8ª - Edição - Revista Gabrielle

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Ano 4 | 8ª edição Novembro 2018

AS DIFERENTES FORMAS DE AMAR “Transição entre antigos e novos valores: as novas configurações e estruturas de amor sendo estabelecidas” Gabrielle | 1


APRESENTAÇÃO A Gabrielle já está em sua oitava edição, a última de um ano marcado por grandes conflitos sociais e políticos no país. Porém, sem jamais esquecer do seu papel fundamental no jornalismo e no mundo: desconstruir os tabus impostos pela sociedade. Esses tabus podem ser revelados no cotidiano de diversas formas: quando achamos que mulheres devem cobrir seus seios para amamentar; quando concordamos que brechós só têm roupas velhas; quando deixamos de valorizar as criações de outras mulheres e o principal, quando deixarmos de acreditar no amor, seja o amor próprio ou ao próximo. O amor ainda é um mistério, para alguns considerado sentimento, para outros pode ser explicado pela ciência. O fato é que cada um o sente de forma diferente e se relaciona com ele de uma maneira única e autêntica. As diferentes formas de amar mudaram ao longo dos anos, sendo influenciadas principalmente

por circunstâncias sociais e culturais. O amor hoje representa além de algo a ser sentido, uma transição na vida do ser humano e as relações que surgem a partir dele podem ter diversas maneiras de ocorrer. Em tempos de resistência, declarar-se e viver o amor é um ato revolucionário. É preciso estar nas ruas, nas revistas, nas postagens, nos bares, nas faculdades e mais uma vez resistindo por um país onde as bancadas possam representar as mulheres, os negros, a comunidade LGBTQ+ e todas as minorias. É com plena certeza que digo que a oitava edição da Gabrielle é motivo de orgulho para você, querido (a) leitor (a), afinal, sabemos da importância de cada diferença no mundo e buscamos através dessa revista respeitá-las e representá-las.

/revistagabrielle

Erika Bomfim – Editora-chefe


EQUIPE Lais

Giovanna Luchim

Editora-assistente

Editora de moda

Wayzzy Franco Redatora

Erika Bomfim Editora-chefe

Aline Correa Fotógrafa

Amanda Monari

Eduarda Costa

Repórter

Juliana Maciel Repórter

Repórter de entretenimento

Paula Queiroz

Emily Lisboa

Repórter e cronista

Repórter

Marina Norato

Larissa Daniele Repórter

Repórter e assessora

Lorrayne Perozzo Repórter

Beatriz Silva Repórter

Sabrina Dias Repórter


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IND

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Deus ĂŠ mulher

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As mulheres que inventam e reinventam

08

Rabiscadas com orgulho

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As mulheres no braço de ferro e no fisiculturismo

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O advento da moda consciente

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O empoderamento da mulher gorda

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As diferentes formas de amar

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ICE 34

Bolo é melhor que sexo

38

Casamento?! Não, obrigada!

40

Relacionamento abusivo familiar

44

Amamentar não é tão simples

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Virgindade

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Não precisa ter vergonha!

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Endometriose, a “doença da mulher moderna” Gabrielle | 5


DEUS é MULHER

A história de resistência que Elza Soares nos ensina através de sua música texto Emily Lisboa e Larissa Daniele foto Fabio Paiva

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onsiderada a ‘’Melhor Cantora do Milênio’’ pela BBC, em 1999, Elza da Conceição Soares, conhecida popularmente como Elza Soares, é um dos maiores ícones da música brasileira e é uma mulher inspiradora. Elza nasceu em 23 de junho de 1937 na favela Moça Bonita (onde hoje é a comunidade Vila Vintém) e foi criada desde que nasceu no bairro da Água Santa. Teve uma infância pobre como a de outras várias crianças em sua volta, porém feliz, apesar de ter a responsabilidade de ajudar sua mãe com serviços domésticos. Sempre teve o sonho de cantar, mas sua família não a apoiava e aos doze anos teve sua vida mudada pois foi obrigada a largar os estudos e se casar com um amigo de seu pai, Lourdes Antônio Soares (de onde Elza acabou adquirindo o sobrenome Soares), e aos treze se tornou mãe. Aos treze anos ela mostrava pela primeira vez em público o seu grande talento para a música,

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quando se apresentou no programa de calouros apresentado por Ary Barroso, que era transmitido na Rádio Tupi, que na época era a maior do Brasil. Por seu jeito simples e humilde de falar e se vestir, não foi levada a sério de primeira, o que a levou a ouvir comentários irônicos do apresentador, que perguntou a ela: ‘’De que planeta você veio?’’ ela logo respondeu: “Vim do mesmo planeta que o senhor”. “E posso saber de que planeta eu sou?”. “Do Planeta fome’’. Apesar dos comentários desnecessários por parte do apresentador, Elza fez sua apresentação e conseguiu o dinheiro para alcançar seu objetivo, que era angariar dinheiro para comprar remédios para seu filho, que infelizmente morreu de fome mesmo assim. Com quinze anos deu à luz ao seu segundo filho, o parto foi prematuro e a criança nasceu muito desnutrida. Devido às circunstâncias, seu segundo filho também veio a falecer precocemente. Seu marido acabou pegando tuberculose e com a obrigação de


manter o lar agora em suas costas, Elza passou a trabalhar como encaixotadora e conferente na fábrica de sabão Véritas. Passado um ano, seu marido se recuperou e ela foi proibida de trabalhar fora, novamente Elza voltou a ser dona de casa. Aos vinte anos teve que lidar com a morte de seu primeiro marido, em decorrência da tuberculose. Desamparada e com cinco crianças para criar o desespero bateu à sua porta, ela teve que se virar em todo tipo de emprego: doméstica, faxineira, lavadeira e passadeira. Apesar das dificuldades, ela também pôde ver uma luz no fim do túnel, pois agora estava livre para seguir o seu maior sonho, cantar. Ela passou a se inscrever em seleções musicais e mandava suas letras de músicas para rádios. Algumas vezes conseguia participar de pequenas apresentações em bares e reforçava sua marca a cada dia. Foi nesse período que Elza teve que passar por mais um abalo em sua vida: o sequestro de sua filha Dilma (ela acabou reencontrando a filha anos mais tarde). No final da década de 1950, Elza fez uma turnê pela Argentina que durou um ano, mesmo sem conhecer a música estadunidense na época, o que ela cantava foi classificado como algo parecido com o jazz de Louis Armstrong. Depois de terminar seu LP, A Bossa Negra, foi ao Chile representar o Brasil na Copa do Mundo de 1962, onde conheceu pessoalmente Louis Armstrong, esse encontro é relembrado com carinho pela cantora, que disse que depois disso, Louis tornou-se seu “pai espiritual” da música, já que suas técnicas vocais eram muito parecidas. Louis Armstrong disse que Elza tinha um saxofone na garganta, por conta de sua voz rouca e potente. Com 25 anos e com a carreira já estabelecida, Elza engatou um romance com o até então jogador, Mané Garrincha. O relacionamento não era bem visto pela mídia, pois começou enquanto o jogador ainda era casado com Nair dos Santos e tinha oito filhos com ela. Depois de encerrar o mundial, Garrincha separou-se da esposa (na época ainda não existia o divórcio) para viver com Elza. Mesmo após os comentários da mídia e de amigos do atleta contra a relação e as acusações de que Elza tinha acabado com o casamento do jogador, os dois resolveram se casar na embaixada da Bolívia, por volta de 1966. Os dois tiveram um filho e ficaram casados por 17 anos. Tudo começou a desmoronar quando Garrincha se aposentou dos gramados. Ele se

afundou no alcoolismo e se tornou violento. As agressões direcionadas à esposa eram constantes e em uma das vezes chegou a quebrar os dentes de Elza, que na ocasião se manteve calada sobre o assunto. O divórcio dos dois aconteceu em 1982, e no ano seguinte Garrincha morreu de problemas de saúde provenientes do alcoolismo. Três anos depois, o único filho vindo do casamento de Elza e Garrincha veio a falecer depois de sofrer um acidente de carro em Magé, no Rio de janeiro. O acontecimento fez com que Elza tentasse suicídio e deixou uma ferida no coração da cantora. “A única coisa do passado que ainda me machuca é a perda dos meus quatro filhos [...] Filho é uma ferida aberta que não cicatriza. Estará sempre presente.” (Elza Soares, 2016, para a Revista Quem). Nos anos 70, Elza iniciou uma turnê pelos EUA e pela Europa. Logo após esse período, entrou em depressão e o descaso de sua gravadora foi tanto, que ela cogitou em encerrar a carreira, até que Caetano Veloso a convidou para gravar junto com ele a faixa Língua de seu álbum Velô, de 1984. Depois disso, Elza afirmou que jamais pensaria em deixar de cantar de novo. Em 2015, lançou o seu primeiro álbum com todas as faixas autorais, A Mulher do Fim do Mundo, que foi eleito o melhor novo álbum pela Pitchfork, o site diz que Elza desenvolveu uma das vozes mais distintas da Música Popular Brasileira. Elza não tem nada da delicadeza da Garota de Ipanema, exala rebeldia de uma forma não vista antes por nenhuma cantora do Brasil. Deus é Mulher, disco lançado neste ano, diferente de todo samba que já cantou, esse traz um ar samba-punk-rock-eletrônico, Elza usa sua voz para falar sobre empoderamento feminino, raízes africanas, liberdade sexual e religião. Aos 81 anos, a cantora que ainda se apresenta nos palcos, mesmo que sentada (por conta de uma queda que teve em 2014), tem a sua voz registrada em 120 discos e é um símbolo de resistência negra no Brasil e apoiadora da causa LGBTQ+. Apesar de todas os altos e baixos em sua vida, a artista sempre fez questão de sorrir e de sempre falar o que pensa, se tornando assim uma figura forte na indústria musical brasileira e acha que como uma artista ela tem a obrigação de se posicionar, mesmo que isso lhe proporcione duras críticas e julgamentos. Elza é um exemplo da força da mulher negra que enfrentou a fome, a violência doméstica, a perda de filhos e maridos e não desistiu do que a faz viver: cantar. E hoje o seu único pedido é que a deixem cantar até o fim.

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AS MULHERES QUE INVENTAM e REINVENTAM

Elas fizeram história e deixaram seu legado não só na ciência, mas também em pequenos detalhes do dia a dia que transformam vidas texto Beatriz Cunha

A

s invenções ao longo dos séculos têm facilitado e deixado a vida cada vez mais prática. Mas o que não se sabe é que muitas dessas tecnologias e utensílios foram pensados e desenvolvidos por mulheres. A discriminação de gênero contra as mulheres está inserida na sociedade desde o começo dos tempos, por isso muitas vezes é possível identificar a descrença das pessoas ao saberem que tal objeto tenha sido criado por uma mulher. Mas, afinal,

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o que do mundo seria se não fossem as mulheres com sua imensa criatividade e o jeito diferente de ver o mundo para nos presentear com invenções incríveis?! Apesar das barreiras impostas pela sociedade ao longo dos séculos, a participação das mulheres no meio científico se mostra mais antiga até mesmo do que o conceito de ciência. Ademais, mesmo com a imposição dos papéis de gênero, as mulheres vêm sendo a voz dos grandes avanços na ciência.


A ‘gelada’ favorita é invenção de mulher Começando com a cerveja, por exemplo. Em muitas partes do mundo, a bebida é tida como um símbolo da masculinidade, mas há indícios que na verdade, a cerveja tenha sido criada por mulheres. Segundo a historiadora Jane Peyton, ainda na Mesopotâmia, as mulheres foram as primeiras a desenvolver, vender e até mesmo consumir a cerveja. O Saquê, por exemplo, considerado a cerveja japonesa, foi descoberto por uma mulher ao azedar o arroz e o desenvolveu a partir dessa fermentação. imagem Internet

Conversa de mulher é revolucionar a comunicação Nascida em Viena em uma família de classe média, atriz e inventora, Hedy Lamarr é a prova de que as mulheres não são apenas um rosto bonito estampado nas capas das revistas, e que sim, elas têm participação em grandes feitos. Em sua adolescência, atuou em vários filmes alemães e após trabalhar com o produtor e diretor Max Reinhardt, em Berlim, foi considerada por ele a “mais bela mulher da Europa”. A fama chegou depois da estreia de seu mais conhecido filme, “Ecstasy”, de 1933. Casouse no mesmo ano com Friedrich Mandl, mas após quatro anos separou-se e fugiu do país, alegando que seu esposo, adepto ao nazismo, era extremamente controlador. Então, durante a Segunda Guerra Mundial, Lamarr, juntamente com o compositor e também inventor George Antheil, teve a ideia de criar um aparelho de interferência em rádio para despistar radares nazistas, durante um dueto ao piano, pois começaram a se comunicar usando apenas o instrumento. Ela descobriu que se tanto emissor quanto o receptor mudassem constantemente de frequência, poderiam entregar as mensagens sem medo de serem descobertos. O legado de Hedy Lamarr é muito grande. Desde referências no cinema, até seu sistema de comunicação, que foi usado para criar a telefonia celular e o que conhecemos atualmente como a comunicação de satélites. imagem Annex Flickr

