Revista
Ano 5 • Nº 19 • dezembro de 2014 • www.feuc.br/revista
em foco
DA CRECHE À PÓS-GRADUAÇÃO
Para você, o nosso melhor prato: educação que forma e transforma. Está servido? 1
Institucional
Natal 2014 E chegamos ao final do ano de 2014. Dezembro vem sempre com grandes novidades, agenda permeada de compromissos, além de grandes expectativas. Nas famílias, antes do correcorre do dia que precede o Natal, temos o conhecimento final da aprovação, ou não, nossa e de nossos filhos na escola, na faculdade, além da expectativa com vestibular ou outros concursos. Sempre mais alegrias e vitórias que nos anos anteriores: é o CRESCER que, até inconscientemente, perseguimos porque faz parte da natureza viva e não temos poder de paralisá-lo. É, portanto, hora de reflexões, de avaliações, novos projetos, promessas silenciosas e sonhos e devaneios. Precisamos e merecemos um amanhã verdadeiramente melhor. Temos, assim, em relação ao AMANHÃ, três opções: a primeira é enfiar a cabeça na areia ou no travesseiro – bem mais confortável – e deixar o TEMPO PASSAR; outra é entrar no ritmo e no movimento dinâmico da vida biológica e social e AGIR ATIVAMENTE na construção do próprio trajeto, no da família, no da escola, no do trabalho e de onde quer que se esteja; e finalmente última opção, que parece muito apreciada, é “DEIXAR A VIDA ME LEVAR”. Quando, de forma sensata e equilibrada, corajosa e incansável, agimos proativamente, estamos optando por não deixar apenas o TEMPO PASSAR nem A VIDA NOS LEVAR, mas AGINDO ATIVAMENTE e deliberadamente forjando nossa marca em um traçado especial para a nossa história e na direção que a sociedade e o mundo seguem. Nosso maior sonho é que a imensa Família FEUC – instituidores, dirigentes, professores, funcionários, alunos, colaboradores e amigos – possa refletir e concluir como cada um de nós é importante, significativo e decisivo no que faz para melhorar o nosso mundo. As nossas atitudes serão, certamente, tênues reverberações para o universo, mas indeléveis sobre aqueles que estão mais próximos de nós. Pensemos no crescimento de uma pessoa. Quando está no ventre da mãe, recebe uma alimentação saudável. Tranquilidade e muito amor farão o bebê crescer e se desenvolver mais e melhor. Nascido, outros tantos cuidados para continuar crescendo – em estatura, inteligência e habilidades. Mas, ao chegar a certa idade, geralmente se desliga: um adulto com 20 anos, aparentemente, não “cresce” mais, e é vida que segue...
Em janeiro de 2015 a FEUC completará 55 anos de existência. Já está, portanto, “adulta”. A FEUC é uma pessoa jurídica, uma Fundação privada, e nas suas entranhas e entorno vivem e gravitam milhares de pessoas, físicas e jurídicas, formando um grande sistema numa relação simbiótica espetacular. Estamos falando de pessoas em geral que têm apreço por ela e dela dependem e influenciam o seu funcionamento, o seu crescimento, o seu brilho, os seus frutos. E é por este motivo que, apesar de seus 55 anos, a FEUC continua se renovando, crescendo e se desenvolvendo, transformando vidas, famílias, comunidade local e de municípios vizinhos. Em 2014, podemos festejar a conquista de novos cursos, a melhoria na qualificação de nossos docentes e discentes, inclusive com aprovação e inclusão da faculdade no PIBID; e ainda melhorias físicas, como a climatização das salas de aula, ampliação e melhorias nos diversos laboratórios e acervo da biblioteca, vibrante participação de nossos professores, coordenadores e dos universitários no ENADE, as Semanas Pedagógicas muito bem trabalhadas, o avanço do CAEL no aspecto pedagógico e formação profissional, FEUCTEC conjunta com EXPO X, o acesso ao PRONATEC; no Colégio Magali, importantes avanços e melhorias na administração pedagógica e no espaço físico. Foi um ano muito promissor, com uma intensa e rica vida acadêmica, envolvendo oportunidades de estágios e trabalho, importantes eventos e abertura plena para atividades da comunidade, marcadas especialmente pelas participações da UNATIL, da Orquestra e Coro Ecos Sonoros. Agora, o mais interessante disso tudo é “a música que está no ar”: entusiasmo, sintonia e o bom momento humano, de forte ambiência harmônica, de satisfação. De sonhos e de vontade de continuar a luta. Luta com trabalho intenso, por uma Educação avançada, pela melhor formação das pessoas, das famílias e comunidade. O que nos faz revigorados, renovados e energizados: crescendo e nos desenvolvendo, ainda aos 55 anos de vida. Muitas felicidades em 2015, muito obrigado pela dedicação de todos. E que tenhamos novos planos, novas realizações, conquistas, vida intensa, braços e cabeça erguidos e de mãos dadas. Avante, com muita união, vigor e determinação. Continuemos nossa grande obra, com a FEUC na cabeça. ■
Durval Neves da Silva Presidente da FEUC 2
Índice
Editorial Fotos: Gian Cornachini
16 Capa
14 Aula Empírica
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Expo X
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Voando com o PIBID
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Orquestra faz 20 anos
Histórias de educação que forma e transforma
Selecionados irão a mostras fora do Rio
Bolsistas viajam para apresentar seus trabalhos
Festa no Dia do Músico celebrou a data especial
Geografia leva alunos a serra e manguezais
24 30
FEUCTEC Evento este ano teve celebridades da internet
Fórum de Educação Ecos do que ‘rolou’ no evento interdisciplinar
Artigo CAEL é muito mais do que o Ensino Técnico
Erivelto Reis – de garçom a professor de Literatura das FIC e mestre e doutorando em Literatura Portuguesa na UFRJ Foto: Gian Cornachini FEUC em Foco é uma publicação impressa e online da Fundação Educacional Unificada Campograndense. Presidente: Durval Neves da Silva; Diretor Administrativo: Hélio Rosa de Araujo; Diretora de Ensino: Arlene da Fonseca Figueira; Diretora Superintendente: Mônica Cristina de Araújo Torres; Concepção editorial e edição: Tania Neves; Reportagem e Diagramação: Gian Cornachini; Periodicidade: trimestral; Tiragem: 5.000 exemplares; Site: www.feuc.br/revista; E-mail para contato: emfoco@feuc.br
Considerações e opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, a posição da FEUC.
A matéria de capa desta edição surgiu a partir de um exercício para criar o slogan da campanha publicitária de 2014/2015. Queríamos captar o sentimento que alunos, professores e funcionários cultivam pela FEUC, e saímos em campo. Recolhemos tantas histórias bacanas que restou reuni-las nas páginas centrais desta revista. Mas parecia não ter fim, e a cada nova pauta que íamos cobrir, eis que surgiam mais histórias. Como no Dia dos Professores, quando o queridíssimo Mauro Ferreira fez um discurso lindo dirigido aos presentes na festa, ressaltando a qualidade das relações profissionais e afetivas que ele vê aqui (leia na coluna Mundo FEUC). E aconteceu de novo: presa em um engarrafamento a caminho daqui, onde havia marcado de entrevistar o ex-aluno de Geografia Demetrius Silva Gomes sobre o trabalho que ele apresentara no Fórum de Educação, Ciência e Cultura, imaginei encontrá-lo impaciente e chateado pelo tempo de espera. Mas quem me recebeu foi um cara sorridente, contando da alegria de, por causa do meu atraso, ter podido circular e abraçar funcionários, professores e amigos que fez aqui. De novo, estamos falando de afeto. Mas vamos em frente que há outros assuntos também nessas páginas: balanços da Expo X (feira de ciências do CAEL) e da FEUCTEC (semana acadêmica dos cursos de computação), trabalhos de campo do curso de Geografia, apresentações de bolsistas em eventos do PIBID fora do Rio e muito mais. Uma boa leitura e um bom fim de ano a todos! ■ Tania Neves Editora 3
MUNDO
‘O Pequeno Príncipe’ é tema de exposição do Fundamental Alunos e professores do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental montaram uma nova exposição do Corredor Literário este ano. A Turma da Mônica foi homenageada em 2013 e, desta vez, a temática escolhida para dar vida à mostra foi “O Pequeno Príncipe” — obra do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, publicada em 1943, que narra a história de um piloto cujo avião cai no deserto do Saara, onde ele encontra um príncipe que o conduz em uma jornada filosófica. O Corredor Literário ficou exposto de 21 a 31 de outubro no pátio do CAEL, e o resultado final, composto por diversas pinturas, textos e desenhos desenvolvidos a partir do livro, foi fruto de um trabalho feito ao longo do ano com as crianças com o objetivo de despertar o gosto pela leitura.
