Edição 46

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61.858 empregos criados só em 2009.

EM MENOS TEMPO O GOVERNO ESTÁ INVE MUITO MAIS.

Goiás mudou. O atual Governo, em menos tempo, está investindo exemplo: esta administração levou o Estado para a liderança na geraç Só em 2009 foram criadas mais de 61 mil novas vagas com carteira a Goiás está em 1º lugar no Centro-Oeste e 3º lugar no Brasil.

INCENTIVO AO EMPREGO

Empresas de 167 municípios goianos receberam financiame atual Governo, reforçando a geração de emprego em todo o GOIÁSFOMENTO

2007-2009 2 | Hoje - Fevereiro de 2010

PRODUZIR/FOMENTAR (

VALORES LIBERADOS

EMPRESAS BENEFICIADAS

R$ 82,5 milhões

4.055

Nº EMPRESAS

EMPRE

PRODUZIR

208

138,6

FOMENTAR

19

6,4 m

TOTAL

227

145 m


muito mais. Por ção de empregos. assinada. Agora,

GOIÁS

GOIÁS

CENTRO-OESTE EM GERAÇÃO DE EMPREGO

BRASIL EM GERAÇÃO DE EMPREGO

entos do o Estado.

(2007-2009)

EGOS INCENTIVOS

6 mil

R$ 43,8 bilhões

mil

R$ 1,4 bilhões

mil

R$ 45,2 bilhões

fonte: Caged

O ATUAL ESTINDO

Fevereiro de 2010 - Hoje | 3


Índice Reportagem de Capa

Ao leitor

2010 começa violento em Goiás e assusta a população. Falta de base educacional e saúde pública, por exemplo, ajudam a impulsionar os índices para o alto. Episódio de repressão policial durante Carnaval de rua de Goiânia desencadeia série de protestos

A violência é o principal problema brasileiro. Mas não seria a Educação, ou a falta dela? Claro que um sistema educacional eficiente e universal (com disponibilidade de vagas para todos ) é indispensável para prevenir a violência futura. Mas, no momento, é necessária ação, de todos, para conter a onda de violência, que não tem limites. Em Goiás, durante o mês de janeiro, houve recorde de assassinatos. Só na região metropolitana de Goiânia ocorreram mais de duas mortes por dia. É demais!

22 Entrevista

Colunas

Carlos Henrique Gaguim

Primeiro Plano Valterli Guedes

Turismo Izabel Todeschini

Resenha Renato Dias

Auto Hoje Fabrício Oliveira

Urubuservando Carlos Brandão

Culturamix Karla Rady

A revista do Centro-Oeste e Tocantins Editora Caraíba Ltda. CNPJ: 08629243/0001-03 Rua 261 nº 438 Setor Coimbra Goiânia-GO CEP 74.533-050 Fone: 62 3091-5959/Fax: 62 3293-1454 Administração: revista.hoje@yahoo.com.br Redação: redacao.hoje@yahoo.com.br

4 | Hoje - Março de de 2010 Fevereiro 2010

06 Diretores Tarzan de Castro e Valterli Guedes

Design e Diagramação Gustavo Nascimento (gustavomorc@gmail.com)

Diretor administrativo-financeiro Joari Sousa Barreira

Colaboradores Pedro Guedes e Valterli Filho

Diretor de Projetos Especiais Eliezer Pena

Sucursal do Tocantins Maria Paula Bueno Sucursal de Brasília Adriana Ferraz (adriana@juridiconet.com.br) Sucursal de São Paulo (Capital) Maria de Fátima Vital (fatvital@gmail.com)

HOJE Editor-Geral Valterli Guedes (guedesvalterli@gmail.com) Edição Karla Rady (karlarady@gmail.com) Reportagens Janaina Gomes, Mônica Parreira e Rhadá Costa

Impressão Gráfica e Editora Elite (62) 9106-7883 Tiragem: 20.000 exemplares


Especial

Tecnologia

Saúde pública avança em Goiânia

Lousa Multimídia

Artigo

Quirinópolis

12

31

Tarzan de Castro: Vamos liberar o jogo?

Gilmar Alves investe na industrialização do município

Tocantins

Brasília

15

34

Caravana Acelera Tocantins

Instituto Durães inaugura novo endereço

Palmas

Saúde

Raul Filho investe em assistência social

Técnica para o equilíbrio perfeito

Crônica

Entretenimento

18 21

Antonio Fábio Ribeiro: Envelhescência

30

37

41

A efervescência da noite goiana

46

Março de 2010 - Hoje | 5 Fevereiro


Entrevista I Carlos Henrique Gaguim

Choque de gestão no Tocantins Tarzan de Castro e Valterli Guedes

C

hoque de gestão, expressão conhecida mas raramente praticada, é, literalmente, o que vem fazendo no Tocantins o governador Carlos Henrique Gaguim, eleito pela Assembleia Legislativa para concluir o mandato, tendo em vista a cassação, pela Justiça, de Marcelo Miranda e Paulo Sidney Antunes, governador e vice-governador eleitos em 2006. Gaguim reduziu drasticamente os gastos, cortando na folha de comissionados, em despesas com telefone, carros e aviões. Assim, enfrentou restos a pagar de 800 milhões e está investindo, sobretudo no social. Nos deslocamentos pelo interior, viaja de ônibus. Para fora do Estado, o governador utiliza aviões de carreira. Goiano de Ceres, Gaguim nasceu em 21 de abril de 1961 e chegou ao Tocantins para tentar a vida há apenas 20 anos. Já foi vereador, deputado estadual e presidente da Assembleia. Casado com a tocantinense Rosane Rodrigues Pereira Amorim, de tradicional família de Dianópolis, é pai de Gabriela, Rafaela, Bruno e Tereza Cristina. O governador foi ouvido por HOJE, e os principais trechos da sua fala são os seguintes: HOJE – Quando o senhor assumiu, qual era a situação da máquina governamental? Havia déficits? Quais eram os gargalos? Governador Carlos Henrique Gaguim – Encontrei o governo numa situação crítica, difícil. Quem acompanhou na época sabe do que estou falando. Somando a queda nas receitas e dívidas acumuladas, eram cerca de 800 milhões

6 | Hoje - Fevereiro de 2010


de reais, isso sem falar na questão do inchaço da máquina – milhares de cargos criados sem necessidade alguma. Enfim, foi e está sendo feito um grande esforço de todos do governo para dar uma resposta clara aos tocantinenses. O povo precisa saber que o nosso objetivo maior é oferecer uma vida de qualidade a todos no Estado; os cidadãos pagam seus impostos, precisam de emprego e esse é um compromisso que assumi desde que cheguei ao governo no ano passado: acabar com o desperdício do dinheiro público e oferecer uma vida com mais qualidade aos tocantinenses.

com muito, muito trabalho. Penso o Estado 24 horas por dia, pois quem conhece o governador Gaguim sabe que sou viciado em trabalho, e com muito orgulho. HOJE – O “Acelera Tocantins” é o PAC tocantinense? Carlos Gaguim – A Caravana Acelera Tocantins é mais um grande exemplo do nosso empenho para levar, de fato, os benefícios para o nosso povo, sem qualquer assistencialismo ou intenção eleitoreira, como já vimos aqui em outros tem-

HOJE – Para evitar a paralização da máquina, que medidas foram adotadas? Carlos Gaguim – Determinei a contenção de despesas, priorizei os setores mais estratégicos da administração, a exemplo da saúde e da educação. Existia o uso desregrado da nossa frota de veículos, gastos excessivos com telefones, viagens, energia... A ordem foi cortar qualquer excesso, pois um auxiliar do meu governo, seja ele secretário ou não, é igual a qualquer outro servidor no Estado, e ele tem que dar o bom exemplo. Também recuperamos a confiança com os fornecedores e revimos convênios e contratos, obedecendo às prioridades do Estado. De outubro a dezembro do ano passado, por exemplo, com as medidas que determinei, já tínhamos uma economia de 70 milhões de reais, e isso só aumenta as nossas responsabilidades com o dinheiro que é do povo.

“Pegamos uma realidade de total falta de esperança. As pessoas se sentiam perdidas. A instabilidade no governo anterior provocou uma crise de identidade muito grande, que refletiu na economia, na saúde (...)”

HOJE – O seu governo adotou quais prioridades? Carlos Gaguim – Além dessas que já citei, acredito que a maior delas tenha sido recuperar a confiança do povo em seu governo. Pegamos uma realidade de total falta de esperança...As pessoas se sentiam perdidas. A instabilidade no governo anterior provocou uma crise de identidade muito grande, que refletiu na economia, na saúde, na educação, nos serviços de infraestrura, enfim, tudo estava paralisado, emperrado; era preciso mesmo um choque de gestão para que o Estado retomasse seu caminho. E isso nós temos feito

pos. Não quero, não vou transformar e não vou admitir que ninguém transforme uma ação tão importante como essa para o bem do povo em palanque político. Se você entende o Acelera Tocantins como sendo uma ação que tem transformado a vida de milhares de pessoas, assim como tem feito o PAC, do Governo Federal, isso nos honra e muito. Com o Acelera Tocantins, já destinamos 11 milhões de reais para obras de infraestrutura, 20 clínicas da mulher, dois

pólos de educação à distância, além de convênios para obras de reforma em escolas e hospitais. E isso é só o começo. HOJE – Sabe-se que o senhor tem conseguido bom trânsito junto ao Governo Federal. Quais são os resultados daí decorrentes para o Tocantins? Carlos Gaguim – O Governo Federal, com toda a atenção do presidente Lula, é um grande parceiro do Tocantins. E agora em março o presidente fará uma nova visita ao Estado. Já tenho feito muitas e muitas viagens a Brasília, junto com a nossa bancada federal no Congresso, solicitar a agilização de convênios, firmar novos contratos, pedir para que o presidente também agilize a liberação dos recursos da dívida constitucional (mais de R$ 500 milhões) que a União tem com o Estado; também temos solicitado, e conseguimos, fazer com que andasse mais depressa a autorização dos empréstimos com o BNDES e Banco do Brasil; tenho me reunido com muitos empresários interessados em investir aqui. Não vou descansar e nem deixar de bater na porta de todos os ministérios para conseguir mais e mais recursos para investir aqui no Estado. HOJE – Para o Tocantins, qual o significado da Ferrovia Norte-Sul? Carlos Gaguim – Significa desenvolvimento. Mas a gente não pode pensar a Ferrovia Norte-Sul apenas como uma obra que passa pelo Tocantins. Ela é muito mais que isso, pois representa que o progresso que ela traz deve também ficar aqui no Estado; e é por isso que estou empenhado em dotar os pátios multimodais (um total de seis) aqui do Tocantins de ampla infra-estrutura para atrair empresários e empresas interessadas em investir no Tocantins. Ainda este ano as obras vão chegar a Palmas e isso, sem dúvida, só nos fortalece, tanto com o empresariado quanto com o Governo Federal, já que a obra é uma das prioridades do PAC e, principalmente, perante o povo, que vai viver com mais dignidade e melhores Fevereiro de 2010 - Hoje | 7


Entrevista I Carlos Henrique Gaguim condições de vida, com a renda e o emprego que serão gerados. HOJE – O desenvolvimento do Tocantins deve ser impulsionado, na visão do senhor, através de que iniciativas ou empreendimentos? Qual a importância da mineração para o desenvolvimento do Tocantins? Carlos Gaguim – A prioridade é a industrialização no Estado. Precisamos mostrar ao País que aqui tem campo para isso. Eu apresentei isso quando viajei ano passado ao exterior. A educação e a saúde continuarão também a ser prioridades. Já com relação à mineração, o setor no Tocantins tem avançado muito, pois além das pesquisas autorizadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (do Ministério de Minas e Energia), que mostram a presença de minérios como ferro, esmeralda, diamante, entre outros, no subsolo tocantinense, temos que ressaltar a logística de transporte que temos hoje, com boa malha viária, a Norte-Sul e a hidrovia Tocantins, e a energia elétrica que produzimos no Estado. Tudo isso favorece a industrialização. HOJE – O que sua administração faz para incentivar a implantação de indústrias? Carlos Gaguim – É bom dizer que temos uma política de incentivos fiscais que não se vê na maioria dos estados brasileiros. O empresário, o investidor, aquele que quer realmente investir, precisa do apoio do governo nesse sentido. Temos também para oferecer a logística em infra-estrutura e de energia, como falei antes, uma boa malha viária, grandes obras. E o mais importante é que estamos empenhados na elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Tocantins para os próximos 30 anos. Não estamos pensando no Estado apenas para o hoje, mas em um Estado do futuro, com segurança e emprego para o seu povo. HOJE – O Tocantins é uma fronteira agrícola importante, destacando-se também pela atividade pecuária. Como o senhor analisa o agronegócio

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no Tocantins, considerando os grandes empreendimentos e, também, a agricultura familiar? Carlos Gaguim – O agronegócio é o setor que sempre marcou a nossa economia, pois temos uma vocação natural para essa área, por conta de nossa localização geográfica, que é estratégica para se abrir a novos mercados. Para se ter uma ideia, fechamos 2009 com a produção recorde na soja, responsável por mais de 60% do que foi produzido no ano na região Norte do Brasil. Isso nos estimula para acelerar a industrialização no Estado, agora com o avanço da Norte-Sul.

ria com o Ministério de Minas e Energia. Nesse evento, vamos apresentar o potencial mineral do Tocantins para atrair novos empreendedores, pois o que queremos é incluir o Tocantins no cenário mineral brasileiro. Também vamos divulgar o Catálogo de Rochas Ornamentais do Tocantins, que traz a variedade de granitos no Estado, e o potencial mineral em todos os 139 municípios tocantinenses. Vamos estar reunidos com representantes da Vale, Votorantim Cimentos, entre outros. Esse debate vai fortalecer a nossa industrialização e ajudar na geração de emprego e renda para o nosso povo.

HOJE – Seu governo adotará que iniciativas visando à transformação da produção agropecuária tocantinense? Carlos Gaguim – De certa forma, essa resposta complementa a anterior, pois veja bem: estamos empenhados com o Programa Estadual de Agroindustrialização dos Produtos da Agricultura Familiar, por exemplo, que é um programa que já existe nacionalmente e que vai fazer com que esses agricultores deixem a forma artesanal de comercializar seus produtos e comecem a contar com processos de industrialização. Também agora para 2010 teremos os consórcios municipais nesse sentido, que marcam a união dos municípios e estimulam a produção e comercialização daquilo que eles produzem. Há ainda a construção de abatedouros regionais (abatedouros regionais: um de pequenos animais, em Palmas, e outro de aves, em Araguaína, para fomentar essa cadeia). Temos muito trabalho nesse sentido, e investido, sempre, em capacitação e dando condições técnicas para os nosso produtores.

HOJE – Sabe-se que há forte apelo, dentro de seu partido, o PMDB, bem como em partidos aliados, visando a que o senhor dispute a reeleição neste ano. O que acha dessa possibilidade? Carlos Gaguim – Pode ter certeza que o PMDB, um partido histórico e de

grandes líderes, saberá se posicionar com relação às eleições deste ano, mas esse é um assunto que não quero me aprofundar nesse momento. As eleições vão ter o seu tempo certo. Todas as minhas atenções estão concentradas em administrar o Estado com toda a força do meu trabalho, que os tocantinenses já conhecem bem. HOJE – Para a disputa de 3 de outubro próximo, quais seriam os nomes ideais, no seu modo de ver, para concorrer a governador, a vicegovernador e às duas cadeiras de senador? Carlos Gaguim – O Tocantins tem grandes nomes para ocupar qualquer um desses cargos, mas prefiro dizer que isso quem decidirá são as convenções do meio do ano e o povo, que dará o seu voto consciente e que representará a escolha da maioria e de todos aqueles que querem o melhor para o Tocantins.

