Revista Ferramental Edição 1

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ANO I - Nº 1 - JULHO/AGOSTO 2005

Editora Sul

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

Visão do cliente: o atendimento das ferramentarias

REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO

As funções da ferramentaria no desenvolvimento do produto

Riscos da ilegalidade de programas computacionais

Requisitos para uso de tecnologia de usinagem em altas velocidades

DESTAQUE


ANO I - Nº 1 - JULHO/AGOSTO 2005

Editora Sul

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

Visão do cliente: o atendimento das ferramentarias

REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO

As funções da ferramentaria no desenvolvimento do produto

Riscos da ilegalidade de programas computacionais

Requisitos para uso de tecnologia de usinagem em altas velocidades

DESTAQUE




Christian Dihlmann Editor

Do sonho à realidade Há exatos 13 anos, durante o período em que realizei o curso de mestrado em Portugal e Alemanha, convivi em meio a diversas empresas e instituições de ensino do setor de ferramentais. Aprendi o quão importante é o trabalho cooperativo, no qual se busca o fortalecimento da cadeia produtiva de maneira organizada, funcional e eficaz. Vivenciei empresas trocando e agregando serviços conjuntos por meio de atividades de associativismo, observei escolas e instituições de ensino formando profissionais e informando empresários e comprovei o fato de os governos incentivarem o desenvolvimento tecnológico do segmento. Participei de feiras e congressos. Percebi em todos os países que se destacam na produção de ferramentais, inúmeros mecanismos de difusão do conhecimento, com destaque aos diversos periódicos especializados. Nesta época, convicto de que precisávamos em nosso país buscar alternativas para ampliar o conhecimento técnico-gerencial de nossos empreendedores de ferramentarias e, aliando-me à nobre causa de alguns poucos, mas verdadeiros ícones do mercado, iniciei trabalhos em prol da evolução do setor. Não posso deixar de agradecer aos amigos Rolando Vargas Vallejos, Jefferson de Oliveira Gomes, André Penteado da Silveira e Shun Yoshida, eternos defensores e apoiadores da causa, que sempre compartilharam destes sonhos. Imaginávamos então, esta equipe, a estruturação do segmento por meio da criação de uma associação que reunisse as empresas de desenvolvimento de ferramentais e também a criação de um fórum de debate para troca de informações, seguido de um periódico que englobasse as idéias e as levasse até o chão de fábrica das empresas. Uma das nossas primeiras ações foi traduzir o livro Tecnologia dos Plásticos, do original Technologie der Kunststoffe, objetivando contribuir com a ampliação do acesso a literaturas específicas. Outra ação paralela foi percorrer

os centros de referência nacional divulgando a disposição de criar um grupo estruturado para fortalecer o conjunto de empresas. Logicamente nos deparamos com diversos percalços, a começar pela quase inexistente base de informações sobre este setor tão fundamental para a cadeia produtiva de bens de consumo. O acesso à tecnologia disponível mundialmente era e continua sendo demasiadamente complicado por conta das restrições à importação de equipamentos e, a cooperação com entidades internacionais de formação de mão-de-obra era por demais burocratizada. Aliada a estas dificuldades, impera a cultura empresarial dos administradores, que é extremamente individualista e, talvez, a maior causa do baixo índice de competitividade das indústrias nacionais. Em um mercado mundial da ordem de US$ 20 bilhões por ano, as exportações de ferramentais pelo Brasil são extremamente tímidas. Enquanto Portugal conta com algo em torno de 300 ferramentarias e exporta US$ 200 milhões/ano, o Brasil, com cerca de 3.500 construtores de ferramentas, incluindo as cativas, contribui com uma exportação de apenas US$ 12 milhões. O mercado interno é considerado um grande filão para as ferramentarias brasileiras. E não é para menos. Hoje o Brasil importa oficialmente acima de US$ 200 milhões em moldes por ano. Com qualidade já comparada a de grandes centros produtores e preços competitivos, as ferramentarias nacionais têm tudo para reverter este quadro e ampliar a presença nos consumidores brasileiros. Hoje, anos se passaram. Surgem iniciativas de eventos em diversos pólos brasileiros, principalmente São Paulo, Joinville e Caxias do Sul, os três principais centros de referência nacionais no desenvolvimento de ferramentais. Já dispomos de fóruns, congressos e feiras permanentes voltados ao setor ferramenteiro. Proliferam novos centros formadores de profissionais, tanto a nível técnico como superior. Convênios com instituições internacionais já estão implementados e se desenvolvem a todo vapor. Chegou então o momento de introduzirmos uma ferramenta adicional ao processo de profissionalização de nossos empresários: a revista Ferramental. Com uma proposta enxuta e objetiva, o periódico abordará amplamente assuntos de interesse de todos os integrantes da cadeia de produção de ferramentais, apresentando artigos técnicos e de gestão aplicáveis diretamente ao chão de fábrica, além de trazer as novidades em pesquisa e desenvolvimento. Vamos comemorar, é mais um sonho que se torna realidade.

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Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

Artigos

www.revistaferramental.com.br DIRETOR Christian Dihlmann Fone:(47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável Alessandra Ferreira - RP: 3331/12/85v redacao@revistaferramental.com.br Colaboradores Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Felipe Cusmanich, Jefferson de Oliveira Gomes Jorge A. Acurio Zavala,Marcelo Teixeira dos Santos Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas: Gilberto Paulin Fone: (41) 3222-5016 / 9971-3003 comercial@revistaferramental.com.br Rua Cons. Laurindo, 825 - conj. 704 CEP 80060-100 - Curitiba - PR Representantes Paraná e Santa Catarina - Spala Marketing Fone: (41) 3027-5565 spala@spalamkt.com.br Rio Grande do Sul - Ivano Casagrande Fone: (51) 3228-7139 / 9109-2450 casagrande@revistaferramental.com.br São Paulo - Ação Representação Fone:(11) 6283-1803 / 8335-0893 vanderacao@uol.com.br ADMINISTRAÇÃO Léa Fraiz Alves - Fone: (41) 3222-5016 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br Produção Gráfica Martin G. Henschel producao@revistaferramental.com.br Impressão Maxigráfica A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente, com tiragem de 8.000 exemplares. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matérias-primas, acessórios e periféricos, máquinas-ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário,; construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais.

EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Einsenhut, 467 CEP 89203-070 - Joinville - SC As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas da revista Ferramental. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte.

9 A satisfação do cliente de ferramentarias: cumplicidade com responsabilidade O comprometimento do fornecedor na busca de soluções eficazes cativa o cliente de ferramentarias.

13 Desenvolvimento de produtos: inserção da ferramentaria no processo A participação da ferramentaria em fases do desenvolvimento do produto é de vital importância para a redução dos custos e do tempo de lançamento (time to market).

23 Viabilidade técnica e econômica do uso de um sistema de câmara quente Metodologia para análise da aplicação de sistemas de canais quentes permite obter melhores resultados técnicos e econômicos de ferramentas de injeção.

33 Software pirata: comprometimento da imagem da empresa e das relações comerciais A legalidade no uso de sistemas computacionais é benéfica para as relações comerciais e demonstra a responsabilidade social da empresa.

37 Usinagem em altas velocidades (HSC) aplicada à confecção de moldes A aplicação de critérios consistentes no uso de técnicas de usinagem em altas velocidades é chave para o sucesso.

Seções 6 Expressas 8 Conexão www 30 Ficha técnica 42 Enfoque 48 Eventos 53 Livros 54 Opinião

Foto da capa: Sistemas de injeção de canais quentes da empresa Husky Injection Molding Systems

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Sua colaboração é muito importante para o levantamento de dados, aprimoramento da revista e sua circulação. Forneça os dados de sua empresa no formulário da página 51ou acesse o site www.revistaferramental.com.br



Projeto Projeto Ferramentaria Ferramentaria do do Futuro Futuro A Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, através da Câmara Setorial de Ferramentarias e Modelações, está lançando o projeto Ferramentaria do Futuro que objetiva auxiliar e promover as pequenas e médias ferramentarias e modelações. Para proporcionar o aprimoramento de produtos e serviços das empresas, promoverá cursos e treinamentos técnicos e administrativos de capacitação profissional, destinados a proprietários, gerentes e técnicos, mediante parcerias com o SENAI e outros órgãos de ensino. O projeto pretende viabilizar o acesso a financiamentos como o Modermaq - Finame para compra de máquinas; contribuirá na organização das empresas que desejarem participar de feiras no exterior, por meio da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex-Brasil) e promoverá a conquista de um selo de qualidade através do Programa Abimaq para a Excelência (PAE). Com este apoio, as empresas serão estimuladas a investir na sua organização, na aquisição de novas tecnologias, promovendo o crescimento da produtividade e a conquista de novos negócios. Abimaq - Câmara Setorial de Ferramentarias e Modelações Tel. (11) 5582-6376 www.abimaq.org.br

desenvolvido por engenheiros do Fraunhofer Instituite, em Aachen na Alemanha. Embora a automação tenha atingido todos os setores da indústria, algumas tarefas continuam sendo feitas manualmente. O acabamento apurado de um único molde utilizado para extrusão de plástico ou alumínio, por exemplo, exige de um profissional qualificado, um ou dois dias de trabalho. Esta nova técnica de polimento poderá mudar essa situação. A suspensão granular de material abrasivo é obtida pela pressão da própria peça que está sendo tratada, removendo ou separando material de áreas definidas da sua superfície, e atingindo áreas da peça que não são alcançadas pelos métodos tradicionais. São utilizadas partículas de óxido de alumínio, carbeto de silício e de boro ou partículas de diamante, cujo formato e densidade são determinados pelo tipo da peça e do trabalho a ser executado. O mais curioso da descoberta é que, embora ela funcione na prática, os cientistas ainda não sabem exatamente o porquê, o que tem dificultado a criação de máquinas capazes de repetir indefinidamente o processo. Agora os cientistas estão desenvolvendo um modelo de máquina, simulado em computador, capaz de definir os padrões exatos a serem adotados em cada caso. Fraunhofer Institute www.fraunhofer.de

Abrasivo líquido para acabamento em moldes

Cotações on line

Um novo processo industrial para polimento de componentes metálicos que utiliza polímero líquido contendo partículas abrasivas foi criado e está sendo

Para fazer cotações, pesquisas e ainda saber notícias do setor, basta acessar o site da Villares Metals no site www.villaresmetals.com.br. O portal apresenta, além dos itens já

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citados, informações sobre o desenvolvimento, a tecnologia, a produção, a garantia de qualidade, certificações e gestão ambiental da empresa. No link do Centro de Distribuição www.villaresmetals.com.br/cd, os clientes encontram a ficha técnica dos aços comercializados e na seção de B2B, podem realizar cotação on-line.

Villares Metals 0800 -7070577 www.villaresmetals.com.br

Novas versões versõesde desoftwares softwares para projetos mecânicos de projetos mecânicos em 3D em 3D As versões 2006 do SolidWorks e Cosmos são os mais recentes lançamentos da SolidWorks Corporation. O carro-chefe SolidWorks 2006®, software de desenvolvimento de projetos em 3D, permite que empresas de todos os portes de mercados que englobam Máquinas e Ferramentas, Equipamentos Pesados, Moldes e Matrizes, Componentes Industriais, entre outros, reduzam o tempo de lançamento de produtos melhores e mais competitivos no mercado, possibilitando que engenheiros e projetistas analisem e validem projetos durante o seu desenvolvimento, além de facilmente migrar do ambiente 2D para 3D.


Por sua vez, o COSMOS 2006®, software de análise, traz 100 novos recursos especialmente voltados para engenheiros e projetistas que não dispõem de tempo nem para aprender a ciência que existe por trás das ferramentas de análise e validação de produtos, nem para usar novos aplicativos. Estas novidades chegam ao país por meio de apresentações que a filial brasileira SolidWorks Brasil, vai realizar pelas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, respectivamente nos dias 2, 3 e 4 de agosto, e de Porto Alegre, Curitiba e Joinville, nos dias 9, 10 e 11 de agosto. As inscrições para participar são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone 0800 772 4041. SolidWorks do Brasil (11) 3818-0980 infola@solidworks.com

Projeto de parceria O Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI-SP) está integrado ao projeto Arranjos Produtivos Locais (APLs), por intermédio de um contrato de parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Este projeto conta com uma integração de 60 empresas da região do ABC estabelecidas no mercado nos setores de autopeças, ferramentarias e plásticos. Tem como propostas alavancar resultados e aumentar a competitividade das indústrias no mercado, por meio de parcerias, com ações de cooperação. Inicialmente a FEI participa deste projeto por meio de serviços de diagnóstico no chão de fábrica nos setores de autopeças e ferramentaria. Segundo o diretor do Instituto de Pesquisas e Estudos Industriais

! Moldes para injeção de termofixos, termoplásticos e metais não-ferrosos. ! Moldes para “blow molding” (sopro) de peças de pequeno e médio portes. ! Prestação de serviços em eletroerosão, fresadora CNC (digitalizadora), torno, retífica plana e cilíndrica. ! Assessoria técnica.

(Ipei) da FEI, Renato Giacomini, o acordo vai além de um intercâmbio. “As empresas passam a ter acesso à tecnologia e reduzem custos operacionais, com ganho na produtividade, enquanto os alunos e professores da FEI se relacionam mais diretamente com o setor produtivo”. Segundo o engenheiro, os empresários têm chance de conquistar novos mercados e melhorar a rentabilidade dos negócios. FEI - Fundação Educacional Inanciana - SP (11) 4353-2900 www.fei.edu.br Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC (11) 4992-7352 www.agenciagabc.com.br

Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes De 10 a 12 de agosto será realizado

HE TEN Engenharia de Moldes Rua Tenente Antônio João, 783 89222-400 - Joinville - SC Tel. (47) 435-1501 - Fax (47) 435-1099 comercial@herten.com.br


em São Paulo (SP), o 3º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes, voltado a projetistas, fabricantes e usuários de ferramentas. Neste encontro deverão ser apresentados temas como: ferramentas para extrusão a quente; ferramentas para corte e conformação a frio; moldes para plásticos, borracha e vidros; matrizes para forjamento a quente e fundição de ligas não ferrosas. Os temas enfocarão projetos de ferramentas, aços para confecção de ferramentas, tratamentos térmicos e superficiais, revestimentos superficiais, processos de acabamento, usinagem e gerenciamento. Realizado pela ABM (Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais), o evento conta com a supervisão da Divisão Técnica de Tratamentos Térmicos e Engenharia de Superfície, e acontece na sede da própria ABM.

