Revista Ferramental Edição 43

Page 1

ANO VIII - Nº 43 - SETEMBRO/OUTUBRO 2012 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

Dicas importantes para a manutenção de sistemas ERP

Construção de protótipos: a seleção do processo ideal

DESTAQUE



ANO VIII - Nº 43 - SETEMBRO/OUTUBRO 2012 REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO - ISSN 1981-240X

Dicas importantes para a manutenção de sistemas ERP

Construção de protótipos: a seleção do processo ideal

DESTAQUE



Christian Dihlmann Editor

Brasil ético e eficaz: nossa vontade e obrigação! No 10º MOLDES - Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes, realizado de 8 a 10 de agosto pela Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração ABM, nosso amigo Wagner Aneas (W. Anex) mencionou que o setor ferramenteiro vive uma crise comportamental, uma crise de modelo. Gilberto de Nucci tem uma excelente imagem a respeito de nosso comportamento. Segundo ele, os homens caminham pela face da Terra em fila indiana, cada um carregando uma sacola na frente e outra atrás. Na sacola da frente colocamos nossas qualidades. Na de trás, guardamos todos os nossos defeitos. Por isso, durante a jornada pela vida, mantemos os olhos fixos nas virtudes que possuímos presas em nosso peito. Ao mesmo tempo reparamos, impiedosamente, nas costas do companheiro que está adiante, todos os defeitos que ele possui. E nos julgamos melhores que ele sem perceber que a pessoa andando atrás de nós está pensando a mesma coisa a nosso respeito. Concordo plenamente com o Wagner e com o Gilberto. Nós precisamos acordar. O problema não é o vizinho ao lado ou à frente. A dificuldade é estrutural e, somente unidos, conseguiremos o reordenamento necessário para superar essa crise. Em participação no evento, fiz as seguintes menções as quais acredito serem de fundamental importância para o resgate da competitividade das ferramentarias brasileiras. Primeiramente um olhar interno (forças e fraquezas) em nossas empresas: 1º - Gestão profissionalizada; 2º - Capacitação de profissionais (empresários e funcionários); 3º - Projetos inovadores e uso de tecnologias;

4º - Produtividade dos equipamentos; 5º - Foco na competência específica. Em segundo lugar, observar o mercado externo (oportunidades e riscos): 6º - Pró-atividade junto ao cliente (encantar o cliente); 7º - Conhecer a concorrência; 8º - Fortalecimento institucional para representatividade; 9º - Trabalho conjunto com instituições de ensino, pesquisa & desenvolvimento; 10º - Autoconfiança (reclamar –, fazer +). O colega Luiz Carlos Santos (BTX Ferramentaria) sugeriu ainda substituir a palavra mão-de-obra por mente-de-obra. Vejam amigos, a fórmula não é complexa. Como diz Levi Dias de Santana, respeitável bombeiro, “pior do que você querer fazer e não poder é você poder fazer e não querer”. Tivemos a felicidade, ainda no mês de agosto, de sermos anfitriões da reunião anual da Associação Mundial de Ferramentarias (ISTMA - International Special Tooling & Machining Association). O Brasil, por meio da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER tornou-se o mais novo membro daquela entidade. Como prêmio, teve o privilégio de sediar o encontro. Aqui estiveram entidades como as canadenses CTMA - Canadian Tooling & Machining Association e a CAMM - Canadian Association for Mold Makers e a argentina CAMYM - Camara Argentina de Moldes y Matrices. Diversas ações deverão ser iniciadas a partir dessa iniciativa, como as que já estamos tratando com a americana NTMA - National Tooling & Machining Association e a japonesa JADMA - Japan Die & Mold Association, através do honorável amigo Etsujiro Yokota. Faremos o possível para articular e implementar medidas e ações que garantam a consolidação e o crescimento do setor nas Américas. Por fim, é notório que a consciência política está se desenvolvendo positivamente em nosso país. Percebe-se (até agora e espero que a linha seja mantida) uma postura mais madura e rígida na condução do julgamento do “mensalão”. Quiçá seja esse o divisor de águas para termos, enfim, uma política ética e eficaz. Já não é mais apenas um sonho. E essa realidade, se bem coordenada, fará do Brasil o melhor país do mundo, em todos os sentidos. É nossa vontade que seja assim! E é nossa obrigação vigiar e trabalhar por ela.

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

3


Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X

17

Dez lições-chave que todo CIO precisa conhecer sobre atualização de sistemas ERP O corte de metais vem ganhando destaque na indústria metalúrgica e requerendo maior Utilizar um sistema de planejamento dos recursos (ERP) na empresa é importante. E mantê-lo atualizado é fundamental. Assim, o conhecimento das regras de atualização de programas computacionais pode minimizar problemas futuros, evitando perda de tempo e recursos financeiros.

23

Construção de protótipos por adição e remoção de material – Comparativo entre deposição em ABS e usinagem CNC Nos últimos anos a prototipagem vem crescendo em grande escala, com o desenvolvimento de novas tecnologias focando o atendimento as necessidades demandadas pelo setor Metalmecânico. Assim, os clientes ganharam uma gama de opções para o desenvolvimento de seus protótipos. Entretanto, é muito importante identificar e analisar as principais características dos processos existentes para selecionar a melhor aplicação para cada caso.

34

Otimização do fluxograma do processo de fabricação de moldes de injeção de termoplásticos Este trabalho apresenta o fluxograma do processo de fabricação de moldes de injeção de termoplásticos, desenvolvido em um ambiente de produção sob encomenda para produções não seriadas (ferramentaria), o qual tem por objetivo identificar e melhorar os processos de fabricação.

DIRETORIA Christian Dihlmann – Jacira Carrer REDAÇÃO Editor: Christian Dihlmann - (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Jornalista responsável: Antônio Roberto Szabunia - RP: SC-01996 Colaboradores Dr. Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Dr. Cristiano V. Ferreira, Dr. Jefferson de Oliveira Gomes, Dr. Moacir Eckhardt, Dr. Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 / 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br Vendas São Paulo Gilmar Frassetto (11) 8827-1817 cocaper@hotmail.com Keith Souza da Silva (11) 6102-9270 keithmathias@hotmail.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira Carrer - (47) 3025-2817 / 8877-6857 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br Produção gráfica Martin G. Henschel Impressão Impressul Indústria Gráfica Ltda. www.impressul.com.br

A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matériasprimas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas desta revista. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC

Foto da capa:

"Componentes e acessórios para moldes. Foto cedida por Casa do Ferramenteiro Ltda., de Joinville, SC."

4

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

Seções 6 7 10 12 14 15 16 42 46 48 50 55 60 61 61 62

Cartas Radar ISTMA Expressas Conexão www Euromold Entidade Ficha técnica JuríDICAS Dicas do Contador Gente & Gestão Enfoque

Associada à

Eventos Livros Índice de anunciantes Opinião O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br


Setembro/Outubro 2012

Ferramental

5


Recebi o artigo Network - Você é um amigo ou um perigo para o seu meio (Ferramental, edição 40) e teste via e-mail e adorei tudo! Somei no total 43 pontos, o que me deixou bastante satisfeita. É impressionante como os contatos que fazemos ao longo de nossa carreira são importantes e, algumas vezes, determinantes para o sucesso de algum projeto ou atividade. Muito obrigada por me trazer esta reflexão. Danielle Calicchio - T-Systems do Brasil - São Bernardo do Campo, SP

Escrevo somente para agradecer pela bela capa da Ferramental Edição 42 (julho/agosto 2012). Parabéns, em particular por ser molde construído por nossa empresa. Porém o trabalho dos responsáveis pela revista é muito bom. Antônio Luis Pereira - Tool Machine - Joinville, SC Agradeço o envio da última edição, o carinho de sempre escrever um bilhete e parabenizo o trabalho fantástico da equipe da Ferramental. Samuel Gonsales - Kayrós IT Consultoria - São Paulo, SP

Agradeço imensamente pelo envio da revista. Há muitos anos eu vinha escrevendo sem muito entusiasmo para algumas revistas, pois uma parte dos editores segue a linha de escrever qualquer coisa, para um leitor que eles julgam em sua maioria “ignorantes”. Escrever para a Ferramental me trouxe para o mundo da alegria em escrever novamente, pois a cada artigo eu sou desafiado a superar o próximo com artigos interativos ou conceituais onde o nosso leitor também se sinta desafiado a ler, entender, refletir e mudar, ou complementar suas idéias. A nossa parceria em relação aos conteúdos que desenvolvemos ficaram muito boas. Paulo César Silveira - IDHPS - Joinville, SC Recentemente nos foi doado um exemplar da revista Ferramental, a qual tem sido requisitada por nossos alunos para seus estudos e pesquisa nos Cursos de Tecnologia em Construção de Edifícios; Controle de Obras e; Transporte Terrestre. Diante da procura, tomamos a liberdade de solicitar-lhes se possível, a doação de exemplares anteriores e se possível o cadastramento da Biblioteca FATEC Tatuapé, para recebermos periodicamente esta referência em revista técnica, e assim disponibilizarmos em nosso acervo. Nanci Bolognese - Faculdade de Tecnologia Fatec - São Paulo, SP

Estou ansioso para receber a revista que melhor retrata o mercado de moldes e ferramentas. Magno Oliveira - Mafra Moldes - São Paulo, SP

Recebi a revista Ferramental com a publicação da Conferência Brasileira de Tratamento Térmico. Ficou ótima! Muito obrigada pelo envio da revista e pela publicação! Rita Dias - Metallum - São Paulo, SP Informo que temos recebido a Ferramental com regularidade, o que desde já muito agradeço. Conforme o combinado temos tentado divulgar a revista aos nossos colegas em Portugal bem como junto de alunos (potenciais engenheiros amanhã nas empresas). Aproveito para deixar a seguinte informação para colegas que desejem efectuar trabalho de investigação em Portugal. Doutoramentos/ pós Doutoramentos (Portugal) Nos últimos anos temos recebido do Brasil alguns doutorandos e professores/investigadores de escolas de engenharia para efectuarem pós doutoramento, com bolsas de estudo no estrangeiro, para trabalhos na área da Usinagem e Tribologia, no âmbito do grupo MACTRIB sediado na Universidade de Aveiro. Para além destas áreas temos também interesse em receber colaboração na área da manufactura sustentada/engenharia industrial. Detalhes e contacto podem ser obtidos no website http://www.mec.ua.pt/machining. J. Paulo Davim (pdavim@ua.pt) - Universidade de Aveiro - Aveiro, Portugal Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo). A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.

Moldes para injeção de termoplásticos e alumínio A Sildre está capacitada em disponibilizar a melhor solução em serviços na área de ferramentaria, com alto nível de qualidade e produtividade exigidos em projetos de engenharia.

SILDRE IND. DE MATRIZES LTDA. Rua Abel Postali, 430 95112-000 - Caxias do Sul - RS Fone (54) 3227-1334 sildre@sildre.com.br

6

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

www.sildre.com.br


VocĂŞ e sua empresa estĂŁo preparados?

Por MĂĄrcia Tiergarten falecom@marciatiergarten.com.br

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

7


8

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Setembro/Outubro 2012

Ferramental

9


ISTMA Annual Meeting

ABINFER é anfitriã da Reunião Anual da Associação Mundial de Ferramentarias

Participantes da reunião anual da ISTMA

10

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


ISTMA Annual Meeting

Apresentação de Leslie Payne do Canadá no workshop

Stand da ABINFER na Euromold Brasil 2012

Placa de associado ISTMA para a ABINFER

Almoço de confraternização

Apresentação de Jose Luiz Aiello da Argentina no workshop

Visita técnica à empresa GFM

Patrocinadores

Apoiadores Núcleo de Usinagem e Ferramentaria

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

11


O setor de moldes e ferramentas pode ter acesso a uma linha de financiamento especial do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para impulsionar o setor. A proposta foi apresentada na terceira reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Ferramentaria, na Câmara de São Bernardo. Sindicato, empresários, prefeituras de São Bernardo e Diadema, representantes de associações patronais e da área de formação profissional discutiram a pauta que também incluiu a constituição jurídica do Arranjo Produtivo Local (APL) de Ferramentaria na Região. “O Sindicato apoia a iniciativa, pois ela defende a produção nacional e a geração de empregos de qualidade. Não é possível que se financie a construção de uma nova montadora no País e que todas as ferramentas dela venham de fora”, afirmou Nelsi Rodrigues, o Morcegão, diretor do Sindicato. Em dezembro, o Sindicato e a ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), se reuniram com a direção do BNDES pra discutir uma forma de financiamento específico para o setor de ferramentaria, que estimulasse as empresas e a produção nacional. Seria criado um programa com o nome de Pró-ferramentaria. Para que as ferramentarias tenham acesso aos financiamentos, elas deverão apresentar um projeto ao BNDES, mostrando as necessidades do setor. Juntas no APL, essas empresas teriam mais força para negociar investimentos. Desde o ano passado, o Sindicato já debate estratégias de investimentos neste setor com a categoria, como na assembléia na ferramentaria da Volks em novembro, e reivindica do governo federal a inclusão do setor nas discussões do novo regime automotivo.

