Revista Ferramental Edição 36

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ANO VII - Nº 36 - JULHO/AGOSTO 2011 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

A importância do cálculo para definir os parâmetros de projeto e produção no forjamento

Conheça as diversas configurações de sistemas de refrigeração para moldes

DESTAQUE



ANO VII - Nº 36 - JULHO/AGOSTO 2011 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

A importância do cálculo para definir os parâmetros de projeto e produção no forjamento

Conheça as diversas configurações de sistemas de refrigeração para moldes

DESTAQUE



Christian Dihlmann Editor

O longo prazo demora, mas chega Obrigado! Esta é a palavra que a equipe da Ferramental expressa aos leitores e anunciantes ao entrar em seu sétimo ano de sucesso. O número sete expressa alguns destaques interessantes. São sete os pecados capitais, mas também são sete as notas musicais e as cores do arco-íris. Sete é o número fatídico para a crise em um casamento. E sabe-se que Deus descansou no sétimo dia. Mas não pretendemos relaxar nem descansar. A hora é de trabalhar. E nossa equipe está totalmente comprometida com você leitor e parceiro comercial. Há alguns dias participei da Expogestão, um dos congressos nacionais que considero da maior importância estratégica para qualquer setor produtivo, pelo conteúdo que fornece e pela rede de relacionamento que fomenta. Na oportunidade assisti a uma palestra de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central do Brasil, que apresentou a teoria da Economia, desenvolvida por ele, sobre ondas de superfície versus correntezas profundas. Explica que ondas de superfície são fatos ou acontecimentos de intensidade alta, porém momentânea, que geram impactos fortes no cenário econômico, mas de pouca consistência e duração. Em cenário nacional, exemplos seriam a variação cambial ou a greve de um setor estratégico. Uma catástrofe natural, como um tsunami, ou uma guerra localizada seriam bons exemplos de onda de superfície mundial. Já as correntezas profundas têm intensidade elevada com impacto “mortal” para o cenário econômico, altíssima densidade e longa duração. Elas representam, para a Economia, as bases sólidas e estruturantes de uma política econômica nacional. Concluiu salientando a necessidade de o Brasil focar nas correntes profundas da Economia, com ações estratégicas, com resultados duradouros. Extrapolando esse raciocínio para a natureza, as ondas superficiais são encontradas em menos de 10% de todo o volume de água no oceano e restritas a parte superior, enquanto as correntezas absorvem todo o restante do

volume de água e agem em níveis profundos. As correntezas são responsáveis por fatores determinantes para o planeta, como alteração de temperatura global e composição da vida marinha. Fiz essa introdução para traçar um paralelo com as ondas superficiais e correntezas profundas dirigidas ao setor ferramenteiro nacional. Várias ações estão sendo trabalhadas, tanto a curto quanto médio e longo prazos. Uma das mais importantes para o futuro do segmento nacional é a criação da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER, que será registrada em julho e cuja posse da diretoria acontecerá no mês de setembro próximo. Essa é uma ação duradoura! Já a elevação do imposto de importação, ocorrida em fevereiro passado, é apenas uma onda de superfície. Ela deverá se dissipar (extinguir) em curto prazo. Administrar uma empresa não é tarefa simples. Um dos pontos mais importantes para que ela possa cumprir seu “papel” é ter dinheiro para honrar os compromissos. Por isso publicamos um artigo que aborda a questão do fluxo de caixa durante a construção de um ferramental. Seguir um modelo similar ao publicado na ficha técnica pode ser o diferencial de sucesso para muitas ferramentarias. Conhecer profundamente as tecnologias disponíveis e, quiçá, as emergentes, também é trabalhoso. Mas fundamental. Dois artigos trazem conhecimento aos leitores. Um complementa o assunto iniciado na edição anterior sobre refrigeração em moldes para injeção de termoplásticos. Outro apresenta os aspectos básicos do forjamento em matriz aberta, ressaltando a importância do cálculo para determinação correta do processo. Para consolidar todo o processo de gestão de uma empresa é necessário desenvolver e afinar a liderança. A seção Gente & Gestão trata dos (novamente) sete pecados capitais de um líder e de como revertê-los para ganhos de toda a equipe. Em Jurídicas, uma nova abordagem sobre a revisão de parcelamentos de débitos junto ao Fisco. Um material consistente para que o empresário possa organizar as bases estruturantes de sua empresa, a tal correnteza profunda, de maneira a garantir a sobrevivência e evolução em um mercado globalizado tão concorrido. Enfim, o sucesso não cai do céu. É fruto de muito trabalho e competência. A ação deve ser imediata e rápida. Para aqueles que insistem que o momento está bom e que só terão concorrência no futuro, coloco mais uma pérola de Henrique Meirelles: “o longo prazo demora, mas chega”. Julho/Agosto 2011

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Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X

13 Forjamento em matriz aberta: aspectos de cálculo O entendimento dos aspectos básicos do forjamento em matriz aberta, principalmente de suas equações, são fundamentais para que o processo resulte em produtos de qualidade e custos adequados.

DIRETORIA Christian Dihlmann – Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Dr. Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Dr. Cristiano V. Ferreira, Dr. Jefferson de Oliveira Gomes, Dr. Moacir Eckhardt, Dr. Rolando Vargas Vallejos

21 O fluxo financeiro na transação comercial de um molde A aplicação das melhores práticas em gestão comercial permite cativar os clientes certos, na quantidade certa, utilizando o preço justo e no menor tempo possível. Algumas etapas são a adequada formalização da transação e o correto entendimento do seu fluxo financeiro, fundamentais para o sucesso da operação comercial.

PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 / 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Vendas Santa Catarina / Paraná Spala Marketing (41) 3027-5565 antonio@spalamkt.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 8877-6857 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br

31 Sistemas de refrigeração para moldes de injeção de termoplásticos - Final Muitas são as configurações de sistemas de refrigeração conhecidas para aplicação em moldes de injeção para termoplásticos. Entretanto, cada uma tem sua aplicação específica que, se bem utilizada, torna a empresa mais competitiva em função da redução do tempo de ciclo e da melhoria da qualidade dos produtos.

Produção gráfica Martin G. Henschel Impressão Impressul Indústria Gráfica Ltda. www.impressul.com.br

A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matériasprimas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC

Seções 6 7 10 12 18 19 27 29 41 48 51 55 57 57 58

Cartas Radar Expressas Conexão www Tecnologia da Informação Dicas do Contador Ficha técnica JuríDICAS Gente & Gestão Índice cumulativo anual Enfoque Eventos Livros Índice de anunciantes Opinião

Foto da capa:

Montagem de ferramenta para estampar. Foto cedida por Taurus Ferramentaria Ltda., de Diadema, SP

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O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br


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Recebi com muita alegria os exemplares da revista Ferramental edição 34 onde foi publicado meu artigo sobre CRM. Aproveito a oportunidade para dar os parabéns a toda equipe pelo excelente trabalho, e participá-los dos vários elogios que recebi hoje! Espero que se sintam lisonjeados por tal profissionalismo que alcançaram. Agradeço, ainda, as gentis palavras escritas à mão por você mais uma vez. Samuel Gonsales - Kayrós - São Paulo, SP A revista Ferramental é muito solicitada em nossa empresa. José Pedro de Andrade - Whirlpool S.A. - Joinville, SC Sou aluno de Engenharia Mecânica da Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente estou fazendo o Trabalho de Conclusão do Curso, sendo o tema escolhido "Torno CNC portátil". Estarei, junto ao meu grupo, criando o projeto e a confecção do mesmo. Lendo sobre a linha de atuação da revista Ferramental, gostaria de saber se vocês têm algum artigo relacionado com o tema, que possa ser disponibilizado para o desenvolvimento de nosso trabalho. Rafael Freire de Oliveira - Universidade Mackenzie - São Paulo, SP Acabei de receber os exemplares da revista Ferramental. A equipe está de parabéns porque se trata de um material excelente, seja pelo conteúdo, pela qualidade gráfica, pelo mix de assuntos técnicos e gerenciais abordados ao longo da publicação. Vou guardá-las, com muito carinho, junto ao meu arquivo pessoal. Um grande abraço, sucesso contínuo e crescente para a Ferramental. Parabéns!!! Humberto Lago - Prosperus - Curitiba, PR Estamos precisando de um formulário para avaliação de fornecedores de ferramentaria, no que diz respeito a prazo, qualidade, parque de máquinas, entre outras informações. Por acaso você conhece algum tipo de formulário parecido? Caso tenha algum documento, por favor, envie para nós. Emerson R. Lima - Delphi Automotive - Jambeiro, SP Informamos que o formulário solicitado foi publicado na edição Nº 3, novembro-

/dezembro 2005 e remetemos o arquivo PDF para o leitor .

Li o artigo da revista Ferramental Ano VI - N° 30 Julho/Agosto 2010 sobre Oxinitrocarbonetação aplicada a componentes de moldes e matrizes. É possível enviar este artigo em PDF? Bruno Ferrari - Usitim Usinagem - Timbó, SC Parabéns novamente pelo alto nível de qualidade do conteúdo da Ferramental, em especial desta última no seu artigo Elevando o padrão, do Humberto C. Lago, que muitos executivos deveriam ler, refletir e aplicar na prática do dia-a-dia! Demétrio Eremeeff - Dima Consultoria Empresarial - Joinville, SC Agradecemos os contatos de: Paulo César C. Lindgren CEPROM Unicamp - Campinas, SP Lírio Schaeffer UFRGS - Porto Alegre, RS Diogo Coletto Pfeifer Labsolda/UFSC - Florianópolis, SC Vinicius Martins IFSul - Instituto Federal de Educação - Sapucaia do Sul, RS Abelar Fernandes Balieiro Whirlpool S.A. - Rio Claro, SP Celma de Souza Silvestre Ribeiro Ferramentaria - Joinville, SC Fabiana Lima Thermofar Resistências Industriais - Farroupilha, RS Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.

