Revista Ferramental Edição 37

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ANO VII - Nº 37 - SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

Rotina de trabalho permite a identificação de problemas de tratamento térmico

Avaliação da rugosidade superficial em aços soldados para a recuperação de moldes

DESTAQUE



ANO VII - Nº 37 - SETEMBRO/OUTUBRO 2011 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

Rotina de trabalho permite a identificação de problemas de tratamento térmico

Avaliação da rugosidade superficial em aços soldados para a recuperação de moldes

DESTAQUE



Christian Dihlmann Editor

Ubique Patriae Memor Nesse momento vencemos 2/3 do ano de 2011. Com muita apreensão em função da temida crise que se desenhava, muitos empresários “caminharam pisando em ovos”. Algumas previsões de investimentos foram represadas e o desempenho não foi, até aqui, o desejado pelo segmento. Aliado a este fator, o crescimento da participação de importados no leque de ferramentais adquiridos tornou ainda mais tímidas as projeções. Na redação da Ferramental acompanhamos, com muita atenção, o cenário nacional e mundial. E das observações do momento, fui desafiado a escrever um artigo sobre a questão da importação de moldes, mais precisamente traçando um paralelo entre duas situações: aquisição no mercado nacional versus exterior. Apesar de ser um tema bastante delicado por se tratar de operações com muitos “senões”, penso que é possível demonstrar a lógica do processo. Muitas das considerações podem ser discutidas com contrapontos, mas o material apresentado é baseado em pesquisas e na média das operações. Na questão técnica, dois artigos trazem informações importantes, um apresentando a análise do comportamento de aços P20 beneficiados e soldados e outro a caracterização do tratamento térmico de machos em aço inoxidável. No assunto gestão, uma série de materiais recheados com informações que tratam do projeto de lei Nº 4.302/98, regulamento roteando ao fim da terceirização, da malha fina que a Receita Federal está preparando para as pequenas e médias empresas, dos quatro elementos fundamentais para uma relação de confiança sadia entre seres humanos e, em Memórias, o resgate da história do empreendedor Flávio Ancona na consolidação da ferramentaria que leva o seu sobrenome. Na primeira edição deste ano escrevi sobre a portaria MDIC/Secex Nº 84/2010 que dispensava a apuração de

produção nacional na importação de moldes usados e concedia redução de impostos. Em 11 de agosto passado, graças ao esforço conjunto de entidades empresarias, com destaque à Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos - ABIMAQ, o governo federal suspendeu a concessão de ex-tarifário para bens usados. Grande vitória! Parabéns aos envolvidos. Isso demonstra a força da organização e articulação empresarial e confirma a importância de estarmos ligados a grupos estruturados. Entretanto, entendo que o crescimento de um setor não depende apenas de ações pontuais, resolvidas (ou não) sempre em caráter emergencial. Tenho a sólida convicção de que precisamos de planejamento e, acima de tudo, de políticas estruturantes (já comentei sobre elas na última edição). E para construí-las, é necessário que nos demos as mãos, envolvendo todas as esferas possíveis. A nível político, municípios, estados e federação. A nível educacional, escolas públicas e privadas, do fundamental ao superior, em cursos técnicos e administrativos. A nível produtivo, clientes, fornecedores e fabricantes de ferramentais. Enfim, ninguém pode ficar de fora, nem você leitor! A criação da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER, cujo principal objetivo é defender os interesses das ferramentarias nacionais, consolida uma longa jornada em busca da organização e fortalecimento do setor. E acontece justamente no mês em que homenageamos a nossa Pátria amada: Brasil. O mês que representa a independência. A entidade vem para elevar ainda mais a importância do País no cenário mundial. Entre as diversas ações previstas no planejamento estratégico, uma das mais significativas é a que pretende colocar o Brasil entre os melhores países do mundo no fornecimento de ferramentais nos próximos 15 anos, fazendo com que o nome de nosso País seja respeitado também neste setor. José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, nunca deixou livro, mapa ou papel sem o carimbo peculiar de uma frase em latim: Ubique Patriae Memor - a Pátria sempre na memória, em todo lugar. E nós faremos o mesmo, juntos! Tenha uma excelente leitura. Setembro/Outubro 2011

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Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X

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Análise do comportamento do aço AISI P20 beneficiado e soldado utilizado em moldes de injeção Para modificar ou reparar moldes de injeção fabricados em aço AISI P20, evitando que sejam prematuramente descartados, pode ser realizada uma operação de soldagem. Porém este aço possui baixa soldabilidade o que dificulta sua posterior usinagem. A comparação da usinabilidade entre o aço P20 no estado beneficiado e soldado por meio de avaliação da rugosidade superficial mostra que não houve aumento da rugosidade no aço soldado.

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Importado x nacional: o verdadeiro custo de um molde A concorrência em qualquer ramo de atividade é salutar, pois impele a inovação de produtos e serviços além de exigir constante monitoramento de custos e preços finais, resultando em benefícios para toda a cadeia de consumidores. Entretanto, há que se observar as regras éticas de comércio e as exigências técnicas de produto, como forma de garantir a sustentabilidade das empresas e a relação saudável com o mercado.

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Caracterização do tratamento térmico de machos em aço inoxidável para molde de injeção A aplicação de análises laboratoriais, aliada a literatura técnica e metodologias de experimentos permite a identificação de problemas encontrados em peças tratadas termicamente, facilitando a implantação de rotinas de trabalho claras e objetivas e que evitam problemas futuros de qualidade dos componentes para moldes utilizados na injeção de polímeros.

DIRETORIA Christian Dihlmann – Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Dr. Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Dr. Cristiano V. Ferreira, Dr. Jefferson de Oliveira Gomes, Dr. Moacir Eckhardt, Dr. Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 / 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Vendas Santa Catarina / Paraná Spala Marketing (41) 3027-5565 spala@spalamkt.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 8877-6857 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br Produção gráfica Martin G. Henschel Impressão Gráfica Nacional www.graficanacional.com

A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matériasprimas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC

Foto da capa:

Vista parcial da fábrica Foto cedida por Metalúrgica JR Oliveira Ltda., de Caxias do Sul, RS

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Que legal ver o reconhecimento e importância dada pelo pessoal da indústria para a Revista Ferramental. Piter Alves Sousa - Bodycote Brasimet - São Leopoldo, RS

Quero tecer um merecedor elogio à Ferramental e a todos que se envolveram nesta feliz idéia. De linguagem simples, sem sofisticação além da exigência natural - sem vaidades, sem complicações acadêmicas e nem por isso deixa de mostrar-se extremamente elucidativa com forte teor didático. Desta forma, atinge com maestria seu principal componente, responsável por seu pleno sucesso, que é... seu público alvo, atendido satisfatoriamente. Por esse e pelos inevitáveis feitos nobres vindouros, parabéns! Edelson Ávila - Consultor - São Paulo, SP

Peço a gentileza de me enviar a matéria sobre refrigeração de moldes que foi publicada em duas partes, sendo uma na edição 35 e outra na edição 36 da Ferramental. Allan Guimarães - Casa do Ferramenteiro - Joinville, SC

Acabamos de receber a nossa primeira Ferramental, a edição de Nº 36 (julho/agosto de 2011) e queremos agradecer, pois a revista é refe-rência de qualidade pelos temas que aborda, preparando o setor de ferramentarias para sempre estar inovando com os resultados de novas pesquisas e tecnologias. Vários dos artigos já são divulgados pelo site do moldes. Parabenizamos ainda pelo tema do editorial que demonstra a sensibilidade com relação às verdadeiras e duradouras correntezas profundas, sendo que, a nosso ver, a Ferramental é uma delas. Hamilton Nunes da Costa - Portal do Moldes - Campinas, SP

Moldes para injeção de termoplásticos e alumínio A Sildre está capacitada em disponibilizar a melhor solução em serviços na área de ferramentaria, com alto nível de qualidade e produtividade exigidos em projetos de engenharia.

SILDRE IND. DE MATRIZES LTDA. Rua Abel Postali, 430 95112-000 - Caxias do Sul - RS Fone (54) 3227-1334 sildre@sildre.com.br

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www.sildre.com.br

Agradecemos os contatos de: Jefferson Maiko Luiz Molintech - Campo Largo, PR Eliane Schurtz Gonzaga Ferramentaria Brasil - Joinville, SC Bruno Augusto de Oliveira Delphi Automotive - Jambeiro, SP Mairton Marques R-Tooling Importação e Exportação - São Paulo, SP Oswander Marcos Aethra Sistemas Automotivos - Contagem, MG Francisco Teixeira de Souza Metalúrgica Matrici - São Paulo, SP Sidnei Gomes Itaboray CSN - Companhia Siderúrgica Nacional - Porto Real, RJ Sérgio Raulino Müller Projetista - Joinville, SC Nanci Bolognese UniABC - Universidade do Grande ACB - Santo André, SP Ranessa Feuser ARC Industrial - Araquari, SC Moisés Santos Macedo Dambroz S.A. - Caxias do Sul, RS Rodrigo Fazio RF Comunicação - São Paulo, SP Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.


O sucesso da gestão está na capacidade de ver e ouvir Por Fábio Mazotto fabiomazotto@pop.com.br

Fábio Mazotto

• Fábio Mazotto é consultor de relacionamento estratégico com o mercado. Com treze anos de experiência em Estratégia de Mercado, Relacionamento Comercial, Marketing e Estratégia de Relacionamento e Geração de Negócios, Desenvolvimento de Plano de Negócios, Gestão de Projetos e Estratégia para Unidades de Negócio. Atuação em diagnóstico, desenvolvimento, e soluções para Gestão Estratégica de Pessoas e de Negócios com foco em Resultado. Coordenador e Facilitador de Entidades Empresariais e de Formação. Bacharel em Publicidade e Propaganda e Especialista em Gestão Empresarial pela FGV - Fundação Getúlio Vargas. Setembro/Outubro 2011

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Tecnologia da Informação EDSON PERIN - edson.perin@netpress.com.br

Como fazer negócios sem parar nunca

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Hospedar: em informática, é um serviço que possibilita a pessoas ou empresas com sistemas online a guardar informações, imagens, vídeo, ou qualquer conteúdo acessível por internet. Provedores de hospedagem de páginas eletrônicas (sites) tipicamente são empresas que fornecem um espaço em seus servidores e permitem conexão, via internet, a estes dados de seus clientes. 2 Data Center: do inglês, significa centro de dados. Em informática, é o nome dado a um Centro de Processamento de Dados (CPD), local onde são concentrados os equipamentos de processamento e armazenamento de dados de uma empresa ou organização. Normalmente projetados para serem extremamente seguros, abrigam milhares de servidores e bancos de armazenamento de dados, processando grande quantidade de informação. 3 Tier 3: O padrão Tier é um modelo usado para mensurar o nível da infraestrutura de um local destinado ao funcionamento de um CPD. O Uptime Institute Professional Services é o único fornecedor de consulta e Certificações para o Sistema de Classificação Tier. A norma TIA 942 da Associação das Indústrias de Telecomunicações (TIA) descreve os requisitos para a infraestrutura de centro de processamento de dados. O mais simples é um CPD padrão Tier 1, que é basicamente uma sala do servidor, seguindo as diretrizes básicas para a instalação de sistemas de computador. O nível mais complexo é o padrão Tier 4, que é projetado para hospedar sistemas computacionais de missão crítica, com os subsistemas totalmente redundante e zonas de segurança compartimentadas, controladas por métodos de acesso biométrico. Outra consideração é a colocação do centro de dados em um contexto subterrâneo, para segurança de dados, bem como considerações ambientais, tais como exigências de arrefecimento. 4 Cloud computing: do inglês, significa computação em nuvem. O conceito refere-se à utilização da memória e das capacidades de armazenamento e cálculo de computadores e servidores compartilhados e interligados por meio da internet.

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A Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER será instituída em 16 de setembro, dentro do evento IV Encontro Nacional de Ferramentarias - ENAFER, que ocorrerá em Joinville, SC, paralelamente a Intermach 2011. Nesta data será empossada a diretoria executiva eleita para mandato de um ano, que será composta por membros de todo o país, a saber: Presidente: Christian Dihlmann, Brtooling Ltda., Joinville/SC; Primeiro-Secretário: Gilberto Paulo Zluhan, Ferramentaria Sociesc Ltda., Joinville/SC; Segundo-Secretário: Rudimar Borilli, Sildre Plásticos e Matrizes Ltda., Caxias do Sul/RS; Primeiro-Tesoureiro: Antônio Darci Gaviraghi, Gama Indústria de Matrizes Ltda., Caxias do Sul/RS; Segundo-Tesoureiro: Paulo Sérgio Furlan Braga, Taurus Ferramentaria Ltda., Diadema/SP; VP Jurídico: Edson Hertenstein, Herten Engenharia de Moldes Ltda., Joinville/SC; VP Técnico: Gelson Oliveira, Metalúrgica JR Oliveira Ltda., Caxias do Sul/RS; VP de Relações Internacionais: Rolando Vargas Vallejos, Universidade de Caxias do Sul, Caxias do Sul/RS; VP de Negócios: Márcio José Trannin, Krisma Ferramentaria Ltda., Joinville/SC; VP de Inovação & Capacitação: Jefferson de Oliveira Gomes, Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA, São José dos Campos/SP; VP de Comunicação: Alexandre Wanzuita, GFM Moldes Ltda., Joinville/SC; VP de Integração: Dárceo Schulz, Requalific Ltda., Joinville/SC; VP de Relações Institucionais: Ivo Pruner Júnior, Weld Vision Ltda., Joinville/SC; VP Regional Sul: Josemar Boeira Martins, Metalúrgica Boeira Ltda., Caxias do Sul/RS; VP Regional Sudeste: Paulo César da Silva Camargo, Matrizes Camargo Ltda., Sorocaba/SP; VP Regional Nordeste: João Guilherme Vicente Godinho, Moldit Moldes e Plásticos da Bahia Ltda., Camaçari/BA; VP Regional Norte e Centro Oeste: Adirson Lídio Dávila, Moldtool Profine da Amazônia Ltda., Manaus/AM; Conselho Fiscal: Raul Alfredo Correa de Oliveira, Grupo Abra; José Alceu Lorandi, Indústria de Matrizes Belga Ltda., Caxias do Sul/RS; Wiland Tiergarten, Btomec Ferramentaria e Usinagem de 10

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Precisão Ltda., Joinville/SC; Francisco Roberto Raffanini, Molga Indústria e Comércio de Moldes Ltda., São Paulo/SP; Márcio Mário Poffo, Grupo Perfilmold Ltda., Joinville/SC; João Müller, CJN Indústria de Matrizes Ltda., Caxias do Sul/RS. A ABINFER é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos. O IV ENAFER, iniciativa conjunta do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria - Nuferj, da Associação Empresarial de Joinville - ACIJ e da Sociedade Educacional de Santa Catarina - Sociesc, terá a seguinte programação: Hora 10:00-12:00 13:15-13:30 13:30-14:00 14:00-15:30

15:30-16:00 16:00-16:30 16:30-17:30 17:30-18:00 18:00-19:30 19:30- 21:00

Tema Reunião da Diretoria da ABINFER Abertura ENAFER Palestra Villares A importância de uma Associação de Ferramentarias para a competitividade do setor nacional Etsujiro Yokota Palestra Weld Vision Intervalo para relacionamento Apresentação ABINFER Intervalo Posse Diretoria da ABINFER Coquetel

O evento terá a presença do palestrante Etsujiro Yokota, ex-presidente da Federação Asiática dos Fabricantes de Moldes e Matrizes (FADMA - Federation of Asian Die & Mold Association), Conselheiro Técnico da Associação Japonesa de Moldes (JADMA Japanese Die & Mold Association) e da Associação Japonesa de Máquinas Ferramenta, Professor da Universidade Industrial do Japão e Vice diretor do curso de tecnologia de moldes da AOTS. Abinfer 47 9971 1751 executivo.abinfer@terra.com.br ACIJ/Nuferj 47 3461 3333 yara@acij.com.br

A missão empresarial à Euromold (Feira Internacional de Moldes, Ferramentas, Design e Desenvolvimento de Produtos) será realizada de 26/11 a 04/12/2010. A feira ocorre em Frankfurt, na Alemanha. A organização está a cargo da Fundação Em-


preender - FE em conjunto com o Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da Associação Empresarial de Joinville - ACIJ, com o objetivo de conhecer novas tecnologias, articular contatos comerciais e fortalecer o setor nacional de ferramentarias. Além do amplo leque de informações disponíveis na feira sobre projeto de ferramentas, tecnologias de fabricação, controle dimensional e de produção, prototipagem, tratamentos térmicos e superficiais, materiais, simulação e garantia da qualidade, as visitas técnicas à empresas do setor ferramenteiro alemão contribuem para agregar ainda mais conhecimento aos empresários brasileiros. A intenção dos organizadores é tornar essa forma de aquisição de tecnologias e ampliação da rede de relacionamento uma ação constante no país. A missão é acompanhada de intérprete para que o participante possa extrair o máximo de informações na viagem.

