GESTテグ GLOBAL
AGOSTO 2012
GENERIS A empresa lテュder em medicamentos genテゥricos em Portugal
O VALOR DAS MEDICINAS
OFERTA FORMATIVA
Complementos de uma medicina convencional
Pensar no futuro em tempo de fテゥrias Revista Mensal #003
SUMÁRIO
A DIREÇÃO DA GENERIS
constituída por Ismael Gomes, João Paulo Nascimento, Ana Cidra, Paulo Lilaia, Miguel Freudenthal e Maria Manuel Serrano, uniu forças e fez da GENERIS a maior referência na Indústria de Medicamentos Genéricos em Portugal
Requalificar Centros de Comércio Tradicional, conferindo o real valor dos artistas de rua
Licor com Alma Portuguesa
p.20
p.06 O maior Espetáculo Desportivo já começou!
p.26
Pensar o Futuro em tempo de Férias
p.30
p.34
Diretor: Ferreira da Silva Subdiretor: Alberto Antunes Editora: Rita Almeida e Silva (rita.gestaoglobal@gmail.com) Redação: Marta Cabral; Adélia Abreu; Liliana Marinho (gestaoglobal.redacao@gmail.com)
Accounts: Fernando Lopes; Manuel Fernando; Paulo Padilha; António Carlos; Pereira Domingues Secretariado: Cristiana Sousa Fotografia: Banco de imagens Gestão Global Design Gráfico: Ricardo Chemega geral@gestaoglobal.pt www.gestaoglobal.pt Telef.: 91 584 71 67 / 96 285 20 91 / 93 718 52 60 Distribuição gratuita com o Jornal de Notícias e Diário de Notícias
Publicação editada ao abrigo do novo acordo ortográfico Agosto 2012
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COMPLEMENTOS DE UMA MEDICINA CONVENCIONAL A medicina é a área do conhecimento humano ligada à manutenção e reparação da saúde, de modo a compatibilizar o bem estar físico, mental, psicológico e social de cada um. A medicina convencional integra práticas, abordagens e conhecimentos provenientes de conceitos materiais e cientificamente comprovados, cingindo a sua missão ao tratamento de uma área lesada específica. Com uma perspetiva mais abrangente, a medicina alternativa dirige-se, num só tratamento, a múltiplos fatores como a personalidade ou o estilo de vida da pessoa humana. A medicina alternativa incumbe na sua atuação um conjunto de procedimentos que visam a cura e o bemestar do individuo sendo, por isso, utilizados métodos em consonância com a própria pessoa e, não somente, com a doença. Muitos profissionais da área usam medicamentos e práticas já descobertas na pré história. Como é sabido, os nossos antepassados usavam ervas e chás medicinais para tratar diversas doenças, numa altura em que as condutas medicinais eram ainda inexistente ou escassas. Em Portugal, a procura de terapêuticas alternativas tem sofrido uma notável intensificação com o tempo e com o advento das mentalidades. O descontentamento que muitos verificam face aos medicamentos convencionais e à carência de eficácia na resolução do problema para o qual são indicados, leva muitos indivíduos a procurar as medicinas tradicionais e alternativas. Os medicamentos naturais são, neste âmbito, progressivamente preferidos, merecedores de uma oportunidade que os acredite e lhes confira valor. Uma outra variante da medicina é a medicina complementar através da qual os médicos utilizam todos os recursos disponíveis da medicina convencional e a completam usando métodos terapêuticos e propedêuticos não convencionais de eficácia comprovada. Alguns estudos realizados no seio desta temática têm demonstrado que a medicina alternativa tem um papel decisivo no complemento da convencional.
Cada vez mais se procura mais a medicina alternativa, porque o individuo busca ser tratado de forma holística ou seja, como um todo, tendo em conta o corpo, a mente e o espírito. Portugal não foi exceção. Também no nosso país a medicina alternativa tem sido exponencialmente vista com outros olhos, o que levou a que o estado português aprovasse a Lei nº 45/2003 de 22 de Agosto, por forma a enquadrar as atividades da medicina alternativa assim como o exercício dos seus profissionais. Segundo esta lei, a medicina alternativa engloba todos os tratamentos baseados em filosofias diferentes da medicina convencional que aplicam o seu próprio diagnóstico e terapias. O ministério da saúde é o organismo que tutela e efetua a credenciação dos profissionais da área. Numa sociedade cada vez mais desenvolvida, é importante que se abram novas perspetivas conferindo, ao mesmo tempo, oportunidade a outras áreas, como a da medicina alternativa, de vingar no mercado com a confiança e firmeza de que carecem. Marta Cabral
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ALIMENTAÇÃO ÓTIMA A história está repleta de elixires exóticos que oferecem a falsa promessa da eterna juventude. O processo de envelhecimento é um relógio lento, mas progressivo, que nos torna mais velhos ano após ano. O ideal seria viver a maior parte da nossa vida num corpo de adolescente. Se fôssemos capazes de manter o nosso corpo tal como está aos 11 anos, idade em que a capacidade regeneradora atinge um pico, poderíamos viver cerca de 1200 anos. Os avanços da Medicina alteraram o conceito de envelhecimento. Os progressos e a investigação têm sido notáveis, no que respeita ao prolongamento da vida. Embora a genética, pareça cumprir um papel determinante na duração da nossa vida, os estudos sugerem, que a genética explica apenas 30% dessa duração. O restante depende de nós. Há muita coisa que podemos fazer de imediato para melhorar a qualidade e duração de nossas vidas.
Há já algum tempo que os habitantes de Okinawa se converteram num importante polo de investigação sobre o envelhecimento. A principal razão é porque, os habitantes das 160 ilhas que compõem o arquipélago, têm maior probabilidade de atingir os 100 anos do que os de outro qualquer lugar do planeta. A doença cardíaca e o cancro, sucedem com menor frequência do que em outro qualquer lugar do mundo. O cancro da próstata é invulgar e o cancro da mama é raro. Será que eles possuem o gene da longevidade? A resposta parece ser não. Os que emigram para Okinawa, e adotam o estilo de vida, rapidamente adquirem uma idêntica duração de vida. A vida destes ilhéus nem sequer é fácil, a palavra reforma não existe no dialeto tradicional. Trabalham arduamente. A sua alimentação mudou muito pouco desde o século XVII. Comem fruta, legumes, arroz, peixe várias vezes por semana, poucos produtos láteos, e muito poucas gorduras, carne ou açúcar.
Consomem menos calorias, e os alimentos que consomem contêm muita água. Seguem uma tradição de se levantarem da mesa antes de estarem saciados, esta tradição designa-se por HARA HACHI BU, e na perspetiva da neurociência, isto faz imenso sentido, a área do cérebro que nos faz saber que já estamos saciados normalmente demora alguns minutos a entrar em funcionamento. A chave para as longas vidas dos habitantes de Okinawa parece ser a sua alimentação, e comer menos pode aportar anos de vida adicionais. Em oposição, a maior parte de nós, é hoje incapaz de satisfazer corretamente a necessidade humana mais fundamental, comer com normalidade. Refiro normalidade, porque complicamos tanto que acabámos por esquecer o seu significado.
Vivemos obcecados pelos produtos biológicos, pelos conceitos médicocientíficos e dietéticos. O volume de informação a que temos acesso conduziu a uma proliferação de lendas. Passámos a ter o papel de um investigador do CSI detetando químicos e gorduras animais nas etiquetas de informação. Procuramos a alimentação ideal, e o resultado: não sabermos comer! Comer tornou-se um problema. Prefiro chamar Alimentação Ótima, construída em função de todos os critérios nutricionais conhecidos e moldável de acordo com as necessidades próprias de cada um, como também em função de circunstâncias particulares como a diabetes, gravidez, excesso de peso, problemas digestivos, entre outras. Na Alimentação Ótima, encontra-se explicações minuciosas e não uma lista de obrigações e proibições. Não vivemos do que comemos, mas do que digerimos, o discurso médico sobre este tema, deve ser progressista e esclarecedor, e a abordagem pluridisciplinar: médica, dietética e psicológica. Daremos cada vez importância a este conceito de Alimentação Ótima e ele será o fio condutor da nossa saúde e longevidade.
Álvaro Roriz Médico alvarororiz@atriumclinique.com
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Tema de Capa
GENERIS A EMPRESA LÍDER EM MEDICAMENTOS GENÉRICOS EM PORTUGAL Em entrevista
Numa altura em que os medicamentos genéricos assumem uma importância cada vez maior no seio das sociedades, pela sua fundamental contribuição para a sustentabilidade dos sistemas de saúde, Paulo Lilaia, Administrador da GENERIS (e também Presidente da APOGEN), fala do sector farmacêutico, das perspectivas futuras e comenta a actual crise e o seu impacto na indústria farmacêutica, em especial nos medicamentos genéricos, que em menos de dois anos viram o seu preço descer cerca de 50%. Atingida a liderança do mercado de genéricos, e com objectivos bem definidos, a GENERIS pretende aumentar as suas exportações e reforçar aquele que já é o maior portfólio de medicamentos genéricos existente em Portugal, disponibilizando mais de 220 produtos no mercado.
A GENERIS é uma empresa já com um passado consolidado, mas deu o grande salto com o desenvolvimento do mercado de genéricos em Portugal. Como foi feito este trajecto? As raízes da GENERIS remontam a 1982, mas o grande desenvolvimento da empresa deu-se a partir do ano 2003, fase em que se iniciou a expansão significativa do mercado de genéricos em Portugal, sendo que até aí este tipo de produtos quase não tinha utilização no nosso país, apesar de muito utilizados nos países mais desenvolvidos. Nos últimos anos a GENERIS tem competido directamente com as maiores empresas mundiais do sector, tendo conseguido atingir em 2011 a liderança do mercado de genéricos, o que consideramos um facto extraordinário, e motivador para continuarmos o nosso projecto. É interessante verificar que, num sector tão competitivo e globalizado como é o farmacêutico, é possivel haver empresas locais lideres de mercado e com melhor desempenho do que as maiores empresas do mundo.
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Relativamente à internacionalização da GENERIS, qual tem sido o trajecto seguido e os resultados obtidos? Historicamente a GENERIS não se focou numa forte internacionalização, mas actualmente temos objectivos concretos de aumento significativo das exportações, acreditando que estas podem ter uma contribuição cada vez maior para o desenvolvimento da empresa, especialmente em mercados fora da União Europeia, que se apresentam demasiado saturados de empresas e produtos, havendo pouco espaço para novas empresas. Neste momento já temos uma presença com algum significado em países de língua oficial Portuguesa, tais como Angola, Moçambique e Cabo Verde, mas também estamos em expansão de vendas para outros pontos do globo, como por exemplo Macau, Senegal, Irão, Líbano, entre outros países.
Qual a representatividade da exportação no orçamento global da Generis? A GENERIS realiza dois tipos de exportações, uma através da venda de produtos da marca GENERIS para outros países, e outra através da produção de medicamentos para outras empresas internacionais. É nossa intenção que as exportações relativas a produtos com a marca GENERIS representem este ano o mais perto possivel de 5% do total de vendas da empresa, o que representaria um crescimento significativo sobre os anos anteriores, e os indicadores que temos mostramnos que estamos no caminho certo. Em relação à exportação de produtos que são produzidos para outras empresas e exportados, representação cerca de 3% do total de vendas da empresa. O nosso objectivo a curto prazo é que as exportações representem mais de 10% das nossas receitas, e com um crescimento acelerado nos próximos anos.
Tem a GENERIS produção e desenvolvimento de medicamentos? Sim, a GENERIS é uma empresa fortemente orientada quer ao nível da produção, quer ao nível do desenvolvimento de novos medicamentos genéricos. A GENERIS tem actualmente duas modernas unidades de produção de medicamentos, na Amadora e em Loures, com um total de 1.400m2 de área produtiva, e uma capacidade anual máxima de cerca de 50 milhões de embalagens de medicamentos. Além de todos os investimentos regulares que têm de ser permanentemente efectuados, investimos recentemente mais 2 milhões de euros na modernização da unidade fabril de Loures, o que demonstra o nosso empenhamento na modernização e no reforço produtivo da empresa.
Em relação ao desenvolvimento de novos medicamentos genéricos, neste momento temos parcerias estabelecidas com empresas de outros países para desenvolver novos produtos em sistema de partilha de custos, o que torna o processo mais rápido, mais eficaz e mais económico.
