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PLANTANDO A SOLIDARIEDADE
MARIA SOODER LANÇA LIVRO INFANTIL INSPIRADO NA PRÁTICA
DO BEM E NAS VIVÊNCIAS DA INFÂNCIA NO LITORAL CEARENSE
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POR TAINÃ MACIEL FOTO S ERI NUNES
Era uma vez, no Ceará, uma menina chamada Maria do Socorro que amava a companhia da avó Jardilina, mulher trabalhadora e caridosa. A criança, filha de agricultores, cresceu e construiu uma nova história na Suíça, mas sem esquecer das raízes no litoral cearense e dos ensinamentos que aprendeu na infância. Hoje, ela é Maria Sooder, presidente e fundadora da ONG Sooder Maria, se destaca pela liderança filantrópica e lançou seu primeiro livro infantil: “A Pequena Maria e a Semente do Amor”. A escritora conta que a obra teve como inspiração as ações da avó.
“Eu lembro que, quando eu era criança, mesmo com o pouco que tínhamos em casa, a minha avó sempre doava algo a alguém que batesse em nossa porta pedindo ajuda [...]. Quando eu compartilho os valores que ela plantou em meu coração com milhares de crianças no mundo, através desse livro, sinto que a história dela recebe o destaque que ela merece”, destaca Maria.
O livro traz a história de uma garotinha doce que sempre gostou de interagir com os animais e a natureza. “Eu gostaria que esse livro auxiliasse as crianças, desde cedo, a entenderem que sempre vale mais a pena fazer o bem, e que elas aprendam a lutar pelos seus sonhos”, comenta. A obra incentiva o aprendizado de novas línguas, dispondo de texto em português e inglês.
“A Pequena Maria e a Semente do Amor” é uma ferramenta de transformação que se soma às ações da entidade beneficente fundada por Maria Sooder há mais de cinco anos, com sede em Fortaleza e em Zurique, na Suíça. No Brasil, a ONG atua no combate às enfermidades e no suporte a instituições e pessoas que estão vivendo em situação de vulnerabilidade. Já no exterior, o grupo realiza missões humanitárias visitando regiões que passaram por desastres ambientais, conflitos ou calamidades públicas.
Disponível na Livraria Leitura dos shoppings Riomar Fortaleza e Del Paseo, e também em soodermaria.org.
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“O amor é algo tão lindo, tão forte...
Ele é uma energia tão poderosa e tão boa que muitas vezes precisa, como uma sementinha, romper, partir e brotar”, reflete Maria Sooder. ¤
Victor Perlingeiro, 30, representa a nova geração de uma família que vive a arte. Do pai, o renomado galerista Max Perlingeiro, herdou o olhar aguçado de colecionador, sempre em busca de um talento emergente a ser descoberto. Da mãe, Bia Perlingeiro, o entusiasmo e a sensibilidade para fomentar o cenário artístico nacional e dialogar com seus atores.
A morte de Bia em 2020, vítima de Covid-19, acelerou o processo de sucessão que vinha se construindo naturalmente e que dá mais um passo com a transição de Victor ao cargo de diretor da Galeria Multiarte, em Fortaleza. “Não imaginava que seria um caminho diferente. A admiração que eu tenho pelos meus pais e pelo que eles fizeram é o que me inspirou a querer fazer isso”, destaca.
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O espaço, fundado por Max e Bia em 1987, teve papel relevante na projeção de nomes cearenses como Antonio Bandeira, Raimundo Cela e Sérvulo Esmeraldo. Também foi responsável por trazer, pela primeira vez, grandes exposições em exibição no Rio de Janeiro e em São Paulo para o Ceará. Obras de Cândido Portinari, Anita Malfatti e Di Cavalcanti já integraram algumas das principais mostras realizadas na galeria.
Sob a gestão da família, a Multiarte se tornou referência para artistas, colecionadores e apreciadores de arte. “É uma empresa que construiu uma tradição, mas também foi inovadora. Os artistas com quem a Multiarte trabalhou, quando estavam, de certa forma, no ostracismo, hoje são os mais procurados no mercado”, afirma Victor Perlingeiro.
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Mais de trinta anos após a abertura da galeria, ele ressalta que é preciso capacidade de adaptação para acompanhar as transformações no público, no setor e na própria arte. “O mercado está muito mais maduro. Hoje tem nichos de pequenos mercados de arte brotando na cidade. Fortaleza nunca vai ser São Paulo, mas já vemos pessoas com coleções cada vez mais diversas”.
