Revista Ferramental Edição 24

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ANO V - Nº 24 - JULHO/AGOSTO 2009 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

Acompanhe a eficiência de seus equipamentos com a Manutenção Produtiva Total

A têmpera com banho de sal ainda é uma alternativa de tratamento térmico

DESTAQUE



ANO V - Nº 24 - JULHO/AGOSTO 2009 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

Acompanhe a eficiência de seus equipamentos com a Manutenção Produtiva Total

A têmpera com banho de sal ainda é uma alternativa de tratamento térmico

DESTAQUE



Christian Dihlmann Editor

A ação se faz no presente! Prezado leitor, com muita satisfação levamos essa edição às suas mãos. Estamos de aniversário, completando quatro e entrando no quinto ano da revista Ferramental. E orgulhosos, pois nesse período foram publicados 51 artigos técnicos, 50 artigos sobre gestão, 27 fichas técnicas, 19 seções de Radar, 46 indicações de páginas eletrônicas para pesquisa e o dobro de recomendações de literaturas pertinentes ao empresário e profissional ferramenteiro. E esperançosos sobre a expectativa de que esse farto material tenha contribuído para a evolução técnica e gerencial de nossas empresas. Precisamos e vamos melhorar! Para tanto contamos com sua valiosa contribuição, enviando críticas e sugestões, caro leitor. Por ora nos resta agradecer as centenas de manifestações de apoio recebidas nessa caminhada. Essa é a nossa recompensa! Obrigado em nome de toda a equipe Ferramental. Na presente disponibilizamos para sua apreciação o artigo sobre manutenção produtiva que complementa o material da edição anterior, introduzindo o índice global de eficiência do equipamento, um dos mais importantes indicadores de produtividade das empresas. A ficha técnica propõe um modelo básico para início de implantação da manutenção produtiva. Com foco em tecnologia, publicamos um artigo sobre a estampagem incremental, que elimina o uso de matrizes no desenvolvimento de produtos (órteses e próteses) para a área da medicina. Complementa o acervo técnico o artigo que esclarece sobre as ainda diversas aplicações dos tratamentos térmicos em banho de sal para aços carbono de baixa e média liga e ferros fundidos. Um dos canais de venda amplamente utilizados pelas ferramentarias é o representante comercial. E como funciona a relação legal entre a ferramentaria e seu representante? Essa questão é respondida na seção Jurídica. Enfim, novamente uma edição recheada de dicas e informações importantes para os leitores.

Há alguns dias participei da Expogestão 2009 e, ao assistir a palestra de Tom Peters (um dos mais influentes pensadores do mundo dos negócios de todos os tempos), passei a refletir sobre algumas das “dicas” do mestre. Dentre elas, a mais ressaltada foi a frase “learn to listen”, ou seja, aprender a escutar. Comentou também que as quatro mais importantes palavras em uma empresa são: “o que você pensa?”. Mais uma interessante: “o que você deveria parar de fazer?”, referenciando as empresas e profissionais que insistem em investir recursos em produtos e/ou processos que não agregam valor ou, pior, que geram prejuízos. Em momento de descontração, citou ainda a oportunidade em que foi consultado por uma pessoa a respeito de como construir uma pequena empresa? E sua imediata resposta: “compre uma grande empresa e apenas espere”. Ou seja, não pense pequeno. Para organizarmos nosso negócio precisamos escutar as demandas, identificar as deficiências, racionalizar os processos, pensar grande e agir justo. A seção Radar insere a importância do planejamento estratégico nas organizações. Ele pode ser aplicado a pessoas, grupos, órgãos públicos, empresas e governos. Isso inclui até mesmo um setor inteiro da economia. E é o que está sendo preparado para o segmento da ferramentaria no Brasil, pensando em um horizonte de 15 anos. Em 2007 ocorreu o I ENAFER - Encontro Nacional de Ferramentarias que discutiu o alinhamento estratégico a ser adotado pelo setor brasileiro. Agora precisamos validar as propostas, que englobam diversas metas, sendo as quatro principais a redução do déficit da balança comercial brasileira em 50% até 2015, a geração de 2.000 empregos diretos de mão-de-obra altamente qualificada até 2015, o posicionamento entre os três melhores países do mundo no fornecimento de moldes e ferramentas até 2020 e o superávit da balança comercial brasileira de US$ 200.000.000,00 até 2024. Impossível? Não! Fácil? Também não! Serão necessários muitos esforços para atendimento das metas acima. Mas estou certo da competência e criatividade do empresariado brasileiro, que em conjunto buscará inclusive superar os objetivos propostos. E citando o psicólogo Abraham Harold Maslow, com o pensamento “posso me sentir culpado a respeito do passado, apreensivo em relação ao futuro, mas só posso agir no presente“, fico ainda mais confiante do futuro de nossas ferramentarias.

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Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X

15 Desenvolvimento de produtos personalizados através de estampagem incremental para aplicações na medicina ortopédica Para a fabricação de órteses metálicas para pacientes com problemas ortopédicos nos membros superiores e inferiores e de próteses para vítimas de traumatismo craniano é utilizada a estampagem incremental, processo de conformação mecânica que permite obter produtos sem a utilização de moldes e matrizes, normalmente utilizados em processos de estampagem tradicionais.

DIRETORIA Christian Dihlmann Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Jefferson de Oliveira Gomes, Cristiano V. Ferreira, Rolando Vargas Vallejos

23 MPT - Manutenção Total Produtiva: Uma importante ferramenta de gestão da cadeia produtiva - Parte Final O índice global de eficiência do equipamento é um dos mais importantes índices da área de manutenção industrial, o qual é determinado através de uma série de dados levantados pela equipe de manutenção a respeito de um determinado equipamento de chão-de-fábrica.

PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 christian@revistaferramental.com.br Representante Ívano Casagrande (51) 3228-7139 / 9109-2450 casagrande@revistaferramental.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 9919-9624 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br

37 Considerações sobre tratamentos térmicos e termoquímicos de aços e ferros fundidos realizados em banho de sal Apesar da evolução dos tratamentos térmicos à vácuo, a partir de processos bem controlados ainda é perfeitamente aplicável o banho de sal, principalmente para aços carbono de baixa e média liga e ferros fundidos.

Produção gráfica Martin G. Henschel Impressão Impressul Indústria Gráfica Ltda. www.impressul.com.br A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente, com tiragem de 5.000 exemplares. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matérias-primas, acessórios e periféricos, máquinasferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. A revista Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações.

EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC

Seções 6 7 10 12 14 45 32 35 47

Cartas Radar Entidade Expressas Conexão www Dicas do Contador Ficha técnica JuríDICAS Serviço Índice cumulativo anual dos tópicos abordados nas edições de

Foto da capa:

Vista parcial da Gama Indústria de Matrizes Ltda. de Caxias do Sul, RS

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Enfoque Eventos Livros Índice de anunciantes Opinião O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br


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Os exemplares da revista Ferramental são de grande interesse e importância, indo ao encontro das necessidades de nossa empresa.

menção do sonho quando do lançamento da primeira edição. A equipe merece os parabéns pelo bom trabalho.

Marcos Mattos - Plascar - Jundiaí, SP

Dilmar Luis Mathes - Ativa Ferramentaria - Joinville, SC

Recebemos a Ferramental e achamos muito interessante o perfil do periódico para os nossos pesquisadores. Andreza Milham - IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - São Paulo, SP

Percebo o excelente conteúdo editado na Ferramental. O que mais me chama a atenção é a parte de gestão. Parabéns a toda a equipe da revista! Cristian Degasperi Guilhen - Psicólogo - São Paulo, SP

Temos recebido, com muito interesse, a revista Ferramental. Bruno Carreira - Master CAD - Leiria, Portugal

A revista Ferramental disponibiliza diversos assuntos pertinentes a nossa área de ferramentaria. Cesar Luís Schmitz - Representante Comercial - Gaspar, SC

A revista Ferramental contém ótimos assuntos para o dia a dia, auxiliando no crescimento pessoal e da minha empresa. Cesar Luís Schmitz - HP Usinagem Industrial - Pouso Alegre, MG

Acusamos o recebimento do exemplar da Ferramental referente aos meses maio/junho 2009. Boas matérias. Parabéns! João Carmo Vendramim - Isoflama - Indaiatuba, SP

Toda vez que vejo a Ferramental em minhas andanças pelos clientes, percebo o sucesso de uma revista de qualidade e recordo a

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Agradecemos os contatos de: Anderson Krischanski GFM Gerenciamento e Fabricação de Moldes - Joinville, SC Marcelo Ferrari Lepe Indústria e Comércio - Guarulhos, SP Sérgio Martins de Oliveira Ferramentaria 3R - Joinville, SC Flávia Hara FCEM Eventos - São Paulo, SP Juciley Ferreira Ferberg Dispositivos - São Paulo, SP Luciana Aline Instituto Federal de Educação - Aracruz, ES Aurélio da Costa Sabino Neto Instituto Federal de Educação - Sapucaia do Sul, RS Fabiane Salles Máquinas Danly - São Paulo, SP Ariane Duque Miranda Flexnew - Mauá, SP Kelly Franquim Milfra - Jaguariúna, SP Luiz Cesar Torres Lajeflex - Curitiba, PR Fabíola Lozada Magneti Marelli - Hortolândia, SP Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.


Planejar é preciso Por Antônio Roberto Szabunia redação@revistaferramental.com.br

Peter Drucker (Foto: Arquivo CDU)

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“Um bom planejamento estratégico avalia uma série de cenários futuros”

Leia: - Hunter, James C.; O Monge e o Executivo - Uma História Sobre a Essência da Liderança, Editora Sextante, 2004 - Gomes, Luiz Flávio Autran Monteiro; Araya, Marcela Cecília González; Carignano, Cláudia; Tomada de Decisões em Cenários Complexos, Editora Thomson, 2003 - Witzel, Morgen; Sobral, Adail; 50 Grandes Estrategistas de Administração, Editora Contexto, 2005 - Júlio, Carlos Alberto; A Magia da Estratégia, Negócio Editora, Portugal

Acesse: www.curricular.com.br www.administradores.com.br www.efetividade.net 8

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ABM DESCRIÇÃO Razão social: Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração Endereço: Rua Antônio Comparato, 218

Bairro: Campo Belo

CEP: 04605-030

Estado: SP

Cidade: São Paulo

Fone: (11) 5534-4333

Fax: (11) 5534-4330

e-mail: abm@abmbrasil.com.br

Site: www.abmbrasil.com.br

DIREÇÃO Presidente: Karlheinz Pohlmann

Mandato: 2009 - 2011

Contato primário: Taís Simões Maia

e-mail: tais.maia@abmbrasil.com.br

CARACTERIZAÇÃO Objetivos: Promoção e difusão do conhecimento técnico-científico e de gestão nas atividades da área de metalurgia, materiais e mineração. Setor de atuação: Principais siderúrgicas, empresas de não-ferrosos (alumínio, níquel, cobre e zinco), mineradoras, universidades e centros de pesquisa. Perfil do associado: Profissionais das indústrias, do mundo acadêmico e das pesquisas, oriundas dos setores mínerometal-mecânico e dos materiais.

SERVIÇOS OFERECIDOS Difusão do conhecimento técnico-científico através de cursos, seminários e congressos. Produção editorial (livros, CD-ROM, revistas Metalurgia & Materiais, Tecnologia em Metalurgia e Materiais e Materials Research), envolvendo cerca de 4.000 profissionais da indústria e especialistas da área acadêmica. Sede em São Paulo (SP) e presença nacional, possuindo 15 regionais em pontos estratégicos do País.

EVENTOS Ÿ 40º Seminário de Aciaria - Internacional Ÿ 28º Seminário de Logística - PCP, Suprimentos e Transportes

Ÿ 9º ENEMET - Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas

Ÿ 64º Congresso da ABM Ÿ Moldes 2009 - 7º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes

Ÿ 5º Workshop de Responsabilidade Social Ÿ 24º Encontro de Produtos e Consumidores de Gases Industriais

Ÿ 30º Seminário de Balanços Energéticos Globais e Utilidades

Ÿ 11º Seminário de Metais Não-Ferrosos Ÿ 2º Workshop sobre Inovações nos Materiais Magnéticos para a Indústria Automobilística

Ÿ 13º Seminário de Automação de Processos Ÿ 46º Seminário de Laminação - Processos e Produtos Laminados e Revestidos

Ÿ 39º Seminário de Redução de Minério de Ferro e MatériasPrimas - 10º Simpósio Brasileiro de Minério de Ferro

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Encontro Nacional de Ferramentarias O Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ) realizou o 1º ENAFER - Encontro Nacional de Ferramentarias, em Joinville, Santa Catarina, no ano de 2007. Na oportunidade houve a participação de 130 empresários do setor ferramenteiro nacional, de vários estados, que discutiram o alinhamento estratégico a ser adotado pelo setor brasileiro, visando à modernização e perpetuação das empresas fabricantes de moldes e ferramentais. Ao longo dos dois anos muitas ações têm sido desenvolvidas. Entra-se agora na fase de apresentação e validação da proposta de planejamento estratégico, que engloba diversas metas, sendo a mais audaciosa a que propõe: estar entre os três melhores países do mundo no fornecimento de moldes e ferramentais até 2020. Dentre as macro-ações para o segmento consta o foco em insumos, mercado, capacitação, tecnologia de processos e sustentabilidade e o plano está dividido em curto prazo (até 3 anos), médio prazo (até 8 anos) e longo prazo (até 15 anos). Para tanto, será realizado o II ENAFER, no Expocenter Norte Pavilhão Amarelo, em São Paulo, no dia 17 de julho de 2009. O evento tem como objetivo fomentar a discussão, entre os empresários, sobre temas comuns ao setor ferramenteiro nacional e internacional, buscando melhorar e garantir as condições de trabalho atuais e futuras de toda a cadeia brasileira de produção de ferramentais, assegurando assim sua perpetuação. O encontro abordará a metodologias de identificação de problemas e suas respectivas ações para solução, informará sobre instituições e grupos de trabalho voltados a melhoria contínua 12

