Revista Ferramental Edição 67

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EDITORIAL

www.revistaferramental.com.br ISSN 1981-240X DIRETORIA

Christian Dihlmann - Jacira Carrer REDAÇÃO

Christian Dihlmann Jornalista Responsável Gisélle Franciane de Araújo - SC/02466 jornalismo@revistaferramental.com.br COLABORADORES

Dr. Adriano Fagali de Souza, André P. Penteado Silveira, Dr. Cristiano V. Ferreira, Dr. Jefferson de Oliveira Gomes, Dr. Moacir Eckhardt, Dr. Rolando Vargas Vallejos PUBLICIDADE

Coordenação Nacional de Vendas Christian Dihlmann (47) 3025-2817 | 9964-7117 christian@revistaferramental.com.br comercial@revistaferramental.com.br GESTÃO

Administração Jacira Carrer (47) 8877-6857 adm@revistaferramental.com.br Circulação e Assinaturas circulacao@revistaferramental.com.br

VIVER OS SONHOS! Recentemente fiz uma maratona de visitas a diversos clientes de ferramentarias, de vários segmentos da indústria brasileira. Não que devesse ser uma surpresa, mas confesso que fiquei definitivamente convencido sobre a importância do atendimento ao cliente, tão determinante quanto os tradicionais preço, prazo e qualidade. Os reflexos benéficos da assistência profissional competente - smart assistance, englobando todo o processo de articulação e execução do negócio (a pré-venda, o período de construção e o pós-venda) são capazes de superar a aversão a um pequeno sobre preço de produto e/ou serviço ou ainda a necessidade de uma pequena extensão da data de entrega. Também há poucos dias estive em um fornecedor baseado nos Estados Unidos da América e encontrei uma declaração normativa da empresa, que é tida como lei para todos os profissionais desta. Atrevo-me a publicar aqui o inteiro teor desta que, a meu ver, é uma excelente demonstração de respeito e valorização ao consumidor. Assim consta na referida publicação:

EDITORAÇÃO

Martin G. Henschel IMPRESSÃO

Tipotil Indústria Gráfica www.tipotil.com.br A Revista Ferramental é distribuída gratuitamente em todo Brasil, bimestralmente. É destinada à divulgação da tecnologia de ferramentais, seus processos, produtos e serviços, para os profissionais das indústrias de ferramentais e seus fornecedores: ferramentais, modelações, empresas de design, projetos, prototipagem, modelagem, softwares industriais e administrativos, matérias-primas, acessórios e periféricos, máquinas ferramenta, ferramentas de corte, óleos e lubrificantes, prestadores de serviços e indústrias compradoras e usuárias de ferramentais, dispositivos e protótipos: transformadoras do setor plástico e da fundição, automobilísticas, autopeças, usinagem, máquinas, implementos agrícolas, transporte, elétricas, eletroeletrônicas, comunicações, alimentícias, bebidas, hospitalares, farmacêuticas, químicas, cosméticos, limpeza, brinquedos, calçados, vestuário, construção civil, moveleiras, eletrodomésticos e informática, entre outras usuárias de ferramentais dos mais diversos segmentos e processos industriais. A Ferramental tem como pressuposto fundamental que todas as informações nela contidas provêm de fontes fidedignas, portanto, recebidas em boa fé. Logo, não pode ser responsabilizada pela veracidade e legitimidade de tais informações. Quando da aceitação para a publicação, o autor concorda em conceder, transferir e ceder à editora todos os direitos exclusivos para publicar a obra durante a vigência dos direitos autorais. Em especial, a editora terá plena autoridade e poderes para reproduzir a obra para fins comerciais em cópias de qualquer formato e/ou armazenar a obra em bancos de dados eletrônicos de acesso público. As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as mesmas da revista Ferramental. A reprodução de matérias é permitida, desde que citada a fonte. Tiragem: 4.000 exemplares.

EDITORA GRAVO LTDA

Rua Jacob Eisenhut, 467 . Tel. (47) 3025-2817 CEP 89203-070 . Joinville-SC

Capa: Satisfação do cliente Por Pedro Guilherme Oliveira O envio da revista é gratuito às empresas e profissionais qualificados das indústrias de ferramentais, seus fornecedores, compradores e usuários finais. Qualifique sua empresa no www.revistaferramental.com.br

PORQUE O CLIENTE Porque o cliente tem uma necessidade, nós temos um trabalho a fazer. Porque o cliente tem uma escolha, nós devemos ser a melhor escolha. Porque o cliente tem sentimentos, nós devemos ser considerados. Porque o cliente tem urgência, nós devemos ser rápidos. Porque o cliente é único, nós devemos ser flexíveis. Porque o cliente tem grandes expectativas, nós devemos ser excelentes. Porque o cliente tem influência, nós temos a esperança de mais clientes. Por causa do cliente NÓS EXISTIMOS. Considerando essa abordagem, publicamos um completo artigo sobre o tema satisfação do cliente, complementado por questionário, na ficha técnica, de maneira a orientar o leitor na aplicação de metodologia de avaliação sobre o desempenho de sua empresa frente a visão do cliente. Entendemos que assim podemos auxiliar na compreensão da situação momentânea e correção do rumo de operação da companhia. Nesta mesma linha é possível a adoção de modelo similar para avaliação de fornecedores, membros indissociáveis da cadeia de fabricantes de ferramentais. Debatemos parte deste assunto no recente ENAFER - Encontro Nacional de Ferramentarias, a partir do qual obtivemos muitas contribuições de parte dos participantes. O Brasil entra em uma nova etapa da história, que todos esperamos seja positiva. Cada um de nós precisa desempenhar uma parte desta reconstrução, com confiança na recuperação e seriedade na atuação. Somente através de dedicação, transpiração, estudo, espírito inovador, e comprometimento conseguiremos evoluir. Para atingir a excelência, vale considerar o provérbio japonês que diz: treine enquanto eles dormem; estude enquanto eles se divertem; persista enquanto eles descansam; e então, viva o que eles sonham! Christian Dihlmann, Editor

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CARTAS

Primorosa a edição março/abril 2016 da Ferramental. Muito boa a leitura do Relatório ABINFER 2011-2015. Esforço de muitos que mostra excelentes resultados indeléveis e com tendência a crescer na direção correta. Parabéns! Muito bom o artigo técnico do amigo Pinedo. Estou em contato com ele para discutir aspectos relativos aos aços classe trabalho a quente com algumas recomendações para mitigar os efeitos deletérios dessa revolucionária técnica de remoção de aço. João Carmo Vendramim Isoflama - Indaiatuba, SP Obrigado amigo Vendramim, suas palavras nos encorajam, apesar das momentâneas dificuldades de nosso amado Brasil, a continuar firmes na defesa daqueles que diariamente labutam em prol de um mundo melhor e mais justo. Arregacemos as mangas! Desistir jamais!

Após um longo período de expectativa, recebemos o exemplar da Ferramental que contém a matéria sobre nossa empresa, brilhantemente redigida por vocês. Com carinho e muita emoção, quero parabenizá-los. Cada parágrafo me trazia lindas recordações de quando meu pai ainda era vivo. Me deu a impressão que ele estava em pé, ao meu lado, lendo a reportagem. Agradeço pela generosidade das palavras e por todo o carinho. Sílvia Zimbardi Casa das Gravuras - Guarulhos, SP Gostaria de parabenizá-los pela iniciativa de atuar no mundo online e, acima disso, de uma forma visualmente diferente do que estamos acostumados nesse mundo “técnico”. Parabéns pelo site da Ferramental! Amanda Luiza Silva Villares Metals - Sumaré, SP Faço um agradecimento muito especial à toda equipe da revista Ferramental, pois hoje ao chegar em casa recebi o meu exemplar, e dei conta que é o trigésimo artigo que escrevo na coluna Gente & Gestão. Já são mais de 5 anos como colunista de vocês. O que posso dizer: Muito obrigado por tudo, e que Deus abençoe e ilumine vocês. Paulo César Silveira Instituto de Desenvolvimento Humano - Joinville, SC Parabéns Paulo! O caminho que se trilha com empenho, dedicação, amor pelo que se faz e trabalho dedicado a servir é sempre recompensado. Por isto brilhantemente permanece com sua valiosa contribuição à revista. Obrigada pelos magníficos artigos ao qual compartilha com todos nós. Adriane Yared Facebook em 16/06/2016 Obrigado Paulo, você é parte fundamental e um dos pilares do sucesso da Ferramental. Adiante por um Brasil melhor!

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Fiquei contente ao ver a minha resposta na edição de março/abril 2016 da revista Ferramental. E o editorial, como sempre, fantástico. É duro ler a verdade de nosso país, mas, vamos fazer a nossa parte para que isso mude. Também sou fã de Ozires Silva. Recentemente ouvi um podcast dele no Café Brasil e é emocionante ver que um simples brasileiro chegou em posição tão destacada e faz parte da história limpa deste país. Obrigado novamente e um grande abraço. Thiago Passos Mahle Metal Leve - Mogi Guaçu, SP Caro Thiago, você faz parte da solução deste País. Nosso futuro está nas mãos dos jovens de boa intenção e caráter. O Brasil conta com você.

Que bacana essa homenagem, adorei! Em 1961, o governo brasileiro contratou vários espanhóis para darem aulas de ferramentaria na escola SENAI e meu esposo foi um deles. Ficou pouco tempo no SENAI, mas passou grande parte da sua vida ensinando tudo que sabia para quem quisesse aprender e ensinou muitos jovens, inclusive meus filhos. Agora um deles fez o caminho inverso ao do pai e está trabalhando como ferramenteiro na Espanha, sinal que aprendeu direitinho as lições do pai! O engraçado é que muita gente desconhece essa profissão e quando falo ferramentaria, muita gente pensa em martelo, alicate, chave de fenda e sempre tenho que explicar. Mesmo assim alguns não entendem a importância que é a ferramentaria. Desculpem a minha empolgação, é que achei muito válida a homenagem e em nome de todos os ferramenteiros, inclusive do meu finado marido que amava essa profissão e era conhecido como Espanhol ferramenteiro, eu agradeço a revista Ferramental. Muito obrigada! Elaine Ferreira da Silva Matéria Dia do Ferramenteiro - Facebook em 02/06/2016 Na homenagem feita pela Ferramental ao Dia do Ferramenteiro, o site obteve mais de 90.000 curtidas. Estamos orgulhosos em contribuir na valorização dessa profissão tão nobre. Christian Dihlmann Editor - Revista Ferramental Agradecemos os contatos de: Luís Fernando Archilha Diaços Aços e Metais - São Paulo, SP André de Carvalho Barbosa Cromax Eletrônica - São Paulo, SP Célio Luiz Valcanaia Valcanaia Consultores - Joinville, SC Renato P. da Cunha Júnior OverMolding Projetos - São José dos Campos, SP Matthias Neisser VDI-Brasil - São Paulo, SP

Todos os artigos publicados na revista Ferramental são liberados para uso mediante citação da fonte (autor e veículo).


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SUA EMPRESA TEM CLIENTES SATISFEITOS? As empresas precisam compreender o pensamento do seu consumidor e as pesquisas de satisfação são fundamentais neste processo Por André Pioli| Fotos Divulgação

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mercado está em constante mudança, e para se adaptar um bom empreendedor deve sempre tentar estar um passo a frente. E como é que você pode estar um passo a frente de um mercado tão volátil quanto o nosso? A resposta é simples: ouvindo a opinião do seu cliente! Nos tempos atuais, o consumidor está muito crítico e sensível. Com o advento da internet1 quase todo mundo tem acesso à uma grande quantidade de informações e opiniões alheias o tempo todo, o que torna suas escolhas e decisões muito mais criteriosas. Além de estar mais crítico, o consumidor também exige o posicionamento social de uma empresa. Hoje em dia o consumidor quer saber como uma empresa se posiciona perante os mais diversos temas apresentados na atualidade. Empresas grandes e notórias estão mais pressionadas a tomarem posição, mas isso não quer dizer que as menores não tenham que se posicionar. A posição social que os consumidores cobram das empresas é uma posição ativa - que reflita nas comunicações e portfólio2 de produtos da marca. Contudo, a posição que uma empresa toma deve ser realizada com cautela, buscando a convergência com a opinião consensual de seu público-alvo, de modo a minimizar possíveis atritos e contradições. Neste cenário, é bastante comum a aplicação de uma Pesquisa Quantitativa para saber se o público tende a apoiar ou criticar suas ações. O cliente também se preocupa com a ética da empresa. Qualquer empresa que passar por um desvio ético ou legal passará a ser cobrada também pelos seus consumidores. Hoje as empresas estão sujeitas aos tribunais de consumidores, que são rápidos no seu julgamento e não irão esquecer os malfeitos tão rapidamente. Converse abertamente com o consumidor. As empresas precisam ter uma altíssima capacidade de diálogo, de se mostrar ativa, prestativa e entender o que as pessoas estão querendo e comunicar de maneira franca e aberta. Este é o ponto-chave para estreitar o relacionamento e conseguir maximizar a captação e retenção de clientes. A internet mais uma vez se apresenta como uma excelente ferramenta nesse caso, pois é grande a quantidade de informações e opiniões que podem ser apresentadas ao

público, assim como a quantidade de informações e opiniões que o público pode fornecer para a empresa. O consumidor exige personalidade própria por parte da empresa. É fundamental que a instituição tenha uma personalidade clara e que aja de acordo com ela, se aproveitando de situações cotidianas para se posicionar e, assim, construir relações mais íntimas e abertas. Para que essa tarefa se torne um pouco menos desafiadora é importante compreender e fazer um diagnóstico da fatia de mercado que seu produto atinge, para que sua empresa tenha uma personalidade condizente com o público. Pesquisas de mercado, especialmente a de Market Share3, são bastante eficazes neste aspecto. ALGUNS TIPOS DE PESQUISA De forma resumida, podemos descrever os principais tipos de pesquisa da seguinte forma: ! Pesquisa Qualitativa - tem caráter exploratório. Estimula os entrevistados a falar livremente sobre algum tema, produto, instituição. É traduzida por aquilo que não pode ser mensurável. É utilizada para levantamento de percepções e sentimentos do público-alvo; ! Pesquisa Quantitativa - traduz aquilo que pode ser quantificável, ou seja, as opiniões podem ser traduzidas em números para então obter a análise dos dados. O questionário representa um dos meios mais eficazes para testar de forma precisa as hipóteses levantadas;

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! Pesquisa de Satisfação de Clientes - analisa o prazer ou

insatisfação do consumidor. É a principal ferramenta para conhecer o cliente e para identificar falhas e também as oportunidades de melhoria; ! Pesquisa de Opinião - é um levantamento estatístico com amostra específica da opinião pública. Realizada por meio de perguntas para uma fatia deste grupo e extrapolando as respostas para um grupo maior dentro do intervalo de confiança; ! Pesquisa de Mercado -processo que consiste na definição do problema e dos objetivos de pesquisa, desenvolvimento do plano de pesquisa, coleta de informações, análise das informações e apresentação dos resultados para administração. É ideal para a organização descobrir uma oportunidade de mercado. PESQUISAS VIRTUAIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS Tal como na maioria dos setores da sociedade, a internet também é utilizada como aliada na hora do levantamento de dados de pesquisas de opinião. Algumas das apurações que eram feitas antigamente por cartas ganharam velocidade com a ajuda do e-mail4 e de outras ferramentas que garantem resultados muito mais abrangentes, mas nem tudo é vantagem em pesquisas virtuais. O termo pesquisas virtuais se refere a quaisquer levantamentos que são feitos por ferramentas de informática, ou seja, todas as pesquisas por e-mail, Messenger5, Skype6 ou redes sociais se referem a pesquisas virtuais. Obviamente esta modalidade tem ganhado força nos últimos quinze anos, sendo utilizada em conjunto com as pesquisas presenciais e está aos poucos substituindo as pesquisas por telefone e por cartas. Como nas pesquisas de opinião pública tradicionais, as pesquisas virtuais também exigem uma boa apuração de dados e uma metodologia que se enquadre no perfil da pesquisa. Vantagens da pesquisa virtual As vantagens operacionais das pesquisas feitas pela internet são notórias. Além da economia do custo com telefone, deslocamento e logística, a pesquisa pela web7 garante muito mais velocidade. Além disso, a facilidade de responder um e-mail pode aumentar o acesso ao público-alvo, posto que, teoricamente, o entrevistado pode responder a pesquisa a qualquer hora e em qualquer lugar. Para os pesquisados também se apresentou uma vantagem, já que muitas pesquisas virtuais oferecem brindes para as pessoas que a respondem. Em relação às pesquisas feitas pessoalmente, as pesquisas virtuais também apresentam algumas vantagens. A principal é em relação à garantia de anonimato. Quando se faz levantamentos frente a frente, muito entrevistados não se sentem à vontade para responder perguntas mais delicadas, como 08 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

por exemplo, em relação ao clima organizacional de uma empresa. As pesquisas virtuais garantem liberdade para as pessoas se expressarem como quiserem.

Desvantagens da pesquisa virtual Se por um lado as pesquisas feitas com formulários na internet garantem velocidade ao processo, por outro, exigem alguns cuidados especiais para não distorcer os resultados de uma pesquisa.O principal problema acontece em relação à definição da população da pesquisa.Isto acontece principalmente porque o uso da internet é um fator que deve ser levado em conta na hora da apuração de algumas pesquisas. Outro fator importante é a adesão. Por se tratar de algo fácil de “se livrar”, os entrevistados podem simplesmente apagar o e-mail, ou esquecer-se de responder, o que faz com que pesquisas do tipo Web Survey8 tenham o menor índice de retorno do mercado. Exemplo: uma empresa que deseja saber se o melhor é investir no conteúdo web ou em outra forma de mídia. Ela não pode fazer uma pesquisa virtual, porque as chances são de que o resultado sofra distorções a favor da internet. Neste caso, é melhor usar a pesquisa tradicional. Além disso, também é preciso ter cuidado com o perfil das pessoas que estão respondendo os questionários. Algumas perguntas devem ser colocadas na pesquisa apenas para saber se o entrevistado está mentindo sobre algo. CINCO MOTIVOS PARA REALIZAR PESQUISA DE MERCADO ANTES DE INICIAR UM NEGÓCIO Iniciar um empreendimento é um desafio dos mais difíceis. É preciso capital inicial, disposição, paciência, dedicação e mais uma dúzia de pré-requisitos, entre eles, e talvez o mais importante, o planejamento. Para ter sucesso em um negócio é preciso conhecer profundamente o público-alvo dos produtos e serviços que serão oferecidos. E o melhor caminho para conseguir conhecer bem as pessoas que vão (ou deverão) utilizar os seus serviços é através das pesquisas de mercado, pois seus resultados vão muito além de tabelas e núme-


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ros. Estes resultados direcionarão sobre o sucesso ou o fracasso do seu empreendimento. A seguir relacionamos cinco motivos determinantes para justificar a realização de pesquisa de mercado ao iniciar um novo empreendimento: 1) Conhecer mais sobre os clientes Antes de abrir um negócio existem duas coisas básicas que você deve conhecer: uma delas é quem vai utilizar seus produtos e serviços e outra é como agradar este públicoalvo. As pesquisas são essenciais para você conseguir sucesso nestes dois pontos. Com pesquisas quantitativas você descobre quem será seu público-alvo e com as abordagens qualitativas você descobre como vender seus produtos e serviços para eles; 2) Minimizar erros na hora de abrir o seu negócio No mercado corporativo, tempo é dinheiro e dinheiro é precioso. Por isso, você não vai querer desperdiçar nem uma coisa nem outra na hora em que estiver com o seu empreendimento a todo vapor. Planejar e pesquisar são as melhores formas de se conseguir economizar estas perdas futuras, uma vez que você já conhece um pouco sobre onde você vai investir; 3) Enxergar novas oportunidades e nichos para o seu negócio Por mais que você tenha conhecimento sobre as coisas relacionadas à sua realidade (o que chamamos de conhecimento empírico), não há como saber tudo sobre o seu negócio só com as experiências que você e pessoas próximas passaram. Com a realização de pesquisas de mercado você pode descobrir caminhos que farão seu negócio render muito mais. Pode ser alguma característica do público alvo ou um novo segmento no seu negócio. Tanto em um elemento como em outro você só descobrirá os caminhos certos através destas pesquisas de mercado; 4) Diminuir os custos com fornecedores e conhecer a sua concorrência Que tal saber quais são os produtos que atingem diretamente o público-alvo e investir neles? E que tal saber quais são os principais erros da concorrência? A pesquisa de mercado é fundamental para você conseguir ter conhecimento sobre

estes e outros elementos que ajudarão você a economizar dinheiro e bater a concorrência; 5) Conhecer melhor a eficiência dos seus serviços e produtos Por meio das pesquisas qualitativas você consegue conhecer o seu produto pela visão de eventuais clientes. Isto vai ajudar você a planejar, executar e melhorar seus produtos e serviços e, claro,crescer. PESQUISA DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES Antes de explicitar a importância da pesquisa de pósvenda é necessário expor o contexto que solicita que as empresas se atentem emergencialmente a esse tipo de pesquisa. A globalização é um tema importante, pois tal fenômeno tem sido um dos principais coadjuvantes de mudanças nos campos social e econômico no mundo. Se antes o mercado já era concorrido, agora é que a ideia de concorrência está ainda mais presente. Isso se deve ao fato de que quase todas as pessoas têm acesso aos diversos produtos, seja pela internet ou não. As empresas que se preocupam com os seus clientes, aplicando pesquisa de satisfação pós-vendas, tendem a fidelizá-los, tornando-se uma grande influência no poder de decisão de compra. Além disso, com o advento da internet os consumidores passaram a ter um determinado poder. Pela internet e redes sociais, eles podem expressar suas opiniões a respeito de determinada empresa ou produto. Benefícios da pesquisa de pós-venda Diante desse cenário, esse tipo de pesquisa se inscreve como um importante instrumento de melhoria contínua e de relação direta com os diversos públicos da instituição, principalmente com os clientes. Além disso, ela também contribui para atualizar as empresas no que diz respeito às expectativas dos clientes, fornecendo dados importantes no que se refere ao atendimento em geral e até logístico, uma vez que é possível identificar se um produto chegou às mãos do cliente no tempo certo, adequado. Outra referência desse tipo de pesquisa é que, além de estreitar o relacionamento com o cliente, ela fornece dados importantes para que a empresa reveja seus conceitos perante a sociedade, atuando no sentido de melhorar sempre mais a sua gestão, tornando-a excelente. A empresa que emprega esse tipo de pesquisa reflete o seu compromisso com o bem-estar e a satisfação dos seus clientes e passa uma imagem de lealdade e de credibilidade perante a sociedade. A aplicabilidade desse tipo de pesquisa de satisfação, além de trazer os benefícios já expostos, contribui para que a empresa construa ou fortaleça sua imagem de forma positiva perante os seus públicos. Do contrário, pode-se afirmar que REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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as empresas que não buscam conhecer os seus clientes, bem como as suas expectativas e experiências com relação aos produtos ou serviços oferecidos, estão mais vulneráveis a possíveis crises de imagem perante a sociedade.

