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SCROOGE: De amor e corpo. E Charles Dickens.
CiNEMA E NATAL: O que você fez?
PIXAR: Tá faltando algo pra gigante da animação?
CiNEMA NATZI:
Goebbles, brilhante? Qué isso rapaz?!
#02
Dezembro/2013
ÍNDICEFLICK#02
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E.SCROOGE
De amor e de corpo. Direto da mente do mestre Charles Dickens. Conhece alguém parecido?
CURTAOCURTA CINEMA.NAZISTA. Curta-metragem, ou curta, é o nome que se dá a um filme de pequena duração. E daí?
Uma brilhante propaganda de manipulação de massas. Goebbels era brilhante? Porréessamermão?!
04 PIXAR
Pensar no próximo filme é pensar o inacreditável. Potência gigante. Será que falta algo mais ou tá sobrando mesmo?
22 CAPA
Chegou a época do ano em que você percebe o quão assustadoramente rápido o tempo está passando. E o que você fez?
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COLABORADORESFLICK#02
AMERICAN HORROR STORY: COVEN 3×05 BURN, WITCH. BURN! @andre_cohen: ”A vida é muito mais fácil quando se ama AHS e AHS é muito mais fácil de ser amada quando se tem uma sequencia toda homenageando Evil Dead.”
ROBSONARAÚJO Alagoano, nascido em Maceió, ilustrador graças a Deus, e com a ajuda dos meus pais, Dona Marileide e Seu Robson, tive a oportunidade de fazer o que gosto, e ser alguém na vida.
NEW GIRL – 3×07 COACH @andre_cohen: ” ’Don’t touch my penis!!!’ ”
ONCE UPON A TIME – 3×05 GOOD FORM
ARTHURCAVALCANTE Arthur Cavalcante é professor universitário na área de Cinema e Design. Mestre em Comunicação, também é animador de personagem e diretor.
@camisbarbieri: “A difícil decisão de Emma entre a barriga de chopp de Neal e o hálito de rum de Hook transforma esse episódio em OUAT no Alcóolicos Anônimos”
GUILHERMELAMENHA Para mais reviews sem enrolação, acesse: www.140caracseries.com.br
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São dezesseis anos de Jornalismo, com passagens por impressos, revistas, televisão, assessoria de comunicação e, até mesmo como professor.
ESPECIALFLICK#02
PIXAR: POTÊNCIA GIGANTE. SERÁ QUE FALTA ALGO MAIS?
Pensar no próximo filme da Pixar é pensar o inacreditável. A cada filme, espera-se que a empresa permaneça numa aura intransponível. Por Arthur Cavalcante
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ão há dúvidas de que animação virou sinônimo de Walt Disney. Na década de 1920, ele já introduziu praticamente todos os aspectos que permeariam a trajetória do futuro estúdio de animação consagrado. As experimentações com o som (nos curtas Silly Symphonies) e a aplicação de cores via Technicolor no curta Flores e árvores (Flowers and tress, 1932) serviriam de base para o seu projeto mais ousado: Branca de neve e os sete anões (1937). De lá para cá, as tecnologias de produção fílmicas avançaram bastante e nisso, claro, se inclui o uso da computação gráfica, que deixou temerosos aqueles mais conservadores, numa tentativa de especular qual seria o futuro da criação artística: será que todos nós estaríamos fadados ao simples uso da ferramenta chamada computador? Um outro estúdio provou que estavam errados, unindo as novas técnicas com o contar história, e que, assim como Disney, se
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consagrou experimentando em curtas e posteriormente na realização de longasmetragens. Um estúdio que virou sinônimo de alta qualidade de produções que serviram, segundo alguns, como arma contra ele próprio. É mais do que claro que estou falando da Pixar Animation Studios. Nesse ano, foi lançado Universidade Monstros (Dan Scanlon, 2013), décimo quarto longa-metragem da empresa. Um número aparentemente singelo para um estúdio que começou em 1986, mas que só tornou-se efêmero com o lançamento de Toy Story (John Lasseter, 1995). Para adentrarmos nessa história, é preciso lembrar que a mão responsável pelo primeiro passo da Pixar pertenceu ao aclamado diretor de Star Wars, George Lucas. A partir de uma divisão da Lucasfilm, a Graphics Group era especializada em criar softwares para uso na computação gráfica, prestando serviços à Industrial Light & Magic, também de George Lucas. Com o destaque no uso de efeitos especiais (como no filme da franquia Jornada nas Estrelas - A Ira de Khan), a empresa chamou a atenção do fundador da Apple, Steve Jobs, que a adquiriu em 1986. Com a mudança, seu nome
