ANO VII - Nº 41 - MAIO/JUNHO 2012 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
A estampagem incremental como alternativa para a produção de pequenos lotes
Dicas para a análise e otimização de projetos
Como a modelagem de processos de negócio pode auxiliar na eficácia da gestão em uma empresa
DESTAQUE
ANO VII - Nº 41 - MAIO/JUNHO 2012 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X
A estampagem incremental como alternativa para a produção de pequenos lotes
Dicas para a análise e otimização de projetos
Como a modelagem de processos de negócio pode auxiliar na eficácia da gestão em uma empresa
DESTAQUE
Christian Dihlmann Editor
Desponta aí uma grande oportunidade para o Brasil. Um mercado em potencial. Isso me fez imediatamente lembrar a história de duas pulgas, contada por Max Gehringer, consultor renomado, que segue assim:
Reposicionamento: uma solução! Fui recentemente ao Japão, a convite da Federação Asiática das Associações de Fabricantes de Moldes - FADMA (Federation of Asian Die & Mold Associations) participar da reunião anual daquela entidade. São 10 países participantes, a saber: China, Coréia do Sul, Filipinas, Índia, Indonésia, Japão, Malásia, Singapura, Tailândia e Taiwan. Fomos o único país não membro a ser convidado para esta edição da reunião. É de se destacar o interesse daquele continente pelo mercado ocidental e, em especial, o nosso. Também é notória a curiosidade de querer entender nossos movimentos no setor ferramenteiro. Senti-me orgulhoso em poder representar o Brasil e mostrar que não estamos parados, mas sim que há todo um planejamento de fortalecimento do setor. Diversos temas foram tratados, mas o foco foi na qualificação de profissionais. Todos os países mencionaram dificuldades neste quesito. O presidente da entidade, Namasivayam Reguraj, da Índia, destacou que para cada ferramenta produzida são gerados de 10 a 15 empregos, portanto o setor de ferramentaria é muito importante para a redução do desemprego. A solução é investir em educação, e os jovens não estão motivados para entrar na produção. Na Tailândia professores vão às fábricas nos sábados e domingos para ensinar; nas Filipinas formam profissionais e eles vão embora (Canadá, EUA, China, Europa); na Malásia tem excesso de alunos e carência de professores e; no Japão tem excesso de professores e carência de alunos. Situação parecida acontece no Brasil. Temos carência de bons profissionais, demonstrando que precisamos investir muito na capacitação. Durante o evento cada participante fez uma apresentação do setor ferramenteiro de seu país (Country Report). Fiquei muito surpreso com a China e dois pontos chamaram em especial minha atenção. Primeiro, porque eles estão convencidos de que são importantes para o mundo e estão trabalhando para provar isso. E pelos detalhes apresentados, não tenho dúvidas de que estão no caminho certo. Principal ação: capacitação de profissionais para, em futuro próximo, estarem aptos a construir moldes complexos. Segundo, os números apresentados, produziram e comercializaram, no ano de 2011, US$ 20 bilhões em ferramentais. E, pasmem, importaram US$ 3 bilhões! Mais do que toda a produção brasileira.
"Duas pulgas estavam conversando e então uma comentou com a outra: - Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos saltar. Daí nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro é zero. É por isso que existem muito mais moscas do que pulgas. E elas contrataram uma mosca como consultora. Entraram em um programa de reengenharia de vôo e saíram voando. Passado algum tempo, a primeira pulga falou para a outra: - Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo do cachorro e nosso tempo de reação é bem menor do que a velocidade da coçada dele. Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o néctar e levantam vôo rapidamente. E elas contrataram o serviço de consultoria de uma abelha, que lhes ensinou a técnica do chega-suga-voa. Funcionou, mas não resolveu. A primeira pulga explicou por quê: - Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de ficar muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas não estamos nos alimentando direito. Temos de aprender como os pernilongos fazem para se alimentar com aquela rapidez. E um pernilongo lhes prestou uma consultoria para incrementar o tamanho do abdômen. Resolvido, mas por poucos minutos. Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes mesmo de pousar. Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha: - Ué, vocês estão enormes! Fizeram plástica? - Não, reengenharia. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século 21. Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento. - E por que é que estão com cara de famintas? - Isso é temporário. Já estamos fazendo consultoria com um morcego, que vai nos ensinar a técnica do radar. E você? - Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia. Era verdade. A pulguinha estava viçosa e bem alimentada. Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer: - Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em uma reengenharia? - Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora. - Hã? O que as lesmas têm a ver com pulgas? - Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em vez de dizer para a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e me sugerisse a melhor solução. E ela passou três dias ali, quietinha, só observando o cachorro e então ela me deu o diagnóstico. - E o que a lesma sugeriu fazer? - "Não mude nada. Apenas sente no cocuruto do cachorro. É o único lugar que a pata dele não alcança".
Conclusão: Você não precisa de uma reengenharia radical para ser mais eficiente... Muitas vezes, a GRANDE MUDANÇA é uma simples questão de reposicionamento. Participem do ENAFER - Encontro Nacional de Ferramentarias, no dia 18 de maio, em Caxias do Sul. É nossa hora. Reposicione-se!
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Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X
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Estampagem incremental: Método alternativo para fabricação de protótipos e pequenos lotes de peças O processo de estampagem incremental demonstra ser de grande potencial quando se pretende produzir peças complexas, reduzindo o tempo e os custos de produção para pequenos lotes de peças. Trata-se de uma tecnologia alternativa e economicamente competitiva, podendo ser facilmente adaptado a uma máquina CNC.
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BPM: Modelagem de processos de negócio e seus impactos positivos nas organizações Entender o seu modelo de negócio é muito bom. Melhor ainda se toda a sua equipe visualiza e compreende este modelo. Para isso, precisa estar formalizado utilizando técnicas de modelagem do processo de negócio. E toda a condução da gestão fica facilitada e mais eficaz.
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Simulação de processos de conformação mecânica com previsão de microestrutura A simulação numérica computacional já está consolidada no campo de processos de conformação mecânica, para previsão de cargas de conformação, tensões e deformações, aspectos dimensionais, etc. No entanto, é necessário avançar no que diz respeito à previsão de microestrutura obtida na peça final após o processo de conformação.
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Análise de projetos e otimização Embora os benefícios da análise de projetos sejam óbvios em todos os tipos de produtos – e acessíveis para a maioria dos profissionais da área – numerosos equívocos cercam o uso do software de análise de projetos e otimização.
DIRETORIA Christian Dihlmann – Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Dr. Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Dr. Cristiano V. Ferreira, Dr. Jefferson de Oliveira Gomes, Dr. Moacir Eckhardt, Dr. Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 / 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Vendas Santa Catarina / Paraná Spala Marketing (41) 3027-5565 spala@spalamkt.com.br Vendas São Paulo Gilmar Frassetto (11) 8827-1817 cocaper@hotmail.com Keith Souza da Silva (11) 6102-9270 keithmathias@hotmail.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 8877-6857 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br Produção gráfica Martin G. Henschel Impressão Impressul Indústria Gráfica Ltda. www.impressul.com.br
A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matériasprimas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC
Foto da capa:
"Usinagem por eletroerosão de penetração em cavidade para molde de tela de alto-falante. Foto cedida por Sodick do Brasil, de São Paulo, SP"
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Escrevo para o informar que nunca cheguei a receber a revista Ferramental aqui na Universidade de Aveiro. Temos o interesse em divulgar junto dos nossos alunos e colaboradores a vossa revista dado o seu conteúdo tecnológico. Agradeço a vossa atenção para esta matéria caso seja possível. ... 23 dias depois ... Acabei de receber a Ferramental. Muito obrigado. Parabéns pela revista que tem um conteúdo de grande interesse para além de uma excelente qualidade gráfica. Terei todo o gosto em a divulgar na Universidade e naturalmente em Portugal. J. Paulo Davim Universidade de Aveiro - Aveiro, Portugal
Trabalho na Sociedade Educacional Leonardo da Vinci. Em nossa universidade possuímos o curso de Engenharia Mecânica, e acredito que sua publicação se faria de grande importância aos nossos acadêmicos. Deste modo venho solicitar o envio da publicação. Dandara Klann Centro Universitário Leonardo da Vinci - Timbó, - SC
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Agradeço, agradeço, agradeço... O artigo deste mês ficou lindo, fácil de entender, com conteúdo e dá o recado! Li e reli algumas vezes. A Ferramental está cada vez melhor e fico feliz por fazer parte deste time de vencedores. Paulo César Silveira Instituto IDHPS - Joinville, SC
Agradecemos os contatos de: Francisco de Assis da Cruz Rebitec Indústria Metalúrgica - Maringá, PR Douglas de Paula e Silva Ford Motor Company - São Bernardo do Campo, SP Giulianne Regine Nogueira Silva SENAI - Curitiba, PR Marcelo Nunes S L Projetos - Campinas, SP Wellington Deare WTF Tech - São Paulo, SP Antônio Felipe Calabrez Bússola Ferramentas Agrícolas - Matão, SP Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.
Quando a construção da obra é a própria motivação... Assisti a um documentário sobre as atividades dos insetos. Em determinado momento o narrador explica que a construção de um ninho de vespas é a própria motivação das operárias. Todas trabalham concentradas, em ritmo do tipo “não parem, precisamos ir em frente”. Nas colônias de insetos não existe ninguém para dar ordens, dizer como o trabalho deve ser feito ou para inspecionar resultados e metas. Nada de gerentes ou diretores: cada um sabe qual é seu trabalho e o faz, geralmente, com acabamento esmerado e eficiente, afinal vespas, abelhas, cupins e formigas constroem seus ninhos há milhões de anos, tempo suficiente para aperfeiçoar o trabalho e seus processos. O exemplo da construção da própria obra como motivação daquele que a constrói serve de metáfora para nossa vida pessoal e profissional. Quantos estão em um bom projeto ou em uma boa empresa e não percebem o bom momento que estão vivendo? Por isso, pergunte-se: “O que estou construindo nesta fase da minha vida: uma carreira, uma casa, uma empresa ou um patrimônio financeiro? Qual desses trabalhos me motiva mais?” A história dos operários que trabalhavam com pedras e perguntados sobre o que faziam serve de ilustração. O primeiro respondeu secamente: “Não vê que estou quebrando pedras?”; o segundo, um pouco mais consciente, disse: “Estou construindo uma parede”; e o terceiro, ciente do propósito da sua missão e motivado pela razão da sua construção, esclareceu: “Estou construindo uma catedral.” Com certeza, o último, que sabia o motivo do seu trabalho, tinha mais disposição, energia e motivação. Do seu labor sairiam paredes retas e bem amarradas. Com certeza um forte candidato a mestre de obras. A automotivação pode estar ancorada nas necessidades de status1, poder, reconhecimento, acúmulo de dinheiro ou no simples fato de se construir a obra. Cabe ao líder descobrir qual a verdadeira motivação de cada um dos seus
liderados e estimulá-los. Uma curiosida-de: a palavra “estímulo” designava nos tempos antigos uma vareta de ferro com uma ponta fina que servia para o tocador empurrar os porcos pelas estra-das. Uma cutucada no traseiro e o ani-mal andava. Trabalhos criativos e geradores de boas histórias são extremamente motivadores. Com certeza, ter trabalhado na NASA2 na época áurea das conquistas espaciais e ter pertencido à equipe que enviou o homem à Lua foi motivante. Fazer parte do time do Barcelona nos dias atuais ou da Seleção Brasileira nas décadas de 60 e 70, idem. Hoje, trabalhar na Apple, no Facebook ou no Google é o sonho de todo jovem. São “empresas-obras” vencedoras ainda em construção. Será que “as melhores empresas para se trabalhar” são também “as melhores empresas em construção?” Deve-se fazer com que os colaboradores percebam que o correr da obra, seja ela a montagem de um carro, a feitura de móveis modulares ou a criação de um sofisticado processo de informática, por si só, já é um estímulo permanente. Quando os líderes conseguem transmitir este estado de espírito aos seus subordinados as dificuldades serão menores e as batalhas vencidas com mais facilidade. O jogador só vence se o time dele vencer. Fazer o pessoal perceber que a construção contínua da empresa é a própria motivação é a suprema meta dos comunicadores. O engajamento vai se tornar espontâneo porque todos almejam construir e pertencer a uma boa história. A falta de motivação e envolvimento emocional, por parte de nós brasileiros, com a construção das obras preparatórias para a Copa do Mundo, é decorrente de não acreditarmos no sucesso da causa. Em um país onde se rouba na merenda escolar e se falsificam medicamentos, acreditar, apoiar e se motivar com construções governamentais de grande porte é acreditar em contos de fada. Tais obras só motivam políticos e empreiteiros. Um exemplo é a construção do canal de transposição do rio São
Por Eloi Zanetti eloi@eloizanetti.com.br
Francisco. Uma obra que já se apresenta abandonada e em processo de deterio-ração logo no início faz com que nem mesmo aqueles que pretensamente se beneficiariam com seu término acredi-tem e se motivem com a causa. Como dizia Hemingway3, comece sempre a obra com uma frase 1
Status social: é o "posto", a honra ou o prestígio anexados a posição de alguém na sociedade. É influenciado pela posição social. 2 NASA: sigla em inglês de National Aeronautics and Space Administration (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço), também conhecida como Agência Espacial Americana. É uma agência do governo dos Estados Unidos da América, responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial. Sua missão oficial é "fomentar o futuro na pesquisa, descoberta e exploração espacial". A NASA foi criada em 29 de julho de 1958. 3 Ernest Miller Hemingway: escritor norte-americano, nascido em Oak Park em 21 de julho de 1899 e falecido em 2 de julho de 1961. Trabalhou como correspondente de guerra em Madri durante a guerra civil espanhola e a experiência inspirou uma de suas maiores obras, intitulada Por Quem os Sinos Dobram.
