, Daniela também realiza a micropigmentação labial, procurada por quem deseja dar um ar saudável nos lábios. Sempre a procura de atualizações, a também designer busca se especializar em novas técnicas, através de cursos e workshops de sua área. “Busco a cada dia o aperfeiçoamento do meu trabalho, me doando e cuidando de cada detalhe para minhas clientes. Aliás, costumo dizer que não tenho clientes, tenho amigas, as quais sou extremamente grata pela confiança”, finaliza realizada.
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Daniela Costa, Micropigmentadora e Designer de Sobrancelha. (32) 9.9992.2910
@studiodanielacosta
Rua Alencar Carneiro Viana, nº 209, Bairro Vitória, Ubá-MG. Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
E xpediente
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G
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osto muito da frase do Papa Francisco que diz “nada é pequeno se feito com amor”. Passada toda a euforia do final/ início de ano, é hora de colocar a casa em ordem. Mas são tantos planos, tanta gente cobrando resultado na internet o tempo inteiro... Nada contra o autor de “Seja Foda!” ou as inúmeras lives de performance vistas por aí, inclusive sou uma espectadora de muitas delas, entretanto, as vezes é preciso sair dessa imersão e respirar. Sentir o ar da superfície, compreender que as grandes realizações começam aos poucos e que cada passo tem seu valor. Por isso, nesta edição, reunimos histórias que vão te ajudar a refletir, temas para olhar para dentro, para o outro, e profissionais gabaritados em saúde e estética para cuidar especialmente de você. Começando por nossa nova editoria, Páginas Rosas, Scarlett Gravina relata histórias de mulheres incríveis que venceram o câncer de mama. Que tal aprender um pouquinho com cada uma delas? Em Informe-se, a enfermeira Aryette Barroso explica como funciona a doação de órgãos no Hospital Santa Isabel em Ubá. Já cogitou a possibilidade de dar à outra pessoa a chance de viver? Abra na página 18 e pense nisso! Na sequência, trouxemos um guia super dinâmico sobre a meditação com a especialista Rafaela Salgado. Vale a leitura! Ainda no tema de saúde mental, mas em outro aspecto, abordamos o grave transtorno da psicopatia e a importância de identificar os sinais ainda na infância. Confira em Reportagem Espe-
cial.
Agora, falando sobre seus “dias de luta e de glória” literalmente, em Talento de Fato, Déborah Pereira revela como a capoeira transformou sua história. E é com o mesmo otimismo que, em Por toda a minha vida, Fernando Nascimento encara a deficiência visual. Sem medo, ele conquistou sua independência adaptando-se a realidade a sua volta. Já em Comportamento, as mamães contam sobre a experiência única de ter um filho autista e aprender todos os dias no chamado “universo azul”. É de aquecer o coração! Nas páginas seguintes, também trouxemos muita beleza e profissionalismo com Maysa Carvalho que abriu o closet para nós e, no Editorial de Moda, a elegância continua com os vestidos assinados por Daiane Rodrigues. Por fim e não menos importante, o casal proprietário da OdontoArt, Dr. Luiz Antônio e Dr.ª Yara Mota, estampa a capa da edição ladeado pela micropigmentadora Daniela Costa, todos engajados em trazer inovação, estética e qualidade em seus serviços. Da capa para a contracapa, a cereja do bolo fica por conta do anúncio do lançamento do portal revistafato. com. Com uma nova identidade visual, traremos notícias e entretenimento prezando pelo nosso jeito de informar; imparcial e em constante aprendizado. Nesse ano de metas ousadas e muito trabalho para nós, vamos caminhando pouco a pouco. Planejando, agindo e assim cumprindo com excelência a nossa missão. Porque 2019 nos ensinou algo que levaremos para todos os anos; “não precisa acelerar, basta não parar”. Até a próxima!
Direção Juliana Campos e Bráulio de Paula Edição Vanessa Santos | Scarlett Gravina Diretora Administrativa Juliana Campos Artes Bráulio de Paula | Ana Paula Rocha Redação Vanessa Santos | Scarlett Gravina | Amanda Pacceli Diagramação Bráulio de Paula Comercial Juliana Campos Fotos Cássio Fotografias | Pedro Roque Fotografia Miguel Araújo | Servando Lopes | Nael Couto Colaboração Pedro Roque | Paulo Marcos Marques | César Campos Lara | Scarlett Gravina | Marcela Corbelli | Anna Arquete | Nathália Carvalho Costa | Servando Lopes Luciano Lachtim | Vanessa Santos | Rafaela Namorato Cássio Cândido | Michel Pires | Miguel Araújo Amanda Pacceli | Nael Couto | Jô Caciano | Júlio Custódio | Camila Santos | Guilherme Bonissate Gráfica Olps Gráfica Redação
(32) 3531-2335
(32) 9 8868-2335
revistafato@gmail.com CNPJ: 28.105.134/0001-96 Av.Padre Arnaldo Jansen, 626, Santa Luzia, Ubá - MG @revistafatouba www.revistafato.com facebook.com/RevistaFato
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DIRETO
DIRETOR
Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
A FATO! DA REVIST
Nota:
Os textos escritos por colunistas, profissionais convidados e empresas que divulgam seus trabalhos em nossas páginas são de total responsabilidade de seus autores originais.
G iro Social
Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Fagoc; Sócia Diretora da Revista Fato! e da Fato Produções e Eventos. Contato: revistafato@gmail.com
Foto: Amanda e Michel Fotografias
Juliana Campos Foto: Revista Fato!
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O trio de sócias da loja de bolsas referência em qualidade e atendimento em toda região preparam uma celebração super especial entre amigos no sábado, 25 de janeiro. Com o objetivo de confraternizar com colaboradores, fornecedores e parceiros, as empresárias, proprietárias da Passaporte Bolsas, Edneia Horsay, Paré Schiavon e Jane Gressi receberam os seletos convidados com entusiasmo e alegria na Chácara São João Batista. Com o paladar assinado por Ângela Buffet e a pista de dança movimentada pelo Dj. Adriano, entre outros fornecedores impecáveis, o evento embalou a madrugada e marcou de maneira especial os convidados presentes.
E o enlace matrimonial que movimentou as redes sociais recentemente foi do fisioterapeuta Bruno de Paula, com a jovem, natural de Dores do Turvo, Maria Alice Rezende. A cerimônia que ocorreu na Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores (belíssima, por sinal) foi conduzida pela equipe de cerimonial da Conceito Assessoria, sob o comando da impecável dupla, Bruno Cássio e Lia Abreu. A noiva trajou um belo modelo do Maison Ana Costa e Bruno vestiu um alinhado terno assinado pela Requinte Noivas. As madrinhas figuraram entre a igreja e a recepção com longos na paleta azul tifanny, o que deu um toque super leve para o décor. O casamento que ocorreu às 11 horas, seguiu de um delicioso almoço. Nem a chuva de janeiro desanimou os aproximados 450 convidados que estenderam à tarde, ao som da dupla Alan e Adriano e muita diversão ao lado dos pombinhos. O que desejo a vocês, Maria e Bruno? Todo amor que houver nessa vida.
Foto: Reprodução do Instagram Foto: Wanderson Produções
E quem celebrou mais um de vida foi o pequeno Artur, filho do casal de empresários, proprietários da Wanderson Produções, Wanderson e Sandra Araújo. A celebração para familiares e amigos aconteceu no Espaço DBO e contou com o paladar do Buffet Feital e quem fez a alegria da criançada foi o recreador Ronaldo, atração que o aniversariante não abriria mão. À família, desejamos os mais sinceros votos de felicidades e saúde.
Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
O Grupo Legalizar, administrado pela Advogada e Empresária Dr.ª Caroline de Paula Balbino, está em festa. Na quarta-feira, 12 de Fevereiro, Carol, como é carinhosamente chamada por nossa equipe inaugurou a primeira filial do Grupo Legalizar na cidade de São João Nepomuceno-MG. Na rede social oficial da empresa um álbum de fotos foi postado, juntamente de um post que frisou as seguintes palavras: “Visamos o crescimento, mas sem deixar de lado a inovação e a qualidade que nossos serviços exigem”. Desejo a você, Carol, e a toda sua equipe cada vez mais sucesso!
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Por Scarlett Gravina Fotos: Arquivo Pessoal
após o câncer de mama HISTÓRIAS REAIS DE QUEM VENCEU UMA INCANSÁVEL BATALHA
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m razão do crescente número de casos e considerado o tipo de câncer que mais acomete a população feminina em todo o mundo, o câncer de mama é uma das grandes preocupações da saúde púbica. Receber o diagnóstico e escutar uma palavra de peso tão negativo, causa inicialmente o impacto psicológico acompanhado por inúmeros sentimentos como o medo, a incerteza e a culpa. O enfrentamento interior e muitas vezes solitário evidencia um dos momentos mais difíceis na vida da mulher, assim como o processo de aceitação e as diferentes etapas ao longo dessa desafiadora jornada. Foi diante dessa difícil missão que Ana Lúcia, Adelaine e Maria de Lourdes, descobriram na batalha contra o câncer uma nova maneira de enxergar a vida; escrevendo um novo capítulo e fazendo de cada experiência um exemplo de superação para tantas outras mulheres.
“Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”. É assim, com o sorriso sereno e a firmeza nas palavras, que Ana Lúcia leva consigo a certeza de que o otimismo e a confiança foram elementos primordiais para a sua batalha enfrentada corajosamente contra o câncer. Embora tenha em sua essência a sabedoria de enxergar a vida de forma positiva, o susto perante o diagnóstico e o medo do futuro não foi algo tão simples de encarar, mas pouco a pouco, foi transformando a dor em força e superação. “Sempre fui cuidadosa quanto aos exames de prevenção, mas em 2017 durante uma consulta médica de rotina o médico suspeitou de um nódulo e me encaminhou para um mastologista. Ele disse que precisaríamos tirar para vermos se Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
Ana Lúcia Assis; 62 anos.
seria maligno ou não. Estava no estágio inicial do câncer de mama então foi bem rápido, no mês seguinte eu fiz a retirada do nódulo e no outro eu comecei meu tratamento. Levei um susto enorme, mas fui aceitando e mantendo meu pensamento positivo em cada fase”, relembra. Entre quatro sessões de quimioterapia e 33 de radioterapia, Lúcia se apegou na fé para encarar a doença de forma positiva, o que para ela, foi primordial no processo de seu tratamento. “Ouvi do meu médio o seguinte: ‘você tem um pensamento muito bom, quem pensa positivo consegue resolver tudo com mais segurança´, e talvez foi essa positividade que me ajudou. Não passei tanto mal quanto imaginava, não tomei nenhum comprimido que me passaram. Claro que eu me sentia fraca, mas hoje vejo que levei de uma forma bem tranquila”, conta não escondendo a gratidão por trás de um singelo sorriso. Ao falar sobre a perda do cabelo durante as sessões de tratamento, Lúcia mais uma vez mostrava sua postura determinada diante de uma das fases mais delicadas do efeito colateral da quimioterapia: “acho que esse foi o momento mais desesperador, na segunda sessão do tratamento
já sentia meu cabelo cair, então para amenizar o sofrimento eu decidi raspar de uma vez, meu marido pegou a maquininha e me ajudou. Depois foi tranquilo de encarar, não tinha mais o sofrimento de passar a mão e sentir as mechas caindo. Não gostava de turbantes ou lenços, então comprei uma peruca e usei por bastante tempo. Ficou combinando tanto comigo que até passava despercebido”, conta. Segundo Lúcia, a palavra-chave para a serenidade e confiança que nutria durante todo seu processo de adaptação foi o apoio descomunal de sua família, que a ajudou a fazer de sua luta pessoal, um caminho menos solitário e esperançoso. “Graças a Deus eu tenho um pensamento muito positivo, mas o principal foi o carinho e cuidado que minha família teve comigo. São nesses momentos que aprendemos a dar mais valor para a vida. O câncer é uma doença muito silenciosa, eu jamais imaginava passar por essa situação, mas superei tudo com muita facilidade. Não me preocupo com o que passou, continuo fazendo meus exames e me cuidando, mantendo minha serenidade e, principalmente, minha fé”, Finaliza Lúcia de sorriso no rosto e com sua facilidade de enxergar a vida com um olhar confiante e seguro.
A notícia inesperada junto a um novo e complexo vocabulário que surgia para Adelaine marcava o início de uma corrida contra o tempo. “Fui ao ginecologista por rotina. Fazia sempre o autoexame no banho e nunca encontrei nenhum nódulo, na verdade, o nódulo encontrado no ultrassom ainda não era palpável, portanto descobri um câncer de mama pequeno, mas já agressivo onde o diagnóstico precoce mudou o rumo de toda a história”. História essa protagonizada por sentimentos inimagináveis e inúmeras descobertas perante a uma árdua batalha contra o
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Adelaine Casarim; 43 anos.
câncer, onde mantinha uma única certeza: “era vencer ou vencer”. “Foi muito difícil receber o diagnóstico, pois era tudo muito novo, não sabíamos para onde correr e nem por onde começar. O médico me disse que o estudo histopalógico confirmou o Carcinoma Ductal Infiltrante. Parecia mais um palavrão, não sabia o que significava aquilo. Então ele me disse que infelizmente era um nódulo maligno e que eu teria que fazer uma cirurgia com urgência. Nesse momento, eu ainda não sabia o que estava por vir. Estávamos no mês de abril, eu expliquei que eu era professora e que gostaria que essa cirurgia fosse realizada em julho, nas férias. Ele deu um sorrisinho e disse: ‘sua cirurgia é pra ontem, não tem como esperar, vou te dar um atestado para afastamento de suas atividades, mas sem data certa para retorno’. Foi então que a ficha começou a cair e percebi que aquele era o meu momento, que haviam apertado o ‘stop’ no meu corpo, na minha vida e que eu tinha que pensar apenas em lutar para sobreviver e me livrar de vez daquela coisa com nome de ‘ET’ que resolveu invadir o meu corpo e se alojar sem ser convidado”, relembra. Aos poucos Adelaine foi descobrindo que sua força interior era maior que os obstáculos que precisaria encarar. Entre as dúvidas e toda a preocupação que rondava seus pensamentos, uma nova fase após a descoberta do diagnóstico estava prestes a começar: “o procedimento escolhido pelo médico foi a realização de uma cirurgia conservadora, preservando a maior parte da mama, em que o tumor é descoberto ainda no início. Depois disso, passei por oito ciclos de quimioterapia, acho que essa foi a pior fase de todo tratamento. No início de 2019 fiz uma nova cirurgia para retirar a margem de segurança e esvaziar as axilas e depois vieram as 25 sessões de radioterapia”, conta. A necessidade de encontrar formas para
aliviar a ansiedade e manter sua autoestima em meio a esse delicado e angustiante processo, fez com que Adelaine descobrisse no artesanato uma motivação ainda maior para seguir adiante, fazendo de cada peça confeccionada pequenos momentos de alegria em meio àquele turbilhão de sensações. Mais que isso, muito além de cada descoberta, a fé e o apoio incondicional de sua família foi também primordial em sua caminhada. “Posso dizer com toda convicção que Deus esteve presente naquele consultório médico e intimou meu anjo da guarda para que eu não saísse de lá sem o pedido de exame de ultrassonografia de mama. Foi o dedo de Deus naquele momento, sem sombra de dúvidas. E depois Dele, vem a minha família, a peça-chave para me manter firme. O apoio que recebi foi essencial para que eu percebesse que eu não estava enfrentando tudo sozinha e que eu podia contar com todos que me abraçavam na hora mais difícil da minha vida. Meu esposo Júnior em especial, foi aquele general sempre atento em várias situações, me incentivando a lutar e curando minhas feridas, sem contar do cuidado que ele tinha de me lembrar o quanto eu era linda - mesmo carequinha - e importante na vida dele e dos meus filhos”, afirma. As idas e vindas a médicos e hospitais, exames e as intermináveis horas de espera marcaram todo um período de mudanças e novas percepções de vida. Hoje aos 43 anos, Adelaine evidencia a alegria de voltar com sua antiga rotina, se permitindo viver cada instante e fazendo de sua história uma fonte de inspiração. “Ainda me emociono de lembrar tudo que vivi, como tudo começou, das palavras do médico, do meu marido dizendo que eu era forte, dos meus pais que faziam de tudo para me agradar, das perguntas dos meus filhos, e de todas as pessoas que sofreram por eu estar naquela situação. O que eu mais escutava era que tudo iria passar, e passou. E hoje estou aqui para contar toda essa história. Aprendi que tudo tem seu tempo e que o segredo da vida não é ‘ter tudo que você quer, mas amar tudo que você tem’”, finaliza.
“Sou uma mulher guerreira e vitoriosa”. São poucas as palavras, mas o tom firme e determinado de Maria de Lourdes não esconde a força e coragem da mulher que se tornou diante das árduas batalhas que precisou enfrentar ao longo da sua trajetória. Hoje aos 67 anos, o semblante sorridente esconde em meio a seus traços marcas de memórias passadas junto a uma história repleta de ensinamentos.
Maria de Lourdes Silveira; 67 anos.