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também se alterou: a menor unidade de uma imagem digital (Pixel) e a criação artística (art) se fundiram: Pixar. Para mostrar o potencial da empresa, que lembremos remetia à criação de softwares e até de Hardware - o Pixar Image Computer -, um animador chamado John Lasseter criou curtas-metragens para mostrar o potencial da máquina e incrementar as vendas, mas mesmo assim, fracassou. Ao reestruturar a empresa, Jobs fechou uma parceria com a Disney para a produção de longasmetragens. Em 1995, chegou às telas do cinema Toy Story, dirigido por Lasseter. Nele, já vemos a polêmica quanto à primeira animação feita totalmente por computador. Cassiopéia (Clóvis Vieira, 1996), filme brasileiro de animação digital 3D, seria, de fato, o primeiro longa feito totalmente por computador, já que a Pixar usou diversos processos de captura na modelagem dos personagens. Se por um lado existe a dúvida quanto ao pioneirismo, por outro os mais de U$$ 191 milhões arrecadados são um fato e marcara significativamente a história do estúdio, angariando três indicações ao Oscar (melhor trilha, melhor roteiro e melhor canção) e duas ao Globo de
Ouro (Melhor fílme: Comédia ou Musical e Melhor canção), mas sem nenhum ganho. Com o sucesso da parceria Disney/Pixar, foi assinado um novo termo para a produção de cinco filmes durante os dez anos seguintes, onde ambas dividiriam os custos de produção e os lucros, com a Disney recebendo 12,5% dos direitos. Atenção: por mais que a Pixar tenha toda a sua importância, algumas pessoas não conseguem enxergar algo óbvio - ela não está sozinha na disputa de melhores filmes e melhores técnicas de animação, vide Dreamworks, estúdio que ultrapassou, em 1998, a arrecadação da concorrente com FormiguinhaZ (Eric Darnell/Tim Johnston, 1998) - com U$$ 171 milhões, nos EUA - em relação à Vida de Inseto (John Lasseter, 1998) - com U$$ 162 milhões, nos EUA. Querendo voltar ao patamar, a Pixar continuou seu apelo ao público com a continuação Toy Story 2 (John Lasseter, 1999), sucesso absoluto. Na década de 2000, o estúdio apostou em Monstros S.A (Pete Docter, 2001), faturando o primeiro Oscar (Melhor Canção Original), além de
ter sido indicado a outras três categorias. Mas foi em 2003 que a Pixar alcançou sua maior lucratividade, com Procurando Nemo (Andrew Stanton, 2003), atingindo U$$ 864 milhões em arrecadação. Talvez você, ao ler esse último trecho, tenha ficado boquiaberto, mas lembremos o que citei acima: ela não está sozinha na qualidade e técnica de animação. Procurando Nemo foi o número dois. Novamente, a Dreamworks atingiu o patamar de número um, com Shrek 2 (Andrew Adamson/Kelly Asbury/Conrad Vernon, 2004), com U$$ 919 milhões em arrecadação. Com uma máquina de dinheiro nas mãos, a Pixar rediscutiu o contrato com a Disney, exigindo mudanças: pagar uma taxa apenas na distribuição dos filmes, onde a Pixar ficaria com 100% dos lucros. É obvio que a Disney recusou, retrucando pesadamente: em 2006, foi proposta a sua compra por U$$ 7,4 bilhões. Steve Jobs fechou o acordo, tornando-se o maior acionista individual da Walt Disney. A partir daí, as mercadorias fílmicas despachadas pela Disney/Pixar não apenas arrecadavam milhões em bilheteria, como os intervalos dos filmes foi diminuindo,
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chegando à marca de um filme por ano. Os próximos lançamentos seriam: Os incríveis (Brad Bird, 2004), Carros (John Lasseter, 2006), Ratatouille (Brad Bird, 2007), Wall-E (Andrew Stanton, 2008), UP - Altas aventuras (Pete Docter, 2009), Toy Story 3 (Lee Unkrich, 2010), Carros 2 (John Lasseter, 2011), Valente (Mark Andrews/ Brenda Chapman, 2012) e Universidade Monstros (Dan Scanlon, 2013). É nesse ponto que preciso fazer uma ressalva: ser importante não significa ter os melhores filmes. Me dirijo diretamente aos maníacos por Pixar, aqueles que se deixam levar pela emoção da mercadoria feita pelo estúdio, ao invés do pensamento crítico em relação a cada obra em separado. Falo com sincera admiração que a Pixar é inspiradora. Toy Story foi um marco. Sua história foi um marco. Sempre lembremos que, ainda na década de 1980, o curta-metragem As aventuras de André & Wally B (1984) foi exibido na conferência anual de Computação Gráfica SIGGRAPH -, despertando aplausos de pé por parte dos mais variados acadêmicos da área, mesmo que o filme ainda não tivesse sido
terminado (alguns trechos estavam sem texturas ou faces poligonais em exibição - o chamado Wireframe). Com o segundo curta, Luxor Jr. (John Lasseter, 1986) também houve a mesma receptividade caso você não tenha visto esse curta, lembre-se do famoso abajur do estúdio, aquele personagem que pula no famoso logo da empresa. Red’s Dream (John Lasseter, 1987) conquistou a atenção na Europa por sua dramaticidade. Em Tin Toy (John Lasseter, 1998), há o embrião que formaria as bases do longa Toy Story. Em 1997, Geri’s Game (Jan Pinkava) faturou o Oscar de melhor curta-metragem, e a lista continua. Os realizadores se deixam influenciar largamente por outras produções cinematográficas. Segundo David A. Price, em seu livro A Magia da Pixar, Vida de Inseto era uma variação do clássico do faroeste Sete homens e um destino (John Sturges, 1960) e de seu antecessor japonês Sete samurais (Akira Kurosawa, 1954). Carros seguiu a mesma linha do longametragem de Michael J. Fox, Doc hollywood - uma receita de amor (1991) e o design dos personagens refletiu a influência de Bill Peet para o curta-metragem da Disney, Susie, the little blue coupe
