Revista Ferramental Edição 64

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EDITORIAL

www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X

A HISTÓRIA É FEITA DE PESSOAS!

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Chris an Dihlmann - Jacira Carrer REDAÇÃO

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Capa: Associativismo Por Pedro Guilherme Oliveira O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br

“Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis”, de Benjamin Disraeli, 1º Conde de Beaconsfield, político britânico, escritor, aristocrata e Primeiro-Ministro do Reino Unido em duas ocasiões. Já mencinonei essa frase neste espaço mas acho oportuna sua reedição. Estamos todos inseridos em momento conturbado em nosso País, que gera incredulidade nas instituições, insegurança no sistema produtivo e medo na população. Historicamente pode-se justificar, principalmente para a geração “em vida”, os desdobramentos do último século. Em resumo, passamos por duas grandes guerras mundiais, que trouxeram sofrimento e perdas incalculáveis num período de cerca de trinta anos. Ficamos na dúvida sobre o melhor sistema de governo, observando atentos os diversos modelos que “pipocaram” mundo afora. Vivenciamos uma evolução tecnológica sem precedentes que, por sua velocidade e agressividade, nos tornou incapazes de acompanhá-la e usufruí-la efetivamente. No Brasil, tivemos as eras Getúlio Vargas, que somadas fecharam quase duas décadas. Logo em seguida, a era do militarismo (para alguns, da ditadura) tomou-nos outros vinte anos. A vontade do povo trouxe de volta a democracia, capitaneada por uma corrente política que dominou por outras duas dezenas de anos. Não satisfeitos com o modelo praticado, cidadãos optaram pela mudança que vem fechando mais um ciclo de quase duas décadas. Não obstante encontrarmos culpados ou responsáveis (e devemos fazê-lo) pela atual realidade, entendo que precisamos assumir definitivamente a posição de País que, após cem anos de aprendizado, amadureceu. É imperativo fazer imediatamente as necessárias reformas fiscal, administrativa, tributária, trabalhista, previdenciária, judiciária, e político-eleitoral. Essa última a mãe de todas, pois sem ela dificilmente se consegue avançar com as outras. Marcos Mendes, Doutor em Economia, menciona: “Em geral o argumento é de que o sistema político prejudica a governabilidade, estimula a corrupção e o agigantamento do Estado. Ao mesmo tempo, não colabora para que se instale uma administração moderna, focada no mérito e nos resultados obtidos, nem tampouco viabiliza a formação de maiorias necessárias para aprovar as demais reformas”. O ideal seria que todas ocorressem simultaneamente. O viés é de mudança. Deus queira que possamos, de uma vez por todas, implantar ética e moral em todos os níveis da administração pública e privada. Por que não instituir a obrigação de formação em gestão pública para os pretendentes a cargos eletivos e de confiança? Quiçá estejamos evoluídos o suficiente para avaliar e implantar regras modernas e eficazes na relação capital e trabalho. Por que não aperfeiçoar as 101 propostas para modernização trabalhista, elaboradas e apresentadas pela Confederação Nacional da Indústria no distante dezembro de 2012. Enfim, somos um povo competente, trabalhador e sério. Queremos apenas que seja construído um ambiente favorável e seguro para vivermos com qualidade de vida e possamos garantir o futuro das próximas gerações. Ideias e projetos não faltam. Estão postos à nossa frente o Movimento Brasil Eficiente (MBE), o Movimento Brasil Competitivo (MBC), dentre outras fantásticas propostas. Em recente conversa com Ozires Silva, engenheiro aeronáutico e fundador da gloriosa EMBRAER, do qual sou fã incondicional (dele e da empresa), o guru mencionou uma passagem na qual debatia na Europa com grupo de intelectuais, membros da comissão de seleção do Prêmio Nobel, e disparou: “Porque vocês nunca deram um Nobel para o Brasil”? Ao que foi surpreendido com a resposta: “Porque vocês são destruidores de heróis”. A frase faz referência à nossa cultura de desvalorizar ao invés de enaltecer nossos grandes notáveis, pessoas responsáveis por feitos relevantes. Menciono apenas alguns dentro de uma infinidade de verdadeiros heróis nacionais: Alberto Santos Dumont, Anita Garibaldi, Ayrton Senna da Silva, Cândido Rondon, Carlos Chagas, Deodoro da Fonseca, Frei Caneca, Getúlio Vargas, Ivo Pitanguy, José Bonifácio, Juscelino Kubitschek, Machado de Assis, Oscar Niemeyer, Osvaldo Cruz, Paulo Coelho, Pelé, Princesa Isabel, Rui Barbosa, Tiradentes, Vital Brazil. De uma forma ou de outra, são ícones do povo brasileiro. Servem, muitas vezes, de referência para a formação de jovens (e também para a nossa). Precisamos separar o joio do trigo. Devemos encontrar e valorizar àqueles que nos mostram o caminho certo e justo e que o põe em prática. É dessas pessoas que precisamos como nossos líderes, tanto no setor privado quanto público. Afinal, a história é feita de pessoas!

Chris an Dihlmann, Editor

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ÍNDICE

23 Tecnologia: Efeitos do desgaste de microfresas e da combinação de diferentes parâmetros de corte no microfresamento de canais no aço P20

58 Gente & Gestão: Você é distinto ou será extinto? Sete macrotendências que orientam as oportunidades de negócios

06 CAPA 07 Expressas 18 Conexão www 21 Gestão 32 Tecnologia 35 Ficha Técnica 43 Jurídicas 46 Dicas do Contador 48 Qualidade da Gestão 50 Cartas

04 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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Inovação Memória Enfoque Circuito Business Espaço Literário Opinião Orgulho de ser membro Proud to be member


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CARTAS

Sou assinante da revista Ferramental. Atualmente muito se fala sobre liderança e sucessores. Li uma coluna escrita por você sobre liderança “Nunca desista” e achei genial. Em primeiro lugar gostaria de parabenizar pelo belo artigo. Tenho ouvido diversos podcasts sobre liderança. Posso dizer que ainda não sou um líder como você do mundo corporativo, mas não “Desisto Nunca”. Infelizmente nos dias de hoje não vemos líderes assim como descrito no texto, que querem um sucessor. Encontramos líderes que fazem somente delegar as suas funções e dar ordens. No meu trabalho, mesmo não sendo um líder, tento passar tudo que sei e ajudar da melhor maneira possível, e tudo que faço é com dedicação e amor. Assim como você admiro muito a Jesus, por isso em minha casa tento ser o melhor líder, fazendo com que minha filha seja uma sucessora dos bons costumes éticos, dando lhe uma boa educação de caráter e temor a Deus. Estou mantendo esse contato para que você continue sendo um líder assim, e que outras pessoas se espelhem em você assim como eu estou fazendo. Thiago Passos MAHLE Metal Leve - Mogi Guaçu, SP

Ferramental é motivo de muito orgulho poder compartilhar um pouco dessa história com nossos leitores. Muito obrigado por sua garra e determinação. E, sempre que tiver novidades, envie que vamos publicar. Abraço, Editor. Recebemos a revista Ferramental. Muito boa. Alexandre Lee Harris Modelação Universal - São Paulo, SP Agradeço mais uma vez pelo espação cedido ao MBE - Movimento Brasil Eficiente através da revista Ferramental. Carlos Rodolfo Schneider MBE - Movimento Brasil Eficiente - Brasil Prezado Carlos, sempre juntos pelo Brasil. Saudações, Editor. Gostaria de ter acesso ao glossário de termos técnicos aplicados a ferramentaria que tem sido publicado na revista Ferramental. Reginaldo Barcelos Moldtool Ferramentaria - Joinville, SC O material foi encaminhado ao leitor. Editor.

Caro Thiago, agradeço muito suas gentis palavras. Trazem ainda mais esperança e crença naquilo que faço e repasso. Concordo que vivemos em um mundo artificial, onde a disputa e a concorrência sobressaem ao amor e à colaboração. Você já é um líder nato, somente e simplesmente por pensar dessa forma. Seja você a diferença. E deixe seu legado. Você sempre será um grande líder! Abração e fique com Deus. Editor. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer pela excelente matéria (rica e fiel nos detalhes) e pela divulgação do nosso 27º Encontro dos Veteranos da Ferramentaria da VW na revista Ferramental. Também solicito o envio da matéria em PDF para que possamos divulgar aos amigos do grupo e inserir na nossa página do Facebook. Arnaldo Gonçalves Moita Volkswagen - São Bernardo do Campo, SP Grande Arnaldo, você e seu grupo de amigos são heróis e “tiro meu chapéu” para vocês. Persistir nesta tarefa de reunir o grupo de ferramenteiros é realmente um grande desafio. Para nós da

Fan Page: Parabéns à Ferramental pelos 10 anos. Seguir avante e na direção que acreditamos valer a pena lutar. Bravo! João Carmo Vendramim Isoflama - Indaiatuba, SP Agradecemos os contatos de: Fábio Júnio Rodrigues da Silva FCA - Fiat Chrysler Automobiles - Betim, MG Victor de Oliveira Gomes Instituto SENAI de Tecnologia Metalmecânica - Belo Horizonte, MG

Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo).

cartas

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ASSOCIATIVISMO, SIM! INTEGRAR IDEIAS E HABILIDADES PARA ALCANÇAR MAIS RÁPIDO OS RESULTADOS É UMA DAS PROPOSTAS DO ASSOCIATIVISMO. ELE TORNA-SE AINDA MAIS IMPORTANTE EM MOMENTOS DE CRISE E INCERTEZAS ONDE AS ORGANIZAÇÕES PRECISAM SUPERAR CONTEXTOS DESAFIADORES. Por Gerson Volney Lagemann| Fotos Divulgação

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ecentemente realizei pesquisa sobre redes sociais inter e intraorganizacionais e o desempenho de empresas incubadas1. Entre as várias questões pesquisadas uma delas foi sobre a importância que os gestores de empresas incubadas atribuem ao associativismo. A conclusão sobre essa questão foi que os gestores dessas empresas pouca importância dispensam ao tema e, consequentemente, pouco o praticam. Mais interessante fica o resultado da pesquisa quando observamos as respostas à outra questão: “desenvolvimento de network2 externo”. A esse quesito os mesmos gestores atribuem grande importância. Um dos objetivos básicos do associativismo é você, a sua organização, criar e manter relações formais ou informais com os demais atores do segmento. Logo, uma das práticas do associativismo é o “network externo”, o que me parece não ter sido percebido pelos jovens gestores de empresas incubadas que responderam a pesquisa. O termo “associativismo” vem de "associação". Associação é a união de grupos com fins e objetivos econômicos, culturais e/ou sociais comuns. Com a intenção de superar obstáculos, fortalecer relações e promover a melhoria individual e coletiva, as pessoas e as organizações se unem em associações procurando gerar benefícios ou fornecer serviços para os associados. O associativismo pode ser representado por diferentes formas de agrupamento de empresas: cooperativas, associações de classe, associações por setor (comercial, industrial ou agrícola), redes setoriais, Arranjos Produtivos Locais (APL) ou cluster3 e consórcios4. As associações podem ser formais (legalmente instituídas), por exemplo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Podem ainda ser informais, como os grupos criados nas redes sociais. As associações aglutinam serviços, atividades e conhecimentos na busca de um mesmo conjunto de interesses. Entre os objetivos do associativismo podemos enumerar os seguintes: ! Superar obstáculos; ! Fortalecer relações;

! ! ! !

Promover a melhoria individual e coletiva; Gerar benefícios; Fornecer serviços para os associados; Somar serviços, atividades e conhecimentos na busca de um mesmo conjunto de interesses.

De acordo com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o associativismo formal é regido pelos seguintes princípios: ! Princípio da Adesão Voluntária e Livre - “As associações são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a usar os seus serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócio, sem discriminação social, racial, política, religiosa ou gênero”; ! Princípio da Gestão Democrática pelos Sócios - “As associações são organizações democráticas, controladas pelos seus sócios, que participam ativamente no estabelecimento das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e mulheres, eleitos como representantes, são responsáveis para com os sócios”; ! Princípio da Participação Econômica dos Sócios - “Os sócios contribuem de forma equitativa e controlam democraticamente as suas associações através da deliberação em assembleia-geral”; ! Princípio da Autonomia e Independência - “As associações são organizações autônomas de ajuda mútua, controlada pelos seus sócios. Podem entrar em um acordo operacional com outras entidades, inclusive governamentais, ou recebendo capital de origem externa, devendo fazê-lo de forma a preservar o seu controle democrático pelos sócios e manter a sua autonomia”; ! Princípio da Educação, Formação e Informação - “As associações devem proporcionar educação e formação aos sócios, dirigentes eleitos e administradores, de modo a contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento”; ! Princípio da Interação - “As associações podem satisfazer as necessidades dos seus sócios mais eficazmente e REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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fortalecer o movimento associativista, se trabalharem juntas, através de estruturas locais, nacionais, regionais ou internacionais” e; ! Princípio do Interesse pela Comunidade - “As associações trabalham pelo desenvolvimento sustentável das suas comunidades, municípios, regiões, estados e país através de políticas aprovadas pelos seus membros”. Já os princípios do associativismo informal irão depender de cada caso, em parte serão determinados pelos próprios objetivos de cada grupo. Entre as vantagens do associativismo podemos citar: ! Permitir que seus associados atinjam objetivos maiores e de forma mais rápida do que se estivessem trabalhando sozinhos; ! Possibilitar o crescimento pessoal e profissional, uma vez que, se houver interesse, as habilidades de uns podem ser aprendidas pelos outros, havendo uma troca de informação entre seus membros; ! Aglutinar as pessoas que passam a atuar como parte de uma estrutura maior, facilitando o processo de encontrar soluções para os problemas que surgem; ! Remeter aos associados o sentimento que devem compartilhar, repartir os dividendos e, ajudar-se nas dificuldades; ! Criar e disponibilizar soluções coletivas, como por exemplo, serviços de garantia de crédito, prospecção de oportunidades de negócios, infraestruturas, desenvolvimento de produtos e sistemas de informação e; ! Criar condições mais favoráveis nas interações com: governo, centros de tecnologia, universidades e grandes empresas.

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A HISTÓRIA DO ASSOCIATIVISMO NO BRASIL O associativismo no Brasil tem origem na chegada da família real portuguesa, em 1808. Em 15 de julho de 1811 foi criada em Salvador, na Bahia, a primeira associação comercial do Brasil. O que os levou a criar a associação foi: ! Necessidade dos empresários de ter um local onde pudessem se reunir regularmente e aí realizar seus negócios; ! Interesse do Vice-Rei do Brasil, VIII Conde dos Arcos, no desenvolvimento da província e; ! Visão do Príncipe Regente, D. João VI de promover o progresso da Colônia, sede provisória da Corte Portuguesa. Entre as principais conquistas da primeira associação comercial do Brasil, pode-se citar: ! Em 1849, importou da Inglaterra a primeira bomba contra incêndio em Salvador, com mangueiras e escada de molas, encarregando-se da sua operação, até transferi-la para a Sociedade de Voluntários Contra Incêndios; ! Em 1855, atuação marcante na epidemia de cólera morbus, tomando a frente das ações comunitárias em favor das vítimas e oferecendo sua própria sede para seu atendimento e; ! Em 1970, liderou o movimento da iniciativa privada, somando esforços com o Governo do Estado, para a implementação do Polo Petroquímico de Camaçari. O movimento associativista, iniciado com a fundação da Associação Comercial de Salvador, espalhou-se pelo país. Em 1884, em São Paulo, é fundada a Associação Comercial e Agrícola, que dá origem a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A ACSP, além do constante foco na inovação e na qualidade dos serviços, é referência no estudo e na consultoria sobre políticas econômicas, no desenvolvimento de projetos essenciais para o empreendedorismo e na defesa da livre iniciativa para grandes e pequenos negócios. Atualmente, agrega em seu quadro associativo representantes de todos os setores da economia e conta com 15 distritais espalhadas pela cidade. Em 1901, em Santa Catarina, na cidade de Blumenau, é fundada a primeira Associação Comercial e Industrial do estado, hoje Associação Empresarial de Blumenau (ACIB). Essas associações, sentindo a necessidade de representação, não só em nível municipal, mas também estadual e nacional passaram a se organizar em federações e confederação. Mais recentemente a CNI criou o Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA) com o objetivo de fortalecer a relação entre as indústrias e suas instituições de representação.


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Este programa visa, através da profissionalização, fortalecer os sindicatos, melhorando a representação das demandas da indústria. Ainda, o PDA objetiva aproximar os empresários, principalmente os micro e pequenos, do Sistema Indústria, que além dos sindicatos e das federações, é composto também por SESI, SENAI e IEL. Empresas de pequeno porte têm, nos sindicatos e nas federações, aliados importantes para obter serviços como capacitação e consultorias, que dificilmente poderiam contratar. O associativismo é fundamental, tanto para novos empreendedores, micros e pequenas empresas, como também para empresas maiores. Para novos empreendedores o relacionamento com parceiros proporcionará o aceso a recursos necessários para explorar as oportunidades percebidas. Para todos, as associações viabilizarão estratégias cooperativas, bem como alianças para alcançarem as competências que lhes facilitarão a construção das vantagens competitivas. Entre essas competências, podem ser citadas: informação, acesso a recursos financeiros, acesso a conhecimento e experiências, reconhecimento social, entre outras. As associações em diversas formas proveem as organizações de uma série de recursos ainda não disponíveis em seus negócios, ajudandoas a atingirem seus objetivos. O associativismo torna-se ainda mais importante em momentos de crise e incertezas onde as organizações precisam superar contextos desafiadores. Os cenários serão mais favoráveis quanto mais forte e representativo for o movimento associativista. Ministrando aulas em uma turma de pós-graduação coloquei aos alunos a seguinte questão: “Identificada, no momento de produção, uma falta de estoque de matéria-prima e com o firme propósito de não atrasar com o cliente, quais alternativas teríamos para garantir a entrega na quantidade e prazo contratados?” O professor, quando faz a pergunta, já tem em mente algumas alternativas de resposta, mas confesso, a alternativa que a aluna sugeriu somente passou a fazer parte da minha lista a partir daquele dia. A sugestão foi: “peça emprestado ao concorrente”. Inicialmente fiquei surpreso. A aluna esclareceu que no ramo de confecções da região era comum que as empresas se “ajudassem” e esta seria uma forma de não atrasar com os clientes. Esse é um ótimo exemplo de consolidação do espírito associativo, mais comum entre micros e pequenas empresas. A confiança viabiliza a cooperação e esta garante que todos poderão ser beneficiados. A lógica de atuação em redes empresariais surge a partir da consciência e da cultura empresarial. Preocupa apenas, a falta de entendimento da importância do associativismo,

demonstrada pelos gestores de empresas incubadas. Não alcançam a compreensão do termo quando associado à formação de network. O associativismo, pouco praticado pelas incubadoras e pouco importante para os incubados, é fundamental para os negócios, principalmente em se tratando de pequenas empresas. É pelo associativismo que as empresas se organizam para competir em escala global. Em um ambiente altamente competitivo, é o único caminho possível para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas. 1

Incubadora ou Empresa incubada: uma incubadora é um projeto ou uma empresa que tem como objetivo a criação ou o desenvolvimento de pequenas empresas ou microempresas, apoiando-as nas primeiras etapas de sua constituição. 2 Networking: do inglês net = rede e working = trabalhando. O termo, de maneira geral, significa que quanto maior for a rede de contatos de uma pesssoa, maior será a sua probabilidade de conseguir uma boa colocação profissional ou indicações de negócios. 3 Cluster: do inglês, significa grupo, agrupamento. No mundo da indústria, é uma concentração de empresas relacionadas entre si, em uma zona geográfica relativamente definida, que conformam um pólo produtivo especializado com vantagens competitivas. Este conceito foi popularizado pelo economista Michael Porter no ano de 1990, em seu livro Competitive Advantages of Nations ("As vantagens competitivas das nações"). 4 Consórcio: é a reunião de pessoas naturais e jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas previamente determinados, promovida pela administradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de bens ou serviços, por meio de autofinanciamento.

Gerson Volney Lagemann Graduado na área de Sistemas de Informação pela Universidade Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, Especialista em Análise de Sistemas pela PUC-RS, Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC e Doutor em Administração pela UFBA. Professor na Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC, departamento de Engenharia de Produção e Sistemas, disciplinas de Empreendedorismo. Tem experiência na área de Sistema de Informação, tendo atuado por 15 anos nas empresas PROCERGS, em Porto Alegre - RS, EMBRACO e DATASUL em Joinville -SC. Na UDESC, desde 1989, foi chefe do departamento de Ciências da Computação, coordenador do Curso Sequencial de Consultor em ERP, diretor de ensino, diretor-geral do Centro de Ciências Tecnológicas - CCT e Pró-reitor de Planejamento. Foi presidente da Fundação Instituto Tecnológico de Joinville - FITEJ, diretor e presidente da Fundação Softville. gvlagemann@hotmail.com http://lattes.cnpq.br/2403985350062571 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais Relatório 2011 - 2015

Definição de ferramentaria É um ramo da indústria metal-mecânica responsável pela criação e construção de ferramentais. Definição de ferramental É a gama de moldes, matrizes, estampos e dispositivos que tem o objetivo de conformar um material de seu estado inicial (bruto) para um estado final (acabado), que resulta em um componente/peça/produto, único ou que compõe partes de outro produto. São utilizados processos mecânicos, térmicos, físicos e químicos que levam um determinado material (metal, polímero, elastômero, vidro) de seu estado líquido ou sólido, através das grandezas de força e pressão, a mudar sua forma inicial para a forma final desejada. A fabricação de qualquer produto industrial sempre demandará algum tipo de ferramental. Estes ferramentais são produzidos em empresas denominadas de ferramentarias, cujos processos envolvem praticamente todo tipo de operação, a saber: conformação a frio; conformação a quente; corte; dobra; repuxo; embutimento; forjamento; laminação; puncionamento; estampagem; extrusão; trefilação; injeção sob pressão; vazamento por gravidade (baixa pressão); reo-colato; shellmolding; micro-fusão; injeção de materiais poliméricos; transferência; flash-less; waste-less; rotomoldagem; cunhagem; sopro; termoformagem; usinagem; modelagem em metal, resina, madeira, poliuretano expandido (isopor); coldbox; hot-box; entre outros de menor utilização [Revista Ferramental, www.revistaferramental.com.br]. Estatísticas do setor No Brasil, o setor de fabricantes de ferramentais é caracterizado por empresas de pequeno porte (até 20 funcionários) e médio porte (até 50 funcionários) que representam 78,57% Deste universo. Outros 10,71% tem entre 51 e 100 funcionários e 7,14% possuem entre 101 e 1.000 trabalhadores. Estas

são denominadas ferramentarias de mercado. Apenas 3,57% têm mais de 1.000 colaboradores e compõem, tipicamente, empresas cujo negócio principal não é a construção de ferramentais, as quais são intituladas de ferramentaria cativa. No total, este setor tem cerca de 2.000 ferramentarias de mercado e 3.500 cativas, sendo que as últimas tem o principal foco de atuação em manutenção de ferramentais. A indústria de ferramentais utiliza-se de profissionais com alto nível de capacitação, processos de elevada complexidade e equipamentos com grau expressivo de tecnologia. As empresas têm em média 17 anos de mercado. Dados importantes do setor de fabricantes de moldes e matrizes para a indústria do plástico indicam que: ! 72,55% do maquinário utilizado têm até 9 anos de uso; 22,26% têm entre 10 e 19 anos de uso; 5,19% têm mais de 20 anos de uso; ! 77,45% dos ferramentais construídos são para o processo de injeção; 9,93% para sopro; 4,11% para extrusão; 3,95% para termoformagem; 2,91% para rotomoldagem; 1,65% para os termofixos; ! 31,53% dos ferramentais foram consumidos pela indústria automobilística; 26,54% pela indústria de embalagens; 11,14% pela indústria de eletroeletrônicos; 7,12% pela indústria da construção civil; 23,67% por outras indústrias; REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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Relatório 2011 - 2015 ! 56,36% das empresas do setor investem em Pesquisa &

Desenvolvimento. Fonte: ABINFER, Outubro de 2015 e Revista Plástico Industrial, Janeiro de 2015, Ano 17, Nº 197.

