ANO VI - Nº 32 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2010 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
Redução do uso de fluido de corte no alargamento de furos em ferro fundido
Como atrair e manter a geração Y motivada
DESTAQUE
ANO VI - Nº 32 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2010 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
Redução do uso de fluido de corte no alargamento de furos em ferro fundido
Como atrair e manter a geração Y motivada
DESTAQUE
Christian Dihlmann Editor
Brasil, ame-o ou deixe-o! A sigla BRIC foi criada em 2001 pelo banco americano Goldman Sachs, identificando os países cujas economias tenderiam a dominar o mundo, a saber, Brasil, Rússia, Índia e China. Apesar do aspecto esperançoso inerente ao povo brasileiro, poucos acreditaram nessa “premonição”. Entretanto, eles (do banco) estavam certos. E precisamos nos preparar para estarmos na quinta maior potência do mundo por volta de 2015. Para atingirmos esse estágio muito já foi feito, mas há ainda questões essenciais a serem resolvidas. De parte do governo, as necessárias reformas econômica, fiscal, tributária, trabalhista, eleitoral, enfim, organizar o País estruturalmente. De nossa parte, empresários, executivos, líderes de equipes e profissionais liberais, é preciso atuar firmemente nas questões de tecnologia e gestão do negócio. Responder algumas perguntas, do tipo: quais as tecnologias que estão disponíveis para melhoria da produtividade? Qual a tendência de novas soluções técnicas para o mercado? Que modelo de empresa preciso ter para não sucumbir frente ao crescimento vertiginoso? Que perfil de profissionais será fundamental para atender a demanda da empresa e buscar a fatia de mercado desejada? Quais as parcerias possíveis com centros de pesquisa e desenvolvimento para evolução do nosso produto? Quanto de investimento é necessário e como devem ser aplicados? São muitas perguntas, grande parte difíceis de responder de pronto, mas que vislumbram o futuro. Márcio Miranda, autor de vários livros e palestrante especializado em negociação, diz: O Brasil decolou! E
a sua empresa, também decolou? E você, como profissional, está fazendo tudo o que precisa para decolar? Nesta edição da Ferramental brindamos o leitor com artigos sobre Balanced Scorecard, metodologia de apoio à organização empresarial, sobre a geração Y e a retenção de talentos, fatores determinantes de sucesso para as empresas, sobre a redução do uso de fluido de corte em operações de usinagem, importante para a produtividade do processo e preservação do meio ambiente, sobre a gestão do ciclo de vida dos produtos, ferramenta moderna de coordenação dos projetos, além de recomendações nas áreas contábeis e jurídicas das organizações. Esse rico material vem contribuir com a estruturação da sua empresa e, consequentemente, com um Brasil melhor. Na minha infância vivenciei o período da ditadura que, apesar dos pesares, pregava a mensagem Brasil – ame-o ou deixe-o! Nos desfiles do dia da Independência milhares de bandeiras do Brasil eram agitadas. Sempre vibrei e me emocionei com esse amor e paixão pelo País e proponho o seu resgate. São novos tempos. Estamos adentrando o ano de 2011. Não podemos mais perder tempo. Portanto, defina seus objetivos para 2015, monte sua estratégia para alcançar as metas e, fundamentalmente, comece já. Devemos ter orgulho dos avanços desta geração e reforçar nosso sentimento patriótico. Como cidadãos, temos o direito de exigir qualidade de vida, mas principalmente, o dever de trabalhar por ela.
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Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X
15 Avaliação da redução do uso de fluído de corte no processo de alargamento de ferro fundido vermicular O alargamento é um processo que visa melhorar as condições dimensionais da furação, contudo deve ser realizado com uso de refrigeração, atualmente questionada pela legislação ambiental. Com a utilização dos métodos estudados é possível reduzir a aplicação de fluido de corte para o alargamento de ferro fundido vermicular.
DIRETORIA Christian Dihlmann Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Jefferson de Oliveira Gomes, Cristiano V. Ferreira, Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 / 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Representante Ronaldo Amorim Barbosa (11) 9714-4548 ronaldo@revistaferramental.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 8877-6857 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br Produção gráfica Martin G. Henschel Impressão Impressul Indústria Gráfica Ltda. www.impressul.com.br
A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matériasprimas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC
22 Jovens da geração Y - Por que é tão difícil mantê-los na empresa? Entender a nova geração de profissionais que surge é importante para a atração de talentos, retenção de pessoas e desenvolvimento de potencial, com vistas a propiciar regularidade nas relações trabalhistas e aumento da competitividade das empresas.
29 Implementando a estratégia com o BSC A metodologia Balanced Scorecard - BSC é considerada essencial para se obter uma visão mais ampla das organizações e, com isso, estabelecer a gestão estratégica mais adequada.
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Foto da capa:
"Usinagem por eletroerosão de penetração de cavidade para molde de injeção de termoplástico. Foto cedida por Brtooling Ltda., de Joinville, SC"
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O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br
Gostaria muito de receber a Ferramental. Sou proprietário de uma ferramentaria que desenvolve principalmente moldes para injeção de termoplásticos e também de uma empresa que injeta uma série de moldes. Valter Godoy - Valmar Ferramentaria - São Carlos, SP
Por se tratar de uma excelente revista e ponto de referência técnica, necessito da Ferramental para minha desenvoltura no âmbito industrial. Não quero perder nenhuma edição, pois sou um assíduo leitor. Emerson Francisco dos Santos - Modelproj - São Paulo, SP
Tenho interesse em receber a revista Ferramental e inclusive exemplares anteriores que tenham destaques de protótipos e desenvolvimento de produtos. Denis Vanderlei Alves da Silva Volkswagen do Brasil - São Bernardo do Campo, SP
Estou interessado em matéria a respeito de gestão publicada na Ferramental. Vinicius Renan Schimidt - Fermetal Ferramentaria - Limeira, SP
A Camasi é uma empresa que atua no ramo de conformação de chapas. Fabricamos máquinas perfiladeiras. Trabalhei durante cinco anos em outra empresa, onde recebia do meu diretor a Ferramental. Visto o conteúdo da revista, gostaria de receber a revista em minha nova empresa. Tiago Mantovani de Oliveira - Camasi - São José do Rio Preto, SP
Gostaria de receber a Ferramental, pois hoje tenho pouco acesso a ela. Trabalho com os cursos Técnico de Usinagem e Ferramentaria e este periódico será uma importante fonte de consulta para novas tecnologias e tendências do mercado. Repassarei estas informações para os alunos destes cursos. Leandro Reinert - Senai - Joinville, SC Quero parabenizar a equipe pela elevada qualidade da revista Ferramental. Desejo um sucesso cada vez maior. Rogério Boquino - Tecpress - Louveira, SP
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Agradecemos os contatos de: Mauro Cezar Alves Sialtec - São Paulo, SP Flaviane Pedroso Biblioteca Universidade de Guarulhos - Guarulhos, SP Rudimar Santo Boff Metalúrgica Faboff - São Marcos, RS Edson Diniz Pinto Wika - Iperó, SP Marcelo Ramos Barbosa JBT Foodtech - Araraquara, SP José Carlos Martins PSA Peugeot Citröen do Brasil - São Paulo, SP Elaine Tessarolo Reed Alcântara Machado - São Paulo, SP Osmar Alves Madeira Calende Equipamentos Hidráulicos - Limeira, SP Júlio César Ingá Projetos - Maringá, PR Petri Morsa Vaccioli Plaspetri - Pirassununga, SP Daniela Osellame Forvm - Atenas, Grécia Ricardo Jorge Virtual Automação - Joinville, SC Reginaldo Gabriel Biblioteca Júlio de Mesquita - Santo André, SP Jefferson Scatena Sisma do Brasil - Jundiaí, SP Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.
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Oscar Siqueira
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A PTC - Parametric Technology Corporation completou, em 2010, 14 anos de operações no Brasil. A empresa, fornecedora mundial de soluções para desenvolvimento e gerenciamento do ciclo de vida do produto, reuniu em São Paulo, cerca de 300 usuários e executivos de empresas para a realização do PTC Technology Day. Na abertura da quarta edição, Hélio Samora, diretor para a América Latina, destacou que hoje a subsidiária brasileira apresenta o crescimento mais expressivo entre todas as operações que a empresa mantém no mundo. Em termos globais, a PTC prevê fechar 2010 com faturamento da ordem de US$ 1 bilhão, correspondendo a crescimento de 10% em relação ao ano anterior. “É um resultado significativo para uma empresa que tem apenas 25 anos de atuação, completados em maio deste ano, e que já figura no restrito rol das companhias mundiais que faturam acima de US$ 1 bilhão”, salientou. Os planos são de chegar a US$ 1,6 bilhão em 2014. Para atingir esse objetivo, a empresa está investindo continuamente em novos produtos e pretende ampliar sua rede de distribuidores, entre vários outros projetos. Daniel Maier, vice-presidente senior de Canais das Américas da PTC, ressaltou que a empresa orgulha-se de sua cultura inovadora e de contar com 18 centros de desenvolvimento no mundo, o que lhe permitiu alcan-
çar a marca de mais de 100 patentes obtidas, estando atualmente 35 em análise. “Estamos presentes com subsidiárias PTC em mais de 30 países, mas o mais importante é a nossa proposta de continuar investindo cada vez mais em soluções fortes e inovadoras”, destacou. O overview da empresa foi completado por Thomas Schoemaker, vice-presidente de Produtos da PTC, que destacou os três lançamentos no evento - o Windchill RequerimentLink (solução web integrada para gerenciar os requisitos estabelecidos para o produto); o Relex (software para planejamento, revisão e simulação de confiabilidade); e a versão 15 do software de cálculos para engenharia Mathcad. Segundo Hélio Samora, o carro-chefe da empresa no Brasil continua sendo o Pro/ENGINEER (solução CAD/CAM/CAE 3D), utilizado por mais de 1.100 clientes. “Fomos os primeiros do mercado a oferecer uma solução paramétrica e hoje temos a satisfação de verificar que muitas empresas estão deixando de usar as soluções CAD 3D dos concorrentes, substituindo-as pelo Pro/E. Apenas nos últimos 12 meses vendemos 195 licenças nessas condições”, revelou. O executivo também salientou que muitas companhias brasileiras já estão voltando a atenção e iniciando a implementação do Windchill, família de soluções voltadas para gerenciamento do ciclo de vida do produto (PLM) e uma das grandes apostas da PTC. Devido à atualidade e relevância desse tema, foi realizado em paralelo ao PTC Technology Day, a 2ª edição do PLM Experience, espaço criado para receber presidentes, diretores, e executivos de empresas de diferentes áreas de atuação. A apresentação demonstrou como uma estratégia adequada de PLM pode criar vantagens competitivas para as organizações, quais os investimentos necessários e resultados que podem ser obtidos com a otiNovembro/Dezembro 2010
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mização de todos os processos. No evento também foi realizada a edição brasileira do PTC Metrics Awards, competição que reconhece e premia os melhores projetos desenvolvidos com o Pro/E. Os cases inscritos foram julgados por especialistas da PTC. Além do desenvolvimento e design, os critérios de avaliação levaram em conta aspectos como inovação, complexidade e benefícios do produto, bem como métricas de redução de custos e aumento de produtividade, entre outros ganhos. Os vencedores foram: Categoria Indústria Automobilística: Randon Implementos, pelo projeto de um Semi-reboque Basculante Deslizante. Categoria Máquinas e Equipamentos Industriais: Jaraguá, pelo projeto Salt Evaporator. Categoria Bens de Consumo e Eletroeletrônicos: Itautec, pelo projeto Mecanismo Módulo Depositário.