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(Clyde Geronimi, 1952). Ratatouille, a cena de um crítico de restaurante sendo carregado para fora por uma comida simples, evocou o incidente com os biscoitos madeleine, na obra de Marcel Proust, Em busca do tempo perdido. Alfred Hichcock, com o seu Janela Indiscreta (1954), está presente em dois filmes da Pixar, com uma separação de oito anos entre um filme e outro: na cena do flash da câmera usado como arma, em Toy Story 2, e nas vinhetas do apartamento testemunhadas pela estrela de Ratatouille. Para a criação de suas histórias, há um manual passo-a-passo como metodologia criativa, feita pela roteirista Emma Coates: “1. O seu personagem precisa ser admirado pelo seu esforço, não apenas por suas conquistas. 2. Tenha em mente o que pode ser interessante para sua audiência, não o que pode ser divertido para você como escritor. As duas coisas podem ser bem diferentes. 3. Delimitar um tema é importante, mas você não vai saber sobre o que a história se trata até chegar ao fim dela. Depois, reescreva. 4. Era uma vez __. Todos os dias __. Um dia __. Por causa disso, ___. E, por causa disso, __. Até que, finalmente, __. 5. Simplifique. Concentre-se. Misture personagens, pule desvios. Você vai sentir que está perdendo coisas importantes, mas isso te dá mais liberdade. 6. No que seu personagem é bom? Com o que ele se sente confortável? Jogue situações opostas para eles. Desafie-os. Como eles se comportam? 7. Defina um final antes de definir o meio da história. Sério. Finais são difíceis, tenha o seu como prioridade. 8. Termine sua história, mesmo que não esteja perfeita. Em um mundo ideal, você vai terminar e ela estará perfeita, mas siga em frente. Faça algo melhor da próxima vez. 9. Quando estiver com um bloqueio, faça uma lista do que NÃO aconteceria a seguir. Muitas vezes, o que você precisa para seguir em frente irá aparecer.
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10. Separe as histórias que você gosta. O que você gosta nelas é uma parte sua e você precisa reconhecer esses fatores antes de usá-los. 11. Escrever, colocar em um papel, faz com que você possa corrigir sua história. Se ela fica em sua cabeça, como uma ideia perfeita, você nunca irá compartilhá-la com ninguém. 12. Ignore a primeira sequência de fatos que vem a sua cabeça. E a segunda, a terceira, a quarta, a quinta - não se atenha ao óbvio. Surpreenda a você mesmo. 13. Dê opinião a seus personagens. Os passivos e maleáveis podem parecer mais carismáticos quando você escreve, mas eles irão envenenar a audiência. 14. Por que você precisa contar ESSA história? Qual é a crença que você tem, porque você acredita que ela é importante? Esse é o coração da sua narrativa. 15. Se você fosse o personagem, nessa situação, como você se sentiria? Honestidade dá credibilidade a situações inacreditáveis. 16. O que está em risco? Nos dê um motivo para torcer pelo personagem. O que acontece se ele não tiver sucesso? Faça com que as chances disso sejam pequenas. 17. Nenhum trabalho é desperdiçado. Se ele não está indo para frente, despreenda-se e vá em frente - provavelmente sua narrativa será útil mais tarde. 18. Você precisa conhecer a si mesmo, saber a diferença entre o seu máximo e quando você está enrolando. Histórias são testes. 19. Coincidências para fazer com que os personagens entrem em encrencas são ótimas. Coincidências que tiram os personagens dessas encrencas são trapaças. 20. Faça exercícios, desconstrua filmes que você não gosta. Como você iria arranjá-lo de uma forma com que você curte? 21. Você precisa se identificar com suas situações e personagens, não pode escrever sem sentimentos. O que faria você agir daquela forma? fff 22. Qual é a essência da história? A forma mais econômica de contá-la? Se você sabe disso, use isso como base para a construção.” Inspirador, não? Aparentemente, um manual do sucesso. Os mais descuidados, de fato, acreditam que exista um manual, uma “fórmula infalível”, que basta aplicá-la para se chegar ao filme “perfeito”. Porém... Quero deixar claro ao leitor que, a partir de agora, a história da Pixar será deixada de lado e entrará em cena a minha opinião pessoal. Leia por sua conta e risco.