A criação da ABINFER Há alguns anos, com maior destaque para a última década, presenciamos o aumento acelerado da competitividade em todos os segmentos econômicos e, por mais competentes que sejam os empresários, somente a união de esforços permite enfrentar as adversidades. No segmento de ferramentarias não é diferente. Os desafios vão além da carga tributária excessiva, da escassez de mão de obra qualificada, dos maciços investimentos em tecnologia e das dificuldades de gestão do negócio nos mais diversos aspectos. Estes fatores e a concorrência internacional acirrada que temos enfrentado nos últimos anos, exigiram que nos concentrássemos em buscar ações rápidas para superar essa fase. “Estamos passando por um momento de transição em nosso País, onde somos achatados de todos os lados. Mais do que nunca o trabalho que a ABINFER vem desenvolvendo no decorrer desses anos é de suma importância para mantermos a indústria das ferramentarias viva no Brasil. Não temos escolhas, somente o associativismo terá força para enfrentarmos essa árdua luta, onde o interesse de uma minoria prevalece sobre uma maioria. Toda a cadeia produtiva que envolve nosso segmento tem que entrar nessa batalha. Sabemos que nem todos podem ajudar diretamente, mas se nos associarmos a ABINFER teremos mais forças para defender nossos interesses” - Márcio Mário Poffo, Union Moldes. A partir destas constatações, em março de 2007 foi realizado o primeiro Encontro Nacional de Ferramentarias – I ENAFER, que reuniu mais de uma centena de empresas. O foco era discutir problemas estratégicos para a sustentabilidade e 12 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

perpetuação da cadeia de fabricantes de ferramentais em nosso país. Deste encontro surgiu uma agenda positiva, na qual deveria ser apresentado um planejamento estratégico (PE) de longo prazo para o setor. Em face da crise de 2008, o segundo encontro não foi realizado naquele ano. Entretanto, em julho de 2009 aconteceu o II ENAFER em São Paulo capital, onde foi apresentado o primeiro esboço do PE. Constituídos grupos de trabalho, o PE foi refinado e consolidado no III ENAFER, ocorrido em maio de 2010 na cidade de Caxias do Sul, RS. Um dos pontos mais debatidos foi a morosidade nas ações demandas relativas ao setor frente às instituições governamentais. A conclusão encaminhou para a priorização das ações do PE, entre elas a mais premente: constituir uma entidade representativa para a cadeia dos fabricantes de ferramentais. Por este motivo surgiu a ABINFER, com sede em Joinville e diretoria composta por empresários de diversos estados. A entidade está formalizada legalmente desde 16 de setembro de 2011. A posse da primeira diretoria aconteceu em 16 de setembro de 2011, durante IV ENAFER, com a presença de autoridades e empresários e a participação honrosa do Professor Etsujiro Yokota, ex-presidente da Associação Asiática da Indústria de Moldes e da Associação Japonesa da Indústria de Moldes (JDMA - Japan Die & Mold Association) e de Robert Akers, Vice Presidente da Associação Americana de Usinagem e Ferramentaria (NTMA - National Tooling & Machining Association). Conforme artigo 1º do Estatuto Social, a Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais, designada apenas como ABINFER, foi constituída em 16 de setembro de 2011, sob a forma de associação, sendo uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins econômicos, regida por Estatuto e por suas eventuais modificações legais de duração por prazo indeterminado, com sede no município de Joinville, estado de Santa Catarina. Ainda conforme artigo 2º, a ABINFER tem os seguintes objetivos: I. Promover, estimular e propor medidas que permitam aos empresários, sociedades empresariais e demais pessoas que se dedicam às indústrias de ferramentais, o desenvolvimento e fortalecimento harmônico de suas atividades, como parcela representativa no contexto econômico-social do Município, do Estado e do País; II. Realizar pesquisas, estimulando o aperfeiçoamento técnico das indústrias de ferramentais no que diz respeito à


Relatório 2011 - 2015 inovação tecnológica, desenvolviCargo Nome Estado Cidade Presidente Joinville Christian Dihlmann SC mento, distribuição, venda e outras Curitiba 1 Secretario Gilberto P. Zluhan PR atividades relacionadas ao processo Caxias do Sul 2 Secretario Rudimar Borilli RS econômico de produção, distribuiCaxias do Sul 1 Tesoureiro Antônio D. Gaviraghi RS ção e venda de moldes, estampos, Diadema 2 Tesoureiro Paulo S. F. Braga SP Joinville VP Jurídico Edson Hertenstein SC equipamentos e componentes do Caxias do Sul VP Técnico Gelson Oliveira RS setor; São J. dos Campos VP Inovação & Capacitação Jefferson de O. Gomes SP III. Facilitar o acesso a serviços especialiJoinville VP Negócios Jair Bonatti SC zados à orientação e assistência aos Caxias do Sul VP Relações Internacionais Rolando V. Vallejos RS Joinville VP Comunicação Thiago A. Steffens SC associados; Diadema VP de Relações Institucionais Carlos M. de Carvalho SP IV. Defender, amparar, orientar e coliJoinville VP de Integração Alexandre Wanzuita SC gar os empresários, sociedades emJoinville VP Projetos Especiais Roger B. da Silva SC presarias e demais pessoas que se Caxias do Sul VP Regional Sul Josemar B. Martins RS Sorocaba VP Regional Sudeste Paulo C. Camargo SP dediquem a qualquer atividade volCamaçari VP Nordeste João G. V. Godinho BA tada às indústrias de ferramentais Manaus VP Norte/Centro Oeste Adirson L. Dávila AM perante os órgãos competentes, Joinville Titular Conselho Fiscal Raul A. C. de Oliveira SC participando juntos aos Poderes Caxias do Sul Titular Conselho Fiscal José A. Lorandi RS Joinville Titular Conselho Fiscal Wiland Tiergarten SC Públicos no estabelecimento de criSão Paulo Suplente Conselho Fiscal Luiz E. Albano SP térios que definam suas obrigações Joinville Suplente Conselho Fiscal Márcio M. Poffo SC e direitos perante a Comunidade Caxias do Sul Suplente Conselho Fiscal João Müller RS Brasileira e Internacional, para com outros países altamente competitivos, surgiu a vontade de à Federação Estadual e Confederação Nacional; V. Apresentar e defender junto aos Poderes Públicos as me- um grupo de entusiastas em pensar estrategicamente o didas necessárias e suficientes para o bom desempenho setor brasileiro. Deste pensamento surgiu o planejamento e desenvolvimento econômico e social das indústrias de estratégico, que determina as seguintes macrometas: ferramentais, procurando manter representação junto ! Reduzir déficit da balança comercial brasileira em 50% até 2018 as Entidades e Órgãos colegiados que estabelecem a política econômica governamental nos âmbitos municipal, ! Gerar 2.000 empregos diretos de mão-de-obra altamente qualificada até 2018 estadual e federal; VI. Celebrar convênios e parcerias junto a órgãos públicos e privados, nacional e internacional, visando a formação “O atual cenário político econômico exige que as empresas sejam cada vez mais competitivas de vínculo de cooperação para o fomento e execução de e busquem alternativas que viabilizem o seu suas atividades; crescimento. Neste contexto o papel das VII. Promover a união entre seus associados, defendendo os Associações é de grande relevância na busca e interesses destes em todas as instâncias constitucionais consolidação dos interesses da categoria. A ABINFER é um grande exemplo de associação na esfera judicial e extrajudicial, podendo para tanto ajui- que está constantemente empenhada em representar as ferramentarias brasileiras e zar demandas em nome de seus associados. mantê-las unidas na defesa de seus interesses junto ao governo, órgãos reguladores e autoridades“- José Alceu A atual diretoria da ABINFER é composta por empresários do Lorandi, Matrizes Belga. segmento de ferramentais. ! Estar entre os três melhores países do mundo no fornecimento de moldes e ferramentas até 2027 Planejamento estratégico A partir da investigação e entendimento do cenário econô- ! Ter superávit da balança comercial brasileira de US$ 200.000.000,00 até 2029 mico nacional e mundial, e após ter acesso a informações Orientadas para os seguintes pilares: Capacitação; Mercado; sobre o planejamento estratégico do setor ferramenteiro de REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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Relatório 2011 - 2015 Tecnologia; Insumos e; Sustentabilidade. Ao encontro dos objetivos definidos no artigo 2º do Estatuto e ao planejamento estratégico elaborado, estão relacionadas a seguir as ações da ABINFER desde a sua fundação. Ações realizadas No âmbito REPRESENTATIVIDADE: a) Participação como País Membro da Associação Mundial de Ferramentarias (ISTMA - International Special Tooling & Machining Association) - O Brasil está representado na diretoria pelo presidente da ABINFER. b) Estruturação e consolidação do Inovar-Auto - Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Novo Regime Automotivo). c) Estruturação do Pró-Ferramentaria - Programa de incentivo financeiro ao setor, com objetivo de saneamento e fortalecimento das empresas de ferramentarias. d) Reunião com o Secretário do Desenvolvimento da Produção e Inovação do MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior “Vejo a ABINFER como a continuação da minha empresa dada a sua grande importância pelas conquista e o futuro do nosso setor. Ela tem, buscado de forma incessante, defender com grande esforço os interesses das empresas que atuam no segmento de ferramentaria. A sociedade de forma geral ainda desconhece a importância do trabalho desenvolvido por nós e muitas vezes são criadas leis que prejudicam todo o segmento. A ABINFER tem, de fato, realizado um trabalho de importância extraordinária, participando de reuniões com órgãos governamentais e atuando em ações que procuram melhorar nossa competitividade“ - Sérgio Martins de Oliveira , 3R Ferramentaria. e) Reunião com o Presidente do CONFEA - Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, Brasília, 1º de fevereiro de 2012 - Proposta de política reguladora técnica para o comércio internacional de ferramentais, trabalhando um projeto de lei que estabeleça que as mesmas taxas que o produtor brasileiro tenha que pagar sejam impostas ao empresário estrangeiro que vender seus produtos no Brasil. f) Reunião com o Deputado Federal Esperidião Amin Elou Filho - Cobrança referente ao voto favorável do Deputado à proposta do Deputado João Maia (RN) de retirada do setor ferramenteiro do programa Inovar-Auto (alegação de que ferramentaria não agrega valor a produtividade do setor au14 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

tomotivo). g) Cooperação com outras entidades afins - Virfebrás, CSFM/ ABIMAQ, APL Ferramentaria Grande ABC, ABM. h) Apresentação do planejamento estratégico - Diversas palestras em diversos fóruns. i) Articulação junto ao BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - Ações pela construção do Programa Pró-ferramentaria e ações para encaminhamento de cadastro de ferramentarias junto ao FINAME. j) Adoção de selo do associado - Chancela indicativa de membro da entidade. No âmbito CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO: a) Encontro Nacional de Ferramentarias - ENAFER - Foro de troca de experiência e conhecimento, é realizado de forma itinerante abrangendo as principais regiões produtoras de ferramentais no Brasil. b) Estruturação do Programa de Certificação e Excelência da Gestão - Programa de capacitação e implantação de Modelo de Excelência da Gestão (MEG). c) Realização do Programa de Desenvolvimento das Ferramentarias - PRODAFER - Programa de capacitação de empresários na gestão de empresas. d) Realização do Programa de Capacitação de Profissionais - Programa de capacitação técnica de profissionais, realizado em conjunto com o SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. e) Estruturação da Rede SENAI de Ferramentaria - Programa de organização e transferência de tecnologias inovadoras para o setor de ferramentaria. Rede criada dentro do SENAI. f) Realização de missões empresariais - Participação orientada em feiras, congressos e visitas técnicas. g) Artigos técnicos - Publicações realizadas em periódicos de circulação local e nacional. h) Palestras técnicas - Eventos organizados pela ABINFER ou entidades afins, com o objetivo de levar informações técnicas aos interessados da cadeia produtiva de ferramentais. No âmbito DIVULGAÇÃO: a) Publicação do ABINFER News - Periódico eventual com o objetivo de levar informações objetivas e sucintas aos associados. b) Site ABINFER - Página eletrônica com o objetivo de levar informações objetivas e amplas aos associados. c) Palestras institucionais - Eventos organizados pela ABINFER ou entidades afins, com o objetivo de levar informa-


Relatório 2011 - 2015 ções aos interessados da cadeia produtiva de ferramentais. d) Publicações em jornais e revistas - Informes de conteúdo curto, objetivando divulgar ações da ABINFER junto à comunidade. e) Reuniões regulares de associados - Encontros periódicos de associados nos maiores polos ferramenteiros do País com objetivo de integração de grupos, troca de experiências e repasse de informações da entidade. “Posso afirmar com toda a certeza que a ABINFER é o elo que faltava para fortalecer o segmento de ferramentais do País, em razão do trabalho que vem desenvolvendo e de sua representatividade. Precisamos, mais do que nunca, fortalecer nossas empresas e isto passa pelo fortalecimento de uma associação que nos represente“ - Rudimar Borilli, Sildre Plásticos e Matrizes.

No âmbito SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA: a) Associados – Em sua fundação, no dia 16 de setembro de 2011, a ABINFER contava com 19 empresas associadas e atualmente conta aproximadamente 100 empresas. b) Parcerias – Estratégia para oferecimento de oportunidades para os associados por empresas patrocinadoras. c) Eventos – Os eventos realizados objetivam oferecer oportunidades de ampliar os conhecimentos, realizar negócios e fortalecer a rede de relacionamentos (networking). Ações realizadas Também ao encontro dos objetivos e do planejamento estratégico, estão relacionadas a seguir as ações previstas para os próximos anos. Curto prazo (até 3 anos) Insumos - Centro de metrologia Capacitação - Cursos técnicos e de gestão - Capacitação de fornecedores - Publicação de artigos técnicos e de gestão em periódicos nacionais - Intercâmbio de profissionais - Cursos de línguas Mercado - Sala de reunião virtual - Campanhas de divulgação nacional e internacional - Atuação em novos mercados potenciais - Participação em feiras nacionais e internacionais - Seguro de moldes

Sustentabilidade - Radiografias do setor nacional/mapeamento - Campanhas de acreditação do mercado nacional - Benchmarking regional e nacional - Ampliação de associados em 100% ao ano - Revisão legislação CREA - Regulamentação da legislação de importação de ferramentais - Encontro Nacional de Ferramentarias - Dia do Ferramenteiro - 31 de maio - Consórcio de empresas virtuais - Formação de líderes Médio prazo (até 8 anos) Insumos - Central de compras Tecnologia e Processos - Observatório tecnológico - Cooperativa de tryout - Central de fretes - Padronização de terminologia para o setor ferramenteiro Capacitação - Intercâmbio com entidades internacionais - Cursos técnicos e de gestão - Centro de pesquisas avançadas para usinagem e ferramentaria - Curso Engenharia de Moldes e de Administração de Ferramentarias Mercado - Selo de qualidade de ferramentaria - Gestão de consulta de ex-tarifários - Campanhas de divulgação nacional e internacional - Participação em feiras nacionais e internacionais - Centro Histórico Nacional da Indústria de Moldes - Cadastro eletrônico de competências (portal ferramentarias) Sustentabilidade - Descentralização da assistência técnica (pós-vendas) - Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais (APL/SEBRAE) - Sindicato/associação nacional dos fabricantes de moldes e ferramentas - Adequação de tributos para compra de equipamentos e insumos - Política ambiental ISO 14000 - Política social SA 8500 - Ampliação de associados em 50% ao ano - Encontro Nacional de Ferramentarias - Formação de bancada parlamentar (municipal, estadual, federal) - Revisão de Planejamento Estratégico Setorial Longo prazo (até 15 anos) Capacitação - Intercâmbio com entidades internacionais - Cursos técnicos e de gestão - Formação de compradores de moldes e ferramentas - Cursos de línguas Mercado - Campanhas de divulgação nacional e internacional - Participação em feiras nacionais e internacionais Sustentabilidade - Cooperativa de crédito - Benchmarking regional, nacional e internacional - Ampliação de associados em 20% ao ano - Revisão de Planejamento Estratégico Setorial - Encontro Nacional de Ferramentarias REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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Relatório 2011 - 2015

Empresas associadas (Nome fantasia) 3R Ferramentaria Aeromatrizes Indústria de Matrizes Alltech Tools do Brasil AMPCO Metal Anderson da Silva Mateus (HPT Brasil) Antônio G. Catelão (Multpoint) Artis Matriz BOSCH Brasimet Processamento Térmico Bronze Metal Indústria e Comércio Btomec Moldes de Precisão Casa do Ferramenteiro Central de Testes de Moldes (CTM) Ciclo PLM CJN Indústria de Matrizes Diferro Aços Especiais Editora Gravo Ero-Partner Eletroerosão Faraco Massabni Sistemas (Simplix) Ferhari Ferramentaria e Usinagem Ferramentaria Fermold Ferramentaria JN Gama Indústria de Matrizes GFM Gerenciamento e Fabricação de Moldes GRV Software GTF Ferramentaria GW Ferramentaria H.R.S Flow do Brasil Hame Tecnometal Herten Engenharia de Moldes Hidral-Mac Industrial Hort & Reimer Representações (Okuma) HPS Mercosul

Ignácio Usinagem Imer Usinagem Indústria Comércio IMM Indústria de Moldes e Matrizes Indek Comércio de Ferro e Aço Indústria de Matrizes Belga Indústria Mecânica Tool Machine INOVA Indústria de Matrizes J. Junckes Plásticos JLG Distribuidora de Ferramentas JPlast Indústria de Moldes JR Oliveira Indústria JT Indústria e Comércio de Máquinas Karsten Usinagem KC Comércio de Ferramentas de Corte KOBO Ind. e Comércio Marcelo Adolar Piccoli (Resitron) Marcos Vinícius da Silva (Polives) Massochini Moldes e Matrizes Matripeças Indústria e Comércio Matrizes Valmasser Mekferr Usinagem Metalli Aços Especiais Metalúrgica Boeira Mídia Ferramentaria Modelação e Ferramentaria Walbert Moldar Matrizes MRS Ind. e Com. de Dispositivos (Technocut) MS Mecânica Sul NewSoft Consultoria Empresarial Nova Câmara Quente Orion Matrizes Parkfer Ferramentaria Paulo César Camargo (Mold Solutions)

Plasmolde Indústria de Matrizes Polimold Industrial Ponto Zero Treinamentos Procam Ferramentaria Profine Ferramentaria (Moldtool) Prottos Ferramentaria Puma Automotive R. Menke Advocacia Resitron Máquinas e Equipamentos Rhino Brasil Ind. Comércio de Produtos Hidráulicos Selltis Industrial Sildre Plásticos e Moldes SIMPLÁS - Sindicato Ind. Mat. Plástico Gaúcho Sociesc Steelcarbon Aço e Grafite Techcontrol Comércio de Dispositivos Tecnomotriz Ferramentaria Tecnoserv Indústria Comércio Topline Ferramentaria Tornearia Guido Tribomat - TEC Indústria e Comércio Union Moldes Universo Ferramentaria Usimolds Usiserra Usinagem Molde Vama Industrial Vision Moldes Visitech Wifer Comércio e Representação Winter Industrial Yudo

ABINFER – Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais CNPJ 14.523.175/0001-98 Av. Aluísio Pires Condeixa, 2550 - Saguaçú - 89221-750 Joinville - SC - Fone 047 3461-3389

www.abinfer.org.br 16 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016


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EXPRESSAS

POR AÍ FEIRAS, ENCONTROS OFICIAIS, SEMINÁRIOS, NOVAS PARCERIAS, NEGÓCIOS E MUITO MAIS VOCÊ ENCONTRA AQUI Euromold & Interplast 2016 De 16 a 19 de agosto acontece, em Joinville, SC, a Interplast 2016 - Feira e Congresso de Integração da Tecnologia do Plástico e a Euromold Brasil 2016 - Feira Mundial de Construtores de Moldes, Ferramentas, Design e Desenvolvimento de Produtos. Os eventos são excelente ferramenta para relacionamento e divulgação institucional, possibilitando a comunicação dirigida ao consumidor, pois o cliente vai até o fornecedor. Assim, torna-se possível divulgar em detalhes os diferenciais e as vantagens dos produtos diretamente ao público especializado, em um ambiente propício para os negócios. “Na Interplast e Euromold se encontram as maiores e mais importantes empresas do setor e o mais alto escalão de executivos. Considero essa feira a mais importante do setor na América Latina, principalmente por estar sediada no maior centro de difusão de tec-

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nologias do plástico do Brasil. Por isso, ela atrai profissionais de todo o Brasil e do mundo. Com certeza, o empresário que busca o melhor para o seu negócio está presente nesse evento.” Gino Paulucci Junior, vice-presidente da ABIMAQ e presidente da CSMAIP. Na feira é organizada a Rodada de Negócios do Setor Plástico, ampliando ainda mais as relações de fornecimento e oferta de produtos e serviços. Possibilita o encontro de empresas de várias áreas de atuação e de todos os níveis. Nela serão promovidas reuniões de negócios entre empresários que demandam e ofertam serviços e produtos, viabilizando negócios entre as partes. Paralelamente à Feira e a Rodada de Negócios, acontece o CINTEC Plásticos 2016 - Congresso de Inovação Tecnológica, organizado pela UniSociesc, uma das mais conceituadas instituições de ensino técnico do Brasil. Sempre apresenta temas atuais de grande interesse do público técnico e empresarial, com palestrantes de renome nacional, o que atrai um público de alta capacidade técnica e com poder de decisão para o evento. A Euromold Brasil se consolida como o principal evento de construtores de moldes e ferramentas, design e desenvolvimen-

to de produtos da América Latina. A feira que já nasceu internacional, caminha para apresentar cada vez mais o futuro da tecnologia em desenvolvimento de produtos, com o slogan Da Ideia à Produção em Série, trazendo lançamentos mundiais e atraindo um público qualificado de diversas áreas de atuação da cadeia de desenvolvimento de produtos. Messe Brasil 47 3451 3000 www.messebrasil.com.br Paulo Castelo Branco assume presidência da ABIMEI Diretor Geral da Tecnopress, Paulo Castelo Branco, assumiu a presidência da ABIMEI - Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais. Formado em Economia e pós-graduado em Administração e Gestão pela FAAP, o novo presidente possui mais de 28 anos de experiência no mercado de automação industrial para processos de conformação de metais. Compõem ainda a diretoria Mohseen Hatia, como Vicepresidente, Christopher Mendes na função de Diretor Financeiro e Flávio Paiva de Secretário Geral. De acordo com a entidade, o primeiro passo de


EXPRESSAS

Castelo Branco será a elaboração do planejamento estratégico da entidade para os próximos cinco anos, com foco em questões prioritárias para os associados, como a defesa das premissas que reforçam a relevância da importação de máquinas para a indústria brasileira. Ennio Crispino, expresidente, assume o cargo de assessor de Inovação Industrial, trabalhando agora em projetos voltados a parcerias, reforçando a credibilidade da entidade junto ao mercado de bens de capital. ABIMEI 11 5506 6053 www.abimei.org.br

ABIMEI Edição 2016 da Assembleia Geral Anual da ISTMA - Associação Mundial de Ferramentarias será na Espanha A Assembleia Geral Anual da ISTMA International Special Tooling & Machining Association, edição 2016, será realizada no dia 2 de maio em Barcelona, na Espanha, em trabalho conjunto com a Associação Nacional Espanhola de Ferramentaria FEAMM. A pauta da reunião contempla: Horário 09:00h 09:10h

Atividade Boas vindas por Jari Saaranen - Vice Presidente Aprovação da ata da reunião de Aachen, Alemanha, realizada em 12/11/2015

09:15h

Aprovação de contas e relatório da gestão 2015

09:30h 09:45h

Apresentação e aprovação das atividades e orçamento de 2016 Situação do Planejamento Estratégico

10:00h

Nova proposta de anuidade para associados

10:30h

Intervalo para relacionamento

10:45h

Grupo de trabalho BRICS

11:00h

Relatório de ambiente de negócios

11:45h

Próximas reuniões

12:00h

Demais assuntos e palavra livre

12:15h

Encerramento

O evento será realizado paralelamente ao WMF - World Manufacturing Forum (Fórum Mundial de Manufatura worldmanufacturingforum.org), que ocorre nos dia 3 e 4 de maio. Os interessados em participar do WMF devem fazer a inscrição, que é gratuita para membros da ISTMA. ISTMA +351 244 575 150 www.istma.org

Metalurgia 2016 terá Feira e Congresso de Energia Com a proposta de apresentar caminhos para melhorar a performance das empresas e torná-las mais competitivas no que diz respeito ao consumo eficiente de energia, a Metalurgia 2016 realiza, paralelamente, a 4ª Powergrid Brasil - Feira e Congresso de Energia Tecnologia, Infraestrutura e Eficiência Energética, de 13 a 16 de setembro, em Joinville, SC. O evento é direcionado para consumidores industriais, comerciais, portos, hospitais, shopping centers, hotéis e todo o empreendimento que possa ter no consumo eficiente uma melhor competitividade no mercado. “Procurei as novidades em máquinas e equipamentos para atualizar o parque fabril da nossa empresa e também analisar a possibilidade de migrar para o Mercado Livre de Energia. Com várias empresas em um único espaço é mais fácil de conhecer diferentes propostas”, contou Sidnei Oliveira da Costa, diretor Administrativo da Fundição Alvorada, de Jandira/SP, visitante da Powergrid Brasil 2014. Os setores de exposição incluem: comercialização de energia, auto-geração, geradores estacionários, energia solar, iluminação, motores elétricos, baterias, nobreaks,

Os sistemas de Câmara quente INCOE® oferecem vantagens comprovadas, confiabilidade e bom custo benefício na maioria das aplicações do mercado. Com mais de 50 anos de experiência no campo, nossa tecnologia é suportada localmente com experiência comprovada. Esta é a performance dos Sistemas de Câmara quente INCOE®.

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EXPRESSAS

soluções em infraestrutura, componentes, equipamentos industriais, automação, meio ambiente, smart grid e novas tecnologias. A feira é realizada nos anos pares e tem o apoio da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), patrocínio da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO) e é organizada pela Messe Brasil. Já a feira Metalurgia 2016 - Feira e Congresso Internacional de Tecnologia para Fundição, Forjaria Alumínio e Serviços, se consolidou ao longo dos anos como porto seguro para as oportunidades e os bons negócios, a ponto de ser um compromisso cativo na agenda de empresários e técnicos do setor. Apresenta todo o potencial brasileiro, com avanços tecnológicos e lançamentos exclusivos em cada edição, tanto para o mercado nacional como para o internacional. E também trazendo para o Brasil tecnologias novas, através da participação de expositores estrangeiros. Na edição de 2014 estiveram presentes expositores e visitantes da Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Chile, China, Colômbia, Equador, Espanha, EUA, Índia, Itália, México, Holanda, Reino Unido, Turquia e Venezuela. Messe Brasil 47 3451 3000 www.messebrasil.com.br

Workshop Internacional Aeroespacial GROB tem sua segunda Edição Em de 2015 a GROB realizou em sua fábrica em São Bernardo do Campo a 20 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

segunda edição do Workshop Internacional focado na Indústria Aeroespacial. Com a “casa cheia”, a GROB contou com a presença de importantes empresas do segmento e diversos parceiros tecnológicos, que puderam participar de forma interativa durante um dia repleto de informações. No período da manhã especialistas internacionais da GROB, Blaser e Open Mind promoveram palestras técnicas relacionadas ao mercado aeroespacial. O objetivo principal foi compartilhar as últimas tendências e tecnologias utilizadas mundialmente e casos de sucesso de aumento de qualidade e produtividade. No período da tarde os participantes tiveram a possibilidade de acompanhar demonstrações de usinagem no CAT - Centro de Aplicação Tecnológica - da GROB. Testes em alumínio estrutural e titânio demonstraram a rigidez dos centros de usinagem 5 eixos e a eficiência de inovadoras tecnologias de software, ferramentas, fixação e lubrificação. Segundo os participantes, um dos grandes destaques do evento foi poder receber a “teoria” e depois ver na “prática” os melhores conceitos voltados para o segmento Aeroespacial sendo aplicados com sucesso. A GROB agradece a participação de todos no que foi o maior evento “in house” do ano! Em 2016 a GROB planeja trazer ainda mais novidades durante o “3° Workshop Soluções Tecnológicas na Usinagem com 5 Eixos”. GROB 11 4367 9217 www.grob.com.br


CONEXÃO WWW

ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO

www.impostometro.com.br

A Associação Empresarial de São Paulo – ACSP, em seus 116 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. Atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, tem estado sempre ao lado da pequena e média empresa, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços no País. Sempre com foco na inovação e qualidade de serviço, a ACSP é referência no estudo e consultoria sobre empreendedorismo e políticas econômicas. Seus serviços exercem grande influência na expansão e no aprimoramento seguros das empresas. A ferramenta Impostômetro considera todos os valores arrecadados pelas três esferas de governo a título de tributos: impostos, taxas e contribuições incluindo multas, juros e correção monetária. A página eletrônica disponibiliza ainda artigos de renomados articulistas.

