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TRANSMÍDIA:Ficar
limitado à tela do Cinema? #old
SUPER-HERÓIS:
Saindo das HQs para os blockbusters do cinema
THE WALKING DEAD: Vai perder a
CARRIE: Estranha
ou diferente?
quarta temporada?
#01
Novembro/2013
ÍNDICEFLICK#01
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TRANSMÍDIA CAMPANHAS Foi-se o tempo em que personagens e trilha sonora, eram postos numa única mídia.
Criatividade além roteiros: a guerrilha publicitária chega às séries de telelevisão.
TUBARÕES.MESMO? Quantas variações sobre o tema você consegue imaginar? Em Hollywood parece não acabar.
DIFERENTE?
TWDS04
The Walkind Dead retornou. E agora, o que a série nos reserva? Mais do mesmo?
O remake de Carrie procurou focar em uma atualização do contexto. Funcionou muito bem,
22 CAPA
Hulk esmaga, Thor bate o martelo: Filmes de heróis de HQ - tem que ser sério ou basta uma produção massavéio para agradar? E o equilíbrio da força, como fica?
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COLABORADORESFLICK#01
HOW I MET YOUR MOTHER - 9x05 THE POKER GAME @gugasms: ”Eu gostaria de dar parabéns para quem decidiu que a Robin merecia umas piadas melhores, porque ela se tornou a melhor pessoa da série.”
MÁRIOLAMENHA Apesar de ter crescido ouvindo piadas sobre o armário, Mário conseguiu se formar em Jornalismo e hoje, entre uma série e outra, faz Mestrado em Comunicação Política; mas você não está nem aí pra isso, certo?
THE GOOD WIFE 5x01 - EVERYTHING IS ENDING @iamabotwin: ”É só eu ou vcs também para e pensa: ‘pqp uma série com essa qualidade passando na tv aberta chegou na 5ª temporada… obrigado menino Jesus’”
HOMELAND - 3X04 GAME ON
HENRIQUESPIN Cinéfilo, HQuéfilo, geek, gamer, colecionador, manja de programação e - quando dá tempo - empresário de moda urbana.
@gugasms: ”Se tirassem a família do Brody, essa série ia voltar a ser 10 hein!? Melhor episódio até agora! Obrigado, série!”
ARTHURLUIZ Para mais reviews sem enrolação, acesse: www.140caracseries.com.br
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Arthur Cavalcante é professor universitário na área de Cinema e Design. Mestre em Comunicação, também é animador de personagem e diretor.
ARTIGOFLICK#01
CARRIE: IGUALMENTE ASSUSTADOR, MAS UM POUCO DIFERENTE Após 40 anos, o filme clássico do terror americano ganha remake a altura do original
Por Mário Lamenha Em 1974, um autor então desconhecido tenta escrever seu primeiro livro com algumas páginas sobre uma garota com poderes telecinéticos que é perseguida por outros estudantes da sua escola, mas acaba desistindo do projeto e o joga no lixo. Com dificuldades financeiras, sua mulher recolhe o manuscrito do lixo, acha o texto genial e o manda para algumas editoras. Não, essa ainda não é a história de Carrie, mas sim de como o seu autor, Stephen King, por um acaso da sorte iria mudar o conceito do terror na literatura e cinema. Após um grande sucesso de vendas, o diretor Brian de Palma (Scarface) procurou King para realizar uma versão cinematográfica do best-seller. Apenas dois anos depois do lançamento do livro, Carrie – a estranha (1976) transformou o sonho de todo adolescente americano de ser o rei/rainha do baile em um pesadelo.
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“Oh, pobre Carrie”, é a primeira frase do filme que introduz o nome da nossa personagem. Você tem alguma dúvida de que ela vai sofrer? Carrie está cercada por garotas populares no vestiário do seu colégio após uma aula de ginástica quando vem a sua primeira menstruação. Mas sem saber o que era aquele sangue, a personagem fica amedrontada, enquanto as outras garotas começam a rir e jogar absorventes nela. Como se já não bastasse esses problemas enfrentados na adolescência, Carrieta ainda tem uma mãe extremamente religiosa e controladora, que acredita que qualquer coisa que a filha faça é pecado e que não pensa duas vezes antes de trancá-la em um quarto escuro para absorver seus pecados ou dá-lhe um tabefe na cara com a Bíblia. Oh, pobre Carrie? A garota começa a perceber que tem alguns poderes estranhos de telecínese, a capacidade de mover objetos com a força do pensamento, e vai usá-los para acabar com todos seus inimigos.
porco em cima dela. Cruel, não? Mas nada comparado a resposta de Carrie que tranca no ginásio da escola todos os estudantes e professores que riram dela durante o incidente e os mata eletrocutados com cabo de energia ou queimados com um incêndio.