Eloi Zanetti
• Eloi Zanetti é especialista em marketing e comunicação corporativa. Foi diretor de comunicação do Banco Bamerindus e de marketing de O Boticário. Consultor e palestrante em marketing, comunicação corporativa e vendas. Publicitário premiado nacional e internacionalmente. Ambientalista, um dos idealizadores da Fundação O Boticário, conselheiro da SPVS e da TNC. Autor de vários livros - vendas marketing e infantis com edições no Brasil e países hispânicos. Maio/Junho 2012
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A primeira-reunião janta do Sindicato das Indústrias Plásticas do Nordeste do Rio Grande Sul (SIMPLÁS) de 2012 trouxe um panorama positivo para a cadeia do plástico em nível mundial. Entre os fatores que mais contribuem para essa perspectiva, está a diversidade de aplicação desse produto em escala global, sua capacidade para absorver inovações tecnológicas e a crescente produção e utilização do bioplástico - caracterizado pela produção a partir de matériasprimas renováveis. Paulo Teixeira, Superintendente Executivo da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), foi um dos palestrantes do evento que ocorreu em 19 de março, na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). Ele apresentou o painel “O Futuro da Cadeia Plástica no Brasil” para representantes do segmento que lotaram o espaço do restaurante SICA. Segundo o estudo apresentado por Teixeira, a tendência é de que o consumo per capita do plástico, que já cresce 5% ao ano nas últimas duas décadas, aumente em todas as regiões do mundo até 2015. “A demanda de plástico é crescente, considerando a sua variedade de aplicação nas mais diversas indústrias, desde embalagens para alimentos, produtos para construção civil, componentes eletroeletrônicos, até aplicações médicas”, destacou o representante da ABIPLAST. A produção mundial de plástico é estimada em aproximadamente 265 milhões de toneladas. Desse montante, o bioplástico chega a um índice de 0,2%, que tende a crescer, segundo Teixeira. “O estudo mostra que a produção do plástico feito a partir de fontes renováveis dobrará, considerando as possibilidades de aplicação apresentadas nas indústrias de cartões/informação, embalagens, veterinária, agrícola, higiene, embalagens, brinquedos, escolar, escritório e automobilística”, informou. Pesquisas apontam que o consumidor está disposto a pagar até 20% a mais por produtos ambientalmente corretos”, destacou Teixeira. A avaliação de Teixeira quanto à cadeia plástica brasileira apontou a tendência do país se tornar um dos maiores fornecedores do petróleo do mundo, a partir da descoberta do Pré-Sal. Se-
gundo os dados apresentados, o Brasil também já está inserido na produção de Plástico Verde, produzindo atualmente 200 mil toneladas de Polietileno Verde e com projeto previsto para 2013 para início de produção de Propileno verde e bioplástico. O presidente do SIMPLÁS, Orlando Marin, enfatizou os esforços e os investimentos do segmento na última década. “Estamos vivendo um estágio no qual o setor da indústria do plástico demonstrou ser arrojado e ter competência para crescer. A iniciativa privada investiu na racionalização dos métodos de produção, logística, marketing e representação”, avaliou. A segunda palestra da noite foi conduzida pelo presidente da ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais, Christian Dihlmann. Sob o tema “A fabricação de ferramentais no Brasil e o grau de competitividade no mundo globalizado, Dihlmann fez um retrospecto da realização do evento “Encontro Nacional de Ferramentarias”, em várias cidades brasileiras, desde o ano de 2007. “A partir desses encontros, detectamos a necessidade de não discutir apenas tecnologia, mas também definir estratégias para a manutenção e expansão de nossas empresas”, declarou. Ao fazer o chamamento para o 5º Encontro Nacional de Ferramentarias, que se realizará em maio de 2012, Dihlmann afirmou que o Brasil tem o potencial de ser uma das nações mais proeminentes do setor e que Caxias do Sul é uma das cidades brasileiras mais representativas para o segmento. “Dentro de quinze anos, nosso país poder estar entre os maiores fornecedores de ferramentarias do mundo”, destacou. SIMPLÁS 54 3228 2422 www.simplas.com.br Maio/Junho 2012
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A LF Máquinas e Ferramentas, empresa do Grupo Herval, inaugurou em fevereiro sua primeira filial fora do RS. A unidade de negócios, instalada no Distrito Industrial de Joinville, conta com uma estrutura de 3.200m², onde estão expostos os mais de 35.000 itens comercializados: ferramentas para corte e usinagem, ferramentas manuais, ferramentas elétricas, abrasivos, compressores de ar, equipamentos de solda, máquinas operatrizes, entre outros, para atender os mais variados segmentos da indústria. Para uma comercialização ágil a LF Máquinas e Ferramentas possui canais de televendas, vendas externas e vendas internas. As três lojas (Porto Alegre, Caxias do Sul e Joinville) se caracterizam pelo seu layout interno, cuja exposição dos produtos se baseia no conceito de “showroom industrial”. Outra característica competitiva é a sua Central Técnica de promotores. Estes profissionais são especializados nas principais linhas de produtos para oferecer demonstrações, treinamentos, suporte e tudo o que é necessário para promover as melhores soluções para seus clientes. Com esta inauguração, a LF inicia o seu projeto de expansão, cujo objetivo é liderar o segmento de máquinas e ferramentas na região Sul. Segundo o diretor Germano Grings, responsável por esta operação no Grupo Herval, “a escolha por Joinville é estratégica, devido a sua localização em uma região com muito potencial industrial”. LF Máquinas e Ferramentas 51 3025 9257 www.lfmaquinas.com.br
Camex aperfeiçoa regras para concessão de Ex-tarifários, visando estimular indústria nacional de máquinas e equipamentos. Uma das diretrizes do Plano Brasil Maior é fortalecer a indústria nacional de bens de capital e de bens de informática e telecomunicação. Um passo importante para atingir este objetivo é a revisão do regime de Ex-tarifários - que consiste na redução temporária do Imposto de Importação (II) para máquinas e equipamentos sem produção no Brasil. As 10
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alterações entraram em vigor com a publicação da Resolução Camex Nº 17 no Diário Oficial da União (DOU). Uma das principais mudanças é a vedação da redução do imposto para os Sistemas Integrados (agrupamentos de equipamentos destinados a exercer uma função determinada e com controle de processo centralizado). Pelas novas regras, caberá ao Comitê de Análise de Ex-tarifários (CAEx) verificar qual percentual de alíquota será aplicada para as Combinações de Máquinas que tenham componentes nacionais. Assim, na análise técnica dos pleitos da indústria, será levada em conta a eventual quantidade de itens fabricada no Brasil para conceder a redução tarifária que, por esse critério, pode ser maior que 2% (alíquota normalmente aplicada à maioria das concessões). Além disso, a Resolução Camex n° 17 veda a concessão da redução de alíquotas para bens usados, remanufaturados, recondicionados, ou submetidos a qualquer tipo de reforma. Esses bens poderão ser importados, mas não terão direito a usufruir da redução de imposto, obedecida a legislação especifica para importação de bens usados. Outra medida importante foi a inclusão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Comitê de Análise de Ex-tarifários, alteração feita no final de 2011 e incorporada à Resolução Camex N° 17. A participação do BNDES reforça o estudo de medidas de apoio ao desenvolvimento da produção nacional de bens de capital e de informática e telecomunicação, e a utilização do regime de Ex-tarifário como um instrumento de política industrial. Além do BNDES, integram o CaEx a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e a Secretaria de Desenvolvimento da Produção (SDP), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A Resolução Camex n° 17 também especifica os critérios que serão utilizados pelo CaEx para verificar a inexistência de produção nacional. Para isso, podem ser feitas consultas públicas e/ou consultas aos fabricantes nacionais ou às suas entidades representativas, estabelecendo
prazo de até quinze dias corridos para a resposta e alertando aos interessados que, na ausência de manifestação, poderá ser considerado atendido o requisito de inexistência de produção nacional. Nesta fase, também será utilizado o banco de dados do BNDES sobre a produção nacional do bem. O objetivo da revisão de regras é estabelecer um olhar mais atento à análise de mérito dos pedidos. Além de verificar se existe ou não produção nacional, o CaEx analisará os objetivos dos projetos industriais e que eventuais contrapartidas podem ser dadas em favor da indústria nacional. O regime de Ex-tarifário representa um estímulo aos investimentos produtivos no País, possibilitando aumento da inovação tecnológica por parte de empresas de diferentes segmentos da economia, garantindo um nível de proteção à indústria nacional de bens de capital, uma vez que a redução tributária só é concedida para bens que não possuem produção nacional, e produzindo um efeito multiplicador de emprego e renda sobre segmentos diferenciados da economia nacional. Assessoria de Comunicação Social do MDIC 61 2027 7190 ascom@mdic.gov.br
B. GROB do Brasil convida para o 10º Workshop - Inovações Tecnológicas em Usinagem com 5 Eixos, que será realizado em 22 de maio na fábrica da B. GROB em São Bernardo do Campo, SP, direcionado aos setores de: Ferramentarias - Moldes e Ferramentas, Ortopedia, Aeroespacial e Usinagem em geral. A agenda está assim programada: 10:00h - 10:30h Abertura; introdução ao work-shop; 10:30h - 12:30h Apresentações alternadas dos grupos: 1 - Visita a fábrica; 2 - Palestra Empresa 1; 3 - Teste de aplicação no CAT em um centro de usinagem G 550 com 5 eixos; 4 - Palestra Empresa 2; 12:30h - 13:30h Intervalo para almoço; 13:30h - 15:30h Apresentações alternadas dos grupos: 1 - Palestra Empresa 3; 2 - Teste de aplicação no CAT em
um centro de usinagem G 550 com 5 eixos; 3 - Palestra Empresa 4; 4 - Teste de aplicação no CAT em um centro de usinagem G 550 com 5 eixos; 15:30h - 16:00h Finalização do evento aberto para discussão e esclarecimentos; 16:00h - 18:00h Confraternização. B. Grob 11 4367 9282 rogerio.secchiero@grob.com.br
A ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais e a Virfebrás - Organização Virtual de Ferramentarias do Brasil escolheram pela segunda vez, a cidade de Caxias do Sul (RS) como sede do 5º Enafer Encontro Nacional de Ferramentarias. O evento vai acontecer dia 18 de maio, nas dependências da Câmara de Indústria Comércio e Serviços (CIC) e a expectativa dos organizado-res é receber 300 representantes de empresas para debaterem o contexto atual do mercado de matrizes e moldes, além de proporcionar o diálogo com órgãos governamentais sobre temas comuns ao setor ferramenteiro nacional. Caxias do Sul receberá o evento na condição de ser uma das cidades mais representativas para o segmento. A programação do encontro vai incluir palestras com representantes da ABINFER, do SIMPLÁS - Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho, da ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Simecs Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e do SENAI - Serviço Nacional da Indústria. O presidente da ABINFER, Christian Dihlmann, enfatiza que o Encontro Nacional de Ferramentarias é uma importante oportunidade para definir ações voltadas ao desenvolvimento do setor. “Não discutiremos apenas tecnologia mas também estratégias para a manutenção e expansão de nossas empresas”, afirmou. Gelson Oliveira, coordenador do 5º ENAFER, ressalta a realização de uma mesa redonda sobre a composição de custos de produção e o impacto no setor ferramenteiro como
um dos pontos altos do evento. “Esse será o momento em que debateremos todos os custos envolvidos na fabricação de um molde, abrangendo desde gestão até custos relativos aos encargos sociais sobre a folha de pagamento e a excessiva carga tributária”, enfatizou. O evento é uma promoção da ABINFER e Virfebrás, com apoio especial do SIMPLÁS - Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho, Plastech Brasil 2013 Feira de Tecnologias para Termoplásticos e Termofixos, Moldes e Equipamentos, Simecs - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e ACIJ Associação Empresarial de Joinville. SIMPLÁS 54 3228 2422 www.simplas.com.br ABINFER 47 9971 1751 executivo.abinfer@terra.com.br
A Autodesk divulgou um novo programa de parceiros CSI (Consulting System Integrator) para aumentar a rede de negócios globais da companhia e atender à demanda crescente dos clientes por uma oferta integrada de tecnologia e processos. O objetivo do programa é ajudar os profissionais a concretizar os benefícios dos fluxos de trabalho conectados nas suítes de projeto e criação da Autodesk para o projeto de construções, entretenimento, engenharia, infraestrutura, produtos, plantas e fábricas. Gehry Technologies, CSI Global Services, Pty, Ltd., Avineon e PCO Innovation são os 4 primeiros parceiros CSI com especialização em Modelagem de Informação da Construção (BIM) e Gestão do Ciclo de Vida de Produtos (PLM). O Programa de Parceiros CSI ajuda a fortalecer essas empresas para melhor atender a seus clientes, expandindo seus serviços de consultoria a firmas que desejam transformar fluxos de trabalho de negócios e de projeto. Com foco nos clientes empresariais, os parceiros CSI ajudarão a Autodesk e os parceiros do canal existentes da empresa a identificarem as soluções certas para os clientes. TraMaio/Junho 2012
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balhando com a Autodesk, os parceiros CSI podem estender seus serviços na comunidade de negócios da Autodesk e aumentar a quantidade de serviços que prestam. "O aprofundamento do relacionamento comercial com a Autodesk é empolgante e um componente crítico para nosso crescimento", afirmou Dayne Myers, CEO da Gehry Technologies. "Os clientes esperam que nós os ajudemos a superar desafios organizacionais, técnicos e de processos a fim de atingirem a excelência operacional. O trabalho próximo à Autodesk e sua rede de revendedores nos permite oferecer a capacidade, credibilidade, conexões, capacitação e cobertura necessárias para ajudar arquitetos, engenheiros, empreiteiros e proprietários a obter um valor melhor da tecnologia Autodesk". “Os revendedores da Autodesk têm uma experiência tremenda em vender software Autodesk e prestar serviços de implementação com valor agregado” diz Jim Bailey, Vice-Presidente de Soluções Estratégicas Autodesk. "Trabalhando com os parceiros CSI, os revendedores podem se concentrar em negócios de longo prazo mais estratégicos impulsi-
onados pelos parceiros CSI, que criarão atração para as vendas de software e serviços de implementação local." Autodesk 11 5501 2500 www.autodesk.com.br
A Cimatron inicia 2012 com mais uma inovação tecnológica: a versão E10, lançada recentemente em conjunto com o Superbox, um dispositivo de aceleração da produtividade para programadores CNC. “O Cimatron E10 supera todas as versões anteriores, oferecendo melhorias significativas que permitem maior velocidade no projeto de moldes, de matrizes e usinagem em geral, além de aumentar a qualidade do projeto como um todo”, destacou o vice-presidente do Cimatron Group de Israel, Kobi Rosenwasser, que esteve no Brasil em janeiro. O executivo visitou os principais distribuidores das regiões Sul e Sudeste do País, consideradas as mais representativas para o setor, destacando as inovações tecnológicas do software CimatronE e suas vantagens competitivas. “Procuramos sempre
oferecer o melhor aos nossos clientes, capacitando-os a aproveitar as tecnologias mais avançadas assim que elas estiverem disponíveis”, afirmou Kobi Rosenwasser. O Cimatron E10 fornece ao CAD recursos mais poderosos, incluindo um simulador de movimentos integrado, dedicado ao projeto de ferramentas e moldes, possibilitando a análise cinemática do molde. O cálculo em background e o poderoso processamento multi-core, aumentam a produtividade da programação CAM. Os tempos de usinagem são reduzidos graças à introdução de novas estratégias de desbaste, além de uma nova estratégia de acabamento em hélice. Juntamente com o E10, a Cimatron lançou o Superbox, um dispositivo de hardware que acelera o processamento e reduz em até 85% o tempo da programação NC. O Superbox é uma caixa preta, que plugada a rede de computadores da empresa, efetua automaticamente o processamento dos arquivos NC do Cimatron. Cimatron 11 4039 4239 www.cimatron.com
CONEXÃO WWW A ANFIR - Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, fundada em 22 de maio de 1980, é uma entidade que congrega 155 associados e 1.817 afiliados, desde micro, pequenas, médias e grandes empresas, ligadas ao segmento de transporte de cargas. Estas companhias são as responsáveis pela fabricação de todos os implementos rodoviários utilizados no Brasil. Tem como principais objetivos: cuidar dos interesses coletivos das associadas; assessorá-las nos seus problemas técnicos, jurídicos, comerciais, políticos, sociais, administrativos, financeiros e econômicos; ampliar a representatividade e prestígio da associação; manter e aumentar o número de associados; desenvolver temas e ações de real interesse das associadas, entre outros. www.anfir.org.br O Portal Inovação é resultado de demanda do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), no primeiro semestre de 2004. No momento em que se retomava a Lei de Inovação Tecnológica, o MCT solicitou a criação de um espaço Web de cooperação universidade-empresa que pudesse ser referência à cooperação tecnológica no País. A demanda inicial teve inspiração no Projeto INVENTEC, de mapeamento de ofertas e demandas tecnológicas do Estado da Bahia, realizado em 1998. Para o mapeamento das competências nacionais, o CGEE considerou a Plataforma Lattes e realizou acordo de Cooperação específico com o CNPq. Em maio de 2006 o MCT delegou a gestão operacional do Portal Inovação para a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). Entre 2007 e 2009 o Portal passou a contar com sistemas de conhecimento, de informações estratégicas, de redes de relacionamento e de comunidades de prática, todos especificados junto a representantes de todos os atores de inovação do País. www.portalinovacao.mct.gov.br 12
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UILIAN BOFF - uilian.boff@ufrgs.br GIANPAULO ALVES MEDEIROS - gianpaulo.medeiros@ufrgs.br TIAGO DE SÁ GOMES - tiago.gomes@ufrgs.br LÍRIO SCHAEFFER - schaefer@ufrgs.br
Estampagem incremental: Método alternativo para fabricação de protótipos e pequenos lotes de peças
O
processo de estampagem incremental (ISF - Incremental Sheet Forming) demonstra ser de grande potencial quando se pretende produzir peças complexas, reduzindo o tempo e os custos de produção para pequenos lotes de peças. Trata-se de uma tecnologia alternativa e economicamente competitiva, podendo ser facilmente adaptado a uma máquina CNC. Os principais ganhos em relação a um processo convencional são a possibilidade de obter maiores deformações, eliminar a necessidade de molde/matriz e ampliar o portfólio de produtos das empresas que já possuem máquina CNC.