ABM (Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais) (11) 5536-4333 www.abmbrasil.com.br/seminarios

Sistema Gerenciador de Ferramentas A Adept Systems, atual representante do software AutoTAS no Brasil, ampliou sua gama de produtos para gerenciamento de ferramentas, com a inserção do sistema TDM V4, da empresa alemã TDM Systems, pertencente ao Grupo Sandvik. Esta nova versão apresenta integrações com os principais sistemas CAD/CAM, DNC, ERP, presseters, Vending Machines e Pater-Nosters. Dispõe de 23 catálogos eletrônicos de fabricantes de ferramentas. Com característica modular, o sistema gera gráficos 3D para uso com sistemas, CAD/CAM, cálculo de tempos e processos, permite o gerenciamento de dispositivos de fixação e de arquivos relacionados às ferramentas e ainda ao controle de pedidos e compras.

Adept Systems (48) 239-2262 adeptsystems@adeptsystems.com.br

Salvaguarda contra produtos chineses Produtos com preços irrisórios são uma marca das mercadorias que vem da China. A prática, chamada de um dumping - quando se comercializa produtos por um valor inferior ao custo de produção -, seria uma das responsáveis pelo déficit, se analisando exclusivamente os produtos industriais, de US$ 1,6 bilhão que a balança comercial entre o Brasil e China atingiu no ano passado. Em 2003 a balança comercial havia atingido um superávit de US$ 176 milhões. A venda de produtos a preços inferiores aos custos de produção (dumping) afeta especialmente três setores industriais - eletroeletrônico, têxtil e ferramentarias. Para combater essas práticas, o presidente da Fiesp Paulo Skaf sugere a adoção, por parte do governo, de salvaguardas específicas, de aplicação imediata, contra produtos chineses. Marcos Baradel, coordenador do APL de Ferramentaria (Arranjos Produtivos Locais do Grande ABC), apóia a decisão da Fiesp, lembrando que o “setor eletroeletrônico não compra mais os moldes no Brasil”. APL - Arranjos Produtivos Locais do Grande ABC (11) 4992-7352 www.aplgrandeabc.com.br

Acesse informações sobre o setor de máquinas e equipamentos permite obter dados sobre feiras, financiamentos, central de negócios, consultorias, convenções coletivas além de cursos e seminários. www.abimaq.org.br

Obtenha as últimas novidades do setor de autopeças, ferramentaria e plásticos. O APL ABC é coordenado pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e engloba empresas de sete municípios da região paulista. w.aplgrandeabc.com.br

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ANDRE P. P. SILVEIRA - dpr@astra-sa.com.br

A satisfação do cliente de ferramentarias: cumplicidade com responsabilidade

ANDRE P. P. SILVEIRA

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s condições de fornecimento de ferramentais para os clientes vêm sendo constantemente trabalhadas, em função das grandes perdas e desconfortos gerados para os dois lados na maneira tradicional de relacionamento técnico e comercial.

Não é difícil encontrar ferramentarias do ramo de transformação de plásticos (ferramentais para injeção, sopro e extrusão) no Brasil. Diariamente recebemos novas empresas com desejo de prestar serviços neste segmento. No entanto, basicamente todas elas padecem do mesmo mal, com raríssimas e louváveis exceções: o não cumprimento de especificações acordadas. E porque acontece isto? Vejamos como normalmente surgem ferramentarias no Brasil: um ou mais profissionais de alto gabarito técnico (ferramenteiros, projetistas, operadores de máquinas) resolvem tentar a sorte no mercado e abrem uma pequena empresa. Inicialmente contam com poucas máquinas, geralmente uma fresa, um torno e uma eletroerosão. Atendem poucos e já conhecidos clientes, as empresas onde eles atuavam antes de se tornarem empresários. Como todos os sócios são tecnicamente capazes e os clientes

são poucos e selecionados, o negócio costuma crescer. Até este momento não há grandes custos nitidamente visíveis para a empresa. Então a ampliação torna-se necessária, compram-se novas máquinas, uma CNC e uma retífica e contratam-se outros profissionais. Percebem que o mercado é maior do que aquele já atingido, e designam uma pessoa para desenvolvêlo; novos clientes são cadastrados. Como a qualidade é boa e o custo ainda é mais baixo que a concorrência, o negócio continua prosperando. Até determinado instante quando começa a ter problemas de caixa. E porque isto acontece? Seguindo o roteiro acima, percebemos a falta de uma pessoa com conhecimentos gerenciais, de forma a acompanhar e atuar tanto no mercado quanto na empresa. Normalmente a técnica é colocada em primeiro plano, esquecendo-se que se deve entregar o que foi vendido. E o que foi vendido? Não apenas

a ferramenta funcionando, mas sim a ferramenta funcionando conforme projeto pré-discutido, utilizando os materiais definidos, com tratamentos térmicos ou superficiais adequados, com processos de usinagem estudados, e dentro do prazo de contrato. Enquanto a empresa é pequena, consegue administrar tudo isto de maneira artesanal - são poucos os serviços e os clientes. No entanto, com o crescimento do negócio, aquela fórmula já não vale mais. Um coordenador é necessário, com autonomia inclusive para dar prazos que assustem os clientes, de dizer que o valor deve ser maior, ou de não aceitar o pedido - não adianta vender o que não se pode entregar. Para tomar estas atitudes, ele precisa possuir dados confiáveis quanto à ocupação das máquinas e dos homens, quanto aos prazos de terceiros, ao estado da arte da tecnologia empregada e, principalmente, conhecer seus custos. Quantas empresas conhecemos Julho/Agosto 2005

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que preenchem este perfil? Poucas!!! O que acontece comumente é a venda do ferramental conforme a necessidade do cliente, sem, no entanto, estar atento à possibilidade de a ferramentaria cumprir com o contratado. Os imprevistos, como falta de aço no mercado, quebra de uma máquina ou mesmo o retorno de um ferramental já entregue para acertos, geralmente não são considerados. Os tempos são estimados conforme a experiência do orçamentista, sem a preocupação de verificar a disponibilidade dos recursos, muito menos dos prestadores de serviços envolvidos. Os valores são definidos em cima da necessidade de caixa de hoje e não do custo. A aprovação do ferramental acaba ocorrendo com vários dias de atraso. É interessante observar o Gráfico 1, onde podemos identificar o desempenho de várias empresas relativamente ao prazo de en-

Gráfico 1 - Prazos de execução de moldes (2004)

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trega de seus moldes no ano de 2004, contemplando a data contratada, a data da primeira entrega e a data de aprovação. Assim, constatamos que de um universo de 42 ferramentais adquiridos no ano de 2004, o número de entregas que podemos considerar como cumpridas dentro do prazo acordado é de 6, o que representa apenas 14% de acertividade. Aprofundando os estudos, podemos verificar no Gráfico 2 o comportamento deste quesito ao longo dos últimos 8 anos, identificando uma sensível melhora na variação do tempo de atraso na aprovação final da ferramenta que apresentava em 1997 um valor de 72 dias e que passou para 65 dias no ano de 2004, tropeçando todavia em pico de 95 dias no ano de 1999. Convém então observar que pequenos ajustes de curso no gerenciamento das ferramentarias podem gerar resultados muito positivos na relação entre o cliente e o

fornecedor, implicando em ganhos consideráveis tanto a nível financeiro quanto relativos à competitividade de ambos no mercado consumidor. Quais são as perdas para o cliente? Dentre várias, as mais importantes são a perda do prazo de lançamento do produto no mercado (“time to market”), o custo interno do envolvimento da equipe do cliente para a solução e acompanhamento do processo de desenvolvimento da ferramenta e o desgaste em buscar novos parceiros, acabando por não se conseguir a fidelização de um grupo de fornecedores alinhados com a política e estratégia do cliente. Quais são as perdas para a ferramentaria? Podemos destacar algumas: aumento de horas trabalhadas (mesmo que seja para mover os moldes de uma bancada para outra); necessário mais espaço na empresa; desgaste frente o cliente com prejuízo à imagem da empresa; multas contratuais impactando os resultados; prejuízos no fluxo de caixa; perdas financeiras em função da demora da entrada dos recursos e redução das horas disponíveis para novos negócios. E, finalmente, a mais dolorosa que é a perda do cliente. Vale a pena observar, no entanto, que alguns pontos no Gráfico 1 estão rigorosamente dentro dos prazos acordados. Como será que eles conseguem? Cabe a cada um analisar sua situação e responder a esta pergunta. Todavia, é possível tomar alguns cuidados na busca da realização de um negócio saudável: 1º. Orçamentação bem criteriosa, buscando avaliar e considerar todos os aspectos solicitados pelo cliente;



Gráfico 2 - Prazos médios de aprovação de moldes e desvio padrão de prazo de entrega

2º. Elaboração de orçamento o mais detalhado possível; 3º. Elaborar uma planilha de custos consistente com a realidade; 4º. Avaliação da competência técnica de execução e de cumprimento do prazo necessário para atendimento ao cliente; 5º. Análise criteriosa do contrato

de compra e venda da ferramenta, considerando as variáveis do processo produtivo; 6º. Documentação formal de toda e qualquer negociação e ação durante o desenvolvimento da ferramenta; 7º. Acompanhamento periódico do andamento dos trabalhos, for-

necendo ao cliente cronogramas (“follow-up”); 8º. Reavaliação constante do tempo restante para conclusão do trabalho, informando imediatamente ao cliente qualquer desvio da programação inicial; 9º. Execução de lista de verificação (“check list”) das fases de projeto e entrega da ferramenta; 10º. Acompanhamento, por profissional habilitado da ferramentaria, de todos os testes até aprovação final da ferramenta; 11º. Emissão de documentação de entrega final da ferramenta. Atuando desta maneira, a probabilidade de ocorrência de desvios e/ou problemas durante o período de desenvolvimento da ferramenta é reduzida substancialmente, preservando a boa relação entre cliente e fornecedor. Como resultado de um bom trabalho, fica a imagem de empresa cumpridora de seus compromissos e, consequentemente, a certeza de novos negócios no futuro.

André P. P. Silveira - Engenheiro Mecânico formado pela Universidade Mackenzie e concluindo pós graduação em Gestão Empresarial nas Universidades Padre Anchieta. Atualmente é responsável pelo desenvolvimento de produtos e ferramentaria da Astra S/A Industria e Comércio. Participa como organizador no evento promovido pela ABM sobre cadeia produtiva de moldes e matrizes, assim como é membro de comissões de normas brasileiras da ABNT e grupos de PBQP-H.

Moldes para Engrenagens de Alta Precisão Considerada como referência no setor, a Artis Matriz vem, desde 1991, oferecendo o que há de melhor na fabricação de moldes e matrizes. Especializada em projeto e confecção de moldes de injeção para termoplásticos, termofixos e ferramental para estamparia. Com profissionais altamente capacitados e grandes investimentos em tecnologia, conquistou clientes dos mais variados segmentos em todo o Brasil. Mais que isso, conquistou prestígio e reconhecimento do mercado. INDÚSTRIA DE MATRIZES LTDA 12

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Campo Largo - Paraná Fone (41) 3392-1706 - Fax (41) 3292-3546 e-mail: artismatriz@artismatriz.com.br www.artismatriz.com.br


DANTE LUIZ PACINI - dlpn@ig.com.br

DANTE LUIZ PACINI

Desenvolvimento de produtos: inserção da ferramentaria no processo

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resce a cada dia a necessidade de envolvimento do construtor da ferramenta no processo de definição de um novo produto. Esta inserção possibilita substanciais ganhos na redução do custo do projeto e do tempo de lançamento do produto para o mercado consumidor.