12

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

“Sabemos que o setor carece de respostas imediatas, por isso vamos agilizar a constituição do APL como entidade jurídica”, salientou Jefferson José da Conceição, Secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo. O setor de moldes e ferramentas emprega 13 mil trabalhadores na Região, segundo a ABIMAQ (cerca de 10% dos metalúrgicos do ABCD). Em todo o Brasil, são cerca de 150 mil trabalhadores diretos. Sindicato dos Metalúrgicos do ABC 11 4128 4200 www.smabc.org.br

Voltado para o debate de temas como meio ambiente, controle de processos, ferro fundido, ligas especiais e tratamento térmico, o Cintec 2012 Fundição - Congresso de Inovação Tecnológica está agendado para acontecer de 18 a 21 de setembro, em paralelo à Metalurgia. Com 20 palestras técnicas e seis mini-cursos, o evento busca ser um canal para a troca de conhecimento e experiência entre os profissionais, pesquisadores e estudantes da área de fundição. Além de aproximar esses públicos, o objetivo é levar à prática industrial os resultados do desenvolvimento tecnológico da academia. Para a abertura do congresso, que acontece no dia 17 de setembro, a fala será do presidente da Associação Brasileira de Fundição (ABIFA), Devanir Brichesi. Além de apresentar o cenário atual, abordando a competitividade da indústria, Brichesi ainda vai apontar as perspectivas para o setor. A palestra será realizada na Sociedade Educacional de Santa Catarina (Sociesc), no Campus Marquês de Olinda, às 20 horas. O Cintec

é promovido pela Sociesc e, ao longo dos seus 12 anos de história, já reuniu 7.900 congressistas e 600 palestrantes. Para a edição de 2012, importantes nomes, vindos de instituições como USP, Unisinos, Weg, SCGÁS e Petrobras, vão trazer suas experiências para o evento e levantar discussões enriquecedoras com os participantes. As palestras acontecem no auditório da Expoville e os mini-cursos na Sociesc, no Campus Marquês de Olinda. Messe Brasil 47 3451 3011 www.metalurgia.com.br

A crise global exigirá maior produtividade das economias. O Ministro Guido Mantega afirmou no Seminário promovido pelo LIDE-fiesp para apresentação da Agenda do Crescimento Acelerado, elaborada pelo MBE, que a crise global é muito grave. Apontou decisões tomadas aqui, como a redução de juros e a desvalorização cambial como políticas para enfrentar a crise. Disse esperar que o PIB cresça entre 3% e 4% em 2013 e 2014. O governo não tem "bala na agulha" para entregar o produto. Se a crise é grave, como admite o próprio ministro, e tem a expectativa de que a economia cresça 4% ao ano, com essas medidas não chegará tão longe quanto pretende. O grave problema da economia brasileira é a falta de produtividade. As recentes medidas tomadas pelo governo até o momento, apenas passam raspando pela solução, ou são completamente inócuas. Os realinhamentos apontados no documento elaborado pelo MBE mostram o caminho pa-ra o crescimento sustentado. Sobre elas, o ministro não se pronunciou, salvo para apontar que são "o sonho", a agenda ideal. A sociedade de-ve prosseguir pressionando o governo para enfrentar já nossos problemas. Ao final da crise, enquanto outros países sairão fortalecidos por medidas de aumento de suas produtividades, o que teremos feito além de medidas de curto prazo? Por um Brasil mais Eficiente, assine o


abaixo assinado do BEM no site do movimento. Movimento Brasil Eficiente www.brasileficiente.org.br

Para mostrar com maiores detalhes suas principais ferramentas aos clientes tradicionais e também aos potenciais, a PTC realizou no Brasil, em 30 de agosto, o PTCLive TechForum, seu mais importante ciclo de palestras que este ano passou a fazer parte do calendário global de eventos da empresa, com conteúdo e palestrantes alinhados aos mais modernos tópicos discutidos em 14 países por onde tem sido apresentado. Bill Heggie, vice-presidente de marketing da PTC USA, falou sobre a estratégia corporativa da companhia, destacando que o principal objetivo é ajudar os clientes a serem mais competitivos. Na avaliação do executivo, hoje as empresas precisam se transformar de forma contínua para lançar produtos inovadores e de sucesso um após o outro, e as soluções da PTC permitem atingir esse objetivo mais facilmente, na medida em que agregam valor não só a esses produtos, como também aos serviços relacionados a eles. Heggie lembrou que atualmente a PTC conta com mais de 27 mil clientes no mundo, dentre os quais se incluem marcas famosas como Whirlpool, Adidas, Boeing, Bombardier, Nokia, Motorola, Caterpillar, Continental, entre tantas outras que continuam apostando na parceria com a PTC. A visão tecnológica da companhia foi o tema de John Buchowski, vice-presidente para o Creo e Estratégias de Parceria, da PTC USA, que falou também sobre a revolução no design iniciada pela PTC na década de 1980, com o lançamento do Pro/ENGINEER, que inovou o mercado de CAD/CAM/CAE ao criar o modelamento paramétrico, repetindo o feito no ano passado com o Creo Parametric, a evolução do Pro/E, que já está na versão 2.0, agregando 1,1 mil novas funcionalidades. Outros temas em destaque foram o Windchill e como a implementação dessa solução de PLM pode auxiliar as empresas a vi-

sualizar as oportunidades existentes dentro de seus próprios muros; e a versão 2.0 do Mathcad, solução para cálculos de engenharia que ganhou novas e poderosas funcionalidades, entre as quais a total integração com a planilha Microsoft Excel, mantendo a facilidade de uso como na versão anterior. Com mais de 600 funções matemáticas embutidas, o Mathcad Prime 2.0 possibilita ao usuário resolver virtualmente qualquer equação e acrescentar texto em qualquer local do documento em que está trabalhando. Fechando o ciclo de palestras, Eduardo Zancul, professor Doutor do Departamento de Engenharia da Produção da Poli/USP e professor da disciplina de Projeto de Produtos, falou sobre o conceito de PLM e os benefícios possíveis com o emprego desse tipo de solução. No final do evento, Hélio Samora, diretor da PTC Brasil, apresentou os vencedores do Metrics Awards, prêmio concedido aos melhores projetos desenvolvidos com o Creo e com o Windchill. A Randon, fabricante de veículos e implementos rodoviários e ferroviários, sediada em Caxias do Sul (RS), foi a ganhadora da categoria automotiva. Na categoria aeroespacial e defesa, o primeiro lugar coube à Imbel, fabricante de armas. A Whirlpool venceu na categoria produtos de consumo e finalmente a ganhadora a categoria educação foi a Facens - Faculdade de Engenharia de Sorocaba. PTC 11 5052 9730 www.plmbrasil.com.br

No Brasil, quase metade das empresas fecha em 3 anos, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. De cada cem empresas abertas no Brasil, 48 encerraram suas atividades em três anos. O dado faz parte de um estudo divulgado recentemente pelo Instituto, com informações de 2010. Segundo a pesquisa, de um total de 464.700 empresas que iniciaram suas atividades em 2007, 76,1% continuavam no mercado em 2008, 61,3% sobreviveram até 2009 e apenas 51,8% ainda estavam abertas Setembro/Outubro 2012

Ferramental

13


em 2010, ou seja, quase a metade (48,2%) fechou as portas. Quase todas as empresas que morrem são de menor porte. Segundo o estudo, 98,3% das empresas que entraram no mercado e 99,3% das que saíram em 2010 tinham até 9 pessoas assalariadas. Entre as empresas que abriram, 78,6% não tinham empregados e 19,7% tinham entre 1 e 9 funcionários registrados. Já entre as que fecharam as portas, 89,1% não tinham empregados e 10,2% tinham entre 1 e 9 funcionários. O estudo conclui que há "uma relação direta entre o porte das empresas e a taxa de sobrevivência". Segundo os dados do IBGE, enquanto 67,3% das empresas sem pessoal assalariado são sobreviventes, nas empresas com 1 a 9 pessoas esta taxa sobe para 88,5% e, para as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas o índice de sobrevivência foi de 95,9%. Segundo o SEBRAE, serviço de apoio à micro e pequena empresa, entre as principais razões para a mortalidade precoce das empresas estão a falta de planejamento e o descontrole na gestão. São ainda razões a cópia de mo-

delos existentes, a falta de acompanhamento da rotina da empresa, o descontrole do fluxo de caixa, a falta de divulgação da marca, e a dificuldade na adaptação às necessidades do mercado. IBGE 0800 721 8181 www.ibge.gov.br

A Okuma, fabricante de máquinas operatrizes de última geração, acaba de investir R$ 1 milhão na implantação de uma nova sede, localizada na Vila Olímpia, em São Paulo. O local abrigará, além do escritório, o showroom da empresa, que permitirá demonstrações sobre a utilização prática dos produtos fabricados pela empresa. Mesmo com o mercado de máquinas em baixa, Alcino Junqueira Bastos, gerente geral no Brasil, comenta que a empresa acredita na recuperação do setor e tem grandes perspectivas para o mercado. “Por acreditar no Brasil nós investimos em um novo escritório, que já está instalado, e em um showroom que será inau-

gurado em breve”. O local terá um espaço de treinamentos, que consistirá em um verdadeiro centro tecnológico (Tech Center), e os clientes poderão conferir os mais novos modelos da linha de máquinas operatrizes e as famílias de máquinas já conhecidas no mercado brasileiro. “Temos o objetivo de servir os clientes domésticos bem como de outros países, já que prestamos suporte aos nossos distribuidores na América do Sul”, declara Bastos. A inauguração do showroom está prevista para a última semana de setembro.

Okuma 11 3846 6645 www.okuma.com

CONEXÃO WWW Fundada em 1948, a Robert Half foi a primeira empresa de recrutamento especializado a oferecer profissionais qualificados para a área financeira. Hoje, após mais de 60 anos de experiência em recrutamento, possui um leque de especialidades ampliado e contrata profissionais permanentes e temporários para as áreas de finanças, contabilidade, mercado financeiro, engenharia, tecnologia, marketing, vendas e jurídica. Com mais de 350 escritórios e 9.000 colaboradores no mundo, a Robert Half iniciou em 2007 suas operações em recrutamento no Brasil. O compromisso da empresa com os candidatos é representá-los no mercado e prover as melhores soluções em recrutamento especializado. Na seção de download da página eletrônica, podem ser acessados modelos de currículo, guia salarial, dicas para o processo seletivo, regras de etiquetas nos negócios, entre outras informações importantes para o setor de recursos humanos. www.roberthalf.com.br O SIMEFRE - Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários, entidade de classe sem fins lucrativos, tem como finalidade representar as empresas nacionais que atuam na fabricação de materiais e equipamentos ferroviários e rodoviários e de duas rodas. Constituído em 17/09/1934 teve seu reconhecimento como entidade sindical em 15/05/1941 pelo Ministério do Trabalho e desempenha diversas atividades como órgão de classe. Representando os interesses gerais da categoria por ele abrangida ou de seus associados junto às autoridades governamentais e sociedade civil, o SIMEFRE tem como prerrogativas estatutárias, dentre outras, colaborar com o Estado, como órgão técnico e consultivo, no estudo e solução dos problemas relacionados com sua categoria econômica. Reúne empresas de todos os portes, localizadas em quase todos os Estados do País. www.simefre.org.br 14

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Euromold Brasil

Interplast + EuroMold BRASIL

Por Simone Hülse Feuser especial para a Ferramental

confiram sucesso de público e geração de negócios

Messe Brasil / Demat Mais informações pelo e-mail euromoldbrasil@messebrasil.com.br ou pelo fone 47 3451 3000 Setembro/Outubro 2012

Ferramental

15


ABINFER DESCRIÇÃO Razão social: Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais Endereço: Avenida Aluísio Pires Condeixa, 2.550

Bairro: Saguaçu

CEP: 89221-750

Estado: Sc

Cidade: Joinville

Fone: (47) 3461-3333

Fax: (47) 3461-3333

e-mail: relacionamento@abinfer.com.br

Site: www.abinfer.org.br

DIREÇÃO Presidente: Christian Dihlmann

Mandato: 2011 a 2014

Contato primário: Adelson Borba

e-mail: relacionamento@abinfer.com.br

CARACTERIZAÇÃO Objetivos: I. Promover, estimular e propor medidas que permitam aos empresários, sociedades empresariais e demais pessoas que se dedicam às indústrias de ferramentais, o desenvolvimento e fortalecimento harmônico de suas atividades, como parcela representativa no contexto econômico-social do Município, do Estado e do País; II. Realizar pesquisas, estimulando o aperfeiçoamento técnico das indústrias de ferramentais no que diz respeito à inovação tecnológica, desenvolvimento, distribuição, venda e outras atividades relacionadas ao processo econômico de produção, distribuição e venda de moldes, estampos, equipamentos e componentes do setor; III. Facilitar o acesso a serviços especializados à orientação e assistência aos associados; IV. Defender, amparar, orientar e coligar os empresários, sociedades empresarias e demais pessoas que se dediquem a qualquer atividade voltada às indústrias de ferramentais perante os órgãos competentes, participando juntos aos Poderes Públicos no estabelecimento de critérios que definam suas obrigações e direitos perante a Comunidade Brasileira e Internacional, para com a Federação Estadual e Confederação Nacional; V. Apresentar e defender junto aos Poderes Públicos as medidas necessárias e suficientes para o bom desempenho e desenvolvimento econômico e social das indústrias de ferramentais, procurando manter representação junto as Entidades e Órgãos colegiados que estabelecem a política econômica governamental nos âmbitos municipal, estadual e federal; VI. Celebrar convênios e parcerias junto a órgãos públicos e privados, nacional e internacional, visando a formação de vínculo de cooperação para o fomento e execução de suas atividades; VII. Promover a união entre seus associados, defendendo os interesses destes em todas as instâncias constitucionais na esfera judicial e extrajudicial, podendo para tanto ajuizar demandas em nome de seus associados. Setor de atuação: Cadeia de fabricantes de ferramentais (moldes, matrizes, estampos, dispositivos e similares) Perfil do associado: Empresários e profissionais do setor de ferramentaria

SERVIÇOS OFERECIDOS

Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ Ÿ

16

Palestras Seminários de aperfeiçoamento Promoção de feiras/exposições Cursos para treinamento de profissionais Orientação institucional para empresas da cadeia de fabricantes de ferramentais Articulação política pela sustentabilidade da cadeia de fabricantes de ferramentais

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

EVENTOS PROMOVIDOS

Ÿ

Encontro Nacional de Ferramentarias - ENAFER


SAMUEL GONSALES - samuel@kayros-it.com.br

Dez lições-chave que todo CIO precisa conhecer sobre atualização de sistemas ERP

U

tilizar um sistema de planejamento dos recursos (ERP) na empresa é importante. E mantê-lo atualizado é fundamental. Assim, o conhecimento das regras de atualização de programas computacionais pode minimizar problemas futuros, evitando assim perda de tempo e de recursos financeiros.

