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Fonte de conhecimento Como já é tradicional, apresentamos nossa primeira edição do ano, e que edição!!! Somente uma revista que tem hotéis no nome e em seu DNA de atuação consegue fazer uma edição tão especial. Ela é uma grandiosa fonte de informações para estudantes universitários dos cursos de hotelaria, gastronomia, turismo e eventos, assim como uma fonte rica de conhecimento aos profissionais que trabalham no setor. Vários temas bem atuais são apresentados numa linguagem clara e objetiva levando o altíssimo conceito e credibilidade editorial. Tenho certeza plena e absoluta que você vai gostar muito das matérias apresentadas e eu assino embaixo. A todos uma ótima leitura.
Diretor editorial
Esta edição é um patrocínio de:
Atendimento ao cliente: Marcela Braga Diagramação, arte e criação: João Victor Ota de Oliveira
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Diretoria Executiva: Diretor Editorial: Edgar J. Oliveira
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Diretora Administrativa Financeira: Helena Ota de Oliveira Editor e jornalista responsável: Edgar J. Oliveira MTB/SP 23.628 Redação: Yara Ferrari Pezeta MTB/SP 73.367 Raiza Santos (Estagiária) Direção de arte e criação: Leandro C. Cardoso
Revisão: Maria Luiza Silva Departamento Comercial: Paulo Henrique Lyra Penteado Lidiane Kaori Tanaka Rafael Luis Silva Representante Comercial RJ: Mário Luiz Coelho Representante Comercial RS: Denise Lutz Figueiras Departamento Jurídico: Dr. Jorge Luiz Alves CTP e Impressão: Gráfica Referência Foto da capa: Divulgação
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não representando necessariamente a opinião da Revista Hotéis. Revista Hotéis e Editora EJOTA, são marcas registradas no INPI sob números: 827.454.597 de 16/06/2005 e 824.560.345 de 29/05/2002 CNPJ: 04.994.772/0001-47
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Reclamações
Reprodução/Site
Como seu hotel se relaciona com reclamações postadas na internet?
O site Reclame Aqui é o principal portal de reclamações dos consumidores, onde o usuário consegue registrar sua queixa de maneira livre e gratuita
As ferramentas da internet se tornaram as principais aliadas dos hóspedes reclamarem de um produto ou serviço adquirido em um hotel, mas muitos meios de hospedagem ainda não monitoram ou não dão a devida importância a estas reclamações e acabam perdendo os hóspedes e principalmente a credibilidade 4
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ais da metade dos brasileiros são usuários da internet: isso corresponde a mais de 80 milhões de pessoas, acima de dez anos de idade, que estão conectadas à web, de acordo com pesquisa realizada pelo CETIC — Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, no ano de 2013. Agora, imagine este número de pessoas reclamando do seu hotel,
Reclamações antes, durante e depois da hospedagem? Apesar de assustar, esta situação está a cada dia mais fácil devido o crescimento no número de usuários da internet através de smartphones e tablets. A mesma pesquisa apontou que cerca de 52,5 milhões de brasileiros, utilizam a web através de seus dispositivos móveis, e que, 30% deles, também acessam as redes sociais através desta plataforma. Com o passar dos anos, a internet tornou-se um dos principais meios de comunicação e venda entre os hotéis e os clientes, e preocuparse com o que estão falando de sua empresa na web é tarefa essencial para o sucesso do negócio.
Principal canal de reclamações Antigamente, muitos hóspedes, ao se sentirem insatisfeitos com algum serviço prestado dentro de um hotel, se dirigiam para a recepção no momento do check-out e realizavam o preenchimento à caneta de longos formulários de avaliação do empreendimento, depositando-os em urnas transparentes, relatando o que não foi satisfatório durante sua estadia. Esta reclamação seria lida apenas após o hóspede ir embora, e, nem sempre seria respondida. Além disso, muitos hóspedes ainda se sentiam recuados ao depositar sua reclamação na urna na frente de todos os colaboradores do hotel, achando que o que estava ruim, poderia, após a reclamação, piorar. Hoje, muitos clientes já registram suas realizações e frustrações com um passar de dedos no celular acessando suas redes sociais e sites de reclamação. Em poucos minutos, este cliente tem o poder de exaltar ou destruir a imagem da empresa. O site Reclame Aqui é o principal portal hospedeiro de reclamações de todos os tipos, e que registra as
queixas de forma livre e gratuita, e tem sido atualmente, forte aliado dos consumidores. Para se ter noção de como muitos usuários confiam no portal antes de realizarem sua compra, de todo acesso que o site possui, cerca de 90% deste, é apenas para o cliente que deseja consultar determinada empresa, antes de fechar um negócio. Apenas 10% dos usuários utilizam o site, para de fato, fazer uma reclamação. De acordo com a Diretora do Reclame Aqui, Gisele Paula, o site oferece uma aba denominada “Compare”, que permite que o usuário contraponha as empresas nas quais possui interesse de escolha. A executiva afirma que este recurso de comparação é muito utilizado e valorizado pelo cliente, pois ele terá uma avaliação sincera de outro consumidor que já utilizou aquele serviço. “As empresas que trabalham com viagens e hospedagens, não podem se limitar a atender o cliente apenas em horário comercial, como acontece muito. Caso aconteça algo de errado com a reserva do hotel, por exemplo, o cliente pode contatar a empresa ou o canal que efetuou sua compra; há empresas que não tem um suporte rápido, e isso influencia muito”, comenta Gisele.
Se o problema é muito grave, o contato tem que ser imediato e deve ser tratado como prioridade em relação aos de média ou baixa gravidade. Nos hotéis, queixas como um sabonete que faltou no banheiro, uma toalha não lavada, entre outras, que são feitas quando o hóspede já voltou para casa, são consideradas como de média gravidade. As queixas consideradas graves acontecem quando o hóspede está ainda no local e não consegue se hospedar. “Às vezes a pessoa fez a reserva, e quando chega no hotel, não tinha a reserva, ou por algum motivo não consegue realmente ficar no lugar. Isso é bem grave. Já pegamos reclamação dentro do site de pessoas que viajaram, chegaram no lugar e não tinha vaga. Uma consumidora com criança pequena, teve que viajar 50 quilômetros
Gravidade do problema De acordo com Gisele, o tempo para o retorno das reclamações por parte dos hotéis deve ser dado ainda no mesmo dia da reclamação. Porém, isso dependerá da gravidade do problema. Ciente do cenário atual, onde cada vez mais os clientes utilizam a internet para realizar suas críticas, o site Reclame Aqui realiza um trabalho de consultoria para algumas empresas, onde foi criado uma escala de gravidade.
Gisele Paula – “As empresas que trabalham com viagens e hospedagens, não podem se limitar a atender o cliente apenas em horário comercial, como acontece muito”
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Reclamações pra conseguir vaga em outro hotel, e isso é inadmissível”, conta a Diretora do site.