Categoria Educacional: SENAI-SP, pelo Sistema Automatizado de Movimentação de Botijões de Gás. PTC 11 5052 9730 www.plmbrasil.com.br
A Nord West inaugurou novas instalações com 300m2, em data que coincidiu com seu aniversário. “A empresa nasceu do sonho de seus sócios na busca do que há de mais moderno a nível mundial ligado à área de transformação de plásticos”, informa seu diretor Adriano Francisco Reinert. Em agosto de 2009 foi fundada, na cidade de Joinville, com o objetivo inicial de desenvolver e aplicar tecnologias às empresas parceiras ligadas aos mais diversos segmentos, possuindo parcerias com empresas de toda a Europa, que possibilitaram rapidamente se tor-
nar referência no Brasil. Seus fundamentos são baseados na aplicação de tecnologias de ponta permitindo um rápido avanço para novas visões da empresa, garantindo à Nord West lugar de destaque dentre as empresas de grande tecnologia no Brasil. Aliando-se ao conhecimento prático e teórico, soma mais um grande desafio a nível nacional, o de disponibilizar ao mercado novas tecnologias de processamento, focando na área de injeção e utilizando o que há de mais moderno
22º Encontro de Ferramenteiros da Volkswagen Realizado em São Bernardo do Campo, São Paulo, no mês de setembro, contou com a presença de mais de 300 veteranos e jovens ferramenteiros. O clima festivo foi o destaque do evento. Os veteranos Ademir Munhoz, aluno da 1ª turma da Escolinha de Ferramentaria da VW, hoje ainda em atividade como Professor Universitário em cursos de Engenharia Mecânica e Consultor de Negócios em Máquinas e Ferramentarias e Valter Barbosa Lins, da 3ª turma, ex-Diretor da Festo e hoje empresário no campo de Automação Industrial, ressaltaram o espírito de entrosamento existente entre os antigos colegas de trabalho, identificando como uma característica importante dos profissionais deste segmento. Também presente Otávio de Goes, veterano ferramenteiro, empresário, Diretor da Scorpios Indústria Metalúrgica com ferramentaria e fabricação de conjuntos estampados e Durvalino Canhas Dias, veterano
Valter Barbosa Lins e Ademir Munhoz
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Otávio de Goes
Por Ademir Munhoz munhoz.rep.18@uol.com.br
ferramenteiro com mais de 65 anos de serviços prestados a ferramentarias automotivas e ainda em atividade como consultor no setor. Foi Gerente de Ferramentaria nas principais montadoras de automóveis e ainda Gerente de Ferramentaria da Brasinca por mais de 35 anos. A revista Ferramental reconhece o grande esforço dos amigos Darcy, Garcia, Valter Kafka e Edgar Gaspar na preservação dessa comemoração que é, sem dúvida, reflexo do espírito de companheirismo do grupo e homenageia a todos os experientes mestres ferramenteiros que tornaram essa profissão respeitada e motivo de orgulho para os profissionais que nela atuam, sendo exemplos de grande incentivo aos futuros ferramenteiros do Brasil. O 23º Encontro dos Ferramenteiros da Volkswagen já está programado. Será em 17 de setembro de 2011. Agendese já!
Durvalino Canhas Dias
Hora de saciar a fome
em equipamentos. Com know-how na área de desenvolvimento de projetos especiais, a empresa inicia a injeção de produtos em materiais metalizados. O processo de injeção em material metalizado consiste em injetar as peças diretamente na cor, substituindo o processo convencional de pintura garantindo um menor custo, maior resistência a riscos e principalmente ambientalmente correto, pois não libera resíduos ao meio ambiente. “A equipe Nord West não se limita ao processo de injeção, desenvolvendo também um trabalho de acompanhamento desde a concepção do produto, definição do melhor material e projeto de molde, de forma a garantir o melhor resultado para o produto final”, conclui Reinert. Nord West 47 3422 7077 www.nordwest.ind.br
Para fortalecer a presença no mercado brasileiro de aços de alta qualidade, a subsidiária brasileira da alemã Schmolz+Bickenbach acaba de inaugurar em sua unidade localizada na Grande São Paulo, um forno de tratamento térmico e uma trepanadora (perfuradora) de precisão. Os investimentos nos novos equipamentos - 1,1 milhão de Euros no forno e 700 mil Euros na trepanadora - visam, especialmente, o atendimento à demanda gerada pelos setores nacionais de petróleo e gás, além da entrada em novos mercados. Segundo Francisco Arieta, Gerente Geral Técnico da subsidiária brasileira, os investimentos da empresa não devem parar aí. “Para crescer 20% nos próximos anos, a companhia continuará adquirindo mais maquinário. Os planos já prevêem a compra de serras de corte, máquinas de usinagem e de ensaios mecânicos”. No País desde 1998, a Schmolz + Bickenbach do Brasil integra o grupo do mesmo nome, lí-
der mundial na produção, processamento, distribuição e serviços no mercado de aços especiais (produtos longos). As suas três unidades no País - São Paulo, Joinville e Caxias do Sul - empregam 130 funcionários. A capacidade de fornecer soluções especiais e customizadas em aço tem no País, aplicações típicas em aços para construção mecânica e aços ferramenta para o segmento ferramenteiro. Schmolz + Bickenbach 47 3461 3355 lucilena@fe.org.br www.fe.org.br
A missão empresarial à Euromold (Feira Internacional de Moldes, Ferramentas, Design e Desenvolvimento de Produtos) será realizada de 27/11 a 04/12/2010. A feira ocorre em Frankfurt, na Alemanha. A organização é da Fundação Empreender - FE em conjunto com o Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da Associação Empresarial de Joinville - ACIJ, com o objetivo de conhecer novas tecnologias, articular contatos comerciais e fortalecer o setor nacional de ferramentarias. Além do amplo leque de informações disponíveis na feira sobre projeto de ferramentas, tecnologias de fabricação, controle dimensional e de produção, prototipagem, tratamentos térmicos e superficiais, materiais, simulação e garantia da qualidade, as visitas técNovembro/Dezembro 2010
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nicas à empresas do setor ferramenteiro alemão contribuem para agregar ainda mais conhecimento aos empresários brasileiros. A intenção dos organizadores é tornar essa forma de aquisição de tecnologias e ampliação da rede de relacionamento uma ação constante no país. A missão é acompanhada de intérprete para que o participante possa extrair o máximo de informações na viagem. Fundação Empreender 47 3461 3355 lucilena@fe.org.br www.fe.org.br
O Simplás - Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho assinou convênio com a Caixa Econômica Federal, através do Gerente Regional para atendimento Empresarial, Dari Rei-
chert, com o objetivo de ofertar crédito com taxas diferenciadas às empresas associadas ao Sindicato que necessitam modernizar suas operações. Através deste convênio, as empresas associadas terão à disposição linhas de crédito como o FINAME, específico para adquirir equipamentos e financiar projetos a baixo custo. O FINAME é uma linha de crédito destinada a empresas localizadas em qualquer região do país. São utilizados recursos do BNDES para financiar a aquisição de máquinas e equipamentos nacionais novos, cadastrados na Agência Especial de Financiamento Industrial. O limite de financiamento de equipamentos é de até 90% com prazo de até 60 meses para pagamento, incluídos 12 meses de carência opcional e taxa de juros de 4,5% ao ano. Dentre os itens financiáveis estão as máquinas-ferramenta. Simplás 54 3228 2422 ww2.simplas.com.br
A fabricante canadense de sistemas de moldagem por injeção Husky anunciou alterações no comando das operações de vendas nas Américas. Como Carmen Lowe, Vice Presidente de Vendas para a América do Norte desde 2008, anunciou sua intenção de retirar-se após 23 anos de serviços, Mike Urquhart, Vice Presidente de Vendas para a América Latina desde 2007, assumirá a responsabilidade de comandar o crescimento da carteira de clientes nas Américas. “Agradeço a Carmen por sua incansável dedicação à Husky e a seus clientes. Carmen desenvolveu um profundo relacionamento com muitos de nossos maiores clientes mundiais” disse John Galt, Presidente e CEO da Husky. O período de transição começa em outubro com a saída oficial no início de 2011. Husky 11 4589 7201 www.husky.ca
CONEXÃO WWW O Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade - FNCP é uma sociedade civil e apartidária que congrega os mais importantes setores da economia nacional no combate a práticas de pirataria, falsificação, descaminho, subfaturamento, contrabando, sonegação fiscal e outros ilícitos decorrentes. Tem a missão de agir como articulador entre Iniciativa Privada, Estado e Sociedade, atuando em diversas frentes para a promoção de ações com o objetivo de alertar e educar governo e cidadão quanto aos riscos e prejuízos causados pela pirataria. Entre as diversas ações promovidas, disponibiliza link para denúncias em seu site para que agentes públicos de todo o Brasil façam consultas e obtenham informações para melhor combater esse crime. O serviço está disponível para qualquer cidadão denunciar casos de pirataria. www.forumcontrapirataria.org A Endeavor é uma organização que identifica e viabiliza a continuidade sustentada de negócios de empreendedores de alto impacto, que sonham grande e crescem de maneira acelerada, inovadores, enxergam oportunidades e são pautados por princípios éticos, contribuindo com o desenvolvimento do País. Atua em cinco áreas: busca e seleção de empreendedores; serviços a empreendedores auxiliando no crescimento das empresas; cultura empreendedora, disseminando a cultura e relacionamento entre os parceiros; educação, inserindo a cultura empreendedora em instituições de ensino; e administração, gerenciando os processos internos nas organizações. Disponibiliza em seu sítio diversos artigos e vídeos sobre os mais diversos temas do empreendedorismo. www.endeavor.org.br
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VILMAR JÚLIO - vilmarjulio@terra.com.br SALETE MARTINS ALVES - salete.martins@gmail.com
Avaliação da redução do uso de fluído de corte no processo de alargamento de ferro fundido vermicular
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alargamento é um processo que visa melhorar as condições dimensionais da furação, contudo deve ser realizado com uso de refrigeração, atualmente questionada pela legislação ambiental. Com a utilização dos métodos estudados é possível reduzir a aplicação de fluido de corte para o alargamento de ferro fundido vermicular.
Nas últimas três décadas o ferro fundido nodular (SG = Spherical Graphite, ou grafite esferoidal) e ferro fundido vermicular (CGI = Compacted Graphite Iron ou ferro de grafite compactado) foram aceitos, principalmente, no mercado de construção de automóveis, aeronaves e navios. Estes possuem propriedades como: alta tenacidade1, boa condutividade térmica e amortecimento de vibrações. E, devido a possibilidade de suas propriedades mecânicas serem alteradas por diferentes tratamentos térmicos são resistentes ao desgaste e apresentam-se com alta flexibilidade para a usinagem. Guesser (2002) relata que o ferro fundido vermicular deve conter alguma grafita nodular. Esta condição é justificada na utilização deste material em blocos e cabeçotes de motores à combustão, que devido a complexidade geométrica, solicitações térmicas e mecânicas severas, e ainda, ter-se praticamente a exigência de ausência de contração, permitindo, neste caso, uma taxa de no máximo 20% de grafita nodular. Em contra partida, no caso do seu uso em coletores de escape, para não prejudicar a fundibilidade ou o desempenho, devese permitir uma taxa de até 50% de grafita nodular. A produção de um bloco de motor é uma sequência de várias operações de usinagem até chegar totalmente pronto ao final do processo. Dentre essas operações a execução de furos é a mais comum e exige operações posteriores a fim de melhorar a qualidade superficial e a precisão de forma e dimensional. Isso é conseguido pelo emprego, entre outras, da operação de alargamento.
