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Índice Reportagem de Capa
Ao leitor
O que o Brasil espera da presidente Dilma? Realizadas as eleições, proclamados os eleitos, o povo brasileiro fica na expectativa de como serão definidos os governos estaduais e federal. Ela recebe do presidente Lula um País cheio de otimismo e de problemas para serem resolvidos, muitos dos quais tão velhos como a origem desigual e injusta do Brasil.
Há precisamente um ano (edição de dezembro/2009), HOJE publicou matéria de capa sobre a então pré-candidata Dilma Rousseff, apresentando-a como “A favorita”. Confirmada pelas urnas, a primeira presidente da República Federativa do Brasil será empossada em 1o de janeiro de 2011, em meio a natural expectativa do Brasil e do mundo. Nesta edição, HOJE focaliza o Brasil que Dilma governará, mostrando as potencialidades e também os imensos e naturais desafios de um país continental, complexo e promissor.
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O Editor
Colunas
Entrevista
Primeiro Plano Valterli Guedes
Turismo Izabel Todeschini
Resenha Renato Dias
Auto Hoje Fabrício Oliveira
Urubuservando Carlos Brandão
Culturamix Carlos Pompeu
José Batista Júnior, presidente do grupo JBS
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Lendo, vendo e ouvindo Coluna Social Pampinha Jane Sebba
A revista do Centro-Oeste e Tocantins Editora Caraíba Ltda.: CNPJ: 08629243/0001-03 Rua 103, nº 46, Setor Sul Goiânia-GO CEP 74.080-200 Fone: 62 3091-5959/Fax: 62 3293-1454 Redação Revista Hoje: Administração: revista.hoje@yahoo.com.br Redação: redacao.hoje@yahoo.com.br Rua 261 nº 438 Setor Coimbra Goiânia - GO - CEP: 74.533-050
Diretores Tarzan de Castro e Valterli Guedes
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Colaboradores Pedro Guedes e Valterli Filho
Diretor de Projetos Especiais Eliezer Penna
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HOJE Editor-Geral Valterli Guedes (guedesvalterli@gmail.com) Edição Karla Rady (karlarady@gmail.com) Reportagens Janaina Gomes e Rhadá Costa
Impressão Gráfica e Editora Elite (62) 9106-7883 Tiragem: 20.000 exemplares
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Índice Boom Imobiliário
Turismo
Mercado imobiliário em Goiás vive momento de grande aquecimento
Comer, rezar e amar: os segredos e encantos de Roma
Pré-Moldados Estruturas Pré-Moldadas são destaque no segmento de construção
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Araguaia
Trama global homenageia um dos principais rios do País
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Nova liderança
Decoração
O empresário Pedro Alves de Oliveira é o novo presidente da Fieg
Café Nice: o reduto da boemia em Goiânia
20 Norte-Sul
Novos trechos deverão ter obras iniciadas antes da virada do ano
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Documentário que resgata a luta por terras em Trombas e Formoso
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Slow Food
Verão 2011
Resgate de tradições culinárias e economia solidária
A estação mais quente do ano chega repleta de tendências
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Moisés Cainãn
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A ç a
O Shopping de imóveis do Brasil
A Lopes Goiás deseja a todos os clientes e parceiros um
Moisés Cainãn
Feliz Natal e Próspero Ano Novo!
A Lopes não é somente a maior imobiliária do Brasil. É também a que oferece as soluções mais completas. É líder em vendas de lançamentos, criou a Pronto!, empresa especializada no mercado de imóveis usados e recém-construídos, e tem a sua própria financeira, a CrediPronto!. Na prática, significa menos burocracia, mais facilidades e você de imóvel novo. Ninguém faz tanto pelo seu sonho. Dezembro de 2010 - Hoje | 5
Entrevista I José Batista Júnior
A carne é forte Reynaldo Rocha e redação de HOJE
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le demonstra ter um sonho de carreira política na cabeça. Gosta de política. Em Goiás, costuma contribuir financeiramente com candidatos. Chegou a imaginar que isso influenciaria numa suposta candidatura de consenso a governador, com o seu nome encabeçando a chapa. Deu em nada, claro, até porque nessa área quem leva a melhor são os políticos que
dele se utilizam. Ainda às vésperas da campanha deste ano, pensou compor chapa com Marconi Perillo. Mas bastou, durante uma entrevista, dizer que teria o apoio de Ronaldo Caiado (todo poderoso presidente regional do DEM), para quem, segundo afirmou, já teria levado dinheiro e entregue em casa, para o projeto desfazer-se como um sorvete exposto ao sol. A reação de Caiado, em forma de desmentido, fez até José Batista Júnior, o Júnior do Friboi, mais uma vez postergar seu projeto político,
e voltar-se para o mundo empresarial. Aí, no campo empresarial, sim, aí Júnior do Friboi é campeão. Domina como poucos os meandros do mercado mundial de carnes. Sabe tudo, desde a produção, abate, comercialização, até o consumo. Não é para menos: Júnior compõe uma família de seis irmãos e todos, desde meninos, atuam na área. Tudo começou quando o pai, José Batista, o Zé Mineiro, estabelceu-se em Anápolis com um açougue, o “Mineirão”. O pequeno empreendimento foi crescendo, até tornar-se o que é hoje: o grupo é o maior, na industrialização e no comércio de proteína animal do mundo. Uma glória para o Brasil, especialmente para Goiás. A organização foi presidida por Júnior durante 26 anos (1980/2006). Hoje, o grupo compreende um conglomerado de empresas com atuação em todos os continentes. Emprega algo em torno de 125 mil pessoas e fatura 60 bilhões de reais, anualmente. Só de unidades frigoríficas, são 140. Mas o complexo, cujo grande impulso ocorreu a partir da abertura do capital, há poucos anos, é hoje diversificando. Um exemplo: há pouco tempo, o grupo Friboi associouse à MCL Empreendimentos, de Mário Celso Lopes, na criação da Eldorado Papel e Celulose, para investir 4,8 bilhões e produzir 1,5 milhão de toneladas de pasta de celulose anualmente. A fábrica será em Sete Lagoas, Minas Gerais. Sempre atarefado, às voltas com uma agenda cheia, Júnior do Friboi, ainda assim, falou a HOJE, concedendo a entrevista que segue: HOJE – Como estão os negócios do grupo? José Bastista Júnior – Estão muito bem e eu muito feliz. Temos realizado importantes conquistas mundo. Adquirimos a primeira empresa no Estados Unidos, a Swift & Company, há três anos. Na seqüência, também nos EUA, fizemos outra aquisição muito
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importante, que foi a Pilgrim´s Pride, a maior empresa de aves do mundo e que estava em concordata. Conseguimos colocar no rumo certo as operações nos EUA, com resultados positivos. O mercado se assustou bastante à época, com a chegada dos brasileiros nos negócios americanos, já que era o inverso que eles esperavam. Foi uma longa trajetória. Nós (os produtores) saímos de Goiás – mais precisamente de cidades como Anápolis, onde nasci, e começamos as atividades, em 1953 – para liderar o maior negócio de proteína do mundo. Quando, nos Estados Unidos, nos perguntam de onde somos, costumo dizer que somos de “frog: from Goiás”. Sou de origem simples e humilde, de uma família de seis irmãos, três homens e três mulheres; nossos pais ainda trabalham e estão ativos, todos atuando neste mesmo ramo de negócio. Nossa meta sempre foi chegar a este ponto, o que só foi possível com a união da família. Liderei este processo durante 25 anos e foi muito importante. Os negócios, hoje, tanto no Brasil quanto no restante do mundo (EUA, Austrália, Europa, Àsia, Rússia e Leste Europeu) estão muito bem. Administrar uma empresa com esta dimensão é muito complexo. Devemos fechar 2010, por exemplo, com um pouco mais de 130 mil colaboradores. HOJE – O segredo para este sucesso também está na diversificação, em explorar vários segmentos como lácteos e biodiesel ? Júnior – Uma coisa puxa a outra. Entramos no segmento de lácteos, biodiesel de colágenos e vários outros produtos em função desta incorporação que fizemos do Bertin, que era uma companhia já diversificada à época que compramos o controle da empresa. Com esta aquisição, incorporamos também outras atividades, que não eram o nosso foco inicial. HOJE – Quais os desafios para o grupo Friboi a partir dessa perspectiva de internacionalização? Como lidar com o fato de ter uma empre-
sa em vários países com culturas diferentes? Júnior – Temos que respeitar a cultura de cada país. É impossível entrar em uma região querendo trabalhar unicamente com a cultura brasileira. Um fator que deu muito certo para o grupo foi atuar com disciplina diante de qualquer desafio. E a nossa disciplina foi respeitar, sobretudo, a cultura de
“Nós, empresários, não estamos com nenhum receio ou medo em relação ao futuro governo de Dilma. Acho que o País está muito responsável. Não tenho dúvida nenhuma de que o Brasil, daqui a um tempo, estará entre as principais potências mundiais” cada um e adaptar com a velocidade e a maneira com que conduzem os seus negócios. Para o americano, por exemplo, sua maior dificuldade é descumprir a lei. Para mudar um americano, temos que mudar a lei. Já na Austrália, temos uma cultura mais similar à do Brasil, com uma população mais simples, uma menor burocracia e muita disciplina. Na Itália, já é diferente. Por ser um país onde existem muitos ‘chefes’, como eles denominam, são muito mafiosos em
sua cultura. Temos uma sociedade na Itália, onde temos negócios muito bons, mas temos problemas com o nosso sócio, que vive inserido nesta cultura mencionada. A Rússia tem uma cultura completamente diferente, que tem que ser respeitada, assim como a China, a Ásia e a Córeia. Tivemos sucessos nessas negociações internacionais, pois escolhemos pessoas do próprio país para administrar as empresas. HOJE – Qual o reflexo do resultado das eleições presidenciais na estabilidade do mercado em geral e para os negócios do grupo JBS? Júnior – Estou muito feliz com o resultado destas eleições. Primeiro, pela tranquilidade que sentimos em estar consolidando a democracia brasileira. A presidente Dilma Rousseff, pelo discurso, mostra que a continuidade da responsabilidade de governo e a possibilidade de apoiar as empresas brasileiras dentro do País e no exterior, está assegurada. Estou gostando muito da forma como as propostas estão sendo conduzidas dentro desta plataforma de governo. Nós, empresários, não estamos com nenhum receio ou medo em relação ao futuro governo de Dilma. Acho que o Brasil está muito responsável, não só a presidente, mas toda a sociedade brasileira. Por isto, temos conquistando crédito e muita confiança internacionalmente. Não tenho dúvida nenhuma de que o Brasil daqui a um tempo estará entre as principais potências mundiais. HOJE – Antes do período eleitoral, o senhor chegou a se filiar ao PTB e muito se cogitou sobre a sua participação na política. O senhor ainda mantém este interesse em participar do processo político em Goiás? Júnior – Sou filiado ao PTB, cujo presidente do partido é o Jovair Arantes, que foi quem me convidou. Gosto e apoio a política, acho que nenhuma pessoa no mundo vive sem a política e ela faz parte do nosso dia-a-dia, da nossa vida. Coloquei-me sempre à disposição do meu País e do meu Estado, até por que nós já demos uma Dezembro de 2010 - Hoje | 7
Entrevista I José Batista Júnior importante contribuição divulgando o Brasil e Goiás para o mundo. Vou permanecer filiado ao PTB, mas não tenho projeto político. Coloquei, em 2006, meu nome à disposição dos partidos no Estado, e observei que os candidatos foram escolhidos pelas Convenções – todas ótimas escolhas. Então, recuei. Mas isso não representou nenhum desgaste. Continuo deixando meu nome à disposição para o Estado de Goiás.
HOJE – Isso seria desenvolvido por meio de uma política de incentivo e apoio ao produtor? Júnior – Seria um projeto de financiamento via BNDES, apoiado pelo Ministério da Fazenda e pelo Ministério da Agricultura, por entidades de iniciativa privada e indústrias, e repassado pelos bancos em forma de um programa na-
HOJE – O mercado passa por uma escassez de boi, em função do grande abate de matrizes há três anos. Em Goiás, passamos da faixa de 30%. Como lidar com esta situação, já que a arroba do boi está subindo e este contexto está refletindo no preço, retraindo o consumo? Júnior – O consumo interno brasileiro tem subido e as exportações tem caído um pouco, já que no passado exportamos muito e abrimos bastante mercado. A produção estava maior do que o consumo interno e o dólar em relação ao real estava mais alto. Estávamos mais competitivos. Com o Brasil criando credibilidade e confiança, o mundo mandou mais dinheiro e capital e, com isso, a reserva cambial está mais alta. Caiu a oferta do dólar e o real está valorizado. De acordo com esta situação, ficamos menos competitivos no exterior. Em contrapartida, o mercado interno se valorizou, pois tivemos um aumento na renda. O preço da carne bovina subiu devido a lei da oferta e da procura, já que o consumo subiu e a produção caiu.
“Minha sugestão é que se crie alguns incentivos para os confinadores, como financiamentos, apoio com relação a tributos, insumos etc. A JBS tem um banco que já está fazendo a sua parte neste processo. Falta o governo regulamentar este cenário”
HOJE – Essa situação de aumento no preço da carne bovina perdurará por muito tempo ainda? Júnior – Estamos propondo ao governo federal um projeto de retenção de matrizes no Brasil, já que o País, como líder mundial de proteína, precisa ter mercadoria suficiente para abastecer o mercado interno e também parte do mercado externo. Temos que ter sobra de mercadoria. Precisamos passar de 180 milhões de cabeças a 300 milhões de cabeças no Brasil.
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cional, no sentido de retenção e controle de matrizes, reforma de pastagens, aproveitamento do sistema de confinamento, melhoramento do sistema de genética e outros fatores. A intenção é aumentar a produção brasileira. Mas o aumento da produção não quer dizer que o preço irá baixar. Esta medida é para termos condição de abastecer o mercado e de exportar – área em que estamos perdendo. Seria um programa de regulação do mercado.
