Revista Ferramental Edição 38

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ANO VII - Nº 38 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2011 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

O ERP como ferramenta de vantagem competitiva em empresas de médio porte

Entenda o princípio de fabricação de componentes por metalurgia do pó

DESTAQUE



ANO VII - Nº 38 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2011 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

O ERP como ferramenta de vantagem competitiva em empresas de médio porte

Entenda o princípio de fabricação de componentes por metalurgia do pó

DESTAQUE



Christian Dihlmann Editor

A perspectiva é boa Há um ano mencionei que estava satisfeito, porém não realizado. Confesso! Agora estou ainda mais alegre, mas cheguei a conclusão que nunca estarei completamente realizado, pois sempre haverá mais um passo a ser dado. Um rápido balanço do ano me faz relembrar as diversas conquistas recentes. Fico maravilhado com o resultado que pode ser (e foi) obtido quando forças se unem. Diversas entidades trabalharam juntas. ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, ABIFA - Associação Brasileira da Indústria de Fundição, ABM - Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, ABIPLAST - Associação Brasileira da Indústria do Plástico, ACIJ - Associação Empresarial de Joinville, CIC - Câmara da Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, Ajorpeme - Associação de Joinville e Região para a Pequena e Média Empresa, Virfebrás - Consórcio Virtual de Ferramentarias de Caxias do Sul, sindicatos laborais e patronais, SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, diversas empresas da cadeia de ferramentarias, entre elas fabricantes e fornecedores, empresários e trabalhadores, todos com uma boa parcela de contribuição. Senão vejamos. Já em fevereiro tivemos a complementação da inclusão de NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) referente a moldes para moldagem de borrachas e plásticos na lista de exceção à TEC (Tarifa Externa Comum), resultando em um ajuste do imposto de importação de 14 para 30%. Diversos eventos de capacitação realizados em vários pontos do país e inúmeras reuniões de planejamento e avaliação de resultados demonstram que o setor está amadurecendo para conquistar um “lugar ao sol”. A presença, no Brasil, do Prof. Etsujiro Yokota, expresidente da Associação Asiática da Indústria de Moldes e da Associação Japonesa da Indústria de Moldes (JADMA - Japan Die & Mold Association) e do Sr. Robert L. Akers, vice-presidente da Associação Americana de Usinagem e

Ferramentaria (NTMA - National Tooling & Machining Association), por ocasião da instalação da ABINFER Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais denota a importância do segmento para o cenário mundial. Aprendemos diversas lições com as importantes colocações destes dois ícones mundiais do setor ferramenteiro. A criação da Rede Nacional de Ferramentarias pela Gerência de Inovação do SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, objetivando estruturar os pólos fabricantes de moldes no Brasil e agregar valor aos seus produtos. A regulamentação do comércio exterior de ferramentais (tanto importação quanto exportação), que está em pleno avanço no que tange às melhorias do processo de garantia da qualidade e responsabilidades técnicas. Enfim, estas são apenas algumas das diversas ações empreendidas pelas principais entidades representativas. Nesta edição de final de ano vou me eximir de comentar o conteúdo da Ferramental e deixar que você, leitor, descubra em cada página os diversos assuntos que, certamente, poderão contribuir para elevar a competitividade de sua empresa. Pretendo apenas tecer alguns comentários sobre 2012. A crise na Europa e os seus possíveis desfechos indica como deve ser o ambiente econômico mundial em 2012. As medidas monetárias que podem ser adotadas em curto prazo pela União Européia dificilmente trarão soluções rápidas àquele continente. Adicionalmente, a economia dos Estados Unidos da América tende a permanecer modesta, mesmo no melhor dos cenários. Por outro lado, o governo brasileiro tem tomado medidas importantes para proteger a economia em relação ao agravamento da crise internacional. Além dos cortes da taxa básica de juros e da elevação do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados para certos carros importados, o governo tem intenção de adotar as medidas que forem necessárias para proteger a economia brasileira dos impactos externos. O país precisa manter um ritmo de crescimento dinâmico em 2012 e nos próximos anos. Mas precisamos fazer a nossa parte, como profissionais, empresários e cidadãos. A perspectiva é boa. Novembro/Dezembro 2011

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Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X

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Sistemas de câmara quente: manutenção preventiva e recomendações para a instalação Os sistemas de câmara quente têm contribuído de forma significativa para a melhoria do processo de produção de peças plásticas, tanto em nível de qualidade quanto de rentabilidade. Entretanto, é importante que sejam instalados e manutenidos de forma correta para minimização de tempos de manutenção corretiva e, consequentemente, para redução significativa de custos financeiros do processo.

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Aplicação do ERP em empresas de médio porte como ferramenta de vantagem competitiva Em tempos de desafios econômicos, a implantação de um ERP se mostra um excelente projeto de valorização do negócio, desde que sejam observados os devidos cuidados na implantação do sistema.

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Metalurgia do pó convencional – uma revisão A tecnologia do pó é, às vezes, uma rota alternativa na produção de produtos e, outras vezes, a única alternativa de produção. A metalurgia do pó é um processo empregado para transformar, pós metálicos e não metálicos, em peças ou componentes acabados. Alguns fatores econômicos contribuem para que atualmente a tecnologia venha sendo utilizada em larga escala, tais como, o número reduzido de operações na produção da peça acabada, em relação a outros processos, e o aproveitamento quase total da matéria prima.

DIRETORIA Christian Dihlmann – Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Dr. Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Dr. Cristiano V. Ferreira, Dr. Jefferson de Oliveira Gomes, Dr. Moacir Eckhardt, Dr. Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 / 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Vendas Santa Catarina / Paraná Spala Marketing (41) 3027-5565 spala@spalamkt.com.br Vendas São Paulo Gilmar Frassetto (11) 8827-1817 cocaper@hotmail.com ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 8877-6857 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br Produção gráfica Martin G. Henschel Impressão Impressul Indústria Gráfica Ltda. www.impressul.com.br

A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matériasprimas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC

Foto da capa:

Molde de 45 toneladas para injeção de caixa de 400 litros. Foto cedida por GFM Gerenciamento e Fabricação de Moldes Ltda., de Joinville, SC

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Gostaria de saber a data de publicação e as páginas em que foi publicado o artigo "Características de processos de prototipagem”, escrito por Jessé da Silva. Necessito desses dados para referenciá-lo em um trabalho. Alessandro Victor de Araújo - Engenheiro de Automação - Minas Gerais

O artigo de Jessé da Silva, da empresa Fastparts Protótipos, foi publicado nas páginas de 39 a 44 da edição 13 (julho/agosto de 2007) - Editor. Tenho interesse na revista Ferramental e também gostaria de saber como é feita a seleção de notícias para a revista. Caso nossa empresa tenha um assunto interessante que possa ser liberado como notícia, é possível enviar para publicação? Rafael O. L. de Lima - Solid Face - São Paulo

Todo material recebido para publicação na Ferramental é avaliado pelo comitê editorial, que classifica entre artigos técnicos, notícias de interesse para o setor de ferramentaria e textos comerciais. A seleção para publicação obedece a critérios de tamanho, conteúdo e data de recebimento. A princípio, toda notícia pode ser publicada Editor. Parabenizo a equipe da Ferramental pelo artigo “Importado x nacional: o verdadeiro custo de um molde”, publicado na edição 37 (setembro/outubro de 2011). Reflete com clareza os meandros do processo de importação e clarifica os cuidados que devem ser tomados para não considerar apenas o preço de venda de um molde, mas sim todo o complexo de variáveis inclusas na composição do custo final. Adir Pabst - Usipa - Joinville, SC

Moldes para injeção de termoplásticos e alumínio A Sildre está capacitada em disponibilizar a melhor solução em serviços na área de ferramentaria, com alto nível de qualidade e produtividade exigidos em projetos de engenharia.

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Agradecemos os contatos de: Emerson Rodolfo de Lima Delphi Automotive - Jambeiro, SP Natália Nicolau LRM Laboratório Metrológico - São Paulo, SP Cristiane Actua Comunicação - São Paulo, SP Natália Andressa Baffatto Robtec - Diadema, SP Humberto Marcon Fascin Plascin Indústria de Plásticos - Criciúma, SC Rita de Cássia Dias Metallum - São Paulo, SP Poliana Baldim Polimold - São Bernardo do Campo, SP Juan Brito Ferramenteiro - São Paulo, SP Rogério Cochorowski Técnico em Ferramentaria - São Paulo, SP Daiane Geller Eletro Zagonel - Pinhalzinho, SC

Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.


Deixe de se esforรงar! Por Roberto Adami Tranjan roberto.tranjan@cempre.net

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Roberto Adami Tranjan

• Roberto Adami Tranjan é um inovador em modelos de gestão que usa como instrumentos a sua habilidade e experiência de pesquisador, escritor, educador, consultor e conferencista. Em resposta às novas necessidades das pessoas e dos mercados na era do conhecimento, idealizou a Metanóia com o objetivo de criar empresas éticas, humanas e prósperas. Autor dos livros Rico de Verdade (2008), Pegadas (2005), Metanóia (2002), Não durma no ponto (1999) e A empresa de corpo, mente e alma (1997).

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A Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER foi instituída em 16 de setembro, dentro do evento IV Encontro Nacional de Ferramentarias - ENAFER, que ocorreu em Joinville, SC, paralelamente a Intermach 2011. O evento teve a palestra de Etsujiro Yokota, ex-presidente da Federação Asiática dos Fabricantes de Moldes e Matrizes (FADMA - Federation of Asian Die & Mold Association), Conselheiro Técnico da Associação Japonesa de Moldes (JADMA - Japanese Die & Mold Association) e da Associação Japonesa de Máquinas Ferramenta, Professor da Universidade Industrial do Japão e Vice diretor do curso de tecnologia de moldes da AOTS. Também contou com a exposição de Robert L. Akers, vice-presidente da Associação Nacional de Ferramentaria e Usinagem dos Estados Unidos da América (NTMA - National Tooling & Machining Associtation). Dentre os convidados, diversas autoridades. Em seu discurso de posse, cuja integra está apresentada a seguir, o presidente Christian Dihlmann referenciou as metas da entidade. Ao fazer a abertura do I Encontro Nacional de Ferramentarias - ENAFER, em 2007, realizado na ACIJ, cumprimentei o grupo com um singelo “bom dia pessoal”. Na oportunidade, em sua fala Udo Döhler comentou sobre a informalidade daquele momento, pois não houve toda uma lista de menções. Hoje me sinto honrado em poder mencionar presenças importantes neste ato. Em especial citar a participação dos ilustres convidados, Sr. Etsujiro Yokota (membro e ex-presidente da Federação Asiática das Associações de Fabricantes de Moldes e Matrizes e membro e ex-presidente da Associação Japonesa de Fabricantes de Moldes) e do Sr. Robert Akers (vice-presidente da Associação de Ferramentarias e Usinagem dos Estados Unidos da América). Friends, welcome to Brazil!. Autoridades já nominadas. Ao final de 2006 um grupo de participantes do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da ACIJ reuniu-se para debater os problemas da importação de moldes. Naquele momento percebeu-se que não bastava atuar em ações tecnológicas nas empresas para buscar a competitividade. Era necessário discutir mais do que isso, era preciso pensar estrategicamente o setor como um todo. Mas o consenso deveria vir de um grupo representativo do segmento ferramenteiro, entre eles clientes, fornecedores e fabricantes de moldes. Assim, surgiu em 2007 o primeiro encontro, intitulado ENAFER, realizado nesta cidade. Na oportunidade tivemos a participação de 130 empresários do setor ferramen-

teiro nacional, de vários estados, que discutiram o alinhamento estratégico a ser adotado pelo setor brasileiro, visando à modernização e perpetuação das empresas fabricantes de moldes e ferramentais. Após 2 anos de muito trabalho, foram apresentadas, no II ENAFER realizado no mês de julho de 2009 em São Paulo, SP, as propostas de estruturação do setor ferramenteiro, que englobam quatro macro-metas, a saber: reduzir o déficit da balança comercial brasileira em 50% até 2017; gerar 2.000 empregos diretos de mão-deobra altamente qualificada até 2017; ter superávit da balança comercial brasileira de US$ 200 milhões até 2026; e a mais audaciosa que propõe estar entre os três melhores países do mundo no fornecimento de moldes e ferramentais até 2026. Hoje somos apenas o 11º colocado. Em maio de 2010, na cidade de Caxias do Sul, RS, realizamos o III encontro. Lá, além da revisão do planejamento estratégico, foram aprovadas a criação da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER e algumas ações emergenciais para defesa comercial do setor, principalmente em função da liberação, pelo Governo Federal, da importação de moldes usados. Hoje vivenciamos o IV ENAFER. Estou emocionado. A luta de vários anos torna-se, ENFIM, realidade. A criação da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER, cujo principal objetivo é defender os interesses das ferramentarias nacionais, consolida uma longa jornada em busca da organização e fortalecimento do setor. E acontece justamente no mês em que homenageamos a nossa Pátria amada: Brasil. O mês que representa a independência. Com base em palavras citadas por Henrique Meirelles (ex-presidente do Banco Central), na última edição da Expogestão, precisamos fortalecer nossas políticas estruturantes (as por ele denominadas correntezas profundas) e não apenas preocupar-se com as ondas de superfície. A ABINFER é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos, regida por Estatuto e tem a missão de: I. Promover, estimular e propor medidas que permitam aos empresários, sociedades empresariais e demais pessoas que se dedicam às indústrias de ferramentais, o desenvolvimento e fortalecimento harmônico de suas atividades, como parcela representativa no contexto econômico-social do Município, do Estado e do País; II. Realizar pesquisas, estimulando o aperfeiçoamento técnico das indústrias de ferramentais no que diz respeito à inovação tecnológica, desenvolvimento, distribuição, venda e outras atividades relacionadas ao processo econômico de produção, distribuição e venda de moldes, estampos, equipamentos e componentes do setor; III. Facilitar o acesso a serviços especializados à orientação e assistência aos associados; IV. Defender, amparar, orientar e coligar os empresários, sociedades empresarias e demais pessoas que se dediquem a qualquer atividade voltada às indústrias de ferramentais perante os órgãos competentes, participando juntos aos Poderes Públicos no estabelecimento de critérios que definam suas obrigações e direitos perante a Comunidade Brasileira e Internacional, para com a Federação Estadual e Confederação Nacional; V. Apresentar e defender junto aos Poderes Públicos as medidas necessárias e suficientes para o bom desempenho e desenvolvimento econômico e social das indústrias de ferramentais, procurando manter representação junto as Entidades e Órgãos colegiados que estabelecem a política econômica governamental nos âmbitos municipal, estadual e federal; VI. Celebrar convênios e parcerias junto a órgãos públicos e privados, nacional e internacional, visando a formação de vínculo de cooperação para o fomento e execução de suas atividades; Novembro/Dezembro 2011