É fácil explicar os novos processos de desenvolvimento de produtos. Basta avaliar os procedimentos já utilizados no mercado que utilizam definições como: escopo, detalhamento de escopo, planejamento, desenvolvimento, implantação, acompanhamento dos resultados de cada fase, apresentação dos resultados alcançados para os financiadores internos e/ou externos do projeto (“Sponsors”), solicitação de aprovação das fases, registro de todos os eventos e, ao final do processo, encerramento do projeto com validação dos resultados alcançados. Todo este processo serve para realimentar os próximos desenvolvimentos, na forma de ciclos, que utilizam um banco de dados único, com foco em melhorias contínuas dos processos e produtos. O que não está escrito é: qual é o papel das ferramentarias neste contexto? qual o perfil da empresa que é desejado para as novas necessidades; qual a estrutura exigida para os processos e que tipo de

relacionamento se faz necessário entre contratante e contratada durante o projeto (acreditando que as relações de trabalho sejam baseadas em contratos firmados entre as partes)? “Para o sucesso do projeto de desenvolvimento de produtos, existe a necessidade da atuação de todos os participantes do processo”. Vamos voltar no tempo para entender melhor a situação: nas estruturas organizacionais existiam as figuras dos especialistas em cada assunto e em cada área de trabalho (“experts”). Nestas estruturas organizacionais, principalmente mutinacionais ou empresas montadoras de produtos de produção seriada, o custo operacional era alto e as despesas com treinamento e formação dos profissionais também. Postura esta assumida pelas empresas para manter sob controle todo o processo produtivo de desenvolvimento do produto e, nesta situação, participar em um mercado protecionista, onde

poucas empresas atuavam nos específicos ramos de atividades. Com a inflação em alta e o baixo valor do recurso financeiro, os insumos e os produtos acabados eram valorizados no mercado, favorecendo essas ações. Com o acirramento da economia de mercado, o tão conhecido fenômeno da globalização, surgiram novos concorrentes (“players”) no mercado. Fatores econômico-sociais como a queda da inflação, a alta de juros, os baixos salários e as ações governamentais relativas a impostos e exigências mercadológicas, foram obrigando as empresas a se tornarem mais flexíveis às mudanças, mais rápidas para as tomadas de decisões e ações e, principalmente, a trabalhar com custo baixo (salários menores, processos mais inteligentes, estruturas organizacionais mais enxutas, sinergia de atividades, entre outras exigências não menos importantes). Com um forte reflexo nas instituições, as áreas técnicas também Julho/Agosto 2005

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tiveram que se adequar à nova realidade e as figuras dos especialistas nas empresas foram as primeiras a serem atingidas, principalmente nas áreas com pouca identidade com o negócio (foco da empresa). Com esta mudança, as estruturas de engenharia das empresas começaram a adotar as experiências e o conhecimento (“know-how”) das outras áreas, para atuarem durante o processo de desenvolvimento de produtos e, com isto, utilizar toda a estrutura organizacional da empresa para atingir as metas de qualidade, custo e prazo do projeto com foco no mercado e negócio. Este fato caracterizou uma alteração no comportamento das áreas e profissionais, onde as atuações passaram a ser

monitoradas em forma de processo entre as várias áreas, deixando de lado as estruturas hierárquicas e passando para o conceito de estruturas matriciais. É nesta hora que entra a figura da ferramentaria. Esta faz parte do processo, apesar de comumente ser um terceiro contratado, e tem que participar ativamente durante as fases de desenvolvimento (viabilidade e estrutura de projeto), execução das ferramentas e finalização dos projetos. O Diagrama 1, apresentado a seguir, mostra um exemplo do fluxo de desenvolvimento de produtos onde estão destacados em azul as etapas em que entra a experiência e conhecimento do construtor de ferramentas.

É possível perceber que já na Fase 1, Escopo e Planejamento, o pré-estudo de rentabilidade e a análise de suprimentos com os possíveis fornecedores habilitados, concomitante com a avaliação de prazos, é ponto crucial para a continuação do processo de decisão do lançamento ou não de um produto. Na Fase 2, Desenvolvimento, o processo evolui com a análise mais detalhada da rentabilidade, a identificação mais criteriosa dos possíveis fornecedores e a análise crítica de métodos e falhas (“FMEA”), selando finalmente com a reavaliação dos cronogramas do projeto. A Fase 3, Fechamento do Projeto de Produto, é determinante para o sucesso do projeto do produto como um todo. Neste

Escopo e Planejamento Desenvolvimento

Conceito

Fechamento do Projeo

FASE 1

Reunião 1

! Escopo de projeto ! Criação de grupo de trabalho ! Estrutura estimada do produto ! Estudo Prérentabilidade ! Patentes (indicar) ! Análise Suprimentos (Potenciais Fornecedores) ! Criação cronograma estimado ! Metas do projeto

FASE 2 ! Design ! Protótipo de viabilidade ! Lista de desenhos ! Rentabilidade do projeto ! Reavaliação do cronograma ! Identificação de fornecedores ! Pré-projeto da Engenharia ! Patentes (abertura processo) ! FMEA (Ferramenta e produtos)

Execução e Homologação

Reunião 2

FASE 3 ! ! ! ! ! !

! !

! !

Desenhos do Produto Lista de peças Validação Marketing Fichas de controle FMEA (status) Pré-dossiê Departamento de Assistência Técnica Estratégia de lançamento Escolha de fornecedores e fechamento de contratos Cronograma finalizado Rentabilidade e projeto final

Diagrama 1 - Exemplo de Fluxograma de Processo de Desenvolvimento de Produtos

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Otimização e Fechamento

Reunião 3

FASE 4 ! Homologação de Produto ! Lote de produção ! Teste de campo ! Fechamento FMEA ! Aprovação da diretoria ! Rentabilidade ! Cronograma ! Dossiê do Departamento de Assistência Técnica ! Revisão de Documentos técnicos ! Construção do ferramental

Reunião 4

FASE 5

Reunião 5

! Retorno de campo (satisfação) ! Avaliação do processo ! Avaliação de indicadores de produção ! Balanço final FMEA ! Fechamento do projeto ! Revisão dos documentos técnicos


instante passam a ser definidos os parceiros construtores definitivos, com a formalização dos contratos de desenvolvimento, a determinação final do cronograma macro e novamente revisada a rentabilidade do projeto como um todo. A Fase 4, Execução e Homologação, passa agora para o operacional, onde serão efetivamente inseridos os esforços materiais do projeto. Aqui a homologação do produto e o lote de produção deverão estar consolidados. Procede então ao fechamento do FMEA, dos cronogramas e dos documentos técnicos do projeto. Na última etapa, a Fase 5, Otimização e Fechamento, é procedida a avaliação final do processo, com seu balanço geral, que engloba o FMEA final e que culmina com o fechamento formal do projeto, com os dados de acompanhamento de campo e fechamento das ações corretivas e preventivas nas ferramentas, no processo de fabricação e no produto lançado. É clara a importância do setor de desenvolvimento de ferramentais, uma vez que, com a participação desde a fase conceitual do produto, podem ser evitados diversos custos que, de outra forma, só seriam identificados na fase de construção. Por exemplo, podem ser citados problemas de executabilidade da ferramenta devido a geometrias complexas que, se viáveis de ser fabricadas, poderiam ser fortemente simplificadas objetivando reduzir o custo inicial da ferramenta, bem como o custo de sua manutenção.

O construtor de ferramentas deverá atuar de forma integrada com as outras áreas da empresa e com os parceiros terceirizados para uma melhor harmonia do projeto, sendo responsável pela implementação de novas tecnologias, novos processos, atualizando a equipe para as inovações mercadológicas que o mundo está aplicando. As ações devem estar focadas nos parâmetros do projeto, definidas nas fases iniciais e assumidas por todos os integrantes do processo de desenvolvimento de produto. Com esta atuação, todos poderão trazer frutos na cadeia produtiva, onde, quanto mais o produto vender, maior vai ser a necessidade de produção e maior será a necessidade de novas ferramentas e máquinas para atender a demanda do negócio. Vale enfatizar o perfil de trabalho que as empresas montadoras desejam de suas ferramentarias: parceria, dedicação, inovação, sugestões de melhorias (com foco no escopo ou metas do projeto) e comprometimento com os resultados e com os parceiros do processo. As ferramentarias, neste mundo onde prazo, custo e qualidade são importantes para a sobrevivência do negócio, devem sempre considerar que elas pertencem a uma equipe, caracterizada e formada pelo processo de desenvolvimento de produto para atender o mercado, principal motivo das ações de todos os envolvidos e, finalmente, de sua existência.

Dante Luiz Pacini Neves - Engenheiro Mecânico Pleno , formado pela Faculdade de Engenharia Industrial de São Paulo (FEI), com Especialização em Administração Industrial pela Universidade de São Paulo . Cursos de Capacitação em Gestão estratégica de custos (Fundação Getúlio Vargas - SP) e Gestão de Projetos ( Universidade de São Paulo Fundação Vansolini). Atualmente, atuando como Gerente de Engenharia de Produtos e Elétrica no ramo de eletrodomésticos


Entenda seu CNC 1

SIEMENS

Nesta série sobre CNC, você vai conhecer as funcionalidades e as facilidades para utilizar o comando numérico computarizado da Siemens. Sabia que com CNC da Siemens, você não precisa se preocupar com o tipo de movimentação (cinemática) da sua máquina para usinar superfícies complexas das ferramentas ou moldes ?

2

3

4

As exigências na fabricação dos moldes e ferramentas, seja na qualidade superficial ou na velocidade da retirada de cavaco estão crescendo cada vez mais. Além do mais, os processos têm se tornado também mais rápidos e mais precisos. Dessa forma, as máquinas 5 eixos estão ganhando cada vez mais importância nas ferramentarias. Estas máquinas podem controlar os movimentos de ferramenta em 5 eixos, sendo 3 eixos lineares mais 2 eixos rotativos. Os tipos mais comuns estão mostrados nas figuras abaixo. • Figuras 1 e 2 : dois eixos rotativos no cabeçote • Figuras 3 e 4 : dois eixos rotativos na mesa • Figura 5 : um eixo rotativo no cabeçote e um eixo rotativo na mesa CNC Sinumerik 810D/840D da Siemens é um sistema de controle que foi especificamente projetado para atender às exigências na usinagem de ferramentas e moldes de 2 e 1/2D, de 3 eixos, assim como de 5 eixos e em alta velocidade, com fácil operação e programação, e máximo controle de qualidade.

5

Quando se programa numa máquina com Sinumerik 810D/840D, não há necessidade de se preocupar sobre o tipo de movimentação da máquina e o comprimento da ferramenta, graças ao sistema de transformação cinemática já integrado no CNC. Assim, você só precisa pensar sobre o movimento relativo entre a ferramenta e a peça, e todo trabalho fica com o CNC da Siemens.

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Ferramental

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Aços para moldes plásticos: Novas tendências O consumo e a produção de materiais plásticos têm crescido constantemente. De acordo com Chiellini [1], a produção atual de plásticos está estimada em 205 milhões de toneladas, o consumo per-capita em paises desenvolvidos é de 80 a 120 kg e, em nações emergentes como o Brasil, de 2 a 20 kg. Em 2020 estima-se uma produção de 400 milhões de toneladas. Esse incremento no consumo de materias plásticos, tem sido acompanhado por uma crescente evolução nas caracteristicas e propriedades dos materiais plásticos, principalmente nos chamados termo-plásticos de engenharia [2], associado a uma usinabilidade adequada, o atendimento às exigências do usuário do molde em termos dimensionais, qualidade superficial e com performance e vida útil dentro dos padrões internacionais de aceitação. AÇOS TRADICIONAIS PARA MOLDES DE INJEÇÃO DE PLÁSTICOS - TIPOS E PROPRIEDADES Como pode ser visto na Figura 1, os materiais plásticos são aplicados nos mais diversos setores como por exemplo, em veiculos, utensilios domésticos, indústria elétrica, etc. Com isso, a dimensão dos moldes poderá variar bastante asssim como as propriedades mecânicas requisitadas no molde, seu acabamento final, o volume de peças produzidas, etc. Consequentemente, os requisitos metalúrgicos a serem considerados na seleção de aços para moldes plásticos é bastante amplo, sendo virtualmente impossivel definir um único tipo de aço que possa atender todos os requisitos simultaneamente. Na prática, os aços mais usados são os aços carbono, aços cementáveis, aços prébeneficiados, aços temperáveis, aços resistentes à corrosão e aços endurecíveis por precipitação. As composições quimicas dos tipos de aços mais usados na indústria e sua principais propriedades, podem ser vistas nas Tabelas 1 e 2. O uso de aços para cementação está em baixa, basicamente pelo fato de que após a cementação e o tratamento térmico as correções dimensionais não podem mais ser feitas. (1)

Os aços pré-beneficiados da familia AISI P-20 apresentam o maior volume de todos os aços usados em moldes. Esses aços têm boa temperabilidade e sendo pré-tratados com aproximadamente 28 a 32 HRc não apresentam riscos de distorção após tratamento térmico. No caso de moldes maiores, fazse a adição de 1,0% de Ni, como no casos do aços WNr.1.2738 (moldes com espessura > 400 mm) ou 1,7% Ni e aumento de C, como no caso do WNr.1.2711 (moldes com espessura > 1000 mm) fornecido com dureza entre 38 a 42 HRc. Os aços temperáveis também podem ser usados para requisitos de dureza mais elevada (> 50 HRC) e têm resistência ao desgaste elevada aliado à resistência mecânica à compressão tais como aços para trabalho a frio (AISI O1, D2), aços rápidos (AISI M2) e aços para trabalho a quente (AISI H13, H11).

25%

Const.Civil

24%

Embalag.

20%

Outros

9%

M óveis

8%

Automóv.

7%

Eletronicos

5%

Util. Dom. Agricult.