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Há algum tempo, sempre que falavam do próximo filme da Pixar que iria estrear, eu ficava admirado em como o estúdio conquistou uma espécie de favoritismo.
um pouco. Você já deve ter imaginado que estou falando de Carros. Você, assim como eu, pode detestar esse filme ou simplesmente não gostar tanto quanto os outros.
Pensar no próximo filme da Pixar era sinônimo de pensar o inacreditável. Vejamos o porquê: a cada ano, o estúdio apelou para emoções, faturando por isso. A cada filme, espera-se simplesmente que a Pixar permaneça numa aura aparentemente intransponível da animação dos grandes estúdios, onde, claro, ela se figura em primeiro lugar. Toy Story foi assim. Monstros S.A foi assim. Mas, ao contrário de muitos que conheço, que vão ao cinema para rir, eu sou daqueles mais adeptos ao drama. Não é à toa que Up, para mim, é o melhor filme de animação de todos os tempos (nem me venham com obras como Akira, Bicicletas de Belleville ou Mary e Max, pois eu sei que são extraordinariamente sensacionais, mas estamos falando de opinião pessoal, ok?). Portanto, chorar, para mim, tem mais apreço do que ficar rindo a torto e a direito.
Mas tenha certeza que a Pixar o ama. Bilheteria pela qualidade inabalável do drama aplicado à animação? Esquece. Para que investir em filmes com tal temática se há a possibilidade de ganhar dinheiro com a venda de cadernos, bolsas, chaveiros, pantufas, shampoos (sim, outro dia vi um shampoo no supermercado do personagem Relâmpago Mcqueen, cuja forma era a de um carro), aspirinas e tantas outras coisas que agregam valor medido em dólares? Se isso não for o suficiente, por que não lançar Carros 2? Ou melhor, AVIÕES?!
Não cairei no óbvio de falar que um estúdio cinematográfico almeja ganhar dinheiro. É óbvio que sim, mas pelo menos, seria melhor tentar disfarçar
Perdoe-me, caro leitor, pela tamanha dramaticidade. Mas recoloco em evidência o que falei mais acima: o currículo da Pixar é o seu maior inimigo no lançamento de seus próximos filmes. Sendo eu um animador de personagem e cineasta, valorizo tanto a técnica quanto o conteúdo. Mas a sensação de que o próximo filme da Pixar será um marco em minha vida deixou de ser sentida há tempos. Espero ansiosamente por “outro UP” - que jurei não
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chorar durante a sessão, mas já derramei lágrimas no curta-metragem que passa anterior ao filme, o Parcialmente Nublado (2009). Você deve estar imaginando que não vi Toy Story 3, mas está enganado. Chorei, admito. Vejo-o como um grandessíssimo filme. “Outro UP”, sem dúvida. Mas não suporto mais ter que passar por outros “ratatouille’s”, “carro’s” ou “valente’s”. Não desmereço esses filmes, apenas vejo que não caminham juntamente com meu gosto. Por enquanto, aguardo o outra vez o brilhantismo da Dreamworks em seu futuro Kung Fu Panda 3 - que para quem viu o final do segundo filme, espera-se uma grande sequência dramática, que se manteve na franquia, diga-se de passagem). Mas gostos a parte, a Walt Disney conquistou nossos corações e é isso que importa. Agora, seu lugar foi ocupado pela Pixar. Não apenas da aplicação de fórmulas narratológicas que tendam à comédia, pelo contrário. Tomara que ela continue sendo sinônima de Animação 3D de qualidade. Espero sinceramente.
ARTIGOFLICK#02
EBENEZER SCROOGE De amor e de corpo Por Guilherme Lamenha
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O
Natal desde sempre foi retratado nas artes como a celebração dos símbolos cristãos, onde a luz e cor definiam de forma precisa os sentimentos de fraternidade, generosidade e altruísmo associados à data. Autores, cineastas, artistas plásticos, músicos quase sempre descrevem o espírito natalino de forma festiva e muitas vezes superficial. Mas alguns artistas fogem à regra e conseguem ir além.