HOJE – Sendo o Tocantins uma das mais importantes províncias minerais do Brasil, que estratégias, iniciativas e projetos devem ser adotados visando a que essa riqueza contribua, eficientemente, para o desenvolvimento do Estado? Carlos Gaguim – O setor de minérios está crescendo muito no Estado. Em março, vamos realizar o II Encontro de Mineração do Tocantins, em parceFevereiro de 2010 - Hoje | 9


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Especial

Avanços na Saúde Novo Cais Campinas é referência na Capital e comprova os investimentos e progressos na área da Saúde. As melhorias também são pontuadas por outras realizações como o Centro de Referência em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (Craspi) e a nova Central de Distribuição de Materiais e Medicamentos da SMS

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A Prefeitura de Goiânia inaugurou no sábado, dia 27 de fevereiro, a nova sede do Centro de Assistência Integrada à Saúde - Cais Campinas. A unidade foi edificada no Setor dos Funcionários e substitui o antigo prédio, localizado no Setor Coimbra. Desde já, o Cais é considerado, na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), como referência na Capital. O novo Cais Campinas possui estrutura moderna equivalente a uma unidade hospitalar, afirma o diretor de Obras da Secretaria de InfraEstrutura - Seinfra, Eduardo James de Moraes. No total de mais de 2 mil m² de área construída há 20 consultórios, sendo quatro ginecológicos, capela, salas destinadas à reanimação, injeção, drenagem de abscessos, pequenas cirurgias, sutura, esterilização, acompanhamento e desenvolvimento de crianças, laboratório, posto de coleta para análises clínicas e farmácia. Entre outras ofertas de serviços, o Cais tem exames de raios X, atendimento odontológico, emissão de vale-exame, auditório e leitos masculinos e femininos (adultos, adolescentes e crianças) para observação. Para os servidores da unida-


de, o novo Cais oferece dependências destinadas ao repouso das equipes plantonistas, posto de enfermagem, vestiário, copa e cozinha. O SMS informa que as instalações do novo Cais são muito superiores às do antigo, que já não suportava adequadamente a demanda. Sendo uma unidade préhospitalar fixa (segundo a Política Nacional de Atenção às Urgências e a Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde – SUS - , que propõe uma nova relação entre o usuário e o profissional que o atenderá, estimulando a humanização dos serviços prestados) do tipo II, com alta resolubilidade, atendimento ambulatorial, urgência e emergência, o Cais duplicará a capacidade de atendimento do antigo. A SMS também antecipa que o novo Cais Campinas tem área total de 2.570 m2 e os recursos para a construção são provenientes do Governo Federal (equipamentos) com contrapartida do município (construção da estrutura física). Lá, os usuários terão acesso a especialidades que serão implantadas de acordo com a demanda nas áreas de

População já pode usufruir de atendimento e espaços de primeira

gastroenterologia, nutrição, cardiologia, fonoaudiologia, psicologia, reumatologia, otorrinolaringologia, psiquiatria infantil, endocrinologia, neurologia, proctologia, angiologia/

cirurgia vascular e pneumologia pediátrica e para adultos. Segundo estudos preliminares da pasta, o Cais poderá atender até 300 pacientes por dia.

Maior Cais da Capital O novo Cais Campinas surge como referência, não só para a população da Região Central de Goiânia, mas para toda a cidade. É a maior unidade de Saúde do município, com a melhor resolubilidade nos atendimentos préhospitalares. O Cais já conta, desde a sua criação, com a sala de estabilização para pacientes graves e também é a primeira unidade goianiense de referência de agravos ginecológicos, como sangramentos - um avanço para a saúde da mulher. O novo Cais Campinas também apresenta uma nova proposta de atenção odontológica em Goiânia. Os atendimentos odontológicos serão 24hs no novo Cais, um serviço de pronto-atendimento com classificação de risco (prioridade para os casos mais graves) em quatro

consultórios ambulatoriais e um para urgências. Este atendimento servirá para a SMS testar um modelo que, futuramente, poderá ser estendido para outras unidades na área da Saúde Bucal. Para ampliar e reforçar as ações, o Cais será também uma base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) com duas ambulâncias, uma Unidade de Suporte Básico (USB) e uma Unidade de Suporte Avançado (USA). Esta última funciona como UTI móvel e conta com desfibrilador, monitor cardíaco e respirador. Assim, o novo Cais Campinas será uma unidade de suma importância para o Serviço por ter localização privilegiada para o atendimento naquela região. Entre as dificuldades encontradas pela Secretaria Municipal de Saúde para

a implantação do novo Cais estava a necessidade de se encontrar um local adequado. Algumas solicitações surgiram no sentido de que a unidade fosse construída no Cepal da Vila Abajá, já outros sugeriram que se desapropriasse uma área no centro de Campinas. Mas graças ao apoio irrestrito da Prefeitura de Goiânia, do Conselho Local de Saúde de Campinas e das Associações, foi possível a realização do novo Cais de Campinas. Para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é essencial, além da prestação de serviços de qualidade, o acolhimento adequado dos usuários nas unidades, que possibilitem prevenir males, curar enfermos e minimizar o sofrimento das pessoas sempre com o espírito humanista que deve nortear a Saúde Pública. Fevereiro de 2010 - Hoje | 13


Especial

Cais Vila Nova e Maternidade Dona Iris Com a inauguração do Cais Campinas, a SMS preparase agora para entregar à população o novo Cais Vila Nova, que terá 1.925 m2, 14 leitos e irá oferecer atenção básica, de urgência e ambulatorial com capacidade de atendimento de cerca de 300 pacientes/dia. Outra importante realização será a construção da nova Maternidade Dona Iris, municipalizada em maio de 2009. A SMS já concluiu os projetos arquitetônico, hidráulico e elétrico e no dia 5 de março a Prefeitura de Goiânia dará a ordem para encaminhar o novo projeto à licitação, em evento que fará parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher. Ciente da enorme importância da Maternidade para a população, a SMS, além de fazer um projeto adequado para a Capital, aumentou a área do local para 10.000 m² e vai duplicar a capacidade de atendimento da unidade. A reabertura da Maternidade Dona Iris, já adequada para a demanda de Goiânia e com instalações dignas para a população, será mais um marco da gestão na área da Saúde.

Cais Campinas é uma das principais marcas da Secretaria Municipal de Saúde

Confira algumas das principais obras da SMS na gestão atual: - Cais Chácara do Governador (retomada e ampliação da construção que estava parada desde outubro de 2004); - Ciams Novo Horizonte (reforma e ampliação); - Ambulatório Municipal de Queimaduras (unidade pioneira em Goiás); - Centro de Referência em Atenção à Saúde da Pessoa Idosa – Craspi; - Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST); - Novo Centro de Zoonoses; - Nova Central de Distribuição de Materiais e Medicamentos da SMS (mais segurança, organização e agilidade na distribuição de medicamentos, insumos e materiais diversos); - 12 novas unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF, antigo PSF). - Reforma e/ou adequação de todas as unidades de saúde da cidade.

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Artigo

Tarzan de Castro

F

Vamos liberar o jogo?

az já algum tempo, encontrei-me com dona Terezinha, minha velha amiga. Como de costume, perguntei-lhe: Como vai a senhora? Ela respondeu-me: Não tô boa, não! Uai! O que foi dona Terezinha? O governo fechou a casa do bingo, agora não tenho o que fazer, minhas tardes estão vazias demais, perdi meu divertimento predileto, pois além de fazer um joguinho, lá encontrava minhas amigas, conversávamos e nos divertíamos juntas. Esse encontro levou-me a pensar mais uma vez sobre a proibição, ou melhor, a ilegalização do chamado jogo de azar no Brasil, medida tomada pelo presidente Eurico Dutra, na década de 40 do século passado. Aquele governo foi de um conservadorismo primário, colocou na ilegalidade o partido

comunista, cassou mandatos de deputados e senadores e perseguiu os portadores de novas idéias. O atraso tomou conta do País, embora por um curto período. Acontece que os tempos passaram, já estamos indo para a segunda década do século XXI, mas, infelizmente, predominam nos governos resíduos preconceituosos que os impedem de tomar decisões, ou colocar em discussão assuntos como este. As pressões moralistas, ignorantes, eivadas, às vezes de um religiosismo primitivo que confunde os efeitos com as causas. A maioria dos chamados jogos de azar hoje são aceitos nos países desenvolvidos e concebidos como parte integrante ao grande universo, que é o entretenimento, visto como fonte de lazer, divertimento, envolvendo um dos principais setores da maior indústria moderna, o turismo. Aqui no Brasil, faz-se vista grossa para esta importante questão, que continua na escuridão do nosso atraso endêmico.

O jogo, nas suas diversas modalidades, é explorado por grandes conglomerados empresariais nos principais países do mundo, a começar pelos Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, México, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai. Milhões de empregos são gerados. Aqui o jogo é proibido pela burrice subdesenvolvida. “Tapa-se o sol com a peneira” porque todos sabem que nas principais ruas, esquinas e avenidas de nossas cidades pode-se fazer sem nenhum problema uma “fezinha” no jogo do bicho, nas máquinas caça-níqueis, em casa de bingo clandestina ou em cassinos de cartas e roletas, todos obrigados a praticar a contravenção. Esta situação ridícula favorece a quem? Ao crime organizado e aos policiais corruptos que se beneficiam na proteção de tais mecanismos para burlar a lei idiota que regula a atividade. O governo, através da Caixa Econômica Federal, banca quase uma dezena de jogos diferentes, ao que estou informado paga mal os seus prêmios, isto é, a alta taxa de lucro, mais impostos e a bocada do governo e banco levam uma grande porcentagem do dinheiro dos ingênuos apostadores. Em geral, gente humilde, trabalhadores, aposentados, donas de casa e pequenos empresários.

Fevereiro de 2010 - Hoje | 15


Resenha

Renato Dias | renatodias67@gmail.com

Boa notícia

(Edital de concurso público da Saúde (GO) sai em março)

Mídia & poder Presidente da Agecom, Marcus Vinícius de Faria Felipe (foto), repaginou o layout das campanhas midiáticas do Governo do Estado. Tem até junho para concluí-las.

Reviravolta

Santana Gomes, novo líder do PMDB na Câmara de Goiânia, ainda flerta com o G-14, que tira o sono de Iris Rezende.

É oficial

Neyde Aparecida deixa a Sedem até 2 de abril.

Comdata

Carlos Soares entrega o cargo também para candidatar-se a deputado estadual.

Compasso de espera

Paulo Garcia deve manter até novembro equipe montada por Iris Rezende, caso assuma o Paço.

2012

Paulo Garcia terá o direito à reeleição.

2012 (II)

O complicado é se

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Elias Vaz quer disputar o Senado.

Iris Rezende perder a eleição à Casa Verde e quiser disputar as eleições ao Paço, de novo em 2012.

Marketing

Jogo do Poder em Brasília

Avançam as conversas de Marconi Perillo com Duda Mendonça.

1 - Em três meses, três governadores, duas renúncias, seis presos, queda do presidente da Câmara Legislativa, afastamento de conselheiro do TCDF, demissão do primeiro escalão do GDF.

Jeová Alcântara deixa cargo na Seplam, até 2 de abril.

2 - É a operação Caixa de Pandora. José Roberto Arruda pode sofrer impeachment. O plenário da Câmara Legislativa deve confirmar, nesta terça-feira (2), relatório de Chico Leite (PT).

Joel Santana Braga, genro de Marco Maciel, é opção tanto à Casa Verde quanto para a vice. Ele deixa a Sectec até 2 de abril.

C´est fini

Conversa de bastidor

Jayro Rodrigues irá para a campanha de Marconi Perillo.

Democratas

DF

Marco Maciel (PE) é o interventor no DEM (DF).

Pingue Ernesto Roller confidencia que quer mesmo eleger-se é à Câmara Federal.

Foice e martelo

Fábio Tokarski (PC do B) não recuou: é federal mesmo.

PSOL

Martiniano Cavalcante, se perder a prévia nacional, pode concorrer à Assembléia Legislativa.

Companheiros

Aliado de Iris Rezende, Djalma Araújo quer virar deputado estadual.

PT

Cidinha Siqueira sonha em mudar-se para o Palácio Alfredo Nasser.

Deu no site do PSTU

Martiniano Cavalcante é o nome da direita do PSOL. Plínio Arruda Sampaio, da esquerda.

Pingue

Rubens Otoni não descarta

Pongue

Ele deixa em março a SSP e pode virar líder do


BC a possibilidade de disputar a eleição à Casa Verde.

Pongue

Isso se Iris Rezende não transferir o Paço Municipal para o petista Paulo Garcia.

Análise da notícia

Mas o mais provável é que

Democratas Ronaldo Caiado (DEM) não elaborou ainda a possibilidade de fazer aliança com Marconi Perillo. Nem com Iris Rezende (PMDB).

Rubens Otoni concorra à reeleição em outubro de 2010.

Esperar para ver

A instalação da CPI do Endividamento celebrará a ruptura entre PSDB e PP e criará dois blocos no Palácio Alfredo Nasser?

Humor ácido

A cela de José Roberto Arruda na PF foi batizada de spanetone. O homem já emagreceu cinco quilos.

Ser ou não ser

Agnelo Queiróz ou Geraldo Magela: PT (DF) definirá seu candidato ao GDF dia 21 de março próximo.

Debacle do DEM

Mídia & poder 1 - O c o m p e t e n t e Vassil Oliveira assume a Assessoria de Imprensa de Alcides Rodrigues com a missão de repaginar o layout do Governo do Estado. 2 - Realle Palazzo irá auxiliálo. Os dois são unha-e-carne com o jornalista e economista Marcus Vinícius de Faria Felipe, presidente da Agecom.

1 - Sociólogo aposentado da USP, Chico de Oliveira diz que o desmoronamento do Democratas, DEM, com o Escândalo dos Panetones (Arrudagate) e a cassação de Gilberto Kassab, marca o fim da ditadura civil e militar. 2 - Segundo ele, o DEM, herdeiro da Arena e do PDS, está condenado a ser satélite. Não possui vocação hegemônica. “No início do século 20, o partido seria até civilizador. Hoje é anacrônico”, sapecou, domingo (28), no Estadão.

Questão de tempo

Em 60 dias Lívio Luciano pode virar deputado estadual. Com a cassação de José Nelto (PMDB).

Companheiros!

Olavo Noleto e Mauro Rubem tomaram posse no Diretório Nacional do PT.

Henrique Meirelles está cada vez mais distante da disputa ao Senado. Ele teve conversa com Alcides Rodrigues.

Posts

José Dirceu quer transformar posts de seu blog em livro. Vai esperar abaixar a poeira.

Democratas (II) Demóstenes Torres sente-se pressionado pelo ‘fator Júnior Friboi’ ao Senado.

Linha direta

Prefeito de Anápolis, Antônio Roberto mudou nomes e equipes da área de Comunicação.

Definido

Wagner Wolney deixa a presidência da Comurg. Para tentar eleger-se deputado estadual. Ele é filho de Wolney Siqueira.

Iquego

Pedro Canedo desincompatibiliza-se para candidatarse a deputado estadual.

Animação

Sérgio Caiado é candidato a deputado federal.

No acelerador

Chefe de gabinete do Detran, Flávio Elias disputa, a partir de março, a F-200.