Avaliações e Selos de qualidade O site TripAdvisor, um dos principais portais de viagens do mundo, recebe diariamente mais de 500 mil visitas, e o número de avaliações de propriedades hoteleiras inseridas no site registrou um crescimento exponencial nos últimos dez anos. De acordo com Blanca Zayas, porta-voz do site no Brasil, o portal conta atualmente com 4.042 hotéis do Brasil em destaque, sendo que, as acomodações brasileiras já alcançaram uma pontuação média de 4,04 em 2013. “Globalmente, a nossa pontuação média é de 4,12 (onde o total é 5), o que mostra que os viajantes vêm para o TripAdvisor para compartilhar suas experiências positivas. Os donos de empresas têm sempre a última palavra, nós fornecemos a eles ferramentas para o gerenciamento de respostas para os comentários recebidos nesta plataforma. Nossa recomendação para hoteleiros, é que eles se preocupem em sempre responder os comentários, sejam eles positivos ou negativos”, opina Zayas. Gisele Paula, Diretora do Reclame Aqui, conta que existem empresas que fraudam as avaliações no site, uma ação que prejudica apenas o próprio meio de hospedagem. De acordo com ela, enquanto algumas redes hoteleiras buscam sempre melhorar seus índices no site e conquistar o selo RA1000, criado com o objetivo de destacar as empresas que possuem excelentes índices de atendimento no portal, outras optam pelo ‘caminho mais curto’. “Recentemente uma empresa tentou manipular os números para ter um índice bom no Reclame Aqui. Ela entrava como se fos-
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se um cliente, fazia a reclamação e dava nota 10. Só que aqui a gente tem algumas travas de segurança que identificam isso. Temos um sistema que identifica esse tipo de comportamento suspeito, com uma série de variações. E aí quando detectamos isso, logo notificamos a empresa, tirando o índice registrado, além da mesma ficar em análise no site até retratar aquilo que fez. A empresa fica por 90 dias sem o índice até que reformule o processo dela, de maneira que não repita esta ação”, explica.
Interação: vantagens e perigos A importância das redes sociais e do relacionamento interativo com o cliente é um tema sempre presente em palestras de consultoria empresarial e também hoteleira, por ser uma ferramenta muito utilizada pelos viajantes e hóspedes. Tricia Neves, SóciaDiretora da Consultoria Mapie, acredita que o mercado já entendeu que as redes sociais são extremamente relevantes para a reputação das empresas. Mas, muitos hotéis ainda tratam esta comunicação de forma não estruturada, planejada e com a dedicação e profissionalismo que merecem e exigem. Segundo ela, as redes sociais são um ambiente de interação, de comunicação de duas vias e que deve gerar oportunidade de engajamento dos clientes e fãs daquelas marcas. O posicionamento nas redes sociais deve incentivar esta troca e não ser somente um mural de mão única, onde somente a empresa compartilha informações. “O primeiro erro é não ter clareza de posicionamento. Para toda comunicação corporativa é importante ter uma linha clara, uma forma de atuação que combine com o conceito daquele hotel. Vemos também hotéis que não respondem adequadamen-
Blanca Zayas – “Nossa recomendação para hoteleiros, é que eles se preocupem em sempre responder os comentários, sejam eles positivos ou negativos”
te ou simplesmente não respondem, o que é ainda mais grave. Também não é incomum vermos erros de português, o que é inaceitável. Um grande erro ou um grande acerto se propaga com tal velocidade e abrangência que é impossível ignorar o impacto destes canais nos negócios. Este é o principal desafio”, pontua a consultora. Atualmente, a coleção de experiências dos clientes está publicada nas redes sociais e, o hábito do cliente entrar nas redes sociais para consultar as avaliações de outros clientes, pediu que muitas redes já disponibilizassem o acesso ao TripAdvisor no próprio site do hotel.
Equipe exclusiva para feedback Se alguns hotéis ainda não in-
Reclamações vestem no retorno ao cliente que reclama de seus serviços, outros já buscam investir em departamentos dedicados exclusivamente à este atendimento. Após receber avaliações e comentários negativos nas redes sociais e índices de satisfação ruins no site Reclame Aqui, o Grupo Rio Quente Resorts criou uma equipe de marketing digital focada no monitoramento online. É utilizada uma ferramenta para realizar a clipagem de páginas específicas e qualquer menção (termos pré-determinados) das marcas da rede. Dessa forma, a equipe identifica quase que instantaneamente um elogio ou reclamação e consegue atender o cliente prontamente. Além disso, a companhia também possui a equipe de SAC — Serviço de Atendimento ao Consumidor, direcionada a atender as reclamações registradas no site Reclame Aqui. Assim que o cliente registra as informações no site, o departamento recebe um e-mail e é realizado o contato para apurar o caso e oferecer uma solução aos clientes. Segundo Ana Luiza Masagão, Diretora de Marketing & Vendas do Grupo Rio Quente, todos os casos problemáticos são avaliados individualmente com o suporte dos gestores operacionais das áreas responsáveis, e se encontrada alguma irregularidade que não condiz com as diretrizes do grupo, rapidamente é oferecida uma solução e até a reposição ou devolução, para que o impacto na experiência seja o menor possível. “Houve uma situação em que fizemos uma cobrança indevida das despesas extras de um hóspede estrangeiro, no qual, verificado o problema, foi feita a devolução, mas ele continuou insatisfeito, pois havia a diferença do câmbio entre as moedas. Como solução, providenciamos a corre-
ção desta diferença e o hóspede ficou muito satisfeito com o posicionamento da companhia nessa situação. Atualmente, a rede é um dos principais meios de comunicação (se não o principal) entre cliente e empresa, em especial quando se trabalha com Lazer e Entretenimento. Por isso, a reputação off-line de nossas marcas é muito importante, já que estamos na geração do “compartilhar experiências” e logo essa opinião estará no mundo online”, lembra Ana Luiza.
Atenção diária A comunicação através dos canais virtuais é cada vez mais relevante, onde o cliente quer informação real e não campanhas de marketing. O hóspede quer confirmação imediata das suas reservas e facilidade para usufruir dos produtos e serviços, e, para a consultora Tricia Neves, o hotel que não está disponível de forma eletrônica não existe. Blanca Zayas, do TripAdvisor, afirma que as pessoas continuam a visitar o site de avaliações de viagens em número crescente por causa da utilidade que as opiniões dos viajantes proporcionam. Um estudo realizado pela PhoCusWright em nome da TripAdvisor mostra que mais de 87% dos brasileiros dizem que comentários do site os ajudam a se sentirem mais confiantes em suas decisões de viagem, e a terem uma viagem melhor. A própria indústria hoteleira sabe como as avaliações dos viajantes são úteis para os seus clientes - é por isso que tantas acomodações dispõem dessas opiniões em seus próprios sites.
Opinião do cliente como marketing Além da importância da interação com o hóspede que criticou
Tricia Neves – “Um grande erro ou um grande acerto se propaga com tal velocidade e abrangência que é impossível ignorar o impacto destes canais nos negócios”
ou fez alguma sugestão, a atenção às redes sociais e ao atendimento online pode ser algo muito positivo para o hotel. O cliente insatisfeito, que não recebe resposta ou solução para seu problema, certamente irá fazer a propaganda inversa do estabelecimento ou do serviço. É muito comum encontrar nos comentários das redes sociais de empresas e marcas, críticas de pessoas insatisfeitas, que propagam suas experiências ruins e chegam a pedir para outras pessoas não comprarem determinado produto ou, no caso da hotelaria, frequentar determinado hotel. Já no caso do cliente que teve algum problema, mas que foi prontamente atendido e teve seu problema resolvido, de maneira clara e sincera, poderá ser um porta-voz da empresa, indicando para conhecidos e desconhecidos através da web.