Entre as experiências desafiadoras vivenciadas por Maria de Lourdes, o ano de 2012 também retrata uma fase de mudanças e descobertas junto a um diagnóstico inesperado. “Recebi a notícia durante um período em que estava passando por um momento delicado com a saúde do meu esposo, ele estava fazendo um tratamento muito sério do coração e vivenciar duas situações de alto risco ao mesmo tempo foi algo surreal. Também já havia passado por algo parecido com minha mãe, então eu sabia que tinha que ter força para enfrentar tudo isso”, conta. O resultado da mamografia antes mesmo da biópsia revelava um tumor maligno, o que precisaria dar início ao processo de tratamento: “a médica foi muito objetiva com os exames e, logo depois, procuramos um médico em Muriaé indicado por um cunhado que me amparou muito, Carlos Rufato. A cirurgia foi marcada em 40 dias e no início de 2013 comecei a fazer 33 sessões de radioterapia, não houve a necessidade da químio, mas a cirurgia me mutilou”, relata sobre um momento difícil e delicado que precisava enfrentar. O acolhimento da família junto da fé que sustentava foi primordial para encarar uma batalha pessoal, mas não solitária. A vontade de viver e a força que vinha ganhando ao longo de cada etapa, a fez enxergar novas perspectivas de uma jornada desafiadora e com grandiosos ensinamentos. “Sempre fui cautelosa por ter passado pelo câncer com minha mãe, retirei meu útero com alguns problemas que tive e no momento mais inesperado Deus me mostrou que com a fé e cuidados de fazer os exames regularmente podemos sim passar e ser mais alegres ao lado da nossa família, a qual sempre foi minha razão de querer viver. Minhas filhas, netos e bisnetos fazem com que eu cuide a cada dia da minha saúde e assim, poder vivenciar cada momento ao lado deles”, finaliza.
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Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
I nforme-se
Por Vanessa Santos Fotos: Arquivo Pessoal
Banco de Alimentos de Ubá INSTITUIÇÃO FAZ A DIFERENÇA NA VIDA DE FAMÍLIAS E ENTIDADES LOCAIS
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F
undado no Brasil há mais de 30 anos, o Banco de Alimentos foi instituído pelo poder público em Ubá durante meados de 2007. Atuando em prol da sociedade, o setor recebe, seleciona e distribui gratuitamente alimentos a pessoas em vulnerabilidade social. Formado por colaboradores efetivos e terceirizados da prefeitura, o banco conta com um sério processo de seleção que estabelece o destino das doações, sendo que, só ano passado, foram arrecadados cerca de 89mil kg de alimentos entregues a 36 instituições. No entanto, como é possível contribuir? Existe uma quantidade mínima? E qual o critério para receber esse auxílio? A Supervisora da Seção de Segurança Alimentar e Nutricional, Gisely Peron Gasparoni, explica a seguir.
Os alimentos são arrecadados com o auxílio de projetos do poder público e sobretudo com as doações de pessoas físicas e jurídicas, seja por iniciativa própria ou através das tradicionais campanhas, conforme afirma Gisely. “Os gêneros alimentícios vêm tanto por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), cujo governo compra produtos de agricultura familiar, quanto do gesto de cidadãos e empresas que se solidarizam”, pontua destacando a importância do voluntariado. Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
Em 2019 foram arrecadados 89mil kg de alimentos.
Todos os beneficiados devem ser inscritos em órgãos de controle social antecipadamente. No caso das famílias, a supervisora ressalta que é necessário passar por um atendimento prévio no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), o qual realiza o trabalho de mapeamento. “O assistente social da unidade faz a avaliação socioeconômica e envia ao Banco de Alimentos a inscrição e um parecer em que determina por quanto tempo o benefício vai ser concedido”, diz. Feito isso, os itens são direcionados para a instituição socioassistencial mais próxima à família, onde ela retira seu kit de alimentação semanalmente. Já no que concerne as entidades, é exigido o cadastro no conselho de controle social referente a área de atuação. “A título de exemplo, a
Creche ABC é inscrita no Conselho da Criança e do Adolescente, o asilo, no do Idoso, e assim por diante. Além desse registro, ainda há a aprovação na plenária do Conselho de Segurança Alimentar Nutricional do Município que acontece todo mês”, declara sobre a rigidez do processo, o que assegura que a doação chegará a quem de fato necessita.
Visando destinar corretamente o benefício, além do registro mencionado, o banco estabelece as quantidades de acordo com os seguintes critérios: faixa etária dos usuários atendidos, número e tipo de refeições fornecidas. Para isso,
I nforme-se há o auxílio de duas nutricionistas, sendo uma supervisora da Seção de Segurança Alimentar e Nutricional e a outra, técnica. “O profissional de nutrição desenvolve estratégias a fim de adequar oferta e demanda na promoção de hábitos saudáveis de alimentação e para evitar o desperdício”, conta Gisely, que fica responsável pela supervisão.
Ao contrário do que se imagina, não existe quantidade mínima para ser doada, afinal, é cada pequena grama que se transforma em milhares de quilos. Para fazer uma contribuição, basta entrar em contato com o Banco de Alimentos pelo telefone (32)3531-5567 ou fazer uma visita à sede na Rua Virgílio Maia Neves, nº266, Bairro da Luz.
Mais do que distribuir as doações de forma consciente, o Banco de Alimentos cria consciência. Paralelo ao trabalho de ajudar periodicamente
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milhares de pessoas, o setor movimenta o comércio local incentivando a produção de itens caseiros e saudáveis, conforme explica a supervisora. “Nosso objetivo é contribuir para a promoção do Direito Humano a Alimentação Adequada. Na prática, estamos falando de ofertar produtos de qualidade e em quantidades necessárias para aproximadamente 3500 pessoas por semana, por meio de 36 instituições. Além disso, nós articulamos parcerias para a oferta de cursos que qualificam os manipuladores de alimentos das entidades beneficiadas e agregam valor ao produto caseiro, ensinando a fazer doces, derivados
Os agricultores, Marlene e Sebastião, junto ao filho, Júlio César, cultivam carinhosamente os produtos e fazem parte tanto do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) quanto da Feira de Transição Agroecológica (FTA).
de leite, bolos, pães e quitandas em geral”, pontua. Outras ações importantes são a compra de alimentos cultivados pela agricultura familiar através de recursos destinados pelo governo e o projeto livre do uso de agrotóxicos, cujos participantes comercializam suas mercadorias as quartas e domingos na Feira de Transição Agroecológica (FTA).
P sicologia Foto: Servando Lopes
Graduado em psicologia pela UFSJ. MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela UFJF. Terapeuta certificado internacionalmente pela AIHCE (Espanha) em Hipnose Clínica. Master em Hipnose Terapêutica. Certifi cação em Psicologia Positiva. Coautor do livro Hipnose Terapêutica 2, organizado pela Dra. Inês Marcel. Contato: custodiojulio@yahoo.com.br
Júlio Custódio
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Divulgação
SER HUMILDE OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO
uito bem-vindo mais uma vez a esta revista fantástica, meu amigo leitor! Já estamos avançando a passos largos em 2020, cheios de felicidade e realizações. Mas, volte agora comigo 25 anos, em 1995, nos Estados Unidos: um homem invade dois bancos, consecutivamente, em plena luz do dia e sem máscara. Sem dificuldade, a polícia o captura algumas horas depois. O interessante desse caso é que, ao ser interrogado sobre os motivos de não ter coberto sua identidade, o assaltante revelou que pensou não haver essa necessidade, tendo em vista que passara suco de limão no rosto, o que o deixaria invisível às câmeras. Ele aprendeu o “truque” com uns amigos e tirou uma foto sua para testar o efeito. Entretanto, ele tirou foto do teto ao invés do seu rosto. Neste momento, você, leitor investigador, talvez esteja julgando a sanidade mental do sujeito, mas após ser testado, constatou-se que ele não estava sob o efeito de drogas e nem era louco. Ele apenas estava inacreditavelmente errado quanto às propriedades do suco de limão. Dois psicólogos sociais1 da Universidade Cornell ficaram impressionados com o crime. Após muitos estudos e pesquisas2, constataram que se tratava de algo muito comum em todos nós, o que ficou conhecido como Efeito Dun-
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ning-Kruger. Tal efeito evidencia que quanto menor a competência de uma pessoa em determinada área, maiores são os níveis de confiança que apresenta em sua autoavaliação. Esse nível de confiança chega a ser tão alto quanto a autoavaliação de reais especialistas na área. E ninguém está livre disso! A explicação é que, por saber tão pouco sobre algo, as pessoas não têm condições de avaliar o quão pouco realmente sabem. O mesmo estudo mostra que pessoas com conhecimento médio sobre algo, apresentam menor confiança em suas habilidades, pois sabem o suficiente para saberem o quão pouco sabem. Quanto aos especialistas, estes tendem a subestimar o quão bom na verdade são, porque apresentam tanta facilidade em fazer algo, que pensam que todos teriam facilidade semelhante, adquirindo a falsa percepção de que não são tão diferenciados assim. A partir desse raciocínio, percebe-se que nenhum de nós possui a dimensão exata do seu nível de capacidade. Mas, acalme-se, desesperado leitor! Sempre pode-se fazer algo para melhorar a situação: Pergunte às pessoas sobre a visão que elas possuem sobre suas capacidades e habilidades, isso nos permite maior consciência do quanto sabemos. Além disso, mantenha-se sempre apren-
dendo, pois quanto mais souber, maior consciência terá do seu nível de conhecimento. E, acima de tudo, seja humilde! A humildade é a abertura para o mundo, para o conhecimento. O humilde aprende com uma criança ou idoso, aprende observando a natureza, observando as pessoas, observando a si mesmo. Aprende sem medo de descobrir algo que vai contra suas crenças, pois aceita que suas crenças não são a descrição perfeita da realidade, mas apenas a sua percepção de um fato, que muda na medida em que amadurece. Quando se é humilde, aproveita-se tudo o que vê e ouve, analisando e construindo conhecimentos, não importando de onde ele vem, sem preconceitos ou achismos. Assim, humilde e sapiente leitor, como tão frequentemente faço questão de repetir a vocês, nossa percepção do mundo e de nós mesmos não representa a verdade absoluta, mas uma parte do todo no qual estamos inseridos. 1David Dunning e Justin Kruger. 2KRUGER, Justin; DUNNING, David. UnskilledandUnawareof it: HowDifficulties in RecognizingOne’sOwnIncompetence Lead toInflated Self-Assessments. (1999)
I nforme-se
Por Vanessa Santos
Foto: Arquivo Pessoal
Já pensou em ser um
DOADOR DE ÓRGÃOS?
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passo é calmo, bem desacelerado para quem não pode fazer esforço à expectativa de um transplante de coração. Enquanto isso, outros não ingerem líquido já que não urinam por conta da deficiência nos rins. Na esperança de voltar a enxergar o mundo, há também quem sonhe em ser contemplado com a doação de córneas. E é de histórias assim que se forma a fila de espera para transplante no país. Até 2019, 45 mil pessoas* aguardavam por esse gesto de solidariedade. Quando uma vida se vai, várias podem ser transformadas ou até salvas através da doação de órgãos, entretanto, embora seja o segundo maior transplantador do mundo, o Brasil ainda caminha devagar. No ano passando, foram cerca de 300 cirurgias a mais em comparação ao mesmo período de 2018. Números ínfimos ao se levar em consideração um procedimento absolutamente gratuito. Portanto, o que ainda impede as pessoas de doarem? Segundo a coordenadora do setor no Hospital Santa Isabel, um dos grandes obstáculos está na desinformação. “Fiz uma pesquisa entre os próprios colaboradores da instituição e a maioria assinalou que tinha dúvidas a respeito, é algo muito pouco falado”, comenta Aryette Barroso e Quírico sobre a necessidade de desmitificar o assunto. De acordo com ela, como não há nenhum documento específico para se declarar doador, o primeiro passo é comunicar esse desejo à família. “Quem responde pela pessoa após a morte é o seu responsável legal, somente ele pode autorizar o procedimento, por isso é tão importante que se tenha conhecimento da vontade de quem veio a óbito de doar”, ressalta. Além dessa comunicação, a profissional esclarece que existem diversos fatores a serem considerados, a começar pelo tipo de falecimento. Só pode passar pela cirurgia, o indivíduo diagnosticado com morte encefálica, popularmente conhecida como “morte cerebral” – quando o cérebro pára, mas, com o auxílio de aparelhos, o coração continua batendo, assegurando por algum tempo o funcionamento dos
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Parte da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, a CIHDOTT do Hospital Santa Isabel.
órgãos. “Se há suspeita do quadro, o médico chama a família e fala que vai ser aberto um protocolo de morte encefálica. A partir daí, são feitos dois ou mais testes com intervalo de horas e exames complementares a fim de comprovar a inatividade elétrica e metabólica na cabeça. Se o resultado for positivo, fecha-se o protocolo e os familiares são comunicados do óbito”, detalha. Nesse momento, é preciso analisar uma série de contra-indicações no intuito de verificar se o paciente está apto a se tornar um doador, para só então iniciar a abordagem ao responsável legal. “É feita uma triagem na qual são descartadas pessoas que já foram transplantadas, usuários de drogas ou injetáveis ilícitos, portadores HIV ou doenças autoimunes, indivíduos em uso quimioterápico, entre outros”, pontua a responsável pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) em Ubá. “É um momento difícil, a gente tenta abordar sem externar qualquer tipo de interesse, na verdade nós estamos mostrando para a pes-
I nforme-se soa um direito que ela tem”, declara Aryette sobre o diálogo que acontece com os familiares após a identificação do potencial doador. “No princípio da conversa, sempre perguntamos se o ente querido manifestou algum desejo do tipo em vida, é uma forma de levar os responsáveis a pensarem na vontade de quem se foi, e não na própria vontade”, comenta acerca das recusas que acontecem frequentemente. Segundo ela, enquanto muitas famílias se surpreendem com a possibilidade de doar, outras acabam entrando em conflito e desistindo do procedimento. Entre os medos e mitos mais comuns, ainda prevalece a falsa ideia de que o corpo ficará deformado, no entanto, a cirurgia de reconstrução dos órgãos garante que o doador permaneça em perfeito estado, o que é apenas parte de todo um processo ágil, mas extremamente delicado. “A retirada de múltiplos órgãos pode demorar até 24h, portanto, envolve um grupo muito grande de profissionais. No nosso hospital em Ubá é feita a captação e a reconstrução, nós oferecemos o centro cirúrgico e a equipe que vem de fora traz os materiais especializados. Enquanto isso, outro hospital, geralmente em Juiz de Fora ou Belo Horizonte, já se prepara para receber o paciente de transplante compatível que estava na fila de espera e um heli-
“A ideia de deformação do corpo é um dos motivos que mais leva as famílias a negarem a doação. No entanto, há uma cirurgia de reconstrução dos órgãos retirados, a qual garante que a pessoa fique em perfeito estado”. Aryette Barroso
cóptero leva os órgãos nas devidas condições de armazenamento por conta de seu curto período de vida fora do corpo”, explica. Custeada pelo governo, a doação múltipla de órgãos pode contemplar diversos receptores, sobretudo quando realizada nos Estados de
São Paulo e Rio Grande do Sul, os únicos com hospitais capacitados para a captação de artérias, cartilagem, ossos, tendões e afins, conforme aconteceu com o apresentador Augusto Liberato, que teria beneficiado cerca de 50 pessoas. Aryette afirma que, levando em consideração as condições dos órgãos e da instituição responsável pelo procedimento, o número noticiado pode sim ser verídico. Inclusive, a atitude de Gugu que já havia manifestado o desejo, e dos parentes, que honraram seu pedido, deixa um grande aprendizado. “Assim como Ele compartilhou o pão com os seus, eu compartilho meu corpo com aqueles que necessitam de uma nova oportunidade de viver”, disse a carta assinada pela família em nome do apresentador. Que a sociedade dê mais atenção a esse assunto, que sejam desmitificados os receios. Que essa corrente do bem se estenda a mais seres humanos. E que a matéria que iria se decompor, seja um consolo para a dor, compondo outras histórias com final feliz.
Fonte: *Número divulgado durante matéria exibida pelo Jornal Nacional em novembro de 2019.
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Por Scarlett Gravina Fotos: Arquivo Pessoal
AUTOCONHECIMENTO E QUALIDADE DE VIDA
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abe-se que atingir o equilíbrio físico e mental, é um dos maiores desafios do mundo moderno. O acúmulo de responsabilidades, o excesso de cobrança e o ritmo de vida agitado, estão entre alguns dos fatores que contribuem para o surgimento de transtornos de ansiedade, estresse e crises de pânico. Diante dessas adversidades na sociedade atual, o cuidado com a saúde mental se torna indispensável para manter uma vida mais saudável e equilibrada. Embora pareça quase impossível e um tanto desafiador, reservar um tempo para se conectar com seus sentimentos e emoções é primordial para o processo do autoconhecimento. Dentre as inúmeras ferramentas que ajudam o indivíduo nessa busca, a meditação é um dos métodos mais eficazes para promover o bem-estar e aliviar sintomas das doenças mentais, conhecida como uma prática milenar e que está fortemente associada a religiões orientais, mas que vai muito além de um caminho espiritual. “A meditação é uma técnica cientificamente comprovada. A partir do momento que você a coloca em sua rotina em uma constância de três meses, você já começa a mudar a estrutura do seu cére-
Rafaela Salgado; especialista em autoconhecimento e meditação. Idealizadora do projeto Essência, que auxilia as pessoas na busca de uma vida mais equilibrada, focada no bem-estar e qualidade de vida. Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
bro. É um caminho para estar no momento presente, no aqui e no agora”, afirma a especialista em autoconhecimento e meditação, Rafaela Salgado.