WWW ASSOCIAÇÃO DE CONFORMAÇÃO METÁLICA DE PRECISÃO www.pma.org A Associação de Conformação Metálica de Precisão (PMA - Precision Metalforming Association) representa a indústria americana de conformação de produtos de precisão que fatura US$ 137 bilhões por ano. Criada em 1913 em Cleveland, tem atualmente cerca de 900 membros, inclusive fornecedores de equipamentos, materiais e serviços. A entidade auxilia empresas associadas e inovadoras na direção de elevação da competitividade e lucratividade através de apoio jurídico, relacionamento, fornecimento de dados estatísticos, utilização da Fundação Educacional FABTECH, participação na feira Metalform no México e por meio das revistas MetalForming, Fabricating Product e 3D Metal Printing. Na página eletrônica há diversas informações associadas a notícias e artigos técnicos, grupos de relacionamento, eventos, guia de compradores, relação de associados, legislação e capacitação.

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TECNOLOGIA

MICROUSINAGEM NO AÇO P20 PARA MOLDES Uma das tecnologias chave para produção em massa de micropeças é a moldagem por microinjeção. Normalmente, os micromoldes de injeção são fabricados com aços tipicamente utilizados na fabricação de moldes de injeção convencionais. Os efeitos do desgaste das microfresas e da combinação de diferentes parâmetros de corte no microfresamento de canais no aço p20 devem ser considerados e são apresentados neste estudo. Nos dois casos, os efeitos são observados pelos esforços de corte, acabamento superficial, forma dos cavacos e formação de rebarbas e os resultados apresentados. Por André Marcon Zanatta | Foto Divulgação

C

om o rápido desenvolvimento das tecnologias de microengenharia há uma tendência no crescimento da miniaturização de produtos principalmente nas áreas de eletrônica, aeronáutica, automobilística, médico-odontológica e telecomunicações (Uhlmann et al. 2005a). Demandas de redução de peso, de tamanho, alta qualidade superficial e baixo erro de forma, enquanto ao mesmo tempo redução dos custos dos componentes e no tamanho dos lotes produzidos são os requisitos que dirigem a miniaturização (Dornfeld and Lee, 2008). Entretanto, o desenvolvimento de novos microdispositivos é altamente dependente dos sistemas de manufatura. Neste contexto, a moldagem de polímeros termoplásticos por microinjeção é uma das tecnologias chave para a microfabricação (Sha et al. 2007) e por sua vez, o microfresamento para a usinagem do molde (Brinksmeier et al. 2008). Com relação aos processos de usinagem, o desgaste da ferramenta pode conduzir a várias alterações, tanto de forma quanto no acabamento superficial das peças usinadas. Estas mudanças podem ser geradas pela perda de material da ferramenta, deposição de material da peça sobre a ferramenta, mudança na forma dos gumes e/ou mudança na geometria da ferramenta com a deflexão devido a grandes esforços. Na microusinagem é necessário considerar o tamanho e a baixa rigidez das microferramentas, a fim de redefinir o critério de desgaste, considerando suas dimensões e sua grande influência sobre vários aspectos do processo e da peça (Tansel et al. 1998). Bissaco et al. (2005, 2008) observaram experimentalmente que com o aumento do desgaste das microferramentas, a extensão do sulcamento1 ao longo do arco de engajamento também aumenta. E acima de um certo valor da razão entre o raio do gume e a espessura do corte, o sulcamento torna-se

dominante. Esse fenômeno deve se levado em consideração quando alta qualidade superficial é requerida, por exemplo, em moldes de injeção de plástico. Filiz et al. (2007) também afirma que o aumento do desgaste conduz ao aumento do raio do gume, acarretando em um maior ângulo de saída efetivo e aumento no sulcamento. Os esforços de corte podem ser um quesito utilizado na decisão do fim de vida de uma ferramenta. Bao e Tansel (2000) propuseram um modelo para estimar a vida de microferramentas por meio do monitoramento dos esforços de corte. De acordo com Tansel et al. (1998), a fadiga resultante das variações dos esforços de corte e da tensão no eixo da ferramenta podem levar a quebra. Os parâmetros de corte também podem ser alterados visando aumentar a vida das microferramentas ou melhorar o acabamento das superfícies usinadas. Se por um lado, o aumento no avanço por dente conduz a um aumento na taxa de remoção de material, por outro, conduz a maiores esforços de corte, podendo levar a quebra das microferramentas. O processo de geração da superfície de materiais com múltiplas fases é mais complexo que materiais homogêneos e desenvolve-se por uma combinação de distintos efeitos: a geometria da ferramenta, os parâmetros do processo, o efeito da espessura mínima de corte e a formação de rebarbas entre os contornos de grão das diferentes fases (Vogler et al. 2004). Filiz et al. (2007) e Aramcharoem et al. (2008), afirmam que o melhor acabamento superficial é obtido por meio de uma relação de compromisso entre as marcas de avanço e a espessura mínima de corte, ou seja, entre o efeito do sulcamento e do mecanismo de cisalhamento2. As rebarbas nas laterais superiores dos canais são maioria e consideradas as de mais difícil remoção (Lee and Dornfeld, REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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Topo

Flanco

7 2002). Para Bissacco et al. (2005) as rebarbas nas laterais dos Microfresas fabricadas pela Franken de metal duro com dois 8 9 canais são relativamente grandes em microusinagem devido gumes revestidas com TiAlN realizado por PVD com diâao efeito de escala. Para eles a baixa razão entre a espessura metro nominal de D = 0,5 mm, comprimento do gume lc = de corte e o raio do gume gera uma alta pressão compressiva 1,5 mm, ângulo de hélice e = 30°, ângulo de ataque b = 11° biaxial, forçando uma grande quantidade de material à fren- e raio do gume de corte de rb = 2,8±0,2 µm foram utilizadas. te, na superfície livre, gerando grandes rebarbas nas laterais As microferramentas com diferentes níveis de desgaste são dos canais. apresentadas na figura 2. Microfresas no estado novo foram Na prática, microcomponentes são manufaturados com ma- utilizadas tanto na primeira quanto na segunda parte deste teriais típicos de engenharia como os aços (Mian et al. trabalho. A ferramenta com marcas de desgaste de flanco 2010a). Por isso, este estudo utilizou o aço mais comum na aproximadamente metade da superfície de folga foi denomifabricação aplicado na fabricação de moldes de injeção para nada como “metade da vida”, enquanto na ferramenta denopolímeros convencionais, o aço P203. minada “fim de vida”, o desgaste atingia completamente a Este trabalho fez parte de um estudo mais completo desen- largura da superfície de folga. Estas duas últimas foram utilivolvido por Zanatta (2013). Este artigo é dividido em duas zadas somente na primeira parte. partes. O objetivo da primeira parte Nova Metade da vida Fim de vida foi avaliar a influência do desgaste da ferramenta de corte sobre os es(a) (b) (c) forços de corte, o acabamento superficial, a forma de cavaco e rebarbas. Na segunda parte, o objetivo foi avaliar a influência dos parâmetros de corte, o avanço por den50 µm 50 µm 50 µm te e a profundidade axial de corte, (d) (e) (f) sobre os mesmos critérios utilizados na primeira parte. Sendo que as variações empregadas mantiveram a taxa de remoção de material V constante. As duas etapas foram efetua100 µm 100 µm 100 µm das no fresamento de canais com Figura 2 - Ferramenta de corte em diferentes estágios de desgaste ferramentas revestidas de metal duro. Os testes foram conduzidos em um centro de microfresamento de 3 eixos Gamma 303 High Performance fabricado MATERIAIS E MÉTODOS pela Wissner da Alemanha, equipado com um fuso Precise Para este trabalho o aço P20 ~ DIN4 1.2738 (40CrMnNiMo8- SC3062 de alta frequência com rotação de até n = 60.000 6-4) foi utilizado. Este é um aço temperado5 e revenido com rpm. O corpo de prova (25 x 15 x 25 mm3) foi montado sobre dureza aproximada de 30 HRC6 e consiste de uma matrix bai- uma plataforma piezelétrica Kistler MiniDyn 9256C2 para a nítica (figura 1). medição dos esforços de corte. A taxa de aquisição dos esforços nas direções X, Y e Z foi de 100 kHz e gravados com auxílio de um sistema National Instruments modelo NI-9162 conectado a um computador utilizando uma rotina em LabC 0.36 View10. Mn 1.60 Os parâmetros de corte foram selecionados a partir de condições pré-determinadas dentro de áreas de instabilidade, isto Cr 1.80 é, sem vibrações regenerativas e com a garantia de que a esMo 0.20 pessura do cavaco fosse maior do que o raio do gume da ferNi 0.80 ramenta (Uhlmann et al. 2009). Para isso foi aplicado a estratégia de corte em cheio (abertura de canais) com compriFigura 1 - Micrografia e composição química do aço P20 mento de Lt = 15 mm, velocidade de corte de vc = 49 m/min

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e comprimento em balaço da ferramenta lk = 15 mm. Para a primeira parte, a profundidade de corte ap = 25 µm e o avanço por dente fz = 4 µm foram definidos. Para a segunda parte, uma combinação entre avanço por dente e profundidade de corte foi selecionada de maneira que a taxa de remoção de material permanecesse V = 3,1 mm3/min. Dessa maneira, os avanços fz foram 4, 8 e 16 µm/dente em combinação com as profundidades de corte ap de 25, 12,5 e 6,25 µm, respectivamente. Ar foi definido como lubrificante. Os cavacos foram coletados com fita adesiva. O acabamento superficial (Rq11 e Rz12) no fundo dos canais foi medido com auxílio de um microscópio de foco infinito Alicona InfiniteFocus fabricado na Áustria. O perfil de avaliação foi definido no centro dos canais no sentido do avanço. Cavacos, rebarbas e a superfície usinada foram observados em um microscópio eletrônico JEOL JMC-5000.

de vida não mostra-se um bom indicador para a avaliação do nível de desgaste da ferramenta. Observa-se que o acabamento apresentou uma leve piora quando o corte foi realizado com a ferramenta mais desgastada (fim de vida). Resultados semelhantes foram apresentados por Schmidt e Tritschler (2004). Porém, Fang et al. (2003) afirmam que o acabamento superficial é um bom indicador para avaliar a vida da ferramenta, com o mesmo quesito Uhlmann et al. (2005) definem a rugosidade máxima Rz = 5 µm como critério de fim de vida para microferramentas. Para Woon e Liu (2008) um ótimo acabamento superficial no aço SAE13 1045 pode ser obtido por meio de uma combinação crítica entre profundidade de corte e raio do gume onde o material é removido por meio de uma severa deformação plástica associada a um ângulo de saída efetivo negativo. Porém, os autores não levam em consideração o dano causado na subsuperfície devido a severa deformação plástica. Como constatado na usinagem convencional este item deve ser observado (Zanatta et al. 2011), pois com o aumento da distância usinada mais marcas de sulcamento aparecem no fundo dos canais usinados. Com o desgaste de flanco, o gume muda totalmente de forma, produzindo cavacos como os da figura 4. Quando a ferramenta é nova os cavacos são bem formados, são curvados

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Rugosidade

Força Máxima

RESULTADOS E DISCUSSÃO Influência da condição da microferramenta A figura 3 apresenta os esforços de corte e o acabamento superficial do fundo dos canais usinados em diferentes estados da ferramenta. Considerando a força ativa, os esforços aumentam 176% na metade da vida da ferramenta e 738% no fim da vida em relação à ferramenta nova. A força passiva aumenta também na mesma tenNova Metade da vida Fim de vida dência exponencial. Estes resultados corroboram com Filiz et al. (2007), os quais também encontraram boa correlação entre a variação dos esforços com a progressão do desgaste da ferramenta, especialmente na 50 µm 50 µm 50 µm direção do avanço. O acabamento superficial do ensaio Figura 4 - Cavacos em diferentes estágios de desgaste das microferramentas e apresentam início e fim bem definiFerramenta: Material: dos. À medida que o desgaste auTopo reto , D = 0,5 mm, Z = 2 P20 menta, eles são mais planos e curtos Parâmetros de corte: Velocidade de corte , vc 49 m/min Prof. de corte, a p 25 μm (metade da vida). Quando a ferraAvanço por dente , f z 4 μm Prof. lateral , ae 0,5 mm menta possui um grande desgaste (fim de vida), os cavacos são ainda Rq Rz Fa Fp 0,8 16 mais curtos e possuem uma borda serrilhada, características semelhanmm N tes com cavacos do macrofresamen0,4 8 to convencional. Na figura 5 é possível observar o aca0,2 4 bamento no fundo dos canais usina0,0 0 dos e a formação de rebarbas do laNovo Metade Fim de vida Novo Metade Fim de vida da vida da vida do concordante e discordante. QuanFigura 3 - Esforços de corte e rugosidade superficial em diferentes estágios de desgaste das microferramentas do a ferramenta é nova observam-se


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no centro do canal para diferentes condições de corte mantendo a taxa D D D C C C de remoção de material constante. O aumento do avanço por dente fz de 4 µm para 16 µm em conjunto com a Direção de diminuição da profundidade de coravanço te ap de 25 µm para 6,25 µm levou a 200 µm 200 µm 200 µm uma diminuição da força ativa Fa de Figura 5 - Canais usinados em diferentes estágios de desgaste das microferramentas. 28%. Por outro lado, a força passiva D: Discordante, C: Concordante Fp dobrou devido a diminuição da espessura do cavaco no as marcas bem definidas dos gumes no fundo do canal. Com gume secundário gerando o fenômeno conhecido como sulo avanço do desgaste as marcas de sulcamento tornam-se camento. Porém, mesmo com o aumento, o seu valor nomipredominantes até que no fim de vida o corte é totalmente nal alcançou o mesmo nível da força ativa. Adicionalmente, a instável e o canal perde a forma devido à flexão da ferramen- rigidez no sentido axial da ferramenta é muito maior do que ta induzida pelos altos esforços. As rebarbas estão presentes no sentido radial, com isso o aumento da força passiva não é do lado concordante e discordante quando a ferramenta é crítico. nova. À medida que o desgaste aumenta (metade da vida), o A rugosidade superficial do centro do canal foi melhor na gume de corte empurra o material não cortado para o lado condição com fz = 4 µm e ap = 25 µm, seguida pela condidiscordante, aumentando as rebarbas. No fim de vida da fer- ção com fz = 16 µm e fz = 8 µm, consecutivamente. Possivelramenta o corte é muito instável e não há formação de rebar- mente, a resultante total das forcas de usinagem levou a bas. Biermann et al. (2011) destaca características como alta maior flexão da ferramenta, conduzindo a um pior acabarigidez, pequeno comprimento engastado e baixa razão en- mento superficial. Por outro lado, as três condições de corte tre comprimento do gume e diâmetro de modo a minimizar avaliadas satisfazem a condição de que a rugosidade máxideflexões e vibrações nas microferramentas. ma deve ser melhor que Rz = 1 µm para garantir que a peça injetada possa ser extraída do micromolde (Weule et al. Taxa de remoção constante 2001). A taxa de remoção de material é um importante quesito para A mudança das condições de corte é observada na forma dos a produtividade. Uma combinação infinita de parâmetros de cavacos (figura 7). Com avanço por dente fz de 4 µm e procorte pode resultar em uma mesma taxa de remoção. Além fundidade de corte ap de 25 µm os cavacos apresentam-se disso, a combinação adequada dos parâmetros de corte po- em forma de hélice, no entanto, quando o avanço por dente de conduzir a minimização dos esforços de usinagem. A figu- aumenta e a profundidade de corte diminui, eles tem forma ra 6 apresenta os esforços de corte e a rugosidade superficial de vírgula. As rebarbas são formadas em ambos Ferramenta: Material: os lados do canal quando baixo avanTopo reto , D = 0,5 mm, Z = 2 P20 ço por dente e alta profundidade de Parâmetros de corte: Velocidade de corte , vc 49 m/min Prof. de corte, a p variável, μm corte é utilizada. Aumentando-se o Avanço por dente , f z variável, μm Prof. lateral , ae 0,5 mm avanço por dente e diminuindo-se a Rq Rz Fa Fa Fp Fp profundidade de corte as rebarbas 1,7 0,8 não são formadas (figura 8). Para Malekian et al. (2009), o uso de altos µm 1,4 N 0,6 avanços minimiza o erro de batimen1,1 0,4 to e as imperfeições das microferramentas. Metade da vida

Rugosidade

Força Máxima

Nova

0,8

Fim de vida

0,2

0,5 f z (µm)

4

8

16

0,0 f z (µm)

4

8

16

ap (µm)

25

12,5

6,25 6,125

ap (µm)

25

12,5

6,25 6,125

Figura 6 - Esforços de corte e rugosidade superficial como função dos parâmetros de corte

CONCLUSÕES Diante dos resultados apresentados tiram-se as seguintes conclusões: ! O desgaste de flanco exerce uma REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a oportunidade para realização dos testes no IPK Instituto Fraunhofer de Sistemas de Produção e Tecnologia de Design e no Instituto de Máquinas-ferramenta e Gerenciamento da Fábrica 50 µm 50 µm 50 µm da Universidade Técnica de Berlim na Figura 7 - Cavacos como função dos parâmetros de corte Alemanha representado pelo Prof. Dr.h.c. Dr.-Ing. Eckart Uhlmann. f z = 4 µm - ap = 25 µm f z = 8 µm - ap = 12,5 µm f z = 16 µm - ap = 6,25 µm À empresa Villares Metals S.A., forD D D C C C necedora dos materiais e do suporte técnico do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento. Direção de Ao Conselho Nacional de Desenvolavanço vimento Científico e Tecnológico 200 µm 200 µm 200 µm CNPQ e ao Deutscher Akademischer Figura 8 - Canais como função dos parâmetros de corte. D: Discordante, C: Concordante Austauschdienst - DAAD pelas bolinfluência significativa sobre os esforços de corte, elevando sas de estudo concedidas. exponencialmente a força ativa e passiva. Os cavacos também sofrem uma grande transformação na sua forma e Sulcamento: fazer sulcos. Em usinagem, corresponde à deformação do tamanho. Por outro lado, a rugosidade no fundo dos cana- material para os lados e para frente da ferramenta de corte. Neste caso não há formação de cavaco, mas o sulcamento facilita a sua formação [wikipediis apresenta um leve aumento somente quando o gume a.org]. está muito desgastado. Porém, a forma dos canais é totalCisalhamento: ato ou efeito de cisalhar, cortar. Em física, é o fenômeno de mente perdida devido à flexão da ferramenta. Com isso, deformação ao qual um corpo está sujeito quando as forças que sobre ele pode-se afimar que os esforços de corte, a forma dos cava- agem provocam um deslocamento em planos diferentes, mantendo o volume constante. cos e o erro de forma podem ser tomados como critérios de Aço P20: aço ferramenta de baixa liga, com boa usinabilidade e fornecido fim de vida para as microferramentas. Enquanto, o acaba- na condição beneficiado. Apresenta alta polibilidade, sendo possível espemento superficial e a formação de rebarbas são mostra- lhar as superfícies, próprio para a fabricação de moldes de injeção de plásticos. Quando se desejar maior resistência ao desgaste, pode-se submetê-lo a ram-se bons indicadores; tratamentos termoquímicos tipo cementação ou nitretação. ! Na avaliação dos parâmetros de corte, o aumento do avanDIN: do alemão Deutsches Institut für Normung (Instituto Alemão para Normatização) é a organização nacional na Alemanha para padronização, ço por dente e a diminuição da profundidade axial manrepresentante da Internation Standarization Organization (Organização tendo-se a taxa de remoção de material constante, mosInternacional para a Padronização - ISO) no país. trou a força ativa aproximadamente 30% menor. Com relaTêmpera: tratamento térmico caracterizado pelo resfriamento em velocição à força passiva, houve um aumento devido à diminui- dade superior a velocidade crítica de têmpera de uma liga ferro-carbono, a ção da espessura de corte no gume secundário, porém este partir de uma temperatura acima da zona crítica para os aços hipoeutetóides e geralmente dentro da zona crítica para os aços hipereutetóides, resultando é compensado pela maior rigidez da microferramenta no em transformação da austenita em martensita. Dureza Rockwell: é um método de medição direta de dureza desenvolvido sentido axial; por Stanley Pickett Rockwell em 1922, nos Estados Unidos. É um dos mais ! Rebarbas não são formadas, nem do lado concordante utilizados em indústrias e um dos mais simples e que não requer habilidades nem no discordante, com o aumento do avanço por dente especiais do operador. Além disso, várias escalas diferentes podem ser utilie diminuição da profundidade de corte. Além disso, na zadas através de possíveis combinações de diferentes penetradores e cargas, condição onde o avanço por dente fz = 16 µm e profundi- o que permite o uso deste ensaio em praticamente todas as ligas metálicas, assim como em muitos polímeros. Sua unidade é HRC. dade de corte ap = 6,25 µm foram empregados, a qualidaEMUGE-FRANKEN Ferramentas de Precisão Ltda. de superficial do fundo do canal foi equivalente a condição Revestimento TiAlN: a base de Titânio (Ti), Alumínio (Al) e Nitrogênio (N). Denominado de revestimento de nitreto de titânio alumínio. Consiste de com avanço menor e profundidade maior e; deposição de camadas múltiplas aplicadas pela técnica de deposição física ! Dessa maneira, é possível afirmar que o aumento do avande vapor (PVD). Possui alta tenacidade e estabilidade à oxidação. É ideal para ço por dente e diminuição da profundidade axial é benéfi- uso em altas velocidades de corte e avanço, com melhoria da vida da ferramenta. É usada para brocas e machos para corte sem lubrificante. co em todos os quesitos avaliados. f z = 4 µm - ap = 25 µm

f z = 8 µm - ap = 12,5 µm

f z = 16 µm - ap = 6,25 µm

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PVD: do inglês Physical Vapour Deposition, significa deposição física de vapor. Trata-se de um processo descoberto acidentalmente por Faraday, que observou a deposição de partículas na superfície interna de bulbos de lâmpadas incandescentes oriundas da explosão do filamento. O processo consiste de deposição em vácuo onde, primeiramente, um material é transformado em vapor, então é transportado nessa fase e por último é depositado na superfície de um substrato. Este processo permite depositar uma infinidade de metais puros e ligas (como ouro, cromo, e outros) bem como uma série de nitretos e outros compostos [10]. 10 LabView: significa Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench. É uma linguagem de programação gráfica originária da National Instruments. A primeira versão surgiu em 1986 para o Macintosh e atualmente existem também ambientes de desenvolvimento integrados para os Sistemas Operacionais Windows, Linux e Solaris. Os principais campos de aplicação são a realização de medições e a automação. A programação é feita de acordo com o modelo de fluxo de dados, o que oferece a esta linguagem vantagens para a aquisição de dados e para a sua manipulação [wikipedia.org]. 11 Rugosidade quadrática ou desvio médio quadrático (Rq): é a raiz quadrada da média dos quadrados das ordenadas do perfil efetivo em relação à linha média, no comprimento da amostragem. Rq é aproximadamente 11% maior que o valor de Ra [www.fem.unicamp.br]. 12 Rugosidade de profundidade média (Rz): é a média aritmética dos Rzi em amostragem consecutivas, ou seja, é a soma dos valores absolutos das ordenadas dos pontos de maior afastamento, acima e abaixo da linha média (Rzi = rugosidade de profundidade = distância vertical entre o pico mais alto e o mais profundo vale dentro de uma amostragem de comprimento) [www.fem.unicamp.br]. 13 SAE: do inglês Society of Automotive Engineers, significa Sociedade de Engenheiros Automotivos. É uma organização responsável pelos estudos em engenharia automobilística e indústrias montadoras de automóveis.