Qual a principal vantagem dos medicamentos genéricos em relação dos medicamentos de referência? Os medicamentos genéricos são medicamentos de comprovada qualidade mas com um preço mais baixo, que permitem ao Estado e aos utentes um acesso facilitado aos medicamentos. A poupança gerada pela utilização de genéricos é fundamental para que exista capacidade de comprar medicamentos inovadores, normalmente de preço muito elevado. Na realidade, consideramos que existe uma complementaridade positiva entre os medicamentos genéricos e os medicamentos inovadores. Por lei, estes medicamentos só podem ser comercializados após o período de protecção de patente do medicamento de referência ter expirado, o que equivale a um período de aproximadamente 20 anos.
Quais as garantias de qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos genéricos? Os medicamentos genéricos são medicamentos com a mesma substância activa do medicamento originador, cujos direitos de propriedade industrial (relativos às respectivas substâncias activas ou ao processo de fabrico) já caducaram. São por isso equivalentes terapêuticos, não só por terem a mesma composição quantitativa e qualitativa, mas também por possuírem a mesma forma farmacêutica. Os medicamentos genéricos são medicamentos aprovados e controlados pelo INFARMED, tal como os originadores, e, por isso, a cada um deles é atribuída uma A.I.M. (Autorização de Introdução no Mercado) com o respectivo número de registo. Segundo a legislação em vigor relativa ao Estatuto do Medicamento, todos os medicamentos genéricos são identificados pela inscrição da sigla MG nas suas embalagens. Agosto 2012
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Tema de Capa
No dia 1 de Maio do presente ano, por imposição da Troika, cada genérico passou a custar, no máximo, metade do que custa o seu medicamento original, o que levou a baixas que atingiram os 50%. Esta sucessiva baixa no preço dos genéricos poderá estar a comprometer a entrada de novos genéricos no mercado e, consequentemente, a por em causa toda a indústria? A descida sucessiva de preços que se têm verificado, em conjunto com lei de prescrição por DCI (por substância activa) coloca em causa não só a indústria de genéricos, mas também toda a indústria farmacêutica nacional. Desde o verão de 2008 até hoje, os genéricos já desceram o seu preço cerca de 65%, o que é extremamente violento e coloca em causa a sustentabilidade das empresas. O número de embalagens comercializadas têm vindo a aumentar a um ritmo mais lento do que seria de esperar. Os preços têm descido muito mais rapidamente do que tem aumentado o volume de vendas em unidades. A GENERIS tem vindo a afirmar que os preços não podem ser baixos ao ponto de obrigar as empresas de genéricos a retirar de comercialização esses medicamentos por inviabilidade económica. Há um conjunto alargado de medicamentos genéricos em Portugal com um preço tão baixo que os põe em risco de serem retirados do mercado, o que prejudica o Estado e os Utentes, já que normalmente as alternativas a estes medicamentos têm um preço muito mais elevado.
O Ministro da Saúde defende o desenvolvimento de parcerias estratégicas para avaliar a capacidade de exportação dos medicamentos. Acha que esta é uma solução vantajosa para uma empresa como a Generis? Sim. Todos os modelos comerciais devem ser considerados e avaliados, com o objectivo de aumentar as exportações. No caso específico da GENERIS, praticamos a exportação directamente mas também através de parceiros locais e internacionais. O importante é conseguir-se um modelo sustentado de desenvolvimento da empresa, e muitas vezes isso é melhor conseguido quando estabelecemos parcerias com outras empresas.
Segundo o Infarmed: “Todos os medicamentos genéricos existentes no mercado são bioequivalentes com os medicamentos de referência”. Qual a sua opinião acerca desta afirmação? Os medicamentos genéricos têm de ser e são bioequivalentes. Hoje em dia, está perfeitamente definido o que é a bioequivalência assim como a garantia da qualidade e segurança dos medicamentos.
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É inevitável que Portugal, tal como os países mais desenvolvidos do mundo, chegue aos 50% de quota de mercado de genéricos com rapidez, e para que este trajecto seja realizado com rapidez e confiança é importante transmitir-se a realidade de que os medicamentos genéricos são seguros e eficazes. Em Portugal apenas cerca de 25% dos medicamentos utilizados são medicamentos genéricos, existindo ainda um caminho a percorrer para nos alinharmos com a média de utilização da União Europeia.
Qual a posição da GENERIS relativamente à prescrição por DCI-Designação comum internacional, que agora entrou em vigor? Consideramos que a prescrição exclusivamente por DCI é desnecessária e que pode ter um efeito indesejado no funcionamento do mercado. Pensamos que o importante é incentivar a classe médica e as farmácias a prescrever e a dispensar medicamentos genéricos, mas de um modo que garanta a boa adesão dos doentes às terapêuticas, assegurando que não há alterações permanentes dos medicamentos que os doentes tomam. Além disso, a actual legislação coloca em risco toda a indústria farmacêutica nacional, que tem uma menor dimensão e capacidade financeira que as grandes empresas internacionais, em particular nesta fase em que o acesso a financiamento em Portugal está muito limitado.
Quais as perspectivas que têm para o futuro dos medicamentos genéricos em Portugal? A perspectiva fundamental é que Portugal tem de chegar aos 50% de quota de genéricos no máximo em dois anos. Consideramos que atingir esta quota de mercado é fundamental para equilibrar os custos com medicamentos e cumprir aquilo que está estabelecido no memorando de entendimento com a Troika.
Quais os principais objectivos da GENERIS para os próximos anos? Apesar de termos consciência das dificuldades e da fortíssima e qualificada concorrência, a GENERIS vai continuar a trabalhar para manter a liderança no mercado dos genéricos em Portugal, no mercado de Ambulatório. Queremos ainda reforçar a nossa posição no mercado hospitalar e intensificar as exportações. Pretendemos continuar a aumentar o número de embalagens produzidas nas nossas unidades industriais e ultrapassar já em 2013 os 20 milhões de embalagens produzidas. Em resumo, faremos o nosso melhor para consolidar a GENERIS como a maior e melhor empresa farmacêutica de genéricos a operar em Portugal.
Tema de Capa
INOVAÇÃO E PROGRESSO DA INDÚSTRIA DOS GENÉRICOS PELA MÃO DA GENERIS Aparecimento da GENERIS O primeiro medicamento genérico (MG) foi registado em Portugal nos anos 90. A marca GENERIS, registada em 2002, veio revolucionar a indústria dos genéricos em Portugal ao assumir a sua pretensão de lançar o 1º medicamento genérico de cada substância ativa. No ano de 2006 a GENERIS inaugurou a unidade de produção da Venda Nova - Amadora com um centro de I&D (investigação e desenvolvimento) dotado da melhor tecnologia mundial, representando um investimento de cerca de 35 milhões de euros. A GENERIS tem actualmente o maior portfólio de medicamentos genéricos existente no nosso país e um dos maiores a nível Europeu. Salienta-se a importância do trabalho em equipa e da qualificação dos seus quadros como forma de suportar o elevado nível de qualidade dos serviços do laboratório. O desenvolvimento da indústria de genéricos, o conhecimento e competências dos seus profissionais, assim como, o aperfeiçoamento de técnicas relacionadas com a gestão do portfólio, fez da GENERIS a empresa líder de mercado em Portugal.
Paulo Lilaia na administração Paulo Lilaia abraçou o projeto GENERIS em 2010, ano em que se torna administrador da Empresa. Com mais de 20 anos a trabalhar na indústria farmacêutica, assumia anteriormente o cargo de diretor geral de uma prestigiada companhia de genéricos multinacional. Apesar de saber que a GENERIS não teria o mesmo benefício de escala de outras empresas internacionais, focou-se na agilidade, persistência e sustentabilidade para tornar a GENERIS a maior empresa do sector a operar em Portugal. Os resultados demonstram o sucesso e a GENERIS é, hoje em dia, reconhecida pelos diversos intervenientes do sector da saúde como uma empresa de confiança e de referência.
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Tema de Capa
UNIDADES VENDIDAS
A realidade dos genéricos
Fonte: IMS 2000 - 2010 | HMR 2011
Os medicamentos genéricos caracterizam-se pela sua similaridade com o medicamento de referência, comprovada através de estudos de bioequivalência. Apresentam a mesma substância ativa, a mesma dosagem, garantindo igual eficácia na terapêutica. Após o termino do período de patente do medicamento originador, as empresas farmacêuticas podem lançar um medicamento essencialmente similar – medicamento genérico – sendo exigido ao medicamento genérico que comprove, através dos estudos de bioequivalência, a sua segurança e eficácia. O custo acessível destes medicamentos tem claras vantagens para os utentes e para o Sistema Nacional de Saúde. Paulo Lilaia afirma que, “do ponto de vista do desenvolvimento e da produção de medicamentos, não há qualquer diferença
entre medicamentos genéricos e medicamentos não-genéricos”, reforçando que “o custo acessível destes medicamentos tem contribuído muito para gerar poupança na carteira dos utentes, na despesa em comparticipações do Estado mas, sobretudo, tem promovido bastante a acessibilidade ao medicamento. “Temos vários casos onde se comprova que o lançamento de um genérico permitiu tratar mais pessoas.” Acrescenta ainda que o controlo de qualidade feito pela própria empresa que comercializa o medicamento e pelas autoridades que, neste caso, controlam os medicamentos em Portugal e em toda a União Europeia, é sistemático e tem sido muito importante para a confiança e credibilidade dos medicamentos genéricos. Os medicamentos genéricos, pelo efeito da concorrência, incentivam ainda a investigação e desenvolvimento de novos produtos, missão de grande importância do sector farmacêutico.
Unidades fabris da Generis Atualmente a GENERIS tem duas unidades fabris em Portugal, uma em Loures e outra na Venda Nova - Amadora, com um total de 220 colaboradores e uma capacidade instalada de produção de 50 milhões de unidades. O sucessivo investimento nas duas fábricas tem permitido à GENERIS uma enorme capacidade de adaptação respondendo, assim, às actuais exigências do mercado nacional, bem como às mais de 40 empresas para as quais produz medicamentos. Só no ano passado a modernização da fábrica de Loures foi alvo de um investimento avaliado em 2 milhões de euros. As duas unidades de produção e desenvolvimento da Empresa respeitam o mais elevado padrão de exigência na indústria farmacêutica; processos totalmente automatizados e sistemas integrados de controlo em processo, o que garante níveis elevadíssimos de qualidade e distinção ao nível do produto final que desenvolvem. Acrescenta-se a implementação de sistemas de ‘clean in place’; softwares em conformidade com CFR 21 Part 11; salas classificadas e monitorizadas; sistemas de produção de água purificada automatizados e condições de temperatura e humidade controláveis aos valores requeridos por cada processo. 10
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Desenvolvimento de produtos GENERIS e exportação A GENERIS comercializa produtos através de três vias: medicamentos desenvolvidos por terceiros; medicamentos desenvolvidos pelos laboratórios de I&D da própria GENERIS, e através de parcerias com empresas de outros países. Por outro lado, a Empresa promove as exportações ao assegurar 30% dos 13 milhões de embalagens produzidas para 40 empresas das quais 20 são multinacionais.
O MAIOR PORTEFÓLIO DE GENÉRICOS EM PORTUGAL
Mercado dos genéricos em Portugal De acordo com os últimos dados do Observatório do Medicamento e Produtos de Saúde do Infarmed referentes a Maio do presente ano, o segmento dos medicamentos genéricos regista uma redução de 19,2% em valor e um crescimento de 18% em volume (embalagens) face ao mesmo período do ano anterior. Estes dados , nomeadamente o crescimento negativo em valor reflectem a elevada concorrência por preço, assim como as sucessivas reduções de preços impostas pelo Estado. A quota de
mercado em embalagens tem vindo a aumentar, embora ainda não tenha atingido a média dos países da União Europeia que é superior a 50%. Paulo Lilaia salienta que “os preços não devem ser tão baixos ao ponto de obrigar as empresas de genéricos a retirar de comercialização esses medicamentos por inviabilidade económica”. Desde o dia 1 de Maio do presente ano, por imposição da Troika, mais de 8.300 medicamentos genéricos passaram a custar em média menos 20% tendo, em alguns casos, atingido uma redução de 80%, um terço do que custavam em 2008. Esta situação está a levantar polémica, uma vez que as descidas dos preços nestes medicamentos, demasiado acentuadas e de forma contínua, podem derrubar toda a indústria e pôr em causa a sustentabilidade de muitas empresas do sector. Agosto 2012
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Medicamentos genéricos – nova legislação Desde o início do mês de Junho que a prescrição passou a ser realizada por DCI (denominação comum internacional) e o doente passou a ter o direito de opção por um medicamento genérico, caso o médico não assinale as excepções previstas na lei . Paulo Lilaia considera que a única forma de equilibrar os custos com medicamentos será atingir os 50% de quota de genéricos, incentivando a prescrição e dispensa destes medicamentos. Refere no entanto que, esta lei tem riscos elevados ao nível da adesão dos doentes, por possibilitar alterações permanentes dos medicamentos que os doentes tomam, discriminação concorrencial por impedir o livre acesso ao mercado das empresas, e colocar em risco a industria farmacêutica nacional que tem uma menor dimensão e capacidade financeira do que as grandes empresas internacionais.