Quando falamos em meditação, automaticamente associamos a prática a uma mente sem pensamentos, que é um dos seus grandes mitos. Segundo pesquisas, estima-se que temos entre 50 a 70 mil pensamentos por dia, o que faz com que controlá-los, seja uma tarefa quase impossível. “Os principais desafios da prática envolve a questão de você saber focar seus pensamentos. É muito importante entender que somo seres pensantes, então aparecer diferentes pensamentos, é algo natural, na verdade, isso acontece no seu dia a dia, só que naquele momento você está levando sua atenção para aquele processo”, explica Rafaela, evidenciando que diferente de não pensar, a meditação ajuda a acalmar a mente e a se conectar com o presente. Fechar os olhos e sentar de pernas cruzadas na posição de lotus – postura estabelecida na tradição hindu – é o que vem em mente quando pensamos em meditação. Apesar de uma acomodação correta ser um dos princípios da técnica, segundo Rafaela, é preciso desvincular a associação da imagem ao começar a executar a prática. “Às vezes, vemos aquela postura perfeita e começamos a nos questionar se realmente somos capazes, que é quando muitas pessoas deixam de realizar a prática por colocar empecilho na questão física. A partir do momento que decidimos dedicar uma parte do nosso dia para a meditação, é preciso fazer com que seja algo prazeroso, separar três minutos do seu dia, alinhar a coluna e focar na respiração”.
A especialista ainda afirma que antes de meditar é necessário entender que para usufruir dos benefícios da prática, é preciso fazer dela um hábito para uma mente saudável, assim como escovar os dentes, tomar banho ou lavar o rosto, que são costumes para manter o corpo saudável, levando assim ao equilíbrio físico e mental. “É importante escolhermos um horário fixo para que a meditação vire uma rotina. Ao meditar após acordar, você tem a oportunidade de cuidar do seu canto mental com a intenção de começar o seu dia. Contudo, o mais importante, é você realizar o que está se comprometendo diariamente. Uma dica importante é você separar na sua agenda um espaço para começar a prática e se organizar, para que quando comece, possa ter a consciência de que você merece viver aquele momento. É interessante também, antes mesmo da prática, desprender dos pensamentos negativos anotando-os em um papel um pensamento que pode tirar o seu foco; anote, rasgue e leve a sua à aquele momento. Lembre-se de identificar o que pode tirar sua energia para que você possa aproveitar a prática da melhor maneira possível”, explica.
A meditação para a atenção plena é uma das técnicas mais procuradas nos dias de hoje, principalmente pelas empresas que se preocupam com o bem-estar da equipe e que buscam melhorar a produtividade, concentração e o foco de seus colaboradores. O termo mindfulness é traduzido para “atenção plena”, que é a habilidade de estar atento ou consciente a algo. É um ato de prestar atenção no agora e sem julgamen-
B em-Estar tos. “É também uma técnica para você treinar o seu foco e principalmente a questão da auto-observação. Dentro dessa técnica conseguimos observar essa questão do nosso corpo, o que estamos sentindo e de como que a gente percebe o nosso mecanismo, então é uma pratica de atenção plena a fim de começar a mudar o seu cérebro para essa questão do foco e estimular uma atividade cerebral com o intuito de focar apenas no presente”, explica Rafaela.
Dentre as mais diversas formas de meditar, a meditação guiada tem ganhado força para os iniciantes da prática meditativa. Ela pode ser conduzida por um professor treinado, por uma gravação de som ou até mesmo em mídia audiovisual. Hoje é possível encontrar diversos tipos de aplicativos com meditações para diferentes intensões, como relaxamento, foco, para dormir ou trabalhar. Ela pode durar poucos minutos ou até mesmo horas. “Ela é muito utilizada através de áudio, onde você tem a oportunidade de estar em contato com sentimentos e momentos, que de alguma forma vão te trazer uma sensação de bem-estar. Conseguimos trabalhar a autocompaixão, projetos de vida, amor próprio, autocuidado compaixão e o perdão, onde a pessoa irá fazer da prática um momento de reflexão e, às vezes, sair de uma situação
de incômodo e começar a projetar o seu campo mental pra uma outra realidade dentro do objetivo da meditação guiada”, esclarece.
Segundo pesquisadores, pessoas que meditam diariamente possuem o cérebro mais eficiente para lidar com questões de estresse e ansiedade, além de também ser usada para tratamento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e dores. “Foi feito uma pesquisa que quem fez a prática da meditação pelo período de três meses, aumentou o nível de massa cinzenta no nosso cérebro, que está muito ligado na parte de raciocino e memória. Se você quer buscar esses resultados, eu indico começar com cinco minutos, mas que tenha essa constância para você manter uma média de quinze a vinte diariamente”, afirma finalizando com uma dica para quem deseja iniciar a prática. “Das formas que pode ser observado se a meditação está fluindo de uma forma correta e livre, é interessante fazer uma anotação toda vez que terminar o processo, escrevendo como você se sentiu, se conseguiu concentrar e se absorveu esse momento. Comece a criar um diário da meditação para que assim que você finalizar a prática, você possa escrever e colocar no papel como foi os resultados alcançados. Se a meditação for um modismo positivo, que ele venha para ficar. Porque todo mundo que medita e consegue levar essa prática entende e percebe a importância e a diferença de viver um dia com e sem a meditação”, finaliza.
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Escolha um local silencioso, adote uma postura confortável, foque em sua respiração e observe seus pensamentos surgirem, não os julgue, apenas sinta as emoções. Falando assim parece até fácil, mas como vimos, é preciso transformar a prática em um hábito, para que possamos usufruir de todos os seus benefícios. Pensando nos empecilhos do dia a dia, como a rotina agitada, por exemplo, separamos dois aplicativos para você praticar a meditação no conforto de sua casa. Comece sua jornada e não desista!
LOJONG: Quer dizer “treinamento da mente”; é um dos aplicativos mais acessados pelos iniciantes da meditação. Com um designer convidativo, ele oferece diversas meditações guiadas, assim como vídeos explicativos sobre a técnica, oferecendo uma série de ferramentas para avançar sua prática na consciência plena. Está disponível em IOS e android.
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Kadomoto, terapeuta transpessoal. O aplicativo é todo em português e totalmente gratuito, com a proposta de desmistificar a meditação. Vale a pena conferir!
INSIGHT TIMER: MEDITE.SE: Com a mesma pegada do primeiro aplicativo, ele também tem se tornado um dos preferidos entre os que estão começando na meditação. O medite.se foi idealizado pelo brasileiro Tadashi É um dos aplicativos mais populares de meditação gratuita. Parecido com uma rede social, ele conta com professores e oferece a possibilidade de interagir com outros usuários. São mais de nove mil meditações guiadas em áudio e você pode escolher de acordo com a sua intenção. Também disponível para Android e IOS.
Foto: Pedro Roque
F ato Esportivo
Guilherme Bonissate é jornalista, mineiro natural de Ubá, amante da família e dos amigos, metido a boleiro, doido por futebol, resenha e churrasco. Um fã do Garrincha que não viu jogar e do Romário que viu muito bem. Atualmente trabalha na TV Integração de Juiz de Fora e edita o blog www. malucosporfutebol.com.br. Contato: guilherme.bonissate@gmail.com
Divulgação
aprender
Guilherme Bonissate
O que podemos
com o Flamengo de 2019?
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ano de 2020 começou e, na virada, geralmente todos nós fazemos uma reflexão sobre o que passou e os meses que virão. Promessas, planejamentos, objetivos... Tudo isso vem à nossa mente e os mais organizados até colocam no papel suas metas. No futebol, como na vida, o início de um novo ciclo também é dedicado a traçar objetivos. Aliás, o flamenguista, quando olha para o fim de 2019, se recorda de um ano quase perfeito dentro de campo. Títulos, grandes contratações, o achado de um técnico desconhecido pela maioria da torcida e que hoje é ídolo, a marca em expansão a nível sul-americano e mundial... Ou seja, vários motivos para comemorar. Mas o que podemos aprender com o Flamengo de 2019? Primeiramente vamos falar de finanças. A lição dada é de que é chegada uma hora na qual é preciso colocar a casa em ordem, reorganizar o dinheiro e a forma como o tem gastado. Para um clube de futebol (o mesmo vale para você), equilibrar as finanças é essencial a fim de não viver em crise o tempo todo, ter possibilidade de investir em estrutura e pessoas, para aí sim formar um time que dentro de campo possa disputar em alto nível todas as competições com chances de título. Com o caixa em dia, vamos analisar os erros, acertos e a ousadia. O rubro-negro, por algum tempo, continuou apostando num treinador “medalhão”, como Abel Braga. O resultado não era ruim, mas era nítido que a equipe poderia fazer mais. (Alguma coincidência com a sua realidade no local de trabalho?) Num momento de ousadia, a diretoria demitiu o treinador e foi buscar Jorge Jesus, um técnico português, mediano no padrão europeu e desconhecido pela maioria dos torcedores brasileiros. A ele deu carta branca para im-
por seu estilo, contratou mais gente qualificada (algumas apostas, inclusive) e montou um time que se encaixou perfeitamente nas mãos de Jesus. O estilo do treinador foi uma marca para o nosso futebol. Embora às vezes agressivo com seus atletas, destacou-se como um técnico arrojado, que gosta do jogo ofensivo e que não tem medo de arriscar. Acabou vencendo! O planejamento também é importante. O Flamengo soube valorizar o seu principal ativo, a torcida. Essa, apesar de mais presente após a boa fase do time, foi fundamental. A energia em campo contagiava a arquibancada e vice-versa. Isso só foi possível porque o clube soube usar do seu acordo com o Maracanã e fez o estádio voltar a ser sua casa. Para 2020, pelo visto o rubro-negro também almeja grandes conquistas. Enfim, podemos tirar algumas lições valiosas desse Flamengo de 2019 para a nossa vida. Ele nos ensinou o que fazer e o que não fazer. Quando eu disse que o ano foi quase perfeito, me referia ao fato de o clube não ter se posicionado, como instituição gigante que é, no ocorrido do incêndio que matou dez crianças no Ninho do Urubu, seu centro de treinamento. O caso das indenizações às famílias até hoje não foi resolvido e uma marca tão poderosa quanto, que tem investido milhões em campo, não pode deixar a situação indefinida. A principal lição? O futebol é legal pra caramba, mas não pode ser mais importante que a vida. Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
F ique Ligado
Por Scarlett Gravina Foto: Servando Lopes
HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO E PREFEITURA MUNICIPAL DE UBÁ INAUGURAM O SERVIÇO VISANDO A MELHORIA DOS ATENDIMENTOS À POPULAÇÃO UBAENSE
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população de Ubá agora conta com serviços de emergência e urgência com a unidade de Pronto Atendimento Municipal 24 horas, inaugurado na tarde do dia 13 de dezembro pela Prefeitura de Ubá e o Hospital São Vicente de Paulo. Durante a solenidade, realizada no pátio do hospital, autoridades, imprensa e os demais presentes, testemunharam um momento de conquista para a cidade, já que o projeto foi idealizado com o intuito de oferecer atendimento médico visando a melhoria dos serviços durante 24 horas por dia. “Estar à frente desta instituição centenária que faz parte da vida da população ubaense e entregar o pronto atendimento reformado, é um honra. A bandeira do Hospital São Vicente é o SUS, então temos como compromisso buscar recursos e programas que permitam ofertar sempre o melhor em acolhimento”, discursou o provedor do Hospital, Ronaldo Gomes de Oliveira. Gerido pelo hospital e financiado com recursos próprios do município, o pronto atendimento visa a prestação de serviços de saúde com acessibilidade aos usuários do SUS junto a uma atenção básica hospitalar com serviços de atendimento móvel de urgência. O convênio também tem como objetivo aproveitar ao máximo os espaços físicos existentes no hospital, aumentando a capacidade de consultas, exames e ambulatório, com recursos e materiais tecnológicos. Além disso, o modelo de atendimento ao paciente refere-se ao formato de Manchester com médicos e enfermeiros qualificados. “Não estamos aqui entregando nenhum projeto novo, estamos complementando o que o hospital já faz, mas de uma forma mais eficiente e com mais recurso financeiro, queremos crer que tudo aquilo que vier para o bem da população nós vamos es-
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" Estar à frente desta instituição centenária que faz parte da vida da população ubaense e entregar o pronto atendimento reformado, é um honra. A bandeira do Hospital São Vicente é o SUS, então temos como compromisso buscar recursos e programas que permitam ofertar sempre o melhor em acolhimento”. O provedor do Hospital São Vicente de Paulo, Ronaldo Gomes de Oliveira)
tar sempre buscando mais. Estou muito feliz em poder concretizar essa parceria e vamos investir cerca de mais R$ 3 milhões no HSVP, de maneira geral e tenho certeza que o pronto atendimento vai ser um alento muito grande para a população”, afirmou o prefeito de Ubá, Edson Teixeira Filho. “Queria deixar registrado a minha imensa satisfação de ver essa realidade se concretizando diante de nós e da nossa disponibilidade de continuarmos trabalhando para manter esse hospital dentro do padrão que ele sempre exerceu na nossa comunidade e região. Eu costumo dizer que o Hospital São Vicente de Paulo é um hospital sedutor, quem entra aqui fica encantado. Outra grande qualidade é o carinho, atenção, dedicação e consideração que tanto os médicos quanto os funcionários prestam a todos. Essa é a grande característica e marca do São Vicente que nós fazemos questão de preservar e continuaremos preservando, porque ela que dignifica ainda mais a casa. gostaria de agradecer todos aqueles que unidos. uniram esforço e empreendimento incalculável para conseguir levar a tempo essa grande obra e grande projeto que beneficia a todos nós”, finalizou o diretor geral do hospital, Dr. Munir Jacob.
R eportagem Especial
Por Vanessa Santos Foto: Pedro Roque Fotografia
O RETRATO DE UM COMPLEXO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
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ão é de hoje que ouvimos as acusações de psicopata sendo direcionadas a criminosos, líderes de ataques hediondos e até mesmo em relacionamentos quando um dos conjugues se mostra com ciúme doentio ou atitudes obsessivas que parecem ultrapassar os limites do bom senso e da realidade. Nas telinhas, a doença entrou em pauta recentemente durante a trama de horário nobre da Globo cuja personagem Josiane, interpretada por Agatha Moreira, roubava, matava, mentia e manipulava sem sentir remorso algum, inclusive em relação a própria mãe. Nas telonas, o indicado a 11 categorias do Oscar, Coringa, também mexeu com o imaginário humano ao despertar o paradoxo de amor e ódio no público. Amor, pela compaixão frente ao bullying e toda a rejeição sofrida pelo rapaz por conta de sua risada patológica em um precário contexto social. Ódio, pelas mortes que ele provoca a sangue frio além de incito a violência entre a comunidade. Seja na dramaturgia ou no palco da vida real, o fato é que a psicopatia existe e atinge de 1% a 2% da população mundial*. Caracterizando-se pelo subtipo mais grave de Transtorno de Personalidade Antissocial, Dr.ª Amanda Tolomelli explica que a disfunção implica em alterações nocivas e recorrentes de comportamento. “Há uma grande ausência de preocupação com os outros, falta de empatia, insensibilidade e egocentrismo, levando a atitudes antiéticas, irresponsáveis, manipuladoras e, muitas vezes, desonestas e ilícitas”, pontua ao ressaltar que o indivíduo já nasce predisposto ao desenvolvimento da doença, cujo
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avanço será determinado de acordo com o ambiente em que se vive, sobretudo o familiar.
ESTUDOS RECENTES Estudos recentes sobre a psicopatia publicados pela revista científica Psychological Medicine mostram que, no aspecto anatômico do cérebro, foi constatado “um aumento da substância branca nas regiões do lobus temporal (onde está a amígdala, relacionada às emoções) e frontal (encarregado das funções cognitivas), causando uma supermaturação dessas áreas”, o que ocorre como forma de proteção frente a situações de estresse emocional vivenciado em idades precoces. No entanto, o fato não anula a capacidade racional ou sentimental do sujeito, mas faz com que “a associação entre emoção e cognição na tomada de decisões seja bloqueada”, conclui a pesquisa.
Dessa forma, Dr.ª Amanda afirma que, embora o diagnóstico só possa acontecer depois da maioridade, entre a infância e adolescência já é possível reconhecer traços do referido transtorno. “Os psicopatas são persistentes, inflexíveis e mal
adaptativos, causando um prejuízo importante no próprio funcionamento social (relacionamento familiar, estudo, trabalho, etc.)”, diz sobre o panorama que, com o tempo, vai se agravando para impulsividade, mentiras, agressões e afins. “A pessoa se torna audaciosa, se expõe a riscos sem apresentar estresse ou ansiedade e sente tédio com facilidade. Não se arrepende nem se sente culpada por acarretar sofrimento, engana, intimida, apresenta comportamento vingativo e sádico, não honra obrigações e compromissos, usa de charme e sedução para conquistar e controlar os outros”, pontua ao salientar que esse cenário deve ser constante, se diferenciando, por exemplo, de um comportamento antiético ou criminoso isolado para um ganho específico. Contudo, apesar dos indícios categóricos, muitas vezes o transtorno não chega a ser identificado dada a facilidade do indivíduo em disfarçar seu comportamento, utilizando o poder de manipulação a seu favor. “A pessoa não se incomoda com essas características e por isso não procura atendimento, não demandando um diagnóstico. Quando o diagnóstico aparece, pode ser através de análises após detenção devido a crimes, por exemplo, ou por informações muito consistentes relatadas por familiares”, detalha a psiquiatra. A partir de então, é possível tipificar o quadro e os fatores de risco biológicos, mas não há uma classificação específica para os diferentes graus de psicopatia. “No Transtorno de Personalidade Antissocial, pode haver pessoas capazes de magoar, tratar mal, enganar, fraudar, mas que não cheguem a agredir ou assassinar, enquanto outras pessoas com o mesmo diagnóstico já apresentam comportamentos mais frios e hostis”, completa.
