Revista Ferramental Edição 9

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ANO II - Nº 9 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2006

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

A gestão de empresas a partir do planejamento estratégico

REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO

Padronização do teste de moldes permite reduzir custos e prazos de entrega Melhoria da usinabilidade e soldabilidade em aço para moldes Modelo de excelência na gestão auxilia a competitividade empresarial

DESTAQUE



ANO II - Nº 9 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2006

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

A gestão de empresas a partir do planejamento estratégico

REVISTA FERRAMENTAL - PUBLICAÇÃO DA EDITORA GRAVO

Padronização do teste de moldes permite reduzir custos e prazos de entrega Melhoria da usinabilidade e soldabilidade em aço para moldes Modelo de excelência na gestão auxilia a competitividade empresarial

DESTAQUE



Christian Dihlmann Editor

Orgulho de ser brasileiro Dentre tantos assuntos importantes para o dia a dia de nossas empresas, nessa edição apresentamos três temas voltados à gestão e dois focados em tecnologia. Considerando que os modelos de excelência em gestão empresarial orientam a busca pela melhoria na administração do negócio, exploramos esse assunto em um artigo que explana os principais fundamentos e apresenta um modelo de referência nacional para a gestão competente das organizações. A excelência na gestão passa, necessariamente, por ações de planejamento. Todavia, o planejamento estratégico ainda é tido por muitos profissionais como um modismo e são poucas as empresas que o aplicam de forma correta. Assim sendo, apresentamos em um artigo as bases para o projeto de um planejamento bem como as justificativas para sua realização. Outro fator importante para o bom desempenho de uma empresa é a aplicação da padronização de rotinas e processos produtivos. Em particular, apresentamos um modelo de referência e as principais considerações que devem nortear a preparação e execução do teste, etapa fundamental na redução de prazos e custos de confecção de moldes para injeção de termoplásticos. O assunto é complementado pela ficha técnica inserida nessa edição. Com o objetivo de auxiliar na sistematização do teste de moldes, presenteamos o leitor com um modelo de lista de verificação para uso na busca do fornecedor do teste e a respectiva ficha de processo a ser empregada durante a sua execução. Na componente técnica da revista, está posto um artigo introduzindo diversas recomendações ao projeto de ferramentas para obtenção de peças metálicas pelo processo de forjamento a quente em matriz fechada, onde o autor ressalta as principais considerações quando do desenvolvimento deste tipo de ferramenta. Para fechar o leque de informações técnicas disponibilizadas aos leitores, publicamos um artigo sobre os

avanços na usinabilidade e soldabilidade de aços aplicados em moldes para injeção de termoplásticos. Refletindo sobre o momento político atual, cabe-nos chamar atenção para a visão de futuro de nosso setor. É evidente que um país em desenvolvimento e de dimensões continentais como o Brasil precisa de muitas ações em todas as áreas para que possa buscar o crescimento continuado. Mas nada vai mudar e, menos ainda, melhorar, se não houver investimentos maciços em educação, saúde, segurança e infra-estrutura. Não vamos ter o choque de desenvolvimento prometido sem a desoneração dos investimentos, a forte redução na carga tributária e a urgente execução das reformas estruturais necessárias. Não vamos evoluir se não houver um novo pacto federativo, com revisão da absurda divisão dos tributos atualmente em 65% para a União, 22% para os Estados e apenas 13% para os Municípios. Portanto, empresários e profissionais ferramenteiros, governos das diversas esferas e consumidores devem unir forças para recuperar a competitividade nacional. Somos milhares de empresas do setor de ferramentarias no país. Não podemos delegar este trabalho a apenas alguns poucos. Como disse Martin Luther King, “o que mais preocupa não é o grito dos violentos, mas sim o silêncio dos inocentes”. E para o triunfo dos maus, basta que os bons não façam nada. Precisamos reagir! Apresentar sugestões e planos de ação aos nossos representantes. Precisamos cobrar nossos direitos como cidadãos! Precisamos de um projeto para o país! A partir do pleito realizado para escolha dos novos legisladores e executivos estaduais e federais, a equipe da revista Ferramental externa os votos de muito sucesso aos governantes eleitos. E manifesta a esperança de que a ética, a honestidade e a transparência no setor público possam se recompor, com vistas ao desenvolvimento sustentado de nosso imenso Brasil e a recuperação do orgulho de ser brasileiro. De forma respeitosa queremos registrar o nosso mais sincero pesar pela perda do colega Jaques Acker, vítima do trágico acidente aéreo ocorrido no final de setembro. Como gerente comercial da NTC Moldes e Injetados, de Caxias do Sul, foi sempre defensor aguerrido da nossa luta pela causa das ferramentarias. Que descanse em paz junto a Deus.

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Artigos Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais www.revistaferramental.com.br

DIRETOR - EDITOR Christian Dihlmann (47) 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br

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Planejamento estratégico: modismo ou necessidade efetiva para uma gestão mais eficiente Termo amplamente divulgado nos mais diversos ambientes corporativos, o planejamento estratégico das empresas carece de cuidados básicos na sua implementação, sob o risco de frustrar a expectativa de melhoria do resultado.

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Introdução ao projeto de ferramentas para forjamento a quente em matriz fechada O desenvolvimento de peças forjadas de boa qualidade é extremamente dependente de um bom projeto. Algumas considerações importantes devem ser observadas para extrair o melhor rendimento possível da ferramenta.

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Sistematização da preparação e da execução para teste de moldes O desperdício de tempo e dinheiro pode ser fortemente reduzido a partir da adoção de padronização dos procedimentos de preparo e realização de teste dos moldes.

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Avanços na usinabilidade e soldabilidade de moldes para termoplásticos com 40HRC A tendência mundial de redução da vida útil dos produtos tem direcionado os fabricantes de aços para ferramentas a pesquisar intensivamente materiais de melhor usinabilidade, com vistas a obter significativa diminuição no custo de fabricação.

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Desafio das organizações: a busca da excelência na gestão Grande parte das corporações brasileiras domina a área produtiva mas tem pouco conhecimento dos métodos de administração sistêmica empresarial. Os modelos de excelência em gestão surgem para atuar justamente nesta carência.

Jornalista responsável Roberto Junior Monteiro - RP: 2248/09/27v redacao@revistaferramental.com.br Colaboradores Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira Arnaldo Forneck de Carvalho, Felipe Cusmanich, Jefferson de Oliveira Gomes, Cristiano V. Ferreira Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE Coordenação nacional de vendas (41) 3013-3801 ferramental@revistaferramental.com.br Rio Grande do Sul - Ivano Casagrande (51) 3228-7139 / 9109-2450 casagrande@revistaferramental.com.br São Paulo - Ronaldo Amorin Barbosa (11) 6459-0781 / 9714-4548 ronaldo@revistaferramental.com.br ADMINISTRAÇÃO Jacira C. Dihlmann (47) 3025-2817 / 9919-9624 adm@revistaferramental.com.br Circulação e assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br Produção gráfica Martin G. Henschel producao@revistaferramental.com.br Pré Impressão (CtP) e impressão Maxigráfica - (41) 3025-4400 www.maxigrafica.com.br A revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo o Brasil, bimestralmente, com tiragem de 8.000 exemplares. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentarias, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matérias-primas, acessórios e periféricos, máquinas-ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor do plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário,; construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais.

EDITORA GRAVO LTDA. Rua Jacob Eisenhut, 467 - Fone (47) 3025-2817 CEP 89203-070 - Joinville - SC As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas da revista Ferramental. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte.

Seções 6 Cartas 7 Radar 10 Expressas 12 Conexão www 32 Ficha técnica 49 Enfoque 57 Eventos 61 Livros 61 Índice de anunciantes 62 Opinião

Foto da capa:

Eletroerosão por penetração em inserto para molde de pára-choque. Foto cedida pela Agie Charmilles Ltda., de São Paulo - SP

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Sua colaboração é muito importante para o levantamento de dados, aprimoramento da revista e sua circulação. Mantenha atualizados os dados de sua empresa através do formulário da página 59 ou acesse o site www.revistaferramental.com.br


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Após fazer meu cadastro recentemente, recebi o exemplar da revista Ferramental. Parabéns pelo conteúdo e qualidade do trabalho que desenvolvem. Foi gratificante descobrir que existe uma publicação especificamente dedicada a esta área. Roger Morelli - Diretoria Industrial Dental Morelli - Sorocaba, SP

Gostaria de ter acesso às fichas técnicas da revista, focadas em moldes, como a que saiu na edição de julho/agosto 2006, página 38. Creio que já saíram outras fichas em edições anteriores. O conteúdo é de muita qualidade e respeito. Quero implantar estas fichas na empresa para obter maior qualidade em meus trabalhos. Parabéns, a revista é ótima.

Agradecemos o envio da revista Ferramental pois nossa biblioteca tem grande interesse em continuar recebendo os próximos exemplares.

Maurício Lazzaretti Novapar Ferramentaria - São Carlos, SP

Sônia dos Santos ULBRA - Universidade Luterana do Brasil - Canoas, RS

Sou professora dos cursos de Administração e Contabilidade, nas disciplinas de Economia, Marketing, Projetos/Empreendedorismo e RH, para aproximadamente 400 alunos. Estou constantemente avaliando livros, revistas, periódicos, enfim todo e qualquer material que possa enriquecer minhas aulas nestes dias de constantes mudanças de conceitos. Sempre indico aos meus alunos os materiais que venham complementar as matérias dadas em salas de aula. Conheci recentemente a revista Ferramental, as matérias e dicas ali abordadas são muito interessantes e desde então as tenho usado em minhas aulas. Maria Aparecida Borba de Souza Centro de Educação Profissional Hermann Hering - Blumenau, SC

Gostaria de parabenizar a toda equipe desta conceituada revista pela edição de materiais muito importante para quem trabalha na indústria automotiva, que é o nosso caso. Somos uma empresa de projeto de estampos, dispositivos de solda, de inspeção e montagem atendendo fornecedores de peças estampadas e soldadas para as montadoras. Gostaria imensamente de ser um assinante. Samuel Mollo Montecinos Betim, MG

Muito bom o editorial da 8ª edição da revista Ferramental. Sobre as qualidades de um líder, se me permite, gostaria de

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acrescentar que atualmente um líder deve ter uma mudança de atitude, ou seja, no passado era ele quem mandava e exigia soluções para tudo, “não me tragam problemas, eu quero soluções”. No meu entendimento o líder deve sugerir as soluções ao seu grupo e estar preocupado em oferecer o melhor ambiente de trabalho à sua equipe, zelando para que nada falte para o bom desempenho da mesma.

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Gerson Beckert Joinville, SC

Gostaria de receber a revista Ferramental, pois trabalho na área de ferramentaria da Multibrás e também sou instrutor de processos de usinagem no Senai para as turmas de ferramentaria. Já tive a oportunidade de ler a revista e gostei muito, os assuntos que são abordados me ajudam no desenvolvimento de minhas atividades. Sérgio Luis Siewert Multibrás S.A. Eletrodomésticos Joinville, SC

Ao tempo em que agradeço ao colega que me presenteou com um belíssimo exemplar desta revista, não poderia deixar de cumprimentá-los pelas excelentes matérias e ótima qualidade de impressão. Leitor assíduo de revistas técnicas, com ênfase em gestão e recursos humanos, vejo na revista Ferramental um expressivo diferencial. Uma grande preocupação com os temas, sua atualidade, consistência e muitos parâmetros que permitem a sua utilização prática imediata. Não conhecia a revista anteriormente e pretendo adotá-la entre os meus referenciais de consulta. Parabéns! Continuem assim e nunca percam o foco! Eduardo Luiz Gabardo Martins Administrador - Curitiba, PR

A Editora se reserva o direito de sintetizar as cartas e e-mails enviados à redação.


Redução de tributos já! A tributação tem vários efeitos sobre a economia. Através dela o Poder Público obtém receita para financiar as atividades estatais, podendo prestar serviços à população ao executar as políticas públicas. Da redação

bens e serviços, fazendo com que os preços finais se elevem e, como conseqüência restringe o consumo e afasta os investidores, dificultando a geração de novos empregos que poderiam aumentar o consumo. A carga tributária brasileira está mal distribuída entre os diversos setores, sendo o industrial aquele que recebe o maior impacto da tributação, havendo elevada incidência de PIS, COFINS, ICMS, IPI e contribuições sobre a folha de pagamento. Gilberto Luiz do Amaral

Para as pessoas e empresas os tributos são custo ou despesa, onerando as atividades produtivas. Havendo contrapartida equivalente ao dispêndio efetuado, através do recebimento de bons serviços públicos, como infra-estrutura, segurança, investimentos em saúde e educação, o sacrifício financeiro é recompensado. Mas, quando não há os investimentos públicos na intensidade necessária ao desenvolvimento do país, a carga tributária tem efeito perverso: retira poder de compra dos salários, ao incidir na fonte; onera a produção de

Apesar de imprescindível, a reforma tributária tornou-se sinônimo de aumento de tributos. De 1988 até agora houve doze reformas tributárias (Emendas Constitucionais em matéria tributária) e todas elas foram para criar novos tributos (CPMF, CIDE, PIS/COFINS sobre importações) ou majorar os tributos já existentes (aumento da alíquota da COFINS de 2% para 3% e posteriormente para 7,6%, aumento da alíquota do PIS de 0,65% para 1,65%, aumento da alíquota da CSLL de 8% para 12% e depois retornando para 9%, aumento da base de cálculo do PIS e COFINS, aumento da alíquota da CPMF, aumento da base de cálculo do ICMS,

IPTU e ISS, etc.) ou para suprimir direitos dos contribuintes (redução do prazo para restituição de tributos, parcelamento dos precatórios em dez anos, etc.). Para reduzir tributos não é necessário reforma constitucional, bastando medida provisória ou lei ordinária (PIS, COFINS, INSS, CSLL, CPMF), portaria ministerial (IPI, IOF) e decreto (ICMS).

“Tributo na medida certa é remédio, mas, em excesso é veneno”.

Muitas medidas imediatas podem ser adotadas para atenuar a carga tributária. Por exemplo: - CPMF: transformá-la numa contribuição compensatória com outras contribuições como INSS (pessoas físicas ou empresas) ou COFINS (empresas). Desta forma, as pessoas e empresas da economia formal teriam um benefício, deiNovembro/Dezembro 2006

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xando o ônus efetivo somente sobre a economia informal;

posto de Renda das Pessoas Físicas em 30%.

- PIS E COFINS: essas alíquotas subiram demasiadamente, passando de 0,65% para 1,65% (PIS) e de 3% para 7,6% (COFINS). Isto onerou fortemente o setor produtivo nacional, principalmente o industrial. Pode haver uma redução gradual destas alíquotas até chegar a 1% (PIS) e 5% (COFINS);

Em virtude do aumento dos gastos correntes, principalmente do governo federal, os cenários da tributação em 2007 não são animadores para as indústrias. A proposta orçamentária já contempla aumento de arrecadações, o qual virá principalmente de novas incidências ou ampliação das já existentes. Por sinal, isto é praxe desde a promulgação da atual Constituição, pois a carga tributária brasileira praticamente dobrou neste período.

“Quando não há os investimentos públicos na intensidade necessária ao desenvolvimento do país, a carga tributária tem efeito perverso”.

- Criação de um benefício do INSS para as empresas que aumentarem a contratação de mão de obra formal. Ex: Uma redução gradual da alíquota, que hoje é de 20%, de acordo com o aumento na contratação de novos empregados; - Redução paulatina da alíquota do ICMS, até que saia a reforma tributária; - Ampliação do limite anual de opção do Lucro Presumido para as médias empresas industriais, que hoje é de R$ 48 milhões para R$ 60 milhões de faturamento anual; - Atualização da tabela do Im8

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A indústria de ferramentais suporta uma elevadíssima carga tributária sobre o seu valor agregado. Este é o conjunto de riquezas geradas pelo segmento, tendo quatro destinações: remunerar os trabalhadores através do pagamento de salários e benefícios; remunerar os agentes financeiros, através do pagamento de juros e aluguéis; remunerar os sócios e acionistas, através do pagamento de lucros e dividendos; e, remunerar o governo, através do pagamento de tributos. A carga tributária sobre o valor agregado da indústria de ferramentais é 45% de toda a riqueza gerada no ano. Isto quer dizer que quase metade de toda a riqueza do segmento se direciona ao governo. O restante é dividido entre os funcionários, sócios/acionistas e agentes financeiros. Por sinal, os investidores da empresa ficam somente com 16% da riqueza gerada correspondente a aproximadamente 6% do faturamento. É importante entender que o valor agregado também é composto pelos tributos, ou seja, o seu valor é bruto.

“A carga tributária sobre o valor agregado da indústria de ferramentais é 45% de toda a riqueza gerada no ano”.

Excluindo a carga tributária deste valor, temos o valor agregado líquido. Significa, portanto, que, para gerar R$ 100,00 de riqueza líquida para remunerar funcionários, investidores e agentes financeiros, a empresa tem que pagar R$ 82,00 de tributos. Não é difícil concluir porque os empresários têm tantas dificuldades para tocar o seu negócio e desenvolver as suas atividades. Tributo na medida certa é remédio, mas em excesso é veneno!

Gilberto Luiz do Amaral - Advogado tributarista, contador, professor de pós-graduação em direito, gestão e planejamento tributário, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). gilberto@tributarista.com.br


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Setor automotivo alcança o melhor resultado Segundo dados da Fenabrave, as vendas de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, máquinas agrícolas e implementos rodoviários) no varejo aumentaram de 2.038.615 unidades de janeiro a setembro de 2005 para 2.351.116 unidades no mesmo período deste ano, registrando alta de 15,33%. “Este será o segundo melhor ano de todos os tempos. A previsão de crescimento está se confirmando em 2006”, afirmou Sérgio Reze, presidente da Fenabrave Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. Nas projeções da entidade, os segmentos de automóveis e comerciais leves devem somar cerca de 1,8 milhão de unidades vendidas este ano, num crescimento de 11% sobre 2005. Em relação ao ano de 2007, as perspectivas preliminares são de um crescimento de 8% para estes setores, o que ultrapassará 1,9 milhão de unidades, superando o recorde de 1997, quando foram comercializados 1,87 milhão de automóveis e comerciais leves. Fenabrave (11) 5582-0000 www.fenabrave.org.br

Chamada de trabalhos para o CONAF 2007 Estão abertas as inscrições para a apresentação de trabalhos no 13º CONAF - Congresso Nacional de Fundição, evento paralelo à 12ª FENAF - Feira Sul-Americana de Fundição que acontecerá entre os dias 25 e 28 de setembro de 2007 em São Paulo, SP. Realizado a cada dois anos, é organizado pela associação Brasileira da Indústria de 10

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Fundição (ABIFA) em parceria com a Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais (ABM) e com a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). Serão considerados trabalhos com temas relacionados à fundição de ferro, não ferrosos e aço, além de outros assuntos como: meio ambiente, logística e energia. Os interessados devem enviar seus resumos até o dia 15 de dezembro de 2006 para o seguinte e-mail: wgutierres@abifa.org.br. A data limite para entrega das íntegras será dia 31 de março de 2007. As contribuições técnicas deverão ser inéditas quanto a sua publicação no Brasil e, uma vez aprovadas pelo comitê técnico, terão seus direitos de publicação cedidos à ABIFA. ABIFA (11) 3549-3344 www.abifa.org.br

Setor metal-mecânico ganha laboratório A Universidade de Caxias do Sul conta agora com um Laboratório de Engenharia de Superfícies e Tratamentos Térmicos (LESTT) que foi concebido para dar suporte ao ensino de graduação e pós-graduação, dos cursos de Engenharias e áreas correlatas. Abrigará atividades de pesquisa especialmente na área de modificação superficial de materiais. O LESTT conta com equipamentos de nitretação a plasma, de deposição de filmes finos e de

metalização que, em grande parte, foram construídos pela própria equipe com tecnologia nacional. As empresas do setor metal-mecânico poderão encontrar no laboratório um parceiro para realização de serviços e desenvolvimento de novas tecnologias direcionadas para a obtenção de melhorias na superfície de materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos. Atualmente, as empresas buscam estes serviços em outras regiões do país. Universidade de Caxias do Sul (54) 3218-2100 www.ucs.br

Curso de design de produtos A Roland Brasil e a Grapho Design Software promovem o treinamento DIP - Design Industrial de Produto para capacitação e abrangência do mercado de desenvolvimento de produtos, que será ministrado na Escola Senai Suíço Brasileira em São Paulo, SP. O curso com ênfase nos processos

de criação, desenvolvimento de novos produtos e aplicações para design industrial de produto, possui módulos baseados nos processos de desenvolvimento, viabilidade técnica e econômica, design e marketing desde a concepção até a criação de protótipos em máquina modeladora.


