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Índice Reportagem de Capa
Ao leitor
No próximo 3 de outubro, um domingo, 135 milhões, 804 mil, 433 eleitores desfrutarão do direito e terão o dever de exercitar a cidadania no seu item mais importante: eleger o presidente, governadores, senadores e deputados. HOJE traça um perfil dessa imensa multidão de votantes.
10 Entrevista
Colunas
Linda Monteiro
05
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Índice Eleições Veja quem são os candidatos a governador de todos os estados
18
O 162º aniversário da capital do agronegócio
34
Goiás
Norte-Sul
Iris e Vanderlan tentam barrar Marconi
“Projeto original será concluído neste ano”, diz Juquinha das Neves
22
Heuler Cruvinel
Um novo líder no sudoeste goiano
25
38
Direitos Humanos
Anistiados políticos se reunem em Brasília
42
Mato Grosso
Turismo
Uma radiografia da campanha eleitoral
Marrakesh: um lugar fascinante e diferente
27
Tocantins
Gaguim ultrapassa Siqueira
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Rio Verde
31
46 Saúde
Falta de cuidados e de informação é a maior barreira para ouvir bem
53
Março de 2010 - Hoje | 4
Entrevista I Linda Monteiro
As conquistas da Cultura Valterli Guedes
L
inda Monteiro é uma goianiense da gema: nasceu, viveu a infância e a adolescência no histórico bairro de Campinas, que já foi cidade carinhosamente chamada Campininha das Flores. Ali estudou em um colégio de freiras, o tradicional Santa Clara, e teve despertado o interesse pela política estudantil. Um caminho sem volta, porque até hoje é militante no campo partidário e foi a primeira mulher a presidir um partido considerado de esquerda em Goiás, o PPS. Linda já ocupou várias posições importantes na administração pública, inclusive como vice-prefeita de Goiânia e secretária de Estado. Atualmente, é presidente da Agepel – a Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico. Casada com o publicitário Iberê Monteiro, empresário e jornalista de sucesso (é considerado dono de um excelente texto, inclusive na condição de cronista), Linda é mãe de Ernesto e de Lara e avó de Caio, Jordana, Victor e Bruna. Sobre suas atividades, falou a HOJE durante entrevista cujos trechos principais são o s seguintes:
HOJE – A senhora teve forte presença na administração pública e na política em Goiás. Que recordações de tudo isso lhe parecem relevantes? Linda Monteiro – Comecei no movimento estudantil muito cedo, quando era aluna do Colégio Santa Clara, uma escola católica onde não havia a liberalidade que tem hoje, até na própria igreja. Mas contávamos com a cobertura da irmã Glória, uma freira extremamente evoluída, uma intelectual, sobrinha do professor Zoroastro Artiaga. Ela era a nossa fada madrinha porque encobria nossas saídas do colégio para fazer participações na política estudantil. Naquela época, o forte da política estudantil era o Lyceu de Goiânia e, depois, o Colégio Pedro Gomes. Tivemos importantes participações em congressos, como o de Morrinhos, que foi muito interessante. Fomos ao congresso e o movimento se dividiu. O ônibus que havíamos contratado nos deixou a pé e tivemos de subir na carroceria de um caminhão que transportava cal para voltar a Goiânia. Daí houve um processo de crescimento e maturidade na política estudantil. Saí do movimento secundarista e fui para a Faculdade de Direito da Universidade Federal de Goiás, quando tive uma participação muito grande no Centro Acadêmico XI de Maio. A grande recordação desse período foi a luta pela criação da UFG. A Católica tinha sido criada antes. O baluarte dessa luta foi o professor Colemar Natal e Silva. Se não fosse por ele, essa Universidade não existiria. Lembro-me que na época Agosto de 2010 - Hoje | 5
Entrevista I Linda Monteiro nós fizemos o enterro do Dom Fernando (arcebispo de Goiânia). Foi um enterro muito bem organizado, com a cobertura da Secretaria de Segurança Pública. O resultado foi a criação da UFG. Na época, os estudantes tinham participação no Conselho Universitário, quando conseguimos introduzir muitas modificações, inclusive no currículo da Faculdade de Direito. Depois veio o golpe de 1964, quando perdemos muitos amigos. Eu atuava com o Tarzan de Castro, o Mourinha, o Erlan de Castro, que já morreu, Maurício Zaccariotti, Mário Roriz dentre outros. HOJE – Como avalia a participação feminina na política e na vida pública brasileira? Linda Monteiro – Tenho muito orgulho de ter sido uma das pioneiras junto com a Consuelo Nasser e outras mulheres valorosas na criação do Cevam (Centro de Valorização da Mulher), em 1981. O Cevam foi um divisor de águas em Goiás na luta pela participação feminina. Abriu o caminho no trabalho de luta não só contra a violência doméstica, mas pela igualdade de direitos e contra todas as formas de discriminação. Esse movimento também teve um viés político. Dona Maria Werneck, que foi uma grande militante de esquerda e que foi companheira de Olga Benário (mulher do comunista Luís Carlos Prestes) na prisão, veio para Goiás e foi uma das pioneiras conosco da criação do Cevam. Começamos com essa luta contra a violência e depois o movimento foi se abrindo para reuniões políticas e partidárias. No princípio, às mulheres cabia tão somente servir café nas reuniões em que os homens discutiam política e tomavam decisões. A partir daí passamos a exigir nossa participação nas decisões políticas e dos partidos. As mulheres começaram a atuar de forma muito embrionária para conseguir as direções partidárias. Mas, aos poucos o quadro foi mudando. Eu, particularmente, nunca fui discriminada, pois sempre participei das entidades, dos cargos da estrutura partidária. Fui a primeira mulher a presidir um partido político de esquerda em Goiás, quando assumi a presidência do PPS. Mas, esse privilégio me fez entender que não podemos trabalhar com as exceções. A
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luta é coletiva e o espaço deve ser para todas as mulheres. HOJE – As mulheres avançaram muito nas questões políticas. O que ainda falta para elas? Linda – Ainda falta muito para se conquistar. Se pegarmos as estatísticas, o número de mulheres governadoras e prefeitas no Brasil é insignificante. Elas são muito utilizadas para ficar na base da pirâmide. Poucas ainda conseguem chegar ao topo. Em Goiás, as mulheres tem ocupado cargos que antigamente eram considerados só para homens, o que é um grande avanço, já que antes a elas só cabiam a Secretaria de Educação e a área social. Hoje, temos secretárias extremamente competentes na Saúde,
“Se pegarmos as estatísticas, o número de mulheres governadoras e prefeitas no Brasil é insignificante. Elas são muito utilizadas para ficar na base da pirâmide.” Educação, Agência Habitacional, Condição Feminina que se transformou em Secretaria da Mulher que, muito bem dirigida, abriu um leque extraordinário. Pela primeira vez temos uma mulher dirigindo o Tesouro Estadual, que é uma área financeira e uma secretária de Segurança Pública, o que é inédito em Goiás. Então, temos mulheres ocupando espaços importantes, antes reservados somente aos homens. O poder foi obrigado a se render à competência das mulheres e não atuar mais de forma sexista.
HOJE – Há duas mulheres disputando a Presidência da República. Linda – Pois é. Pela primeira vez temos duas mulheres candidatas (Dilma Roussef e Marina Silva) a presidente. Uma delas com grandes possibilidades de ser eleita a primeira presidente do Brasil. É estímulo para as mulheres e uma grande conquista, já que somos 53% do eleitorado. HOJE – Esta é a segunda vez que ocupa a presidência da Agepel. Fale sobre sua atuação no meio cultural? Linda – Sempre tive o privilégio de conviver e receber na minha casa pessoas do meio cultural. Tive e tenho amigos importantes como Godoy Garcia, Bernardo Elis, Carmo Bernardes, Oscar Dias, Antônio José de Moura, Alaor Barbosa, Eurico Barbosa, Helvécio Goulart, Ático Vilas Boas, Siron Franco, João Bennio e tantos outros importantes intelectuais. Acompanhei a trajetória de muitos deles na Rádio Riviera, onde tinha o programa Arte em Tempo de Domingo, que marcou época na cultura em Goiás. Pelo programa passaram pessoas extraordinárias da cultura em Goiás, de literatura, teatro e música. Todos eles me incentivavam muito a aprender cada vez mais. As discussões culturais, em nossa casa, entravam pela madrugada. Depois tive a responsabilidade de substituir Bernardo Elis, referência no Estado e único goiano membro da Academia Brasileira de Letras, na Fundação Cultural Pedro Ludovico (hoje Agepel). O governador à época me deu essa missão porque havia uma disposição de fechar a Fundação Cultural. Então, me dispus a assumir o cargo, para levar à frente os projetos da cultura. Foi um período muito importante. Dali nasceu a idéia de propor o título de Patrimônio da Humanidade para a cidade de Goiás, cuja correspondência foi enviada ao ministro da Cultura, à época Francisco Weffort, e entregue pessoalmente pelo governador, quando de sua visita à cidade de Goiás. Promovemos muitos prêmios literários, reformamos os espaços públicos que estavam em situação precária, a começar pelo Centro Cultural Gustav Ritter, quase desabando de tanto cupim no teto.
HOJE – Como está o Monumento Resgate à Memória de Pedro Ludovico? Essa história está rolando há 20 anos, não é? Linda – Estamos preparando um dossiê desde o seu surgimento até agora com a decisão de instalar a escultura na Praça Cívica. Na verdade, esse monumento foi encomendado para ser instalado no Morro da Serrinha. Logicamente que queríamos preservar esse espaço, mas ele estava condicionado à construção do parque ambiental na área. Como não houve essa possibilidade, e até por uma questão de responsabilidade, vamos deixá-la instalada na Praça Cívica. É também uma questão de honra, não só com a memória do doutor Pedro, mas também da escultora Neusa Moraes, que sofreu tanto e não pôde ver a sua escultura instalada. Ela será inaugurada até o fim do ano. HOJE – Quais projetos a Agepel desenvolve nas cidades do interior? Linda Monteiro – As ações de interiorização avançaram com os Pontos de Cultura, que estão funcionando em 40 municípios de todas as regiões do Estado. Na área de Patrimônio, investimos no assessoramento aos municípios, estimulando as ações de preservação e orientando na criação de museus e centros de memória. Estamos desenvolvendo um levantamento dos bens culturais nos 246 municípios, além de vistoria técnica e atualização dos dossiês dos imóveis tombados no Estado. Outra ação importante é a de restauração de edificações históricas em Jaraguá, Santa Cruz e Goiânia, no Museu Pedro Ludovico, Teatro Goiânia, Arquivo Histórico, Centro Cultural Marietta Telles e outros. A preocupação com a formação e capacitação mobilizou a Agepel para a realização de oficinas, seminários e treinamentos para os profissionais da casa e de representantes de museus e bibliotecas e de outras instituições dos diversos municípios goianos. Reabrimos o Cine Teatro São Joaquim na cidade de Goiás, com ótima programação e entrada franca. Temos como característica manter na nossa administração os bons projetos existentes. Por isso, demos continuidade ao FICA (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental), na
cidade de Goiás, Canto da Primavera, em Pirenópolis e Mostra de Teatro de Porangatu – Tenpo.
poucos, neste governo não faltaram investimentos e nem recursos para manutenção e adequação.
HOJE – Parece muito. Mas há muito por fazer. Linda – Ainda há muito o que ser feito em Goiás. Não deu tempo de construir um espaço para o rock e fazer um grande festival de música. Tínhamos um projeto de construir alguns espaços multiuso em bairros de Goiânia, com boa iluminação, ótimo som, ótima acústica e bibliotecas. Seriam espaços para atender as manifestações de música, dança, teatro, cinema, formaturas. Os espaços culturais estão todos localizados no centro da capital.
HOJE – No fim deste ano, a senhora deixará a presidência da Agepel. Quais são seus projetos para o futuro? Linda – Primeiro quero descansar, tirar umas férias, curtir um pouco a vida sem compromisso. Depois vou ver o que o futuro me reserva. A única frustração que carrego é o Centro Cultural Oscar Niemeyer, que não pode ser concluído e aberto à comunidade nesta gestão. Desde que assumi a Agepel, tive várias audiências no Tribunal de Contas para tentar resolver a questão, algumas acompanhada do secretário da Fazenda e do presidente da Agetop, responsável pela obra. Infelizmente, ele foi inaugurado sem ter sido concluído e não pudemos colocá-lo em funcionamento como gostaríamos, apesar de todos os esforços e determinação do governador, que sempre prestigiou a área cultural. O grande entrave para o Estado cumprir seu papel de apoio e incentivo à cultura tem um nome: burocracia.
“A única frustração que carrego é o Centro Cultural Oscar Niemeyer, que não pode ser concluído e aberto à comunidade nesta gestão. (...) Infelizmente ele foi inaugurado sem ter sido concluído... “ HOJE – Acha que Goiânia carece de mais equipamentos culturais? Linda – Somente nos bairros. O centro está bem servido. Temos os Teatros Goiânia, Madre Esperança Garrido, Católica, Rio Vermelho, Goiânia Ouro, dois no Martim Cererê e o Inacabado, que nós recuperamos. Agora precisa descentralizar. Isso tudo demanda muito investimento. Apesar dos recursos para a cultura serem
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Fotos: Divulgação
Eleições 2010
O Br vai No próximo 3 de outubro, um domingo, 135 milhões, 804 mil, 433 eleitores desfrutarão do direito, e terão o dever de exercitar a cidadania no seu item mais importante: eleger o presidente, governadores, senadores e deputados. HOJE traça um perfil dessa imensa multidão de votantes.
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rasil que às urnas Janaina Gomes
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lguns dizem que ele foi descoberto, outros que foi inescrupulosamente invadido por povos que ora bradavam características “superiores”, impondo a ferro e fogo seus valores... Polêmicas a parte, a República Federativa do Brasil completou 510 anos, destes apenas 25 deles vivendo sob o regime democrático. Mas antes de chegar ao período atual, o país passou por inúmeras experiências que, resumindo um tanto, vão desde a monarquia semiautocrática e escravista ao Regime Militar, passando pela promulgação da Constituição da República e até impeachment de presidente. A passagem de fato para a Democracia também foi um processo longo. Teve início em meados da década de 70 e terminou somente no começo de 1985. Portanto, há muito pouco tempo o país vivencia a possibilidade de interferir diretamente nas questões que tangem o interesse coletivo. Muitos avaliam que o regime político no Brasil é democrático, mas que a democracia está muito longe de se consolidar. Alegam que o governo democrático
tem se mostrado incapaz de superar os problemas econômicos e sociais existentes, e apesar de em 1985 Ulysses Guimarães ter afirmado que a Constituição queria “mudar o homem em cidadão... Só é cidadão quem ganha justo e eficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa”, este cenário ideal ainda não é realidade para a maioria. Em consequência, o País tem sobrevivido a escândalos e mais escândalos políticos, e crises pormenorizadas pela mídia, que acabam por distanciar as pessoas dos processos decisórios.
é bem provável que o coro seja uníssono: segurança, saúde e educação. Todos querem um bom atendimento, ampliação dos serviços públicos, redução dos custos e aumento da produtividade, emprego, etc. Possibilidades que só podem se tornar realidade com uma gestão pública eficiente, com cidadãos comprometidos e qualificados.