R eportagem Especial
*Dados publicados em matéria do portal O Globo. Fontes: O Globo, EL PAÍS Brasil e Agência Senado.
de forma mais gentil e respeitosa, valorizando os sentimentos da criança. “Não se fala em cura para psicopatia”, declara a especialista. Para ela, ainda há poucos recursos no tratamento desse transtorno, cuja medicação é indicada somente em casos de comportamento agressivo grave. “A terapia cognitiva, o treino de habilidades e a terapia baseada em mentalização podem promover algum benefício, mas não existe um método com eficiência comprovada”, fala ao evidenciar a importância da conscientização, pois o desenvolvimento da doença pode ser controlado se forem identificados sinais robustos durante a infância. “Conforme dito anteriormente, é comum que indivíduos com Transtorno de Personalidade Antissocial já manifestem sintomas desde cedo, quando costumam ser diagnosticados com Transtorno de Conduta. O tratamento precoce, desde essa fase, principalmente com psicoterapia, mas se necessário também com medicação, pode reduzir os sintomas e evitar a progressão para o Transtorno de Personalidade na vida adulta”, indica ao chamar atenção para a terapia infantil, na qual se tem trabalhado o treinamento dos pais visando a imposição de limites
Quando se fala em psicopatia, a complexibilidade se estende à esfera legal. Estatisticamente com maior incidência entre o sexo masculino, Dr.ª Amanda é categórica ao dizer que “a pessoa com esse tipo de transtorno é responsável pelas consequências de seus atos e tem consciência do que é certo ou errado”, portanto, a priori, deve ser responsabilizada por atos que infrinjam a lei. “Uma prova dessa noção é o fato de não agirem quando percebem que é maior a possibilidade de serem descobertas. ‘Em contrapartida, se nos referimos ao estritamente moral, a questão é mais ambígua, porque falta ao psicopata apego emocional e sentimento de culpa, como se faltasse ao cão o faro’”, declara o professor de psiquiatria, Geraldo José Ballone. Segundo ele, a responsabilidade atenuada dos fatos é analisada em casos de impulso sofrido por pessoas diagnosticadas com o transtorno,
Dra. Amanda Teixeira Tolomelli Psiquiatra CRM 48359 RQE 39159 27
mas a isenção total do crime só pode ocorrer quando “a ação delituosa é produto da doença”, ou seja, o indivíduo se encontra com a capacidade mental comprometida no momento do delito. “Nessa opção, ele é considerado doente mental, com anomalia estrutural da personalidade, devendo ser encaminhado a um hospital psiquiátrico ou ao chamado manicômio judicial”, detalha a publicação da Agência Senado sobre as interpretações legais para o transtorno que ainda impõem à sociedade muitas perguntas sem respostas, o que aumenta a importância do debate, pesquisa e atenção redobrada ao comportamento desde a infância.
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Por Scarlett Gravina Foto: Pedro Roque Fotografia
DESAFIANDO O CORPO E FAZENDO DA CAPOEIRA SEU ESPAÇO DE LIBERDADE E EVOLUÇÃO
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apoeirista não é aquele que sabe movimentar o corpo, mas o que se deixa movimentar pela alma”. É diante desse sentimento que se conecta entre o corpo físico e espiritual, que a capoeira se tornou para a jovem Déborah algo que vai muito além de ser apenas um esporte, mas sim, parte de sua construção como ser humano. O
“Posso dizer que capoeira é minha filosofia, minha vida, minha arte e minha luta.” Déborah da Silva Pereira
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gosto pela arte foi descoberto ainda na infância, quando deu início a prática através de um antigo projeto social no bairro onde morava, o “Viver na Vila”. “Lembro-me que quando cheguei até o local, a capoeira foi o esporte que mais me encantou, tanto pela luta quanto pela musicalidade. Estava muito feliz com a escolha que tinha feito, mas um tempo depois descobri que o projeto iria fechar por conta da falta de verbas e fiquei muito chateada, pois a capoeira já era meu sonho e eu queria ir mais longe”, conta. A determinação e a certeza de que a capoeira poderia lhe trazer grandiosas experiências, foi essencial para a busca de algo ainda maior. Após visitar algumas academias, Déborah encontrou um lugar para se dedicar fielmente a arte escolhida. “Quando conversei com o Waltim e Baiana, que nessa época eram graduados, expliquei o que tinha acontecido, então me deixaram treinar na academia que eles administravam. Hoje sou graduada e faço parte de um projeto chamado ‘Aprendo Ensinando’ e sigo firme, me dedicando, treinando, estudando e participando de competições através do apoio e incentivo dos meus professores, Instrutor Waltim e Instrutora Baiana, que são meus pais na capoeira, sou muito grata por tudo que me ensinaram e me ensinam”, afirma. Ao longo desses 12 anos, Déborah coleciona medalhas e grandes histórias de cada competição já realizada, vivências pelos lugares que passou e momentos significativos para sua jornada. Aluna graduada da Abadá-Capoeira (Associação Brasileira de Apoio e Desenvolvimento da Arte-Capoeira), Déborah já se prepara para as próximas competições, treinando e sonhando em poder ir até a Gré-
cia para disputar o Primeiro Jogos de Verão 2020. “Meu objetivo é de expandir o Projeto Aprendo Ensinando, ajudar outros atletas a seguir firme na capoeira e ser campeã Mundial e Campeã Brasileira na capoeira. O meu maior sonho é ter condições de conhecer a Bahia, viajar para França, Japão, Israel e para a África através de eventos na capoeira”, relata. Determinada e guerreira - como ela mesma se define - Déborah traz em sua essência a firmeza de uma jovem que aprendeu a se reinventar em meio a tantos desafios e escolheu a capoeira como sua maior aliada. Dividindo-se entre fotógrafa, garçonete e professora de capoeira, ela segue batalhando com o desejo de alçar voos mais altos, respeitando sua história e sendo grata por cada realização ao longo da sua jornada. “Conheci pessoas que foram e são essenciais na minha caminhada na capoeira. As dificuldades são diversas, a vida de um atleta envolve treinar, fazer cursos, malhar, competir, suplementar, viajar e tantas outras. E raramente conseguimos patrocinadores, mas eu continuo firme, com muito força de vontade e aos pouquinhos vou conquistando meus objetivos. Aproveito para deixar o meu agradecimento ao Felipe, proprietário da academia Espaço Vida, por ceder seu espaço para o meu preparo físico”, enfatiza. Foi diante das rodas de capoeira e do som do berimbau, que Déborah viveu momentos de descobertas, de novos sonhos e conquistas, evoluindo, se descobrindo e fazendo de cada movimento um ato de liberdade, de força e de coragem. “A prática da capoeira tem me fortalecido muito não só como mulher, mas sim, como pessoa e cidadã. Ela me deu tudo que tenho hoje, meus amigos, meus professores, meu esposo, um caminho na vida, sonhos e esperança. Posso dizer que capoeira é minha filosofia, minha vida, minha arte e minha luta”, finaliza.
S aúde
Por Scarlett Gravina Foto: Divulgação Internet
você sabe como ele pode te ajudar? ALÉM DE AUXILIAR NO AUMENTO DE MASSA MAGRA O SUPLEMENTO OFERECE BENEFÍCIOS À SAÚDE
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ueridinho nas academias e pelos praticantes de atividade física, o Whey Protein é um dos suplementos mais procurados por quem deseja acelerar o processo de ganho de massa muscular. Embora esteja relacionado com esse objetivo, o produto possui outros benefícios com seu consumo, já que ele é a proteína extraída do soro de leite e contém um alto potencial nutritivo. “O suplemento é utilizado para complementar o aporte proteico e aminoácidos da dieta, o que consequentemente preserva ou aumenta a massa muscular (de acordo com o objetivo e dieta de cada pessoa), é antioxidante e contribui para o sistema imunológico (devido aos aminoácidos), melhora recuperação muscular e aumenta a saciedade”, esclarece a nutricionista Fernanda Soares.
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A nutricionista Fernanda Soares.
Com o crescimento do mercado fitness, é possível notar uma grande variedade de suplementos de diferentes marcas e versões, o que é preciso ser avaliado de acordo com cada objetivo. Fernanda explica que existem três opções desse tipo de suplementação: “Concentrado: apresenta 80% de proteínas e 20% divididos entre carboidratos e gorduras. Ele tem absorção mais lenta comparada aos outros tipos. Isolado: esse passa por processos de filtragem mais completos e por isso, apresenta uma concentração mais alta de proteínas. Hidrolisado: possui moléculas “quebradas” em pequenos fragmentos, o que a torna melhor em questão de digestão e absorção ao que diz respeito velocidade”. Diante de tanta informação, o auxílio de um profissional é fundamental tanto para a escolha do tipo do produto quanto no esclarecimento da forma correta de seu consumo. “Muitas pessoas pensam que comprar um suplemento e simplesmente inseri-lo em sua alimentação, terá um efeito milagroso, mas não é bem assim. O próprio nome diz, suplemento: aquilo que é para suprir uma falta, o que acrescenta. Portanto, para consumir de forma correta e então ter seus benefícios, é importante avaliação nutricional para associar ao plano alimentar, avaliando as quantidades e especificidades do produto para a pessoa de acordo com sua individualidade e necessidades”, ressalta.
ENTREVISTA RF: O uso de suplementos alimentares essencialmente o whey pode engordar? FS: Dentro de uma dieta desregrada, isso pode acontecer! Por este motivo, a quantidade do suplemento e de toda a dieta, deve estar devidamente calculada de acordo com cada pessoa e suas individualidades. RF: Que resultado pode se esperar quando se usa o suplemento alimentar? FS:Dependerá do objetivo da pessoa e da estratégia alimentar traçada. Seja hipertrofia muscular, manutenção de massa muscular ou até emagrecimento, e se esse for o objetivo, a whey terá seu papel de aporte proteico junto com a dieta calculada. RF: A suplementação só deve ser usada no dia de treino físico? FS: Dependerá da estratégia nutricional e do objetivo específico da pessoa. Na maioria das vezes é utilizado todos os dias e, o que muda, é a quantidade e horário, dependerá de cada caso. RF: Existe diferença entre suplemento feminino e masculino? FS: Diferença significativa ao objetivo do suplemento, não. O que normalmente encontramos é o acréscimo de alguns nutrientes na suplementação feminina, como por exemplo, nutrientes que auxiliam na fortificação de cabelos e unhas, e aí vendem como a versão feminina. O whey protein é um suplemento que encontramos tipos voltados para mulher com essas especificações. RF: Qual a importância do pré-treino e pós-treino? FS: Caso o objetivo seja hipertrofia muscular, estudos mostram sua eficiência na sinalização pós-treino e próximo ao sono, mas, se esse não é o objetivo, ele entrará no horário onde houver sua necessidade de aporte proteico, não necessariamente no pré e pós-treino.
F amília no Divã Foto: Servando Lopes
Psicologa, Graduada pela Universidade presidente Antonio carlos. Pós graduada em gestão de pessoas. Grupo de estudos e orientação em psicanálise. Cursando psicanálise com crianças e adolescentes. CRP 04/30.453
Divulgação
Marcela Corbelli
UM SENTIMENTO COMUM ENTRE AS MÃES
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certo que a maternidade nos traz experiências incríveis, inclusive sentimentos nunca experimentados antes. Um mix de emoções toma conta do casal e uma nova realidade se abre em nossas vidas. Sabemos também que não é tudo um mar de rosas, junto com a maternidade vem grandes desafios. Com a minha experiência pessoal, associada à experiência profissional com mulheres/ mães, consigo perceber que existe um sentimento comum a todas elas: o sentimento de culpa! Para as mães, a culpa é um sentimento limitador, é uma barreira para tomada de ações, elas ficam sobrecarregadas pela culpa e muitas vezes não conseguem seguir a diante. Algumas situações que fazem com que a mulher se sinta culpada são: dificuldade em equilibrar carreira e família; níveis baixos de libido após o parto; dificuldade em relação à saúde do bebe, como a má alimentação, por exemplo; uma segunda gravidez não planejada ou o fato de em algum momento ter que priorizar um irmão sobre outro; por deixar o filho muito tempo frente à TV ou celular e por precisar deixar o filho aos cuidados de outra pessoas para trabalhar ou realizar outras tarefas.
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“Cada família vai buscar fazer o melhor dentro daquilo que querem para seus filhos e sempre é possível pedir ajuda caso a vivência lhe pareça muito pesada e difícil. Procure buscar equilíbrio e caso se veja numa situação muito dolorosa e de sofrimento, não hesite em buscar ajuda profissional”. Nesse caminho entre dúvidas e culpas, é que muitas mulheres se perdem! Perdem o foco da própria vida, perdem os objetivos, perdem-se de si mesmas. E os estragos que essa anulação em função da maternidade causa tem consequências sérias, como por exemplo, transtornos de ansiedade e depressão. É importante ressaltar que é possível tentar superar toda essa situação e viver uma vida com menos culpa. Entender e aceitar que esse sentimento é comum a todas as mães. Deixar de lado a busca pela perfeição é outra forma de amenizar o sofrimento, ou seja, trazer para a realidade sua relação com seu filho nem sempre você vai estar bem e tranquila diante de uma situação inusitada
dele, e isso é normal. Criar uma rede de apoio entre pais com filhos na mesma faixa etária ajuda e muito também, nessa rede você poderá trocar experiência, e só o fato de saber que não está sozinho nessa, já ameniza o sentimento. Nenhuma mãe nasce sabendo, não existe certo e errado na maternidade, o que deu certo pra mim, nem sempre irá dar certo para o outro, cada família vai buscar fazer o melhor dentro daquilo que querem para seus filhos e sempre é possível pedir ajuda caso a vivência lhe pareça muito pesada e difícil. Procure buscar equilíbrio e caso se veja numa situação muito dolorosa e de sofrimento, não hesite em buscar ajuda profissional.
B eleza e Estética Foto: Fotografe
Especialista em micropigmentação de sobrancelhas - (32) 9.9916.6806. Rua Gorasil de Castro Brandão, 54, Cibraci, Ubá/MG. Av. Raul Soares, 180, Centro, Ubá/MG. (Shalom Cabeleireiros).
Fran Mendes
MICROPIGMENTAÇÃO
Arquivo Pessoal
de
CONFIRA OS CUIDADOS E TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE O PROCEDIMENTO
U
sada para corrigir e realçar as sobrancelhas, a micropigmentação é um dos procedimentos mais procurados nos últimos tempos. Dentro dela, existem diferentes técnicas, seja para valorizar ou simular fios naturais e é realizada com aparelhos ou de forma manual. Cada método escolhido vai de acordo com seu gosto ou necessidade, mas a iniciativa de realizar o processo demanda alguns cuidados. Tire suas dúvidas! 33
RF: Qual a durabilidade da micropigmentação? FM: A durabilidade de uma micropigmentação depende do indutor usado (dermógrafo ou Tebori), dos cuidados pós-procedimentos e do tipo de pele da cliente! O Tebori tende a construir fios um pouco mais delicado em relação ao dermógrafo, todavia os fios construídos por dermógrafo em geral duram mais tempo na pele. Pessoas que se expõem muito ao sol, tendem a clarear a micropigmentação com mais velocidade. A pele seca tende a segurar mais o pigmento, já a pele oleosa, além de tender a expandir os fios, clareiam mais rápido. RF: A técnica pode ser realizada no verão? Quais os principais cuidados é preciso ter? FM: Podemos sim realizar o procedimento no
verão, porém, a cliente tem que estar ciente que nos primeiros dias deve evitar suor excessivo, sol, piscina e mar. RF: É necessário retocar com um tempo? Qual a periodicidade? FM: É necessário fazer o retoque sim! O tempo varia de cliente pra cliente. Peles oleosas tendem a expulsar o pigmento necessitando assim de retoque mais rápido em relação a pele seca. RF: Durante o procedimento, existe a possibilidade de efeitos colaterais? FM: Geralmente durante o procedimento é raro acontecer efeito colateral. Mas no pós procedimento pode acontecer reações alérgicas, inflamações dentre outros. RF: Como escolher um profissional adequado? FM: A melhor forma de escolher um bom profissional é olhar a formação dele e pesquisar trabalhos prontos e cicatrizados. RF: Como essa técnica é realizada? Pode haver dor durante o processo? FM: Hoje em dia são utilizados vários anestésicos que minimizam a dor, sendo considerado um procedimento indolor. Vale ressaltar que o fato de ser indolor, depende do anestésico que o profissional usa.