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Como saber se um empreendimento dará certo

Você quer mesmo saber se o seu empreendimento é promissor? Se ele é capaz de romper com o círculo repetitivo da sobrevivência e tirar partido de todas as suas possibilidades? O jogo da sobrevivência é muito conhecido. Está no imediatismo e na busca obsessiva por resultados no curto prazo. Está em ganhar, ganhar, ganhar e essa obsessão cria uma miopia diante das oportunidades, da ética e do melhor futuro. É claro que não era para ser assim. Todo empreendedor sonha com um negócio que possa trazer independência profissional, viabilização financeira, enfim, ganhar algum dinheiro com o que gosta de fazer e destacar-se na multidão. Um negócio próspero depende de uma visão mais ampla e sistêmica ao contrário de uma visão reduzida e condicionada ao fluxo de caixa. Essa visão mais ampla e sistêmica permite enxergar toda a teia formada pelos vários agentes que ali interagem e contribuem. Vamos denominar essa teia de holograma de mercado. Antes de prosseguir, vamos juntos criar uma imagem do que seja esse tal holograma de mercado. Imagine uma estrela de cinco pontas formada por: fornecedores, clientes, colaboradores, investidores, empresários. Imagine agora o seu empreendimento no centro da estrela interagindo com todos os demais agentes em uma relação de interdependência e de auto-reforço. Responda: essas relações são saudáveis? Estão alicerçadas na confiança? A verdade é a regra? Um bom empreendimento deveria conseguir uma relação de equilíbrio com todos os demais agentes. Tal equilíbrio é também denominado de homeostase, em que todos os agentes interagem numa produtiva relação de auto-sustentação e apoio. É como duas crianças brincando de gangorra onde uma facilita o impulso da outra por meio do próprio peso. Existe esforço em demasia em grande parte das empresas. Isso é decorrente das dificuldades que elas possuem em estabelecer uma relação de equilíbrio entre os vários agentes. A ganância, a obsessão pelo ganho fácil, o imediatismo, a prioridade pelo lucro, o oportunismo sem ética, a relação ganha/perde rompem com o processo de homeostase fazendo com que os empreendimentos percam forças de sustentação no médio e longo prazo. Vamos detalhar o que ocorre e como poderiam ser as diversas relações para que um empreendimento se sustente no curto prazo e se desenvolva no médio e longo prazo. Relação com fornecedores Um empreendimento é um grande processo que se

Por Roberto Adami Tranjan roberto.tranjan@cempre.net

inicia em uma demanda declarada pelo cliente e termina na satisfação dessa demanda. Pois bem! Para que seja bem sucedido, é necessário que esse processo seja munido por recursos de vários tipos: matérias-primas, materiais secundários, acessórios. O produto final que irá satisfazer as necessidades dos clientes depende desses insumos. É fundamental que esses parceiros, os fornecedores, sejam tratados adequadamente numa relação ganha-ganha. A relação não deve restringir-se às questões comerciais mas deve estender-se à troca de conhecimentos e sustentada por uma boa relação de confiança. Não é como normalmente ocorre. A falta de visão sistêmica sobre o que produz resultado faz com que muitos fornecedores sejam esmagados em suas condições de fornecimento. Querer ganhar sobre a fonte de suprimentos é obstruir o fluxo de desenvolvimento do empreendimento. Relação com concorrentes Concorrente é uma coisa, rival é outra. Quando o concorrente é compreendido como rival, estabelece-se um duelo. Essa disputa acaba despendendo mais energia do que devia. É comum equipes inteiras estarem mais preocupadas em combater seus rivais do que em satisfazer os seus clientes. Com isso, canalizam as atenções, os esforços, os tempos e as competências para o alvo errado. Concorrentes servem como referência para que melhor possam ser compreendidas as diversas forças existentes no mercado, bem como os nichos de oportunidades. Adotando a visão sistêmica é possível compreender que um concorrente pode se transformar em um parceiro, gerando uma união sinérgica de competências, cujo resultado final é o melhor para o cliente. Roberto Adami Tranjan

Relação com clientes Tudo bem que o cliente tenha sido descoberto nessa década passada e muitos são os discursos pró-clientes. É também verdade que a atenção e o relacionamento com clientes têm melhorado muito princi-

• Roberto Adami Tranjan é um inovador em modelos de gestão que usa como instrumentos a sua habilidade e experiência de pesquisador, escritor, educador, consultor e conferencista. Em resposta às novas necessidades das pessoas e dos mercados na era do conhecimento, idealizou a Metanóia com o objetivo de criar empresas éticas, humanas e prósperas. Autor dos livros Rico de Verdade (2008), Pegadas (2005), Metanóia (2002), Não durma no ponto (1999) e A empresa de corpo, mente e alma (1997). Julho/Agosto 2011

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palmente em setores econômicos mais concorridos. Mas, para um grande número de empresas, cliente é o mesmo que faturamento. Sendo essa a mentalidade, muitos contrasensos são cometidos para que a meta possa ser atingida no final de um período. Esses contra-sensos, na forma de blefes e vantagens escusas, comprometem uma relação mais duradoura embora possa trazer vantagens no curto prazo.

timentos. Até aí, tudo bem. Mas, em uma relação de equilíbrio, os investidores deveriam proporcionar mais do que o capital investido e os empreendimentos deveriam oferecer a eles mais do que o retorno sobre esse capital. Os investidores deveriam estar preocupados na contribuição que o seu capital pode dar à sociedade e os empreendimentos deveriam proporcionar sentimentos de orgulho para aqueles que contribuíram com soluções de problemas para a comunidade.

Relação com colaboradores Se todo o trabalho é feito pelos funcionários e todo o sucesso do empreendimento depende deles, é difícil compreender como boa parte das empresas não consegue tratálos como parceiros. É comum serem tratados como custos variáveis, em relações efêmeras, de baixa confiança e submetidos ao poder e ao controle de sistemas organizacionais cerceadores. Modelos autoritários de liderança afetam o processo de homeostase e de equilíbrio. O custo disso tudo está no baixo nível de comprometimento e do baixo engajamento para enfrentar as mudanças necessárias e os melhores desafios.

Relação com empresários De todos, os empresários têm o poder maior em fazer com que os diversos agentes possam viver em uma relação de troca nutritiva, apoio recíproco e reforço mútuo. Cabe a eles, a partir de uma visão sistêmica, harmonizar os mais diversos interesses em prol do ganho comum. Se trocarem a visão de sobrevivência pela visão de possibilidades, verão que a escassez dará lugar à abundância, a competitividade dará lugar à colaboração, a confiança subsituirá o controle e a repetição dará espaço à inovação.

Relação com investidores Os investidores querem retorno sobre os seus inves-

Está aí o caminho para empreendimentos feitos para durar.

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O portal Rede Empresas é um sistema desenvolvido pelo SEBRAE para facilitar a participação de Micro e Pequenas Empresas (MPEs) em processos de compras de caráter público ou privado de forma segura, interativa, contratual e em tempo real através de pregões eletrônicos, compras eletrônicas e cotações eletrônicas, para aquisição de bens e serviços com o máximo de economia. Com esta iniciativa, o SEBRAE espera inserir as MPEs na cadeia de fornecimento das médias e grandes empresas, bem como na cadeia de fornecimento das estruturas de governo Estadual e Municipais em consonância com o que estabelece a Lei das MPE, com segurança e confiabilidade em um ambiente eletrônico robusto e exclusivo. O sistema Rede Empresas utiliza interfaces diferenciadas e customizadas de acordo com cada perfil de participante: comprador, fornecedor coordenador e público em geral. Os benefícios para quem vende incluem: participação no processo de venda sem a necessidade de deslocamentos; redução de custos; segurança, agilidade e modernidade; vendas em lotes maiores pela organização da demanda; ganho logístico pela regionalização de ofertas e distribuição; menor custo de atendimento do mercado na prospecção, negociação e manutenção de clientes; adoção de um canal de venda sem intermediação, mas com grande capacidade de estreitamento de relacionamento comercial e conhecimento do cliente final; capacidade de expansão da área de atuação comercial em face da não necessidade de representantes ou intermediadores de negócios; e acompanhamento on-line da evolução dos processos e negociações eletrônicas. Já para quem compra, os benefícios são: garantia de transparência; agilidade na aquisição de produtos e serviços; segurança; otimização de recur-

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sos; realização de cotações/registro de preços; interação dos sistemas; redução de custos aos fornecedores, impactando diretamente os preços ofertados; menor custo nos processos de compra, principalmente em comunicação; mais opções de produtos e fornecedores, com fácil acesso e consulta, pela organização das opções de compra; e registro digital com histórico dos processos e ações realizadas no sistema. Com esse produto o SEBRAE tem os seguintes objetivos específicos: inserir as MPEs na cadeia de fornecimento das médias e grandes empresas; inserir as MPEs na cadeia de fornecimento das estruturas de governo Estadual e Municipais em consonância com o que estabelece a Lei das MPE; promover a integração de fornecimento e compra entre as diversas cadeias produtivas e arranjos produtivos locais - APLs; desenvolver MPEs fornecedoras através da identificação de nichos e capacitação para o atendimento das demandas; ampliar a articulação e integração das MPEs pertencentes a arranjos e setores atendidos pelo SEBRAE de modo a que estas possam cooperar no atendimento da demanda existente neste novo canal de venda e negócios; e demonstrar as médias e grandes empresas a importância, viabilidade e vantagem competitiva de manter MPEs inseridas nas suas cadeias de fornecimento e compras. SEBRAE 0300 789 1502 www.redeempresas.com.br

A Semana do Ferramenteiro, comemorada de 30 de maio a 4 de junho, foi uma iniciativa do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria - NUFERJ da Associação Empresarial de Joinville ACIJ, e reuniu profissionais da área na sede da entidade e no fórum realizado na Sociedade Esportiva e Recreativa (SER) Tigre. Além da homenagem ao Dia Municipal do Ferramenteiro, o último dia 31 foi marcado pelo aniversário de 18 anos do Núcleo, pioneiro no Brasil em sua área. De acordo com Dárceo Schulz, presidente do Núcleo na gestão 2010/2011, o even-


to é de extrema importância para a economia da cidade devido ao posicionamento do núcleo frente ao processo de desindustrialização. “Em se tratando de economia global, buscamos incentivar as atividades do ramo em função das grandes ondas da concorrência externa, principalmente dos tigres asiáticos”, enfatiza. Joinville é hoje o maior pólo de produção de ferramentais do Estado e abriga a sede da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER. A semana teve início com o projeto “Oficina do Conhecimento”, que levou informação aos alunos do 9º ano do ensino fundamental de 10 escolas nas regiões periféricas de Joinville. Em parceria com a Fundação Municipal Albano Schmidt - Fundamas a iniciativa mostrou o que é a Ferramentaria, as oportunidades dentro do segmento, o futuro promissor e a formação profissional. Um painel sobre qualificação da mão de obra reuniu escolas profissionalizantes da cidade em uma parceria com o Núcleo de Escolas da ACIJ. Para finalizar a programação, foi realizado o 15º Fórum de Usinagem e Ferramentaria da ACIJ. Para capacitar, motivar e integrar os participantes e reforçar a imagem do núcleo e dos parceiros, o fórum teve duas palestras: a primeira, “A alta produtividade em uma Ferramentaria”; e a segunda, "Motivar-se para motivar". O fórum reuniu cerca de 50 participantes e contou com o apoio do SEBRAE, Projeto Empreender, Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina - FACISC e Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - CACB. Nuferj 47 3461 3333 www.acij.com.br/nucleo/usinagemeferramentaria

Este ano o congresso Autodesk University retorna do hotel Venetian, em Las Vegas, e será realizado de 29 de novembro a 1 de dezembro. Será um encontro com participantes de todo o mundo. Os principais objetivos do evento são: aprender técnicas para usar de imediato no trabalho; conhecer o que e como a concorrência está fazendo; espiar o futuro e contribuir no desenvolvimento de novos produtos Autodesk; visitar as empresas de vanguarda no salão de exposições; aumentar a rede de contatos comerciais; encontrar empresas com competências complementares ou colegas com experiência necessária; e vivenciar algumas práticas em laboratórios. Para quem é responsável por manter a empresa de projetos trabalhando de maneira eficaz, controlando custos e motivando pessoas, é importante chegar mais cedo e participar na Conferência de Gerenciamento da Tecnologia de Projetos que ocorrerá em 28 de novembro. Autodesk 11 5501 2500 www.autodesk.com.br