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Reclamações
Ana Luiza – “A web é um dos principais meios de comunicação entre cliente e empresa, em especial quando se trabalha com Lazer e Entretenimento”
A rede Blue Tree, por exemplo, faz o monitoramento dos perfis no Facebook e Reclame Aqui por meio do departamento de Marketing. “Pesquisas apontam que a recomendação de amigos, parentes ou outros clientes que já tenham experimentado o serviço é de extrema relevância na escolha por um hotel. O cliente de hoje, ‘online’, pesquisa bastante e em diferentes meios, e as opções também aumentam. Agora é a verdadeira democracia do cliente”, opina Chieko Aoki, Presidente da rede Blue Tree. Segundo a executiva, as opiniões dos clientes são levadas muito a sério, e, no caso de reclamação, a situação é rigorosamente analisada e solucionada para evitar a reincidência. No caso do TripAdvisor, as unidades foram treinadas para monitorar, solucionar e responder os comentários postados no portal, com reconhecimento e agradecimento pela reclamação. O desempenho do TripAdvisor, por exemplo, é acompanhado no processo de gestão corporativo e compõe junto com os Guest Comments, o pa-
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cote de indicadores de qualidade de cada um dos hotéis. De acordo com a executiva, um dos exemplos de mudanças geradas a partir dos comentários nas redes sociais está relacionado à emissão da nota fiscal eletrônica. Alguns hóspedes relatavam que não recebiam o documento, encaminhado diretamente pela Prefeitura. “Elaboramos um informativo entregue ao hóspede junto ao fechamento de sua conta, com esclarecimentos sobre a importância de fornecer seus dados corretamente, principalmente o e-mail, para que a nota seja corretamente enviada, além de instruções sobre como acessá-la por meio do site do município. Mas, como a hotelaria é praticamente 100% praticada pelo ser humano, erros acabam acontecendo”, afirma Chieko Aoki. A rede Blue Tree já recebeu queixas sobre insatisfação com deficiência nos serviços, falha na atenção e sobre problemas com a estrutura. É quando as áreas, responsáveis como equipe, são todas acionadas para, em conjunto, encontrarem soluções para a não reincidência. “Não é a melhor maneira de melhorarmos, mas persistimos de diferentes formas para não perdermos o nosso foco na excelência. Ao receber a notificação, os hotéis buscam imediatamente o contato com os hóspedes para os devidos esclarecimentos, diretamente por telefone. E temos a regra do pôr-do-sol, em que contato e soluções devem ser realizados antes do final do dia”, explica Aoki, que acompanha tudo de perto, participa de reuniões de qualidade junto com o grupo responsável pela melhoria e busca de soluções de qualidade e de produtividade.
Redes como aliadas O TripAdvisor fornece aos proprietários uma ferramenta que funciona como um Centro de Gerenciamento, o qual possui informações sobre como podem usar melhor o site, além de FAQs sobre diretrizes de revisão. O TripAdvisor hospeda também Master Classes, que são seminários educacionais destinados a ajudar os proprietários a aprender como fazer o máximo de suas listas do TripAdvisor. De acordo com Blanca Zayas, os viajantes estão dispostos a reservar um hotel que interage com seus clientes e responde a suas dúvidas ou considerações. Em um estudo desenvolvido pela Phocus Wright para TripAdvisor em dezembro de 2013, os resultados indicaram que 77% dos usuários pensam que, vendo as respostas sendo respon-
Chieko Aoki – “Como a hotelaria é 100% praticada pelo ser humano, erros acabam acontecendo”
Reclamações didas pelo gestor hoteleiro, os fazem sentir que o hotel se preocupa mais com seus clientes, e 87% dos usuários concordam que uma resposta adequada do gestor a uma crítica negativa ‘melhora a minha impressão do hotel’. Na mesma pesquisa, 69% dos usuários concordaram que ver um hotel responder os clientes os tornam mais prováveis para reserva (versus um hotel comparável que não respondeu aos viajantes). A indústria tem conhecimento da importância das avaliações on-line. O estudo TripBarometer também revela que 87% dos hoteleiros do Brasil afirmaram que comentários de viagem são muito importantes para a geração de reservas em seus negócios. “Recomendamos fortemente que os hoteleiros incentivem seus hóspedes a reverem as suas propriedades e comentarem o tanto quanto puderem”, diz Blanca. Para Gisele Paula, Diretora do Reclame Aqui, o que não foi respondido na internet, fica ali mesmo. É um passado que a empresa tem que conviver. No Reclame Aqui, especificamente, a empresa consegue retomar as reclamações não respondidas e mandar uma mensagem por consideração, dizendo que vai passar a responder as queixas a partir daquele momento, colocando-se à disposição para solucionar o problema mesmo que tenha passado um certo tempo. Assim, ela consegue tratar o passado no site. “É claro que o consumidor que reclamou, por exemplo, há um ano, e está recebendo uma resposta agora, não vai estar tão feliz. Mas pelo menos, a empresa respondeu. E as respostas dentro do Reclame Aqui tem um peso. O fato dela responder é considerado como atendido. Só não vai estar solucionado, provavelmente. Melhor respondido do que ‘nada’. E então, ela
começar a focar nas reclamações atuais para ter um resultado positivo a partir daquele momento”, afirma Gisele. A porta-voz do site de reclamações não recomenda que seja oferecido algum agrado ao hóspede que registrou uma reclamação. Segundo ela, o consumidor se sente coagido quando isso é feito. A empresa que dá um brinde ou um serviço promocional para amenizar o erro dá a impressão de ‘compra’ do cliente, que sente como se aquilo fosse para silenciá-lo. Ela diz que algumas empresas ainda enxergam o site Reclame Aqui de uma forma muito distorcida. Quando o consumidor reclama, e principalmente faz cancelamento, elas fazem a devolução mediante a retirada da reclamação. Elas colocam isso inclusive no termo de acordo. “Isso é contra tudo o que a internet prega. A internet prega a exposição, a liberdade de expressão, você não pode condicionar um atendimento à exclusão de um comentário que eu fiz, e aí tem consumidor que acaba entrando na justiça por causa disso, porque ele não consegue fazer o acordo e também não tira a reclamação, ficando naquela situação que não acaba nunca. O que a gente fala pra essas empresas é que não vale a pena tirar a reclamação. Vale a pena você tratar bem, pra ficar uma reputação positiva em cima daquilo que você tratou”, aconselha Gisele.
portância para nós. A empresa e todos os hotéis administrados por ela estão presentes nas mídias sociais, pois, assim, nossos clientes nos encontram de forma mais fácil e iniciam suas reservas por meio de uma grande primeira impressão. O ano de 2014 foi de grandes investimentos nas redes sociais de forma geral, em que 78% dos hotéis investiu na área. Para 2015, continuaremos acompanhando esta tendência e temos um projeto de reformulação de nossas redes sociais, e estamos presentes atualmente no Facebook, Twitter, TripAdvisor e Instagram, além dos sites próprios. Hoje sabemos que 95% dos hóspedes brasileiros levam em conta as avaliações online no momento da reserva. Queremos sempre mais comentários e encorajamos nossos clientes a comentarem nas redes sociais, pois um cliente lê, em média, sete comentários antes de escolher o hotel em que irá se hospedar”, afirmou. De acordo com a executiva, todos as reclamações postadas nos
Primeira impressão A rede Vert Hotéis é uma das empresas que dão muita importância às redes sociais. Atualmente a rede tem investido massivamente nesses novos canais de comunicação. De acordo com Márcia Guimarães, gestora de Sustentabilidade da rede, “As redes sociais são de extrema im-
Márcia Guimarães – “Um hotel que não responde comentários na web perde clientes“
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Reclamações sites Reclame Aqui, TripAdvisor, Facebook, entre outras, são respondidos pela equipe de marketing de cada unidade em até 24 horas. Esta equipe é responsável por acompanhar diariamente tudo o que é postado nas redes. “Nós levamos em conta os comentários na hora de realizarmos nossos planejamentos operacionais e de marketing futuros. Um hotel que não responde comentários na web, perde clientes”. A executiva afirma que dentre as principais reclamações registradas, está a queixa dos clientes de não terem encontrado aquilo que ele comprou, onde o processo de vendas não é refletido na experiência final do hóspede. “Infelizmente, problemas que fogem do nosso controle tendem a gerar mais reclamações, como uma demora no check-in porque Cristiano Sant’Anna/índicefoto.com
Bianca Benício – “Entendemos que problemas acontecem e servem para melhoramos, mas o grande diferencial se dá na forma como lidamos e entregamos a solução para o cliente”
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o sistema saiu do ar ou quando a internet cai. Por isso, estamos sempre investindo nos melhores sistemas e equipamentos de última geração, além de treinar nossas equipes continuamente para que a qualidade de nossos serviços seja sempre mantida”, finaliza.
