ANO VI - Nº 35 - MAIO/JUNHO 2011 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
Revestimentos elevam a vida útil de brocas de metal duro
A legislação trabalhista atrapalha a relação entre empregado e patrão?
DESTAQUE
ANO VI - Nº 35 - MAIO/JUNHO 2011 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
Revestimentos elevam a vida útil de brocas de metal duro
A legislação trabalhista atrapalha a relação entre empregado e patrão?
DESTAQUE
Christian Dihlmann Editor
A hora é agora! Os meses de maio a setembro serão especialmente importantes para o setor de ferramentaria, pois neste período há uma concentração forte de eventos no País como a Brasilplast - Feira Internacional da Indústria do Plástico, a Feimafe - Feira Internacional de Máquinas Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura, a Fispal Tecnologia - Feira Internacional de Embalagens, Processos e Logística para a Indústria de Alimentos e Bebidas, a Expogestão - Congresso Nacional de Atualização em Gestão, Plastech Brasil - Feria de Tecnologias para Termoplásticos e Termofixos, Moldes e Equipamentos e a Intermach - Feira e Congresso Internacionais de Tecnologia, Máquinas, Equipamentos, Automação e Serviços para a Indústria Metal-mecânica. Ainda para aqueles que quiserem desbravar outros paises, teremos a Interpack (voltada para o setor de embalagens plásticas), a Gifa (direcionada para o setor de fundição) e a EMO (estruturada para máquinas ferramenta) na Alemanha, a Chinaplast (voltada para a indústria de transformação de plásticos) e a Asiamold (específica para o setor de moldes) na China e a Afrimold (também para o setor de moldes) na África. Entretanto, avaliando-se somente a grade de expositores da Brasilplast, verifica-se que, entre empresas de todo o mundo (Alemanha, Áustria, China, Coréia, Espanha, Itália, México, Portugal, Taiwan, Turquia, Rússia, entre outros) encontram-se alguns poucos heróis brasileiros do setor ferramenteiro (não mais que uma dezena). De outro lado, dezenas de ferramentarias asiáticas. Isso demonstra que ainda não estamos suficientemente maduros para concorrer na realidade da globalização. Precisamos nos preparar muito e rápido. O tempo não vai “dar um tempo”! A recente elevação do imposto de importação é apenas um refresco temporário. O comércio internacional de bens e produtos é irreversível. Ganha quem for mais competitivo. Quem
estiver presente junto ao cliente. Quem inovar. Enfim, ganha aquele que apresentar um diferencial, seja em custo, prazo ou qualidade de produto e atendimento. Em se mantendo o ritmo de crescimento da economia, a tendência é de aumento da participação de empresas estrangeiras em nosso País, disputando aguerridamente o mercado com nossas empresas. Portanto, ainda há tempo de investirmos em tecnologia e alavancagem de mercado. As oportunidades estão postas, com as próximas feiras. Não percamos pois o bonde. Mais uma vez estamos trazendo ao leitor assuntos aplicáveis diretamente na busca da competitividade das ferramentarias. Dois artigos técnicos, tratando, respectivamente, da importância do revestimento superficial para a vida útil de brocas de metal duro e da relevância de um sistema de refrigeração bem dimensionado para a obtenção de resultados eficazes em moldes para a injeção de plásticos são alertas para a pouca atenção destinada a estes fatores na construção de ferramentais. Esse último lastreado pela ficha técnica que orienta um melhor detalhamento do sistema de refrigeração na fase de projeto do molde. Os constantes conflitos existentes nas empresas entre empregado e empregador são conhecidos como a luta do rochedo contra o mar. Entretanto, uma reforma da atual legislação trabalhista, que é arcaica, pode proporcionar dias melhores para esta relação. Assunto tratado em artigo sobre gestão presente nesta edição. Resgatamos ainda a história da Sildre, ferramentaria tradicional e ícone de Caxias do Sul. Estréia na seção Gente & Gestão o articulista Paulo César Silveira, competente conferencista e autor de diversos livros, além de mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Em Jurídicas, mais um toque importante sobre o auxíliodoença. Muita informação que deve ser traduzida em ação. A hora é agora! Desejo a todos uma excelente leitura.
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Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X
13 Influência do revestimento na vida útil de brocas de metal duro na usinagem do aço AISI P20 O processo de furação ainda representa um desafio ao trabalhar-se com peças acima dos 30 HRc. O emprego de novos revestimentos em ferramentas de metal duro indica uma possível superação deste problema.
DIRETORIA Christian Dihlmann – Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Dr. Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Dr. Cristiano V. Ferreira, Dr. Jefferson de Oliveira Gomes, Dr. Moacir Eckhardt, Dr. Rolando Vargas Vallejos
29 A legislação trabalhista e seus impactos no cotidiano das empresas O Brasil tem uma legislação trabalhista arcaica e que precisa ser reformada a fim de proporcionar melhores dias de trabalho na já, muitas vezes, tensa relação entre patrão e empregado.
PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 / 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Vendas Santa Catarina / Paraná Spala Marketing (41) 3027-5565 antonio@spalamkt.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 8877-6857 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br
35 Sistemas de refrigeração para moldes de injeção de termoplásticos – Parte I A refrigeração de um molde é uma das etapas mais importantes para a qualidade da peça injetada e para determinação do tempo de ciclo. Portanto, o conhecimento profundo das técnicas e configurações de sistemas de refrigeração permite reduzir o custo da peça produzida e obtê-la com a qualidade desejada.
Produção gráfica Martin G. Henschel Impressão Impressul Indústria Gráfica Ltda. www.impressul.com.br
A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matériasprimas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC
Foto da capa:
Molde para injeção de tampa flip-top oval de 16 cavidades com sistema de fechamento. Foto cedida por Btomec Ferramentaria e Usinagem de Precisão Ltda., de Joinville, SC
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Cartas Radar Expressas Conexão www JuríDICAS Dicas do Contador Tecnologia da Informação Ficha técnica Memórias Gente & Gestão Enfoque Eventos Livros Índice de anunciantes Opinião O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br
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Tenho interesse em receber uma edição passada da revista Ferramental que tem uma foto de capa com um stack-mold. Antecipadamente agradeço a colaboração. Djalma Nascimento - Lorenzetti - São Paulo, SP
Somos alunos do curso Ferramentaria de Moldes do SENAI Norte. Nosso trabalho de conclusão de curso - TCC será sobre sistemas de refrigeração em moldes. Gostaríamos de citar em nosso trabalho o sistema de deposição de material em um macho para injeção publicado na Ferramental. Sendo assim, agradecemos o envio de literatura sobre o assunto. Jaison Day, Everton Otto e Marcos José Leite SENAI - Joinville, SC
Para nós é interessante receber a revista Ferramental, pois temos um grande número de alunos em diversos cursos e estes têm contato direto com as empresas. Adicionalmente temos os alunos do curso de tecnologia em Fabricação Mecânica e os diversos professores que atuam nesses cursos. Moacir Eckhardt Colégio Técnico Industrial da UFSM - Santa Maria, RS
A revista Ferramental é importante na composição do acervo da biblioteca do Colégio e Faculdade Ensitec. Ela será disponibilizada aos nossos alunos dos cursos: Técnico em Mecatrônica, Técnico em Mecânica e Tecnologia em Fabricação Mecânica. Sandro Pires - Ensitec - Curitiba, PR
A revista Ferramental é muito solicitada em nossa empresa. José Pedro de Andrade - Whirlpool S.A. - Joinville, SC
Agradecemos os contatos de: Rafaella Cristina S. da Mata Metalúrgica Matrici - São Paulo, SP Elizabeth Silva de Araújo Gonçalves SENAI - Sorocaba, SP Jéssica Mara Somamold - Blumenau, SC Mariana Nascimento Grupo ArtSim - São Paulo, SP Roberto Costa Noel Office Cad Projetos - Brusque, SC Júlio César Nogueira George Maurício de Mesquita Grumbt CMP - Componentes e Módulos Plásticos - Contagem, MG Wagner Sidney Ferreira Silva CMP - Componentes e Módulos Plásticos - Nova Lima, MG Dora Plascaixas - Taubaté, SP Valdir Zamarioli Plasunit - Bauru, SP
Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.
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Elevando o padrão Por Humberto C. Lago prosperus@prosperus.com.br
Você contrataria um funcionário mais competente que você?
Humberto C. Lago
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O sucesso vem pelo trabalho e não tem nada a ver com sorte
Tão importante quanto vender é identificar o que deixamos de vender.
• Humberto Campos Lago é Consultor Empresarial e Diretor da Prosperus Consultoria Empresarial (www.prosperus.com.br). 8
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A Husky Injection Molding Systems está negociando a aquisição da KTW, localizada em Waidhofen, Áustria, reconhecida como um líder global na fabricação de moldes para tampas. A venda deverá ser concluída em maio de 2011. Este anúncio representa o próximo passo lógico na relação que se desenvolveu entre as duas empresas ao longo dos últimos 14 anos. "Husky e KTW têm trabalhado intensamente no desenvolvimento de soluções na fabricação de tampas que aumentam a produtividade, eliminam desperdícios e melhoram a qualidade da peça para os nossos clientes", disse John Galt, presidente e CEO da Husky. "No entanto, para atender às crescentes expectativas de nossos clientes, percebemos que uma colaboração ainda mais estreita seria necessária para desenvolver os elementos essenciais do sistema de tampas. Com esta aquisição, poderemos trabalhar com os grandes talentos da KTW como uma única equipe para oferecer maior valor agregado aos fabricantes de tampas, tanto nos mercados emergentes como nos já estabelecidos". A partir da conclusão da venda, a Husky irá oferecer os moldes para tampas da marca KTW como parte de seus sistemas turnkey totalmente integrados. Com a adição dos moldes da KTW, a Husky se tornará a única fornecedora da indústria de sistemas completos de injeção para tampas, incluindo molde, máquina, câmara quente, controlador de temperatura, assim como uma gama de consultoria e serviços pós-vendas. A equipe de gestão da KTW, incluindo os diretores Anja e Claus Ziegler, continuarão envolvidos estreitamente na condução do negócio após a conclusão da transação. Além disso, as operações da KTW na Áustria, República Checa e na Alemanha se tornarão os centros de excelência da Husky no desenvolvimento e produção de moldes para tampas. "Como um líder tecnológico com
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muitas relações com os clientes, estamos orgulhosos do que nossa equipe tem feito até agora", disseram Anja e Claus Ziegler. "Fazer parte da Husky vai nos permitir incorporar as tecnologias da KTW nos sistemas de moldagem de tampas mais avançados da indústria e, ao mesmo tempo, obter a vantagem da extensa rede de serviços e de vendas da Husky para melhor atender a nossa base crescente de clientes globais". Em um desenvolvimento paralelo, a Husky planeja iniciar um processo de revisão estratégica para a divisão de moldagem por injeção da KTW, a Injectoplast. Apesar de ser um negócio em crescimento com fortes relações com os clientes, isto é necessário para assegurar o sucesso futuro da Injectoplast e evitar qualquer potencial conflito de interesse com os clientes da Husky. Este processo começará após a conclusão desta aquisição. Husky 011 4589 7201 www.husky.ca
Impulsionada pelo bom momento do mercado, a oitava edição da Intermach 2011 - Feira e Congresso Internacional de Tecnologia, Máquinas, Equipamentos, Automação e Serviços para a Indústria Metal-mecânica, que acontece em Joinville, de 12 a 16 de setembro de 2011, deve crescer cerca de 20%. A recuperação da economia do setor de máquinas e equipamentos, além do esforço concentrado em atrair expositores e visitantes de outros países, todos de olho no bom momento do mercado, reforça essa expectativa. Em 2009, 500 empresas participaram como expositoras e o número de visitantes chegou a 30 mil, vindos de 20 estados brasileiros. Os principais segmentos que expõem na feira abrangem máquinas e ferramentas, motores, acoplamentos, redutores e engrenagens, automação e controle de processos, informática aplicada, metrologia, dispositivos, soldas e tratamento de superfícies, equipamentos para movimentação e armazenagem, grande
parte com aplicação no setor ferramenteiro. “Os visitantes da feira vem em busca da renovação tecnológica das unidades industriais, possibilitando a melhoria dos processos, matérias-primas e a qualidade final dos produtos”, comenta Richard Spirandelli, gerente de marketing da Messe Brasil, organizadora da feira. Os profissionais visitantes vêm principalmente da indústria de máquinas e equipamentos, ferramentarias, modelações, automotivo, naval, eletroeletrônica, corte e conformação, fundições, siderurgias, forjarias, tratamento de superfície, usinagem, automação industrial, metrologia e plástico. O horário de funcionamento da feira será das 14h às 21h e o evento será realizado nas dependências da Expoville, em Joinville/SC. Messe Brasil 047 3451 3000 www.messebrasil.com.br
A Siemens PLM Software apresenta nova geração do programa de desenvolvimento do produto. A fornecedora global de software e serviços de gerenciamento do ciclo de vida do produto (PLM) anuncia que o Teamcenter® agora suporta o Microsoft Framework SharePoint 2010, expandindo ainda mais os conceitos de redes sociais a participarem do processo de desenvolvimento de produtos. Através da forte aliança com a Microsoft e de seu próprio desenvolvimento interno, a Siemens PLM está lançando a próxima geração de desenvolvimento social do produto e ajudando os fabricantes a aumentar a colaboração entre seus funcionários, fornecedores e clientes para concentrar o lançamento de novos produtos usando as redes sociais corporativas. “Trabalhando lado a lado com nossa própria equipe de desenvolvimento, a Siemens PLM tem feito um excelente trabalho incorporando o Teamcenter na fabricação do SharePoint 2010 de forma imperceptível e natural para o usuário final”, relata Sanjay Ravi, diretor administrativo da Indústria Mundial de Fabricação Individual, da Micro-