A missão empresarial à Euromold (Feira Internacional de Moldes, Ferramentas, Design e Desenvolvimento de Produtos) será realizada de 26/11 a 04/12/2010. A feira será em Frankfurt, na Alemanha. A organização está a cargo da Fundação Empreender - FE junto com o Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da Associação Empresarial de Joinville - ACIJ, e tem o objetivo de conhecer novas tecnologias, articular contatos comerciais e fortalecer o setor nacional de ferramentarias. Além do amplo leque de informações disponíveis na feira sobre projeto de ferramentas, tecnologias de fabricação, controle dimensional e de produção, prototipagem, tratamentos térmicos e superficiais, materiais, simulação e garantia da qualidade, as visitas técnicas à empresas do setor ferramenteiro alemão contribuem para agregar ainda mais conhecimento aos empresários brasileiros. A intenção dos organizadores é tornar essa forma de aquisição de tecnologias e ampliação da rede de relacionaJulho/Agosto 2011

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mento uma ação constante no país. A missão é acompanhada de intérprete para que o participante possa extrair o máximo de informações na viagem. Fundação Empreender 47 3461 3355 administrativo@fe.org.br

www.fe.org.br

Além de exposição e negócios, a Plastech Brasil 2011, que será realizada de 16 a 19 de agosto em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, irá trazer conhecimento para o segmento plástico. Durante a feira ocorrerá uma palestra especial com convidado de renome nacional. Além disso, será lançado o 1º Painel Plastech Brasil, como forma de reunir consultores, empresários e acadêmicos para debater temas relevantes e atuais do setor. Durante o evento será realizado também um curso, da mais alta importância para o segmento, sobre “Segurança em Máquinas Injetoras”, ministrado pelos instrutores da Fundacentro. Paralelamente a estes eventos, os auditórios estarão disponíveis para que os expositores, através de agen-

damento prévio, possam realizar suas palestras técnicas a convidados. Para a terceira edição a expectativa da organização é de superar os 400 expositores, para um público de 25.000 visitantes qualificados, com a presença de empresários, técnicos, administradores, compradores, estudantes e entidades de classe ligadas aos setores de: matérias-primas e produtos básicos; máquinas, equipamentos e acessórios; moldes e ferramentas; instrumentos, controle e automação; transformadores de plástico; serviços e projetos técnicos; publicações técnicas; entidades empresariais e; instituições de ensino. Plastech 54 3228 1251 www.plastechbrasil.com.br

A Villares Metals acaba de ser recertificada e classificada como Fornecedor com Mérito (Supplier Merit) pela Auditoria Nadcap nos processos de tratamento térmico de acordo com o SAE Aerospace Standard AS7003. Concedida pelo PRI - Performance Re-

view Institute, que é afiliado à SAE Internacional (Sociedade Americana de Engenharia), a recertificação inclui o processo de tratamento térmico de laminados e forjados, o departamento de pirometria e parte dos laboratórios físico e metalográfico da empresa. Em breve outra auditoria Nadcap será realizada na Villares Metals, desta vez para recertificação do processo de exame por ultrassom para laminados e forjados. A aprovação desses processos segundo as normas Nadcap, que seguem critérios extremamente rígidos fixados pela indústria aeroespacial e de defesa, abre novos horizontes para a entrada dos aços da empresa neste mercado tão exigente e comprova a capacitação técnica da sua equipe. O Nadcap (National Aerospace and Defense Contractors Accreditation Program) é um programa global para estabelecimento de padrões para engenharia aeronáutica e de defesa criado em 1990 pela SAE Internacional. Villares Metals 0800 707 0577 www.villaresmetals.com.br

CONEXÃO WWW Cenofisco - Centro de Orientação Fiscal é uma empresa especializada na divulgação de informações tributárias. Oferece aos assinantes produtos na rede, impressos, em CD-Rom, cursos e livraria. O BD on-line reúne toda a legislação federal, estadual e municipal, apresentada de forma simples e didática, permitindo realizar pesquisas de atos legais por número e por assunto e acesso a legislação atualizada diariamente. Contempla a legislação específica do FGTS, segurança e saúde no trabalho, PIS/PASEP e jurisprudência para o entendimento das questões trabalhistas e previdenciárias. Contém artigos e orientações sobre o Imposto de Renda e contribuições (COFINS, CSLL) e legislação relacionada. Informa e esclarece sobre ICMS, IPI, ISS e outros temas, e apresenta legislação atualizada e interpretada, comentários, jurisprudência e dedica parte das questões ao comércio exterior. Publica balanços comentados, legislação e orientações sobre o Direito Comercial e Societário. Traz também os índices econômicos. www.cenofisco.com.br A Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para Couros, Calçados e Afins - Abrameq surgiu em 1992, reunindo um setor que atualmente é formado principalmente por pequenas empresas. A missão da entidade é de exercer a representação da indústria brasileira de máquinas e equipamentos para estes setores, promovendo a sua união, desenvolvimento e sua inserção sustentada no mercado nacional e internacional. Os valores e crenças são baseados em justiça nas decisões, transparência nas atitudes e ética como princípio; no compromisso fundamental pela defesa dos interesses comuns do setor; e na busca contínua do conhecimento e da informação visando a vantagem competitiva setorial. No site apresenta calendário de feiras e eventos, links, além de oportunidades de negócio. O arquivo gráfico do selo By Brasil, elemento de extrema importância na consolidação do setor no mercado internacional, está disponível para download. www.abrameq.com.br

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GIANPAULO ALVES MEDEIROS - gianpaulo.medeiros@ufrgs.br LÍRIO SCHAEFFER - schaefer@ufrgs.br

Forjamento em matriz aberta: aspectos de cálculo

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entendimento dos aspectos básicos do forjamento em matriz aberta, principalmente de suas equações, são fundamentais para que o processo resulte em produtos de qualidade e custos adequados.

Figura 1 - Forjamento em matriz aberta de eixos de grande dimensão [3]

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Aerogerador: gerador elétrico integrado ao eixo de um cata-vento que converte energia eólica em energia elétrica. É um equipamento que tem se popularizado rapidamente por ser uma fonte de energia renovável e não poluente. 2 MW: unidade de Megawatts. Mega (M) é um prefixo do Sistema Internacional de Unidades (SI) que indica que a unidade padrão foi multiplicada por um milhão. Adotado em 1960, o prefixo vem do grego μέγας e significa grande. Watt (W) é a unidade de potência do SI. É equivalente a um joule por segundo (1 J/s). A unidade do Watt recebeu o nome de James Watt pelas suas contribuições para o desenvolvimento do motor a vapor. Julho/Agosto 2011

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h jh = ln . h1 0

Equação 6

b jb = ln . b1 0 l jl = ln . l1 0 Figura 2 - Eixos maciços semiacabados [3]

V

j = hf

F = Ad .kw

Equação 1

Equação 7

b0 - largura inicial da geratriz (mm) b1 - largura da barra após deformação (mm) h0 - altura inicial do bloco (geratriz) (mm) h1 - altura do bloco após deformação (mm) Sb - largura de contato matriz-peça, denominado de avanço ou mordida (mm) Sb1 - alargamento final (mm) B - largura da ferramenta (mm) F - força de forjamento (N) R - raio da ferramenta (mm) l0 - comprimento inicial da geratriz (mm) l1 - comprimento da barra após a deformação (mm) Vf - velocidade de ferramenta (mm/s) Figura 3 - Relações geométricas em matriz aberta [2]

Ad = Sb . bo para seções retangulares Ad = Sb . do para seções circulares kw = kf . kw = kf .

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Equação 3

b

( 1 + 2m..h1S

kw = kf .

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( 1 + m3 h1S ) h1 4 .d0

b

( 1 – 2m..h1S )

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b

Equação 2

)

jh + jb + jl = 0

Equação 8

b1 = b0 . gs

Equação 9

Sb1 = b0 . g(1 – s)

Equação 10

Equação 4

Equação 5


S=

Sb Sb + b0

Equação 11

h

Equação 12

g = h0 1

Equação 15

V

j = hf i

Figura 4 - (a) Curvas tensão de deformação a 1.000°C e 1.100°C; (b) Curvas tensão de deformação a 900°C [8]

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Figura 7 - Representação esquemática de uma prensa hidráulica e limite de força [1]

Figura 8 - Representação esquemática de uma prensa de manivela e limites de força [1] Figura 6 - Esquema de forjamento feito em três etapas em prensas controladas por capacidade de trabalho ou energia [1]

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Ferramental

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Figura 9 - Esquema de uma prensa de manivela [2]

Equação 16

V

j = hF [S -1]

VF = Vt

1– 1–

h0–h R

2

Equação 17

Gianpaulo Alves Medeiros - Engenheiro de Materiais. Mestrando em engenharia na área de processos de fabricação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Lírio Schaeffer - Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Doutor na área de Conformação Mecânica pela Universidade Técnica de Aachen na Alemanha (Rheinisch-Westfalischen Technischen Hochschule - RWTH). Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) do Centro de Tecnologia da Escola de Engenharia da UFRGS. Pesquisador na área de Mecânica, Metalurgia e Materiais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), professor das disciplinas relacionadas aos processos de fabricação por conformação mecânica e vinculado ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Minas e Energia (PPGEM) da UFRGS. Consultor ad-hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Autor de vários livros sobre conformação mecânica.

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Tecnologia da Informação EDSON PERIN - edson.perin@netpress.com.br

Executivos de negócios precisam entender de leis e TI

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CHRISTIAN DIHLMANN - dihlmann@brturbo.com.br

O fluxo financeiro na transação comercial de um molde

A

aplicação das melhores práticas em gestão comercial permite cativar os clientes certos, na quantidade certa, utilizando o preço justo e no menor tempo possível. Algumas etapas são a adequada formalização da transação e o correto entendimento do seu fluxo financeiro, fundamentais para o sucesso da operação comercial.

Um cliente que demanda a construção de um molde tem uma série de expectativas a partir da geração do negócio “compra do ferramental”. Obviamente que ele quer um molde para produzir a peça desejada, entregue na data especificada e pelo preço ajustado. Do outro lado, o fornecedor também tem expectativas quanto a “venda do ferramental”. Ele quer fornecer ao cliente um produto de qualidade, no tempo certo e com um preço justo que permita lucratividade para o negócio e perpetuação da empresa através da fidelização do cliente. Para que essa expectativa seja alcançada, alguns pontos importantes devem ser avaliados antes da efetiva transação comercial. É necessário pensar detalhes como a forma e as técnicas construtivas do ferramental, que podem ser determinantes na operação do molde

em ciclo de produção ideal. É imprescindível computar todos os custos. Deve ser considerado o material a ser utilizado, os componentes padronizados possíveis de uso para facilitar a rápida substituição futura e os tratamentos térmicos e/ou superficiais mais adequados ao processo de produção. Estrategicamente, avaliar a logística de atendimento a serviços de manutenção para minimizar as perdas de produção quando acontecerem avarias no molde. Enfim, há um grande leque de caminhos críticos. Supondo a fase técnica superada, deve ser dada grande relevância a gestão comercial da transação. Ao adotar as melhores práticas em gestão comercial, é possível, com o custo ideal, buscar os clientes certos, na quantidade ideal, praticando um preço justo e no menor tempo possível. E nessa gestão comercial a negociação precisa ser boa para ambas as partes, o chamado ganha-ganha. Mas o que é uma negociação boa para as partes? É quando o processo da negociação flui adequadamente e os envolvidos sabem transpor os obstáculos com tranquilidade, usam uma linguagem assertiva e não geram estresse desnecessário. A negociação é ainda eficaz quando os envolvidos conseguem explorar todas as alternativas e juntos escolhem àquelas que mais atendem aos interesses de ambas as partes, ou seja, o resultado é o melhor. Se os dois lados estiverem satisfeitos e quiserem continuar a parceria, é sinal que houve uma negociação eficiente, eficaz e efetiva [1]. Julho/Agosto 2011

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Para gerir de maneira eficaz a negociação pactuada é fundamental a formalização das tratativas. MECÂNICA DA CONTRATAÇÃO A mecânica de contratação no fornecimento de ferramentais deve ser observada por ambas as partes envolvidas, cliente e fornecedor. O processo completo da transação comercial envolve uma série de componentes, gerando uma rede complexa de atividades, as quais devem ser previamente pensadas e entendidas. A figura 1 apresenta o fluxo de ações e informações envolvidas no processo como um todo.