aventura. O relato sobre a véspera de Natal de um homem atormentado por seus fantasmas é puro suspense e (por que não dizer?) terror. Sem qualquer benevolência
Em 1843, numa Grã Bretanha soberana do mundo, Charles Dickens apresenta seu Conto de Natal, com ilustrações de John Leech. O cenário, porém, em nada lembrava os ambientes suaves de outras histórias, onde famílias de olhares ternos e sorrisos nos lábios, posavam em torno de uma mesa farta, refletindo a harmonia nos domínios da Rainha Vitória. O personagem principal do conto de Dickens tem lábios azuis e nariz pontiagudo, uma calva saliente e dentes apodrecidos, incapaz de sorrir. O velho avarento e ganancioso é Ebenezer Scrooge, indiferente a qualquer sentimento nobre ou gesto de caridade. O extremo oposto do que prega o Natal. Mas a pretensão aqui não é contar a história. O spoiler seria insensato e antecipar o enredo poderia frustrar a descoberta de uma grande
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nas sequências iniciais, o conto que saiu da literatura e ganhou versões para o cinema, propõe uma verdadeira viagem no tempo, com riqueza de detalhes nas descrições dos cenários e dos perso-
nagens. Passado, presente e futuro surgem como fantasmas do próprio Scrooge, numa caricatura muito bem assimilada pela narrativa. Eles são precedidos pela aparição do sócio já falecido, Jacob Marley, que vaticina o destino terrível do avaro, numa cena que mistura pessimismo e mágoa, antecipando a série de tormentos que vai acompanhar a linha do tempo patrocinada por Dickens. Na trajetória, ficam explícitas as diferenças entre riqueza e pobreza, felicidade e infelicidade, razão e emoção (uma alusão ao período histórico vivido pela rica Inglaterra e seus pobres súditos nos cinco continentes?). O sentido alegórico do texto nos permite inúmeras interpretações, depende do repertório de quem lê.
quadros que se sobrepõem de forma ágil, sempre ricos de detalhes e nuances. Ebenezer Scrooge não é apenas mais um personagem frio a ser tocado pelo espírito do Natal. É reflexo de nós mesmos, imersos no tempo em que ser feliz é quase uma imposição, uma regra de consumo. Em tempo: mais tarde, o ilustrador americano Carl Barks, parceiro de Walt Disney, criou o Tio Patinhas inspirado em Scrooge. O mítico personagem vitoriano encontra sua face pop e o mundo recicla os enredos que misturam amor e ódio, luz e sombra, evidenciando que toda moeda tem duas faces.
O personagem só encontra a redenção no final, como quase sempre acontece quando se quer passar otimismo e fé na humanidade. Mas até lá o leitor não terá saído incólume da experiência desses encontros nada casuais com seus próprios fantasmas. É aí onde reside a maestria de Charles Dickens, que mistura vários tons para criar
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ARTIGOFLICK#02
CINEMA NAZISTA Por Leo Arcoverde
A
inda que o termo “guerra”, no sentido estrito, refira-se à confrontação violenta entre dois ou mais exércitos, certo é que as batalhas não se desenvolvem sempre no chamado campo de honra, mas também em terrenos não menos respeitáveis como o da mídia: pelo rádio, pelo cinema e pela televisão. Comentar o cinema de guerra, pois, é falar também do cinema como veículo de idéias políticas, econômicas e sociais. Nos tempos, não tão distantes, em que a televisão não era o principal meio de doutrinamento das massas, o cinema era a arma mais poderosa para convencer um povo acerca daqueles princípios indiscutíveis que tornam inevitável a vitória e que permanecem sintetizados na absoluta superioridade técnica e moral sobre o inimigo. O cinema alemão foi um dos muitos produtores cinematográficos do mundo na década de 20 e, contrariando o que se pensa, foi em época de crise que o cinema alemão teve uma considerada ascensão. Depois que Hitler assumiu o poder, o controle do cinema passou para as suas mãos e, conseqüentemente, do Estado; assim, seria mais fácil produzir e colocar nas telas o conteúdo que os nazistas desejavam. À população alemã restava assistir. Analiso o assunto meramente pelo aspecto cinematográfico, sem julgar o terror repugnante e condenável que foi a filosofia de extermínio nazi-facista.
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Quando se apresenta o cinema alemão da época da Segunda Guerra como modelo de propaganda política, não se faz outra coisa senão referenciar a quem se pode considerar o seu autêntico responsável: Joseph Goebbels. Apesar de não ser um profissional da mídia, o ministro da Propaganda do Reich demonstrou possuir uma sensibilidade para o espetáculo fílmico e para a manipulação do espectador digna de Irving Thalberg e Orson Welles; é lastimável que tenha colocado suas prendas a serviço de objetivos escusos e infames.
naqueles anos de formação do novo Estado. Deu instruções afiadas, a partir de então, para que o ideal do Reich se filtrasse de forma mais indireta e, ao mesmo tempo, mais convincente. Se a grandeza de Hitler não era mostrada diretamente, algo parecido se fazia com a superioridade da raça ariana, que se deixava implícita através da inferioridade dos demais países e etnias. É muito difícil que nos filmes alemães desta época seja apresentado um personagem estrangeiro sob uma ótica positiva, embora seja indubitável que
Hollywood do Reno Os primeiros filmes patrocinados pelos nazistas foram exaltações guerreiras tipo SA-Mann Brand (“O despertar de uma nação”, 1934), Hitlerjunjge Quex (“O flecha Quex”, 1935) e o célebre documentário de Leni Riefenstahl - talvez o mais famoso da propaganda nazista pré Goebbels - Triumph des Willens (“Triunfo da vontade”, 1934), cuja mensagem, tão transparente quanto agressiva, poderia resumir-se na seguinte frase: “quem não estiver conosco, que se sujeite às conseqüências”. Para Goebbels, este tipo de propaganda foi-lhe parecendo contraproducente, sobretudo
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alguns obtenham êxito.