Além dos conceitos básicos, o treinamento utilizará técnicas para motivação de espírito empreendedor, obtenção de patentes e será dividido em parte teórica com idealização do produto e parte prática desenvolvendo o produto com programa modelador, scanner laser e máquina de prototipagem. O software utilizado para desenvolver, em laboratório, o projeto idealizado será o Rhinoceros, fornecido pela Grapho Design Software. Na criação de protótipos será utilizada a máquina modeladora MDX-40R e o scanner rotacional a laser LPX-600, aplicando o método de engenharia reversa. Escola Senai Suíço Brasileira www.sp.senai.br/mecanicadeprecisao treinamento115@sp.senai.br (11) 5641-9576 / 5641-4072

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ABIMAQ (11) 5582-6311 www.abimaq.org.br

SKA-RenderWorks (51) 3591.2900 www.ska.com.br

O Portal Tecnológico da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, permite acessar links e informações sobre metalurgia, siderurgia, ciência e tecnologia. O Banco de Laboratórios aproxima instituições e empresas possibilitando a visualização de pesquisas e especialistas. Dados bibliográficos, estatísticos e do parque siderúrgico nacional e internacional, podem ser pesquisados. No Seminário Multimídia Digital, palestras e trabalhos técnicos dos seminários e congressos da ABM também estão à venda. A página divulga eventos e notícias além de contar com fórum e chat. www.abmbrasil.com.br O Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, representa a cadeia produtiva e promove o crescimento sustentável deste setor. Divulga a importância dos plásticos e incentiva a reciclagem. Articulador entre sociedade, governo e indústria, dispõe de conhecimentos úteis a legisladores, educadores, industriais e recicladores. A Plastivida faz parte do Plastics Global Meeting, encontro mundial das entidades afins. Em seu site disponibiliza cadastro de coletadores e recicladores, estudos técnicos, eventos e também tipos, vantagens e processos de transformação dos plásticos. www.plastivida.org.br 12

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JOÃO CARLOS DOMANSKI - synergiaconsulting@terra.com.br

JOÃO C. DOMANSKI

Planejamento estratégico: modismo ou necessidade efetiva para uma gestão mais eficiente

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Planejamento estratégico ainda pode parecer um modismo, até que se tenha a visão clara do quanto é importante para uma empresa a implementação dos instrumentos de apoio à gestão e os conseqüentes ganhos em assertividade e melhoria de resultados

A partir da globalização, do acirramento da concorrência e do aumento da competitividade no mercado, em especial com a abertura do mercado brasileiro aos fabricantes e produtos estrangeiros, as empresas nacionais de qualquer porte precisam incorporar à sua cultura empresarial os conceitos, valores e instrumentos de apoio à gestão de um amplo Sistema de Planejamento. As organizações mais habituadas a ambientes competitivos, independentemente do porte, não estão imunes a esta contínua demanda por melhoria de desempenho, aumento de eficácia e de garantia de qualidade. Aspecto ainda mais relevante quando integra segmentos específicos, como o de ferramentarias. Este setor é fundamental em função de seu papel de instrumentador e facilitador da indústria de desenvolvimento de máquinas e equipamentos produtivos de alto desempenho. Quando falamos em Planejamento Estratégico (PE) no sentido

mais amplo, nos referimos a um sistema de planejamento corporativo dotado de instrumentos de apoio gerencial e de monitoramento operacional que permitem aos seus gestores ajustar e direcionar continuamente a empresa para seus objetivos. Cabe aqui chamar a atenção para uma distorção comum às empresas que estão iniciando a implementação de seu planejamento estratégico. Muitas vezes se entende a implantação dos instrumentos de PE como a solução das dificuldades enfrentadas por uma empresa. Isso nem sempre é verdadeiro. Os instrumentos inseridos, na verdade, vão apoiar e facilitar a gestão através de indicadores e parâmetros. Assim, os gestores dos diversos níveis da organização terão à sua disposição uma série de dados e informações que permitirão antecipar dificuldades ou oportunidades para tomar as decisões adequadas no tempo certo. Uma eventual dificuldade de cai-

xa, exemplo simples e corriqueiro, pode ser antecipada com o adequado monitoramento de um instrumento de gestão de fluxo de caixa. Desta forma, a administração terá tempo hábil para buscar os recursos necessários, de forma objetiva e em condições normais de negociação e antecipação, fugindo assim dos imprevistos e das alternativas sob pressão, sem tempo ou condições de negociar com mais de uma instituição financeira. A função aqui é mais operacional, embora não menos importante. Antecipar-se, neste exemplo, significa ter amplo relacionamento com entidades financeiras, cadastro atualizado e bom relacionamento com o pessoal que decide estas liberações e facilidades. Importante também é poder conduzir a solução sem ficar na condição de dependente, sem alternativas de negociação. A visão estratégica permite superar esta dificuldade rapidamente, sem perder o foco do negócio que é vender e produzir um produto ou executar um serviço. Novembro/Dezembro 2006

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Procuramos mostrar que não basta dotar a empresa de diversos instrumentos se não houver domínio de seu uso e não for desenvolvida a capacidade de antever o futuro. Planejar é, antes de tudo, pensar à frente. E planejar estrategicamente é pensar e decidir antes que ocorram dificuldades, situações críticas e condições que possam expor a organização a riscos desnecessários. Ou ainda, estar preparado para estas situações a que todos estamos sujeitos e aproveitar adequada e positivamente as oportunidades de mercado. Assim, no devido tempo, as empresas e seus gestores devem ampliar a visão estratégica, que nada mais é do que antever as oportunidades, demandas ou dificuldades de mercado antes dos concorrentes e desenvolver produtos e soluções antes que os seus clientes a solicitem. Assim, configuram-se efetivamente as parcerias estratégicas em que clientes e fornecedores começam a pensar juntos. Eles devem encontrar formas mútuas de colaboração em que ambos se apóiem em pesquisas e desenvolvimento de soluções, procurando sempre a antecipação às demandas de mercado e, finalmente, aos próprios concorrentes. Este conteúdo procura, acima de tudo, proporcionar elementos de reflexão para que as empresas, que ainda estão no caminho do desenvolvimento, visualizem a importância do tema, dos conceitos e instrumentos envolvidos. Procuramos evidenciar que pensar estrategicamente não é algo que acontece simplesmente porque precisamos. É algo que deve ser desenvolvido, amadurecido, introjetado no pensamento, comportamento e atitudes dos integrantes da organi14

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zação. A começar pela alta direção, passando pelos gestores até atingir os demais integrantes da organização. O PROJETO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Embora a maioria das organizações inicie a implementação dos instrumentos gerenciais do sistema estratégico a partir do planejamento orçamentário e da gestão de fluxo de caixa, estes instrumentos integram um conjunto mais amplo e devem funcionar de forma sistêmica e interdependente. Os componentes do Sistema de Planejamento Corporativo devem ser desenvolvidos individualmente como projetos e estão apresentados na Figura 1.

1 - Plano de negócios 2 - Planejamento Estratégico 3 - SIG- Sistema de Informações Gerenciais 4 - Planejamento orçamentário - Planejamento financeiro - Fluxo de caixa - Caixa e bancos 5 - Planejamento operacional - Planejamento de produção ou de serviços - Planejamento e Controle de Produção - PCP - Planejamento e controle de projetos - Planejamento através de Diagramas (Gantt e Pert-CPM) [1] 6 - Planejamento de marketing e comunicação 7 - Planejamento de vendas 8 - Planejamento tributário 9 - Conjunto de diferentes itens de planejamento, desmembramento dos elementos principais, como plano de metas, plano de trabalho, plano de ação, entre outros Figura 1 - Componentes de um Sistema de Planejamento

A boa gestão corporativa pressupõe o domínio de uso destes instrumentos gerenciais, que funcionam melhor quando são suportados por instrumentos de apoio,

1 - Indicadores de desempenho (geral, específicos ou setorizados) 2 - Indicadores de desempenho de mercado ou do segmento 3 - Benchmarking (comparativo entre empresas do setor através de indicadores essenciais). 4 - SIG - Sistema de Informações Gerenciais - relatório consolidado em diversos níveis de detalhamento, atualizado on line ou periodicamente, contendo todos os dados e informações sobre o previsto e o realizado em determinado período, normalmente complementado por elementos gráficos (diagramas, tabelas, gráficos) Figura 2 - Instrumentos de Apoio Gerenciais

demonstrados na Figura 2. O escopo deste artigo foca o PE, portanto vamos comentar os itens que o compõe, no sentido de transmitir os conceitos, visualizar os instrumentos de apoio e sua importância. Os componentes do Processo de PE são apresentados em quatro fases. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO FASE 1 No desenvolvimento de um projeto de PE, algumas considerações devem ser adotadas objetivando atender as expectativas geradas, a saber: ! Maturidade empresarial - é o ponto atingido pelo processo de amadurecimento da alta administração, do corpo gerencial e funcional, no sentido de absorver os conceitos e a importância do PE enquanto instrumentos de apoio permanente. Somente com a implementação e sucessivas revisões do processo é que poderão ser avaliados os resultados obtidos com o PE e a mudança de postura no sentido estratégico. ! Visão Estratégica é a percepção


desenvolvida pelo corpo diretivo, gerencial e funcional para com os fatores estratégicos que possam afetar a empresa de forma negativa ou positiva. Pode ser também a percepção do ambiente em que a empresa atua no sentido de provocar mudanças ou tomar decisões com base nos componentes do PE. Esta percepção inclui o saber olhar a empresa “de fora”. É preciso sair da sua mesa de trabalho, da sua sala, das instalações da empresa. Somente desta forma será possível assumir o papel de acionista, de consumidor, de concorrente, de fornecedor ou de qualquer outro elemento configurado como fator estratégico, que possa afetar significativamente a organização. Também é extremamente importante conhecer alguns concei-

tos gerenciais a fim de aplicá-los conscientemente. Portanto, define-se: ! Planejamento - entendido como o processo desenvolvido para o alcance de uma situação desejada, concentrando esforços e recursos no delineamento de meios efetivos para torná-la realidade. Não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes [2]. Portanto, aparece como um processo sistemático e constante de tomada de decisões, cujos efeitos e conseqüências devem ocorrer em futuros períodos de tempo. Também não é um ato isolado. Portanto, deve ser visualizado como um processo composto de ações inter-relacionadas e interdependentes que visam o alcance de objetivos previamente estabelecidos. Deve-se considerar ainda a ne-

cessidade de que os objetivos sejam viáveis com base nas hipóteses em que se baseiam. O processo de planejar envolve um “modo de pensar” e é muito mais importante do que o produto final que normalmente é o plano. O plano deve ser desenvolvido “pela empresa” e não “para a empresa”, caso contrário corre-se o risco de obter planos inadequados, resistência interna e descrédito na implantação dos mesmos. ! Planejamento Estratégico - é o processo contínuo de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução dessas decisões e; através de uma retro-alimentação organizada e sistemática, medir o resul-

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tado dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas [2]. O PE não é, evidentemente, o único fator determinante no sucesso ou insucesso de uma empresa. A competência da alta administração, do corpo gerencial e funcional é tão importante quanto suas estratégias [3]. Ao que complementamos: o nível de qualidade do processo e dos resultados efetivos está diretamente ligado ao nível de competência e interesse dos membros da empresa. A estratégia empresarial é o ajustamento da empresa ao seu ambiente, em geral em constante mutação, quase sempre com a empresa alterando suas próprias características, tendo em vista este ajustamento. Assim, todo o processo de definição, implantação e acompanhamento das estratégias empresariais ocorre em circunstâncias de constante mudança [4]. Portanto, planejar sem a devida profundidade e visão estratégica pode levar a empresa mais rapidamente ao insucesso, à perda de mercado ou a uma condição em que terá imensas dificuldades de se recuperar. Esta afirmação é perigosamente fatal em ambiente de elevada concorrência e de redução do mercado via recessão ou estagnação [5]. Assim, é inadmissível nos dias de hoje pensar em administrar uma empresa sem planejamento, principalmente o estratégico, a fim de determinar essencialmente a posição da empresa em onde estamos, para onde queremos ir e o quê queremos ser. A Figura 3 ilustra a importância e os ganhos possíveis com este processo. Com base em experiências, relacionamos outras razões para se implementar o PE: 16

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POR QUE FAZER PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO As empresas vivem em um ambiente de incertezas e riscos, sujeitas a forças adversas aos seus objetivos, e para tanto precisam: 1 - Reduzir o grau de incertezas e riscos 2 - Maximizar os esforços para objetivos comuns 3 - Integrar informações e decisões 4 - Delinear os caminhos a seguir para o exercício da missão da empresa 5 - Medir o desempenho da empresa 6 - Ter uma visão global da empresa 7 - Preparar gerentes e colaboradores 8 - Ser um canal interno e externo de interação da empresa com o ambiente de atuação

implementação de todo o processo. Princípio de planejamento participativo Antes de iniciar o processo de desenvolvimento e implantação recomendamos refletir e disseminar sobre os seguintes tópicos: ! Idéias falsas - as pessoas podem ter idéias falsas sobre o planejamento por desinformação ou por informações erradas. Na Figura 4 estão listadas algumas das perguntas mais freqüentes quando do início de implantação de um sistema de planejamento.

Figura 3 - Importância do Planejamento Estratégico

1 - O planejamento causa transtornos na empresa? R: Não. Ele torna mais eficaz e ordenado o trabalho de direção, gerencial e funcional. 2 - O planejamento é uma “camisa de força”? R: Não. Um bom sistema de planejamento é flexível. 3 - O futuro é incerto! Então o planejamento é inútil? R: Não. As decisões e as ações administrativas sempre incluem perspectivas futuras. O planejamento visa fazer com que se tenham premissas válidas e adequadas sobre o futuro. As empresas operam em um ambiente dinâmico, por natureza. 4 - O planejamento é complicado? R: Não. Um bom sistema de planejamento deve ser simples e objetivo. 5 - O planejamento leva o pessoal a esquecer o dia-a-dia? R: Não. O bom sistema incorpora as decisões do dia-a-dia a um todo harmônico e lógico, tornando-as mais eficientes através de uma visão sistêmica.

- É um instrumento indireto de mudança e Desenvolvimento da Organização (DO); - Estimula a participação e o envolvimento dos gerentes e suas equipes; - Ajuda aos dirigentes e suas equipes a discutir questões críticas e a resolver seus conflitos; - Estimula a adoção de técnicas avançadas de gestão (gestão participativa, gestão de qualidade total, ISO 9000). PREMISSAS PARA O DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO FASE 2 Nesta fase começa efetivamente o processo. E é muito importante que as áreas pertinentes sejam envolvidas e participem intensivamente no processo de planejamento. O coordenador do processo deve facilitar e promover o envolvimento das áreas pertinentes para que se sintam parte integrante do projeto e se comprometam com o objetivo final, garantindo assim a

Figura 4 - Idéias falsas sobre PE

Aspectos comportamentais as pessoas são os Agentes de Mudança ativos do processo de planejamento e muitas vezes são as causas do fracasso por: - Descrédito no processo - quan!


do o participante sente dificuldade em aceitar a necessidade e a possibilidade de efetuar previsões de médio e longo prazo de maneira mais acertada. Geralmente, diante desta situação, afirmam que é impraticável ou inalcançável. Posturas comodistas não cabem em Agentes de Mudança; - Falta de visão dos participantes - os colaboradores não estão acostumados a ter uma visão voltada “para” e “de fora da empresa”. Normalmente estão tão concentrados nas atividades rotineiras que se esquecem dos fatores externos; - Falta de comprometimento da cúpula da empresa - os membros da alta administração não assumem o processo e não se colocam como parte fundamental que direcionará todo o planejamento; - Imediatismo - os colaboradores, normalmente, preocupam-se com os aspectos que apresentam resultados em curto prazo para que possam demonstrar trabalho e estejam livres de cobranças do escalão superior; - Falta de continuidade ao processo - é necessário que o PE seja um processo contínuo de atualização, entendimento, controle e avaliação constante. Se o responsável não der continuidade a um destes fatores, corre-se o risco de o planejamento ser transformado em um instrumento inadequado, ultrapassado e sem credibilidade e; - Desconsideração do aspecto intuitivo - na atualidade, cada vez mais o aspecto intuitivo (inteligência emocional) é considerado como uma faculdade essencial na tomada de decisões. Os colaboradores que ainda não se alertaram para isso permitem que muitas alternativas deixem de ser aproveitadas adequadamente.