Laboratório Microbiologia
Laboratório Fisico-Quimica
“O
s preços não podem ser tão baixos ao ponto de obrigar as empresas de genéricos a tirar de comercialização esses medicamentos por inviabilidade económica”
EVOLUÇÃO Nº DE DCI’s Fonte: INFARMED 2002 - 2012 Estimativa GENERIS® - 2015
Laboratório Análise Instrumental
Laboratório Estabilidade (ICH)
IPC Controlo em Processo
Amostroteca
O futuro da Generis Para o futuro a GENERIS pretende consolidar a sua posição de liderança em Portugal e aumentar a capacidade de produção e de I&D para criar mais oportunidades de negócio a nível nacional e internacional, com o objectivo de fazer chegar produtos ‘GENERIS’ a cada vez mais países. A GENERIS está a posicionar-se em especial nos países de língua oficial portuguesa. Paulo Lilaia afirma ainda que a GENERIS pretende duplicar as unidades produzidas, ultrapassando já em 2013 as 20 milhões de unidades.
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MEDICINA TRADICIONAL CHINESA:
TRATAR O CORPO COMO UM TODO Na década de 80, Pedro Choy, então estudante de medicina convencional, introduziu em Portugal uma outra medicina - oriental e com 4 mil anos de existência: a Medicina Tradicional Chinesa. Hoje o seu nome é sinónimo de impulsionamento e luta pela credibilização da Medicina Chinesa no nosso país, um trabalho que confessa árduo, mas muito gratificante.
“A Organização Mundial de Saúde (OMS) exige – não pede, nem recomenda, exige! - a integração da medicina tradicional chinesa no Serviço Nacional de Saúde (SNS) dos países da Europa”. Pedro Choy legitima assim a importância que esta medicina tem e a mais-valia que representa para o SNS: “Trata-se de uma integração indispensável para o bem-estar das sociedades, na medida em que as pessoas têm o direito de livre escolha, para além de que a medicina tradicional chinesa poderá diminuir os gastos dos Estados com a saúde”, conclui. A confirmar-se a integração desta medicina no SNS do nosso país, Pedro Choy garante o seu total apoio e empenho na implementação: “Sou um defensor do SNS e do direito de escolha do cidadão, por isso empenhar-me-ei por para que a medicina tradicional chinesa progrida bem no SNS”.
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Qualidade acima de tudo Distribuídas por todo o país, as 19 Clínicas Pedro Choy são especializadas em serviços de saúde exclusivamente no âmbito da medicina chinesa. Esta medicina milenar é composta por várias disciplinas, nomeadamente a Acupunctura - que Pedro Choy diz ser a “ponta do iceberg” - e a Fitoterapia chinesa (tratamento com ervas), que de resto é “a parte mais importante desta medicina” considera o médico. A administração, gestão e supervisão técnica das clínicas é da inteira responsabilidade de Pedro Choy que afasta em definitivo a possibilidade de franchising: “Certamente ganharia mais dinheiro, mas nunca quis ‘franchisar’ porque para mim o mais importante é a qualidade e não o lucro”. E prossegue: “Há um limite para aquilo que o ser humano pode utilizar como recursos durante uma vida e eu sou daquelas pessoas que defende que não vale a pena acumular aquilo que não se pode utilizar. Só quero crescer com a garantia total de qualidade”. A praticar medicina chinesa há mais de 20 anos, o médico tem já um modelo próprio de exercício, tendo inclusive criado as suas próprias metodologias em muitas práticas. E exemplifica: “inventei um método especializado para fazer emagrecer e para fazer perder gorduras localizadas. Método que já foi experimentado em centenas de portugueses, homens e mulheres, com eficácia comprovada. Perder peso não é apenas um problema de estética. É também um problema grave de saúde: nenhum obeso vive até aos 100 anos”.
“Paixão por tratar” Com declarada vocação para cuidar das pessoas e da sua saúde, Pedro Choy ingressou no curso de medicina convencional, em Coimbra. No entanto, não muito tempo depois começou a achá-la “demasiado maquinal onde cada indivíduo é tratado como uma peça avariada, esquecendo o homem como ser vivo”. A partir daí, as influências orientais provenientes da mãe e a convicção de que “o ser humano é um todo que inclui o seu estado de espirito e mental”, fizeram o resto: no 4º ano de Medicina foi para Marselha estudar medicina chinesa e quando voltou a Portugal criou a sua primeira clínica em Coimbra. “No princípio foi difícil implementar a medicina chinesa porque tinha uma posição hostil da classe médica, mas eu tinha consciência que estava a fazer um trabalho honesto. A partir do momento em que temos bons resultados, as pessoas dizem umas às outras. Aquilo que traz pacientes são os sucessos clínicos”, conta o médico. Eficácia foi, no início como agora, o cartão-de-visita e atestado de viabilidade dos tratamentos desta medicina cujo diagnóstico começa ainda na sala de espera onde Pedro Choy vai buscar os seus pacientes: “o diagnóstico inclui o tom de voz, a forma como a pessoa olha, como caminha, tudo é reflexo da dor. Em medicina chinesa é impossível não personalizar o tratamento porque um individuo é obrigado a aperceber-se do todo”, explica.
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Saúde e Bem-Estar
A PRIMEIRA PARAPSICÓLOGA EM PORTUGAL QUE CORAGEM TEMOS PARA QUESTIONAR “QUEM SOU EU”, “QUEM QUERO SER”, “DE ONDE VENHO” E “ O QUE FAÇO AQUI”? 16
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Foi numa tarde solarenga de sábado que Vera Santos nos recebeu no seu consultório onde, pela primeira vez, se deixou envolver pelas palavras e decidiu partilhar a sua missão consigo e com os outros. Vera recorda a sua infância com carinho, numa altura em que já ajudava os outros e que sentia, de algum modo, ser diferente embora na sua mente fosse complexo discernir o que seria mais ou menos normal fazer. Ao modo que foi crescendo foi-se apercebendo do dom que havia nascido consigo, incomum de encontrar nos outros. A percepção de que seria importante, para a sua construção enquanto pessoa, ajudar os outros e encontrar soluções para os seus problemas levou-a a dedicar a sua vida ao desenvolvimento espiritual: “Foi a profissão que me escolheu, não fui eu que escolhi a profissão”, afirma. Começou com 13 anos a fazer atendimento ao público, no entanto já com mais tenra idade, Vera Santos utilizava o seu dom sem saber que o possuía. Dois anos depois, com 15 anos de idade tinha já aberto a primeira clínica em Valongo. Desde aí a Clínica VeraLuz existe há dez anos em Penafiel e muito recentemente abriu também na Foz, na cidade do Porto. Atualmente com 36 anos de idade, Vera Santos soma uma carreira de mais de 20 anos na área ao longo da qual curou mais de 100 mil almas que vieram até si, não somente de Portugal como de todo o mundo. Vera assume que teria sido mais fácil deixar cair sobre si uma capa que escondesse a pessoa que é. No entanto, com todas as consequências que seguir pela via da espiritualidade acarreta, Vera sente-se plena ao levar a cabo a missão que a trouxe à Terra, que nada tem relacionado com transcendente ou oculto, mas antes com o poder da mente assemelhando-se a Beethoven e a Mozart, também eles nascidos com o dom de nos presentear, desde a sua infância, com grandiosas sinfonias. Para complemento da sua carreira e por ser uma pessoa que gosta de estar em constante formação, a interlocutora frequentou, para além da licenciatura em Psicologia, diversos workshops e ações de formação, nomeadamente de PNL, Coaching e Hipnoterapia. É com a humildade que a caracteriza que recebe cada cliente, a quem prova que é possível a cura física e mental através da compreensão e do apoio espiritual. Nas suas consultas, para além do poder da mente, Vera usa o tarot – alfabeto simbólico composto por mensagens arquetípicas baseadas na vida humana através do qual se faz a ponte entre o plano terrestre e o espiritual, para muitos considerado o melhor veículo para o auto conhecimento - como guia na leitura que faz do outro: “Para mim o tarot é exclusivamente um fio condutor”, confirma. Vera Santos foi a primeira parapsicóloga em Portugal. A parapsicologia é também conhecida como Pesquisa Psi e caracteriza-se por ser o estudo de alegações de origem sobrenatural associadas à experiência humana. Vera assume que trabalha muito por telepatia, através do olhar e da transmissão de pensamentos. É desta forma que consegue tratar uma imensidão de pessoas ao mesmo tempo, como se não houvesse uma linha do tempo ou fosse possível estar em vários lugares ao mesmo tempo. A mediunidade ou clarividência é uma capacidade humana de comunicação entre os espíritos e os homens. Quem tem esse dom necessita exercitar em si uma abstração total perante a constante recepção de informação, encargo que Vera assume ser dos mais difíceis na profissão que exerce. Muitas são as pessoas que vão ao seu encontro exclusivamente para tratar doenças que a medicina convencional não conseguiu solucionar, uma vez que Vera acredita que há sempre uma base espiritual na resolução de qualquer vicissitude e, por isso mesmo, o corpo deve ser entendido como o templo da alma. Á procura de conhecimento e identidade, mas sobretudo para conhecer a fundo as várias religiões, com apenas 13 anos Vera parte em viagem por diversos países do mundo. De lá trouxe a Natureza como religião primeira que admira acima de tudo: “Considero que não existe energia mais forte”, confirma. Nas suas relações sociais, enquanto ponte de luz e energia, a interlocutora revela ser sempre difícil estabelecer relações acrescentando que o seu núcleo de amigos, que a conhece, não aborda assuntos relacionados com a sua profissão quando se encontram para descontrair e partilhar momentos. Nunca tendo dado nenhuma entrevista ou depoimento sobre o seu trabalho anteriormente, Vera sente que este é o momento certo uma vez que julga que as
pessoas cada vez mais estão à procura de si mesmas porque perceberam que “não nos encontramos fora de nós, mas dentro”, pelo que importa criar pontes e não entraves à abertura do auto conhecimento pleno de quem somos e do fazemos aqui. Vera Santos rege a sua ação com base numa abordagem psicoespiritual, salientando a importância do ser humano desenvolver códigos de inteligência e filtros emocionais que lhe permitam perceber que o mundo é aquilo que somos e não aquilo que vemos. Com toda a sua simplicidade, termina pronunciando uma frase de Madre Teresa de Calcutá: “O que eu faço, é uma gota no meio de um oceano. Mas sem ela, o oceano será menor”. Parapsicologia e Tarot Dra. Vera Santos Hipnoterapia Anabela Nunes / Dra. Elisabete Sousa Psicologia / PNL /Neuropsicologia / testes memória – reabilitação cognitiva Dra. Elisabete Sousa Podologia Anita Valente Clínica Geral Dr. José Bastos Reiki / Tui na / Shiatsu / Aromaterapia / Reflexologia / Acupuntura / Auriculoterapia Luis Viegas Astrologia Carmén Ferreira Nutrição Dr. Ricardo Costa Ervanária, TVP (Regressão), Naturopatia Osteopatia, Harmonização Energética Massagem Ayurvédica, Massagem Terapêutica, Massagem Geotermal Drenagem Linfática, Cavitação Radiofrequência Loja Penafiel: Avenida General Humberto Delgado nº2 4560 – 122 Galegos, Penafiel Loja Porto: Avenida do Brasil n. 843 Centro Comercial da Foz Piso Superior Loja x 4150 – 154 Nevogilde, Porto www.ervanariaveraluz.com geral@ervanariaveraluz.com Marcações: 91 693 50 80
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Saúde e Bem-Estar
RESIDÊNCIA SÉNIOR BEM TE QUER ENVOLVENDO A VELHICE EM ESTADOS DE PRAZER A Residência Sénior Bem Te Quer surgiu há cerca de dois anos no concelho da Maia com o intuito de proporcionar aos idosos momentos de afeto e ternura, comparados aos de uma família. Dar asas a um conceito de acolhimento aos idosos diferente das demais instituições do país foi o principal objetivo dos seus proprietários, focados sobretudo na qualidade de vida que oferecem aos utentes. Com uma casa que dispõe de 900m2, a Residência Sénior Bem Te Quer conta com 8 quartos mobilados a pensar no conforto dos idosos a longo prazo.