HOJE – Para alguns produtores rurais, é preocupante a questão das plantas frigoríficas. Que análise o senhor faz sobre este cenário? Júnior – O produtor sempre tem esta preocupação. Mas, é preciso que se entenda que o Brasil tem, hoje, 40% de capacidade instalada maior do que a de produção. Ao invés de construir, teremos que desativar plantas frigoríficas. Não existe concentração nenhuma em relação à indústria frigorífica. O que nos falta é matéria-prima. O preço do boi está aumentando e tem muita fábrica parando por falta de matéria-prima. Este cenário vai continuar enquanto nós não aumentarmos a produção brasileira. O consumo está em alta e é maior do que a produção mundial. O rebanho no mundo está caindo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a produção está em declínio, assim como a produção do Brasil, da Austrália e a de todos os países. Por isso é importante programar o crescimento da produção no Brasil e sair na frente, pois diante deste cenário irá faltar mercadoria no exterior e teremos muito espaço no mercado externo para fornecer essa mercadoria. HOJE – Atualmente, o complexo da carne, com destaque para a carne bovina, é um dos principais itens da pauta de exportação em Goiás. Como o Estado poderia manter esse patamar e continuar incentivando o produtor? O senhor tem alguma sugestão para o próximo governador? Júnior – No Brasil, temos 90 % de boi a pasto, enquanto que nos EUA temos 100% da produção de bois no confinamento de grãos. Sugiro que o governo do Estado e o governo federal, por meio do Ministério e das secretarias de agricultura, criem programas de incentivo ao confinador. O Brasil precisa entrar no sistema de confinamento. O fazendeiro está tendo uma grande receita, neste primeiro momento, porque a produção está baixa. Mas, no momento em que a produção voltar ao normal, ao invés do produtor comprar terra e plantar pasto em grandes territórios, tendo uma quantidade pequena de
gado, o produtor poderá ter um pequeno espaço de terra e muita quantidade de gado. Minha sugestão é que se crie alguns incentivos para os confinadores, como financiamentos, apoio com relação a tributos, insumos etc. A JBS tem um banco que está fazendo a sua parte neste processo. Falta o governo regulamentar este cenário. HOJE – Apesar da sua proposta de incentivos, não seria difícil tirar o pasto da cultura do produtor brasileiro? Júnior – Esta proposta é uma quebra de paradigma. Mas nada é impossível. Nos próximos dez anos, teremos uma evolução muito grande na pecuária brasileira. Não diria para implantar esta mudança em dois ou três anos, mas a longo prazo. Ainda mais quando vivemos em uma época em que o mundo está muito preocupado com o meio ambiente. Cada vez mais os fazendeiros estão sendo reprimidos em relação ao desmatamento e às questões ambientais, as leis estão ficando mais rígidas nesta área e se configuram como crime do ponto de vista ambiental. A JBS firmou termos de ajustamento de conduta no Pará, por exemplo, com o Greenpeace. Estamos fazendo vários esforços para destruir o máximo possível o fato de dizer que o gado brasileiro destrói o meio ambiente ou contribui para o efeito estufa. Como o Brasil lidera a maior empresa de proteína do mundo, temos que ter a melhor carne, o melhor rebanho e a maior preocupação com o meio ambiente. O que digo é que o produtor que tem como negócio o gado, atividade que gera para ele o lucro, sugiro que invista em pouca terra e muito gado, ou seja, fazer como os produtores americanos fazem. HOJE – Qual seu ponto de vista em relação ao boi verde? Júnior – O produtor tem que entender que, se ele quiser ter o gado realmente como seu negócio, precisa atentar para o confinamento. O ideal é que migre para agricultura, para plantar e ganhar em volume de grãos e trazer uma quantidade de boi em uma área muito Dezembro de 2010 - Hoje | 9
Entrevista I José Batista Júnior pequena, onde ele vai ganhar no resul tado. O boi verde diz respeito a isto, já que ele é tratado com menos agrotóxico no confinamento, sem nenhum implante como hormônio, tratado com silagem de milho de extrema qualidade e de forma natural. Enfim, este é o boi verde. É no seu acondicionamento que o boi se torna ‘verde’. HOJE – Como o senhor analisa os incentivos fiscais destinados para fomentar o novilho precoce? Júnior – Não temos que dar incentivo para novilho precoce. Temos que trazer o rebanho brasileiro para precoce, já que, quando esta mudança ocorrer, teremos países do mundo inteiro, como China e Japão, que vão consumir uma carne mais saudável e mais tenra, que é a carne precoce. Além disso, o capital investido na produção gira de forma muito mais rápida. Antigamente, abatíamos o boi com seis anos, hoje já abatemos o boi com três anos no pasto e, no confinamento, com dois anos e meio. HOJE – Como a guerra cambial pode impactar a produção da carne bovina no Brasil e no mundo? Júnior – A solução para o câmbio brasileiro é regular os juros. Quanto mais aumentar os juros, mais teremos capital, já que o investidor estrangeiro passa, assim, a perceber o Brasil como um País confiável que investe. Se ele vê que estamos pagando um custo de juro para seu capital maior do que no restante do mundo, então ele investe no Brasil. Baixamos o câmbio baixando os juros, o que desonera a despesa Brasil, já que não é necessário pagar, pois o caixa está muito cheio e se passa a exportar mais. Assim, entra mais do que sai. E quando se começa a baixar os juros e o capital passa a sair, o câmbio começa a subir automaticamente, já que é flutuante no País. Esta é a política correta. Claro que é um empecilho para os exportadores, que atrapalha a nossa competitividade no exterior. Não é que deixamos de vender, é a competitividade que reduz. Tanto é que a balança comercial nunca ficou negativa.
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HOJE – O grupo JBS desativou três de suas unidades na Argentina. Quais os motivos para esta medida e qual a visão do grupo em relação a esse País? Júnior – A Argentina é um País muito difícil. O governo interfere em toda a economia. O País tinha 55 milhões de cabeças de bovinos e, hoje, tem apenas 40 milhões. Desativamos três empresas e mantivemos outras funcionando. Mas não desistimos de ter negócios na Argentina e continuamos abastecendo o mercado interno dentro da política
“O Brasil está pronto para exportar volumes extraordinários. Já melhoramos muito nossa estrutura portuária, a parte de documentação, a agilidade de descolamento, os portos secos. Nosso País é um dos grandes centros industriais modernos” deles. Apenas diminuímos o volume de negócios naquele País. HOJE – O crescimento das exportações deve ser de 3% em 2011. Acredita que esta meta pode crescer mais? Júnior – Sim, podemos chegar até 5%. O Brasil está pronto para exportar volumes extraordinários. Já melhoramos
muito nossa estrutura portuária, a parte de documentação, a agilidade de deslocamento, os portos secos. As fábricas estão prontas para exportar e produzir com alta velocidade. O Brasil é um dos grandes centros industriais modernos do mundo, a tecnologia brasileira tem impressionado os americanos. HOJE – O meio empresarial tem reclamado da logística internacional. Como avalia isto? Júnior – Acho muito interessante estas críticas, pois elas são sinais de que o País está crescendo. O governo acompanha o desenvolvimento do País e não o contrário. E isso é assim em todos os lugares do mundo. Nunca vamos chegar à perfeição, sempre teremos reclamações e isto é sinal de que estamos no caminho certo. HOJE – O senhor mencionou com muito otimismo o cenário da exportação. Mas temos um grande desafio, já que o consumo interno também está aumentando muito. Como o empresário fará esta equação, de investir no mercado externo cuidando também do abastecimento interno? Júnior – Nenhuma empresa brasileira pode ter mais do que 50% do mercado externo, o que é um perigo para qualquer empresa em qualquer lugar do mundo. Hoje, na JBS temos uma proporção de 70% no mercado interno e 30% de mercado externo. O mercado interno é que suporta toda economia de qualquer empresa. Nos EUA, esta proporção é de 80% (interno) e 20% (externo). No Brasil, é de 70% / 30%. HOJE – Como está o cenário na China e qual a intenção do grupo com este País, considerado o grande mercado do futuro? Júnior – Tudo que pudermos mandar para a China para aproveitar a mão-deobra e o insumo, produzir lá e trazer para cá, tem que ser feito. Na China, a JBS tem negócios de subprodutos chamados de afrodisíacos, como o tendão do boi e o pé de frango, que se transformou em comida para os asiáticos.
Cenários
Negócios, Empreendedorismo e Agronegócio
Sicoob e Leitura
Inspirados pela Semana Nacional do Livro, o Sicoob Engecred–GO e a Livraria Leitura firmaram parceria para incentivar o gosto pela leitura. Agora, os cooperados e colaboradores da instituição que apresentarem o cartão Sicoobcard ganham 10% de desconto na compra de qualquer livro na Leitura. O benefício faz parte do recém lançado programa Clube de Vantagens Sicoob Engecred-GO, no qual os cooperados contam com benefícios exclusivos. www. sicoobengecred-go. com.br
Pontal da Sustentabilidade A responsabilidade nos processos e a forma de gestão permitiram à Pontal Engenharia a conquista de cinco certificações - NBR ISO 9001, PBQP-H(nível A), NBR 16001, OHSAS 18001 e NBR ISO 14001 – reconhecidas pelo mercado para avaliação de qualidade e sustentabilidade que seguem padrões internacionais. Esse resultado faz da Pontal a primeira
construtora no Brasil a receber cinco certificações concedidas pelo ICQ Brasil, como reconhecimento pelo trabalho, esforços e práticas implantadas em seu sistema de gestão. Os critérios para a certificação são rigorosos e reconhecem as práticas responsáveis de gestão da empresa quanto à qualidade, saúde e segurança no trabalho, ao meio ambiente, e à comunidade nas diversas etapas e serviços que realiza nas edificações que constrói.
Oportunidade A partir do mês de dezembro, o Centro de Integração EmpresaEscola (CIEE) assume a administração do programa de estágio do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ/GO). O convênio entre as duas entidades irá disponibilizar 1,5 mil vagas de estágio para jovens goianos que estejam matriculados em instituições de ensino superior de todo o Estado. O Programa de Estágio do TJ/GO é extensivo a todas as comarcas do Poder Judiciário do Estado de Goiás e do Tribunal de Justiça. As oportunidades serão para alunos dos cursos de Administração de Empresas, Arquitetura, Ciências Contábeis, Comunicação Social, Design, Direito, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Enfermagem, Fisioterapia, Informática e áreas afins, Pedagogia, Psicologia, Serviço Social, Secretariado e Telecomunicações.
Tecnologia em Alta Diante do cenário econômico favorável, mais empresas realizaram inovações tecnológicas no País entre 2006 e 2008, segundo a Pintec (Pesquisa de Inovação Tecnológica) do IBGE, divulgada recentemente.
O percentual de firmas inovadoras no Brasil atingiu 38,6% --maior nível desde o início da pesquisa e 4,2% pontos percentuais acima do constatado no levantamento anterior, de 2005. O investimento total das empresas em atividades inovadoras alcançou R$ 54,1 bilhões em 2008 -- 2,85% do
faturamento das empresas. Em 2005, esse percentual era de 2,8%. Na indústria, a taxa de empresas inovadoras passou de 33,4% em 2005 para
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Cenários
Negócios, Empreendedorismo e Agronegócio
Serviços de Negócios Serviços de negócios ou serviços intensivos em conhecimento (Knowledge-Intensive Business Services ou kbis, em inglês) integram um segmento muito valorizado e cada vez mais importante na economia dos países mais desenvolvidos. Esse novo ramo do setor de serviços foi tema de palestra no seminário ‘O Futuro do Setor de Serviços’, realizado em dezembro na sede do Sebrae, em Brasília. “Os kibs ajudam a solucionar problemas com que as empresas estão se deparando. Os prestadores desses serviços são geralmente profissionais das áreas de tecnologia da informação, pesquisa e desenvolvimento científicos, arquitetura e engenharia, etc”, explicou o professor Ian Miles, da Universidade de Manchester (Reino Unido). Bom ficar de olho neste setor!
ICMS cresce 20% em Goiás O ICMS arrecadado pelo Estado cresceu 20,15% em 11 meses deste ano, de janeiro a novembro. Em 2010 a arrecadação do imposto chegou a R$ 7.460.264.505,46. Em 2009 foram arrecadados R$ 6.209.251.809,29. Os números foram revelados
hoje pelo superintendente de Administração Tributária, Paulo Aguiar, no encontro mensal com os delegados regionais de fiscalização, o último do ano, na sede da Secretaria da Fazenda.
Agronegociários
Milho, novas variedades
O mercado agrícola brasileiro a cada ano avança mais no que diz respeito às novas tecnologias. O maior desafio dos pesquisadores e empresas do setor é colocar à disposição dos produtores possibilidades inéditas de produzir mais e com melhor qualidade. Esta semana, foram aprovadas duas novas variedades de milho geneticamente modificados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), uma resistente a insetos e tolerante ao glifosato e outra também resistente a insetos e tolerante a herbicidas.
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Premiação O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, recebeu no último dia 6 de dezembro cerca de 30 alunos e professores vencedores da edição 2010 do Prêmio Técnico Empreendedor. “A posição de destaque que o agronegócio brasileiro ocupa no cenário mundial faz com que o campo da agricultura seja uma grande oportunidade para os nossos estudantes”, afirmou o ministro durante o encontro. Segundo Wagner Rossi, um país como o Brasil, com 26% do seu Produto Interno Bruto (PIB) e 42% das exportações gerados nas atividades agrícolas, o agronegócio deve incentivar práticas como essa premiação.
Queda As vendas de máquinas agrícolas tiveram queda de quase 20% na comparação entre os meses de novembro e outubro deste ano. Mesmo com este recuo no mercado, a indústria comemora o crescimento do setor em 2010, considerado o melhor desde 1976.
Rentabilidade em 2011 O produtor rural deve ter um ano de maior rentabildiade em 2011. Esta foi a avaliação de especialistas que se reuniram nesta segunda, dia 6, na sede da Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo. A entidade sediou o encontro do Conselho Superior de Agronegócio (Cosag), da Federação das Indústrias do Estado (Fiesp). Na carne bovina, a oferta no Brasil aumenta, mas a demanda, tanto internamente quanto no Exterior, continua forte. No setor de cana-de-açúcar, a expectativa é de oferta relativamente estável em 2011.
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Mercado imobiliário
O boom da construção Incentivos do governo federal como o Minha Casa Minha Vida ajudam a impulsionar o mercado imobiliário em Goiás, que passa por grande aquecimento
A
dquirir um imóvel é algo cada vez mais acessível para a maioria das pessoas. Planos e financiamentos bancários ou diretos com imobiliárias têm ajudado muita gente a transformar sonhos em realidade. Graças às facilidades de programas do Governo Federal de incentivo à casa própria, nunca foi tão fácil para a classe média conquistar o sonho de ter seu próprio imóvel. No início de 2010, a Ademi-GO (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás) já constatava recorde de vendas para o mês de fevereiro, tradicionalmente conhecido pela baixa nas vendas. Para dar conta desse superaquecimento do mercado, as construtoras lançaram 62% a mais de unidades do que o esperado e, mesmo apesar da alta de cerca de 60% dos imóveis no último ano, colhem bons frutos. Para enfrentar a concorrência e atender as novas demandas de mercado, as construtoras têm dedicado atenção especial aos projetos voltados para a classe econômica. A chave para isso é humanizar os projetos, principalmente as áreas de convívio e lazer, apostando na integração dos condôminos.
Luxo para todos
O que antes era exclusivo da classe alta, agora está disponível para todos. No intuito de valorizar os projetos voltados para a classe média, as construtoras têm investido em áreas de lazer com brinquedotecas, academias, espaços gourmet, salas de cinema, quadras de squash e até mini-golf. A maior parte desses empreendimentos tem entre 58 a 65 m2 e variam entre R$ 70 mil a R$ 150 mil. Tais características têm dado uma nova cara à imobiliária voltada para a classe média e movimentando o mercado e a economia. O mercado da construção está embalado e deverá se manter em ritmo acelerado por um bom tempo, graças à grande oferta de crédito, prazos longos para pagamento e subsídios do governo.
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P rimeiro P l ano
Avançar “Enquanto houver empresários corruptos patrocinando campanhas, a corrupção no poder não acabará”. (Josias Alves de Almeida, 75, exprefeito de São Luiz de Montes Belos, Goiás).
Adesão “extra”
Roriz articula
Com grandes interesses econômicos nos meios governamentais, o grupo Abril, que tanto torceu por José Serra (PSDB), a ponto de fazer matéria de capa insinuando que a eleição de Aécio Neves ao Senado garantiria a vitória tucana no âmbito federal, não perdeu um só segundo. Publicou uma edição extra de “Veja” só sobre Dilma Rousseff e sua espetacular vitória no 2º turno. Típico caso de adesão extra.
Recusa Thiago Peixoto, deputado federal eleito (PMDB), recebeu convite para ser o secretário da Educação da Prefeitura de Goiânia. Mas, empolgado com a perspectiva do exercício do mandato, preferiu a experiência federal. Já o ex-ministro Flávio Peixoto (pai de Thiago), sondado para ocupar a secretaria de Planejamento do Município ou implantar o projeto Macambira-Anicuns (futuro parque temático), fez a opção por este último.
A propósito A propósito do relacionamento do prefeito de Goiânia com o futuro governador, uma amostra deverá ser a disputa da mesa da Câmara de Vereadores da Capital. Garcia quer que Marconi não interfira, “e eu não vou me intrometer na eleição da mesa da Assembléia”, comentou o prefeito, na intimidade.
Cavalheiros Pessoas de fino trato, o prefeito de Goiânia e o governador eleito de Goiás deverão, ao que tudo indica e conforme conselhos sensatos que vêm recebendo, manter bom relacionamento
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administrativo e mesmo político. Um fiel escudeiro de Marconi já fez chegar aos ouvidos de Paulo Garcia: “Para nós, você é melhor que o Demóstenes”. O recado tem relação com o pleito de 2012.
Joaquim Roriz, o tetra governador do DF, mesmo não tendo conseguido eleger a esposa, não desiste da política. Afinal, os resultados do pleito não são de todo desfavoráveis a ele, que elegeu uma filha (Viviane) para a Câmara Distrital, e outra, Jaqueline, deputada federal. O ex-governador já pensa em 2014: tem um nome no bolso da camisa para lança-lo à sucessão de Agnelo Queiroz (PT).
Paulo Garcia é o nome Embora setores o PMDB possam esboçar contrariedade, o atual prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), deverá mesmo encabeçar a chapa buscando a reeleição, tendo um peemdebista na vice. Será, ao que tudo indica, uma espécie de inversão do acontecido em 2008, quando Iris Rezende foi cabeça de chapa, tendo Paulo na vice. As credenciais de Paulo, entre outras: sua fidelidade ao projeto de Iris Rezende na disputa do governo estadual; o bom desempenho administrativo (há quem afirme estar “melhor que a encomenda”), e as forças que lhe dariam sustentação, a começar pela presidente eleita, Dilma Rousseff. “Chegou a hora de o PMDB reconhecer tudo isso”, disse-me uma voz experiente.