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André Marcon Zanatta - Doutor em Engenharia Aeronáutica e Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA em 2013 em cooperação com a Technische Universität Berlim. Atuou por três anos como pesquisador no Centro de Competência em Manufatura (CCM-ITA) e dois anos como pesquisador convidado no Institute for Production Systems and Design Technology - Fraunhofer IPK Berlim. Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual de Santa Catarina - UDESC em 2004, MBA Executivo em Administração Global pela UDESC e Universidade Independente de Lisboa - UnI em 2005, mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais pela UDESC em 2007. Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em análise de desempenho de processos de fabricação com geometrias definidas com macro e microferramentas, caracterização de materiais e projeto de máquinas. Atualmente é diretor do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura e gestor técnico da Rede SENAI de Ferramentarias. andre.zanatta@sc.senai.br http://lattes.cnpq.br/6366591551979280 Jefferson de Oliveira Gomes - Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC com cooperação com a Rheinisch-Westfalischen Technischen Hochschule RWTH de Aachen, Alemanha, em 2001. Possui graduação em Engenharia Mecânica pela UFSC em 1994 e mestrado em Engenharia Mecânica pela UFSC em 1995. Desde janeiro de 2004 atua como professor da Divisão de Engenharia Aeronáutica e Mecânica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA. É também coordenador do Centro de Competência em Manufatura (CCM-ITA). Tem experiência industrial e acadêmica na área de Engenharia Mecânica e Produção, atuando principalmente nos seguintes temas: análise de desempenho de processos de fabricação, análise de desempenho organizacional e tecnológico de plantas industriais, auxílio à tomada de decisões industriais, sustentabilidade em processos de fabricação e gestão da inovação. Entre agosto de 2011 e dezembro de 2014 atuou como Gerente Executivo do Departamento Nacional do SENAI para Tecnologia e Inovação. Desde janeiro de 2015 é também Diretor Regional do SENAI do Estado de Santa Catarina. gomes@ita.br http://lattes.cnpq.br/2087127246109861

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GOVERNANÇA TRABALHISTA UTILIZAR-SE DA GOVERNANÇA TRABALHISTA, ATRAVÉS DA IMPLANTAÇÃO DAS MEDIDAS RELACIONADAS À SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR, COMPLIANCE, GESTÃO DE TERCEIRIZADOS, CONTROLE DE PROCESSOS E APLICAÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS, É APROVEITAR UM INSTRUMENTO EFICAZ NA DIMINUIÇÃO DOS RISCOS DE DEMANDAS TRABALHISTAS, NA REDUÇÃO DE CUSTOS E NA MELHORIA DO RESULTADO ECONÔMICO DAS EMPRESAS. Por Anaruez Mathies | Fotos Divulgação

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e acordo com dados do Tribunal Superior do Trabalho, no ano de 2015, o valor pago em acordos e execuções trabalhistas chegou de R$ 17 bilhões (figura 1), sendo que de cada 100.000 habitantes, 1.604 possuem ao menos uma ação ou recurso em trâmite na Justiça do Trabalho.

Figura 1 - Valores pagos em reclamações trabalhistas (Fonte: TST)

Estes números fazem com que os processos envolvendo questões relacionadas ao trabalho representem a maioria das demandadas no Poder Judiciário. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça, no ano de 2014, as ações envolvendo matérias trabalhistas no 1º grau chegaram a 10,39% do total, quase o dobro do segundo lugar, que é ocupado por demandas relacionadas a obrigações e contratos e representam 5,56% do total de assuntos levados ao Judiciário. A ausência de gestão do setor de recursos humanos, o número crescente de acidentes relacionados ao trabalho e a ausência de fiscalização dos contratos de terceirização constituem os principais fatores de risco para as empresas. O Brasil vive um momento de crise no setor produtivo, e esta situação, aliada à falta de controle e gestão da área de Recursos Humanos, tem provocado um acréscimo no número de demandas trabalhistas, com custo direto para as empresas. A implantação de uma política adequada na área trabalhista, através da governança trabalhista, constitui importante 32 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

ferramenta para a mitigação dos riscos e redução de custos para o setor produtivo. O diagnóstico de práticas ilegais, a implantação de medidas visando redução e/ou eliminação dos riscos e o monitoramento constante das ações adotadas possuem papel de destaque na governança trabalhista. Em longo prazo, a adesão de boas práticas na seara trabalhista impacta diretamente na redução de custo e no aumento do valor econômico das empresas. O controle da área trabalhista deve envolver diversos setores da empresa, desde a Direção, o departamento de Recursos Humanos e a área de Produção, com enfoque: a) Na saúde e segurança do trabalhador; 1 b) No compliance trabalhista; c) Na gestão dos contratos de terceirização; d) No passivo trabalhista e; e) Na atuação preventiva. No âmbito da saúde e segurança do trabalhador é essencial a adoção de práticas que visem a redução dos riscos no meio ambiente do trabalho, pois a ocorrência de acidentes tem reflexo direto para a empresa. A falta de controle adequado das medidas de proteção e segurança aumenta o risco de ações indenizatórias na Justiça do Trabalho e ações regressivas por parte do INSS2, que somados aos encargos que o empregador é obrigado a arcar, traduzem-se em aumento de custo para as empresas. Deste modo, o controle e adoção de medidas adequadas, além de reduzir a taxa de acidentes, pode excluir eventual responsabilidade da empresa na hipótese de restar demonstrada culpa exclusiva do trabalhador. No entanto, para que isto ocorra é necessário que a empresa proporcione um ambiente de trabalho adequado e mantenha um sistema de monitoramento constante das ações relacionadas à saúde e segurança do trabalhador. Outro item de importância na governança trabalhista é a


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adoção do compliance trabalhista que consiste na existência de regras claras e éticas em relação à conduta de todos os colaboradores da empresa e em todos os níveis de hierarquia, com canal direto para denúncias de irregularidades, permitindo, assim, que a empresa elimine as práticas abusivas que possam gerar situações de assédio ou mesmo de autuações fiscais e demandas trabalhistas. A gestão dos terceirizados também ganha destaque dentro da governança trabalhista, pois a violação de direitos dos empregados terceirizados pode gerar prejuízos para a empresa contratante que, na hipótese de insolvência da empresa contratada, ficará responsável pelas verbas trabalhistas dos terceirizados. Logo, o emprego de procedimentos relativos à contratação, bem como a permanente fiscalização dos contratos terceirizados, constitui-se ferramenta importantíssima na redução dos riscos trabalhistas. A coordenação do passivo trabalhista através do controle dos processos judiciais também é mecanismo importante da mitigação dos riscos, pois a adoção de procedimentos relacionados ao recebimento das demandas, orientações acerca de acordos, condução dos processos, atuação dos prepostos e a mensuração adequada da probabilidade de perda, impactam diretamente no custo das ações trabalhistas. A instituição da governança passa ainda pela adoção de medidas preventivas, que através de auditorias constantes e procedimentos bem definidos, auxiliam na redução de cus-

tos financeiros provenientes de ações trabalhistas e procedimentos de fiscalização. De acordo com levantamento realizado junto a empresas de diversos setores, compreendendo um período de dez anos, o número de litígios trabalhistas representa a maioria das demandas judiciais envolvendo empresas, sendo que as decisões acolhendo as pretensões do empregado superam o número de decisões com julgamento favorável ao empregador (figura 2).

Figura 2 – Litígios trabalhistas por área (Fonte: Dados adaptados de Castelar, 20093)

Segue abaixo listagem exemplificativa para verificação do atual estágio de governança da área de recursos humanos na empresa.

Status Sim Não

Tema

Item

Saúde e segurança do Trabalhador

Laudos relacionados ao ambiente de trabalho, saúde e segurança devidamente atualizados? Controle de exames periódicos? Controle do uso do equipamento de proteção individual com relação do CA? Solicitação e controle dos recolhimentos relativos ao FGTS e INSS dos terceirizados? Fiscalização do cumprimento das medidas de segurança e proteção em relação aos trabalhadores terceirizados? Fiscalização do pagamento das verbas trabalhistas de responsabilidade da empresa terceirizada? Controle do número de demandas trabalhistas por matéria?

Contratos terceirizados

Passivo Trabalhista

Compliance Trabalhista

Medidas Preventivas

Elaboração de prognóstico de perda e estimativa do valor de condenação? Fluxo de recebimento de citações e notificações de processos judiciais e procedimentos de fiscalização? Existência de canal direto para denúncia de irregularidades? Existência de um código de conduta? Medidas de verificação do cumprimento da legislação trabalhista? Setor de Recursos Humanos possui procedimentos bem definidos? Controle sistemático da jornada de trabalho e das verbas trabalhistas? Contratação de auditoria externa? REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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Desta forma, a governança trabalhista, através da implantação das medidas relacionadas à saúde e segurança do trabalhador, compliance, gestão de terceirizados, controle de processos e aplicação de medidas preventivas, é instrumento eficaz na diminuição dos riscos de demandas trabalhistas, na redução de custos e na melhoria do resultado econômico das empresas, constituindo-se em importante mecanismo de administração para o gestor.

acidente de trabalho, auxílio-acidente, salário-maternidade, salário-familia e auxílio-reclusão. 3 Castelar, Armando (org.); Judiciário e Economia no Brasil. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009, página 46

1

Compliance: “(...) significa conformidade. E, no mundo dos negócios, basicamente, isto quer dizer: assegurar que as leis e os regulamentos incidentes sobre dadas atividades sejam observados continuamente.(...) um processo sistemático e contínuo que visa ao cumprimento por parte das organizações, empregados e parceiros das legislações, regulamentos vigentes, políticas e diretrizes estabelecidas para o negócio, valorizando e promovendo uma cultura organizacional baseada na ética, na transparência e na colaboração”. CANDELORO, Ana Paula; BENEVIDES, Marilza M. (coord.) Governança corporativa em foco: inovações e tendências para sustentabilidade das organizações. São Paulo: Saint Paul Editora, p. 119/133. 2 INSS: Instituto Nacional do Seguro Social é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social, responsável pela adminsitração do Regime Geral da Previdência Social e pagamento dos benefícios previdenciários de aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença comum e por

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Anaruez Mathies - Advogada responsável pela área trabalhista da Mathies Advogados Associados. Formada em Direito pela UFSC. Especialista em Direito Empresarial pela UNIVILLE e FGV e mestranda em Direito pela UFSC. anaruez@mathies.com.br


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DANOS SUPERFICIAIS CAUSADOS EM AÇOS FERRAMENTA PELO PROCESSO DE ELETROEROSÃO O processo de eletroerosão é muito utilizado na fabricação de ferramentais em geral, e proporciona redução de custo, tempo de execução e melhoria de acabamento superficial, sendo, muitas vezes o único processo aplicável quando os ferramentais já se encontram temperados e revenidos. Entretanto, o processo deve ser cuidadosamente controlado em seus parâmetros de operação, pois podem causar modificações microestruturais importantes na superfície usinada, diminuindo a resistência a fratura e induzindo à formação de trincas superficiais que podem se propagar e promover a fratura catastrófica da ferramenta. Por Carlos Eduardo Pinedo | Foto Divulgação

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fabricação de ferramentais1 encontra um amplo espectro de aplicações na manufatura de produtos em geral. As principais aplicações incluem processos de injeção de polímeros, deformação a frio e a quente e fundição de ligas não ferrosas. Estes processos possuem características específicas que necessitam da seleção de diferentes aços-ferramenta2, que são tratados termicamente para diferentes níveis de resistência mecânica, dureza. A dureza pode variar amplamente em função do tipo de ferramental. Por exemplo, ferramentais para o setor de injeção de polímeros são, frequentemente, tratados termicamente para a faixa de 30 a 40 HRC3, os aplicados na fundição de não ferrosos entre 45 e 48 HRC e aqueles para conformação e corte a frio em níveis que variam de 58 a 62 HRC. A necessidade de tratamento térmico para o endurecimento tem um efeito direto na sequência de fabricação de ferramentais. Em geral, os ferramentais são pré-usinados na condição de baixa dureza, recozidos, para a forma e dimensão mais próxima possível da final. Nesta etapa, é considerado um sobremetal, um valor em excesso de dimensão, para ser retirado após o tratamento térmico de têmpera4 e revenimento5. Isto porque as expansões e contrações que os aços sofrem durante o tratamento térmico alteram as dimensões na ordem de décimos ou até em unidades de milímetros. Esta variação dimensional depende: do tipo de aço, da dimensão e geometria do ferramental e do processo de tratamento térmico utilizado; banho de sal ou vácuo. Assim, o processo final de fabricação do ferramental exige a usinagem de precisão do aço, em geometria complexa, na condição de elevada dureza onde os processos convencionais de usinagem por remoção de cavaco não são mais aplicáveis. É nesta etapa que o processo de usinagem por eletroerosão (EDM - Electrical Discharge Machining) é amplamente

aplicado [1]. O processo de eletroerosão se tornou a tecnologia mais importante na indústria de manufatura para a obtenção de formas complexas utilizando o corte a fio ou a penetração como os procedimentos mais difundidos. Desenvolvida no final da década de 40 do século passado, tem sido aceita em todo o mundo como um processo padrão para a fabricação de ferramentais. De uma forma geral, é considerado como o quarto mais popular na usinagem de ferramentais. Os processos mais utilizados são: fresamento, torneamento e retificação [2]. A EDM é um processo térmico com um mecanismo complexo de remoção de metal. O mecanismo primário faz uso da energia elétrica que se transforma em energia térmica por uma série discreta de descargas elétricas que ocorrem entre o eletrodo e a ferramenta imersa em um fluído dielétrico. O sistema gera um canal de plasma6 entre o catodo e o anodo capaz de elevar a temperatura a níveis próximos de 8.000 ~ 12.000ºC. Como resultado, ocorre a vaporização e fusão do metal na superfície resultando em transformações metalúrgicas que alteram o perfil de tensões residuais e podem levar ao trincamento e fratura. Por isso, a EDM tem um papel importante na integridade superficial e na vida do ferramental [1-3]. Os principais processos utilizados na indústria de ferramentais são a eletroerosão a fio e a eletroerosão por penetração. Estes processos estão ilustrados na figura 1 [2]. Eletroerosão a Fio Eletrodo

Eletroerosão por Penetração Eletrodo

Ferramenta Ferramenta

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ASPECTOS METALÚRGICOS DA ELETROEROSÃO A característica de elevado aquecimento localizado na EDM, seguido de resfriamento rápido pelo fluido dielétrico é responsável por modificações metalúrgicas importantes na superfície do ferramental, independente do tipo de aço-ferramenta em uso. Alguns aços-ferramenta são mais propensos a estas alterações, em geral, aqueles com maior quantidade de elementos de liga como os aços para trabalho a frio e açosrápido, mas aços para trabalho a quente e para moldes de injeção de polímeros também podem sofrer danos por EDM. O aspecto mais importante relacionado à variação localizada de temperatura é a mudança microestrutural que ocorre na região erodida. Esta mudança de microestrutura na superfície promove uma alteração de propriedades mecânicas fundamentais como a dureza e a resistência à fratura, além de alterar o padrão de tensão residual. A combinação destes efeitos pode levar à nucleação e propagação de trincas, ocasionando até mesmo a fratura catastrófica do ferramental. A microestrutura de partida de quase a totalidade dos açosferramenta é constituída de uma matriz de martensita7 revenida, com elevada dureza, formada na têmpera e revenimento. O aquecimento na região de erosão pode ser suficiente para as seguintes modificações microestruturais [4]. Formação de fase líquida, refusão, e re-solidificação Na região mais externa da superfície, onde as temperaturas são extremas, além da vaporização do metal pode ocorre uma fusão localizada. Esta fina capa de líquido em contato com o fluído dielétrico se solidifica rapidamente e na sequência do resfriamento se transforma em martensita. Como se sabe, a martensita é uma fase de elevada dureza e elevada fragilidade. Em aços de alto carbono e alta liga o fato se agrava, pois esta martensita fica com excesso de carbono e elementos de liga, mesmo comparando com a composição original do aço. Por exemplo, no aço AISI8 D29 o teor de carbono na martensita após a têmpera convencional é em torno de 0,58% [5], mas com a formação de fase líquida na EDM o teor de carbono da martensita pode atingir 1,5% pois todos os carbonetos são dissolvidos e o resfriamento extremamente rápido do filme líquido impede a nova formação de carbonetos. Por isso a fragilidade da martensita de EDM é superior a aquela que o próprio aço teria no estado temperado. O excesso de carbono pode ainda gerar uma elevada fração de austenita10 retida. Esta região é denominada de “camada branca” por seu aspecto ao microscópio óptico. Formação da Zona Termicamente Afetada (ZTA) Abaixo da camada re-solidificada o excesso de calor promove 36 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

mudanças estruturais importantes na matriz do aço originalmente temperado e revenido. O excesso de calor é responsável por promover transformações de fase localizadas e alterar a microestrutura de forma a modificar a resistência mecânica e a resistência à fratura na região. Duas alterações podem ocorrer pelo superaquecimento: (I) A re-austenitização de uma fina camada que, por ação do resfriamento rápido, forma martensita “fresca”, não revenida, o que eleva localmente a dureza e; (ii) Abaixo desta região o calor transferido promove um excesso de revenimento da microestrutura original e isso diminui localmente a dureza. A figura 2 ilustra estas regiões afetadas durante o processo de aquecimento e resfriamento na eletroerosão.

Figura 2 - Região com microestrutura modificada termicamente pela EDM [6]

Geração de tensões residuais As transformações de fase que ocorrem na superfície alterada pela eletroerosão causam mudanças importantes de propriedades mecânicas pelo aumento de dureza, com consequente diminuição na resistência à fratura, provocada pelo aparecimento da martensita de alto carbono na “camada branca” re-solidificada e pela martensita fresca de retêmpera. Na região super-revenida ocorre uma diminuição na dureza, mas não são estes os únicos efeitos presentes. Toda vez que o aço é submetido a ciclos de aquecimento e resfriamento ocorre expansão e contração térmica. Entretanto, quando ocorre uma transformação de fase também ocorre uma expansão ou uma contração e, dependendo da transformação, o peso desta variação volumétrica é de importância predominante. A transformação martensítica é caracterizada pela expansão volumétrica e esta expansão é maior quanto maior for o teor de carbono dissolvido na martensita. Este fato é particularmente significativo quando se considera a formação da “camada branca” e da zona retemperada por EDM, tendo em vista que a “camada branca” é uma martensita de teor de carbono elevado, superior ao do aço, e com uma expansão significativamente maior que a normal da têmpera. Ainda, não se deve desconsiderar que a presença de


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uma re-têmpera, abaixo da “camada branca”, também promove uma expansão em uma região que originalmente era revenida. Estas variações volumétricas de expansão são responsáveis por alterar o perfil de tensão residual na superfície do ferramental erodida pela EDM. Originalmente todo ferramental se encontra em um estado de tensão interna que depende de sua microestrutura, de seu histórico térmico. Quando ocorre a formação de martensita na EDM, seja na camada branca ou na ZTA, a expansão desta fina camada é restrita pelo volume do núcleo do ferramental, resultando na geração de intensas tensões residuais de tração [7]. A figura 3 mostra o perfil de tensões residuais em diferentes condições operacionais de EDM onde claramente se observa a presença de um pico de tensão residual de tração na superfície que atinge valores tão elevados quanto 600 MPa11. O elevado valor desta tensão residual só pode ser aliviado pela geração de trinca e estas trincas ocorrem nas fases de elevada fragilidade presentes na camada branca e na região retemperada. Uma vez que estas trincas sejam nucleadas elas podem se propagar para o interior do ferramental a ponto de causar a fratura catastrófica.

Figura 4 - Camada superficial do aço ferramenta tipo AISI H11 com microestrutura modificada por EDM [3]

de aços-ferramenta do tipo: AISI O114, AISI D615 e AISI D2. Como estes aços se encontram na dureza em torno de 60 HRC, o corte de punções por eletroerosão a fio é o processo empregado. Este estudo de caso mostra a fratura em um bloco redondo de aço tipo AISI O1, com 39,9 kg, temperado e revenido para a dureza de 58 - 60 HRC que sofreu trinca no início da remoção de um punção por eletroerosão a fio. A figura 5 mostra região do bloco com o pré-furo por onde se iniciou a EDM a fio e a trinca originada no processo.

Trinca

Figura 3 - Perfis de tensão residual após a EDM, em diferentes condições de operação, no aço ferramenta tipo AISI H11 [3]

A figura 4 ilustra a formação destas trincas em uma superfície eletroerodida de um aço do tipo AISI H1112. Observam-se as diferentes zonas microestruturais geradas pelo superaquecimento na eletroerosão e a presença de trincas de tensão de tração que se formam perpendicularmente a superfície e se propagam em direção ao núcleo da ferramenta. ESTUDO DE CASO Uma prática comum em ferramentaria13 é a retirada de punções de corte a frio a partir de blocos temperados e revenidos 38 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

Figura 5 - Bloco de aço VND com trinca de eletroerosão

O exame metalográfico detalhado realizado na região do corte a fio mostra as mudanças microestruturais resultantes da operação de EDM. O aço apresentou as variações microestruturais típicas esperadas para o dano por EDM, mostradas na figura 6. Observa-se junto à região mais superficial uma camada de coloração mais clara do que o núcleo, correspondente a região de re-têmpera por EDM, indicada pelas setas vermelhas. Nesta região retemperada ocorre uma expansão pela transformação martensítica e a geração de elevadas tensões residuais de tração, responsáveis por trincamento. Por


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decorrência deste aquecimento, abaixo da região retemperada o aço sofreu um aquecimento capaz de re-revenir localmente a região indicada pelas setas brancas, camada mais escura que o núcleo. Uma gota, do líquido originado na EDM pode ser observada, indicada pela seta amarela.

Figura 6 - Microestrutura na região de corte a fio por EDM no aço AISI O1

As variações microestruturais observadas no dano por EDM são particulares deste tipo de liga e mostrados na figura 8. As setas amarelas mostram a camada branca originada na retêmpera. Como o aço VC-131 (D6) possui um teor de carbono muito elevado, cerca de 2,2%, esta martensita se apresenta com uma série de trincas perpendiculares à superfície. Estas trincas são originadas pelas tensões residuais de tração geradas pela formação da camada branca e indicadas na figura pelas setas brancas. A elevada dureza da camada retemperada, e sua fragilidade, não suportam as tensões de tração e sofre trincamento. Por sua vez, como a matriz do aço VC131 é frágil pela elevada dureza e pela presença de carbonetos eutéticos, partículas brancas, as trincas geradas na camada branca se propagam para o interior do aço ao longo das bandas de carbonetos, sendo as trincas indicadas pelas setas pretas. Uma camada re-revenida também é observada abaixo da camada branca como efeito do aquecimento na EDM.

Um segundo caso é apresentado para a eletroerosão por penetração realizada em uma ferramenta construída com o aço AISI D6. A figura 7 mostra a ferramenta na forma em que foi recebida, antes do tratamento térmico e a ferramenta já temperada e revenida, mas danificada após a eletroerosão. É claro o dano extenso provocado pela eletroerosão.