A aliar ao salão de jogos, existe um Jardim com 1000m2, onde decorrem atividades diversas, entre as quais workshops como o de jardinagem. Assegurar uma melhor velhice é uma das condições primordiais para a residência Bem Te Quer, onde facilmente se repara que cada pormenor foi especialmente eleito por forma a recriar as condições ideais para os utentes em conformidade com o seu estado físico e psíquico. Aludo à importância desta casa integrar um serviço de enfermagem de 24 horas por dia por forma a auxiliar o utente em qualquer momento.
NA Residência Sénior Bem Te Quer pode ainda usufruir da valência de centro de dia. Os proprietários mencionam a importância de haver preocupação com os utentes, o que lhes confere o estatuto de serem um prolongamento da sua família. A Residência Sénior Bem Te Quer pretende distinguir-se das demais instituições mantendo um conceito de apoio personalizado ao utente e de companheirismo numa caminhada da pessoa humana que se requer, indubitavelmente, risonha e preenchida por momentos de manifesta alegria .
REQUALIFICAR CENTROS DE COMÉRCIO TRADICIONAL, CONFERINDO O REAL VALOR DOS ARTISTAS DE RUA Quem passeia pelos principais centros das cidades não pode, de forma alguma, ficar indiferente ao comércio tradicional, genuíno e autêntico na forma como se pronuncia em relação aos seus clientes, alguns desde há décadas, fieis aos seus produtos e serviços. Se nas zonas periféricas das cidades, o comércio tradicional carece de robustez, pujança e revitalização, nos centros das duas principais cidades portuguesas – Lisboa e Porto – o mesmo não acontece. A principal oferta em lojas de rua na cidade de Lisboa estende-se desde a Avenida da Liberdade até à Zona da Baixa- Chiado. É ao longo de aproximadamente 150.000m2 que se situam não só lojas tradicionais como quiosques, grandes multinacionais e lojas de renome internacional que escolheram particularmente a Avenida da Liberdade para se fixarem no nosso país. Cada vez mais esta avenida Lisboeta se caracteriza como uma zona nobre da cidade e uma das mais cosmopolitas do país onde anualmente abrem várias lojas representativas de marcas de topo no vestuário mundial, tais como Louis Vuitton, Prada, Dolce & Gabbana ou Gucci, que trazem dinamismo ao mercado de retalho.
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Quem desce a Avenida da Liberdade, ao chegar ao Rossio encontra a Loja J. Gomes dos Santos, um pronto-a-vestir masculino surgido em 1926. Gomes da Silva é o proprietário do espaço desde 1979. Questionado face a atual conjuntura económica no nosso país responde que “as vendas não têm diminuído mas tem havido uma estagnação dos valores”. Acrescenta que as grandes marcas instauradas na Avenida da Liberdade não têm mais do que contribuído para atrair turistas: “Quanto mais marcas de topo vierem melhor”, confirma.
Com três lojas na Grande Lisboa, a Sapataria Helio é uma das mais prestigiadas e antigas sapatarias da cidade. Criada em 1942, António Coelho é o atual responsável pela loja, cargo que assume há vinte e quatro anos. Também ele atesta que a crise não tem diminuído as vendas até porque os turistas se encarregam de incrementar as compras ao longo de todo o ano: “mais de 50% dos nossos clientes são estrangeiros”. Assegura que o segredo do sucesso está na qualidade dos sapatos que produzem, inseridos numa gama média/alta. Para finalizar, António salienta a importância da localização dos espaços, que devem ser centrais e de fácil acesso ao público. No Porto a principal zona de comércio tradicional está instalada na Rua Santa Catarina e Sá da Bandeira, num total de aproximadamente 287.000m2. A Casa Othelo situa-se perto do início da Rua Santa Catarina. Há mais de 70 anos que dedica a sua atividade à venda de artigos turísticos. Rosa Branca é a atual proprietária do espaço. Assumiu a responsabilidade há 34 anos e manifesta que a crise é colmatada pela centralidade da sua loja e pela presença dos turistas, que ao longo de todo o ano não hesitam em levar alguma lembrança para a família ou amigos. Na rua Fernando Tomás, perpendicular à anterior, encontra-se a Casa Valente, destinada sobretudo à comercialização de artigos de têxteis lar e lingerie. José Valente atendeu-nos com um sorriso na cara quando soube que prendíamos falar acerca da sua loja que tem passado de geração em geração desde 1918, ano em que foi fundada. O proprietário assume que as vendas têm decaído, no entanto acredita que é na relação entre o preço e a qualidade do produto que está o ganho. Desta forma, desde que a crise se instalou, há cerca de cinco anos, procedeu a uma reapreciação dos preços, não descorando de forma alguma o atendimento personalizado ao público que considera ser uma das qualidades principais do comercio tradicional. “Tenho clientes há várias décadas que já me conhecem e com quem converso, o que é muito importante para manter o freguês”, assume José Valente. O comércio tradicional merece destaque pela sua história. Cada pequeno espaço está carregado de memórias e vivências dos que por lá passaram. São espaços cujo legado passa de geração em geração, adequando-se aos tempos e à mutação das sociedades. Inserido nos centros citadinos, o comércio tradicional distinguese por permitir o desfrutar de sensações, ao modo que se vai passeando pela calçada, geralmente em calcário repleta de desenhos que se vão alterando ao modo que os passos nos vão levando mais longe.
É um facto irremediável que o comércio de rua ajuda a combater a desertificação populacional dos centros históricos e turísticos das grandes cidades bem como de zonas rurais ao modo que propõe oferecer uma zona saudável de lazer, animação e cultura facilitada pelos artistas de rua, puros e verdadeiros no modo como interpretam as mais variadas formas de arte. São inúmeros os talentos que fazem da rua o seu palco para demonstrar a uma vasta plateia, que varia a cada minuto que passa, os seus dotes maiores. André Santos é estudante de pintura na FBAUP no entanto, sempre que pode, dá uma escapadela até à Rua Santa Catarina bem no centro da cidade invicta para pintar com os colegas. Da rua faz as suas galerias preenchidas por uma vibração de cores que faz estremecer qualquer um que por lá passe. Entre caricaturas, desenhos a carvão, pastel ou aguarela, as suas telas dão cor e brilho a um espaço onde a arte parece sobressair entre a multidão. “O sonho de um artista não é o de expor em galerias fixas mas divulgar a sua arte percorrendo o mundo”, afirma André. Termina garantindo que, quando as pessoas gostam do seu trabalho, dão sempre uma moedinha. João Pedro situa-se na mesma rua, apenas um pouco mais acima de André. Agosto 2012
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É possível que não se conheçam, mas partilham ambos o gosto pela expressão artística. É sentado no chão, de pernas à chinês e de guitarra na mão que passa os seus dias a cantar e encantar quem por si se cruza, todos os dias, dia após dia. Começou a trabalhar na rua por opção com apenas dezasseis anos. Tendo-se adaptado a este modo de vida, hoje em dia atreve-se a afirmar que “se não tivesse começado a tocar nas ruas, com a falta de emprego que há hoje em dia, provavelmente era um desgraçado”. Em Lisboa, mais especificamente no Largo do Carmo, encontra-se “José”, chamemos-lhe assim. Saxofonista não somente por gosto mas sobretudo porque a vida assim lho impôs, este músico toca na baixa lisboeta desde que ficou desempregado. A necessidade de dar alimento à sua família falou mais alto e dar asas a um talento algo esquecido no tempo foi a sua salvação num momento de dificuldades acrescidas.
“José” afirma que quem por si passa costuma contribuir “porque se identifica com a música ou porque sente que o dinheiro que entrega não tem senão o fim de ajudar”. O chapéu pousado cautelosamente na calçada, ao pé de si e à vista de todos, reclama um tostão ao modo que faz ressaltar as suas complicações, ordenadas pela vida. Fundem-se sentimentos na admirada calçada portuguesa, que caracteriza os principais centros comerciais de cada cidade. É uma nostalgia imensa reparar que a loja que frequentávamos em miúdos permanece intacta, no mesmo sítio onde outrora lhe havíamos reconhecido tanto valor. Hoje, simboliza ainda mais, apesar de já não estarem presentes os mesmos donos que tão bem conhecíamos e da moda ter mudado, entretanto, com a evolução natural da sociedade, as recordações permanecem em nós e elevam a nossa mente para um estado de saudade que abarca bem mais do que o espaço físico das coisas. Conviver de perto com o comércio tradicional é dar-lhe ânimo, é permitir que se fortaleçam raízes patrióticas numa linha temporal que estabelece a ponte entre o passado e o futuro. Marta Cabral
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“EM CAMPO POR AMOR À TERRA” Lembra-se da Família Prudêncio? Na década de 70, esta família em desenho animado apareceu na televisão pública para passar uma mensagem de alerta para um conjunto de procedimentos de segurança relativos à utilização dos pesticidas. Hoje estão novamente em campo, desta feita pelas mãos do Valorfito – sistema integrado de gestão de embalagens e resíduos em agricultura - com a missão de sensibilizar os produtores agrícolas para o destino correto a dar às embalagens vazias dos produtos fitofarmacêuticos utilizados nas explorações agrícolas. Criado em 2006, o Valorfito surgiu precisamente da necessidade de dar uma solução “amiga do ambiente” às embalagens vazias dos pesticidas para que estas deixassem de ser enterradas ou queimadas, com conhecidos malefícios para a natureza.
“Em Portugal existem cerca 300 mil agricultores, o que representa uma média muito superior à da Europa, se falarmos em termos de população ativa. Precisamos por isso de aumentar o grau de sensibilização das pessoas que lidam com estes produtos para conseguir aumentar o volume de recolha destas embalagens”. António Lopes Dias, diretor geral do Valorfito, sustenta assim a necessidade da ação pela sensibilização, salientando a importância do apoio das entidades locais para intervirem junto dos agricultores.
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Os pontos de venda dos fitofármacos são por isso os pontos de recolha das embalagens vazias: “A pessoa compra os produtos, requisita um saco da Valorfito onde vai depositando as embalagens vazias dos pesticidas e quando o saco está cheio leva-o ao ponto de recolha onde vai receber um comprovativo de entrega dos resíduos e um saco novo”, explica o diretor.
Nada se perde… Além do plano de intervenção para eliminar a deposição de resíduos tóxicos na natureza, o Valorfito assume também o dever de promoção e realização da reciclagem. “Nos últimos três anos todos os resíduos da Valorfito foram encaminhados para a reciclagem. O plástico das embalagens que recolhemos é triturado, descontaminado e encaminhado para reciclagem, dando depois origem a objetos de utilização não alimentar como, por exemplo, os tubos de proteção das plantações novas”, esclarece António Lopes Dias. Com uma taxa de recolha de trinta por cento relativamente ao total de fitofármacos colocados no mercado, o Valorfito fixou já o objetivo de, nos próximos cinco anos, duplicar esta taxa e alargar o âmbito de atuação a todos os resíduos provenientes da agricultura. “A renovação da licença para mais cinco anos vai incluir dois novos fluxos - embalagens vazias de sementes e os biocidas de uso profissional – sendo que existem outros fluxos passíveis de virem a entrar como de embalagens de adubos e fertilizantes e também os resíduos de plásticos provenientes da agricultura como os plásticos das estufas”, acrescenta o diretor geral. E conclui: “O plano será sempre o de crescimento assente na filosofia de manutenção de boas práticas ambientais. O futuro passará por mostrar às pessoas que é possível praticar uma agricultura sustentável, não agressiva para o ambiente”.
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UM LICOR COM ALMA PORTUGUESA A tranquilidade da Quinta do Meiral não deixa adivinhar que no seu interior é produzido um néctar único e bem conhecido de todos os portugueses, o Licor Beirão - «o licor de Portugal». José Redondo, administrador da J. Carranca Redondo, Lda., e José Tomás, o seu neto de dez anos, foram os anfitriões de uma visita guiada aos bastidores do Licor Beirão, empresa líder do mercado das bebidas espirituosas, mas que ainda mantém um forte cariz familiar. Aliás, no decorrer da visita, José Redondo admite que o “seu principal pilar é a família” e apenas depois vêm o Licor Beirão e o râguebi. Confidencia, com um sorriso nos lábios, que todos os dias toma o pequeno-almoço, “em casa, com quase todos os filhos e netos. A mesa é colocada para cerca de dez ou onze pessoas”. É com visível satisfação e orgulho que José Redondo nos conduz em direção à linha de enchimento e embalamento, totalmente automática e dotada da mais recente tecnologia, onde são processadas, em média, 13.500 garrafas por dia. Em jeito de curiosidade, o nosso anfitrião comenta que à tecnologia da linha de enchimento alia-se o trabalho manual das colaboradoras que, garrafa após garrafa, colocam manualmente a emblemática fita dourada que envolve o gargalo da inconfundível garrafa do Licor Beirão e os rótulos das miniaturas. À saída da área de engarrafamento e embalamento em direção ao sector produtivo, José Redondo revela que o Licor Beirão é único no país, fruto de um processo produtivo baseado numa maceração seguida de uma dupla destilação que dá origem ao alcoolato, um aroma natural. “A maioria dos licores utiliza essências artificiais que são muitíssimo mais baratas”, comenta o nosso interlocutor acrescentando, em tom jocoso, que “estas são como as essências dos falsos perfumes vendidos nas feiras. Ao fim de alguns minutos são só álcool. Já o paladar do Licor Beirão mantém-se por muito tempo na boca, tal como o aroma”.
