GESTÃO GLOBAL MAIO 2012
INCENTIVOS PME Créditos e Apoios às Empresas
SOCIEDADE GARANTIA MÚTUA Apoio à Evolução da Economia
QUALIDADE NO ENSINO Inovação e Modernidade nas Escolas Revista Mensal #001
SUMÁRIO Incentivos PME: Apostar na Inovação
pag 6
Mudança de Paradigma
pag 20
Internacionalização do Direito Pelas Mãos de António Vilar, Luis Cameirão & Associados
pag 22
Associação Portuguesa de Escolas Profissionais Agrícolas
pag 24
Calçado à Prova de Adversidades
pag 54
Ano Internacional das Cooperativas
pag 74
Opinião de Pedro Mota Soares
Opinião de Luís Manuel Barradas
Ficha Técnica:Diretor: Ferreira da Silva | Subdiretor: Alberto Antunes | Editora: Rita Almeida e Silva | Redação: Marta Cabral; Liliana Marinho; Adélia Abreu | Fotografia: Banco de imagens Gestão Global | Secretariado: Cristiana Silva | Design Gráfico e Paginação: Ricardo Santos Contactos: Telef.: 22 093 42 22 / 96 285 20 91 Distribuição gratuita com o Jornal de Notícias e Diário de Notícias Maio 2012
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NAS “ENTREPÁGINAS” DO EMPREENDEDORISMO PEDIRAM-ME QUE, COM A AJUDA DE ALGUNS CARACTERES, ESMIUÇASSE O QUE REPRESENTA PARA MIM ESTA NOVA REVISTA - GESTÃO GLOBAL. ÀS PRIMEIRAS TENTATIVAS, PROCUREI UMA DEFINIÇÃO. DEPOIS FUI ATRÁS DE UM ADJETIVO. UM QUE FOSSE DIRETO, ESPECÍFICO, QUIÇÁ POMPOSO, QUE A INICIATIVA MERECE: É DIFERENTE E INOVADORA! Nada. Inércia da imaginação ou pluralidade do projeto, as palavras teimavam no desencontro entre o significado em si mesmas e a significação que para elas procurava. Falha a criação, sobra o desalento e eis que, no mesmo instante, o verbo: comunicar! “Dividir alguma coisa com alguém, anunciar, dar a conhecer, divulgar. Informar, transmitir algo, pôr-se em relação com, exprimir-se”. Tudo isto lhe serve o significado e tudo isto cabe no ideal desta equipa que, contrariando a tão falada conjuntura desfavorável, pôs mãos ao teclado, deu voz à vontade de fazer diferente e imagem ao espírito empreendedor. Nasce assim a revista “Gestão Global”, uma publicação apostada em fazer da comunicação empresarial a bandeira do empreendedorismo nacional aquém e além-fronteiras. Uma revista que ambiciona mostrar aos portugueses a capacidade inata que têm de vencer as adversidades, dando-lhes casos concretos de sucesso onde a crise não foi mais do que a alavanca da reinvenção. Agora que está aqui, entre as mãos de quem a lê, a “Gestão Global” deixou de ser só um objetivo. Existe de facto, designa um ideal em crescimento e permanente evolução, apostado na qualidade do trabalho dos seus profissionais e dos casos de sucesso que divulga, recompensado pela curiosidade que o fará, a si, folhear as próximas páginas. Liliana Marinho 04
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ESPERANÇA, CONFIANÇA E SENTIDO DE FUTURO Há três ideias simples que devemos ter presentes quando falamos de Portugal, dos Portugueses e dos desafios que se nos colocam: esperança, confiança e sentido de futuro. Esperança, porque conhecemos a forma como os Portugueses se revelam nas situações mais adversas. Por mais de uma vez, a sabedoria e a maturidade política do nosso Povo permitiram encontrar soluções para problemas aparentemente difíceis de superar. Confiança, porque poderá ser a chave para retomarmos o ritmo de desenvolvimento económico indispensável ao progresso e bem-estar que tanto ambicionamos. Só com confiança poderemos intensificar a cooperação entre as instituições, os órgãos de soberania e o seu relacionamento com os cidadãos, de forma a concretizar o desígnio de um Portugal mais desenvolvido e mais coeso. Sentido de futuro, porque importa que, em conjunto, possamos reinventar um rumo que nos oriente e mobilize, que nos prepare para os desafios das novas tecnologias, para a construção de uma Europa mais dinâmica e mais moderna. Estou convicto de que o Presidente da República poderá dar um contributo inestimável para a concretização destas ideias. Ao saudar-vos, através deste sítio, pretendo dar mais um sinal no sentido de envolvermos todos os Portugueses neste projeto ambicioso de construirmos um futuro melhor para Portugal. Aníbal Cavaco Silva In www.presidencia.pt
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INCENTIVOS PME: APOSTAR NA INOVAÇÃO Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), dizem-nos que cerca de 99% do tecido empresarial português é composto por PME. Este universo de micro, pequenas e médias empresas gera aproximadamente 73% do emprego nacional e realiza mais de metade do volume total de negócios do nosso país. As PME assumem por isso um papel fundamental na economia portuguesa. Ao Estado compete regular o funcionamento da economia, assegurando os mecanismos necessários ao seu bom desempenho. Em linha de conta com esta premissa, e porque as atuais circunstâncias exigem uma resposta célere que promova as capacidades financeiras das empresas e estimule o investimento, o Governo lançou no início deste ano uma linha de crédito para as PME no valor global de 1,5 mil milhões de euros. O objetivo, nas palavras do ministro da economia, Álvaro Santos Pereira, aquando do lançamento da iniciativa, é dotar as empresas de “melhor saúde económica e competitividade”. Competitividade é pois, mais do que “a característica do que é competitivo”, o motor de desenvolvimento e sustentação económicos para as PME, pelo que reforçar a capacidade financeira e incentivar o investimento nestas empresas é uma mais-valia que deve ser enaltecida. 06
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A revista “Gestão Global” assume por princípio fundamental a divulgação do que de melhor se faz a nível empresarial no nosso país, consideramos portanto de suma importância a difusão das medidas de apoio financeiro às PME que o Estado, em parceria com as instituições bancárias, lhes disponibiliza.
Sistema Nacional de Garantia Mútua Desde já, e porque se trata de um mecanismo que nasceu do IAPMEI – organismo público que tutela o apoio às pequenas e médias empresas e à inovação – falamos do Sistema Nacional de Garantia Mútua. Trata-se de um sistema mutualista de apoio às PME, que se traduz num instrumento de partilha de risco inerente ao empréstimo entre as Sociedades de Garantia Mútua (SGM) e as instituições de crédito. Este sistema permite disponibilizar às PME
empréstimos em condições mais favoráveis, com obtenção de taxas de juro menos elevadas e prazos de pagamento mais alargados, em condições adequadas aos investimentos e ciclos de atividade das empresas. O crescimento das PME aquém e além-fronteiras representa para esta revista o reforço da entidade de Portugal como uma nação que enfrenta e ultrapassa as adversidades. Consideramos assim pertinente e- lucidar os nossos leitores sobre os instrumentos de apoio que algumas das instituições de crédito com as quais as SGM têm protocolos colocam à disposição das empresas. A revista “Gestão Global” assume assim o compromisso de divulgação e promoção das iniciativas de apoio às PME que julgamos importantes e as quais acreditamos serem capazes de projetar para lá destas fronteiras o que de melhor por cá se faz. Liliana Marinho
GARANTIA MÚTUA APOIA O TECIDO EMPRESARIAL Atendendo à atual situação financeira de Portugal, torna-se ainda mais premente falar sobre o Sistema de Garantia Mútua, mecanismo que tem permitido às empresas portuguesas, em particular às PME, o acesso ao financiamento com prazos adequados aos seus ciclos produtivos e à realização dos investimentos necessários ao seu desenvolvimento. José Fernando Figueiredo, presidente da SPGM – Sociedade de Investimento, S. A. e das quatro Sociedades de Garantia Mútua portuguesas, em entrevista à “Gestão Global”, reforçou a importância deste mecanismo e do seu impacto na economia nacional. Em Portugal, o Sistema de Garantia Mútua surgiu de uma iniciativa pública através do IAPMEI em conjunto com o Estado Português, resultando na criação de uma sociedade piloto: a SPGM – Sociedade de Investimento, S. A. no ano de 1994. Inicialmente, a SPGM tinha como missão principal testar junto do mercado o interesse deste produto, através da realização de operações de garantia e outros serviços às PME, em moldes semelhantes aos das atuais Sociedades de Garantia Mútua (SGM). Em simultâneo, tinha a responsabilidade de preparar um quadro jurídico que viesse regular o sector da Garantia Mútua, bem como o respetivo mecanismo de Contragarantia. Após publicada a legislação, coube à SPGM promover a criação das primeiras SGM. Desde Janeiro de 2003, existem três: a Norgarante, com sede no Porto, a Lisgarante, em Lisboa e a Garval, em Santarém, sendo todas de cariz regional, para as quais foi transferida toda a atividade operacional da SPGM associada à prestação de garantias. A juntar-se a estas surgiu, em 2007, uma quarta SGM- a Agrogarantecom sede em Coimbra de cariz nacional e especificamente destinada a apoiar o sector agrícola.
Organização Mutualista De cariz mutualista (uma vez que as empresas beneficiárias das garantias são acionistas das SGM), o sistema de garantia mútua tem como missão prestar garantias financeiras que facilitem a obtenção de crédito em condições adequadas aos investimentos e ciclos de atividade dessas empresas: “Com a Garantia Mútua pretende-se que a dificuldade de acesso ao crédito não seja um aspeto crítico para o mundo dos negócios, nem para as empresas, nem para os empreendedores”, realça José Fernando Figueiredo. Indubitavelmente, a face mais visível do Sistema de Garantia Mútua Português é constituída pelas quatro SGM que são uma espécie de ponte entre as PME e os bancos. 08
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Às SGM, de capital maioritariamente privado e sujeitas ao rigor da gestão de qualquer instituição de crédito, cabe estudar e decidir sobre as propostas de emissão de garantia que lhes chegam e posteriormente, honrá-las em caso de execução. Isto porque em caso de incumprimento por parte da empresa beneficiadora de crédito, as SGM podem cobrir, normalmente, até 75 por cento do empréstimo, num prazo de entre dez e trinta dias, dando assim ao banco uma plataforma de conforto com a minimização de riscos. “Importa esclarecer que, à semelhança de outras instituições de crédito, as SGM são supervisionadas pelo Banco de Portugal e sujeitas aos rácios prudenciais determinados para as instituições de crédito. Para aceder a estas garantias, as empresas têm à sua disposição três vias: podem dirigir-se a um dos balcões das SGM, ou procurar diretamente um dos bancos nacionais ou ainda candidataremse às linhas de crédito protocoladas - as conhecidas PME Investe e PME Crescimento. Este conjunto de linhas de crédito a empresas com recurso à Garantia Mútua, resultam de protocolos celebrados entre os bancos, as SGM e o Ministério da Economia, este através essencialmente do IAPMEI, sendo geridas administrativamente pela PME Investimentos”, esclarece José Figueiredo.
Mas em que se diferenciam estas linhas de crédito protocoladas? Uma vez que estas linhas de crédito se baseiam num protocolo prévio entre instituições bancárias e SGM, o processo de análise das candidaturas é mais rápido, além de condições mais favoráveis às praticadas no mercado, apoiando financeiramente quer investimentos quer o reforço do fundo de maneio ou de capitais permanentes. Segundo o nosso entrevistado: “Se não fosse a existência destes instrumentos de financiamento, teríamos assistido nos últimos anos ao encerramento de ainda mais empresas. O mercado financeiro não faz chegar às empresas o crédito em volume adequado, portanto estas sociedades têm como missão preencher este gap financeiro, cuja diferença primordial reside no seu cariz mutualista. Por outro lado, o Sistema de Garantia Mútua conta com o apoio substancial do Estado, pois a sua atividade tem como premissa apoiar o tecido empresarial a ser mais competitivo e produtivo, esperando criar uma economia mais pujante e mais postos de trabalho. A nível do acesso ao crédito, em especial em épocas de crise como a que vivemos, as SGM funcionam como estabilizadores anticíclicos, por isso mesmo acredito que sem a Garantia Mútua haveria ainda mais problemas no financiamento às empresas”.
Perfil Além de presidente das várias entidades do Sistema Português de Garantia Mútua, SPGM e SGM, José Fernando Figueiredo acumula as funções de presidente da European Association of Mutual Guarantee Societies (AECM), presidente de uma capital de risco, business angel e sócio de uma pequena empresa familiar, o que lhe dá uma visão mais alargada sobre os problemas estruturais que afligem Portugal. Para ultrapassarmos a atual crise, o nosso entrevistado acredita que é necessário “simplificar os processos burocráticos e investir numa cultura excelência, fazer formação aos trabalhadores, mas também muito coaching aos empresários, continuar a investir na educação – um país que não tem pessoas formadas e educadas não tem futuro - e reformar a justiça, pois esta tem de ser eficiente e célere, condição absolutamente fundamental para manter algum clima de negócios”, sublinhando ainda a sua “profunda convicção na qualidade dos portugueses e no seu espírito empreendedor, algo essencial para sairmos deste momento mais complicado do nosso país, aliado à nossa tradição em honrar os compromissos”. Maio 2012
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Num momento em que o mercado interno se encontra totalmente deprimido, uma das estratégias para Portugal assenta na exportação e internacionalização das empresas. Assim sendo, ambos os sectores são muito acarinhados pelas SGM, que incluem nos seus produtos uma importante fatia para as empresas exportadoras e uma linha específica para as indústrias com longos ciclos de produção como, por exemplo, os moldes. Simultaneamente, as SGM disponibilizam uma Linha de Apoio ao Empreendedorismo, que proporciona às empresas e empresários em nome individual recursos essenciais ao arranque e desenvolvimento da sua atividade, nas fases iniciais do seu ciclo de vida: “A Garantia Mútua está, assim, a criar dinâmicas de vida”, sublinha o presidente da SPGM.
Fundo de Contragarantia Mútua Presentemente, 55 mil empresas portuguesas são acionistas de uma das quatro SGM, o que representa cerca de 15 por cento das PME nacionais. Sabendo, no entanto, que as SGM asseguram à primeira solicitação das entidades credoras o pagamento dos compromissos assumidos pelas empresas que as requereram, como se garante a solvabilidade das sociedades? Através do Fundo de Contragarantia Mútuo, entidade da qual a SPGM é a sociedade gestora, que assegura a contragarantia automática e obrigatória das operações de garantia emitidas no âmbito do Sistema de Garantia Mútua. José Fernando Figueiredo explica que caso uma empresa não pague o empréstimo, o banco recorre à SGM para receber uma percentagem do crédito concedido e, por sua vez, a SGM recorre ao Fundo de Contragarantia Mútua que presta uma contragarantia de 50 por cento da garantia emitida. Em alguns casos, esta garantia pode ascender aos 80 por cento, ou mesmo 90% em situações muito excecionais. O Fundo de Contragarantia Mútua é o elemento público do Sistema de Garantia Mútua, aliás ao contrário das quatro SGM existentes, que são privadas, a própria SPGM é 90 por cento capital público.
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Linha de crédito para os universitários Criada em 2007, a linha de crédito para o ensino superior conta com o apoio do Sistema de Garantia Mútua, tendo a sua gestão ficado sob a alçada da SPGM, permitindo aos estudantes do ensino superior financiamentos junto dos bancos em melhores condições, como juros e spreads mais baixos “Apesar de este não ser o produto principal da Garantia Mútua, é sem dúvida um produto bastante procurado. Desde o lançamento deste produto, os bancos já emprestaram cerca de 180 milhões de euros a um universo de mais de 15 mil estudantes Evidentemente, esta linha de crédito pode sempre sofrer melhorias, mas na verdade não há nada comparável neste momento em Portugal”, reitera José Fernando Figueiredo.
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UM BANCO PRÓXIMO DAS EMPRESAS O ano de 2003 marcou a entrada do Grupo Banco Popular no mercado português com a aquisição do Banco Nacional de Crédito, que posteriormente passou a denominar-se Banco Popular Portugal. Desde a sua génese, o Banco Popular Portugal mantém uma relação próxima com o mundo empresarial. Esta proximidade resulta, naturalmente, do facto do Banco Popular Portugal pertencer ao universo do Grupo Banco Popular Espanhol, uma instituição altamente vocacionada para as Pequenas e Médias Empresas. Contando com um universo de 190 agências, colaboradores especializados e altamente formados, o Banco Popular Portugal disponibiliza um conjunto de produtos e serviços especificamente direcionados para as PME. “Além da proximidade com os nossos clientes, devido ao Modelo de Negócio descentralizado, possuímos uma rede focada nos produtos e serviços para as PME. Resultado disso, no âmbito da linha de crédito PME Crescimento, temos cerca de 1500 operações aprovadas. Apesar de não sermos o primeiro banco a nível de montante, ocupamos a segunda posição do ranking, com sensivelmente 150 milhões de euros de crédito aprovado no âmbito desta Linha, avança Carlos Álvares, diretor geral de negócios. “Acreditamos que os momentos de crise também podem constituir momentos para oportunidade de crescimento, até porque continuam a existir boas empresas a operar em Portugal, em particular, as exportadoras que apresentam bons indicadores”, 12
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Soluções à medida das empresas O Banco Popular sempre procurou segmentar as soluções disponibilizadas para as microempresas e PME. “Para as microempresas apostamos numa lógica transacional e de apoio à tesouraria, enquanto para as PME aliamos às vertentes transacionais e de tesouraria as soluções de apoio ao investimento. A inovação reside, no facto, de criarmos soluções específicas para as necessidades das empresas de cada sector”, ressalva Carlos Álvares. Apesar da complicada situação económica do país, existem empresas de sucesso e com bons indicadores de crescimento. De acordo com Carlos Álvares, estas “empresas precisam de antecipar cobranças e de financiar stocks, e no caso das empresas exportadoras, financiamento para o processo de exportação e de internacionalização e agilização de recebimentos dos seus clientes”. Porém, ultimamente, têm surgido acusações de estrangulamento do sector empresarial por parte da banca. Carlos Álvares é peremptório ao afirmar: “Um banco, à semelhança de outras empresas, necessita de matéria-prima para transformar e, neste momento, há escassez da mesma, pois os depósitos dos clientes não têm crescido nos últimos anos à velocidade do crédito. Como tal é impossível que o crédito total cresça. Aliás, no âmbito da regulamentação em vigor, temos rácios a cumprir, nomeadamente entre depósitos e créditos. No entanto, continuamos a realizar financiamentos diariamente. Contudo, estes são de pequena dimensão e vocacionados para as PME”.
Investir além-fronteiras Quanto à exportação e internacionalização, o Banco Popular apresenta um conjunto de soluções de financiamento e gestão de tesouraria internacional que garantem o melhor apoio operacional às empresas importadoras e exportadoras com atividade no exterior. A nível ibérico, o Banco Popular apresenta vantagens em relação a outras instituições bancárias, devido à sua relação com o Grupo Banco Popular Espanhol, que se assume como o terceiro banco comercial no país vizinho. “Procuramos disponibilizar soluções que agilizem e facilitem a vida das empresas, não só numa lógica de transferência de fundos de um país para o outro, mas também de operações que facilitem a relação com clientes e fornecedores dos nossos clientes”, acrescenta. Encarando o futuro com cautela, mas com otimismo, o Banco Popular pretende crescer em depósitos e em crédito, continuando a gerar confiança junto dos clientes. “O Banco Popular é um caso de sucesso, quer no segmento de clientes individuais, quer no segmento das empresas”, conclui.
BES CONTINUA A APOIAR A ECONOMIA NACIONAL Com uma forte e longa presença no panorama financeiro português, o Banco Espírito Santo (BES) é a instituição bancária com maior peso no crédito às empresas.