2%

Fig. 1 Utilização Percentual de Plásticos na Alemanha

Os aços endureciveis por precipitação, com ou sem resistência a corrosão (dependendo da liga), apresentam a grande vantagem de, após um simples tratamento térmico de envelhecimento (aquecimento à temperaturas relativamente baixas, ~ 500o C, por 46 horas), atingirem durezas superiores a 40 HRC sem causar distorções dimensionais como normalmente acontece em aços temperados e revenidos. Esses materiais aliam uma melhor resistência ao desgaste do que os pré-beneficiados de dureza mais baixa e

Eng. Metalurgista, MSc, PhD Gerente de Desenvolvimento de Produto e Assistência Técnica ThyssenKrupp Aços Especiais Ltda, São Paulo SP, Brasil Eng. Metalurgista, MSc Engenheiro de Desenvolvimento de Produto e Assistência Técnica ThyssenKrupp Aços Especiais Ltda, São Paulo SP, Brasil Eng. Metalurgista Tool Steel Quality Department Edelstahl Witten-Krefelf, EWK, Alemanha (4) Eng. Metalurgista, PhD Tool Steel Research and Development Department Edelstahl Witten-Krefelf, EWK, Alemanha (2)

(3)

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Ferramental

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WNr AISI C Si Aços para Cementação 1.2162 P2 0,21 0,30 1.2764 P21 0,19 0,30 Aços Pré-Beneficiados 1.2311 P20 0,40 0,30 1.2738 P20+Ni 0,40 0,30 1.2312 P20+S 0,40 0,30 1.2711 P20 hh 0,55 0,30 Aços Resistentes à Corrosão 1.2083 420 0,45 0,40 1.2085 420 FM 0,33 0,30 1.2316 420 mod. 0,36 0,30 1.2361 440 mod. 0,90 Aços Temperáveis 1.2343 H11 0,38 1,00 1.2344 H13 0,40 1,00 1.2379 D2 1,55 1.2363 A2 1,00 1.2767 6F7 0,45 1.2842 O2 0,90 1.3343 M2 0,90 Aços Endurecíveis por Precipitação 0,13 1.2709 18 MAR 300 0,03 -

Mn

Cr

Mo

Ni

V

W

Cu

1,30 0,30

1,20 1,30

0,20

4,10

1,50 1,50 1,50 0,70

1,90 1,90 1,90 1,90

0,20 0,20 0,20 0,30

1,00 1,70

0,10

0,80 0,80 -

13,00 16,00 16,00 18,00

0,30 1,20 1,00

-

0,10

2,00 -

5,30 5,30 12,00 5,30 1,40 0,40 4,10

1,30 1,40 0,70 1,10 0,30 5,00

4,00 -

0,40 1,00 1,00 0,20 0,10 1,90

6,40

1,50 -

-

5,00

18,00

-

-

Ti

1,00 1,00

Outros

S

-

0,05

-

0,05

Al:1,00 Co:10,0

TABELA 1 - Composição Química dos Aços mais Usados no Processamento de Plásticos Grupo de Aços

Resistencia Desgaste

Dureza

Resistencia Corrosão

Tenacidade

Polibilidade

Texturização

Soldabilidade

Usinagem

Cementáveis

+++

+++ (superficial)

O

++ (núcleo)

+++

+

O

+++

O

O

++

++

++

++

+

+++ O

++ +++

O ++

+++ ++

+ +

+ +

++

O

++

++

+++

O

Pré-O Beneficiados Resistência à. ÿ Corrosão ++ - Tratado + - Pré-Tratado

1

Temperáveis

+++

+++

O

O

+

Endurecíveis por Precipitação

O

++

+

+++

++

1

1

+ +

1 Aços de alto cromo Notas: O +++ (ordem crescente) TABELA 2 - Comparação entre as Propriedades mais Relevantes Aços para Moldes Plásticos

uma melhor usinabilidade do que os prébeneficiados com 40 HRC (como o DIN WNr.1.2711). Adicionalmente, por terem um teor de carbono mais baixo, diminuem a segregação e com isso contribuem significativamente na melhora da soldabilidade e polibilidade. O teor de liga e a metalurgia da transformação de fase desses aços é totalmente diferente dos aços da familia P-20, temperáveis e inox martensíticos. NOVOS AÇOS PARA MOLDES DE PLÁSTICOS Os aços tradicionais AISI P20, pré-beneficiados (temperado e revenido com dureza de 280-320 HB) ainda serão bastante utilizados em todo o mundo para moldes de injeção de termo-plásticos de baixa abrasividade, principalmente ao seu baixo custo, disponibilidade no mercado, facilidade na usinagem e vida útil do molde entre outros. Como alternativa para durezas mais elevadas, há

os aços P-20 de carbono mais alto e alto niquel (AISI P20 hh) que, por conseguinte, tem uma maior dificuldade para usinagem. Também podem ser considerados os aços tratáveis (p.e, AISI H13), que tem limitações obvias tais como, a possibilidade de deformações dimensionais após o tratamento termico. Thyroplast 2738 EHT Um Novo aço da família P20 O novo projeto desenvolvido pela EWK (Edelstahl Witten-Krefeld) da Alemanha para uma liga da familia P-20 teve como parâmetros: ! um aço com base na norma DIN WNr. 1.2738; ! pré-tratado (têmpera + revenimento) com dureza superior à 30 HRC; ! soldabilidade e usinabilidade superiores aos P-20 de dureza mais elevada ! temperabilidade e dureza homogênea em grandes seçcões (ex. > 400 mm); Julho/Agosto 2005

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Composição química: C%.........0,28 Mn%.........1,50 Cr%.........1,30 Ni%.........1,00 Mo%…….+

Dureza (HRc)

O resultado foi o desenvolvimento do aço que apresenta as seguintes características:

55

Dureza na condição de entrega

50 45 40 35

Fornecido com dureza entre 310-325 HB e indicado para todos os tipos de moldes, especialmente moldes complexos e de grandes dimensões, o aço Thyroplast 2738 EHT tem dureza, temperabilidade, resistencia ao desgaste, tenacidade, soldabilidade e polibilidade superiores ao P20 tradicional e tem pouca variação de dureza entre superfície e nucleo. Thyroplast PH Novos Aços Endurecidos por Precipitação Os aços endurecidos por precipitação - Thyroplast PH- , mostrados na tabela 3, são ligas ferrosas com baixo teor de carbono (< 0.20%) e adição controlada principalmente de Ni, Cu e Al que após um simples tratamento térmico de solubilização e envelhecimento adquirem durezas entre 38-42 HRC. Por terem baixo carbono, têm há uma melhora significativa quanto a segregação e soldabilidade se comparados com os aços temperáveis como por exemplo os da familia P-20, H13, etc. A linha PH 42 combina usinabilidade, tenacidade e soldabilidade enquanto que a linha de aços inoxidáveis PH X alia boas características de tenacidade e usinabilidade conforme será mostrado na sequência.

30 200

400 500 550 600 Tem per.(reven./envelhec.) Thyroplast 2311

700

Thyroplast PH 42 Supra

Fig. 2 Comparativo do efeito da temperatura de revenimento e temperatura de envelhecimento na dureza dos aços P20 e PH 42 Supra

mecânica superior quando comparado ao aço P20 tradicional, indicado para estruturas de moldes ou suportes de alta estabilidade que necessitem muita usinagem, como por exemplo em sistemas para moldes para injeção. A figura 3 mostra o desgaste do ferramental de usinagem em função da velocidade de corte para os aços Thyroplast PH 42 FM e Thyroplast PH 42 Supra e os aços 1.2312 (P20 com enxofre) e 1.2311 (P20). A vida útil do ferramental é aumentada em 40% quando o Thyroplast PH 42 FM é comparado com o 1.2312, enquanto que praticamente permanece igual quando compara-se o Thyroplast 42 Supra e o 1.2311. 1000

C% Mn% Cr% Ni% S% Cu% Al% Thyroplast PH 42 Supra

0,15 1,50

3,0

1,0

1,0

Thyroplast PH 42 FM

0,15 1,50

3,0 0,10

1,0

1,0

Thyroplast PH X Supra

0,05

Corroplast PH X FM

0,05 1,30 11,0

15,0 4,5

100

3,5 0,15 1,00

10

TABELA 3 Composição dos Aços Thyroplast PH

A figura 2 mostra o comportamento do aço Thyroplast PH 42 Supra à temperatura de revenimento/envelhecimento comparativamente ao aço Thyroplast 2311 (P20 comum). O Thyroplast PH 42 Supra foi projetado para moldes médios ou pequenos, é refundido, resultando em alta polibilidade e tenacidade, além de usinabilidade e soldabilidade superiores ao aço Thyroplast 2711.. É fornecido no estado envelhecido (dureza entre 38 e 42 HRc). O Thyroplast PH 42 FM combina alta dureza, entre 38 e 42 HRc, boa usinabilidade, e é uma versão do Thyroplast PH Supra com teor adicional de enxofre. Tem boa soldabilidade e resistência 20

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1 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 PH 42 Supra

PH 42 FM

2311

2312

Fig. 3 - Comparação da Vida Útil de uma ferramenta de Usinagem em função da Velocidade de Corte (THYROPLAST: 2311, 2312, PH42 e PH42 FM)

O Thyroplast PH X Supra é um novo aço inox, que tem como base o AISI 15-5 PH normalmente usado para componentes estruturais aeronáuticos de grande porte. É indicado para moldes e seus componentes onde haja a necessidade de altos


A figura 6 mostra um comparativo entre o Corroplast PH X FM e AISI 420 FM com relação à usinagem. Observa-se que o rendimento do ferramental é superior à 50% quando utiliza-se o Corroplast PH X FM.

Teste de Furação Vel.Corte (m/min.)

requisitos de resistência à corrosão e dureza (aprox. 40 HRc) bem como para componentes para a área química e aeronáutica. Por ser refundido tem alto nível de limpeza propiciando alta polibilidade aliada à boa usinabilidade. A figura 4 mostra a resistência à corrosão do aço Thyroplast PH X Supra comparativamente ao aço 1.2316 (AISI 420 modificado) em vários meios.

100

10

1

0,1

0,01

35 30 25 20 15 10 5 0 0

0,001

50

100

150

No. de Furos 0,0001 CH3COOH

HNO3

Thyroplast 2316

HCl

H2SO4

Corroplast PH X FM (329 HB)

AISI 420 FM

PH X Supra Fig. 6 - Teste de Perfuração (Corroplast PH X FM x AISI 420 FM)

Fig. 4-a) Comparação quanto à resistência à corrosão (perda de massa) entre os aços Thyroplast 2316 (AISI 420 inoxidável 32 HRc) e o novo aço Thyroplast PH X Supra (40 HRc)

O Corroplast PH X FM é um aço inox ressulfurado que quando comparado com o antigo aço 2083 (AISI 420 c/S) apresenta muito melhor usinabilidade e superior resistência à corrosão atmosférica ou aquela provocada pela condensação das águas de refrigeração (fig.5). As aplicações típicas seriam em porta-moldes, manifolds, moldes multi-cavidades onde não há requisitos de polimento.

A figura 7 mostra um resumo sobre as vantagens da aplicação da nova linha de aços Thyroplast em relação aos aços convencionais.

Fig. 7 - Vantagens do uso dos aços Thyroplast em relação aos convencionais

Referências Bibliográficas E. Chiellini, “State-of-the Art and Outlook on EDPs”, Expert Group Meeting (EGM) on “Environmentally Degradable Plastics and Promotion of Related Projects”, 10-11 de Julho de 2003, Trieste. F.G. Arieta et all, “Tendências em Aços para Processamento de Plásticos e Moldes de Injeção”, Anais do II Workshop Moldes para Conformação de Plásticos”, Depto. de Engenharia Mecânica, Escola Politécnica da USP, São Paulo, 30 de Junho de 2000 Fig 5. Corpos de Prova de Corroplast PH X FM e AISI 420 FM

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AGENOR GUALBERTO - agenor@polimold.com.br CHRISTIAN DIHLMANN - dihlmann@brturbo.com.br

AGENOR GUALBERTO

Viabilidade técnica e econômica do uso de um sistema de câmara quente

A

otimização do processo produtivo é uma constante que precisa ser aplicada a cada novo desenvolvimento de produto. Todavia, a correta aplicação das tecnologias disponíveis deve ser avaliada mediante consideração de critérios, como ocorre na decisão de utilização de sistemas de câmara quente.

O sistema de câmara quente, também conhecido por sistema de canal quente, representa a forma mais eficiente de se otimizar a produção e melhorar a qualidade de um produto injetado. Mas afinal, o que é um sistema de câmara quente? É basicamente uma extensão do bico de injeção da máquina, funcionando como distribuidor do fluxo para cada uma das cavidades ou para um agrupamento de cavidades. Através de canais de distribuição constantemente aquecidos, é possível manter o material na mesma temperatura do cilindro da máquina injetora, livre de variações e sem os inconvenientes canais de alimentação (galhos). A Figura 1 representa esquematicamente o corte de um sistema de câmara quente com 2 pontos, onde é possível identificar o caminho de fluxo do material.

O sistema apresentado na Figura 1 inclui, além do princípio básico de câmara quente, o controle de abertura dos bicos e é, por isto, denominado de sistema valvulado. Este mecanismo permite que sejam controlados independentemente os bicos injetores, o que possibilita injetar peças com volumes diferentes no mesmo molde, além de permitir o deslocamento das linhas de solda resultantes do processo de injeção.

Figura 2 - Câmara quente para injeção de tampas

Figura 1 - Sistema de câmara quente valvulado

Imagine as peças da Figura 2 sendo injetadas sem um sistema de canal quente. É fácil perceber que o volume de canal seria algo inconcebível em uma ferramenta que produz milhões de peças, uma vez que todo este material teria que ser reprocessado, Julho/Agosto 2005

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passando por um moinho para, posteriormente, ser misturado em baixa proporção ao material virgem. Normalmente a secção do canal frio é maior do que a secção da parede da peça, ou seja, o volume de material no canal supera em 5 a 6 vezes a espessura do produto, com isto o ciclo de injeção fica definido pelo resfriamento do canal e não da peça. Portanto a utilização da câmara quente permite ciclos com até a metade do tempo do canal convencional. POR QUE UTILIZAR SISTEMAS DE CÂMARA QUENTE? O que determina a aplicação de uma câmara quente no molde? Em quais casos se deve aplicar uma câmara quente na construção do molde? Estas perguntas são freqüentes quando da definição de construção da ferramenta para injeção de um novo produto. Como regra básica, devemos considerar que a aplicação de uma câmara quente ou bico quente, tecnicamente, é sempre melhor do que a não utilização. Vejamos então as vantagens do uso de sistemas de canais quentes: a) Flexibilidade no projeto da ferramenta: • Facilidade na definição dos pontos de alimentação de grandes peças (Figura 3); • Eliminação da necessidade de balanceamento dos canais; • Diversificação dos tipos de entrada de material na peça.