Figura 8 - Microestrutura na região de corte a fio por EDM no aço AISI D6

Figura 7 - Ferramenta em aço AISI D6 recebida para o tratamento térmico e após o dano por eletroerosão

CONSIDERAÇÕES FINAIS Estas variações microestruturais na superfície, provocadas pela EDM, são as causadoras da trinca. As elevadas tensões residuais de tração originadas na camada branca de retêmpera não podem ser acomodadas pela resistência mecânica e há fratura desta região. Ainda, a região que sofreu novo revenimento, com seu limite de escoamento diminuído, e o núcleo original não possuem resistência à fratura para parar a propagação da trinca gerada. Entretanto, não apenas a correta seleção dos parâmetros operacionais da EDM é importante, mas o tipo do açoferramenta escolhido também tem um peso na possibilidade de surgimento de trincas quando utilizado o processo de EDM. Dentre os aços-ferramenta para trabalho a frio citados anteriormente, a prática de tratamento térmico desempenha REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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um papel fundamental no risco das trincas por EDM. Os aços AISI O1 e AISI D6, por questões de sua composição química, são sempre revenidos na faixa de 200ºC para se obter a dureza de trabalho. Nesta condição, com revenimento a baixa temperatura, a matriz temperada e revenida possui uma resistência à fratura muito baixa porque o alívio de tensões da martensita não é obtido plenamente, razão da elevada dureza. Assim, no caso de um dano superficial por EDM ocorrer e trincas vierem a ser nucleadas na camada superficial afetada, o núcleo do ferramental, matriz do aço, não terá resistência à fratura suficiente para minimizar a propagação destas trincas e a fratura catastrófica pode não ser evitada. Também, o calor gerado na superfície irá re-revenir a matriz, originalmente revenida a 200ºC, e irá diminuir localmente a dureza, ou seja, uma camada com menor resistência mecânica também não será capaz de controlar o avanço de uma trinca. No sentido de se obter uma maior segurança neste processo de fabricação de punções por EDM a fio recomenda-se o uso de aço AISI D2. Este aço possui duas rotas de tratamento térmico. A tradicional e mais antiga, emprega revenimento a baixa temperatura, pois trata o aço D2 como um aço D6 e também produz uma matriz de baixa resistência à fratura. Entretanto, tem sido mostrado na literatura que o aço AISI D2, por sua composição química, pode ser revenido a alta temperatura para se obter dureza na faixa de 5860 HRC e uma matriz com maior resistência à fratura [8]. Como o revenimento é realizado acima de 500ºC, o superaquecimento na EDM causa um efeito muito menor na estrutura de tratamento térmico. Neste caso, quando se utiliza o aço AISI D2, possíveis danos por EDM podem ser acomodados pela matriz de maior resistência à fratura sem a ocorrência de trincas catastróficas. 1

Ferramental: É a gama de moldes, matrizes, estampos e dispositivos que tem o objetivo de conformar um material de seu estado inicial (bruto) para um estado final (acabado), que resulta em um componente/peça/produto, único ou que compõe partes de outro produto. São utilizados processos mecânicos, térmicos, físicos e químicos que levam um determinado material de seu estado líquido ou sólido, através das grandezas de força e pressão, a mudar sua forma inicial para a forma final desejada. A fabricação de qualquer produto industrial sempre demandará algum tipo de ferramental. Estes ferramentais são produzidos em empresas denominadas de ferramentarias, cujos processos envolvem praticamente todo tipo de operação, a saber: conformação a frio; conformação a quente; corte; dobra; repuxo; embutimento; forjamento; laminação; puncionamento; estampagem; extrusão; trefilação; injeção sob pressão; vazamento por gravidade (baixa pressão); reo-colato; shell-molding; micro-fusão; injeção de materiais poliméricos; transferência; flash-less; waste-less; rotomoldagem; cunhagem; sopro; termoformagem; usinagem; modelagem em metal, resina, madeira, poliuretano expandido (isopor); cold-box; hot-box; entre outros de menor utilização [Christian Dihlmann, revista Ferramental, www.revistaferramental.com.br]. 40 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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Aços-ferramenta: São caracterizados pela adição de ligas e representam importante fatia do segmento de aços especiais. Suas características, tais como elevada dureza e resistência à abrasão, boa tenacidade e, em algumas ligas, a capacidade de manter as propriedades de resistência mecânica mesmo sob elevadas temperaturas permite que sejam utilizados em segmentos diferentes e variados. São produzidos e processados para atingir alto grau de qualidade. De acordo com o “American Iron and Steel Institute - AISI” os aços para ferramentas e matrizes podem ser classificados em sete categorias principais: a) Aços temperáveis em água, identificados pela letra W; b) Aços resistentes ao choque, identificados pela letra S; c) Aços-ferramenta para moldes, identificados pela letra P; d) Açosferramenta para fins especiais identificados pelas letras L e F ou sem identificação; e) Aços-ferramenta para trabalho a frio, identificados pelas letras O, A, D; f) Aços-ferramenta para trabalho a quente, identificados pela letra H; g) Aços rápidos, identificados pelas T e M [www.infomet.com.br]. 3 Dureza Rockwell: É um método de medição direta de dureza desenvolvido por Stanley Pickett Rockwell em 1922, nos Estados Unidos. É um dos mais utilizados em indústrias e um dos mais simples e que não requer habilidades especiais do operador. Além disso, várias escalas diferentes podem ser utilizadas através de possíveis combinações de diferentes penetradores e cargas, o que permite o uso deste ensaio em praticamente todas as ligas metálicas, assim como em muitos polímeros. Sua unidade é HRC. 4 Têmpera: Tratamento térmico caracterizado pelo resfriamento em velocidade superior a velocidade crítica de têmpera de uma liga ferrocarbono, a partir de uma temperatura acima da zona crítica para os aços hipoeutetóides e geralmente dentro da zona crítica para os aços hipereutetóides, resultando em transformação da austenita em martensita. 5 Revenimento: É um processo feito após o endurecimento por têmpera. Peças que sofreram têmpera tendem a ser muito quebradiças. A fragilidade é causada pela presença da martensita. Essa fragilidade pode ser removida pelo revenimento. O resultado é uma combinação desejável de dureza, ductilidade, tenacidade, resistência e estabilidade estrutural. As propriedades resultantes dependem do aço e da temperatura do revenimento [www.cimm.com.br]. 6 Plasma: É o quarto estado físico da matéria, em que os átomos estão ionizados. Uma manifestação da natureza, na qual o plasma aparece, é quando ocorrem os relâmpagos. Após a matéria se tornar um gás, aplicando-se mais energia, este ioniza-se gerando o plasma.O plasma conduz eletricidade a uma temperatura altíssima. No caso do relâmpago, ocorre a ionização do ar conduzindo eletricidade das nuvens até à terra, devido a uma diferença de potencial (ddp) entre ambos. Quando está ddp atinge um nível que leva ao rompimento do dielétrico do ar, ocorre a ionização do ar, e, em consequência o relâmpago. Esta característica do plasma, temperatura altíssima, leva a aplicações nas indústrias [www.wikipedia.org]. 7 Martensita: Fase metaestável que corresponde a uma solução sólida supersaturada de carbono em ferro. É uma fase extremamente dura. 8 AISI: Do inglês American Iron and Steel Institute, que significa Instituto Americano de Ferro e Aço. Os aços ferramenta são classificados de acordo com a sua composição, aplicação ou meio de resfriamento. Os sistemas de classificação em uso atribuem aos aços códigos de identificação, compostos em geral de combinações de letras e números. No Brasil é seguida a classificação AISI, mas também é comum encontrar as classificações estabelecidas pela norma americana SAE (Society of Automotive Engineers = Sociedade de Engenheiros Automotivos) e pela norma alemã DIN (Deutsches Institut für Normung = Instituo Alemão de Normatização). 9 Aço D2: Aço para trabalho a frio, indeformável, com altos teores de carbono (C) e cromo (Cr), temperável em óleo ou ar, de alta tenacidade, alta temperabilidade, alta resistência mecânica e alta resistência ao desgaste. O alto teor de molibdênio (Mo) confere a este aço uma boa resistência ao amolecimento pelo calor. Em função da composição química, este aço


TECNOLOGIA

apresenta um ótimo balanceamento entre a resistência ao desgaste e a tenacidade. A dureza superficial, na condição temperada, pode alcançar 65 HRC. Equivalências normativas ABNT D2, AISI D2, DIN ~X155CrVMo12, W Nr. 1.2379, ASTM A 681, Villares VD-2. Cores de identificação: Lilás-VerdeLilás. 10 Austenita: Fase do aço cúbica de face centrada (CFC), com boa resistência mecânica, apreciável tenacidade, amagnética e com solubilidade máxima de carbono de 2%. 11 MPa: Unidade de medida de tensão mecânica ou pressão, que homenageia o físico francês Blaise Pascal (19/06/1623 - 19/08/1662). Pascal (1Pa = 1 N/m2; 105 N/m2 = ,1 bar). [www.wikipedia.org]. 12 Aço H11: Aço para trabalho a quente, ligado ao cromo-molibdêniovanádio (Cr-Mo-V), temperável em óleo ou ar, de excelente tenacidade, alta resistência mecânica e boa resistência ao desgaste em temperaturas elevadas. Apresenta boa resistência à fadiga térmica, ótima resistência ao choque térmico e ao amolecimento pelo calor. Tem 0,45% de Vanádio enquanto o H13 tem 0,90%. O H11 e o H13 também possuem uma característica comum - ter 1% de Silício, bem acima dos 0,3% usuais dos aços. Equivalências normativas W Nr. 1.2343. Cores de identificação: VerdeLilás-Verde. 13 Ferramentaria: é um ramo da indústria metal-mecânica responsável pela criação e construção de ferramentais que objetivam transformar matériaprima bruta em produto acabado, através de processos mecânicos, térmicos, físicos e químicos que levam um determinado material de seu estado líquido ou sólido, através das grandezas de força e pressão, a mudar sua forma inicial para a forma final desejada [Christian Dihlmann, Revista Ferramental, www.revistaferramental.com.br]. 14 Aço O1: aço para trabalho a frio, ligado ao Manganês-Cromo-Tungstênio (Mn-Cr-W), temperável em óleo, de elevada dureza, alta resistência ao desgaste e média tenacidade. Possui boas características de usinabilidade e polibilidade. Tipicamente é empregado no trabalho de aços e metais não ferrosos, ferramentas para trabalho em madeira, matrizes de porcelana, instrumentos de medição de grande estabilidade dimensional, tais como calibres, padrões de dureza, réguas, brocas, facas para guilhotinas, rebarbadores a frio, fresas, punções, machos, cossinetes. A dureza superficial, na condição temperada e revenida, pode alcançar 64 HRC. Equivalências normativas ABNT O1, AISI 01, DIN 100MnCrW4, W Nr. 1.2510, ASTM A 681 tipo O1, Villares VND, Gerdau O1, Böhler K460. Cores de identificação: Azul-Verde. 15 Aço D6: aço para trabalho a frio, com alto grau de indeformabilidade, com altos teores de carbono (C) e cromo (Cr), temperável em óleo, banho de sal undido ou ar, de boa tenacidade, alta temperabilidade, alta resistência mecânica e alta resistência ao desgaste. A adição de tungstênio (W) confere

a este aço uma retenção de corte. A dureza superficial, na condição temperada e revenida, pode alcançar 62 HRC. Equivalências normativas ABNT D6, AISI D6, DIN ~X210CrW12, W Nr. 1.2436, JIS G 4404-72, Villares VC-131. Cores de identificação: Amarelo-Verde-Amarelo.

REFERÊNCIAS [1] K. H. Ho; S. T. Newman; State of the art electrical discharge machining (EDM). International Journal of Machine Tools & Manufacture 43 (2003) 1287-1300. [2] C. Steve; P. Sommer; Complete EDM Handbook. www.ReliableEDM.com, 2015. [3] J. C. Rebelo; A. Morao Dias; D. Kremer; J. L. Lebrun; Influence of EDM pulse energy on the surface integrity of martensitic steels. Journal of Materials Processing Technology, 84 (1998) 90-96. [4] R. Kranz; F. Wendl; K-D. Wupper; Influence of EDM conditions on the toughness of tool steels. Thyssen Edelst. Techn. Ber., 5 (1990) 100-105. [5] Mendanha, A.; Estudo da resistência à fratura do aço ferramenta para trabalho a frio AISI D2. Dissertação de Mestrado, Escola Politécnica da USP, 2004. [6] G. Cusanelli; A. Hessler-Wyser; F. Bobard; R. Demellayer; R. Perez; R. Flükiger; Microstructure at submicron scale of the white layer produced by EDM technique. Journal of Materials Processing Technology 149 (2004) 289-295. [7] Bülent Ekmekci; Residual stresses and white layer in electric discharge machining (EDM). Applied Surface Science 253 (2007) 9234-9240. [8] Pinedo, C. E.; Mendanha, A.; Goldenstein, H.; Influência da microestrutura da matéria prima e do tratamento térmico na resistência à fratura do aço AISI D2. In: 4o Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes, 2006, Joinville. 4o Encontro da Cadeia de ferramentas, Moldes e Matrizes. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 2006. p. 54-64.

Carlos Eduardo Pinedo - Possui graduação em Engenharia Metalúrgica pela Universidade de Mogi das Cruzes, mestrado em Engenharia Metalúrgica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, doutorado em Engenharia de Materiais pelo IPEN/Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado pelo Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da EPUSP. Coordenador de Pós-Graduação em Engenharia de Processos Metalúrgicos na Universidade de Mogi das Cruzes e Assessor Científico da Fundação de Amparo ao Ensino e Pesquisa da UMC. Sócio-Diretor Técnico da Heat Tech Tecnologia em Tratamento Térmico e Engenharia de Superfície Ltda. e da HTS Tecnologia em Revestimentos Ltda. Especialista em Processos de Tratamentos Térmicos e Fenômenos de Superfície, atuando principalmente nos seguintes temas: nitretação sob plasma, tratamento térmico, revestimento PVD, desgaste, microestrutura de aços ferramenta e inoxidáveis. http://lattes.cnpq.br/7199743433407894 pinedo@heattech.com.br REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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FICHA TÉCNICA

Parte integrante da revista Ferramental no 64 | Março/Abril 2016

GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS APLICADOS À FERRAMENTARIAS Inglês Melting point Melting range Melting temperature Membrane Mensuration Merge, to Mesh Mesh number Mesotactic Metal Metal deactivator Metal detector Metal injection moulding Metal sheet Metallic alloy Metallized Metallizing; Metallization Metallocene catalyzation Metallurgy Metathesis Meter, to Metering pump Metering section (screw) Metering stroke Metering time Metering unit Methacrylate Methyl methacrylate Methyl rubber Mica Micell Microbial resistance Microcellular rubber Microscopy Microsphere Microstructure Migration Mill Milled fibre Milling Milling angle Milling cutter grinding Milling machine Mineral filler Miscibility Mixer Mixing head Mixing rolls Mixing section (screw) Model Based Definition (MBD)

Português Ponto de fusão Intervalo de fusão Temperatura de fusão Membrana Medição Juntar; unir; fundir Malha; rede; grade Número de malha (de peneira) Mesotático Metal Desativador metálico Detetor de metal Moldagem por injeção de metal folha ou chapa de metal Liga metálica Metalizado Metalização Catalisação com metaloceno Metalurgia Metatese Dosar Bomba de dosagem, dosificação Zona de dosagem (da rosca) Curso de dosagem Tempo de dosagem Unidade de dosagem Metacrilato Metilmetacrilato Borracha metílica Mica Micela Resistência à microorganismos Borracha microcelular Microscopia Microesfera Microestrutura Migração Moinho Fibra moida Fresamento Ângulo de fresamento Retificação ou afição de fresa Fresadora Carga mineral Miscibilidade Misturador Cabeçote misturador Roletes misturadores Zona de mistura Definição baseada no modelo

Alemão Schmelzpunkt m Schmelzbereich m Schmelztemperatur f Membrane f Messung f Mischen Gitter n Netznummer f Mesotaktisch Metall n Metalldesaktivator m Metalldetektor m Metallspritzguss m Mettalblech f Metalllegierung f Metallisiert n Metallisieren n Metallocen-Katalyse f Metallurgie f Metathese f Dosieren Dosierpumpe f Ausstoßzone f; Meteringzone f Dosierweg m Dosierzeit f Dosiervorrichtung f Methacrylat n Methylmethacrylat n Methylkautschuk m Glimmer m Mizelle f Beständigkeit gegen Mikroorganismen f Porengummi m Mikroskopie f Mikrokugel f Mikrostruktur f Migration f Mühle f Gemahlene Faser f Fräsen n Fräswinkel n Fräsererschliefen n Fräsmaschine f Mineralfüllstoff m Mischbarkeit f Mischer m Mischkopf m Mischwalzwerk n Mischzone f Definition f basiert auf dem Modell REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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FICHA TÉCNICA

Inglês Modification Modifier Modulus Modulus of elasticity Moisture content Moisture streaks Molar massa Molecular orientation Molecular sieve Molecular structure Molecular weight Molecular weight distribution Monofilament Monomer Morpholoy Mould Mould breathing Mould carrier Mould changing Mould clamping force Mould closing speed Mould closing time Mould construction Mould core Mould gap Mould halve Mould insert Mould land Mould locking Mould opening force Mould parting line Mould plate Mould release agent Mould temperature Mould venting Mould weight Mould, to Moulded part Moulded part thickness Moulding compounds Moulding defect (inj.) Moulding geometry Moulding plant Moulding pressure Moulding temperature Mounting clutch Mounting plate Mounting support Moving platen Multi-axial stress

Português Modificação Agente modificador; aditivo Módulo Módulo de elasticidade Volume de umidade Manchas de umidade Massa molar Orientação molecular Filtro molecular Estrutura molecular Peso molecular Distribuição do peso molecular Monofilamento Monômero Morfologia Molde Desgaseificação do molde Portamolde Troca de molde Força de fechamento de molde Velocidade de fechamento de molde Tempo de fechamento de molde Construção de molde Núcleo do molde Abertura de molde; Espaço entre placas do molde Metade de molde Inserto para molde Base do molde; Fundo do molde Travamento do molde Força de abertura do molde Linha de partição do molde Placa do molde Desmoldante para molde Temperatura de molde Saída de gases de molde Peso de molde Moldar Peça moldada Espessura da peça moldada Composto de moldagem Defeito de moldagem (na injeção) Geometria da moldagem Fábrica de moldagem; Empresa de moldagem Pressão de moldagem Temperatura de moldagem Garra de montagem Placa de montagem (coluna e bucha) Suporte de fixação; fixador; garra de fixação Placa móvel do molde Tensão multi axial

Alemão Modifizierung f Modifiziermittel n Modul m Elastizitätsmodul m Feuchtigkeitsgehalt m Feuchtigkeitsschlieren fpl Molare Masse f Molekülorientierung f Molekularsieb n Molekülstruktur f Molekylargewicht n Molekulargewichtsverteilung f Monofilament n Monomer n Morphologie f Formwerkzeug n Werkzeugatmung f Werkzeugtäger m Werkzeugwechsel m Werkzeugschließkraft f Schließgeschwindigkeit f Schließzeit f Formenbau m; Werkzeugbau m Formkern m Werkzeugspalt m Werkzeughälfte f Werkzeugeinsatz m Abquetschfläche f Werkzeugzuhaltung f Werkzeugöffnungskraft f Werkzeugtrennebene f Werkzeugplatte f Formtrennmittel n Werkzeugtemperatur f Werkzeugentlüftung f Werkzeuggewicht n Formen Formteil n; Pressteil n Formteildicke f Formmasse f; Pressmasse f Spritzgießfehler m Formteilgeometrie f Spritzgießbetrieb m Pressdruck m Spritzgießtemperatur f Spannpratze f Säulenplatte f; Buchsenplatte f Halterung f Werkzeugaufspannplatte, bewegliche f Spannung, mehrachsige f

Fontes: A Glossary of Plastics Terminology in 7 Languages, Wolfgang Glenz, Hanser Verlag, 2010 / Novo Dicionário de Termos Técnicos Inglês-Português, Eugênio Fürstenau, Editora Globo, 2005 / Dicionário Inglês-Português Português-Inglês, Collins Gem, Editora Disal, 1998 / Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Editora Positivo, 2004

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Parte integrante da revista Ferramental no 64 | Março/Abril 2016

GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS APLICADOS À FERRAMENTARIAS


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JURÍDICAS

O POLÊMICO DESCANSO OBRIGATÓRIO ÀS MULHERES ANTES DO TRABALHO EXTRAORDINÁRIO O CONFLITO NA IGUALDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS ENTRE MULHERES E HOMENS PREJUDICA O DESEMPENHO DE GRANDE PARTE DAS EMPRESAS. NÃO OBSTANTE A CONTINUIDADE DOS DEBATES, AS OBRIGAÇÕES LEGAIS VIGENTES DEVEM SER OBSERVADAS E CUMPRIDAS. Por Débora Kühl | Foto Divulgação

A

pesar de já fazer parte da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT desde a sua aprovação, em 1º de maio de 1943, o artigo 384 ainda é desconhecido por grande parte dos empregadores. Mencionado artigo, que está previsto no capítulo que trata da proteção do trabalho da mulher, impõe a concessão de 15 minutos de intervalo para descanso às mulheres antes do início da jornada extraordinária. Pelo fato de muitas empresas não cumprirem tal determinação por deliberação própria ou até mesmo por desconhecimento do referido artigo, está cada vez mais comum nos depararmos com ações trabalhistas propostas por mulheres (e até mesmo por homens!) requerendo a concessão, como extra, de 15 minutos de intervalo não usufruído antes do início da jornada extraordinária. Este dispositivo foi objeto de grande discussão jurisprudencial e doutrinária, já que muitos acreditavam que esta norma não seria aplicável após a promulgação da Constituição da República de 1988, que no seu artigo 5º, inciso I, garante a igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres. Os doutrinadores adeptos à recepção do artigo 384 pela Constituição da República defendem que as mulheres possuem peculiar identidade biossocial, sendo plenamente justificável a concessão de 15 minutos de intervalo antes do início do labor extraordinário, pois se dá de forma proporcional aos limites da desigualdade verificada entre homens e mulheres, considerando-se as condições físicas, psíquicas e sociais que os diferem. Já os doutrinadores que adotam a corrente diversa, da não recepção do artigo 384 pela Carta Magna, argumentam que tal dispositivo traduz um obstáculo legal que impede o acesso igualitário da mulher no mercado de trabalho, além de conferir tratamento diferenciado e protecionista que não condiz com a atualidade, afrontando o princípio constitucional da igualdade e que, portanto, deve ser expressamente revogado. Há, ainda, uma terceira corrente, segundo a qual o direito garantido às mulheres pelo artigo 384 da CLT é constitucional, mas deve ter seu alcance ampliado, estendendo-se aos 46 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

homens. Esta corrente já foi totalmente rechaçada pelos Tribunais Regionais do Trabalho de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, e também vem sendo rejeitada reiteradamente pelo próprio do Tribunal Superior do Trabalho. A corrente que tem sido adotada pelo Tribunal Superior do Trabalho é a de que o artigo 384 da CLT é constitucional, devendo ser aplicado às mulheres, porque embora homens e mulheres sejam iguais em direitos e obrigações, suas diferenças psicossociais justificam o tratamento diferenciado em alguns aspectos. Além disso, o Supremo Tribunal Federal, por maioria, vencidos os votos dos Ministros Luiz Fux e Marco Aurélio, firmou entendimento de que o artigo 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição da República de 1988, ou seja, opinaram pela constitucionalidade. Em que pese o entendimento atual da maioria dos tribunais, ainda existe esperança para os que não concordam com a referida norma, vez que tramitam na Câmara dos Deputados pelo menos quatro projetos de lei para acabar com o artigo 384 da CLT, ou, ao menos, para alterar a sua redação: Projeto de Lei Nº 358/2015, do Deputado Federal Silvio Costa; Projeto de Lei Nº 760/2015, do Deputado Federal Miro Teixeira; Projeto de Lei Nº 3341/2015 do Deputado Federal Daniel Coelho; e Projeto de Lei Nº 3405/2015, da Deputada Federal Érika Jucá Kokay; os quais podem ser consultados no site www.camara.gov.br. Ao meu ver, o artigo 384 da CLT além de ferir o princípio constitucional da igualdade entre homens e mulheres, ofende o princípio da razoabilidade, também previsto na Constituição. Explico: quando a jornada extraordinária é de apenas 10 minutos, por exemplo, segundo a norma a trabalhadora teria que permanecer no local de trabalho por 25 minutos, já que durante 15 minutos teria que usufruir o intervalo para descanso, o que entendo não ser nada razoável! Como se não bastasse, o artigo 384 da CLT torna ainda mais desfavorável o ingresso da mulher ao mercado de trabalho, que já possui outras condições especiais, tais como a licença maternidade e o intervalo para amamentação. Ademais, a mulher em situação de trabalho extraordinário se


JURÍDICAS

verá obrigada a parar e “descansar” durante 15 minutos, tempo que lhe será suprimido do convívio familiar, pois se pudesse continuar trabalhando direto - como os homens certamente deixaria suas atividades 15 minutos mais cedo e chegaria em casa, para seu descanso merecido e convívio familiar, também 15 minutos mais cedo. Então, de qualquer ângulo que se analise a questão, entendo que a manutenção de tal intervalo é prejudicial à mulher e não configura vantagem alguma, a não ser na seara judicial de empregadas mal-intencionadas que pretendem ganhos extras sem realizar qualquer trabalho para tanto. Contudo, considerando a atual jurisprudência, o não cumprimento da referida norma pode acarretar, caso ocorra fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE ou denúncia, penalidades junto ao órgão competente, além do risco de responsabilização perante a Justiça do Trabalho. Assim, devo alertar o empregador para que cumpra a norma

vigente, mas não deixe de levar o debate adiante por meio dos sindicatos dos trabalhadores e empregadores, a fim de encontrar um equilíbrio que traga, de fato, benefícios nas relações de emprego, com a revogação do artigo 384 da CLT, ou, pelo menos, com a sua flexibilização.

Débora Kühl - Advogada, atua na área trabalhista patronal junto a empresas e sindicatos. Com graduação na Universidade do Vale do Itajaí Univali e Pós Graduação em Direito e Processo do Trabalho pelo Complexo Educacional Damásio de Jesus. debora@sh.adv.br

Schramm. Hofmann Advogados Associados Ltda Maiores informações pelo e-mail ahofmann@sh.adv.br ou pelo fone 47 3027 2848

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DICAS DO CONTADOR

INDENIZAÇÃO NA DATA BASE Por Francisco João dos Santos

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aro leitor, vamos abordar alguns assuntos de extrema importância, sobretudo as rescisões em épocas de dissídio e as atualizações e novidades sobre a época mais temida junto a Receita Federal do Brasil - RFB. Em algumas edições do ano vimos exemplificando como salvaguardar documentos necessários, informações de vendas e compra de imóveis, a devida apuração de ganhos de capital e o recolhimento do imposto em 30 dias após o arrendamento, despesas médicas, odontológicas, de psicólogos, advogados, instrução sua e de dependentes, planos de saúde, entre outras. Enfim, esta é a temporada em que todos estes dados são necessários para mostrar a RFB que suas contas com o leão estão em dia e sem riscos de cair em uma malha fina. Procure um Profissional Contábil Habilitado para entregar sua declaração de renda 2016. Indenização na data base As Leis 6.708/79 e 7.238/84, ambas em seu artigo 9º, determinam uma indenização adicional, que equivale a um salário mensal, no caso de dispensa sem justa causa quando esta ocorrer dentro do prazo de 30 dias antecedentes à database: “O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a 1 (um) salário mensal, seja ele optante ou não pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS.” Vale ressaltar que o aviso prévio, sendo trabalhado ou indenizado, integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais conforme §1º do artigo 487 da CLT1 e o Enunciado TST2 182. Assim, no caso do aviso prévio indenizado, será considerada a data em que terminaria o aviso, caso houvesse o seu cumprimento. Para facilitar o entendimento, vejamos os exemplos abaixo, considerando a data base Maio: 1. Aviso prévio cumprido (considerando aviso prévio de 30 dias) Um empregado iniciou o cumprimento do aviso prévio concedido pelo seu empregador no dia 22/03/2016, assim: Início do cumprimento do aviso - 22/03/2016; Término do aviso prévio - 20/04/2016. 2. Aviso prévio indenizado Um empregado recebeu informe sobre aviso indenizado pelo empregador no dia 22/03/2016, assim: Início do cumprimento do aviso - 22/03/2016; Término do aviso prévio 21/04/2016. 48 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

3. Aviso prévio cumprido (considerando aviso prévio de 30 dias) Um empregado iniciou o cumprimento do aviso prévio concedido pelo seu empregador no dia 04/04/2016, assim: Início do cumprimento do aviso: 04/04/2016; Término do aviso prévio: 03/05/2016. 4. Aviso prévio indenizado Um empregado recebeu informe sobre aviso indenizado pelo empregador no dia 04/04/2016, assim: Início do cumprimento do aviso: 04/04/2016; Término do aviso prévio: 03/05/2016. Nos casos 1 e 2, este empregado fará jus à indenização adicional, pois o aviso prévio termina dentro dos 30 (trinta) dias antecedentes à data-base. Nos casos 3 e 4, este empregado dispensado sem justa causa fará jus a complementação das verbas rescisórias. Dependendo do tempo de casa do empregado, as datas e projeções podem mudar. Sendo assim, a empresa deve ficar atenta às datas de dispensa sem justa causa dos seus empregados. A dispensa desmotivada não está proibida, entretanto ocorrendo dentro das datas mencionadas, insurge no pagamento de indenização adicional de um salário mensal da categoria.