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Luís Guimarães de Carvalho, diretor coordenador do BES, chama a atenção que “70 por cento do crédito concedido pelo BES é para as empresas e o restante aos particulares”. Claramente, um banco de empresas, o BES procura manter sempre uma postura de continuidade com os seus clientes, o que permite mesmo em períodos de maior dificuldade económica manter o apoio às empresas nacionais. A temática do financiamento da economia além de atual continua a ser uma preocupação constante do BES, a fim de encontrar as soluções mais adequadas à realidade de cada ciclo económico. Para tal, é fundamental compreender que a atual crise financeira internacional tem um profundo impacto em Portugal, resultado de antigos problemas estruturais. “Isto significa que não podíamos continuar a adiar um conjunto de reformas cruciais, a nível das finanças públicas, mas também a nível do tecido empresarial e da relação dos agentes económicos entre si. A nível das contas públicas, as reformas concentram-se no ajustamento do deficit orçamental e na redução do endividamento externo. Estas medidas refletem-se nas empresas, desde logo porque provoca uma contração da procura interna, devido à redução dos rendimentos e agravamento da carga fiscal. Isto resulta numa menor capacidade para libertar meios que permita ás empresas relançarem o tão necessário investimento para assegurar a competitividade e criar emprego”, considera o nosso entrevistado. Simultaneamente, as empresas portuguesas apresentam rácios de endividamento sobre capitais próprios muito superiores á média europeia, na ordem dos 120 por cento, situação que dificulta o acesso a mais crédito. Luís Guimarães de Carvalho chama, ainda, a atenção para a cultura de incumprimento dos prazos de pagamento entre as empresas: “Segundo um estudo da Intrum Justitia, as empresas portuguesas estão a pagar, em média, 41 dias depois do prazo contratado, o pior índice europeu. Isto gera hipertensão de tesouraria, pois o atraso sistemático de pagamentos atrofia o fluxo financeiro das empresas que conduz às insolvências e ao desemprego, num ciclo vicioso que parece não ter fim. Neste contexto, muitos empresários estão mais preocupados e concentrados com o pagamento dos salários no final do mês, ao invés da necessária focalização no desenvolvimento de novos produtos e serviços e captação de novos clientes. De que forma podemos inverter este ciclo vicioso de atrasos de pagamentos e insolvências? Com uma média diária de 17 insolvências, é preciso eleger o pagamento atempado como causa nacional. Mas não chega fazer uma acção de consciencialização, é importante disponibilizar instrumentos que ajudem à mudança de mentalidades”, acrescenta.
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Atento a esta realidade, o BES lançou, no final de 2009, o BES Express Bill. Trata-se de uma solução de gestão de pagamentos e recebimentos, que consiste numa ordem de pagamento eletrónica a prazo, que garante aos fornecedores o recebimento na data de vencimento e a possibilidade de antecipar os fundos. “No atual quadro de escassez de liquidez e risco de crédito, o BES continua a apoiar as empresas economicamente viáveis. O BES Express Bill ganha mais sentido se compreendermos que o problema não reside no prazo de pagamento, mas na incerteza do recebimento. Esta solução traz certezas às transacções comerciais, e isso é decisivo na actividade económica”, reitera o nosso interlocutor. “Temos aprovados mais de 1.800 milhões euros de linhas de crédito BES Express Bill, que permitem garantir e dar liquidez a mais de 8.000 milhões euros de pagamentos por ano.
Exportação e Internacionalização “Num universo de 350 mil empresas, apenas 18 mil empresas portuguesas são exportadoras. É crucial aumentar este número, mas tal exige que as empresas se diferenciem dos restantes players internacionais, tal como tem conseguido o sector do calçado por exemplo. Atento à importância do comércio internacional para as empresas portuguesas, o BES dispõe de uma equipa de especialistas em trade finance cuja missão é apresentar soluções financeiras que mitiguem os potenciais riscos do comércio internacional, apoiar as empresas na montagem e estruturação das atividades e no processo de internacionalização. O BES dispõe também de uma área internacional premium, única no país, que tem 16
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ajudado muitas empresas a por em prática os seus projectos de internacionalização, usufruindo de um serviço global que vai desde o aconselhamento, passando pela identificação de parceiros, até á apresentação de diferentes soluções de financiamento”, acrescenta.
BES em Crescimento Perante o quadro do Programa de Assistência Financeira a Portugal, está estabelecido que os principais grupos bancários deverão reduzir gradualmente o respetivo rácio crédito/depósitos para um nível de 120 por cento até 2014. Contudo, o BES fechou o exercício de 2011 com um rácio de 143, o que na opinião de Luís Guimarães de Carvalho se deve: “Ao excelente desempenho na captação de
recursos, um sinal positivo de confiança dos portugueses no BES e no sistema bancário. E também, à venda da sua carteira de créditos internacionais no valor de 2,8 biliões de euros, o que deu ao banco a possibilidade de manter o apoio à economia nacional. Aliás, o apoio às PME exportadoras cresceu 12 por cento e o crédito às empresas domésticas aumentou um por cento”, conclui.
O PRIMEIRO BANCO NO APOIO ÀS PME Atendendo às necessidades de desenvolvimento das empresas, o Santander Totta disponibiliza aos seus clientes a nova Linha de Crédito PME Crescimento. Quais são as principais finalidades desta nova linha de crédito e que vantagens lhe estão associadas? A Linha PME Crescimento estabelece condições para que as empresas possam aceder a crédito bancário em condições mais favoráveis às normalmente praticadas no mercado, apoiando financeiramente quer investimentos quer o reforço do fundo de maneio ou dos capitais permanentes. Ainda no universo das PME, o Santander Totta é um dos parceiros do IAPMEI no âmbito dos estatutos PME Líder e Excelência. Que motivos levaram o Santander Totta a tornar-se parceiro do IAPMEI? O Banco encara o Programa do IAPMEI, que atribui os estatutos PME Líder e PME Excelência, como uma contribuição positiva para incentivar as empresas a melhorar as suas performances e a transparência da situação económica e financeira, tendo em vista criar condições diferenciadoras a estas empresas para acederem ao crédito em condições mais favoráveis e a obterem junto do mercado, nomeadamente dos seus fornecedores e clientes, um reconhecimento que lhes permitam obter condições negociais mais vantajosas. O que significa ser uma PME Líder e/ou Excelência e quais são os reais benefícios obtidos pelas PME ao obterem esses estatutos? Em primeiro lugar significa que as empresas galardoadas apresentam rácios económicos e financeiros equilibrados, e que desenvolvem estratégias de crescimento da sua actividade. Por outro, são empresas que obtiveram notação de risco atribuídos pelos Bancos aderentes ao Programa, que valorizam o perfil de risco, o que lhes permite melhorar as suas condições de competitividade no mercado. Estes galardões representam assim um reconhecimento pelo sistema financeiro aderente quanto ao perfil de risco das empresas, o qual constitui um bom cartão-de-visita das empresas galardoadas perante o sistema financeiro e o mercado em geral. As PME Líder/Excelência têm assim melhores condições de acesso ao crédito, como é o caso das Linhas PME Investe e PME Crescimento, que aplica a estas empresas um spread mais favorável, como constitui uma melhor imagem perante clientes e fornecedores que as distingue das restantes empresas no mercado. 18
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Recentemente, o Santander Totta e AICEP celebraram um protocolo de colaboração para apoio às exportações e internacionalização das empresas portuguesas. Qual é o principal objectivo deste protocolo de colaboração? E de que forma se pretende concretizar o mesmo? O Protocolo celebrado com a AICEP tem por objectivo o desenvolvimento e concretização de iniciativas e de instrumentos que concorram para a crescente internacionalização das empresas portuguesas, em particular para o aumento das exportações de bens e serviços de origem portuguesa, para o fomento do investimento empresarial e para o reforço da competitividade e da imagem das empresas portuguesas nos mercados externos. No âmbito do Protocolo, o Banco disponibiliza um conjunto de instrumentos financeiros e produtos e serviços bancários, nomeadamente de negócio internacional, que o Banco disponibiliza em condições mais vantajosas, apreciando de forma prioritária os projectos de investimento de empresas acompanhadas pela AICEP ou com projectos investimento aprovados pela AICEP no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Gestor de Pagamentos e Cobranças (GPC) são produtos que permitem uma optimização da Gestão de Tesouraria das empresas, permitindo às empresas pouparem nos juros que pagam ao Banco por terem menores necessidades de Tesouraria. O Santander Totta integra-se num dos maiores e mais sólidos grupos financeiros mundiais, tem uma presença Internacional significativa e diversificada, o que o destaca da sua concorrência. Vemos o futuro com optimismo, achamos que as melhores empresas vão resistir à crise tornando-se mais fortes e ajudando o tecido empresarial a tornar-se mais eficiente e competitivo. O Santander Totta está disponível para ajudar estas empresas no seu percurso que, neste momento, é mais complicado do que habitualmente. Esta disponibilidade para apoiar as empresas é evidente quando aparecemos não só como o Banco mais sólido, mas também como o Banco que está em primeiro lugar no apoio às PME Portuguesas na nova Linha de Crédito: PME Crescimento, onde temos uma quota de cerca de 26%. Luís Santos, diretor de Produtos e Serviços – Empresas em entrevista.
Na sua perspetiva, atendendo à atual conjuntura, qual a importância de criar soluções de financiamento e crédito específicas para as empresas? O Santander Totta está muito atento à evolução da actual conjuntura e, sempre que necessário, ajusta os seus produtos às necessidades das empresas suas clientes. A excelente carteira de clientes que possuímos tem-nos permitido continuar a conceder crédito às empresas nossas clientes de bom risco, apoiando assim o necessário estimulo para que estas se mantenham no mercado e ajudem a contribuir para a recuperação da nossa economia. A oferta do Santander Totta não tem sido condicionada, mas sim ajustada ao actual contexto económico, no sentido de disponibilizarmos a cada momento o produto mais adequado aos nossos empresários. Produtos como Factoring, Confirming, Pagamentos a Fornecedores, Pagamento de Ordenados, Produtos de Cobranças, a Super Conta Negócios e o próprio Maio 2012
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MUDANÇA DE PARADIGMA Chegados a esta fase da história importa que se reconheça que o Estado, por si só, não pode ter a pretensão de chegar a tudo e a todos, sob o risco de muitos deixar de fora. Deverá, antes, construir pontes de confiança e parceria com aqueles que ao longo dos tempos têm vindo a assumir uma importância incontestável no combate à exclusão social. Importa que neste sentido se trabalhe, promovendo a mudança de paradigma da resposta social em Portugal. É esse o sinal de arranque que pretendemos lançar com o recente acordo feito com as instituições sociais. O Estado não pode abdicar das suas responsabilidades – até porque muitas delas são indelegáveis – mas deve estabelecer um complemento à sua resposta com as instituições sociais que se encontram no terreno de Norte a Sul do país. As instituições sociais, pela sua natureza, conseguem prestar um apoio de qualidade inquestionável e em permanente readaptação às novas exigências e necessidades sociais, sendo, nesse sentido, mais flexíveis que o Estado para fornecerem uma resposta mais adequada.Uma resposta que tem um objectivo claro de auxílio aos outros mas que não se esgota aí. As instituições sociais são particularmente importantes na dinamização da economia. São elas que muitas vezes, sobretudo em zonas desprotegidas, são o agente económico de excelência, dinamizando economias locais, sendo fonte de emprego e contrariando até a tendência da balança comercial, ao não importarem e antes consumirem muito dos produtos da região onde estão inseridas. Constituem um sector que hoje emprega cerca de 250 mil pessoas e que não se deslocaliza e com facilidade dá emprego a pessoas mais idosas, sendo muitas vezes dos poucos agentes integrantes de pessoas com deficiência. O terceiro sector é responsável hoje por cerca de 5,5 % do PIB mas pode e consegue, mesmo em contraciclo, ser factor de crescimento e de aumento de oferta. Esta é pois uma rede cujo potencial não pode continuar a ser descurado e com quem o Estado deve construir e promover interacções com os restantes sectores desenvolvendo uma sociedade mais humanitária, solidária e sustentável. 20
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Hoje já reconhecemos que uma sociedade com uma componente solidária intergeracional é mais harmoniosa, mais justa. E que por esta via se consegue uma maior coesão social, tão importante nos dias que correm para vencer os obstáculos a que nos propomos. Uma união que é atingida de forma natural. Há portanto que mudar o presente para ganhar o futuro e nesse sentido Portugal terá que contar com a participação e articulação de todos para o fazer: o Estado com as instituições sociais, estas e o Estado com o mundo empresarial, os jovens com os mais idosos e estes, ativos até mais tarde, com o mundo empresarial e com as instituições sociais, continuando a construir o país. Apostar na economia Social, numa Economia Solidária é apostar no futuro em Portugal! Pedro Mota Soares Ministro da Solidariedade e da Segurança Social
INTERNACIONALIZAÇÃO UMA PERSPETIVA PARA O FUTURO
A MCMF Advogados é um Gabinete liderado por Maria Cidália Mesquita Figueiredo que concentra a sua atividade no acompanhamento das empresas no seu processo de internacionalização. A sua equipa é constituída por profissionais com uma formação multidisciplinar centrada nas ciências jurídicas, gestão, economia, marketing e psicologias das organizações. Privilegiam a advocacia de negócios, o direito comercial, societário e laboral, principalmente no sector da construção civil e obras públicas, Turismo, sector bancário, exportação e grande distribuição, gestão e recuperação de créditos. Maria Cidália Mesquita Figueiredo afirma ter uma equipa de excelência e multidisciplinar, que ao longo da sua carreira percebeu que tinha de ir além das meras questões do direito” as condições favoráveis das economias emergentes e a conjuntura socioeconómica
mundial ditaram mudanças de mentalidades e a necessidade de internacionalizar as empresas”. A advogada afirma ter sentido esta tendência há mais de dez anos, numa primeira fase acompanhou a tendência da deslocalização das empresas para os países europeus onde os custos de produção eram mais baixos. Mais recentemente tem privilegiado o espaço económico da CPLP, “uma janela de oportunidades para os empresários portugueses”. Maria Cidália Mesquita Figueiredo reconhece que a estrutura social e económica dos Países de Língua Oficial Portuguesa abarcam um conjunto de vantagens para os que desejam expandir os seus negócios: “tenho uma ligação muito grande a África.” Atrai-me particularmente a sedução natural destes países” com os quais temos uma ligação fraterna, falamos a mesma língua e temos culturas que se cruzam e valorizam reciprocamente. A nossa interlocutora confirma que, o que distingue o seu trabalho é o acompanhamento personalizado e sem horário que oferece aos seus clientes com quem estabelece um compromisso de resultados desde o início do processo até à sua conclusão: “Nós somos verdadeiros parceiros estratégicos dos empresários e empreendedores que nos procuram na fase de internacionalização da sua actividade comercial e na estruturação dos seus projectos de investimento. Acrescenta ainda, que é imprescindível conhecer e
estudar os contextos que levam cada empresário a escolher outros destinos para a expansão dos seus negócios, de modo a conceber para cada caso o modelo mais adequado, contornando sempre, com base na sua experiência, os obstáculos naturais de implementação de cada processo que acompanha.
Minimizar os riscos: A advogada salienta a importância do seu papel enquanto consultora das empresas, na gestão do risco, tomadas de decisão e formação de equipas, de acordo com as áreas de negócios a eleger e região geográfica de implementação dos respectivos projectos.
Parcerias com os países CPLP: A MCMF Advogados tem ainda parcerias com escritórios sediados nos países de Língua Oficial Portuguesa, o que garante um acompanhamento contínuo de todo o processo: “Há uma grande economia de meios e de tempo, o que aumenta, pela sua eficácia, as hipóteses de sucesso”.
Formação Contínua: Cidália Figueiredo reconhece a importância da formação contínua das pessoas que com ela trabalham, designadamente o estudo dos diferentes regimes jurídicos, bem como do contexto económico, político e social de cada um dos países da CPLP. cidaliafigueiredo-16860l@adv.oa.pt Maio 2012
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INTERNACIONALIZAÇÃO DO DIREITO PELAS MÃOS DE ANTÓNIO VILAR, LUIS CAMEIRÃO & ASSOCIADOS Internacionalização do Direito Oito anos após a abertura do escritório, em 1986, António Vilar iniciou o processo de internacionalização do gabinete através de conferências em França, Alemanha, Brasil entre outros países. “Aqui falamos cinco línguas: português, espanhol, alemão, italiano e francês, o que é uma vantagem para o gabinete que acolhe clientes que os outros escritórios estão impossibilitados de receber”. A biblioteca impressiona pela sua dimensão e variedade, irradiando literacia e conhecimento técnico, sendo ainda reflexo dos múltiplos países onde esteve António Vilar e com quem o Gabinete mantém estreitas relações.
Foi no escritório de advogados situado no centro da cidade invicta que António Vilar e Luís Cameirão nos receberam para uma conversa informal acerca da internacionalização da advocacia e do direito e do vasto reconhecimento que o gabinete tem além fronteiras. O escritório nasceu em 1978 com apenas nove metros quadrados e, fruto da sua notória modernização e expansão, atualmente contam com dois mil metros quadrados distribuídos por três pisos onde se desdobram em 14 departamentos.
Em 2004 foi desenvolvida e criada pelo Gabinete uma rede de advogados, denominada Euro-Atlantic Lawyers, instrumento que corporiza a vertente internacional do Gabinete e a visão sem fronteiras da prática da advocacia. Segundo Luís Cameirão, trata-se de uma plataforma global, atualmente com 250 membros, que se vai desenvolvendo ao longo do tempo e que expressa a existência de uma rede de contactos de confiança que garantam um serviço de excelência aos clientes e um total acompanhamento em todos os locais onde estes tenham negócios. Atualmente o gabinete António Vilar, Luis Cameirão & Associados está presente em toda a Europa, Estados Unidos da América, países da América Latina e Africanos e, proximamente, Marrocos, Argélia e Macau. “Macau ajuda-nos a fazer a ponte para a China pela língua e pela legislação que é idêntica à nossa”, afirma António Vilar. Luís Cameirão confirma e acrescenta: “Nos negócios é muito importante que o país em que se pretende investir não disponha de normas completamente diferentes daquilo a que se está habituado no país de origem”. Para integrar e desenvolver esta plataforma de comprovado renome nacional e internacional é necessário estar dotado de uma estrutura de meios físicos e humanos capazes de responder às necessidades dos seus clientes; ser um profissional com experiencia consolidada; obedecer a um posicionamento sólido em termos políticos, sociais e ser uma referência profissional no local onde exerce atividade. A isto, acresce ainda a necessidade de dispor de tecnologias de trabalho avançadas que permitam por exemplo, a vídeo e teleconferência, a transmissão de dados, que facilitem a comunicação em tempo real entre diferentes países.
Estágios e progressão da carreira de advocacia António Vilar e Luís Cameirão destacam a necessidade de por os estagiários de direito em contacto com a realidade da advocacia. “ 22
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Nós somos muito exigentes a escolher os estagiários, e exigentes na formação ministrada. Avaliamos as apetências e os gostos particulares de cada um, potenciando e adaptando em conformidade com o que são as necessidades da advocacia moderna”, afirma Luís Cameirão. Acrescenta ainda que é requisito obrigatório dos recém licenciados candidatos ao estágio, terem terminado a licenciatura com média igual ou superior a 14 valores. Para o exercício da função de advogado, abordamos a questão do exame obrigatório após terminar a licenciatura, proposto pelo Bastonário da Ordem dos Advogados. Luís Cameirão esclarece: “Eu sou um liberal nesse aspeto, o mercado encarrega-se de selecionar e filtrar as pessoas (...) sou à partida bastante avesso a que se criem restrições administrativas no acesso à profissão”. Continua atestando que “medidas que procurem impedir a pessoa de aceder à profissão parecem-me mal, embora a prática de exames justos e honestos me pareça conveniente como forma de aferição de conhecimentos”. António Vilar demonstra estar de acordo com o seu colega e amigo Cameirão ao afirmar que “como professor universitário sei que os alunos, após de Bolonha, terminam a licenciatura sem saber nada (...) Estou totalmente de acordo com o Dr. Marinho Pinto no rigor do acesso à profissão”.
Pro Bono No âmbito da responsabilidade social, o gabinete desenvolve a atividade Pro Bono, através da qual disponibiliza, aos que comprovadamente, não possuam recursos suficientes para recorrer a um advogado, serviços gratuitos. Na mesma linha de atuação, o gabinete presta apoio jurídico a muitas instituições de solidariedade social sem qualquer custo.
Atualidade em debate No que concerne à atual conflitualidade com a nomeação dos juízes para o Tribunal Constitucional, os dois advogados têm uma posição uniforme. “As questões relacionadas com o Tribunal Constitucional são sempre de algum melindre”, atenta Luís Cameirão. António Vilar interrompe e comenta: “Estas conflitualidades não aconteceriam se as funções do Tribunal Constitucional pertencessem a uma secção do Supremo Tribunal de Justiça onde se acederia pela via normal da progressão da carreira da magistratura (...) isso retirava-lhe alguma carga política e promovia uma situação mais consensual e menos politizante como tem sido até aqui”.
Conferências; Eventos & Projetos Futuros As conferências e eventos, são já uma marca distintiva do Escritório, fazendo parte da política de divulgação e expansão do Gabinete desde a sua criação. Nessa linha, no próximo Outono será realizada
uma “Conferência sobre Macau enquanto plataforma de negócios para a China”; uma conferência sobre direito de trabalho, incorporando o estudo das recentes alterações bem como várias ações de formação in site, direccionadas para as empresas sobre as áreas da reforma laboral e da segurança social. No âmbito da actividade editorial, será reeditado um guia sobre direito laboral também ele destinado às empresas, cuja edição anterior teve enorme impacto e sucesso junto dos profissionais de recursos humanos e gestores, bem como um guia de negócios em Moçambique. Conscientes de que a inovação e acompanhamento tecnológico é indispensável a um bom serviço ao cliente, o Gabinete acaba de introduzir um novo sistema e software informático que permite aos seus maiores clientes aceder e consultar o estado dos seus processos através de uma plataforma web dedicada.