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

17


18

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Setembro/Outubro 2012

Ferramental

19


20

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Samuel Gonsales - É diretor executivo da Kayros IT Consultoria, especializada em modelos de gestão para empresas de moda e vestuário. É analista de sistemas pela Universidade Paulista, especialista em Sistemas de Gestão Empresarial - ERP pela FIAP e tem MBA em Gestão de Negócios. Atua também como professor em graduação e pós-graduação, palestrante e articulista de jornais, revistas e portais de negócios e tecnologia.

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

21


22

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


ALEXANDRE DE AVIZ - alexandre.aviz@sc.senai.br TIAGO CARLOS GUERRA - tiago.guerra@sc.senai.br CÉSAR AUGUSTO GUERRA - cimacad@cimacad.com.br

Construção de protótipos por adição e remoção de material - Comparativo entre deposição em ABS e usinagem CNC

N

os últimos anos a prototipagem vem crescendo em grande escala, com o desenvolvimento de novas tecnologias focando o atendimento às necessidades demandadas pelo setor Metalmecânico. Com o desenvolvimento destas tecnologias os clientes ganharam uma gama de opções para o desenvolvimento de seus protótipos. Entretanto, é muito importante identificar e analisar as principais características dos processos existentes para selecionar a melhor aplicação para cada caso. Este trabalho apresenta um comparativo entre dois processos: remoção de material por usinagem e adição de material por deposição.

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

23


24

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Etapas do PDP

Custo médio por mudança

Descrição

1

Fase de simulação preditiva

R$ 2.000,00

2

Fase de testes, antes da liberação do produto

R$ 20.000,00

3

Depois da liberação do produto

R$ 100.000,00

Tabela 1 - Custos da mudança de engenharia em várias etapas do PDP - Processo de Desenvolvimento de Produtos (Fonte: Cimacad 2012)

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

25


guias rotativas

alimentação do arame do material

movimento XY resistência bico extrusor objeto

suportes espuma plataforma Z

Figura 1 - Esquema simplificado do processo FDM (Fonte: Stratasys 2008)

Nome comercial ABS 400 (Stratasys)

Tipo Filamento de ABS

ABSi 500 (Stratasys) Filamento de metil metacrilato de ABS

Aplicação Durável, resistente, boa resistência térmica e química. Colorido Aplicações médicas. Pode ser esterilizado com radiação gama

IC W06 wax (Stratasys)

Filamento para modelos de fundição de cera perdida.

Fundição de cera perdida

Elastomer E20 (Stratasys)

Filamento de elastômero

Material elástico resistente e flexível. Ideal para vedações e peças flexíveis

Polycarbonate (Stratasys)

Filamento de policarbonato

Termoplástico rígido de performance superior ao ABS

Polyphenylsulphone (Stratasys)

Filamento de polifenilsulfona

Termoplástico rígido para aplicações diversas

Polyester P1500 (Stratasys)

Waffle de polímero a base de poliéster

Utilizado em protótipos conceituais

Multipupose ABS filament (Sibco, UK)

Filamento de ABS

Durável, resistente, boa resistência térmica, química e colorido

Tabela 2 - Principais materiais utilizados no processo FDM (Fonte: Stratasys 2008)

26

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Setembro/Outubro 2012

Ferramental

27


Figura 2 - Mรกquina FDM Stratasys Dimension (Fonte: autores 2012)

Figura 3 - Fresadora CNC Discovery 540 (Fonte: autores 2012)

28

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Figura 5 - Corpos de prova (Fonte: autores 2012)

Figura 6 - Corpos de prova tracionados (Fonte: autores 2012)

Figura 4 - Peรงas utilizadas no estudo de caso 1 (Fonte: autores 2012)

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

29


Figura 9 - Item A e B (Fonte: autores 2012)

Figura 7 - Prot贸tipo (Fonte: autores 2012)

Figura 8 - Prot贸tipo usinado (Fonte: autores 2012)

30

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Peça 1

Operação

Quantidade

Valor/peça (R$)

Total (R$)

Peça usinada

Programação

60 min

40,00 (60 min)

40,00

Usinagem

75 min

50,00 (60 min)

62,50

Material

1/250

1.300,00 (chapa)

5,20

Espuma

1/8 peça

15,00 (peças)

1,87

Programação

10 min

40,00 (60 min)

6,66

Tempo

75 min

45,00(60 min)

56,25

Material

0,0101 g

2.000,00 (kg)

20,20

Total Peça FDM

R$ 107,70

Total

R$ 84,98

Tabela 3 - Levantamento de custo da peça 1 prototipada com 10 gramas (Fonte: autores 2012) Peça 2

Operação

Peça usinada

Quantidade

Valor/peça (R$)

Total (R$)

Programação

90 min

40,00 (60 min)

60,00

Usinagem

112,5 min

50,00 (60 min)

93,75

Material

1/110

1.300,00 (chapa)

Total Peça FDM

Figura 10 - Comparação de custos (Fonte: autores 2012)

11,81 R$ 165,56

Espuma

1/6 peça

15,00 (peças)

2,50

Programação

10 min

40,00 (60 min)

6,66

Tempo

188,4 min

45,00(60 min)

141,30

Material

0,0375 g

2.000,00 (kg)

Total

75,00 R$ 225,46

Tabela 4 - Levantamento de custo da peça 2 prototipada com 37 gramas (Fonte: autores 2012)

Figura 11 - Volume x tempo (Fonte: autores 2012)

Peça 3

Operação

Quantidade

Valor/peça (R$)

Total (R$)

Peça usinada

Programação

120 min

40,00 (60 min)

80,00

Usinagem

150 min

50,00 (60 min)

125,00

Material

1/62,5

1.500,00 (chapa)

24,00

Espuma

1/4 peça

15,00 (peças)

3,75

Programação

10 min

40,00 (60 min)

6,66

Tempo

373,2 min

45,00(60 min)

279,90

Material

0,0832 g

2.000,00 (kg)

166,40

Total Peça FDM

Total

R$ 229,00

R$ 456,71

Tabela 5 - Levantamento de custo da peça 3 prototipada com 83 gramas (Fonte: autores 2012)

Figura 12 - Comparativo de custo peça 1 (Fonte: autores 2012) Setembro/Outubro 2012

Ferramental

31


Figura 13 - Comparativo de custo peça 2 (Fonte: autores 2012)

Figura 14 - Comparativo de custo peça 3 (Fonte: autores 2012)

Corpo de provas em ABS

Norma ASTM D-638

Resistência à Tração (kgf/cm2)

Peça Usinada

Valor médio Desvio padrão

331,87 3,84

Peça FDM

Valor médio Desvio padrão

123,38 3,21

Tabela 6 - Resultados dos ensaios de tração (Fonte: autores 2012)

32

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Alexandre de Aviz - Tecnólogo em Gestão da Qualidade e Produtividade graduado pela SOCIESC e Pós Graduando do curso de Pós Graduação em Engenharia da Manutenção Mecânica pelo SENAI Joinville. Técnico em Ferramentaria de Moldes e Técnico em Mecânica Geral. É especialista em metal mecânico pelo SENAI Joinville. Atuou como coordenador de PCP por sete anos em uma grande ferramentaria situada na região de Joinville/SC, instrutor e consultor do SENAI SC em Joinville/SC para consultorias em usinagem técnica e prototipagem rápida. Foi docente do curso de Ferramentaria de Moldes em processo de usinagem. Atualmente é responsável pelo setor de usinagem de protótipos do SENAI Joinville. Tiago Carlos Guerra - Tecnólogo em Fabricação Mecânica pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI. Atua no ramo de prototipagem há nove anos com experiência em usinagem CNC, prototipagem por deposição de material, engenharia reversa, modelamento e desenvolvimento de produtos, projetos de moldes de injeção. Atualmente é responsável pelo Laboratório de Prototipagem e Engenharia Reversa do SENAI Joinville. César Augusto Guerra - Pós Graduado em Gerenciamento de Projetos e Tecnólogo em Fabricação Mecânica pela SOCIESC. Atua no ramo de prototipagem há mais de dez anos com experiência em usinagem CNC, prototipagem por deposição de material, engenharia reversa, modelamento e desenvolvimento de produtos, projetos de moldes de injeção. Atualmente representa o software Cimatron com a empresa CIMACAD.

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

33


GILBERTO PAULO ZLUHAN - zluhan@sociesc.org.br ERNESTO BERKENBROCK - ernesto.b@sociesc.org.br JOSÉ CARLOS DA SILVA JÚNIOR - jcjunior@sociesc.com.br MARCELO BITTENCOURT - marcelo.bittencourt@sociesc.com.br

Otimização do fluxograma do processo de fabricação de moldes de injeção de termoplásticos

E

ste trabalho apresenta o fluxograma do processo de fabricação de moldes de injeção de termoplásticos, desenvolvido em um ambiente de produção sob encomenda para produções não seriadas (ferramentaria), o qual tem por objetivo identificar e melhorar os processos de fabricação.

Com o aumento da concorrência através da globalização do mercado faz-se necessário o aprimoramento dos processos de fabricação para aperfeiçoar os custos e reduzir os tempos de produção, condição fundamental para a permanência no mercado [1, 2]. Dentro deste contexto, busca-se definir as melhores metodologias que possibilitem desenvolver um processo para a fabricação de moldes de injeção de forma mais rápida, permitindo a visualização e acompanhamento das atividades, reaproveitamento de informações, padronização das atividades e processos. Portanto, este é um grande desafio para empresas que pretendem ter um diferencial competitivo no mercado sujeito a tantas inovações e mudanças. METODOLOGIA Na busca de bibliografia referente a metodologias utilizadas no processo de fabricação de moldes de injeção depara-se com uma enorme lacuna. É grande a dificuldade de localizar artigos, livros e discussões sobre metodologias, processos e sequências de atividades, de forma otimizada, para este tipo de setor produtivo. A partir da constatação desta dificuldade propôs-se desenvolver uma pesquisa junto às ferramentarias da região de Joinville. Por volta do ano 2000 percebeu-se que o processo de fabricação bem como o sequenciamento das atividades estava baseado essencialmente na experiência do supervisor (responsável pelo acompanhamento das atividades). Este processo não estava 34

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

formalizado e em um fluxo sequencial de operações, visto que é peculiar de cada empresa, dependendo dos recursos (máquinas, ferramentas, pessoas) disponíveis em cada planta. Isto faz com que o fluxo mude e seja adaptado aos recursos e aos gargalos existentes individualmente nas ferramentarias. Assim surgiu a proposta de desenvolvimento de um fluxograma que retrate as grandes áreas envolvidas durante o processo bem como o sequenciamento e prioridades adotadas durante a fabricação de moldes de injeção. No fluxograma do processo de fabricação de moldes (figura 1) há divisão em quatro grandes áreas (setores), a saber: projeto, planejamento, usinagem e bancada (montagem). Estas áreas variam de empresa para empresa, portanto devem ser verificadas as atividades desenvolvidas para adequar os setores correspondentes em cada empresa. Cada um destes setores é descrito buscando apresentar as atividades, de forma macro, distribuídas de maneira sequencial e otimizada sem entrar em grande aprofundamento no processo de cada componente. Setor de Planejamento Este setor é responsável, em uma primeira fase, pela elaboração do orçamento a ser enviado para o cliente a fim de obter-se o pedido para a fabricação do molde. Portanto, desenvolve uma interface comercial com o cliente buscando os dados de entrada necessários para realizar o orçamento (vide check-list na página 43 - Ficha


FLUXOGRAMA PARA FABRICAÇÃO DE MOLDE PROJETO

PLANEJAMENTO

USINAGEM

BANCADA

1ª fase Início Receber desenho do produto Preencher Check List

Esboçar molde

Usinar cavidades

Macho

Fêmea

Executar análise de CAE

2ª fase Sim

Orçamento aprovado? Não

Programar CAM

Aprovação ante projeto

Não Alterar

Preencher lista de usinagem (PGM CAM)

Usinar porta postiço superior

Temperar e revenir Usinar porta postiço inferior

Emitir lista de material a manufaturar, cilindro e câmara quente

Fazer acabamento individual

Necessita Não eletroerosão? Fechar o molde

Sim Erosionar

Final

Sim Simular usinagem

Arquivar

Não

Sim

Enviar orçamento Fazer ante projeto

Eletrodos Necessita tratamento térmico?

Elaborar orçamento

Modelar desenho 3D

Tornear peças

3ª fase Executar TRY-OUT

Comprar material

Desenhar projeto final e detalhamento

Planejar processo de fabricação

Usinar estrutura do molde

Aprovado?