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Internet: conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. Ela carrega uma ampla variedade de recursos e serviços, incluindo os documentos interligados da World Wide Web (Teia de Abrangência Mundial), e a infraestrutura para suportar correio eletrônico e serviços como comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos [wikipedia.com.br]. 2 Portfólio: lista de trabalhos/produtos de um profissional ou empresa. Refere-se a uma coleção de todo o trabalho em andamento na organização relacionado com o alcance dos objetivos do negócio. Toda organização tem um portfólio, mesmo que não o reconheça especificamente [wikipedia.org]. 3 Market share: termo que designa a participação de uma empresa/produto/marca em algum ramo de atuação. 4 e-mail: do inglês, Electronic mail, significa correio eletrônico. É um método que permite compor, enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação. O termo e-mail é aplicado tanto aos sistemas que utilizam a internet e são baseados no protocolo SMTP, como aqueles sistemas conhecidos como intranets, que permitem a troca de mensagens dentro de uma empresa ou organização e são, normalmente, baseados em protocolos proprietários [wikipedia].

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Messenger: é um serviço de mensagens instantâneas e aplicação de software que fornece texto e comunicação por vídeo. 6 Skype: programa que permite efetuar ou receber chamadas gratuitas pela internet para utilizadores. Pode utilizado para linhas fixas ou móveis. 7 Web: do inglês, significa teia ou rede. O significado de web ganhou outro sentido com o aparecimento da internet. A web passou a designar a rede que conecta computadores por todo mundo, a World Wide Web (www) ou rede mundial. Neste sentido significa um sistema de informações ligadas através de hipermídia (hiperligações em forma de texto, vídeo, som e outras animações digitais) que permitem ao usuário acessar uma infinidade de conteúdos através da internet. 8 Web Survey: é o método de pesquisa que faz o levantamento de informações pela internet.

André Pioli - é estatístico formado pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP. É co-fundador das empresas Instituto de Pesquisas PHD e ATP Serviços de Internet. andrepioli@institutophd.com.br

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EXPRESSAS

POR AÍ Feiras, encontros oficiais, seminários, novas parcerias, Negócios e muito mais você encontra aqui Engenharia de projetos tem encontro para discutir inovação O VII Congresso Ibero-americano de Engenharia de Projetos (CIIP-2016) será realizado de 19 a 22 de outubro de 2016 na cidade de Joinville, SC. O evento é promovido pela RIIPRO - Red Ibero Americana de Ingeniería de Proyectos e organizado pelo Centro de Engenharias da Mobilidade da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Paralela ao VII CIIP será realizada a 5ª Jornada RIIPRO Jovem que se destina a estudantes de graduação e de pós-graduação, os quais poderão apresentar os resultados alcançados em projetos de pesquisa e trabalhos de conclusão de curso. Nesta edição o tema central do evento é: "Os desafios para a engenharia de projetos competitiva e sustentável", constituindo uma excelente oportunidade para difundir o conhecimento e intercambiar experiências entre os profissionais que atuam em temas relacionados com a engenharia de projetos, nos mais diversos campos de atuação, tanto no âmbito científico como tecnológico. As áreas temáticas do CIIP2016 são: engenharia de projetos, experiências e aplicações; engenharia e gestão de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P+D+I); engenharia e gestão de projetos em tecnologias da informação e comunicação (TICs); análise e gestão de riscos em projetos; formulação e avaliação de projetos; gestão financeira de projetos; logística de projetos; gestão socioambiental de projetos; metodologias, técnicas e ferramentas para a gestão de projetos; modelagem e simulação na engenharia de projetos; programas acadêmicos, pedagogia e didática da engenharia de projetos. UFSC 47 3461 5900 ciip2016.com.br 12 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

ISCAR informa adequação na estrutura diretiva Carta recebida de Eduardo Ribeiro: Na busca incessante por melhores resultados e sempre se adequando a novas realidades, informo com muita honra, alegria e satisfação que a partir de 1º de julho de 2016, Leonardo Barbosa estará assumindo a função de Gerente Geral da Iscar do Brasil. Com o objetivo de fazer esta mudança de modo profissional e seguro, estarei pelo menos até o final do ano, acompanhando e me dedicando a Iscar do Brasil como Consultor. Assim os meus contatos permanecem o mesmo e caso haja necessidade ou qualquer dúvida, continuo a inteiro dispor. Eu não tenho a menor dúvida que será uma ótima gestão e desejo ao Leonardo e a toda equipe da Iscar do Brasil muito sucesso nesta nova fase. ISCAR DO BRASIL 19 3826 7100 iscar.com.br 28º Almoço dos Veteranos da Ferramentaria VW O 28º Encontro dos Veteranos da Ferramentaria da Volkswagen será realizado em 17 de setembro de 2016, das 10 às 17h, no restaurante Florestal, em São Bernardo do Campo, SP. Em 2014 o evento reuniu 360 participantes e no último, em setembro de 2015, congregou mais de 400 ferramenteiros e seus familiares. É uma reunião de congraçamento com muitos momentos de diversão e nostalgia. Fotos das celebrações de 2012, 2013, 2014 e 2015 podem ser acessadas no facebook (facebook.com/groups/43081774043 4882/). O evento é aberto e pode (e deve) ser divulgado para amigos e parentes que trabalharam na ferramentaria da VW. Venha fazer parte desta

confraternização. Não precisa fazer a reserva, basta comparecer que será muito bem vindo. Arnaldo Gonçalves Moita 11 4347 3659 arnaldomoita@hotmail.com

Congresso Brasileiro do Plástico em sua segunda edição Especialistas brasileiros e estrangeiros abordarão as qualidades do plástico em diversos setores durante o 2º Congresso Brasileiro do Plástico, que ocorre no Teatro da PUC em Porto Alegre, RS, de 5 a 6 de outubro. Construção civil, medicina, redução do desperdício e o futuro da indústria de transformação serão alguns dos temas apresentados no evento. Uma das presenças internacionais confirmadas é o Dr. Lorenzo Tavazzi. Diretor da Prática de Cenários e Inteligência da EuropeanHouse - Ambrosetti, Tavazzi trabalhou em projetos de estratégia e internacionalização para empresas como ABB, BASF, Unilever, PlasticsEurope Itália e foi responsável por estudos da retomada do setor plástico na Europa. O executivo virá ao Brasil para dissertar sobre o assunto. A importância do plástico na medicina estará em destaque na palestra da Dra. Maria Elizete Kunkel, que falará sobre a evolução das órteses e próteses feitas em impressora 3D. Kunkel é professora adjunta de Engenharia Biomédica, subárea Biomecânica. Trabalhou 8 anos com ensino e pesquisa na Alemanha, no Instituto de Robótica Médica em Braunschweig e no Instituto de Pesquisa em Biomecânica em Ulm. Atualmente,


EXPRESSAS

coordena o Grupo de Biomecânica e Forense da UNIFESP, desenvolvendo pesquisas na área de Tecnologia Assistiva (próteses, órteses e cadeira de rodas), antropometria e criminalística. O Dr. Joaquim Caracas apresentará aplicações racionais do plástico na construção civil. O engenheiro fundou, em 1997, a Impacto, empresa focada no desenvolvimento de sistemas construtivos para lajes prediais, utilizando técnicas patenteadas e inovadoras. Diversas tecnologias de seu portfólio envolvem plástico reciclado, design inteligente e concreto protendido, promovendo economia de até 85% no uso da madeira e até 45% em mão de obra. Esse modelo tem se consolidado por todo o Brasil como um formato inovador e sustentável para a execução de estruturas. A indústria de transformação do plástico será o tema abordado por Éverton Simões Van Dal, engenheiro de Tecnologia da Braskem. Van Dal graduou-se em Engenharia Química pela Universidade Federal do Paraná e pela Universidade Pierre e Marie Curie (França), com períodos de estudo no INSA Toulouse (França) e na Universidade de Newcastle (Inglaterra). É fundador da Escola Piloto de Engenharia Química da UFPR. Participou da Singularity University no campus da NASA na Califórnia, recebendo uma formação em novas tecnologias e inovação. Atualmente, na Braskem, trabalha avaliando novas tecnologias renováveis e também é responsável por iniciativas em impressão 3D. A segunda participação internacional vem da Alemanha. Guido Aufdemkamp, diretor executivo da Flexible Packaging - FPE (Embalagens Flexíveis da Europa) apresentará um painel sobre embalagens flexíveis com ênfase na redução do desperdício de alimentos e resíduos de embalagens. Formado em economia, Aufdemkamp tem como atividade principal representar a indústria de embalagens flexíveis europeia a nível europeu e no cenário internacional. A FPE lida com uma ampla gama de questões relevantes para a indústria de embalagens flexíveis, mais

notavelmente o contato com alimentos, sustentabilidade e questões ambientais. O Congresso também terá espaço para a tecnologia, com a palestra do Dr. Charles Stempniak, CEO da Smart Matrix. O doutorando em Engenharia versará sobre drones, visão computacional e inteligência artificial, destacando o uso dessas tecnologias a serviço da saúde e da segurança. Stempniak trabalha em diversas áreas que envolvem tecnologia de hardware, incluindo design de produtos que demandam injeção de moldes para componentes de plástico e fibra de carbono. Durante o congresso o executivo fará demonstrações com dois drones hexacópteros e um óculos de realidade virtual usado em simulações de voos. Para Alfredo Schmitt, presidente do Congresso Brasileiro do Plástico, a programação proporciona aos participantes a oportunidade de ter acesso a informações e conhecimento dos mais variados segmentos, mas todos destacando a importância do plástico. “Contaremos mais uma vez com um excelente grupo de palestrantes. São profissionais de alto nível, que apresentarão cases de diversas áreas nas quais o plástico é essencial para o exercício das suas atividades”, explica o executivo. O Congresso é organizado por três importantes sindicatos do setor do plástico – Sindicato das Indústrias de Materiais Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Vale dos Vinhedos (Simplavi) e Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Rio Grande do Sul (Sinplast). Além dos sindicatos, o evento tem o patrocínio de empresas como Braskem, Fitesa e FFS Filmes. Entidades do setor como a Plastivida, Instituto do PVC, e ABIEF que também patrocinam o evento. O evento conta com apoio especial de entidades como a ABIPLAST, Adirplast, Simpep, Simpesc, além de ABIMAQ, ABINFER, ABRAPLA, INP, SIMPLAST, SIMPLAS NP e SINDIPLAST. Congresso Brasileiro do Plástico 54 3228 1251 congressodoplastico.com.br

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14 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016


EXPRESSAS

14º Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes ocorre em outubro A Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração - ABM, entida-de com mais de 70 anos de existência, cuja missão é a difusão do conhecimento técnico-científico nos setores de atuação, realizará nos dias 26 e 27 de outubro, em Sorocaba, SP, o Encontro da Cadeia de Ferramentas, Moldes e Matrizes. Este evento possui tradição consolidada de sucesso, recebendo projetistas, fabricantes e usuários de ferramentas, sendo considerado uma ótima oportunidade de estreitamento de relacionamentos interpessoais (indústria, profissionais e instituições de ensino), e de aprimoramento profissional, além da divulgação de produtos e serviços. A coordenação desta edição está a cargo do consultor Luiz Roberto Hirschheimer, com a contribuição de um importante comitê organizador formado por profissionais da indústria e da academia, que trazem para debate o tema "Novas oportunidades para ferramentarias". A programação será composta por palestras, debates, mini cursos, além de um coquetel de boas-vindas e homenagem ao Engenheiro Carlos Eduardo Pinedo. ABM 11 5534 4333 abmbrasil.com.br SIMPLÁS empossa nova diretoria e outorga Mérito do Plástico Na primeira manifestação pública como presidente reeleito para o segundo mandato à frente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (SIMPLÁS), durante a outorga do Mérito Plástico Pietro Zanella, em Caxias do Sul, RS, no dia 2 de setembro, Jaime Lorandi conclamou toda a sociedade, mas principalmente os empresários, a participarem de maneira mais próxima da vida política de suas comunidades e do país. O discurso abriu a solenidade em que, simultaneamente, ocorreu a posse da nova diretoria para o triênio 2016-2019 e foi conferida a mai-

or honraria do sindicato aos empresários Gelson de Oliveira, da empresa Natiplast e Vice Presidente Técnico da ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais, e Jobem Donada, da Dompel. “Agora vivemos um momento de esperança, porque, pelo menos, sabemos quem é o chefe de Estado e de Governo da nação. Agora já sabemos quem governa o país. Mas, temos grande responsabilidade, como sociedade, de participar mais da política, de estar mais próximos das pessoas a quem confiamos nosso voto, cobrando e fiscalizando a aplicação de recursos. Como empresários, além de cuidar bem de nossas famílias e de nossas empresas, precisamos ser mais participativos na busca por desenvolvimento econômico e social para toda sociedade”, sublinhou Lorandi. A largada para a nova gestão ganhou a chancela do vicepresidente de Indústria da CIC, Carlos Zignani. O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Vale dos Vinhedos (Simplavi), Ivânio Arioli, ofereceu ainda uma placa homenageando a executiva do período 20132016. A cerimônia também foi prestigiada pelo presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast), Edilson Deitos. A FIERGS foi representada pelo empresário Carlos Heinen e o governo gaúcho, por Marcus Vinícius Carbelon. “Gostaria de agradecer muito aos 19 colegas empresários que aceitaram o desafio de formar a diretoria pelos próximos três anos”, concluiu Lorandi. SIMPLÁS 54 3228 1251 simplas.com.br

Jobem Donada, Jaime Lorandi e Gelson de Oliveira Foto: Júlio Soares

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CONEXÃO WWW

SINIEM

siniem.org.br

O Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia de Metais - SINIEM (nova denominação do SIEMESP - Sindicato da Indústria de Estamparia de Metais do Estado de São Paulo) figura entre os mais antigos sindicatos patronais do setor metalúrgico. Sua história teve início em 15 de maio de 1941 quando foi lavrada a Carta Sindical para a sua base territorial no município de São Paulo. Desde aquela época, a entidade participa da FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Em 23 de outubro de 2007, a entidade foi reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego como sindicato patronal específico para a atividade de estamparia de metais e passou a ser denominado como Sindicato Nacional da Indústria de Estamparia de Metais – SINIEM, com representação válida em 25 unidades da Federação, que incluem o Distrito Federal e 24 estados. Nos últimos anos, a representação do sindicato foi ampliada com a associação de empresas produtoras de embalagens de alumínio (latas e aerossóis) e de componentes metálicos. Atualmente reúne fabricantes de latas de aço, latas para bebidas, aerossóis de aço e de alumínio, tampas metálicas, bisnagas de alumínio, tambores de aço e fabricantes de componentes metálicos (peças estampadas) para diversas cadeias produtivas.

WWW MPEduc

mpeduc.mp.br

O Ministério Público pela Educação (MPEduc) é um projeto desenvolvido para ser executado em parceria entre o Ministério Público Federal e o Ministério Público dos Estados. Seu principal objetivo é o de estabelecer o direito à educação básica de qualidade para os brasileiros. Afinal, a educação faz toda a diferença para o pleno desenvolvimento da pessoa, para o exercício de sua cidadania e em sua qualificação para o trabalho. Os objetivos do projeto são: estabelecer o direito à educação como prioridade nos trabalhos desenvolvidos pelo MP; levar ao conhecimento do cidadão informações essenciais sobre seu direito de ter acesso a um serviço de educação de qualidade, bem como sobre seu dever em contribuir para que esse serviço seja adequadamente prestado; identificar os motivos dos baixos índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de grande parte dos municípios e escolas brasileiras; acompanhar a execução das políticas públicas estabelecidas pelo MPC/FNDE, bem como a adequada destinação dos recursos públicos; verificar a existência e a efetividade dos conselhos sociais com a atuação na área de educação.