Fundação Empreender 47 3461 3355 administrativo@fe.org.br www.fe.org.br

A Cimatron Limited anunciou que a nova versão do CimatronE vai oferecer cálculos de fundo, permitindo que programadores NC possam concluir os projetos muito mais rápido e ser mais sensíveis às mudanças com a urgência exigida no chão de fábrica. A introdução do fundo de cálculo significa que não haverá necessidade de aguardar o processamento terminar. Os usuários serão capazes de continuar o trabalho normalmente em um projeto, enquanto o computador calcula os processos em segundo plano. Isso permitirá que os usuários sejam mais produtivos. Enquanto um cálculo aproximado para uma área está sendo calculada, os usuários poderão começar a trabalhar em bruto ou em um processo de uma área diferente da peça. Os usuários também serão ca-

pazes de verificar, simular e gerar código G para procedimentos existentes e fazer alterações à geometria no ambiente CAD. Haverá também a condição, como antes, de abrir várias sessões de CimatronE simultaneamente. "Temos certeza que nossos clientes têm sempre uma vantagem competitiva, capacitando-os a aproveitar as tecnologias mais avançadas, assim que estiverem disponíveis", disse Roy Sterenthal, VP Cimatron de pesquisa e desenvolvimento. "Recentemente, nós introduzimos processamento multi-core (multi processadores) e suporte de 64 bits no CimatronE. Estas introduções, juntamente com o novo recurso de fundo de cálculo, fazem os nossos usuários mais produtivos". A empresa também anunciou que seu novo dispositivo de aceleração da produtividade para programadores NC - o Superbox - será lançado em paralelo com o CimatronE 10.0. O Superbox, um combinado de hardware/software, reduz a carga nas estações de trabalho individuais, enquanto aumenta a velocidade de cálculo NC, o que aumentará a produtividade do NC. Cimatron 11 4039 4239 www.cimatron.com

Em 2/8/11, a Presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou a nova política industrial, denominada de plano “Brasil Maior”. A maioria dos pleitos que vinham sendo apresentados pela ABIMAQ foram contemplados, os quais destacamos abaixo. É sabido que as medidas anunciadas não resolvem o problema de perda de competitividade da indústria de transformação. Entretanto, no mesmo dia, em reunião com a Presidenta Dilma, foi possível enfatizar que a perda de competitividade ocorre em função do câmbio, dos juros altos e do “Custo Brasil”. Na referida reunião foi ressaltado que o plano “Brasil Maior” é um bom início, mas que a competitividade não será restabelecida caso o governo não mexa, urgentemente, na política cambial, Setembro/Outubro 2011

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nos juros e no Custo Brasil. O discurso da Presidenta durante a cerimônia trouxe novo ânimo, pois ela externou que “hoje começa uma cruzada em defesa da indústria nacional”, o que representa um reconhecimento, por parte do governo, de que a situação da indústria é preocupante e que medidas necessitam ser implementadas. A ABIMAQ continuará atuando e envidando todos os esforços no sentido de cobrar e acompanhar a implementação das medidas anunciadas e a prioridade e principal foco passa a ser a cobrança por uma política cambial e juros básicos minimamente favoráveis ao setor produtivo. Principais medidas do plano: 1) Desoneração Ÿ Redução de IPI sobre bens de investimento; Ÿ Extensão por mais 12 meses da redução de IPI sobre bens de capital (máquinas e equipamentos); Ÿ Redução gradual do prazo para devolução dos créditos do PIS-PASEP/COFINS sobre bens de capital, de 12 meses para apropriação imediata; Ÿ Prorrogação do PSI-FINAME até de-

zembro de 2012; Ÿ Regulamentação da lei que dá mar-

gem de preferência de até 25% nos processos de licitação para aquisição de produtos manufaturados e serviços nacionais; Ÿ Linha do BNDES para Capital de Giro, para micros, pequenas e médias empresas, com juros de 10 a 13% ao ano; e prazo de 36 meses. 2) Desoneração das exportações: Ÿ Devolução de créditos de PIS/COFINS até 4% do valor exportado de manufaturados acumulados na cadeia produtiva, que hoje não dão direito a crédito; Ÿ Ampliação e maior agilidade ao ressarcimento de créditos acumulados das empresas exportadoras; Ÿ Criação de Fundo de Financiamento à Exportação de MPME - Proex Financiamento. 3) Defesa comercial Ÿ Intensificação da defesa comercial: antidumping, salvaguardas e medidas compensatórias, combate à circunvenção, combate à falsa declaração de origem, combate a preços subfaturados e importações ilegais;

Ÿ Apoiar, no âmbito do MERCOSUL, a

proposta de criação de mecanismo para permitir aumento do imposto de importação; Ÿ Suspensão de ex-tarifário para máquinas e equipamentos usados. Essa solicitação foi alcançada com suspensão no dia 11/8/2011; Ÿ Quadruplicar o número de investigadores de defesa comercial, ampliando de 30 para 120. 4) Inovação e Desenvolvimento tecnológico Ÿ Ampliação da carteira de inovação, com novos recursos para a FINEP; Ÿ Incentivo e ampliação dos investimentos em P&D; Ÿ Implementação de Redes de Laboratórios para Inovação e Competitividade.

Abimaq 11 5582 6355 www.abimaq.org.br

CONEXÃO WWW O Centro Nacional de Tecnologias Limpas - CNTL SENAI oferece serviços de consultoria em diversos temas relacionados à área ambiental: Implementação de Programas de PmaisL, Implementação do sistema integrado de gerenciamento: ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, Conservação e Gerenciamento de Energia, Tratamento de Resíduos Sólidos, Efluentes Líquidos e Emissões, Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Diagnóstico Ambiental, Auditorias Ambientais, Auditorias de Conformidade Legal (ambiental e saúde segurança ocupacional), Auditorias de Passivos Ambientais, Avaliação de tecnologias e comparação com Benchmarking para a obtenção de financiamentos e argumentação junto ao órgão ambiental. www.senairs.org.br/cntl/ A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul - FIERGS tem como missão liderar, representar e desenvolver o setor industrial, na construção do futuro do Estado do Rio Grande do Sul e do Brasil. A Rede de Atendimento à Indústria (RAI) é um canal criado para facilitar o acesso da empresa a informações e serviços em áreas específicas, promovendo a organização do conhecimento e a sua gestão, sistematizando o atendimento à indústria e conduzindo a novas ações e formas de interação e intervenção do sistema FIERGS. A entidade conta com 113 sindicatos patronais ativos filiados, que representam os mais diversos segmentos da indústria. www.fiergs.org.br

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ERNESTO BERKENBROCK - ernesto.b@sociesc.org.br SANDRO PEREIRA JARDIM - sandro.jardim@sociesc.org.br SUELI FISCHER BECKERT - sueli@joinville.ufsc.br DANIELLE BOND - dbond@onda.com.br

Análise do comportamento do aço AISI P20 beneficiado e soldado utilizado em moldes de injeção

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ara modificar ou reparar moldes de injeção fabricados em aço AISI P20, evitando que sejam prematuramente descartados, pode ser realizada uma operação de soldagem. Porém este aço possui baixa soldabilidade o que dificulta sua posterior usinagem. A comparação da usinabilidade entre o aço P20 no estado beneficiado e soldado por meio de avaliação da rugosidade superficial mostra que não houve aumento da rugosidade no material soldado.

No ano de 2009, a produção de transformados plásticos atingiu 5,19 milhões de toneladas de produtos, apresentando uma tendência crescente desde 2000, quando a produção foi de 3,88 milhões de toneladas. A segmentação do mercado de transformados plásticos está principalmente caracterizada por três processos de produção: injeção (19%), extrusão (57%) e sopro (16%) [1]. A moldagem por injeção mostra-se como um dos principais processos de transformação de polímeros devido à sua grande versatilidade e consequentemente, grande aplicabilidade. Basicamente, o processo de injeção consiste em forçar o polímero fundido e homogeneizado para dentro de uma cavidade de um molde dando forma desejada ao produto [2, 3]. Neste segmento a fabricação do molde tem papel fundamental. Os custos destinados à produção de moldes representam 30% do custo de um produto fabricado pelo processo de injeção e mais de 5% do custo deste produto é relativo ao aço utilizado [4]. Uma vez que o molde possui papel fundamental na cadeia produtiva das peças injetadas, ele tende a ser utilizado até o final da sua vida útil. Porém, neste mercado competitivo surgem mudanças frequentes no projeto do produto levando ao descarte prematuro dos mesmos. Nesta situação, muitas vezes os moldes podem ser reparados objetivando alcançar a forma desejada. Além disso, outra situação que exige o reparo do molde é quando da ocorrência de pequenas fraturas ou

desgaste nas cavidades e nas partes de fechamento. Em todos estes casos os moldes podem ser reparados por algum tipo de processo de soldagem, entre os quais: micro-plasma, gás inerte de tungstênio (TIG - tungsten inert gas) ou laser1 [5]; como também por aspersão térmica [6]. No processo de soldagem TIG o arco voltaico, fonte de calor, é aberto através da diferença de potencial entre um eletrodo de tungstênio e a peça. Um gás inerte (ar, hélio ou misturas) estabiliza o arco e protege a poça de fusão da atmosfera. Com este processo de soldagem é possível obter soldas de elevada qualidade, sem respingos utilizando ou não material de adição [7]. Porém esta soldagem pode prejudicar algumas propriedades dos moldes como a resistência à fadiga, devido aos elevados níveis de tensões residuais impostos pelo processo de soldagem como constatou Borrego et. al. [5] em um trabalho que utiliza soldagem a laser. A usinabilidade dos moldes também é prejudicada, uma vez que a zona fundida e zona termicamente afetada podem ter seus níveis de dureza aumentados após o reparo [8]. Este trabalho tem como objetivo comparar a usinabilidade do aço AISI P202 antes e depois de realizado o 1 Laser: do inglês Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, significa Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação 2 AISI: do inglês American Iron and Steel Institute, que significa Instituto Americano de Ferro e Aço. Os aços ferramenta são classificados de acordo com a sua composição, aplicação ou meio de resfriamento. Os sistemas de classificação em uso atribuem aos aços códigos de identificação, compostos em geral de combinações de letras e números. No Brasil é seguida a classificação

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reparo pelo processo de soldagem TIG, através da análise do acabamento superficial. A avaliação do acabamento superficial está relacionada às marcas provocadas na superfície devido às trajetórias seguidas pela ferramenta de corte. Essas marcas são denominadas de rugosidade. Sua quantificação é dada através de diferentes parâmetros, sendo que os mais utilizados na indústria estão definidos e representados na norma NBR ISO3 4287(2002) [9]. Vários trabalhos já foram realizados para avaliação de superfícies usinadas com o processo de fresamento. Polli et al. [10] e Yang & Chen [11] fizeram uso do parâmetro Ra, enquanto que Nunes et al. [12] utilizaram os parâmetros Ra e Rz para quantificar a rugosidade nas superfícies estudadas de moldes e matrizes. Nicola [13] analisou as superfícies fresadas através dos parâmetros Ra, Rz e Rz1max. Este concluiu que os 3 parâmetros têm relação entre si e que seus comportamentos indicam resultados semelhantes na análise experimental. Apesar de o parâmetro Ra ser o principal parâmetro encontrado na literatura para indicar o estado da rugosidade, é importante destacar que ele representa uma rugosidade média da superfície, enquanto que o parâmetro Rz caracteriza a amplitude das marcas no comprimento de amostragem. MATERIAIS E MÉTODOS Para alcançar os objetivos propostos utilizou-se um aço AISI P20 com dureza medida entre 341 HV4 e 362 HV e microestrutura de martensita revenida, tipicamente fornecido beneficiado. Para a avaliação da sua usinabilidade depois de soldado, foram depositados cordões através do processo de soldagem TIG utilizando-se um material de adição dissimilar AWS 5.28-96 ER 80S-B, com diâmetro de 2 mm. Na tabela 1 são apresentadas as composições químicas dos materiais de base e de adição, e os correspondentes valores de carbono equivalente que são um indicador da temperabilidade e consequentemente da soldabilidade do material. Elemento a

Aço AISI P20

Material de adiçãob AWS 5.28-96 ER 80S-B2

C 0,39

Si Mn 0,31 1,46

P S Cr 0,01 0,003 1,78 Ceiiwc = 1,11

Ni 0,72

Mo 0,19

0,09

0,58

0,01 0,006 1,33

0,04

0,51 0,03

0,54

Cu 0,04

Ceiiwc = 0,56

Tabela 1 - Composições químicas e carbonos equivalentes dos metais de base e de adição a - Composições medidas através do ensaio de espectrometria ótica b - Composições fornecidas com certificado de qualidade do fabricante c - Carbono equivalente do IIW, CEiiw= %C + %Mn/6 + %(Cr + Mo + V)/5 + %(Ni + Cu)/15

