Ganhos financeiros e operacionais significativos podem ser obtidos com uma central de compras
Conheça diversos recursos que os simuladores de injeção em 3D podem oferecer
DESTAQUE
REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
ANO IV - Nº 23 - MAIO/JUNHO 2009
REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
ANO IV - Nº 23 - MAIO/JUNHO 2009
Ganhos financeiros e operacionais significativos podem ser obtidos com uma central de compras
Conheça diversos recursos que os simuladores de injeção em 3D podem oferecer
DESTAQUE
REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
ANO IV - Nº 23 - MAIO/JUNHO 2009
Ganhos financeiros e operacionais significativos podem ser obtidos com uma central de compras
Conheça diversos recursos que os simuladores de injeção em 3D podem oferecer
DESTAQUE
Christian Dihlmann Editor
sunto técnico e comercial, fechamento da negociação e avaliação do acordo final. São estratégias que exigem raciocínio e postura irrepreensível do negociador.
Planejar e agir rumo ao sucesso Estamos diante de um gigantesco obstáculo! A atitude que tomarmos frente a esse problema será o grande diferencial para a solução. É certo que haverão mais dificuldades à nossa frente. Entretanto, se colocarmos na mente que podemos superá-las, encontraremos os meios para que isso realmente aconteça. O cientista francês Louis Pasteur já citava, no século XIX, que a diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana. E essa vontade exige esforço e dedicação no aprendizado profissional, sobremaneira para que possamos nos destacar no meio empresarial em que estamos inseridos. Na seção Radar dessa edição abordamos o tema empregabilidade, justamente para iniciar a reflexão sobre o motivo de sua contratação, caro leitor. Por que você foi contatado? Pense com carinho! A reciclagem dos conhecimentos, o comprometimento, a rede de relacionamentos e a postura pessoal são, sem dúvida, as bases para uma carreira sólida. Também é necessário atentar para as vertentes técnica, administrativa e comercial da empresa. Você deve saber comprar e vender. Um artigo traz especificamente informações sobre a vantagem competitiva das centrais de compras, identificando que, novamente, a união de empresas afins tende a reduzir custos e tempos de produção. Para comprar, precisamos aprender a negociar com base em regras básicas de vendas, a saber: preparação para a negociação, prospecção no real interesse do comprador, manutenção de clima positivo na reunião, exposição clara das vantagens do produto, domínio do as-
Na administração, entre tantas frentes, é fundamental manter os recursos produtivos em operação. Assim, aplica-se aqui, com maestria, a manutenção produtiva total para garantir a funcionalidade e produtividade dos equipamentos, assunto amplamente discorrido em artigo publicado nas próximas páginas. Não menos importante, as inovações tecnológicas devem estar presentes no dia-a-dia da área técnica da companhia. O emprego de sistemas de simulação computadorizada tem contribuído significativamente para extrair o máximo de rendimento dos recursos produtivos. Nessa edição apresentamos um artigo que discorre sobre as nuances da análise tridimensional assistida por computador para o processo de injeção de termoplásticos. Complementando a série de informações disponibilizadas pela Ferramental para você, leitor, a seção Jurídica apresenta a Lei do Bem, através da qual é possível obter benefícios fiscais consideráveis em troca de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, que geram competitividade e ganhos financeiros para a própria empresa. Retomando o assunto sobre o Encontro Nacional de Ferramentarias, a realizar-se em São Paulo no mês de julho, importa ressaltar o caráter histórico do evento, pois ali será discutido o planejamento estratégico e serão propostas as ações para buscar a sustentabilidade do setor ferramenteiro do Brasil nas próximas duas décadas. Contamos com você, empresário ferramenteiro, para que juntos façamos o melhor plano de ação. Agende-se para o dia 17 de julho! Somente com ações planejadas e metodologias de trabalho teremos resultados efetivos para alcançarmos a competitividade a nível nacional e, quiçá, mundial. Para tanto, é necessário arregaçar as mangas, todos, e botar a mão na massa. Como disse Henry Ford, “reunir-se é um começo, permanecer juntos é um progresso, e trabalhar juntos é o sucesso”.
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Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X
15 Criando vantagem competitiva com uma central de compras O crescente nível de exigência em produtividade e redução de custos a que as empresas são submetidas diariamente remete a busca de alternativas que extrapolam o universo fabril. A operação com centrais de compras é uma tendência viável para a aquisição de suprimentos com preços mais adequados e que refletirão em melhor competitividade para a empresa.
DIRETORIA Christian Dihlmann Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Jefferson de Oliveira Gomes, Cristiano V. Ferreira, Rolando Vargas Vallejos
25 Análise tridimensional da moldagem por injeção As diversas ferramentas de projeto e engenharia assistidas por computador permitem extrair o máximo de rendimento das ferramentas de injeção. Um dos grandes destaques são os sistemas para simulação do processo de injeção antes mesmo do início da construção dos ferramentais.
PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 christian@revistaferramental.com.br Representante Ívano Casagrande (51) 3228-7139 / 9109-2450 casagrande@revistaferramental.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 9919-9624 adm@revistaferramental.com.br
37 MPT - Manutenção Total Produtiva: Uma importante ferramenta de gestão da cadeia produtiva - Parte I A manutenção produtiva total (MPT) deve ser vista como uma importante função dentro da política estratégica empresarial na obtenção de resultados de uma organização, de modo que a empresa possa atingir índices competitivos de mercado referentes à qualidade e produtividade
Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br Produção gráfica Martin G. Henschel Pré impressão (CtP) e impressão Maxigráfica - (41) 3025-4400 www.maxigrafica.com.br A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente, com tiragem de 5.000 exemplares. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matérias-primas, acessórios e periféricos, máquinasferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. A revista Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações.
EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC
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Foto da capa:
Forno de refusão para aços especiais. Foto cedida por Schmolz + Bickenbach, de São Paulo, SP
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O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br
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Li o trabalho sobre calibração na Ferramental ano IV n° 20 e achei muito interessante. Permita-me então perguntar qual é a diferença entre calibrar e aferir um instrumento de medição? Antoninho Drews
Paulo Ancona - Ancona Ferramentaria de Precisão - São Paulo, SP
Karmann Ghia - Diadema, SP
Recebi a edição março/abril da Ferramental e gostei muito do artigo sobre Remuneração Estratégica. Ariel Lijtenstein
Aferição e calibração são a mesma coisa. No Brasil, esta operação que consiste em comparar o instrumento com um padrão conhecido para identificar os erros do instrumento, era denominada aferição. Porém, no restante do mundo esta mesma operação era denominada calibração. Quando, na década de 90, o INMETRO iniciou o processo de reconhecimento internacional, foi necessário unificar a terminologia (vocabulário) de metrologia. Então, em março de 1995, foi adotado no Brasil o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM). A partir desta data (10/03/1995) o termo aferição passou a ser calibração. Durante um período de transição foi aceito o termo aferição inclusive em laudos e relatórios, até que todos os laboratórios se adaptassem, porém atualmente o termo aferição não deve mais ser utilizado. Mas sabemos que o País tem uma cultura metrológica e essas mudanças são lentas, então o pessoal com mais experiência na área de qualidade e instrumentação continua utilizando até hoje o termo aferição. Encaminho anexo a portaria 29 que implementou o VIM no Brasil. Cleber Valle K&L Laboratório de Metrologia, gerencia.sjp@kellab.com.br
Robtec Ferramentaria e Protótipos - Diadema, SP
Parabéns pela revista Ferramental.
Rogério Boquino Tecpres - Louveira, SP
Julgamos ser muito interessante termos acesso na área produtiva às informações presentes na Ferramental em virtude da elevada qualidade e do conteúdo das edições. Para tanto solicitamos um exemplar adicional da revista. Bruna Mara Cardoso - Plastibrás - Joinville, SC Mudamos de endereço e gostaríamos muito de continuar recebendo a Ferramental, pois a mesma tem nos ajudado muito. Sarah JCM Equipamentos - Mogi Mirim, SP
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Parabéns pela revista. Está com um conteúdo técnico excelente.
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Sou engenheiro de produto e desenvolvo protetores térmicos automotivos. Coordeno grupos de melhoria em setup e desenvolvimento de ferramentais para embutimento e repuxo de chapas. Sou leitor assíduo da revista Ferramental que sempre foi fonte de consulta para nossos trabalhos. Marcelo Tavares - Dana - Gravataí, RS Agradecemos os contatos de: Carla Jociane Malon Winter Industrial - Joinville, SC Leonardo Clavell Estudante de Engenharia - São Paulo, SP Marcos Milani MM Indústria Mecânica - São Paulo, SP Gláucia Thayse Tonon Manfer Ferramentaria e Usinagem - Joinville, SC Hamilton Nunes Costa Robert Bosch - Campinas, SP Maurício Rosenstock RK Ferramentaria - Campina Grande do Sul, PR Ana Paula Vaskevicz Semeato Indústria e Comércio - Passo Fundo, RS Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.
Como está sua empregabilidade? Por Antônio Roberto Szabunia redação@revistaferramental.com.br
1 Head hunter: do inglês, significa caçador de cabeças. Todavia, na linguagem de recursos humanos significa um profissional que busca pessoas talentosas, portanto, é um especialista em recrutamento. Dedica-se a encontrar a pessoa certa para ocupar um cargo importante na empresa que o contratou. Geralmente essa empresa necessita de contratação rápida e sigilosa.
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Paulo Ricardo Mubarack
Leia: - Case, Thomas A.; Botelho, Joaquim M.; Gerenciamento da carreira do executivo brasileiro: uma ciência exata, Editora Catho - Case, Thomas A.; Como conseguir emprego no Brasil do século XXI, Editora Catho - Torres, Ofélia De L. S.; Empregabilidade negociada, Editora Atlas 8
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AEA DESCRIÇÃO Razão social: Associação Brasileira de Engenharia Automotiva Endereço: Rua Salvador Correia, 80
Bairro: Aclimação
CEP: 04109-070
Estado: SP
Cidade: São Paulo
Fone: (11) 5575-9043
Fax: (11) 5575-9043
e-mail: aea@aea.org.br
Site: www.aea.org.br
DIREÇÃO Presidente: José Edison Parro
Mandato: 2008 - 2009
Contato primário: Jacqueline Sombra Bezerra
e-mail: jacqueline@aea.org.br
CARACTERIZAÇÃO Objetivos: Entidade constituída para ser um foro neutro de debates sendo um centro catalisador de soluções. Congrega engenheiros e técnicos de comprovada experiência provenientes de vários segmentos, onde são constituídos grupos de trabalho entre seus associados que resultam na formulação e determinação de políticas direcionadas para o conjunto de conhecimentos científicos relativos à mobilidade. É a única entidade totalmente brasileira no segmento. Setor de atuação: Automobilístico, autopeças, órgãos governamentais, universidades, institutos de pesquisa. Perfil do associado: Pessoas físicas ou jurídicas ligadas ao setor automobilístico.
SERVIÇOS OFERECIDOS
EVENTOS PROMOVIDOS
! Subsidiar governo, indústria, comércio, instituições de ensino e de pesquisa, categorias profissionais e público em geral, na solução de problemas afetos ao campo técnico ! Colaborar com órgãos governamentais, universidades e institutos de pesquisa, na elaboração de normas técnicas, regulamentos, pareceres, laudos técnicos e estudos especiais ! Manter intercâmbio e colaboração com entidades similares estrangeiras e nacionais ! Contribuir para o desenvolvimento da engenharia e da tecnologia em todas as suas formas e modalidades ! Apresentar e apoiar trabalhos científicos, técnicos e tecnológicos de seus associados ! Mantém um canal permanente de comunicação com diversos Ministérios, onde participa de grupos de trabalho de assuntos de interesse nacional com entidades internacionais ! É filiada a FISITA (Féderation Internationale dês Sociétés d'Ingeénieurs dês Techniques de L'Automobile), entidade mundial que congrega as principais sociedades de engenharia automotiva de 36 países
! SIMEA - Seminário Internacional de Engenharia Automotiva ! Prêmio AEA de Meio Ambiente ! Seminário: Eletro-Eletrônica Aplicada a Mobilidade ! Simpósio Internacional de Combustíveis, Biocombustíveis e Aditivos ! Seminário de Segurança Veicular ! Seminário Motores Diesel: Durabilidade na utilização de Biodiesel ! Simpósio Internacional de Lubrificantes e Aditivos ! Cursos diversos (2009): ! Motores de Combustão Interna; Análise de Ciclo de Vida e Desenvolvimento de Produtos Sustentáveis; Ecodesign: Integrando Reciclabilidade no Desenvolvimento de Projetos Automotivos; Básico de Freios; Plásticos para a Indústria Automobilística; Avaliação e Caracterização de Materiais; Análise de Falhas com Ênfase a Confiabilidade; Suspensão Veicular; Projeto de Climatização Veicular; A Contribuição da Tecnologia para o Design Automobilístico; Combustíveis, Lubrificantes e outros Fluídos Automotivos; Dinâmica Veicular.
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Encontro MOLDES 2009
Buscando consolidar a aproximação entre todos os elos da cadeia de ferramentas, moldes e matrizes, a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração - ABM realizará o Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes - Moldes 2009 nos dias 15 e 16 de julho, em conjunto com a Intertooling, feira de tecnologia de ferramentas que se estenderá de 14 a 17, no ExpoCenter Norte, em São Paulo. “A novidade visa unir forças e buscar sinergias, propiciando maior integração e benefícios aos participantes”, segundo Wagner Aneas, diretor da W. Annex e um dos coordenadores do Moldes 2009. Em sua 7ª edição, o evento contará com palestras de especialistas reconhecidos pelo segmento e que falarão sobre as tendências e perspectivas de mercado, principalmente sob a ótica da indústria automobilística, inovação tecnológica e gestão. “O Brasil tem um potencial muito grande em termos de ferramentaria, com boas empresas que sabem produzir tecnicamente, mas que talvez tenham problemas na gestão do negócio. Aspectos como esse precisam ser solucionados para que toda a cadeia seja fortalecida, principalmente no atual momento da economia. Aliás, extremamente propício para repensarmos nossas estratégias e estarmos mais bem preparados para a retomada do crescimento”, afirma Aneas. Nas sessões técnicas, serão apresentadas várias experiências empresariais bem-sucedidas que trouxeram grandes benefícios, como a melho12
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ria da qualidade do produto e a redução de custos. Empresas de expressão na cadeia de fornecedores, como a Villares Metals, a Sandvik e a Bodycote Brasimet, já confirmaram patrocínio. “Trata-se de uma grande plataforma técnica para o segmento de ferramentaria e uma vitrina perfeita para a exposição dos especialistas e produtos. Por isso, a Bodycote Brasimet apóia e continuará a apoiar esta iniciativa da ABM”, afirma o gerente Nacional de Engenharia e Desenvolvimento, Shun Yoshida. O evento é direcionado para projetistas, fabricantes, fornecedores e usuários de ferramentas.