Fotos: Gian Cornachini
Trabalhos foram feitos a partir de valores compreendidos no livro Segundo Sonia Folena, supervisora do Ensino Fundamental, o tema da exposição contribuiu para possibilidades valiosas de trabalhos com os alunos: “Temas como valores, imaginação, amor, amizade, entre tantos
outros, enriqueceram nossa prática”, destaca Sonia. “Desejamos contribuir para a formação de um aluno leitor, crítico, participativo, criativo e capaz de compreender as dimensões do mundo em que vive”, ressalta ela. ■
Na Cidade da Polícia, aprendendo um pouquinho sobre a arte de desvendar crimes Foto: Acervo Pessoal
Três alunos do curso de pós-graduação em Língua Portuguesa, capitaneados pelo professor Victor Ramos, tiveram uma verdadeira experiência de CSIs em setembro passado, ao participar de um seminário e workshop de Fonética Forense nas instalações da Cidade da Polícia, no Jacaré. Victor explica o interesse do tema para uma pós em Língua Portuguesa: “Em linhas gerais, a Fonética Forense tem por objetivo avaliar, em situações de gravação ou interceptação telefônica, por exemplo, se a voz de quem fala corresponde, de fato, à voz de quem se acha que está falando. Os conhecimentos em linguística, como estudo de prosódia, curvas fonéticas, melodia, va-
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À esquerda, Rodrigo e Victor; acima, Juliana e Diogo riantes e coisas assim, são articulados com aspectos da perícia criminal para se chegar a resultados estatísticos”, explicou. Os alunos Juliana Rodrigues, Rodrigo Torres e Diogo Dala atuam como professores de português, sendo que os dois últimos também são
militares – Rodrigo na PM e Diogo na Aeronáutica. E, mesmo não captando todas as manhas do curso, os três consideraram o intercâmbio extremamente válido, tanto que levaram os detalhes da experiência para debater com a turma na aula seguinte. ■
De professor para professores e funcionários Fotos: Gian Cornachini
Sem delongas, esta coluna elegeu a improvisada fala do professor Mauro Ferreira, do curso de Letras (Espanhol), como o ponto alto da festa do Dia dos Professores, celebrada em 15 de outubro passado, na quadra de esportes da FEUC: “Estou muito emocionado de mais uma vez estar aqui na FEUC, festejando o Dia dos Professores. Faz 24 anos que eu trabalho nesta instituição e há uma memória muito sentimental sobre isso. Eu não fiz minha graduação aqui, eu morava em Vasconcelos e passava aqui no finado 815. O prédio era bem menor, e eu disse um dia para a minha mãe, que estava comigo: ‘poxa, mãe, eu deveria ter estudado aqui, porque seria tão interessante eu dar aula aqui, seria um grande sonho’. E esse sonho acabou sendo realizado: eu fui indicado por alguém e por alguém e por alguém... Quem me recebeu aqui foi a professora Aliane Vera. E vou dizer uma coisa a vocês: seguramente, quando eu desci essa Rua Lucília com meu primeiro chequezinho, do Banco Finasa, azul, eu me senti muito feliz! E quando eu estava dirigindo, vindo para cá, pensei assim: ‘poxa, eu trabalho faz 24 anos na FEUC, essa instituição deve gostar de mim, porque eu estou lá até hoje’.
Valdemar, Arlene e Durval vibram com fala de Mauro
Professores e funcionários festejam o dia 15 de outubro E queria dizer que eu gosto muito desta instituição. E a instituição, obviamente, nunca será o prédio, a parede... mas as pessoas que estão aqui. Eu
me sinto lisonjeado de trabalhar com pessoas tão importantes, íntegras, honestas, modernas, dinâmicas, acolhedoras como vocês. Obrigado”. ■
Divulgada a lista dos finalistas do Prêmio FEUC de Literatura de 2014 Já está no site da FEUC (www.feuc.br) a lista dos 40 selecionados para a etapa final do Prêmio FEUC de Literatura de 2014 – 10 na categoria Aluno e 30 na categoria Âmbito Nacional. Mais uma vez foi batido o recorde de participa-
ção na categoria Aluno, com 37 inscritos (contra 30 no ano passado). Na Âmbito Nacional, o número se manteve em 534. O resultado final será divulgado no site, na segunda quinzena de dezembro, mas os coordenadores
Rita Gemino e Américo Mano também entrarão em contato diretamente com os ganhadores para combinar a entrega dos prêmios de R$ 500 (1º lugar), R$ 350 (2º lugar) e R$ 250 (3º lugar) de cada categoria. ■
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Novo escritor
Matemática compreensível Professor das FIC lança livro sobre ensino de Geometria com significados Por Gian Cornachini
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oberto Rivelino, professor do curso de Matemática das FIC, lançou o livro “Construções Geométricas Significativas na Educação Básica” durante a XXI Octobermática, que aconteceu entre os dias 6 e 10 de outubro. A obra, que é a primeira de outras que ele ainda pretende escrever, é direcionada a docentes e surgiu a partir de uma experiência de ensino que Rivelino teve com estudantes do 8º ano da Escola Municipal Evaristo de Moraes, onde também é professor: “Esse livro é a possibilidade de divulgar um trabalho que deu certo através de uma metodologia que destaca o respeito e a cumplicidade entre professor e aluno, bem como as devidas justificativas, os porquês”, conta ele, que escreveu sobre a importância de contextualizar a Matemática utilizando exemplos do mundo real e da natureza para contribuir com a aprendizagem da Geometria. “Há uma
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escassez de professores que escrevem sobre esse assunto, e mais raro ainda quando se trata de construções significativas, isto é, quando se deve justificar cada decisão tomada”, afirma. Segundo Rivelino, essa metodologia permitiu aos alunos estabelecer conexões entre a Matemática e outras áreas do conhecimento, ajudando-os a desenvolver uma visão crítica e interpretar melhor as situações cotidianas. A prática pedagógica funcionou tão bem que, de acordo com o professor, o colégio recebeu a maior nota no IDEB entre as Escolas do Amanhã do Rio de Janeiro. No livro de 144 páginas, o autor discorre sobre conceitos como construções de retas paralelas, perpendiculares, circunferências, ângulos e bissetrizes. A obra, lançada pela editora Appris, custa R$ 54,00. É possível encontrá-la no próprio site da editora (www.editoraappris.com.br), na Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br) e na Saraiva (www.saraiva.com.br). ■
Foto: Gian Cornachini
Rivelino durante lançamento do livro na XXI Octobermática
Integração
FEUC e comunidade trabalhando juntas Dia da Responsabilidade Social teve ações culturais e de saúde Por Tania Neves
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rianças dançando ao som da Orquestra e seus solistas, adultos cantarolando as canções executadas – “Tico-tico no fubá” e “Aquarela do Brasil”, entre outras – famílias chegando para palestras e atendimentos de saúde. Assim foi o Dia da Responsabilidade Social este ano, em 30 de setembro, mais uma vez celebrado pela FEUC em Nova Cidade, levando alguns de seus profissionais para se juntar às promotoras de educação e saúde da comunidade e suas convidadas. Dona Elisa Oliveira de Souza, de 84 anos, a Vovó Lili, era das mais entusiasmadas: encantou-se com o espetáculo musical regido pelo Maestro David de Souza, correu para ser a primeira a fazer limpeza de ouvido com o cone hindu, com Marília Correa, e ganhou massagem nas costas feita por Nilda Cabral: “Nossa capelinha é pobrezinha, mas é gostosa”, elogiou. Após proferir palestras sobre verminose e tuberculose, o professor de biologia do CAEL Adalberto Pacheco juntou-se à também professora Maria Laucimar Santana e à aluna Rebeca Duarte, do 1º ano de Enfermagem do Pronatec/FEUC, para
realizar testes de glicose e aferição de pressão arterial nos moradores. Acompanhando de perto, o padre Rafael Nuñez aprovava o trabalho. Que, nas palavras da professora Célia Neves, foi um prazer: “É compromisso da FEUC trazer para fora de seus muros as iniciativas que desenvolve ao longo do ano com o intuito de se servir à comunidade onde está inserida”, disse.
A alegria de tocar ao lado de casa Moradores de um conjunto habitacional ao lado de Nova Cidade, os músicos da Orquestra Marco Batista (tuba) e Tony Márcio Pinto (trombone) não escondiam a satisfação de se apresentar ali. “É uma região em que a oferta de atrações culturais é pouca, então todos se sentem prestigiados por um espetáculo assim”, disse Marco. E Tony completou, repetindo a já conhecida filosofia do maestro David: “É em momentos como esse que temos a oportunidade de incentivar o amor pela música e quem sabe estimular que um novo músico desponte na comunidade”. ■ Fotos: Tania Neves
A promotora de saúde Marília faz limpeza de ouvido em morador
Os músicos Marco Batista e Tony Márcio Pinto 7
CAEL
Próxima parada
Dois trabalhos de estudantes do CAEL para a Expo X garantiram espa Por Gian Cornachini
A
Expo X contou com duas novidades este ano: a primeira foi a antecipação do evento de novembro para o final de outubro. Assim, aconteceu simultaneamente e em clima de muita tecnologia e inovação com a FEUCTEC, a semana dos cursos de Licenciatura em Computação e Sistemas de Informação das FIC. A segunda foi a inserção do Colégio não só na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) — como vinha acontecendo nos anos anteriores — mas também na Mostra Brasileira de Ciência e Tecnologia (Mostratec), uma feira internacional que acontece anualmente em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. E isso graças à qualidade dos projetos apresentados pelos estudantes, como explica Carlos Vinícius Nascimento, coordenador do Ensino Técnico do CAEL: “Do ano passado para cá, os níveis dos projetos foram ainda melhores que nos anos anteriores. Teve grupos que estavam há três anos aprimorando seus trabalhos. Isso possibilitou que a gente conseguisse escolher mais de um projeto para participar nas duas feiras”, destaca ele.