Figura 1 - Fluxo de ações e informações em um processo comercial [2]

Especial atenção deve ser dada a etapa de negociação e contratação (orçamento/vendas) da fabricação de um molde, pois ela é decisiva para que a ferramentaria tenha resultado positivo na transação comercial e o negócio possa ser interessante e atrativo para o cliente. São três etapas importantes: a) Elaboração do orçamento/proposta antes da venda; b) Formalização por meio de um contrato de compra e venda do ferramental e; c) Acompanhamento pós-vendas (follow-up1). Essa parte é muito importante para a fidelização do cliente. Visitas regulares aos clientes transmitem a sensação de segurança e confiança no fornecedor. Independente das variações estratégicas empresariais de cada ferramentaria é altamente recomendável que se desenvolva uma planilha de composição dos custos para a correta determinação do preço final do produto/serviço a ser executado. Diversas são as formas de compilar os custos, en22

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tretanto um modelo referência foi publicado na revista Ferramental, edição de número 2, com o objetivo de auxiliar aos empresários ferramenteiros no fácil entendimento dos custos envolvidos em suas empresas. Essa planilha está disponível para os leitores. Também é crucial a formalização de um contrato de compra e venda para regulamentar a transação comercial, de forma a evitar futuros transtornos por falta de entendimento do que foi acordado. Da mesma forma, um modelo referência de contrato foi publicado na revista Ferramental, edição de número 11, que está disponível aos leitores. O processo até essa fase é relativamente bem conhecido e dominado pelos empresários do setor ferramenteiro. Entretanto, o entendimento do fluxo financeiro ainda é nebuloso e merece esclarecimento, o que será feito a seguir. FLUXO FINANCEIRO PARA A PRODUÇÃO Na produção seriada, o fabricante faz todo o investimento com recursos próprios (ou de financiamentos externos) antes da venda. Para o cliente, o pagamento do produto se dá após emissão do documento fiscal e recebimento. Entretanto, na produção sob encomenda, o produto é fabricado conforme uma determinada especificação do cliente. Portanto, este produto não poderá (e não deverá) ser comercializado para outros clientes. Assim sendo, todo o esforço produtivo é dirigido para atender aquela encomenda única. Dessa forma, o investimento deve ser financiado pelo cliente, cujo pagamento se dá durante a execução do projeto até a emissão do documento fiscal e recebimento, gerando o fluxo financeiro necessário ao fabricante. A produção de ferramentais (entre eles os moldes) é claramente uma operação de produção sob encomenda (não seriada). Assim sendo, incorre em algumas características particulares de negociação para as partes envolvidas: Ÿ Cliente: garantia sobre o valor antecipado (carta de fiança, seguro garantia), garantia da entrega, período de garantia do molde, atendimento pós-vendas, cumprimento dos requisitos técnicos, e outros. Ÿ Fornecedor: garantia do valor a receber após entrega do produto (carta de fiança, seguro garantia), riscos dos custos financeiros incidentes ao longo do período 1 Follow-up: do inglês, significa seguir além. É o ato ou uma instância de seguir um evento. O acompanhamento muitas vezes é tão importante quanto o contato inicial na obtenção de novos clientes.


de construção (lead-time2 de construção x preço fechado no início do projeto x incerteza de inflação), garantia de aprovação do molde mesmo em condições de mercado adversas para o cliente (mas com produto tecnicamente aprovado) x período de garantia do molde, e outros. Normalmente, em uma negociação de compra e venda de ferramental, o fluxo de pagamento envolve parcelas na colocação do pedido de compra, na aprovação do projeto de construção do molde pelo cliente, na aquisição dos materiais principais (aços liga e sistemas de aquecimento), em fases específicas da construção, na obtenção da amostra e na entrega definitiva do molde, após faturamento. A figura 2 apresenta o fluxo financeiro de recebimentos praticado normalmente pelo mercado. Esses valores são, de praxe, obtidos a partir da experiência do empresário ferramenteiro e com base em uma planilha de previsão de custos. A figura 3 apresenta

Figura 2 - Fluxo financeiro praticado no mercado para negociação de ferramentais

um modelo de planilha de custo para um molde de $ 100.000,00. Na planilha podem-se identificar as principais etapas bem como os custos incorridos cronologicamente. Em 2 Lead time: é o período entre o início de uma atividade, produtiva ou não, e o seu término.

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de $ 103.616,00, o que significa 3,6% a mais. Esse valor reflete diretamente na lucratividade do negócio. A figura 4 nos mostra a diferença entre os dois fluxos adotados (fluxos com e sem fator de correção monetária).

Figura 3 - Planilha de estimativa de custos ao longo do processo de venda e construção de moldes

casos específicos essa distribuição é sensivelmente alterada, principalmente quando a matéria-prima (por exemplo, em moldes para baldes) ou os sistemas de aquecimento (moldes com câmara quente) têm uma participação excessiva sobre o valor total do molde. A parcela final, em torno de 15%, é comum para que o cliente tenha um “colchão” de pagamento como garantia para fazer uma eventual pressão sobre o fornecedor em caso de não cumprimento do contrato. O fator correção monetária3 A correção monetária para venda parcelada é um fator muitas vezes desconsiderado. O orçamento elaborado para a venda do molde normalmente considera os valores a vista, com preços praticados no mercado naquele momento. Como a construção do molde demanda um período em que, provavelmente, haverá variação de preços dos insumos, salários e, eventualmente, impostos incidentes, o correto é a aplicação de um fator de correção monetária. Como exemplo, vejamos um caso de molde cujo prazo médio de fabricação é de 120 dias, o valor de venda de $ 100.000,00 e que tem um fluxo financeiro conforme apresentado na figura 2. As parcelas contemplariam 20% no pedido (dia zero), 10% no projeto (20º dia), 15% com a aquisição do material (35º dia), 15% com a conclusão da etapa de desbaste dos componentes (60º dia), 15% com a conclusão da etapa de acabamento dos componentes (90º dia), 10% na obtenção das amostras (110º dia) e 15% no faturamento (120º). Considerando uma inflação média de 0,7% ao mês, se não for inserido o fator de correção o recebimento total ao final dos 120 dias será igual ao valor de fechamento, ou seja, $ 100.000,00. Por outro lado, se o fator for incluído, ao final do recebimento ter-se-á um total 24

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Figura 4 - Fluxo financeiro com e sem fator de correção monetária

Considerar este fator não é prática habitual no Brasil, entretanto deve ser levado em conta sob pena de distorcer o resultado esperado ao fim da transação comercial. Proposta atual Após análises feitas em um grupo representativo de ferramentarias brasileiras quanto ao quesito “forma de pagamento”, foi identificada uma variação significativa

Figura 5a - Fluxo financeiro compondo as etapas negocial, projeto e aquisição de matéria-prima

3

Correção monetária: também chamada de atualização monetária, ou seja, um ajuste feito periodicamente de certos valores na Economia tendo em base o valor da inflação de um período, objetivando compensar a perda de valor da moeda.


nesta estratégia, caracterizando um grande descuido com as boas práticas adotadas na Economia e, consequentemente colocando em risco a saúde financeira das empresas. De forma a contribuir na indicação de um caminho a ser adotado pelas ferramentarias, sugerimos a planilha apresentada nas figuras 5a, 5b e 5c, cujo objetivo é mostrar uma metodologia de identificação cronológica

Figura 5c - Fluxo financeiro compondo as etapas de montagem, teste e entrega

Figura 5b - Fluxo financeiro compondo as etapas de fabricação propriamente dita

dos custos incorridos no desenvolvimento de um molde, desde a fase inicial de negociação e cálculo do orçamento, passando pelo projeto e construção, até a execução dos testes e entrega final do molde e permitir que o empresário faça o seu fluxo financeiro para negociar com o cliente final. Seguindo a sugestão, o fluxo financeiro ficará bem distribuído ao longo do período de construção do ferramental, tornando a transação comercial justa para o

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CONCLUSÃO O cuidado com a saúde financeira de uma empresa é fundamental para sua perpetuação, evolução e crescimento. O primeiro passo para garanti-la é a forma de contratação da transação comercial, principalmente na adequada avaliação dos custos de produção bem como na correta distribuição do fluxo de caixa para poder honrar os compromissos. Portanto, muita atenção para esse ponto. Figura 6 - Distribuição dos pagamentos na operação de compra de moldes

fornecedor e confortável e segura para o cliente, como demonstrado na figura 6. Esta planilha também está disponível na seção Ficha Técnica desta edição.

FONTES DE CONSULTA [1] Martins, Vera. Negociação: bom para você, bom para ele. Assertiva Consultores. www.hsm.com.br. 26/06/2011. [2] www.grvsoftware.com.br

Christian Dihlmann - Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Especialização em Administração de Empresas para Engenheiros pela Fundação Educacional da Região de Joinville - FURJ/UNIVILLE. Aperfeiçoamento na área de fabricação de moldes e análise reológica em Portugal e Alemanha. Tem trabalhos publicados em revistas e congressos. Foi durante 6 anos pesquisador do Grupo de Pesquisa e Treinamento em Comando Numérico e Automatização Industrial - GRUCON do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Atualmente é Diretor Comercial da Jung Industrial Ltda. e Diretor/Editor da Revista Ferramental publicada pela Editora Gravo Ltda.

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Parte integrante da revista Ferramental - Nº 36 - Julho/Agosto 2011

Fluxo de caixa na construção de moldes

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FLUXOGRAMA Orçamento

ATIVIDADE Pedido

Contrato VisitaTécnico - Comercial

Parcela $ pedido

Pré-projeto

Análise fluxo

Projeto definitivo

PCP

Aço

Acessórios

Matéria-prima

Fresamento

Torneamento

Retificação

Garantia negócio Mão obra direta (MOD) Máquina (MAQ) Matéria-prima (MP) Mão obra indireta (MOI) Mão obra direta (MOD) Máquina (MAQ) Matéria-prima (MP) Mão obra indireta (MOI) Mão obra direta (MOD) Máquina (MAQ) Matéria-prima (MP) Mão obra indireta (MOI)

TOTAL (%)

TOTAL (R%)

PAGAMENTO

19,0% 0,0% 0,0%

20%

20% Pedido

9%

15 dias

16%

20% 30 dias

12,5%

15% 60 dias

16,5%

15% 90 dias

6,5%

100 dias

2,5%

15% 105 dias

16,6%

15% 120 dias

0,0% 1,0% 7,0% 1,0% 0,0% 1,0% 1,0% 0,0% 15,0% 0,0%

Mão obra direta (MOD)

5,0%

Máquina (MAQ)

7,0%

Furação

Usinagem Eletroerosão Penetração

Eletroerosão a fio

Torneamento

Retificação

0,0%

Mão obra indireta 0,5% (MOI)

Medição

Fresamento

Matéria-prima (MP)

Mão obra direta (MOD)

8,0%

Máquina (MAQ)

8,0%

Furação

Usinagem Eletroerosão Penetração

Eletroerosão a fio

Texturização Medição

Ajustagem

0,0%

Mão obra indireta 0,5% (MOI)

Medição

Polimento

Matéria-prima (MP)

Montagem

Mão obra direta (MOD)

2,5%

Máquina (MAQ)

1,5%

Matéria-prima (MP)

2,0%

Mão obra indireta 0,5% (MOI)

Try-out

Fretes

Controle/Medição

Viagens Amostras

Mão obra direta (MOD)

0,5%

Máquina (MAQ)

0,5%

Matéria-prima (MP)

1,0%

Mão obra indireta 0,5% (MOI) Faturamento

Embalagem

Entrega

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Mão obra direta (MOD)

0,5%

Mão obra indireta 1,0% (MOI) Impostos (IMP)

15,6%

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 36 - Julho/Agosto 2011

EVENTO


GILSON ANTÔNIO DE SOUZA - gilson@shv.adv.br

Da possibilidade de revisão de parcelamentos fiscais

A

s palavras irretratável e irrevogável são muito fortes, mormente quando constantes de processos judiciais, tornando qualquer futura negociação do acordo ora constituído impossível. Essa era a realidade dos contratos de parcelamentos fiscais entre contribuinte e fisco. Entretanto, há uma janela com entendimento do STJ de que esta questão já pode ser discutida.