ABM 11 5534 4333 www.abmbrasil.com.br
Autodesk lança linha 2010 A Autodesk, fabricante de programas computacionais voltados para engenharia, lançou em final de março sua nova linha de produtos para o setor metal-mecânico AutoCAD 2010 e Autodesk Inventor 2010. “A oferta de programas 2D e 3D poderosos permite que empresas de qualquer porte - não só os grandes empreendimentos enfrentem a concorrência em escala global”, afirmou Robert Buzz Kross, vice-presidente sênior do Grupo de Manufatura. “Com a linha de produtos 2010 os clientes podem alcançar um nível de colaboração inédito entre as equipes de desenho industrial, engenharia,
manufatura e marketing” conclui o executivo. Chris Bradshaw, vicepresidente sênior e líder global de marketing, completa que a empresa pretende atingir faturamento global de 2,32 bilhões de dólares em 2009. Na nova versão, o AutoCAD inclui uma série de recursos automatizados, a fim de facilitar o trabalho do projetista e conduzir a migração para a tecnologia 3D de forma mais confortável. As inovações no software contemplam criação de formas livres, suporte avançado para arquivos no formato PDF, desenho paramétrico, impressão 3D, blocos dinâmicos e novo formato dos arquivos DWG. Já o Inventor oferece mais eficiência e produtividade para projetos 3D, simulação, criação de peças plásticas e intercâmbio de dados, além de ser uma solução para a prototipagem digital. A linha de produtos Inventor inclui ainda um novo aplicativo, o Autodesk Inventor Tooling, que acompanha a versão Professional, para projeto de peças moldadas complexas. O aplicativo inclui ferramentas automatizadas que utilizam o protótipo digital para criar e validar rapidamente os projetos completos de moldes, visando a redução de erros e a melhoria de desempenho dos moldes. Autodesk 11 5501 2500 www.autodesk.com
Sul Contrata 2009
A 39ª Sulcontrata - Feira de Subcontratação Industrial será realizada como evento paralelo a Intermach 2009, em função da parceria entre a Bolsa de Negócios e Subcontratação de Santa Catarina e a Messe Brasil. Segundo o presidente da Bolsa, Paulo Ayrton Buchmann, o crescimento da feira é superior a 70%. “Temos a certeza do sucesso da 39ª Sulcontrata porque o evento é uma grande oportunidade para divulgar as empresas expositoras, seus produtos e buscar novos clientes. Tudo isso graças à qualidade dos nossos expositores, dedicação e eficiência dos diretores da Bolsa e de nossos colaboradores”, garante Buchmann. Em 2009 será a sexta edição da Sulcontrata realizada em parceira com a Messe Brasil. A Intermach 2009 será realizada de 15 a 19 de setembro, na Expoville, em Joinville/SC e terá também, em pa-
ralelo, o Cintec 2009 Mecânica e Automação - Congresso de Inovação Tecnológica. Bolsa de Negócios e Subcontratação de Santa Catarina 47 3455 3780 www.bolsasc.com.br
Hexagon lança sua primeira MMC nacional A fabricante mundial de equipamentos de medição, Hexagon Metrology, apresenta sua máquina de medição por coordenadas (MMC) que será fabricada no Brasil. “Em primeira instância será uma máquina que terá índices de nacionalização gradativos, uma vez que muitos componentes são difíceis de encontrar no mercado nacional”, afirma Danilo Lapastini, Diretor Executivo da empresa. A Inspector BR é projetada e será fabricada pela Hexagon como máquina de medição por coordenadas CNC para pequenas e médias medições dimensionais, oferecendo vantagens na relação preço-desempenho. A Inspec-
tor BR é adequada para aplicações industriais, tais como inspeção inicial e final de peças, qualificação de dispositivos de inspeção e controle de processo, especialmente para pequenos e médios componentes. Suas principais características técnicas englobam: desenho triangular na ponte de medição que pro-
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porciona elevada rigidez, dandolhe precisão e alta estabilidade (Tricsion - patente DEA); mesa de granito rígida e estável, resistente a vibrações, construída em peça única com rabo de andorinha patenteado usinado em granito para melhorar a precisão e a repetitividade; acionamento por motores remotos a fim de reduzir a massa móvel em movimentos de alta velocidade, que dissipam o calor para longe da estrutura da máquina; projeto de contrabalanceamento pneumático patenteado; escalas Aurodur® de alta resolução da Heidenhain com coeficiente de expansão térmica certificado; controlador fixado na máquina com liberdade de movimentos e; proteção leve para redução de peso, melhorando a velocidade e a aceleração. Hexagon 11 5525 6015 www.hexagonmetrology.com.br
Monitoramento remoto de processo O Centro de Competência em Manufatura - CCM, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, desenvolve aplicativos web para transmissão, via internet e em temporeal, de imagens, vídeos e dados referentes a processos de usinagem executados em seu centro de pesquisa. O objetivo principal é proporcionar aos clientes a possibilidade de acompanhar a qualidade de suas pesquisas podendo visualizar, discutir e analisar processos a distância, não tendo o trabalho de deslocar equipes técnicas para uma avaliação. Esta iniciativa é motivada pela Associação de Inteligência em Manufatura - AIM, que é composta de 9 empresas investidoras no estado da arte de suas tecnologias aplicadas no CCM do ITA para estudos e pesquisas. As empresas são a Balzers, Blaser Swisslube, Hermle, Pro-
totyp, Sandvik Coromant, Siemens, Titex, UGS e Villares Metals. O processo é realizado com a utilização de duas câmeras e um microfone devidamente instalados e posicionados em uma estação de usinagem, a partir da qual é feita a captação do vídeo e sua transmissão em tempo-real na internet. O vídeo é armazenado em um banco de dados e poderá ser disponibilizado para pesquisas posteriores.
Instituto Tecnológico de Aeronáutica 12 3947 5814 www.ita.br/ccm
CONEXÃO WWW A Rede Metrológica do Estado de São Paulo é uma associação, sem fins lucrativos, criada por empresários, entidades de ensino, de ciência e tecnologia, com a incumbência de congregar pessoas físicas e jurídicas para a promoção e o desenvolvimento da metrologia no âmbito do Estado de São Paulo. Sua missão é promover a cultura metrológica, o desenvolvimento da competência dos laboratórios, a demanda de serviços metrológicos e o relacionamento dos associados junto as instituições com interface em metrologia. A Rede Metrológica do Estado de São Paulo tem como principais objetivos: desenvolver programas de treinamentos e capacitação para profissionais da metrologia; disponibilizar banco de dados sobre laboratórios e serviços metrológicos; cadastrar consultores em metrologia para assessoria técnica aos laboratórios; instalar comitês técnicos para discussão de temas específicos e a realização de programas interlaboratoriais; representar os interesses dos laboratórios e da comunidade metrológica e; contribuir para o desenvolvimento das Redes Brasileiras de Laboratórios de Ensaios e Calibração - RBLE e RBC. www.remesp.org.br A Associação Brasileira de Fundição - ABIFA, fundada em 1969, representa o segmento de fundição junto aos diversos públicos do setor. O compromisso que inicialmente se prendia apenas ao desenvolvimento tecnológico das empresas de fundição foi ampliado com a atuação nacional, enfatizando temas políticos, econômicos e sociais visando a defesa e o desenvolvimento comercial do setor. Na página eletrônica da ABIFA o usuário tem acesso à comissão técnica CB-59, que trabalha em conjunto com a ABNT para a normalização no campo da fundição, compreendendo a fundição de ferro, de aço e de não-ferrosos, insumos, matérias-primas e resíduos. Pode ainda navegar na seção de cadernos técnicos, acessando um acervo de informações técnicas relativas ao segmento, conhecer e interagir com os diversos grupos de trabalho que compõe as comissões técnicas e informar-se sobre cursos e eventos. Há apontadores para entidades relacionadas ao segmento, bem como notícias sobre o mercado. Destaque para a seção livros, que recomenda extensa bibliografia setorial. www.abifa.org.br
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JORGE DE PAIVA CAMPOS - jorgepaiva@uol.com.br
Criando vantagem competitiva com uma central de compras
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crescente nível de exigência em produtividade e redução de custos a que as empresas são submetidas diariamente remete a busca de alternativas que extrapolam o universo fabril. A operação com centrais de compras é uma tendência viável para a aquisição de suprimentos com preços mais adequados e que refletirão em melhor competitividade para a empresa.
O século XXI se inicia com a intensificação da globalização da economia e, portanto, com a ampliação das relações econômicas, políticas e institucionais entre países. Sabe-se que o processo globalizante representa um aumento significativo da competência das firmas que pretendem se manter competitivas no mercado. Assim, as pequenas e médias empresas (PMEs) que compõem este cenário e, por sua vez, representam uma saída importante para a geração de emprego e renda, precisam de mecanismos eficazes para sua inserção nesse contexto econômico. Nota-se que uma das causas das dificuldades de as PMEs caminharem sozinhas é devida, em grande parte, ao desequilíbrio ocasionado por uma economia em desenvolvimento que, submetida às regras dos nossos credores, colocam em risco a sobrevivência deste setor. Logo, a importância dos fornecedores é maior a cada etapa da produção e as PMEs estão percebendo isto. Uma providência neste
sentido é a organização conjunta por meio da central de compras, que tem como propósito diminuir o distanciamento entre os consumidores de matéria-prima dos seus fornecedores. Apontamentos dão conta que qualquer indústria, seja ela doméstica ou internacional, que produza um produto ou um serviço, está sujeita às ações das regras da concorrência [1]. E para tanto, está englobada nas cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade (figura 1).
Este estudo não tem por objetivo caracterizar detalhadamente cada uma dessas forças, mas sim mostrar, em uma visão geral, que para a formulação estratégica competitiva é necessário o conhecimento dessas cinco forças. Este conhecimento será a base para a formulação de táticas de ataque e defesa contra essas forças. A estrutura industrial tem uma forte influência na determinação das regras competitivas. Portanto, na escolha das estratégias dispo-
Figura 1 - Forças atuantes na formulação estratégica competitiva Maio/Junho 2009
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níveis para a central de compras, há de se definir qual critério ou política poderá levá-la a liderança competitiva em algum produto ou serviço, ou seja, onde ela pode vencer a concorrência. O quadro geral de uma empresa depende do meio onde ela se encontra e dos aspectos competitivos. No desenvolvimento de uma estratégia há duas questões fundamentais sobre as quais a empresa deve trabalhar: - a estrutura ou a atratividade da indústria em que a empresa compete, pois se sabe que algumas indústrias são mais lucrativas que outras e é preciso que se conheça o potencial de lucratividade; - a posição da empresa dentro do seu próprio segmento, considerando que em qualquer um, independente do ramo, há empresas com diferentes níveis de lucratividade.
Liderança em custos A liderança em custo talvez seja a mais clara das três estratégias genéricas [1]. Se uma empresa pode alcançar e sustentar a liderança no custo total, então ela será uma competidora acima da média em seu segmento, desde que possa manter o comando dos preços na média da indústria ou perto dela. Um líder no custo deve obter paridade ou proximidade com base na diferenciação relativa a seus concorrentes para ser um competidor acima da média, muito embora conte com a liderança no custo para sua vantagem competitiva. Quanto menor o custo, maior será a produtividade global e, consequentemente, melhor o desempenho da empresa. Para se manter no mercado, uma empresa precisa obter uma vantagem competitiva substancial, algo mais que as outras para oferecer e evitar que seja imitada.
Uma vantagem competitiva é sempre um passo significativo frente aos concorrentes. A empresa passa a ter posição privilegiada no mercado quando possui preços altos, que geram lucro maior com quantidade vendida menor, ou custos totais mais baixos, gerando lucro maior com grandes quantidades vendidas. Como em uma economia livre quem determina o preço é o mercado, a empresa que conseguir produzir a um custo mais baixo obterá vantagens. Surge então, no caso da Central de Compras, uma vantagem competitiva em custo.
Diferenciação O segundo tipo de posição vantajosa é a diferenciação, onde a empresa procura ser única em seu segmento ao longo de alguns critérios valorizados pelos principais compradores. A empresa deve selecionar um ou mais atributos que muitos compradores consideram importantes. Caso ela se posicione com destaque para satisfazer tais necessidades, pode ser compensada com um preço-prêmio, devido a sua singularidade. Uma empresa que se diferencia pode fornecer benefícios aos seus clientes em áreas importantes da indústria, fazendo com que os mesmos paguem o preço mínimo fixado. Sabe-se que os preços mínimos dão margem superior nos lucros, elevando a empresa a uma posição de destaque.
