ANO V - Nº 29 - MAIO/JUNHO 2010 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
Gerenciamento de projetos: baixo investimento, alto retorno Cuidados no uso de metal duro em matrizes de conformação de chapa A qualificação da mão de obra como diferencial na construção de moldes para injeção de plásticos
DESTAQUE
ANO V - Nº 29 - MAIO/JUNHO 2010 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
Gerenciamento de projetos: baixo investimento, alto retorno Cuidados no uso de metal duro em matrizes de conformação de chapa A qualificação da mão de obra como diferencial na construção de moldes para injeção de plásticos
DESTAQUE
Christian Dihlmann Editor
Rumo ao Hexa!
Maio/Junho 2010
Ferramental
Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X
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Projeto e fabricação de moldes para injeção de plásticos - como promover a inovação e o desenvolvimento sustentados A indústria ferramenteira de moldes para injeção de plásticos tem um desafio importante para a qualificação avançada dos seus quadros técnicos. A Universidade do Minho, em Portugal, desenvolveu um plano de formação que pode ser útil no Brasil.
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Mapeamento de processos - Final Fase importante para o sucesso da metodologia, a gerência de processo quando corretamente implantada facilita a gestão da empresa e torna o acompanhamento do mapeamento uma ação prática, eficaz e de fácil lida.
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Matrizes de conformação de chapa com insertos de metal duro A substituição de insertos de aço por metal duro é uma realidade nas ferramentas de conformação de chapas. Entretanto, alguns cuidados devem ser observados para obter o melhor resultado na produção, principalmente nos processos de grande abrasividade, onde há necessidade de elevada resistência mecânica.
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Gerenciamento de projetos nas microempresas O gerenciamento de projetos pode ser uma excelente ferramenta para os executivos de micro e pequenas empresas alcançarem melhores resultados sem incorrer em investimentos financeiros elevados. Entretanto, é necessária a preparação dos gestores a fim de permitir extrair o máximo dessa metodologia.
DIRETORIA Christian Dihlmann Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Jefferson de Oliveira Gomes, Cristiano V. Ferreira, Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 / 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Representante Ronaldo Amorim Barbosa (11) 9714-4548 ronaldo@revistaferramental.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 9919-9624 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br Produção gráfica Martin G. Henschel Impressão Impressul Indústria Gráfica Ltda. www.impressul.com.br
A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matériasprimas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC
Seções 6 7 10 11 14 18 28 31 43 49 52 53 53 54
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Foto da capa:
"Vista parcial da Belga Matrizes Ltda., Caxias do Sul, RS"
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O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br
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Os conteúdos da revista sempre agregam conhecimento às pessoas que os lêem, principalmente os da parte técnica.
Minas Gerais, tem carência neste setor. Emerson Francisco dos Santos - Modelproj - Betim, MG
Jaques Lorenzoni - Mapla S.A. - Canoas, RS
Gostaria de agradecer a oportunidade de publicar um artigo e parabenizar o trabalho realizado por vocês da revista Ferramental. Elisnei Fabre de Souza Continental Brasil Indústria Automotiva - Guarulhos, SP
A revista Ferramental é importante para mim, pois coordeno a manutenção de todos os processos de moldes e ferramentas externos da empresa, além de trabalhar com vários profissionais e empresas do ramo. José Pedro de Andrade - Whirlpool Eletrodomésticos - Joinville, SC
Gostaria de parabenizá-los pela publicação da revista Ferramental. Atuo na área de projetos de moldes e ferramentaria e ela é muito boa, contribuindo bastante para os meus desenvolvimentos. Marcos Roberto Barbosa - Duratex - São Paulo, SP
Gosto muito dos artigos da revista, porém só tenho acesso quando vou a alguns clientes que recebem a sua publicação. Atualmente estou trabalhando com projetos de moldes e gostaria de receber a Ferramental. Marcos Alexandre - Projetista - Caxias do Sul, RS
Recebemos a Ferramental periodicamente. Consideramos os artigos muito interessantes. Estou finalizando o curso de Engenharia de Produção Mecânica e meu Trabalho de Conclusão de Curso - TCC será na área de centros de custos em ferramentarias. Gostaria de saber se há algum artigo relacionado a esse assunto para disponibilizar. Sabrina Borges - Ferramentaria D´iore - Joinville, SC Encaminhamos o material disponível para a leitora. Editor
A revista Ferramental é de extrema importância na área em que atuo, que é de projeto de moldes. O pólo industrial de Betim e Contagem, em
Empresa com mais de trinta anos na criação e produção de moldes para a indústria plástica, a Cosmolde trabalha com alta tecnologia, o que garante qualidade e confiabilidade na produção.
Av. Padre Arlindo Vieira, 939 - Vila N. Sra. Mercês Tel. 55 11 2969 0085 - São Paulo - SP cosmolde@cosmolde.com.br www.cosmolde.com.br 6
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Parabenizo a equipe da revista Ferramental pelas matérias técnicas, direcionadas a atender o público do setor da usinagem. Apresenta temas bastante atuais visando a tecnologia e a melhoria dos processos de produção. É uma publicação com excelente qualidade de informações. Eduardo Maximino dos Santos - Autônomo - Joinville, SC
É muito bom ter acesso a uma revista como a Ferramental. Estou cursando o primeiro semestre de tecnologia em fabricação mecânica e trabalho na área como fresador CNC. Leio constantemente revistas da área e noto que as publicações do ramo metal-mecânico em geral focam mais publicidade e venda de equipamentos. Em minha opinião, uma publicação mais técnica e menos comercial é muito importante para o leitor. Andrei Leoni - Fresador - Joinville, SC
Gostaria de transmitir os parabéns para a equipe pela revista. Conheci a Ferramental na biblioteca da escola e me interessei muito por seus artigos, principalmente por atuar na área de tecnologia em mecânica. A revista poderá auxiliar a incrementar e agregar mais conhecimentos aos meus trabalhos. Jean Rafael Rozza - Autônomo - Joinville, SC Agradecemos os contatos de: Gabrielle Mendonça Ribeiro Unique Ferramentaria - São João da Boa Vista, SP Juliana Thomas SATC - Criciúma, SC Júlio César Nogueira Mueller Mineira - Contagem, MG Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.
Capaz de produzir qualquer componente plástico injetável, a Maradei está pronta para atender os mais variados clientes que procuram produtos de qualidade permanente e alta tecnologia.
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O que o aço e o plástico têm em comum?
A indústria ferramenteira poderá querer fortalecer-se não havendo para quem vender seus moldes?
Por Wagner Aneas wagner.aneas@superig.com.br Paulo de Tarso Rossi Haddad paulo.haddad@villaresmetals.com.br
Wagner Aneas
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Em tempos de e-mails, talvez ande faltando o aperto de m達o.
Paulo Haddad
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Planejamento Tributário
1 CARF: Com a edição da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008 (convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009), foi criado o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF. Sua instalação ocorreu em 19 de fevereiro de 2008, com a edição da Portaria MF nº 41, de 17 de fevereiro de 2009 (publicado no Diário Oficial da União - DOU de 19/02/2009), por ato do Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Fazenda. O CARF resultou da unificação das estruturas administrativas do Primeiro, Segundo e Terceiro Conselho de Contribuintes em um único órgão, mantendo a mesma natureza e finalidade dos Conselhos, de órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com a finalidade de julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. A unificação dos Conselhos em um único órgão - CARF - visou proporcionar maior racionalidade administrativa, redução de custos operacionais e melhor aproveitamento e alocação dos recursos, considerando que os três Conselhos tinham a mesma natureza e finalidade, porém estruturas administrativas distintas, com sobreposição de tarefas e fluxo de trabalho. Com a criação do novo órgão as estruturas foram unificadas, permitindo melhor coordenação das atividades de planejamento, orçamento, logística, gestão de pessoas, documentação, tecnologia e segurança da informação, entre outras, permitindo ainda maior agilidade na tomada e implementação das decisões. Os esforços e recursos passaram a ser direcionados para a atividade fim de gestão dos processos administrativos fiscais, no preparo das sessões de julgamento e formalização das decisões no momento em que forem prolatadas. 2 CADE: é um órgão judicante, com jurisdição em todo o território nacional, criado pela Lei 4.137/62 e transformado em Autarquia vinculada ao Ministério da Justiça pela Lei 8.884 de 11 de junho de 1994. As atribuições do Cade estão previstas também na Lei nº 8.884/94. Ele tem a finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos de poder econômico, exercendo papel tutelador da prevenção e da repressão a tais abusos.
Grupo Abra Maiores informações pelo e-mail (contato@grupoabra.com) ou pelo fone 47 3028 2180 10
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Conferência internacional PMI A 4ª Conferência Internacional Bianual PMI - Polymers and Moulds Innovations (Inovações em Polímeros e Moldes), a ser realizada de 15 a 17 de setembro, em Ghent, na Bélgica, visa fornecer uma plataforma científica, onde as comunidades acadêmica e industrial podem trocar os desenvolvimentos mais recentes em pesquisas nas áreas de polímeros e moldes. Após o sucesso das edições anteriores, a 4ª Conferência Internacional PMI vai apostar fortemente na área dos moldes.