Cliente sempre satisfeito Esta é a meta da rede InterCity Hotéis. De acordo com Bianca Benício, Gerente de Operações e Qualidade da rede, a empresa sempre busca deixar o cliente satisfeito durante sua hospedagem. ”Sempre que temos um cliente insatisfeito, buscamos entender o que houve, resolver o problema do cliente e resgatar o cliente. Entendemos que problemas acontecem e servem para melhoramos, mas o grande diferencial se dá na forma como lidamos e entregamos a solução para o cliente”, analisa. Através da equipe de Operações e Qualidade, a rede monitora diariamente os comentários postados nas redes sociais e sites de reclamação. Ao constatar alguma reclamação, o departamento encaminha as postagens para cada unidade, onde as reclamações são respondidas em um prazo de 48 horas. “Os comentários são encaminhados para as unidades da rede, a que se referem e respondidas no prazo estipulado, além do contato com o cliente, pois entendemos que o contato pessoal é fundamental e nos possibilita melhor esclarecimento sobre os fatos relatados. Nós damos total importância para as redes sociais. Acreditamos que através desta ferramenta conseguimos transmitir uma melhor imagem para os consumidores. Mais do que utilizá-la para divulgar nossas ofertas, manter o cliente atualizado, demonstramos preocu-
pação com a opinião dos nossos clientes, onde todas as postagens são tratadas de forma especial”. De acordo com a executiva todos os comentários postados nas redes sociais da empresa, tanto positivos quanto negativos, são respondidos. “Estes comentários nos auxiliam a melhorar continuamente. Entendemos que os comentários atuam como um sinalizador nos hotéis e contribuem para focarmos nas melhorias necessárias. Várias contribuições de clientes já nos auxiliaram na priorização de projetos, onde depois de concluídas, tivemos excelente retorno dos nossos clientes”, avaliou.
Interação constante Situado na zona sul da capital paulista, o hotel Pullman São Pau l o Ib i ra p ue ra d i s põe d e u m pr o fi s s i o n a l e s p e c íf ic o p ara o m o n i t o ra me n t o de r ec l a m aç õ e s n a s re de s s o c i ai s e n o s i t e R e c l a m e A qu i . Trata-se do gerente de Guest Experience Manager, o qual é destinado apenas para acompanhar, analisar e agir no caso de comentários. De acordo com Carlos Bernardo, Gerente geral do hotel, este profissional é o grande diferencial do empreendimento. “Esse profissional monitora diariamente os canais de comentários e leva os mais diversos casos ao conhecimento dos gerentes de cada área e, após identificarem o caso e trabalharem em uma resolução, transmitem o retorno ao hóspede, buscando realizar este processo no menor tempo possível. Grandes melhorias e adequações são colhidas de comentários e percepções de hóspedes, que nos ajudam a identificar áreas de oportunidade para trabalharmos. As redes sociais e suas publicações são extrema-
Reclamações mente importantes para nosso Hotel. Cada vez mais vemos pessoas interagindo entre si e expressando suas opiniões, boas e más, e na maioria dos casos, influenciando sua rede de relacionamento de acordo com a sua percepção. Grandes sucessos e grandes fracassos podem ter seu início traçado por uma simples postagem em uma rede social”, frisa Bernardo. Assim como as outras redes, o hotel responde todos os comentários postados, sempre buscando investigar as causas dos problemas, como maneira de aperfeiçoar os serviços prestados. De acordo com o executivo, “ao receber os comentários fazemos um trabalho investigativo, conversamos com os envolvidos e analisamos evidências como filmagens das câmeras de segurança e registros no sistema de gestão. As ocorrências são usadas em
treinamentos para reforçar a proposta Pullman e o bom atendimento”. Para Bernardo, a primeira impressão é sempre a que prevalece nas relações com os clientes, sempre prevalecendo o respeito. “A primeira impressão que temos que passar a um hóspede insatisfeito é o respeito pela situação apresentada e nosso interesse em ouvi-lo para a resolução do caso, da melhor maneira possível. Um hóspede insatisfeito está profundamente sensível a abordagens reativas e justificativas “padrão” e temos que procurar a melhor forma de conquistar sua confiança e abertura para que possamos resolver uma questão pontual, a fim de podermos contar com o retorno deste hóspede em uma próxima oportunidade para que possamos apagar a imagem deixada”, finaliza.
Carlos Bernardo – “Grandes sucessos e grandes fracassos podem ter seu início traçado por uma simples postagem em uma rede social”
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Comunicação Visual
A importância da sinalização e comunicação visual Fotos: Divulgação
Primeiros passos
A comunicação visual tem papel essencial dentro de um hotel
Desenvolver um bom projeto é fator essencial para comunicação com todos os tipos de hóspedes e em um hotel ela difere sobremaneira por atender a um público basicamente não local, que fala diferentes e remotas línguas, com hábitos e costumes às vezes inesperados, demandando a aplicação não somente do português e Braille, mas também uma segunda língua
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m dos estabelecimentos que mais recebem públicos distintos é, sem sombra de dúvidas, os hotéis. O empreendimento recebe ao longo do ano pessoas de todas as regiões do Brasil e do Mundo, onde cada um de seus hóspedes possuem uma particularidade diferente. Por esse motivo, os hotéis devem investir em um projeto de comunicação visual e sinalização eficaz e que comunique de maneira direta
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qualquer tipo de hóspede. Para se desenvolver um projeto destes, o profissional deve ter muito conhecimento técnico, pois as premissas de conceituação do projeto são provavelmente as mais abrangentes dentre os diversos setores, pois envolvem em igual importância necessidades e objetivos diversos de teor legal/normativo, informativo, identificativo e promocional, com considerações de caráter objetivo e subjetivo.
Segundo a Arquiteta Elisa Villares de Freitas, da empresa H2E Design, em uma abordagem puramente técnica, o projeto de comunicação visual de um hotel em nada difere do de outros estabelecimentos, como escolas, restaurantes, hospitais. As funções são basicamente as mesmas: identificar ambientes/salas, transmitir informações (horários de funcionamento, opções de serviços ou produtos à disposição), advertir ou alertar (riscos, ações, atividades), direcionar para o correto deslocamento entre os diversos pontos de origem e destino, atender às leis e normas oficiais (municipais, estaduais, federais, ABNT, acessibilidade, segurança/bombeiros). “Também não é diferente no quesito de durabilidade, manutenção e limpeza, facilidade de alteração da informação, exigências importantes igualmente em hospitais, escolas, escritórios, onde asseio é imprescindível e o layout das salas estão constantemente mudando. O hotel depende ainda mais da comunicação visual em virtude dos “visitantes/ hóspedes” representarem altíssima porcentagem dos usuários.”, destaca a Arqª Elisa. Em sua visão, Elisa afirma que para se propor um conceito de comunicação visual, é necessário que o empreendimento hoteleiro atenda a algumas premissas básicas. “É importante verificar o perfil do hotel e sua localização geográfica, ou seja, seu posicionamento de mercado e se é um empreendimento ur-
Comunicação Visual bano ou de praia ou campo, se é executivo ou de lazer. Após a definição do empreendimento, faz-se uma análise do projeto arquitetônico para as definições técnicas do sistema de sinalização, das famílias de elementos e sua locação. Após o estabelecimento do projeto funcional, há o desenvolvimento de todos os elementos de comunicação visual: dimensional, materiais, tipologias, grafismos, código cromático, forma de fabricação e fixação”, analisa. A comunicação visual num hotel difere sobremaneira por atender a um público basicamente não local, que fala diferentes línguas, com hábitos e costumes incomuns para os funcionários do estabelecimento, demandando a aplicação não somente do português e braille (este cada vez mais), como uma segunda língua (normalmente o inglês) e muitas vezes uma terceira língua. Os símbolos e pictogramos (como os bonecos dos sanitários) podem ajudar e devem ser inteligíveis e facilmente reconhecíveis. É uma tendência atual, utilizar imagens conhecidas no mundo todo, utilizadas amplamente em áreas públicas como aeroportos, estações rodoviárias, metroviárias, sem desenvolver ou estilizar as figuras, mesmo quando se trata de uma comunicação visual tematizada. “A comunicação visual no quesito promocional de um hotel se assemelha em intenção com a de centros comerciais, como shopping centers, pois deve estimular a vontade de consumir produtos, principalmente alimentos e bebidas e serviços, abrangendo outras áreas, como lazer, esporte e saúde. Esta comunicação pede elementos para mensagens rotativas como porta cartazes, faixas, exposição”, garante.