Lugscheider et al. (1997) comentam que a rigidez da máquina e a estrutura a ser preparada para o processo de alargamento são fundamentais. Pode-se entender que o não cumprimento de procedimentos como a usinagem do pré-furo, a não observação da rigidez da máquina, os parâmetros de corte e a adequada aplicação de fluido de corte interferem diretamente na precisão do furo alargado. A falta de fluido de corte no processo de alargamento produz temperatura que pode resultar em problemas de: Ÿ Precisão do furo; Ÿ Excessiva formação de aresta postiça de corte; e Ÿ Acabamento superficial do furo prejudicado. Segundo Su et al. (2007) o uso de fluidos de corte dentro do processo de usinagem causa alguns problemas como custo alto, poluição e perigos para a saúde do operador. Solucionar os problemas relacionados ao uso de fluidos de corte é um novo desafio para os investigadores que procuram alternativas de minimizar ou até mesmo evitar seu uso nas operações de usinagem. Portanto, é importante avaliar a viabilidade da redução do uso de fluido de corte no processo de alargamento, sendo este o objetivo do trabalho no alarga1 Tenacidade: é a energia mecânica, ou seja, o impacto necessário para levar um material à ruptura. Se um material é tenaz ele pode sofrer um alto grau de deformação sem romper. Em outras palavras, tenacidade é uma medida de quantidade de energia que um material pode absorver antes de fraturar. Os materiais cerâmicos, por exemplo, tem baixa tenacidade.
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mento do ferro fundido vermicular através da técnica de mínima quantidade de lubrificante (MQL). MÍNIMA QUANTIDADE DE LUBRIFICAÇÃO (MQL) As alternativas tecnológicas para viabilizar a redução e/ou a eliminação de fluidos de corte mostram os caminhos que as pesquisas atuais têm tomado nos processos de usinagem com ferramentas de geometria definida. De acordo com Miranda (2003), estes caminhos básicos são: Ÿ A otimização de ferramenta (tem a ver com a avaliação do material da ferramenta, do revestimento, assim como das características geométricas da ferramenta empregada no processo); Ÿ O uso de técnicas de mínima lubrificação (MQL); e Ÿ A substituição do processo de fabricação da peça. Usando a técnica de MQL há uma notável redução de custos de usinagem, obtido pela quantidade mínima de lubrificante. Neste caso, o lubrificante é borrifado diretamente na área cortante. Nos casos de necessidade de molhar a peça trabalhada e a ferramenta, é mais correto e muito importante que se definam as condições que permitem a técnica de MQL para ser aplicada com reais benefícios (Attanasio et al., 2005). Segundo Pereira et al. (2005), os produtos lubrificantes usados na técnica de MQL devem ser ecologicamente corretos, ou seja, isentos de solventes e materiais fluorados e com altíssima taxa de remoção de calor. Complementam ainda que esta quantidade mínima de fluido é dirigida por um jato de ar ao ponto em que está sendo executada a usinagem. Deve ser suficiente para reduzir o atrito da ferramenta e ainda evitar a aderência dos materiais. E alertam que o volume de fluido pode variar em função do volume de cavacos e do processo de usinagem. No processo de alargamento quando as guias das ferramentas são perfeitamente ajustadas, a força cortante fornece apoio para o furo alargado, limitando o desvio. O atrito e a lubrificação devem trabalhar em conjunto. Uma das funções das guias é transportar o cavaco que fica na parede do furo. Assim, a temperatura gerada pelas guias, que prejudica a superfície do furo, pode ser minimizada. É importante que o sistema de MQL seja de regulagem média na ferramenta e com refrigeração interna. E o padrão de abertura de saída média de MQL é o fator decisivo por assegurar a boa lubrificação contínua das guias do alargador e um segu16
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ro transporte de cavaco (Weinert et al., 2004). Chiffre et al. (2009) estudaram alargamento de aço inoxidável com 15 amostras (furos) utilizando a condição de mínima quantidade de lubrificação MQL (50 e 60 ml/h). O lubrificante foi aplicado com o bocal direcionado bem próximo (acima) do corpo de prova. Estes autores concluíram que a utilização do MQL no alargamento proporciona bons resultados em termos de dimensões dos furos e acabamento superficial. Também avaliaram que a aplicação com dois bocais fornece bons resultados como a aplicação com apenas um bocal. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Os testes de alargamento de ferro fundido vermicular foram desenvolvidos em um centro de usinagem CNC da marca Feeler no laboratório flexível de manufatura da Sociedade Educacional de Santa Catarina (Sociesc). Os corpos de prova de ferro fundido vermicular possuíam as seguintes dimensões: 400mm de comprimento, 250mm de largura e 39mm de espessura, com dureza de 198 HB2. A composição deste material foi determinada por análise química, apresentada na tabela 1 e a microestrutura do material na figura 1. Perlita Nodul.
Si%
Mn%
S%
P%
Cr%
Ti%
Mg%
Cu%
> 95 < 5
2,43
0,281 0,016 0,019 0,034 0,016 0,0088 0,87
> 95 < 5
2,43
0,312 0,017 0,033 0,037 0,019 0,0078 0,84
> 95 < 5
2,37
0,287 0,015 0,026 0,035 0,017 0,0100 0,83
Tabela 1 - Composição química do corpo de prova de CGI Legenda: Si = Silício, Mn = Manganês, S = Enxofre, P = Fósforo, Cr = Cromo, Ti = Titânio, Mg = Magnésio, Cu = Cobre
As ferramentas de corte utilizadas foram brocas de metal duro com diâmetros de 13,0; 13,2 e 13,4mm, com o intuito de se ter diferentes valores de sobremetal de 0,1, 0,3 e 0,5 mm. Para a operação de alargamento utilizou-se um alargador monocortante com corpo de metal duro de refrigeração externa, com 13,5mm de diâmetro e insertos intercambiáveis, com duas guias laterais de metal duro. Os insertos também eram de metal duro com revestimento de nitreto de titânio (TiN). 2 Dureza Brinell: O método Brinell é um método de medição da dureza, utilizado principalmente nos materiais metálicos. Foi proposto em 1900, pelo engenheiro sueco Johan August Brinell. É o primeiro ensaio de dureza normatizado e amplamente utilizado na engenharia e metalurgia. O teste típico consiste em um penetrador esférico com 10mm de diâmetro, feito de aço de elevada dureza ou de carbeto de tungstênio. A carga aplicada varia entre 500 e 3000 kgf e, durante o teste é mantida constante entre 10 e 30 segundos. O número Brinell de dureza (HB) é função da carga aplicada e do diâmetro da impressão resultante.
Foram utilizados três (3) níveis de lubrificação: um sistema por inundação e duas vazões em sistema da mínima quantidade de lubrificação MQL (MQL 1 = Figura 1 - Micrografia da amostra (50 vezes). 50 ml/h e MQL2 Ataque com Nital 4% = 30 ml/h). Para a lubrificação por inundação utilizou-se fluido de corte Blazer 2000 Universal na concentração de 10%. Para a aplicação do MQL utilizou-se um nebulizador da AccuLube, que possui uma bomba regulável e precisa da quantidade de fluido a ser misturado com o ar comprimido. O fluido utilizado foi o Accu-Lube LB-2.000. Combinando as variáveis de processo sobremetal e condição de lubrificação, ambas com 3 níveis, foram planejados, através de DOE3, 9 condições de ensaio e
realizado uma réplica de todos os ensaios. Foram fixados os parâmetros de: velocidade de corte (vc) em 100 m/min; avanço (f) em 1,5 mm/min. A tabela 2 mostra a sequência de ensaio gerada pelo software4 Minitab 15, considerando um planejamento estatístico fatorial 3n aleatório, e sua réplica. Para uma boa repetibilidade em todos os ensaios foram feitos: a troca (intercambiabilidade) e o ajuste dos insertos do alargador monocortante para evitar o batimento do alargador (menor que 0,002mm). Para avaliar o processo de alargamento com as condições descritas acima, verificou-se a qualidade superficial (rugosidade Ra) e erros de forma e geométricos (circularidade e diâmetro). Os valores de rugosidade 3 DOE: do inglês Design of Experiments, significa planejamento de experimentos. É uma técnica utilizada para se planejar experimentos, ou seja, para definir quais dados, em que quantidade e em que condições devem ser coletados durante um determinado experimento, buscando, basicamente, satisfazer dois grandes objetivos: a maior precisão estatística possível na resposta e o menor custo. 4 Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação.
