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Diário da Manhã. Aqui seu cliente vê e lê seu anúncio. 40.000 visitantes diários no site 20.000 leitores diários do jornal impresso 1.800.000 leitores mensais
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A vida está em nossas mãos. O Governo de Goiás, por meio da Secretaria da Saúde, está tomando todas as medidas necessárias para manter o controle da Gripe A (H1N1). Para que a situação não se agrave, é fundamental que você faça sua parte na prevenção à doença. Em caso de suspeita de contágio da Gripe A, é importante lembrar que todas as unidades do SUS estão preparadas para atender você. É o Governo de Goiás cuidando da sua saúde.
Como se pega a Gripe A (H1N1)
Sintomas da Gripe A (H1N1)
Por via respiratória, por meio de espirro, tosse ou fala.
Principais
Por meio de contatos com superfícies ou objetos contaminados com secreção respiratória.
Febre igual ou superior a 38 graus. Tosse.
Como se prevenir da Gripe A (H1N1) Evite locais fechados e onde há concentração de pessoas. Lave suas mãos várias vezes ao dia, com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro; antes de comer; antes e depois de tocar os olhos, boca e nariz. Ao tossir ou espirrar, cubra o nariz com um lenço descartável. Evite tocar os olhos, boca ou nariz após contato com pessoas com sintomas da gripe ou superfícies contaminadas com secreções.
Outros Dificuldade para respirar. Dor de garganta. Dor de cabeça. Dor muscular. Dor nas articulações. Falta de apetite. Conjuntivite.
Se você está com os sintomas da Gripe A (H1N1) Procure atendimento médico imediatamente. Quanto antes for diagnosticada a doença, mais eficaz é o tratamento.
Não compartilhe alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
Quem deve usar a máscara
Mantenha sua casa sempre limpa e arejada. No transporte coletivo, mantenha as janelas abertas. Limpe e desinfete diariamente banheiros, refeitórios, cozinhas, maçanetas de portas, aparelhos telefônicos e outros objetos de uso comum. Utilizar álcool gel a 70% ou água sanitária a 2,5%.
Se você está gripado deve evitar sair de casa até o sétimo dia após o aparecimento dos primeiros sintomas (se adulto), e até quatorze dias após o aparecimento dos sintomas (se criança).
A máscara deve ser usada apenas por pessoas que apresentem os sintomas da Gripe A e pelos profissionais que atendem a essas pessoas. Todas as máscaras devem ser descartáveis e substituídas a cada duas horas.
Só use medicamentos com orientação médica.
Centro de Informações Toxicológicas / SVISA / SES
0800 6464350
Disque Saúde / Ministério da Saúde
0800 611997
SECRETARIA DA SAÚDE
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Índice
Ao leitor
Colunas e Artigos
O apoio do presidente Lula, cujo governo beira os 80% de aprovação, e de estruturas partidárias fortes, a exemplo do PT e do PMDB, fazem da ministra da Casa Civil e coordenadora do PAC, Dilma Rousseff, pré-candidata, um nome viável para a disputa presidencial de 2010. Daí porque HOJE traça um perfil da ministra que, sendo eleita, será a 2a mulher a governar o Brasil. A primeira foi a princesa Isabel. Este é o assunto da matéria de capa, mas vários outros temas importantes são abordados nesta edição de sua Revista HOJE.
Primeiro Plano Valterli Guedes
Turismo Izabel Todeschini
Resenha Renato Dias
Auto Hoje Fabrício Di Oliveira
Urubuservando Carlos Brandão
Culturamix Karla Rady
Artigo Tarzan de Castro e Carlos Gomes
Editora Caraíba Ltda. CNPJ: 08629243/0001-03 Rua 261 nº 438 Setor Coimbra Goiânia-GO CEP 74.533-050 Fone: 62 3091-5959/Fax: 62 3293-1454 Administração: revista.hoje@yahoo.com.br Redação: redacao.hoje@yahoo.com.br
05
Entrevista Lúcia Vânia
12
Coleta Seletiva Prefeitura inaugura coleta porta a porta
15
Tocantins Governador assina convênio e decretos
20
reportagem de capa Pefil e história da candidata favorita do presidente Lula
28
Negócios
31
Goianésia
34
Esporte
GoiásFomento e a promoção do desenvolvimento sócio-econômico em Goiás
O exemplo do município no tratamento do lixo
Como o Atlético chegou à elite do futebol, a série A
Diretores Tarzan de Castro e Valterli Guedes
Colaboradores Rhadá Costa, Pedro Guedes e Valterli Filho
Diretor administrativo-financeiro Joari Sousa Barreira HOJE
Sucursal do Tocantins João Leite Neto
Editor-Geral Valterli Guedes (guedesvalterli@gmail.com) Edição Karla Rady (karlarady@gmail.com) Design e Diagramação Gustavo Nascimento (gustavomorc@gmail.com)
Sucursal de Brasília Adriana Ferraz (adriana@juridiconet.com.br) Sucursal de São Paulo (Capital) Maria de Fátima Vital (vitalfatima@hotmail.com) Impressão Gráfica e Editora Elite (62) 9106-7883 Tiragem: 20.000 exemplares
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Entrevista I Lúcia Vânia
A voz do Centro-Oeste Valterli Guedes e Tarzan de Castro
L
úcia Vânia Abrão Costa é jornalista e política, principalmente. Foi primeira-dama de Goiás durante o governo de Irapuan Costa Júnior, seu ex-marido. É irmã do ex-senador do Tocantins Moisés Abrão Neto e prima do ex-deputado federal Pedrinho Abrão. Deputada federal por vários mandatos, a senadora (PSDB) já foi
candidata à prefeitura de Goiânia e ao governo de Goiás. Foi secretária nacional de Assistência Social do governo Fernando Henrique Cardoso. Em entrevista concedida a HOJE, a senadora, incansável na defesa de Goiás e de todo Centro-Oeste, falou dos desafios de ser mulher e conquistar seu espaço na política; sobre seus projetos, como a proposta de Emenda à Constituição (PEC 29/03) que prevê a criação de um índice nacional de desenvolvimento so-
cial e sobre o retorno da Sudeco. Lúcia Vânia também fala sobre o cenário atual em Goiás e no Brasil. Confira:
HOJE – Em Países da América do Sul presididos por mulheres, como Argentina e o Chile, a participação feminina nos parlamentos está em torno de 40%. No Brasil está em uns 10%. Por que a mulher ocupa tão pouco espaço na política brasileira? Lucia Vânia – O problema maior está na estrutura dos partidos. Os partidos ainda estão estruturados de forma extremamente conservadora, principalmente as grandes legendas. O PSDB, por exemplo, tem um segmento que é o PSDB mulher, o que é muito importante para a mobilização. No meu partido, tive 1 milhão e 50 mil votos e não tenho uma participação na executiva regional. A mulher que não está na estrutura partidária dificilmente terá condições de disputar uma eleição. HOJE – Qual sua proposta para reverter esta questão? Lucia Vânia – Este problema só se resolveria com uma reforma política, a qual envolvesse o voto facultativo, que favorece muito a presença da mulher na atividade política. Além de financiamento público de campanha, já que a mulher não comanda o orçamento familiar e campanhas exigem que ela tenha pelo menos um ponto de partida (e mesmo quando o tem, ela pensa duas vezes em colocar esse recurso fora da família). Outra questão importante é uma participação ativa nos programas partidários. Tentamos, por meio de uma minireforma, colocar um percentual do tempo de televisão para as mulheres. Novembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 5
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Entrevista I Lúcia Vânia Avançamos muito pouco nessa direção porque há toda aquela supremacia masculina que impede esse progresso. Conseguimos levantar a questão das cotas, mas essas já mostram por si só que não resolvem o problema. É preciso que haja também o voto facultativo e uma modernização da estrutura partidária. HOJE – O voto distrital seria bom? Lucia Vânia – Sim. Favoreceria bastante. HOJE – Essa reforma política poderia acontecer mesmo sem uma reforma geral de valores na sociedade brasileira? Lucia Vânia – Estamos defasados em relação ao que é aceito pela sociedade, principalmente na questão política. Acredito que estamos muito atrasados, a nossa prática e visão política está em dissonância com os avanços da própria sociedade. HOJE – Tem sido penosa a caça ao voto? Lucia Vânia – Diria que não tenho dificuldade de buscar o voto; embora sofra ainda um pouco de preconceito por ser mulher. Acho que a sociedade aceita perfeitamente. Tem um dado altamente positivo em relação à minha candidatura. A maioria dos meus votos são masculinos, ao contrário do que se poderia pensar. Não acredito que a sociedade não esteja preparada para esse avanço. HOJE – A senhora acha que do ponto de vista da legislação e mesmo na prática, as políticas para o idoso e para o jovem têm evoluído satisfatoriamente? Lucia Vânia – Para o idoso evoluiu bastante ao longo desses 20 anos. Tivemos um avanço expressivo, porque começamos a considerar o idoso por meio de uma política pública real, diferentemente da LBA (Legião Brasileira de Assistência), que tratava a questão apenas como caridade e uma situação à parte das políticas públicas. Avançamos neste sentido. Progedimos não só em uma interlocução mais ampla com os países mais desenvolvidos, como Espanha e França, que têm um tratamento
forte para os idosos. No entanto, ainda temos que avançar bastante. HOJE – No Brasil, o idoso sofre preconceito? Lucia Vânia – Ainda há preconceito em relação à pessoa idosa. Não temos no Brasil o mesmo respeito que se tem ao idoso em outros países mais desenvolvidos, mas já houve e está acontecendo um avanço com o Estatuto do Idoso.
fracassamos em relação às políticas públicas para a juventude. No caso do Estatuto da Criança e do Adolescente, por exemplo, quase nenhum estado foi capaz de estruturar o serviço de atendimento ao jovem em conflito com a lei. Este jovem é jogado muitas vezes nas penitenciarias juntamente
HOJE – E em relação à juventude, há políticas positivas? Lucia Vânia – Em relação à juventude, acho que fracassamos inteiramente. Não há um projeto que seja efetivo e que tenha atratividade para buscar essa juventude e sua participação mais ativa, e nem políticas públicas que respondam aos seus anseios. Fui relatora do projeto Primeiro Emprego e do Pró-Jovem do governo Lula; participei como secretária nacional de Assistência Social criando o agente jovem e vários programas direcionados. Mas nenhum desses responde à dificuldade que enfrentamos hoje. Estamos perdendo nossa juventude para o tráfico e a marginalidade. Não conseguimos colocá-los na escola. O ensino médio do Brasil exibe taxas de países subdesenvolvidos. Em relação à juventude, o País deve muito e os governos não encontraram o caminho correto. HOJE – A redução da idade penal para 16 anos, objeto de projeto em tramitação no Congresso, ajudaria a combater o crime? Lucia Vânia – Acho um absurdo e tenho sido uma voz quase que isolada nessa direção, embora tenha senadores que têm bastante sensibilidade em relação a isso. Mas na verdade temos travado um embate muito forte. Percebemos uma grande desinformação da sociedade em relação a essas políticas. Se fizermos uma pesquisa, a população optará para que haja a redução na maioridade penal, pois não vê outra solução e caminhos para enfrentar esse problema. E aqueles políticos que se deixam guiar pela superficialidade acham que a solução é reduzir essa maioridade penal, atendendo, inclusive, a um apelo da própria sociedade. No entanto,
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com criminosos mais perigosos, ficando em contato com aquilo que há de pior. Quando se fala em diminuir a maioridade penal, não se leva em conta essa falha em relação à aplicação do estatuto do adolescente e a falha das políticas públicas em relação à própria juventude. Há também uma
falha na educação dos jovens. Grande parte deles não conclui o primeiro grau e são levados a trabalhar fora da época, o que provoca todo esse desacerto. Para resolver isso, o que os mais simplistas querem? “Vamos colocar essa criança na cadeia, esse é o caminho”. HOJE – A senhora tem um projeto de uma lei sobre a responsabilidade social. Caso seja aprovado, quais as consequências? Lucia Vânia – O projeto foi aprovado há pouco no Senado. É uma Proposta de
“Os partidos ainda estão estruturados de forma extremamente convervadora... A mulher que não está na estrutura partidária, dificilmente terá condições de disputar uma eleição” Emenda da Constituição, que cria um índice nacional de desenvolvimento social e estabelece metas para atingir esse índice. Isso é muito importante, principalmente quando se trata de gestão de políticas públicas. Hoje temos uma lei de responsabilidade fiscal que tem metas e mede os resultados. Já na área social, quando se investe uma verba não temos parâmetros para medir resultados da aplicação desse dinheiro. Estamos cansados de ver a questão da mortalidade infantil e materna, que apresenta índices vergonhosos.