A Febrace é da Química Matheus Calixto, Aymée Ninck e Gabriel Moreira, ambos estudantes do 3º ano de Química, saltaram do 3º lugar do curso na Expo X de 2013 para o 1º nesta edição. E não pararam aí. O projeto “Fármaco à base de urucum” foi escolhido o melhor para representar o CAEL na mostra da Febrace em março de 2015. O trabalho consiste em utilizar o urucum (fruto que origina o colorau) para fabricar um pesticida que repele os insetos, em vez de matá-los, e um remédio natural para o controle do mau colesterol. O grupo já tinha utilizado o urucum na Expo X do ano ante8
rior para fazer tintas não tóxicas, e desta vez acabou aprimorando os estudos com a planta para a criação de novos produtos. “As substâncias extraídas da casca do urucum mostraram-se tóxicas, e com elas nós elaboramos o pesticida. Já com as sementes, conseguimos extrair um líquido e deixá-lo secar até obter um pó, que pode se tornar um comprimido ou ser utilizado como tempero”, detalha Matheus. “Não altera o sabor da comida, só agrega cor e ajuda a reduzir o LDL, que é o mau colesterol”, afirma. Se vencer na Febrace, o projeto garantirá uma vaga na Intel ISEF, feira internacional de ciências e engenharia realizada pela Intel, nos Estados Unidos, e destinada a estudantes que ainda não chegaram à graduação. Em 2003, 2006 e 2012, alunos do CAEL conseguiram alcançar uma vaga na feira norte-americana com projetos dos cursos de Edificações, Eletrônica e Química.
A Mostratec é da Eletrônica “O projeto é fantástico e de altíssima relevância”. Assim define Diógenes Rocha, coordenador de Eletrônica, o projeto “Energia Alternativa Seebeck” (E.A.S.) dos estudantes Rodrigo Paiva e Thaylan de Oliveira, do 3º ano do curso. Apesar de a ideia ter sido concebida apenas em julho, em três meses a dupla conseguiu desenvolver um protótipo voltado para a área de energia alternativa e, ainda, garantir uma vaga na Mostratec. O “fantástico” dito pelo professor Rocha se resume na proposta do projeto: gerar energia elétrica a partir do calor dissipado por máquinas como caldeiras e fornos. Em testes utilizando quatro pastilhas de conversão de calor submetidas à temperatura de 200º C, Rodrigo e Thaylan conseguiram gerar 7,7 volts — tensão suficiente para ligar pequenas lâmpadas. O próximo passo é submeter as pla-
a: Febrace e Mostratec
aço em mostras técnicas de feiras em São Paulo e Rio Grande do Sul Fotos: Gian Cornachini
Aymée, Matheus e Gabriel irão à Febrace apresentar seus fármacos elaborados com urucum
Thaylan e Rodrigo tiveram o projeto de energia alternativa escolhido para ir à Mostratec
cas a temperaturas ainda mais altas para gerar tensão e armazenar energia que mantenha, por exemplo, salas de indústrias com lâmpadas e ventiladores ligados. “Temos uma sequência de testes a fazer ainda para poder apresentar os resultados na Mostratec. A gente não quer ir para uma feira internacional e fazer feio. Estamos focados em trabalhar para fazer o melhor”, ressalta Rodrigo, que valoriza a dedicação de estudantes aos trabalhos para a Expo X: “Os projetos fazem você se empenhar e estdudar mais. Não é só para passar de ano, mas para aprender, disputar e ganhar”. Ainda que o CAEL tenha o direito de enviar dois projetos para as feiras por ser associado a elas, alguns estudantes estão competindo por fora. É o caso de Phelipe Lima, Gabriel Freitas e Daniel Ferreira, do 3º ano de Eletrônica, que tentam uma vaga na Febrace com a “Central de Monitoramento de Águas”, protótipo de um sistema que checa o abastecimento hídrico de residências e gera um alerta, inclusive via internet, do nível da água a fim de economizá-la. “Nosso projeto nasceu em 2012 e cresceu bastante este ano. Mandamos o resumo para a Febrace e estamos ansiosos. Queremos representar o CAEL lá e dar visibilidade à nossa ideia”, conta Phelipe, animado e esperançoso. ■
Daniel, Phelipe e Gabriel esperam aceite da Febrace para projeto de Eletrônica 9
LIC e BSI
Cinco dias de t
Confira as principais palestras e trab Por Gian Cornachini
Fotos: Gian Cornachini
A
14ª edição da FEUCTEC, a semana acadêmica dos cursos de Sistemas de Informação (BSI) e Licenciatura em Computação (LIC) aconteceu paralelamente com a Expo X do CAEL, entre os dias 27 e 31 de outubro, e abordou neste ano a temática “Jogos Eletrônicos e Mídias Digitais”. O evento contou com importantes nomes do cenário midiático e tecnológico atual, como o humorista Cezar Maracujá, do canal de vídeos no YouTube “Parafernalha”, e os irmãos Marcos e Matheus Castro, famosos por publicar vídeos na internet voltados para o público “nerd”. A FEUCTEC também foi palco de oficinas, minicursos, maratonas de programação, além de um concurso de aplicativos promovido pela Microsoft. O espaço ainda contribuiu para revelar trabalhos criativos de estudantes e para juntar amigos em arenas de jogos montadas por expositores convidados.
Copa de Aplicativos
Os espaços da 14ª FEUCTEC foram palco para estudantes dos cursos de computação das FIC mostrarem seus trabalhos, compartilharem conhecimento e inspirarem outros com boas ideias. Carlos Augusto, que é aluno de BSI e um Microsoft Student Partner, ofereceu seis oficinas de criação de aplicativos que não exigiam conhecimentos de programação. Já um grupo de estudantes do 6º período de BSI montou para a FEUCTEC uma máquina que foi uma das principais atrações do evento: o SelfieTec, um totem para autorretratos 10
O estudante Carlos Augusto de Carvalho, do 4º período de BSI, é um dos três Microsoft Student Partners (MSP) do Rio de Janeiro, uma espécie de porta-voz da Microsoft nas universidades. Com o aval da gigante da tecnologia, ele realizou na instituição, para alunos das FIC e do CAEL, a Copa de Aplicativos — competição que teve o objetivo de ensinar a criar aplicativos para Windows com a ferramenta App Studio, que não exige conhecimentos de programação. “O mercado de aplicativos está em expansão, e saber criá-los é um importante diferencial no momento de buscar uma vaga em grandes empresas”, ressaltou Carlos. Os vencedores da Copa ganharam um Xbox 360 (1º lugar), um Nokia Lumia 530 (2º lugar) e um mouse Microsof mais um livro de desenvolvimento mobile (3º lugar).
tecnologia em pauta
balhos de destaques da FEUCTEC SelfieTec Os alunos Filipe César, Leonardo Silva, Ricardo Correa, Romayne Matos e Thiago Nunes, do 6º período de BSI, lançaram na FEUCTEC um estande para fazer aquilo que mais se vê nas redes sociais: autorretratos, ou melhor, os “selfies”. Oriundo da disciplina de Multimídia, o projeto do SelfieTec surgiu a partir da ideia de criar um totem interativo, somado ao que Thiago classificou como “a cereja do bolo”: “Adicionamos a possibilidade de nossos usuários tirarem as selfies, que registrariam a presença no evento”, explicou ele. Montado com pedaços de móveis em desuso e componentes eletrônicos emprestados pela FEUC, o SelfieTec ainda foi equipado com um sistema desenvolvido pelos próprios estudantes, contendo informações sobre o evento, como dados sobre os palestrantes. Mas a principal atração, claro, foram as selfies, que eram publicadas na página “SelfieTec” no Facebook. “A página recebeu muitos acessos e curtidas. Todo esse feedback positivo incentivou novas ideias para a próxima FEUCTEC”, destacou Thiago.