1

Refis: é um Programa de Recuperação Fiscal instituído pela Medida Provisória Nº 1.923 de 6/10/1999 e posteriormente convertida na Lei Nº 9.964 de 10/4/2000. A finalidade do Programa é promover a regularização dos débitos fiscais e previdenciários da pessoa jurídica. Estão incluídos todos os débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal - SRF, Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN e Instituto Nacional do Seguro Social INSS, exceto os referentes ao Imposto Territorial Rural - ITR. 2 Irretratável: que não se pode retratar ou alterar. Imutável. Não pode ser renegociado. 3 Irrevogável: que não pode ser tornado sem efeito ou anulado ou invalidado. Não pode retornar ao estado anterior. 4 Jurisprudência: ciência do direito e das leis. Conjunto de soluções dadas às questões de direito pelos tribunais superiores. 5 INSS: o Instituto Nacional do Seguro Social é uma autarquia do Governo Federal do Brasil que recebe as contribuições para a manutenção do Regime Geral da Previdência Social, sendo responsável pelo pagamento de aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente, entre outros benefícios previstos em lei [www.wikipedia.com.br]. Julho/Agosto 2011

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SÉRGIO LUIS SILVA - sergioproj@gmail.com FERNANDO ANTÔNIO FORCELLINI - forcellini@deps.ufsc.br RÉGIS KOVACS SCALICE - dep2rks@joinville.udesc.br

Sistemas de refrigeração para moldes de injeção de termoplásticos Final

M

uitas são as configurações de sistemas de refrigeração conhecidas para aplicação em moldes de injeção para termoplásticos. Entretanto, cada uma tem sua aplicação específica que, se bem utilizada, torna a empresa mais competitiva em função da redução do tempo de ciclo e da melhoria da qualidade dos produtos.

Dando sequência ao artigo iniciado na edição anterior, a seguir serão apresentadas as configurações dos sistemas de refrigeração utilizados no moldes para injeção de termoplásticos. Configurações dos sistemas • Furação (circuito em “U”) - o circuito em “U”, de acordo com Cruz (2002), é adotado na refrigeração de cavidades onde o perfil do produto é longo e baixo. Pode ser idealizado de três maneiras de forma a permitir o direcionamento do fluxo do fluido refrigerante, sendo as conexões dos furos realizadas: cruzando-se as furações no interior do molde e aplicando-se tampões de vedação (figura 7A); através de placas de conexão (figura 7B), sendo uma sobreposta à face da placa do molde e a outra embutida na placa do molde; e através da conexão externa por mangueiras (figura 7C). Quando se opta por conexão dos furos através de placas, há necessidade de soldar ou de parafusar as

Figura 7 - Sistema com furação na configuração em “U” (Brito et al, 2004)

placas. Na aplicação de parafusos é requerido o uso de agentes de vedação como O´ring1 ou juntas. • Furação (circuito em “Z”) - Esses sistemas são aplicados na refrigeração de moldes com duas cavidades ou mesmo de cavidade única, quando apresenta uma grande área, conforme figura 8 (Brito et AL, 2004).

Figura 8 - Sistema com furação na configuração em “Z” (Brito et al, 2004)

O desenvolvimento desse tipo de circuito é recomendado para peças que possuam um perfil baixo, em função do grau de complexidade do leiaute2 aplicado na configuração do molde. Para tanto se pode optar entre o emprego de dois tipos de circuitos: a configuração simétrica espelhada (figura 8A) empregada quando se trata de duas peças simétricas (direita e esquerda), adequada na obtenção de um resfriamento mais uniforme dessas peças. O inconveniente desse sistema são as 1 O´ring: é um objeto toroidal com propósito de vedação, geralmente feito de elastômero, embora alguns materiais tais como plástico e metais sejam algumas vezes utilizados (Parker Seal, 1997). 2 Leiaute: derivado do inglês layout. Significa desenho, diagrama, contorno, traçado, plano, esboço (Fürstenau, 2005).

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entradas e saídas que estão em lados opostos do molde. Normalmente o simétrico (figura 8B) é o mais recomendado por ter suas entradas e saídas no mesmo lado do molde. Em ambas as situações as entradas do fluido refrigerante podem ser localizadas “ao centro” com as saídas nos “extremos”, ou vice-versa. Na configuração desses dois tipos de circuitos é necessário que se recorra aos tampões, de forma a criar os desvios de percurso necessários, garantindo a vedação. • Furação (circuito “retangular”) - São aplicados na refrigeração de cavidades que apresentam um perfil na forma retangular (figura 9), podendo as cavidades apresentarem pouca ou muita profundidade.

Figura 9 - Sistema com furação na configuração retangular (Brito et al, 2004)

A profundidade da cavidade está relacionada à altura do produto, ou seja, às cavidades de pouca profundidade, adota-se um único nível para o circuito de refrigeração (figura 9A) e para cavidades mais profundas adota-se um número maior de níveis (figura 9B) (Brito et al, 2004). Quando a configuração apresenta um número maior de níveis, é possível também a adoção de um número maior de entradas e saídas para o fluido refrigerante. Tal fato permite que o tempo de residência dentro dos canais de refrigeração do molde seja menor, logo, o controle da temperatura entre a entrada e a saída do fluido torna-se mais eficiente, possibilitando melhor efetividade na refrigeração da peça. Quanto à distância percorrida pelo fluido, ou seja, a distância entre a entrada e a saída do fluido refrigerante, deve ser a menor possível. • Furação (circuito alternativo para cavidades “circulares”) - Esse tipo de configuração é empregado na refrigeração de peças que apresentam um perfil circular, principalmente em peças que possuem uma grande área com perfil mais alto. Para produtos como baldes, por exemplo, o sentido e a disposição dos furos quanto à posição podem ser trabalhados, tornando-o perpendicular ao furo de entrada do fluido de refrige32

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Figura 10 - Sistema com furação na configuração de circuito alternativo (Brito et al, 2004)

ração (figura 10), podendo ou não ser independentes, dependendo do tamanho do percurso. Esse tipo de circuito permite que os canais possam ser usinados próximos da superfície interna do postiço, ou seja, próximo da superfície da cavidade, conforme representado na figura 10, possibilitando a obtenção de uma melhor efetividade do sistema na refrigeração da peça. Quanto à arquitetura/circuito, dependendo da dimensão da peça, pode ter outra disposição, por exemplo, o oitavado (Provenza, 1993). • Furação em placas com alta condutibilidade térmica (apresentam-se nos circuitos “U” e “Z”) - Esse sistema é aplicado quando a placa cavidade possui muitos postiços, extratores, parafusos e outros componentes (figura 11), não restando espaço suficiente para confecção de canais para circulação do fluido refrigerante (Brito et al, 2004). Nessa situação, a placa de refrigeração somente é atravessada pelos furos dos extratores.

Figura 11 - Sistema com furação em placas de alta condutibilidade térmica (Brito et al, 2004)

• Furação (circuito “usinado direto no postiço”) São implementados nos postiços de tamanho avantajados, tornando-se possível realizar os furos para refrigeração diretamente no próprio postiço (figura 12) (Brito et AL, 2004). Para fechar os furos e direcionar o fluxo do fluido refrigerante, são empregados tampões, que são concebidos de uma liga de baixo ponto de fusão, com a intenção de tornar o sistema de transferência de calor mais eficiente e a superfície da cavidade novamente lisa.


Figura 12 - Sistema com furação usinada diretamente nos postiços (Brito et al, 2004)

Figura 13 - Sistema com furação na configuração inclinada (Brito et al, 2004)

Apresenta a vantagem de não necessitar de pequenos postiços no interior da cavidade e a desvantagem de sempre deixar uma pequena marca no produto que, em certas situações, são indesejáveis, como é o caso de peças transparentes.

em todos os perfis de machos, somente em formas muito peculiares, conforme representado na figura 13, pois dificilmente o circuito acompanhará o perfil do macho e possivelmente a refrigeração não será eficiente (Provenza, 1993).

• Furação (circuito “inclinado”) - Aplicada em machos longos, cujos furos são ligados no topo (figura 13). Esse sistema permite evitar a furação da parede lateral do macho e os defeitos oriundos de possíveis marcas no produto injetado. O grande inconveniente é não poder ser aplicado

• Canal usinado (circuito para cavidade “circular”) - É empregado quando há necessidade de que o canal acompanhe o perfil da peça, ou seja, fique localizado o mais próximo possível das paredes da cavidade (figura 14). Nesse sistema, o canal é usinado no próprio postiço,

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Figura 14 - Sistema com furação na configuração canal usinado para cavidade circular (Brito et al, 2004)

possibilitando que o fluido refrigerante circule de forma eficiente pelo circuito, refrigerando a superfície da cavidade. Quando a peça possui um perfil alto, é necessário trabalhar o número de níveis no macho (figura 9), podendo ou não ser independentes. O inconveniente dessa configuração é a utilização de agentes de vedação (anéis O´ring). Quanto ao percurso do fluido, pode apresentar duas configurações, sendo uma divergente (figura 14A) e uma contínua (figura 14B). Essa escolha está relacionada ao número e distribuição das cavidades no molde. • Canal usinado (circuito “placas de refrigeração”) - Recomendados para cavidades que necessitam de um controle de temperatura individual em cada uma das paredes da cavidade do molde. Nesse sistema, o circuito de refrigeração é usinado na placa de refrigeração (figura 15), que é fixada no molde por meio de solda ou parafusos. No caso de parafusos, há necessidade do emprego de juntas ou anéis O-rings.