Dinheiro, às vezes, tem muito, mas muitas vezes sua aplicação é feita de forma amadora e descompromissada e não obtemos os resultados que queremos. Com o índice nacional estabelecendo metas e articulando os orçamentos, poderemos ter resultados satisfatórios semelhantes ao que temos na meta de inflação. HOJE – A PEC é flexível para se adaptar às diferenças regionais do Brasil? Lucia Vânia – No País existem diferenças de níveis de desenvolvimento. O que estabelecemos é que a lei deve ter flexibilidade para estabelecer os índices regionais. Esses índices muitas vezes são inferiores ao índice nacional e ali se trabalha aquela região como um todo, para que ela venha atingir o índice nacional. Então, a PEC é flexível e leva em conta as diferenças regionais. HOJE – Teremos novamente a Sudeco? Lucia Vânia – A parte do Congresso Nacional está inteiramente concluída. Trabalhei durante dois anos discutindo e articulando com o Governo toda a formatação da Sudeco. O projeto foi sancionado pelo presidente da República e está em fase de implantação, que não mais pertence ao Congresso Nacional e passa a ser atribuição do executivo. Em Goiás, para negociar um projeto dessa envergadura, tive que tratá-lo com muita discrição, pois corria o risco de não levá-lo à frente se o fizesse com muita publicidade. O que aconteceu? O projeto foi votado e foi sancionado. Porém, as pessoas ainda não entenderam sua dimensão, com exceção do meio empresarial, que entende perfeitamente a importância da Sudeco como instrumento para um novo patamar de desenvolvimento no Estado. Defendo que não podemos continuar indefinidamente com os incentivos fiscais, que são e foram importantes, mas que ao mesmo tempo que trazem o desenvolvimento, geram também um nível de demanda muito forte para o Estado. Esta demanda exige investimento e, muitas vezes, o Estado não pode responder à altura. Para exemplificar: uma fábrica de etanol é instalada em um município. O prefeito fica satisfeito, pois a populaNovembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 7
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Entrevista I Lúcia Vânia ção quer o desenvolvimento na região. Mas de repente chegam 400 homens de fora, atraídos pelo emprego oferecido. Surge a necessidade de mais escolas, postos de saúde e estradas. Cria-se demandas que acabam gerando bolsões de pobreza muito fortes, situação que Goiás ainda tem de forma incipiente. O que a Sudeco vai fazer? Trará consigo um fundo de desenvolvimento regional que poderá somar aos incentivos, no sentido de estimular a atração de empresas sem que haja uma penalização tão forte do próprio Estado. A Sudeco traz também a elaboração de um plano de desenvolvimento regional, integrando o Centro-Oeste como um todo. Cria, também, um fórum de debate para todas aquelas pessoas que querem estudar o desenvolvimento regional com a participação do ministro da Integração Nacional e dos quatro governadores da região. A Sudeco sozinha já é uma formuladora das políticas que poderão dar ao Estado de Goiás um novo patamar. O projeto apresenta também um braço financeiro, que é o Banco de Desenvolvimento do Centro-Oeste. HOJE – Será mesmo realidade? Lucia Vânia – Este foi o grande desafio que enfrentamos. Há 21 anos, desde a promulgação da Constituição, nosso único instrumento de fomento, ao lado do fomento agrícola, é o FCO. Este fomento está no Banco do Brasil e é tratado como mais um produto da agência e não como um fomento exclusivo do Centro-Oeste. O Banco de Desenvolvimento vai operar o FCO e este recurso fará com que o Banco tenha alavancagem para buscar outros fundos. HOJE – O Banco do Centro-Oeste depende da Sudeco. Se a Sudeco não for instalada, o banco também não será? Lucia Vânia – Pode se instalar primeiro a Sudeco. O Banco de Desenvolvimento do Centro-Oeste vai dar à Sudeco uma nova envergadura, porque além do fundo do Centro-Oeste, também tem o FCO, que é um financiamento. O outro, o FBCO, é um investimento em infraestrutura. O Banco de Desenvolvimento já está formatado. Já foi votado no
Senado e o ministro da Fazenda encaminhou o projeto que foi inteiramente acordado para a Casa Civil, a qual o encaminhará para o Congresso. Qual a dificuldade no Banco do Centro-Oeste? Temos de estoque do FCO 11 bilhões de reais e esse capital está no Banco do Brasil. O Banco do Brasil resistiu enquanto pode para não repassar esse estoque para o novo banco, pois isso desarticularia o próprio banco. De início, o Banco do Brasil pediu 50 anos para fazer esse repasse. Obviamente que não podíamos aceitar. Depois, o prazo foi reduzido para 25 anos e hoje fechamos o projeto em que esse repasse
“Temos três grandes forças(PP, PT/PMDB e PSDB) que precisam sentar à mesa. Quem quer alianças hoje não pode desconsiderar que a correlação de forças é muito mais equilibrada do que era no passado” será feito a partir do décimo quinto ano. O fluxo do recurso do FCO já bastaria para o BDCO, mas o estoque viria a partir dos 15 anos. Isso me desagradou muito, porque queríamos que o estoque fosse passado a partir do quinto ano. Tivemos uma consultoria que nos mostrou de forma muito clara que, após cinco anos, se o Banco do Brasil se preparasse, não haveria nenhum transtorno, já que o processo seria gradativo. Mas, infelizmente, não houve acordo além desse que conseguimos. Achei por bem bater o martelo, pois o importante agora é criar o banco. Posteriormente, a
classe política do Estado poderá lutar para diminuir esse tempo. HOJE – No Centro-Oeste, a consciência regional é muito lenta para se tornar uma ação concreta. Como seria resolvido esse impasse? Lucia Vânia – O Norte e o Nordeste pegaram o fomento e o aplicaram nos seus respectivos bancos. Levamos 21 anos para entender que esse fomento não poderia estar no Banco do Brasil. Primeiro, a região Centro-Oeste é muito heterogênea, temos o Distrito Federal que tem uma característica muito própria. O Mato Grosso está em uma fase muito diferente da nossa, intesificando a produção de grãos e não entraram ainda no processo de industrialização. O Mato Grosso do Sul tem uma tradição muito mais voltada para São Paulo do que para a região Centro-Oeste. Na verdade, agregar essas forças políticas é muito difícil. O interesse do Mato Grosso hoje é na infra-estrutura, porque precisam de estradas de forma muito intensa, situação esta que já superamos. O processo de industrialização de Goiás está muito avançado, e por isso entendo que a liderança deste processo deve ser feita por Goiás. Chegamos em um momento em que não basta construir mais estradas. Precisamos de crédito barato que nos diferencie das demais regiões, para que possamos produzir em igualdade de condições. Esse crédito seria destinado a investimentos na indústria, estradas, ferrovias e hidrovias. Somos muito carentes neste aspecto, o que faz com quem nossos produtos não sejam tão competitivos quanto aos do Sul. HOJE – No plano nacional, há uma proximidade muito grande entre o PSDB e o DEM. O PSDB está abandonando a sua linha social democrata? Lucia Vânia – Quando se está no Congresso Nacional, percebe-se bem a definição das linhas. Muitas vezes nas votações, o PSDB se alia a outros partidos mais de esquerda do que o DEM. Por razões táticas e políticas, temos que fazer uma aliança mais profunda, mas essa aliança não é temática e, sim, estratégica.
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HOJE – Aécio ou Serra? Lucia Vânia – Pessoalmente, gosto do Serra como gestor público. Acompanhei seu trabalho quando era ministro da Saúde, e pude ver a eficiência com que ele tratou desta questão que é muito séria no País. Conseguiu muito na questão dos genéricos e no combate à Aids. O Serra é uma figura curiosa, pois trabalha com resultados na área social. Deste fato parte minha admiração, não só por ter a sensibilidade pelo social, como por buscar resultados. Quando se observa os índices, ficamos encantados em ver como em quatro anos Serra conseguiu reduzir a mortalidade infantil e quebrar a patente para trazer o medicamento para tratamento da Aids. Além da questão dos genéricos, que foi fantástica. HOJE – A senhora está confiante de que será escolhida pelo PSDB para disputar mais uma vez o Senado? Lucia Vânia – Se eu levar em conta o trabalho, o conceito que consegui dentro da bancada nacional no Senado, o respeito que tenho dos meus companheiros e a importância do trabalho municipalista que faço, acredito que o partido tem toda chance de me escolher. Porém, isso não depende de mim, já que a minha participação no diretório é muito pequena. HOJE – São duas vagas e sua atuação é reconhecida. Ainda assim teme ser rifada? Lucia Vânia – Embora nunca tenha usado o fato de ser mulher para conseguir o meu espaço, acho que o partido teria que ter uma preocupação nessa direção. O tempo tem mostrado e a própria sociedade tem acenado em relação à importância da mulher na atividade política e sua sensibilidade em alguns temas específicos. Os partidos teriam que ter um compromisso com essa situação. HOJE – As divergências do atual governador, Alcides Rodrigues, com o ex-governador Marconi Perillo vêm, há quase três anos, se aprofundando.
Chegou a um ponto em que se tornaram irreversíveis? Lucia Vânia – Tenho uma certa experiência política e tenho visto muitas situações difíceis sendo resolvidas com a interlocução ou entendimento que se procura ter. Mas, no caso específico de Goiás, vejo uma certa dificuldade para que haja um entendimento. Conheço muito o doutor Alcides, tive a oportunidade de conviver com ele de perto em Santa Helena, município do qual sou representante. Conheço bem seu temperamento, sua forma de agir e sua visão de mundo. É difícil um entendimento nessa altura dos acontecimentos, principalmente devido às dificuldades que foram se formando e que não foram trabalhadas de forma eficiente. A situação foi se aprofundando e se formou uma mágoa muito forte por parte dele. Dificilmente teria condições de voltar a ser aquele companheiro que foi durante os oito anos do governo Marconi Perillo. HOJE – Goiás sempre primou pela bipolarização política. Fala-se agora, por meio da liderança do governador Alcides, na possibilidade de uma terceira via. Qual sua opinião sobre isso? Lucia Vânia – Minha opinião difere um pouco da visão que as pessoas têm em relação a isso. Concordo que houve, nas eleições municipais, o crescimento de três forças no estado. O PP, o PT/PMDB e uma estabilização do PSDB. Temos, hoje, praticamente em cada um desses partidos, um mesmo número de prefeituras. Uma vez que essa força foi diluída em outras três grandes forças, vejo toda a possibilidade de ter uma terceira via. Talvez esta seja a maior dificuldade de entendimento, pois cada um desses partidos se sente apto a ter candidato próprio. Sempre digo que todo partido tem direito de ter candidato próprio e a se fortalecer. Aquele que quer a aliança é que tem que buscar o entendimento. Hoje, se quisermos aliança, não devemos amarrar esses partidos. Temos três grandes forças que precisam sentar à mesa. Quem quer aliança hoje não pode desconsiderar que a correlação de forças é muito mais equilibrada do que era no passado. Novembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 9
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P r i m ei r o P lano
Campos de volta Gente antenada de Cuiabá garante que o senador Jaime Campos (DEM), ex-governador e irmão do ex-governador e ex-senador Júlio Campos, poderá ser o sucessor de Blairo Maggi no palácio Payaguás. No pleito de 2008, os Campos não foram bem sucedidos nas urnas. Júlio, agora conselheiro aposentado do Tribunal de Contas matogrossense, foi derrotado como candidato a prefeito de Várzea Grande, na grande Cuiabá. Dois outros irmãos perderam em outras cidades. Mas, como o sucesso na política costuma ser cíclico, há sinais de que uma fase boa está se iniciando para os irmãos Campos.
Sem PT No acordo em gestação para montagem da chapa lulista que disputará o Governo e o Senado em Goiás, talvez o PT fique de fora. O argumento é o de que o partido do presidente já começa a campanha auferindo duas vantagens: o apoio fechado à candidata Dilma Rousseff e, na bandeja, a Prefeitura de Goiânia, a ser ocupada por Paulo Garcia. Uma das vagas de senador seria para o deputado Sandro Mabel (PR).