! Resistência a mudanças - as mudanças determinadas através do PE provocam resistências internas, especialmente do corpo gerencial. O medo de mudança muitas vezes torna-se um fator capaz de mutilar todo o processo, pois não adianta colocá-lo no papel se as pessoas que responderão pela sua execução não o colocarem em prática. Esta reação pode ser proveniente de: - receio de novas responsabilidades; - receio de ser incapaz de atender às novas exigências; - receio de perder o cargo e; - acomodação ou preguiça. ! Limitações gerais - às vezes as pessoas reagem negativamente ao planejamento porque tinham expectativas falsas ou muito elevadas em relação a ele. Frustram-se porque desejariam que ele resolvesse problemas que não tende a resolver. É importante atentar para os seguintes fatos: - O PE não elimina a incerteza da administração, apenas reduz os riscos, que são inerentes ao próprio ato de administrar; - A qualidade das informações pode deixar a desejar. Para um bom planejamento, a qualidade das informações tende a melhorar na medida em que formos investindo mais em sua captação; - O PE não soluciona problemas estruturais da empresa, mas sim proporciona maior integração entre as pessoas e entre os departamentos e ajuda a modelar o comportamento dentro de uma cultura organizacional. Porém, as divergências e conflitos pessoais só podem ser resolvidos pelas próprias pessoas (muitas vezes o problema está na própria pessoa) ou com apoio profissional e; - O PE não pode ser copiado de Novembro/Dezembro 2006

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uma empresa para outra. Cada empresa tem suas próprias características, dimensões e necessidades. O planejamento deve ser desenvolvido e adequado de acordo com os fatores inerentes a cada empresa. EQUIPE DE TRABALHO PARA O DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO FASE 3 O processo de elaboração deve ser tratado como um projeto, composto de equipe de trabalho, com funções definidas, cronograma de etapas e prazos de conclusão. Geralmente este trabalho pode durar entre 45 e 90 dias, dependendo da disponibilidade de tempo dos gestores. A equipe deve variar entre 8 e 12 integrantes, devendo ser composta de: - Coordenador do projeto: assessor de diretoria ou o dirigente principal; - Todos os demais diretores ou superintendentes e; - Representantes das áreas-chave da organização (finanças, vendas, marketing, produção ou operações, suprimentos, contabilidade, recursos humanos). As atividades e etapas do processo devem estar bem definidas previamente, determinando a car-

ga horária semanal para a preparação, compilação de dados e informações para cada reunião de trabalho. É muito importante que todos estejam presentes para acompanhar o processo como um todo. Desta participação é que se desenvolvem os conceitos, valores e percepções sobre os objetivos do processo. Assim se obtém um resultado homogêneo, fruto da participação e discussão de todos. Outro aspecto essencial na programação dos trabalhos É definir o tamanho do horizonte do planejamento. Geralmente se trabalham os próximos três anos. As empresas mais maduras e já aculturadas com o planejamento buscam enxergar até cinco anos à frente. As empresas de alta tecnologia, geralmente multinacionais, exercitam a amplitude de até dez anos. ELABORAÇÃO DO PROJETO DE DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO FASE 4 Esta fase representa o desenvolvimento pleno do projeto. Baseados nos conceitos e definições, a equipe deve evoluir gradualmente para a elaboração de cada componente do processo de Planejamento Estratégico. O diagrama da Figura 5 mostra

ETAPA 1 - Como estamos? - Identificação de expectativas e desejos - Análise externa de ameaças e oportunidades

ETAPA 2 - O que somos? - Missão - Visão - Diretrizes e políticas

ETAPA 3 - Para onde vamos? - Estruturação de cenários possíveis - Formulação de estratégias - Definição de objetivos e metas - Desenvolvimento de planos de ação - Definição de planos de trabalho

ETAPA 4 - Como estamos indo? (monitoramento estratégico) - Indicadores de desempenho - Comparativos (benchmarking) - SIG - Sistemas de Informações Gerenciais Figura 5 - Componentes do Planejamento Estratégico

as etapas e componentes do processo, de forma resumida. Este artigo se destina principalmente a expor conceitos, ganhos e vantagens do Planejamento Estratégico para as organizações. Por isso, não nos detivemos em detalhar as etapas e seus componentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Stanger, L. B.; PERT-CPM – Técnica de Planejamento e Controle, Editora Livro Técnico

Bibliografia

[2] Drucker, P.; autor de inúmeras obras sobre administração, estratégias e planejamento

Domanski, J. C.; Material de Apoio e Apostilas da Synergia Consulting sobre o Tema Planejamento Estratégico; Versões 20002006, Curitiba PR

[3] Oliveira, D. P. R.; Planejamento Estratégico, Editora Atlas, 1996

Matos, F. G.; Estratégia de Empresa, Editora Makron Books, 1995

[4] Oliveira, D. P. R.; Estratégia Empresarial & Vantagem Competitiva, Editora Atlas, 2001

Mintzberg & Lampel; Safári de Estratégia, Editora Bookman, 2002

[5] Oliveira, D. P. R.; Excelência na Administração Estratégica, Editora Atlas, 1995 João Carlos Domanski - Administrador pela UNIFAE- Centro Universitário; Especialização em Análise de Sistemas pela SPEI - Sociedade Paranaense de Estudos de Informática; MBA em Gestão Competitiva de Empresas pela PUC - Pontifícia Universidade Católica, todas em Curitiba, PR. Atualmente é diretor técnico e consultor de gestão da Synergia Consulting S.C. Ltda.

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LIRIO SCHAEFFER - ldtm@ufrgs.br

Introdução ao projeto de ferramentas para forjamento a quente em matriz fechada LIRIO SCHAEFFER

O

processo de forjamento é largamente utilizado na obtenção de peças metálicas por forjamento. Todavia, para que a ferramenta apresente bom desempenho, são necessários alguns cuidados no desenvolvimento do projeto da ferramenta.

Desde a sua descoberta, ficou evidente para o ser humano que os metais seriam vitais para a sua sobrevivência. Logo, os procedimentos para transformá-los em produtos acabados passaram a ser elementos significativos na supremacia de um povo sobre outro. Há centenas de anos antes de Cristo, o ouro, a prata, o cobre, o bronze e o zinco já eram transformados em jóias, armas e outros artefatos domésticos. O forjamento é um dos processos empregados para transformar metais do estado bruto (geralmente obtidos por processos da siderurgia) em peças acabadas com propriedades mecânicas, acabamento superficial e custo competitivo para emprego nas mais variadas aplicações. Os produtos forjados vão desde uma simples agulha ou componentes eletrônicos até peças sofisticadas empregadas nas indústrias automobilística, agrícola, médica, de eletrodomésticos, aeroespacial e outras. Apesar de o Brasil deter uma das maiores reservas mundiais de matérias-primas, ainda encontra-se fundamentalmente em um estágio de exportador desses produtos primários. A transformação destas matériasprimas, por exemplo, através do processo de forjamento, agrega maior valor aos produtos acabados. O conhecimento em profundidade do processo de forjamento permitirá às empresas brasileiras elevar sua competitividade. O processo de forjamento a quente pode ser realizado de diversas maneiras. Na Figura 1 é possível vi-

a)

b)

c)

Figura 1 - Exemplos de matriz para forjamento: a) aberta; b) fechada com rebarba e; c) fechada sem rebarba. [1]

sualizar uma matriz de forjamento aberta (a), uma matriz fechada com rebarba (b) e uma matriz fechada sem rebarba (c). A fabricação de componentes através do processo de forjamento caracteriza-se pelo grande aproveitamento da matéria-prima (eliminando perdas que originam sucata) e pela produção econômica de produtos que exigem propriedades mecânicas e tolerâncias dimensionais. As peças forjadas apresentam uma microestrutura homogênea, livre de porosidades e com um fibramento favorável às propriedades mecânicas exigidas em muitos componentes. No forjamento a durabilidade de uma ferramenta e o fluxo de material na zona de deformação são influenciados por uma série de fatores como, por exemplo, a tensão de escoamento, a velocidade de deformação, a deformação, o atrito entre material e ferramenta e sua geometria. O perfeito inter-relacionamento de todos esses parâmetros pode levar à obtenção de um produto Novembro/Dezembro 2006

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economicamente competitivo e de melhor qualidade. Para o projeto de um ferramental existem modelos de cálculos e teorias que ajudam a integrar, de um lado, as relações existentes entre o equilíbrio físico e os mecanismos de deformação e de outro, o desenvolvimento de produtos para uma melhor competição econômica. A manipulação dos parâmetros através de modelos de cálculo é o único meio para otimizar um processo e deixar de trabalhar apenas de forma empírica, como comumente é visto nas indústrias de forjaria. A quantidade de variáveis é tão grande que não se consegue apenas de forma experimental aperfeiçoar um processo de fabricação. Neste trabalho procura-se mostrar as variáveis de processo e são fornecidas algumas informações para o dimensionamento das matrizes para o forjamento a quente em matriz fechada. CONSIDERAÇÕES GERAIS Para dar início ao estudo, são apresentados na Figura 2 os principais parâmetros envolvidos no processo de forjamento. Observa-se a complexidade que pode envolver estudos aprofundados deste tema. Alguns desses parâmetros como tensões, grau e velocidade de deformação, temperatura, curva de escoamento e coeficiente de atrito são abordados de forma introdutória neste trabalho. Os fundamentos e esclarecimentos com demonstrações mais aprofundadas podem ser vistos em trabalhos anteriores [2, 3]. Os parâmetros abordados são aqueles possíveis de quantificar. Com a avaliação destes parâmetros e o relacionamento dos mesmos com o processo será possível efetuar preliminarmente o aperfeiçoamento das etapas de trabalho.

Na Figura 2, temos que a curva de escoamento é função de: J - Temperatura j - Velocidade de deformação j - Deformação Os parâmetros térmicos são: l - Coeficiente de condutibilidade térmica a - Coeficiente de condutibilidade ferramenta/peça e - Emissividade. CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO DAS FERRAMENTAS A seguir são abordadas, de uma forma geral, algumas particularidades do complexo tema que é o projeto das ferramentas. Esse assunto é analisado com maior profundidade no guia desenvolvido pela “Drop Forging Research Association” [4]. A avaliação do projeto de matrizes de forjamento para operação a partir da automação computacional pode ser encontrada no trabalho de A. Viecelli [5]. O principal objetivo de um projeto ideal é maximizar a vida do ferramental. A Figura 3 demonstra vários parâmetros que podem afetar a durabilidade de uma ferramenta.

Manutenção da ferramenta

Composição do material a ser forjado

Qualidade do aço-ferramenta Projeto da ferramenta

Ferramenta

Condições da superfície

Impacto mecânico

Matéria Prima - Composição Química - Microestrutura - Propriedades mecânicas - Defeitos superficiais

Matriz - Material - Geometria - Acabamento superficial -Refrigeração - Tensões e deformações

Tratamento térmico da ferramenta

Choque térmico

Peça acabada - Tolerâncias - Fibragem - Propriedades mecânicas

Figura 3 - Projeto da ferramenta em conjunto com parâmetros que afetam a vida de uma matriz [5]

Na seqüência são abordados alguns aspectos que servirão de subsídio inicial no projeto de ferramentas para forjamento. Equipamento - Força e potência - Velocidade - Tipo de máquina - Pressurização do lubrificante - Sistema de alimentação

Material - Curva de escoamento f (J,j,j) - Módulo elasticidade - Parâmetros térmicos (l, a, e)

Lubrificação - Composição química - Viscosidade x temperatura - Resistência à queima - Não poluente - Atrito (m)

Figura 2 - Principais parâmetros do processo de forjamento

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Linha de repartição das matrizes É a linha ou plano que divide a peça entre a ferramenta superior e a ferramenta inferior. A escolha e o posicionamento correto da linha de partição ou linha de repartição das matrizes pode influenciar em vários fatores:


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! Facilidade do fechamento das ferramentas; ! Preenchimento das ferramentas; ! Minimização de formação de defeitos; ! Redução da formação de dobras (overlapping); ! Diminuição da quantidade de material perdido na

Ângulos de saída A especificação correta dos ângulos de saída, demonstrados na Figura 5, é muito importante, pois pode evitar o trancamento da peça na matriz e com isso tempos de paralisação de produção.

rebarba; ! Determinação do ângulo de saída e, em conseqüên-

cia, do peso do forjado; ! Posicionamento da geratriz na matriz e; ! Obtenção de tolerâncias adequadas das peças for-

jadas. Quanto ao fluxo de material, a Figura 4 mostra a influência da linha de repartição em combinação com a linha de rebarba. Observa-se que o posicionamento da linha de repartição tem influência nas linhas de fluxo da peça acabada. Uma avaliação precisa do fluxo de material durante o processo de forjamento, onde se considera a quantidade de material que se desloca para fora da matriz através da garganta de rebarba, é extremamente importante no projeto de matrizes. Neste sentido até um coeficiente de atrito baixo (boa lubrificação) pode causar a fuga de material através da garganta de rebarba em vez de preencher as cavidades desejadas, internamente na matriz. Uma espessura muito pequena da garganta de rebarba aumenta a resistência ao escoamento (kw). Nesta situação ocorre um resfriamento mais rápido o que, por sua vez, também ocasiona um aumento da resistência ao escoamento.

Figura 5 - Ângulos de saída [7]

Em contatos prolongados entre o material e a matriz pode ocorrer uma diminuição da dureza da matriz e com isso aumento do desgaste. Por outro lado a necessidade de aumento dos ângulos faz crescer a quantidade de sobremetal. A existência de ângulos aumenta a dificuldade de preenchimento de cavidades profundas e aumenta o tempo de usinagem das peças forjadas. A Tabela 1 mostra sugestões de ângulos de saída para diferentes equipamentos. Equipamentos

Martelos

Paredes internas Inclinação Ângulo

1:6

– 9o

1:10

6o

Prensas

Aplicação

Inclinação Ângulo

Aplicação Peças com costeletas altas

1:6

Regra geral

1:10

9o 6o

Punções baixos

1:20

3o

Peças planas

Grandes profundidades

1:10

Peças planas

Regra geral

1:20

6o 3o

Com extrator Na matriz superior

1:10

9o 6o

1:20

3o

Com extrator

1:50

1o

1:20

3o

1:20

3o

Conf. Profundidade

1:50

1o

1:6

Máquinas Horizontais

Paredes externas

Furo ou saliência

Regra geral

No punção

Regra geral Nas superfícies de agarras

Até 1:50 0o a 3o – 0o Tabela 1 - Ângulos de saída para forjamento de aço em matriz fechada [7]

Figura 4 - Efeito da linha de repartição no fluxo do material

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A Tabela 2 apresenta orientações de ângulos de saída também para outros materiais [4]. As linhas tracejadas da Figura 5 indicam as dimensões após a usinagem da peça forjada. Quando o equipamento possui extratores os ângulos podem ainda ser reduzidos.


Material

Ângulo o

o

Aços

5 a7

Ligas de alumínio

0o a 7o

Ligas de titânio

5o a 7o

Ligas resistentes ao calor

5o a 7o

diferentes alturas de costeletas (h) em função da largura da base (w). A Figura 7 apresenta a nomenclatura dos raios em produtos forjados, onde r é o raio de canto, R é o raio de filete e H é a altura da costeleta.

Tabela 2 - Ângulos de saída para matrizes de forjamento [3]

Dimensionamento de costeletas, bases e raios Em relação à espessura da base t, a Figura 6 mostra os valores recomendados para forjamento de aço para

Figura 7 - Nomenclatura dos raios em peças forjadas

Figura 6 - Influência da altura da costeleta em função da espessura da base [3]

A Figura 8 mostra valores orientativos para aplicação no desenvolvimento do projeto de produto na determinação de raios de filete e de canto.

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Raio de Filete R em mm

Figura 9 - Canal de rebarba e alongamento do excesso de material

Altura H em mm Figura 8 - Gráficos dos valores recomendados para raios em produtos forjados [3]

Considerações sobre a região de rebarba A rebarba se apresenta como um excesso de material ao redor do forjado e está situada no plano da linha de repartição. A geometria e o dimensionamento da passagem denominada de garganta da rebarba usada nas matrizes de forjamento, demonstrada na Figura 9, tem, basicamente, três funções durante o processo: 1 - Restringir o fluxo lateral do metal, forçando o material a encher totalmente a cavidade da matriz; 2 - No estágio final do processo, quando a cavidade está cheia, permitir que o metal escape para o alojamento; 3 - Regular as tensões de forjamento sobre a matriz. A alta pressão normal na garganta de rebarba, devido à diminuição da altura (hr) e a restrição do fluxo do material pela passagem ao longo da largura da base (w), tende a aumentar as tensões na matriz. Em compensação, permite considerável redução na quantidade de material requerido para formação da peça final. 24

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A correta determinação da região de rebarba é muito importante para a minimização do consumo de matéria-prima. A espessura da garganta de rebarba (hr) pode ser estimada em função do peso da peça forjada, como demonstrado na Figura 10. As determinações das dimensões da região da rebarba, que podem ser vistas na Figura 5, devem posteriormente ser reavaliadas com o cálculo da força de forjamento ou da distribuição das tensões na ferramenta. Se a capacidade máxima de força da prensa disponível está longe de ser atingida, pode-se diminuir a altura da rebarba (hr) e, desta forma, reduzir a quantidade de matéria prima utilizada. Isso significa redução de sucata e diminuição do custo do forjado.

Espessura de Rebarba hr (mm)

Raio de canto r em mm

Altura H em mm

Peso da peça (kg) Figura 10 - Relação entre espessura da garganta de rebarba e o peso da peça forjada [7]

A espessura da rebarba (hr) pode ainda ser determinada, em função da área projetada (AP) da gravura ou da peça forjada [9] por:

hr = 0,015. A p


Nesse caso a área projetada da peça (Ap) não deve considerar a rebarba. Dimensionamento dos blocos de matrizes A Figura 11 mostra as principais dimensões que devem ser consideradas no projeto de uma ferramenta para forjamento.

Sendo:

h = Profundidade da cavidade b = Largura da cavidade a = Distâncias entre gravura e limite de bloco a1 = Distâncias entre gravuras H = Altura do bloco (ou matriz) L = Comprimento do bloco B = Largura do bloco

A Tabela 3 apresenta valores característicos para o posicionamento da gravura na matriz.

Figura 11 - Valores típicos de referência para dimensionamento do bloco de matrizes [9]

h (mm)

a (mm)

a1(mm)

H (mm)

6

12

10

100

10

32

25

125

40

56

40

200

100

110

80

315

Tabela 3 - Valores característicos para projeto

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Estes são valores de referência com ênfase para as distâncias mínimas entre a lateral do bloco e o posicionamento da gravura (dimensão a) e também a distância mínima entre uma gravura e outra (dimensão a1). O mau dimensionamento da posição da gravura no bloco da ferramenta pode levar a fratura (Figura 12).

Na Figura 13(b) encontram-se medidas orientativas para projeto de alojamento de pinos-guia.Na Figura 13(c) encontra-se a recomendação de raio de canto para o alojamento do pino-guia. Sendo:

d = diâmetro do pino-guia a

0,3.d, representando a altura do chanfro

b = folga lateral recomendada c = folga de fundo recomendada h = altura de penetração do pino-guia na matriz superior l = altura de penetração do pino-guia na matriz inferior a

Figura 12 - Fratura de uma matriz por mau dimensionamento

Colocação de pinos-guia Com o objetivo de compensar possíveis deslocamentos da matriz inferior em relação à matriz superior ou ainda para minimizar pressões laterais usam-se pinos-guias nas ferramentas. A Figura 13(a) mostra esquematicamente os pinosguias posicionados em uma matriz. Podem-se usar dois pinos em posições diametralmente opostas em vez de quatro pinos-guias.