Doutorado na Unicamp 1 - Ex-diretor da Saneago, Silvino Batista acompanhou in loco, dia 26 último, a defesa da tese de Doutorado em Biologia de Marcos Roberto Batista, seu filho, na Unicamp. 2 - Ao seu lado estavam sua mulher, Hermínia Batista, do TJ; Rejane Batista e Mariane Batista, suas filhas, e o genro Paulinelli Damasceno. 3 - Aprovado, Marcos Roberto Batista fará, agora, pósdoutorado em Biologia e Genética na Unicamp. Ele é de Goiânia, torce para o Palmeiras e tem simpatia pelo Vila Nova (GO). Fevereiro de 2010 - Hoje | 17


Tocantins

Na estrada com o governador Gaguim visitará todos os municípios até o final de abril: é a Caravana Acelera Tocantins Valterli Guedes

V

isitar, até final de abril, 139 municípios do Tocantins, levando benefícios a todos eles. Esta ousada meta foi planejada pelo governador Carlos Henrique Gaguim, tão logo foi empossado em substituição ao governador cassado pela Justiça Eleitoral, Marcelo Miranda, e começou a ser executada no dia 4 de fevereiro. O governador, seus auxiliares e convidados, en-

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tre eles parlamentares e integrantes da imprensa, viajam de ônibus, compondo a “Caravana Acelera Tocantins”, versão tocantinense do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC instituído pelo presidente Lula e coordenado pela ministra Dilma Rousseff. Este repórter acompanhou o governador durante todo o primeiro dia, 4 de fevereiro, quando os trabalhos foram iniciados na mais antiga cidade do Tocantins, Natividade, uma jóia histórica dos tempos coloniais,

hoje ponto estratégico porque dali saem rodovias asfaltadas em todas as direções. Além de Natividade, no primeiro dia o Acelera Tocantins movimentou outros 4 municípios: São Valério da Natividade, Chapada da Natividade, Almas e Porto Alegre do Tocantins, de onde, após as 22 horas, a caravana deslocou-se para Dianópolis, onde pernoitou para, no dia seguinte, bem cedo, prosseguir visitando as demais 15 cidades previstas na 1ª etapa do projeto.


Governador acelerado Foto Esequias Araújo

Caravana Acelera Tocantins em Cristalândia

O Acelera Tocantins já nasce como marca do novo governador do Tocantins, um jovem que deixou Goiás há cerca de 20 anos para iniciar a vida no mais novo Estado brasileiro. O dia do governador, na inauguração de seu programa de visitas e de benefícios, na verdade começou às 3 horas da madrugada do dia 4, quando Gaguim, de automóvel, deixou Palmas em direção a Natividade, a partir de onde passou a utilizar o ônibus especialmente preparado. Gaguim movimentou-se tanto que quase sempre foi difícil aos demais participantes, a começar por sua mulher, Rose, acompanhá-lo. O projeto lembra em parte os mutirões do atual prefeito de Goiânia, Iris Rezende, que os lançou há mais de

40 anos, quando foi prefeito da capital de Goiás pela 1ª vez. A semelhança não acontece por acaso: os idealizadores do projeto, o próprio governador, que é goiano, e o ex-deputado Totó Cavalcante, atual secretário de Articulação Parlamentar de Gaguim, são adeptos dos mutirões. Totó se iniciou na vida pública exatamente quando Iris era prefeito pela 1ª vez, integrando sua assessoria. Totó é também o presidente do Conselho Político instituído pelo governador para avaliar e orientar a ação governamental. Para se ter idéia da grandiosidade do projeto, vale citar parte do que foi feito em Natividade, que não foi diferente das demais cidades, nem do que acontecerá em todos os municípios. Antes mesmo da chegada do governador, chegam os benefícios: dezenas de máquinas e caminhões, além de pessoal e material, para

dar “uma geral” na cidade: limpeza de ruas (quando necessária), pintura de meios fios, tapa-buracos, recuperações das rodovias vicinais, em especial as do transporte escolar; roçagem de lotes baldios, tudo é feito como um presente, o que não deixa de ser oportuno, especialmente porque os prefeitos, na maioria, enfrentam dificuldades financeiras. A lista de serviços é tão extensa que inclui até uma operação de combate à dengue. Em Natividade, o governador entregou um ônibus para o transporte escolar, uma viatura para a Polícia Militar, assinou convênios com o prefeito para o bloqueteamento de ruas e para a implantação da Clínica da Mulher. Assinou, também, convênio de parceria entre a Fundação dos Pioneiros Mirins e a Prefeitura. Assinou convênio para a execução de obras, cujos recursos são destinados através de emendas parlamentares. No orçamento deste ano, são destinados 2 milhões e 400 mil reais através de cada deputado estadual, para tais obras. O governador assinou também um termo aditivo para repasse de uma ambulância ao município, e termo de parceria para implantação da Escolinha de Iniciação Esportiva. Gaguim ainda entregou os certificados do Curso de Camareira e do Curso de Relações Humanas e Excelência no Atendimento. Em toda a cidade, a exemplo do que acontecerá em todo o Estado, as ruas receberam mudas de arborização. O próprio governador planta pelo menos uma muda em cada cidade.

Mobilização

O governador, usando calça jeans, sempre apressado mas mesmo assim acessível aos que querem falar com ele, faz uma grande mobilização popular em cada cidade visitada. Nos discursos, em linguagem coloquial, conversa com a população, diz do sonho de construir “muitos anos” nos poucos meses de seu governo, e pede o apoio de todos. Se tudo sair segundo o cronograma, no final de abril todo o Tocantins terá sido visitado por Gaguim, que em cada município deixa a sua marca, representada por benefícios que, por necessários, agradam a todos.

Por onde passa, Caravana deixa marcos de benfeitorias Fevereiro de 2010 - Hoje | 19


Tocantins

Contenção de gastos viabilizou recursos

Coordenador da Caravana, Carlos Roberto Braga do Carmo, secretário do Governo do Estado (à esquerda), e Totó Cavalcante, secretário para Assuntos Parlamentares (acima),: trabalho junto aos municípios para garantir cumprimento de reivindicações

Carlos Braga

O coordenador da Caravana Acelera Tocantins, Carlos Roberto Braga do Carmo, secretário do Governo do Estado, manifestou a HOJE plena satisfação com a receptividade das populações ao novo programa governamental. “Levando em conta que o governador não foi eleito pelo voto popular, está acontecendo um teste”, - disse – lembrando que os benefícios chegam junto com a caravana comandada pelo governador. Cerca de um mês antes do início das visitas, os secretários Carlos Roberto Braga, Totó Cavalcante (Assuntos Parlamentares) e José Humberto Marquez Pereira (Desenvolvimento Estratégico) reuniram-se com autoridades e sociedade organizada de todos os municípios para definir reivindicações prioritárias. Prefeitos, vice prefeitos, vereadores, dirigentes partidários, todos foram chamados. Daí, os benefícios chegarem juntos com o governador.

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Mas, e os recursos? O secretário explica que tão logo assumiu o Governo, e constatando um montante de 800 milhões de reais em restos a pagar, Carlos Gaguim adotou medidas drásticas de contenção de despesas. Rompeu contratos onerosos, como o que mantinha uma frota de 13 aviões à disposição do Governo, reduziu o quadro de comissionados; reduziu o uso de veículos, telefones. O plano de contenção de gastos significou uma economia de 30% nas despesas de custeio. Além disso, o governador vem conseguindo empréstimos junto ao Bird, Projeto Jica (japonês) e ao BNDES (determinado pelo presidente Lula e autorizado pela Assembléia Legislativa). O senador João Ribeiro (PR), coordenador da bancada federal tocantinense, vem conseguindo o descontingenciamento de recursos federais. “De tal forma que, - comenta Carlos Braga – em 2010, o Tocantins será o 4º

em volume de dinheiro, entre todos os Estados”. Segundo o secretário, até final de abril terão sido visitados pela Caravana Acelera Tocantins os 139 municípios do Estado, com benefícios concretos e imediatos para todos eles.

Senador João Ribeiro: importante na captação de recursos para o Tocantins


Tocantins

Assistência Social O Centro de Referência em Direitos Humanos e Combate à Homofobia foi inaugurado em Palmas em fevereiro e oferece à população em risco social atendimento jurídico e psicológico

P

almas ganhou mais um órgão responsável por assegurar atendimento à população em situação de vulnerabilidade social. O Centro de Referência em Direitos Humanos e Combate à Homofobia foi inaugurado na manhã do dia 2 de fevereiro, e está sendo instituído com mais uma ação da Coordenação da Mulher, Direitos Humanos Equidades (Comudhe) que vem fortalecer o atendimento à população em situação de vulnerabilidade social. Durante a inauguração, o prefeito Raul Filho destacou que a atual gestão, desde o início do mandato, busca desenvolver políticas públicas sociais para garantir o respeito aos direitos humanos para todo e qualquer cidadão residente em Palmas. “É gratificante colher os frutos das nossas ações. Nem sempre o poder público consegue em sua plenitude executar as políticas sociais, mas nunca fomos omissos e gradativamente vamos concretizando uma ação a cada dia”, ressaltou. A titular da Comudhe, Rosimar Mendes, destacou a importância do serviço, evidenciando que agora, além do atendimento especializado à mulher, através do Centro de Referência Flor de Lis, a Comudhe terá um atendimento aos demais públicos em situação de vulnerabilidade social. “Vamos atender no Centro os casos de abusos dos direitos humanos e de combate a homofobia (ódio, aversão aos homossexuais), com serviços gratuitos de assessoria jurídica, atendimento psicológico e social, com uma equipe multidisciplinar e especializada nos assuntos”, explicou. A iniciativa de instituir o Centro foi bastante elogiada por representantes da Defensoria Pública, gestores municipais e membros de ONGs.

“Vamos atender no Centro os casos de abusos dos direitos humanos e de combate a homofobia com serviços gratuitos”, disse o prefeito Raul Filho Fevereiro de 2010 - Hoje | 21


2010 violento Reportagem de Capa

A violência, um assunto rotineiro em Goiás e em todo o Brasil, não é novidade, mas em 2010, logo nos primeiros dias do ano, ganhou grandes destaques na mídia. Fato que tem preocupado cada vez mais a população Valterli Guedes

A

violência, um assunto rotineiro em Goiás e em todo o Brasil, e que, portanto, não traz em si uma conotação de novidade, ganha em 2010, logo nos primeiros dias do ano, contornos que no exemplo da Dengue passou a ostentar o título de epidemia. A julgar pelos índices de assassinatos e execuções deste início de ano em Goiânia e na sua região metropolitana (em janeiro foram mais de duas mortes violentas a cada dia), já é possível prever um recorde de mortes em 2010, na comparação com os anos anteriores. Isto acontece em um período de altos investimentos em Segurança Pública. O governo de Goiás tem divulgado

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números demonstrativos. Anúncios publicitários foram veiculados contendo a comparação dos gastos realizados com segurança em 2009. A publicidade foi suspensa pela Justiça, não por divulgar dados mentirosos ou fora da realidade, e sim porque, neste período pré-eleitoral, foram considerados eleitoreiros, ou com a finalidade de influenciar na próxima campanha política. Outro aspecto a considerar é que as estatísticas da geração de emprego demonstram bons índices no quesito de novos postos de trabalho preenchidos, com carteiras assinadas. Sabendo-se que o desemprego é uma das causas da violência, cabe perguntar: com a crise econômica mundial vivendo ao que parece os seus estertores, especialmente no Brasil, onde o presidente Lula não viu

nessa crise mais que uma “marolinha”, e particularmente em Goiás, cuja indústria foi a que mais se expandiu ultimamente, segundo estatísticas confiáveis, por que também a violência cresce? É um tema altamente instigante, sobre o qual devem se debruçar os estudiosos. Um amplo debate nacional deve ser realizado, envolvendo toda a sociedade, especialmente os setores organizados e em particular o poder público. Afinal, o Estado fracassou? O aparelho policial e o Judiciário, tais como se encontram no momento, são insuficientes? A polícia é despreparada? Falta Educação em qualidade e em quantidade?

Ah, a Educação!

Não se tem notícia de país desen-


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Reportagem de Capa

Depoimentos Vivemos em um país aonde a educação vem em décimo plano. Enquanto não educarmos nossos filhos direito, enquanto o país não priorizar a educação de todos, a violência continuará reinando nas ruas das cidades. Ou seja, um processo a longo prazo, mas que trará os melhores benefícios. Adriana Mara – Empresária A violência que assola o país não é apenas um problema de ordem pública. É também uma questão a ser analisada juntamente com a família. Precisamos romper o circulo vicioso que se estabeleceu na nossa sociedade com muito respeito e diálogo. Silvia Maria Chemet Kanso – Advogada A causa da violência está no desrespeito do ser humano para com ele mesmo! A falta de sinceridade em seu coração e de amor próprio, assim como o uso de drogas, é externada na violência urbana... Como pode um ser amar ao próximo se não ama a si mesmo? Cássio D’Lima - Vocalista Banda Flor D’já A corrupção é a violência. Ela é que nos torna homens menores que animais. Homens e mulheres impunes, incapazes de respeitar o espaço do outro, incapazes de exercer o próprio prazer sem preconceito com as atitudes e os prazeres do outro. Se não fôssemos uma sociedade corrupta, não haveria impunidade e a violência seria reduzida aos distúrbios psíquicos e emocionais do animal (humano). A maior violência é a lógica que combate as drogas (por exemplo) somente prendendo e matando traficantes de favelas. E os juízes traficantes? E os políticos traficantes? E os empresários traficantes? Estes estão protegidos pela corrupção das instituições que os acolhem. Chega de corrupção. Chega de violência. Recuperar a poesia é uma iniciativa importante e urgente para o nosso tempo. Faz parte da construção da paz. Falar poesia é uma atitude antiviolência. Só a palavra dita olho no olho pode vencer a violência. A ciência do Ser. A ciência do Sertão Ser. Leo Pereira - Jornalista, publicitário, poeta e dramaturgo.

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volvido sem que tenha investido fortemente em Educação. De qualidade, de tempo integral e não apenas no campo humanístico, mas igualmente em áreas técnicas, na preparação da mão-de-obra disponibilizada. A simples implantação de uma usina para a produção de Etanol (que não é outra coisa senão o velho álcool), gerando empregos, em sua maioria, sem grandes exigências na preparação do trabalhador, é o suficiente para obrigar a “importação” de mão-de-obra. O trabalhador nativo, parado, assim continuará, porque ninguém cuidou de ofertar-lhe o treinamento necessário. Há então, oferta de trabalho e há braços parados, porque destituídos de preparo. O Brasil, que já evoluiu bastante em termos educacionais, continua engatinhando na comparação com outros países, mesmo os vizinhos, como o Uruguai, a Argentina e o Chile. Nem se fale da Coréia do Sul, que aplica algo como 40% do PIB (Produto Interno Bruto), em Educação, o que explica os altos índices de crescimento daquele País. A ponto de, em poucas décadas, deixar a condição de 4º mundo para a de uma nação plenamente desenvolvida. No Uruguai, o ensino privado constitui tão somente 10% da estrutura educacional. No Brasil, acontece mais ou menos uma situação invertida. No Chile, 45% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos estão na universidade. Na Argentina, cerca de 30%, enquanto no Brasil são uns 15%. E nem falemos da qualidade na maioria das faculdades, porque também na Argentina e no Chile existe muitas faculdades caça níquel. A má qualidade se reflete no dia-adia, na rotina vivida pela população. Um

exemplo: em Goiás, a partir de agora, o ingresso no quadro de soldados da Polícia Militar tem um pré-requisito auspicioso: o concursando é obrigado a comprovar a conclusão de um curso superior. Nossa PM é a segunda que melhor remunera seus quadros (abaixo apenas da do DF, cuja folha de pagamento é quitada pelo Governo Federal). Contudo, não é rara nem inusitada a violência praticada por policiais. E não só a violência física, mas também a desonestidade, a extorsão pura e simples, o furto, o assalto e até mesmo o surgimento de grupos de extermínio. Então, qual foi a formação humanística, voltada para a Cidadania, recebida na escola por esses policiais?