A cerimônia do adeus “Estou expressando aqui o pensamento da cúpula partidária. Está consolidada, não se discute, uma aliança com o PSDB e o PPS. O candidato a presidente será do PSDB e cabe ao PSDB escolhe-lo, podendo ser Aécio ou Serra”. Foram palavras do anfitrião, governador José Roberto Arruda, na residência oficial de Águas Claras, ao recepcionar, em almoço, a cúpula nacional do seu partido, em nome da qual falou. Ao final, a foto representativa da “unidade”. Poucos dias depois, o escândalo envolvendo o governador, seu vice, o presidente da Câmara Legislativa e outros governistas do DF tornou velha, antiqüíssima, a foto do grande encontro, que, com o governador Arruda, nunca mais se repetirá.
Contatos imediatos Único governador brasileiro a encontrar-se com Lula na Ucrânia, Alcides Rodrigues (PP) manteve conversa decisiva com o presidente. Resultado: tudo se encaminha pra a concretização de ampla aliança em Goiás, unindo toda a base lulista. Henrique Meirelles (PMDB) deverá ser mesmo o candidato a governador, tendo como vice um nome do alcidismo. Quem? Francisco Gedda, Ernesto Roller, Ney Nogueira ou Nerivaldo Costa? São nomes em estudos. O favorito, desde que aceite é Jorcelino Braga.
Racha ou não? Um amigo íntimo do governador Alcides Rodrigues, durante conversa reservada no palácio das Esmeraldas, entre sorvos de um legítimo escocês, foi ao assunto: “Racha ou não racha, uai?” Sugeriu a demissão de tucanos e deu um exemplo: “Na região de Catalão, as rodovias estão conservadas; na sua região de origem, o Sudoeste (o governador é de Santa Helena), estão péssimas”. O presidente da Agetop é o tucano José Américo, catalano.
Foto: Assessoria de Imprensa DEM
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Valterli Guedes |guedesvalterli@gmail.com
Esperança Democrata A cúpula nacional do DEM acredita que o partido tem possibilidades de eleger governadores nos seguintes estados: Tocantins (senadora Kátia Abreu), Rio Grande do Norte (senadora Rosalba Ciarlini, Bahia (senador Paulo Souto), Sergipe (ex-governador João Alves); Mato Grosso (senador Jaime Campos) e Santa Catarina (senador Raimundo Colombo). José Roberto Arruda, do DF, fazia parte da lista.
Demissões Marconistas do primeiro e do segundo escalões do governo estadual em polvorosa. Há informações de que vários serão dispensados pelo governador antes do Natal. Alcides Rodrigues não estaria se sentindo confortável com a proximidade de pessoas que integram o seu Governo mas não lhe prestam solidariedade, politicamente.
Senai Sexto município mais competitivo de Goiás, de acordo com dados da Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan), Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia, passa a contar com importante reforço na formação de profissionais para atender à demanda das indústrias por mão de obra qualificada. O Núcleo Integrado Sesi-Senai Senador Canedo, inaugurado no dia 4 de novembro, nasceu em parceria com a prefeitura local, que cedeu os ambientes para sua instalação no shopping da cidade. Administrado pela Unidade Integrada Sesi-Senai Aparecida de Goiânia, inicialmente, o núcleo promoverá cursos profissionalizantes nas áreas de transporte, tecnologia da informação, gestão/comportamental, construção civil, alimentos e bebidas, segundo o diretor regional do Senai e superintendente do SESI, Paulo Vargas (foto).
Iris resiste Não sendo candidato a governador, como tudo está a indicar, Iris Rezende pensa ficar na Prefeitura de Goiânia até 1º de janeiro de 2013. Mas o virtual candidato Henrique Meirelles quer Iris como companheiro de chapa, na disputa de uma cadeira de senador.
Divisão Houve disputa para a escolha do novo diretório regional do PMDB do Tocantins. A corrente liderada pelo governador Carlos Gaguim elegeu 55 membros, ficando os outros 15 com o outro grupo, do qual fazem parte os ex-governadores Marcelo Miranda e Moisés Avelino. A convenção foi domingo, 6, em Palmas. Oswaldo Reis, deputado federal, foi reeleito presidente. O senador Leomar Quintanilha, atual secretário de Educação do Estado, foi eleito vice-presidente.
O empresário Siqueira Campos Falo ao telefone com Eduardo Siqueira Campos, ex-senador e ex-prefeito de Palmas. A conversa é a mesma de quando, no início do ano, o encontrei no bistrô Adelaide, excelente, para não dizer o melhor restaurante de Palmas. Alegre e entusiasta, confraternizava com amigos, sorvendo um tinto-seco de boa cepa. Continua feliz à frente da Rede Jovem (TV Jovem
Palmas), de que é diretor-presidente. Não pensa na política. Por enquanto.
“Sou candidato”
Olho no olho, Henrique Meirelles vai declarar ao prefeito Iris Rezende, quando encontralo: “Sou candidato” Meirelles só não quer fazer anúncio público. Acha que 2010 será ano bom para a economia brasileira e, ficando no BC até março, vai auferir dividendos políticos. Iris gostaria de que o anúncio fosse feito logo.
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Coleta seletiv é pra valer Especial
O programa municipal “Goiânia Coleta Seletiva” lançou em 5 de novembro de 2009 a Coleta Seletiva Porta a Porta em toda a cidade. O serviço atenderá todos os bairros da capital um dia por semana, com rota exclusiva para recolhimento do material reciclável em dia e/ou horário deferentes do da coleta de lixo normal
O
Programa Goiânia Coleta Seletiva – PGCS, instituído pelo Decreto Municipal 754 em 28 de março de 2008, vem focando em várias ações com o objetivo de implantar a coleta seletiva de materiais recicláveis em toda a cidade, institucionalizando a coleta de forma gradativa por meio da disseminação da cultura da separação e destino correto dos recicláveis e mobilizando a todos os geradores para a doação de todo material coletado às cooperativas/associações de catadores beneficiadas. A princípio foram implantados pontos de entrega voluntária de ma-
Confira abaixo o que se deve ou não ser
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teriais recicláveis (PEVs) em diversos bairros da cidade, onde a população foi incentivada a levar voluntariamente seus materiais recicláveis. Hoje, o município já conta com 129 PEVs, distribuídos em mais de 40 bairros. Ainda em 2008, no mês de outubro, iniciou-se um projeto piloto de coleta domiciliar uma vez por semana em 10 bairros da cidade, o primeiro deles foi o setor Jardim América. Após a fase experimental, consolidou-se a Coleta Seletiva Porta a Porta em todos os bairros da capital por meio do seu lançamento oficial no último dia 5 de novembro, reunindo mais de 1.600 pessoas no Paço Municipal. O evento também marcou o lançamento da mídia do Programa, que está sendo veiculada na TV, rádio, outdoors e busdoors. Assim como a coleta de resíduos domiciliares, a coleta dos recicláveis também é realizada pela Companhia de Urbanização de Goiânia (CO-
População presente no evento de lançamento da Coleta Seletiva Porta a Porta, no dia 5 de novembro deste ano
MURG). No entanto, os caminhões são do tipo baú e possuem identificação sonora própria, nos quais trabalham dois funcionários. Basta que a população separe todos os materiais recicláveis (papel, plástico, metal e vidro) em um único recipiente (sacola, saco, caixa de papelão etc) e coloque na porta de seu domicílio no dia da coleta em seu bairro. É importante considerar
também o horário, se é diurno (das 7 às 15hs) ou noturno (das 16 às 22hs), e colocar o material no início do horário correto, para que o material esteja na porta do domicílio no momento da coleta. Os materiais recicláveis devem ser armazenados, limpos e secos e, no caso de vidros, envolvidos com jornal ou papel, antes de depositados no recipiente, evitando assim acidentes na hora da coleta e/ou transporte.
o ser separarado para a coleta seletiva
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Especial
O trabalho de conscientização e educação ambiental da população é feito por agentes ambientais da Companhia de Urbanização de Goiânia (COMURG), educadores da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), educadores da Secretaria Municipal de Educação (SME) e pelos agentes de saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A meta é, em um prazo de três meses, percorrer todos os domicílios da capital com uma campanha educativa e informativa. Os números mostram o sucesso da implantação da coleta seletiva Porta a Porta, já que houve um aumento de
25% do volume de material coletado. Somente em novembro foram coletadas 380 toneladas e a expectativa para os próximos meses é que ocrescimento continue. O Programa também defende a bandeira da inclusão social, já que todo o material arrecadado é doado a cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis. O intuito da Prefeitura é valorizar o trabalhador autônomo de coleta, o catador, incentivando a capacitação, conscientização e organização dos catadores em cooperativas. O foco desse trabalho tem sido, principalmente,
aqueles catadores que não possuem moradia e trabalham em depósitos clandestinos com condições sanitárias precárias e irregulares. Organizandose em cooperativas, a Prefeitura de Goiânia, além de doar o material arrecado, também investe na profissionalização desses trabalhadores, transformando-os em seletor de material reciclável, que passa a trabalhar em locais com condições sanitárias e estruturais adequadas, que incluem, por exemplo, o uso correto de uniformes e equipamentos de proteção. Além disso, os profissionais organizados em cooperativas tem acesso a todos os benefícios assistenciais e programas sociais que a Prefeitura de Goiânia oferece. A lista dos PEVs, dos bairros atendidos, e outras informações podem ser acessadas por meio do site www. goiania.go.gov.br (links diversos: coleta seletiva). A população pode tirar dúvidas e fazer reclamações pelos telefones 0800-6460156 e 3524-8555. “Goiânia já é a capital com maior qualidade de vida do País, tem a maior área verde por habitante, e também queremos torná-la referência nacional em coleta seletiva. Para isso, contamos com o apoio e colaboração da população”, afirma Jorge Moreira, coordenador do programa.
Quer saber mais? Os interessados podem buscar mais informações por meio do site www.goiania. go.gov.br (links diversos: coleta seletiva), onde poderão encontrar a lista de endereços dos PEVs, os mapas da abrangência da coleta seletiva porta a porta e material para download a respeito das iniciativas do programa. A população também poderá entrar em contato através dos telefones 0800-6460156 e 3524-8555. Equipe de agentes ambientais da COMURG
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Tocantins
As metas de Gaguim Governador assina convênios, decreto e anuncia novas ações Flávio Herculano
A
o completar 48 dias no comando efetivo do Estado, o governador Carlos Henrique Gaguim promoveu o primeiro encontro com prefeitos e primeiras-damas tocantinenses, realizado no dia 27 de novembro, no Palácio Araguaia, em Palmas. Presentes mais de 130 gestores municipais, além de 16 deputados estaduais e parte da bancada federal do Estado. Na ocasião, Carlos Gaguim assinou convênios da área social no valor de R$ 1,6 milhão, beneficiando 60 prefeituras e 63 entidades sociais, para a continuidade de programas como o “Leite é Saúde”, de distribuição de leite às pessoas de baixa renda, e para o apoio à manutenção destas entidades. O governador ainda anunciou a meta de repassar mais um ônibus para o transporte escolar e uma ambulância a cada prefeitura. Para atender um dos pedidos mais constantes dos prefeitos,
Fotos Frederik Borges
a abertura e manutenção de estradas vicinais, Carlos Gaguim disse que vai abrir licitação para a manutenção das máquinas do Dertins – Departamento de Estradas de Rodagem do Tocantins. Outra medida bastante aplaudida pelos prefeitos foi a assinatura de decreto estabelecendo que todos os prestadores de serviço à área pública tem que comprovar o recolhimento do ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, que é destinado às prefeituras. Caso não haja comprovação, o Governo vai reter o imposto.
Metas
Para 2010, o governador anunciou a meta de lançar 500 obras nos municípios e que pretende implantar um programa de calçamento de ruas, a partir da instalação de bloquetes de cimento. “O planejamento é a base de tudo o que estamos fazendo, o que antes não acon-
Na presença de cerca de 130 gestores municipais, Gaguim assina novos convênios e lança metas 2010
tecia. Sei que o meu governo também vai ter falhas, que vai receber críticas no futuro, mas quero acertar muito mais do que errar e é para isso que trabalho dia e noite”, disse Carlos Gaguim.