Valterli Guedes |guedesvalterli@gmail.com
Futuro de Meirelles Recordista enquanto presidente do Banco Central, onde está completando oito anos de permanência, Henrique de Campos Meirelles tem um leque de opções à frente. Poderá ser ministro do governo Dilma. O presidente Lula avalisa a indicação. Afinal, o presidente pediu a Meirelles para ficar no BC, e por isso ele
Reajuste
não disputou um mandato de senador ou mesmo de governador em Goiás. Fala-se no nome de Meirelles para embaixador nos Estados Unidos e há muitos convites da iniciativa privada. Se preferir, poderá ficar administrando seu considerável patrimônio. Só uma coisa é certa:
se pretender uma carreira política, terá de dar sinais claros, entrando para o jogo da política, por mais intragáveis que sejam os sapos a engolir. Do contrário, fica como está: o PMDB, onde está filiado, não o indica para o ministério. Exatamente pela falta de vivência (vale dizer, de participação) no partido.
Caiado preocupa
Deputados federais e senadores terão reajuste de 62% nos seus salários, que passarão de 16,5 para 26,7 mil reais. Ao contrário de muitos, acho justo. Desde, é claro, que sejam eliminados certos penduricalhos (verbas indenizatórias e de gabinete, excessivas) que os tornam os parlamentares mais caros do mundo.
De fora Ao que parece, a vasta região Centro Oeste não terá um nome representativo de suas forças políticas no ministério da presidente Dilma (PT). Uma pena, porque só o Estado do Maranhão terá dois ministros, ambos do PMDB. E mais: ambos inidcados por José Sarney, que é senador pelo PMDB do Amapá.
A cúpula nacional do DEM está preocupada com a saúde do presidente regional em Goiás, deputado federal reeleito Ronaldo Caiado. Afinal, 11 dias de internação em um hospital de referência paulista, seguidos de convalescência, são uma razão e tanto para supor que o mal de Caiado não seja uma simples infecção urinária.
Humildade de Iris Poucos dias depois do 2º turno, do qual saiu vitorioso Marconi Perillo (PSDB), Iris Rezende (PMDB) reuniu os coordenadores de sua campanha para agradecêlos. “Vocês fizeram a melhor campanha da minha vida, no que dependia de vocês. As falhas eu as atribuo total e exclusivamente a mim”. Houve uma surpresa
natural. Mas o próprio Iris tratou de desanuviar o ambiente. Seu erro, segundo o próprio Iris, foi o rigor com que tratou os empresários cujos serviços foram contratados pela Prefeitura. “A margem de lucros foi mínima”, disse Iris. O asfalto nas ruas, por exemplo, foi por menos da metade do preço pago pelas adminis-
trações anteriores. Na hora de pedir ajuda aos empresários, estes tiraram o corpo fora. Daí que, às vésperas do pleito, faltou até adesivos do candidato. O eleitor de Goiânia até foi grato a Iris, dando-lhe expressiva vitória na capital. Mas em quase todo o resto do estado não se levou em conta todo o empenho em favor do goianiense.
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Construção
A construção civi Borbulham em Goiás os grandes empreendimentos. Estruturas pré-moldadas têm cada vez mais espaço e mostram os motivos pelos quais ganham status de estrela nas grandes construções. Rapidez, retorno rápido do investimento, qualidade, manutenção e redução de custos são alguns desses motivos
O
início da Revolução Industrial está datado de meados do século XVIII. Desde então, a humanidade viveu grandes transformações que vão desde a sua maneira de produzir artefatos até a arte de se comunicar. Deixar a manufatura e iniciar o uso das máquinas até que foi um processo rápido, especialmente em comparação com outras fases rompidas ao longo desse processo evolutivo. Agora, em pleno século XXI, as tecnologias se multiplicam à velocidade da luz, chegando às mais diversas áreas do conhecimento, incluindo as de grandes proporções, como é o caso da Engenharia Civil. O desenvolvimento brasileiro está em curso, obras de grande porte brotam
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rapidamente em diferentes regiões, com um momento comparável aos anos dourados da era JK. O Centro-Oeste brasileiro recebe novamente atenção especial com os maiores índices em comparação às demais regiões do país. Para atender a demanda de infraestrutura e a agilidade necessárias para acompanhar os passos largos do crescimento econômico, desponta a chamada “construção industrializada”. Utilizada em estradas de ferro, pontes, viadutos, shoppings, supermercados, passarelas, hospitais, portos, escolas, igrejas, galpões industriais, a tecnologia começa a ser considerada a coqueluche dos gestores públicos ou privados, devido às grandes vantagens oferecidas.
Grandes benefícios
Com 15 anos de mercado e pioneira no Centro-Oeste, a Mold Estruturas Pré-Moldadas tem se destacado na área, sendo responsável por grandes empreendimentos em Goiás, no Tocantins, e em toda a região Norte. O engenheiro Luiz Henrique Europeu Barros enumera os diversos benefícios da estrutura pré-moldada. “Por ser desenvolvida em um ambiente industrial, conseguimos trazer grandes ganhos ao empreendedor. Rapidez na obra, em consequência, no retorno do capital investido; qualidade na gestão do projeto; redução dos custos indiretos, mão-de-obra, manutenção; segurança; são apenas alguns que podemos listar.”
vil do século XXI Seguindo a lógica da “repetitividade” é possível construir uma escola em um prazo de 30 a 60 dias, casas populares com a velocidade que o gestor público almeja, mas com “leveza e, por que não, beleza”, aponta o engenheiro Luiz Henrique Europeu Barros. Na Europa e os Estados Unidos utilizam há mais de 60 anos a estrutura pré-moldada, mas somente agora ela ganha força no Centro-Oeste. Luiz
Hennrique avalia ainda que é necessário planejamento técnico-financeiro para alavancar ainda mais este sistema e os gestores conseguirem usufruir de tudo que a tecnologia franco-italiana, que foi adaptada para o Brasil, pode oferecer. “Também é preciso mudar o conceito de projetistas e arquitetos, pois é importante que eles se qualifiquem e entendam o processo. Eles são os mentores das obras”, pontua.
Os pré-moldados têm sido a opção cada vez mais procurada para atender a demanda de infraestrutura e a agilidade necessária para acompanhar o desenvolvimento econômico do país.Dentre as suas vantagens estão a rapidez, a economia, qualidade do produto e a facilidade de manutenção.
Ecologicamente correta Para completar os benefícios, a tecnologia da construção civil pré-moldada também oferece vantagens ambientais. “Como praticamente tudo é feito com aço e concreto, esse tipo de construção prima pela sustentabilidade, pois não gera resíduos de madeira”, destaca Germano Silva, gerente de Tecnologia da Mold. A empresa também tem o compromisso com o desenvolvimento de todo o setor. “ Investimos em mão-de-obra e no conhecimento acadêmico. A Universidade Federal de Goiás (UFG) é a segunda do País a ter uma disciplina sobre pré-moldados”. Os interessados em conhecer um pouco mais da indústria da construção civil podem encontrar diversos empreendimentos que já utilizam a tecnologia prémoldados: cerca de 70% do Polo Empresarial Goiás em Aparecida de Goiânia, viaduto da T-63, expansão do Goiânia Shopping são alguns. Luiz Henrique aponta ainda que o País conseguirá cumprir os prazos da construção de novos estádios para a Copa de 2014 com a utilização do sistema construtivo pré-fabricado. “O crescimento nacional requer este tipo de indústria. Temos foco na área industrial e logística, e precisamos divulgar este sistema que traz grandes ganhos aos empresários e, claro, a todas as cadeias produtivas, sejam elas na área de infraestrutura, social, agricultura, entre outras”. Dezembro de 2010 - Hoje | 19
Federação
Fieg tem nova O empresário Pedro Alves de Oliveirta é o mais novo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás. Ele ocupa o cargo deixado por Paulo Afonso Ferreira, que ficou à frente da entidade por 12 anos. Sesi, Senai, IEL e ICQ Brasil são algumas das instituições geridas pela Fieg Pedro Alves de Oliveira: ele foi eleito presidente da Fieg com mais de 60% dos votos
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C
om mais de 60% dos votos, o empresário Pedro Alves de Oliveira foi eleito, no último dia 15 de outubro, novo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), em substituição a Paulo Afonso Ferreira, que encerra gestão de 12 anos à frente da entidade, responsável pela administração das instituições Sesi, Senai, Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e ICQ Brasil. Atualmente com 35 sindicatos filiados, a Federação elegeu seu quarto presidente. Em votação secreta, na Casa da Indústria, os 35 representantes dos sindicatos filiados à Fieg comparecem e registraram preferência por uma das duas chapas inscritas, Fieg Forte – liderada pelo empresário eleito Pedro Alves de Oliveira – e Goiás Industrializado – encabeçada pelo também empresário Domingos Sávio. O mandato do novo presidente será de quatro anos, com início em 1º de novembro de 2010 e término em 31 de outubro de 2014. Natural de Patrocínio, Minas Gerais, Pedro Alves de Oliveira,
de 62 anos, é empresário há 40 anos e desde meados da década de 1980 possui atuação sindical e vínculo com a Fieg. Atualmente, ele preside o Sindicato das Indústrias do Arroz no Estado de Goiás. Suas principais propostas incluem a implementação do Mapa Estratégico da Indústria Goiana, lançado recentemente, a fim de buscar o desenvolvimento socioeconômico de Goiás por meio de políticas públicas voltadas à inovação, à eliminação de gargalos na infraestrutura e à competitividade das empresas goianas; valorização dos sindicatos de indústrias no Estado, dando condição de atuação e participação efetivas dos mesmos na
Paulo Afonso: M Ao deixar a presidência da Fieg, depois de 12 anos, Paulo Afonso Ferreira diz que a sensação é de dever cumprido, com a consciência de ter honrado toda a confiança e responsabilidade depositadas em sua administração. Na presidência da Fieg desde 1999, ele também já presidiu a Associação Goiana de Empresas de
a diretoria
Fotos: Sílvio Simões
Associados à Fieg comemoram a eleição de Pedro Alves. A votação, realizada na Casa da Indústria, foi secreta e contou com a participação dos representates dos 35 sindicatos filiados à entidade
gestão da Federação, e fortalecimento da união das indústrias goianas e das relações institucionais da Fieg com o Fórum das Entidades Empresariais, poderes públicos e entidades governamentais, em prol dos interesses coletivos de Goiás e do Brasil. Também entra para a lista de ações a otimização das atividades fim das instituições do Sistema Fieg – Sesi, Senai, IEL e ICQ Brasil –, visando elevar a escolaridade do trabalhador da indústria; ampliar a oferta de educação profissional, atendendo à demanda de mão de obra qualificada; incrementar as atividades do Sesi nas áreas de educação, saúde, lazer e responsabilidade social; aumentar as atividades do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF) e os serviços de certificação de produtos e processos de gestão nas indústrias. “A Fieg é a casa de todos os industriais goianos e é essencial a contribuição de todos para fortalecer o setor em sua caminhada rumo ao desenvolvimento do Estado de Goiás”, declarou Pedro Alves de Oliveira, após a eleição.
: Mais de uma década na presidência Engenharia e o Sindicato das Indústrias da Construção no Estado de Goiás. Mesmo fora da presidência da Federação, Paulo Afonso não deixará de representar o setor e o Sistema Fieg, pois permanece nos cargos de diretor secretário da Confederação Nacional da Indústria, diretor nacional do IEL e um dos integrantes do conselho de representantes da Fieg junto à CNI.
De acordo com o ex-presidente da Fieg, cada nova gestão da casa se depara com novos desafios, mas o maior deles, atualmente, é a mudança no processo de gestão política no Brasil. “Nossos principais pleitos, para os próximos quatro anos, são a realização de reformas estruturais (política, tributária, previdenciária e trabalhista), desoneração tributária, aumento de
investimentos em qualificação profissional, infraestutura, inovação, parcerias público-privadas, qualificação profissional e maior inserção da indústria no cenário internacional”, pontua Paulo Afonso, indicando a grande caminhada que Pedro Alves de Oliveira, eleito novo presidente da Fieg, terá de continuar trilhando.
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Resenha
Renato Dias | renatodias67@gmail.com
“Jardel Sebba é o meu candidato” (De Fábio Souza sobre a eleição à Mesa Diretora)
Bastidores
O G-14 teria conseguido o apoio de mais três dissidentes.
Xeque Mate
A eleição à Mesa Diretora da Câmara Municipal de Goiânia ocorrerá dia 15.
Agecom
Entrelinhas
Cresce a cotação de Daniel Goulart.
Depois de celebrar acordos com PSDB e PMDB, Jardel Sebba quer fechar o apoio do PT, que possui 4 deputados estaduais.
Fazenda
Jaime Rincón está no páreo.
Planejamento
Giuseppe Vecci é a bola da vez.
PT saudações!
Delúbio Soares reapareceu em Goiânia e colocou tudo em pratos limpos com Osmar Magalhães.
Números
As exportações goianas superaram US$ 4 bi. Dados da Secomex.
Até dia 15
Fiscalização
O TCE registra atraso na prestação de contas da Iquego.
Tucanato
Leonardo Vilela reassumiu a presidência
do PSDB (GO). Sai Daniel Goulart.
TCE
O recesso no Tribunal de Contas do Estado de Goiás começa dia 20.
Marconi Perillo anuncia primeiros nomes.
Go back
Céser Donizeth voltou à Prefeitura de Anápolis.
Tigrão
Dia 22, o Vila Nova apre-
Boa notícia
Alcides Rodrigues informa ter quitado novo lote de diferenças salariais de servidores
Brasília
Alcides Rodrigues participou de encontro, no Palácio do Planalto, sobre o PAC 2.
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Estrutura Pastas terão secretário e superintendente-executivo, informa Giuseppe Vecci
Então, tá! (1) Goiano, Delcimar Pires Martins tem livre trânsito com Helena Chagas e Gilberto de Carvalho, ungidos por Dilma Rousseff.
Então, tá! (2) Helena Chagas irá para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Pingue
Mercado
É o destino do atual presidente do BC, Henrique Meirelles.
O tempo fechou entre José Nelto e Lívio Luciano.
Linha direta
Pongue José Nelto quer agora recuperar seus direitos políticos.
Helder Valin deve ocupar um cargo no 1º escalão, revela Misael Oliveira.
2014
senta seu planejamento para 2011.
Dragão
Valeu a permanência no Campeonato Brasileiro Série A.
Nome do PMDB é Maguito Vilela. Contra Marconi Perillo.
Galo
O Goiânia volta em 2011, sapeca Arione de Paula.
Curto e grosso
O tempo é senhor da razão.
2012
Nome do PT é Paulo Garcia. Contra Demóstenes Torres.
2018
Thiago Peixoto quer ser o nome do PMDB à Casa Verde antes: em 2014.
Cargos federais Edilberto de Castro Dias teve sessão de cochichos com Rubens Otoni.
Sucessão
O advogado Alexandre Abreu é opção para a presidência da OAB em 2012.
Gente fina da minha agenda Lafaiete Campos, Helton Lenine, Dário Campos, Giuseppe Vecci, Manoel Xavier, Daniel Goulart, Marcus Vinícius de Faria, Geso de Oliveir a e Raimundo Queiróz.
Linha direta Prefeito Paulo Garcia só tocará a reforma política no Paço após o dia 15.
Monsieur
Marconi Perillo era só cochichos com Jardel Sebba, em Paris.
Agenda A eleição à Mesa Diretora da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás ocorrerá em fevereiro de 2011.
Questão de ordem Adriana Accorsi pode ser candidata a vereadora em Goiânia, informa Dianary Menezes.
Yes
Demóstenes Torres exorcizou o stress nas terras do Tio Sam.
Libelu (I)
Liberalismo Cleovan Siqueira rejeita a CPMF e quer imposto único.
Ex-trotskystas de O Trabalho se reuniram no Restaurante Bartolomeu, em Goiânia.
Libelu (II)
O encontro foi organizado por Renato Monteiro e Edmilson dos Santos. Um revival dos anos 80.
Ungido Dianary Menezes recebeu convite do Palácio do Planalto para a posse de Dilma Rousseff.