Após o incidente do vestiário, Chris, uma das garotas populares da escola que zombaram de Carrie, é proibida de ir ao baile de formatura. Achando a decisão injusta, Chris resolve aplicar uma pegadinha elegendo Carrie rainha do baile para jogar um balde cheio de sangue de
Novos efeitos, velha história
Com o estrondoso sucesso de bilheteria nos anos 70, a história do filme continuou a ser explorada, mas sempre decepcionando o público, como no remake produzido para a TV em 2002 e uma continuação intitulada The Rage: Carrie 2 (1999), mesmo que a personagem não aparecesse no filme. No entanto, nenhuma outra causou tanta expectativa quanto a versão dirigida por Kimberly Peirce (Meninos Não Choram) que será lançada em dezembro de 2013 no Brasil. Primeiro, para a divulgação do filme foi realizada uma pegadinha que se tornou quase instantaneamente um viral (http:// www.youtube.com/watch?v=VlOxlSOr3_M). Depois, um elenco de enorme talento chama a atenção do público.
Em vez de tentar trazer alguma alteração na história, Carrie (2013) procurou focar apenas em uma atualização do contexto para uma nova geração que só tinha escuta-
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do falar do filme e que possivelmente iria achar o visual e efeitos dos anos 70 bem toscos comparados ao que o cinema atual proporciona. Embora pareça ser um ponto negativo, isso não faz do remake produzido em 2013 um filme ruim. Muito pelo contrário, os novos efeitos especiais dão a Carrie (2013) uma nova dimensão, quase transformando a personagem em uma super-heroína. Mesmo com a maioria da montagem do novo filme sendo shot-by-shot, uma cópia dos enquadramentos do filme original, as cenas de nudez explícita de garotas adolescentes presente em vários momentos no filme dos anos 70 foi substituída por algumas encenações de sexo dos personagens. Outra mudança que deixou o filme mais politicamente correto foi a retirada das agressões físicas realizadas por professores e namorados, deixando esses personagens mais sádicos por um desejo de violência, em
vez de cometê-la. No novo filme, Carrie não poderia receber o subtítulo “A estranha”. A nova Carrie, Chloe Moretz (Kick-Ass), é mais uma garota tímida e deslocada do que a personagem perturbada e incompreendida desempenhada por Sissy Spacek nos anos 70. Já a mãe de Carrie, interpretada por Julianne Moore, é tão assustadora quanto ou até mais do que a religiosa psicótica e cheia de sentimentos de culpa vista anteriormente com a atriz Piper Laurie. Como regra geral, a crítica especializada tem um preconceito generalizado aos remakes. É possível que o novo filme não receba indicações ao Oscar como o original, mas isso não significa que o filme não merece ser visto. Mesmo depois de 40 anos, o filme ainda traz temas atuais, como bullying, conflitos religiosos e moralidade na sociedade. Quer uma dica? Veja os dois e depois mande sua opinião para revistaflick@gmail.com
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ESPECIALFLICK#01
OS ZUMBIS VOLTARAM O arrebatador (mas só em audiência) retorno de The Walking Dead
Por César Filho
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Quando a terceira temporada de The Walking Dead começou, era quase impossível não se segurar no sofá a cada semana. Não é certo se pelo fato da segunda temporada ter sido morna – após o impacto que foi a temporada de estreia – ou se o material visto em tela era de fato bom. Os espectadores ansiavam por mais da épica série da AMC, enquanto os leitores das histórias em quadrinhos de Robert Kirkman apostavam suas fichas na introdução de dois dos mais adorados personagens da trama: Michonne e O Governador. O grande problema de adaptações é que a sua grande maioria não corresponde à obra original. Temos Under the Dome aí pra nos provar isso. Mas, naquele ponto, apesar de não termos uma história tão sombria quanto a dos quadrinhos, nós tínhamos algo excitante de se assistir. No decorrer dos oito primeiros episódios, vimos uma pequena guerra começar a se formar: Prisão vs. Woodbury. E essa guerra chegou ao seu ápice no excelente oitavo episódio, “Made to Suffer”. Infelizmente.
Blake, não era novidade pra ninguém. Nós não o vimos estuprar Michonne nem cortar fora a mão de Rick. Mas o encerramento da terceira temporada foi nada menos que decepcionante.
Infelizmente porque todos nós esperávamos o que foi visto nos quadrinhos e o que os produtores de Game of Thrones tiveram coragem de fazer: carnificina total. Que o roteiro da série suavizou – e muito – o tenebroso Philip
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Fomos levados a crer que toda aquela tensão construída durante os quinze primeiros episódios nos traria um embate sangrento cheio de mortes, mas passamos longe disso. O maior defeito de
The Walking Dead é o motivo de seu sucesso: os fãs. É normal que os espectadores se apeguem a personagens, mas isso nunca, e George Martin se orgulha dessa revista ao dizermos isso, nunca deve afetar a história. O que vimos foi uma verdadeira arregada por parte dos roteiristas, que preferiram fa-
zer uma versão light da batalha entre O Governador e O Grupo, desvirtuando o seriado mais ainda dos quadrinhos e da pior maneira possível. Todos (ou quase todos) sobreviveram, O Governador deu no pé e nós ficamos sem saber o que esperar.