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TECNOLOGIA

MÁQUINA DE ENSAIO DE COMPRESSÃO NA ERA DA 4 a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Adequar as empresas à nova revolução industrial é um processo irreversível. Para tanto, minimizar os custos através do desenvolvimento de equipamentos compatíveis e de baixo impacto financeiro é uma tendência e chave para a sobrevivência dos negócios. Por Lucas Boeira Michels | Foto Divulgação

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s métodos de fabricação sofreram significativas mudanças ao longo dos anos (figura 1). No início os processos de produção eram artesanais, contavam com poucas ferramentas, técnicas simples e métodos rústicos. Com o passar do tempo, com o avanço da ciência, a descoberta de novas tecnologias e o crescimento das cidades, a economia que era de base agrária com sede no campo, passou a ser urbanizada. E com a introdução da mecanização da manufatura e a máquina a vapor iniciou-se a primeira revolução industrial (Shrouf, Ordieres e Miragliotta, 2014). Anos depois, com a descoberta da eletricidade e a introdução da produção em série a fabricação tornou-se um processo seriado e padronizado gerando produtos com qualidade mais homogeneizada sendo considerado este período a 2ª revolução industrial. Com o advento do computador e da integração da eletroeletrônica com a mecânica, os processos passaram a ser automatizados. Tais inovações foram consideradas parte da terceira revolução industrial, também chamada de revolução digital (Shrouf, Ordieres e Miragliotta, 2014). O cenário atual do mercado e da indústria mostra uma pressão pela necessidade de individualização de produtos. Os consumidores estão cada vez mais exigentes e criteriosos na hora de decidir qual produto comprar. É necessário maior rastreabilidade e personalização nos produtos. Por conta disso, a metodologia de produção em massa, criada anos atrás, vem sendo substituída pela produção customizada (Scheuermann e Verclas, 2015). Especialistas afirmam que a chave para atingir esta mudança de paradigma do mercado produtivo é a introdução dos Sistemas Ciber-Físicos no lugar dos tradicionais sistemas de fabricação automatizados (Scheuermann e Verclas, 2015). Assim como a máquina a vapor foi o estopim da primeira revolução industrial, a quarta revolução industrial já vem sendo protagonizada pela evolução das telecomunicações e pela intercomunicação de dispositivos inteligentes através do conceito da "internet1 das coisas" (IoT-

Internet of Things). Este simples conceito é uma junção das tecnologias de comunicação sem fio e outras Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) que têm tornado possível que exista comunicação e processamento de dados em praticamente todas as "coisas" que se pode imaginar. Já é visto que a produtividade e eficiência na fabricação industrial vêm sendo elevada pela incorporação das tecnologias de informação e comunicação (ICT - Information and Communication Technologies) (Posada, Toro, et al., 2015). Mas há ainda um grande potencial a ser explorado com a introdução destas tecnologias. Por reconhecerem esta capacidade de aplicação da TIC na indústria, iniciativas e programas governamentais vêm sendo criados mundialmente para estruturar a nova indústria, tais como a Internet Industrial e a Advantage Manufacturing Partnership nos Estados Unidos da América, a Industrie 4.0 na Alemanha, a La Nouvelle France Industrielle na França (Posada, Toro, et al., 2015). Sem dúvida a internet é uns dos “carros chefe" deste novo paradigma, pois é através dela que tudo se interconecta incluindo máquina e fábricas. Mas não é só isso. Na prática todas as iniciativas internacionais buscam criar a "indústria inteligente" de modo a aproveitar a tecnologia que temos hoje de comunicação, controle e programação para tornar as fábricas em organismos integrados, flexíveis, interconectados e inteligentes. 2ª revolução Industrial (1800-1950) Manufatura • Processos artesanais

• Produção em massa (Sistemas físicos e energia elétrica)

4ª revolução Industrial (2000-2020) • Sistemas ciber-físico

1ª revolução Industrial (1700-1750)

3ª revolução Industrial (1950-2000)

• Mecanização (Sistemas físicos)

• Automação (Sistemas ciber)

Figura 1 – Evolução dos processos de fabricação

As transformações na área industrial seguem tendências globais como a "Internet das Coisas e Serviços – IoT&S", autoREVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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TECNOLOGIA

mação industrial, conectividade e informação ubíqua2, cibersegurança, inteligência robótica, gerenciamento do ciclo de vida do produto, tecnologias semânticas3 e a Industrial Big Data4 (Posada, Toro, et al., 2015). A internet das coisas não é um conceito novo, mas na prática só recentemente está sendo implementado com maior intensidade. A IoT é um fenômeno que se baseia na comunicação máquina para máquina (M2M – Machine to Machine) (Andreev, Galinina, et al., 2015). A ideia básica é um sistema onde os itens físicos são enriquecidos com eletrônicos misturados (sensores, identificador RFID5, etc.) e conexão com internet. A "internet das coisas" se baseia em objetos e rede inteligentes. Graças a esta integração os objetos tornam-se ativos do processo podendo, inclusive tomar decisões (Shrouf, Ordieres e Miragliotta, 2014) como por exemplo, um microondas que verifica que você chegou em casa através da presença do celular e pergunta se deseja descongelar algum alimento para o jantar, enviando uma mensagem no WhatsApp6. Normalmente, ele só irá perguntar isso, pois registrou na memória, durante um período, que você tem feito esta prática constantemente. Atualmente já temos dispositivos inteligentes dentro de casa como as SmartTV e os smartphones7. São dispositivos que acessam a internet e utilizam recursos que antes somente os computadores podiam acessar. Este é o princípio da IoT. Porém, ela vai muito além disso. O que se espera é que no futuro estas tecnologias (como ilustrado na figura 2) se tornem cada vez mais comuns no dia a dia, proporcionando comunicação entre dispositivos, eletrodomésticos, serviços e qualquer outro objeto inteligente.

Figura 2 – Internet das Coisas em uma residência

É seguindo esta tendência da internet das coisas que a 4ª revolução industrial vêm acontecendo. A grande mudança no panorama das novas fábricas é a adoção dos sistemas ciber-físicos (CPS-do inglês Cyber Physical System) de forma 18 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

integrada. As fábricas inteligentes são diferentes das linhas de produção tradicionais. No novo conceito a indústria é composta de máquinas inteligentes, sistemas de armazenamento de dados, e facilidades de produção incluindo a troca de informação com autonomia e inteligência, com capacidade de decidir e disparar ações, controlando cada máquina independentemente (Posada, Toro, et al., 2015). Os sistemas ciber-físicos quando organizados para a fabricação são chamados também de "sistemas de produção ciber-físicos" (CPPS- do inglês Cyber Physical Production System) (Posada, Toro, et al., 2015). Nas fábricas tradicionais os equipamentos são rígidos, isto é, operam baseados em uma programação limitada a poucas variáveis, não se integram, não se comunicam, não compartilham informações entre si que possam adiantar ou subsidiar decisões sobre um determinado processo e não reconhecem as capacidades dos demais equipamentos à sua volta, assim como já vemos exemplos entre um smartphone e um som automotivo. A concepção da nova revolução industrial é gerar um sincronismo entre dispositivos desiguais ou componentes ciber-físicos que estão distantes geograficamente, mas ficam interligados em diferentes setores e serviços inteligentes. Tanto a "internet das coisas", quanto os "sistema ciber-físicos" formam a tecnologia básica para modelar a nova indústria inteligente (Varghese e Tandur, 2014). Os sistemas ciber-físicos, na verdade, são uma combinação de máquinas com sistemas computacionais, em que se utiliza comunicação, computação e, principalmente o controle, para ser operacionalizado. A 4ª Revolução Industrial adota a mesma ideia de "internet das coisas" aos sistemas ciber-físicos e torna equipamentos "inteligentes", resultando na verdadeira internet industrial. O significado disso é que todos os equipamentos de uma fábrica estarão conectados à uma rede, o que proporcionaria inclusive o acesso remoto de equipamentos, controle via internet móvel por tablets8 ou celulares e comunicação com grandes bancos de dados (Big Data). As vantagens de integrar sistemas ciber-físicos têm impulsionado ainda mais a revolução da indústria no sentido da integração máquina para máquina e na criação de uma fábrica inteligente. As principais são: eficiência, fluxo de trabalho, segurança operacional e segurança no ambiente fabril (Scheuermann e Verclas, 2015), mais inteligência, aumento da adaptabilidade, eficiência e ergonomia de recursos e maior integração com usuários dentro das atividades de definição do produto (Stork, 2015). Alguns estudos feitos com organizações que já implementaram a Smart Manufacturing9 afirmaram ter experimentado benefícios como: maior eficiência, redução de defeito dos produtos e aumento da satisfação dos clientes (Shrouf, Ordieres e Miragliotta, 2014). A ideia é manter o foco na confiabilidade, latência e longevidade dos dispositivos de comunicação (Varghese e Tandur, 2014).


TECNOLOGIA

ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE MÁQUINA DE ENSAIO DE COMPRESSÃO INTELIGENTE Para produzir peças conformadas, as máquinas de ensaio são fundamentais na determinação das propriedades mecânicas de um metal. Alguns dos parâmetros mais importantes para se projetar uma peça são a tensão de escoamento10 (kf) e a tensão inicial de escoamento (kf0) do metal bruto. Estes dados tradicionalmente são obtidos experimentalmente através de máquinas de ensaio de compressão ou tração. São dados que servem como base para calcular e determinar a força, energia e outras variáveis do processo de conformação. Atualmente está em desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pelo Instituto Federal de Santa Catarina e pela Universidade Federal de Santa Catarina uma máquina de ensaio de compressão inteligente, chamada de SmartMEC. Estas instituições se uniram cooperativamente para trocar conhecimentos e desenvolver estudos para um projeto ligado à 4ª Revolução Industrial. A máquina tem o intuito de transformar a ideia das tradicionais máquinas de ensaio de compressão, que são totalmente rígidas e isoladas, em um sistema ciber-físico. Isto é, uma máquina inteligente, que se comunica com outras, com flexibilidade na comunicação e suporte a banco de dados, inteligência artificial e classificadores computacionais. As máquinas de ensaio tradicionais são rígidas, pois dependem de um computador com aplicativo específico instalado para serem operadas. Além disso, precisam ter um computador conectado diretamente a ela via cabo e os dados não podem fornecer informações diretamente ao processo produtivo de modo a direcionar um processo de forma dinâmica. Com a SmartMEC a proposta é que o equipamento faça parte dos sistemas ciber-físicos que compõem a indústria, trocando dados entre máquinas, ou simplesmente, oferecendo maior comodidade na análise do material, pelo uso de qualquer computador, tablet ou smartphone como painel de controle, sem necessidade de instalações de configurações ou recursos adicionais. Um exemplo de aplicação da SmartMEC em linha de produção seria conforme ilustrado na figura 3.

teriormente, uma amostra do material é selecionada para ser transformada em corpos de prova e uma máquina inteligente produz as amostras solicitadas. Na sequencia, as amostras são enviadas para a SmartMEC para análise da máquina. Através da análise da SmartMEC o material é caracterizado e comparado com as características esperadas e que foram definidas durante a fase de projeto. Por comparação com dados cadastrados na SmartMEC, os resultados são avaliados automaticamente e, caso estejam fora do padrão esperado (cadastrado), tanto o projetista quanto o pessoal da área comercial (e até mesmo o fornecedor) são informados de que o material adquirido não está de acordo com o especificado, e podem tomar as devidas soluções para troca do material. Por outro lado, se o material está de acordo com os padrões esperados, o projetista recebe a certificação e a SmartMEC libera o transporte do lote completo do material para ser direcionado para a prensa correspondente à capacidade escolhida para a fabricação das peças. Além disso, na fase de projeto, se o engenheiro precisar conhecer as características de um metal novo, ele poderá extrair parâmetros através da SmartMEC e assim cadastrar o material no programa de simulação ou apenas cadastrar no próprio sistema da SmartMEC para, no futuro, identificar e validar um novo lote de material que for adquirido, assim como foi descrito acima. Protótipo da SmartMEC Para fins de aplicação da ideia da SmartMEC, um protótipo em tamanho reduzido foi desenvolvido conforme ilustrado na figura 4. Esta máquina possui uma estrutura mecânica acompanhada de um cilindro hidráulico para produção de força; um sistema de alimentação de corpos de prova automatizado para armazenamento e inserção dos corpos de prova; uma câmera de imagens e por fim um sistema de medição composto pelos sensores de força (célula de carga) e de deslocamento (régua potenciométrica).

Figura 3 – Exemplo de fluxograma de produção em indústria de conformação com aplicação da SmartMEC

Inicialmente o projetista define algumas características da peça que ele quer produzir e então solicita à área comercial para adquirir o material. Quando o material chega, ele é cadastrado e ligado ao lote da peça que está sendo projetada, indo para expedição, onde é recebido e armazenado. Pos-

Figura 4 – Estrutura de compressão da SmartMEC REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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De modo mais amplo, a SmartMEC não é composta apenas pela estrutura de compressão. A figura 5 ilustra melhor o complexo sistema multicomponente que compõe a Máquina de Ensaio de Compressão Inteligente. No item "a" da figura 5 está a estrutura de compressão. É onde ocorre a deformação dos corpos de prova para o ensaio de compressão. O item "b" é a unidade hidráulica responsável por gerar o fluxo de óleo para o cilindro hidráulico da estrutura de compressão. O item "c" é o painel de controle do motor elétrico que aciona a unidade hidráulica. O item "d" identifica o painel de processamento de dados. Este painel possui todos os dispositivos de controle e comunicação que a SmartMEC precisa para se comunicar com a internet, coletar dados dos sensores, capturar imagens da câmera e controlar reles e acionamento dos motores. O item "e" indica o servidor de internet, onde está a página eletrônica (site) com o painel de controle (item "i") da SmartMEC. O item "h" é apenas a representação e confirmação da ideia de uma máquina multiespacial, pois o acesso aocontrole da SmartMEC pode ser feito via dispositivos com internet (com ou sem fio) e portanto, são dispositivos que fazem parte do complexo sistema que é a SmartMEC mas não estão fisicamente conectados à ela.

tensão de escoamento conforme ilustrado na equação 1. Esta equação é um dos parâmetros básicos que o projetista precisa para determinar a força e outras variáveis do processo de fabricação de uma peça. Além disso, para que o sistema reconheça qual é o material, ensaios prévios para conhecimento do metal devem ser cadastrados e salvos no banco de dados para serem classificados pelo método SVM11. Portanto, os ensaios prévios são uma espécie de "treinamento" com dados experimentais e para que a SmartMEC possa comparar e determinar se um material se aproxima ou não do material cadastrado, classificando-o como "compatível" ou "incompatível" com aquelas características já analisadas.

kf = C.jn

Equação 1

onde kf = tensão de escoamento [N/mm²]; j = deformação verdadeira [-]; C = Coeficiente de resistência [N/mm²]; n = Coeficiente de encruamento [-]. Conforme comentado, o treinamento da SmartMEC foi baseado nos coeficientes C e n e são eles que auxiliam na identificação do material. Para efeitos de teste foram gerados 185 conjuntos de dados com os coeficientes C e n da liga de alumínio 4043, onde 70 foram classificadas como "compatíveis" e os outros 115 foram definidos como metais "incompatí-veis". Após este procedimento o sistema gera uma matriz de dados que auxilia na identificação do material do ensaio, para assim comparar as propriedades mecânicas dos próximos ensaios e determinar a proximidade com o material cadastrado. TESTES DE APLICAÇÃO DA SMARTMEC Para testar a funcionalidade e repetibilidade do processamento das informações da SmartMEC foram realizados vinte ensaios operado a partir deum smartphone. Na figura 6, estão plotados os 20 experimentos realizados. Esta ilustração demonstra que, desconsiderando as possíveis heterogeneidades de composição dometal, há uma repetibilidade dos dados gerados pela SmartMEC.

Figura 5 – Esquema geral do SmartMEC

Sistema de Análise, Reconhecimento e Parametrização do Metal O primeiro protótipo da SmartMEC foi programado para a determinação da tensão de escoamento (kf) de um metal e reconhecimento do metal com o uso de classificadores binários. Quando o metal é deformado pelo processo de ensaio na SmartMEC, ela primeiro determina a curva de escoamento do metal e então fornece os coeficientes C e n da equação da 20 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

Figura 6 – Curva de escoamento dos ensaios da SmartMEC


TECNOLOGIA

Após o processo de ensaio, o sistema responsável por realizar a classificação leu os dados do banco de dados e gerou as constantes necessárias para classificação do metal conforme ilustrado na figura 7.

Figura 7 – Coeficientes “C” e “n” encontrados pela SmartMEC

Além disso, a SmartMEC conseguiu classificar todos os 20 ensaios como sendo válidos e compatíveis com o material do cadastro, conforme ilustrado na figura 8, o que aponta um primeiro avanço no assunto sobre a identificação dos metais. Caso a SmartMEC estivesse conectada a uma linha de produção, os demais equipamentos já estariam sendo consultados e preparados para direcionar e receber a produção da peça do projeto conforme já planejado pelo engenheiro projetista.

Figura 8 – Detalhe do sistema exibindo que o material é “compatível”

CONSIDERAÇÕES FINAIS Sem dúvida, obter uma Máquina de Ensaio de Compressão Inteligente de baixo custo é um processo extremamente complexo devido às questões de interferência e a integração com o sistema de gerenciamento e controle. Entretanto, nesta primeira versão foi possível adquirir um grande conhecimento sobre o processo de fabricação e montagem dos componentes mais sensíveis do sistema e os detalhes desta integração ciber-física. E desta forma conseguiu-se desenvolver um equipamento que pudesse flexibilizar o controle, monitoramento e obtenção dos dados através de navegadores de smartphones, tablets e notebooks, sem instalação de qualquer programa, aplicativo ou driver específico. Portanto, para operar a máquina de ensaio não é necessário estar ao lado dela, nem mesmo dentro da empresa. Basta estar conectado na internet em um dispositivo móvel e acessar a URL12 da página de controle. Este item aumenta a segurança do operador, pois faz com que ele possa sair de perto da máquina para realizar o ensaio e demonstra um avanço na evolução do acesso que antes era restrito a um equipamento (computador) de forma dedicada, e agora pode ser acessado por dispositivos comuns, sem necessidade de instalação prévia no sistema. O mais importante no desenvolvimento de um equipamento ciber-físico é que ele é uma parte fundamental no processo, fornecendo dados para o rastreamento da peça em nível de matéria-prima, gerando relatórios e auxiliando nas decisões da empresa de forma mais dinâmica devido à sua integração com dispositivos com acesso à internet, ao banco de dados e, principalmente, às outras máquinas e serviços da fábrica. Mesmo sendo um protótipo operando com corpos de prova em torno de 7 mm de altura e 4,7 mm de diâmetro, e que a altura foi determinada pelo próprio mecanismo de medição da SmartMEC, a amostra de 20 ensaios demonstrou claramente a semelhança entre as curvas de escoamento e que uma máquina em tamanho industrial teria muito mais facilidade de ser implementada em uma ciber indústria. Por fim, considera-se que a SmartMEC é uma possibilidade de baixo custo para seguir no rumo das fábricas inteligentes, visto que demonstrou capacidades de processamento, fluxo de dados, repetibilidade dos resultados, boa identificação de metais por métodos de classificação avançados e transmissão e acesso remoto via internet com custo relativamente baixo. REFERÊNCIAS [1] Andreev, S. et al.; Understanding the IoT connectivity landscape: a contemporary M2M radio technology roadmap. IEEE Communications Magazine - Communications Standards Supplement.Pg 32-40.September 2015. REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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TECNOLOGIA

[2] Posada, J. et al.;Visual computing as a key enabling technology for Industrie 4.0 and Industrial Internet. IEEE Computer Graphics and Applications, Mach/Abril 2015. [3] Scheuermann, C.; Verclas, S.;Agile factory - an example of an Industry 4.0. 3rd International Conference on CyberPhysical Systems, Networks, and Applications. [S.l.]: [s.n.]. 2015. [4] Shrouf, F.; Ordieres, J.; Miragliotta, G.;Smart Factories in Industry 4.0:a review of the concept and of energy management approached in production based on the Internet of Things paradigm. [S.l.]: [s.n.]. Pg 697-701. 2014. [5] Stork, A.;Visual computing challenges of advanced manufacturing and Industrie 4.0. IEEE Computer Graphics and Applications, March/Abril 2015. [6] Varghese, A.; Tandur, D.;Wireless requirements and challenges in Industry 4.0. Contemporary Computing and Informatics (IC3I),. [S.l.]: [s.n.]. 2014. 1