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Transpondo a porta da sala das especiarias, ficamos inebriados pelos exóticos aromas das treze sementes e especiarias que compõem a receita do Licor Beirão. Oriundas dos mais diferentes pontos do Mundo, as especiarias utilizadas na feitura do licor são cuidadosamente escolhidas por José Redondo e pelo seu filho Ricardo, únicos conhecedores da receita secreta do Licor Beirão, a fim de garantir a sua qualidade e paladar. Consciente da unicidade e qualidade do Licor Beirão, José Redondo admite que é uma pena o sector da restauração não promover os bons licores. “Se depois de um bom prato,
as pessoas beberem um mau licor a refeição fica estragada. Além disso, um bom licor prestigia um restaurante”, sublinha. Para o nosso interlocutor, o Licor Beirão tomado como digestivo deve ser o culminar de uma boa refeição, aumentando o prazer dos comensais. Ainda extasiados pelos exóticos aromas das sementes e especiarias seguimos para a última paragem da nossa visita, a pequena sala museu, onde se encontram expostos pedaços do fantástico percurso publicitário do Licor Beirão que tornaram esta marca num verdadeiro case study, devido ao seu espírito inovador.
A publicidade faz parte do seu ADN Recentemente, a campanha do Licor Beirão “Soluções à Portuguesa”, protagonizada por Paulo Futre, foi considerada pela ICOM como a melhor campanha mundial desenvolvida em 2011. Visivelmente orgulhoso deste feito, José Redondo recorda que quatro dias após selecionarem o ex-futebolista para esta campanha realizou-se a sessão fotográfica e oito dias mais tarde a campanha estava na rua. “Algo como isto apenas é possível no seio de uma empresa como a nossa, onde o marketing e a publicidade fazem parte do seu ADN. Naturalmente foi fundamental para o aspeto gráfico e a rapidez de execução a experiência da Usina (agência de publicidade) em campanhas políticas”, reitera. É impossível dissociar a história do Licor Beirão da história da publicidade em Portugal. Para o nosso anfitrião, existe um importante binómio qualidade e publicidade. “Podemos ter a melhor campanha do mundo, mas se o produto não tiver qualidade não se vende. Por outro lado, podemos ter o melhor produto do mundo, mas se não for bem publicitado também não vende”, esclarece. E, ao longo das décadas, foram várias as campanhas do Licor Beirão que ficaram célebres e que se tornaram marcos da história da publicidade em Portugal. Recorde-se o famoso cartaz que apresenta uma tabuleta em ripas de madeira com a inscrição Licor Beirão e a Serra da Lousã ao fundo, o polémico cartaz dos anos 50 com a pin-up vestida de vermelho, onde se podia ler o slogan «é de bom gosto servi-lo… é de bom gosto bebê-lo…» e até as
réguas de madeira com frases como «Que licor porreiro, senhor engenheiro!» e o controverso slogan «O beirão de quem todos gostam». Este último foi criado por José Carranca Redondo, fundador da empresa e considerado por muitos como o “pai” da publicidade em Portugal, como uma velada referência a Salazar. José Redondo recorda o seu pai como um homem “ousado”, de enorme coragem e um verdadeiro visionário. “No início da Segunda Guerra Mundial, o meu pai ficou desempregado e decidiu investir todas as suas poupanças na compra da fábrica do Licor Beirão e também do segredo da receita. E num rasgo de audácia contraiu um empréstimo para fazer os seus primeiros cartazes publicitários e era ele próprio que andava aos fins de semana com um balde cola a afixar cartazes”, conta. E, mais tarde, criou a sua própria empresa de publicidade que rapidamente tornou-se na maior agência do país.
S
abia que José Redondo…?
É o fundador do Rugby Club da Lousã. Foi responsável pela contratação de Waisale Serevi, o melhor jogador mundial de râguebi 7, para jogar pelo RC Lousã no torneio de Sevens de Madrid em 2002.
Inventou as camisolas justas ao corpo usadas pela primeira vez pelos jogadores do Rugby Club da Lousã e actualmente utilizadas por todas as grandes equipas mundiais. Devido à sua dedicação ao desporto e à coletividade, a Assembleia Municipal da Lousã decidiu atribuir o nome José Redondo ao estádio municipal de rugby. Se orgulha de ter sido o criador do famoso slogan «O licor de Portugal», quando tinha apenas 18 anos.
Durante a animada conversa, José Redondo conta vários episódios curiosos sobre o seu pai, figura que recorda com carinho e admiração, devido à “sua perspicácia” e capacidade empreendedora. A par do Licor Beirão e da agência de publicidade, José Carranca Redondo criou ainda uma empresa de sinalização rodoviária, uma empresa de material reflector, uma fábrica de brinquedos e uma fábrica de refrigerantes. Desde cedo, José Redondo acompanhou de perto os negócios do seu pai, inclusive começou a trabalhar na fábrica do Licor Beirão aos dez anos, de quem herdou importantes conhecimentos sobre o mundo dos negócios que mais tarde transmitiu a Daniel e Ricardo Redondo, dois dos seus filhos que trabalham na empresa, e agora aos seus netos. E assim se tem construído o sucesso de uma marca profundamente portuguesa! Agosto 2012
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A PERFEITA LOCALIZAÇÃO PARA A SUA EMPRESA A PENSAR NAS NECESSIDADES DAS EMPRESAS SURGIRAM OS PARQUES DE NEGÓCIO DO VALE DO TEJO, UM CONCEITO INOVADOR DE ÁREAS DE LOCALIZAÇÃO EMPRESARIAL QUE PRIMAM PELA EXCELÊNCIA URBANÍSTICA. “Os Parques de Negócio do Vale do Tejo (PNVT) são as primeiras Áreas de Localização Empresarial (ALE) do país licenciadas pelo ministério da Economia”, confirma José Eduardo Carvalho, presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) e um dos responsáveis pelos PNVT.
www.pnvt.pt Parque de Negócios do Cartaxo Parque de Negócios - Rio Maior Parque de Negócios - Torres Novas
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De base inovadora, este conceito surgiu originalmente em 2000, ano em que José Eduardo Carvalho era ainda presidente da NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, quando foi elaborado um Plano Estratégico de Desenvolvimento para todo o distrito. “Chegou-se à conclusão que havia falta de áreas devidamente infraestruturadas para instalar grandes empresas e concluiu-se que a criação dessas áreas era um projeto estruturante para o desenvolvimento da região. Além de ser um importante instrumento no ordenamento de território”, contextualiza o nosso interlocutor. Numa primeira fase, encomendou-se um estudo prospectivo a uma universidade para determinar as áreas com maior potencial de crescimento e desenvolvimento da Região. Com base nessa análise rigorosa foram escolhidos cinco locais que reuniam as condições necessárias. Contudo o problema consistia em criar um produto diferenciador e inovador.
José Eduardo Carvalho recorda que, até esse momento, em Portugal apenas existiam dois modelos de áreas empresariais. “Existiam as zonas industriais geridas pelas autarquias, na sua maioria autênticos cemitérios de empresas. Além de não respeitarem as regras do ordenamento de território, não possuem infraestruturas básicas como gás natural, fibra ótica, boas acessibilidades.
“Isto só foi possível com a criação de uma nova legislação de licenciamento e ordenamento da atividade económica, curiosamente a mais avançada da Europa”, reitera o nosso interlocutor. Mas a facilidade no licenciamento é apenas um dos muitos aspetos inovadores dos PNVT. As empresas instaladas nos PNVT usufruem de um vasto leque de vantagens como, por exemplo, isenção do IMI e IMT e redução de taxas de licenciamento, de excelentes acessibilidades, infraestruturas completas, qualidade urbanística, serviços de apoio e das Aldeias Empresariais, onde estão localizados serviços como creche, hotel, restaurante, centros de formação, cafetaria, entre outros. E na mesma altura começavam a surgir os primeiros parques portugueses de ciência e tecnologia como por exemplo o Taguspark. Contudo, a dinâmica empresarial destes parques é normalmente liderada por universidades e assenta em empresas de base tecnológica, o que significa que os mesmos só conseguem viabilidade junto dos grandes centros urbanos e com universidades vocacionadas para a dinâmica empresarial e económica”, acrescenta. Com a ideia de criar um produto inovador e intermédio entre as zonas industriais e os recentes parques de ciência e tecnologia, os responsáveis pelo projeto levaram a cabo um benchmarking pelas diferentes áreas empresariais da Europa. E, assim, surgiram os PNVT, espaços qualificados e de excelente qualidade urbanística vocacionados para empresas dos mais variados sectores, geridos por Sociedades Gestoras com competências de licenciamento, gestão condominial, fiscalização e prestação de serviços de apoio às empresas. Importa esclarecer que estas ALE estão previamente licenciadas pelo ministério da Economia, o que significa que as empresas aí instaladas usufruem de licenciamento imediato.
Do conceito à concretização Criado o conceito, escolhidos os locais que reuniam todas as condições para a implementação dos PNVT, o projeto encontrou o seu primeiro entrave. “Os locais selecionados sob determinados critérios (distante de núcleos urbanos - aconselhável mais de 2 km; Área superior a 45ha; Próximo das infra-estruturas básicas: energéticas (gás natural e electricidade); Hídricas (abastecimento de água e saneamento); - Telecomunicações; Fácil acesso a vias rápidas de comunicação terrestre (nós de autoestradas) e infra-estruturas ferroviárias de transporte de mercadorias; próximo de áreas populacionais importantes;) reuniam todas as condições à exceção de uma, “sem condicionantes ambientais”. As alterações ao uso do solo foram o principal entrave do projecto. Este processo burocrático levou cerca de oito anos a ser concluído, o que significa que os projetos que deviam ter arrancado em 2005, apenas avançaram em plena crise”, aponta José Eduardo Carvalho. Perante este cenário, o presidente da AIP considera fundamental modificar a lei do uso dos solos, pois “apesar das alterações jurídicas efetuadas há cerca de dois anos, continua a criar muitos bloqueios ao desenvolvimento económico do país”.
Apesar desta condicionante, o projeto tem avançado com sucesso. Ainda, recentemente, arrancaram as obras de construção de uma unidade de extrusão de alumínio no Parque de Negócios de Rio Maior. Trata-se de um investimento estrangeiro de 15 milhões de euros, que criará cem postos de trabalho. Além disso os PNVT já instalaram ou estão em vias de instalação 19 empresas, que criaram 778 postos de trabalho. Há quem diga que as áreas disponíveis para a instalação de empresas em Portugal, consagradas em PDM, dava para albergar toda a indústria alemã. “Não sei se será verdade”, diz José Eduardo Carvalho, “o que sei é que nenhum empresário alemão aceitaria colocar ou instalar a sua empresa em 98% dessa área disponível”. Em jeito de conclusão, José Eduardo Carvalho afirma acreditar que os PNVT serão um polo de excelência para a atração de investimento estrangeiro contribuindo, assim, para o desenvolvimento económico da Região e do país. Agosto 2012
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O MAIOR ESPETÁCULO DESPORTIVO JÁ COMEÇOU! PELA TERCEIRA VEZ, LONDRES É A CIDADE ANFITRIÃ DOS JOGOS OLÍMPICOS DA ERA MODERNA.