Estatísticas
Sufrágio universal
Quer você aceite ou não, o voto ainda é obrigatório no Brasil. Portanto, no próximo dia 3 de outubro o país terá o seu ápice democrático quando 135 milhões 804 mil 433 eleitores (dos 190 milhões de brasileiros estimados pelo IBGE) escolherão presidente, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. Esses agentes públicos terão o desafio de prover à população os mais variados serviços. Se for perguntado ao eleitor o que ele almeja de um representante público, excluindo características pessoais como honestidade e seriedade, Agosto de 2010 - Hoje | 11
Eleições 2010 Raio X
A quinta nação mais populosa do planeta, não foge à regra mundial e tem mais eleitores mulheres que homens, respectivamente 51,82% e 48,07%. A densidade demográfica está estimada em 22 habitantes/km², abaixo da média mundial. A taxa média de fecundidade está reduzida a 2 filhos por mulher e o país envelheceu: mais de 43 milhões de pessoas estão na idade entre 25 e 59 anos, e pouco menos de 14 milhões estão filiadas a algum partido político. Com grande adensamento urbano, especialmente nas últimas décadas, são duas as metrópoles brasileiras chamadas globais, cujas
áreas de influência ultrapassam as fronteiras de seus estados, região ou mesmo do país: Rio de Janeiro e São Paulo. Brasília é considerada metrópole nacional junto com as duas megalópoles, e são oito as metrópoles regionais: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Recife e Salvador. As estatísticas distribuem estes contingentes em classes sociais divididas em A - acima de 30 salários mínimos, B - 15 a 30 s.m., C - 6 a 15 s.m, D - 2 a 6 s.m e E -2 s.m. Curiosamente, é possível encontrar outras formas de estratificação da sociedade brasileira com denominações que, pela forma
Cores e Credos Dados de 2006, apontaram que 53,4% da população nacional se considera branca. Os pardos somaram 38,9%, os negros 6,1% e 0,4% de indígenas. A sua imensa maioria se diz cristã: três quartos seguem o catolicismo da Igreja Católica Apostólica Romana, o que faz o Brasil o maior em número de católicos no mundo. O Protestantismo atinge cerca de 15% da população, a maior parte fiéis aos fundamentos das igrejas evangélicas pentecostais. Espíritas somam 1,5% da população e Testemunhas de Jeová são cerca de 0,6%. Uma parcela corres-
pondente a 7% da população não é praticante de religião alguma, inclusos nesta parcela os ateus e agnósticos. As religiões de matriz africana como a Umbanda e o Candomblé, talvez devido o preconceito, não aparece com destaque nas estatísticas, que mostram número muito reduzido de seguidores no Brasil. No Censo 2010 até existe uma campanha para incentivar os praticantes a manifestarem seu credo ao recenseador, o que poderá modificar este quantitativo.
simplista, acaba por reduzir a questão da desigualdade social. “Classe Alta-Alta - indivíduos que se destacaram em suas vidas, normalmente donos de grandes empresas (“elite”); Classe Alta - indivíduos altamente educados (“novos ricos”); Classe Média-Alta - indivíduos altamente educados com salários altos. (médicos, advogados, executivos); Classe Média: pessoas educadas e ganhando salários razoavelmente grandes (professores, arquitetos, gerentes de lojas); Classe Média-Baixa: pessoas que ganham salários baixos, mas não são trabalhadores braçais (donos de pequenas lojas, policiais, secretárias); Classe Baixa: trabalhadores braçais (operários, campesino), também conhecidos como “classe trabalhadora” e Miseráveis: pessoas desempregadas que vivem em um estado constante e desesperador de pobreza”. A boa notícia é que nos últimos anos, entre 2003 e 2008, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o Brasil contou com uma grande mobilidade social. Cerca de 31,9 milhões de pessoas subiram das classes mais baixas para as mais altas. Especialistas apontam os programas de geração de renda como o Bolsa-Família como os responsáveis pela mexida na base da base da pirâmide, com grande influência na redução da Classe E, de onde saíram 19,5 milhões de pessoas entre 2003 e 2008 (43%). Outros 20,9 milhões saíram das classes D e E e foram para a chamada classe média.
Urbano X Rural
Uma Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2008 destacou que os domicílios rurais abrigam pouco mais de 16% do total de habitantes do País. A população rural é maior no Norte e Nordeste, 27,6% e 22%, respectivamente. A mais urbanizada, não é novidade, é a Região Sudeste, com apenas 8% de sua população na zona rural. Porém, esta mesma região abriga a segunda maior concentração de população rural (20,5%) e só perde para a Região Nordeste, que concentra 48% da população rural.
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Desigualdade entre regiões A avaliação do IPEA sobre a distribuição da renda no Brasil assemelha-se à da terra e também traz dados relevantes. Em 2008, a renda média no Nordeste não ultrapassava R$ 296, exatamente na região onde é maior a proporção de pessoas vivendo em áreas rurais, sendo a média nas demais regiões do país de R$ 578,75. É importante destacar que a grande maioria das ocupações no meio rural (em torno de 70%), estava ligada à agricultura familiar, que responde por cerca de 70% da produção de alimentos no país. Contudo, as famílias das áreas rurais ainda têm rendimento médio mensal limitado a 35% (R$ 360) do rendimento daquelas que vivem nas cidades (R$ 1.017). Estes números evidenciam a discrepância entre as realidades rural e urbana.
A taxa de analfabetismo para pessoas acima de 15 anos na zona urbana ficou em 7,5%, sendo que na zona rural esta mesma taxa mais que triplica com 23,5%. A população mais escolarizada, com mais de 11 anos de estudo, representa mais de 40% da população urbana e apenas 12,8% da população rural. A maioria da população do campo (73%), no período do levantamento, sequer havia completado o ensino fundamental. E este ano, os eleitores com o ensino médio completo, antigo ginasial, serão perto de 50% do total.
Virtualidade
Há exatamente 16 anos outro dado importante começou a figurar nas estatísticas que determinam o perfil e o grau de desenvolvimento de uma nação. É a quantidade de pessoas conectadas, ou seja, com acesso à internet. Segundo a PNAD, o número dos chamados “incluídos digitais”, apesar de ainda estar longe do ideal, aumentou 75,3% entre 2005 e 2008. O acesso majoritário ainda é proveniente das chamadas LAN houses e estima-se com estima-se que há 108 mil delas no País.
Com 10,1 milhões de acessos fixos, numa densidade de 5,8% da população, o Brasil é o último entre os 20 maiores mercados de internet rápida do mundo. Nas áreas rurais esta realidade a 82%, e 27% das pessoas estão desconectadas porque não existe internet. O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) aponta quais as principais razões para a falta de acesso à web em casa: preço elevado, a falta de interesse ou necessidade, um reflexo da baixa escolaridade e/ou pouca habilidade com o computador.
Grau de instrução
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Eleições 2010 dados de um levantamento chamado “Benefícios econômicos da expansão do Saneamento Básico”, do Instituto Trata Brasil e da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Mas este número não deve assustar, pois o resultado de cada R$ 1,00 investido em saneamento reflete em uma economia de R$ 4,00 em gastos com saúde.
E agora “Seu Silva”?
Unidade Federal
Para se ter uma ideia a conexão brasileira é 9,6 vezes mais cara que a japonesa e 24 vezes maior que a americana.
Conectado, mas sem saneamento
Este mesmo país que avança nos índices de inclusão social e acessibilidade continua com números alarmantes na área de saneamento básico: mais de 100 milhões de brasileiros não dispõem de rede de coleta de esgoto sanitário e 13 milhões não têm banheiro em casa. Sete crianças morrem diariamente em consequência da falta de saneamento. Para zerar este déficit e oferecer acesso universal à coleta e ao tratamento de esgoto, o novo governo precisa investir R$200 bilhões de reais nos próximos anos. Estes são os
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Assim como o atual presidente da República, muitos brasileiros que irão às urnas também assinam Silva. Milhões deles e outros tantos João, José, Maria, Joaquim, Aparecida (…), independentemente de classe social, cor da pele, credo, orientação sexual, terão um único compromisso no dia 3 de outubro. A expectativa é que o país tenha alcançado sua maturidade democrática, consiga escolher os governantes avaliando suas propostas, capacidade de gestão, idoneidade e compromisso público, e deixe de lado as relações paternalistas e clientelistas que, por mais que se combata, se faz muito presente na sociedade brasileira. Este problema real ainda se mostra bastante presente, especialmente em municípios de pequeno porte, regiões menos favorecidas, aonde o poder, ou seja, o dinheiro, está concentrado nas mãos de sobrenomes ditos “tradicionais”. É comum rodar o interior do país e ver cidadãos oprimidos pela dependência do emprego ou um programa social, uma vez que a maior parte do trabalho nessas cidades é disponibilizado pelas administrações municipais. Outro relato comum é o desânimo de candidatos com menos recursos que, mesmo depois de constatar em pesquisas suas lideranças, perdem as eleições, após um levante monetário às vésperas do pleito. Existe ainda uma tendência natural dos eleitores repetirem seus votos, quase que como o candidato se tornando uma marca “de respeito”, ocorrendo o mesmo com perpetuação de pessoas das mesmas famílias nas funções públicas. Mas será que esta nação mais madura, escolarizada e informada tem critério para escolher seus representantes? O historiador, doutorando
em História, pela Universidade Federal de Brasília (UNB) Alysson Garcia avalia que houve alguns avanços nas relações democráticas, mas aponta que o eleitor nunca estará maduro. “São apenas 25 anos de democracia, e as relações entre indivíduo e poder vão se modificando através dos tempos. Conforme avançamos, as classes dominantes mudam suas formas de opressão, e as pessoas mudam sua forma de lidar com esta realidade”. Garcia avalia que a mídia tem papel fundamental na manutenção de uma ideologia dominante e que a legislação está ultrapassada. “Leis em vigor desde a época da ditadura acabam mantendo a ordem pela violência, e a maior violência é institucionalizada, que resulta na ausência de direitos e de consciência. Conversei recentemente com um cabo eleitoral que afirmou votar em um candidato adversário e que estava naquele trabalho devido à remuneração. Temos sentenças que garantem a candidatos mesmo condenados na justiça que pleiteiem cargos públicos. Isso ainda acontece muito”, mas o historiador acredita que, com acesso à informação, esta realidade tende a melhorar. Com relação à influência da internet no perfil e na escolha do eleitor, o profissional da web André Moraes entende que esta não é a eleição da web e que 2008 ainda não serve de parâmetro de avaliação, pois naquele período o uso do veículo em campanhas políticas era limitado ao Orkut e Youtube. “Agora estamos iniciando a profissionalização. Hoje estar na rede não é questão de escolha, mesmo o candidato não querendo vão falar dele. Acredito que a internet ajuda na escolha, mas temos que avaliar até que ponto o eleitor está sendo bombardeado com informações desnecessárias. Os políticos ainda não
têm equipe e estratégia para o canal, e a maioria não está discutindo e apresentando propostas”. Segundo Moraes, especialistas de São Paulo acreditam que naquele estado a influência da web na escolha do eleitor será de 40%, em Goiás, onde o acesso é infinitamente reduzido, mensuram que seja de 10% a 15%. “A única candidata que tem conseguido utilizar os mecanismos 2.0 é a Marina Silva. No estado, Marconi Perillo tem mobilizado mais pessoas na rede e, mesmo Iris Rezende e Vanderlan Cardoso, que não tem estratégia, têm resultado espontâneo”, pontua. André Morais lembra que a sociedade está na “era da busca” na web, mas que a consciência do eleitor é fundamental para que ele tire proveito da rede. “Quanto digitamos ‘o maior mentiroso do Brasil, vai aparecer no Google o nome do presidente Lula. As pessoas não podem achar que ele é um mecanismo benevolente, que está aqui para servir. É uma empresa como outra qualquer que visa lucro e as páginas mais visíveis, quase sempre, são links patrocinados”. O profissional da web aproveita para orientar ao eleitor como ele pode tirar proveito da internet para
fazer a sua escolha: “A consciência é fundamental. Os eleitores devem saber o que querem procurar e utilizar a internet para esclarecer dúvidas, saber se o candidato tem processo na justiça e não avaliar propostas”. Questionado sobre o que ocorrerá após as primeiras eleições com influência da web, André Morais aponta que a grande maioria dos candidatos não vai conseguir tirar proveito da rede de relacionamento que foi criada. “Eles não entendem o funcionamento do mecanismo e não vai ser uma eleição que vai mudar isso”. Alerta também que os políticos devem ficar mais atentos com as promessas. “Nunca houve tantas possibilidades de registrar as propostas dos candidatos. Particularmente, tenho salvado todas elas para cobrar depois. A web tem que servir não só para os candidatos, mas para os governantes manterem contato com o cidadão, pois este processo de conexão é irreversível. Espero que a consciência das pessoas cresça com isso e que a exigência da reforma política, que garanta o exercício da democracia, se torne um ‘Cala boca Galvão’, conclui, comentando um dos “movimentos” de web mais lembrados entre os internautas.
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Resenha
Renato Dias | renatodias67@gmail.com
“Chegou a hora da virada” (De Alcides Rodrigues, inquilino da Casa Verde)
Pós-Comurg
PPS
Jorginho Marques é só animação.
Números fáceis 2555 – De Ronaldo Caiado. 45678 – De Honor Cruvinel
Direito e Justiça
Chico Abreu (PR) contratou o advogado Ricardo Dias.
Câmara Municipal
Vem bomba por aí!
PRTB
Leandro Senna crê em vitória de Marconi Perillo no 1º turno.
Pongue Os camaradas do PCB negam que estejam protegendo Vanderlan Cardoso da metralhadora giratória da bela & radical Marta Jane.
Na UTI
Wagner Siqueira Jr. fez dobradinha com Iris Araújo e crê em vitória de Iris, Pedro e Adib.
O mandato de José Nelto respira.
Musa do PSOL
Na UTI (I)
Lívio Luciano, 1º suplente, aguarda para assumir.
Cíntia Dias é candidata a deputada estadual.
Band leader
Dossiê
Até a Veja deu um cascudo em Sandro Mabel.
Celg
Tem uma luz no fim do túnel.
Senado
Pedro Wilson acredita em virada.
O que é isso?
Até agora o Adib Elias está chegando.
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A r m a n d o Ve r g í l i o (PMN) deve ser o puxador de votos de Marconi Perillo Câmara Federal.
Demóstenes & Lúcia
Pedro Wilson vem aí!
Esquerdas
Elias Vaz (PSOL) cresce.
Radical chic
Extinção do Senado: É o que quer Rubens Donizeth (PSTU).
Tempo nublado O tempo continua fechado entre Ademir Lima e Sandro Mabel.
Aleluia
Marketing
Jorcelino Braga é quem dá, hoje, as cartas na Comunicação e no Marketing de Vanderlan Cardoso (PR).
Gente fina da minha agenda
Marcus Vinícius de Faria Felipe.
Ele não é nem pastor. Muito menos bispo. É apóstolo, como aqueles da Santa Ceia. Acertou quem pensou em César Augusto.
Jogo do Poder Quando deixar a Agecom, Marcus Vinícius de Faria Felipepode ser opção para ocupar cargo no Paço Municipal. Ele é ligado a Neyde Aparecida e Carlos Soares.
Ungido
Cristóvam Buarque (DF) declarou apoio a Pedro Wilson.
Tomou Doril
Delúbio Soares desapareceu.
Economia política Giuseppe Vecci admite que se Marconi Perillo ganhar as eleições a Saneago pode virar uma Holding. 70 mil empregos: é o que Goiás precisa gerar, diz o coordenador do Plano de Governo do PSDB.
no Governo para acomodar os companheiros no 1º. 2º e 3º escalões.
Briga
O tempo continua fechado entre Djalma Araújo e Bruno Peixoto (PMDB).
Alfa
Marconi Perillo colou grau em Direito.
Piada pronta
De José Simão: - Serra: há se m p r e um pedágio no fim do túnel.
16% É o porcentual de frente de Marconi Perillo sobre Iris Rezende: do Ibope.
Essa é boa...
Pingue
O que significa o número 3345 de Armando Vergílio (PMN)? - 33 é a idade de Cristo e 45, a de Deus. É o que rola nos corredores tucanos.
Washington Fraga desmente rumores de que poupa Marconi Perillo nos debates e em sua propaganda no rádio e TV.