Internet: é um conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. Ela carrega uma ampla variedade de recursos e serviços, incluindo os documentos interligados da World Wide Web (Teia de Abrangência Mundial), e a infraestrutura para suportar correio eletrônico e serviços como comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos [www.wikipedia.com.br]. 2 Ubíqua: em toda parte. O termo Computação ubíqua, do inglês Ubiquitous Computing ou ubicomp, ou ainda computação pervasiva, é um termo usado para descrever a onipresença da informática no cotidiano das pessoas.Computação ubíqua tem como objetivo tornar a interação homem computador invisível, ou seja, integrar a informática com as ações e comportamentos naturais das pessoas. Não invisível como se não pudesse ver, mas, sim de uma forma que as pessoas nem percebam que estão dando comandos a um computador, mas como se tivessem conversando com alguém. Além disso, os computadores teriam sistemas inteligentes que estariam conectados ou procurando conexão o tempo todo, dessa forma tornando-se assim onipresentes [www.wikipedia.com.br]. 3 Web semântica: é uma extensão da World Wide Web atual, que permitirá aos computadores e humanos trabalharem em cooperação. A Web semântica interliga significados de palavras e, neste âmbito, tem como finalidade conseguir atribuir um significado (sentido) aos conteúdos publicados na internet de modo que seja perceptível tanto pelo humano como pelo computador. A web semântica é a relação de interatividade do homem e o computador, onde um depende do outro para a conclusão de tarefas [www.wikipedia.com.br]. 4 Big Data: do inglês, significa grandes dados ou megadados. Em tecnologia da informação (TI) refere-se a um grande armazenamento de dados e maior velocidade. Diz-se que o Big Data se baseia em 5 "V": velocidade, volume, variedade, veracidade e valor. 5 RFID: do inglês Radio-Frequency IDentification, significa identificação por rádio-frequência. É um método de identificação automática através de sinais de rádio, recuperando e armazenando dados remotamente através de dispositivos denominados etiquetas RFID. Uma etiqueta ou tag RFID é um transponder, pequeno objeto que pode ser colocado em uma pessoa, animal, equipamento, embalagem ou produto, dentre outros. 6 WhatsApp: aplicativo de mensagens multiplataforma que permite tro22 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

car mensagens pelo celular sem pagar por SMS. Está disponível para iPhone, BlackBerry, Android, Windows Phone, e Nokia. 7 Smartphone: do inglês smart = inteligente e phone = telefone. É um telefone móvel com funcionalidades avançadas que podem ser estendidas por meio de programas executados por seu sistema operacional. Os sistemas operacionais dos smartphones permitem que desenvolvedores criem milhares de programas adicionais, com diversas utilidades. Geralmente um smartphone possui características mínimas de hardware e software, sendo as principais a capacidade de conexão com redes de dados para acesso à internet, a capacidade de sincronização dos dados do organizador com um computador pessoal, e uma agenda de contatos que pode utilizar toda a memória disponível do celular [wikipedia]. 8 Tablet: dispositivo pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para acesso à internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para entretenimento com jogos.Apresenta uma tela sensível ao toque (touchscreen) que é o dispositivo de entrada principal. A ponta dos dedos ou uma caneta aciona suas funcionalidades. É um novo conceito: não deve ser igualado a um computador completo ou um smartphone, embora possua funcionalidades de ambos. 9 Smart Manufacturing: do inglês smart = inteligente e manufacturing = manufatura. 10 Tensão de escoamento: também chamado de Limite de Escoamento ou Limite Elástico Aparente. Ou ainda tensão de cedência ou tensão de limite elástico (em Portugal). É a tensão máxima que o material suporta ainda no regime elástico de deformação. Se houver algum acréscimo de tensão o material não segue mais a Lei de Hooke e começa a sofrer deformação plástica (deformação definitiva). O limite de escoamento é o ponto onde começa o fenômeno escoamento, a deformação irrecuperável do corpo de prova, a partir do qual só se recuperará a parte de sua deformação correspondente à deformação elástica, resultando uma deformação irreversível [wikipedia.org]. A unidade de medida é dada em Pascal [Pa] e [Pa] = [N/m²], [MPa] = 106 [Pa] ou [MPa] = [N/mm²]. 11 SVM: do inglês Support Vector Machine, significa máquina de vetores de suporte. É um conceito na ciência da computação para um conjunto de métodos do aprendizado supervisionado que analisam os dados e reconhecem padrões, usado para classificação e análise de regressão. O SVM padrão toma como entrada um conjunto de dados e prediz, para cada entrada dada, qual de duas possíveis classes a entrada faz parte, o que faz do SVM um classificador linear binário não probabilístico [wikipedia.org]. 12 URL: do inglês Uniform Resource Locator, significa Localizador Padrão de Recursos. É o endereço de um recurso disponível em uma rede, seja a rede internet ou intranet. Em outras palavras, é um endereço virtual com um caminho que indica onde está o que o usuário procura, e pode ser tanto um arquivo, como uma máquina, uma página, um site, uma pasta etc. Também pode ser o link ou endereço de um determinado site [significados.com.br].

Lucas Boeira Michels Tecnólogo em Eletromecânica e Mestre em Educação pela Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina -UNESC. Professor pesquisador do Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC Campus Araranguá. Doutorando


TECNOLOGIA

no programa de pós-graduação em Engenharia de Minas, Materiais, Metalúrgica-UFRGS. http://lattes.cnpq.br/2395000308112725 lucasboeira@ifsc.edu.br Lírio Schaeffer - Engenheiro Mecânico e Mestre em Engenharia de Minas, Metalúrgica e Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Doutor na área de Conformação Mecânica pela Universidade Técnica de Aachen na Alemanha (Rheinisch-Westfalischen Technischen Hochschule RWTH). Coordenador do Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) do Centro de Tecnologia da Escola de Engenharia da UFRGS. Pesquisador na área de Mecânica, Metalurgia e Materiais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), professor das disciplinas relacionadas aos processos de fabricação por conformação mecânica e vinculado ao programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica, Minas e Energia (PPGEM) da UFRGS. http://lattes.cnpq.br/1093242836059112 schaefer@ufrgs.br

Federal do Rio Grande do Sul -UFRGS. http://lattes.cnpq.br/5501474017902654 vilson.gruber@ufsc.br Luan Carlos da Silva Casagrande - Aluno do curso de graduação em Engenharia da Computação na Universidade Federal de Santa Catarina -UFSC Campus Araranguá. http://lattes.cnpq.br/5109506795806667 luanccasagrande@gmail.com Felipe da Cunha dos Santos - Aluno do curso de graduação em Engenharia da Computação na Universidade Federal de Santa Catarina -UFSC Campus Araranguá. http://lattes.cnpq.br/3081354752325161 felip.santo@gmail.com

Vilson Gruber - Professor pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC campus Araranguá. Doutor em Engenharia de Minas, Metalurgia e Materiais pela Universidade

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ESTUDO COMPARATIVO DE DESEMPENHO DE FERRAMENTAS NO MICROFRESAMENTO DE AÇO ENDURECIDO A evolução tecnológica das ferramentas de corte tem permitido a usinagem de micropeças com qualidade e produtividade. Entretanto, a seleção correta da ferramenta e das condições de corte é decisiva para um bom processo. Por Gustavo Reis de Ascenção | Foto Divulgação

O

microfresamento é uma técnica de usinagem em escala reduzida já estabelecida no exterior e em forte crescimento no cenário nacional. A característica que a distingue do fresamento convencional é a ordem de grandeza dos diâmetros das ferramentas utilizadas: no microfresamento, fresas de diâmetros de até 50 µmpodem ser empregadas. A fim de comparação, isto corresponde à metade do diâmetro médio de um fio de cabelo humano. Dentre os principais setores atendidos por esta técnica estão às indústrias aeroespacial, automotiva, biomédica, eletrônica e de joias e relógios [1]. Demandas de redução de peso, de tamanho, alta qualidade superficial e baixo erro de forma, enquanto ao mesmo tempo redução dos custos dos componentes e no tamanho dos lotes produzidos são os requisitos que dirigem a miniaturização [2]. Entretanto, o desenvolvimento de novos microdispositivos é altamente dependente dos sistemas de manufatura. A produção em massa desses componentes é baseada nas tecnologias de replicação, como embutimento a quente, moldagem por injeção e forjamento, que devem ser capazes de produzir microcomponentes em larga escala a custos razoáveis. Essas tecnologias dependem da aplicação de elevadas cargas térmicas e mecânicas sobre as ferramentas de moldagem, especialmente, sobre a microestrutura [1, 2]. Neste contexto, a moldagem de polímeros termoplásticos por microinjeção é uma das tecnologias chave para a microfabricação [3] e, por

sua vez, o microfresamento para a usinagem do molde [4] além da fabricação de eletrodos para eletroerosão e peças miniaturizadas de precisão, como mostrado na figura 1. No entanto, alguns desafios surgem com o emprego da técnica do microfresamento, dadas as dimensões reduzidas das ferramentas. Enquanto a microusinagem incorpora várias características da usinagem convencional, quando a razão entre a espessura do corte e o raio do gume r torna-se pequena, o efeito de escala toma um importante papel [5]. Devido ao fato do avanço por dente ser um valor próximo ao raio de afiação dos gumes das ferramentas, se as adaptações necessárias ao processo não forem realizadas, formação excessiva de rebarbas e quebra prematura da ferramenta podem ocorrer. Deste modo, um estudo para verificar o comportamento das novas ferramentas e materiais a serem usinados é de extrema importância para um processo eficiente. O objetivo deste trabalho é desenvolver um estudo preliminar comparativo entre duas ferramentas de 1 mm de diâmetro no processo de microfresamento de um aço endurecido (48 HRC1). MATERIAIS E MÉTODOS Os ensaios foram compostos de duas etapas. Na primeira, canais em cheio foram fresados para que análises da evolução do desgaste das ferramentas e da qualidade das superfícies usinadas fossem avaliadas. Nesta etapa, parâmetros de

Figura1- Exemplos de aplicações do processo de microfresamento: (a) eletrodo de cobre, (b) micropeça para sistema óptico de defesa e (c) micropeça usinada com ferramenta de 0,05 mm de diâmetro (Fonte: Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura) REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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TECNOLOGIA

corte sugeridos pela empresa fabricante das ferramentas foram utilizados. Em uma segunda etapa, cavidades foram usinadas para avaliar o comportamento das ferramentas em operações usuais de fresamento em abertura de pequenas cavidades. Todos os testes foram planejados e executados no Instituto SENAI de Inovação em Manufatura. Os principais equipamentos utilizados são mostrados na figura 2.

guintes equipamentos foram utilizados: microscópio Kern µView, rugosímetro de bancada Form Talysurf. Além das medições quantitativas, fotos dos canais foram adquiridas com o sistema de visão CNC Starrett AV300 para avaliar possíveis alterações na formação de rebarba. O material utilizado foi um bloco nas dimensões 85x115x41,5 mm do material DAC MAGIC em condição endurecida a 48 HRC temperado a vácuo seguido de revenimento. Foram utilizadas quatro ferramentas de corte, duas SSR200, com revestimento de CBN2 e duas CMR-0103, com revestimento convencional de TiAlN3. A figura 3 apresenta a condição inicial bem como as características de cada ferramenta.

Figura 3 - Ferramentas em condição nova e seus respectivos parâmetros

Figura 2 - Equipamentos utilizados nos ensaios de comparação das ferramentas

EXECUÇÃO DOS EXPERIMENTOS Na primeira etapa do ensaio, a cada 10 canais o desgaste de flanco VBmax (figura 4) e a rugosidade Ra foram aferidos. Este procedimento se repetiu (i) até que 120 canais fossem usinados ou (ii) um desgaste de flanco de 0,3 mm fosse atingido. Cada canal tem o comprimento de 85 mm, que correspondem à largura do bloco fornecido. A fim de preservar a ferramenta em sua entrada no material usinado, a interpolação circular M1-M2 indicada na figura 5 foi adotada. Desta forma, em qualquer instante, a interrupção do engajamento da cada um dos gumes ocorre no ponto A, onde a espessura do cavaco é próxima de zero. Isto evita

Todos os testes foram conduzidos em um centro de microusinagem de alta precisão com 5 eixos Kern Pyramid Nano, equipado com um fuso de 50.000 rpm. Seu sistema de guias hidrostáticas possibilita uma movimentação dos eixos com mínimo atrito, garantindo precisão de 0,3 µm de posicionamento. Além disso, um sistema de gestão térmica dos componentes propicia controle adequado de temperatura, o qual se faz de extrema importância neste tipo de aplicação, dado que a dilatação térmica pode afetar o dimensional da peça trabalhada. Durante o ensaio, pausas regulares foram programadas para que tanto o desgaste da ferramenta como a qualidade da superfície da peça pudessem ser aferidos. Para estas tarefas, os se- Figura 4 - Diferentes parâmetros de desgaste em uma ferramenta de usinagem [6] 26 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016


TECNOLOGIA

Rugosidade Ra [mm] 0,2

0,16

r Quebra

FCBN FCONV

0,12

0,08

0,04

Comprimento usinado [mm]

Figura 5 - Interpolação circular na entrada do canal para redução da variação d esforços [7]

0 0

uma variação brusca das forças de corte durante a saída do gume. A figura 6 apresenta os parâmetros de corte utilizados na usinagem dos canais.

2000

4000

6000

8000

10000

12000

Figura 8 - Evolução da rugosidade no ensaio de usinagem dos canais

RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados das medições de rugosidade e desgaste da Usinagem de canais - Parâmetros do ensaio Comprimento do canal [mm] 85 ferramenta para o ensaio de usinagem dos canais são apre10 # Canais usinados entre medições sentados nas figuras 8 e 9. Observa-se que o desempenho 0,01 Profundidade de corte (a ) [mm] Engajamento da ferramenta (a ) [mm] 1 (100%) da ferramenta com revestimento de CBN foi significativa1000 Velocidade de avanço (F) [mm/min] 0,01 ou 0,005 Avanço por gume (f ) [mm/gume] mente superior ao da ferramenta convencional recoberta 48000 Rotação (S) [rpm] 150,8 Velocidade de corte (V ) [m/min] com TiAlN. Em termos de qualidade superficial, a rugosidade média do fundo do canal para a nova solução foi cerca de Figura 6 - Parâmetros de corte do ensaio de usinagem dos canais 3,5 vezes menor do que a rugosidade obtiva com a ferraNa segunda etapa do ensaio, cavidades de dimensões menta convencional. Além disso, para o revestimento de 5x5x3 mm foram modeladas para que o desempenho de CBN, as mudanças na formação de rebarbas nos canais não cada ferramenta em uma operação real de usinagem possa são significativas quando comparadas aos resultados do ser estimado. Com o intuito de gerar um alívio para o corpo revestimento de TiAlN. Cabe aqui ressaltar, no entanto, que da ferramenta, uma inclinação de 10º foi utilizada nas pare- a profundidade de corte de 0,01 mm sugerida não é consides da cavidade. Além disso, para reduzir esforços e condi- derada ideal para nenhuma das ferramentas uma vez que (i) ções inadequadas de engajamento, um raio de 0,6 mm foi para a ferramenta com revestimento de CBN o ângulo de modelado nos cantos da cavidade. A cada 8 cavidades, a con- saída do cavaco é negativo nesta região devido à presença dição da ferramenta de corte foi aferida no microscópio. de um chanfro de cerca de 0,05 mm em sua aresta de corte e Medições de rugosidade foram, neste caso, inviáveis dada a (ii) para a ferramenta com revestimento de TiAlN devido ao profundidade das cavidades. A figura 7 apresenta os parâme- grande raio de canto (0,3 mm) sua geometria toroidal usina tros de corte utilizados nesta etapa. um canal de apenas 0,6 mm de largura e não de 1 mm, como planejado. Usinagem das cavidades - Parâmetros do ensaio Com relação ao desgaste das ferra3 Profundidade da cavidade [mm] # Cvidades usinadas entre medições 8 mentas, observa-se também um Profundidade de corte (a ) [mm] 0,07 0,3 Engajamento da ferramenta (a ) [mm] desempenho superior por parte da Velocidade de avanço (F) [mm/min] 1000 Avanço por gume (f ) [mm/gume] 0,01 ou 0,005 ferramenta revestida de CBN quando Rotação (S) [rpm] 48000 Velocidade de corte (V ) [m/min] 150,8 comparada à ferramenta convenÂngulo de entrada (spiral) [º] 0,5 cional. A nova solução usinou 125 Figura 7 - Parâmetros de corte do ensaio de usinagem das cavidades canais (mais de 10 m) enquanto que a ferramenta convenAmbos os ensaios foram realizados com a utilização de cional sofreu quebra prematura após a usinagem de 65 jato de ar para expulsão do cavaco. canais (~5,5 m). No entanto, apesar deste resultado positip

e

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c

p

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Desgaste de flanco VBmax [mm]

40 35 30

r Quebra

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FCBN FCONV

20 15 10 5 Comprimento usinado [mm] 0 0

2000

4000

6000

8000

10000

Figura 9 - Evolução do desgaste de flanco no ensaio de usinagem dos canais

vo, alguns aspectos fazem com que a comparação direta entre as ferramentas deva ser ponderada pelos seguintes aspectos, que são: o comprimento em balanço da ferramenta convencional é cerca de 25% maior do que o da ferramenta com revestimento de CBN, o que a torna mais suscetível a vibrações e reduz sua rigidez à flexão; há diferenças nos ângulos característicos das ferramentas (ângulo de hélice, ângulo de saída, ângulo de cunha, e ângulo de faca) e as preparações das arestas são distintas; e avanço por dente para a ferramenta convencional foi metade do utilizado para a ferramenta com revestimento de Figura 10 - Lascamento em ambos os gumes após a usinagem das primeiras CBN uma vez que poscavidades sui o dobro do núme-

CONCLUSÕES Com relação à comparação de desempenho das ferramentas com revestimento de CBN e convencional, podem-se destacar as seguintes observações: ! A rugosidade dos canais usinados pela ferramenta com

revestimento de CBN é, em média, consideravelmente menor (3,5 vezes) do que a rugosidade obtida com a ferramenta convencionalmente revestida de TiAlN. Com a nova solução, rugosidades da ordem de grandeza Ra = 0,03 µm foram atingidas; ! Em termos de vida útil, a ferramenta com revestimento de

CBN resistiu à usinagem de 125 canais e 70 cavidades enquanto que a ferramenta convencional sofreu quebra após a usinagem de 65 canais; ! O processo de microfresamento deve ser otimizado para

cada operação e depende fundamentalmente da geometria da ferramenta de corte, das possibilidades e caracte-

Figura 11 - Detalhes das cavidades usinadas e da região de quebra da ferramenta 30 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

12000

ro de gumes e a velocidade de avanço de 1.000 mm/min foi mantida constante. A mesma ferramenta revestida de CBN que foi utilizada no ensaio de usinagem dos canais foi utilizada para a posterior usinagem das cavidades. Sua condição inicial de desgaste de flanco era VBmax ≈ 35 µm. Após a usinagem de 8 cavidades, ambos os gumes haviam sofrido lascamento (figura 10), porém o experimento foi continuado até a quebra da ferramenta. Ao final do processo, a mesma ferramenta que havia previamente usinado 125 canais usinou 70 cavidades completas até sua quebra. Os detalhes da primeira cavidade usinada bem como da última são mostrados na figura 11.


TECNOLOGIA

rísticas da máquina ferramenta e do material que será cortado. Além disso, é preciso testar diferentes condições para alcançar uma solução de compromisso entre vida de ferramenta, formação de rebarbas e acabamento superficial. Nem sempre se consegue maximizar todos estes indicadores; ! Para aprofundarmos a discussão entre os revestimentos,

devem-se aplicar as mesmas condições para as duas ferramentas de corte e de preferência com a mesma geometria, além disso, fazem-se necessários mais repetições de cada ensaio. AGRADECIMENTOS Com objetivo de fomentar a geração e disseminação de conhecimento para melhores aplicações de técnicas de microfabricação nas ferramentarias, agradecemos a empresa Grupo AllTech pela doação das ferramentas de corte e do material. REFERÊNCIAS [1] Uhlmann, E.; Piltz, S.; Doll, U.;Machining of micro/miniature dies and moulds by electrical discharge machining - Recent development. Journal of Materials Proces-

sing Technology, v.167, p.488–493, 2005. [2] Dornfeld, D.; Lee, D.; Precision manufacturing. New York: Springer, 606 p., 2008. [3] Sha, B.; Dimov, S.; Griffiths, C.; Packianather, M.S.;Microinjection moulding: Factors affecting the achievable aspect ratios. International Journal of Advanced Manufacturing Technology, v.33, p.147–156, 2007. [4] Brinksmeier, E.; Gläbe, R.; Riemer, O.; Twardy, S.; Potentials of precision machining processes for the manufacture of micro forming molds. Microsystems Technology, v.14, p.1983–1987, 2008. [5] Dornfeld, D.; Min, S.; Takeuchi, Y.; Recent advances in mechanical micromachining. CIRP Annals - Manufacturing Technology, v.55, n.2, p.745-768, 2006. [6] König, W.; Klocke, F.; Tecnologia da usinagem com ferramentas de corte de geometria definida - parte 1. Traduzido e adaptado por Rolf Bertrand Schroeter e Walter Lindolfo Weingaertner do livro Fertigungsverfahren Drehen, Bohren, Fräsen, 2001. [7] Gomes, J. O.; Fabricação de superfícies de forma livre por fresamento no aço temperado ABNT 420, na liga de alumínio AMP8000 e na liga de cobre Cu-Be. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, 2001.