soft. "Como resultado, as empresas de manufatura que utilizam o Teamcenter com o SharePoint 2010 podem aumentar a produtividade em todos os departamentos, não apenas o de engenharia, utilizando a tecnologia de rede social para colaborarem com os clientes." Como o sistema mundial de PLM mais utilizado, o Teamcenter gerencia os dados de produto e de processso para muitos dos produtos mais sofisticados da indústria manufatureira (45% de todos os produtos do mundo utilizam pelo menos uma solução da Siemens PLM). Por sua aliança de longa data com a Microsoft, a Siemens PLM Software tem sido capaz de integrar progressivamente as capacidades do Teamcenter para o ambiente comum de trabalho de seus clientes, ampliando significativamente a usabilidade em todos os departamentos ao longo de uma ampla variedade de segmentos da indústria. "As empresas estão aplicando os conceitos e as lições aprendidas a partir de redes sociais para conectar pessoas e aumentar a interação dos negócios", afirma Jim Brown, presidente e fundador da Tech Clarity, uma firma independente de pesquisa e consultoria. "Essa mudança corporativa sobre as redes sociais promete um valor comercial significativo, especialmente como as tecnologias de computação social são aplicadas à PLM". Com a liberação dos recursos do Teamcenter Community capacitados no SharePoint 2010, a Siemens PLM e Microsoft continuam a expandir o valor de PLM em um mundo digital conectado. Por exemplo, as equipes podem aumentar a produtividade coordenando atividades diárias através do compartilhamento de projetos nos ambientes de trabalho reforçado com ferramentas de redes sociais, como wikis, blogs, perfis, pesquisas e muito mais. "A Siemens PLM e a Microsoft têm ajudado as organizações de desenvolvimento de produto a compartilharem dados e a colaborarem durante anos", diz Steve Bashada, vicepresidente de Aplicativos Teamcenter da Siemens PLM Software. "Com essa integração, estamos aproveitando mais o poder dos conceitos das redes Maio/Junho 2011
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sociais corporativas e ajudando nossos clientes a transformar os desafios de trabalhar com equipes de desenvolvimento de produtos distribuídos globalmente em uma vantagem competitiva." Siemens PLM Software 011 4224 7155 www.siemens.com/plm
Nova diretoria da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração - ABM tomou posse em abril, com comando de Nelson Guedes de Alcântara e Alfredo Huallem. Os engenheiros foram eleitos respectivamente como presidente e vicepresidente para o biênio abril 2011 a abril 2013, com 99% dos votos válidos, em eleição ocorrida entre os dias 12 e 15 de abril. Nelson Guedes substituirá o engenheiro Karlheinz Pohlmann, que agora assume o cargo de presidente do Conselho da Associação. O engenheiro Hideyuki Hariki, mantém-se no cargo de diretor de Patrimônio, que ocupa desde 2002. O novo presidente eleito da ABM, que é
diretor executivo do Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (CCDM/UFSCar), diz que pretende desenvolver atividades interdisciplinares, com foco em resultados do ponto de vista humano, econômico e sócio-ambiental. “Com uma visão holística e interativa, vamos buscar novas oportunidades que promovam a excelência no desenvolvimento das atividades de formação de recursos humanos, criação do conhecimento, prestação de serviços e produção industrial dos setores minerometalúrgico e de materiais”, promete o presidente eleito. Para isso, complementa, manterá uma estrutura flexível, ágil, relevante e pró-ativa em relação às constantes mudanças de mercado. Com 67 anos de existência, a ABM tem abrangência nacional, possuindo 17 sedes em regiões estratégicas para os segmentos de siderurgia, metais não-ferrosos (alumínio, zinco, cobre, etc) e mineração. Para o diretor-executivo da Associação, Horacídio Leal Barbosa Filho, o novo presidente está plenamente alinhado
com a missão da entidade de desenvolver ações coletivas que promovam a evolução técnico-científica e a inovação nas áreas de metalurgia, materiais e mineração. “Nelson Guedes conhece profundamente o setor e a ABM e, por estar na diretoria há quatro gestões, é responsável pelo desenvolvimento apresentado pela entidade nos últimos anos. É engenheiro de materiais e professor desenvolvimentista voltado para a área de inovação, tema que vai ao encontro dos objetivos da ABM”, ressalta Leal. “Quanto ao vice-presidente eleito, Alfredo Huallem, temos certeza que ele emprestará a experiência profissional de sucesso do Grupo Gerdau para o crescimento da Associação”, comenta. A nova diretoria que tomou posse em 27 de abril é composta por 129 profissionais, todos ligados à indústria e à academia.
ABM 011 5534 4333 www.abmbrasil.com.br
CONEXÃO WWW O Catálogo de Exportadores Brasileiros - CEB fornece informações sobre operações de exportação, extraídas de registros oficiais da Secretaria de Comércio Exterior, órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O CEB é uma importante base de dados que pode viabilizar a identificação de parcerias internacionais e promover o conhecimento da oferta exportável brasileira. Constitui ferramenta de promoção da capacidade exportadora brasileira no exterior e instrumento de prospecção de oportunidades e negócios com o Brasil. Editado em três idiomas - português, inglês e espanhol - é uma importante fonte de consulta e informação para entidades brasileiras e estrangeiras de cooperação internacional. Também é ferramenta essencial para representações diplomáticas e empresas internacionais interessadas em ampliar negócios, parcerias e investimentos com empresas brasileiras. www.brazil4export.com O Rede Empresas é um portal de negócios, desenvolvido pelo SEBRAE/SC para facilitar e agilizar a oferta de produtos das Micro e Pequenas Empresas nos processos de compras públicas ou privadas. Lançado em outubro de 2010 pretende, já no primeiro ano, movimentar 15 milhões de reais em volume de transações e inserir mais de 1.500 MPEs na cadeia de fornecimento das médias e grandes empresas, privadas e públicas, atendendo o que estabelece a Lei das MPE, com segurança e confiabilidade em um ambiente eletrônico robusto e exclusivo. O Portal oferece ainda para as médias e grandes empresas públicas e privadas, mais opções de produtos e fornecedores, facilidade de acesso e consulta na aquisição de produtos e serviços trazendo redução de custos, o que significa aumento na lucratividade para as empresas e para toda a cadeia de valor. www.redeempresas.com.br
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ERNESTO BERKENBROCK - ernesto.b@sociesc.org.br VALTER VANDER DE OLIVEIRA - valterv@ifsc.edu.br MARCELO LUIZ ARIAS - marcelo.arias@sociesc.org.br ADRIANO FAGALI DE SOUZA - adriano.fagali@sociesc.org.br PAULO ANDRÉ DE CAMARGO BELTRÃO - beltrao@utfpr.edu.br
Influência do revestimento na vida útil de brocas de metal duro na usinagem do aço AISI P20
O
processo de furação ainda representa um desafio ao trabalhar-se com peças acima dos 30 HRc. O emprego de novos revestimentos em ferramentas de metal duro indica uma possível superação deste problema.
O processo de furação é a operação de usinagem mais utilizada no setor metal-mecânico no Brasil que, apesar da sua importância, não progrediu com a mesma velocidade que outros processos como o torneamento e o fresamento. Contudo, notam-se alguns avanços tecnológicos nos últimos anos, principalmente no desenvolvimento de brocas em metal-duro. Destacam-se os novos conceitos de geometria e o desenvolvimento de novos revestimentos de alta resistência ao desgaste e baixo coeficiente de atrito para a usinagem de materiais endurecidos e de baixa usinabilidade. Estes desenvolvimentos propiciaram o aumento da vida das ferramentas e também aumentaram a produtividade (Diniz et al, 2006). Materiais de baixa usinabilidade impõem solicitações extremas sobre o material da ferramenta, com a exigência de forças elevadas, altas pressões de contato e temperatura, além de um intenso ataque químico. Em alguns processos, a usinagem de materiais endurecidos é utilizada na produção de moldes de injeção, em virtude da sua precisão e da possibilidade da manufatura econômica de geometrias bastante complexas (Hogmark e Olsson, 2006). As pesquisas realizadas com ferramentas revestidas nestes processos avançaram significativamente devido aos resultados obtidos na usinagem com a aplicação do TiN (nitreto de titânio), que apresenta bom equilíbrio entre as propriedades da ferramenta tais como: dureza, tenacidade1, aderência, estabilidade química, estabili-
dade térmica e reduzido coeficiente de atrito. Este conjunto de propriedades, porém, não é ideal para todas as aplicações e esta lacuna é preenchida com o uso de outros revestimentos. Dentre eles destaca-se, principalmente no processo de furação, o emprego do AlTiCN (carbonitreto de titânio alumínio) e o AlTiCrN (nitreto de cromo titânio alumínio) que podem ser utilizados como mono ou multicamadas. São indicados para aplicações onde as solicitações térmicas são elevadas e o mecanismo de abrasão é predominante (Andrade, 2005). Kao (2009) relata em seu estudo sobre micro furação que o uso do revestimento em brocas aumentou em cinco vezes a vida da ferramenta, além de melhorar a qualidade dos furos. Neste artigo comparou-se o desempenho dos revestimentos de TiN, AlTiCN e de AlTiCrN no processo de furação do aço AISI2 P20 endurecido por têmpera. Este aço possui características importantes como resistência mecânica, resistência ao desgaste e ótima polibilidade. Propriedades estas que justificam o seu emprego na 1
Tenacidade: é a energia mecânica, ou seja, o impacto necessário para levar um material à ruptura. Se um material é tenaz ele pode sofrer um alto grau de deformação sem romper. Em outras palavras, tenacidade é uma medida de quantidade de energia que um material pode absorver antes de fraturar. Os materiais cerâmicos, por exemplo, tem baixa tenacidade. 2 AISI: do inglês American Iron and Steel Institute, que significa Instituto Americano de Ferro e Aço. Os aços ferramenta são classificados de acordo com a sua composição, aplicação ou meio de resfriamento. Os sistemas de classificação em uso atribuem aos aços códigos de identificação, compostos em geral de combinações de letras e números. No Brasil é seguida a classificação AISI, mas também é comum encontrar as classificações estabelecidas pela norma americana SAE e pela norma alemã DIN. Maio/Junho 2011
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produção de cavidades em moldes de injeção de polímeros em ferramentarias. Contudo o processo de usinagem, sobretudo a furação ocorre no material ainda sem tratamento devido à dificuldade do processo. MATERIAIS E MÉTODO Com o objetivo de comparar o comportamento do desgaste das ferramentas com diferentes revestimentos empregou-se uma metodologia adaptada da norma ISO3 3685 e da norma NT Mech 038. A norma ISO 3685 é empregada na avaliação da usinabilidade em processos de torneamento e a norma NT Mech 038 é empregada para a avaliação de fluidos refrigerantes no processo de furação (Nordtest, 1997). O experimento fatorial foi projetado para um fator com três níveis e duas repetições empregando-se como referencial o revestimento de TiN e outros dois revestimentos, o AlTiCN e o AlTiCrN. Esta decisão foi sugerida pelos fornecedores acreditando-se que as brocas sem revestimento não suportariam as condições de trabalho do experimento. Foram estabelecidas como critérios para comparação as características de saída do processo: desgaste de flanco, corrente elétrica consumida no acionamento do eixo árvore, emissão acústica e vibrações do sistema. Ensaio de desgaste da ferramenta A avaliação do desempenho dos revestimentos foi realizada comparando as curvas de desgaste da ferramenta à medida que os furos foram produzidos. Foram adotados como critérios para determinar o final do experimento três aspectos: marca de desgaste da ferramenta VBmáx até 0,30 mm, lascamento do gume ou colapso total da ferramenta, considerando o que ocorresse primeiro. Para a visualização e medição das ferramentas, utilizou-se um estereoscópio4, modelo Optiphot, marca Olympus, com aumento máximo de 80x. Para o ensaio de furação utilizou-se um centro de usinagem vertical marca Feeler, modelo FV 600, com rotação máxima no eixo-árvore de 6.000 rpm e potência de 5,3 kW. O ensaio experimental foi realizado na estratégia de furação em cheio, sem interrupções no ciclo de penetração da broca. A profundidade de furação foi de 18 mm (3 x Ø), valor este recomendado pela norma Mech 038 (Nordtest, 2008). O corpo de prova foi pré-usinado nas dimensões de 200 x 40 x 250 mm de aço AISI P20 (DIN5 1.2711). A composição química po14
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Aço P20 (CP1)a
C
0,385
Si
0,311
Mn
1,46
P
0,01
S
0,003
Cr
1,78
Ni
0,72
Mo
0,186
Cu
0,036
CEb
1,076
Tabela 1 - Composição química do aço AISI P20 (DIN 1.2711) a - Valores obtidos através do ensaio emissão óptica b - Carbono equivalente CE = %C + %Mn/6 + %(Cr+Mo+V)/5 + %(Ni+Cu)/15
de ser vista na tabela 1, obtida através do ensaio de emissão óptica. O tratamento térmico ocorreu nas dependências da Sociesc Serviços de Engenharia. O bloco foi aquecido a uma temperatura de 450ºC durante uma hora. Na sequência elevou-se a temperatura até o ponto de recristalização de 780ºC pelo período de uma hora e meia para realizar o recozimento da peça. O bloco, resfriado até 670ºC, manteve-se a esta temperatura por cinco horas. Após esta etapa foi realizado o tratamento térmico de austêmpera6. O bloco foi aquecido a 870ºC por 35 minutos e resfriado para 160ºC em um tanque de salmoura. Na sequência realizou-se o revenimento da peça a temperatura de 530ºC por cinco horas e meia. Foi realizada a limpeza e o controle final do processo, variando a dureza de 38 a 40 HRc7 na superfície do bloco. As brocas usadas foram helicoidais de metal duro, classe P40, de 6 mm de diâmetro com afiação em cruz e 3 ISO: do inglês International Organization for Standardization, que significa Organização Internacional para Padronização. É uma entidade que atualmente congrega associações de padronização/normalização de 170 países. 4 Estereoscópio: é um instrumento destinado ao exame de pares de fotografias ou imagens vistas de pontos diferentes resultando em uma impressão mental de uma visão tridimensional. Na sua construção são utilizados espelhos, lentes e prismas [wikipedia]. 5 DIN: do alemão Deutsches Institut für Normung (Instituto Alemão para Normatização) é a organização nacional na Alemanha para padronização, representante da Internation Standarization Organization (Organização Internacional para a Padronização - ISO) no país. 6 Austêmpera: tratamento isotérmico composto de aquecimento até a temperatura de austenitização, permanência nesta temperatura até completa equalização, resfriamento rápido até a faixa de formação da bainita, permanência nesta temperatura até completa transformação. 7 Dureza Rockwell: método de medição direta de dureza desenvolvido por Stanley Pickett Rockwell em 1922, nos Estados Unidos. É um dos mais utilizados em indústrias e um dos mais simples e que não requer habilidades especiais do operador. Além disso, várias escalas diferentes podem ser utilizadas através de possíveis combinações de diferentes penetradores e cargas, o que permite o uso deste ensaio em praticamente todas as ligas metálicas, assim como em muitos polímeros.