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Bohorquez e Preciado [14], em uma visão metalúrgica sobre os reparos soldados no AISI P20, sugerem a utilização deste material de adição com menor teor de carbono equivalente (0,56) do que o do material de base [1, 11], pois reduz a probabilidade de formar trincas a frio. A soldagem foi efetuada em um corpo de prova de 200 x 40 x 15 mm, depositando-se 18 cordões para preencher totalmente os 40 mm de largura da superfície, realizando uma soldagem multipasses, obtendo assim as dimensões mínimas para usinagem. Utilizou-se a temperatura de preaquecimento e interpasses de 225°C ± 25°C; velocidade de soldagem de 10 cm/minuto; intensidade de corrente de 135 Amperes; tensão de 15 Volts resultando em um aporte térmico de 12,1 kJ/cm; eletrodo de tungstênio (W + 2% ThO2), com diâmetro de 2,5 mm e ângulo de 60°. Após a soldagem o corpo de prova foi retificado para obtenção de uma superfície plana e cortado transversalmente para medição da profundidade total da solda (1,2 mm). A usinabilidade das soldas foi avaliada em fresamento com refrigeração a seco, ferramenta (WC5) e cobertura PVD6 (TiN7) com 1 aresta de corte; diâmetro de 12 mm e raio da ponta de 0,8 mm; ângulo de saída de 24°; avanço por dente (fz) igual a 0,1 mm/rotação, sentido de corte concordante e linear com profundidade axial de 0,3 mm. Esta profundidade foi determinada a partir da profundidade total da solda, evitando que a usinagem do último passe fosse realizada em parte no material de base. AISI, mas também é comum encontrar as classificações estabelecidas pela norma americana SAE e pela norma alemã DIN. ISO: do inglês International Organization for Standardization, que significa Organização Internacional para Padronização. É uma entidade que atualmente congrega associações de padronização/normalização de 170 países. 4 HV: Dureza Vickers é um método de classificação da dureza dos materiais baseada em um ensaio laboratorial. Neste método, é usada uma pirâmide de diamante com ângulo de diedro de 136º que é comprimida, com uma força arbitrária F, contra a superfície do material. Calcula-se a área A da superfície impressa pela medição das suas diagonais. O Número Vickers é então determinado pela razão entre a carga (kgf) e a área superficial da impressão (mm2). A grande vantagem deste método é a pequena impressão deixada, sendo que este procedimento é utilizado em ensaios de micro e nano-dureza. As desvantagens são a necessidade de preparar a amostra previamente e o uso de um microscópio adequado. 5 WC: Carboneto de tungstênio. 6 PVD: do inglês Physical Vapour Deposition, significa deposição física de vapor. Trata-se de um processo descoberto acidentalmente por Faraday, que observou a deposição de partículas na superfície interna de bulbos de lâmpadas incandescentes oriundas da explosão do filamento. O processo consiste de deposição em vácuo onde, primeiramente, um material é transformado em vapor, então é transportado nessa fase e por último é depositado na superfície de um substrato. Este processo permite depositar uma infinidade de metais puros e ligas (como ouro, cromo, e outros) bem como uma série de nitretos e outros compostos. 7 TiN: Nitreto de titânio. 3


Foi conduzido um planejamento experimental 23, com três fatores e dois níveis, conforme relacionados na tabela 2, sendo as rodadas do experimento realizadas aleatoriamente. Vale aqui ressaltar que para cada combinação foi utilizada uma ferramenta nova. Fatores

Níveis

Material

Aço P20

Aço P20 soldado

Velocidade de corte (ae)

75m/min

150m/min

Profundidade de corte (ae)

3mm

6mm

Tabela 2 - Fatores e níveis do planejamento fatorial realizado

Para medição da rugosidade, utilizou-se um rugosímetro portátil Mitutoyo modelo SJ-201, ajustado para medir 5 comprimentos de amostragem (lc) de 0,8 mm, o que gerou um comprimento de avaliação de 4 mm. As medições foram realizadas em 3 posições distintas sobre cada superfície usinada, sendo considerada a média dos valores obtidos para as análises dos resultados. A avaliação da rugosidade da superfície usinada foi compilada no software Minitab® para os parâmetros de saída Ra e Rz.

Também foi realizada a avaliação do comportamento do aço AISI P20 beneficiado e soldado, através da análise metalográfica e medição da microdureza Vickers. Os ensaios de microdureza Vickers (HV 0,5) foram realizados na seção transversal da solda (sentidos transversal e longitudinal aos cordões). No sentido transversal pode-se observar a diferença de dureza nas regiões: zona fundida (ZF), zona termicamente afetada (ZTA) e material de base (MB). Já no sentido longitudinal foi observada a homogeneidade da solda multipasses. RESULTADOS E DISCUSSÃO Características do material soldado Quando o aço sofre apenas um ciclo térmico durante a soldagem, no caso o AISI P20, este sofre uma retêmpera, pois seu estado inicial é temperado e revenido. A dureza na ZTA pode chegar a 600 HV. Porém quando utilizada a técnica de dupla camada e passe de revenido a dureza da ZTA permanece abaixo de 450 HV, significando que houve revenido nesta região [14]. Confor-

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me a figura 1 pode-se verificar que neste caso os níveis de dureza ao longo da seção transversal da solda, decorrente de mudanças de fase nas suas regiões (MS, ZTA), não chegou a 600 HV, o que con-firma a possível ocorrência do revenimento decorrente dos multipasses utilizados.

Figura 2 - Probabilidade normal dos efeitos, a partir do planejamento fatorial 23

Figura 1 - Perfil de microdureza ao longo da seção transversal da solda (MS, ZTA e MB) no aço AISI P20

Análise da rugosidade Para avaliação dos parâmetros de rugosidade Ra e Rz, decorrentes do planejamento fatorial 23, foram construídos os gráficos de probabilidade normal com base nos efeitos padronizados (estatística t), sendo estes apresentados na figura 2. Para um nível de confiança de 95%, os resultados demonstram que o material e a velocidade de corte são significativos, bem como existe uma interação entre estes dois fatores. Observa-se também que as conclusões coincidem para os parâmetros Ra e Rz. Desta forma, a avaliação detalhada da rugosidade superficial será feita apenas para o parâmetro Rz. Com o objetivo de proporcionar uma melhor compreensão dos resultados de rugosidade, a figura 3 apresenta as interações no planejamento fatorial 23, sendo possível realizar as seguintes inferências:

a) Interação entre o material usinado e a velocidade de corte: pode-se verificar que o efeito da velocidade de corte no material soldado é pequeno, enquanto que no material P20 houve uma redução da rugosidade com o aumento da velocidade de corte; b) Para o nível de significância a = 0,05, não existe interação entre a velocidade de corte e a profundidade radial de usinagem, bem como entre o material usinado e a profundidade radial de usinagem. 75

150

3

6

Material

4

Material

3

P20 P20-Solda

2

Vc

4 3 2

Vc 75 150

ae

Figura 3 - Interações no planejamento fatorial 23, para o parâmetro Rz (em µm)

Como o material afeta a rugosidade da superfície usinada, é recomendável subdividir os resultados obtidos no experimento. Desta forma, os dados foram estratificados para o material P20 e para o material soldado. Portanto, cada análise caracterizou-se como um planejamento fatorial 22. Baseado na probabilidade normal dos efeitos no material P20 (figura 4a) verifica-se que a alteração na velocidade de corte gera um efeito significativo na rugosidade da superfície usinada, para um nível de confiança de 95%. Ainda de acordo com este gráfico, pode-se observar que a profundidade radial de usinagem não possui efeito significativo na rugosidade 16

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5

4

Média

superficial, bem como não ocorre a interação entre esses dois fatores. Ao se realizar a mesma análise para o material soldado, a probabilidade normal, conforme a figura 4b, verifica-se nenhum efeito significativo decorrente dos fatores testados, considerando um nível de significância de 95%.

Vc 75 150

3

2 99

1 3

95

a) Material P20

90 80

AB

ae

6

5

70

B

50

Tipo de efeito

40

Não significativo Significativo

30

A

20 10 5

Fator

Nome

A B

Vc ae

4

Média

%

60

Vc 75 150

3

1

-10

-5

0

5

2

Efeito padronizado

a) Material P20

1

99

3

b) Material P20 soldado

95 90

%

80

corte e na profundidade radial de usinagem.

B Tipo de efeito A

20 10 5

Não significativo Significativo

Fator

Nome

A B

Vc ae

1

-3

-2

-1

0

1 2 3 Efeito padronizado

6

Figura 5 - Interação dos fatores Vc x ae para o material P20, para Rz (em µm)

AB

70 60 50 40 30

ae

4

5

6

b) Material P20 soldado

Figura 4 - Probabilidade normal dos efeitos, para o material P20

O gráfico das interações entre os fatores “velocidade de corte e profundidade radial” pode ser verificado na figura 5. Para o material P20 (figura 5a), a rugosidade obtida foi sempre superior na velocidade de 150 m/min, independente da profundidade radial de usinagem. O gráfico também demonstra que, para uma variação de 3 mm para 6 mm no fator ae, não é verificada uma alteração significativa da rugosidade na superfície usinada. Para o material P20 soldado, mantendo a mesma escala de rugosidade, verifica-se que o efeito decorrente das variações dos fatores foi pequeno considerando a dispersão dos valores originalmente obtidos (figura 5b). Assim, pode-se inferir que a rugosidade não é significativamente afetada pelas mudanças na velocidade de

CONCLUSÃO Baseado nos resultados obtidos nesta pesquisa pode-se concluir para o fresamento do aço AISI P20 beneficiado e soldado com ferramenta de metal duro com cobertura que: Ÿ O acabamento superficial obtido após a soldagem não apresentou rugosidade maior àquela quando do material beneficiado; Ÿ O fato de a solda ter sido realizada com multipasses, pode ter promovido um revenimento nas regiões adjacentes, resultando nos mesmos níveis de dureza do aço beneficiado e consequentemente sem variações significativas no acabamento superficial. Ÿ Para o material beneficiado verificou-se maiores valores associados ao parâmetro Rz quando o mesmo foi usinado com velocidade de corte baixa. Para esta região de análise recomenda-se uma maior investigação, estabelecendo um maior número de níveis para análise. AGRADECIMENTOS Artigo apresentado no 19º CBCIMAT em Campos do Jordão, São Paulo, em novembro de 2010. Setembro/Outubro 2011

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REFERÊNCIAS [1] ABIPLAST, 2009. O Perfil da indústria brasileira de transforfamação de material plástico 2009. D i s p o n í v e l e m : www.abiplast.org.br/upload/File/PERFIL2009/PER FIL 2009(1).pdf. Acesso em agosto 2010. [2] D'Ávila, M. A.; Ahrens, C. H.; Bretas, R. E.; Simulação do processo de injeção de polipropileno isotático (iPP) utilizando um modelo de cinética de cristalização quiescente. Polímeros: Ciência e Tecnologia. Out/Dez ,1997. [3] Pantani, R.; Coccorullo, I.; Speranza, V.; Titomanlio, G.; Modeling of morphology evolution in the injection molding process of thermoplastic polymers. Prog. Polym. Sci. 30, p.1185-1222, 2005. [4] Boujelbene, M.; Moisan, A.; Tounsi, N.; Brenier, B.; Productivity enhancement in dies and molds manufacturing by the use of C1 continuous tool path. International Journal of Machine Tools & Manufacture 44, p.101-107, 2004. [5] Borrego, L. P.; Pires, J. T. B.; Costa, J. M.; Ferreira, J. M.; Mould steels repaired by laser welding. Engineering Failure Analysis 16, p596-607, 2009. [6] Lee, J. C.; Kang, H. J.; Chu, W. S.; Ahn, S. H.; Repair of damaged mold surface by cold-spray method. Annals of the CIRPvol.56/1.doi:10.1016/ j.cirp.2007.05.138, 2007. [7] Grant, K. H.; Gas-Tungsten Arc Welding. Metals Handbook, vol 6. Welding, Brazing and Soldering, 2005.

[9] Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; NBR ISO 4287:2002; Especificação geométrica do produto (GPS) - rugosidade: método do perfil - termos, definições e parâmetros da rugosidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. [10] Polli, M. L.; Weingaertner, W. L.; Schroeter, R. B.; Zeilmann, R. P.; Influência das vibrações decorrentes da dinâmica do processo de fresamento de topo esférico a altas velocidades de corte sobre a qualidade da superfície da peça. Revista Máquinas e Metais, Vol. 479, p. 62-69, 2005. [11] Yang, J. L.; Chen, J.; A systematic approach for identifying optimum surface roughness performance in end-milling operations. Journal of Industrial Technology, Volume 17, Number 2, 2001. [12] Nunes, J. M.; Gomes, J. O.; Souza, G. G.; Sutério, R.; Influência da interpolação da trajetória da ferramenta no fresamento a altas velocidades de superfícies complexas. Revista Tecnologia em Metalurgia e Materiais, Vol.4, No. 4, pp. 37- 42, 2008. [13] Nicola, G. L.; Análise de superfícies fresadas por diferentes estratégias em aço AISI H13 endurecido. Dissertação (Mestrado), Universidade de Caxias do Sul - UCS, Caxias do Sul, RS, 2008. [14] Bohorquez, C. E. N.; Preciado, W. T.; Reparo por soldagem de moldes para plásticos: aspectos metalúrgicos. Revista Ferramental. Novembro/dezembro 2005.

[8] Preciado, W. T.; Bohorquez, C. E. N.; Repair welding of polymer injection molds manufactured in AISI P20 and VP50IM steels. Journal of Materials Processing Technology 179, p 244-250, 2006.

Ernesto Berkenbrock - Mestrando em Engenharia Mecânica pela Sociedade Educacional de Santa Catarina - Sociesc, com linha de pesquisa em usinagem de metais. Especialista em Engenharia de Produção pela Sociesc, Licenciatura em Matemática, Processo de Fabricação e Informática pela Udesc, Metodologia do Ensino Superior pela Sociesc, com graduação em Tecnólogo Mecânico - Manufatura pela Sociesc. Atualmente é Professor da Sociesc. Tem experiência na área de Engenharia de Produção e/ou Engenharia Mecânica, com ênfase em Planejamento, Projeto e Controle de Sistemas de Produção, Custos Industriais e melhorias de processos industriais, PCP, Processos de Usinagem. Membro do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da ACIJ e Membro do Grupo de Pesquisa Promolde. Sandro Pereira Jardim - Graduado em Tecnologia de Soldagem pela FATEC - SP. Tem experiência na área de Soldagem com ênfase em Inspeção de soldagem. Atualmente trabalha como professor de Nível Técnico na Sociesc e no processo de compressores da Schulz. Sueli Fischer Beckert - Graduada em Matemática pela Universidade da Região de Joinville - Univille (1986), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (1997) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (2005). Atualmente é professora adjunta da UFSC, no Centro de Engenharia da Mobilidade. Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em Metrologia Geométrica, atuando principalmente nos seguintes temas: processos de calibração, incerteza de medição, MSA, estatística e avaliação de laboratórios de calibração. Danielle Bond - Graduada em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Paraná - UFPr (1993), mestrado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (1996) e doutorado em Engenharia pela Universidade Federal do Paraná - UFPr (2008). Tem experiência na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com ênfase em metalurgia da soldagem, atuando principalmente nos seguintes temas: soldagem de revestimentos por plasma com arco transferido (PTA), soldagem de ferros fundidos e reparo de moldes e matrizes.

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DÉBORA KÜHL - debora@shv.adv.br

Projeto de Lei Nº 4.302/98: O fim da terceirização? notório que empresas fazem uso da terceirização em busca da melhoria de sua competitividade. Porém, alguns cuidados devem ser tomados para evitar a responsabilidade solidária e a consequente indenização em demandas trabalhistas, cujo impacto pode ser significativo no caixa da companhia.