10º a 15º, representando o ângulo do chanfro

A Tabela 4 sugere alguns valores orientativos para o dimensionamento dos pinos-guias. A colocação de pinos-guias não apresenta um custo elevado e podem ser facilmente substituídos quando desgastados. Largura ou diâmetro da matriz (mm)

Diâmetro do pino-guia d (mm)

200

60

300

70

400

80

500

90

600

100

800

120

1000

140

Tabela 4 - Valores característicos para pinos guia

Figura 13 - a) Esquema de posicionamento de pinos-guia [10] b) dimensionamento dos pinos-guia; c) raio de canto

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PROCEDIMENTOS DE PROJETO O processo de desenvolvimento de uma ferramenta para forjamento é composto de diversas fases, conforme demonstra a Figura 14 (pg. 28). Inicia-se com a definição da peça a ser produzida. Essa peça é geralmente obtida a partir de um sistema de projeto auxiliado por computador - CAD (Computer Aided Design). Já nesta fase é aconselhável proceder a simulação computacional do processo de fabricação, objetivando corrigir e otimizar detalhes da peça durante o desenvolvimento da mesma. Essa análise é realizada com sistemas de engenharia auxiliada por computador - CAE (Computer Aided Engi-


neering). É através da simulação do processo que se torna possível um perfeito estudo para possíveis reduções de custos (minimização da matéria prima e redução de desgaste de ferramenta) com a otimização da zona de rebarba. Também é possível identificar a forma geométrica ideal da pré-forma para obter a melhor distribuição de massa com a finalidade de conseguir o completo preenchimento das cavidades. A simulação pode ainda indicar o surgimento de dobras durante o forjamento. Com base no desenho final da peça, o técnico de forjaria especifica a forma geométrica do forjado. Nesta etapa são levados em conta ângulos de saída da peça e da ferramenta, raios mínimos permitidos em ferramentas de forja, material da peça, além de outros parâmetros de projeto. Assim é definida a forma inicial da ferramenta que dará origem a peça forjada. Definida a peça forjada, passa-se à determinação da geratriz (blank) e, na seqüência, à região da rebarba. Após conclusão do dimensionamento da ferramenta, executam-se os cálculos para especificar o equipa-

mento para forjamento da peça por meio de fórmulas de cálculo ou modelos como a Teoria Elementar da Plasticidade. Na fase seguinte, quando todos os parâmetros de projeto da ferramenta estão definidos, inicia-se a confecção propriamente dita, através de usinagem da ferramenta. Em função da complexidade das peças, atualmente a grande maioria das ferramentas é confeccionada a partir de máquinas operatrizes computadorizadas - CNC (Computer Numeric Control). Para a operação dessas máquinas, é necessário desenvolver programas de usinagem a partir de sistemas de fabricação auxiliada por computador - CAM (Computer Aided Manufacturing). AGRADECIMENTOS A execução dos trabalhos da área de forjamento é realizada pelo Laboratório de Transformação Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com o apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) aos quais deixa-

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mos aqui registrados os agradecimentos.

Figura 14 - Fluxograma dos procedimentos para o projeto de ferramentas simples

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] MSC Superforge, 2005 [2] Schaeffer, L.; Conformação dos Metais - Metalurgia e Mecânica, Editora Rígel, Porto Alegre, 1995

Industry, Anais da IV Conferência Internacional de For-jamento, Porto Alegre, 2000, pg. 175-186 [7] Lange, K.; Meyer-Nolkemper, H.; Gesenkschmieden, Springer Verlag, 1977

[3] Schaeffer, L.; Conformação Mecânica, Imprensa Livre, Porto Alegre, 1999

[8] Thomas, A.; Projeto de Matrizes, ABM São Paulo, 1986

[4] Thomas, A.; Die Design, Drop Forging Research Association Ltd., Sheffield, 1981

[9] Tschätsch, H.; Praxiswissen Umformtechnik, Friedr. Vieweg & Sohn Verlags, Braunschweig/ Wiesbaden, 1997

[5] Viecelli, A.; Projeto de matrizes fechadas de forjamento a quente para peças axissimétricas com rebarba auxiliado pelo computador, Dissertação de Mestrado, PPGEM/UFRGS, 1995

[10] Lange, K.; Handbook of Metalforming, McGraw-Hill Book Company, 1985

[6] Schruff, I.; Pannes, W.; Thyrotherm 2999 EFS Supra: The new Hot-work Tool Steel for Highest Performance in the Forging

[11] Kaessberg, H.; Gesenkschmieden von Stahl, Werkstattbücher (herausgeber H. Haake), Heft 31, Springer Verlag, Berlim, 1950

Lírio Schaeffer - Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) do Centro de Tecnologia da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Engenheiro Mecânico pela UFRGS, com Doutorado na área de conformação pela Universidade Técnica de Aachen/Alemanha (RWTH - Aachen). Pesquisador na área de mecânica, metalurgia e materiais do CNPq, professor das disciplinas relacionadas aos processos de fabricação por conformação mecânica da UFRGS e está vinculado ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Minas e Energia desta Universidade. Autor dos livros Conformação Mecânica, Conformação dos Metais: Metalurgia e Mecânica, Problemas Práticos de Conformação Mecânica, Forjamento: Introdução ao Processo e Conformação de Chapas Metálicas.

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Ferramental

Novembro/Dezembro 2006


JUAREZ ADELIR ALVES - juarez@plasticoville.com.br

JUAREZ A. ALVES

Sistematização da preparação e da execução para teste de moldes

E

tapa decisiva no processo de desenvolvimento de um molde para injeção de termoplásticos, o teste de injeção exige que algumas medidas e cuidados sejam tomados com a devida antecedência, prevenindo prejuízos financeiros e complicações no prazo de entrega da ferramenta.

O desenvolvimento de um produto plástico injetado envolve diversas fases, onde todas têm contribuição essencial para o resultado final de desempenho deste produto. Pela característica do processo, os custos envolvidos são frequentemente elevados. Se, de um lado, está uma atividade cara, do outro está o consumidor final, que espera obter a melhor relação entre custo e benefício do produto que está adquirindo. Dessa forma, é necessária a busca constante de redução de custos, sem comprometimento da qualidade final do processo e do produto. Comumente se menosprezam as ações de planejamento em prol da intensificação de ações na componente técnica do processo. Embora seja extremamente importante o foco técnico, a correta aplicação de procedimentos para padronização de operações produtivas tem sua contribuição inegável no desenvolvimento de processos eficazes.

PADRONIZAÇÃO DE PROCESSOS des produtivas. Entretanto, se cada Diversos estudos têm demonsfase da construção da ferramenta trado que a padronização de profor otimizada tem-se ganhos signicessos com a implantação de proficativos no processo como um cedimentos de trabalho resulta em todo. redução de custos considerável, Portanto, cada etapa do ciclo de principalmente por permitir: desenvolvimento de um produto - Repetibilidade; (Figura 1) deve contemplar a racio- Confiabilidade; nalização dos processos e, princi- Organização e; palmente, permitir a execução de - Encolhimento de tempo de exeforma criteriosa e metódica. cução. Dentro do universo de projeto e Todavia, a padronização é tanto construção de moldes para procesmais eficiente quanto maior for sua samento de termoplásticos, exisabrangência. Se pensarmos em tertem diversas fases: concepção do mos de Teoria das Restrições, que projeto bidimensional (2D), modediz que todo processo é tão rápido lamento de produto tridimensional quanto a velocidade de seu posto (3D), geração de programas para mais lento, podemos concluir que não é produtivo Produção Cliente organizar e padronizar apenas parte do processo produtivo. Se, por exemDesign plo, forem implementados procedimentos paTeste drão apenas na etapa de Engenharia Ferramentaria do molde teste do molde, o resultado será inexpressivo para o conjunto de ativida- Figura 1 - Ciclo de desenvolvimento de produtos termoplásticos Novembro/Dezembro 2006

Ferramental

29


usinagem do aço, operação de usinagem nos diversos equipamentos, tratamentos térmicos, montagem e acabamento, tratamentos superficiais, testes de injeção e obtenção de amostras finais. A padronização deve integrar todas estas fases. Contudo, neste trabalho a proposta é orientar a respeito de aspectos importantes na fase de teste do molde. A seguir são apresentadas algumas considerações que auxiliam na sistematização do processo de preparo e execução de teste. PREPARAÇÃO PARA O TESTE DO MOLDE A eficácia do teste está diretamente associada aos cuidados tomados na preparação de todo o processo. Com um planejamento criterioso dos itens relativos à execução desta etapa, a probabilidade de ocorrerem erros durante a injeção é fortemente minimizada. Assim, a empresa fabricante do molde deve levar em consideração os pontos descritos a seguir, que serão aplicados no planejamento desta etapa de conclusão do molde. ! Definir com exatidão a máquina injetora e os recursos necessários para a execução do teste. Observar atentamente a necessidade de recursos para movimentação do molde, para fixação do molde na máquina, os circuitos de refrigeração e aquecimento (no caso de materiais que necessitem deste recurso), os circuitos de acionamento hidráulico de cilindros e motores, os sistemas de acionamento pneumático, os recursos para acionamento da extração, as possibilidades de ligações elétricas de chaves fim de curso e de controladores de temperatura para câmara ou bico quente; ! Verificar todas as alternativas de 30

Ferramental

Novembro/Dezembro 2006

fornecedores disponíveis, priorizando, pela ordem, aqueles com a oferta de recursos necessária, com o prazo de execução mais adequado, com o custo mais acessível e de localização mais próxima. A Figura 2 apresenta um modelo de lista de verificação junto ao fornecedor dos recursos disponíveis para o teste do molde, que também pode ser encontrada na página 33 desta edição como ficha técnica;

Figura 2 - Lista de verificação de recursos para teste

Definir o fornecedor mais adequado; ! Agendar com antecedência a data e horário para realização do teste. Outro pequeno detalhe que pode causar transtorno é o horário de atendimento da empresa prestadora do serviço de teste, portanto é aconselhável definir com precisão os períodos permitidos para entrega e retirada de molde; ! Conferir as condições do molde quanto à sua funcionalidade; ! Designar um responsável técnico, com conhecimento profundo do funcional do molde, para acom!

panhamento do teste; Solicitar ao fornecedor a participação de técnico capacitado para acompanhamento do teste quando o molde estiver configurado com sistemas (câmara quente) ou equipamentos (manipulador ou robô) fornecidos por terceiros; ! Providenciar, com a devida antecedência, a matéria-prima a ser injetada e os respectivos pigmentos e aditivos, considerando a necessidade de uso de secador ou desumidificador do material. Neste caso, programar a colocação do material na estufa conforme o tempo necessário de processamento. Sugere-se também providenciar a quantidade de material necessária para efetuar a limpeza do canhão quando houver troca de cor ou tipo de polímero; ! Verificar as condições de processamento da matéria-prima para prever, com antecedência, os recursos necessários (estufa, desumidificador); ! Providenciar o transporte adequado, levando em consideração as condições de manuseio do molde. O transporte em veículo fechado pode complicar a movimentação, uma vez que não permite o acesso de talhas ou pontes rolantes. Importante também considerar o seguro da carga, uma vez que podem ocorrer acidentes ou roubos; ! Dispor de ferramentas para pequenos reparos e correções durante a execução do teste; ! Manter acessível, durante o teste, o projeto do molde bem como todas as informações técnicas pertinentes. Resultados de simulação reológica, análise estrutural e ficha técnica do material são, muitas vezes, importantes para solução de problemas e desvios de processo e; ! Providenciar ficha de processo !


para documentação do teste. Na Figura 3 pode ser visto um modelo de ficha de processo que também está disponível na página 34 desta edição como ficha técnica.

Figura 3 - Ficha de processo para teste de molde

EXECUÇÃO DO TESTE DO MOLDE Alguns cuidados também devem ser observados durante a execução do teste, principalmente pelo operador da máquina injetora. Nesta etapa, onde deverá haver diversas variações do processo geradas pela várias condições de injeção introduzidas na máquina, o risco de ocorrerem acidentes com danos ao molde e a máquina é elevado. Portanto, cabe a toda a equipe de testes ficar atenta para os seguintes detalhes: Antes do início da injeção: ! Verificar todos os sistemas de fixação do molde à máquina;

! Verificar todos os mecanismos de movimentos e de extração hidráulicos, pneumáticos e mecânicos; ! Verificar as condições de processamento da matéria-prima; ! Verificar a temperatura do sistema de refrigeração/aquecimento e certificar da inexistência de vazamentos no circuito; ! Verificar as condições das fontes de energia elétrica para os sistemas de câmara e bico quente e; ! Verificar os procedimentos de segurança do molde e da máquina;

Durante a execução da injeção: ! Registrar, em documento adicional, todas as variações ocorridas durante o teste, tanto favoráveis quanto desfavoráveis. O registro destas informações permitirá a manutenção de histórico sobre o desenvolvimento do ferramental. Ao estabilizar o processo, registrar na ficha as informações e dados referentes ao perfil de injeção e temperaturas utilizadas; ! Atentar para o efeito sobre o acabamento da peça devido ao uso de desmoldantes no resultado da injeção e; ! Observar o efeito sobre o processo de injeção quando operar com materiais higroscópicos (absorvem umidade). Após a conclusão da injeção: ! Proceder a limpeza das partes moldantes a fim de evitar possíveis amassamentos por materiais residuais; ! Proceder a lubrificação completa do molde para proteção con-

tra oxidação e corrosão; ! Verificar sistemas de trava de segurança antes da remoção do molde da máquina e; ! Armazenar o molde em local seguro e seco, livre de possíveis colisões e devidamente protegido. BENEFÍCIOS DA PADRONIZAÇÃO Enfim, a padronização dos procedimentos para execução de teste de molde pode contribuir de sobremaneira para: ! Agilizar o processo de avaliação do molde e do produto; ! Minimizar os riscos de ações impróprias para o bom funcionamento do teste; ! Reduzir o número de testes de molde; ! Reduzir o tempo de entrega do molde para o cliente; ! Aumentar a produtividade da ferramentaria, em função do melhor aproveitamento da capacidade produtiva; ! Facilitar o planejamento da produção e do teste do molde; ! Reduzir o tempo de lançamento do produto; ! Melhorar a qualidade final do produto; ! Reduzir os custos da má qualidade; ! Aumentar a confiabilidade do cliente para com a ferramentaria e; ! Proporcionar ganho financeiro para as empresas. A aplicação destas recomendações, simples e objetivas, quando procedida com disciplina, proporcionará resultados significativos na velocidade e qualidade de obtenção de peças em testes de moldes.

Juarez Adelir Alves - Técnico em processamento de dados pela Escola Técnica Tupy e economista pela Fundação Universitária da Região de Joinville (FURJ). Atualmente é diretor comercial da Plasticoville Ind. e Com. de Produtos Plásticos Ltda.

Novembro/Dezembro 2006

Ferramental

31


Verificação dos recursos e do processo para teste de moldes Notas explicativas O desenvolvimento de um produto plástico é composto por diversas fases. Inicia com o esboço e design do produto passando pelos protótipos, definição de materiais, projeto e construção dos moldes, teste de injeção, aprovação do produto e, finalmente, produção em larga escala. Portanto, quando existem desvios técnicos na peça obtida em relação à projetada, alguns dos fatores responsáveis podem ser: - Definição errônea ou incompleta na especificação de regras e premissas no projeto do produto; - Carência, no protótipo, de detalhes construtivos e/ou condições reais de aplicação do produto; - Má especificação do projeto do molde; - Desvios de construção do molde com relação às especificações do projeto e; - Inadequação do processo de injeção. Estes desvios podem ocorrer motivados por um ou mais dos fatores descritos. Todavia, é comum, quando uma peça não está conforme o projeto, que a responsabilidade seja logo atribuída ao molde desenvolvido. É importante esclarecer que, a partir de um produto definido, a obtenção deste é fundamentalmente dependente do molde e do processo produtivo, conjuntamente. Assim sendo, no processo de teste do molde devem ser exploradas todas as possibilidades de uso dos recursos de injeção para, somente após esta etapa, concluir a análise sobre os eventuais desvios relativos ao projeto 32

Ferramental

Novembro/Dezembro 2006

concebido. A execução do teste deve seguir uma rotina padrão para que haja possibilidade de repetibilidade do processo. Com este intuito, publicamos nesta edição um modelo de lista de verificação para ser usada na busca e definição do fornecedor do teste e uma ficha para registro de todo o processo. Na ficha técnica intitulada “Recursos para Teste de Moldes”, temos a preocupação com detalhes que, se não observados cuidadosamente, podem causar alguns dissabores ao processo. No tópico de manuseio do molde na empresa prestadora do serviço de teste, a verificação inclui a forma de transporte. Alguns moldes são transportados em veículos fechados (baú), o que impede o uso de pontes rolantes, talhas e pórticos, exigindo outros equipamentos para carga e descarga como, por exemplo, uma empilhadeira. Também é importante observar os horários de atendimento para entrega e retirada do molde. Os recursos disponíveis nas máquinas injetoras são significativos para a execução de um teste adequado. O conhecimento prévio de detalhes, como os tipos de conexões para engate de mangueiras dos sistemas de refrigeração e aquecimento a água ou óleo e do sistema pneumático, permite a troca destes itens na máquina antes do teste, o que representa um grande ganho de tempo. E ganho de tempo significa custo menor, uma vez que o valor pago para execução do teste é diretamente proporcional ao tempo em que o molde ocupa a máquina injetora. Também a infra-estrutura da empresa deve ser avaliada. Quando o molde é configurado com sistemas

elétricos de câmara/bico quente ou motores para acionamento de movimentos, é importante estar preparado para uso dos recursos disponíveis, no fornecedor do teste, relativos a fontes de energia e padrões de tomadas. Alguns produtos injetados exigem formas especiais de extração do molde, como o uso de manipuladores ou robôs. Por fim, para produtos com galhos (canais de injeção) muito pesados, é conveniente a existência de moinhos e para materiais higroscópicos, é fundamental a disponibilização de estufas e desumidificadores. Portanto, é preponderante avaliar a disponibilidade do fornecedor para esses itens. Na ficha técnica “Teste de Molde para Injeção de Termoplásticos” são registradas todas as informações inerentes a execução do teste propriamente dito. É conveniente anotar o início e fim de uso dos recursos de máquina, secador, desumidificador e normalizador térmico para análise futura de resultados. Também os dados referentes ao material principal a ser processado e ao material utilizado para limpeza do canhão devem ser definidos e conferidos com cautela, pois devem estar em consonância com a especificação do projeto do produto. Descrever precisamente os valores de temperaturas utilizadas tanto no lado fixo e móvel do molde quanto no canhão e nas zonas da câmara/bico quente. Registrar ainda o perfil de regulagem do processo final, com anotação de tempos dos ciclos de injeção, recalque e resfriamento e dos valores de pressão, velocidade e cursos nas fases de injeção, dosagem, descompressão, contrapressão e recalque. O último campo é reservado para o registro do parecer final do teste.


Nº da Ordem de Serviço

RECURSOS PARA TESTE DE MOLDES LISTA DE VERIFICAÇÃO

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

Data

FORNECEDOR DO TESTE Empresa:

Fone:

Fax:

Contato:

e-mail:

1 - MANUSEIO DO MOLDE Veículo aberto

1.1 Transporte do molde em:

Veículo fechado (baú)

1.2 Horário de atendimento: Recepção do molde das

Dimensões da porta de acesso da fábrica:

até

hs.

x

Expedição do molde das

até

metros hs.

1.3 Recursos de movimentação disponíveis: Parte integrante da revista Ferramental - Nº 9 - Novembro/Dezembro 2006 - Para preenchimento, consulte as notas explicativas na página 32

Ponte rolante até

t.

Talha elétrica até

t.

Talha manual até

t.