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Foto: Pedro Roque
C artão de Embarque
Camila Santos
Formada em Administração de Empresas pela PUC/MG e pós-graduada na Fundação Getúlio Vargas. É proprietária da Santur Viagens em Ubá-MG. Sua missão é desbravar o mundo e trazer várias dicas de viagens para seus clientes. Contato: camila@viajesantur.com.br
HISTÓRIA, BELEZAS NATURAIS E AVENTURA
Por Fernanda Arquete Fotos: Arquivo Pessoal
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Laguna Humantay.
achu Picchu sempre foi um sonho, mas não esperava que o Peru tivesse tantos outros lugares lindos. Como fui no feriado municipal em setembro, foram somente cinco dias, então, depois de muita pesquisa, selecionamos mais um lugar para ir. Os lugares selecionados foram: Laguna Humantay e Machu Picchu, deixando um dia livre para escolhermos um passeio quando chegássemos lá. No primeiro dia, - em Cusco, como chegamos ao final da tarde, ficamos livres. Então, aproveitei para dar uma volta na cidade. Foi ótimo, adoro andar sozinha para conhecer lugares, observar as pessoas, seus costumes, cultura, modo de vestir, etc. Com um mapa na mão, fui procurando os pontos mais famosos. Primeiro, visitei o Mercado Municipal, que vende de tudo, desde comida a roupas. Depois, dei uma volta na Plaza de Armas para conhecer o centro, onde tem vários restaurantes, igrejas e museus. Importante: sobre o primeiro dia, sugiro que ele seja livre, pois temos um tempo para aclimatar com o ar rarefeito. Caso a pessoa sinta muito o “mal da altitude”, é válido fazer passeios leves no segundo dia também. Antes da viagem, já sabia desse mal, mas, sinceramente, não achei que ia sentir tanto. Chegando ao hotel, já ofereceram chá ou folhas de coca para ajudar no mal-estar, enjôo, dor de cabeça e falta de ar. Os sintomas são variáveis de pessoa para pessoa pois, cada um reage de uma maneira. Eu mesma só fui sentir falta de ar no segundo dia, que foi durante a subida para a Laguna Humantay. No segundo dia, acordamos cedo, pegamos uma van até Mollepata, que
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Machu Picchu.
leva aproximadamente 2h30, onde fizemos uma parada para o café da manhã. Em seguida, após 32km de estrada de chão (aproximadamente 1h30 de viagem), chegamos ao local que deu início a nossa caminhada. São 7 km ao todo (ida e volta) de uma caminhada relativamente fácil e não muito íngreme, se não fosse o “mal de altitude”. Temos que subir no nosso tempo, parando e respirando. O grupo, composto por pessoas de todas as idades, estava acompanhado de dois guias devidamente equipados com cilindro de oxigênio, remédios para dor de cabeça e folhas de coca. Além do mais, caso houvesse necessidade, podíamos alugar cavalos para terminar a subida, ou seja, tínhamos o apoio caso precisássemos. Todo o esforço com algo que não estamos acostumados e o cansaço são es-
Catedral de Cusco, Plaza de Armas.
quecidos quando chegamos ao lago. Vale muito à pena, porque a paisagem é maravilhosa e inacreditável. Formado pelo degelo da neve da montanha ao seu redor, o lago possui vários tons de azul e verde, devido ao óxido de cobre. Enfim, é um passeio que vale muito a pena pela paisagem! Como saímos às 4 horas da manhã e chegamos ao final da tarde em Cusco, o passeio dura o dia todo e ao final ficamos bem cansados. Por conta desse cansaço, no terceiro dia resolvi não fazer outro passeio de caminhada, logo, preferi descansar, pois no quarto dia iríamos para Machu Picchu. Mas, tínhamos várias outras opções lindas de passeios, como a Montanha Colorida, Vale Sagrado, Salinas Maras e Moray, entre outras, que se fosse uma viagem de pelo menos 10 dias eu iria. Logo,
Uma das feirinhas em Cusco.
C artão de Embarque Montanha Huayna Picchu, em Machu Picchu. Subi-la é também uma opção de passeio.
o passeio foi pela cidade, desta vez visitando as várias feirinhas de artesanato da região, os museus e igrejas (no estilo Barroco, da época da colonização espanhola). Foi ótimo, pois foi um dia em que pudemos aprender mais sobre o Peru e como foi a colonização, os Incas, a história e curiosidades. Dentre os lugares visitados estão o Centro Histórico de Cusco, Plaza de Armas, Catedral de Cusco, Convento Santo Domingo, Templo Koricancha, a Pedra dos 12 ângulos e Arco de Santa Clara. Alguns lugares possuem a entrada gratuita, enquanto que outros, cobram de 5 a 50 soles (moeda local), em média. Chegou o dia mais esperado. A saída do hotel é as 4 horas da manhã em direção à estação de Ollantaytambo, onde pegamos um trem até Águas Calientes, para em seguida pegarmos um ônibus até Machu Picchu. Um dica importante: durante os trajetos de trem e ônibus,
No interior da cidadela em Machu Picchu.
vale a pena prestar atenção nas paisagens da montanha que são lindas. Desde o hotel já tínhamos um guia nos acompanhando, que foi contratado com antecedência pela agência. Mas, por experiência própria, não preste atenção todo o tempo nele. É indispensável não preocupar tanto em saber a história e ter um momento sozinho, sentindo a magia do lugar e a sua energia surreal. Quando iniciamos a caminhada, o tempo ainda estava bem fechado e com muita neblina, mas durante o passeio pela cidadela, que dura três horas, o clima foi mudando. Aliás, mesmo com a possibilidade de chuva, esta é a melhor época do ano para fazer essa viagem (de agosto a dezembro), pois são os meses mais secos do ano. Retornando, chegando em Águas Calientes pudemos almoçar e dar uma volta nas feirinhas, para depois pegar o trajeto de volta.
O ínicio da trilha para a Laguna Humantay.
No quinto e último dia fomos à Lima para pegar o vôo de volta, que era a noite, então aproveitamos para conhecer um pouco da cidade. Visitamos a região de Miraflores, onde há o Shopping Larcomar com uma vista para o Oceano Pacífico, com bares, restaurantes, lojas, teatro, etc. Há também parques, praças e sítios arqueológicos para visitar. Enfim, foram cinco dias corridos, mas intensos, renovadores, pela energia e superação de limites. Conhecer um lugar novo é sempre bom, ainda mais lugares que superam nossas expectativas. O Peru é sempre lembrado por Machu Picchu como a maior atração, mas não sabíamos que também existiam muitas outras para conhecer. Isso me fez ter a vontade de querer voltar, com certeza!
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C idade
Por Scarlett Gravina Fotos: Arquivo Pessoal
ADUBAR HÁ MAIS DE 20 ANOS MANTENDO O COMPROMISSO DE PROMOVER O DESENVOLVIMENTO DE UBÁ E REGIÃO
Os servidores da casa do Empreendedor (espaço destinado para a abertura de empresas e capacitação dos empreendedores. Seu objetivo é dar suporte às micro e pequenas empresas).
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endo em vista o grande potencial de Ubá, que se destaca no setor moveleiro, foi criado em 1997 a Agência de Desenvolvimento de Ubá e Região; a ADUBAR. Fundada por meio de uma parceria da Prefeitura Municipal de Ubá, da ACIUBÁ, Intersind e Sebrae, com o objetivo de promover ações de interesse da comunidade através de projetos realizados e apoiados pelas instituições parceiras, ela é denominada como uma Organização Não Governamental sem fins lucrativos. Há mais de 20 anos a agência vem promovendo iniciativas que visam alavancar o desenvolvimento às lideranças locais, como políticas, empresariais e comunitárias. À frente de inúmeros projetos significativos para a cidade, se destacam: o Ecoponto; responsável por receber pneus inservíveis da cidade e região, a Casa do Empreendedor; idealizada com o propósito de facilitar o processo de abertura das empresas, o Compras Públicas; que é o setor de Consultoria em Licitação para orientar as empresas sobre a participação das licitações da PrefeituRevista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
“Fazer parte e poder contribuir com a instituição que possui tantos projetos voltados para a sociedade é o que faz o trabalho ser tão importante. Busco aplicar na ADUBAR tudo que aprendi na jornada da minha empresa, temos conseguido dar um destaque maior para a Agência nas redes sociais e hoje ela é mais reconhecida e consequentemente respeitada” ra de Ubá e a Coleta Seletiva; a fim de incentivar alunos de escolas municipais e estaduais no recolhimento de materiais inservíveis que podem vir a ser foco do mosquito transmissor da dengue. Assim como essas, as demais ações são desempenhadas para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida da população.
Na foto, Thiago Alves Bonissatto, o primeiro empreendedor a abrir sua empresa na Casa do Empreendedor em 2017.
“Fazer parte e poder contribuir com a instituição que possui tantos projetos voltados para a sociedade, é o que faz o trabalho ser tão importante. Busco aplicar na ADUBAR tudo
C idade que aprendi na jornada da minha empresa, temos conseguido dar um destaque maior para a Agência nas redes sociais e hoje ela é mais reconhecida e consequentemente, respeitada”, afirma o diretor da instituição, Rafael Bousada. Acerca da importância do empreendedorismo local, foi desenvolvido em parceria com o Instituto do Sudeste de Minas Gerais o aplicativo LicitUbá, criado com o objetivo de auxiliar os empreendedores da região a visualizarem editais e licitações através de notificações do sistema publicado pela Prefeitura. “Entregamos facilidade através da consultoria e do aplicativo que auxilia a informação sobre os processos que estão sendo gerados e, com isso, acabamos fazendo o dinheiro circular dentro da cidade, já que nosso potencial é muito grande”, declara o diretor. Com um time de parceiros que acredita na Adubar, ela visa contribuir ainda mais com o avanço da cidade, visando promover através da geração de emprego e renda, o desenvolvimento integral na indústria, comércio, serviços e agricultura. “Procuro parceiros com quem tenho sinergia no dia a dia nos negócios para que eles também façam parte da ADUBAR e ajudem de alguma forma, afinal, o crescimento da cidade beneficia a nós todos. Além disso, acredito que a forma mais
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Durante a campanha de combate ao Aedes Aegypti. Da esquerda para a direita: o Coordenador da Reciclau Vinícius, a auxiliar administrativa da ADUBAR, o secretário Municipal de Obras João Gomes, o Prefeito de Ubá Edson Teixeira, a Secretária Municipal de Educação Beth Barros e a Secretária de Saúde , Dulcineia Thinassi.
bonita pra mim e que resolve muita coisa é o empreendedorismo. Acho não que existe nada mais democrático do que qualquer pessoa poder abrir o seu próprio negócio independente do grau de formação, realizar contratações – geração de em-
prego e renda e ainda contribuir com os impostos para o desenvolvimento do município. Por conta disso, desde quando abri minha empresa, somos parceiros da Adubar, praticamente sete anos juntos”, finaliza.
P or toda minha vida
Por Vanessa Santos Fotos: Revista Fato!
O UNIVERSO SENSORIAL DE FERNANDO NASCIMENTO
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“Minha força vem de Deus, da fé que eu tenho. E amo viver também, é bom demais, às vezes até esqueço que não enxergo”. Sempre alegre, Fernando não se deixa abater pelos obstáculos e encara a deficiência visual com otimismo.
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axwell diz que a vida é 10% do que nos acontece e 90% de como reagimos a isso. E foi assim que Fernando Vieira do Nascimento decidiu encarar a deficiência; adaptando-se as circunstâncias sem se queixar. Embora se divertisse como toda criança da sua idade, quando tinha apenas um ano e meio foi o avô paterno quem logo percebeu a dificuldade do neto em enxergar. “Ele tinha um casal de filhos com a mesma doença”, comenta o rapaz portador de retinose pigmentar, quando a retina vai se degenerando e deixa de captar a luz como deveria. A princípio, o impasse maior com a visão Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
era apenas à noite, dessa forma, ele aproveitava o dia para brincar e jogar bola, grande paixão do flamenguista. Após concluir o ensino primário em Ubá, mudou-se para o Rio de Janeiro a fim de estudar no Instituto Benjamin Constant, referência na área de deficiência visual. “Tive bastante dificuldade para me ambientar lá e, quando estava me acostumando, um médico americano me chamou para a consulta, como era de praxe do local, e disse que não existia solução para o meu problema. Ciente da gravidade, na hora fiquei meio triste, revoltado, e acabei vindo embora”, recorda. De volta a Cidade Carinho em 1974, o sentimento de decepção foi dando lugar a enorme vontade de viver que o consumia. Como o acesso ao braile era limitado no município, foi com o apoio do gravador e de provas orais que ele
concluiu o 4º ano na Escola Estadual Cel. Camilo Soares. Sem conseguir ingressar em outras instituições para dar sequência aos estudos, Fernando começou a trabalhar no armazém atacadista de seu pai, o saudoso José Rodrigues. “Ajudava na administração e no serviço bruto, carregando e descarregando os caminhões de cereais. Ficava lá o dia inteiro, e como o movimento era grande, a rotina foi me induzindo a me adaptar”, conta. A perda da visão foi um processo lento, bem característico da doença. “Depois dos 20 anos que passei a ter mais complicações, esbarrava nas coisas, tropeçava, aí comecei a pedir ajuda para ser guiado ou então usar bengala, só que no princípio ficava sem jeito. Quando era mais novo, durante as discotecas no Tênis Clube, tinha vergonha de chegar de bengala e até mesmo de falar sobre
P or toda minha vida a minha deficiência, pois percebia que muitas pessoas se afastavam ou ficavam com pena”, relata sobre a dificuldade para enxergar que se atenuou entre a adolescência e a fase adulta. No entanto, esses momentos foram apenas detalhes na memória do rapaz que driblou com maestria a bola enquanto pode atuar em campo, assim como os obstáculos presentes no jogo da vida. “Tive uma trajetória super ativa, graças a Deus. O trabalho ajudou bastante a me desenvolver e nunca quis ser o ‘coitadinho’. Tem pessoas que ficam se limitando, mas eu me viro bem, faço as coisas dentro de casa, lavo, preparo meu café, o lanche, só cozinhar que não aprendi, mas temos que tentar. Se não der para fazer, você não faz. O que gente não pode é se entregar”, declara. Frequentador assíduo do Clube Tabajara, ele malha, corre na esteira e adora nadar. Pratica pilates, passeia, e religiosamente às sextas-feiras, se reúne com sua turma para jogar purrinha. Como gosta de se manter bem informado, acorda diariamente ao som das principais notícias do país nos programas de rádio, onde também escuta os cantores preferidos da MPB, já que a audição é um de seus sentidos mais explorados. Entretanto, nem todo deficiente tem a rotina, disposição e alegria de Fernando, por isso, ele faz questão de compar-
tilhar seu aprendizado quinzenalmente durante as reuniões da Associação dos Deficientes Visuais de Ubá e Região, a ADVUR. “Eu e o Marcelo Quaranta criamos o grupo entre 2016 e 2017 e, desde então, procuramos ajudar as pessoas com dinâmicas, palestras sobre motivação, mobilidade urbana, orações e afins”, conta. Presidente da associação, o rapaz afirma que ainda há muito desinteresse tanto por parte do deficiente quanto da própria família. “O Marcelo conseguiu uma van gratuitamente para locomover os participantes nos dias dos encontros e, na ocasião, vieram duas pessoas. Como se usa um veículo público assim? Viemos para dar esse suporte, mas ainda falta muita aderência”, pontua. Hoje, aos 56 anos, tendo somente a percepção de claro e escuro, ele se acostumou a enxergar com os pés, as mãos, os perfumes, sabores, sons, e com o coração. Pai do jovem Victor, fruto de sua primeira união, Fernando suga tudo o que a vida tem a lhe oferecer. Namorado de Maria dos Anjos há cinco anos, o rapaz afirma que o relacionamento o faz se sentir completo, mas a valentia maior para seguir vem lá de cima. “Minha força vem de Deus, da fé que eu tenho. E amo viver também, é bom demais, às vezes até esqueço da minha deficiência”, brinca.
Seja a pé, de ônibus ou mototáxi, é comum vê-lo andando com toda a sua independência nas ruas da cidade. Usuário da acessibilidade presente no mundo virtual, o ubaense pontua as melhorias urgentes na realidade que enfrenta diariamente. “É preciso que haja uma política voltada para o deficiente, não só visual, mas todos, inclusive o cadeirante. As ruas são muito sujas e esburacadas”, diz ao lembrar que, de forma geral, a mídia tem ajudado bastante na conscientização da sociedade. “O ser humano está mais solícito, muitas vezes consigo atravessar a rua sozinho, mas aí vem alguém e oferece ajuda com tanto amor que eu não nego”. Assumindo com propriedade a deficiência visual, Fernando honra sua classe lutando pelos direitos e dividindo suas experiências. “Aos interessados, a ADVUR está de portas abertas para somar. Os deficientes têm que se levantar, procurar uma atividade e se desenvolver sem vitimização, porque tudo o que você se propõem a fazer, com fé em Deus, acontece”, finaliza ele que, embora não veja a luz, é capaz de iluminar a vida de todos a seu redor.
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E sporte
Por Vanessa Santos Fotos: Revista Fato!