Velocidade de corte [m/min]
Avanço [mm/rot]
Incremento [mm]
40
0,1
18 (contínuo)
Tabela 2 - Parâmetros de corte empregados no ensaio de furação do AISI P20
redução da aresta transversal. Os experimentos foram realizados sem o uso de lubri-refrigerante para avaliar o desempenho dos revestimentos em condições severas de desgaste. Os parâmetros de corte utilizados no ensaio são mostrados na tabela 2. Estes valores foram estabelecidos com auxílio dos fornecedores da ferramenta e do revestimento. Adicionalmente, realizaram-se ensaios preliminares para avaliar os parâmetros de corte. No ensaio inicial a velocidade de corte de 60 m/min resultou no colapso da broca de TiN em apenas 20 furos. Na figura 1 apresenta-se uma visão geral do topo das brocas com os três revestimentos. Todas as ferramentas apresentavam a mesma geometria e afiação da ponta da broca. As brocas helicoidais com ângulo de ponta de 140º e ângulo de hélice de 20º
Figura 1 - Brocas helicoidais DIN 338 Ø6 mm com revestimento de TiN, AlTiCrN, e AlTiCN
apresentavam uma afiação em cruz com redução da aresta transversal para 0,2 mm. As brocas sem revestimento foram produzidas no mesmo lote e os revestimentos foram aplicados pelo processo de PVD. Ensaios de caracterização de revestimentos por indentação Rockwell C Este ensaio tem o objetivo de avaliar qualitativamente a adesividade do revestimento sobre o substrato das brocas em metal duro. Para isso foram realizadas indentações em uma área plana do corpo de prova com um durômetro, carga de 0,1 kgf e um penetrador Rockwell C cone esférico de diamante com ângulo de 120°
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no vértice e ponta esférica com um raio de 0,002 mm (Norma DIN 50103 e ASTM8 E 18-42). Na figura 2 apresentam-se os corpos de prova e as indentações realizadas para os três revestimentos aplicados nas brocas de metal duro, onde as letras identificam três regiões distintas no ensaio: (A) o substrato da ferramenta; (B) a superfície externa do revestimento, e; (C) o anel da camada do revestimento.
neamente com os sinais de corrente e tensão, ou seja, a linguagem de programação iniciava a aquisição dos sinais recebidos pela placa ao mesmo tempo. Desta forma a taxa e o tempo de aquisição foram os mesmos para os três sinais monitorados (corrente, vibrações e emissão acústica). RESULTADOS OBTIDOS Curva de desgaste da ferramenta Na figura 4 é apresentado o comportamento do desgaste de flanco das brocas em função do tempo de vida da ferramenta calculado a partir do número de furos produzidos.
Figura 2 - Corpo de prova para avaliação da adesividade e a espessura da camada dos revestimentos de TiN (I), AlTiCN (II) e AlTiCrN (III)
Os revestimentos apresentaram as mesmas características técnicas, ou seja, uma camada homogênea de aproximadamente 2,5 µm de espessura. A análise qualitativa realizada pelo fornecedor dos revestimentos indicou que os três possuem o mesmo o grau de aderência da camada HF1 (que considera uma escala de 1 a 6, sendo 1 a melhor e 6 a pior condição de aderência). Logo, todos os revestimentos apresentaram a aderência máxima na análise. Monitoramento do sistema máquina-ferramentapeça Adicionalmente ao monitoramento do desgaste das brocas foram acompanhados os valores da corrente elétrica consumida durante a usinagem, as vibrações do sistema máquina-ferramenta-peça e a emissão acústica durante a vida das ferramentas (ver figura 3).
Figura 3 - Sensores de monitoramento de processo no ensaio de furação
O sinal de vibrações do sistema máquina-ferramenta-peça e a emissão acústica foram adquiridos simulta16
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Figura 4 - Comparação entre os resultados do desgaste de flanco em função do tempo de vida para os três revestimentos das brocas
No início do ensaio de furação, aproximadamente até os quatro primeiros minutos de tempo de vida os três revestimentos apresentaram um comportamento semelhante de desgaste. Notou-se uma pequena faixa de desgaste de flanco de pouco mais de 0,02mm na quina da broca. Deste ponto em diante nota-se uma mudança no regime de desgaste nos revestimentos de TiN e AlTiCN. Nas fotos obtidas nos intervalos de medição (ver figura 5) ambos os revestimentos foram removidos pela ação dos mecanismos de abrasão e adesão deixando as arestas de corte sem revestimento. A adesão de material nas arestas principal e transversal de corte da broca resultaram em lascamento das arestas e colapso da broca. O revestimento de AlTiCrN suportou 8 ASTM: American Society for Testing and Materials (Sociedade Americana para Ensaios e Materiais) foi fundada em 1898 nos Estados Unidos da América, por um grupo de cientistas e engenheiros, para analisar as frequentes quebras dos trilhos de trem. Como resultado, o grupo desenvolveu uma norma para o aço utilizado nas ferrovias. É responsável pela produção de normas para diversas áreas da indústria, sendo muito usadas na padronização de materiais, como ligas de aço, alumínio, polímeros e combustíveis.
Figura 5 - Marcas de desgaste na aresta de corte das brocas revestidas. Lascamento da aresta de corte (a) e desgaste de flanco VBb na aresta principal de corte (b)
melhor as condições de trabalho, mantendo uma menor quantidade de material aderido as arestas de corte. As brocas com este revestimento (AlTiCrN) não apresentaram lascamento e não ocorreu o colapso de nenhuma das ferramentas, sendo o experimento interrompido ao atingir o tempo de vida de 30 minutos. A figura 5-a mostra as principais avarias ocorridas durante o ensaio de desgaste das brocas. As condições
de temperatura e a adesividade do material provocam o desgaste da ponta da broca removendo o revestimento e expondo o substrato à ação do atrito contra a superfície da peça, acelerando a severidade do desgaste. Segundo Trent e Wright (2000), a redução da velocidade de corte, a adesividade do material e as tensões geradas na aresta de corte são fatores que dificultam o processo de furação e causam o lascamento do gume (figura 5-b). Sugere-se que a mudança na geometria em função do lascamento do gume tenha provocado um desequilíbrio na distribuição dos esforços na broca e, por consequência, a quebra da broca no furo. Zeilmann e Vacaro (2008) relatam o mesmo comportamento em seu estudo sobre o processo de furação do aço P20 com brocas de aço rápido. Os autores sugerem que nas condições ensaiadas, apesar da baixa velocidade de corte, o maior tempo de contato da aresta de corte foi o fator que causou o maior desgaste da ferramenta. Notou-se o melhor desempenho do revestimento de AlTiCrN que, nas mesmas condições de corte que os outros revestimentos (TiN e AlTiCN), apresentou um desgaste me-
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nos acentuado na ponta da aresta e sem a ocorrência de lascamentos. Rawat e Attia (2009), analisando o comportamento do desgaste de ferramentas revestidas sem lubri-refrigeração, relatou o aumento das forças de corte e a ocorrência de delaminação do revestimento em seu estudo sobre a furação a altas velocidades de compósitos de fibra de carbono. Apesar de não se ter encontrado indícios de delaminação em nenhum dos revestimentos aplicados neste estudo, esta avaria poderia estar associada aos lascamentos ocorridos na região da aresta transversal. Monitoramento da corrente O monitoramento da corrente requerida pelo eixoárvore nas furações foi realizado durante todo o experimento. Contudo, devido a alta taxa de aquisição, optou-se por analisar o comportamento das brocas apenas no primeiro furo desconsiderando-se o efeito do desgaste da ferramenta. Na figura 6 pode-se observar o comportamento da corrente elétrica e comparar o resultado para os três revestimentos aplicados nas brocas. O gráfico de corrente na figura 6 mostra que não há diferença de carregamento para os três revestimentos aplicados nas brocas.
Figura 6 - Comparação entre os resultados do desgaste de flanco em função do tempo de vida para os três revestimentos das brocas
Nota-se que, no momento em que a ponta da broca toca a superfície da peça, há um aumento significativo na corrente consumida pelo servo-motor do eixoárvore para manter a ferramenta em rotação e também se percebe um aumento gradativo da corrente a medida que a broca penetra o material devido ao esforço para expulsar os cavacos de dentro do furo e ao atrito da guias com a parede do furo. 18
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Realizou-se o acompanhamento do espectro da corrente em cinco estágios de desgaste da ferramenta. Os cinco estágios foram determinados em função do número de furos produzidos até o final de vida da ferramenta. A figura 7 apresenta o comportamento da corrente elétrica na furação com broca revestida com TiN.