Potencialidade da internet Os irmãos Marcos e Matheus Castro, dois dos palestrantes da semana acadêmica, fazem sucesso no YouTube com vídeos como a “A Lenda do Herói”, que simulam um jogo com narração cantada, carregada de muito humor “nerd”. O sucesso dos vídeos foi tanto que surgiu a oportunidade de a dupla desenvolver o jogo de verdade, porém com gráficos um pouco mais elaborados e com um diferencial: as músicas do game serão todas cantadas por eles, sempre de acordo com as ações, ininterruptas, e ainda rimando com o humor já conhecido. Mas o projeto só está saindo do papel porque foi financiado por doações co-
Uma playlist com todos os vídeos das palestras da FEUCTEC está disponível no YouTube, além de um DVD virtual com materiais de oficina e fotos do evento. Confira em www.migre.me/nbwpo
letivas pela internet. “Nossa meta era atingir R$ 125 mil. Em 60 dias de campanha no site Catarse, arrecadamos R$ 258 mil”, disse Marcos. “Se você acreditar em seu projeto, as pessoas também vão acreditar e você vai conseguir fazer, porque hoje, com a internet, a gente pode fazer o que quiser”, completou ele, incentivando os estudantes. Quem também apontou essa potencialidade da internet foi o ator e roteirista Cezar Maracujá, integrante do “Parafernalha”, canal de humor no YouTube. Em palestra na FEUCTEC, ele deu dicas de criação de vídeos e reforçou que a internet é um dos melhores lugares para revelar talentos: “Você não precisa estar na TV para mostrar que é capaz de alguma coisa. Hoje, você tem uma ideia, chama os amigos e faz. Qualquer um pode fazer o que quiser, na hora que quiser e jogar no YouTube. E se a galera curtir, continue fazendo”, concluiu o ator. ■
Os irmãos Castro, famosos por vídeos de humor “nerd” no YouTube, estão desenvolvendo um jogo a partir de crowdfunding, um financiamento coletivo na internet. No crowdfunding, os projetos têm metas de arrecadação e, se estas não forem alcançadas, o dinheiro volta aos doadores. Tanto os irmãos Castro quanto Cezar Maracujá, do “Parafernalha” (canal de vídeos de humor) enfatizaram na FEUCTEC a potencialidade da internet em abrir portas para pessoas desconhecidas colocarem suas ideias em prática e serem devidamente recompensadas 11
Bolsa de estudo
Da formatura para a pós-graduação
Foto: Gian Cornachini
Não perca a oportunidade de concorrer a uma bolsa da pós de 100% durante a sua formatura Por Gian Cornachini
É
tradição: a cada formatura das FIC, uma bolsa integral de pós-graduação é sorteada para formandos que concluíram todas as etapas do curso. E, para concorrer, o interessado precisa preencher uma ficha com funcionários da Pós-Graduação — que só está disponível durante a cerimônia de colação de grau. Depois disso, é só torcer para receber um telefonema com a notícia de que a sorte está contigo, como aconteceu em setembro com Andressa Rimes, licenciada em História nas FIC e presente na colação de grau de agos-
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to: “Preenchi uma ficha indicando que poderia concorrer a uma bolsa, e que ocorreria um sorteio referente ao curso desejado. Nem imaginei que poderia ganhar. Felizmente fui contemplada e assim posso dar continuidade aos meus estudos”, conta ela, que ganhou a bolsa para a pós-graduação em História Social e Cultural do Brasil. Segundo Gabriela Barbosa, coordenadora da Pós e do setor de Cursos Livres, esse sorteio é feito para estimular os formandos a não pararem apenas na graduação: “É importante que os alunos reconheçam que devem prosseguir nos estudos. Na verdade, um bom
Licenciada em História, Andressa continua os estudos com a pós profissional, qualquer que seja sua área de atuação, estuda a vida inteira, buscando aprimorar seus conhecimentos”, ressalta Gabriela, que é quem faz o sorteio em seu setor, na presença de duas testemunhas. O nome do vencedor é divulgado, em seguida, para todos no site da FEUC (www.feuc.br). Apesar de ser oferecida apenas uma bolsa de estudos de 100% para formandos a cada cerimônia de colação de grau, todos os ex-alunos das FIC ou do CAEL têm direito a cursar qualquer pós-graduação na FEUC com 50% de desconto. São mais de 20 cursos disponíveis, e a duração é de 16 meses. ■
PIBID Foto: Arq
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Passaporte carimbado Bolsistas começam a alçar voos maiores ao participar de eventos externos Por Tania Neves Começou aqui do lado, com o I Seminário Institucional do PIBID/UFRRJ, em outubro, quando bolsistas de todas as licenciaturas das FIC com projetos no PIBID (menos Pedagogia) foram à Universidade Rural, em Seropédica, apresentar resultados preliminares de suas pesquisas. O evento foi descrito pelo coordenador de Matemática, professor Alzir Fourny Marinhos, que acompanhava um grupo de alunos, como inesquecível: “Eu estava lá, e foi fantástico ver nossos alunos se apresentando, falando de suas pesquisas com a maior propriedade, seguros, bem preparados, atuando no mesmo nível que os alunos das universidades federais”, disse Alzir na ocasião. teiro
al/Alan Mon
Pesso Foto: Arquivo
nata e a colega Re Alan, Milena Sul o d e Grand rumo ao Rio
Daí a distância cresceu: Isa Carla Gomes e Myla Clara, do 6º período de Pedagogia, em seguida desembarcaram em Minas Gerais para participar da II Semana da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), apresentando a pesquisa “Leitura e Formação Docente: A experiência do encontro com a palavra”, orientada pela professora Luiza Alves. Myla também ficou eufórica com a experiência: “A gente sai de uma faculdade pequena e acha que não tem reconhecimento, mas através da aprovação e receptividade das pessoas você percebe que tem potencial para crescer também”. Por fim, em novembro, alunos de Matemática foram ao Rio Grande do Sul participar do Seminário Institucional do PIBID da Universidade Santa Cruz do Sul. Milena Rodrigues Barbosa dos Santos apresentou “O Ensino das Estruturas Multiplicativas por meio da resolução de problemas”, feito em parceria com Ana Cláudia Cabral da Costa, Siliane Menezes de Almeida França e a orientadora Gabriela dos Santos Barbosa. Já Marcos Antônio Carvalho Dias e Alan Monteiro Henriques Silva levaram o trabalho “Jogos como metodologia de ensino para as operações da adição, subtração, multiplicação e divisão”, de autoria deles e de Alexandre Ferreira da Cunha, com orientação do professor Alzir. Marcos Antônio vibrou: “A recepção foi fantástica, reparei que ao fim da nossa apresentação havia um sorriso maior no rosto das pessoas”, disse o estudante do 4º período, comentando que essas atividades têm feito com que ele e os colegas se sintam mais seguros para a futura docência. ■ 13
Aula Empírica
Da serra para o nível do
Curso de Geografia promove dois trabalhos de campo em lugares distintos: Parq
Área de Proteção Ambiental Guapimirim — um formado por altos morros e Por Gian Cornachini
T
rabalhos de campo têm sido um instrumento didático amplamente utilizado no curso de Geografia das FIC para associar a teoria à prática. Em 27 de setembro, a professora Debora Rodrigues, que dá aulas de Geomorfologia, Pedologia, Climatologia e Cartografia, levou um grupo de estudantes ao Parque Estadual do Mendanha a fim
de exemplificar no local os conceitos de encosta, planície e inundação, além de identificar os tipos de rocha presentes na serra e constatar a importância da preservação da área para a Zona Oeste. “É fundamental que os alunos de Geografia do Rio de Janeiro conheçam as unidades de relevo e compreendam o espaço em que vivem, porque futuramente eles poderão levar seus alunos nessas unidades em um sentido de pre-
servá-las”, explica Debora. O Parque Estadual do Mendanha é uma Área de Proteção Ambiental (APA) localizado no maciço do Gericinó-Mendanha, entre a Zona Oeste do Rio e o município de Nova Iguaçu. No espaço, encontra-se uma grande área de mata atlântica preservada, trilhas, cachoeiras e espécies biológicas raras e ameaçadas de extinção. Carlos Dário, geógrafo e gestor do parque, recebeu
Professora Debora explica detalhes físicos e geográficos do Parque Estadual do Mendanha
Trilha para cachoeira leva mais de uma hora de caminhada entre mata atlântica densa 14
No destino final, estudantes aproveitaram para mergulhar em águas claras e preservadas
o mar
Fotos: Gian Cornachini
que Estadual do Mendanha e
e outro por manguezais a equipe da FEUC e a conduziu mata adentro: “Esse lugar representa uma alternativa de lazer gratuita, de alta qualidade e num ambiente de grau de preservação superior à Floresta da Tijuca, que é possível observar pelo estágio de regeneração das árvores. A floresta aqui é primária, não teve grandes intervenções humanas”, destacou Carlos, que incentiva a presença de visitantes a fim de que o lugar seja mais conhecido e preservado: “Entre um parque na Zona Oeste e outro na Zona Sul, qual terá mais visibilidade? Por isso, eu faço questão de vir pessoalmente com vocês, pois quero que saiam daqui com informações privilegiadas e que tragam mais pessoas pra cá, porque a melhor maneira de preservar o parque é ter mais presença”, ressaltou o gestor. Da serra para o nível do mar, um novo trabalho de campo foi marcado para 8 de novembro, desta vez na Área de Proteção Ambiental Guapimirim — uma região de manguezal localizada na Baía de Guanabara entre os municípios de Magé, Guapimirim, Itaboraí e São Gonçalo. Coordenada pelo professor Alexandre Teixeira, que dá aulas de Elementos de Geologia e Morfologia Geral, a atividade buscou apresentar aos estudantes um ambiente distinto em termos de formação de rochas e solos: “Na região do mangue predomina um ambiente de deposição de sedimentos cuja origem é marinha, de rios e de encostas da Serra do Mar. Os rios dessa região são sinuosos, ou seja, fazem curvas, e a baixa velocidade favorece o deposito de material”, detalhou Ale-
Às margens da Baía de Guanabara, grupo de alunos observa uma área de mangue
A partir de maquete da Serra dos Órgãos, estudantes visualizam formação rochosa
xandre. “E o mangue ainda representa um ecossistema fundamental para as águas da Baía de Guanabara, permitindo que ela não fique mais degradada, pois funciona como um filtro biológico”, completou o professor. Juliana Fukuda, analista ambiental da Área de Proteção Ambiental Guapimirim, conduziu o grupo a uma área de mangue e explicou a importância do local para a preservação do bioma: “Essa é a área que mantém a Baía de Guanabara viva. Por esses manguezais chegam os últimos rios limpos à Baía. O local
sofre uma pressão industrial e urbana muito grande, mas é daqui que sairão as espécies de animais e plantas para a recuperação da baía e dos mangues da região”, afirmou a analista ambiental. Para finalizar o trabalho de campo, o grupo ainda visitou o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis, a fim de verificar a formação rochosa do lugar. Porém, o trânsito na subida da serra e a chuva no parque atrapalharam a atividade, que poderá ser remarcada para um outro momento, de modo que o aprendizado seja completo. ■ 15
Históri
Foto: Gian Cornachini
Elizabeth folheia o livrão “História da minha educação”, no qual registrou sua trajetória escolar, e a partir daí percebeu a mudança que a educação estava fazendo em sua vida 16
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ias de uma educação que forma e transforma Pessoas que passaram por aqui ou ainda estão na FEUC revelam as razões afetivas e educacionais que as fazem se sentir ligadas à instituição Por Tania Neves
H
ora de preparar a campanha anual de divulgação dos cursos das FIC e do CAEL, e começamos a nos perguntar: o que a FEUC tem de mais importante a dizer àqueles que são potenciais candidatos a se tornarem seus alunos em 2015? Ora, aquilo que esta revista vem ouvindo ao longo dos últimos anos de um sem-número de entrevistados, entre estudantes, pais, ex-alunos, professores, funcionários... – que a qualidade da educação aqui recebida e a convivência afetuosa têm sido fundamentais para transformar e melhorar suas vidas e de suas famílias. E veio o slogan “Educação para fazer seu mundo melhor”. Mas quem melhor conta essas histórias são os que viveram e vivem pessoalmente a experiência. Como Elizabeth Ramos da Silva, do 5º período de Pedagogia, que veio em busca de um curso superior apenas para obter status compatível com a função que já exercia, de professora de teologia em sua igreja, mas que aqui se descobriu uma verdadeira educadora: “A transformação começou lá no início do curso, ouvindo as professoras Gilda, Dimarina... Mas a ficha só caiu quando escrevi a ‘História da minha educação’, na disciplina da professora Célia, e me dei conta da minha trajetória. Aí vi crescendo em mim um amor enorme pela profissão, e agora sei que quero lecionar e fazer a diferença”. Hoje com 57 anos, casada há 35, 4 filhos e 4 netos, Elizabeth conta que não teve boa relação com os estudos no passado. Estudava por obrigação, achava a escola chata, pa-
rou no ginásio para trabalhar, depois se casou, engravidou... Uma história comum, mas que ganha ares de superação quando a protagonista completa 50 anos e decide se matricular no Ensino Médio, na mesma turma da filha mais nova, em um Ciep de Vila Kennedy. “Fiz surpresa para todos, até para o marido. Me arrumei de manhã, botei meu uniforme, e minha filha se espantou: ‘onde vai assim?’. Para a escola, e com você! Ela primeiro reclamou que eu ia fazê-la ‘pagar mico’, mas depois se habituou”, lembra Elizabeth.