ESTRATÉGIAS GENÉRICAS Existem três opções de estratégias genéricas para atuação em um mercado comprador: a liderança em custos, a diferenciação e o enfoque. 16
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Enfoque A liderança em custo e a diferenciação podem ser associadas a um grupo de produtos ou segmentos industriais escolhidos por uma empresa e ressaltar a faixa de produtos em que ela pretende obter vantagem competitiva. Assim, surge uma terceira estratégia, a do enfoque, que está baseada na escolha de um ambiente competitivo dentro de um segmento. Para estabelecer esta estratégia, seleciona-se um segmento ou grupo de segmentos na indústria e fazse a adaptação necessária para atendê-lo, excluindo outros. A estratégia do enfoque tem duas variantes: o enfoque no custo e o enfoque na diferenciação. A pior situação de uma empresa é ficar sem definição e acabar por não determinar uma estratégia, ou ainda, não perseverar na implementação da estratégia definida. Como o interesse deste trabalho está voltado para a vantagem competitiva no custo, tendo em vista a atuação associativista de um grupo de empresas, faz-se necessário ressaltar que a estratégia destas empresas, que queiram oferecer um preço melhor no mercado, começa necessariamente com um bom produto, cujos atributos de qualidade sejam aceitáveis e tenham características que supram as necessidades básicas do cliente. O competidor que busca a liderança em custo deve oferecer um bom produto com valores adequados de uso e estima, a fim de se colocar em posição de destaque e oferecer o melhor preço ao mercado consumidor. Assim o líder em custo estará conseguindo uma margem maior de lucro no mercado, fixando um preço mínimo. Esta estratégia pressupõe um posicionamento que de-
termina a habilidade da empresa em ter um desempenho superior, que surge da comparação dos preços praticados pelo mercado e de sua posição de custo com a de seus concorrentes. Para alcançar uma vantagem competitiva, a empresa deve saber o que fazer para tornarse líder. Estas duas questões são vitais para o desenvolvimento da estratégia. A essência da elaboração de uma vantagem competitiva está na compreensão do meio onde a empresa atua. Embora o meio ambiente relevante seja muito amplo, o aspecto a considerar é o do setor específico. Assim, a análise estrutural do ramo industrial ao qual pertence é o ponto de partida, a base fundamental para a formulação da sua estratégia competitiva. Geralmente as empresas se preocupam com a força do centro, que neste caso pode ser entendida como a disputa por melhores posições, pela redução dos preços, por novos produtos e novas capacidades, entre outras questões. No entanto, percebe-se que a concorrência enfrentada por uma empresa tem raízes em sua estrutura econômica básica, que vai além do simples comportamento dos seus concorrentes. DESENVOLVIMENTO DA ESTRATÉGIA COMPETITIVA O desenvolvimento de uma estratégia competitiva é, em essência, o desenvolvimento de uma fórmula ampla para o modo como uma empresa irá competir, considerando quais deveriam ser suas metas e quais as políticas ne-
cessárias para levar a cabo estas metas [2]. Considera-se para a realização deste feito, que o posicionamento que busca uma estratégia competitiva não é apenas quanto à produtividade ou até mesmo quanto à capacidade de comercialização somente, mas sim, quanto à posição total de uma empresa envolvendo a produção, a logística, a distribuição e os serviços. O quadro geral de uma empresa depende do meio onde ela se encontra e dos aspectos competitivos do seu entorno. No desenvolvimento de uma estratégia competitiva há quatro pilares básicos sobre os quais a empresa deve trabalhar [2] (figura 2): I. Os pontos fortes e pontos fracos da empresa são o seu perfil de ativos e as qualificações em relação à concorrência, incluindo recursos financeiros, postura tecnológica, identificação da marca, e assim por diante; II. Os valores pessoais de uma organização, que se constituem na motivação e nas necessidades dos seus principais gestores e de outras pessoas responsáveis pela implementação da estratégia escolhida. A combinação dos pontos fortes e fracos com os valores determina os
Estratégia Competitiva
Pontos fortes e fracos
Valores pessoais
Ameaças e oportunidades
Expectativas da sociedade
Figura 2 - Pilares para a estratégica competitiva Maio/Junho 2009
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limites internos (à empresa) da estratégia competitiva que pode ser adotada com pleno êxito. Os limites externos são determinados pelo setor produtivo e por seu meio ambiente mais amplo; III. As ameaças e oportunidades definem o meio competitivo, com seus riscos conseqüentes e recompensas potenciais e; IV. As expectativas da sociedade refletem o impacto, sobre a empresa, de fatores como a política governamental, os interesses sociais, e muitos outros. Estes quatro elementos devem ser considerados antes de uma empresa desenvolver um conjunto realista e exeqüível de metas e políticas. A ARTICULAÇÃO PARA COMPETIÇÃO Esse projeto é uma realização de PMEs que se articulam de forma conjunta para inserir-se no mercado em condições de competir em nível de igualdade com as outras empresas maiores. Propondo uma atitude de cooperação, reúne e organiza empresas de diversos setores da economia, que passam a realizar ações em rede, sob um nome fantasia comum a todos. É importante destacar que o sucesso dessas ações se baseia na necessidade de um mesmo segmento e, ainda, que a razão social da empresa participante se mantém inalterada. São inúmeras as atividades realizadas em rede. Podem-se citar como exemplos as centrais de compras, consideradas neste caso como o primeiro passo para a organização do setor das PMEs sob a forma de redes de empresas. As outras 18
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formas conhecidas, alianças, arranjos produtivos, fusões, consórcios, aglomerados, clusters1, joint ventures2, pólos industriais, cooperativas ou outras maneiras de agrupamento empresarial, partem da criação de uma associação sem fins lucrativos, amparado pelo artigo 170 e 179 da Constituição Federal de outubro de 1988, que norteia o trabalho associativo. Dentre as ações conjuntas, podem-se destacar a realização de treinamentos e capacitação dos empregados, a participação em feiras e eventos, o planejamento e realização de marketing3 conjunto e as centrais de serviços, dentre outras possibilidades. Das instituições que oferecem apoio às PMEs, destacam-se aquelas que, por força de lei, recebem contribuições compulsórias e, portanto, têm obrigação legal de apoiar as PMEs, como aquelas pertencentes ao Sistema "S". O departamento de Redes Setoriais do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE/SP) disponibiliza serviços de consultoria para as empresas interessadas em se organizarem sob a forma de redes de empresas. Com ações conjuntas as pequenas firmas tornam-se competitivas, fortes, organizadas e mais bem preparadas para enfrentar a concorrência. A criação de uma central de compras exige, necessariamente, o comprometimento de seus membros honrando os compromissos assumidos, porque é difícil a sobrevivência em caso de falta de pagamento. Ao se pensar na criação de uma central de compras, as empresas interessadas devem agir da seguinte forma: a – Identificar o grupo, preferencialmente com empresas do mes-
mo porte e ramo de atividade; b – Sensibilizar e formar os grupos de trabalho reunindo as empresas interessadas; c – Identificar a viabilidade operacional, econômica e financeira; d – Estruturar e proceder ao funcionamento da sociedade mercantil comandada por uma equipe profissional, preferencialmente contratada pelos próprios empresários e; e – Executar a constituição jurídica da central. Dentre os trabalhos realizados, destacam-se as centrais de compras das várias redes de empresas formadas, tais como: Rede das Padarias de Atibaia; Rede das Padarias de Itú; Rede Construmix - materiais de construção; Rede Bom Lugar - Mercearias e Pequenos Mercados; Associação das Mecânicas de Aeronave (Anoma); Rede das Padarias de Sorocaba e região; Rede das Padarias de Piracicaba; Rede das Padarias de Jundiaí (Apan) e Associação das Mercearias e Pequenos Mercados de Amparo. Apesar de não haver nenhum modelo testado para o setor de ferramentarias, é perfeitamente viável a adequação dos modelos aqui utilizados para este segmento, uma 1 Cluster: do inglês, significa grupo, agrupamento. No mundo da indústria, é uma concentração de empresas relacionadas entre si, em uma zona geográfica relativamente definida, que conformam um pólo produtivo especializado com vantagens competitivas. Este conceito foi popularizado pelo economista Michael Porter no ano de 1990, em seu livro Competitive Advantages of Nations ("As vantagens competitivas das nações") [3]. 2 Joint venture: do inglês, significa parceria empresarial ou empreendimento conjunto. É uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não, com fins lucrativos, para explorar determinado(s) negócio(s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica [3]. 3 Marketing: é o conjunto de estratégias e ações que provêem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor [4].
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vez que os conceitos de trabalho se assemelham em muito. RESULTADOS Em assistência médica, as empresas participantes da central de compras de Diadema passaram a contar com cobertura total para Acidentes do Trabalho, com o custo reduzido a zero, em se tratando de atendimento de emergência, tendo em vista o contrato de prestação de serviços assinado com os participantes. Este atendimento funciona como um bônus aos associados. Estabeleceu-se uma escala de redução de preços relativo aos custos operacionais, que é ativada com o ingresso de cada nova empresa participante. Nesse ritmo, em breve a Central de Compras poderá alcançar uma redução percentual de até 35% nos seus custos operacionais. No decorrer dos trabalhos, constatou-se que algumas empresas não dispunham de assistência médica em caso de acidente do trabalho, recorrendo ao serviço público, e encontraram na central de compras tal possibilidade. A qualidade dos produtos adquiridos também passou por uma significativa melhora, começando pela qualificação dos fornecedores. Foram identificadas e sanadas incorreções em processos de aquisição dos Equipamentos de Proteção Individual, que em alguns casos eram adquiridos de fornecedores com certificados vencidos e, ainda, empresas que vendiam cestas básicas não tinham cadastro no Programa de Alimentação do Trabalhador. Outra vantagem alcançada foi a aquisição de matéria-prima de empresas certificadas. A partir do aumento do poder de negociação, os materiais adquiridos passaram a ter certificado de origem e de qua20
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lidade. Espera-se que o desempenho dessas empresas participantes aumente, tendo em vista a qualidade dos produtos adquiridos. Além dos resultados citados, destaca-se a significativa redução nos custos administrativos da área de suprimento das empresas. Ao operar com uma central de compras, os custos inerentes às cotações, tais como telefone, fax, desenvolvimento e identificação de fornecedores habilitados, reuniões de negociação, e outros, são reduzidos. Se considerarmos os resultados obtidos, pode-se afirmar que a central de compras contribui para a inserção das PMEs nos mercados organizados, mantendo e gerando novos empregos. Segundo os dados do departamento de Redes Setoriais do SEBRAE/SP, responsável pela formação de várias redes de empresas com suas respectivas centrais de compras, os resultados por segmento de atuação em percentuais são animadores para os pequenos empresários. A tabela 1 apresenta resultados obtidos por uma rede de empresas em Diadema, Estado de São Paulo, no ano de 2001. A tabela 2 demonstra a redução
Setor
Redução média (%)
Farmácia
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Loja de material de construção
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Mercado e mercearia
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Padaria
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Papelaria
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Outros setores
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Tabela 2 - Redução média por setor Fonte: Redes Setoriais, SEBRAE - SP, 2003
média por setor, obtida em 2003. Em função dos números apresentados espera-se que, por meio das centrais de compras, as pequenas empresas obtenham ganhos em competitividade e possam pensar em crescimento. A performance competitiva exigida para a sobrevivência das empresas é cada vez maior e as razões para isso são a grande variedade de novos produtos com garantias cada vez mais estendidas além da exigência do consumidor (fator determinante). E um dos grandes fatores que incidem nos preços finais dos produtos é a cadeia de suprimentos necessários à venda e à fabricação.
A ATUAÇÃO DAS PMEs E A COMPETÊNCIA EXIGIDA À medida que avançamos para a participação na economia globalizada, onde as empresas focam a sua produção em Redução componentes de Linha Grupo % alto valor agrega24,86 Assistência médica Serviços do, a competência 3,00 Alumínio das PMEs deve auMatéria prima 6,31 Aço carbono plano mentar constante14,12 Aço para ferramentas mente para se 18,57 Molas manter no mercaComponentes 34,36 Elementos de fixação do. Esta evidência, 21,67 Caixas de papelão além de outros asAuxiliares 14,65 Sacos plásticos pectos da produção, força as em22,00 Papelaria/suprimentos de informática Universal presas a pensar no 15,71 Uniformes ciclo de vida do Tabela 1 - Redução de custos em redes de empresas Fonte: CIESP/SEBRAE, Diadema - SP, 2001 produto, que dimi-
nui cada vez mais, e a estabelecer um conjunto de novos projetos e produtos adequados às exigências do mercado. Como consequência, o gerenciamento da cadeia de suprimentos tem despertado a atenção das empresas devido à grande diferença de preços para produtos de mesma marca com os mesmos requisitos. O poder dos compradores determina até que ponto eles retêm grande parte do valor criado para eles mesmos, deixando as empresas de uma indústria com apenas modestos retornos [1]. A ameaça de substitutos determina até que ponto algum outro produto pode satisfazer as mesmas necessidades do comprador, colocando, assim, um teto para o montante que um comprador está disposto a pagar pelo produto de uma indústria. O gerenciamento da cadeia de suprimentos tem como foco a satisfação do cliente. Tal propósito torna os serviços mais rápidos e confiáveis, melhora a performance dos produtos e ajuda na inserção da marca no mercado beneficiando as PMEs. Os insumos adquiridos fazem parte do custo de cada atividade de valor e podem contribuir para a redução dos custos operacionais. O adensamento da cadeia produtiva ocorre porque o suprimento de itens intermediários pode ser atendido por fornecedores locais. O ponto de partida para uma central de compras é o gerenciamento integrado da cadeia de suprimento. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS A ordenação do gerenciamento integrado da cadeia de suprimentos é tarefa difícil de ser alcançada, mas vale lembrar que as várias empresas citadas que se organizaram
sob a forma de redes de empresas conseguiram implementar parcialmente essa tecnologia e tiveram uma vantagem competitiva, se comparadas com seus pares. No caso da criação de uma central de compras, recomenda-se, ainda: a – Linguagem alinhada com o propósito do trabalho; b – Objetivos que não privilegiem ninguém isoladamente; c – Cada nível dentro da cadeia de suprimentos deve usar ferramentas de fácil entendimento e coe-rentes com o propósito a que se destina; d – Uso da transmissão de dados com suporte tecnológico via EDI (Electronic Data Interchange, que significa transferência eletrônica de dados) ou código de barras, por exemplo, e; e – Integração plena da demanda, do mais baixo ao mais alto nível de consumo. A troca de informações sobre fornecedores na central de compras é altamente recomendável porque, neste caso, significa ampliar as opções para as empresas participantes e alinhar os produtos a serem adquiridos, uma vez que só se consegue melhor preço com o aumento das quantidades compradas. O esperado, ao final do alinhamento das quantidades a serem adquiridas, é que se transforme em uma rede de facilidades. A organização da cadeia de suprimentos tem a função de procurar os insumos e serviços necessários à produção, bem como a transformação dos materiais em produtos intermediários e acabados. Também pode ser comparada a uma rede flexível de empresas onde o propósito é a cooperação. O Maio/Junho 2009
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exemplo de redes flexíveis vem da Itália, através dos consórcios, cuja abrangência envolve a formação e valorização do produto, criação de uma marca própria, comercialização, obtenção de crédito, exportação e a adoção de um padrão de qualidade. Dos grupos de consórcios conhecidos, destacam-se três: I. Consórcio setorial - é aquele em que as empresas concorrentes e complementares, eventualmente, unidas às empresas e instituições que constituem a cadeia de valor, realizam um acordo que permite ganho de competitividade dos componentes pelo compartilhamento das informações e pela complementaridade produtiva das pequenas empresas; II. Consórcio territorial - é aquele que envolve empresas de todos os setores e atividades de uma mesma localidade, que se ocupam principalmente de atividades informativas e de promoção do grupo formado
por estas empresas e do território de inserção e; III. Consórcio específico - é aquele em que a ação principal das empresas é restringida às atividades específicas para alcançar um determinado objetivo. Os mais importantes são aqueles voltados para a exportação, que agem na promoção das empresas e no desenvolvimento de ganhos de competitividade em mercados externos específicos. Apesar dessas diferenciações, as funções desses tipos de consórcios podem coincidir [5]. Nos consórcios setoriais a atividade denominada suporte à inovação tecnológica de produto é, frequentemente, encontrada nos outros tipos de consórcio. Estas atividades, dependendo do setor, podem ser um fator-chave de sucesso também para empresas associadas aos consórcios de exportação. Atualmente, por conta do mercado globalizado, os fabricantes
enfrentam o desafio de reduzir o tempo de desenvolvimento, agregar valor ao produto, reduzir o leadtime4 e os custos da produção, além de buscar a integração eficaz das suas operações. O sucesso desse empreendimento depende, em grande parte, de estar alinhado com o propósito de coordenar o fluxo de material dentro da cadeia de suprimento. É um desafio, se forem consideradas as particularidades de cada empresa. VANTAGEM COMPETITIVA Tome-se como exemplo uma empresa do ramo plástico que tem vantagem competitiva de vinte centavos de reais na compra de um quilo da matéria-prima para o seu produto principal. Se a empresa pensar que esta vantagem é o suficiente para a sua permanência no mercado, ainda que naquela região obtenha o melhor preço, ela pode deixar de ter uma fatia do lucro pelo 4 Lead-time: é o período entre o início de uma atividade, produtiva ou não, e o seu término [3].