Guilhotina
Cidinha Siqueira teria pedido a expulsão do vereador Djalma Araújo do PT.
Pós-eleições
Paulo Garcia deve fazer uma reforma
Piada pronta De José Simão: - Ecocapitalista, Marina Silva vai lançar camisinha de polpa de buriti.
Radicais livres Batista Custódio deve ir Martiniano Cavalcante (PSOL) à Assembléia Legislativa. Para o Senado, Pedro Wilson (PT).
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18 | Hoje - Agosto de 2010
Mato Grosso do Sul
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Urubuservando
Carlos Brandão | carlosbrandao7@gmail.com
Viagra
GPS A queda nas vendas daquele aparelhinho específico para navegação, o famoso GPS, segundo os espacialistas, está ligada à chegada no mercado dos super celulares. Como boa parte dos smartphones recém lançados possui GPS integrado,isso acaba sendo responsável pela queda nas vendas dos aparelhos de navegação por satélite. Grande novidade, né? Quando o papo é tecnologia, o que é novo hoje, amanhã é velhinho, velhinho. Que nem eu: o Brandão já foi novo um dia!
A frase que correu o mundinho pop, em julho, foi dita pelo badalado dono da Playboy, Hugh Hefner, ao New York Times. Do alto dos seus 84 anos, ele tascou: “Faço amor duas vezes por semana e tomo Viagra. Posso dizer que aos 84 anos isso ajuda. É uma pequena ajuda de Deus.”
Chuteiras
Assumido
Depois que assumiu sua homossexualidade, Ricky Martin, mostra as garras coloridas. Ele aplaudiu a Argentina por ser o primeiro país da América Latina a autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. “A Argentina, nação pensante, tolerante e justa, faz história ao dizer sim ao casamento gay. É um exemplo para o resto da América Latina”, disse, no seu Twitter. A comunidade gay tá de bem com o cantor.
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Essa coisa de paquerar, transar e casar com jogador de futebol, é uma profissão arriscada, mas das mais rentáveis. Se Eliza Samudio se deu mal ao assumir a profissão “de maria chuteira”, em outros casos a coisa é diferente. Alexandre Pato, após se separar de Sthefany Brito, está brigando na Justiça, pra não pagar à atriz, uma pensão mensal de 20% do seu salário líquido, além de 20% de todos os ganhos que ele tenha com contratos. São os dois estranhos lados da mesma moeda .
Artes plásticas A grande novidade, a grande sacada na praia das artes plásticas em Gyn, é a galeria virtual Plus. Telas de artistas diversos a preços acessíveis a todos os bolsos e gostos. Eu já comprei três telas e vou continuar indicando pra amigos, que também estão virando fregueses. Quem comanda a Plus é a minha superamiga Lydia Himmem. Confira: www.plusgaleria.com.br
Palmadas Agora, o Brasil para pra discutir se os pais têm ou não direito de darpalmadas nos filhos. Não falo de espancar. Falo daquelas palmadinhas que todos nós levamose não nos traumatizou de maneira alguma. Entendo que, a partir do instante que o governo entrar na casa docidadão com educação de qualidade, saúde eficiente e sem filas e lazercivilizado, ele também poderá entrar para corrigir os pais. Enquanto as obrigações básicas do Estado não são cumpridas, leis comoessa se mostram esdrúxulas e fora de hora. Não sou, nunca fui e nunca serei mais um babaca politicamente correto. Portanto: sou contra essa bobagem travestida de lei.
Malvado De vilão a cantor. Essa a trajetória de Tom Felton, que fez o papel de Draco Malfoy, o malvado da série Harry Potter. Se você não gostava do rapaz, agora vai ter que aturar. Felton assinou contrato e já rascunha seu primeiro CD. Dizem que ele canta e compõe. Preparem os ouvidos, povo do mal.
“ To d o camburão tem um pouco de navio negreiro”. Na mosca, Marcelo Yuka! Dores, medo, ví cios, tontura, insônia e outras coisas normais nas pessoas são, segundo pastores da Record, sintomas de possessão do demônio. Estou pronto: eu já concordo com a guerra que encontro quando acordo”. (trecho do poema Despertáculo, do genial Pio Vargas). O novo código florestal une a esquerda mais festiva com a direita mais conservadora. É a festa ideológica brazuca, inventada por Lula.Argh! Minha avalição no twitter: influência: 5,73; popularidade: 30,79; envolvimento: 0,00; Nota Geral: 11,49. Resumo: sou um zero à esquerda. meu twitter: @carlosbrandao7 Agosto de 2010 - Hoje | 21
Goiás
Iris e Vanderlan tentam barrar Marconi
A presença na disputa de quatro contra um, uma vez que a grande maioria das farpas parte de quatro candidatos principalmente contra Marconi Perillo, é um ponto a sustentar a tese do 2º turno Valterli Guedes
O
s dirigentes do PMDB em Goiás continuam acalentando esperança de que o partido voltará ao poder depois de 12 anos. Há, de outra parte, consciência em toda a cúpula partidária quanto à dureza da campanha. O principal concorrente, senador Marconi Perillo (PSDB), é uma “pedreira” e tanto. Tem muito fôlego, a julgar pelo fato de estar em primeiro lugar nas pesquisas sobre a intenção de voto. Mas os apoiadores do candidato Iris Rezende ( PMDBPT-PC do B) não chegaram a ficar muito impressionados. Acham que haverá 2º turno e, aí, será um novo pleito, com uma série de itens em favor do projeto de levar Iris Rezende mais uma vez ao poder. Os apoiadores de Vanderlan Cardoso nutrem a mesma esperança. As razões dessa crença genera-
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lizada em um 2º turno decorrem de vários fatores. Em primeiro lugar, leva-se em conta a presença de um total de cinco candidatos no cenário da disputa. E não são candidatos quaisquer. O nome apoiado pelo governador Alcides Rodrigues (PP), ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso (PR e mais cerca de uma dezena de partidos), é jovem, bem sucedido enquanto empresário e fez duas administrações bem avaliadas em Senador Canedo, município emergente da região metropolitana de Goiânia. De repente, surgiu na disputa uma mulher, o que por si já corresponde a um bom presságio. É Marta Jane, uma jovem professora filiada ao PCB, o extinto e depois recriado Partido Comunista Brasileiro. Ela tem desempenhado um bom papel nos debates, com argumentação
consistente e convincente, a ponto de ameaçar levar para a “lanterna” dos resultados o veterano líder sindical Washington Fraga (PSol), cuja linguagem nos debates está mais para aquilo que ele realmente é: líder sindical. Nada demais, Lula também surgiu no movimento sindical. Só que, numa disputa do governo do Estado é necessário ir além, demonstrando dominar os temas de interesse geral, a exemplo do que o próprio Lula fez relativamente ao Brasil como um todo. Resumindo: a presença na disputa de quatro contra um, uma vez que a grande maioria das farpas parte de quatro candidatos principalmente contra Marconi Perillo, é um ponto a sustentar a tese do 2º turno. Mas não é o único.
Lula e Dilma
O presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff na campanha de Iris sustentam um argumento a mais no leque de fatores a garantir a tese do 2º turno. O presidente está fechado com Iris Rezende. É visto no programa eleitoral de TV e ouvido no de rádio pedindo votos para Iris. Quanto a Dilma, tanto apóia Iris quanto Vanderlan Cardoso. O presidente, todos sabem, está com a popularidade nas alturas. E a candidata Dilma, que começou surfando na popularidade presidencial, ganhou simpatia própria e já é apontada como virtual vencedora no primeiro turno. A partir daí é que são alimentadas as esperanças do PMDB goiano: é ter Iris num 2º turno e, no palanque, Lula e Dilma apoiando-o. No Palácio do Planalto a expectativa é a de que a maioria dos governadores será das bases governistas. E eleita já no 1º turno. Os estados duvidosos – porque sem uma definição aparente ou com oposicionistas bem posicionados, a exemplo de São Paulo e do Paraná -, são poucos, entre cinco e sete. Então, o presidente e Dilma, se realmente confirmadas as pesquisas, terão um peso enorme num eventual 2º turno. As razões são óbvias.
A performance de Marconi Marconi Perillo (PSDB e aliados), já mostrou que não está para brincadeira. Sua campanha é a mais consistente (volumosa). É a que tem maior número de veículos adesivados e a quantidade de porta-bandeiras nas praças e esquinas é também superior à dos demais postulantes. Marconi faz diversas carreatas todos os dias e participa de muitas reuniões preparadas por candidatos ao legislativo pertecentes à sua coligação. Aparentemente, embora não conte com o apoio do governo estadual ou do federal, isto não tem influenciado negativamente no que se refere ao apoio de empresários-financiadores. Não se diz o mesmo de Iris, cuja campanha, até surpreendentemente, mostra-se carente de recursos. O mesmo ocorre com a campanha de Vanderlan Cardoso, embora esse candidato esteja, como os dois primeiros, realizando viagens e reuniões normalmente. Mas, mesmo assim, só nos últimos dias mais de uma dezena de prefeitos bandearam para o lado de Marconi. Entre os marconistas existe um certo clima de “já ganhou”. Não da parte do próprio candidato que, ao contrário, tem recomendado humildade. Mesmo assim, há marconistas tão entusiasmados ao ponto de gastarem tempo conjecturando sobre a distribuição dos principais cargos do governo. Em determinada reunião, comentou-se até sobre suposto plano sinistro envolvendo aquela que, no momento, é considerada a principal cadeira do Palácio. Sugeriu-se levá-la, no dia da posse, à praça defronte ao Palácio das Esmeraldas e incendiá-la. Como se Goiás, castigado por grande seca há vários meses, já não estivesse com um estoque de incêndios sem precedentes. Agosto de 2010 - Hoje | 23
Análise política
Processo eleitoral 2010
Saiba o que pensam, como vêem e o que esperam para 3 de outubro dois dos principais analistas políticos de Goiás Luiz Signates
Qual a sua análise das propostas dos principais candidatos ao Governo de Goiás? As candidaturas ainda não estabeleceram propostas, na composição das respectivas imagens públicas. Ao que parece, o que está se consolidando esta muito mais ancorado no jogo das imagens, visando a estruturação dos perfis, a fim de proceder à campanha pela obtenção de votos, do que investir num grande debate envolvendo as políticas públicas junto à sociedade. Em outras palavras, as campanhas estão, como sempre, muito mais emocionais do que racionais, nas es-
tratégias de busca dos votos. Assim, falando apenas dos três mais viáveis, prevejo que Íris se ancora na imagem forte de político experimentado, para prometer obras no Estado; Marconi luta para preservar a imagem de jovem e avançado que o celebrizou, estabelecendo propostas vinculadas a novas tecnologias, além do retorno dos benefícios sociais que fizeram seu nome no passado; e Vanderlan tenta projetar a imagem de bom administrador e pessoa nova na política, para se tornar conhecido e tentar abrir uma cunha na polarização existente entre os dois candidatos favoritos. Qual candidato tem mais probabilidade de vencer as eleições para o governo do Estado? É claro que, se a disputa se mantiver polarizada, a eleição tende a ser decidida entre Iris e Marconi, estando hoje o senador com pontos de vantagem, por estar em campanha há mais tem-
po e possuir, até agora, uma estrutura de comunicação política muito mais eficiente. A reação de Iris é esperada, contudo, para dentro da campanha. E, se a polarização for vencida, durante a campanha, é possível que o candidato Vanderlan, fortemente apoiado pelo governo Alcides, suba nas pesquisas e, a custo de um dos adversários, repolarize a campanha, levando-a a um disputado segundo turno. Num contexto dessa complexidade, integrado pelos dois políticos mais fortes do Estado e um terceiro candidato apoiado pela máquina do Estado, seria ingênuo efetuar previsões sobre a vitória. O bom senso ordena que esperemos o desenrolar da campanha, pelo menos até meados de setembro, para identificarmos para que rumo irá o eleitorado goiano. Pesquisador de comunicação e política, com formação até pós-doutorado. Leciono no mestrado/Comunicação da UFG e na PUC-GO.
Profº Wilson Ferreira da Cunha
Qual a sua análise das propostas dos principais candidatos ao Governo de Goiás? A vulvuzela eleitoral já começou. Os políticos deveriam elevar o nível do debate, colocando propostas inovadoras. Os candidatos deveriam ser convocados a
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concordar ou discordar de diagnósticos sobre a realidade de seus Estados e do país, mas nunca ficar em cima do muro até o último dia da disputa eleitoral. A crise financeira mundial afetou menos o país porque ganhamos espaço no mercado mundial, demonstrando que nosso agronegócio (e não nosso governo) é moderno, avançado tecnologicamente e competitivo. A mineração idem. Os políticos que ocupam as instituições públicas passam a ser os donos delas. Confundem o público com o privado. É preciso criar uma cultura de respeito ao indivíduo e ao talento inovador. E não ao cargo. No entanto, a maioria dos políticos
se considera acima do bem e do mal. O desafio é atacar as deficiências estruturais que causam prejuízos ao país. Desde o plano real temos uma política econômica moderna, mas a gestão da política atrasada tradicional e arcaica foi reforçada nas últimas administrações. Qual candidato tem mais probabilidade de vencer as eleições para o governo do Estado? A eleição vai ser polarizada entre dois candidatos, mas pergunte ao povo quem vai ganhar. Professor da PUC-Goiás, Antropólogo e Cientista Político
Heuler Cruvinel
Um novo líder no sudoeste goiano todos os municípios, em número de unidades habitacionais pelo programa Minha Casa, Minha Vida. O secretário obteve também recursos, em Brasília, para a construção do Hospital Materno Infantil de Rio Verde e aparelhos para o Hospital do Câncer.
Propostas de um estreiante
Heuler Cruvinel foi lançado candidato a deputado federal pelo prefeito de Rio Verde, Juraci Martins
R
io Verde, o município de maior peso econômico e populacional do sudoeste de Goiás, tem tradição de ser cenário para o aparecimento de novos líderes políticos em Goiás. Entre os destaques do passado, figuram nomes expressivos como os de Pedro Ludovico Teixeira, que emergiu da revolução de 1930 para ficar à frente do governo de Goiás, como governador e interventor, durante 15 anos seguidos (até 1945); e de Paulo Campos, prefeito da cidade e deputado federal cassado pela ditadura militar. Foi um dos políticos mais preparados do País, além de brilhante advogado. Ciclicamente, foram surgindo líderes partidários e de correntes políticas, a exemplo dos irmãos Iturival e Iron Nascimento; e Eurico Veloso do Carmo, Sebastião Arantes e Bebé Borges, todos já falecidos.