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Reportagem de capa
O Bras A presidenta eleita, Dilma Roussef, declarou que sua vantagem ao assumir um dos postos mais importantes do mundo é a “herança bendita”, logicamente, em alusão ao seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva que, em janeiro de 2011, deixa o cargo com a marca de ser o governo mais popular e querido da história democrática brasileira. Mas, será mesmo o Brasil uma herança bendita? 24 | Hoje - Dezembro de de2010 2010
asil de Dilma
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Reportagem de capa Janaina Gomes
E
Educar para desenvolver
m meio a uma grande crise econômica mundial, onde se acirram A defasagem de ensino as disputas entre países para também é grande preocupação, garantir sua competitividade, lucrativiconsiderada um dos principais dade, bem como o rótulo de economias desafios para a redução das desidesenvolvidas, as cartas do gualdades e, claro, da prójogo ainda não estão xima presidenta. Em colocadas na mesa, todo o País, 87,6% e a expectativa de A primeira mulher dos alunos contodos é grande: a assumir a maior cluem a quarta Dilma Roussef é série do ensino economia a primeira mufundamental, lher a assumir da América mas somente a maior econoLatina tem 53,8%, a oitava mia da Amérisérie. Segundo enormes desafios, ca Latina. o Ipea, a popucomo diminuir Na década lação brasileira de 80, a banda Lea desigualdade ainda apresenta gião Urbana emsocial uma taxa elevada de balou a juventude analfabetismo (9,7%), brasileira com seu rock mesmo em comparação a crítico e letras engajadas, outros países do continente fruto da liberdade adquirida após sul-americano, algo em torno de décadas de repressão do regime mi14 milhões de pessoas: 22,8% da litar. “Que país é esse?” é um de seus população rural, 4,4% da urbahits e nome do terceiro álbum (1987), na, 13,9% da população negra, quando o vocalista Renato Russo, com sendo 5,9% da população branca. sua poesia ácida, criticava as favelas e São cerca 52 milhões 580 mil e a corrupção, duas máculas da história brasileira. Desvendar esta pergunta é o desafio para gerir o País, conquistar resultados e, principalmente, suprir os anseios desta Nação múltipla de realio relatório do Programa das Nações dades. Os jovens da geração Coca-Cola Unidas para o Desenvolvimento da que cantavam as músicas em coro hoje ONU (Pnud), divulgado em julho deste são adultos, e esperam que a manifestação popular expressa no voto seja sim ano, o Brasil tem o terceiro pior índice de desigualdade no mundo, ficando capaz de transformar o Brasil. Percorrer as particularidades do atrás, na distância entre ricos e pobres, quinto maior país do mundo em terri- apenas da Bolívia, Haiti, Madagáscar, tório com 8 milhões, 511 mil e 965 km2, Camarões, Tailândia e África do Sul – não apresentam fórmulas prontas que com uma população de mais de 190 milhões de habitantes, não é tarefa fácil, apontem para uma solução rápida. Vários índices comprovam a desimas é fundamental para entender os desafios. Se for perguntado a um empre- gualdade, entre eles o acesso à cultura, sário o que espera da nova gestão, bem a violência e o saneamento básico, provavelmente ele dirá: a continuidade os dois últimos comparáveis aos dos países mais miseráveis do globo. O do ciclo desenvolvimentista ora em curso; já a um pai de família desempre- Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea) gado, seria a possibilidade de trabalhar constatou que 70% da população brae ganhar o sustento de cada dia. São sileira nunca foi a museus ou centros realidades distintas de um gigante que culturais. Em contrapartida a taxa de também quer ser reconhecido como homicídios é comparável à da Faixa de “desenvolvido”. Contudo, mazelas Gaza: aproximadamente 50 mil a cada como a desigualdade social – segundo ano no Brasil. Segundo relatório da or-
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452 estudantes na Educação Básica -- que compreende a Educação Infantil (creche e pré-escola), o Ensino Fundamental (1º a 9º ano ou 1ª a 8ª série), o Ensino Médio, a Educação Profissional, a Educação Especial e a Educação de Jovens e Adultos (nas etapas Ensino Fundamental e Ensino Médio) -- ; 86,1% matriculados em escolas públicas; e 13,9% da rede privada, conforme o Censo Escolar da Educação Básica 2008. Existe uma grande carência por professores de 5ª a 8ª série e ensino médio, problema que pode ser agravado com a queda no número de formados em cursos voltados a disciplinas específicas do magistério e com o desvio de função. Um estudo do Ministério da Educação revela ainda 300 mil pessoas dando aulas no país em áreas diferentes das quais se formaram. Os motivos são óbvios: baixos salários e pouca valorização da carreira. Horácio Ferreira, educador e agente de trânsito, espera que Dilma Roussef diminua o “analfabetismo
funcional”. “Muitos alunos não conseguem acompanhar o conteúdo que repassamos. Incentivar o corpo docente é um bom caminho para melhorar esta realidade”, acredita. A privatização do ensino superior se apresenta com a concentração de 93,1% de faculdades e 96% de centros universitários no setor privado, enquanto que universidades são, respectivamente, 53% e 47% para o setor público e o privado. Nos últimos anos ocorreu uma expansão das universidades federais e dos institutos de formação tecnológica que saíram de 636 (2002) para 4.355 (2008), mas estes dados ainda não refletem no aumento da escolaridade: em 2009, apenas 14,4% da população de 18 a 24 anos (faixa etária esperada para o ingresso na educação superior) cursavam o ensino superior. De acordo com o estudo do Ipea, devido “aos entraves observados no fluxo escolar do ensino fundamental e médio, que têm elevada taxa de evasão e baixa taxa média esperada de conclusão”. O acesso à educação é bem diferente em cada região: no Sul, 19,2% dos jovens frequentavam o ensino su-
perior em 2009, no Nordeste o índice era inferior a 10%. Entre os jovens de 18 a 24 anos da zona rural, apenas 4,3% tinham acesso a cursos superiores, contra 18,2% da população que vive na cidade. Também há desigualdade no acesso entre negros (8,3%) e brancos (21,3%). Só agora em 2010, enfim, o investimento em educação chegou a 5% do PIB, uma média de investimentos semelhante a diversos países do mundo, o que inclui Argentina e China. E a defasagem do Brasil em relação a outros países emergentes ficou muito evidente também em uma divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas: a média de escolaridade para pessoas com mais de 25 anos é de 7,2 anos, número igual ao registrado no Zimbábue, País com o pior IDH do ranking.
Mercado de trabalho É interessante comparar os números para que seja possível avaliar as disparidades: se 86,1% dos estudantes do ensino fundamental estão matriculados em escolas públicas, e 13,9% da rede privada; e uma média de 94% das faculdades e centros universitários concentrados no setor privado, e 53% de universidades públicas, com certeza haverá uma dificuldade de acesso dos estudantes do ensino fundamental ao ensino superior e, consequentemente, déficit de mão-de-obra qualificada. O ano de 2010, segundo o Ipea, deve fechar com 6,2 milhões
de trabalhadores desempregados. “Desse total, cerca de 5,5 milhões dificilmente conseguiram emprego, devido à baixa escolaridade ou falta de experiência profissional”, analisou Márcio Pochmann, presidente do Instituto, no momento da divulgação das estatísticas. E 22,2% não possuem a qualificação suficiente para a atual demanda. Em levantamento inédito nas seis principais regiões metropolitanas do país, foi constatado que os mais pobres continuam à margem do mercado de trabalho: entre agosto de 2004 e agosto deste ano, a taxa de desemprego dos 20% mais pobres (com renda per capita domiciliar inferior a R$ 203,3 por mês) subiu de 20,7%
para 26,27%, e o desemprego total caiu de 11,4% para 6,7%. Entre os 20% mais ricos (com renda per capita domiciliar superior a R$ 812,3 mensais) a taxa de desocupação despencou de 4,04% para 1,4% nesse mesmo período. O número de desempregados caiu de 2,442 milhões para 1,6 milhão, os de baixa renda aumentou de 652,1 mil para 667,7 mil. Ou seja, a parcela mais pobre não tem sido beneficiada pelo aquecimento do mercado de trabalho. Para completar o quadro o racismo é outro fator que recai contra os mais pobres: só 23,3% dos desempregados das famílias de baixa renda são brancos. Dezembro de 2010 - Hoje | 27
Reportagem de capa ganização não-governamental Human Rights Watch de 2009, esta crise afeta principalmente as comunidades pobres das grandes cidades, e sofre tanto com a ação de “gangues criminosas quanto pelo abuso policial”, segundo a ONG, um “problema crônico”. Além da violência urbana, o relatório aponta as condições dos presídios, a tortura, o trabalho forçado, as ameaças aos povos indígenas e camponeses sem-terra e a impunidade como problemas graves. Os jovens, e mais consideravelmente os negros, são os mais vulneráveis (jovens de 15 a 24 anos respondem por um quarto das mortes anuais no Brasil), mas a violên-
cia contra a mulher, a criança e o idoso também aparece entre as estatísticas funestas. São cerca de 115 mil mortes por ano, 70 mil delas por violência no trânsito e outras 45 mil por homicídios. De acordo com um levantamento feito pela agência internacional AFP, “os cinco primeiros anos de guerra em terras iraquianas somaram um total de 97,639 mil baixas, incluindo civis, militares norte-americanos e forças de segurança do País, o que corresponde a uma média anual de 19,527 mortos, numero 5,9 vezes inferior ao de mortes no Brasil” . “A falta de água limpa mata anualmente no mundo 1,8 milhão de crianças
com menos de 5 anos de idade”, destaca a Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil contribui com estes dados com a falta de acesso ao saneamento básico: em 2008 apenas 44% das residências do País tinham acesso à rede geral de esgoto, 28,5%, coletado recebia tratamento; abastecimento de água não chega a 21,5% das casas; mais de 60% das cidades com alagamentos têm ocupação irregular e só 994 dos quase seis mil municípios tinham coleta seletiva. Um problema que se agrava ainda mais se for observado os dados das regiões Norte e Nordeste. Caos que tem praticamente o mesmo impacto social que a tão propagada violência urbana.
Pane no sistema? O sonhado desenvolvimento chegou, o mercado está aquecido e todos querem gastar o tão (ou nem tanto) suado dinheirinho. Imóveis, viagens, veículos, eletrodomésticos... Nunca foi tão fácil consumir. Independentemente da classe social: A, B, C, D, podem, querem e continuarão indo às compras nos próximos meses e, quem sabe, a nos. Par a garantir este ciclo, indústria, agropecuária, comércio e
serviços não precisam somente da mão-de-obra. A ausência de portos, aeroportos, estradas, transporte urbano, políticas de trânsito, mobilidade, acessibilidade são os gargalos mais lembrados. Parece até uma ironia: como movimentar a economia sem meios de transporte? Este tem sido um problemão, não apenas em se tratando da necessidade real e imediata; com a agenda certa de dois mega eventos internacionais – Copa do Mundo e Olimpíadas –, mesmo o mais otimista está muito preocupado com os desafios colocados e com o fôlego do País para suportar esta efervescência.
Brasil
Expectiva de vida DÉCADA
TEMPO DE VIDA
1900
33,7
1910
34,1
1920
34,5
1930
36,5
1980
62,5
1991
66,9
2000
70,4
2005
72,1
2010
73,9
Para arcar com suas despesas, a maioria da população ainda recorre ao salário mínimo, atualmente em R$ 510,00, grande expectativa de chegar em 2011 já na faixa dos R$ 540,00. É triste comparar com os Estados Unidos que remunera o equivalente a 1.256,66 dólares / mês e com a França estimado em 1.337,70 euros. Mas, por incrível que pareça, é o maior ganho real em comparação ao dólar.
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estrutura em transportes pesa no bolso do brasileiro. Devido estas deformidades, o frete é caro, o que encarece tudo que é transportado nas rodovias, desde a alimentação, os bens de consumo mais duráveis, até o próprio combustível usado para fazer rodar os veículos. O prejuízo do roubo de cargas – em torno de R$ 1 bilhão em 2009, mais de 13 mil e 500 ocorrências, segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística) – contribui significativamente para elevar estes custos aos consumidores, isso devido aos altos preços
dos seguros. As estradas das regiões Sudeste (81,38%) e Sul (7,9%) são os principais alvos dos bandidos que visam, principalmente, alimentos, eletroeletrônicos, remédios, cigarros, tecidos, autopeças e combustíveis, além de produtos metalúrgicos e químicos. Se não bastasse o impacto econômico, essa priorização do transporte terrestre ainda afeta o meio ambiente: estima-se que 74% das emissões são advindas desses milhões de caminhões, ônibus e outros meios de transporte de cargas em circulação diariamente em nossas já saturadas estradas, dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo.
“Navegar é preciso”, e trilhar também A Confederação Nacional do Transporte (CNT), em 2008, mapeou 1.751.872 km de rodovias Municipais, Estaduais e Federais pavimentadas (11,1%) e não pavimentadas (88,8%), a grande maioria. Países com tamanhos proporcionais como Rússia tem mais de 600 mil km, já Índia e China possuem cada um, algo em torno de 1,5 milhão de km asfaltados. A frota de caminhões e ônibus é superior a 40 milhões de veículos, com idade bastante avançada para o transporte, devido à malha viária cada vez mais deteriorada. O que dizer se o transporte terrestre é o mais utilizado no País, 96% do movimento de passageiros e 60% do transporte rodoviário? A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) avalia que se for comparar o Brasil com os demais Países da América Latina o quadro é tenebroso: 12ª econômica da América Latina, a Costa Rica tem melhor oferta de rodovias pavimentadas, e a Colômbia o número de hidrovias suficiente para atender seu território e população. O reflexo da falta de infra-
É de se questionar um país com tamanho território e com maior bacia hidrográfica do mundo ter deixado de lado por tantas décadas o transporte hidroviário e o ferroviário. As hidrovias do Madeira, Paraguai-Paraná, Paraná-Tietê, To-
cantins-Araguaia, São Francisco, são as mais importantes, mas os especialistas dizem que a falta de interligação com as demais regiões e com o transporte rodoviário e ferroviário (intermodal), o deixa meio subvalorizado. No final de 2009 o Ministério dos Transportes, em
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Reportagem de capa parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) e com apoio do Banco Mundial (Bird) anunciou o Plano Hidroviário Estratégico, cujo objetivo é “levar aos rios os planejamentos feitos para a malha ferroviária do país”. O PAC 2 também destina recursos para este setor, há a previsão de linhas de financiamento do Banco Mundial. Mesmo assim os 34 portos públicos movimentaram, junto com os privativos, somente no primeiro trimestre de 2010, 202 milhões de toneladas em cargas, representando um crescimento de 21,9% frente ao terceiro trimestre de 2009. Uma marca do governo Lula na área de transporte é o reinicio das obras da ferrovia Norte – Sul, que quando concluída terá 1.980 km e cortará os estados de Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul.Concebida sob o propósito de ampliar e integrar o sistema ferroviário brasileiro, ligará Senador
Salário mínimo no Brasil ANO
REAL R$ DOLAR U$
1940
240,00
12,23
1974
70,00
108,27
2010
510,00
290
Uma grande máxima, proferida aos quatro ventos, é que dinheiro não traz felicidade. Contudo, pelo que parece crescimento econômico não é suficiente para acabar com a pobreza. Um estudo Ipea mostra a evolução das taxas de pobreza e desigualdade por estado e região do País mostra uma gran-
Canedo (GO), a Belém, conectandose, a sul, em Anápolis (GO), com a Ferrovia Centro-Atlântica, e, a norte, em Açailândia (MA), com a Estrada de Ferro Carajás, ampliando os 29 mil 706 km de extensão já existentes no país. E pensar que já tivemos quase 35 mil quilômetros, perdidos por falta de investimentos em modernização, acompanhado do crescimento do transporte rodoviário.
E assim vamos vivendo...