Público diferenciado Por atender a pessoas de diferentes regiões e países e com objetivos mais díspares, seja o executivo a trabalho e suas convenções ou a família em férias, o hotel é um destino que deve propiciar muito conforto, relaxamento, discrição, mas também despertar a fantasia e novas emoções e sensações. Assim, na busca por inovar, o hotel muitas vezes opta pela tematização. Por tudo, isso o grande desafio em equilibrar no conceito e design dos elementos — pois a comunicação visual é composta 100% por elementos concretos e palpáveis — a parte técnica com a estética. Cada vez mais as unidades hoteleiras fazem parte de redes e grupos e a tendência é a internacionalização. Quando o projeto é de uma grande rede hoteleira internacional ele já vem pronto do exterior, mas em muitos casos, existe a possibilidade de inserir elementos da cultura nacional ou mesmo um toque pessoal, mas sempre tomando o devido cuidado de não deixar faltar informações. Os elementos identificadores da marca são sempre rigidamente padronizados - letreiros das fachadas, totens, placas corporativas e institucionais da recepção - pois identificam e promovem a marca. Para os demais elementos pode haver ou não uma padronização da comunicação visual dentro da bandeira do hotel e pode ser um sistema mais ou menos aberto com diretrizes de desenvolvimento das peças ou com todos os elementos bem definidos sem nenhuma margem a alterações. De acordo com as categorias de hotéis, há uma grande diferença, com tendência a utilizar menos comunicação nos empreendimentos mais sofisticados e uma intensificação da comuni-
cação visual nas categorias mais econômicas, até pela necessidade do auto-serviço cada vez mais frequente nos hotéis econômicos. Segundo Elisa, no geral os empreendimentos hoteleiros demonstram muita preocupação quando o assunto é sinalização e comunicação visual. “Atualmente há grande preocupação com as questões de acessibilidade com o atendimento às normas existentes (NBR e bombeiro) e o setor hoteleiro é um dos que mais se atenta à esta questão, até mesmo por contemplar apartamentos totalmente adaptados. A comunicação visual acompanha esse movimento e amplia suas aplicações de sinalização para atender as normas e as rotas, áreas e ambientes acessíveis, mas também busca discrição para não inibir a pessoa com necessidades especiais. A comunicação visual cresce em importância como apoio das operações dos empreendimentos e faz a integração de todo o espaço para o perfeito uso por parte do prestador de serviço e do hóspede/ visitante, devendo ainda contribuir para a harmonização estética en-
Elisa Villares – “ É importante frisar que todo e qualquer projeto de comunicação visual deve seguir rigorosamente a legislação pertinente no âmbito federal, estadual e municipal, e normas técnicas aplicáveis”
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tre a arquitetura/ design de interiores, paisagismo e luminotécnica, se consolidando como grande “gerenciadora” dos layouts e fluxos do hotel. É importante frisar que todo e qualquer projeto de comunicação visual deve seguir rigorosamente a legislação pertinente no âmbito federal, estadual e municipal, e normas técnicas aplicáveis. Tratam-se de assuntos diversos abrangendo segurança (bombeiros), acessibilidade, postura (não fume, segregação, assédio, bebida alcoólica, sendo filmado, etc), publicidade das marcas nas fachadas. No caso de um hotel, há ainda algumas leis e normas específicas de âmbito nacional e internacional seja para assegurar maior segurança ou mesmo maior permissividade (como no caso do cigarro que é permitido nos apartamentos) para adequação às diferentes culturas”, finaliza.
Informações claras e objetivas Além de contar com uma sinalização simples, clara e objetiva, os hotéis devem levar em conta no momento de colocar em prática seu projeto de sinalização e comunicação visual informações direcionais sobre produtos e serviços disponíveis como salas de ginástica, piscina, restaurantes, bares, salas de eventos e convenções e outras facilidades porque isto possibilita o incremento de receitas adicionais à hospedagem. De acordo com o Arqº Norberto Chamma, da empresa Und Corporate Design, a sinalização e comunicação visual num hotel deve conter informações que tragam conforto e segurança para o hóspede, e assim contribuir para sua fidelização. “Para o empreendedor o investimento em sinalização principalmente aquelas com informações relativas as suas áreas de consumo, como
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coffee-shop, bares e restaurantes são muito importantes para atrair e manter o cliente no estabelecimento consumindo. Ao desenvolver um bom projeto de sinalização e comunicação visual num hotel existem metodologias consolidadas. O primeiro é o design do sistema suporte da informação. O segundo é a própria informação, cuja regra básica é dispor de informação certa no lugar certo com o mínimo de redundância. Outro cuidado é a linguagem e a quantidade de informação a ser disponibilizada em cada suporte. Placa não é lugar para escrever romance. A informação ponto a ponto deve ser precisa e não deixar margem a dúvidas”, afirma. Segundo ele, se existe um segredo para fazer um bom projeto é fazer uma correta hierarquia de informações a ser distribuída no espaço. E infindáveis simulações de percursos, para distribuir a informação no espaço, como por exemplo: se o usuário está no ponto X, como informá-lo para que alcance o ponto Y. “O maior risco da sinalização improvisada é para a imagem do estabelecimento porque vira uma colcha de retalhos, isto é, diferentes suportes de informação e comunicação visual diferentes do sistema diminui a percepção quanto a eficiência e organização do estabelecimento. Projetar a sinalização em estabelecimentos com a operação consolidada é um processo bem mais simples, bastando um minucioso levantamento das informações existentes e complementando-as com as novas informações. Tão ou mais importante é questão da sinalização de emergência e segurança, muitas vezes negligenciada. Com uma população flutuante se expressando numa pluralidade de línguas e geralmente de curta permanência e assim portanto não atenta ou
Crédito da Foto: Roberta Dabdab
Comunicação Visual
Norberto Chamma – “Tão ou mais importante é questão da sinalização de emergência e segurança, muitas vezes negligenciada”
acostumada ao espaço construído indicar correta e precisamente rotas de fuga e procedimentos recomendados em situações de emergência mais do que necessário é vital para trazer tranquilidade aos hóspedes”, pontua. O arquiteto alerta pelo fato de ainda existirem empreendimentos no Brasil que não se preocupam com a comunicação visual e a sinalização. “Em novos empreendimentos a sinalização faz parte dos projetos, mesmo porque se não houver pelo menos aqueles de emergência e segurança, não se obtém o competente Habite-se. Em nossa experiência constatamos que as cadeias internacionais de hotelaria se preocupam mais até por uma questão cultural do que as redes nacionais ou hotéis independentes. Existem consultores especializados e normas técnicas específicas para informações so-
Comunicação Visual
No Ramada Encore Minascasa, situado em Belo Horizonte (BH), a comunicação visual é tematizada com elementos da cultura local
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Comunicação Visual bre acessibilidade. Mas como este é um tema que é relativamente recente constatamos que não está presente em grande parte dos hotéis mais antigos. No Brasil temos um sério problema cultural que é muita atenção a inauguração e pouca ou nenhuma atenção dada a manutenção. Assim é comum encontramos em hotéis placas diferentes do projeto original causando uma progressiva degradação do ambiente. Recomendamos portanto a revisão periódica das informações disponíveis nos projetos de sinalização”, finaliza.