Judeus e Polacos Os primeiros são, certamente, os judeus: sua “intrínseca maldade” é posta em relevo mediante a enganosa autoridade do documentário Der ewige jude (“O eterno judeu”, 1940), por exemplo, que os mostra em contraste com os imaculados arianos, quando adquirem suas mais desprezíveis personificações; o filme que melhor ilustra esta tese é Jude Süss (“O judeu Süss”, 1940), vagamente baseado em fatos históricos,
nos quais os “bons alemães” dão um tratamento merecido a um judeu que não só os havia usurpado o poder em sua comunidade e que, como cúmulo da abjeção, havia causado o suicídio de uma jovem ariana depois de submetê-la a uma desonra “pior do que a própria morte”. As etnias inferiores, contudo, não se esgotam nos judeus. Polacos e tchecos são objetos de injúrias tanto ou mais agressivas. Os polacos, por exemplo, são apresentados em duas ocasiões como torturadores de alemães: Feinde (“Inimigos”, 1942) e Heimkehr (“De volta à barbárie”, 1941).
Perto do fim Quando a Guerra chegava ao seu fim e era preciso estar muito cego para não se enxergar a iminente derrota do Reich, Goebbels despejou grande quantidade de dinheiro e trabalho em Kolberg (1945), uma superprodução a cores, ambientada nas guerras napoleônicas com a qual, através da numantina resistência de uma cidade alemã diante das tropas francesas, pretendia-se erguer a destroçada moral nacional. Não me parece ter dado certo.
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EDITORIALFLICK#02
CURTA O CURTA
Curta-metragem, ou simplesmente curta, é o nome que se dá a um filme de pequena duração. E daí? Por Leo Arcoverde
O
termo inglês equivalente a curta-metragem (“short film”) começou a ser utilizado nos Estados Unidos na década de 1910, quando boa parte dos filmes começava a ter durações cada vez maiores. Na tentativa de categorizar curta metragem, automaticamente enfrentamos o dilema de que, para além de seu tempo de execução, não há critérios precisos ou características inequívocas que se aplicam e definam a todos os curtas-metragens. Analogias com o mundo da literatura também estão fadados ao fracasso, porque o conto que é muitas vezes invocado para comparação é limitado ao domínio da ficção apenas – histórias, deixando de lado os documentários. No curta, todos os elementos do cinema estão presentes. Ele desfila diante de nós uma vasta panóplia de vida em
todas as formas imagináveis: de cangurus boxeadores, dança de cigarros e chapéus voadores, para os trens que chegam na estação - lembram dos Lumière? - e luz refletida no asfalto molhado, sacos plásticos voando a truques de mágica e viagens de contos de fadas para a lua. Ele engloba tanto em preto-e-branco e colorido, documentários, ficção, filmes experimentais, vídeo arte, dramas, animação, thrillers e filmes de terror e comédia, bem como comerciais, filmes culturais e educacionais.
E a importância? Basta lembrar que a maioria dos grandes e conhecidos cineastas começaram no curta metragem: Steven Spielberg, Martin Scorcese, Francis Coppola etc. No Brasil, temos Fernando Meirelles, Cao Hambúrguer e o autor de um dos mais assistidos e citados curtas metragens
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brasileiros de todos os tempos: Jorge Furtado, com o seu Ilha das Flores. Mas a popularidade do fromato veio mesmo a partir de animações. Elas levaram os curtas ao gosto popular.
Paperman A Disney, no que toca o assunto, consegue sempre seu destaque. Vencedor do Oscar de “Melhor Curta-Metragem de Animação”, por exemplo, o curta Paperman - http:// www.youtube.com/watch?v=1QAI4B_2Mfc - O filme, dirigido por John Kahrs, acompanha a tentativa de um homem de chamar a atenção de uma mulher. Semiótica pura.
Brazucas Nós, brasileiros, também estamos bem representados no que toca ao formato. Além
de Ilha da- bizarro Flores, de Jorge Ghost shark o suficiente? Furtado, já citado no texto, destaco Linear, de Amir Admoni, que venceu este ano o Amazonas Film Festival, Menino do Cinco, de Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira que venceu o Festival de Gramado e o alagoano O que Lembro, Tenho, de Rafhael Barbosa, vencedor de melhor filme da 3ª Mostra Sururu de Cinema Alagoano. Não há como negar que os curtas são uma grande etapa na carreira de qualquer aspirante a diretor de cinema, e por muitas vezes também são uma válvula para os já consagrados expressarem sua arte sem as amarras de um etúdio. Então, curta o Curta, porquê não?