Novembro/Dezembro 2010
Ferramental
17
Ordem
Sobremetal
Condição de lubrificação
Fonte
DF
Seq SS
Adj SS
Adj MS
F
P
1
0,5
MQL1 (50 ml/h)
SM
2
0,0000565
0,0000565
0,0000282
0,54
0,601
2
0,5
MQL2 (30 ml/h)
CL
2
0,0000121
0,0000121
0,0000061
0,12
0,892
3
0,5
Inundação (10%)
SMxCL
4
0,0007202
0,0007202
0,0001800
3,43
0,057
4
0,1
MQL2 (30 ml/h)
Erro
9
0,0004718
0,0004718
0,0000524
5
0,3
MQL2 (30 ml/h)
Total
17
0,0012606
6
0,3
MQL1 (50 ml/h)
7
0,3
MQL1 (50 ml/h)
8
0,1 0,1
10
0,1
11
0,1
12
0,3
13
0,5
14
0,3
15
0,5
16
0,3
17
0,5
18
0,1
MQL1 (50 ml/h) Inundação (10%) MQL1 (50 ml/h) MQL2 (30 ml/h) Inundação (10%) Inundação (10%) MQL1 (50 ml/h) Inundação (10%) MQL2 (30 ml/h) MQL2 (30 ml/h)
Tabela 2 - Planejamento estatístico para experimento
foram obtidos com a utilização de um rugosímetro modelo SJ-201P/M da Mitutoyo. O equipamento utilizado para a obtenção de erros de forma foi a Máquina de Medição de Erros de Forma - 1047 do fabricante Taylor Hobson, modelo Talyrond 252 do Laboratório de Metrologia da Sociesc. O diâmetro foi medido com um micrômetro. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Os resultados foram analisados estatisticamente pela ANOVA5 realizada por um planejamento de experimento de três níveis e dois fatores, utilizando o software Minitab 15, baseado no planejamento experimental feito no próprio software. Nesta análise foi avaliada se as variáveis de processo (condição de lubrificação e sobremetal) influenciam as variáveis de resposta (diâmetro, rugosidade Ra e circularidade). A seguir é apresentada a análise estatística do DOE da pesquisa realizada. A resposta da análise ANOVA obtida para o diâmetro dos furos alargados (tabela 3), apresenta um ajuste não satisfatório do modelo R2 = 62,57%, pois o valor de P é menor do que 0,05 (baseado no nível de confiança de 95%). Contudo, para esta variável de resposta, nem a interação entre as variáveis estudadas nem a contribuição individual de cada variável exerce estatisticamente influência significativa sobre o diâmetro dos furos (P > 0,05). 18
Ferramental
Novembro/Dezembro 2010
R2 = 62,57%
R2 (adj) = 29,31%
Tabela 3 - ANOVA para o diâmetro Legenda: SM (Sobremetal), CL (condição de lubrificação), SS (soma quadrática) e MS (média quadrática), DF (graus de liberdade)
Na figura 2, embora seja possível observar uma tendência de redução do diâmetro com o aumento do sobremetal e com a redução do nível de lubrificação, deve-se considerar que avaliando os dados numericamente estas variações são desprezíveis (0,004mm do diâmetro). Este desvio provavelmente é resultado de outras interferências durante o processo, como por exemplo, vibrações oriundas da estrutura da central de usinagem. Chiffre et al. (2009) também observaram em seu experimento de alargamento em aço inoxidável com MQL que os furos ficaram próximos ao valor nominal e dentro da tolerância H7. Efeito médio para diâmetro cond lubr
sobremetal
13,505 -
• Diâmetro (mm)
9
Inundação (10%)
S= 0,00724020
13,504 -
13,503 -
13,502 -
•
13,501 0,1
0,3
• 0,5
inundação
mql 1
mql 2
Figura 2 - Efeito do sobremetal e da condição de lubrificação sobre o diâmetro
A figura 3 mostra graficamente que a interação entre as variáveis de processo não influencia nos resultados do diâmetro. Observa-se na tabela 4 que o modelo possui um 5 ANOVA: do inglês ANalysis Of VAriance, significa análise de variância, que visa, fundamentalmente, verificar se existe uma diferença significativa entre as médias e se os fatores exercem influência em alguma variável dependente. Dessa forma, permite que vários grupos sejam comparados a um só tempo. Esses fatores podem ser de origem qualitativa ou quantitativa, mas a variável dependente deverá necessariamente ser contínua. O teste é paramétrico (a variável de interesse deve ter distribuição normal) e os grupos tem que ser independentes.
sobremetal 0,1 0,3 0,5
• Diâmetro (mm)
13,515 -
13,510 -
• 13,505 -
•
• • •
13,500 -
• •
•
inundação
mql 1
13,495 -
mql 2
Condições lubrificantes
Figura 3 - Efeito da interação entre a condição de lubrificação e o sobremetal sobre o diâmetro
Fonte
DF
Seq SS
Adj SS
Adj MS
F
P
SM
2
0,18525
0,18525
0,09263
1,52
0,271
CL
2
0,18449
0,18449
0,09224
1,51
0,272
SMxCL
4
1,50823
1,50823
0,37706
6,17
0,011
Erro
9
0,54974
0,54974
0,06108
Total
17
81,983
S = 0,247148
R2 (adj) = 57,23%
R2 = 77,36%
Tabela 4 - ANOVA para a rugosidade (Ra)
ajuste razoável R2 = 77,36% e também se percebe que a interação entre as variáveis estudadas é significativa. Analisando os efeitos das variáveis isoladas conclui-se, a partir dos valores de P (ambos maiores do que 0,05), que estas variáveis não exercem estaticamente influência sobre a rugosidade para as condições de alargamento em ferro fundido vermicular testadas. A figura 4 mostra um gráfico dos principais efeitos exercidos sobre a rugosidade com os níveis de cada variável estudada. Observa-se que com o aumento do sobremetal há um acréscimo no valor da rugosidade do
furo. Contudo este comportamento não é linear, observando maior variação quando se aumenta de 0,1 para 0,3mm, e uma pequena variação positiva é identificada ao se aumentar o sobremetal de 0,3 para 0,5 mm. Analisando o efeito da condição de lubrificação sobre a rugosidade não foi possível obter uma tendência com a diminuição do nível de lubrificação. Analisando a figura 5 confirma-se o resultado da análise ANOVA de que a interação da condição de lubrificação com o sobremetal influencia os valores de rugosidade obtidos no alargamento do ferro fundido vermicular. Observando que para os sobremetais 0,1 e 0,5 mm a interação exerce uma influência praticamente linear, mas com comportamento contrário, ou seja, para o máximo sobremetal (0,5mm) com a diminuição do efeito de lubrificação ocorre um aumento da rugosidade. Entretanto, o efeito contrário é observado para o sobremetal 0,1mm. Santos (2004) diz que a capacidade lubrificante do fluido de corte influencia na rugosidade, sendo que melhores resultados são obtidos quando o fluido de corte apresentar maior poder de lubrificação. Também, segundo Bezerra et al (1998), o aumento da rugosidade com menor sobremetal pode ser atribuído a pequena quantidade de material removido e consequente esmagamento do material por deformação plástica. Interação para rugosidade (Ra) 1,8 -
sobremetal 0,1 0,3 0,5
1,6 -
Rugosidade (µm)
Interação para diâmetro 13,520 -
1,4 -
1,2 -
1,0 -
Efeito médio para rugosidade (Ra) 0,8 -
cond lubr
sobremetal
1,50 -
inundação
mql 1
mql 2
Condições lubrificantes
Rugosidade (µm)
1,45 -
Figura 5 - Efeito da interação entre a condição de lubrificação e o sobremetal sobre a rugosidade (Ra)
1,40 1,35 1,30 1,25 1,20 0,1
0,3
0,5
inundação
mql 1
mql 2
Figura 4 - Efeito do sobremetal e da condição de lubrificação sobre a rugosidade (Ra)
Ao analisar a resposta obtida para circularidade dos furos alargados (tabela 5), observa-se novamente um ajuste razoável do modelo R2 = 74,40%. Contudo para esta variável de resposta a interação entre as variáveis estudadas não é significativa (P = 0,1). Para a condição de lubrificação, avaliando o sobremetal, verificou-se que o mesmo exerce influência significativa sobre a circularidade dos furos (P = 0,012). Novembro/Dezembro 2010
Ferramental
19
DF
Seq SS
Adj SS
Adj MS
F
P
SM
2
35,220
35,220
17,610
7,55
0,012
CL
2
0,625
0,625
0,312
0,13
0,876
SMxCL
4
25,147
25,147
6,287
2,70
0,100
Erro
9
20,991
20,991
2,332
Total
17
81,983 R2 (adj) = 51,64%
R2 = 74,40%
S = 1,52721
Tabela 5 - ANOVA para a circularidade
A figura 6 mostra graficamente os principais efeitos que o sobremetal e a condição de lubrificação exercem sobre a circularidade. Observa-se que para a condição de lubrificação praticamente não há variação nos valores de circularidade. Ao analisar o sobremetal, variável de processo que exerce estatisticamente influência sobre a circularidade, verifica-se que menores valores de sobremetal (0,1mm) proporcionam maiores erros de forma (circularidade) dos furos. Estes valores são reduzidos para maior sobremetal (0,3 e 0,5mm). Segundo Almeida (2008), na usinagem de materiais frágeis, como o ferro fundido, o processo de formação do cavaco é dominado mais intrinsecamente pela nucleação e propagação de trincas com pouca deformação. A propagação dessas trincas na região do plano de cisalhamento primário imposta pela ação da cunha cortante é um processo de pouco controle, podendo invadir a peça, promovendo destacamento de material além do previsto. Os resultados demonstram que este controle pode ser mais crítico para menores quantidades de material a ser retirado (menores sobremetais). Efeito médio para circularidade sobremetal
8,5 -
cond lubr
Circularidade (µm)
8,0 7,5 7,0 -
6,0 -
5,0 0,1
0,3
0,5
inundação
mql 1
mql 2
Figura 6 - Efeito do sobremetal e da condição de lubrificação sobre a circularidade
Como previsto pela análise ANOVA, a figura 7 mostra que a interação entre as variáveis de processo, sobremetal e condição de lubrificação, não exercem estatisticamente influência sobre a circularidade. Ferramental
sobremetal 0,1 0,3 0,5
10 987654inundação
mql 1
mql 2
Condições lubrificantes
Figura 7 - Efeito da interação entre a condição de lubrificação e o sobremetal sobre a circularidade
CONCLUSÕES Uma das conclusões dos resultados obtidos neste processo de alargamento em ferro fundido vermicular, especificamente, foi que quando se trata de precisão, e principalmente, da qualidade de um processo de usinagem (alargamento), mesmo sendo de fabricação unitária ou seriada, pode-se ter seus objetivos planejados de confiabilidade alcançados, bem como a qualidade requerida através da análise ANOVA. Para as condições de alargamento em ferro fundido vermicular, variáveis testadas no ANOVA e suas interações não exerceram nenhuma influência sobre o diâmetro. A circularidade é influenciada somente pelo sobremetal e a rugosidade (Ra) sofre influência pela interação da condição de lubrificação e o sobremetal. Finalmente, conclui-se que a redução do uso de fluido de corte através do MQL é totalmente viável para o processo de alargamento em ferro fundido vermicular, mantendo os requisitos de qualidade superficial e precisão geométrica e de forma requeridos para este processo de acabamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, D. O.; Investigação de desvios geométricos no alargamento de ferro fundido com ferramentas revestidas, Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Uberlândia, MG, 2008.
6,5 -
5,5 -
20
Interação para circularidade 11 -
Circularidade (µm)
Fonte
Novembro/Dezembro 2010
Attanasio, A. et al.; Minimal quantity lubrication in turning: Effect on tool wear. Wear 260 (2006) 333-338, 2005 Bezerra, A. A.; Influência dos principais parâmetros no processo de alargamento de uma liga de alumínio-silício. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Uberlândia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Uberlândia, MG, 1998. Chiffre, L. et al.; Investigation on capability of the reaming process
using minimal quantity lubrication. CIRP Journal of Manufacturing Science and Technology 2, 47-54, 2009. Guesser, W.; Ferro fundido com grafita compacta/Tecnologias limpas permitem o desenvolvimento de motores a diesel com melhor desempenho. Tupy Fundições e UDESC. Revista Máquinas & Metais, 2002. Lugscheider, E. et al.; Investigations on hard coated reamers in different lubricant free cutting operations. Surface & Coatings Technology, v 90, n 1-2, p 172-177, Mar. 1997. Miranda, G. W. A.; Uma contribuição ao processo de furação sem fluido de corte com broca de metal duro revestida com TiAlN. Tese (doutorado) - Faculdade de Engenharia Mecânica de Campinas, Campinas, SP, 2003.
Pereira, C.; Corrêa, S. J.; Pivato, C.; Como se apresentam e para que servem os lubrificantes e refrigerantes. Congresso Usinagem 2000 - São Paulo (SP). Revista Máquinas & Metais, 2005. Santos, R. G.; Avaliação do processo de alargamento de guias e válvulas. Dissertação (mestrado), 107 p. PPG Mestrado em Engenharia Mecânica. Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, 2004. Su, Y. et al.; Refrigerated cooling air cutting of difficult-to-cut materials. International Journal Of Machine Tools & Manufacture, London, v. 47, n. , p.927-933, 2007. Weinert, K. et al.; Dry machining and minimum quantity lubrication. CIRP Annals - Manufacturing Technology, Volume 53, Issue 2, 2004,Anals CIRP 53 (2), pp. 511-537, 2004.