Tradição e experiência faz a diferença Na hora de executar um projeto de sinalização e comunicação visual é imprescindível uma sinergia muito grande entre quem projetou e quem está executando. Muitas vezes o menor preço que fez a empresa ganhar a concorrência, compromete todo o projeto em razão da qualidade dos materiais utilizados, ou mesmo a falta de know-how e qualificação da mãode-obra. Não obstante, o hotel corre o risco de entrar em funcionamento sem a comunicação e visualização pronta em razão da empresa executora não ter conseguido cumprir o prazo de entrega. Existem tradicionais empresas que atuam neste mercado e a Spring Signs é uma delas. A empresa iniciou as atividades na década de 90 trabalhando no sistema corporativo desenvolvendo grandes obras públicas e para vários tipos de estabelecimentos. A empresa possui um amplo knowhow, domínio e multidisciplina sobre vários processos de fabricação, entre eles cortes a laser, router, a água, eletroerosão, quimiogravura, além dos processos convencionais. Isto faz com que a empresa desenvolva sinalização e comunicação visual em vários
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tipos de materiais, como papel, plástico, madeira, aço, alumínio, metais simples ou nobres e até mesmo em ouro. O maquinário da Spring é bastante moderno e em alguns processos específicos, a mão-de-obra é terceirizada, dentro do altíssimo padrão de qualidade da empresa, o que garante cumprimento de prazos de entrega. A empresa está capacitada para atender diferentes clientes corporativos que compreendem hospitais, escolas, universidades, hotéis, shopping centers, obras governamentais, entre outros. Segundo o diretor da empresa, Engº Frederico Viebig, a sinergia com os arquitetos e projetistas é fator determinante no sucesso do trabalho. Em alguns casos a Spring ajuda a desenvolver o projeto através da criação de protótipos e apresenta soluções de comunicação visual. Um outro trabalho que a Spring desenvolve são luminosos em led, através da marca LedBox. Esta tecnologia é muito superior aos tradicionais neons, em razão da iluminação mais nítida, baixa manutenção e alta durabilidade.
Comunicação tematizada Com o objetivo de propiciar ao hóspede uma experiência cada dia mais agradável e marcante, a rede Vert Hotéis tem investido em uma comunicação visual unificada, onde os hóspedes conseguem identificar com o espaço através de cores e estilos. De acordo com Gustavo Souza, Gerente de Marketing da rede, em diversas áreas é necessário criar uma comunicação visual eficaz. “É extremamente importante criar um ambiente que tenha a comunicação unificada: as pessoas tem mais condições de se identificarem com o espaço através das cores, estilo do mobiliário, decoração, sinalização, etc. Esse con-
junto faz com que cada um leve um pouco do estabelecimento em sua memória”, afirma. Na sua visão, a escolha de um tema no momento de elaboração do projeto de comunicação é essencial. “O primordial é escolher um tema com que os hóspedes criem uma interação, vontade de fazer parte daquilo, ou que tenham boas lembranças/sensações. A partir disso, são selecionados os ícones desse tema para a criação de uma “história” a ser contada pelos quartos, corredores, áreas comuns, etc”. Para implantar os projetos de comunicação visual a rede teve que recorrer a empresas terceirizadas, como no caso dos hotéis em Belo Horizonte (MG) Ramada Encore Minascasa, o qual foi desenvolvido pela empresa Mutabile e teve o tema Cultura e Turismo em Minas Gerais; e o tema Música no Ramada Encore Luxemburgo, o qual foi elaborado pela empresa Greco Design. “A marca, por ser mais jovem e inovadora, pede que algo mais artístico seja feito. A comunicação visual está presente em nosso cotidiano das mais diversas formas, mesmo que não tenhamos essa percepção. Da roupa que você veste até o carro que você anda tudo é comunicação. Quando as pessoas entendem isso, tudo fica mais interessante”, comentou.
Papel duplo Na visão de Thomas Hartmann, Gerente de Marketing da rede GJP Hotels & Resorts, a comunicação visual em um hotel tem um papel duplo em um empreendimento, onde, ao mesmo tempo que tem a função informativa, com papel muito importante para hóspedes e visitantes, ela precisa passar de maneira sutil o conceito da marca. Recentemente a rede iniciou a implantação de sua nova bandeira de luxo, intitulada ‘Wish’, a qual conta com um novo concei-
Comunicação Visual to de identidade visual. De acordo com Hartmann, “No caso dessa marca, que é de luxo mas com um conceito clean, trabalhamos substrato (metal, que é um material nobre e atemporal) com design baseado em geometria (atemporal) e fonte levemente serifada, o que traz nobreza mas sem exageros”, explica. De acordo com o executivo, ao elaborar o projeto de comunicação visual, é necessário se atentar a diversos pontos essenciais. “São levados em conta a marca, o que quer que os hóspedes percebam dela, a arquitetura do empreendimento, zonas de passagem, atividades de lazer, infraestrutura em geral. Levamos em conta também o retorno que recebemos via relacionamento com o cliente – exemplo um ponto no Serrano onde não havia sinalização e o hóspede ia até a recepção para se informar”. Para implantar o projeto de comunicação visual da bandeira Wish, a rede recorreu a empresas especializadas na área, sempre visando um resultado positivo. Outros pontos que a rede leva em consideração no momento da implantação do projeto são: perfil do público daquela unidade, a facilidade de leitura, contraste entre as cores para facilitar a visualização, entre outros.
Thomas Hartmann – “A comunicação visual tem papel duplo em um empreendimento: ao mesmo tempo que tem a função informativa ela demonstra o conceito da marca como um todo”
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Trainee
Fotos: Divulgação
Hotelaria busca novos talentos em programas de trainee
Programas de treinamento acabam sendo melhor porta de entrada para os profissionais em posições gerenciais
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alários competitivos, formação intensificada, planos de carreira e experiência prática na área. Esses são alguns dos requisitos os quais tem atraído muitos jovens a ingressarem em extensos processos seletivos nos programas de trainee. Diante das novas oportunidades que o mercado hoteleiro tem gerado nos últimos anos, muitos profissionais tem visto com bons olhos as vagas de trabalho que as redes hoteleiras têm gerado. Talvez o requisito que
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mais atraia este profissional a ingressar na hotelaria seja a possibilidade de em poucos anos, alcançar cargos de gerência nos hotéis. Cientes desse novo cenário de profissionais interessados em crescer na carreira, muitas redes hoteleiras tem oferecido programas de trainee para seus colaboradores. Agora, as contratações seguem o ritmo das aberturas dos empreendimentos, e esses programas servem para capacitar mão de obra para cargos estratégicos nos hotéis.