Outros (descrever) 1.4 Olhais de suspensão disponíveis: M14

M16

M20

M24

M30

2 - DADOS DA MÁQUINA INJETORA 2.1 Força de fechamento:

toneladas

2.3 Passagem entre colunas:

x

2.5 Altura mínima do molde:

milímetros

2.2

Capacidade de plastificação:

2.4

Altura máxima do molde:

2.6

Abertura máxima do molde:

milímetros

gramas de PS (poliestireno) milímetros milímetros

3 - FIXAÇÃO DO MOLDE NA MÁQUINA INJETORA 3.1 Sistema de fixação:

Presilha mecânica (parafusos)

3.2 Dimensões do anel centralizador:

Superior:

3.3 Hastes de acionamento da extração:

Presilha hidráulica

Presilha pneumática

milímetros

Inferior:

4 (quatro)

Outros

1 (uma)

Placa magnética

milímetros

4 - RECURSOS DA MÁQUINA INJETORA 4.1 Sistema de acionamento hidráulico: Número de entradas/saídas:

Pressão da bomba:

bar

Acionamento dos machos por unidade externa

Padrão de engate das mangueiras: Espigão ¼”

Espigão ½”

Espigão ¾”

Espigão 1”

Engate rápido ½”

Engate rápido 1”

Engate rápido ½”

Engate rápido 1”

4.2 Sistema de acionamento pneumático: Número de entradas/saídas:

Pressão de ar:

bar

Padrão de engate das mangueiras: Espigão ¼”

Espigão ½”

4.3 Sistema de refrigeração:

Água

Número de entradas/saídas: Sistema de aquecimento:

Espigão ¾”

Espigão 1”

Óleo Faixa de temperatura de trabalho permitida:

Água

Número de entradas/saídas:

a

ºC

a

ºC

Óleo Faixa de temperatura de trabalho permitida:

Padrão de engate das mangueiras: Espigão ¼”

Espigão ½”

Espigão ¾”

Espigão 1”

Engate rápido ½”

Engate rápido 1”

4.4 Sistema elétrico (tensão de alimentação para controlador de temperatura) 220V

380V

monofásico

4.5 Sistema de remoção de peça injetada:

trifásico Manual

Tipo de tomada: Manipulador

Robô

5 - MANUSEIO DO MATERIAL A SER INJETADO 5.1 Preparação do material: 5.2

Moinho

5.3

Outros:

Secador de bandeja de:

kg

Secador rotativo de:

kg

Desumidificador de:

kg

Observações: Novembro/Dezembro 2006

Ferramental

33


Teste de Molde Número:

TESTE DE MOLDE PARA INJEÇÃO DE TERMOPLÁSTICOS - FICHA DE PROCESSO

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

Data

CLIENTE Empresa:

Fone:

Fax:

Contato:

e-mail:

DESCRIÇÃO Nome da Peça:

Nº de Cavidades:

1 - MÁQUINA PRINCIPAL E EQUIPAMENTOS AUXILIARES MÁQUINA

EQUIPAMENTOS

Data início:

Data início:

Data fim:

Hora início:

:

Total de horas:

Desumidificador

h Hora fim:

:

Hora início:

h

:

Data início:

h Hora fim:

Total de horas:

h

Normalizador térmico

Data fim: :

h

h

Data fim:

Hora início:

:

h Hora fim:

Total de horas:

:

h

h

2 - DADOS DO MATERIAL 2.1 Material a processar:

Fornecido por:

Pigmento: 2.2 Material p/ limpeza do canhão: 2.3 Peso:

Cliente

%: Quant.

Da peça

gramas

kg. Fornecido por:

Do canal

Outros:

Cor: Cliente

Outros:

gramas

3 - DADOS DO MOLDE 3.1 Dimensões: (mm) Altura:

Largura:

3.2 Acionamento de machos/motores:

Hidráulico

3.3 Acionamento de extração:

Comprimento:

Mecânico

Datador ajustado:

Sim

Não

Pneumático Hidráulico

Pneumático 3.5 Aquecimento:

3.4 Refrigeração: Lado fixo:

Água

Óleo

Temperatura (ºC)

Lado fixo:

Água

Óleo

Temperatura (ºC)

Lado móvel:

Água

Óleo

Temperatura (ºC)

Lado móvel:

Água

Óleo

Temperatura (ºC)

4 - TEMPERATURA DO CANHÃO Bico (%)

Zona 1

Zona 2

Zona 3

ºC

Zona 4

ºC

ºC

ºC

5 - TEMPERATURA DA CÂMARA QUENTE Zona 1

ºC

Zona 5

ºC

Zona 9

ºC

Zona 13

ºC

Zona 2

ºC

Zona 6

ºC

Zona 10

ºC

Zona 14

ºC

Zona 3

ºC

Zona 7

ºC

Zona 11

ºC

Zona 15

ºC

Zona 4

ºC

Zona 8

ºC

Zona 12

ºC

Zona 16

ºC

6 - PERFIL DE REGULAGEM PARA INJEÇÃO Tempos de:

Injeção

Recalque s

Resfriamento

s

s

s

s

s

s

Pressão

Reciclo s

Ciclo s

Velocidade

s

Curso

Injeção 1

bar

Injeção 1

mm/s

Injeção 1

mm

Injeção 2

bar

Injeção 2

mm/s

Injeção 2

mm

Injeção 3

bar

Injeção 3

mm/s

Injeção 3

mm

Injeção 4

bar

Injeção 4

mm/s

Injeção 4

mm

Injeção 5

bar

Injeção 5

mm/s

Injeção 5

mm

Dosagem

bar

Injeção 6

mm/s

Injeção 6

mm

Descompressão

bar

Injeção 7

mm/s

Injeção 7

mm

Contrapressão

bar

Dosagem

mm/s

Dosagem

mm

Recalque

bar

Descompressão

mm/s

Descompressão

mm

7 - PARECER FINAL DO TESTE Teste aprovado

Teste reprovado

Observações: Responsável: Nome/Assinatura

34 Novembro/Dezembro 2006 Fonte: Ferramental Plasticoville Indústria e Comércio de Produtos Plásticos Ltda. - Joinville - SC

Data

/

/

Parte integrante da revista Ferramental - Nº 9 - Novembro/Dezembro 2006 - Para preenchimento, consulte as notas explicativas na página 32

Secador

Injetora:


RAFAEL AGNELLI MESQUITA - rafael.mesquita@villaresmetals.com.br CELSO ANTÔNIO BARBOSA - celso.barbosa@villaresmetals.com.br

RAFAEL A. MESQUITA

Avanços na usinabilidade e soldabilidade de moldes para termoplásticos com 40 HRC

A

constante evolução técnica dos materiais tem permitido a redução significativa dos custos na construção de moldes. Todavia, a tendência de produtos com ciclo de vida menor direcionou a concentração de esforços para o desenvolvimento de aços com maior foco na usinabilidade.

A maior parte do custo de um molde tange os aspectos de sua manufatura. Por exemplo, são extremamente importantes os valores agregados durante o processo da construção do molde, especialmente nas etapas de usinagem e polimento. A vida útil dos moldes, em geral, é elevada e sua substituição ocorre devido, principalmente, à mudança do projeto e, mais raramente, ao desgaste do molde. Portanto, as propriedades relacionadas ao desempenho do aço empregado devem ser consideradas como apenas suficientes para a aplicação desejada. As propriedades relacionadas à manufatura, ao contrário, devem possuir papel de destaque, de modo a reduzir o custo total do molde produzido. E, principalmente, devem ser consideradas as interações entre o aço e o processo empregado para manufatura. Em muitos casos, o investimento maior no aço empregado pode ser convertido em ganhos futuros, em termos de redução dos custos totais da manufatura ou reparo do molde. O presente trabalho mostra as principais propriedades do aço P50IM, com destaque na sua usinabilidade e soldabilidade, em relação aos aços tradicionais. Desta forma, auxilia a redução dos custos de usinagem, permite aumentar a produtividade da máquina-ferramenta e facilita o reparo por solda. AÇOS AVALIADOS As composições químicas típicas dos aços analisados

no presente trabalho, DIN1.2711 e o VP50IM, são mostradas na Tabela 1. Si Mn Cr Mo Ni

S

Dureza normal Dureza de Al Cu de fornecimento utilização

DIN1.2711 0,56 0,3 0,7 0,7 0,3 1,7

-*

-* -*

Aço

C

40 HRC

40 HRC

VP50 IM 0,15 0,3 1,6 0,3 0,3 3,0 0,10 1,0 1,0 32 ou 40 HRC

40 HRC

* Elementos residuais

Tabela 1 - Composição química típica dos aços DIN1.2711 e VP50IM. Porcentagem em massa e balanço em Fe

Comparando-os, nota-se que o primeiro é tipicamente um aço médio teor de carbono e baixa liga, enquanto que o segundo é um aço com baixo teor de carbono e maior teor de elementos de liga. Os elementos alumínio e cobre do VP50IM são os responsáveis, juntamente com o níquel, pelo endurecimento por precipitação do material. Este mecanismo de endurecimento é promovido pelo tratamento térmico de envelhecimento, diferente da têmpera e revenimento usualmente aplicados em aços. Nele, o material é aquecido a uma temperatura de 510ºC, mantido por cinco horas e, posteriormente, resfriado ao ar. Em termos práticos, este tratamento é muito mais simples, pois não envolve os resfriamentos bruscos de têmpera. Assim, são evitados riscos de trincas e distorções, além de permitir prazos e custos significativamente menores. O aço VP50IM pode ser usinado na condição beneficiada solubilizada, com 32 HRC, depois passando pelo envelhecimento, atingindo cerca de 40 HRC. Ou ainda usinado diretamente na condição já Novembro/Dezembro 2006

Ferramental

35


beneficiada (envelhecido) para 40 HRC. Na comparação dos dois aços, as propriedades avaliadas foram determinadas a partir de análises de laboratório. A usinabilidade foi avaliada pelo desgaste das ferramentas, em ensaio de torneamento. Medidas do perfil de dureza foram empregadas para avaliar a estabilidade de dureza no aço VP50IM. A resposta à nitretação foi comparada pelas curvas de dureza, para amostras nitretadas pelo processo Nitrex. O processo Nitrex caracteriza-se por nitretação a gás controlada, envolvendo temperatura de aquecimento a 510 ºC por cerca de 6h. A resistência ao desgaste foi avaliada através do ensaio “pino sob lixa abrasiva”, com força de 15 N, velocidade de 1,72 m/s e lixa de #120 mesh (abrasivos de Al2O3). A polibilidade dos materiais não foi avaliada no presente trabalho. Contudo, informações das empresas especializadas nesta operação consideram os aços DIN1.2711 e VP50IM equivalentes quanto à polibilidade. Usinabilidade em torneamento Como a abrangência do termo “usinabilidade” é bastante ampla, serão focados os dois pontos mais importantes para a indústria de fabricação de moldes. O primeiro refere-se ao consumo das ferramentas de corte para determinada quantidade de material usinado e o segundo a morfologia do cavaco formado. A seguir são apresentados testes de torneamento, apesar desta operação não ser a mais utilizada na fabricação de moldes. Assim, os resultados devem ser avaliados comparativamente, em termos qualitativos. Testes mais específicos, como usinabilidade em furação ou

Desgaste da Ferramenta, V

B

(mm)

0,4

0,3

0,2

0,1

VP50 IM solubilizado (32 HRC)

0 0

1000

2000

3000

4000

5000

Distância percorrida em deslizamento (m)

Figura 1 - Desgaste de flanco da ferramenta de corte em função do comprimento usinado para os aços VP50IM, VP20ISO e DIN1.2711. Ensaio realizado em torneamento, com velocidade de corte de 130 m/min, profundidade de corte de 1 mm e avanço de 0,25 mm/volta

36

Ferramental

Novembro/Dezembro 2006

fresamento, serão mostrados adiante. Os resultados da usinabilidade em torneamento podem ser avaliados na curva obtida para o desgaste da ferramenta, apresentada na Figura 1, e pela morfologia dos cavacos na Figura 2. Na curva da Figura 1 observa-se expressiva redução no desgaste de ferramentas do aço DIN1.2711 em relação ao VP50IM. Comparou-se o VP50IM na condição solubilizada e o DIN1.2711 endurecido para 40 HRC, pois estas são as condições usuais de fornecimento dos dois materiais, ou seja, a usinagem de desbaste é realizada com os materiais nessas condições. Por exemplo, para um desgaste de flanco da ferramenta (VB) igual a 0,20 mm, tem-se um comprimento usinado mais de oito vezes maior no aço VP50IM. Como referência, o aço P20 também foi utilizado na comparação, dada sua larga utilização em moldes de plástico. Na Figura 1 nota-se também que a usinabilidade do VP50IM é cerca de 50% superior à do aço P20. Para o VP50IM fornecido na condição envelhecida, ou seja, com dureza de 40 HRC, os resultados também foram comparados, como será mostrado adiante, observando-se a mesma tendência. O ganho em usinabilidade observado na Figura 1 está relacionado à microestrutura dos dois materiais. No VP50IM existe uma fina distribuição de sulfetos de manganês, que estão em quantidade maior que os sulfetos da microestrutura do aço DIN1.2711. Tais inclusões possuem baixa dureza e baixo ponto de fu-são. Assim, lubrificam a ferramenta de corte durante a usinagem e facilitam a remoção dos cavacos. Por isso, apesar da mesma dureza, o VP50IM possui usinabilidade superior à do aço P20ISO. Outro fator importante para a usinabilidade é a menor dureza do VP50IM, que apresenta 32 HRC contra 40 HRC para o DIN1.2711. Ainda, o processo VAR (refusão a vácuo por arco voltaico) reduz sensivelmente a quantidade de inclusões grosseiras duras de AI2O3, o que novamente contribui para a melhor usinabilidade do aço VP50IM, além de refinar os sulfetos de manganês (Mn) para não comprometer a polibilidade. Os cavacos obtidos após o ensaio (Figura 2) também mostram um resultado interessante: são muito menores para o caso do VP50IM. A causa de tal diferença são, novamente, os sulfetos de manganês, pois tais fases auxiliam a quebra dos cavacos formados. Este resultado é também importante para a operação de furação, discutida no próximo item e altamente aplicada na manufatura de moldes de injeção.


a)

b)

c)

Figura 2 - Cavacos formados no ensaio de usinabilidade em torneamento, dos aços: a) VP50IM com 32 HRC, b) VP50IM com 40 HRC e c) DIN1.2711 com 40HRC. Ambos para as condições de VB= 0,15 mm

Usinabilidade em furação Os materiais foram, também, avaliados em ensaios de furação (Figura 3). Novamente, observa-se usinabilidade muito supeior para o VP50IM. Os furos em moldes são normalmente longos e em grande quantidade, para refrigeração durante a injeção do plástico. A elevada quantidade de canais e a profundidade dos furos tornam a operação de furação extremamente crítica nos moldes para processamento de termoplásticos. Assim, a melhor usinabilidade do aço VP50IM é muito importante neste aspecto.

Na etapa de furação, também deve ser considerada a menor dureza do material. A baixa variação dimensional e a eliminação da têmpera permitem que, no aço VP50IM, os furos sejam realizados no estado solubilizado. O mesmo seria arriscado em materiais endurecidos por têmpera, pelo risco de trincas em tais regiões. E, no caso do DIN1.2711, não é possível, pois o material 250 200 150 100

50 0 0

5

10

15

20

25

30

35

Comprimento usinado (L) [m] DIN 1.2711 - 40 HRC

VP50IM-40 HRC

VP50IM-32 HRC

Figura 3 - Resultados obtidos no ensaio de furação, para os aços VP50IM e DIN1.2711. Velocidade de corte igual a 50 m/min, avanço por volta 0,1 mm/rot., profundidade do furo de 25 mm, refrigeração extrema (emulsão Vasco 1000, 9%), ferramenta Ø8 mm, metal duro microgrão K03

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Usinabilidade em fresamento A usinabilidade do aço foi comparada, em testes de fresamento, utilizando o VP50 endurecido para 40 HRC. Esta simulação visou avaliar uma condição de desbaste do molde, porém neste caso com o material VP50IM já envelhecido. Como referência foi utilizado o aço P20 na sua condição de fornecimento usual de 32 HRC. O gráfico da Figura 4 mostra o comparativo, identificando o menor desgaste da ferramenta em função do volume usinado. Em termos práticos, estes resultados indicam uma remoção de material em torno de três vezes maior, com a mesma ferramenta. Ou, o que é mais importante para a indústria de manufatura de moldes, uma maior produtividade do processo de fabricação. Dada à superior usinabilidade do aço, o processo de usinagem pode utilizar uma estratégia diferenciada, em termos de rota-

0,25

Desgaste de Flanco VB (mm)

é normalmente fornecido com a dureza final de uso, em torno de 40 HRC.

0,20

0,15

0,10

P20 - 32HRC

0,05

VP50 - 40HRC 0,00 0

100

200

300

400 3

500

600

Volume Usinado (cm )

Figura 4 - Resultados obtidos no ensaio de fresamento: do desgaste de flanco x comprimento usinado, para os aços VP50IM, com 40 HRC, e P20, com 32 HRC. Parâmetros: corte concordante, ap = 0,75 mm, ae = 10 mm, a=0º e fz = 0,05

ção, avanço ou profundidade de corte, de modo a melhor utilizar o tempo disponível de uso da máquinaferramenta. Assim, o tempo total de manufatura pode ser reduzido, diminuindo expressivamente o custo do molde.

Entenda seu CNC O que são Frames

SIEMENS

O termo “sistema de coordenadas da máquina u com ponto de referência zero offset“ (G54, G55,...) é familiar aos programadores. Os comandos frames podem ser utilizados para deslocar (offset), rotacionar, espelhar ou escalonar sistemas de coordenadas. Os frames descrevem a posição de destino de um sistema de coordenadas através da especificação das novas coordenadas e do ângulo do sistema a partir do atual sistema de coordenadas da peça v. Assim, uma máquina de 5 eixos pode ser utilizada para executar usinagens em superfícies que foram deslocadas e rotacionadas w dentro da área de trabalho. O sistema de coordenadas da peça somente pode ser deslocado (offset) por meio do uso de frames e posicionado em um plano inclinado através de rotação. Com o uso de frames há garantia de precisão. Todos os comandos de deslocamento seguintes serão relacionados ao novo sistema de coordenadas da peça. Usinando em um plano inclinado Quando o sistema de coordenadas da peça x é rotacionado no plano inclinado pelo uso do cycle 800 (que utiliza o conceito de frames), é possível, por exemplo, programar um furo simplesmente pela execução do comando de ciclo de furação.