Hogeschool Gent www.pmiconference.eu pmi@hogent.be
Capacitação de trabalhadores desempregados O Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT) e do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza - em parceria com a Autodesk, anunciaram a assinatura de um acordo de cooperação técnica para capacitação profissional de trabalhadores desempregados do Estado de São Paulo, inscritos no portal Emprega São Paulo. O acordo apoia-se no Autodesk Assistance Program, uma iniciativa de responsabilidade social lançada pela Autodesk nos Estados Unidos, Europa e, mais recentemente, no Brasil, que visa qualificar milhares de profissionais desempregados de diversos níveis e setores industriais como construção civil e indústria de
manufatura - no uso de tecnologias para projetos 2D e 3D, por meio de treinamento e material didático gratuitos. Após beneficiar mais de 16 mil profissionais em todo o mundo, o programa ganha nova amplitude no Brasil com a parceria firmada, que dá origem ao Projeto de Capacitação em AutoCAD do Governo do Estado e Autodesk. Em 2010 a expectativa é de que o programa capacite até quatro mil trabalhadores. Para isso, um corpo docente formado por professores e alunos voluntários do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza é responsável por ministrar cursos presenciais do programa AutoCAD em escolas técnicas de todo o Estado. Os cursos têm carga horária de 40 horas. Para o secretário do Emprego e Relações do Trabalho,
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Guilherme Afif Domingos, “a cooperação entre o poder público e a iniciativa privada produz resultados extraordinários para a sociedade”. “Esta parceria não só nos permitiu implementar o programa no Brasil de forma mais efetiva, como também foi responsável pela criação de um formato especificamente moldado para o País, no qual milhares de trabalhadores poderão ser beneficiados em um curto espaço de tempo”, destaca Acir Marteleto, diretor geral da Autodesk Brasil. Os interessados em participar do projeto devem inscrever seus currículos no portal Emprega São Paulo (www.empregasaopaulo.sp.gov.br) A seleção será feita de acordo com a disponibilidade de vagas nos municípios atendidos.
Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT) 11 3241 7054 www.emprego.sp.gov.br
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Setor ferramenteiro nacional é inserido na Política de Desenvolvimento da Produção A partir de agora o segmento ferramenteiro está devidamente incluído na agenda da PDP (Política de Desenvolvimento da Produção) do Governo Federal (coordenada pelo MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e articulada pela Casa Civil). A CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, contratada pela ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Secretária Executiva da PDP), dará o suporte ao grupo técnico Ferramentaria, para iniciar a concretização de AT (Ação Tecnológica) e, assim, contemplar as demandas da cadeia produtiva, de natureza tecnológica, lá apontadas (dando origem, posteriormente - entre outros - a linhas de crédito junto a órgãos federais). A Ação foi indicada pelo Fórum da Competitividade da Cadeia de Transformação de Plásticos, na reunião realizada em Brasília - DF, em 15/04,
para prosseguir como proposta de projeto imediatamente, já para ser apresentado na próxima reunião do dia 25/05. A proposta inicial trata da customização de programas de apoio à gestão na programação da produção para produtos não seriados e da difusão junto às ferramentarias com treinamento dos usuários, objetivando a melhoria na capacidade das empresas em planejar, programar e controlar as rotinas de fabricação de moldes, gerando aumento da competitividade pelo atendimento dos prazos de entrega. O link para apresentação da AT é: http://www.mdic.gov.br/sitio/inter na/interna.php?area=2&menu=23 70 Escolher último item: “ATS Plásticos 15-04-2010” - o arquivo está em PDF - é possível salvá-lo. Dentro da apresentação, procurar por ATPL08. Também foram incorporadas à agenda da PDP as demais reivindicações do GT Ferramentaria, que englobam: desenvolvimento de
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ações de capacitação de recursos humanos - capacitação dos gestores e da mão de obra técnica para absorver as novas tecnologias de fabricação; pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias de fabricação de moldes, ou de partes dos moldes, a exemplo do processo de sinterização a laser por deposição de material, contrário aos atuais processos, por desbaste do aço; pesquisa e desenvolvimento de novas matérias-primas de forma a obter melhores resultados na produtividade dos usuários dos moldes e maior resistência no processo de transformação do plástico (injeção ou sopro); e criação de Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias de Produção de Ferramentais. CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos 61 3424 9600 lmiranda@cgee.org.br
Nova prorrogação da linha FINAME-PSI Após um longo trabalho de esclarecimento junto ao governo, relativo ao papel desempenhado pela linha FINAME-PSI (Programa de Sustentação do Investimento) sobre os números do setor, a linha foi prorrogada até dezembro de 2010. De acordo com informações do departamento de financiamentos da ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, os recursos disponibilizados para estes 6 meses adicionais do programa (de julho/10 até dezembro/10) são da ordem de R$ 80 bilhões. A partir de julho/10 os juros passarão de 4,5% para 5,5% (fixos ao ano), o que ainda é extremamente competitivo, pois se descontada a inflação representa taxa de juros praticamente negativa. A renovação do FINAME-PSI atende um importante pleito da ABIMAQ, que
vinha alertando o governo sobre a importância da renovação, como fator fundamental para manter a retomada do nível de atividades da indústria de máquinas e equipamentos. "Sabemos que ainda há muito a ser feito e continuaremos lutando e implementando outras ações no sentido de resgatar a competitividade da indústria nacional de máquinas e temos a certeza de que a renovação do PSI é uma importante conquista neste sentido, pois a expectativa é de que 2010 seja um ano de investimentos e a manutenção do PSI-FINAME será fundamental para a recuperação da indústria neste ano", afirma Luiz Aubert Neto, presidente da entidade.
Abimaq 11 5582 6355 www.abimaq.org.br
CONEXÃO WWW A Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras - ANPEI atua junto com instâncias de governo e formadores de opinião, visando elevar a inovação tecnológica à condição de fator estratégico da política econômica e de ciência e tecnologia do Brasil. Suas funções estão voltadas para fortalecer a inserção da inovação tecnológica na agenda política do País, visando a elaboração e implementação de políticas de governo voltadas para o incentivo à inovação, promover a inovação tecnológica como fator estratégico para a melhoria da competitividade junto às empresas, sensibilizar a sociedade para a importância da inovação tecnológica como propulsora do desenvolvimento econômico nacional, propiciar às empresas capacitação tecnológica para melhor gerir o esforço inovador, e apoiar o setor acadêmico na formação de recursos humanos e na geração do conhecimento científico. Na página eletrônica é possível, através do guia prático de apoio à inovação, localizar programas de incentivo com recursos econômicos, financeiros e de subvenção. www.anpei.org.br A Associação Brasileira de Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais - ABIMEI, criada em 2003, reúne empresas importadoras de bens de capital, contando atualmente com 80 associados. Representa um setor que estimula o desenvolvimento do Brasil, trazendo tecnologia, aumentando a competitividade dos produtos fabricados no País, oferecendo opções ao mercado e também abastecendo a indústria quando os fabricantes nacionais não conseguem suprir a demanda. Na página eletrônica da ABIMEI o usuário tem acesso à agenda da entidade, estatísticas do setor, negócios e oportunidades, parcerias, feiras e às câmaras de comércio, corte e conformação, equipamentos e plásticos. Adicionalmente, permite obter informações sobre ex-tarifários e vagas/currículos de profissionais do setor. www.abimei.org.br
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ANTÓNIO SÉRGIO POUZADA - asp@dep.uminho.pt CARLOS ALBERTO COSTA - cacosta@ucs.br
Projeto e fabricação de moldes para injeção de plásticos - como promover a inovação e o desenvolvimento sustentados
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s materiais plásticos são uma opção cada vez mais frequente em produtos de precisão. Estes produtos são moldados por injeção, o que põe à indústria ferramenteira um desafio importante para a qualificação avançada dos seus quadros técnicos. A Universidade do Minho, em Portugal, desenvolveu um plano de formação que pode ser útil no Brasil.
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Figura 1 - Estrutura do curso de especialização
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1]Menezes, J.; Brito, A. M.; Pouzada, A. S.; Mold Design and Manufacture - an approach to innovation and sustained development, Proceedings ANTEC 2002 Conf, San Francisco: May 2002. [2]Project nº 26172 - PiE-TN - of the EU SOCRATES - Thematic Networks programme (1997-2000).
[3]Pouzada, A. S.; Frontini, P. M.; Martin, P. J. (Eds.); Engineering with Polymers: an Europe - Latin America Research Experience. Guimarães: Plastinet network, 2007. [4]Kjersdam, F.; Enemark, V.; The Aalborg Experiment - project innovation in university education, Aalborg University Press 1994.
António Sérgio Pouzada - Engenheiro Mecânico, Mestre em Applied Polymer Engineering e Doutor (PhD) em Engenharia de Polímeros pela Universidade de Loughborough, Reino Unido. Atualmente é responsável pelo Núcleo de Projeto no Instituto de Polímeros e Compósitos (IPC) da Universidade do Minho, em Guimarães, Portugal. No Brasil foi pesquisador da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo - FAPESP, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), professor visitante da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Lecionou Cursos Avançados de Desenvolvimento de produtos plásticos e de Instrumentação de moldes e processos na SOCIESC, em Curitiba e Joinville. Carlos Alberto Costa - Graduado em Engenharia Mecânica e Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutor em Engenharia de Produção - Loughborough University, Reino Unido. Atua como professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Sul de Caxias (UCS) e professor convidado da Faculdade da Serra Gaúcha. Professor do Programa de Mestrado em Materiais e Programa de Mestrado em Administração da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em Controle Numérico, atuando principalmente nos seguintes temas de pesquisa: moldes de injeção, desenvolvimento de produtos, informação de modelagem, usinagem e projeto de produtos.
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Por Antônio Roberto Szabunia redação@revistaferramental.com.br
PARKFER Ferramentaria Ltda.
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Sede atual
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Irineu Cambruzzi e Ivonel Sgrott
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JORGE DE PAIVA CAMPOS - jorgepaiva@uol.com.br
Mapeamento de processos Final
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ase importante para o sucesso da metodologia, a gerência de processo quando corretamente implantada facilita a gestão da empresa e torna o acompanhamento do mapeamento uma ação prática, eficaz e de fácil lida.
Na edição anterior, a tônica foi caracterizar o modelo de mapeamento e gerência de processos. A continuidade do assunto passa pela implantação da gerência de processo, que será discorrida a seguir.