É

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Schramm, Hofmann e Vargas Advogados Associados Ltda. Maiores informaçþes pelo e-mail (ahofmann@shv.adv.br) ou pelo fone 47 3027 2848 22

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CHRISTIAN DIHLMANN - dihlmann@brturbo.com.br

Importado x nacional: o verdadeiro custo de um molde

A

concorrência em qualquer ramo de atividade é salutar, pois impele a inovação de produtos e serviços além de exigir constante monitoramento de custos e preços finais, resultando em benefícios para toda a cadeia de consumidores. Entretanto, há que se observar as regras éticas de comércio e as exigências técnicas de produto, como forma de garantir a sustentabilidade das empresas e a relação saudável com o mercado.

Algumas vezes tenho entrado em discussões acerca da importação de ferramentais, que vem abalando toda a cadeia produtiva no Brasil. Certos empresários têm o entendimento de que o processo é salutar. Outros, porém, abominam a prática e alegam a desindustrialização do país. Fiquei tentado a discorrer sobre o tema, de forma a esclarecer o processo de uma forma clara, afim de que seja possível obter um entendimento coletivo. É óbvio que, como em qualquer outro processo, sempre há pontos positivos e negativos nas duas formas de operação. Portanto, cabe tecer algumas considerações para auxiliar na orientação quanto aos prós e contras na tomada de decisão quanto a aquisição de ferramentais. Diversos são os custos envolvidos na compra e consequente fabricação de um produto. Aqui trataremos especificamente de ferramentais, sejam eles moldes de injeção, sopro, compressão, termoformagem, ferramentas de extrusão, de embutimento, de corte e dobra, estampos, ou qualquer outro dispositivo de conformação de materiais. Entre os custos diretos que compõem o preço de um ferramental estão o projeto, o planejamento, a fabricação (processos de usinagem propriamente ditos), a matéria-prima, os processos de tratamento térmico e superficial, e os testes de validação e aprovação. É ainda imprescindível computar, como custos indiretos, o transporte, as despesas comerciais e administrativas (financeiras inclusive), as alterações de design1

do produto com consequente modificação do ferramental, e do retrabalho para adequar o molde às normas de produção ideal. Mas o custo total de um molde, ou ferramental, não é obtido apenas pelo preço de compra inicial. Ele é composto da soma: do custo de produção (ou preço pago na hora da compra) e; do custo de manutenção (despesas a posterior, com as devidas manutenções e correções). O primeiro custo (ou preço de compra) é de fácil determinação e está baseado no orçamento proposto pelo fornecedor do ferramental. Após a negociação do preço, o processo é de simples acompanhamento, uma vez que as regras do negócio podem e devem estar detalhadas em um contrato de compra e venda. Já o segundo custo (manutenção) é extremamente subjetivo e de difícil previsão, pois depende das condições técnicas de projeto e construção do molde e também dos cuidados na utilização do mesmo pelo usuário final. A aplicação das técnicas de qualidade como QFD2 e FMEA3 na fase do projeto, da manutenção preditiva e preventiva, bem como os controles estatís1

Design: processo técnico e criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração e especificação de um artefato [1]. 2 QFD: do inglês Quality Function Deployment (desdobramento da função qualidade). É uma técnica que pode ser empregada durante todo o processo de desenvolvimento de produto e que tem por objetivo auxiliar o time de desenvolvimento a incorporar no projeto as reais necessidades dos clientes. Por meio de um conjunto de matrizes parte-se dos requisitos expostos pelos clientes e realiza-se um processo de “desdobramento” transformando-os em especificações técnicas do produto. As matrizes servem de apoio para o grupo Setembro/Outubro 2011

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ticos tendem a reduzir as paradas de produção. Entretanto há uma parcela dependente de itens humanos, os quais não são previsíveis e podem significar o dispêndio de quantias elevadas de recursos financeiros por custos de correção, de perda de produção ou até mesmo de imagem e credibilidade junto ao cliente. Essa diferença pode ser considerável para o resultado final se não forem observados os critérios técnicos necessários ao projeto, fabricação e manutenção do ferramental ao longo da sua construção e durante a vida útil. Para um perfeito entendimento é importante detalhar melhor os conceitos envolvidos no processo. CUSTO DE PRODUÇÃO Vamos desmembrar os custos totais de um molde ao longo de sua vida útil (produtiva) em duas partes: o custo de produção (inicial) e o custo de manutenção. O custo de produção, que inicia com a intenção de compra pelo cliente e venda pelo fabricante e termina com a entrega do molde para produção, tem uma série de componentes, a saber: 1. Custos com visitas aos potenciais clientes e investimentos em publicidade; 2. Custos para realização de orçamento e envio de propostas; 3. Custos de negociação, pedido de compra, contrato de compra e venda; 4. Custos financeiros; 5. Custos de fabricação propriamente ditos incluindo: projeto; planejamento de fábrica; programação de usinagem; salários e encargos trabalhistas; máquinas e equipamentos; ferramentas e dispositivos; consumo de energia elétrica e água; lubrificantes e fluidos de corte; manutenção de máquinas e equipamentos; matérias-primas e componentes; procedimentos de controle da qualidade; 6. Custos indiretos com administração, espaço físico, vigilância e limpeza, segurança do trabalho, jurídico, taxas e impostos; 7. Custos de garantia do serviço/produto; 8. Custos de pós-vendas; Estes custos se resumem (e estão aqui incluídos), em média a cinco componentes: mão de obra indireta; mão de obra direta; matéria-prima e componentes; máquinas e equipamentos; e impostos. Neste caso, a lucratividade do negócio está implícita nos custos produtivos. Na figura 1 é possível identificar a participação média de cada componente no preço final do molde. Os 24

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5,0%

Mão de obra direta (MOD)

15,6% 38,4%

17,5% 23,5%

Máquina (MAQ) Matéria-prima (MP) Mão de obra indireta (MOI) Impostos (IMP)

Figura 1 - Composição média do preço de um molde

impostos podem variar conforme a modalidade de enquadramento fiscal da empresa bem como com a relação de compensação de impostos entre estados da federação. Os custos que compõem os itens acima são de fácil mensuração e também normalmente conhecidos dos empresários. Tipos de produção Um fato muito importante a ser considerado é a diferença nos modelos de produção. Aqui é de se destacar os modelos de produção seriada e produção não seriada (sob encomenda). Ÿ Produtos seriados: cuja grande vantagem é a economia de escala, que significa a possibilidade de baixar os custos de produção em função: do projeto padrão para a fabricação de muitas peças iguais; da compra de insumos em grandes quantidades reduzindo assim o preço por unidade; da preparação única do parque fabril (setup4) para uma produção de grandes volumes; da possibilidade de ter gabaritos de verificação da qualidade/conformidade de grande série de produtos; da unificação do treinamento dos operadores, diminuindo a remuneração da mão-de-obra; da capacitação coletiva de equipe para a pós-vendas de um universo de produtos; e da diluição do financiamento da produção. Na produção em massa, cada trabalhador repete uma ou poucas tarefas relacionadas, que utilizam a mesma ferramenta, realizando operações praticamente idênticas no fluxo de produtos. A ferramenta certa e os componentes necessários estão sempre a mão, o trabalhador gasta muito pouco tempo orientando o trabalho, registrando as discussões, permitindo a avaliação e priorização de requisitos e características e, ao final, será uma importante fonte de informações para a execução de todo o projeto [2]. 3 FMEA: do inglês Failure Mode and Effect Analysis (análise de modo de falha e efeitos). É uma metodologia que busca evitar, por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, a ocorrência de falhas no projeto de produto ou processo. Ou seja, detectar defeitos antes que se produza uma peça/produto ou processo. Com sua aplicação se está diminuindo as chances do produto ou processo falhar, aumentando sua confiabilidade. 4 Setup: tempo de preparação. São as tarefas necessárias e relativas às atividades de preparação de um equipamento, desde o momento em que se tenha completado a última peça boa do lote anterior até o momento em que se tenha feito a primeira peça boa do lote posterior.


obtendo ou preparando materiais e ferramentas, consequentemente, o tempo gasto na produção de um produto é menor do que nos métodos tradicionais. A probabilidade de um erro humano ou de variação na qualidade também é reduzida, já que as tarefas são predominantemente realizadas por máquinas. Essa redução do custo a partir de um aumento na taxa de produção possibilita a fabricação de grande quantidade de peças e reflete diretamente em um preço mais baixo do produto final se comparado a produção sob encomenda. Outra característica desse tipo de produção é a inflexibilidade que torna difícil o processo de alteração de desenho do produto e da linha de produção instalada, sendo altamente voltado para produtos idênticos ou similares e que não podem ser criados para atender gostos e preferências individuais.

Ÿ Produção não seriada: também chamada de produção sob encomenda, por lote ou one-of-a-kind5. Esse sistema exige a elaboração de um orçamento detalhado e cuidadoso para evitar prejuízos em caso de cálculo subestimado e perda do pedido em proposta super-

estimada. São projetos específicos, frequentemente complexos que provavelmente só serão produzidos uma única vez. Quase sempre requerem mais participação humana (e alta capacitação) do que equipamentos, pois normalmente não é viável implantar automatismos e logísticas características da produção seriada. Consequentemente, a compra dos materiais trará custo maior, em função das quantidades menores de cada tipo de material. Na produção artesanal, o artesão precisa adquirir os componentes, juntar as diversas partes e localizar as várias ferramentas que utiliza durante as muitas tarefas que realiza. A construção de ferramentais é essencialmente uma produção sob encomenda [3]. Dessa forma, para o desenvolvimento do ferramental, é necessário um alto grau de atenção nos detalhes técnicos, obrigando a um estudo minucioso de todos os pontos envolvidos sob pena de, não o fazendo, haver a fabricação de um “ferramental problema”. 5

One-of-a-kind: do inglês, significa produção de um de cada tipo.

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CUSTO DE MANUTENÇÃO Segundo a NBR6 5462 (1994), manutenção é a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida. A estratégia de manutenção pode ser entendida como sendo o “conjunto de ações para atingir os objetivos previstos” a partir da definição de indicadores que serão utilizados para quantificar estes objetivos deve-se traçar as estratégias. Alguns itens típicos que constam das estratégias de manutenção das empresas são [4]: Ÿ Racionalização da mão de obra própria e da contratação de serviços de terceiros; Ÿ Qualificação e motivação da mão de obra; Ÿ Controle de materiais/sobressalentes de manutenção; Ÿ Sistema de planejamento, programação e controle de manutenção; Ÿ Sistemática de manutenção preventiva, inspeção e de manutenção preditiva; Ÿ Planos periódicos de paradas programadas; Ÿ Controle de custos; Ÿ Sistema de padrões de manutenção (normalização); Ÿ Engenharia de manutenção em geral, como apoio à manutenção de área; Ÿ Controle gerencial integrado de todas as funções de manutenção; Ÿ Melhorias nos equipamentos em final de vida, obsoletos ou eliminação de pontos críticos; A maior parte das estratégias empresariais de manutenção visa dois objetivos primordiais: diminuir os custos (de mão de obra, material e contratação) e melhorar a confiabilidade operacional dos equipamentos ou da gestão dos ativos [5, 6]. Também pode ser vista sob a ótica do Balanced Scorecard, considerando que para ser estratégica, a manutenção precisa estar voltada para os resultados empresariais da organização [7]. CUSTO TOTAL Em estudos realizados por diversos autores, a gestão de custos parece ser a estratégia mais utilizada pelas empresas, haja vista o impacto que seu descontrole pode causar. O custo está presente em todos os negócios e pode ser determinístico para a sua lucratividade, uma vez que se entende o lucro como a diferença entre o preço da venda e o custo para produzir e vender. Assim, essa equação é importante quando se busca o aumento da lucratividade. 26

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A figura 2 ilustra o que pode ser a somatória dos custos (inicial+manutenção) de um molde adquirido de maneira diversa para a produção de 500.000 peças. Custo 1 Preço inicial do molde

Custo 2

Resultado

Custo de Custo de . . . Custo de Preço final Preço molde/ manut. 1 manut. 2 manut. (n) do molde peça produzida

$

...

R$ R$ R$ R$ R$ 80.000,00 10.000,00 15.000,00 . . . 18.000,00 123.000,00

R$ 100.000,00

R$ 0,00

R$ 10.000,00

R$ 0,00

$ 0,246/ peça 110%

$

$ 0,220/ peça

R$ 110.000,00

100%

Figura 2 - Preço produtivo inicial e final de um molde

Na primeira condição, o cliente pagaria inicialmente 20% a menos do que na segunda. Entretanto, ao longo da vida útil do molde, as manutenções tornam maior o custo final de amortização. Assim sendo, para a vida útil desejada de 500.000 peças injetadas, a composição de amortização do molde na peça ficaria em R$ 0,246 enquanto que na segunda condição essa parcela seria de R$ 0,22, ou seja, mais de 10% inferior a primeira. Esse é um excelente fator de competitividade, pois permite reduzir o preço do produto ao cliente final ou encurtar o tempo de payback7 do molde. Todos os fatores abordados devem ser combinados para estabelecer o preço estratégico real que inclui tanto o custo presente quanto o custo futuro. Custo Final = Custo Aquisição + Custo Manutenção DECISÃO ESTRATÉGICA Muitas vezes um comprador considera apenas o preço inicial sem levar em conta os custos adicionais que irão surgir mais tarde durante a sua produção. Recai ainda sobre esta situação a opção de aquisição de ferramentais no Brasil ou no exterior. Nos últimos anos temos visto uma concorrência forte e crescente de ofertas de moldes vindos de diversos países, principalmente da Ásia, mas também de países do ocidente, com preços muito mais competitivos do que os praticados 6 NBR: é a abreviação de Norma Brasileira e é seguida de um número que indica a sequência da norma específica. É elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em conformidade com os procedimentos fixados para o sistema nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial pela lei Nº 5.966 de 16/12/1973 [1]. 7 Payback: é o tempo decorrido entre o investimento inicial e o momento no qual o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse investimento [1].


no País. A decisão estratégica quanto a compra do ferramental no Brasil ou no exterior deve levar em conta alguns aspectos importantes, a seguir descritos. Aquisição de ferramental no exterior Preços de moldes ofertados do exterior podem ser mais baixos que os nacionais em até 40%. Entretanto, moldes fabricados no exterior tendem, historicamente, a ter muito mais destes custos adicionais futuros (manutenção) do que os aqui fabricados. Estes diferenciais de custos muitas vezes correspondem e até excedem a quantidade que foi originalmente "economizada", de forma que no final pode ser pago praticamente o mesmo preço com o risco de mais dores de cabeça e uma ferramenta de qualidade inferior. Para entender melhor o cálculo do custo efetivo de um molde quando comparado com o equivalente importado, veja a tabela 1. a) Viagem Clientes que já utilizaram moldes construídos no exterior admitiram ter alguns problemas graves, sendo os principais as diferenças de língua e de longa distância

Tabela 1 - Comparativo de custos de um molde com produção nacional e importada (molde importado produzido na Costa Rica, América Central)

[8]. Para superar os problemas de distância, é necessário que um profissional (possivelmente um engenheiro de ferramental) praticamente viva nas proximidades da feramentaria a fim de responder a perguntas, monitorar o progresso, e certificar-se de que está sendo construído o molde com as especificações acordadas (inclusive sobre a utilização do aço adequado para a ferramenta). Mui-

Entenda seu CNC Transformações cinemáticas

Tecnologias de usinagem evoluem rapidamente e as máquinasferramenta acompanham esta evolução, tornando-se mais leves, rígidas e rápidas. Muitas vezes essa evolução transcende o próprio conceito da máquina, obrigando o uso de outras cadeias cinemáticas na geração dos movimentos em X, Y, Z (cartesiano). Para isso é necessário que o CNC aplicado tenha capacidade de transformar matematicamente os movimentos dos motores/eixos. O SINUMERIK 840D possui uma variedade de transformações cinemáticas à disposição dos aplicadores, como por exemplo:

SIEMENS

Traori, Transmit, Tracer, Transformação aeronáutica, Transformação eixos excêntricos. A compilação de ciclo ECCA (Transformação de eixos excêntricos) é uma compensação axial que permite que o operador da máquina programe um eixo excêntrico como se fosse um eixo rotativo normal. A compensação é feita por uma adaptação de velocidade dentro da malha de controle de posição, e transformando o feedback de posição obtido no codificador no fuso de esferas para a movimentação da cabeça (eixo rotativo), caso seja utilizado um codificador indireto (leitura no motor). Do ponto de vista do operador, a cabeça de eixo excêntrico é idêntica a um eixo rotatório normal. O ponto P identifica a posição da porca ao longo do parafuso e β ângulo corresponde à cabeça programada coordenada. No entanto, há uma limitação quanto à área de trabalho. A cabeça de eixo excêntrico só tem a área de trabalho de menos de 180 graus. Este é apenas um exemplo de aplicação utilizando a ampla funcionalidade do SIMUNERIK 840D.