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Horário

Atividade

08:30h 08:45h 08:45h 09:00h 09:00h 09:45h

Recepção e credenciamento

09:45h 10:15h

10:15h 10:45h 10:45h 11:05h

11:05h 13:00h 13:00h 13:30h 13:30h 14:30h 14:30h 21:00h

Encontro Moldes 2009

Abertura O benchmarking como instrumento de competitividade no setor ferramenteiro - Dr. Jefferson de Oliveira Gomes - Professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA Fórum da Competitividade da Cadeia de Transformação de Plásticos - Dr. Armando de Mello Meziat - Secretário do Desenvolvimento e da Produção - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio - MDIC Coffee break Arranjos produtivos locais - Ações e resultados do APL metal-mecânico do norte catarinense - Jaime Arcino Dias Júnior Diretor Regional do Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Micro Empresa - Sebrae/SC Planejamento Estratégico do Setor Ferramenteiro Nacional - Christian Dihlmann Encerramento com agenda positiva Coquetel de encerramento Visitação a feira Intertooling 2009

das empresas nacionais e culminará com a apresentação, discussão e validação do planejamento estratégico do setor ferramenteiro nacional para os próximos 15 anos, visando colocar o Brasil em posição de destaque mundial na comercialização de moldes e ferramentais. O evento é dirigido aos proprietários e executivos das ferramentarias e tem acesso gratuito. O evento tem patrocínios da Hass do Brasil, Schmolz + Bickenbach do Brasil, Seacam Comércio e Serviços, Seco Tools e Siemens do Brasil. Conciliando com o evento Intertooling 2009 e Moldes 2009, que serão realizados no mesmo local, os participantes poderão ter acesso à feira internacional de serviços e produtos de ferramentaria, além de workshops e diversas palestras que permitirão aos líderes empresariais e gestores trocarem experiências, atualizarem tendências e estreitarem relacionamentos, unindo o pensamento à prática da gestão empresarial. ACIJ 47 3461 3333 carina@acij.com.br

Entre os dias 15 e 16 de julho, a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração - ABM promoverá, em São Paulo, o Moldes 2009 - 7º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes. O evento será realizado no Expocenter Norte - Pavilhão Amarelo. A programação prevê a apresentação de 17 trabalhos técnicos, cinco palestras convidadas, duas mesas-redondas e exposição dos patrocinadores, entre eles, Villares Metals, Sandvik, Isoflama, Oerlikon Balzers e Bodycote Brasimet. Destaques da programação: Horário Dia 15 09:25h 15:30h 16:40h

Dia 16 08:30h

14:00h 14:30h

16:20h

Atividade Palestra: Tendências e perspectivas da indústria automobilística para 2009/2010, Marcos Munhoz (General Motors) Palestra: Caminhos para a exportação de moldes, Victor Albert Batista da Silva (Forvm) Mesa-redonda - Critérios para a aquisição de moldes. Participação: Anderson Miranda da Silva (Tigre), Carlos Henrique Gomes Jardim (Samkwang), Clebson Atílio Ferreira (Magal), Flávio H. Monich (Electrolux) e Osuvaldo Nagaoka (Yamaha). Moderador: Christian Dihlmann Palestra: Ganhando competitividade por meio da busca constante pela excelência da gestão: um caso prático, Filipe Miguel Cassapo (Fundação Nacional da Qualidade - FNQ) Palestra: Polimento no processo produtivo do molde, Luís Antonio Pavezzi (HDB Representações) Mesa-redonda - Formação profissional e capacitação de mão-de-obra. Participação: Adriano Fagali de Souza (Sociesc), Marcos Antônio Togni (Senai Osasco), Renato Nagy (Senai Mario Amato). Moderador: Wagner Aneas (W.Annex) Palestra: Como se tornar um profissional valorizado pelo mercado?, Jefferson de Oliveira Gomes (ITA)

Nas sessões técnicas serão apresentadas várias experiências empresariais bem-sucedidas que trouxeram grandes benefícios, como a melhoria da qualidade do produto e a redução de custos. O evento é direcionado para projetistas, fabrican-


tes, fornecedores e usuários de ferramentas. Inscrições podem ser feitas pela página eletrônica da ABM. ABM 11 5534 4333 www.abmbrasil.com.br

em Otimização Tecnológica e a Simoldes Aços Brasil na Inovação Tecnológica. Intertooling 47 3451 3000 www.intertooling.com.br

Intertooling 2009

Queda na produção de aço

A Intertooling Brasil 2009 - Feira e Congresso Internacional de Tecnologia de Ferramentais, em sua 3ª edição, será promovida com a participação de cerca de 120 empresas expositoras que irão mostrar os principais lançamentos e inovações, a partir do dia 14 até 17 de julho, no Expocenter Norte, em São Paulo. Durante o evento será realizado o Prêmio Intertooling Brasil, organizado pelo Centro de Competência em Manufatura do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (CCMITA), que tem como objetivo incentivar: o desenvolvimento de novas soluções em benefício dos processos e dos usuários; a busca por inovações técnicas de processo e produto; a capacitação para a competitividade internacional; o estímulo a cooperação e sinergia do trabalho em equipe; o reconhecimento de técnicas para poupar energia e preservar o meio ambiente; a inovação e otimização dos processos de fabricação e; a criação de novas estratégias de mercado ou de estruturas organizacionais. Neste ano poderão se inscrever ao prêmio empresas expositoras de pequeno, médio e grande porte. Serão premiados os primeiros e segundos colocados em cada uma das duas categorias: Desenvolvimento para a Competitividade e Inovação Tecnológica. Os troféus serão entregues durante a Intertooling. Os premiados em 2007 foram a Daimler-Chrysler do Brasil no quesito Desenvolvimento para Competitividade, a Ferramentaria Bosch

Em maio de 2009 a produção brasileira de aço bruto foi de 1,9 milhão de toneladas, representando crescimento de 9,5% em relação a abril e queda de 36,3% quando comparada com o mesmo mês em 2008. Em relação aos laminados, a produção de maio, de 1,6 milhão de toneladas, representou crescimento de 9,9% na comparação com o mês anterior e queda de 27,4% quando confrontada com maio do ano passado. Com esses resultados, a produção acumulada de janeiro a maio totalizou 8,6 milhões de toneladas de aço bruto e 6,6 milhões de toneladas de laminados, o que significou queda de 40,6% e 40,1% respectivamente sobre o mesmo período de 2008. Quanto às vendas internas, o resultado de maio de 2009 foi de 1,3 milhão de toneladas de produtos, crescimento de 5,9% sobre o mês anterior, refletindo a recuperação no mercado interno. Quando comparado, entretanto, com igual período de 2008 registrase decréscimo de 35,6%. As vendas de janeiro a maio, de 5,6 milhões de toneladas, mostram queda de 41,2% com relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações de produtos siderúrgicos em maio de 2009 atingiram 593 mil toneladas no valor de US$ 283 milhões. O volume exportado foi 9,2% inferior a abril, enquanto a receita caiu 21,4%. As exportações de janeiro a maio totalizaram 2,7 milhões de toneladas e 1,7 bilhão de dólares, representando queda de 36,5% em volume e de 43,4% Julho/Agosto 2009

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em valor quando comparado ao mesmo período do ano anterior. No que se refere às importações, registrou-se em maio volume de 217 mil toneladas (US$ 245 milhões) totalizando, desse modo, 928 mil toneladas de produtos siderúrgicos de janeiro a maio deste ano, 5,6% acima do mesmo período do ano anterior. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em maio foi de 1,5 milhão de toneladas, totalizando 6,5 milhões de toneladas de janeiro a maio deste ano. Esse valor representou queda de 30,5% e 37,4% respectivamente em relação a igual período do ano anterior. Instituto Brasileiro de Siderurgia 21 3445 6300 www.ibs.org.br

Bener com show room em Joinville Desde junho deste ano, a Casa do

Ferramenteiro, em Joinville, SC, abriga o mais recente show room do Grupo Bener. Além de conferir uma ampla linha de acessórios e ferramentas para as mais diversas aplicações, o visitante pode conhecer máquinas da divisão Bener Veker que incluem centros de usinagem, tornos convencionais e CNC, fresadoras, retíficas e serras. Segundo Alan Guimarães, diretor da Casa do Ferramenteiro, a presença das máquinas do Grupo Bener vai complementar o centro de exposição. “Apresentar maquinário é muito importante, pois dessa forma podemos oferecer uma solução completa aos clientes”, destaca. O Grupo Bener mantém um profissional capacitado para oferecer atendimento especializado. A assistência técnica é garantida por meio de parceria com uma empresa local, o que assegura rapidez à ação. “O cliente pode contar com um serviço diferenciado tanto do re-

presentante quanto da equipe da Casa do Ferramenteiro, que está muito bem treinada e preparada para estas vendas”, destaca Paulo Lerner, diretor do Grupo Bener. Segundo Lerner, Joinville tem uma localização estratégica para os negócios do grupo na região sul. “Grande parte de nossas vendas são destinadas às empresas do sul do País. O show room tem potencial para aumentar ainda mais este volume”, afirma.

Bener 19 3826 7373 www.bener.com.br

CONEXÃO WWW O Laboratório de Transformação Mecânica - LdTM, do Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, foi criado em 1974 junto ao "Programa de Pós Graduação em Metalurgia, Minas e Materiais - PPGEM", tendo por objetivo desenvolver a tecnologia da conformação mecânica através de projetos de pesquisa visando o desenvolvimento de novos produtos, novos processos, redução de custos, melhoria da qualidade e formação de recursos humanos em todos os níveis. Além dos recursos públicos recebidos através das verbas destinadas à Universidade, o LdTM conta com recursos provenientes de projetos de pesquisa financiados por órgãos federais e estaduais e recursos provenientes da iniciativa privada obtidos através do desenvolvimento de projetos com empresas. O LdTM conta com uma equipe de doutores, mestres, engenheiros, técnicos, estudantes de engenharia e de escolas técnicas, todos atuando na área de conformação mecânica de metais. A página eletrônica da instituição fornece informações importantes sobre processos de estampagem, forjamento, laminação, trefilação, corte, dobra, repuxo e metalurgia do pó. Permite acesso também a vasta literatura em livros e artigos publicados. www.ufrgs.br/ldtm/ O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC foi criado em 1999, tendo como área de competência os seguintes assuntos: política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos serviços; propriedade intelectual e transferência de tecnologia; metrologia, normalização e qualidade industrial; políticas de comércio exterior; regulamentação e execução dos programas e atividades relativas ao comércio exterior; aplicação dos mecanismos de defesa comercial com participação em negociações internacionais relativas ao comércio exterior; formulação da política de apoio à microempresa, empresa de pequeno porte e artesanato e; execução das atividades de registro do comércio. Na página do Ministério é possível acessar diversas informações relativas ao comércio exterior, ao comércio e serviços, ao desenvolvimento da produção e a tecnologia industrial. Também dá acesso as diversas legislações e indicadores da economia produtiva. www.mdic.gov.br

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JOVANI CASTELAN - jovani.castelan@satc.edu.br LÍRIO SCHAEFFER - schaefer@ufrgs.br ANDERSON DALEFFE - anderson.daleffe@satc.edu.br

Desenvolvimento de produtos personalizados através de estampagem incremental para aplicações na medicina ortopédica

O

desenvolvimento de órteses metálicas para pacientes com problemas ortopédicos nos membros superiores e inferiores e de próteses para vítimas de traumatismo craniano são processos de precisão. Para fabricar estes produtos individuais é utilizada a estampagem incremental, processo de conformação mecânica que permite obter produtos sem a utilização de moldes e matrizes, normalmente utilizados em processos de estampagem tradicionais.

Rotação da ferramenta

Chapa metálica plana

Ferramenta de estampagem

Configuração intermediária

Suporte de fixação (Placa de aperto superior)

Região de fixação da chapa

to Raio da ferramenta

tf

y

l

Placa de aperto posterior

Equipamento

Figura 1- Representação esquemática da ISF [6] Julho/Agosto 2009

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Sistemas de Microssoldas Scaner laser

Solda Laser

Modelo real

Microssoldas para reparação de pequenas deformações em moldes plásticos

Modelo virtual

Modelo CAD

Produto final

Solda todos os tipos de aços

Desenho do suporte para tornozelo

Interface CAD/CAM

Aquecimento puntual, não causa deformação térmica periférica Soldas de 0,1 a 0,6mm Construção compacta e fácil operação Bancada de trabalho automatizada com movimentos suaves para fácil adaptação à ergonomia

Solda combinada TIG + Resistência Microssolda por resistência com sistema pulsante Permite deposição de material sem a geração de arco voltaico

TIG - Não aquece as regiões adjacentes Permite qualquer tipo de usinagem para acabamento

Visite-nos : INTERTOOLING 2009 Expo Center Norte -SP 14 a 17 Julho 2009

PLASTECH 2009 Caxias do Sul - RS 28 a 31 Julho 2009

Representante exclusivo

HDB Representações Ltda. Rua Martiniano Lemos Leite, 30 Cotia – SP CEP 06705-110 Tel.: 11 4615 -4655 - Fax: 11 4703-3000 hdb@hdbrepr.com.br www.hdbrepr.com.br

Figura 2 - Ciclo de desenvolvimento de produto [2]


Tradicional fabricante alemão de acessórios para moldes, Porta – moldes, Câmaras quentes. Porta moldes e acessórios para moldes

Inovação

Puxadores de placas

Extratores rotativos

Câmaras quentes

Engates rápidos

Visite-nos : INTERTOOLING 2009 Expo Center Norte-SP 14 a 17 Julho 2009 PLASTECH 2009 Caxias do Sul - RS 28 a 31 Julho 2009

Figura 4 - Modelo CAD da prótese craniana [5]

Representante exclusivo

Figura 3 - Trajetória 3D da ferramenta [2]

HDB Representações Ltda. Rua Martiniano Lemos Leite, 30 Cotia – SP CEP 06705-110 Tel.: 11 4615 -4655 - Fax: 11 4703-3000 hdb@hdbrepr.com.br www.hdbrepr.com.br Julho/Agosto 2009 Ferramental 19


b a

c

d

Figura 6 - Equipamentos e softwares necessários para o desenvolvimento de produtos ortopédicos: a) scanner 3D; b) software CAD; c) software CAD/CAM e de transmissão (pós-processador) e; d) máquina CNC

Equipamento Scanner 3D (digitalizador tridimensional) Computador (Workstation)

5.700,00

Software CAD

3.500,00

Software CAM Máquina-ferramenta CNC (Centro de usinagem 3 eixos) Dispositivo prensa-chapas

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8.000,00 120.000,00 1.300,00

Ponto de apoio inferior (molde usinado em madeira MDF ou poliuretano PU - custo por unidade manufaturada)

120,00

Fresa de topo HSS para desbaste do molde diâmetro 10 mm

70,00

Fresa HSS ponta semi-esférica diâmetro 10 mm

Figura 5 - As regiões escuras indicam a discrepância geométrica entre o modelo CAD original e o obtido [5]

Custo R$ 12.000,00

120,00 80,00

Ferramenta de conformação (HSS ponta semiesférica lisa, sem arestas de corte) TOTAL

150.890,00

Tabela 1 - Custos totais de implantação


Figura 7 - Projeto do dispositivo prensa chapas

Jovani Castelan - Licenciado em Desenho pela UDESC e Mestre em Engenharia pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pesquisador/professor da Faculdade SATC, atuando nas áreas de CAD/CAM e design. Lírio Schaeffer - Engenheiro Mecânico pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Doutor na área de Conformação pela Universidade Técnica de Aachen na Alemanha (RWTH). Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) do Centro de Tecnologia da Escola de Engenharia da UFRGS. Pesquisador na área de Mecânica, Metalurgia e Materiais do CNPq, professor das disciplinas de processos de fabricação por conformação mecânica e vinculado ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Minas e Energia da UFRGS. Autor de vários livros sobre conformação mecânica. Anderson Daleffe - Tecnólogo em Eletromecânica pela Faculdade SATC e Mestre em Engenharia pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pesquisador/professor da Faculdade SATC, atuando nas áreas de usinagem CNC e processos de fabricação.