A lenda do Nacional Atlético Clube
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onta-se que “a vida é como um jogo de futebol, cada lance pode definir sua trajetória”. E foi dentro das quatro linhas que João Pinto de Godoy driblou dificuldades, vibrou intensamente e escreveu sua história, tornando-se a cara e o coração do Nacional Atlético Clube. Natural de Paraguai, distrito da pequena Cajuri, o rapaz mudou-se para Visconde do Rio Branco ainda cedo, aos dez anos de idade, quando seu pai veio trabalhar na antiga usina açucareira e trouxe a família. Com toda a vitalidade inerente a infância, o garoto começou a despertar o gosto pelo futebol. Engraxava uma chuteira aqui, limpava um cantinho ali, e assim ele foi fazendo do Estádio Joseph Lambert sua segunda casa. Extremamente observador, se atentava a cada detalhe, tanto que não tardou a montar o próprio time. “Os meninos eram tão bons de bola que foram apelidados de ‘Formiguinhas do Alto da Boa Vista’”, conta sobre a equipe do Cruzeirinho que se tornou o setor juvenil do Nacional. Sem habilidades surpreendentes com a redondinha nos pés, foi como técnico que “João Cigano”, como ficou conhecido entre os rio-branquenses, brilhou. E à medida que os garotos deslanchavam para o profissional, as responsabilidades também aumentavam. “Fui treinando o time e ficando quieto. Com o falecimento do ‘Sr. Praça’, que era o zelador na época, assumi o cargo e aos 20 anos já tomava conta de tudo aqui”, lembra Cigano que mesmo presenciado idas e vindas na administração, permaneceu fiel ao clube. A dedicação era tamanha que lhe rendeu um emprego. Cuidando diária e carinhosamente do estádio, o rapaz foi contratado pela prefeitura passando a ser remunerado para a função. Mas sua entrega ultrapassava qualquer valor. Após levantar a taça de ouro da Liga Juiz-forana em 1968, João levou o NAC à disputa do Campeonato Regional
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da Liga Atlética Ubaense consagrando-se vitorioso em 1975. No entanto, a adrenalina maior veio anos depois, durante a final contra o Guarani. Com a decisão nos pênaltis, ele não se conteve e desmaiou após a partida. Coisas que só acontecem no futebol. Defendendo com todo ardor o Leão da Zona da Mata, como se afamou o clube, Cigano chegou à diretoria a fim de lutar pelas melhorias que enxergava no estádio. “Coloquei muita gente para fora que só queria usar do campo, aqui quem manda sou eu. Tinha presidente que discutia comigo porque eu via os erros, sabe?! Aí decidi me candidatar para fazer um banheiro feminino e, com a ajuda da prefeitura, conseguimos”, comenta sobre o cargo que foi sucedido por Leonardo Souza, quem considera como um filho. Juntos, eles fizeram da trajetória do Nacional ainda mais bonita. Além das atividades de técnico, zelador e presidente, toda forma de ajudar o time era bem-vinda ao seu torcedor mais convicto, inclusive se fosse para dar aquele “empurrãozinho” nos jogos. “Às vezes não tinha ninguém habilitado e eu falava ‘pode deixar que vou bandeirar a partida’. Aí eu aproveitava. Dava gol de mão e não ‘tava’ nem aí. Já mandei jogador cair na área só para apitar pênalti e virar o placar”, revela sobre suas artimanhas por amor à camisa. Quando não ia as competições, lá estava ele na sede do clube, esperando pelos atletas até de madrugada apenas para recepcioná-los e deixar tudo na mais perfeita ordem, cuidado esse que mantém até hoje aos 83 anos. Todos os dias, logo cedo, ele faz o mesmo percurso em direção ao Joseph Lambert. Trajando seu manto sagrado e uma boa e velha calça social, confere cada cantinho do estádio para, em seguida, começar ali mesmo a prosa com os amigos. “A gente conversa com um, briga com o outro, um conta uma mentira, outro conta uma verdade, e assim vamos levando”, pontua o rioAos 83 anos, é no Estádio Joseph Lambert que Cigano passou a maior parte de sua vida.
E sporte -branquense de coração, que como todo cidadão tradicional do município, continua seu bate-papo matinal na Praça 28 de Setembro. Em casa, além dos irmãos, a TV e o rádio são companheiros de Cigano, o qual está constantemente sintonizado em canais que alimentem sua fé. “Não tenho religião, mas tenho Cristo dentro de mim. Ele que me deu força para fazer tudo o que eu fiz nesse clube, por isso minhas primeiras palavras são sempre Deus e Nacional”, declara. Dono de um coração imensurável, ao invés de deixar que o time revele sua gratidão, João é quem externa seu agradecimento perante aos mais de 60 anos dedicados ao Leão da Zona da Mata. “Se eu tenho um rádio, TV, colchão e uma boa cama, foi o NAC que me proporcionou. Se não fosse o clube, eu não teria um emprego por parte da prefeitura e estaria dependente. É claro que trabalhei duro e, mesmo com essa bengala na mão, ainda dou de 10x0 em muitos, mas nunca pedi nada a ninguém. Deus já nos dá aquilo que a gente merece”, diz deixando transparecer sua simplicidade e sabedoria. Extasiado com o resultado do último Regional em que, numa crescente impressionante, levantaram a taça do pentacampeonato com uma vitória fora de casa, Cigano se mostra satisfeito
com sua participação na história do Nacional Atlético Clube, onde desvendou talentos, fez sua graça em um curto período como meio de campo, aparou a grama e amarrou bastante chuteira para depois erguer importantes troféus. Botafoguense apenas nas horas vagas, pois “não troca o NAC por coisa nenhuma”, é também um bom ouvinte de música sertaneja, mas se emociona mesmo ao escutar o hino de seu time. Agradável de papo, tem conversa para muitos cafés. A princípio pode parecer sisudo, no entanto, lá no fundo é brincalhão. Só não brinca com seu escudo vermelho e branco. Do Joseph Lambert, onde cresceu, quer também partir. “Quando eu for embora, vou sair aqui do campo. Não vão me levar para outro lado não”, faz questão de repetir. Mal sabe ele que sua memória está ali, enraizada. Das quatro linhas aos quatro cantos do mundo, a regra é clara: que ninguém se atreva a falar do Nacional, sem falar de João Cigano.
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Uma homenagem da Revista Fato! assinada pelo artista Wesley Weber ao atual presidente de honra do NAC, João Cigano, que dedicou sua vida ao clube.
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Foto: Servando Lopes
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Michel Pires
Diretor da Modecor; Vice-presidente do Intersind. mhp@modecor.com.br; www.modecor.com.br
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onforme esperado, a 14ª Feira de Móveis de Minas Gerais realizada em Ubá entre os dias 20 a 23 de janeiro foi um sucesso. A cada nova edição, a FEMUR supera a anterior e tem sido assim desde a sua estreia em 1994, na época, em precárias instalações do Horto Florestal. Tínhamos um espaço pequeno, baixo e adaptado ao que precisávamos, circunstâncias que acabaram sendo positivas depois, marcando o começo de uma exposição de sucesso, pois evoluímos tanto em termos de ambiente, quanto em estilo e qualidade dos móveis, visitações e afins. Em 2020 vários fatores incrementaram a feira, a começar pelo clima agradável, nem parecia janeiro em Ubá e tudo contribuiu para o êxito da FEMUR. Logo na abertura tivemos a presença do Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, sendo a primeira vez que a maior autoridade do Estado comparece ao evento. Antes de ir ao Horto, o recebemos na empresa Itatiaia, onde conversamos e pudemos expor nossas demandas. Em seguida, almoçamos juntos e nos dirigimos a tão sonhada sede do Intersind, palco da abertura oficial da edição, ocasião em que também contamos com a presença do Deputado Estadual Coronel Henrique, o Presidente da FIEMG Flávio Roscoe Nogueira, o Prefeito de Ubá Edson Teixeira Filho, o Presidente do Intersind Áureo Calçado Barbosa, empresários, imprensa e afins. Dessa vez a cerimônia de abertura foi separada do início dos trabalhos da feira, de forma que os clientes interessados apenas em visitar nossas fábricas não tivessem que aguardar a solenidade. O formato foi semelhante ao da edição anterior, com stands padrozinados, abertos e com foco nos móveis, buffet único e por sinal muito elogiado. Inclusive a temperatura interna do pavilhão estava agradável, como disse, o tempo colaborou e houve até momento à noite em que tivemos que desligar alguns climatizadores, porque estava frio lá dentro. A escolha da data também foi assertiva, diversos negócios estão sendo fecha-
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“O cenário foi bastante otimista, muitos empresários apostando na volta do consumo e no sucesso das negociações, visto que hoje temos qualidade, agilidade e eficiência a fim de fornecer produtos para todo o país”. dos para iniciar 2020 com o pé direito. Antes o evento acontecia em maio, período mais fresco na cidade, mas quando o ano já tinha começado para todos e os grandes clientes haviam definido os produtos que iriam trabalhar, com isso, perdíamos muitas vendas, só que agora é diferente. Nessa edição o cenário foi bastante otimista, muitos empresários apostando na volta do consumo e no sucesso das negociações, visto que hoje temos qualidade, agilidade e eficiência a fim de fornecer produtos para todo o país, sobretudo para o sudeste que concentra mais de 50% do consumo de móveis do Brasil, onde nossa presença é expressiva e importante para os
lojistas. Agora é produzir, faturar, enviar para os clientes e aguardar, como a maioria deles disse, “vamos esperar os consumidores finais animarem a comprar, pois estamos investindo, mas para dar continuidade, temos que contar com o consumo na ponta”. Acreditamos que teremos um aumento nas vendas em pouco tempo, pois o setor da construção mostra recuperação e, com isso, será preciso mobiliar as casas, quando iremos entrar em ação. A FEMUR veio em um momento oportuno para o nosso Polo Moveleiro, fundamental para o crescimento e recuperação das indústrias. Portanto, é hora de trabalhar e pensar na próxima edição, mas antes virá nossa Mostra de Móveis em janeiro de 2021, uma feira menor, mas não menos importante. Temos certeza de que a cada dia iremos crescer em força e relevância, sendo olhados de maneira diferente por todos, seja por parte do governo ou de grandes clientes no Brasil, sucesso esse, fruto de muito trabalho dos diretores do sindicato, gestores e colaboradores de todas as empresas que fazem Ubá ser hoje reconhecida como a Capital Estadual da Indústria Moveleira.
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Por Scarlett Gravina Fotos: Arquivo Pessoal
AS PARTICULARIDADES DO UNIVERSO AZUL
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cor azul simboliza o autismo, representando a maior incidência de casos do sexo masculino. Há alguns anos, era visto como uma doença misteriosa, desconhecida e considerada uma condição rara. Não havia causas exatas, tampouco tratamentos específicos, pois o diagnóstico não era imediato. Tempos depois, foram surgindo diversos estudos e pesquisas sobre o tema, que foi denominado pelo Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, como Transtorno do Espectro do autismo (TEA). Hoje, pesquisas apontam que o transtorno é ainda mais frequente e, outras, mostram que uma em cada 100 crianças pode ser diagnosticada com algum grau do espectro. “O autismo é um grupo de desordens complexas do neurodesenvolvimento caracterizado por prejuízo na comunicação e interação social, além da presença de movimentos repetitivos e estereotipados. Cada indivíduo pode manifestar características em quantidades e qualidades variadas, os sintomas estão presentes desde o início da infância. O estágio em que o pre-
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juízo funcional fica evidente irá variar de acordo com características da criança e seu ambiente. Geralmente são identificados entre os 18 e 24 meses de idade”, explica a neurologista infantil Larissa Teixeira Nascimento. Embora seja possível observar avanços significativos, ainda existem alguns desafios a serem enfrentados, principalmente quando se fala em diagnóstico e a busca por aceitação e inclusão do autista na sociedade. Possuindo diferentes graus, segundo a especialista, quanto maior for o déficit na habilidade de comunicação social verbal e não verbal, dificuldade para iniciar interação, inflexibilidade de lidar com mudanças e comportamentos repetitivos, maior é a gravidade do transtorno. “Muitos indivíduos têm déficits de linguagem, os quais variam de ausência total da fala, passando por atrasos na linguagem, compreensão reduzida, ecolalia (fala em eco) até linguagem explicitamente literal ou afetada. Quanto à mobilidade, pode haver atraso no desenvolvimento motor, mas sua presença não é necessária para o diagnóstico, o que é mais evidente quando está em associação a alguma condição médica, como por exemplo, a paralisia cerebral”, enfatiza. Considerado um transtorno permanente, não existe cura para o autismo, mas de acordo com a neurologista, as terapias de intervenção precoce podem auxiliar para que os resultados sejam altamente relevantes no desenvolvimento neuropsicomotor das crianças. “O diagnóstico tardio e a consequente intervenção atrasada
Larissa Teixeira Nascimento; Médica – Neurologista Infantil.
causam prejuízo no desenvolvimento global do paciente. A crença de que ‘vamos aguardar o tempo da criança’ é um dos fatores que interferem diretamente na intervenção precoce. É de grande importância que pais, professores e pediatras estejam atentos para os primeiros sinais e sintomas afim de que possam encaminhar para avaliação do neurologista infantil. Quanto mais precoce forem as intervenções terapêuticas, melhores serão os resultados relacionados à reabilitação”. Dificuldades em expressar sentimentos e ideias, não aceitar o toque, comportamentos repetitivos, manuseio atípico de objetos como enfileirar ou girar os brinquedos, estão entre alguns dos sinais de atenção que os pais precisam observar nas crianças, e assim, procurar por profissionais adequados para uma detecção precoce. “É necessário acompanhamento de uma equipe multidisciplinar com experiência no TEA: pediatra, neuropediatra, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo e fisioterapeuta se necessário”, explica. Não é fácil lidar com os impactos do diagnóstico, assim como o processo de adaptação e entendimento. É diante desses momentos de dúvidas e incertezas, que uma orientação psicológica se torna essencial para que as famílias possam estar informadas
C omportamento com o espectro e saber se comunicar da forma correta. “Assim como um suporte psicológico, é também importante encontrar grupos de que possam repercutir positivamente na forma que enfrentam a situação e, consecutivamente, no tratamento e intervenção desta criança”, aponta. Sabe-se que para o autismo não há cura, o que precisa é que ele seja compreendido, para que a criança possa se desenvolver em um ambiente que tenha apoio e principalmente amor. “Você não pode ser uma supermãe ou um superpai 24 horas por dia. Permita a você mesmo se equivocar, se frustrar, se entristecer. Não se permita nutrir o sentimento de culpa. Dê muito amor e estímulo para seu filho, mas nunca o subestime. Quanto à suas decisões e atitudes, responda primeiro à sua consciência. Você não necessita justificar os seus atos aos amigos ou a outra pessoa”, finaliza.
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Uma descoberta junto a incertezas e singularidades de um universo singular. Embarcar nessa viagem rumo ao desconhecido e encontrar formas de desvendar esse novo mundo, faz parte da realidade de pais que aprenderam a compreender da melhor forma o autismo. Conheça a história de Gisele e Natália, que hoje compartilham suas vivências e descobertas diárias diante de uma trajetória de lutas e conquistas. Confira a seguir!
GISELE CAIRES Do susto pós-diagnóstico ao processo de aceitação. Foi diante de uma série de medos e incertezas que Gisele aprendeu a conviver e a
“O Heitor é luz pra minha vida, um menino sorridente, doce e carinhoso, que desperta amor e admiração em todos que têm o privilégio de conviver com ele e a nobreza de respeitar as diferenças e compreender seu jeitinho peculiar de ser”. compreender o universo particular de Heitor, que apresentou à sua mãe um novo cenário cheio de descobertas. “Já haviam sido notados traços autísticos desde o primeiro ano de vida, mas a descoberta foi em 2014, pouco antes de completar dois anos de idade. A fala restrita e a seletividade alimentar extrema foram os fatores principais que levaram à procura de ajuda médica e ao diagnóstico. Vieram inúmeras dúvidas, minhas maiores preocupações eram se eu daria conta de fazer por ele o que era necessário e como seria nosso futuro”, conta. O momento da adaptação foi marcado pela busca por entendimento acerca do assunto e, principalmente, por uma nova fase de mudanças transformadoras. Entre profissionais qualificados e grupos de apoio, aos poucos, Gisele foi aprendendo a decifrar e a entender melhor as particu-
laridades de Heitor. “As inúmeras adaptações de rotina em casa e no trabalho, fizeram toda a diferença. Além disso, mudamos muito como seres humanos quando nos deparamos com situações inusitadas como essa. Sobre essa transformação, posso afirmar que me tornei uma pessoa muito melhor após o autismo: mais paciente, mais madura, mais resiliente e, com certeza, mais forte”, enfatiza. Atualmente, com uma rotina de tratamento incluindo psiquiatra, psicóloga, fonoaudiólogas, terapeuta ocupacional e psicopedagoga, Heitor também faz uso de alguns fármacos, entre eles, o uso inovador de Canabidiol, para o tratamento de Transtorno do Espectro do Autismo. Além disso, a natação também está entre uma de suas atividades, por sinal, considerada sua preferida. “Heitor iniciou a natação aos sete meses de idade e hoje, aos sete anos, nada como um peixinho. Sua principal diversão é estar na piscina. Adora passear, brincar no pula-pula e andar de trenzinho. Também curte desenhos animados, especialmente os musicais”, conta Gisele, evidenciando a satisfação de vivenciar cada conquista diária. “Ele frequenta a escola regular pública desde os seis meses de idade, a APAE e o CAEE, e gosta muito do ambiente escolar. Demonstra afeto pelos colegas e satisfação de estar na companhia de outras crianças, mas ainda não domina as interações sociais de forma convencional. Cada evolução que passaria despercebida à maioria das mães típicas, cada olhar, cada comando atendido, cada noite bem dormida, cada sorriso, cada palavrinha espontânea e cada amizade nova, são vitórias extremamente gratificantes, é uma alegria atrás da outra”, completa. Em meio à luta diária pela inclusão, Gisele acredita que a sociedade tem lidado melhor com as diversidades, embora haja ainda muitos avanços a serem alcançados, principalmente quando se fala em “enxergar além do que vê”. “Quero apenas que vejam o Heitor, e não o autismo. O autismo não o define, é apenas uma característica da sua personalidade. Que vejam o quão adorável ele é, digno do mesmo carinho, atenção e respeito que qualquer outra criança. Uma pessoa fantástica e diferenciada, com quem podemos aprender algo que os neurotípicos nunca poderão nos mostrar”, finaliza.