PORTO Rua De Ceuta, 118, 2º 4050-190 Porto Tel: 22 339 47 10 | Fax: 22 339 47 29
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ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCOLAS PROFISSIONAIS AGRÍCOLAS As Escolas Profissionais Agrícolas e de Desenvolvimento Rural (EPA’s) são hoje um instrumento fundamental nas estratégias de desenvolvimento a nível local e regional. Os processos em curso de reorganização da Sociedade Portuguesa e da sua economia, que têm hoje um significado muito maior, pelas circunstâncias que todos conhecemos, levam a considerar essenciais os setores primários e secundário no desenvolvimento económico do país. Neste contexto e se considerarmos a importância de uma estratégia de desenvolvimento sustentado do território, que passe por reduzir assimetrias regionais, valorizando os territórios rurais, as EPA’s têm um papel determinante nessa estratégia. Acresce o facto de que estamos, em presença de instituições, na sua esmagadora maioria pública, com uma larga experiencia de ensino e formação agrícola (algumas delas muito para além do lançamento do ensino profissional em 1989) e com estruturas físicas e humanas capazes de responder eficazmente aos desafios que lhes são colocados no âmbito do ensino e formação profissional. As EPA’s foram capazes de acompanhar a evolução do Sistema de Ensino e os impactos da sua inclusão no domínio Público, sem que tivessem perdido os seus princípios de organização e funcionamento. Com explorações agrícolas e centros tecnológicos (agroalimentares, hípicos, etc.) bem equipados, com equipas docentes e de técnicos qualificados nas diferentes áreas curriculares, estas escolas são hoje um elemento estruturante do desenvolvimento sustentável das regiões onde se inserem. Quer pela inovação, quer pelo desenvolvimento das actividades práticas capazes de serem mobilizadoras das diversas actividades da economia local, quer ainda pela capacidade de congregar interesses sectoriais através de projetos e parcerias, as EPA’s assumem-se cada vez mais como Centros de Desenvolvimento Rural. No entanto, não está nas mãos das EPA’s a capacidade de alterar as políticas públicas no âmbito da Educação e da Formação Profissional, pelo que é fundamental uma maior interligação entre as escolas e os Ministérios quer direta ou indiretamente as tutelam. Importa, pois, potenciar toda esta capacidade instalada criando as condições adequadas, no âmbito da gestão da rede de oferta de Ensino Profissional, no fortalecimento do papel das escolas na formação de ativos, na organização dos perfis profissionais e de formação e finalmente, assumir-se institucionalmente uma rede de Escolas Profissionais Agrícolas a nível Nacional, no contexto do Ensino e Formação Profissional. O Presidente da Direção - Luís Manuel de Matos Barradas
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UM CAMINHO TRAÇADO EM DOZE ANOS A Escola Secundária Infante D. Henrique e o Agrupamento de Escolas Gomes Teixeira uniram-se num novo Agrupamento, onde os alunos têm a possibilidade de fazer um percurso desde o pré-escolar até ao 12º ano, dispondo de todas as vias de ensino que podem querer seguir.
A nova lei de bases que foi publicada, ainda no mandato do anterior Governo, preconizava que a escolaridade obrigatória passava para as 12 matrículas. A partir daí, as escolas deveriam oferecer aos seus alunos todo o percurso escolar, começando no pré-escolar e acabando no 12º ano de escolaridade. Para Manuela Pinto, diretora da Escola Secundária Infante D. Henrique, este foi o passo crucial para a implementação dos agrupamentos e para a fusão das duas escolas.
Empregabilidade Efetiva O Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique (AEIDH) revelou-se vantajoso ao nível do ensino profissional, ao decidir apostar em áreas de empregabilidade efetiva, a nível da indústria, neste momento. Exemplo destes casos são os cursos profissionais de Técnico de Mecatrónica, Instalações Elétricas, Eletrónica, Automação e Comando, entre outros. Também na indústria alimentar houve um investimento, com cursos que geram bastantes postos de emprego. A EDP, por exemplo, recruta estudantes destas áreas tais como, Técnico Profissional de Processamento e Controlo da Qualidade Alimentar e a Ibersol das áreas de mecânica, eletrónica e eletricidade. A última tem mesmo estabelecido um protocolo com o Agrupamento para acolher alunos em Formação em Contexto de Trabalho. A alguns desses alunos foi oferecido trabalho nesta empresa. “A aposta nestas áreas prende-se também com as raízes da escola. As nossas instalações são próprias para o desenvolvimento destes cursos: temos as oficinas e laboratórios equipados e professores que vêm da área da indústria e da área alimentar, que
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sabem por isso preparar os alunos para o futuro”, conta Manuela Pinto. Por fim, os cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA) revelam-se uma oportunidade para aquelas pessoas que estão a trabalhar e pretendem atingir um grau de formação académica superior. Isto implica, refere a diretora, “que o processo de ensino nos cursos EFA seja diferente do que se passa no ensino diurno. Trata-se de pessoas que fazem um grande esforço para cá estar, mas cada vez mais o paradigma é ‘aprendizagem ao longo da vida’”. Educação para a cidadania A fusão das duas Escolas trouxe com ela uma tarefa de união das duas comunidades educativas, que tinham objetivos e posturas diferentes. “Temos de pegar nessas duas visões e transforma-las numa só, porque interessa-nos ver o aluno num circuito integrado. A melhor maneira de acompanhar um jovem é apontar-lhe um caminho no início e conseguir acompanhá-lo ao longo desse caminho”, afirma Manuela Pinto.
A educação para a cidadania que a Escola fornece é feita, não só ao nível curricular, mas “através da vivência do dia-a-dia na escola”, conforme refere a diretora do Agrupamento. O AEIDH integra recentemente uma rede de “Escolas de escolas públicas de referência com ensino profissional”, após ter traçado um protocolo com a Universidade Católica. Esta rede visa o contacto com grandes empresas nacionais, que permitirão alcançar um nível mais elevado na qualidade de ensino. “As pessoas a partir deste momento vão distinguir-se pela qualidade e competência no trabalho que fazem, seja qual for o nível de estudos e habilitações que atingiram”, observa Manuela Pinto.
Atividades Extracurriculares
Preparar o Futuro
“Conhecer o Porto” é um dos “clubes” que estas duas Escolas têm desenvolvido com os alunos. Para além de dar a conhecer a cidade do Porto, o “clube” desenvolve competências de pesquisa, comunicação oral e escrita e a autonomia dos alunos. A este, juntam-se outros clubes como das artes plásticas, que no ano passado explorou o mural que o Mestre Júlio Resende pintou na cantina do edifício da Escola Gomes Teixeira, em 1952, e que intitulou “Brincadeiras de crianças”. À data da sua morte (2011), os alunos homenagearam o pintor, recriando personagens do fresco.
“Uma escola onde os espaços estejam cuidados, é uma escola onde os alunos cuidam dos espaços”, adianta a diretora; e, por agora, a missão será recuperar os espaços físicos da escola sede do novo Agrupamento. Manuela Pinto deixa ainda uma mensagem final, referindo-se a todos os alunos do AEIDH: “Enquanto cidadãos de um país e membros de uma sociedade, quero que saiam daqui com uma postura conscienciosa e uma vontade de contribuir ativamente para essa sociedade. As pessoas que estiveram com eles ao longo destes anos são pessoas que acreditam nas suas potencialidades, mas agora, em troca, pedem-lhes que coloquem essas potencialidades ao serviço do país que lhes deu a oportunidade de estudar durante doze anos”.
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ENSINAR, PROFISSIONALIZAR E DESENVOLVER Segundo Joaquim Pereira, diretor da EPAQL, em 1948, quando por testamento do Dr. Júlio Matos o Estado Português recebeu a Quinta da Lageosa, duas certezas ficaram instituídas: que ali se faria ensino agrícola e que nunca aqueles 320 hectares poderiam ser vendidos. CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO (CEF) TIPO II, NÌVEL II •Operador de Máquinas Agrícolas •Operador de Jardinagem •Tratador e Desbaste de Equinos CURSOS PROFISSIONAIS DE NÌVEL IV - 3 ANOS •Técnico de Recursos Florestais e Ambientais •Técnico de Produção Agrária •Técnico de Turismo Ambiental e Rural www.quintadalageosa.pt secretaria@ quintadalageosa.pt Quinta da Lageosa Apartado 32 tel: 275 910 200 fax: 275 910 209
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Passaram mais de seis décadas e hoje a EPAQL assume com os seus cerca de 120 alunos o compromisso diário de os tornar profissionais competentes, incutindolhes sempre as boas práticas da agricultura sustentável. Somos a única Escola Profissional da Beira Interior capaz de transmitir os conhecimentos e competências dos cursos profissionais na área da agricultura e afins. Somos a única Escola do país que nos últimos quatro anos mais que triplicou o número de alunos. Temos hoje mais de setenta alunos internos em duas residências, as quais funcionam todos os dias do ano com excepção do período de férias. Queremos continuar a melhorar as restantes estruturas patrimoniais e adquirir novo equipamento pedagógico
- mais adequado às exigências dos dias de hoje, para que os nossos alunos não sintam dificuldades de adaptação ao mercado de trabalho. O futuro da Escola passa necessariamente pela preservação do ambiente e pelo desenvolvimento sustentável da região. No próximo ano letivo a oferta formativa da Escola passa pelos cursos de nível IV de Técnico de Produção Agrária, Técnico de Recursos Florestais e Ambientais e Técnico de Turismo Rural e Ambiental. Inclui também um curso de Educação Formação de Tratador e Desbastador de Equinos. São cursos para os quais a Escola tem notáveis recursos físicos, como sejam 150 ha de terrenos com aptidão florestal e outro tanto de terrenos com aptidão agrícola. Dispõe ainda de um efetivo pecuário que engloba 32 cabeças de bovinos de aptidão leiteira, 300 cabeças de ovinos de aptidão de carne, seguindo-se ainda cavalos, suínos e aves de capoeira. No âmbito do Curso de Turismo Ambiental e Rural, dispõe de uma oficina que inclui uma residência rural, e um conjunto de atividades ao ar livre como passeios a cavalo, de bicicleta, provas de orientação, museu agrícola … abertas à comunidade. Todos quantos aqui trabalhamos e nos revemos na história desta Instituição, queremos continuar a dar à Beira Interior e ao país aquilo que foi o sonho do nosso benemérito
“UM ENSINO DE QUALIDADE E A PREPARAÇÃO DOS QUADROS AGRÍCOLAS QUE ESTA REGIÃO NECESSITA”.
ENSINAR À MARGEM DO DOURO O Ensino Profissional da Régua inicia-se nos anos 70 com a secção agrícola da, então denominada Escola Técnica da Régua. Contudo, foi na década de 90, com o advento do ensino profissional que se criou a Escola Profissional Agrícola do Rodo, onde se começaram a lecionar os cursos profissionais de Gestão Agrícola e Vinicultura. Luís Maduro chegou à Régua há cerca de vinte anos para trabalhar na Escola que, o víria, anos depois, a sagrar Diretor desta mesma Instituição pública.
A Expansão da Escola Após ter interrompido durante quatro anos a presença nesta unidade de ensino, em 2003 regressa para encetar um processo de expansão sem precedentes até aos dias que correm: “Levámos a cabo diversas transformações ao nível da exploração agrícola, mecanizámos os terrenos, reconstruímos a adega, demos início a uma estufa controlada por computadores, criámos uma marca própria de vinhos, fundámos um entreposto fiscal e demos uma nova dinâmica à escola”, conta o atual diretor, pelos objetivos alcançados ao longo do tempo. De 2007 para 2009, a Escola passou de 180 para 600 alunos. Em apenas dois anos, esta Instituição de Ensino sedeada na Quinta do Rodo passou de 8 turmas para 38, e de 40 professores para 130 e 740 30
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alunos. Segundo Luís Maduro, este período de expansão da escola teve o sucesso pretendido não só pela “qualidade do ensino prestado e dos seus serviços sociais bem como pelas estratégias utilizadas na divulgação da oferta formativa” como é o caso da Qualifica, realizada anualmente na Exponor: “Entendemos que era necessário mostrar a realidade profissional da escola, mostrar os alunos em atividade”. Há dois anos, a Escola Profissional do Rodo começou a levar alunos dos cursos mais emblemáticos para as feiras que, por conseguinte, melhor representassem a atividade da escola junto do público. Com isto, o diretor explica que as pessoas passaram a conviver de perto com o quotidiano formativo dos alunos na escola. Explica ainda que, o ano passado, entraram cerca de 300 novos alunos através desta e outras iniciativas. Com uma área de aproximadamente nove hectares, esta escola integra uma zona de exploração agrícola que comporta sectores como a fruticultura, viticultura, horticultura, enologia e um pequeno parque animal para fins exclusivamente pedagógicos. As instalações da Escola Profissional do Rodo foram consideradas como sendo as quartas melhores da Europa a nível arquitetónico e enquadramento paisagístico pela OCDE. Ao nível das infraestruturas, é ainda de referir o enorme pavilhão gimnodesportivo, o anfiteatro, uma estufa de 1000m2, uma adega e as duas residências de estudantes, uma feminina e outra masculina: “Temos cerca de 280 residentes, 128 dos quais em regime de permanência”, confere o nosso interlocutor.
“Quinta do Rodo” Uma Marca Registada “Quinta do Rodo” é a marca registada da Escola Profissional da Régua, que detém ainda um “Entreposto Fiscal”.
A Proliferação da Oferta Formativa Esta Escola, que nasceu com uma essência sobretudo agrícola, nos tempos decorrentes oferece uma enorme diversidade de cursos incluindo, no entanto, os ligados à viticultura e agricultura. “Seria ilógico se, com as condições atuais, ainda pensássemos em ser uma escola sobretudo agrícola”, esclarece Luís Maduro. Todos os anos a escola inova e acrescenta outros cursos à vasta oferta formativa que já a reconhece como uma das Escolas que mais cursos profissionais tem para oferecer aos alunos. “A escola não pode, de forma alguma, ser algo estático”, afirma o diretor, que revela que os cursos com mais saída são também os que têm maior taxa de empregabilidade: viticultura e enologia, termalismo, instalações elétricas, restaurante-bar e energias renováveis. Luís Maduro esclarece que a maioria das pessoas não prossegue os estudos no ensino superior: “Hoje em dia o ensino superior é uma incógnita”, confirma. Ao nível dos estágios, a Escola Profissional do Rodo oferece oportunidades em diversas entidades a nível nacional que permitem ao aluno ter contacto direto com o mercado de trabalho e com as funções que irá exercer quando terminar o seu plano de estudos exigido pelo curso que escolher. “Há muito boas empresas em Portugal e nós escolhemos as melhores”, garante o diretor da escola.
Vitalidade e Vigor A maior prova do dinamismo e da proatividade da Escola Profissional do Rodo é a imensidão de atividades que proporciona aos seus alunos ao longo de todo o ano letivo. Luís Maduro acredita que as atividades extra curriculares promovem o desempenho do aluno. Da mesma forma, sublinha a importância das visitas de estudo às empresas: “Nós trabalhamos para preparar os alunos para a vida”. Para o próximo ano letivo, a Escola vai continuar a inovar ao nível da oferta formativa quer no quer concerne aos cursos profissionais, tecnológicos, CET e EFA quer em relação às formações modulares certificadas em que o aluno aprende a profissão ao longo de 300 horas contínuas de aprendizagem. Maio 2012
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A FORMAR OS PROFISSIONAIS DO FUTURO UMA REFERÊNCIA NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE TURISMO DE PORTUGAL. O projeto da EFTA – Escola de Formação Profissional em Turismo de Aveiro começou a ganhar forma na mente de Manuel Torrão há mais de dez anos. “Olhando para o Centro do país verifiquei uma enorme lacuna na área do ensino especializado em turismo e hotelaria, pois as mais próximas eram as Escolas de Hotelaria e Turismo de Coimbra e Santa Maria da Feira. Pareceu-me, por isso, interessante criar uma instituição de ensino profissional de turismo na região, que tem um enorme potencial turístico, e contribuir para a formação de técnicos qualificados para operar no sector”, recorda. A fim de cumprir esta meta, a EFTA tem vindo a criar as melhores condições de ensino para os alunos. Aliás, Manuel Torrão é um acérrimo defensor que a escola deve estar dotada com instalações e equipamentos adequados e dimensionados para o ensino dos cursos profissionais de Turismo, Receção e Restauração nas vertentes de Cozinha-Pastelaria e Restaurante-Bar. “É isso que distingue uma escola profissional das restantes”, sublinha Manuel Torrão. No entanto, um ensino profissional de excelência não depende apenas da qualidade dos equipamentos e das instalações, mas também do permanente contacto com a realidade do mundo de trabalho tentando ir de encontro às necessidades do setor em termos de recursos. Assim, além da vertente prática e das formações em contexto de trabalho, os alunos da EFTA, ao longo do ano letivo, organizam por exemplo coffee-breaks e brunchs em diferentes eventos, o que lhes permite contactar mais diretamente com a realidade do sector profissional. Em simultâneo, a participação em concursos nacionais e internacionais contribui para o enriquecimento de conhecimentos práticos dos alunos. “Recentemente, três alunos participaram no Flavours&Cinema’12 e, no final de Abril marcaram presença no Azorean Pineapple Challange. Também, pelo segundo ano consecutivo, os nossos alunos competiram no concurso internacional da Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo, realizado em Haia, e a nível nacional tivemos alunos de Restaurante-Bar e Cozinha-Pastelaria a representar a escola no Campeonato das Profissões “Skills Portugal”. Todos estes eventos serviram para selecionar o aluno que vai representar a EFTA no próximo concurso internacional a realizar-se na Macedónia, em Outubro”, avança Manuel Torrão. 32
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CURSO PROFISSIONAL
TÉCNICO DE TURISMO
CURSO PROFISSIONAL
TÉCNICO DE RECEÇÃO
Um outro vetor da formação prática que merece toda a atenção na EFTA é a realização dos estágios, sempre com duração de dois meses. “São preparados com muita antecedência para que os nossos alunos estagiem nas melhores unidades hoteleiras e de restauração do nosso país. Aliás, temos sempre conseguido colocar os nossos alunos nas melhores unidades turísticas da Madeira e, também, no continente. Além da qualidade dos locais de estágio, preocupamo-nos em acompanhar o desenvolvimento dos alunos ao longo desses dois meses”, reitera o nosso entrevistado. Assente numa política de rigor e proximidade, a EFTA está confiante no futuro dos seus alunos.
CURSO PROFISSIONAL
CURSO PROFISSIONAL
TÉCNICO DE RESTAURAÇÃO
TÉCNICO DE TURISMO
COZINHA-PASTELARIA
RESTAURANTE-BAR
Novo Pólo em Miranda do Douro, já com inscrições abertas para os Cursos de Restauração - Cozinha / Pastelaria e Técnico de Turismo.
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“APRENDER-FAZENDO” Esta foi, desde o início, em 1989, a filosofia base da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses (EPAMAC), a primeira escola agrícola do norte do país. À altura, conta João Miguel Gonçalves, subdiretor da escola, “as forças vivas locais viramse na necessidade de criar uma infraestrutura para formar técnicos de nível intermédio, nas áreas agropecuária e agroturística, elevando
assim o nível de formação da mão-de-obra local”. Hoje é com orgulho que revela que “grande parte dos técnicos das grandes empresas agrícolas da região foram alunos desta escola”, sendo que muitos até são responsáveis pelas medalhas nacionais dos vinhos da região. Nos 100 hectares da EPAMAC, que o subdiretor considera uma “espécie de laboratório ao ar livre com todas as valências típicas de entre Douro e Minho”, os alunos dispõem de uma vacaria – que produz diariamente cerca de 1000 litros de leite - um apiário, uma truticultura, estufas dedicadas à horticultura e floricultura, uma vinha e também uma residência onde cerca de 40% dos 200 alunos fica em regime de internato. Um dos pilares do projeto educativo da EPAMAC revela João Miguel Gonçalves, passa pela organização de atividades de envolvimento com a comunidade: “São centenas as pessoas da região que todos os anos se deslocam às vindimas, largadas de caça, provas de queijo e vinhos, encontros gastronómicos e encontros equestres, gincana de tratores, trial, prova BTT”.