Com tanto desenvolvimento, avanços nas mais diversas áreas, incluindo a saúde, surgimento de novas tecnologias é de se aguardar que a expectativa de vida aumentasse no país. No final de década de 90, a média de vida dos brasileiros era de 70 anos. Dez anos depois, passou para 73,1 anos, um aumento de 3,1, segundo a Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As mulheres saem na frente, a expectativa de vida delas pulou de 73,9 para 77 anos, e deles passou de 66,3 para 69,4 anos. Este é um fenômeno não apenas do Brasil, o qual muitos chamam de revolução demográfica, interferindo em todas as áreas possíveis, desde a infra-estrutura urbana até as políticas de saúde, o mer-
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de contradição: “a pobreza recuou mais justamente na região onde o Produto Interno Bruto (PIB) per capita cresceu menos. E vice-versa.” Conforme o levantamento, nos últimos 15 anos, a região CentroOeste registrou o maior ritmo de expansão do PIB per capita com 5,3%, apesar de concomitantemente a região do Brasil. É também a parte do Brasil com o pior desempenho na “redução média anual da taxa de pobreza absoluta (-0,9%) e a segunda na diminuição média anual da taxa de pobreza extrema (-2,3%)”. Falas Labaig
cado de trabalho e as contas públicas. E mesmo o aumento do número de assalariados com carteira assinada o país não tem sido capaz de barrar o déficit da Previdência Social, com previsão de fechar 2010 em R$ 45 bilhões. Apesar da expansão do PIB, em média de 4% ao ano, as áreas como a saúde e a educação ficaram com uma pequena parte do montante: 0,05% do aumento foi para a saúde, e 0,62%, para educação. Os gastos públicos com saúde, cerca de 350 dólares per capita por ano, são muito baixos, em comparação aos de outros países, mas acrescidos aos problemas de gestão, acabam se tornando ainda mais ínfimos. Daí o crescimento de gastos com a Previdência e com outras despesas vinculadas ao salário mínimo - auxílio a idosos e deficientes, seguro-desemprego e abono em algo em torno de 55,4% tenha sido pauta dos estudos sobre desenvolvimento. É o que diz o levantamento da Consultoria de Orçamento da Câmara Federal, com base em dados do Sistema Financeiro de Administração Financeira (Siafi), cujo levantamento apontou que o crescimento dos gastos com pessoal e outras despesas obrigatórias, como gastos com Legislativo, Judiciário e Ministério Público, cresceram mais de 30% nos últimos oito anos.
O que o Brasil espera da presidenta Dilma Realizadas as eleições, proclamados os eleitos, o povo brasileiro fica na expectativa de como serão montados os governos estaduais e federal. As qualidades dos secretários e ministros anunciados corresponderão ao que se esperava nos quisitos competência político-administrativa e honestidade com a coisa pública, conforme as promessas de campanha? Da presidenta Dilma Rousseff espera-se muito mais por ser a primeira mulher eleita presidenta do Brasil. Isto por si só já é um fato histórico marcante. Por isso seu mandato cria para a sociedade brasileira, inclusive para boa parte dos outros países do planeta, esperanças novas e renovadas no enfrentamento dos graves problemas que afetam o nosso povo. Ela recebe do presidente Lula um País cheio de otimismo e de problemas para serem resolvidos, muitos dos quais tão velhos como a origem e a construção desigual e injusta do Brasil. Lula com seu carisma deu um novo rumo e o povo apoiou, na tentativa de construir um novo País, com desenvolvimento e permanente inclusão social. Passos importantes foram dados, mas falta muita coisa para ser feita até poder dizer que o Brasil finalmente alcançou qualidade de vida e dignidade para todos os seus cidadãos. O tripé saúde, educação e segurança pública precisa ser enfrentado com determinação, recurso, política e pessoal preparados para os enormes desafios destes setores. Aí incluem saneamento básico universalizado, moradia decente, escola e saúde pública de qualidade. O País precisa com urgência de investimento maciço na infra-estrutura, o que não é fácil, porque os recursos são finitos. Tudo isto deve ser feito com a manutenção de uma política fiscal responsável, que controle a inflação e garanta o permanete desenvolvimento sócio-econômico.
Dilma como gestora pública deu provas de capacidade nos diversos cargos por onde passou. Agora diante do seu maior desafio não será diferente. Ela aprendeu agir com criatividade, audácia e equilíbrio. Delega poderes para os membros da equipe mas, cobra resultado e exerce o controle. Dilma está sintonizada com a modernidade político administrativa. As reformas estruturais, que não foram feitas no governo Lula, estão a desafiar a presidenta. É quase unanimidade nacional que Brasil precisa fazer pelo menos algumas delas. A presidenta deve aproveitar o prestígio e força do seu governo logo no início, ou correrá o risco de mais uma vez vermos adiadas as tão necessárias reformas Política, Tributária, Agrária, Previdenciária e Trabalhista. A sociedade e o Estado precisam-se modernizar para continuar avançando com desenvolvimento que garanta maior distribuição de renda, menos desigualdades regionais, enfim, mais justiça social. Os milhões de trabalhadores brasileiros precisam aumentar sua renda, as gritantes desigualdades sociais tem na concentração da riqueza, sua principal causa. Bem, presidenta Dilma, sua tarefa é difícil, mas temos certeza, porque conhecemos sua história de vida, de lutadora política determinada e competente, que está à altura para enfrentar os problemas desafiantes deste imenso Brasil. Sabemos dos seus compromissos inalienáveis com os princípios democráticos, adquiridos ao longo de toda uma existência de luta pela Liberdade e a conquista de uma sociedade justa para todos. Sucesso é o que lhe desejamos nesta sua suprema empreitada.
Tarzan de Castro Dezembro de 2010 - Hoje | 31
Infraestrutura
Novos trechos
Extensão sul da Ferrovia Norte-Sul deverá ter obras iniciadas antes da virada do ano
A
Valec, sob orientação do Ministério dos Transportes e da Casa Civil, priorizou a construção da ferrovia Norte-Sul do trecho de Ouro Verde (GO) até Estrela D’Oeste, em São Paulo. As obras devem ter início antes do fim de dezembro e já contam com a contratação e elaboração do EIA/RIMA e o projeto básico de segmento. A liberação da Licença Prévia, que possibilita licitação, foi expedida em abril deste ano, o que possibilitou selecionar, de forma rápida, as
empresas que irão construir cada um dos cinco lotes que compõem o trecho de Ouro Verde até Estrela D’Oeste, de 670 km. Só em Goiás são 494 km de extensão. Foram os seguintes os consórcios escolhidos: A t e r p a / E b a t e , Q u e i r o z G a l vã o / Camargo Corrêa, Constran/Egesa/ Carioca e Tiisa.O valor total de investimento é de R$ 2,2. Ao todo serão gerados 10 mil empregos diretos e 30 mil indiretos. A conclusão está prevista para o ano de 2012.
Trecho em Minas Gerais = 494,0 km Municípios localizados na área de influência da Norte-Sul: Acreúna, Brazabrantes, Cachoeira Alta, Campo Limpo de Goiás, Campestre de Goiás, Damolândia, Edéia, Goianira, Indiara, Jandaia, Nerópolis, Nova Veneza, Ouro Verde de Goiás, Paranaiguara, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Bárbara de Goiás, Santa Helena, Santo Antônio de Goiás, São Simão, Trindade e Turvelândia.
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Trecho em Minas Gerais = 105,7 km Municípios localizados na área de influência da Norte-Sul: Carneirinho, Iturama, Limeira do Oeste, Santa Vitória e União de Minas.
Trecho em São Paulo = 66,2 km Municípios localizados na área de influência da Norte-Sul: Dolcinópolis, Estrela D’Oeste, Fernandópolis, Guarani d’Oeste, Jales, Ouroeste, Populina, Turmalina e Vitória Brasil.
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Urubuservando
Carlos Brandão | carlosbrandao7@gmail.com
Grana ou notícia? Engraçada a imprensa. Boa parte dela brigou feito louca durante o processo eleitoral, cada um defendendo um lado. Não ficaria mais bonito se cada órgão de imprensa ou jornalista independente declarasse seu voto? As coisas feitas às claras, além de definirem de que lado cada um está, joga luz na conversa e tira do público a impressão que jornais, revistas e emissoras de TV são mafiosos e gostam bem mais de grana do que da notícia.
Dinheiro chama dinheiro Madonna avisa que, ao lado de sócios, vai abrir rede de academias em países tidos como menores. Entre eles, o Brasil, é claro, terra do seu amado (ou será ex-amado?) Jesus. Com o nome de Hard Candy Fitness Centers, 10 academias pretendem misturar exercício físico e entretenimento. Além dos exercícios já manjados, os espaços terão novidades como kickboxing, yoga, zumba e capoeira. Jesus me chicoteia!
Lucros astronômicos Os jornais noticiaram que o lucro do Bradesco no terceiro trimestre de 2010 é o maior no período já registrado por um banco de capital aberto. O que todo mundo sabe é que o lucro de todos os bancos é astronômico. Mas, apesar dessa grana toda na capanga
Camelôs X pedestres O camelódromo improvisado na Rua 30, esquina da Avenida Anhanguera, continua crescendo. Aliás, o trabalho dos rapas no Centro de Gyn é fraco. Os camelôs podem quase tudo. Os pedestres, quase nada.
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dos banqueiros, as filas nos bancos continuam enormes e, nós, pobres mortais, continuamos a ser desrespeitados sem a menor cerimônia. E ninguém faz nada. Não tem governo e nem Lei que dê jeito nessa gente.
Papo aranha O papo da moda é tentar saber se Xuxa e o cantor sertanejo Victor (da dupla com Leo) estão realmente de namorico. Gente, é sério, o Pa ís pode parar se tal revelação não for feita urgente. O Brasil é mesmo um lugarzinho vagabundo, né? Olha o papo dos caras! O Victor, coitado, fez até uns versinhos pra mostrar sua mágoa diante do que ele chama de fofocas. Veja que gracinha de protesto: “Como podem mentir sem mesuras/ disseminar conjecturas/ escanear meias figuras/ tornando em fatos mentiras puras?” A Xuxa, esse cantor e o populacho que discute besteiras estão merecendo descarregar um caminhão de tijolos no lote errado, né?
Caindo na real Os dois candidatos a presidente, no segundo turno, falaram tanto de Saúde de “qualidade” que até pensei que estava em outro País. Terminava o falatório dos candidatos e eu caía na real, ao
ver os programas jornalísticos populares das televisões. Os pobres sendo maltratados nos postos de saúde, de maneira vergonhosa, é o que rola. A realidade do povão não bate com a fantasia dos políticos.
Tem um pastor na Fonte TV, cabeludo, sotaque carioca, da fala fina, que diz que deus é mais. Ô rapazin enjoado! Como é que deus suporta isso? Jornalista tem que tirar da cabeça essa mania de ser o quarto poder, de estar certo sempre, de ser o dono da verdade. Dos repórteres do CQC, o Andreoli é bom, equilibrado. O resto é sem graça, agressivo quando não é hora e pretensioso. Passei na porta duma loja de 1,99 e tava tocando (eles sempre tocam músicas bregas e evangélicas) Ursinho Pimpão. “Vai ter uma festa, que eu vou dançar até o sapato pedir pra parar. Aí eu paro, tiro o sapato e danço o resto da vida.” (Chacal) Uma que não entendo: o bate boca sobre as obras de Gil Vicente, na Bienal de Sampa. Liberdade de expressão e democracia, ou se tem ou não. “Há dez anos eu era outro cara, meio que perdido e sem rumo, apressado e muito parecido – pasmem ... – comigo mesmo.” (Marcelo Mirisola) meu twitter: @carlosbrandao7 Dezembro de 2010 - Hoje | 35
Economia
Pelo bom, limpo e justo Presente em 150 países, o Slow Food, mix de associação e movimento, é defensor da vida simples, da valorização das tradições culinárias e dos produtores locais. Em Goiás, o principal pólo é a cidade histórica de Pirenópolis Rhadá Costa
“É
inútil forçar os ritmos da vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas”. A frase é de Carlo Petrini, fundador do movimento Slow Food. As premissas, ao mesmo tempo tão simples e tão significativas, contidas em suas palavras são a base de um movimento que resgata as tradições de um dos atos Carlo Petrine - Fundador do Slow Food
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mais básicos do ser humano: comer. Prática esta que vem sendo resignificada e perdendo suas características essenciais com a globalização e padrozinação dos hábitos alimentares. Para o movimento, melhorar a qualidade da alimentação e arranjar tempo para saborear é uma forma simples de tornar não só o cotidiano mais prazeroso, mas também de fomentar uma rede de relações harmoniosas e responsáveis. Fundado como uma associação ‘enogastronômica’ (de vinhos e alimentação) pelo ativista alimentar Carlo Petrini na pequena cidade de Bra no norte da Itália, em 1986, seu objetivo inicial era de apoiar e defender a boa comida, o prazer gastronômico e um ritmo de vida mais lento. Mais tarde, esta iniciativa foi ampliada para abranger a qualidade de vida e, como conseqüência lógica, a própria sobrevivência do planeta. O Slow Food adota, assim, uma filosofia que se desdobra em uma mudança de paradigma não só gastronômico, como cultural, econômico e socioambiental. Um estilo de vida baseado no desenvolvimento sustentável, que vai contra a rapidez e a massificação do mundo globalizado. “O Slow Food não é só uma alternativa ao fast food, mas uma forma de chamar atenção para toda a produção que está embutida neste estilo de vida, onde existe uma homogeneização e padronização da produção, que retira e exclui do mercado os pequenos produtores locais e as tradições culinárias regionais”, defende Kátia Karam, antropóloga, produtora rural e líder do Convivium Pirenópolis. Para o movimento, a forma como nos alimentamos tem profunda influên-
Bom, Justo e Limpo
cia no que nos rodeia – na paisagem, na biodiversidade, na economia e nas tradições. Portanto, é impossível ignorar as relações entre o prato, o planeta e a responsabilidade socioambiental. Assim, também contribui para a criação e fortalecimento de toda uma economia solidária, voltada à produção, proteção e divulgação de alimentos artesanais. Como afirma Kátia: ” Se nós queremos defender o consumo destes produtos e tradições regionais, temos que trabalhar principalmente em defesa dos produtores e comunidades locais, respeitando as questões ambientais e uma economia justa”.
Rede
Os produtos artesanais defendidos pelo Slow Food, como o Barú, não são apenas protegidos regionalmente, mas ganham projeção internacional, sendo divulgados em todo mundo pela rede do Slow Food, cujo principal evento é o Terra Madre, realizado anualmente na Itália. “O Terra Madre é um encontro mundial das comunidades produtoras de alimento. O trabalho é focado em quatro eixos. A primeira linha são os chefs de cozinha, pois são peças fundamentais na divulgação da produção artesanal. Hoje é imprescindível que o gastrônomo seja consciente de sua res-
No Slow Food, a perspectiva socioambiental é articulada em três elementos principais, que norteiam toda sua filosofia: o alimento deve ser bom, justo e limpo – características que se aproximam da prática da agricultura orgânica. “Bom por que é saboroso e capaz de estimular e satisfazer os sentidos. Mostrando que os alimentos tradicionais só são excluídos do mercado por uma questão puramente política e não de qualidade. Limpo se refere ao ponto de vista ambiental e significa produzido de acordo com práticas que respeitem o ciclo do meio ambiente e sazonalidade
das culturas. Justo pois respeita às diversidades culturais, tradições e a justiça social, o que significa pagamento e condições justas para todos os envolvidos no processo, desde a produção até a comercialização e consumo”, explica Kátia Karam. O Slow Food conjuga o prazer e a alimentação com a consciência e responsabilidade, seguindo, assim, o conceito da ecogastronomia. É o que explica Petrini. “Somos coprodutores e não simples consumidores, pois tendo informação sobre como nosso alimento é produzido e apoiando efetivamente os produtores, nos tornamos parceiros no processo de produção”.