De dia 27 de julho a 12 de agosto, as Terras de Sua Majestade serão o palco do maior evento desportivo do mundo. Nos Jogos Olímpicos 2012 vão estar em competição 29 modalidades de 26 desportos diferentes com a presença de mais 10500 atletas. Todos os países estarão de olhos postos na performance dos seus atletas. E Portugal não será uma exceção. O sonho olímpico lusitano encontra-se nas mãos de 77 atletas portugueses, a competir em 13 modalidades diferentes. Telma Monteiro, no Judo, ou Marco Fortes, no Lançamento do Peso, são alguns dos nomes mais facilmente reconhecidos pelos portugueses, especialmente perante a ausência de outros tão ou mais sonantes, como o de Francis Obikwelu, Nélson Évora, Vanessa Fernandes ou Naide Gomes. Mário Santos, chefe da missão portuguesa, sublinha que os atletas portugueses se encontram entre os melhores do mundo e garante que estes encaram a sua participação “com ambição”. Durante a conferência de imprensa realizada no Main Press Center, Mário Santos garante que o objetivo da missão é que os atletas confirmem o seu melhor resultado. Também Vanessa Fernandes, medalha de prata no triatlo em Pequim 2008, mostrou-se confiante na prestação dos atletas portugueses considerando que “não vão desiludir ninguém. Vão apenas fazer aquilo que sabem e para o qual trabalharam, que é dar o máximo fazer o melhor”. Iniciada a aventura olímpica, aguardamos com expectativa um desfecho positivo da participação dos nossos atletas. E, acima de tudo, assistir a momentos grandiosos de performance desportiva neste evento mundial. Adélia Abreu
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ONDE CADA CLIENTE É ÚNICO O GRUPO ÓPTICA MÉDICA ROGÉRIO RESULTA DA HARMONIOSA ALIANÇA ENTRE TRADIÇÃO E INOVAÇÃO. Com 35 anos de existência, a Óptica Médica Rogério já se encontra na segunda geração de gerentes, mas mais importante na terceira geração de clientes. Maurício Rogério, gerente da empresa, comenta orgulhoso que tem famílias inteiras como clientes, desde os “avós, filhos e netos”. Com uma elevada carteira de clientes, uma das características diferenciadoras da Óptica Rogério é a dedicação ao cliente. “Mais do que estabelecer uma relação comercial, ao longo dos anos, temos vindo a criar uma relação de proximidade e familiaridade com cada cliente, o que nos permite conhecer as suas necessidades”, comenta Maurício Rogério. A dedicação e o atendimento personalizado transmitem uma enorme confiança a todos os clientes, pois sentem que a sua saúde ocular se encontra em boas mãos. Com uma equipa de mais de 40 colaboradores dedicados à visão, o grupo Óptica Médica Rogério aposta exclusivamente em profissionais especializados, tais como, optometristas licenciados, técnicos de ótica ocular e empregados comerciais para que seja proporcionado o melhor atendimento na área da ótica.
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Fruto desta forte relação estabelecida com os clientes, o grupo tem vindo a crescer nos últimos anos e dispõe, atualmente, de uma rede de 12 espaços comerciais de prestação de serviços óticos, localizados nos distritos do Porto e Viseu. A mais recente loja do grupo abriu as suas portas ao público em dezembro de 2011, junto ao Hospital São João, no Porto. “Era um projeto antigo que desejávamos imenso concretizar. Além de se tratar de uma zona nobre da cidade, devido à localização do hospital de referência na zona norte, sentíamos que fazia falta uma ótica naquela área, até porque se trata de um polo de enorme fluxo de pessoas”, revela o nosso interlocutor. Apesar de recente, a aposta têm-se revelado um sucesso. À semelhança dos restantes espaços do grupo, o interior da loja foi cuidadosamente pensado e executado, apresentando atualmente uma área de atendimento geral e duas de atendimento personalizado, gabinete de optometria e contactologia e oficina de ótica, equipada com maquinaria e utensílios mais recentes no mercado.
Uma das premissas de Maurício Rogério é ter todas as lojas do grupo dotadas da maquinaria mais atual. “´Sabendo disto, é comum os fornecedores apresentarem-nos, em primeira mão, as tecnologias mais recentes no mercado”, comenta. Para o nosso interlocutor é fundamental acompanhar a evolução tecnológica e, acima de tudo, procurar sempre novas soluções que aumentem a qualidade do atendimento nas óticas do grupo. Ao conversar com Maurício Rogério é fácil perceber que o grupo Ótica Médica Rogério se encontra em permanente evolução, adaptando-se aos novos desafios do mercado, de forma a prestar os melhores cuidados de saúde ocular. “Não só investimos na mais recente tecnologia, a fim de obter uma perfeita execução das prescrições, como disponibilizamos uma alargada gama de armações e lentes oftálmicas das marcas mais conceituadas do mercado e um serviço de assistência técnica pós-venda. Estes são os principais alicerces do trabalho de excelência desenvolvido pelo grupo”, reitera.
Imagem cedida por OpticaPRO
Entre os dez melhores de 2012 O grupo Óptica Médica Rogério foi um dos vencedores da segunda edição dos Prémios ÓpticaPro. Pela segunda vez, a publicação especializada na área da ótica decidiu prestigiar o trabalho de excelência desenvolvido pelos profissionais do sector, atribuindo o galardão às dez melhores óticas do país. “Para todos no grupo, este prémio é um reconhecimento do trabalho que vimos a desenvolver nos últimos 35 anos. É muito gratificante sermos reconhecidos pelo nosso trabalho de excelência, pelo profissionalismo e pela dedicação aos clientes”, afirma Maurício Rogério.
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PENSAR O FUTURO EM TEMPO DE FÉRIAS Lembra-se da azáfama do despertador-quenão-se-cala, dos pequenos-almoços a grande velocidade e das mochilas carregadas de conhecimento arrastadas à revelia do sono que teima em não dar tréguas? Agora que a esse corre-corre deram as férias sossego, é tempo de pensar… no próximo ano letivo. Afinal, setembro está já ali ao virar de agosto e os planos curriculares há algum tempo que no cabeçalho contemplam “2012/2013”. Há uma ou outra montra de livraria onde já balança a folha A4 que anuncia a encomenda de manuais escolares e não tarda, chegarão as prateleiras carregadas de material escolar multifacetado e bem colorido à força do merchandising das sagas cinematográficas e dos cantores da moda. Agora que as matrículas prometem desviar, num dia ou noutro, o itinerário casa-praia/rio/piscina e há todo um nervoso miudinho nos já autoproclamados graúdos que anseiam o estatuto ‘caloiriano’, mesmo agora, que naquele recôndito canto do armário repousam em paz as mochilas, começam os pais a fazer contas: Aos dias que faltam para as férias no trabalho, aos dias que hão de sobrar para descansar, às modas e maneiras de gestão do orçamento familiar e, não raras as vezes, perdem-se na contagem decrescente que a passos largos lhes há de trazer de volta a azáfama. Boas Férias Liliana Marinho
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Ensino e Oferta Formativa
“CONSTRUIR O FUTURO” Com uma história de oito décadas, a Escola Secundária D. Dinis, Santo Tirso, norteia a sua atividade pelos princípios de qualidade, rigor e disciplina.
Associada ao prosseguimento de estudos, a Escola D. Dinis tem sabido manter-se atenta aos novos desafios da educação, em particular a nível do ensino profissional. “Atendendo à nova realidade integramos cursos profissionais na nossa oferta formativa, mantendo as matrizes de qualidade, rigor e disciplina”, sublinha Carlos Teixeira, diretor da escola. A fim de garantir a qualidade de ensino, a escola tem preocupação em assegurar os recursos humanos necessários para ministrar os cursos profissionais, analisar a validade dos mesmos para Santo Tirso e concelhos limítrofes e, por último, sempre que haja necessidade adquirir equipamentos e/ou recursos pedagógicos específicos para cada curso. Outra preocupação presente na D. Dinis é assegurar estágios profissionais tanto aos alunos do 11º ano e do 12º ano e estágios profissionais internacionais no âmbito do projeto Leonardo Da Vinci. “E os resultados têm sido positivos. Também no 3º ciclo do ensino regular mantivemos a taxa de 95 por cento de aprovação e, ainda, nos exames nacionais do ensino secundário temos bons indicadores”, refere Carlos Teixeira. Mas o sucesso educativo na Escola D. Dinis também se constrói fora das salas de aulas: “É evidente que para
atingir sucesso educativo também é fundamental investir em atividades desportivas, lúdicas e formativas e como tal apostamos num plano anual de atividades bastante diversificado. Destaco o Desporto Escolar, o Gabinete de Apoio ao Aluno, o Eco Escolas, o clube de meditação e o clube de autores. Realço ainda o projeto de combate à obesidade e promoção da atividade física que resulta de uma parceria com a Câmara Municipal de Santo Tirso e a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto”, aponta o diretor. Querendo assumir-se como uma escola de referência na região do médio Ave, à oferta formativa e ao plano de atividades extracurriculares alia-se ainda o projeto de requalificação que está a dotar a escola de infraestruturas mais capazes para um ensino de qualidade.
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BREVES Novo Catálogo Formativo SHOOLHOUSE PORTO - Entidade de referência na prestação de Serviços Formativos, tem já disponível o novo Catálogo Formativo. Saiba mais sobre os cursos de Empreendorismo Social; Gestão de Pessoas para a Alto Desempenho; Curso Avançado de Gestão e Organização Social; Código do Trabalho – Actualizações; Ferramentas LEAN: SMED – Redução dos Tempos de Setup; Curso Prático de Negociação Internacional; Coaching e Teambuilding. Saiba mais sobre as Áreas disponíveis em www.porto-constituicao.schoolhouse.pt.
Empréstimo de livros escolares
De 3 a 12 de Agosto a Fundação Gulbenkian acolhe o Jazz
Nascido no Porto em 2011, o “Movimento pela Reutilização dos Livros Escolares” já se disseminou pelo país e neste momento existem cerca de 60 bancos de recolha e troca gratuita de manuais escolares. Fundado por Henrique Trigueiros Cunha, o movimento tem “como único objetivo tornar a reutilização de livros escolares uma prática universal em Portugal”. Segundo os cálculos do fundador do projeto, se o Governo avançasse com a regulamentação do empréstimo de livros escolares poderia poupar “105 milhões de euros em três anos”. Também para as famílias esta é uma forma alternativa de poupança no início do ano letivo. Para os interessados em conhecer mais sobre este projeto basta visitar a página do Moviemento no Facebook ou o site reutilizar.org.
A Fundação Gulbenkian já nos habituou a este Festival de Jazz, que decorre anualmente no mês de Agosto, presenteando-nos sempre com um cartaz de luxo através de artistas internacionais de grande prestígio no género musical. Na abertura do Festival, dia 3 de Agosto, estará presente Sunny Murray, um dos artistas pioneiros no estilo Free Jazz; no dia 4 de Agosto sobe ao palco Led Bib, um quinteto britânico que explora múltiplos caminhos do jazz, com ligação ao funk, heawy metal ou rock. Dia 5 é a vez de Misha Mengelberg (pianista) e Evan Parker (saxofonista e senhor da música improvisada) encherem o palco. Destaca-se o trio do pianista Matthew Shipp, pianista americano, também participante em algumas bandas de rock e Marilyn Crispell, pianista e compositor, no dia 10 de Agosto. No dia seguinte salienta-se a participação do baterista Gerry Hemingway. Ingebrigt Håker Flaten, contrabaixista e compositor Norueguês residente nos EUA, fechará o festival . O Jazz em Agosto estende-se também ao Teatro do Bairro, nos dias 7, 8 e 9 com várias atuações no âmbito do Jazz.
Ensino e Oferta Formativa
UMA REFERÊNCIA DE QUALIDADE E EXIGÊNCIA “Por um ensino público de qualidade, exigência, disciplina e excelência” é o lema que rege a atuação da Escola Secundária de José Estêvão (ESJE), em Aveiro.
Com 150 anos de história, a Escola José Estêvão tem como principais objetivos “formar cidadãos cultos e intervenientes, fomentar aprendizagens e valores, ser uma escola inovadora a nível pedagógico e organizacional e alcançar o reconhecimento enquanto escola de referência pela qualidade do serviço público prestado a nível da educação e do ensino”, reitera Alcino Carvalho, diretor da ESJE. Nesse sentido, a ESJE apresenta uma oferta formativa e educativa estabilizada, desde há dois anos, sendo este um ano de continuidade. “A nossa oferta consolidada relaciona-se com o nosso corpo docente, com os equipamentos da escola e com a escolha dos alunos. Mas procuramos também relacioná-la com o mercado de trabalho e com as decisões estratégicas do ministério da Educação e Ciência”, comenta. E assim surge o sucesso escolar. Alcino Carvalho admite que os dados relativos aos alunos do ensino profissional são díspares. Por um lado, há uma elevada taxa de acesso ao ensino superior. “Já a taxa de empregabilidade não é mais elevada em função do dado anterior (acesso ao ensino superior) e da natureza dos cursos que formam jovens em áreas já de si saturadas no mercado de trabalho (design e informática).