Voz aos gestores
Mais que um encontro para o anúncio de ações governamentais, a reunião serviu para que os gestores municipais falassem das dificuldades que estão enfrentando e apresentassem suas reivindicações. Diante do governador, da bancada federal e estadual, prefeitos de todas as regiões do Estado e o presidente da ATM – Associação Tocantinense de Municípios, Valtênis Lino, fizeram seus relatos, citando sempre a redução na arrecadação dos municípios, as dificuldades para manter os hospitais de pequeno porte, para manter o transporte escolar e a necessidade de manutenção das estradas vicinais do Estado.
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resenha
renato Dias | renatodias67@gmail.com
“Queremos dizer que estamos tranquilos” (Trecho de nota de José Arruda e Paulo Octávio)
Saia justa
Não convidem para a mesma solenidade o promotor Fernando Krebs e o deputado estadual Jardel Sebba (PSDB).
março
É a data-limite para a escolha do nome da terceira via. PP, DEM, PR, PSB e PTN avalizam o acordo.
CPI da Celg A venda de Cachoeira Dourada seria o trunfo contra o PMDB, diz Daniel Goulart.
mais uma vez
O nome de Paulo Roberto Cunha voltou a ser ventilado na Casa Verde para a vaga de Roberto Balestra.
Plim-plim
Joel Santana Braga é o garoto-propaganda das pílulas do DEM. Ele pode descompatibilizar-se em abril de 2010.
Pingue
Sérgio Lucas é opção do PP ao Palácio Alfredo Nasser.
Pongue
Sérgio Caiado pode disputar eleição à Câmara Federal.
Carimbado
Prefeito de Goiânia, Iris Rezende quer definição, este mês, do nome do PMDB que concorrerá à Casa Verde.
Projeto de poder
Presidente do PTN, Francisco Gedda disputa mandato de deputado estadual quando outubro de 2010 vier.
Sem surpresa
Alcides Rodrigues (PP) deve ficar no Palácio das
Luto
Morreu Olavo Berquó, ex-presidente da OAB (GO).
Aviso
Pe d r o C a n e do definiu: é candidato a deputado estadual.
Urnas da OAB Sérgio Murilo faz balanço positivo da Renovação nas eleições da OAB: faltaram apenas 2% dos votos.
Idéias
Ao lado de Amauri Garcia, Pádua e Valter Mustafé, Hélverton Baiano lançou Paraíso Profano, livro de poesias.
Xeque mate O deputado estadual Thiago Peixoto (PMDB) e o presidente da Câmara de Goiânia, Francisco Jr, são carne e unha.
PmDB Francisco Jr. (PMDB) é candidato a deputado estadual.
Esmeraldas até o último dia de seu governo.
50%
Das Prefeituras de Goiás devem atrasar os salários de dezembro e 13º. Previsão de Abelardo Vaz (AGM).
Crise
O tempo continua fechado entre Adib Elias e Ney Moura.
Direitas
O democrata Ronaldo Caiado espumou pelo canto da boca mas a CPI do MST não saiu do papel.
Tigrão
Carlos Alberto Barros foi reeleito presidente do Conselho Deliberativo do Vila Nova F.C.
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PT saudações! Bomba Daniel Goulart manuseia documento que envolve um deputado estadual do PMDB em rolo investigado pela CPI da Celg.
mengão Jardel Sebba é sorriso de orelha a orelha.
Constatação
Do Blog de Fernando Rodrigues: – O Democratas se esvai com o escândalo em Brasília.
1 – O advogado Edilberto de Castro Dias entrou com ação judicial de reintegração de posse da sede do PT, em Goiás. 2 - Ela foi invadida por trabalhadores rurais que querem a exoneração de Rogério Arantes, superintendente do Incra (GO). 3 - O engraçado é que o homem é sobrinho do deputado federal Jovair Arantes, presidente do partido de Roberto Jefferson.
LinkNet
Parquímetro
Será que o escândalo de Brasília poderá atingir o Atlético Clube Goianiense? Juca Kfouri está de olho.
A novela ainda vai dar pano para manga, atira Henrique Arantes (PTB), vereador de oposição ao Paço.
Preto no branco
Os ventos conspiram contra José Nelto.
José Maria de Almeida (PSTU) desmente história de Cid Benjamin sobre a prisão de Lula, em 1980, e o MEP.
O que é isso?
radicais livres O vereador Elias Vaz abençoa a aliança PSOL e PV.
Artes e literatura
Mulher de Alexandre Abreu, Alana Morais organiza mostra coletiva quando março vier. Pela Lei de Incentivo Municipal.
Entorno
Célio Silveira quer a vice de M a r c o n i Perillo.
2012
1º tempo
Uruguai
Viva José Mujica!
José Roberto Arruda diz que continua no cargo. Até quando?
No páreo
Demóstenes Torres adota a tática do silêncio.
Santana Gomes diz à esta coluna que irá à convenção do PMDB contra Henrique Meirelles.
A OAB (DF) prepara pedido de impeachment.
2º tempo
3º tempo
Ricardo Dias e Alexandre Abreu aparecem já como opções para a presidência da OAB (GO) em 2012.
Presentão de Natal O advogado Edilberto de Castro Dias não consegue esconder tanta alegria. É que a Presidência da República lhe enviou um belo presente de Natal: uma fotografia colorida de Luiz Inácio Lula da Silva com autógrafo do próprio punho do inquilino do Palácio da Alvorada. Didi, como é conhecido, informa que será um dos primeiros a ir ao cinema, em Goiânia, dia 1º de janeiro de 2010, para assistir Lula, filho do Brasil.
Go back
Tucano, Afrêni Leite prepara a volta ao Legislativo.
Petismo
Pedro Wilson não recusaria a vice de Henrique Meirelles.
2010
Marina Sant´Anna é lembrada para a vice do PMDB.
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motorista legal ĂŠ motorista consciente.
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respeite a velocidade, a sinalização e só ultrapasse pela esquerda.
No trânsito é preciso ter sempre em mente o perigo que você pode causar aos outros e a si mesmo. O excesso de velocidade causa muitos acidentes e aumenta bastante a chance de vítimas fatais. Respeite a vida. dirija com consciência.
www.eusoulegalnotransito.com.br Novembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 19
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A candi
Eleições 2010
121 anos, 4 meses e 10 dias depois da princesa Izabel, Dilma Rousseff poderá ser a 1ª mulher a governar o Brasil
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didata
A candidata
Dilma Rousseff, lançada pelo presidente Lula, disputará a Presidência com possibilidade de ser a primeira mulher a governaro Brasil desde a proclamação da República.
Valterli Guedes
m
ineira de Belo Horizonte, onde estreiou na militância política combatendo a Ditadura, Dilma Vana Rousseff, a ministra da Casa Civil e coordenadora do PAC – o Programa de Aceleração do Crescimento –, é dona de um currículo vasto, que inclui um item raro em se tratando de uma brasileira: ela é uma ex-guerrilheira. Como tal, foi condenada pelos órgãos de segurança do governo que combatia a mais de três anos de reclusão. Nesse período, vivido em São Paulo, foi submetida pelos algozes a nada menos que 22 dias seguidos de cruel tortura. A abertura democrática a conduziu naturalmente a prosseguir na atividade para a qual teve o interesse despertado na juventude, quando militou em entidades de esquerda tais como a Polop – Política Operária (de cunho sobretudo doutrinário) –, e a VAR-Palmares (a Vanguarda ArNovembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 21
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Vírus 2010 Eleições
Esquerda Nascida em Belo Horizonte e com parte da infância vivida na conservadora Uberaba, Dilma foi aluna foi aluna do colégio Sion, na capital mineira. Um colégio de elite, no qual as alunas dirigiam-se às professoras falando francês. Aos 15 anos, foi para um colégio estadual. Aos 20, estava na faculdade de Economia. Foi quando conheceu o jornalista Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, seu primeiro marido, que levou a então noiva
para a militância na Polop (Política Operária), de cunho doutrinário. Depois, foi aprofundando a militância e radicalizando a participação. Chegou a disputar com Carlos Lamarca o comando da VAR Palmares, durante reunião em Teresópolis, na região serrana do Rio. Encarou o capitão, teve com ele áspero diálogo e venceu, no voto, por 30 a 37. Provou ali a capacidade de liderar e, mais, a de adotar posições.
mada Revolucionária Palmares), grupamento responsável pela execução de ousados projetos revolucionários. Um exemplo: o assalto à casa onde morava, no bairro carioca de Santa Tereza, um irmão de Ana Capliglioni, amante do governador de São Paulo, Adhemar de Barros. O alvo era um cofre de 350 quilos. A ação durou 28 minutos, durante os quais os 13 guerrilheiros auferiram mais de 2 milhões de dólares em espécie. As controvérsias sobre a participação de Dilma na operação hoje estão desfeitas. Não, ela não participou diretamente (não estava presente). Mas o motivo da ausência tem uma explicação: Dilma era considerada muito importante para o movimento. Não poderia correr tanto o risco de ser aprisionada. Mas todo o planejamento foi feito por ela, que já havia passado por cursos específicos – já sabia, por exemplo, desmontar e montar um fuzil, além de manejá-lo –, e por Carlos Franklin Paixão de Araújo, seu então marido, e pai de sua filha única, a juíza do trabalho Paula, que mora em Porto Alegre.
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Na legalidade
Princesa Isabel
Carlos Lamarca
Depois da longa prisão em São Paulo, já nos anos 80 foi para Porto Alegre, em decorrência do casamento com Carlos Araújo. No Rio Grande do Sul assessorou o prefeito Alceu Collares, do PDT, de quem foi secretária de Minas e Energia ao tempo em que Collares foi governador. Prosseguiu na mesma função durante o governo Olívio Dutra, eleito por uma coligação PDT-PT. Foi uma secretária considerada eficiente. No tempo do apagão, o Rio Grande esteve à margem da crise. Seu nome foi, por isto, naturalmente lembrado para o Ministério de Minas e Energia. Em 2005, quando estourou a crise decorrente das denúncias sobre a existência de um Mensalão envolvendo o então poderoso ministro Chefe da Casa Civil José Dirceu, o presidente Lula viu em Dilma, a imaculada ministra contra quem nenhuma denúncia jamais fora feita, o nome ideal para auxiliálo na condução do País. Trocou Dirceu por Dilma e pelo visto nunca se arrependeu. Basta dizer que a ela entregou a coordenação do PAC, o Programa de Aceleração do
Nos anos de chumbo, Dilma foi um alvo frequente do aparelho repressor Novembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 23
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Eleições 2010 Crescimento, em termos de realizações físicas, o ponto alto do atual governo. Ao mesmo tempo, o presidente anunciou a disposição de apoiar a ministra para a sua sucessão. Depois de um operário, o Brasil seria governado por uma mulher, a primeira da história republicana. Na verdade, a participação feminina na vida administrativa do Brasil sempre foi das mais tímidas. O voto feminino é produto da era Vargas (anos 1930) e uma mulher-ministra é coisa bem mais recente, de quando, durante a ditadura, a professora Ester Figueiredo Ferraz foi nomeada ministra da Educação. A primeira governadora foi Iolanda Fleming, que chegou ao governo do Acre, nos anos 1980, na condição de vice. Uma mulher presidente? Bem, até que antes de Dilma, a virtual candidata, outras tentaram. Um exemplo é o da atual vereadora Heloisa Helena (PSOL, Maceió). O caso de Dilma é aqui tratado por ser ela a primeira candidata, conforme as pesquisas e pelo fato de que contará com fantástica estrutura de apoio, com reais chances de chegar à Presidência, tornando-se a primeira mulher a governar o Brasil pelo voto direto. Sim, porque antes, uma outra mulher, a princesa Isabel Cristina Leopoldina Augusta Miguela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança Bourbon, governou o Brasil em substituição ao pai, o imperador Dom Pedro II, que adorava viajar. Num dos três períodos que governou, a princesa, que vinha sendo preparada pelo pai para tomar-se a rainha Isabel I, assinou a Lei Áurea, pondo fim à escravidão. Em decorrência, passou a ser denominada pelo honroso epíteto de Redentora e chegou a ser homenageada pelo Papa Leão XIII, com a comenda “Rosa de Ouro”. Pouco tempo depois, o Império deu lugar à República. Mas aí é outra história. De concreto, vale lembrar que sendo eleita em 3 de outubro de 2010, Dilma Rousseff será, a partir de 1º de janeiro de 2010, a segunda mulher a governar o Brasil.Terão se passado 121 anos, 4 meses e 10 dias desde a despedida de Isabel do Poder.