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Nesse sentido, Victor diz que a arte contemporânea, um dos carros-chefe da Multiarte - que já abrigou mostras de Tomie Ohtake a Adriana Varejão -, tem sido um dos principais atrativos para despertar o interesse de novas audiências.
“A arte contemporânea está mais próxima do que estamos vivendo, por isso é uma excelente forma de trazer novas pessoas que não estavam no mundo da arte para esse meio, com novas mídias e novas técnicas”.
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Apesar da movimentação incessante do mercado, ele pontua que um dos atuais desafios é fazer com que o público volte a visitar as galerias físicas, em especial após o início da pandemia. Para o cearense, o mundo da arte tirou proveito dos avanços digitais impulsionados pela necessidade de comunicação durante os períodos de distanciamento. No entanto, ele defende a importância da experiência estética presencial.
“Foi bom perceber que a ferramenta das redes sociais permitiu que a gente se conectasse com nossos colecionadores e o público em geral. Mas, ao mesmo tempo, passando isso, vemos que é importante trazer as pessoas fisicamente para perto”.¤
Espirituosa é um dos adjetivos que podem definir a cearense Beatriz Castro. Aos 62 anos, a estilista é dona de uma conversa animada, cativante e rica de conhecimentos - sejam eles de aspectos diversos da vida ou do ofício que ela exerce há mais de 40 anos. Conversar com ela é como pedir conselhos a uma boa amiga. Esse dom que Beatriz cultivou de forma despretensiosa torna-se, agora, ferramenta para um novo desafio: ser mentora de profissionais criativos que buscam desenvolver produtos originais.
Fundadora da marca Ethos, ao lado da sócia Lúcia Neves, Beatriz tem raízes na moda desde o berço. Filha de Fátima Castro, designer que liderava um charmoso ateliê na Praia de Iracema, ela é referência no desenvolvimento de peças únicas e totalmente feitas à mão. Experiências como lecionar nos primeiros anos do curso de Estilismo e Moda da Universidade Federal do Ceará (UFC) deram à Beatriz a carga necessária para auxiliar novos profissionais de áreas diversas a identificarem boas ideias e a tirá-las do papel.
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Ela conta que esse novo projeto nasceu com o desejo de inserção no mundo digital, impulsionado pelos reflexos desafiadores da pandemia.
“Durante o isolamento, a Ethos ficou fechada por um período grande e isso me deu um sinal de alerta. Quais alternativas eu teria de trabalho para não ficar limitada a um espaço físico?
Então, tive a ideia de desenvolver uma nova habilidade que seria investir no digital”, conta. Por um insight do filho mais velho, Beatriz decidiu que o foco seria compartilhar os ensinamentos por meio de mentorias, que não se restringem apenas ao online, e muito menos ao universo da moda.
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“Certa vez, trabalhei com uma fotógrafa que me pediu ajuda porque ia fazer uma exposição. Depois do nosso encontro, ela falou que contribuí muito e que meu trabalho não precisava ser limitado ao pessoal da moda”, comenta. No perfil do Instagram de
Beatriz Castro (@beatriz_hcastro) estão vídeos, elaborados e editados por ela, sobre processos criativos, incluindo etapas que envolvem a concepção de um produto. “Aprender a mexer no digital pra mim não é fácil, sabe? Tem muitas etapas que eu não domino, mas estou estudando e aprendendo muito”.
Caminhos Criativos
Apesar de ser expert na moda handmade, Beatriz afirma que não é somente nesse tipo de trabalho que a originalidade pode fazer morada. “Um produto original é quando você bate o olho e sabe de quem é aquela peça. Você bate o olho numa Chanel e você sabe que é Chanel. Existe uma autoralidade naquele trabalho”, aponta. E a chave para cultivar ideias novas e originais, defende ela, é se aprofundar no universo do produto, marca ou seja qual for o segmento no qual o novo criativo pretende se aventurar.
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“Fui criada dentro de um ateliê de costura da minha mãe, mas não me interessava por aquilo, porque queria ser escritora. Porém, casei muito nova e com 23 anos eu já tinha três filhos, então, precisava trabalhar. Comecei na confecção e me tornei muito boa naquilo.Todo mundo é capaz”.¤
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