Trabalhando a autoestima dos colegas A turma era a 1001, tida como a pior da escola: cadeiras voavam durante brigas, alunos matavam aula, professores lavavam as mãos... “Só o de Matemática conseguia dar aula e ser respeitado, daí percebi que ele sabia o nome de cada um, falava carinhosamente com todos e cobrava aquilo que dava. Ele me inspirou”, conta Elizabeth, que passou a trabalhar a autoestima dos jovens colegas de turma, ressaltando suas qualidades, e ao longo de três anos conseguiu fazer com que acreditassem no próprio potencial: “Eu os convenci a estudarmos juntos para o Enem. Hoje estão cursando Direito, Design, Engenharia... e antes achavam que no máximo iam ter a mesma vida dos pais”, relembra. Entre leituras de Paulo Freire, Luckesi e outros pensadores, a estudante de pedagogia agora compreende que exerceu ali um papel de educadora, embora sendo apenas colega de classe daqueles jovens. E, sabiamente, conclui que 17
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Do balcão para as salas de aula Tanto Rosilaine quanto Valdemar começaram a vida profissional no comércio, ela vendendo roupas, ele fritando hambúrguer – até trocarem os clientes pelos alunos Foto: Nilcilene Vieira
Reflexões sobre questões sociais levaram Rosilaine encarar docência com outros olhos
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mais aprendeu com eles do que ensinou. “Eles não tinham o que eu também não tive quando criança na escola: estímulo, professores que se importassem. Quando eu me importei com eles, tudo mudou. Agora, na faculdade, meus professores me ajudam a ver isso. Encontrei aqui profissionais tão cheios de vigor e amor pelo magistério que me achei definitivamente nesta profissão. Também foi um professor (de Geografia, formado aqui) que inspirou Rosilaine Souza de Araújo da Silva a vir cursar sua graduação nas FIC. Naquele momento (2000), o que a movia era o firme propósito de romper a realidade em que vivia e mudar o rumo a partir da conquista de um diploma, mas não exatamente ser professora. A única da família a concluir o Ensino Médio, Rosi trabalhava como vendedora de butique para pagar o curso superior, ganhava salário praticamente igual ao valor da mensalidade e usava a carinha de menina para economizar o dinheiro do transporte: ao sair do trabalho, vestia o antigo uniforme da escola pública que lhe franqueava a viagem de ônibus. “Se não fosse assim, eu não teria conseguido fazer a faculdade”, lembra a hoje coordenadora do curso de Geografia. Após um ano inteiro conciliando butique e faculdade, Rosi conseguiu trocar o comércio pelo trabalho em uma ONG da área de educação. E ali começava a surgir a futura professora: “Foi a FEUC que me proporcionou essa experiência. Associada a todo o envolvimento que eu já tinha com as questões sociais, contribuiu para que eu pudesse ter outro olhar sobre a docência”. Em outras palavras, quando escolheu cursar Geografia, Rosi queria apenas unir o útil ao agradável: avançar profissionalmente com o diploma de curso superior (virar gerente da butique?!) e adquirir conhecimentos para entender melhor o mundo. Mas, no caminho, foi “escolhida” para mudar também a vida de outros: “Além da formação em si, de cursar as disciplinas, a possibilidade de desenvolver projetos, como o Pré-Vestibular Comunitário que criamos aqui, permitiu que eu fizesse muitas reflexões e finalmente enxergasse onde estava aquela mudança de vida que eu almejava”, analisa. Estava no magistério. O atual coordenador Acadêmico das FIC, Valdemar Ferreira da Silva, foi outro que procurou a faculdade com o estrito propósito de crescer no emprego que já tinha: o de coordenador de Treinamento e Desenvolvimento do Bob’s, posto a que chegou poucos anos depois de começar a vida profissional ainda adolescente, fritando hambúrguer como contratado temporário. Determinado, Valdemar conquistou uma vaga de atendente após o período como extra e foi rumando para o topo: virou assistente de gerente, ganhou
Foto: Gian Cornachini
Valdemar: histórias de vida de seus professores mostraram que era possível mudar
prêmio de melhor assistente do ano, foi transferido para a loja mais importante e, finalmente, convidado a coordenar o treinamento de atendentes. No novo setor, Valdemar convivia com psicólogos, administradores, pedagogos... mas faltavam-lhe ferramentas que os outros tinham. “Aí pensei: vou fazer faculdade de Pedagogia, preciso ter uma formação superior para continuar crescendo”. Assim ele chegou à FEUC – e você concluirá, no fim da história, que esta instituição é a culpada de o Bob’s hoje ter menos um grande executivo em sua equipe. “Quando comecei a estudar sociologia, filosofia... foi se consolidando o entendimento de que eu não acreditava naquele trabalho que realizava, de treinamento. Aquilo só servia para reforçar a alienação do sujeito, e tudo o que eu estava estudando
apontava para a educação libertadora”. Em conflito, Valdemar foi se aconselhar com a professora Aparecida Tiradentes. Ela foi simples e direta: “Faça o que seu coração pedir”. Ele fez: pediu para sair, e seu chefe na empresa gentilmente o demitiu. Com a indenização, pagou todas as mensalidades até o fim do curso e mergulhou nos estudos e em um estágio. Ao se formar, conquistou ao mesmo tempo uma vaga de mestrado na Fiocruz, sob a orientação de Aparecida, e um convite para lecionar nas FIC. “Devo aos meus professores daqui essa guinada, por eles terem me mostrado que era possível, com suas próprias histórias. Para um menino que cresceu sem estímulo e sem sequer ouvir a palavra faculdade, tenho certeza que a vida só mudou por causa do lugar onde fiz a graduação. Por isso digo sempre aos alunos: aproveitem isso”, completa.
Bob’s perdeu futuro executivo, FEUC ganhou coordenador mais querido dos últimos tempos
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‘Bom para mim, melho No Magali e no CAEL, pais que foram alunos dos colégios em décadas passadas agora levam seus filhos para estudar e repetir o que eles consideram que foi Lucas e André: pai quis para o filho o mesmo ambiente escolar em que se sentia bem
Quando se trata dos colégios, tanto no CAEL quanto no Magali não é raro encontrar pais que trazem seus filhos para cá animados com a experiência positiva vivida por eles próprios em épocas anteriores. André Luiz Cabral, de 29 anos, foi aluno do Magali em 1995 e 1996, e diz que as lembranças se renovam a cada vez que ele reencontra velhos colegas de escola que são seus amigos até hoje. Foi pensando nessa riqueza pessoal que há 3 anos ele matriculou o filho Lucas dos Santos Tavares, hoje com 7 anos. “Eu era um aluno bagunceiro, ativo, mas nunca fui incompreendido. Quis para o Lucas esse mesmo ambiente, em que os valores são aqueles mais importantes, mas não se fica parado no tempo. É assim que eu vejo o Magali”, diz André, apontando ainda outra característica que lhe agrada: o fato de as diretoras, os professores e os funcionários conhecerem cada aluno pelo nome. “Essa proximidade é muito boa. Eu gostava disso no meu tempo. Se foi bom para mim, vai ser melhor ainda para o meu filho”.
uma experiência positiva em sua infância e adolescência car Alana de escola, pois se mudou para o Km 32 da Antiga Rio-São Paulo, em Nova Iguaçu, e o Magali ficou distante. “Ela não gostou, ficou amuada. No começo achei que era só saudade e que ia passar, mas depois vi que minha filha estava regredindo na socialização, se retraindo, não queria mais ir para a escola. Cheguei a pensar que ela pudesse ter dificuldade de aprendizado, pois não ia bem nas atividades. Aí resolvi fazer um sacrifício e voltar para o Magali”, relata Gisele. A rotina da família se transformou, pois Gisele passou a levar a filha de carro todos os dias, contando com a sogra ou o marido para buscá-la nos dias em que trabalha à tarde. Mas o esforço conjunto logo foi recompensado: “De volta ao Magali, ela recuperou todo o prazer de estudar e o estímulo também. Agora quer ir à escola até no fim de semana! Valeu muito a pena. É tranquilizador quando você pode confiar numa escola e ver que seu filho fica bem”, diz Gisele.