Nosso serviço de apoio ao cliente presta os esclarecimentos necessários quanto à utilização do seu comando CNC pelo telefone (11) 3833-4040 ou e-mail adhelpline.br@siemens.com.br E na compra de uma nova máquina CNC podemos lhe auxiliar no esclarecimento de dúvidas técnicas pelo telefone (11) 3908-1757 ou e-mail william.pereira@siemens.com Setembro/Outubro 2011

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tas ferramentarias estrangeiras são conhecidas por substituir aços definidos pelo cliente por outros de qualidade inferior. Se um profissional de ferramentaria não está no local de construção, é necessário que ele visite a ferramentaria com frequência. Embora muitos clientes sintam-se confortáveis em negociar e comprar moldes no Brasil, eles admitem que não são tão confiantes com um fornecedor externo de ferramenta. Enfim, informam que os custos de viagem podem corroer rapidamente qualquer esperança de economia [8]. b) Comunicação A comunicação rápida, clara e objetiva em todas as fases do projeto e da construção é um fator determinante para o bom desempenho de um ferramental e para o cumprimento do seu prazo de entrega. Historicamente há grandes dificuldades no relacionamento entre empresas brasileiras e estrangeiras em função deste quesito. c) Retrabalho Ao considerar a compra de um molde no País ou em uma ferramentaria externa, é importante levar em consideração todos os fatores de colocação do molde na condição ideal de produção. Muitos moldes que chegam ao nosso país necessitam de retrabalho e alterações de engenharia para colocá-los na condição adequada. Alguns clientes informam que quando um molde chega ao país, exige ainda uma série de testes e alterações para adequação aos padrões da companhia, consumindo a economia inicialmente feita com o preço menor do ferramental. Moldes construídos no exterior parecem precisar de mais testes e alterações para obtê-los em condições favoráveis de uso do que moldes construídos no país [8]. Tudo isto se soma ao fato de que poderá haver mais consumo de tempo do que originalmente previsto para colocar seu programa em produção. Essa perda de tempo e de produção geralmente resulta em perda de vendas, reduzindo ou até eliminando a previsão de lucro. Muitos compradores afirmam que tem custos adicionais entre 10 e 20% do preço do molde para colocá-lo no devido estágio de produção. Em moldes produzidos em nosso país, normalmente os custos de pequenas alterações e ajustes finos para a produção são realizados sem que o cliente final pague por elas. d) Manutenção Mencionada anteriormente, a manutenção é também um fator importante na determinação do custo real do molde. Já foi dito muitas vezes por usuários de moldes do exterior que eles exigem um nível de manu28

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tenção muito maior do que os moldes construídos no País. A vida útil do molde deve ser considerada de forma relevante - ela deve ser a maior possível para suportar o programa de produção e retornar o investimento no menor prazo possível. Muitos dos moldes construídos no País há mais de uma década estão ainda hoje em produção e em condições boas de qualidade e produtibilidade. e) Alterações de projeto Outra consideração não menos importante faz referência as alterações de design do produto. Muitos moldes precisam ser modificados após as amostras iniciais em função de mudanças de design da peça, fato que ocorre principalmente na indústria automotiva. Seria impraticável enviar um molde para o outro lado do mundo para a execução de uma alteração. Portanto, as alterações realizadas em moldes construídos no exterior vão custar mais, porque agora será necessário encontrar uma ferramentaria no país para executar a tarefa de alteração. Em outras palavras, é mais fácil e barato modificar um molde construído aqui do que um molde cujo projeto e forma construtiva são desconhecidos. Além disso, certamente a ferramentaria local não dará a garantia sobre um serviço realizado em molde que não foi construído por ela. Esse é mais um custo de manutenção, não incluído no preço inicial do molde. Por outro lado, para os moldes construídos no País já se tem armazenados os dados de projeto, especificações do cliente, eletrodos, programas de usinagem, definição de ferramentas de usinagem, gabaritos e fixações utilizadas na construção inicial do molde. Adicionalmente, a garantia sobre o serviço pode ser assumida, uma vez que todo o processo foi realizado na empresa. f) Materiais, acessórios, componentes e tratamentos Um importante fator de desempenho de um molde é o material utilizado na sua construção. Fornecedores estrangeiros aplicam, muitas vezes, materiais de qualidade inferior e, portanto, mais barato. Esses aços são escolhidos por serem mais moles, facilitando o processo de usinagem e reduzindo o custo de produção. Até mesmo uma ferramenta bem construída pode ter sérios problemas se não forem dispensados os devidos cuidados aos tipos de materiais e tratamentos utilizados. Materiais e tratamentos térmicos/superficiais determinam a condição de refrigeração, o desgaste, a resistência à corrosão, além de outros fatores. Adicionalmente, as ferramentarias nacionais buscam com frequência utilizar componentes padronizados permitindo que, em caso de quebra ou dano de um


componente, este possa ser adquirido no mercado comum (produto de prateleira) de forma rápida e a um custo reduzido. No caso de moldes adquiridos no exterior, há necessidade de formar um estoque de segurança com os principais componentes do molde a fim de evitar parada de produção prolongada em caso de quebra da ferramenta. Este estoque estratégico é um custo para a empresa, muitas vezes não considerado pelo comprador. Aquisição de ferramental no Brasil Considerando a vantagem, muitas vezes ilusória, da compra de moldes no exterior apenas pelo custo inicial inferior e as desvantagens mencionadas anteriormente, ainda cabe identificar os seguintes pontos para uma decisão estratégica final sobre o fornecedor do molde. a) Crédito de impostos O crédito de impostos na compra de produtos brasileiros deve ser considerado, tanto na formação do preço do molde como na imobilização do bem pelo comprador. Para aquisição de produtos importados o crédito é inexistente. b) Profissional para acompanhamento da construção do molde Em ambas as situações (aquisição no Brasil ou no exterior) há, com frequência, necessidade de o cliente enviar um profissional para acompanhamento da construção junto ao fornecedor do molde. Isso significa que o profissional precisa gastar parte de seu tempo produtivo para fazer uma atividade improdutiva, deixando de produzir em seu posto de trabalho. Como o acompanhamento no exterior demanda mais tempo deste profissional, o custo do tempo improdutivo será consideravelmente maior e deverá ser considerado na opção de compra fora do país, uma vez que entra na conta “despesas”. c) Domínio de tecnologia Pouco considerada pelas empresas que adquirem moldes no exterior, mas de importância fundamental para a sustentabilidade e perpetuação dos negócios e a soberania do Brasil, a questão do domínio da tecnologia é um dos pontos chaves da discussão. Comumente vemos empresas adquirindo moldes no exterior de ferramentarias que tem deficiência no desenvolvimento do projeto. A solução adotada passa a ser a avaliação do projeto proposto pelo fornecedor e a orientação de como fazer (know-how)8, indicando as devidas correções, sugestões, adequações.

Esse fato caracteriza nitidamente transferência de tecnologia. A evolução deste cenário passa por aprendizagem do fornecedor estrangeiro (experiência adquirida), adoção de novas tecnologias (acesso a informações), gradual abandono do aprendizado de inovações pelo nosso corpo técnico (em função de não haver mais necessidade de ensinar), dependência de fornecedor estrangeiro (por pura falta de prática no Brasil) e, por fim, sujeição ao preço e condição de fornecimento imposto pelo fornecedor, que tende a se elevar futuramente. Paralelamente haverá redução do nível de pesquisa e desenvolvimento da tecnologia nas instituições de ensino, uma vez que não haverá mais usuários no País. E, em um futuro não muito distante, ocorrerá o total descrédito do mercado nacional e internacional quanto a competência de o Brasil construir moldes de qualidade. Isso significará um elevado tempo de recuperação de domínio da tecnologia em caso de mudança dos ventos e necessidade de retomada de construção de moldes no País. d) Burocracia alfandegária Os processos de importação de produtos podem representar boa parte do tempo de colocação do molde em produção. Esse é um tempo que também deve ser considerado na composição do custo final do ferramental. e) Responsabilidade técnica As empresas do setor de projeto e construção de ferramentais (ferramentarias) estão enquadradas na obrigação de registrar a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART junto ao Conselho de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA em cuja circunscrição for exercida a atividade. A exigência de ART de Cargo e Função é orientada pelo artigo 43 da resolução CONFEA Nº 1.025/09. Ocorre que essa exigência é imputada unicamente ao setor ferramenteiro nacional, não tendo aplicação nos fornecedores de ferramentais estrangeiros. Esse fato implica em custos que, apesar de justos, reduzem drasticamente a competitividade do setor a nível nacional. Mas o mais importante é a proteção do consumidor (transformador usuário dos ferramentais) que em caso de aquisição de ferramentais nacionais está amparado por um profissional habilitado e uma entidade fiscalizadora (CREA/CONFEA). O mesmo não ocorre com fer8 Know-how: do inglês, significa como fazer. É o conhecimento de como executar uma tarefa.

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CONCLUSÃO Como ferramenteiros, muitas vezes nos deparamos com o problema da concorrência de fabricantes "nãonacionais" de moldes. Reforço que não estamos com receio de competir - somos confiantes em nossa qualidade, entrega e preço. A concorrência sadia é importante e faz com que haja evolução nos produtos e meios produtivos. Entretanto, quero passar a mensagem de alerta para uma série de fatores que, com frequência, são esquecidos nas transações internacionais. Esses fatores podem ser determinantes no desempenho final que o cliente obterá com o ferramental e carecem de análise cuidadosa. Afora as considerações técnicas, ainda é importante ressaltar a questão ética e social do processo. Em meu entendimento, a importação desenfreada, sem o mínimo de orientação técnica e moral, poderá levar o país à contração econômica dentro de uma espiral do ralo (figura 3). A redução do nível de emprego é visível, gerando uma consequente diminuição do poder aquisitivo da população, que por sua vez implica em encolhimento do consumo e busca por produtos mais baratos. A retroalimentação da importação de produtos ga-

nha então nova força e o volume passa a ser ainda maior, com viés de crescimento. Como resultado, há implosão da indústria nacional e, por fim, a estagnação da economia com forte impacto social negativo.

Redução

ramentais importados, uma vez que os fabricantes estrangeiros não determinam um profissional habilitado no Brasil para responder por eventuais danos ao cliente. E o risco (responsabilidade civil e criminal) fica totalmente direcionado ao usuário do ferramental. f) Custo social Embora o termo globalização esteja enraizado na economia moderna, há algumas nuances que devem ser levadas em conta quando se pensa no país como um todo. No cenário apresentado no item “c” acima é perceptível que o volume de empregos tende a reduzir com a política de compra de moldes no exterior, principalmente em um segmento de profissionais altamente qualificados e de renda mais elevada. O impacto direto será uma redução do poder aquisitivo (renda per capita) dessa classe e consequente diminuição no consumo dos produtos, sejam eles fabricados no Brasil ou importados.

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Contração do poder aquisitivo

Figura 3 - Espiral do ralo

Peço atenção a essa tendência de direcionamento. Todos, clientes, fornecedores e fabricantes de ferramentais, sem exceção, serão impactados, mais cedo ou menos tarde. Desafio nossos colegas ferramenteiros a gravar, em cada molde produzido, a frase "Construído com orgulho no Brasil". Pois disso não abrimos mão! FONTES DE CONSULTA [1] www.wikipedia.com.br [2] Ohfuji, T.; Michiteru, O.; Akao, Y; Peixoto, M.; Carpinetti, L. R. C.; http://www.numa.org.br/conhecimentos/ [3] Dihlmann, C.; O fluxo financeiro na transação comercial de um molde; Revista Ferramental. Edição 36 - Julho/Agosto 2011. Páginas 21-26. Editora Gravo. Joinville, SC. 2011 [4] Gama, M. P. N. da; Planejamento, programação e controle da manutenção: conceitos básicos de manutenção. Apostila do Curso de Pós Graduação em Engenharia de Manutenção da UFES. Vitória, ES. 1999 [5] Tavares, Lourival A.; Administração moderna da Manutenção. Novo Pólo Publicações, Rio de Janeiro, 1999. [6] Tavares, Lourival A.; Excelência na manutenção: estratégias, otimização e gerenciamento. 2ª edição. Casa da Qualidade. Salvador, BA. 1999. [7] Kardec, Alan; Arcuri Filho, Rogério; Gestão Estratégica e Avaliação do Desempenho. Manutenção Coleção. Rio de Janeiro, RJ: Qualitymark, 2002. [8] Fehrman Tools & Die Inc.; www.ftdinc.com. Byesville, Ohio, EUA

Christian Dihlmann - Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Especialização em Administração de Empresas para Engenheiros pela Fundação Educacional da Região de Joinville - FURJ/UNIVILLE. Aperfeiçoamento na área de fabricação de moldes e análise reológica em Portugal e Alemanha. Tem trabalhos publicados em revistas e congressos. Foi durante 6 anos pesquisador do Grupo de Pesquisa e Treinamento em Comando Numérico e Automatização Industrial - GRUCON do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Atualmente é Diretor Comercial da Jung Industrial Ltda. e Diretor/Editor da Revista Ferramental publicada pela Editora Gravo Ltda.

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ALEXANDRE DE SOUZA - desouza.alexandre@bol.com.br

Caracterização do tratamento térmico de machos em aço inoxidável para molde de injeção

A

aplicação de análises laboratoriais, aliada a literatura técnica e metodologias de experimentos permite a identificação de problemas encontrados em peças tratadas termicamente, facilitando a implantação de rotinas de trabalho claras e objetivas e que evitam problemas futuros de qualidade dos componentes para moldes utilizados na injeção de polímeros.