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ALEXANDRE DE SOUZA - desouza.alexandre@bol.com.br

MPT - Manutenção Produtiva Total: uma importante ferramenta de gestão da cadeia produtiva - Parte final

O

índice global de eficiência do equipamento é um dos mais importantes índices da área de manutenção industrial, o qual é determinado através de uma série de dados levantados pela equipe de manutenção a respeito de um determinado equipamento de chão-de-fábrica.

A ESTRUTURA DA MPT A filosofia MPT não envolve somente atividades de manutenção corretiva como nos anos 40 e 50, as quais provocavam muitos desperdícios, retrabalhos, perda de tempo e de esforços humanos. Atualmente a filosofia MPT é um conjunto de atividades dentro de toda a estrutura organizacional da empresa. As atividades a serem realizadas durante a etapa de implementação do MPT foram organizadas nos denominados “8 pilares” da manutenção produtiva total (figura 1). Manutenção autônoma - 1° Pilar A manutenção autônoma (do inglês Autonomous Maintenance) é realizada pelos próprios operadores das

O PROGRAMA MPT - 8 PILARES

MPT - Seg., Hig. e MA

MPTAdministrativo

Controle Inicial

Manutenção da Qualidade

Educação & Treinamento

Melhorias Específicas

Manutenção Planejada

MPT Manutenção Autônoma

Não só no Japão, mas também nos Estados Unidos, países europeus e no Brasil, os conceitos de Manutenção Produtiva Total têm sido empregados com muito sucesso em vários ramos empresariais, criando também excelentes aspectos positivos em relação à motivação de seus funcionários. O correto emprego da metodologia MPT é reconhecido atualmente como uma poderosa ferramenta industrial que deve ser utilizada pelas empresas de forma contínua e focada para os seus objetivos reais globais definidos em sua política estratégica. O MPT é e será uma das bases fundamentais para a implantação e manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade Total (do inglês TQM - Total Quality Management) nas empresas.

P

Q

C

D

S

M

Produtividade

Qualidade

Custos

Entrega

Segurança

Moral

Figura 1 - Pilares fundamentais da Manutenção Produtiva Total

máquinas e serve de base a todos os outros pilares do MPT. O início das tarefas ocorre primeiramente através de um treinamento dos operadores por pessoal especializado em manutenções rotineiras das máquinas. É necessário que o operador tenha aptidões específicas para a função de manutenção autônoma (figura 2). A introdução da manutenção autônoma (em japonês Jishu-Hozen) torna os operadores aptos a desenvolver de forma eficiente o seu próprio ambiente de trabalho, contribuindo para a redução dos vários tipos de perdas ocasionadas durante o processo produtivo, aumentando assim os índices de produtividade e qualidade de produção. Longos tempos de paradas de máquinas podem ser evitados. A manutenção autônoma envolve uma série de atividades realizadas pelos operaJulho/Agosto 2009

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tecção rápida destes fatores negativos pelos operadores diminuirá seguramente a Capacidade de descobrir rapidamente ocorrência de falhas e, em consequência anormalidades no processo - detectar rapidamente desvios nas características disto, também a quebra de equipamentos das máquinas e equipamentos do processo de produção, gerando uma considerável redução dos custos industriais. Capacidade de controle Capacidade de tratamento Operador da da situação e recuperação Além disso, através de um efetivo e altamanutenção - cumprir as regras estabelecidas - tomar as devidas ações necessárias autônoma no plano de manutenção autônoma na presença de um desvio do processo mente confiável trabalho de parceria entre para evitar as anomalias a produção e departamento de manutenCapacidade para estabelecer condições ção, bem como a formação de pequenos - detectar quantitativamente os critérios para julgar uma determinada situação como “normal” grupos de melhoria, pode-se ainda melhoou “anormal” rar e ampliar o potencial da manutenção autônoma no chão-de-fábrica. Com a exeFigura 2 - Características do operador de manutenção autônoma cução das atividades de manutenção dores. A primeira é o emprego da metodologia 5S1 em autônoma pelos operadores, o departamento de seu posto de trabalho (Utilização, Organização, Limpemanutenção dispõe de um tempo maior para outros za, Padronização e Disciplina). Na sequência são realitrabalhos mais comple-xos, como a manutenção zados outros seis passos: programada. ! Observar e eliminar fontes de sujeiras em lugares de difícil acesso; Controle inicial - 2° Pilar ! Elaborar normas provisórias de limpeza, inspeção e Na realização de novos projetos de investimentos a lubrificação que posteriormente serão incluídas denempresa pode contar com sua experiência adquirida ao tro do plano de manutenção preventiva a ser elaboralongo dos anos em manutenção industrial e adquirir do pelo departamento de manutenção; novos e mais modernos equipamentos de modo que ! Inspecionar totalmente os equipamentos; eles executem uma determinada tarefa de trabalho ! Limpar, apertar e lubrificar porcas e parafusos de forevitando ao máximo perdas e desperdícios de qualquer ma rotineira; natureza (tempo de ciclo, qualidade das peças produzi! Criar padronização para seu próprio gerenciamento das, quebras, entre outras). O pilar de controle inicial de manutenção autônoma e; está estreitamente ligado com o desenvolvimento de 2 ! Melhorar o sistema de forma contínua (ciclo PDCA ). novos produtos da empresa que necessitem de investimentos para ampliar sua produção. Todos estes procedimentos reduzem consideravelA etapa de gerenciamento de produtos deve ser feita mente a probabilidade de ocorrência de anomalias no em vários grupos de trabalho que assumem tarefas esprocesso produtivo. Através da capacidade do operapecíficas e utilizam modernas ferramentas de controle e dor da máquina em descobrir/detectar rapidamente gerenciamento de projetos durante todo o ciclo de anomalias bruscas no processo e de reagir rapidamendesenvolvimento do produto. Nesta etapa, a idéia de te, tomando ações quando na ocorrência destes desprevenção da manutenção deve fazer parte da política vios, é possível garantir a efetividade do trabalho de estratégica da empresa, ou seja, optar por compra de manutenção autônoma em longo prazo e de forma máquinas que minimizem a manutenção. contínua. Desvios bruscos nas condições operacionais 5S: é um método para organizar o espaço de trabalho mantendo-o orgadas máquinas e equipamentos que não podem ser solunizado. O propósito central é a melhoria da eficiência no ambiente de trabacionados pelo próprio operador devem ser registrados lho. Filosofia desenvolvida no Japão, foi importada para o Brasil como metodologia dos cinco sensos. Os 5 Ss são: Seiri ( 整理) - senso de utilização, e comunicados o mais rapidamente possível ao pessoal Seiton ( 整頓) - senso de organização, Seiso ( 清掃) - senso de limpeza, técnico de manutenção. Seiketsu ( 清潔) - senso de padronização e Shitsuke ( 躾) - senso de autoO trabalho de manutenção autônoma é facilitado disciplina. PDCA: do inglês Plan (planejar), Do (executar), Check (verificar) e Act (corquando os operadores tem um bom conhecimento em rigir). O ciclo tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolmecânica, elétrica, hidráulica e pneumática, de forma vidos na execução da gestão. O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações planejadas são executadas, checa-se se o que foi que, por exemplo, folgas, desgastes, vazamentos, corfeito estava de acordo com o planejado, constantemente e repetidamente rosão, deformações, trincas, vibrações e superaqueci(ciclicamente), e toma-se uma ação para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto ou na execução. mentos possam ser detectados mais facilmente. A de1

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Melhorias específicas - 3° Pilar Este pilar serve para detectar perdas em todo o processo produtivo relativamente às máquinas de produção, materiais empregados e estoques em excesso (figura 3). Trata-se de melhorias específicas que têm como objetivo também apoiar o sistema de “produção limpa”. O trabalho de detecção de perdas no processo produtivo da empresa deve ser feito através de pequenos grupos de melhorias formados através dos funcionários responsáveis por um determinado setor ou departamento. Todas as ações corretivas para eliminação das perdas devem estar contidas sistematicamente em um plano de ação com os respectivos prazos e responsáveis. Os grupos de trabalho podem ser formados, por exemplo, com operadores das máquinas e equipamentos, supervisores e mestres de produção industrial, departamento de manutenção e central de planejamento de produção. Manutenção planejada - 4° Pilar A manutenção planejada (ou programada) deve ser

Elevado tempo de ciclo de máquinas

Tempo demasiado de setup e ajustes de máquinas

Elevada quantidade de paradas planejadas e não-planejadas

Falhas em equipamentos

Perdas dentro do processo produtivo

Refugos e retrabalhos

Transporte de material inadequado dentro da linha de produção

Figura 3 - Tipos de perdas originadas no processo produtivo

feita após o processo de detecção de perdas que levam a grandes custos industriais de produção. Assim, para as máquinas e equipamentos onde é exigido um trabalho mais específico de manutenção, deve ser elaborado um plano detalhado de manutenção preventiva. A elaboração de plano de manutenção planejada exige amplos conhecimentos técnicos e muita experiência prática dos funcionários de manutenção e deve ser realizada de forma contínua, podendo ser direcio-

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nada então para as máquinas consideradas críticas dentro da linha de produção ou para setores da fábrica onde os custos de manutenção são elevados. Um trabalho de manutenção planejada bem executado tende a aumentar a confiabilidade das máquinas e conduzir a logística de produção fabril a trabalhar com estoques de produtos mais reduzidos, o que é um dos objetivos da filosofia MPT. As informações baseadas na experiência prática servem novamente como um excelente subsídio para os profissionais que trabalham com novos projetos de máquinas e equipamentos. Manutenção da qualidade - 5° Pilar A manutenção da qualidade da MPT no posto de trabalho pode ser realizada através de algumas ferramentas da qualidade, as quais fazem o monitoramento de características do produto após sua fabricação. Uma característica do produto que se apresente fora dos limites especificados pelo departamento de projeto de produto pode ser resultante, por exemplo, de grandes problemas oriundos de um projeto de manutenção não-eficiente ou não-adequado e que acabam gerando altos índices de refugo e retrabalho dentro do processo produtivo. O CEP - Controle Estatístico do Processo é uma das ferramentas que auxilia o monitoramento das características do produto produzido. Para a utilização do CEP em um posto de trabalho é necessário executar algumas etapas, necessariamente nessa ordem: 3

! Etapa de implantação de MSA - garante que os

equipamentos, dispositivos e calibradores utilizados em um processo de medição encontram-se dentro de limites de qualidade aceitáveis (índices estatísticos); ! Etapa de capabilidade de máquina - decorre de

uma análise estatística da máquina que será utilizada na produção. Ela é realizada no procedimento de liberação de um novo equipamento logo após a sua instalação e montagem na linha de produção. Um equipamento que é considerado como capaz para realização de um processo de produção deve apresentar índices de “Cm” e “Cmk”, ou seja, índices de capabilidade de máquina, maiores que 1,67. Em equipamentos com índices de capabilidade menores deve ser realizado um trabalho de manutenção mais aprimorado de modo a serem corrigidos, antes da liberação definitiva da máquina para a linha de produção, eventuais folgas e desalinhamentos de determinados eixos da máquina que podem acarretar em 26

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perda da qualidade no processo produtivo e; ! Etapa de capabilidade de processo - avalia, através

dos índices de capabilidade de processo “Cp e Cpk”, se as características dos produtos fabricados se encontram dentro de limites aceitáveis, os quais levam em consideração a tolerância de desenho de produto e são definidos nas cartas de controle. Além do CEP, o planejamento da manutenção da qualidade no posto de trabalho deve ter registro de controle da quantidade de refugo e retrabalho por turno, bem como o controle dos vários tipos de paradas de máquinas não-planejadas durante todo o período de produção. TPM Administrativo - 6° Pilar Nos escritórios e em outros departamentos, que não estejam diretamente ligados às atividades de chão-defábrica, mas que exercem importantes tarefas burocráticas relativas à parte administrativa da empresa, a filosofia do MPT também indica o controle de todos os tipos de perdas, da mesma forma que aquelas originadas dentro do sistema logístico da empresa na linha de produção. Os atuais sistemas computacionais contribuem em muito para a organização de documentos, arquivos, desenhos em formas de pastas computacionais, que permitem elevada organização e economia de tempo e espaço físico nos escritórios. Nestes setores é possível aperfeiçoar o fluxo de informações, de modo que exista eficiência em comunicação entre a parte administrativa e técnica da empresa. Segurança, saúde e meio ambiente - 7° Pilar A busca do índice de “zero acidentes” através da segurança e saúde máxima do trabalhador, além da implantação de processos produtivos que não afetem o meio ambiente, são outros objetivos da metodologia da Manutenção Produtiva Total. A observação das leis trabalhistas bem como o respeito às normas de gestão de meio ambiente são pontos relevantes para melhorar os índices de qualidade da empresa. 3

MAS: do inglês Measurement System Analysis, significa análise do sistema de medição. É uma ferramenta da qualidade, de grande complexidade, que objetiva avaliar o quanto é possível confiar em um sistema de medição para o controle de uma determinada característica no processo de produção. Controla-se assim as possíveis influências de variação presentes em uma medição: máquina, material, método, pessoal e meio ambiente.