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VII. Promover a união entre seus associados, defendendo os interesses destes em todas as instâncias constitucionais na esfera judicial e extrajudicial, podendo para tanto ajuizar demandas em nome de seus associados. As propostas de estruturação do setor resultaram em um planejamento estratégico para o setor que visualiza os próximos 15 anos. Elas estão distribuídas em ações de curto prazo (até 3 anos), médio (entre 3 e 8 anos) e longo prazo (de 8 a 15 anos) e englobam cinco pilares: Capacitação, Tecnologia, Mercado, Insumos e Sustentabilidade. Apenas para destacar, a China tem planejamento do seu setor ferramenteiro até 2050. Mesmo antes da instituição oficial da ABINFER, diversas ações já tiveram sequência. Conquistamos a reavaliação do governo federal quanto à liberação da importação de moldes usados bem como da famigerada licença automática. Enquadramos o CNAE de ferramentais na lista de exceções à TEC - Tarifa Externa Comum. Avançamos na proposta de projeto de lei quanto a responsabilidade técnica sobre produtos importados. A ABINFER terá sede em Joinville, mas coordenará um trabalho PELO e PARA o Brasil. Preciso destacar e esclarecer um desconforto gerado pela criação da ABINFER. Algumas entidades parceiras entendem que serão prejudicadas pelo surgimento desta. Não é nossa visão nem intenção. A ABINFER tratará dos temas estratégicos do setor no país. As ações operacionais locais continuarão a ser conduzidas pelas entidades locais. Exatamente ao contrário do receio surgido, seremos parceiros destas entidades e faremos todo o esforço para fortalecer os agrupamentos locais. Precisaremos, sim, de muita colaboração, seja de nossos represenantes públicos nas esferas federal, estadual e municipal, seja de nossos fornecedores e clientes. José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, nunca deixou livro, mapa ou papel sem o carimbo peculiar de uma frase em latim: Ubique Patriae Memor - a Pátria sempre na memória, em todo lugar. Teria aqui muito mais a apresentar sobre nossa paixão pela causa. Mas, mais importante do que falar é fazer. Por fim quero agradecer a todos os colegas empresários que compõe o grupo de fundadores da ABINFER e que aceitaram este desafio. Dentre tantas competências das quais dispomos, certamente com maior experiência que a minha, tive a grata satisfação de ser escolhido primeiro presidente desta entidade. Farei o possível para que os resultados sejam positivos. Mas ressalto que as metas somente serão conquistadas com comprometimento de todos. Não posso deixar de agradecer, de coração, a disposição de nosso amigo Yokota, que, de retorno de uma viagem à Indonésia, “pulou” de um avião para outro, partindo de Tóquio, para vir dar sua contribuição à nossa entidade. Da mesma forma, ao amigo Rob, que nos prestigia com sua presença, também em uma louca aventura para estar conosco. Mr. Rob chegou ontem e retorna amanhã ao seu país. Ao Senador Luiz Henrique da Silveira, que não pode estar presente em função de compromisso em Chapecó. Entre as contribuições do Senador, a direta intervenção junto a Embaixada Brasileira em Washington para agilizar o visto ao nosso amigo Rob. Aos patrocinadores do ENAFER, que possibilitaram amenizar os custos do evento. A Messe Brasil por ceder o espaço e ser parceira em todas as ações do grupo. A ACIJ, que nos permitiu utilizar recursos de profissionais e infra-estrutura para organizar a ABINFER. Ao Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da ACIJ, fórum de ideias e sonhos que, em muitos casos, se tornam realidade. À Virfebrás, na pessoa do Sr. Gelson Oliveira e ao Simplás, na pessoa do Sr. Orlando Marin, de Caxias do Sul, onde temos um porto seguro no Estado do Rio Grande do Sul. E, de coração, aos amigos Emerson Tribuci, Roberto Kimura, Gilberto Zluhan, Alexandre Wanzuita, Dárceo Schulz,

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Pedro Luiz Pereira, Yara Cristofolini, que nestes últimos dias tem se desdobrado em conciliar as necessidades da ABINFER com suas vidas privadas e empresariais. A minha esposa, que sempre me apoiou, peço um pouquinho mais de paciência. Enfim, a causa é nobre. Obrigado a todos!

A logomarca da entidade é composta de 4 letras A, dispostas circularmente representando a união dos componentes e de forma que sugerem uma ferramenta de corte vista de topo. Tem visual tridimensional e é dourada, traduzindo o alto valor do setor ferramenteiro. A partir de novembro a entidade estará contatando os futuros associados. A ABINFER agradece aos apoiadores, patrocinadores e promotores do IV ENAFER.

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Pela primeira vez realizado no país, o congresso Autodesk University Brasil ocorreu em 21 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo. O AU Brasil 2011 reuniu mais de 1.000 designers, engenheiros, arquitetos e artistas digitais brasileiros, em um único lugar. O evento - que já acontece há 18 anos em Las Vegas - é um encontro anual dos usuários da Autodesk. Compuseram o AU Brasil aulas e palestras, focadas em conceitos, melhores práticas de projetos e uso das tecnologias Autodesk, baseado na experiência prática diária de empresas do Brasil e do mundo; conteúdos divididos por indústria, objetivando proporcionar um aprendizado 100% direcionado à necessidade do participante - e ministrado por profissionais líderes e com vivência real de trabalho; networking e troca de experiências entre especialistas em tecnologia da Comunidade Autodesk e de seus parceiros e líderes da indústria; e exames gratuitos de Certificação da Autodesk em português.

O plenário da Câmara aprovou por unanimidade o projeto de lei PLPs 591/10 e 87/11 que reajusta em 50 % os limites de faturamento anual das micro e pequenas empresas, elevando de R$ 240 para R$ 360 mil o ganho da microempresa e de R$ 2,4 para R$ 3,6 milhões, o da pequena empresa. O Supersimples é um regime diferenciado de tributação no qual todos os impostos são recolhidos com uma alíquota única. A aprovação do projeto teve o apoio da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, CACB, que mobilizou associados e empresários para acompanhar a votação. Na prática, o ajuste nos limites de faturamento permite que as empresas cresçam sem ter que pagar mais impostos por isso. Na maioria das vezes, a empresa atinge o teto máximo definido pelo governo mais pela elevação de custos do que por aumento do faturamento. Hoje são 3,9 milhões de micro e pequenas empresas beneficiadas pelo Simples Nacional. Com a ampliação dos limites a expectativa é beneficiar mais de 5,2 milhões de empreendedores. A proposta segue, agora, para análise e votação no Senado. Facisc 48 3952 8844 www.facisc.org.br


As Secretarias de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Bernardo do Campo e de Diadema, em parceria com representantes do setor de ferramentaria das pequenas e médias empresas destas cidades participaram de uma reunião para discutir os problemas e soluções para o desaquecimento do setor. O encontro ocorreu na Prefeitura de São Bernardo e contou com a presença de 12 empresários do setor. O secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson José da Conceição, manifestou que o objetivo central é construir uma política voltada ao segmento. “Esse setor tem sido bastante prejudicado no Brasil nos últimos anos por conta das importações e também devido a uma falta de atenção de governos anteriores para essa área. Dando continuidade à proposta do governo municipal de dialogar com todos os segmentos da sociedade, convocamos um primeiro encontro com esse grupo" informa o Secretário. Completa ainda dizendo que “o setor precisa se unir para sobreviver. Os problemas são diversos e algumas soluções já foram discutidas. A participação do empresário é fundamental para debater o assunto”. De acordo com Carlos Manoel de Carvalho, vice-presidente da Câmara Setorial de Ferramentarias e Modelações CSFM da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos ABIMAQ, é necessário que haja união para que as empresas não fechem as portas. “Precisamos unir forças para lutar pelo setor” diz o empresário do setor. Também presente ao encontro, Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, comenta que “o pólo é a alternativa de curto prazo e a mais viável para as empresas sobreviverem diante dos problemas apresentados e das importações de empresas grandes que têm mais facilidade de negociação. Se o setor não se unir logo, será cada vez mais difícil competir com as empresas grandes, que têm um poder de articulação maior”. Os secretários que promoveram a reunião informaram que o objetivo do pólo é abranger também empresas do segmento dos outros municípios da

região. Na reunião do próximo dia 8 de dezembro será oficializada a formação do pólo de ferramentarias. Prefeitura São Bernardo do Campo 11 4348 1000 www.saobernardo.sp.gov.br Prefeitura Diadema 11 4057 7700 www.diadema.sp.gov.br Abimaq 11 5582 6355 www.abimaq.org.br

A Dassault Systèmes SolidWorks Corp. lançou o SolidWorks® 2012, 20ª versão do software CAD com mais de 200 novos recursos. Trata-se de uma solução abrangente em projetos 3D que permite aos usuários trabalhar de forma mais eficiente, tendo acesso aos dados necessários para tomada de decisões ao longo de todo o processo de desenvolvimento de produtos. A nova versão do SolidWorks 2012 traz inovação e dinamismo a tarefas como montagem de conjuntos e desenhos, simulação integrada, controle de custos de desenvolvimento, estruturação de procedimentos, criação de imagens e animações e gerenciamento de dados de produtos. O objetivo da nova solução é impactar positivamente o dia a dia de trabalho das equipes de engenheiros e projetistas envolvidos na criação de novos projetos. A missão do SolidWorks 2012 é aumentar a capacidade de inovação e a produtividade da equipe de projeto. O resultado dessas novas tecnologias é múltiplo: Automatizar as funções de criação mais utilizadas pelo projetista; Melhorar o desempenho e a qualidade para garantir um fluxo de trabalho mais simplificado; Alterar fundamentalmente os processos de desenvolvimento de produtos, agilizando a criação de projetos; Ampliar o suporte à colaboração e à conectividade entre equipes para melhorar a criatividade e a eficiência. “O SolidWorks 2012 é focado nas áreas que poderão ajudar nossos clientes a impulsionar seus negócios com mais produtividade e lucratividade”, declarou Oscar Siqueira, country manager da DS SolidWorks Brasil. De acordo com Timóteo Müller, gerente técnico da DS SolidWorks Brasil, o software ajuda as equipes de engenharia e Novembro/Dezembro 2011

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projeto a simplificar seus processos de criação removendo simplesmente uma ou duas etapas, o que impacta profundamente a usabilidade e a produtividade. O SolidWorks 2012 oferece aprimoramentos nas áreas de: Desenhos Novas ferramentas ajudam a criar desenhos mais atraentes, com mais precisão, o que facilita o processo de revisão e o detalhamento dos projetos; Sustentabilidade - Com a nova e avançada interface para o usuário do SolidWorks Sustainability, os usuários podem modelar produtos com mais precisão, utilizando cenários de simulação e suportando melhor materiais exclusivos e personalizados. Os usuários também podem criar processos com parâmetros, tais como conteúdo reciclado e duração de uso. Além disso, o acesso aos materiais complementares mais recentes do SolidWorks Sustainability será instantâneo e contínuo à medida que eles forem disponibilizados. O SolidWorks 2012 deixa o fluxo de criação mais natural e sem interrupções - o que se traduz em projetos mais rápidos com menos erros. Para isso, o software provê recursos como: Revisão de grandes

projetos - Permite a abertura e a revisão instantâneas de grandes montagens ou de componentes individuais; Congelamento de recursos - Elimina reconstruções indesejadas de recursos, bloqueando todos os recursos acima da barra “congelar”. Isso facilita a criação de modelos complexos em que a reconstrução de determinados recursos não é necessária e; Editor de equação Novos recursos de equação. O SolidWorks 2012 aumenta a produtividade e simplifica os processos gerais de desenvolvimento de produtos do cliente com: SolidWorks Costing - Ferramenta flexível que automatiza os cálculos dos custos com fabricação de peças usinadas e de chapas metálicas; Chapa metálica - Permite que o projetista crie esboços ou converta peças em 3D de clientes em chapas metálicas. Os projetos podem ser planificados e documentados automaticamente para fabricação, com exportação para máquinas CNC e equipamentos de manufatura; Simulação - Inclui otimização aprimorada de movimentos. Para isso utiliza automaticamente os resultados do estudo de movimentos para criar senso-

res e refinar os aspectos complexos de uma máquina. Como o processo de fabricação tornou-se mais global, a colaboração em projetos entre equipes diferentes é mais importante do que nunca. O SolidWorks 2012 reúne equipes de todos os tamanhos por meio de: Pesquisa integrada, personalização e suporte mais amplo com o SolidWorks Enterprise PDM - solução totalmente integrada ao Windows® Explorer, o software dá aos projetistas fácil acesso às pesquisas favoritas e a uma ferramenta completa de pesquisa; Experiência realista com o 3DVIA ComposerTM - Os projetistas podem ter maior controle de suas renderizações e, assim, obter uma aparência mais realística. As melhorias incluem a fácil adição de sombreamentos peça por peça, oclusão de ambientes e sombreamentos em painéis 2D com controle preciso.