MELHORIA CONTÍNUA
DEFINIÇÃO DO PROCESSO
ANÁLISE DO PROCESSO
MELHORIA DO PROCESSO
EXCELÊNCIA DO PROCESSO
IMPLANTAÇÃO DA GERÊNCIA DE PROCESSO Para que se tenha um melhor entendimento da implantação da metodologia de gerência de processo, são demonstradas na figura 9 as etapas recomendadas. MELHORIA CONTÍNUA
DEFINIÇÃO DO PROCESSO
ANÁLISE DO PROCESSO
MELHORIA DO PROCESSO
Figura 10 - Definição do processo [Fonte: adaptação livre 2009]
EXCELÊNCIA DO PROCESSO
Figura 9 - Etapas de implantação da gestão de processos
Definição do Processo Descreve o desenvolvimento de cada um dos quatro passos contidos nesta etapa, iniciando com a organização e o planejamento dos trabalhos, seguida do entendimento de como o processo e os processos menores a ele subordinados estão sendo executados e concluindo com a definição de prioridades (figura 10). As seguintes recomendações, em cada fase, são importantes para o sucesso na implementação. Organize o trabalho - A sistematização das etapas do
trabalho auxilia de forma significativa na eficácia do processo. Ÿ Plano de trabalho - Definir a equipe de trabalho e o cronograma (com seus respectivos fluxogramas operacionais), com todas as atividades, responsabilidades e datas necessárias para a execução do trabalho. Ÿ Escopo do processo - Nome do processo, seu proprietário, missão, limites de abrangência e definição dos fatores críticos de sucesso. Ÿ Inter-relações - Reconhecimento dos clientes, fornecedores, suas necessidades e expectativas. Ÿ Mapeamento do processo - Modelagem do processo, com representação gráfica mostrando todas as fases e o fluxo do processo, em níveis de detalhes diferenciados, caracterizando atividades de trabalho, tarefas, operações, responsabilidades, e outras funções/atividades importantes. Maio/Junho 2010
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Converse com os clientes - É importante que se tenha total entendimento do significado da necessidade atual e potencial do mercado e daquilo que os clientes querem e necessitam. Deve-se estar atento às necessidades mínimas e quais são as suas expectativas, seus requisitos (definidos na entrada do processo), para que o resultado final assegure que cada atividade no fluxo do processo proporcione a satisfação do cliente quanto à sua solicitação inicial (perceba que satisfação total é utopia). Entenda o processo - Para sua despreocupação com os desdobramentos possíveis, conheça bem os processos da empresa e aqueles sob sua responsabilidade. Para ajudá-lo a entender melhor tal recomendação, observe os tópicos abaixo onde se deve: Ÿ Definir, mapear e documentar o processo (fotos, vídeos, anotações, relatórios, outros meios de registro); Ÿ Descrever o que de fato acontece, quem executa cada atividade e quanto tempo o processo leva para ser concluído (elabore fluxogramas operacionais); Ÿ Documentar o fluxo de atividades do início ao fim, incluindo as entradas e saídas (anote na sua agenda ou no diário de bordo do setor); Ÿ Registrar os problemas mais comuns, as sugestões e oportunidades de melhorias, as mudanças planejadas, novas propostas, projetos futuros para a me1 lhoria (adote o Kaizen ); e Ÿ Incluir aquilo que depende para a execução do processo e as inter-relações de trabalho, entre atividades e com outros processos. Estabeleça prioridades - Verificar se o processo está ou não funcionando bem sob o ponto de vista do cliente (do processo). Avalie periodicamente e procure não esquecer: Ÿ O que eles querem ou necessitam; Ÿ Como eles avaliarão o que fazemos; Ÿ Qual a nossa posição em relação aos nossos concorrentes; e Ÿ Quais suas prioridades e o que eles acham do nosso desempenho atual. Após enumerar quais as prioridades, pedir para que avaliem estas prioridades quanto a importância que estas tem para eles e quanto ao atual desempenho da empresa em cada uma delas. Análise do processo A análise do processo é a utilização dos dados cole22
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MELHORIA CONTÍNUA
DEFINIÇÃO DO PROCESSO
ANÁLISE DO PROCESSO
MELHORIA DO PROCESSO
EXCELÊNCIA DO PROCESSO
Figura 11 - Análise do processo [Fonte: adaptação livre 2009]
tados na fase de definição das etapas a serem vencidas. É necessária para avaliação e desenvolvimento dos planos de melhoria do sistema gerencial (figura 11). As seguintes recomendações devem ser observadas. Avalie as alternativas - Após ter definido os processos deve-se entender as necessidades do cliente, estabelecer as prioridades de acordo com a visão do cliente, identificar as áreas que necessitam ou tem potencial para serem melhoradas. É importante avaliar as possíveis alternativas para alcançar a excelência do processo, considerando os seguintes aspectos: Ÿ Melhoria contínua - aplique o Kaizen (eliminar defeitos, treinar, capacitar,); e 2 Ÿ Benchmarking - conheça as melhores práticas do mercado na sua área de atuação. Desenvolva as soluções - Para esta fase é oportuno o uso de ferramentas estruturadas para obtenção e organização das possíveis causas que estão relacionadas aos problemas. Dentre as mais utilizadas, destacam-se as 3 sete ferramentas da qualidade. As falhas ou problemas devem ser identificados segundo o ponto de vista do cliente. Kaizen: do japonês 改 善, significa mudança para melhor. Nos anos 50, os japoneses retomaram as idéias da administração clássica e as críticas delas decorrentes para renovar sua indústria e criaram o conceito de Kaizen, que significa aprimoramento contínuo. Essa prática (exprimindo uma forte filosofia de vida oriental e sendo, por sua vez também, uma filosofia, uma cultura) visa o bem não somente da empresa como do homem que trabalha nela, ou seja, se preocupa com a vida em geral (pessoal, familiar, social e no trabalho) [1]. 2 Benchmarking: é um processo sistemático e contínuo de avaliação dos produtos, serviços e processos de trabalho das organizações que são reconhecidas como representantes das melhores práticas com a finalidade de comparar desempenhos e identificar oportunidades de melhoria na organização que está realizando (ou monitorando) o benchmarking [1]. 3 Sete ferramentas da qualidade: lista de verificação, gráfico de Pareto, diagrama de causa e efeito (ou diagrama espinha de peixe ou ainda diagrama de Ishikawa), fluxograma, histograma, gráfico de controle e diagrama de dispersão. 1
Após análise da causa do problema, deve ser desenvolvido um Plano de Ação Corretivo para a solução deste problema, que deve abranger: Ÿ A origem da causa; Ÿ As ações requeridas; Ÿ Quem será o responsável pela solução; e Ÿ Quando será resolvido o problema. Outros planos podem ser desenvolvidos para ajudar no desenvolvimento da solução, a saber: Ÿ Plano de melhoria; e Ÿ Plano de adaptabilidade futura. Obtenha concordância - As soluções ou os planos devem ser revistos junto às equipes do processo e a qualquer outra pessoa a quem o processo atinja, incluindo clientes e fornecedores, a fim de receber destas pessoas a aprovação e a concordância.
Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ
Descrição das recomendações; Escopo da implementação; Responsabilidades e estabelecimento de datas; Implantação do sistema gerencial; Sistema de medidas; Recursos necessários; e Aprovação executiva.
Melhoria do processo É a implantação dos Planos de Melhoria do Processo, 4 a obtenção dos resultados e retorno (feedbacks ) dos clientes e a monitoração contínua das soluções (figura 12). Espera-se, com tais medidas, a otimização de efetividade, eficiência e adaptabilidade do processo. As seguintes recomendações são importantes para o sucesso na implementação. Teste a solução - Devem-se testar as mudanças reco-
Finalize os planos - A finalização dos planos, além da solução, deve incluir: Ÿ Identificação da oportunidade de melhoria;
4 Feedback: do inglês feed = alimentar e back = para trás. Retroalimentar, ou seja, fornecer informações sobre algum processo em andamento.
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MELHORIA CONTÍNUA
DEFINIÇÃO DO PROCESSO
ANÁLISE DO PROCESSO
MELHORIA DO PROCESSO
MELHORIA CONTÍNUA
DEFINIÇÃO DO PROCESSO
EXCELÊNCIA DO PROCESSO
Figura 12 - Melhoria do processo [Fonte: adaptação livre 2009]
mendadas em um processo piloto e alterar conforme necessário. Documentar a experiência a fim de que se possa garantir a introdução da solução. Avaliar se as modificações estão sendo bem sucedidas e, caso o piloto não esteja obtendo o resultado desejado, determinar o problema e sua causa (utilize as ferramentas básicas da qualidade). Deve-se, ainda, revisar o plano e implementar as mudanças que se fizerem necessárias. Obs.: Somente passar à fase seguinte após obter o resultado desejado. Gerencie o processo - Com o plano piloto concluído é o momento de distribuir manuais de instruções e formulários de avaliação e inserir a solução em ampla escala. Volta-se ao início da metodologia de gerenciamento de processo e adota-se tal metodologia no novo processo. É muito importante continuar a monitorar o desempenho de todos os processos que já estejam em andamento. Verifique os custos do processo - Esta é uma fase relativamente recente dentro da gerência de processo. Em muitos casos é utilizada a metodologia da curva ABC (Activity Based Costing - Atividade Baseada no Custo) como ferramenta de apoio. Metodologias de análise de valores devem ser usadas como complemento para ajudar a avaliar esta fase. Excelência do processo A excelência (figura 13) significa o mais elevado grau de desempenho global do processo na sua efetividade, eficiência e adaptabilidade, quando comparado, avaliado e reconhecido ser superior aos seus similares disponíveis no mercado (procure saber as práticas das empresas mais bem sucedidas). As seguintes recomendações são importantes para o 24
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ANÁLISE DO PROCESSO
MELHORIA DO PROCESSO
EXCELÊNCIA DO PROCESSO
Figura 13 - Excelência do processo [Fonte: adaptação livre 2009]
sucesso na sua adoção. Benchmarking - É o processo contínuo de análise das melhores práticas de negócios do mundo e seus resultados com a finalidade de estabelecer e validar metas e objetivos para os nossos processos. Deve-se assegurar de manter esta prática em nível constante. Fases deste processo: Ÿ Organização e planejamento; Ÿ Coleta de dados; Ÿ Análise; e Ÿ Ação / prática. Avalie o processo - Pode ser feito pelo processo de autoavaliação, devendo ser aberto em categorias e itens de avaliação, semelhante ao método adotado pelo PNQ (Prêmio Nacional da Qualidade). Usa-se para avaliar o andamento de um sistema (pontuando cada item analisado). TREINAMENTOS PARA A IMPLANTAÇÃO DA GERÊNCIA DE PROCESSO A adoção da gerência de processos representa uma mudança cultural e, para se trabalhar com ela, deve-se ter um programa de treinamento técnico e, principalmente, comportamental muito forte, com apoio total da alta direção da empresa. Abaixo, alguns exemplos de treinamentos técnicos e comportamentais que podem colaborar na implanta5 ção da gerência de processo (recomenda-se ver a NBR ISO 10015:2001 - Gestão da Qualidade - Diretrizes para Treinamento). 5
NBR: é a sigla de Norma Brasileira aprovada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, de caráter voluntário, e fundamentada no consenso da sociedade. Torna-se obrigatória quando essa condição é estabelecida pelo poder público [2].