Vilmar Júlio - Mestre em Engenharia Mecânica pela Sociedade Educacional de Santa Catarina - Sociesc e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. Especialista em Gestão da Manutenção e Módulos Específicos de Pós-Graduação em Gestão de Pessoas (Gestão do Conhecimento, Gestão da Mudança e Inovação, Gestão do Desempenho, Modelos Contemporâneos de Gestão de Trabalho e Negociação Sindical) pelo Instituto Nacional de Pós-Graduação - INPG. Formação Superior de Tecnologia em Processos Industriais pela Universidade da Região de Joinville - Univille e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai, com TCE publicado pela Coordenação de Metodologia de Ensino das Instituições. É Instrutor e Facilitador da Total Productive Maintenance - TPM pelo JIPM - Institute of Plant Maintenance, IM e C - (International Seminars on Advanced Technology em Guarulhos) e IMAM (Treinamento e Consultoria - SP). Salete Martins Alves - Possui graduação em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá (1999), mestrado em Engenharia Química pela Universidade Federal de São Carlos (2002) e doutorado em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo (2005). Atualmente é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de Adequação Ambiental da Manufatura, com ênfase em Desenvolvimento de Produto e tecnologias compatíveis com o meio ambiente atuando principalmente nos seguintes temas: fluido de corte, processos de usinagem, lubrificantes e produção mais limpa.
Novembro/Dezembro 2010
Ferramental
21
PEDRO LUIZ PEREIRA - plp@terra.com.br
Jovens da geração Y - Por que é tão difícil mantê-los na empresa?
E
ntender a nova geração de profissionais que surge é importante para a atração de talentos, retenção de pessoas e desenvolvimento de potencial, com vistas a propiciar regularidade nas relações trabalhistas e aumento da competitividade das empresas.
Geração
Tradicional
Baby Boomer
X
Y
Período
Até 1945
1946 a 1964
1965 a 1977
A partir de 1978
Evolução
Perspectiva
Prática.
Otimista.
Cética.
Esperançosa.
Ética profissional
Dedicado.
Focado.
Equilibrado.
Decidido.
Postura diante da autoridade
Respeito.
Amor/ódio.
Desinteresse.
Cortesia.
Liderança por ..
Hierarquia.
Consenso.
Competência.
Coletividade.
Espírito de ..
Sacrifício.
Automotivação.
Anti-compromisso.
Inclusão.
Ambiente
Enfrentaram guerras mundiais e a grande depressão.
Características
Filhos do pós Condições do Planeta relativamente guerra. Romperam planeta permitem estável, computador, padrões e não pensar em qualidade internet, educação conheceram o de vida e liberdade sofisticada. mundo destruído. no trabalho.
Imediatistas. Fiéis às empresas, Pensam em valores Equilíbrio entre vida pessoais e na sacrificam-se para pessoal e trabalho. Autoestima. Não se alcançar objetivos educação dos filhos. Super-protetores. sujeitam a atividades Preferem agir em fúteis. consenso. Trabalham em rede.
Tabela 1 - Caracterização das gerações nos últimos 60 anos [1, 2]
22
Ferramental
Novembro/Dezembro 2010
Recompensas Rewards Pessoas People
EVP
Trabalho Work
Oportunidade Opportunity
Organização Organization
Figura 1 - Pilares do EVP [6] Novembro/Dezembro 2010
Ferramental
23
Pedro Luiz Pereira - Administrador, Consultor, Especialista em Gestão de Pessoas, com mais de 20 anos de experiência na área de Recursos Humanos. Formado em Economia e Administração, Pós-graduado em Gestão de Recursos Humanos e em Gestão da Qualidade e Produtividade. Presidente da ABRH-Joinville, Diretor da Unidade de Gestão de Pessoas do GRUPO ABRA, ex-diretor executivo da ACIJ. Atuou nas empresas MCI Informática, Datasul e Pollux Sistemas Industriais de Visão.
24
Ferramental
Novembro/Dezembro 2010
Parte integrante da revista Ferramental - Nº 32 - Novembro/Dezembro 2010
Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
Glossário de termos utilizados na administração moderna
PALAVRA / TERMO
SIGNIFICADO
Absenteísmo
Do francês absentéisme, derivado do inglês absenteeism, de absentee, ou pessoa que falta ao trabalho, à escola. Que vive ou está, via de regra, ausente (Qualidade n° 68).
Adhocracia
Organizações ágeis, organizações complexas e flexíveis. (ad hoc = aqui agora).
Behaviorismo
Procedimento, comportamento, teoria comportamental.
Benchmarking
(marcos referenciais) - Processo sistemático usado para estabelecer metas para melhorias no processo, nas funções, nos produtos, ..., comparando uma empresa com outras. As medidas de benchmarking derivam, em geral, de outras empresas que apresentam o desempenho "melhor da classe", não sendo necessariamente concorrentes (Qualidade n° 74).
BPF
Boas Práticas de Fabricação (Qualidade nº 74).
Brainstorming
Do inglês, significa tempestade de idéias. Procedimento utilizado para auxiliar um grupo a criar o máximo de idéias no menor tempo possível (Qualidade n° 72).
Break-even Point
Do inglês, significa ponto de quebra ou equilíbrio. É o nível de produção ou nível de vendas a partir do qual o empreendimento ou negócio se torna rentável. Qualquer valor abaixo deste ponto significa prejuízo (CAM 1/85).
BSC
Balanced Scorecard - Sistema de medição do desempenho e controle gerencial (MM&A).
BTB ou B2B
Business-to-Business ou comércio eletrônico entre empresas.
BTC ou B2C
Business-to-Consumer ou comércio eletrônico de empresa para o consumidor.
BTE ou B2E
Business-to-employee - Relação entre empresa e funcionário.
Budget
Orçamento empresarial.
Business Intelligence
Conjunto de programas computacionais (softwares) que ajudam em decisões estratégicas.
CEO
Chief Executiver Officer - Diretor superintendente da empresa, controller (Exame 15/05/02).
CEP
Controle Estatístico de Processo. Metodologia usada para o controle de dados de forma estatística para o aprimoramento contínuo da qualidade (Qualidade n° 67).
CGMP
Current Good Manufacturing Practice - Trata das Boas e Atuais Práticas de Fabricação de produtos voltados para as áreas de saúde humana e animal (Qualidade n° 74).
CIF
Cost Insurance Freight - Custo seguro frete, Sigla empregada para designar o sistema de pagamento para mercadorias embarcadas quando os custos do seguro e do frete estão incluídos no preço (Dicionário de Economia - Sandroni).
Cinco S - 5S
Programa de gerenciamento participativo que objetiva criar condições de trabalho adequadas a todas as pessoas em todos os níveis hierárquicos da organização. A sigla 5S deriva das iniciais de cinco palavras japonesas: SEIRI = senso de utilização; SEITON = senso de ordenação; SEISO = senso de limpeza; SEIKETSU = senso de saúde; e SHITSUKE = senso de autodisciplina (Qualidade n° 72).
CKO
Chief Knowledge Officer - Executivo responsável pela gestão do conhecimento.
Coach
Professor, treinador, facilitador, instrutor, entidade (pessoa, equipe, departamento, empresa, ...) que atue como agregador das capacidades de cada elemento da cadeia (equipe, departamento, empresa, ...). Novembro/Dezembro 2010
Ferramental
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PALAVRA / TERMO
SIGNIFICADO
Coaching
Treinamento, desenvolvimento. Sessões de aconselhamento feitas por um consultor de carreira que acompanha e se envolve no desenvolvimento contínuo do profissional (Revista Exame set/2005).
Cobertura Média
CM - É a indicação de quantas vezes o estoque se renovou durante o período (n) (CAM 1/85). CM = 12/CR ou sejam os 12 meses do ano divididos pelo coeficiente de rotação.
Coeficiente de Rotação
CR - É a relação entre as retiradas de um estoque e o seu próprio estoque médio: CR = saídas/estoque médio (CAM 1/85).
Cognição
Ato ou ação de conhecer, aquisição de um conhecimento (Larusse).
Comitê Draft
Comitê de Planejamento (Qualidade n° 67).
Continuous Improvement
Do inglês, significa melhoria contínua. Componente essencial no Just-in-Time e na Qualidade Total que reflete uma determinação inabalável para eliminar as causas dos problemas. É o oposto da mentalidade de "apagar incêndios" (GBRH96).
Core business
Relativo ao próprio negócio ou especialidade no negócio que faz.
CRM
Customer Relationship Management ou marketing one-to-one, significa gestão da relação com o cliente.
Disruptiva
Empresas insurgentes, entrantes, Processo de entrar no mercado por baixo (Revista Linha Direta, Ano 8, n° 88, julho 2005).
Downsizing
Redução dos níveis hierárquicos em uma organização com o objetivo de aproximar os níveis operacionais da alta direção (GBRH96).
E-learning
Abreviação de eletronic learning ou aprendizado eletrônico. Treinamento em rede de computadores (Revista Linha Direta, Ano 8, n° 88, julho 2005).
Empowerment
Estabelecimento de autonomia e responsabilidade às pessoas na tomada de decisões e ações. (GBRH96)
Endomarketing
Marketing interno realizado por meio de um conjunto de ações desenvolvidas para conscientizar, informar e motivar o indivíduo (GBRH96).
Epistemologia
Estudo crítico dos princípios, hipóteses e resultados das ciências já constituídas. Teoria das ciências (mini Aurélio).
E-procurement
Utilização da internet para a automatização dos processos de compra e gestão de bens e serviços necessários à atividade da empresa.
ERP
Enterprise Resource Planning ou Planejamento dos Recursos do Negócio.
Extranet
São páginas que ligam a empresa a seus clientes e fornecedores.
FMEA
Análise do modo de falha e efeito (IMAM)
FOB
Free on board - Livre a bordo - Denominação da cláusula de contrato segundo a qual o frete não está incluído no custo da mercadoria (Dicionário de Economia Sandroni).
Housekeeping
Termo designado para um processo que visa a manutenção da ordem, limpeza, organização e segurança nas empresas (GBRH96).
Holística
Vem do grego Halos, que significa todo ou inteiro. É um novo paradigma que se apresenta como resposta evolutiva à crise de fragmentação vivida pelo homem na atualidade (Qualidade n° 74).
Internet
É a maior rede mundial de computadores, aberta a todos.
Intranet
São as páginas acessíveis apenas dentro de uma empresa.
ISO
Sigla da International Organization for Standardization, ou Associação Internacional para a Padronização (Qualidade n° 67).
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Ferramental
Novembro/Dezembro 2010
Parte integrante da revista Ferramental - Nº 32 - Novembro/Dezembro 2010
Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
Glossário de termos utilizados na administração moderna
Parte integrante da revista Ferramental - Nº 32 - Novembro/Dezembro 2010
Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
Glossário de termos utilizados na administração moderna
PALAVRA / TERMO
SIGNIFICADO
Job rotation
Rodízio de funções promovido pela empresa (Revista Exame set/2005).
Joint venture
Associação de empresas, não definitiva, para explorar determinado negócio, sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica (Qualidade n° 65).