Solidworks 3DS 11 3186 4150 www.solidworksbrasil.com.br

CONEXÃO WWW A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), fundada em 15 de maio de 1956, reúne empresas fabricantes de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus) e máquinas agrícolas automotrizes (tratores de rodas e de esteiras, colheitadeiras e retro-escavadeiras) com instalações industriais no Brasil. A entidade tem as seguintes principais atribuições: Estudar temas da indústria e do mercado de autoveículos e máquinas agrícolas automotrizes; Coordenar e defender os interesses coletivos das empresas associadas e; Patrocinar exposições automotivas e outros eventos de caráter institucional. Em sua página eletrônica traz informações relativas ao setor como as principais nomenclaturas dos produtos produzidos pelas empresas associadas à entidade e suas classificações fiscais e estatísticas, acordos internacionais, eventos, notícias, links importantes, e publicações (anuário estatístico, livros e catálogos). www.anfavea.com.br

O Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT coordena a execução dos programas e ações, que consolidam a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, e lidera um conjunto de instituições de fomento e execução de pesquisa. O MCT desenvolve pesquisas e estudos que se traduzem em geração de conhecimento, novas tecnologias e na criação de produtos, processos, gestão e patentes nacionais. Um dos destaques na página são as unidades de pesquisa, nas quais estão incluídos o INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INT - Instituto Nacional de Tecnologia e a RNP - Rede Nacional de Ensino e Pesquisa. Outro destaque são as agências, entre elas a FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos e o CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. www.mct.gov.br 12

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MICHAEL ROLLMANN - michael@incoe.com.br

Sistemas de câmara quente: manutenção preventiva e recomendações para a instalação

O

s sistemas de câmara quente têm contribuído de forma significativa para a melhoria do processo de produção de peças plásticas, tanto em nível de qualidade quanto de rentabilidade. Entretanto, é importante que sejam instalados e manutenidos de forma correta para minimização de tempos de manutenção corretiva e, consequentemente, para redução significativa de custos financeiros do processo.

No mercado extremamente competitivo de hoje os transformadores de plástico por injeção são continuamente obrigados a reduzir os preços dos produtos moldados por injeção. Assim cada vez mais procuram por melhor eficiência e redução de custos. Os sistemas de câmara quente fornecem consideráveis vantagens em termos de redução de ciclos de produção e gastos com matéria prima. Para um bom funcionamento do molde é muito importante que os especialistas em câmara quente participem desde o início do projeto do molde. Os sistemas de câmara quente para moldes têm de ser desenhados de forma a proporcionar uma adaptação individual e flexível aos espaços disponíveis no molde, para permitir uma montagem fácil e segura. Além disso, o sistema de câmara quente precisa garantir as condições técnicas e reológicas1 para o processamento de materiais plásticos. Hoje encontramos no mercado várias marcas e modelos de sistemas de câmara quente para a injeção de

plástico. Estes sistemas fornecem consideráveis vantagens em termos de facilidade de instalação, operação e manutenção a custos reduzidos. Mas independentemente do tipo de câmara quente usado no molde, todos têm uma coisa em comum: eles necessitam de manutenção preventiva para garantir sua eficiência e perfeito funcionamento. Mesmo com todas as vantagens que um sistema de câmara quente apresenta no processo de injeção de plástico, às vezes temos dificuldades em argumentar com a afirmação que uma câmara quente faz um molde de injeção mais complexo. Mas com diligência razoável e manutenção disciplinada não é difícil que o processo pague os benefícios de sua operação. Como pioneiro da tecnologia de câmara quente descrevemos aqui as nossas recomendações para uma manutenção qualificada e para a instalação no molde. Em geral devem ser seguidos alguns procedimentos básicos de manutenção e, na sequência, vamos

orientar a correta instalação dos sistemas no molde. MANUTENÇÃO PREVENTIVA Um dos fatores mais importantes para manter um sistema de câmara quente em bom funcionamento é evitar a entrada de impurezas no canal do manifold2 e nos bicos. A contaminação da matéria prima obstrui os canais e pode entupir os gates3, dificultando assim a injeção da peça. Para limitar ao máximo a entrada de impureza na câmara quente recomendamos: 1) Manter o material de plástico o mais puro possível; 2) Utilizar um filtro homogenizador entre cilindro (em inglês, barrel) e bico da máquina injetora para 1

Reologia: ciência responsável pelos estudos do escoamento de um fluido e deformações decorrentes deste escoamento, envolvendo a fricção do fluido. 2 Manifold: do inglês, significa distribuidor. É utilizado para a distribuição organizada de fluidos ou gases. 3 Gate: do inglês, passagem, porta de acesso. Também denominado de ataque, é a seção que interliga canal de injeção e peça e por onde a cavidade é alimentada (preenchida). Novembro/Dezembro 2011

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filtrar o material fundido antes de entrar na câmara quente. O objetivo é evitar obstruções no processo de injeção, e quando a pressão de injeção começa a subir é chegada a hora de limpar o filtro homogenizador. O filtro deve ser construído para facilitar a limpeza do seu elemento filtrante. Mas, em princípio, a limpeza de um filtro é sempre muito mais eficiente do que desobstruir um gate de um sistema de câmara quente (figura 1).

Figura 1 - Filtro homogenizador em corte

Em caso de processar plástico reforçado com fibra longa, naturalmente a fibra obstrui o filtro mais rápido. Neste caso recomendamos purgar4 o conjunto cilindro - filtro câmara quente com material sem fibra antes da parada do molde. Este procedimento deixará cilindro, filtro e câmara quente limpos e facilitará a rotina de iniciar novamente a próxima produção de peças. Caso haja preocupação com a possibilidade de misturar material com ou sem fibra, recomendamos o uso de uma cor diferente para o material da purga. A manutenção preventiva deve ser diferenciada da desmontagem completa do sistema. Como regra geral, quanto menos ocorrer a desmontagem de uma câmara quente melhor, já que alguns itens como, por exemplo, anéis de vedação, ne14

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cessitam obrigatoriamente ser trocados a cada procedimento de desmontagem. Antes de iniciar uma manutenção preventiva na câmara quente é muito importante ter conhecimento técnico adequado do tipo e da marca em uso. Assim, recomendamos solicitar um treinamento técnico do fabricante do sistema em uso e aprender o procedimento correto de sua manutenção preventiva. Os sistemas de câmara quente de alta tecnologia oferecem resistências blindadas com dois filamentos separados em cada resistência de bico. Esta redundância permite uma produção ininterrupta no caso de rompimento de um dos filamentos, possibilitando a troca da resistência somente durante a manutenção programada. A troca periódica de resistências funcionando por resistências novas como parte típica da manutenção preventiva não é necessária por que estas resistências normalmente não falham por idade. Hoje a maior causa de queima de resistências da câmara quente é o vazamento de plástico, infiltração de água da refrigeração no molde e curto-circuito nos cabos da ligação elétrica. A fixação da resistência de sistemas de alta tecnologia atualmente é feita por um anel elástico e a ponta não precisa mais ser desmontada para trocar uma resistência do bico de injeção. Assim a troca ficou significativamente mais fácil e rápida e a possibilidade de vazamentos devido a eventuais erros na montagem da ponta foi eliminada. A queima de termopares, entretanto é imprevisível e por isso sistemas de alta tecnologia prevêem um segundo termopar na resistência, aumentando assim a redundância da câmara quente. Em geral re-

comendamos a troca de termopares com cada manutenção preventiva. Por isso é importante que os termopares sejam montados em separado da resistência, facilitando o acesso e a troca (figura 2).

Figura 2 - Termopar separado da resistência do bico

Durante a manutenção preventiva do molde (normalmente duas vezes por ano) recomendamos inspecionar a conexão entre cabos e resistências e cabos e conectores para garantir que a conexão esteja justa e a passagem elétrica esteja isolada, não existindo contato com o molde. Estes são as maiores causas de falhas do aquecimento da câmara quente. Além disso, o uso de controladores de temperatura com soft-start5 é altamente recomendado para reduzir a possibilidade de queima das resistências da câmara quente no inicio da produção. Uma manutenção preventiva das ponteiras (em inglês, tip) e gates da câmara quente é necessária quanto se injeta materiais reforçados com 4

Purgar: tornar puro, purificar, limpar [1]. Soft-start: do inglês, significa literalmente partida suave. Na indústria de ferramentais, designa um acessório ou componente eletrônico, normalmente acoplado ou inserido no controlador de temperatura de um sistema de aquecimento (câmara quente), cujo objetivo é permitir a elevação programada (muitas vezes em rampa) da temperatura das resistências dos bicos de injeção. É altamente recomendado em ambientes úmidos para evitar a queima de resistências por curto-circuito provocado por condensação. 5


carga. Estes tipos de material são altamente abrasivos os componentes da câmara quente sofrem um constante desgaste. Para reduzir este problema, novos tipos de ponteiras foram desenvolvidos com uma cobertura para elevar a resistência ao desgaste aumentando a flexibilidade das aplicações. Além disso, os fabricantes de câmara quente normalmente oferecem insertos em aço para a região do gate. Estes insertos podem ser trocados facilmente durante a manutenção do molde no caso de um desgaste excessivo pelo material de injeção abrasivo. RECOMENDAÇÕES PARA INSTALAÇÃO Diferenciamos entre quatro tipos de sistemas de câmara quente: 1) Sistema com manifold sobreposto aos bicos de injeção; 2) Sistema com bicos de injeção rosqueados no manifold; 3) Sistema unitizado; 4) Sistema hot-half6. Sistemas com manifold sobreposto normalmente exigem mais usinagem nas placas do molde para alojar a câmara quente e a troca de anéis de vedação entre manifold e bicos de injeção é indispensável com cada manutenção para evitar graves vazamentos. Os sistemas com bicos de injeção rosqueados no manifold são a prova de vazamento entre bico e manifold. Eles eliminam a usinagem do alojamento da cabeça dos bicos, reduzem o contato do sistema com o molde (melhor isolação térmica entre câmara quente e molde) e facilitam sua montagem no molde. Os sistemas unitizados são unidades drop-in7 pré-montadas completas, incluindo calhas para passagem da fiação elétrica, montagem

dos conectores do molde atendendo ao esquema elétrico do controlador de temperatura, bem como tubulações pneumáticas ou hidráulicas necessárias para sistemas de câmaras quentes valvulados. Os sistemas hot-half são unidades inteiramente operacionais, montadas, ligadas e pré-testadas para o funcionamento antes de sair do fabricante do sistema de câmara quente. Normalmente estão prontos para montagem na placa cavidade do fabricante do molde. Para a instalação de cada um destes sistemas de câmara quente recomendamos solicitar um treinamento técnico específico do seu fabricante antes de iniciar a montagem do sistema no molde. Nos casos de manutenção também se deve sempre consultar pelo menos o manual técnico antes de colocar o sistema de volta no molde. Em geral devem ser observadas algumas regras para instalação de uma câmara quente. Câmara quente sobreposta aos bicos de injeção Essa configuração está apresentada na figura 3 e tem os seguintes pontos importantes a observar. 01) Verificar se a profundidade de alojamento da cabeça dos bicos e a altura da placa manifold es6

Hot-half: do inglês, significa metade quente. Na indústria de ferramentais representa um conjunto de componentes inseridos em uma placa denominada hot-half, que comporta todo o sistema de aquecimento do molde (câmara quente) e é fornecida completamente montada, com todas as buchas, manifolds, suportes e componentes, e contém todas as usinagens relativas à sua montagem (exceto detalhes relacionados a cavidade). Isso permite que o fabricante do ferramental acople o conjunto completo diretamente ao molde fabricado. 7 Drop-in: do inglês, significa desnível, diminuição, queda. Neste caso, um sistema unitizado é uma câmara quente que tem a fiação elétrica totalmente embutida, representando menor risco de danos ao sistema elétrico durante a montagem do conjunto no molde. Novembro/Dezembro 2011

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Figura 3 - Sistema de câmara quente com manifold sobreposto aos bicos de injeção

tão de acordo com o projeto do molde; 02) Verificar se os detalhes do alojamento das pontas estão de acordo com o projeto do molde; 03) Posicionar os bicos no alojamento do molde e verificar se a fiação elétrica não esta obstruída; 04) Checar a continuidade de todas as ligações elétricas das resistências e seus termopares; 05) Identificar toda a ligação elétrica; 06) Montar todos os espaçadores no manifold; 07) Dimensionar e comparar todas as alturas das cabeças dos bicos com os espaçadores inferiores do manifold. A variação não pode ser major de +/- 0,01mm; 08) Posicionar a guia central e a guia deslocada no molde. Certificarse de que o pino guia esteja alojado corretamente no manifold; 09) Colocar os anéis O´Ring8 de aço inox no alojamento da cabeça dos bicos; 10) Posicionar o manifold por cima dos bicos e pinos guias; 11) Usar uma graxa para altas temperaturas nas roscas para fixar o manifold. Montar e apertar as 16

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roscas por igual para garantir uma distribuição da força de fixação uniforme nos suportes e bicos e aplicar os torques especificados no projeto da câmara quente; 12) Dimensionar e comparar todas as alturas dos espaçadores superiores com a altura relativa da placa manifold. Verificar se as medidas estão de acordo com o projeto da câmara quente; 13) Montar a placa superior do molde e então apertar os parafusos conforme os torques especificados; 14) Proceder com a ligação elétrica de cada zona de aquecimento do sistema. Aquecer e testar cada zona de aquecimento individualmente até 100°C identificando a fiação elétrica; 15) No caso de um sistema valvulado, conectar as linhas hidráulicas ou pneumáticas e de refrigeração para os cilindros de acionamento das agulhas; 16) Ajustar a altura das agulhas dos bicos valvulados. Câmara quente com bicos rosqueados no manifold A figura 4 demonstra a configuração desse sistema. 1) Verificar se os detalhes dos alojamentos dos bicos e do manifold estão de acordo com o projeto;

2) Considerando um sistema de câmara quente unitizado, toda ligação elétrica já vêm preparada pelo fabricante da câmara quente. Caso não unitizado deve-se seguir os passos 4, 5, e 14 do procedimento anterior; 3) Posicionar e instalar o sistema de câmara quente no seu alojamento do molde (Anotar: os espaçadores do manifold e o pino guia são montados no manifold); 4) Dimensionar e comparar todas as alturas dos espaçadores superiores com a altura relativa da placa manifold. Verificar se as medidas estão de acordo com o projeto da câmara quente; 5) Montar a placa superior do molde e apertar os parafusos conforme os torques especificados; 6) Conectar um controlador de temperatura e verificar o aquecimento de cada zona individualmente; 7) No caso de um sistema valvulado unitizado (figura 5) a instalação das linhas hidráulicas e de refrigeração para os cilindros do acionamento das agulhas já vêm preparados pelo fabricante da câmara quente. Caso não unitizado deve-se seguir o passo 15 do procedimento anterior. No caso de um sistema com atuação pneumática devem-se seguir as instru-

Figura 5 - Sistema de câmara quente valvulado hidráulico, unitizado com os bicos rosqueados no manifold

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Figura 4 - Sistema de câmara quente com bicos rosqueados no manifold

O´Ring: é um objeto toroidal com propósito de vedação, geralmente feito de elastômero, embora alguns materiais tais como plástico e metais sejam algumas vezes utilizados.