Do Km 32 a Campo Grande, por amor à escola Gisele de Menezes Bento Silva, de 30 anos, entrou para o Magali aos 3 anos e cursou lá todo o Ensino Fundamental. Considera que teve ótima formação e sempre se sentiu querida e cuidada no ambiente escolar, detalhes fundamentais para o bom desenvolvimento de uma criança. Por isso ela levou a filha, Alana de Menezes Bento Silva, para estudar lá. “Para ela também foi paixão à primeira vista, num instante estava adaptada e se entendendo com todo mundo”. Mas a felicidade durou pouco, e um ano depois Gisele precisou tro20
Alana e Gisele: longe de casa, mas perto da felicidade
Fotos: Gian Cornachini
or ainda para meu filho’
Larrysa: destaque na turma da faculdade por conta da boa formação no Ensino Médio
Maria Antônia e Bruna: caso de amor familiar com CAEL
Todos os dias quando entra na FEUC para buscar a pequena Maria Antônia, de 5 anos, Bruna Azevedo Pereira Machado Fonseca revive o que ela mesma classifica de a melhor época de sua vida: 11 anos inteirinhos como aluna do CAEL, de 1990 a 2000. A julgar pelo que acontece no percurso, da portaria até o prédio da Educação Infantil, parece que foi ontem: Bruna vai cumprimentando professores, inspetores, serventes... “O mais legal é isso, ver que um monte de gente da minha época continua aqui. E todos eles se lembram de mim”, diz a ex-aluna de Enfermagem. E foi a formação no curso técnico que conduziu Bruna ao posto que ocupa hoje no Hospital Rocha Faria, embora tenha feito também faculdades de Enfermagem e Educação Física – esta graduação, aliás, a trouxe de volta ao CAEL em 2006, como estagiária de seu antigo professor, Miguel Louro. A ex-aluna conta que, quando sua filha nasceu, ela nem cogitou outro colégio: “Com três meses ela já estava aqui, na creche. E com certeza vai continuar até se formar, como eu. Só não fiz faculdade na FEUC porque não tinha o que eu queria”, afirma Bruna, torcendo para que a atual expansão de cursos da instituição desemboque num grande leque de opções para Maria Antônia no futuro. Outra que passou recentemente pelo CAEL e já alça voos mais altos é Larrysa de Morais Alves da Cruz, de 18 anos, formada no técnico em Química e estudante de Farmácia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A jovem valoriza a qualidade do ensino do Colégio, que lhe per-
mitiu ingressar em uma universidade pública: “O CAEL me deu toda a base para realizar o sonho de estar hoje na Rural. Muita coisa que aprendi nas matérias do Ensino Técnico e Regular eu estou usando na faculdade”, afirma Larrysa. “Há colégios que focam só no Técnico e esquecem as matérias básicas, então os alunos chegam muito deficientes em algumas disciplinas da universidade. Mas pela base que tive, eu me sinto um pouco em destaque, porque na faculdade consigo entender tudo plenamente”, observa. Durante sua trajetória no CAEL, Larrysa brilhou em 2013 com um projeto da Expo X escolhido para representar o Colégio na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que acontece anualmente na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. A jovem criou um bioplástico com a proposta de identificar a deterioração dos alimentos, alertando as pessoas quando o produto está impróprio para consumo. “Infelizmente, não ganhei nenhum prêmio na Febrace, porque o projeto ainda não está concluído. Mas foi uma experiência muito boa, e eu quero continuar trabalhando na faculdade com descobertas que ajudem as pessoas. Isso sempre foi o meu objetivo: criar algo para ajudar”, revela Larrysa, lembrando da importância da Expo X para fortalecer o aprendizado: “É uma grande oportunidade no Colégio, pois incentiva o aluno a descobrir, a aguçar a criatividade e a curiosidade. A Expo prepara a gente para a vida na universidade, que tem isso de descobrir as coisas e de saber o porquê delas”, ressalta.
“Só não fiz faculdade na FEUC porque não tinha o que eu queria”
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Capa Professor Erivelto: paixão por poesia e livros o fez trocar as bandejas pelo quadro e giz
Conhecedores das dificuldades de conciliar trabalho, estudo e jornadas domésticas, porque também passaram por isso, professores são mais generosos com alunos, sem abrir mão da qualidade da formação
A vida que muda a vida da gente A história do professor de Português Erivelto Reis com a FEUC começou muitos anos antes de ele se tornar aluno da graduação em Letras. Desde garoto apaixonado por literatura e poesia, o jovem sempre frequentou os eventos culturais da instituição, onde tinha a chance de conhecer poetas, escritores e outros artistas. Isso nas horas em que não estava trabalhando como garçom, profissão que exerceu por 18 anos. Quando a esposa, Regina, o incentivou a apertar o orçamento e fazer uma faculdade, os poetas Primitivo Paes, Américo Mano e Rita Gemino lhe asseguraram que o lugar certo era a FEUC, apesar de ele ter a possibilidade de uma bolsa integral em outra instituição. Erivelto veio, abriu seu coração sobre o desejo imenso de cursar a graduação, lembrou que era assíduo nos saraus da instituição e acabou obtendo um bom desconto. Assim sua vida começou a mudar: “Eu não tinha mais tempo a perder, então a questão que me movia era ter um bom aproveitamento no curso. Todos os professores que tive aqui foram muito generosos comigo, porque me disseram a verdade: o que não estava bom era corrigido, e eu tinha que fazer de novo. E é assim que procuro agir com meus alunos, entendendo as dificuldades que têm como trabalhadores, mas sendo firme ao exigir qualidade, pois essa marca
da FEUC já existia antes de mim e continuará depois”. O professor ressalta também o carinho dos funcionários: “No meu primeiro dia de aula, a Andreia me levou até a sala, porque eu não estava entendendo aquele negócio de bloco. Isso é muito legal: aqui todo mundo ajuda, a gente é preparado para competir fora daqui, mas dentro há cooperação, uma humanidade muito grande”. Erivelto criou para si uma espécie de personagem: o professor de suspensórios. E conta que se tornar docente foi um processo elaborado em sua formação: “Eu assistia aulas pensando em como daria aulas, porque me prometi que só seria garçom até as vésperas da minha formatura. Fui pegando, de cada professor que eu admirava, alguma coisa, e testando à minha maneira quando tinha que apresentar trabalhos lá na frente. Recomendo isso como treinamento”, diz. A promessa foi cumprida. Com colação de grau marcada para o dia 28 de dezembro de 2009, Erivelto se despediu das bandejas no dia 23 de dezembro. E em 2010 se tornou professor da própria FEUC: “Continuo pensando do mesmo jeito e tendo os mesmos sonhos de quando era garçom, só que agora esta casa me deu ferramenta para realizá-los. Fiz um curso superior para fazer escolhas superiores e não para ser superior a ninguém”.
“Procuro agir com meus alunos entendendo as dificuldades que têm como trabalhadores”
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Fotos: Gian Cornachini
E mesmo quem só conheceu a FEUC na hora de fazer a pós-graduação sente um clima diferente. Ainda mais quando é trazida por uma declarada admiradora da instituição. Que o diga a professora de artes Alexandra Fernandes da Silva, que na pós em Libras é aluna de sua vizinha e incentivadora Maria José Brum. Formada no Ensino Normal e em Artes Plásticas, ela passou a se interessar por Libras devido ao convívio com Maria José e sua irmã Lili, que é surda. Alexandra fazia uma pós em Libras a distância, mas não estava muito satisfeita. Quando soube que a FEUC abriu uma, presencial, correu para cá: “Só de saber que a Maria José seria professora, não tive a menor dúvida. Depois conheci o professor Victor Ramos, aí o círculo se fechou. Os dois são maravilhosos, instigam a turma a querer aprender mais”, diz Alexandra. Formada em Pedagogia pelas FIC, Maria José se especializou em Libras fora daqui e dá aulas da disciplina na graduação e na pós. Ela acabou de concluir mais uma pós sobre o tema na UFRJ (Interpretação e Tradução de Libras) e está se candidatando ao mestrado na UFRJ. E quer fazer do curso de especialização da FEUC uma referência no tema: “O curso aborda mais teoria, mas quero unir com a prática, levar para a proficiência do aluno. Seria um sonho realizar algo grande assim nesta instituição, que eu amo de paixão!”.