Figura1 - Estampagem incremental. Fonte: Institute of Metal Forming - IBF
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a)
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b)
d)
Figura 2 - Variaçþes do processo de estampagem incremental: a) estampagem incremental de ponto (negativa); b) estampagem incremental de ponto duplo (positiva); c) estampagem incremental com apoio inferior positivo; d) estampagem incremental com apoio inferior negativo. Adaptada de Allwood et al, (2010)
Figura 3 - Estampagem incremental de uma chapa por uma mĂĄquina CNC. Fonte: Kim e Park, (2002)
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Figura 4 - PrincĂpio do processo de estampagem incremental de ponto simples para um corpo assimĂŠtrico. Fonte: Iseki et al, (1989)
Figura 5 - Equipamento CNC adaptado para o processo de estampagem incremental. Fonte: Fritzen et. al, (2011)
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Uilian Boff - Engenheiro Mecânico pela Universidade Luterana do Brasil. Gianpaulo Alves Medeiros - Engenheiro de Materiais. Mestrando em engenharia na área de processos de fabricação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tiago de Sá Gomes - Engenheiro de Materiais pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre em engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Lírio Schaeffer - Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Doutor na área de Conformação Mecânica pela Universidade Técnica de Aachen na Alemanha (Rheinisch-Westfalischen Technischen Hochschule - RWTH). Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) do Centro de Tecnologia da Escola de Engenharia da UFRGS. Pesquisador na área de Mecânica, Metalurgia e Materiais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), professor das disciplinas relacionadas aos processos de fabricação por conformação mecânica e vinculado ao programa de PósGraduação em Engenharia Metalúrgica, Minas e Energia (PPGEM) da UFRGS. Consultor ad-hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Autor de vários livros sobre conformação mecânica.
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31 de maio – DIA DO FERRAMENTEIRO
O profissional ferramenteiro tem muito a comemorar no seu dia, pois o mercado de trabalho está carente dessa profissão. Por esse motivo é uma profissão altamente valorizada pelo mercado. Existem diversas formas de tecnologia surgindo todos os dias, e o ferramenteiro tem de ficar atento às ideias inovadoras, trazendo ao mercado ferramentais de maior qualidade, durabilidade e precisão. Desde a pré-história tem-se a utilização da profissão de ferramenteiro, pois nos primórdios já se utilizavam técnicas de fabricação de peças como armas e utensílios, onde através do processo de forjamento obtinha-se a dobra e corte dos materiais que davam formas ao produto. Com o passar dos séculos, as inovações trouxeram um reconhecimento ao profissional ferramenteiro agregando valor aos ferramentais. Podemos citar a fabricação de moedas por exemplo, que utilizavam técnicas de corte e estampagem com uma certa precisão. A partir do século XIX a profissão se torna ainda mais significativa na Europa e na América do Norte. É nesse momento que inicia a produção de utensílios de alta precisão, como exemplo os relógios fabricados durante o período de 1850. A partir do século XX, em consequência da industrialização, em quase todo o mundo, a profissão começou a ser divulgada, principalmente pelos Europeus que já dominavam algumas técnicas de ferramentaria. Desse modo, a evolução e a comprovação da importância dessa profissão para a indústria metalúrgica se tornaram mais robustas.
JK opera a caldeira de fundição para produzir o primeiro bloco de motor da Sofunge destinado à Mercedes Benz do Brasil
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Ernesto Berkenbrock Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da ACIJ ernesto.b@sociesc.org.br
No Brasil, no dia 21 de dezembro de 1955, Juscelino Kubitschek, às vesperas de sua posse, presidiu em São Paulo a cerimônia organizada para a fundição do primeiro bloco de motor diesel para caminhões. Vazando o ferro líquido no molde de areia, surgia no Brasil o primeiro motor. Logo depois da posse, em janeiro de 1956, Juscelino divulgou seu Plano de Metas, incluindo entre elas o desenvolvimento a curto prazo, da indústria automobilística, o GEIA - Grupo Executivo da Indústria Automobilística que foi criado e foi responsável pelos índices de nacionalização da indústria automobilística. Dentre os projetos aprovados pelo GEIA, 11 foram concretizados: FNM, FORD, GM, International Harvester, Mercedes-Benz, Scania-Vabis, Simca, Toyota, Vemag, Volkswagen e Willys. Isso incentivou a expansão do setor de autopeças, cujo número de fábricas chegou a ter 1.200 em 31 de dezembro de 1960. É nesse contexto, que na segunda metade da década de 50, os ferramenteiros conquistaram uma posição de destaque como mão de obra qualificada e de importância estratégica. A classificação da profissão se dá pelo Ministério do Trabalho, através da CBO - Classificação Brasileira de Ocupações que classifica o profissional Ferramenteiro com o código 7211 e a descrição desse profissional é: “Constroem e desenvolvem ferramentas e dispositivos de usinagem, estampo de corte, dobra, repuxo e corte fino, moldes de sopro, de injeção e eletroerosão, modelos de moldes metálicos para fundição; fazem controle dimensional de produtos e peças usinadas e planejam o processo de construção de produtos ou protótipos”. E também destaca que a formação e experiência necessária para exercer na profissão: “O exercício das ocupações requer ensino médio e cursos de qualificação profissional, seguido de especialização em ferramentaria, com duração de mais de quatrocentas horas/aula. O exercício pleno das atividades demanda experiência de três a quatro anos. As condições gerais do exercício são destacadas pela CBO: “Trabalham empregados com carteira assinada na metalmecânica, em minerais não-metálicos, borracha e plástico; é também comum o trabalho em equipe, com supervisão
ocasional, desenvolvido em ambientes fechados e em turnos diurnos. Podem trabalhar em posições desconfortáveis por longos períodos e estar expostos a ruídos intensos.” Os recursos de trabalho que por ventura vierem utilizar destacados na CBO: “Bancada; Brocas; Eletroerosão a fio e por penetração; Esmerilhadora de turbina; Fresadora; Furadeira de bancada; Instrumentos de medição; Retificadoras; Torno.” Nos dias de hoje existem muitas entidades, e estas por sua vez zelam e investem no profissional ferramenteiro, haja visto sua grande importância na sociedade. Dentre elas podemos destacar: ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais; CSFM - Câmara Setorial de Ferramentarias e Modelações da ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos; ABM - Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais; Virfebrás - Consórcio Virtual de Ferramentarias de Caxias do Sul; SIMPLÁS - Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho; SIMECS - Sindicato das Indústrias Mecânicas, Metalúrgicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul; Sindimec - Sindicato das Indústrias Mecânicas de Joinville; ANT - Associação Nacional dos Tecnólogos; ACT - Associação Catarinense dos Tecnólogos
e; Nuferj - Núcleo Setorial de Usinagem e Ferramentaria da ACIJ - Associação Empresarial de Joinville. Esta última tem realizado papel fundamental na valorização do profissional ferramenteiro, que merece destaque: x Os legisladores foram incitados pela entidade para criar a Lei Municipal Nº 6569/2009 que estabelece o Dia Muni-cipal do Ferramenteiro, a ser comemorado no dia 31 de maio no munícipio de Joinville; a Lei Estadual Nº 15262/2010 que estabelece o Dia Estadual do Ferramenteiro a ser comemorado no dia 31 de maio no Estado de Santa Catarina; x Promoveram a semana oficial do Ferramenteiro em 2009, 2010 e 2011 no município de Joinville; x Buscam aprimoramento aos profissionais em parcerias com entidades de ensino e fornecedores; x Articulam políticas economicas/técnicas para alavacar o setor ferramenteiro no Brasil; Sentimos orgulho em homenagear o profissional FERRAMENTEIRO neste dia 31 de maio, pois temos a certeza da grande contribuição que já ensejaram para o crescimento e desenvolvimento do Brasil. Parabéns a todos que compõem essa classe tão importante para o desenvolvimento da nossa economia.
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SAMUEL GONSALES - samuel@kayros-it.com.br
BPM: Modelagem de processos de negócio e seus impactos positivos nas organizações
E
ntender o seu modelo de negócio é muito bom. Melhor ainda se toda a sua equipe visualiza e compreende este modelo. Para isso, precisa estar formalizado utilizando técnicas de modelagem do processo de negócio. E toda a condução da gestão fica facilitada e mais eficaz.