Figura 7 - Comportamento do espectro da corrente do spindle em função do tempo de vida da broca revestida com TiN
Os espectros na figura 7 mostram um aumento gradativo da corrente consumida pelo motor à medida que a ferramenta se aproximava do final da vida. Este efeito comprovou a sensibilidade do sistema em função do desgaste da ferramenta, mas não mostrou diferenças significativas para a comparação entre os revestimentos. O espectro do sinal da corrente para os outros dois revestimentos não foram apresentados neste artigo devido a semelhança dos resultados. Monitoramento das vibrações As vibrações efetivas do sistema foram coletadas durante todo o ensaio de furação para registrar mudanças no processo. Contudo o comportamento dos espectros das vibrações nos eixos X e Z da máquina-ferramenta não apresentaram mudanças perceptíveis a variação do tipo de revestimento da broca. Nas figuras 8 e 8-A apresentam-se os espectros das vibrações nos eixos da máquina. A análise foi realizada observando o comportamento das vibrações nos cinco primeiros furos de cada broca. Apesar de notar-se uma pequena variação no sinal antes do primeiro furo consideraram-se as vibrações no eixo X da máquina estáveis e com o mesmo comportamento para os três revestimentos. No eixo Z a intensidade do sinal aumentou a medida que os furos foram realizados. Notou-se a presença de picos no sinal caracterizando o
Figura 8 - Análise das vibrações no eixo X em função do tempo de usinagem para os três revestimentos das brocas
Figura 9 - Sinal de emissão acústica (EA) em função da vida da ferramenta para o revestimento de TiN
e nas brocas que sofreram o colapso total o último furo apresentou o maior valor daquela série, em função da perda do corte da ferramenta e o fato de o sistema de corte ser fechado, contido pelas paredes do próprio furo. Também a dificuldade em expulsar os cavacos da região de corte e as possíveis mudanças estruturais do material da peça causadas pela elevação da temperatura na área de corte são algumas das características que poderiam justificar a relação entre o aumento da intensidade do sinal de EA em função do desgaste da ferramenta.
Figura 8-A - Análise das vibrações no eixo Z em função do tempo de usinagem para os três revestimentos das brocas
desequilíbrio do sistema. Como o processo é contínuo e os fenômenos que ocorrem dentro do furo não são facilmente percebidos sugere-se que a adesão e o lascamento das arestas de corte sejam responsáveis por este efeito. Monitoramento do sinal de emissão acústica O sinal de emissão acústica (EA) foi coletado para cada broca durante o ensaio de furação. Assim como o sinal das vibrações não houve variação em função do tipo de revestimento. Contudo notou-se uma mudança significativa em função do estado da ferramenta. Na figura 9 apresenta-se o sinal de EA em função do estado de desgaste da broca apenas para a broca de TiN na velocidade de corte de 40 m/min, pois os outros revestimentos apresentaram o mesmo comportamento. O espectro da emissão acústica no ensaio de furação aumentou a intensidade de forma gradativa a cada furo
CONCLUSÃO Este estudo contribuiu para se conhecer melhor a influência do revestimento no desgaste de brocas de metal duro no processo de furação do aço AISI P20 temperado. As conclusões obtidas neste estudo são:
Ÿ O revestimento de nitreto de titânio cromo alumínio (AlTiCrN) apresentou o melhor desempenho, aumentando o tempo de vida da ferramenta em 50% quando comparado aos outros dois revestimentos testados; Ÿ O mecanismo de desgaste de adesão foi predominante neste experimento para os três revestimentos e o lascamento da aresta de corte resultou no colapso total das brocas; e Ÿ As vibrações do sistema máquina-ferramenta-peça e do sinal de emissão acústica e a medição da corrente elétrica no eixo-árvore não foram afetados pelo tipo de revestimento aplicado às brocas. Contudo os três mostraram-se sensíveis as variações de desgaste da ferramenta. Maio/Junho 2011
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Sugere-se realizar a continuidade do estudo avaliando a influência de outros fatores, tais como a variação da espessura da camada do revestimento, o número de camadas, além de outros revestimentos ainda não aplicados ao processo de furação. AGRADECIMENTOS Agradecemos a Sociedade Educacional de Santa Catarina - Sociesc pela infraestrutura de laboratório na FMS e ao Instituto Federal de Santa Catarina - IF/SC e à Universidade Tecnológica Federal do Paraná pelo apoio e suporte técnico. A Indek Aços, Top Tools e Brasimet pelo fornecimento dos recursos necessários aos experimentos essenciais à realização deste artigo. Artigo apresentado no VI Congresso Nacional de Engenharia Mecânica - Conen 2010, realizado em Campina Grande, Paraíba, de 18 a 21 de agosto de 2010.
REFERÊNCIAS Andrade, Cássio Luiz Francisco de. Análise da furação do ferro fundido vermicular com brocas de metal-duro com canais retos revestidas com TiN e TiAlN. Dissertação de mestrado em Engenharia Mecânica. USFC. Florianópolis, 2005.
Hogmark, S.; Olsson, M. Mecanismos de desgaste no aço-rápido. Revista Máquinas e Metais, 491:28-49. 2006 International Organization for Standardization. Tool-life testing with single-point turning tools: ISO 3685. 2 ed. Genève, Switzerland, 1993. Kao, W. H. High-speed drilling performance of coated micro-drills with Zr-C:H:Nx% coatings. Journal of Wear. Vol. 267 (2009) pp. 1068-1074. Nordtest Method. Cutting fluids for drilling: evaluation by drill life test: NT MECH 038. Finland, 1997. Disponível em: <http://www.nordtest.org>. Acesso em: 02 Outubro de 2008. Rawat, Sanjay; Attia, Helmi. Characterization of the dry high speed drilling process of woven composites using machinability maps approach. CIRP Annals - Manufacturing Technology. Vol. 58 (2009) pp. 105108. Zeilmann, Rodrigo Panosso; Vacaro, Tiago. Aplicação de brocas de aço-rápido na usinagem a seco do aço AISI P20 Estudos Tecnológicos - Vol. 4, n° 3: 180-187 (set/dez. 2008) ISSN 1808-7310.
Diniz, Anselmo Eduardo; Marcondes, Francisco Carlos; Coppini, Nivaldo Lemos. Tecnologia da usinagem dos materiais. São Paulo: Artliber Ltda. 5a ed., 2006.
Ernesto Berkenbrock - Mestrando em Engenharia Mecânica pela SOCIESC, com linha de pesquisa em usinagem de metais. Especialista em Engenharia de Produção pela SOCIESC, Licenciatura em Matemática, Processo de Fabricação e Informática pela UDESC, Metodologia do Ensino Superior pela SOCIESC, com graduação em Tecnólogo Mecânico - Manufatura pela SOCIESC. Atualmente é Professor da SOCIESC. Tem experiência na área de Engenharia de Produção e/ou Engenharia Mecânica, com ênfase em Planejamento, Projeto e Controle de Sistemas de Produção, Custos Industriais e melhorias de processos industriais, PCP, Processos de Usinagem. Membro do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da ACIJ. Valter Vander de Oliveira - Graduado em Licenciatura plena em mecânica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, especialista em Metodologia de Ensino pela SOCIESC, especialista em Inovação tecnológica e Qualidade pela Universidade da Região de Joinville - Univille, Mestre em Engenharia Mecânica e de Materiais pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Tem curso técnico profissionalizante pela SOCIESC. Atualmente é Professor de ensino técnico e tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina IFSC. Atua principalmente nos temas: furação, ferro fundido vermicular, mecanismo de desgaste. Marcelo Luis Arias - Mestre em Engenharia Mecânica pela SOCIESC. Atualmente é professor da SOCIESC. Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, atuando principalmente no tema: Sistemas CAD/CAM. Adriano Fagali de Souza - Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo - EESC/USP e Mestre em Engenharia de Produção e Engenheiro de Produção Mecânica pela Universidade Metodista de Piracicaba. Atualmente é professor do Instituto Superior Tupy IST/SOCIESC, coordenando o curso de Mestrado em Engenharia Mecânica. Atua e coordena projetos de pesquisa, em temas relativos à fabricação produtos contendo formas complexas, empregando a cadeia CAD/CAM/CNC - fabricação de moldes e matrizes. É líder do grupo de pesquisa PROMOLDE: Desenvolvimento de Moldes e Matrizes. Autor dos livros Engenharia Integrada por Computador e sistemas CAD/CAM/CNC e Manufacturing Complex Geometries using High Speed Cutting Technology. É membro do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e avaliador de curso superior do CNPq/INEP. Paulo André de Camargo Beltrão - Doutor em Engenharia Mecânica no Departamento de Sistemas de Manufatura (Mecânica de Precisão) pela Cranfield University da Inglaterra e Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Paraná - UFPr. Atualmente é professor de ensino superior da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, atuando principalmente nos temas: otimização de processos de fabricação, usinagem com ferramentas de geometria definida, usinagem de precisão, usinagem com comando numérico computadorizado.
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THIAGO DE OLIVEIRA VARGAS - tov@shadvocacia.com.br
Da não incidência da contribuição previdenciária sobre o auxílio-doença pago pelo empregador nos primeiros 15 dias de afastamento do empregado
P
or lei, a contribuição previdenciária a cargo da empresa incide sobre o total das remunerações destinadas a retribuir o trabalho prestado pelo funcionário. O empregado, quando em auxíliodoença, está impossibilitado de praticar qualquer trabalho para a empresa. Portanto, não é justo o recolhimento da referida contribuição.
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• Thiago de Oliveira Vargas - Advogado especialista em Direito Tributário pela Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL. Sócio da Schramm, Hofmann e Vargas Advogados Associados, com sede em Joinville.
Schramm, Hofmann e Vargas Advogados Associados Ltda. Maiores informações pelo e-mail (ahofmann@shv.adv.br) ou pelo fone 47 3027 2848
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Regularização com o Leão
Protocolo “maldito”
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CPF: Cadastro de Pessoa Física. DIRPF: Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física. 3 CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. 4 DIPJ: Declaração de Imposto de Pessoa Jurídica. 5 ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. 6 DOU: Diário Oficial da União. 2
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Grupo Abra Maiores informaçþes pelo e-mail (abra@grupoabra.com) ou pelo fone 47 3028 2180
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Tecnologia da Informação EDSON PERIN - edson.perin@netpress.com.br
Entender a TI sob o olhar dos negócios
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Internet: é um conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. Ela carrega uma ampla variedade de recursos e serviços, incluindo os documentos interligados da World Wide Web (Teia de Abrangência Mundial), e a infraestrutura para suportar correio eletrônico e serviços como comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos [www.wikipedia.com.br].
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ANDRÉ CHEDID DAHER - acdaher@terra.com.br
A legislação trabalhista e seus impactos no cotidiano das empresas
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Brasil tem uma legislação trabalhista arcaica e que precisa ser reformada a fim de proporcionar melhores dias de trabalho na já, muitas vezes, tensa relação entre patrão e empregado.
Presidente Getúlio Vargas Maio/Junho 2011
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André Chedid Daher - Advogado trabalhista, Mestre em Direito Empresarial do Trabalho pelo UNICURITIBA, pós-graduado em Direito do Trabalho pelo UNICURITIBA. Professor de Direito do Trabalho da Sociesc e vice-presidente do Conselho dos Núcleos Setoriais da ACIJ.
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Autodesk® Technology Day Ocorreu no dia 30 de março, em Portland, Estados Unidos da América, o Manufacturing Technology Day da Autodesk®, cujo teor foi a apresentação, à mídia internacional, de novidades em produtos e estratégias. Na abertura, o Vice Presidente para a área de Manufatura demonstrou que a empresa cresceu em faturamento de 257 para 470 milhões de dólares no período de 2005 a 2010 e que ocupa o segundo lugar mundial no segmento com 21% de participação, atrás da Dassault que tem 26% e à frente da PTC que detêm 8%. A indústria mundial elegeu o Inventor 2010 como a invenção do ano. Os principais produtos de maior aplicação no setor ferramenteiro tiveram inseridas grandes inovações nas versão 2012. Veja a seguir as principais novidades dos sistemas.
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Autodesk® Inventor® 2012
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Nº Ordem de Serviço
Verificação do sistema de refrigeração/aquecimento do molde
Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
Data
CLIENTE Razão Social: Endereço:
Bairro:
CEP:
Cidade:
Estado:
PRODUTO Produto:
Número:
Projeto:
Material:
Temperatura de desmoldagem:
Densidade:
Espessura mínima de parede: Desenho 2D: Desenho 3D:
Sigla:
Contração:
Espessura máxima de parede:
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Volume:
1 1 1 1 "Não 1 "Papel 1 "CAD, arquivo: "Não
"Papel
"CAD, arquivo:
INJETORA
#1
#2
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1 Não 1 Sim (anexar)
1 Não 1 Sim (anexar)
1 Não 1 Sim (anexar)
Máquina Marca Modelo Passagem Colunas (mm x mm) Abertura Máxima (mm) Altura Molde (Max/Min) Número de entradas para refrigeração Número de saídas para refrigeração Planta de Máquina Observações
MOLDE
Parte integrante da revista Ferramental - Nº 35 - Maio/Junho 2011
Número de Cavidades: Tipo de injeção:
1 Direta/Plana 1 Capilar com 3ª placa 1 Câmara quente/Bico quente 1 Misto
Material da Estrutura: Material placas P1 e P2: Material da Cavidade: Gavetas:
1 Não 1 Sim, acionamento: 1 Mecânico 1 Hidráulico 1 Pneumático 1 Misto:
Material das Gavetas:
1 Não 1 Sim, Padrão de Conexões: Gravação do Circuito de Refrigeração: 1 Não 1 Sim (anexar especificação de padrão e textos) Plaquetas de Identificação: 1 Não 1 Sim (anexar especificação) Análise de Fluxo: 1 Não 1 Sim. Fornecedor: Circuito de Refrigeração:
Observações:
CHECK LIST DE PROJETO (APROVAÇÃO) Nº
Nome
Assinatura
B.1 B.2 B.3 B.4 B.5 B.6
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Verificação do sistema de refrigeração/aquecimento do molde
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REGISTRO DE EVENTOS Evento
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO/AQUECIMENTO (CAVIDADES/CANAIS DE INJEÇÃO/PORTA MOLDE (ESTRUTURA) Nº
Itens Check-List
1
Executado cálculo de balanço térmico e dimensionamento de canais?