Educação e treinamento - 8° Pilar Para o desenvolvimento sustentável da MPT em uma determinada organização é necessário que os funcionários da empresa desenvolvam sólida autodisciplina. Esse fator auxiliará em todas as fases de implementação da metodologia e na manutenção do sistema em longo prazo. Além dessa questão, é importante que a empresa adote uma política de treinamento para seus funcionários, desde a alta gerência até os operadores de máquinas, de forma que novas idéias de melhorias possam surgir continuamente. Em conseqüência disto, são necessários treinamentos de funcionários tanto na área técnica como na área administrativa de modo contínuo. ETAPAS PREPARATÓRIAS PARA IMPLANTAÇÃO DA MPT Alguns expertos na área de Engenharia Industrial afirmam que o tempo médio de implementação da política MPT é de 3 a 6 meses para sua fase preparatória e de 2 a 3 anos para o início de sua consolidação nas empresas. A decisão para a implantação da filosofia é realizada pela alta gerência da empresa, após a análise técnica das vantagens em relação aos aspectos de custos industriais, de segurança, de saúde e meio ambiente, bem como da imagem da empresa no mercado externo. A

preparação da técnica de Manutenção Produtiva Total (MTP) engloba 10 fases, apresentadas na tabela 1: EFICIÊNCIA GLOBAL DO EQUIPAMENTO (OEE) Um dos mais importantes índices de manutenção é a eficiência global do equipamento (OEE4). Para a determinação deste índice através de um cálculo matemático é necessária a determinação de três outros importantes fatores (índices) de manutenção (Figura 4). Índice de disponibilidade Expressa a relação percentual entre o tempo que o equipamento realmente operou e o tempo que ele deveria ser operado. O índice de disponibilidade é conhecido também em algumas empresas como “grau de ocupação de máquina” e é calculado pela equação 1:

Disponibilidade do equipamento (%) = (TTP - PP - PNP) / (TTP - PP) onde TTP = Tempo total programado (tempo programado para o equipamento operar, de acordo com o estipulado pelo planejamento de produção); 4

OEE: do inglês, Overall Equipment Effectiveness.

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1ª Fase

2ª Fase

3ª Fase

Manifestação da alta administração sobre a decisão de introduzir a MPT

Campanha de divulgação e treinamento para a introdução da MPT

Estrutura para a implantação da MPT

- Reunião entre a alta diretoria e gerência sobre a tomada de decisão para a introdução da metodologia na empresa; - Estabelecimento de metas e diretrizes para toda a empresa e; - Divulgação, por parte da diretoria e gerência, a todos os funcionários da empresa (eventos, seminários, encontros) do programa MPT a ser implantado. - Início de palestras dentro de toda a estrutura da empresa sobre o funcionamento da Manutenção Produtiva Total; - Divulgação da MPT na empresa através de cartazes e outros meios de mídia e; - Início de treinamentos específicos em todos os departamentos da empresa. - Criação da Comissão de Implantação da MPT a nível global na empresa para o acompanhamento e controle do projeto e; - Formação de pequenos grupos de trabalho em setores específicos da empresa que são acompanhados pela Comissão de Implantação do MTP.

4ª Fase

Início do programa MPT

- Criação das diretrizes básicas, por todos os envolvidos na implantação da MPT, para zerar os grandes tipos de perdas dentro da fábrica, tanto no processo produtivo como também em departamentos administrativos.

5ª Fase

Melhoria nos equipamentos para maior eficiência global

- Início, em um equipamento piloto, através de uma equipe de engenheiros e técnicos de manutenção, vários tipos de melhorias que aumentem seu rendimento total e; - Análise e definição de outros projetos pilotos com bons rendimentos financeiros para a empresa, com base nos resultados do projeto piloto MPT.

6ª Fase

Criação de estrutura para a manutenção autônoma

- Criação de cultura na empresa de que cada indivíduo é responsável pela sua própria máquina e; - Padronização nos postos de trabalho, juntamente com o departamento de manutenção, de todos os procedimentos técnicos de manutenção autônoma.

Desenvolvimento da estrutura da manutenção programada

- Elaboração do plano de manutenção preventiva por parte do departamento de manutenção e; - Organização das atividades de manutenção preditiva com possível planejamento financeiro para a compra de novos equipamentos de manutenção.

8ª Fase

Treinamentos específicos dentro da manutenção

- Treinamento de operadores bem como de pessoal do departamento de manutenção em tópicos específicos de manutenção (mecânica, hidráulica, pneumática, entre outros).

9ª Fase

Estruturação da etapa inicial de controle de equipamentos

- Estruturação dos departamentos da fábrica de modo a poder adquirir equipamentos e máquinas para novos projetos de investimentos que reduzam o emprego da manutenção.

10ª Fase

Execução total da MPT e elevação do nível gerencial

- Consolidação da MPT como uma ferramenta importante em todos os níveis da fábrica e; - Certificação relativa ao desempenho em manutenção produtiva total por órgãos internacionais credenciados.

7ª Fase

Tabela 1 - Fases de implantação da filosofia MPT

OEE (%) Eficiência Global do equipamento

do x = Disponibilidade equipamento (%)

Performance operacional (%)

- Quebras/falhas e; - Troca e ajustes de ferramentas

- Tempo de ciclo e; - Pequenas paradas

x

Qualidade dos produtos (%)

- Refugos e; - Retrabalhos

Figura 4 - Cálculo do índice de Eficiência Global do Equipamento [1]

PP = Paradas planejadas (ex: descanso, almoço, treinamentos, reuniões); PNP = Paradas não-Planejadas (ex: manutenção de emergência, ajustes de ferramentas). Índice de performance operacional Expressa a relação entre o tempo teórico de ciclo, que foi definido pelo departamento de planejamento de produção industrial, e o tempo real que o equipamento operou. Este índice é fortemente afetado por alterações intencionais no ciclo do equipamento ou por pequenas paradas não- planejadas (equação 2):

Performance (%) = (TTC x QPP) / (TTP – PP - PNP) onde TTC = Tempo teórico de ciclo (minutos/peça produzida); QPP = Quantidade de peças produzidas. Índice de qualidade do produto Expressa a qualidade da produção de um equipamento. Relaciona de modo percentual a quantidade de peças refugadas e retrabalhadas com a quantidade total de peças produzidas em um determinado período de tempo (equação 3):

Qualidade (%) = TPP- (TR - TRE) / (TPP) onde TPP = Total de peças produzidas; TR = Total de peças refugadas; TER = Total de retrabalhos. Julho/Agosto 2009

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A multiplicação matemática destes três índices resulta no valor teórico do OEE. A tabela 2 mostra um exemplo de cálculo do índice de eficiência global do equipamento. Para aplicações práticas, um índice OEE de 85% significa excelentes condições do processo produtivo em questão, isto é, provavelmente dentro da linha de produção em avaliação existem boas condições de manutenção, as quais eliminam possivelmente os vários tipos de perdas de produção.

Índice de disponibilidade Item

Descrição

A

Tempo total programado (TTP)

B

Tempo de parada programada (PP)

C

Tempo disponível (TTP – PP)

D

Tempo com parada não-planejada (PNP)

E

Tempo de operação

F

Índice de Disponibilidade

Forma de cálculo

Valor

Resultado

8 horas

8 x 60

480 min 20 min

A–B

480 – 20

460 min 60 min

460 – 60

400 min

(400 / 460) x 100

87%

C–D

Índice de performance operacional Item

Descrição

G

Total de peças produzidas (boas e ruins)

H

Tempo teórico de ciclo

J

Índice de Performance Operacional

Forma de cálculo

Valor

Resultado

400 pc 0,5 min/pc (H x G) / E) x 100

((0,5 x 400) / 400) x 100

50%

CONSIDERAÇÕES GERAIS Índice de qualidade do produto REFERENTES À MPT Item Descrição Forma de cálculo Valor Resultado Na implantação de uma gestão 8 pc K Total de refugos e retrabalhos estratégica de negócios empresariais 98% L Índice de Qualidade do Produto ((G – K) / G) x 100 ((400 – 8) / 400) x 100 a MPT tem se tornado uma das mais importantes ferramentas para reduÍndice de eficiência global do equipamento (OEE) ção dos vários tipos de desperdícios M Índice OEE 43% (F x J x L) / 10.000 (87 x 50 x 98) / 10.000 dentro da organização. O emprego Tabela 2 - Exemplo de cálculo de índice global do equipamento desta metodologia exerce uma profunda modificação, sobretudo na capacidade produPara a correta implantação da MPT em nível de linha tiva, na qualidade e prazo de entrega dos produtos de produção é necessário primeiramente o completo fabricados, na segurança e na motivação da organizaentendimento do conceito de “falha de um equipação. mento”, que compromete por um longo ou curto peDesta forma a empresa pode garantir forte posição ríodo de tempo o funcionamento do equipamento com de destaque frente à crescente concorrência do mersensíveis perdas na capacidade produtiva da empresa. cado global. Naturalmente, o sucesso da implantação As falhas podem surgir repentinamente (abrupto) ou da filosofia MPT depende de sólida organização dentro de forma potencial, isto é, não abruptamente. Estes da empresa, de uma rotina de controle de resultados simples conceitos são importantes dentro da área de constante e de uma rígida liderança por parte de todos manutenção no auxílio a tomadas de ações para detecos departamentos envolvidos da fábrica (figura 5). tar, corrigir e prevenir os vários tipos de falhas dos equipamentos. As causas das falhas podem ocorrer de maneiras diversas e são agrupadas em três grandes categorias: Rotina de controle de resultados

Implantação da filosofia MPT

Liderança e comprometimento de todos os setores envolvidos

Sólida estrutura organizacional do sistema de implantação MPT

Figura 5 - Fatores de sucesso na implantação da MPT

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! Falhas que são originadas de defeitos no projeto do equipamento; ! Falhas devidas ao uso do equipamento fora das especificações de projeto e; ! Falhas devido à falta de manutenção do equipamento. Resumidamente, as falhas de máquinas e equipamentos podem ocorrer através de vários fatores: erros no projeto de fabricação e na montagem do equipa-


mento, operação incorreta e falta de manutenção para corrigir vazamentos, lubrificação, deformações, corrosão, bem como excesso de vibração de alguns componentes do equipamento e condições ambientais desfavoráveis. Uma vez analisada a causa da falha, ela deve ser rapidamente erradicada através de um plano de ação com prazos e responsáveis baseado, por exemplo, no método 5W1H (O que, Por que, Quando, Onde, Quando e Como). As empresas mudaram os seus antigos conceitos em relação a manutenção e passaram a pensar em conceitos de manutenção mais modernos, como por exemplo a MPT, em função de alguns importantes acontecimentos registrados na indústria ao longo dos anos: maior exigência de produtividade e qualidade por parte dos clientes; crescente desenvolvimento de novas tecnologias e, em consequência disso, a produção de mais modernos e caros equipamentos industriais onde se exige um trabalho muito mais rigoroso de manutenção; aumento da competitividade entre as empresas e; aplicações de leis mais rigorosas no que se refere à segurança e a saúde do trabalhador, bem como ao meio ambiente. Outro fato que caracteriza a importância da manutenção como papel fundamental dentro da estratégia política de uma organização está diretamente ligado aos enormes valores financeiros que ela movimenta. De acordo com dados da Associação Brasileira de Manutenção, os valores movimentados relativos a manutenção industrial no Brasil correspondem a 35 bilhões de dólares, sendo que nos Estados Unidos, Japão e Alemanha, estes valores são da ordem de 300, 175 e 130 bilhões, respectivamente. Além disso, um dado estatístico que reforça a importância da manutenção indica que os custos de manutenção industrial correspondem, em média, entre 3 e 4 % do faturamento bruto das empresas. Toda a implantação correta da filosofia MPT depende de uma cultura dentro da empresa para a eliminação das causas de falhas em equipamentos e de uma forte motivação organizacional para o controle de “perdas” nos departamentos da empresa.

FONTES DE CONSULTA ! Antunes, J. A. V.; Manutenção Produtiva Total: Uma

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Análise Crítica a partir de sua Inserção no Sistema Toyota de Produção. Produttare Consultores Associados. Freitas, M. A. S. de; Implementação da Filosofia TPM (Total Productive Maintenance): Um Estudo de Caso. Universidade Federal de Itajubá. Instituto de Engenharia Mecânica (Departamento de Produção). Itajubá, MG, 2002. Yamaguchi, C. T.; TPM - Manutenção Produtiva Total. Instituto de Consultoria e Aperfeiçoamento Profissional. São João del Rei, MG, 2005. Carrijo, J. R. S.; De Toledo, J. C.; Benefícios da implantação do TPM (Total Productive Maintenance) no processo de desenvolvimento de produtos de uma indústria gráfica. XXVI ENEGEP. Fortaleza, CE, outubro 2006. Sampaio, A.; Manutenção Produtiva Total (TMP/MPT). www.google.com.br. P. H. A. Moraes; Manutenção Produtiva Total: estudo de caso em uma empresa automobilística. Dissertação de mestrado. Curso de Gestão e Desenvolvimento Regional do Departamento de Economia, Contabilidade e Administração. Universidade de Taubaté, SP, 2004. Dias, J. A. M.; Pereira, Z. L.; Leitão, A. L. F.; A Gestão da Manutenção Industrial pela Fiabilidade. Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, Portugal. Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal. www.google.com.br. Dorsch, A.; Instandhaltungsmanagement. Die Getränkeindustrie. www.google.com.br. Hastler, A.; TPM - Total Productive Maintenance. PS Qualitätsmanagement. SS 2003. Marcorin, W. R.; Lima, C. R. C.; Análise dos Custos de Manutenção e de Não-Manutenção de Equipamentos Não-Produtivos. Revista de Ciência & Tecnologia, V.11, n° 22, páginas 35-42. Lupinski, A.; TPM (Total Productive Maintenance). PS Qualitätsmanagement. SS 2005. Manutenção Preditiva. Confiabilidade e Qualidade. www.google.com.br.

Alexandre de Souza - Engenheiro e mestre em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente doutorando em engenharia mecânica na área de processos industriais de fabricação na Universidade Técnica de Dresden, Alemanha. Atua como pesquisador em engenharia junto ao conselho nacional de pesquisa e desenvolvimento (CNPq) e como instrutor de cursos e treinamentos para as empresas nas áreas de gerenciamento de custos industriais, manutenção produtiva total (MPT), engenharia econômica e tecnologia de processos industriais.