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Figura 3 - Sistema valvulado para injeção de lateral de porta

• Facilita a construção do molde, evitando moldes com a terceira placa para retirar o canal de alimentação. • Maior número e possibilidades de pontos de injeção, inclusive de configurações com disposição complexa (Figura 4); • Permite injeção de peças técnicas, como por exemplo, sobre injeção de lentes nas lanternas dos automóveis em cores diferentes, só possíveis com injeção valvulada seqüencial; • Fácil obtenção de configurações para distribuição de cavidades não naturalmente balanceadas (Figura 5); • Aplicações para moldes de produção e de peças técnicas; • Aplicável a plásticos de comodites e materiais de engenharia;


Figura 4 - Sistema valvulado para injeção de lente traseira tricolor

b) Maior eficiência da máquina injetora: • Utilização de máquinas com menor capacidade de força de fechamento e menor capacidade de plastificação; • Fácil alteração de material e de cor; • Menor pressão de injeção; c) Redução de custo: • Economia na utilização de matéria prima; • Custo operacional reduzido;

Figura 5 - Sistema com balanceamento de 24 cavidades

• Menor ciclo de injeção; • Redução da quantidade de moinhos granuladores para moagem de canais; d) Redução do ciclo de injeção: • Redução do tempo de resfriamento; • Não há a necessidade de solidificação de canais de alimentação; • Cursos de abertura reduzidos; • Melhor rendimento em moldes de paredes finas;

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e) Melhoria da qualidade das peças moldadas: • Isenção de contaminação; • Maior uniformidade dimensional no produto acabado; • Vestígios de injeção podem ser controlados por sistemas valvulados e, em alguns casos, tornam-se praticamente invisíveis (Figura 6);

Figura 6 - Sistema valvulado para injeção de peça automobilística, permite forçar o fluxo para uma linha de emenda não visível.

• Menor tensão residual nos componentes moldados; • Eliminação de operações secundárias; Todavia, quando é avaliado o lado econômico do investimento, é preciso levar em consideração alguns fatores primordiais. Portanto, a decisão passa a ser técnica e financeira. Vamos então considerar as duas grandes determinantes da definição do uso de sistemas de canais quentes, a saber a característica técnica da peça e sua demanda. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DA PEÇA Resumindo os tópicos citados anteriormente, há que se elaborar um questionário para avaliação dos requisitos técnicos de uma peça de material plástico a ser produzida pelo processo de injeção. Os tópicos a ser levados em consideração compreendem: a) Material injetado - alguns materiais se degradam ao ser submetidos às tensões dentro dos canais de injeção. Estas tensões surgem pela solidificação 26

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gradativa do material no interior do canal durante sua passagem. Com isto, quanto maior a distância a ser percorrida, menor vai se tornando a seção de passagem do material. O aumento da tensão dentro do material é diretamente proporcional à redução da seção de passagem. Portanto, quando os canais são extremamente longos, surge a degradação do material, que pode ser consideravelmente reduzida por meio da aplicação de sistemas de canais quentes. Também o espectro de temperatura de certos materiais é pequeno, podendo haver deterioração do material quando a temperatura no bico da injetora é muito maior do que a temperatura no ponto de entrada (“gate”) do material na peça. Com isto a aplicação de sistemas de câmara quente ou, até mesmo, bico quente, podem reduzir de forma drástica este diferencial de temperatura, primando pela qualidade do material injetado. Nos casos de injeção de diferentes materiais (bicolor, tricolor) é praticamente impossível obter resultados satisfatórios sem a aplicação destes sistemas; b) Geometria da peça - grande fator complicador no desenvolvimento de projetos de moldes de injeção. Quando dispomos de peças “comportadas”, isto é, peças de geometria singular, a construção dos canais de alimentação torna-se mais simples. Todavia, quando surgem peças de geometrias complexas, com superfícies irregulares, compostas de diversas nervuras e reentrâncias, ou ainda quando apresentam grandes dimensões, o processo de escolha do ponto (ou dos pontos) de entrada de material na peça passa a contar com uma verdadeira engenharia para que seja possível determinar o melhor local de injeção. Outro fator crítico para determinação do canal de injeção é a espessura da peça. Produtos com espessuras de parede extremamente reduzidas passam a exigir elevadas pressões de injeção. Ou seja, se for necessário, além do preenchimento do produto, completar ainda um grande volume de material nos canais de injeção, teremos que optar por injetoras com maior capacidade. Em alguns casos, torna-se impossível o preenchimento da peça em toda a sua extensão devido à limitação da espessura de parede. E também, quanto maior for a qualidade do material no ponto de entrada na peça, tanto melhor será a qualidade dimensional do produto. Em suma, o importante é que seja possível determinar, preferencialmente com um sistema de análise reológica (comercialmente conhecido como análise de fluxo, ou



“flow”), o melhor ou os melhores pontos de entrada do material na peça. A partir desta avaliação, determinar o posicionamento do produto no molde e, só então, verificar qual a melhor maneira de chegar com o material no ponto de injeção selecionado. Quando se procede desta maneira, se obtém o melhor compromisso de qualidade da peça. E, comumente, a melhor solução para chegada do material no ponto desejado passa pela aplicação de um sistema de canal quente; c) Acabamento superficial - a exigência cada vez maior de peças com qualidade visual apurada tem sido um dos maiores impulsionadores da aplicação de sistemas de câmara quente. Além da redução das tensões residuais geradas no processo de injeção, estes sistemas permitem, por meio de controles específicos, o deslocamento das linhas de solda para pontos aceitáveis, contribuindo assim com a solução dos problemas de aparência das peças. Adicionalmente, quando bem aplicadas, reduzem etapas de acabamento após a injeção, pela eliminação de cortes e

rebarbação. Finalmente, como a utilização de sistemas de canais quentes reduz o volume de material reaproveitado, permite uma melhor garantia de isenção de contaminação na peça final. CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS DA PEÇA Aliada a avaliação técnica apresentada anteriormente, a decisão sobre a aplicação de um determinado sistema de injeção deve ser considerada levando em conta os seguintes pontos: a) Demanda do produto - é um dos pontos decisivos mais relevantes sobre o investimento em um sistema de câmara quente. Normalmente são levados em consideração quatro cenários: demanda baixa com alto valor agregado, demanda baixa com baixo valor agregado, demanda alta com alto valor agregado e demanda baixa com alto valor agregado. A Tabela 1 apresenta a recomendação de aplicação de sistemas de câmara quente. b) Custo de produção - neste quesito vários fatores

+

Solução completa para projetos de moldes

O fornece ferramentas altamente eficientes no SolidWorks que o guiam passo a passo na seqüência de seu projeto, elevando a produtividade pelos níveis incomparáveis. - Características: • Workflow e Automatização de processos; • Ferramenta de partição avançada; • Criação de todo o detalhamento com apenas um clique; • Galeria de porta moldes e componentes Standard (Configuráveis); - Ferramentas para: • Layout das cavidades; • Criação de canais de alimentação; • Criação de eletrodos; • Gavetas, mandíbulas, Pinos extratores; • Refrigeração; • Insersão inteligente de parafusos; Total integração com os sistemas de manufatura existentes. Faça projetos mais rápido que seus concorrentes, use imold. RenderWorks - Santa Catarina Rua Ottokar Doerffel, 776 - 1º Andar - Atiradores Joinville/SC - 89203-001 Fone: (47) 438-0222 RenderWorks - Paraná Av. Candido de Abreu, 660 - cj.603/604 - Centro Cívico - Curitiba/PR Edifício Palladium - Cep: 80530-000 Fone: (41) 3353-2222

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Ferramental

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Demanda Alta Demanda Baixa

Valor Agregado Alto

Valor Agregado Baixo

J J

J L

Tabela 1- Recomendação de uso de sistemas de câmara quente

são avaliados. Um comparativo entre a injeção com canal convencional e a injeção com sistema de canal quente deve ser elaborado no sentido de dimensionar o custo dos canais de injeção que serão eliminados. A quantidade de canais é diretamente proporcional ao número de cavidades do molde; o custo da possível troca de máquina devido a redução da pressão de injeção necessária, o que permite a utilização de máquina menor com conseqüente menor custo; o custo da redução do ciclo de injeção, resultante do uso de sistemas aquecidos, que permitem eliminar ou reduzir os tempos de resfriamento dos canais e de solidificação dos “gates”; o custo da eliminação ou redução de moinhos granuladores, devido a inexistência ou diminuição de canais de injeção; o custo

da redução ou eliminação de operações de acabamento posteriores ao processo de injeção, como a rebarbação e o corte de canais. Considerando todos os fatores explanados, é possível verificar que a determinação de aplicação de um sistema de câmara quente não é tão simples quanto se imagina. Como a indústria requer constantemente a justificação e comprovação de qualquer investimento, por menor que seja, é fundamental a elaboração de uma metodologia para amparar as tomadas de decisões referentes a este quesito. Importantíssimo é a disseminação dos conceitos básicos que regem a correta especificação de um produto, iniciando pela parte conceitual e passando por toda a definição técnica do produto e do ferramental necessário para produzi-lo, sempre levando em conta a relação custo/benefício do projeto. A busca constante do aperfeiçoamento técnico das equipes de projeto das ferramentarias, seja por meio de cursos específicos, seja pela presença em palestras, ou ainda por acesso aos departamentos técnicos dos fornecedores, é crucial para a sobrevivência destas empresas em um mercado cada vez mais competitivo.

Agenor Gualberto Tecnólogo em Mecânica Industrial, Técnico em Processo de Injeção, Projetista de Moldes Plásticos. Especialista em Sistemas de Câmara Quente com 30 anos de experiência na área de plástico, tendo acompanhado a construção de aproximadamente 10.000 moldes de injeção. Christian Dihlmann Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC Universidade Federal de Santa Catarina e Especialista em Administração de Empresas pela FURJ/UNIVILLE Fundação Educacional da Região de Joinville. Realizou aperfeiçoamento na área de fabricação de moldes e análise reológica em Portugal e Alemanha. Atualmente é Diretor da BRTooling

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Análise de viabilidade do uso de câmara quente - Notas explicativas É extremamente difícil obter valores numéricos para definir a viabilidade da aplicação de sistemas de câmara quente. Também não há uma fórmula mágica para defini-la. Todavia, existem critérios que somados, indicam a tendência de aplicação destes sistemas. A ficha técnica ao lado objetiva ser um instrumento para orientar, de forma metódica, a análise destes critérios e, com base nos parâmetros encontrados, optar ou não pela aplicação de um sistema de canal quente. Para o preenchimento correto da ficha e posterior análise, é importante observar alguns tópicos que, se não considerados, poderão distorcer a avaliação final. A ficha é composta, de um lado, pelo questionário intitulado “Análise de viabilidade do uso de câmara quente” e, do outro lado, pela requisição denominada de “Solicitação de orçamento de bico/câmara quente”. Naturalmente, é conveniente que o questionário seja preenchido e analisado para posterior solicitação de cotação do sistema. Para melhor entendimento da sistemática de preenchimento, a seguir são colocadas algumas considerações: Campo 1 Item 101 Fluidez - a diferenciação entre fluidez alta, média e baixa deve ser analisada com cautela. Por exemplo, a fluidez pode ser considerada alta em um plástico de engenharia, todavia não em plásticos de consumo. Mas sempre os plásticos menos fluidos sofrem maiores tensões de cisalhamento quando comparados aos materiais mais fluidos durante a 30

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passagem pelo canal. Este fato torna-se um diferencial na decisão de substituição de canais de alimentação por sistemas de câmara quente. Item 102 Janela de processo - o uso de um plástico com faixa de temperatura de processo ampla permite maior flexibilidade na variação dos parâmetros de processo. Por outro lado, um material com faixa estreita de temperatura de processo pode degradar durante a passagem por um canal muito extenso, em função do resfriamento da massa fundida. Neste caso é fortemente recomendado o uso de um sistema de canal quente. Item 104 Material virgem - a existência de canais de injeção pressupõe o reaproveitamento destes canais por moagem e conseqüente re-inserção no ciclo. Se a peça exigir tecnicamente o uso de material virgem, o material moído não poderá ser aproveitado nesta peça. Neste caso também é recomendado o uso de sistemas de câmara quente. Item 200 Geometria da peça - o uso de sistemas de canais quentes reduz a pressão de injeção necessária para vencer a perda de carga gerada na passagem pelos canais de injeção. Além disso, o bico de injeção estará mais próximo da entrada de material na peça ou, até mesmo, ligado diretamente com a peça, permitindo que a condição de injeção do material seja consideravelmente superior à condição de injeção com canais de alimentação. Dessa forma será muito mais fácil proceder ao recalque do material na cavidade,

eliminando ou minimizando os problemas com preenchimento de paredes delgadas, de nervuras e de peças de grandes dimensões e melhorando as condições dimensionais da peça final. Item 300 Acabamento superficial - a introdução de sistemas de canais quentes resultará na minimização ou eliminação dos defeitos aparentes de linhas de solda e manchas de fluxo, principalmente quando for trabalhado com peças de aplicação visual. Campo 2 Item 500 Demanda - a rentabilidade de uma câmara quente é calculada pela demanda de peças, ou seja, quanto maior a produção, mais se justifica o seu uso. Portanto, o ideal é saber o volume total de produção da peça ao longo de toda a vida útil do sistema, embora este número normalmente seja de difícil previsão. Também o valor agregado da peça pode contribuir de forma significativa pela opção do uso destes sistemas. Para obter o resultado da análise, some o total de pontos de cada coluna e obtenha a somatória dos resultados das tres colunas. Verifique em que faixa se encontra o resultado e avalie a aplicação ou não do sistema. Adicionalmente podem ainda ser levantados outros fatores econômicos que auxiliarão na tomada de decisão sobre a viabilidade do uso de sistemas de câmara quente. A “Solicitação de orçamento de bico/câmara quente” é autoexplicativa.