Na propaganda, a alma da FEUC O estudante Renato Paulo Gomes de Souza traçou um paralelo tão interessante entre suas conquistas profissionais e a formação recebida aqui, que uma das frases de sua entrevista foi parar nos outdoors de publicidade da faculdade: “Cada vez que retorno à FEUC, mais portas se abrem para mim, na vida profissional e nas relações humanas”. Ele se referia à rápida inserção no mercado de trabalho após se formar em Química no CAEL, em 2001, e a recente conquista de um estágio em docência e a participação no PIBID, agora que cursa Ciências Sociais nas FIC. Após quase 15 anos atuando como técnico em várias indústrias no Rio, numa carreira vitoriosa que o levou ao atual posto de chefe substituto em Bio-Manguinhos, na Fiocruz, Renato decidiu que era hora de voltar aos bancos escolares para dar uma guinada na vida profissional: “A formação de técnico me deu um bom emprego, minha própria casa, uma vida confortável. Mas chega uma hora que você quer outros desafios, e me lembrei de como eu gostava da área de Ciências Humanas, daí decidi fazer faculdade. Para mim, não poderia ser em outro local senão na FEUC”, diz. Por ter um bom emprego na Fiocruz, Renato conta que já ouviu críticas sobre sua escolha, gente que lhe diz que jamais ganhará o mesmo como professor. Ele rebate: “Meu projeto é de longo prazo, conciliar as duas coisas por um tempo, até poder viver só do magistério. Vou chegar lá. O que eu não vou é mercantilizar tudo e deixar de fazer o que sei que me realizará”, afirma o estudante, que se vê no futuro trabalhando com educação de jovens e adultos. ■
Alexandra e Maria José: amigas e vizinhas se encontram como aluna e professora na pós
Renato: Química no CAEL e Ciências Sociais nas FIC 23
Ecos do Fórum
Em pauta, as ousadias
Encontro acadêmico interdisciplinar do dia 1º de novembro foi rico em refl Por Tania Neves O tema “Educação e ousadia: teoria e prática em projetos emancipatórios”, do XVII Fórum de Educação, Ciência e Cultura, teve o mérito não apenas de proporcionar palestras e apresentações de altíssimo nível, mas também o de reunir um público atento e interessado em discutir as delicadas questões que cercam o fazer pedagógico – e que são, naturalmente, instigantes e envolventes. Na palestra de abertura, a doutora em Educação Daniela Patti – que foi coordenadora de Pedagogia das FIC entre 2005 e 2008 e hoje é vice-diretora da Faculdade de Educação da UFRJ – elencou uma série de ousadias indispensáveis nesse campo, entre elas a de defender uma educação democrática, pública, laica, inclusiva e ética. Alunos e alunas participaram ativamente do bate-papo, levando dúvidas e exemplos de seu dia a dia como professores ou estagiários, de modo geral sintonizados com a mensagem positiva da palestrante: “Quem escolhe ser professor vai ser afetado pela realidade do aluno e vai também afetar. O cenário é difícil, mas é importante deixar claro ao
ESPAÇO RESERVADO PARA A PRODUÇÃO CIENTÍFICA Após breve reformulação em seu projeto inicial, a Khóra: Revista Transdisciplinar já está novamente no ar, e foi apresentada ao público pelo professor Flávio Pimentel. A publicação científica eletrônica dos cursos de Ciências Sociais, Geografia, História e Pedagogia tem periodicidade semestral e pode ser acessada em http://www.site.feuc. br/khora/index.php/vol. Está aberta a submissões de artigos inéditos; sinopses e resenhas; capítulos de teses, dissertações e monografias; entrevistas, relatos e projetos, entre outros textos científicos. O número de estreia contém dois dossiês temáticos: “Perspectivas da educação pública do RJ: construindo caminhos para além da educação como mercadoria” e “Transformações sócio-territoriais em Campo Grande”.
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aluno que ‘eu me importo’, embora essa relação afetiva não implique em deixar de ter critério e um certo distanciamento crítico”, ensina. Dividindo a mesa com ela, Leandro Tartaglia, mestre em Geografia pela UFF, abordou um exemplo concreto de ousadia em educação: as oficinas de grafite que desenvolve com alunos do Colégio Pedro II, onde leciona. É a partir desse mapeamento da arte urbana presente nas paredes e muros da cidade que o professor captura a atenção de seus alunos para discussões mais profundas sobre território, uso cultural e político do espaço urbano e outros temas da disciplina: “A escola tem esse papel, de estimular a discussão sobre cidadania”. A tarde foi reservada para apresentações de vivências e trocas de experiências. Na Sala de Vídeo da Biblioteca, alunos e alunas falaram de suas pesquisas de Iniciação Científica em andamento e os projetos que começam a desenvolver no PIBIB. E no Auditório aconteceram as “Práticas pedagógicas para uma nova formação docente”, com relatos de resultados de projetos realizados tanto por estudantes e professores da casa quanto por convidados (cobertura completa no link http://migre.me/nb7Ip).
s necessárias à educação
flexões e trabalhos apresentados por alunos, professores e convidados Mergulhado em estudos sobre território e manifestações culturais no campo da música, o ex-aluno de Geografia Demetrius Silva Gomes apresentou no Fórum o seu trabalho “O pagode da década de 90, um estudo sobre a imagem do negro na mídia”, feito este ano para a Semana da Cultura do Cefet, onde ele cursa o mestrado em Relações Étnico-Raciais. O tema da dissertação de Demetrius, porém, é outro: “Diálogos entre Milton Santos e Os Racionais”, em que traça um paralelo entre a produção artística do grupo musical e os ensinamentos do geógrafo sobre o diálogo entre o local e o global, mostrando que o lugar sempre reproduz o que acontece no mundo: “Apresentei os dois temas para a Semana Cultural, o da minha pesquisa de mestrado e o outro sobre o pagode, mas preferiram que eu desenvolvesse o do pagode”, conta Demetrius. O interesse, ele percebeu, teve a ver com o ineditismo da proposta: ao iniciar a pesquisa, constatou não haver trabalhos acadêmicos relacionando a presença do negro na mídia com os ritmos musicais que entram e saem de moda, como foi o pagode nos anos 90. “Houve uma avalanche midiática explorando a imagem dos negros: por exemplo, quatro periódicos se dedicavam exclusivamente ao pagode e todo programa de TV com atrações artísticas sempre tinha um grupo de pagode e muitos convidados negros. Foi o pagode perder protagonismo e os negros sumiram da TV de uma hora para a outra”, diz Demetrius, que pensa em adotar o tema num futuro doutorado. Já a pesquisa de mestrado, relacionando Milton Santos e Os Racionais, Demetrius conta que surgiu de sua monografia de fim de curso nas FIC, orientada pela professora Regina Celi Pereira. “Saí daqui com um projeto redondinho e passei em primeiro lugar para o mestrado no Cefet”, lembra o ex-aluno, não economizando elogios à orientadora e aos demais professores de seu curso: “A Regina foi fantástica, e toda a formação que recebi aqui em nada fica a dever às grandes universidades. Sei disso porque convivo com os egressos delas no mestrado e em outros ambientes”.
Foto: Gian Cornachini
Formado em Geografia pelas FIC, Demetrius leciona em dois colégios do Estado e cursa o mestrado no Cefet-RJ 25
Ecos do Fórum Foto: Tania Neves
Daniela na Faculdade de Educação: ProUni melhorou a vida dos destinatários da política
FEUC inspirou o tema do pós-doc Daniela Patti conta que matutava um tema para desenvolver em seu pós-doutorado, em 2010, quando “caiu a ficha” de algo que esteve o tempo todo na sua frente, no período em que atuou na FEUC: a criação do Programa Universidade para Todos (ProUni). “Como esta política pública teria impactado na vida dos primeiros bolsistas após o término de seus cursos?” – ela se perguntou. E saiu em busca de respostas. Foi assim que a professora definiu sua pesquisa de pósdoc na Fundação Getúlio Vargas, na linha de Políticas para o Ensino Superior – “O ProUni e o acesso ao Ensino Superior: estudo introdutório sobre os usuários do programa na Zona Oeste do município Rio de Janeiro” – com o objetivo de avaliar os impactos daquela política pública voltada para a inclusão no ensino superior privado de alunos que, sem ela, não teriam a chance de cursar a faculdade. Daniela escolheu duas IES de Campo Grande para seu estudo, uma delas a FEUC, e buscou ouvir bolsistas que ingressaram em 2005 e 2006 (os dois
primeiros anos do ProUni) e se formaram entre 2008 e 2009. A maioria absoluta dos entrevistados relatou mudanças positivas: “Entre outras coisas, passaram a ter um trabalho melhor e mais bem remunerado, serviram de estímulo para parentes e amigos também fazerem faculdade e ampliaram seus horizontes sociais”, afirma a professora, reforçando sua convicção de que o ProUni é uma política vitoriosa. E ela contesta os que tacham o programa de neoliberal, por destinar dinheiro público para a educação privada: “Esse dinheiro não é retirado da universidade pública. E, mesmo que fosse usado para reforçá-la, provavelmente não atenderia a esse aluno que o ProUni atende, o aluno trabalhador, da periferia, que quase sempre só consegue estudar à noite e perto de casa”. O resultado da pesquisa de Daniela será lançado ano que vem no livro “Democratização e acesso à educação superior: o ProUni em curso”, que reúne diversos trabalhos realizados sobre esta política pública de educação em várias partes do Brasil.