Just-in-time ou JIT
Metodologia com base nas pessoas, cuja filosofia é eliminar tudo aquilo que não adiciona valor ao produto. O objetivo é fornecer exatamente as peças necessárias, nas quantidades necessárias, no tempo necessário (GBRH96).
Kanban
Sistema de Controle da Produção e dos Inventários (IMAM).
Kaizen
Conceito de administração japonesa que significa aprimoramento contínuo, envolvendo todos os funcionários de uma organização (GBRH96).
Lato Sensu
Em sentido amplo - Curso extensivo (Extensão, especialização e aperfeiçoamento).
Market Share
Participação no mercado (Qualidade n° 67).
MBA
Master of Business Administration, significa Mestre em Administração.
Menemônica
Processo de ajudar ou treinar a memorização.
Mentoring
Profissional mais velho, com experiência e habilidade de relacionamento, que acompanha e passa para o mais novo suas idéias sobre o trabalho e a carreira (Exame set/2005).
Networking
Rede de relacionamento.
Óbice
Palavra derivada do latim significa impedimento, embaraço, empecilho, obstáculo ou estorvo (Qualidade n° 74).
Ombudsman
Palavra de origem sueca que significa "o homem que representa os interesses", ouvidor. Profissional que tem como missão intermediar a comunicação entre o público e a empresa (A Tarde 12/05/02).
On the job
No dia a dia do trabalho. Exemplo: treinamentos on the job. Utilizar a rotina, dentro das tarefas prática de um indivíduo. Sem retirá-lo para a sala de aula. Como um estágio prático supervisionado diretamente.
Outplacement
Investimento de uma empresa na recolocação de ex-funcionário em outra organização (GBRH96).
Outsourcing
Terceirização - Tendência de comprar fora (de terceiros) tudo o que não fizer parte do negócio principal de uma empresa (GBRH96).
PCPM
Planejamento e Controle da Produção e de Materiais (IMAM).
PDCA
Plan, Do, Check e Act, ou Planejar, Executar, Verificar e Agir. Ferramenta que implica na melhoria de todos os processos de fabricação ou de negócios (Qualidade n° 68).
PhD
Doctor Philosophy. Título de doutor em curso de pós-graduação.
Poka-Yoke
É um dispositivo a prova de erros destinado a evitar a ocorrência de defeitos em processos de fabricação e/ou na utilização de produtos.
Política de portas abertas
Uma oportunidade oficial que a organização dá ao funcionário de apelar aos executivos da empresa quando se sentir prejudicado pela chefia imediata.
PPCP
Planejamento, Programação e Controle da Produção (IMAM).
PPM
Partes por milhão - termo usado no controle estatístico (Qualidade n° 67).
PQGF
Prêmio de Qualidade do Governo Federal (Qualidade n° 73).
Publicização
Movimento introdutor de um novo modelo de administração pública baseado em alianças estratégicas entre o Estado e a sociedade (Qualidade n° 73).
QFD
Quality Funcion Deployment, significa Desdobramento da Função Qualidade. Metodologia com base nas pessoas para determinar rigorosamente as Novembro/Dezembro 2010
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PALAVRA / TERMO
Glossário de termos utilizados na administração moderna
SIGNIFICADO
QS
Quociente de sucesso.
QS 9000
Quality System Requirements. Norma criada pelas três maiores empresas automobilísticas americanas: Ford, General Motors e Chrysler. Seu objetivo é a redução de sistemas paralelos de desenvolvimento de fornecedores pelas montadoras, com vistas a uma consequente redução substancial de custos. Exige-se a melhoria contínua (Qualidade nº 74).
Quick Step
Do inglês, significa passo acelerado (Qualidade n° 72).
Rapport
Do francês, significa relação. Relação de mútua confiança e compreensão entre duas ou mais pessoas. A capacidade de provocar reações de outra pessoa. Também chamado de empatia. (do livro: Introdução à Programação Neurolinguística - J.O Connor).
Reengenharia
Método usado para reprojetar e reformar sistematicamente toda uma empresa, função e processo (GBRH96).
Rotatividade
Ra - É a indicação do número de vezes que um estoque se renovou. Ra = Ca/Em, onde Ca é o consumo total anual e Em é a média aritmética dos 12 estoques mensais (CAM 1/85).
Setup
Sistema de Troca rápida (IMAM).
Stakeholders
Palavra que significa depositários. Pessoa ou grupo com interesse na performance de organização e no meio ambiente na qual opera (Qualidade n° 65).
Stock options
Programa de Ações - Compreende incentivo que permite aos funcionários comprar ações da empresa onde trabalham por um preço abaixo do mercado.
Strictu Sensu
Sentido estrito - Curso intensivo (mestrado e doutorado).
Supply Chain Management
Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento ou de Fornecedores.
Team Building
Dinâmica de grupo em área externa, onde os participantes serão expostos a várias tarefas físicas desafiadoras, que são exemplos comparativos dos problemas do dia-a-dia da empresa. Tem como finalidade tornar uma equipe integrada.
TQC
Do inglês Total Quality Control, significa Controle da Qualidade Total. Sistema criado em todas as fases de uma empresa de manufatura, da engenharia de projeto à distribuição, que busca assegurar "defeito zero" na produção (GBRH96).
TQM
Do inglês Total Quality Management, significa Gerenciamento da Qualidade Total. Foi criado em 1985 pela Naval Air Systems Comand para descrever o seu enfoque de gerenciamento ao estilo japonês para o aperfeiçoamento da qualidade (Qualidade n° 72).
Turnover
Do inglês, significa rotatividade, movimentação, giro, circulação. É a medida da atividade empresarial relativa ao realizável a curto prazo (Qualidade n° 70).
Workaholic
Pessoa viciada em trabalho.
Workshop
Treinamento em grupo de acordo com a técnica dominada pelo instrutor (Revista Exame set/2005).
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Fonte: Deolindo Zocateli e outros.
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necessidades e desejos dos clientes (GBRH96).
SAMUEL GONSALES - samuel@kayros-it.com.br
Implementando a estratégia com BSC
A
metodologia Balanced Scorecard - BSC é considerada essencial para se obter uma visão mais ampla das organizações e, com isso, estabelecer a gestão estratégica mais adequada.
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Figura 1 - Perspectivas do Balanced Scorecard [1]
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1 Meritocracia: do latim, mereo = merecer, obter; cracia = governo. É a forma de governo baseado no mérito. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento, e há uma predominância de valores associados à educação e à competência. Também indica posições ou colocações conseguidas por mérito pessoal.
Visão: o que a empresa espera ser dentro de algum tempo Objetivos estratégicos: o que devemos fazer em MÉDIO PRAZO para atingir a Visão. Fatores chave de sucesso: qual deve ser nosso FOCO HOJE para que os Objetivos e Visão sejam alcançados. Indicadores de desempenho: conjunto de medidas para mensurar a evolução dos Objetivos Planos de ação: tradução da estratégia em ações operacionais Perspectivas: entendimento blanceado da estratégia-BSC
Figura 2 - Desdobramento do planejamento estratégico para mplantação do BSC
APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO PROCESSOS
CLIENTES
FINANCEIRO
MAPA ESTRATÉGICO Aumentar a rentabilidade das unidades de negócio
Aumentar a lucratividade
Aumentar fidelização
Reduzir gastos
Implantar gestão de mercado
Criar nova gestão de processos
Gerar e reter talentos
Implementar sistema de gestão empresarial
Aumentar a lucratividade
Figura 3 - Mapa estratégico para relacionamento dos objetivos Novembro/Dezembro 2010
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Perspectivas
Mapa estratégico
FINANCEIRA
lucro
CLIENTES
fidelização
PROCESSOS
nova gestão
APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO
competências pessoais e sistemas
Objetivos estratégicos
Metas
Indicadores
Ações
• Crescimento do negócio • Participação no mercado
• Lucro operacional • Crescimento do negócio
• Aumento de 20% no lucro • Aumento de 15% no faturamento
• Aumentar número de pontos de venda • Aumentar crédito de clientes
• Satisfação do cliente • Fidelização do cliente
• % de retenção de clientes • % de satisfação de clientes • % crescimento de vendas
• Aumento de 50% na retenção de clientes • Aumento de 15% na satisfação dos clientes • Aumento de 20% nas vendas
• Aumentar propaganda • Ampliar número de vendedores • Implantar central de atendimento a clientes (SAC)
• Criar nova gestão de processos • Buscar excelência nos processos
• Comunicação dos novos processos • Melhorias apresentadas nos processos
• Aumento de 50% no investimento com comunicação de processos • Aumento de 30% na performance dos processos
• Intensificar comunicação dos processos • Melhorar atuação por processos
• Gerar e reter talentos • Investir em pesquisa e desenvolvimento
• Produtividade pessoal • Desenvolvimento de competências
• Aumento de 12% na produtividade pessoal • Aumento de 25% nos investimentos para P&D
• Criar Universidade Corporativa • Aumentar portfólio de treinamentos
Figura 4 - Mapa de desmembramento de indicadores, metas e ações
Samuel Gonsales - É diretor executivo da Kayros IT Consultoria, especializada em modelos de gestão para empresas de moda e vestuário. É analista de sistemas, especialista em Sistemas de Gestão Empresarial - ERP pela FIAP e tem MBA em Gestão de Negócios.
Moldes para injeção de termoplásticos e alumínio A Sildre está capacitada em disponibilizar a melhor solução em serviços na área de ferramentaria, com alto nível de qualidade e produtividade exigidos em projetos de engenharia.
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THIAGO DE OLIVEIRA VARGAS - tov@shadvocacia.com.br
Do parcelamento de débitos previsto na Lei Nº 12.249/2010, seus benefícios e reduções
O
s débitos administrados pelas autarquias e fundações públicas federais podem ser parcelados, entretanto é importante observar o prazo limite para não perder esse benefício.
Redução de penalidade conforme opção de pagamento Penalidade Multa de mora e ofício Multa isolada Juros Encargo legal
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Á vista
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• Thiago de Oliveira Vargas - Advogado especialista em Direito Tributário pela Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. Presidente da Comissão de Direito Tributário da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB de Joinville, SC (2010-2012). Sócio da Schramm, Hofmann e Vargas Advogados Associados, com sede em Joinville.
1 GU - Advocacia Geral da União. É a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 2 D.O.U. - Diário Oficial da União. É um dos veículos de comunicação pelo qual a Imprensa Nacional tem de tornar público todo e qualquer assunto acerca do âmbito federal. Hoje o D.O.U. pode ser acessado virtualmente pela internet e fisicamente pela compra em bancas de jornais. O D.O.U. consiste de três seções, que publicam: a) Leis, decretos, resoluções, instruções normativas, portarias e outros atos normativos de interesse geral; b) Atos de interesse dos servidores da Administração Pública Federal e; c) Contratos, editais, avisos ineditoriais. A Imprensa Nacional é vinculada à Presidência da República Federativa do Brasil.