Memórias do cárcere
A Dilma que e Maria Cristina de Castro
é assessora Internacional do Ministério das Minas e Energia. Esteve no Uruguai (foto) na comitiva do Presidência Lula
Conheci Dilma Rousseff em outubro de 1971, quando cheguei ao Presídio Tiradentes e fiquei “alojada” na mesma cela que ela “habitava” havia bastante tempo. Após mais de 10 meses de prisão no Recife e no Rio de Janeiro em isolamento quase total, Dilma foi uma das primeiras “companheiras de prisão” com quem pude conviver. Partilhei com ela o beliche onde – na cama de cima – joguei minha pequena trouxa com o alívio comum a todos os presos políticos que saiamos do circuito de salas de tortura da repressão (Oban/ Dops/ Oban). Partilhamos também as dores, as emoções, os suplícios, as lutas, as resistências, as utopias, as alucinações, as esperanças, as angústias, as raivas, as menstruações sem higiene, as saudades do sol e do vento na cara, a paixão pelo companheiro distante de cada uma de nós. Por acaso o companheiro de Dilma – Carlos Araújo – era muito amigo de meu companheiro – Tarzan de Castro – e mesmo no silêncio forçado de não querer saber ou lembrar detalhes de fatos que pudessem interessar aos algozes, parece que esses amores consolidaram a amizade fraterna que temos – até hoje – uma pela outra. Todas tínhamos algum apeli-
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ue eu conheço do. Dilma era “Mineirão” porque sendo de Minas Gerais, e tendo a liderança, determinação e força de caráter que até hoje ela mostra, só podia ser comparada ao grandioso estádio. Na “fauna e flora” da Torre do Tiradentes havia de tudo: “Ervilha” , “Jotalhão”... E eu fui “batizada” de Tupamara. Adivinha por quem? Pois é, Dilma me chama assim até hoje e, em decorrência, a metade da Esplanada dos Ministérios também. Na Torre do Tiradentes tínhamos um gato cuja influência na vida das presas políticas está bastante bem descrita em trecho de uma carta que mandei para meu companheiro Tarzan – à época preso em Juiz de Fora – em janeiro de 1972 e que a saudosa Joaquina (mãe dele) guardou com carinho: “...Cada uma de nós o chama de forma diferente, eu o chamo de Brutus, mas tem quem o chama de Túlio, Detritus ou Princípio. Ele é vítima das carências afetivas de 27 mulheres e vai de cama em cama na maior manha....” Dilma era a mais cuidadosa com o gato e principalmente com sua caixinha de areia que tinha fundo falso para cumprir com a função de “caixa de correio inter-celas”, aonde circulavam textos de clássicos marxistas, copiados à mão com todo cuidado; e mensagens dos “meninos” do lado masculino do Tiradentes, garantindo a comunicação que nos fazia tanta falta quanto o ar que respirávamos. Aquela idéia de que chegando ao Tiradentes sairíamos definitivamente do ciclo Dops/ Oban/ Dops não funcionou comigo. Voltei aos infernos inúmeras vezes e sempre que voltava à “minha cela” encontrava Dilma de braços abertos, me amparando, me ajudando a usar a latrina (de chão) quando não tinha forças, me dando sopinhas de colher na boca (como um bebê), me cedendo a cama de baixo do beliche, pondo no “radinho de pilhas” as melhores músicas da MPB. Foi numa dessas “voltas do inferno” que Dilma me fez ouvir Paulinho da Viola cantando “Para um amor no Recife”
e mandei a letra para Tarzan em outra carta dessa época: “A razão porque mando um sorriso... E não corro, é que andei levando a vida... Quase morto. Quero fechar a ferida, quero estancar o sangue e sepultar bem longe o que restou da camisa... Colorida que cobria minha dor....” Posso dizer que, apesar de ela ser alguns anos mais nova que eu, nessa época Dilma foi minha mãe, salvo por um detalhe: Dona Angélica, minha mãe mesmo, cozinhava muito bem! No dia do plantão de Dilma na cozinha da Torre do Tiradentes, todo mundo comia pão com mortadela (quando havia). Em todo caso, o tempo muda muita coisa e, segundo me disse minha grande amiga, a deputada Iris de Araújo, Dilma prometeu participar de seu programa de cozinha com uma deliciosa especialidade sua: sopa de beterraba (espero poder ver para crer). Reencontrei minha querida amiga somente em maio de 2000, quando fui à Porto Alegre para participar do 1º Fórum Internacional de Software Livre. Nessa época, ela era secretária de Estado de Minas e Energia do Governo Olívio Dutra. Fiquei alojada em seu apartamento e, nas madrugadas, aproveitávamos para atualizar as histórias que vivemos nesses tantos anos em que nossa amizade ficou no limbo das tempestades da vida. Sabendo de sua qualificação em tema tão complexo como o da energia e informada de sua jornada demolidora na Secretaria, estranhei a visão de uma cestinha de vime com trabalhos manuais inacabados de tapeçaria, primorosamente colocada ao lado da cabeceira de sua cama, onde se destacava o retrato de sua filha Paula. Num sábado de manhã, a ouvi soltando risadas na frente da TV onde via um desenho animado enquanto completava seu trabalho manual. Minha amiga Dilma continuava exercendo, quando podia, a enorme ternura que faz parte de sua índole humana. Em novembro de 2002, minha amiga Dilma me chamou para apoiar os trabalhos da equipe de transição do futuro Governo Lula. Chorei muito no seu discurso de posse como ministra de Minas e Energia, quando ela dedicou sua missão às companheiras de luta que estavam presentes e também
às que haviam caído no confronto com a ditadura. Trabalho no Ministério de Minas e Energia desde janeiro de 2003, onde sofro até hoje o impacto da tremenda complexidade dos temas relativos ao setor elétrico brasileiro. De 2003 a 2004, a grande missão do Ministério era apoiar o desenho do novo modelo do setor para garantir a modicidade tarifária e os programas de acesso à energia de 12 milhões de cidadãos brasileiros que ainda estavam excluídos. Os números me espantavam: quatro vezes a população do Uruguai ainda estavam vivendo à luz de lamparinas e muito longe de desenvolver qualquer processo produtivo nessa precariedade! Também são espantosos para os leigos a diversidade de conceitos, entidades, fatores de incidência, áreas envolvidas, interesses sociais, políticos, econômicos, financeiros, ambientais, nacionais, bilaterais, de blocos, internacionais, mundiais, universais. No período em que minha amiga Dilma ficou neste Ministério, vi e sofri em carne própria tudo o que a imprensa repercute como indícios de sua postura de “gerentona”: broncas “olímpicas” e muito rigor na crítica de erros e/ou deficiências nos resultados. Mas como poderia ela exercer a missão gigantesca e enfrentar esse mundo de interesses sem perder o rumo, se não tivesse a capacidade de endurecer? Em maio de 2005, Dilma aceitou a nova missão, ainda mais complexa: ministra chefe da Casa Civil. Apoiar a harmonização das atividades de autoridades do Poder Executivo exige, com certeza, um exercício feroz de endurecimento de atitudes. Então, aonde teria restado espaço para a Ministra continuar exercendo seus atributos de ternura? Assim como no Presídio Tiradentes, há quase 40 anos atrás, Dilma é fiel a seus princípios, se joga de corpo e alma nas missões que assume porque acredita nelas, e aceita as ordens do chefe porque o respeita. Isso é pura ternura. O tempo muda mesmo muita coisa, mas Dilma na essência não mudou. Da política brasileira ao câncer, ela continua enfrentando desafios que só os machos mais valentes da história da humanidade superam, sabendo que “É preciso endurecer, sem perder a ternura jamais”. Novembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 25
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Urubuservando
Carlos Brandão | carlosbrandao7@gmail.com
Solteiras por opção?
Kinf of Pop
Segundo o IBGE, existem três milhões de mulheres a mais que homens no Brasil. E olha que essa contabilidade é do Censo de 2000. Quer dizer: o número é bem maior, nesse 2009. Com esses dados fica fácil entender porque existem, cada dia, mais mulheres sem namorados por aí. A lei da oferta e da procura, nesse caso, é implacável.
Michal Jackson, King of Pop, é o nome da história em quadrinhos bancada pela Blue Water Comics, em homenagem ao Rei do Poo, falecido recentemente. A revista já lançada nos EUA, se prepara para circular o mundo, claro, porque a família Jackson precisa de grana pra pagar as contas do filho ilustre que morreu devendo uma baba. Os produtores dizem que a história é dirigida mais ao público infantil (êpa!). Mas os maiores também devem querer dar uma olhadinha básica. Eu, por exemplo!
Arquivos digitais
Sinalização Daqui uns dias, alguém vai ter que criar gente com sinalizadores pra andar nas ruas. As pessoas estão precisando de, exemplo, seta e retrovisor. Ande nas ruas do Centro de Gyn, entre 8h e 18h e confira essa
Caretice Uma exposição de fotografi as eróticas, nos banheiros do Goiânia Ouro, chocou a sociedade conservadora de Gyn. As fotos são de François Calil, que além de fotógrafo dos bons, é DJ. O interessante da mostra é que,
necessidade. Tá c a d a d i a m a i s d i f í c i l , véi... A grande maioria dos infratores é de gente falando ao celular. Qualquer semelhança com veículos é não mera coincidência.
quem gostasse ou não gostasse, poderia tirar a foto da parede e levá-la pra casa, ou jogá-la no lixo. O público podia fazer sua parte de censor, na boa. Essa era a idéia. Mas os puritanos nem se tocaram para a proposta e foram logo tachando as fotos de imorais. Goiânia continua a mesma: cristã e careta.
A Livraria Saraiva está com um novo sistema de “empréstimo” de filmes. A pessoa escolhe os filmes que quer receber, no site da livraria. Após pagar, usa um programa de gerenciamento de downloads e baixa o arquivo do vídeo. Quem loca, tem 30 dias para ficar com o arquivo. Depois disso o arquivo é bloqueado. A Saraiva informa que já tem 650 títulos à disposição dos usuários. Outras redes já estão de olho no mercado. Será que isso tá valendo pra loja da Saraiva em Gyn?
Ah, Mossâmedes! No Circo Meridiano quem não tem dinheiro passa por debaixo do pano quem não tem brinquedo faz uma boneca de pano quem não tem amor, se vira com seu engano.
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Desalinho
Congresso X Tráfico
O jeans, criado em 1850, na Califórnia, em plena febre do ouro, tem uma história contada infinitas vezes pela imprensa cansada de se repetir. Nesta temporada, sofrendo as customizações da moda, a vez é dos desbotados, surrados e desfiados, lavados, gastos à pedra ou com ácido. Quanto mais velhos e surrados, mais na moda e mais procurados pelo público. Segundo o estilista da marca Levi’s, esta é a “estética do desalinho”. Achei massa essa definição. Tá na agenda.
“Seria um exagero comparar as disputas pelo poder no Congresso com as guerras de quadrilhas pelos pontos de venda de drogas nas favelas cariocas? Só porque uns vendem crack e cocaína e outros, privilégios e ilegalidades? Guerra é guerra, vale tudo na disputa pelos pontos de poder. Se um tiroteio é de balas, o outro é de números e nomes; mas sempre sobram balas perdidas.” Trecho que circula na internet, como sendo do jornalista e compositor Nelson Mota. Seja lá de quem for, tá batendo beleza com a realidade.
Artista mesmo
Cachorrada
A arte feita em Goiás, cheia de medalhões sem nenhum talento, de vez em quando me surpreende. Outro dia fui convidado para a mostra de um artista que não conhecia.
O goianiense anda precisando ser educado pelas autoridades, sobre como cuidar de seus cachorros. Melhor: como educar a cachorrada sobre onde fazer suas necessidades. Em Gyn, cachorro caga é no meio da rua, nas calçadas. E o pedestre acaba tendo que dividir o passeio com merda de bicho. A Rua 5, no Centro, no trecho entre a Tocantins e a Rua 9, é exemplo típico de banheiro público de cachorro. Na pista do Bosque dos Buritis, quem faz sua caminhada disputa espaço com cães. Dei dois exemplos. Se a gente for parar pra citar outras ruas e praças, vai
Pedro Recroix, o nome dele.