2 3 4
O material da cavidade tem condutibilidade térmica adequada ao material a ser injetado? O fluido refrigerante é adequado ao material a ser injetado? Água, água com anticongelante, água pressurizada, metanol + CO2, óleo Respeitada distância dos furos até a superfície de refrigeração?
5
Respeitada distância dos furos até a superfície de refrigeração?
6
Há cantos vivos internos no circuito?
7
O sistema está balanceado para todas as regiões da cavidade?
8
O material das vedações está de acordo com a temperatura de operação do molde?
9
Há sistema de controle de temperatura no molde?
10
Possui identificação do circuito de refrigeração?
11
As conexões para engate das mangueiras de água estão conforme padrão cliente?
12
Foi testado o circuito de refrigeração? (teste c/ pressão de 6 bar)
13
Serão necessárias pontes de refrigeração no sistema?
14
Foi enviada cópia do esquema de refrigeração com indicação de entrada(s) e saída(s) de água e ar?
Comentários 3415 Ferramental Maio/Junho 2011
Sim
Não
Observação
Parte integrante da revista Ferramental - Nº 35 - Maio/Junho 2011
Data
SÉRGIO LUIS SILVA - sergioproj@gmail.com FERNANDO ANTÔNIO FORCELLINI - forcellini@deps.ufsc.br RÉGIS KOVACS SCALICE - dep2rks@joinville.udesc.br
Sistemas de refrigeração para moldes de injeção de termoplásticos Parte I
A
refrigeração de um molde é uma das etapas mais importantes para a qualidade da peça injetada e para determinação do tempo de ciclo. Portanto, o conhecimento profundo das técnicas e configurações de sistemas de refrigeração permite reduzir o custo da peça produzida e obtê-la com a qualidade desejada.
O uso de materiais poliméricos no processo de moldagem de componentes plásticos tem sido cada vez mais difundido e aplicado nos mais variados setores da economia mundial, como o automobilístico, eletro-eletrônicos, eletrodomésticos, brinquedos, equipamentos cirúrgicos, embalagens, construção civil, alimentícios entre outros. A realidade das indústrias que circundam esse mercado baseia-se, cada vez mais, na agressividade dos padrões requeridos, que traduz em maior competitividade diante de um mercado globalizado, onde produtos com qualidade e custos finais reduzidos encontram-se como pré-requisitos. Diante desse mercado, o prazo de entrega é o grande diferencial na manutenção do sucesso. Para tanto, as indústrias apresentam esforços constantes na busca de técnicas e processos que levem à produção eficiente dos componentes injetados. Nesse panorama, encontram-se inseridas as indústrias fabricantes de moldes de injeção (denominadas ferramentarias). Considerando-se o molde de injeção como parte integrante do ciclo de desenvolvimento dos componentes à base de polímeros, torna-se evidente que as ferramentarias exercem papel fundamental no processo, pois são elas as responsáveis pelo desenvolvimento do molde que, por sua vez, é determinante na qualidade do produto, nos tempos de produção e, consequentemente, no custo final de produção. O molde de injeção constitui um tipo de produto
com especificações e restrições definidas, o qual contempla uma grande carga tecnológica, devido às exigências de menores prazos de fornecimento (Salvador et al, 2007). Contudo, indústrias envolvidas na fabricação dos moldes, através de seus departamentos de engenharia (setor de projetos), buscam manterem-se competitivas atendendo às demandas e exigências desse mercado, cada vez mais disputado e em franca ascensão. Um projeto cuidadoso de um ferramental (molde de injeção) é a principal atividade para se garantir um alto nível de produção com baixa manutenção, e para tanto, há necessidade de serem observados todos os fatores técnicos envolvidos durante o processo de desenvolvimento do projeto deste ferramental, a fim de que as possibilidades de falhas possam ser minimizadas (Harada, 2006). Os fatores técnicos são, por exemplo: Ÿ No produto moldado: os materiais, a contração, a geometria da peça, sua aplicação, entre outros. Ÿ No ferramental: as soluções de projeto como a linha de abertura do molde, o ponto de injeção, o sistema de extração, o sistema refrigeração, entre outros. Ÿ No processo produtivo: número de ciclos desejados, tempo de ciclo, temperaturas de injeção e extração, entre outros. Um projeto bem dimensionado do produto a ser moldado (peça), o desenvolvimento e projeto do molde Maio/Junho 2011
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a ser construído (molde) e a determinação do processo mais adequado (produção), como pode ser acompanhado na figura 1, são fatores decisivos para a qualidade, tempo de ciclo e custos associados ao componente injetado em polímeros (Steinko, 2004).
Produção Máquinas e periféricos
Meios de Produção
Processo
Peça Moldada Configuração
Matéria Prima
Sistemas de Alimentação
Mão de Obra Manutenção Estabilidade e descarte do molde
Sistemas de Refrigeração
Molde/Ferramenta Figura 1 - Fatores que influenciam decisivamente a qualidade do produto moldado (Steinko, 2004)
Analisando-se os elementos apresentados na figura 1, verifica-se que, com relação à peça moldada, necessita-se observar fatores como: a configuração da peça moldada e o material envolvido no molde. Quando se
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trata do molde é preciso observar fatores tais como: manutenção e desgaste; estabilidade do molde; configuração dos canais de alimentação, sistemas de canais a quente e os sistemas de refrigeração, fatores que influenciam decisivamente na qualidade da peça. Na produção verificam-se aspectos referentes à mão-de-obra, máquinas e periféricos, meios de produção e processo. Diante do contexto apresentado, verificou-se a oportunidade de contribuir para o processo de projeto do molde de injeção aplicados na obtenção de peças à base de polímeros, seja na questão acadêmica, que prepara novos profissionais para o mercado de trabalho, seja no processo adotado pelas ferramentarias e escritórios de projetos. O aumento na internacionalização dos mercados e de uma economia globalizada tem favorecido a crescente procura por produtos e serviços mais eficientes. Produtos que ofereçam soluções inovadoras, com maior qualidade, menor custo em tempo adequado de execução, procurando ao máximo atender, e até mesmo superar, as expectativas desse mercado cada vez mais exigente e competitivo, constituído por consumidores cada vez mais conscientes de suas necessidades.
Diante desse contexto, inserem-se as empresas brasileiras, que participam desse seleto grupo de empresas que atuam no mercado de desenvolvimento e projetos de moldes de injeção para polímeros que, ao longo dos anos, vêm perdendo sua competitividade para o mercado externo, para países como Estados Unidos, França, Itália, Portugal, Espanha, Coréia, Taiwan, Singapura e mais recentemente China. Tais perdas podem estar associadas à baixa capacidade das empresas brasileiras de acompanharem os desenvolvimentos ocorridos junto ao setor internacional, além da incapacidade de desenvolver alguns tipos de projetos, e o prolongado tempo na execução do molde, consequentemente, a demora e alguns casos ou mesmo o atraso na entrega. São vários os pesquisadores que, através de suas pesquisas com relação ao projeto de produtos à base de polímeros e da ferramenta de produção, molde de injeção, buscam reverter o quadro apresentado. Percebese, nos estudos apresentados, que há uma abordagem de forma abrangente, no que se refere ao projeto do molde em si, mas, os sistemas que o compõem, como o de alimentação, extração e principalmente o de refrigeração são abordados de uma forma superficial. Verifica-se que os sistemas (alimentação, extração e refrigeração) encontram-se relacionados a funções distintas no molde (Menges, 1993; Rees, 1995 e Harada, 2006). Diante do fato, pode-se afirmar que cada sistema apresentado provém de um projeto individual, assim compondo o projeto do molde. Importante ressaltar que os desenvolvimentos dos projetos dos sistemas não devem ocorrer separadamente, pois existe uma forte interação entre os mesmos. Esses sistemas necessitam ser desenvolvidos de forma a apresentar resultados, no mínimo satisfatórios durante sua atuação no processo produtivo. Quanto ao desenvolvimento e projeto desses sistemas, verifica-se que sua abordagem é realizada de forma abrangente, podendo assim, caracterizar um dos fatores que corroboram na ineficiência produtiva do molde de injeção. Como exemplos citam-se os sistemas de refrigeração, cuja importância pode ser verificada durante o tryout ou mesmo durante o processo de produção do componente injetado. Caso o projeto do sistema não seja adequado, com certeza tal fato contribuirá para a ocorrência de problemas quanto à qualidade do componente injetado, o aumento no tempo do ciclo de injeção e, consequentemente, nos custos de produção, situação indesejável no processo produtivo. Esse panorama leva, em muitas situações, à necessidade de se retra-
balhar o molde, desde o projeto até sua concepção. O desempenho térmico do molde de injeção para termoplásticos, determinado através do sistema de refrigeração, tem influência direta nas propriedades e nos defeitos aparentes no produto e na produtividade dessas ferramentas (Menges, 1993; Rees, 1995; Brito et al, 2002 e Harada, 2006). No mínimo 60% dos defeitos aparentes (distorção de formato, variações dimensionais, formação de rebarbas e defeitos superficiais), a princípio, têm sua causa na configuração térmica heterogênica do molde, ou seja, podem estar relacionados com o desenvolvimento e projeto incorreto ou ainda com a escolha do sistema de refrigeração inadequado (Steinko, 2004). Os projetos dos sistemas de refrigeração aplicados ao molde de injeção, normalmente costumam estar situados onde há espaço disponível para eles e não onde realmente são necessários (Stitz et al, 2002). Outro dado a ser considerado é o fato dos sistemas de refrigeração serem, na maioria das situações, projetados de forma intuitiva, tentativa e erro, por similaridade de moldes existentes ou ainda baseados na própria experiência do projetista. Fato levantado durante a pesquisa realizada junto aos profissionais da área, mostrado em detalhes no apêndice A, levantamento das práticas adotadas no projeto do sistema de refrigeração de moldes para injeção de polímeros. Quanto à expressão “experiência profissional”, há necessidade de se tomar cuidado, considerando-se que a palavra “experiência” deriva do conceito de desenvolvimento empírico, (Galileu e Bacon, século XVII), considerada como uma doutrina e afirma que a única fonte do conhecimento é a experiência, ou seja, todo conhecimento somente é obtido por experimentação (experimentar = montar, construir, testar, medir, etc.). Um trabalho intuitivo conhecido por heurístico deve ser cuidadosamente manejado, visando ao seu uso de maneira eficiente, pois sua aplicação, durante o início do desenvolvimento do projeto, quando ainda não se possuem dados suficientes para uma análise crítica da situação, pode direcionar inadequadamente os esforços do projetista e de sua equipe, podendo frustrar os resultados e desperdiçar recursos materiais e humanos (Baxter, 1998). Perante esse cenário, constata-se que as dificuldades durante o processo de projeto do sistema de refrigeração do molde de injeção, são oriundas, em parte, da falta de organização, armazenamento e otimização das informações inerentes à atividade proposta. Outro fato Maio/Junho 2011
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a ser considerado é que poucos especialistas detêm esse conhecimento, podendo criar uma dependência acentuada da empresa em relação ao mesmo.
(Percurso do Molde)
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO As operações que envolvem o processo de moldagem por injeção, também conhecidas pela expressão ciclo de moldagem, são determinadas pela soma de todos os tempos que compreendem todas as etapas do ciclo: desde o fechamento do molde, a injeção, o recalque, a plastificação, o resfriamento, a abertura do molde e a extração do produto, finalizando com o molde aberto, assim possibilitando, na sequência, o início de um novo ciclo. (Blass, 1988; Rees, 1995; Malloy, 2000 e Harada, 2004). Na figura 2 encontra-se representado um diagrama com a sequência e a duração relativa de cada fase que compreende o ciclo. É possível perceber que o tempo de resfriamento representa a maior parcela do ciclo, tornando-se um dos sistemas mais críticos a serem projetados durante o projeto de um molde.