Não

Retrabalhar

Sim Necesita Sim lista de material complementar Não

Emitir lista

Emitir faturamento

Nitretar

Final

Técnica). Para a obtenção do orçamento do molde envolvem-se, quando necessário, outras pessoas (projetista, operador de eletroerosão, fresador, processista, torneiro, ferramenteiro ajustador, e outros) no processo, dependendo da metodologia adotada e dos recursos disponíveis em cada empresa. 1 A utilização do check-list tem como objetivo informar e agrupar as exigências do cliente quanto às características do produto, do molde e da máquina injetora. Serve principalmente para prever as operações necessárias para o projeto e fabricação, bem como documentar as informações referentes ao molde. Na sequência preenche-se um desenho em esboço com as principais dimensões, leiaute2 das cavidades e demais informações. Caso seja um molde especial, envia-se para o setor de projetos para elaborar um esboço (estudo) do funcional do molde. Estatisticamente é comprovado que a cada 10 moldes orçados, apenas 1 é aprovado para fabricação [3, 4, 5]. Portanto o tempo dispensado na estimativa de custo deve ser minimizado, entretanto nunca desprezado. Faz-se necessário estimar os custos do molde de for-

ma rápida e precisa, através de uma metodologia adequada, normalmente operacionalizada por um profissional com vasta experiência e conhecimento nas áreas de projeto, materiais, usinagem, acabamento, montagem, entre outros [3]. Os orçamentos mal elaborados podem levar a ferramentaria à falência visto que, se o preço orçado estiver abaixo do real acarretará em prejuízo e, se o preço for excessivo, fará com que o cliente não venha a fechar o pedido, perdendo assim a possibilidade de negócio [5]. O setor de planejamento encaminha a proposta de orçamento ao departamento comercial (ou representante) que, por sua vez, envia ao cliente e aguarda a resposta. Em caso de resposta negativa, o processo é encerrado e arquivado. Nos casos em que o orçamento é confirmado, as atividades são distribuídas aos setores correspondentes iniciando, na componente técnica, 1 Check-list: do inglês check = verificar e list = lista. É uma lista de verificação, geralmente utilizada para organizar itens de um evento. Pode ser elaborada para verificar atividades já realizadas ou à realizar. 2 Leiaute: derivado do inglês layout significa desenho, diagrama, contorno, traçado, plano, esboço (Eugênio Fürstenau, Novo dicionário de termos técnicos inglês - português, Editora Globo, São Paulo, SP, 2005).

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

35


pelo setor de projetos que dispara as primeiras atividades e na componente administrativa, pela formalização do pedido de compras e elaboração do contrato comercial. É importante que o setor de projeto respeite as condições do orçamento (especificações que foram negociadas pelo comercial) baseando-se no esboço utilizado. A não observância das condições acordadas pode acarretar graves conflitos no futuro entre o cliente e o fornecedor. Setor de Projetos As fases a seguir relatam as atividades técnicas desenvolvidas no setor de projetos conforme apresentado no fluxograma do processo de fabricação do molde de injeção (figura 1). São desenvolvidas simultaneamente três frentes de trabalho: 1. Desenho do anteprojeto (normalmente em 2D3) e projeto definitivo em 3D4; 2. Simulação de injeção (análise de fluxo) e; 3. Modelamento do produto e geração de programas de usinagem. 1a fase: Modelamento do produto em 3D Em alguns casos o cliente não possui o modelamento do produto e fornece apenas o desenho 2D, ou a digitalização das cavidades de um molde antigo onde é necessário fazer a reposição deste. Este modelamento pode ser feito em sólido ou superfície, dependendo da complexidade do produto e dos recursos disponíveis do software5. Caso o produto apresente uma forma altamente complexa com design6 muito arrojado, procura-se modelar o produto em superfícies. Por outro lado, em casos em que o produto apresenta uma geometria mais regular desenvolve-se o modelamento em sólido. Cada uma das situações apresenta vantagens e desvantagens. Atualmente muitos softwares apresentam forma híbrida podendo mesclar os dois formatos. No formato sólido inicialmente tem-se um tempo de modelamento um pouco maior em relação ao formato de superfície, mas é muito utilizado principalmente quando se desenvolve a concepção do produto. O modelamento em sólido posteriormente reverte-se em ganhos, sempre em que alterações do produto se fizerem necessárias, em função do recurso de parametrização. Nele, apenas alteram-se medidas do desenho e o mesmo é atualizado automaticamente. Geralmente também possui rápidos recursos para definição de espessuras, geração automática de desenhos cotados e hachu36

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

rados, vistas, cortes, escalas, etc. 2a fase: Análise de CAE7 Há duas situações distintas: Primeira: Efetuar uma análise de CAE para determinar a resistência estrutural da peça em função de esforços sofridos. Isto se faz antes da fabricação do molde, para que se incluam na forma final do produto o dimensionamento segundo a necessidade estrutural. Segunda: Realizar uma análise de CAE para verificar o preenchimento, o recalque, a refrigeração e o empenamento do produto a fim de orientar o projetista no projeto do molde de injeção. Pode-se obter diversas informações como, por exemplo: Definição para construção do molde Ÿ Definições dos canais de injeção (dimensionamento e balanceamento); Ÿ Números de canais para injeção; Ÿ Necessidade de 3a placa; Ÿ Refrigeração; Ÿ Temperaturas de injeção; Ÿ Temperaturas de refrigeração; Ÿ Empenamento; Ÿ Saída de gases; Dados de processo para a máquina injetora Ÿ Força de fechamento; Ÿ Regulagem de perfil de velocidade; Ÿ Tempo de injeção; Ÿ Tempo de recalque; Ÿ Tempo de refrigeração; Ÿ Tempo de ciclo; Definição para dados da matéria-prima Ÿ Teste com vários materiais; Ÿ Comportamento da matéria-prima; Ÿ Peso do produto; Ÿ Tensão de cisalhamento; Ÿ Taxa de cisalhamento; Ÿ Linha de solda; 3

2D: desenho bidimensional, sem a referência de profundidade. CAE: do inglês Computer Aided Engineering, significa engenharia assistida por computador. 5 Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação. 6 Design: processo técnico e criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração e especificação de um artefato [www.wikipedia.com.br]. 7 CAE: do inglês Computer Aided Engineering, significa engenharia assistida por computador. 4


3a fase: Projeto do molde segundo conclusões do CAE O projeto do molde é elaborado levando-se em conta as informações obtidas na análise de CAE/CAD8, onde se segue a sequência: Ÿ Faz-se um anteprojeto para discussão com o cliente (observando-se os padrões internos de cada empresa); Ÿ Após a aprovação do anteprojeto, envia-se a listagem de material para compras (Em muitos softwares esta listagem é obtida automaticamente); Ÿ Determinação dos canais de injeção; Ÿ Localização da refrigeração; Ÿ Número e posição dos extratores; Ÿ Determinação da linha de fechamento. Em peças com geometrias complexas estas linhas são determinadas automaticamente no sistema CAD durante o modelamento; Ÿ Separação do modelo CAD em cavidades, machos e postiços; Ÿ Introdução das cavidades, machos e postiços no desenho da estrutura do molde (porta molde); Ÿ Definição de mecanismos e gavetas quando necessário; Ÿ Geração de listagem de material e dos componentes do molde;

Em muitos casos utiliza-se uma biblioteca de porta molde disponível no software. Esta biblioteca está disponível para sistemas em 3D, onde o projetista define suas dimensões principais que já estão parametrizadas. Utilizando-se estes recursos consegue-se otimizar mais de 50% no ciclo de desenvolvimento do projeto. 4a fase: Geração dos programas para máquinas CNC9 via CAM10 De posse do modelo CAD 3D gera-se a trajetória de ferramentas (programas), sempre que possível, para desbaste, pré-acabamento e acabamento. Como padrão, procura-se desbastar com ferramentas de maior diâmetro possível para ganhar tempo. Posteriormente vai-se reduzindo o diâmetro das ferramentas, deixando somente os cantos para usinar com ferramentas menores, se houver necessidade. Em situações de difícil usinagem, por vezes é neces8

CAD: do inglês Computer Aided Design, significa projeto assistido por computador. 9 CNC: do inglês Computer Numerical Control, que significa comando numérico computadorizado. 10 CAM: do inglês Computer Aided Manufacturing, significa fabricação assistida por computador.

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

37


sária a confecção de eletrodos para eletroerosão por penetração. Estes são normalmente aplicados para construção de nervuras e detalhes muito pequenos. Após a conclusão dos programas de usinagem, é preciso fazer o pós-processamento para geração das trajetórias das ferramentas e simulação da usinagem via CAV11, normalmente em uma linguagem APT12, ou simula-se diretamente do software caso possua simulador integrado. O pós-processamento das trajetórias das ferramentas é dependente do comando CNC de cada máquina operatriz. Escolhe-se a linguagem necessária como, por exemplo: ISO, FANUC, HEIDENHEIN, SINUMERICH, etc. 5a fase: Simulação da usinagem CAV Após o pós-processamento dos programas CNC, fazse simulação das trajetórias programadas, procurando verificar eventuais falhas. Existem funções nos softwares que possibilitam fazer uma subtração do modelo usinado virtual com o produto modelado em 3D. Dessa forma é possível visualizar um eventual sobre-metal deixado durante a usinagem, bem como o inverso, onde se verificam possíveis entradas na peça. Quando a simulação esta concluída e aprovada, é preparado um plano de usinagem a ser encaminhado para o setor de planejamento que envia para as máquinas de comando numérico computadorizado com todas as informações necessárias para usinagem das peças (fixação, ficha de ferramenta, etc.). Planejamento do Processo de Fabricação O processo retorna ao setor de planejamento. Conforme apresentado no fluxograma do processo de fabricação do molde (figura 1), observa-se o sequenciamento do processo de usinagem em três fases. Na primeira fase do planejamento de processo, é elaborado o sequenciamento de operações necessárias para fabricação de cada peça e seleção das máquinas e equipamentos correspondentes que serão utilizados durante o processo de usinagem. Este planejamento prevê todo o processo de fabricação, desde a compra de materiais e componentes até a chegada na bancada para montagem (figura 1). Durante o planejamento do processo de fabricação dá-se prioridade as usinagens de cavidades, pois estes componentes requerem um maior número de operações. Sendo assim, são peças mais demoradas e muitas 38

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

vezes requerem alta precisão dimensional. Estas peças reproduzem todo o formato do produto, tanto externo (cavidades) como interno (machos). No processo de usinagem das cavidades a fresadora realiza inúmeras outras operações como, por exemplo, canais de injeção, refrigeração e pinos retorno. Esta sequência de operações está representada no desenho da cavidade juntamente com o acompanhamento do plano de processo de usinagem. As máquinas empregadas na fabricação destas cavidades e machos são normalmente fresadoras CNC (comando numérico computadorizado), tornos, broqueadeiras, eletro-erosão, retificadoras planas, cilíndricas e de coordenadas. A escolha da máquina é feita em função das características da peça a ser fabricada como: dimensões máximas, precisão exigida, acabamento requerido, bem como a eventual fato de existirem gargalos (ou seja, necessita-se efetuar uma operação em uma determinada máquina que está ocupada, então é preciso ficar aguardando em uma fila até que a máquina seja liberada. Esta fila de espera quando muito grande, chama-se gargalo), fazendo necessário o uso de outra máquina para se obter maior disponibilidade e sequenciamento. Em paralelo a usinagem das cavidades, verifica-se a necessidade da fabricação de pequenos detalhes e cantos vivos em regiões onde a ferramenta deixa cantos com raio da ferramenta ou não consegue usinar em função das dimensões críticas de profundidade e largura. É exigido então o uso de eletro-erosão ou método alternativo. Para que isto seja possível usinam-se eletrodos que serão utilizados após tratamento térmico. Juntamente com a fabricação das cavidades, machos e eletrodos, serão usinados alguns acessórios em tornos, como: buchas, colunas, guias, etc. Estas são peças independentes das demais, que possuem formas cilíndricas, possibilitando a programação em outras máquinas que normalmente tem maior disponibilidade de horas. Após esta fase de usinagem de desbaste, verifica-se a necessidade de confecção de roscas, porque as peças 11 CAV: do inglês Computer Aided Verifying, significa verificação assistida por computador. 12 APT: do inglês Automatically Programmed Tool significa Ferramenta Programada Automaticamente. É o mais tradicional método de programação auxiliada por computador, sendo considerada linguagem de alto nível. A função do programador, utilizando esse método, é escrever o programa fonte, aonde define-se a geometria da peça e/ou o percurso da ferramenta, via definição de forma padronizada pela linguagem de entes geométricos e funções auxiliares. Esse programa fonte é trabalhado por um processador, que realiza os cálculos geométricos, determina o contorno da ferramenta e gera um arquivo neutro independente da máquina. Posteriormente esse arquivo é pósprocessado, gerando um arquivo específico para cada máquina [www.numa.org.br].


receberão tratamento térmico aumentando sua dureza superficial, não permitindo mais a possibilidade de fazêlas posteriormente. Após o tratamento térmico e usinagem de acabamento é feita a erosão nas peças conforme justificado anteriormente. Posteriormente as peças são enviadas para as bancadas onde serão realizadas várias operações de acabamento (ajustes, acabamento, polimento, montagem, testes, etc.). Na segunda fase são usinados os porta postiço (porta cavidade) superior e inferior onde serão alojados os postiços usinados na primeira fase. Enquanto estas peças estão sendo usinadas, os postiços já estão recebendo tratamento térmico e operações de eletroerosão e acabamento. Se o tempo de entrega contratado do molde é muito reduzido, há possibilidade de compra do porta molde (estrutura do molde) pronto, objetivando reduzir o tempo de utilização das máquinas. Usina-se apenas o alojamento dos postiços, canais de injeção, furos para extração e eventuais furos para refrigeração.

Na terceira fase usina-se a estrutura do molde (placa base superior e inferior, sistema de extração, colunas, etc.) possibilitando assim a montagem e fechamento do molde completo. Estes componentes são usinados por último em função de não comprometerem diretamente a continuidade do serviço na bancada. Após estas três fases sequenciadas pela equipe do planejamento de processo, o molde é ajustado e testado em try-out13 na máquina injetora. Caso o molde seja aprovado, ele é enviado para a nitretação14, quando o processo exigir. Em caso de o molde não ser aprovado, é feito um retrabalho a fim de corrigir todos os problemas existentes. Estes problemas podem ser gerados em função do funcional do molde ou dimensional do produto injetado. Depois que o molde estiver pronto a equipe 13 Try-out: do inglês, significa experimentar. No segmento de ferramentarias qualifica o(s) teste(s) realizado(s) com o ferramental até sua aprovação para entrega ao cliente. 14 Nitretação: Tratamento termoquímico em que se promove o enriquecimento superficial com nitrogênio (N), objetivando melhorar as propriedades superficiais do molde.