Chegamos na quarta temporada. Com o monstruoso número de 16 milhões de audiência, a maior da série até então, o episódio “30 Days Without an Accident” mostra o grupo de sobreviventes de Rick convivendo com os sobreviventes que fugiram de Woodbury na prisão. Temos uma horta, animais e crianças na aula da Tia Carol. Rick não é mais o líder do grupo, agora temos um conselho para tomar as decisões. Além disso, uma Michonne que continua caçando O Governador. Nos quarenta minutos de episódio, não vimos nada demais sendo introduzido, o que é um pouco frustrante, por se tratar de um season première. O que acon-
tece aqui é basicamente aquilo que acontecia na primeira temporada e aquilo que é a proposta inicial da série: cuidado com os zumbis. E isso funcionaria perfeitamente se não fosse por um detalhe: só isso não é mais o bastante. Foi mais ou menos a situação de Supernatural, da emissora CW. Na quinta temporada da série, tivemos a introdução do Apocalipse e a renovação para uma sexta temporada ao fim dele. O que diabos (no pun intended) podíamos ter depois do Apocalipse? É exatamente isso que nos perguntamos agora com The Walking Dead. Personagens correndo de zumbis não é mais uma trama
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boa o suficiente, ainda mais depois do que nos apresentaram na primeira parte da temporada passada. Talvez a constante troca de showrunners tenha algo a ver com isso, afinal de contas não seria a primeira vez que isso afetaria uma série (olá, Dexter Morgan), mas a sala de roteiristas precisa encontrar o caminho certo para esses personagens, porque o que está sendo tomado preocupa. Enquanto temos Glenn e Maggie de mimimi por causa de gravidez, o pau está comendo solto nos quadrinhos. A guerra começou e é esse tipo de narrativa que a série precisa ter. Afinal de contas, estamos vendo uma história sobre zumbis e não Gossip Girl. Andrew Lincoln, intérprete de Rick, afirmou em entrevista ao TV Line que a calmaria desse primeiro episódio não durará por muito tempo. Tudo que podemos fazer é esperar que ele esteja muito certo. Enquanto não vemos isso acontecer, vamos continuar elogiando a maquiagem da série, que continua do caralho.
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ARTIGOFLICK#01
NARRATIVA TRANSMÍDIA Por Arthur Luiz
Henry Jenkins
Henry Jenkins é um gênio. Pelo menos, é assim que muitos gurus do cinema vêem este que é, sem dúvida, considerado o ícone do pensamento transmidiático. Talvez você já tenha conhecimento desse termo em algum lugar, ou simplesmente pode nunca tê-lo ouvido, mas saiba que tudo ao nosso redor (ou pelo menos, quase tudo que é fabricado pela indústria de cinema/ TV) tem uma ponta de transmídia. Foi-se o tempo em que personagens, conflitos, ambientações, trilha sonora, direção de arte, enfim, era posto única e exclusivamente num único canal, uma única mídia. Daí, o termo trans, “além”. Quem nunca foi ao cinema, se encantou com a trilha sonora e foi tentado pela compra da mesma trilha após a sessão? Ou daquela camiseta, chaveiro, caneca, poster ou aspirina que tivesse relação com sua obra preferida? Agora, imagine este mesmo cenário citado acima e extrapole-o ainda mais. Para ficar mais claro, não basta vender um chaveirinho dos personagens para ser uma transmídia, também chamada (e eu até prefiro o termo), de transnarrativa. Contar uma história por diversos meios inclui uma viagem (literalmente) pelas diversas técnicas cinematográficas, sejam elas ligadas diretamente à fruição das imagens, seja através da distribuição das diversas mídias que complementam a narrativa. O próprio autor cita que uma coisa são as transnarrativas, e outra, os produtos conexos ao filme.