Ciclo de Moldagem
Molde Fechado
Molde Aberto Fechamento do Molde
(Tempo) Plastificação Recalque Injeção
Extração
Resfriamento
Molde Aberto Abertura do Molde
Figura 2 - Diagrama do ciclo de moldagem (adaptado de Rees, 1995)
O sistema de refrigeração do molde permite consolidar a fase de refrigeração (dissipação de calor da massa moldada) que se encontra inserida no ciclo de injeção de uma peça ou de um conjunto de peças (figura 3). O processo de refrigeração do molde de injeção tem como finalidade diminuir de forma homogênea, rápida e constante, a temperatura da peça moldada até que atinja seu estado sólido. O processo que
Figura 3 - Ciclo de injeção e dissipação de calor
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envolve a fase de refrigeração do molde depende: da temperatura externa da superfície do molde, do ambiente que circunda o molde, das condições do fluido refrigerante, do material do molde e do material a ser injetado. Há situações em que se torna necessário o préaquecimento do molde, em função do tipo de material a ser injetado, como: injeção de peças transparentes em policarbonato (PC), nylon ou poliamida (PA) e poliacetato (PVA), por exemplo. O controle da velocidade com que ocorre o resfriamento do componente é de suma importância, pois permitirá condições adequadas ao fluxo do material no interior do molde, garantindo o resfriamento do componente moldado. Em consequência, obtém-se o aumento na produtividade em função da redução do tempo do ciclo de injeção, a eliminação de defeitos aparentes e a manutenção das propriedades da matéria-prima usada para formação do componente. A velocidade de refrigeração (troca de calor) do molde é um fator decisivo no desempenho econômico de um molde de injeção, pois define as propriedades da peça e influencia diretamente no tempo do ciclo de injeção (Menges, 1993; Rees, 1995, Brito et al, 2002 e Harada, 2004). Há possibilidade de ocorrência de temperaturas desiguais entre as placas do molde (Rees, 1995). Essa diferença pode criar deformações nos produtos em função de uma placa quente em relação à placa fria. Essa diferença de temperatura entre as placas fixadas uma à outra, também gera consideráveis forças nas próprias placas, no sistema de alinhamento, nas guias do molde e nos extratores, que geram desalinhamento na estrutura do molde, necessitando assim, um método mais eficiente de alinhamento. O sistema de refrigeração tem como principal função o controle da temperatura do molde. Portanto a diferença de temperatura entre as superfícies da cavidade do molde deve encontrar-se entre 2° e 5°C. Nesses parâmetros, a refrigeração do molde torna-se eficiente, possibilitando a redução ou eliminação de possíveis tensões residuais termo-induzidas, provenientes do resfriamento desbalanceado. (Menges, 1993; Harada, 2004). Nas figuras 4A e 4B, respectivamente, podem ser observados com maiores detalhes os efeitos do processo de resfriamento balanceado e desbalanceado. A figura 4A apresenta um exemplo de sistema de refrigeração balanceado e eficiente, que proporciona condições adequadas ao fluxo do material no interior das cavidades e garante o resfriamento heterogêneo da
Figura 4 - Mecanismo da distorção geométrica causado por resfriamento desbalanceado (C-Mold Design Guide, 2000)
peça até atingir seu estado sólido, permitindo que seja extraída sem que apresentem distorções. Já na figura 4B verifica-se uma peça com distorções aparentes, que se dá em função da ineficiência do projeto do sistema de refrigeração, onde se observa a má distribuição do mesmo, fato que não possibilita a obtenção de uma peça livre das tensões residuais termo-induzidas, originando peças com defeitos. A complexidade relativa ao desenvolvimento e projeto de um sistema de refrigeração eficiente, direciona os projetistas a observarem alguns aspectos que influen-
ciam diretamente no processo de refrigeração, tais como (Provenza, 1993; Menges, 1993; Rees, 1995; Sors, 1995; Stitz et al, 2002; Harada, 2004 e Brito et al, 2004): Ÿ O tipo de polímero e a temperatura de processamento; Ÿ A temperatura do molde; Ÿ As condições do fluido refrigerante; Ÿ O espaço disponível no molde; Ÿ A forma (perfil) da peça; Ÿ O grau de condutividade térmica dos materiais aplicados junto às cavidades; Ÿ A entrada do canal de refrigeração próximo ao bico de injeção, pois é a região de maior acúmulo de calor; Ÿ O dimensionamento e localização adequada dos sistemas aplicados ao molde; Ÿ As regulagens de parâmetros de processo; e Ÿ O acabamento superficial do molde e do produto que se deseja alcançar. Ainda sob o ponto de vista destes autores, em função das características do produto e da configuração do molde, diferentes mecanismos e sistemas de refrigera-
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ção poderão ser empregados na refrigeração do molde. O calor conduzido para dentro da cavidade do molde pelo material fundido (QPi) necessita ser extraído (figura 5), assegurando-se, dessa forma, a solidificação do fundido, levando-o a assumir o perfil da cavidade do molde e, posteriormente, possibilitando ação de sistemas de extração sobre esse produto moldado, sucedendo-se a sua remoção das cavidades, sem que haja danos ao mesmo.
Para tanto se faz necessário levar em consideração os tipos de sistemas e arquiteturas disponíveis e determinar qual deles propicia uma refrigeração de forma eficiente da massa fundida, que se encontra dentro da cavidade do molde e, por consequência, forma o produto independente do perfil deste.
Em um processo de moldagem por injeção, verificam-se três formas distintas para a transferência de calor do material fundido para as placas do molde e desta para o ambiente externo, conforme ilustrado na figura 5:
Agentes de troca de calor empregados no controle de temperatura do molde A adoção da designação de sistema de controle de temperatura ou de sistema de refrigeração (figura 6) depende, sobretudo, da perspectiva de análise a ser realizada, considerando que determinados materiais necessitam que o molde seja resfriado enquanto outros sejam aquecidos, para que o processo de injeção seja satisfatório (Brito et al, 2002). Na figura 6 demonstra-se um circuito de refrigeração empregado na refrigeração de uma peça. Nesse circuito podem ser observados os canais que refrigeram a parte interna (macho) e externa da peça (cavidade). É nesses circuitos que circulam os agentes refrigerantes como a água, óleo, gás entre outros. Os meios de refrigeração são (Provenza, 1993; Cruz, 2002; Britto et al, 2004; Harada, 2004 e Manrich, 2005):
Ÿ Convecção1 (QConv) - A convecção pode se dar de
Ÿ Água em temperatura ambiente - De acordo com
duas formas. A primeira através da convecção natural na superfície do molde com o ambiente que o circunda (QAmb) durante todo o processo de injeção e a segunda através da convecção forçada, quando se bombeia o fluido refrigerante pelos canais de refrigeração (QTM) ou mesmo, por resfriamento através do sopro de ar no molde aberto; Ÿ Condução2 (QCond) - ocorre na transmissão do calor do polímero fundido, através dos componentes do molde, chegando aos canais de refrigeração; e Ÿ Radiação3 (QRad) - O calor transferido por radiação ocorre do molde para o ambiente que o circunda (QAmb).
Harada (2006), é o fluido mais empregado no processo de refrigeração, aproxima-se de 80% dos casos.
QPi = Calor trazido pelo fundido; QAmb. = Calor transferido para o ambiente QCond. = Calor transferido por condução QConv. = Calor transferido por convecção QRad. = Calor transferido por radiação QTM = Quantidade de calor transferido pelo refrigerante
Figura 5 - Transferência de calor em um molde (Brito et al, 2004)
Circuitos de refrigeração da cavidade
Circuitos de refrigeração do macho
Figura 6 - Exemplo de sistema de controle de temperatura 1
Para que o sistema de refrigeração do molde de injeção se apresente de forma eficiente na troca de calor entre a massa injetada e as placas que compõem o molde, há necessidade de se optar por uma refrigeração forçada (convecção forçada), ou seja, é necessário que se tenha a circulação de um meio refrigerante como a água, o óleo ou mesmo gás pelo interior do molde, através de um circuito fechado. 40
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Peça a ser refrigerada
Convecção: acontece por influência da gravidade e da mudança de densidade dos fluidos. Exemplo: Uma panela de água quente no fogo tem a parte debaixo da água na panela aquecida primeiro, que sobe. A parte de cima, mais fria, por sua vez desce, formando um movimento de convecção. 2 Condução: acontece pela transmissão de calor ao longo do objeto analisado. Exemplo: Uma colher no chá quente, que tem seu cabo aquecido depois de um tempinho sem entrar em contato direto com a água. 3 Radiação: é a propagação da energia sob a forma de onda que, quando em contato com algum material, é absorvido pelo mesmo e se aquece ou se esfria com essa energia. Exemplo: O calor do Sol, que chega até nosso planeta viajando através do vácuo e, ao entrar em contato com o solo, as plantas e quaisquer outros objetos tem sua energia dissipada sob a forma de calor.
Detalhe a ser considerado devido à disponibilidade na natureza, ter um custo relativamente baixo, possuir baixa viscosidade, ser suscetível a tratamentos, (por exemplo: água e óleo, água com anticongelante), tratamentos estes que possibilitam melhorar a sua propriedade e da água ser fluido reciclável. Ÿ Água resfriada (gelada), Metanol4 + CO2, Gás (CO2
e nitrogênio) - Utilizados quando há um superaquecimento dos machos e cavidades do molde de injeção ou quando a temperatura do molde necessita ficar abaixo de 3° C (Stitz et al, 2002); Ÿ Óleo e resistências elétricas - Empregadas quando
há necessidade do molde permanecer com uma temperatura acima de 80°C, fato a ser considerado quando se injetam peças transparentes em policarbonato, acrílico (PMMA) e nylon (Provenza, 1993). Nesse contexto necessita-se levar em consideração que o óleo pode circular pelo mesmo circuito utilizado pela água e, quando do uso de resistências, é necessário fazer alojamentos para introduzi-las;
Ÿ Ar - Empregado quando for difícil o uso de água como
meio refrigerante ou quando se deseja um resfriamento lento. O circuito é similar ao empregado na refrigeração com água. O molde de injeção pode ser resfriado ou mesmo aquecido, dependendo do material a ser injetado e do processo empregado (Brito et al, 2004). Diante dessa afirmação o autor conclui que: Ÿ Moldes mais quentes - O fluxo do material a ser inje-
tado é facilitado, as peças apresentam melhor aspecto superficial e menores tensões internas, logo, de melhor qualidade. Em contrapartida o tempo de resfriamento do componente injetado é maior, o que implica ciclos de produção mais longos e peças com custo mais elevado. Ÿ Moldes mais frios - O fluxo do material a ser injetado
é dificultado, podendo mesmo não chegar a pre4 Metanol: também conhecido como álcool metílico, é um composto químico com fórmula química CH3OH. Líquido, inflamável, possui chama invisível, fundindo-se a cerca de -98ºC (www.wikipedia.org.br).
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encher os pontos mais afastados da cavidade, ocasionando moldagens incompletas. Quanto ao acabamento superficial é prejudicado e as tensões internas são evidentes, contudo o tempo de resfriamento é menor, o que proporciona ciclos de produção mais rápidos e peças com custos reduzidos. Sistemas/arquiteturas dos circuitos de refrigeração Os sistemas de refrigeração aplicados aos moldes de injeção possuem arquiteturas/circuitos determinados em função do perfil da cavidade (conforme a superfície externa do produto), ou macho (conforme a superfície interna do produto) (Dyn, 1987; Provenza, 1993; Menges, 1993; Sors, 1995; Rees, 1995; Stitz et al, 2002; Cruz, 2002; Harada, 2004 e Manrich, 2005). Ainda de acordo com os autores referenciados acima, os sistemas de refrigeração empregados nos moldes de injeção podem ser classificados em: normais (usinagem utilizando-se a broca) canais usinados, Bubblers5, Baffles6, barras refletoras (pino ou inserto condutor), serpentinas (espiral ou helicoidal), tubos transferidores de calor e canais que acompanham o perfil das cavidades dos moldes de injeção (canais obtidos por processo de prototipagem rápida). Os sistemas acima relacionados dependem de um meio refrigerante para que a troca de calor se efetive. Para tanto podem ser empregados fluidos como a água e o óleo. Também não poderia deixar de ser salientado o emprego de substâncias gasosas e resistências elétricas, considerando-se que esse último, juntamente ao emprego do óleo, são aplicados em determinados materiais que apresentam a necessidade de aquecer o molde durante o processo de injeção.