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Salve vidas como uma mulher Outra mulher que deixou uma herança gigantesca foi Gertrude Elion, que ajudou no desenvolvimento de medicamentos para tratamento de leucemia, entre muitos outros e ganhou um Prêmio Nobel de Medicina, em 1988. Gertrude Belle Elion nasceu em Nova York, em 1918 e foi uma grande cientista bioquímica e farmacologista, que teve como motivação da escolha da área seu avô, que morreu de câncer. Formou-se aos 19 anos de idade, mas teve grandes dificuldades de conseguir um emprego, porque muitos laboratórios se recusavam a contratar mulheres químicas. Elion teve uma tentativa de fazer doutorado em tempo parcial pelo Instituto Politécnico do Brooklyn anos após começar suas pesquisas, mas pela necessidade de trabalhar para se manter, ela precisou desistir. Mais tarde, sua persistência lhe proporcionou três doutorados honorários da Universidade George Washington, Universidade Brown e da Universidade de Michigan. Além do desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de leucemia, Gertrude também teve sua pesquisa como base para descobertas de tratamentos de herpes, AIDS, malária e rejeição de transplantes, o que rendeu à ela o Prêmio Nobel. imagem Wikipédia

A resistência feminina abrange todos os aspectos Stephanie Kwolek também foi uma grande cientista de sua época e também inventora do kevlar. Nascida em 1923 nos Estados Unidos, Stephanie foi uma grande química formada na Universidade Carnegie Mellon. Durante a Segunda Guerra Mundial, Kwolek conseguiu um emprego na DuPont, uma das maiores empresas químicas norte-americana, pois muitos dos homens pesquisadores haviam sido mandados para a guerra. Ela só conseguiu manter o emprego porque tinha uma grande pesquisa na área dos polímeros. A solução que forma o kevlar era geralmente jogada fora, mas Kwolek insistiu em testála. Após os testes, ela ficou impressionada com os resultados, já que a fibra não quebrava, como o nylon faria no seu lugar. Foi a partir dessa pesquisa que Stephanie descobriu o Kevlar, que é um polímero resistente ao calor, até cinco vezes mais resistente que o aço, e que hoje é usado na fabricação de mais de 200 produtos, como cintos de segurança, botas de bombeiros, pneus, cordas, construções aeronáuticas, coletes à prova de bala e até mesmo celulares possuem kevlar. imagem Jennifer Corbet

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Interseccionalidade também faz parte da medicina E na área da saúde, Patricia Bath também foi um grande destaque com a sua invenção da Sonda Laserphaco. Bath, nascida e crescida no Harlem, Nova York, formou-se em medicina na Univerdidade de Howard em 1968 e mais tarde aceitou uma bolsa de estudos em oftalmologia na Universidade de Columbia. Trabalhando em ambientes completamente distintos, entre a clínica de olhos do Harlem e Columbia Eye Clinic, ela pôde perceber que negros eram oito vezes mais propensos à cegueira do que os brancos. Ela acreditava que isso era consequência da falta de acesso aos oftalmologistas que negros e pobres sofriam, o que a levaria a promover a Oftalmologia Comunitária, que enviava voluntários à comunidade para atender idosos e crianças. Em 1981, ela começou pesquisas para desenvolver a Sonda Laserphaco, dispositivo que usa um laser e depois tubos, usados em cirurgias de cataratas. O laser é utilizado para fazer uma pequena incisão no olho, a lente danificada é lavada e facilmente extraída com o tubo de sucção, e logo após, uma nova lente é inserida. Essa invenção também diminuiu o desconforto durante a cirurgia e aumenta sua exatidão. Patricia se tornou a primeira médica negra a receber uma patente. imagem Stringer Getty

Criatividade é substantivo feminino E ainda temos menções honrosas como Anna Connelly, com a escada de incêndio, Marion Donovan, com as fraldas descartáveis, Florence Parpart, com o refrigerador elétrico e até mesmo a brasileira Therezinha Beatriz Alves Andrade Zorowich, que inventou o escorredor de arroz. Mesmo apesar de todas essas conquistas femininas, muitas mulheres ao redor do mundo têm suas vozes caladas e pouco espaço para poder desenvolver sua criatividade e necessidades. Mas aos poucos elas têm alcançado seu espaço, confirmando que as mulheres podem estar em qualquer lugar, inclusive em posições importantes como inventoras. imagem Anna

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texto Erika Bomfim e Lorrayne Perozzo fotos Cintia Rizoli

RABIS CADAS com

orgulho Se o corpo é a janela da alma, por que não deixá-lo refletir seus símbolos e significados?!

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olhar hostil para ela ainda é notório, mesmo que já faça parte do corpo de muitas pessoas e que até mesmo em alguns lugares seja vista como diferencial, a tatuagem continua sendo interpretada com os olhos de quem ainda não foi desconstruído por uma situação que prova que tê-la não significa nada além de ter um desenho no corpo. As mulheres são as que têm conquistado mais espaço em diversos âmbitos e cada vez mais têm se tornado tatuadas, segundo uma pesquisa da revista Super Interessante, em 2016, 59% das pessoas entrevistadas que tinham tatuagens eram mulheres. Os estúdios de tatuagem que antes eram ambientes predominados por homens, hoje já contam com tatuadoras talentosas que estão se destacando na arte. Sororidade tem sido o foco principal dos coletivos feministas que apoiam o trabalho de outras mulheres, empoderando e engajando a economia, muitas usam o lema “compre de quem faz, compre de uma mulher”. Uma das razões que motivam mulheres a confiarem mais em mulheres são os recorrentes casos de abuso e assédio sexual. Em novembro de 2017, um tatuador foi preso por abusar das partes íntimas de cliente e já havia sido denunciado em 2013. A polícia acredita que outras mulheres possam ter passado pela mesma situação mas não denunciaram, por essas circunstâncias, mulheres têm valorizado e confiado cada vez mais no trabalho das outras, a fim de garantir segurança e empoderamento mútuo. Mas da mesma forma que mulheres ainda são privadas de alguns privilégios, para a classe conservadora ainda é inaceitável que uma mulher delicada e feminina tenha tatuagens. Os apontamentos vão além dos rotineiros comentários em relação aos desenhos e seus significados, mas passaram a ser sobre como as tatuagens podem influenciar na aparência afável que devem ter. A grande influência para o repúdio às tatuagens deve-se ao fato da cultura religiosa enraizada no país, que mesmo teo-

ricamente laico, tem grande influência religiosa no comportamento civil. Diversas religiões repudiam o ato de gravações no corpo, enquanto algumas, como o budismo, trata as tatuagens como um ato de devoção e voto religioso.

Feminismo e tatuagem andam juntos no interior A tatuadora de Indaiatuba - SP, Dadii Alves, contou que a profissão nunca foi um sonho, ela se formou no curso de Design de Moda no CEUNSP e após um tempo trabalhando na área começou a perfurar e então teve a oportunidade de fazer um curso de tatuagem. Dadii disse que se encontrou no meio artístico. O estúdio da tatuadora é conhecido na cidade por ser feminista e antifascista, nos termos contratuais de seus empregados há cláusulas contra discurso de ódio e repúdio à qualquer tipo de preconceito. Em entrevista, ela conta que algumas pessoas, principalmente homens, não dão credibilidade ao seu trabalho: “O primeiro ano foi complicado, as pessoas entravam no estúdio e quando viam que eu era a tatuadora, elas iam embora. Já teve vezes de eu estar de luvas e máscara na recepção fazendo algo, a pessoa chegava e pedia orçamento para o meu ex-marido, ele só era administrador, mas as pessoas associam apenas a figura masculina como tatuador”. Na cidade ainda são poucas as tatuadoras profissionais, menos de dez mulheres, comparado aos inúmeros estúdios de homens que estão em cada esquina. Muito se deve à falta de incentivo, apoio e credibilidade. É inegável que o machismo contribui para que o trabalho dessas mulheres que também querem ter seus espaços não seja reconhecido. No New Vintage Tattoo os clientes sentem-se acolhidos, a maior parte do público são LGBT’s e mulheres que sabem que no estúdio podem falar sobre

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os assuntos que lhes dizem respeito, vão ser respeitadas e compreendidas. Pessoas de toda a região vêm para Indaiatuba só para tatuar com Dadii. A tatuadora ituana, Buh Caviquini, acredita que: “A mulher poder fazer a escolha de se tatuar, e cada vez mais mulheres procurarem, já é uma liberdade de expressão que o feminismo representa. A tatuagem feminina por si só, já evidencia nosso empoderamento”. “Quando comecei, havia uma certa resistência, não haviam muitas tatuadoras mulheres. Hoje, como somos um número maior, se tornou mais comum”, conta a tatuadora. No início, seu público era em maioria feminino, e apesar de ainda atender mais mulheres, agora o público é misto. O preconceito ainda existe, mas na visão de Buh, diminuiu bastante, visto seus clientes e também os olhares na rua. Ela tem o braço fechado de tatuagens com tema oriental, e contou que há 8 anos atrás, recebia mais olhares de estranhamento. Hoje, ela percebe que o olhar mudou. É mais natural, um olhar de curiosidade.

Minha história está na pele Além das mulheres tatuadoras, as mulheres tatuadas também precisam lidar com os olhares tortos e com a discriminação. A estudante de jornalismo, Paula Queiroz, tem cerca de 30 tatuagens espalhadas pelo corpo e conta que elas fazem parte da sua história: “Todos os desenhos do meu corpo têm um significado: sonho realizado de conhecer o Japão (a maioria delas é oriental), comida preferida, meus animais, símbolos de proteção, caveira, que para mim significa igualdade. Tenho em mente que tatuagem é uma maneira diferente de se manter uma lembrança, então quero levar comigo para sempre”. As tatuagens não são feitas apenas por significados, elas muitas vezes são repletas de representação artística, cultural e até mesmo para cobrir ‘imperfeições’. Para algumas mulheres, é também um hobby. Um exemplo claro é Julia Gnuse, que já foi considerada a mulher mais tatuada do mundo Guinness Book, na época, tinha 95% do corpo coberto de desenhos. Ela começou a fazer tatuagens para cobrir cicatrizes provocadas pela porfiria, uma doença rara que afeta o sistema nervoso, pele e outros órgãos, resultante de um acúmulo de substâncias que produzem porfi-

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rina, essencial para o funcionamento das hemoglobinas. Quando exposta à luz do sol, a porfiria gera graves queimaduras. Já no Brasil, a mulher mais tatuada é a gaúcha Marisa de Fátima, ela tem 80% do corpo tatuado e sempre foi apaixonada por tatuagens, mas nunca imaginava ser recordista.

Discriminar funcionários por tatuagens é ilegal De acordo com uma pesquisa realizada pela nossa equipe no Facebook, cerca de 70% afirmam que nunca viram pessoas com muitas tatuagens trabalhando em bancos, fóruns, prefeituras e locais públicos. Isso reflete o que essas pessoas ainda enfrentam por usufruírem da liberdade que cada um tem sobre seu próprio corpo. Mas já foram dados passos importantes para o fim da discriminação. Segundo advogados, nenhum recrutador ou chefe pode obrigar seus funcionários a cobrir ou ameaçá-los de demissão por causa de tatuagem. A medida constrangedora é passível de processo e dá ao trabalhador o direito de pedir rescisão indireta do contrato de trabalho, recebendo todas as indenizações que tem direito. As medidas conservadoras e ultrapassadas em relação às tatuagens ainda existem, mas é importante que as mulheres saibam de seus direitos e não se sintam coagidas em nenhum momento, afinal, a sociedade impõe e nós desconstruimos!


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A MULHER no BRAÇOe de FERRO no

FISICULTURISMO As mulheres já são reconhecidas e alcançam prêmios em esportes tradicionalmente masculinos, disputando com eles e entre eles texto Sabrina Dias foto Débora Simeão

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em mulher que trabalha e estuda, têm as que são mães solteiras e trabalham excessivamente para criar seu filho, as que trabalham para ajudar dentro de casa, tem a mulher que sai às 5h da manhã e retorna às 18h de ônibus, sozinha em uma cidade perigosa, tem a dona de casa que tem afazeres o dia inteiro. A mulher nasceu com uma força única e vai bem em várias áreas, e o esporte é uma delas. Mesmo com a desvalorização da força feminina no esporte, é evidente que as mulheres são sinônimo de garra e força. Lugar de mulher é no esporte, seja qual for a modalidade que ela escolher! Jogo de braço, também conhecido como luta de braço ou braço de ferro, é um esporte onde dois contendores com um cotovelo apoiado sobre a superfície horizontal enlaçam as mãos e tentam derrubar o braço do adversário. Não se tem a origem deste

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esporte, pois era praticado desde as antigas civilizações Egípcia, Grega e Romana (a.C). Podem ser encontrados alguns registros em gravuras, pinturas e estátuas da época, o esporte ganhou espaço no Brasil em 1950. Inicialmente praticado apenas por homens, em 1977 a luta de braço se oficializou no país e em 1994 foi fundada a CBLB (Confederação brasileira de luta de braço).

Elas ocupam muitos espaços e o pódio é um deles Gabriela Vasconcelos, 30, natural de Campinas (SP), é formada em educação física. É um ícone no esporte braço de ferro feminino, iniciou cedo, aos 13 anos de idade e


em 2003, com apenas 15 anos, ganhou seu primeiro título mundial e seguiu campeã por quatro anos consecutivos. Conheceu o esporte através de um atleta da luta de braço que a convidou ao perceber sua força e disposição, desde então nunca mais parou. Gabriela tem 16 títulos mundiais e disputa na categoria 70kg Sênior nos braços esquerdo e direito.