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studar na ESJE é um desafio, mas todos juntos vamos vencê-lo” Ao nível dos cursos científico-humanísticos o sucesso, se aferido pelos exames nacionais, podese considerar bom, dado que, por norma, os nossos alunos têm classificações médias superiores à média nacional”, acrescenta. Com estes indicadores positivos, as atenções voltam-se agora para o próximo ano letivo. “Estudar na ESJE é um desafio, mas todos juntos vamos vencê-lo”, assegura Alcino Carvalho. Agosto 2012
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Ensino e Oferta Formativa
EM CONSTANTE EVOLUÇÃO Inserida no Agrupamento de Escolas de Arga e Lima com sede em Lanheses – Viana do Castelo, a Escola Básica e Secundária de Arga e Lima é uma instituição que tem sabido ultrapassar os desafios propostos.
Com 22 anos de história, a Escola Básica e Secundária de Arga e Lima centrou-se nos primeiros anos de funcionamento no ensino básico. Mas atendendo à sua centralidade e à demanda da população, em 1995, alargou a sua atuação ao ensino secundário. E até agora, o percurso da instituição tem sido pautado pelo contínuo sucesso. Apesar de localizada numa região carenciada e com uma elevada taxa de desemprego, a Escola de Arga e Lima tem conseguido manter elevados níveis de aprovação e contrariar o abandono escolar. “Tem sido relativamente fácil manter os alunos na escola, pois eles têm um enorme espírito de pertença. Basta reparar na forma como conservam e colaboram na requalificação das instalações para sentir que possuem uma elevada postura cívica, que o nosso projeto educativo foi aceite pela comunidade, que os valores e princípios que defendemos estão interiorizados pelos alunos e o regulamento interno é escrupulosamente cumprido pelos alunos, corpo docente e não-docente e pais”, afirma, de forma convicta, Manuel Agostinho. Contudo, este facto não impede a direção pedagógica de procurar continuamente uma oferta formativa atrativa para os alunos, em particular no âmbito dos cursos profissionais. “Procuramos áreas com elevada taxa de empregabilidade, a fim de garantir o êxito profissional dos nossos alunos. Assim, este ano adicionamos à nossa oferta educativa os cursos de técnico de Turismo Ambiental e Rural e técnico de Análises Laboratoriais. Adicionalmente, foi concedida autorização para abrir mais duas turmas de prosseguimento de estudos”, avança.
Um outro selo de qualidade é o facto da Escola de Arga e Lima ter sido positivamente avaliada no âmbito do Programa AVES - Avaliação Externa de Escolas. A qualidade do serviço educativo é uma preocupação constante da direção. Nesta perspetiva, a Escola procura associar-se a instituições creditadas que lhe permitam monitorizar e assegurar a melhoria contínua e sustentada do serviço prestado. Inscrevem-se nesta orientação os protocolos assinados com a Fundação Manuel Leão – Programa AVES e o Projeto de Avaliação em Rede (PAR) associado à Universidade do Minho.
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AMBIÇÃO E QUALIDADE NO ENSINO PRIVADO EXCELÊNCIA, RIGOR E PROFISSIONALISMO. SÃO ESTES OS VALORES QUE NORTEIAM A EDUCAÇÃO NO COLÉGIO ST. PETER’S SCHOOL.
Fundado em 1993 em Setúbal, em pouco tempo as instalações tornaram-se pequenas para as inscrições e desde há quinze anos que esta instituição de ensino privado se situa na Quinta dos Barreleiros, em Palmela. “As instituições particulares de educação que existiam estavam muito ligadas à Igreja e nós aparecemos com um conceito inovador assente no currículo bilingue”. Isabel Simão, diretora pedagógica e fundadora do colégio, sustenta assim a rápida aceitação e o sucesso que o St. Peter’s School adquiriu e mantém até aos dias de hoje. Implementada desde o jardim-deinfância, a educação bilingue foi de facto um elemento diferenciador, mas Isabel Simão não tem dúvidas em apontar todo o trabalho de continuidade por parte dos docentes, alunos e direção, bem como a ousadia e a exigência de todo o plano curricular, como os ingredientes do sucesso que colocam esta instituição nos lugares cimeiros da educação privada em Portugal: “Aqui a ordem do dia é o trabalho permanente. Só assim conseguimos alcançar o reconhecimento e o sucesso. É isto que incutimos nos alunos e nos profissionais que estão connosco e é isso que tem dado bons frutos”.
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Na sua maioria, os alunos ingressam no St. Peter’s School com três anos e lá permanecem até completarem o 12º, de onde grande número sai para as universidades - nacionais e estrangeiras - com médias que lhes garantem entrada no curso de primeira opção.
Muito mais do que ensinar, humanizar! Conscientes da importância e do alcance da globalização, o principal intento do St. Peter’s School é proporcionar aos seus alunos uma educação o mais eclética possível a nível curricular, mas também ao nível do desenvolvimento pessoal e social. A diretora pedagógica garante por isso que a ideologia que o colégio preconiza vai mais além do que o conceito de escola como mero espaço onde o aluno recebe conteúdos: “Uma escola é uma instituição muito mais abrangente. Tomamos por isso a responsabilidade de formar pessoas completas, não só academicamente, mas também dignas, sérias e honestas”. Neste colégio o aluno é visto como um todo que tem de ser acompanhado em permanência tanto nas áreas de aprendizagem formal, como nos múltiplos domínios que o seu processo de crescimento implica: “O nosso lema é precisamente o acompanhamento de proximidade em permanência e personalizado caso a caso”, conclui Isabel Simão.
Plano curricular diverso e dinâmico Para todos os ciclos o colégio apresenta vários projetos de integração, sempre numa lógica de formação de continuidade e multidisciplinaridade. Logo no jardim-de-infância as crianças integram o projeto de grafomotricidade cujo objetivo passa por criar nelas a sensibilidade e aproximação ao processo de alfabetização e ao raciocínio matemático. Desta feita, aos quatro anos as crianças já são capazes de ler dissílabos o que acaba por ter um reflexo positivo na transição para o 1º ciclo. Já no 5º ano é introduzida a figura do perceptor cujo papel assenta quer no acompanhamento do percurso escolar do aluno, quer no seu desenvolvimento pessoal e social. “Cada vez mais a escola assume a figura e a responsabilidade de núcleo familiar próximo. Um papel que para mim faz todo o sentido, na medida em que trabalhamos com seres humanos que têm necessidades e ansiedades que os adultos têm obrigação de percecionar e ajudar a resolver”, afirma Isabel Simão. Já no campo da oferta linguística, a par do inglês introduzido logo no jardimde-infância, também o espanhol e o alemão fazem parte do plano curricular, que no próximo ano letivo incluirá também o mandarim. Uma inovação que a diretora pedagógica diz ser “imperativa” dada a “importância crescente que o oriente está a adquirir na nossa sociedade”. A oferta extracurricular é também aposta contínua do colégio que neste momento coloca à disposição dos seus alunos mais de 40 atividades que vão desde a natação, esgrima ou ballet até ao râguebi, futsal, voleibol, passando pelo hip hop e danças contemporâneas, sendo que no próximo ano será também introduzida a equitação. Prestes a completar duas décadas, o St. Peter’s School mantém intacta e sempre presente “a preocupação com a exigência”, garantindo a continuidade através da adaptação às mudanças da sociedade e apostando sempre na inovação. “Uma escola é uma instituição que vai vigorar na medida em que conseguir ser dinâmica e conseguir estar atenta aos sinais e aberta ao mundo”, remata Isabel Simão.
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QUANDO HUMANIZAR O ENSINO FAZ A DIFERENÇA “LIDERAR ATRAVÉS DE UMA POLÍTICA DE PROXIMIDADE.” É assim que Manuel Pereira resume a filosofia do Agrupamento de Escolas de Cinfães, que preside.
Com cerca de 1500 alunos este agrupamento, identificado como Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP) – medida de promoção do sucesso educativo, combate da indisciplina e do abandono escolar - está inserido numa comunidade com dificuldades acrescidas em termos económicos e sociais: “Na região há uma elevada taxa de desemprego, o que faz com que diariamente cheguem à escola alguns problemas aos quais temos de dar resposta”, revela Manuel Pereira. O Agrupamento de Escolas de Cinfães assume assim a responsabilidade de receber todos os alunos, procurando dar sempre resposta às suas necessidades e simultaneamente contribuir para que tenham o máximo de sucesso possível, quer na formação académica, quer pessoal. “O nosso principal objetivo é, não obstante a crise e os problemas sociais e económicos das famílias, tentar que todos tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem e sucesso”, continua o diretor.
Na motivação se aguça a mudança No trabalho de motivação dos alunos e da comunidade local, as escolas procuram diferentes estratégias que de alguma forma despertem interesse e provoquem mudanças. No caso deste agrupamento a estratégia também passa pela sensibilização para o Desporto Escolar (DE). “No último ano fizemos um forte investimento no basquetebol feminino. A nossa equipa competiu a nível nacional e foi campeã distrital de Viseu, nos juvenis”, conta Manuel Pereira.
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Para além do DE, o agrupamento procura também promover a participação dos seus jovens em vários projetos nas áreas ambiental, saúde e educação. O presidente salienta ainda o programa ‘Comenius’ como sendo um dos que mais envolve a comunidade escolar, uma vez que a coordenação de um destes projectos a nível europeu, que visa promover a cooperação e a mobilidade entre os sistemas de ensino e formação na União Europeia, cabe ao agrupamento de Cinfães. Só assim, declara Manuel Pereira, “com muito trabalho e estando permanentemente atentos ao que se passa no ambiente escolar, conseguimos dar resposta às necessidades dos alunos e, através destes, às comunidades. O nosso objetivo será sempre o de, pelo menos, tentar promover o desenvolvimento e fazer da escola um lugar apetecível”.
Formação de Adultos Foi precisamente este papel, de agentes de intervenção no desenvolvimento social da comunidade que, há cerca de oito anos levou o agrupamento a investir na formação de adultos: “Tínhamos aqui uma comunidade com baixa taxa de escolaridade. A formação de adultos foi uma porta de saída para que a população visse certificadas as competências que foram adquiridas ao longo da vida, ou então dar-lhes oportunidade de formação”, constata o presidente. E continua: “Chegamos a ter cerca de vinte turmas de educação e formação de adultos nas localidades. Fomos inclusive apontados pela Direção Regional de educação como um bom exemplo a seguir porque fomos à procura e ao encontro dos adultos às localidades”. Manuel Pereira evidencia ainda que, ao formarem adultos, estão a investir na formação dos pais dos alunos do agrupamento, “o que por si só já é um exemplo de perseverança para estes jovens que nem sempre valorizam a educação”, conclui.
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O TURISMO COMO PROMOTOR DO DESENVOLVIMENTO DAS REGIÕES Regina Pinto - Diretora da EPC - em entrevista
Como surgiu a Escola Profissional de Cinfães? A Escola Profissional de Cinfães é um estabelecimento de ensino vocacionado para a formação no âmbito da Hotelaria, Restauração e Turismo. Resultou de uma preocupação da autarquia e concretizou-se com a celebração de um contrato entre a Câmara Municipal de Cinfães e o então Gabinete de Educação Tecnológica, Artística e Profissional (GETAP). Atualmente possui como entidade proprietária a Quinta de Tuberais, Ensino Profissional de Cinfães, E.M., cujo objeto é o desenvolvimento do ensino profissional e, acessoriamente, prestar serviços de restauração.
Como tem sido o desenvolvimento da escola ao longo de mais de 20 anos de atividades? A EPC tem vindo a “crescer”. Alicerçamos o nosso projeto numa missão de formar técnicos qualificados necessários ao desenvolvimento local e regional por forma a garantir a formação na área da restauração. O nosso grande projeto é levar os alunos a aprender. Para tal, garantimos uma proximidade muito forte entre todos os elementos da comunidade educativa. Respeitamos as normas de aprendizagem de todos e de qualquer aluno. Praticamos sistematicamente a diferenciação pedagógica como forma inequívoca do respeito pelas diversas formas de aprender. Uma equipa de professores/formadores entusiasta e profissional garante ambientes de aprendizagem estimulantes e de qualidade, solidários mas exigentes, norteados por querer saber mais e mais. Os alunos progridem de acordo com os seus ritmos, havendo flexibilização, humanização, contextualização e adequação de procedimentos. A prática de avaliação modular concretiza esta forma de progredir, qual peça de mobiliário que, aos poucos vamos adquirindo…
Ao nível de formação oferecem cursos de Educação e Formação de Adultos, Cursos Profissionais e Formações Modulares. Quais os cursos que oferecem em cada um destes níveis de ensino? Neste momento, nomeadamente para o próximo ano letivo, temos como oferta formativa, para quem termina o 9ºano ou CEF, o Curso de Técnico de Restauração – (variante Restaurante / Bar e Cozinha / Pastelaria ). Possuímos mais três turmas, em diferentes anos do mesmo curso.