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TECNOLOGIA

1 Dureza Rockwell: é um método de medição direta de dureza desenvolvido por Stanley Pickett Rockwell em 1922, nos Estados Unidos. É um dos mais utilizados em indústrias e um dos mais simples e que não requer habilidades especiais do operador. Além disso, várias escalas diferentes podem ser utilizadas através de possíveis combinações de diferentes penetradores e cargas, o que permite o uso deste ensaio em praticamente todas as ligas metálicas, assim como em muitos polímeros. Sua unidade é HRC. 2 Revestimento CBN: deriva de Nitrato de Boro Cúbico. É um material de corte policristalino que consiste em grãos de nitrato de boro cúbico que são sinterizados em forma sob altapressão. Sua dureza só é superada

pela do diamante. Este material de corte foi desenvolvido para a usinagem de materiais que não podem ser cortados com PCD (diamante policristalino). 3 Revestimento TiAlN: a base de Titânio (Ti), Alumínio (Al) e Nitrogênio (N). Denominado de revestimento de nitreto de titânio alumínio. Consiste de deposição de camadas múltiplas aplicadas pela técnica de deposição física de vapor (PVD). Possui alta tenacidade e estabilidade à oxidação. É ideal para uso em altas velocidades de corte e avanço, com melhoria da vida da ferramenta. É usada para brocas e machos para corte sem lubrificante.

Gustavo Reis de Ascenção - Possui graduação em Engenharia Mecânica-Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (2012) e mestrado em Engenharia de Produção pela Rheinisch-Westfälische Technische Hochschule Aachen (2015). Atualmente é especialista em tecnologia do Instituto SENAI de Inovação em Laser, trabalhando com deposição de metais a laser, manufatura aditiva e sistemas híbridos de produção. Tem experiência na área de manufatura, com ênfase em fresamento. http://lattes.cnpq.br/3346901368062535 gustavo.ascencao@sc.senai.br Tiago Carlos Guerra - Possui graduação em Tecnologia em Fabricação Mecânica SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-trial - Joinville (SC) (2013). Especialista em metalmecânica - Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura - Joinville (SC). Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, projetos de moldes de injeção, dispositivos e projetos de máquinas, modelamento 3D, desenvolvimento de produtos, prototipagem e usinagem CNC 3 e 5 eixos. Atualmente é programador e operador dos centros de usinagem 5 eixos no Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura. http://lattes.cnpq.br/7893858767007272 tiago.guerra@sc.senai.br André Marcon Zanatta - Doutor em Engenharia Aeronáutica e Mecânica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica - ITA (2013) Vania Eloisa Ongaratto - Acadêmica de Engenharia mecâniem cooperação com a Technische Universität Berlim. Atuou cinca pelo Centro Universitário UNISOCIESC, desenvolveu proeco anos como pesquisador no Centro de Competência em tos de iniciação científica pelo grupo de pesquisa PROMOLDE, Manufatura (CCM-ITA) e pesquisador convidado no Institute for nas áreas de processos de fabricação de moldes e matrizes, Production Systems and Design Technology - Fraunhofer IPK força de corte, usinagem, fresamento e métodos de aquisição Berlin. Possui graduação em Engenharia Mecânica e mestrado de dados. em Ciência e Engenharia de Materiais pela UDESC (2007). Expehttp://lattes.cnpq.br/6991166361835783 riência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em análise vania.ongaratto@sc.senai.br de desempenho de processos de fabricação, materiais metálicos e projeto de máquinas. Atua na gestão de projetos de pesquisa Alceri Antonio Schlotefeldt - Mestre em Engenharia de Produaplicada e desenvolvimento de novos negócios. É diretor do ção, graduado em Sistemas de Informação pela União de TecInstituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura. nologia e Escolas de Santa Catarina, MBA em Consultoria http://lattes.cnpq.br/6366591551979280 Empresarial pela Faculdade de Tecnologia SENAI/SC e pósandre.zanatta@sc.senai.br graduação em Novas Tecnologias Aplicadas à Educação pela Faculdade Internacional de Curitiba. Possui experiência docenThiago Rigon - Atuou como auxiliar de ferramenteiro na te de graduação e pós-graduação na área mecânica, atuando empresa Eberle SA, operador e programador de centro de usiprincipalmente em temas ligados a CNC, desenhos e projetos nagem nas ferramentarias Tokio, NTC e Valmasser, em Caxias mecânicos, metrologia, ensaios mecânicos, manufatura. Atuado Sul, RS. Formado pelo SENAI José Gazola no Curso Técnico ção docente em ciência da computação, com ênfase em ciência de Ferramenteiro e Matrizeiro, cursou Engenharia de Produção da computação, Tecnologia da Informação e Administração de na Universidade de Caxias do Sul (graduação não concluída). sistemas de informação. Atuação profissional em projetos de Possui vasta experiência no ramo de usinagem e atualmente é inovação e consultorias técnicas e tecnológicas. diretor comercial no Grupo Alltech. http://lattes.cnpq.br/5874325722297401 thiago.rigon@grupoalltech.com.br alceri@sc.senai.br 32 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016


FICHA TÉCNICA

Data

Satisfação do Cliente

Sequência

QUALIFICAÇÃO DO CLIENTE Razão Social:

Nome Fantasia:

Endereço:

Nº: Fax:

Fone:

E-mail:

Cidade:

CEP:

Complemento:

Estado: Inscrição Estadual:

CNPJ: Representante:

Cargo:

Registro no cliente:

1. Considerando sua experiência geral com a EMPRESA, você a recomendaria para um colega ou amigo? Extremamente improvável 0

1

2

3

Altamente provável 4

5

6

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8

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10

1 1 1 1

Um pouco satisfeito Indiferente Um pouco insatisfeito Muito insatisfeito

Parte integrante da revista Ferramental no 67 | Setembro/Outubro 2016

2. Qual é a principal razão para você dar essa nota para a EMPRESA?

1 1 1 1 1 1 1 1 1

Preço e condições de pagamento Segurança e confiança Pontualidade e cancelamentos Competência técnica Relacionamento Serviços prestados Imagem da empresa Assistência técnica Outro. Qual?

4. Quais das palavras você usaria para descrever os produtos da EMPRESA? Marque todas que se aplicam.

1 1 1 1 1 1 1 1 1

Confiável Alta qualidade Útil Único Bom valor agregado Muito caro Ineficiente Baixa qualidade Não confiável

5. Como os produtos da EMPRESA atendem suas necessidades?

3. De forma geral, o quanto você está satisfeito com a EMPRESA?

1

Muito satisfeito

1 1

Extremamente bem Muito bem

REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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FICHA TÉCNICA

Satisfação do Cliente Bem Não tão bem Não atendem

6. Como você classifica a qualidade dos produtos da EMPRESA?

1 1 1 1 1

Menos de seis meses Entre seis meses e um ano Entre um e dois anos Três anos ou mais Ainda não adquiri produtos

Qualidade muito alta Qualidade alta Qualidade razoável Qualidade baixa Qualidade muito baixa

7. Como você classifica o valor agregado dos produtos da EMPRESA?

1 1 1 1 1

1 1 1 1 1

10. O quanto você está inclinado a comprar produtos da EMPRESA novamente?

1 1 1 1 1

Extremamente interessado Muito interessado Interessado Pouco interessado Sem interesse

Excelente Acima da média

11. Algum comentário, questionamento ou assunto adicional?

Na média Abaixo da média Baixo

Parte integrante da revista Ferramental no 67 | Setembro/Outubro 2016

1 1 1

8. O quanto atenciosa tem sido a EMPRESA com suas necessidades e questionamentos sobre os produtos?

1 1 1 1 1 1

Extremamente atenciosos Muito atenciosos Atenciosos Pouco atenciosos Nada atenciosos Não necessitei atenção

9. Há quanto tempo você é cliente da EMPRESA?

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Primeira aquisição

34 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

Fonte: http://www.pt.surveymonkey.com


JuríDICA

O PODER DISCIPLINAR DO EMPREGADOR Conhecer quando e como a punição por justa causa deve ser aplicada pode coibir a conduta faltosa de empregados mal intencionados e proteger a empresa de futuros prejuízos Por Astrid Hofmann| Foto Divulgação

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tualmente muito se tem falado sobre a reforma trabalhista, assunto espinhoso que há mais de 20 anos tem sido “evitada” pelos Governos de esquerda que vem se sucedendo no Brasil. O fato é que nossa legislação trabalhista foi construída em 1943 para uma realidade de um Brasil rural e que iniciava sua industrialização e hoje está obsoleta, pois a realidade das relações de trabalho está muito diferente. Graças a avanços tecnológicos, a maior parte dos postos de trabalho, hoje, não exigem mais a força muscular que exigiam outrora, bem como novas formas de trabalho e atividades foram criadas sem que houvesse uma modernização nas normas aplicáveis. Soma-se a legislação, claramente protecionista e assistencialista, o viés paternalista da Justiça do Trabalho que fulmina de morte a segurança jurídica, vez que acordo livremente negociados entre trabalhador e empresa, entre sindicatos e empresas e até entre sindicatos, podem ser invalidados pela Justiça em um “piscar de olhos”. Neste cenário caótico, o empregador, por vezes, acaba assumindo como um vaticínio que na relação empregadoempregador só tem obrigações e nenhum direito. No entanto, esta visão equivocada decorre muitas vezes do desconhecimento, pelo empregador, de mecanismos de gestão de pessoas que estão a seu dispor e que tem por objetivo evitar abusos de empregados mal-intencionados. Um destes instrumentos – legalmente previstos – é a demissão por justa causa que, apesar de evitada pela esmagadora maioria dos empregadores, tem uma natureza bastante educadora, no sentido de coibir abusos futuros. Se a pena máxima - demissão por justa causa - for bem aplicada, ela deve ser mantida pela Justiça. E é sobre como aplicar correta e seguramente a pena capital que trataremos a seguir.

ves devem ser punidas com penalidades também leves, médias e graves, respectivamente. Caso isso não ocorra, o empregador poderá ser responsabilizado pelo abuso do poder de comando, causador de injustiças. O empregador poderá aplicar as seguintes penalidades para exercer o seu poder de punição em relação ao empregado: a) Advertência verbal; b) Advertência escrita; c) Suspensão; e d) Demissão. Advertir, significa a declaração de alguém a outrem, no intuito de chamar a atenção para a ocorrência de certo fato, a fim de que se cumpra uma exigência, como, por exemplo, que o empregado cumpra as cláusulas previstas no contrato de trabalho, observe corretamente seu horário de trabalho, normas administrativas ou regulamento interno da empresa. Tratando-se de falta de pouca gravidade, o empregador poderá repreender o empregado que a cometeu, verbalmente ou por escrito, recomendando-se, entretanto, que seja feita por escrito. Em qualquer das formas, será transcrita no livro ou ficha de registro de empregados, pois é considerada penalidade. Inexiste na legislação trabalhista vigente previsão legal que discipline a concessão de advertências, inclusive quantidade que deve ser dada, consistindo no exercício do poder de direção do empregador. Por meio de advertência, o empregado tomará ciência de que a reiteração do seu comportamento faltoso poderá acarretar em outras punições mais graves, como a suspensão e a rescisão, por justa causa, de seu contrato de trabalho.

Demissão por justa causa Para ser configurada a justa causa, os três elementos citados adiante são indispensáveis: a) Gravidade; b) Atualidade; e c) Imediatidade entre a falta e a rescisão (relação causa/efeito). Deve haver uma proporcionalidade na penalidade aplicada ao empregado. Deste modo, as faltas leves, médias e graREVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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Já a suspensão disciplinar é “a medida de ordem disciplinar imposta ao empregado, como sanção à infração regulamentar ou pelo não cumprimento de dever que lhe é imposto. A suspensão importa em perda do salário e de quaisquer outros benefícios durante o período da suspensão” (De Plácido e Silva, in Vocabulário Jurídico, 15ª edição). Assim, o empregado poderá ser suspenso pelo número de dias que entender o empregador, conforme a gravidade do ato faltoso que tiver cometido e/ou sua reincidência. Porém tal penalidade não deverá ultrapassar 30 (trinta) dias, já que, nos termos do artigo 474 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, a suspensão do empregado por mais de 30 dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho. A suspensão do empregado acarreta perda da remuneração dos dias não trabalhados, bem como na contagem do tempo de serviço e tem reflexos nas férias, já que esses dias não serão computados e serão tidos como ausência injustificada ao serviço. A demissão por justa causa dar-se-á pelos motivos dispostos no artigo 482 da CLT: Artigo 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a) ato de improbidade; b) incontinência de conduta ou mau procedimento; c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e) desídia1 no desempenho das respectivas funções; f) embriaguez habitual ou em serviço; g) violação de segredo da empresa; h) ato de indisciplina ou de insubordinação; i) abandono de emprego; j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l) prática constante de jogos de azar. Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. A demissão por justa causa é a penalidade máxima que se pode impor ao trabalhador, porque além de perder seu 36 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

emprego, seus direitos na rescisão contratual serão limitados e seu histórico laboral maculado. Não há fórmula legal para a aplicação da penalidade máxima – demissão por justa causa – que pode ocorrer mediante uma única infração grave ou em decorrência de um conjunto de infrações leves e/ou graves que podem ser ou não do mesmo tipo. O fator determinante será a impossibilidade da continuidade do pacto laboral diante da conduta do empregado, devendo, contudo, serem observados os requisitos da atualidade e imediatidade da punição. O empregador deverá aplicar a punição ao empregado logo que o fato chegar ao seu conhecimento, sob pena de se caracterizar o perdão tácito2. Uma falta do empregado no momento em que é conhecida, mesmo que antiga, deverá ser punida, pois é impossível puni-la sem que se tenha tomado conhecimento dela. É por este motivo que a referida falta torna-se atual. Inexiste na legislação trabalhista um prazo para que seja aplicada a punição, ficando a decisão final confiada à Justiça do Trabalho.

Toda punição disciplinar seja ela advertência, suspensão ou dispensa por justa causa, deve ser imediata, logo após a ciência da falta pelo empregador, sob pena de ficar configurado o “perdão tácito”, que dissolve a justa causa. Se houver sindicância3 ou inquérito4 judicial para apurar a autoria do fato, a sanção disciplinar deve ser aplicada logo após a solução daqueles procedimentos. Salientamos que o empregador não poderá punir o empregado mais de uma vez pela mesma falta cometida, pois fere os princípios básicos relativos à manutenção da ordem interna da empresa. Se o empregado já foi suspenso por faltar sem justificativa, por exemplo, não pode ser dispensado por justa causa pela mesma falta já punida anteriormente. Outro fator que inibe a aplicação da justa causa pelos empregadores é a inexistência na legislação de uma conceitu-


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ação clara de cada falta em relação a caso concreto, bem como da gravidade de cada uma, razão pela qual a empresa, assim que se deparar com um empregado problemático ou que dê indícios de que o será, deve procurar apoio jurídico especializado, vez que qualquer punição, se enquadrada em dispositivo legal equivocado e sem provas robustas pode ser vir a ser anulada pela Justiça Trabalhista. Conclui-se, portanto, que a justa causa pode e deve ser aplicada, principalmente para servir de exemplo e coibir a reiteração da conduta faltosa pelos demais empregados, mas demanda um cuidado especial na sua aplicação. 1

Desídia: preguiça; indolência; negligência. Tácito: silencioso; calado; subentendido; implícito. 3 Sindicância: conjunto de atos e diligências que objetivam apurar a verdade de fatos alegados; investigação. 4 Inquérito: conjunto de atos e diligências com que se visa a apurar alguma coisa. 2

Astridt Hofmann - Advogada, especialista em direito empresarial pela Universidade da Região de Joinville - Univille. Sócia da Schramm Hofmann Advogados Associados. ahofmann@sh.adv.br

Schramm. Hofmann Advogados Associados Ltda Maiores informações pelo e-mail ahofmann@sh.adv.br ou pelo fone 47 3027 2848

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DICAS DO CONTADOR

FÉRIAS COLETIVAS E IMPLANTAÇÃO DO E-SOCIAL Por Francisco João dos Santos | financeiro@grupoabra.com

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lá leitor, o artigo desta edição traz a você Ferramenteiro duas importantes informações sobre RH - Recursos Humanos, quais sejam as Férias Coletivas e as obrigações de implantação do e-Social. Na primeira você deve começar a preocupar-se com o recesso de final de ano, se assim a atual situação econômica brasileira permitir, pois muito da produção ou consumo do ano, a exemplo de outros, tende a efetivar-se nos meses de novembro e dezembro. Com isto, mais impostos e obrigações para o empresariado. As férias coletivas devem seguir alguns preceitos necessários para serem aplicadas. Já o E-social sofre novos prazos de implantação, que deve ser o segundo semestre de 2017 para empresas com um faturamento anual superior a 78 milhões. Com a crise instalada no país, muitos contribuintes com personalidade jurídica saíram desta obrigação. Sorte ou fé, a realidade é que o empresário deve preparar-se para a modalidade e-Social, pois é um caminho sem volta, uma vez que o governo fala com todas as letras que a implantação é para melhorar a vida das empresas com a desburocratização, e não apenas como uma obrigação assessoria arrecadatória. FÉRIAS COLETIVAS São consideradas coletivas as férias concedidas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa. As férias podem ser gozadas em dois períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 dias corridos. Contudo, recomenda-se, em razão do disposto no §2º, do artigo 132, da CLT1, que aos empregados menores de 18 anos e maiores de 50 anos de idade as férias sejam concedidas em um só período. Ressalte-se, por importante, que o empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Para os fins de concessão das férias coletivas, o empregador deve comunicar ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida. Em igual prazo, o empregador deve enviar cópia da aludida comunicação aos sindicatos representativos da respec-

tiva categoria profissional, e providenciar a afixação de aviso nos locais de trabalho. Além das mencionadas regras, é importante observar se o documento coletivo da categoria não impõe outras que, se for o caso, também deverão ser respeitadas. O empregado cujo contrato de trabalho, durante o período das férias coletivas, estiver em situação de suspensão contratual (exemplos de auxílio-doença previdenciário) ou interrupção contratual (exemplo serviço militar, licença maternidade), não serão alcançados pelas férias coletivas. Os empregados contratados há menos de 12 meses gozam, na oportunidade, férias proporcionais aos meses trabalhados, iniciando-se, então, novo período aquisitivo. Pode ocorrer que o empregado, embora trabalhe há menos de 12 meses, tenha direito a mais dias de férias do que a empresa pretende conceder. Neste caso, o empregado ficará com um saldo favorável, o qual será concedido pelo empregador, observando-se o período concessivo daquele período aquisitivo. O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data de sua concessão, acrescida de 1/3, a qual é calculada com base nas mesmas regras utilizadas para o cálculo das férias. O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono pecuniário, serão efetuados em até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período. O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e do termo das férias. A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registros dos empregados. Quanto à incidência da contribuição previdenciária (INSS)2, o depósito do FGTS3 e a retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre o valor das férias coletivas, do acréscimo de 1/3 previsto na Constituição da República, bem como do abono pecuniário, se for o caso, aplicam-se as mesmas regras das férias individuais. Fonte: CLT, artigos 130 a 145 PRORROGAÇÃO DO E-SOCIAL O e-Social deve entrar em vigor somente no segundo semestre de 2017, alerta a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon). A definição do REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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DICAS DO CONTADOR

novo prazo deve ocorrer nas próximas semanas. Segundo a entidade, que integra o Grupo de Trabalho Confederativo (GTC) e acompanha de perto a implantação do sistema, o calendário de testes sofreu atraso e inviabilizou a operação em setembro deste ano. “A prorrogação é certa, mas o mês ainda está sendo discutido. A entrada em vigor deve ser transferida para o segundo semestre de 2017, no caso das empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões, e para o início de 2018 aos demais empreendimentos. Pode ocorrer alguma variação, por isso estamos aguardando a publicação do edital pela Receita Federal”, afirma o diretor de educação e cultura da Fenacon, Hélio Donin Júnior. Segundo o presidente da Fenacon, Mario Berti, a prorrogação é positiva e vai contribuir para o aperfeiçoamento do sistema e a definição do layout4. “O GTC trabalha para implantar o e-Social com tranquilidade, de forma planejada e eficiente. E o mais importante, leva em conta as sugestões e soluções propostas pelas entidades e empresas”. O GTC, coordenado pelo Ministério do Trabalho (MT), acordou ainda a mudança do ano-base utilizado na construção do cronograma. “A pedido da Fenacon, o ano-base passará a ser 2015 e não mais 2014. Como estamos em crise e o faturamento das companhias está caindo, a mudança tira do primeiro prazo uma parcela grande de empresas”, explica Donin Júnior. Muitos empreendimentos que em 2014 faturavam acima de R$ 78 milhões, fecharam 2015 com resultado menor por causa da retração da economia brasileira. Com a mudança, essas companhias só entrarão no e-Social em 2018. Até que o módulo esteja pronto e testado, a Fenacon orienta as empresas a investirem na capacitação de seus funcionários. Para promover a adaptação ao sistema, a Fenacon desenvolveu o Portal Árvore do Conhecimento. Nele são disponibilizados vídeos que orientam empresas e o setor contábil em geral sobre o uso da nova ferramenta. O conteúdo é apresentado por especialistas e explica de forma sucinta e didática as funções, os benefícios e as mudanças que serão trazidas pelo e-Social na obtenção de informações fiscais. Os vídeos foram produzidos em parceria com a Receita Federal, o MT e a Caixa e podem ser acessados gratuitamente pelo endereço: www.arvoredoconhecimento.org.br. O e-Social não cria nenhuma nova obrigação fiscal. Pelo contrário, a medida do Governo Federal vem para reduzir a burocracia imposta às empresas brasileiras e, consequentemente, melhorar o ambiente de negócios do país.