Atividades ligadas ao mundo rural que a escola desde sempre procurou manter e desenvolver adaptando-as às necessidades locais. A prová-lo está a criação do curso profissional de Gestão Equina: “Cada vez mais, a presença do mundo equino aqui no norte é uma realidade. Do rio Douro para cima não existia este curso, por isso decidimos investir”, declara o subdiretor. Os resultados estão a ser tão bons que a EPAMAC está a construir as próprias infraestruturas com vista a terem futuramente um centro hípico, “possivelmente um centro hípico concelhio”, conclui. Mostrar aos jovens as potencialidades da atividade agrícola e do mundo rural é por isso a missão assumida pela EPAMAC e que João Miguel Gonçalves diz ser uma aposta ganha em “cada jovem que conseguiu, por via de um curso vocacionado para a formação para a profissão, alcançar uma evolução pessoal e profissional. Temos de fazer algo diferente e o que é diferente é formar os alunos para que tenham uma profissão”, remata. 34
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Produテァテ」o editorial da responsabilidade da EPAMAC
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APOSTA NA DIFERENCIAÇÃO Em 1989 foi fundada a Escola Profissional de Agricultura de Vagos, com estatuto de natureza pública, por contrato-programa celebrado entre o Ministério da Educação e Câmara Municipal de Vagos, a Cooperativa Agrícola de Vagos e Escola Secundária de Vagos.
Mas no ano 2000, a Escola Profissional de Agricultura de Vagos passou a pública e a denominar-se Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos (EPADRV). O ano foi igualmente marcante, pois foi nesta época que a escola se mudou para as atuais instalações, na Gafanha da Boa-Hora. Desde esse momento, a EPADRV tem vindo a concentrar esforços na diversificação da oferta formativa e criação de novas valências essenciais para a melhoria da oferta formativa. “Construímos a vacaria, atualmente com um efetivo composto por 35 vacas na maioria da raça Holstein Frísia, onde temos vindo a realizar um apuramento genético, o que nos permite hoje me dia ser das melhores escolas na área da bovinicultura. Criamos, também, o Polo de Formação Equestre, onde é organizado anualmente o Concurso Regional de Saltos e está aberto à comunidade local com aulas de equitação e sessões de hipoterapia”, indica Fernando Santos, diretor. Ao longo dos anos, têm sido introduzidas melhorias na área da hortofloricultura, com a criação de parcelas de cultivo ao ar-livre e de uma estufa. 36
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Quanto à oferta formativa, a EPADRV tem investido na sua diversificação. Inicialmente, a escola estava focalizada nas áreas de produção agrária e gestão de empresas. “Há cerca de três anos aumentamos a oferta formativa com a inclusão de novos cursos profissionais: Restauração, Turismo Ambiental e Rural, Técnico de Manutenção Industrial e Energias Renováveis. Adicionalmente, criamos CEF, EFA e, por último, cursos de Especialização Tecnológica em parceria com a Universidade de Aveiro e, mais recentemente, com o ISLA a pós-graduação em Gestão de Associações e Instituições da Economia Social”, enumera o diretor. Curiosamente, neste momento, o curso mais procurado é o Técnico de Restauração. “Abrimos, todos os anos, duas turmas: uma de cozinha-pastelaria e outra de restaurante-bar. Os cursos de produção agrária têm menor procura. Para combater esse fenómeno, estabelecemos há uns anos um protocolo de intercâmbio com São Tomé e Príncipe”, afirma Fernando Santos. Aliado à diversificação da oferta formativa, uma das preocupações prementes da EPADRV é a realização
de estágios internacionais. No final deste ano letivo, dois alunos do curso de Produção Agrária irão viajar rumo à Holanda e do curso de Restauração cerca de 40 alunos irão partir para diferentes destinos internacionais, desde Palma de Maiorca a Nice, para realizarem os seus estágios. “Presentemente, a EPADRV apresenta uma taxa de empregabilidade próxima dos 80 por cento. Isto é conseguido porque pro-curamos não saturar o mercado e diferenciar os destinos de estágio. Aliás, é comum os nossos alunos conseguirem emprego nos países onde realizam o estágio”, comenta Fernando Santos. A fim de manter a qualidade de ensino e a taxa de empregabilidade, um dos objetivos futuros da EPADRV é abrir anualmente os cursos de restauração, produção agrária e manutenção industrial.
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ENSINO DE QUALIDADE NUMA INSTITUIÇÃO DE REFERÊNCIA
Mantendo-se fiel ao seu lema “Uma Escola de Todos para Todos”, a Escola Secundária Rocha Peixoto disponibiliza, hoje em dia, uma oferta formativa alargada para jovens que abrange os cursos Cientifico-Humanísticos em 3 das suas 4 áreas (Científico-Tecnológicos, Económico-Sociais e Línguas e Humanidades) e os cursos Profissionais com oferta em 13 áreas distintas, passando por áreas tradicionais como a Contabilidade, a Eletrotecnia, a Informática e a Mecânica e entrando por áreas novas em que se destacam o Design Gráfico, a Gestão de Ambiente e a Receção (Turismo). Albertino Cadilhe, diretor, acrescenta que: “A escola complementa a oferta formativa diurna com cursos EFA em regime pós-laboral, Ensino Recorrente Noturno e um Centro Novas Oportunidades, sendo a única instituição educativa do Concelho que oferece ensino noturno”. É de referir ainda que o Centro de Formação de Associação de Escolas de Póvoa de Varzim e Vila do Conde está sediado nas instalações da Escola. Albertino Cadilhe reconhece que o ensino de qualidade atinge-se aliando diversidade formativa com instalações e equipamentos adequados a cada curso. “Presentemente, somos a única escola, na área da Mecânica, com uma máquina CNC de cinco eixos, além de possuirmos instalações novas dedicadas às áreas da Mecânica, Eletricidade, Desporto, 38
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Informática, Expressões e laboratórios modernos de apoio às disciplinas científicas de Biologia, Geologia, Física e Química. As restantes salas encontram-se igualmente bem equipadas, com mobiliário moderno, todas dotadas de projetores de vídeo e a maioria com quadros interativos”, revela o diretor. Além das condições criadas no interior das salas de aulas, a Escola Secundária de Rocha Peixoto distingue-se pela piscina coberta, totalmente construída com receitas próprias da Escola, ainda antes das obras de remodelação promovidas pela Parque Escolar. “Consideramos importante oferecer esta valência aos alunos, traduzida este ano em 8 campeões regionais de natação no âmbito do Desporto Escolar. Esta obra constitui ainda uma fonte de receita crucial, isto porque abrimos a piscina no período pós-letivo à comunidade local e com essas receitas conseguimos sustentar, de forma autónoma, a piscina, além de patrocinarmos outros projetos da escola. Por exemplo, com essas receitas conseguimos investir na construção de um campo de futebol de relva sintética e dotar o auditório de equipamento de som, luz e multimédia. Curiosamente, também estes 2 equipamentos podem ser alugados no horário pósletivo, servindo a comunidade educativa. Desta forma conseguimos sustentar as nossas iniciativas, tendo em vista a melhoria de condições para alunos, professores, funcionários e comunidade. Neste momento, estamos a instalar fibra ótica na escola para melhorar o acesso à Internet e aplicações nela residentes ou dela dependentes”, reitera Albertino Cadilhe.
Desta forma, a Escola Secundária de Rocha Peixoto pretende promover o sucesso académico dos seus alunos, tanto na formação geral como profissional. “Aliás, na vertente profissional os nossos alunos têm obtido excelentes resultados permitindo-lhes, em muitos casos, aceder ao ensino superior. Acredito que temos vindo a construir uma imagem diferente do ensino profissional em Portugal”, reforça. Nos cursos cientifico-humanísticos, graças a um esforço de coordenação que tem sido desenvolvido em todas as áreas disciplinares, os resultados são muito satisfatórios
Uma escola solidária “Rigor, disciplina e solidariedade são princípios que estão sempre presentes no nosso dia-a-dia e que procuramos incutir permanentemente aos nossos alunos. Por exemplo, ainda no passado dia 18 de
Maio, Dia da Escola, realizamos uma Caminhada Solidária, a fim de angariar fundos para o Instituto Maria Paz Varzim. Outras iniciativas foram já concretizadas no passado, sendo esta, uma forma de dar corpo ao princípio da Solidariedade plasmado no nosso Projeto Educativo”. Nesta área muitas outras atividades e iniciativas são desenvolvidas, sustentando a convicção de que, se dos princípios em que se apoia o nosso Projeto Educativo forem extraídas consequências e corporizados projetos e atividades, a Escola está a promover Educação, pelos princípios e pelo exemplo.
UMA ESCOLA NO CORAÇÃO DE MIRANDELA Localizada no coração de uma região repleta de história e tradições, a EPA Carvalhais/Mirandela é a única Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural pública da NUT III – Trás-os-Montes. Com mais de 52 anos de existência, a EPA Carvalhais é uma escola diferente, que os seus alunos e colaboradores tratam com especial carinho. Esta escola dispõe de 57ha de superfície agropecuária e de jardinagem com oficinas tecnologicamente avançadas: Queijaria, Lagar de Azeite, Lagar de Vinho, tratores, oficinas, pequenos ruminantes… O projeto educativo visa a educação para o empreendedorismo com sustentabilidade ambiental e social, propiciando as competências facilitadoras da inserção no mercado de trabalho. Esta é uma escola de portas abertas que trabalha diariamente em parceria com inúmeras empresas e instituições, não só na realização de estágios como na partilha de saberes e conhecimentos com enfoque para o desenvolvimento rural sustentável. A EPA tem como parceiros privilegiados o Município de Mirandela, a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, a Associação Nacional de Produtores de Cabras Serranas, a Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes de Alto Douro, a Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes, a Trasvinis, as Adegas Cooperativas, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Instituto Politécnico de Bragança e as Associações Empresariais. A EPA Carvalhais oferece ainda estágios aos alunos de escolas portuguesas e estrangeiras (França, Espanha). Os alunos beneficiam de estágios e visitas no país e no estrangeiro. Para além da exploração agro-pecuária, máquinas e equipamentos e oficinas tecnológicas, a escola oferece excelentes recursos de apoio pedagógico e desenvolvimento profissional como Auditório, Biblioteca e Mediateca, Centro de Recursos, Salas de Informática, Laboratórios de Biologia, Química e Enologia, salas com Equipamento Audiovisual, Gabinete de Inserção Profissional, Psicologia e Orientação. Com uma população estudantil de 300 alunos, acolhe jovens oriundos de 24 concelhos do continente e ilha da Madeira, Cabo Verde, S. Tomé e Guiné Bisssau. 40
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Com inscrições abertas, vem aprender uma profissão numa escola especial!
O refeitório funciona com almoços e jantares de Segunda-feira a Domingo. Disponibiliza-se ainda alojamento para alunos deslocados que o solicitem. A escola oferece todas as condições pedagógicas e financeiras autorizadas oficialmente e uma vivência diária 100% natureza.
ESCOLA PROFISSIONAL AGRÍCOLA CONDE S.BENTO 100 ANOS A INOVAR A Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento tem as suas instalações integradas no antigo mosteiro de S. Bento construído no século X, mas o que se vê hoje é o resultado de reconstruções dos séculos XVII e XVIII. Em 1911 a Misericórdia cede o usufruto ao estado. Em 1913 por Decreto assinado por Manuel de Arriaga é criada a Escola Profissional de Agricultura Conde de S. Bento, Diário do Governo nº 146/1913, de 25 de Junho, mantendo desde então a tradição do Ensino Agrícola. Situado na margem esquerda do Rio Ave, é hoje considerado património nacional. Carlos Frutuosa está na direção deste estabelecimento de ensino há cerca de vinte e três anos e confere as alterações que decorreram ao longo de um período que se aproxima de um quarto de século. “Temos inovado consoante o mundo evolui”, dentro das nossas possibilidades, confirma o diretor.
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Carlos Frutuosa salienta uma parte da história da Escola como sua predileta, merecedora de reconhecimento público que é a do Conde S. Bento. “Era uma pessoa extraordinária, muito amiga dos pobres”, confere. Acrescenta que desde o momento em que está à frente da Escola, uma das suas missões tem sido dar seguimento aos princípios que nortearam o Conde, quando fundou o Asilo Agrícola. “ Temos alguns alunos e famílias com muitas dificuldades financeiras e a Escola oferecelhes alimentação, estadia, e algumas vezes géneros alimentícios ”, afirma. É nos 23hectares de terreno que a Escola produz leite, fruta, legumes e plantas aromáticas. Esta propriedade incrementa ainda a transformação das matérias primas em, queijos, manteiga, iogurtes, vinho, licores, aguardentes, chás e compotas. A venda dos produtos é feita numa loja localizada à entrada da escola acessível não apenas aos alunos e funcionários como também ao público em geral. Os produtos mais vendidos são o leite, a fruta e o vinho.“A restante produção que não fica disponível para a venda, é utilizada na cantina da Escola e residência de estudantes, salienta Carlos Frutuosa. Lamenta o diretor que grande parte do dinheiro das receitas é destinado à manutenção da escola, tarefa que caberia ao Ministério da Educação, Misericórdia ou até ao Igespar. “Todos os anos fazemos reparações e adaptações”, confirma o diretor.
A Escola dispõe de vinte salas de aula, cantina, cozinha, adega, vacaria, queijaria, cozinha regional onde se fazem os enchidos e compotas. A escola dispõe ainda de uma serralharia, laboratórios de biologia, química e enologia, uma biblioteca e um salão nobre para reuniões e conferências. No internato da escola, atualmente, vivem 20 alunos do sexo masculino e na residência de estudantes (gerida pela escola) vivem 45 alunos de ambos os géneros. Os 260 alunos que a escola comporta podem usufruir de cursos nível II. IV e V. De toda a oferta formativa, o curso de produção agrária é o mais antigo e é também o que tem maior procura. Para o próximo ano, para além dos novos cursos que vão entrar em vigor nos diferentes níveis de ensino, haverá também novidades ao nível das atividades. A Festa das Rosas, que decorre de dois em dois anos, entre meados de Maio/princípio de Junho (este ano realiza-se nos dias 2 e 3 de Junho), é um exemplo. Dia 21 de Junho é o dia na escola, um dia importante para alunos professores e funcionários. Para o ano (2013) este dia vai ser muito especial uma vez que se comemora o centenário desta instituição de ensino. Carlos Frutuosa releva a intenção de trabalhar ao máximo com o número ‘100’. “Os 100 anos da Escola devem ser comemorados com dignidade (...) quero ter 100 pessoas na comissão de honra, 100 eventos (...), é um programa ambicioso mas a Escola merece”, afirma orgulhoso Carlos Frutuosa pelo sucesso da escola alcançado ao longo de tantas décadas. Ao longo do curso os alunos podem adquirir competências em diversas entidades empregadoras, através dos estágios curriculares a nível nacional e internacional. Segundo o diretor da escola, cerca de 50% dos alunos ingressam no ensino superior, 30% ficam empregados e dos restantes 20% alguns optam por implementar projetos agrícolas em terrenos da família que estavam abandonados e outros a Escola perdeu o seu contacto. Quanto ao futuro da agricultura, Carlos Frutuosa considera que é um sector de actividade muito importante no país, que é necessário haver visão, inovação, mecanização e cooperativismo. “Acredito nos jovens empresários, na sua capacidade de trabalho e visão estratégica, conclui. Maio 2012
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SABE QUEM MORA NO 361 DA RUA DA CONSTITUIÇÃO? Se ainda não sabe, nós dizemos-lhe: para lá da porta da entrada está a SchoolHouse Porto, o centro formativo onde vai encontrar a sua próxima formação.
Sofia e Susana conhecem-se de tempos idos, passados em outras lides formativas. Em outubro de 2011, juntas, decidiram encarar um novo desafio e juntaram-se à marca SchoolHouse (SH), abrindo uma unidade no centro do Porto. Apesar da conjuntura instável e de todas as adversidades impostas pela crise, valeram-se da paixão pela formação e acreditaram ser possível fazer diferente. Mantendo o conceito base da unidade master – a união entre educação e formação assente no rigor e qualidade – optaram por direcionar o grosso da oferta formativa para o sector empresarial. Sofia explica: “As empresas com alguma dimensão apostam na formação porque sabem que esta lhes
SCHOOLHOUSE
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www.porto-constituicao.schoolhouse.pt porto-c@schoolhouse.pt
vai trazer resultados. Já tínhamos conhecimento, de experiências anteriores, de que no tecido empresarial existem fortes parceiros que veem a formação como nós e é uma área onde a oferta ainda é pouca”. Tomaram por isso as empresas como parceiras e, sempre numa lógica de complementaridade, adaptam as ofertas formativas em função das necessidades específicas de cada cliente, privilegiando o acompanhamento caso a caso. Outro fator de diferenciação entre a SH Porto e a grande maioria das entidades formativas é o facto de não trabalharem com formação financiada. “Lamentavelmente, a formação financiada, de uma forma geral, foi rotulada como não sendo válida. Acreditamos por isso que quando as pessoas sentem necessidade de adquirir novos conhecimentos e valências, estão dispostas a pagar e acabam por tirar um maior partido da aprendizagem”, conclui Sofia. Trabalharem com formação comercial, dizem, funciona também como um estímulo: como dependem da satisfação dos clientes, veem-se “obrigadas” a reinventar as estratégias de fidelização. Fazem-no apostando na diversidade formativa, mas também com a promoção de workshops nas mais variadas áreas, onde as pessoas podem conhecer a SchoolHouse Porto no seu todo - as instalações, os formadores – e atestar in loco a qualidade dos seus serviços. “Venham ver-nos, venham ver como é que fazemos e depois decidam”, remata Susana.
IF YOU THINK TRAINING IS EXPENSIVE, TRY IGNORANCE Peter Drucker
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ESCOLA PROFISSIONAL AGRÍCOLA DE FERMIL Com cerca de 40 anos, para além da vertente de ensino, a Escola Profissional Agrícola distingue-se pela produção interna de produtos agrícolas, exportados diretamente para mercados internacionais. A Escola Profissional de Fermil, Celorico de Basto foi criada em 1972 como Escola Técnica tendo, passado vinte anos, adquirido a via profissional, estatuto que mantém até à atualidade. Com capacidade para 230 alunos, esta escola foi criada para servir as necessidades da região de Basto, sobretudo nas áreas rurais, onde ganha especial destaque a agricultura.
Instalações e Espaços circunscritos
Produção Agrícola
Atualmente, a escola conta com uma área global de 23hectares distribuídos pelo próprio edifício da escola e pela exploração agrícola que ocupa 21hectares de terreno. As instalações físicas da escola ocupam apenas dois hectares distribuídos por treze salas de aula; uma biblioteca; um auditório com capacidade para 180 pessoas; um centro de formação onde se coordena a formação de todos os professores da região de Basto e Barroso; uma cantina que serve refeições ao longo de todo o dia e um internato com trinta camas para alunos e uma média de catorze camas para professores. “É uma escola pequena mas com uma dinâmica muito ativa”, afirma Fernando Fevereiro, diretor da Escola.
“A nossa produção agrícola é o modus vivendi da escola”, afirma Fernando Fevereiro. É no âmbito do curso agrícola que os alunos produzem leite, kiwis e vinho. Diretamente da vacaria chega-nos o leite que, num total de cerca de 20 mil litros, é vendido diretamente a uma empresa do setor que abastece o mercado nacional. A produção de kiwis, ainda em desenvolvimento, oferece cerca de sete toneladas do fruto. Com apenas dois anos e apesar de embrionária, esta mais recente plantação da Escola Profissional de Fremil, Celorico de Basto abastece já mercados internacionais como sendo os do Centro da Europa. Fernando Fevereiro afirma que “com tempo atingir-se-ão as trinta toneladas”.
“A NOSSA PRODUÇÃO AGRÍCOLA É O MODUS VIVENDI DA ESCOLA”
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“TEMOS ALUNOS ESPALHADOS POR TODO O PAÍS DE NORTE A SUL” Nas vindimas encontram-se as “melhores uvas da região”, vendidas a uma empresa nacional de grande expansão no comércio de vinho e com sede em Penafiel. Das uvas que sobram, os alunos da Escola produzem e engarrafam o próprio vinho que, na altura de ser vendido, já tem destino definido, garante o diretor da escola. Fernando Fevereiro salienta que a produção da escola tem três funções: a primeira prende-se com a venda dos produtos; a segunda refere-se ao aspeto pedagógico e a terceira demonstrar a dimensão externa da escola, feita através da participação em feiras de cariz internacional. Esta é uma escola com preocupações ambientais acrescidas ou não fosse viver daquilo que a natureza tem para oferecer. Assim, dispõe de um sistema de painéis solares, o que permite reduzir os gastos energéticos e é a única escola no país com uma ETAR biológica para tratamento das águas residuais.