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Plano de ação para Manutenção Produtiva Notas explicativas

1

Wyrebski, Jerzy; Manutenção Produtiva Total – Um Modelo Adaptado; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Florianópolis, SC, 1997

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Data criação:

Plano de Ação para Manutenção Produtiva

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

Plano Nº

EQUIPE RESPONSÁVEL Setor

Equipe 1º turno

Equipe 2º turno

Equipe 3º turno

Produção: Manutenção: Segurança:

EQUIPAMENTO Equipamento:

Ano:

Marca:

Modelo:

MAPEAMENTO DE INCONVENIÊNCIAS Item

Falhas ínfimas

Condições básicas

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 24 - Julho/Agosto 2009

Local de difícil acesso

Fonte de sujeira

Fonte de defeitos de qualidade

Objetos desnecessários

Local inseguro

Inconveniência

Motivo

Sujeira

¨ Poeira ¨ Lixo ¨ Óleo ¨ Ferrugem ¨ Tinta ¨ Outros

Dano superficial

¨ Amassamento ¨ Quebra ¨ Falta componente ¨ Outros

Trepidação

¨ Trepidação do solo ¨ Falta de amortecimento ¨ Inclinação ¨ Excentricidade ¨ Desgaste ¨ Deformação ¨ Corrosão ¨ Outros

Folga

¨ Barramento ¨ Cabeçote ¨ Correia ¨ Corrente ¨ Outros

Anormalidade

¨ Ruído anormal ¨ Aquecimento ¨ Vibração ¨ Odor anormal ¨ Pressão ¨ Corrente elétrica ¨ Outros

Lubrificação

¨ Falta óleo ¨ Óleo sujo ¨ Óleo inadequado ¨ Vazamento ¨ Outros

Reabastecimento

¨ Sujeira no bocal ¨ Danos ¨ Deformação ¨ Outros

Medidor nível de óleo

¨ Sujeira ¨ Danos ¨ Vazamento ¨ Falha na indicação ¨ Outros

Frouxo

¨ Parafusos e porcas ¨ Folga ¨ Má colocação ¨ Desgaste

Limpeza

¨ Estrutura do equipamento ¨ Capa protetora ¨ Posicionamento ¨ Espaço ¨ Outros

¨ Corrosão ¨ Arruela inadequada ¨ Outros

Inspeção

¨ Estrutura do equipamento ¨ Capa protetora ¨ Posicionamento ¨ Indicações inadequadas ¨ Outros

Lubrificação

¨ Posição do bocal ¨ Estrutura do equipamento ¨ Altura ¨ Outros

Frouxo

¨ Capa protetora ¨ Estrutura do equipamento

Operação

¨ Posicionamento do equipamento ¨ Interruptores ¨ Outros

Regulagem

¨ osicionamento inadequado dos controles ¨ Outros

Matéria-prima

¨ Rebarba ¨ Resíduos ¨ Outros

Ferramenta

¨ Quebra ¨ Desgaste ¨ Outros

Dispositivo

¨ Quebra ¨ Desgaste ¨ Rebarba ¨ Outros

Lubrificante

¨ Vazamento ¨ Contaminação ¨ Outros

Líquidos

¨ Vazamento ¨ Contaminação ¨ Outros

Equipamento

¨ Quebra ¨ Desgaste ¨ Outros

Externo

¨ Poeira ¨ Espuma ¨ Líquido ¨ Óleo ¨ Embalagem ¨ Outros

Material estranho

¨ Ferrugem ¨ Limalha ¨ Resíduos ¨ Insetos ¨ Outros

Impacto

¨ Queda ¨ Vibração ¨ Outros

Água/líquido

¨ Ausência ¨ Excesso ¨ Infiltração ¨ Vazamento ¨ Outros

Elétrica

¨ Defeito em comando ¨ Curto circuito ¨ Outros

Calor

¨ Ausência ¨ Excesso ¨ Outros

Equipamento

¨ Bomba ¨ Ventilador ¨ Compressor ¨ Transformador ¨ Aquecedor ¨ Aspirador ¨ Outros

Ferramenta

¨ Cabeçote ¨ Broca ¨ Haste ¨ Pastilha ¨ Fio ¨ Outros

Dispositivo de medição

¨ Paquímetro ¨ Micrometro ¨ Súbito ¨ Escala ¨ Rugosímetro ¨ Amperímetro ¨ Voltímetro ¨ Manômetro ¨ Termômetro ¨ Outros

Peça sobressalente

¨ Componente do equipamento ¨ Ferramenta ¨ Outros

Reparo

¨ Fita ¨ Arame ¨ Palheta ¨ Outros

Piso

¨ Superfície irregular ¨ Degrau ¨ Saliência ¨ Rachadura ¨ Inclinação brusca ¨ Escorregadio ¨ Outros

Escada

¨ Falta corrimão ¨ Corrosão ¨ Escorregadia ¨ Outros

Iluminação

¨ Deficiência ¨ Excesso ¨ Mau posicionamento ¨ Sujeira

Sistema de içamento

¨ Cabo danificado ¨ Gancho inadequado ¨ Roldana desgastada ¨ Freio insuficiente ¨ Outros

¨ Danos ¨ Outros

Sistema de movimentação

¨ Estado de conservação ruim ¨ Freio insuficiente ¨ Ausência de sinalização ¨ Outros

Contaminante

¨ Solvente ¨ Gás tóxico ¨ Líquido tóxico ¨ Outros Julho/Agosto 2009

Ferramental

33


Plano de Ação para Manutenção Produtiva

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

REGISTRO DE INDICADORES Medição 2

Medição 1 Data de avaliação Item

Indicador

Valor

/

Data de avaliação

/

/

Valor

Unidade

Variação

/ Unidade

1

Número de intervenções na máquina

Interv/mês

Interv/mês

2

Tempo gasto em manutenção

Hh/mês

Hh/mês

3

Tempo de máquina parada

h/mês

h/mês

4

Velocidade de atendimento

Minutos/interv

Minutos/interv

5

Treinamento de pessoal

6

Quantidade de acidentes de trabalho

7

Horas perdidas com acidentes de trabalho

Hh/mês

Hh/mês

Acid/mês

Acid/mês

Hh/mês

Hh/mês

%

CÁLCULO DA EFICIÊNCIA GLOBAL DO EQUIPAMENTO Índice de disponibilidade Medição 1 em

/

Valor

/

Medição 2 em Valor

/

/ Unidade

Item

Descrição

Forma de Cálculo

A

Tempo de operação total programado (TTP)

Planejado

Minutos

Minutos

B

Tempo de parada programada (PP)

Planejado

Minutos

Minutos

C

Tempo disponível (TTP - PP)

D

Tempo de parada não planejada (PNP)

E

Tempo de operação (TO)

F

Índice de disponibilidade (ID)

Unidade

A-B

Minutos

Minutos

Coletado

Minutos

Minutos

C-D

Minutos

Minutos

(E ÷ C) x 100

%

%

Índice de performance operacional Valor

Valor

Unidade

Item

Descrição

Forma de Cálculo

G

Total peças produzidas - boas e ruins (TTP)

Coletado

Peça

Peça

Planejado

Minutos/peça

Minutos/peça

((HxG) ÷ E) x 100

%

%

H

Tempo teórico de ciclo (TTC)

J

Tempo de performance operacional

Unidade

Índice de qualidade do produto Descrição

Valor

Forma de Cálculo

Valor

Unidade

Unidade

K

Total de refugos (TR)

Coletado

Peças

Peças

L

Total de retrabalho (TRE)

Coletado

Peças

Peças

M

Índice de qualidade do produto

((H-K) ÷ G) x 100

%

%

Índice de eficiência global do equipamento (OEE) Item

N

Descrição

Índice OEE

Valor

Forma de Cálculo

Valor

Unidade

%

%

(FxJxM) ÷ 10.000

OBSERVAÇÕES

APROVAÇÃO Nome

Cargo

APROVADO POR:

34

Ferramental

Julho/Agosto 2009

Local:

Unidade

Assinatura

Data:

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 24 - Julho/Agosto 2009

Item


PAULO TEIXEIRA MORÍNIGO - paulo@cmadvocacia.adv.br LEONARDO WERNER - leonardo@hew.adv.br DANIEL AUGUSTO HOFFMANN - daniel@hew.adv.br

Considerações sobre a relação de representação comercial

A

relação de representação comercial é bem definida na legislação vigente. Entretanto, é comum a não observância das regras básicas na contratação de serviços de representantes, o que pode ocasionar desconfortos futuros para a empresa contratante.

Julho/Agosto 2009

Ferramental

35


Requisito

CONTRATADO Pessoa física

Pessoa jurídica

Registro no CORE

Sim

Sim

Contrato de representação comercial

Sim

Sim

Contrato social

Não

Sim

Emissão regular de Nota Fiscal

Não

Sim

Emissão regular de RPA - recibo de pagamento a autônomo

Sim

Não

Firma individual - cartão de CNPJ

Sim

Não

Comprovante de pagamento de tributos

Sim

Sim

Paulo Teixeira Morínigo - Bacharel em Direito. Advogado e sócio proprietário da Cauduro e Morínigo Advogados Associados. Leonardo Werner - Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí - Univali, pós-graduado pela Escola da Magistratura de Santa Catarina - ESMESC, pós-graduado em Direito Empresarial pelo Instituto Nacional de Pós-graduação - INPG e especialista em Direito Tributário pela Universidade da Região de Joinville - Univille. Advogado, sócio proprietário da Hoffmann & Werner Advogados Associados e membro da Junta de Recursos Administrativo-Tributários - JURAT de Joinville, SC. Daniel Augusto Hoffmann - Bacharel em Direito pela Associação Catarinense de Ensino - ACE e pós-graduado pela Associação Catarinense do Ministério Público em Direito Penal e Processual Penal. Advogado, sócio proprietário da Hoffmann & Werner Advogados Associados e Professor de Legislação Tributária no curso de Administração da Faculdade Cenecista de Joinville, SC.

36

Ferramental

Julho/Agosto 2009


PITER ALVES DE SOUSA - piter.sousa@bodycote.com JULIANA LOPES - juliana.lopes@bodycote.com THAIS ELISE CUNHA - thais.cunha@bodycote.com

Considerações sobre tratamentos térmicos e termoquímicos de aços e ferros fundidos realizados em banho de sal

A

pesar da evolução dos tratamentos térmicos à vácuo, a partir de processos bem controlados ainda é perfeitamente aplicável o banho de sal, principalmente para aços carbono de baixa e média liga e ferros fundidos.

A realização de tratamentos térmicos e termoquímicos em banho de sal consiste basicamente na imersão da peça em um cadinho1 com sal fundido, responsável pelo aquecimento e integridade da superfície [1, 2, 3, 4, 5, 6, 7]. A composição do sal varia de acordo com o tratamento aplicado, podendo ser neutra, para os processos de têmpera e austêmpera, ou rica em algum elemento específico, para a realização dos processos que envolvem difusão, englobados nos tratamentos superficiais. O meio de resfriamento é dependente da composição química do material e do tratamento aplicado, podendo ser utilizados óleo, água (salmoura), ar ou ainda banhos de sais com temperaturas intermediárias [4, 5, 6]. A velocidade e o baixo custo dos tratamentos estão relacionados às características do sal. O aquecimento por condução, proporcionado pelo contato do sal fundido com a peça, apresenta taxas de aquecimento até 6 vezes superior, quando comparado às alcançadas nos processos por convecção e radiação [1, 3]. Além disso, entre 93 e 97% da energia elétrica gasta no processo é convertida em aquecimento, enquanto os fornos a gás apresentam perdas na ordem de 40% [1]. Outra característica importante do sal é sua densidade, responsável pela minimização de empenamentos [1, 3]. Além disso, o fato do equipamento estar sempre ligado, para manter o sal fundido, e a possibilidade da entrada de peças no banho sem a necessidade de uma montagem de carga, acelera o tratamento térmico de aços e ferros

fundidos, refletindo em prazos de entrega menores. A proteção superficial é proporcionada pela formação de um filme de sal, que inibe fenômenos de descarbonetação2 e oxidação3 durante o tratamento [1, 3, 7]. Como há a necessidade de movimentação das peças entre os banhos de pré-aquecimento, austenitização4 e meio de resfriamento, a formação desta película é importante para evitar a reação do carbono existente na composição química do aço com o oxigênio existente na atmosfera [3]. As posições dos equipamentos também influenciam na integridade superficial das peças, sendo importante uma distribuição que facilite a continuidade do processo, como fornos de pré-aquecimento próximos ao forno de austenitização, que por sua vez, deve estar próximo do meio de resfriamento, 1 Cadinho: vaso metálico ou de material refratário, utilizado em operações químicas a temperaturas elevadas. Lugar onde as coisas se misturam, se fundem [8]. 2 Descarbonetação: é o processo de redução do teor de carbono em parte ou em toda a extensão do material, a partir da combinação do carbono do aço com o oxigênio livre do ambiente. 3 Oxidação: antigamente, o termo oxidação significava combinar-se com o oxigênio. Quando se adquiriu o conhecimento da estrutura dos átomos verificou-se que, quando um elemento ou uma substância combinava-se com o oxigênio, perdia elétrons. Atualmente, o termo significa perder elétrons, não necessariamente em presença de oxigênio [9]. 4 Austenitização: Transformação da estrutura da matriz existente em estrutura austenítica através de aquecimento. Pode ser parcial (aquecimento denro da faixa de transformação) ou completa (aquecimento acima da faixa de transformação). A estrutura austenítica é formada por austenita, que é a fase do aço cúbica de face centrada (CFC), com boa resistência mecânica, apreciável tenacidade, amagnética e com solubilidade máxima de carbono de 2% [10].

Julho/Agosto 2009

Ferramental

37


MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS Neste estudo foi avaliada a influência dos processos 38

Ferramental

Julho/Agosto 2009

Temperatura (oC)

de têmpera, austêmpera e cementação, realizados em banho de sal, na integridade superficial e na transformação microestrutural das peças em tratamento. Para a avaliação da integridade da superfície e verificação das transformações microestruturais foram utilizados, para o processo de têmpera, corpos de prova cilíndricos confeccionados nos aços SAE 1045, SAE 4340 e AISI O1, com 26 mm de diâmetro e 30 mm de altura. O ciclo de têmpera adotado para cada material segue apresentado nas figuras 1, 2 e 3. Para analisar a concentração do banho e garantir sua neutralidade, foram realizados testes de fita anterior a cada tratamento, definindo-se o potencial de carbono do sal fundido na temperatura de trabalho. Os resfriamentos foram realizados em martêmpera12 de sal fundido, por este possuir algumas vantagens sobre a martêmpera de

820 Martêmpera 160oC (30 min.)

400 220 30

30

120

120

Tempo (min.)