Informe Publicitário
A Casa do Ferramenteiro comemora 11 anos, com nova sede, nova logomarca e nova estratégia. Em 23 de março, a comercial importadora joinvilense, Casa do Ferramenteiro, mudou-se para sua nova sede com localização privilegiada, showroom de máquinas e equipamentos, amplo estacionamento e sala para treinamentos. Além do novo espaço, a Casa do Ferramenteiro modernizou sua estratégia de marketing, começando pela logomarca. O desenho da casa na forma de um molde de injeção, agora girando rápido o globo, reflete a evolução da empresa em seus 11 anos, que começou pequena, cresceu e se globalizou, sendo cada vez mais atuante na buscas de soluções para a indústria de ferramentaria e usinagem. O foco agora são inovações que contribuem com a competitividade de seus clientes. Rua São Paulo, 480 - Bucarein 89202-200 Joinville - SC www.casafer.com.br Telefone: +55 47 3027-1019 Fax: +55 47 3028-4289
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fato de não participar de uma central de compras, que pela demanda em escala, pode obter um desconto ainda maior. Estar atento às oportunidades é dever dos empresários, independente do tamanho da empresa. A dinâmica associada com a cadeia de suprimentos, embora muito complexa, deixou de ser só uma teoria e pode ser verificada com a articulação das PMEs de um mesmo setor, por meio da central de compras. Fatores que influenciam na dinâmica da cadeia de suprimentos, tais como acordos entre os participantes, estrutura de compras, contratos de fornecimento, políticas de coordenação, questões tributárias, marketing em escala, fluxo de materiais e outros assuntos de interesse para a cadeia de suprimentos, podem ser revistos e atualizados sempre que necessário. O estoque e o lead-time na cadeia de suprimentos são elementos de preocupação, tendo em vista as diferentes fontes de incerteza onde estão incluídas as flutuações de demanda. A informação exata da necessidade e da quantidade dos produtos, bem como a possível data de consumo, obriga os fornecedores a cumprirem os prazos de entrega. Quando tais informações não são enviadas no tempo certo, demandam dos fornecedores inventários altos, gerando custos desnecessários, além de ocasionar aumento do preço final sem motivo aparente. Este é, sem dúvida, um ponto a ser observado, porque pode propiciar a defragmentação da cadeia de suprimentos e a conseqüente fragilização da central de compras. Em muitos casos os estoques são usados na proteção da cadeia de suprimentos. Estoques armazenados em diversos pontos da cadeia
de suprimento podem ter impacto diferente nos custos e no desempenho do serviço da cadeia devido ao valor atribuído a cada etapa do processo. O grande desafio a ser vencido no gerenciamento da cadeia de suprimento é o de controlar os estoques e custos ao longo da mesma, enquanto se maximiza sua performance com o cliente. Fatores adicionais para equacionar no gerenciamento do material pela cadeia de suprimentos são a estrutura organizacional e as barreiras de fornecimento dentro da própria cadeia criada pelos associados da central de compras. A diminuição do tamanho dos lotes é uma alternativa que, se bem administrada, pode diminuir o lead-time e fazer com que os pedidos sejam feitos mais rapidamente. O ambiente criado pela globalização implica que para a manufatura e entrega de um produto, sejam utilizados fornecedores alinhados com o conceito do Just-inTime5. Os ciclos econômicos geram uma troca substancial de informações e documentos entre seus participantes, tendo em vista o envolvimento de compradores, fornecedores, transportadores e prestadores de serviços em diversas modalidades, envolvidos em uma rede articulada como a central de compras, por exemplo. Para se criar uma estratégia vantajosa na cadeia de suprimentos e para que todos os participantes da central de compras se beneficiem, recomenda-se a implantação da 5
Just-in-time: do inglês, significa exatamente no tempo. É um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado em qualquer organização para reduzir estoques e os custos decorrentes dele. Foi desenvolvido pela Toyota [3]. Maio/Junho 2009
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troca eletrônica de dados ao longo da cadeia de consumo. Os maiores benefícios com a adoção desta técnica surgem quando está funcionando em um estágio avançado. Muitas companhias o inserem como parte da parceria com seus clientes e fornecedores. O fato é que a defasagem entre o desenvolvimento do produto, a produção, o setor de marketing e o de finanças está
sendo eliminada, em parte devido ao fluxo de informações da demanda que segue eletronicamente em tempo real, a partir dos canais interessados. Recomenda-se desenvolver empresas ou profissionais que conheçam estas particularidades antes de optar por esta alternativa de compras. O acompanhamento passo a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Porter, Michael E.; Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior. Editora Campus, Rio de Janeiro, 2000. [2] Porter, Michael E.; Estratégia Competitiva: Técnicas para Análise de Indústrias e da Concorrência. Editora Campus, Rio de Janeiro, 2000.
passo por parte das empresas e a confiança em quem executa o trabalho são vitais para o desempenho do grupo participante. Dentro deste contexto, devem ser buscadas ferramentas para melhorar o trabalho de análise dos resultados em função das alternativas esperadas, de modo a reduzir o número de configurações a serem avaliadas.
Empresas e Desenvolvimento Local. São Paulo, Editora Atlas, 1998. FONTES CONSULTADAS Ÿ Womack, J. P.; Jones, D. T.; A Mentalidade Enxuta nas Empresas Elimine Desperdício e Crie Riqueza. Editora Campus, Rio de Janeiro, p. 31-44, 1998.
[3] www.wikipedia.com
Ÿ Barqueiro, A. V.; Desarrollo, redes e innovacíon. Editora Pirámide, Madrid, 1999.
[4] Ferreira, A. B. de H.; Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Editora Positivo, 2ª impressão, Curitiba, PR, 2004.
Ÿ Sachs, I.; Desenvolvimento humano, trabalho decente e o futuro dos empreendedores de pequeno porte no Brasil. Edição SebraeDF. Brasília, 2002.
[5] Cassaroto Filho, N.; Pires, L. H.; Redes de Pequenas e Médias
Jorge de Paiva Campos - Mestre em Engenharia Mecânica na área de Gestão da Qualidade Total pela Unicamp- Universidade de Campinas. É pós graduado em Estudos Brasileiros (Mackenzie) e atua em Engenharia de Produção há mais de 20 anos. Coordenou a implantação do programa de qualidade no Pólo Moveleiro de Votuporanga (SP) pelo CNPq - RHAE. Foi o responsável pela certificação ISO 9001 de seis empresas simultaneamente. Atualmente trabalha como consultor de empresas e é credenciado pelo SEBRAE - SP para o Programa Rumo à ISO. Atua na criação de redes de empresas, centrais de compras, otimização de processos e treinamentos empresariais.
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MANUEL CASA BRANCA - mastercad@mastercad.net
Análise tridimensional da moldagem por injeção
A
s diversas ferramentas de projeto e engenharia assistidas por computador permitem extrair o máximo de rendimento das ferramentas de injeção. Um dos grandes destaques são os sistemas para simulação do processo de injeção antes mesmo do início da construção dos ferramentais.
A moldagem por injeção é uma das operações de processamento de polímeros mais importante da indústria plástica na atualidade. Durante anos a experiência e empirismo de projetos anteriores, a intuição e o método de tentativa e erro foram fatores chave no desenho e na otimização do processo das operações de moldagem. Estas abordagens têm-se mostrado cada vez mais ineficientes quando aplicadas na injeção de peças complexas e dispendiosas, assim como no processamento de novos materiais. Para racionalizar os tempos de criação e garantir melhor qualidade técnica dos produtos, foram desenvolvidos sistemas computacionais com o intuito de simular as operações reais e, dessa forma, reduzir os altos custos inerentes a metodologia antiga. Ao utilizar um software1 que permita fazer a simulação real a 3D2, é possível testar o produto no computador e prever potenciais problemas no desenho atual antes de o molde ser fabricado. TENDÊNCIAS DA ANÁLISE DA MOLDAGEM POR INJEÇÃO A simulação a meio-plano ou 2,5D3 é o método preferido para as simulações de enchimento ou estudos 4 reológicos , ainda que de uma forma pouco precisa. É um método que tem por base a simplificação do modelo 3D da peça, pela sua conversão em uma casca. Para tanto se procede à criação de uma meia espessura
na parede da peça, assumindo-se que o escoamento no interior do molde é laminar. Até alguns anos atrás de 85 a 90% das peças injetadas eram de geometria simples o que não comprometia, por este fato, o rigor da análise. Recentemente, a simulação 3D está ganhando terreno devido sua maior precisão, facilidade e rapidez na criação de malhas. Além disso, os avanços tanto em computadores como em programas estão fazendo da simulação 3D uma realidade cada vez mais acessível em qualidade e preço. As principais razões por optar pela simulação 3D são: ! Ambiguidades e impossibilidade de escolher o meio plano da peça em muitas situações; ! Elevado tempo para a criação do meio-plano; ! Falha em capturar aspectos importantes de fenômenos inerentes ao processo de moldagem por injeção, como quebras de fluxo e fluxos secundários; ! Possibilidade de criar toda a malha automaticamente e; 1
Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação. 2 3D: resulta de abreviação da denominação três dimensões.Também é linguagem coloquial no setor ferramenteiro para denominar a representação gráfica eletrônica (modelamento) de uma peça em três dimensões. 3 2,5D: resulta de abreviação da denominação duas dimensões e meia. Difere da 3D em função de uma dimensão ser mantida constante enquanto as outras duas são variáveis. 4 Reologia: ciência responsável pelos estudos do escoamento de um fluido e deformações decorrentes deste escoamento, envolvendo a fricção do fluido. Maio/Junho 2009
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! Desempenho dos computadores cada vez melhor
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! Otimização do canal de entrada (gate ) e tamanho
com preços de aquisição em queda. ! 5
SISTEMAS CAE DISPONÍVEIS NO MERCADO Existem no mercado vários softwares de simulação CAE. Os sistemas são compostos de módulos, que atendem as diversas demandas dos usuários finais. Na generalidade os módulos existentes são: Enchimento - Flow Module Módulo para simulação do comportamento do polímero fundido durante a fase de enchimento no processo de injeção. Oferece soluções para todas as fases de desenho e fabricação, a fim de melhorar tanto a produtividade como a qualidade da peça. Potenciais problemas como enchimentos incompletos, localização indesejável da linha de soldagem (ou junta fria6) e bolhas de ar são possíveis de detectar antes de o molde ser fabricado. Além disso as variáveis de processamento tais como tempo de enchimento, temperatura de processamento e força de fechamento também podem ser otimizadas usando este módulo. As principais informações fornecidas por este módulo são: ! Visualização da frente de fluxo do escoamento do material no interior da cavidade (figura 1); ! Determinação da espessura adequada para a peça; ! Fornecimento da localização das linhas de soldagem; ! Previsão de bolhas de ar e enchimentos incompletos; ! Visualização das variações de fluxo; ! Determinação do número de entradas e sua respectiva localização;
! ! ! !
da entrada; Otimização do tempo de enchimento e da temperatura do fundido/molde; Visualização da distribuição de pressões (figura 2); Facilitação do fluxo por introdução de artifícios como facilitadores ou dificultadores de fluxo; Impedimento de enchimento em excesso ou insuficiente e; Previsão da força de fechamento.