Fisiculturismo Há também um outro esporte que está ganhando força e espaço conquistado pelas mulheres, que é o fisiculturismo. Criado na década de 80, era uma febre entre as pessoas, sob influências de grandes ídolos, a maioria deles eram famosos de Hollywood, tais como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone. Os homens adoravam seus corpos musculosos e sempre estavam nas academias para que ficassem cada dia melhores, as mulheres, por sua vez só podiam admirá-los, já que a maioria dos praticantes eram do sexo masculino. Aqui no Brasil não era diferente, mas as mulheres nessa época começaram a ganhar seu espaço nas academias de musculação. Claro que sofriam muito preconceito pelos machistas por praticarem o fisiculturismo e serem mulheres, porém, queriam músculos em seus corpos assim como os homens. Existiam apenas competições masculinas nessa época, mas elas nunca deixaram de sonhar em competir também.

Primeiro campeonato feminino No Brasil, o primeiro campeonato de fisiculturismo feminino ocorreu em 1984, realizado pelo professor Jair J. Frederico no Rio de Janeiro, no Clube de Natação e Regatas Santa Luzia. Não existiam categorias e as primeiras mulheres fisiculturistas queriam estar fortes. Portanto pode-se afirmar que a primeira categoria do fisiculturismo feminino no Brasil foi o “Bodybuilder”, assim como no mundo todo. A fisiculturista Larissa Cunha é uma das grandes atletas brasileiras, já foi ganhadora de vários prêmios por conta de seu corpo, ela relata que no co-

meço de sua carreira sofreu muito por conta de seus músculos, até para a família e amigos a aceitação foi difícil. Ela diz que chamava muita atenção nas ruas e era alvo de xingamentos, mas ela não ligava. O preconceito ainda existe e atua de maneira errônea, fazendo com que as mulheres se sintam menosprezadas por praticarem o fisiculturismo. O machismo sempre existiu e não vai ser agora que cessará, mas as mulheres estão correndo atrás de seus direitos, já que a maioria das atividades são praticadas por homens, mas as academias ganham cada vez mais mulheres para praticarem o fisiculturismo, e elas com certeza estão dispostas a desconstruir os tabus impostos.

Regras Braços e pulsos devem ficar alinhados e a outra mão abaixada, deve haver um árbitro para definir o início da luta e avaliar para que não haja faltas, não há limite determinado para as lutas e contém 7 tentativas. A luta braço de ferro foi oficializada internacionalmente em 1967, quando foi fundada a W.A.F (WORLD ARMWRESTLING FEDERATION), a federação conta com 117 países filiados.

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O advento DA moda consciente Vestir sustentabilidade é tendência e um dos impulsos para isso é a adesão ao movimento slow fashion texto Erika Bomfim e Giovanna Luchim fotos Aline Corrêa

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Slow Fashion é pras em brechó, opte por peque- que são utilizados para a fabricaum movimento da nas marcas, não troque sua roupa ção das roupas, pode-se dizer que moda que veio para e sim customize, doe e/ou venda tecidos sustentáveis são a nova conscientizar pes- peças antigas. moda entre as indústrias têxtil. soas e quebrar alguns conceitos Vivemos em um período de Com esse pensamento de Slow já pré-estabelecidos, ele abran- Fashion, trouxemos algumas dicas insatisfação em que o ser humano ge reflexões sérias a respeito de bacanas de brechós famosos em tem procurado melhores opções meio ambiente e de estilo de vida. São Paulo para que você possa tanto para o seu bem-estar quanSegundo estudos, o mercado começar a fazer parte desse movi- to para o do planeta, por isso, penda moda cresce consideravel- mento que agrega tanto valor. sando no meio ambiente, a indúsmente em pouquíssimo tempo, e tria da moda tem criado diversos isso traz sérios resultados quantecidos inovadores que prezam Frou Frou Vintage do pensado a respeito do mercapela sustentabilidade, e para isso R. Augusta, 725 – Consolação do capitalista que está sendo gefuncionar o cliente também deve B. Luxo rado sem conscientização. fazer a sua parte optando por teR. Augusta, 2393 – E para quebrar esse consucidos como esses na hora de fazer Jardim Paulista mismo desenfreado, o movimensuas compras. Vó Judith to Slow Fashion veio com força, Embora a utilização de teciR. Aspicuelta, 216 – Pinheiros criado em 2008, tem se fortalecidos sustentáveis seja bem menor Capricho à Toa do com o passar dos anos. Se você do que os tecidos corriqueiros, R. Heitor Penteado, 1096 – já ouviu a respeito do Slow Food, existem tecidos feitos de algodão Sumarezinho (Casa 8) movimento que prega a favor de orgânico, bambu, garrafas PET e Casinha Brechó uma alimentação mais saudável até mesmo alguns um pouco mais Av. Guilherme Giorgi, 758 – e contra a massificação de aliincomuns como tecidos de algas, Vila Carrão mentos e os famosos fast foods, soja, pó de café e urtigas. Minha avó Tinha o Slow Fashion vem com o mesAlgumas marcas e grifes recoR. Thomé de Souza, 100 – Lapa mo propósito, mas no mercado nhecidas mundialmente já produda moda. zem modelos sustentáveis, como O movimento tem o propósipor exemplo, H&M, Gucci, Nike, Influência to de conscientizar as pessoas Stella McCartney. No Brasil, digital a saírem do círculo vicioso as grifes Osklen, Animale, da indústria fast fahsion Ronaldo Fraga e Alexandre A blogueira Ana Mastrochirico, 30, fundadora e quebrar a necessidaHerchovitch também já do blog Garimpo e do Garimpo Brechó, teve a ideia de criar a plataforma de dividir experiências em 2014 de de consumir que produzem peças no mesdevido às pessoas gostarem de seus looks montados muitas vezes é gerada mo segmento e já exicom roupas de brechó. nas pessoas através de biram algumas em seus “As pessoas tinham muito preconceito e a minha ideia era marketing, propaganda, desfiles na SPFW (São justamente mostrar que você pode ficar linda usando redes sociais etc, e na Paulo Fashion Week). roupas de brechó, e acho que com o blog eu consegui maioria delas, sem nem mostrar para as outras pessoas e elas passaram a Marcas que não precisar de fato do que ver que dá para montar um look legal e bonito. testam em animais está consumindo. Havia muito preconceito, mas ele diminuiu e não produzem Com essa visão, ele traz o muito de um ano para cá”. trabalho escravo conceito de que menos é mais, e que se deve prezar ao consumo Um posicionamento muito consciente não só para o seu bolcomum das pessoas adeptas ao so, mas também para o planeta Tecidos orgânicos movimento Slow Fashion é evitar em suas questões sustentáveis. Um assunto importante que o o consumo de roupas produzidas Algumas dicas do movimento Slow Fashion são: opte por quali- movimento aborda e que precisa através de trabalho escravo ou que dade e não quantidade, faça com- ser notado é a questão dos tecidos usem matéria-prima testada em

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animais ou de origem animal. A consciência, passa a ser não só uma questão de economia na hora de montar o outfit, mas também uma crítica social. Para quem gosta de moda e quer consumir de maneira consciente, o aplicativo gratuito chamado Moda Livre é um facilitador. A proposta é trazer ao público, de forma ágil e acessível, as medidas que as marcas vêm tomando para evitar que as peças vendidas em suas lojas sejam produzidas por mão de obra escrava. Ademais, diversas marcas também já têm sua produção mais sustentável. A marca Urban Flowers tem suas peças feitas à mão por produtores locais que valorizam e sabem da importância de um produto criado de maneira consciente. O fortalecimento da mão de obra nacional é importante porque reforça o potencial e qualidade dos trabalhadores brasileiros estimulando a economia nacional. A marca surgiu com o conceito de que é possível contribuir para o mundo com produtos de qualidade e livre de sofrimento animal. Além de sapatos, a marca também tem produzido roupas, bolsas e até mesmo adesivos com ilustrações que remetem ao movimento vegano. Já a marca com mais de 11 mil seguidores no Instagram, A Fine Mess, além de buscar estimular a produção local, valoriza a mulher, o design, o básico e o conforto, produzindo uma moda urbana e acessível. A loja vende roupas em tons neutros e além de trabalhar com valores acessíveis, também conta com uma aba sale na loja virtual.

Estilistas sustentáveis Ser um profissional consciente da área da moda é saber conciliar o reutilizável e usar da criatividade para inovar em um mundo de tantos excessos. A tecnologia é aliada na hora dos profissionais avaliarem o impacto de suas criações. A Holding Kering, lançou uma calculadora ambiental, em parceria com a renomada escola de moda Parsons School of Design at the New School, para que o design possa avaliar o impacto ambiental de suas criações versus o lucro. O app permite que os alunos visualizem de forma rápida o impacto de sua criação através de uma seleção de produto, matérias-primas e origem da fabricação, sempre considerando a análise de lucro versus perdas ambientais. My EP & L analisa o efeito cumulativo de mais de 5.000 indicadores, incluindo as emissões de

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carbono, uso da água, poluição da água e do ar, produção de resíduos e mudanças no uso da terra, para calcular o impacto final do produto. Já a marca de luxo Salvatore Ferragamo, desenvolveu em 2017 uma coleção cápsula produzida com tecido de fibra de laranja. Unindo pesquisa, inovação, sustentabilidade e estética, a coleção é fruto da parceria entre a Ferragamo e a Orange Fiber. A Orange Fiber é uma empresa italiana fabricante de tecidos eco-sustentáveis, responsável por patentear e produzir o primeiro tecido sustentável de cítricos no mundo. Os tecidos são produzidos a partir de subprodutos da indústria de transformação de cítricos. Mas nossos profissionais locais também pensam em moda de

uma maneira consciente, a estilista Flávia Aranha, natural de Campinas (SP) tem peças que fazem sucesso dentro e fora do Brasil. O trabalho de Flávia consiste em usar tingimentos naturais para as suas peças, como de plantas, casca de cebola e até borra de café, gerando assim um impacto bem mais baixo na natureza. Em seu site, Flávia pontua que a inspiração do designer vem das relações que constituem o ecossistema no qual a marca está inserida, a consciência da interdependência entre nós e o meio ambiente. Conhecendo os fazendeiros, os artesãos, conversando com as costureiras, observem cuidadosamente o que está acontecendo ao seu redor; os gestos de uma nave, o som da floresta den-

sa, o canto dos fiandeiros, tudo isso está se transformando. As texturas, cores e formas de uma nova coleção vêm de uma leitura subjetiva dessa interação. Além de serem usadas, as roupas também são um registro de seu processo de produção que revela um precioso enredo de conhecimentos, tradições e improvisações que se estabelecem na produção artesanal. Manter essa memória é valorizar não apenas o produto final, mas também seus materiais e especialmente aqueles que o produziram. São trabalhos assim que estimulam o crescimento do movimento e possibilitam que as pessoas descubram diversas alternativas de salvar o planeta gastando pouco e ficando na moda.

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texto Aline Corrêa e Juliana Maciel fotos Aline Corrêa

O

EMPO DERA MENTO da

MULHER GORDA

Ainda é comum o rótulo de mulheres gordas ou magras, como se a balança fosse o parâmetro para medir saúde ou beleza

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os poucos alguns paradigmas vêm sendo quebrados na sociedade. O que antes era considerado feio e fora dos padrões está ganhando seu espaço. Os quilos a mais sempre foram o pesadelo das mulheres, que entravam em todos os tipos de dieta em busca do manequim 36, considerado perfeito. Mas isso já tem sido rompido ao longo dos anos, e a aceitação pelo corpo do jeito que ele é está cada vez maior. A magreza já não é sinônimo de beleza, o bonito tem ganhado outras formas, mulheres estão podendo aceitar o seu corpo, mesmo com os quilos a mais. Apesar de ainda existir o preconceito de que pessoas acima do peso são doentes e não saudáveis, aos poucos esses tabus vão sendo quebrados e o manequim GG vem ganhando seu espaço. Muitas famosas, como a cantora Preta Gil têm ajudado mulheres a se aceitar como são, o mercado da moda também vem se adequando a esse tamanho e cada vez mais empresários estão investindo na moda plus size. Garotas gordas estão se sentindo mais representadas com as famosas acima do peso assumindo suas curvas e sendo convidadas para campanhas publicitárias e muitas vezes protagonistas de filmes, séries e novelas.

O EMPODERAMENTO NA MODA Como a modelo plus size Ana Brum (32), que além de modelo viu no mercado plus size uma ótima chance. Hoje, ela participa de campanhas e também gerencia sua loja online voltada totalmente para o manequim acima de 44. Ana conta que caiu na vida de modelo de “paraquedas”, quando um olheiro a encontrou no Facebook e chamou para fazer parte desse mercado que até então era desconhecido. Apesar de ter ficado um tempo fora por decidir se dedicar à sua formação acadêmica, há três anos ela voltou para a profissão e ainda embarcou no mercado da moda.