Treinamento Técnico – Gerência de Processo ) Definições de processos; ) Mapeamento de processos; ) Análise de processos - medição e avaliação; ) Prioridades; e ) Desenvolvimento, teste e implantação de melhoria de processos. - Desdobramento da função qualidade - QFD (Quality Function Deployment) ) Conceituação da voz do cliente; ) A casa da qualidade; e ) Estudo de caso. – Benchmarking ) Histórico e conceituação; ) Gerência de processos; ) Processo de condução; e ) Estudo de caso. Treinamentos Comportamentais – O papel do gerente e sua importância para o sucesso das organizações ) O ambiente de mudanças; ) O processo de mudanças; ) A visão e o ambiente de trabalho em mudanças; e ) O processo da comunicação humana. – Análise de problemas e tomada de decisão ) Identificação de problema; ) Análise da causa raiz; ) Identificação de soluções; ) Priorização de soluções; e ) Tomada de decisões. – Gerência do trabalho em equipe ) Pressupostos do trabalho em equipe; ) Conceito: formação do “eu” e do “nós”, quanto ao trabalho de equipe; ) Facilitadores do trabalho em equipe; e ) Como e por que intervir no trabalho de uma equipe. CONSIDERAÇÕES FINAIS Do ponto de vista sistêmico, pode-se dizer que a gerência de processo facilita a compreensão da organização como um todo, pois destaca os processos que realmente agregam valor ao negócio e coloca o cliente como parte integrante do processo.
Como a técnica enfoca o processo e não os departamentos, é necessário o envolvimento e o comprometimento de todas as áreas da organização que participam do processo. Portanto, é fundamental o apoio da alta administração para que esta mudança cultural ocorra. A gerência de processo se baseia também no total envolvimento das pessoas, tanto no momento de redefinição dos processos, bem como na melhoria contínua dos mesmos. Sendo uma metodologia que se vale do trabalho em grupo, com o seu emprego há um substancial aumento na motivação dos colaboradores, pois estes ficam sabendo da sua importância para os processos da organização. A metodologia de gerência de processo apresentada se aplica a todo tipo de organização. Ela visa ressaltar a importância de se conhecer e gerenciar os processos para que sejam executadas somente as atividades que agreguem valor ao processo e, em última análise, ao produto oferecido ao cliente. Conforme apresentado, verifica-se que os processos e a sua adequada gerência são de grande importância para o sucesso do Sistema da Qualidade em qualquer tipo de organização. Com a aplicação de uma metodologia baseada no Mapeamento dos Processos pode-se obter a melhoria dos sistemas em geral. Para futuros estudos, recomenda-se especial atenção na contratação de pessoal qualificado. Não basta dispor apenas de elementos referentes à formação do candidato; hoje é preciso mais. Vejam, por exemplo, a situação de um candidato cuja atuação será gerenciar uma equipe técnica e ele, o gestor, não dispõe da habilidade fundamental para essa função: saber lidar com pessoas. Atenção, pois em muitas ocasiões as empresas perdem um excelente técnico promovendo-o e ganham um péssimo gestor. A maneira de contratar pessoas exige a observação de algumas etapas. Não se pretende mudar tal formato com as recomendações, mas alertar para as consequências de uma contratação errada que pode colocar tudo a perder. Recomenda-se, para contratar um determinado profissional, dar especial atenção aos requisitos do cargo, aos requisitos legais (registro em conselhos da classe e demais documentos obrigatórios), à hierarquia (a quem se reportará e quais serão os cargos sob sua responsabilidade) e, principalmente, ao perfil ocupacional. Deve-se dar especial atenção ao perfil psicológico do candidato.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] www.wikipedia.com.br [2] www.abnt.org.br
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sucesso da mais poderosa empresa de diversões do mundo. São Paulo: Futura, 1998. Ÿ Deming, W. E.; Qualidade: a revolução da administração.
Rio de Janeiro: Marquês-Saraiva, 1990. Ÿ Garvin, D. A.; Gerenciando a qualidade: a visão estra-
tégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992 Ÿ Gianesi, I. G. N.; Corrêa, H. L.; Administração estratégica
de serviços: operações para a satisfação do cliente. São Paulo: Atlas, 1996. Ÿ Ishikawa, K.; TQC - Total Quality Control: estratégia e
Ÿ Marshall Jr. et al.; Gestão da qualidade. 4ª edição. Rio de
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de indústrias e da concorrência. 7ª edição. Rio de Janeiro: Campus, 1986. Ÿ Taylor, F. W.; Princípios da administração científica. 8ª
edição. São Paulo: Atlas, 1990. Ÿ FPNQ - Fundo para o Prêmio Nacional da Qualidade.
São Paulo. Modelo de Excelência do PNQ. Disponível em <http://www.pnq.org.br/>. Acessado em 16/05/ 2009. Ÿ Família de normas NBR ISO 9000:2008.
Jorge de Paiva Campos - Mestre em Engenharia Mecânica na área de Gestão da Qualidade Total pela Unicamp - Universidade de Campinas. É pós graduado em Estudos Brasileiros (Mackenzie) e atua em Engenharia de Produção há mais de 20 anos. Coordenou a implantação do programa de qualidade no Pólo Moveleiro de Votuporanga (SP) pelo CNPq - RHAE. Foi o responsável pela certificação ISO 9001 de seis empresas simultaneamente. Atualmente trabalha como consultor de empresas e é credenciado pelo SEBRAE - SP para o Programa Rumo à ISO. Atua na criação de redes de empresas, centrais de compras, otimização de processos e treinamentos empresariais.
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Formulário: Mapeamento de Processo Notas explicativas
Figura 1 - Exemplo de mapeamento. Este exemplo é apenas uma referência, que pode ser simplificada ou ainda melhor detalhada por cada usuário.
Figura 2 - Exemplo de fluxo de processo
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Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
Formulário MAPEAMENTO DE PROCESSO
Versão 1 de 30/03/2010 Data
EMPRESA Empresa:
Fone:
Contato:
e-mail:
Fax:
UNIDADE Nome:
Revisar em:
Responsável pelo processo:
Responsável pela unidade:
Nome do processo:
NECESSIDADES ENVOLVIDAS
Parte integrante da revista Ferramental - Nº 29 - Maio/Junho 2010
Fornecedor (organização, pessoal ou área)
Insumo (informação, documento oumaterial)
Produto (bem ou serviço)
Etapa do processo
Cliente (organização, pessoal ou área)
MELHORIA DE PROCESSO Seq.
Problema identificado
Oportunidade de melhoria
Indicador sugerido
Responsável pela sugestão
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Recurso
Nome
Parte integrante da revista Ferramental - Nº 29 - Maio/Junho 2010
APROVAÇÃO DO PROCESSO
OBSERVAÇÕES
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13
12
11
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8
7
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5
4
3
2
1
Seq.
Cargo
Linha do tempo
FLUXO DO PROCESSO
Assinatura
Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
Formulário MAPEAMENTO DE PROCESSO Versão 1 de 30/03/2010
Data
Treinamento & Desenvolvimento: a chave do crescimento de pessoas e organizações Por Beatriz Helena Schulze (contato@lisechaves.com.br)
Diagnóstico É o levantamento das necessidades de treinamento, que podem ser passadas, presentes ou futuras. Desenho É a elaboração do programa de treinamento para atender às demandas diagnosticadas.
Avaliação É a verificação dos resultados obtidos com o treinamento.
Implementação É a aplicação e condução do programa de treinamento.
Figura 2 - Ciclo de treinamento e desenvolvimento
Treinamento
Desenvolvimento de pessoas
Desenvolvimento organizacional Treinar:
Desenvolver:
ü
Tornar apto
ü
Fazer crescer
ü
Habilitar
ü
Fazer progredir
Figura 3 - Ações no treinamento e desenvolvimento Figura 1 - Abrangência da educação Maio/Junho 2010
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Lideranças
Entrevista
Técnico
Entrevista e questionário
Administrativos
Questionário
Operacionais
Questionário, Observação, Entrevista.
Tabela 2 - Configuração do LNT
Causa
Efeito
Consequência
Figura 4 - Focos do diagnóstico
Da organização
Estrutura, Histórico, Planejamento, Vendas, Produção, RH, Imagen, Plano de Expansão, Mudanças, Queixas.
Das tarefas
Atividades, Responsabilidades, Competências Técnicas.
Das pessoas
Desempenho, Material, Condições Físicas e Psicológicas, Competências Comportamentais.
Tabela 1 - Definição de Cargo
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Fatores que podem afetar Saber Fazer Poder Fazer Querer Fazer
DESEMPENHO = RESULTADOS
Estilo de liderança dos gestores Ambiente de trabalho, ou seja, clima organizacional Políticas da empresa, principalmente frente à gestão de pessoais Figura 5 - Fatores que impactam o desempenho
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Beatriz Helena Schulze - Psicóloga formada pela ACE/SC. Consultora na área de Gestão de Pessoas. Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas pelo INPG/SC. Formação em Orientação Profissional pelo Instituto do Ser/SC. Professora da disciplina de Psicologia Organizacional na Anhanguera Educacional/SC e das disciplinas de Gestão de Pessoas e Relações Interpessoais no SENAI/SC. Sócia da Consultoria LiseChaves pessoas, estratégias e resultados.