Figura 15 - Sistema com furação na configuração canal usinado em placas de refrigeração

É uma configuração pouco utilizada em moldes de injeção. Seu uso se dá principalmente em moldes aplicados na obtenção de peças pelo processo de sopro (Brito et al, 2004). • Canal com usinado (circuito com aplicação de tubos de cobre) - Esse sistema de refrigeração pode ser construído na configuração: “U”; “Z”; circular e retangular. Alternativa aplicada quando os furos de refrigeração cruzam a linha de junção do molde. Para tanto, os postiços são montados em caixas abertas (figura 16). Quanto aos tubos empregados para formarem o circui34

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Figura 16 - Sistema com furação na configuração canal usinado com aplicação de tubos (Brito et al, 2004)

to de refrigeração, necessitam ser flexíveis, permitindo que acompanhe a configuração do circuito “U”, “Z”, circular e retangular, dependendo da necessidade apresentada. As folgas existentes entre o tubo de cobre e a caixa, em função da usinagem dos canais, necessitam ser preenchidas com uma liga de baixo ponto de fusão, o que facilita a transferência de calor. A união das placas do molde envolvidas pode ser realizada por parafusos (Provenza, 1993). • Canal usinado (circuito em “espiral”) - Sistemas aplicados em peças de grandes proporções, como a injeção de baldes e bacias, por exemplo. É aplicado na configuração da cabeça dos machos e no fundo das cavidades que apresentam a forma cilíndrica (figura 17). Quanto ao número de espiras, dependerá da dimensão da peça a ser injetada (Provenza, 1993).

Figura 17 - Sistema com furação na configuração canal usinado em circuito espiral (Brito et al, 2004)

Como inconveniente, o sistema apresenta um aumento relativo no tempo de usinagem desses canais em relação aos demais sistemas. O sistema também pode ser empregado em peças que apresentem o perfil retangular, desde que os canais acompanhem o perfil da peça a ser moldada. • Canal usinado (circuito em “helicoidal”) - Esse sistema é aplicado quando há necessidade de refrigerar as paredes laterais de uma peça. Os canais de refrigeração são usinados sobre um postiço na forma de uma rosca, podendo o helicoidal ser confeccionado com


Figura 18 - Sistema com furação na configuração canal usinado em circuito helicoidal (Brito et al, 2004)

uma entrada ou com mais entradas (figura 18A, B e C). Os números de entradas são definidos em função da necessidade apresentada na refrigeração do produto injetado (Menges, 1993). Na figura 18A representa-se um exemplo aplicado em peças que apresentam um perfil alto e com grandes dimensões (acima dos 50mm de diâmetro, como uma bacia por exemplo). Normalmente, para esse tipo de peça, faz-se necessário complementar com outro sistema, ou seja, associá-lo com um sistema de configuração em espiral (figura 17), o qual permitirá a refrigeração da área que compõe o fundo da peça.

As configurações representadas nas figuras 18B e 18C são recomendadas para machos compridos e com diâmetros de proporções menores que o anterior, podendo variar entre 12 e 50mm. No exemplo da figura 18B, o fluido de refrigeração entra pelo centro do macho e sai pela helicoidal. A figura 18C apresenta um circuito com duas helicoidais, sendo que o fluido entra por uma e sai pela outra helicoidal. Como desvantagem, o sistema tem canais de refrigeração compridos, o que aumenta o tempo de residência do fluido dentro dos canais, logo, o controle da diferença de temperatura entre a entrada e a saída do fluido refrigerante pode ser dificultado, proporcionando menor efetividade do sistema na refrigeração da peça. • Bubbler (circuito em “cascata tubular”) - Esse sistema também é conhecido pela expressão borbulhante (Brito et al, 2004). O sistema Bubbler é composto de um tubo usinado, inserido em uma furação existente no macho. O fluxo do fluido refrigerante passa iniciamente pelo interior do tubo e retorna pela folga existente entre o tubo e o macho, na forma de uma cascata (fi-

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Figura 19 - Sistema com furação na configuração cascata tubular (Brito et al, 2004)

gura 19). Esse tipo de sistema é recomendado quando se deseja levar a refrigeração a algum ponto do molde, onde, pela falta de espaço, não é possível a usinagem de um canal de retorno, permitindo levar e trazer o fluido através de um único furo (Menges, 1993). Nas figuras 19A e 19B representam-se dois exemplos, onde o sistema é empregado para refrigeração do núcleo de um macho. Esse modelo é muito aplicado atualmente em substituição ao sistema do tipo serpentina, devido à sua eficiência na refrigeração, pois apresenta menor percurso na circulação do fluido, através da adoção de um número maior de entradas e saídas. Na figura 19B é apresentado um exemplo onde o sistema fora empregado na placa porta-cavidade, em função da sua pouca espessura, possibilitando o fluxo do fluido (entrada e saída) através de um único furo (Brito et al, 2004). • Baffles (circuito em “cascata por palheta”) - Esse sistema (figura 20) também é conhecido por lâmina separadora ou palheta. É um sistema similar ao Bubbler, tanto no que se refere à sua concepção quanto à sua aplicação. A diferença encontra-se no tipo de separação empregado na furação para que haja possibilidade da circulação do fluido (Brito et al, 2004).

ve estar sempre perpendicular ao furo de passagem, no caso de entrada, obrigando o fluido a subir por uma de suas extremidades e descer pela outra (Menges, 1993). Quanto à fixação das lâminas, pode ser com cabeça rosca (figura 20A) ou somente encaixado na placa (figura 20B). O perfil da palheta pode ser encontrado reto ou torcido em espiral, essa última torna o sistema mais eficiente, devido ao aumento da turbulência formada no interior do circuito. Nota: A figura 21 mostra uma configuração, onde se aplica tanto o sistema Bubbler como o Baffles, no contorno de peças que apresentam grandes proporções, como baldes e banheiras, permitindo a sua localização muito próxima ao perfil da cavidade. É um sistema aplicado em substituição ao tipo serpentina helicoidal, por ter maior eficiência para esse tipo de peças. Pode ser aplicado tanto no macho quanto na placa cavidade.

Figura 21 - Aplicação simultânea das configurações bubbler e baffles (Brito et al, 2004)

• Barra refletora (pino ou inserto condutor de calor) - Essa solução é baseada no princípio da utilização de materiais alternativos que apresentam elevada condutibilidade térmica como as ligas de cobre (ampcoloy 940, cobre-berílio, entre outros). A condutibilidade térmica pode ser de 4 a 10 vezes superior ao do aço usado nas cavidades dos moldes (P203, H134 entre outros). Na figura 22 são mostrados dois exemplos desse sistema.

Figura 22 - Aplicação de barras refletoras e pinos térmicos (Stitz et al, 2002)

Figura 20 - Sistema com furação na configuração cascata por palheta (Brito et al, 2004)

A separação se dá através de uma lâmina que divide a furação em dois canais semicirculares, conforme representado nas figuras 20A e 20B. A lâmina separadora de36

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3 P20: aço ferramenta de baixa liga, com boa usinabilidade e fornecido na condição beneficiado. Apresenta alta polibilidade, sendo possível espelhar as superfícies, próprio para a fabricação de moldes de injeção de plásticos. Quando se desejar maior resistência ao desgaste, pode-se submetê-lo a tratamentos termoquímicos tipo cementação ou nitretação. 4 H13: aço para trabalho a quente ligado ao cromo-molibdênio-vanádio, temperável em óleo ou ar, de excelente tenacidade, alta resistência mecânica e boa resistência ao desgaste em altas temperaturas. Tem boa resistência à fadiga térmica e ótima resistência ao choque térmico e ao amolecimento pelo calor.


Quanto à forma das barras refletoras, podem apresentar secções: cilíndricas, laminares ou quadradas e são determinadas em função da necessidade da aplicação. O sistema é disposto em regiões da cavidade do molde que apresentam difícil acesso, ou seja, não possibilitam a execução de sistemas baseados unicamente no processo de furação, levando-se em consideração que tal princípio, corrobora de modo significante na eficiência da refrigeração de determinadas regiões dos componentes moldados. Na figura 22A verifica-se um exemplo de configuração para o sistema/arquitetura onde os insertos tem contato com o material moldado. Há configurações onde o pino condutor de calor fica embutido no macho, para não ter contato com o material moldado. Em função da dureza dos materiais aplicados no pino térmico, em ambas as configurações, uma das extremidades do pino pode ter contato com fluido refrigerante. Na figura 22B apresenta-se um exemplo de pinos térmicos tipo agulha. Esses tipos de pinos térmicos são recomendados para moldes que possuem alto volume de fluxo e peças de dimensões pequenas (Stitz et al,

2002). O sistema assume a forma de tubos semelhantes a agulhas hipodérmicas, onde líquidos ou gases podem ser introduzidos através delas para atingirem pequenas áreas do molde que requerem resfriamento. • Tubos transferidores de calor - Apresentam-se no formato de pino cilíndrico oco e hermeticamente selado (figura 23). No seu interior encontra-se um circuito fechado de transferência de calor atuando através de um fluido refrigerante, que se encontra em constante movimento, procurando uniformizar a temperatura ao

Figura 23 - Sistemas com tubos transferidores de calor (Stitz et al, 2002)

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longo de todo comprimento do pino térmico, removendo o calor das zonas próximas à peça. A eficiência deste sistema é superior ao uso unicamente de fluido como a água. Como inconveniência há os pinos que não podem ser cortados, ou seja, ajustados a uma altura determinada e, para serem eficientes, necessitam que ¼ do seu comprimento encontre-se banhado em um fluido refrigerante, dessa forma condicionando o projeto do molde em determinadas medidas (Stitz et al, 2002; Brito et al, 2004). Quanto ao funcionamento, dá-se de forma cíclica, conforme apresentado na figura 24. Em uma extremidade encontra-se a fonte de calor (A), onde fluido é valorizado e na sequência desloca-se para a outra extremidade (B), que se encontra mergulhada em um fluido resfriado (C), momento onde o vapor perde calor e condensa voltando à outra extremidade por capilaridade (D). Na sequência o ciclo reinicia.

Dessa forma o gás penetra na porosidade do aço até que o mesmo entre em contato com o material injetado dentro da cavidade do molde. Ao entrar em contato com o material aquecido, evapora e, na sequência, é eliminado pelas saídas de gás constantes no próprio molde. Para tanto o material poroso necessita constituir o macho ou cavidade do molde. • Canais para resfriamento adaptados ao contorno das peças (machos e cavidades) - São sistemas de resfriamento que, em função do princípio construtivo, permitem que os canais sejam desenvolvidos próximos ao contorno da cavidade (figura 26). Essa condição contribui significativamente na homogeneização do campo de temperatura nas cavidades do molde e aumenta as taxas de transferência de calor, comparandose aos canais tratados como convencionais (Stitz et al, 2002; Lima et al, 2004; Cardon, 2008).

Figura 26 - Comparativo entre a eficiência dos tipos de canais (Cardon, 2008)

Figura 24 - Esquema de funcionamento do sistema com tubos transferidores de calor (Brito et al, 2004)

• Refrigeração a gás - É um meio alternativo de refrigeração (figura 25) onde se emprega um gás (normalmente dióxido de carbono ou nitrogênio) como agente refrigerante (Stitz et al, 2002).