Um ano violento

2010 começou violento, não só por iniciativa do homem, mas também da natureza. Chuvas inundaram São Paulo, a capital, e municípios limítrofes, causando a morte de mais de uma centena de pessoas. Na Ilha da Madeira, possessão portuguesa do Atlântico muito visitada por turistas, chuvas intensas causaram também dezenas de mortes. Terremoto no Haiti, com 200 mil mortes, é a catástrofe principal, mas não a única do gênero, pois sucessivos abalos sísmicos no Chile já mataram pelo menos 1000 pessoas e causaram prejuízos na infra-estrutura do País que consumirão 30 bilhões de dólares e um bom tempo (três anos, para o restabelecimento). Mais de 50 países sofrem com os tsunamis e as suas ameaças. Até navios que realizam cruzeiros turísticos já foram atingidos. Assim começou o ano que, no quesito violência, todos torcem para que acabe logo.

Educação é o princípio básico para redução dos índices de violência e criminalidade


Ageu Cavalcante

“Falta política de mão-de-obra e emprego” Veterano líder sindical (preside há mais de duas décadas o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Comerciais de Petróleo), vereador por cinco mandatos em Goiânia e ex-secretário de Estado do Trabalho e Cidadania (final do governo Marconi Perillo e início do atual governo, de Alcides Rodrigues) Ageu Cavalcante Lemos prega a necessidade de uma competente política de geração de empregos. Como o desemprego é uma das causas da violência, Ageu acha fundamental preparar as pessoas para as oportunidades de trabalho. “Elas existem e muitos não têm a necessária qualificação”, é a sua tese. Qualificar e requalificar as pessoas são as suas propostas. Lembra que em 2008, Goiás gerou cerca de 50.000 empregos. Isto foi antes da crise e, naquele mesmo ano, foram treinados em Goiás só uns 6.000 trabalhadores. Isso resulta na atração de mão-de-obra de fora, em detrimento do nativo, que fica marginalizado.

Exemplo

Ageu menciona como exemplo positivo de preparo de mão-de-obra o projeto colocado em prática por iniciativa do então prefeito de Rio Verde Paulo Roberto Cunha. “Ele teve o mérito de não aceitar o monopólio da cana no município”, diz, acrescentando: “Procurou o Senai e a Secretaria do Trabalho. O Paulo Vargas, diretor regional do Senai, dotado de sensibilidade, abraçou a idéia e qualificou mais de 300 pessoas. O Estado pagou. O objetivo foi diversificar a atividade econômica no município. Dos participantes, 10% tiveram detectado potencial de investidores. Aí o Banco do Povo emprestou 10.000 reais para cada um e assim foi criado um pólo de confecção e ficou pronto um projeto para a produção de móveis. Ali só existia o Agronegócio”. Acontece que, segundo Ageu, “uma máquina de cortar cana subs-

Causas da violência transcendem questões objetivas Janaina Gomes

Ageu Cavalcante

titui 80 trabalhadores por turno, e ela pode trabalhar às 24 horas”. Mesmo sem a máquina, o cortador de cana fica desempregado depois da safra!

Visão do empresário

Ageu critica o empresário brasileiro, que a seu ver só se preocupa com lucros. “Não há uma cultura do empresário de investir na requalificação. Fui de uma empresa, a Texaco, e agora sou da Ipiranga. Essas empresas oferecem psicólogos e tudo, preparam o trabalhador para ser aposentado. Mas a maioria das empresas brasileiras, o máximo que propuseram foi o tal PDV, cujo dinheiro, em parte, deu em nada, porque o suposto beneficiário, despreparado, não soube aplicá-lo”. No seu ponto de vista, as perspectivas para o trabalhador no Brasil são sombrias. “Quem se aposenta com oito salários mínimos -- diz – logo está só com cinco. Nosso empresário só sabe ameaçar com automação. Mas o que poderia ser automatizado, já foi. É uma política selvagem”.

Milhões de pessoas têm medo da morte, da velhice, da loucura, do passado e do futuro. O medo também está por trás do fracasso, da doença e das relações humanas desagradáveis. Sentimento este que tem ecoado cada vez mais em Goiás, assim como em várias partes do país e do mundo. Especialmente, o medo marcou ainda mais forte o início de 2010. Como se não bastasse a epidemia de dengue, casos como o sumiço dos jovens em Luziânia, chacina em Aparecida de Goiânia; a população também pode acompanhar um ranking crescente, que apontou no mês de janeiro como o mais violento dos últimos anos. Os números comprovaram situações frequentes nas manchetes dos jornais e levam as pessoas a questionar até que ponto estão imunes a este fenômeno cada vez mais banal em nossa sociedade. As causas e as consequências deste problema têm sido alvos de diversos estudos e, segundo uma pesquisa CNT/ Sensus feita em janeiro deste ano, é hoje o problema social que mais incomoda os brasileiros, mais até que o desemprego (22,9% das 2 mil pessoas entrevistadas,

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Reportagem de Capa

Depoimentos Acho que essa idéia de culpa não ajuda. Desse jeito fica todo mundo tentando por a culpa em alguém e dai não tem como admitir que ela seja de todos. Explico: violência é um sentimento universal, não está só nos criminosos, mas está também dentro de você e dentro de mim. Só a partir dessa compreensão é que se pode fazer algo que funcione. Fora disso é a polícia sendo mais violenta contra mais bandidos, e mais gente com mais medo. Eu recomendo sobre assunto ver o significado de AHIMSA. Fabíola Morais - Artista plástica Há um círculo vicioso resultante nas relações corrupção-impunidadeviolência. As reiteradas e públicas denúncias de casos de corrupção não encontram a solução punitiva necessária, mantendo na administração pública os verdadeiros parasitas erário. O Estado passa a ser ineficiente na prestação de serviços básicos, não conseguindo oferecer a população um aporte mínimo de serviços sociais essenciais, como saúde, educação e alimentação. Com uma massa de pessoas relegadas à marginalização, o aliciamento à violência generalizada de pessoas expostas nessas situações de risco acaba sendo inevitável, e a hierarquia da violência tem em seu ápice a grandes agentes deliquentes que figuram em vários noticiários políticos e econômicos, que passam impunes de todas as suas ações delituosas, resultando no descrédito das instituições. Leon Deniz - advogado Para mim é difícil falar sobre violência. O fato é que nos brasileiros somos muito atraídos por esta palavra, fala-se muito sobre violência e novelas aqui em nosso país, não achas? “A violência é a expressão máxima da total perca da razão, cabe a cada individuo tornarse então responsável por suas ações sejam elas brandas ou violentas. Portanto o culpado pela violência é quem a pratica.” Glaisson Silveira – vendedor

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enquanto o desemprego foi apontado por 19%). O interessante é que nem sempre foi assim. Em março de 1998, 57% dos entrevistados citaram o desemprego como sua principal preocupação. Já em 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que “em todo o mundo, a violência vinha se afirmando como um dos mais graves problemas sociais e de Saúde Pública”. Segundo a pesquisadora Cecília Minayo, por ser um fenômeno sóciohistórico, a violência não é uma questão de saúde pública e nem um problema médico típico. Mas “afeta fortemente a saúde, pois provoca morte, lesões e traumas físicos e um sem número de agravos mentais, emocionais e espirituais; diminui a qualidade de vida das pessoas e das coletividades; exige uma readequação da organização tradicional dos serviços de saúde; coloca novos problemas para

o atendimento médico preventivo ou curativo; e evidencia a necessidade de uma atuação muito mais específica, interdisciplinar, multiprofissional, intersetorial e engajada do setor, visando às necessidades dos cidadãos”. Questões como estas inseriram a temática das violências na agenda pública como um grave problema de saúde no Brasil e no mundo. Alguns falam de uma crise de valores e crise nas instituições, reflexos de uma “civilização que não é nenhum pouco civilizada”, como diria o saudoso Grande Otelo. O professor da Universidade Estadual de Goiás e doutorando em História pela Universidade de Brasília (UNB) Allysson Fernandes Garcia destaca a perspectiva do sociólogo Michel Maffesoli sobre a questão. “Para ele, a violência é ambivalente, em um sentido é positiva, estruturante do

Mistério em Luziânia Seis adolescentes de Luziânia (entorno do Distrito Federal), que viviam no mesmo bairro, desaparecem em dezembro de 2009 sem nenhuma explicação e os casos de violência se tornam um dos mais discutidos no Brasil. A polícia goiana afirma que não há coincidência entre eles e as investigações correm em separado. Muito se especula, mas como se diz na linguagem policial, não existem evidências que apontem as causas ou mesmo os responsáveis. Situações como essa têm chamado a atenção da população e da mídia, comovendo famílias inteiras. Mas quem tem sofrido mesmo com a falta de respostas são os moradores do bairro Estrela Dalva, local onde viviam todas as vítimas. Os pais já não deixam seus filhos saírem de casa nem para irem à escola sozinhos, sinal que a opressão começa a transcender os casos de desaparecimento. Até o final de janeiro, a Divisão de Pessoas Desaparecidas

(DPD) da Delegacia de Investigações de Homicídios da Polícia Civil registrou o desaparecimento de 56 crianças e adolescentes em Goiás. Cinco dos casos em Goiânia. As principais causas são conflitos domésticos, problemas mentais, consumo de drogas, dívidas, acidentes, negligência de adultos; um grande reflexo da violência urbana. Assim como no resto do mundo, os jovens também são a maioria da população carcerária no Brasil. As características de “classe” prevalecem: são eles pobres, homens com baixo nível de escolaridade e negros. Pesquisas sobre o sistema prisional indicam que mais da metade dos presos tem menos de trinta anos; 95% são pobres, 95% são do sexo masculino e dois terços não completaram o primeiro grau (cerca de 12% são analfabetos). Analisar qual o fenônemo que está deter-


social, traz consigo o novo, a diferença, um ‘vetor de antecipação’, pois o prazer de destruir implicaria um ‘desejo de construção’, na dissidência está posta em questão a ‘paixão da verdade’, representando a passagem de uma ‘desordem existente’, ou de uma “ordem degenerada’, a uma ‘ordem nova ou regenerada’. A dissidência como sinônimo de ilegalidade traz consigo uma ‘relação social viva, ousada e dinâmica’, assim, possuiria uma função catártica, de purgar, assegurando, enfim, a consolidação da coletividade e de seu dinamismo renovado, o exemplo para este sentido positivo é dado pelas festas dos loucos, carnavais ou outros ritos de inversão”. Contudo, Garcia não deixa de apontar, conforme entendimento de Maffesoli, o sentido negativo do problema. “Existe a violência controlada e

minando esta realidade, muito provavelmente contribuirá para elucidar não só os casos de Luziânia, mas toda a desestruturação social e falência das instituições, constatadas em pleno século XXI, onde a população já deveria pelo menos ter aprendido a conviver pacificamente.

monopolizada, onde o ilegal passa a ser definido como delinquente. Neste sentido, a institucionalização da violência, sua super-racionalização terminaria em um irracionalismo completo, podendo levar a violência ao terror. Se no primeiro caso ela é exteriorizada, em seu sentido negativo ela tende a ser interiorizada, assim o poder passa a ser exercido encontrando ressonância entre os dominados. A assepsia social, a segurança e o progresso, valores disseminados pela mídia, elemento importante da tecnoestrutura do poder, visam o controle do poder, objetificado, no aspecto policiado da efervescência, das manifestações coletivas, do controle do indivíduo no seu desejo de uma nova ordem. Este controle, esta regulação social monopolizada visa canalizar as energias para a manutenção do sistema voltado para a produção, cuja única finalidade é o seu próprio desenvolvimento.Os efeitos são o medo, a apatia, a pacificação, importantes elementos de dominação e subordinação, que tendem a apresentar uma vida social tranquila e satisfeita como apanágio social”. Irônico, o historiador resumiu toda sua explicação citando o rapper De Leve: “Esquece o estresse, a gente merece algo mais, do que salário no fim do mês, porque

é mole pedir a paz, quando se tem segurança e uma Cherokee blindada, e suas crianças soltando pipa no ventilador de praia. Se Liga!”. Mas em súmula: a sociedade está mais oprimida porque está mais violenta ou mais violenta porque está mais oprimida? O certo que é que a ausência de democracia e a fragilização das instituições públicas, incluindo a família, tem trazido reflexos maiores até mesmo que as grandes guerras mundiais. Basta perguntamos quantas vidas são ceifadas todos os dias no trânsito, nas discussões banais, na violência cotidiana. O interessante é que pequenas violências como sonoros gritos (para não dizer berros), furar um sinal, não respeitar à faixa de pedestres, buzinar, entre outras não são contabilizadas. A repórter Sandra Persinj reforça este pensamento. “Podemos atribuir à violência, a inversão de valores e a desestruturação da família aliadas à impunidade. É esperto quem rouba e engana, porque não há punição e a sociedade não só aceita esse enriquecimento ilícito, mas aplaude. Todos querem empregos fantasmas, DVDs piratas, sonegar imposto de renda... A violência é só o reflexo de tudo isso. Desse comportamento que valoriza a pessoa pelo que ela tem, independente de como ela conseguiu”.

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Reportagem de Capa

Depoimentos A responsabilidade violência é de todos nós. Da crença do ser humano que o que importa são os seus interesses próprios, esquecendo os do próximo. Se os trabalhássemos para que todos estivem bem, nos também estaríamos incluídos no “todos”. Esta crença promove a má distribuição de renda, a falta de oportunidade de trabalho justo para os jovens, que ociosos, sem acesso a cultura, acabam se envolvendo com a marginalidade. Também somos responsáveis pela falta de valores de paz, de religiosidade, que deixa o ser humano muito “reativo” aos estímulos externos, com menos domínio de suas ações, situação esta, agravada pela quantidade estímulos advindos de filmes, jogos e programas de televisão em que a violência é colocada como algo normal e até atrativo. Comecemos acreditar que se cada um fizer sua parte para o bem de todos, viveremos mais em paz, pelo menos com nossa consciência. Estêvão Daltro - Professor, Músico e Empreendedor Sociocultural

Cárcere privado Em julho de 2007 fui mantido em cárcere privado dentro da minha própria casa por três horas. Como consequência, uma síndrome do pânico, que, por muito tempo, me impedia de ficar só e de estar no meio de multidões, entre outras afetações sérias. A dor psicológica foi maior em função da demora da polícia. No mesmo dia, a Polícia Militar comemorava o aniversário da corporação. As maiores patentes estavam na solenidade. Junto com elas, boa parte das viaturas. O socorro demorou mais de 40 minutos para chegar depois da primeira ligação. Os policiais fizeram uma averiguação rasa, creram que os autores da tentativa de sequestro tivessem partido (quando, na verdade, estavam nas redondezas) e foram também. Minutos depois, fui surpreendido novamente pela dupla, que só foi dispersa com o retorno da polícia, que, na segunda vez, aconteceu com mais de meia hora. O trauma poderia ter sido menor se a polícia fosse (mais) ágil. João Camargo Neto, 25, jornalista

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O Justiceiro Chacina. Abate e esquartejamento de porco ou gado. Assassínio em massa, gerado com crueldade; matança, mortandade, morticínio. Segundo o dicionário Houaiss, estas são algumas das definições do termo, antes destaque somente nas páginas dos noticiários dos grandes centros, mas que hoje também é assunto da mídia goiana. A última delas aconteceu no setor Cidade Satélite São Luiz, em Aparecida de Goiânia (GO), divisa com a capital. A versão que chegou à Polícia Militar apontava que 12 pessoas estariam usando drogas quando foram surpreendidas por dois rapazes em uma moto que dispararam inúmeras vezes e fugiram. Dois adolescentes, de 16 e 17 anos, e um homem de 27 anos morreram. Outro jovem também não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital. Dias depois, o sargento da PM Hamilton Crisóstomo de França, 42 anos, lotado na 26ª Companhia Independente da PM, foi preso em cumprimento a mandado de prisão temporária. Quatro motocicletas, capacetes e um blusão também foram apreendidos. Ele é suspeito de participar do assassinato de Diego Ananias Gomes Barbosa, Dyuliane Laycon Chagas dos Santos, Carlos Henrique Pereira e Alex Bastos dos Santos e ferir sem gravidade Marcos José Vidal e Ariel Cristino Oliveira Marques. Testemunhas declararam à polícia que viram o atirador usando farda sob uma jaqueta e coturnos. O sargento França está recolhido na carceragem do Presídio Militar em Goiânia, e reservou-se ao direito de falar somente em juízo.