Refrigeração - Cool Module Este módulo permite a simulação real a 3D da transferência de calor no molde durante a fase de resfriamento no processo de injeção. É essencial para dimensionamento dos canais e previsão do desempenho da refrigeração/aquecimento de forma a obter um processo rápido e uniforme em todo o molde. Deste modo, os engenheiros podem reduzir o tempo de ciclo e melhorar a qualidade da peça obtida. Com este módulo é possível determinar o tempo de arrefecimento ideal. Além disso, potenciais problemas tais como refrigeração não balanceada, arrefecimentos desiguais e zonas demasiado quentes podem ser detectados e solucionados. As principais informações e resultados obtidos com este módulo são: ! Previsão do melhor tempo de arrefecimento e disposição/tamanho dos canais, para obtenção de processo rápido e uniforme;
Figura 2 - Visualização da distribuição da pressão 5
Figura 1 - Visualização da frente de fluxo do material
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CAE: do inglês Computer Aided Engineering, significa engenharia assistida por computador. 6 Junta fria: união de frentes de fluxo com temperaturas abaixo das recomendadas para um perfeito caldeamento (união). 7 Gate: do inglês, passagem, porta de acesso. Também denominado de ataque, é a seção que interliga canal de injeção e peça e por onde a cavidade é alimentada (preenchida).
! Redução do tempo do ciclo e melhora da qualidade !
! ! !
do produto; Simulação da eficiência do circuito de refrigeração, de acordo com a disposição e o tamanho dos canais (figura 3); Redução das tensões residuais e térmicas através de arrefecimento uniforme; Melhoria da estabilidade dimensional através da redução do arrefecimento desigual e; Melhoria a qualidade da superfície.
Figura 3 - Distribuição da temperatura nas paredes do molde
Recalque - Pack Module Depois da fase de preenchimento total da massa fundida no molde, é injetado ainda mais plástico na cavidade de modo a compensar a contração resultante de uma maior densidade, o que é feito desde o início da fase de resfriamento da peça até a sua temperatura de extração. Este módulo simula o comportamento da solidificação do polímero e a transferência de calor durante a fase de compatação (ou recalque) do processo de injeção. As principais informações e resultados obtidos com este módulo são: ! Previsão da contração volumétrica; ! Visualização de potenciais pontos de rebarbas e rechupes; ! Redução de empenamentos resultantes de contração volumétrica não uniforme; ! Estimativa do peso da peça; ! Previsão do tempo de resfriamento da entrada e o tempo de espera necessário; ! Seleção da máquina de injeção pela força de fechamento exercida;
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! Consistência da peça devido ao controle preciso da
velocidade do fuso da máquina injetora; ! Previsão da pressão, da temperatura, da densidade, da contração volumétrica (figura 4) e da distribuição da razão de solidificação e; ! Otimização do tempo do ciclo. Empenamento - Warpage Module Durante a fase de enchimento, compactação e arrefecimento, o material passa por uma série de processos complexos que levam a alterações no volume específico local. Enquanto a peça está no molde, é pressionada contra as paredes deste, originando tensões durante o processo de solidificação. Na extração, a diminuição da tensão no produto causa uma contração imediata - normalmente, anisotrópica8 e não uniforme - por toda a peça, acarretando em nova contração durante a fase de resfriamento após a extração. Este comportamento poderá provocar empenamento na peça. As principais informações e resultados obtidos com este módulo são: ! Previsão do empenamento da peça (figura 5); ! Previsão da contração adequada para o molde; ! Determinação da espessura mais adequada da peça para redução do grau de empenamento; ! Redução do empenamento por introdução de artifícios como reforços e nervuras; ! Melhoria da estabilidade dimensional através de alteração do desenho de produto; ! Otimização da contração da peça e; ! Melhoria do processo de montagem por inserção de nervuras e encaixes. RECURSOS ADICIONAIS EM SISTEMAS CAE Existem ainda no mercado sistemas com recursos
Figura 5 - Resultado total do empenamento
mais avançados, que permitem uma série de outras análises e verificações para otimização do processo. Alguns módulos adicionais que podem ser encontrados são: Orientação das Fibras - Fiber Module Na maioria dos materiais, é sabido que as propriedades são anisotrópicas devido à orientação das fibras ser relacionada com o processo de enchimento e ter uma estrutura de camadas idêntica à orientação das fibras. A estrutura basicamente consiste em 3 camadas: camada superficial, camada nuclear próxima do centro e camada intermédia entre as camadas superficial e nuclear. Na camada superficial as fibras tendem a alinhar na direção do fluxo. Por outro lado, na camada intermédia o fluxo de corte faz com que as fibras se orientem na direção perpendicular à direção de fluxo. Este módulo simula a orientação das fibras (figura 6) e as propriedades térmicas e mecânicas resultantes da compactação/enchimento para injeção com termoplásticos reforçados com fibra de vidro/carbono. A previsão da orientação das fibras é crucial em peças e projeto de moldes para a obtenção de peças bem moldadas. Elastômeros - Rubber Module O processo de injeção de elastômeros é definido como um processo cíclico automático em que a faixa ou forma granular dos compostos de borracha são
Figura 4 - Distribuição da contração volumétrica
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Ferramental
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8 Anisotropia: (ani: não, iso: igual, tropia: volta) é a característica que uma substância possui onde uma certa propriedade física (elétrica, ótica magnética, contração) varia com a direção.
Este módulo simula em 3D o enchimento, transferência de calor e vulcanização de produtos de borracha durante o processo de moldagem por injeção, demonstrando vários fenômenos físicos como o padrão de escoamento da borracha, peças incompletas, linhas de soldagem, localização de saídas de ar, pressão e distribuição de temperatura, força de fechamento e grau da cura (figuras 7 e 8).
Figura 6 - Visualização da orientação das fibras
derretidos e aquecidos a uma temperatura abaixo da 9 temperatura de vulcanização . Então o material derretido é injetado através de um bico, canal ou ponto de entrada em um molde quente que está a uma temperatura suficiente para iniciar a vulcanização. Subsequentemente ocorre a vulcanização da borracha na cavidade e a extração da peça moldada. Atualmente o processo de injeção de borracha está crescendo rapidamente. Existe uma troca gradual da compressão pela injeção de produtos de borracha. Os setores automobilístico, de máquinas, calçados e de indústrias farmacêuticas são exemplos típicos do negócio de injeção de borracha.
Balanceamento de Canais - Hot Runner Balancing Module Nos últimos anos a construção de moldes com muitas cavidades e a exigência de peças com qualidade elevada vieram trazer maior ênfase ao balanceamento dos canais de injeção. Como a maioria desses moldes incorporam sistemas de canais quentes, por vezes estes sistemas foram acusados de ser a causa direta para o enchimento desigual das cavidades. Um sistema de canais quente mal fabricado pode causar enchimentos desiguais. É muito importante de9 Vulcanização: é um método criado em 1839 pelo americano Charles Goodyear que consiste geralmente na aplicação de calor e pressão à uma composição de borracha, a fim de dar forma e propriedades ao produto final. É a fase mais importante no processamento de borrachas. No processo, a borracha é aquecida em presença de enxofre (S) e agentes aceleradores e ativadores, formando ligações cruzadas nas moléculas do polímero individual, responsáveis pelo desenvolvimento da estrutura tridimensional rígida com resistência proporcional a quantidade destas ligações.
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Figura 7 - Distribuição do grau de cura na peça Figura 9 - Distribuição da temperatura em canais quentes 90.00
penetração do gás. Possibilita ainda prever as descargas súbitas e os efeitos raiados, problemas comuns neste processo de injeção.
80.00
Grau de cura (%)
70.00 60.00 50.00 40.00 30.00 20.00 10.00 0.00 65.00 95.00 125.00 155.00 185.00 215.00 245.00 275.00 305.00 335.00 365.00
Tempo (s)
Figura 8 - Gráfico grau de cura x tempo
terminar qual o sistema de canais mais apropriado logo no início da orçamentação do molde assim como no projeto inicial de modo a evitar custos indesejáveis mais tarde. Os pontos ideais para injetar uma peça são calculados através de análise térmica pelo qual o balanceamento do calor através do sistema de canais quentes (figura 9) pode ser alcançado com este módulo. Injeção a Gás - Gas Module Este módulo permite simular os padrões de enchimento para o processo de injeção a gás, auxiliando no desenho da peça, no posicionamento da entrada de material e na otimização das condições de moldagem, fornecendo a localização adequada para os canais de gás a fim de obter um perfeito enchimento e uma boa
Otimização da Entrada de Material - Gate Module Permitindo prever a localização ideal para a entrada de material (ou as entradas), o módulo reduz a possibilidade de enchimento incompleto da cavidade, avalia as taxas e tensões de cisalhamento, facilita a simulação de várias configurações possíveis para a entrada, de forma a assegurar que a espessura da peça, a temperatura do molde e a temperatura do fundido estarão dentro dos valores aceitáveis. CONCLUSÃO Os diversos recursos que a tecnologia oferece para a resolução de problemas tem facilitado o desenvolvimento de produtos cada vez mais complexos. Em função da grande variedade de soluções disponíveis, é importante definir o tipo de sistema mais adequado através da realização de avaliações criteriosas (benchmarking) e concentrar esforços no treinamento e formação de uma equipe técnica competente. FONTES DE CONSULTA ! http://www.vmtech.co.kr, VMTECH Co. Ltda. -
Virtual Molding Technology, Coréia do Sul, 2009 ! http://pt.wikipedia.org
Manuel Casa Branca - Engenheiro Mecânico (com especialização em Moldes e Plásticos) pelo Instituto Politécnico de Leiria, Portugal. Atualmente é sócio-gerente da Master CAD, cujo campo de atuação é Engenharia e Projetos de Moldes para Plásticos.
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Ferramental
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Parte integrante da revista Ferramental - Nº 23 - Maio/Junho 2009
Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
Dicionário de Termos Técnicos em Tratamentos Térmicos e Termoquímicos
TERMO PORTUGUÊS
SIGNIFICADO
Austêmpera
Tratamento isotérmico composto de aquecimento até a temperatura de austenitização, permanência nesta temperatura até completa equalização, resfriamento rápido até a faixa de formação da bainita, permanência nesta temperatura até completa transformação.
Austenitização
Transformação da estrutura da matriz existente em estrutura austenítica através de aquecimento. Pode ser parcial (aquecimento dentro da faixa de transformação) ou completa (aquecimento acima da faixa de transformação).
Beneficiamento
Tratamento térmico composto de têmpera seguida de revenimento, em temperatura adequada, destinado a obtenção de maior tenacidade combinada com certas propriedades de resistência.
Boretação
Tratamento termoquímico em que se promove enriquecimento superficial com boro.
Carbonitretação
Tratamento termoquímico em que se promove enriquecimento superficial simultâneo com carbono e nitrogênio.
Cementação
Tratamento termoquímico em que se promove enriquecimento superficial com carbono.
Cementação a gás
Cementação realizada em meio gasoso.
Cementação a vácuo
Cementação a gás em que se produz vácuo no forno antes da injeção de gás carbonetante.
Cementação em banho de sal
Cementação realizada em meio líquido (sal fundido).
Cementação em caixa
Cementação realizada em meio carbonetante sólido, dentro de um recipiente fechado, em cujo interior a peça é levada ao forno.
Cianetação
Carbonitretação realizada em meio líquido.
Coalescimento
Tratamento térmico de recozimento com a finalidade de se obterem os carbonetos sob forma esferoidal. Usualmente é caracterizado por permanência em temperatura ligeiramente superior ou inferior ao ponto A1 ou oscilação em torno de A1 e resfriamento lento. Também denominado esferoidização.
Descarbonetação
Redução do teor de carbono em toda a extensão ou parte do material.
Descarbonetação parcial
Redução parcial do teor de carbono em toda a extensão ou parte do material.
Descarbonetação superficial
Descarbonetação parcial ou total, limitada as camadas periféricas do material.
Descarbonetação total
Eliminação do carbono em toda a extensão ou parte do material.
Encharcamento
Tempo de manutenção em determinada temperatura após equalização da mesma em todos os pontos da peça.
Endurecimento por envelhecimento
Endurecimento produzido por processo de envelhecimento, geralmente após solubilização ou trabalho a frio.
Endurecimento por precipitação
Endurecimento produzido pela precipitação de uma fase de uma solução supersaturada.
Endurecimento secundário
Aumento de dureza que ocorre durante o ciclo de revenimento.
Envelhecimento
Alteração das propriedades com o tempo, geralmente lenta a temperatura ambiente e mais rápida com a elevação da temperatura.
Envelhecimento artificial
Envelhecimento intencional que ocorre acima da temperatura ambiente.
Envelhecimento interrompido
Envelhecimento realizado em duas ou mais temperaturas, com resfriamento até a temperatura ambiente após cada etapa.
Envelhecimento natural
Envelhecimento espontâneo de uma solução supersaturada que ocorre na temperatura ambiente.
Envelhecimento progressivo
Envelhecimento realizado com variação de temperatura, por etapas ou continuamente.
Esferoidização
Ver coalescimento.
Homogeneização
Manutenção de uma liga a alta temperatura para eliminar ou diminuir, por difusão, a segregação química.
Maleabilização
Tratamento térmico aplicado ao ferro fundido branco, em que o elemento carbono passa a grafita, na forma arredondada, ou é eliminado. Ambos os fenômenos podem ocorrer simultaneamente. O elemento carbono também pode estar presente em fase ou fases oriundas da transformação da austenita (como por exemplo, a perlita).
Martêmpera
Tratamento isotérmico composto de austenitização seguida de resfriamento brusco até temperatura ligeiramente acima da faixa de formação de martensita, visando equalizar a temperatura do material e resfriar adequadamente até a temperatura ambiente.
Nitretação
Tratamento termoquímico em que se promove o enriquecimento superficial com nitrogênio.
Nitretação a gás
Nitretação realizada em meio gasoso.
Nitretação em banho
Nitretação realizada em meio líquido.
Nitretação iônica
Nitretação realizada em meio ionizado.
Normalização
Tratamento térmico, caracterizado por aquecimento acima da zona crítica e por equalização nesta temperatura seguida de resfriamento uniforme ao ar, sem restringi-lo ou acelerá-lo, até a temperatura ambiente.