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

39


de planejamento encaminha para o faturamento final juntamente com a entrega do molde. Setor de Usinagem O setor de usinagem é onde será confeccionado o molde de injeção, ou seja, sua estrutura, cavidades e acessórios. As máquinas que serão utilizadas para confeccionar o molde são basicamente fresadoras CNC, broqueadeiras, tornos, retificadoras, equipamentos de eletroerosão, furadeiras, entre outras. Tendo em vista o tempo disponível de cada máquina e o tipo de usinagem necessário para cada componente do molde, o setor de planejamento apresenta um roteiro de processo a fim de organizar e otimizar a utilização das máquinas conforme descrito anteriormente no sequenciamento das atividades. Inicialmente são usinadas as cavidades e machos, normalmente em postiços, pois são as partes principais do molde. Caso aconteça alguma falha na usinagem que venha a danificar as cavidades/machos (postiços), não será necessário reusinar toda a estrutura novamente (placa cavidade), substituindo-se apenas o postiço danificado. Além disto, pode-se trabalhar com peças menores, facilitando a fixação e o manuseio durante o processo de usinagem e acabamento. Finalizadas as operações de usinagem das cavidades, inicia-se a usinagem da estrutura do molde e paralelamente são fabricadas as partes menores, ou seja, componentes que formam o molde de injeção e que envolvem diversas máquinas e operações para sua construção. Estes componentes não precisam, necessariamente, ser usinados internamente, pois muitas vezes é mais vantajoso comprá-los prontos de terceiros do que fabricá-los na própria ferramentaria. Estando concluída a usinagem do molde, ele é enviado para a bancada onde recebe o acabamento necessário. Setor de Bancada (Montagem) A bancada é uma das últimas etapas de confecção do molde. Nela o molde passa pelos últimos ajustes e operações de acabamento. Quando o molde está neste setor, passa por algumas operações como: furações e rosqueamentos pouco precisos, retificação de algumas peças de tornos, eletroerosão em alguns casos para melhorar acabamento interno dos postiços, polimento, montagem, que darão as dimensões e qualidade final aos componentes, a fim de possibilitar a montagem do conjunto do molde. As furações e rosqueamentos que serão feitos quando o molde está no setor de acaba40

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

mento são aquelas para fixar pequenas partes do molde, por isso não requerem tanta precisão e é necessário fazê-las antes de eventuais tratamentos térmico. As peças de tornos que serão retificadas são aquelas que, por algum descuido, apresentam interferência ou denotam erro de localização do furo na placa na ordem de microns. Então se faz uma retificação corrigindo o erro. Os postiços, quando chegam à bancada, serão acabados com lixas finas d'água, pedras e pastas de polir especiais para dar acabamento, deixando os postiços espelhados ou não, dependendo do grau de acabamento que se quer conseguir no produto final. A montagem é feita verificando-se todo o fechamento do molde, ou seja, ajusta-se a cavidade e o macho de tal forma que não haja espaço ou folga nas superfícies de contorno do produto a fim de evitar rebarbas na linha de fechamento. Também verifica-se as guias e buchas para estarem bem centralizadas, ajustase os canais de refrigeração para evitar vazamento, bem como os extratores, canais de alimentação, etc. Depois que estiver ajustado leva-se o molde para a máquina injetora com o objetivo de realizar o try-out. Durante o try-out observa-se os possíveis vazamentos no sistema de refrigeração, nos canais de injeção e eventuais rebarbas que possam existir no produto, fazendose uma avaliação completa no funcional do molde e, posteriormente, realiza-se controle dimensional no produto e teste funcional com a peça injetada. No caso de estas avaliações estarem de acordo com o desejado, as cavidades são nitretadas para aumentar a resistência superficial possibilitando uma vida útil maior ao molde. PADRONIZAÇÃO DAS ATIVIDADES E DOS COMPONENTES DO MOLDE Sabe-se que os moldes tem grandes variações de forma e conceito, em função do produto a ser moldado. Mas os processos de fabricação de muitos componentes são idênticos, mudando apenas as dimensões. Isto possibilita a criação de procedimentos padrões uniformizando as informações e visando maior rapidez em todo o processo de fabricação. Isto é perfeitamente possível, desde que haja uma padronização lógica, começando na área de projeto com o desenho do molde. Se os componentes tiverem o mesmo nome e as mesmas indicações para todos os moldes, será possível fazer com que as informações sejam perfeitamente reaproveitáveis durante todo o processo de fabricação, como por exemplo:


Ÿ Check-list das especificações da peça, do molde e da máquina injetora; Ÿ Nomenclatura dos componentes, dos materiais e dos tratamentos térmicos e superficiais; Ÿ Padronização do planejamento e controle de processo PCP15. CONCLUSÃO A partir da elaboração do fluxograma do processo de fabricação de moldes (figura 1) pode-se verificar a distribuição das tarefas do setor de projetos, planejamento, usinagem e bancada. Este fluxograma também facilita a visualização das atividades de programação realizadas pelo setor de planejamento no sentido de assegurar e priorizar as sequências das atividades planejadas. Outro fator relevante foi a padronização efetuada para os componentes, a nomenclatura, os materiais e o tratamento térmico. Como esta padronização reflete-se diretamente nas atividades de planejamento e controle de processo, há ganho de tempo com a agilidade e com o reaproveitamento das informações, possibilitando assim otimizar o processo de programação, bem como uma reutilização de muitos desenhos no setor de projetos. Através do mapeamento e elaboração do fluxograma do processo de fabricação dos moldes de injeção tem-se a visualização do desdobramento das atividades durante todo o ciclo de fabricação, permitindo a rastreabilidade do processo, possibilitando a implantação de um sistema de qualidade ISO16 9001:2000, bem como favorecendo a determinação da porcentagem de

atividades desenvolvidas, o que resulta na transparência de visão da ocupação fabril e permite avaliar a aceitação de novos pedidos em função da disponibilidade ou não de recursos produtivos.

REFERÊNCIAS Dihlmann, Christian; A indústria nacional de moldes frente à concorrência do mercado globalizado. Workshop International, Florianópolis, 1998. Matta, Pedro da; Engenharia na fabricação de moldes. Palestra. Sociesc. Joinville, 1998. Moor, Dirk de; Computer assisted cost estimation of plastic injection moulds. Proceedings of 8th International Conference Tool Die & Mould Industry, Barcelona, Espanha, 1995. Neto, Henrique Paulo; The mould workshop of the future. Proceedings of 8th International Conference Tool Die & Mould Industry, Barcelona, Espanha, 1995. Minati, Patric; Computer assisted cost estimation: an artificial intelligence prospective. Proceedings of 8th International Conference Tool Die & Mould Industry. Barcelona. Espanha. 1995.

15 PCP: significa planejamento e controle da produção. É o departamento que permite a continuidade dos processos produtivos na indústria. Controla a atividade de decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando, assim, a execução do que foi previsto no tempo e quantidade certa e com os recursos corretos. Em resumo, o PCP trata dados de diversas áreas, transforma-os em informações, suporta à produção para que o produto seja entregue na data e quantidade solicitada. O PCP deverá estar pronto para responder as seguintes questões: O que produzir? Quanto produzir? Onde produzir? Como produzir? Quando produzir? Com o que produzir? Com quem produzir? [www.wikipedia.org]. 16 ISO: do inglês International Organization for Standardization, que significa Organização Internacional para Padronização. É uma entidade que atualmente congrega associações de padronização/normalização de 170 países [www.wikipedia.org.br].

Gilberto Paulo Zluhan - Graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC (1990), mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (1998) e MBA em Gestão de Empresa pela Fundação Getúlio Vargas - FGV (2010). Atualmente é Diretor da Unidade de Serviços de Engenharia e Inovação Tecnológica da Sociedade Educacional de Santa Catarina - SOCIESC. É ainda Coordenador e Professor de Pós-graduação e Coordenador de Projetos de Pesquisa (FINEP e SEBRAE). Tem experiência nas áreas de CAE/CAD/CAM, PCP, processos de fabricação de moldes de injeção, prototipagem rápida, desenvolvimento de produtos e custos industriais. Membro do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da Associação Empresarial de Joinville - ACIJ e da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais - ABINFER. Atuou como Diretor da Escola Técnica Tupy, Diretor da SOCIESC Unidade de Curitiba e Diretor da Kronos Engenharia. Ernesto Berkenbrock - Mestrando em Engenharia Mecânica pela SOCIESC, com linha de pesquisa em usinagem de metais. Especialista em Engenharia de Produção pela SOCIESC, Licenciatura em Matemática, Processo de Fabricação e Informática pela UDESC, Metodologia do Ensino Superior pela SOCIESC, com graduação em Tecnólogo Mecânico - Manufatura pela SOCIESC. Atualmente é Professor da SOCIESC. Tem experiência na área de Engenharia de Produção e/ou Engenharia Mecânica, com ênfase em Planejamento, Projeto e Controle de Sistemas de Produção, Custos Industriais e melhorias de processos industriais, PCP, Processos de Usinagem. Membro do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da ACIJ. José Carlos da Silva Júnior - Graduação em Engenharia de Produção Mecânica pelo Instituto Superior Tupy - IST e pós-graduação em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas - FGV. Experiências na área de manufatura de moldes de injeção com auxílio de softwares CAM, engenharia reversa e integração de sistemas CAD/CAM/CAI/CAPP. Atualmente trabalha na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de ferramentaria da SOCIESC. Marcelo Bittencourt - Graduado em Tecnologia Mecânica - Fabricação pela SOCIESC e Pós-Graduado em Gerenciamento de Projetos pela FGV/MBA/SOCIESC. Atuou como Professor de graduação lecionando as disciplinas de Desenho Técnico I, Metrologia I, Processo de Fabricação I e II. Atualmente atua como Supervisor Comercial e projetos de moldes na SOCIESC Serviços de Engenharia - SSE, no desenvolvimento de clientes, inovações e novas tecnologias na ferramentaria - SOCIESC. Tem experiência em ferramentaria em moldes desde 1993.

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

41


Planilha de orçamento de ferramental Notas explicativas Em função de artigo publicado nesta edição sobre orçamento de moldes, republicamos a ficha técnica da edição 4. A ficha técnica apresentada nesta edição tem como principal objetivo a padronização de método de cálculo de preço de um ferramental. Para tanto, a sequência natural é a obtenção de todas as informações importantes para conhecimento do que está sendo calculado, a saber: tipo de peça, materiais utilizados, custos de produção e taxas de impostos. O primeiro item deve ser atendido por informações do cliente a respeito de suas necessidades. O segundo item é obtido diretamente no mercado fornecedor de insumos. Já o terceiro deve ser identificado internamente, ou seja, os custos de produção são específicos de cada empresa. Para tanto, é recomendado utilizar a planilha de Cálculo do Custo de Células Produtivas, publicada como ficha técnica na edição 2 da revista Ferramental. E o último item deve ser informado pelo contador da empresa, uma vez que impostos são dependentes de vários fatores. Para que o orçamento seja o mais completo possível, é importante que sejam informados os dados do cliente e a descrição do ferramental em estudo. Portanto, dados como número de desenho e data da última revisão podem ser diferenciais na hora de discutir dúvidas sobre a cotação. O prazo de entrega deve ser bem definido no momento da negociação, determinando se a data é de entrega de ferramenta aprovada ou se é para primeiro teste da ferramenta. Muitas ferramentarias têm parte de seus serviços executados por empresas terceirizadas, portanto é interessante identificar quais os trabalhos que serão executados externamente. Para os serviços realizados internamente, calcule o custo utilizando a 42

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

ficha técnica da edição 2 da revista Ferramental e informe nos campos Custo Hora (R$/h) de cada célula es-pecífica. Antes de iniciar os cálculos propriamente ditos, utilize o espaço quadriculado no verso da ficha para elaborar um esquema da ferramenta. De preferência faça um esboço em vista de planta e de corte, inserindo as dimensões principais da ferramenta. Especifique em “Observações” o máximo possível sobre a ferramenta como, por exemplo, se os acionamentos são hidráulicos, pneumáticos ou mecânicos, os tipos de tratamentos térmicos e superficiais empregados, enfim, todos os detalhes construtivos especiais. Para preenchimento dos quadros 1 e 5, informe o número de horas previstas para execução de cada atividade. Nos campos 101 e 501 totalize o número de horas calculadas para os quadros 1 e 5 respectivamente. Da mesma forma, para os campos 102 e 502, totalize o valor em reais calculados para os quadros 1 e 5 respectivamente. Os quadros 2 e 3 devem ser preenchidos a partir de informações e cotações obtidas junto aos fornecedores de insumos, ou seja, são informações de mercado. É muito importante atualizar constantemente os preços, pois a variação ou erro pode ser brutal em caso de não observância deste ponto. Ao concluir o preenchimento dos campos de matériaprima e acessórios, totalize os valores nos campos 201 e 202 para o quadro 2 e no campo 301 para o quadro 3. O quadro 4 tem as mesmas características dos quadros 1 e 5, apenas que os custos são unitários e não por hora trabalhada. No campo 401 totalize o valor em reais. O quadro 5 é o que requer maior cuidado e atenção. A construção de ferramentas é um tipo de produção

não seriada, ou seja, normalmente não há repetição de ferramentas iguais. Portanto, cada ferramenta de-ve ser calculada de forma única, con-siderando os cálculos de horas de fa-bricação existentes na teoria, mas principalmente, considerando a experiência dos profissionais do setor. Há sempre uma margem de erro, que também varia significativamente. Por isso, é fortemente recomendado que sejam armazenadas todas as planilhas de ferramentas concluídas como forma de manter um histórico de serviços executados. Para calcular o preço final do ferramental, preencha o quadro 6, calculando os campos conforme as fórmulas apresentadas. A coluna “Valor”, referente aos itens 601, 602, 603, 604 e 605 é alimentada com os valores transferidos dos campos 102, 202, 301, 401 e 502 respectivamente. Para o item 606, proceda a somatória dos itens anteriores. A Taxa Custos Indiretos (607) é dada em percentual e obtida por uma média de todos os custos não produtivos, que incluem comissão de vendas, anúncios, propaganda, telefone, mão de obra indireta, despesas de viagem, entre outros. A Taxa Impostos (608) também é percentual e deve ser verificada junto ao contador da empresa. Finalmente procede-se aos cálculos apresentados nas colunas “Cálculo do campo” e “% do Preço Final”. O passo seguinte é elaborar uma proposta com a descrição minuciosa de todos os itens considerados no orçamento para envio ao cliente final. Esta é uma sugestão de planilha. Os campos serviços, equipamentos e materiais devem ser adequados a cada tipo de empresa e para cada parque de máquinas. Os itens citados são referência para grande parte das ferramentarias, mas não para todas.