Schramm, Hofmann e Vargas Advogados Associados Ltda. Maiores informações pelo e-mail (ahofmann@shv.adv.br) ou pelo fone 47 3027 2848
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Grupo Abra Maiores informaçþes pelo e-mail (abra@grupoabra.com) ou pelo fone 47 3028 2180
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Retenção de talentos â&#x20AC;&#x201C; o desafio das empresas Por Lise Steigleder Chaves (contato@lisechaves.com.br)
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Fundamentos dos Sistemas Tradicionais
Item
Fundamentos dos Sistemas Modernos
Estrutura organizacional
- hierarquia rígida - muitos níveis hierárquicos - ascensão salarial através de promoções
- modelos flexíveis, células - poucos níveis hierárquicos - ascensão salarial através do desenvolvimento profissional
Amplitude de ação
- restrita e bem definida
- ampla e pouco definida - varia em função do perfil do profissional
Definição de responsabilidades
- clara
- difusa - orientação através da visão e objetivos comuns
Processo decisório
- papéis e forma de tomada de decisão bem definidos
- contingencial
Estratégia
- planejamento executado pela cúpula com apoio de um grupo de especialistas
- todos participam da gestão estratégica, orquestrada pelos gerentes de negócios
Estilo gerencial
- grande distância entre líder e liderado - valorização da obediência, estabilidade e conformidade
- pequena distância entre líder e liderado (líder como coach) - valorização da adaptabilidade e prontidão para mudança
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CÂMARA QUENTE AGORA É Câmara Quente Valvulada
Hot - Half Especiais
Simulação de Injeção
Bico Quente Único
Bico para Injetora
Controlador de Temperatura
A Nova Sistemas de Câmara Quente dispõe de máquinas modernas, de uma equipe altamente qualificada e está preparada para suprir plenamente as necessidades de sua empresa. Possuímos suporte técnico, equipamentos e serviços, garantindo a qualidade e produtividade para seu produto. *Caxias do Sul - Matriz Rua Bortolo Zani, 763 - Bairro Bela Vista - Caxias do Sul - RS Fone (54) 3027.3551 - fatorsul@fatorsul.com.br *Joinville - Filial Rua Santos Dumont, 632 - sala 03 - Bom Retiro - Joinville - SC Fone (47) 3426.2700 - fatorsulsc@fatorsul.com.br Novembro/Dezembro 2010 Ferramental 41
Lise Steigleder Chaves - Consultora com sólida e extensa experiência na área de Gestão de Pessoas. Mestre em Administração pela ESAG/Sociesc, especialista em Gestão Avançada de Pessoas pela Univille/SC, em Psicologia do Trabalho e Psicologia Organizacional. Psicóloga formada pela Unisinos/RS. Professora das disciplinas de Comportamento Organizacional, Gestão por Competências e Liderança na Sociesc. Empresária, sócia-fundadora da LiseChaves pessoas, estratégias e resultados.
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Cast 450 All, da série Cast All, é um dos modelos de injetora para alumínio fabricados pela Allpresse do Brasil. O equipamento tem força de fechamento de 4.412 kN e permite injeção de peças até 5,3 kg (75% do curso). Acomoda moldes com altura de 200 a 730 mm em sua placa de 980 x 980 mm, tem passagem entre colunas de 650 x 650 mm e curso da placa móvel de 710 mm. O sistema, projetado por análise estrutural de elementos finitos, resulta em componentes com relação peso/robustez mais adequada, peças fundidas devidamente aliviadas, que permitem ao equipamento maior suavidade e precisão nos movimentos com menor consumo energético. A unidade de fechamento é hidromecânica, sendo a transmissão do movimento realizada através de joelheira dupla de cinco pontos, o que permite que este sistema possua boa velocidade de operação, grande precisão de parada, proteção de molde com alta sensibilidade e constante aplicação da força de fechamento. A unidade de fechamento oferece em sua configuração normal: repetibilidade assegurada independente da massa do molde; colunas com roscas de filetes trapezoidais que permitem maior velocidade de movimento na regulagem de altura de molde; colunas em aço de alta resistência, tratadas e cromadas e retificadas; patins de deslizamento na placa móvel; lâminas de aço temperado, fixadas no chassi para suporte e deslizamento da placa móvel; placas fundidas com furações ou rasgos “T” para fixação do
molde; pré disposição para robô e manipulador (opcional); amplo curso de regulagem de altura de molde, que é realizada através de engrenagem central e motor elétrico, garantindo o paralelismo perfeito entre as placas; lubrificação centralizada automática com frequência programável para todas as articulações, bem como nas porcas de regulagem de altura de molde; leitura da posição do molde através de transdutor; leitura da posição do extrator central através de transdutor; sistema de segurança para protetor frontal e traseiro com dispositivos hidráulicos, mecânicos, elétricos e via software; placa extratora de acionamento hidráulico de grande área de atuação e acesso facilitado; barra de segurança mecânica auto-regulável; fechamento da placa móvel em alta velocidade através de recursos do sistema hidráulico regenerativo. O equipamento permite ainda as seguintes regulagens da unidade de fechamento: perfil de fechamento de seis estágios com cursos e velocidades reguláveis e independentes; duas fases de proteção de molde com pressão, velocidade e curso reguláveis e independentes; perfil de abertura de cinco estágios com cursos e velocidades reguláveis e independentes; tempo de reciclo; regulagem do tempo de resfriamento da peça; ciclo de extração com vazões, forças, cursos e retardos independentes, possuindo ainda um número de movimentos programáveis entre extração simples ou repetitiva com cursos e velocidades de avanço e recuo independentes e avanço em dois estágios com velocidades diferenciadas; controle de dispositivos auxiliares para o comando de machos laterais; comando para até 4 machos hidráulicos; visualização gráfica da programação da quota; além de outros recursos. As regulagens possíveis na unidade de injeção são: 3 níveis de altura do conjunto de injeção; velocidade de preenchiNovembro/Dezembro 2010
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mento com perfil de 5 estágios, livremente programáveis em posição e velocidades; fase de multiplicação controlada por válvula proporcional; tempo de recalque; retardo de injeção; leitura dos valores reais de curso de injeção, pressão de injeção, pressão do multiplicador e visualização das velocidades de injeção graficamente; leitura de posicionamento da válvula proporcional de vazão de injeção. O painel de comando é da marca B&R com tela de 10.1” e monitor LCD colorido em português.
os clientes e fornecedores; e respeito ao meio ambiente em todas as fases do processo produtivo. Brasfer 47 3437 4152 www.brasfer.com
Bener 19 3826 7373 www.bener.com.br
Allpresse 11 2018 9090 www.allpresse.com.br
Os dispositivos de estanqueidade fabricados pela Brasfer, são certificados pela Rede Brasileira de Calibração (RBC). A empresa, fundada em 2001, também produz outros produtos como: dispositivos de controle; equipamentos para fixação manual e/ou hidráulica; ferramentas; máquinas especiais e peças de reposição. O fabricante busca a satisfação dos clientes atentando para os seguintes objetivos: melhoria contínua de produtos e serviços; treinamento dos recursos humanos; apoio às atividades sociais na comunidade; atendimento às necessidades dos clientes; fornecimento de soluções técnicas em peças e equipamentos; relação de parceria com 44
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dos trocador com capacidade para 60 ferramentas do tipo braço giratório, cabeçote angular, cabeçote universal manual tipo Huron, bloco angular, sistema de refrigeração através do eixo árvore, carenagem para sistema CTS, ar condicionado, réguas lineares Heidenhain nos eixos X, Y e Z e transformador de voltagem. O equipamento tem dimensões de 8.450 x 7.200 x 5.040 mm, pesando 49 toneladas e requer uma potência total de 95 kVA.
A mandriladora CNC horizontal modelo HBM-5T, da Veker, comercializada pela Bener, é uma máquina robusta que utiliza spindle ISO-50, eixo árvore e guias com tratamento térmico para garantia de rigidez e precisão e rolamentos duplos roletados. O eixo árvore tem 130 mm de diâmetro e 3.000 rpm, com refrigeração padrão de 25 bar (opcional de 70 bar) e motor de 37 kW. Tem cursos de 3.500 x 2.600 x 1.350 mm em X, Y e Z respectivamente. Opcionalmente 4.500 mm no eixo X. Trabalha com avanços rápidos de 10 m/min em todos os eixos (X, Y, Z e W). Em sua construção apresenta guias lineares roletadas para os eixos X e Z e barramentos temperados por indução e retificados para o eixo Y. É configurada ainda com mesa giratória contínua de 0,001” de alta capacidade (10 toneladas) e equipada com servo motor Heidenhain. Como padrão traz comando numérico Heidenhain iTNC-530, radiador de óleo para o eixo árvore, transportador de cavaco traseiro (frontal opcional), luzes de sinalização e alarme, interface RS-232, luminária de trabalho, manivela eletrônica e manual operacional. Como acessórios opcionais podem ainda ser adquiri-
Solução no corte de refratários, a máquina Clipper CM501 Norton, da Saint-Gobain Abrasivos, garante corte rápido e preciso com um alto padrão de qualidade. O corte é acionado através de um pedal. Vem equipada com uma bomba mecânica e tem o acionamento feito pela mesma correia do motor. Permite comprimento máximo de corte de 500 mm e profundidade máxima de 195 mm. Não vem com motor elétrico. Foi desenvolvida para ser utilizada em siderúrgicas, em fundições, indústrias de vidro, indústrias que tenham alto-forno ou em empresas que prestem serviço de manutenção em alto-forno. O equipa-
mento traz como padrão rodas para transporte, escalas numéricas e angular, ajuste da altura de trabalho, superfície anti-derrapante e motor elétrico com proteção de sobrecarga. Entre seus benefícios estão a facilidade de transporte e armazenagem, o corte rápido, preciso e seguro sem necessidade de acessórios adicionais e a proteção ao usuário com fácil acesso para a reposição de discos de corte.