Perfil estratégico Com o objetivo de desenvolver e preparar seus colaboradores para assumir cargos estratégicos, a rede Vert Hotéis conta com um Programa de Trainee o qual desenvolve a formação específica de profissionais que tenham o perfil e que desejam assumir o cargo de gerente geral, a partir de uma visão mais ampliada sobre o todo o funcionamento de um hotel. Os requisitos para participar do treinamento são básicos, basta que os profissionais já possuam experiência no setor hoteleiro. A partir da seleção eles assumem o cargo de gerente trainee onde passam a ter acesso a 100% das ações e atribuições do
Trainee gerente geral, ajudando e apoiando áreas estratégicas como Alimentos e Bebidas, Hospedagem e Eventos, Financeiro e Controladoria. Os profissionais também participam de assembléias com investidores, constituição condominial, montagem de hotéis e pool hoteleiro, fechamentos e apresentações financeiras mensais e anuais sob a supervisão do gerente geral. Além disso, os participantes do programa também são responsáveis por acompanhar e participar de todas as tomadas de decisões como montagem de orçamentos, planos de reflexões estratégicas, participações em feiras, workshops, palestras e ações comerciais. Na visão de Acácio Pinto, Diretor de Operações da rede, o programa tem o objetivo de qualificar e capacitar os colaboradores de acordo os valores e a missão da empresa para evitar que a cada novo empreendimento inaugurado seja preciso buscar profissionais no mercado e na concorrência. “Conseguir profissionais qualificados para assumir cargos de gestão na hotelaria sempre foi e continua sendo um desafio. Com esse programa estamos pensando em longo prazo e de forma estratégica”, explica. A rede conta atualmente com quatro gerentes no Programa de Trainee, onde o Ramada Encore Minascaca possui dois profissionais, o Ramada Airport Hotel Lagoa Santa conta com uma e o Ramada Hotel e Suítes Riocentro também possui um. São eles respectivamente Sady Viana; Camila Gischewski, Isabella Marques Natália Penazzo.
Sucesso de trainees A rede BHG – Brazil Hospitality Group realiza programas de trainee desde 2011. Atualmente a rede realiza sua quarta edição do projeto, qual teve início em junho deste ano e conta com seis profissionais em atividade. As três edições anteriores tinham o prazo de duração de dois anos, agora, o treinamento passou a
ter apenas um ano de duração. De acordo com dados da rede, em 2013, a BHG recebeu 400 inscrições e em 2014 o número já está em 592. No programa, os profissionais passam por um treinamento de ambientação na Cia de uma semana de duração, onde é feita a visitação aos hotéis, transmitido às regras da empresa e do programa. Logo após há o treinamento em todos os departamentos do hotel, o qual tem duração de cinco meses, podendo variar de três semanas a uma semana, dependendo da complexidade do departamento. Após esta etapa, o jovem realiza o treinamento no corporativo, que tem um mês de duração, passando por todas as áreas necessárias. O jovem também realiza um treinamento na área de atuação, que tem seis meses de duração e é detalhado na área em que ele será alocado ao final do programa trainee, como gestor de departamento – no hotel ou analista – no corporativo. Também ocorrem conversas bimestrais com um diretor da Cia e também com o Superintendente regional, além do acompanhamento com relatórios ao final da visita no departamento, assim como avaliação da chefia. Nas edições anteriores do projeto, cinco trainees da edição de 2011 foram contratados e atualmente todos trabalham em alguma função de gerência ou na coordenadoria na área corporativa. Em 2012, seis foram alocados como gerentes gerais ou gerentes operacionais. E na terceira edição, ocorrida em 2013, dos nove trainees, três ainda permanecem em treinamento e cinco foram alocados para chefias de departamento, analistas ou coordenadores da área corporativa, ou gerência operacional.
Porta de entrada Além de desenvolver a carreira de jovens com potencial no mercado hoteleiro, outra ação muito importante que vem sendo desenvolvida na hotelaria fluminense é a Escola de Hotelaria
Windsor, localizada no Centro de Cidadania Rinaldo de Lamare, próximo à favela da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ). Com três anos de fundação, a escola já capacitou mais de 700 alunos. De acordo com Tatiana Milito, Gerente de Recursos Humanos do hotel Windsor Barra e uma das idealizadoras do projeto, a escola surgiu por conta da vontade da rede em capacitar jovens para o mercado hoteleiro, garantindo a eles empregabilidade. “Notávamos a necessidade de formar mão de obra qualificada para os hotéis, foi quando surgiu a Escola de Hotelaria Windsor, ação a qual nos orgulhamos muito, pois estamos garantindo empregabilidade de jovens que não possuem condições e experiência para iniciar sua vida profissional. O curso é feito por hoteleiros para formar novos hoteleiros”, comentou. Através de uma parceria público/privada, entre a Rede Windsor de Hotéis e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social da Prefeitura do Rio de Janeiro, o projeto segue formando profissionais para iniciarem sua vida profissional na hotelaria e apostando não só na formação técnica do candidato, mas também o desenvolvimento social do jovem. O projeto também conta com todo o apoio do Instituto Pertencer, o qual realiza a gestão técnica-pedagógica e operacional. A escola conta com cursos de camareira, arrumador, garçom, garçonete, barman, barwoman, atendimento ao cliente, capitão porteiro & Mensageiro e tem duração de três meses, com carga horária de 300 horas e é totalmente gratuito. Para participar do curso os candidatos não precisam ter experiência no mercado hoteleiro, devendo ter apenas ensino médio completo e serem maiores de 18 anos. De acordo com Tatiana Milito, a escola mantém um índice de empregabilidade em torno de 60% das matrículas. “Durante o processo seletivo, começamos a observar com um olhar de mercado quais os potenciais dos jovens. Essa escola pode ser considerada um projeto social desenvolvi-
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Trainee nas áreas de atuação. No final do curso o aluno passa por um estágio supervisionado, onde ocorre a inserção do profissional nos hotéis, onde eles podem colocar em prática todo conteúdo que ele aprendeu ao longo dos meses. Diversos profissionais formados já foram absorvidos com sucesso por hotéis como Copacabana Palace, Sheraton Rio, Fasano, Rio Othon, Pestana, Royal Tulip, Marina, entre outros.
Processos sucessórios
Acácio Pinto – “Conseguir profissionais qualificados para assumir cargos de gestão na hotelaria sempre foi e continua sendo um desafio”
mentista, onde buscamos nos olhos de cada candidato a paixão por servir e resgatando sua cidadania”, enfatizou. Os alunos possuem durante os três meses de curso aulas de Turismo e Cidadania, Inglês para a Hotelaria, Comunicação e Expressão, Atendimento ao Cliente, Informática Instrumental e aulas técnico/práticas
E de olho nos processos sucessórios, a rede Bourbon Hotéis e Resorts lançou recentemente o Programa de Potenciais Sucessores. O projeto tem o objetivo de preparar os profissionais que já atuam nas unidades da rede espalhadas pelo Brasil, Paraguai e Argentina, para que possam assumir, futuramente, cargos gerenciais nos hotéis existentes e nos que estão por vir em breve. De acordo com a equipe de treinamento e desenvolvimento do grupo, dentre os pontos principais do programa estão a redução da taxa de turnover, a contribuição para o clima motivacional e o desenvolvimento da equipe com qualidade. Segundo Maria Cristina de Carvalho e
Silva, Diretora de Recursos Humanos da rede, “Optamos por não buscar pessoas externamente e sim por pessoas que já trabalham conosco, porque já estão adaptados à cultura da empresa e compartilham com os parceiros de equipe a missão e os valores da marca Bourbon”, explicou. O programa conta com 18 meses de duração, tendo início em julho deste ano, com a candidatura dos funcionários às vagas. Foram 46 inscritos de acordo com os pré-requisitos exigidos e, após a realização do processo seletivo, nove escolhidos ingressaram na primeira turma do Potenciais Sucessores. Os futuros Gerentes Gerais irão conciliar o treinamento técnico, comportamental e “on the job”, com suas atividades atuais. Cada profissional terá à sua disposição um mentor, responsável pelo planejamento de carreira, e um tutor, que é o Gerente Geral da Unidade em que ele já atua. O programa conta com módulos presenciais, de 8 a 16 horas, que incluem temas como gestão estratégica de empresas, liderança e gestão de pessoas, técnicas de oratória e apresentação e finanças corporativas.