Patenteamento
Tratamento térmico de arames e tiras, empregado em aço de alto e médio carbono, caracterizado por aquecimento acima da zona crítica e por resfriamento ao ar ou em banho de sal ou chumbo, com a finalidade de obter-se uma microestrutura adequada para as deformações subseqüentes.
Perlitização
Tratamento térmico de transformação da austenita em perlita. Termo largamente usado em tratamento de ferros fundidos.
Pré-aquecimento
Aquecimento prévio realizado até uma temperatura abaixo da temperatura do tratamento visado.
Recozimento
Termo genérico que indica um tratamento térmico composto de aquecimento controlado até uma determinada temperatura, permanência nessa temperatura durante certo intervalo de tempo e resfriamento regulado para a finalidade prevista.
Recozimento a vácuo
Recozimento realizado em ambiente com vácuo. Maio/Junho 2009
Ferramental
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TERMO PORTUGUÊS
SIGNIFICADO
Recozimento azul
Recozimento realizado em condições tais que se forme na superfície metálica uma camada de óxido uniforme e aderente, de cor azulada.
Recozimento branco
Recozimento realizado em condições tais que evitem a oxidação da superfície metálica.
Recozimento brilhante
Ver recozimento branco.
Recozimento de grão grosso
Ver recozimento para crescimento de grão.
Recozimento em caixa
Recozimento em que as peças são levadas ao forno dentro de um recipiente vedado em condições que reduzam a oxidação ao mínimo.
Recozimento ferrítico
Recozimento aplicado ao ferro fundido, destinado à obtenção de matriz ferrítica. Também denominado ferritização.
Recozimento intermediário
Recozimento realizado entre duas operações de fabricação.
Recozimento intracrítico
Recozimento caracterizado pela permanência em temperatura dentro da zona crítica.
Recozimento isotérmico
Recozimento caracterizado por uma austenitização seguida de transformação isotérmica da austenita na região de formação da perlita.
Recozimento para alívio de tensões
Recozimento subcrítico visando à eliminação de tensões internas sem modificação fundamental das propriedades existentes, realizado após deformação a frio, tratamento térmico, soldagem, usinagem ou outros processos de fabricação.
Recozimento para crescimento de grão
Recozimento caracterizado por permanência em temperatura significativamente acima de zona crítica, resfriamento lento até temperatura abaixo do ponto A1 e subseqüente resfriamento arbitrário até a temperatura ambiente, destinado a produzir o crescimento de grão.
Recozimento para homogeneização
Recozimento caracterizado por um aquecimento até uma temperatura consideravelmente acima do ponto Ac3, longa permanência nessa temperatura e resfriamento adequado ao fim em vista, para eliminação de variações locais de composição do material.
Recozimento para recristalização
Recozimento caracterizado pela permanência em temperatura dentro da faixa de recristalização, após deformação realizada abaixo dessa faixa.
Recozimento para solubilização
Recozimento em conseqüência do qual um ou mais constituintes entram em solução. Geralmente caracterizado por um resfriamento rápido destinado a retenção daqueles constituintes em solução na temperatura ambiente. Também denominado de solubilização.
Recozimento pleno
Recozimento caracterizado por um resfriamento lento através da zona crítica, a partir da temperatura de austenitização (geralmente acima de Ac1 para os aços hipoeutetóides e entre Ac31 e Accm para os hipereutetóides).
Recozimento por chama
Recozimento em que o aquecimento é produzido diretamente por uma chama.
Recozimento subcrítico
Recozimento totalmente realizado abaixo da zona crítica.
Recristalização
Nucleação e crescimento de novos grãos, geralmente equiaxiais e isentos de tensão, a partir de uma matriz deformada plasticamente.
Restauração de carbono
Reposição de carbono na camada superficial perdido em processamento anterior.
Revenimento
Tratamento térmico de uma peça temperada ou normalizada, caracterizado por reaquecimento abaixo da zona crítica e resfriamento adequado visando a ajustar as propriedades mecânicas.
Solubilização
Ver recozimento para solubilização.
Têmpera
Tratamento térmico caracterizado pelo resfriamento em velocidade superior a velocidade crítica de têmpera de uma liga ferrocarbono, a partir de uma temperatura acima da zona crítica para os aços hipoeutetóides e geralmente dentro da zona crítica para os aços hipereutetóides, resultando em transformação da austenita em martensita.
Têmpera ao ar
Têmpera em que o agente de resfriamento (meio de têmpera) é o ar.
Têmpera da camada cementada
Têmpera restrita à camada periférica da peça cementada.
Têmpera diferencial
Tratamento onde somente parte da peça segue o ciclo de temperaturas de têmpera. Também denominada têmpera seletiva.
Têmpera direta para cementação
Têmpera de peça cementada diretamente da temperatura de cementação sem resfriamento intermediário.
Têmpera do núcleo
Têmpera do material do núcleo de peça cementada. Em aços não temperáveis ocorre apenas um endurecimento.
Têmpera dupla
Têmpera de peça cementada realizada em duas etapas. A primeira a partir da temperatura de têmpera do material do núcleo e a segunda a partir da temperatura da têmpera do material da camada cementada.
Têmpera em água
Têmpera em que o agente de resfriamento (meio de têmpera) é a água.
Têmpera em óleo
Têmpera em que o agente de resfriamento (meio de têmpera) é um óleo.
Têmpera em salmoura
Têmpera em que o agente de resfriamento (meio de têmpera) é uma salmoura.
Têmpera por chama
Têmpera em que o aquecimento é produzido por chama.
Têmpera por imersão
Têmpera em que o aquecimento é produzido pela imersão da peça em banho de metais ou sais fundidos ou outro meio líquido adequado.
Têmpera por indução
Têmpera em que o aquecimento é produzido por indução elétrica.
Têmpera superficial
Têmpera limitada às camadas periféricas da peça.
Tratamento isotérmico
Tratamento que inclui uma transformação isotérmica.
Tratamento sub-zero
Tratamento realizado abaixo de 0ºC. Particularmente, resfriamento de um aço a uma temperatura abaixo de 0 ºC para transformação da austenita retida em martensita.
Tratamento térmico
Operação ou conjunto de operações realizadas no estado sólido que compreendem aquecimento, permanência em determinadas temperaturas e resfriamento, realizados com a finalidade de conferir ao material determinadas características.
Tratamento termoquímico
Conjunto de operações realizadas no estado sólido que compreendem modificações na composição química da superfície da peça, em condições de temperatura e meio adequados.
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Ferramental
Maio/Junho 2009
Fonte: BODYCOTE BRASIMET PROCESSAMENTO TÉRMICO S.A.
Parte integrante da revista Ferramental - Nº 23 - Maio/Junho 2009
Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
Dicionário de Termos Técnicos em Tratamentos Térmicos e Termoquímicos
CARLOS EDUARDO KLEIN - carlos@hew.adv.br LEONARDO WERNER - leonardo@hew.adv.br DANIEL AUGUSTO HOFFMANN - daniel@hew.adv.br
Redução da carga tributária: Lei do Bem
O
s benefícios da pesquisa e desenvolvimento extrapolam a esfera tecnológica, permitindo que resultados financeiros sejam obtidos para aumento da competitividade das empresas.
Base de Cálculo Operação sem o benefício
Lucro de R$ 1.000.000,00 IRPJ: 15% X 1.000.000,00 = R$ 150.000,00 Adicional de IRPJ de 10% sobre o lucro que ultrapassar R$ 240.000,00 no ano 1 : (1.000.000,00 – 240.000,00) x 10% = R$ 76.000,00 CSLL: 9% X 1.000.000,00 = R$ 90.000,00 Total devido de IRPJ/CSLL = R$ 316.000,00
Operação com o benefício
Despesas com inovação = R$ 200.000,00 80% dedução adicional = R$ 160.000,00 IRPJ/CSLL – Base de cálculo: 1.000.000,00 – 160.000,00 = R$ 840.000,00 IRPJ: 15% X 840.000,00 = R$ 126.000,00 Adicional de IRPJ de 10% sobre o lucro que ultrapassar R$ 240.000,00 no ano: (840.000,00 – 240.000,00) x 10% = R$ 60.000,00 CSLL: 9% X 840.000,00 = R$ 75.000,00 Total devido de IRPJ/CSLL = R$ 261.600,00
Resultado
Ganho financeiro = R$ 54.400,00
1 O adicional do IRPJ incide sobre a parcela do lucro que ultrapassar R$ 20.000,00 multiplicados pelo número de meses de apuração do imposto. No exemplo em questão, foi considerada a apuração anual do IRPJ (12 meses).
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Carlos Eduardo Klein - Bacharel em Direito pela Associação Catarinense de Ensino. Cursa MBA em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas - FGV/RJ. Advogado e sócio proprietário da Hoffmann & Werner Advogados Associados. Leonardo Werner - Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí - Univali, pós-graduado pela Escola da Magistratura de Santa Catarina - ESMESC, pós-graduado em Direito Empresarial pelo Instituto Nacional de Pós-graduação - INPG e especialista em Direito Tributário pela Universidade da Região de Joinville - Univille. Advogado, sócio proprietário da Hoffmann & Werner Advogados Associados e membro da Junta de Recursos Administrativo-Tributários - JURAT de Joinville, SC. Daniel Augusto Hoffmann - Bacharel em Direito pela Associação Catarinense de Ensino - ACE e pós-graduado pela Associação Catarinense do Ministério Público em Direito Penal e Processual Penal. Advogado, sócio proprietário da Hoffmann & Werner Advogados Associados e Professor de Legislação Tributária no curso de Administração da Faculdade Cenecista de Joinville, SC.
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ALEXANDRE DE SOUZA - desouza.alexandre@bol.com.br
MPT - Manutenção Produtiva Total: uma importante ferramenta de gestão da cadeia produtiva - Parte I
A
manutenção produtiva total (MPT) deve ser vista como uma importante função dentro da política estratégica empresarial na obtenção de resultados de uma organização, de modo que a empresa possa atingir índices competitivos de mercado referentes à qualidade e produtividade.
A partir da evolução das técnicas tradicionais de manutenção corretiva e preventiva, surgiu no Japão nos anos 70 a MPT - Manutenção Produtiva Total (do inglês TPM - Total Productive Maintenance). Ela tem se tornado continuamente uma importante técnica de apoio aos modernos sistemas de produção industrial, tais como a produção limpa (lean manufacturing), sistema de produção puxada (kanban) e produção por demanda (justin-time). Esta moderna filosofia de trabalho foi aplicada pela primeira vez em 1971 na empresa Nippondenso, do grupo Toyota, pelo Instituto JIPM - Japan Institute for Productive Management (Instituto Japonês para Gestão da Produção), resultando a ela o prêmio de Excelência Industrial em Manutenção. A metodologia MPT tem sido aplicada desde então em todo o mundo nos mais diversos ramos industriais, sendo que o seu sucesso está diretamente ligado a um profundo engajamento de todos os funcionários da empresa e constitui uma parte fundamental de sua gestão estratégica. No Brasil a metodologia da MPT foi introduzida em 1981 por Nakajima (“pai do TPM”), sendo que algumas empresas já puderam concorrer ao prêmio “TPM” do JIPM, órgão máximo de disseminação da metodologia no mundo. Este artigo, dividido em duas partes, introduz de forma didática a manutenção produtiva total, iniciando com os princípios da manutenção industrial e con-
cluindo, na segunda parte, com a estrutura e implantação da MPT nas empresas. Desde a sua criação a metodologia MPT tem passado por profundas mudanças estruturais, podendo ser subdividida em MPT de 1ª, 2ª e 3ª geração (figura 1). A primeira geração do método, baseada em “5 pilares” fundamentais, foi focada diretamente para as linhas de produção industrial com o objetivo de reduzir a zero as perdas em dispositivos, máquinas e outros equipamentos envolvidos no processo de produção industrial. A segunda geração (a partir de 1989) foi desenvolvida na base de “8 pilares” fundamentais para ser aplicada em toda a estrutura da empresa, focando reduzir todas as suas perdas em zero. A atual geração (a partir de 1997) está baseada também em 8 pilares e tem como principais fundamentos a redução de custos em toda a em1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Manutenção Corretiva Primeiras técnicas de Manutenção Preventiva (Japão) MPT - Manutenção Preventiva Total (início em 1971 na Nippondenso no Japão) 1981 - Introdução da MPT no Brasil por Nakagima MPT 1ª geração MPT 2ª geração MPT 3ª geração
Figura 1 - Evolução das técnicas de manutenção industrial Maio/Junho 2009
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presa, sendo que a manutenção dos equipamentos de produção é realizada em grande parte com base em estudos de confiabilidade através de probabilidades estatísticas (manutenção baseada em confiabilidade). Essa última geração possibilitou uma considerável melhoria na capacidade produtiva, na qualidade e nos prazos de entrega das empresas, isto é, houve uma otimização de toda a logística de produção industrial (figura 2).
Manutenção Industrial
Manutenção corretiva
Manutenção rotineira
Manutenção preventiva
Manutenção baseada em inspeções do “estado” das máquinas
Manutenção baseada em confiabilidade (RCM-Reliability Centred)
Figura 4 - Principais tipos de manutenção industrial
Logística de Controle e Administração de Matéria-prima
Logística de Produção
Logística de Distribuição (Logística de Transportes)
Clientes
Fornecedores
Logística de Armazenagem
Logística de Descarte e Reciclagem de Produtos Logística de Peças de Reposição
Figura 2 - A cadeia logística de produção industrial (Suppy Chain Management)
A aplicação das técnicas da Manutenção Produtiva Total nas empresas passa necessariamente pelo entendimento dos diversos métodos de manutenção industrial descritos a seguir.