ções do manual técnico do sistema; 8) Ajustar a altura das agulhas dos bicos valvulados conforme instruções do manual técnico do sistema. Sistema hot-half A configuração do sistema hothalf está demonstrada na figura 6.

Figura 6 - Sistema hot half, com câmara instalada na parte fixo do molde, pronto para acoplar à parte móvel do molde

1) Verificar se os detalhes dos alojamentos dos bicos e os pinos guia estão de acordo com o projeto; 2) Montar o hot-half na parte móvel do molde; 3) Fixar o hot-half no molde usando os torques especificados no projeto; 4) Conectar um controlador de temperatura e verificar o aquecimento de cada zona individualmente; 5) No caso de um sistema valvulado, ajustar a altura das agulhas dos bicos valvulados conforme instruções do manual técnico do sistema. Iniciar a operação da câmara quente Após a instalação da câmara quente no molde, é importante seguir alguns passos para minimizar problemas de operação do sistema na produção. 1) Devem ser tomadas as precauções de segurança adequadas. 2) Verificar o diâmetro e raio do orifício do bico de injeção, que de-

vem ser das mesmas dimensões que o assento da bucha de injeção do molde. Não fazer isso pode causar cisalhamento excessivo, vazamento ou degradação do material. 3) A temperatura inicial do manifold deve ser definida igual à zona frontal do cilindro da máquina (Nota: as temperaturas definidas podem variar de acordo com condições de processamento do material). 4) Definir a temperatura do bico em torno de 38°C (100°F) a menos que a temperatura do manifold enquanto ele aquece até a temperatura de operação. Após atingir a temperatura definida (set point), regule os bicos para mais 5% do ponto definido no manifold. 5%. Atenção: deixe o manifold ligado durante 15 minutos antes de iniciar a operação. 5) Para sistemas de bicos valvulados. Verificar a abertura e posições de fechamento dos pinos. 6) Fechar o molde e movimentar a unidade de injeção até que o bico entre em contato com o assento da bucha do manifold. Acionar a rosca (usando apenas a contra pressão) para preencher o manifold e os bicos com material plástico. Abrir o molde e remover qualquer plástico ou parte de peça do macho ou cavidade. 7) Diminuir a contrapressão. Posicionar alimentação e pressões na faixa normal de arranque (startup) e iniciar a moldagem. Seguir os procedimentos normais de segurança para as operações de arranque e regime de operação. 8) A operação de arranque do sistema pode exigir um ligeiro aumento na temperatura do bico. 9) Se forem necessárias alterações frequentes de cor, preencher o

sistema utilizando resina natural ou clara do mesmo tipo. Isso facilitará a troca de cor quando necessário. Encerrar a operação da câmara quente Ao terminar uma produção, em caso de o molde ser deslocado para armazenagem, recomenda-se tomar algumas providências para prolongar a vida dos sistemas de aquecimento. 1) Remover qualquer material (resina) que possa estar no gate ou no macho/cavidade do molde. 2) Desligar todas as zonas do manifold e bicos. 3) Para sistemas com bicos valvulados. Certificar que todos os pinos das válvulas estejam na posição fechada antes de desligar o manifold e o controlador de temperatura dos bicos. 4) Reduzir a temperatura de resfriamento do molde. 5) Circular água no sistema de refrigeração do molde por 15 minutos. Isso auxiliará a resfriar o sistema de aquecimento (câmara quente) e prevenirá falhas prematuras de O´Ring e selos de vedação. Em interrupções de processo mais longas que 10 minutos, reduzir a temperatura do sistema em aproximadamente 50°C (122°F) para evitar a queima do material. Problemas durante a operação da câmara quente Diversos problemas podem ocorrer durante a produção de peças plásticas. Algumas, diretamente associadas ao sistema de aquecimento do molde, outras não. É fundamental que seja realizada uma avaliação criteriosa para cada ocorrência, a Novembro/Dezembro 2011

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fim de evitar gastos desnecessários de tempo e dinheiro. Devido ao bico a) Congelamento de gate: Ÿ Verificar temperaturas de molde e operação. Ÿ Ponteira do gate muito curta (danificada, modelo). Ÿ Gate muito pequeno. Ÿ Bucha em contato com o molde (perda de calor). Ÿ Dimensões da furação no molde fora de especificação. Ÿ Partículas estranhas no gate. Ÿ Material fundido incha fora do gate e congela. Ÿ Ciclo de injeção irregular ou muito longo. b) Vazamento no gate: Ÿ Diâmetro danificado. Ÿ Dimensões de furação do molde fora de especificação. c) Não atinge ponto definido (set point): Ÿ Controlador de temperatura defeituoso ou danificado. Ÿ Resistência ou bico em contato com o molde. Ÿ Vazamento no selo do gate. Ÿ Resistência defeituosa ou danificada. d) Gate gotejando, escorrendo ou espirrando: Ÿ Temperatura da câmara quente muito alta. Ÿ Gate muito grande. Ÿ Molde muito quente para o tempo de ciclo. Ÿ Erro de descompressão. e) Vestígio do gate muito grande: Ÿ Comprimento normal da altura do gate deve ser aproximadamente 50% do diâmetro do gate.

Ÿ Ponteira muito curta (danifica-da,

modelo). Ÿ Furação do gate fora de especificação. f) Marcas de queima na peça injetada: Ÿ Temperatura do sistema muito alta. Ÿ Tempo de residência no sistema muito longo (interrupções). Ÿ Verificar rosca (fuso) e cilindro. Ÿ Se o material plástico for sensí-vel ao cisalhamento (retardante de chama) deve ser alterado o gate. g) Marcas coloridas na peça injetada: Ÿ Material sensível a temperatura. Ÿ Blenda (cor) mal misturada. Ÿ Material de cor diferente no cilindro da máquina por sobra da operação anterior. Para purgar o material antigo do sistema, observar os passos a seguir. Ÿ Fechar a refrigeração do molde no lado da injeção. Ÿ Elevar a temperatura do sistema de aquecimento (câmara quente) em aproximadamente 20°C (68°F) (acima da temperatura de operação) e aguardar 10 minutos (apenas 5 minutos para POM9). Ÿ Afastar a unidade de injeção. Elevar a temperatura das resistências da unidade de injeção em aproximadamente 30°C (86°F). Ÿ Após atingir a temperatura, limpar a unidade de injeção. Ficar atento com as partes aquecidas para evitar acidentes. Ÿ Limpar o ponto de transferência entre o bico da máquina injetora e a extensão do bucha de injeção (câmara quente). Ÿ Injetar 3 ou 4 ciclos (tiros) com

Ÿ

Ÿ

Ÿ Ÿ

baixa velocidade. Para tiros de baixo peso, injetar o material plástico através do molde aberto. Não devem ser identificadas marcas da cor antiga (anterior). Para sistemas de bicos valvulados, acionar os pinos de 2 a 3 vezes (abrir-fechar) durante este procedimento, sem injetar material. Religar a refrigeração do molde e regular o sistema de temperatura para normal (câmara quente e rosca de injeção). Aguardar 10 minutos. Reiniciar a produção.

CONCLUSÃO Os procedimentos apresentados não são complexos e parecem óbvios. Entretanto, é importante que sejam seguidos com certa disciplina, pois certamente serão de grande valia para minimização de tempos de manutenção corretiva bem como para redução significativa de custos financeiros do processo.

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POM: Poliacetal (polyoxymethylene = polioximetileno), também conhecido como Acetal, é um polímero proveniente do formaldeído, um plástico resistente, descoberto em 1956.

REFERÊNCIAS [1] Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3ª edição. Editora Positivo. Curitiba, PR. 2004. [2] Incoe Corporation. Quick-Flo™ - Hot runner systems instructions manual. www.incoe.com.

Michael Rollmann - Formado em Engenharia Mecânica pela Fachhochschule des Landes Rheinland Pfalz, Alemanha e pós-graduado em Plásticos de Engenharia pela University of Lowell, Estados Unidos da América. Atualmente é Gerente Geral da Incoe International Brasil.

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Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

INSTALAÇÃO, UTILIZAÇÃO e MANUTENÇÃO PREVENTIVA de sistemas de câmara quente Data

Cliente Molde Nº

Material

Produto

Fornecedor do sistema

Tel. fornecedor

Técnico responsável

Tel. emergência

Roteiro para UTILIZAÇÃO Início de Operação em Produção 1) Devem ser tomadas as precauções de segurança adequadas; 2) Verificar o diâmetro e raio do orifício do bico de injeção, que devem ser das mesmas dimensões que o assento da bucha de injeção do molde. Não fazer isso pode causar cisalhamento excessivo, vazamento ou degradação do material; 3) A temperatura inicial do manifold deve ser definida igual à zona frontal do cilindro da máquina (Nota: as temperaturas definidas podem variar de acordo com condições de processamento do material); 4) Definir a temperatura do bico em torno de 38°C (100°F) a menos do que a temperatura do manifold enquanto ele aquece até a temperatura de operação. Após atingir a temperatura definida (set point), regule os bicos para mais 5% do ponto definido no manifold. 5%. Atenção: deixe o manifold ligado durante 15 minutos antes de iniciar a operação;

posições de fechamento dos pinos; 6) Fechar o molde e movimentar a unidade de injeção até que o bico entre em contato com o assento da bucha do manifold. Acionar a rosca (usando apenas a contra pressão) para preencher o manifold e os bicos com material plástico. Abrir o molde e remover qualquer plástico ou parte de peça do macho ou cavidade; 7) Diminuir a contrapressão. Posicionar alimentação e pressões na faixa normal de arranque (start-up) e iniciar a moldagem. Seguir os procedimentos normais de segurança para as operações de arranque e regime de operação; 8) A operação de arranque do sistema pode exigir um ligeiro aumento na temperatura do bico; 9) Se forem necessárias alterações frequentes de cor, preencher o sistema utilizando resina natural ou clara do mesmo tipo. Isso facilitará a troca de cor quando necessário.

5) Para sistemas de bicos valvulados. Verificar a abertura e Término de Operação em Produção 1) Remover qualquer material (resina) que possa estar no gate ou no macho/cavidade do molde;

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 38 - Novembro/Dezembro 2011

2) Desligar todas as zonas do manifold e bicos; 3) Para sistemas com bicos valvulados. Certificar que todos os pinos das válvulas estejam na posição fechada antes de desligar o manifold e o controlador de temperatura dos bicos; 4) Reduzir a temperatura de resfriamento do molde; 5) Circular água no sistema de refrigeração do molde por 15 minutos. Isso auxiliará a resfriar o sistema de aquecimento (câmara quente) e prevenir falhas prematuras de O´Ring e selos de vedação.

* Em interrupções de processo mais longas que 10 minutos, reduzir a temperatura do sistema em aproximadamente 50°C (122°F) para evitar a queima do material. * Em caso de processar plástico reforçado com fibra longa, naturalmente a fibra obstrui o filtro mais rápido. Neste caso recomendamos purgar o conjunto cilindro - filtro - câmara quente com material sem fibra antes da parada do molde. Caso haja preocupação com a possibilidade de misturar material com ou sem fibra, recomendamos o uso de uma cor diferente para o material da purga.

Programação de MANUTENÇÃO 1ª Manutenção Data

Responsável

2ª Manutenção Data

6ª Manutenção Data

Responsável

Responsável

3ª Manutenção Data

7ª Manutenção Data

Item ou componente a verificar

Responsável

4ª Manutenção

Responsável

Data

8ª Manutenção Data

5ª Manutenção

Responsável

Data

9ª Manutenção

Responsável

Data

Responsável

10ª Manutenção

Responsável

Data

Responsável

Verificação (sim/não) 1ª

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10ª

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Roteiro para INSTALAÇÃO Sistema sobreposto aos bicos de injeção

02) Verificar se os detalhes do alojamento das pontas estão de acordo com o projeto do molde; 03) Posicionar os bicos no alojamento do molde e verificar se a fiação elétrica não esta obstruída; 04) Checar a continuidade de todas as ligações elétricas das resistências e seus termopares; 05) Identificar toda a ligação elétrica; 06) Montar todos os espaçadores no manifold;

11) Usar uma graxa para altas temperaturas nas roscas para fixar o manifold. Montar e apertar as roscas por igual para garantir uma distribuição da força de fixação uniforme nos suportes e bicos e aplicar os torques especificados no projeto da câmara quente; 12) Dimensionar e comparar todas as alturas dos espaçadores superiores com a altura relativa da placa manifold. Verificar se as medidas estão de acordo com o projeto da câmara quente; 13) Montar a placa superior do molde e apertar os parafusos conforme os torques especificados;

07) Dimensionar e comparar todas as alturas das cabeças dos bicos com os espaçadores inferiores do manifold. A variação no pode ser major de +/- 0,01mm;

14) Proceder com a ligação elétrica de cada zona de aquecimento do sistema. Aquecer e testar cada zona de aquecimento individualmente até 100°C identificando a fiação elétrica;

08) Posicionar a guia central e a guia deslocada no molde. Certificar-se de que o pino guia esteja alojado corretamente no manifold;

15) No caso de um sistema valvulado, conectar as linhas hidráulicas ou pneumáticas e de refrigeração para os cilindros de acionamento das agulhas;

09) Colocar os anéis O´Ring de aço inox no alojamento da cabeça dos bicos;

16) Ajustar a altura das agulhas dos bicos valvulados.