ANÁLISE DE VIABILIDADE DO USO DE CÂMARA QUENTE

CLIENTE

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

Empresa:

Fone: (

Contato Técnico:

e-mail:

Produto:

Código:

Resina:

Código:

Fax: (

)

)

Fabricante:

Contratipos: PONTOS

1. FATORES TÉCNICOS 2. FATORES ECONÔMICOS

101 Fluidez

alta

1

102 Janela de processo

>40ºC

1

103 Material com carga

não

1

104 Material virgem

não

2

PONTOS média <40ºC e >15ºC

PONTOS

3

baixa

4

3

<15ºC

5

sim

4

sim

4

200 Geometria da peça 201 Espessura de parede

>2,0mm 1

<2,0mm e >0,8mm

3

<0,8mm 5

202 Quantidade de nervuras

baixa

1

média

3

alta

5

203 Quantidade de aberturas/rasgos

baixa

1

alta

5

204 Dimensões externas

pequena 1

grande

5

205 Importância da estabilidade dimensional

baixa

1

alta

5

301 Produto visual com ponto de injeção aparente

não

3

sim

5

302 Minimização de linhas de solda

não

1

sim

5

303 Minimização de manchas de fluxo

não

1

sim

5

304 Eliminação de cortes/rebarbação

não

1

sim

5

501 Produção em unidades mês

baixa

1

média

3

alta

5

502 Valor agregado do produto

baixo

1

médio

3

alto

5

média

3

300 Acabamento superficial

500 Demanda

+

TOTAL DE PONTOS AVALIAÇÃO DE CÂMARA QUENTE

+

=

TOTAL DE PONTOS MAIOR QUE 40

FORTEMENTE RECOMENDADO

TOTAL DE PONTOS ENTRE 20 E 40

RECOMENDADO POUCO RECOMENDADO

TOTAL DE PONTOS MENOR QUE 20

710 Custo de Produção do Canal 711 Número de cavidades = 713 Preço da matéria prima = 715 Produção mensal =

3. OUTROS FATORES ECONÔMICOS

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 1 - julho/Agosto 2005 - Para preenchimento, consulte as notas explicativas na página 30

100 Material da peça

unidades R$/kg unidades/mês

712 Peso do canal =

kg/ciclo

714 Custo do canal (712 x 713) =

R$/ciclo ciclos

716 Ciclos por mês (715 : 711) =

717 Economia de canal por mês (716 x 714)

R$/mês

718 Economia de canal por ano (717 x 12)

R$/ano

720 Custo de Produção da Máquina 721 Preço hora máquina para molde sem CQ = 723 Produção mensal em horas =

R$/h

722 Preço hora máquina para molde com CQ =

R$/h

h

724 Economia de máquina por mês (721 _ 722) x 723

R$/mês

725 Economia de máquina por ano (724 x 12)

R$/ano

730 Custo de Produção de Operação de Acabamento 731 Economia de mão-de-obra por mês

R$/mês

732 Economia de mão-de-obra por ano (731 x 12)

R$/ano

740 Custo de Produção de Moagem 741 Economia de moagem por mês

R$/mês

742 Economia de moagem por ano (741 x 12)

R$/ano

750 Custo de Produção de Tempo de Ciclo 751 Tempo de ciclo para molde sem CQ =

s

753 Ganho de tempo de ciclo (751 _ 752) =

s

754 Aumento de capacidade produtiva [(751 : 752) x 100]

752 Tempo de ciclo para molde com CQ =

s

%


SOLICITAÇÃO DE ORÇAMENTO DE BICO / CÂMARA QUENTE

Nome:

Fone: ( ) e-mail:

Fax: ( )

Fax: ( )

Contato:

Fone: ( ) e-mail:

Produto:

Código:

Contato: Empresa:

Espessura de parede mínima/máxima (mm): Código:

Espessura de parede no ponto de injeção (mm): Fabricante:

Número de bicos de injeção:

Número de cavidades: Carga:

Comprimento total do bico, incluindo cabeça (mm):

Aditivo/Descreva:

Fibra de vidro: Talco:

Maior comprimento de fluxo (mm):

Tempo de ciclo estimado (s):

Tipos de ponto de injeção:

% %

Outros/Descreva Marca Anelar

% Troca de cor: Sim, freqüência: Eliminação do galho: Injeção direta no produto Dimensões do molde:

Não Injeção indireta sobre canal auxiliar

Fluxo Direto

Vestígio Mínimo

Ponto de injeção (vestígio) aparente na peça: Sim Não Tipo de sistema: Rompimento témico (convencional) Valvulado Incluir no orçamento: Controlador Sim Não Conectores Sim

OBSERVAÇÕES

Desenhe esquematicamente o produto e as distâncias entre os bicos e as alturas. Se possível, anexe cópia de desenho de produto.

Data:

/

/

Assinatura:

Não

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 1 - julho/Agosto 2005 - Para preenchimento, consulte as notas explicativas na página 30

Peso (gramas): Resina:

DESENHO ESQUEMÁTICO

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

PRODUTO COMPRADOR FORNECEDOR

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais


MELINA TOZEI BAPTISTA - melina.baptista@ugs.com

Software pirata: comprometimento da imagem da empresa e das relações comerciais

MELINA TOZEI BAPTISTA

O

uso de produtos irregulares prejudica o país e a sociedade. Aquelas empresas que se utilizam de tais produtos arriscam as próprias relações comerciais, além de submeterem-se às sanções previstas para seus representantes.

Cada vez mais os altos executivos das empresas do mundo inteiro se preocupam com questões que envolvem a ética dentro das suas organizações, nas práticas de negócios e principalmente, investimentos nas obrigações legais e fiscais. Nesse contexto, surge a preocupação com o uso de produtos legais, evitando transtornos de ordem financeira e procurando preservar a imagem da empresa e de seus diretores. Além de estarem comprometidas com os preceitos éticos de utilização de produtos que se encontram dentro da legalidade, surge a preocupação de relacionarem-se com empresas que possuem a mesma linha de raciocínio, ou seja, aquelas que se enquadram na legislação, a fim de evitarem aborrecimentos. Nesse sentido, cada vez mais o produto pirata não encontra asilo nestas empresas, e, conseqüentemente, também não são úteis àqueles que procuram manter um relacionamento comercial com elas.

O assunto em questão tornou-se bastante evidente nos últimos anos. Isso em razão da pirataria ser hoje uma das maiores preocupações do país e gerar repercussão mundial. Mas o que é pirataria? O produto pirata é aquele falsificado, que imita ou copia uma marca, logotipo, ou até mesmo uma tecnologia. A pirataria tem crescido de forma assustadora. A falsificação ocorre com os mais variados tipos de produtos, desde tênis até bonecas, relógios e camisas de clubes de futebol. Além disso, pode

ser encontrada uma enorme quantidade de CDs falsificados, e, via internet, são facilmente encontrados softwares produzidos de forma ilegal para venda. Para aquele que incorrer na falsificação de produto (aqui se inclui a reprodução, como no caso de CDs de música ou de software), ou utilizar-se de produto falsificado, a legislação prevê punição nas áreas administrativa, cível e/ou penal. No âmbito administrativo, existem entidades públicas responsáveis pelos registros das obras a serem protegidas. Em caso de violação da norma, o infrator se sujeita a multa. No âmbito cível, aquele que se sentir lesado pela prática do ato de falsificação de produto poderá exigir ação de indenização por danos materiais (que representa o valor que ele gastou ou deixou de ganhar em razão da infração), e indenização por danos morais (que representa o prejuízo subjetivo do autor ao ver sua obra indevidamente utilizada). No âmbito penal, a falsificação e a utilização de Julho/Agosto 2005

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Brocas em metal duro Brocas helicoidais Brocas de centro Alargadores Brocas com canais retos Ferramentas combinadas para furar e centrar

Limas Rotativas Limas cilíndricas com corte central e lateral Limas ovais Limas esféricas Limas cônicas de 60º e 90º Limas ogivais com topo redondo Limas árvores com topo esférico

Fresas de topo Fresas para corte de acabamento lateral Fresas para rasgo Fresas para corte e desgaste Fresas para acabamento lateral Fresas para rasgo com contorno Fresas para acabamento de contorno

Ferramentas Intercambiáveis

Barra de mandrilar Ferramentas sob desenvolvimento espeífico Trem de fresas Ferramentas conjugadas para desbaste e acabamento

Rua Apucarana, 211 83010-050 - São José dos Pinhais - PR Tel./Fax: (41) 3383-1863 vendas@karbtools.com.br www.karbtools.com.br 10 Ferramental Julho/Agosto 2005

utilização de produto falsificado é crime contra a propriedade intelectual. Aquele que viola a propriedade intelectual, pode sofrer sanção de detenção de três meses a um ano, ou multa. Se a infração ocorre no intuito de lucro, a sanção passa de reclusão de dois a quatro anos, e multa. O fato é que mesmo que todos tenham conhecimento de que a c o m e rc i a l i z a ç ã o e o u s o d e produtos falsificados não são permitidos pela nossa legislação, ainda assim tal prática cresce. Quais são os motivos que levam a sociedade a aceitar de forma tão natural um crime que prejudica tanto a coletividade como um todo? Segundo as associações que defendem a propriedade intelectual dos mais diferentes tipos, isto ocorre porque a pirataria é considerada um crime menor (talvez por não relacionarem o crime de forma direta com a violência física). Além disso, o consumidor consegue adquirir produtos que se utilizam de marcas ou tecnologias conhecidas por um preço bem inferior ao produto original - é a falsa impressão de obtenção de vantagem. Ocorre que a qualidade do produto falsificado não é a mesma do produto original. Além disso, ao contrário do que muita gente pensa, o mercado informal não permite que sejam gerados novos empregos dentro da legalidade. Segundo pesquisa da ABPI - Associação Brasileira de Propriedade Intelectual, publicada na Folha de São Paulo de 07 de agosto de 2003, se a pirataria caísse cerca de 25%, poderiam ser gerados 36 mil novos empregos na indústria de software. Uma realidade totalmente contrária à

visão daqueles que compram e defendem a falsificação e venda de produtos, e justificam o fato alegando que embora haja o cometimento de uma infração, é uma forma de trabalho. Visão totalmente equivocada, pois, conforme pudemos observar, a situação é oposta. Com o mercado informal de produtos pirateados muitos empregos deixam de ser criados. A legislação acerca do assunto sofreu e ainda sofre lento processo de adaptação, procurando acompanhar a evolução da sociedade. Com a evolução tecnológica, ao longo do tempo, foi necessário criar legislação específica para os programas de computador. O legislador preocupou-se em proteger toda obra intelectual que fosse criada por alguém.

Com o constante crescimento da pirataria, as principais empresas de software decidiram juntar-se, e buscar junto à sociedade uma solução para o problema. Hoje encontramos uma série de instituições que representam o interesse dessas empresas prejudicadas pela prática criminosa de falsificação de produtos. Para os programas de computador existe legislação específica (Lei 9609/98), conforme


mencionado anteriormente. Pirataria de software é a reprodução não autorizada do software para venda ou uso próprio, ou ainda a utilização do produto de forma indevida. Quando um consumidor adquire um programa de computador, a aquisição se refere especificamente à licença de uso do programa, e não à propriedade daquele software. Além da legislação acerca do assunto, existem instituições formadas por importantes empresas de software, que estão focadas no combate à pirataria e no uso irregular dos programas de computador, e atuam notificando empresas que se encontram em situação de ilegalidade e promovem ações judiciais nesse sentido, quando necessário.

É importante que exista esse trabalho de conscientização, pois o assunto é de extrema relevância. Aquele que adquire um software falsificado tem a errônea impressão que obteve algum tipo de vantagem, porém não considera que está adquirindo um software sem a devida documentação, que não possui garantia de nenhum tipo, que o produto falsificado é de procedência desconhecida e que ainda não terá suporte e atualizações do produto adquirido. Isso sem mencionarmos que aquele que adquire um produto falsificado vive na ilegalidade, com o receio de a qualquer momento poder sofrer algum tipo de auditoria que comprove a situação irregular. Se constatado o uso de software pirata, a empresa terá que arcar com os

com os prejuízos causados pela prática do ato, pois conforme já vimos, poderá ser aplicada multa, além das indenizações pleiteadas por aquele que detém os direitos do software. Deve-se considerar também que, uma vez que a empresa possua ação judicial em razão do uso de produtos piratas, tal fato afetará negativamente sua imagem

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pois houve desrespeito a preceitos importantes, além de não ter concorrido eticamente com outras empresas, que exercem suas funções dentro da legalidade. As empresas desempenham papel fundamental dentro da questão do uso ilegal de software. Aquelas que buscam o próprio crescimento e o crescimento do país preocupam-se com a propagação da prática criminosa de uso de software ilegal, em razão das consequências que tal prática acarretam à sociedade e aos próprios negócios por ela desenvolvidos. Grandes empresas procuram parceiras de negócios para prestação de serviços ou aquisição

de algum produto. Certamente evitam aqueles que exercem sua função fora dos padrões exigidos pela legislação, pois podem ter sua imagem associada diretamente com empresas inidôneas, que obtém irregularmente alguma vantagem financeira com o uso ilegal de programas de computador. Consequentemente, aqueles que não preenchem os requisitos legais também não preenchem os requisitos para prestar serviços às empresas conceituadas. A situação irregular das empresas não permite que ocorra a expansão dos negócios, pois limita seus clientes àqueles que não trazem consigo a real preocupação com o tema em questão, excluindo as empresas de

renome. Como pudemos observar, há somente prejuízos com a aquisição de produtos ilegais, uma vez que a conduta ilegal poderá causar custos bem maiores para a sociedade do que a “vantagem” financeira obtida com a compra irregular. A tendência é que cada vez mais as leis tornem-se rígidas com relação à pirataria, uma vez que o governo deixa de arrecadar grande quantia em impostos em função do mercado pirata. Aquelas empresas que possuem softwares irregulares devem regularizar sua situação com a maior brevidade possível, evitando transtornos e aborrecimentos desnecessários.

Melina Tozei Baptista - Bacharel em Direito. Atualmente é Analista de Contratos da Unigraphics Solutions do Brasil.

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ADRIANO FAGALI DE SOUZA - adriano_fagali@sociesc.com.br

ADRIANO FAGALI DE SOUZA

Usinagem em altas velocidades (HSC) aplicada à confecção de moldes

A

tecnologia de usinagem em altas velocidades (HSC) já é uma realidade nos centros produtivos mais desenvolvidos. Todavia, a sua implementação deve levar em consideração uma série de pré-requisitos, muitas vezes desprezados, sem os quais não há retorno do investimento.