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VINICIUS MARTINS - viniciushiper@yahoo.com.br WILSON CORRÊA RODRIGUES - wilson.rodrigues@ufrgs.br ALEX FABIANO BUENO - alex.bueno@ufrgs.br LÍRIO SCHAEFFER - schaefer@ufrgs.br
Matrizes de conformação de chapa com insertos de metal duro
A
substituição de insertos de aço por metal duro é uma realidade nas ferramentas de conformação de chapas. Entretanto, alguns cuidados devem ser observados para obter o melhor resultado na produção, principalmente nos processos de grande abrasividade, onde há necessidade de elevada resistência mecânica.
A metalurgia do pó tem se destacado nas últimas décadas por ser um processo altamente competitivo. A evolução do processo tem sido constante, proporcionando numerosas soluções para muitos dos problemas de característica técnica. Nos últimos anos tem se estudado a aplicação de metal duro para tentar resolver o problema de desgaste nos processos de conformação a frio [1]. O compósito de tungstênio, car1 2 3 bono e cobalto (W C -Co ), chamado de metal duro, se apresentou muito eficiente, sendo produzido pelo processo de metalurgia do pó e tendo características fundamentais como dureza elevada, resistência à compressão e grande resistência ao desgaste. CONFORMAÇÃO MECÂNICA A conformação mecânica é qualquer operação durante a qual se aplicam esforços mecânicos em metais, que resultam em uma mudança permanente de suas dimensões. É o processo mecânico onde
se obtém peças através da compressão de metais sólidos em matrizes ou outros tipos de ferramentas específicas, utilizando a deformação plástica da matéria-prima para o processamento nestas ferramentas a fim de chegar a uma peça final desejada. A conformação mecânica a quente gasta menos energia no processo, pois neste estágio o material está extremamente tenaz, assim é muito importante saber as propriedades de cada material a ser conformado e seu comportamento durante o processamento de conformação escolhido [2]. A conformação a frio produz um acabamento melhor e o material da peça é encruado, auxiliando a aumentar a resistência mecânica, mas 4 diminuindo a ductilidade . Aços Ferramenta Os aços ferramenta são utilizados nas operações de conformação. Estes aços se caracterizam por apresentar elevada dureza e resistência 5 à abrasão , geralmente associadas à
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alta tenacidade e manutenção das propriedades de resistência mecânica em elevadas temperaturas, que são obtidas com a adição de elevados teores de carbono e elementos de liga. Devido às diversas utilizações, são divididos em diferentes tipos conforme sua aplicação e características: Os aços rápidos possuem constituinte como tungstênio, molibdênio, vanádio, cromo em altos 1 W: do latim wolfram, representa o elemento químico tungstênio. 2 C: do latim carbo, representa o elemento químico carbono. 3 Co: do alemão kobold, representa o elemento químico cobalto. 4 Ductilidade: é a propriedade física dos materiais de suportar a deformação plástica, sob ação de cargas, sem se romper ou fraturar. Ela é caracterizada pelo fluxo do material sob ação de uma tensão cisalhante. Ouro, cobre e alumínio são metais muito dúcteis. O oposto de dúctil é frágil, quando o material se rompe sem sofrer grande deformação [4]. 5 Abrasão: é o ato ou efeito de raspar ou desgastar por atrito. Ação de raspar certas estruturas (dente, osso, metal, concreto, madeira, etc.) ou de as tirar em pequenas lâminas [4]. 6 Tenacidade: é uma medida de quantidade de energia que um material pode absorver antes de fraturar. Os materiais cerâmicos têm uma baixa tenacidade [4].
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teores (Grupo M e T); Os aços para trabalho a quente, desenvolvidos para utilização em operações de conformação de metais em altas temperaturas sob condições de pressão e abrasão (Grupo H) e; Os aços para trabalho a frio são amplamente utilizados para trabalho em cavidades e a frio, onde resistência ao desgaste e tenacidade são importantes. Os principais grupos, A, D e O [3]. Metalurgia do Pó O processo consiste em transformar pós de metais, ligas metálicas, substâncias não-metálicas ou cerâmicas em peças resistentes, comprimindo estes pós no interior de uma ferramenta com formato desejado, obtendo um "compactado à verde" por pressão mecânica que será sinterizado. Peças fabricadas por metalurgia do pó possuem certa porosidade, que pode ser controlada através de fatores como pressão de compactação, temperatura e tempo de sinterização, tamanho e forma das partículas do pó (figura 1), entre outras variáveis. A peça pronta apresenta bom acabamento e pequenas tolerâncias dimensionais [5]. A figura 2 mostra a micrografia do pó do aço rápido AISI T15. Compactação A forma mais comum de conformação usada na metalurgia do pó é a prensagem uniaxial. O processo necessita de uma prensa e de uma ferramenta denominada matriz de compactação. A ferramenta é composta por uma cavidade e dois punções. Ambos possuem formas apropriadas, relacionadas à forma da peça. O pó é colocado dentro da matriz e o punção é 36
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cias dimensionais. Pode ainda passar por processos de acabamento como usinagem e calibração [9].
Figura 1 - Mistura de pós [6]
Figura 2 - Micrografia do pó aço rápido AISI T15 [7
pressionado, pela prensa, contra o pó. A figura 3 mostra esquematicamente como ocorre este tipo de conformação do pó [8]. Sinterização O processo de sinterização na metalurgia do pó consiste em aquecer o material a temperaturas abaixo do ponto de fusão do materialbase, em condições controladas de temperatura, tempo e atmosfera provocando difusões atômicas que farão com que as propriedades mecânicas da peça aproximem-se das adquiridas através de outros processos de fabricação. A peça pronta apresenta bom acabamento e pequenas tolerânFC
FC
Enchimento da cavidade
Précompactação
Compactação
Figura 3 - Desenho esquemático de processo de conformação do pó [5]
Metal Duro O produto é obtido pela compactação e sinterização de uma mistura de pós de carboneto (WC, 7 8 9 10 Ti C, Ta C, V C e Nb C) e metais, chamados de aglomerantes (Co, 11 12 Fe , Ni ou uma combinação deles). A quantidade de aglomerante pode variar entre 3 e 30% do total da composição do compósito. Ocorre a seguir o processo de sinterização, aquecimento a uma temperatura suficiente para ocorrer a fase líquida do aglomerante, que preenche os vazios entre os grãos dos carbonetos. As temperaturas de sinterização das ligas situam-se entre 1.360 e 1.480ºC. O resultado é um material de dureza elevada, 13 entre 75 e 90 HRa , dependendo do teor de aglomerante e do tamanho de grão do carboneto. O cobalto (Co) é o ligante mais uti7
Ti: deriva da mitologia grega, em referência aos Titãs, filhos de Urano e Gaia, e representa o elemento químico titânio [4]. 8 Ta: deriva da mitologia grega, em referência a Tântalo, pai de Níobe, representa o elemento químico tântalo [4]. 9 V: deriva da mitologia escandinava, em referência a deusa da beleza Vanadis devido a coloração de seus compostos. Representa o elemento químico Vanádio [4]. 10 Nb: deriva da mitologia grega, em referência a Níobe, filha de Tântalo. Representa o elemento químico nióbio [4]. 11 Fe: do latim ferrum, representa o elemento químico ferro. 12 Ni: do alemão "kupfernickel" que significa cobre diabólico. Representa o elemento químico níquel. 13 HRA: Rockwell é um método de medição direta da dureza, sendo um dos mais utilizados na indústria. Este é um dos métodos mais simples e que não requer habilidades especiais do operador. Além disso, várias escalas diferentes podem ser utilizadas através de possíveis combinações de diferentes penetradores e cargas, o que permite o uso deste ensaio em praticamente todas as ligas metálicas, assim como em muitos polímeros. As escalas de dureza Rockwell são A, B, C, D, E, F, G, H e K [4].
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Figura 4 - Micrografia WC-10Co [11]
Figura 5 - Peças sinterizadas de metal duro [12]
lizado em metal duro devido à sua elevada solubilidade com o carboneto de tungstênio (WC) [10]. A figura 4 apresenta a micrografia de um sinterizado. Na figura 5 podem ser visualizadas diversas peças obtidas com o processo de sinterização. DESCRIÇÃO DE PROCESSO A durabilidade de uma ferramenta está ligada diretamente ao seu processo de fabricação, ao material processado e ao constituinte da matriz. Normalmente fabricamse matrizes e ferramentas com aço ferramenta que se caracteriza por apresentar elevada dureza e resistência à abrasão, geralmente associada à boa tenacidade e propriedades de resistência mecânica em elevadas temperaturas. Ao longo das décadas, posteriores ao fim da segunda guerra 38
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mundial, devido à grande produção, a aplicação de ferramentas de altas performances e elevada vida útil tem crescido vertiginosamente. Por essa razão, o inserto do compósito de metal duro está cada vez mais sendo usado em matrizes de conformação a frio [13]. A figura 6 Figura 7 - (1) amostra compactada mostra a aplicação de inserto em (2) amostra sinterizada ferramenta de conformação. Na fabricação de uma ferramenta de conformação a frio usa-se aço ferramenta e aço carbono. Para substituir um inserto de aço ferramenta por um de metal duro devese inicialmente projetar uma ferramenta para a compactação do pó Figura 8 - (1) amostra sinterizada e a (2) amostra retificada de metal duro. Este compósito deve conter uma faixa de 20 a 30% de utilizadas para a colocação do aglomerante, pois este inserto neinserto de metal duro na matriz de cessita alta resistência mecânica conformação a frio: juntamente com alta tenacidade. O a) Inserção por interferência, onde percentual de aglomerante está dise aquece a matriz levando em retamente ligado a tenacidade do consideração a dilatação térmica inserto, sendo que quanto maior do aço. Por convenção, se utiliza for o percentual de aglomerante, um fator de interferência nos inmaior será a tenacidade. Esta matriz sertos colocados em matrizes ende compactação deve ser projetada tre 1,005 a 1,025 para ser mulconforme as propriedades do comtiplicado pelo diâmetro da mapósito de metal duro. Cada compotriz. A equação (1) é uma fórmula sição tem seu comportamento característico, sendo que a contração linear do compósito situa-se na faixa de 18 a 21% e a contração volumétrica fica entre 40 e 50%, conforme demonstra a figura 7. Após a sinterização do metal duro, é obrigatório se fazer a retificação do inserto sinterizado. Na figura 8, a primeira peça é uma amostra sinterizada e a segunda peça é uma Figura 6 - Estampo aberto com colunas guias com inserto de amostra retificada. metal duro [13] Três formas são
genérica que relaciona o diâmetro da matriz (Dmatriz) com o diâmetro do inserto (Dinserto). A figura 9 apresenta esquematicamente a interferência de um inserto de metal duro.