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Economia ponsabilidade socioambiental. Outros dois eixos são os produtores e também os pesquisadores, que contribuem ao mapear os vários potenciais dos produtos tradicionais. E ainda os jovens, que são fundamentais para perpetuar esta filosofia para a posteridade”. O Terra Madre apóia uma rede de 5 mil produtores de alimentos de 1.600 comunidades do ramo, com mil cozinheiros e 400 acadêmicos de gastronomia de 150 países. Também foi criada a Fundação Slow Food para Biodiversidade em 2003 na Itália, que fomenta projetos como a Arca do Gosto, as Fortalezas e o Terra Madre. Regionalmente, existem os convivium, que “são células do movimento em cada lugar no mundo, onde são reunidas informalmente pessoas que têm interesse em participar do Slow Food. Os convivium são ligados à Itália, mas são livres para criar e desenvolver suas próprias atividades na divulgação e incentivo das tradições culinárias. No Brasil, hoje, temos 19 convivium”, explica Kátia Karam. O Convivium de Pirenópolis existe desde 2006 e conta, atualmente, com 25 associados. A cidade histórica é um importante pólo gastronômico ligado à cultura Slow food, com locais abertos à visitação como a Fortaleza do Barú, o Santuário Ecológico do Vagafogo, a Fazenda Babilônia e vários outros. Este ano, Pirenópolis também foi o palco, entre os dias 16 a 19 de setembro, do primeiro festival realizado no Brasil unindo cinema e cultura slow food: o SLOW FILME – Festival Internacional de Cinema e Alimentação. Foram exibidos títulos prestigiados como Terra Madre, de Ermanno Cine Pireneus 2
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Olmi, o longa-metragem brasileiro Ouro Negro da Floresta, de Delvair Montagner, que fez pré-estréia na abertura do festival, e o também nacional Seu Bené vai para Itália, documentário de Teresa Corção e Manoel Carvalho. Todos sob curadoria do crítico e professor de cinema, Sérgio Moriconi. Desde o ano 2002, um festival de cinema inteiramente dedicado ao tema é realizado em Bologna, na Itália. “O SLOW FILME realizado em Pirenópolis teve perfil semelhante ao evento italiano, com o objetivo de mostrar os conceitos do movimento sob o olhar do cinema”, afirmou Kátia Karam. Os participantes também foram convidados a vivenciar o modo de vida exibido nas telas. “Os levamos para fazer um roteiro que acompanha o alimento em toda sua trajetória até chegar à mesa, e depois, saborearam pratos servidos por vários chefs locais. Foram visitados laticínios de leite orgânico, a Fortaleza do Barú, a Fazenda Babilônia e outros roteiros alternativos da cidade”, completa.
Fortaleza d
O movimento Slow Food está comprometido com a proteção dos alimentos tradicionais, para isto, defende que a única forma de produção que pode oferecer uma perspectiva de desenvolvimento é aquela baseada na sabedoria popular de comunidades locais em harmonia com os ecossistemas que as cercam. Neste sentindo, desenvolve dois projetos principais em defesa dos produtos artesanais. O primeiro é a Arca do Gosto, um catálogo mundial que identifica, localiza e divulga sabores de produtos ameaçados de extinção. “Para nós cada alimento está ligado a uma comunidade. Quando dizemos extinção, não falamos só do ponto de vista físico, do desaparecimento daquele alimento na natureza, mas do ponto de vista sociocultubido no Festival de ral. Cada exi , dre Ma ra Ter me Cena do Fil alimento od Fo w Slo a em Cin traz consigo uma cultura, uma forma de produção, de vida, ritos e celebrações, tradições religiosas, ou seja, todo um caráter cultural de sociabilidade. A Arca do Gosto, criada em referência a Arca de Noé, cataloga os produtos de que deles dependem a sobrevivência de uma comunidade e de suas tradições”, afirma Kátia. Segundo ela, temos no Brasil 23 produtos catalogados. Depois da catalogação e
a do Barú identificação dos produtos, entra em cena outra vertente fundamental do Sloow Food, que é a criação de verdadeiras redes solidárias de produção: as Fortalezas, que são pequenos projetos dedicados a auxiliar grupos de produtores a preservar seus produtos artesanais de qualidade de forma cooperativista, contemplando todas as etapas desde a coleta, comercialização e distribuição. No Estado de Goiás, a Fortaleza da Castanha de Barú é o grande destaque. Ela está sendo desenvolvida na área em torno de Pirenópolis, em colaboração com duas associações: a ADCC (Associação de Desenvolvimento Comunitário do Caxambu) e o CENESC (Centro de Estudos e Exploração Sustentável do Cerrado). O primeiro projeto, na região de Caxambu, envolve cinco famílias na coleta, processamento e venda da castanha. O segundo reúne agricultores, pesquisadores e ambientalistas interessados em introduzir técnicas sustentáveis para gerir os recursos do Cerrado. As Fortalezas têm um único objetivo, que é a defesa dos produtos artesanais, mas sua organização respeita as características regionais. ”Quando uma comunidade vira fortaleza, ela tem que criar padrões de produção, uma espécie de norma de boas práticas. O diferencial é que estas normas respeitam as especificidades de cada cadeia produtiva. É a própria comunidade que decide como será estabelecida sua organização, o que, claro, também é feito de acordo com as leis vigentes. A comunidade de Caxambu já desenvolve este padrão e estamos trabalhando com mais duas comunidades, de Bom Jesus e de Santo Antônio, para que possam se adequar a esta proposta”. Kátia ainda explica que nas Fortalezas do Barú, por exemplo, tiveram de ser criadas normas específicas, já que o Barú envolve uma
atividade extrativista de acordo com a proposta de agricultura familiar do Cerrado. “Criamos dentro da Fortaleza algumas normas para que a produção fosse feita de forma compatível com uma agricultura sustentável. Na Fortaleza, o produtor não pode ser apenas coletor, ele tem que trabalhar em todo o processo de produção, o qual tem que ser feito de forma coletiva e não individual. Isto é necessário para assegurar a viabilidade futura do barú, a proteção da biodiversidade, os preços justos e que os lucros sejam igualmente divididos. As questões ambientais também são observadas, não se pode, por exemplo, retirar todos os frutos, é preciso deixar uma cota para os animais responsáveis por fazer a disseminação
e repovoamento destas sementes”. Além da Fortaleza do Barú, a região Centro-Oeste conta com mais cinco comunidades de alimento abraçadas pelo Slow Food: Agroextrativistas do Cerrado de Goiás (Agrotec); Produtores de conservas de frutas do Cerrado de Pirenópolis; Produtores de Marmelada de Santa Luzia, em Goiás; Produtores de variedades de amendoim do Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso; e Agroecologistas do Portal da Amazônia, também em Mato Grosso. “Vários são os alimentos que mesmo não sendo Fortalezas também são defendidos por meio das comunidades do alimento. Na região Centro–Oeste temos a farinha de Jatobá, cajuzinho, pequi, marmelo e amendoim ,entre outros”, completa Kátia. Dezembro de 2010 - Hoje | 39
Turismo
“Comer, Rezar, Am Na Roma dos césares, dá para fazer de tudo: aproveitar a gastronomia, orar na maior igreja do mundo e até se apaixonar
Izabel Todeschini izabelace@yahoo.com.br
D
epois de ler o best-seller e assistir ao filme “Comer, Rezar, Amar”, decidi escrever um roteiro para provar que, diferente da escritora – que teve de ir ainda à Índia e à Indonésia para cumprir a sua “missão” e finalizar a obra –, dá para encontrar tudo em Roma. Tenho que confessar: definitivamente, Roma é a ‘minha cidade’ – afinal, todo mundo que viaja sempre escolhe a sua preferida. Monumental, dinâmica, um verdadeiro museu a céu
Fórum Romano
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aberto, ela exala história, sabores e mexe com a emoção. Para começar a se apaixonar por ela, basta chegar de madrugada e ver os feixes de luzes amareladas brilhando e iluminando o mais imponente e impressionante monumento, considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo: o Coliseu. Depois, basta escolher um hotel, de preferência no coração da capital italiana, como um que encontramos pela internet. Simples e charmoso, ele fica na Piazza di Spagna, aos pés da Scalinata – um lugar badalado e sempre cheio de visitantes – e colado na Via Condotti – a famosa rua que abriga lojas de grife, como Prada e Louis Vuitton. Na primeira manhã, após um cappuccino com fritatta (omelete), dá para partir a pé, com um mapa nas mãos, rumo às principais atrações romanas e dar início, também, a uma orgia gastronômica pelas tratorias, gelaterias e restaurantes variados. Se for verão, melhor ainda. A animação dos turistas toma conta das ruas e contagia. É gente de todos os cantos da terra, caminhando e tropeçando pelas ruelas estreitas, lendo placas e tentando se entender nas mais diferentes línguas para poder chegar na Piazza Navona ou na Chiesa de Santa Maria Maggiore. Você pode começar o passeio pela Fontana di Trevi, seguir para o Pantheon e a Piazza Venezia, e entre um ponto e outro, dar uma paradinha para provar uma crostata ou um panini. Em uma nova jornada, pode conhecer o Fórum Romano – centro da vida política e comercial da antiga Roma – e o Coliseu – agora de dia e por dentro, parando em cada uma das 80 entradas arqueadas para imaginar como teriam sido as terríveis cenas dos encontros mortais entre leões e gladiadores. Pausa. E dá-lhe bruschetta, tagliatelle al pesto, agnello al finocchio e ti-
Amar”
ramisu. É claro que depois de exagerar tantas vezes à mesa, qualquer um está apto a completar o primeiro capítulo do livro: “Comer”. De metrô, chega-se facilmente à Cidade do Vaticano e gasta-se pelo menos um dia visitando o local, a começar pela Basílica de São Pedro, a maior igreja do mundo. Não há quem não permaneça horas, em estado de graça, admirando a obra de Michelângelo na Capela Sistina. Ali mesmo dá para escrever o segundo capítulo: “Rezar”. Do Museu do Vaticano, seguindo pela Via della Conciliazione, chega-se no Castello Sant’Angelo, fortaleza construída pelo imperador Adriano, que serviu de prisão e palácio, e que hoje guarda as jóias da igreja. Atravessando a ponte Dei Angeli – observado por seus 12 anjos de mármore – e cruzando o rio Tevere, dá para rever mentalmente cenas do filme ”Anjos e Demônios”, o que aumenta o impacto. As noites em Roma são divinas e inspiradoras. Se estiver acontecendo um festival cultural por lá, com barra-
Festival Cultural em Roma
Piazza Navona
cas espalhadas por vários quarteirões e uma diversidade de livros, quadros, artesanato, músicos e artistas representando ao ar livre, além de comes e bebes em ambientes orientais criados com tendas e tapetes, não tenha dúvida: é aí que vai reunir material para escrever o capítulo final do livro: “Amar”. Então, basta voltar à Fontana di Trevi, atirar mais umas moedinhas e esperar pra ver se o final dessa história vai combinar com o de Julia Roberts e Javier Barden. `Arrivederci`, Roma !
Cidade do Vaticano
Scalinata na Piazza Spagna
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Televisão
Araguaia: No cor Novela global homenageia um dos principais rios do país com a proposta de mostrar a mistura entre o rural e o urbano, característica marcante em toda a região Centro-Oeste. Embalada por um romance, trama mostra a beleza do bioma Cerrado e reapresenta ao circuito nacional a goiana Maria Eugênia, cantora que interpreta a música de abertura Lidiane Oliveira
O
Rio Araguaia, ou rio das araras vermelhas, no dialeto tupi-guarani, nasce no Estado de Goiás entre os buritis, no alto da serra Caiapó, e faz a divisa natural entre os Estados de Goiás, Mato Grosso e Tocantins. E sempre nessa sina de ser rio-fronteira, segue adiante percorrendo 2.115 km para, então, desaguar em seu rio-irmão, o Tocantins. Mutante, o Araguaia tem seus contornos alterados durante o ano, esculpidos ora pela seca, ora pelas chuvas. Quando suas águas baixam, ganha praias belíssimas e ares de balneário. Já quando transborda, inunda tudo, se alargando. Em seu percurso, tem-se um dos mais ricos e variados ecossistemas do Brasil, terras cuja biodiversidade engloba os biomas do Cerrado e da Amazônia. É considerado um dos rios mais piscosos do mundo. Essa parte do País não é tão conhecida, mas carrega uma história plena, que passa pela questão indígena, pela guerrilha, pela veneração que os habitantes do Centro-Oeste têm pelo rio, e também pela instituição que é o
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acampamento em suas praias durante a temporada de férias. É uma das regiões do ‘interior’ do Brasil sendo desbravada pela televisão. O Pantanal e a Amazônia, por exemplo, já foram cenários de algumas histórias conhecidas. “O Rio Araguaia é a última fronteira do Brasil”, definiu o antropólogo e historiador Leandro Karnal. E é essa fronteira que o autor Walther Negrão e o diretor de núcleo Marcos Schechtman tentam mostrar na novela das seis da Rede Globo, que leva o nome do rio. Em sua 38ª novela, o autor voltou às telas para contar a saga de Solano (Murilo Rosa), que desafia o seu destino em nome do amor e da justiça. É a primeira novela das seis a ser exibida em HD (High Definition). “Ela descreve universos muito ricos e mostra um lugar no coração do país pouco explorado pela televisão brasileira”, explica Negrão. “Essa é uma novela ‘rurbana’, que mostra a mistura entre tradição e modernidade, urbano e rural, natureza e civilização”, define o diretor de núcleo Marcos Schechtman, fazendo alusão ao conceito de ‘rurbano’, criado pelo sociólogo Gilberto Freyre, que aponta para a diluição das fronteiras
entre o campo e a cidade. “O interessante é que, mesmo com a evolução das telecomunicações e com o desenvolvimento, as cidades de Goiás pelas quais passamos, mantêm suas origens e costumes. E é desta forma que vamos retratar o interior do país”, acrescenta Schechtman. Definido por todos de sua equipe como um “entusiasta”, o diretor geral Marcos Schechtman não mede elogios para a beleza da região
oração do Brasil Centro-Oeste: “É impressionante, nunca havia visto nenhuma região como a do Araguaia. Levaremos ao público um Brasil surpreendente e que tem muito a revelar. Quando parti à procura de locações, queria um interior bucólico, contemplativo e parado no tempo, mas encontrei uma região muito diferente do que imaginava, um lugar onde tradição e a modernidade convivem de maneira surpreendente.
A força do Centro-Oeste
O interior do Brasil sempre teve muita força e isso se acentuou depois do ciclo econômico virtuoso que tem gerado um poderio econômico cada vez maior para o meio rural. É essa pujança econômica que promove o acesso do interior à informação, à telecomunicação e à tecnologia. “É a partir dessa realidade de contrastes que estamos retratando o Araguaia. Temos takes
Os atores Cleo Pires e Edson Celulari, durante gravação da novela Araguaia
que mostram bem esses aspectos: com jacarés em primeiro plano e jet skis ao fundo. Gravamos cenas desde o primeiro capítulo até o final da novela, e com várias opções. Nosso grande desafio era trazer o rio para a novela inteira. No total, são mais de quinhentas cenas gravadas no Araguaia. Segundo o autor da novela, Walther Negrão, a ideia da trama surgiu porque ele é um apaixonado pelo rio Araguaia e a região faz parte da sua história. “Quase participei da Guerrilha (do Araguaia). Só não fui porque conheci minha esposa e me casei. Na mesma época, em 1972, subi o rio para fazer uma matéria como repórter de turismo sobre o primeiro hotel flutuante da região e fiquei fascinado pelo lugar, por aquele rio tão diferente dos outros, no coração do Brasil. Então, contar uma história que tem esta beleza como cenário era uma coisa que eu tinha que fazer”, enfatizou.
Detalhes do cotidiano
A produção e a preparação do elenco de Araguaia começou no Dezembro de 2010 - Hoje | 43
Televisão
Foto: Débora Oliveira
Fazenda Montaria, uma das locações da novela
Rio de Janeiro, com aulas de dança, principalmente forró. A coreógrafa Sandra Regina buscou imprimir um jeito mais “matuto” ao gestual dos personagens, além de promover as relações entre eles. Também houve aulas de preparação corporal inspiradas no rio com as coreógrafas Helena Varvaki e Paloma Riani. “Trabalhamos muito com a expansão do corpo porque o Araguaia é uma região de expansão. É nessa paisagem que os personagens vivem, estando, por isso, acostumados a ter amplitude de visão e de movimento”, detalha Paloma. E o trabalho continuou nas
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cidades de São Félix e Luís Alves, às margens do rio, com a pesquisa de referências deste universo desconhecido, que mistura o urbano com o interior. São Félix foi um cenário bastante especial para a preparação dos personagens de Solano (Murilo Rosa), Estela (Cleo Pires), Manuela (Milena Toscano), Janaína (Suzana Pires) e Frederico (Raphael Viana). Foi no meio da natureza que os atores, com Paloma Riani e Marcos Schechtman, conviveram por cinco dias. “Eles fizeram dinâmicas e exercícios sensoriais em meio ao rio, seus botos e jacarés. Na natureza, o real de cada um aparece com muita força, dando
passagem para o outro, que é o personagem”, explica Paloma. No Rio de Janeiro, os atores tiveram aulas técnicas e específicas. O núcleo da operadora de turismo aprendeu a conduzir jet ski e lancha e também teve noções de rapel. Já Murilo Rosa, Milena Toscano e Cleo Pires fizeram treino de equitação. O elenco do Circo Gran Tenório frequentou os picadeiros para aprender malabarismo, números de mágica e acrobacia. Algumas mulheres do elenco, como Laura Cardoso e Júlia Lemmertz, conheceram a culinária sertaneja. As primeiras cenas de Araguaia no distrito goiano de Luís Alves foram
la, Rodrigo Tapias, conta que passou 10 horas percorrendo o Araguaia com Schechtman, até encontrar a melhor locação. “As gravações às margens do rio exigiam uma logística complexa. Escolhemos Luís Alves, distrito de São Miguel do Araguaia (norte de Goiás), que fica a nove horas de Goiânia. Lá tínhamos uma boa base e estrutura. ”, explica Tapias.