NOVIDADES NO IRPF 2016 Obrigatoriedade da Declaração ! Quem recebeu no ano calendário de 2015, rendimentos tributáveis iguais ou acima de R$28.123,91; ! Quem teve posse ou a propriedade em 31/12/2013 de bens e direitos superiores a R$ 300.000,00; ! Quem percebeu rendimentos rurais com valor acima de R$ 140.619,55; ! Quem optou por isenção do imposto de renda na venda de imóveis residenciais; ! Contribuintes que passaram a condição de residente no Brasil, em qualquer mês do ano de 2015, e assim estiveram em 31/12/2015;


DICAS DO CONTADOR

! Que tenham recebido valores acima de R$ 40.000,00 isentos e não tributáveis. Os itens acima são determinantes básicos para a elaboração de uma declaração de renda com as exigências mínimas que a Receita Federal ordenou em Instrução Normativa. Mas cabe lembrar que maiores detalhes são exigidos para este ano. Profissionais liberais são obrigados a informar o CPF3 de seus clientes/pacientes na entrega de suas declarações: por meio do sistema carne leão, dentistas, médicos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, psiquiatras, advogados, por exemplo, devem obrigatoriamente, baixar o sistema oferecido pela RFB e mensalmente informar cada utilização de serviço, com os valores gastos por seus clientes acompanhados de seu CPF. Isto reflete diretamente em sua declaração, no caso de utilização deste tipo de serviço. Se casualmente o profissional que prestou o serviço deixar de informar e você contribuinte, por direito, deduzir o recibo da despesa, haverá conflito no sistema da RFB. Sua declaração será direcionada para a malha fina. Portanto, seja você mesmo o fiscal de seus fornecedores para evitar dor de cabeça futura. Este ano também está sendo exigido o número do CPF de dependentes acima de 14 anos para deduções de despesas

do mesmo (antes era de 16 anos). Este ano o contribuinte não precisa se preocupar em declarar as informações do cônjuge. Basta que informe o CPF do cônjuge em sua declaração, para que todos os demais dados sejam compilados. Este talvez seja o grande passo que a Receita deu para nos próximos anos ter a declaração pronta de todos os contribuintes, oportunizando apenas retificações básicas. Fonte: http://www.ebc.com.br/noticias/economia/2016/02/confiranovidades-do-imposto-de-renda-2016 1 CLT: A Consolidação das Leis do Trabalho é a principal norma legislativa brasileira referente ao Direito do trabalho e o Direito processual do trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei Nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil. Seu objetivo principal é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas 2 TST: Tribunal Superior do Trabalho. 3 CPF: Cadastro de Pessoa Física.

Maiores informações pelo e-mail abra@grupoabra.com ou pelo fone 47 3028 2180

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QUALIDADE DA GESTÃO

BENCHMARKING SAIBA APROVEITAR MELHOR AS BOAS PRÁTICAS DE GESTÃO E REFERENCIAIS COMPARATIVOS PERTINENTES E NÃO PERCA TEMPO REINVENTANDO A RODA. Por Roger Becker da Silva | Fotos Divulgação

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esde os primeiros dias de contato social procuramos referências para balizar (para não dizer copiar) nossas ações e comportamentos. Como no período escolar, onde o aluno procura quem tem as melhores notas a fim de receber algumas dicas preciosas para a próxima prova. Ou os adolescentes que buscam referências em ícones culturais ou históricos que possam inspirar seu jeito de se vestir ou maneira de ser. Ou mesmo na fase adulta quando o tempo todo pedimos indicações de produtos ou serviços que amigos já utilizaram. E assim fica ainda mais evidente a célebre frase do Comandante Rolim, em meio aos seus “mandamentos” seguidos pela sua empresa: “Quem não tem inteligência para criar, tem que ter coragem para copiar”. Eu ainda diria que, além da coragem, é necessária muita humildade para aceitar os conselhos e dicas que são apresentadas. Uma das melhores ferramentas de melhoria de gestão é o benchmarking, método de aprendizado que significa se comparar e aprender com os melhores, adaptando as práticas e resultados à realidade da própria organização para crescimento cada vez mais significativo. Quando olhamos para fora, conseguimos vislumbrar um universo de possibilidades que não tínhamos sequer cogitado como uma solução. Mas como podemos utilizar esta ferramenta tão poderosa? Quanto mais se conhece, mais se aprecia Leonardo da Vinci Em primeiro lugar precisamos entender que toda a prática de gestão precisa passar pelo famoso ciclo PDCA (sigla em inglês de Plan, Do, Check e Act) - planejar, executar, monitorar e melhorar. Então o benchmarking deve ser uma prática constante além de organizada, diferente de uma simples “visita” a outra empresa, feira ou mesmo congresso. Também é de suma importância identificar as referências certas para a sua empresa incorporar, e esse ponto passa pela visão de longo prazo de sua organização. Escolher uma empresa líder como referência pode assustar no início, mas precisamos lembrar-nos de adaptar as boas práticas dentro da realidade e maturidade de cada empreendimento. É muito perigoso avaliar o nível de desempenho atual sem compará-lo a alguma coisa, mas essa análise com algum indi50 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

cador estabelecido pela própria empresa pode não ser muito significativa, pois metas fáceis de atingir são muitas vezes colocadas por questão de medo e/ou comodidade. A Zona de Conforto, culturalmente arraigada em muitas organizações, é uma grande predadora da perenidade das empresas. Para entender um pouco mais sobre esta prática, segue abaixo vários enfoques e características do benchmarking: ! Reativo: busca de referenciais comparativos e identificação das melhores práticas do mercado quando são identificadas falhas e baixo desempenho nos processos internos; ! Proativo: utilização como método de melhoria contínua para o conhecimento e incorporação das melhores práticas do mercado, antes que os problemas ocorram. Esse tipo tem sido o mais recomendado para as organizações que buscam a excelência na gestão; ! Externo: é realizado no ambiente externo em parceria com outras organizações para quebra de paradigmas e geração de melhorias; ! Interno: é realizado entre as unidades ou setores de uma mesma organização. Inicia a cultura da prática de benchmarking, possibilita a troca de experiência, valoriza o pessoal interno, é mais rápido e menos custoso; ! De desempenho: comparação dos resultados em indicadores selecionados, visando à determinação do desempenho em relação ao referencial comparativo; ! De processos: comparação de métodos, tecnologias, infraestrutura e indicadores, entre outros, para identificar o que efetivamente a organização comparada faz para obter o melhor desempenho. A prática do método inicia-se com a definição do assunto que se quer trabalhar e o parceiro para a comparação. Em seguida é necessário que se defina a forma de coleta dos dados que serão discutidos nas seções de benchmarking e que se faça essa coleta. Após a coleta, a organização deverá determinar os motivos da defasagem entre os dados coletados e projetar o desempenho futuro. A partir da comunicação interna das descobertas feitas, deverá estabelecer suas metas, desenvolver seus planos de ação para atingi-las, implementando-os e monitorando seu progresso.


QUALIDADE DA GESTÃO

Planejar

Coletar

Analisar

Adaptar

Melhorar

Definir o objetivo da equipe

Definir os métodos de coleta

Identificar os melhores desempenhos

Adequar as melhores práticas

Implementar as melhorias

Entender o objeto do estudo

Coletar os dados

Determinar as melhores práticas

Comunicar os resultados

Monitorar os resultados

Selecionar as organizações de referência

Registrar as conclusões

Projetar o desempenho

Definir metas e planos

Reavaliar os referenciais

Sugestão de metodologia: Fases para realizar um estudo de benchmarking

Uma das dúvidas que geralmente surgem é sobre a escolha das fontes dos referenciais para a comparação pertinente e relevante, por isso sugerimos algumas delas abaixo: ! Associações Empresariais: Participação ativa em uma entidade empresarial sempre contribui muito, tanto no conhecimento quanto no relacionamento. Pode ser setorial (empresas do mesmo setor), multisetorial (empresas de todos os setores) ou ainda aquelas que têm um foco específico (RH, inovação, etc); ! Feiras nacionais e internacionais: A visitação em feiras, tanto de setores específicos quanto multisetoriais, serve para busca de tecnologias e/ou práticas diferenciadas; ! Congressos/Palestras: Todo o conhecimento adquirido pode ser adaptado e aplicado em setores específicos ou na empresa como um todo. Além disso, são ótimas oportunidades de relacionamento e troca de experiência com outros empresários; ! Visitas Técnicas: Esta é uma das melhores oportunidades de conhecer boas práticas de gestão. Geralmente organizadas pelas Associações, que levam seus associados para conhecerem empresas referências, algumas vezes do mesmo setor; ! Outras unidades de negócio ou setores: Por incrível que pareça esta é uma das mais fáceis de executar, mas ao mesmo tempo a mais esquecida. Boas práticas de gestão já são executadas em alguns setores e outros ainda não sabem. Este cenário se agrava ainda mais quando citamos as unidades de negócios, principalmente quando estão em outras localidades ou são de setores diferentes.

Uma das maiores “desculpas” apresentadas pelos empresários quando são convidados a participar de algum evento, treinamento ou feira é que “estamos com muito trabalho por aqui e não temos tempo”. Mas na maioria das vezes não é falta de tempo, mas falta de organização do tempo ou problemas na delegação de tarefas e/ou funções. Saia da estatística negativa e faça parte das empresas que crescem e se reinventam o tempo todo. Se você tem interesse em receber mais dicas sobre benchmarking para aproveitar as boas práticas de gestão e indicadores, entre em contato com o autor para receber outros materiais que podem auxiliar nesta jornada para a Excelência na Gestão. Acesse https://www.facebook.com/rogerbecker.consultor para receber mais informações relacionadas a este artigo. Fontes de consulta: Cadernos Rumo á Excelência – Informações e Conhecimentos. Fundação Nacional da Qualidade. E-book - #15 Benchmarking. www.fnq.org.br

Roger Becker da Silva - É Coach Executivo e Consultor Empresarial especialista no MEG. Formado em gestão de processos organizacionais e pós-graduado em administração e marketing e Mestrando em Negociações e Gestão de Conflitos. Vice-Presidente de Projetos Especiais da ABINFER – Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais. (roger@volltrix.com.br) REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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INOVAÇÃO

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A CADEIA PRODUTIVA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NÃO É MAIS ASSUNTO DE FICÇÃO VISTO APENAS NO UNIVERSO CINEMATOGRÁFICO. ELA JÁ ESTÁ PRESENTE EM NOSSO MEIO E TENDE A SE ALASTRAR COM GRANDE VELOCIDADE E DENSIDADE. Por Ianiv Wainberg Pires | Foto Divulgação

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magine uma fábrica de sapatos, com mil modelos no catálogo. Fabricar cada modelo implica em preparar a linha de produção para cada código. Implica comprar, estocar e mover insumos, treinar equipes, instalar o ferramental específico na linha de montagem, embalar e despachar corretamente cada modelo. O custo da mão de obra e do ferramental são fatores importantes no custo dos itens produzidos. Com a introdução de computadores na linha de montagem, ferramentas flexíveis, com controle numérico, bem como novos métodos de gestão (o sistema Toyota e seus desdobramentos), séries menores passam a ser viáveis, devido a controles superiores (inclusive de estoques de parceiros), a custos de ferramental 1 e tempos de setup cada vez menores. Imagine agora uma linha de montagem capaz de produzir qualquer modelo (que use processos passíveis de fabricação pelo ferramental instalado), sem tempo de setup, em séries de um. Capaz de solicitar a compra de insumos automaticamente, pelo melhor preço. Capaz de priorizar, identificar, embalar armazenar e despachar corretamente produtos para clientes, sem intervenção e falhas humanas. As tecnologias de AI (Inteligência Artificial) mais disseminadas atualmente são sistemas especialistas (“AI fraca”), muito capazes ao resolver problemas que possuem variáveis restritas (por 2 exemplo, chips de sistemas de injeção eletrônica). Esta tecnologia molda nosso estilo de vida, mas não é flexível. Maçãs em uma esteira de seleção frequentemente tem o controle de qualidade feito por humanos, porque sutilezas na cor e na forma são atributos de difícil detecção, cognição e classificação. Até agora. Em março de 2016 o programa Alpha Go, do projeto Deep Mind, da empresa Google (uma espécie de programa Apollo para a inteligência artificial, cujo objetivo declarado é “resolver AI e, com ela, resolver todo o resto”) venceu pela terceira vez 3 seguida o campeão mundial de Go , Lee Sedol. O fato pode parecer banal, dado que em 1997 o supercomputador IBM Deep Blue venceu uma série de partidas contra o então campeão mundial Gary Kasparov. Especialistas, no entanto, entendiam que era impossível bater o campeão mundial de Go usando soluções computacionais do tipo “força bruta”. Go é um jogo que apresenta mais configura-

ções possíveis no tabuleiro do que existem átomos no universo. Para esta tarefa, uma abordagem mais flexível, similar ao cérebro humano, capaz de aprender com a experiência e testar hipóteses plausíveis foi adotada. O Alpha Go é um exemplo de como algoritmos podem “sentir”, “experimentar” e “aprender”, solucionando problemas cada vez mais complexos e imprevisíveis. Como o trânsito, o clima ou a bolsa de valores. A teoria de pesquisa operacional, importante referencial teórico da organização eficiente de sistemas produtivos, é uma ferramenta útil para modelar sistemas com variáveis previsíveis. Mas e quando o imprevisível entra em cena? E se uma peça a ser alimentada a uma montagem tomba? E se o custo de determinada etapa do processo se torna proibitivo e vale a pena terceirizá-lo? E se o produto sofrer alterações a cada pequeno lote? É impossível prever (modelar) o imprevisível. Sistemas inteligentes, no entanto, podem rapidamente se adaptar a inputs (entrada de informações) não estruturados. Através do compartilhamento de dados com outras redes (de fornecedores, logística ou de compradores, por exemplo), com sistemas análogos, e a partir da memória de eventos passados, é possível encontrar soluções cada vez mais precisas e rápidas. Robôs como o Baxter, da Rethink Technologies, são exemplos práticos de máquinas resolvendo problemas de formas não pré-programadas, mas sim testadas, otimizadas, compartilhadas e aprendidas, a partir da extrapolação de regras gerais em tempo real. A Deep Logic, uma empresa japonesa, apontou um software4 de AI para seu board5 de diretores devido a sua capacidade de “identificar padrões não imediatamente claros para humanos”. (http://www.advancedmp.com/artificial-intelligence/). Evoluções recentes, tanto em paradigmas de computação 6 (fuzzy logic , computação neural, algoritmos evolucionários, sistemas multiagente) quanto implementações emergentes de 7 hardware e software (reconhecimento de fala e visão, computação quântica, Internet das coisas - IoT) fazem com que aplicações surjam para otimizar processos antes possíveis somente através da intervenção humana. O efeito que este tipo de tecnologia terá em nossas fábricas e processos produtivos é ainda uma pergunta em aberto. É plausível supor que: ! A intervenção humana, os tempos de setup e os defeitos tenderão a zero; REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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INOVAÇÃO

! Os custos marginais cairão, tendendo a zero; ! Haverá desemprego, ao menos até as sociedades se ajusta-

rem a nova realidade produtiva. Quem ganha e quem perde com isto, o tempo dirá, mas os fluxos de nossas empresas estão prestes a mudar radicalmente. Referências: ! www.uk-cpi.com/blog/artificial-intelligence-and-the-futureof-manufacturing ! www.adandp.media/articles/in-search-of-artificialintelligence ! www.uk-cpi.com/blog/artificial-intelligence-and-the-futureof-manufacturing ! www.emse.fr/~boissier/enseignement/atelier00/jennings.pdf ! www.quora.com/How-can-artificial-intelligence-be-appliedin-manufacturing ! www.apriso.com/blog/2014/03/artificial-intelligence-inmanufacturing-will-watson-work/ 1

Setup: Tempo de preparação. São as tarefas necessárias e relativas às atividades de preparação de um equipamento, desde o momento em que se tenha completado a última peça boa do lote anterior até o momento em que se tenha feito a primeira peça boa do lote posterior. 2 Chip: Do inglês, significa literTalmente lasca. Em eletrônica, é um circuito eletrônico integrado miniaturizado (também conhecido como CI, microchip, chip de silício, chip ou chipe) composto principalmente por dispositivos semicondutores sobre um substrato fino de material semicondutor.

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Go: É jogado em um tabuleiro quadrado dividido por 19 linhas cruzadas. O objetivo do jogo é usar as peças para cercar a maior área possível ou delimitar o avanço das pedras do adversário. Quem somar o maior número de “casas” controladas e pedras do adversário tiradas do jogo é o vencedor. 4 Software: ou programa de computador, é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação. 5 Board: do inglês, significa conselho. Em administração, refere-se a o grupo de administradores de uma empresa, essencialmente os executivos. 6 Fuzzy Logic: do inglês, significa lógica difusa. É a forma de lógica multivalorada na qual os valores lógicos das variáveis podem ser qualquer número real entre 0 (Falso) e 1 (Verdadeiro). Diferentemente, na lógica booleana, os valores lógicos das variáveis podem ser apenas 0 e 1. A lógica difusa foi estendida para lidar com o conceito de verdade parcial, onde o valor verdade pode compreender entre completamente verdadeiro e completamente falso. Além disso, quando variáveis linguísticas são usadas, esses graus podem ser manipulados por funções especificas [wikipedia.org]. 7 Hardware: é a parte física do computador, ou seja, é o conjunto de componentes eletrônicos, circuitos integrados e placas, que se comunicam através de barramentos. Em complemento ao hardware, o software é a parte lógica, ou seja, o conjunto de instruções e dados processado pelos circuitos eletrônicos do hardware.

Ianiv Wainberg - Sócio da Bertussi Design, consultor em design de produtos e gestão da inovação, com atuação junto a indústrias de médio e grande porte de diversos segmentos. Tem passagem em empresas como Dell, RBS, Unimed e Feevale. Bacharel em Design de Produtos e MBA em Gestão Estratégica. ianiv@bertussidesign.com.br


MEMÓRIAS

A EVOLUÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO

HE TEN Engenharia de Moldes

SUCESSO DA EMPRESA SE DEVE NÃO APENAS AO INVESTIMENTO E ÀS TÉCNICAS UTILIZADAS, MAS AO COMPROMETIMENTO DE TODOS. Por Gisélle Franciane de Araújo (gisellefranaraujo@gmail.com)

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Brasil é um dos maiores empreendedores do mundo, mas se de um lado muitas empresas abrem, diversas outras fecham as portas. Do que depende o sucesso de uma empresa? Do atendimento, do produto oferecido, dos investimentos realizados, da qualidade de seus profissionais. Sim, ainda é preciso conhecer bem os clientes, os concorrentes, o mercado econômico. E se falarmos em comprometimento? Muitos empresários diriam que a aplicação desta palavra é fundamental no mundo dos negócios. A Herten Engenharia de Moldes completa 35 anos. É a mais antiga ferramentaria de Joinville, que é a maior e mais industrial cidade catarinense. A empresa surgiu em 1981, quando os sócios da Akros, para poderem crescer e competir com a Tigre, sua maior concorrente, resolveram montar uma ferramentaria para desenvolver moldes com diferenciais tecnológicos. Os sócios-fundadores, Ninfo Valtero König, João Rufino de Bruns Neto, Arlindo Alfredo Steffens e Ingo Hertenstein, sócios da Akros, mais Fredolino Osmar Jung (Fred), que veio de outra ferramentaria de Joinville, pensando em uma estratégia de marketing para atrair novos clientes, deram o nome à empresa, naquele momento, de Fred Jung Moldes e Matrizes. No início, contava com 12 funcionários e as atividades eram

Edson, Ingo (sócio fundador) e Jackson Hertenstein

realizadas dentro da Akros e com as máquinas que eram da ferramentaria desta empresa. Os primeiros serviços realizados foram moldes de conexão para a Akros e ferramentas de estampo para a Britânia Eletrodomésticos. A empresa era administrada pelos sócios Ingo e Fred. Dois anos depois, em 1983, devido ao crescimento da ferramentaria, houve a necessidade de mudar de endereço. A empresa foi para a Rua Tenente Antônio João, no bairro Bom Retiro, onde está até hoje. A economia do país estava crescente e o mercado de construção civil, foco da Akros, a pleno vapor. Por isso, a ferramentaria teve um grande crescimento, chegando a ter mais de 100 funcionários, inclusive com um centro de formação de mãode-obra interno. Durante este período, foram implantadas na empresa algumas metodologias japonesas de trabalho, em conjunto com a implantação na Akros, tais como: Just in Time, CCQ, e Kanban, para controle do processo produtivo. Para a empresa, o que proporciona um diferencial em termos de produtividade é o comprometimento e controle do processo produtivo em relação aos concorrentes. “Trabalhávamos de 70 a 85% de nossa capacidade para a Akros e o excedente era destinada aos outros clientes, principalmente para moldes, que exigiam um grau de complexidade maior em termos tecnologia e comprometimento de prazo de entrega”, aborda o diretor comercial da empresa, Edson Hertenstein. E, assim, 14 promissores anos, situação que perdurou até 1995, quando a Akros praticamente completou sua linha de produtos e sua demanda de moldes iria reduzir para 25% da capacidade instalada da empresa. “Tínhamos duas opções: reduzir para o tamanho necessário para atender a Akros ou buscar este excedente no mercado”, comenta Edson. A opção escolhida pelos sócios foi a segunda, manter o tamanho existente da empresa e buscar no mercado novos clientes que suprissem essa capacidade. “No primeiro momento, não conseguimos ocupar a capacidade em função de que, como trabalhávamos muito para a Akros, nossa estrutura indireta estava um pouco pesada, acarretando em nossos preços serem bastante elevados para o mercado”, lembra o diretor. REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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MEMÓRIAS

Em função disto, em 1996 o sócio Fredolino Jung resolveu sair da sociedade e levou alguns profissionais da empresa para montar outra ferramentaria. Foi neste momento que a Herten Engenharia de Moldes surgiu. “Tivemos que mudar a razão social e meu pai (Ingo) voltou a assumir o comando da mesma”. Até então ele desempenhava um papel dentro da Akros, de Assessor Industrial, definindo os moldes, tipo de moldes, ocupação de máquinas, número de cavidades que iam ser fabricados.

Vista parcial da fábrica

Após estas mudanças que refletiram na melhora do custo e com uma estratégia mais agressiva de marketing, com participação em várias feiras regionais, entre elas a Brasil Plast, maior feira do setor plástico na América Latina, a Herten começou a desenvolver vários novos clientes, tanto para moldes de injeção de plástico como para moldes de injeção sob pressão de alumínio, em vários setores do mercado, destacandose o automotivo, utilidades domésticas e linha branca. Em 1997, a Akros foi vendida para o grupo Amanco e os sócios da Akros, que eram sócios da ferramentaria saíram da sociedade. Da empresa Herten, 80% era de propriedade de Ingo Hertenstein e 20% do Grupo Amanco. “Havia um contrato onde a Amanco Brasil só fazia seus moldes conosco limitado a 30% de nossa capacidade para não deixarmos de atender os clientes de outros segmentos e, em contrapartida, não forneceríamos moldes para seus concorrentes”, salienta Edson. Neste período começamos a exportar moldes para as demais unidades do Grupo Amanco. Passados alguns anos, de comum acordo, Ingo comprou os 20% do Grupo Amanco e o contrato de exclusividade foi extinto, nos permitindo trabalhar para os concorrentes da Amanco. Neste período também fizemos alguns moldes em joint venture com a Ferramentaria Stack Tech, do grupo Tradesco, do 56 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

Canadá, para atendermos em conjunto a um cliente do segmento de talheres descartáveis aqui do Brasil. Em 1999, com o dólar em alta, houve um impulso para a conquista de novos clientes que até então importavam muitos moldes. No segmento de injeção sob pressão de alumínio vale destacar também que para atendermos a necessidade de um de nossos clientes começamos a fabricar moldes maiores, sendo o primeiro de 22 toneladas, onde tivemos que fazer o fechamento do mesmo com auxílio de uma empilhadeira. Com o sucesso deste molde, investimos e nos equipamos para fabricarmos moldes de ate 40 toneladas de peso. Com a saída do Grupo Amanco da sociedade, hoje a Herten é uma empresa familiar, que tem como sócios Ingo Hertenstein e os filhos Edson e Jackson Hertenstein. Hoje a empresa conta com 46 colaboradores, dos quais 10% têm graduação em curso superior e 84% em curso técnico, está certificada pela ISO 9001 pela SGS e está instalada em uma área de 2.000 m2. “Estamos no mercado, em primeiro lugar pelos anos de trabalho em grande volume para a Akros, em seguida, com o respaldo de um sócio como o Grupo Amanco. Além disso, principalmente, por sempre estarmos com os pés no chão no tocante a investimentos”, salienta Edson. A Herten valoriza a experiência dos seus profissionais e, assim, honra os compromissos com fornecedores e com clientes em termos de qualidade, prazo de entrega e pós-venda. Edson Hertenstein está na empresa desde o início, em 1981. É formado como técnico mecânico pela Escola Técnica Tupy. “Comecei a trabalhar como aprendiz na ferramentaria da Akros, hoje Amanco – Mexichem, em junho de 1979, no período da tarde, pois de manhã cursava o técnico, na época com 15 anos de idade. Em 1981 quando fundaram a Fred

Os fundadores: em primeiro plano Ninfo König, Nivaldo Nass, Mara (esposa de João Bruns) e João Bruns. Em segundo plano, Ingo Hertenstein e Fredolino Jung


MEMÓRIAS

Jung, hoje Herten, fui transferido para a nova empresa, iniciando como ferramenteiro de bancada e, depois, transferido para a área de projetos”. Com o irmão Jackson Hertenstein, que atua como diretor Industrial, eles somam esforços e fazem parte da segunda geração à frente dos negócios. Da primeira geração e sócio fundador da empresa, o técnico mecânico Ingo Hertenstein fala sobre a importância de uma empresa familiar: “a base deve ser o profissionalismo e a sinceridade. Diferenciar uma empresa familiar de uma empresa de sócios, muitas vezes passa pelo lado emocional. Muitas coisas que você diz para um sócio, acaba não dizendo a um familiar”. O empresário também fez uma comparação de manter uma empresa atualmente, comparado a quando iniciaram. “Antigamente eram menos recursos técnicos, portanto, dependia-se mais da habilidade humana. Não existiam recursos como softwares, os projetos eram na prancheta, a interpretação e a visualização eram muito mais difíceis, não havia programas de simulação, você fazia mais na intuição, as máquinas eram convencionais, existiam poucas opções de aços, tratamentos térmicos e ferramentas”, explica. Para ele, “hoje em dia, além dos recursos materiais, os sistemas computacionais e suas simulações permitem uma precisão me-

lhor com menos interferência do homem. Não há como comparar os recursos atuais com os de antigamente”. Para Edson, o governo precisa incentivar às empresas com a diminuição da carga tributária, modernização das leis trabalhistas e um incentivo financeiro, principalmente neste setor, que é um grande fomentador de negócios, assim elas poderão enfrentar a atual situação econômica do país. Empreender em um mercado tão competitivo quanto o brasileiro não é tarefa fácil, é necessário contar com tecnologia e máquinas de ponta. “Há um grande número de concorrentes hoje em Joinville, Caxias do Sul e São Paulo. Além disso, do exterior, principalmente os chineses, com seus preços baixos e muito diferentes da época da fundação da empresa”, salienta Edson. Ele lembra que no início, tinham cliente e demanda garantida. “Existiam poucas ferramentarias, nossa economia não era aberta, o país estava num momento bom de investimentos”, conclui.