Moldes de injeção para materiais plásticos são construídos com uma ampla gama de importantes tipos de aços normalmente aplicados dentro do campo de engenharia de modo a atender eficientemente a respectiva aplicação industrial de projeto. Importantes critérios técnicos definidos em projeto para estes moldes incluem, entre outros, elevada resistência ao desgaste, à temperatura, corrosão, fadiga mecânica e certamente às fortíssimas cargas de impacto dinâmicas do processo de injeção. Outros critérios extremamente importantes para a correta definição técnica do tipo de aço a ser empregado como material do molde são: o tipo de polímero a ser injetado; a quantidade e formas geométricas das peças plásticas a serem produzidas. Entre os materiais empregados para a fabricação de moldes de injeção destacam-se alguns importantes tipos de aços ferramentas, tais como, AISI1 P4, P20, P21, H13 e 4340. Estes materiais são fornecidos com uma dureza HRC2 mais baixa para serem usinados facilmente (normalmente abaixo de 36 HRC), adquirindo posteriormente ao tratamento térmico a dureza correta para a aplicação da moldagem por injeção. Para estes vários tipos de aços ferramentas são feitos normalmente a têmpera3 e o revenimento em determinados patamares de temperatura após o processo de usinagem. Em casos especiais de aplicações de aços para moldes podem ser feitos ainda tratamentos termo-químicos

específicos para um aumento de dureza superficial, tais como nitretação, cementação e carbonitretação. Alguns tipos de materiais para moldes de injeção sofrem ainda tratamentos superficiais específicos para atingir determinadas características, como por exemplo, através do processo PVD4 [1], principalmente naquelas partes do molde submetidas a elevado desgaste em contato com o material polimérico. 1

AISI: do inglês American Iron and Steel Institute, que significa Instituto Americano de Ferro e Aço. Os aços ferramenta são classificados de acordo com a sua composição, aplicação ou meio de resfriamento. Os sistemas de classificação em uso atribuem aos aços códigos de identificação, compostos em geral de combinações de letras e números. No Brasil é seguida a classificação AISI, mas também é comum encontrar as classificações estabelecidas pela norma americana SAE (Society of Automotive Engineers = Sociedade de Engenheiros Automotivos) e pela norma alemã DIN (Deutsches Institut für Normung = Instituo Alemão de Normatização). 2 Dureza Rockwell (HRC): método de medição direta de dureza desenvolvido por Stanley Pickett Rockwell em 1922, nos Estados Unidos. É um dos mais utilizados em indústrias e um dos mais simples e que não requer habilidades especiais do operador. Além disso, várias escalas diferentes podem ser utilizadas através de possíveis combinações de diferentes penetradores e cargas, o que permite o uso deste ensaio em praticamente todas as ligas metálicas, assim como em muitos polímeros. 3 Têmpera: Tratamento térmico caracterizado pelo resfriamento em velocidade superior a velocidade crítica de têmpera de uma liga ferrocarbono, a partir de uma temperatura acima da zona crítica para os aços hipoeutetóides e geralmente dentro da zona crítica para os aços hipereutetóides, resultando em transformação da austenita em martensita. 4 PVD: do inglês Physical Vapour Deposition, significa deposição física de vapor. Trata-se de um processo descoberto acidentalmente por Faraday, que observou a deposição de partículas na superfície interna de bulbos de lâmpadas incandescentes oriundas da explosão do filamento. O processo consiste de deposição em vácuo onde, primeiramente, um material é transformado em vapor, então é transportado nessa fase e por último é depositado na superfície de um substrato. Este processo permite depositar uma infinidade de metais puros e ligas (como ouro, cromo, e outros) bem como uma série de nitretos e outros compostos. Setembro/Outubro 2011

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Um tipo de material amplamente utilizado para fabricação de cavidades e machos de molde de injeção é o aço inoxidável martensítico5 AISI 420 para injeção de polímeros clorados [2], o qual deve ser ainda corretamente temperado e revenido para atingir a dureza necessária estabelecida em projeto (dureza final desejada normalmente na faixa de 48 - 52 HRC) para os fins tribológicos almejados, com a devida resistência à corrosão em função da camada passivadora de óxido de cromo presente na superfície da peça. Normalmente com a aplicação de um correto tratamento térmico combinado de têmpera e revenimento pode ser atingida a dureza ideal necessária de projeto em determinadas partes de um molde de injeção construídas com aço AISI 420. O presente artigo tem como objetivo principal identificar de forma abrangente as principais condições de tratamento térmico aplicadas no processo de fabricação de 4 machos de um molde de injeção de 4 cavidades, construídos com determinado tipo de aço AISI 420. Foi identificado inicialmente, através da utilização prática em chão de fábrica do molde de injeção para produção de peças de polipropileno, que os machos possuíam provavelmente uma dureza HRC muito abaixo da especificada em projeto. Para a correta caracterização do tratamento térmico dos respectivos machos foram utilizados então três tipos de procedimentos laboratoriais: identificação por espectrometria da composição química do material empregado na construção dos machos, análise metalográfica e medição de dureza HRC dos machos. Todos os detalhes tecnológicos destas análises laboratoriais são descritos no conteúdo deste trabalho. Com os resultados obtidos pôde ser identificado o tipo de tratamento térmico empregado nos machos do molde de injeção, isto é, neste caso um processo de têmpera seguida de revenimento. Através das três análises laboratoriais, e ainda com base em vários tipos de dados experimentais apresentados na literatura técnica, foram analisados os diversos patamares de temperaturas utilizados para a realização do tratamento térmico combinado, explicando assim o baixo nível de dureza HRC encontrada nos machos. Os parâmetros de tratamento térmico utilizados estão diretamente relacionados com este nível de dureza encontrado. 1. Análises laboratoriais dos machos do molde de injeção Para a realização das três análises laboratoriais já 32

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mencionadas foram retiradas primeiramente amostras em pontos específicos dos 4 machos do molde de injeção (figura 1). Todos os trabalhos de preparação de amostras e análises laboratoriais foram realizados no laboratório de materiais da Sociesc Joinville, com base em procedimentos técnicos normalizados.

Local da retirada da amostra

Local da retirada da amostra do macho

4 machos com amostras retiradas

Figura 1 - Retirada de amostras dos machos para exames laboratoriais

A tabela 1 mostra os resultados laboratoriais referentes à composição química dos 4 machos do molde de injeção que foram obtidas através de um espectrofotômetro de emissão ótica, por meio da identificação da porcentagem em peso de elementos químicos, tais como, carbono, manganês, silício, cromo, fósforo e enxofre. Neste caso pode-se identificar que o material utilizado para a construção dos machos foi um aço inoxidável martensítico AISI 420 tipo DIN6 X39 Cr13 (nº material 1.4031, na norma alemã) [3], ou seja, um material típico de boa usinabilidade aplicado na construção de componentes de molde de injeção na condição temperada e revenida. É muito importante que na definição em projeto desElemento

Macho 1 Macho 2 Macho 3 Macho 4 (% em (% em (% em (% em peso) peso) peso) peso)

DIN X39 Cr13 1.4031

AISI 420

Carbono

0,414

0,402

0,414

0,413

0,36 - 0,42

0,15 min

Manganês

0,432

0,425

0,428

0,431

£ 1,00

1,00

Silício

0,55

0,55

0,54

0,55

£ 1,00

1,00

Cromo

12,13

11,97

11,96

12,16

Fósforo

0,031

0,031

0,031

0,031

12,5 - 14,5 12,0 - 14,00 £ 0,040

0,04

Enxofre

0,0062

0,0070

0,0089

0,0067

£ 0,015

0,03

Tabela 1 - Resultado da análise laboratorial da composição química dos machos

5 Martensita: fase metaestável que corresponde a uma solução sólida supersaturada de carbono em ferro. É uma fase extremamente dura. 6 DIN: do alemão Deutsches Institut für Normung (Instituto Alemão para Normatização) é a organização nacional na Alemanha para padronização, representante da Internation Standarization Organization (Organização Internacional para a Padronização - ISO) no país.


te tipo de material para a construção de um componente mecânico não seja especificado no desenho de produto somente a denominação americana AISI 420. Esta norma especifica apenas um limite mínimo de carbono (neste caso 0,15%) para o aço. O correto é especificar ainda a denominação alemã, ou seja, DIN X39 Cr13 juntamente com o número do material. Isto evita certamente erros na correta definição dos patamares de temperatura a serem utilizados no tratamento térmico deste material, deixando assim este processo de fabricação mais robusto. A tabela 2 mostra os resultados laboratoriais de exame de dureza dos 4 machos que foram obtidos por meio de um processo de medição utilizando um durômetro de elevada precisão, conforme norma NBR NM ISO 6508-1:08. Para cada amostra retirada do macho foi realizado um total de 4 medições em diferentes pontos. Analisando rapidamente os valores desta tabela, pode ser identificado que os valores de dureza de todos os machos encontram-se bem abaixo da faixa desejada

Identificação

Região de análise

Macho 1 Macho 2 Macho 3 Macho 4

Superfície

Resultado (dureza HRC)

Valor médio (dureza HRC)

36 -37 - 37 - 36

36,5

38,5 - 38 - 38 - 37,5

38

37 - 36 - 37 - 36,5

36,6

39 - 39,5 - 39 - 39

39,1

Valor Médio total HRC

37,5

Tabela 2 - Resultado do exame de dureza HRC dos machos

de projeto (48 - 52 HRC) para aplicações específicas dentro da área de moldagem por injeção. A figura 2 mostra de forma resumida os resultados das análises laboratoriais de metalografia realizadas nos 4 machos após a execução de todos os procedimentos metalográficos necessários de preparação de amostras. Neste caso, verifica-se que todos os machos apresentam uma microestrutura constituída basicamente de ferrita (fase a) e carbonetos precipitados de forma aleatória, tanto em contorno como dentro do grão do material. Este tipo de microestrutura (tendo como base os

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Microestrutura constituída de ferrita (fase a) e carbonetos precipitados. Esta é uma estrutura típica quando um material sofre um tratamento térmico de têmpera e revenimento em determinados patamares de temperatura. Figura 2 - Microestrutura típica dos 4 machos do molde de injeção conforme metalografia

valores de dureza mostrados na tabela 2) é obtido normalmente na prática com um tratamento térmico de têmpera seguido de um revenimento (revenido). O surgimento de ferrita juntamente com os vários carbonetos precipitados em determinada forma geométrica (esta combinação é chamada também na prática de “martensita revenida”) é resultado direto de uma decomposição térmica da martensita (“estrutura de corpo centrado tetragonal”) após a realização do tratamento térmico de revenimento, o que confere certa tenacidade ao aço. A temperatura de revenimento e o tempo de permanência nesta temperatura são fatores primordiais para que seja atingido um determinado nível de dureza no aço [4]. De acordo com a composição química do aço deve ser evitada ainda uma determinada faixa de temperatura de revenimento que acarrete em uma fragilização do material. 2. Interpretação dos dados laboratoriais obtidos Para a correta análise dos dados obtidos nas análises laboratoriais dos machos é apresentado primeiramente o ciclo de tratamento térmico de têmpera e revenimento do aço inoxidável martensítico X39 Cr13, tendo como base dados tecnológicos encontrados na literatura técnica (figura 3). • Fase T1: Nesta primeira etapa é realizado um aquecimento gradual do material em forno com atmosfera controlada (para evitar possíveis processos de oxidação formando uma “casca” de óxido na superfície do material através de vários tipos de reações químicas, 34

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Figura 3 - Ciclo de tratamento térmico de têmpera e revenimento recomendado para o aço X39 Cr13

equações 1, 2 e 3 -, ou de descarbonetação, - equações 4, 5 e 6) - a uma taxa de 100ºC/hora. Antes de sofrer este tratamento térmico, isto na sua condição inicial e normal de fornecimento, este material encontra-se com uma estrutura metalográfica constituída de ferrita (Fea), ou seja, uma estrutura cúbica de corpo centrado (CCC), juntamente com a presença de carbonetos tipo M23C6, isto é, de composição química (Fe,Cr)23C6.

O aumento constante da temperatura do forno provoca consequentemente um rápido fluxo de calor no material com velocidade proporcional ao seu coeficiente de condutividade térmica, aumentando assim continuamente a sua temperatura. Nesta primeira etapa de aquecimento o ferro do aço encontra-se ainda com uma estrutura CCC (Fe-a) e com carbonetos M23C6. Ocorre então uma determinada dilatação volumétrica de material por motivo de seu gradual aumento de temperatura dentro do forno. De forma geral, objetiva-se com este processo de aquecimento que o aço se aproxime lentamente de sua temperatura de mudança de estrutura CCC para CFC (cúbica de face centrada, ou seja, uma estrutura austenítica, isto é, tipo Fe-g). A temperatura onde ocorre o início da formação da austenita no material do aço (Ti) pode ser estimada pela equação 7, em função da porcentagem de elementos de liga presentes no material [5]. Para o aço em questão, por exemplo, tendo ainda como base os dados obtidos na tabela 1 referente à composição química do macho 1, esta tem-


peratura seria de aproximadamente 526ºC. A estrutura austenítica que está se formando apresenta um determinado tamanho de grão que aumenta continuamente com o constante aquecimento do aço inoxidável dentro do forno.

• Fase T2: Ao ser atingida uma temperatura de 400ºC dentro do forno o aço é mantido neste patamar durante um intervalo de tempo de 30 min. Cria-se desta forma uma homogeneização de temperatura em toda a seção da peça sendo tratada termicamente. Este pré-aquecimento de material tem como objetivo principal evitar qualquer tipo de choque térmico devido às elevadas temperaturas que podem ocasionar eventualmente microtrincas no aço dos moldes devido às concentrações de tensões. • Fases T3 e T4: Após 30 min de tempo de permanência em 400ºC o aço é aquecido novamente a uma taxa de 300ºC/hora. Ao ser atingido 1.050ºC (faixa de austeni-

tização completa do aço X39 Cr13) [5], o material deve ser mantido nesta temperatura durante 30 min de forma a haver uma total dissolução dos elementos cromo e carbono contidos em carbonetos para dentro da estrutura CFC do ferro. Um elevado grau de dissolução de ambos os elementos químicos na austenita significa que o aço pode atingir uma grande dureza na etapa posterior de resfriamento (fase T5). A temperatura e o tempo total que o material permanece dentro de uma condição austenítica exercem uma influência decisiva no tamanho de grão do material [6], o que define assim o grau de temperabilidade do aço. Temperaturas maiores de austenitização favorecem um aumento de tamanho de grão e assim um aumento da temperabilidade do aço, porém certamente, com perdas em propriedades mecânicas do material. • Fase T5: A última das etapas da fase de têmpera do aço consiste de um resfriamento extremamente brusco de material. Como meio de resfriamento recomenda-se a utilização de óleo mineral em 40ºC e na condição “moderadamente agitada” para o atingimento de uma dureza de 56 HRC. Neste processo de resfriamento

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ocorre uma transformação de uma estrutura austenítica para martensítica. Os elementos cromo e carbono provocam assim um elevado grau de distorção da martensita, sendo responsáveis dessa forma pelo elevado grau de dureza obtido. A temperatura em que a austenita começa a se transformar em martensita (Ms) pode ser calculada empiricamente pela equação 8 [7]. No caso do aço do macho 1, conforme tabela 1, esta temperatura seria de aproximadamente 196ºC. Em um outro patamar de temperatura denominado de “Mf“ termina-se assim a transformação da austenita em martensita (aqui neste caso, forma-se a martensita do tipo “ripas”).