Figura 1 - Ciclo de têmpera e revenimento do aço AISI O1

o

Temperatura ( C)

para evitar, além dos problemas superficiais, uma transformação parcial pela perda de temperatura para o ambiente. O processo de têmpera consiste no resfriamento do aço, após sua austenitização, a uma velocidade suficiente para que ocorra a transformação martensítica5. A taxa de resfriamento adotada depende da composição química do aço, onde a adição de elementos de liga exige taxas de resfriamento menos severas [1, 2, 5, 6]. Como o processo induz tensões internas, associadas à contração do aço durante o resfriamento e a expansão associada à transformação martensítica [1, 5], há a necessidade de uma etapa adicional, denominada revenimento, para eliminar estas tensões e adequar a dureza do componente à sua aplicação. A austêmpera6, entretanto, visa através de uma transformação isotérmica7 a obtenção de uma microestrutura bainítica8 [1, 5, 11, 12]. Para isso, são empregados meios de resfriamento intermediários, como banhos de sais ou óleo, em temperaturas adequadas em função do material, para que não ocorram transformações perlíticas9 (temperaturas elevadas do meio de resfriamento) ou transformações martensíticas (temperaturas baixas). O objetivo principal da austêmpera é obter produtos com alta ductilidade10, com resistência ao impacto, sem que exista uma perda expressiva da dureza [1, 5, 11, 12]. Para isso, é extremamente importante que a temperatura do banho não seja elevada durante o processo, sendo necessário um bom planejamento de volume de carga, para manter a variação de temperatura dentro do limite necessário à transformação bainítica. O tratamento termoquímico de cementação11 utiliza banho de sal composto por cianeto e cianato de sódio, responsável pelo fornecimento de carbono para a superfície da peça [1, 5]. A velocidade de difusão do carbono para a peça depende da temperatura do processo, necessariamente com a austenitização do aço. A espessura da camada cementada é influenciada, além da temperatura de tratamento, pelo tempo de exposição da peça ao meio cementante [1, 5]. Após a cementação, há a realização da têmpera, sendo possível a movimentação da peça para um banho com temperatura inferior, ainda dentro do campo austenítico, para minimizar distorções e reduzir a probabilidade de trincas [5].

860 Martêmpera 160oC (30 min.)

400 200 30

30

120

120

Tempo (min.)

Figura 2 - Ciclo de têmpera e revenimento do aço SAE 4340 5 Martensita: fase metaestável que corresponde a uma solução sólida supersaturada de carbono em ferro. É uma fase extremamente dura [10]. 6 Austêmpera: tratamento isotérmico composto de aquecimento até a temperatura de austenitização, permanência nesta temperatura até completa equalização, resfriamento rápido até a faixa de formação da bainita, permanência nesta temperatura até completa transformação. 7 Isotérmica: do grego ísos = igual e termo = calor, temperatura. Propriedade do que tem a mesma temperatura [8]. 8 Bainita: microestrutura de cementita dispersa em ferrita, obtida por transformação da austenita em baixa temperatura (200 a 550 ºC) [10]. 9 Perlita: microestrutura eutetóide da liga ferro-carbono constituída de ferrita e cementita, com teor global de carbono de 0,8% [10]. 10 Ductilidade: propriedade ou qualidade daquilo que se pode reduzir a fios, estirar, distender sem se romper. Flexível, elástico [8]. 11 Cementação: tratamento termoquímico em que se promove enriquecimento superficial com carbono. 12 Martêmpera: tratamento isotérmico composto de austenitização seguida de resfriamento brusco até temperatura ligeiramente acima da faixa de formação de martensita, visando equalizar a temperatura do material e resfriar adequadamente até a temperatura ambiente.


Martêmpera 160oC (30 min.)

400 180 30

30

120

120

Tempo (min.)

Figura 3 - Ciclo de têmpera e revenimento do aço SAE 1045

óleo, como maior estabilidade química e possibilitar operações em uma maior faixa de temperatura [5]. A velocidade de resfriamento da martêmpera foi analisada por pirometria13 auxiliada por um cronômetro analógico, sendo estabelecido como tempo padrão valores entre 17 e 20s. Esta técnica consiste no préaquecimento do aparelho em uma estufa a 400ºC, com posterior imersão no banho de austenitização, a 900ºC. Após estabilização da temperatura, monitorada por um termômetro digital acoplado ao aparelho, há a transferência para a martêmpera, sendo o cronômetro acionado na imersão do pirômetro no banho.

Temperatura (oC)

o

Temperatura ( C)

900

O processo de austêmpera foi realizado em corpos de prova com dimensões semelhantes aos utilizados no tratamento térmico de têmpera, em ferro fundido nodular (FFN) e aço SAE 6150, segundo os ciclos apresentados nas figuras 4 e 5. A temperatura do banho de sal para a realização da austêmpera foi monitorada com o auxílio do pirômetro, para garantir a transformação bainítica. Os tratamentos termoquímicos de cementação fo-

820 Austêmpera 400 300

Ar calmo 30

30

60

Tempo (min.)

Figura 4 - Ciclo de austêmpera do aço SAE 6150 13

Pirometria: avaliação de altas temperaturas com o uso de pirômetro, que é um instrumento para medição de temperaturas mediante a radiação emitida por um sistema aquecido [8].


o

Temperatura ( C)

900 Austêmpera 400 300

Ar calmo 30

30

Tempo (min.)

60

Figura 5 - Ciclo de austêmpera do FFN

Temperatura (oC)

ram realizados em corpos de prova confeccionados nos aços SAE 1020 e SAE 8620, segundo os ciclos apresentados nas figuras 6 e 7. O controle da composição do banho foi realizado através de análise química, onde se determinou o teor de cianeto. Como a espessura da camada cementada é dependente do tempo de processo, temperatura e composição do banho, os processos de cementação foram executados com a composição química do banho apresentando teor de cianeto em 11%.

RESULTADOS E DISCUSSÕES Tratamentos térmicos de têmpera O objetivo da têmpera é, após a austenitização do material, realizar um resfriamento que proporcione a transformação da microestrutura austenítica em martensítica [1, 5, 6]. A microestrutura martensítica possibilita uma combinação de resistência e tenacidade15, consideradas características importantes para materiais de construção mecânica [5]. A figura 8 apresenta as microestruturas das amostras após o processo de têmpera e revenimento, onde se observa a ocorrência da transformação martensítica total dos aços AISI O1, SAE 1045 e SAE 4340 e a isenção de descarbonetação. Foi evidenciada uma faixa de oxidação superficial nas amostras dos aços SAE 1045 e SAE 4340, ocasionada pela ação do sal em contato com a atmosfera externa ao banho.

Aço AISI O1 (200x)

900

Aço SAE 1045 (200x)

Aço SAE 4340 (200x)

Oxidação

Oxidação

Aço SAE 1045 (200x)

Aço SAE 4340 (200x)

Salmoura 30oC

400 180 30

240

120

120

Tempo (min.)

Figura 6 - Ciclo de cementação do aço SAE 1020

Figura 8 - Análise metalográfica das amostras temperadas e revenidas

o

Temperatura ( C)

Aço AISI O1 (200x)

900 Martêmpera 160oC (30 min.)

400 180 30

240

120

120

Tempo (min.)

Figura 7 - Ciclo de cementação do aço SAE 8620

As análises da salmoura envolveram a determinação da densidade e temperatura do banho. A densidade foi definida com o auxilio de um densímetro, sendo estabelecidos valores entre 1,06 e 1,09 g/ml. A temperatura do banho foi controlada em 30ºC. Para a realização das análises metalográficas e ensaios de micro-dureza foram utilizados um microscópio Union - Versamet e um microdurômetro Pantec HXD 1000 TM, respectivamente. Os ensaios de dureza em escala Rockwell14 C foram realizados em um durômetro Mitutoyo 963-102. 40

Ferramental

Julho/Agosto 2009

A tabela 1 apresenta os valores de dureza encontrados após a realização do revenimento, em temperaturas determinadas com o intuito de aliviar as tensões resultantes da têmpera, sem preocupação com uma faixa de dureza específica. A variação de dureza encontrada nas amostras do aço SAE 1045, superiores às dos aços SAE 4340 e AISI O1 está relacionada à sua temperabilidade. Como o aço 14 Rockwell: é um método de medição direta da dureza, sendo um dos mais utilizados no setor industrial. É um dos métodos mais simples e que não requer habilidades especiais do operador. Além disso, várias escalas diferentes podem ser utilizadas através de possíveis combinações de diferentes penetradores e cargas, o que permite o uso deste ensaio em praticamente todas as ligas metálicas, assim como em muitos polímeros [9]. 15 Tenacidade: é a energia mecânica, ou seja, o impacto necessário para levar um material à ruptura. Se um material é tenaz ele pode sofrer um alto grau de deformação sem romper. Em outras palavras, tenacidade é uma medida de quantidade de energia que um material pode absorver antes de fraturar. Os materiais cerâmicos, por exemplo, tem baixa tenacidade [9].


SAE 1045 não apresenta elementos de liga e o seu teor de carbono (aproximadamente 0,45% em peso) é considerado crítico, principalmente se encontrado no limite mínimo da especificação, pode haver regiões com transformações parciais, principalmente em peças com grandes espessuras. A figura 9 apresenta uma amostra de aço SAE 1045 parcialmente transformada, com os valores de dureza encontrados em cada região. Entretanto, a transformação parcial da microestrutura em martensita pode estar relacionada, nos processos realizados em banho de sal, a queda de temperatura durante a transferência da peça do banho de austenitização para o meio de resfriamento. Portanto, é Material

Dureza Superficial (Hrc)

Dureza Núcleo (Hrc)

AISI O1

58 a 59

58 a 59

SAE 4340

51 a 52

51 a 52

SAE 1045

44 a 50

44 a 47

Tabela 1 - Valores de dureza HRc das amostras temperadas e revenidas

Região Martensítica 515 HV

Aço SAE 1045

Região Perlítica 328 HV

Figura 9 - Aço SAE 1045 com teor de carbono próximo a faixa mínima especificada

extremamente importante que os equipamentos estejam dispostos de forma adequada na plataforma de tratamento, para minimizar esse problema. A figura 10 apresenta a configuração de uma plataforma de tratamento térmico e termoquímico em banho de sal projetada para reduzir este problema. Nota-se que os meios de resfriamento devem estar próximos aos banhos de cementação e austenitização, enquanto os fornos de revenimento podem estar distanciados, por serem usados quando não há danos à superfície da peça, ou seja, em temperaturas que não proporcionem a descarbonetação.

Julho/Agosto 2009

Ferramental

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Fornos de Revenimento Martêmpera

Óleo Agitado

Salmoura

Austêmpera Área de Espera Pré Aquecimento

Pré Aquecimento Área de Limpeza

Têmpera Cementação Têmpera Cementação

Figura 10 - Configuração de uma plataforma para tratamento em banho de sal

Tratamentos térmicos de austêmpera A austêmpera é caracterizada como um processo isotérmico, pelo qual se obtém, através de uma microestrutura bainítica, características como alta tenacidade e resistência à fadiga [1, 5, 11, 12]. A figura 11 apresenta as microestruturas do aço SAE 6150 e do ferro fundido nodular após o processo de austêmpera, onde se observa a microestrutura bainítica, com formato de agulhas, semelhante à martensita. Para os ferros nodulares, há a combinação de características como alta ductilidade, tenacidade, resistência à tração, a abrasão e fadiga, proporcionadas pela microestrutura composta por ferrita16 acircular, austenita com alto teor de carbono e os nódulos de grafita [12].

Aço SAE 6150 (1.000X)

Ferro Fundido Nodular (1.000X)

Figura 11 - Análise metalográfica das amostras austemperadas

Em relação às peças temperadas, a austêmpera proporciona maiores valores de alongamento, estricção17 e resistência ao impacto [11]. A tabela 2 apresenta uma análise comparativa entre corpos de prova confecPropriedades

Têmpera

Austêmpera

Limite de resistência (Mpa)

1.530

1.590

Limite de escoamento (Mpa)

1.400

1.210

Alongamento (%)

4,8

8,2

Estricção (%)

9,5

36

Resistência ao impacto (J/cm2)

38 a 43

72 a 76

Resistência à fadiga (ciclos)

8.150

17.060

Tabela 2 - Comparativo entre as propriedades de peças temperadas e austemperadas [11]

42

Ferramental

Julho/Agosto 2009

cionados em aço SAE 6150 submetidos ao processo de têmpera e austêmpera, com a mesma temperatura de austenitização e para a mesma faixa de dureza. Por possuir elevada resistência à fadiga, uma das principais aplicações da austêmpera é no tratamento de molas. Entretanto, peças que necessitem de elevada resistência à tração e tenacidade também podem ser austemperadas com sucesso [11]. A tabela 3 apresenta os valores de dureza encontrados nas amostras austemperadas. Material

Dureza Superficial

Dureza de Núcleo

Aço SAE 6150

41 a 43 HRC

42 a 43 HRC

FFN

326 a 330 HB

328 a 336 HB

Tabela 3 - Valores de dureza das amostras austemperadas

A faixa de dureza comum à austêmpera situa-se entre 40 e 50 HRc, onde se encontram os melhores resultados para resistência à fadiga por flexões alternadas e tenacidade. Quando a faixa de dureza for inferior a esses valores, a têmpera seguida de revenimento apresenta resultados mais satisfatórios, sendo que a realização de uma etapa de revenimento após a austêmpera não é indicada, pois resulta em alterações microestruturais que reduzem a tenacidade [11]. Tratamento termoquímico de cementação A cementação consiste basicamente na difusão de carbono do banho de sal fundido para a peça na sua temperatura de austenitização. A característica básica das peças cementadas é elevada dureza superficial, importante na prevenção do desgaste, mantendo-se o núcleo tenaz, para absorver solicitações mecânicas, como forças de tração, por exemplo [1, 5]. A figura 12 apresenta a análise metalográfica das camadas cementadas nos aços SAE 1020 e SAE 8620, onde se observa que a camada difundida para o aço SAE 8620, para o mesmo tempo de cementação, apresenta uma menor espessura em relação à camada obtida no aço SAE 1020. 16 Ferrita: substância constituída por material ferromagnético e diversos óxidos, com propriedades eletromagnéticas e de elevadíssima resistência elétrica. A ferrita tem estrutura molecular cristalina cúbica. Normalmente utilizado como núcleo de transformadores elétricos. É comum encontrar este material dentro de rádios de ondas curtas, onde funciona como uma espécie de antena, devido suas propriedades eletromagnéticas. Também é muito utilizado na fabricação de fita para gravadores de áudio e vídeo [8, 9]. 17 Estricção: propriedade que têm certos materiais de apresentar grandes deformações plásticas antes de se romperem. Esse fenômeno é observável quando se realizam ensaios de tração e é expresso pela redução percentual do diâmetro do corpo de prova após romper-se, em relação ao diâmetro original [8].


0,32 mm

A

0,25 mm

Aço SAE 1020 (200X)

Aço SAE 8620 (200X)

Figura 14 - Modo de amarração para peças tratadas em banho de sal

Figura 12 - Análise metalográfica das amostras cementadas

Essa diferença de espessura tem relação direta com a composição química dos materiais. Como o aço SAE 8620 apresenta elementos de liga (molibdênio, níquel e cromo), a difusão de carbono para a estrutura da peça é dificultada, resultando em camadas menores quando comparadas às obtidas no aço SAE 1020. A figura 13 apresenta o perfil de dureza das amostras cementadas, onde nota-se a queda gradativa de dureza da superfície para o núcleo. Esta queda de dureza está relacionada à profundidade de penetração de carbono. Perfil de Dureza 900

Dureza Encontrada (HV0,05)

800 700 600 500 400 300 200 100 0 Sup.