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Vou citar como exemplo um clássico que todos conhecem e que também é utilizado por Henry Jenkins em seu livro Cultura da Convergência (se você não viu o filme, cuidado com as revelações de enredo abaixo): Em 1999, os irmãos Wackowski dirigiram Matrix, considerado um dos maiores filmes de ficção científica de todos os tempos. Sua narrativa, em resumo, discorre sobre um hacker chamado Neo em sua busca por Morpheus, uma figura enigmática e, por que não dizer, quase mitológica. Como vemos no decorrer do filme, ele consegue encontrá-lo através de Trinity, passa pelo processo de metamorfose e conecta-se ao computador, num ambiente virtual onde enfrenta o agente Smith, derrotando-o ao final. Tudo poderia figurar como mais um filme de roteiro apelativo e espetacularizações da imagem para o deleite do público. No entanto, Matrix tornou-se uma franquia. E é exatamente nesse ponto que o pensamento de Henry Jenkins entra em cena. O filme poderia simplesmente conter a característica central de linearidade da linguagem ou daquela tônica do videoclipe e seus cortes dinâmicos. Mas seus desdobramentos narrativos lidam com o a interatividade
flexível, multidimensional, alinear, enfim, hipermidiática. Qual a razão para isso? Simples. O espectador não é um indivíduo “passivo” diante das imagens e dos sons, mas aquele que ativamente busca informações. Se você viu aquela cena da boca do Neo sendo fechada durante o interrogatório e foi buscar entrevistas com os atores, diretores, produtores, equipe técnica, making of das cenas, foi até o youtube para ver comentários dos outros usuários, foi ler o livro sobre a filosofia do filme, atentou para as declarações durante as premiações etc., então você sabe do que Henry
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Jenkins está falando. Como se não bastasse essa multiplataforma que faz desse “novo espectador” alguém com conhecimento quase enciclopédico de sua obra favorita, os irmãos Wachowski lançaram Matrix: Reloaded e Matrix: Revolutions. Aqui, a potencialização da transnarrativa encontrou o seu lugar, onde mídias se cruzaram intensamente para que o todo da história (personagens e seus conflitos) fosse contada e apreciada por aquele que agora é o espectador buscador de informações: quadrinhos, games, animações etc., tudo embasado na trilogia Matrix. Portanto, quanto maior a interatividade, maior será a imersão e
tiplas visões da informação ficam a cargo da pergunta: aonde quero chegar?. Para conseguir o entendimento “completo” da narrativa, se fazem necessários os cruzamentos com o game Enter the Matrix, e com os curtas de animação Animatrix, e a lista continua. Portanto, o filme se torna um verdadeiro iniciador de processos sistêmicos os quais introduzem o espectador à uma realidade ficcional provocante o suficiente e que lhe permita desdobramentos. É essa a característica da indústria para o famoso “faturar mais” com a obra, pois a cada desdobramento, novas perguntas e conflitos surgem. experiência. Mas não se engane. O próprio Henry Jenkins alerta que não é para todos o acesso à franquia Matrix. Isso demanda um perfil treinado e acostumado aos desvios e interconexões. Por quê? Simples. Se você é daqueles que, quando o personagem “dá um olhar” diferente, ou uma placa “simplesmente aparece de modo estranho”, ou uma cor salta à tela, um cenário “surge misteriosamente”, ou até mesmo aquele código de barras que lhe gera uma “certa inquietação”, e você sai correndo para pesquisar se aquilo é uma mensagem escondida (easter eggs, em inglês), você
já faz parte do perfil de espectador treinado. Perceba que não é para qualquer um, apenas fãs, de fato, se dão ao trabalho de consumir tudo de informação. São essas possibilidades que fazem o espectador se sentir “especial” (industrialmente falando, isso é ótimo, já que garante o lucro das grandes empresas através do consumo de seus produtos, aliado ao sentimento de pertencimento), e lhe confere um envolvimento e mergulho intenso na obra. Os sentidos entrecruzados nas diferentes obras que integram a narrativa transmidiática permite que esse mesmo espectador decida por onde ir, e as múl-
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A obra ficcional cria vida própria fora do eixo de origem. Ainda que haja premissas, esboços, roteiros e argumentos pré-produzidos, a liberdade criativa na realização permite articulações poéticas e novas propostas com base no desenvolvimento estético derivado de autores respeitados em suas áreas específicas. No caso de Matrix não é diferente. Nos curtas de Animatrix, podemos ver as diferenças dos traços de cada filme, até mesmo extrapolando a própria técnica, numa mistura de animação clássica e animação digital 3D. Ou seja, há uma trans-poética que promove a multiplicidade de visão de mundo.
Mas vale lembrar: o sucesso de uma obra transmidiática não está simplesmente no desenvolvimento multiplataforma de uma narrativa que se integra através dos diversos meios, mas na própria abertura especulativa.
Um exemplo recente: Lost. O seriado fortificou-se em grande parte não apenas pelos personagens em si e ambientações, mas de toda uma abertura ligada à própria especulação, chegando em um ponto onde a Iniciativa Dharma (elemento importante na narrativa) teve sua própria narrativa através da venta de fitas VHS com “material histórico” da empresa (Dharma Iniciative Orientation Kit, em inglês), tendo ela uma vida própria e angariada, principalmente, pelas perguntas dos espectadores. O investimento de grande capital numa obra cinematográfica/televisiva envolve, antes de mais nada, um planejamento prévio de lucratividade. Claro que em Matrix, tudo foi uma grande experimentação, algumas de sucesso, outras, não. Mas em se tratando de indústria, se você pensa que os realizadores estão pura e simplesmente criando uma experiência estética, cuidado. Aqui, o
14 Locke - Terry O’quinn em Lost
lugar dessas experiências se encontra centralizada no lucro dos estúdios, pois é isso que representa, em grande medida, a narrativa transmídia. Lembre-se de Star Wars e na quantidade de universo expandido em livros, revistas, quadrinhos, filmes de animação etc. Será mesmo que é tudo experiência estética? Acho que não. Muitos alegam, e eu não deixo de concordar com isso, que a obra de George Lucas busca, acima de tudo, pessoas dispostas a pagar por cada produto, seja ele qual for. Se por um lado Henry Jenkins problematiza a narrativa transmidiática em seus desdobramentos estético-narrativos, por outro gera uma inquietação quanto à esses mesmos produtos. Foi assim que me senti ao ler Cultura da Convergência e preciso concordar: Henry Jenkins é um gênio.