APLICAÇÕES DA TECNOLOGIA DE USINAGEM EM ALTAS VELOCIDADES (HSC HIGH SPEED CUTTING) Atualmente, a tecnologia HSC vem sendo desenvolvida principalmente para as operações de fresamento, a fim de atender a duas áreas de fabricação: as operações de desbaste e aca-bamento de materiais não ferrosos e o préacabamento e acabamento de materiais ferrosos. Respectivamente, se tem para o primeiro caso, os setores aeronáutico e aeroespacial e o segundo caso tem sua principal utilização nos fabricantes de moldes e matrizes1. A aplicação da tecnologia HSC nestes setores oferece uma drástica redução dos tempos de manufatura, se comparados aos dos processos CNC convencionais. Para os materiais não ferrosos, tem-se a redução do tempo efetivo de usinagem, enquanto que para os materiais ferrosos, tem-se economia de tempo e custos, obtendo maior precisão ao

usinado, pois se reduz consideravelmente os processos de acabamento manuais, posteriores ao processo de usinagem2. Observa-se na Figura 1a a faixa de valores que se convencionou chamar de usinagem em altas velocidades, relacionado ao material a ser usinado. Segundo MÜLLER e SOTO3, a velocidade de corte também está relacionada a cada aplicação específica conforme demonstrado na Figura 1b. A velocidade de corte para HSC em operações de fresamento está na faixa de dez vezes superior às velocidades convencionais de usinagem, de acordo com o material a ser usinado. A aceleração para movimentação e posicionamento dos eixos da máquinaferramenta, também é um fator importante a ser considerado, principalmente na usinagem de formas complexas. Máquinas que trabalham com altas acelerações, podem obter um ganho significativo frente às máquinas convencionais. As má-

Figura 1a - Velocidades de corte em função do material

Figura 1b - Velocidades de corte em função da operação

quinas-ferramenta na faixa de transição para HSC, atualmente podem trabalhar com acelerações da ordem de 10 m/s2, e máquinas HSC de laboratório com motores lineares, trabalham hoje com acelerações da ordem de 30 m/s2. Atualmente pode-se encontrar eixos-árvore com freqüência de Julho/Agosto 2005

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eixos-árvore com freqüência de rotação de até 100.000 rpm, embora seja mais comum a faixa de 15.000 à 40.000 rpm. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICASDO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE USINAGEM PROCESSO DE USINAGEM HSC Observa-se que com o aumento da velocidade de corte, pode-se obter aumento no volume de material removido, reduzir as forças de corte na usinagem, melhorar a qualidade da superfície usinada e, como fator negativo, tem-se uma redução da vida útil da ferramenta de corte2. Com isto, os esforços para otimização do processo HSC deve incluir, principalmente, estudos sobre as estratégias de usinagem que reduzam o desgaste da ferramenta de corte, tornando o processo viável e eficiente. Nos estudos realizados por SOUZA 4 , com a finalidade de ampliar o conhecimento do processo de fresamento de formas complexas, constatou-se que a qualidade superficial é aprimorada elevando-se a velocidade de corte assim como as componentes da força de usinagem são reduzidas. CARACTERÍSTICAS DAS FRESADORAS PARA TRABALHO EM HSC Uma das características que limita a utilização da tecnologia HSC para todas as operações de fresamento, mesmo nos processos onde a ferramenta de corte não representa limitações, é a potência do eixo-ár vore da máquinaferramenta HSC. O eixo-árvore HSC, atualmente, é capaz de fornecer alta freqüência de rotação, mas com baixa potência. A potência do eixo-árvore é inversamente proporcional à rotação. As máquinas para a faixa 38

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HSC devem ser utilizadas em operações que não exijam grande potência para a execução da usinagem. Por este motivo, adicionada a conservação da máquina, a tecnologia HSC é utilizada principalmente na usinagem de acabamento de materiais ferrosos, nos setores de moldes e matrizes. FATORES QUE LIMITAM A VELOCIDADE DE AVANÇO NO PROCESSO DE USINAGEM Alguns problemas foram encontrados durante o período preliminar de ensaios. Quando se trabalha em HSC, se faz necessária também alta velocidade de avanço. Limitações dos processos convencionais CNC que até então eram irrelevantes para o processo de usinagem, passam a ter um novo enfoque para a usinagem HSC. Estes problemas estão descritos a seguir. Execução de programas por blocos (on-line) Os comandos numéricos que não possuem capacidade de memória suficiente para armazenar programas relativamente grandes necessitam fazer uso dos recursos para execução de programas em blocos. O CNC é conectado a um computador externo através de uma interface padrão como, por exemplo, RS-232. O CNC é alimentado pelo computador, executa as linhas de comandos, apaga da memória as linhas já executadas e envia sinal para o recebimento de novas informações de acordo com as necessidades. Este processo se repete durante toda a operação em frações de segundos. Quando a velocidade de avanço supera a capacidade de

transmissão do sistema (computador emissor - CNC), observam-se solavancos na máquina ferramenta, com descontinuidade na movimentação, resultando num acabamento de qualidade indesejável. Estes problemas foram constatados nos experimentos realizados por SOUZA 5 , como apresentado pela Figura 2. Qualidade superficial insatisfatória

Figura 2 - Acabamento prejudicado pela performance de comunicação PC/CNC5

Performance do comando numérico Os comandos numéricos mais avançados possibilitam trabalhar com programas NC extensos (2GB), eliminando a execução de programas por blocos e suas inconveniências, como demonstrado acima. Entretanto, ainda alguns fatores influenciam na performance do CNC e conseqüentemente, limitam a velocidade de avanço para usinagem: - Tempo de Processamento de Bloco (TPB): é o tempo médio necessário para o controle numérico processar uma linha de programa e enviar informações de comando para o acionamento dos servo-motores. O comprimento do segmento de reta utilizado para descrever uma parcela da trajetória da ferramenta (interpolação linear de segmentos de retas), em


conjunto com o TPB, são fatores que limitam a velocidade de avanço da usinagem (Tabela 1 Item 7); - Relógio (Clock) e Barramento (Bus): a freqüência do Clock deve ser relacionada com a quantidade de CPUs no sistema e a capacidade do barramento. Uma CPU com 32 bits terá baixo rendimento se utilizar um barramento de 16 bits; - Block Buffer: o CNC armazena blocos já processados em uma área temporária ("pulmão" - Block Buffer). Desta forma, existe sempre um bloco de comando processado esperando para ser executado pelo servo. Os CNCs convencionais em geral, são capazes de armazenar até 10 blocos processados. Para se trabalhar em HSC, exige-se mais blocos de comandos processados no Block Buffer. Quando a velocidade programada para o avanço for maior

que a capacidade do CNC para interpretar e enviar informações de movimentações aos servo-motores, ocorrem limitações no avanço, podendo ocasionar duas situações distintas, em função das características do comando numérico utilizado5: - em comandos desatualizados, com limitações de recursos: quando a velocidade programada supera a capacidade do CNC, ocorrem solavancos na máquina durante o processo de usinagem, provocando descontinuidades na movimentação e resultando em acabamento insatisfatório; - em comandos modernos: se a mesma situação ocorrer, este irá reduzir a velocidade de avanço até se enquadrar em um valor que possa gerenciar. Com isto, permite um acabamento superficial adequado, mas reduz-se a velocidade

de avanço do processo. Funções especiais do CNC para trabalho em alta velocidade de avanço Para se trabalhar em HSC de forma mais eficiente, novos recursos estão sendo desenvolvidos e implementados nos CNC modernos para permitir maior velocidade de avanço em superfícies complexas. As principais funções especiais são: - Look ahead: comando que tem a finalidade de pré-processar blocos do programa NC, antes de sua execução, permitindo assim atingir maior velocidade de avanço. - Feed Forward: este comando reduz as imprecisões causadas pelas velocidades de deslocamento dos eixos e suas acelerações, quando se trabalha em alta velocidade. - Formas de aceleração (Comando Soft/Brisk): comando

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que define a forma de aceleração da máquina (suave/brusca). O modo Brisk de aceleração permite menor tempo de usinagem, entretanto as movimentações ocorrem de maneira brusca, podendo comprometer os mecanismos de acionamento da máquinaferramenta. - Transformação polinomial Spline: este comando transforma, em tempo real, várias linhas de comandos G01 de um programa NC tradicional, em uma equação polinomial. Um valor de tolerância é utilizado para aproximar o programa linear em uma equação polinomial, e deve ser definido em dados de máquina. Este recurso substitui a geração de programas Spline via software CAM. Entretanto, isto implica em outro processamento no CNC, podendo aumentar o TPB, além de requerer um outro valor de tolerância, Velocidade programada: 3.000 mm/min

necessário para esta transformação. - Arredondamento de cantos: esta função ajusta, em tempo real, pequenos raios nas conexões dos segmentos de retas de um programa NC, permitindo uma movimentação mais suave da máquina. A dimensão destes raios esta relacionada com um valor de tolerância e também deve ser definida em dados de máquina. Todos estes comandos estão sendo desenvolvidos para minimizar o problema do Tempo de Resposta da Máquina/|CNC (TRM), e com isso permitir que a máquina atinja maior velocidade de avanço em áreas complexas. Entretanto, atualmente ainda existem grandes lacunas para se atingir alta velocidade de avanço em áreas complexas. ANÁLISE DE PERFORMANCE DE UM EQUIPAMENTO/MÁQUINA CNC Mesmo utilizando todos os recursos de um CNC moderno, as limitações da velocidade de avanço ainda são observadas. SOUZA 5 utilizou um método para analisar a performance de dois comandos numéricos. Foi gerado um programa NC consistindo em uma movimentação linear composta por pequenos incrementos de retas. Foi utilizando uma velocidade de avanço relativamente elevada no programa NC. Observou-se que a

Velocidade real de avanço

Incrementos retilíneos de movimentação (eixo X)

CNC 1

CNC 2

0,2 mm

188 mm/min

844 mm/min

0,3 mm

281 mm/min

1266 mm/min

0,4 mm

375 mm/min

1688 mm/min 5

Tabela 1 - Máxima velocidade de avanço em função do incremento de movimentação

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velocidade de avanço programada não é condizente com a real; a velocidade real diminui proporcionalmente ao valor do tamanho do incremento utilizado para movimentação e se diferencia entre os dois CNC utilizados no teste. A Tabela 1 apresenta os resultados desta análise. O CNC 1 reduziu drasticamente a velocidade de avanço, além de resultar em solavancos durante a movimentação. Embora o CNC 2 tenha reduzido a velocidade de

avanço programado, não foi notado movimentação com solavancos. Concluindo, observa-se, na usinagem de moldes contendo formas complexas, que a velocidade de avanço máxima que a máquina consegue atingir durante uma usinagem depende de vários outros fatores, como programação NC, velocidade de processamento do CNC, dentre outros. Muitas vezes, a máquina não consegue atingir a velocidade definida no programa NC. Uma máquina pode ter elevadas velocidades de deslocamento e baixa capacidade de processamento do CNC, resultando em acentuadas reduções do avanço programado, como apresentado.


Com isso, é possível verificar que para a usinagem de formas complexas, muitas vezes, é relativamente mais importante

possua velocidade de resposta elevada e que permita atingir altas velocidades de avanço, ao invés de um eixo-árvore de alta rotação.

Com o simples método apresentado, pode-se verificar a velocidade de resposta de um equipamento máquina/CNC.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. SCHÜTZER, K.; SOUZA, A. F.: Concepção do produto e fabricação utilizando a tecnologia de usinagem em altíssima velocidade de corte. In: Anais do VI Congresso Nacional de Mecânica Aplicada e Computacional. Aveiro, Portugal. abr., 2000, p. 635-644.

4. SOUZA, A. F.: Contribuições ao Fresamento de Geometrias Complexas Aplicando a Tecnologia de Usinagem com Altas Velocidades. 187p. Tese de doutorado apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2004.

2. SCHULZ, H.: High Speed Milling Machines. In: Anais do Seminário Internacional de Alta Tecnologia-Usinagem com Altíssima Ve-locidade de Corte. Santa Bárbara d'Oeste, Out., 1996, p.1-5.

5. SOUZA, A.F.; SCHUTZER, K.: Interpolating free form tool path for high speed cutting technology. In: International Scientific Conference on Production Engineering, 7., 2001, Zagreb. Proceedings… P.i146-i154.

3. MÜLLER, P.; SOTO, M.: Usinagem sem refrigeração de furos e roscas. In: Anais do Seminário Internacional de Alta Tecnologia - Usinagem com Altíssima Velocidade de Corte, 1999, Santa Bárbara d'Oeste. Anais… Santa Bárbara

Adriano Fagali de Souza Doutor em Engenharia Mecânica pela Escola de Engenharia de São Carlos - EESC-USP; mestre em Engenharia de Produção e engenheiro de Produção Mecânica pela Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP. Atualmente é professor e pesquisador da Sociedade Eduacional de Santa Catarina SOCIESC. Estuda temas envolvidos com o desenvolvimento de produtos e fabricação analisando a cadeia CAD/CAM/CNC aplicando a tecnologia de usinagem em altas velocidades - HSC, para a fabricação de geometrias complexas. Desenvolve projetos para a implantação de novas tecnologias de fabricação em empresas nacionais e multinacionais.

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software planifica o produto, possibilitando distribuição das operações de estampagem e oferece análise de aproveitamento de material e simulação da tira feita em 3D. Esse processo gera automaticamente punções e matrizes com biblioteca de porta estampo e elementos padro-nizados. As outras duas soluções são utilizadas para o ferramental de peças repuxadas típicas na área de automobilística como tetos, laterais, portas e páralamas. É possível analisar cada uma das etapas desse processo que envolve repuxo, corte ou dobra, balan-ceamento de estampagem, entre outros. Esses pacotes, por serem parametrizados, permitem atualização fácil e rápida, acompanhando as modificações do produto. A empresa também dispõe para o setor o seu portfólio de soluções sob o conceito PLM - Gerenciamento do Ciclo de Vida do Produto. São eles: NX CAD e CAM, Tecnomatix e Teamcenter. UGS - Unigraphics Solutions do Brasil Ltda. (11) 4224-7155 latinoamericana@ugs.com

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inoxidável e ligas resistentes a altas temperaturas. Destaca-se por conter 4 canais com uma hélice de 45º, dois canais serrilhados e dois canais contínuos. Produz simultaneamente cavacos longos e curtos que são evacuados mais facilmente do que o tipo individual de cavaco, e representa uma solução nas aplicações de interpolações e cavidades.