Nº do Orçamento

PLANILHA DE ORÇAMENTO DE FERRAMENTAL

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

Data

CLIENTE Empresa:

Fone:

Contato:

e-mail:

Fax:

DESCRIÇÃO Do Ferramental: Nome da Peça:

Nº do Desenho: Peso (kg):

Dimensões (mm x mm x mm):

Data do Desenho:

Nº de Cavidades:

Prazo de Entrega:

Material a Processar:

1 - SERVIÇOS DE ENGENHARIA *A *B

Serviço

Nº Horas (1) (h)

Custo Hora (R$/h)

*A *B

Total (R$) (1)

* A) Serviços Internos

Nº Horas (2) (h)

Serviço

Digitalização

Custo Hora (R$/h)

B) Serviços Externos Total (R$) (2)

Programação CAM Outros 1

Dimensional

Outros 2

Modelamento

Outros 3

Projeto 101

Total Horas

102

Total Serviços de Engenharia

h

(Soma do número de horas das colunas Nº Horas 1 + Nº Horas 2)

(Soma dos valores das colunas Total 1 + Total 2)

R$

2 - MATÉRIA PRIMA Material

Peso (kg) (1)

Custo (R$/kg)

Aço 420 IM

Aço 420 Normal

Aço DIN 2316

Alumínio

Aço SAE 1045

Cobre/Grafite

Peso (kg) (2)

Custo (R$/kg)

Total (R$) (2)

Outros 1

Aço DIN 2711

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 43 - Setembro/Outubro 2012

Material

Total (R$) (1)

Outros 2

Aço H13 IM

Outros 3

Aço P20 201

Total Quilos

202

Total Matéria Prima

kg

(Soma do número de quilos das colunas Peso 1 + Peso 2)

(Soma dos valores das colunas Total 1 + Total 2)

R$

3 - ACESSÓRIOS Descrição

Quantidade

Custo Unitário (R$)

Descrição

Total (R$) (1)

Câmara/Bico Quente

Quantidade

Custo Unitário (R$)

Motor Hidráulico Outros 1

Cilindro Hidr./Pneumático

Outros 2

Extratores

Outros 3

Micro Chaves

301

Total Acessórios (Soma dos valores das colunas Total 1 + Total 2)

4 - OUTROS SERVIÇOS *A *B

Total (R$) (2)

Serviço

Quantidade

Custo Unitário (R$)

Total (R$) (1)

*A *B

* A) Serviços Internos Serviço

Análise Reológica

Trat. Térmico

Frete/Seguro

Trat. Superficial

Soldagem

Teste (Try-Out)

Texturização

R$

Quantidade

Custo Unitário (R$)

B) Serviços Externos Total (R$) (2)

Outros 401

Total Outros Serviços (Soma dos valores das colunas Total 1 + Total 2)

R$

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

43


5 - PROCESSO DE FABRICAÇÃO *A *B

Serviço

Nº Horas (h) (1)

Custo Hora (R$/h)

Total (R$) (1)

*A *B

* A) Serviços Internos

Serviço

Ajustagem

Mandrilhadora e Fur. Rad.

Bancada e Equip. Manual

Polimento

Eletrodos Gravação

Retífica Plana

Eletroerosão a Fio

Retífica Cilíndrica

Eletroerosão Penetração

Retífica Afiadora

Fresadora 1

Torno CNC

Fresadora 2

Nº Horas (h) (2)

Custo Hora (R$/h)

B) Serviços Externos Total (R$) (2)

Torno Convencional Outros 1

Fresadora 3

Outros 2

Fresadora Eletrodos

Outros 3

Furadeira (Banc. e Col.) 501

Total Horas

Total Processo de Fabricação

h

(Soma do número de horas das colunas Nº Horas 1 + Nº Horas 2)

(Soma dos valores das colunas Total 1 + Total 2)

502

R$

6 - CÁLCULO DO PREÇO FINAL Unid.

601 - SERVIÇOS DE ENGENHARIA

102

R$

602 - MATÉRIA PRIMA

202

R$

602 ÷ 609 x 100 =

603 - ACESSÓRIOS

301

R$

603 ÷ 609 x 100 =

604 - OUTROS SERVIÇOS

401

R$

604 ÷ 609 x 100 =

605 - PROCESSO DE FABRICAÇÃO

502

R$

605 ÷ 609 x 100 =

606 - SUB-TOTAL

102+202+301+ 401+502

R$

606 ÷ 609 x 100 =

607 - TAXA CUSTOS INDIRETOS

Adotado

%

Adotado

%

606 ÷ {[100 - (607 + 608)] ÷ 100}

R$

609 x 607 ÷100

R$

609 x (608 ÷ 100)

R$

608 - TAXA IMPOSTOS 609 - PREÇO FINAL DO FERRAMENTAL 610 - CUSTOS INDIRETOS 611 - CUSTO IMPOSTOS

Esquema da ferramenta e dimensões principais

Observações:

Orçamento calculado por:

44

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

Valor

% do Preço Final

Resultado do Campo

601 ÷ 609 x 100 =

100

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 43 - Setembro/Outubro 2012

Transferir para coluna VALOR

Cálculo do Campo

Itens


Setembro/Outubro 2012

Ferramental

45


ASTRIDT HOFMANN - ahofmann@shv.adv.br

CREA x CRQ – Impossibilidade de duplo registro

A

exigência de participação em dois conselhos profissionais caracteriza bitributação e é totalmente inconstitucional. A solução para evitar esta ocorrência é simples: definir a natureza do serviço prestado.

1

CREA: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. CRQ: Conselho Regional de Química.

2

46

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


• Astridt Hofmann - Bacharel em direito pela Faculdade de Direito de Joinville - FDJ da Associação Catarinense de Ensino e pósgraduada em direito empresarial pelo Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (INBRAPE). Advogada militante na área de Direito do Trabalho (Patronal) e sócia da Schramm, Hofmann e Vargas Advogados Associados, com sede em Joinville.

Schramm, Hofmann e Vargas Advogados Associados Ltda. Maiores informações pelo e-mail (ahofmann@shv.adv.br) ou pelo fone 47 3027 2848 Setembro/Outubro 2012

Ferramental

47


Guerra Fiscal 48

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Grupo Abra Maiores informaçþes pelo e-mail (abra@grupoabra.com) ou pelo fone 47 3028 2180 Setembro/Outubro 2012

Ferramental

49


Estratégia de estruturação na área de vendas por Paulo César Silveira (falecom@paulosilveira.com.br)

50

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Setembro/Outubro 2012

Ferramental

51


Líderes de mercado criam um sentido para as coisas. O papel de um líder não é somente o de tomar decisões e fazer produtos ou serviços. A função de um líder é também criar significado.

Se você tiver algum comentário, sugestão ou dúvida entre em contato pelo e-mail falecom@paulosilveira.com.br e no campo“Assunto” coloque Revista Ferramental.

Paulo César Silveira - Conferencista com mais de 1.750 palestras em sua carreira em 15 anos de profissão. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 500 artigos editados. Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Autor de 18 livros, destacando-se os best-sellers: A Lógica da Venda e Atitude - Virtude dos Prósperos. Sendo ainda um dos autores da Coleção Guia Prático da Revista PEGN e também dos livros Ser+ em Vendas, Ser+ com T&D e Ser+ com Palestrantes Campeões em parceria com a Revista Ser Mais. Seu trabalho corporativo se baseia no treinamento mundial de vendas mais agressivo do mundo: Buyer Focused Selling e nos principais métodos de compras mundiais, principalmente as metodologias BATNA, PAC e no método de liderança TGE. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP e UFRGS. Palestrante indicado pela FACISC, ADVB e FIESP nas áreas de vendas consultivas, vendas técnicas e comunicação com base em liderança. Site www.paulosilveira.com.br

52

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


Benefício Revista Ferramental Associado da ABINFER agora pode contar com os benefícios e descontos da Revista Ferramental. Ganhe 10% de desconto em qualquer publicação. Aproveite esta oportunidade e coloque a sua empresa em evidência! Maiores informações: Revista Ferramental (47) 3025-2817 / (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br www.revistaferramental.com.br 53 Setembro/Outubro 2012

Ferramental


Informações Cadastrais Razão Social Nome Fantasia

Data de Fundação

CNPJ

Nº de Empregados

Faturamento médio anual (R$)

Endereço

Complemento

Bairro

Cidade

Site

UF

Telefone (

)

Fax (

Responsável Financeiro

email

Responsável RH

email

CEP )

Tipo de Atividade (

) Fabricante (especificar)

(

) Fornecedor (especificar)

(

) Transformador (especificar)

(

) Prestador de Serviço (especificar)

(

) Instituição de Ensino ou Pesquisa

(

) Outras (especificar)

Segmento de Mercado Principais Produtos ou Serviços

Gestão da Empresa M F

Diretoria/ Gerência

Data Nasc.

Cargo

CPF

Contribuição Financeira Número de Profissionais *

Enquadramento Classificação

Estudantes

Até 10

De 11 a 15

de 16 a 20

de 21 a 30

de 31 a 50

Mais de 50

Valor Mensal

( ) R$ 30,00

( ) R$ 65,00

( ) R$ 120,00

( ) R$ 160,00

( ) R$ 200,00

( ) R$ 250,00

( ) R$ 350,00

* Total de sócios em atividades + funcionários.

Condições Gerais • Pagamento via boleto bancário, com vencimento no dia 1º de cada mês. • Valores reajustados anualmente, conforme determinação de assembléia geral.

Aceite Data

Assinatura

Nome

Instrução de preenchimento e envio: Após o preenchimento desta Ficha de Associado da ABINFER envie por email a executivo.abinfer@terra.com.br Em caso de dificuldade para preencher ou enviar, entre em contato com Pedro Luiz Pereira pelo telefone 47-9971-1751 ou pelo e-mail executivo.abinfer@terra.com.br Uso exclusivo da ABINFER Pessoa: ( ) Jurídica ( Representação:

(

) Física

) Singular

(

Associação: ) Coletiva

(

(

) Contribuinte

) Individual

Deliberação Vetado Aprovado Considerações: Data da Filiação /

54

Ferramental

Assinatura/Visto do Diretor Executivo

/ 20 Setembro/Outubro 2012

(

Origem:

) Benemérito (

) Brasil

(

) Exterior


A Norton Saint-Gobain lançou lixas para desbaste, acabamento e polimento de metais. Comprometida em desenvolver novas tecnologias para o aumento contínuo da produtividade industrial, a Norton Saint-Gobain oferece soluções em ferramentas abrasivas, máquinas e acessórios para corte, desbaste e lixamento. Dentre os lançamentos estão a R996 Viking e a R486, lixas indicadas para desbaste, acabamento e polimento de metais. A lixa R996 Viking foi desenvolvida para atuar em operações robustas em desbaste de metal. Possui uma construção rígida com costado de poliéster, grão cerâmico e camada SuperSizer que reduz o aquecimento da peça obra durante a operação. O produto oferece alta remoção e um corte mais rápido em materiais como aço inoxidável, cobalto e cromo. Proporciona um aumento de até 80% em produção e uma redução de 22% na temperatura de lixamento. É indicada, entre outras, para aplicação em fundições aeroespaciais, na execução de peças forjadas e em siderúrgicas. Já a lixa R486 atua em operações que necessitam de flexibilidade da ferramenta abrasiva. Conta com costado flexível em algodão e grão carbeto de silício. É indicada para aplicações manuais e automáticas principalmente para materiais não ferrosos. É ideal para acabamento e polimento em contornos em materiais como latão, zamak e alumínio.

O sistema de troca rápida de moldes tipo baioneta, comercializado pela Brasfixo, é inovador e apresenta vantagens em relação a placas magnéticas. Fornecido com sistema mecânico ou pneumático, é de aplicação exclusiva em injetoras horizontais. O anel excêntrico de travamento do molde elimina a necessidade de anel de centragem, comum em moldes. O equipamento é composto de 1 par de sobre placas, 1 par de anel excêntrico, 1 par de alavancas e 1 par de anel trava de molde. Permite fixar moldes com peso até 6.000 kg (sendo 3.000 kg para cada lado) e é fornecido em conjunto completo com montagem no local. Com a utilização do sistema obtém-se agilidade, tempo reduzido de troca de moldes e limpeza do ambiente fabril.