Os sistemas provenientes de usinagem, aplicando-se o processo de furação, encontram-se conectados de forma a criar um circuito fechado, ou seja, o fluido circula nas cavidades do molde e retorna ao ponto de partida. Os circuitos desenvolvidos por este processo podem ter um único nível ou vários, dependendo da altura da moldação e da arquitetura escolhida. Os sistemas de refrigeração encontram-se subdivididos em arquitetura/circuitos. Os mais comuns, idealizados com furos, também designados de linha d'água, podem apresentar circuitos em ”U”, “Z”, retangular, circular entre outros. Nas figuras 7 a 28 encontram-se representados alguns exemplos de sistemas de refrigeração empregados nos moldes de injeção. Alguns desses sistemas apresentam uma combinação de arquiteturas/sistemas, con-siderando-se a necessidade imposta pelo projeto da peça, ou mesmo porque determinadas arquiteturas/ sistemas não atuam sem o emprego de um meio refrigerante, fazendo-o depender de um sistema que empregue os canais usinados normalmente obtidos por meio do processo de furação. Na próxima edição serão abordadas as configurações dos sistemas de refrigeração.
5 Bubbler: derivado de bubble, palavra do inglês, significa bolha, ampola (Fürstenau, 2005). 6 Baffle: chicana, defletor, placa defletora (Fürstenau, 2005).
Sérgio Luis Silva - Graduado em Design com Habilitação em Projeto de Produto pela Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE e Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Atuando como professor desde 1998, onde desenvolve atividades pedagógicas em instituições de ensino tais como: UNERJ, UFSC, SOCIESC, SENAI e UNIVILLE. Atualmente atua como professor no Centro Universitário - Católica de Santa Catarina no Câmpus Jaraguá do Sul, lecionando as disciplinas de Desenho Técnico I e II, Estruturas e Mecanismos, Materiais e Processos Produtivos; em Design e Processo de Fabricação no curso de Engenharia de Produção. É coordenador do centro profissionalizante da Fundação Municipal Albano Schmidt - FUNDAMAS Unidade Centro Educacional e Social do Aventureiro/Iririú CESAVI. http://lattes.cnpq.br/0480069010814375. Fernando Antônio Forcellini - Engenheiro Mecânico pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC e Doutor em Engenharia Mecânica pela UFSC. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Engenharia Mecânica e de Produção, com ênfase em Desenvolvimento de Produto, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão do processo de desenvolvimento de produto, desenvolvimento de máquinas, processo de projeto, novas tecnologias e modelagem de processos. http://lattes.cnpq.br/6653325962006463. Régis Kovacs Scalice - Engenheiro Mecânico pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Tem pós-doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Chefe de Departamento de Engenharia de Produção e 2° Vicepresidente do Instituto de Gestão de Desenvolvimento de Produtos (IGDP) na gestão 2010-2011. Tem experiência nas áreas de Engenharia Mecânica e de Engenharia de Produção, com ênfase em Desenvolvimento de Produtos, atuando principalmente no desenvolvimento de metodologias de suporte ao projeto de produtos, no projeto de produtos modulares e no projeto para o meio-ambiente. http://lattes.cnpq.br/7242074413250683.
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Por Antônio Roberto Szabunia redação@revistaferramental.com.br
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Vista da sede atual
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Equipes de venda$ que geram LUCRO$ por Paulo César Silveira (falecom@paulosilveira.com.br)
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parceria, que resulta em
EQUIPE integração cria clima de
afeto, que gera
amizade, que gera
confiança, que gera
admiração que gera
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Paulo César Silveira - Conferencista com mais de 1.750 palestras em sua carreira em 15 anos de profissão. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 500 artigos editados. Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Autor de 18 livros, destacando-se os best-sellers: A Lógica da Venda e Atitude - Virtude dos Prósperos. Sendo ainda um dos autores da Coleção Guia Prático da Revista PEGN e também dos livros Ser+ em Vendas, Ser+ com T&D e Ser+ com Palestrantes Campeões em parceria com a Revista Ser Mais. Seu trabalho corporativo se baseia no treinamento mundial de vendas mais agressivo do mundo: Buyer Focused Selling e nos principais métodos de compras mundiais, principalmente as metodologias BATNA, PAC e no método de liderança TGE. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP e UFRGS. Palestrante indicado pela FACISC, ADVB e FIESP nas áreas de vendas consultivas, vendas técnicas e comunicação com base em liderança. Site www.paulosilveira.com.br
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mostra as opções de modelos disponíveis: Código VML-100 VML-300 VML-600 VML-1000 VML-2000
Capacidade para elevação de chapas 100 kgf 300 kgf 600 kgf 1.000 kgf 2.000 kgf
Capacidade para elevação de cilindros 45 kgf 135 kgf 270 kgf 450 kgf 900 kgf
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O levantador magnético da marca Vertex, comercializado pela Worldtools, é leve e eficiente. Ideal para o levantamento e transporte de chapas, blocos, moldes e outras peças ferrosas que serão colocadas sobre máquinas de alto valor ou retiradas, por exemplo, de caminhões. São construídos com imãs permanentes de terras raras (liga de neodímio ferro - boro) de altíssima intensidade magnética e b-se de tal forma que permite também o levantamento de peças cilíndricas, tais como tubos, cilindros, eixos, entre outros componentes. Possui trava de segurança que impede o destravamento acidental da alavanca e tem coeficiente de segurança de 3x. A tabela abaixo
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A Vitor & Buono comercializa furadeira radial VB-50/1200, que tem bloqueio hidráulico da coluna, guias do braço temperadas e eixo árvore com aplicação de cromo duro. As características técnicas compreendem capacidade de furação de até 50 mm, distância máxima e mínima entre o eixo do mangote e a coluna de 350 e 1.250 mm respectivamente, variação de distância entre o nariz da árvore e a superfície da base de 320 a 1.220 mm, curso vertical do braço radial de 580 mm, curso do cabeçote ao longo do braço de 900 mm, diâmetro da coluna igual a 350 mm, diâmetro do mangote de 79 mm, curso do mangote com 315 mm, sede cônica do mangote cone Morse 5, gama de 25 a 2.000 rpm, 16 velocidades, avan-
ços de 0,04 a 3,2 mm/rotação, dimensões da mesa de 500 x 630 mm, potência do motor principal igual a 3 kW, potência do motor de elevação de 1,5 kW, dimensões totais da máquina iguais a 2.150 x 700 x 2.840 mm e peso total de 3.000 kg. É padrão do equipamento o sistema de iluminação, conjunto de refrigeração, mesa cúbica, parafusos de fundação e ferramentas de ajuste. Vitor & Buono 11 3376 7777 www.vitorbuono.com.br
dando vida aos dados da simulação, transformando os resultados típicos de uma simulação estática em animações totalmente controláveis que intrigam e educam. Plassoft 71 3351 6880 www.plassoft.com
O MAPS-3D, representado pela Plassoft, é um programa de Análise Tridimensional da Moldagem por Injeção para “designers” de produto. O software é capaz de prever a fase de enchimento/compactação dos polímeros, o desempenho dos canais de resfriamento e os empenamentos do produto. Elimina as dispendiosas fases de tentativa e erro, normalmente, incluídas no prazo de produção, além de otimizar o desenho da peça e dos canais, assim como permite selecionar o material (polímero) e as condições de moldagem ideais. O sistema oferece soluções para todas as fases de “design” e fabricação, para melhorar tanto a produtividade como a qualidade da peça. É possível detectar potenciais problemas, tais como enchimentos incompletos, localização indesejável da linha de solda e bolhas de ar. O sistema completo é composto por módulos: Flow - Simulação real a 3D do comportamento do fluxo do polímero fundido durante a fase de enchimento do processo de moldagem; Cool - Simulação real a 3D da transferência de calor do molde durante a fase de resfriamento do processo de moldagem; Warp - Simula os empenamentos e a estabilidade dimensional da peça moldada; Fiber - Simula o comportamento das fibras, na peça final, após a extração. Tem ainda o Studio, que é um módulo de interface de usuário (GUI), para ambiente Windows, que lhe permite ver o molde "por dentro",
O fabricante de sistemas de câmara ® quente INCOE apresenta o novo conjunto Direct-Flow™ Gold® , que são resistências de bico com maior comprimento e proteção axial da fiação elétrica. O novo design reduz o espaço necessário para acomodar a ligação elétrica ao longo do comprimento do bico no molde, uma inovação para melhorar a eficiência e confiabilidade.
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Os motores pneumáticos AirTurbi® neTools da Triaxis fornecem alta velocidade e torque constantes para usinar os mais diversos tipos de materiais de modo rápido, limpo e preciso. São compostos por turbina de baixo atrito, sem engrenagens nem palhetas. A elevada velocidade periférica permite "cortar" ou rebarbar o material. Também são leves e
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potentes com baixíssima vibração, que se traduz em grande estabilidade e proporciona ótimo acabamento superficial. A construção é baseada em apenas duas partes móveis: a turbina patenteada e os rolamentos de cerâmica, refrigerados pelo próprio ar comprimido, permitindo trabalhar em velocidade máxima durante as 24 horas do dia. Essas características permitem operação em alta velocidade (de 25.000 a 90.000 rpm - 0,11 a 1,04 kW de potência transmissível) e baixa manutenção. O sistema é totalmente livre de óleo, sendo os rolamentos de cerâmica lubrificados com graxa. Em função da configuração, o conjunto é silencioso (abaixo de 67 dBA). O batimento no mandril portapinça é de 0,005 mm e a pressão de trabalho de 6,2 bar, permitindo precisão e altíssimo nível de acaba-
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mento. Esse projeto elimina problemas associados aos altos custos dos motores (spindles) de alta frequência eletrônicos ou multiplicadores de velocidade mecânicos (transmissão por engrenagens). O mandril porta-pinça pode ser ER-8 ou ER-11. Ideais para fresamento, polimento, furação, remoção de contornos ou cordões de solda, rebarbação e gravação, em metais ferrosos e não ferrosos, plásticos, madeira, cerâmica e grafite. Como opcional, pode se incorporar freio automático para parar a turbina imediatamente após o corte de conexão direta da mangueira de ar comprimido. Triaxis 11 4361-4977 www.triaxis.ind.br
O porta-cones móvel com puxador, comercializado pela JR Ferramentas, tem um lado com bandejas removíveis e outro com chapa perfurada porta ferramentas. Configurado com quatro rodas de 4", duas fixas e duas giratórias, uma sendo uma com freio, comporta 36 cones ISO 30. As dimensões são de 665 x 800 x 1.170 mm de comprimento, largura e altura respectivamente.
Junior Ferramentas 47 3028-0315 www.juniorferramentas.com.br
A nova linha Poliprática, integra os produtos padronizados Polimold: câmara quente e porta molde agora em um só conjunto, gerando economia, rápida entrega e a garantia de 10 anos. Tudo isso graças ao novo software Polispeed, a grande novidade tecnológica de projetos desenvolvida pela empresa, que com poucas informações gera um projeto de aplicação, com agilidade e precisão. Dentro deste conceito de padronização estão o novo kit single (composto de bucha quente, anel de centragem e controlador de temperatura específico para cada aplicação), solução econômica para injeções de uma cavidade ou sobre canal; a nova bucha Micro Polivalve V25, destinada para injeções valvuladas de difícil acesso como as tampas flip top, proporcionando um perfeito acabamento e uma menor pressão de injeção; a ampliação da linha de porta molde com uma opção específica de montagem para usuários de câmara quente, independente do modelo/marca de sistema escolhido, com os mesmos benefícios de preço e prazo dos padronizados Polimold; e a completa linha de placas lisas do mercado, são duas opções de acabamento e uma infinidade de opções de tamanhos.