Tudo o que fazemos em nossas vidas envolve processos, desde levantar pela manhã a fazer um churrasco com os amigos, fazer uma viagem ou abastecer o carro a caminho do trabalho. Se preciso começar a estudar às 19h00, mas sempre chego às 19h30, então preciso entender e analisar os processos que sigo (incluindo métricas1 como tempo perdido, tempo de locomoção, trabalho além do horário, etc) antes que eu possa fazer melhorias que garantam que eu vá chegar do trabalho na hora prevista. DEFINIÇÕES DE PROCESSO Processo: Um processo trata de uma série de ações, passos ou procedimentos que conduzem a um resultado. Em alto nível é uma sequência ou fluxo de tarefas realizadas durante a produção de um produto ou a entrega de um serviço. Processo pode significar uma atividade de alto nível ou uma atividade de baixo nível em uma organização. Modelagem de Processo: É uma técnica que normalmente utiliza diagramas (fluxogramas) para documentar o entendimento dos processos atuais de uma área de negócio. Modelo de Processo: Um modelo de processo identifica as atividades essenciais do negócio existentes em uma organização. Um modelo inclui a descrição, diagrama textual, métricas e outras informações de apoio. Modelagem de processos de gestão: É um método para a criação de melhores processos que possibilitem melhorar o desempenho organizacional. Existem muitas técnicas de modelagem para se usar de modo a compreender os processos de negócio. A
maioria das técnicas tem sido usada há muitos e muitos anos e surpreendentemente ainda funcionam excepcionalmente bem. Para que se tenha um pouco de referência da história recente relacionada à modelagem de processos de negócio, é preciso ter claro que há vários símbolos e formas que podem ser usados para criar diagramas. Por exemplo, a abordagem inicial de diagramas de fluxo de trabalho foi recomendada pelo American National Standards Institute (ANSI) em 1970 e ainda é amplamente aceita e utilizada. Mais recentemente, uma nova abordagem para a criação de diagramas de fluxo de trabalho foi denominada de Notação de Modelagem de Processos de Negócio (BPMN - Business Process Management Notation). Esta atualização foi definida pela BPMI - Business Process Management Iniciative. O BPMI (www.bpmi.org) é um consórcio de empresas fornecedoras e usuárias de BPM que trabalham em conjunto para desenvolver uma linguagem comum (BPML - Business Process Management Language), uma notação padronizada para essa linguagem (BPMN) e uma linguagem de consulta (BPQL - Business Process Query Language). Tem-se a ideia de que as empresas devem modelar seus processos de forma mais automatizada e também que essas empresas sejam capazes de monitorar e alterar esses processos em conformidade com suas necessidades e especificidades. Anos atrás, ainda em crescente evolução e aplicação 1
Métrica: é um conjunto de parâmetros que mensura o desempenho de um determinado negócio. Maio/Junho 2012
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dos conceitos, o BPMI fundiu-se com OMG - Object Management Group para manter padrões da UML - Unified Modeling Language (http://www.uml.org/) que são um pouco mais específicos, mas de mesma forma amplamente utilizados. Abaixo destacaremos importantes exemplos baseados em técnicas de modelagem de mercado que certamente contribuirão com a modelagem de processos em sua organização. DIAGRAMAS DE FLUXO DE TRABALHO Diagramas de fluxo de trabalho são largamente utilizados para entender a situação atual (AS-IS2) e a situação futura desejada (TO-BE3) das organizações. Servem como uma análise de eventuais lacunas entre como a organização trabalha atualmente e como deve trabalhar no futuro, sinalizando os pontos que precisam ser melhorados para que se possa alcançar efetividade na melhoria de processos de negócio. Trata-se de técnica de modelagem um tanto antiga, mas também muito popular e fácil de usar. Os diagramas são úteis para mostrar como o trabalho flui entre as camadas e departamentos da organização e entre os diferentes papéis e responsabilidades das pessoas envolvidas nos processos de negócio (figura 1). Esses diagramas mostram como o trabalho é realizado incluindo a sequência em que as tarefas são realizadas e por quem devem ser realizadas, incluindo pessoas, agentes externos ou sistemas. A simplicidade do diagrama de fluxo de trabalho pode ser um perigo se o diagrama não for uma representação fiel da realidade da empresa e isto significa que a responsabilidade de quem está realizando a análise de negócios é grande. DIAGRAMAS DE DECOMPOSIÇÃO Um diagrama de decomposição mostra as funções
essenciais do negócio de uma organização sem mostrar qualquer sequência ou relações entre elas (figura 2). A decomposição é uma abordagem comprovada para quebrar uma organização ou sistema complexo em partes gerenciáveis e discretas que são mais fáceis de entender para muitas pessoas. É normalmente utilizado para apresentar muitos pontos de vista diferentes do mesmo negócio ou sistema.
Figura 2 - Diagrama de decomposição para sistema de informação
No planejamento estratégico um diagrama de decomposição é usado para decompor metas de alto nível das empresas em níveis inferiores e/ou metas por departamentos. Um diagrama de decomposição pode ser usado, também, como um quadro para definir funcionalidades necessárias para um novo sistema. Existem algumas regras para a construção de um diagrama de decomposição que garantem a consistência e a precisão do modelo. Um bom analista de negócios deve ter a capacidade de estruturar corretamente as informações da organização. Quando construído corretamente, o diagrama de decomposição é um modelo duradouro de negócio que pode ser refinado e reutilizado especialmente quando se reflete com precisão os processos de negócios reais. DIAGRAMAS DE CASO DE USO Embora o diagrama de caso de uso tenha sido criado como uma ferramenta de desenvolvimento de software4, ele foi também aceito por analistas de negócios como uma importante ferramenta para mostrar informações não técnicas pertinentes ao negócio e nestas situações são geralmente denominados casos de uso de negócios. O diagrama de caso de uso é uma técnica criada nos 2
As is: do inglês, significa como é. To be: do inglês, significa como será. Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação. 3
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Figura 1 - Diagrama de fluxo de trabalho para o processo “Aprovação de Pagamentos”
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anos de 1980 para mostrar os requisitos funcionais de um sistema a partir da perspectiva de seus usuários (figura 3). Os usuários de sistema nessa técnica são chamados de Atores e o diagrama demonstra como esses usuários interagem com o sistema. É uma técnica útil especialmente para desenvolvimento de sistemas, pois auxilia na definição do ambiente e dos requisitos necessários para que a solução seja gerada.
Figura 3 - Exemplo de Diagrama de Caso de Uso
Um diagrama de caso de uso é utilizado para identificar atores e casos de uso necessários para uma solu-
ção, mas não descreve a informação necessária para entender o que está acontecendo dentro do caso de uso. Portanto, um diagrama de caso de uso deve ser apoiado por uma descrição do caso de uso que contém todos os componentes e as etapas sequenciais que descrevem como o sistema e os atores interagem para atingir um objetivo de negócio. A descrição de caso de uso inclui pré-condições; pós-condições; caminhos de processamento primário, caminhos alternativos que mostram o processamento de exceção e as condições de erro, a ação do ator e a forma como o sistema deve responder; protótipos de tela, requisitos de dados, juntamente com as regras de negócio; resultados de produção, a comunicação com os clientes e mensagens de erro. Como a maioria das técnicas de análise, o caso de uso parece muito mais simples do que de fato é, contudo é uma ótima técnica para usar com os executivos e tomadores de decisão, porque requer decisões sobre como as pessoas irão trabalhar com o sistema. DIAGRAMAS ENTIDADE RELACIONAMENTO (DER) É considerado pelos profissionais de análise de negócios uma das ferramentas mais importantes quando é necessário compreender a complexidade dos processos de negócio de uma organização ou sistema, pois através
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deste diagrama é possível compreender visualmente as informações exigidas pela empresa para gerenciar suas operações de negócio e tomar decisões (figura 4).
Figura 4 - Exemplo básico de um Diagrama de Entidade Relacionamento
Ele auxilia na modelagem de informações de negócio em um nível conceitual e lógico criando uma visualização de requisitos de informação de negócio. Especialistas afirmam que se usarmos diagramas entidade relacionamento junto com diagrama de fluxo de trabalho obteremos uma excelente noção geral do negócio, o que compreende a complexidade do negócio. A partir dessas noções integradas dos processos é possível visualizar pontos onde há desafios e oportunidades de melhoria, tais como: ! Problemas com a integração das informações das áreas; ! Oportunidade para unificação de dados redundantes em um banco de dados; ! Oportunidade para unificação de informações duplicadas de diferentes sistemas (figura 5); ! Definição de padrões que não estejam claros em toda a organização.
rer que as pessoas articulem e compreendam todos os aspectos do seu negócio. Auxilia também no entendimento entre os domínios de negócios e elimina a duplicidade de informações. O diagrama entidade relacionamento é uma técnica excelente, pois ajuda o analista a entender o negócio a partir de perspectivas diferentes e é muito útil quando se investigam soluções complexas. Compreender as necessidades de dados de negócio é crucial para qualquer mudança que seja necessária aplicar, pois certamente determinará os impactos de uma mudança nas várias áreas que são atendidas por esse processo. DIAGRAMAS DE CONTEXTO Esta é uma técnica antiga de diagramação usada pelos analistas quando se trabalha com as partes interessadas (stakeholders5). As partes interessadas devem responder a diversas questões e articular claramente que parte do negócio deve ser examinada. Um diagrama de contexto é frequentemente usado por analistas no início do projeto e é uma ótima técnica para começar a usar o consenso das partes interessadas sobre a área de negócio a ser investigada. Também ajuda o analista a fazer perguntas significativas e por isso pode descobrir complexidades ocultas que não estavam claras até aquele momento, determinando o impacto que poderia ser causado sobre o projeto podendo até mesmo colocá-lo em risco. O diagrama de contexto é simples de usar e devido à sua simplicidade, é uma técnica bem sucedida (figura 6). O verdadeiro valor da técnica está no desenvolvimento do diagrama, quando devem ser feitas boas perguntas sobre quem é afetado pelo projeto e quais as informações devem ser fornecidas ou recebidas pela
Figura 6 - Exemplo de Diagrama de Contexto
Figura 5 - Exemplo de Diagrama de Entidade Relacionamento
É dentro deste contexto que a modelagem de dados promove mudanças culturais e aumenta a experiência e a maturidade dos processos. Essas mudanças vão reque24
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5 Stakeholder: do inglês, significa parte interessada ou interveniente. É um termo usado em diversas áreas como administração e arquitetura de software quando se refere às partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa. O termo foi usado pela primeira vez pelo filósofo Robert Edward Freeman. Segundo ele, os stakeholders são elementos essenciais ao planejamento estratégico de negócios [www.wikipedia.org].
área de negócio. O escopo do projeto definido pelo patrocinador pode nunca ter considerado algumas especificidades que serão expostos através da técnica de diagrama de contexto. DIAGRAMAS DE EVENTO Ao analisar uma área de negócio, é importante compreender os eventos que desencadeiam o início do trabalho para poder criar um diagrama da área de negócio em questão (figura 7). Um evento é geralmente algo que acontece fora da área de negócio e que demanda respostas, que podem ser dadas de diversas maneiras. Há 3 tipos comuns de eventos. São eles: ! Eventos externos acionados por clientes, fornecedores, legislação, etc; ! Eventos temporais desencadeados de tempos em tempos, tais como relatórios de final de mês, análises anuais como definição de orçamento, etc; ! Eventos internos acionados por regras de negócios, conformidades legais, etc, tais como quando um cliente exige um padrão de qualidade.
Figura 7 - Exemplo de Diagrama de Evento
HISTÓRIAS DE USUÁRIOS Histórias de usuários é uma técnica usada para apoiar os casos de uso. Elas são criadas por usuários e descrevem o que o sistema precisa fazer para a execução de um caso de uso. Analistas coletam as histórias de usuário escritas em cartões onde sintetizam as expectativas dos usuários e apoiam a comunicação de casos de uso para a equipe de desenvolvimento de TI6. Ótima técnica para quando os usuários estão geograficamente distantes. Simples, claras e com breves descrições de funcionalidades que são valiosas para os usuários - assim de-
vem ser as histórias de usuários. Criar e manter um conjunto de histórias de usuários escritas em cartões de 150 x 100 mm ajuda a descrever como a equipe de desenvolvimento deve trabalhar com as histórias de usuários (figura 8)
Figura 8 - Exemplo de história de usuário escrita em cartão
CONCLUSÃO Definir ferramentas e técnicas de modelagem e criar padrões são tarefas árduas e a maioria das organizações não compreende os resultados que podem ser obtidos a partir dessas análises, para apreciar com flexibilidade as habilidades necessárias para as mudanças desejadas. Grande parte das organizações acrescenta que seus projetos variam muito e as análises de negócio diferem em perspectiva, quantidade e nível de detalhe para cada projeto. Exigir um padrão de notação particular ou uma modelagem pode parecer uma boa maneira de introduzir consistência na organização. Outra questão de suma importância e que deve ser largamente analisada é a contratação de excelentes profissionais de análise de negócios que tenham domínio de notações de modelagem diferentes, domínio da arte de trabalhar com as partes interessadas, domínio da arte da comunicação em todos os níveis da organização, que tenham a capacidade e habilidade de usar diferentes estruturas e que usem ferramentas para organizar e representar os componentes da organização com precisão. Com base nessas ações as organizações tendem a receber bem as ações de modelagem de processos de negócio, e os impactos na organização passam a ser os mais benéficos possíveis, pois dão a visibilidade necessária para as etapas seguintes à modelagem, onde são almejadas as mudanças consistentes de curto e longo prazo que farão a organização emergir no mercado com mais força, com processos corporativos padronizados, com ganho expressivo de produtividade e eficiência, além de garantir medições, análises e aperfeiçoamento da gestão estratégica. 6
TI: abreviação de Tecnologia da Informação.
Samuel Gonsales - É diretor executivo da Kayros IT Consultoria, especializada em modelos de gestão para empresas de moda e vestuário. É analista de sistemas pela Universidade Paulista, especialista em Sistemas de Gestão Empresarial - ERP pela FIAP e tem MBA em Gestão de Negócios. Atua também como professor em graduação e pós-graduação, palestrante e articulista de jornais, revistas e portais de negócios e tecnologia.
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Expositores internacionais garantem presença na EuroMold BRASIL
Por Simone Hülse Feuser, especial para a Ferramental com participação de Thomas Masuch
A EuroMold BRASIL - Feira Internacional de Fabricantes de Ferramentas e Construtores de Moldes, Desenho e Desenvolvimento de Produtos, terá a presença de grandes grupos internacionais a exemplo de empresas alemãs que trazem sua tecnologia ao mercado brasileiro. A ALWA (www.alwa.de), produtora e comercializadora de sistemas de resina para fabricação de moldes, expõem na feira sistemas completos para a aplicação em formação de chapas termoplásticas, termoformagem, moldes em PU e moldes em poliéster. Os sistemas têm resistência a altas temperaturas, de até 145°C, sem pós-cura, podem ser fundidos em qualquer espessura e passam por constantes melhorias e aperfeiçoamento em laboratório próprio. Os sistemas Alwa são produzidos na Alemanha e fornecidos para diferentes países por meio de parceiros locais, buscados constantemente para expandir seus negócios. A SpaceControl (www.spacecontroller.com), desenvolvedora, fabricante e comercializadora de sensores ótico-eletrônicos e dispositivos de entrada 3D, expõe na feira o novo produto “Space Controller”. A novidade do dispositivo, além do uso em CAD, é a possibilidade de acesso a trabalho em Criação de Conteúdo Digital (DCC) tridimensional. O mouse 3D da SpaceControl está disponível na opção tampa ou bola, permitindo ao usuário controle de todos os seis graus de liberdade (na direção x-, y- e z-, bem como no eixo rotativo correspondente). Um leve toque do dedo é suficiente para mover e controlar objetos gráficos voadores no ambiente virtual. Os sensores da SpaceControl são implantados em todo o mundo nas máquinas de controle industrial e robôs, nas indústrias automotiva, aeronáutica e de equipamentos médicos.