Nosso serviço de apoio ao cliente presta os esclarecimentos necessários quanto à utilização do seu comando CNC pelo telefone (11) 3833-4040 ou e-mail adhelpline.br@siemens.com.br - E na compra de uma nova máquina CNC podemos lhe auxiliar no esclarecimento de dúvidas técnicas pelo telefone (11) 3833-4989 ou e-mail william.pereira@siemens.com 38

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Soldabilidade A soldagem é uma operação tipicamente complexa em aços de alta temperabilidade, como os aços P20 e DIN1.2711. Isto porque, durante o resfriamento após soldagem, a região aquecida (denominada zona termicamente afetada ZTA) sofre endurecimento pela transformação martensítica. E, para a aplicação em moldes, este endurecimento não uniforme causa diferenças no resultado do polimento, as quais podem inviabilizar visualmente as futuras peças de plástico produzidas. Uma vantagem adicional dos aços endurecíveis por precipitação é a possibilidade de conterem baixo teor de carbono em sua composição. Isto confere ao material menor tendência a problemas de soldagem. Da combinação de baixo teor de carbono e elevado teor de enxofre, no aço VP50IM, resulta um comportamento muito superior em soldagem (Preciado, W. T., 2005). Na Figura 5 é apresentada uma síntese desses resultados. Após a soldagem e novo envelhecimento, o aço VP50IM apresenta dureza homogênea permitindo que, após o polimento e texturização, não sejam observadas diferenças que poderiam ser reproduzidas na peça injetada. Neste caso, os consumíveis utilizados, também denominados de eletrodos de soldagem, foram do próprio aço VP50IM. O mesmo comportamento não ocorre para o aço P20, sendo observadas diferenças quanto à soldagem, resultantes da variação da dureza.

a) aço P20

b ) aço VP50IM

Figura 5 - Resultados de testes de soldagem nos aços

A Figura 6 mostra os resultados da alta soldabilidade em outro teste prático. Um cordão de solda foi aplicado a uma placa de material, a qual foi posteriormente usinada, polida e texturizada. O resultado mostra que, após novo envelhecimento, são imperceptíveis as diferenças de polimento. Isto se relaciona à maior homogeneidade da microestrutura do aço VP50IM, confir-

Solda

Usinagem

Textura

Figura 6 - Solda aplicada à uma placa de VP50IM. Após novo envelhecimento, a região da solda é imperceptível

mando o exposto anteriormente. É importante observar as regiões soldadas (ZTA) do aço P20 com expressivo aumento na dureza, que é traduzido em diferente comportamento após texturização do molde. O mesmo não ocorre no aço VP50IM, que após tratamento térmico de envelhecimento (indicado na curva como TT de precipitação) possui dureza mais homogênea e, assim, superfície não afetada após texturização (Preciado, W. T., 2005). Resposta à nitretação VP50IM e DIN1.2711 A nitretação pode ser importante em moldes devido à necessidade de polimento, a facilidade de desmoldagem e o aumento da resistência ao desgaste. Assim, a curva da Figura 7 apresenta o perfil de dureza em função da camada nitretada para o aço VP50IM e para o aço DIN1.2711. O VP50IM foi nitretado em duas condições, partindo do solubilizado ou partindo do material já endurecido. Observa-se, nas duas condições, a maior dureza na superfície do aço VP50IM. Para o envelhecido e após nitretado, chega-se em torno de 900 HV na região superficial, que equivale a 67 HRC. Para o material nitretado a partir da condição solubilizada a dureza é ainda maior. Isso se deve a dureza obtida pela formação de nitretos de alumínio no VP50IM, dado o teor de 1% de alumínio no material. Nos aços baixa liga, tais nitretos são principalmente nitretos de ferro, que possuem dureza menor que os nitretos de elemento de liga, como os de alumínio e cromo. É importante também ressaltar uma relação interessante entre o tratamento de nitretação e o envelhecimento no aço VP50IM. Como as temperaturas de nitretação e envelhecimento normalmente coincidem (cerca de 510ºC), ambos os tratamentos podem ser feitos simultaneamente. Como mostra a Figura 7, isto Novembro/Dezembro 2006

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40

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1200

Dureza (HV 0,05 kg)

1000

800

çados com fibra ou com carga. Portanto, essa característica foi avaliada para os materiais após a nitretação, como demonstram os dados da Figura 8. 45

Inverso da Taxa de Desgaste 1/(1000*W)

realmente acontece no material nitretado na condição solubilizada, sendo obtida a dureza de núcleo de 40 HRC. Ou seja, não é necessário envelhecer e aplicar a nitretação, porque o próprio aquecimento da nitretação já produz o endurecimento por precipitação (desde que o tempo de tratamento supere seis horas em temperatura).

VP50 IM

40

DIN 1.2711

35 30 25 20 15 10 5 0

600

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

Distância da Superfície Nitretada (mm)

400

Figura 8 - Inverso da taxa de desgaste

200

0 0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

Distância da Superfície (mm)

Figura 7 - Dureza em função da camada nitretada para os dois materiais. O DIN1.2711 foi temperado e revenido para 40 HRC antes da nitretação. O VP50IM foi nitretado, partindo da condição solubilizada ou após envelhecimento

Resistência ao desgaste VP50IM e DIN1.2711 A resistência ao desgaste abrasivo é importante principalmente nos casos de injeção de polímeros refor-

Para as regiões próximas à superfície, o aço VP50IM possui maior resistência ao desgaste devido à dureza mais elevada; para as regiões mais internas, abaixo de 0,10 mm, os resultados são equivalentes para os dois materiais, pois possuem a mesma dureza*. Portanto, no caso de desgaste de moldes nitretados, o VP50IM leva vantagem relativamente ao aço DIN1.2711, dado a maior dureza superficial obtida após sua nitretação. * Como os aços para moldes em geral não possuem carbonetos primários em sua microestrutura, a resistência ao desgaste dependerá essencialmente da dureza.

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A análise apresentada na Figura 8 considerou o inverso da taxa de desgaste que avalia adimensionalmente a resistência ao desgaste por perda em massa, onde W = Dm/(r.A.L), sendo Dm a perda de massa, r a densidade, A a área submetida ao desgaste e L o comprimento percorrido no ensaio de deslizamento (neste caso, “pino contra lixa # 120”). Ambos os materiais nitretados, sendo o VP50IM nitretado a partir da condição solubilizada (ver Figura 7) e o DIN1.2711 nitretado após têmpera e revenimento para 40 HRC. Como mostrado pelos resultados deste trabalho, a escolha do aço a ser utilizado na manufatura de um molde deve ser cuidadosa, levando em conta uma série de fatores. Especialmente porque o aço é o ponto de partida e uma das partes que envolvem o menor custo inicial do molde. Contudo, o aço também está relacionado a todas as etapas de manufatura e tratamento térmico subseqüentes. Por isso, o valor do aço empregado no molde deve ser considerado em conjunto com o valor das operações subseqüentes. Neste ponto são úteis os dados e as discussões apresentadas. Como demonstrado, as diferenças de propriedades como usinabilidade, incluindo a relativa às etapas de furação, bem como a resposta à nitretação e ao tratamento térmico (no caso do VP50IM) podem ser decisivas para a seleção do aço mais adequado. CONSIDERAÇÕES FINAIS É de extrema importância observar as seguintes conclusões:

! As propriedades de manufatura são fundamentais na escolha dos aços aplicados em moldes de plástico, porque a componente de custo relativo ao aço é normalmente baixa quando comparada ao custo total do molde;

Em termos de usinabilidade, o aço VP50IM apresentou-se superior ao aço DIN1.2711 no estado beneficiado. Também apresentou alta usinabilidade após envelhecimento, ou seja, com 40 HRC, sendo nesta situação inclusive superior ao aço P20 com menor dureza (32 HRC). Todas essas características são proporcionadas pela microestrutura do aço VP50IM, com distribuição de finos sulfetos de manganês. Nos testes de furação, melhorias equivalentes são observadas; !

Em soldagem, o alto teor de carbono do aço P20 e do aço DIN1.2711 pode acarretar em alta dureza na zona termicamente afetada (ZTA), gerando diferenças de dureza na superfície dos moldes. No aço VP50IM, o teor de carbono é menor, dado seu mecanismo de endurecimento diferenciado, levando à superior soldabilidade e; !

O teor de alumínio do aço VP50IM, além de promover endurecimento por precipitação, também gera superior dureza em nitretação, devido à formação de nitretos mais finos. Nos casos em que a nitretação e o envelhecimento sejam necessários, ambos os tratamentos podem ser feitos simultaneamente no processo de nitretação. !

BIBLIOGRAFIA Cook, N.; Influence of Metallurgy on Machinability - What is Machinability, ASM, p. 1, 1975 Kovach, C.; Moskowitzm, A. Effects of Manganese and Sulfur on the Machinability of Martensitic Stainless Steels, Transactions AIME, vol. 245, Oct. P. 2157, p. 1969 Mesquita, R. A.; SokolowskI, A.; Barbosa, C. A.; Desenvolvimento de Aços Especiais com Usinabilidade Melhorada, artigo publicado na Revista Máquinas e Metais, p. 86 a 112. Maio 2003 Milan, J. C. G.; Machado, A. R.; Barbosa, C. A. Usinabilidade de Aços para Moldes de Injeção de Plástico Tratados com Cálcio, Anais do 55º Congresso da ABM, p. 206, Julho 2000

Pinedo, C. E.; Barbosa, C. A. Desenvolvimento de Aços Ferramenta Endurecíveis por Precipitação, Anais do 50o Congresso da ABM, São Pedro-SP, 1995 Preciado, W. T. Reparo por soldagem de moldes de injeção de plásticos fabricados em aços AISI P20 E VP50IM, Dissertação de Mestrado, UFSC, Florianópolis, Março 2005 Roberts, G.; Krauss, G.; Kennedy, R. Tool Steels, 5ª edição, American Society for Metals, Materials Park, OH-USA, 1998, p. 291-304 Tipnis, V.; Joseph, R. Influence of Metallurgy on Machinability- Testing for Machinability, ASM, p. 11, 1975

Rafael Agnelli Mesquita - Engenheiro de Materiais e Mestre em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos UFSCar. Doutorando do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de São Carlos UFSCar. Atua como pesquisador no Centro de Pesquisa da Villares Metals S.A., no desenvolvimento da linha de aços ferramenta e aços rápidos. Celso Antônio Barbosa - Engenheiro Metalurgista. Atualmente é gerente de tecnologia da Villares Metals S.A.

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LUCIANA MATOS SANTOS LIMA - llima@excelenciasc.org.br

LUCIANA M. S. LIMA

Desafio das organizações: a busca da excelência na gestão

O

s modelos para aplicação de sistemas da qualidade técnica são amplamente difundidos nos mercados mundiais. Todavia, em nosso país o foco tende a ser a busca pela melhoria na administração do negócio. O Modelo de Excelência da Gestão® mostra o caminho para satisfação desta necessidade.

O mundo vive em constante mudança. Enquanto você lê este texto, empresas nascem e morrem, novos empregos são gerados e outros postos de trabalho são fechados, surgem novas tecnologias e situações com as quais estávamos acostumados, desaparecem. A grande diferença do passado para o presente é a velocidade com que as mudanças ocorrem nos novos tempos. Durante a Idade Média, as especiarias e outras mercadorias demoravam meses para chegar da Ásia até a Europa. Hoje, distâncias como essas são percorridas em único dia. Notícias são comunicadas ao mundo todo praticamente em tempo real, problemas na China ou nos Estados Unidos afetam todo o mundo antes do dia acabar, tecnologias feitas para durar décadas, desaparecem em poucos anos. Em outras épocas, as organizações tinham tempo de se adaptar às mudanças. Hoje, esperar o acontecimento de fatos para então se adaptar ou demorar muito para to-

mar decisões é sinônimo de dificuldades ou de ser “engolido” pela concorrência. As organizações precisam ser ágeis, pró-ativas, inovadoras, capazes de se antecipar às mudanças. Além disso, também é necessário estar atento às necessidades de clientes, fornecedores, colaboradores, acionistas e da comunidade. Necessidades que também evoluíram ao longo dos anos, trazendo à tona questões como qualidade de vida, tecnologias limpas, responsabilidade social, entre outras. Em face deste contexto, como sobreviver? Como crescer? Como tornar-se uma empresa de excelência? Uma organização é excelente quando alcança resultados relativos a todas as partes interessadas de forma ética, sustentável e por meio de boas práticas de gestão [2]. A resposta está na gestão. Uma gestão capaz de atender, de forma balanceada, aos interesses de todas as partes envolvidas e comprometida em alcançar resultados que permitam seu crescimento.

A EVOLUÇÃO DA GESTÃO Desde a manufatura, passando pela Revolução Industrial e até o início do século XX, o foco da gestão era obter qualidade do produto. Todos os esforços eram voltados para evitar produtos com defeitos, por meio de inspeções e técnicas estatísticas. Com o crescimento da demanda e o aumento da produção, as responsabilidades dos gestores também aumentaram: além de controlar a produção, era necessário também planejar e organizar. Após o fim da 2ª Guerra Mundial, inicia-se a era da qualidade total [1], resultado dos esforços de reconstrução da indústria japonesa. O foco mudou de qualidade do produto para qualidade de processo e satisfação do cliente. É necessário produzir cada vez mais com menos, padronizar e melhorar os processos a fim de aumentar os níveis de confiabilidade e principalmente, é preciso satisfazer os requisitos, necessidades e expectativas do cliente para se manter no mercado. Novembro/Dezembro 2006

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Deste ponto em diante, vários modelos de excelência começaram a ser desenvolvidos. Em 1987, surge a série de normas ISO-9000. No final da década de 1990, o foco da gestão amplia-se, com a necessidade de tratamento das questões relativas à gestão ambiental e a saúde e segurança do trabalho. Hoje, o centro das atenções está na responsabilidade social e na segurança da informação. Atender a todas estas demandas é uma tarefa árdua nos contextos mais favoráveis. Em um cenário de crescente competitividade global, rápida inovação tecnológica, alteração de processos e constantes mudanças nos panoramas econômico, social e de clientes é ainda mais difícil [2]. Para auxiliar as organizações neste desafio, foi criada em 1991, a Fundação Nacional da Qualidade, organização sem fins lucrativos, responsável pelo Modelo de Excelência da Gestão® e cuja missão é “disseminar os fundamentos da excelência em gestão para o aumento de competitividade das organizações e do Brasil”. Esse modelo, que materializa os fundamentos da excelência refletidos em um sistema de gestão estruturado, é utilizado por milhares de organizações no Brasil, como empresas, instituições de ensino, hospitais, organizações públicas e até mesmos times de futebol. Ele proporciona uma linguagem de gestão comum, facilitando a troca de boas práticas entre as organizações de diversos setores. O MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO® Em meados da década de 1980, o governo americano preocupado com a concorrência crescente da

indústria japonesa, encomendou um estudo junto a organizações reconhecidas por sua excelência com o objetivo de identificar quais fatores diferenciavam essas organizações. O que as impulsionou para o sucesso e o que contribuiu para a manutenção dos resultados alcançados? O estudo demonstrou que essas organizações praticavam os mesmos valores e possuíam culturas semelhantes, baseadas em conceitos como inovação, aprendizado, foco em resultados, entre outros. Esse estudo foi a base de um dos primeiros modelos de gestão, o Prêmio Nacional de Qualidade Malcolm Baldrige (Malcolm Baldrige National Quality Award), que por sua vez, foi utilizado pela Fundação Nacional da Qualidade para construir seu modelo de gestão. Portanto, o Modelo de Excelência da Gestão® é baseado nos fundamentos da excelência, que são anualmente revisados para se manterem alinhados com os novos desafios enfrentados pelas organizações e com o estado da arte da gestão. A Figura 1 apresenta os fundamentos da excelência. Pelo Modelo de Excelência da Gestão® a organização pode ser considerada como um sistema orgânico, adaptável ao ambiente exFundamentos da Excelência – – – – – – – – – – – –

Liderança Visão de futuro Foco no cliente e no mercado Responsabilidade social Gestão baseada em fatos Valorização das pessoas Abordagem por processos Orientação para resultados Visão sistêmica Proatividade Inovação Aprendizado organizacional

Figura 1 - Fundamentos da excelência Novembro/Dezembro 2006

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terno. Os vários elementos do modelo encontram-se imersos em um ambiente de informação e conhecimento e relacionam-se de forma harmônica e integrada, voltados para a geração de resultados. A Figura 2 apresenta esses vários elementos - clientes, sociedade, lideranças, pessoas, processos, estratégias e planos - que se inserem no ambiente da informação e do conhecimento e culminam nos resultados obtidos pela organização [3]. São estes oito elementos ou critérios que constituem a essência do Modelo de Excelência da Gestão®.

®

Figura 2 - Modelo de Excelência da Gestão

É importante ressaltar que o modelo não é prescritivo, que as organizações podem utilizar as práticas de gestão mais adequadas a seu porte, mercado de atuação e cultura organizacional. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Para avaliar a gestão das organizações, cada critério foi dividido em itens e requisitos que a organização deve atender. Foi elaborada uma escala de pontuação, baseada em uma escala de 0 a 1000 pontos, que caracteriza o estágio alcançado pela gestão da organização. A Tabela 1 apresenta os Critérios de Excelência com suas respectivas pontuações máximas. 46

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Critérios de Excelência

Pontuação Máxima

1. Liderança

110

2. Estratégias e planos

60

3. Clientes

60

4. Sociedade

60

5. Informações e conhecimento

60

6. Pessoas

90

7. Processos

110

8. Resultados

450

Total

1000

Tabela 1 - Pontuação dos Critérios de Excelência

A seguir são detalhados individualmente os critérios de excelência: ! Liderança - analisa como o sistema de liderança é estruturado e como é o processo de tomada de decisões na organização. Examina também como a alta direção promove a criação de uma cultura da excelência e realiza a análise do desempenho da organização; ! Estratégias e planos - verifica como as estratégias da organização são formuladas e implementadas na organização, visando a maximização do desempenho. Também são avaliados os planos de ação desenvolvidos para atendimento às metas estratégicas definidas; ! Clientes - as formas como a organização avalia sua imagem perante os clientes e mercados, divulga seus produtos e marcas, identifica as necessidades de clientes e mede sua satisfação e insatisfação a fim de estabelecer relacionamentos de longo prazo são medidas neste critério; ! Sociedade - avalia como a organização exerce sua responsabilidade ambiental, estimula o comportamento ético em todos os seus relacionamentos e promove ações para o desenvolvimento social; ! Informações e conhecimento examina como são gerenciadas as

informações utilizadas para a realização das atividades da organização. Também verifica como a organização utiliza informações comparativas para melhorar seus processos, produtos e resultados e finalmente como são gerenciados os ativos intangíveis que agregam valor ao negócio; ! Pessoas - avalia os sistemas de trabalho da organização e as políticas de capacitação e desenvolvimento da organização, bem como as ações para melhoria da qualidade de vida da força de trabalho; ! Processos - considera a forma como os processos principais e de apoio do negócio são gerenciados, bem como a maneira de operacionalização da gestão econômicofinanceira da organização. Também examina como é gerenciado o relacionamento com os fornecedores e; ! Resultados - por fim, com este critério são avaliados os resultados decorrentes da aplicação das práticas descritas nos critérios de 1 a 7. Os fatores de avaliação são: relevância, tendência e nível atual. É importante ressaltar que o modelo não se limita à avaliação de resultados econômico-financeiros. A medição da excelência inclui também resultados relativos a fidelização de clientes, conhecimento de mercado, contentamento, motivação e competência das pessoas, desempenho de fornecedores e satisfação da sociedade. As organizações podem avaliar sua gestão internamente ou externamente por meio de contratação de profissionais ou participando do Prêmio Nacional da Qualidade®. ESTÁGIOS DE IMPLANTAÇÃO DO MODELO Embora o objetivo das organi-


zações seja alcançar a gestão classe mundial, o Modelo de Excelência da Gestão® é um modelo de maturidade, que apresenta dois níveis anteriores. O objetivo destes estágios é permitir que as organizações cresçam de forma evolutiva e sustentável em sua gestão. Em ambos os níveis são avaliados os mesmos critérios, apenas os requisitos vão crescendo em número e complexidade, conforme mostra a Figura 3. Nível inicial O nível inicial, traduzido em uma escala de até 250 pontos, demonstra o compromisso da organização com a busca da excelência e deve ser utilizado nos estágios iniciais da adequação da gestão ao modelo. Nesse nível a pontuação é

Critérios de Excelência

Pontuação Máxima

1. Liderança

30

2. Estratégias e planos

20

3. Clientes

25

4. Sociedade

15

5. Informações e conhecimento

15

6. Pessoas

20

7. Processos

25

8. Resultados

100

Total

250

Tabela 2 - Pontuação para o nível inicial [5] Figura 3 - Níveis de avaliação [5]

distribuída conforme a Tabela 2. Nível intermediário O segundo nível é o estágio intermediário alcançado pela organização e é traduzido em uma escala de 500 pontos conforme mostra a Tabela 3.