Pedro era um monge francês que viveu boa parte da sua vida na cidade de Goiás e faleceu em março deste ano. Fazia entalhes em madeira como ninguém. Deu vontade de ter um pouco de grana e comprar todas as peças da exposição. Conhecer artistas como Pedro Recroix, talentoso e sem vaidades, deixa a gente mais leve e mais humano. Pedro era o contrário de artistas “famosos” de Goiás, que de arte não entendem nada. Assim, vale a pena falar de arte.
faltar espaço na coluna. Que tal uma campanha da prefeitura, tentando educar tiozinhos, tiazinhas e moleques bombados, sobre como recolher a porcariada que seus bichinhos deixam por onde passam?
Deus é pop Igrejas evangélicas são iguais duplas sertanejas e grupos de pagode. Entram e saem de moda numa velocidade... Agora, a bola da vez é a Igreja Mundial. Tudo por conta de um pastor, Valdemiro Santiago, bom de papo e excelente comunicador.
O cara faz um “milagre” atrás do outro e o público que o assiste na TV, muda na hora de igreja. A sede da Mundial em Goiânia, na Avenida Tocantins, Centro, andou sem fiéis, no começo. Hoje, tá bombando. Entrou na moda. O mundinho pop chega pertinho de Deus.¬¬
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Negócios
Crédito para o Prestes a completar dez anos, a GoiásFomento é uma das responsáveis por promover o desenvolvimento sócio-econômico do Estado
A
GoiásFomento foi criada no dia 8 de maio de 2000. Em seu tempo de atuação, contribuiu significamente para a aceleração do desenvolvimento sustentável do Estado de Goiás; estimulando a realização de investimentos, a criação de emprego e renda e a redução das desigualdades sociais e regionais. Estas realizações são fruto de três linhas de trabalho: a ação financiadora de apoio a micro e pequena empresa; o incremento do setor industrial por meio de financiamentos de incentivos fiscais; e o desenvolvimento dos empresários de Goiás a partir de cursos de capacitação e treinamento na gestão de negócios. “Para isto, trabalhamos com seis linhas de crédito: a GoiásFomento Giro, a GoiásFomento Investimento, Crédito Produtivo, Funmineral, GoiásFomento PQF e Goiás Fomento Tecnologia, além de trabalharmos com linhas do BNDES e do FCO”, explica o presidente José Taveira Rocha. O empreendedor interessado em fomentar sua empresa, pode procurar a GoiásFomento e se orientar sobre qual inha de crédito mais se adapta ao seu perfil.
as MPEs: “No âmbito das micro e pequenas empresas, trabalhamos com a ação financiadora e oferecemos linhas de crédito com os juros mais atraentes do mercado, por meio do FUNPRODUZIR, fundo estadual destinado ao fomento de atividades empresarias. É importante ressaltar, também, que a Agência não pratica (até porque somos proibidos) métodos e práticas que oneram o custo do dinheiro. Trabalhamos com taxas fixas. Quando se contrata um financiamento da GoiásFomento, temse a visão perfeita do dia que irá pagar a última prestação”, esclarece. Devido à atuação da GoiásFomento, o cenário da Micro e Pequena Empresa no Estado é promissor.
Micro e Pequena Empresa
De acordo com uma pesquisa do SEBRAE de São Paulo, as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) respondem por 98% das empresas brasileiras. Em Goiás, este setor teve um crescimento expressivo, em grande parte suportado pelo incentivo da GoiásFomento. O presidente José Taveira explica como a empresa estatal atua no apoio
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a o desenvolvimento “Nós já disponibilizamos cerca de R$ 194 milhões de reais de crédito em favor de 12 mil micro e pequenas empresas, instaladas em quase todos os municípios goianos. Em 2010, faremos um esforço imenso para que a Ação da GoiásFomento cubra todo o território goiano. Já estamos operando em 221 municípios”, acrescenta José Taveira.
Capacitação Empresarial
A principal exigência da GoiásFomento para disponibilizar suas linhas de crédito é que os canditados passem por capacitação, com o objetivo de melhorar a gestão dos seus negócios. “Para oferecer este treinamento profissional, procuramos convênios com entidades que também tem interesse no aprimoramento do micro e pequeno empresário, como o SENAI, SEBRAE e Fecomércio. E, estamos discutindo agora, um processo de interação com duas Universidades do Estado de Goiás”, esclare Taveira. A formação e acompanhamento
dos empreendedores que procuram a GoiásFomento faz parte da filosofia das agências de fomento não só de Goiás, como em nível nacional. “Não apenas emprestamos capital ao empreendedor. É realizado um acompanhamento do empresário no que chamamos de pós-crédito, que faz parte da ação de capacitação. Neste trabalho, verificamos se o dinheiro foi bem aplicado, se a empresa está expandindo e se abriu novos mercados. O objetivo é que o empresário aplique da melhor forma o crédito recebido, prospectando a partir dos cursos quais as adversidades de seu negócio, para que possa superá-las e crescer. Cria-se um círculo virtuoso do financiamento, que é o dinheiro ir e voltar”, afirma Taveira. No campo da capacitação empresarial, a GoiásFomento já contribuiu na formação de algo em torno de 56 mil empresários em todo o Estado.
E este fato é importante por transferir a mensagem de que o nosso processo industrial estadual foi ontem incipiente e hoje é bastante significativo na composição do nosso PIB, estando disperso no Estado. Isso é excelente do ponto de vista de desenvolvimento regional, homogêneo e na equalização da distribuição da renda, gerando emprego, renda e tributação plena que é revertida para as entidades que compõem a administração dos nossos municípios, garantindo o seu desenvolvimento sócio-econômico”. Ao todo, o Programa Produzir financiou 588 projetos, em 103 municípios goianos, envolvendo recursos que totalizam recursos de R$ 73 bilhões. As empresas contratadas têm investimentos projetados em mais de R$ 11 bilhões, com a geração de cerca de 184 mil empregos diretos.
Setor Industrial
História
Outra ação da GoiásFomento é exercer o papel de financiador do Estado de Goiás, no que tange ao exercício da parte bancária dos nossos programas de desenvolvimento. Graças às atividades da Agência, Goiás tem conseguido expandir o seu setor industrial. Neste campo, a instituição trabalha com o programa de incentivo fiscais PRODUZIR. “Já disponibilizamos créditos para 588 empresas que estão instaladas ou em processo de instalação em mais de 100 municípios.
Doces Real, que nasceu como uma pequena fábrica de fundo de quintal, há 20 anos. Com o incentivo da GoiásFomento, a empresa cresceu e se tornou a maior empregadora de Aragoiânia. Hoje, exporta 60% da sua produção e conseguiu o financiamento do Produzir, que vai permitir o deslocamento da sede para fora do centro urbano de Aragônia
A GoiásFomento S/A foi criada juntamente com as Agências de Fomento nacionais, em que os bancos públicos brasileiros e estaduais foram à falência. Depois deste fenômeno, já na década de 90, o Conselho Monetário Nacional adotou a posição de autorizar os Estados a constituir Agências de Fomento, que teoricamente, teriam a função de substituir em parte estas instituições financeiras. Assim, foram criadas as primeiras agências neste novo contexto: a Agência de Fomento do Estado do Amazonas, no Estado do Rio de Janeiro e a GoiásFomento. A Agência de Fomento de Goiás S/A é uma Empresa de economia mista de capital fechado, supervisionada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil e jurisdicionada à Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento – SEPLAN. Novembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 29
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Negócios
Negócios de sucesso Conheça histórias bem-sucedidas de empresas apoiadas pelo financiamento e cursos de capacitação da GoiásFomento
Scitech Produtos médicos A empresa atua no ramo de suprimentos médicos hospitalares em Aparecida de Goiânia. Hoje, seu principal carro-chefe é o stent, utilizado em cirurgias cardíacas, que conseguiu quebrar o monopólio
das indústrias norte-americanas, que sempre dominaram o mercado brasileiro. A empresa, que começou há 12 anos distribuindo suprimentos utilizados em cirurgias e outros produtos
do setor, hoje exporta para América Latina, Oriente Médio, Estados Unidos e Europa. Além de ser uma das únicas três empresas do país habilitadas a esterilizar produtos para exportação ao exigente mercado europeu. Conta, ainda, com escritório de negócios em Miami (EUA) e na Europa, em Bruxelas (Bélgica).
Alta Freqüência Centro de Estética O Centro de Estética nasceu do empreendedorismo de Maria do Carmo de Freitas. Cansada da rotina em uma empresa de listas telefônicas, ela percebeu uma carência nos serviços de estética prestados na cidade. Com a idéia fixa, passou cinco anos fazendo os mais diversos cursos de estética e gestão de negócios oferecidos pela agência goiana em parceria com outras
entidades. A empreendedora é o maior caso de parceria da Goiás Fomento. Já soma 14 financiamentos contratados, que transformaram instalações modestas em um completo centro, com quase 4 mil clientes cadastrados. Hoje, a eficiência da gestão e a busca da atualização constante por atualização têm feito da Alta Freqüência referência no setor. “O apoio da agência foi fundamental. Nós começamos com uma única sala,
modesta. Com o financiamento e capital de giro da GoiásFomento, conseguimos modernizar a empresa e adquirir aparelhos estéticos. Hoje contamos com cerca de 26 equipamentos e um quadro fixo de dez funcionários, além de um sede própria e moderna. Outra ajuda fundamental foi a participação no treinamento profissional oferecido”, conta Maria do Carmo.
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Regtistro Fabrícia e Danillo Fabrícia e Danillo (foto) casaram-se em cerimônia religiosa realizada na Igreja Nossa Senhora das Graças, no bairro Jardim América, em Goiânia. Ela é filha de Divino Antônio Maciel de Abreu e Hélia Vieira Silva Abreu, e ele, de Manoel Valdeci da Silva e Gizelda Maria Braga Silva. Danillo pertence à nova geração de bons advogados de Goiás.
Informe Publicitário
Preocupação Ambiental Goianésia inaugura mais uma trincheira do Aterro Sanitário e é referência em Goiás no tratamento do lixo
E
nquanto mais de 90% dos municípios goianos padecem com a falta de tratamento adequado ao lixo, Goianésia, no Vale do São Patrício, é uma referência neste quesito. A cidade inaugurou no início de outubro a quarta trincheira do Aterro Sanitário de Goianésia, uma obra que custou R$ 110 mil e que foi construída com recursos do município. A nova trincheira irá receber o lixo do município durante os próximos dois anos. Com 16.840 m³, a obra tem 122,5 metros de compri-
mento por 25 metros de largura e capacidade para armazenar 15 mil toneladas de lixo. Goianésia está entre as cinco melhores cidades do Estado quando o assunto é Aterro Sanitário. A iniciativa demonstra que o município se preocupa com o meio-ambiente e com a qualidade de vida de seus habitantes. Quando surgiu a necessidade da construção de mais uma trincheira, a prefeitura acatou prontamente, concluindo em pouco as construções que atenderá o município até 2011.
Levantamento divulgado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos aponta que apenas nove municípios goianos tratam o lixo urbano de maneira adequada, entre eles Goianésia. Além do tratamento impróprio dado aos resíduos sólidos na maioria das cidades, em mais de um terço desses lixões e até em aterros sanitários há a presença de catadores de papel que trabalham ou moram nesses locais. Goianésia é exemplo de uma cidade que não agride o meio ambiente.
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Turismo
Petra: tesouro a céu aberto
co na Jordânia:
Sítio Arqueológi
História
Jordânia, bíblica e c Repleto de histórias, o país é um dos destinos com maior oferta de patrimônio arqueológico do mundo
Izabel Todeschini izabelace@yahoo.com.br
P
ercebe-se, logo de cara, que a Jordânia é um reino. Para onde quer que você olhe, lá está ele, o rei Abdullah : em outdoors e fotos, nas mais variadas poses, vestido de aviador, de empresário, de beduíno, ou posando como bom pai ao lado da família. Nota-se também que é o povo que mantém a monarquia, já que os impostos são altíssimos e o dinar, a moeda local, vale mais do que o dólar e a libra.