Ana diz que resolveu criar uma loja plus size após ver que era um mercado em crescimento, e também sentia na pele as dificuldades de encontrar roupas no seu tamanho. “Além de viver na pele a realidade e dificuldade de encontrar peças legais do meu tamanho, comecei a ter bastante contato com o mercado e várias lojas. Percebi que é um mercado em expansão, aproveitei a oportunidade”, a mesma acredita que o processo de autoaceitação acontece quando entendemos que a beleza está nas diferenças e pequenos detalhes, e que ninguém é perfeito. “É necessário realizar um trabalho diário mental de valorização, de focar no que você tem de belo, de amor próprio e de entendimento que não existe perfeição e a beleza está nas diferenças e nos detalhes”. Segundo ela, o empoderamento da mulher gorda se faz necessário, pois magreza não é sinônimo de beleza, nem gordura de feiura: “Temos uma diversidade tão rica de pessoas e biotipos, que expor isso é lindo e deveria ser o normal. Ninguém deveria se sentir mal por ser quem é”. A modelo acredita que pessoas têm que entender que nem sempre uma pessoa gorda é obesa e doente, os biotipos variam muito, muitas pessoas têm um biotipo grande e por mais que façam dietas nunca chegarão no manequim 38, por exemplo. “As pessoas ainda têm um entendimento muito errado sobre o assunto. O primeiro ponto que precisa ser esclarecido é que plus size não é gordo. Em tradução literal, plus size é tamanho maior. Nós temos uma variedade enorme de biotipos e existem pessoas que são altas e/ou tem estrutura grande. Eu sou um exemplo disso - estou acima do peso, uso manequim 46, mas não sou obesa. Se eu fizer uma dieta completamente restritiva e exercícios diários, o menor manequim que consigo chegar é no 42, que não é plus size, mas nunca será pequeno - esse é o primeiro ponto. Levando isso em conta, se chega ao segundo ponto - ser gorda não é motivo de doença, assim como ser magro não é motivo de saúde. Claro que existem diversas doenças que são agravadas ou causadas pela obesidade, não é fechar os olhos para isso, mas existe uma enorme parcela de gordos que pratica exercícios físicos, está com os exames em dia e completamente bem com a saúde. As pessoas costumam mascarar o preconceito tentando achar uma justificativa que vá fazer eles próprios se sentirem bem apontando o dedo para você. Essa mobilização do body positive é

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muito mais sobre aceitação das diferenças e de entender que existem pessoas gordas e elas precisam ser inseridas na sociedade em um todo, principalmente com coisas banais, como se vestir” afirma Ana.

INFLUÊNCIA DIGITAL SOBRE A MULHER GORDA Thati Machado (27), que é escritora e youtuber também acredita que o empoderamento de mulheres com manequim acima do 44 é necessário. Em seus vídeos, ela aborda assuntos como gordofobia e aceitação do corpo como ele é. Thati tem vários livros publicados, um dos grandes sucessos é “Poder Extra G”, onde a personagem principal é gorda. Ela conta que o processo de criação da personagem surgiu após perceber que não tinha personagens que se pareciam com ela: “Eu me dei conta que não tinha personagens parecidas comigo nos livros e resolvi começar a criá-los”. Thati afirma que para ela o processo de aceitação veio quando ela entendeu que a única responsável para isso acontecer era ela mesma: “Meu processo de autoaceitação começou quando eu percebi que era a única responsável por ser feliz e me sentir bem comigo mesma. Inclusive, eu resolvi contar no meu mais recente livro “100 dicas para amar seu corpo (como ele é)” de que maneira eu comecei a odiar o meu corpo profundamente e como foi dar o primeiro passo na direção do amor próprio. Atualmente me considero uma mulher empoderada e dona de mim mesma”. Para ela, é gratificante saber que os seus livros e seu canal no youtube ajudam mulheres a se sentirem bem consigo mesmas: “É gratificante demais. Saber que têm pessoas que escutam minha voz, seja nos livros ou nos vídeos, me dá forças para seguir adiante e tentar continuar com o plano de espalhar sementes de amor, empatia e respeito”.

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É notável que ainda não quebramos totalmente esse tabu sobre os quilos a mais. Contudo, é um processo lento, porém não impossível, é preciso que haja mais respeito com o próximo e entendimento que existem pessoas diferentes, portanto, não deveria haver um padrão para ser seguido. O importante é se sentir bem com o seu corpo tendo uns quilos a mais ou não, felicidade não tem que estar ligada ao tamanho da roupa que se usa e sim ao seu estado de espírito, a beleza tem que vir de dentro para fora. Se amar do jeito que é, é ato revolucionário que todos deveriam praticar. Thati deixa um conselho para as mulheres que estão passando por esse processo: “Eu diria para que elas respirem fundo e se permitam dar um passo de cada vez. Esse processo não tem uma linha de chegada; trata-se de algo que precisa ser renovado diariamente e às vezes pode ser difícil mesmo”. Procure pessoas que te inspirem e reconheçam o seu valor. Isso ajuda de forma positiva e tem um grande impacto na sua relação com o seu corpo.


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AS DIFERENTES FORMAS DE AMAR Após o movimento de contracultura na década de 60, novas estruturas e configurações de amor foram restabelecidas

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texto Beatriz Silva, Eduarda Costa, Lais Silva e Paula Queiroz fotos Aline Corrêa e Débora Simeão

forma como o ser humano se relaciona, diz muito a respeito do que ele conhece sobre o amor. É normal pensar no amor como se ele permanecesse sempre no mesmo conceito: uma relação monogâmica a dois, “homem e mulher”. A partir de 1960, em decorrência da pílula e os movimentos de contracultura feminista, gay, hippie e o advento da internet, a sociedade começou a experimentar as novas formas de se relacionar, como romper diversos padrões e comportamentos da cultura dominante. A contracultura surgiu nos Estados Unidos e se concretizou como uma contestação de caráter social e cultural forte, motivados principal-

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mente por jovens. Passou-se a acontecer então, uma transição entre os antigos e novos valores.

NOVAS CONFIGURAÇÕES DE AMOR As novas configurações de amor sofreram mudanças conforme o tempo, e suas diferentes estruturas de relacionamento surgiram para ressignificar e desconstruir conceitos padronizados pela sociedade. Há quem admire e aprecie o amor de antigamente, a troca de olhares, o convite para bailes e o pedido de namoro para os pais, antes mesmo de qualquer vín-


culo maior. As músicas eram capazes de declarar muitos versos de amor, assim como as cartas e os gestos de paquera. Antes o amor era uma regra, uma ascensão social e um status de realização conjugal para sempre, mas essa visão foi ampliada posteriormente. Os estudos sobre os humanos e suas relações são tão complexos quanto o modo de agir e demonstrar suas ações, ou melhor, descrevê-las ao pé da letra. A filosofia não só estudou sobre a existência humana, o certo e o errado, mas como os seres humanos se relacionam e agem diante de suas emoções. Autores escreveram sobre o amor, como Shakespeare no século XVI escreveu seus clássicos da literatura e teatro. O amor frequentemente era tema nas histórias da mitologia grega e nas lendas celtas. Ama-se amigos, costumes, crenças: ama-se pessoas. O amor é um sentimento difícil de definir e conceituar, pois nem sempre permaneceu do mesmo jeito para todas as pessoas. Esse sentimento sempre foi pauta em qualquer ambiente, seja na mesa de bar, rodas de amigos, escola, universidade, jantar em família etc, mesmo não se manifestando igual para todas as pessoas. E agora... existe um caminho correto para amar e ser amado? Ou todos estão livres para amar em sua pluralidade? Podemos identificar na história e nas crenças, valores que conduziam o modo de união e afeto com outra pessoa, como a cultura pré-estabelecida no amor.

OS TIPOS DE AMOR Hoje, a sociedade revê suas idealizações sobre o casamento, amor e sexualidade. Novas formas

de amar e se relacionar estão sendo construídas como resposta às exigências sociais, onde os valores e regras são mutáveis. Os tipos de amores vieram a fazer parte da realidade desde o começo, sendo reestruturados tempos depois. O amor criado pelas idealizações de príncipes e princesas encantados com a invenção do inatingível e da fantasia com alguém construído de acordo com a sua própria necessidade, é parecido com o qual Platão falou sobre o amor jovem e vivaz, por aqueles que aspiravam pelo encanto através da aparência física atraente. A beleza interior só foi levada em consideração mais tarde, quando a alma se pôs mais valiosa que a beleza exterior. Diferente desse amor inatingível, há o amor romântico, ele é totalmente o oposto disso tudo, nele se completa a metade da laranja, os dois se transformam em um só, em uma complementação dependente entre si. A sexualidade e o prazer sexual eram entendidos como regra particular do casamento e vida a dois, até a mudança da concepção das estruturas dos relacionamentos conjugais. O ser humano não escolhe quem deseja amar, esse sentimento se desenvolve por orientação, desejo, admiração e afeto. Trata-se de pessoas que descobriram fora do espaço privado e patriarcado uma visão libertária, que na busca por prazer e novas vivências, abriram um leque de possibilidades de relacionamentos e conquistas. A educação para amar se sobrepõe a qualquer limite e determinação ao gênero biológico, social e cultural. O amor passa a ser vivido em sua pluralidade: Aberto, fechado, a dois, a três e amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo,

é tão possível quanto real. A heterossexualidade passa a não ser mais regra, como a homossexualidade é mais vivida que explicada. Ama-se diversas vezes e de várias formas.

RELACIONAMENTO ABERTO É um tipo de relação em que os parceiros envolvidos concordam com uma forma de não-monogamia. Nesse tipo de relacionamento, não tem imposição à relação. O casal concorda que ambos podem se relacionar com outras pessoas enquanto estiverem juntos, assim mesmo que namore, a pessoa está aberta a conhecer e sair com quem se interessa. Não existe a ideia de traição. A maioria das pessoas que nutrem um relacionamento aberto, optam por ele pois não conseguem evitar a atração por outras pessoas. A sinceridade e o respeito pelo outro é o que move esse tipo de relação, onde o casal libera o sentimento e cria seus limites e regras.

RELACIONAMENTO FECHADO O relacionamento fechado se desenvolve em uma relação a dois, onde o casal prefere viver a relação entre eles, sem necessidade de haver uma terceira pessoa. É o tipo de relação mais tradicional na sociedade; monogâmica (heterossexual) e privado (a).

RELAÇÕES LIVRES O amor livre defende a prática que todo tipo de relação – inclusive a monogâmica, in-

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dependente de quaisquer registros formais, ou seja, rejeita qualquer tipo de imposição ou rótulo propostos pela sociedade e a idealização do casamento, já que ele significa posse amorosa e não é nada livre. Os parceiros dão grande flexibilidade afetiva e sexual à formação das relações, desconstruindo os modelos construídos socialmente e historicamente. A relação é totalmente livre sexualmente e os parceiros não costumam criar vínculo afetivo além do sexual. As relações livres possibilitam que todos possam criar novas formas de se relacionar, visando interações não-hierárquicas e de cooperação mútua. Não existe um formato certo de amor livre, mas a principal ideia é de liberdade para construir novas relações e criar suas próprias diretrizes. Seu único princípio é a busca pela solidariedade ao próximo.

POLIAMOR

SWING

É a relação e o envolvimento íntimo simultaneamente com mais pessoas, com o consentimento de todos os envolvidos. Diferente do relacionamento aberto, os adeptos do poliamor podem ter mais de uma relação afetiva. Ou seja, além de ficarem com outras pessoas, podem se relacionar e iniciar um outro namoro. A diferença aqui é que, muitas vezes, acontece de três ou mais pessoas viverem a mesma relação. É uma proposta de amor livre, com respeito aos parceiros e muita honestidade. Consiste em ter relação amorosa e sexual com várias pessoas ao mesmo tempo, com o objetivo de construir uma relação mais duradoura. No poliamor, os casais não buscam por casais, o sexo não é o objetivo, como acontece entre swingers, mas consequência.

Esse tipo de relação se destaca pela troca sexual de parceiros. O casal que não gosta de viver a monotonia, busca o encontro de dois casais ocasionalmente para troca de parceiros em buscas de diversificar o sexo, sem haver trocas romântico-afetivas. O swing, diferente do relacionamento aberto, não acontece separadamente e exige a concordância entre os parceiros. Os swingers são considerados monogâmicos.

Entrevista com casais homoafetivos Como vocês enfrentaram e ainda enfrentam o preconceito? Isabella: Bom, preconceito sempre tem, não importa onde você esteja ou o que esteja fazendo. Procuro não me abalar com a opinião ignorante das pessoas que não acreditam que duas pessoas do mesmo sexo não possam se amar. Acabo levando tudo na esportiva, porque se não, eu já teria matado meio mundo. Rafael: existe em todos os lugares preconceito. Desde criança já enfrento as questões. Hoje procuro lidar com a inteligência, utilizando de argumentos e trocas de experiências. Artur: tive muito na infância e adolescência, mais por parte da família do que de amigos, não tive problemas na escola, mas na família eu era banido de festinhas infantis, na adolescência e juventude eu não era convidado para os casamentos, reuniões de

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RELAÇÕES HOMOAFETIVAS É o tipo de relação afetiva entre pessoas do mesmo sexo, que desejam o reconhecimento de seus direitos enquanto seres humanos, como os casais heterossexuais. Os casais homoafetivos configuram a forma de se relacionar independente do sexo biológico ou construção social.

primos eu nunca era convidado, enfim, tudo isso gerou que eu buscasse outros meios de convívio social, que foram com meus amigos da escola, trabalho etc, que nunca tiveram problemas com a minha condição sexual. Qual o conceito de amor para vocês? Isabella: Conceito de amor para mim é algo que não tem explicação, você sente mil coisas por uma pessoa, acaba aprendendo a amar até os defeitos dela, mas acredito que não tenha como explicar o amor, só quem já sentiu sabe como é! Rafael: companheirismo, cumplicidade, amizade, é ter um porto seguro. Isso eu sinto com o Artur. Artur: Amor para mim é admiração. É acordar e ter alguém te olhando com um sorriso porque tem admiração por você, tem orgulho, tem respeito. É respeito, é amizade, é carinho, é superação. É quando você tem medo e a outra pessoa te conforta, é dar risada juntos o dia inteiro, é saber


que alguém sempre vai estar aí na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, e vai seguir firme por vontade própria ao seu lado até que o fim chegue.