0,02

0,04

Aço SAE 8620

B

0,06

0,08

0,1

0,2

0,3

0,4

Profundidade (mm)

rada apenas em um ponto, onde seu peso exercerá uma força que resultará em ovalização, ou seja, alterações nas medidas dos diâmetros interno e externo. A peça “A” apresenta uma amarração com quatro pontos de apoio, reduzindo a influência do peso da peça nas deformações durante o tratamento térmico. As vantagens dos tratamentos realizados em banho de sal estão associadas à agilidade e versatilidade do processo. O fato do equipamento permanecer ligado constantemente para manutenção do sal fundido e a possibilidade da entrada de uma nova peça no banho aleatoriamente, ou seja, sem a necessidade de uma montagem de carga fixa, resultam em redução de prazos de entrega, acelerando o processo de fabricação de um componente. A figura 15 apresenta um forno para tratamento em banho de sal, onde é observada a remoção de uma peça do banho. Como cada peça ou lote de peças é presa a uma barra, a possibilidade de mistura de materiais é mínima, sendo possível o acompanhamento individual para cada material.

Aço SAE 1020

Figura 13 - Perfil de dureza das amostras cementadas

Por ser realizada com o aço na temperatura de austenitização, a cementação gera deformações durante o resfriamento para a transformação martensítica da camada. Esse fator é considerado crítico, pois a necessidade de sobremetal para compensar as distorções do tratamento acaba resultando na retirada da região de maior dureza na camada cementada, para a obtenção das medidas finais do componente. Sendo assim, as deformações consideradas evitáveis, ou seja, aquelas associadas a problemas de montagem e manuseio de carga devem ser minimizadas. A figura 14 apresenta duas peças com geometrias semelhantes, enfatizando a influência do modo de amarração de uma peça para execução do tratamento térmico. A deformação será muito maior na peça “B”, amar-

CONCLUSÕES Os tratamentos realizados em banho de sal apre-

Figura 15 - Forno para tratamento em banho de sal Julho/Agosto 2009

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sentam bons resultados para aços ao carbono, de baixa e média liga, desde que controlados de forma cuidadosa e executados por uma equipe especializada. O tratamento de aços ferramenta com alto teor de elementos de liga não é considerado uma boa opção, pois as variações existentes no processo realizado em banho de sal resultam em microestruturas diferentes e consequentemente em desempenhos insatisfatórios, uma vez que ferramentas confeccionadas neste tipo de material devem apresentar alto rendimento e elevada performance. O processo de têmpera apresentou transformação martensítica total para os aços AISI O1, SAE 4340 e SAE 1045, com uma fina camada oxidada, proveniente da ação do sal em contato com a atmosfera externa ao banho de austenitização. Entretanto, esta camada não apresenta uma espessura suficiente para afetar a qualidade superficial do produto final, uma vez que a retirada de sobremetal, necessária para compensar as distorções resultantes da transformação martensítica é superior à região oxidada. Para o aço SAE 1045 é importante enfatizar que a composição química sem a adição de elementos de liga e a faixa de carbono considerada crítica são fatores limitantes que afetam a temperabilidade do material. O processo de austêmpera apresentou microestrutura bainítica para os dois materiais em análise, evidenciando que a temperatura do banho foi controlada de forma adequada. Um fator considerado crítico é o volume da carga, já que as peças austenitizadas são imersas

no banho de austêmpera, elevando a sua temperatura, podendo resultar em transformações perlíticas, afetando as propriedades das peças em tratamento. A cementação realizada nos aços SAE 1020 e SAE 8620 apresentou camadas com espessuras próximas, sendo a camada encontrada no aço SAE 8620 um pouco inferior, em função da adição de elementos de liga, que dificultam a difusão do carbono. O controle da composição química do banho deve apresentar uma periodicidade adequada para assegurar o teor de cianeto e, consequentemente, o potencial de carbono na atmosfera de tratamento. Outro fator considerado crítico está associado à disposição dos equipamentos na plataforma de tratamento. É imprescindível que o tempo em que a peça fica exposta à atmosfera externa ao banho de austenitização, na transferência para o meio de resfriamento, seja a menor possível, para evitar problemas relacionados à transformação parcial, em função da queda de temperatura, e afetar a integridade superficial, possibilitando a descarbonetação do material. Sendo assim, consideram-se os tratamentos realizados em banho de sal apropriados para aços carbono de baixa e média liga e ferros fundidos, quando o processo é bem controlado, devendo as análises necessárias ser realizadas com a frequência correta e a equipe responsável pela execução ser bem preparada. A principal vantagem do banho de sal está relacionada à velocidade do processo e sua versatilidade, refletindo diretamente em prazos de entrega menores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] ASM Handbook: Volume 4 - Heat Treating; ASM International, 1991.

[7] Yoshida, S.; Comparativo de processos de tratamentos térmicos de moldes e ferramentas. ABM. São Paulo, 2004.

[2] Krauss, G.; Steels - Heat treating and processing principles. ASM International.

[8] Ferreira, A. B. de H.; Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa, Editora Positivo, 3ª edição, Curitiba, 2004.

[3] Mehrkam, Q. D.; An introduction to salt bath heat treating. Tooling and production magazine, 1967.

[9] www.wikipedia.org.br [10] www.infomet.com.br

[4] Roberts, G. A.; Hamaker, J. C.; Johnson, A.R.; Tool Steels. 3 ed. ASM International, 1962.

[11] Hirschheimer, L. R.; Austêmpera. Brasimet Indústria e Comércio S/A. Artigo Técnico.

[5] Costa e Silva, A. L. V.; Mei, P. R.; Aços e ligas especiais. Edgard Blücher, 2006.

[12] Lussoli, R. J.; Efeito da adição do cobre e da seção da peça sobre as características microestruturais e mecânicas de ferro fundido nodular austemperado. UFSC. Florianópolis, 2003

[6] Totten, G. E.; Howes, M. A. H.; Steel heat treating handbook. Marcel Dekker, 1997.

Piter Alves de Sousa -Graduado em Tecnologia de Processos Metalúrgicos. É responsável pela Engenharia de Processos na unidade de São Leopoldo da Bodycote Brasimet. Juliana Lopes - Graduada em Engenharia de Fundição. Atualmente exerce atividades de gestão em vendas na unidade de Joinville da Bodycote Brasimet. Thaís Elise Cunha - Graduada em Tecnologia de Materiais. Responde pela qualidade industrial na unidade de Joinville da Bodycote Brasimet.

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Recuperação Fiscal Nacional PROGRAMA

REFIS

PAES

PAEX

Redução multa de mora Redução multa de ofício Redução multa isolada Redução juros de mora Redução encargo legal

40% 40% 40% 25% 100%

70% 70% 40% 30% 100%

80% 80% 40% 35% 100%

Art. 38 Lei 8.212/ 1991 e Art. 10 Lei 10.522/2002 100% 100% 40% 40% 100%

PROGRAMA

à vista

30 60 120 180 meses meses meses meses

Redução multa de mora Redução multa de ofício Redução multa isolada Redução juros de mora Redução encargo legal

100% 100% 40% 45% 100%

90% 90% 35% 40% 100%

80% 80% 30% 35% 100%

70% 70% 25% 30% 100%

60% 60% 20% 25% 100%

1 TJLP: taxa de juros de longo prazo. É divulgada trimestralmente pelo Banco Central do Brasil até o último dia útil do trimestre imediatamente anterior ao de sua vigência para as posições de 1º de janeiro, 1º de abril, 1º de julho e 1º de outubro, sendo expressa em percentual ao ano. A TJLP é calculada com base em dois parâmetros: uma meta de inflação calculada pro rata para os doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, inclusive, baseada nas metas anuais fixadas pelo Conselho Monetário Nacional; e um prêmio de risco. [Fonte: www.finep.gov.br]. 2 SELIC: taxa de financiamento no mercado interbancário para operações de um dia, ou overnight, que possuem lastro em títulos públicos federais, títulos estes que são listados e negociados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ou Selic. É usada para operações de curtíssimo prazo entre os bancos, que, quando querem tomar recursos emprestados de outros bancos por um dia, oferecem títulos públicos como lastro, visando reduzir o risco, e, consequentemente, a remuneração da transação. Assim, como o risco final da transação acaba sendo efetivamente do governo, pois seus títulos servem de lastro para a operação e o prazo é o mais curto possível, ou apenas um dia, esta taxa acaba servindo de referência para todas as demais taxas de juros da economia. [Fonte: www.administradores.com.br].

JNR Contabilidade Ltda. Maiores informações pelo e-mail (joseane@jnrcontabilidade.com.br) ou pelo fone 047 3028 2180 Julho/Agosto 2009

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Índice Cumulativo Anual

Arrola os tópicos abordados nos fascículos 13 a 23 (julho/agosto de 2007 a maio/junho de 2009), classificados em três grupos: gestão, tecnologia e fichas técnicas. Os artigos estão disponíveis em formato PDF e podem ser solicitados pelo e-mail ferramental@revistaferramental.com.br

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Planeje a sua estratégia pode chegar a ser a melhor jogada Comece hoje mesmo a planejar e investir em um veículo que realmente atinje seu público alvo

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Controladores de temperatura integrados Fabricante no Brasil dos controladores de temperatura da PMS, da Inglaterra, a Synchroplast recebeu bandeira verde para iniciar instalação integrada em injetoras no Brasil e países da América do Sul de seus controladores da linha “K”, adaptados para essa finalidade. Os equipamentos utilizam o sistema operacional aberto “LINUX” e o software MTS de toque na tela (touch screen), possuem telas coloridas de até 15” QVGA em 2D e 3D, com corrente máxima de saída nas opções de 6, 15, 20 ou 30 amperes por zona, selecionando até 20 zonas por página. A visualização das zonas pode ser feita através de foto do molde, gráficos de controle individual ou em conjuntos de seis zonas com capacidade de até 240 zonas em operação, armazenagem de parâmetros de 200 ferramentas e dois níveis de senha de acesso.

Synchroplast 19 3324 4835

Revenimento a vácuo A Isoflama adquiriu mais um forno de revenimento a vácuo da SecoWarwick, para o tratamento de produtos em ligas ferrosas especiais – aços-ferramenta, por exemplo – com têmpera desenvolvida em forno a vácuo. O equipamento tem dimensões úteis de 600 x 600 x 900 50

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mm e capacidade para até 1.000 kg. Incrementa assim a capacidade produtiva em 30% e impacta na redução do prazo de entrega para a realização dos serviços de tratamentos térmicos a vácuo. Isoflama 19 3936 5121 www.isoflama.com.br

Cabeçote de medição 5 eixos A Renishaw está comercializando o cabeçote de medição em cinco eixos e sistema de apalpador REVO™. Incorporando a tecnologia Renscan5™, o sistema é capaz de aumentar a velocidade de medição em até 900% quando comparado ao método tradicional de escaneamento em 3 eixos, além de economizar horas de calibração se com-


parado aos tradicionais sistemas indexáveis. A tecnologia está na habilidade de superar limitações dos sistemas de escaneamento em 3 eixos, onde qualquer tentativa de movimentar rapidamente uma máquina de medir, resulta em altos erros de inércia causados pela aceleração e desaceleração da mesma. A única maneira de manter uma precisão aceitável no sistemas em 3 eixos era diminuir, ou não utilizar a velocidade total da máquina de medir. O novo sistema utiliza movimentos sincronizados de cabeçote e máquina quando está escaneando, rapidamente seguindo qualquer alteração da peça, sem introduzir os erros dinâmicos da máquina. A máquina de medir é capaz de movimentar-se a uma velocidade constante durante as medições, sem impactar a precisão. Além disso, beneficia os usuários de máquinas de medir com infinitas posições de indexação do cabeçote e a tecnologia de ponta-sensível, que aumenta a precisão das medições devido ao suave contato da ponta com a superfície inspecionada. Renishaw 11 4195 2866 www.renishaw.com.br

rasgos de abertura disposto em cada um dos quatro cantos das placas cavidades para auxiliar a separação e abertura do molde; em decorrência de maior precisão dos componentes e placas, os porta-moldes agora são fornecidos desmontados, facilitando o trabalho e manipulação do produto por parte do cliente e assegurando a intercambiabilidade entre componentes para posterior montagem. Polimold 11 4358 7333 www.polimold.com.br

Metaleira hidráulica A Cimhsa, representante para o Brasil da marca Clever, está comercializando as metaleiras hidráulicas para o setor de corte e conforma-

Linha de porta-molde ampliada Disponibilizada recentemente ampla linha de porta-molde padronizada da Polimold, com uma gama de produtos que contempla mais de 900 mil combinações e diferenciais importantes para os usuários, como: Usinagem de referência em todo o perímetro externo das placas cavidades para facilitar o processo de localização do centro da mesma, reduzindo tempo de preparação para início de usinagem; Julho/Agosto 2009

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ção. Na linha destes equipamentos encontram-se os modelos MT5516, MT75-20, MT110-25 e MT14030. As forças de acionamento são de 55, 75, 110 e 140 toneladas e a máximas espessuras de corte são de 16, 20, 25 e 30 milímetros respectivamente. O número de golpes por minuto é de 8 para os modelos 55 e 75 e de 6 para os modelos 110 e 140. Os componentes hidráulicos foram desenvolvidos para trabalhos pesados. O gabinete elétrico tem controle DC para proteção dos circuitos e baixa tensão de 24 volts. A empresa tem ainda completa estrutura de assistência técnica. Cimhsa 41 3596 4480 www.cimhsa.com.br

duzir modelos em ABSplus transformando, em poucas horas, idéias em protótipos e/ou modelos funcionais. O equipamento é compacto e com baixo valor de aquisição, permitindo que empresas tenham um equipamento com tecnologia de última geração dentro de suas próprias instalações ao invés de terceirizar os serviços. Com a uPrint, os engenheiros, projetistas e designers podem explorar ao máximo a sua criatividade pois, em poucas horas, eles terão em mãos modelos que podem ser testados tanto em montagens quanto em funcionamento, dependendo dos testes a serem realizados. Sisgraph 11 3889 2000 www.sisgraph.com.br

Impressora para ABS em 3D Dobradeira hidráulica a comando numérico Dobradeira hidráulica CN, com estrutura totalmente soldada em aço, o modelo WC67K, fabricado pela Steelmach, possui comando numérico de dois eixos, com controlador Delem DA-41/DA-51. É equipado com limitador traseiro e ajuste de curso do avental motorizados, acionados por servomotor. A programação da posição dos dois eixos via comando CN tem posicionamento automático. Permite a criação e memorização de programas de peça com mais de uma dobra. Outras características do equi-

A impressora 3D uPrint, comercializada pela Sisgraph, é o equipamento da Stratasys capaz de pro52

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A Temperatura sob total controle

pamento são o mecanismo de sincronia para manter paralelismo através de eixo de torção, o ajuste da posição para início da prensagem e posição de parada superior por micro-chaves, o sistema hidráulico Bosch/Rexroth, o conjunto padrão de ferramentas, punção e matriz, a movimentação do encosto traseiro com fuso de esferas e guias lineares, as proteções físicas para impossibilitar acesso às partes móveis e o pedal de comando móvel, com cabo flexível. Tem força nominal que pode variar de 400 a 5.000 kN e profundidade de garganta de 200 a 450 mm, dependendo do modelo utilizado. Steelmach 54 3028 8511 www.steelmach.com.br

Aços ferramenta Representando a alemã Gröditz, a Forvm passa a comercializar aços ferramenta no mercado brasileiro, disponibilizando cerca de 300 variedades de aço ferramenta e mais de 1.700 variações. Além dos aços normalizados (aços para moldes, para trabalho a quente e trabalho a frio), também traz ao mercado inovações como o Tigermould®, especialmente concebido para moldes de injeção de plástico, alternativa para o P20.