Dmatriz x Fator = Dinserto Equação (1)
b) Inserção do inserto de metal duro na cavidade da matriz de aço. A partir de uma folga entre o inserto e a matriz, procede-se a solda oxiacetileno, que pode usar eletrodo de ligas à base de prata 14 15 (Ag ) e cobre (Cu ). É desejável ter uma conicidade máxima de 1° na cavidade da matriz para alojar de maneira mais adequada e consistente a solda entre o
inserto de metal duInserto de metal duro ro e a matriz. Por Ajuste com interferência Matriz convenção se utiliza um fator de folga nos insertos colocados em matrizes, entre 0,995 e 0,975 para ser multipliFigura 9 - Inserto de metal duro em matriz de estampagem com cado pelo diâmetro interferência da matriz. Este fator de folga é utilizado Inserto de metal duro Solda prata também na equaMatriz ção 1. A figura 10 apresenta esquematicamente a montagem com solda de um inserto de metal duro. Figura 10 - Inserto de metal duro em matriz de estampagem c) Fixação do inserto com solda prata através do formato Ag: do latim argentum, representa o elemento do inserto juntamente com químico prata. Cu: do latim cuprum, representa o elemento parafusos, ou a fixação de um químico cobre. elemento do fer-ramental que 14
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Figura 11 - Matriz de estampo progressiva com vários insertos [14]
impeça o movi-mento do inserto na matriz de conformação de chapas. A figura 11 mostra a parte superior de uma matriz com insertos na for-ma sextavada de metal duro fixa-do por meio de parafusos. As maiores durezas dos insertos são atingidas com baixos teores de aglomerante, porém com a respectiva redução da tenacidade, propriedade muito importante em uma ferramenta de conformação a frio. Outro fator que aumenta a resistência mecânica do inserto do compósito de metal duro é o tamanho de grão, quanto menor o seu tamanho de grão maior a resistência mecânica. APLICAÇÕES No intuito de aumentar a vida útil das matrizes de estampos, empresas têm optado por colocar cada vez mais insertos de metal duro em matrizes, transformando em ferramentas extremamente complexas e flexíveis para as mudanças de produtos sem alterar significativamente o ferramental principal. Com o mesmo objetivo, estes insertos, inicialmente de aço ferramenta, passaram a ser fabricados em aço rápido. A figura 12 mostra uma matriz de estampo progressiva com vários insertos projetada em 16 um programa de CAD 3D (tridimensional). 40
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segmentadas, buchas e facas de corte, corte-dobra e repuxo de chapas de espessuras elevadas. Estampagem de parafusos, porcas, corte e repuxo. G5/G50 Micro-grão - Materiais com alta tenacidade e boa resistência ao choque térmico. É indicado para discos de laminação a quente, roletes com guias lisos. Matrizes para fabricação de parafusos, porcas e arruelas. G6 e G7 - Excelente resistência ao impacto e baixíssimo ao desgaste. É utilizado em matrizes de estampar esferas e roletes de rolamentos, matrizes segmentadas e estampagem de parafusos diversos. G12 - Classe com boa resistência ao impacto e ao desgaste. Desenvolvida para insertos de estampos progressivos. Pode ser aplicada para facas rotativas para indústrias de embalagens metálicas e de papel, matrizes e punções para compactação, punções de corte delgado e de formas complicadas, pinos de extrusão [14].
Figura 12 - Matriz de estampo progressiva com vários insertos [13]
Classes de Metal Duro e suas Aplicações Existem diversas categorias de metal duro, cada uma com as devidas características para aplicações específicas. G2 - Classe com boa resistência ao desgaste e média ao impacto. É utilizada para trefilar tubos e barras com medidas médias e grandes, ferramentas para repuxo, dobra, cilindros de laminação para fitas metálicas, matrizes grandes de compactação. Fieiras e mandris para trefilação de barras e tubos com perfis variados. G3 - Classe com média resistência ao desgaste e ao impacto. Sua utiização engloba a trefilação com fieiras, mandris, matrizes de redução e extrusão, deformação a frio, navalhas para cortes de A tabela 1 é fornecida por um latas e chapas, laminação a quenfabricante de ferramentas e peças te e usada nas caldeiras intermede metal duro, mostrando a classe diárias. Matrizes com perfis especiais para indústria de autopeças. CAD: do inglês, Computer Aided Design (projeto auxiliado por computador). Aplicados também para panelas de moagem de minérios para uso em laboratório. G4 - Classe com boa resistência ao impacto e baixo ao desgaste. É aplicada principalmente na estampagem a frio e a quente, redução e extrusão de Tabela 1 - Classes de metal duro [15] parafusos, matrizes 16
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G utilizada na área de conformação mecânica em geral. Os compósitos de metal duro a base de níquel são utilizados em meio de alto desgaste e corrosivos, que são amenizados pelo comportamento do níquel. CONCLUSÕES A possibilidade da utilização de insertos de metal duro em matrizes de conformação de chapas em substituição ao aço rápido já é uma realidade. Há uma classe de metal duro es-
pecialmente utilizado para matrizes de conformação a frio com altos teores de aglomerantes, principalmente o cobalto (entre 20 e 30%). Apresenta os compósitos com o níquel como aglomerantes para a utilização de metal duro em meio corrosivo. O entendimento das técnicas de inserção de insertos de metal duro em matrizes de conformação de chapas é importante para que a indústria de estampagem possa se guiar com relação a alterações ou
novos projetos de estampos. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) e a Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS pelo uso dos laboratórios e da infra-estrutura da universidade. Também à CAPES, FINEP e a empresa IMER Porto Alegre-RS pelo apoio financeiro e investimento na área de pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Thümmler, F.; Oberacker, R.; Introduction to powder metallurgy; The Institute of Materials; 1993; ISBN 0-901716-26-X
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[13] http://www.uniwidia.com.br/, em 17-07-2009
[6] Chiaverini, Vicente; Metalurgia do pó; São Paulo; Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais - ABM; 2001; 4ª Ed; Brasil
[14] Benazzi Jr., Ivar; Aio, Leandro Henrique e Santos; Silva, Fábio da; Apostila de tecnologia de estampagem; Faculdade de tecnologia de Sorocaba; Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza; São Paulo; 2008; Brasil
[7] Rodrigues, D.; Miranda, F.; Curso de metalurgia do pó - metal duro; Nobre Consultoria; São Paulo; SP; 2008; Brasil [8] Tool Steel Atomization; Powder metallurgy; Metals Handbook; V.7; p. 313; Ohio; ASM, 1998; 9ª Ed; EUA
[15] Kolaska, H.; Wheith, W.; Pulvermetallurgie der hartmetalle; Hartmetall als Konstruktionsbauteil in Chemischen Industrie; FPM - Fachverband Pulvermetallurgie, Kapitel 13, 1992, Alemanha
[9] Thümmler, F.; Oberacker, R.; An introduction to powder metallurgy; The institute of Materials; p. 121-180; London; 1993; Reino Unido
FONTE DE CONSULTA
[10] Philips. T.; Sintering Furnaces and Atmospheres; Powder me-
http://www.durit.pt/duritPT/defaultFlash.htm, em 12-08-2009
Vinícius Martins - Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais (PPGEM) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM). Wilson Corrêa Rodrigues - Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais (PPGEM) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM). Alex Fabiano Bueno - Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais (PPGEM) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM). Lírio Schaeffer - Doutor na área de Conformação Mecânica pela Universidade Técnica de Aachen na Alemanha (Rheinisch-Westfalischen Technischen Hochschule - RWTH). Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) do Centro de Tecnologia da Escola de Engenharia da UFRGS. Pesquisador na área de Mecânica, Metalurgia e Materiais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Professor das disciplinas relacionadas aos processos de fabricação por conformação mecânica e vinculado ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Minas e Energia (PPGEM) da UFRGS. Consultor ad-hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Autor de vários livros sobre conformação mecânica.
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ASTRIDT HOFMANN - ahofmann@shv.adv.br
Menor aprendiz é alvo da fiscalização do trabalho
O
entendimento e adequação das cotas para alocação de menor aprendiz pode evitar sérias imposições legais para as empresas contratantes.
1 A Lei nº 10.097/2000 estabeleceu a faixa entre 14 e 18 anos, mas o Decreto nº 5.598/2005 aumentou o limite para 24 anos.
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Astridt Hofmann - Bacharel em direito pela Faculdade de Direito de Joinville - FDJ da Associação Catarinense de Ensino e pós-graduada em direito empresarial pelo Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (INBRAPE). Advogada sócia da Schramm, Hofmann e Vargas Advogados Associados, com sede em Joinville
Entenda seu CNC Tool Management - Gestão de ferramentas
SIEMENS
Quando observamos uma aplicação de comando numérico computadorizado (CNC) devemos ficar atentos quanto a existência de um armazenador/trocador (magazine) de ferramentas. Na constatação deste recurso podemos identificar se o trocador é do tipo: · · · ·
Randômico ou não; Circular ou matricial; Com braço trocador ou não; e Com ou sem entre posição.