Entrevista com casais poliamor Como começou seu relacionamento poliamor? Eu e o Felipe estamos juntos há uns cinco anos e decidimos passar por esse momento de transição para o poliamor. Aconteceu que eu era uma pessoa muito ciumenta, fui buscar informações sobre isso e fui desconstruindo o amor como posse, tudo isso antes de tocarmos no assunto de poliamor. Minha relação com o Felipe sempre foi de muita confiança, muita conversa e nada de tomar uma decisão sem que acontecesse naturalmente. Um dia saímos e ficamos com pessoas diferentes na rua, e depois que aconteceu, percebemos que tínhamos tirado um peso. Como moramos juntos, as pessoas nos viam muito como marido e mulher, o que nos incomodava porque somos contra a instituição do casamento. Aconteceu mesmo quando percebemos que éramos poliamoristas, com muito diálogo, o que ajudou essa transição ser uma linha traçada. Você está em alguma relação no momento? Sim! Estou em duas relações no momento, com o Felipe e o Gabriel. Eles não se relacionam entre si, eu namoro os dois, mas cada um é um relacionamento diferente. Importante dizer sobre não existir relação entre os dois porque as pessoas confundem por estarem sempre convivendo juntos.

Qual foi a reação da família? Eu estava muito pronta quando fui falar com eles, então existem pessoas que sabem e não abordam o assunto. A parte mais próxima da família aceitou bem, outras aprenderam a conviver com a ideia, mas eu acredito que como fui falar essa situação já estava acontecendo, e eu estava segura de que era o formato de relacionamento que eu queria e acredito, eu sou poliamorista mesmo, então não houve discussão. Claro que estar fora da casa da minha mãe, já ter minha independência financeira ajuda na maturidade do diálogo, mesmo achando que quando contei já estivesse muito pronta. Não sofri nenhum ataque diretamente da minha família. Qual a sua visão de futuro em relação ao casamento e filho? Como te falei, sou totalmente contra a instituição do casamento porque eu acho que ela já não cabe em uma relação monogâmica, por várias questões onde o casamento se coloca na sociedade em relação à mulher, e ainda mais numa relação poliamor no Brasil. Por exemplo, eu hoje não poderia casar com o Felipe e com o Gabriel, teria que escolher um dos dois para casar. Mas por outro lado, acho que eu Isabela não quero casar, mas se o casamento fosse liberado para mais de duas pessoas, eu acho que se tornaria político. E eu também não quero ter filho, então não sei te responder, apesar de achar que seria normal, mesmo sendo uma mãe e dois pais. O que seria mais uma questão para os outros...

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O amor é capaz de transformar o mundo, e ele atua de muitas maneiras. Assim, não se trata de um conceito único, mas amplo pelo seu efeito e impacto. É sobre as relações como um todo, de respeito, empatia e carinho. Com esse avanço da sociedade, novas formas de amor foram surgindo, ou melhor, sendo expressadas. O tema da homossexualidade emergiu, e junto a ele, vários questionamentos. Em contrapartida aos velhos e novos valores, o amor é uma construção social que permeia os modelos da sociedade e suas visões de relacionamento.

É POSSÍVEL AMAR DUAS PESSOAS AO MESMO TEMPO? Os sentimentos são sempre distintos. É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo de formas e maneiras diferentes, como intensidade. Há espaço para diferentes amores por diferentes pessoas e essa situação é vivida em relacionamentos como o de Poliamor, onde três ou mais pessoas se envolvem em uma relação e colocam em prática a sua liberdade de amar. Esses novos modelos e configurações de amor em si, não são explicados, mas vividos. Segundo Anthony Giddens, “Reaprende-se a amar”. Tem pessoas que o descreve como atemporal, ele sempre existiu e esteve ali, o que muda é a pessoa e o coração ao qual ela se entrega a amar. É um choque de cultura e realidade restabelecidas em pleno século XXI.

Pesquisa realizada pela equipe através do GOOGLE DOCS É possível amar duas pessoas ao mesmo tempo?

SIM

25 votos

NÃO

15 votos

TALVEZ 29 votos

Total de respostas: 69

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Não se bem explicar, mas acredito que amor deve ser vivido e não para entender. Respondendo à pergunta, amor para mim é uma junção de sentimentos, tipo, sentimento de gostar, se apaixonar e o amar, o amor é aquele que você passa por cima de tudo e de todos para ser vivido; O amor para mim é dar sem querer receber nada em troca, é algo que acontece sem percebermos, que faz você sentir coisas que não sabia que era capaz de sentir, seu companheiro, amigo, amante, parceiros de verdade, aquele que está ao seu lado para qualquer coisa;

É um sentimento puro entre as pessoas, que faz a conexão passar do físico para a alma. O amor é confiar sem medidas e se entregar sem regras;

É quando mesmo que tenha existido guerra, existe ali também o sentimento bom, os bons momentos, a felicidade que as pessoas envolvidas tinham. Amor é superação de barreiras e controvérsias, é felicidade e liberdade, é pedir desculpas e se unir de novo porque é o que a alma pede. Não importa o quanto já tenha acontecido, ainda voltam porque realmente é amor;

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Existem diversas formas de amor, mas essencialmente, independentemente do tipo da relação o carinho e a empatia não faltam; amar é querer estar perto, é gostar da companhia, é buscar sempre maneiras de alegrar o dia da pessoa;

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O QU

O AM

É um sentimento lindo, porém em falta. Muitas vezes digo que o amor, em um geral, é uma utopia, porque se de fato ele existisse em todos nós, o mundo não seria como é. E não falo só do amor romântico, para mim o amor é muito mais do que esse sentimento por outra pessoa para se relacionar. É o amor pela vida, é o amor pelo próximo, é o amor pela natureza, o amor pelas futuras gerações, é a busca incessante por um mundo melhor;

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É um sentimento igual ao que nossos pais têm por nós, um amor que independente do que somos ou que aconteça, eles sempre vão estar lá, isso é um amor verdadeiro e não conhecer uma pessoa a um mês e dizer que ama ela.

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Liberdade;

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Amor é tudo aquilo que você significa mais representativo na sua vida, você pode amar várias coisas de pessoas a times de futebol, mesmo sendo em escalas diferentes;

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MOR? 6

É carinho, cuidado, respeito;

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É uma forma de demonstrar como você gosta de algo/ alguém;

Amor é isso, algo que você não consegue descrever nem explicar apenas sente de uma forma incrível... Amor é ver quem você ama feliz e ficar feliz por essa pessoa também, independente de qualquer coisa. Amor para mim é algo surreal e algo muito profundo e além;

Amor é algo que não se explica, se sente, então essa pergunta é impossível de ser respondida;

7 Acho que o amor é algo puro. Bem diferente daquela montanha-russa que as pessoas tanto querem. (O nome disso é paixão). Amor é outra coisa. É seguro, é calmaria, não é para completar porque cada ser por si só já é completo. É para transbordar. Um misto de reações químicas e contextos culturais;

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BOLO é MELHOR que SEXO A assexualidade tem se destacado em séries e no mundo, você sabe o que é? texto Larissa Daniele foto Aline Corrêa

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pesar de pouco discutida, a assexualidade é mais comum do que imaginamos. Esqueça a ideia de que assexuais são pessoas celibatárias, castas ou impotentes. Esse é um tema que abrange uma certa complexidade. Uma pessoa assexual é aquela que não sente atração ou interesse em ter relações sexuais com outra pessoa, seja ela do mesmo sexo ou não. Para compreendermos melhor, vamos explorar as áreas da assexualidade de forma simples, assim como a bandeira LGBTQ+, os assexuais também têm a sua própria bandeira e suas próprias cores: preto, cinza, branco e roxo. O preto representa a assexualidade no geral; o cinza é considerado a área do espectro (demi, gray); o branco representa a sexualidade e o roxo a comunidade. As categorias da assexualidade são:

lidade pode parecer um problema ou transtorno, o que não deve ser considerado. No Brasil, segundo dados do ProSex-IPq (Programa de Estudos da Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), cerca de 7,7% de mulheres e 2,5% dos homens, ambos de idade entre 18 e 80 anos, são assexuais. Existem duas possíveis razões pelas quais as mulheres assexuais são um número maior, a primeira pode ser considerada cultural, pois desde muito cedo os homens são induzidos a gostar, se interessar e praticar sexo, o que para eles se torna um hábito ‘automático’. A segunda é baseada na biologia, homens não possuem ciclos hormonais como as mulheres em suas fases de oscilação, como por exemplo, na menstruação, gravidez e menopausa.

• Alo/Allo: quem tem atração sexual por outras pessoas. • Romântico: quem tem atração romântica por outras pessoas. • Arromântico/aro: quem não sente atração romântica por outras pessoas. • Quoi: quem não sabe se sente ou não atração romântica por outras pessoas. • Demissexual/Demi: aqueles que podem sentir atração sexual se desenvolverem um vínculo afetivo com outras pessoas. • Greyssexual/Grey: que podem raramente sentir desejo sexual em situações específicas.

Os assexuais respondem sim para essa pergunta com facilidade. Por conta dessa frase, o bolo é considerado um símbolo dentro da comunidade assexual, isso surgiu pela criação de uma comunidade online de assexuais (Asexual Visibility and Education Network), que tinha o costume de receber os novos membros com um emoticon de bolo, criado por eles. Assim foi criada a brincadeira de que esses assexuais preferiam uma fatia de bolo do que praticar sexo. Ao contrário do que muitos pensam, pessoas assexuais podem ter o desejo de fazer sexo e realizá-lo, e também se masturbam. Todos nós temos libido, as pessoas assexuais só não ligam isso ao sexo, suas formas de prazeres podem ser realizadas de outras maneiras, como com trabalho, estudos e hobbies, sem ter contato físico ou íntimo com alguém. A maneira como eles se relacionam com outras pessoas é o que pode ser um pouco complicada, ainda mais quando a outra pessoa do relacionamento

(Fonte: Programa de Estudos em Sexualidade Do IPQ-HCFM-USP)

Em um mundo onde a busca pelo sexo é considerada algo instintivo e normal, a assexua-

Bolo é melhor que sexo?

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é sexual. Há relatos de pessoas assexuais que tiveram relacionamentos desastrosos por conta disso, sendo assim, a maioria dos assexuais quando decidem entrar em relacionamento, preferem que seja com outro assexual. Na mídia, são poucos os personagens conhecidos que são assumidos assexuais. Um exemplo recente, é o personagem Jughead de Archie Comics, que na HQ é assexual mas na adaptação para a TV em Riverdale, série criada pela Netflix, ele não é, o que gerou bastante barulho entre os fãs da série. Outro personagem muito famoso, é Sherlock Holmes, que tem algumas de suas histórias retratadas na série Sherlock da BBC. Morrissey, ex-vocalista da banda inglesa The Smiths, também é uma pessoa assexual assumida. A falta de visibilidade na cultura pop ainda é grande e é algo que incomoda a comunidade assexual, porque além disso, as outras especulações de personagens assexuais na maioria das vezes se encaixam em um estereótipo de pessoa nerd ou antissocial, o que não é correto. A visibilidade assexual é muito baixa, então a descoberta da assexualidade e sua aceitação podem ser confusas e solitárias justamente pela falta de informações. Ouvir comentários como “é só uma fase”, se torna algo comum para um assexual, seguidos das perguntas invasivas sobre relacionamentos e a vida sexual. Quando uma pessoa se assume assexual, o que ela precisa é de apoio, porque isso faz com que ela tenha dificuldade de se encaixar socialmente, ela não precisa ser julgada, só precisa de respeito. O preconceito na maioria das vezes já começa dentro de casa, ser aceito e respeitado na roda de amigos pode significar muito. Por mais que ainda tenham poucas informações sobre a assexualidade na internet, existem grupos e comunidades de apoio em redes sociais e blogs. Esse assunto é válido de ser discutido, pois só assim traremos mais visibilidade à essas pessoas, podendo ajudá-las até mesmo a se entenderem e se assumirem assexuais.

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CASAMENTO?! NÃO, OBRIGADA! Apesar de não ser a maioria, o número de mulheres que não querem se casar vem aumentando no mundo inteiro texto Marina Norato

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á algumas décadas atrás, as mulheres eram criadas para só um propósito: se casar. Suas vidas eram construídas baseadas no que era importante para satisfazer um homem, criar seus filhos e ficar linda para que seu cônjuge nunca a abandonasse. A princípio haviam boas razões para isso; os homens eram os provedores, os protetores, e além disso, estar casada trazia um status social que uma mulher solteira talvez nunca conseguiria. Mas hoje em dia, assim como elas podem escolher o que farão na faculdade, em quem irão votar na próxima eleição, também podem optar por se casar ou não. Muitas mulheres se casam e têm filhos apenas para cumprir o papel que a sociedade impõe; a pressão que recebem acaba sendo mais forte que suas vontades e sonhos. É por isso que a mulher deve lembrar que estar sozinha não quer dizer solidão: devemos apoiar e respeitar as decisões uma das outras.