NATÁLIA MIRANDA
Gisele e seu amado filho Heitor.
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O simpático e sorridente Heitor.
O abraço espontâneo, a palavra nova aprendida e o olhar atento a uma simples conversa. O que para muitos pode ser algo corriqueiro, para Natália e Vinícius, cada comportamento e atitude involuntária é motivo de orgulho para pais que
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O casal Vinícius de Paiva e Natália Corrêa ao lado dos filhos Gustavo e Lucas.
descobriram com o autismo a importância de valorizar cada detalhe, por mais simples que eles sejam. “Gustavo nos trouxe sabedoria, hoje vemos que cada pessoa é especial da sua maneira, cada um tem o seu tempo, seus dons e dificuldades. Ele nos tornou pessoas mais tolerantes e pacientes, estamos desfrutando mais dos pequenos momentos e levando a vida com mais leveza. Mudamos muito o significado de felicidade”, contam. Hoje, para os pais do pequeno Gustavo, falar com discernimento sobre o autismo está entre os inúmeros aprendizados adquiridos durante o processo de aceitação e entendimento acerca do transtorno. O impacto do diagnóstico e as preocupações diante do desconhecido marcaram uma jornada desafiadora, de batalhas diárias, mudanças, mas também de amor e união. “Observamos alguns comportamentos diferentes no Gustavo por volta dos oito meses de idade. Ele não olhava nos olhos, não respondia quando chamávamos seu nome, era extremamente focado em certos desenhos e brinquedos, sentia-se desconfortável com determinados barulhos e em alguns lugares com muita gente. Era também muito seletivo com roupas e calçados, detestava botões, etiquetas e qualquer tecido de roupas que não fosse malha de algodão. Não gostava de sapatinhos fechados, só queria ficar descalço ou de chinelo. Devido a esses comportamentos diferenciados, decidimos levá-lo a um neuropediatra, pois desconfiávamos que algo poderia estar acontecendo”, conta Natália, que após algumas consultas e ainda sem saber o diagnóstico, iniciou as buscas por pesquisas e ajudas profissionais que a levaram a descobrir o autismo de Gustavo quando ele já havia completado um pouco mais de ano de idade. Após a identificação do transtorno, o medo e as inseguranças cederam espaço para a determinação, o que fez com que Natália, junto de seu esposo, colocasse em prática todos os
O pequeno Gustavo Corrêa.
ensinamentos conquistados através de cursos, vídeos e palestras. “Começamos uma luta diária de conhecimento para que Gustavo tivesse uma melhor condição possível. Tivemos que nos desdobrar para nos adaptarmos a tantas terapias, casa, trabalho e a atenção dividida ao nosso outro filho. Precisávamos orientar os familiares, amigos e escola, nosso maior objetivo era atender ao Gustavo e o estimular o máximo possível nos seus três primeiros anos de vida porque sabíamos que faria toda diferença futuramente”, explica. Durante todo o processo de adaptação,
“O amor é a palavra-chave. Aprendemos a respeitar os limites do Gustavo e viver juntos cada etapa e conquista da sua vida. Aprendendo, ensinando e proporcionando doses diárias de alegria, porque quando ele está alegre, ele supera melhor suas limitações. É realmente maravilho e mágico ser pai e mãe do Gugu.”
Natália foi entendendo e aprendendo a estimular a independência e autonomia de Gustavo, o deixando ter suas próprias escolhas, respeitando seus limites e suas particularidades. A forma de lidar com as diferenças entre Lucas de 9 anos e Gustavo, também precisou ser cuidadosamente modificada, mas garante que apesar da pouca idade, o filho mais velho do casal é um dos grandes responsáveis por os ajudarem a compreender o universo de Gugu, como é carinhosamente chamado: “O Lucas é a pessoa que mais entende o Gustavo, desde que descobrimos o autismo, conversamos sobre as coisas que seriam diferentes, e ele cresceu participando de toda a evolução do irmão e cuidando dele com muito amor. Nunca tivemos dificuldades com a relação dos dois e isso é motivo de muito orgulho pra nós, Lucas é nosso anjo da guarda, acho que o caminho seria muito mais difícil sem ele”, conta. Segundo Natália e Vinícius, o autismo ainda é um assunto desconhecido para muitas pessoas do convívio da família e ao analisar os pré-conceitos acerca do tema, o casal teve a iniciativa de realizar um encontro de pais junto a uma equipe de profissionais da área da saúde para esclarecimentos sobre o convívio de Gustavo com outras crianças, já que gerava dúvidas recorrentes no ambiente escolar. “Alguns pais nos perguntavam sobre como poderiam lidar com a relação dele com outras crianças, porque às vezes, alguns coleguinhas chegavam perto e ele não interagia tanto. Então sentimos a necessidade de unir familiares, terapeutas, médicos e pais para uma reunião, todos aceitaram prontamente o convite, foi uma noite muito significativa para todos nós. Temos pretensão de tentar divulgar e realizar outros encontros, sabemos que é muito importante esses grupos de apoio, tanto pra nós quanto para outros pais que estão ao nosso redor”, afirma Vinícius. A paixão recém-descoberta pelo inglês, o amor pelo irmão e o sorriso que balança o coração de seus pais – assim como eles mesmos afirmam – fazem parte das singularidades de Gustavo, que aos 4 anos, vem cativando e os ensinando significados grandiosos de seu universo particular. “Não usamos o autismo para justificar nada que acontece com ele. Apenas evidenciamos sua capacidade, mostrando que ele pode muito, assim como qualquer outra criança. Ser mãe e pai desse pequenino é um aprendizado diário, ele faz com que possamos ser pessoas melhores todos os dias, e nos ajuda a encontrar forças para enfrentarmos juntos, suas batalhas e conquistas. Somos abençoados por sermos pais do Lucas e do Gustavo”, finalizam emocionados.
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Por Vanessa Santos Fotos: Cássio Fotografias Beleza: Ana Carolina Miquilito
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Ficha-Técnica Nome: Maysa Vieira Carvalho Rocha; Idade: 32 anos; Profissão: Micropigmentadora; Signo: Câncer; Um ídolo: Deus; Um sonho realizado: Ser mãe; Um sonho a se realizar: Viajar o mundo; Uma frase: “Nunca foi sorte, sempre foi Deus”. Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
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onta-se que Maysa significa pérola; joia conhecida por sua raridade e delicadeza, portanto, nome que muito bem representa a entrevistada desta edição. Tendo como pilar a fé, a família e o trabalho, é a partir dessa tríade que ela planeja e realiza seus sonhos, afinal, a determinação é uma de suas maiores características. Apaixonada pela área estética, está há seis anos à frente do próprio Studio onde atende como micropigmentadora, mas, nas horas vagas, o lado empreendedor dá lugar à filha, esposa, madrasta e mãe, quando desfruta de seus melhores momentos. Com muita leveza, discrição e elegância, Maysa Carvalho abriu o closet para a Revista Fato! sob os clicks de Cássio Fotografias. Confira!
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POR DENTRO DO CLOSET “Considero meu estilo básico e elegante ao mesmo tempo, quando assim meu humor permite”, descontrai Maysa sobre sua forma de vestir. Para ela, a escolha das peças está intimamente ligada a personalidade e a maneira com que se sente.
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Embora opte por looks mais confortáveis no dia a dia, a profissional se preocupa em estar sempre bem apresentada para o trabalho. “É um modo de prestigiar o atendimento e o próprio cliente”, declara ao comentar que nos momentos de lazer, se permite reinventar-se com composições que a deixem mais à vontade como bodys e os tradicionais shortinhos. “Gosto de opções autênticas, que valorizem o corpo e proporcionem bem-estar, moda para mim é isso”, ressalta.
POR DENTRO DO TRABALHO Administradora de empresas e micropigmentadora, Maysa conta que o desejo de ter o próprio negócio no ramo da beleza já era algo latente desde o período da graduação. “Sempre gostei da ideia de transformar e tinha bastante entusiasmo em ver a reação das pessoas. Dessa forma, conciliei a faculdade com cursos profissionalizantes em Juiz de Fora e lá iniciei minha trajetória na área estética. Após alguns anos, voltei para Ubá e realizei o sonho de montar meu Studio”, recorda sobre o projeto concretizado em 2014. Desde então, o estabelecimento cresceu e já se encontra em novo endereço, mais moderno e com a identidade da profissional em cada detalhe, abrangendo os serviços de micropigmentação – carro-chefe da casa, design de sobrancelhas, de unhas, depilação, estética avançada (botox e preenchimento), entre outros. Para isso, a empreendedora conta com o auxílio de cinco colaboradores que formam o Studio Maysa Carvalho do qual tanto se orgulha. “Essa conquista corresponde a uma grande realização pessoal e me motiva a continuar evoluindo”, destaca.
POR DENTRO DA INTIMIDADE Mulher, empreendedora, esposa, mãe da pequena Ísis e madrasta do adolescente Jean Júnior, Maysa se desdobra a fim de exercer com Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
todo o amor cada uma de suas atribuições. “Não é fácil, mas me empenho diariamente e dou o meu melhor. Às vezes não acontece como planejado, entretanto, o importante é criar estratégias, se planejar, ter apoio e separar um tempinho para se cuidar também”, comenta sobre a rotina em que equilibra o trabalho, a família e o próprio bem-estar. Estreante quando o assunto é maternidade, a moça revela que a experiência é desafiadora, mas o auxílio do marido e a felicidade estampada na família fazem tudo valer a pena. “Meu esposo é super presente e isso torna tudo mais leve. Minha relação com meu enteado é muito preciosa, me esforcei na tarefa de educá-lo e com a generosidade dele tudo flui. Para completar, nos tornamos ainda mais alegres desde a chegada da Isis. Aprendo constantemente com a minha filha!”, diz ao pontuar que, nas horas vagas, adora curtir a simplicidade dos momentos em casa ou pegar estrada a fim de desfrutar do clima praiano. “Teimosa duas vezes”, como se diz na literatura, ela garante que faz tudo para conseguir o que quer e não se deixa abater pelo medo, “isso às vezes é qualidade, às vezes é defeito”, brinca sobre seu temperamento. Na busca contínua por evolução pessoal e profissional, Maysa retrata perfeitamente a mulher atual que assumiu o papel de protagonista reunindo a delicadeza da pérola junto à força necessária para vencer todos os dias.
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Ficha-Técnica Vestido e Acessórios: Daiane Rodrigues Atelier Fotos: Nael Couto Modelo: Mariana Badaró Make & Hair: Larissa Vieira Locação: Santa Fé Espaço Festa Produção: Revista Fato! Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
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Ficha-Técnica Vestido e Acessórios: Daiane Rodrigues Atelier Fotos: Nael Couto Modelo: Luana Candian Make & Hair: Alerrandro Martins Locação: Santa Fé Espaço Festa Produção: Revista Fato! Revista Fato! - Fevereiro 2020 Edição #96
C ontabilize Foto: Fotografe
Contador; consultor tributário; professor de graduação no curso de Ciências Contábeis. Site: www.pmrassessoria.com.br; Contato: (32) 9 8846.4050 / E-mail: pm@pmrassessoria.com.br.
Divulgação
Paulo Marcos Marques Roque
O CIENTISTA DA RIQUEZA
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profissional contábil tem como objetivo primordial cuidar do patrimônio, seja da pessoa física ou jurídica. Mas, sinceramente, isso ainda é pouco explorado pelos próprios clientes, que traçam apenas os expedientes ditos como básicos com seus contadores. O perfil do contador contemporâneo vem ficando cada vez mais completo a nível de tomada de decisão. Há a necessidade natural de registrar os fatos conforme a demanda de um setor contábil, produzir documentos e cumprir obrigações junto ao fisco segundo as atribuições do setor fiscal, além de cuidar da relação empregador e empregados de acordo com o setor de departamento pessoal, no entanto, tem sido comum aos profissionais do ramo apresentarem aptidão em outras matérias, como economia e gestão empresarial. Em determinados ambientes corporativos, há ainda os contadores que atuam simultaneamente como consultores e trabalham em várias frentes, inclusive a administrativa. Quando digo
“A partir de suas experiências, os profissionais habilitados em ciências contábeis estão ficando cada vez mais próximos dos gestores com a nítida incumbência de fornecê-los melhores condições de captura, análise e interpretação das informações”.
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isso, não quero afirmar que eles estão tomando o lugar dos empresários, mas sim, que esses profissionais habilitados em ciências contábeis, a partir de suas experiências, estão ficando mais próximos dos gestores com a nítida incumbência de fornecê-los melhores condições de captura, análise e interpretação das informações, a fim de que, a partir daí, seja produzido um diagnóstico e posteriormente um “acompanhamento ou tratamento”. O contador deve ser o médico das empresas. Considerando o termo já citado: ciências contábeis, podemos corroborar perfeitamente que esse profissional é um cientista, tendo em vista que domina a ciência referente ao patrimônio da pessoa física ou jurídica (lembra?). E o que é um patrimônio que aumenta periodicamente? É uma riqueza em ascendência. Portanto, o contador é o CIENTISTA DA RIQUEZA. Agora, o que precisamos fazer após assimilar isso é praticar. E aí entra um esforço e um ganho a todos: o entendimento do que ocorre por consequência das nossas ações é muito importante, porque define o futuro dos empreendimentos e dos empreendedores, ou seja, o fracasso ou o sucesso.
FATO É A profissão contábil está em reformulação, e isso não é naturalmente por desejo da classe, e sim, por necessidade de adequação ao mercado num todo. Cito sobre o ramo contábil, mas também ressalto a dificuldade dos gestores de acompanhar e direcionar o cotidiano das empresas. Contador ou contabilista: se assuma e se coloque como cientista da riqueza. E empreendedor, se apoie no seu contador, pois ele é quem pode, em muitos casos, dar segurança aos procedimentos que seu negócio precisa alinhar com o fisco e, por fim, te mostrar a luz no fim do túnel.
E spaço Jurídico Foto: Fotografe
OAB/MG 108.555; pós-graduado em Direito Tributário, Direito Militar e pós-graduando em Direito e Processo do Trabalho pela Universidade Anhanguera. Advogado membro do escritório Pacheco & Sousa, Assessoria Jurídica e Empresarial. Contato: camppss@bol.com.br
DA LEI DE
Cesar Lara
O CARÁTER FENOTÍPICO COMO REQUISITO PARA AUTODECLARAÇÃO
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or muitos anos, alunos que tiveram suas vidas em escolas públicas, partiam para o ensino superior em instituições privadas, estudando com muitas dificuldades financeiras, ao passo que alunos que tinham condições e estudaram em escolas particulares, tinham a oportunidade de estudar em universidades públicas. Todavia, essa realidade mudou com o advento da lei de cotas. Faço menção à Lei 12.711/12 que garante a reserva de metade das matrículas por curso e turno nas universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público e em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. A outra metade das vagas permanecem para a ampla concorrência, sendo necessário esclarecer que são também beneficiados pela lei de cotas, os alunos oriundos de escolas militares, entretanto, aluno que em algum momento estudou em escola particular perde o direito aos benefícios desta lei. As vagas reservadas às cotas, ou seja, metade do total de vagas da instituição, serão subdivididas – metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita e metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e meio, sendo que, em ambos os casos, também será levado em conta, percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas. O critério da raça será autodeclarativo, ou seja, o próprio pretendente à vaga se autodeclara preto, pardo ou indígena, como ocorre em toda política de afirmação no Brasil assim como em censo demográfico. Por outro lado, a renda familiar per capita terá de ser comprovada por documentos, com regras estabelecidas pela instituição de ensino superior pretendida pelo candidato. O presente artigo busca chamar a atenção
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Fonte: https://pt.wikipedia. org/wiki/Ficheiro:Distribui%C3%A7%C3%A3o_de_ vagas_-_Lei_das_Cotas.svg
do leitor exatamente na questão da autodeclaração para evitar aborrecimentos futuros, eis que autodeclarar-se preto, pardo ou indígena sem coerência ou fundamento poderá implicar no cancelamento da matrícula na instituição de ensino, mesmo depois de um certo tempo de frequência nas aulas, haja vista que o caráter fenotípico é o requisito levado em consideração para que uma pessoa seja reputada como sendo negra, parda ou indígena. A análise fenotípica como critério para validação, considera o conjunto de características físicas do indivíduo, tais como a cor da pele, a textura do cabelo, o formado dos olhos etc., que combinadas ou não, permitem validar ou invalidar a condição étnico-racial afirmada pelo candidato autodeclarado negro (preto ou pardo) para fins de matrícula, valendo dizer que a autodeclaração tem que ter como base o fenótipo e não a ascendência do candidato, ou seja, se os ascendentes são negros, pardos ou índios. O desembargador Luiz Alberto d’Azevedo
Aurvalle, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região afirma que considerando que as cotas raciais visam a reparar e compensar a discriminação social eventualmente sofrida por afrodescendente, para que dela se valha o candidato, faz-se imprescindível que possua fenótipo pardo ou negro. Se não o possui, não é discriminado e, consequentemente, não faz jus ao privilégio para ingresso na carreira. Por outro lado, caso o aluno sofra com o cancelamento de sua matrícula por não o considerar negro, pardo ou indígena, deve buscar os meios judiciais para a sua reabilitação no ensino superior através das cotas conferidas por esta lei, sendo que erros desta natureza podem ocorrer, justamente por conta do critério subjetivo que norteia o assunto, ou seja, determinada pessoa pode ser parda aos olhos de alguns. Outras pessoas, todavia, podem não considerar a mesma pessoa nesta condição.