Mais recentemente, Paulo Roberto Cunha, eleito prefeito em três eleições. No último pleito municipal, um médico e agropecuarista, até então limitado à política classista e a seus afazeres privados, candidatou-se a prefeito, foi eleito e desfruta de ampla aceitação. Chama-se Juraci Martins. É dele a idéia de lançar um jovem de 32 anos, Heuler Abreu Cruvinel, engenheiro agrônomo e agropecuarista, candidato pelo DEM e deputado federal. Heuler nunca havia ocupado função pública até que, no início do ano passado, o prefeito Juraci, de cuja campanha participara, o convidou para ocupar duas secretarias municipais, a de Governo e a de Habitação. Em pouco tempo, os resultados: graças ao empenho do secretário Heuler através de peregrinações a Brasília, Rio Verde é hoje o primeiro do interior do Brasil, entre
Heuler nasceu em Rio Verde. É filho de Sebastião Alves Cruvinel e de dona Ruth Maria Abreu Cruvinel. Casado com Nayara Barcelos Ferreira, o casal tem um filho, Pedro Vinícius Ferreira Cruvinel, de 1 ano e meio. Durante visita a HOJE, Cruvinel respondeu a algumas indagações sobre suas idéias e projetos. Eis os trechos principais da entrevista: Se eleito, quais serão suas principais propostas em forma de projetos de leis? -Trabalhar por recursos para investimentos em asfalto, saneamento básico, habitação e lazer. -Ampliação do número de vagas e cursos do IFET. -Lutar pela aprovação da PEC 300, que aumenta o salário dos policiais militares de todo o país. -Trabalhar por incentivos, crédito e benefícios para as micro e pequenas empresas, aumentando a geração de emprego e renda. -Defender o acesso das mulheres a prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer. -Apoiar a votação de um novo Código Florestal, mais equilibrado entre produção e proteção do meio ambiente. -Lutar por políticas especiais para agricultura familiar. Agosto de 2010 - Hoje | 25
Heuler Cruvinel -Defender a regulamentação da Emenda Constitucional 29, que resolverá definitivamente o financiamento do SUS, obrigando os governos estaduais a investir o mínimo de 12% do orçamento em saúde pública. -Incentivar a produção de produtos de primeira necessidade. -Lutar pela criação de bolsas-auxílio visando o acesso e a permanência dos jovens no ensino médio. Especificamente para Rio Verde, qual é a sua principal bandeira? -Trazer a Universidade Federal para nossa cidade. -Estimular a criação de pólos tecnológicos, ações culturais e esportivas, dando ocupação aos jovens, afastando-os do fantasma das drogas. -Buscar recursos para a construção de casas de recuperação de dependentes químicos. - Buscar recursos para melhorar o sistema de segurança de uma forma geral, a começar pela valorização dos policiais com melhores salários, investimento em armas e veículos, além de treinamento e assistência psicológica. Duplicação da BR-060 entre Jataí e Goiânia, passando pelo perímetro urbano de Rio Verde com viadutos nos trevos e passarelas. José Serra é o melhor para o Brasil? Por quê? Sem dúvida, José Serra é um homem preparado, experiente, eleito com grande aprovação para cargos no legislativo e executivo do maior Estado do Brasil, que é São Paulo. José Serra ainda ocupou o Ministério da Saúde, onde promoveu um trabalho sério, humano e inovador. Mesmo os adversários políticos reconhecem que Serra foi o melhor ministro da saúde da história do Brasil. José Serra faz política com ações e não com discurso ou demagogia e propaganda. E para Goiás, quem é o melhor para suceder Alcides Rodrigues? Por quê? Essa é uma pergunta que o povo já está respondendo pelos quatro cantos de Goiás, onde as pesquisas apontam a grande preferência por Marconi,
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cuja história política é um exemplo para todos nós. Marconi modernizou Goiás, atraiu investimentos, promoveu o progresso e ainda implantou uma política social e humana, que todos sabem, serviu de referência
“Percebo que a população quer renovação na política e está recebendo minha candidatura com muito carinho e entusiasmo, o que aumenta minha responsabilidade (...)” para os programas sociais de Lula. Chegou a hora de Marconi voltar para recolocar Goiás no acelerado ritmo do progresso. Como está sua campanha? Pretende fazer caminhadas em todos os municípios aonde tem apoio?
Heuler Cruvinel e Marconi Perillo em campanha
Minha campanha está tomando corpo a cada dia. Estou realmente empolgado com a receptividade das pessoas em relação ao nosso nome, nossas ideas e propostas. Percebo que a população quer renovação na política e está recebendo minha candidatura com muito carinho e entusiasmo, o que aumenta minha responsabilidade e também a minha disposição de trabalhar mais e mais. Qual sua avaliação do presidente Lula em seus dois mandatos? Qual o maior acerto e qual o maior erro? O maior acerto foi a decisão de manter o técnico e experiente Henrique Meireles à frente do Banco Central, iniciativa que deu sustentação e credibilidade para Lula no exterior e dentro do país, principalmente junto à classe empresarial. A companhia de José Alencar como seu vice também foi fundamental, pois se trata de um homem sério, um verdadeiro avalista das ações de Lula. Penso que ele acertou também em aplicar uma política social mais humana, voltada realmente para a classe menos favorecida. Política que, repito, teve como inspiração os programas sociais implantados por Marconi Perillo, em Goiás. Já seu maior erro, na minha opinião, foi não perceber que o que está fazendo é obrigação de todo presidente, não um grande favor que partiu de um homem absolutamente generoso, como ele quer transparecer.
Mato Grosso
Uma radiografia preliminar das eleições Fotos: Divulgação
Mais de um milhão de eleitores estão concentrados em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Cáceres, Tangará da Serra, Barra do Garças, Sorriso, Alta Floresta e Primavera do Leste
Carlos Gomes de Carvalho, de Cuiabá
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erca de dois milhões de eleitores estão habilitados para escolher o próximo ocupante da principal cadeira do Paiaguás. E pela primeira vez, nenhum dos concorrentes é matogrossense nato. Embora tal fato não tenha significado maior do ponto de vista administrativo, já que todos residem há muitos anos no Estado e tem aqui seus empreendimentos, é, no entanto, demonstrativo seja da importância que teve o processo migratório nas últimas quatro décadas, como igualmente é reflexo da crescente perda do poder político de um centro de importância histórica tradicional como Cuiabá. Quatro candidatos disputam a sucessão do governador Blairo Maggi para comandar Mato Grosso e enfrentar os Wilson Santos, candidato à governador pelo PSDB
desafios que se colocam num Estado que vem crescendo, graças, sobretudo ao agronegócio, em ritmo acima da média nacional, mas que se encontra diante de desafios igualmente crescentes não só para manter essa capacidade de crescimento, mas para fazer com que os frutos desse progresso beneficiem uma camada maior da população, fato que não vem ocorrendo. Dos quatro candidatos, Wilson Santos é aquele que tem mais experiência em disputas eleitorais, todas praticamente voltadas para o colégio eleitoral da grande Cuiabá. Silval Barbosa sempre teve uma militância política voltada para a região Norte. Em 2008, começou a conhecer os problemas de Cuiabá ao participar ativamente da campanha de Mauro Mendes à prefeitura. Depois de ter sido prefeito de Matupá e duas vezes deputado estadual foi eleito viceAgosto de 2010 - Hoje | 27
Mato Grosso sendo ouvidas mil pessoas, na qual a administração de Silval Barbosa, pouco mais de cinco meses à frente do Paiaguás, é avaliada positivamente por 65% da população. Sendo que 3% consideram a administração como ótima, 31% boa, 31% regular, 5% apontam a gestão como ruim, enquanto 2% a classificaram como péssima. Vinte e oito por cento optaram por não responder. Pesquisa do mesmo instituto, mas restrita a Cuiabá, avalia o ex-prefeito Wilson Santos com o maior índice de
rejeição entre os candidatos. Nada menos que 47% dos entrevistados qualificam a atuação do candidato tucano como negativa. Em seguida vem o seu sucessor, Chico Galindo (PTB), com 28%. Esse alto índice de rejeição é explicado por questões que em um mandato e meio ele não conseguiu equacionar. Coleta de lixo insuficiente, transporte coletivo deficiente e caro, atendimento médico e dentário precários, educação sem professores e falta de salas de aulas, escândalos envolvendo a sua
O embate Silval Barbosa é o nome do PMDB
governador na chapa de Blairo Maggi, e, desde 31 de março, é o governador. Já Mauro Mendes é recém ingressado nas refregas eleitorais, tendo disputado o seu primeiro cargo público há dois anos quando, numa virada surpreendente, levou a disputa pela Prefeitura de Cuiabá para o segundo turno. Para esse feito, teve o apoio total do grupo, chamado de “pessoal da botina”, liderado por Maggi. Em setembro do ano passado, surpreendentemente, rompeu politicamente com o ex-governador e saiu do PR. Hoje enfrenta o grupo ao qual pertenceu e faz carreira buscando firmar sua liderança. Do candidato do PSOL, Carlos Magno, não se dispõe de maiores informações, mas tudo indica tratar-se também de um novato nos embates eleitorais.
As pesquisas
No último dia 20, o Instituto Gazeta Dados divulgou pesquisa abrangendo 41 municípios do Estado, Chico Daltro: candidato à vice-governador pela chapa peemedebista
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Os quatro candidatos disputam um eleitorado, em sua maioria do sexo masculino, sendo predominante a faixa etária entre 25 a 34 anos (25,4% do total), com mais da metade localizado em apenas dez municípios, dos 141 que constituem o Estado. Mais de um milhão de eleitores estão concentrados em Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Cáceres, Tangará da Serra, Barra do Garças, Sorriso, Alta Floresta e Primavera do Leste. Nesses dez principais colégios eleitorais, o conjunto de forças governistas é, até este momento, amplamente superior. Do ponto de vista de apoiamento político, o atual governador Silval Barbosa, do PMDB, pelo menos formalmente, dispõe do apoio de seis prefeitos, sendo três do seu partido e três do PR, do ex-governador Maggi. Mas algumas fissuras estão aparecendo nesse vasto arco de alianças. O prefeito de Primavera do Leste, do PR, acaba de declarar apoio ao candidato Mauro Mendes. Mas Silval tem também uma pendência a ser resolvida dentro de seu próprio partido. É que o prefeito de Rondonópolis, conhecido como Zé Carlos do Pátio, o terceiro maior colégio com 130 mil eleitores, declarado desafeto do então vice-governador, reiteradas vezes proclamou o seu
apoio a Wilson Santos. Em Barra do Garças, o prefeito é do PR, mas sempre foi muito ligado ao senador Jaime Campos, do DEM, que é aliado do PSDB. Idêntica situação vive o município de Sorriso, onde o atual prefeito, do PMDB, foi eleito com o apoio do deputado Domingos Fraga, várias vezes prefeito no município, e que é um dos líderes do DEM na região do médio norte. O ex-prefeito de Cuiabá só dispõe de um apoio declarado, o do prefeito de Cáceres, quinto maior colégio, que é do DEM, além do prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, do PTB, que era o seu vice, mas que é um neófito na política mato-grossense, tendo ocupado um único cargo, o de deputado estadual, com inexpressiva votação nas eleições anteriores. Ao empresário Mauro Mendes, além do apoio do prefeito dissidente de Primavera do Leste, só lhe restou o da prefeita de Alta Floresta, Maria Izaura, do PDT, partido de seu vice o também empresário e deputado estadual Otaviano Pivetta. As últimas pesquisas indicam vantagem de Silval Barbosa, superior a dez pontos, sendo seguido por Mauro Mendes e por Wilson Santos. Simulação de segundo turno, igualmente coloca o atual governador com larga margem.
equipe, como a “Operação Pacenas” que denunciou vícios nas licitações de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), além da reiterada promessa de que não abandonaria a Prefeitura para disputar a governança estadual, são fatores que justificam a rejeição. Quanto à intenção de voto, a pesquisa estadual indica que o candidato à reeleição tem 31% do eleitorado contra 23% atribuídos ao ex-prefeito de Cuiabá; em 3º lugar, repetindo os mesmos 8 pontos de diferença entre os 2 primeiros colocados, está Mauro Mendes, com 15%, e, por último, Marcos Magno, com apenas 1%. Essa mesma pesquisa, restrita à capital, o maior colégio eleitoral do Estado, com 386.991 eleitores, coloca o empresário Mauro Mendes, derrotado por Santos na última campanha, na liderança com 31% das intenções de voto. Barbosa está em 2º lugar, com 25% da preferência, enquanto Wilson Santos surge em terceiro, distanciado 13 pontos percentuais, com 18%. Marcos Magno (PSOL) pontua apenas 1%. Brancos e nulos somam 3% e indecisos são 22%. Na capital, o favoritismo de Mauro se repete num eventual segundo turno. Se houver um confronto entre Silval e Mauro este venceria com 7 pontos percentuais de vantagem. Contra o ex-prefeito, Mauro venceria por 46% a 23%. A disputa se dando entre Silval e Wilson, o governador venceria por 45% a 23%.
Nomes da disputa
Otaviano Pimenta (PDT)
Silval da Cunha Barbosa, do PMDB, foi vice-governador de Blairo que, com a renúncia deste para concorrer ao Senado, passou a titular. Foi prefeito de Matupá e duas vezes deputado estadual, tendo sido presidente da Assembléia Legislativa. É candidato da Coligação Mato Grosso em Primeiro Lugar, uma ampla gama de partidos que reúne PT, PP, PR, PRB, PTN, PSC, PHS, PTC, PRP e o PC do B. É empresário no interior do Estado Mauro Mendes: coligação Melhor pra você PSB - PDT - PPS - PV e recém formado em Direito. Têm 49 anos, casado, três filhos, candidato a vice-governador Otaviano e é natural de Borrazópolis - PR. Pivetta, dono do Grupo Vanguarda, a Wilson Pereira dos Santos, do 489ª empresa, no mesmo ranking estaPSDB, foi eleito duas vezes Prefeito da belecido pela revista Exame. Nas eleiCapital, e renunciou ao mandato para ções anteriores, Pivetta, pela declaração concorrer ao governo. Foi vereador, deputado estadual e deputado federal, sempre com apoio de Dante de Oliveira, até a morte deste, quatro anos atrás. Tem 48 anos, é natural de Dracena – SP, bacharel em Direito, A corrida por duas vagas casado e pai de três filhos. Candidato no Senado é disputada pelo exda Coligação Senador Jonas Pinheiro, governador Blairo Maggi (PR) e da qual faz parte o DEM. pelo deputado federal Carlos AbiMauro Mendes, do PSB, está na calil (PT), que estão na coligação Coligação Mato Grosso Melhor pra Mato Grosso em Primeiro Lugar Você, que conta com o PDT, o PPS e – da qual fazem parte o PMDB, o PV. Tem 46 anos, casado e pai de PR, PP, PT, PTN, PSC, PRB, PHS, dois filhos, nasceu em Anápolis – GO. PTC, PRP, PCdoB. Pela aliança Formado em Engenharia, é importante Senador Jonas Pinheiro, formada empresário na área da metalurgia. pelo PSDB, PTB, PSL, DEM, PSDC Marcos Magno, do PSOL, nase PRTB, estão o ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB) e o senador ceu em Uberlândia (MG), tem 56 Jorge Yanai (DEM), que assumiu a anos e é empresário. vaga com a morte de Jonas Pinheiro e a renúncia do primeiro suplente. Riqueza O ex-procurador da República Entre os candidatos, estão dois Pedro Taques (PDT) e o ruralista dos empresários mais ricos do Brasil. Naildo Lopes (PV) disputam pela Um, já conhecido como o “rei da soja”, coligação Mato Grosso Pra Você, atualmente investidor em vários seformada pelo PDT, PPS, PSB e PV. tores, o ex-governador Blairo Borges Pelo PSOL concorre o procurador Maggi, o big boss da trading AMAGda Fazenda Nacional Mauro César GI, que, conforme a revista Exame é a Lara de Barros. 95ª entre as 500 maiores empresas do Brasil. O outro é o deputado estadual e
Senado
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Mato Grosso de bens ao TRE, foi classificado como o deputado estadual mais rico do país. Bem posicionado está também o dono da Bimetal, uma das maiores empresas do Centro Oeste, candidato ao governo Mauro Mendes. Dos 410 candidatos que disputam os diversos cargos na atual eleição, segundo os dados divulgados pelo TRE, mais de dez por cento deles, cerca de 45, podem ser considerados milionários. No topo está Maggi com uma fortuna declarada de 152 milhões de reais (em 2006, em sua reeleição, declarou ter 33,4 milhões). A seguir, Otaviano Pivetta com R$ 132 milhões (inicialmente havia informado R$ 415 milhões, depois retificados para o valor líquido apontado), depois Mauro Mendes com R$ 57 milhões de reais. Os candidatos a governador, além de Mendes, declararam: Silval R$ 2 milhões, Wilson Santos, R$ 768 mil reais e Marcos Magno, R$ 89 mil.