A fabricante de chapas de poliuretano OBO (www.obowerke.de) é mais uma alemã confirmada para a EuroMold BRASIL. Destaca como vantagens em seus produtos a faixa de densidade de 80 na 1.600 kg/m³ e a ampla gama de dimensões padrão de chapas até 2.000 x 1.000 x 200 mm, dependendo do tipo de densidade. Os produtos contam com propriedades de fina estrutura de célula, alta resistência de borda e baixo coeficiente de expansão térmica. As chapas são aplicadas em modelos de design, modelos com estilo e de arquitetura, modelos de controle de dados, modelos máster, padrões de fundição, peças de verificação, ferramentas de laminação, ferramentas de prensagem, ferramentas de forma de martelo e ferramentas de termoformagem. A EuroMold BRASIL, viabilizada por meio de parceria entre a DEMAT, organizadora alemã, e a Messe Brasil, uma das principais organizadoras de feiras do Sul do país, deve reunir cerca de 90 empresas, em área de 4.000 m², na cidade de Joinville/SC, de 20 a 24 de agosto de 2012.
Outras importantes empresas do exterior:
Alemanha: • Bikar-Metalle • Fooke • Gleich Aluminiumwerk
Estados Unidos da América: • Poco Graphite
Coréia do Sul: • Dongsan Bearing • Hankook Material
Taiwan: • Yoke Industrial
Messe Brasil / Demat Mais informações pelo e-mail euromoldbrasil@messebrasil.com.br ou pelo fone 47 3451 3000 26
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Associe-se à ABINFER Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais Nossa missão é organizar a defesa e os interesses da indústria de ferramentais do Brasil e promover o desenvolvimento sustentável do setor, com visão de longo prazo, mas com atuação rápida e eficaz nas oportunidades e situações emergentes. Estamos trabalhando para que sua empresa possa enfrentar os desafios com mais competência. Vamos juntar nossas forças. Seja um associado!
Contatos: (47) 9971-1751 executivo.abinfer@terra.com.br
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Informações Cadastrais Razão Social Nome Fantasia
Data de Fundação
CNPJ
Nº de Empregados
Faturamento médio anual (R$)
Endereço
Nº
Complemento
Bairro
Cidade
Site
UF
Telefone (
)
Fax (
Responsável Financeiro
Responsável RH
CEP )
Tipo de Atividade (
) Fabricante (especificar)
(
) Fornecedor (especificar)
(
) Transformador (especificar)
(
) Prestador de Serviço (especificar)
(
) Instituição de Ensino ou Pesquisa
(
) Outras (especificar)
Segmento de Mercado Principais Produtos ou Serviços
Gestão da Empresa M F
Diretoria/ Gerência
Data Nasc.
Cargo
CPF
Contribuição Financeira Número de Profissionais *
Enquadramento Classificação
Estudantes
Até 10
De 11 a 15
de 16 a 20
de 21 a 30
de 31 a 50
Mais de 50
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/ 20 Maio/Junho 2012
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(
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ASTRIDT HOFMANN - ahofmann@shv.adv.br
Auditoria trabalhista uma ferramenta de gestão
A
prevenção de entraves jurídicos na esfera trabalhista deve ser considerada como uma forma de elevar os ganhos da empresa. Essa atitude é fortemente recomendada através da aplicação de auditorias específicas.
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Ferramental
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Miríade: palavra de origem grega (muriás, ádos) que significa dez mil, relativo a dez mil. Em linguagem coloquial, é uma quantidade indeterminada, considerada imensa.
Schramm, Hofmann e Vargas Advogados Associados Ltda. Maiores informações pelo e-mail (ahofmann@shv.adv.br) ou pelo fone 47 3027 2848
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TIAGO CRISTOFER AGUZZOLI COLOMBO - tiago.colombo@ufrgs.br LÍRIO SCHAEFFER - schaefer@ufrgs.br
Simulação de processos de conformação mecânica com previsão de microestrutura
A
simulação numérica computacional já está consolidada no campo de processos de conformação mecânica, para previsão de cargas de conformação, tensões e deformações, aspectos dimensionais, etc. No entanto, é necessário avançar no que diz respeito à previsão de microestrutura obtida na peça final após o processo de conformação. Este trabalho apresenta um resumo de modelos matemáticos para a previsão de evolução microestrutural durante o trabalho a quente, ilustrando uma aplicação destes modelos matemáticos acoplados em um software de simulação numérica de processos de conformação mecânica.
Softwares1 de simulação numérica especializados em conformação mecânica prevêem valores técnicos como geometria final, distribuição de temperaturas e deformações, cargas para conformação, tensões, etc. No entanto, para informações mais aprofundadas, relacionadas à evolução microestrutural no material ao longo da conformação, é necessário incorporar nestes programas modelos matemáticos que descrevem os fenômenos microestruturais ao longo da conformação e mudanças no tamanho de grão do material. Com a incorporação de tais modelos matemáticos em softwares de simulação numérica é possível prever o processo de conformação por inteiro, incluindo a microestrutura final da peça obtida, possibilitando a otimização do processo visando um produto final de maior qualidade. EVOLUÇÃO MICROESTRUTURAL DURANTE O TRABALHO A QUENTE Em baixas temperaturas, mecanismos de encruamento, como a movimentação de discordâncias, levam a um aumento da tensão necessária para continuar a deformação. No entanto, para processos realizados a altas temperaturas, como o forjamento e a laminação, processos de difusão se tornam importantes e fenômenos microestruturais como recuperação e recristalização podem ocorrer, modificando o comportamento do material ao longo da deformação. Estes fenômenos que ocorrem com o emprego de deformação são conhecidos como recuperação dinâmica e recristalização dinâ32
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Figura 1 - Transformações microestruturais dos materiais na conformação a quente
mica [1,2]. A recuperação dinâmica: trata-se de um equilíbrio dinâmico entre as velocidades de geração e aniquilação de discordâncias ao longo da deformação, resultando em um rearranjo contínuo dessas discordâncias, o que acarreta em um amaciamento no material, limitando o efeito do encruamento [3]. Para materiais que apresentam baixa energia de falha de empilhamento, como é o caso dos aços na fase austenítica, a recuperação dinâmica é menos eficaz. Nestes materiais o mecanismo de amaciamento governante é a recristalização dinâmica, que é o mecanismo microestrutural de formação de novos grãos ao longo da deformação. Tão logo for atingida uma deformação 1 Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação.
crítica (εc), ocorre a nucleação de novos grãos livres de deformação, ao longo de locais preferenciais, como contornos de grão [2]. Esse fenômeno gera um forte amaciamento no material, na maioria das vezes visível através da curva de escoamento, ao mesmo tempo em que propicia um forte refinamento no tamanho de grão do material. Além da composição química e da microestrutura inicial do material, a recristalização dinâmica é fortemente dependente da temperatura, do grau de deformação aplicado e da velocidade de deformação empregada ao material [3,5]. Em processos como o forjamento e a laminação a quente, o controle da recristalização e das condições relacionadas pode prover um produto de mais alta qualidade. Através de modelos matemáticos é possível prever a evolução microestrutural durante a conformação do material, descrevendo as cinéticas de recristalização dinâmica, estática e evolução de tamanhos de grão. A combinação de temperatura, velocidade de deformação e energia de ativação é dada pelo parâmetro de Zener-Hollomon:
onde: j = velocidade de deformação (s-1); T = temperatura absoluta de deformação (K); Q = energia de ativação (J/mol); R = constante universal dos gases (J.mol-1.K-1). A cinética de recristalização dinâmica segue uma equação do tipo Avrami2 modificada e pode ser calculada por [6,7]:
sendo que:
onde: jc = deformação crítica para início da recristalização dinâmica; jss = deformação para início do estado estacionário; do = tamanho de grão inicial; d1 e d2 = parâmetros dependentes do material. O tamanho de grão recristalizado dinamicamente é
diretamente dependente do parâmetro Z, e pode ser calculado por [7]:
Nem todo encruamento pode ser eliminado durante o trabalho a quente. Após a conformação, ou no intervalo entre etapas, fenômenos microestruturais continuam ocorrendo, especialmente a recuperação estática e a recristalização estática [8]. A cinética de recristalização estática também segue uma equação do tipo Avrami modificada e pode ser calculada por [8,9]:
sendo que:
O tamanho de grão recristalizado estaticamente pode ser calculado por:
onde: d0 = tamanho de grão inicial austenítico; t = intervalo de tempo entre passes; t0,5 = tempo para 50% de recristalização estática; k, ci, fi = parâmetros dependentes do material. Quando a recristalização está completa, subsequente crescimento de grão ocorre no material que se encontra ainda em alta temperatura. De acordo com Sellars [10], o crescimento de grão pode ser calculado por:
onde: d0 = tamanho de grão inicial austenítico; t = intervalo de tempo entre passes; Qgg = energia de ativação para cres2 Equação de Avrami: também conhecida como Johnson-Mehl-Avrami-Kolmogorov, ou equação JMAK.
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SIMULAÇÃO NUMÉRICA COM PREVISÃO DE MICROESTRUTURA Para demonstrar a simulação de um processo de conformação a quente com previsão de microestrutura, o software de elementos finitos PEP/Larstran foi utilizado. Este software acadêmico, desenvolvido pelo Instituto de Conformação Mecânica da Universidade Técnica de Aachen/Alemanha, permite a simulação de processos de conformação mecânica a quente e a frio. Acoplado ao módulo Strucsim, permite também a simulação de microestrutura ao longo da conformação. O objetivo desta simulação é demonstrar que, através da simulação numérica acoplada ao módulo de previsão de microestrutura, é possível prever como a microestrutura varia com o grau de deformação imposto ao material. Para isso, foi realizada a simulação de um processo de recalque a quente de um corpo de prova cilíndrico, entre duas matrizes planas. A figura 2 ilustra as dimensões da peça modelada. A redução em altura no final do recalque foi de 50%, ou 25 mm. Para a simulação, os parâmetros adotados foram: – Coeficiente de atrito: 0,3; – Redução em altura: 25 mm; – Temperatura da peça: 1.000°C; – Velocidade da ferramenta superior: 7 mm/s; – Malha: hexaédrica de 8 nós; – Número de elementos: 2.280. A figura 3 ilustra o modelo numérico com duas matrizes planas e o cilindro com a respectiva malha de elementos finitos gerada para as análises.
Figura 2 - Dimensões do cilindro utilizado nas simulações
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Figura 3 - Modelo numérico ilustrando duas matrizes planas e o cilindro com a malha de elementos finitos
Na figura 4 está apresentada a curva de escoamento do aço AISI 4140 para a temperatura de 900ºC. 900°C
-1
100 s -1 10 s -1 0,1 s -1 0,01 s
210
180
Tensão verdadeira [MPa]
cimento de grão (J/mol); h, di = parâmetros dependentes do material. Todos os parâmetros dependentes do material presentes nas equações {ai, bi, ci, di, ei, fi, gi...} devem ser determinados experimentalmente usando regressão. Métodos de como obter estes parâmetros estão descritos na literatura [9-12].
150
120
90
60
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
Deformação verdadeira
Figura 4 - Curva de escoamento do aço AISI 4140 a 900°C para diferentes velocidades de deformação
O material utilizado para a simulação foi o aço AISI3 4140, com um tamanho de grão austenítico médio inicial de 75 μm. As curvas de escoamento do material para diferentes temperaturas e velocidades de deformação foram levantadas através de ensaios de compressão a quente, juntamente com os parâmetros de material necessários para cálculo de recristalização dinâmica descritos nas equações demonstradas acima, e inseridos no banco de dados do software de simulação. Toda a caracterização de material foi realizada no Instituto de Conformação Mecânica da Universidade Técnica de Aachen, e as simulações foram realizadas no Laboratório de Transformação Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. RESULTADOS E DISCUSSÃO A figura 5-a ilustra a distribuição de temperatura na peça após o recalque. É possível observar a perda de temperatura nas faces superior e inferior devido ao contato com as matrizes, bem como o efeito de embarrilhamento4 causado pelo atrito nas superfícies matriz/-peça. 3 AISI: do inglês American Iron and Steel Institute, que significa Instituto Americano de Ferro e Aço. Os aços ferramenta são classificados de acordo com a sua composição, aplicação ou meio de resfriamento. Os sistemas de classificação em uso atribuem aos aços códigos de identificação, compostos em geral de combinações de letras e números. No Brasil é seguida a classificação AISI, mas também é comum encontrar as classificações estabelecidas pela norma americana SAE (Society of Automotive Engineers = Sociedade de Engenheiros Automotivos) e pela norma alemã DIN (Deutsches Institut für Normung = Instituto Alemão de Normatização). 4 Embarrilhamento: ou embarilamento. Ato ou processo de levar um corpo ao formato de barril.