Por que casar?

#1 A instituição do casamento está ultrapassada e as mulheres sabem disso Casamento sempre esteve relacionado com dinheiro e política, e este muitas vezes era organizado pela família dos noivos. Não tinha nada a ver com amor; as mulheres eram forçadas a se casar para elevar ou manter o status da família. Mas esse não é mais o caso; as mulheres não precisam se casar para manter uma casa. De acordo com o IBGE, a proporção de trabalhadores parciais é maior para as mulheres (28,2%) do que para os homens (14,1%).

#2 A masculinidade é frágil Boa parte dos homens se sente ameaçada por uma mulher que é mais bem-sucedida que ele. Enquanto as mulheres evoluíram com o passar dos anos, não só se tornaram mais educadas (como aponta o INEP- as mulheres representam 57,2% dos estudantes matriculados no ensino superior), mas também se tornaram seres auto suficientes, esses homens ainda se mostram os

mesmos de um século atrás. Em uma pesquisa realizada em 2013 pelo Instituto Avon, 89% do homens entrevistados achavam um absurdo a mulher deixar a casa desarrumada.

#3 Não é mais preciso estar casada para ser mãe O estigma que se carregava por ser mãe solteira vem diminuindo com o passar dos anos. Habitualmente, encontramos mulheres que querem ser mães mas não querem estar em relacionamento para isso. Devido ao maior acesso à educação e ao foco que as mulheres decidem dar para suas carreiras, o número de mulheres que resolvem ter filhos depois dos trinta aumentou no Brasil. Em 2005, 22,5% das brasileiras entre 30 e 39 engravidaram, já em 2015 essa porcentagem subiu para 30,8%.

#4 Elas se tornaram os ‘homens’ com quem gostariam de se casar Não há motivos para se casar quando você mesma é o pacote completo!

Depois de muita luta (que continua, não se enganem), a mulher finalmente ganhou a batalha pela liberdade. Foi um longo caminho, mas finalmente conquistaram os mesmos direitos e postos de trabalho que o homem. Ganham o próprio dinheiro e têm suas vidas. Tudo isso leva acreditar que o casamento não é mais tão vantajoso como era antes, principalmente para as mulheres. Ademais da adição da tão almejada liberdade, existem outros motivos pelos quais as mulheres não querem se casar. E aqui estão alguns deles:

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texto Giovanna Santaterra

e Lais Silva fotos Débora Simeão

RELACIO NAMENTO ABUSIVO FAMILIAR As relações de abuso e poder no meio familiar, podem ser um desafio na construção emocional e afetiva de uma criança 40 | Gabrielle


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família na cultura brasileira é vista como algo sagrado. Uma construção cultural e psicológica divina de respeito e amor, que embora tenha suas configurações estruturais conservadoras e pré-definidas, seu funcionamento pode não ser totalmente harmônico e saudável. Discutir as diversas maneiras de família nos coloca em uma escala longa e de muitas possibilidades. Não existe uma configuração padrão, mesmo que a ‘família tradicional’ ainda seja um tema forte no conceito das configurações existentes e estabelecidas no passado. O novo modo de produção industrial (capitalismo) trouxe alterações ao espaço público e privado em relação à organização de família e seus processos sentimentais. ____________________________ “A família que antes se unia com objetivos políticos passa então a basear seus laços e alianças em sentimentos como amor, paixão e desejo. Há ainda uma grande transformação no valor atribuído às suas crianças, antes vista como pequenos adultos sem grande valor por conta das altas taxas de natalidade e mortalidade. Com o desenvolvimento de uma concepção de infância agora tornam-se o centro da família, que passa a ter como características a troca afetiva entre os parceiros e o amor entre pais e filhos”. ____________________________ Tatiana. (2007). A construção da família contemporânea. Dis-

ponível em: http://www.redepsi. com.br/2007/07/27/a-constru-o-da-fam-lia-contempor-nea/. ____________________________ Nesse sentido, como diria Mizhari “… o cuidado infantil torna-se um dos organizadores do sentimento moderno de família.” (Mizhari, 2004, p.30) ”. ____________________________

Como as relações afetivas moldam o ser humano Como ela é construída; casamento entre homem e mulher; união estável, monoparental (mãe ou pai solteiro), Multiparental, pluriparental ou mosaico (composta por membros provenientes de outras famílias), parental ou anaparental (todos possuem vínculo sanguíneo), homoafetiva, homoparentalidade (família homoafetiva com a adoção de filhos), pouco importa. A questão de alerta é como as relações emocionais e afetivas moldam alguém que cresceu em um ambiente abusivo a desenvolver suas próprias maneiras de defesa e afeto, como também, medo e repulsa. Trata-se de um problema de longa existência, que surgiu juntamente com a própria unidade familiar. Vê-se na família uma unidade de confiança e apoio, que por vezes não se encontra. O meio familiar é um vínculo fundamental na construção do ser humano, sendo um percurso decisivo em sua personalidade, caráter e tomada de decisões. Antes mesmo do contato externo, o primeiro convívio efetivo

se dá através do nascimento com o processo de socialização primária, onde a criança aprende e interioriza os hábitos básicos da sociedade de acordo com o comportamento daquele grupo ao qual pertence. Essa socialização pode desenvolver as marcas mais profundas em toda a sua vida, principalmente quando essa visão de vida é distorcida da realidade e relativizada às camadas agressivas e abusivas da pré-criação. Essas interferências mexem significativamente com alguém, pois o ser que ali reside, cresce e se desenvolve em um espaço conturbado. Dessa forma, sua socialização subsequente aos novos setores da sociedade são instáveis e promissoras. O relacionamento abusivo familiar, é tão frequente como qualquer outro relacionamento afetivo. Se acha que esse minimiza a dor, ou qualquer outro se sobressai a um, está enganado. Os níveis de violência familiar vão tanto pelo abuso sexual e físico, quanto para o psicológico de abandono e tortura. Não se sabe ao certo o que uma criança nessa situação passou, mas suas marcas são evidentes.

Relato baseado em fato reais *Nomes modificados para preservar a vítima Roberta não teve a melhor infância, nem mesmo compartilhou de bons momentos. Sua infância foi carregada de sofrimento e traumas insuperáveis. Sua mãe, Juliana, usou métodos contraceptivos que falharam, como resultado, Roberta foi fruto de uma gravidez indesejada.

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Após seu nascimento, foi privada de diversas viagens de família que a afastaram do seu círculo familiar em seus primeiros meses. O que muitos não sabem, é que Juliana também foi uma vítima, mas do seu marido. Eduardo a controlava a todo custo, e todo esse controle a fez criar suas filhas como ele queria, como ele mandava. Roberta tinha duas irmãs, Natany e Mayara, elas não passaram pela mesma situação que a mais nova passou. Sempre foram mais apegadas ao pai, pois não eram capazes de perceber o que ele fazia. Cresceram da melhor maneira e tinham tudo o que desejavam.

Meu pai não soube cumprir o seu papel, fez muitas escolhas erradas na sua vida, e uma delas foi se tornar traficante. Eu e minhas irmãs crescemos em meio ao caos e terror. Meu pai foi preso e minha mãe foi junto, eu tinha apenas cinco anos quando eles foram tirados de mim, contra a minha vontade. Eu e minhas irmãs mudamos de cidade para morar com os nossos avós. Não demorou muito para percebermos a gravidade da coisa, quando eles saíram da prisão, eu sabia que a realidade a qual vivia era outra.

Com o passar dos anos, Roberta desenvolveu medo dos pais, pois sabia que eles a machucariam independentemente de qualquer erro que cometesse. Sendo física ou verbal a agressão, sempre esteve preparada. Seu desenvolvimento na escola foi fraco, tinha dificuldade nas provas e em fazer amigos, a confiança para ela era algo muito delicado. Aos 15 anos, Roberta começou a ter crises de ansiedade, porque seu pai foi preso novamente. Natany e Mayara a culpavam, o que fez ela se afastar de todos ao seu redor. Era obrigada a visitar o pai até quando estava doente. Eduardo se tornou um desconhecido aos olhos de Roberta, e todo o afeto dela por ele desapareceu. Seu medo de confiar nas pessoas atrapalhou seu desenvolvimento e a fez pensar que nunca receberia

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afeto de sua família. Roberta precisou de ajuda de especialistas para entender que Eduardo errava e a culpava por seus erros. Era obrigada a fazer coisas que não lhe faziam bem por escolha dele, a sua família era posse do seu pai e ele abusou desse poder em benefício próprio. Terminado o ciclo da infância e dado início ao da pré-adolescência, os problemas psicológicos e emocionais estão enraizados na criança que sofreu abusos, violência verbal, física e moral desde cedo, sendo naturalizados por muitas razões. Uma das quais se conhece, é que a relação e atitudes entre pais, famílias, filhos etc, são tão essenciais quanto justificáveis. Bate-se por amor, corrige-se por cautela, e educa-se como pode, do jeito que quiser. Desenvolvem-se assim, jovens frustrados, tristes e depressivos, por volta e outra, escondem sempre os seus problemas, riem em público e choram no quarto de casa. Evitam assuntos pessoais ou expressam-se a todo momento e deixam evidente as marcas dos traumas. O seu processo de socialização secundária ao mundo e o contato com outras pessoas na escola, trabalho, relação etc, pode ser um desafio conturbador. Não se culpa a estrutura da família, mas o modo de convívio que gera problemas posteriores à criança, jovens e adultos. O desafio na construção de um meio familiar acolhedor e amoroso é quase o mesmo que preparar jovens fortes e autossuficientes. A instabilidade nesse espaço faz com que os pais esperem que as escolas eduquem e ensinem seus filhos, do mesmo modo que a sociedade deposita nos jovens as suas expectativas e frustrações. Não se cresce emocionalmente bem em um ambiente tóxico, muito menos se concretiza todas as expectativas e desejos externos. Há uma certa carga de responsabilidade nisso tudo que precisa ser revisto, e quando constatado em abuso ou violência, denunciado. Existe um longo percurso a percorrer, e ele perpassa o meio termo e as formas de relações construídas pela família.


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AMAME

NÃO É TÃ O ato de amamentar, apesar dos inúmeros benefícios, não é tão simples quanto parece

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MENTAR

SIMPLES texto Wayzzy Franco fotos Reprodução/Melina Nastazia Photography

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amamentação é um processo que começa logo após a primeira hora de vida do bebê. Durante as mamadas iniciais, ele recebe o colostro, que é o primeiro leite produzido pela mãe, uma secreção líquida, às vezes amarelada, outras esbranquiçada e salgada. É diferente do leite e antecede sua produção. O colostro é rico em células imunologicamente ativas, anticorpos e proteínas protetoras. Algo muito importante é que ele funciona como a primeira vacina para a criança, além de proteger contra várias infecções. Começa a ser produzido por volta da 16ª semana de gestação e dura cerca de 2 a 7 dias após o parto, momento em que se inicia o leite de transição, que é a segunda etapa de produção que ele passa, antes de se tornar o leite maduro.

O leite materno ajuda no desenvolvimento do sistema de defesa do recém-nascido e contém todos os nutrientes necessários para o bebê até os seis meses de idade, inclusive água. Após os seis meses, iniciar o consumo de alimentos complementares, como frutas e papinhas, é recomendável para que todas as necessidades nutricionais de uma criança em constante crescimento sejam adequadamente atendidas. Contudo, manter a amamentação também é importante, pois 500ml diários de leite materno contribuem com o fornecimento de cerca de 75% de energia, 50% de proteína e 95% de vitamina A, além da proteção imunológica 10. O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais, pois são inúmeros os benefícios que ela traz para o bebê. Sendo assim, não aconselha o uso de mamadeiras e chupetas, pois há evidências de que sua utilização está associada ao desmame precoce e aumento da morbi-

mortalidade infantil. Muitas crianças, depois de experimentarem a mamadeira, passam a apresentar dificuldades quando vão mamar no peito. Já a chupeta, pode interferir de forma negativa na duração do aleitamento materno, pois, geralmente, crianças que fazem uso da mesma são amamentadas com menos frequência, o que pode comprometer a produção de leite.

É UM PROBLEMA PESSOAL E DE SAÚDE PÚBLICA Apesar da recomendação e relevância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, o padrão desejável ainda é pouco praticado no Brasil. A amamentação, por vezes, representa um problema pessoal e de saúde pública, já que quando a mãe desiste de amamentar seu filho na primeira dificuldade antes dos seis meses, período em que o leite é fundamental, a criança deixa de receber nutrientes que só através dele obteria.

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PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO

Algo que faz parte do cotidiano de muitas mães em fase de amamentação é o preconceito de grande parte da sociedade ao vê-las amamentando em público. Com as diversas críticas que recebem, elas acabam ficando inseguras sobre a prática de tal ato, porém nenhuma mãe deseja deixar seu filho com fome simplesmente por estar na rua, e foi por isso que começaram as lutas pelo direito de amamentar livremente.