Os que figuram como vice-governador também estão na casa superior ao milhão, com a exceção do candidato do PSOL. Longe da fortuna de Pivetta, mas igualmente milionários estão o deputado Chico Daltro (PP), vice de Silval, com R$ 5,2 milhões e o deputado estadual Dilceu Dal Bosco, vice de Wilson, com R$ 2,3 milhões. Dos sete candidatos ao Senado, apenas três estão no rol dos milionários. Além de Maggi, Antero de Barros com R$ 1,5 milhão e Jorge Yanai com 1,2 milhão. Dos noventa candidatos a deputado federal apenas oito estão na casa dos milionários, sendo Eduardo Moura, do PPS, com R$ 34 milhões, o mais rico e os demais variando entre R$ 1 e 10 milhões. Já entre os candidatos a deputado estadual, com 291 concorrentes, o número de milionários é maior, sendo 24 deles. No alto da lista dos mais ricos está um casal, ambos os candidatos ao mesmo cargo (talvez na expectativa de uma impugnação), formado pelo ex-prefeito de Juara, Oscar Bezerra, com R$ 19,6 milhões, e sua esposa Luciane Borba Azoia Bezerra, com R$ 15,1 milhões, ambos do PSB. Depois vêm os atuais deputados Percival Muniz (PPS) com bens no valor de R$ 6,1 milhões; Adalto de Freitas (PMDB), com R$ 2,6; Sérgio Ricardo (PR), com R$ 2,1 e José Riva (PP) que declarou ter R$ 1,5 milhão.
Escolaridade
Marcos Magno
Qual o nível de escolaridades daqueles que deverão liderar os mato-grossenses nos próximos anos, estabelecendo metas educacionais que rompam o gargalo constituído por um sistema de ensino claramente deficiente e medíocre? Blairo Maggi
Antero Paes de Barros
Dos 410 candidatos que concorrem a deputado estadual, menos da metade, 190, possuem curso superior e 108 têm apenas ensino médio incompleto. Os quatro candidatos ao governo, os seus vices e os sete postulantes ao Senado concluíram uma faculdade. Dos 90 que pleiteiam o mandato de deputado federal apenas 46 deles fizeram um curso superior, 21 possuem ensino médio completo, 11 iniciaram o curso superior, sem conclusão, oito tem ensino fundamental completo, dois estão na lista de ensino fundamental incompleto e dois com ensino médio incompleto. Entre os 291 candidatos a deputado estadual, 122 possuem curso superior completo, 39 superior incompleto, 82 ensino médio completo, 10 com ensino médio incompleto, 23 com ensino fundamental completo, 13 no nível de fundamental incompleto, um apenas lê e escreve e outro declarou ser analfabeto.
Quanto gastarão Os candidatos informaram ao Tribunal Regional Eleitoral que prevêem gastar as seguintes quantias: Silval Barbosa - R$ 30 milhões Wilson Santos - R$ 18 milhões Mauro Mendes - R$ 17 milhões Marcos Magno - R$ 1 milhão
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Tocantins
Vitória de Gaguim está pintando A maioria dos observadores já dão como “favas contadas” a vitória de Gaguim em três de outubro Maria Paula Bueno, de Palmas
A
disputa pelo governo do Tocantins entre Siqueira Campos e Carlos Henrique Gaguim, que em termos de pesquisas encontrou um certo equilíbrio no final de julho, começou a mostrar favoritismo do atual governador em agosto. Com efeito, Gaguim já é o líder em todos os levantamentos divulgados durante os últimos dias, com pelo menos 6 pontos percentuais de vantagem sobre o exgovernador Siqueira Campos (PSDB). A maioria dos observadores já dão como “favas contadas” a vitória de Gaguim em três de outubro. No Tocantins, como são só dois os candidatos, não há que falar em segundo turno e o nome do vitorioso deverá ser conhecido na noite do dia da eleição. Ressaltese, contudo, que os cerca de 40% de preferência por Siqueira são constituídos, na maioria, de eleitores que dizem não haver hipótese de
mudar o voto, ou seja, trata-se de escolha consolidada. Sobe e desce – O atual governador, eleito pela Assembléia Legislativa, da qual foi presidente, depois da cassação do titular e do vice, Marcelo Miranda e Paulo Sidney, proclamou sua candidatura há uns dois meses. Antes, cogitava apoiar outro nome. Ao lançar-se, as pesquisas de intenção de voto atribuíam 25% de preferência por Gaguim, contra 58% para Siqueira Campos. Já agora a situação é desfavorável a Siqueira, que segundo a mais recente pesquisa Ibope conta com 37% de intenções, contra 43% do governador. A expectativa no Tocantins é de que, doravamente, Gaguim alcance índices ainda mais expressivos. Motivos? O primeiro é que desde o começo o governador sustenta um viés de crescimento. Seus apoiadores confiavam nisso, mas pensavam que a ultrapassagem só ocorreria em setembro. Chegaram a ficar assustados e decidiram nem montar comitê na principal cidade do interior, Araguaína. Dos 139 prefeitos tocantinenses, mais de 100 apoiam o governador. Como o poder de fogo de quem está à frente do governo no Tocantins é muito grande (a economia depende em grande parte de decisões do governo), o fato de ser o governador já garante boa possibilidade de apoio. No caso presente, acrescente-se a isto outros fatores: Gaguim, ao assumir em 2009, montou um arrojado programa de visitas a todo o interior.
Levando benefícios. Assim é que, de ônibus, visitou todas as cidades. Plantou uma árvore simbolicamente em cada uma, mandou arborizar as ruas que careciam desse benefício, consertou estradas municipais, levou ambulâncias, carros para a polícia e outros benefícios, de tal forma que sua administração passou a ser vista em todo o Estado. Agora, a campanha: o governador chegou a Araguaína há poucos dias, depois de haver feito caminhadas em quatro outras cidades, caminhou pelas ruas e, à noite, participou de seis reuniões em diferentes bairros com candidatos aos legislativos estadual e federal. Recolheu-se após a meia noite e, às quatro da manhã seguinte já estava novamente a postos. Até parece o Siqueira Campos de 40 anos atrás. Em meio a tanto entusiasmo, agora entram na campanha, pelo rádio, tv e talvez em visita ao Estado, ninguém menos que o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff. Ela está muitos pontos à frente de Serra no Tocantins. Quanto a Lula, considerado um benfeitor tendo em vista as obras da Norte-Sul, em andamento, as diversas hidrelétricas construídas para o aproveitamento do potencial do rio Tocantins, além de outros benefícios, é até difícil avaliar a importância do seu apoio. Tanto que Siqueira Campos e seus seguidores pouco falam do candidato José Serra (PSDB), convencidos da importância de evitar maiores estragos a uma candidatura já em acentuado declínio. Agosto de 2010 - Hoje | 31
Eleições Legislativas
Candidatos em ascensão No primeiro momento da campanha as chances pareceram iguais para todos os concorrentes, mas com o passar dos dias vão se destacando aqueles que realmente estão no páreo com reais possibilidades de vitória. Muitos já têm bases eleitorais, regiões, cidades, setores da sociedade aos quais representam, facilitando o seu trabalho, viabilizando a possível
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vitória. Existem também os candidatos novos, com representação não muito bem definida desde o início, que ganham musculatura a partir de boas propostas e capacidade de apresentá-las e defendê-las através das variadas formas de comunicação existentes. O eleitor é alvo de todos, portanto, é preciso ter capacidade, meios e mensagem para conquistá-lo.
Vilmar Rocha reeleição
Pedro Chaves
reeleição
Rubens Otoni
reeleição
não. Com a nova lei chamada de “ficha limpa”, o pretendente a candidato não obterá o registro necessário para concorrer, se tiver condenação por uma istância colegiada da justiça. Esta nova exigência está barrando muitos pretensos concorrentes em Goiás e praticamente em todo o país. Já está claro que a nova lei será aplicada paulatinamente, um processo, mesmo assim muitos serão atingidos; vários com fichas sujas conseguirão disputar, porém será um avanço parcial, mas importantíssimo para barrar a ascensão no futuro de boa parte de políticos corruptos. Até que haja uma lei político-eleitoral atualizada, justa e democrática, a ficha limpa será a mais importante conquista da sociedade. A lei eleitoral vigente no Brasil privilegia os candidatos à reeleição e os que tem muito dinheiro para gastar.
Sandes Junior
C
andidatos a deputado são dezenas, centenas mesmo. Tanto à Assembleia Legislativa quanto à Câmara dos Deputados. A disputa já tornou - se tradicional e rotineira. Em todas as eleições anteriores, centenas de pretendentes disputaram acirradamente para conquistar as vagas nas duas casas legislativas, estadual e federal. A luta é difícil, os candidatos em campanha apresentam-se com suas histórias e propostas. Caberá ao eleitor goiano escolher com o voto nas urnas, no dia 3 de Outubro, 41 deputados estaduais e 17 federais. A lei eleitoral exige que o candidato seja filiado a um partido político ao menos um ano antes da eleição. Em convenção partidária, ele é indicado ao registro da candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que o fará ou
reeleição
Tarzan de Castro
Iris Araújo
A luta é difícil, os candidatos em campanha apresentam-se com suas histórias e propostas. Caberá ao eleitor goiano escolher com o voto nas urnas, no dia 3 de outubro, 41 deputados estaduais e 17 federais
Thiago Peixoto
Já despontam os nomes n
Para a Câmara Federal o quadro de candidatos consolidados também já começa a se definir, mas outros nomes poderão surgir no calor da campanha. No momento estes são os mais comentados: Thiago Peixoto, Sandro Mabel (reeleição), Vilmar Rocha, Rubéns Otoni (reeleição), Ronaldo
Caiado (reeleição), Leandro Vilela (reeleição), Carlos Alberto Leréia (reeleição), Roberto Balestra (reeleição), Fábio Tokarski, Sandes Júnior (reeleição), Marina Santana, Íris Araújo (reeleição), Heuler Cruvinel, Wagner Guimarães, Pedro Chaves (reeleição),
Neyde Aparecida Ney Nogueira reeleição
reeleição
Misael de Oliveira
reeleição
Fábio Souza
reeleição
Mauro Rubem
Valadares (reeleição), Adriete Elias (reeleição), Rose Cruvinel, Misael de Oliveira (reeleição), Francisco Gedda, Romilton Morais (reeleição), Christian Gomes, Bruno Peixoto, Francisco Júnior, Célia Valadão, Martiniano Cavalcante, Marcos Martins, Júlio da Retífica (reeleição), Afreni Gonçalves, Sirlene Borba, Waguinho Siqueira, Ozair José (reeleição), Marlúcio Pereira (reeleição), Gilvane Felipe, Maria Celeste, Ademir Menezes, Ezízio Barbosa, João Batista Peres, Gênio Eurípedes, Helder Valim (reeleição), Jardel Sebba (reeleição), Honor Cruvinel, Lúcia Rincon Tejota, Olivia Vieira, Paulo Cesar Martins (reeleição), Samuel Belchior (reeleição), Didi Viana, Carlos Cabral, Padre Joaquim, Dinamélia e Zé Kafino.
Lívio Luciano
Daniel Vilela reeleição
Helder Valim
reeleição
Luis Cesar Bueno
reeleição
reeleição
João Campos Jovair Arantes
Sandro Mabel
Marina Sant’anna Fabio Tokarsky
reeleição
Tatiana Lemos Flávia Morais Armando Vergílio
reeleição
reeleição
Carlos Lereia Roberto Balestra
na disputa
Durante o primeiro mês de campanha já destacam - se nos diversos partidos políticos, dentre vários outros candidatos com possibilidade de serem eleitos para deputado estadual, os seguintes (alguns candidatos a reeleição): Daniel Vilela, Neyde Aparecida, Mauro Rubem (reeleição), Humberto Aidar (reeleição), Luis Cesar Bueno (reeleição), Fábio Souza (reeleição), Ney Nogueira, Cláudio Meirelles (reeleição), Lívio Luciano (reeleição), José Essado, Frederico Nascimento, Iso Moreira (reeleição), Henrique Arantes, Mara Naves (reeleição), Onaide Santillo, Isaura Lemos (reeleição), Vanuza
Jovair Arantes (reeleição), Leonardo Vilela (reeleição), Flávia Morais, Magda Mofatto, Sérgio Caiado, Armando Vergílio, Valdivino de Oliveira, Tatiana Lemos, João Campos (reeleição). Quem vai dar a última palavra são as urnas, está claro. Quem viver verá.
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Rio Verde 162 anos
Com 162 anos e considerada uma das meninas dos olhos da economia goiana, Rio Verde tem hoje um dos maiores índices de produtividade do mundo. Além disso é uma das cidades mais limpas e bem cuidadas do Estado de Goiás Janaina Gomes
R
io Verde acaba de completar 162 anos, mas diferentemente de outros municípios do mesmo tamanho, mescla a pacatez de uma típica cidade do interior de Goiás com a pujança de uma economia em crescimento. Com um pouco mais de 163 mil habitantes é a terceira arrecadação do estado, nono polo agrícola e a primeira do Brasil na produção de grãos. O prefeito da cidade, o médico Juraci Martins (DEM), 62 anos, é só orgulho ao apresentar os números do visível crescimento e as metas de um governo que tem recebido aprovação 80% da população rioverdense. Cidade considerada uma das meninas dos olhos da economia goiana, tem hoje um dos maiores índices de produtividade do mundo. Conta a história que tudo começou no início do século XIX, quando a família de José Rodrigues de Mendonça transferiu-se
de Casa Branca (SP), para terras às margens do rio São Tomás. Alguns anos depois, outros proprietários rurais também se reuniram na região, quando a reunião de suas fazendas deu origem à Vila de Nossa Senhora das Dores de Rio Verde. Após o desbravamento que veio se tornar a primeira célula deste município, em 5 de agosto de 1848 o povoado foi elevado à categoria de freguesia, data em que se comemora o aniversário da cidade. A arrancada para o desenvolvimento começou mesmo na década de 1970. Com a abertura de estradas pavimentadas ligando a Goiânia a Itumbiara, a agricultura começou a prosperar e a atrair produtores, especialmente das regiões sul e sudeste do país. Agricultores americanos também chegaram à região, fundaram uma colônia e com eles trouxeram maquinários, tecnologias, recursos e experiências que contribuíram para transformar este polo de desenvolvimento do sudoeste goiano. O prefeito Juraci Martins explica
Capital nacio do agronegó 34 | Hoje - Agosto de 2010
onal 贸cio
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Rio Verde 162 anos que o modelo de agricultura desenvolvido em Rio Verde é fator fundamental para garantir este crescimento. “O plantio é direto, economica, social e ambientalmente sustentável. É uma cidade bem pautada na agricultura mais distributiva, não temos grandes fortunas e o produtor investe na própria cultura da terra. A grande maioria é de médias propriedades, daí o resultado comprovado com a grande produtividade de nossas terras. Nossa administração é planejada procurando recuperar o tempo perdido e preparar a cidade para os próximos 10 anos”, destaca. Outra questão importante é a Lei municipal que limita o cultivo da canade-açúcar a 10% da área agricultável da cidade, com o objetivo de impedir a monocultura e consequentemente prejudicar o potencial agrícola-econômico do município.