Figura 5 - a) Distribuição de temperatura e b) corte longitudinal com distribuição de deformação equivalente
Figura 6 - a) Distribuição de fração recristalizada e b) distribuição de tamanho de grão austenítico
As figuras 5-b, 6-a e 6-b ilustram cortes longitudinais da peça demonstrando a distribuição de deformação equivalente, distribuição de fração recristalizada no material e tamanho de grão recristalizado, respectivamente. É possível observar que o grau de deformação equivalente no material é alto na região central da peça, próximo de 1,5, e muito menor nas regiões próximas à superfície matriz/peça. O atrito na superfície matriz/peça restringe o fluxo de material, causando o conhecido efeito de embarrilhamento na peça, o que pode ser observado na prática em ensaios de compressão de materiais metálicos sem a lubrificação eficiente. De acordo com as equações vistas anteriormente, a partir de uma determinada deformação crítica ocorre a recristalização dinâmica, que é nucleação de novos grãos livres de deformação no material, durante a conformação. Esta recristalização dinâmica é dependente do grau de deformação imposto ao material, o que pode ser observado através da figura 6-a. Nota-se que na região central da peça, onde ocorre o maior grau de deformação no material, a recristalização dinâmica é praticamente completa, e tende a diminuir à medida que se afasta da região central, atingindo um valor mínimo de recristalização próximo à superfície, justamente a região onde ocorre a menor deformação no material. Nota-se também pela figura 6-b um grande refino no tamanho de grão austenítico do material nesta região central. O tamanho de grão austenítico médio inicial, que era de cerca de 75 μm, passa a ser de cerca de 30 μm nesta região. Nas regiões de menor deformação,
onde a recristalização é mínima, praticamente não se altera o tamanho de grão médio austenítico do material. Sabe-se que pelo refinamento e homogeneização de tamanho de grão melhora-se o desempenho mecânico de componentes, especialmente àqueles submetidos a cargas cíclicas (fadiga). Pela previsão de microestrutura através de simulação numérica é possível comparar diferentes ferramentais, como geometrias de matrizes, e também diferentes parâmetros de processo, como temperaturas e velocidades de deformação, avaliando-se a combinação que propicia a microestrutura final mais adequada. Apesar de não ter sido abordado neste trabalho, é possível simular também os fenômenos estáticos vistos anteriormente, dependentes das condições de resfriamento às quais a peça conformada será exposta, possibilitando ter uma previsão da microestrutura final obtida após o resfriamento do material. CONCLUSÕES Esforços focados no desenvolvimento e aperfeiçoamento de softwares de simulação numérica computacional com previsão de microestrutura são de fundamental importância, uma vez que possibilitam um melhor controle dos parâmetros relacionados a processos de conformação que influenciam fenômenos dinâmicos e estáticos, permitindo a otimização de processo e consequentemente melhorando a qualidade do produto final, evitando-se longos tempos e altos custos com métodos de tentativa e erro comumente utilizados. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem as instituições de apoio à pesquisa CNPq5 e CAPES6 pelo apoio financeiro ao projeto “Iniciativa Brasil-Alemanha para Pesquisa Colaborativa em Tecnologia de Manufatura - BRAGECRIM”, e ao Instituto de Conformação Mecânica (IBF) da Universidade Técnica de Aachen (RWTH) - Alemanha, pela licença e suporte ao software PEP/Larstran.
5 CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Agência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), tem como principais atribuições fomentar a pesquisa científica e tecnológica e incentivar a formação de pesquisadores brasileiros. Criado em 1951, desempenha papel primordial na formulação e condução das políticas de ciência, tecnologia e inovação. www.cnpq.br. 6 CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação. Em 2007, passou também a atuar na formação de professores da educação básica ampliando o alcance de suas ações na formação de pessoal qualificado no Brasil e no exterior. www.capes.gov.br
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REFERÊNCIAS [1] Atlas of Stress-Strain Curves. ASM International, Ohio, 1987. [2] Padilha, A. F.; Siciliano Jr., F.; Encruamento, recristalização, crescimento de grão e textura. 3° Ed. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 2005. 232p. [3] Lino, R. E.; Modelagem matemática de curvas tensão-deformação. Dissertação de Mestrado. Curso de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas, UFMG, 2008. [4] Yanagida, A.; Yanagimoto, J.; A novel approach to determine the kinetics for dynamic recrystallization by using the flow curve.J. Mater. Process. Technol., 2004, 151, 33-38. [5] Dehghan-Manshadi, A.; Barnett, M. R.; Hodgson, P. D.; Recrystallization in AISI 304 stainless steel during and after hot deformation. MatSciEng A, 664-672 (2008) 485. [6] Gorni, A. A.; Vallin, P. S. S.; Efeito da recristalização dinâmica na resistência à deformação de aços processados no laminador de tiras à quente. 40° Seminário de laminação - Processos e produtos laminados e revestidos. Vitória, 2003. [7] Schäfer, D.; Hirt, G.; Phenomenological microstructure simulation of incremental bulk metal forming using a multi mesh method. Proceedings of the 10th International Conference on Numerical Methods in Industrial Forming Processes -
Numiform 2010. Korea, 2010. [8] Bo, M. et al.; Static recrystallization kinetics model after hot deformation of low-alloy steel Q345B. Journal of Iron and Steel Research, 61-66 (2010) 17(8). [9] Liang-Yun, L. et al.; Dynamic and static recrystallization behavior of low carbon high niobium microalloyed steel. Journal of Iron and Steel Research, 55-60 (2011) 18(1). [10] Sellars, C. M.; Whiteman, J. A.; Recrystallization and grain growth in hot rolling. The Metals Society, 1979. [11] Soltanpour, M.; Yanagimoto, J.; Material data for the kinetics of microstructure evolution of Cr-Mo-V steel in hot forming. J. Mater. Process.Technol., 417-426 (2012) 212. [12] Yanagimoto, J.; Yanagida, A.; Regression method of determining generalized description of flow curve of steel under dynamic recrystallization. ISIJ Int., 858-866 (2005) 45(6). [13] Karhausen, K.; Kopp, R.; Model for integrated process and microstructure simulation in hot forming. Steel Research 63, 6, 1992. [14] Kopp, R.; Karhausen, K.; Brand, A. J.; Microstructural simulation of nickel base alloy Inconel 718 in production of turbine discs. Materials Science and Technology, 12, 1996.
Tiago Cristofer Aguzzoli Colombo - Engenheiro de Materiais. Pesquisador e Mestrando no Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Lírio Schaeffer - Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Doutor na área de Conformação Mecânica pela Universidade Técnica de Aachen na Alemanha (Rheinisch-Westfalischen Technischen Hochschule - RWTH). Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) da Escola de Engenharia da UFRGS. Pesquisador na área de Mecânica, Metalurgia e Materiais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), professor das disciplinas relacionadas aos processos de fabricação por conformação mecânica e vinculado ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Minas e Energia (PPGEM) da UFRGS. Autor de vários livros sobre conformação mecânica.
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Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais
Glossário de termos técnicos aplicados à ferramentarias
INGLÊS
PORTUGUÊS
ALEMÃO
Back injection
Contra injeção
Hinterspritzen n
Back pressure
Contra pressão
Staudruck m
Backing plate
Placa traseira; placa de apoio
Aufspannkörper m
Bagging unit
Unidade de ensacamento
Absackanlage f
Ball bearing
Rolamento de esferas
Kugellager n
Ball check valve
Válvula de esfera
Kugelrückschlagventil n
Ball indentation hardness
Dureza por indentação com esfera; penetração de esfera
Kugeldruckhärte f
Ball mill
Moinho de bolas
Kugelmühle f
Banbury mixer (internal mixer with plug)
Misturador Banbury (misturador interno com plug)
Banbury-Mischer m
Band heater
Resistência de colar
Heizungsband n
Bar code
Código de barras
Strichcode m
Barrel
Cilindro
Zylinder m
Barrel jacket
Camisa do cilindro
Zylindermantel m
Barrel mixer
Misturador do cilindro
Trommelmischer m
Barrier film
Filme com camada de barreira
Sperrschichtfolie f
Barrier layer
Camada de barreira
Sperrschicht f
Barrier plastic
Plástico de barreira
Barrierekunststoff m
Barrier properties
Propriedades de barreira
Barriereeigenschaften fpl
Barrier resins
Resinas de barreira
Sperrschichtpolymere npl
Barrier screw
Fuso de barreira
Barriereschnecke f
Base frame
Moldura base
Grundgestell n
Bead
Cordão de solda
Schweißraupe f; Schweißwulst m
Bead polymerization
Polimerização em grãos
Perlpolymerisation f
Bending
Flexão; dobra; curva
Biegen n
Bevel gear tooth system
Sistema de engrenagem com dente cônico
Kegelradverzahnung f
Bevel gear transmission
Transmissão por engrenagem cônica
Kegelradgetriebe n
Biaxial
Biaxial
biaxial
Biaxially oriented
Orientado biaxialmente
biaxial orientiert
Bimetallic
Bimetálico
bimetallisch
Binder
Aglutinante
Bindemittel n
Biocide
Biocida
Biozid m
Biocompatibility
Biocompatibilidade
Bioverträglichkeit f
Biodegradable plastic
Plástico biodegradável
biologisch abbaubare Kunststoffe mpl
Biodegradation
Biodegradação
biologische Abbaubarkeit f
Biopolymer
Biopolímero
Biopolymer n
Biostabilizer
Bioestabilizador
Biostabilisator m
Birefringence
Birrefringência; dupla refração
Doppelbrechung f
Blade (of a mixer)
Lâmina; palheta; aleta (de um misturador)
Schaufel f
Bleeding
Drenagem; extração de ar ou gás
Ausbluten n
Blend
Mistura; blenda
Blend n; Mischung f
Blind hole
Furo cego
Sackloch n
Blister package
Embalagem de bolha; ampola
Blisterverpackung f Maio/Junho 2012
Ferramental
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INGLÊS
PORTUGUÊS
ALEMÃO
Block copolymer
Copolímero em bloco
Block-Copolymer n
Block polymerization
Polimerização em bloco
Blockpolymerisation f
Blocking
Bloqueio; agrupamento em blocos
Blocken n
Blooming
Florescer; prosperar
Ausblühen n; Ausschwitzen n
Blow moulding
Modelagem por sopro
Blasformen n
Blow moulding line
Linha de modelagem por sopro
Blasformanlage f
Blowing agent
Agente de sopro; agente de expansão
Treibmittel n
Blowing mandrel
Mandril de sopro
Blasdorn m
Blowing mould
Molde de sopro
Blasformwerkzeug n
Blown film
Filme para sopro
Blasfolief
Blown film die
Ferramenta para filme para sopro
Folienblaskopf m
Blow-up ratio
Razão de sopro; relação de sopro
Aufblasverhältnis m
Bolt
Pino
Bolzen m
Bolt shut-off nozzle
Bico com desligamento por pino
Bolzenverschlussdüse f
Bond, to
Colar; aderir
kleben
Bonded joint
Junta colada
Klebeverbindung f
Bonding agent
Agente de adesão; agente ligante
Bindemittel n
Bonding cement
Aglutinante; cimento de adesão
Kitt m
Bore
Perfuração
Bohrung f
Boride coated
Revestido com boreto
boriert
Branching
Ramificação; derivação
Verzweigung f
Breaker plate
Placa do disjuntor; placa do quebrador
Lochscheibe f
Breaking length
Comprimento de quebra
Reißlänge f
Brinell hardness
Dureza Brinell
Brinellhärte f
Brittle
Quebradiço; frágil
spröde
Brittle fracture
Fratura frágil
Sprödbruch m
Brittleness
Fragilidade
Sprödigkeit f
Bubble
Bolha
Blase f
Bubble inflation air
Ar de inflar bolha
Stützluft f
Buckling resistance
Resistência ao empenamento
Knickfestigkeit f
Bulk density
Densidade de termofixo
Schüttdichte f
Bulk moulding compound (BMC)
Composto de moldagem em massa; termofixo
Feuchtpressmasse; BMC f
Bulk polymerization
Polimerização de termofixo
Massepolymerisation f
Burnt streaks
Listras queimadas
Verbrennungsschlieren fpl
Bursting pressure
Pressão de explosão
Berstdruck m
Bursting strength
Resistência a explosão
Berstdruckfestigkeit f
Bush bearing
Bucha rolamentada
Lagerbuchse f
Bushing
Embuchamento
Buchse f
Butadiene rubber
Borracha de butadieno
Butadienkautschuk m
Butt joint
Junta de topo
Stumpfstoß m
Butt welding
Solda de topo
Stumpfschweißen n
Fontes: A Glossary of Plastics Terminology in 7 Languages, Wolfgang Glenz, Hanser Verlag, 2010 / Novo Dicionário de Termos Técnicos Inglês-Português, Eugênio Fürstenau, Editora Globo, 2005 Dicionário Inglês-Português Português-Inglês, Collins Gem, Editora Disal, 1998 / Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Editora Positivo,2004 38 Ferramental Maio/Junho 2012
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Glossário de termos técnicos aplicados à ferramentarias
OSCAR SIQUEIRA - oscar.siqueira@3ds.com
Análise de projetos e otimização
E
mbora os benefícios da análise de projetos sejam óbvios em todos os tipos de produtos - e acessíveis para a maioria dos profissionais da área - numerosos equívocos cercam o uso do software de análise de projetos e otimização.
Quando um projetista recebe o desafio de criar um novo produto, algumas questões importantes passam a persegui-lo: Qual a finalidade do produto? Quais materiais serão utilizados? Funcionará a contento? Será inovador? É, comercialmente, viável? Entretanto, a pergunta que fazemos é: como um profissional espera se antecipar e responder com exatidão sobre o futuro sem recursos tecnológicos para ajudá-lo? Estudos revelam que sete entre dez engenheiros usuários de CAD1 3D2 acreditam que a análise de projetos com base em FEA - Análise de Elementos Finitos (Finite Element Analysis) - é esotérica3, cara e difícil de usar. Acreditam que software4 de análise de projetos exige um PhD (doutorado) para poder ser utilizado, só é empregado por empresas realmente grandes e não é necessário para o tipo de trabalho que realizam. Como resultado, muitos engenheiros conduzem projetos não-testados até o protótipo ou até a produção, prejudicando a qualidade do produto e valiosos relacionamentos com os clientes, além de aumentar os custos da companhia.
para analisar o comportamento físico de um produto, os engenheiros podem obter essas informações de maneira rápida e precisa no computador. A figura 1 apresenta a avaliação de tensões sobre uma peça em análise.
A ANÁLISE DE PROJETOS Em termos simples, análise de projetos é uma poderosa tecnologia de software para simular comportamentos físicos no computador. O objeto se quebrará? O objeto irá se deformar? Aquecerá excessivamente? Esses são alguns tipos de perguntas que a análise de projetos responde com precisão. Em vez de fabricar um protótipo e desenvolver procedimentos de teste complexos
CAD: do inglês Computer Aided Design, significa projeto assistido por computador. 3D: resulta de abreviação da denominação três dimensões.Também é linguagem coloquial no setor ferramenteiro para denominar a representação gráfica eletrônica (modelamento) de uma peça em três dimensões. 3 Esoterismo: é o nome genérico que designa um conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas e religiões que buscam desvendar seu sentido supostamente oculto. Segundo alguns, o esoterismo é o termo para as doutrinas cujos princípios e conhecimentos não podem ou não devem ser "vulgarizados", sendo comunicados a um restrito número de discípulos esco-lhidos. Um sentido popular do termo é de afirmação ou conhecimento enig-mático e impenetrável [1]. 4 Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou mo-dificação de um dado/informação.