Em função do porte e das características do equipamento, é possível decidir entre criar um gerenciador de ferramentas ou utilizar um pronto. O desenvolvimento de um gerenciador de ferramentas “proprietário” é demorado e custoso, além de exigir que o desenvolvedor realize etapas de verificação e correção de erros (debug), criando desconfortos para o usuário final. O comando numérico SINUMERIK 840 possui um gerenciador de ferramentas de grande porte, bastando configurá-lo para casar com as características da aplicação. A opção pelo TOOL MANAGEMENT do SINUMERIK torna-se uma excelente opção, uma vez que ele é um produto consolidado e atestado (debugado), preparado para todo tipo e porte de magazine. A inicialização (start-up) é bastante simples, reduzindo a hora de engenharia para sua aplicação Nosso serviço de apoio ao cliente presta os esclarecimentos necessários quanto à utilização do seu comando CNC pelo telefone (11) 3833-4040 ou e-mail adhelpline.br@siemens.com.br E na compra de uma nova máquina CNC podemos lhe auxiliar no esclarecimento de dúvidas técnicas pelo telefone (11) 3908-1757 ou e-mail william.pereira@siemens.com 44
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FRANCISCO FERNANDES - franciscofernandesjr@hotmail.com
Gerenciamento de projetos nas microempresas
O
gerenciamento de projetos pode ser uma excelente ferramenta para os executivos de micro e pequenas empresas alcançarem melhores resultados sem incorrer em investimentos financeiros elevados. Entretanto, é necessária a preparação dos gestores a fim de permitir extrair o máximo dessa metodologia.
Início Planejamento
Controle
Execução
Fim Figura 1 - Ciclo de vida de um projeto. Adaptação de [1]
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1 Escopo
Definição do que inclui e de que não inclui no projeto.
2 Tempo
Programa, calendário, entregas parciais e finais.
3 Custo
Orçamentos, estimativa de custos e programa de gastos.
4 Qualidade
Padrões relevantes e programação de como cumpri-los.
Recursos 5 Humanos
Pessoas envolvidas no projeto, tanto internas como externas, identificadas por funções e responsabilidades.
Informação identificada em relatórios e distribuída de acordo 6 Comunicação com a responsabilidade de cada ator no projeto.
“Act” Tome as ações adequadas
Incorpore o que deu certo ao sistema e retome o ciclo
“Plan” Planeje a melhoria
Determine métodos para atingir os objetivos
Por quê?
Proporcione educação e treinamento
O que deu errado?
Implemente o trabalho
Ameaças por controlar, oportunidades para capitalizar e planos de contingência4.
8 Suprimento
Estratégias para contratação, orçamentos, concursos e administração de contratos.
9 Integração
Integração de todas as áreas, administração das mudanças e lições aprendidas.
Tabela 1 - Áreas inerentes aos projetos
Revisar o que deu errado
O que deu certo? “Check” Verifique os resultados alcançados
Determine os objetivos com base em dados
7 Risco
“Do” Execute o plano
Figura 2 - Ciclo PDCA [3]
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sto
Probabilidade
Tem po
Cu
Qualidade
Muito alta
Mod.
Alta
Alta
Alta
Alta
Alta
Baixa
Mod.
Mod.
Alta
Alta
Moderada
Baixa
Mod.
Mod.
Mod.
Alta
Baixa
Baixa
Baixa
Mod.
Mod.
Alta
Muito baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Baixa
Mod.
Muito baixo
Baixo
Moderado
Alto
Muito alto
Impacto Figura 4 - Matriz de risco em relação a probabilidade e ao impacto
Escopo/Resultado Figura 3 - A limitante tripla. Adaptação do Método Escala™5 [4]
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda; Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa, 3ª edição, Editora Positivo, Curitiba, 2004, Brasil
[4] Chamoun, Yamal; Administración Profesional de Proyectos - La Guia; The McGraw-Hill Companies; Programa Educativos S.A. de C.V.; 2002; México
[2] www.wikipedia.org.br
[5] Project Management Institute; A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK® Guide) - 2000 Edition; Project Management Institute, Inc.; 2000
[3] www.lugli.org/wpcontent/uploads/2008/02/10pdca_img_11.jpg
Francisco Fernandes - Consultor internacional, Mestre em Gerência de Projetos pela Universidade Interamericana de Panamá e Pós Graduado em Desenho de Projetos pela mesma Universidade. É Pós-Graduado em Marketing Estratégico e formado em Administração de Empresas pela Univille. Desenvolveu sua carreira profissional de mais de 15 anos relacionados às áreas de gestão de projetos, reengenharia de processos e planejamento estratégico nos setores públicos e privados nacionais e internacionais. Especialista em licitações internacionais, financiadas principalmente pelo BID e Banco Mundial, para os países da América Latina e Caribe. Foi consultor do Programa Empreender para os núcleos setoriais da Associação Empresarial de Joinville - ACIJ por 5 anos e atualmente desenvolve projetos e consultorias internacionais pela empresa Goethals Consulting Corporation, do Panamá. É um dos membros fundadores do Grupo Brasil Panamá, associação formada por empresários e executivos que atuam no país e colunista do maior portal brasileiro de notícias de logística e comércio exterior, o www.netmarinha.com.br.
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CENTRO DE USINAGEM GRAFITEIRO A Meggaton, representante da Chmer, traz ao mercado brasileiro o centro de usinagem grafiteiro de alta velocidade (high speed) HE 65T, indicado para a produção de peças de elevada precisão, usinagem de peças seriadas e de moldes e matrizes, além de eletrodos de grafite e cobre. Equipado com comando CNC Gentec M4f, o equipamento opera com uma faixa de velocidade do cabeçote (spindle) de 3.000 a 30.000 rpm; atende cursos de 800 mm (eixo X), 600 mm (Y) e 400 mm (Z); possui mesa com dimensões de 850 x 600 mm; peso sobre a mesa de 800 kg; avanço de usinagem de 10 mm/min e avanço rápido de 30 m/min. Esta máquina possui sistema de dupla proteção dos barramentos e guias a fim de proteger os mesmos contra o grafite. Possui ainda sistema de cortina de óleo que envolve toda a peça, não permitindo que o pó do grafite se espalhe pelo ar e consequentemente atinja os fusos de esferas e guias. O óleo impregnado com o pó do grafite é transportado para um sistema de filtragem similar aos de equipamentos de eletroerosão, onde a borra fica armazenada e o óleo volta a ser reutilizado. Tem magazine de 12 ferramentas ou, opcionalmente, 16.
Meggaton 11 5180 3555 www.meggaton.com.br
RETIFICADORA MANUAL A retificadora manual industrial, fabricada pela Mega Ferramentas Elétricas, permite desbastar, lixar e escovar diversos materiais. É indicada para manuseio em locais de difícil acesso e pode ser utilizada com ponta montada, roda lixa, lima rotativa, escova circular, dentre outros acessórios. Tem isolação total, punho emborrachado, interruptor prático e pinça padrão. Suas características técnicas são: tensão de 110 ou 220 Volts; potência de 1.050 Watts; rotação de 21.000 rpm; pinças de 1/4“, 1/8”, 3 mm e 6 mm; e porca para pinça de 3/4“. O conjunto pesa 3,5 kg e tem dimensões de 490 x 123 mm.
Mega Ferramentas Elétricas 16 3945 0277 www.megaferramentas.com.br
INJEÇÃO DE PEÇAS TÉCNICAS A Nord West, através dos 20 anos de experiência na área de desenvolvimento e processamento de materiais, somou conhecimento e tecnologia nas mais diversas áreas do setor de plásticos. A empresa disponibiliza ao mercado brasileiro novas tecnologias em nível de processamento, focando-se na área de injeção e utilizando o que há de mais moderno em equipamentos. Utilizando-se da integração total entre os equipamentos auxiliares de processo, investiu em sistemas integrados de secagem e desumidificação de materiais, além de sistemas de aquecimento de molde Maio/Junho 2010
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para materiais de engenharia, alta performance e ultra-polímeros. O constante investimento em novas tecnologias que garantem precisão e elevado desempenho dos produtos injetados a torna uma empresa referência em tecnologia no Brasil. O suporte à todas as etapas do processo, indo do desenvolvimento de produto até o projeto de molde e finalizando na fabricação, garante um grande diferencial tecnológico na fabricação de produtos especiais. Nord West Manufaturados Plásticos 47 9992 7830 industrial@nordwest.ind.br
MANDRIL PORTA-BROCAS DE APERTO RÁPIDO O mandril porta-brocas de aperto rápido da Sanches Blanes tem a função de fixar brocas de diversos diâmetros em um único mandril.
velocidade ou em paradas instantâneas de rotação, ele impede que a ferramenta se solte. Sanches Blanes 11 4824 2700 www.sanchesblanes.com.br
EMPILHADEIRA ELÉTRICA Ele pode ser usado em máquinas CNC e convencional, como tornos, centros de usinagem, fresadoras e mandriladoras. Comparado ao sistema convencional, ele é robusto e compacto, sendo 50 milímetros menor. O sistema modular permite que, em caso de colisões com danos irreparáveis, a substituição possa ser feita de maneira rápida e eficiente. Possui ainda rasgos no corpo para aperto complementar, em até três vezes mais, através da chave fornecida com a ferramenta. Além disso, durante aplicações em alta
A empilhadeira elétrica CPD30B, da chinesa Forklift, comercializada pela Tomazini, tem capacidade de ele-vação de até 3.000 kg e 3 metros de altura máxima. Velocidade de levantamento (sem carga/com
Não quebre a cabeça! na hora de decidir. . . Anuncie na
Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais Coordenação de Vendas: (47) 3025-2817 (51) 3228-7179 (11) 3481-5324
cel. (47) 9964-7117 cel. (51) 9109-2450 cel. (11) 9959-5655
ferramental@revistaferramental.com.br casagrande@revistaferramental.com.br vendas.sp@revistaferramental.com.br
carga) é de 360/280 mm/s. A capacidade da bateria é de 500 Ah com tensão de 80 Volts. Suas dimensões são 3,57 metros de comprimento e 1,23 metros de largura e seu peso é de 4.870 kg. Utiliza pneus de borracha, evitando danos ao piso, sendo o dianteiro na medida 28x9-1512PR e o traseiro 18x7-8-14PR. Tomazini 54 3229 2121 www.tomaziniempilhadeiras.com.br
GRAVAÇÃO DE METAIS A LASER A gravadora Smarky 10W Air DPSS, com laser Nd: Laser YVO4, da Sisma, é um sistema de marcação que pode trabalhar em qualquer tipo de metal, produzindo marcação de qualidade elevada. Permite gravar nomes, dedicatórias, caracteres e as características da peça a ser trabalhada, bem como a transferência de imagens fotográficas sobre o metal, produzindo logomarcas. A gravadora laser é controlada por um computador portátil ou PC com a placa de interface e o programa SLC (SISMA LASER Controller). As interfaces permitidas são PLC, rede de dados (Ethernet), I/O digital de controle, eixos e outros dispositivos auxiliares. O programa de controle é desenvolvido completamente pela Sisma, elaborando dados ou ima-
gens a serem marcados e gerenciando o laser e todos os dispositivos conectados. Os arquivos podem ser importados em SVG, BMP, JPG, HTML, PLT. Sisma do Brasil 11 4584 6624 sismabrasil@terra.com.br www.sisma.com
ESTAÇÃO DE TRABALHO A estação de trabalho Ronin Tools 271, fabricada pela Ronin e comercializada pela Mega Ferramentas, é fornecida com 271 ferramentas, dentre elas jogos de chave combinada com catraca; combinada fixa; jogo de chave de fenda, philips, pozidriv, torks com pino guia; torks sem pino guia; jogo de chave pito 1/4" ,3/8" e 1/2"; jogo de limas; jogo de catracas e extensores; jogo de chave pito auto-impacto 1/2"; jogo de alicate tira-trava, alicate universal, alicate corte, alicate bico, alicate desencapador de fios com regulagem de bitola, alicate para cano, alicate de pressão; martelo em nylon (nylon substituível); martelo pena; jogo de chave hexagonal abaulada (allen 45°); jogo de chave articulada; jogo de chave canhão T; jogo de talhadeira e punção. Pode ainda ser fornecido na opção de duas gavetas.