Meta social
Uma das novidades apresentadas pelo gestor durante as comemorações de 162 anos de Rio Verde é na área de saneamento básico. “O nosso Plano Plurianual destinou 180 milhões por um período de 4 anos. Estamos investindo em uma das melhores tecnologias do mundo na área, a de qualidade biológica. A universalização dos serviços, sem aumento de tarifa, e rever contrato com a Saneago, que recebe 1 milhão
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de lucro, mas não oferece serviço de qualidade, é nossa meta”. Preocupado com as características da cidade, “que é rica, mas com grande diferença social”, a administração municipal foca nas regiões sem saneamento e asfalto. Os bons índices na área de educação também são motivos de orgulho para Rio Verde. “Temos 22 mil estudantes e todas as crianças estão na escola; 71 escolas reparadas ou restauradas e o serviço de transporte escolar, com frota renovada com o máximo de 10 anos de uso, todos seguros e climatizados. Vamos construir até o final do ano 6 escolas de período integral, com capacidade para atender 800 alunos, e 20 até o final do mandato, além de fazer setorização das escolas modelos. Temos a meta de aumentar da escolaridade e qualificar nossos funcionários públicos. Com este fim, temos ainda o programa Internet para todos, grátis para famílias de baixa renda”. Sucesso semelhante se repete na área da saúde: “Inauguramos a Unidade de Pronto Atendimento com 1300m2 de construção e toda a tecnologia necessária. Fizemos a reforma do hospital regional, com sala da recepção climatizada, TV LCD, piso de granito e qualidade total no atendimento. Investimos milhões em medicamentos, via Farmácia Popular, construímos o Centro Materno Infantil e primeira Academia da 3ª Idade, estamos implantando o Programa Brasil Sorriso, tudo isso com recursos próprios e investimentos
do Governo Federal. Mas não é apenas de saúde e educação que vive a administração de Rio Verde. Existe a preocupação com a regularidade fiscal e a inadimplência, comprovada com a implantação da nota fiscal eletrônica. Na área de habitação, o foco tem sido a regularização fundiária com 400 escrituras entregues m 2009, com previsão de outras 3 mil até o final de 2010, em uma parceria do município com a Agência Goiana de Habitação (Agehab). A meta é entregar até o final da gestão de 7 a 10 mil escrituras. “Fomos os primeiros no estado e o terceiro no Brasil a conseguir os recursos do programa Minha casa Minha vida, conseguimos 1026 casas e nossa meta é dobrar, e
Um rio de investimentos
com apoio da Caixa entregamos 500 lotes, todos urbanizados com água, luz e asfalto” Com a experiência de quem andou “40 mil km pesquisando as necessidades de Rio Verde”, o prefeito aproveita para tecer elogios a sua companheira Clarice Martins, que se revesa nas funções de primeira-dama e na assistência social dos munícipes. “Foi ideia dela que a Prefeitura desse expediente em horário integral. É uma guerreira que tem me ajudado muito, administramos para o idoso, criança e juventude ”, conclui Dr. Juraci. Terra do famoso boi Bandido, sucesso em uma telenovela da Rede Globo, e de Nilton Lamas, compositor da música “Entre Tapas e Beijos”, hit que alçou a dupla, Leandro e Leonardo ao estrelato, Rio Verde é uma cidade que orgulha o povo goiano e comprova que a Marcha para o Oeste ainda está só começando.
Para um médico pediatra, voluntário por 15 anos, que “nunca havia pensado em se candidatar”, Dr. Juraci, como é conhecido, tem feito uma administração exemplar. Tem metas ousadas e talvez seja por isso que Rio Verde se destaca. “Para garantir um trabalho eficiente as 80% das secretarias são conduzidas por técnicos, o que traz o dinamismo necessário a gestão. Vamos deixar a cidade com 100% de água tratada, 100% de regularização fundiária, 100% de asfalto, 100% de recapeamento, trânsito bem cuidado, canalizar do córrego do Sapo -- para atender uma reivindicação da população --, universalizar o serviço de esgoto, construir o anel viário”, garante revelando sua ousadia, e destaca mais: “O crescimento deve vir acompanhado de qualidade de vida com ampliação e distribuição dos serviços à população”’.
“Queremos empresários compromissados com a geração de emprego e renda”, destaca Dr. Juraci. Por este motivo, a administração municipal de Rio Verde não poupou esforços para atrair empresas de grande porte para a cidade. Empresas mundiais e nacionais como a BR Foods (antiga Perdigão), Hyundai, Comigo, Atacadão estão na cidade, e as áreas que dão suporte ao agronegócio e a de serviços estão em franca expansão. “Para completar este desenvolvimento queremos construir a plataforma multimodal e garantir um ramal da ferrovia norte-sul para o município. Temos a previsão de duplicar a população nos próximos 10 a 15 anos, temos um comércio atuante e a industrialização franco crescimento, agora precisamos superar um gargalho que é a falta de mãode-obra qualificada”.
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Norte-Sul
Juquinha garant O presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, que há vários anos está à frente da construção da ferrovia Norte-Sul, disse a HOJE que projeto original será concluído neste ano
O
presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, que há vários anos está à frente da construção da ferrovia Norte-Sul, disse a HOJE que as obras estão em ritmo acelerado e que o presidente Lula irá inaugurar em dezembro próximo o trecho ligando o porto de Itaqui, no Maranhão, à cidade de Anápolis, em Goiás. Pelo menos uma vez por mês Juquinha vai a cada um dos 9 trechos em obras. Geralmente essas visitas são feitas com o uso de helicóptero. O presidente da Valec mantém o cronograma das obras sob rígido controle e faz freqüentes cobranças aos empreiteiros. A Ferrovia Norte-Sul, conforme
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tem ressaltado o presidente da VALEC, “vai se constituir na “espinha dorsal” do desenvolvimento sustentável do Brasil”. Ela foi projetada para promover a integração nacional, minimizando custos de transporte de longa distância e interligando as regiões Norte e Nordeste às regiões Sul e Sudeste. Sem estar ainda concluída, os reflexos positivos de sua implantação, sobretudo na sua área de influência, já começam a surgir. A articulação de diferentes ramos de negócios e inúmeros projetos no campo da bioenergia, mineração e agropecuária está contribuindo para o aumento da renda interna, a geração de milhares de empregos e uma melhor distribuição da renda nacional. Assim, a estratégia do projeto prevê nos Estados de Goiás e do Tocantins a implantação de 42 plantas industriais de etanol e a construção de 20 usinas de biodiesel, para consolidar o desenvolvimento do corredor centrooeste, impulsionar a produção na área do cerrado e promover cerca de 270 mil empregos diretos e indiretos nas comunidades do interior do país. Também, no caso específico das indústrias instaladas no Pólo Industrial de Manaus, tais reflexos já começaram aparecer. É o caso, por exemplo, de algumas empresas que operam em Manaus, que já estão em negociação com o governo do Tocantins visando à produção de alguns itens da sua indústria junto ao pátio multimodal de Palmas/Porto Nacional, bem como
a comercialização de produtos a partir desse novo centro. Como a FNS vai se constituir num novo eixo de transporte e distribuição de riquezas, após alguns ajustes que precisam ser feitos no Porto de Itaqui para receber as barcas de cabotagem saídas do porto de Manaus, grande parte da mercadoria que hoje é transportada por caminhões pela BR 153 vai ser deslocada para os trens de carga da FNS, a custos mais reduzidos para os fabricantes, e com economia para o País, uma vez que o modal rodoviário terá menos desgastes .
Um marco histórico
No momento em que a Ferrovia Norte-Sul estiver concluída em toda a sua extensão do trecho original do projeto, interligando a Ferrovia dos Carajás, em Açailândia e, por conseguinte, o Porto de Itaqui, no Maranhão a Anápolis, em Goiás, a economia brasileira e o Brasil como um todo estarão inaugurando uma nova pagina na sua história. Isso porque a comercialização de bens diversos produzidos no sul ou no norte, no leste ou no oeste, começará a ser feita com muito mais intensidade e com grandes vantagens para os habitantes de todas as regiões do Brasil. Os especialistas garantem que só com a operacionalização do Pátio Multimodal de Palmas/Porto Nacional essa já seria uma alternativa viável para o País. O pátio multimodal de Palmas/Porto Nacional será um pátio de triagem, operando com carga geral, combustível, biocombustível e grãos , devendo se constituir, no futuro, num centro de distribuição de produtos da FNS no Tocantins. Já está em estudo a possibilidade de uso desse pátio para o armazenamento de produtos industrializados em Manaus, controlando seus estoques, conforme a demanda do mercado. Neste caso, os terminais de carga estariam sendo usados para Containers, com “Pulmões” de merca-
te inauguração doria da Zona Franca de Manaus, e os caminhões que vem do Sul combinariam carga com esse pátio. Para o percurso de cerca de 2.087 km entre Itaqui e Anápolis, a estimativa é que o transporte ferroviário seja feito em cerca de 70 horas, dependendo do tempo de operação do trem e do tipo de carga a ser transportado. Para o trecho Itaqui (MA) – Estrela d´Oeste (SP) , com cerca de 2.710 km, a estimativa é de 90 a 92 horas.
Evolução
O traçado inicial da Ferrovia NorteSul previa a construção de 1574 quilômetros de trilhos, cortando os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Com a Lei nº 11.297, de 09 de maio de 2006, que incorporou o trecho Açailândia-Belém ao traçado inicialmente projetado, e com a Lei № 11.772, de 17 de setembro de 2008, que estendeu o traçado até a cidade paulista de Panorama, a Ferrovia Norte-Sul, de Belém (PA) a Panorama (SP), terá, quando concluída, 2.760 quilômetros de extensão. A integração ferroviária das regiões brasileiras será o grande agente uniformizador do crescimento autosustentável do país, na medida em que possibilitará a ocupação econômica e social do cerrado brasileiro - com uma área de aproximadamente 1,8 milhão de
Trechos prontos e obras em andamento - De 1987, quando se iniciaram as obras de construção da Ferrovia Norte-Sul, a 1989, no governo Sarney, foram construídos 95 km de estrada, ligando as cidades de Açailândia e Imperatriz, no Maranhão. - De 1995 a 2002, no governo Fernando Henrique, foram construídos 120 km, ligando Imperatriz a Aguiarnópolis (TO). - No governo do presidente Lula, a Ferrovia Norte-Sul passou
km2, correspondendo a 21,84% da área territorial do país, onde vivem 15,51% da população brasileira - ao oferecer uma logística adequada à concretização do potencial de desenvolvimento dessa região, fortalecendo a infra-estrutura de transporte necessária ao escoamento da sua produção agropecuária e agro-industrial. Inúmeros benefícios sociais estão
O presidente Lula percorrendo trecho do Norte-Sul
a ter grandes avanços e um ritmo bem mais acelerado em suas obras. Ao todo, já foram construídos 371 km, de Aguiarnópolis a Guaraí, no Tocantins, e 978,5 km, entre Guaraí e Anápolis, em Goiás, estão em obras, com conclusão prevista para o final de 2010. No trecho já concluído, os pátios multimodais começam a ser ocupados por grandes empresas, interessadas nas facilidades e economia do transporte ferroviário.
surgindo com a Ferrovia Norte-Sul. A articulação de diferentes ramos de negócios proporcionada por sua implantação está contribuindo para o aumento da renda interna e para o aproveitamento e melhor distribuição da riqueza nacional. A geração de divisas e a abertura de novas frentes de trabalho vão permitir a diminuição de desequilíbrios econômicos entre regiões e pessoas, resultando na melhoria significativa da qualidade de vida da população da região. A visão estratégica sobre o sistema ferroviário brasileiro adotada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva possibilitará ao Brasil reparar uma das mais expressivas falhas no seu Plano Nacional de Logística de Transportes, oferecendo condições efetivas para a garantia do crescimento sustentável do país, amparado por uma estrutura sólida, abrangente, integrada e, também, mais econômica. Agosto de 2010 - Hoje | 39
Norte-Sul Em obras
- Entre Guaraí e Palmas, cujo trecho é de 148 km, as obras estão na sua fase final. A conclusão desse trecho está prevista para agosto de 2010. - Do Pátio Multimodal de Palmas, onde as obras já estão também bastante adiantadas, inclusive com a instalação de mais de uma dezena de grandes empresas, até o Córrego Jaboti, a 100 km ao sul do pátio, mais de 70% das obras á haviam sido realizadas até junho. A previsão de conclusão é outubro. - Do Córrego Jaboti ao Córrego do Chicote, a 65 km ao sul do Pátio de Gurupi, são mais 211 km de estrada em andamento, com conclusão prevista para dezembro de 2010. - Do Córrego Chicote ao Rio Canabrava, já em Goiás, são mais 65,8 km em construção, com previsão de entrega para outubro de 2010. - Do Rio Canabrava à GO 244, em Porangatu, Goiás, são 51,5 km, com o trecho já contando com mais de 80% das obras realizadas, com término previsto para setembro de 2010. - Da GO 244 à GO 239, em Mara Rosa, o trecho de 75,8 km foi iniciado em dezembro de 2009 e será concluído em outubro de 2010. - De Mara Rosa ao Pátio de Uruaçu, as obras foram iniciadas em junho de 2009 e serão finalizadas em outubro de 2010, num trecho de 71 km. - Do Pátio de Uruaçu ao Pátio de Santa Isabel, o trecho de 105 km já conta com cerca de quase 50% das obras realizadas, com previsão de conclusão para outubro de 2010. - De Santa Isabel até o Pátio de Jaraguá são mais 71 km, cujo trecho já conta com 55,5% das obras realizadas, devendo estar concluído também em outubro de 2010. - Do Pátio de Jaraguá a Ouro Verde são mais 53 km, cujas obras foram iniciadas em dezembro de 2009 e serão concluídas em outubro de 2010. - De Ouro Verde a Anápolis, o trecho de 39 km já está com as obras bem adiantadas, restando apenas o assentamento dos trilhos, o que deverá ser concluído já em agosto de 2010. - No trecho de Anápolis até o Porto Seco, onde a Norte-Sul se conectará com a Ferrovia Centro-Atlântica, os 12 km
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da ferrovia já estão com quase 100% das obras realizadas, devendo ficar prontos em agosto de 2010. Hoje, nos 13 lotes que estão em obras, perfazendo um total de quase 1.000 km, as empresas envolvidas no esquema de construção da Ferrovia NorteSul, representam um total de 16.650
empregos diretos e 50.000 indiretos. Praticamente todo esse pessoal ficará, enquanto perdurarem as obras, abrigado nos acampamentos montados pelas empresas que executam as obras em cada um dos trechos, ou mesmo residindo ou se hospedando nas cidades mais próximas das obras.
João Ribeiro O senador da Norte-Sul João Ribeiro é senador da República (PR-TO) e já ocupou uma série de outros cargos e mandatos, entre os quais os de deputado estadual em Goiás ( ao tempo do Goiás inteiro) e de prefeito de Araguaína. É um lutador. Chegou em Araguaína ainda muito jovem e estabeleceu-se com uma ótica. Depois, virou político, sempre defendendo a bandeira do desenvolvimento. A principal delas é a de implantação da ferrovia Norte-Sul, pela qual vem lutando há décadas. Tornou-se o “senador da Norte-Sul”, sempre empenhado, junto aos setores decisivos do governo, na liberação dos recursos necessários à obra, que define como “a mais importante, atualmente, para o desenvolvimento do Brasil, em especial dos Estados do Tocantins, Maranhão, Goiás, Pará e Mato Grosso”.
João Ribeiro e Lula
Senador João Ribeiro em visita à Norte-Sul: entusiasmo
Agronegócio
Mobilização inédita Faeg realiza série de eventos e produz relatório com as necessidades do setor. Esforços culminaram em sabatina a governadoriáveis, para quem mostraram o que espera a classe Karine Rodrigues
N
o dia 6 de agosto, o auditório da Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás) ficou repleto de autoridades, empresários e representantes de instituições agropecuárias do Estado de Goiás. O objetivo, entregar aos governadoriáveis Iris Rezende, Marconi Perillo e Vanderlan Cardoso as necessidades do setor levantadas por meio de oito seminários regionais realizados pela instituição. Os presentes puderam, ainda, sabatinar os candidatos, em debate mediado pela jornalista Cileide Alves.