Figura 1 - Representação gráfica eletrônica de peça em análise de tensões [2] 1
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A figura 2 demonstra a simulação numérica por FEM - Método de Elementos Finitos (Finite Element Method) das deformações sofridas em um suporte de uma plataforma de força de pequeno porte para marcha humana. A finalidade é medir as forças no eixo principal durante a marcha e relacioná-las com a postura e esforços aplicados aos tecidos dos pés e membros inferiores.
Figura 2 - Representação da simulação numérica de deformações [3]
Como a análise de projetos pode minimizar ou até eliminar a necessidade de prototipagem física e de testes, a tecnologia se tornou preponderante no mundo da fabricação durante a última década. A verdade sobre esse software é que não são nem difíceis de usar e nem caros: 51% dos usuários em uma pesquisa feita pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) revelaram que aprenderam a utilizar o sistema em apenas cinco dias. Antes de advento dos softwares de análise de projetos, o único caminho possível para se testar um produto desenvolvido antes de colocá-lo no mercado era a construção de protótipos. E protótipos são caros, demoram em serem fabricados e prolongam os ciclos de desenvolvimento do produto, especialmente quando são necessários vários deles. Testes em protótipos frequentemente revelam problemas que exigem modificações no projeto, resultando em nova prototipagem e testes adicionais para se examinar o projeto modificado. Geralmente, no mundo real da fabricação, os atrasos e as despesas relacionadas com prototipagem e testes reduzem o número de repetições de projeto-protótipoteste, o que tem um impacto adverso na qualidade do produto. As empresas simplesmente não podem construir e testar o número de protótipos necessários para se chegar a um projeto otimizado e acabam aceitando um
projeto "suficientemente bom" em vez de buscar a otimização do produto. Em outros casos, projetistas simplesmente permanecem no mesmo rumo reproduzindo produtos ultrapassados, preferindo continuar com conceitos que funcionaram no passado em vez de procurar inovar e abrir novos horizontes. A premissa é: "Se não estiver quebrado, não tente consertar" quando deveria ser “se não estiver quebrado, ainda assim pode ser necessário consertar”. Permanecer na situação de conforto pode custar muito dinheiro a uma empresa em termos de oportunidades perdidas para a introdução de produtos modernos com melhor qualidade, esteticamente mais agradáveis e que muito mais consumidores desejarão comprar. Na figura 3 mostra-se um exemplo genérico dos benefícios obtidos pela evolução nos níveis relativamente ao gerenciamento de prazos de planejamento e de execução de projetos [4]. Esses resultados são refletidos, naturalmente, também no custo final do projeto. É possível perceber que, quanto maior o nível de previsão otimizada, tanto maior é a assertividade do projeto.
Figura 3 - Evolução nos prazos de execução de um projeto conforme se evolui na maturidade [4]
De acordo com pesquisas, a redução do número de protótipos entre usuários de software de análise de projeto é da ordem de 25%, no mínimo. Isso comprova que engenheiros podem e devem utilizar a análise de projetos para praticamente todos os tipos de desenvolvimento de produto e trabalho de pesquisa imaginável. Analisar projetos de máquinas, plásticos moldados por injeção, sistemas de resfriamento, produtos que emitem campos eletromagnéticos e sistemas influenciados por dinâmicas de fluídos, são apenas alguns exemplos de como as empresas utilizam análises de projetos. Maio/Junho 2012
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PRÓXIMA ETAPA: A OTIMIZAÇÃO Provado que a análise de projetos hoje é uma ferramenta acessível e essencial, engenheiros empenhados em projetar produtos considerados os melhores e mais lucrativos para determinada função devem dar o próximo passo em termos de CAE5: a otimização. O recurso, presente nas melhores ferramentas de análise, fornece idéias rápidas e eficazes de como aprimorar seu produto e produzir os melhores resultados. No estágio conceitual de um projeto, o engenheiro pode utilizar a otimização para verificar se o projeto básico apresenta, por exemplo, materiais, espessura de parede, recursos de rigidez e métodos de fixação corretos. A não-otimização do projeto de produtos pode aumentar as despesas, por exemplo, com o uso de material em excesso. Economizar apenas um décimo de centavo por unidade pode totalizar uma soma razoável quando o fabricante produz milhares de unidades. Estudos mostraram que 80% dos custos de fabricação de um produto se concentram no projeto aprovado, razão pela qual a capacidade de executar repetições rápidas e econômicas antes da liberação do projeto se tornou uma vantagem essencial frente à concorrência. A importância da otimização na prática A Diedro, empresa brasileira que fabrica máquinas especiais para montagem, teste, soldagem, controle, extrusão, usinagens, ferramentas especiais e automação de linhas de montagem de componentes, usou uma ferramenta de análise e otimização para testar a resistência das peças antes da fabricação, o que deu a empresa garantias de satisfação do cliente, maior qualidade e rapidez no ciclo de produção. É possível obter muito mais de um projeto ao se permitir que o recurso de otimização ofereça a percepção da situação. Os projetistas devem entender que esse recurso disponibiliza diversas soluções para o mesmo problema, soluções que devem ser consideradas à luz das necessidades de fabricação para se obter o melhor e mais lucrativo produto no final do dia. Outro exemplo, a Alliance Spacesystems, Inc. (ASI), com sede na Califórnia (EUA), projeta e fabrica sistemas mecânicos, de robótica, estruturas e mecanismos para instrumentos espaciais e científicos. É importante lem-
Oscar Siqueira - É diretor-geral (country-manager) da SolidWorks Brasil.
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brar que a ASI criou braços robôs usados nos veículos exploratórios "Spirit" e "Opportunity" altamente bemsucedidos e desenvolvidos pela NASA6 para a missão Veículos Exploratórios de Marte (MER). A companhia utilizou software de análise integrado para testar e otimizar o projeto de peças e montagens. Para a ASI, cada grama de peso e milímetro de espaço reduzidos representam uma grande economia de gastos. A equipe conseguiu reduzir a massa de um braço robótico em 20%, o equivalente na indústria automotiva ao espaço necessário para o motor e a transmissão de um carro, além de manter o nível de trabalho dobrado em menos de um por cento. CONCLUSÃO A utilização da análise de projeto não é apenas um modismo. Sua real e correta aplicação é a base para a agilidade no desenvolvimento de novos produtos, melhoria da qualidade, diminuição do time-to-market7 e forte redução de custos que resultam diretamente na fidelização do cliente e na abertura da possibilidade de desenvolvimento de novos negócios. FONTES DE CONSULTA [1] www.pt.wikipedia.org [2]http://blogs.solidworks.com/solidworksbrasil/2010/12/desv endando-a-simula%C3%A7%C3%A3o-plana-em-2d-nosolidworks-2011.html [3] Piffer, Giovani; Plataforma de força. Novo Hamburgo, RS. 2011. www.engenheirogiovanipiffer.com.br [4] Prado, Darci; Por que é importante evoluir em Gerenciamento de Projetos? Instituto de Desenvolvimento Gerencial - INDG. Abril/2011. www.indg.com.br
5 CAE: do inglês Computer Aided Engineering, significa engenharia assistida por computador. 6 NASA: sigla em inglês de National Aeronautics and Space Administration (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço), também conhecida como Agência Espacial Americana. É uma agência do governo dos Estados Unidos da América, responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tec-nologias e programas de exploração espacial. Sua missão oficial é "fomentar o futuro na pesquisa, descoberta e exploração espacial". A NASA foi criada em 29 de julho de 1958. 7 Time to market: é o tempo de projeto e concepção de um produto ou serviço até a disposição deste produto ou serviço para o consumidor final.
Industrialização por encomenda
É a União quem tributa industrialização por encomenda
Na Europa, a tributação indireta se dá por meio de um único tributo, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), cuja cobrança é promovida pelo governo central de cada um dos Estados Membros. No Brasil, o cenário é bem diferente: a competência para a tributação indireta é dividida entre as três esferas de governo. Paralelamente à incidência das contribuições sociais, outorga-se à União competência para tributar a cadeia industrial (com o IPI1), aos estados, a circulação de mercadorias (com o ICMS2), e aos municípios, o setor de serviços (com o ISS3). Não obstante essa divisão de competências, há atividades que, objetivamente consideradas, apresentam características próprias tanto de industrialização como de prestação de serviços, o que lhes deixa vulneráveis à incidência de mais de um tributo (apesar da ocorrência de um só fato gerador). É o caso, por exemplo, das atividades de recondicionamento, acondicionamento, montagem e beneficiamento, exercidas em bens de terceiros (“industrialização por encomenda”), que, por má técnica legislativa, estão previstas como hipótese de incidência tanto do ISS quanto do IPI, nas respectivas legislações de regência. Mas, como definir o divisor de águas em situações como essa? De acordo com as regras constitucionais aplicáveis, a lei complementar é o instrumento apto a dirimir eventuais conflitos de competência que decorram da cobrança de tributos sobre o mesmo fato gerador (artigo 146). Buscase, assim, evitar que determinado ente tributante invada a competência de outro. Nos termos em que definida, a competência da União para a cobrança do IPI está, em regra, circunscrita ao conjunto de etapas que compõem o ciclo de industrialização do produto. Esse conjunto de etapas se dá, obviamente, na fase anterior à aquisição do produto para consumo final. A partir dessa aquisição, as atividades que tenham aqueles bens por objeto passam a ter a natureza de serviço, sujeitando-se, consequentemente, ao ISS (desde que constem da lista dos serviços tributáveis pelo imposto municipal). Portanto, a aquisição do bem pelo consumidor final é o marco definidor da incidência de um tributo ou outro. Sob essa lógica, o Decreto Lei 406/1968, ao listar, com força de lei complementar, as atividades de beneficiamento, montagem, acondicionamento e/ou reacondicionamento e renovação/recondicionamento, como sujeitas à incidência do ISS, fez expressa referência ao fato de que ele não incidiria nas hipóteses em que os bens objeto das referidas prestações fossem destinados a industrialização ou comercialização. Havia assim, em consonância com o estabelecido no texto constitucional, nítida distinção dos campos de inci-
dência do IPI e do ISS no que concerne a atividades relacionadas à "industrialização por encomenda". Tratando-se de bens ainda inseridos no ciclo industrial do produto, o imposto incidente seria o IPI; se tais atividades fossem exercidas fora desse ciclo, o imposto incidente seria o ISS. Ocorre que, no dia 31 de julho de 2003, esses dispositivos do DL 406/68 foram revogados pela Lei Complementar 116/03, que passou a regular o ISS em âmbito nacional. A referida Lei Complementar, ao definir os serviços passíveis de serem alcançados pelo imposto municipal, listou, entre outras, as seguintes atividades: “14 - Serviços relativos a bens de terceiros 14.01 - Lubrificação, limpeza, lustração, revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem, manutenção e conservação em máquinas, veículos, aparelhos, equipamentos, motores, elevadores ou ele qualquer objeto (exceto peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS). [...] 14.05 - Restauração, recondicionamento, acondicionamento, pintura, beneficiamento, lavagem, secagem, tingimento, galvanoplastia, anodização, corte, recorte, polimento, plastificação e congêneres, de objetos quaisquer. [...] 14.12 - Funilaria e lanternagem.” (grifo nosso)
A não referência pela LC 116/03 ao fato de que o serviço deveria se destinar ao consumidor final para que pudesse ser tributado pelo ISS (como havia feito o DL 406/68) fez com que Municípios pretendessem a incidência do imposto sobre a denominada industrialização por encomenda. Afinal, diziam os municípios, tal industrialização se dá sobre bens de terceiros. Logo, por expressa determinação literal dos dispositivos de lei aplicáveis, ela deveria estar sujeita à incidência do imposto municipal. O Superior Tribunal de Justiça entendeu que essa linha de argumentação é boa e manteve a cobrança do imposto municipal sob o fundamento de que a “industrialização por encomenda” configura obrigação de fazer e está lista-da como serviço tributável na LC 116/03. Com a devida vênia4, tal interpretação viola o princípio da competência privativa que informa o sistema tributário nacional, pelo qual, 1
IPI: Imposto sobre produtos industrializados. É um imposto federal, ou seja, somente a União pode instituí-lo ou modificá-lo, sobre produtos industrializados no Brasil. Está previsto no artigo153, IV, da Constituição Federal. Suas disposições estão descritas através do Decreto 7.212 de 15/06/2010, que regulamenta sua cobrança, fiscalização, arrecadação e administração. 2 ICMS: Imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços. O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) é de competência dos Estados e do Distrito Federal. Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. 3 ISS: Imposto sobre serviços de qualquer natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei Complementar 116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. O ISS até 31.07.2003 foi regido pelo DL 406/1968 e alterações posteriores. A partir de 01.08.2003, o ISS é regido pela Lei Complementar 116/2003. 4 Vênia: Licença, permissão, absolvição de culpa, perdão. Saudação respeitosa. Maio/Junho 2012
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como visto acima, reserva-se à competência federal e estadual os impostos sobre produção e circulação de mercadorias, respectivamente, impossibilitando assim, a incidência do ISS sobre atividades que tenham aquela natureza. A LC 116/03 deve, a nosso ver, ser interpretada como se a ressalva que antes constava do DL 406/68 (de não incidência do ISS quando o bem fosse destinado a industrialização ou comercialização) esteja implícita no item 14 da lista anexa, de forma que esse imposto só possa incidir sobre atividades/serviços realizados em bens que sejam destinados ao consumo dos respectivos beneficiários. Do contrário, tendo em vista ser essa claramente uma hipótese em que não se admite a bitributação (por se tratar de competências privativas explicitamente definidas na Constituição Federal), ter-se-ia que a Lei Complementar não teria exercido uma de suas principais funções: dirimir, nessas circunstâncias, o conflito de competência que existiria entre União (IPI) e Municípios (ISS). Essa conclusão levaria à consequente impossibilidade de cobrança de tributos sobre tais operações, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal - STF, ao julgar inconstitucional a cobrança do Adicional do Imposto sobre a Renda (Adir), por não haver lei complementar que indicasse as regras que solucionariam eventuais conflitos de competência decorrentes das leis estaduais que dispunham sobre o assunto. Eis a ementa da decisão proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade 28-SP, julgada pelo pleno do STF, que ilustra, com exatidão, o entendimento desse tribunal sobre a matéria: “Ação Direta de Inconstitucionalidade. Lei nº 6.352, de 29 de dezembro de 1988, do Estado de São Paulo. Tributário. Adicional de Imposto de Renda (CF, artigo 155, II), artigos 146 e 24, § 3 da parte permanente da CF e artigo 34, §§ 3º 4° e 5º do ADCT. O adicional do imposto de renda, de que trata o inciso II do artigo 155, não pode ser instituído pelos Estados e Distrito Federal, sem que antes, a lei complementar nacional, prevista no caput do artigo 146, disponha sobre as matérias referidas em seus incisos e alíneas, não estando sua edição dispensada pelo § 3° do artigo 24 da parte permanente da Constituição Federal, nem pelos §§ 3º 4° e 5° do artigo 34 do ADCT. Ação julgada procedente, declarada a inconstitucionalidade da Lei n. 6.352, de 29 de dezembro de 1988, do Estado de São Paulo.” (Revisto Trimestral de Jurisprudência, v. 151, p. 657)
dimento quando analisou a Medida Cautelar proposta na ADI 4.389-DF. Nesse julgamento, a Egrégia Corte entendeu que não poderia haver incidência do ISS na impressão gráfica realizada em embalagens, uma vez que elas seriam destinadas a comercialização e, portanto, estariam no campo de incidência do ICMS (e do IPI). Fazemos especial referência ao voto da ministra Ellen Gracie, que reforçou a tese já defendida com o argumento de que, caso fosse permitida a incidência do ISS, estar-se-ia inserindo um tributo cumulativo entre atividades realizadas no âmbito da produção ou comercialização. Isso acarretaria o estorno dos créditos anteriormente apropriados e impediria o respectivo creditamento pelas empresas adquirentes. Frustrando, assim, um dos principais objetivos do sistema tributário constitucional brasileiro, que é justamente o de evitar os malefícios econômicos causados pela cumulatividade de incidências na cadeia produtiva. Por mais esse fundamento, verifica-se que, mesmo após a edição da LC 116/03, as operações de industrialização por encomenda estão sujeitas exclusivamente às regras de incidência do IPI. Fonte: Gustavo Brigagão, sócio do escritório Ulhôa Canto, secretário-geral da ABDF (Associação Brasileira de Direito Financeiro) e presidente da Câmara Britânica do Rio de Janeiro.