10) Posicionar o manifold por cima dos bicos e pinos guias; Sistema com bicos rosqueados no manifold 1) Verificar se os detalhes dos alojamentos dos bicos e do manifold estão de acordo com o projeto;

5) Montar a placa superior do molde e apertar os parafusos conforme os torques especificados;

2) Considerando um sistema de câmara quente unitizado, toda ligação elétrica já vêm preparada pelo fabricante da câmara quente. Caso não unitizado deve-se seguir os passos 4, 5, e 14 do procedimento anterior;

6) Conectar um controlador de temperatura e verificar o aquecimento de cada zona individualmente;

3) Posicionar e instalar o sistema de câmara quente no seu alojamento do molde (Anotar: os espaçadores do manifold e o pino guia são montados no manifold); 4) Dimensionar e comparar todas as alturas dos espaçadores superiores com a altura relativa da placa manifold. Verificar se as medidas estão de acordo com o projeto da câmara quente;

7) No caso de um sistema valvulado unitizado a instalação das linhas hidráulicas e de refrigeração para os cilindros do acionamento das agulhas já vêm preparados pelo fabricante da câmara quente. Caso não unitizado deve-se seguir o passo 15 do procedimento anterior. No caso de um sistema com atuação pneumática devem-se seguir as instruções do manual técnico do sistema; 8) Ajustar a altura das agulhas dos bicos valvulados conforme instruções do manual técnico do sistema.

Sistema hot-half 1) Verificar se os detalhes dos alojamentos dos bicos e os pinos guia estão de acordo com o projeto;

5) Fixar o hot-half no molde usando os torques especificados no projeto;

2) Montar o hot-half na parte móvel do molde;

6) Conectar um controlador de temperatura e verificar o aquecimento de cada zona individualmente;

3) Fixar o hot-half no molde usando os torques especificados no projeto; 4) Conectar um controlador de temperatura e verificar o aquecimento de cada zona individualmente; 20 Ferramental Novembro/Dezembro 2011

7) No caso de um sistema valvulado, ajustar a altura das agulhas dos bicos valvulados conforme instruções do manual técnico do sistema.

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 38 - Novembro/Dezembro 2011

01) Verificar se a profundidade de alojamento da cabeça dos bicos e a altura da placa manifold estão de acordo com o projeto do molde;


SAMUEL GONSALES - samuel@kayros-it.com.br

Aplicação do ERP em empresas de médio porte como ferramenta de vantagem competitiva

E

m tempos de desafios econômicos, a implantação de um ERP se mostra um excelente projeto de valorização do negócio, desde que sejam observados os devidos cuidados na implantação do sistema.

Estamos diante de um tempo de grandes desafios econômicos e isso não é nenhuma surpresa para executivos experientes e atentos ao mercado. Vide por exemplo o que tem ocorrido na bolsa de valores nos últimos tempos e também o que os Estados Unidos estão passando. Para muitos desses executivos o instinto natural em tempos de desafios econômicos é o de reduzir e cortar custos. Sabemos também que em muitos casos esse instinto se aplica muito bem e é perfeitamente válido. Há, contudo, outras questões circunstanciais - particularmente para empresas de médio porte - onde um período de desafios econômicos pode ser transformado em um momento ideal para investimentos em Tecnologia da Informação (TI), especialmente se a empresa estiver precisando: - Melhorar sua eficiência; - Entender custos de forma global; - Tornar-se mais competitiva; - Fazer mudanças ágeis. Não é difícil encontrar empresas

médias que estão em fase de migração do seu sistema antigo e deficiente por um sistema ERP1 fornecido por experientes fabricantes, visando unificar informações de vários centros de negócios de forma global, interligando manufatura, finanças, vendas, suprimentos e modernizando sua arquitetura de TI. Entender o momento oportuno para migrar o sistema antigo e deficiente, por um novo sistema, mais completo e que tenha na retaguarda um experiente fornecedor é um grande diferencial para a empresa, que pode inclusive determinar o futuro de suas operações e estratégias. O executivo deve se preocupar, também, em entender se dentre os fornecedores há algum que tenha participação global com cases2 de sucesso em empresas médias do mesmo segmento que o seu, pois isso trará diferenciais ao projeto. Afinal, todas as empresas estão bastante expostas a fatores internacionais, mesmo aquelas que não têm filiais no exterior, estão comprando ou vendendo para esses mercados.

Vale ressaltar que a migração de um sistema ERP (figura 1), a par de todos os benefícios que ele proporcionará, é um projeto de grandes proporções, impactos e riscos e o executivo deve levar estes fatores em consideração. O sistema como um todo reúne a gestão dos recursos financeiros (FRM - Finance Resource Management), da cadeia de suprimentos (SCM - Supply Chain Management), dos recursos humanos (HRM - Human Resource Management), do relacionamento com o 1 ERP: do inglês Enterprise Resource Planning, significa Planejamento de Necessidades da Empresa. No Brasil é denominado também de SIGE (Sistemas Integrados de Gestão Empresarial). São sistemas de informação que integram todos os dados e processos de uma organização em uma única plataforma. A integração pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras, e afins) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio a decisão, e afins). Em termos gerais, é uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos de uma empresa, possibilitando a automação e armazenamento de todas as informações de negócios. 2 Case: do inglês, significa caso. Em linguagem empresarial, é utilizado para designar um modelo de referência em determinado setor ou atividade.

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Figura 1 - Atividades relativas à gestão do sistema ERP [1]

cliente (CRM - Customer Relationship Management) e o planejamento dos recursos de produção (MRP - Manufacturing Resource Planning). Porque então realizar um projeto dessas proporções e riscos em meio a tantos e grandes desafios econômicos? A resposta é muito simples! Essa é a única maneira de uma empresa manter-se competitiva e em consequencia permanecer no mercado. Manter-se competitivo, implica em fornecer produtos de qualidade, a preços compatíveis e também serviços adequados. Para ter preços competitivos, a empresa tem que trabalhar enxuta, e para manter a empresa enxuta é preciso ter informação de qualidade de forma rápida, precisa e útil. Para que o mercado tenha boa aceitação dos produtos, não basta ter preço competitivo, mas é preciso ter produtos de qualidade. Ter produtos de qualidade e preços competitivos pode ser encarado como exigências antagônicas3 em muitas empresas, mas é uma necessidade de mercado. Além disso, ainda é fundamental preservar a margem e garantir a rentabilidade mínima em cada negociação. Todos esses fatores estão inseridos em um modelo de altíssima 22

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complexidade que exige aos executivos ter informações de qualidade, de forma rápida e precisa, mas, sobretudo, é necessário ter informações úteis. Sabe-se, contudo, de vários sistemas antigos e deficientes que geram informações de forma rápida e precisa, pois na verdade esse é o mínimo que se pode esperar de um sistema. Entretanto, a chave em tempos de desafios econômicos é ter relatórios que possam ser, sobretudo, úteis para tomada de decisão. A velocidade das mudanças nestes tempos pode tornar-se um círculo insano para algumas empresas que estão diante da tirania da urgência imposta pelo mercado onde há concorrentes que já detém informação em tempo real, na ponta dos dedos, 24 horas por dia e 7 dias por semana, inclusive através de seus equipamentos móveis (notebooks, laptops, tablets e celulares). Para se ter uma idéia da complexidade que alguns executivos de médias empresas têm para obter informação com sistemas antigos e deficientes é só observar os casos onde as empresas não têm informações em uma única base de dados. Nestes casos, com mais de uma base de dados armazenando as informações do negócio, fica praticamente impossível conseguir uma visão geral do negócio sem haver processamento intermediário, que exige consumo de tempo. Há casos em que é necessário consolidar as bases de dados em uma única plataforma para se obter a informação. Nesse cenário, no entanto, os executivos ficam a mercê de aplicações noturnas que consolidam as informações que serão analisadas posteriormente. Em consequência, o executivo está sempre trabalhando com um dia de atraso

nas informações que estão sendo analisadas. Para o mercado atual e em tempos onde há companhias usando análises preditivas4, é determinante para as empresas ter informações em tempo real, pois as mudanças de um dia para outro são cruciais para atingir as metas. Soluções de consolidação de bases de dados durante a noite, quando analisadas da ótica de melhores práticas de mercado, são consideradas pelos especialistas como práticas ultrapassadas, que foram necessárias em um determinado momento devido as condições tecnológicas oferecidas à época, mas que atualmente não são mais necessárias. A recomendação dos especialistas é manter as informações das áreas de negócio 100% integradas em uma única base de dados e disponíveis o maior tempo possível. Nos casos em que não for possível manter as informações em um único banco de dados, a empresa deve considerar que a consolidação das informações gerenciais ocorra no tempo máximo suportado para a tomada de decisão, que pode variar em conformidade com as exigências de cada segmento. Por exemplo, para uma determinada empresa que terá que trabalhar com mais de uma base de dados e com consolidação, os executivos entendem que essas informações devem ser atualizadas a cada 1 hora no máximo. Assim devemse considerar fornecedores de ERP que tenham condições de atender essa prerrogativa. Há, portanto, que considerar os fatores críticos de seu negócio em 3

Antagônica: oposto, contrário [2]. Preditiva: ação realizada com o intuito de impedir ou mitigar determinada ocorrência desagradável. Agir preditivamente é antecipar os problemas. 4


tempos de desafios econômicos e tomar a decisão com base nos mais preponderantes, tais como: Garantir a informação íntegra Imagine uma empresa onde as vendas no varejo no Brasil são controladas por um sistema desenvolvido internamente por uma onerosa e morosa equipe de TI; as vendas no varejo no exterior sejam controladas por outros sistemas (cada loja do exterior com um sistema específico); as vendas no atacado, a gestão de suprimentos, a manufatura e o financeiro sejam gerenciados por um sistema de mercado (um pequeno ERP regional); as apurações fiscais e contábeis estejam em um software5 especialista; a gestão de custos em mais um software, sendo que este usa conceitos de 1960; a folha de

pagamento tenha mais um software; e os relatórios gerenciais sejam feitos em planilhas. Só nesse exemplo, a empresa estaria administrando sete origens distintas de informações. E se dissermos que essa empresa realmente existe, tem mais de 100 lojas de varejo, com base instalada em 5 países e um faturamento bem expressivo? Esse é um dos muitos casos reais com os quais nos deparamos no diaa-dia. E fica a questão: Como ter informações íntegras em uma realidade como essa? A grande realidade é que cada área de negócio desta empresa está agindo autonomamente, não há espaço para inteligência de negócio, e as informações não serão íntegras, o que fará com que os executivos tomem decisões equivocadas e em

uma fração de tempo essa empresa terá sérios problemas gerenciais que podem inclusive comprometer sua atuação no mercado ante seus concorrentes. Para essa empresa, o único caminho é a adoção de um ERP que contemple todas as funcionalidades exigidas pelo negócio, que tenha abrangência e expertise6 global devido a sua atuação em diferentes países e que integre todas as funcionalidades gerando informações íntegras. A adoção de um sistema diferente desse não agregará o devido valor ao negócio. 5

Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação. 6 Expertise: do francês, expertise. Significa perícia, avaliação ou comprovação realizada por um especialista em determinado assunto.

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Somente após a migração desta miscelânea de soluções alternativas para uma única solução ERP essa empresa terá condições de tomar decisões que reflitam uma informação íntegra, que esteja disponível em tempo real e que possibilite que a empresa escolha o melhor formato, ou o formato mais eficiente para reagir rapidamente. Buscar o ERP ideal a um preço justo Encontrar o ERP que ofereça as particularidades de sua empresa, por si só, já é um desafio. Encontrar esse mesmo ERP a um preço justo é muito desafiador, mas também é uma tarefa possível. Cabe aqui ressaltar a diferença entre um ERP muito barato ou que se parece muito barato comparado aos seus principais concorrentes, pois, às vezes, o barato sai caro e, por isso, a recomendação de buscar um ERP com preço justo. Via de regra o ERP não vai atender todas as suas necessidades e a grande maioria dos bons fornecedores globais se compromete a ter um nível de aderência alto ao seu processo de negócio, que varia entre 60 e 80%. Mas esse compromisso não quer dizer que ao comprar um ERP sua empresa nunca mais precisará fazer investimentos, por exemplo, com processos de melhoria, customizações e homologações de novas versões/releases7, bem como novas funcionalidades. O que o executivo da média empresa, que deseja trocar seu sistema antigo e deficiente, precisa ter em mente é quais são as regras de negócios que fundamentalmente precisam ser atendidas durante a implantação do ERP, pois se estas não forem atendidas fatalmente não será uma boa troca. 24

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É basilar ter processos de negócio bem desenhados e alinhados com o mercado para que o advento do ERP ocorra sem grandes surpresas. Com base nessas informações é fundamental:

ERP e não simplesmente os resultados que poderão ser obtidos, pois em alguns sistemas, para se obter o mesmo resultado de outros, a complexidade de operação é muito maior e no dia-a-dia isso fará muita diferença. Em alguns casos recomenda-se até que seja realizado um projeto piloto, onde o fornecedor de ERP deverá provar que as funcionalidades de seu sistema atendem os processos de negócio;