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CAPAFLICK#02
E O QUE VOCÊ FEZ? Chegou a época do ano em que você percebe o quão assustadoramente rápido o tempo está passando. Por César Filho
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E
ntão, é Natal. Pra onde você olha, as luzinhas, as árvores, os enfeites, o gordo de barba branca e a Simone te lembram: o ano tá acabando. Já faz um tempo que eu não gosto muito do Natal. Pra mim, ele meio que piora as coisas. O ato de escrever esse texto, por exemplo. Caiu no meu colo a tarefa – por minha própria culpa – de escrever sobre esse feriado. Não me entenda mal, eu não sou nenhum Grinch. Mas também não sou nenhum Seth Cohen. A verdade é que, por mais que eu desgoste do Natal quase tanto quanto Chandler Bing desgosta do Ação de Graças, eu tento
entrar no espírito natalino. Até porque Natal é como Brasil em época de Copa do Mundo. Você precisa vestir a camisa. E cá estava eu, matutando sobre o que diabos escrever. O que um cara que não gosta de Natal vai escrever sobre ele? O que te vem à cabeça quando você pensa nessa época? Porque na minha, só vem uma coisa: puta que pariu, como o tempo passou rápido.
Rei Leônidas salvando a Casa Branca até um naufrágio espacial e angustiante com a Miss Simpatia. Do Obi-Wan Kenobi quase me fazendo chorar com uma ligação, até o Robin me fazendo perguntar “Mas o que porra eu acabei de assistir?”. Sem mais delongas, vamos começar. Nada de Jingle Bells ou Papai Noel. Vamos ao pior e aos melhores filmes de 2013 (na minha opinião).
Esse foi um dos anos em que mais gastei grana e tempo indo ao cinema e nas salas pude ver desde o máximo do clichê e do patriotismo americano sendo atingido com o
O Pior
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Foi há meia década que a Marvel deu início a uma nova mania no cinema com a estreia de “Homem de Fer-
ro”. Sim, nós já havíamos visto outros heróis nas telonas, mas o filme de Jon Favreau foi o estopim para a explosão do mundo dos quadrinhos no cinema. De 2008 a 2012, a Marvel criou um universo com filmes que mantinham uma ligação entre si, tudo preparando um terreno para um dos maiores blockbusters de todos os tempos. Um filme que começou a ser desenvolvido em abril de 2005, quando o estúdio recebeu um empréstimo do banco Merrill Lynch. Você provavelmente já sabe que eu tô falando da terceira maior bilheteria de todos os tempos, “Os Vingadores”. Mesmo não sendo uma obra de arte em roteiro, o filme obteve um sucesso estrondoso. Depois da Batalha de Nova York, era a hora de começar a Fase 2 da Marvel. Depois de todo o cenário montado e da festa de arromba, a única coisa que não podia acontecer era a peteca cair. E aí, veio Homem de Ferro 3. O primeiro “Homem de Ferro”, o melhor da trilogia, foi um bom filme que trouxe um pouco de realidade à história criada por Stan Lee (nada nos moldes do Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, claro). O segundo, com uma história um pouco mais boba, nos trouxe de volta Robert Downey Jr encarnando o playboy Tony Stark e enfrentando uma ameaça que
latiu muito e durou pouco. Então, o terceiro filme foi anunciado e no trailer vimos um vilão mais interessante do que os dois primeiros. Diferente dos “homens de ferro do mal”, o Mandarim tinha toda aquela pinta de terrorista misterioso que casava muito bem com essa paranoia pós-11/09.
muitos: WTF? E se você não acha que esse motivo é suficiente para classificar o filme como ruim, te dou mais três: o Homem de Ferro arruma um Robin, a Pepper ressuscita do nada e no final do filme (spoiler alert), Tony explode as armaduras e milagrosamente se livra dos estilhaços que estão no seu coração,
Tudo ia muito bem, até o filme chegar nas salas de cinema e nós descobrirmos que aquele vilão que prometia ser foda... era falso. O Mandarim, ranqueado como um dos 100 maiores vilões de quadrinhos de todos os tempos, interpretado pelo Sir Ben Kingsley, chega em Hollywood como um ator que foi contratado pelo verdadeiro vilão da história para disseminar o caos em virtude de seus propósitos. Na hora em que essa revelação foi feita, acho que a minha reação foi igual a de
matando assim o Homem de Ferro. Pra nossa sorte, “Thor: O Mundo Sombrio” veio e deu continuidade à Fase 2 da Marvel com um pouco mais de decência.