Henry Jenkins
EDITORIALFLICK#01
TUBARÕES PARA TODOS Do clássico ao crasso. Para todos os gostos (duvidosos) Por Henrique SPin
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m 1975 iniciou-se a era dos blockbusters com o filme Tubarão (Jaws) de Steven Spilberg. O filme é um terror/suspense com uma trilha memorável de John Williams. Logo se tornou um clássico do cinema e um dos posters mais reconhecíveis até hoje. Ele rendeu 3 sequências, inclusive uma 3D em 1983. Na última década popularizaram-se os chamados “mockbusters”, que são produções baratas que pegam carona na popularidade dos originais. Como se isso já não fosse ruim o suficiente, a exemplo do infames TransMORPHers, que tentou pegar bigu no sucesso Transformers, ambos de 2007, e o recente Atlantic Rim, baseado em outro oceano, o Pacific Rim (Círculo de Fogo, 2013). Porém, de 2005 pra cá, as produtoras B (a mais famosa é a Asylum que praticamente
criou o “gênero”) estão usando várias referências cruzadas para um só filme. E como a base é um blockbuster, os caras encarnaram no primeiro da história: Tubarão. As misturas rendem esse tipo de pérolas: Mega Shark, que, assim como Godzila, é quase uma força da natureza que enfrenta outros mega monstros, entre eles um polvo colossal, um crocodilo ancestral e uma versão mecânica dele mesmo. Em Ghost Shark, na vibe dos sucessos recentes de filmes sobrenaturais, uma cidade é assolada por um tubarão fantasma que precisa de água para se materializar, mesmo que seja só uma filetinha no chão. Jurassic Shark e Sharknado; sem comentários. Esses dois são de alguém muito fã de Spilberg, que, se estivesse morto, estaria se revirando no túmulo! Como vivo, não pode fazer nada, já que, para
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a lei de copyright americana, paródias não são plágios. A lista é imensa, levam o coitado do tubarão para todo tipo de ambiente, para atrapalhar as farrinhas dos gringos, com mutações, espécies novas e todo tipo de bizarrice. Alguns títulos: Snow Shark, Swamp Shark, Sand Sharks, Megalodon: The Monster Shark Lives, Super Shark, Two Headed Shark Attack, Spring Break Shark Attack, Jersey Shore Shark, Avalanche Sharks, Shark Swarm, Shark Week e Shark Night 3D. A joia da coroa está em produção e se chama Shark Exorcist! O fato é que isso tudo não é novidade. Três anos após o lançamento de Jaws surgiu o B (com B capitular) “Piranhas”. De lá pra cá a fauna do planeta vem nos atacando por todos os lados, de anacondas em rios amazônicos à serpentes em aviões. Eu,
Ghost shark - bizarro o suficiente?
particularmente, gosto mesmo é dos ambiciosos como Mega Python vs. Gatoroid. A python do título engole nada menos que um trem! UM TREM! Já que o cinema nacional está em alta, só nos resta torcer para que a moda pegue por aqui (SQN). Imaginem só a pérola: “O Boto infernal contra a Anaconda Negra”. Direção de Zé do Caixão, protagonizado por Kid Bengala.
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CRIATIVIDADE EXTREMA Bons roteiros deixaram de ser fuicientes. Tem de ser onipresente mesmo, marketing de guerrilha e tudo. As divertidas campanhas publicitárias das séries de TV no mundo Por César Filho
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riatividade é o elemento-chave para se criar uma série de TV. Pelo menos essa é a regra no papel que, em meio a tantos spin-offs e genéricos, não é levada à prática. Criatividade também é o elemento-chave na área da Publicidade. E não é preciso dizer que a regra muitas vezes também não chega à pratica por aqui. Em sua grande maioria, as campanhas publicitárias de séries, seja pra promover novas temporadas ou as estreias, segue a básica fórmula dos vídeos e pôsteres promocionais, alguns instigantes, outros bem comuns. E o que acontece quando os responsáveis por essas divulgações resolvem mudar um pouco a brincadeira?
Haja sangue Dexter foi uma série fantástica por algum tempo que se despediu de forma decep-
cionante. Disso, todo mundo já sabe ou devia saber. Dentre algumas das coisas boas que a série fez (como aquela abertura), estão as ações promocionais. No Reino Unido, a FOX resolveu fazer uma brincadeira para promover a então nova série e mandou mensagens supostamente escritas pelo serial killer que diziam: “Olá, Fulano. Estou chegando ao Reino Unido mais cedo do que você imagina. Dexter.”. Em seguida, a pessoa receberia um vídeo de notícias que mostravam uma onda de assassinatos com uma ameaça à la Red John (The Mentalist): o nome de uma pessoa escrita em sangue numa parede da cena do crime. É claro que o nome era o do destinatário da mensagem. Saindo do Reino Unido e indo pra Portugal, Dexter continuou a chamar a atenção de todo
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mundo. Na época em que se promovia a segunda temporada da série, foram distribuídos plásticos pra todo serial killer arrumar sua kill room, atores esfaqueados distribuíam panfletos nas ruas de Lisboa e mictórios sangravam. Enquanto isso, na Espanha, era possível ver pedaços das vítimas de Dexter caso você fosse ao açougue. Mas talvez a mais bonita das ações venha de Los Angeles. Para promover a série, algum maluco resolveu ter a ideia de fazer uma fonte que jorrava sangue. Desconcertantemente linda.