1. Eleger uma equipe multidisciplinar que conheça os processos de negócio e as particularidades de sua empresa. Essa equipe ajudará desde a escolha do ERP até a implementação do mesmo; 2. Usar uma metodologia, ou até mesmo uma consultoria que ajude a escolher o ERP. Muitas empresas, ao eleger a equipe do projeto, montam uma solicitação de proposta (RFP - Request for Proposal) que deve ser enviada para um grupo de fornecedores os quais deverão respondê-la. Com base em suas respostas é possível estabelecer quais fornecedores deverão fazer a demonstração do seu ERP. Os grandes fornecedores globais de ERP estão bastante acostumados com RFP´s. Esse recurso deve ser amplamente explorado. Quando a empresa não tem experiência suficiente para montar a RFP, é altamente recomendado que busque no mercado uma consultoria para que ela possa auxiliá-la na aquisição do novo ERP; 3. Separar um bom tempo para analisar as demonstrações dos ERP´s que foram eleitos como prováveis substitutos do sistema antigo e deficiente. Se necessário ou se houver dúvida, a equipe deve rever demonstrações várias vezes, de forma a ter consciência das funcionalidades que cada sistema oferece. As demonstrações devem provar as funcionalidades do

4. Buscar um ERP que ofereça a possibilidade de extensibilidade, ou seja, que permita criar algumas pequenas soluções, independentemente de customizações caras e que só são feitas pelo fornecedor, como por exemplo, um ERP que tenha um gerador de relatórios onde um usuário da própria empresa possa criar alguns relatórios específicos para sua necessidade; a possibilidade de incluir um pacote de desenvolvimento de programas (SDK - Software Development Kit) que permita a alguém da empresa criar algumas telas, consultas mais simples e até cálculos e fórmulas básicas. Um ERP que não oferece esse nível de extensibilidade demandará um investimento expressivo no longo prazo para que se alcance maior aderência e atenda algumas peculiaridades; 5. Se a área de atuação da empresa tiver algumas opções de ERP verticalizados, é conveniente conhecer essas soluções antes de qual7

Release: do inglês, significa liberação. Em informática é a liberação pública de uma nova versão de um programa ao qual foram adicionadas melhorias ou correções. Em jornalismo pode se referir a comunicado de imprensa (por extenso pressrelease) que é um resumo emitido antes da notícia completa [3].


quer outra, pois certamente elas levarão embutidas as experiências dos fornecedores que a desenvolvem. Há, contudo que ficar atento para as soluções verticalizadas de fornecedores muito pequenos ou que não tenham expressão de mercado, pois podem ser aventureiras; 6. É recomendado ainda buscar fornecedores que tenham produtos localizados para a média empresa, mas que possuam em seu portfólio outros produtos maiores. Se sua empresa triplicar de tamanho esse mesmo fornecedor com o qual já está habituado deve ter condições de atendê-lo. Normalmente esses fornecedores tem produtos posicionados para Small Business (pequenas empre-

sas), Middle Market (mercado médio) e outro para grandes corporações globais. Se for escolhido um fornecedor que não ofereça essa possibilidade e a empresa crescer a ponto de o ERP não atendê-la mais, será necessário procurar um novo fornecedor. Isso pode ocorrer em um espaço de 5 a 7 anos. Todos esses cuidados acima mencionados refletem o fato de não haver espaço para erro em tempos de desafios econômicos, pois nesse período as margens de lucro são extremamente pequenas para que se mantenham investimentos grandes e de longo prazo sem resultados objetivos e claros. Não se pode pensar em perder tempo e/ou dinheiro nesse momento.

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Se possível, desenhar o negócio em torno ERP Um grande erro de muitas empresas de médio porte foi ter construído sistemas hoje antigos e deficientes em torno de seus processos de negócio deficitários e que não acompanhavam o mercado. Essas empresas levavam anos para desenvolver um aplicativo ou funcionalidade que, quando concluído, não refletia mais a necessidade de mercado, além de estarem pautados em sua própria falta de domínio dos conceitos corporativos elementares. Assim criavam sistemas internamente ou através de fornecedores muito pequenos e/ou limitados, meio que ao acaso. Nestas empresas fez-se o possível para que o sistema fosse adaptado aos paradigmas que eram comuns aos seus colaboradores, ao

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O SINUMERIK 828D é um CNC (Comando Numérico Computadorizado) recentemente lançado que apresenta um novo conceito para o chão de fábrica. A moderna interface gráfica SINUMERIK Operate, em conjunto com diversas outras novas funções, está presente para facilitar o dia-a-dia de operadores, programadores e profissionais de manutenção. Funções simples como contador de peças, elementos animados para suporte em ciclos, interface gráfica antes só presente com opcional ShopMill/ShopTurn e a simples conexão do CNC em rede fabril estão presentes para auxiliar na operação e programação das máquinas. Por outro lado, algumas novidades como o plano de manutenção integrado, a função ajuda (help) bem desenvolvida, diário de atividades de manutenção e a operação remota vieram para transformar o trabalho dos técnicos de manutenção. Algumas dificuldades que eram vivenciadas anteriormente não serão mais encontradas. O SINUMERIK 828D foi desenvolvido com muito cuidado e focado em suprir todas as necessidades que podem ser apresentadas no chão de fábrica. Nosso serviço de apoio ao cliente presta os esclarecimentos necessários quanto à utilização do seu comando CNC pelo telefone (11) 3833-4040 ou e-mail adhelpline.br@siemens.com.br E na compra de uma nova máquina CNC podemos lhe auxiliar no esclarecimento de dúvidas técnicas pelo telefone (11) 3908-1757 ou e-mail william.pereira@siemens.com Novembro/Dezembro 2011

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invés de buscar uma visão holística. Há, contudo, alguns bons exemplos de empresas que perceberam o valor enorme de criar uma empresa em torno dos conceitos oferecidos pelo ERP, onde todos os departamentos e funções foram integrados e os processos se tornaram consistentes por toda a organização. Para as empresas médias que buscaram, há 10 anos, fornecedores adequados e que tinham sistemas ERP de ponta, foi crucial o investimento à época, pois essas empresas hoje estão na vanguarda de seus concorrentes, pelo fato de terem desenhado seus negócios em torno dos conceitos embutidos no ERP, das melhores práticas de mercado pregadas pelos fornecedores de ERP e do conhecimento comum e lições aprendidas que os fornecedores de ERP apresentam, bem como seus canais de negócio e integradores. Calcular o custo-benefício de seu ERP Um executivo que se propõe a fazer investimentos de larga escala em tempos de desafios econômicos, não pode de forma alguma deixar de calcular o custo-benefício deste investimento. Essa é uma decisão estratégica e deve fazer a empresa operar de forma mais eficiente, apoiar as estratégias e objetivos de crescimento, padronizar os processos de forma positiva e agregar valor ao negócio, inclusive tornando a empresa mais atraente para o mercado, para os concorrentes, para potenciais investidores e quem sabe até para grupos que busquem adquiri-la futuramen-

te (valorização do negócio). É importante também vislumbrar a possibilidade de uma implantação híbrida, onde o fornecedor do ERP disponha de parceiros, canais de negócio e/ou integradores em regiões onde a empresa esteja situada e que evite dispêndio de recursos com deslocamentos longos e caros. Por exemplo, se a empresa tem sede em São Paulo e uma filial em Joinville, é muito importante que seu fornecedor de ERP tenha condições de atendê-lo em ambas as localidades sem grande desperdício de recursos com deslocamento. O ideal é que esse fornecedor tenha uma filial, um parceiro ou um integrador na região da sua filial. Isso garantirá que os custos de deslocamento sejam menores e em alguns casos sequer existam. Contudo, não se deve abrir mão de uma gestão integrada do projeto de implantação, pois se isso ocorrer há uma grande chance de a implantação não ter um padrão, o que seria prejudicial ao projeto. A falta de uma avaliação custobenefício detalhada implicará em onerar o projeto com questões mal dimensionadas e que, em alguns casos, poderão se sobrepor em muito ao valor estimado inicialmente. CONCLUSÃO Para todas as empresas que percebem a necessidade de investir em uma solução ERP robusta e consistente, fica a recomendação de que mesmo em tempos de desafios econômicos não se deve usar o momento como um impedimento para esse investimento, particularmente

em segmentos e/ou empresas onde uma solução ERP possa melhorar a eficiência, reduzir custos e elevar a competitividade, gerando valor ao negócio. Investir em um sistema ERP pode fazer sua empresa economizar muito tempo e evitar muitos problemas futuros. Caso decida vender seu negócio futuramente, já terá uma base de dados integrada, uma cultura organizacional focada em resultados e competências e informações necessárias para a tomada de decisão que valorizam sua empresa acima de seus concorrentes. Ou mesmo não querendo vender o negócio, terá sido criada a estrutura sólida que garantirá perenidade e a possibilidade de escolher entre crescimento ou estabilidade. Se a empresa entrar em uma zona desconfortável, ter-se-á informação para tomar financiamento no momento certo ou ainda fazer cortes e/ou redimensionar investimentos. Em tempos de desafios econômicos, a implantação de um ERP se mostra um excelente projeto de valorização do seu negócio.

FONTES DE CONSULTA [1] Ingenieria de La Informacion. Sistemas de planificación de recursos empresariales - ERP. http://gcesca211.blogspot.com [2] Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3ª edição. Editora Positivo. Curitiba, PR. 2004. [3] www.pt.wikipedia.org

Samuel Gonsales - É diretor executivo da Kayros IT Consultoria, especializada em modelos de gestão para empresas de moda e vestuário. É analista de sistemas pela Universidade Paulista, especialista em Sistemas de Gestão Empresarial – ERP pela FIAP e tem MBA em Gestão de Negócios. Atua também como professor em graduação e pós-graduação, palestrante e articulista de jornais, revistas e portais de negócios e tecnologia.

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A questão do reconhecimento do Tecnólogo pelo mercado

Por Jorge Guaracy Ribeiro Presidente da ANT – Associação Nacional dos Tecnólogos www.ant.org.br Ernesto Berkenbrock Presidente da ACT – Associação Catarinense dos Tecnólogos www.tecnologo-sc.org

Ernesto Berkenbrock

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CAMILA S. TORRES - camila.torres@ufrgs.br LÍRIO SCHAEFFER - schaefer@ufrgs.br

Metalurgia do pó convencional - uma revisão

A

tecnologia do pó é, às vezes, uma rota alternativa na produção de produtos e, outras vezes, a única alternativa de produção. A metalurgia do pó é um processo empregado para transformar pós metálicos e não metálicos, em peças ou componentes acabados.

Um mancal poroso autolubrificante de bronze, um filtro metálico de aço inoxidável e discos de fricção. Próteses para uso médico, alguns contatos elétricos e escovas coletoras de corrente. O que esses diversos produtos têm em comum? Todos foram fabricados usando um processo chamado metalurgia do pó. A metalurgia do pó ou MP é um processo empregado para transformar, sem fusão, pós metálicos ou não, em peças ou componentes acabados. Embora a técnica de metalurgia do pó venha sendo utilizada pelo homem há milênios, sob o ponto de vista industrial é recente o seu amplo reconhecimento como uma forma superior de produção de peças de alta qualidade para uma variedade de aplicações importantes. Este sucesso é devido ao processo oferecer vantagens sobre outras tecnologias, tais como componentes com formas complexas, número reduzido de operações na produção da peça acabada, aproveitamento quase total da matéria prima, entre outros [1, 2]. Estes fatores, por sua vez, contribuem para a produção em larga escala proporcionando um menor custo de fabricação. A figura 1 ilustra peças que são produzidas por metalurgia do pó. A forma desejada é obtida pela compactação de uma massa de pó que posteriormente é submetida à sinterização, onde o material é aquecido em temperaturas abaixo do ponto de fusão sob atmosfera controlada, conferindo as propriedades físicas e mecânicas. A metalurgia do pó é especialmente utilizada na elaboração de metais cujos pontos de fusão são elevados, como tungs-

Figura 1 - Peças que são produzidas por metalurgia do pó [3, 4, 5, 6, 7]

tênio, molibdênio, tântalo e nióbio, e na preparação de ligas nucleares (urânio, tório, berílio, zircônio), semicondutores (telúrio-bismuto), produtos porosos e refratários. A técnica da metalurgia do pó apresenta características únicas como obtenção de composição química desejada e, consequentemente, distribuição de fases variadas [8]. Um típico processo de fabricação mecânica via metalurgia do pó está esquematizado na figura 2. Para se trabalhar com a metalurgia do pó é necessário conhecer detalhadamente a aplicação pretendida (função, tipo de solicitações mecânicas, térmicas, químicas). Isto permite a especificação técnica do produto que se deseja produzir. A especificação técnica do produto (conjunto de propriedades) é fundamental na escolha da matéria prima, isto é, a escolha dos pós que possuam as características e as propriedades adequadas. Estas propriedades (tamanho e distribuição de parNovembro/Dezembro 2011

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Irregular

Esférico

Níquel

Diamalloy

Dendrítico

Angular

Cobre

Carbeto de Tungstênio

Poroso

Poligonal

Cobalto

Molibdênio

Matéria prima: Pó

Mistura

Compactação

Sinterização

Amostra sinterizada Figura 2 - Processo convencional de metalurgia do pó

tículas, superfície livre específica, propriedades mecânicas, químicas e termodinâmicas), em conjunto com os parâmetros de compactação e sinterização, são decisivas na definição da microestrutura e propriedades da peça sinterizada [9]. Nos últimos anos um maior desenvolvimento científico e tecnológico permitiu a obtenção de peças com melhores propriedades mecânicas, que levou a uma rápida expansão da tecnologia e do mercado de peças sinterizadas. A facilidade de automação completa do ciclo produtivo, bem como a versatilidade na obtenção de componentes acabados com estreitas tolerâncias dimensionais, características próprias da metalurgia do pó, contribuíram para a sua expansão [10]. A metalurgia do pó convencional envolve quatro etapas fundamentais que consistem em: obtenção dos pós, mistura dos componentes, compactação e sinterização. OBTENÇÃO DOS PÓS No processo de metalurgia do pó a primeira etapa é a produção do pó. O tamanho, a morfologia1, e a distribuição de tamanho de partículas são características importantes na produção de peças sinterizadas. A forma de uma partícula é vinculada ao processo de obtenção do pó, como por exemplo, processos de atomização2 de metais fundidos, deposição eletrolítica3 e processamento mecânico de materiais sólidos [1]. A figura 3 apresenta alguns tipos diferentes de morfologia de pós utilizados nas pesquisas do Grupo de Metalurgia do Pó do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). MISTURA DOS COMPONENTES A mistura adequada dos componentes, na proporção desejada, é fundamental para obter uma peça final com propriedades desejadas após a sinterização. Esse processo tem basicamente dois objetivos: dar ao pó condições necessárias ao processamento posterior, e 30