Figura 25 - Princípio do resfriamento a gás (Stitz et al, 2002)

O funcionamento desse sistema se dá através da injeção de gás no molde pelo tubo capilar, como pode ser observado na figura 25. O tubo direciona o gás sob pressão até uma câmara onde o gás entra em contato com o elemento metálico poroso (aço Toolvac5). 38

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Os canais desenvolvidos de acordo com o perfil da cavidade podem ser obtidos através do princípio de prototipagem rápida. As cavidades e os machos podem ser obtidos empregando-se processos tais como: aplicação de resinas não-metálicas na zona de moldagem (moldes híbridos) ou de deposição de metais (Selective Laser Sintering - SLS, Selective Laser Melting - SLM, Direct Metal Laser Sintering - DMLS, 3D Printing Technologies). O emprego de resinas não metálicas na zona de moldagem possui propriedades térmicas desfavoráveis, fato que tende a aumentar o ciclo de moldagem da peça injetada (Lima et al, 2004). Na figura 27 apresenta-se um exemplo de molde híbrido, com a localização de tubos de cobre que servirão como canais de refrigeração. O vazamento de uma resina epóxi dá o formato aos insertos com as cavidades do molde. 5 Toolvac: tecnologia, da empresa americana Aga Gas, que permite transferir calor diretamente para a superfície da peça em produção sem o uso dos tradicionais canais de refrigeração. Utiliza núcleos e cavidades de um aço microporoso sinterizado combinado com gás CO2 líquido. A temperatura de superfície da ferramenta é controlada pela evaporação do CO2 líquido e seu transporte através de poros do aço diretamente para a peça. O processo acelera a velocidade de resfriamento e, por consequência, o ciclo de produção.


Figura 27 - Molde híbrido (Cardon, 2008)

Os processos SLS, SLM, DMLS e 3D Printing são tecnologias revolucionárias que produzem peças à base de metal, que são 99,99% densas (sólidas), obtidas diretamente dos dados dos desenhos realizados em 3D. Esses processos, além de vantagens competitivas quanto aos custos de fabricação e prazos de entrega, permitem liberdade de trabalho com a geometria das peças (Kruth et al, 2005; Cardon, 2008 e Osório et al, 2008). Na confecção dos insertos para moldes de injeção, além de ser obtido o perfil da cavidade, são gerados canais de refrigeração embutidos e conformados de acordo com esse perfil. Ou seja, obtêm-se insertos com canais de refrigeração que podem ser aplicados diretamente no molde de injeção, mantendo-se as características térmicas e propriedades mecânicas proveniente dos aços. Na figura 28 é demonstrado um exemplo de inserto com os respectivos canais de refrigeração conformados ao perfil da peça a ser moldada.

po que envolve o ciclo produtivo, também pode ser responsável pelos defeitos encontrados no produto injetado, sejam relacionados ao dimensional ou ao acabamento superficial do produto. Para que o sistema de refrigeração se apresente de forma eficiente durante o processo de produção, é necessário que, durante a atividade de projeto do referido sistema, considerem-se os materiais empregados na construção do molde, o posicionamento dos circuitos de refrigeração e o projeto da peça moldada. Verifica-se também a existência de uma variedade de sistemas/arquiteturas. Condição favorável à escolha e determinação de um ou mais tipos, de forma a atender às necessidades do processo de produção. Considerando-se ainda que, na prática, na maioria dos casos os projetistas de moldes de injeção desenvolvem o projeto do sistema de refrigeração de acordo com a experiência adquirida ou através de projetos similares já executados, deve-se entender que essa forma de trabalho pode levar à fabricação de um molde com baixa eficiência durante a fase de refrigeração que compõe o ciclo produtivo. Essa ineficiência pode ser atribuída ao projeto inadequado do sistema de refrigeração, o que leva a retrabalhos no molde de injeção. A adoção de sistemas/arquiteturas adequados às necessidades do processo (refrigeração do molde) refletese diretamente nas condições de processo, como o fluxo do material no interior do molde, por exemplo. Um sistema de refrigeração dito como adequado proporciona o aumento da produtividade, consequentemente propicia a redução do tempo do ciclo de injeção, a eliminação de defeitos aparentes e a manutenção das propriedades do componente injetado, ou seja, permite às empresas tornarem-se mais competitivas frente a este mercado cada vez mais concorrido.

Figura 28 - Canal de refrigeração no macho próximo ao contorno da peça a ser injetada (Cardon, 2008)

CONCLUSÃO Evidencia-se no estudo que a eficiência do molde de injeção e o processo de produção encontram-se ligados diretamente aos sistemas que o compõem, sendo o de refrigeração um deles. Dessa forma, é importante conhecer os sistemas de refrigeração bem como desenvolver soluções que atendam às necessidades do cliente, quanto ao tempo de ciclo e à qualidade do produto injetado. Quanto ao sistema de refrigeração em si, verifica-se que, além de ser responsável por grande parte do tem-

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Sérgio Luis Silva - Graduado em Design com Habilitação em Projeto de Produto pela Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE e Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Atuando como professor desde 1998, onde desenvolve atividades pedagógicas em instituições de ensino tais como: UNERJ, UFSC, SOCIESC, SENAI e UNIVILLE. Atualmente atua como professor no Centro Universitário - Católica de Santa Catarina no Câmpus Jaraguá do Sul, lecionando as disciplinas de Desenho Técnico I e II, Estruturas e Mecanismos, Materiais e Processos Produtivos; em Design e Processo de Fabricação no curso de Engenharia de Produção. É coordenador do centro profissionalizante da Fundação Municipal Albano Schmidt - FUNDAMAS Unidade Centro Educacional e Social do Aventureiro/Iririú CESAVI. http://lattes.cnpq.br/0480069010814375. Fernando Antônio Forcellini - Engenheiro Mecânico pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, Mestre em Engenharia Mecânica pela UFSC e Doutor em Engenharia Mecânica pela UFSC. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Engenharia Mecânica e de Produção, com ênfase em Desenvolvimento de Produto, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão do processo de desenvolvimento de produto, desenvolvimento de máquinas, processo de projeto, novas tecnologias e modelagem de processos. http://lattes.cnpq.br/6653325962006463. Régis Kovacs Scalice - Engenheiro Mecânico pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Tem pós-doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Chefe de Departamento de Engenharia de Produção e 2° Vicepresidente do Instituto de Gestão de Desenvolvimento de Produtos (IGDP) na gestão 2010-2011. Tem experiência nas áreas de Engenharia Mecânica e de Engenharia de Produção, com ênfase em Desenvolvimento de Produtos, atuando principalmente no desenvolvimento de metodologias de suporte ao projeto de produtos, no projeto de produtos modulares e no projeto para o meio-ambiente. http://lattes.cnpq.br/7242074413250683.

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Paulo César Silveira - Conferencista com mais de 1.750 palestras em sua carreira em 15 anos de profissão. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 500 artigos editados. Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Autor de 18 livros, destacando-se os best-sellers: A Lógica da Venda e Atitude - Virtude dos Prósperos. Sendo ainda um dos autores da Coleção Guia Prático da Revista PEGN e também dos livros Ser+ em Vendas, Ser+ com T&D e Ser+ com Palestrantes Campeões em parceria com a Revista Ser Mais. Seu trabalho corporativo se baseia no treinamento mundial de vendas mais agressivo do mundo: Buyer Focused Selling e nos principais métodos de compras mundiais, principalmente as metodologias BATNA, PAC e no método de liderança TGE. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP e UFRGS. Palestrante indicado pela FACISC, ADVB e FIESP nas áreas de vendas consultivas, vendas técnicas e comunicação com base em liderança. Site www.paulosilveira.com.br

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Arrola os tópicos abordados nos fascículos 30 a 35 (julho/agosto de 2010 a maio/junho de 2011), classificados em quatro grupos: gestão, memórias, tecnologia e fichas técnicas. Os artigos estão disponíveis em formato PDF e podem ser solicitados pelo e-mail ferramental@revistaferramental.com.br


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Fabricado pela Manrod, a máquina multifuncional (micro torno, furadeira e fresadora) MR 2001 é um equipamento de bancada indicado para trabalho em peças pequenas e com materiais de fácil usinagem. As características técnicas desta micro furadeira-fresadora incorporam capacidade máxima de furação-fresamento de 10 mm de diâmetro, curso de 30 mm, encaixe do eixo árvore padrão CM2, curso do cabeçote de 230 mm, distância do centro do eixo árvore até a coluna igual a 140 mm, inclinação da coluna de 45º (direita + esquerda), rasgo T de 8 mm e velocidade, na baixa, de 100 a 1 rpm (± 10%) e na alta de 100 a 2.000 rpm (± 10%) – com transmissão engrenada. Seu motor tem potência de operação de 150 Watts ou 1/5 HP, alimentado com tensão monofásica de 220V (60Hz). O conjunto pesa 57 kg e tem dimensões máximas de 620 x 330 x 570 mm. Acompanha acessórios padrão: mandril (1 a 10mm) com chave, haste cônica CM2 roscada, varão roscado, chave fixa, chave de gancho, manípulo de acionamento com parafuso e pino trava. Opcionalmente pode vir com conjunto de engrenagens e versão em polegada sob encomenda. Complementando o conjunto, o micro torno oferece as seguintes características técnicas: distância máxima entre centros de 250mm; diâmetro máximo sobre o barramento igual a 140mm; largura do barramento de 70mm; diâmetro de passagem do eixo-árvore de 10mm; encaixe do eixo-árvore padrão CM2; encaixe do mangote padrão CM1; curso transversal de 50mm; velocidade de 100 a 2.000 rpm (± 10%); controle de velocidade via potenciômetro e; roscas métricas com passo entre 0,5 e 1,25 mm. Possui ainda sistema de desligamento automático (em caso

de sobrecarga), botão de parada de emergência e acrílico de proteção (protege o usuário contra cavacos). Utiliza o mesmo motor do conjunto furadeira-fresadora e acompanha placa de 80 mm, com 3 castanhas para fixação externa. Os acessórios padrão compreendem: chave “T”para a placa; castanhas para fixação interna; chave de gancho; ponta fixa CM1; Jogo chaves Allen; chave fixa; almotolia; manípulos de acionamento com parafusos; proteção traseira contra cavacos; porcas com encaixe “T” de 8mm e; fusível sobressalente. Manrod 11 2093-6633 www.manrod.com.br

As linhas de extrusão da Perfilpolimer, destinadas para fabricação de tubos em PVC, proporcionam produtividade e alta qualidade de plastificação do produto, graças aos constantes avanços tecnológicos dos equipamentos. As linhas de fabricação destinadas para esta aplicação estão disponíveis em extrusoras mono rosca 60, 75 e 90 mm e dupla rosca de 65, 75 e 90 mm. Os periféricos disponíveis para a aplicação são controlados pelo CLP (controlador lógico programável) da exJulho/Agosto 2011

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trusora, a saber: ferramenta e conjunto de calibração; banheira para calibração à vácuo de 6 metros; banheira de refrigeração por spray com 6 metros de comprimento, usando uma ou duas conforme a capacidade da extrusora; impressora para tubos; puxador tipo Caterpillar; serra automática; mesa de coleta de tubos; conformadora de bolsa em tubos; unidade de água gelada e; alimentador automático. Perfilpolimer Gravaplast 47 3427-1299 www.perfilpolimer.com.br

Com força de fechamento de 22 toneladas, a injetora para Zamak, modelo LM-300, da fabricante gaúcha Lalos, tem capacidade de injeção de 400 g de material. Conta ainda com controle de velocidade de fechamento, controle de velocidade de injeção, bloco hidráulico com saída para porta-molde com gavetas hidráulicas, extração hidráulica e sistema de fechamento

engrenado. O painel de comando permite acionamentos manuais e automáticos e a programação de ciclos da máquina é feita por meio de CLP. Trabalha com pressão do sistema hidráulico de 100 bar e o consumo de energia é dado pelo forno de 20 kW trifásico e pelo motor da máquina que oferta 10 kW. Vem equipada com bico de injeção e sifão com resistência, ancoragem hidráulica e motor para aproximação de platô. A altura mínima de molde é de 140 mm e a máxima de 250 mm. Lalos Indústria Metalúrgica 51 3587-1578 www.lalos.com.br

A Ribeiro Plásticos iniciou atividades na prestação de serviço de injeção (try-out e produção seriada). A empresa investiu em máquinas para o atendimento da demanda de médio e grande porte, contando em seu parque fabril com injetora LGH-2500M Marca LS que comporta dimensões de 1.810 x 1.610 mm entre colunas, força de fechamento de 2.500 toneladas e curso de abertura igual a 2.700 mm e injetora LGH-1300S Marca LS com entre colunas de 1.400 x 1.400 mm, força de fechamento de 1.300 toneladas e curso de abertura de até 1.800 mm.