Sendo esta escola vocacionada para a área da hotelaria e turismo, são estes os cursos com maiores perspectivas de empregabilidade? Sim. Entendo que o sucesso dos locais, das regiões, dos países assenta na qualificação dos seus recursos humanos. Assim, se os diplomados se capacitarem para um desempenho profissional de qualidade, as perspectivas de empregabilidade serão maiores. Acredito que é neste sector que o mercado de trabalho abre ( ainda ) algumas portas… 44
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Qual a média de empregabilidade dos alunos da escola Profissional de Cinfães? A Escola Profissional de Cinfães tem uma taxa de conclusão muito elevada, muito próximo dos 100%, a taxa de empregabilidade ronda as 87%, esta de acordo com os dados que possuímos no acompanhamento pós-formação.
Ao nível dos estágios, de que forma são feitas as parcerias com empresas e instituições de que forma os estágios podem ser uma porta aberta para o aluno entrar no mercado de trabalho? O sucesso do ensino profissional está intimamente associado à qualidade de Formação em Contexto de Trabalho. As parcerias com unidades de restauração são elaboradas através de convites que a escola implementa. Temos sempre a preocupação em garantir ambientes diferenciados que vão desde a unidade local simples a outra mais sofisticada, de um pequeno restaurante a uma cadeia de maiores dimensões. Acreditamos que a diversificação de experiências de aprendizagem é determinante para aumentar os saberes e as capacidades de inovação, de compromisso, de pertença, de autonomia. A experiência diz-nos que uma boa Formação em Contexto de Trabalho é, na maioria dos casos, um caminho seguro para o mundo do trabalho. Solicitamos a todos quantos connosco colaboram que facultem ambientes de responsabilidade, trabalho e dedicação para bem dos nossos jovens.
O que é que a Escola tem para oferecer ao nível das infraestruturas? A escola possui as infraestruturas compatíveis com a formação que ministra. Possuímos uma cozinha bem equipada, um restaurante acolhedor e salas de aulas pequenas, mas envolventes. Para além disso estamos rodeados de uma paisagem magnífica, com o Douro como companhia inspiradora!
No contexto de instabilidade económica em que nos encontramos, de que forma o turismo pode ajudar a reabilitar o país? Vejo o turismo como excelente promotor do desenvolvimento das regiões. Concretamente para os nossos contextos, necessitamos do efeito multiplicador que o turismo possuiu, pois associadas ao turismo temos um conjunto de atividades a montante e a jusante, que poderão e deverão criar riqueza, fixar as populações, valorizar as autenticidades deste espaço rural, associar-lhe os sabores próprios e os saberes genuínos.
Que lacunas considera necessárias colmatar neste sector e de que forma a formação que a Escola oferece pode contribuir para isso mesmo? Como vejo que a riqueza das regiões está nas pessoas, na sua atitude, na sua capacidade de trabalho, na excelência, no rigor, no respeito pelos outros, tentamos que a formação na Escola Profissional de Cinfães contribua para ultrapassar as dificuldades existentes. Modéstia à parte, creio que estamos no bom caminho!!
Já há projetos definidos pela Escola para o próximo ano letivo? Para o próximo ano letivo desejamos continuar a garantir a qualidade da nossa formação com o início, a continuação e conclusão do percurso formativo dos nossos alunos. Queremos continuar a cuidar deles. Daremos ênfase especial à comemoração dos 20 anos da nossa escola, que esperamos ver associada a 20 ações que passarão por atividades que dignifiquem o nosso trabalho, as nossas gentes e a nossa região. Continuaremos com as parcerias de cooperação que possuímos pois entendemos que todos necessitamos de todos. Agosto 2012
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Ano Internacional das Cooperativas
UNIR PARA VENCER O FUTURO PASSA PELO COOPERATIVISMO Em 2009 a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu que 2012 seria o Ano Internacional das Cooperativas (AIC). À data, Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU classificou as cooperativas como “elementos que relembram à comunidade internacional que é possível prosseguir simultaneamente a viabilidade económica e a responsabilidade social”. Pela reconhecida e crescente importância que o cooperativismo assume na sociedade atual, a Gestão Global esteve à conversa com Eduardo Graça, presidente da Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), a entidade responsável pela promoção e fortalecimento do setor da economia social no nosso país. Criada em 2010, a CASES veio substituir o extinto Instituto António Sérgio do Sector Cooperativo (INSCOOP) com assumidos ganhos no âmbito da sua atuação: “Antes tínhamos um organismo de administração indireta do Estado e agora temos uma cooperativa de interesse público segundo a qual o poder público desenvolve uma relação de parceria com as organizações de economia social”, explica o presidente da CASES. Quer isto dizer que o Estado passou do estatuto de tutela, para o estatuto de parceiro sendo que o trabalho da CASES vai mais além das fronteiras das cooperativas portuguesas, abrangendo também as associações, IPSS, misericórdias e mutualidades. Eduardo Graça não tem por isso dúvidas em classificar esta entidade como agente de divulgação e esclarecimento dos conceitos que a economia social engloba – a sua natureza, alcance e dimensão - “para que progressivamente a sociedade e os poderes assimilem da forma mais profunda possível o papel deste sector na sociedade”.
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Estado da economia social em Portugal
Cooperativismo no combate ao desemprego jovem Com o desemprego jovem a rondar os trinta e seis por cento, Portugal integra neste momento a lista dos países da OCDE com maior taxa de desemprego entre os jovens. O presidente da CASES é por isso perentório em considerar esta estatística um dos grandes problemas do nosso tempo que necessita de uma resolução rápida. Segundo Eduardo Graça, “não é possível manter taxas de desemprego jovem tão elevadas durante muito tempo, sem pôr em causa o estado social, o regime democrático, a paz social e as liberdades”. Assim, encarando a missão de encontrar respostas que solucionem este flagelo, a Cooperativa António Sérgio irá desenvolver, no âmbito do programa Impulso Jovem, o programa Coop Jovem, uma iniciativa que ambiciona criar condições necessárias à criação de cooperativas por jovens para que assim se retome e revitalize a forma cooperativa. O objetivo passa pela criação de 100 cooperativas por ano até 2020, o que significaria rejuvenescer o movimento cooperativo português em 30 por cento: “Falamos por isso de um impulso muito forte de regeneração do movimento cooperativo através deste programa que associa o estímulo à criação de emprego ao empreendedorismo na forma de cooperação”, constata o presidente. Eduardo Graça acredita ainda que a saída para a crise irá assentar em muitos dos valores do movimento cooperativo e da economia social, como a cooperação, a democracia e a partilha apoiados na proatividade e iniciativa dos cidadãos. Uma convicção que de resto norteia a mudança de paradigma no combate ao desemprego que a CASES ambiciona: “O modelo cooperativo (embora tenha que sofrer reformas do ponto de vista jurídico) e os seus princípios cooperativos - que induzem à cooperação entre as pessoas para atingirem determinados objetivos - são uma forma do futuro. A saída desta crise vai levar à criação de modelos de organização, sobretudo empresarial, em que a cooperação vai ter um papel acrescido em relação ao que tem sido ultimamente, substituindo a lógica individualista”, completa o presidente.
Declaradamente desatualizada, a abordagem da economia social no nosso país necessitava de estruturas institucionais que a modernizassem e, ao mesmo tempo, promovessem o seu reconhecimento em termos políticos e alavancassem um processo de reforma legal do sector. Quem o diz é Eduardo Graça que assumiu desde o início a preocupação de fomentar a intercooperação entre o Estado e as entidades da economia social. “É paradoxal que os princípios do movimento cooperativo que levam a que as pessoas se organizem para cooperar, no sentido de atingir determinados objetivos, depois seja muito dificilmente transposto para a cooperação entre as organizações do movimento cooperativo”, afirma o presidente. E conclui: “ Diria que as atuais estruturas associativas das organizações da economia social têm toda a vantagem em se associarem no sentido de ganharem dimensão e peso no debate político nacional e na concertação social. É de extrema importância pensar, como intento estratégico do setor, na criação de uma Confederação Nacional para a Economia Social, à semelhança do que já acontece em Espanha. O sector tem uma dimensão e uma importância económica e social, suficientemente relevante para poder lutar por isso. A eles compete, no âmbito da sua autonomia decidir dos melhores caminhos.”.
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O UNIVERSO DA ÁGUA Durante a conversa com Pedro Montalvão, CEO da INDAQUA – Indústria e Gestão de Água, S.A., ficou claro que esta é uma empresa em contínua mutuação, sempre em busca da excelência.
Constituída em 1994, a INDAQUA atua no âmbito das concessões municipais e parcerias públicoprivadas, tendo como principal missão a gestão do ciclo da água, integrando captação e tratamento de água, transporte e distribuição, recolha e tratamento de água residual. Desde a sua criação, a INDAQUA tem participado em todos os concursos públicos relevantes para atribuição de concessões municipais, tendo ganho em 1996 o primeiro contrato em Fafe. “Ao longo dos 18 anos de atividade temos ganho novas conquistas e hoje a INDAQUA atua em sete municípios do norte do país, serve uma população de 600 mil habitantes e tem mais de 200 mil clientes ativos. Para tal contamos com uma equipa de cerca de 430 colaboradores”, enumera Pedro Montalvão. E foi com base no imenso knowhow adquirido ao longo dos anos de experiência em Portugal, que a INDAQUA expandiu a sua atividade além-fronteiras há cerca de dois anos.
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Agosto 2012
Angola foi o mercado escolhido. “Assim surgiu a Vista Water, uma empresa que presta assistência técnica às entidades angolanas, que tem vindo a crescer e a ganhar maior expressão no mercado”, avança. Macau é outro mercado onde a INDAQUA se encontra presente, mas em moldes diferentes. Neste caso, a INDAQUA é responsável pela gestão da ETAR de Macau, numa operação que passa pelo desenvolvimento e manutenção da estrutura nos próximos cinco anos. Em Portugal o ponto forte da INDAQUA é indubitavelmente a distribuição da água em baixa, mantendo por isso uma forte relação com os consumidores finais. A fim de garantir a mais elevada qualidade de serviço, a INDAQUA tem sob a sua responsabilidade gerir com qualidade, eficiência e rigor as redes de abastecimento de água potável e saneamento das águas residuais nos municípios onde está presente. “Procuramos gerir as redes com o máximo de eficiência para diminuir as perdas, aumentar a taxa de cobertura e tornar a água mais segura para consumo”, confirma Pedro Montalvão. Assente numa equipa jovem e num espírito de insatisfação que leva à busca constante da excelência, a INDAQUA é uma empresa em constante inovação e evolução. Exemplo disso é o facto de ter, neste momento, em curso 13 projetos operacionais e 12 projetos comerciais. “Há uma preocupação em desenvolver melhores métodos de atendimento e resposta às necessidades dos consumidores e formas de melhorar a integridade do sistema das redes de abastecimento para evitar perdas, para aumentar a qualidade da água, para maior eficiência. Se houver perdas, a água comprada torna-se superior à água vendida e isso é uma ineficiência do sistema. A nossa missão passa por tentar melhorar todos os dias o sistema, torna-lo mais eficiente, agir mais rápido quando há problemas na rede. E quando o sistema é eficiente os benefícios refletem-se nos consumidores finais”, esclarece.
“Água da Torneira” A fim de sensibilizar os consumidores para a importância de integrar o sistema de abastecimento de água, de modo a torna-lo mais competitivo e mais eficiente para todos os envolvidos a INDAQUA lançou a campanha “Água da Torneira”. Esta iniciativa pretende realçar junto dos consumidores fatores de poupança, qualidade da água e serviço da empresa. Por um lado procura-se transmitir a ideia de poupança associada ao consumo de água da torneira, além de realçar que se trata de um produto seguro para consumo, algo comprovado pelo programa de exames e mediações à qualidade da água da INDAQUA. Paralelamente, pretende-se sensibilizar os consumidores para a questão ambiental, isto porque o consumo de água da torneira corresponde à redução das emissões de CO2 associadas à água engarrafada. Note-se que as garrafas de plástico de água produzem cerca de dez quilos anuais de plástico por pessoa. Pedro Montalvão aproveita a ocasião para alertar que é importante que as pessoas saibam utilizar corretamente o sistema e, nesta época de crise, “não caiam na tentação de procurar recursos alternativos de água, especialmente em meios rurais, como os furos ou poços de água. Se a rede passa à porta de um potencial utente é importante que a pessoa utilize a rede, isto porque a água de poços e furos pode ser prejudicial à saúde das pessoas, mas também pode contaminar a água da rede. O sistema funciona como um todo e se todos entendermos as vantagens em estarmos ligados ao sistema, estaremos a contribuir para a sua melhoria”, conclui Pedro Montalvão.