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Figura 3 - Exemplos de diferentes morfologias de pós

produzir pós com boa dispersão dos constituintes [11]. A mistura uniforme proporciona uma microestrutura homogênea ao final do processo. Para melhorar esta homogeneização é adicionado um lubrificante à mistura com a função de diminuir o atrito entre partículas da mistura e também das partículas com a parede do molde durante a compactação [12]. COMPACTAÇÃO A compactação de peças é responsável pela definição da geometria e densificação da mistura de pós. As matrizes empregadas têm o formato do produto final desejado. Seus componentes são mostrados na figura 4. O tamanho da matriz deve ser superior ao tamanho do produto final para permitir a retração dimensional que ocorre durante a fase final de sinterização. Estas matrizes possuem um alto custo e geralmente são feitas com revestimento de carbeto4 de tungstênio. 1

Morfologia: estudo das formas que a matéria pode tomar. Atomização: processo de reduzir a gotículas muito pequenas. 3 Deposição eletrolítica: formação de uma camada de metal sobre um eletrodo através de processo de eletrólise. 4 Carbeto: classe de compostos, também denominada de carbonetos, que se constitui de sais binários contendo carbono e características inorgânicas. 2


Punção superior

Matriz

Punção inferior Aumento da pressão Figura 4 - Componentes de uma matriz de compactação

O comportamento dos pós, quando submetidos à compressão, é mostrado na figura 5. No estágio inicial com a introdução de força mecânica, ocorre um rearranjo das partículas soltas para um denso empacotamento. Posteriormente, os pontos de contatos se deformam com o aumento da força mecânica. Finalmente, as partículas sofrem ampla deformação plástica [1]. Após a compactação é obtido um compactado denominado corpo verde, que possui densidade chamada de densidade verde, cujo valor obtido depende da pressão aplicada e da compressibilidade dos pós [13].

Figura 5 - Estágios da movimentação das partículas na cavidade de uma matriz durante o processo de compactação [2]

SINTERIZAÇÃO A sinterização é um processo termodinâmico de não equilíbrio, no qual um sistema de partículas (agregado de pó ou compactado) adquire uma estrutura. O resultado é a formação de contornos de grãos e crescimento de pescoços, levando o sistema a densificação e a contração volumétrica [14]. A sinterização, como a etapa mais complexa na rota da metalurgia do pó, é influenciada por diversos parâmetros (solubilidade mútua, molhabilidade, etc.) que

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atuam simultaneamente no processo e os sistemas são tão diversos que ainda não foi possível elaborar um modelo único de sinterização que seja capaz de atender os mais variados e possíveis sistemas [14]. Os tempos e temperaturas de sinterização são escolhidos visando obter-se um corpo com porosidade, tamanho de grão, resistência mecânica, rigidez ou qualquer outra propriedade definida. Existem, dois tipos básicos de sinterização: a sinterização por fase sólida e a sinterização por fase líquida. Estes dois tipos básicos de sinterização são capazes de densificar total ou parcialmente a estrutura, sendo que com a sinterização por fase sólida é possível se obter uma estrutura com porosidade controlada, enquanto que o fechamento total da porosidade é mais facilmente obtido através da sinterização por fase líquida [15]. Sinterização por fase sólida Sinterização em fase sólida corresponde ao processo onde não ocorre a formação de fase líquida [16]. Durante a sinterização por fase sólida ocorrem várias mudanças na microestrutura, que permitem a divisão deste processo em estágios. Os estágios de sinterização são observados a partir de mudanças geométricas onde os poros têm sua forma totalmente definida enquanto diminuem de tamanho. A figura 6 exemplifica os estágios da sinterização por fase sólida. No primeiro estágio ocorre a sinterização inicial, onde as partículas de pó são rearranjadas e ocorre a formação de uma ligação forte ou pescoço, nos pontos de contato entre as partículas. Com o avanço do processo os poros diminuem, reduzindo muito a taxa de sinterização e tornando-a muito sensível à morfologia do contorno de grão/poro. A densidade relativa aumenta em aproximadamente 10%, com uma redução da área superficial superior a 50% do valor original. No estágio intermediário o tamanho dos contatos aumenta enquanto ocorre uma diminuição da porosidade. As propriedades do sinterizado se desenvolvem predominantemente neste estágio. As partículas se aproximam levando a retração da peça, quando então os contornos de grão são formados, crescendo lenta-

a) Partículas soltas (b) Estágio inicial de pó

(c) Estágio intermediário

Figura 6 - Estágios da sinterização por fase sólida [2]

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(d) Estágio final

mente. A densidade atinge cerca de 90% da densidade teórica. O terceiro estágio é a sinterização final. Os poros se fecham e são eliminados lentamente com pouca densificação e aumento do tamanho de grão. O estágio final corresponde aos poros isolados e fechados. A densificação torna-se mais sensível em relação ao tamanho de grão relativo e a atmosfera dos poros. Qualquer gás aprisionado nos poros inibirá a densificação [2]. Sinterização por fase líquida A sinterização por fase líquida é um processo de densificação usado na produção de materiais, cujas características representam dificuldade para sua sinterização em estado sólido [17]. Neste tipo de sinterização, o sistema consiste de pelo menos dois componentes, onde um deles é uma fase líquida que surge a uma dada temperatura, em consequência a fusão de um dos componentes ou do resultado de uma reação entre estes. A presença do líquido é responsável pela rapidez e elevado percentual de densificação da estrutura [2]. Os mecanismos de densificação atuantes são dependentes da quantidade de líquido presente na estrutura e da interação deste líquido com a fase sólida (molhabilidade, dissolução entre sólido e líquido, etc.). Existe sempre uma importante contribuição da ação das forças de capilaridade5. Se a molhabilidade do sólido pelo líquido for favorável, as forças capilares promovem um forte e rápido rearranjo de partículas que leva à densificação. Se a molhabilidade é desfavorável, as forças de capilaridade atuam em sentido oposto, impedindo a densificação e promovendo até o rompimento da estrutura [18]. A teoria sobre a sinterização por fase líquida divide o processo de densificação em três estágios que se desenvolvem ao mesmo tempo, com cada um dos estágios descritos em relação ao mecanismo dominante naquele estágio. Os mecanismos são: rearranjo, solução - reprecipitação e estado sólido [2]. A figura 7 ilustra esquematicamente as etapas da sinterização por fase líquida. Durante o primeiro estágio, rearranjo de partículas, o compactado comporta-se como um sólido viscoso devido à ação de forças capilares e a fração de densificação é dependente da quantidade de líquido, tamanho de partícula e solubilidade do sólido no líquido. O segundo estágio da sinterização por fase líquida é o de solução-precipitação, que é caracterizado pela dissolução de partículas sólidas pequenas no líquido e pre5 Capilaridade: ou ação capilar, é a propriedade física que os fluídos têm de subir ou descer em tubos extremamente finos. Essa ação pode fazer com que líquidos fluam mesmo contra a força da gravidade ou à indução de um campo magnético.


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riais pela metalurgia do pó permitiram um aumento no desempenho da técnica, oferecendo melhor controle da microestrutura e propriedades mecânicas.

material base aditivo

Mistura de pós

(a) Rearranjo

(b) Solução - precipitação

(c) Estado sólido

Figura 7 - Estágios da sinterização por fase líquida [2]

cipitação nas superfícies sólidas de partículas grandes. Este estágio é caracterizado por densificação, acomodação de forma dos grãos, achatamento de contatos e eliminação de poros. O último estágio característico de sinterização via fase líquida é marcado pela diminuição da taxa de densificação causada pelas maiores distâncias de difusão. Normalmente é o estágio mais demorado e é acompanhado por mudanças na forma das partículas, que favorece a uma melhor densificação [2]. CONCLUSÕES A tecnologia do pó é, às vezes, uma rota alternativa na produção de produtos e, outras vezes, a única alternativa de produção. Apesar do ferramental de produção ter um custo elevado, na metalurgia do pó a alta produtividade, o baixo consumo de energia e o baixo descarte de matériaprima conferem vantagens competitivas ao processo. Peças fabricadas por metalurgia do pó possuem uma certa porosidade, que pode ser controlada através de fatores como pressão de compactação, temperatura e tempo de sinterização e morfologia dos pós. Essa porosidade possibilita a fabricação de filtros metálicos e mancais autolubrificantes, impossíveis de serem fabricados por outros processos. A produção de peças de tungstênio e molibdênio por exemplo, que possuem elevado ponto de fusão, tornou-se viável, pois o processo exige temperaturas bem abaixo da temperatura de fusão. Atualmente a pesquisa e desenvolvimento de mate-

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Chiaverini, V.; Metalurgia do pó. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 2001. 326p. [2] German, R. M.; Powder metallurgy science. Princeton, NJ, Metal Powder Industries Federation, p.113-144, 1984. [3] http://www.kennametal.com [4] http://www.mahle.com/ [5] http://www.coromant.sandvik.com [6] http://www.metgraphite.com.br [7] http://www.bosch.pt [8] Kulov, A.; Gusev, A.; Phase equilibria in the W-C system and tungsten carbides. J. Phys. Cs., Vol. 75, p. 687-708, 2006. [9] Smith, L. N.; Midha, P. S.; Graham, A. D.; Simulation of metal powder compaction for development of knowledge based powder metallurgy process advisor. Journal of Material Processing Technology, No. 79, p. 94-100, 1998. [10] Holleck, H.; Constitutional aspects in the development of new hard materials. Science of Hard Materials. Ed. Plenum Press, New York, p 849-858, 1981. [11] Gille, G.; Bredthauer, J.; Gries, B.; Mende, B.; Heinrich, W.; Advanced and new grades of WC and binder powder - their properties and application. International Journal of Refractory Metals & Hard Materials, Vol. 18, p. 87-02, 2000. [12] Nunes, Raul Almeida; DCMM-PUC-Rio Conformação de mater i a i s . N o t a s d e a u l a . < h t t p : / / w w w. d e m a . p u c rio.br/~ranunes/org/Caracterizacao1.pdf> Acesso em 01 de agosto de 2011. [13] Gutiérrez, J. A. E.; Extração de ligantes e sinterização por plasma de metal duro. Tese. Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. [14] Sadangi, R. K.; Voronov, O. A.; Kear, B. H.; WC-Co-diamond nano-composites. Nanostructured Materials, Vol. 12, p. 1031-1034, 1999. [15] Silva Jr., José Ferreira; Estudo da síntese de pós compósitos do sistema Ta-Cu. Dissertação. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2008. [16] Silva, A. G. P.; Júnior, C. A.; A sinterização rápida: sua aplicação, análise e relação com as técnicas inovadoras de sinterização. Cerâmica, Vol. 44, No. 290, 1998. [17] Fonseca, Flávia Mendonça; Biocerâmicas porosas bifásicas e trifásicas à base de hidroxiapatita produzidas por gelcasting. Dissertação. Departamento de Ciência e Tecnologia, Instituto Militar de Engenharia - IME, 2007. [18] Cosetino, Pedro Augusto de Souza Lopes; Efeito de carbetos metálicos na sinterização do carbeto de boro por prensagem a quente. Tese. COPPE: UFRGS, 2006.

Camila S. Torres - Engenheira metalúrgica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutoranda da UFRGS no programa de pós graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais. Pesquisadora bolsista da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Lírio Schaeffer - Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Doutor na área de Conformação Mecânica pela Universidade Técnica de Aachen na Alemanha (Rheinisch-Westfalischen Technischen Hochschule - RWTH). Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) do Centro de Tecnologia da Escola de Engenharia da UFRGS. Pesquisador na área de Mecânica, Metalurgia e Materiais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), professor das disciplinas relacionadas aos processos de fabricação por conformação mecânica e vinculado ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Minas e Energia (PPGEM) da UFRGS. Consultor ad-hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Autor de vários livros sobre conformação mecânica.

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1 ICMS: Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços. O ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) é de competência dos Estados e do Distrito Federal. Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. 2 Diferimento: ato ou efeito de diferir; adiamento.

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A Okuma, fabricante de máquinas operatrizes com sede no Japão, disponibiliza ao mercado brasileiro os novos modelos da sua linha de centro de usinagem horizontal de alta capacidade produtiva: MB 4000H e MB 8000H. Especialmente projetados para furação, fresamento e roscamento, e são direcionados para usinagens de alta velocidade em ligas de alumínio, ferro fundido e aços. O modelo MB 4000H possui estrutura compacta e velocidades superiores aos padrões utilizados no mercado. O centro de usinagem MB 4000H possui pallet de 400 x 400 mm, velocidade do spindle de 15,000 rpm, com cursos nos eixos X, Y, de 560 mm cada, e Z com 625 mm. Possui 48 posições de ferramentas no magazine da máquina básica (pode receber até 218 ferramentas como opcional), que fica alocado na parte frontal da máquina, a fim de facilitar a operação. Já os modelos MB 8000H possuem sistemas avançados que permitem operações em usinagens de peças com grandes dimensões, como as utilizadas em aeronaves e máquinas para construções, entre outros equipamentos de grande porte.