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Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais


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diversos tipos de fluídos existentes, sendo possível obter um comparativo entre os diversos produtos disponíveis.

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prova de fluídos em geral e poeira. Sem o uso de baterias convencionais que são prejudiciais a natureza, opera com “bateria solar” por cerca de 70 minutos em ambientes com luminosidade inferior a 60lux. Mitutoyo (11) 5643-0040 vendas@mitutoyo.com.br

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JULHO

SETEMBRO

NOVEMBRO

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Ferramental

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Mec Minas Feira da Indústria Mecânica de Minas Gerais 31- 3371-3377 www.minasplan.com.br

3º Feira Sul-brasileira de Fornecedores da Indústria Automotiva 41- 3335-3377 www.diretriz.com.br

Alemanha Euromold Feira Internacional para o projeto e Produção de Moldes ++49 (0) 69/27 40 03-0 www.euromold.com

JULHO ! 6 a 8 - São Paulo-SP Cintec FerramentaisCongresso Internacional de Novas Tecnologias 47 - 461-0221 www.sociesc.com.br/cintec ! 25 a 28 - Belo Horizonte-MG 6º Congresso Anual da ABM 11-5536-4333 www.abmbrasil.com.br AGOSTO

OUTUBRO ! 25 a 27 - São Paulo-SP Corte e Conformação de Metais 11- 3824-5300 www.arandanet.com.br

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! 23 a 25 - São Paulo-SP

II Congresso Internacional do Alumínio 11-5084 1544 www.expoaluminio.com.br SETEMBRO ! 13 a 16 - Joinville-SC Cintec Automação e Mecânica Congresso Internacional de Novas Tecnologias 47 - 461-0221 www.sociesc.com.br/cintec ! 27 a 30 - São Paulo-SP CONAF 12º Congresso de Fundição 11 - 3266-5659 www.abifa.org.br

JULHO

SETEMBRO

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! 10 a 12 - São Paulo-SP 3º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes 11-5536-4333 www.abmbrasil.com.br

! 19 a 21 - São Paulo-SP Curso de Planejamento e Controle da Manutenção 11- 5575-1400 www.imam.com.br/cursos

10º Seminário de Atualidades Tecnológicas (elastômeros, plásticos, adesivos e moldes) 51- 589-4100 www.cetepo.rs.senai.br



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100

Moldes para a indústria do plástico

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Ferramentais e dispositivos para a indústria metal-mecânica

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Modelos e ferramentais para a indústria da fundição

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Outros tipos de ferramentais

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Compradora

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De ferramentais

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De ferramentais e dispositivos

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Fornecedora

700

Para a indústria de ferramentais

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Fabricante de

CAMPO 1

Fabricante de moldes para a indústria do plástico: 101

Elastômeros

105

Resinas fenólicas

109

Termoformagem

110

Outros (especifique)

102

Extrusão 106

103

104

Fibras de Vidro e Carbono

Rotomoldagem

107

Sopro

108

Injeção

Termofixos

Para: 111

Terceiros

112

Uso próprio

Projeto: 113

Interno

114

Terceiros

Protótipo: 115

Interno

116

Terceiros

Terceiros

222

Uso próprio

Projeto: 223

Interno

224

Terceiros

Protótipo: 225

Interno

226

Terceiros

Fabricante de ferramentais e dispositivos para a indústria metal-mecânica:

CAMPO 2

Ferramentais para:

201

Conformação de arame 204

Conformação de tubos

206

Dobra de chapas

207

Embutimento

210

Punções de corte

211

Punções de dobra

213

Repuxo

214

Outros (especifique)

Dispositivos para:

215 219

218

Soldagem

220

Outros (especifique)

202

Corte de chapas

203

Controle/Inspeção

208

Conformação de perfis

205 Estampo

212

216

Corte fino (fine blank) 209

Forjamento

Punções de repuxo

Montagem

Para: 221

217

Rebitagem

Usinagem

CAMPOS 3 - 4 - 5 - 6 e 7


CAMPO 4

CAMPO 3

Fabricante de modelos e ferramentais para a indústria da fundição: Em:

301

Isopor (PU)

302

Para:

305

309

Baixa pressão

313

Shell-molding

314

Outros (especifique)

Cold-box

Madeira

306

310

303

Hot-box Microfusão

304

Metal

Para: 315

Resina

307

Coquilha

308

311

Moldagem em areia

316

* Uso próprio

* Sua empresa é fundição de

Sob pressão 312

Terceiros

317

Reo-colato

Metais ferrosos

318

Metais não ferrosos

Projeto: 319

Interno

320

Terceiros

Protótipo: 321

Interno

322

Terceiros

Terceiros

408

Uso próprio

Projeto: 409

Interno

410

Terceiros

Protótipo: 411

Interno

412

Terceiros

Fabricante de outros tipos de ferramentais: Para a indústria:

401

Alimentícia

405

402

403

Cerâmica

Para: 407

Cosmética

Farmacêutica

404

Do vidro

406

Outros (especifique)

CAMPO 5

Compradora de ferramentais: assinale qual(is) o(s) segmento(s) de atuação de sua empresa 502

Água e Saneamento

503

501

Aeronáutico

507

Brinquedos

514

Embalagens metálicas

519

Máquinas e implementos

523

Movimentação e Armazenagem (equipamentos)

508

509

Calçados

527

Utensílios domésticos

528

Outros (especifique)

515

Alimentos

Construção civil

Embalagens plásticas

520

510

516

Máquinas em geral

Áudio e Vídeo

Cosméticos

Moveleiro

Químico

522

525

505

511 517

Farmacêutico

521

524

504

Automobilístico/Auto-peças

Elétrico

512

Eletrodomésticos

Hospitalar

518

Informática

506

Bebidas

513

Eletrônico

Vestuário

Telecomunicações

526

Transporte (motos, bicicletas, triciclos)

CAMPO 6

Usuária de ferramentais e dispositivos: assinale qual(is) o(s) processo(s) utilizado(s) em sua empresa 602

601

Conformação a frio

605

Conformação de tubos

610

Embutimento

606

611

618

Conformação a quente Corte de chapas

Estampagem

Rotomoldagem

617

Repuxo

624

Outros (especifique)

612

603 607

Extrusão

619

Sopro

Conformação de arame Corte fino (fine blank)

613

620

Flashless

614 621

Termofixos

604

608

Conformação de perfis

Dobra de chapas

Forjamento

615 622

Termoformagem

609

Injeção

Elastômeros 616

Usinagem

Laminação 623

Wasteless

Fornecedora para a indústria de ferramentais de: 701

Análise estrutural

707

Óleos e Lubrificantes

712

Resinas para moldes

716

Outros (especifique)

702 708 713

Análise reológica Polimento Texturização

703

709 714

Bico/Câmara quente

Programação CNC

704

710

Tratamento superficial

Projetos 715

CAMPO 7

Para os itens abaixo, especifique o produto: 717

Acessórios para ferramentais:

718

Equipamentos:

719

Ferramentas de corte:

720

Máquinas ferramenta:

721

Matéria prima:

722

Serviços:

723

Softwares administrativos:

724

Softwares industriais:

725

Outros (especifique)

Data:

/

/

Design

Assinatura:

711

705

Gravação

706

Prototipagem rápida

Tratamento térmico

Modelagem


MOLDES PARA INJEÇÃO DE TERMOPLÁSTICOS

TECNOLOGIA DOS PLÁSTICOS Walter Michaeli, Helmut Greif, Hans Kaufmann e Franz-Josef Vossebürger

Júlio Harada

O livro "Tecnologia dos Plásticos" é dividido em 20 lições que tratam, de forma facilmente compreensível, o escopo da abrangente área dos plásticos, desde os fundamentos químicos passando pelos processos de transformação até a problemática do lixo e a questão da reciclagem dos plásticos. No anexo é citada a literatura complementar e fornecido um glossário apresentando novos conceitos para facilitar o entendimento do assunto. As perguntas dirigidas no início de cada lição devem auxiliar o leitor a trabalhar e entender o texto. Os exercícios de controle ao final de cada lição permitem testar seu conhecimento. É possível, através da concepção didática deste livro, obter o auto-aprendizado. Desta forma, a competência profissional e metodológica do leitor é aumentada. O livro texto é produzido de maneira a atender às futuras exigências de uma especialização profissional moderna. Para ampliar o atendimento sobre plásticos e a associatividade a um caso prático, é utilizado um exemplo (compact disk - CD), que aparece em várias lições. www.blucher.com.br

AS ESTAMPAS

Este livro é uma obra simples e objetiva, que enfoca com profundidade as técnicas para a moldagem por injeção de termoplásticos. Cada capítulo foi planejado para constituir uma unidade expositiva completa e rigorosamente fiel à fórmula pedagógica adotada pelo autor. Assim, ele começa por conceituar os materiais plásticos e as máquinas. A seguir discute o projeto do produto e em seguida o projeto do molde. Nos últimos capítulos ele trata dos problemas mais comuns na moldagem, das técnicas para obtenção de ciclos mais rápidos e dos problemas e soluções decorrentes da contaminação das peças plásticas É um livro texto para as escolas técnicas e de engenharia e é uma leitura recomendada para projetistas de peças plásticas e de moldes, e também para os profissionais envolvidos com a injeção de peças e que estão interessados em se reciclar e atualizar e seus conhecimentos. www.artliber.com.br

R. Méroz e M.Cuendet

Este livro, destinado ao ensino das escolas técnicas, e em especial ao ensino dos mecânicos especializados em estampas, será muito útil aos escritórios técnicos, oficinas mecânicas e mestres. Indispensável a todos que têm relação com estampas.A fabricação de peças por estampagem, constitui um meio importante e racional para peças em série. Estas podem ter infinitas formas, planas ou curvas, formas complicadas. Inclusive para peças fluidas ou matrizadas. Os principais tópicos são: cortes; matrizes; punções; arrancadores e extratores; estampas automáticas, de afiamento e diversas; máquinas especiais para usinagem das estampas; embutimento; afiamento, manutenção e corte; moldes; tipos de moldes para injeção dos termoplásticos; generalidade sobre a formação dos termofixos. www.livrarianacional.com.br

Agie Charmilles....................................................24 Artis Matriz..........................................................12 Brasimet..............................................................28 Btomec................................................................36 Casa do Ferramenteiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 6 Cimhsa................................................................11 Fastparts..............................................................15 GFM....................................................................16 Guhring...............................................................27 Herten...................................................................7 Husky..................................................................17 Incoe...................................................................45 Indufer................................................................25 Intermach...........................................................50 Iscar...........................................................................2ª capa Jung Industrial...................................................................41 Karb Tools...........................................................34

Khone.................................................................42 MT Ferramentas...................................................42 Parkfer.................................................................45 Polimold..............................................................39 Plastibras.............................................................47 Precitéc...............................................................29 Render................................................................28 Sandvik......................................................................4ª capa Siemens.........................................................................5, 16 Simplás...............................................................49 Sociesc...............................................................16 Taike..................................................................46 Tecnoplast..........................................................22 Tecnoserv..........................................................35 ThyssenKrupp.....................................18,19,20,21 Truff...................................................................47 UGS...........................................................................3ª capa Julho/Agosto 2005

Ferramental

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Revista Ferramental Edson Miranda Presidente da CSFM Câmara Setorial de Ferramentarias e Modelações, da Abimaq Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos

Quando fomos procurados pelo Christian Dihlmann, nosso velho conhecido do segmento de Ferramentaria e Modelação, trazendo a idéia de uma revista técnica especialmente dirigida a esse segmento tão carente de informações, ficamos muito satisfeitos. O segmento de Ferramentaria e Modelação é ainda uma grande incógnita, onde não sabemos sequer o número exato de empresas existentes no Brasil: fala-se em mais de 3.500, quando consideramos também as chamadas “cativas”. Quanto ao faturamento, então, nem pensar. Outras informações importantes das quais não dispomos dados são o número de empregos gerados, o volume de importações e exportações, as competências efetivas, enfim, os dados básicos para elaboração de uma radiografia do setor. A Abimaq - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, entidade representativa dos fabricantes de máquinas e ferramentas, por meio de sua Câmara Setorial de Ferramentarias e Modelações - CSFM, agrupamento que representa as ferramentarias, modelações e estamparias, por considerar este fato e o potencial do segmento, já fez diversas tentativas para desenhar um panorama geral desse importante setor, porém sempre com resultados infrutíferos. Acreditamos que agora, com o lançamento da revista Ferramental, possamos obter um diagnóstico do setor. Neste mês de julho na Feira Intertooling Brasil' 2005, ocasião em que muitas ferramentarias e modelações participam, é uma oportunidade para avaliarmos nosso ranking dentro do cenário internacional, possibilitando saber qual a real posição que o Brasil ocupa no mercado mundial. Sabemos que o setor tem diversas carências, de mão-de-obra eficiente, de financiamento para aparelhamento das empresas, entre outras não menos importantes. A CSFM lança nessa feira o Projeto “Ferramentaria do Futuro”, que busca minimizar esses problemas, apoiando e auxiliando principalmente a micro e pequena empresa, o grande universo desse setor. Nesse aspecto, a revista Ferramental será de grande valia, auxiliando decisivamente nessa tarefa. A revista vem preencher uma lacuna no setor, até então carente de informações, principalmente técnicas e gerenciais. Nossos parabéns ao Christian, seu editor, um entusiasta da boa formação e do saneamento deste importante segmento da economia brasileira.

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Ferramental

Julho/Agosto 2005


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