A REDE NACIONAL DA GESTÃO A disseminação do Modelo de Excelência da Gestão® é o objeto de trabalho de inúmeras organizações existentes no Brasil que compõem a Rede Nacional da Gestão. Desde a década de 1990, com o surgimento da Fundação Nacional da Qualidade e de alguns programas estaduais

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Critérios de Excelência

Pontuação Máxima

1. Liderança

55

2. Estratégias e planos

50

3. Clientes

40

4. Sociedade

30

5. Informações e conhecimento

30

6. Pessoas

45

7. Processos

50

8. Resultados

200

Total

500

Tabela 3 - Pontuação para o nível intermediário [5]

de qualidade e produtividade como o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade e o Programa Baiano de Qualidade, profissionais e empresas estão juntos para levar os conceitos e critérios de excelência às organizações privadas e públicas do país. Em 2005, surgiu o Gespública, fusão dos Programas da Qualidade no Serviço Público (PQSP) e Nacional de Desburocratização, com a finalidade de contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos e para o aumento da competitividade nacional. Paralelamente, surgiram inúmeros programas e prêmios setoriais voltados a disseminação e crescimento da competitividade de suas organizações, como o Prêmio Na-

cional da Qualidade em Saneamento e Prêmio Nacional da Gestão em Saúde. Visto o sucesso dessas iniciativas, o Movimento Brasil Competitivo e o SEBRAE Nacional realizaram o projeto Rede Brasil +, com o objetivo de criar programas de incentivo à qualidade, competitividade e produtividade em diversas unidades da Federação. Como resultado desse projeto, mais de 10 Estados instituíram seus programas de qualidade. Em 2005, as entidades e os programas estaduais e setoriais, uniram-se na Rede Nacional da Gestão com o objetivo de conjugar esforços, unificar critérios de avaliação e trocar experiências, práticas e profissionais a fim de contribuir cada vez mais com o aumento da competitividade nacional. Quase todos os programas promovem prêmios em seus Estados ou para seus setores que têm como principal objetivo reconhecer as organizações que se destacam na utilização do Modelo e no atendimento às necessidades das partes interessadas. Benefícios para a organização O principal benefício para a organização em utilizar o Modelo de

Excelência da Gestão® é tornar-se mais competitiva para atuar no mundo de hoje. A utilização do Modelo proporciona uma visão sistêmica da organização, promove a cooperação e comprometimento da força de trabalho, propicia o compartilhamento das informações internas e permite que a empresa realize a medição e comparação de seu desempenho com base em critérios reconhecidos mundialmente. Além disso, estudos realizados neste ano demonstram que as organizações que utilizam o modelo apresentam um desempenho superior a média de seu mercado de atuação, mesmo em cenários de crise, comprovando por meio de fatos e dados o que todos já sabem: a gestão ainda é um diferencial competitivo para empresas que desejam crescer. Por enquanto. E então, como está a gestão de sua organização? Você é líder de seu mercado e a concorrência não incomoda? Ou você não está acomodado e vislumbra espaços para melhoria? A implantação e uso do programa certamente orientará a empresa rumo à excelência em gestão e conseqüente perpetuação do negócio [6].

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Maximiano, A. C. A.; “Introdução à Administração”, São Paulo, Editora Atlas, 2000

[4] Fundação Nacional da Qualidade, “Critérios de Excelência 2006”, São Paulo, FNQ, 2006

[2] European Foundation for Quality Management, “Os Conceitos Fundamentais da Excelência”, Bruxelas, EFQM, 2003

[5] Fundação Nacional da Qualidade, “Rumo à Excelência Critérios para a avaliação do desempenho e diagnóstico organizacional”, São Paulo, FNQ, 2006

[3] Fundação Nacional da Qualidade, “Introdução ao Modelo de Excelência da Gestão”, São Paulo, FNQ, 2006

[6] www.mbc.org.br

Luciana Matos Santos Lima - Engenheira Civil. Mestre em Engenharia de Produção. Examinadora do Prêmio Nacional da Qualidade nos anos de 2004 e 2005. Atuou no SENAI/SC como consultora e coordenadora do Projeto Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat PBQP-H. Desde 2004, é diretora executiva do Movimento Catarinense para Excelência. 48

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Bases de estampo e componentes As bases de estampo da Três-S são fabricadas em aço SAE 1020 e fornecidas com acabamento lateral oxicortado ou fresado e acabamento superficial fresado ou retificado. Os pinos são fornecidos para montagens com interferência, a fixação

é por grampos e central. As buchas desmontáveis em aço grafitadas, aço bronzeadas, bronze grafitadas e exclusivamente bronze, são fabricadas em aço SAE 8620, temperadas e cementadas com dureza de 58-62 HRC. As camisas para colar de esferas são produzidas em aço SAE 8620, temperadas e cementadas com dureza de 62-64 HRC. O colar de esferas é confeccionado em bronze ou alumínio. As buchas desmontáveis para colar de esferas também são fabricadas em aço SAE 8620, sendo temperadas e cementadas com dureza de 62-64 HRC e fixadas com grampos. Três-S (11) 6412-6001 com@tres-s.com.br

Parafuso de suspensão ajustável O parafuso de suspensão ajustável Starpoint VRS-F da Rud, é forjado em forma de estrela e de fácil visualização. Sextavado, é ajustável na direção da carga.

Apresenta indicação clara da capacidade de carga nominal no sentido

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mais desfavorável e fator de segurança 4:1. É fornecido com capacidades de carga de até 12t. RUD Correntes Industriais (11) 4723-4944 rud@rud.com.br

Grafites para eletroerosão A linha Ellor de grafites para eletroerosão, produzida pela Carbono Lorena, inclui grafites para desbaste, semi-acabamento, acabamento fino e extra-fino disponíveis em cinco opções de grade, cobrindo as necessidades das operações de eletroerosão por penetração - EDM (Electric Discharge Machining). Fornecidas em blocos com rugosidades de 0,4 a 18 µm e dureza entre 55 e 80 Shore, são fáceis de usinar, apresentam resistência a choque térmico e possibilitam taxa de remoção de metal mais alta que a do cobre, com menor desgaste do eletrodo.

cado, zincado e com pintura epoxi na base do grampo. Tem manopla em PVC, parafuso e porca M8 e conta com opção de ponteira plástica. Santo Ângelo (11) 6423-2400 vendas@santoangelo.com.br

Fresadora universal A fresadora universal CNC da Taurus Wotan, modelo Womat M3, tem mesa com dimensões de 3.300 x 1.000 mm e capacidade para 10.000 kg. Com avanço rápido de 20 m/min. nos eixos X, Y e Z e cursos de 3.000 x 1.000 x 1.000 mm respectivamente, pode ser configurada opcionalmente com

Carbono Lorena (11) 5693-8700 alex.queiroz@carbonolorena.com.br

Grampo de ação rápida A Santo Ângelo fornece o grampo Torpedo GPA1 manual de ação reta, tipo empurra e puxa. É fabricado com base em aço micro-fundido SAE 1045, haste e guia em aço SAE 1008 e pistão em aço 1020 retifi-

1.500 ou 2.000 mm no curso Y. Cabeçote de fresar universal com posicionamento manual, cone ISO 50 e motor principal com potência de 37 kW. Taurus Wotan (11) 3842-5501 gvendas-sp@tauruswotan.com.br Novembro/Dezembro 2006

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Lubrificantes grau alimentício para moldes A Rocol dispõe de lubrificantes para atender as mais diversas aplicações na área de injeção de plásticos. O Precision Silicone - desmoldante filme úmido, o Dry PTFE - desmoldante filme seco, o Foodlube Multipaste - pasta para pinos extratores e o Foodlube Protect - protetivo para moldes. São totalmente isentos de óleo mineral e componentes geneticamente modificados em sua formulação, podendo ser utilizados onde há risco de contato com alimentos. Contêm somente ingredientes listados pela agência americana de controle de alimentos e medicamentos FDA (Food and Drug Administration) e possuem registro NSF H1.

ITW Chemical Products (11) 4785-2660 tech@itwchem.com.br

Retificadora plana CNC

A linha Platinum de retificadoras planas CNC fornecida pela Rosa Brasil tem mesa com dimensões de 2.100 a 5.600 x 1.510 mm, com capacidade variando de 2.000 a 4.000 kg e velocidade longitudinal 52

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de até 40 m/min. O rebolo tem dimensão de 600 mm de diâmetro e o motor potência de 25 kW (33 HP) Rosa Brasil (11) 5686-8805 rosabrasil@rosabrasil.com.br

Pasta para polimento A pasta para polimento, da Master Diamond, com pó de diamante sintético é fornecida em seringas de 7g, com granulometrias que variam de 0 a 54 µm aplicáveis desde o desbaste até o polimento final de ferramentas, moldes e matrizes. A empresa fornece também o solvente em embalagens de 100 ml para maior rendimento da pasta.

Master Diamond (11) 3857-4330 mdmaster@masterdiamond.com.br

Prensa para try-out As prensas hidráulicas PH4C, para ajuste e teste de ferramentas, fabricadas pela Hidral-Mac tem quatro colunas, capacidade de 300 t., abertura entre mesa móvel e martelo de 800 mm, curso regulável de 600 mm, velocidade de aproximação de 300 mm/s, trabalho de 10 mm/s e retorno de 120 mm/s. Motor elétrico trifásico de 40CV, console de acionamento bi-manual com simultaneidade + emergência, ajuste de curso e pressão via IHM


talidade dos materiais termoplásticos e também na limpeza de equipamentos que processem EVA. É um líquido incolor, não abrasivo, quimicamente estável, atóxico e não inflamável. Adicionado em pequeno volume (de 1% a 5%), agrega-se à próxima resina a ser processada. Age no canhão como agente umectante, penetrando na estrutura do polímero degradado nas peças metálicas, possibilitando descolar e limpar, sendo retirado pelo bico de injeção ou pelo molde. O produto não é aplicável para borrachas e termorígidos. por CLP e mesa móvel inferior acionada via IHM, guiada por barramentos de aço retificado com lubrificação forçada. O deslizamento é sobre réguas com esferas, braços fixos ou móveis com roletes para ajuste e apoio da mesa. Pode ser utilizada também na produção: repuxo, corte e dobra. Hidral-Mac (16) 3311-4105 tiago@hidralmac.com.br

Aditivo para limpeza O produto Purge da SKM para limpeza de canhão na troca de cor ou dos polímeros queimados nas máquinas injetoras, extrusoras e sopradoras, abrevia o tempo de purga e de parada da máquina, evitando a desmontagem do conjunto de plastificação. Pode ser utilizado na to-

Moldes para injeção de termoplásticos e alumínio

SILDRE IND. DE MATRIZES LTDA. SKM (15) 3222-8012 skm_ltda@uol.com.br

Rua Abel Postali, 430 95112-000 - Caxias do Sul - RS Fone (54) 3227-1334 sildre@sildre.com.br www.sildre.com.br

Retífica para polimento A retífica Foredom, fornecida pela TTC, ideal para trabalhos de lixamento e polimento de moldes, tem potência de até 1/8 HP e velocidade de 18.000 a 20.000 rpm. Trabalha suspensa ou em bancada com comando através de pedal ou manual. A empresa fornece também uma variedade de canetas com sistema de mandril ou de pinças.

TTC (11) 6949-9178 ttc.comercial@terra.com.br Novembro/Dezembro 2006

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Talhas elétricas com cabo de aço Com capacidade de 120 a 30.000 kg e potência do motor de 0,5 a 50 CV, a linha de talhas elétricas de cabo de aço fornecida pela Croácia apresenta vários modelos com velocidades de elevação variáveis, carro trole neutro dois comandos ou motorizado quatro comandos com potência 0,5 a 3 CV.

A fresadora ferramenteira modelo KRD-M6S da Brumagio, comercializada no Brasil pela Cesmi, tem cabeçote inclinável a 90º com velocidade variável de 70 a 4.200 rpm e cone ISO 40, motor de 5 HP, sistema de refrigeração, jogo de pinças e mostrador de posição digital dos eixos X e Y. A mesa de trabalho tem dimensões de 350 x 1.370 mm e cursos nos eixos X, Y e Z de 1.000, 450 e 500 mm respectivamente. Cesmi (11) 6221-3610 cesmi@uol.com.br

Serra de fita

Possui freio elétrico auxiliar que permite paradas precisas e o cabo de aço não rebobina um sobre o outro. Metalúrgica Croácia (41) 3286-4000 croacia@croaciamc.com.br

A serra de fita automática modelo H-560 HA da Everesing, representada no Brasil pela Sul Corte, tem capacidade de corte a 90º em peças retangulares de até 615 x 560 mm e em circulares de até 560 mm, com serra fita bi-metálica M42 50 x 1,6 x 6600 mm. Tem velocidades de corte de 25 a 100 m/min. e motor principal de 7,5 kW e 10 HP.

Fresadora ferramenteira

Sul Corte (54) 3289-6000 sulcorte@sulcorte.com.br

Centro de usinagem Equipado com guias lineares e magazine para 24 ou 30 ferramentas, o centro de usinagem DMV 4020L da Doosan Daewoo, representada no 54

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Brasil pela Meggatech, tem mesa de trabalho com dimensões de 1.200 x 500 mm. Os cursos nos eixos X, Y e Z são de 1.020 x 510 x 625 mm respectivamente, com avanço rápido de 36 m/min. em X e Y e de 30 m/min. no eixo Z e avanço de trabalho de 8.000 mm/min. A potência do motor principal é de 15 kW. Possibilita troca rápida de 1,5 s (ferramenta/ferramenta) ou 4,5 s (cavaco/cavaco) e rotação do fuso de 12.000 rpm. Meggatech (11) 4529-4850 atendimento@meggatech.com.br

Apalpadores A empresa Systec, parceira da alemã Blum-Novotest, apresenta a linha de apalpadores BLUM TC50TC52 com sistema de medição circular opto-eletrônico, toques e forças de contato multidirecionais de alta velocidade, sem efeito lobbing e repetibilidade de 0,001 mm (2 ). É projetada para localização rápida de peças e dispositivos em centros de usinagem, sendo segura mesmo sob condições extremas de líquido refrigerante e sujeiras, devido a maior força no toque. De construção robusta, elimina falsas leituras de sinal durante os movimentos rápidos da máquina e confere uma classe de isolação IP68. A transmissão dos sinais é por receptor in-


uniformidade térmica permite a limpeza de sistemas complexos, sem riscos de distorção ou qualquer efeito metalúrgico e abrasivo. Dynaflow (11) 4173-4279 dynaflow@terra.com.br

Sistema de gestão empresarial

fravermelho IC55, com microprocessador integrado. Aplicáveis nos mais diversos setores da indústria, dentre eles o de ferramentaria, aeronáutica e de produção. Systec (19) 3886-6900 blum@systecmetal.com.br

Limpeza de Ferramentais A linha Economite de sistema de limpeza em leito fluidizado, com tecnologia Procedyne, representada no Brasil pela Dynaflow, remove completamente polímeros impregnados em distribuidores (manifolds), ferramentais de extrusoras, misturadores estáticos, roscas e canhões de injetoras, sem deixar qualquer resíduo de carbono. Com controle de temperatura e

O sistema Sapiens da Senior é uma ferramenta flexível de planejamento de recursos da empresa - ERP (Enterprise Resource Planning), idealizada dentro do conceito "toque único", que um só lançamento no sistema alimenta com informações toda a empresa. É compatível com os mais diversos segmentos de negócios integrando todos os processos empresariais das áreas administrativa, financeira, comercial, industrial, logística, recursos humanos, além de ser totalmente verticalizado para segmentos específicos. Pode ser adquirido e implantado em módulos.

Senior Sistemas (47) 3221-3370 crm@senior.com.br

Têmpera a vácuo A Combustol oferece serviços de têmpera a vácuo em peças com dimensões máximas de 900 mm de

Tecprene

PEÇAS E REVESTIMENTOS EM POLIURETANO

TECPRENE INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS LTDA. Rua Guido Schio, 196 - B. Santa Catarina CEP 95030-780 - Caxias do Sul - RS

(54) 3211-3031 - 3211-0165 Novembro/Dezembro 2006

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carbono superficial) são minimizados, podendo ser aplicado em matrizes para injeção e extrusão de alumínio, em matrizes para forjamento a quente e conformação a frio, moldes para injeção de plástico, ferramentas de corte, repuxo, dobra e laminação.

trole da vida útil da ferramenta via cabo. A linha apresenta vários modelos com capacidade de medição no eixo X de 300 mm a 812 mm de diâmetro e no eixo Z de 400 mm a 812 mm de comprimento.