O MB 8000H, com tamanho de pallet de 800 x 800 mm, tem um spindle padrão com velocidade de 6.000 rpm na máquina básica e spindles opcio-

nais com 12.000 a 35.000 rpm (HSK 63) e também spindle de torque elevado na versão de 6,000 rpm. Os cursos dos eixos X, Y e Z são de 1.300, 1.100 e 1.250 mm, respectivamente. Utiliza os conceitos Thermo-Friendly (projeto termo estável, que evita deformações térmicas causadas pelo tempo de uso e varia-ço da temperatura ambiente), o Collision Avoidance System (sistema anti-colisão que garante a durabilidade e confere maior vida útil aos produtos) e o Machine Navegation, que detecta e elimina vibração de usinagem. Okuma 11 3049-5600 www.okuma.com

A talha elétrica XN, da Konecranes, é um equipamento de corrente, compacta e eficiente que combina confiabilidade com estilo, aliando segurança e desempenho. Propicia um serviço econômico e confiável para uma variedade de aplicações, atendendo requisitos de: excelência técnica; qualidade; máxima segurança e confiabilidade; e suporte permanente.

A talha XN tem operação silenciosa em função de ser construída com coroas de cinco e de seis bolsões, tratadas termicamente e retificadas com alta tolerância, o que assegura uma elevação extremamente suave. O gancho de içamento é feito de aço de alta resistência e dotado de trava de segurança. Seu limitador de torque de


atrito impede o mau uso da talha, pois dá proteção contra sobrecarga, sobreelevação acidental e sobreabaixamento. Os motores estão disponíveis em diversas tensões. Para segurança do operador, o controle de baixa tensão é padrão. Ao mesmo tempo em que permite fácil acesso para manutenção, o painel de controle elétrico aloja os componentes elétricos como contatores, transformadores e tiras terminais. Com pintura epóxi para máxima proteção, a carcaça da talha é construída de alumínio fundido sob pressão para redução de peso. Seu design aletado permite uma eficiente dissipação de calor. A corrente de carga é zincada por eletrodeposição, com tratamento térmico e de alta resistência à tração. A corrente também é especialmente calibrada para uso em talhas de corrente. Oferece dois anos de garantia (partes consumíveis excluídas). Tem capacidade de içamento de 250 a 5.000kg. Konecranes 11 4195-8432 www.konecranes.com.br

A BYR Componentes para Moldes atua no segmento de construção de moldes. A empresa é uma filial da espanhola Bru y Rubio S.L, que é especializada em moldes padronizados e em acessórios que envolvem a concepção de uma ferramenta, oferecendo produtos e serviços com o mais alto padrão de qualidade. Na página eletrônica da empresa está disponível um configurador para montagem do porta-molde desejado, com possibilidade de importação direta para o sistema CAD da empresa.

fio, eletroerosão de penetração e outras máquinas operatrizes. O equipamento é um manipulador de peças e eletrodos, para operação com máquinas individuais ou duplas. Tem capacidade de transferência de 30kg (peça e pallet) e interface com a máquina nos padrões serial, M-função e paralela. O modelo ITS 50/72 tem magazine com 160 posições, curso no eixo X de 1.200 mm e opera com sistema pneumático a ar de 200 litros/min a uma pressão mínima de 5 bar.

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Pesados e Comerciais (11) 3060-5000 www.automecpesados.com.br • 17 a 20 - Joinville, SC, Brasil FEEAI 2012 - Feira de Eletrônica, Energia e Automação Industrial (47) 3028-0002 www.eurofeiras.com.br • 18 a 21 - Shanghai, China Chinaplas 2012 - Feira Internacional de Indústria de Plástico e Borracha www.chinaplasonline.com • 19 a 22 - Bombaim, Índia Die & Mould - Feira Internacional de Moldes e Matrizes www.tagmaindia.org • 24 a 26 - São Paulo, SP, Brasil Expo Alumínio 2012 - Exposição Internacional do Alumínio (11) 3060-5000 www.expoaluminio.com.br • 24 a 28 - São Paulo, SP, Brasil Expolux 2012 - 13ª Feira Internacional da Indústria de Iluminação (11) 3060-5000 www.expolux.com.br

NOVEMBRO • 6 a 9 - Florianópolis, SC, Brasil 8ª Conferência Internacional Latino Americana de Tecnologia do Pó - PTECH (11) 3731-8549 www.metallum.com.br/ptech • 23 a 25 - São Paulo, SP, Brasil XXI Congresso Fenabrave (11) 3060-5000 www.reedalcantara.com.br • 29 a 1º/12 - Las Vegas, EUA AU 2011 - Autodesk University - Encontro Mundial de Usuários Autodesk www.au.autodesk.com

NOVEMBRO • 7 a 11 - Smarttech - São Paulo, SP Curso: Fundamentos de simulação de injeção (11) 3168-3388 smarttech@smarttech.com.br DEZEMBRO • 5 a 9 - Smarttech - São Paulo, SP Curso: Simulação avançada de preenchimento, empenamento e refrigeração (11) 3168-3388 smarttech@smarttech.com.br

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(11) 8262-8785 bertoloti@uol.com.br • CECT - Florianópolis, SC Curso: Metrologia e sistemas da qualidade (48) 3234-3920 www.cect.com.br • Certi - Florianópolis, SC Curso: Metrologia (48) 3239-2120 www.certi.org.br/metrologia • CTA - São José dos Campos, SP Curso: Auditores da qualidade, gestão da qualidade, normalização, ultra-som, raio-X (12) 3947-5255 www.ifi.cta.br • Escola LF - São Paulo, SP Curso: Operação de máquinas de sopro e injetoras, análise de materiais e processamento, projeto de moldes (11) 3277-0553 www.escolalf.com.br • Escola Técnica Tupy - Curitiba, PR Curso: Técnico em plásticos (41) 3296-0132 www.sociesc.org.br • Intelligentia - Porto Alegre, RS Curso: Racionalização de processos de manufatura, desenvolvimento gerencial (51) 3019-5565 www.intelligentia.com.br • Senai - Joinville, SC Curso: Tecnologia em usinagem, mecatrônica, ferramentaria (47) 3441-7700 www.sc.senai.br • Senai Mário Amato - São Bernardo do Campo, SP Curso: Materiais, moldes, processamento de plásticos (11) 4109-9499 www.sp.senai.br • Senai - Jundiaí, SP Curso: Tecnologia de moldes, operador de extrusora, técnico em plásticos (11) 4586-0751 www.sp.senai.br/jundiai • Senai Roberto Mange - Campinas, SP Curso: Técnico em construção de ferramentas (19) 3272-5733 www.sp.senai.br • SKA - São Leopoldo, RS Curso: Curso básico e avançado de CAD e CAM 0800 510 2900 www.ska.com.br • Sociesc - Joinville, SC Curso: Automação, mecânica, mecatrônica, metalurgia, plásticos 0800 643 0133 www.sociesc.org.br • Trade Mix - Rio de Janeiro, RJ Curso: Design de embalagens e projeto de produtos (21) 3852-5363 www.trademix.com.br • UCS - Caxias do Sul, RS Curso: Modelagem 3D, fundamentos de injeção de polímeros no Moldflow (54) 3218-2430 www.ucs.br • Yaskawa - São Paulo, SP Curso: Servo-acionamentos, inversores de frequência, motion controllers (11) 5071-2552 www.yaskawa.com.br


A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL: COMO CRIAR NOVOS MERCADOS E TORNAR A CONCORRÊNCIA IRRELEVANTE W. Chan Kim e Renée Mauborgne

O livro apresenta uma nova maneira de pensar sobre estratégia, resultando em uma criação de novos espaços (o oceano azul) e uma separação da concorrência (o oceano vermelho). Os autores estudaram 150 ganhadores e perdedores em 30 indústrias diferentes e viram que explicações tradicionais não definiam o método dos ganhadores. O que eles acharam é que empresas que criam novos nichos, fazendo da concorrência um fator irrelevante, encontram outro caminho para o crescimento. O livro ensina como colocar em prática essa estratégia. 2005. ISBN 978-85-35215-24-3 www.editoracampus.com.br

SISTEMAS ERP NO BRASIL: TEORIA E CASOS Amarolinda Zanela Saccol e Cesar Alexandre de Souza

Este livro é uma contribuição para a análise e o entendimento da adoção dos sistemas Enterprise Resource Planning (ERP) nas empresas. Reúne resultados de estudos de casos e pesquisas acadêmicas realizadas no cenário brasileiro. A adoção de um sistema ERP determina mudanças amplas na organização, que exigem investimentos e esforços significativos. Ela também afeta diretamente a área de TI, exigindo novos entendimentos e novas formas de gestão da tecnologia. Esses sistemas impactam as organizações com reflexos amplos que precisam ser gerenciados. O conhecimento de seus impactos para as organizações é essencial, bem como de suas características e aspectos ligados à sua implementação. Além disso, os sistemas ERP também começam a ser utilizados em médias e pequenas empresas, o que aumenta a importância dos conhecimentos citados para os profissionais da área de TI e acadêmicos. 2003. ISBN 987-85-22434-93-0 www.editoraatlas.com.br

INTRODUÇÃO A METALURGIA E AOS MATERIAIS METÁLICOS Laerce de Paula Nunes e Anderson Teixeira Kreischer

O objetivo da presente obra é apresentar os principais materiais metálicos utilizados nos projetos de engenharia, com suas características e propriedades previstas nas principais normas de especificação e orientar a seleção destes materiais. Servirá, também, para avaliação de integridade de equipamentos e instalações onde, através do conhecimento das características e propriedades, se possa tomar medidas para manter as instalações industriais com elevado nível de confiabilidade operacional. 1ª edição. 2010. ISBN 978-85-71932-39-5 www.editorainterciencia.com.br

DICIONÁRIO METALÚRGICO James L. Taylor

Dicionário bilíngue (inglês/português e português/inglês) de termos técnicos na área de metalurgia. Conta com 636 páginas. 2ª edição. 2004. ISBN 987-85-86778-24-9 www.abmbrasil.com.br

AçoEspecial ...............................2ª capa

Incoe ...............................................33

SKF ..................................................39

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Casa do Ferramenteiro........................9

Sandvik.....................................3º capa

Villares ...............................................5

Cimatron .........................................15

Schmolz+Bickenbach ................4ª capa

CIMM ................................................6

Siemens ...........................................25

CQB.................................................11

Sildre .................................................6

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Divulgação

ABINFER - Entidade para moldar o futuro das ferramentarias Pedro Luiz Pereira Diretor Executivo da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER executivo.abinfer@terra.com.br

Apesar de o Brasil ser considerado hoje uma das oito maiores potências econômicas e a segunda maior nação em crescimento de PIB nos próximos anos, não há uma associação específica e única para o setor industrial de ferramentarias. É sabido que países desenvolvidos, tais como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália, Portugal, França, Japão e outros, tem suas associações nacionais e exclusivas para a indústria de ferramentais, entidades estas que são muito ativas e organizadas. Mas o que surpreende é que outros países menos desenvolvidos tenham suas associações já implantadas, como Índia, Bangladesh e Paquistão. A China tem uma integração nacional e ramificações coordenadas em 19 regiões. A Argentina fundou sua associação CAYMIN em maio de 2010. Atualmente no Brasil contamos com núcleos, câmaras setoriais e outros tipos de organizações regionais da indústria de ferramentais, mas sem um elo nacional que aproveite todas as competências do setor de forma integrada. Não existem dados amplos, completos e confiáveis sobre o mercado interno, mercado externo, e um diagnóstico da própria indústria de ferramentais, sobre os quais possamos nos basear para avaliar oportunidades, ameaças e as consequentes tomadas de decisão. Quando queremos nos fazer representar, dependemos da boa vontade e esforços locais e mesmo individuais nem sempre disponíveis e capacitados para tal representação. A não existência de uma entidade que represente de forma exclusiva e dedicada o conjunto de todas as indústrias de ferramentais do país nos leva a sermos esquecidos ou preteridos em relação a outros interesses. A união faz a força é um ditado velho, mas universal e verdadeiro. Esta segmentação tem nos mantido em um estágio de maturidade sem informações suficientes, sem regras e regulamentações no campo técnico, comercial e ético. Sem um ambiente de discussão nacional, ficamos a mercê de ações e interesses que isoladamente podem ser bons, mas que no conjunto não somam valor, quando não entram em conflito e contrapõem. A falta de um diagnóstico amplo e mais profundo do mercado e da própria indústria e, a ausência de discussões estruturadas não permitem a criação de estratégias e defesas organizadas em prol das empresas do setor. Agora, com a criação da ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais, grande parte destes anseios será suprida. A entidade tem como missão e propósito: - Pleitear e defender os interesses da indústria junto ao governo, autoridades e órgãos reguladores questões legais, tributárias, obtenção de verbas de incentivo, regulamentações e outros; - Liderar o Planejamento Estratégico para o setor, através do envolvimento, discussão e tomada de decisão de forma organizada, estabelecendo políticas e diretrizes; - Desenvolver e estabelecer um código de ética que oriente e proteja as relações de concorrência, gestão de Recursos Humanos e o relacionamento com clientes e fornecedores; - Promover o desenvolvimento do setor por meio do apoio e orientação para a capacitação da gestão em prol da qualidade, da produtividade, da inovação e do lucro; - Fomentar e propiciar a capacitação dos profissionais do setor, bem como a criação de mecanismos de carreira e mobilidade; - Coletar, estruturar e analisar dados e informações que alimentem o empresariado para uma atuação mais oportuna no mercado nacional e externo; - Criar e organizar mecanismos de relacionamento ganha-ganha com fornecedores e clientes; - Estabelecer parcerias com instituições de ensino e pesquisa, entidades governamentais e de classe, do Brasil e do exterior, para o desenvolvimento de projetos de interesse do setor; - Promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação estabelecendo convênios e projetos estrategicamente orientados; - Promover o desenvolvimento social através da realização de eventos para a cultura, lazer e conhecimento; - Desenvolver conjunto de regras e normas de caráter técnico e terminologia. Faça parte deste trabalho que visa unicamente fortalecer o setor ferramenteiro de nosso país. Filie-se a ABINFER. Uma entidade para moldar o futuro das ferramentarias.

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Ferramental

Novembro/Dezembro 2011


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