Cursos A escola oferece, atualmente, cursos de nível II para complemento do 9º ano, Curso de Educação e Formação – Mecânica de Automóveis Ligeiros e cursos do nível IV onde se inserem quatro áreas – agricultura, com o Curso Técnico de produção Agrária e Gestão Equina energia, com os Cursos de Instalações Elétricas e Energias renováveis saúde com os cursos Auxiliar de Saúde e Auxiliar Protésico e turismo com o Curso Técnico de Turismo. Fernando Fevereiro afirma que “Com o passar dos anos, os cursos passaram a ser escolhidos de acordo com as necessidades da região”, afirma o diretor da Escola. Para o próximo ano letivo, de 2012/2013, está programada a implementação do nível V (especialização tecnológica) adequado aos jovens que concluíram o 12º ano e que procuram uma alternativa ao ensino superior. Atualmente a Escola Profissional de Fermil, Celorico de Basto tem uma parceria com a Universidade Católica através da qual os professores que pretendam fazer uma especialização e os alunos pretendem prosseguir os estudos auferem condições especiais. 46
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Estágios e Empregabilidade O diretor da escola realça a importância dos Estágios, chamados “Formação em Contexto de Trabalho”, através da qual os alunos podem estar em contacto direto com as empresas da área que escolheram. “No mês de maio teremos doze alunos a estagiar em França e dois que irão para o Brasil”, afirma Fernando Fevereiro orgulhoso, ao mesmo tempo que refere que, muitos deles ficam empregados: “Temos alunos espalhados por todo o país de Norte a Sul”, reforça.
Projeto Educativo Fernando Fevereiro realça a importância do Projeto Educativo na Educação e no funcionamento das Instituições de Ensino. “A escola tem que ser inclusiva e não exclusiva relativamente às relações internas e externas”. Acrescenta que “deve possuir valores e transmitir os objetivos da escola baseados na dimensão pedagógica e social do ensino”.
Ressurgimento da Agricultura Numa Era em que é nítida a prevalência do sector terciário sob o sector primário e em que, este último é alvo de atenções reduzidas por parte do Governo, o sector primário parece ser, de alguma forma, pouco lembrado. Com os serviços a dominar o mundo, os mais jovens são, de forma geral, os mais desligados das atividades primárias. Fernando Fevereiro relembra que é preciso dinamizar o sector primário e acredita na agricultura como motor do progresso. Para isso, considera que a solução é “tornar o sector sustentável” ou seja, “mantido ao longo dos anos”. Apela a que as camadas mais jovens tenham consciência do que podem fazer com o que os rodeia: “É preciso começar a educar a população portuguesa desde a pré-escola”. Incrédulo, continua dizendo que “não se consegue compreender como é que um país como o nosso se deixou enredar pelo alcatrão, autoestradas, construção de pontes e edifícios e se esqueceu do bem-estar comum e daquilo que é de todos – a Terra”.
DEDICAÇÃO NO ENSINO PROFISSIONAL Os 45 anos de atividade da Fundação Joaquim dos Santos, que integra a Escola Profissional de Torredeita; uma creche, jardim-de-infância e ATL; um Lar de Idosos e apoio domiciliário integrado; um ecomuseu e um planetário têm-se tornado um marco no apoio às populações mais desfavorecidas da região da Beira Tradicional. A Escola Profissional de Torredeita está integrada na Fundação Joaquim dos Santos, criada há 45 anos pelo comendador Arcides Baptista Simões. Apesar de se localizar no meio rural, esta escola é um marco no ensino profissional. Arcides Baptista alude que “já se fizeram acampamentos para marcarem matrículas nesta escola”. Tal como indica o quadro abaixo, a Escola oferece Cursos Técnicos de Nível IV quadros intermédios para todos os jovens que possuam o 9º ano de escolaridade ou que tenham abandonado o ensino secundário e ainda Cursos de Especialização Tecnológica - CET`s. Concluído o ciclo de estudos ao qual se candidataram, os jovens podem usufruir de um estágio em entidades nacionais ou
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internacionais. Segundo Arcides Baptista, são muitos os alunos que ficam empregados na entidade patronal onde estagiaram. “45% dos alunos prosseguem estudos e 65% integram o mercado de trabalho”. A Escola Profissional de Torredeita é também peculiar no Projeto Educativo refere que, no seio da escola, os alunos são as pessoas mais importantes e devem ser tratados com dedicação e respeito. “Os alunos saúdam-se uns aos outros e andam limpos e asseados”, confirma o Comendador. Esta escola integra um planetário, equipado com a ferramenta Digital Sky, o que permite aos mais de 6500 visitantes por ano, disfrutarem de alta definição na imagem. Valorizando todo o contexto rural envolvente, a Fundação Joaquim dos Santos vai edificar uma
Unidade de Cuidados Continuados com trinta e quatro camas, o que permitirá aos idosos ter acesso a cuidados de saúde específicos e mais eficientes. Pretende-se que esta Obra seja seguida pelos próprios alunos dos cursos de construção civil, de eletrotecnia e de higiene e segurança do trabalho e ambiente. “Gestos e Obras de Amor” é a mais recente iniciativa promovida pelo Comendador Arcides Baptista Simões. Esta é uma autobiografia que compila a história de oitenta e três anos de vida do Comendador, agora acessível a todos. “Nós estamos irremediavelmente ligados ao passado, quer pelo lado material quer pelo imaterial das coisas e das pessoas”, conclui. Junho 2012
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O SECTOR DO CALÇADO ELEVADO AO EXPOENTE MÁXIMO com Jonathan Silva
Perfil Jonathan Silva nasceu em 1987, em Espanha. Estudou design de moda no Centro de Formação Profissional da Indústria do Calçado, em S. João da Madeira e, atualmente, é detentor da empresa A. Silva, uma das maiores empresas exportadoras do nosso país na área do calçado. O seu mérito é confirmado pelos prémios que lhe foram atribuídos desde que decidiu vocacionar a sua vida para a moda. Destaca-se o prémio mundial que arrecadou em 2005 no concurso internacional “SulleOrmeDelCuoio”, em Itália. Para o concurso Jonathan apostou numa sandália multifacetada, que se podia desmontar para conseguir modelos diferentes.
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Foi há cerca de trinta e seis anos que António Janardo tomou conta da pequena empresa do seu pai. Atualmente com 73 anos decidiu entregar a empresa que, entretanto adquiriu proporções internacionais, a Jonathan Silva filho da sua esposa. Com apenas 25 anos e um curso de design de moda no curriculum, Jonathan é desde novembro de 2011, o dono da empresa A. Silva. Assim se chama esta fábrica de calçado com mais de meio século de existência. A vontade em difundir a sua marca pelo mundo e fazer proliferar o negócio que já vem sendo passado de geração em geração é grande. Já o gosto pela moda surgiu desde pequenino: “A minha mãe já trabalhava na indústria do calçado e eu cresci neste mundo”, revela Jonathan Silva com um sorriso no rosto. Á marca Andre Tokio veio juntar-se uma outra desenvolvida pelo criador que a batizou com o seu próprio nome – Jonathan Silva. O seu sucesso tem sido reconhecido por um vasto número de marcas de topo que já escolheram Jonathan para desenhar as suas futuras coleções. A A. Silva não tem sentido dificuldades a nível financeiro. Jonathan confere que “é necessário somar qualidade, design e conforto num sapato”. Estas são os três parâmetros que o designer reconhece como essenciais para que uma mulher sinta conforto e esteja na moda. Mulher, porque o registo de produção da empresa é exclusivamente feminino, tendo apostado, desde o início, no segmento médio/alto. Para garantir níveis de qualidade elevados, a A. Silva aposta na compra de boas matérias primas o que, segundo o designer, não permite que o sapato seja vendido a valores muito baixos: “As empresas com futuro têm de apostar na qualidade, na moda e no segmento alto do produto”. Acrescenta ainda que “mais qualidade obriga a mais tempo na confecção do produto”. Jonathan confere que Portugal deve apostar ainda no produto com maior valor acrescentado. “Sapatos com preços baixos fazem-se na Roménia onde pagam aos funcionários 1kg de arroz (...) É necessário dizer NÁO à escravidão”.
“AS EMPRESAS COM FUTURO TÊM DE APOSTAR NA QUALIDADE, NA MODA E NO SEGMENTO ALTO DO PRODUTO”
Criar feiras para atrair novos clientes, torna-se também imperativo nos tempos que correm, confirma o designer: “Chegou a hora dos industriais portugueses se unirem para fazer renascer a Mocap, com preços acessíveis a todos os industriais”. 98% da produção da A. Silva é exportada para a Europa, China e Rússia. Atualmente, as marcas Jonathan Silva e Andrea Tokio estão a tentar penetrar no mercado estadunidense e angolano. O criador realça várias vezes ao longo da conversa a importância do sector do calçado no nosso país e a qualidade do que é produzido em Portugal nesta área: “Estamos num país em que o calçado se está a destacar mundialmente”, refere. Jonathan atribui grande valor à sua tenra idade: “Qualquer jovem quando se mete num projeto tenta sempre dar o melhor de si”. Questiona ainda retoricamente: “Se eu, com vinte e cinco anos, não agarro as oportunidades, quando é que terei ocasião para o fazer?” Nesta que era já, uma empresa com muita respeitabilidade no mercado, salienta-se a importância de ser e de ter sido, sempre, autossustentável. Com um sentido de responsabilidade extremo, Jonathan realça que “A
“EU NÃO QUERO SER O MELHOR MAS QUERO PERTENCER AO GRUPO DOS MELHORES”
“QUALQUER JOVEM QUANDO SE METE NUM PROJETO TENTA SEMPRE DAR O MELHOR DE SI” maioria das empresas sempre viveram do crédito mas, esta fábrica, nunca teve que recorrer a isso porque temos noção que não podemos gastar mais do que aquilo que temos”. Imbuído de uma visão e pontos de vista contrastantes face à generalidade dos empresários na área, Jonathan ainda não participou em nenhuma feira desde que se encontra à frente da Empresa. “Se nos queremos destacar temos que ser diferentes, não podemos estar onde toda a gente está (...) não é vantajoso para os investidores”, confere. O criador considera que um dos principais segredos para o sucesso é ter uma boa equipa. Contudo, destaca que precisa sempre da opinião daqueles que já têm mais experiencia da área: “Nunca dou um passo sem consultar as pessoas que, por serem mais velhas e trabalharem na área há mais tempo, têm mais experiência do que eu”. Acrescenta ainda que, como se trata de uma empresa sólida no mercado “Os trabalhadores exercem as suas funções com maior grau de confiança o que, por sua vez, aumenta os níveis de produtividade”. Para o futuro Jonathan Silva quer continuar a apostar intensivamente no design das peças que cria. Adianta que, até ao final do ano, irá elaborar na empresa uma unidade comercial e uma unidade de design que manterão a comunicação entre si e todos as restantes departamentos da empresa para que se consiga um produto final de excelência para o cliente. Por outro lado, o designer quer manter o sapato ao mesmo nível da roupa, uma luta que pretende ser travada em Portugal e no Mundo: “A roupa anda sempre à frente do calçado e eu pretendo que eles andem ao mesmo ritmo”. Em jeito de conclusão, afirma que o seu maior desejo é levar as suas marcas além fronteiras e ser um dos melhores criadores do mundo: “Eu não quero ser o melhor mas quero pertencer ao grupo dos melhores (...) isto é um barco em que todos temos que remar para o mesmo lado”, remata. Maio 2012
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KAYAK STORM CALÇADO À PROVA DE ADVERSIDADES Durante 40 anos esteve ligado à indústria do calçado. Aos 60 reformou-se e decidiu voltar à escola, mas depressa o apelo do couro e de dois ex-colaboradores o retiraram às cadeiras da universidade. Falamos de José Lima, que gere a marca Kayak Storm há mais de dez anos em colaboração com os seus sócios, Lucília Mota e Carlos Vieira. No início eram 400 pares por dia e a exportação foi sempre o objetivo primeiro. Em 2005, três anos depois de iniciarem actividade, obtiveram um volume da faturação de cerca de três milhões de euros. Atualmente produzem 1300 pares por dia, exportam 95 % da produção e dão prioridade absoluta às matérias-primas portuguesas. José Lima e os seus sócios, Lucília e Carlos gerem com boa disposição, estratégia e sabedoria, a empresa que há dez anos os últimos, ex-colaboradores da fábrica que havia vendido, lhe propuseram criar. À altura alegou estar já aposentado das lides da indústria do calçado, mas à insistência daqueles que são hoje seus sócios, aliou-se a teimosa vontade de continuar ligado à produção de sapatos e juntos criaram a Kayak Storm.
As preocupações com a Exportação Sediada em Romariz, Santa Maria da Feira, a empresa fabrica essencialmente ‘sapatos casual’ (tipo tubular) para homem e senhora de gama média/alta e exporta quase a totalidade da sua produção. Outrora, grande parte do volume de produção era escoado na “Europa dos 27”, mas a atual conjuntura obrigou-os a diversificar os mercados, estando neste momento a exportar também para a Rússia e para países da antiga União Soviética, Emirados Árabes Unidos e ainda para a Tailândia, Hong Kong e Japão entre outros. José Lima diz que a política de exportação é uma grande prioridade da empresa. Na sua opinião “o Estado adotou uma estratégia que não incentiva o sector produtivo, o que 54
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prejudica as Pequenas e Médias Empresas, que foram totalmente abandonadas apesar de ser o sector que emprega mais de 90 % da população activa do nosso país”. E exemplifica: a Kayak Storm está desde Janeiro a faturar as encomendas cuja produção iniciou em Setembro e irá receber dos seus clientes a partir de maio, sendo que nestes seis meses teve já de pagar as matérias-primas e assumir todos os custos inerentes ao seu funcionamento. Ora, se uma empresa necessitar de fundo de maneio e recorrer à Banca, irá pagar 8% de juros e terá de deixar uma série de garantias patrimoniais como fiança. Nestas condições e tendo em linha de conta que os volumes de produção e venda estão a baixar, é cada vez mais difícil a uma PME subsistir.
A solução diz “é o Estado apoiar as empresas, não com injecção directa de capital, mas com o alívio dos principais custos de produção (impostos, energia, carburantes, transportes, custos de feiras internacionais), onde os apoios são poucos e burocráticos”. Fala também no custo do dinheiro que “neste momento é proibitivo (onde o Estado tem uma palavra a dizer) e nos apoios que garantam segurança nas vendas nos mercados internacionais”. Defende por isso a urgência na criação de um seguro de crédito válido e eficiente que, efetivamente resguarde os exportadores dos riscos de negociar com outros países: “Nos moldes atuais, as seguradoras prestam um mau serviço e usam subterfúgios para não ressarcir o cliente no caso de incumprimento por parte da empresa importadora. Com a agravante dos plafonds atribuídos serem baixíssimos e intermitentes”, remata o administrador. Sobre o que o amanhã vai trazer, José Lima evita a futurologia e fala apenas em projeções a curtíssimo prazo: “O mercado não permite grandes euforias e a concorrência asiática tem causado danos irreparáveis por apresentar baixos custos de produção com
a conivência, há muitos anos, da U.E. que com as políticas tomadas desregulou completamente o mercado internacional. Porque não pensar numas medidas protecionistas? Outros países já o fizeram”. Propõe o empresário que reforça a ideia de não baixar a guarda às adversidades e deixa a garantia de que a qualidade dos seus produtos estará sempre assegurada.
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PELES PARA O MUNDO “Eles eram Silva e eu sou Santos e por isso ficou Silva, Santos e Silva, Lda”. É assim que José Santos justifica a empresa que ajudou a fundar na década de 80. Pelo meio passaram duas crises, os sócios desistiram, mas José continuou a comercializar peles para calçado e marroquinaria e hoje administra a SSS em conjunto com a esposa. Quando aos 12 anos se iniciou nas lides das peles, José Santos estava longe de imaginar que daí a 40 anos teria a sua própria empresa de comercialização de peles e estaria, no meio de mais uma crise económica, a crescer 25% ao ano. O sucesso diz, deve-se inevitavelmente à qualidade dos produtos, mas também à variedade da oferta: “É mais estimulante vender para grandes quantidades, mas os artigos de grande consumo, esmagam as margens de lucro”, por isso a aposta da empresa passa pela oferta diversificada, em pequenas quantidades: “Como é um trabalho mais específico e moroso, não há muita gente disposta a fazê-lo”, explica. Com uma vasta carteira de clientes a empresa consegue ser rentável e manter a estabilidade no mercado: “Há uma maior diversidade de clientes, logo, a probabilidade de incumprimento é menor”, acrescenta o gerente.
As “locomotivas” do mercado Durante muitos anos a SSS comercializava sobretudo no nosso país, no entanto antevendo a estagnação do mercado nacional, há cerca de cinco anos optaram por mudar de estratégia direcionando a venda para o cliente de exportação. José Santos não tem dúvidas de que neste momento é esta a saída para a adversidade económica que Portugal enfrenta. O gerente vê o mercado português, sobretudo o do calçado com quem trabalha diretamente, como duas locomotivas: “a locomotiva para o mercado nacional está parada, enquanto a da exportação está a funcionar muito bem. Eu diria mesmo que está em contraciclo com a economia”. Perante estas duas realidades, José acredita que “o futuro passará sempre por vender para o exterior, pois o mercado nacional está parado”. A presença nas feiras internacionais é por isso uma mais-valia para a empresa na medida em que é nestas que José faz grande parte da pesquisa das tendências internacionais. Todos os anos, em Abril e Outubro, o gerente vai às feiras e procura os fornecedores que oferecem os artigos com a melhor relação qualidade-preço: “Eu vou muito pelo meu instinto. Felizmente temos tido o feeling de descobrir os artigos certos”, conta.
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“Em equipa que ganha…” A visão de mercado e uma boa gestão têm sido as linhas de ação da SSS e é nelas que José considera residir grande parte do sucesso e solidez da empresa. Por isso, recusa à partida qualquer hipótese de mudança para outra atividade que não a da comercialização de peles: “É neste sector que me sinto à vontade. Nunca aspirei a ser industrial. Eu gosto do que faço e uma pessoa que gosta do que faz, consegue ser bem-sucedido no seu intento”, conclui.
NA EXPORTAÇÃO E NA ADVERSIDADE Quando surgiu, em 1988, a Fábrica de Calçado da Mata era uma extensão de produção do grupo de empresas onde estava integrada. Dez anos depois tornou-se completamente autónoma, ganhou mercado no exterior e criou as marcas Mata e Men’s Devotion de calçado para homem, gama média/alta. Atualmente a produzir cerca de 700 pares/dia, a Fábrica de Calçado da Mata exporta mais de 95% da sua produção. A Europa (França, Holanda, Suécia, Alemanha) é o principal mercado, no entanto, a fábrica vende também para o Japão, Estados Unidos da América e África do Sul. O volume de exportação e o sucesso da Fábrica de Calçado da Mata nos mercados internacionais deve-se, nas palavras de Rui Oliveira, diretor administrativo, “à qualidade dos produtos” mas também em grande medida ao seu sócio Armando Costa: “Foi ele que teve a visão da exportação, que percebeu as potencialidades do sector. É ele quem desenvolve toda a coleção baseado na busca constante de novas matériasprimas, em consonância com as últimas tendências internacionais”, remata. As coleções que Armando Costa concebe e desenvolve são depois apresentadas aos clientes da
Fábrica e, na sua grande maioria, comercializadas sob private label. Esta é, segundo Rui Oliveira a estratégia motora da empresa, na medida em que a pretensão é serem “uma marca de bom produtor no segmento dos compradores internacionais de calçado”. Pretensão que já há algum tempo confluiu na realidade. A Calçado da Mata não só tem resistido à adversidade da atual conjuntura, como nos últimos três anos apresentou os melhores resultados de sempre. “A crise fez-nos sobressair ainda mais, na medida em que os clientes principais da Fábrica, nesta fase, não arriscam a procurar novos fornecedores, Ou seja, estão satisfeitos com o que têm e tentam concentrar as compras em fornecedores que eles consideram mais credíveis. Nós, felizmente, estamos nesse lote”, conclui Rui Oliveira.