Polimold 11 4358-7300 www.polimold.com.br
O Interat ERP, da NPTech, é um programa especialmente desenvolvido para a gestão centralizada do processo de compras, vendas, produção e estoque. Dispõe ainda de um leque de alternativas para a gestão customizada de custos envolvidos
Moldes de Injeção para: • Termoplástico • Alumínio • Ferramentas de Estampo • Dobra • Repuxo
com o processo de fabricação, bem como o controle de entrada de materiais e saída de produtos. O acesso que os usuários dispõem às funções do sistema é totalmente controlado pelo administrador. É multiusuário, sem restrição de número de usuários conectados. Todas as telas podem ser customizadas pelo usuário, limitando ou expandindo as informações conforme a necessidade. Além disso, qualquer dado visualizado pode ser facilmente exportado para uma planilha Microsoft Excel. As funções contidas no sistema são: Cadastros mantém sempre atualizados os dados de clientes, fornecedores, maquinário, equipamentos entre outros; Compras e vendas - processo realizado de forma centralizada, ou seja, a partir de um único local é possível controlar todo o processo de compras e vendas, acompanhando inclusive orçamentos e pedidos concluídos e pendentes, sem duplicação desnecessária de informações. Além disso, orçamentos e pedidos podem ser enviados a clientes e fornecedores através de e-mail, agilizando o processo de compras e vendas; Fluxo de caixa - controle centralizado das contas a pagar e a receber, permitindo que duplicatas originadas de pedidos de venda e de compra passem a compor, de forma automática, o fluxo de caixa da empresa; Movimentação bancária - das contas a pagar e a receber; Planejamento de produção total controle de carga máquina, ou seja, é possível prever e acompanhar minuciosamente as OS (Ordens de Serviço), e agilizar seu processo pro-
Tecnologia da Inovação Em busca de soluções para nossos clientes www.parkfer.com.br Fone/Fax: 47 3467-7727 - parkfer@parkfer.com.br Rua Dorothóvio, 2.260 - Bairro Jardim Sofia CEP 89223-600 - Joinville - Santa Catarina
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dutivo; Ordem de produção - a partir do pedido de venda registrado, automaticamente cria-se uma ordem de produção correspondente, possibilitando o acompanhamento de cada estágio da produção. Por este mesmo mecanismo torna-se possível o acompanhamento da produtividade da linha de fabricação, bem como da produção dos funcionários, dentre outros recursos; Controle de custos completo controle dos custos associados à produção, integrando estoque, custos com pessoal, tempo de máquina e outros; Emissão de nota fiscal eletrônica - faz todas as validações existentes a fim de otimizar o tempo de emissão de uma NFe; Relatórios e estatísticas: dispõe de uma ferramenta denominada Galeria de Relatórios, que centraliza a emissão de relatórios e estatísticas. Uma ampla variedade de relatórios está disponível, abrangendo desde a simples relação inventária como também o acompanhamento de vendas, fluxo
de caixa e estatísticas de produção. Os relatórios emitidos podem ser exportados para diversos formatos adicionais, como por exemplo, extensões PDF ou XLS. NPTech Sistemas 41 3346-8576 www.nptech.com.br
características da gaveta. São fornecidas em barras sem furação e em comprimentos padrões, para serem cortadas de acordo com a necessidade de seu molde. Seus códigos de referência são L1 para faces de contato interno, L2 para face de contato externo, FS sem furação e FG com furação.
A Casa do Ferramenteiro apresenta a linha de Guias Deslizantes Autolubrificantes com uma padronização e materiais selecionados para aplicação em moldes, especialmente em gavetas. As guias permitem melhor deslizamento dos conjuntos móveis, eliminando a necessidade de lubrificação e com isto contribuindo para a redução da frequência de manutenção nos moldes. O modelo de guia em L para fixação lateral das gavetas está disponível em duas versões permitindo a escolha pelo projetista do modelo que melhor se adequar às necessidades do molde e
Casa do Ferramenteiro 47 3027-1019 www.casafer.com.br
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Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais Coordenação de Vendas: (47) 3025-2817 cel. (47) 9964-7117 ferramental@revistaferramental.com.br (11) 3481-5324 cel. (11) 9959-5655 vendas.sp@revistaferramental.com.br
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CLT PRÁTICA: INTERPRETAÇÕES PARA DEPARTAMENTO PESSOAL Gilson Gonçalves Os dias de folga que os empregados têm direito quando eles se casam são dias úteis ou corridos? E os dias da licença paternidade como são contados? Os empregados que ficam de posse de bip ou telefone celular estão à disposição das empresas? As viagens de serviço fora do horário de trabalho devem ser pagas como horas extras? Existe habitualidade na prestação de serviço das diaristas? Elas devem ser registradas como empregada doméstica? Têm direito às férias? Décimo Terceiro? Quando o empregado efetua saque na sua conta do FGTS e posteriormente é dispensado, a multa de 40% deve ser aplicada também sobre o valor sacado? O empregado que sofre acidente de trabalho durante um contrato de experiência faz jus à estabilidade provisória? Também é pago adicional noturno ao empregado que trabalha depois da 5h da manhã? O que caracteriza o “cargo de confiança” para efeito de dispensa de “controle de ponto”? Pois bem, as regras existem, porém, suas interpretações é que se tornam difíceis. Nesta obra, o autor procura usar a experiência de 20 anos de consultoria empresarial mostrando, embaixo de cada um dos artigos da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, como se aplicam tais dispositivos dentro de um departamento de pessoal. O resultado foi uma CLT com artigos “mastigados”, prontos para serem compreendidos e aplicados além de possuir uma rica coletânea de acórdãos e súmulas dos respectivos assuntos. 2010. ISBN 978-85-36228-34-1 www.jurua.com.br
MANUAL PRÁTICO DO FERRAMENTEIRO Editora Hemus Este Manual complementa os aspectos fundamentais da ferramentaria, apresentados pelo Manual Prático do Mecânico de Lauro Salles Cunha. Contém tudo que se deve saber sobre: Escolha, Preparação e Controle de Ferramentas de Corte. Engloba assuntos como afiação de diferentes tipos de ferramentas de corte, estudo de rebolos, controle e reparo de ferramentas, verificação de ferramentas, regulagem, preparação e recuperação de ferramentas. 2005. ISBN 978-85-28905-63-2 www.leopardoeditora.com.br
MANUAL DE TECNOLOGIA METAL MECÂNICA - Tradução da 43ª edição alemã Ulrich Fischer, Roland Gomeringer, Max Heinzler, Roland Kilgus, Friedrich Näher, Stefan Oesterle Este livro é um manual indispensável para quem deseja aprender a trabalhar com metais. Porém, é um estudo muito útil para trabalhos de mestres ou qualificações técnicas e para estudantes universitários em geral. Esta publicação contém dados sobre os seguintes tópicos: matemática básica, ciências básicas, comunicação técnica, aspectos tecnológicos de materiais, elementos de máquinas, padrões, produção tecnológica, técnicas de fabricação (gerenciamento da qualidade; planejamento da produção; usinagem de corte; erosão; separação por cisalhamento; conformação; e união, junção), técnicas de regulação e controle e tecnologia da informação. O livro também pode ser lido diretamente na tela do computador. 2005. ISBN 978-8521204-27-5 www.blucher.com.br
PRODUÇÃO LEAN SIMPLIFICADA Pascal Dennis Este livro sintetiza os conceitos da produção enxuta. O autor conduz o leitor a entender os fundamentos desse sistema de modo sensato, passo a passo, abordando todos os componentes do sistema lean no contexto do sistema de produção enxuta como um todo. A abordagem do autor, prática, simples e direta, faz deste livro um recurso indispensável de primeira mão, acessível a todo operador. O livro é dividido nos seguintes capítulos: O Nascimento da Produção Lean; O Sistema Lean de Produção; Estabilidade; Trabalho Padronizado; Produção Just-in-Time; Jidoka; Envolvimento - O Vento que Enche a Vela; Planejamento Hoshin; e A Cultura de Produção Lean. É complementado ainda com um glossário. 2ª edição. 2008. ISBN 978-8577801-09-1 www.relativa.com.br
ABM ................................................39
Dynamach .......................................50
Plastech ...........................................46
ACIJ .................................................52
Expogestão ......................................21
Polimold ...................................4º capa
Brehauser.........................................53
Fator Sul...........................................15
Schmolz+Bickenbach ................3ª capa
Btomec ..............................................6
GGD .........................................26 e 27
Siemens ....................................2ª capa
Casa do Ferramenteiro......................10
Incoe .................................................4
Sildre ...............................................17
Cimatron .........................................51
Intermach ........................................43
SKF ..................................................23
CIMM ................................................6
Kruth do Brasil ..................................17
Tecnoserv.........................................41
CQB.................................................11
Moldtool..........................................25
Villares ...............................................5
Danly ...............................................36
Parkfer .............................................53
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Divulgação
Paulo Rabello de Castro Economista, Consultor e um dos coordenadores do Movimento Brasil Eficiente contato@brasileficiente.org.br
Com quantos macaquinhos se faz uma boa reforma?
Aprendi com o maior estudioso de planejamento estratégico do Brasil que só se ataca um inimigo muito forte ou um problema muito cabeludo usando-se a tática do “dividir para conquistar”. Luiz Fernando da Silva Pinto, o respeitado professor de Estratégia Empresarial, na Fundação Getúlio Vargas, a que me refiro aqui, avisa que essa lição não é propriamente nova, pois tem sido empregada através dos séculos por grandes mestres da guerra, por dirigentes de nações ou de empresas, para resolver questões complexas e espinhosas. Mas, continua ele, é preciso repetir a mesma lição todos os dias, empregando-a até na vida pessoal, na resolução de conflitos e na condução de relacionamentos difíceis ou estressados. Silva Pinto resume sua aula com a seguinte pergunta, aparentemente jocosa: em quantos macaquinhos pequenos você consegue repartir um gorila ameaçador (o problema grande)?
você questionará: o que ganharão, então, os contribuintes, ao final do dia? Ganharão tempo e dinheiro, economizados das imensas horas gastas hoje dando conta de pagar tantos tributos distintos em cima do mesmo fato gerador. Se o governo fizer uma boa releitura da sua proposta de 2008 (o projeto Mantega-Appy), que bateu na trave e não entrou no gol, e conseguir juntar todas as incidências sobre a circulação de bens e serviços num só ICMS Nacional, compartilhado entre as três esferas de governo, e calculado direitinho de modo a que cada unidade administrativa fique com a mesma arrecadação pré-reforma, teremos avançado de modo extraordinário na direção de um sistema tributário limpo, simples para todos, e também moderno e competitivo, pois a atual selva de impostos está, de fato, matando a capacidade de competir dos produtos nacionais.
Lembrei-me dessa técnica de vencer um grande desafio e de mitigar o tamanho dos obstáculos, ao ouvir que a presidente Dilma pretende atacar a difícil reforma tributária por partes, encaminhando-a ao Congresso em segmentos, a fim de obter aprovações mais rápidas do parlamento brasileiro e colher resultados práticos em menos tempo. Dilma está absolutamente certa nessa abordagem. Porém, há sempre um porém... A lição do mestre Silva Pinto alerta sobre como lidar com os macaquinhos. Não basta dividir um grande problema em pedaços. Dividir não é destroçar ou despedaçar. É essencial saber repartir certo os assuntos a serem atacados em sucessão. Há uma tática de ordenamento dos macaquinhos. E podemos ficar atentos para a quantidade de monos, de todos os tamanhos, que emergirá de uma proposta de reforma fiscal, mesmo que muito bem ordenada, por temas de complexidade crescente.
Em seguida, Dilma pretende fazer outra revolução ao mexer no macaquinho dos encargos sobre a mão de obra nacional, promessa de tantos presidentes e cemitério de inúmeras tentativas infrutíferas. Como conseguir essa façanha? Mais uma vez, não querendo alcançar demais no início da partida, e tendo o bom senso de não mirar alvos errados. Exemplo: o governo quer desonerar o encargo representado pela contribuição do empregador sobre a folha de pagamentos. Como fazer isso sem criar um rombo de R$90 bilhões (esse é o valor da receita anual) ou colocar essa fatura em cima de toda a sociedade? Certo é que o fato gerador deste tributo não pode mais ser a folha, pois distorce o incentivo a se contratar trabalhadores. Mas não dá para desonerar as empresas desse compromisso. Tampouco devemos jogar o encargo para todos, via imposto sobre cheques ou assemelhados. Solução: o encargo do empregador pode migrar da folha de pagamento para a linha da “Geração de Caixa” (Lajida ou Ebitda, em inglês) no balanço das empresas. Dessa forma se dará um incentivo natural ao emprego de mão de obra, e pagarão mais encargos as empresas - de qualquer porte - que, proporcionalmente, estiverem gerando mais caixa, lucrando mais, num dado período. Empresas novas, entrantes, ou empresas em dificuldades, serão ajudadas automaticamente com a desoneração sobre sua mão de obra, criando-se incentivo natural e neutro a que não desempreguem, salvo em último caso.
Uma questão preliminar é determinar, desde logo, se o governo vai lidar com a repartição federativa, ou seja, se vai discutir como se repartem as arrecadações tributárias entre União, Estados e Municípios. Não deveria. Este é um macaco perigoso, que atrapalha todo o resto do grupo. Para começar bem, a proposta é ficarmos com o objetivo de apenas SIMPLIFICAR O ATUAL SISTEMA (veja no site do Movimento Brasil Eficiente, acessando www.brasileficiente.org.br), que mais se parece com um hospício tributário. Devemos garantir a prefeitos e governadores que a simplificação fiscal passará ao largo de mexer com a arrecadação de Estados e Municípios. Mas
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De macaquinho em macaquinho, Dilma pode conseguir driblar o zoológico tributário brasileiro. Tomara!