HERTEN ENGENHARIA DE MOLDES S.A. Rua Tenente Antônio João, 783 – Bom Retiro Tel: 47 3435-1501 - 89222-401 Joinville - SC e-mail herten@herten.com.br www.herten.com.br

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GENTE & GESTÃO

DISTINTO OU EXTINTO? BEM-VINDO AOS NOVOS AMBIENTES DE NEGÓCIOS. A DISRUPÇÃO COMEÇOU! Por Paulo Cesar Silveira | Fotos Divulgação

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termo disrupção foi cunhado pelo professor de Harvard, Clayton Christensen. Ele é usado para descrever inovações que oferecem produtos e serviços acessíveis e criam um novo mercado de consumidores, desestabilizando as empresas que eram líderes no setor. Neste artigo falarei de várias forças, que surgem como oportunidades a quem estiver aberto à mudança e atento a disrupção! Sabemos que o mundo todo está sendo revirado por forças incontroláveis. Fusões gigantescas e surpreendentes; recuperação e crescimento contínuo dos EUA, problemas socioculturais em países como Rússia e Japão, desemprego crescente em praticamente todo o mapa global; e o Brasil participa deste cenário em um momento de fraqueza fiscal e cambial, descrédito na equipe que governa o País, diminuição na atratividade por investimentos, e uma onda de novos vírus e bactérias que afetam além da economia, diretamente o povo brasileiro. O que fazer? Como sobreviver para continuar distinto, rentável e competitivo? Outro aspecto é a tecnologia, através da conectividade, interatividade e mobilidade. Essa transformação não mais nos permite adotar atitudes passivas ou conformistas - pois temos informação atualizada on-line1 e acessível em praticamente qualquer lugar. A ética e transparência voltam para a lista de valores básicos de um ser humano e de uma empresa, recebendo holofotes em virtude de escândalos recentes que temos acompanhado e que envergonham nosso país. A conectividade não nos permite ações sem impacto, pois ao nosso redor temos câmeras de segurança, celulares pessoais captando sons e imagens, drones2 e tudo sendo disponibilizado na rede. Todos estes pontos estão relacionados as sete macrotendências irreversíveis descritas a seguir: MT 1: Educação continuada é imperativa, não é mais opcional 58 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

Educação Continuada é um nome comum para cursos de curta duração - e contínuos - onde os profissionais fazem reciclagem de seus conhecimentos ou passam a ter contato com novas áreas e atividades relacionadas à sua profissão. Tais cursos são repetidos anualmente ou quando necessários, visto que o objetivo é realmente renovar e atualizar skills3. Os conhecimentos adquiridos nos cursos regulares de graduação, MBA4 ou técnicos precisam ser constantemente atualizados, seja através de workshops5 e palestras oferecidas pela própria empresa, participação em grupos de estudo ou comitês de sua área, e leitura de livros e artigos. Mesmo a educação teve impacto com o advento da tecnologia, e hoje fica praticamente impossível utilizar desculpas como “não tenho como ir”, “não tenho tempo”, “não consegui encontrar nada sobre este assunto”. Os conteúdos e cursos estão disponibilizados em DVDs6, livros digitais, módulos e aulas através do Youtube ou Slideshare, áudio books7, teleconferências, e até ofertas de escolas com professores online 24 horas por dia! Também é importante considerar que somente o conhecimento técnico não é suficiente, e a cada dia as habilidades comportamentais estão sendo avaliadas pelos empregadores. Nessa necessidade de atualização sugerimos que você busque e consulte assuntos como negociação, vendas, trabalho em equipe, oratória, influência, marketing8 pessoal e liderança pelo menos. Seu plano de reciclagem está em andamento? Como você tem buscado atualizações e novos conhecimentos? MT 2: Flexibilidade Indústrias estão repensando a forma como operam, para continuarem competitivas e terem lucro fazendo vendas sustentáveis, melhorando seus aspectos logísticos e despesas


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em geral. Se antes as mudanças decorriam principalmente de novos métodos ou conceitos, como Kaizen9 ou Just-in-time10, ou novas estratégias de marketing, hoje as mudanças são mais profundas e rápidas, a fim de enfrentar a concorrência e se manter na cadeia de abastecimento. Consumidores extremamente ocupados, com pouca ou nenhuma qualidade de vida e virtualizados tornaram o tempo uma mercadoria preciosa, escassa e disputada. Soluções de conveniência para economizar minutos do seu tempo fazem sucesso para uma variedade enorme de produtos e serviços. Tanto produto como serviço tem sido pródigos em aproveitar estas oportunidades, disponibilizando serviços de retirada e entrega em domicílio, lojas 24 horas, pedidos de táxi, fast food11, agendamentos de consultas médicas, entre outros, 100% através de aplicativos para smartphone12 e sem nenhuma necessidade de interação humana que não seja você e seu celular ou tablet13. A grande sacada é conseguir transformar tempo ruim em tempo bom e bem aproveitado, gerando uma ótima experiência para o consumidor. Em tempos de tecnologia, somente esta ótima experiência conseguirá a recorrência e indicação do serviço. E você, com quem tem conversado ou o que tem feito para participar deste mundo cada vez mais flexibilizado e virtual? Uma grande tendência é a substituição do tradicional site www14 por um App15. Em quanto tempo você é capaz de disponibilizar o App de sua empresa/serviço? MT 3: Agregação de um valor permanente Diferentemente do passado, os dias de hoje pedem produtos e serviços com qualidade permanente, sustentáveis desde a sua base e com preços cada vez mais baixos. Estratégias de diferenciação recentemente utilizadas com sucesso deixam de ser valorizadas pelos clientes, e rapidamente se tornam obrigatórias. Nosso ambiente de negócios passou a ser ultracompetitivo, e os consumidores têm alternativas variadas e, na falta de um atendimento verdadeiramente diferenciado, seu critério principal é a decisão pelo preço mais baixo. As empresas se veem obrigadas a desenvolver estratégias criativas para atender as exigências de seus clientes, ao mesmo tempo em que procuram conceber equações de lucro adequadas às diferentes situações com que se deparam. Buscam melhorias incessantes de produtividade através da introdução de novas tecnologias que otimizam processos e economizam custos diretos e indiretos de mão-de-obra, investem em formas inovadoras de distribuição, promovem

alianças de médio e longo prazo com fornecedores e tudo mais que otimize sua cadeia de valores, lucratividade mista, crescimento da marca e assim possam projetar inovação rentável e venda sustentável do início ao final dos processos. As empresas estão cada vez mais reformulando toda a sua estrutura organizacional de modo a aumentar sua proximidade junto a clientes, descobrir suas prioridades e desenvolver relacionamentos que lhes permitam agregar com qualidade e rapidez, cada vez mais serviços e valores em qualquer parte do mundo. Tivemos uma onda de consumo de produtos “pobres”, com muito pouca qualidade e preços de fato extremamente baixos. Este mercado não deixou de existir, mas aos poucos os consumidores também perceberam que a equação custo x benefício teve custo mais alto. A ideia de “pagar barato” para depois descartar era atrativa, mas não é sustentável e exige um dos bens mais preciosos que já comentamos: o tempo. Você precisa gastar novamente o seu tempo para uma nova compra, o que muitas vezes tem valor bem mais elevado que o valor pecuniário que você irá pagar pelo produto. O que você considera como valor agregado para seu produto ou serviço? O consumidor também percebe isso em sua marca? MT 4: Homogeneidade cede lugar a diversidade A queda das barreiras comerciais e políticas, a facilitação de trânsito entre os diversos países e continentes trouxeram não apenas vantagens mercadológicas, mas também desafios culturais para as empresas e os negócios. Para as empresas, se o trabalho em uma equipe multidisciplinar ainda não é hábito, prepare-se para em pouco trabalhar em uma equipe transdisciplinar. A transdisciplinaridade, termo originalmente criado por Jean Piaget, não significa apenas que as disciplinas colaboram entre si, mas significa também que existe um pensamento organizador que ultrapassa as próprias disciplinas, é mais integradora. Ela faz emergir da confrontação das disciplinas novos dados que as articulam entre si e que nos dão uma nova visão da natureza e da realidade. Ou seja, colaborar entre os diversos pensamentos para que exista inovação e superação. A preservação da identidade nacional é sem dúvida importante e necessária, mas também a aceitação da integração de raças, etnias, crenças e estilos de vida é impossível de ser obstruída. Para os negócios, os desafios culturais são oportunidades. Como país, os EUA partiram antes dos demais para a construREVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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ção de uma sociedade-mosaico. Nenhum outro país convive internamente com uma diversidade de raças tão grande que lhes confere um posicionamento estratégico diferenciado na arena da globalização, competitividade, técnicas de vendas mais eficazes, magníficos modelos de franquias e serviços especializados para nichos até então marginalizados. Você está pessoalmente preparado para atuar em uma equipe transdisciplinar? Seus negócios possuem um plano estratégico para atender de forma adequada e competitiva o desafio cultural trazido pela globalização? MT 5: O Estado provedor transforma-se em Estado orientado para resultados Cito no início do artigo que o Brasil, mais do que nunca, está passando por momentos críticos em sua administração, economia e controles. Os brasileiros já estão cansados de tantas histórias de corrupção e uso da máquina pública em prol de minorias ao invés de servir ao povo. Assim, cada vez mais as cidades e instituições do governo deverão pensar em reestruturações segundo o modelo privado, tendo como base organizações eficazes, ágeis, lucrativas e enxutas, orientadas para a busca obsessiva de resultados através de negócios sustentáveis, processos assertivos e tecnologia. A continuidade do Estado como instituição pública provedora (benfeitora), é praticamente insustentável diante do cenário que temos hoje. Com o acirramento de suas crises fiscais, os governos estão sendo forçados a buscar soluções para executar e cumprir suas obrigações. É inevitável que para uma recuperação e retomada de crescimento, cada um dos componentes desta máquina pública esteja em pleno funcionamento, em sinergia, em bom estado, integrado à estrutura interna e devidamente capacitado para exercer suas funções. Infelizmente, muitos dos componentes são ineficazes, improdutivos e obsoletos. Cabe a cada um de nós participar e contribuir para que possamos realizar um verdadeiro upgrade16 desta máquina, permitindo que ela volte a operar de forma adequada, produtiva, sustentável e útil. As empresas sempre estarão, de alguma forma, ligadas ao Estado e sendo diretamente impactadas pelas decisões tomadas por nossos governantes. Assim, é necessário que exista preocupação das corporações e do povo brasileiro em relação a equipe do governo, as medidas que são aprovadas, projetos em trâmite, enfim, a vida pública. Muitas vezes nos abstemos de entender e buscar informação neste tema, de participar e contribuir mais efetivamente, deixando a res60 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

ponsabilidade para a “máquina”. Preferimos somente cumprir com a obrigação do voto - considerando que pelo menos nesta oportunidade seja consciente - e este tipo de atitude não muda a sociedade e muito menos traz resultados positivos. Como sua empresa ou seu negócio pode ajudar na recuperação de nossa economia e de nosso governo? E você, como cidadão brasileiro, que contribuição tem feito para a sociedade para que tenhamos resultados melhores? Um governo sadio oferece melhores oportunidades e possibilidade de crescimento, Lembre-se disso. MT 6: O poder humano cede à automação O dilema “a máquina poderá substituir o homem?” não é novo e com certeza atravessará milênios sem uma resposta definitiva. Sem dúvida uma das grandes preocupações com este tema é a eliminação de postos de trabalho. Cobrar o estacionamento dos shoppings centers, por exemplo, é uma atividade que já eliminou empregos, temos máquinas automáticas para uso de cartão e que você mesmo opera. Por outro lado, robôs podem substituir vagarosamente os seres humanos em tarefas exaustivas, sujas, perigosas, insalubres ou de grande precisão. Não há dúvida de que a máquina, a tecnologia da automação e complexos sistemas trouxeram inovações e benefícios talvez nem mesmo imaginados pelos futuristas no século passado. No entanto, máquinas só fazem o que são programadas para fazer, o que a mente humana criou e permitiu que a máquina executasse. Cabe ao homem a decisão de até aonde chegar com a “maquinização”, a automação, e o poder de resposta programado da máquina ou criativo do ser humano. A automação é parte integrante da evolução do homem e da sociedade, não há forma de se isolar e ignorar este tipo de força. Agora é a hora de se tornar distinto e crescer. Como a automação afeta sua empresa e seus negócios? Você enxerga uma oportunidade ou se sente ameaçado por um robô? MT 7: Venda sustentável como opção de crescimento O combustível do mundo dos negócios é a negociação. A sua empresa, o segmento no qual você atua, a sua cidade, o seu país e o mundo inteiro contam com uma lógica para comprar e vender cada vez mais, melhor, mais rápido e com maior lu-


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cro, pois o lucro é a semente do amanhã (Paulo Silveira, no livro Venda Sustentável). Mencionei forças e tendências que já afetaram e vão continuar impactando empresas, negócios e indivíduos. Novas forças surgirão, outras talvez perderão força, mas uma certeza se mantém: as empresas continuarão existindo para obter lucro e gerar resultados positivos. Fusões e aquisições do passado tinham basicamente um objetivo mercenário: fazer um bom negócio. As alianças de hoje são, em geral, internacionais e quase sempre objetivam realizar os prospectos de cada parceiro em longo prazo e de forma sustentável e justa. Quanto maior a economia global, mais complexa e dispendiosa será a arena de negócios e mais intensamente a cooperação substituirá a competição. A Venda Sustentável se apresenta como uma estratégia para que as empresas possam, através da colaboração e união de forças, estabelecer oportunidades de crescimento mútuo e geração de lucros. Para que eu ganhe, você não precisa necessariamente perder, este é o espírito! Quantas vezes na sua carreira você percebeu como empresário ou como colaborador que você não vende somente produtos: você vende desenvolvimento, bem-estar, companheirismo, e gera riqueza para seu ambiente? Para fechar este artigo deixo algumas perguntas sobre a importância da Venda Sustentável para alcançar crescimento, lucratividade e presença. Através desse diagnóstico você terá uma forma de reflexão para responder a questão: você é distinto ou será extinto dos novos ambientes de negócios? ! Usando uma escala de 1 a 10, como você vê sua empresa, seu trabalho ou sua gestão? ! O que você faz para ajudar seus clientes a prosperar? ! Qual é a qualidade da sua equipe de vendas para dar forma e personalizar uma proposta única e viável para os clientes? ! Como sua estratégia de preços está efetivamente vinculada aos atributos que o cliente valoriza e o torna o primeiro em seu mercado? ! Em cada interação com o cliente, como seus representantes de vendas extraem informações sobre as necessidades dos clientes? Eles transmitem as informações para as pessoas que podem agir sobre elas, os departamentos que podem desenvolver produtor e serviços a fim de satisfazer essas necessidades? 62 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

! Você vê a sua empresa crescendo, gerando valor a sociedade e gerando lucro daqui a 10 anos pelo menos? ! Se você fosse uma pessoa procurando uma ótima empresa para trabalhar, você trabalharia na sua empresa? ! Você se contrataria? ! Você recomendaria a sua empresa como umas das melhores opções do mercado? Tenha um fabuloso dia hoje e sempre... pois o MERCADO é do TAMANHO de sua IMAGINAÇÃO. Se você tiver algum comentário, sugestão ou dúvida entre em contato pelo e-mail falecom@paulosilveira.com.br e no campo “Assunto” coloque Revista Ferramental.

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On-line: do inglês, na linha. Significa "estar disponível ao vivo". No contexto da internet significa estar disponível para acesso imediato. 2 Drone: do inglês drone, significa zangão. A denominação técnica é Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), e designa todo e qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. Esses aviões são controlados a distância por meios eletrônicos e computacionais, sob a supervisão e governo humanos, ou sem a sua intervenção. Foram idealizados para fins militares. Inspirados nas bombas voadoras alemãs, do tipo V-1, e nos inofensivos aeromodelos rádio controlados. [Wikipedia.org]. 3 Skill: do inglês, significa habilidade ou capacidade. É um termo usado para designar a capacidade de concretização de forma rápida e eficiente um determinado objetivo. Pode-se dizer que são as aptidões, o jeito e a destreza aplicados por cada pessoa em determinada tarefa [significados.com.br]. 4 MBA: do inglês Master in Business Administration, significa Mestre em Administração de Negócios. É a sigla de curso de formação de executivos na área de administração, onde são ministradas matérias sobre finanças, contabilidade, recursos humanos, marketing, entre outras. 5 Workshop: reunião de grupos de pessoas interessados em determinado projeto ou atividade para discussão sobre o que lhes interessar. Nele, a platéia não é apenas mera espectadora. Em determinados momentos o auditório é convocado a participar, normalmente vivenciando experiências que remetem ao tema em discussão [wikipedia]. 6 DVD: do inglês Digital Versatile Disk, significa Disco Digital Versátil. Contêm dados no formato digital, tendo uma maior capacidade de armazenamento que o CD - Compact Disk ou disco compacto, devido a uma tecnologia ótica superior, além de padrões melhorados de compressão de dados. O DVD foi criado no ano de 1995. 7 Audio book: do inglês áudio = som e book = livro. São equipamentos que reproduzem a gravação do conteúdo de um livro. 8 Marketing: é o conjunto de estratégias e ações que provêem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor. 9 Kaizen: do japonês kai = mudança e zen = bom, benéfico. Pode ser traduzida como mudança para melhor ou melhoria [significados.com.br]. 10 Just-in-time: do inglês, significa exatamente no tempo. É um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Foi desenvolvido pela Toyota.


GENTE & GESTÃO

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Fast food: do inglês fast = rápido e food = comida. Smartphone: do inglês smart = inteligente e phone = telefone. É um telefone móvel com funcionalidades avançadas que podem ser estendidas por meio de programas executados por seu sistema operacional [wikipedia]. 13 Tablet: dispositivo pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para acesso à internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para entretenimento com jogos. 14 Website: ou mais conhecido como site, vem da junção de duas palavras 12

do inglês, onde web = teia ou rede e site = local. Trata-se de do espaço virtual de uma organização ou pessoa. 15 App: em se tratando do mundo mobile, app é uma abreviação para “application”, do inglês, que significa aplicativo, programa, software. 16 Upgrade: do inglês up = acima e grade = grau. Literalmente, significa “grau acima”. É uma palavra já incorporada ao idioma português. O termo tornou-se jargão comum em informática, referindo-se à atualização de qualquer item de computação para uma versão mais recente para melhorar a funcionalidade, acessar novas ferramentas e acelerar o desempenho do equipamento [significadosbr.com.br].

Paulo Cesar Silveira - Conferencista com mais de 2.000 palestras em sua carreira em 19 anos de profissão. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 900 artigos editados. Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Autor de 22 livros, destacando-se os best-sellers: A Lógica da Venda e Atitude – A Virtude dos Vencedores. Sendo ainda um dos autores da Coleção Guia Prático da Revista PEGN e também dos livros Ser + em Vendas, Ser + com T&D e Ser + com Palestrantes Campeões em parceria com a Revista Ser Mais. Seu trabalho corporativo se baseia no treinamento mundial de vendas mais agressivo do mundo: Buyer Focused Selling e nos principais métodos de compras mundiais, principalmente as metodologias BATNA, PAC e no método de liderança TGE. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP e UFRGS. Palestrante indicado pela FACISC, ADVB e FIESP nas áreas de vendas consultivas, vendas técnicas, negociação e comunicação com base em liderança. www.paulosilveira.com.br falecom@paulosilveira.com.br

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ENFOQUE

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Centro de Usinagem VMC-850, comercializado pela Vitor & Buono, é recomendado para utilização em ferramentarias por sua eficiência e custo benefício. As principais características técnicas do equipamento são: mesa de trabalho com 1.000 x 500 mm; curso nos eixos X, Y e Z de 850 x 500 x 540 mm respectivamente; peso admissível sobre a mesa de 600 kg; gama de velocidades de 50 a 8.000 rpm; torque máximo de 35,8 Nm; potência do motor do eixo árvore de 7,5 CV/11 kW; cônico do eixo árvore BT40; velocidade de avanço nos eixos X, Y e Z de 32, 32 e 30 m/min respectivamente; magazine com 16 ferramentas; comprimento máximo da ferramenta de 250 mm e peso máximo da ferramenta de 7 kg; tempo para troca de ferramenta igual a 7 segundos; dimensões gerais da máquina de 3.300 x 2.400 x 3.000 mm; peso da máquina igual a 5.800 kg e comando CNC Fanuc. Vitor & Buono 11 3376-7777 www.vitorbuono.com.br

volvida para atender aos clientes que exigem normas sanitárias e de segurança relacionadas ao uso de substâncias nocivas nos países que atuam. O ® Ampcoloy 940 substituiu o Ampco® loy 95 em quase todas as aplicações. É utilizado onde boa condutividade térmica e elétrica é exigida, juntamente com elevadas propriedades mecânicas, como em: porta-eletrodo; eletrodo para solda a ponto em aço inox e Monel; disco de solda contínua e solda à projeção; pistão para fundição sob pressão de alumínio; peças de moldes de injeção de plástico e bicos de injeção; tambores de freios para rolos de papel; peças para engenharia energética. Pode ser fornecido nas configurações extrudado, forjado ou fundido em areia. Tem densidade de 8,71 kg/dm3, dureza de 210 HB (10/30) e condutividade térmica de 208 W/m.K. Ampco Metal 47 3305-0020 www.ampcometal.com

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Ampcoloy 940, fornecido no Brasil pela Ampco Metal, é uma liga patenteada que se enquadra na Norma RWMA classe 3 para ligas sem Berílio. A composição nominal é de 2,5% de Níquel, 0,7% de Silício, 0,4% de Cromo, e Cobre restante. Foi desen64 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

controlador sequencial para câmara quente GSC2, fabricado pela INCOE®, permite manipular o preenchimento de cavidades com mais de um ponto de injeção ou multicavidades a partir de bicos valvulados. As exigências cada vez maiores do mercado vão desde geometrias complexas, alta qualidade de superfície ou aplicações decorativas que tendem a ser ma-

is difíceis e oferecem grandes desafios para o molde. A tecnologia patenteada do controlador sequencial GSC2 fornece um ótimo controle dos pontos de injeção. O controle preciso e consistente da abertura e fechamento das válvulas pode ser obtido através do controle do volume injetado, pressão interna da cavidade ou por tempo. Os principais benefícios do controlador GSC2™ são: posicionamento ou eliminação da linha de solda; pesos consistentes da peça em moldes da família; redução da força de fechamento da injetora; redução do empenamento ou rebarbas causados por excesso de empacotamento; qualidade superficial superior em peças decoradas ou cromadas. Incoe 11 4538-2445 www.incoe.com


ENFOQUE

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s prensas especiais tipo H com capacidade entre 1 e 2.000 toneladas, produzidas e comercializadas pela Calende, são ideais para trabalhos que precisam de grande precisão de ferramental, pois a força é aplicada de maneira uniforme na ferramenta. Os equipamentos são dimensionados conforme a necessidade do cliente em termos de pressões, velocidades, dimensões e acessórios e tem estrutura robusta construída de chapas de aço carbono, com guias prismáticas de 8 faces construídas com réguas de bronze (TM 23) ou guias lineares. A geometria segue a DIN 8650 e 8651, atendendo as principais normas e legislação de segurança (proteção homem/ máquina), como PPRPS, NR-12, NR13 e NR-16, EN-693, PPRPS, NT-16 entre outras. A partir de projeto normalizado (ABNT, ISO, IEC, CE), apresentam automação de última geração. Como itens de série trazem: cortina de luz; bi manual; reles de segurança; botão de emergência monitorado; calço de segurança; proteções monitoradas por sensores de segurança; válvula de contrabalanço e; CLP – controlador lógico programável. Ainda como opcionais podem ser fornecidas com: guias lineares (patins); ajuste de curso via régua transdutora; IHM (display); válvulas proporcionais de pressão e vazão; micro CLP de segurança; bloco hidráulico de segurança da Bosch Rexroth e; calço de segurança automático. E, opcionalmente, podem ser fornecidas com: mesa móvel; sistema de amortecimento de corte; almofada; extrator; trava automática para martelo; guias lineares e controle numérico hidráulico (HMC). As principais aplicações das prensas são: corte; dobra; repuxo; compactação; conformação; montagem e; ajuste de ferramentas.