Plasvik INJEÇÃO PEÇAS TÉCNICAS
Tecnologia, Inovação, Comprometimento Qualidade e Pontualidade. Modernas instalações, amplo parque industrial. Equipamentos com força de fechamento entre 30 e 370 toneladas. Desenvolvimento e manutenção de ferramentas e moldes utilizando equipamentos de alta tecnologia. Fundada em 1991, a Plasvik conquistou a ISO 9001:2000 em 1992, reforçando a constante preocupação com a qualidade.
Mega Ferramentas 42 3243 1305 www.megaferramentas.com
www.plasvik.com.br plasvik@plasvik.com.br Rua Costa Barros, 2.324 - V. Alpina - São Paulo/SP Fone (11) 2024-6400 - Fax (11) 6107-1575 Maio/Junho 2010
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FMEA - ANÁLISE DE MODO E EFEITOS DE FALHA POTENCIAL IQA A nova atualização do manual tem como diferencial o foco no cliente em todas as fases de desenvolvimento do produto, para minimizar o risco de alterações e, principalmente, atender as expectativas do mesmo. Esta edição possui mais conteúdo, além de esclarecer dúvidas frequentes para a elaboração dos FMEA´s (Failure Mode and Effect Analysis) nas organizações. Outra alteração é o alinhamento entre os pontos em comum entre os dois principais tipos de FMEA - o DFMEA (Design FMEA de projeto) e o PFMEA (Process FMEA - de processo). Também enfatiza que o FMEA é parte do APQP (Advance Product Quality Planning ou Planejamento Avançado da Qualidade do Produto) e não deve ser considerado um evento individual. O FMEA ajuda na identificação de falhas em produtos e processos, viabilizando sua prevenção ou correção. Quarta edição. 2008. ISBN 978-16-05341-36-1. www.iqa.org.br
COMO SE TORNAR UM PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS - 3ª edição Paul Campbell Dinsmore e Adriane Cavalieri Gerenciamento de Projetos (Project Management) se tornou uma disciplina em constante expansão, tendo em vista a crescente competitividade entre as organizações e a busca por melhores resultados. Junto com a evolução do Gerenciamento de Projetos, o PMI® criou um programa de certificação dos profissionais da área - a Certificação PMP® (Project Management Professional) - que visa conceder um certificado internacional para aqueles profissionais de projetos que atendam a um conjunto de requisitos de formação e experiência, e que demonstrem suficientes conhecimentos técnicos, gerais e específicos. A certificação é hoje, em diversas áreas, um fator importante de distinção entre profissionais e empresas. Muitas companhias estão incorporando a Certificação PMP® aos planos de carreira para gerentes de projetos. Ela, além de ajudar o profissional e a empresa a crescerem profissionalmente, anuncia aos atuais e futuros clientes que a equipe de gerentes envolvidos com o projeto é especial. A obra é o livro-base para a Certificação PMP®. Traz os conceitos principais - qual o propósito, quando utilizar, vantagens e desvantagens e exercícios resolvidos - e situações cotidianas de um gerente de projetos e questões siuladas. ISBN 978-85-73037-49-4. www.qualitymark.com.br
PLÁSTICOS DE ENGENHARIA PRINCIPAIS TIPOS E SUA MOLDAGEM POR INJEÇÃO Edson Roberto Simielli e Paulo Aparecido dos Santos O livro aborda os principais termoplásticos de engenharia e suas blendas em uso no Brasil, principalmente pelas indústrias automobilísticas, eletroeletrônicas, telecomunicações, equipamentos de escritório & informática, transportes, entre outras. Conceitua o processo de obtenção e fabricação destes polímeros, analisa a relação estrutura molecular-morfologia-propriedades e os tipos comerciais mais importantes (anti-chama, reforçados, resistentes ao calor, à luz ultravioleta). Aborda ainda, em detalhes, sua moldagem por injeção, fazendo recomendações desde a secagem do material, limpeza do cilindro, temperaturas de processo e características de máquina adequadas para cada produto estudado. Objetiva auxiliar técnicos e engenheiros a melhor exercerem suas funções, ajudando suas empresas a ser mais produtivas e, consequentemente, mais competitivas no atual cenário globalizado. 2010. ISBN 978-85-88098-51-0. www.artliber.com.br
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Júlio César Zanluca Planejamento tributário é a metodologia para se obter um menor ônus fiscal sobre operações ou produtos, utilizando-se meios legais. Também é chamado de “elisão fiscal” (não confundir com “evasão fiscal” - sonegação). A base de um adequado planejamento fiscal é a existência de dados regulares e confiáveis. Sem informações contábeis adequadas, o planejamento tributário ficará dependente de dados avulsos, não regulares, sujeitos a estimativas, erros e avaliações equivocadas. A obra aborda, de maneira simples, diversos assuntos, entre eles: restrições; elisão x evasão fiscal; tipos de elisão; abuso de forma; o direito do contribuinte em pagar somente o tributo devido; estado x contribuinte; espécies de tributos; finalidades do planejamento tributário; como calcular o resultado do planejamento; lucro real; lucro presumido; lucros distribuídos; a controvérsia do Simples; operação de vendas via internet; reembolso de despesas; gastos com formação profissional; postergação no faturamento; crédito presumido do IPI como ressarcimento do PIS e COFINS; incentivos e regimes fiscais específicos; contencioso fiscal é planejamento tributário?; além de muitos outros detalhes. www.portaltributario.com.br
Alumicopper ....................................51
Enafer ................................................9
Polimold ..........................................41
Autodesk..........................................13
Incoe ...............................................19
Schmolz+Bickenbach ................3ª capa
Bodycote ....................................5 e 27
Interplast .........................................20
SecoTools.........................................37
Brehauser.........................................49
Metalurgia .......................................26
Siemens .............................2ª capa e 44
Btomec ............................................11
Plastech ...........................................46
SKF ...........................................4ª capa
CIMM ..............................................11
Plastibras..........................................49
Tecnoserv.........................................39
Cosmolde ..........................................6
Plasticos Maradei................................6
Topline.............................................23
Dynamach .......................................12
Plasvik..............................................51
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Divulgação
Oscar de Azevedo Presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul - SIMECS presidente@simecs.com.br
Acreditar no trabalho É voz corrente que 2009 foi um ano muito difícil, especialmente para o segmento industrial. Fomos atingidos por uma forte crise econômica ameaçando a sustentabilidade industrial e a empregabilidade. Diante deste quadro de incertezas, muitas foram as expectativas em nível político, econômico e social. O grande gênio da humanidade, Albert Einstein, disse que "em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento". E foi assim que o SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul buscou alternativas para superar a crise e continuar acreditando no trabalho como fonte de realização. Nossa entidade, que representa 2.600 empresas nos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metal-mecânico, as quais geram 57 mil postos de trabalho, manteve o foco, realizando diversas ações em nível econômico e social. Ciente da missão de representar as suas empresas em várias frentes de atuação, o SIMECS entrou 2010 com o mesmo propósito, ou seja, aceitar os desafios e vencer os obstáculos, trabalhando firme para o crescimento de suas organizações fabris. É importante salientar que os países e empresas que estiverem preparados ganharão espaço, transformando em oportunidades as dificuldades do momento. Para uma recuperação mais rápida se faz necessário repensar diversos modelos e o Brasil deve aproveitar o momento, facilitando as condições de empreender e, consequentemente, alavancando a empregabilidade e a renda. Internamente as organizações precisam ser repensadas, tornado-se capazes de conviver em um mercado ainda mais competitivo. Toda a indústria sentiu e sentirá a crise, mas a base do SIMECS é composta por empresas diferenciadas, muito bem dirigidas e articuladas e que, certamente, saberão se adequar aos novos tempos. Dentro deste mesmo foco, o SIMECS, há mais de meio século, tem sido um importante indutor para facilitar o crescimento das empresas do seu segmento. 2010 já está sendo um ano mais positivo quanto ao desempenho econômico das empresas metalúrgicas da serra gaúcha. Não podemos esquecer que teremos pela frente um período eleitoral. Portanto, devemos aproveitar para fazermos uma reflexão sobre o futuro que desejamos, elegendo com consciência e maturidade os nossos representantes políticos. O segmento industrial do nosso país depende do apoio governamental através de incentivos fiscais e financiamentos para fomentar a sua produção e desenvolvimento. Não somos uma ilha. Nossas empresas desejam continuar gerando progresso, emprego e renda, mas para isso, precisam do apoio governamental. Para concluir, é importante lembrar as palavras de um pensador: "qualquer que seja a crise de sua vida, nunca destruas as flores da esperança para que possas colher os frutos da fé".
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