da em contato com a peça pode detectar claramente diferenças angulares de 0,1º. Além disso, com um apalpador de 100 mm (4”) de comprimento, é possível identificar variações de posicionamento de cerca de 0,2 mm (0,008”). Triaxis Tecnologia 11 4361 4977 www.triaxis.ind.br
Saint-Gobain Norton 0800 727 3322 www.norton-abrasivos.com.br
O monitor mecânico de ferramentas WK3A, comercializado pela Triaxis Tecnologia, aperfeiçoado em relação ao modelo WK2, abre uma nova dimensão no monitoramento de quebra de ferramentas. O aumento da resolução de precisão do sensor e melhorias no controlador permitem medição com alta precisão do tipo de ferramenta ou posição de peça. Um número crescente de apalpadores auxilia a buscar a melhor configuração de preparação para determinação do tipo de ferramenta ou identificação de faces de peças. O WK3 previne acidentes de colisão de ferramentas por meio de verificação do posicionamento exato da peça. Uma peça que não esteja corretamente montada é detectada rapidamente e o ciclo de usinagem é interrompido. Com uma resolução angular de 0,013°, a son-
As sopradoras da linha Starmaq, construídas pela Pintarelli Industrial, são fabricadas em mesa simples ou dupla e produzem peças sopradas em termoplásticos como PEAD, PEBD, PP e PVC, com volume de até 10 litros. A partir de projeto adequado às condições de trabalho mais exigentes, são construídas com peças e componentes de alta qualidade e desempenho, garantindo baixa manutenção e vida útil longa. O acesso à área de trabalho é facilitado pela carenagem com abertura em três pontos. A troca de moldes, a preparação para rebarbação e as operações no interior da carenagem podem ser realizadas sem interferência com as esteiras reunidora e de coleta de rebarbas. As sopradoras são preparadas para receber todos os periféricos necessários para automatização da fabricação de frascos, desde a manipulação e rebarbação até as operações de controle de qualidade e embalagem. A extrusora do modelo Starmaq 6000D tem capaidade de plastificação de até 230 kg/h e quatro zonas de aquecimenNovembro/Dezembro 2010
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to. A unidade de fechamento de 21 toneladas desse modelo utiliza pressão de trabalho de 140 bar, volume do reservatório de 160 litros, tem largura das placas de 500 mm, tamanho máximo de molde de 600 x 450 mm, curso de abertura de 360 mm e curso de transporte de até 620 mm. As dimensões da máquina atingem 4.500 x 4.400 x 3.000 mm e peso de 8 toneladas. Pintarelli Industrial 47 3035 3899 www.pintarelliindustrial.com.br
O Spindle Service Center, da SKF, é a maior rede mundial para o reparo, atualização e análise de qualquer tipo de spindle e tem como base as mais de 5.000 máquinas-ferramenta operadas nas fábricas de rolamentos da SKF pelo mundo. Graças ao profundo conhecimento na tecnologia de rolamentos de precisão e engenharia de spindles (acionamentos), a SKF pos-
sui a experiência necessária para o reparo de spindles utilizados em uma variada gama de aplicações e indústrias. A SKF tem reparado e atualizado mais de 6.000 spindles anualmente nos seus centros de serviço. O objetivo é auxiliar as empresas a evitar problemas relacionados aos acionamentos das máquinas operatrizes, principalmente: mau acabamento em usinagens; desgaste prematuro de ferramentas; manutenção constante; geração de peças sucateadas; e geração de peças que necessitem de retrabalho. O centro pode atender demandas de manutenção em acionamentos dos tipos direto/acoplamento, por polia/engrenagem ou por motor integrado. O processo completo consiste em um detalhado serviço de inspeção de todos os componentes do spindle, abrangendo especificamente: inspeção visual externa; teste de chegada (opcional); verificação elétrica e de motor; inspeção de acionamentos; desmontagem do
spindle; revisão do sistema de fixação de ferramentas; inspeção de rolamentos, do sistema de refrigeração, da lubrificação, das vedações, de sensores, de rotor e estator, de eixo e cone; controle de assentos de rolamentos; correção de defeitos; balanceamento; ajuste de encoder; controle de batimento (run-out); verificação de folgas; amaciamento de spindle (run-in); controle de vibrações; e banco de dados e relatórios.
SKF do Brasil 11 4448 8612 www.skf.com.br
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TEORIA DA USINAGEM DOS MATERIAIS Álisson Rocha Machado, Reginaldo Teixeira Coelho, Alexandre Mendes Abrão, Márcio Bacci da Silva Contém todos os princípios básicos sobre os processos de usinagem, apresentando os modelos e conceitos imprescindíveis ao engenheiro envolvido com a matéria. A nomenclatura e a simbologia específicas da usinagem dos materiais são as mais atualizadas e a aplicação destas é claramente exemplificada. A obra mostra a formação de cavacos, com modelos teóricos consagrados, os quais permitem não só o entendimento mas também a aplicação nos cálculos de força e potência de usinagem. Os modelos permitem a previsão de resultados, bem como a seleção de máquinas e equipamentos. Aborda ainda os avanços mais recentes em materiais para ferramentas de corte, suas aplicações e vantagens. Além desses tópicos, o texto apresenta modelos para avaliação econômica das operações de usinagem. Por último, os processos abrasivos são descritos e analisados com base nas mais recentes descobertas científicas nesta importante área de acabamento da usinagem. 2009. ISBN 97885-21204-52-7 www.blucher.com.br
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS: FERRAMENTAS PARA ATRAÇÃO E CAPTAÇÃO DE TALENTOS HUMANOS Maria Odete Rabaglio A Gestão de Pessoas começa pela contratação do profissional com o perfil ideal para suas atribuições. De posse deste princípio é que a experiente psicóloga Maria Odete Rabaglio traça um roteiro simples e objetivo sobre os conceitos e as ferramentas para se obter com rapidez os resultados desejados. A obra aprofunda uma série de ferramentas de Seleção por Competências. Entre elas se destaca um dicionário de competências, alguns modelos de formulários para descrição de cargos e processos seletivos, o passo a passo para mapear funções e técnicas para mensuração da entrevista comportamental, entre outras. O objetivo é permitir que gestores e profissionais de Recursos Humanos encontrem as melhores práticas e as adaptem aos seus universos organizacionais para gerir e desenvolver pessoas com excelência. 2010. ISBN 978-85-73039-13-2 www.relativa.com.br
BALANCED SCORECARD E A GESTÃO ESTRATÉGICA - UMA ABORDAGEM PRÁTICA Emílio Herrero Filho A implementação da estratégia de uma empresa é crucial para a obtenção de bons resultados. Com base nesse aspecto, o autor demonstra como a gestão da estratégia baseada no BSC pode ser definida como a construção de uma estratégia realmente competitiva, gerando valor superior aos stakeholders. O processo estratégico exige que os executivos tenham sensibilidade e discernimento para tratar tanto dos aspectos qualitativos e sutis da gestão estratégica (como a criação de novos conhecimentos) quanto dos fatores mais quantitativos e explícitos (como as informações financeiras). Assim um dos maiores desafios na implementação de um projeto de BSC é a criação de um conjunto de objetivos estratégicos, qualitativos e quantitativos, integrados entre si. A proposta do livro é resolver esse desafio, trazendo um sólido arcabouço teórico, exemplos práticos e as várias ferramentas analíticas explicadas de forma direta e objetiva. 2005. ISBN 978-85-35217-45-2 www.campus.com.br
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA PRÁTICA: GESTÃO TRIBUTÁRIA APLICADA Francisco Coutinho Chaves Considerando que a carga tributária tem atingido patamares que inviabilizam as atividades empresariais, o planejamento tributário tornou-se necessidade indispensável para a continuação dos negócios. Neste livro, o autor enfrenta tema sempre atual e de importância prática inestimável, demonstrando não só um poder argumentativo adequado ao padrão vernacular e com fundamento nas lições dos melhores mestres, mas também ousadia, provocando questionamentos e reflexões, divergindo e criticando com segurança e coerência. O propósito da obra é fornecer informações objetivas sobre gestão tributária para empresas que queiram aumentar sua competitividade em um mercado cada vez mais exigente. O livro está dividido em duas partes: a administrativa e a judicial. 2008. ISBN 978-85-22452-29-3 www.editoraatlas.com.br
Abratec ............................................32
GTF..................................................43
Polimold ...................................4º capa
Açoespecial ......................................33
Incoe .................................................9
Schmolz+Bickenbach ................3ª capa
Bodycote .........................................17
Intermach ........................................38
SecoTools...........................................5
Brehauser.........................................45
Moldtool..........................................21
Siemens ....................................2ª capa
Btomec ............................................13
Parkfer .............................................45
Sildre ...............................................32
Casa do Ferramenteiro......................11
Plastech ...........................................14
Tecnoserv.........................................35
CIMM ................................................6
Plásticos Maradei................................6
Topline.............................................37
Fator Sul...........................................41
Plastibras..........................................43
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Ferramental
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Divulgação
Avançando na competitividade Cláudio Elias Conz Presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção ANAMACO anamaco@anamaco.com.br
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Ferramental
Novembro/Dezembro 2010
Periodicamente, participo em Brasília das reuniões do GAC (Grupo de Avanço da Competitividade). O grupo é ligado ao Ministério da Fazenda e reúne representantes do governo e de associações de classe para discutir principalmente medidas que facilitem o investimento e as exportações. A pressão competitiva sobre os produtos fabricados aqui no Brasil tem sido muito intensa, tanto no que diz respeito ao mercado externo, quanto no consumo doméstico. Nós do GAC pensamos em maneiras para alavancar a competitividade de nossos manufaturados e reduzir os riscos de desequilíbrios externos. A curto prazo, temos pensado em alguns assuntos estratégicos para este propósito. Com a manutenção da forte valorização da nossa moeda e o desaquecimento da demanda por importações dos principais centros consumidores mundiais, precisamos esclarecer as dificuldades que causam problemas aos nossos produtos no quesito competitividade. Vemos as nossas exportações crescendo em números razoáveis, alguns setores até estão estagnados, enquanto que as importações seguem aumentando intensamente. Além do perigo da reversão da nossa balança comercial, colocamos nossa indústria numa situação bastante difícil. Grande parte das medidas que visam aumentar a competitividade dos produtos brasileiros dizem respeito aos impostos. O GAC tem levantado a questão da desoneração tributária do investimento. Nosso País aplica altas taxas estaduais e federais nos bens destinados aos ativos fixos das empresas. Isso aumenta os custos e reduz o potencial dos novos projetos. O grupo também discute o fato de as companhias, em determinadas circunstâncias, não conseguirem utilizar-se de todos os seus créditos tributários federais. A isenção de ICMS nas importações via portos locais também é uma ação que está sendo debatida. O fato é que nosso sistema tributário é tão complexo, que a existência de tributos sobre os nossos investimentos promoveu o surgimento de regimes especiais de tributação para resolver problemas de determinados ramos ou programas de governo e que geram distorções competitivas em setores que nada tem de benefício. Acumulam-se créditos na cadeia competitiva e os produtores nacionais são muitas vezes prejudicados. É fundamental garantir a isonomia competitiva entre os produtores domésticos e os estrangeiros nos regimes especiais de importação. Um tema de bastante relevância para o comércio é a certificação de conformidade dos produtos industriais importados, de acordo com as normas brasileiras, para que possam entrar no nosso mercado. As regulamentações dos países desenvolvidos e até em desenvolvimento, como é o caso da Argentina, são instrumentos utilizados para barrar o acesso dos produtos brasileiros a esses mercados. Olhando para o lado do Brasil, com o crescimento das nossas importações, temos visto que muitos produtos não atendem aos padrões e regulamentos técnicos setoriais. Eles entram aqui em competição desigual com a produção local e ainda colocam em risco nossos consumidores. Isso precisa ser pensado de forma melhor. Um ponto que costumo sempre ressaltar e que também está sendo discutido pelo GAC para melhorar a competitividade de nossos produtos é a questão da qualificação da mão de obra. Nosso País tem crescido bastante nos últimos anos, o mundo tem mudado, novas tecnologias e processos produtivos surgem a cada dia exigindo competências e qualificações que, hoje, não existem na quantidade necessária. Temos visto que a indústria já manifesta esta carência. Nossos sistemas de qualificação de trabalhadores têm de se ajustar às novas demandas, tanto na quantidade de oportunidades de especialização, quanto na diversificação de formações oferecidas. A ideia do GAC é de reforçar programas de qualificação de mão de obra no âmbito do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT e priorizar alocação de recursos em formação profissional. Outros temas debatidos pelo grupo são a regulamentação da lei do gás, as estratégias de negociação comercial internacional, o reforço da capacidade de atendimento nos órgãos governamentais intervenientes no comércio exterior, a coordenação entre a Receita Federal e a Secretaria de Comércio Exterior nas operações internacionais, além dos encargos sobre a folha de salários. Este tem sido um trabalho importante e de grande valor para toda a sociedade, que visa gerar riqueza para o Brasil.