Calende 19 2114-2550 www.calende.com.br

necessárias nas placas extratoras, gerando uma economia significativa de tempo, recurso e dinheiro. A redução da dimensão do molde permite que sejam utilizadas máquinas de injeção menores e, portanto, mais econômicas. Todas essas vantagens contribuem para que haja um ganho de produtividade significativo, uma vez que, com o Duplo Rack, a movimentação do conjunto extrator fica mais leve e o número de componentes é menor, resultando em uma maior velocidade. O sistema está disponível em 16 modelos, com inclinações diferentes, que podem variar de -50º a 35º. BYR 11 4941-1613 www.byrcomponenste.com.br

BYR Componentes para Moldes, de São Bernardo do Campo, SP, em parceria com a empresa espanhola CUMSA – Comercial de Utiles y Moldes, apresenta no Brasil o sistema Duplo Rack de extração vertical de moldes, cuja principal característica é se adaptar facilmente aos ângulos da peça de plástico. Além disso, o Duplo Rack permite: simplificar e reduzir a necessidade de usinagem das peças; abranger inúmeros ângulos de desmoldagem e fornecer a peça rapidamente; desenhar (o cliente) o próprio postiço, segundo as suas necessidades; utilizar um curso de extração curto; reduzir a dimensão do molde e; incorporar ou não a refrigeração, conforme a necessidade do cliente. Com esta solução é possível reduzir a altura do molde entre 10% e 30% e, consequentemente, a quantidade de matéria-prima utilizada. Além disso, o Duplo Rack elimina a necessidade de furos inclinados com precisão, necessários aos “carrinhos” tradicionais, assim como diminui o número de usinagens

ais recente linha de empilhadeiras da Hyster do Brasil, a série J30-40XN oferece inúmeras vantagens em termos de qualidade e ergonomia fazendo com que seja uma das empilhadeiras de tecnologia CA mais amigáveis para o operador no mercado. O design inovador do compartimento de bateria desta série de empilhadeira permite a utilização de pneus pneumáticos em um veículo elétrico, o qual prevê uma alternativa de "Emissões Zero" para aplicações em interiores e exteriores. Os pneus também ajudam a reduzir as vibrações para proporcionar um deslocamento suave e confortável, mesmo nas condições menos ideais de superfícies. O compartimento de bate-

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ria (especialmente configurada) a posiciona abaixo da estrutura proporcionando uma posição inferior do assento do operador, facilitando a entrada e saída do veículo. O chassi foi projetado para fornecer um ambiente confortável e produtivo para o operador apresentando um aumento de 20% no espaço do assoalho. O painel multifunção realojado na parte superior da cabine melhora visibilidade operacional. A tecnologia de CA proporciona mudanças rápidas e suaves na direção permitindo controle preciso da velocidade com excelente aceleração que significativamente aumenta a produtividade. O eixo tração possui tecnologia que propicia duplo acionamento das rodas, ou seja, em condições onde o corredor é extremamente estreito as rodas de tração são acionadas uma contra outra, gerando assim menor raio giro. O sistema de gestão térmica maximiza o desempenho durante a operação contínua, enquanto evita danos aos componentes devido ao calor. O modelo J40XN tem capacidade de carga de 1.814 kg, velocidade máxima de deslocamento de 15,7 km/h e velocidade máxima de elevação igual a 0,65 m/s. Hyster do Brasil 11 4772-0800 www.hyster.com/brasil

grande área operativa em relação ao tamanho da máquina graças a sua reforçada estrutura de tipo pórtico. Equipada com um potente eletromandril de 18.000 rpm, 32 kW e 154 Nm com cone tipo HSK 63, tem tecnologia CNC própria e integrada garantindo alta precisão em usinagens complexas graças ao look ahead V5 e aos drives digitais FIDIA. A interface operacional com tela touch screen de 19 polegadas é extremamente intuitiva, de multitarefa e equipada com o CAD CAM Isograph V8.5. O operador pode optar entre a nova interface WS5 ou pela interface de outras versões se assim desejar com apenas um "click". Os modelos disponíveis são o BSE 1000, BSE 1700 e BSE 2200 que faz referência ao curso em X. Fidia do Brasil 11 2965 7600 www.fidia.com

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centro de usinagem vertical modelo BSE, comercializado pela Fidia do Brasil, se destaca pela sua 66 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

a linha de corte a laser, a Trumpf destaca a nova TruLaser 5030 de 8kW. A máquina apresenta a tecnologia BrightLine fiber - uma revolução no corte a laser guiado por fibra. Essa inovação reúne as vantagens da máquina de CO2 ideal para cortar chapas espessas, com a mesma produtividade da máquina de laser guiado por fibra, indicado para chapas finas - o que aumenta a produtividade, a flexibilidade e a confiabilidade do processo. A nova

TruLaser 5030 alcança a velocidade de 140 m/min, cortando uma chapa de alumínio de 1 mm de 1m x 1m. A configuração do equipamento comporta cabeçote com dois estágios de proteção de colisão, trocador automático de bico e prevenção de colisão inteligente, acesso fácil na parte interna da máquina para facilitar a manutenção. Quanto a flexibilidade, permite operar com: corte de cobre e latão; corte de cobre com gases nitrogênio e oxigênio; corte de aço inoxidável e alumínio até 25 mm, com a opção BrightLine fiber; corte de contornos pequenos mesmo chapas espessas com a opção BrightLine fiber. As características técnicas incluem: área de trabalho com 3.000 x 1.500 x 115 mm nos eixos X, Y e Z respectivamente; espessuras máximas de material com TruDisk 3001 de 20 mm para aço carbono, 15 mm para aço inoxidável, 15 mm para alumínio, 6 mm para cobre e para latão; espessuras máximas de material com TruDisk 8001 de 25 mm para aço carbono, 20 mm para aço inoxidável (40 mm com tecnologia BrightLine fiber), 20 mm para alumínio (25 mm com tecnologia BrightLine fiber), 10 mm para cobre e para latão; velocidade máxima dos eixos de 265 m/min; dimensões da máquina de 8.800 x 4.800 x 2.400 mm de comprimento, largura e altura respectivamente e; peso igual a 12.000 kg. Trumpf 11 4133 3560 www.br.trumpf.com


CIRCUITO BUSINESS

FEIRAS, CONGRESSOS E CURSOS FEIRAS E CONGRESSOS MARÇO 2016 2 a 3 - Kissimmee (Orlando), FL, EUA LAM 2016 - Laser Additive Manufacturing Work-shop - Seminário de Manufatura Aditiva a Laser www.lia.org 10 a 11 - Aachen, Alemanha ASK 2016 - Aachener Stahl Kolloquium - 31º Conferência sobre Conformação Mecânica www.ask.ibf.rwth-aachen.de 17 a 19 - Parma, Itália Eurostampi & Plastic 2016 - Feira de Moldes e Materiais Plásticos www.fiereparma.it ABRIL 2016 3 a 7 - St. Louis, MO, EUA AMUG 2016 Additive Manufacturing Users Group - Conferência Anual sobre Manufatura Aditiva www.additivemanufacturingusersgroup.com 4 a 5 - São Paulo, SP, Brasil 3D Inside Printing - Feira Mundial da Indústria de Impressão 3D Profissional e Fabricação Aditiva (11) 3824-5300 www.inside3dprintingbrasil.com.br 6 a 8 - Tóquio, Japão Metal Japan - 3ª Feira de Metais Altamente Funcionais www.reedexpo.co.jp 12 a 16 - São Paulo, SP, Brasil FEICON/BATIMAT 2016 - 22ª Salão da Construção (11) 3060-5000 | www.feicon.com.br 19 a 21 - Nagoya, Japão Manufacturing World Nagoya 2016 - Feira da Mundial da Manufatura www.reedexpo.co.jp

MAIO 2016 3 a 6 - Lima, Peru Expoplast Peru 2016 - 7ª Feira Internacional da Indústria do Plástico www.expoplastperu.com

15 a 17 - Moscou, Rússia RosMould 2016 Die & Mold Asia - Feira Internacional Especializada em Moldes, Matrizes e Estampos www.rosmould.com

3 a 7 - São Paulo, SP, Brasil FEIMEC 2016 - Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos (11) 3598-7876 | www.feimec.com.br

16 a 18 - Nairóbi, Quênia PPP Expo Africa 2016 - Plastic, Printing & Packaging - Feira do Plástico, Impressão e Embalagem www.expogr.com

16 a 19 - Orlando, FL, EUA Rapid 2016 - Conferência sobre Manufatura Aditiva www.rapid3devent.com

21 a 24 - Criciúma, SC, Brasil Metal & Mineração 2016 - Feira e Congresso Nacional para a Indústria Metalmecânica e Mineração (47) 3451-3000 www.metalmineracao.com.br

17 a 20 - Beijing, China Metal + Metallurgy 2016 - Feira Internacional da Fundição e Metalurgia www.mm-china.com 17 a 21 - São Paulo, SP, Brasil ! Mecânica 2016 - 31ª Feira Internacional da

Mecânica ! Santos Off-shore Industrial - 8ª Feira

Internacional do Petróleo e Gás (11) 3060-4717 www.mecanica.com.br www.santosoffshore.com.br 25 a 27 - Istambul, Turquia ICMPE 2016 - 5ª Conferência Internacional sobre Engenharia e Processos de Manufatura www.icmep.org JUNHO 2016 7 a 9 - São Paulo, SP, Brasil ! Expo Alumínio 2016 - Exposição Internacional do Alumínio ! 7º Congresso Internacional do Alumínio (11) 3060-4717 | www.expoaluminio.com.br 7 a 9 - Birmingham, Reino Unido Advanced Manufacturing - Feira sobre Manufatura Avançada www.advancedmanufacturingshow.co.uk 8 a 10 - Naioribi, Quênia

20 a 23 - Osaka, Japão Intermold 2016 - Feira Internacional para Manufatura de Moldes e Matrizes Inscrições: HIDA AOTS DO BRASIL aotssp@aotssp.com.br | www.intermold.jp

Embalagens www.complastexpo.in www.compackexpo.com

25 a 28 - Shangai, China Chinaplas 2016 - Feira de Negócios para Plástico e Borracha www.chinaplasonline.com

13 a 16 - Buenos Aires, Argentina Argenplás 2016 - XVI Exposição Internacional de Plásticos www.argenplas.com.ar

26 a 27 - Atlanta, GA, EUA LME 2016 - Lasers for Manufacturing Event Laser para a Manufatura www.lia.org

14 a 17 - São Paulo, SP, Brasil FISPAL 2016 - 32ª Feira Internacional de Processos, Embalagens e Logística para as Indústrias de Alimentos e Bebidas (11) 3598-7800 | www.fispaltecnologia.com.br/pt

27 a 28 - Graz, Austria TTP 2016 - 3ª Conferência sobre Ferramentas e Tecnologias para Processamento de Materiais com Ultra Alta Resistência www.toolsandforming.com

22 a 24 - Tóquio, Japão Manufacturing World Japan 2016 - Feira Mundial da Manufatura www.reedexpo.co.jp

! Kenya Plast - 4ª Feira Internacional do Plástico ! Compack Kenya - 4ª Feira Geral de

15 a 16 - Novi, MI, EUA Amerimold 2016 - Feira de Fabricantes de Moldes www.amerimoldexpo.com

22 a 25 - Bangcoc, Tailândia Intermold Thailand 2016 - Feira Internacional de Moldes e Matrizes www.intermoldthailand.com 24 a 26 - Chennai, Índia 7ª Compack India - Feira Geral de Embalagens www.compackexpo.com 26 a 29 - São Paulo, SP, Brasil FRANCAL 2016 - Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios (11) 2226-3100 www.feirafrancal.com.br/2016/ 28 a 2/7 - São Paulo, SP, Brasil EXPOLUX 2016 - 15ª Feira Internacional da Indústria de Iluminação (11) 3060-4717 www.expolux.com.br JULHO 2016 4 a 7 - Troyes, França Numiform 2016 - 12ª Conferência Internacional sobre Métodos Numéricos para Processos de Conformação Industrial www.numiform2016.utt.fr 8 a 10 - Yangon, Miamar ! Plastics Myanmar - 2ª Feira Internacional do Plástico da Índia ! Compack Myanmar - 2ª Feira Geral de Embalagens www.complastexpo.in www.compackexpo.com 12 a 14 - Dar-es-Salaam, Tanzânia 19ª PPP Expo 2016 Plastic, Printing & Packaging - Feira do Plástico, Impressão e Embalagem www.expogr.com 12 a 14 - Shangai, China China Die Casting 2016 - 11ª Feira e Congresso Internacional sobre Moldes para Fundição www.diecastexpo.cn REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

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CIRCUITO BUSINESS

AGOSTO 2016 5 a 7 - Colombo, Sri Lanka ! Sri Lanka Plast - 3ª Feira Internacional do Plástico ! Compack Sri Lanka - Feira Geral de Embalagens www.complastexpo.in www.compackexpo.com 16 a 18 - São Paulo, SP, Brasil ! FENASAN 2016 - 27ª Feira Nacional de

K2016 - Feira Internacional para Plásticos e Borrachas www.k-online.de NOVEMBRO 2016 8 a 10 - São Paulo, SP, Brasil Feiplar Composites & Feipur 2016 - Feira e Congresso Internacional de Composites, Poliuretano e Plásticos de Engenharia (11) 2899-6356 www.feiplar.com.br / www.feipur.com.br

Saneamento e Meio Ambiente ! 27º Congresso Nacional de Saneamento e

Meio Ambiente (11) 3056-6000 | www.fenasan.com.br 16 a 19 - Joinville, SC, Brasil • Interplast 2016 - Feira e Congresso de Integração da Tecnologia do Plástico • Euromold Brasil - Feira Mundial de Construtores de Moldes e Ferramentarias, Design e Desenvolvimento de Produtos (47) 3451-3000 | www.messebrasil.com.br SETEMBRO 2016 12 a 17 - Chicago, EUA NPE - Feira Internacional de Tecnologia da Manufatura www.imts.com 13 a 16 - Joinville, SC, Brasil • Metalurgia 2016 - Feira e Congresso Internacional de Tecnologia para Fundição, Forjaria, Alumínio & Serviços • PowerGrid Brasil - Feira e Congresso de Energia Tecnologia, Infraestrutura e Eficiência Energética (47) 3451-3000 | www.messebrasil.com.br 20 a 22 - Guangzhou, China Asiamold 2016 - Feira Mundial de Construtores de Moldes e Ferramentarias, Design e Desenvolvimento de Produtos www.asiamold-china.com 20 a 23 - Düsseldorf, Alemanha Glasstec 2016 - Feira Internacional de Produtos, Produção e Processamento para Vidro www.glasstec-online.com OUTUBRO 2016 5 a 7 - Porto Alegre, RS, Brasil 36º SENAFOR 2016 ! 20ª Conferência Internacional de Forjamento ! 19ª Conferência Nacional de Conformação de Chapas ! 6ª Conferência Internacional de Conformação de Chapas ! 3º Congresso do BrDDRG ! 6ª Conferência Internacional de Materiais e Processos de Energias Renováveis ! 12ª Encontro Nacional de Metalurgia do Pó ! 6ª Conferência Internacional de Metalurgia do Pó (51) 3308-6134 | www.senafor.com 5 a 7 - Osaka, Japão Manufacturing World Osaka 2016 - Feira Mundial da Manufatura www.reedexpo.co.jp 19 a 26 - Düsseldorf, Alemanha 68 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016

DEZEMBRO 2016 6 a 9 - Düsseldorf, Alemanha Euromold 2016 - Feira Internacional de Moldes e Matrizes www.euromold.com

CURSOS MARÇO 2016 Fitso, São Paulo, SP 5 a 19 - Cimatron E - Fresamento CAM 3x (Bragança Paulista, SP) 5 a 19 - Cimatron E - Fresamento CAM 3x (Sorocaba, SP) 5 a 2/4 - Cimatron E - Projeto de estampo 3D (São Paulo, SP) 12 a 9/4 - Cimatron E – Projeto de moldes 3D (Bragança Paulista, SP) 14 a 16 - Cimatron E – Fresamento CAM 3x (Varginha, MG) 19 a 9/4 - Cimatron E – Modelamento de produtos CAD 3D e 2D (Campinas, SP) (11) 4718-1611 | www.fitso.com.br LdTM, Porto Alegre, RS 17 a 18 - Curso: Forjamento (51) 3308-6134 www.cbcm-metalforming.com ABRIL 2016 LdTM, Porto Alegre, RS 7 a 8 - Curso: Conformação de chapas (51) 3308-6134 www.cbcm-metalforming.com MAIO 2016 Fitso, São Paulo, SP 7 a 4/6 - Cimatron E - Projeto de moldes 3D (São Paulo, SP) 4 a 18/6 - Cimatron E - Projeto de estampos progressivos/transfer 3D (São Paulo, SP) (11) 4718-1611 | www.fitso.com.br

CONSULTAR ABIPLAST - São Paulo, SP Curso: Formação de operadores de produção e planejamento estratégico para micro e pequena empresa (11) 3060-9688 | www.abiplast.org.br

Cetea Ital - Campinas, SP Curso: Design técnico, proteção, segurança, legislação e qualidade de embalagens plásticas (19) 3743-1900 | www.cetea.ital.org.br Colégio Técnico - Campinas, SP Curso: Injeção de termoplásticos e projeto de moldes para injeção de termoplásticos (19) 3775-8600 www.cotuca.unicamp.br/plasticos CTA - São José dos Campos, SP Curso: Auditores da qualidade, gestão da qualidade, normalização, ultra-som, raio-X (12) 3947-5255 www.ifi.cta.br Escola LF - São Paulo, SP Curso: Operação de máquinas de sopro e injetoras, análise de materiais e processamento, projeto de moldes (11) 3277-0553 www.escolalf.com.br Escola Técnica Tupy - Curitiba, PR Curso: Técnico em plásticos (41) 3296-0132 | www.sociesc.org.br INPAME - São Paulo, SP Curso: Operador de prensas e similares (in company) (11) 3719-1059 | www.inpame.org.br IMA - Rio de Janeiro, RJ Curso: Especialização em processamento de plásticos e borrachas (21) 2562-7230 | www.ima.ufrj.br Intelligentia - Porto Alegre, RS Curso: Racionalização de processos de manufatura, desenvolvimento gerencial (51) 3019-5565 www.intelligentia.com.br Itys Fides - São Paulo, SP Curso: Produtividade e eficiência, Custo padrão, Racionalização industrial (11) 4799-4182 | www.oemitys.com.br Ponto Zero - Joinville, SC Curso: Programação CNC Centros de Usinagem - ISO Curso: Programação CNC Centros de Usinagem - Heidenhain Curso: Programação CNC Torneamento Curso: Metrologia básica Curso: Desenho técnico mecânico (47) 3026-3056 www.pontozerotreinamento.com.br

Bertoloti - In company Curso: Melhoria na troca de moldes (11) 8262-8785 | bertoloti@uol.com.br

Sandvik - São Paulo, SP Curso: Técnicas básicas de usinagem, tecnologia para usinagem de superligas, otimização em torneamento e fresamento (11) 5696-5589 www.sandvik.com.br

CERTI - Florianópolis, SC Curso: Metrologia (48) 3239-2120 www.certi.org.br/metrologia

SENAI - Joinville, SC Curso: Tecnologia em usinagem, mecatrônica, ferramentaria (47) 3441-7700 | www.sc.senai.br


conexão www ESPAÇO LITERÁRIO

DICAS DE LEITURA BENCHMARKING: Uma ferramenta para a excelência da gestão Rosângela Maria Pereira Catunda A busca do aprendizado organizacional está cada vez mais presente nas empresas de sucesso. Porém, aprender pressupõe estar aberto a novas ideias e práticas inovadoras. E estar aberto a 'novas ideias' em um mercado competitivo como é o atual, significa dispor de inúmeras alternativas igualmente atrativas. As opções de diferentes práticas de 'classe mundial' podem trazer algumas experiências boas e outras não tão boas, levando as organizações a incorporarem práticas - sem um método validado - que fogem de sua cultura, ou que ainda não estão preparadas. O benchmarking, como ferramenta de inteligência competitiva, estabelece um método que auxilia as organizações a buscarem experiências bem-sucedidas de práticas de 'classe mundial', e a adotarem tais práticas em seus processos de forma a melhorar significativamente seu desempenho. Este livro traz a visão de aprendizado, centrada na melhoria das práticas gerenciais, abordando como pode ser alcançada através de uma metodologia simples, porém pouco utilizada. Apresenta exemplos práticos e exercícios de fixação. Tem 180 páginas. 1ª edição. 2004. ISBN 978-8589792-07-3. http://blogfundodecultura.blogspot.com.br/ REDES DE COOPERAÇÃO EMPRESARIAL: Estratégias de gestão na nova economia Alsones Balestrin, Jorge Verschoore O relacionamento colaborativo com fornecedores, clientes e até mesmo concorrentes é uma das estratégias mais eficazes para a competitividade no atual mundo dos negócios. Calcados em uma década de pesquisas sobre o tema, os autores oferecem nesta obra uma visão aprofundada dos temas das redes de colaboração e um ferramental prático de gestão. O livro está dividido em 4 capítulos: I – Conceitos, com 7 subcapítulos; II – Ganhos competitivos, com 3 subcapítulos; III – Gestão de redes de cooperação, também com 3 subcapítulos e; IV – Considerações finais. Disponível também na versão digital. Com 216 páginas. 2008. ISBN 978-85-77802-68-5 | www.grupoa.com.br PROJETO DE PRODUTO: Guia prático para o design de novos produtos Mike Baxter Enfrentando uma competição severa, as empresas em todo o mundo investem cada vez mais no design como poderoso meio de aumentar a qualidade dos produtos e se diferenciar dos seus concorrentes. Este livro apresenta uma metodologia de projeto de produto orientado para as necessidades do consumidor e do mercado. A sua abordagem é bastante prática, com os principais conceitos organizados em forma de "ferramentas" para serem utilizados como produtos simples, encomendados por instrumentos durante a atividade de projeto. A teoria é ilustrada com diversos casos de aplicação prática. Todos eles foram baseados em projetos desenvolvidos pelo próprio autor e sua equipe do Design Research Centre, ligado à Universidade de Brunel, Inglaterra. Referem-se a pequenas e médias empresas da região. Tem 344 páginas. 3ª edição. 2011. ISBN 978-85-21206-14-9 | www.blucher.com.br ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO José Abrantes A diversidade sociocultural-profissional forma a interdisciplinaridade social, que é a base do associativismo/cooperativismo. No capitalismo, o capital explora o homem. No socialismo, o Estado explora o homem. No associativismo/cooperativismo, o homem utiliza o capital para explorar o seu trabalho. No associativismo/cooperativismo não existe desigualdade totalitária, cada sócio recebe conforme sua produção. 1ª edição. Tem 128 páginas. 2004. ISBN 978-85-71931-06-0 | www.editorainterciencia.com.br

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OPINIÃO

ESTAMOS COMPETINDO COM NÓS MESMOS? Por Edison Dalinghaus| Foto Divulgação

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o Núcleo de Usinagem de Ferramentaria da Associação Empresarial de Joinville - ACIJ, isso já não é mais a regra. A diretriz é trabalhar novas situações em grupo, seja para aumentar a produtividade, seja para diminuir custos, seja para manter o negócio. As dificuldades sempre surgem na porta da empresa, mas temos como deixá-las do lado de fora. Neste sentido o NUFERJ, como é usualmente chamado, em seus 22 anos de atividades, conquistou prêmios, realizou seminários, e foi o embrião da ABINFER. Recentemente concluímos a participação no projeto Empreender Competitivo, do SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, realizado entre os anos de 2010 e 2015. Como resultado de uma das diversas ações, o projeto da Empresa Virtual mostrou o potencial e a capacidade de criação e realização coletiva. Está pronto para atender a ferramentarias e clientes, com toda a governança definida. A Empresa Virtual surgiu da ideia de fazer moldes e matrizes em tempo curto, com boa relação entre custo e benefício, e com qualidade superior. O molde pode ser feito em conjunto por várias empresas, cada uma agregando os componentes e partes do molde em prazos condizentes com a necessidade do cliente. Denominamos de Estratégia de Mosqueteiros, ou seja, “um por todos e todos por um”. As empresas menores se juntam e conseguem atender a mesma quantidade de moldes que uma única ferramentaria de grandes dimensões. Dessa forma, as ferramentarias tornam-se mais competitivas para atender os grandes compradores.

responsabilidades e direitos dos membros da equipe dentro de uma empresa impacta diretamente nos resultados da mesma. Especialmente em momentos de abalo na economia, onde as despesas são mais fortemente controladas e as tensões causadas por incertezas do futuro enfraquecem o grupo, o bom entendimento das oportunidades de crescimento fazem “as coisas” acontecerem. Afinal, as empresas são movidas por seres humanos e suas competências. Para líderes que tem dificuldade de acompanhar e tomar decisões pelo bem do grupo, em uma época onde a mão de obra está tão cara quanto rara, esta ferramenta é altamente eficaz e permite fazer a opção certa na hora da contratação ou promoção, buscando sempre mais e melhor da equipe. Enfim, fica a certeza de que a união e esforço conjuntos são mais produtivos do que ações individualizadas. Participe você também!

Outro excelente trabalho resultante do Empreender Competitivo foi a construção do modelo de Cargos e Salários, minuciosamente elaborado e preciso. A correta determinação das

Edison Dalinghaus Presidente do Núcleo de Usinagem e Ferramentaria da ACIJ edison@torneariaguido.ind.br 70 REVISTA FERRAMENTAL MARÇO.ABRIL 2016




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