Evolução da manutenção
TIPOS DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL O processo de manutenção industrial evoluiu consideravelmente desde 1940, passando pelas atividades meramente corretivas de menor complexidade até a moderna estrutura da metodologia MPT (figura 3), exercendo um papel decisivo em toda a política de negócios das empresas. Quanto à classificação, as atividades de manutenção industrial estão divididas em: corretiva (ou emergencial) e preventiva (figura 4). A manutenção preventiva está subdivida ainda em manutenções rotineiras, manutenções baseadas em inspeções de equipamentos, e em manutenção baseada em confiabilidade. MPT Realizada pelo departamento de manutenção de máquinas Manutenção em Confiabilidade (Antes de falhas ou quebras de máquinas)
Realizada pelo departamento de manutenção e outros especialistas Manutenção Preventiva (Antes de falhas ou quebras de máquinas)
Realizada pelo departamento de manutenção
Manutenção corretiva Este tipo de manutenção está associado com “panes” em máquinas ou equipamentos de produção, as quais levam à paradas inesperadas e indesejadas. Assim, na manutenção corretiva não existe nenhum tipo de pré-planejamento de atividades de manutenção por parte do departamento de manutenção da empresa. A utilização somente deste tipo de manutenção em uma empresa conduz inevitavelmente a um elevado estoque de peças de reposição para suportar as falhas e quebras dos equipamentos, o que provoca elevado custo industrial. Este é muitas vezes o meio mais caro de gerência de manutenção. Geralmente à manutenção corretiva está associado um enorme tempo de parada não-planejada de máquina resultando em perda elevada na eficiência total do equipamento. Uma planta industrial que trabalhe apenas sob base dos conceitos fundamentais da manutenção corretiva deve ser capaz de reagir o mais rapidamente possível a todas as possíveis falhas dos equipamentos no “chão de fábrica”. Quando não há disponibilidade imediata de peças de reposição no estoque, deve ser recorrido a fornecedores externos de peças de reposição, o que encarece em muitos casos o custo de manutenção industrial. Em alguns casos, quando a empresa possui, por exemplo, várias máquinas do mesmo tipo ou máquinas que não são consideradas como “gargalos”, pode ser adotada a política de gestão de manutenção baseada em ações corretivas. Manutenção preventiva Este tipo de manutenção é fundamental em máquinas com elevada importância dentro da linha de produção (por exemplo, as máquinas “gargalos” ou de custos de aquisição mais elevados).
Manutenção Corretiva (Após falha total ou quebra do equipamento)
Realizada pelo departamento de manutenção Tempo
Figura 3 - Evolução dos procedimentos de manutenção industrial
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Manutenção rotineira Na manutenção preventiva rotineira são realizadas atividades baseadas em informações obtidas em catálo-
gos de fabricantes e fornecedores, bem como na experiência prática dos especialistas em manutenção. Existe certo intervalo de tempo entre as manutenções a serem realizadas. Dados estatísticos de falhas e quebras de equipamentos, os quais se encontram normalmente registrados em softwares1 de manutenção, servem como base de apoio para o planejamento e realização de um detalhado plano de manutenção rotineira. Para o emprego desta política de manutenção devese ter um conjunto de informações confiáveis, uma vez que ela não avalia as condições reais do equipamento. Além disso, outros pontos devem ser considerados: a) embora a manutenção preventiva rotineira esteja baseada também em uma troca de peças por desgaste, é possível que ocorram falhas e quebras de peças ainda dentro de seus períodos de vida útil fornecidos pelos fabricantes, mesmo que elas não tenham atingindo ainda seus desgastes máximos. Neste caso, podem ocorrer custos de processo onerosos para a empresa, principalmente por tempo de paradas excessivas, quando não há a disponibilidade imediata de peças de reposição no estoque. Esta questão exige dos profissionais de manutenção uma enorme experiência prática, de modo que possam ser previstos um estoque de peças de reposição que possa cobrir toda a “imprevisibilidade das falhas” dos equipamentos; b) a manutenção preventiva rotineira, principalmente quando existe falta de experiência em relação a uma determinada máquina em estudo, provoca intervenções desnecessárias no processo produtivo que podem ocasionar uma elevada perda de produtividade industrial. A curva de “tempo médio de falha do equipamento (CTMF)” mostra o comportamento de um equipamento ou máquina de produção ao longo de toda a vida útil (figura 5). Através dela pode ser visualizado que o equipamento, no início de seu tempo de vida, isto é, logo após sua instalação na planta industrial, apresenta um elevado número de avarias durante o período de fun-
Avarias normais
Manutenção preditiva A manutenção por inspeção, ou também chamada na indústria de “manutenção preditiva”, é uma ferramenta importante dentro de um plano de manutenção preventiva industrial. Ela consiste da utilização de algumas modernas técnicas de engenharia que podem identificar quando um determinado componente do equipamento tende a falhar. Estas técnicas englobam a análise de desgaste de componentes por meio da presença de partículas de ferro nos óleos lubrificantes das máquinas, a medição do nível de vibração de componentes, os testes de emissão acústica e ensaios mecânicos não-destrutivos para detectar trincas e falhas em materiais metálicos (figura 6). A manutenção preditiva permite reagir rapidamente a um sinal de possível falha que acarretará em quebra de componente. Pode-se programar desta forma intervenções nas máquinas de modo bem mais planejado ou até mesmo compra de peças de reposição somente no momento em elas necessitem ser trocadas, reduzindo assim os custos de estoque. Por ser uma manutenção que necessita um acompanhamento mais detalhado dos equipamentos, ela exige uma mão-de-obra mais qualificada e bons equipamentos de análises indus-
Final da vida útil do equipamento
Avarias
Início do funcionamento da máquina
cionamento. Após certo tempo de uso as falhas no equipamento tendem a diminuir, sendo que no final da vida pode ser verificado novamente um considerável aumento no número total de avarias durante o período de funcionamento. A identificação, por parte dos especialistas envolvidos nas atividades de manutenção preventiva, do ponto de início da fase de avarias normais e da fase final de vida útil do equipamento permite a realização de um adequado plano de manutenção preventiva, onde podem ser definidos programas de reparos, ajustes, lubrificação, como também um preciso planejamento de estoques de peças de reposição.
Figura 6 - Ensaio de líquido penetrante utilizado para detectar pequenas trincas em materiais metálicos
Tempo de vida
Figura 5 - Avarias de equipamento em função do tempo de vida Maio/Junho 2009
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triais. A realização das atividades de manutenção preditiva fornece ao gerente de produção um bom planejamento de todo sua estrutura de manutenção preventiva com positivos efeitos em na logística de produção da empresa. Manutenção baseada em confiabilidade A manutenção centrada em confiabilidade (do inglês RCM - Reliability Centered Maintenance) é tida como uma das mais modernas práticas de manutenção preventiva existente. A confiabilidade de um equipamento ou máquina indica sua probabilidade de operar sem falhas e quebras em um determinado espaço de tempo. O método envolve estudos de probabilidades estatísticas referente às possíveis falhas dos componentes de um sistema, o qual pode ser feito com a utilização da ferramenta FMEA2. O desenvolvimento e implantação desta metodologia são reforçados com um grupo de profissionais experientes em manutenção industrial, bem como com a disponibilidade de dados confiáveis referentes às falhas dos componentes que constituem o sistema em questão. Na manutenção RCM os grupos de trabalho tornam-se voltados para a melhoria dos índices de confiabilidade dos equipamentos, concentrando esforços naquelas máquinas que são considerados prioridades dentro da estrutura da fábrica. O correto emprego desta ferramenta de manutenção pode garantir também um adequado planejamento de estoques e consequente redução dos custos industriais de manutenção. A manutenção baseada em confiabilidade pode ser caracterizada ainda por uma grande interação entre o departamento de manutenção e outros especialistas, os quais são responsáveis, por exemplo, pela construção e melhorias do projeto de um determinado equipamento. Na fase de projeto do equipamento busca-se o conceito de “manutenabilidade”, ou seja, através de melhorias no projeto, podem ser eliminadas inconveniências no equipamento que facilite posteriormente a sua manutenção durante o período de funcionamento. A figura 7 mostra que as informações obtidas através de dados de manutenção durante o período de funcionamento do equipamento servem novamente como ponto de partida para a realização de atividades de melhoria no projeto de novos e mais modernos equipamentos. Uma ampla e bem estruturada política de manutenção industrial deve levar em consideração todos os tipos de manutenção citados anteriormente, conside-
Fase de projeto e construção do equipamento
Dados e informações de manutenção realimentam o ponto de partida para novos projetos
Fase de montagem, instalação e primeiros testes do equipamento no “chão-de-fábrica
Fase de funcionamento do equipamento na fábrica
Figura 7 - Ciclo de projeto e funcionamento de um equipamento
rando aspectos técnicos e econômicos das ações corretivas e preventivas. A Associação Brasileira de Manutenção (ABRAMAN), com base na norma ABNT NBR 5462, denomina como “manutenção programada” todas as atividades de manutenção preventiva que são executadas conforme um programa pré-estabelecido. Manutenção produtiva total A MPT possui uma enorme abrangência que envolve todos os níveis hierárquicos de uma empresa, cuja estrutura básica está baseada nas seguintes premissas fundamentais: lMaximizar o rendimento global (efetividade) dos equipamentos de fábrica através da eliminação de vários tipos de perdas: falhas e quebras de máquinas, elevado tempo de setup3 e ajustes, tempo de ciclo elevado, erros de processo (refugo e retrabalho); lDesenvolver um moderno sistema de manutenção industrial abrangendo toda a vida útil do equipamento em utilização; lEnvolver todos os departamentos de uma determinada empresa no planejamento, execução e manutenção da filosofia MPT; lIncentivar a participação de todos os funcionários, da gerência até o operador de máquina e; lDesenvolver atividades autônomas em pequenos grupos de melhorias.
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Com base nestas premissas, são colocados os seis objetivos gerais do MPT (tabela 1). Grandes empresas que tiveram sucesso, tais como, Daimler Chrysler, VW, Ford Motor, BMW, Pirelli, Motorola, Bosch, Siemens, Kodak, Nestlé, definiram suas metas no início dos trabalhos de implantação da filosofia MPT em suas estruturas de fábrica com base nas premissas e objetivos apresentados anteriormente. O sucesso da implantação deste sistema foi medido em termos de melhorias dos índices de produtividade e qualidade, dos custos industriais de produção e da satisfação dos clientes, bem como em relação aos aspectos ambientais e de segurança do trabalho. Portanto, a MPT consiste em aumentar a eficiência da planta de fábrica com a eliminação das perdas decorrentes da má qualidade ou não-conformidade de equipamentos, produtos e processos de produção ou administrativos. CUSTOS DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL A busca incessante das empresas pela redução dos custos tem exigido a adoção de severas medidas em relação a seus planos de manutenção industrial, principalmente na redução de gastos com excesso de estoque de peças de reposição e na melhoria dos índices de produtividade e de qualidade da empresa. A manutenção deve ser vista como uma importante função dentro da política estratégica empresarial na obtenção de resultados de uma organização, de modo que a empresa possa atingir índices competitivos de mercado referentes à qualidade e produtividade. Ela deve ser vista dentro da planta industrial como uma Produtividade
Q
Qualidade
C
Custos
- Aumento do rendimento da máquinas e; - Redução de paradas não planejadas. - Melhoria da capabilidade de processo (cp/cpk; - Menor índice de refugo e; - Diminuição de reclamações dos clientes. - Redução dos custos industriais; - Menor consumo de peças de reposição nas máquinas e equipamentos e; - Redução de retrabalho.
L
Entrega
S
Segurança/ Meio ambiente
- Redução dos acidentes de trabalho; - Diminuição de sujeira e desperdícios e; - Economia de material e energia.
Motivação dos funcionários
- Aumento do número de sugestões de melhoria; - Motivação para trabalhos em grupo e; - Criação de mentalidade de melhoria contínua.
M
- Redução de estoque e; - Melhor confiabilidade nos prazos de entrega.
Tabela 1 - Objetivos gerais da filosofia MPT
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Ponto ótimo
Custos com manutenção preventiva
Custos
P
maneira preventiva de evitar danificações prematuras de equipamentos que interferem diretamente no processo produtivo da empresa. Apenas a manutenção adequada (efetiva) pode garantir que determinado processo seja executado com sucesso. Normalmente a utilização incorreta dos conceitos de manutenção leva a empresa a buscar soluções para quedas de sua produção em outros fatores, tais como ferramental, materiais e até operadores, elevando desta forma todo o custo operacional de seu processo produtivo. Os custos das atividades de manutenção englobam a mão-de-obra qualificada, as ferramentas e instrumentos aplicados nos reparos, a subcontratação de outros especialistas e toda a instalação física ocupada pelo departamento de manutenção. O gráfico da figura 8 mostra os custos referentes à manutenção preventiva e às falhas de equipamentos em função do nível de manutenção utilizado na empresa. De maneira geral, o gráfico mostra que o investimento em manutenção preventiva tende a reduzir drasticamente os custos totais de manutenção decorrentes de falhas dos equipamentos. Porém, indica também que, a partir de certo “ponto ótimo”, o investimento no aumento da qualidade da manutenção preventiva (nível de manutenção) não reduz mais significantemente o número de ocorrências de falhas em equipamentos, o que provoca novamente um aumento nos custos totais da empresa. Um dos compromissos do departamento de manutenção, em conjunto com os outros departamentos responsáveis pela avaliação de custos industriais, é determinar este “ponto ótimo” para cada máquina ou equipamento envolvidos no processo produtivo da empresa. Na próxima edição aprofundaremos mais a metodologia da Manutenção Produtiva Total.