NOTA GRUPO ABRA A prestação de serviços de industrialização por encomenda tanto pode sofrer incidência do IPI/ICMS, quanto do ISS. Depende de qual será a finalidade deste serviço. O texto acima define muito bem as competências (municipal, estadual e federal) de cada tributo e como deve ser interpretada a legislação neste sentido, respeitando princípios constitucionais que demarcam o âmbito e os limites de cada ente tributante: União, Estados e Municípios. Essa é a nossa dica do mês para você ferramenteiro, que deseja emitir seus documentos fiscais e recolher o imposto a quem de fato é devido. Preservando-se deste modo de surpresas desagradáveis (entenda-se, notificações) e em certos casos até beneficiando-se pela economia tributária com o ISS, haja vista que, estando sujeito ao ICMS/IPI, existe o benefício - nas operações internas - do diferimento do ICMS e da suspensão tanto o ICMS, quanto o IPI. É preciso estar atento aos detalhes. Fonte do artigo: Revista Consultor Jurídico. http://www.conjur.com.br/
Resultado semelhante na hipótese em exame (“industrialização por encomenda”) só será evitado caso a LC 116/03 seja interpretada no sentido de que as atividades realizadas sobre bens de terceiros somente são alcançadas pela incidência do ISS se forem realizadas fora do respectivo ciclo de industrialização ou comercialização. Adotarse-ia, no caso, interpretação conforme a Constituição. O Plenário do STF parece ter seguido tal linha de enten-
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Paulo César Silveira - Conferencista com mais de 1.750 palestras em sua carreira em 15 anos de profissão. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 500 artigos editados. Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Autor de 18 livros, destacando-se os best-sellers: A Lógica da Venda e Atitude - Virtude dos Prósperos. Sendo ainda um dos autores da Coleção Guia Prático da Revista PEGN e também dos livros Ser+ em Vendas, Ser+ com T&D e Ser+ com Palestrantes Campeões em parceria com a Revista Ser Mais. Seu trabalho corporativo se baseia no treinamento mundial de vendas mais agressivo do mundo: Buyer Focused Selling e nos principais métodos de compras mundiais, principalmente as metodologias BATNA, PAC e no método de liderança TGE. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP e UFRGS. Palestrante indicado pela FACISC, ADVB e FIESP nas áreas de vendas consultivas, vendas técnicas e comunicação com base em liderança. Site www.paulosilveira.com.br
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O setor de moldes e ferramentas pode ter acesso a uma linha de financiamento especial do BNDES para impulsionar o setor. A proposta foi apresentada na terceira reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Ferramentaria, na Câmara de São Bernardo. Sindicato, empresários, prefeituras de São Bernardo e Diadema, representantes de associações patronais e da área de formação profissional discutiram a pauta que também incluiu a constituição jurídica do Arranjo Produtivo Local (APL) de Ferramentaria na Região. “O Sindicato apoia a iniciativa, pois ela defende a produção nacional e a geração de empregos de qualidade. Não é possível que se financie a construção de uma nova montadora no País e que todas as ferramentas dela venham de fora”, afirmou Nelsi Rodrigues, o Morcegão, diretor do Sindicato. Em dezembro, o Sindicato e a ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), se reuniram com a direção do BNDES pra discutir uma forma de financiamento específico para o setor de ferramentaria, que estimulasse as empresas e a produção nacional. Seria criado um programa com o nome de Pró-ferramentaria. Para que as ferramentarias tenham acesso aos financiamentos, elas deverão apresentar um projeto ao BNDES, mostrando as necessidades do setor. Juntas no APL, essas empresas teriam mais força para negociar investimentos. Desde o ano passado, o Sindicato já debate estratégias de investimentos neste setor com a categoria, como na assembléia na ferramentaria da Volks em novembro, e reivindica do governo federal a inclusão do setor nas discussões do novo regime automotivo. “Sabemos que o setor carece de respostas imediatas, por isso vamos agilizar a constituição do APL como entidade jurídica”, salientou Jefferson José da Conceição, Secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo. O setor de moldes e ferramentas emprega 13 mil trabalhadores na Região, segundo a ABIMAQ (cerca de 10% dos metalúrgicos do ABCD). Em todo o Brasil, são cerca de 150 mil trabalhadores diretos. Sindicato dos Metalúrgicos do ABC 11 4128 4200 www.smabc.org.br
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INJEÇÃO DE TERMOPLÁSTICOS PRODUTIVIDADE COM QUALIDADE Júlio Harada, Marcelo M. Ueki
Baseado na comprovada experiência dos autores sobre processamento de termoplásticos em geral e na moldagem por injeção em particular, este livro cobre vários aspectos dessa técnica, desde conceitos fundamentais sobre termoplásticos, incluindo estruturas, até processos não convencionais, de moldagem por injeção. Abordando também técnicas de simulação computacional, viabilidade técnica e econômica, defeitos típicos em peças de injeção, além de outros tópicos importantes sob aspecto econômicos e técnicos. 2012. ISBN 978-85-88098-67-1 www.artliber.com.br
GERENCIAMENTO DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS - BPM - BUSINESS PROCESS MANAGEMENT Roquemar Baldam, Rogério Valle, Humberto Pereira, Sérgio Hilst, Maurício Abreu e Valmir Sobral
Nutre o mercado com informações relevantes sobre a disciplina que hoje mais interesse desperta no ambiente empresarial: o Gerenciamento de Processos. Todas as iniciativas modernas de administração (BSC, ISO 9000, Custeio ABC, Six Sigma, SOX, ISO 14000, indicadores etc.) necessitam da visão de processos. Adicionalmente, os processos constituem a base de discussão para a melhoria do desempenho das organizações e apoio à implantação de sistemas de informação. Abrange os aspectos e direcionadores que levaram o estudo dos processos a seu estágio atual de desenvolvimento, o ciclo de gerenciamento necessário à sua implementação e exemplos de processos. Apresenta uma estrutura de conhecimento que pode servir de base à implantação do BPM na organização, referenciais de conformidade e muito mais. Destinado a estudantes, gestores, empresários e profissionais da área. 2ª edição. ISBN 978-85-365-0175-8 www.relativa.com.br
INTRODUÇÃO A SIDERURGIA Marcelo Breda Mourão
De forma sucinta, porém completa é apresentada todas as etapas do processo siderúrgico, desde as matérias-primas até os produtos finais. A publicação faz parte da Coleção de Livros de Metalurgia e Materiais, série Obras de Difusão, e é fruto do curso Siderurgia para Não Siderurgistas. A obra é dividida em 12 capítulos, com a contribuição de 11 especialistas. O livro é dividido em 12 capítulos assim compostos: Visão Geral do Processo Siderúrgico; Processos de Preparação de Matérias-Primas Siderúrgicas; Redução de Minério de Ferro em Altos-Fornos; Redução de Minérios de Ferro por Redução Direta e Processos Alternativos; Fabricação de Aço Líquido em Conversor a Oxigênio; Fabricação de Aço em Fornos Elétricos a Arco; Refino Secundário de Aços; Lingotamento Contínuo do Aço; Refratários para Siderurgia; Laminação de Produtos Planos e Não-Planos; Siderurgia e Meio Ambiente; Processos Siderúrgicos. 2007. ISBN 978-85-7737-015-1 www.abmbrasil.com.br
ADMINISTRAÇÃO COM QUALIDADE: CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS PARA A GESTÃO MODERNA Pedro Luiz de Oliveira Costa Neto, Simone Aparecida Canuto
Este é um livro sobre a administração de empresas e administração organizacional em geral que trata, com igualdade de ênfase, a problemática da qualidade e produtividade essencial para a competitividade das empresas. Tal abordagem se justifica por ser hoje plenamente reconhecido que as administrações organizacional e da qualidade praticamente se confundem sob o mesmo prisma da busca da excelência e da sobrevivência organizacional. Com esse propósito, o livro aborda dos primórdios da administração até os modernos conceitos e complementos necessários ao arsenal do esclarecido administrador. A obra pode ser usada como apoio didático a cursos de administração, engenharia e ciências afins, bem como por profissionais interessados em dispor de um conjunto bastante completo de informações necessárias ao estudante, professor, consultor e profissional moderno. 2010. ISBN 978-85-21205-19-7 www.blucher.com.br
Abinfer.............................................27
Grob.........................................3ª capa
Plastech/Enafer ................................29
ABM ................................................31
Incoe .................................................9
Schmolz+Bickenbach ................4º capa
Açoespecial ......................................15
Interplast .........................................20
Sodick..............................................49
Brehauser.........................................48
JN Ferramentaria .......................2ª capa
Tecnoserv.........................................17
Btomec ..............................................6
Metalurgia .......................................40
Top Line ...........................................19
Casa do Ferramenteiro......................11
Moldtool..........................................23
Villares ...............................................5
CIMM ................................................6
Nexa................................................48
Expogestão/Ópera .............................8
Parkfer .............................................49
Maio/Junho 2012
Ferramental
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Divulgação
Udo Döhler Presidente da ACIJ - Associação Empresarial de Joinville acij@acij.com.br
Ferramentaria forte e competitiva O Brasil vive um momento ímpar. Com uma economia relativamente bem posicionada e estruturada, cresce rumo à consolidação como uma das maiores e mais importantes nações do mundo. Entretanto, para definitivamente acessar o clube das potencias mundiais, o país tem ainda algumas lições de casa a fazer. As reformas fiscal, tributária, eleitoral, previdenciária e trabalhista são fundamentais. Para a indústria, neste momento é preciso sensibilizar a população, a classe política e, principalmente, os governantes eleitos, sobre a importância de diminuir o peso da carga tributária sobre o setor produtivo, simplificar e racionalizar a complicada estrutura tributária e melhorar a gestão dos recursos públicos. Tive a grata oportunidade de estar presente a instalação e posse da primeira diretoria da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais ABINFER, no mês de setembro do ano passado. Poucas pessoas conhecem ou sequer ouviram falar do termo ferramentaria. Menos ainda são os cidadãos que têm ciência da importância deste segmento industrial para o País. A ferramentaria está no início da cadeia produtiva da grande maioria dos produtos, sejam eles fabricados em plástico, metal, borracha, vidro ou madeira. Ela é responsável pela produção de ferramentais que tornarão a produção de determinado produto mais ou menos eficaz, traduzindo-se em maior ou menor competitividade. Tanto maior será a competitividade do produto quanto maior for a excelência do ferramental. E essa busca pela competência do setor ferramenteiro nacional é a alma da nova entidade. A partir de seu planejamento estratégico, com realização de diversas ações, pretende situar o País entre os três maiores fabricantes de ferramentais do mundo nos próximos 15 anos. É uma meta arrojada, mas com parceria, seriedade, persistência e associativismo, completamente factível. Para que o Brasil esteja apto a competir no mercado globalizado de ferramentais, precisa alavancar a competência de suas empresas. Os governos federal, estadual e municipal devem investir em infra-estrutura e capacitação de profissionais, bem como auxiliar na equalização das condições de competitividade frente à concorrência internacional. O setor de ferramentaria é estratégico para o desenvolvimento do país. Vamos torná-lo forte e competitivo.
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Ferramental
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