Brasfixo 14 3811-3811 www.brasfixo.com.br

Norton 0800 727-3322 www.norton-abrasivos.com.br

Em processos de fabricação e usinagem a limpeza das peças é uma etapa indispensável. A Dürr Brasil oferece diversas soluções para essa operação. A limpeza tornou-se um critério de qualidade e, portanto, um fator chave para o sucesso da competitividade. Assim, os mercados procuram por soluções capazes de produzir os níveis de limpeza necessários de forma confiável, econômica e ambiSetembro/Outubro 2012

Ferramental

55


Dürr Brasil 11 5633-3500 www.durr.com

entalmente correta. Um foco é o desenvolvimento de processos de limpeza mais flexíveis, utilizando hidrocarbonetos, alcoóis modificados e solventes polares. Outro destaque é a tecnologia inovadora de EcoCLab – o primeiro sistema que permite verificar se o nível de limpeza está em conformidade com a VDA 19 (norma para gestão da qualidade na indústria automotiva alemã – Verband der Automobilindustrie). O sistema é um processo em linha totalmente automático. Qualquer não-conformidade com as especificações de carga de partícula pode ser identificada e corrigida muito mais rapidamente do que através de testes convencionais. Assim, a confiabilidade do processo em operações de limpeza de peças é significativamente aprimorada. O "laboratório de limpeza" automático é compacto e pode ser integrado ao sistema de limpeza ou instalado como um módulo separado na linha de produção. Este processo de limpeza a vapor inovador remove uma vasta gama de contaminantes – por exemplo, óleos, graxas, emulsões, agentes desmoldantes, poeira, impressões digitais – de qualquer material rapidamente e de maneira confiável e sem qualquer uso de produtos químicos. O alto desempenho de limpeza deste processo ecológico baseia-se na ação combinada de vapor saturado e um fluxo de ar de alta velocidade. O sistema permite a limpeza de grandes e pesadas peças (por exemplo, transmissões de engrenagem de usinas eólicas, blocos de motor de ferro e motores de barco e navio) com o mesmo nível de confiabilidade do processo com componentes mecânicos, tais como cabeças de cilindros, carcaças ou peças estampadas. 56

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

A Robtec traz para o Brasil o ATOS ScanBox, célula de medição óptica automatizada produzida pela alemã GOM, parceira da empresa. O equipamento tem rápida operação e combina utilização flexível com máxima confiabilidade. A máquina está pronta para uso, pois é a primeira solução padronizada incluindo todos os componentes para medição e inspeção automatizada. O conceito é plugand-play, necessitando apenas de uma ligação elétrica e um espaço de 11m². Possui componentes especificamente selecionados para assegurar que eles possam ser transportados em pallets padrão e colocados em operação em qualquer local de um ambiente de produção. Com as suas dimensões exteriores compactas, pode ser carregado com componentes de até 2 metros de diâmetro e de altura e peso de até 500 kg. A novidade inclui em seus componentes o comprovado sensor da GOM, ATOS TripleScan, com tecnologia Blue Light, desenvolvido especificamente para medição óptica 3D de alta resolução e uso em cenários de produção industrial, além de um robô com alcance ideal, cabeamento profissional e um manual de usuário. Para operar a célula de inspeção e avaliar os dados, apenas um software é utilizado, o GOM Inspect Professional, sendo que agora o cliente pode contar com um ponto de contato para tudo. No módulo VMR (Virtual Measuring Room), componente central do ATOS ScanBox, a mensuração de processos completos pode ser planejada rapidamente e de maneira fácil e programada sem a necessidade de roteiros convencionais. O VMR permite o controle de robôs com um simples “arrastar-e-soltar” pelos comandos, bem como a possibilidade de programar em ambiente off-line. Esta solução para análise da dimensão com o planejamento de inspeção, programação de robôs e relatórios de ins-

peção já foi comprovada por clientes com diversas necessidades das indústrias automotiva, aeronáutica e aeroespacial, assim como do setor de bens de consumo.

Robtec 11 3318-5100 www.robtec.com.br

Como representante da empresa Mollart, de origem inglesa, a Femat oferece a máquina de furação profunda com aplicação para usinagem de moldes. Uma furação com broca canhão de um furo de 7/16" (11,11mm) e 900 mm de profundidade, com avanço de 75 mm/min, em material P20 ou Ramax pode ser realizada em aproximadamente 12 minutos por ser um processo contínuo. Com a máquina é possível executar todas as operações que uma face lateral de um molde requer (furar com broca helicoidal, rosquear com macho ou interpolando, chanfrar ou fresar bolsões, etc.) com os benefícios que uma operação com refrigeração interna através do fuso representa. O modelo Prismaic 1510-15S, tipo bancada com coluna porta fuso comandada por controle CNC Fanuc tipo OM, tem as seguintes características: eixos X, Y e Z de 1.500, 1.000 e 1.500 mm respectivamente; mesa de 1.700 x 1.200


mm; diâmetro de furação variando de 3 a 35 mm; profundidade máxima de 1.500 mm; velocidade de rotação até 6.000 rpm; fuso de fresagem opcional; indexação manual opcional de 800x800 mm; fuso regular sem escalonamentos de 7,5 kW; sistema de refrigeração de alta pressão; transportador de cavacos; tanque com bomba de transferência com pressão regulável e com capacidade de 1.200 litros; e filtro de papel autocambiante de 20 microns. Femat 11 4016-1232 www.femat.com.br

A B. Grob comercializa a G550, um centro de usinagem universal desenvolvido com o know-how de soluções de produção integradas. O equipamento é mais uma máquina stand-alone. O G550 oferece para todos os clientes por meio da tecnologia de máquinas-ferramenta, a usinagem de diferentes materiais, desde o plástico até aço inoxidável em séries de pequeno até médio porte. O G550 destaca-se especialmente através de suas dimensões compactas, proporcionando ótima visualização, além de oferecer melhor acessibilidade à área de trabalho. A configuração dos eixos permite uma ótima queda de cavacos. Comparado a outras máquinas equivalentes, o G550 oferece o maior curso em Z. O motofuso horizontal proporciona máxima rigidez à máquina. A base da máquina, bem como a maioria dos componentes estruturais é soldada e apresenta alta robustez. O carro vertical Y, o corpo da mesa e a carcaça da pinola do fuso são fundidos. A máquina é posicionada e nivelada em somente três pontos. Três pontos adicionais estabilizam a máquina adicionalmente. Seus três eixos lineares e dois rotativos possibilitam a usinagem de até cinco faces, bem como a interpolação simultânea dos 5 eixos. A máquina oferece máxima flexibilidade, com eixo A de 240 graus e eixo B de 360 graus. O G550 trabalha com comandos simplificados de fácil manuseio e de última geração (Sie-

mens 840D sl; Heidenhain iTNC 530; Fanuc 31i; e Bosch MTX). Como todas as máquinas da Série-G, o G550 é apropriado tanto para a usinagem com líquido refrigerante quanto a seco. Sua construção compacta requer área reduzida para instalação. A troca automática de peças pode ser realizada através de um trocador de paletes ou um armazém de paletes. As características principais contemplam: curso de usinagem em X, Y e Z de 800x 950x1.020 mm respectivamente, velocidade máxima em X, Y e Z de 65, 50 e 80 m/min respectivamente, capacidade de carga no pallet de 700 kg e na mesa de 800 kg e peso bruto da máquina sem trocador de pallet de 20.000 kg. O magazine de ferramentas pode ser ampliado para 167 ou 221 lugares. Como opcionais dispõe ainda de equipamento para limpeza de cone porta-ferramentas, pistola de lavagem de ar comprimido, sistema de medição a laser para o monitoramento da ferramenta, controle eletromecânico do comprimento das ferramentas, painel de comando portátil HT8 (Siemens), painel de comando portátil HR 420 (Heidenhain) codificação das peças, diagnóstico a longa distância, diagnóstico do motofuso, medição cinemática e apalpador incluindo todas as instalações necessárias.

Moldes de Injeção para: • Termoplástico • Alumínio • Ferramentas de Estampo • Dobra • Repuxo

Tecnologia da Inovação B. Grob do Brasil 11 4367-9100 www.grobgroup.com

O Grupo Versatronic atua diretamente com soluções em serviços de manutenção e reforma em equipamentos industriais eletrônicos, inversores, máquinas, motores, servo motores, eletrônica têxtil e automação de

Em busca de soluções para nossos clientes www.parkfer.com.br Fone/Fax: 47 3467-7727 - parkfer@parkfer.com.br Rua Dorothóvio, 2.260 - Bairro Jardim Sofia CEP 89223-600 - Joinville - Santa Catarina Setembro/Outubro 2012

Ferramental

57


ras e amplo estoque de peças, motores e equipamentos de última geração. A empresa é representante autorizada das marcas Siemens, Yaskawa e Eberle. Versatronic 19 3455-1864 www.versatronic.com.br

máquinas. Tem sua matriz instalada na cidade de Santa Bárbara d'Oeste, região metropolitana de Campinas, SP. A fábrica conta com uma área de 5.000 m² e equipe com mais de 100 funcionários com larga experiência em diversos segmentos industriais. A empresa dispõe ainda de filial em Cachoeirinha, RS. Tem know-how para as mais diversas marcas existente no mercado, como Siemens, Fanuc, Yaskawa, Romi (Mach 3, 4, 5, 8 e 9), SEM, Reliance, ABB, Mitsubish, Metalcorte, WEG, Danfoss, Fagor, Heidenhain, Fuji, Moeller, Schneider, Control Techniques, Telemecanique, entre outras. Os clientes contam também com assistência técnica especializada 24 ho-

A Iscar está expandindo a família de fresamento Mini-Tangslot com a nova ferramenta ETS D...-07...LN08 – de disco, projetada para fresar operações de ranhuras em grandes larguras (7 e 7,5 mm). As novas ferramentas recebem os novos insertos LNET 084... fixados tangencialmente que foram adicionados aos insertos já existentes LNET 081, 2, 3..., conhecidos na indústria em função de sua alta eficiência e economia. As características dos insertos são: 4 arestas de corte, baixas forças de corte, vibração reduzida, alta qualidade superficial e vida útil aumentada. Essas propriedades garantem fresamento eficaz mesmo em elevadas alturas de fresagem e fornecem garantia de uma

solução eficiente para usinagem de rasgos e ranhuras. As novas pastilhas são mais espessas. Suas dimensões nominais são de 4 mm para os insertos LNET 084004 e de 4,25 mm para os insertos LNET 084204. Com uma montagem de insertos LNET 084004 tem-se um corte de 7 mm e com os insertos LNET 084204 um corte de 7,5 mm. As novas ferramentas estão disponíveis em diâmetros nominais de 32, 40, 50 e 63 mm. Possuem também canais de refrigeração para evacuar o calor e os cavacos da região de corte com eficiência.

Iscar Brasil 19 3826-7122 www.iscardobrasil.com.br

Para focar melhor seus clientes Anuncie na

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais Coordenação de Vendas: (47) 3025-2817 cel. (47) 9964-7117 ferramental@revistaferramental.com.br cel. (11) 8827-1817 c o c a p e r @ h o t m a i l . c o m cel. (11) 6102-9270 k e i t h m a t h i a s @ h o t m a i l . c o m . b r 58

Ferramental

Setembro/Outubro 2012


FERRAMENTARIA

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

59


SETEMBRO • 17 a 20 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil Rio Oil & Gas 2012 - Feira de Tecnologias para a Indústria do Petróleo e Gás (21) 2112-9078 • 18 a 21 - Joinville, SC, Brasil Metalurgia 2012 - Feira e Congresso Internacional de Tecnologia para Fundição, Forjaria, Alumínio & Serviços (47) 3451-3000 • 19 a 21 - Guangzhou, China AsiaMold - Feira para a Indústria de Ferramentais www.euromold.com • 26 a 29 - Curitiba, PR, Brasil Expomac 2012 - Feira da Indústria Metalmecânica (41) 3075-1100 www.expomac.com.br OUTUBRO • 2 a 5 - Caxias do Sul, RS, Brasil Mercopar 2012 - Feira de Subcontratação e Inovação Industrial (0800) 701-4692 www.mercopar.com.br • 3 a 6 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil Rio Parts 2012 - Feira Internacional da Indústria de Autopeças e Reparação Automotiva (41) 3075-1100 www.feirarioparts.com.br • 16 a 20 - Friedrichshafen, Alemanha Fakuma 2012 - Feira Internacional para Processamento de Plásticos www.fakuma-messe.de • 17 a 28 - São Paulo, SP, Brasil 27º Salão Internacional do Automóvel (11) 3060-5000 www.salaodoautomovel.com.br • 23 a 27 - Hannover, Alemanha Euroblech 2012 - Feira Internacional de Tecnologia no Trabalho em Chapa de Metal www.euroblech.com NOVEMBRO • 6 a 8 - São Paulo, SP, Brasil Feiplar Composites & Feipur 2012 - Feira Internacional de Composites, Poliuretano e Plásticos de Engenharia (11) 2899-6395 www.feiplar.com.br www.feipur.com.br • 6 a 9 - Recife, PE, Brasil Fispal Tecnologia Nordeste (11) 3598-7815 www.fispaltecnologianordeste.com.br • 6 a 10 - Shangai, China Metalworking China - International Exhibition for Metal Working and CNC Machine Tools www.metalworkingchina.com • 7 a 9 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil Rio Mech 2012 - Feira Internacional de Tecnologias da Indústria Metalmecânica (11) 3060-5000 www.riomech.com.br • 27 a 30 - Frankfurt, Alemanha Euromold 2012 - Feira para a Indústria de Ferramentais www.euromold.com