C onectados Foto: Fotografe
Jornalista, especialista em Assessoria de Comunicação, Gestão da Comunicação nas Organizações e pós-graduanda em Gestão de Pessoas e Coaching. É uma verdadeira apaixonada por internet e pelas mídias sociais. Além disso, é dona do Boteco Feminino (www.obotecofeminino.com.br).
Rafaela Namorato
SAÚDE E se a gente priorizasse mais a nossa
Internet? ao invés da
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ello, conectados! Espero que esteja tudo em ordem com vocês! O texto desta edição vem um pouquinho diferente este mês. Como o tema da Fato! fala sobre saúde, queria convidar cada um de vocês que pararam para ler a coluna para uma reflexão. Vocês já perceberam que, entra ano, sai ano, e a nossa dependência pela internet só faz aumentar? Seja para negócios ou lazer, estamos cada dia mais conectados. Chegamos ao ponto de não conseguirmos mais imaginar como era a nossa existência sem a web. E mais... As novas gerações não sabem realmente como é a vida sem a internet, uma vez que elas já estão chegando e encontrando o mundo assim, funcionando basicamente por meio das telas. Acontece que, quando passamos a observar o lado humano da coisa, é preciso analisar seriamente como a nossa saúde tem reagido a tudo isso. Você já parou para pensar a respeito? Pois deveria! Eu poderia trazer aqui uma série de informações, números, pesquisas ou estatísticas, que acenam para os problemas que o uso excessivo da rede vem causando na nossa saúde, especialmente a saúde mental. Só que optei por não fazer isso. Se vocês quiserem saber detalhadamente, adianto que existem inúmeros estudos com esse alerta. O que eu quero é que esse texto seja mais uma conversa entre amigos. Uma mensagem de quem deseja, e muito, o melhor para cada um de vocês! Certo? Ok que a internet, principalmente por meio das redes sociais, vem nos permitindo algumas
facilidades (até mesmo economicamente mais viáveis) a fim de cuidarmos do nosso corpo e da nossa mente. Todos os dias surge um aplicativo para nos estimular na prática de hábitos saudáveis; dezenas de influenciadores estão aí dando dicas sobre alimentação saudável, atividade física, meditação, etc etc etc. Só que eu pergunto a vocês, incríveis leitores, será mesmo que isso é capaz de suprir a necessidade que o nosso corpo tem de fazer as coisas sem precisar desses dispositivos? Pode soar estranho que, logo eu, uma apaixonada defensora da web, venha aqui levantar essas questões para vocês. Eu sei que sim! Mas a gente precisa mandar a real... Precisamos urgentemente dar um tempinho nessa coisa toda de internet e nos conectar mais com o que está fisicamente ao nosso redor. Não... Eu não estou incentivando vocês a abandonarem suas redes sociais, até porque eu mesma nem sei se teria forças para tal. O que estou fazendo aqui é um convite para cada um a utilizar o tempo com coisas mais importantes. A melhor rede social ainda é uma roda de amigos para jogar conversa fora; reunir com a família; estar ao lado de quem a gente ama e quer bem; poder olhar no olho de quem conversa com a gente. Eu posso dizer com convicção: existe um mundo incrível e de verdade para além das telas dos computadores e smartphones. Tudo bem que ele dá alguns problemas vez ou outra, mas a web também dá e nem por isso a gente larga mão dela. Então, depois dessa nossa conversa, que tal priorizarmos mais a nossa saúde ao invés da internet? Topa pensar nisso com carinho? Prometo que você não vai se arrepender! Até a próxima!
Revista Fato! - Outubro 2019 Edição #94
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Por Amanda Pacelli Fotos: Fotografe
O Debut de
UMA NOITE ESPLÊNDIDA E INESQUECÍVEL
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sábado 11 de janeiro deste ano, foi o dia especial – talvez o mais especial na vida de uma menina – para Lívia Maria Gonçalves Rocha, que comemorou com muito glamour numa cerimônia cheia de emoções seus 15 anos. O marco aconteceu no Espaço Estrela Sul Eventos e Festas. Filha de Leonardo Gonçalves Rocha e Roselene Maria Aparecida, a debutante vestiu um modelo dourado na entrada e um rosê no momento da valsa: ambos criações da estilista Daiane Rodrigues. Rose Slaibi vestiu Lívia para as fotos do ensaio. O sentimento começou a aflorar já no processo de escolha dos fornecedores e Lívia – ou “Ivi”, como é chamada pelos amigos – se mostra grata a Roselene por “ter dado conta do recado” com tamanho zelo apesar de alguns percalços no meio do caminho. “Minha mãe decidiu cada detalhe da decoração com o meu apoio, do jeitinho que sonhei, e no final ficou tudo lindo!”, ressalta. Dos preparativos à grande noite, ela afirma ter vivenciado um período único. Definindo como esplêndida a cerimônia, a aniversariante também se revela mais madura: “agora me desperto para o futuro com outro olhar; o sorriso aberto e a gratidão desse dia me fazem enxergar de forma diferente essa nova etapa da minha vida”, declara emocionada. Como sempre esperou pela realização desse momento de princesa, a jovem não esconde a ansiedade experimentada em casa instante. “O sentimento na hora de me arrumar no salão, da maquiagem, da preparação do cabelo era de pura inquietação e, ao mesmo tempo, de felicidade”, diz. Make & Hair foram preparados com muito carinho pela profissional de beleza Isabela Matias. A ornamentação do evento foi responsabilidade de Sarah Cursi e o Buffet Feital comandou o menu da noite. O evento foi também adoçado pelas mãos de Mara Fernandes que preparou os doces finos enquanto as lembranças da cerimônia ficaram a cargo de Fatinha Thomaz, que deu aos quase 200 convidados, recordações da data
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especial para Lívia. As forminhas e convites, preparados com capricho, foram assinados por Thayane Singulani. Com todo o seu talento, Fabiano da empresa Fotografe não deixou nenhuma emoção passar batida, já a iluminação ficou por conta de Bruno Oliveira e o detalhe das almofadas de Marina Gonzalez deu um toque a mais no ambiente. Ao som de Dennis e Cristiano e Dj Adriano Costa, a princesa comemorou com os familiares e colegas de escola. Apadrinhada pelo casal Patita e Élio, é aluna do Instituto Educacional Semear e teve como um dos momentos mais emblemáticos a tradicional valsa que dançou com 15 amigos, incluindo os pais e o irmão Leonardo Júnior, quem ela carinhosamente chama de “Nado”. Entre os instantes inesquecíveis também está a mensagem das amigas. “Elas dançaram comigo e fizeram uma linda homenagem, inclusive a mais próxima a mim, Flávia Porfírio, fez um vídeo com cada pessoa da família dizendo o que eles sentiam a meu respeito e os desejos para essa nova etapa.
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FICHA TÉCNICA
Foi muito emocionante! Não teve jeito, caí no choro”, recorda. Além disso, a mãe Roselene se uniu a dupla Dennis e Cristiano a fim de preparar sua própria homenagem para a pequena: os sertanejos dos quais Lívia é fã apareceram de surpresa. O cerimonial – conduzido por Sandra Paiva – foi regado a detalhes que fizeram toda a diferença. O Barmen Emerson serviu os drinks enquanto o click descontraído na cabine foi da Arth-Photo Digital. Os chinelos, copos, bastão, pista de dança e bonés personalizados foram criados por Daiane Pires para a debutante e a coreografia foi ensaiada com o professor Marquinhos.
Ainda em êxtase, Lívia não poupa elogios e agradecimentos a cada profissional, amigo e familiar que compôs o dia preparado especialmente para ela. “Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus, o Todo Poderoso, pelo dom da vida. A meus pais, Léo e Roselene, por se empenharem tanto para a realização desse sonho. Sou grata também aos convidados que me prestigiaram e aos fornecedores que fizeram de tudo para que minha festa ficasse perfeita. Por fim, agradeço a todas as pessoas que me ajudaram direta ou indiretamente a fim de que eu pudesse brilhar tanto nesse dia”, encerra.
Nome da aniversariante: Lívia Maria Gonçalves Rocha Nome dos pais/irmãos: Leonardo Gonçalves Rocha, Roselene Maria Aparecida e Leonardo Júnior Data da festa: 11/01/2020 Local: Estrela Sul Eventos e Festas Estilista (look aniversário): Daiane Rodrigues Estilista (look ensaio): Rose Slaibi Decoração: Sarah Cursi Fotógrafo: Fabiano Araújo - Fotografe Atração musical: Dennis e Cristiano Dj: Adriano Costa Buffet: Feital Cerimonial: Sandra Paiva Make & Hair: Isabela Matias Demais Fornecedores: Arth-Photo Digital, Bruno Oliveira, Daiane Pires Personalizados, Emerson Barman, Fatinha Thomaz (Lembrancinhas), Mara Fernandes Doces Finos, Marina Gonzalez (Almofadas), Professor Marquinhos, Thayane Singulani Forminhas e Mimos.
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A conteceu
Por Scarlett Gravina Foto: Servando Lopes
NOVOS TEMPOS PARA NOVOS NEGÓCIOS MAIOR FEIRA DE MÓVEIS DE MINAS GERAIS MOVIMENTA UBÁ COM 12 MIL VISITANTES
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erca de 12 mil visitações desde sua abertura, 83 expositores do polo moveleiro de Ubá e lojistas de todo o Brasil estiveram presentes na 14ª edição da maior feira de Móveis de Minas Gerais, a Femur. Com o tema Novos Tempos para Novos Negócios, a feira ficou marcada pela evolução do polo moveleiro e altas expectativas no setor, além de levar um conceito moderno e tecnológico. “É unânime a impressão que todo mundo teve de que a feira melhorou muito em relação há dois anos. Se você olhar o produto que está aqui dentro, todas as empresas evoluíram”, declara o presidente do Intersind, Aureo Barbosa. Uma das novidades da feira foi a entrega do título de “Capital Estadual da Indústria Moveleira” à Ubá pelo Governador de Minas Gerais Romeu Zema. A solenidade de abertura também contou com a presença do deputado estadual Coronel Henrique, autoridades e imprensa. “A Femur é extremamente importante para o estado. Sei que em uma feira desse tamanho, dessa representatividade, o mínimo que o governador tem que fazer é estar aqui prestigiando pelo menos o seu início”, afirmou Zema. Durante os dias, foi realizado também a entrega dos troféus às empresas vencedoras da 3ª edição do Prêmio Design Sustentável, Montanha Móveis, Cozinhas Itatiaia e Suprema Estofados, idealizadoras dos móveis vencedores que ficaram expostos no hall de entrada da feira. A premiação tem o objetivo de estimular as empresas da indústria moveleira a desenvolverem produtos inovadores para minimizar o impacto ambiental sobre o meio ambiente. Nesta edição os critérios avaliados foram o desenvolvimento de design ecológico, modificações ecoeficientes no processo produtivo, mitigação de impactos ambientais, certificação do produto ou matéria-prima utilizada e impacto visual, criatividade e tendências. Além de toda a movimentação no Pavilhão de Exposições do Horto Florestal, a feira também exerce um papel importante para a cidade de Ubá, principalmente no que se refere a economia local. Satisfeito com os resultados alcançados, Aureo anunciou a expansão das bases territoriais do polo para cerca de 22 municípios vizinhos, com o objetivo de atrair empresas interessadas em investir na região. “Esse conceito tem a ver com o projeto ‘Vem pra Minas’ – nós estamos estimulando que empresas venham para o estado de Minas Gerais. Estamos sempre atentos às tendências de mercado, local e mundial, no que tange ao design e praticidade dos nossos produtos. Estamos em sincronia com o estilo moderno de vida nesse momento de uma geração toda digital. Nossos produtos vão além da fronteira do Brasil”, conclui.
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O Governador de Minas Gerais Romeu Zema e o presidente do Intersind Aureo Barbos.
Solenidade de abertura durante a entrega do título de “Capital Estadual da Indústria Moveleira”.
Entrega dos troféus da 3º edição do Prêmio Design Sustentável.
B loco do Leão
Por Amanda Pacceli Foto: Revista Fato!
12ª edição do é sucesso e recorde de público
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segundo sábado de fevereiro começou com tudo no Horto Florestal de Ubá, pois aconteceu a 12ª edição do maior Bloco de Pre Carnaval do Brasil – o Bloco do Leão. Dessa vez a festa - que é tradição na cidade - contou com os shows de Gusttavo Lima, Tom Kray (o Tomate), Djs Morango e Pandão e o residente Thiago Costa. A festa trouxe ao espaço do Horto centenas de pessoas. De acordo com a organização, foi a maior edição em público em 12 anos de evento. Dos 4 setores - Bloco, Camarote VIP, Camarote Premium e Lounge - os dois últimos tiveram o serviço all inclusive (bebida e comida liberadas). Este último trouxe uma novidade em 2020: a área gourmet tinha mais de 2 mil metros quadrados, o que otimizou o serviço do Buffet realizado pela primeira vez em parceria com a empresa Parthenon que assinou com excelência a área e proporcionou aos foliões um serviço preparado com todo carinho. Dentre as novidades, além de uma hora a mais de Open Bar (7 horas e 25 minutos), o espaço “Sirva-se à vontade” ofereceu aos convidados o serviço de self service de Vodka e Energético. De acordo com a assessoria responsável pelo Marketing, o auto serviço foi uma das mudanças mais significativas realizadas já que é uma realidade dos grandes eventos no Brasil, e funcionou muito bem no bloco. Tanto na área gourmet quanto nos bares da Smirnoff – que também foi uma parceira importante nessa edição. Além disso, o evento contou com parcerias
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e ações de peso em diversas vertentes. “Tivemos marcas que liberaram os cupons de descontos nas sacolas das entregas dos abadás – essa foi uma ação sensacional que agradou e muito nossos foliões. No ‘’Espaço Inacreditável” as marcas se superaram: tivemos um lounge de mais de 250m² da Samantha Esser Semi-Jóias, onde os foliões podiam relaxar. A Chilli Beans distribuiu mais de 800 brindes pra galera em uma ação genial de roletas. A empresa Ponte Aérea reproduziu a igreja do Bonfim de Salvador para os convidados amarrarem fitinhas e fazerem pedidos, foi sensacional!” explicou o Diretor do Marketing do evento, Matheus Vieira. “O Boticário foi um sucesso à parte, eles assinaram os acessos de todos os setores do evento, além de colocarem meninas fazendo e retocando as makes na mulherada. Já o Trem das Festas, distribuiu mais de 3 mil Tridents para quem entrava no Camarote Premium. Enfim, conto todas estas ações, porque como profissional da área, fico muito feliz em perceber que as marcas transcenderam e foram além do ‘patrocínio’ e se integraram ao evento: o que fez toda diferença pra essa edição ser inacreditável.” comemorou. Artur Moreira, Proprietário da AM Eventos – uma das marcas organizadoras do bloco, contou que a festa foi sucesso e cumpriu a proposta do slogan “Viva o Inacreditável”. “[...] Ficamos muito felizes com a forma como o público curtiu de corpo e alma a festa e toda essa proposta da experiência nova. O slogan tem a ver com as novidades. Várias pessoas me surpreenderam para elogiar “(...) eu nunca vi isso...” diziam de forma positiva. Essa edição inovou em vários sentidos. Mas a proposta é sempre a mesma: trazer alegria. Parte do
Os amigos inseparáveis encabeçam o projeto Bloco do Leão há mais de uma década.
que faz o bloco ser sucesso é o público. Gostaria de agradecer a todos que compareceram. Foi sensacional!” encerrou.
Sustentabilidade Também houve preocupação com a sustentabilidade. O bloco ofereceu o eco copo grátis com objetivo de diminuir o consumo de plásticos e metais. O intuito era reduzir o impacto que um evento desse porte gera em relação ao uso de plástico e a “geração de lixo”. “Trocar 3 toneladas de plástico por copos biodegradáveis foi uma das ações que visava diminuir o impacto ambiental. Os biodegradáveis que foram vendidos, também eram feitos de plástico reciclado. Os mais de 1000 m² de lonas impressas vão se transformar em ecobags para a boutique de 2021. Nosso trabalho vai continuar focando consideravelmente nessa questão ambiental.” enfatizou Matheus. Artur Moreira falou que a preocupação com a sustentabilidade já vinha desde o começo do planejamento do bloco “[...] tivemos a ideia desse “algo diferente” já que um dos assuntos que está em pauta e vem preocupando o mundo inteiro é o meio ambiente e questões relacionadas à conscientização. Dentro dessa linha de raciocínio, pensamos na possibilidade de ter essa opção do sustentável através do copo biodegradável e colocamos em prática. Foram usados mais de 20 mil copos, a galera abraçou a causa. Tematizamos também através dos abadás os quatro elementos da natureza fazendo referência por meio das cores. Essa ideia começou a ser colocada em prática através da identidade visual nas redes sociais”.