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dos pela italiana Ermano Balzi e comercializados pela CQB, de Curitiba, trazem um novo conceito de rapidez, segurança, eficiência e custo. Baseada na experiência em fabricação destes componentes e nas pesquisas & desenvolvimento de novas soluções, a linha dispõem de uma grande escala de dimensões que permitem o uso em furações de 6 a 25 mm. Os elementos são construídos em aço inox e com base metálica ou material plástico. São totalmente intercambiáveis e permitem o reaproveitamento em casos de manutenção. CQB 41 3668-2595 www.cqb.com.br

Romer Absolute Arm, a mais nova geração de braços de medição portáteis da Hexagon Metrology, está agora disponível com laser totalmente certificado com verificação do sistema que abrange todos os tipos de aplicações de digitalização. Graças aos codificadores absolutos, ao design ergonômico e ao conceito de sistema modular, esta máquina de medição por coordenadas (MMC) portátil está mais versátil e fácil de usar. Este sistema é


precisão de medição do braço, em conformidade com as normas internacionais. O equipamento tem estrutura de fibra de carbono. Segurança operativa absoluta com o SpinGrip e uma empunhadura incorporada com função de mouse. Está disponível opcionalmente com iluminação da peça e uma câmera digital integrada. Seu peso total é de 7,7 kg (braço de 2,5 m). Permite rotação infinita dos eixos principais, facilitando uma cômoda inspeção das áreas de difícil acesso. Um contrabalanço aprimorado reduz o cansaço do operador e proporciona controle sem esforço em todas as posições, incluindo por cima e por baixo da linha central. uma solução universal para todos os tipos de digitalização de peças e aplicações. O controle de alimentação do escaner a laser semi-automática permite trabalhar com diferentes tipos de superfície sem ajuste especial. Com o escaner integrado aos codificadores absolutos, os operadores podem simplesmente ligar o equipamento, iniciar o software e começar a medir. Escaners a laser de terceiros também podem ser conectados ao equipamento. O Romer Feature Pack (pacotes de características) desdobra o pleno potencial de um braço de medição portátil. Esses pacotes de funções opcionais utilizam a interface Romer Feature Pack Port. Caso seja necessário, com essa interface o braço pode ser utilizado como uma MMC totalmente sem fio (“wireless”). O Romer Mobility Pack inclui uma bateria e conexão WiFi. O Romer Scanning Pack é a interface para escaners a laser. São ligados diretamente ao braço. A RDS é a imagem virtual de um braço de medição Romer. O funcionamento intuitivo deste software facilita a calibração de sensores e inclui a função de diagnóstico para a comprovação da

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Os roupeiros e guarda-volumes fabricados pela EBM são armários de aço indicados para aplicação em empresas por sua resistência e durabilidade. Usuários podem guardar seus pertences de forma prática, segura e organizada. É possível adequar os equipamentos ao número de compartimentos necessários para atender ao público da companhia. As principais características técnicas são: chapas dobradas sob medida, deixando a peça com o mínimo de emendas possível; portas leves, com ou sem respiradores; porta-cadeados reforçados; pintura ele-

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35% de Zinco (Zn). As opções de dureza são a Hard (duro) com 100 a 110 kg/mm2 (975 a 1.079 N/mm2) ou a Soft (macio) com 45 a 53 kg/mm2 (441 a 520 N/mm2). Os fios estão disponíveis nos diâmetros de 0,2 mm, 0,25 mm e 0,3 mm.

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A prensa de ajuste TU-S80, fabricada pela Reis Robotics da Alemanha, e comercializada pela Merkle do Brasil, tem força de fechamento de até 1.000 kN e de retorno de até 450 kN, placa de fixação do molde de 800 x 1.100 mm com altura máxima e mínima de molde de 1.150 e 950 mm respectivamente. É construída com 4 colunas, suporta ferramentais até 5.000 kg e tem um giro de trabalho de até 180º. Os acessórios e opcionais incluem comando de posicio-

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PARCELAMENTO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS DAS EMPRESAS - TEORIA E PRÁTICA Cristina Zanello Diante da resistência do Estado quanto à reforma tributária, remanesce o estudo relevante do parcelamento de débitos tributários. O estudo é abrangente envolvendo conceitos e fundamentos do instituto em uma visão teórica e prática. Da análise crítica surgiram novos argumentos sobre as inconstitucionalidades da legislação como: o tratamento diferenciado para os entes públicos e a proibição do parcelamento para microempresas e pequenas empresas no regime SIMPLES de tributação. Traz, ainda, questões inéditas como a incompetência do legislador para dispor sobre a proibição do parcelamento tanto no sistema convencional da Lei 10.522/02, como nos programas especiais denominados REFIS. 2011. ISBN 978-85-36233-61-1 www.jurua.com.br

COMO SE FAZ Chris Lefteri Para os designers, o mundo da manufatura pode ser um território desafiador e impenetrável. Muitos só conhecem, em detalhes, algumas poucas técnicas de fabricação. COMO SE FAZ parte do design contemporâneo para descrever 82 técnicas - inovadoras ou tradicionais - de fabricação de design de produtos, revelando os mistérios de seus processos para alunos e profissionais da área. COMO SE FAZ inova também ao ser o primeiro livro a abordar o assunto a partir do ponto de vista do designer. Chris Lefteri agrupa os processos de acordo com as formas e dimensões físicas do produto acabado. Cada processo é apresentado e descrito individualmente; boxes informativos orientam sobre volumes de produção adequados, custos envolvidos, velocidade de produção, materiais relevantes e muito mais. COMO SE FAZ põe por terra a opinião errada de que os processos de manufatura restringem a liberdade do designer, encorajando a experimentação ao transmitir o potencial da manufatura como uma valiosa ferramenta nas mãos dos designers. Mais de 200 ilustrações coloridas. Um guia das técnicas complexas de manufatura, escrito por um designer para designers. Leiaute claro e didático. Fotos dos produtos estudados. Diagramas explicativos. Imagens do passo-a-passo dos processos de fabricação. 2010. ISBN 978-85-21205-06-7 www.blucher.com.br

METALURGIA DO PÓ Vicente Chiaverini Propicia a estudantes e profissionais da engenharia dados fundamentais sobre a técnica, desde a obtenção da matéria-prima, técnicas de fabricação de produtos sinterizados, até suas propriedades e aplicações. Inicia com um apanhado histórico, apresentando definições, vantagens e limitações do processo. Seus capítulos fazem passagem pelos pós metálicos; mistura, homogeneização e lubrificação; compactação; sinterização; operações complementares; propriedades e controle de qualidade; projeto e desenho de peças sinterizadas; produtos da metalurgia do pó; metal duro; outros materiais para ferramentas de corte; materiais porosos; materiais de fricção sinterizados; materiais para aplicações elétricas; materiais magnéticos sinterizados; ferro e aço sinterizado; metais e ligas não-ferrosas sinterizadas e materiais para aplicações especiais. 2001. ISBN 85-86778-14-1 www.abmbrasil.com.br

GESTÃO DO FLUXO DE CAIXA DIÁRIO: COMO DISPOR DE UM INSTRUMENTO FUNDAMENTAL PARA O GERENCIAMENTO DO NEGÓCIO Fábio Frezatti Este livro objetiva atingir profissionais da área financeira que necessitem elaborar ou gerenciar o fluxo de caixa da tesouraria de suas organizações. O autor considerou os dois extremos em termos de enfoque: leitores que têm necessidades práticas e os que têm, acima de tudo, preocupação com as questões conceituais. Tendo em vista a expectativa de absorção dos conceitos, ao final de cada capítulo são encontradas perguntas (questões para análise) que devem ser respondidas pelo leitor, dentro de sua realidade específica. Em função das perspectivas dos diferentes públicos, o livro destaca questões como a utilidade do fluxo de caixa, a importância de contar com um sistema eficaz de projeção de fluxo de caixa diário, sete pontos importantes na gestão do fluxo de caixa, análise do fluxo de caixa e a aprovação do fluxo de caixa como meta. 1997. ISBN 978-85-22417-16-2 www.editoraatlas.com.br

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Divulgação

Nelson Pedro Wanzuita

Administrar sem inventar

Diretor Geral da GFM - Gerenciamento e Fabricação de Moldes Ltda. wanzuita@gfm-moldes.com.br

Há algum tempo atrás li uma reportagem sobre as medidas adotadas por Mitch Landrieu, então prefeito de Nova Orleans, maior cidade do Estado de Luisiana, nos Estados Unidos da América, para permitir a sua reconstrução após a catástrofe causada pelo furacão Katrina (29 de agosto de 2005). Uma das primeiras missões foi a de higienizar a burocracia. Em seguida, aplicar as boas práticas de gestão conhecidas e experimentadas em algumas comunidades pelo mundo afora. Só assim seria possível reerguer aquela cidade. Analisando a história publicada, me pergunto: porque não copiamos e adaptamos as boas ideias já existentes? Vejamos algumas soluções implantadas naquela cidade: Na educação: prioridade para o ensino fundamental; apoio as escolas profissionalizantes para a formação de talentos humanos qualificados; parceria com empresas e comércio na adoção de escolas de formação voltadas aos seus negócios. No trabalho: articulação junto as empresas instaladas na cidade para a contratação dos profissionais disponíveis e uso dos serviços oferecidos e máquinas e equipamentos instalados localmente, induzindo a uma campanha Compre Bem, Compre Local. Na segurança: campanha na comunidade para utilizar seu potencial e elevar a auto-estima; contratação e cobrança dos órgãos de segurança pública; investimento em tecnologia e inteligência policial; direcionamento de policiais para os principais locais onde ocorrem os delitos; programa de ocupação da mão-de-obra prisional em trabalho comunitário; premiação em dinheiro para as capturas efetuadas por indicação do disk-denúncia. No lazer: comprometimento da população na fiscalização e conservação das áreas existentes; adoção por empresas de áreas de lazer e parques, com investimento na reforma e conservação. No transporte: priorização de investimento em transporte de massa; parcerias público-privadas no desenvolvimento de trem de superfície, conseguindo levar as tarifas a um custo de 30% do sistema convencional. No meio ambiente: aplicação de boas práticas obtidas em outros centros populacionais; incentivo para a coleta seletiva através da mão-de-obra informal; apoio e suporte de entidades governamentais ligadas ao meioambiente para as empresas no sentido de elaborar e implantar projetos de conservação. Na saúde: investimento em profissionais e tecnologias de ponta, com maior eficiência no tratamento médico e prevenção de doenças; atendimento do serviço público em horário integral. Enfim, muitas boas soluções já adotadas por outras cidades, com sucesso, que podem ser literalmente copiadas. Então, porque gastar rios de dinheiro desenvolvendo estratégias que, muitas vezes, não são eficazes? Porque não administrar sem inventar? 58

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