Os “artistas” locais
feitas em fazendas e nas belas praias de areias brancas que se formam na seca do rio, entre os meses de julho e setembro. Para gravar os primeiros capítulos da novela, os atores passaram cerca de 40 dias em Luís Alves. A atriz Cleo Pires (Estela) que já conhece bem a região (sua família tem casa em Aruanã) virou uma espécie de guia para os colegas de elenco. “Foi um esquema de guerillha. Mas todo mundo estava empolgado, adorando fazer a novela. Foi um perrengue gostoso”, recorda. Ela ainda ensinou os colegas de elenco a lidar com outro tipo de personagem: os mosquitos. “Além do protetor solar, o repelente não pode faltar”, deu a dica. O gerente de produção da nove-
A produção deu oportunidade para as pessoas que moram na região do Araguaia participarem como figurantes. A estudante Débora Santos Oliveira Jesus gostou da experiência, a qual “vai guardar para o resto da vida”.“Foi bastante proveitoso e me senti feliz em participar de uma novela que conta a história do majestoso Araguaia, a maior riqueza e orgulho da minha terra. Além de enriquecedor, também foi divertido conhecer pessoas interessantes”, contou. Segundo ela, seu maior desafio foi fazer a travessia do rio entre Luís Alves e a Fazenda Montaria -- um percurso de cerca de 1 hora. “Era cansativo sair às 4 horas da manhã no escuro, sentindo muito frio e em um silêncio que nos deixava apreensivos. Me sentia impaciente”. Ao todo, cerca de cem profissionais viajaram do Rio de Janeiro para Goiás. Mais de 20 malas de figurino e cinco toneladas de equipamento de engenharia, produção de arte e cenografia foram transportadas para registrar as belezas naturais. “Ficamos muito satisfeitos com as gravações em Luís Alves, tanto pelos cenários maravilhosos como pela acolhida da população. Conseguimos imprimir nas cenas todos os elementos que o Araguaia carrega. Foi uma passagem muito bem sucedida”, conta Schechtman.
Cenografia
Algumas cenas também foram realizadas em uma cidade cenográfica construída no Projac. As cores, texturas e formas das belas paisagens do Centro-Oeste brasileiro serviram de inspiração para a cenografia, assinada pela cenógrafa e arquiteta
Juliana Carneiro. Ela e sua equipe, formada pelos cenógrafos Fumi Hashimoto e Wilson Neto e mais 12 assistentes, tiveram o desafio de construir, em 45 dias, todas as frentes da cidade cenográfica e todos os cenários de estúdio. “Somando tudo, são mais de 21 mil m 2 de área implantada”, contabiliza Juliana. Foram 45 dias de execução, mas o trabalho começou antes disso. “Iniciamos a pesquisa no mês de março, conversamos bastante com o Marcos Schechtman e viajamos a Goiás para conhecer a fundo a arquitetura, fauna e flora da região retratada na novela”, diz Juliana. “A riqueza natural do Araguaia contribuiu para a ideia de fazermos de Girassol uma cidade rústica, mas com muito charme. Na história, a vila é projetada por Fred, um arquiteto jovem e moderno, fato que a transforma num lugar sustentável e com muitos elementos reciclados”, detalha a cenógrafa. A geografia não influenciou apenas na matéria-prima utilizada pela equipe de cenografia em Girassol, mas também no estilo arquitetônico. Como o Araguaia é uma região alagadiça, para representá-la foram usadas construções de palafitas de madeira típicas de áreas próximas ao rio. O toque final da cidade ficou por conta de sua vista aérea que, com ajuda da computação gráfica, parecerá um girassol.
Talentos goianos
A voz do Araguaia é da cantora Maria Eugênia, intérprete da música Companheiro (Nairi Siqueira e Tibério Gaspar), tema de abertura. “Fiquei sabendo que Schechtman ouviu CDs e pesquisou muito sobre Goiás, nossa cultura e gastronomia. Tive a sorte de ter gravado uma música que, na opinião dele, encaixou muito bem na história da novela”, comentou a cantora. “Estou achando maravilhoso, não poderia ser mais perfeito uma novela passada no Araguaia, uma história super interessante, um autor e um diretor fantásticos, uma música simples com uma mensagem direta e muito positiva”, revelou. Dezembro de 2010 - Hoje | 45
Televisão
Reprodução de costumes Pirenópolis também serviu de parada para Edson Celulari, Júlia Lemmertz, Lima Duarte, Laura Cardoso, Thaís Garayp e Yunes Chami, que se encontraram com o restante do elenco para gravar cenas em cachoeiras, fazendas e estradas. O grande destaque das gravações na cidade foram as cenas da festa das Cavalhadas, que foi ao ar no primeiro capítulo da novela. A festa é uma encenação ao ar livre que mostra uma batalha medieval entre mouros e cristãos, uma tradição da cidade, que tem uma das cavalhadas mais significativas do Brasil e por isso foi escolhida como cenário. O cantor e compositor goiano Marcelo Barra interpretou um menestrel que conclamava os cristãos a se defenderem dos mouros e a protegerem sua igreja e sua fé. Marcelo disse que sentiu prestigiado por ter sido escolhido para representar um personagem, falando dos costumes de Goiás. “É a primeira vez que apareço em uma novela. Senti uma responsabilidade muito grande, principalmente quando penso que representei todos os goianos naquele momento”. O ator e funcionário público municipal Itamar Gonçalves fez o papel do Padre que realizou o batismo dos cavaleiros de Solano, entregando-lhes as espadas para os cavaleiros do protagonista. “Foi emocionante participar das gravações da novela. Gosto muito de trabalhar como ator, dos cavaleiros e da minha cidade que serviu de cenário. Cada cena tem um desafio, é interessante falar que fico nervoso fazendo esse trabalho, debaixo dos olhares exigentes dos meus conterrâneos”, explicou. Já a empresária e modelo Dayse Karla Ramalho, que saiu de Goiânia para gravar como figurante em Pirenópolis,
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considerou a experiência inesquecível. “Gravar com pessoas que até então a gente só vê na televisão, que está ali bem próximo, ao nosso alcance, poder tirar fotos... Desde a prepa-
ração para gravar, o calor na cidade, as regravações – ter que gravar mais de três vezes a mesma cena –, até o cansaço por ter de ficar muito tempo em pé valem a pena no final”.
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Diferente Eduardo de Morais Duarte e Vivian Augusta Ramos França são médicos e casaram de forma original: por testemunhas, a brisa do rio Negro e o gorgear das aves, no Amazonas. Coube ao pastor João Wilson Nonato Vasconcelos, da Igreja Presbiteriana de Manaus, celebrar a cerimônia.
15 anos de Natália
As Meninas
Ao completar 15 anos, Natália Resende Guedes ganhou big festa no Oliveira’s Place, comandada por seus pais, a biomédica e empresária Enilda Resende Mota Guedes e o médico Laerte Leite Guedes. A festa, em 27 de novembro, só terminou depois do café, na manhã do dia 28.
“As Meninas” são um grupo de amigas de Goiânia que organizam bazares com o objetivo de proporcionar às mulheres produtos de bom gosto, qualidade e preço acessível.” Organizadoras: Luciana e Adriana Rocha.
Compromisso Alessandra Milhomem Seixas é filha do jornalista Wandell Seixas e da pedagoga Dilza Milhomem, e noiva do publicitário Marcus Vinícius Naciff Carneiro. A comemoração se deu entre amigos e familiares. Casamento breve!
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DecorArt
Casa Cor Brasília O arquiteto e designer de interiores Alexandre Milhomem fecha 2010 com saldo positivo, após o encerramento da 19ª edição da Casa Cor Brasília, realizada na capital federal entre os dias 8 de outubro e 17 de novembro. O profissional projetou o restaurante da mostra e o idealizou respeitando o conceito de arquitetura high tech industrial. Destaque para o revestimento do piso em granito levigado, um lançamento e uma exclusividade Marbrasa Mármores e Granitos, que pode ser encontrado em Palmas (TO).
Lounge O Goiânia Shopping transformou o espaço do lounge do piso 1 em ambiente decorado. Os clientes encontram agora um local cheio de estilo para o descanso durante as compras de final de ano. O lounge, assinado pelos arquitetos Augusto Thomé, Júnior Roriz, Wanessa Chaveiro e Letícia Ferro, tem móveis em madeira de demolição, espaço bistrô, poltronas, camas puffes e um lançamento tecnológico que está chamando a atenção dos clientes do shopping: a TV à prova d’água, que foi colocada dentro de uma cascata.
Revestic As empresárias Luciana Oliveira e Isolda Gontijo receberam 300 convidados em noite de festa com temática indiana para o lançamento da I Mostra Revestic de Ambientes. A mostra segue até o ano que vem, com 11 ambientes criados por 15 profissionais de arquitetura e design de interiores. Pela loja, soluções criativas para deixar ambientes comerciais e residencias mais charmosos e práticos. Destaque para o papel de parede 3D, tapetes personalizados e opções de piso flutuante de madeira de reflorestamento. A entrada na mostra é gratuita.
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Bossa
Keep Walking I
Com muito charme, a Bossa Boutique de Casa abriu suas portas. A proposta é descolada, com adornos e acessórios únicos e exclusivos, garimpados por todo o mundo. O clima é intimista e o lugar tem cara de boutique européia. Os ambientes montados foram inspirados nas estações do ano. A Bossa Boutique de Casa fica na Rua 135, no Setor Marista.
Artefacto
A Johnnie Walker®, em parceria com o Jornal O Popular, premiou personalidades que são exemplos de espírito KEEP WALKING® em Goiânia. Foram várias categorias: Arquitetura e Urbanismo, que teve como premiado Leo Romano (foto); Gastronomia, cujo escolhido, Fernando Hanna, desenvolve como projeto um centro gastronômico para pesquisa de inovações em alimentação, aberto ao público com espaço de cursos, workshops e palestras voltadas à arte e tecnologia em alimentação; Cultura, que elegeu Vera Bicalho da Companhia de Dança Quasar; e Negócios, que elegeu Otávio Lage de Siqueira Filho, atual diretor Diretor Presidente da Jalles Machado.
A artista mineira, Thereza Portes, está com duas grandes obras expostas na vitrine de Natal de uma das lojas de decoração mais conceituadas de Goiânia, a Artefacto. O trabalho transmite bom gosto e criatividade, apostando no tema tropical e no estilo hiper clean, que passam bem o recado de que contemporaneidade anda de mãos dadas com o belo, brasileiro e o simples.
Leo Romano foi o escolhido no quesito arquitetura devido sua vasta formação, que lhe permite transitar com propriedade pelo universo da criação. Constantemente, tem seu trabalho publicado em jornais, revistas e livros nacionais e internacionais. Vencedor do Prêmio Top 100 (Revista KAZA 2008), como um dos cem profissionais de maior influência no mercado nacional, e no Prêmio Expressividade 2008. A inovação e ousadia dos projetos que assina, juntamente com o aprimoramento profissional, garantelhe um posicionamento de mercado focado principalmente em conceitos estéticos e espaciais únicos, que fazem do trabalho de Leo um exemplo de autoria e identidade, que agregam valores e benefícios para clientes corporativos e residenciais.
Keep Walking II Já para Vera Bicalho, a dança é uma paixão. Diretora da Companhia de Dança Quasar, Vera foi uma das personalidades que ganhou o prêmio Keep Walking. Mais do que isso, em 1988, assumiu a responsabilidade de, ao lado do coreógrafo Henrique Rodovalho, criar e tocar um grupo independente: a Quasar Cia de Dança, reconhecida internacionalmente. Mesmo com a agenda de apresentações da Quasar, Vera ainda se dedica ao trabalho de conselheira no Conselho Estadual de Cultura e à elaboração e realização de projetos que estimulam e fomentam a dança contemporânea em sua cidade e seu estado. Alguns exemplos: Paralelo 16; Dança na Cidade; Quasar Jovem; Arte no Pátio; Conhecendo as Artes.
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Restaurante
Homenagem à boemia carioca! Café Nice, bar e restaurante temático reúne amantes da boa música e, claro, da gastronomia Rhadá Costa
O
Café Nice é um bar temático que homenageia em sua ambientação o famoso homônimo do Rio de Janeiro, reduto da boemia e intelectualidade carioca por várias décadas. O espaço mistura o requinte dos melhores restaurantes com a descontração dos bares de calçada, já bastante tradicionais em Goiânia. O toque diferenciado fica por conta das diversas caricaturas expostas no local. Como a música é o tempero final do Café Nice, as caricaturas são inspiradas neste universo. Dividido em dois ambientes, com uma área interna e outra externa, as lendas da música como Jimi Hendrix, Martinho da Vila, Cássia Eller, Tim Maia, Chico Buarque e celebridades estão por toda parte. Ao todo são mais de cem caricaturas localizadas em pontos estratégicos da casa. A ambientação e projeto arquitetônico, inspirados na boemia carioca, são assinados pelo renomado arquiteto goiano Marcos Simão. É sob este cenário e entre a irreverência das caricaturas, que os principais artistas do cenário goiano se apresentam no palco de terça-feira a domingo. Localizado na esquina da avenida T-11 com a T-36, ao longe já é possível observar a charmosa fachada. A separação entre o ambiente interno
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e externo é feita a partir de portas inteiramente constituídas de vidro. Outro recente atrativo é um deck vip “aquário”, climatizado e composto de uma estrutura em vidro com vista para a avenida T-11. Acostumados aos tradicional bares de calçada goianos, o Café Nice inova ao garantir a clientela que este contato visual entre quem está dentro do bar e quem está passando na rua seja mantido, porém com isolamento acústico e total segurança. A identidade visual fica por conta de uma aplicação diferenciada que reveste todo Café Nice e traz fotos de grandes nomes da música e personalidades. A arquitetura com elementos de vidro também é bem flexível e permite decorações temáticas especias, como a que o Café Nice preparou para o evento Carnaval dos Amigos em 2010. TVs de plasma finalizam o clima do ambiente externo e são um atrativo aos amantes do futebol, que adoram assistir aos jogos acompanhados do melhor da gastronomia e, claro, de uma tradicional cervejinha bem gelada!
Telefone: (62) 3541-4690 Endereço: Avenida T-11 esq. com T-36 Setor Bueno - Goiânia /GO
Cinema
Redescobrindo a luta camponesa Projeto da UFG lança documentário que resgata a luta por terras em Trombas e Formoso
N
ascido da inquietação de jovens estudantes universitários, o filme “Trombas e Formoso: Memórias de uma Luta” é lançado com o intuito de resgatar a memória de um importante momento da história de Goiás e do Brasil. De acordo com uma das realizadoras do filme, Ana Lúcia Nunes, a peculiaridade na luta dos posseiros daquela região está justamente no fato de que, ao contrário do que a história conta a respeito de outros movimentos, como Canudos e Contestado, o que aconteceu em Trombas e Formoso é exemplo de que os camponeses organizados podem ser vitoriosos. O documentário realizado entre os anos de 2008 e 2010 conta a história de um grupo de posseiros que se organizou para lutar contra grileiros pela posse de terras devolutas na década de 50. Na época, o grupo conseguiu o direito legal sob as terras e começou a fundamentar bases para uma sociedade cujo principal caráter era a
cooperação. Apesar dos esforços, o projeto dos camponeses foi interrompido pelo vulto da Ditadura Militar, e durante décadas a história de luta pela posse de terras em Trombas e Formoso ficou esquecida. No documentário de 20 minutos, os camponeses são convidados a resgatarem suas histórias de lutas e ideais e reconstruírem as experiências vividas há mais de 50 anos. “O que fizemos é apenas uma parte dessa história, uma maneira de contá-la, não a única e muito menos a verdadeira. É uma história feita de retalhos, de pedaços de memórias dos sobreviventes”, ressalta a realizadora. O filme é fruto de um projeto de extensão e cultura da Universidade Federal de Goiás em parceria com o Programa PROEXT Cultura do Ministério da Educação/SeSu. Uma primeira edição está disponível no portal www.trombaseformoso.com, no qual também pode ser encontrado um amplo acervo documental da luta, formando o Memorial Trombas e Formoso, cujo principal objetivo é o resgate histórico da revolta e a difusão destes registros na internet. O lançamento do filme é parte da programação da quinta edição da Feira de Informação e Comunicação (FEICOM) da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia. Neste ano, o projeto foi premiado no Congresso de Ciências da Comunicação Intercom – regional Centro-Oeste e
também na Intercom nacional em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
Sonho realizado
Após longo período de pesquisas vasculhando os poucos registros históricos e ancorando-se na memória de moradores locais que presenciaram a luta camponesa, a mestranda em Comunicação e Cultura pela Universidade de Buenos Aires, acadêmica de Publicidade e Propaganda pela UFG e realizadora do filme, Ana Lúcia Nunes fala sobre o projeto: “Trombas e Formoso não pode estar nos livros de história porque vai ser exemplo, como diz a Dona Dirce ‘de que os camponeses organizados podem e devem ser vitoriosos’”. “Trombas é o momento da revolta dos camponeses, da rebelião contra a servidão e a exploração, é também o momento da organização e de um início de cooperativismo. É uma história muito bonita que precisava ser contada. O que fizemos é apenas uma parte dessa história, uma maneira de contá-la, não a única e muito menos a verdadeira. É uma história feita de retalhos, de pedaços de memórias dos sobreviventes”, pondera.