Campanha Matadora Mais recentemente, outra série mostrou que sabe fazer campanha publicitária criativa. A série de TV à cabo mais assistida de todos os tempos, The Walking Dead, realizou uma invasão zumbi mundial no dia 26 de
Outubro de 2010. Londres, Istambul, Madrid, Bogotá, Caracas, Roma são algumas das cidades nas quais algumas pessoas caracterizadas como os errantes da série fizeram o que foi uma espécie de Zombie Walk (só que sem ser escroto). Outra campanha que chamou atenção aconteceu numa sala de cinema. Imagine você sentado pra ver um filme, assistindo um trailer de uma comédia romântica, quando um zumbi faminto entra na sala. E alguns sustos e risadas depois, a personagem do trailer dá um jeito nele com um headshot certeiro. Menos impactante, mas ainda assim visualmente boa, foi a peça exposta numa estação em Toronto, com uma mórbida contagem regressiva para o retorno da série e alguns zumbis pra lá e pra cá.
Dragões e tal E uma das queridinhas do público nos últimos tempos, Game of Thrones, também soube divertir na hora da divulgação. Sem pessoas caracterizadas nas ruas ou intervenções extravagantes, a HBO resolveu fazer um ad simples e certeiro para divulgar a terceira temporada da série. Bastava abrir o New York Times e dar de cara com a sombra de um dragão. E se você não tivesse adquirido uma cópia do jornal, era
Sagaz, muito sagaz.
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só dar uma passada na frente do prédio da emissora pra conferir também. Também para promover a chegada da terceira temporada, o serviço inglês de streaming, Blinkbox, resolveu colocar um esqueleto de dragão com mais de 12 metros na praia de Charmouth, na Inglaterra. Em solo tupiniquim, tivemos a participação de São Paulo na invasão zumbi de The Walking Dead e uma ação do Canal Sony. Lembra a lou-
ca da Vila Olímpia, em São Paulo, que destruiu um carro? Pois é, era um viral pra promover a série Revenge (temos aqui duas tragédias, um carro destruído e alguém promovendo esse troço). Outro case bem sucedido de ação de guerrilha foi um que pegou a todos de surpresa, inclusive enganando muitos a pensarem que era real: um amante pulando pela janela, que reuniu uma multidão e servia como ação do Investigação Discovery para pro-
Posso ficar com ele mamãe?!
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mover o programa Paixões Perigosas. Chocantes ou não, essas campanhas sempre divertem e mostram que o convencional pode não ser suficiente, além de que a criatividade que é tão necessária pra contar a história, pode servir como a alma do negócio.
Countdown agradรกvel, nรฃo?!
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CAPAFLICK#01
A HORA DOS SUPER Hollywood inundada pelos nossos heróis da infância e a grande questão é: o que esperar dos filmes? Por Leo Arcoverde
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Cresci lendo Thor, Batman, Capitão América, Lanterna Verde, ver cada um deles ganhar vida é um sonho. Mas estamos satisfeitos? Logo nos anos 1940 são lançados seriados no formato de live-actions que se tornariam mais populares nos anos 1970 e, novamente, nos dias atuais. Podemos mencionar o grande sucesso da série o Incrível Hulk, com Bill Bixby interpretando o solitário Dr Banner, e o fisiculturista Lou Ferrigno dando vida ao “Gigante Esmeralda”, assim como As aventuras do Super-Homem, de 1948, e o quase infame - mas clássico - Batman, estrelado por Adam West. Não tardaria para que surgisse uma nova preocupação, principalmente quando estes super-heróis passaram a migrar lentamente das páginas dos quadrinhos para as telas de cinema: o realismo. Como transportar algo tão fantasioso para as telas sem contar com a liberdade que uma animação confortavelmente proporciona? Como manter o roteiro fiel aos fãs de quadrinhos e, ainda sim, conquistar o público “leigo” - e creio que essa preocupação seria a maior dos estúdios, que obviamente querem lucrar com o filme e seus produtos derivados. O primeiro longa metragem deste tipo mais significativo talvez seja justamente
Super-Homem: o filme, de 1978, estrelado por Christopher Reeve, sendo essencialmente inovador por seus efeitos visuais, entre eles fazer Reeve voar pelos céus de Metrópolis. Mesmo Reeve não sendo do tipo musculoso para se encaixar no papel, o principal era levar os poderes do personagem para as telas da forma mais convincente e fiel possíveis. Um dos sinais da tentativa de tornar a realidade dos quadrinhos mais próxima da nossa pode ser vista em Blade (1998), em seguida com X-Men (2000), começando pelo simples detalhe de escalarem um elenco cuja aparência poderia se aproximar dos personagens originais. Wesley Snipes até hoje é a face mais popular do híbrido caçador de vampiros, o mesmo vale para Hugh Jackman, com Wolverine, apesar de, pessoalmente, eu discordar por motivos, digamos, de altura. Mas quando se passou a pensar numa abordagem realista para a temática dos super-heróis? Antes que alguém mencione o nome de Nolan, é melhor retroceder um pouco: falemos de M. Night Shyamalan - ele mesmo, o cara que de gênio passou para nem-tão-gênio-assim e anda colecionando fracassos no cinema. Mas Corpo fechado, de 2000, é uma das melhores abordagens sob
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o aspecto do realismo, ao representar de uma forma um pouco mais reflexiva o que seria um “super-herói” no mundo, assim como o que seria um “super vilão” e como esta receita de fato funcionaria. Uma abordagem mais séria do conflito moral e emocional nos leva a pensar como se monta um personagem deste tipo, que se demonstra fundamental não só para a criação, como também para a adaptação.