Custos decorrentes de falhas
Nível de manutenção
Figura 8 - Custos de manutenção preventiva e de falhas de equipamentos em função do nível de manutenção utilizado
FONTES DE CONSULTA ! Antunes, J. A. V.; Manutenção Produtiva Total: Uma Análise Crítica a partir de sua Inserção no Sistema Toyota de Produção. Produttare Consultores Associados. ! Freitas, M. A. S. de; Implementação da Filosofia TPM (Total Productive Maintenance): Um Estudo de Caso. Universidade Federal de Itajubá. Instituto de Engenharia Mecânica (Departamento de Produção). Itajubá, MG, 2002. ! Yamaguchi, C. T.; TPM - Manutenção Produtiva Total. Instituto de Consultoria e Aperfeiçoamento Profissional. São João del Rei, MG, 2005. ! Carrijo, J. R. S.; De Toledo, J. C.; Benefícios da implantação do TPM (Total Productive Maintenance) no processo de desenvolvimento de produtos de uma indústria gráfica. XXVI ENEGEP. Fortaleza, CE, outubro 2006. ! Sampaio, A.; Manutenção Produtiva Total (TMP/MPT). www.google.com.br. ! P. H. A. Moraes; Manutenção Produtiva Total: estudo de caso em uma empresa automobilística. Dissertação de mestrado. Curso de Gestão e Desenvolvimento Regional do Depar-
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tamento de Economia, Contabilidade e Administração. Universidade de Taubaté, SP, 2004. Dias, J. A. M.; Pereira, Z. L.; Leitão, A. L. F.; A Gestão da Manutenção Industrial pela Fiabilidade. Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal. www.google.com.br. Dorsch, A.; Instandhaltungsmanagement. Die Getränkeindustrie. www.google.com.br. Hastler, A.; TPM - Total Productive Maintenance. PS Qualitätsmanagement. SS 2003. Marcorin, W. R.; Lima, C. R. C.; Análise dos Custos de Manutenção e de Não-Manutenção de Equipamentos NãoProdutivos. Revista de Ciência & Tecnologia, V.11, n° 22, páginas 35-42. Lupinski, A.; TPM (Total Productive Maintenance). PS Qualitätsmanagement. SS 2005. Manutenção Preditiva. Confiabilidade e Qualidade. www.google.com.br.
Alexandre de Souza - Engenheiro e mestre em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente doutorando em engenharia mecânica na área de processos industriais de fabricação na Universidade Técnica de Dresden, Alemanha. Atua como pesquisador em engenharia junto ao conselho nacional de pesquisa e desenvolvimento (CNPq) e como instrutor de cursos e treinamentos para as empresas nas áreas de gerenciamento de custos industriais, manutenção produtiva total (MPT), engenharia econômica e tecnologia de processos industriais.
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Injetora multicomponente A Allrounder 420C Multi Component, fabricada pela alemã Arburg, é uma injetora bi-componente, caracterizada por uma unidade de injeção vertical e outra horizontal. Como alternativa, as duas unidades podem também ser configuradas na horizontal. Neste caso, a segunda unidade de injeção opera em uma posição “L” em relação a linha de abertura do molde. Um arranjo paralelo das duas unidades de injeção ainda é possível. Com uma distância entre colunas de 420 x 420 mm, força de fechamento de 100 toneladas (1000 kN), ela pode vir com unidades de injeção padrão 60, 150 e 350 (Euromap). A altura de molde pode variar de um mínimo de 250 mm a um máximo de 750 mm. O tamanho das placas da máquina é de 570 x 570 mm e o peso máximo admissível na placa móvel é de 600 kg.
Arburg 11 5643 7007 www.arburg.com.br
Fundição de ligas especiais A Usipe fornece peças fundidas e usinadas sob encomenda e serviços de caldeiraria para diversos segmentos, como: indústrias siderúrgicas, termoelétricas, cimenteiras, de processamento de alumínio, minerações, fertilizantes, bens de serviço, papel e celulose e equipamen-
tos. Sua fundição conta com um moderno forno de indução de 750 kWA, espectrômetro, sistema de recuperação e mistura de areia, bem como forno de tratamento térmico. Na usinagem e caldeiraria dispõe de 25 máquinas CNC dentre os quais tornos verticais com capacidade de 2.800 mm de diâmetro e mandrilhadora CNC com curso de 4.000 x 2.000 mm. Os produtos são fabricados de acordo com as especificações de projeto fornecidas pelos clientes, em diversos tipos de ligas, tais como: aço carbono, aço manganês, aços inox austeníticos e martensíticos, aço baixa liga CrMo e CrNiMo, bem como desenvolvimento de ligas especiais como Alloy20 - Hastelloy B ou C e ligas ferrosas, ferro cinzento, nodular, branco e refratário, com peso unitário de até 3.000 kg. Usipe 48 3461 3600 www.usipe.com.br
Fixação hidráulica de moldes O sistema hidráulico de fixação rápida Fixomolde, da Brasfixo, permite agilizar o tempo de prepaMaio/Junho 2009
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ração (setup) dos moldes nas injetoras. Podem ser com trava mecânica e altura de fixação regulável, estando disponíveis nas medidas de M12 a M42. São aplicáveis em injetoras de 50 a 8.000 toneladas e operam em pressão de trabalho de 100 a 250 bar.
chapas de aço reforçado soldadas, tendo alta resistência. A estrutura é pintada na cor azul padrão Gedore. Já as 8 gavetas, na cor cinza padrão Gedore, são fixadas em trilhos telescópicos para proporcionar um deslocamento seguro e tem fechadura para proteção do material armazenado. O carro possui uma grande superfície de trabalho com tampo em madeira fabricado com chapas compensadas multilâminas do tipo naval. A capacidade de carga de cada gaveta é de 30 kg. As rodas estão estrategicamente posicionadas, evitando o tombamento do carro, mesmo com as gavetas abertas. São 4 rodas grandes, sendo 2 fixas com baixo atrito e 2 giratórias (guia), com freios, para parada total. Acompanha um puxador tubular metálico.
Brasfixo 14 3811 3811 www.brasfixo.com.br
Lingas para içamento As lingas de corrente Grau 8, fabricadas pela Siva, são apropriadas para içamento de cargas de 1 a 31 toneladas, conforme a configuração do conjunto. Podem ser montadas com 1, 2, 3 ou 4 pernas com correntes de 6 a 26 mm. Os comprimentos e acessórios são especificados pelo cliente e montadas seguindo as normas pertinentes, sendo fornecidas com certificado de qualidade e garantia de rastreabilidade. Siva 0800 019 24 11 - 11 4646 4646 www.siva.com.br
Carro bancada de alta resistência Comercializado pela Flamafer, o carro-bancada é produzido com 46
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Flamafer 11 2653 3397 www.flamafer.com.br
Afiadora de ferramentas A afiadora de ferramentas TG-30C, comercializada pela Powermaq, é propícia para operação em ambientes de ferramentaria, oferecendo diâmetros e comprimentos máximos de ferramenta de 200 e 320 mm, respectivamente. O avanço longitudinal da mesa de trabalho atinge 270 mm, com transversal de 100 mm. No eixo de fresamento, pode operar até 120 mm. O ângulo do cabeçote varia de ± 50º, a velocidade do rebolo é de 2.800
rpm e tem motor trifásico de 180 Watts. Como acessórios traz ainda armário, contraponto esquerdo e direito, auto stop, paradas ajustáveis da mesa, standard center 60 graus, rebolo copo, rebolo adiamantado de 125 x 32 x 32 mm, rebolo de retífica e 1 pop-pet (125 x 15 x 32 mm), placa de três castanhas com flange, mandris de corte de 16 mm, 27 mm e 32 mm. Powermaq 11 5533 6898 www.powermaq.com.br
Controlador dinâmico de pressão O equipamento Dynamic Feed®, fabricado pela Synventive, permite o controle do processo de injeção em tempo real e ciclo fechado, para cada entrada de material no molde, proporcionando partidas mais rápidas, facilidade na troca de moldes e taxas menores de refugos. Amplia a aplicação de moldes família, reduzindo custos de ferramental e maximizando a utilização da injetora. A alimentação dinâmica permite o mesmo nível de controle que tendo as unidades de injeção situadas separadamente em cada bico quente do molde. As principais vantagens do sistema são: perfis de pressão de injeção e de recalque constantes para até 16 bicos; controle e armazenamento em computador dos perfis individuais para rápida troca de moldes e; janela de processo ampla para atendimento de qualidade elevada da peça injetada, bem como consistência dimensional e controle preciso de enchimento e recalque. Synventive 11 2091 3433 synventive@uol.com.br
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TPM/MPT - MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL Yoshikazu Takahashi, Takashi Osada A publicação abrange os vários aspectos da manutenção produtiva total, sendo dividida em capítulos que abordam a defesa e importância do Gerenciamento Orientado para o Equipamento (GOE), a definição do plano básico da MTP e a implantação pelos departamentos na empresa, a análise e diagnóstico dos padrões de gerenciamento para manutenção produtiva e métodos para melhorias, o planejamento e gerenciamento da manutenção, a manutenção por iniciativa própria (espontânea), o projeto para prevenção da manutenção e tecnologias de engenharia do equipamento. Comenta também sobre pessoal com conhecimento do equipamento, sobre treinamento em aptidões técnicas e finalmente, os efeitos da manutenção preventiva e avaliação da manutenção. É escrita em português e contém 322 páginas. ISBN85-89824-17-9 www.imam.com.br
EMPREGABILIDADE - A COMPETÊNCIA NECESSÁRIA PARA O SUCESSO NO NOVO MILÊNIO Pedro Carlos de Carvalho O homem, para ter empregabilidade, precisa ser visto como um líder de grupo. Suas competências e habilidades devem englobar itens como: liderança, capacidade de se manter seguro e passar tal segurança ao seu grupo; capacidade estratégica para prever, ou até controlar, situações de diferenças de clima organizacional; grande capacidade de mapear oportunidades; senso de deslocamento; entre outras habilidades e competências. O processo de seleção é contínuo e somente os melhores são escolhidos. Este livro apresenta, para os dias atuais - era de oportunidades efêmeras -, alternativas sinalizando o futuro. Ser ou estar em empregabilidade é, de fato, desenvolver sua capacidade de aliar os melhores princípios do exercício de sobrevivência, com muito domínio e com continuidade assegurada. Contém 144 páginas. Editora Alínea. ISBN 9788575163085 www.atomoealinea.com.br
CRONOANÁLISE Itys-Fides Com a estrutura de processos de produção e tempos padrões, a cronoanálise determina os parâmetros da racionalização industrial, possibilitando o cálculo da produtividade e eficiência, das cargas de máquinas e de mão de obra, do balanceamento das linhas, do planejamento e programação, da configuração da fábrica (layout), do custo padrão, entre outros parâmetros importantes para o aumento da competitividade do ambiente fabril. Idioma: Português. www.oemitys.com.br
SUCCESSFUL INJECTION MOLDING: PROCESS, DESIGN AND SIMULATION John P. Beaumont, Robert Nagel, Robert Shermann Este livro pode ser usado por qualquer profissional envolvido com o desenvolvimento de produtos injetados, com ferramentais ou com processos. Ele fornece informações para muitos analistas de CAE (Engenharia Assistida por Computador) e outros técnicos na indústria. Os autores propiciam um entendimento claro do assunto, levando o leitor a compreender como minimizar os riscos do desenvolvimento e acelerar o tempo de entrada do produto no mercado (time to market) enquanto maximiza a produtividade e a qualidade das peças plásticas produzidas por injeção. Fornecendo relatórios coloridos de simulação, análises de preenchimento animadas e práticos formulários de aquisição de dados para o desenvolvimento de produtos no CD que acompanha a publicação, os autores enfatizam a importância prática deste livro - um inestimável recurso para todos os profissionais da área de injeção de termoplástico. A obra fornece explanações compreensíveis sobre as melhores maneiras de utilizar a simulação no projeto de peças injetadas e nos moldes para produzi-las. Forte ênfase é dada na correta aplicação destas ferramentas bem como na interpretação dos seus resultados. Editora Hanser Gardner Publications. Idioma: Inglês. ISBN-1-56990-291-7 www.hansergardner.com
Açoespecial ...............................3ª capa
Expogestão ........................................9
Missler .............................................29
Autodesk ...................................4ªcapa
GGD .........................................1ª capa
Plastech ...........................................40
Brehauser.........................................45
Incoe ...............................................23
Polimold ...................................2ª capa
Btomec ............................................43
Intermach ........................................19
Rede Paranaense Metro ....................24
Casa do Ferramenteiro ...............17 e22
Intertooling......................................36
Schmolz+Bickenbach .......................11
CIMM ..............................................43
Isoflama ...........................................21
Tecnoserv...........................................6
Danly ...............................................27
Leonam ...........................................45
Tecnoplast .......................................44
Dynamach .......................................13
Magma ..............................................5
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Júlio Soares - Foto Objetiva
Investimentos em educação: componente da competitividade
Orlando Marin Presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho - Simplás simplas@simplas.com.br
O parque industrial brasileiro tem servido de exemplo pela qualidade do que aqui é produzido. Nesse contexto encontramos uma significativa participação da indústria de ferramentais e, nela, o pólo da região nordeste do Rio Grande do Sul, conhecida pela utilização de avançada tecnologia na fabricação dos mais diferentes produtos e com grande presença nas exportações brasileiras de manufaturados. No caso do plástico não é diferente. Produzindo peças técnicas e componentes plásticos para diversos setores industriais que utilizam o material, a indústria plástica regional é a maior consumidora de resinas do estado gaúcho. Tal estágio de desenvolvimento deve-se ao fato desta região ser também um dos maiores pólos metalmecânicos do país. Aqui a indústria do plástico encontrou condições favoráveis para a produção dos moldes, elemento essencial para dar forma e predicado aos seus produtos. Não existe transformação de plástico em produtos de qualidade sem que haja modelagem à altura. Na região estão localizadas diversas matrizarias, que realizam trabalhos da mais alta qualidade, fornecendo para a indústria eletrônica e automobilística do Brasil e, inclusive, para alguns países europeus. Entretanto, apesar de encontrarmos por aqui praticamente todas as soluções em matrizes, mesmo aquelas de alta complexidade, a demanda ainda é maior que a oferta. Por isso, para abreviar o tempo entre o projeto e a entrega do molde pronto para entrar no processo de transformação, muitas empresas de plástico têm investido em setores internos próprios de matrizaria para executar os serviços que exigem maior urgência. Diante deste cenário, conclui-se que apesar de toda a tecnologia aplicada até hoje, a mão-de-obra qualificada é ainda insuficiente para absorver a necessidade da demanda exigida. Falta justamente uma oferta maior de recursos humanos qualificados para aumentar a produtividade com a aplicação de métodos e processos sempre atualizados. Por isso, não cansamos de clamar por mais investimentos em educação. Queremos um maior número de escolas de formação técnica e tecnológica direcionadas para o setor ferramenteiro e, por extensão, para o setor plástico. Temos consciência que também é nosso papel buscar a melhoria desta realidade.
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