EMPRESA LÍDER NO MERCADO NA PRODUÇÃO DE VIRAS E FORRAS PARA SALTOS Criada em 2002, a Sóviras é líder no mercado nacional na produção de todo o tipo de viras para calçado e forras para saltos. Catarina Portela é uma das administradoras desta Empresa nomeada PME líder no ano 2011. “Ser PME líder dá-nos conforto a nós enquanto produtores e aos nossos fornecedores que têm maior confiança ao vender-nos a matériaprima porque sabem que somos uma empresa sólida no mercado”. Catarina Portela conta-nos a história da Sóviras, uma empresa de componentes de calçado idealizada por quatro amigos, dois dos quais já trabalhavam na indústria. Atualmente com dois sócios na direção, Jorge Peixoto e Paulo Ribeiro, a Sóviras estabeleceu-se no mercado com uma vontade imensa de inovar e de criar produtos novos capazes de modernizar na área do sector. 60
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A administração confere que a empresa está estável “A Sóviras tem ultrapassado as dificuldades com trabalho e empenho, estas situações fazem-nos crescer e ajudam-nos a antever os problemas”. A Sóviras dá especial destaque aos seus fornecedores e clientes. Sublinha-se o modo como é essencial o trabalho em equipa. “Nós só conseguimos um bom cliente se tivermos um bom fornecedor porque só
conseguimos fazer boas vendas se tivermos boas compras”, diz a nossa interlocutora. Atualmente a Sóviras conta com uma equipa de vinte e oito pessoas à qual atribuem grande valor e importância. “A nossa equipa veste a camisola e nós orgulhamo-nos disso”, continua Catarina Portela.
“A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA EMPRESA FOI ESSENCIALMENTE TRABALHO, PERSISTÊNCIA E INOVAÇÃO”
É do conhecimento geral que ultrapassar a conjuntura económica que vivemos atualmente não é tarefa fácil para as empresas. Contudo, a Sóviras é um exemplo vivo de sustentabilidade nos tempos atuais. “A estratégia de desenvolvimento da empresa foi essencialmente trabalho, persistência e inovação”, esclarece Catarina Portela. Ao longo destes doze anos de atividade, a Sóviras não parou de inovar. Este ano desenvolveram as viras de cortiças que vieram juntar-se às de couro, aglomerado, borracha e ráfia entre outras já postas ao dispor do público anteriormente.
“Procuramos ser diferentes, fidelizar o cliente (...) a nossa postura no mercado não é ser mais um fornecedor ao fazer o que os outros fazem, damos mais valias aos clientes que trabalham connosco oferecendo dinamismo, inovação e ideias”, confirma. Com vista à apresentação dos seus produtos, a Sóviras esteve presente na Lineapelle, a maior feira realizada na Europa, em Bolonha, que constitui a principal montra mundial do sector das componentes do calçado. Catarina Portela salienta o poder da flexibilização da oferta do produto e do tempo de entrega da encomenda como uma das principais vantagens da empresa face às concorrentes. “O cliente encomenda hoje o produto e cinco minutos depois já está a perguntar quando está pronto. A nossa função é tentar ao máximo apressar as encomendas”, confirma a administradora. A Sóviras produz quase exclusivamente para o mercado nacional. Apenas 5% do volume de faturação advém das vendas diretas para o mercado externo contudo, Catarina Portela demonstra o desejo em aumentar a taxa de internacionalização da empresa a curto/médio prazo. “O mercado internacional tem que ser trabalhado com desempenho e persistência”, afirma.
“NÓS SÓ CONSEGUIMOS UM BOM CLIENTE SE TIVERMOS UM BOM FORNECEDOR PORQUE SÓ CONSEGUIMOS FAZER BOAS VENDAS SE TIVERMOS BOAS COMPRAS”
Para o próximo ano, a Sóviras pretende estar presente em outras feiras e eventos de cariz internacional: “Para o futuro pretendemos aumentar a nossa quota no mercado internacional a fim de diversificar o risco de contrariar dificuldades financeiras como também para desenvolver um maior número de produtos e levar a marca além fronteiras, não menosprezando o mercado interno que continuará a ser trabalhado como até aqui ”, declara Catarina Portela Ainda até ao final do ano, a Sóviras vai mudar de instalações após a construção de um novo pavilhão industrial, investimento que rondará um milhão de euros.. “Esta unidade industrial, além de ser maior, terá melhores condições físicas adequadas ao nosso processo produtivo, o que nos permitirá melhorar a qualidade do produto e do serviço prestado pela melhor programação das encomendas, sotcks, etc e das condições de trabalho”, confirma a administradora. Para terminar, Catarina Portela reafirma que “A Sóviras é confiança, vontade, inovação”.
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CALÇADO PORTUGUÊS ESTÁ NA MODA Em 1946, Armando Luís da Silva decidiu abrir uma pequena oficina de calçado, com um sistema de produção artesanal e com 12 trabalhadores. Volvidos 66 anos, a Armando Silva, S.A. é uma referência no mundo do calçado, nacional e internacional. Especializada em calçado para homem, a Armando Silva, S. A. esteve durante muitos anos vocacionada para o mercado doméstico. No entanto, adivinhando as dificuldades que se aproximavam, a empresa decidiu avançar para a exportação. Devido à proximidade geográfica, Espanha foi a escolha natural. “A empresa atingiu bons níveis de vendas e, ao fim de três anos, já exportávamos para Espanha cerca de 30 por cento da nossa produção”, recorda Manuel Silva, administrador. Há, sensivelmente, cinco anos a empresa decidiu alargar os seus horizontes e avançou para os mercados do centro da Europa, em particular, Bélgica e Holanda. “Hoje em dia, estamos a reforçar a nossa posição nesses mercados, principalmente, na Holanda. Além destes mercados, a Armando Silva está muito bem cotada no mercado de Angola e Moçambique. Futuramente, pretendemos ampliar a nossa presença nestes mercados. Além de uma forte afinidade entre Portugal e os países africanos de língua portuguesa, os nossos produtos têm vindo a ganhar notoriedade
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nestes mercados devido à nossa qualidade e design, aponta o nosso entrevistado. Um dos objetivos mais prementes desta empresa é reforçar a posição junto dos seus clientes, como tal mantém a sua presença nas Feiras Internacionais de Milão e Dusseldorf e feiras locais na Holanda, Bélgica, Noruega, Dinamarca, República Checa e, em breve, Áustria. “Queremos consolidar a posição da empresa junto dos nossos clientes, mas pretendemos também expandir a nossa presença para outros mercados. Atualmente, trabalhamos com um grupo nos Estados Unidos da América e outro grupo de longa data na Alemanha, o que nos abre boas perspetivas de expansão. E, futuramente, pretendemos abordar os mercados da China e da Rússia”, avança Manuel Silva. No ano transato, a Armando Silva exportou cerca de 60 por cento da sua produção e este ano o valor da exportação está próximo dos 80 por cento. “À medida que o mercado interno retrai, a Armando Silva procura aumentar a exportação”, sublinha.
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Sapatos para Todos os Gostos Desde a sua génese, a missão da Armando Silva é fabricar calçado, com peles criteriosamente selecionadas de excelente qualidade e acabamentos elaborados, (manuais) que correspondam às expectativas dos seus clientes. Na senda da qualidade e da perfeição, a Armando Silva tem vindo a criar marcas que se ajustem a vários tipos de consumidores. “A marca Armando Silva bem conhecida de todos os portugueses apreciadores do estilo clássico, a Yucca é sobejamente conhecida no mercado interno pelo seu estilo executivo, e a Gino Bianchi foi pensada para o público mais jovem e atento às últimas tendências. Por último adquirimos uma parte da marca internacional Di Stilo, que comercializamos no centro da Europa”, descreve o administrador da Armando Silva.
A completar o portfólio da Armando Silva surge a marca Gino-B, com linhas mais casuais e desportivas. A Gino-B distingue-se, ainda, pelo facto de ser a primeira marca unissexo lançada pela Armando Silva, S. A. “A linha Gino-B Metro Sneakers tem tido um sucesso relevante nos mercados europeus. No ano passado, lançamos a Apres Ski Sneakers, uma linha de calçado que se popularizou no seio dos resorts europeus de ski. Além da criatividade impressa no design, os Apres Ski Sneakers são totalmente forrados com pêlo natural de borrego, uma garantia de conforto e qualidade. Aliás, reconhecendo a constante transmutação das tendências da moda mundial, a Armando Silva investe cada vez mais na investigação e desenvolvimento de calçado com novos materiais, sem nunca esquecer o design e criatividade de cada modelo. “Durante as minhas viagens, fico atento às montras e aos pés das pessoas, olho sempre para o que têm calçado. É uma curiosidade natural de fabricante. Deste modo, consigo acompanhar as tendências e os gostos das pessoas”, confessa Manuel Silva. Contudo, para o nosso entrevistado o verdadeiro segredo do sucesso reside na paixão pelo trabalho desenvolvido. “É fundamental gostar do que se faz para conseguir ter êxito e eu gosto muito daquilo que faço. Importa, no entanto, realçar que o sucesso da Armando Silva depende do empenho e do trabalho de toda uma equipa”, admite. 64
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HÁ MEIO SÉCULO A OLHAR POR SI Já la vão cinquenta anos desde que Adão Ferreira criou o Grupo ótico Adão Oculista. À altura, o negócio era feito num estabelecimento com apenas 10 metros quadrados e as pessoas não estavam sensibilizadas para a importância da saúde ocular, mas a marca persistiu no tempo, adaptou-se e profissionalizou-se. Hoje têm cerca de 50 funcionários e estão presentes em toda a Área Metropolitana do Porto. A revista Gestão Global foi à loja de Santa Catarina no Porto, onde tudo começou, para perceber o que faz desta marca uma referência na saúde ocular do nosso país. Arlindo Teixeira, gerente da Adão Oculista, aponta a diversidade na oferta e a qualidade dos produtos como mais-valias da ótica, mas é no tratamento personalizado que afirma estar a diferença: “A nossa filosofia é tratar as pessoas sem distinções sociais, de igual para igual. O princípio da casa foi sempre ajudar as pessoas com dificuldades económicas”. Por isso não fazem promoções: “As promoções são feitas dentro de portas, em função de cada cliente, das suas necessidades”, remata. Quando entra numa ótica Adão Oculista, o cliente tem à disposição uma equipa de profissionais altamente qualificados, muitos deles com décadas de casa, que colocam sempre em primeiro lugar a satisfação do cliente, acompanhando-o nas suas necessidades e dúvidas desde o primeiro instante.
A excelência da ótica portuguesa Sobre o mercado da saúde ocular no nosso país, Arlindo Teixeira é categórico: “Portugal é um dos países mais evoluídos do mundo em termos de ótica”, quer na inovação tecnológica, quer no potencial humano, com “excelentes profissionais aptos a chegar lá fora e ensinar”. O investimento na formação ótica - atualmente certificada pela Associação Nacional dos Óticos – foi aliás uma das “batalhas” de Adão Ferreira, que se debateu pela criação do curso de ótica na Escola de Soares dos Reis (embora este nunca tenha vindo a realizar-se) e sempre privilegiou a aposta na formação
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dos seus colaboradores. “Saíram daqui muitos óticos com as ferramentas necessárias para o bom exercício da profissão”, garante Arlindo. O gerente fala ainda na urgência de se consciencializar a sociedade para a importância do rastreio visual: “Hoje em dia, um dos grandes problemas é o desconhecimento das pessoas sobre a qualidade dos produtos que adquirem. Em relação aos óculos de sol, por exemplo, as pessoas ignoram os malefícios dos produtos que são comercializados sem cumprirem as normas de segurança. Há falta de regulamentação no sector”, remata.
Nos próximos 50 anos: Questionado sobre o que reserva o futuro à marca Adão Oculista, Arlindo Teixeira ressalva que a maior preocupação será sempre com as pessoas: “Pretendemos continuar a prestar um bom serviço aos clientes, mantendo sempre a imagem de uma empresa credível. A verdade para nós é fundamental, queremos seguir pelo caminho do respeito pela sociedade, pelo cliente e pela saúde ocular”. A tentativa de certificação da qualidade da empresa e a expansão para outros mercados são duas das metas que o gerente pretende alcançar nos próximos cinco anos, acautelando sempre a sustentação da empresa: “Temos de nos preocupar com as próximas gerações. Pensar no que vem a seguir, sem estragar o que foi construído até hoje”, conclui.
PROCURA UM IMÓVEL? Chegaram há quinze anos a Portugal. Implementaram um novo conceito de promoção imobiliária orientado para os segmentos residencial, industrial e serviços, e desde então têm-se destacado essencialmente pela construção e venda de imóveis de todas as tipologias, em todos os segmentos de mercado. Falamos da Aransa, o Grupo Imobiliário que se afirmou como uma empresa de referência pela sua experiência e profissionalismo.
“Compramos o terreno, desenvolvemos o projeto, construímos e comercializamos”. Gonzalo Álvarez Soto, Delegado da Aransa em Portugal, sintetiza assim a atividade do Grupo Imobiliário que nasceu há quase 40 anos em Espanha. Organizada em departamentos especializados, que trabalham de forma coordenada entre si, a Aransa consegue dar uma resposta pronta e eficaz aos seus clientes, garantindo assim uma posição de solidez e confiança no sector imobiliário. A satisfação do cliente é aliás o princípio motor do grupo: “Entendemos que o cliente é parte do nosso negócio. O nosso cliente estará sempre acompanhado depois de adquirir uma casa, estamos constantemente ao seu serviço”, garante Gonzalo. Fazem-no através de departamentos técnicos próprios, adaptando a oferta às necessidades dos clientes, mas também no acompanhamento pós-venda, onde o administrador garante estar a diferença relativamente aos concorrentes: “Por vezes os clientes têm um problema em casa e não sabem 68
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quem contactar. Nesse sentido nós estamos disponíveis para o acompanhar. Valorizamos muito o atendimento direcionado para o cliente”, conclui. Apesar de afetados pela crise financeira no nosso país, Gonzalo diz que em Portugal existe procura e necessidade de habitação, sendo por isso pretensão do grupo continuar a investir em terras lusas, quer na construção de novos empreendimentos, quer para arrendamento, que é um sector em larga expansão. “Esta atividade, imprescindível para o crescimento económico, precisa de incentivos para o seu desenvolvimento, mas sempre com adaptação à nova realidade económico-social, derivada da crise atual que vivemos “, ressalva. Com quase quatro décadas de experiência no mercado imobiliário, a Aransa assume-se “Uma empresa conservadora, cuja solidez assenta no conhecimento dos mercados e no facto de não executar projetos sem que todas as suas variáveis sejam previamente estudadas”, garante Gonzalo.
“Em Portugal há muitos edifícios para reabilitar” Habituado a acompanhar processos de reabilitação de algumas cidades espanholas, Gonzalo vê no nosso país, concretamente na cidade do Porto, um enorme potencial de reabilitação: “Para que a reabilitação seja atrativa, há que primeiro criar as condições naturais. É preciso analisar que pontos fortes existem nas cidades e depois criar as infraestruturas necessárias à volta dessas zonas ”. Além disso, o administrador do grupo Aransa considera ser necessário manter o bom aspeto dos edifícios e frisa também a necessidade de mudança da lei do arrendamento. “Um proprietário não pode recuperar um edifício com rendas de vinte euros por mês”, remata.
FLORES PARA O MUNDO Rosas, cravos e cravinas. São estas as flores que mais se produzem nos quatro hectares e meio da Rose Nature, a floricultura que há dois anos João Paulo e a esposa criaram na Apúlia.
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Com o mar a 450 metros, João Paulo diz ter ganho a aposta de vida ao enveredar na produção de flores: “As muitas horas de luz e as temperaturas equilibradas dão-nos umas condições edafoclimáticas ímpares no mundo que fazem com que a planta cresça e tenha uma durabilidade maior”. Quando enveredou na floricultura, em 2005, João Paulo já trazia o espírito empreendedor e a sabedoria empresarial da atividade têxtil que tivera durante 13 anos. Faltava-lhe o engenho da agricultura que foi apreender nas explorações - em Portugal e no estrangeiro – onde trabalhou de graça durante um ano. Assim, diz, foi “absorvendo conhecimento, trocando ideias do que se faz lá fora, com o que se faz em Portugal e juntando as duas coisas”. Começou por trabalhar em nome individual, mas a vontade de se afirmar no mercado e entrar na exportação fez nascer a Rose Nature. Neste momento, depois de muita luta e persistência (durante seis meses venderam abaixo do custo de produção), são os únicos portugueses sócios da Flora Holland, o maior e mais antigo mercado de flores do mundo, onde colocam mais de 80% da produção. Para o floricultor, este “estatuto” atesta bem a qualidade das suas flores além-fronteiras: “Todos os dias a nossa flor tem sido, em média, a flor mais cotada no mercado. Quem quer bom, já nos procura”. As flores da Rose Nature são assim levadas até à Holanda e de lá seguem para países tão díspares como a Rússia, Itália, China ou Canadá. “A Rose Nature não vende para a Holanda, vende para o mundo”, acrescenta.
“A floricultura é neste momento um negócio fundamental para o país” João Paulo não tem dúvidas de que a Portugal faz falta pensar que rumo dar à agricultura. Considera por isso urgente consciencializar os jovens para as oportunidades que esta atividade, e concretamente a floricultura, podem proporcionar na superação da crise económica. E explica: “Na floricultura há um investimento avultado no início, mas depois a produção é contínua. A nossa matéria-prima são as condições climatéricas, não precisamos de importar nada. É necessário investir na floricultura e exportamos para criarmos dimensão”.
Um negócio de dimensão A produzirem cerca de 5 milhões de cravos por ano e já com dois hectares e meio de rosas, a pretensão da Rose Nature é exportar cada vez mais e, para isso, trazer cada vez mais pessoas para o negócio. João Paulo faz aliás questão de salientar que este negócio nunca foi apenas seu, mas de todos os produtores da região com quem trabalha em parceria e complementaridade: “Eu vejo o meu vizinho como um potencial parceiro meu, porque vamos criar dimensão. E quanto mais dimensão criarmos, mais fortes vamos ser”. E conclui: “Se daqui a 20 anos tivermos uma região forte em flores, estamos aqui ao lado da Europa, o nosso produto será potenciado e uns clientes trarão outros. Assim Portugal poderá crescer”. Maio 2012
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SABORES A DESCOBRIR Mal se atravessa a porta da Quinta da Tapada, propriedade da Lacticínios Halos, S.A., sentimo-nos envolvidos pelos seus 800 anos de história e pelo verde que predomina nos 53 hectares de terreno envolvente. A empresa assenta a sua atividade principal em quatro diferentes pilares: produção de queijos, de vinhos, de kiwis e agroturismo. Em 1969, a Lacticínios Halos mudou-se para a Quinta da Tapada, altura em que iniciou a produção de queijos. Hoje em dia, a empresa mantém a produção de queijo, de forma semi-tradicional, em instalações industriais modernas com uma capacidade de processamento de 40 mil litros de leite por dia e apresenta uma alargada gama de produtos, dos mais tradicionais aos mais exóticos. “O queijo flamengo, em formato bola e barra, é sem dúvida o principal produto da Lacticínios Halos, tendo sido considerado o Melhor Queijo Flamengo 2011 no concurso nacional da ANIL, que demonstra uma clara aposta na qualidade e diferenciação”, comenta Duarte Vieira, Diretor Geral. Contudo, os restantes queijos são igualmente merecedores da atenção dos consumidores e apreciadores. Daí que o Queijo Trevo (queijo curado e flamengo) da gama Halos, tenha sido votado pelos consumidores “Sabor do Ano 2010”. Mas para os palatos mais aventureiros, a Lacticínios Halos também tem sugestões como, por exemplo, o Queijo Rei, de massa não prensada e com uma tecnologia específica permite obter uma textura cremosa e agradável. “Este é possivelmente um queijo único em Portugal”, admite Duarte Vieira. Ao portefólio juntam-se ainda as especialidades que se diferenciam pelos seus sabores incomuns como Alho com Salsa, Ervas Aromáticas, Sementes e Maçã com Canela. Aos sabores exóticos, a Lacticínios Halos aposta essencialmente na qualidade de todos os seus produtos. “Utilizamos a melhor tecnologia e saber de experiência na produção de todos os queijos, além de uma elevada preocupação com a qualidade das matérias-primas, selecionando o melhor leite nacional, os fermentos e aditivos mais adequados. Importa realçar, também, que os nossos queijos possuem o selo “Alimento Seguro”, algo possível pelas condições de segurança alimentar e higiene que nós próprios impomos no interior da queijaria”, refere.
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Aos queijos aliam-se na perfeição os vinhos verdes e espumantes produzidos nos cinco hectares de vinha da Quinta da Tapada. À semelhança dos queijos, na Quinta da Tapada produz-se vinhos verdes (DOC) de elevada qualidade e carácter exclusivo, com um teor alcoólico interessante, bem estruturados e equilibrados. Também os vinhos verdes espumantes Brutos, branco e rosado, reserva “Casa do Carregal”, produzidos de acordo com o método tradicional, foram eleitos “Sabor do Ano 2010” pelos consumidores. “Este ano prevemos engarrafar uma super reserva”, avança. O restante portfólio é constituído pelo vinho verde branco “Portal do Carregal” e dois vinhos monocasta: o verde rosado “Portal do Carregal” - Espadeiro e o verde branco Grande Escolha “Casa do Carregal”- Azal. “Num futuro próximo, planeamos incrementar a exportação dos nossos vinhos e espumantes, em particular para o Brasil, EUA, Canadá e Japão, para sustentar esta evolução também temos uma novo projecto VITIS para aumentar cerca de quatros hectares à vinha”, revela.