#MAMAÇO O dia 1º de agosto é celebrado como o Dia Mundial da Amamentação. Em 2012, “A Hora do Mamaço”, um movimento nacional da comunidade AMS Brasil (Aleitamento Materno Solidário), surgiu no Facebook com a ideia de lançar um evento anual onde todas as mães, de vários estados brasileiros se reúnam no mesmo dia e horário em um ponto turístico de suas cidades, para amamentarem seus bebês simultaneamente. O objetivo é trazer à sociedade a reflexão e a discussão da importância do ato de amamentar e seus inúmeros benefícios para a saúde, tanto da mãe quanto do bebê. O mesmo acontece há 7 anos na Semana Mundial de Aleitamento Materno. Uma das conquistas mais importantes do evento foi a contribuição de 10 mil assinaturas para a aprovação da Lei nº 16.047/2015, que multa estabelecimentos que impeçam mulheres de amamentar em público em vários estados, como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Normalmente, vemos muitas mães falando sobre o quão bom e gratificante é ter filhos e da alegria que eles trazem, mas o que quase ninguém fala é do outro lado da maternidade. Sim, os pontos negativos existem, e são muito comuns no processo de amamentação.

NEM TUDO SÃO FLORES...

CURIOSIDADE: Durante essa fase, a amamentação pode funcionar como um método contraceptivo, pois como a menstruação não vem, a mulher não tem período fértil.

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Quando vemos mulheres amamentando em revistas, internet e comerciais de televisão, até parece ser algo fácil e instintivo. Por conta dessa romantização, muitas sonham com a maternidade perfeita e pensam que assim que o bebê nascer, basta colocá-lo no peito que ele começará a mamar sem nenhuma dificuldade. Mas na vida real, a amamentação é um exercício constante de paciência, dedicação e persistência, precisa ser feita do jeito certo para funcionar, exige horas sem dormir e em alguns casos, ela nem acontece. Embora seja uma etapa muito importante para o desenvolvimento da criança, pode ser também um grande desafio para a mãe. Débora Timóteo, 34, mãe


do Miguel de 1 ano e 9 meses, nos mostra que a realidade é bem diferente: “Minha experiência com a amamentação foi péssima. Amamentei por dois meses apenas, pois tive mastite, uma infecção que deixou meu seio ferido, cheio de sangue e pus, além de ter ficado todo descascado, chegando a cair um pedaço do bico. Eu sentia muita dor, não conseguia amamentar e o leite ficou empedrado, precisei fazer uma drenagem sem anestesia, pois estava bem inflamado. Antes disso eu gostava de amamentar, porém só conseguia em um peito, porque o outro ficou muito machucado e o médico me proibiu de amamentar na situação que estava”.

Amamentar é uma forma muito especial de comunicação entre mãe e bebê, com isso, a criança aprende muito cedo a se comunicar com afeto e confiança. Lina Mayumi, 26, é mãe do Vinícius de 11 meses e nos conta que se adaptou facilmente a esse processo: “Eu adoro amamentar. Apesar de ser um pouco cansativo, a minha experiência está sendo incrível e sinto que isso me deixa mais próxima do meu filho. Minha meta é amamentá-lo até 1 ano, por causa dos benefícios do leite materno. No começo eu sentia um pouco de vergonha de amamentar em público, mas com o passar do tempo fui me acostumando, e não sofri nenhum preconceito. Um dos maiores obstáculos é não poder dormir direito porque o bebê quer mamar toda hora. Eu sou a favor da romantização, para mim sempre foi tranquilo, tenho bastante leite e não tive problemas com dores ou rachaduras. Apesar de cansativo, é um momento maravilhoso”.

Sobretudo, amamentar é um ato de amor, autoconhecimento e maturidade, pois mesmo que pareça natural, muitas mães passam por problemas que podem tornar a amamentação difícil, dolorosa e cheia de dúvidas. Algumas mães não conseguem amamentar, e várias são as razões que implicam essa prática. Pode ser por falta de informação, por razões médicas, porque tiveram pouco leite, ou porque o leite secou. Enfim, existem inúmeros motivos e nenhuma mãe deve se sentir fracassada ou culpada por isso. Por mais que a amamentação não dê certo e a mulher tenha que recorrer à outras formas de alimentar seu bebê, ela não se torna menos mãe, pois isso não determina o vínculo de amor que será criado entre ambos.

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VIR GIN DA DE Uma construção social passada de geração em geração 48 | Gabrielle

texto Eduarda Costa fotos Débora Simeão


stado ou atributo do que é virgem (“que não teve relação sexual’), de acordo com o dicionário, essa é a definição de ‘virgindade’. Mas e para nossa sociedade, qual sua definição e sua importância? A palavra “Virgem” é derivada do latim “virgo” e significa “mulher jovem”, ou seja, mulher inocente e pura que não teve relações sexuais. Antigamente, mulheres eram vistas como objetos de troca, primeiro pertenciam ao pai, que as entregavam em casamento buscando acordos políticos ou que fossem favorecer a família de alguma forma, a virgindade das moças era uma prova de obediência e pureza. Os tempos mudaram e a forma como as mulheres eram tratadas mudou também, mas a virgindade ainda continua sendo tabu em muitos lugares e entre muitas famílias. Seja pela forma de criação que tiveram em casa ou até mesmo pela religião a qual seguem, as pessoas enxergam a virgindade de modos diferentes.

“Acredito que virgindade é algo realmente muito pessoal, e sendo pessoal cada um tem uma visão e lida com ela de forma diferente. Para mim, a virgindade em si não é tão importante, mas sim com quem você escolher ter sua primeira vez, que é o mais importante” Mariana, 18 anos.

“Acredito que a virgindade é algo que se torna certo ou errado, como, quando e com quem faz, de acordo com o que você aprende desde criança. No meu ponto de vista, é algo cultural, pois não deixa de ser um costume, que a maioria das pessoas aprendem ou ouvem dos pais. Querendo ou não, é uma questão que tem muita influência de religiões”. Lariane, 20 anos.

Enquanto para as novas gerações a virgindade seja algo superestimado, os mais conservadores ainda dão uma grande importância para a mesma, principalmente quando se trata da mulher que deve permanecer virgem até o casamento, seja por questões religiosas ou de opção própria, muitas dúvidas surgem quando falam desse assunto. Uma dúvida com a qual muitas pessoas convivem é: o que define se uma pessoa é virgem ou não? Se para uma pessoa deixar de ser virgem só consideram o sexo que inclui penetração vaginal, heterossexual, estão deixando mui-

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tas possibilidades de fora, como os relacionamentos homoafetivos. Nos filmes e livros a tão esperada primeira vez tem todo um toque dramático e superestimado, a famosa mancha de sangue no lençol e toda a grandiosidade do ato. Não é bem assim que acontece e na vida real algumas garotas vão sangrar, outras não e isso só significa que elas tem corpos diferentes, o sangramento não ocorre somente pelo “rompimento” do hímen, mas também por falta de lubrificação, tensão muscular entre outros motivos. Poucas garotas têm acesso a esse tipo de informação, o que leva a acreditarem que existe algo de errado com elas, ou até mesmo seus parceiros sexuais a duvidarem de sua virgindade quando não há sangramento. O formato e flexibilidade do hímen de cada mulher influencia na questão do sangramento e é possível verificar o formato em uma consulta ao ginecologista, por isso é importante consultar um médico antes de ter a primeira relação sexual.

HÍMEN O hímen é uma membrana fina que reveste a entrada da vagina e pode variar de tamanho conforme a idade, podendo apresentar formatos diferentes na recém-nascida, na adolescente e inclusive mudar de tamanho e formato de mulher para mulher. Por muito tempo acreditava-se que era possível provar a virgindade de uma mulher de acordo com seu hímen, mas médicos afirmam que isso não passa de um mito, já que como dito anteriormente, não há um padrão para essa membrana, que pode variar de forma e até mesmo existem

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casos de mulheres que nasceram sem o hímen e nem por isso elas não podem ser consideradas virgens. Essa membrana pode sofrer alterações que independem do ato sexual, como no caso de ginásticas ou esportes que exijam muita flexibilidade, masturbação e até mesmo ao andar de bicicleta ou cavalo, e com isso pode-se concluir que virgindade nunca teve a ver com o hímen.

GAROTAS SÃO ROTULADAS O TEMPO TODO Outro ponto que é importante ser ressaltado é o fato de como as pessoas lidam com a virgindade e rotulam as outras em sua volta. A garota jovem que já teve relações sexuais muitas vezes é rotulada como indigna e é considerada inferior, já a garota que espera é sempre a santa da turma, além de retratarem a virgindade feminina como um presente ou objeto, até mesmo quando falam que uma garota “deu” ou “perdeu” sua virgindade, mas não há como alguém perder algo que não foi tirado, rompido ou dado de fato. O machismo também se faz presente quando o assunto virgindade é colocado em pauta, muitos homens ainda separam as mulheres em categorias, como as que são “para casar” e as que não se “dão valor”, pelo simples fato delas terem ou não tido relações sexuais, o que é muito injusto, visto que isso não deveria definir o que uma pessoa é e ainda mais quando levam em conta que homens não sofrem com os mesmos julgamentos da sociedade. Em uma pesquisa feita em redes sociais, quando questionadas

sobre o fato da virgindade ainda ser um tabu, 78% das pessoas concordaram com a afirmação. Quando a pergunta passou a ser sobre o que realmente significaria a “perca” da virgindade, 70% dos entrevistados acreditam que ela ocorre apenas no ato sexual. Apesar das perguntas serem feitas a um público jovem que muitas vezes é visto como desconstruído e desapegado com valores morais, 58% do público acredita que a virgindade seja algo importante e não subestimado. Virgindade ainda é um assunto complicado de ser posto em pauta entre muitas pessoas, seja por vergonha ou falta de informação, muitos mitos ainda atormentam a mente de quem está iniciando a vida sexual e até mesmo de quem já a iniciou faz tempo, é importante que a saúde sexual seja debatida para que as pessoas saibam de onde vêm tantos fatos que hoje são ditados como verdade absoluta. Já passou da hora de sexualidade ser abordada não como tabu, mas como algo natural, chega de clichês e fatos irreais, as pessoas precisam conhecer seus corpos e saber o que acontece com eles.


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NÃO

PRECISA TER

VERGONHA! O que é, o que é? Me dão muitos nomes, mas nenhum deles me faz justiça, tenho vários formatos e tamanhos. Sangro, mas estou bem e além de tudo isso, sou mais flexível do que vocês imaginam. Já sabem quem eu sou? Acertou quem disse… VAGINA!

texto Marina Norato fotos Débora Simeão

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maioria das meninas durante a infância escutam nomes fofos relacionados à vagina. Flor e borboleta são os mais comuns, mas jamais falam a palavra vagina. Esse nome só é apresentado na escola, mas também há muitos outros que utilizam: xoxota, perseguida, xana etc. É curioso como essas palavras saem das bocas das pessoas sem vergonha alguma, mas a palavra vagina deixa muitos constrangidos, envergonhados e até mesmo rindo muito após escutá-la ou pronunciá-la. O que há de tão vergonhoso na palavra? Se fosse há um século atrás, seria possível afirmar que as mulheres sentem vergonha de falar a palavra vagina devido a sociedade patriarcal em que vivem, que não quer que elas estejam completamente conectadas e satisfeitas com seus corpos. Entretanto, mulheres hoje também são incentivadas a serem CEOs, médicas, bombeiras e líderes. São sábias, se preocupam com os outros e ainda possuem carreiras e famílias. Elas são encorajadas a se amar e lutar por direitos iguais. Mesmo assim, por que a vagina e o que acontece com ela as deixa tão envergonhada? De acordo com o livro de Eve Ensler, Os Monólogos da Vagina: “A vergonha e o constrangimento que você sentia antes ao dizer a palavra eram formas de silenciar seu desejo, de erodir sua ambição”. Para escrever seu livro, Ensler entrevistou 200 mulheres americanas: “Mulheres velhas, mulheres jovens, mulheres casadas, mulheres solteiras, lésbicas, professoras universitárias, atrizes,

mulheres de negócios, mulheres que trabalham com sexo, mulheres afro-americanas, mulheres hispânicas, mulheres asiáticas, nativas americanas, mulheres caucasianas, mulheres judias”. E sabe o que ela descobriu?! Que as mulheres adoram falar sobre suas vaginas! Porque ninguém nunca fala sobre isso.