Pesquisa será lançada em livro em 2015, com outros trabalhos sobre o ProUni
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Dois lançamentos editoriais ORGANIZAÇÃO DOS TERRITÓRIOS PELA MÚSICA Foto: Divulgação
TERRITÓRIOS DO FUNK CARIOCA: DO CIRCUITO MARGINALIZADO AO ESPETACULARIZADO, de Leonardo de Castro Ferreira. Editora Multifoco/Mil Palavras. R$ 45. A publicação pode ser adquirida em www.editoramultifoco.com.br. Conduzindo-se pela ordem espacial, o autor levanta uma discussão sobre a dinâmica de produção/apropriação dos territórios do funk carioca. Tratase de uma obra de referência para a renovação do pensamento a respeito da geografia, que parte do marco teórico da chamada geografia marginal e outras geografias, com o propósito de trabalhar a música como expressão sociocultural e que também interfere na organização dos territórios.
Explorar o estudo da Geografia a partir das manifestações culturais enraizadas nos territórios é a proposta das pesquisas desenvolvidas por esses dois jovens mestres que vieram à FEUC debater seus trabalhos com nossos licenciandos. Leonardo de Castro Ferreira e Leandro Tartaglia são o mais perfeito exemplo do “professor que se importa”, delineado por Daniela Patti em sua palestra: aquele que ouve o aluno, penetra em seu universo e extrai daquela realidade subsídios para problematizar as questões de sua disciplina, fazendo da prática de ensino uma oportunidade de produzir conhecimento em conjunto com os alunos. Ambos transformaram suas dissertações de mestrado em livros – que vale a pena conhecer. ■
O USO POLÍTICO-CULTURAL DOS ESPAÇOS Foto: Divulgação
GEOGRAFFITIS: UMA LEITURA GEOGRÁFICA DOS GRAFFITIS CARIOCAS, de Leandro Tartaglia. Editora Multifoco/Luminária Academia. R$ 40. A publicação pode ser adquirida em www.editoramultifoco.com.br. Partindo de sua trajetória de grafiteiro e o desejo de aliar a geografia com as manifestações artísticas, o autor desenvolve uma envolvente reflexão sobre a origem do grafite e o modo como ele se inscreve no dia a dia da cidade e das pessoas. Leandro apresenta o grafite como uma das mais relevantes manifestações culturais urbanas dos últimos 20 ou 30 anos, destacando a espontaneidade de sua linguagem e sua função no uso político-cultural dos espaços.
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Música na FEUC
Orquestra e coral em ano de festa Concerto celebra aniversário dos grupos musicais da FEUC Por Gian Cornachini
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randes comemorações marcaram 2014 na FEUC, a começar pela Universidade Aberta à Terceira Idade Professora Leda Noronha, a UNATIL, que completou 20 anos em agosto. Aos 20 chegou também a Orquestra da FEUC, e o Coro Ecos Sonoros — reorganizado e de volta à ativa em 1999 — celebrou seus 15 anos de muita voz. A festa de toda essa trajetória artística na FEUC não poderia ter sido de outra maneira ou em data diferente: em 22 de novembro, Dia do Músico, a Orquestra e o Coro Ecos Sonoros promoveram um concerto especial de aniversário, que contou com mais de 10 músicas no repertório, apresentação de dança, participação do coral da UNATIL e um reencontro com ex-coralistas. A Orquestra da FEUC foi formada em 1984 pelo maestro Manoel Messias. Hoje, é regida pelo maestro David de Souza e integrada por mais de 40 músicos, entre professores, estudantes, ex-alunos e membros da comunidade. Já participou de diversas apresentações e conquistou títulos e troféus em diversos concursos e festivais. Recentemente, foi inserida entre as 10 melhores bandas civis do estado do Rio de Janeiro por meio de um concurso realizado pela Associação de Bandas de
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Música do Rio de Janeiro (ASBAM). Já o Coro Ecos Sonoros, que teve como primeiro regente Mário Pinheiro, foi reorganizado em 1999 pelo maestro David, após um longo período sem atividades. Desde então, recebe candidatos para integrá-lo que tenham, segundo o maestro, um mínimo de percepção musical. O coral registra ainda uma lista de diversas apresentações em outros estados e fora do Brasil, como Bariloche e Córdoba, na Argentina. “A FEUC hoje é uma referência não só aqui, mas até fora do país. O coral e a orquestra levam essa extensão com o nome da instituição para diversos lugares. Temos convites para nos apresentar no ano que vem em Portugal e na Itália”, contou o maestro David, animado após o concerto. Danilo Peixoto, professor de Matemática formado na FEUC em 2005 e ex-coralista, relembrou, com muita empolgação, os tempos em que fez parte do coral: “Participei de viagens com eles e foi bom demais o período em que fiquei aqui. Se as situações da vida não me ocupassem tanto, com certeza tiraria um tempo para estar no coral mais uma vez”, destacou ele. Em agradecimento aos presentes no concerto, o presidente da FEUC, professor Durval Neves, elogiou a equipe musical e o trabalho de extensão da Orquestra e do Coro Ecos Sonoros — projeto que flui em parceria com a comunidade acadêmica e externa: “A harmonia da orquestra e do coral impregnou a todos nós nesses últimos anos”, observou ele. “E que a gente amplie cada vez mais, para que nossa querida FEUC possa abraçar a todos que têm vontade de música e vontade de viver, porque aqui a gente vive intensamente”, concluiu. ■
Foto: Gian Cornachini
Maestro David com a orquestra: grupo é composto por mais de quarenta músicos profissionais
Coral da UNATIL também participou da noite musical, apresentando-se com duas canções
Ex-coralistas assistiram ao concerto e se juntaram em uma a capella informal ao fim da noite 29
Artigo Ana Lúcia de Oliveira Cruz Rimes Mestre em Letras Vernáculas pela UFRJ e professora de Língua Portuguesa no CAEL e nas FIC
Muito além do ensino técnico O Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsinis, mais conhecido como CAEL, é um divisor de águas em Campo Grande e adjacências. Atuando há mais de 50 anos, conta com uma equipe qualificada, com professores altamente preparados e técnicas de ensino e laboratórios modernos. Já formou inúmeros profissionais de qualidade, reconhecidos no mercado de trabalho. Grande parte atua no Estado do Rio de Janeiro, mas muitos desempenham suas atividades em outros estados. A instituição tem contribuído em diferentes áreas, que vão de cursos voltados para o cuidado, como é o caso de Enfermagem, até Química, Administração, Eletrotécnica, que são clássicos, e Informática, Petróleo e Gás e Turismo, mais modernos, acompanhando a tendência do mercado, só para citar alguns. Nossos alunos têm conseguido excelentes colocações em seus projetos pelo Brasil, em todas as feiras tecnológicas de que participam, e até mesmo no exterior. Já levamos mais de uma vez projetos premiados aos Estados Unidos, o que nos deixa muito satisfeitos, visto que trabalhamos em prol da excelência da formação de profissionais engajados e comprometidos. No entanto, não é apenas na área técnica que temos nos destacado. O CAEL, hoje, conta com um curso de Formação Geral especialmente criado para quem deseja cursar uma universidade, pública ou particular, ou ainda almeja fazer algum outro concurso para ingressar nas Forças Armadas e afins. Temos, assim, um planejamento e estratégias voltados especificamente para esse público, também crescente em nosso Estado e não menos importante. Nossos professores têm vasta experiência em cursos preparatórios, elaboração de material didático para concursos e cursinhos; participam também da implantação de novas tecnologias no fazer pedagógico, como é 30
o caso de Física, Química, Biologia e Matemática. Além do mais, contamos com mestres e especialistas em nosso quadro acadêmico, alguns com trabalhos publicados e reconhecidos, e outros atuando no Ensino Superior. O resultado de tanto empenho não poderia ser diferente: nossos alunos egressos estão em toda parte, aprovados com louvor nos vestibulares mais concorridos, tanto em instituições federais como estaduais. É com orgulho que podemos dizer que já contamos com médicos, advogados, jornalistas, escritores, biólogos, psicólogos, todos formados, e ex-alunos do Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsinis. Há pouco tempo recebemos uma visita feliz: a escritora Mariana, que acabara de chegar dos Estados Unidos para lançar seu livro aqui e mereceu uma nota nesta revista. Guilherme Souza, outro escritor, que já conta com dois livros, “Céu” e “A Lista: o Rei de Nova York”, ainda cursa Direito e já pensa em uma segunda faculdade, a de História. Há aqueles que preferiram cursar uma federal em outro estado, como Carlos Neves, e os que optaram pela carreira militar, como Daniel Fernandes, aprovado em concurso dificílimo para a AMAN. Não podemos nos esquecer dos que seguem seus estudos aqui mesmo, nas FIC, ou estão pertinho cursando Engenharia, Arquitetura, Nutrição... São muitos nomes! Todos os anos, temos agradáveis notícias de aprovação no ENEM e em outros vestibulares. Os alunos sempre voltam para rever seu colégio, seus professores, amigos e funcionários. Nesse momento, a alegria é enorme, e não é possível descrever a satisfação que há em saber que, embora não tenham concluído os cursos escolhidos ainda, estão bem, e encaminhados. É o CAEL contribuindo com a educação e fazendo a diferença. ■
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