Agroturismo
Pomar e Floresta Usufruindo das características privilegiadas dos solos do vale do rio Mesio e a sua exposição solar, a Quinta da Tapada alberga um interessante pomar de kiwis, frutos com únicas e excelentes propriedades gustativas. Aos terrenos agrícolas, onde se produz os vinhos e os kiwis, da Quinta da Tapada estende-se a extensa mancha florestal, rica em fauna e flora, onde predominam carvalhos, nogueiras, pinheiros e, ainda, uma curiosa reserva de veados. Além das diferentes espécies de árvores, é possível usufruir de maravilhosos jardins onde se encontram mais de 70 exemplares de camélias catalogados, inclusive um dos dois exemplares únicos, de uma espécie de camélia na Península Ibérica.
Quem visita a Quinta da Tapada pode deliciarse com a riqueza arquitetónica, sendo de destacar o solar, uma capela do século XVII, os magníficos jardins com camélias e coretos, lagos, uma pequena e romântica gruta, o mirante e um salão, com capacidade máxima de 300 pessoas, onde se podem realizar diversos tipos de eventos sociais ou empresariais. “Concluído o processo de licenciamento para alojamento local dos cinco quartos existentes no solar, este está preparado para receber hóspedes”, indica Duarte Vieira. Apesar da simplicidade do interior dos quartos, cada um representa um tranquilo refúgio cujas janelas se abrem para os belos jardins que transmitem a serenidade própria de uma paisagem de tirar a respiração e a espera de serem explorados pelos hóspedes.
www.quintadatapada.pt Quinta da Tapada Lacticínios Halos, SA Rua do Barroco, nº 11 Apartado 160 4620-094 Casais - Lousada Portugal Tel: +351 255820920 Maio 2012
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CONFAGRI Escolher produtos das cooperativas é apostar na produção nacional. Constituída em 1985, a CONFAGRI – Confederação Nacional das Coope-rativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal assume-se como a estrutura cúpula da maioria do universo cooperativo agrícola do nosso país. Como caracteriza o impacto da sua ação no sector cooperativo agrícola? A evolução da CONFAGRI ao longo dos seus 27 anos de existência foi gradual e consistente. Tendo iniciado a sua actividade com funções essencialmente representativas e de defesa dos interesses das Cooperativas do ramo agrícola e do crédito agrícola, a CONFAGRI, sem nunca descurar essa sua função essencial, foi ampliando o âmbito das suas actividades. Para isso apostou no reforço da sua capacidade técnica e num trabalho de grande proximidade com as suas associadas. Hoje, a CONFAGRI assume um conjunto de funções de apoio à actividade agrícola de grande impacto no sector agrícola, com destaque para duas áreas: a Formação Profissional e o apoio à elaboração das candidaturas dos agricultores aos apoios comunitários (ajudas directas), onde a CONFAGRI e o conjunto de Organizações Agrícolas que com ela colaboram nesta função, são responsáveis por cerca de 50 % das candidaturas realizadas a nível nacional. Mas o leque de serviços da nossa Confederação é bastante mais vasto, ele abrange áreas muito diversas e exigentes como a divulgação de toda informação respeitante à política agrícola nacional e comunitária, o apoio técnico às estruturas associadas, o aconselhamento agrícola aos agricultores, a identificação animal e a identificação das parcelas agrícolas (parcelário agrícola). O retorno que temos recebido do terreno é muito positivo, pois constatamos que as nossas associadas apreciam o nosso trabalho e cada vez pretendem reforçar a sua ligação à CONFAGRI. Como avalia o estado atual do sector agrícola em Portugal? Como é conhecido a agricultura portuguesa é condicionada por um conjunto de factores de natureza estrutural, como a reduzida dimensão económica da maioria das explorações agrícolas e das empresas agroalimentares, o envelhecimento da população agrícola e as limitações de solo e clima de algumas regiões. A estes factores, de difícil resolução no curto prazo acresce, uma conjuntura económica particularmente difícil, caracterizada pelo excessivo endividamento dos empresários agrícolas, pela dificuldade de acesso ao crédito e pelo contínuo agravamento dos preços dos factores de produção. Um outro fator que tem vindo a condicionar fortemente a viabilidade de muitas explorações e empresas do nosso sector, prende-se com o enorme desequilíbrio nas relações entre o sector produtivo e a grande distribuição agro – alimentar, a par da ausência de uma regulamentação e fiscalização eficazes, que evitem as práticas abusivas das grandes 74
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cadeias de distribuição e consequente esmagamento dos preços aos fornecedores. Para superar estes problemas a CONFAGRI tem vindo a exigir ao Governo uma intervenção política mais decidida e eficaz, para que se evite maior abandono do sector agrícola e se potenciam as oportunidades de sucesso para todos aqueles que, apesar das dificuldades, ainda apostam neste sector. A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas (AIC). Na sua opinião, quais devem ser os principais pontos de reflexão e debate ao longo deste ano? Com esta proclamação a ONU lançou um importante desafio aos Governos e às organizações cooperativas, para um trabalho conjunto, visando três grandes objetivos: aumentar a consciencialização da opinião pública sobre as cooperativas e o seu contributo para o desenvolvimento socioeconómico; promover a criação e crescimento das cooperativas e estabelecer políticas conducentes à criação, crescimento e estabilidade das cooperativas. De forma a responder a este repto, a CONFAGRI elege 3 tarefas fundamentais a desenvolver em 2012. Primeiro, avaliar a situação actual do sector cooperativo português, ao nível dos diferentes ramos que o compõem, evidenciando não só os constrangimentos internos e externos que explicam as dificuldades actuais, mas também identificando as estratégias que têm conduzido a casos de sucesso que possam ser partilhadas e, eventualmente prosseguidas, por outras cooperativas. Segundo, debater e identificar as necessidades de revisão do enquadramento político-institucional do sector, nomeadamente ao nível do Código Cooperativo e delinear uma política de incentivos, não só para a criação de novas cooperativas, mas de apoio à manutenção e consolidação das cooperativas existentes, para que o sector possa responder com maior eficácia aos complexos desafios do tempo que atravessamos. Terceiro, promover a imagem das cooperativas, junto da sociedade em geral e dos jovens em particular, chamando a atenção para esta forma alternativa e complementar de empreender.
Quais as mais-valias das cooperativas para o desenvolvimento económico e social? As mais-valias económicas e sociais são muito significativas. Desde logo porque as cooperativas visam dar resposta a necessidades concretas dos seus membros, e fazem-no concentrando esforços e meios, que dispersos e isolados não lograriam obter resultados. Por outro lado, as cooperativas estão estreitamente ligadas às comunidades locais e não se deslocalizam. Valorizam o potencial endógeno de muitas regiões, criam emprego e animam as economias locais, contribuindo para a coesão social. Relativamente às cooperativas agrícolas e às cooperativas de crédito representadas pela CONFAGRI gostaria de ressaltar algumas mais-valias específicas. As cooperativas agrícolas estão indissociavelmente ligadas à produção nacional. Dão um apoio indispensável a centenas de milhares de produtores, ao nível da venda de factores de produção, do apoio técnico, da concentração e transformação da produção. Têm aliás uma expressão muito significativa no volume de produção comercializada nas nossas principais produções (vinho- 41%, azeite36 % e leite- 62%.) A opção por produtos de cooperativas é assim uma aposta na produção nacional! Em relação às Caixas Agrícolas, destaca-se a sua ampla presença no território, o seu papel no apoio ao desenvolvimento local e regional e a solidez dos seus índices financeiros, que lhe dão uma posição ímpar no sistema bancário português, particularmente relevante no actual contexto de crise.
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A CONFAGRI juntamente com a Confederação Cooperativa Portuguesa, a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social e outras organizações cooperativas delinearam um conjunto de ações no âmbito do AIC. Quais são as principais finalidades deste plano de acção para 2012? O plano delineado visa responder aos reptos lançados pela ONU. Assim, foi concebido um conjunto diversificado de iniciativas que pretende aumentar a visibilidade das cooperativas perante diferentes públicos-alvo: desde os jovens, aos responsáveis políticos, à comunidade académica, até ao cidadão em geral. Foi também programado um conjunto de eventos visando a análise e o debate interno sobre as principais problemas com que as cooperativas portuguesas se confrontam. E, a nível da atuação da CONFAGRI, quais são as metas traçadas para o restante ano 2012? A CONFAGRI tem propostas concretas de revisão do enquadramento legal do sector cooperativo, que estamos a discutir com as organizações de base, visando a obtenção de um consenso alargado nesta matéria. Paralelamente estamos a acompanhar a par e passo toda a negociação da reforma da PAC, bem como os trabalhos de elaboração do novo Plano de Desenvolvimento Rural 2014-2020, que será um instrumento decisivo para o desenvolvimento do nosso sector agro-alimentar e para que cooperativas agrícolas possam potenciar o seu contributo para a valorização da produção agrícola nacional. Também estamos a apoiar a nossa associada fundadora – FENACAM, nos esforços que vem desenvolvendo para dotar as nossas Cooperativas de Crédito – Caixas Agrícolas, com o estatuto de banco universal. Manuel dos Santos Gomes, presidente da CONFAGRI em entrevista
EM DEFESA DOS PRODUTORES Manuel dos Santos Gomes, Presidente da Proleite, em entrevista
A principal missão da Proleite é, desde a sua génese, a defesa dos interesses dos agricultores. Assim sendo, como descreveria a atividade da Proleite e as suas principais áreas de atuação? Todo e qualquer passo, atitude ou decisão da PROLEITE visa a defesa dos interesses dos produtores de leite associados. Nesse sentido, a PROLEITE dispõe de um conjunto de serviços de apoio aos seus cooperantes. São de destacar desde logo o serviço de recolha de leite, em autotanques isotérmicos, equipados com o mais moderno equipamento usado nesta actividade, apoio à inseminação artificial e melhoramento genético do efectivo, apoio na gestão do maneio reprodutivo, disponibilização de equipa de ADS/ OPP, que efectuam os controlos e rastreios previstos legalmente, serviços de identificação animal, que auxilia na componente administrativa que envolve a movimentação de animais, de farmácia veterinária, que disponibiliza fármacos para uso animal, de acordo com a legislação em vigor, e de manutenção das salas de ordenha, que garantem a resolução de avarias e problemas nas máquinas de ordenha e de frio. Ao nível do mercado, a atuação faz-se por via da LACTOGAL. Em 2012 celebra-se o Ano Internacional das Cooperativas. Na sua perspetiva, quais são as principais mais-valias das cooperativas para o desenvolvimento social e económico do país? O movimento Cooperativo internacional agrega cerca de 1 bilião de membros e é responsável por cerca de 100 milhões de postos de trabalho, mais 20% do que aqueles criados pelas grandes multinacionais a nível mundial, estando presente tanto nos países desenvolvidos como naqueles em vias de desenvolvimento. De uma forma geral, e independentemente da área de actuação das cooperativas, a postura do cooperativismo assenta na primazia do Humanismo
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face a qualquer outro valor da sociedade. Isto é, todo e qualquer objetivo das Cooperativas deve concorrer para um desígnio superior que é o bem-estar dos respectivos Cooperantes e das suas famílias. Na atual conjuntura económica, financeira e social que caracteriza o nosso país, assolado pelo desemprego e pela falta de horizontes, esta postura ganha redobrada notoriedade e importância, tanto mais que as Cooperativas não se deslocalizam ao sabor de valores meramente economicistas e da procura do lucro imediato e fácil. Enquanto empresário agrícola, presidente da Congafri, da Proleite, da FENALAC, assim como administrador da Lactogal, como perspetiva o futuro da produção de leite em Portugal? O anunciado fim das quotas leiteiras na UE em 2015 será um rude golpe na competitividade nacional, na medida em que os países do norte da Europa que apresentam condições naturais mais propícias à produção de leite, estarão em melhores condições de exportar a sua produção para os países do sul, nomeadamente Portugal.
A UNIÃO FAZ A FORÇA Numa altura de crise económica, os princípios de entreajuda, união e solidariedade que norteiam a atividade cooperativista da Propeixe OP – Cooperativa de Produtores de Peixe do Norte assumem uma enorme importância no seio do sector da pesca.
Fundada em 1986, a Propeixe iniciou a sua atividade com mais de seis dezenas de embarcações, porém, hoje em dia, conta com 22 associados e igual número de embarcações. Desde a sua génese, a cooperativa tem como preocupação valorizar o produto da pesca dos seus associados, que atinge anualmente cerca de 22 toneladas de sardinha. Assim sendo, a principal missão da Propeixe centra-se no apoio aos associados no desenvolvimento da sua atividade, através de auxílio burocrático, administrativo e legal a nível de novos projetos, candidaturas, contabilidade, autorizações, licenças e legislação. Porque a união faz a força: “Uma das principais vantagens da cooperativa é prestar todo o apoio necessário aos seus associados para que estes apenas se concentrem na pesca e na rentabilidade das suas embarcações. Conseguimos, assim, manter unidos 22 associados em torno de interesses comuns, o que permite que estejam mais organizados e protegidos, tanto interna como externamente”, esclarece Agostinho da Mata, presidente da direção. Aliás, é reconhecido por outros membros da cooperativa, que um dos méritos de Agostinho da Mata é aumentar os recursos da Propeixe, a fim de contribuir para a melhoria da atividade dos seus associados.
2012 – Um ano de renovação Ao longo dos anos, a Propeixe tem adotado diferentes medidas destinadas à modernização da atividade dos seus associados, garantindo a qualidade final do peixe. Uma dessas medidas foi dotar todas as embarcações com recipientes (dornas) de poliuretano para a conservação do peixe, até ao momento de desembarque no porto.
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Simultaneamente, a cooperativa tem procurado alargar as suas fontes de receita e, como tal, assumiu a exploração do entreposto da Docapesca, com o propósito de transformar, congelar e comercializar os seus produtos próprios, mas também de prestar serviços de congelação a terceiros. “As instalações do entreposto estão a ser sujeitas a uma profunda remodelação, a fim de assegurar a funcionalidades das mesmas e a qualidade do peixe. Prevemos que esta intervenção esteja concluída até ao final deste ano”, aponta o nosso entrevistado. Uma outra fonte de receita da cooperativa é a frota de 72 empilhadores para desembarque e transporte de peixe dos seus associados, no interior do recinto da Docapesca, que é alugada aos restantes armazenistas. “Este ano a frota será totalmente renovada”, avança Agostinho da Mata. Na
senda de novas oportunidades de negócio, a Propeixe investiu, também, na criação de um posto de combustível para todas as embarcações de pesca no interior do recinto da Docapesca. Indubitavelmente, 2012 é um ano de renovação para a Propeixe. Isto advém do facto de Agostinho da Mata acreditar que os momentos de crise podem representar oportunidades de investimento e crescimento.
Diretamente do mar No seio do universo da Propeixe destaca-se, ainda, a marca própria de conservas: “Com uma gama de 43 produtos diferentes e os melhores patés do mundo”, descreve o responsável da cooperativa. De fabrico
totalmente artesanal e qualidade superior, as conservas Propeixe são verdadeiros produtos gourmet. No mercado doméstico, as conservas da Propeixe podem ser encontradas em pequenas superfícies comerciais, desde Viana do Castelo até Esmoriz, e desde o início do ano existe uma representação própria em Lisboa. Além do mercado interno, as conservas da Propeixe têm vindo a conquistar diferentes mercados internacionais, devido ao seu sabor característico.
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TEPROCIL SEMPRE NA LINHA DA FRENTE Presente no mercado há mais de 30 anos, a Teprocil – Tecnologias e Produtos para a Construção Civil, Lda. dedica-se, em simultâneo, à comercialização de produtos e tecnologias para a construção civil, à realização de projetos de reabilitação urbana e consultoria técnica. Apesar do pessimismo que envolve o sector da construção civil, a Teprocil assume-se como uma empresa em constante expansão e desenvolvimento. Aliás, Rita Tavares Guedes, administradora, relembra que, no início da atividade, a Teprocil apresentouse como uma empresa de cariz puramente comercial. “Porém, com o tempo, consideramos fundamental apostar na expansão da Teprocil e decidimos investir o nosso know-how na área da reabilitação urbana. Especializamo-nos nesta vertente da construção civil e, hoje em dia, é a área para a qual a Teprocil está verdadeiramente vocacionada”, as-sume. Presentemente, apesar da vertente comercial, ainda continua a ser a mais relevante a nível de volume de negócios, nota-se o crescimento sustentável e gradual da reabilitação urbana. Para Rita Tavares Guedes, este sucesso deve-se ao facto de serem rigorosos, cumpridores e manterem uma relação próxima com os seus clientes. A par do atendimento personalizado, a Teprocil distingue-se, ainda, pela constante inovação, apresentando sempre novas tecnologias desenvolvidas internamente e os mais recentes materiais e produtos para construção civil. De acordo com Leonel Medas, 82
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engenheiro civil, a Teprocil opta sempre por apresentar aos clientes a “solução tradicional e a solução com os produtos próprios, simultaneamente, apresentamos obras executadas com produtos da Teprocil para mostrar aos clientes de que forma os mesmos valorizam a obra e para dar garantias de qualidade. E por outro lado, apostamos numa alargada gama de produtos apropriados para as mais distintas utilizações. A palavra-chave é diferenciação”. Importa ainda referir que todos os produtos comercializados pela Teprocil, além de serem sujeitos a rigorosos testes, são, na sua maioria, homologados e certificados dentro das normas vigentes pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
Uma vez mais, a Teprocil
Reabilitação – Uma Solução em Crescimento
alcançou o estatuto PME
Segundo Leonel Medas, a perceção sobre a reabilitação e as vantagens que lhe estão inerentes começam a mudar, isto porque as pessoas começam a compreender o conceito da reabilitação. Importa esclarecer que a reabilitação urbana não consiste somente na reconstrução de raiz de um edifício, mas também em intervenções periódicas de reabilitação e/ou manutenção. Se, anteriormente, “as pessoas pensavam que uma construção duraria 20 ou 40 anos sem nenhuma intervenção, hoje em dia sabe-se que com as devidas intervenções um edifício reabilitado pode oferecer condições de habitabilidade e conforto semelhantes às construções atuais”, salienta o nosso interlocutor. Atendendo às especificidades técnicas envolvidas no processo de reabilitação, a Teprocil aposta na formação contínua de todos os colaboradores. Na fase de implementação de novos produtos, “todos os nossos colaboradores frequentam ações de formação, para que se possam familiarizar com os novos materiais antes da sua aplicação em obra. A formação interna é fundamental para assegurar a qualidade do trabalho executado em obra, mas também para que seja possível prestarmos o devido acompanhamento e aconselhamento técnico aos nossos clientes, uma vez que a área dos produtos encontra-se em constante evolução”, refere Leonel Medas.
confiança e credibilidade
Líder, “um símbolo de que podemos transmitir aos nossos clientes e aos nossos parceiros. É sinal da boa saúde financeira da empresa e da sua estabilidade”, salientam ambos os nossos interlocutores.
BREVES Dois Juristas Portugueses Nomeados para Prémio Internacional
Exportações de Calçado Crescem no 1º trimestre
Dois juristas portugueses estão nomeados para os European Counsel Awards (ECA), uma iniciativa da editora britânica especializada em assuntos jurídicos. “International Law Office”. Das mais de três mil pessoas nomeadas , Pedro Gonçalves e Ana Pina Cabral foram os eleitos. Os prémios dos Advogados Europeus visa reconhecer o trabalho individual e coletivo dos advogados em empresas.
As exportações do sector do calçado português cresceram 2,8% no primeiro trimestre de 2012. Internacionalmente reconhecido pelo design e qualidade, o calçado português tem combatido a crise com o aumento das exportações. Aliás, entre Janeiro e Março de 2012, o sector do calçado exportou 17 milhões de pares, no valor de 407 milhões de euros. Mesmo num cenário de retração económica, o calçado português tem conquistado os mercados externos. As exportações têm crescido nos mercados europeus, à exceção de Espanha, Holanda e Reino Unido. Mas é fora da União Europeia que o calçado nacional tem marcado mais pontos, nomeadamente nos EUA, Angola, Japão e Canadá.