Hoje, as companhias tem que prestar diversas informações de forma descentralizada a vários órgãos, como a Receita Federal, a Caixa Econômica Federal, a Previdência Social, entre outros. A proposta do e-Social é justamente harmonizar as obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias, permitindo às empresas a redução de seus custos e a redundância das informações enviadas ao Governo. O e-Social também vai melhorar o controle tributário. Postado por: Portal Contábil SC 1

CLT: A Consolidação das Leis do Trabalho é a principal norma legislativa brasileira referente ao Direito do trabalho e o Direito processual do trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei Nº 5.452, de 1º de maio de 1943 e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, unificando toda legislação trabalhista então existente no Brasil. Seu objetivo principal é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. 2 INSS: Instituto Nacional do Seguro Social é uma autarquia do Governo Federal do Brasil que recebe as contribuições para a manutenção do Regime Geral da Previdência Social, sendo responsável pelo pagamento da aposentoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente, entre outros benefícios previstos em lei. Trabalha junto com a Dataprev, empresa de tecnologia que faz o processamento de todos os dados da Previdência. Está vinculado ao Ministério da Previdência Social [wikipedia]. 3 FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, criado em 1966 e atualmente regulado pela Lei Nº 8.036, é um conjunto de recursos financeiros administrados pelo Estado brasileiro com a finalidade principal de amparar os trabalhadores em algumas hipóteses de encerramento da relação de emprego, sendo também destinado a investimentos em habitação, saneamento e infraestrutura. A principal fonte de recursos do FGTS são os depósitos mensais dos empregadores nas contas vinculadas dos trabalhadores, abertas na Caixa Econômica Federal – CEF [wikipedia]. 4 Leiaute: derivado do inglês layout, significa desenho, diagrama, contorno, traçado, plano, esboço (Eugênio Fürstenau, Novo dicionário de termos técnicos inglês – português, Editora Globo, São Paulo, SP, 2005).

Maiores informações pelo e-mail abra@grupoabra.com ou pelo fone 47 3028 2180

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CORTE & CUSTOS

MELHORES MÉTODOS DE USINAGEM Gastar tempo com análise do básico da usinagem resulta em ganhos no final do processo Por Francisco Cavichiolli | Ilustrações: Sandvik Coromant (Suécia)

Abordamos anteriormente a importância de fazer a escolha correta do ferramental e dos sistemas de fixação mais adequados para você começar sua operação. A partir de agora, daremos mais orientações e dicas sobre métodos de usinagem que possibilitarão a otimização na aplicação das ferramentas de fresamento e técnicas que possibilitam a execução de processos de usinagem mais eficientes e produtivos.

O que isso significa na prática? O início de tudo está no sentido de corte e no correto posicionamento da fresa. Ou seja, para escolher o melhor método de fresamento, eu devo avaliar antes qual o melhor sentido de corte a ser adotado e como devo posicionar a fresa.

espessos na saída do corte, o que provoca a ruptura do material de forma repentina. Esse é um dos principais fatores que causam vibrações e lascamentos de bordas em peças de materiais quebradiços, como os ferros fundidos, por exemplo. O corte discordante, por outro lado, gera menor deflexão da ferramenta e pode ser usado para resolver problemas de imprecisão de perpendicularismo de paredes, por exemplo. O corte discordante também é indicado para eliminar folgas mecânicas que podem haver no sistema de fuso da mesa da máquina.

Sentidos de corte Na figura 1, temos o sentido de corte concordante, que recebe esse nome pelo fato da fresa atacar a peça no mesmo sentido de avanço da peça a ser usinada.

Figura 1: Corte concordante, cavaco espesso a fino na saída.

O corte concordante tem como característica principal a geração de cavacos espessos no início do corte, ou entrada da ferramenta, e finos na saída do corte.

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Esse é o método mais recomendado para operações de fresamento, pois gera forças de corte favoráveis à aresta da ferramenta resultando emvida útil longa. Na figura 2, temos o corte discordante, que recebe esse nome não somente por ser o oposto ao concordante, mas pelo fato da fresa atacar a peça no sentido contrário ao avanço da mesa. Esse método é o menos indicado por gerar uma condição de atrito na entrada da aresta em corte, e que está relacionada a uma geração de calor desnecessária, sem que tenhamos uma condição de corte efetiva. Outra característica des-se método é a formação de cavacos

Figura 2: Corte discordante. Basicamente indicado como solucionador de problemas.

Posicionamento da fresa Quanto ao posicionamento da fresa podemos dividir em basicamente duas condições. A condição de largura fresada grande ou pequena. REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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CORTE & CUSTOS

Considera-se largura fresada (AE) grande quando a área de contato da fresa com a peça é igual ou superior a 50% do diâmetro da fresa (DC), ou seja, AE ≥ 50% DC. Essa condição é usada quando temos muita remoção de material a ser feita, ou peças de superfícies grandes. Para obtermos uma condição de corte otimizada, o ideal é que tenhamos entre 70% e 80% do diâmetro da fresa em contato. Com esse posicionamento, aliado ao corte concordante, proporcionamos uma entrada em corte suave, com forças de corte favoráveis até a saída da aresta do material. A geração de calor é concentrada nos cavacos, que são descartados, deixando a peça e a ferramenta “frias”.

Figura 4: Largura fresada pequena AE < 50% DC.

Desafios O assunto abordado pode parecer simples, mas é aí que está o desafio. Estar atento aos mínimos detalhes do processo de fabricação, desde o início, garante eficiência ao final do processo e resultadosdentro do desejado.

Como benefícios mais expressivos obtemos peças sem variações dimensionais e vida útil longa da ferramenta. Consideramos largura fresada (AE) pequena quando a área de contato da fresa com a peça é inferior a 50% do diâmetro da fresa (DC), ou seja, AE < 50% DC.

Nossas dicas

Em operações de contorno, acabamento de paredes ou detalhes, que nos obrigam a trabalhar com largura fresada pequena, principalmente abaixo de 25% do diâmetro da fresa (AE ≤ 25% DC), ocorre uma situação onde os cavacos gerados não são espessos o suficiente para gerar forças de corte, nem calor suficiente na aresta de corte. Com isso, podemos lançar mão de um recurso que é a compensação do avanço, onde recalculamos o avanço aplicado no deslocamento da ferramenta de forma a gerarmos uma espessura de cavacos mais adequada, com maior geração de calor na aresta de corte. Em outras palavras, podemos e devemos aumentar o avanço sob essa condição.

Procure sempre extrair o máximo de suas ferramentas de corte e equipamentos, logicamente dentro dos parâmetros de aplicação e segurança recomendados pelos fabricantes. Alie a essa atitude, o cuidado com a análise básica do que você quer fazer, do que espera obter, do que tem em mãos (material, ferramentas, fixação, máquina, etc.) e os fundamentos da usinagem. É uma receita que diminui a margem de erros e surpresas desagradáveis no decorrer do processo e tem grandes chances de dar certo!

Figura 3: Largura fresada grande AE ≥ 50% DC. 42 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

Francisco Cavichiolli Especialista de fresamento, fresamento de engrenagens e sistemas de fixação da Sandvik Coromant do Brasil francisco.cavichiolli@sandvik.com (11) 5696-5652

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Crédito: Renato Pizzutto

Os benefícios mais visíveis são o tempo de ciclo reduzido, menor tendência às vibrações e melhor vida útil da ferramenta.


QUALIDADE DA GESTÃO

GESTOR MODERNO, UM ESPECIALISTA EM GENERALIDADES Mais do que ser um especialista ou generalista, o empresário moderno precisa antever o cenário futuro e agir com base em modelos de gestão que possam auxiliar a estruturar a empresa para garantir sua sustentabilidade e perpetuação no mercado. Por Roger Becker da Silva | Fotos Divulgação

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osto muito do conceito que ouvi de um grande empresário de nossa região: “Os gestores de sucesso precisam ser especialistas em generalidades”. Vou explicar um pouco mais este pensamento, pois pode ser muito valioso aos gestores que querem elevar sua empresa a patamares cada vez mais diferenciados no mercado. Pesquisa recente da Columbia Business School e da Tulane University acompanhou cerca de 400 estudantes que se formaram nos melhores MBAs1 dos Estados Unidos entre 2008 e 2009 e seguiram carreira em bancos de investimento. O grupo dos especialistas era formado por pessoas que já trabalhavam com investimentos antes do MBA, fizeram estágio na área e se aprofundaram em finanças. Já a turma dos generalistas consistia naqueles que atuaram em outras áreas antes do curso, como publicidade, fizeram estágio em uma consultoria e só mais tarde foram para o mundo dos investimentos. Resultado: os bônus recebidos pelos especialistas eram até 36% mais baixos do que os de seus colegas generalistas. Em alguns casos, o primeiro grupo ganhava até 48 mil dólares a menos por ano. Segundo Jennifer Merluzzi, professora na Tulane University e coautora do estudo, os cursos de formação superior e especialização acabam criando profissionais muito parecidos no mercado. Os especialistas viraram “commodity2”: como há muitos profissionais com foco exclusivo em uma área no mercado, aqueles que trazem um repertório mais amplo e eclético saltam aos olhos das empresas, pois gestores com experiências e competências diversas são mais interessantes do que aqueles que só conhecem um aspecto do trabalho. As competências multifuncionais(“cross-functional”, no original em inglês), são amplamente requisitadas em detrimento de habilidades técnicas ou específicas. Pietro Delai, gerente de pesquisa da IDC3 Brasil, enfatiza um ponto muito importante: “O tipo de generalista que se dá bem não é o superficialista. Ele precisa ter a capacidade de se debruçar sobre um problema, ir a fundo na investigação de hipóteses e buscar pessoas que ajudem a resolver aquela questão, inclusive especialistas. O que vemos na crise é que muitas empresas demitem os especialistas, contratam tercei-

ros para substituí-los e colocam um generalista para administrar os fornecedores. Elas preferem entregar o comando a quem tem uma visão sistêmica e multidisciplinar". Tomando por base estes estudos, é muito importante que cada empresa analise o perfil de seus principais gestores a fim de garantir que não está tendo uma gestão “míope” ou distorcida. Aproveito para discorrer sobre um fato que ocorre na região onde eu atuo profissionalmente, mas que se replica em outras regiões “irmãs”(com características muito parecidas). Muitas das empresas que nasceram no final da década de 80, quando as grandes empresas estavam incorporando o conceito da “terceirização”, foram fundadas por excelentes técnicos que assumiram parte de um setor ou área que não era a atividade fim da empresa em que trabalhavam. Estes profissionais tinham as habilidades técnicas inquestionáveis para realizarem os serviços requeridos. Esta característica é muito evidente em nossa região, especialmente nas empresas de ferramentaria e usinagem (temos mais de 400 empresas deste setor só em Joinville), além do setor de transformação do plástico. Tudo ia muito bem até que o mercado se abriu para o mundo e ficamos sabendo a duras penas o que era a globalização. Empresas multinacionais se instalaram no país e começaram a exigir mais de seus fornecedores, elevando o grau de competição entre as empresas. A questão da qualidade já não era mais um diferencial, e sim um requisito básico. Os negócios foram postos à prova e os “donos”, que até então sabiam de tudo do seu produto e empresa, foram questionados e cobrados sobre vários outros aspectos da gestão. Missão, Visão, Valores, Gestão de Pessoas, Certificações, Mercados, Inovação, Negociação, Comercial, Planejamento, Resultados, entre vários outros itens. O gestor moderno, que não necessariamente faz parte do quadro societário, precisa conhecer tudo isso, mas não necessariamente ser especialista nestas áreas.

“Aprendi que para crescer, preciso me cercar de gente mais inteligente do que eu” William Shakespeare REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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QUALIDADE DA GESTÃO

Aqui entra outro ponto importante, que é a capacidade e humildade de contratar as pessoas certas para os lugares certos, e de preferência mais capacitadas que o próprio gestor. E nos casos em que o nível de especialização seja ainda maior, conte com as alianças estratégicas com empresas e pessoas que ajudem a solucionar os desafios que estão rondando a empresa. Mas como lidar com pessoas que possuem mais experiência ou conhecimento que eu? Abaixo seguem algumas dicas importantes adaptadas por Rebecca Knight do livro How to Manage People Who Are Smarter than You (Como gerenciar pessoas que são mais inteligentes que você): ! Tenha em mente que seus receios baseiam-se na realidade. Insegurança pode afetar suas interações com a equipe, então não ignore sentimentos ou dúvidas pessoais; ! Peça conselhos a outros líderes. Compartilhe suas dúvidas e pergunte como eles lidaram com situações parecidas; 4 ! Dê, e peça, feedback . Não tente avaliar seus subordinados em áreas que você não domina – foque em áreas que você tenha certa experiência. E deixe claro aos colaboradores que você está aberto para receber feedback deles; ! Dê poder aos seus colaboradores. Use suas habilidades para ajudá-los em suas metas e propiciar que eles façam o que fazem de melhor e; ! Dê confiança, mas não muita. Seja calmo e respeitoso, e trate a si mesmo e aos outros seriamente. Neste momento, muitos podem estar se perguntandoquais são as áreas ou itens mais importantes que um bom gestor precisa conhecer ou estar atento? Minha dica é seguir um modelo de gestão que possa ajudar a estruturar a empresa de maneira que as áreas ou itens mais importantes para a sustentabilidade da empresa possam ser vislumbrados e gerenciados. Em minha opinião, o melhor Modelo de Gestão é o MEG (Modelo de Excelência na Gestão) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ.org.br), pois é um roteiro reconhecido internacionalmente para gerir uma empresa pensando em sua perenidade e sucesso. O modelo preconiza 13 fundamentos universais: • Pensamento sistêmico; • Atuação em rede; • Aprendizado organizacional; • Inovação; • Agilidade; • Liderança transformadora; • Olhar para o futuro; • Conhecimento sobre clientes e mercados; • Responsabilidade social; • Valorização das pessoas e da cultura; • Decisões fundamentadas; • Orientação por processos; • Geração de valor. E 8 critérios, conforme o diagrama abaixo, que pode ser entendido muito facilmente com o seguinte resumo: “Através de INFORMAÇÕES E CONHECIMENTOS a LIDERANÇA da empresa atende as expectativas dos 44 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

CLIENTES e da SOCIEDADE, a partir de ESTRATÉGIAS E PLANOS definidos, engajando as PESSOAS e utilizando os melhores PROCESSOS para gerar os melhores RESULTADOS.”

Como abordamos em detalhes o MEG em edições anteriores da revista Ferramental, sugiro buscar esses assuntos diretamente no site revistaferramental.com.br, ou solicite diretamente ao autor por e-mail. 1 MBA: do inglês Master in Business Administration, significa Mestre em Administração de Negócios. É a sigla de curso de formação de executivos na área de administração, onde são ministradas matérias sobre finanças, contabilidade, recursos humanos, marketing, entre outras. 2 Commodity: do inglês, significa mercadoria. É utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias. O que torna os produtos de base muito importantes na economia é o fato de que, embora sejam mercadorias primárias, possuem cotação e negociabilidade globais. Portanto, as oscilações nas cotações destes produtos de base têm impacto significativo nos fluxos financeiros mundiais, podendo causar perdas a agentes econômicos e até mesmo a países [Wikipédia]. 3 IDC: IDC é uma empresa especializada em inteligência de mercado e consultoria nas indústrias de tecnologia da informação, telecomunicações e mercados de consumo em massa de tecnologia. 4 Feedback: do inglês, significa retroalimentação, retorno da informação. É o procedimento que consiste no fornecimento de informação à uma pessoa sobre o desempenho, conduta, eventualidade ou ação executada por esta, objetivando orientar, reorientar e/ou estimular uma ou mais ações de melhoria, sobre as ações futuras ou executadas anteriormente.

Roger Becker da Silva - É Coach Executivo e Consultor Empresarial e Vice Presidente de Projetos Especiais da ABINFER - Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais. Pós-graduado em Administração/Marketing e Mestrando em Negociações e Gestão de Conflitos. (roger@volltrix.com.br) Siga no Facebook: rogerbecker.consultor


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INOVAÇÃO

INOVAÇÃO EM SEGMENTOS MADUROS Albert Einstein já mencionou que é uma insanidade continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes. Não há como evoluir sem inovar. A destruição criativa coloca em risco empresas gigantes e tradicionais e não tem dó: mata mesmo! Prepare sua mente e esteja na frente liderando o sucesso de sua empresa. Por Ianiv Wainberg Pires | Foto Divulgação

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uito se fala sobre a inovação disruptiva1 promovida por startups. São empresas nascentes, geralmente do segmento da Tecnologia de Informação - TI 2 (mas também de biotectecnologia, nanotecnologia, energia renovável, entre outras tecnologias emergentes.). Em episódios 3 históricos de destruição criativa , empresas pequenas com tecnologias inicialmente precárias, mas que amadureceram gradualmente, substituíram ou complementaram portfóli4 os de produtos e serviços de empresas gigantes (casos como Apple versus IBM ou HP5), ou ainda entrantes oriundos de segmentos diferentes (vide Kodak contra a tecnologia digital6). “Os setores maduros resistem à inovação até que ela se encaixe no seu paradigma7 social, político, econômico e tec8 nológico”, explica William Bonvillian , Diretor do escritório do MIT (Massachusetts Institute of Technology, EUA) e exconsultor do Senado dos Estados Unidos para políticas de ciência, tecnologia e inovação. 9 O economista Nicholas Vonortas , professor da Universidade George Washington afirmou: “Sinto dizer isso para vocês, mas a Petrobras não vai trazer inovações de ruptura. Eu não conheço a Petrobras, mas eu sei disso. Nenhuma grande companhia vai”. Apesar de representarem mais da 10 metade do PIB de países industrializados, legacy sectors (setores tradicionais) possuem dificuldade em se reinventar, gerando assim vulnerabilidades competitivas. Com o sucesso comercial, o crescimento estagna e a inércia decorrente de tirar dinheiro de vacas leiteiras para investir em negócios experimentais e incertos é grande. Isto abre margem para competidores muito menores, propondo modelos de negócio e tecnologias emergentes, com menor aversão ao risco. As perguntas que empresas de segmentos tradicionais devem buscar responder a fim de minimizar os riscos de serem surpreendidas por mudanças radicais no mercado são:

! Porque empresas grandes e bem estruturadas, com mar-

gens de lucro saudáveis, são historicamente tão pouco capazes de introduzir inovações disruptivas em seus negócios e portfólios, se sujeitando assim a obsolescência, enquanto empresas pequenas e com poucos recursos frequentemente o conseguem? ! Como reverter este problema e mitigar os riscos da obsolescência? A resposta para a primeira pergunta reside no ecossistema dos negócios. Nenhum produto ou serviço existe no vácuo. Cargos e departamentos são criados para gerir produtos e serviços específicos, cátedras ensinam os meandros dos ofícios, entidades de classe buscam proteger os participantes da cadeia, vendedores e compradores se especiali11 zam em transações baseadas em expertise duramente adquirida. A ideia de que um novo produto ou serviço pode desmontar este ecossistema é ameaçadora. Imagine a situação: Um jovem gerente de produto senta a mesa de uma reunião de direção, repleta de executivos sênior, de uma empresa de bens de consumo, e explica que apesar de seus esforços, todos os indicadores apontam para a queda da venda de determinada categoria de produtos, de forma gradual e inexorável. Esta não é uma cena comum em empresas maduras. A cobrança sobre gerentes de produto diz respeito primordialmente ao curto prazo, e más notícias decorrentes de mudanças conjunturais são recebidas como desculpas. Em função disto, frequentemente se faz o melhor possível para gerir negócios decadentes, lentamente exaurindo os recursos. A resposta para a segunda pergunta é por definição complexa, mas alguns padrões são recorrentemente adotados em casos de sucesso. REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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INOVAÇÃO

O ponto principal é que inovação disruptiva deve mitigar riscos extremos, onde não agir implica na possível exclusão da empresa de participar do mercado no futuro. O público leitor desta revista atua primordialmente no segmento de ferramentaria, que sofre grandes pressões de custo e queda de demanda. Mesmo assim, quando comparada a segmentos de rápido crescimento do setor de serviços, lida com valores monetários significativos e, nos melhores casos, mesmo operando com margens exíguas, ainda gera considerável lucro, o que denota que existe margem para investimento em inovação radical. A mesma coisa acontece nos demais setores tradicionais – agricultura, infraestrutura, energia,serviços de saúde, etc.