Os jordanianos são simpáticos, conversadores, mas, como bons comerciantes, gostam de “empurrar” de tudo – de bugigangas a passeios turísticos dispensáveis. A comida é ótima para quem gosta de pratos árabes, e o café da manhã é farto. O ‘narguilé’ (aquele grande cachimbo d’água que virou moda no Brasil) é servido em qualquer restaurante, ao final das refeições, como se fosse o nosso tradicional cafezinho. Imagine só como fica o ambiente: uma fumaceira só, com mistura de aromas de frutas, deixando enjoado quem não está acostumado.
Vista da capital Aman
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O narguilé é servi
do em qualquer re
staurante da Jord
ânia
, o ponto mais baixo
r Morto Turista flutua no Ma
do planeta
e cinematográfica Na Jordânia, 93% da população é muçulmana, mas não há radicalismo. Algumas mulheres mantêm a cabeça coberta pela burca, enquanto alguns homens ainda usam turbantes amarrados com corda e carregam o ‘masbahah’ (terço islâmico) pelas ruas. O que é radical mesmo lá é o clima. Há apenas duas estações : inverno (com neve na maioria das regiões) e “inferno” (com temperaturas entre 30 e 45 graus). Cinco vezes ao dia, onde quer que se esteja, ouve-se uma espécie de cântico ecoando dos alto-falantes das mesquitas. É hora de parar tudo e orar. Muitos estendem um tapetinho que carregam consigo e se ajoelham onde for. Berço de líderes fundamentalistas islâmicos, o país é um verdadeiro museu a céu aberto. Você encontra castelos em ruínas – onde dizem que se escondem integrantes da Al Qaeda –, vestígios préhistóricos e de diferentes civilizações, bem como arqueólogos reconstituindo cidades de tempos remotos. A Jordânia fica numa das regiões
bíblicas do planeta. Exemplos disso não faltam. Os reinos de Moab e Amon, citados no Antigo Testamento, dividiam o país em norte e sul. Foi do Monte Nebo que Moisés avistou a Terra Prometida e é onde ele está enterrado. A mulher de Ló, por sua vez, transformou-se em estátua de sal por desobedecer a Deus quando se virou para ver a destruição de Sodoma e Gomorra – cidades supostamente localizadas na Jordânia. Mas toda essa história fica em segundo plano para quem tem os cenários de Lawrence da Arábia e de Indiana Jones à disposição. Sem dúvida, as grandes atrações deste pequeno e moderno reino do Oriente Médio são o deserto de Wadi Rum e Petra - a incrível cidade rosada entalhada nas rochas pelo povo nabateu, considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo. Passar um dia inteiro em Petra é uma grande aventura! Entre camelos, beduínos e desfiladeiros, descobre-se um tesouro formado por um complexo de palácios, templos, túmulos reais, áreas
comerciais e residenciais. Não é por acaso que o lugar foi escolhido para a gravação de cenas do filme “Indiana Jones e a Última Cruzada”. Já o deserto de Wadi Rum é um mar de areia, com imensas formações rochosas elevando-se como “ilhas” num oceano todo bege. Naquele silêncio, é estranho imaginar que exatamente ali ocorreu uma guerrilha árabe liderada por Thomas Edward Lawrence – ou Lawrence da Arábia –, o mais famoso herói britânico da Primeira Guerra Mundial. A viagem é das mais exóticas. E o ‘gran finale’ é conhecer o Mar Morto – que, na verdade, é um lago, com uma parte localizada em território israelense. É o ponto mais baixo do planeta: está a 411 metros abaixo do nível do mar. Vendo vários ‘spas’ chiques beirando o local, fiquei convencida de que existem mesmo propriedades terapêuticas naquelas águas. Foi então que fiz o teste e flutuei de verdade, entregue à imensidão e aos braços de Morfeu, perdida no tempo e no espaço. Novembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 33
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Atlético volta Esporte
O Atlético Clube Goianiense ressurgiu das cinzas e celebra um momento histórico, que é sua classificação na Séria A do Campeonato Brasileiro Rhadá Costa
O
Atlético Clube Goianiense ressurgiu das cinzas e celebra um momento histórico em sua trajetória. Em cinco anos, o time subiu da 2ª divisão do Campeonato Goiano para a Série A do Brasileirão. Depois de conquistar em 2008 seu segundo título no Campeonato Brasileiro Série
C, começou a disputa com uma campanha promissora na Série B. A glória só veio no dia 21 de novembro, quando derrotou o Juventude por 3x1 em partida realizada no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS). Depois de 23 anos, enfim, o clube retornou à elite do futebol brasileiro, figurando
entre os 20 melhores times do Brasil. É a quarta vez que o Dragão está na primeira divisão; a última vez foi em 1986. A boa fase dos rubro-negros é resultado de anos de história e momentos marcantes, tanto de conquistas como derrotas. O Atlético
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ta à elite
foi fundado em 02 de abril de 1937, Superação na cidade de Goiânia. Seu primeiro No começo do século 21, o goleiro foi Edison Hermano, um de cenário do clube rubro-negro não seus fundadores, que naquela época era nada promissor. Devido a más torcia para o São Paulo FC e CR Fla- administrações, esteve próximo mengo, influenciando no distintivo e do fim, passando por um período no uniforme do clube. de dívidas e descrédito da torcida, Pioneiro em todos os aspectos, o inclusive, com a demolição e abanAtlético foi o primeiro clube de futebol dono do estádio Antônio Accioly. Em da recém fundada cidade de Goiânia e 2005, a história começaria a mudar e e a primeira equipe campeã estadual; a palavra de ordem neste processo é sendo peça chave na difusão desse apenas uma: planejamento. O estádio esporte no Estado. foi reconstruído e o Dragão começou Ao longo dos anos, o Dragão con- o seu processo bem sucedido de reesquistou três títulos em âmbito nacional. O truturação. Trajetória ascendente que primeiro foi o Torneio da Integração Na- se concretiza agora, com o retorno cional, que foi disputado por 16 equipes à elite. Entre as figuras chaves resde diferentes estados brasileiros, em 1971. ponsáveis pela ressuceição do rubroO Atlético ainda foi bicampeão nacional, com os títulos da Série C em 1990 e 2008. O clube foi campeão da segunda divisão goiana em 2005, vice-campeão goiano Presidente: Valdivino José de Oliveira em 2006 e campeão em 2007. Em 2008, foi campeão da Data de fundação: 2/4/1937 Série C e subiu para a Série Títulos: B. Em 2009, foi vice-campeão *Campeonato Brasileiro Série C (1990 e 2008) estadual. Agora, o clube encerra este ano com um feito *Torneio Integração (1971) histórico: a classificação na *Campeonatos Goianos: 10 vezes (1944, 1947, 1949, primeira divisão nacional. O Atlético é a quinta equipe 1955, 1957, 1964, 1970, 1985, 1988 e 2007) na história que consegue, em *Campeonato Goiano 2ª Divisão (2005) campo, subir da Série C para *Vice-Campeonato Goiano: 21 vezes (1945, 1946, 1948, a segunda divisão e, logo em seguida, para a Série A. 1950, 1952, 1954, 1956, 1958, 1959, 1960, 1961, 1967, Em seus 72 anos de his1968, 1972, 1979, 1986, 1987, 1991, 1996 e 2006). tória, revelou vários craques conhecidos no Brasil e exterior: Baltazar, o Artilheiro de Interestaduais Deus, que atuou pelo GrêVice-Campeonato Copa Brasil Central: 1967. mio, Flamengo, Palmeiras, Goiás e Atlético de Madrid Site: http://www.atleticogoianiense.com.br (Espanha); Júlio César, o Imperador, que brilhou pelo Telefone: (62) 3292-3132 Flamengo; e Valdeir, o The Flash, ídolo no Botafogo.
Atlético Clube Goianiense
negro, estão o presidente Valdivino de Oliveira, o vice-presidente Maurício Sampaio e o diretor de futebol Adson Batista.
Organização
Bons resultados são fruto de empenho profissional e dedicação. A conquista do Atlético Goianiense é fruto de uma ampla reestruturação e planejamento realizado pela diretoria do Clube. “Atribuo estes resultados ao planejamento, organização e visão da diretoria. Temos condições de realizar planejamento a médio e longo prazo e, por isso, mais chances de acerto”, afirma o dir igente Adson Batista.
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medicina
Amputação Como proceder e fazer a diferença Dr. Flávio Augusto Kukori Borges
O
desenvolvimento de um grande centro urbano traz também um alto índice de acidentes, seja no trânsito, no trabalho ou no ambiente doméstico. As lesões envolvendo as mãos estão entre as mais frequentes, tendo como conseqüência a maior causa de afastamentos do trabalho no País. Outro grande problema é em relação à reabilitação funcional devido a falha de centros especializados e profissionais capacitados. Em situações de emergência, um atendimento mal conduzido pode gerar sequelas irreversíveis ou até mesmo a amputação do membro. Nas festas de fim de ano ocorre um alto índice de acidentes com bombas e fogos de artifício. O que chama a atenção é a falta de informação da população e da própria classe em relação às medidas a serem tomadas em casos de amputação de membros. O tempo decorrido do trauma e o acondicionamento do membro amputado são fatores decisivos e ligados diretamente ao sucesso do reimplante. Uma mão amputada, por exemplo, se for bem acondicionada pode ter uma evolução favorável com até 10 horas do acidente. Lesões com cortes “quilhotinados” têm chances maiores em relação àqueles ferimentos por esmagamento, explosões ou por arrancamento. Dr. Flávio Augusto Kukori Borges, Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumaturgia e Membro titular da Associação Brasileira de Mão e Microcirurgia
Pescadores e adeptos de atividades físicas devem estar atentos aos seguintes detalhes: “Lembrem-se sempre de retirar os anéis dos dedos, pulseiras e outros penduricalhos. Os anéis, principalmente, podem se enroscar na rede do gol, na roupa do adversário ou na linha de pesca, causando um arrancamento do dedo. Esse tipo de lesão apresenta uma possibilidade reduzida de reimplante devido ao mecanismo do trauma”. Pacientes com traumas complexos na mão devem ser acompanhados por um especialista, evitando mutilações e outras sequelas.
O que fazer em caso de acidentes com amputação Procure manter a calma O tempo é fator crucial neste timpo de trauma. Quanto antes o atendimento for feito, mais chances de sucesso no reimplante
Assistência à vítima Providencie compressas ou panos limpos. Faça um curativo compressivo, mantendo o membro mais elvado, o que evita hemorragias
Membro amputado Envolver a parte amputada em panos ou compressas limpas, umedecidas com soro fisiológico
Acondicionamento Coloque o membro amputado dentro de um saco plástico limpo. Lacre-o e coloque-o em um recipiente com gelo.
O que não fazer Nunca coloque a parte amputada diretamente em contato com o gelo ou água, pois pode causar morte celular., prejudicando o reimplante. Não faça torniquetes e evite fazer ligaduras de vasos sanguíneos.