Forvm 47 3433 0641 www.forvm.com.br

Fresa de topo com controle de vibração

Central de Resfriamento de água

Otimização dos canais de resfriamento em moldes complexos

Termorreguladores para moldes plásticos

A VF-MHVRB, fresa de topo com raio com 4 cortes, pertencente a linha Impact Miracle, da Mitsubishi, se caracteriza pelo maior controle de vibrações. Segundo a fabricante, a usinagem high speed de materiais como aços inoxidáveis e ligas de titânio, de difícil usinabilidade, resulta frequentemente em vibrações. A empresa desenvolveu a nova linha de fresas com geometria de passo variável e uma combinação eficiente de diferentes ângulos de hélice. A redução das vibrações permite a melhoria de acabamento superficial e o aumento da eficiência de usinagem. A aplicação da cobertura Impact Miracle, de alta resistência ao calor, proporciona maior dureza, maior resistência à oxidação e menor coeficiente de atrito. A ferramenta VF-MHV está disponível no tipo longo com haste aliviada (geometria da ferramenta com diâmetro da haste menor do que o diâmetro da aresta de corte) e é indicada para fresamento de rasgos profundos e de paredes finas, além das operações com longo balanço. O tipo haste aliviada apresenta um raio na extremidade traseira da aresta de corte periféri-

Controles de vazão individualizados por canal de refrigeração

Dosadores Gravimétricos

MC - Balance Para injetoras, extrusoras e sopradoras

Garantia de alta precisão de dosagem sem influências das vibrações externas Dosagem de pigmentos em forma de grânulos, microesferas ou pó Visite-nos : INTERTOOLING 2009 Expo Center Norte -SP 14 a 17 Julho 2009

PLASTECH 2009 Caxias do Sul - RS 28 a 31 Julho 2009

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HDB Representações Ltda. Rua Martiniano Lemos Leite, 30 Cotia – SP CEP 06705-110 Tel.: 11 4615 -4655 - Fax: 11 4703-3000 hdb@hdbrepr.com.br Julho/Agosto 2009 Ferramental 53 www.hdbrepr.com.br


ca. Com isso, podem ser reduzidos os sulcos entre cada passe, melhorando o acabamento superficial na usinagem de paredes verticais profundas. Além disso, a sua exclusiva geometria de canal proporciona uma excelente expulsão de cavacos, permitindo a aplicação em usinagem pesada.

incrementos de 0,5 mm. Oferece os modelos ER-10, ER-20, ER-25, ER32 e ER-40 ou ainda pode fornecer as pinças com diâmetros especiais sob encomenda.

Mitsubishi 11 3253 9210 www.mitsubishicarbide.com

Pinças seladas para fresadoras A Lemefer comercializa as pinças para fresadoras ER e ER seladas ou vedadas para utilização com ferramentas refrigeradas, fabricadas pela Monte Bianco, de forma avulsa ou em conjuntos. As dimensões disponíveis são a partir de 1 mm, com

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Lemefer 11 2277 1688 www.lemefer.com.br

Cabeçote de medição O sensor Tesastar-MP, da Tesa, consiste de duas importantes partes: o módulo de montagem e o sensor propriamente. Ambas as partes são unidas por meio de um sistema de

acoplamento magnético que assegura a repetitividade no posicionamento com até 0,1 microns, tanto para troca manual quanto automática do sensor, sem a necessidade de nova calibração. Os quatro modelos disponíveis possuem também a força de medição entre 0,055 N e 0,10 N. Sua conexão M8 permite ao conjunto um fixação próxima a todos os tipos de cabeçotes de medição existentes. Podem ser usados em conjunto com o trocador de sensor Tesastar-PR, especialmente projetado para troca de sensores magnéticos e que é disponível em dois tamanhos (90 ou 150 mm), três versões que incluem 1, 2 ou 3 módulos duplos. Hexagon 11 5525 6015 www.hexagonmetrology.com.br


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TECNOLOGIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Anselmo Eduardo Diniz, Francisco Carlos Marcondes, Nivaldo Lemos Coppini Em seus primeiros dois capítulos, apresenta resumos das normas brasileiras de Movimentos e Grandezas de Usinagem e Geometria da Ferramenta, para estabelecer o vocabulário técnico a ser utilizado no transcorrer do livro. No terceiro capítulo, é apresentada a fenomenologia de formação do cavaco e de geração de calor na usinagem. Nos capítulos 4, 6 e 7 discorre-se sobre todas as influências e fenômenos relativos aos esforços de usinagem, desgaste e vida da ferramenta e rugosidade da peça. No capítulo 5 é abordado o tema “Materiais para Ferramentas”, pois o conhecimento das propriedades do material da ferramenta é fundamental para que se entenda os mecanismos de desgaste. No capítulo 8 consta a metodologia para definição das condições econômicas de usinagem. O capítulo 9 trata do material da peça em usinagem, e comenta sobre a relação das características do material e parâmetros como força de usinagem, desgaste da ferramenta e rugosidade da peça. No capítulo 10 são abordados os fluidos de corte. Como na maioria dos exemplos utilizados nos capítulos anteriores, a operação de torneamento foi a mais utilizada, nos capítulos 11, 12 e 13 aplica-se todo o conhecimento adquirido até aqui nas operações de furação, fresamento e retificação. 2006. ISBN-85-87296-01-9. www.artliber.com.br

A ARTE DE GERENCIAR SERVIÇOS Alexandre Freire Prestar serviços é uma arte e não uma ciência. É o segredo do sucesso de qualquer empresa. E este livro mostra que serviços é a arte do detalhe. Afinal, o básico qualquer empresa oferece. Os detalhes é que impressionam, atraem e mantém o cliente e garantem o sucesso. Por isso, a obra é uma leitura indispensável para aqueles que desejam se atualizar e descobrir os pontos fundamentais e as diferenças entre a gestão de serviços e a de produtos. Nele o autor utiliza exemplos e resultados corporativos reais, em uma linguagem clara e objetiva. O autor apresenta com concretude visível os dois pilares de uma empresa de serviços: pessoas e processos, exemplificandoos com personagens e situações da vida real, baseados nas necessidades dos clientes e sua satisfação. É uma obra de sucesso para aqueles que buscam solidificar o aperfeiçoamento profissional, o que reflete diretamente no crescimento pessoal. 2009. ISBN-85-62076-01-5. www.artliber.com.br

TOMADA DE DECISÕES EM CENÁRIOS COMPLEXOS Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes, Marcela Cecília González Araya e Claudia Carignano Um mundo globalizado, competitivo, com inovações tecnológicas ocorrendo na velocidade da luz. Nesse cenário complexo, o tempo que se leva para tomar uma decisão pode significar a diferença entre estar na vanguarda ou simplesmente fracassar, tornar-se obsoleto. Para obter sucesso nos negócios as empresas necessitam de profissionais qualificados que, após considerarem as diferentes alternativas, sejam capazes de tomar decisões utilizando os vários critérios existentes. Este livro, pioneiro na área, contribui para a facilitação desse processo ao fornecer ferramentas analíticas adequadas para que esses profissionais possam tomar decisões na presença de múltiplos critérios, dados incompletos, múltiplos agentes de decisão etc., e para que estudantes possam desenvolver projetos de graduação, monografias de especialização, dissertações de mestrado e teses de doutorado. 2003. ISBN-85-22103-54-2. www.thomsonlearning.com.br

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL E DISTRIBUIÇÃO José Hamilton Bueno, Sandro Gilbert Martins Dado que as empresas precisam conquistar novos mercados e que a globalização e a tecnologia reduzem fronteiras e acirram a competição, a representação comercial e distribuição são alternativas eficazes para o crescimento empresarial. É disto que trata esta obra, que reúne os comentários de vinte profissionais renomados sobre a legislação do Representante Comercial na Espanha (baseada na Diretiva 86/653 da Comunidade Européia), a eficácia da Lei n. 4886/65 que completou 40 anos em dezembro/05, as novidades do Código Civil 2002 (Artigos 710 a 721) e Emenda Constitucional 45/2004. O livro é uma homenagem ao mestre Rubens Requião, saudoso jurista que escreveu a primeira monografia doutrinária sobre a representação comercial no Brasil, elaborada em 1950 e defendida como tese, em 1958, no concurso de livre-docência, na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, além disso, contribuiu para a elaboração do texto final da Lei 4.886/1965. 2006. ISBN-85-02058-09-6. www.editorasaraiva.com.br

ACIJ .................................................41

Incoe ...............................................16

Plastibras..........................................50

Açoespecial ...............................2ª capa

Intermach ........................................28

Schmolz+Bickenbach ................3ª capa

Autodesk ...................................4ªcapa

Intertooling........................................9

Siemens ...........................................36

Bodycote/Brasimet...........................52

Isoflama ...........................................51

Tecnoserv...........................................6

Btomec ..............................................5

Krüth do Brasil ..................................54

Tecnoplast .......................................22

Casa do Ferramenteiro......................13

Mecminas ........................................46

Topline.............................................25

CIMM ..............................................54

Missler .............................................27

Toptools...........................................17

Giacomini ........................................50

Plastech ...........................................11

Universidade Piracicaba ....................39

HDB ...................................18 - 19 e 53

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Criatividade para a superação Wagner Aneas Coordenador do Moldes 2009 wagner.aneas@superig.com.br

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Em tempos de adversidade repensam-se, com maior frequência, os resultados alcançados ao longo dos últimos períodos. Se ótimos, como mantê-los? Se péssimos, o que e como fazer para melhorá-los? Na maioria das vezes o diretor executivo, principalmente em pequenas ferramentarias, é o executante. Ele atende aos clientes - não significando que todos os atendimentos gerarão vendas, principalmente, boas vendas. Cuida das contas a pagar - sendo que algumas vezes vai ao banco ele próprio. Das contas à receber - e muita vezes, fazendo o papel do cobrador. Providencia as compras dos insumos e a contratação de serviços aço, ferramentas, tratamentos, e outros. Gerencia as pessoas e a produção - frequentemente operando o próprio equipamento no lugar daquele funcionário que faltou. E, ao final de mais um corrido dia talvez não tenha destinado o tempo necessário para atualizar-se, através da leitura de uma revista ou, principalmente, para planejar os rumos de sua empresa. Portanto, as questões estratégicas vão ficando para trás. E segue trabalhando dentro do seu negócio, mas não para o seu negócio. Então se questiona até que ponto este empresário compreende o mercado e sua dinâmica, suas mudanças - sua historicidade? Até onde tem clareza de seus pontos fortes e fracos, das ameaças e das oportunidades do momento? Em um mundo globalizado, as informações brotam a cada segundo - e precisamos nos manter atualizados. As distâncias são menores e os concorrentes em maior número. Os clientes mais exigentes por produtos melhores a preços reduzidos. Os prazos encolhem. Os recursos tecnológicos, cada vez mais numerosos e avançados - entretanto, uma máquina que acabou de ser adquirida, a partir de um grande investimento, possivelmente será subutilizada. Então, como sobreviver neste ambiente, muito diferente do contexto de algumas décadas atrás? Acreditamos que, por mais difícil que possa parecer, faz-se necessário ampliar o diálogo com parceiros, fornecedores, clientes e, inclusive, concorrentes. E isso será possível, através de visitas aos seus principais clientes - afim de entender suas expectativas. Chamando seus fornecedores - para construir parcerias efetivas e registrar quais as suas verdadeiras necessidades. Efetuando leituras de artigos técnicos em revistas especializadas. Participando de associações de classe, debatendo novos rumos para o segmento e novas formas de pleitear e pressionar democraticamente por maior participação do poder público, por exemplo. Visitando feiras de negócios, ambiente onde será possível encontrar todos os atores do segmento. E participando de seminários e encontros destinados a capacitação técnica, inclusive de colaboradores. Este ano, no mês de julho, poderemos praticar várias - senão todas - destas sugestões. Isto porque teremos três importantes eventos acontecendo, paralelamente, no mesmo local: a Intertooling, o Enafer e o Moldes 2009. Respectivamente, em suas heróicas 3ª, 2ª e 7ª edição. A primeira, a Intertooling, é uma feira de negócios já consolidada da cadeia produtiva do segmento com participação de visitantes com significativo poder de compra ou seja - nossa majestade o “cliente”. O segundo, o ENAFER - Encontro Nacional de Ferramentarias - se concretiza como espaço onde empresários poderão discutir temas estratégicos do setor ferramenteiro nacional. E, por fim, o MOLDES 2009 - Encontro da Cadeia Produtiva de Ferramentas, Moldes e Matrizes - que tem como missão a promoção e a difusão de conhecimento técnico e de gestão, relacionados a produção de ferramentas, moldes e matrizes, através de trabalhos técnicos, palestras, debates e cursos paralelos, com os profissionais da indústria, do ensino profissionalizante e da academia. Alternativas estão se formando, abrindo espaços para que a capacitação, o diálogo e a troca de experiências se concretizem. Necessitamos então tomar a decisão de iniciar a nossa participação, sem adiá-la, por mais vezes, por inúmeras razões. Participar ativamente e incansavelmente, de maneira cidadã. Lá fora, nossos concorrentes estão muito atentos, reunidos e organizados. Criativamente, eles já adotaram novas atitudes, novos caminhos. Vamos superá-los!


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