Primeiro passo
O evento “Encontro com Governadoriáveis” foi a etapa final de um longo percurso para apurar as reais necessidades da classe. Dentre as várias ações realizadas, também está o seminário estadual “O que esperamos do próximo governador”, que também reuniu centenas de produtores rurais, políticos, empresários e representantes de entidades do setor, que assistiram, no dia 24 de julho, à apresentação das propostas do Documento Goiás. O documento congregou as sugestões e necessidades do setor produtivo rural durante a realização de oito seminários em todas as regiões goianas. O documento é composto por propostas contidas dentro de oito temas: responsabilidade social; pesquisa, assistência técnica e extensão rural; infraestrutura e logística; meio ambiente; segurança alimentar; política agrícola; e segurança rural. O documento foi entregue aos candidatos e aos presi-
dentes regionais de partidos durante o “Encontro com Governadoriáveis”. O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, disse que o objetivo maior não era de apenas apresentar o documento aos candidatos, mas sim, “ter respostas do que será feito ou não sobre as propostas. Queríamos ver a percepção dos sindicatos quanto às expectativas do setor e o que eles tinham a nos dizer”, ressaltou José Mário. O presidente da Faeg informou que cada sindicato foi estimulado a comparecer nos seminários regionais e a chamar a sociedade para contribuir com idéias e expectativas a fim de consolidar o documento. Além dos oito seminários, a Faeg se reuniu com entidades públicas e privadas para que elas também dessem contribuições para agregar ao documento. “O momento é oportuno. Esperamos que os candidatos dêem respostas à sociedade e não a mim ou a Faeg, mas as que correspondam aos anseios do setor produtivo rural e da população goiana. Tenho certeza que o candidato eleito sob essas bases dará as melhores contribuições à sociedade”, destacou.
Foto: 236 – Anápolis Marcus Vinícius/Faeg
Goiatuba
Cidade de Goiás
Alto Paraíso
Participação
O ex-ministro Roberto Brant, que foi um dos palestrantes do seminário, disse que um governador só é forte quando tem a sociedade forte que pensa como ele. Brant disse que o maior inimigo do setor agrícola rural é a percepção da sociedade brasileira e os preconceitos contra o setor produtivo rural. “O agricultor é a figura mais esquecida no meio dessa engrenagem do agronegócio”, ressaltou. Ele afirmou que se tirar o agronegócio da economia, ela entre em crise.
Rio Verde
Agosto de de 2010 2010 -- Hoje Hoje || 41 41 Agosto
Direitos Humanos
Anistiados reúnem Mais de mil anistiados políticos de todo o Brasil participaram de seminário para debater a anistia e Direitos Humanos no país e na América Latina Jairo Melo
M
ais de mil anistiados políticos de todo o Brasil, liderados por suas entidades representativas, participaram do IV Seminário Latinoamericano de Direitos Humanos, realizado em Brasília, nos dias 16 a 18 de agosto. O encontro foi promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, com a presença de diversas autoridades, deputados, conferencistas especialistas no assunto e representantes de países da América do Sul que passaram pela mesma experiência de ditadura, transição e anistia. A abertura foi realizada com uma sessão solene no plenário da Câmara proposta pelos deputados Pedro Wilson (PT-GO) e Luiz Couto (PT-PB), para homenagear os 31 anos da Lei de Anistia (lei 6.683/1979). Durante três dias foram abordados importantes assuntos, como o julgamento da reinterpretação da Lei de Anistia
pelo STF; os desafios contemporâneos da América Latina; o caso da guerrilha do Araguaia, que está sendo julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos; a instalação da Comissão da Verdade; o descumprimento da Lei 10.559/2001 e, principalmente, a revisão das indenizações que está sendo proposta pelo TCU (Tribunal de Contas da União), atendendo à denúncia do procurador do Ministério Público Federal, Marinus Marsico, que pediu ao tribunal para que todas as reparações econômicas concedidas pelo Ministério da Justiça sejam reapreciadas por supostas irregularidades, tomando como exemplo três casos emblemáticos e de grande repercussão pela mídia nacional, que foram as anistias concedidas a Carlos Lamarca e aos jornalistas Ziraldo e Jaguar.
Reação
Os deputados federais presentes ao encontro rechaçaram com veemência essa estranha posição do TCU em rever as anistias. “Não podemos aceitar o que o TCU está querendo: reformular decisão soberana. O TCU não pode querer tirar a anistia”, disse o dep. Luiz Couto, que também defendeu a instalação da Comissão da Verdade para apurar os crimes de tortura praticados por agentes do Estado no período da ditadura militar. Pedro Wilson enfatizou os avanços do governo Lula e disse “que não queremos vingança nem revanchismo, mas dignidade e os nomes. Queremos Deputado Arnaldo Faria de Sá, um dos maiores defensores da Anistia no Brasil
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Anistiados brasileiros presentes ao IV Seminário Latinoamericano de Anistia e Direitos Humanos
paz com dignidade, com memória e com verdade”. Pedro Wilson é o representante goiano com mais história de luta em defesa dos direitos humanos naquela Casa. Chamou a atenção de todos a fala do deputado Mauro Benevides (PMDBCE), que era senador quando da aprovação da Lei da Anistia de 1979, ao afirmar que a lei da anistia foi o maior desafio da sua vida pública durante os seus 10 anos de mandato no Congresso Nacional. “Começamos a pregar aquela que virou a bandeira do povo brasileiro”, disse. Um dos grandes defensores dos anistiados, o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), também discorda veementemente do TCU. “Essa é uma interferência indevida, uma incompetência clara de um órgão que é auxiliar do Congresso Nacional”. O deputado requereu um
m-se em Brasília Elio Cabral, presidente da ANIGO, encaminhando proposta na Câmara dos Deputados
estudo junto à Comissão de Constituição e Justiça da Casa para anular essa decisão do TCU “que poderia, no máximo, enviar uma sugestão de revisão ao Ministério da Justiça, nada mais que isso, protestou.
Nota
Por meio de uma nota contundente, o presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abraão, classificou como uma possível exorbitância das competências do TCU. No documento, Paulo Abraão manifesta preocupação no sentido de que a decisão do TCU incorra num equívoco jurídico, político e num retrocesso histórico. Do ponto de vista político, o temerário gesto do TCU ao se “autoconceder” uma competência explicitamente inexistente na Constituição pode enfraquecer a própria democracia. Todo o direito internacional e as diretivas da ONU são basilares ao afirmar que é dever do Estado, e não de governos, a reparação a danos produzidos por ditaduras. O dever de reparação é obrigação jurídica irrenunciável em um Estado de Direito.
Paulo Abraão, Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça: “Um país para ser considerado digno não pode ter retrocesso em matéria de direitos humanos”
Para o presidente da Associação dos Anistiados de Goiás, Élio Cabral, esse Seminário se constituiu num instrumento importante para a discussão dos principais temas da anistia política e direitos humanos, principalmente nesse momento em que o TCU pretende rever as indenizações já concedidas pelo Ministério da Justiça, e isso fez com que os anistiados participassem em grande número e com grande interesse de todos os debates promovidos pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Deputado Pedro Wilson (PT-GO)
Deputado Mauro Benevides (PMDB-CE): 10 mandatos no Congresso Nacional Agosto de 2010 - Hoje | 43
Lançamento
Encol, o Sequestro A versão do fundador sobre a falência da Encol Ana Maria Morais
H
á mais de uma década a Encol tem sido tema de extensas e diversas reportagens em todo o Brasil, devido à falência e ao calote sofrido por seus clientes e funcionários, no que se configurou em um dos maiores escândalos no setor da construção civil. No dia 14 de julho, o engenheiro Pedro Paulo de Souza, fundador da empresa, lançou o livro Encol, o Seqüestro: tudo que você não sabia (Bremen, 351 páginas), onde publica sua versão dos fatos. Ao ter a falência decretada, em 1999, a companhia goiana deixou como legado 710 esqueletos de prédios espalhados pelo Brasil, 23 mil funcionários desempregados e 42 mil clientes sem dinheiro e sem os imóveis que haviam comprado. Entrou para a história como uma empresa mal administrada, adepta de práticas fraudulentas de gestão e de relações promíscuas com o poder público. Recluso nos últimos 11 anos, Pedro Paulo agora emerge para narrar a sua versão dos fatos. No livro, o empresário reescreve os capítulos finais da companhia e atribui sua falência a uma intrincada trama urdida por diretores do Banco do Brasil, na ocasião e avalizada pelo então secretário-geral da Presidência da República do
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governo Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Durante oito anos, ele juntou relatos e documentos que revelariam uma artimanha para sequestrar a companhia. Segundo ele, o arquiteto do plano foi o então diretor de crédito do BB, Edson Soares Ferreira, que é apresentado no livro como homem de confiança de Caldas Pereira. O dono da Encol sustenta que procurou o secretário-geral da Presidência, no início de 1994, para interceder a favor de um empréstimo no BB, no que teria sido o início do longo processo de
sangria nas finanças da Encol. Na versão do construtor, durante os dois anos que antecederam a intervenção na empresa, a diretoria do BB o manipulou, sabotou financiamentos do BNDES e do Itaú e orquestrou a saída do Banco Pactual do processo de reestruturação do grupo. “A diretoria do banco queria ficar com a empresa”, diz ele. Confira uma entrevista feita por sua assessoria de imprensa para a divulgação da obra, que terá outra festa de lançamento no dia 25 de agosto, desta vez em Brasília.
Novas técnicas construtivas
Pode-se dizer que a Encol revolucionou a tecnologia de construção no Brasil. Trouxemos para o País máquinas e equipamentos de ponta importados da Itália e Alemanha. Investimos 14 milhões de dólares nas parcerias com universidades como a USP, UFSCar, IPT para o estudo e aprimoramento
O por quê do livro Eu devia a verdade para mim mesmo e para a opinião pública. Daí, com o desenrolar dos fatos, fui percebendo o que havia acontecido. Então contei com a ajuda do Iron Junqueira, da Bremen Editora, sem a qual essa obra não passaria de um sonho. Foi junto com a Bremen que, ao longo de oito anos consegui formatar toda a história contida no livro.
O nascimento da Encol Me formei em engenharia civil na Escola Nacional de Engenharia no Rio de Janeiro em 1960 e em 1961 fui para Goiânia onde montei uma pequena fábrica de tacos com meu amigo de faculdade Irapuan Costa Júnior. Mesmo com pouco capital - tínhamos o equivalente ao preço de meio fusca da época - nós acreditávamos no nosso trabalho juntos, pois nossa sociedade havia dado certo no período da faculdade quando vendemos mate gelado no centro do Rio. Assim nasceu a Encol, produzindo tacos. Meu irmão
veio me ajudar, mas eram muitas as dificuldades. Nessa época, até tínhamos que jogar sinuca apostado para pagar nossa alimentação, não podíamos nem perder no jogo... Mas devido à nossa falta de experiência e as dificuldades que persistiam, o Irapuan saiu do negócio. Eu fiquei com a Encol e decidi atuar apenas na construção civil, que era meu objetivo. E assim comecei a construir, conquistando obras por empreitada do governo do Estado e cada vez ganhando mais licitações para construir em várias cidades no interior de Goiás.
de novas técnicas e procedimentos de construção. Para compartilhar nosso aprendizado criamos o Centro de Tecnologia que era o polo divulgador das inovações tecnológicas. Ele estava aberto à visitação de qualquer pessoa interessada, inclusive para outras empresas de construção. Investimos pesado na capacitação de funcionários e através da nossa experiência, catalogamos mais de 160 normas técnicas junto à ABNT.
O auge da empresa
O auge da Encol foi em 1994, atuávamos em 62 cidades, totalizando 660 empreendimentos com volume em construção simultânea de 6,3 milhões de m2. Tínhamos 23.000 funcionários e 42.000 clientes. Era uma situação fantástica, tínhamos um patrimônio líquido de 1,2 bilhão de dólares. A Encol chegou a ser a 17ª maior empresa em patrimônio líquido a operar no Brasil, maior que grupos como Antártica, Brahma, Alcoa, Shell e Odebrecht. Abrimos várias empresas com intuito de atender nossa demanda. A necessidade média mensal da Encol, por exemplo, era a de 10.000 portas prontas, 8.500 esquadrias de alumínio e 68.000 galões de tinta. E assim, à medida que ela crescia, nas décadas
de 80 e 90, fui criando as subsidiárias para nos dar suporte. Todas as empresas tiveram um propósito e todas elas foram importantes para implantação e busca de novas tecnologias.
Problemas financeiros
Até 1994 a empresa não tinha passado por nenhum problema de ordem financeira. A Encol era totalmente sólida. Uma empresa com o patrimônio líquido de 1,2 bilhão de dólares, estoque de apartamento de 800 milhões de dólares, carteira de cobrança de 2,2 bilhões de dólares, contra uma dívida de curto prazo com os bancos de 135 milhões de dólares e de longo prazo com 74 milhões de dólares.
A antevisão da crise financeira
Em 1994, comecei a antever a crise financeira. Com a implantação do Plano Real, o governo, para eliminar a inflação, resolveu enxugar a moeda em circulação. Com isto, o Banco Central estabeleceu uma norma em que os bancos poderiam operar no capital de giro por no máximo 90 dias. Os juros começaram a disparar, chegando a 8% ao mês numa inflação próxima de zero. Como os nossos créditos eram indexador ao INCC, esta situação de descasamento de índice com juros começou a me preocupar.
Pedro Paulo de Souza
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Turismo
Pra lá de MARRAKESH
Nada de minissaia ou miniblusa, cigarro ou bebida alcoólica. Foto, só com permissão – e alguns trocados Izabel Todeschini izabelace@yahoo.com.br
N
ada de minissaia ou miniblusa, cigarro ou bebida alcoólica. Foto, só com permissão – e alguns trocados. Falar sobre política ou tocar em algo com a mão esquerda, nem pensar. Naquela terra, tudo é meio esquisito aos olhos ocidentais. Por isso, nada O fascinante mundo da praça Djemma El Fna
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como dar uma lida num “guia de etiqueta e sobrevivência” antes de se aventurar pelo Marrocos, onde a discrição é lei, e tirar foto de uma mulher coberta com ‘chador ’ é o mesmo que roubar-lhe a alma. A melhor síntese do espírito do país – que tenta se modernizar, mas ainda mantém os pés no passado – está em Marrakesh, onde o choque cultural é certo.
Todos os dias, no coração da cidade, na praça Djemaa El Fna - a antiga Praça dos Mortos, famosa por exibir cabeças espetadas de inimigos tombados em combate - acontecia um verdadeiro espetáculo insano, digno de filme... Acrobatas, músicos e comedores de fogo se misturavam entre encantadores de serpente, adestradores de macacos, vendedores de poções e curandeiros. Enquanto mulheres faziam tatuagens de hena, adivinhos liam a sorte. Uma fumaça azulada saía das barracas de comidas, onde cabeças de ovelhas eram cozidas inteiras e miolos ficavam esparramados pelo balcão.A não ser
Pelas ruas de Marrakesh: encontro com o passado
Cultura viva: cena comum em Marrakesh
que você tenha condições de se refugiar parte do dia em um hotel como o Mamounia, vai ter que encontrar um canto para respirar fundo e ‘digerir’ tanta excentricidade. Ao colocar os pés no Mamounia, você entende o sentido da palavra ‘contraste’. Construído nos anos 20, em estilo ‘art déco’, fica num perfumado jardim de oliveiras e laranjeiras, cercado por um palmeiral. A propriedade foi do sultão Mohamed, que no século 18 a ofereceu como presente de casamento ao filho Mamoun. O livro de ouro do hotel registra nomes de ricos e chiques, como Rothschilds, Rita Hayworth, Rockefellers, Winston Churchill. Salões, cassino, spa, decoração islâmica em madeira finamente entalhada e cerâmica esmaltada criam a atmosfera das Mil e Uma Noites. Uma das suítes, chamada Orient Express, foi montada
Mesquita Koutoubia: uma das maiores e mais ricas do mundo muçulmano
com objetos leiloados do famoso trem. Para se hospedar, lá se vão de 200 a três mil dólares por dia. Olhando da janela de um dos aposentos, você até sente uma certa poesia no ar, ao ver ao longe as casas marroquinas avermelhadas, as palmeiras que dividem o horizonte com os minaretes das imponentes mesquitas, os jardins rebuscados e as Montanhas dos Atlas com seus picos eternamente gelados ao fundo. Mas, de repente, vai sair deste estado de êxtase sacudido pelo estranho canto do ‘muezim’, que vem lá da mesquita Koutoubia – uma das maiores e mais ricas do mundo muçulmano. A entrada é proibida para infiéis como nós, mas o minarete de 70 metros de altura pode ser visto de qualquer canto da cidade. Cinco vezes ao dia, a voz ecoa lembrando a todos que “Alá é grande” e que há sempre muito a agradecer.