Internacionalização das Empresas Muitos são os portugueses que, face à atual conjetura económica em que o nosso país se vê mergulhado, decidem ir para o estrangeiro à procura de novas oportunidades de trabalho. Os outros, vêm na internacionalização uma forma de proliferar o negócio e aumentar o volume de faturação da empresa. A internacionalização da Economia dos Portuguesa fez-se sentir através do aumento da exportação para os mercados externos. Os PALOP são, atualmente, um destino de eleição. No segundo semestre do ano passado já se contava um aumento de 30% nas remessas de emigrantes portugueses em Angola. Um relatório sobre a evolução da economia dos PALOP divulgado pelo Banco de Portugal em Setembro de 2011 refere que Angola se mantém na linha da frente com o maior volume de remessas enviadas para Portugal. “Arriscar” é uma palavra imperativa para os portugueses que devem fazer os possíveis para contornar a crise e demonstrar o potencial do nosso país além fronteiras.
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Recolha de Resíduos Elétricos e Eletrónicos Cresce 22% Em 2011, a Amb3E (Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos) recolheu mais de 43 mil toneladas de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE’), mais 22% do que no ano anterior, na maior parte grandes aparelhos. A Amb3E destaca a importância da reciclagem como atividade económica, referindo estudos que apontam a criação de 40 postos de trabalho diretos e indiretos por cada mil toneladas de resíduos destes equipamentos recolhidos. Ecologicamente, a reciclagem permite uma nova utilização de matérias-primas, evitando a delapidação da natureza.
UMA EMPRESA CERTIFICADA ATENDIMENTO À MEDIDA DE CADA CLIENTE
A atuar no mercado nacional há treze anos, a Logosan é uma empresa prestadora de serviços de contabilidade, faturação e gestão de recursos humanos. Determinada em oferecer o melhor serviço, a empresa procura fornecer as ferramentas necessárias para apoiar e melhorar os projetos dos seus clientes e, para tal, conta com importantes parcerias na área da advocacia e de investimentos que complementam o seu leque de serviços. Assim sendo, a Logosan estabeleceu parcerias com um escritório de advogados e com uma empresa especializada em consultoria e assessoria financeira, que presta apoio desde a fase
de planeamento de projetos de investimento até à sua reestruturação. Fundada em 1999, a Logosan sofreu um ponto de viragem em 2001, ano em que Fátima Santos se desligou da Direcção-Geral de Impostos e assumiu as rédeas da empresa, reafirmando a vontade de se tornar num parceiro de referência. “Continuamos a ser uma microempresa, mas, nos últimos anos, temos vindo a aumentar o nosso número de clientes”, realça a nossa interlocutora. Em jeito de curiosidade, Fátima Santos refere que cerca de 54 por cento dos clientes da Logosan pertencem ao sector da saúde, enquanto o restante universo de clientes é bastante diversificado incluindo sectores como comércio e restauração, a agricultura, construção, criação artística, entre outros. Como consequência natural deste fenómeno, a Logosan especializouse na área da saúde, além de ter adquirido um vasto conhecimento sobre as especificidades inerentes ao universo das microempresas. “Isto representa uma mais-valia estratégica, uma vez que as microempresas são as nossas principais clientes, pois ao contrário das grandes empresas não possuem departamentos de contabilidade, gestão fiscal, recursos humanos e administrativo”, indica.
Porém, a reduzida estrutura destas empresas não é proporcional ao trabalho executado pela equipa da Logosan. Pelo contrário, a exigência é maior, até porque cada cliente exige um acompanhamento personalizado do seu caso, havendo por isso uma adaptação constante às necessidades dos clientes. “Sentimos, no entanto, que o nosso empenho e profissionalismo são reconhecidos pelos clientes que frequentemente agradecem a toda a equipa pelo trabalho executado”, comenta Susana Pereira, diretora de qualidade da Logosan.
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Certificação de Qualidade Uma Garantia Recentemente, a Logosan deu mais um importante passo na afirmação da excelência dos seus serviços, ao obter a certificação do Sistema de Gestão de Qualidade, de acordo com a norma ISO 9001:2008, pela APCER. Este investimento na certificação da qualidade resultou da determinação em transmitir ao mercado a sua vontade de proporcionar um serviço de elevada qualidade, conforme os parâmetros internacionais. “Com a implementação do Sistema de Gestão de Qualidade existe uma uniformização dos processos, o que resulta num melhor entendimento da mecânica do trabalho por parte de toda a equipa e num ganho de eficiência e eficácia. Por outro lado, uma empresa certificada garante aos clientes que, opera no mercado de acordo com as normas vigentes, como por exemplo dando formação contínua aos seus colaboradores”, ressalva a nossa entrevistada. Para Fátima Santos esta é uma forma da Logosan se diferenciar dos restantes players, algo fundamental para manter a empresa no mercado, especialmente num momento económico difícil e altamente competitivo. “Pretendemos, acima de tudo, diferenciarmo-nos pela qualidade dos nossos serviços e do nosso atendimento”, acrescenta.
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“SENTIMOS, NO ENTANTO, QUE O NOSSO EMPENHO E PROFISSIONALISMO SÃO RECONHECIDOS PELOS CLIENTES QUE FREQUENTEMENTE AGRADECEM A TODA A EQUIPA PELO TRABALHO EXECUTADO”
Susana Pereira esclarece ainda que o Sistema de Gestão de Qualidade não é estanque, ou seja, estão programadas auditorias anuais à Logosan o que possibilita a melhoria e evolução contínua dos processos. Para tal, “estabelecemos um plano anual de ações segundo as metas que pretendemos atingir. Apesar de a certificação ser recente, observamos uma série de benefícios no funcionamento interno da empresa, a nível da organização, da criação de objetivos, mecanismos de autoavaliação e avaliação dos clientes aos nossos serviços”, sublinha. “Esta é uma atividade muito rigorosa, pois temos parâmetros fiscais a cumprir e como tal não podem haver falhas. Por isso mesmo ganhamos com a uniformização dos processos”, acrescenta Fátima Santos. Para comemorar o 13.º aniversário da Logosan e a obtenção da certificação do Sistema de Gestão de Qualidade, realizou-se no passado dia 15 de março um pequeno evento
para colaboradores, clientes e família. “Aproveitamos a ocasião para apresentarmos os nossos parceiros, o novo site e a ONG com quem temos vindo a colaborar nos últimos seis meses. Este foi um evento importante para nós, pois tivemos a oportunidade de sentirmos o apreço e reconhecimento dos nossos clientes. Sentimo-nos extremamente orgulhosas”, admitem as nossas interlocutoras.
Responsabilidade Social Há cerca de seis meses, a Logosan foi convidada pelo MOVE, uma ONG sem fins lucrativos criada no seio da Universidade Católica, a ajudar nos serviços de contabilidade. “Aceitamos o convite de imediato e com imenso agrado”, confessa Fátima Santos, esboçando um sorriso. Susana Pereira conta como os destinos da Logosan se cruzaram com este movimento que defende o empreendedorismo como forma de combater a pobreza. “Licenciei-me na Universidade Católica, instituição que viu nascer esta ONG, e como tal sempre acompanhei o seu percurso, desde a sua génese até ao momento atual. Acredito que esta colaboração é benéfica para ambas as entidades. Por um lado, temos a oportunidade de adquirir um maior conhecimento sobre a realidade dos países africanos, enquanto para o MOVE usufrui de um serviço de contabilidade à medida das suas necessidades”.
www.logosan.pt www.facebook.com/LogosanLda Rua Andrade Corvo, n.º 11 r/c 1050 - 007 Lisboa Tel.: 213 161 497 E-mail: logosan@logosan.pt Maio 2012
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“A NOSSA CASA É O SEU LAR” O direito a envelhecer com dignidade e o apoio nos momentos de maior dificuldade. Estes são os compromissos que a Bem Te Quer – Residência Sénior, assume com os seus utentes e as suas famílias.Localizada na cidade da Maia, esta residência sénior faz a diferença no tratamento de proximidade e no ambiente familiar que proporciona aos seus utentes. Um lugar que pudesse prestar um apoio contínuo e personalizado a pessoas debilitadas. Esta foi a génese da criação da Residência Sénior Bem Te Quer. Até então, predominavam as grandes estruturas e as denominadas casas de repouso. Com a Bem te Quer surgiu também um novo conceito de apoio à terceira idade, segundo o qual os idosos podem continuar a ter qualidade de vida num ambiente aconchegante e familiar, sem a ideia de que estão numa instituição. A casa, com 900m2, dispõe de doze quartos, mobilados de acordo com o ambiente familiar, com o máximo de conforto possível para que as pessoas se identifiquem com o espaço e o tomem como seu. Há também um jardim com 1000m2, onde os utentes podem passear e onde decorrem algumas atividades físicas e workshops, como por exemplo, de jardinagem. Ter o máximo de ocupações possíveis à disposição dos seus utentes para que se sintam ocupados e uteis é pois a filosofia desta residência sénior, onde os pormenores fazem a diferença relativamente a outras grandes instituições que têm um tratamento mais impessoal.
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Na Bem Te Quer o fundamental é dar qualidade de vida a todos os residentes, por isso coloca à sua disposição serviços de assistência médica e enfermagem 24 horas por dia e ementas elaboradas por nutricionistas. Tudo em prol do bem-estar físico, cognitivo e emocional das pessoas, para que saibam e sintam que são permanentemente acompanhados. Prolongar o bem-estar dos seus utentes é a missão que a Bem Te Quer assume diariamente, e que em 2013 será expandida para a cidade do Porto, desta feita no centro da cidade. Aí as instalações serão de maiores dimensões, mas o número de funcionários também será maior por forma a garantir sempre o acompanhamento personalizado, o ambiente acolhedor e a excelência dos serviços prestados.
PREVENIR PARA NÃO TER DE REMEDIAR Chegaram há dez anos a Portugal e neste momento contam mais de 80 mil clientes. A proximidade com o cliente é o conceito que define, mais do que a filosofia, a própria empresa: Securitas Direct. Crescer a nível global e estarem, em permanência, próximos do cliente. Estes são os objetivos motores da Securitas Direct, empresa especializada na venda e monitorização de sistemas de alarmes, líder europeia, que em Portugal conta já com vinte e cinco delegações. “À empresa interessa não só estar perto do cliente, acompanhá-lo, mas também que este perceba e sinta que efetivamente nós estamos lá. Ao interagir connosco e com o próprio equipamento, através de hardware e software associado, o cliente acaba por valorizar ainda mais o investimento que fez”. Luís Quintino, diretor dos serviços recorrentes, denota assim a importância que a inovação tecnológica tem no acompanhamento de proximidade, e acredita mesmo ser esse um dos fatores de diferenciação relativamente a outros operadores: “Nós queremos que o cliente fale connosco, que nos teste, que veja o serviço a trabalhar e o valorize”.
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Foi precisamente da reconhecida necessidade de o cliente interagir com o seu equipamento que surgiu o “My Alarm”, uma aplicação para smartphone que dá ao cliente a autonomia de, remotamente, ativar, desativar ou consultar o estado do seu Alarme. “Um exemplo prático: uma pessoa que vai de férias e, na azáfama das malas, não se recorda se ativou o seu sistema de alarme. Com esta aplicação o cliente pode fazer uma consulta ao estado do seu alarme, evitando assim o processo de espera numa linha de atendimento”, explica Quintino. Alertar, consciencializar e ajudar as pessoas a evitarem as intrusões. Este é o papel de parceria que a Securitas Direct assume e que o diretor de serviços recorrentes afirma ser a política de crescimento a manter. “A melhor publicidade” conclui, é “o passa-palavra dos clientes”.
JODEL LÍDER NO MERCADO NA PRODUÇÃO DE DETERGENTES A Jodel é uma Sociedade Anónima fundada em 1974 por José Pereira Ferreira e pela sua esposa que, em conjunto, decidiram abrir uma empresa dedicada ao fabrico de detergentes. Esta Empresa que principiou a sua atividade numa pequenina instalação fabril em Odivelas, com uma produção não superior a cem toneladas, hoje em dia é uma das maiores empresas no sector a nível nacional. Atualmente, José Ferreira pode contar com os seus dois filhos que optaram, embora em áreas diferentes, por trabalhar consigo e dedicarse a este projeto. Esta união de forças surgiu nos anos 90, altura em que o mercado da grande distribuição se tornou decisivo para a mudança de instalações. Hoje em dia, com sede em Aveiras de Cima, esta empresa expandiu a sua área para 100.000m2. A atividade da empresa abarca duas grandes áreas afetas à produção de detergentes: a área doméstica, onde são líderes no fabrico de detergentes de marca própria das grandes superfícies comerciais e a área industrial para a qual produzem detergentes destinados ao uso profissional. Com uma produção superior a 600 toneladas diárias e um investimento de 50 milhões de euros, a Jodel trabalha com cerca de 300 marcas. Como forma de garantir o grau de eficiência a que a Empresa já habituou os seus clientes, trabalha-se ao longo de 24h por dia, durante de sete dias por semana: “A nossa faturação tem aumentado cerca de 10% de ano para ano”, confirma o empresário. Apesar de privilegiar o mercado nacional, há cerca de cinco anos a Jodel começou o seu processo de exportação para os mercados Espanhol, Francês, Belga, Italiano e Africano. José Ferreira acredita que o que distingue a sua empresa das demais da concorrência é o facto de todo o processo produtivo ser levado a cabo in loco, desde o próprio frasco até ao detergente que chega ao consumidor: “Nós dispomos inclusivamente de um laboratório onde se faz o desenvolvimento do produto, o controlo de qualidade e investigação”, salienta. José Ferreira considera que este é o departamento mais importante da empresa uma vez que é nele que se escolhem os compostos dos produtos que serão a base de elaboração do produto final. Incluídas nas secções da Empresa encontra-se ainda o departamento de logística através do qual a Jodel faz entregas ao cliente mais pequeno uma vez que, para as grandes superfícies, privilegiam a contratação de empresas que sirvam para o efeito.
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Apesar de conceber ‘marcas próprias’, o empresário sublinha a importância que deve ser reconhecida à qualidade: “Para que possamos ter a parte económica bem situada temos que vender com qualidade”. Acrescenta ainda que se denotam, nos tempos que correm, margens de lucro mais apertadas pelo que a relação entre o custo e a qualidade deve ser atrativa para o cliente. Pela sua postura ativa no mercado, José Ferreira salienta o crescimento que as marcas brancas têm tido fruto da conjetura económica em que Portugal se vê mergulhado. Até ao final do ano, a Jodel vai promover um investimento de três milhões de euros num armazém logístico automático através do qual carregarão uma média de trinta a quarenta camiões por dia. José ferreira acredita que a Jodel tem que estar em constante inovação para conseguir combater o mercado: “Sou uma pessoa com uma atitude exigente e proactiva”, conclui José Ferreira.
• Área do pavilhão coberta: 40.000m2 • Trabalham com 200 a 300 marcas • Investimento de 50 milhões de euros em equipamentos • Trabalho ao longo de 24h/dia, durante 7 dias por semana • Produção total de 600 toneladas diárias
DUAS GERAÇÕES-UM DESTINO Situada na margem esquerda do rio Douro, com uma decoração rústica característica, a Taberninha do Manel é um ex-libris da cidade de Vila Nova de Gaia, há mais de ¼ século.
Como surgiu a localização no Cais de Gaia? Esta zona ao longo dos anos foi-se modernizando, caracterizada com infraestruturas potenciadas com o atual Presidente da Câmara e, depois, foi-se tornando mais apelativa com alguma dinâmica proporcionada por alguns Empresários. A localização é privilegiada para contemplar a zona histórica do Porto e no coração das Caves de Vinho do Porto. É uma sala de estar e o turista gosta. O Porto visto de Gaia é uma paisagem magnífica. Experimente vir a Marginal de Gaia ver o Pôr do Sol, é inesquecível ! Que tipo de gastronomia oferecem ao cliente? A minha irmã é a pessoa chave no que respeita à cozinha. Os clientes e amigos chamam-lhe Tia Lena. Já tem cerca de quarenta anos na cozinha e, por isso, oferece os melhores pratos aos clientes. Aqui, o cliente pode encontrar várias tapas tipicamente Portuguesas: a francesinha que é o ex-libris do norte, alguns pratos de bacalhau, entre muitas outras iguarias. Organizamos ainda refeições para grupos, desde que previamente combinado. Qual a principal diferença entre a Taberninha dita convencional e a Taberninha do Manel? A Taberninha do Manel, atualmente é uma taberninha mais moderna, com outro conceito de gastronomia, mais atraente, que se tem reinventado ao longo dos anos, acompanhando a evolução e o grau de exigência do Mundo do bem servir. O meu 96
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filho André trouxe o know how de Nova York, onde trabalhou 6 anos implementando outra dinâmica ao espaço. Temos uma vasta variedade de vinhos de alta qualidade e de Vinhos do Porto, ajustados aos pratos. Temos cerca de 30 vinhos servidos a copo, quer vinho de mesa, quer de vinho do Porto são vinhos de qualidade e premiados, do melhor que se produz em Portugal. De salientar também a sangria de Vinho do Porto, entre os vários cocktails do mesmo. O que é que vos faz ser uma casa de referência? Aconteceu pela dinâmica imposta, com uma nova forma de estar e de saber receber. Pela sua decoração rústica e única num local histórico, a Taberninha do Manel cria um ambiente propício a tertúlias entre amigos, numa atmosfera familiar como um ponto de paragem obrigatório. Como gostava de ver a Taberninha do Manel no futuro ? A crescer, com uma identidade própria, sempre com o objectivo principal de servir com qualidade, com o cunho que a caracterizou ao longo deste anos. Se lhe pedirmos uma mensagem aos leitores, o que transmitiria? Vale pena viver em Portugal. É preciso sermos optimistas e termos confiança. Vamos acreditar que vale apena este sacrifício e que a crise vai passar. Bem haja.
taberninhadomanel@gmail.com | taberninhadoandre@gmail.com www.facebook.com/taberninhadomanel | Tlf: 223753549
Como é que surgiu a Taberninha do Manel? Na altura, reparei que era um bom investimento em termos futuro abrir um espaço como este. Era uma zona praticamente abandonada, mas com um potencial enorme. Vinte e seis anos depois continuo a achar que foi uma boa aposta. Foi necessário muito marketing, muito trabalho e, sobretudo, um serviço acolhedor e afável, típico da hospitalidade da gente do Norte, e uma das marcas da casa.
RETOMAS DE BANCOS FAZ DA CRISE O SEGREDO DO SUCESSO RETOMAS de BANCOS by Fracção Exacta é um conceito arrojado e inovador de mediação imobiliária, que encontra na Crise o Segredo para o Sucesso de uma nova vertente da mediação imobiliária. A solução para o escoamento do avultado património imobiliário proveniente do incumprimento do crédito dos últimos anos passa por um trabalho específico de mediação em Rede. Este Projeto criado e gerido com base no conceito low cost de mediação imobiliária (Agências que primam pela excelente localização|pequenas áreas|custos reduzidos), posicionase no mercado a nível nacional, com o objetivo de reduzir a carteira de desinvestimento bancário e proporcionar aos compradores/investidores excelentes aquisições no mercado imobiliário.
Parceiro da Banca em DESTAQUE O Sucesso a nível nacional da Rede de Agências RETOMAS de BANCOS, resulta do seu posicionamento de Grande Aliada da Banca que conjuga a baixa de preço dos imóveis, cujos descontos podem ir dos 40% ao financiamento até 100% e spread desde 1%. De acordo com a experiência de Jorge Fonseca, este é o momento ideal para investir no mercado imobiliário, visto que os preços são atrativos e as condições de financiamento para a aquisição irrecusáveis. Uma equipa dedicada permite que o comprador adeqúe o seu interesse de negócio à sua necessidade. Assim, a Banca consegue escoar os imóveis resultantes do crédito mal parado.
da Banca ao preço reduzido marcando presença na Imobraga 2012, , mais uma vez, com destaque da Imprensa escrita, local e da especialidade, bem como dos canais televisivos RTP e TVI. No entanto, o alargamento da Rede a nível Nacional tem sido feito de forma sustentada e consistente, para que o sucesso da marca seja o espelho do sucesso da Rede de Agências jurídica e financeiramente independente, sem pagamento de direitos de entrada e royalties, proporcionando a todos os Parceiros uma rentabilidade a 100%. Em suma, este é um negócio com custos muito reduzidos e elevada rentabilidade”, afiança Jorge Fonseca.
www.facebook.com/taberninhadomanel | Tlf: 223753549
Rede de Agências a nível Nacional A inovação e força da imagem da RETOMAS de BANCOS tem sido mote de notícia nos vários meios de comunicação social, dando azo a inúmeros pedidos de clientes para abertura de novas Agências nas suas áreas de residência. Em 2011, o alargamento da Rede de Agências destacou-se na Grande Lisboa, margem sul e Algarve, perfazendo 26 Agências a Nível Nacional. Para o ano em curso a RETOMAS de BANCOS elege o norte do país e realça o potencial do Minho, que alia o avultado número de imóveis
“UM CENÁRIO DE RECESSÃO ORIGINA OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO” Jorge Fonseca Master da Rede Imobiliária
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