A motivação

Segundo a enciclopédia mais popular da web, a Wikpédia, um justiceiro é alguém que, “ocorrendo um crime, e tomado por sentimentos de injustiça em relação às ocorrências, decide agir à margem da lei, procurando punir os autores do crime. A essa situação aplica-se o termo autojustiça. Em linguagem popular designa-se; fazer jus-

tiça pelas próprias mãos. Os autores de tais atos podem ser civis ou agentes da autoridade (entre outros), e podem estar ou não, ligados de alguma maneira à vítima ou vítimas desse crime”. A mesma fonte fala que “tal comportamento é reprovável, tanto moral como judicialmente, sendo considerado um crime como outro qualquer, punível à luz do Direito”. Ato este que não pode ser confundido com autodefesa e que evidencia a “tênue fronteira entre a sede de justiça e a sede de vingança”. Já a justiça (da quel todos têm sede) tem o desafio de ser ágil o suficiente para julgar o grande número de inqueritos e cobrar do estado a aplicabilidade das penas. Presídios suficientes e salubres que proporcionem a reinserção dos condenados na sociedade, combate aos crimes de colarinho branco e, acima de tudo, a imposição do mesmo direito para todos, devem ser prioridades em qualquer política de segurança pública e justiça social. Talvez a saída para o mutirão proposto pelo Poder Judiciário deveria começar priorizando os crimes mais violentos em qualquer instância, lembrando que a principal volência é a privação dos direitos básicos, e acima de tudo, de democracia.


A violência institucionalizada Carnaval de Rua de Goiânia deste ano terminou com um saldo de violência e denúncias de abuso de violência por parte da Polícia Militar Rhadá Costa Muito se fala sobre a repressão à criminalidade. Mas, o problema da violência no País também perpassa um outro lado desta equação. Vários são os casos que envolvem policiais como acusados de agir como violência e com o uso de abuso de poder. Policiais estes integrantes de instituições, cuja função é zelar e resguardar os Direitos Humanos e a Cidadania, da qual a proteção é um dos direitos básicos. No dia 12 de fevereiro, policiais militares foram acusados de agir com excesso de violência, durante ação de dispersão do público ao final das apresentações culturais que marcaram a sexta-feira do Carnaval de Rua de Goiânia – uma festa tradicional que busca resgatar o costume carnavalesco na capital. A ação violenta da Polícia deixou um saldo de várias pessoas feridas, sendo que uma vítima foi hospitalizada. Vítimas, parentes e líderes culturais da capital pedem justiça. Os participantes do Carnaval de Rua foram agredidos com spray de pimenta e coronhadas por parte dos policias militares, que tentaram dispersar os presentes com excesso de violência e sem uma justificativa plausível. Logo após o show do Grupo De Volta ao Samba (última apresentação da noite), uma barreira foi formada pela cavalaria da Polícia Militar em frente ao palco. De acordo com as vítimas, muitos policiais estavam a pé e outros montados a cavalo e promoveram um arrastão, que deixou um saldo de ao menos 20 vítimas. Os participantes relataram que foram agredidos com spray de pimenta, cassetetes de borracha, gol-

pes e imobilizações corporais. Revoltados com a ação violenta, os presentes (vítimas e familiares) se dirigiram ao 1º DP para protestar. ”O pesadelo acabou por volta das seis horas da manhã, tendo sido as vítimas liberadas após exames de corpo de delito do IML”, relata Denise Godoy, mãe de uma das vítimas e que estava presente no local. De acordo com testemunhas, mulheres também foram agredidas e ficaram com escoriações e hematomas. O Carnaval de Rua de Goiânia é uma festa pacífica que já acontece há quatro anos, com a intenção de resgatar uma tradição que a capital não apresenta. Encabeçado por grupos e líderes culturais da cidade (inclusive por projetos que promovem a inclusão social por meio da arte numa tentativa de prevenir a criminalidade em comunidades carentes, como o Coró de Pau), a festa se propõe a ser uma alternativa pacífica de lazer no período carnavalesco – aberta a todos os públicos. “É triste trabalharmos com cultura em uma cidade onde somos confundidos com marginais, arruaceiros. E somos espancados sem nenhum motivo, por uma instituição que inicialmente contávamos para garantir a paz, a ordem e a segurança neste evento”, afirmou o artista Abílio Cabral em sua carta de protesto enviada à imprensa e amigos. Entre as pessoas feridas, o empresário e bacharel em Direito Gregório Alexandre de Castro foi uma das vítimas com maiores escoriações. Após ser preso e encaminhado ao 1º DP, onde desmaiou, foi encaminhado ao HUGO, local onde foi constatado traumatismo craniano leve. Sua esposa, a advogada Hosana Rosa de Araújo, presenciou o marido sendo agredido e não pode interferir. A PM afirmou que os polícias

tentaram conter um homem que jogou um copo de cerveja em um dos militares e que durante a autuação outras pessoas tentaram agredir os policias em defesa do jovem que estava sendo preso.

Triste realidade

Os casos de violência policial não são isolados e refletem uma triste realidade social. A segurança pública é direito do cidadão, assegurada pela Constituição Federal. Porém, muitos são os policiais que seja por uma formação falha ou despreparo, invertem o direito de proteger em detrimento da violação dos direitos humanos pela simples repressão – principalmente a grupos sociais específicos (negros, pobres e homossexuais, etc.). A violência policial é um fato e não um caso isolado ou um “excesso” do exercício da profissão. A atitude não representa a totalidade da Polícia, que conta com profissionais que exercem a segurança em sintonia com cidadania. Mas, sim, uma facção das forças policiais que, infelizmente, ainda age pelo lema da “ordem sob a lei”. Em 2009, a violência policial foi apontada como um problema crônico no Brasil pelo relatório anual divulgado pela ONG Human Rights Watch. Segundo a ONG, a estimativa é que, em 2008, aproximadamente 50 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. A ONG destacou que as regiões metropolitanas estão infestadas de violência em larga escala por parte das organizações criminosas e das forças policiais. No caso destas, fruto do despreparo , do desvio de função e de outras falhas que, em razão do status de país civilizado ao qual aspiramos, deveriam pertencer ao passado.

Fevereiro de 2010 - Hoje | 29


Crônica

Antonio Fábio Ribeiro

S

Envelhescência

omos crianças e, mais ou menos aos onze anos, iniciamos a nossa adolescência. No máximo aos 25, ingressamos na idade adulta. Nessa fase tínhamos a obrigação de ter, fazer e ser. Ter casa, carro e uma gama de outros bens. Ser profissional, trabalhar, empreender, progredir, viajar, conhecer, casar, ter filhos e mais uma carrada de outras coisas. Ser socialmente aceito e adequado ao nosso tempo, competitivos, inteligentes, bem sucedidos, gostosos, desejados e muitos outros predicados ou modismos. Aos 55/60 anos, já éramos velhos, geralmente ancorados na casa de uma filha ou de uma nora. Hoje, com o desenvolvimento da medicina e das ciências da vida, vivemos saudáveis até os 80 ou 90 anos. Entendo que o período da vida entre o fim da idade adulta e a velhice, quando tudo que poderíamos fazer já foi feito: casar, separar, ter amante, ganhar e perder dinheiro, ser rico ou ser pobre, ter poder, aposentar, ter outra opção sexual, gira em torno dos 20 aos 25 anos. Essa fase é a adolescência da velhice. Gosto de chamá-la envelhescência, procurando criar um neologismo para o nosso vernáculo. Defendo a tese de que nessa etapa da vida, temos o direito de fazer tudo o que gostaríamos e aquilo que desejarmos. Evidentemente, já não mais com a energia e a irresponsabilidade das aventuras e diabruras praticadas na juventude. A primeira coisa que temos a fazer é trabalhar a cabeça, para aceitar o balanço da idade adulta

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como ele se nos apresenta, zerando os nossos ganhos e perdas de natureza econômica, financeira, social, política, cultural, sexual e outros itens desse balanço (azedos e doces) do período que se perdeu nas brumas do passado. O meu taxímetro continua girando e adentra, agora, em 2010, nos 68 anos contados, cronologicamente, como manda o figurino, fazendo um tic tac vigoroso. Há 5 anos, comecei a raciocinar como um envelhescente, fato que desejo oficializar, junto aos meus amigos e familiares. Estou considerando que o meu período de envelhescência vai até aos 83 anos, quando, apesar de relutante, passarei a aceitar a idéia de estar ficando velho. Os anos da envelhescência são contabilizados por subtração até a data fatal, quando serão zerados. Neste ano de 2010, portanto, estarei comemorando os meus 15 anos. 2011, 14 anos e em 2018 estarei terminando a minha envelhescência e começando a minha velhice. Sempre fui um otimista, por isso, quando chegar à velhice, guardo a expectativa de que a medicina e as pesquisas, sobre a vida humana, apesar da quadradice dos governos e das igrejas, possam me surpreender. Quem sabe me leve a rever o conceito de envelhescência, esticando o período da sua duração? Desejo, ardentemente, nesse período e na comemoração de cada um de meus novos recomeços, que antigamente chamávamos de aniversário, conviver com a plêiade de amigos que fiz ao longo da vida, notadamente, aqueles que, como eu, nasceram durante, ou um pouco depois da segunda guerra mundial, vivendo a sua fase adulta na metade de século mais rico que a humanidade conheceu em todos os tempos. Procurei reunir algumas frases ou

pensamentos sobre a envelhescência. Não há coisa alguma de inédito nem de original, mas é um estímulo para que, vocês que lêem estas reflexões, possam acrescentar as expressões da sua autoria ou de terceiros, para vivenciarmos sobre, sem sombra de dúvida, a melhor fase da nossa vida: A ENVELHESCÊNCIA.

1- A Vida não é Justa, mas ainda é Boa. 2- O seu trabalho não vai cuidar de Você, quando Você adoecer. Os seus amigos, pais e filhos vão. Mantenha-se em contato. 3- Sele a Paz com o passado, para que ele não estrague o seu Presente. 4- Desfaça-se de tudo que não é útil, bonito e prazeroso. 5- Nunca é tarde demais para se ter uma infância Feliz. 6- O órgão sexual mais importante é a cabeça. Sem medo, procure o Boston Medical Group. 7- Ninguém é responsável pela sua felicidade, além de Você. 8- O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo. 9- Envelhecer é melhor que morrer jovem 10- A vida não vem embrulhada com um laço, mas ainda é um Presente.


Tecnologia

Lousa multimídia: estratégia de ensino inovadora

P

rimeiro quadro negro e giz; depois, quadro branco e caneta. Essas ferramentas já são consideradas ultrapassadas no ambiente educacional. Agora o mais novo instrumento de trabalho dos professores é a lousa multimídia. O recurso tecnológico permite escrever, desenhar, realizar exercícios, cortar e colar textos. Além disso, a lousa multimídia quando conectada a um computador permite a seus usuários uma gama de opções: salvar, copiar, enviar e-mails, transferir arquivos pela rede, assistir a filmes e animações. O professor Flávio César Borges utiliza a lousa multimídia há um

ano e meio. Ele conta que a ferramenta faz com que suas aulas sejam mais produtivas e o aluno se sente atraído por ser um recurso inovador. “Quando trabalhamos apenas com o quadro e o giz, os alunos reclamam, pois as aulas com a lousa ganham movimento, cores, animação”, afirma Flávio César. Outra facilidade da lousa multimídia é o ganho com agilidade. O professor pode salvar as aulas, anotar informações no bloco de notas, criar biblioteca de imagens e depois repassar todo conteúdo ao aluno em um pen-drive. “Hoje não preciso esperar os alunos copiarem o quadro, eles ficam literalmente

‘vidrados’ na aula e não perdem tempo copiando”, explica. A professora Adda Daniela, mestre em biologia e coordenadora pedagógica da Brasil Online Tecnologia Educacional, diz que o processo de ensino-aprendizado melhora significativamente com o uso da lousa multimídia. “A lousa multimídia é um recurso inovador, que ajuda a otimizar o trabalho do docente e propicia a interatividade. É importante frisar que o professor é peça-chave no processo de aprendizagem e que a lousa é um complemento muito enriquecedor para suas aulas”, diz a professora. E completa dizendo que investir em tecnologia educacional é ter a certeza de retorno imediato.

Nova tecnologia dinamiza aulas e prende atenção dos alunos

Março de 2010 - Hoje | 31 Fevereiro


Urubuservando

Carlos Brandão | carlosbrandao7@gmail.com

Coca-Cola

Equação do amor

Em 2010, a garrafinha da CocaCola completa 95 anos. Criada em 1915, pela empresa Root Glass, a primeira garrafa era meio barrigudinha (foto). Só em 1961, a impressão em duas cores virou realidade e a assinatura do refrigerante, em vermelho e branco, foi levada ao público. A garrafa de plástico pintou no mercado no final da década de 80. Eu ainda gosto mais daquela garrafinha de vidro, muito usada nos anos 60, quando era adolescente e ainda tinha coragem de beber Coca. Hoje acho uma chatice e não tenho coragem de encarar o famoso “desentupidor de pia”.

É cada uma que aparece! Um australiano disse que criou a Fórmula do Noivado, uma espécie de equação do amor, que calcula a idade certa para o caboclo se apaixonar. Sangue de Jesus!

Poesia sim

Sim, ainda existem pessoas em Gyn, que gostam de poesia. Acredite se quiser! Para esses, o Sarau Letra Livre, que acontece todo último domingo de cada mês, sempre às 20h, no Goiânia Ouro, é uma ótima sacada. A produção é de Kaio Bruno. O público, formado em sua maioria por jovens, participa ativamente. É fácil encontrar poetas de 15 a 70 anos, por lá. Como diz Roberto Piva: “O poeta existe para impedir que as pessoas parem de sonhar.”