Com o conhecimento do valor da temperatura Ms pode ser determinado também se o aço irá apresentar alguma quantidade de austenita retida após o resfriamento brusco em óleo na temperatura T (Equação 9). Com uma temperatura Ms calculada anteriormente em 196ºC e com uma temperatura de têmpera “T” de 40ºC calcula-se, através da equação 9, que a quantidade de austenita retida (RA) no material é 18%. De forma geral é esperado que para todos os machos do aço X39 Cr13 a quantidade de austenita retida encontre-se aproximadamente em torno deste valor.

• Fases R1, R2 e R3: Estas fases correspondem ao ciclo de revenimento do aço X39 Cr13 que devem ser realizadas imediatamente após o tratamento térmico de têmpera. A temperatura e o tempo de revenimento são parâmetros extremamente importantes neste tipo de tratamento térmico, visto que controlam os tipos e as quantidades de fases presentes e assim a dureza final do material. É desejado com este revenimento que a estrutura martensítica formada na têmpera se transforme em ferrita e carbonetos com uma determinada composição química e tamanho. O tratamento de revenimento com uma elevada temperatura e curto tempo tem na aplicação prática o mesmo efeito que a realização do revenimento com emprego de temperatura baixa e longo tempo. Para que os aços dos machos atinjam uma dureza entre 48 a 52 HRC, conforme dados experimentais 36

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Figura 4 - Influência da temperatura de revenimento na dureza HRC do material X39 Cr13

obtidos na literatura técnica, é necessário que seja feito o tratamento de revenimento em uma temperatura de 270ºC durante 90 min, partindo-se de uma dureza obtida no tratamento de têmpera de 56 HRC. Através das informações da figura 4 procura-se explicar os valores laboratoriais de dureza mostrados na tabela 2. De forma geral, verificando-se que os machos apresentam uma dureza média de 37,5 HRC, identificase por meio desta figura que o tratamento de revenimento do material X39 Cr13 foi realizado em uma temperatura de aproximadamente 650ºC. Este patamar de temperatura de revenimento acarretou em uma brusca queda de dureza, de uma estrutura preliminarmente martensítica de material com 56 HRC para uma ferrítica e carbonetos de dureza 37,5 HRC. Nesta temperatura de revenimento surgem, na estrutura ferrítica do material, carbonetos precipitados do tipo M23C6, de forma coalescida, onde através disso há também uma perda das propriedades de corrosão da matriz ferrítica pela eliminação de átomos de cromo. Na temperatura recomendada de revenimento do aço X39 Cr13 em 270ºC espera-se apenas uma precipitação de carbonetos do tipo M3C (Fe3C), o que mantém então neste caso a dureza material dentro da faixa desejada juntamente com boas propriedades de corrosão. Na temperatura de revenimento em 270ºC transforma-se também a austenita retida do tratamento de têmpera em “bainita inferior” (formada de ferrita e cementita). Desta forma espera-se que aço revenido nesta temperatura (tanto em 270ºC como em 650ºC) seja composto de uma matriz ferrítica com carbonetos de diferentes composições químicas e, consequentemente com diferentes graus de dureza HRC. De forma a obter uma estrutura metalúrgica do ma-


terial a mais homogênea possível, recomenda-se então que logo após a realização do tratamento de têmpera (imediatamente antes do revenido) seja realizado um tratamento sub-zero em uma temperatura de -75ºC, de modo que toda a austenita retida no aço seja transformada primeiramente em martensita. 3. Modelo de fluxograma experimental para otimização da dureza do aço X39 Cr13 Através do conhecimento profundo dos vários fatores técnicos que podem influenciar no valor final de du-

Figura 6 - Modelo de fluxograma experimental para a realização do tratamento térmico de têmpera e revenido do aço X39 Cr13

Figura 5 - Principais fatores (parâmetros) que influenciam na estrutura metalúrgica e dureza do aço X39 Cr13 no tratamento térmico de têmpera e revenido 3

reza do aço X39 Cr13 após têmpera e revenido (figura 5), apresenta-se ainda como proposta neste artigo um modelo de fluxograma experimental (figura 6) que visa o exato controle das propriedades metalúrgicas de tratamento térmico deste material, de forma que se atinja então uma dureza na faixa de 48 - 52 HRC necessária para o processo de moldagem por injeção de plástico. Embora os procedimentos de tratamento térmico do

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material X39 Cr13 apresentados anteriormente sejam baseados em uma ampla base de dados da literatura técnica de elevada confiabilidade, eles podem ser certamente ainda aprimorados de acordo com cada caso de aplicação dentro de uma empresa ou instituto de pesquisa que lida com processo de fabricação de molde de injeção. Neste caso devem ser levados ainda em consideração os vários detalhes das características tecnológicas dos equipamentos de tratamento térmico, as dimensões geométricas do molde de injeção, bem como, o exato conhecimento da composição química do material X39 Cr13 e sua estrutura metalúrgica de fornecimento. Assim, os vários procedimentos apresentados na sequência deste trabalho consistem de uma proposta técnica de otimização do processo de tratamento térmico do aço X39 Cr13 detalhado no capítulo 2. Com o conhecimento dos parâmetros que influenciam o processo de têmpera e revenido, conforme figura 5, é possível definir, com base nas informações da literatura técnica, grupos de experimentos baseados em uma metodologia DOE7 e que fazem parte diretamente do fluxograma experimental mostrado na figura 6. A tabela 3 mostra os parâmetros para a realização do tratamento de têmpera e revenido do aço X39 Cr13 com seus respectivos campos de variação experimental em dois níveis. Parâmetro a ser variado (conforme fig. 5) 1 - Velocidade de aquecimento do aço até atingir a zona austenítica

Experimento DOE de têmpera Valor mínimo Valor máximo 100 ºC/s

700 ºC/s

2 - Temperatura do aço zona austenítica

980 ºC

1050 ºC

3 - Tempo de permanência na zona austenítica

30 min

90 min

4 - Tipo de meio de resfriamento de têmpera

Água

Óleo

5 - Temperatura do meio de resfriamento

25 ºC

40 ºC

Sem agitação

Fortemente agitado

6 - Grau de agitação do meio de resfriamento Parâmetro a ser variado (conforme fig. 5) 1 - Velocidade de aquecimento do aço até a temperatura de revenido

Experimento DOE de têmpera Valor mínimo Valor máximo 100 ºC/s

300 ºC/s

2 - Temperatura do revenido

250 ºC

600 ºC

3 - Tempo do revenido em uma temperatura

30 min

120 min

Tabela 3 - Campos de variação experimental para realização de experimentos planejados (DOE) de têmpera e revenido do aço X39 Cr13

Para realização destes experimentos DOE torna-se importante a obtenção de amostras do mesmo material com que será construído posteriormente o molde de injeção. Estas amostras devem apresentar a forma geo38

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métrica de um cubo, cujo lado é igual à maior espessura de parede que pode ser verificada no desenho do projeto do molde a ser fabricado. Com base na tabela anterior é possível planejar estatisticamente um experimento DOE utilizando o software8 Minitab. No caso da têmpera com seis parâmetros variados em dois níveis experimentais obtém-se um planejamento de experimento com 32 combinações diferentes a serem executadas, onde a primeira variável de saída dos experimentos é o nível de dureza em toda a secção transversal da amostra (para cada combinação de experimento podem ser realizadas 3 medições da dureza na amostra, da superfície para o centro). O objetivo destes experimentos de têmpera não é apenas detectar o nível de dureza das amostras em função da variação controlada de parâmetros experimentais, mas sim também identificar por meio de análise metalográfica a quantidade exata da estrutura martensítica formada e da porcentagem de austenita retida no material para cada condição de resfriamento. Deve-se identificar através dos experimentos qual a combinação que propicia a dureza desejada mais próxima de 56 HRC em toda a secção transversal da amostra. No caso de um não-atingimento da dureza HRC desejada, recomendase fazer ainda uma “otimização experimental” de parâmetros utilizando também a metodologia DOE. Atingindo-se a dureza desejada nas amostras, deve ser obtida também por meio da utilização correta de parâmetros de processo uma quantidade suficiente de amostras para a realização do tratamento térmico de revenido. Lembrando ainda que estas peças devem sofrer, antes destes experimentos de revenido, um tratamento sub-zero em -75ºC para a eliminação completa da quantidade de austenita retida no material após a têmpera, ou seja, neste caso geram-se amostras com dureza 56 HRC em toda a secção transversal possuindo somente uma estrutura martensítica. Com o uso da tabela 3 é possível planejar também um experimento DOE para os parâmetros de revenido. Neste caso gera-se com o software Minitab um experimento com 8 combinações. Pode ser verificada, através destes experimentos, qual a combinação de parâmetros 7 DOE: do inglês Design of Experiments, significa planejamento de experimentos. É uma técnica utilizada para se planejar experimentos, ou seja, para definir quais dados, em que quantidade e em que condições devem ser coletados durante um determinado experimento, buscando, basicamente, satisfazer dois grandes objetivos: a maior precisão estatística possível na resposta e o menor custo. 8 Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação.


que propicia a dureza do material dentro da faixa de 48 até 52 HRC, juntamente com uma estrutura composta de ferrita e carbonetos finamente dispersos dentro de toda a secção transversal da amostra. É possível que exista também aqui a necessidade de um refinamento dos experimentos por outras técnicas de DOE, de forma que a dureza do material X39 Cr13 seja completamente ajustada dentro da faixa desejada mencionada anteriormente. Recomenda-se que (paralelamente à avaliação experimental da dureza HRC após o revenimento das amostras) seja feita uma análise metalográfica detalhada do tamanho de grão ferrítico formado no material e da composição química dos carbonetos, obtendo assim um máximo de informações tecnológicas em relação ao tratamento térmico realizado. Eventualmente no caso da utilização de amostras em forma de cubo com tamanho de lado muito grande, em virtude de grandes dimensões de parede do molde de injeção, torna-se às vezes muito dificultada a formação de uma estrutura martensítica dentro de toda a secção transversal do material durante o processo de resfriamento na têmpera. Isto é explicado pelo fato de que nas amostras com grande secção transversal a superfície resfria-se com uma taxa de resfriamento muito diferente daquela do centro. No centro da amostra resfriada bruscamente pode aparecer, por exemplo, uma grande quantidade de estrutura perlítica, juntamente com uma estrutura martensítica na superfície da peça com determinada quantidade de austenita retida. Assim, torna-se necessário a realização de um tratamento térmico de têmpera interrompido (martêmpera), isto é, imediatamente ao ser atingida a temperatura Ms do material o processo de resfriamento do aço é interrompido por certo intervalo de tempo, de forma que seja equalizada uma mesma temperatura dentro do toda a secção transversal da amostra. Após esta equalização de temperatura continua-se então rapidamente o processo de resfriamento do material até a temperatura mínima do meio de resfriamento com um determinado grau de agitação. O resultado do processo de martêmpera é, tendencialmente, a obtenção de uma estrutura martensítica em toda a amostra do material, porém ainda com a possível presença de quantidades de austenita retida a ser eliminada com posterior tratamento sub-zero. As amostras do aço X39 Cr13 tratadas termicamente podem sofrer ainda (além do exame de dureza HRC e análise metalográfica) após têmpera e revenimento, en-

saios mecânicos destrutivos e não-destrutivos, bem como exames de resistência à corrosão. O ensaio de impacto Charpy é um tipo de ensaio mecânico destrutivo que pode ser utilizado para verificar se o aço X39 Cr13 apresenta algum tipo de problema de fragilização decorrente da utilização de um determinado patamar de temperatura de revenimento (“fragilização de revenido”). 4. Endurecimento superficial do aço X39 Cr13 por nitretação à plasma Uma excelente possibilidade técnica para ser atingido um determinado nível de endurecimento superficial HRC em aço X39 Cr13 é a realização de um tratamento de nitretação à plasma (também conhecida como “nitretação iônica”) com condições de processo em níveis extremamente controladas de temperatura na faixa de 420 a 500ºC em forno à vácuo, com pressões de nitrogênio na faixa de 2 a 5 mbar [8]. Antes da nitretação o aço X39 Cr13 deve ser devidamente temperado e revenido de acordo com os procedimentos mostrados na figura 3, porém, com patamares de temperatura de revenimento entre 600 a 700C para obtenção de uma dureza de aproximadamente 38 HRC. Através do posterior tratamento de nitretação a plasma podem ser gerados na superfície da peça em determinadas profundidades vários tipos de carbonetos (geralmente dentro de três camadas distintas) que aumentam substancialmente a dureza do material, tais como, γ'-Fe4N, ε-Fe2-3N, Cr2N e CrN, e que podem ser posteriormente analisados em laboratório por análise energia dispersiva (EDS) e difração de raios X (DRX) [9]. Visto a elevada complexidade do processo de nitretação a plasma, devem ser realizados vários pré-experimentos utilizando-se a metodologia DOE buscando a obtenção de uma determinada composição química e espessura da camada nitretada com um específico grau de dureza HRC, diretamente em função dos parâmetros do processo (principalmente tempo, temperatura e pressão de nitretação referente a uma mistura gasosa de processo composta de nitrogênio, hidrogênio, argônio e metano em frações controladas). CONCLUSÕES Através das análises laboratoriais do material X39 Cr13 foi explicada a possível causa da baixa dureza HRC encontrada em 4 machos de injeção. Com forte apoio na literatura técnica sobre o estado da arte dos processos de tratamento térmico deste material identificaSetembro/Outubro 2011

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se que a causa principal do baixo patamar de dureza encontrado nos moldes deu-se propriamente pela utilização incorreta de uma temperatura de revenimento muito acima do valor máximo desejado. Temperaturas muito altas de revenimento para o material X39 Cr13 provocam a precipitação de uma quantidade muito grande de carbonetos da matriz ferrítica, consequentemente com um abaixamento brusco de dureza. Foi apresentado ainda neste trabalho que a temperatura de revenimento do aço X39 Cr13 pode ser otimizada pela realização de uma série de experimentos estatisticamente planejados, onde também deve ser primeiramente refinado o procedimento de tratamento térmico de têmpera do material de forma a obter de maneira segura um nível de dureza de 56 HRC na presença com uma estrutura martensítica provocado também por meio da realização de um tratamento sub-zero em um baixíssimo nível de temperatura. Por motivo da excelente afinidade do ferro e cromo por nitrogênio foi mostrado também neste artigo a possibilidade da utilização do tratamento térmico de nitretação a plasma como um procedimento técnico alternativo para aumento de dureza superficial do material de moldes de injeção construídos com aço X65 Cr13. A aplicação deste tratamento termoquímico deve estar condicionada diretamente com um tipo específico de processo de moldagem por injeção, definido, por exemplo, pelo tipo de geometria e das condições de injeção do material polimérico dentro do molde. A aplicação do tratamento de nitretação para o aço X39 Cr13 requer na prática a execução de uma série de experimentos de modo a poder determinar as melhores condições de espessura da camada nitretada na superfície do material, juntamente com a dureza final desejada para as aplicações de moldagem por injeção. Visto a necessidade de um maior número de operações de tratamento de material comparativamente à realização apenas de têmpera e revenido, a utilização do processo de nitretação à plasma justifica-se apenas em condições práticas extremamente especiais.