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https://techcrunch.com/startups/ Destruição criativa: é um conceito que descreve o processo de inovação em uma economia de mercado em que novos produtos destroem empresas velhas e antigos modelos de negócios.O termo foi cunhado pelo economista austríaco Joseph Schumpeter em 1939 para explicar os ciclos de negócios. 4 Portfólio: é uma lista de trabalhos/produtos de um profissional ou empresa. Toda organização tem um portfólio, mesmo que não o reconheça especificamente [wikipedia.org]. 5 http://www.visualcapitalist.com/time-machine-apple-microsoft-ibm20-years/ 6 http://www.forbes.com/sites/chunkamui/2012/01/18/how-kodakfailed/ 7 Paradigma: do latim tardio paradigma, do grego παράδειγμα (parádeigma), derivado de παραδείκνυμι que significa mostrar, apresentar, confrontar. É um conceito das ciências e da epistemologia (a teoria do conhecimento) que define um exemplo típico ou modelo de algo. É a representação de um padrão a ser seguido. 8 https://global.oup.com/academic/product/technological-innovationin-legacy-sectors-9780199374519?cc=us&lang=en& 9 http://www.inovacao.unicamp.br/noticias/setores-maduros-resisteminovacao-tanto-no-brasil-quanto-nos-eua/ 10 PIB: sigla para Produto Interno Bruto e representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região. 11 Expertise: do francês, expertise. Significa perícia, avaliação ou comprovação realizada por um especialista em determinado assunto. 3

Mudanças de cenário competitivo extremas ocorrem de forma cíclica, e sempre haverá um novo paradigma. Lidar com isto de maneira pragmática implica em aceitar desinvestir, em algum momento, de tecnologias que estão saindo de cena. Estas mudanças também impactam o tipo de equipe que se monta e o que se espera dela. Implica em reservar e investir uma parte dos dividendos em tecnologias emergentes e em novos mercados, ou em negócios que (em médio prazo) possam canibalizar o negócio principal. Implica também em possuir líderes internos (ou parceiros), com poder e orçamento para criar, testar, prototipar, e se for o caso, rapidamente dar escala a novos produtos (idealmente MVP´s – Produtos Mínimos Viáveis).

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Disrupção (Tecnologia Disruptiva ou Inovação Disruptiva): produto ou serviço que cria um novo mercado e desestabiliza os concorrentes que antes o dominavam. É geralmente algo mais simples, mais barato do que o que já existe, ou algo capaz de atender um público que antes não tinha acesso ao mercado. 48 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

Ianiv Wainberg - Sócio da Bertussi Design, consultor em design de produtos e gestão da inovação, com atuação junto a indústrias de médio e grande porte de diversos segmentos. Tem passagem em empresas como Dell, RBS, Unimed e Feevale. Bacharel em Design de Produtos e MBA em Gestão Estratégica. ianiv@bertussidesign.com.br


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MEMÓRIAS

USIFER DRIBLA A OSCILAÇÃO DO MERCADO NACIONAL E APOSTA NA EXPORTAÇÃO Empresa conta com alta tecnologia para oferecer moldes de injeção termoplástica e de alumínio com excelente custo-benefício Por Gisélle Franciane de Araújo (gisellefranaraujo@gmail.com)

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nstalada em Vinhedo, cidade no interior do estado de São Paulo, a Indústria Metalúrgica Usifer fabrica moldes de injeção termoplástica e alumínio, pensados dentro de novos conceitos e desenvolvidos com alta tecnologia para oferecer produtos com menor custo-benefício. Entre seus clientes, principalmente as empresas do setor automobilístico, mas também atende os setores da linha branca, irrigação, cosmética e alimentícia. A Usifer é uma instituição familiar, que iniciou os seus trabalhos em 1980, com dois funcionários em uma pequena ferramentaria. Sua história começou a partir da dissolução de uma empresa de acessórios para automóveis. Luiz Mori, o fundador,aproveitou algumas máquinas da partilha e também o seu conhecimento como ferramenteiro, adquirido durante os 12 anos em que trabalhou na Robert Bosch. A empresa conta com uma área de 3.000m², sendo a metade deste espaço utilizada para a ferramentaria, com capacidade para a produção de moldes com até 15 toneladas. Hoje, além do fundador, a segunda geração também trabalha na Usifer. Para Luiz Mori, em uma empresa familiar as decisões são tomadas unilateralmente e a preocupação com a família pesa nas decisões. Já na sociedade, há muita discussão entre os sócios e, assim, divide-se a preocupação. “Isto possibilita uma ousadia maior nos negócios e, em contrapartida, maior 'agressividade' entre os sócios”, comenta. Hoje, Luiz participa nas tomadas de decisões juntamente com Élcio Fontanesi, responsável pela Engenharia e Projetos e Joaquim Miguel Rodrigues na área de produção. Além deles, sua esposa Marlene Mori que atua no setor financeiro e os filhos Alexandre Mori,na área comercial e Juliano Mori, na contabilidade da empresa. São 38 colaboradores, sendo cinco com nível superior, 26 que atuam na produção, todos com nível técnico e três colaboradores na administração. “Ao longo dos 36 anos de trabalho passamos por muitos planos e crises governamentais. Apesar de alguns deles terem sido por demais severos com nosso mercado, saíamos de cada um deles fortalecidos, pois sempre tivemos confiança em nossos colaboradores e acreditando sempre no nosso potencial, honrando com nossos compromissos, sendo honestos e sempre aceitando desafios, este que sabemos fazer parte de nosso crescimento”, salienta o fundador. 50 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

Para os gestores da Usifer, o segmento de ferramentaria flutua demais. “Hora muita e hora pouca demanda, sendo assim, dificulta o nosso planejamento para investimentos e tomadas de decisões em longo prazo. Hoje principalmente, estamos em um país vivenciando uma crise política e econômica, gerando incertezas e insegurança, elevando as taxas de juros e dificultando o investimento em novas tecnologias para o nosso parque fabril”, comenta Luiz. Para driblar a oscilação do mercado nacional, iniciou-se um trabalho para o mercado externo. Hoje a empresa atua comercialmente em países como Estados Unidos e Japão. Conforme Luiz, no início, como quase em todas as atividades empresariais, sobrava muita vontade e esforço e pouco recurso financeiro. “Na ferramentaria, os trabalhos eram mais manuais e dependiam muito do profissional em resolver problemas utilizando de sua experiência e habilidade, pois as máquinas da época não tinham tantos recursos quanto as de hoje”, salienta. De acordo com ele, com a evolução dos computadores e com as diversas tecnologias sendo introduzidas nas máquinas da ferramentaria, aumentou-se a capacidade de desenvolvimento de moldes maiscomplexos e com menor prazo de entrega.

Família Mori: Alexandre, Marlene, Luiz e Juliano

O empreendedor ainda fez uma reflexão diante do atual cenário político e econômico do país: “esperamos que um dia os nossos representantes políticos enxerguem as empresas brasileiras como base do desenvolvimento da nação, pois são


MEMÓRIAS

elas as geradoras de empregos e riquezas e infelizmente, elas não têm o apoio necessário para poderem competir em condições de igualdades com o mercado exterior”. Luiz Mori afirma que o social e tecnológico estão ligados às decisões políticas, exemplo disso, são as altas taxas de importação para equipamentos de tecnologia que beneficiariam a competitividade gerando empregose desenvolvendo know-how nacional.

2016 - Sede atual 1991 - Chão de fábrica

1990 Primeira sede

1981 - Início

INDÚSTRIA METALÚRGICA USIFER LTDA. Rua São Paulo, 569 - 13280-000 Vinhedo - SP Tel: 19 3826-8990 usifer@usifer.com.br http://usifer.com.br/

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MBE

PLANTAMOS UM MODELO, COLHEMOS UMA CRISE! Por Carlos Rodolfo Schneider | Foto Roberto Borba

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nossa história mostra que o Brasil escolheu ter um Estado forte, ou melhor, grande. Que bom se fosse forte, com capacidade de oferecer à sociedade serviços públicos de qualidade e induzir o processo de desenvolvimento. Ao invés disso, temos um poder público pesado, obeso, lento e caro, que estrangula a sociedade para conseguir se manter. E como diz o ex-ministro Delfim Netto, que há muito tempo não cabe no nosso PIB1. Pior, esse monstrengo continua crescendo sem parar. A Constituição de 1988 colocou fermento no bolo, criando uma série de direitos sem se preocupar com o equilíbrio fiscal. O inchaço a partir daí foi financiado, em um primeiro momento, pelo imposto inflacionário, levando-nos ao processo de hiperinflação, depois pelo crescimento descontrolado da dívida pública, seguido de forte expansão da carga tributária, de 25% do PIB para algo em torno de 35%, atualmente. E com a resistência da sociedade a um novo aumento de impostos, o governo apelou novamente à expansão da dívida pública, um dos motivos que nos levou a perder o grau de investimento.

Extraindo cada vez mais da sociedade, o governo vem devolvendo cada vez menos à ela. Enquanto o seu consumo, isto é, o custo para manter a máquina pública funcionando, já chega a 20% do PIB, o investimento da União, fundamental para o país crescer, já encolheu para menos de 1%. Como diz o economista Paulo Rabello de Castro, coordenador do Movimento Brasil Eficiente (MBE), nem lorde Keynes2, que defendia forte participação do Estado na animação da economia, concordaria com o festival de gastança pública no Brasil, que ao invés de resgatar os agentes econômicos, trata de sufocá-los, com um processo pernicioso de realimentação do Custo Brasil.

Algumas medidas estruturantes, que dependem também do Congresso, são imprescindíveis para rompermos essa trajetória insustentável. Flexibilizar o orçamento público é uma das medidas, que tem 89% dos gastos engessados, contra, por exemplo, 67% nos Estados Unidos, 64% no Reino Unido e 53% no Japão. Reformar a Previdência Social, que vem multiplicando o seu déficit3, e desindexar a economia, para evitar que a inflação passada continue pressionando os gastos e retroalimentando o processo, também são imprescindíveis. Criar um Conselho de Gestão Fiscal, por sua vez, ajudaria muito na eficiência dos gastos públicos. Temos que fazer o Estado perder as gorduras que custam caro demais à sociedade brasileira e adquirir senso de urgência para as mudanças necessárias. 1

PIB: sigla para Produto Interno Bruto e representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de mensurar a atividade econômica de uma região. 2 John Maynard Keynes (5.6.1883, Cambridge, Tilton, East Sussex 21.4.1946): Foi um economista britânico cujas ideias mudaram fundamentalmente a teoria e prática da macroeconomia, bem como as políticas econômicas instituídas pelos governos. Fundamentou suas teorias em trabalhos anteriores que analisavam as causas dos ciclos econômicos, refinando-as enormemente e tornando-se amplamente reconhecido como um dos economistas mais influentes do século XX e o fundador da macroeconomia moderna. O trabalho de Keynes é a base para a escola de pensamento conhecida como keynesianismo, bem como suas diversas ramificações [wikipedia.org]. 3 Déficit: do latim deficit, significa literalmente o que “faltou”. É o que falta para se completar algo. É o inverso do superávit, ou seja, representa a conta “prejuízos do exercício”.

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Carlos Rodolfo Schneider, empresário e coordenador do Movimento Brasil Eficiente – MBE. crs@brasileficiente.org.br


GENTE

& GESTÃO

TIPOS DE OBJEÇÕES E TÉCNICAS PARA ANTECIPÁ-LAS E VENDER COM LUCRO Por Paulo Cesar Silveira | Fotos Divulgação

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m teoria, as objeções do cliente podem ser sinceras ou não! Na prática, porém, as coisas mostram-se bem mais complexas, e pegam totalmente desprevenido o profissional de vendas inocente e desavisado. Embora existam muitas razões para que o cliente faça objeções, percebe-se que seu comportamento está voltado para a escolha de uma das alternativas: comprar ou não comprar. Se ele não quiser comprar (mesmo tendo marcado a visita com o profissional de vendas), sua restrição estaria classificada como objeção não sincera ou de manipulação estratégica. Mas se o objetivo é comprar, tão logo esteja seguro de fazer a escolha correta, tratase de um caso de objeção sin65%das vendas cera. acontecem depois da É importante ter em men3ª ou 5ª objeção. te que, muitas vezes, o argumento levantado pelo com60%dos prador pode não constituir de vendedores desistem após a 1ª ou 2ª fato uma autêntica objeção, objeção! embora tenha para os profissionais de vendas atentos e Mais de detalhistas um grande significado. Por exemplo, no caso de 80%dos negócios são fechados com um cliente efetivo a objeção pelo menos três talvez seja um meio para resismanifestações tir à compra, ou mesmo contrárias fortes. ganhar tempo antes de efetivar o negócio, mais do que Mais de negá-la. O cliente tenta retar70%das vendas dar o momento da decisão de são realizadas a qualquer jeito, para comprar partir de um sonoro menos do que o vendedor não do cliente! sugere, para comprar variedades diferentes de propostas e Fonte: O profissional de de forma profissional, raciovendas, Moacir Moura nal e inteligente, sempre con-

seguir melhores condições e conveniências. Quando se trata de um comprador potencial, com a qual a negociação está sendo iniciada, o modo como a objeção é apresentada pode servir como uma pista para ajudar os vendedores a decidirse, e em que medida, vale a pena investir tempo e recurso naquele cliente em questão. Diante da declaração “Não me interessa nada neste momento” o profissional precisa resolver se pode contornar a situação ou se deve encerrar a conversa e ir embora. Recapitulando, as reações do vendedor às objeções, quaisquer que sejam elas, devem necessariamente partir de dois pontos básicos: 1. Qualquer objeção deve ser considerada uma vantagem competitiva Isso é verdade porque mostrará três ótimas perspectivas: ! Demonstra que o cliente prestou atenção na apresentação; ! Permite que os profissionais de vendas descubram os principais interesses do cliente e; ! Facilita aos vendedores profissionais a tarefa de aprofundar o quadro das características-vantagens do produto ou serviço que está oferecendo. 2. Qualquer objeção deve ser considerada do ponto de vista do cliente Diz um antigo ditado em vendas: “Antes de julgar um homem, experimente caminhar com seus sapatos”. Da perspectiva do cliente, podem existir razões para formular uma objeção que, à primeira vista, escapam ao vendedor. Os profissionais de vendas precisam identificar a categoria em que se enquadram as objeções dos profissionais de compras, de modo a respondê-la e revertê-la em um fechamento. Com frequência os profissionais de vendas temem que as objeções levantadas pelos compradores venham a constituir um enorme obstáculo, capaz de impedir o fechamento do negócio. Nem sempre isso ocorre. Mas, assim como não faz sentido supervalorizar as objeções, também seria um erro simplesmente ignorá-las. O risco de minimizar as objeções está sempre presente, REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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GENTE

& GESTÃO

sobretudo quando são repetidas a cada momento pelo cliente, provocando nos profissionais de vendas um indisfarçável desapontamento e o tédio de ter de voltar com os mesmos argumentos. Existe outro perigo, igualmente grave, que os profissionais de vendas devem evitar a toda forma: o excesso de reações às objeções, o que acaba instigando ainda mais a obstinação por parte do comprador. Muitas vezes vendedores profissionais estão de tal modo convencidos da insensatez de determinada objeção que se esforçam com exagerado vigor, em passar ao comprador essa convicção. Pode acontecer de o cliente ter um argumento forte e o vendedor, teimosamente, procurar refutá-lo sem bons motivos. Seja como for, o excesso de reação costuma ser visto pelo cliente como uma postura defensiva, que apenas confirma sua sensação de que descobriu um ponto fraco no vendedor. Seria mais ou menos como se pensasse: “Se ele reage com tamanha intensidade é porque tem algo a esconder”. Bem melhor, portanto, é manter a calma e diminuir, em vez de acentuar, o calor da argumentação, que, além de tudo, deve ser clara e concisa. Naturalmente, esse princípio precisa ser ajustado a cada circunstância específica. Para enfrentar com propriedade as objeções levantadas pelo comprador, os vendedores profissionais devem saber enquadrá-las de maneira correta em uma das categorias principais: as não válidas, ou falsas; as semi-válidas, ou não verificáveis; as válidas e as objeções de destruição emocional e da marca. Do ponto de vista do cliente, cada uma dessas categorias destina-se a atingir objetivos que talvez sejam fáceis de intuir. Do ponto de vista do vendedor, será necessário descobrilas e perceber suas reais intenções para, depois organizar uma eficaz estratégia de respostas. A seguir relacionam-se alguns pontos que permitem estruturar uma estratégia. Os profissionais de vendas podem e devem aproveitar as objeções para instaurar uma relação de colaboração com o cliente. OBJEÇÕES

OBSERVAÇÕES

Latentes

São objeções não enunciadas, talvez por temor que os vendedores profissionais sejam capazes de lhes dar uma resposta positiva. Nascem da vontade de não comprar.

Enganosas

Em geral vêm acompanhadas de manifestações mímicas de desprezo. O objetivo é desvalorizar e desqualificar ao máximo os vendedores profissionais, e a reputação do que vendem. Escondem a vontade de não comprar.

Maldosas

Explicam o desejo de ferir e desestabilizar o emocional dos profissionais de vendas diretamente ou indiretamente. Os clientes exercitam o seu poder de compra da maneira mais destrutiva e o pior possível. Este comportamento é induzido por grandes frustrações do comprador em relação a sua personalidade, resultados, ausência de autoestima e hierarquia... E também para obter vantagens destruidoras sobre os vendedores ou da empresa que eles representam.

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Concretas

Entram neste quadro as objeções válidas, formuladas com base na ética, comprometimento com o fornecedor e intenção direta de compra. Oferecem argumentos dotados das melhores intenções, e expressos com respeito, ética e objetividade.

De prestígio

O cliente exercita seu poder de compra, e se esforça para parecer competente. Talvez esteja presente certa obstinação e vontade de ser reconhecido de forma mais pessoal a partir de seu status de decisor.

Sugestivas

Nascem da convicção, muitas vezes inconsistente, que o cliente tem que ser diferente dos outros, por ter problemas diferentes dos outros, ou por comprar com constância. E, por isso querer vantagens inexistentes.

Objetivas

Assemelham-se as concretas. São formuladas sobre questões importantes e expressas de maneira também objetiva, embora não seja raro o cliente encontrar um pouco de dificuldade para formulá-las com necessária clareza. Neste caso o vendedor tem que conduzir a venda de forma minuciosa. Sendo assim torna-se essencial detalhamento preciso do ambiente de venda do cliente.

Genéricas

Muitas vezes estão presentes na parte inicial da conversa e não se referem a nada em particular. Talvez o cliente só esteja investigando o tipo de comunicação do profissional de vendas para tentar induzi-lo a seu ritmo de negociação e interesses pessoais nas vantagens da mesma.