Não engula o chiclete O livro Não Engula o Chiclete! Mitos, Verdades e Mentiras Descaradas Sobre o Corpo e a Saúde pretende desmascarar alguns mitos ou lendas que perturbaram a vida dos mais antigos. Escrita pelos pediatras americanos Aaron Carroll e Rachel Vreeman, a obra traz 87 dessas historinhas de jogar boi n’água,

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Mas o inventor da fórmula deixa claro que sua equação tem 37% de chances de dar certo e serve mais como orientação. Tem gente que precisa arranjar, urgente, um serviço. Ô, vontade de descarregar um caminhão de tijolos no lote errado!!!

como dizem os da roça como eu. Os autores ainda tentam desmistificar o que era verdade absoluta. Algumas da lendas atropeladas pelo livro: * É preciso esperar uma hora depois de comer, para entrar na água. * As pessoas só usam 10% da capacidade do cérebro. * Ler com luz fraca prejudica a visão. * Se você raspar seu pelos, eles vão crescer mais depressa, mais escuros e mais grossos. * O chiclete permanece no estômago durante sete anos. Ai, se nossos avós fossem vivos, hein?

Eu te amo! “Acho que nunca ouvi do meu pai e da minha mãe a frase ‘eu te amo’. Se ouvi, também não registrei. Acho que essa história de dizer ‘eu te amo’ não era moda na época em que cresci. Mas, quando se tem amor de verdade em casa, essa frase é completamente dispensável. Porque é fácil esquecer uma frase, mas ninguém tira de você aquele amor que, num abraço, olhar ou carinho, decide ficar, como tatuagem de alma. Essa garotada de hoje precisa (e muito!) de ‘eu te amos’.” Trechos de um texto muito bom, que li no blog Caneca da Nina, da jornalista Aline Leonardo. Não conheço a dona do blog, mas peço licença para passar adiante. Em tempos de pais politicamente corretos, um texto desse é um bálsamo.


Fofoca A imprensa adora fofocas e separações de astros e estrelas. Brad Pitt sempre tá se separando de Angeline Jolie. Madonna, de Jesus Luz. Zezé di Camargo, da Zilu. E por aí vai. Todo dia uma separação nova. Será que isso é fazer imprensa mesmo? Na minha terra, nos anos 60, isso tinha outro nome feio. Hoje é mídia.

Carnaval O bloco Carnaval dos Amigos tem mostrado para Goiânia, como se faz um carnaval simples, alegre, organizado e sem megalomanias. Enquanto as escolas, que na verdade são blocos, insistem em mania de grandeza, o bloco aposta na simplicidade. Acredito que, se as chamadas escolas de samba de Gyn começassem como blocos, chegariam a escolas bem estruturadas, daqui a 10 anos. Mas quem quer apostar em planejamento e futuro? O Carnaval dos Amigos e os blocos criados a partir dele, são a melhor realidade do chamado carnaval de rua de Goiânia, se é que isso existe.

Lá em Mossâmedes, a mãe da gente não brigava, nem ralhava, nem criava caso: danava. E tinha danação verbal e física. A grande mídia, assim que deu de investir alto, nisso que é chamado cinicamente de “artistas populares”, passou a fomentar o analfabetismo. “Uma msg/ no celu, no coração./ Um recado à meia-noite: boa noite, meu brandão!” Quem mandou? “Onde se lê: abertura de CPIs, leia-se: pedido de pizzas”. Millôr falou isso em 2005. Ainda tá valendo, né? Sou bobo, mas babo pra dentro, né? Assim, ninguém nota que sou retardado e não fiz o teste do pezinho. Paulo Henrique Brito, no livro Macau: “Nada que você diga é teu. Nada é você. Você não é. Puf!” Ah, goiazinho véio de guerra! Quantos disparates se cometem em teu nome. Perguntinha básica: quem é o bandido? Fala, Sérgio Sampaio: “Eu tenho medo de polícia, de bandido, de cachorro e de dentista.” meu twitter: @carlosbrandao7

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Economia

Quirinópolis incremen

Usina de açúcar e álcool Boa Vista

A atração de investimentos industriais é meta prioritária do programa de Governo do prefeito Gilmar Alves. Aumento de receita municipal e melhoria do IDH são algumas das consequências positivas

Q

uirinópolis, município de 50.000 habitantes localizado no Sudoeste de Goiás cuja economia tradicionalmente se assentou na pecuária e na exploração agrícola, vive uma fase de intensa industrialização, o que se reflete positivamente na qualidade de vida dos habitantes. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) medido através de pesquisa da FIRJAN – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, acusa evolução positiva acelerada em matéria de IDH, colocando aquele município no 9º lugar, em Goiás. Em 2001, Quirinópolis ocupava a 43ª posição, e em 2005, a 39ª. O prefeito Gilmar Alves (PMDB) é só entusiasmo. A atração de investimentos industriais é meta

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prioritária do seu programa de Governo, que está no 5º ano consecutivo (Gilmar foi reeleito em 2008). Os investimentos atraídos fazem aumentar a receita municipal, cujos recursos são aplicados em infra-estrutura e em serviços voltados para a melhoria da qualidade de vida da população. Pesquisas qualitativas realizadas para uso interno mostram o acerto da política do prefeito, cujos índices de aprovação se acham acima de 90%.

Açúcar e álcool

Duas grandes e modernas usinas de industrialização de cana foram implantadas recentemente e se acham em pleno funcionamento. A Usina Boa Vista, do grupo São Martinho, e a Usina São Francisco, do grupo São João, de Ara-

Frigorífico Quatro Marco


nta industrialização ras, São Paulo, empregam, cada uma, duas mil pessoas. A Boa Vista produz álcool de abril a dezembro; a usina São Francisco produz também açúcar, que é 100% exportado, basicamente, para o Oriente Médio e Rússia. Além dos 4.000 empregos diretos, são gerados outros numerosos através das empresas terceirizadas (transportes, alimentação, serviços de preparo do solo, plantação e adubação, entre outros). Das áreas cultivadas de canaviais, só 4% são terras próprias das empresas. O restante pertence a proprietários que arrendam suas terras ou alugam.

Tecnologia

O prefeito Gilmar Alves ressalta o desenvolvimento tecnológico do setor sucro-alcooleiro a partir de Quirinópolis. Uma fundação criada por Bill Gates, a Miris, patrocina pesquisas em Quirinópolis para a produção, a partir de 2011, de um substituto para o diesel, além de combustível para avião e plástico, tendo a cana-de-açúcar como matéria-prima. “Vem aí o trator flex”, diz o prefeito.

Vocação

Quirinópolis, já há algum tempo, ostenta vocação para o empreendedorismo na área industrial. O prefeito lembra a presença ali de frigoríficos, como o Quatro Marco e o Municipal (que é particular), a indústria de torrefação Vascafé (que produz um café de ampla aceitação em grandes centros, como Goiânia), e a Haiala, uma moderna metalúrgica. O proprietário da Haiala, Edvaldo Correa Fernandes, disse a HOJE que seus produtos já são vendidos em São Paulo, entre eles as portas e janelas metálicas que em breve estarão em praticamente todo o mercado brasileiro. Em Goiânia, já funciona um centro de vendas da Haiala. Outra indústria em expansão é a Refrigerantes Tayná, cujos produtos são consumidos em todo o Sudoeste. Tendo em vista essa vocação industrial, está sendo criado o Distrito Industrial de Quirinópolis, cujas primeiras empresas a serem implantadas serão destinadas ao setor sucro-alcooleiro, voltadas para a manutenção de motores elétricos, carroçarias, calderaria, entre outros itens. Foto: Portal Midia.TV

CEPUG Fevereiro de 2010 - Hoje | 35


Economia

Qualidade: a vida agradece O pleno emprego (só fica desempregado quem não tem qualificação) é fator primordial na qualidade de vida do quirinopolino. Com os recursos dos impostos, a Prefeitura investe nos setores essenciais. A cidade de Quirinópolis conta hoje com 100% de água tratada no abastecimento à população. As ruas e praças têm 98% de pavimentação asfáltica; são arborizadas e bem conservadas. Cerca de 95% dos esgotos sanitários recebem tratamento adequado. Numa comparação com Rio Verde, a maior cidade do Sudoeste de Goiás (com cerca de 160 mil habitantes), Quirinópolis ganha em vários itens. Exemplo: são dois hospitais particulares e outros dois públicos em Quirinópolis, enquanto Rio Verde tem um total de somente dois hospitais. No item Educação, Quirinópolis conta com uma unidade da UEG – Universidade Estadual de Goiás –, que ali ministra cursos de Educação, Pedagogia, Letras, História, Educação Física, Matemática e Geografia. Já a Faculdade de Quirinópolis, particular (é uma extensão da Faculdade Padrão, de Goiânia), mantém cursos de Direito, Administração, Enfermagem e outros cursos técnicos. A Uniub (Universidade de Uberaba), através do ensino à distância ministra diversos cursos voltados para o mercado sucro-alcooleiro. Em janeiro último, por ocasião do 66º aniversário de emancipação do Município, foi inaugurada uma moderna unidade do Senai, o CEPUG – Centro de Ensino Profissionalizante Ulisses Guimarães –, fruto de parcerias estabelecidas com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Paulo Afonso, e o diretor regional do Senai, Paulo Vargas, bem como com as indústrias sucroalcooleiros locais, que forneceram equipamentos. O Senac, de formação e treinamento para o Comércio, já funciona em Quirinópolis há mais tempo. Todos esses fatores são levados em conta pela Firjam para medir os índices de Desenvolvimento Humano: infraestrutura (urbanismo), educação, saúde, geração de emprego e renda.

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Quirinopólis

Gilmar Alves: Aprovação superior a 90%


Instituto Durães

Seu novo endereço

O

Instituto Durães, tradicional clínica de Brasília, está agora de endereço novo: SMHN, quadra 02, bloco C, sala 1007, 10º andar, ed. Crispim, em Brasília/DF. Tudo moderno, aparelhagem de última geração, equipe altamente qualifica-

da. É a clínica dos sonhos do casal de médicos, idealizadores do Instituto, Dra. Roniz e Dr. Rodrigo Durães. O Instituto oferece tratamentos Clínicos e cirúrgicos. São diversas as especialidades, incluindo tratamento estético facial e corporal. Os pro-

fissionais, altamente qualificados, cuidam do bem-estar dos clientes, refletindo-se na sua auto estima. A inauguração, seguida de fino coquetel, reuniu amigos, parentes e a equipe, em evento mostrado, em parte, nas fotos desta página.

Dra. Roniz, Cecília (recepcionista), Marli (administradora), Luzia (copeira), Daniela (esteticista) e Dr. Durães Dra. Eliana Durães (cirurgia plástica), Dr. Leonardo Durães (cirurgia geral), Dra. Roniz Lima (dermatologista), Dr. Rodrigo Durães (plástico ocular), Dr. Marcelo Valio (nutrólogo) e Dr. Adriano Durães (urologia / estética íntima)

Maria Madalena, Renê Lima, Frei Cassimiro do Santuário São Francisco de Assis, Aidê Pacheco e Corí Souza

Danielle Durães

Dra. Camila Brito (oftalmologista) , Dra. Mai Akaishi (medicina estética), Dra. Roniz e Dr. Rodrigo Durães. Fevereiro de 2010 - Hoje | 37


Esporte

Guga homenageado em Brasília U

m dos mais bem conceituados desportistas brasileiros, o extenista Gustavo Kuerten, o Guga, recebeu do ministro do Esporte, Orlando Silva, a Cruz do Mérito Desportivo, por ser “um dos grandes nomes do esporte brasileiro e internacional e, também, referência de comportamento e de conduta”, elogiou o ministro. A comenda é uma das maiores honrarias concedidas pelo governo federal a um atleta brasileiro. “É uma grande honra receber essa premiação. Me considero mais brasileiro do que já sou”, disse Gustavo Kuerten na cerimônia de entrega da Cruz do Mérito Desportivo. O atleta já havia recebido a Medalha do

Mérito Desportivo, primeira parte dessa premiação, ainda em 2004, após sua participação nas Olimpíadas de Atenas.

Guga, o Rei do Saibro

Guga é considerado o melhor tenista sul-americano da história, tendo conquistado títulos em 13 países. Foi eleito o melhor atleta brasileiro em 1999, 2000 e 2001. Em quadras de saibro, Gustavo Kuerten con-

quistou 71% das vitórias nas competições de que participou durante os 14 anos de carreira profissional, o que lhe valeu o título de Rei do Saibro. Atualmente, Guga desenvolve projetos de inclusão social por meio do esporte, através do Instituto Guga Kuerten, fundado pelo atleta em 2000. O instituto já beneficiou mais de 30 mil pessoas com deficiência.

Ordem do Mérito Desportivo A maior honraria concedida a um atleta pelo governo federal é dividida em duas etapas: a concessão da Medalha e da Cruz. Veja quem já foi homenageado: Ayrton Senna (Automobilismo) Emerson Fittipaldi (Automobilismo) Adhemar Ferreira da Silva (Atletismo) Robson Caetano (Atletismo) Joaquim Cruz (Atletismo) Jean Marie Godefroid Havelange (Futebol) Carlos Caetano Bledorn Verri, Dunga (Futebol) Edson Arantes do Nascimento, Pelé (Futebol) Robert Scheidt (Vela) Adria Rocha dos Santos (Atletismo paraolímpico) Giovane Farinazzo Gavio (Voleibol) Janeth Arcain (Basquetebol) Hortência Marcari Oliva (Basquetebol)

De olho na Copa 2010 O Ministério do Esporte prorrogou para o dia 23 de abril o prazo final para a emissão de laudos técnicos de engenharia e estabilidade estrutural dos estádios de futebol que receberão os jogos ao Ministério Público. A prorrogação foi estabelecida por meio de portaria

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do ministro do Esporte, Orlando Silva, publicada no dia 19 de fevereiro, no Diário Oficial da União. A solicitação partiu da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que recebeu os pedidos da Federação Baiana de Futebol, da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, do Sindicato

Nacional das Associações de Futebol Profissional e dos CREAs do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. A portaria expedida pelo ministro também muda a forma de seleção dos engenheiros. Caso um profissional dessa área não seja cadastrado no Conselho


Capital da bicicleta Goiânia quer ser a capital da bicicleta no Brasil. Por meio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEMEL) tem feito campanhas para incentivar o uso da magrela como meio de transporte. O objetivo principal da secretaria é ampliar os espaços urbanos e favorecer o meio ambiente e a saúde das pessoas. Boa iniciativa. A cidade já não suporta mais o fluxo intenso de veículos e é palco de congestionamentos a qualquer hora do dia. Chega a dar saudade da hora do rush!

Jogos de Inverno de Vancouver Apesar de não ter tradição nos Jogos de Inverno, o Brasil luta para firmar espaço nas geladas terras canadenses. Conheça os cinco atletas brasileiros que participaram da competição: Jhonathan Longhi e Maya Harrisson (Esqui Alpino), Leandro Ribela e Jaqueline Mourão (Esqui Cross Country) e Isabel Clark (Snowboard).

Fórmula Indy A piloto brasileira Bia Figueiredo vai participar da etapa de São Paulo da Fórmula Indy. A competição está marcada para os dias 13 e 14 de março e vai abrir a temporada 2010 da categoria. Bia assinou contrato com a equipe Dreyer & Reinbold Racing. “Estou feliz porque vou guiar o carro mais rápido do planeta”, comentou a moça. Dá-lhe, Bia!