Goiânia conta hoje com um quadro de profissionais capacitados e atuantes dentro da especialidade de Cirurgia da mão e microcirurgia em diferentes serviços, entre eles: - Dr. Alvino Francisco Neto (Instituto Ortopédico de Goiânia – IOG) - Dr. Emanuel de Oliveira (Clínica do Esporte) - Dr. Flávio Augusto Kuroki Borges (Hospital Ortopédico de Goiânia – HOG) - Dr. Mário Yoshihide Kuwae (Hospital de Acidentados) - Dr. Max Maury Lopes (Instituto Ortopédico de Goiânia – IOG) - Dr. Paulo Sérgio Mendes de Queiroz (DF) - Dr. Ricardo Pereira Domingos da Costa (Hospital Jardim América) - Dr. Ricardo Pereira da Silva (Hospital dos Acidentados) - Dr. Sérgio José de Lima (Hospital Neurológico) - Dr. Vicente de Paula Borges (Clínica de Ortopedia e Traumatologia – COT)
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Artigo
Tarzan de Castro
C
Sexo na terceira idade faz bem
resci ouvindo e “vendo” a sociedade cristã, os membros mais jovens da família, os amigos próximos dizendo e comportando-se como se a (o) idosa (o) fosse assexuada (o). O idoso quando mostrava-se interessado em sexo era tratado como velho assanhado, que não se respeita, que logo iria encontrar uma vadia para tomar o seu dinheiro, pois é incompetente para essa atividade. Quando se tratava de mulher, então as críticas eram mais contundentes. Diziam, “essa velha tem parte com o coisa ruim, ela sabe reza braba para atrair e dominar homem novo”. O preconceito consolidado contra a sexualidade dos mais velhos era e continua sendo um verdadeiro tabu. Com a lenta mudança de costumes, uma certa flexibilidade nas relações sociais, culturais e econômicas, mulheres e homens na 3ª idade vêm conquistando alguns direitos antes lhes negados. Outro fator importante a ser destacado é o inegável prolongamento do tempo médio de vida, proporcionando novas expectativas de acesso ao lazer, à cultura e ao bemestar para os que alcançam longa vida, contingente em constante ascensão. A condição econômica dos idosos também mudou para melhor; aposentado ou com renda que ultrapassa suas necessidades essenciais, com a família criada, sobra dinheiro para gastar com lazer, cultura, viagens, turismo e
por que não criar coragem para romper com o preconceito que insiste em teimar que a (o) idosa (o) não tem sexo? Tentam impor a condição de que vó é para cuidar de netos, na cozinha preparando deliciosos quitutes, no crochê, na leitura de livros, de preferência de cunho religioso. Ora bolas! Chega de tanta besteira! O ser humano nasce com sexo e morre com sexo. O sexo não tem idade. Basta querer, tomar a decisão, estimulá-
“A sexualidade hoje está ao alcance de todos. Aos idosos, resta romper com os preconceitos...” lo que a sexualidade manifesta-se no imaginário no corpo e na prática, ele está sempre aí. Sofre mudança, passa a ter mais qualidade em vez de quantidade, na essência é o mesmo, talvez mais sublime, provocando um prazer mais intenso. Todas as idosas (os) saudáveis estão aptas a exercerem sua sexualidade por toda vida. Os sonhos, as fantasias precisam ser mantidos e alimentados, sexo é vida, amor, paz e aumenta a autoestima. A ciência e a tecnologia criam constantemente novos estimulantes químicos e mecânicos para facilitar o
exercício do sexo pelos idosos; o mercado oferece cada dia novos produtos que facilitam a vida sexual dos mais velhos. A medicina desenvolveu especialidades para tratar especificamente do assunto. Com orientação médica, quem tem dificuldades consegue superar problemas desde que não seja doença crônica degenerativa. A sexualidade hoje está ao alcance de todos. Aos idosos, resta romper com os preconceitos de toda ordem: religioso, social, cultural, para continuarem vivos, interessados em manter e desenvolver sua atividade sexual sem medo, porque ela faz bem, desperta os sentidos, dando-lhes mais vontade de viver com mais qualidade. Cultivando o físico, a aparência, enfim aumentando a beleza de uma vida cheia de motivação ao longo da 3ª idade. Um alerta: nas relações sexuais sempre é importante lembrar dos cuidados para evitar as doenças transmissíveis. O uso da camisinha é o único meio seguro. Concluindo, reitero: entre as várias conquistas obtidas pelos seres humanos na vida moderna destaca-se a maior longevidade, incluindo-se o reconhecimento do direito e as condições plenas para o exercício da sexualidade sem medo, prazerosa e segura até o fim da vida. Tarzan de Castro é ex-deputado (estadual e federal), diretor da revista Hoje e articulista do Diário da Manhã
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Karla Rady | culturamix@gmail.com
C ulturamiX
ACDC: puro rock Vovôzinhos do rock, mas nem tanto! Quem pôde conferir toda a energia de Brian Johnson (vocal), Angus Young (guitarra solo), Malcolm Young (guitarra rítmica e vocal de apoio), Cliff Williams (baixo e vocal de apoio) e Phil Rudd (bateria e percussão) no Morumbi no final de novembro ficou embasbacado com tanto vigor. Além dos clássicos, os veteranos tocaram faixas do último álbum lançado, Black Ice (2008), em um show empolgante e cheio de surpresas: como uma boneca inflável e um strip tease de Angus Young. O set list do espetáculo de duas horas contou com Back in Black, Thunderstruck, The Jack, Hells Bells, War Machine, You shook me all night long, T.N.T, Let there be rock, For those about to rock (We salute you) e Highway to Hell – clássicos pra ninguém botar defeito.
Mostra Trash
Sangue, morte e gritaria: regada a esses elementos a Mostra Trash de filmes independentes comemorou 10 anos e 4 edições no final de novembro. Primeira mostra de cinema do Estado de Goiás, a TRASH movimenta a cena, sempre com convidados especiais, como Ivan Cardoso e José Mojica Marins, o lendário Zé do Caixão, tendo se consolidado como uma das pouquíssimas telas do Brasil para filmes de baixo orçamento e muita invenção. A edição deste ano traçou uma retrospectiva do evento, com clássicos que fizeram história. Que medo!
Noise
Mama Rosin Mais uma vez, a Monstro arrasou na produção do Goiânia Noise, festival internacional de música independente. Um dos mais importante do País, o Noise inovou na 15a edição, apostando na descentralização do evento, com programação em várias casas noturans da cidade. Também fez parte do festival uma exposição comemorativa aos 15 anos do evento, com artistas como Siron Franco, Marcelo Solá, Matheus Dutra, Fábio Zimbres, Lauro Roberto e Thiago Xavier. Quem compareceu ao Martim Cererê se deparou com ótimas bandas, como Mama Rosin (Suíça), e com organização e profissionalismo. Os mais saudosos puderam matar saudades do Teatro de Arena, que foi utilizado para acolher a feira do festival.
Rock N’Gol Quem gosta de música e esporte já pode contar com um pub temático em Goiânia. A data da inauguração está prevista para 7 de janeiro, como informou o proprietário Murillo Di Guimarães. A casa se chamará Rock N’ Gol Green Stage e trabalhará com cerveja Heineken. Vale a pena ver o VT promocional que rola na internet. Digite Rock N’ Gol e curta no youtube.
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12 Arcanos Um escândalo a arte do novo CD do Mechanics. Feita pelo conceituado artista plástico Lauro Roberto, remete ao tarô. Os originais do trabalho foram todos feitos em embalagens tetrapack, pintadas e riscadas. Além da capa, acompanha o disco 12 cartas de tarô, cada uma referente à uma faixa musical. E por falar nas músicas, vale ressaltar a qualidade das composições: bem elaboradas e pesadas, feitas para provocar um certo desconforto até, dão o primor artístico do novo projeto. As letras em português e a nova formação – baterista e segundo guitarrista – elencam a lista de novidades preparadas para a comemoração dos 15 anos de Mechanics. A Boca de Porco lançou uma coleção de camisetas especial para brindar o momento da banda, uma das mais antigas de Goiânia. São 12 camisetas, uma para cada carta do tarô maldito do Mechanics. Para quem gosta de música e para quem gosta de arte, vale a pena conferir o projeto 12 Arcanos, pelo myspace da banda. As camisetas estão disponíveis nas lojas Boca de Porco da Av. T-2 e do Centro.
Circo levado à sério
Cinema
Cada vez mais diversificada culturalmente, Goiânia sediou o I Festival das Famílias de Circo Fora de Lona, no Lahetô. Realizado em comemoração ao Dia do Palhaço, o evento integrou o projeto Asas de Picadeiro, iniciado em setembro deste ano. Contou com seminário, homenagens, oficinas, performances e manifestação pública em favor do circo, que culminou na criação da Cooperativa de Circo, uma organização voltada para o fortalecimento da arte circense no Estado.
A diretora Lara Kuehlewind está a mil por hora com novo trabalho. Ela filma o curta Miguel Tem 7 Vidas, que tem no papel principal o ator goiano Efton Roffer. Efton firmou sua carreira no Rio de Janeiro onde trabalhou com vários diretores de renome. No casting da Rede Globo, fez participações especiais em novelas e seriados, como A Grande Família.
BDP Zine A Boca de Porca lança no final de dezembro mais um empreendimento cultural, a revista BDP Zine. O veículo será impresso, mas também terá veiculação eletrônica, em diferentes sites da internet. Antes de chegar às ruas já causa frisson. Não é para menos: a revista tem como editor o super criativo, Carlos Pompeu, que promete uma publicação para abalar as estruturas da cultura goiana. Novembro / Dezembro de 2009 - Hoje | 41
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Artigo
Carlos Gomes
Garcia Neto
C
Com a morte de José Garcia Neto (1º/6/1922–20/11/2009), a geração de políticos que cresceu após a ditadura de Vargas torna-se menor. E com isso vai morrendo a geração que mais pode exercitar o processo democrático brasileiro. Um modo peculiar, e quase romântico, diria, deixou de existir a partir do golpe militar. Garcia vinha da velha e liberal UDN e foi o primeiro prefeito eleito de Cuiabá, depois deputado federal por duas vezes, vice-governador e, por fim, governador. Conheci Garcia Neto no já longínquo ano de 1968. Tempo de tumulto, de ansiedade e de revolta. O local, o Largo do Machado, no tradicional bairro do Catete. A Associação Mato-Grossense de Estudantes (AME), no Rio de Janeiro, promovia seminário reunindo jovens matogrossenses que estudavam fora de Mato Grosso para discutir os problemas do Estado. De Goiânia, como dissidentes da Associação Mato-Grossense de Estudantes em Goiás (AMEGO), saímos eu, Helmuth Daltro, depois professor e pró-reitor da UFMT, Munir Bucair, agora médico, e outros. Íamos para o encontro com uma posição política e ideológica divergente da maioria dos membros da entidade. A questão nacional fervia mais que a estadual. Numa das sessões estava prevista a presença do governador Pedrossian, que tinha apoiado a realização do encontro.
Na última hora, manda avisar que não poderia estar presente. E, na agenda esvaziada, aparece o deputado Garcia Neto. Dissera que não estava ali para substituir o governador, mas como mero convidado de última hora dos organizadores. Queríamos que falasse sobre a situação do País e sobretudo sobre o crescente endurecimento do regime. Não se fez de rogado. Da velha UDN liberal, desconfortada com os rumos que as coisas estavam tomando, na mesma linha de um Milton Campos, de Bilac Pinto, de um Adauto Lúcio Cardoso, Garcia mostrou uma face de democrata que insuspeitávamos. Nem por isso o tiroteio sobre ele parou. Afinal, era um deputado da ARENA, o partido de sustentação da ditadura. E nós, estudantes de esquerda e esquentados pela brisa forte que tocava o coração da juventude, levávamos a provocação ao máximo. Garcia não perdia a calma. Para tudo tinha uma resposta ou quando não era um breve e desconfortável sorriso. Ao final, descemos as escadas, mas não pudemos sair, a polícia havia cercado a área onde estava havendo uma passeata de estudantes que eram brutalmente reprimidos. Então a conversa se prolongou por mais algum tempo e se tornou mais amena. Diante de mim não estava apenas o político, estava o homem que na juventude havia vivido momentos idênticos na luta contra a ditadura de Vargas. Semanas depois, GN daria mostra dessa postura liberal ao votar contra o pedido de cassação do deputado emedebista Márcio Moreira
Alves. Tempos depois nos reencontramos. Ele já governador e eu um modesto vereador de oposição (MDB/PMDB) em Barra do Garças. Sobre o Garcia governador e duas vezes candidato ao Senado já falei em meu livro Governadores – Meio Século de Vida Pública, a que ele se referiu como sendo o melhor relato até então feito sobre a sua trajetória política. Mantivemos sempre o melhor relacionamento e nas várias vezes em que nos encontramos nos últimos vinte anos, não raro Dr. Garcia lembrava o episódio, sempre com bonomia. Aliás, esse bom humor, esse sentimento do dever cumprido, era uma de suas marcas. E certamente, não se poderá compreender a personalidade do homem e do político Garcia Neto sem se falar nessa figura imensa, sob todos os títulos exemplar, de mulher, esposa, mãe e cidadã que é dona Maria Ligia de Borges Garcia. Ela é a mostra evidente e indiscutível que ao lado de um homem realizado está sempre uma mulher que o inspira e é por ele inspirada. É sobre essa dimensão humana de José Garcia Neto que se registra a sua maior realização. _____________________________ Sebastião Carlos Gomes de Carvalho é advogado, jornalista, historiador e professor. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. É correspondente de HOJE em Cuiabá.
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