60

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

SETEMBRO • 18 a 21 - Joinville, SC, Brasil Cintec 2012 Fundição - Congresso de Inovação Tecnológica (47) 3451-3000 OUTUBRO • 4 - Piracicaba, SP, Brasil 17º Seminário Internacional de Alta Tecnologia (19) 3124-1792 www.unimep.br/scpm/seminario labscpm@unimep.br • 9 - São Paulo, SP Autodesk University Brasil 2012 (11) 2155-0093 www.aubrasil.com • 22 a 24 - Porto Alegre, RS, Brasil XXXII Senafor - 16ª Conferência Internacional de Forjamento, 15ª Conferência Nacional de Conformação de Chapas, 2ª Conferência Internacional de Conformação de Chapas, 9° Encontro de Metalurgia do Pó, 3ª Conferência Internacional de Metalurgia do Pó, 2ª Conferência Internacional de Materiais e Processos para Energias Renováveis (51) 33086134 www.ufrgs.br/ldtm ldtm@ufrgs.br NOVEMBRO • 7 - São Paulo, SP Feiplar Composites & Feipur 2012 Congresso Internacional de Composites, Poliuretano e Plásticos de Engenharia (11) 2899-6377 www.feiplar.com.br www.feipur.com.br

SETEMBRO • 11 a 14 - ABM - São Paulo, SP Curso: Tratamentos térmicos e termoquímicos - 2ª edição (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br • 13 a 14 - ABM - São Paulo, SP Curso: Extrusão do alumínio (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br • 24 a 26 - ABM - Rio de Janeiro, RJ Curso: Seleção e especificação de materiais metálicos para construção mecânica (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br OUTUBRO • 1 a 2 - ABM - São Paulo, SP Curso: Aços avançados com alta resistência mecânica para aplicações automotivas (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br • 2 a 5 - ABM - Rio de Janeiro, RJ Curso: Ensaios dos materiais - 2ª edição (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br • 8 a 10 - ABM - São Paulo, SP Curso: Tratamentos térmicos do cobre e suas ligas

(11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br • 16 a 17 - ABM - Ipatinga, MG Curso: Estampagem dos aços ao carbono (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br NOVEMBRO • 5 a 9 - ABM - Rio de Janeiro, RJ Curso: Siderurgia para não Siderurgistas 2ª edição (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br • 6 a 10 - ABM - Porto Alegre, RS Curso: Fundição aplicada - Teoria e prática (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br • 12 a 14 - ABM - São Paulo, SP Curso: Metalurgia geral - Fundamentos básicos e aplicações (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br • 21 a 23 - ABM - São Paulo, SP Curso: Metalurgia do alumínio para não Metalurgistas - 2ª edição (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br DEZEMBRO • 3 a 7 - ABM - Ipatinga, MG Curso: Siderurgia para não Siderurgistas (11) 5534-4333 www.abmbrasil.com.br

• CECT - Florianópolis, SC Curso: Metrologia e sistemas da qualidade (48) 3234-3920 www.cect.com.br • Cetea Ital - Campinas, SP Curso: Design técnico, proteção, segurança, legislação e qualidade de embalagens plásticas (19) 3743-1900 www.cetea.ital.org.br • Escola Técnica Tupy - Curitiba, PR Curso: Técnico em plásticos (41) 3296-0132 www.sociesc.org.br • Faculdade Tecnológica Tupy - Curitiba, PR Curso: Tecnólogo em polímeros e Pósgraduação em desenvolvimento e processos de produtos plásticos (41) 3296-0132 www.sociesc.org.br • Intelligentia - Porto Alegre, RS Curso: Racionalização de processos de manufatura, desenvolvimento gerencial (51) 3019-5565 www.intelligentia.com.br • Itys Fides - São Paulo, SP Curso: Produtividade e eficiência, Custo padrão, Racionalização industrial (11) 4799-4182 www.oemitys.com.br • Sandvik - São Paulo, SP Curso: Técnicas básicas de usinagem, tecnologia para usinagem de superligas, otimização em torneamento e fresamento (11) 5696-5589 www.sandvik.com.br


PROTOTIPAGEM RÁPIDA DEFINIÇÕES, CONCEITOS E PRÁTICA Luiz Emanuel Simette de Mello Campos

A Wikipédia define a Prototipagem Rápida, academicamente falando, como a construção de um objeto físico através de processos aditivos. A primeira técnica de prototipagem rápida a tornar-se disponível data de 1980 e foi usada para obtenção de peças modelos e protótipos. A definição através de “processos aditivos” é importante para ressaltar que obter uma peça protótipo através de usinagem, como centros de CNC (Comando Numérico Computadorizado) ou a escultura da peça em madeira, argila (também conhecida neste meio como Clay), não configura a obtenção de protótipo rápido, ainda que o objeto assim obtido também possa atender às mesmas solicitações que um protótipo rápido, corretamente falando. Neste livro curto e objetivo o autor busca conceituar a tecnologia e sua base de funcionamento, apresentar algumas das tecnologias disponíveis no mercado, comparar materiais e técnicas com prós e contras de cada uma e por fim, realizar um processo de impressão utilizando uma impressora FOSS (Free Open-Source System). Este material é parte de um curso ministrado pelo autor e de uma palestra realizada pelo mesmo desde o ano 2000. 120 páginas. 2011 (1ª edição). ISBN 978-98-72714-24-6. www.clubedeautores.com.br

ATITUDE - VIRTUDE DOS PRÓSPEROS Michelle Borchardt, Paulo César Silveira

Em relação à obra, nosso desejo com esta obra é propor idéias e facilitar o dia-a-dia das pessoas em relação a suas atitudes. Somos livres para escolher, mas prisioneiros das consequências. Um dos maiores benefícios deste livro é que você desenvolverá habilidades para liderar pessoas, mas para liderá-las você terá primeiro que liderar a si mesmo através do exemplo pessoal. Para que isso seja possível, compartilhamos no livro pesquisas, experiências e ferramentas práticas para tornar o aprendizado simples, eficiente e eficaz. A base desta obra se fundamenta em confiança, gratidão, lealdade, discernimento e perseverança, virtudes que podem ser usadas com eficácia e com certeza lhe trarão prosperidade plena. É um livro que abrange todas as idades, além de ser atemporal no seu conteúdo. Seu formato 14x21cm apresenta-se em um belo projeto, destacando questões essenciais no desenvolvimento completo do homem em todos os estágios de sua vida. 256 páginas. 2007. ISBN 978-85-90744-20-7. www.paulosilveira.com.br

REINVENTANDO A GESTÃO DE VENDAS Neil Rackham, John de Vicentis

GESTÃO DA PRODUÇÃO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO E ATENDIMENTO DE PEDIDOS Falko Wieneke (tradução da edição alemã por Ingeborg Sell)

Utilizando como exemplo uma empresa virtual do setor de máquinas, o livro descreve a produção de dois grupos construtivos típicos, desde a análise de mercado até a entrega dos produtos. Para o primeiro produto, é descrito, com detalhes, todo o decurso de produção e, com inúmeras tarefas, elaborado didaticamente. A gestão da produção do segundo grupo construtivo deve ser elaborada, em grande parte, pelo leitor, aplicando-se as capacidades aprendidas no primeiro caso. 216 páginas. 2009. ISBN 978-85-21204-69-5. www.blucher.com.br

Nas empresas de hoje, a sobrevivência de funções e até de indivíduos é muito difícil (prosperar, então, é impossível!), a não ser que se agregue um claro valor para o cliente. Até o momento, as divisões de venda têm se contentado em comunicar o valor criado por outros. Mas, à medida que os produtos se tornam commodities, a concorrência se acirra e os números de venda caem, as forças de vendas de hoje estão começando a perceber que, para sobreviver, devem assumir um modo de pensar inteiramente novo; uma atitude que reconheça que o sucesso já não depende da comunicação do valor de produtos e serviços, mas que dependa na capacidade crítica de criar valor para o cliente. Neste livro os autores ajudam as forças de venda a repensarem e re-aparelharem suas estratégias de venda introduzindo elementos inovadores e comprovados para vencer nos novos mercados. 318 páginas. 2007. ISBN 978-85-3522709-3. www.campus.com.br

Abinfer .......................................53/54

Incoe ...............................................45

Seminário Internacional ....................39

Açoespecial ........................................5

JN Ferramentaria .......................2ª capa

Schmolz+Bickenbach ................4º capa

Brehauser.........................................55

Metalurgia .......................................27

Sildre .................................................6

Btomec ............................................59

Moldtool..........................................37

Sodick..............................................57

Casa do Ferramenteiro......................13

Nexa................................................55

Tecnoserv.........................................33

CIMM ................................................6

Parkfer .............................................57

Top Line .............................................8

Grob.........................................3ª capa

Plastech ...........................................22

Villares ...............................................9

Setembro/Outubro 2012

Ferramental

61


Glauco José Côrte Divulgação

Presidente do Sistema FIESC - Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina presidente@fiescnet.com.br

Desafios da competitividade A competitividade depende de fatores externos e internos. Fatores internos são aqueles que dizem respeito às atividades e gestão interna do negócio em si. Os demais, estão relacionados com questões do ambiente externo, como a política de governo, infraestrutura, fatores macroeconômicos e muitos outros. No que diz respeito aos fatores internos, Santa Catarina possui um setor industrial competitivo, traduzido no desempenho das exportações, tanto no quantum quanto no valor agregado da sua pauta. Indústrias de vários setores se destacam nos mercados nacional e internacional. Ainda assim, algumas indústrias não vão bem. Parte atribui somente aos fatores externos a maioria das suas dificuldades, as quais, todavia, poderiam ser amenizadas com ações internas. Cabe aqui um exemplo pontual. A FIESC realizou uma pesquisa sobre os custos logísticos, tendo sido constatado que, em um determinado setor industrial, tais custos representam, em média, R$ 0,18 por cada real faturado. Deste valor, 67%, estão relacionados com a gestão de estoque (fator interno) e 19% com transporte (fator externo) e o restante com questões administrativas, processamento de pedidos e armazenagem. Acontece que, na comparação entre as empresas da amostra, apurou-se que, no mesmo ambiente territorial e tributário, a empresa líder despende com logística apenas R$ 0,08 para cada real faturado. Situações como estas podem ser encontradas em várias outras áreas e reforçam a tese de que competitividade tem que ser constantemente gerenciada. Quanto aos fatores externos, estes não se encontram sob o domínio das empresas. Neste caso, o associativismo, por intermédio da representação das entidades de classe, exerce importante papel na defesa dos interesses. É um imenso desafio quando o Brasil se destaca pelo perverso ambiente tributário, de infraestrutura, burocracia, custos financeiros, dentre outros. Mesmo que o empresário industrial tenha uma gestão irretocável, as vantagens competitivas se evaporam na malha viária precária, custos de energia, burocracia, encargos sociais, enfim, no famoso e velho “custo Brasil”. Um exemplo da atuação da FIESC nessa área através do estudo e monitoramento dos cronogramas e dos recursos investidos na infraestrutura de transporte catarinense e da Região Sul, cujos resultados confirmam as dificuldades da União de executar os investimentos previstos nas suas peças orçamentárias. No período de 2004 a 2012 foram previstos para a Região Sul investimentos de R$ 17,3 bilhões na infraestrutura de transportes, sendo que foram efetivamente executados somente R$ 8,2 bilhões ou 47 % do previsto.

62

Ferramental

Setembro/Outubro 2012

Tal situação levou as Federações do Paraná (FIEP), Santa Catarina (FIESC) e Rio Grande do Sul (FIERGS), com apoio da Confederação Nacional da Indústria - CNI e do BRDE, a contratar e desenvolver o Projeto Sul Competitivo, com o objetivo de identificar os eixos de transportes na área de influência de toda a Região Sul e do MERCOSUL, os quais, quando implementados, trarão relevantes reduções nos custos logísticos. O relatório final sugere a priorização de 51 projetos, em oito eixos de transportes, cuja implantação gerará uma economia anual de R$ 3,4 bilhões e a redução de 7% nos custos logísticos da Região. Observar tendências também é essencial para a manutenção e aumento da competitividade. Atualmente, a sustentabilidade é um diferencial competitivo importante. Consumidores cada vez mais conscientes optam por produtos que incorporem boas práticas socioambientais. Indústrias já são solicitadas por clientes e financiadores, estrangeiros e nacionais, para apresentar relatórios de sustentabilidade. São exigidas informações de toda a cadeia de fornecedores sobre a gestão de resíduos, emissões, ciclo de vida do produto, rastreabilidade do consumo de energia, matérias primas, água, interação com a comunidade de entorno e o bom ambiente organizacional, dentre outras, como condição para manutenção das relações de comércio. Neste cenário, o Sistema FIESC lançou, em junho deste ano, o Plano Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, com ações para apoiar a internalização do conceito e a sustentabilidade no processo produtivo. Uma das ações previstas no plano ocorreu com a realização de um diagnóstico sobre a eficiência energética na indústria catarinense. Resultados da amostra indicam que 30% das empresas não possuem objetivos e nem metas para redução do consumo de energia. Como no caso da logística, esse cenário indica que muitas empresas ainda necessitam fazer o chamado “dever de casa”, conquanto muitas já estejam avançadas nesse campo. A conservação e o uso racional da energia podem contribuir com o meio ambiente e para redução nos custos de produção, reduzindo o impacto dos custos de energia, um dos mais altos do mundo. A propósito, a FIESC tem sido ativa na cobrança da redução das tarifas (fatores externos), que são altas principalmente em função dos tributos e encargos incorporados nos preços. As situações apresentadas são uma pequena amostra de que a manutenção da competitividade não é um processo estático. Exige, além de outras coisas, a identificação dos problemas e a busca de soluções criativas, concomitantemente com investimentos mais vigorosos em inovação. O Sistema FIESC está preparado para apoiar a indústria na busca da melhoria da sua competitividade, o que resultará em aumento de investimentos e de vagas de trabalho, melhorando substancialmente a qualidade de vida dos trabalhadores e de suas famílias.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.