Brasília no circuito da Liga Mundial de Vôlei A capital do País será uma das sedes da Liga Mundial de Vôlei 2010. A cidade receberá dois jogos da seleção brasileira masculina, atual campeã. Na primeira fase da competição, o Brasil enfrentará a Bulgária, a Holanda e a Coréia do Sul, fechando o grupo A, segundo sorteio realizado em Lausanne, na França. A competição será realizada entre os dias 4 de junho e 25 de julho, mas a Confederação Brasileira de Vôlei (CBF) ainda não divulgou as datas dos jogos.

Mohammad Ali

Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) para realizar as vistorias, o próprio engenheiro poderá apresentar uma certidão emitida pelo CREA em que consta que ele tem as atribuições necessárias para emitir os laudos técnicos.

O lendário pugilista norte-americano Muhammad Ali testará novo tratamento contra o mal de Parkinson. Mohammad Ali sofre com a doença já tem alguns anos. A iniciativa é de uma empresa israelita, especializada em biotecnologia e conhecida por experiências com células-tronco.

No futebol....

Botafogo, campeão da Taça Guanabara. Palmeirenses: felizes com a contratação do atacante Ewerthon, que ficou animadinho em voltar ao futebol brasileiro. A Fifa se debate para entender as ervas africanas, utilizadas na recuperação de atletas.

Fevereiro de 2010 - Hoje | 39


Esporte

O vai e vem dos comandantes Times da capital tentam a sorte mudando de treinadores no decorrer do Campeonato Goiano. Enquanto isso, equipes do interior entram na disputa pelo título

Mônica Parreira

T

reinador, técnico, comandante ou simplesmente professor. Por trás dos onze jogadores em campo, há o trabalho daquele que é o responsável por dar identidade ao time. Assim como outros profissionais do futebol, o treinador está sujeito a vestir a camisa de qualquer clube e, consequentemente, se tornar o ídolo de uma torcida... Ou o vilão! Apesar da rivalidade, os times da capital que disputam o Campeonato Goiano 2010 têm muita coisa em comum, entre elas a mudança de técnicos, tudo em busca do tão almejado título estadual. Sob os treinamentos de Hélio dos Anjos, o Goiás começou a competição de mal a pior. Foram quatro partidas sem vencer, até que a diretoria resolveu mudar o comando. Hélio saiu de cabeça erguida, pois seu nome está na conquista esmeraldina do título estadual do ano passado (2009). Dessa vez, nada de treinador com vasta bagagem: a ordem na Serrinha é experimentar. O ex-jogador Jorginho assumiu a equipe, a primeira de sua carreira como técnico. O resultado está sendo satisfatório, já foram oito partidas sem derrota. Se continuar assim, a classificação para a fase semifinal é uma questão de tempo. Por sua posição, o Atlético também merece respeito. Com o treinador Artur Neto, ano passado o time conquis-

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tou o acesso à série A do Campeonato Brasileiro, e em 2007 foi campeão goiano. Artur já é um velho conhecido do futebol goiano. No mesmo ano do título conquistado pelo Atlético, o técnico foi o comandante do Vila Nova, quando o time assegurou novamente sua vaga na Série B do Brasileirão. Em 2008 encerrou seu passeio pelo futebol goiano, sendo diretor de futebol do Goiás. Pois bem. Eis que neste Goianão Artur Neto fez uma participação coadjuvante no Atlético, sendo dispensado no final do primeiro turno. E o novo contratado do Dragão foi Geninho, campeão goiano 2006 pelo Goiás e coincidentemente vice de Artur no Goianão 2007, também pela equipe esmeraldina. No Atlético, Geninho está indo bem, mas conheceu sua primeira derrota justamente contra o Goiás, por 2x1. Clássicos à parte, o rubro-negro segue como líder da competição. Consagrado por sua torcida, o Vila Nova começou bem o Goianão, figurando entre os quatro primeiros colocados durante o primeiro turno. Assim como seu arqui-rival Goiás, o Tigrão apostou no trabalho de um treinador novo no ramo. Zé Roberto começou sua carreira no próprio colorado, passando por todas as categorias até chegar ao time principal. Chega um momento em que o time não corresponde em campo, e o treinador é o primeiro a ‘cair’. Zé Roberto pediu

demissão após a derrota para o até então lanterna da competição Morrinhos (4x2), pela segunda rodada do segundo turno. Mais que depressa, a diretoria colorada apresentou o novo técnico. Na verdade, não tão novo assim. Seguindo a tendência dos outros times da capital de contratar treinadores rodados, o Vila Nova resolveu trazer de volta aquele que poderá resolver o problema da equipe: Edson Gaúcho.Experiente, já treinou o Goiás (2005) e o Atlético (2007), mas foi no Vila Nova que ele se identificou. Em 2005, levantou o troféu de campeão goiano pelo Tigrão, o último título conquistado pelo time. Agora Edson Gaúcho retorna com uma importante missão, a de reerguer o Tigre no campeonato. Quanto ao troféu, nesse ano está difícil, mas não impossível. Falando em troféu, o interior do Estado também tem seus candidatos ao título, como o CRAC, a Anapolina e o Santa Helena. Jogando em Catalão, o CRAC mostra sua força e está invicto. Por diversos problemas, a Anapolina já correu vários riscos de fechar as portas, mas o time não recebe o apelido de “Xata” à toa. O colorado da cidade de Anápolis está surpreendendo e até agora não perdeu para nenhum time da capital, pelo contrário: até goleou o Goiás por 5x2 na Serrinha! Já o Santa Helena conta com bons atletas, mantém uma participação regular e está no g-4, em busca do título inédito. Na capital, seguem Goiás e o estreante Jorginho; Atlético e o experiente Geninho e Vila Nova e o pé quente Edson Gaúcho. O fato é que o Goianão 2010 está emocionante, e arriscar o time que será campeão é uma tarefa para torceGeninho dor mesmo. busca a E que vença vitória no o melhor! Atlético Gaúcho tem que conseguir tirar o Tigre da faixa de rebaixamento

Jorginho deverá deixar o Goiás na disputa pelo título


Bem Estar

O equilíbrio perfeito Método exclusivo garante qualidade de vida, redução do estresse, melhora da auto-estima, além do fortalecimento cardiorrespiratório, vascular e físico Janaina Gomes

I

magine uma técnica que oriente os praticantes simultaneamente a alongar e fortalecer os músculos e tendões, articular e mobilizar as articulações. Estabelece padrões respiratórios correspondentes aos exercícios, aumentando assim a coordenação, resistência e, ainda, é uma atividade aeróbica. Perfeito, correto?! Após muitos anos de estudo, o ginasta, nadador, yogui, acupunturista e ex-primeiro bailarino romeno Juliu Horvath inventou e registrou a Gyrokinesis e o aparelho Gyrotonic e os princípios que constituem a base para esta nova abordagem para a manutenção da saúde e bem-estar. Com o desenvolvimento das novas metodologias, o professor Horvart deu dois grandes passos. Além de conseguir reparar as lesões corporais que sofreu enquanto profissional, criou um sistema de exercícios que pode ser realizado por pessoas de todas as idades ou mesmo com limitações de saúde. Pedro Bittencourt é o precursor da técnica em Goiânia. Educador físico nas áreas de hidroginástica, dança, Pilates, yoga, Gyrokinesis e Gyrotonic, tem especializações nos Estados Unidos, na Polistar Education Miami. Trabalhou 8 anos e meio em Boston, destacandose no Hospital Betty Israel Simmon`s College e em diversas academias.

Atuou ainda no balé da Universidade de Harvard, com Pilates e inclusive, aulas de axé e dança de salão. Bittencourt explica que o principal foco da atividade é o fortalecimento da coluna vertebral. “Com o Gyrotonic e a Gyrokineses o aluno percebe a dife-

rença nos movimentos cotidianos, nas suas amplitudes e na postura no dia-adia. Refletindo em mais qualidade de vida, redução do estresse, melhora da auto-estima, além do fortalecimento cardiorrespiratório e vascular. É uma automassagem”, completa.

Referências Como o próprio nome da existirem aparelhos para crianças. técnica diz, “Gyro” significa “giro” A técnica é indicada também para e “Kineses”, “mover ”. Tanto a idosos. O único aparelho em GoiâGyrokinesis e Gyrotonic atuam nia é o da academia Studio Ballance na coluna vertebral com torções, e Pedro Bittencourt, o único profisflexões, giros e circunduções. As sional habilitado. referências são os movimentos Como incentivo aos interesde dança, natação yoga, medicina sados, o professor faz a sua prochinesa, tai chi e artes marciais. paganda. “Tinha dores na cervical Animais como macaco, urso, leão, e no ombro que foram curadas. gato, vaca, sapo também servem Também promovemos a reeducade inspiração para a prática. No ção funcional, ou seja, ensinamos caso da Gyrokinesis o exercício é a pessoa a fazer corretamente os feito tanto no banco, como no solo, movimentos cotidianos, como por mas o Gyrotonic só pode ser feito exemplo, andar de bicicleta”. Pedro no aparelho. anima os alunos ao destacar que no Pedro lembra que em uma ati- período de 2 a 3 meses já é possível vidade tradicional os alunos vêem perceber os resultados, mas lembra o resultado físico, mas os músculos que todos devem se preocupar e movimentos acabam perdendo a principalmente com o bem estar e graciosidade e ficando enrijecidos. a saúde. “Quando somos jovens a “A técnica permite exercícios que gente faz o que quer, na fase idade o nosso corpo tem condições de adulta, mais madura, a gente faz fazer, mas aos quais não estamos o que o corpo quer e pode”, é um acostumados. Trabalha pratica- conselho de Pedro Bittencourt que mente todos os grupos musculares deve ser levado em consideração ao e a respiração alterna conforme a escolher uma atividade física. velocidade do movimento. São de 40 a 50 diferentes Pedro em uma hora de aula”. Bittencourt O Gyrotonic, que está demonstra sendo procurado por fimovimento no sioterapeutas pelo mundo Gyrotonic para reabilitação e condicionamento de atletas, normalmente é projetado para adultos, apesar de

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Turismo

Curaçao: a colorida ilh Sempre em busca de culturas exóticas e lugares fora dos roteiros tradicionais, a verdade é que nunca me imaginei esticada numa praia do Caribe, a ver navios. Mas foi isso o que aconteceu

Willemstad: a capital colorida de Curaçao, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco

Izabel Todeschini izabelace@yahoo.com.br

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e cara, parecia que eu estava dentro de um “vaporetto”, atravessando um canal de Veneza. Com algumas diferenças. Esse meio de transporte público era de graça, estava abarrotado de gente – mas na propor-

ção de um descendente europeu para cada nove descendentes africanos – e a língua falada entre eles era estranha. Afinal, estava em Curaçao, uma ilha holandesa em pleno Caribe, onde se fala o “papiamento”– um “mix” de idiomas

que conta até com o português, um tanto distorcido – e onde o negro com cabelo rastafari sentado ao meu lado tem o mesmo passaporte da Comunidade Européia que o empresário aposentado de Amsterdã que está do outro lado. A ilha é repleta de hotéis luxuosos e vistas paradisíacas

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ha holandesa do Caribe Em pleno coração da capital, Willemstad, quando a sirene toca no porto, é sinal de que a ponte exclusiva para pedestres está se abrindo – lentamente e perpendicularmente ao canal – para a passagem de um transatlântico. Então, é melhor se apressar para atravessá-la ou utilizar o tal “vaporetto”. Do meio da ponte ou do canal que corta Willemstad em duas, o que se vê é uma cidadezinha que parece de boneca, só que em tamanho natural: casas, prédios, lojas, cafés, tudo ultra colorido. Uma verdadeira réplica da Holanda de séculos passados – considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco – mas em cores vivas. Curaçao apaixona pelo charme europeu misturado ao calor caribenho. É delicioso passear pelas inúmeras ruelas arrumadinhas do centro da cidade, ver o movimento no mercado flutuante – onde se vendem frutas e legumes fresquinhos em embarcações vindas diariamente da Venezuela – e conviver com um povo alegre, educado e que vive bem. Não é pra menos que muita gente do Haiti e da República Dominicana tenta entrar ilegalmente

na ilha – o que explica a rígida fiscalização vista no aeroporto. Falar da beleza das 38 praias de águas azuis cristalinas, dos famosos locais de mergulho, da temperatura imutável de 27,5 graus, dos cassinos, das noitadas de salsa e merengue – tudo isso é redundante. O que ninguém tinha me contado é que para freqüentar as praias públicas você Programação completa para toda a família: nado com golfinhos e paga três dólares e tem tacadas de golfe. um espaço limpinho, uma espreguiçadeira esperando na multicoloridos que vinham beijar beira do mar e seguranças fortões de os pés logo na entrada da praia e o ponta a ponta discretamente garantin- quintal exclusivo para iguanas, que do o seu sossego. Ah, e ainda têm os pareciam mini dragões inofensivos e barzinhos e os “points” de badalação eram os “bichinhos de estimação” dos na praia, com música ao vivo, happy habitantes locais. Nessa viagem, a Alanis e a Isabehour e até djs. la, minhas filhas (então com 9 e 7 anos) Tenho que falar também do hotel. Não é propaganda, não. Todos ainda puderam ter a experiência única são parte integrante do bem-estar dos de acariciar e beijar golfinhos em pleno visitantes da ilha e têm trechos de oceano. O Alexandre, meu marido, praia particular. Ficamos no Marriott não precisou deixar seu esporte favo– que era paradisíaco! A entrada era rito de lado: foi conhecer os campos de cinematográfica: um jardim natural golfe. E mais: experimentou o famoso com uma cascata escorrendo no cen- licor de Curaçao e ficou surpreso ao tro de duas escadarias laterais, que saber que era feito de água do mar dessalinizada. É, o mar das Antilhas davam para piscinas sinuosas entre dezenas de palmeiras e espregui- abastece toda a ilha. Eu gostei mesmo foi de me ençadeiras, tendo ao fundo o mar do volver com o espírito leve do lugar, de Caribe! Luxo e mordomias de lado, o que mais me surpreendeu foram me dissolver no mar, me sentir como duas coisas “animais”: os peixinhos uma ilha na sua inteireza, serenidade e na indiferença a tempo e espaço. E, pela primeira vez na vida, de ficar a ver navios ! Iguanas: quintal exclusivo para os bichinhos

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Cultura

A hora e a vez da noite goiana O circuito noturno acompanhou o crescimento da capital e hoje conta com opções diversificadas que agradam a todos os perfis. Muitos, como o Bolshoi Pub, são referência nacional pela proposta e qualidade Rhadá Costa

H

á muito Goiânia deixou para trás o estigma de uma cidade com poucas opções de lazer, onde o gosto preponderante era a música sertaneja. Hoje, a vida noturna na capital é intensa. Seja qual for o estilo musical, idade ou gosto, existem casas noturnas e opções que combinam perfeitamente com o perfil de cada público. Os investimentos neste circuito são cada vez mais ousados, fator que reflete em estruturas com qualidade e que não deixam nada a desejar se comparadas a estabelecimentos localizados nos grandes eixos – como

o Rio/ São Paulo – e outras partes do mundo. Um bom exemplo de um projeto inovador e bem sucedido, que está no hall dos melhores locais de Goiânia, é o Bolshoi Pub. Por trás da história da casa, está o empresário Rodrigo Carrilho. Criado em 2004, o Bolshoi surgiu como uma opção para conquistar o público avesso às boates tradicionais. O grande destaque é o repertório musical de alto nível, ambiente e carta de bebida diferenciados. A decoração remete aos pubs europeus e as referências musicais estão por toda parte, compondo a identidade do Bolshoi. São mais de 150 itens de decoração como bandeiras, quadros e posters originais de música e cinema,