Detalhes marcantes em Marrakesh A caligrafia cursiva com versos do Alcorão em árabe escritos nas paredes. Os desenhos e as cores dos azulejos e dos tapetes marroquinos. Os bules de chá de menta - conhecido como ‘uísque marroquino’ e servido à exaustão. A generosidade e hospitalidade dos marroquinos. O fascinante e estranho “mundo à parte” vivenciado na praça Djemaa El Fna. A força da religiosidade na vida de um povo e sua imensa gratidão a Deus.
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Danielle e Luli Bela cerimônia de casamento, seguida de fina recepção, no Espaço Goiás Eventos. Os protagonistas, Danielle e Luli. Ela, filha do casal de advogados Sidnei Ferreira da Rocha e Lígia Coelho Santiago Ferreira
da Rocha, de Goiânia; Luli, empresário em São Paulo e no Nordeste, é filho do casal Maurício de Andrade de Lima e Ana Carolina Dias de Andrade Lima, do Recife. Presença de convidados de Goiânia, Recife, São Paulo e dos Estados Unidos. O jovem casal fixará residência
em São Paulo, onde ela, Danielle Santiago da Rocha, é juiza do Trabalho, e ele, Luiz Inácio Dias Lima tem o escritório central de seus negócios. Lua de mel em Paris e na Riviera Francesa.
Nas fotos, os noivos com os pais dele, Maurício de Andrade de Lima e Ana Carolina Dias de
Andrade Lima. E com os pais dela; e mais: Geórgia, irmã de Danielle, e John; ambos médicos e moram nos Estados Unidos; e
o irmão, Rodrigo, casado com Silvana, engenheiro e administradora de empresas, moram em São Paulo.
Dra. Helen Futura procuradora Lorena Meirelles, filha de Wanderlei Sebastião Meireles e de Leila Batista dos Anjos Meireles, colando grau em direito já com aprovação pela OAB. Quer ser procuradora da República. Alguém ousa duvidar de suas possibilidades?
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Helen Tamer Chehoud é jovem advogada em Goiânia e, por competência e pela tradição de família (é filha do casal de empresários Sassine Ibrahin Chehoud e Raja Tamer Chehoud), tem um futuro de muito brilho. Quer ser juíza federal. E será. Quem viver, verá.
Em Sampa
Laila, sempre Laila
Desfrutando de rápido período de lazer em São Paulo, Ana Vitória Saba, aniversariante de 9 de agosto, com a filha Letícia Saba Pinheiro de Lima.
Jornalista, poeta, escritora, mãe e esposa, e um monte de coisa mais, inclusive miss Anápolis. Assim é Laila Navarrete. Cronista social durante décadas, desfruta, ao lado do marido, Miguel, empresário do ramo de mineração, dos filho e demais familiares, de amplo relacionamento. Recentemente, Laila recebeu em sua cidade natal, Anápolis, a comenda Gomes de Souza Ramos (nome do fundador da cidade). Nada mais justo.
Quatro gerações Cinco pessoas de quatro gerações. Da esquerda para a direita: Elisa Jaime e Giovana Jaime Alves (mãe e filha); o casal Beti e Paulo Jaime (pais de Elisa), e Ana Laura. Paulo Jaime, na oportunidade, recebia homenagem da cidade de Anápolis, por iniciativa da Prefeitura e Câmara Municipal.
Debutante D y e n i f e r, filha do empresário Frédson Lopes França e Diana Fontenele de Jesus França, fará sua festa de 15 anos, em cerimônia realizada em 11 de setembro de 2010 no Spazio Hall
Wilton Cerqueira Wilton Cerqueira, ladeado pela filha Pilar, a mulher, Orion, o jornalista Valterli Guedes e a procuradora Helen Drumont, foi homenageado no seu aniversário. O evento, na chácara do anfitrião, em Goiânia, foi organizado por Pilar Cerqueira. Já faz algum tempo, mas mesmo com atraso vale o registro, dado à importância de Wilton Cerqueira como exmagistrado, ex-deputado e advogado de grande atuação.
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Lendo, Vendo e Ouvindo Luiz Augusto Pampinha Dinheiro sujo. Camelôs de Goiânia, que circulam pelos bares e restaurantes continuam vendendo DVDs piratas de filmes pornôs, feitos por Eliza em 2007, e usam foto do goleiro Bruno na capa. É, ou não é, um negócio macabro? Em Goiás ainda se faz política olhando o retrovisor. Excesso de acusações sem provas e escassez de propostas. Os primeiros minutos do Jornal Nacional viraram folhetim policial. O JN faz concorrência com Datena, da Band e Ratinho do SBT. Quando a desgraça atinge funcionários e atores da Globo, a coisa fica mais cruel. Quer festejar o aniversário entre amigos e amigas? Alugar a suíte presidencial do Eros Motel é uma boa. O ambiente tem duas saunas, três quartos, banheira para 12 pessoas, bar molhado, boate, piscina, cascata e
churrasqueira. Seis horas de uso sai por R$ 600,00. As canetas estão em desuso entre fãs, artistas, políticos e jogadores de futebol. Os autógrafos deram lugar às fotos, que provocam mais orgulho e vaidades. Recado da atriz Bárbara Paz: “Eu sou uma mulher que não compro calcinha, pô. Eu sou mulher cueca. Não gosto
LUCILENE CAETANO, 25, goianiense, advogada, modelo, Musa do Goiás, está nas páginas das revistas nacionais. Que delícia!
Frases que um homem nunca vai ouvir de uma mulher
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Tem comida demais em casa. Vamos levar só cerveja. Acho que você devia passar a noite com seus amigos...você merece! Pode deixar que eu troco o óleo e calibro os pneus. Vem ver querido..a filha do vizinho está só de calcinha novamente. Dinheiro? Pra quê? Eu só quero teu amor...
O que não deve ser dito a um policial de trânsito: 1 - Segure minha lata de cerveja, por favor, para que eu possa encontrar a carteira de motorista.
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2 - Desculpe, não percebi que meu detector de radar estava desligado.
3 - Nossa! Você devia estar a pelo menos 180 quilômetros por hora para ter conseguido me alcançar.
4 - Ah! Esta carteira está vencida? Vou providenciar a outra.
5 - Não, eu não sei que velocidade estava. Infelizmente o ponteiro do velocímetro só vai até 240 quilômetros por hora.
dessas calcinhas que ficam entrando muito”. Agosto é mês dos desgostos. Das queimadas, ventanias, poeiras e de muitas superstições. Tem gente que não passa debaixo de escada, corre de gato preto e queima velas durante o mês. Homem solteiro que mora só, não morre. É encontrado morto. Zico, ídolo no Flamengo de muitas gerações, assumiu o departamento de futebol e mandou um recado curto e grosso: “Aqui não tem lugar para bandidos e não queremos jogadores acima do mal e do bem”. A quem interessar possa: você nasce sem pedir e morre sem querer. Aproveite o intervalo. Do cantor Caetano Veloso para o programa CQC: “Fumei maconha uma vez, odiei! Tomei ayahusca uma vez, odiei! Cherei cocaína uma vez, odiei! Odeio drogas.
Saúde
Deficiência auditiva Falta de cuidados e de informação é a maior barreira para ouvir bem
N
as ruas é comum encontrarmos pessoas usando óculos, mas não é isso o que acontece no caso da deficiência auditiva. Apenas 40% das pessoas com perda de audição reconhecem que ouvem mal. A falta de informação e o preconceito fazem com que a maioria demore, em média, seis anos para tomar uma providência. Ao sentir alguma dificuldade para ouvir, a pessoa deve consultar um especialista que irá avaliar a causa, o tipo e o grau da perda auditiva. A partir do resultado dos testes, como o de audiometria, será indicado o tratamento mais adequado. Muitas vezes, o uso de aparelho auditivo resolve o problema. Não há demérito algum em usar aparelho auditivo. Atualmente, existem aparelhos modernos, pequenos e quase imperceptíveis, alguns até com tecnologia digital, que não ofendem a vaidade de quem usa. “Por que não fazer uso dessa tecnologia e ouvir melhor, sentindo-se mais confiante para conversar com os familiares, amigos e colegas de trabalho? O aparelho contribui para melhorar muito a auto-estima e a qualidade de vida”, afirma a fonoaudióloga Isabela Gomes.
À medida em que você envelhece, as células ciliadas da orelha interna começam a morrer, mas algumas pessoas perdem a audição mais cedo e mais rápido do que outras. Muitos começam a sentir o problema quando estão na faixa dos 30 a 40 anos. Pesquisas revelam que um em cada cinco adultos com mais de 40 anos e mais da metade de todas as pessoas com idade acima de 80 sofrem de perda auditiva. No entanto, mais da metade da população deficiente auditiva ainda está em idade de trabalhar.
Sinais de surdez
A maioria das pessoas com presbiacusia começa a perder audição quando há um declínio na sua capacidade de ouvir sons de alta freqüência (uma conversação contém sons de alta freqüência). Portanto, o primeiro sinal de presbiacusia pode ser a dificuldade de ouvir o que as pessoas dizem para você. Os sons da fala com mais alta freqüência são as consoantes, como o S, T, K, P e F. Quando a indicação é o uso de aparelho auditivo, alguns pacientes se sentem punidos por isso. “Infelizmente, muitas vezes, quando a pessoa
procura tratamento, o caso já está mais grave. A perda se dá de maneira lenta e progressiva e com o decorrer dos anos a deficiência atinge um estágio mais avançado”, explica Isabela. Cabe aos fonoaudiólogos indicar qual tipo e modelo de aparelho indicado para atender às necessidades do deficiente auditivo. O aparelho será então regulado para tornar os sons audíveis para o paciente. A fonoaudióloga, no entanto, lembra que nem sempre o ajuste certo é obtido nos primeiros dias de uso: “Alguns passam tantos anos sem ouvir direito que estranham quando voltam a escutar determinados sons. Por isso, é necessário um acompanhamento por parte do fonoaudiólogo”.
Preconceito
Ainda há grande preconceito em relação ao uso de aparelhos de audição e falta informação sobre os avanços tecnológicos na área. “A audição é muito importante nas nossas relações, no nosso dia-a-dia, e atualmente os aparelhos são muito discretos. Então, por que não pensar no assunto e fazer logo um exame?”, conclui Isabela.
Perda auditiva
Mais de 15 milhões de brasileiros têm problemas de audição, segundo dados da Organização Mundial de Saúde. Neste balanço estão incluídos os 12 millhões com mais de 65 anos que sofrem algum grau de perda auditiva. No caso dos idosos, o déficit de audição pode ocorrer por causa de mudanças degenerativas naturais do envelhecimento, chamadas de presbiacusia.
A partir dos 40 anos, um em cada cinco adultos sofre de problema auditivo Agosto de 2010 - Hoje | 53
Artigo
Dr. Vinícius Mello
O
Cirurgia Plástica e Segurança do Paciente
mundo contemporâneo promoveu acesso a informações e serviços de qualidade em todos os níveis, principalmente na área da saúde. Hoje é mais fácil se decidir por um tratamento, encontrar um profissional competente para realizá-lo e se submeter com segurança a uma cirurgia. Esta abertura à informação e a consequente demanda por serviços médicos promoveu, também, o crescimento da oferta de serviços por parte dos profissionais. Esta realidade merece cuidado da população ao contratar serviços de saúde, principalmente médicos, pois é importante alertar para a formação do profissional. Em cirurgia plástica vemos o crescimento da área e sua constante inovação, com procedimentos cada dia mais elaborados. Na contramão da modernização nos procedimentos, assistimos o aumento de oferta de serviços de forma indiscriminada que colocam em risco a saúde da população. Muitos profissionais de outras áreas se aventuram a realizar cursos de especialização em cirurgia estética, por exemplo, promovidos em curto espaço de tempo e que não fornecem conhecimento amplo. É importante atentar para a formação profissional do médico, sua trajetória acadêmica e os locais onde se especializou. No caso da cirurgia plástica, para ter plena capacidade de exercer a profissão, o estudante de medicina, depois de formado, ou seja, após seis anos de faculdade, passa por dois anos de especialização em cirurgia geral e
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mais três anos de formação em cirurgia plástica em hospital de referência. Ou seja, para estar apto a exercer a profissão, o cirurgião plástico se prepara por 11 anos, passando por todos os testes de aptidão profissional, além de participar de congressos, simpósios e curso para aprimoramento profissional. Para se proteger, o paciente de cirurgia plástica deve valer-se dos recursos disponíveis para se assegurar da contratação de utm profissional competente. Anteriormente as escolhas eram feitas por indicação, muitas vezes o mesmo médico atendia várias pessoas da mesma família e por mais de uma geração. Hoje estas escolhas não podem ser pautadas simplesmente pela indicação, embora esta ainda seja uma boa forma de seleção. É importante conhecer a formação do cirurgião, local de atendimento e as instalações onde será realizado o procedimento, se em hospital ou clínica devidamente credenciada. A boa formação é imprescindível para garantir o pleno atendimento das necessidades do paciente, mesmo tendo como premissa que a cirurgia plástica é um procedimento sujeito a complicações, às quais tanto cirurgiões quanto pacientes estão sujeitas. Este é um mito que acompanha a cirurgia plástica e precisa ser quebrado. Os procedimentos realizados em cirurgia plástica são tão complexos quanto os realizados nas demais atividades e, por isso oferecem riscos que não podem ser desprezados. Por isso é tão importante a contratação de um bom profissional. Outra questão que merece destaque é a importância do relacionamento médico paciente. A confiabilidade de um serviço passa pela conversa franca, onde o paciente pode exprimir suas necessidades, seus
medos, e o médico pode esclarecer dúvidas, explicar detalhadamente o procedimento e juntos, paciente e médico, encontrarão a melhor solução para o caso. Hoje vemos empresas intermediando serviços de cirurgia plástica e, apesar de proibido pelo Conselho Federal de Medicina, muitas pessoas contratam um serviço médico sem orientação adequada e com profissionais desqualificados. Hoje existem muitos meios de informação para os pacientes que desejam se submeter à cirurgias plásticas, sejam elas reparadoras ou estéticas. No site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – SBCP - (www.cirurgiaplastica. org.br) é possível, por meio de uma consulta simples do nome do médico, saber se ele é membro da entidade, o que garante que ele passou por todas as etapas exigidas para sua formação. Mas nada substitui o exame clínico, a conversa franca com o médico. Só assim é possível estabelecer um relacionamento de confiança e de respeito onde ambas as partes estarão cientes de suas responsabilidades e preparadas para a realização da cirurgia.
Dr. Vinícius Brito de Mello lembra que para estar apto a exercer a profissão, o cirurgião plástico se prepara por 11 anos, passando por todos os testes de aptidão profissional, além de participar de congressos, simpósios e cursos para aprimoramento profissional.
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INTEGRAÇÃO COM QUALQUER COMPUTADOR
branca possibilita, ao toque de uma caneta, escrever,
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desenhar, realizar exercícios, assistir a filmes e
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animações, cortar e colar textos e muito mais.
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