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Alexandre de Souza - Engenheiro e mestre em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atualmente doutorando em engenharia mecânica na área de processos industriais de fabricação na Universidade Técnica de Dresden na Alemanha (tese voltada diretamente para o desenvolvimento da tecnologia ECDM). Atua ainda como pesquisador em engenharia junto ao conselho nacional de pesquisa e desenvolvimento (CNPQ) e como instrutor de cursos e treinamentos para as empresas nas áreas de gerenciamento de custos industriais, manutenção produtiva total (MPT), engenharia econômica e tecnologia de processos industriais. 40

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Segmento de Mercado Principais Produtos ou Serviços

Gestão da Empresa M F

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Data Nasc.

Cargo

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Profissionais experientes e qualificados

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Confiança - elemento essencial à vida pessoal e profissional por Paulo CÊsar Silveira (falecom@paulosilveira.com.br)

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Paulo César Silveira - Conferencista com mais de 1.750 palestras em sua carreira em 15 anos de profissão. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 500 artigos editados. Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Autor de 18 livros, destacando-se os best-sellers: A Lógica da Venda e Atitude - Virtude dos Prósperos. Sendo ainda um dos autores da Coleção Guia Prático da Revista PEGN e também dos livros Ser+ em Vendas, Ser+ com T&D e Ser+ com Palestrantes Campeões em parceria com a Revista Ser Mais. Seu trabalho corporativo se baseia no treinamento mundial de vendas mais agressivo do mundo: Buyer Focused Selling e nos principais métodos de compras mundiais, principalmente as metodologias BATNA, PAC e no método de liderança TGE. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP e UFRGS. Palestrante indicado pela FACISC, ADVB e FIESP nas áreas de vendas consultivas, vendas técnicas e comunicação com base em liderança. Site www.paulosilveira.com.br

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O bico prolongado de injeção lateral de saída dupla DL-8B da Thermoplay é utilizado principalmente quando a geometria da peça necessita de uma ponteira onde o espaço é limitado. Este tipo de ponteira pode ser também sugerido quando é necessário afastar da zona moldante de modo a evitar manchas e defeitos. Por conseguinte, esta ponteira é indicada para a injeção interior das peças plásticas do tipo tampas, peças de pequena dimensão e recipientes profundos. Em função de algumas especificações, é possível personalizar a distância do ponto de injeção ao eixo do bico. Estes bicos não são apropriados para injetar materiais abrasivos. O diâmetro pode variar de 22 a 44 mm.

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equipado com comando numérico Heidenhain.

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O transpalete hidráulico TM 3000 SN, da Cofermaq, tem capacidade de transporte de até 3.000 kg e pesa 78 kg. O comprimento útil do garfo pode ser de 1.000 ou 1.500 mm, com largura externa de 530 ou 680 mm. O comprimento total do equipamento varia de 1.390 a 1540 mm e tem altura total de 1.215 mm. Vem equipado com rodas de nylon, sendo a direcional com diâmetro de 170 mm por 50 mm de largura e as fixas com diâmetro de 80 mm x 100 mm. Todas vem com rolamento de blingadem dupla. O sistema de giro conta com rolamento axial. Tem garantia de 6 meses. Cofermaq 11 4587-0071 www.cofermaq.com.br

Desenvolvido pela espanhola Metalcam e comercializado no Brasil pela Fitso, o software de manufatura assistida por computador (CAM) Fikus Visual Cam simula

operações de torneamento, fresamento, centrotorneamento, eletroerosão a fio, corte a laser, plasma e jato d'água. Em sua versão 16, o programa ganhou tradução para a língua portuguesa e novas funcionalidades, como o suporte a utilização de dispositivos conhecidos como SpaceBall, que são mouses invertidos usados para fazer desenhos e também para o controle dos movimentos dinâmicos na tela; há também duas novas opções de zoom dinâmico: centro de cursor ou de um ponto fixo. Esta última opção segue os padrões do SolidWorks para facilitar o uso entre os que são familiarizados com esse sistema de projeto assistido por computador (CAD). No ambiente CAD foram adicionadas opções para criar elementos tangentes ou a partir de curvas Nurbs e também uma função para criar linhas de sincronização entre duas curvas. Além disso, agora é possível gerar pontos de referência para alinhamento e posicionamento de forma automática, o que foi chamado de geração de trajetória interativa. Na simulação do CAM a versão permite a determinação do tipo de ferramenta adequado com base na máquina que será utilizada e no material de estoque. Assim, a cada trajetória nova gerada, o usuário escolhe a máquina e o material. O simulador mostra uma imagem 3D mais realista, incluindo o resultado da usinagem com ferramentas cônicas e em formato "T". Há também opções adicionadas para salvar o material resultante em formato STL

• Termoplástico • Alumínio • Ferramentas de Estampo • Dobra • Repuxo

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e obter informações sobre o volume de cavaco removido. Para o módulo de eletroerosão a fio, foram incluídas opções para o tratamento de cantos inclinados constantes e para a simulação do afastamento parcial. Inclui ainda um processo chamado de 2XA (dois eixos avançados) que auxilia a definição de mais partes que serão usinadas em dois eixos (2X) com ângulos de inclinação diferentes em cada face. A versão adicionou assistentes para as máquinas de eletroerosão a fio fabricadas pela estadunidense Ona. Na simulação do torneamento, opção para definir as ações como relativa (comprimento) e absoluta (diâmetro); e para definir a ordem de desbaste nas sub-zonas geradas pelo tratamento do material. A tabela de ferramentas de torneamento foi reestruturada. Para simulação das operações em centros de torneamento e fresamento (millturn), a novidade é a

utilização do gráfico de Gantt para otimizar os tempos de usinagem. Alguns modelos de máquinas de eletroerosão a fio da Agie Charmilles estão sendo comercializadas com o Fikus WireEdm dentro de seus controladores. Além da Agie Charmilles e da Ona, o programa suporta as tecnologias presentes em máquinas das fabricantes Accutex, ActSpark, Makino, Fanuc, Mitsubishi e Sodick. Os dados podem ser convertidos em formatos IGES, DWG, DXF, STEP, Solidworks, Cimatron E e ISO. O Fikus possui interface nativa para troca de dados com o Cimatron E , no qual é possível modelar em um sistema e usinar no segundo, ou na ordem inversa. Fitso 11 4063-0860 www.fitso.com.br

A puncionadeira Nisshinbo HPI3044, comercializada pela Steel-

mach, de tecnologia japonesa, é construida em estrutura fechada para oferecer maior rigidez e estabilidade, pode operar com chapas de até 6,35 mm de espessura (4 mm para chapas de inox) com controle de 4 ou 5 eixos (X, Y, Z, T e C) e diâmetro máximo de puncionamento de 88,9 mm. Tem sistema hidráulico H+L de alta performance, com cabeçote de puncionamento de até 1.000 cpm. A força nominal é de 294 kN, a potência total de 21 kW e as dimensões da mesa de 1.250 x 2.500 mm. O magazine tem de 36 a 40 estações e a precisão de posicionamento é de ± 0,1mm. As di-

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mensões do equipamento são de 5.600x2.300x2.200 mm de comprimento, largura e altura respectivamente e o peso bruto é 15.000 kg. Steelmach do Brasil 54 3028-8511 www.steelmach.com.br

A 8ª Conferência Internacional Latino Americana de Tecnologia do Pó (PTECH) ocorrerá de 6 a 9 de novembro no Centro de Convenções do Resort Costão do Santinho, em Florianópolis, Santa Catarina. Realizada pela ABC (Associação Brasileira de Cerâmica), promovida e organizada pela Metallum (empresa especializada em Eventos Técnicos e Científicos) a conferência conta com o apoio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), e tem o objetivo de

apresentar os mais recentes desenvolvimentos e aspectos da fabricação de produtos metálicos, intermetálicos, cerâmicas, MMC e materiais CMC, e reunirá renomados profissionais nacionais e internacionais, de vários países do mundo. Abordará temas referentes à metalurgia do pó como: fabricação de pós metálicos, caracterização, corrosão e propriedades mecânicas, tratamento térmico, materiais magnéticos, moagem de alta energia, materiais para bateria, moldagem por injeção, compósitos de matriz metálica, nanomateriais, compactação, processamento, sinterização, aplicações automotivas, entre outros. Destacará também assuntos relacionados à cerâmica, como: cerâmica eletroeletrônica, compósitos de matriz cerâmica, processamentos e estrutura de cerâmica, nanomateriais, sinterização e

propriedades, síntese e biomateriais, síntese de pós-cerâmicos. Contemplará também um fórum para o debate de tendências e mercado, assim como, sessões técnicas para apresentações de trabalhos científicos, painéis e seminários, que abordarão os principais aspectos relacionados ao desenvolvimento da Metalurgia do Pó no país e no mundo.

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INSERÇÃO INTERNACIONAL: FORMAÇÃO DOS CONCEITOS BRASILEIROS Amado Luiz Cervo

GIESSEREI-FACHWÖRTERBUCH ALS APP (Dicionário de Fundição como App) Ernst Brunhuber, Jacqueline Schiemenz

A obra analisa a relação entre o interno e o externo, o Brasil e a ordem internacional, desde a perspectiva dos conceitos elaborados por pensadores e analistas brasileiros. Insere o Brasil no campo da teoria das relações internacionais, uma disciplina fundamental para os estudos nessa área. As teorias das relações internacionais embutem valores, padrões de conduta e interesses de nações ou grupo de nações onde são elaboradas. O jogo de ambições, culturas, interesses econômicos, segurança, ordenamento global, vizinhança são alguns dos fatores analisados e que limitam o alcance explicativo dessas teorias, bem como sua isenção e imparcialidade. Ainda assim, influem sobre a decisão dos governos e outros agentes. O livro agrega ao pensamento internacionalista a contribuição brasileira que, em boa hora, convinha sistematizar. 2008. ISBN 978-85-02065-70-3 www.editorasaraiva.com.br

NOÇÕES SOBRE TECNOLOGIA DE GESTÃO NA INDÚSTRIA Ernandes Marcos da Silveira Rizzo

Apresenta as principais técnicas, normas e práticas relacionadas à gestão da qualidade, segurança, saúde e meio-ambiente de forma clara e objetiva. Fartamente ilustrado em cores e direcionado aos profissionais da área da siderurgia, estudantes ou para treinamento de novos funcionários de uma indústria. Este volume da área de Conhecimentos Básicos integra a série Capacitação Técnica em Processos Siderúrgicos. É dividido em 9 capítulos: Gestão da qualidade; Ferramentas da qualidade; Métodos de Análise e Solução de Problemas - MASP; Gestão qmbiental; Gestão de saúde e segurança do trabalho; Noções básicas sobre sistemas de automação e controle de processos; Sinais convencionais para sinaleiros de pontes rolantes; Sistemas de unidades de medida; Noções básicas de matemática, física, química, mecânica e refratários. 2006. ISBN 987-85-86778-99-0 www.abmbrasil.org.br

O dicionário de fundição (software) contém mais de 10.000 palavras-chave em quatro idiomas: alemão, inglês, francês e italiano. Trata-se assim de referência para profissionais, estudantes e especialistas da indústria de fundição e áreas correlatas. Os termos são organizados por ordem alfabética em cada língua, e cada termo é associado ao seu correspondente nas outras três línguas. Dessa forma, este dicionário torna-se especialmente fácil de ser usado pelo leitor. É possível acessar diretamente cada termo em cada língua, sem complicação de pesquisa. Contempla: inúmeras definições de objetos, procedimentos e técnicas; pesquisa iniciada automaticamente após digitação da segunda letra; operação off-line, sem necessidade de conexão à internet. Uma vez baixado, pode ser utilizado sem pagamento de tarifas adicionais. Disponível para iPhone e sistema Android. www.schiele-schoen.de

SEGURANÇA DE REDES EM AMBIENTES COOPERATIVOS Emílio Tissato Nakamura, Paulo Lício de Geus

A segurança da informação possui influência cada vez maior no sucesso dos negócios. Para aplicar a melhor estratégia de defesa, é preciso conhecer os principais riscos e ataques realizados por piratas eletrônicos (hackers), além de entender os principais conceitos de segurança e tecnologias, mecanismos e protocolos disponíveis para a proteção. Forme sua base de segurança, aprendendo sobre segurança de redes, incluindo: o ambiente cooperativo, os riscos que rondam as organizações, a segurança em redes sem fio, a política de segurança, o firewall, os sistemas de detecção de intrusão, a criptografia e a PKI, as redes privadas virtuais, a autenticação e um modelo de segurança. 2007. ISBN 987-85-75221-36-5 www.editoranovatec.com.br

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Divulgação

Inovação e eficiência energética

João Carlos Brega Presidente da Embraco ceo@embraco.com.br

Dada a carga tributária de nosso país, falar em competitividade de produtos brasileiros no exterior seria impossível sem inovação e tecnologia. Embora as estatísticas ainda sejam tímidas e dispersas nessa área - o montante destinado à pesquisa e desenvolvimento no Brasil tem sido um pouco acima de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) enquanto o ideal é de, no mínimo, 2,5% (ao longo do tempo), segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), há que se reconhecer a tendência de melhoria contínua. Desde o fim dos anos de 1990, existem os fundos setoriais, que trouxeram estabilidade de recursos para o setor e incluíram a sociedade no processo de decisão. A última década foi marcada pelo estabelecimento de uma visão estratégica de longo prazo, destinação de recursos para estimular a inovação, criação de incentivos para contratar pesquisadores, bem como de atividades de pesquisa e desenvolvimento nas empresas. Os instrumentos de fomento à inovação já existem em bom número, mais de 60. O programa Inova Brasil, da FINEP (Financiadora de Estudos e Projeto) é um exemplo. Ele oferece recursos reembolsáveis à organização e, adicionalmente, destina 10% do montante para a universidade parceira por cinco anos. Outro ponto importante é a crescente produção de patentes relativas a gerenciamento de resíduos, controle de poluição das águas e energia renovável, o que demonstra o avanço na busca do desenvolvimento sustentável. No que diz respeito à energia, entretanto, não podemos restringir o debate às fontes renováveis, quando se faz necessário, também, o estabelecimento de mecanismos para reduzir o consumo de energia em várias frentes, como a conscientização dos consumidores no momento da escolha de produtos, a mudança de hábitos dentro de casa e o avanço no processo produtivo. A busca incessante pela redução do impacto ambiental no setor produtivo - do qual o consumo de energia faz parte - deve começar já na concepção dos novos empreendimentos, produtos e processos tanto em pequenas como em grandes empresas. Uma ação mais forte do governo na política de eficiência energética brasileira pode ajudar a impulsionar o tema no país. O Selo Procel, que atesta a eficiência energética dos produtos no Brasil, chega ao nível A de máxima eficiência. Nos Estados Unidos, programa semelhante alcança o nível A++. A energia está entre os grandes temas da pauta mundial de inovação. Mais do que desafio, isto deve ser visto como oportunidade para a iniciativa privada e para o governo. Contudo, o Brasil ainda carece de articulação entre o setor público, a academia e as empresas para realização de um trabalho conjunto para impulsionar a inovação nessa área de acordo com as necessidades do mercado e os objetivos do país. Um caminho necessário à competitividade das organizações, à proteção do meio ambiente e ao crescimento da riqueza nacional. 58

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