Bolshoi: uma das melhores casas do País. Com excelente projeto acústico, o pub recebe nomes de peso da música, tais como Stanley Jordan e a famosa banda de Jim Morrison, The Doors

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de lugares como Inglaterra, Estados Unidos, Irlanda e Alemanha, além de instrumentos musicais e até uma chopeira customizada em forma de saxofone. As bandas e projetos que se apresentam no Bolshoi são o grande diferencial. Pelo palco, já passaram nomes nacionais e internacionais que, em outros tempos, os empresários do setor nem cogitariam a possibilidade de trazê-los para Goiânia; e os show deste porte acabavam limitados somente ao circuito do Sudeste e Sul do País. Um dos exemplos foi a emblemática banda dos anos 60 e 70, The Doors, e lendas do blues e jazz como Stanley Jordan e JJ Jackson – este último já retornou ao pub seis vezes em apresentações de sucesso. Ao longo dos cincos anos, o local cresceu em atrações e espaço. “Partimos de um humilde equipamento de música ambiente para uma estrutura de som considerada como um das melhores do País, além de um projeto acústico feito por engenheiro especialista na área – uma coisa rara no Brasil. Outro conceito da casa foi o padrão criterioso de qualidade musical tanto das bandas covers quanto dos consagrados artistas nacionais e internacionais. Alguns dos nomes que já pisaram no palco do Bolshoi são Stanley Jordan, The Doors (Ray Manzarek e Robby Krieger), CJ Ramone, Magic Slim, John Primer, Kenny Brown, JJ Jackson, Paul Dianno, Joe Lynn Turner, Lobão, Ritchie, Marcelo Nova, Supla, Banda Zero, Arnaldo Antunes, Edgard Scandurra, Blues Etílicos, entre outros”. Mas para chegar a esta estrutura, tudo partiu de um sonho, construído com planejamento, investimento, visão mercadológica, profissionalismo e os ensinamentos de experiências anteiores


Rodrigo Carrilho: ele sabe o que faz

na área. “Esta é a minha terceira casa noturna. Meu interesse por trabalhar na noite surgiu quando era adolescente. Frequentava bares de rock aos 15 anos e dizia a mim mesmo que um dia abriria um bar de rock’n’roll. O sonho se tornou realidade com o Bolshoi Pub, uma mistura de tudo que eu gosto em um só lugar: bar, restaurante e casa de shows”, relata Rodrigo Carrilho. O público também acompanhou a evolução. A casa recebe, em média, 1.200 clientes a cada final de semana. Segundo Rodrigo, no início as pessoas queriam apenas conhecer o local pelo fator novidade. “Hoje, nosso público frequenta o pub porque se identificou com o lugar não só para paquerar, mas principalmente, pelo prazer de ouvir boa música com excelente qualidade de som em um ambiente adequado para shows”. Atualização e transformações constantes também estão na cartilha dos empresários do ramo. “Costumo dizer que estamos sempre em reforma, e a única coi-

sa que não muda é o conceito de oferecer música de qualidade em um ambiente que eu frequentaria como cliente”. Vários fatores também contribuíram para impulsionar o crescimento das casas noturnas em Goiânia. Um deles foi a internet. “Com a ferramenta da internet tudo ficou mais fácil e quanto mais se faz shows, mais eles aparecem. Fizemos mais de 300 shows durante os cinco anos de funcionamento e atualmente estamos com parcerias com produtores e casas noturnas do Brasil inteiro”, revela. A ferramenta também ajuda no diálogo com o público. “Nosso site é visitado mensalmente por mais de 15 mil internautas dos quatro cantos do mundo”.

Ousadia

Empreender neste segmento é sempre um desafio. Para Rodrigo, “o diferencial de qualquer negócio, independente da profissão, é fazer o que gosta com honestidade, não desprezando fatores como administração, localidade, escolha da equipe de trabalho e pesquisa de mercado. No ramo em que atuamos não é comum lugares que duram mais de um ano. O maior desafio é superar as expectativas, nunca deixar para amanhã o que se pode fazer hoje e ter uma visão a longo prazo”. Mais do que um desafio, empreendimentos como o Bolshoi também exigem decisões e uma visão ousada. Regra que Rodrigo souber aplicar bem. Um exemplo é a decisão de não trabalhar com as marcas de cerveja mais consumidas do mercado. “Há alguns anos, seria improvável e teoricamente loucura um bar vendendo cervejas que não fossem das tradicionais marcas nacionais. Há quatro anos, fomos a primeira casa noturna a romper esse preconceito e a negociar com a Heineken, que teve em Goiás o maior crescimento da marca no Brasil. Também fomos Nos mínimos detalhes: o interior da casa conta com mais de 150 itens de decoração.

pioneiros em vender chope importado Guinness (irlandês), Erdinger (Alemão) e outras cervejas também importadas”, conta Rodrigo. Investir em bandas e projetos que não são populares para a grande maioria e se restringem ao nicho de apreciadores de estilos como Jazz, Blues e Rock também foi outro ponto decisivo. “Faz parte da nossa estratégia investir em bandas ou projetos que, mesmo com a casa cheia, não dão retorno financeiro. Mas, eles não são considerados por nós um investimento, geram prestígio ao Pub além de promover o turismo e acabar com o estigma sertanejo da cidade. “A consolidação do Bolshoi se deve a persistência em manter o foco no propósito de definir estilos musicais sem se submeter às tentações do modismo e do mercado”, afirma. Outra decisão foi a proibição do uso de cigarro na parte interna da casa. Sobre o tema, Rodrigo explica que já existia uma lei federal que proibia o uso de cigarros desde 1996, mas não era aplicada pelo receio dos empresários em perder clientes fumantes. “Fomos os primeiros no Brasil a aplicar essa lei em fevereiro de 2006 e, por sermos pioneiros, parecia uma tarefa impossível. Tivemos que fazer um investimento em pessoal e conscientização dos nossos clientes, que na sua grande maioria apoiou a iniciativa. Hoje, são raríssimos os casos de alguém que acende um cigarro dentro do pub e, quando isso acontece, os próprios clientes advertem o fumante sobre a existência da área externa exclusiva para eles”, conta. O segredo do sucesso? “O Bolshoi criou uma identidade própria e se manteve fiel ao seu conceito e aos funcionários do pub, do faxineiro ao gerente”, pondera.

Bolshoi Pub Endereço: Rua T-53/T-2, n 1140, Setor Bueno - Goiânia (GO). Telefones: (62) 3285-6185/3274-1309 Funcionamento: de terça à sábado (a partir das 21h) Site: http://www.bolshoipub.com.br Fevereiro de 2010 - Hoje | 47


Karla Rady | culturamix@gmail.com

Empreendedorismo

As inscrições para a 11ª edição do Desafio Sebrae serão abertas no dia 10 de março. Programa que visa incentivar o empreendedorismo de jovens universitários, o Desafio deste ano conta com uma novidade: o 3D. As equipes devem ser formadas com no mínimo três e no máximo cinco participantes. A prova será administrar uma fábrica de instrumentos musicais, visando oferecer aos universitários de todo o País uma chance de exercer seu talento empreendedor, enfrentando a administração virtual de um negócio. A meta da competição é atrair mais de 135 mil estudantes. Os vencedores do concurso ganham uma viagem internacional a um centro empreendedor e também notebooks. “Mais do que os prêmios, o que está em jogo é um aprendizado que o jovem levará para a vida inteira, seja administrando, se próprio negócio ou de terceiros. Os resultados são sempre de grande valia, inclusive em termos pessoais. O Desafio Sebrae aposta no que há de mais moderno em termos de gestão empresarial: o trabalho em equipe, o compartilhamento do processo decisório, a visão de que o sucesso de um projeto leva em conta o esforço, a adesão e o entusiasmo de muitas pessoas”, explica o diretor técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos. As regras para participar estão disponíveis no site www.desafio. sebrae.com.br, assim como as fichas de inscrições, que poderão ser feitas até o dia 15 de abril.

Acústico

União das Tribos Já está sendo organizada a terceira edição da festa União das Tribos, programada para 16 de abril, no Circo Laheto. De estilo alternativo, a festa já é conhecida p o r r e u ni r amantes do reggae, rock e samba rock em um só lugar. Dentre algumas das atrações já confirmadas, a banda Flor D’Já, que fará, na ocasião, o pré lançamento de seu mais novo CD. Participação especial de Zé Orlando, ex- Tribo de Jah.

Circo triste

O primeiro dia do mês de março não será esquecido pela trupe do Circo Laheto. Palito, palhaço do circo, foi cruelmente assassinado. Maurício, verdadeiro nome de Palito, ingressou na vida circense aos 12 anos de idade onde ficou até seus últimos dias. O Circo Laheto tem um trabalho voltado à inclusão social por meio da arte. Sua trupe é formada por crianças e jovens carentes, que encontraram no Circo a alegria que a vida nem sempre lhes proporcionou. Para Palito, as belas palavras da equipe do Laheto: “Contagiante e único, um herói... Um amigo herói, um pai herói, um artista herói, um palhaço herói! Um herói que com sua garra e luta irradiou sua alegria por milhares de pessoas!”.

Falando em Mechanics, a banda aproveita a passagem por Palmas, onde apresenta seu mais novo CD no Salão do Livro, 12 Arcanos, para fazer, também, um show intimista: um acústico. Quem curte rock poderá ver o Mechanics em momentos diferentes. A apresentação acústica reúne, ainda, sucessos de outros discos da banda. Para informações sobre dia e local, acesse: myspace.com/mechanicsrock.

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Adeus a Johnny Alf

Dia 4 de março foi de perda para a cultura goiana. O pianista e compositor Johnny Alf partiu para outro plano, aos 80 anos, após uma longa luta contra o câncer. Johnny foi um dos precursores da bossa nova, como Dick Farney e Lúcio Alves. Para ouvir e relembrar: “Eu e a Brisa”, “Rapaz de Bem” e “Ilusão à Toa” -- clássicos da música brasileira compostos pelo pianista.


Rock Solidário Vem aí mais uma edição do Rock Solidário: uma ótima oportunidade para ouvir música e ajudar a quem precisa. A terceira edição da festa acontece no dia 17 de abril, no Circo Laheto. Presença já confirmada de várias bandas locais. Também já está programado para o mês de junho o Tatoo Rock Fest 2010. Presença já confirmada dos Raimundos. Para acompanhar a programação completa dos dois eventos siga @OlhOComunica.

Salão do Livro do Tocantins Evento já esperado pela população tocantinense, o Salão do Livro ganha ano a ano cada vez mais prestígio nacional. O Café Literário, espaço criado para os lançamentos feitos na feira, é um dos spots mais concorridos. Além da possibilidade de interagir com os autores, o Café Literário também traz apresentações de recital, música e teatro. Este ano, a banda goiana Mechanics é uma das grandes atrações, dia 22.

D.D.O A banda D.D.O (Discípulos de Origem) lança CD dia 10 de março, na Fiction. Gravado no Estúdio Sonoro, em Goiânia, o Briga na Zona foi produzido por integrantes da banda e mixado e masterizado no estúdio Rocklab, do renomado produtor Gustavo Vasques. Ingressos a R$ 15,00 (mulheres) e R$ 25,00 (homens), com direito a open bar. A D.D.O é formada por Tiago (vocal), Guilherme (guitarra), Ricardo Darin (guitarra), Laysson (baixo), Nanderff Ribeiro (bateria) e Griff Roney (percussão). Sua música é composta por um som pesado, groove imponente, sempre gingado, e com influências de Sepultura, Nação Zumbi, Raimundo, Rage Against the Machine, Led Zeppelin, Deep Purple e outras maravilhas do mundo da música. Para conhecer o som da D.D.O, visite: www.myspace.com/ddogoias . Destaque para a faixa O Vendedor de Pequi.

Elas por elas A Moon Black Beer House será palco para uma bela homenagem às mulheres, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8/3). Por meio do projeto Elas por Elas, organizado e produzido pela empresa de eventos Brasil Diversidade, um seleto grupo formado por oito intérpretes trarão repertório dedicado à mulherada. Dia 19, na Moon Black: Av. T-9 esquina com a T-29, Setor Bueno.

Ciber literatura Quem gosta de literatura moderna, ao estilo do consagrado autor inglês Nick Hornby, não pode perder os contos do goiano Carlos Pompeu na internet. A forma como escreve e amarra o real e o virtual, instigando o leitor a querer saber mais já fez do cara um verdadeiro cyber hit. Seu nome é o primeiro da lista de busca do Google em dados assuntos, chegando a quase 30 mil indicações! Ao contrário do que muita gente faz, Pompeu não tem um blog próprio. Seus textos são publicados em endereços diferentes da rede: blogs e sites, como o www.gargantadaserpente.com.br e www.insulto.org, site este, aliás, bacanérrimo. Recomendações desta colunista: “Noite de Lua Cheia” e “Noite Macabra – um conto de rock and roll” (www.gargantadaserpente.com.br); e os artigos intitulados Cibercultura (www.insulto.org).

Violência não, arte sim! A coluna Culturamix engrossa a lista de protestos pelo episódio violento na apresentação de Carnaval de Rua de Goiânia, quando a polícia agiu de forma truculenta a fim de dispersar a população que ainda estava no local ao final das apresentações. Faltou observar os direitos humanos e os direitos democráticos do cidadão. Sobrou ignorância e falta de respeito. Veja mais sobre esse assunto na matéria XXXXXXX (página XX).

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Regtistro Lula em Três Lagoas Três Lagoas, no Mato Grosso do

Sul, sede da unidade da Fibria que comporta a maior fábrica de celulose com uma única linha de produção no mundo, recebeu a visita festiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como do governador André Puccinelli, que foram recebidos pela prefeita Simone Tebet, depois autoridades locais, empresários e a população. A Fibria é uma sociedade da Aracruz Celulose e da VCP – Votorantim Celulose e Papel, com atuação em seis estados: Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Bahia.

O 60º Aniversário do Dr. Rosimar O Espaço Gyn Festas e Eventos, de Goiânia, tornou-se pequeno na noite de 9 de janeiro/2010, quando foi palco de uma “Festa de Arromba”, ao estilo dos Anos Dourados (décadas de 1950/60), comemorativo do 60º aniversário do médico e empresário Rosimar Vital de Freitas. Ao som de músicas de Rock e da Bossa Nova, os convivas se divertiram bastante. Bebida generosa, petiscos encomendados pela esposa do aniversariante, senhora Ana, e muita animação, como bem ilustram os flagrantes mostrados nesta página.

Foto: Cristiano Sant’Anna/indicefoto.com

Rosimar e sua esposa Ana

Rosimar, o aniversariante, com sua irmã Rosimeire (Meirinha) Freitas Vale

Rosimar e as filhas Cibelle, Gabriella e Samantha

Empresário de Curitiba, José Antônio Vital prestigiou a festa do primo Rosimar

Presidente Lula prestigia inauguração da Barragem João Leite. Dilma e Meirelles também marcaram presença

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Presidente Lula e o governador Alcides Rodrigues percorreram os 120 metros da Barragem do Ribeirão João Leite. Eles estavam acompanhados da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e do prefeito Iris Rezende, além de vários auxiliares. A Barragem, além de garantir o abastecimento de água tratada para a capital, regula a vazão do manancial, podendo atingir até oito mil litros por segundo, o que vai garantir também o abastecimento das cidades da região metropolitana até 2040, com previsão de atender 3 milhões de pessoas. Esta é considerada uma das obras mais importantes da história de Goiânia.


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