De última hora

São objeções que costumam surgir no final da conversa, como tentativa extrema de fugir a compra, quase inevitável. Às vezes surgem na verbalização, não muito convincente, de mais dúvida sobre a oportunidade de comprar. Principalmente quando o profissional de vendas é mais coercivo em suas colocações e agressivo demais no fechamento da negociação.

Com frequência os vendedores profissionais trabalham convencidos de que, na apresentação, estão participando de um processo muito simples: afinal, se o produto ou serviço que oferece são adequados à necessidade do comprador, a este nada mais resta que fazer a aquisição, ou seja, fazer a compra. Ao contrário, porém, é justamente durante a apresentação que muitas vezes começa uma espécie de conflito nem sempre concluído de modo favorável para os profissionais de vendas. Independente daquilo que já se disse neste conteúdo acerca das indagações, hesitações ou meros atos de mesquinharia ou prepotência que originam as objeções levantadas pelo cliente, o processo de compra constitui, em si, um assunto complexo. No mínimo, pode provocar uma série de efeitos colaterais, que o cliente não costuma desprezar e sobre os quais, em geral, o vendedor sabe muito pouco. Os profissionais de compras podem estar preocupados, por exemplo, com desdobramentos econômicos ou financeiros que repercutam sobre os processos de produção ou a velocidade de rotação do estoque; com a eventualidade de mudanças nas preferências da clientela de sua empresa; com sinais de saturação do mercado; e com muitos outros fatos externos ao campo específico de ação,


GENTE

mas que, no entanto, não deixam de refletir de modo mais ou menos significativo em sua atividade onde o lucro, a fluidez do processo e a operação de compra no todo deve ser sustentável. Assim, as objeções às ofertas dos profissionais de vendas podem nascer de receios ligados não diretamente ao produto ou serviço, mas sim a possíveis efeitos colaterais que a compra venha a provocar, nem sempre detectados pelo profissional de vendas. Pode acontecer, então, de que este se sinta induzido a considerar seu interlocutor uma pessoa incongruente, quando não totalmente grosseira e incompreensível. Para evitar este erro, é importante partir de um pressuposto básico: na medida em que a objeção é a ponta de um iceberg, deve ser sempre recebida com a máxima seriedade, sobretudo para que os vendedores profissionais consigam compreender as bases reais em que ele se apoia. Os profissionais de vendas bem preparados encaram qualquer objeção – que, como já se viu, não deve ser entendida estritamente como tal, mas como uma questão, um fato, um ponto, um argumento construído e concreto do ponto de vista do comprador, uma observação - como algo interessante, importante, inteligente e assim por diante. Posteriormente, ele decide se vai formular a resposta ou se é preferível adotar um comportamento diferente.

O momento em que as objeções ocorrem é sempre decisivo na negociação. Nesse ponto, os profissionais vendedores devem colocarse diante do cliente não como uma pessoa qualquer coagida ou constrangida a responder as restrições levantadas, mas como alguém firme, forte e disposto a resolver questões que ele próprio, vendedor, teve o cuidado de solicitar ao cliente. Os profissionais de vendas que conseguirem colocar-se nesta posição serão capazes de instaurar uma relação de colaboração mútua com o comprador e evitarão constrangimentos ou qualquer forma de conflito pessoal em relação ao negócio discutido ou a personalidade chegando assim a uma rela-

& GESTÃO

ção saudável onde profissionais de vendas farão uma venda sustentável, reverterão negociações viciadas em lucro para ambos e no processo sadio de vendas, quem sabe uma aliança de sucesso de longo prazo. Tenha um fabuloso dia hoje e sempre... Pois o MERCADO é do TAMANHO de sua IMAGINAÇÃO. Se você tiver algum comentário, sugestão ou dúvida entre em contato pelo e-mail falecom@paulosilveira.com.br e no campo “Assunto” coloque Revista Ferramental.

Paulo Cesar Silveira - Conferencista com mais de 2.000 palestras em sua carreira em 19 anos de profissão. Consultor, empreendedor e articulista com mais de 900 artigos editados. Mentor e líder do Projeto Liderança Made in Brazil. Autor de 22 livros, destacando-se os best-sellers: A Lógica da Venda e Atitude – A Virtude dos Vencedores. Sendo ainda um dos autores da Coleção Guia Prático da Revista PEGN e também dos livros Ser+ em Vendas, Ser+ com T&D e Ser+ com Palestrantes Campeões em parceria com a Revista Ser Mais. Seu trabalho corporativo se baseia no treinamento mundial de vendas mais agressivo do mundo: Buyer Focused Selling e nos principais métodos de compras mundiais, principalmente as metodologias BATNA, PAC e no método de liderança TGE. Professor convidado da FGV/SP, FIA FEA/USP e UFRGS. Palestrante indicado pela FACISC, ADVB e FIESP nas áreas de vendas consultivas, vendas técnicas, negociação e comunicação com base em liderança. paulosilveira.com.br

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ENFOQUE

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60Hz, 3,5A; dimensões do equipamento (L × P × A) de 82,5 × 62 × 59 cm respectivamente; peso de 93 kg; software com recursos do Objet Studio™, de orientação automática da montagem, geração de estrutura de suporte em tempo real automática; fatiamento em tempo real; compatibilidade com estações de trabalho Windows XP, Windows 7; conectividade de rede Ethernet TCP/IP 10/100 base-T; formatos de entrada em arquivos STL e SLC; ambiente operacional com temperatura entre 18 e 25°C e umidade relativa permitida de 30 a 70%; nenhum requisito especial de instalação; 2 cabeças de jateamento SHR (Single Head Replacement); e conformidade normativa CE/FCC/RoHS. Stratasys 11 2626-9229 stratasys.com

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Hexagon Metrology WLS400 é a última geração de sensores de luz branca da Hexagon Metrology que apresenta as mais avançadas tecnologias, incluindo câmeras digitais de alta resolução, iluminação baseada em LED (diodo eletroluminescente), estrutura de fibra de carbono e rápida obtenção e processamento de dados. É um sistema de funcionamento manual utilizado


ENFOQUE

para a metrologia 3D, inspeção da qualidade e digitalização. O sistema apresenta capacidades de medição únicas que enfatizam o seu grande valor para múltiplas aplicações industriais. A estrutura rígida do sensor baseada em fibra de carbono oferece suporte estável e protegido para todos os componentes ópticos, garantindo alta confiabilidade em condições exigentes. O Hexagon Metrology WLS 400M é o único sistema de luz branca que funciona em modo manual com ativação direta. O sistema é usado utilizando um computador portátil padrão que pode desacoplar-se para operações fora da linha, além de servir como estação de análises e de geração de relatórios. A tecnologia LED proporciona: fonte de iluminação de alta intensidade; todos os módulos de iluminação dentro do sensor ótico; maior confiabilidade do sistema e maior vida útil dos componentes; rápida ativação e obtenção de imagens; performance do sistema aprimorado; componentes elétricos seguros de baixa tensão; uniformidade luminosa aprimorada para medições de superfície 3D. As características técnicas incluem: 3 câmeras digitais de 4.0 megapixels projetadas para aplicações industriais protegidas por invólucro de fibra de carbono rígida e resistente à temperatura; tecnologia de projeção e reconstrução em 3D; tecnologia de visão estereoscópica 2D e 3D de disparo rápido e preciso de superfícies e características; iluminação de alta potência baseada em LED; funcionamento do sistema com campo de visão de 500 x 500 mm; profundidade de campo igual a 230 mm; distância de trabalho ótima de 780 mm; dimensões do cabeçote ótico [An x Al x P] iguais a 550 x 265 x 280 mm; dimensões da

unidade de controle iguais a 510 x 210 x 245 mm; peso do cabeçote ótico com 8 kg e do armário de controle igual a 7,5 kg. Ainda tem compatibilidade elé-trica de tensão a 100~230 VCA em 50/60 Hz e potência igual a 0,7 kW de consumo máximo; condições do ambiente de trabalho com temperatura de operação entre 5 e 35°C (limitada por especificação de PC/portátil) que pode ser aprimorado com sistemas de refrigeração; condições de iluminação operativa com baixa sensibilidade à iluminação industrial, fontes de luz ambiente e luz natural nãodireta; estrutura/vibrações de instalação projetada para funcionamento no ambiente industrial com ma-quinário pesado (prensa para estampagem, CNC, robótica, etc.); calibração e certificação anual no local com sistemas de rastreamento; sistema operativo Windows XP Sp3; plataforma automática por computador portátil ou PC; software do sistema CoreView™ da Hexagon Metrology; certificações e padrões CE/TUV, NEMA12, VDI/VDE 2634 Parte 2 Norma para sistemas de medição óptica; rastreamento para equipamentos padrão da metrologia NIST; e ISO 9001:2000. Hexagon Metrology 11 5525-6000 hexagonmetrology.com.br

A

presentado pela Fidia, o ViMill® é um sistema anticolisão a bordo da máquina (Patente USA nº 9317029). Há mais de 40 anos a empresa apresentava o conceito de “look ahead”: o comando numérico “olha a frente” o percurso da ferramenta programada a fim de otimizar a velocidade e a aceleração da máquina. Com ViMill este conceito foi estendido para o campo da segurança. ViMill é um pacote de software no qual a função look ahead tem evoluído ao escopo de prever cada possível colisão e assim garantir uma usinagem mais segura. Sendo totalmente integrado no controle numérico Fidia, ele está sempre ativo durante todas as fases de utilização da máquina: execução do percurso da ferramenta, programação manual, ciclo REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016

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ENFOQUE

de troca de ferramenta, ciclo de medição e alinhamento da pe-ça, posicionamento dos eixos através do painel ou o volante eletrônico. Quando ViMill está funcionamento, o controle Fidia verifica continuamente cada possível condição de colisão entre as partes em movimento da máquina, tais como o cabeçote, a ferramenta, a mesa rotativa ou a fixa, dispositivos de fixação e também os componentes da usinagem como a peça e o sistema de fixação (grampos, morsas, mesas magnéticas, etc). Toda vez que é identificada uma condição de colisão, o controle para os eixos da máquina e exibe uma mensagem apropriada. O operador pode agir em conformidade e reiniciar a usinagem. A verificação do programa com um simulador off-line evita a execução de programas de usinagem que inclui erros formais ou de posicionamento, mas não pode garantir que a usinagem efetiva coincida exatamente com a simulação. Nenhum simulador pode proteger eventuais imprevistos durante da usinagem. ViMill por sua vez, não só informa sobre colisões oriundas de erros de programa como também protege a peça em usinagem, os sistemas de fixação e a máquina como um todo, do uso indevido ou erros de digitação durante o

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funcionamento da máquina. É aqui onde o sistema faz a diferença: foi concebido, projetado e desenvolvido especificamente neste escopo. ViMill não é só um simulador de processo: também monitora o processo real, controlando o que acontece com a máquina e a parando seja qual for a razão de uma possível colisão.Ele pode funcionar tanto em modo off-line quando no modo online. Em ambos os casos, o modelo da máquina, da ferramenta e da peça bruta devem ser carregados no ViMill.A Fidia desenvolveu os módulos plug-in em colaboração com diferentes empresas de CAD/CAM, permitindo ao sistema o acesso direto ao banco de dados do sistema CAD/CAM para obter os dados necessários. Os módulos plug-in estão disponíveis para os mais diversos sistemas CAD/CAM, enquanto outros podem ser desenvolvidos conforme a necessidade. Fidia do Brasil 11 2965 7600 fidia.com

A

Dardi International é fabricante de tecnologia de corte com jato de água e de inovações em todo o mundo. Constrói desde pequenas máquinas de corte com jato de água até máquinas

complexas, usadas em aplicações com vários eixos e várias pontes.O seu modelo de máquina com 5 eixos DWJ3020BB-X5 tem as seguintes características técnicas do cabeçote: corte 2D/3D dinâmico, equipado com o software LANTEK, oferecendo ângulos de inclinação que variam de 0° a 60°, compensação da conicidade de corte automático; tecnologia de controle avançado; precisão de posicionamento linear (eixos X, Y e Z) igual a ±0,1mm; precisão de posicionamento angular (eixos A e C) de ±0,1°; velocidade máxima de rotação do eixo C igual a 360º/s; projetado para máquina modelo BB; amplo campo de aplicação; tecnologia 3D, podendo fazer usinagem em superfícies curvas e/ou cônicas. Corte em formas vertical, horizontal, angular, circular, tubos. Pode cortar escareados, chanfros, etc.; atende os requisitos de alta precisão em indústrias em geral, fabricantes de máquinas, aeroespacial, transporte ferroviário, marítimo, automotivo. A máquina possui ainda tanque com dimensões de 3.170 x 2.130 mm, área útil de corte de 3.000 x 2.000 mm, eixo Z com curso de 300 mm. Dardi 11 3853 5728 dardi.com.br


CIRCUITO BUSINESS

FEIRAS, CONGRESSOS E CURSOS FEIRAS E CONGRESSOS

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CIRCUITO BUSINESS

CURSOS

CONSULTAR

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+As informações publicadas nesta seção são repas-

sadas à Editora Gravo pelas entidades e empresas organizadoras. A Editora Gravo não se responsabiliza por alterações de data e local dos eventos.


ESPAÇO LITERÁRIO

DICAS DE LEITURA OS 8P´s DO MARKETING DIGITAL Conrado Adolpho Este livro foi publicado originalmente com o título Google Marketing. O marketing digital passa atualmente por uma fase de consolidação em que apenas as empresas e os profissionais que tiverem um conceito sólido do que representa a internet na economia atual, baseada em conhecimento, e que tiverem domínio prático sobre as táticas desse novo mundo formado por bits vão prosperar no mercado. O livro traz para profissionais de marketing, administradores, empresários, profissionais liberais e estudantes o passo a passo para se ter êxito nas estratégias de negócios de todos os tipos, utilizando para isso o ambiente online. Mostra como transformar a internet em uma ferramenta de negócios eficiente e lucrativa. Mostra também, por meio de mais de cem cases e centenas de indicações de ferramentas, o lado prático do marketing digital, porém, sem deixar de expor de maneira didática e abrangente toda uma nova teoria gerada pela era do conhecimento e pelas novas tecnologias da informação e da comunicação. 1ª edição. Tem 904 páginas. 2011. ISBN 978-85-75222-75-1. novatec.com.br AS REGRAS DA INOVAÇÃO Tony Davila, Marc J. Epstein, Robert Shelton Os autores mostram como gerenciar, medir e lucrar com a inovação. Além de acentuar que ela não acontece por mera casualidade ou inspiração, apontam os caminhos que podem estimular a criatividade e a inovação dentro de uma empresa. Formato digital. Com 336páginas. 2007. ISBN 978-85-77801-43-5. grupoa.com.br MEDINDO A SATISFAÇÃO DO CLIENTE Bob E. Hayes As empresas de manufatura utilizam medições objetivas para garantir a qualidade dos seus produtos, mas como se controla a qualidade de um negócio relacionado com serviços? Segundo o autor, deve ser utilizado o mesmo tipo de análise estatística rigorosa que um fabricante adotaria, mas aplicando métodos diferentes para elaborar e distribuir os seus questionários de satisfação do cliente. Ele ensina como fazê-lo neste manual. Fornece ainda uma avaliação detalhada do desenvolvimento de questionários e da análise estatística. A maior parte do conteúdo é formada por análises matemáticas e exemplos de questionários, o que não é uma leitura fácil, mas a getAbstract a recomenda como uma referência útil para qualquer um que pense em realizar pesquisas de satisfação de clientes, em particular nas empresas prestadoras de serviços. O livro tem 228 páginas. 3ª edição. 2008. ISBN 978-85-85360-85-2. qualitymark.com.br FORMAÇÃO DE PREÇO: UMA ABORDAGEM PRÁTICA José Carlos Sardinha O livro inicia ensinando as diferentes abordagens de custos: custeio por absorção e custeio por contribuição. Parte, a seguir, para os conceitos de ponto de equilíbrio para um produto e para vários produtos com a mesma política de preço e emprega o uso desses conceitos para decisão de preço. Na decisão de preço para vários produtos com a mesma política de preço é apresentado o conceito de mark-up multiplicador e divisor. A posterior apresenta vários exemplos elucidando a vantagem da abordagem por contribuição na decisão do preço: quando ocorre variação no preço do insumo; para uma encomenda especial com base no lucro predefinido; para uma encomenda especial com base na recuperação de um lucro que não será obtido; com o objetivo em volume de negócio; para produtos com custos comuns; e para decisão de preço considerando a contribuição para o lucro por unidade do fator limitativo. Por último, apresenta o modelo da General Motors (GM), cuja principal característica é explicitar o retorno sobre investimento no cálculo do preço. Nesse modelo são discutidos o cálculo dos valores objetivados do capital de giro e o retorno sobre o ativo, de forma que o Valor Econômico Adicionado - EVA seja zero. Explica o significado de EVA ser zero. Finalmente, calcula-se o preço do produto atendendo as demandas mencionadas. Recomendado para tomadores de decisões na área de preço e planejamento e para profissionais de outras áreas que desejam obter formação em administração, bem como para empresários industriais, comerciais e de serviços, que necessitam tomar decisão de preço. 360 páginas. 1ª edição. 2013. ISBN 978-85-22479-60-3. grupogen.com.br

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OPINIÃO

ALINHAMENTO DE PROPOSTAS Por Paulo Sérgio Furlan Braga| Foto Divulgação

T

emos diversos desafios pela frente, e o cenário mais otimista para o setor de ferramentaria é a continuidade do INOVAR Auto - Fase II, um REFIS que atenda em carência de 24 meses e prazo não inferior a 240 meses, a eliminação da indústria das ações trabalhistas, envolvendo OAB, Ministério Público, Magistratura e os Sindicatos, bem como, o redesenho de um modelo de financiamento para a cadeia utilizando parte dos depósitos compulsórios do Inovara Auto no FNDCT - Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Outro problema é a falta de uma política industrial robusta com câmbio mais competitivo, que devia ser em torno de R$ 3,90. Ainda um ponto importante são os vencimentos dos impostos, que deveriam ser no mínimo no dia 15 do mês subsequente. Vale destacar que quando estamos com produção elevada, justifica-se o REFIS, mas quando entramos em crise o REFIS deveria ser suspenso até o mercado reagir novamente. Embora o setor de ferramentaria esteja alinhado de norte a sul do País, os preços praticados por alguns empresários colocam todo o seguimento em risco, bem como, sua cadeia produtiva, quando praticados abaixo do ponto de equilíbrio. A pressão que sistemistas e montadoras fazem é desleal e deixam a cadeia cada ano mais fragilizada comparando-se os preços impostos ao da China e Índia como exemplo.

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias acumulado na compra de ferramentais no país. Hoje a cadeia automotiva acumula mais de 2,5 bilhões em créditos escriturados que poderiam oxigenar o setor em lançamentos de novos produtos. Estamos realizando reuniões e articulando alternativas viáveis para a produção nacional de ferramentais, destacando-se que mais de 92% de um veículo automotivo é produzido a partir de um molde ou ferramental de estampo, entretanto, o centro de decisão para compras ainda é bastante obscuro, sendo que muitas montadoras ainda importam o produto da China seguindo determinações de suas matrizes. A criação e fortalecimento de um observatório é mandatória para nosso setor. Estamos estruturando a modelagem, entretanto a falta de política industrial ainda esbarra em dotação orçamentária para deixarmos o projeto ativo. Enfim, tenho certeza de que a sinergia criada entre ABINFER, ABIMAQ e o APL de Ferramentaria do Grande ABC é um esforço conjunto para viabilizarmos a produção no Brasil. Participe você empresário de uma de nossas associações.

A carteira de cotação hoje é muito boa, entretanto o fechamento do pedido requer muita atenção do empresário, com os constantes aumentos de custos de matéria prima e processos internos. Vimos tratando com o Governo Federal em várias frentes para a continuidade de demanda no setor, sendo a principal o INOVARAuto - fase II. Com as montadoras a utilização de

Paulo Sérgio Furlan Braga Presidente do Conselho Automotivo da ABIMAQ csfm@abimaq.org.br 62 REVISTA FERRAMENTAL SETEMBRO.OUTUBRO 2016




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