AQUELA QUE NÃO DEVE SER NOMEADA Se é difícil para algumas mulheres falarem sobre vagina, imagina falar sobre menstruação. De dez mulheres com quem conversamos, só duas nos disseram que menstruação não era uma maldição de Eva. Mulheres sussurram pelos corredores e falam bem baixinho uma no ouvido da outra: “me empresta um absorvente?”, e esse é passado de uma mão para outra como se fosse algo ilegal; elas não querem que nenhum homem sinta-se intimidado. Por que eles se sentiriam intimidados?! É compreensível a dificuldade que muitas meninas têm de aceitar sua menstruação: quando estão menstruadas os hormônios mexem com todo o corpo; sentem dores, ficam inchadas e sensíveis, ademais, elas sangram! Mulheres foram criadas para acreditar que sangue representa perigo, mas ninguém ensina às meninas que sua menstruação não é perigosa muito menos uma maldição, pelo contrário, se você menstrua quer dizer que seu corpo está funcionando do jeito que deveria. É natural! A chave para desmistificar a menstruação é começar a

conversar mais sobre isso. Falar abertamente sobre o que acontece com cada uma das mulheres, sem sentir vergonha de perguntar ou responder. Foi pensando em ter mais conversas como essas, que a comediante Ella Woods começou o seu podcast First Blood. “Algumas coisas me inspiraram para começar meu podcast. Quando eu estava escrevendo o meu show mais recente, eu me lembrei de quando eu menstruei pela primeira vez, [...] foi quando eu percebi que eu não tinha ideia de como tinha sido para as minhas amigas. Quando comecei a perguntar eu descobri que cada uma tinha uma história diferente, às vezes até engraçadas, então eu quis capturar isso de algum jeito.” Embora não seja um tópico muito comum nas rodas de conversa, é preciso tentar remover esse rótulo de que a menstruação é algo para se abominar. Muitas ativistas como Gabby Edlin do Bloody Good Period, Amika George do #FreePeriods, e Scarlett Curtis do Pink Protest, já estão trilhando o caminho para mais conversas sobre o tema. “Ainda há muito a ser feito, mas espero que quanto mais as pessoas se arriscarem a falar sobre, menos chocante o assunto será”, diz Ella.

AINDA TEM VERGONHA DE DIZER? Falar as palavras é o primeiro passo para a liberdade. Queremos que vocês se sintam completas e que não tenham vergonha de algo que lhes pertence, digam com paixão meninas. E nunca mais sucumbam a vergonha!

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VOCÊ

SABIA... …que existe uma mulher que tricota com a vagina? A australiana Casey Jenkins criou um projeto chamado “Arrancando o meu útero”, no qual ela tricota usando sua vagina. Seu objetivo era fazer com que as pessoas se sentissem mais à vontade com a vagina das mulheres, mas o efeito foi contrário. …que na Índia, quando a mulher fica menstruada ela é proibida de fazer várias coisas, como sair de casa, entrar na cozinha, entrar nos templos e dormir na própria cama. Isso porque, durante esse período elas são consideradas “impuras”. ...que a vagina é extremamente elástica? Ela pode ter até 10 cm de profundidade e pode expandir até 200% do seu tamanho normal. ...que existe uma Grande Muralha da Vagina? O artista plástico Jamie McCartney criou essa obra com esculturas de mais de 400 vaginas, uma diferente da outra.

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Descomplicada e divertida, assim é a menstruação para Ella Woods Falar sobre menstruação pode ser bem difícil para algumas mulheres. Muitas a consideram uma coisa abominável, um tabu, uma coisa que não deve ser discutida. Já outras muitas de nós discordamos disso. Mulheres como Ella Woods, comediante inglesa, estão tentando trazer uma naturalidade ao assunto. Ella comanda um podcast onde conversa com outras mulheres, e adivinha qual é o assunto principal? menstruação!

Antes de tudo me fala um pouco sobre a sua carreira. Como tudo começou? Foi difícil para você falar sobre menstruação no começo? Algumas coisas me inspiraram a começar o podcast. Quando eu estava escrevendo o meu mais recente show, eu me lembrei de que eu tinha menstruado pela primeira vez durante um torneio quando eu tinha 11 anos. Foi quando percebi que eu não fazia ideia de como foi a primeira vez das minhas amigas. Quando eu comecei a perguntar para elas, percebi que todas tinham uma história diferente, algumas até engraçadas. Então eu quis capturar essas histórias de algum jeito. Eu também quis tentar fazer alguma coisa para abrir essa conversa sobre menstruação de algum jeito depois que um ex-namorado ficou sem reação quando eu disse que estava menstruada. Apesar de ser pró-feminismo e muito bem instruído, ele não sabia realmente como era a realidade da menstruação, já que não falamos

abertamente sobre isso. Então eu decidi fazer algo que qualquer um pudesse ouvir - esteja você menstruada, vá menstruar, ou nunca irá menstruar - para tentar tirar um pouco do mistério, fazer com que a menstruação pareça menos assustadora e educar melhor as pessoas sobre como lidar com ela.

Você tem uma história para compartilhar? Muitas! Como a maioria das mulheres, tenho certeza! O pior foi provavelmente nesta véspera de Ano Novo, onde eu esqueci de colocar um absorvente interno e acabei em uma festa pouco antes da meia-noite sangrando meu jeans. Por sorte, a festa era de temática espacial, e minha amiga arrumou um rolo de papel alumínio para o caso de precisarmos fazer figurinos. Eu sempre serei muito grata pelo que ela fez. Então, eu não tive que correr para casa para trocar de roupa, mas pude dançar a noite inteira em um par de uma adorável calça de alumínio. É difícil falar sobre menstruação na Inglaterra? Menstruação certamente não é um tópico comum no Reino Unido, mas tendo trabalhado em instituições de caridade que fazem campanhas internacionais em torno da remoção do estigma ao redor da menstruação, eu sei que temos muita sorte. A conversa está se abrindo, e há uma grande nova geração de ativistas tentando fazer mais para falar sobre menstruação (como Gabby Edlin, Bloody Good Period, Amika George, de #FreePeriods, e Scarlett Curtis, da Pink Protest). Ainda há muito a ser feito, mas esperamos que quanto mais pessoas se arrisquem e falem sobre, menos chocante o assunto será. Afinal, ela é apenas parte da vida cotidiana!


E a educação? Como o assunto é tratado na escola? Quando eu estava na escola, as aulas eram separadas entre meninos e meninas para uma aula especial onde os meninos aprendiam sobre “sonhos molhados” e as meninas sobre menstruação. Alguns anos depois nós tivemos a matéria de novo. Isso significa que muitos meninos não tiveram a menstruação explicada adequadamente para eles, e ainda acham que é um mistério até hoje. Espero que as coisas tenham mudado desde então, mas toda escola ensina isso de forma diferente, então é difícil dizer.

estilo casual e informal, porque eu queria que fosse apenas como juntar amigas para recuperar o atraso - não ser gritado cientificamente, mas uma maneira de descobrir um pouco mais sobre a menstruação, como ela é para pessoas diferentes e maneiras diferentes de lidar com ela. Eu adoraria tentar fazer algumas edições internacionais no futuro também!

No início do ano, uma revista brasileira (Capricho) fez uma pesquisa perguntando a meninas entre 18 a 25 anos, para onde vão quando querem informações sobre menstruação. 78% delas disseram que usam a internet para isso. Como podemos diminuir esse número e mudar essa realidade? Acho que a chave não é diminuir o número, mas garantir que as informações lá fora sejam precisas e acessíveis. A menstruação é diferente para cada uma, e quanto mais compartilhamos informações sobre ela, menos assustadora ela se torna - e as pessoas mais instruídas podem estar presentes em todos os aspectos diferentes dela. O podcast é gravado em um

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ENDOMETRIOSE, a “doença da mulher moderna” Uma pesquisa feita no ano passado pela SBE (Sociedade Brasileira de Endometriose), mostrou que 53% das mulheres nunca ouviram falar na doença texto Amanda Monari foto Thinkstock

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pesar de atingir mais de 170 milhões de mulheres no mundo, a endometriose é desconhecida por mais da metade das brasileiras. Uma pesquisa feita no ano passado pela SBE (Sociedade Brasileira de Endometriose), mostrou que 53% delas nunca ouviram falar na doença, embora normalmente seja diagnosticada entre 25 e 35 anos, a doença provavelmente começa após o início da primeira menstruação. Todo mês os ovários produzem hormônios que estimulam as células da mucosa do útero (endométrio) a se multiplicarem e estarem preparadas para receber um óvulo fertilizado. A mucosa aumenta de tamanho e fica mais espessa, e essas células crescem fora do útero e aumentam gradativamente de tamanho, assim surge então a endometriose, ao contrário das células que normalmente estão dentro do útero e que são liberadas durante a menstruação.

CAUSA As causas exatas da endometriose ainda não são claras, mas estudos levantaram possíveis causas para o problema: Menstruação retrógrada Isso acontece quando o sangue da menstruação que contém células do endométrio sofre um fluxo para a cavidade pélvica por meio das trompas de falópios. As células endométricas perdidas instalam-se nas paredes dos órgãos da região pélvica e começam a crescer. •

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Crescimento das células embrionárias As células que revestem o abdômen e as cavidades pélvicas são originárias de células embrionárias comuns. No processo de diferenciação tecidual, sob determinados estímulos ainda desconhecidos, algumas células que revestem essas cavidades podem se converter em tecido endometrial, iniciando a doença. •

• Sistema imunológico deficiente Deficiências no sistema imunológico também podem facilitar o surgimento da doença, tornando assim o corpo incapaz de reconhecer e destruir as células endometriais, que crescem no lugar errado.

FATORES DE RISCO Os fatores que alertam sobre a doença são: ciclo precoce, nunca ter tido filhos, ciclos menstruais constantes, menstruações que duram mais de 7 dias, hímen perfurado (bloqueio da passagem menstrual) e anormalidades no útero. No entanto, mulheres com endometriose costumam dizer que a dor pélvica, durante o período de menstruação, é muito pior do que o normal e vai aumentando gradativamente. Dores nas relações sexuais, ao urinar ou evacuar, infertilidade, fadiga e diarreia também são sintomas que caracterizam a endometriose. A endometriose e a infertilidade estão totalmente associadas, em um quadro de 100% de mulheres diagnosticadas com a doença, cerca de 50% têm dificuldades para engravidar ou se tornaram extrema-


mente inférteis após cirurgias de retirada do aparelho reprodutor. Na maioria das vezes, o principal fator da infertilidade é o tubário, ou seja, as tubas uterinas ficam danificadas, isso porque o processo inflamatório crônico da doença leva à formação de aderências do peritônio com outros órgãos pélvicos, o que pode resultar na obstrução das tubas uterinas e na redução da sua mobilidade. Isso dificulta e pode impedir o transporte do óvulo e até mesmo do espermatozoide, impossibilitando assim a fecundação. A presença de endometriomas (cistos de endometriose) nos ovários também pode comprometer a fertilidade da mulher. Outra hipótese em estudo é que a endometriose cause alterações inflamatórias e imunológicas no útero e endométrio, que atrapalham a implantação do embrião. O principal fator da endometriose é que hoje as mulheres engravidam mais tarde e têm menos filhos, portanto menstruam cerca de 400 vezes mais, contra 40 no início do século XX.

“DESCOBRI A DOENÇA TARDE DEMAIS”

Ana Luiza, 35, tem endometriose e só descobriu a doença quando seu quadro já estava avançado. “Descobri que tinha endometriose após 10 longos anos de dor e sofrimento, fortes cólicas constantes, ia ao pronto socorro em todos os meus ciclos menstruais, mas só quando completei 31 anos descobri a real causa. Mesmo que demorado, o diagnóstico veio, e logo quando eu e o meu marido estávamos pensando em ter nosso primeiro filho. Havíamos tentado algumas vezes, mas não obtivemos sucesso. Não nos preocupamos, achamos que era normal, mas quando o médico me disse que eu era portadora da endometriose entendi porque o meu sonho de ser mãe nunca havia sido concretizado mesmo que por “acidente”, ele foi compreensivo, disse que me amava independente do que eu tinha a oferecer, que eu não significava para ele apenas uma forma de perpetuar a nossa família, mas que íamos mais além. Mesmo assim fiz quatro fertilizações, uma inseminação e sofri dois abortos, cheguei a contar para toda a família e amigos que havia conquistado o meu grande sonho, mas após tantas tentativas frustradas veio o diagnóstico mais cruel de todos, não tinha mais o que fazer, não havia medicamento e nenhuma rota alternativa, eu estava tomada pela endometriose. Estava na minha bexiga, no meu apêndice, intesti-

no, ureteres e quase nos meus rins, e por mais cruel que fosse estavam nos meus dois ovários e atrás do meu útero. Marcamos a cirurgia, fiz laparoscopia para tirar alguns endométrios que estavam mais simples de serem resolvidos, mas os mais atingidos eram mesmo o meu útero e os meus ovários, estes foram removidos e junto foi removido o meu sonho de ser mãe. Eu superei de certa forma todo esse processo, entrei com o meu esposo na fila de adoção e estamos aguardando a um tempo, mas sem nunca perder a fé no nosso objetivo e no nosso grande sonho de constituir uma família”.

CUIDE-SE O diagnóstico de endometriose pode ser feito por meio da descrição dos sintomas, mas pode ser que o médico solicite a realização de alguns exames como: exame pélvico com toque vaginal e retal, ultrassom, ressonância magnética e laparoscopia, não deixe de procurar um especialista, um ginecologista poderá te auxiliar e constatar a intensidade do problema com o uso de medicamentos, ou sendo o caso, procedimento cirúrgico será resolvido. O tratamento dependerá dos seguintes fatores: idade, gravidade dos sintomas, gravidade da doença e se a mulher deseja ter filhos. Mas algumas medidas podem ser tomadas para aliviar os sintomas e dores como: tomar banhos quentes e fazer uso de bolsas de água quente, alguns analgésicos e o exercício físico constante também ajudará. Se você está lidando com a doença, pode querer buscar ajuda juntando-se a um grupo de apoio para mulheres com endometriose ou infertilidade, às vezes, simplesmente conversar com outras mulheres com a mesma experiência pode ajudá-la a lidar com isso, busque ajuda, não guarde apenas para você, sua experiência também pode ajudar outras mulheres.

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