Chega de assunto sério: quero ver é filme “massavéio” É fato que muita coisa mudou, os efeitos especiais evoluíram e o os roteiristas e diretores estão cada vez mais procurando a superação para tentar fazer filmes extraordinários que agradem tanto os fãs de HQ quanto os espectadores das telonas. Veja que quando digo extraordinários, estou despindo os conceitos de fidelidade máxima às HQs. Sim, porquê os leigos também merecem se divertir. Em 1989, a Warner finalmente brindou os fãs com Batman, um filme que trazia o homem-morcego em toda a sua glória sombria, e colocou a já ascendente estrela de Tim Burton de vez no mapa astral de Hollywood.
O tempo passou, os filmes do Batman foram ficando cada vez piores e outras porcarias, como Justiceiro (com Dolph Lundgren), Spawn (Com quem mesmo?). Até mesmo o assistente do Superman, Aço, ganhou um filme terrível estrelado pelo jogador de basquete Shaquille O’Neal pustaquelhosparalho. O futuro dos super-heróis no cinema parecia estar caminhando para o buraco. Até que veio um ponto de inflexão que mudou este panorama: X-men. O sucesso dos superdotados - sem trocadilhos, por favor do Professor Xavier animou a Marvel, que começou a lançar outras superproduções criadas por vários estúdios. O supracitado X-Men era da Fox, Homem-Aranha saiu pela Columbia Pictures/Sony, Blade pela New Line Cinema e Hulk pela Universal. Até que eram bem produzidos, mas faltava uma coisa: a essência dos quadrinhos. Os personagens tinham os traços das revistas, mas a trama, os modos de agir e as cenas de ação, eram todas características de um filme, não de um gibi. Não havia neles a profundidade dos quadrinhos, ou mesmo a de um filme original. Pareceram um monte de referências das HQs juntadas de forma desleixada por algum produtor
que leu a biografia dos heróis na Wikipedia e resolveu dar sua própria visão aos personagens. Poodles mutantes em Hulk?! Quequéisso!
A ascensão da Marvel Studios Por muito tempo, o Marvel Studios era apenas um apêndice da Casa das Ideias, responsável por licenciar seus personagens para outras companhias. Em 2004, porém, o estúdio começou a planejar a produção de seus próprios filmes. Neste mesmo ano, a New Line Cinema, que havia conseguido os direitos para a exibição de um filme do Homem de Ferro em 1999, desistiu da ideia e devolveu os direitos de exibição do herói gênio, bilionário, playboy e filantropo para a Marvel. Enquanto isso, estreava no cinemas mais um filme da rival, Batman Begins, ainda mais sério e sombrio, dirigido por Nolan, que citei mais ao início da matéria. Sucesso imediato, dando um tom menos gótico e mais realista que o Batman de Burton havia tomado para si, e principalmente, sem os mamilos (polêmicos). Aclamado por fãs e crítica, virou blockbuster. Só que em 2008, Homem de
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Ferro chegou aos cinemas, e conseguiu por si só ser um sucesso de crítica e público, além de dar aos nerds que compraram fielmente os gibis da Marvel ao longo dos anos o que eles realmente mereciam: uma (quase) fiel transposição do gibi para a telona. Ao contrário do que acontecia com os seus antecessores, este filme foi feito por quem entendia de quadrinhos, explorando exatamente o que deixa as revistas tão divertidas para a grande maioria: Explosões a rodo? Confere. Um vilão mal e ganancioso sem histórias trágicas que quer conquistar o mundo só porque pode? Confere. Raios de energia? Confere. Heróis e vilões jogando uns aos outros em prédios sem a menor preocupação com danos à propriedade, causando uma carnificina de arquitetura? Confere, confere e confere. Iniciou-se a era dos bluckbusters “massavéios”, com o único intuito de divertir. Mas isto não era tudo. No final da película, após os créditos, havia uma cena na qual Tony Pinga se encontrava com Nick Fury, o diretor da S.H.I.E.L.D., que citava uma tal de “Iniciativa dos Vingadores”. Como se isto não fosse o bastante, Fury era interpretado pelo
modafóca mais modafóca do cenário hollywoodiano, Samuel L. Jackson. Aí vieram O Incrível Hulk, Homem de Ferro 2, a comédia romântica viking Thor e Capitão América: O Primeiro Vingador. Cada um deles com histórias que, embora diferenciassem bastante das HQs, possuíam a mesma essência e não tentavam deixar tudo mais “realista”. E cada um desses filmes fazia referências a elementos já mostrados nos filmes anteriores, o que dava a sensação de que todos eles de fato viviam num mesmo universo. E nem mesmo a compra da Marvel pela Disney, tão temida por alguns fãs, afetou esta relação entre um filme e outro.