Combustol (11) 3906-3119 tratamento-termico@combustol.com.br

comprimento, 600 mm de largura e 600 mm de altura. A carga máxima admissível no forno é de 600 kg. Este método diferencia-se de outros processos de têmpera (endurecimento dos aços) pela boa preservação da qualidade da superfície garantida pelo alto vácuo do forno tipo parede fria e pela menor tendência a alterações dimensionais. Também a oxidação superficial intergranular e o fenômeno de descarbonetação (redução do teor de

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Preseter de ferramentas A linha Speroni de preseters de ferramentas fornecida pela Turrettini do grupo Sartiec, utiliza cone ISO 40 (adaptável ISO 50), opera com indicador digital e protetor de perfis. Equipada com vídeo-câmera e dois monitores, um para geometria e outro para gerenciamento, transforma-se numa central de gestão de ferramentas. Possui programa de comunicação DNC para transmissão dos dados de medição e con-

Turrettini (11) 4447-1300 turrettini@turrettini.com.br


NOVEMBRO/06 ! 20 a 24 - Paris, França Emballage Feira Internacional da Embalagem +33 (0)1 49 68 52 38 www.emballageweb.com ! 21 a 24 - Criciúma, SC Tecnometal Feira da Tecnologia em Produtos e Serviços Metalmecânicos do Sul (48) 3437- 0362 www.nossacasa-sc.com ! 22 e 23 - São Paulo, SP Pack Solution Feira de Suprimentos para a Indústria de Embalagens Técnicas (11) 6162-9283 www.businessday.com.br MAIO/07 ! 7 a 11 - São Paulo, SP 11ª Brasilplast Feira Internacional da Indústria do Plástico (11)3291-9111 www.brasilplast.com.br ! 21 a 26 - São Paulo, SP 11ª Feimafe Feira Internacional de MáquinasFerramenta e Sistemas Integrados de Manufatura (11) 3291-9111 www.feimafe.com.br ! 22 a 24 - São Paulo, SP Expoalumínio Exposição Internacional do Alumínio (11) 5084-1544 www.abal.org.br ! 30 a 2 junho - Santiago, Chile Chileplast e Mundoplast 5ª Feria Internacional de la Industria del Plástico + (56 2 ) 333-8511 www.chileplast.cl/ JUNHO/07 ! 12 a 16 - Buenos Aires, Argentina Plásticos II Exposición Internacional de la Industria del Plástico + (5411) 4374-1848 www.banpaku.com.ar ! 12 a 16 - Düsseldorf, Alemanha GIFA International Foundry Trade Fair + ( 49 211) 456-001 www.messe-duesseldorf.de

JULHO/07 ! 13 a 18 - Buenos Aires, Argentina EMAQH 22ª Exposição Internacional de la Máquina Herramienta, Herramentas y Afines (11) 4371-1593 www.emaqh.com ! 24 a 27 - São Paulo, SP Intertooling Brasil Feira e Congresso Internacional de Tecnologias de Ferramentais (47) 3451-3000 www.intertooling.com.br ! 24 a 27 - Caxias do Sul, RS Plastech Brasil Feira de Tecnologias para Termoplásticos e Termofixos, Moldes e Equipamentos (54) 3228-1251 www.plastechbrasil.com.br AGOSTO/07 ! 1 a 4 - Pinhais, PR Ferramental Feira de Máquinas-Ferramenta do Mercosul (41) 3075-1100 www.diretriz.com.br ! 14 a 18 -Caxias do Sul, RS FEBRAMEC Feira Brasileira da Mecânica (51) 3357-3131 www.efep.com.br SETEMBRO/07 ! 11 a 15 - Joinville, SC Intermach Feira e Congresso de Tecnologia, Máquinas, Equipamentos, Automação e Serviços para a Indústria MetalMecânica (47) 3451-3000 www.intermach.com.br ! 25 a 28 - São Paulo, SP Fenaf 12ª Feira Sul-Americana de Fundição (11) 3549-3344 www.fenaf.com.br ! 26 a 29 - Pinhais, PR Feipack Feira Sul Brasileira da Embalagem (41) 3075-1100 www.diretriz.com.br OUTUBRO/07 ! 24 a 31 - Dusseldorf, Alemanha K' 2007 Feira Internacional do Plástico e Elastômero +(49 211) 4560-900 www.k-online.de

NOVEMBRO/07 ! 20 a 23 - Porto Alegre, RS Tecnoplast 4ª Feira de Tecnologias para as Indústrias do Plástico, Borracha, Moldes e Matrizes (51) 3338-0800 www.feiratecnoplast.com.br

NOVEMBRO/06 ! 15 a 19 - Foz do Iguaçu, PR 17º CBECIMAT Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais (11) 3735-3772 www.ipen.br/cbecimat ! 19 a 22 Santos, SP GCMM Congresso Global em Engenharia de Manufatura e Administração (13) 3227-1898 www.copec.org.br/gcmm ! 22 a 24 - São Paulo, SP XV SAE Brasil Congresso e Exposição de Tecnologia da Mobilidade (11) 3287-2033 r.133 www.saebrasil.org.br DEZEMBRO/06 ! 5 a 8 - Curitiba, PR 11º Encit Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciências Térmicas (41) 3271-1514 www.abcm.org.br ABRIL/07 ! 15 a 18 - Estância de São Pedro, SP 4º Cobef Congresso Brasileiro de Engenharia e Fabricação (21) 2221-0438 www.cobef.com.br JULHO/07 ! 23 a 27 - Vitória, ES 62º Congresso Anual da ABM (11) 5536-4333 www.abmbrasil.com.br 24 a 27 - São Paulo, SP AGOSTO/07 ! 5 a 9 - Brasília, DF Cobem 19º Congresso Internacional de Engenharia Mecânica (21) 2221-0438 www.abcm.org.br

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! 6 a 10 - Uberlândia, MG Creem XIV Congresso Nacional de Estudantes de Engenharia Mecânica (21) 2221-0438 www.abcm.org.br/creem2007 SETEMBRO/07 ! 25 a 28 - São Paulo, SP Conaf 13º Congresso de Fundição (11) 3549-3344 www.abifa.org.br OUTUBRO/07 ! 7 a 11 - Campina Grande, PB 9º Congresso Brasileiro de Polímeros (16) 3374-3949 www.abpol.com.br

NOVEMBRO/06 ! 22 São Paulo, SP Lean Manufacturing Aumento de eficiência, redução de custos e de desperdícios com a utilização da manufatura enxuta (11) 6409-0034 www.dvwnetworking.com.br ! 24 e 25 - São Bernardo do Campo, SP Curso Tecnologia do PVC (11) 4341-6176 component.cursos@uol.com.br http://component.cursos.sites.uol.com. br ! 13 a 17 - Marinha Grande, Portugal RPD Rapid Product Development Event Moulds Event Semana de Moldes +(351) 244545600 www.mouldsevent.com ! 20 a 22 - São Paulo, SP VI Seminário de Fundição (11) 5536-4333 www.abmbrasil.com.br ! 23 a 24 - Curitiba, PR 15º Seneget Seminário Nacional de Excelência na Gestão Tributária (41) 3232-9241 www.ibpt.com.br/seminarioxv ! 25 e 26 - Curitiba, PR Cursos básico e avançado de conformação de chapas metálicas (41) 3361-3431 www.demec.ufpr.br marcondes@ufpr.br

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Ferramental

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DEZEMBRO/06 ! 1 e 2 - São Bernardo do Campo - SP Curso: Plastisóis, matérias-primas, processos e CQ (11) 4341-6176 component.cursos@uol.com.br http://component.cursos.sites.uol.com. br MAIO/07 ! 16 a 19 - San Sebastian, Espanha WCTC World Cutting Tool Conference + (34 943) 213 763 www.wctc.es AGOSTO/07 ! 22 a 23 - São Paulo, SP 5º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes (11) 5536.4333 ramal 111 www.abmbrasil.com.br/seminarios

! ABIPLAST - São Paulo, SP Cursos: formação de operadores de produção e planejamento estratégico para micro e pequena empresa (11) 3060-9688 www.abiplast.org.br

! Fundação CERTI - Florianópolis, SC Cursos: área de metrologia (48) 3239-2120 cursos@certi.org.br www.certi.org.br ! IAPA DO BRASIL Cursos: metrologia, desenho mecânico, mecânica industrial e outros (41) 3016-1096 www.iapabr.com.br ! IGEA - Porto Alegre, RS Cursos: gestão de custos e ferramentas da qualidade automotiva (51) 3347-8623 www.igea.org.br eventos@.igea.org.br ! Ima - UFRJ - Rio de Janeiro, RJ Curso: especialização em processamento de plásticos e borrachas (21) 2562- 7230 www.ima.ufrj.br ! Sandvik - São Paulo, SP Cursos: usinagem (11) 5696-5589 www.sandvik.com.br

! ABM - São Paulo, SP Cursos: metalurgia e materiais (11) 5536-4333 www.abmbrasil.com.br

! Seacam - São Paulo, SP Cursos: CAD, CAM, gravação 3D, inspeção, geração de superfície e projeto de produto (11) 5575-5737 www.seacam.com.br

! CECT Curitiba,PR Cursos: Metrologia e Sistema da Qualidade (48) 3234-3920 www.cect.com.br

! Senai - Joinville, SC Cursos: tecnologia em usinagem, mecatrônica e ferramentaria (47) 3441-7700 www.sc.senai.br

! Cetea Ital - Campinas, SP Cursos: design técnico, proteção, segurança, legislação e qualidade de embalagens plásticas (19) 3743-1900 www.cetea.ital.org.br

! Senai Mário Amato - São Bernardo do Campo, SP Cursos e treinamentos: materiais, moldes e processamento de plásticos (11) 4109-9499 www.sp.senai.br

! Colégio Técnico de Campinas, SP Cursos: injeção de termoplásticos e projeto de moldes para injeção de termopláticos (19) 3775-8600 www.cotuca.unicamp.br/plasticos

! Senai Roberto Mange - Campinas, SP Curso: técnico em construção de ferramentas (19) 3272-5733 www.sp.senai.br

! Escola LF - São Paulo, SP Cursos: operação de máquinas de sopro e injetoras, análise de materiais e processamento e de projetos de moldes (11) 3277-0553 www. escolalf.com.br

! SOCIESC - Joinville, SC Cursos de extensão: mecânica, automação, metalurgia e plástico 0800-6430133 www.sociesc.com.br sce@sociesc.com.br


CADASTRO DE QUALIFICAÇÃO PARA RECEBIMENTO DA REVISTA (*)

Revista Brasileira da Indústria de Ferramentais

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(*) O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Não serão considerados os formulários não preenchidos completamente, ilegíveis e sem assinatura. Envie-o anexando preferencialmente catálogos de seus produtos/serviços, para: Editora GRAVO Ltda. - Caixa Postal 24034 CEP 82200-980 - Curitiba - PR, ou preencha o formulário no site www.revistaferramental.com.br Razão Social Endereço CEP

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Estado

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Cargo/Área

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Preencha os nomes correspondentes aos cargos abaixo e assinale para quem a revista deve ser enviada. Dir. Presidente

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Dir. Comercial

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Dir. Industrial

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Dir. Marketing

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Outro: Cargo/Área

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SUA EMPRESA É

Nome:

100

Moldes para a indústria do plástico

Preencha o campo 1

200

Ferramentais e dispositivos para a indústria metal-mecânica

Preencha o campo 2

300

Modelos e ferramentais para a indústria da fundição

Preencha o campo 3

400

Outros tipos de ferramentais

Preencha o campo 4

Compradora

500

De ferramentais

Preencha o campo 5

Usuária

600

De ferramentais e dispositivos

Preencha o campo 6

Fornecedora

700

Para a indústria de ferramentais

Preencha o campo 7

Fabricante de

CAMPO 1

Fabricante de moldes para a indústria do plástico: 101

Elastômeros

105

Resinas fenólicas

109

Termoformagem

110

Outros (especifique)

102

Extrusão 106

103

104

Fibras de Vidro e Carbono

Rotomoldagem

107

Sopro

108

Injeção

Termofixos

Para: 111

Terceiros

112

Uso próprio

Projeto: 113

Interno

114

Terceiros

Protótipo: 115

Interno

116

Terceiros

Terceiros

222

Uso próprio

Projeto: 223

Interno

224

Terceiros

Protótipo: 225

Interno

226

Terceiros

Fabricante de ferramentais e dispositivos para a indústria metal-mecânica:

CAMPO 2

Ferramentais para:

Conformação de arame 204

206

Dobra de chapas

207

Embutimento

210

Punções de corte

211

Punções de dobra

213

Repuxo

214

Outros (especifique) 215 219

218

Soldagem

220

Outros (especifique)

202

Corte de chapas

Conformação de tubos

Dispositivos para:

9

201

203

Controle/Inspeção

208

Conformação de perfis

205 Estampo

212

216

Corte fino (fine blank) 209

Forjamento

Punções de repuxo

Montagem

Para: 221

217

Rebitagem

Usinagem

CAMPOS 3 - 4 - 5 - 6 e 7 Novembro/Dezembro 2006

Ferramental

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CAMPO 4

CAMPO 3

Fabricante de modelos e ferramentais para a indústria da fundição: Em:

301

Isopor (PU)

302

Para:

305

309

Baixa pressão

313

Shell-molding

314

Outros (especifique)

Cold-box

Madeira

306

310

303

Hot-box Microfusão

304

Metal

Para: 315

Resina

307

Coquilha

308

311

Moldagem em areia

316

* Uso próprio

* Sua empresa é fundição de

Sob pressão 312

Terceiros

317

Reo-colato

Metais ferrosos

318

Metais não ferrosos

Projeto: 319

Interno

320

Terceiros

Protótipo: 321

Interno

322

Terceiros

Terceiros

408

Uso próprio

Projeto: 409

Interno

410

Terceiros

Protótipo: 411

Interno

412

Terceiros

Fabricante de outros tipos de ferramentais: Para a indústria:

401

Alimentícia

405

402

403

Cerâmica

Para: 407

Cosmética

Farmacêutica

404

Do vidro

406

Outros (especifique)

CAMPO 5

Compradora de ferramentais: assinale qual(is) o(s) segmento(s) de atuação de sua empresa 502

Água e Saneamento

503

501

Aeronáutico

507

Brinquedos

514

Embalagens metálicas

519

Máquinas e implementos

523

Movimentação e Armazenagem (equipamentos)

508

509

Calçados

527

Utensílios domésticos

528

Outros (especifique)

515

Alimentos

Construção civil

Embalagens plásticas

520

510

516

Máquinas em geral

Áudio e Vídeo

Cosméticos

Moveleiro

Químico

522

525

505

511 517

Farmacêutico

521

524

504

Automobilístico/Auto-peças

Elétrico

512

Eletrodomésticos

Hospitalar

518

Informática

506

Bebidas

513

Eletrônico

Vestuário

Telecomunicações

526

Transporte (motos, bicicletas, triciclos)

CAMPO 6

Usuária de ferramentais e dispositivos: assinale qual(is) o(s) processo(s) utilizado(s) em sua empresa 602

601

Conformação a frio

605

Conformação de tubos

610

Embutimento

606

611

618

Conformação a quente Corte de chapas

Estampagem

Rotomoldagem

617

Repuxo

624

Outros (especifique)

612

603 607

Extrusão

619

Sopro

Conformação de arame Corte fino (fine blank)

613

620

Flashless

614 621

Termofixos

604

608

Conformação de perfis

Dobra de chapas

Forjamento

615 622

Termoformagem

609

Injeção

Elastômeros 616

Usinagem

Laminação 623

Wasteless

Fornecedora para a indústria de ferramentais de: 701

Análise estrutural

707

Óleos e Lubrificantes

712

Resinas para moldes

716

Outros (especifique)

702 708 713

Análise reológica Polimento Texturização

703

709 714

Bico/Câmara quente

Programação CNC

704

710

Tratamento superficial

Projetos 715

CAMPO 7

Para os itens abaixo, especifique o produto: 717

Acessórios para ferramentais:

718

Equipamentos:

719

Ferramentas de corte:

720

Máquinas ferramenta:

721

Matéria prima:

722

Serviços:

723

Softwares administrativos:

724

Softwares industriais:

725

Outros (especifique)

Data: 60

Ferramental

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Novembro/Dezembro 2006

Design

Assinatura:

711

705

Gravação

706

Prototipagem rápida

Tratamento térmico

Modelagem


MANUAL FEIRAS DO BRASIL Preparação para Feiras de Negócios Equipe Feiras do Brasil

O manual foi desenvolvido com base nas principais iniciativas da cadeia produtiva de feiras de negócios, por meio de pesquisas de novidades, seleção de informações, realização de entrevistas e coleta de depoimentos e opiniões. Esta obra reproduz de forma simples e objetiva, o conjunto de ações preparatórias normalmente implementadas por empresas que investem em feiras e colhem bons resultados. É um passo a passo para o pré, o durante e o pós feira, objetivando mostrar que a obtenção de bons resultados exige objetivos claros, planejamento detalhado, engajamento em todos os níveis da empresa, treinamento de equipes, seleção de fornecedores confiáveis e administração eficaz de detalhes. O conteúdo se destina a colaboradores de empresas que se preparam para participar ou que planejam investir em feiras de negócios. www.feirasdobrasil.com.br

O FUTURO DO TRABALHO Almir Pazzianotto Pinto

Este livro reúne artigos que examinam questões relacionadas ao mundo do trabalho e às incertezas que o cercam no século XXI. O tema tem sido analisado com extremo cuidado em praticamente todos os países, preocupados com as transformações sofridas pela economia, após a globalização e em virtude do forte impacto da engenharia da informática. www.lex.com.br

INTRODUÇÃO A POLÍMEROS Eloisa Biasotto Mano e Luís Cláudio Mendes

GESTÃO DA QUALIDADE NA EXPORTAÇÃO International Trade Centre ITC/INMETRO

Este livro beneficia as empresas brasileiras, sobretudo as de pequeno de médio porte, bem como os executivos, técnicos e especialistas dedicados às questões relativas à qualidade de produtos e serviços voltados para o mercado externo. O guia contém respostas em linguagem simples para as perguntas mais freqüentes relacionadas às questões ligadas à metrologia, avaliação da conformidade, normas e regulamentos técnicos, credenciamento, certificações da qualidade, identificação e superação de barreiras técnicas às exportações. www.inmetro.gov.br

Com caráter didático, esta obra visa atender àqueles que se interessam pelo tema polímeros. Oferece informações ao estudante, industrial ou profissional de áreas afins, que procura a compreensão, sem buscar profundidade em tópicos específicos. Em 19 capítulos o livro aborda: nomenclatura, peso molecular, estrutura macromolecular, classificação e propriedades dos polímeros; condições para uma micro molécula formar polímero; estrutura química e os processos industriais de preparação dos principais monômeros; processos de preparação de polímeros; técnicas empregadas em polimerização; avaliação das proprie-dades dos polímeros; processo de transformação de composições moldáveis em artefatos de borracha, plástico e fibra; polímeros de interesse nas indústrias de plástico, borracha e fibra; polímeros na composição de tintas, adesivos industriais, e índice de polímeros industriais. www.blucher.com.br

Abimaq ............................................37

Herten ......................................3ª capa

Plastech ...........................................50

Açoespecial ......................................21

High Tech.........................................49

Polimold ..........................................27

Agie Charmilles ................................41

Incoe ...............................................49

Siemens .............................38 e 4ª capa

Artis .................................................51

Intermach ........................................44

Sildre ...............................................53

Btomec ............................................47

Intertooling......................................40

Subirós.............................................51

Casa do Ferramenteiro......................17

JN Ferramentaria ..............................25

Tecnoserv.........................................23

CIMM ..............................................47

JR Oliveira.........................................11

Tecprene..........................................55

Gama.................................................6

Leonam ...........................................52

Thermoplay .....................................15

Giacomini ........................................55

Modelação Universal ..........................9

Uddeholm..........................................5

GTP .................................................53

Mold-Masters............................2ª capa

H.E.F ................................................45

Parkfer .............................................52

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Ferramental

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Foco no desenvolvimento Newton de Mello Presidente da ABIMAQ Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos

Com a opção soberana dos brasileiros de levar para o segundo turno a decisão final sobre as eleições presidenciais, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), representante de um setor estratégico para a economia do país, espera que, finalmente, possam ser debatidas políticas desenvolvimentistas sólidas, que coloquem novamente o Brasil no rumo do crescimento. Agora com os novos governantes definidos, fica a expectativa de contar com uma política econômica focada no crescimento industrial e agrícola, metas de emprego e desenvolvimento econômico, do que com metas de inflação, superávits primários e redução de risco-país. As políticas do próximo governo devem estar mais voltadas ao aumento das vagas de emprego, mais exportação de bens de valor agregado, integração regional e valorização do Mercosul, inclusive com uma muito benéfica atração do Peru para o bloco. É preciso desatar as amarras que prendem o setor produtivo, que sofre com o arrocho provocado pela carga tributária e burocracia excessivas, além de uma situação cambial absolutamente insustentável. A agricultura, vigorosa, precisa voltar a assombrar o mundo com suas super safras. A indústria, pautada pela inovação tecnológica, deve voltar a ser um bom negócio batendo em preço e qualidade os produtos importados. Além disso, a Abimaq espera que haja cada vez mais projetos de investimentos espalhados de norte a sul do país, com máquinas trabalhando, e o fantasma de desindustrialização completamente afastado do Brasil.

62

Ferramental

Novembro/Dezembro 2006


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