Ana Lúcia, uma das realizadoras do filme. Para ela, a luta dos camponeses foi também o início de um cooperativismo, “uma história feita de retalhos e de pedaços de memórias dos sobreviventes”
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Carlos Pompeu | culturamix@gmail.com / www.tecnocibernetico.wordpress.com
Livro digital
Música popular A cantora Márcia Jácomo tem marcado presença nos palcos goianienses cantando o que há de melhor na Música Popular Brasileira. Iniciou, nos anos 80, no Coral da Cidade, sob a regência de Luiz Graciliano Salles. Depois esteve nos Estados Unidos, onde se apresentou pelos palcos da Georgia, acompanhada do músico Edivaldo Queiroz. Atualmente, além da carreira solo, Márcia Jácomo participa de um grupo vocal formado por professores da Escola de Artes Veiga Valle CEP/Basileu França.
Arte engajada O escritório cultural Poesis Art agora está atendendo no Rio de Janeiro. Segundo Edson Lenine Prado, filósofo responsável pela empreitada, o seu site, anunciado anteriormente nesta coluna, deve sair em breve. Os freios foram acionados devido à agenda das eleições, quando participou ativamente junto com intelectuais e artistas como Chico Buarque.
Enquanto muitos ainda discutem sobre o futuro do livro como suporte físico – o que ocorre devido a presença cada vez mais constante do Ipad e de leitores de livros digitais, por exemplo – a escritora, Laura Udokay já saiu na frente, obtendo grande visibilidade na mídia ao colocar seu primeiro romance, “Martini, o pequeno Demônio”, para livre acesso. O livro fala sobre um vocalista de heavy metal e suas aventuras. Em menos de um mês já foram mais de 800 downloads realizados gratuitamente. www.lauraudokay.blogspot.com.
Literatura perfumada O escritor Paulo Moreira, nascido em São Paulo, residindo atualmente em Araras (SP), é mais um artista que tem encontrado uma boa acolhida no ciberespaço, com seu blog (http://gluckall.blogspot.com). Devido à visibilidade proporcionada pela rede, o seu mais recente livro, “Perfume de Coração”, tem obtido grande repercussão. Curiosidade: o escritor produz perfumes artesanais.
Dicas de vídeo “A Culpa é do Fidel” é um ótimo filme francês dirigido por Julie Gravas. Foi sucesso de público e crítica no Festival do Rio (2007). Muito inteligente e sensível, o filme retrata Anna, uma menina de 9 anos, em meio à uma trama que se passa nos conturbados anos 70, tendo como pano de fundo manifestações contrárias à ditadura de Franco e o governo socialista democrático de Salvador Allende. Destaque para a pequena atriz Nina Kervel Bey que, literalmente, carrega o filme nas costas. Detalhe. O vídeo foi alugado por este colunista na CARA Vídeo.
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Papo do Pomps
O Crítico Teatral Tive o privilégio (a convite dos organizadores do evento) de participar, como parte do público – detalhe a casa estava cheia – do espetáculo teatral “O Circo dos Amores Impossíveis”, por ocasião do Goânia em Cena 2010, Festival Internacional de Artes Cênicas, em sua 9ª edição, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura em parceria com a UFG, que ocorreu no Centro Cultural Martim Cererê com apoio da Agepel. A peça, em questão, foi composta ao longo de 8 anos pelo poeta e escritor Itamar Pires Ribeiro, responsável pelo texto, e por Débora di Sá, que assina a parte musical do espetáculo. Aliás, belas canções que servem para contar a história de amor entre uma bailarina e um atirador de facas em um circo, com direito à mulher barbada, um elefante chamado Godofredo, o apresentador e um hilário investigador que tenta decifrar à tragicomédia que está sendo encenada no palco. Resumindo, podemos dizer que se trata de um musical no melhor estilo de “Os Saltimbancos”, com malabarismos circenses e tudo mais, de Chico Buarque de Holanda. Por algum motivo ainda não identificado, me veio à memória “O Fantasma da Ópera”, um romance francês escrito por Gaston Leroux, publicado pela primeira vez em 1910, que sem dúvida atingiu seu auge quando foi adaptada para a Broadway por Andrew Loyd Weber, em 1986, e que ainda hoje está em cartaz. Isto porque o mundo lúdico a que somos apresentados logo nos envolve e nos leva para o coração da trama que, em um primeiro momento, parece ter um tom policialesco. O apresentador contrata um atrapalhado investigador particular, responsável por boa parte dos risos da platéia, para resolver a história de amor entre a bailarina e o atirador de facas que acaba em uma tragédia. Aparentemente passional. A direção, muita segura por sinal, é assinada por Lua Barreto que soube dosar muito bem a trama à música que está presente em todo o espetáculo. Os atores (Débora di Sá, Reginaldo Mesquita, Diogo Aguiar, Marcelo di Castro, Juliana Barbosa e Heitor di Sá) não interpretam apenas – ofício que fazem muito bem aliás, mas também tocam instrumentos musicais como guitarra, bateria, percussão e teclados, e também cantam. Revelando-se grandes cantores.Tudo isso embalado com belos figurinos e complementados pela empolgante coreografia assinada por Luciana Caetano. No resumo da ópera, entre risos e aplausos, com a emoção à flor da pele e com a alma, literalmente, lavada, me flagrei, como toda platéia, ovacionando de pé o espetáculo que os atores nos presenteavam ao interpretá-lo para um público que se encantou durante toda a apresentação. Agora, só me resta socializar estas minhas observações com nossos leitores. Tudo de bom!
Sr. Blanchu O músico, compositor e produtor cultural Dú Oliveira tem se destacado no ciberespaço com sua música. Juntamente com o baixista Nonato Mendes e o percussionista Sérgio Pato, tem despertado interesse à frente do Sr. Blanchu. Um grupo que faz música popular brasileira experimental com doses de psicodelismo. http://www. myspace.com/sr.blanchu
303 O final de ano é tempo de festas. Essa é uma das propostas, além da conscientização ambiental, do 303 Art Festival que acontece entre 29 de dezembro e 2 de janeiro de 2011, em Caraíva, no litoral sul baiano. Você pode ficar por dentro do Line Up do festival acessando o blogoficial em www.303artfestival.wordpress.com.
Novidades
Letras no myspace plásticas A artista plástica Patrícia Ferreira tem se destacado, principalmente nas redes sociais, como o Facebook, onde seu blog tem sido bastante comentado. Patrícia tem como influência a geração 80 da pintura brasileira, além dos expressionistas abstratos como Joan Mitchel. Atualmente, a artista plástica, que é doutora em Letras e Linguística (http://verdepoesia.net), tem trabalhado mais com pinturas em acrílico sobre duratex. Confira no link: http://patworkpat.blogspot.com
A escritora Laura Udokay está com a bola toda. Como desenhista, ela assina o desenho da capa do novo EP independente dos DOENTES DO AMOR, do vocalista Fon Sin e do baterista Ivan Pedro, ex-NEM, banda que teve seu álbum de estréia produzido por Serginho Dias. Inovador, o músico agora tira som de teclados e sintetizadores com seu Ipod. Isso mesmo, Ivan faz som com um gadget. As músicas podem ser ouvidas e baixadas gratuitamente pelo link:www.myspace.com/doentesdoamorr.
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Moda
Verão 2011
A estação mais quente do ano chega abusando dos curtos, das transparências, dos shorts e das cores fortes
L
eveza e frescor. As coleções verão que tomam as lojas chegam cheias desses dois elementos, mas tudo com muito charme que é para estar em sintonia com o sexy appeal da estação. Confira, agora, alguns dos hits da verão.
Shorts e hotpants Pra passear durante o dia, para curtir a balada à noite e até mesmo para trabalhar: os shorts dominam a estação. Ainda mais curtas são as hotpants. Mas estas, só pra quem está com tudo em cima.Podem ser usados com camiseta e blazer.
Pernas pra quê te quero: shorts e hotpants são alguns dos hits do verão.
Cores As cores fortes vêm com tudo, especialmente combinadas ao nude, tons pastéis ou terrosos. Os tons cítricos ou básicos ganham espaço graças à outra tendência da estação: os anos 80. Destaque para o azul turquesa. Bolsas, sapatos, cintos e bijuterias também ganham o charme dos tons fortes. O futuruismo retrô em tons fortes combinados ao nude, no desfile de Tufi Duek.
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Saias As pernas de fora ganham a feminilidade das saias rodadas. Peça marcante dos desfiles 2011, pode ser usada com top mais justo e cinto, de preferência, os de vibe vintage. As de cintura alta continuam em voga.
Vestidos Os curtos estão com tudo. Aposte no estilo ladylike dos anos 50 ou no evasê dos anos 60. Na contramão dos curtíssimos, os longuíssimos também ficam em alta.
Curtíssimos e sensuais. Inspirados no design automobilístico dos anos 60, como nas peças de Reinaldo Lourenço, ou no estio ladylike, dos anos 50.
Transparência A transparência é outro hit da estação, aparecendo em várias peças. Mas vale o bom senso para usar!
Aposta de Lucas Nascimento e Cavalera, a transparência chega em saias, blusas e calças. Dezembro de 2010 - Hoje | 57
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Lendo, Vendo e Ouvindo Luiz Augusto Pampinha A internet tirou os jornalistas do pedestal. O velho jornalismo acabou, ficou ridículo. Era uma vez os jornalistas que decidiam sozinhos o que o público ia ler, ver e ouvir.
Lara Tatiele, modelo, 19 anos, e cursa arquitetura. Gosta de usar a internet para ficar bem informada e adora comprar sapatos. É de Anápolis-GO.
Do papa da neurologia goianiense, Sebastião Eurico: “No derrame, 30% morrem, 30% ficam com sequela e quatro em cada dez se recuperam satisfatoriamente”. Conta ainda o doutor Sebastião Eurico: “No Brasil os derrames matam mais do que doenças cardíacas e câncer. Em Goiânia acontecem dez casos por dia”. Quando a atriz Cleo Pires chora nos capítulos da novela “Araguaia”, se parece com seu pai, Fábio Jr., cantando. Não se sabe quem é pior. A Globo fez um programa com o nome de uma doença: hipertensão. Já está na hora de bolar outros com nomes de pressão alta, labirintite, diarreia, câncer do útero etc. “Se arrependimento matasse, passaria a vida tentando convencer um bando de gente a se arrepender”. Lobão, cantor. Num país sério, as pessoas deveriam ser proibidas de falar umas com as outras antes da hora do almoço de uma segunda-feira. O telefone celular é a única coisa que leva os homens a competir para ver quem tem o menor. Comentário da leitora Lívia Lizita: ”É mais fácil encontrar um político honesto do que um homem bonito, rico, carinhoso, fiel e heterossexual”. Quem vai ocupar o lugar de Marconi Perillo no Senado é o empresário e milionário Ciro Miranda. Ganha quatro anos no Congresso sem ter tido um único voto. Suplente tinha que ser votado também.
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O AZARADO Um sujeito encontra um amigo que não via há muito tempo e, querendo ser simpático, inicia a conversa: - E aí Zé, tudo bem? - Péssimo... - responde o outro. - Mas como péssimo? Com aquela Ferrari que você tem? - Deu perda total num acidente... E o pior é que o seguro tinha acabado de vencer. - Bem, vão-se os anéis, mas ficam os dedos. E aquele filhão inteligente? - Estava dirigindo a Ferrari... Morreu. - O cara tenta fugir daquele assunto tão trágico: - E aquela sua filha que mais parecia uma modelo? - Pois é... Estava junto com o irmão. Só a minha mulher não estava no carro. - Graças a Deus! Como ela vai? - Fugiu com o meu sócio. - Bem... Pelo menos a empresa ficou só para você. - Ela fugiu com ele porque me roubaram tudo. Deixaram a firma falida. Estou devendo milhões! - Pôxa vida, então, vamos mudar de assunto, e seu time? - Sou torcedor do Goiás. - Pelo amor de Deus, João! Você não tem nada de positivo ?????! - HIV.
ESSA É BOA LUCILENE CAETANO, goianiense, 26 anos, modelo e apresentadora de tevê. Rejeitou proposta da Playboy porque o dinheiro era pouco.
Quando Lula deixar o governo vai continuar ganhando salário de R$ 26.700,00, com direito a dois carros oficais e mais 12 funcionários, tudo pago pela União.
“O mundo é louco...O que é gostoso, engorda, e o que é lindo, custa caro.” autor desconhecido
Mulheres... Quem 1 2 3 4 5 6
O médico atende um velhinho milionário que tinha começado a usar um revolucionário aparelho de audição. - E aí, seu Almeida, está gostando do aparelho? - É muito bom. - Sua família já sabe? - Ainda não contei pra ninguém, mas já mudei meu testamento quatro vezes.
é complicada? 7 8 9 10 11 12
E DEPOIS AINDA DIZEM QUE MULHER É QUE É COMPLICADA... Dezembro de 2010 - Hoje | 61
Registro Noite fashion As marketeiras Marcela Cunha e Juliana Veiga, da Mix Marketing foram as responsáveis pela organização da palestra ministrada por Paulo Borges, no Espaço Brookfield.Paulo Borges é idealizador e diretor do São Paulo Fashion Week, além de ser autor dos livros: “Moda Brasileira feita por Brasileiros” e “ O Brasil na Moda” A noite fashion reuniu blogueiras, estudantes de moda e desing, imprensa e clientes da Brookfield Incorporações e das lojas parceiras do evento como: Lacoste, Arezzo, Victor Hugo, Maria Bonita Extra e República das Meninas. Veteranos, mas em plena forma e atuantes: Genésio Vieira de Barros, advogado, empresário, ex-deputado estadual e federal, ex-secretário de Estado; Hélio de Brito Júnior, ex-vereador e exdeputado estadual, atual tesoureiro da Associação Goiana de Imprensa, e Eurico Barbosa, igualmente ex-deputado, tendo presidido com brilho a Assembléia Legislativa de Goiás, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, que também presidiu, considerado um dos maiores oradores da história de Goiás, além de escritor, advogado e jornalista. Foto colhida durante evento realizado pela Academia Goiana de Letras, da qual Eurico também já foi presidente.
Iuri na AGL
Honra ao mérito
Escritores Edval Lourenço e Yure Rincon Godinho, e Jornalistas Rogério Lucas e Aulos Rincon. O flagrante foi colhido quando da posse de Yure como membro titular da Academia Goiana de Letras.
A Assembleia Legislativa de Goiás homenageou o empresário Reginaldo José das Mercez, a quem conferiu a comenda “Pedro Ludovico Teixeira”. O Poder Legislativo encarregou o jornalista Valterli Guedes, procurador da Casa e presidente da Associação Goiana de Imprensa, de fazer a entrega da medalha, o que ocorreu nas dependências da fábrica do chope Klaro, na presença de vários convidados, entre os quais José Elias dos Reis (camisa xadrez), irmão do homenageado, empresário, que há vários anos reside nos EUA. À direita, na foto, o jornalista Danúbio Cardoso, vice-presidente da AGI.
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