Tony Stark, a.k.a. Homem de Ferro
Todas estas referências, todo o trabalho minuncioso em colocar objetos como o escudo do Capitão América em algumas cenas e todas as cenas pós-créditos dos filmes anteriores (neste caso, em Homem de Ferro) culminaram no bombástico e explosivo lançamento de Os Vingadores, um filme que mostra exatamente a essência de um gibi: seis heróis pondo suas diferenças de lado para salvar o mundo e dar muita porrada. Calma lá. Avengers, é um filme foda, mas tem falhas
25 Scarlett Johanson como a agente Romanoff em Avengers
e mais falhas de roteiro. Chega a clichê. Mas que se exploda, eu tava lá era pra ver trocação de tapa e a interação entre alguns dos heróis favoritos da Marvel. Filme pipoca. Os Vingadores fez um sucesso tão grande, mas tão grande, que atingiu a marca de terceira maior bilheteria do mundo, ficando atrás apenas de Avatar e Titanic porque James Cameron apela pra cacete, né?
com os acertos e os erros dos rivais. Acho que a Marvel aprendeu a ver o que os fãs queriam, integrando os seus filmes entre si. O mesmo, talvez, não se possa dizer da DC. Embora O Homem de Aço não faça as mesmas integrações que os filmes da Marvel, não é difícil de imaginar outros seres superpoderosos naquele mundo. Já impressão ao assistir a outros filmes da DC, como os Batmans de Cristopher Nolan, por exemplo, era de que não haveria a menor possibilidade de eles coexistirem com outros supers se espancando e causando milhões de dólares em danos à propriedade.
E enquanto isso, a Warner/DC finalizou a sua Saga do Cavaleiro das Trevas, que embora tenha sido bem recebida pelo público e pela crítica um puta filme, não chegou a render tantos obamas verdinhos quanto o filme da rival.
Graças a abordagem “certa” - para muitos - de fazer um filme sem querer modificar o que deixa os gibis tão legais e à integração das galëre fortona, graças aos Vingadores, agora teremos a oportunidade de ver um filme em que o Superman e o Batman se encontrarão.
Intergração é chave pra doletas Uma das coisas mais legais da concorrência entre os estúdios é que você pode aprender
Ilustração de Alex Ross
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Por mais que eu seja um fã incondicional da Marvel, é inegável que estes dois são os super-heróis mais icônicos de todos os tempos. E olha o potencial dessa coisa aí. Acho que, mesmo uma pessoa comum, falará “PQP! um filme do Batman e do Superman?”.
Medo, muito medo
Thanos, fazendo sua ponta em Avengers
Por maior que seja o potencial, maior será a chance de dar merda. Sim, claro. Ben Affleck como Batman? Putz... Não que seja a pior escolha de todas (vamos lembrar o mimimi que foi quando escolheram Heath Ledger pra fazer o Coringa, onde fomos totalmetne surpreendidos em uma atuação que considero o melhor coringa incorporado que já pude ver), mas cheira mal, principalmente pela experiência passada de Affleck na pele de um herói em filme, em O Demolidor de 2003. Se é que isso conta para alguma coisa. Desde que Ben foi confirmado como o novo Batman, as opiniões se dividiram. Houve apoio, inclusive de atores que interpretaram o personagem, mas também apareceram fãs inconformados que criaram abaixo-assinados online pedindo que ele seja substituído.
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O mais popular está registrado no site Change. org e já soma mais de 90 mil assinaturas, alegando que o ator não é suficientemente “intimidante” para ser o Batman. A tendência dos filmes de grande orçamento sobre super-heróis não dá sinais de desacelerar, com os próximos lançamentos de Thor: O Mundo Sombrio, Capitão América: O Soldado Invernal, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido e dezenas de outros filmes planejados, incluindo a muito esperada sequência de Os Vingadores, e novas séries de televisão como Agentes da SHIELD. Os super-heróis estão em toda parte, de camisetas e brinquedos a exposições como a experiência Marvel Super Heroes 4D no museu Madame Tussaud. As adaptações para o cinema levam os super-heróis a um novo público, gente que, muitas vezes, tem o primeiro contato com o personagem na tela grande. Isso é fato. Mas há também os HQuéfilos e leitores assíduos de heróis que querem ver o desenho virar realidade - ainda que na tela dos efeitos especiais - e os estúdios descobriram nisso um modo importante de ganhar dinheiro. Enquanto isso, a gente se diverte. Que venham os próximos!
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