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Os Melhores Eu não consigo chorar assistindo filmes. Não quero dar uma de machão nem nada do tipo, mas nunca consegui me conectar emocionalmente com uma história ao ponto de me desmanchar em prantos. A única vez que isso
aconteceu foi ao assistir o final de “Friends”, não pela história em si, mas pela despedida da minha série favorita de todos os tempos. Fora esse episódio, nunca consegui derramar uma lágrima. E isso chegou perto de mudar em 2013. Em 26 de Dezembro de 2004, um maremoto atingiu o sul da Ásia, com seu epicentro na costa oeste de Sumatra, na Indonésia. Esse terremoto submarino resultou em uma série de tsunamis que matou mais de 230 mil pessoas em quatorze países, inundando comunidades costeiras com ondas de até 30 metros de altura. Indonésia, Sri Lanka, Índia e Tailândia foram as maiores vítimas de um dos mais mortais desastres naturais da história. Baseado em fatos reais, “O Impossível”, estrelado por Naomi Watts e Ewan McGregor, conta a história de uma família que é atingida e separada pelo tsunami enquanto passava as férias na Tailândia.
Alguns filmes são feitos para simular a realidade e fazer com que os espectadores se identifiquem com a história que está sendo contada, fazer com que nos coloquemos no lugar daqueles personagens e imaginemos o que teríamos feito se estivéssemos naquela situação. O que faríamos de diferente, de igual? Seríamos mais fortes que aqueles personagens? Ou não tão fortes quanto eles? Alguns filmes têm a habilidade de deixar de ser apenas um filme e nos fazer pensar na nossa natureza humana. Olhar pro nosso próprio umbigo e perguntar se estamos onde, como e com quem queremos estar. O cinema atinge sua verdadeira beleza nesse momento. No momento em que nós passamos a avaliar o nosso valor dentro do nosso mundo ao nos imaginar dentro da narrativa. E se algum filme fez isso em 2013, foi “O Impossível”. Mesmo que o filme entregue em seu trailer um dos pontos altos da trama, que é a revelação de que o personagem de McGregor e os filhos mais novos do casal estão vivos, a carga emocional é tão intensa e tão verdadeira que esse erro passa despercebido. Com um elenco, incluindo os atores mirins, entregando uma atuação excepcional, a história te prende e te faz torcer, chorar e vibrar com aquela família do começo ao fim. O filme que rendeu a Naomi Watts a indicação ao Oscar de melhor atriz é, sem sombra de dúvidas, indispensável. Não foi apenas em terra que vimos pessoas lutando pela sobrevivência. Em outubro, o mexicano Alfonso Cuarón nos presenteou com o melhor filme do ano. Estrelado por Sandra Bullock e George Clooney, “Gravity” conta a história da Dra. Ryan Stone, uma especialista que está em sua primeira missão no ônibus espacial Explorer. Acompanhada por Matt Kowalski (Clooney), Ryan está realizando reparos no telescópio Hubble quando Houston envia um alerta de que um satélite russo havia sido destruído e o impacto causou uma reação em cadeia que provocou uma
22 Scarlett Johanson como a agente Romanoff em Avengers
nuvem de detritos espaciais, viajando em alta velocidade em direção a eles. Vou me ater apenas a comentários gerais sobre o filme e esperar que você mesmo o assista, caso ainda não tenha feito isso. Antes de ir vê-lo, todas as pessoas que já tinham visto diziam a mesma coisa: você irá prender sua respiração até o final. Ao sair da sala do cinema, minha reação foi a de querer que mudassem o nome do filme para “Sandra Bullock Tomando no Cu”. Porque é basicamente isso que ela faz o tempo inteiro.
Durante todo o filme, vemos a personagem de Bullock lutar para arrumar uma maneira de voltar à Terra e conseguimos sentir aqui um pouco do que “O Impossível” consegue fazer. Todo mundo gosta de um vira-lata, de um personagem que nos faça torcer pra que ele consiga o que quer. E em “Gravidade”, isso é levado ao limite, quando vemos uma personagem inexperiente, perdida, sozinha e com pouco oxigênio sobrando, lutando e enfrentando um obstáculo após o outro, com um único objetivo: colo-
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car os pés em solo firme.
E ano que vem? A cada ano que passa, me vejo mais ansioso pelos filmes do ano que está por vir. Dessa vez não é diferente. Temos as continuações “O Espetacular Homem Aranha: A Ameaça de Electro”, “Capitão América: O Soldado Invernal”, “300: A Ascenção do Império”, e algumas desnecessárias como “Mercenários 3” e “Rio 2”. Além das estreias de “Guardiões da Galáxia”, “Uma Aventura Lego”,
as adaptações “Need For Speed” e “A Menina Que Roubava Livros”, os remakes “Godzilla” e “RoboCop”, o começo-do-fim de “Jogos Vorazes” e a conclusão de “O Hobbit”. Isso e mais um bando de filmes fazem parte do que veremos no cinema em 2014. Por enquanto, só resta esperar (e, mesmo não gostando muito, desejar a todos um Feliz Natal).
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EXPEDIENTEFLICK#02 Revista FLICK número dois - Dezembro de 2013 - distribuída gratuitamente via internet - otimizada para iPad e devices eletrônicos suportados pelo sistema de leitura ISSUU.COM
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Robson Araújo www.robson-art.com
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