Na Escola de Hotelaria Windsor os jovens aprendem a importância do bem servir e da hospitalidade em cursos gratuitos de três meses
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Trainee
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Casamento
Fotos: divulgação
Cresce procura por festas de casamento nos hotéis
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Casamento Este é um nicho de mercado muito explorado pela hotelaria da Europa, Ásia e Estados Unidos e que veio ao Brasil para ficar
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em só de hospedagens vivem os hotéis hoje em dia. As redes hoteleiras do Brasil descobriram uma nova idéia de obter rentabilidade financeira de uma forma diferenciada, unindo para seus clientes, o útil e o agradável. São os casamentos em hotéis, uma nova mania que veio para ficar. Nos Estados Unidos e em alguns outros países da Ásia e também da Europa, os casamentos feitos em hotéis, já são eventos tradicionais, e aqui no Brasil a procura cresce bastante com as variadas e diferenciadas opções das redes hoteleiras, além do glamour que as cerimônias proporcionam. São vários os motivos que fazem esses tipos de eventos crescerem tanto nos hotéis. Primeiro porque os noivos não precisam se preocupar com nada; o hotel é responsável desde o cardápio até a hospedagem de parentes dos noivos e convidados. Alguns hotéis oferecem descontos dependendo da temporada e da quantidade de convidados que se hospedarão. Além disso, há também alguns hotéis que oferecem a noite de núpcias como cortesia para o casal.
Do salão à praia Quando se fala em casamento no litoral, o Infinity Blue Resort & Spa é um dos hotéis mais concorridos de Santa Catarina. Ele conta com Day Spa para a noiva e para o noivo, locação de espaços (deck para cerimônias à beira mar), além de um Pacote de Núpcias. “A facilidade de ter um leque de serviços prestados pelo mesmo fornecedor - como hospedagem, alimentação, beOs casamentos realizados no hotel Pullman São Paulo Ibirapuera são repletos de requinte e recebem atendimento exclusivo
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Casamento
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Casamento bidas, locação de espaço, noite de núpcias, SPA, por exemplo, é um grande diferencial, e que costuma agradar aos noivos que desejam praticidade. No caso do Infinity Blue, é também uma oportunidade dos noivos realizarem o sonho de casar na praia”, comenta Alberto Cestrone, Diretor Geral do Infinity Blue. Segundo ele, o Pacote de Núpcias possui três opções que incluem recepção com morangos, uvas e espumante, e oferecem a possibilidade dos casais tomarem o café da manhã em suas suítes – que estarão decoradas com enxoval especial, flores e velas. Os pacotes de lua de mel ainda incluem massagem relaxante para o casal no SPA Infinity Blue e jantar no exclusivo Acqualina Bistrô, dependendo do pacote escolhido. De acordo com o Diretor, realizar casamentos no empreendimento abre a possibilidade de maior faturamento, principalmente por ser possível a venda deste serviço mesmo com ocupação máxima dos apartamentos do resort por hóspedes a lazer ou participantes de eventos e convenções. O hotel não contrata empresas para dar assessoria à cerimônia, dando liberdade aos noivos escolherem entre um cerimonialista que quiserem ou ainda indicar fornecedores. “Caso optem por tratar tudo diretamente com o Infinity Blue, nossa equipe está apta a auxiliá-los e garantir-lhes um evento primoroso e inesquecível”, explica Cestrone, que destaca o isolamento acústico no ambiente da cerimônia, para que o evento não prejudique nenhum hóspede. O tempo de organização da cerimônia no Infinity Blue varia de acordo Espaço para festas de casamento do Infinity Blue, em Balneário Camboriú (SC)
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Casamento “A maioria dos eventos sociais que realizamos em 2014 foi reservada com uma antecedência de 6 a 10 meses, sendo os mini weddings, casamentos com até 80 pessoas, uma exceção, pois um evento com menos pessoas permite maior flexibilidade quanto à antecedência de sua organização”, aponta a Diretora de eventos do empreendimento.
Acompanhamento de perto
Alberto Cestrone – “A facilidade de ter um leque de serviços prestados pelo mesmo fornecedor é um grande diferencial”
com o perfil dos noivos e tamanho do evento. Há casamentos organizados com um mês a dois anos de antecedência.
Nova aposta: mini wedding O hotel InterContinental São Paulo, situado na capital, oferece uma série de serviços especiais para casamentos, como o pacote que inclui seis horas de festa, sendo uma hora de coquetel, três horas de jantar e seis horas de pacote de bebidas não alcoólicas e cerveja. Além disso, o hotel fornece mobiliário com cadeiras Tiffany, palco, pista de dança e louças, degustação para seis pessoas, noite de núpcias e três vagas de vallet. Segundo a diretora de Grupos e eventos do hotel, Satie Kakihara, a procura pela realização de cerimônias no hotel tem aumentado bastante, em resposta às iniciativas do empreendimento para atingir este público. “Acreditamos que o Mini Wedding, eventos para até 80 pessoas, surgiu em 2014 como uma tendência, que permite a realização do evento
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com menos tempo de preparo. Tradicionalmente, setembro, outubro e novembro são os meses mais procurados, e entendo que seja devido à primavera, quando há também mais opções de flores”, comenta Kakihara. Para o InterContinental SP, eventos como este representam um potencial de renda adicional para o hotel, aproveitando principalmente períodos em que normalmente há menor demanda, como nos finais de semana. Além disso, torna-se uma oportunidade do hotel atender os clientes corporativos também em seus momentos sociais e de lazer, criando uma maior aproximação. O hotel paulistano possui uma equipe especializada para atender todas as necessidades da organização à operação do evento e uma lista de opções de fornecedores para sugerir aos clientes, que os contratam diretamente. Normalmente, os clientes são auxiliados no processo de organização do evento, no qual contratam diretamente uma assessoria para ajudá-los durante a operação do evento.
Uma das vantagens em se realizar o casamento em um hotel é poder contar com serviço personalizado e profissionais já habituados com grandes eventos e recepções. O Ramada Airport Hotel Lagoa Santa, em Minas Gerais, contempla áreas de eventos amplas que propiciam a realização de cerimônia e festa no mesmo ambiente do hotel. Oferece parcerias de cerimoniais, decorações, buffet, fotógrafos e outros detalhes tão importantes para o casamento do cliente. De acordo com o Gerente Geral do empreendimento, Robson Silva, a realização da festa de casamento no hotel propicia maior comodidade para os noivos e para os convidados do evento. “No hotel, os noivos podem realizar dia da (o) noiva/noivo, aproveitar a festa no próprio hotel e posteriormente usufruir da noite de núpcias nas suítes especiais do estabelecimento. Sendo assim, os noivos podem acompanhar todos os preparativos para festa e usufruir da companhia dos amigos durante todo o período de festividade. Os convidados geralmente optam por pernoitar no hotel para melhor aproveitamento da festa, evitando preocupações externas como trânsito e condições climáticas. Geralmente os noivos estão preferindo os hotéis para casamento devido ao glamour e a essa pra-
Casamento
Os mini weddings do hotel InterContinental São Paulo recebem até 80 pessoas
ticidade”, afirma o gerente. Em parcerias, o hotel de Lagoa Santa oferece menus dos buffets do hotel definidos pelos noivos e organizadores do eventos. O espaço de eventos do hotel tem capacidade de até mil pessoas, e oferta aos convidados hospedagem além da boa localização, a 8 quilômetros do aeroporto de Confins (MG).
No hotel Pullman São Paulo Ibirapuera, na zona sul da capital paulista, há ainda a opção de um menu exclusivo, preparado pelo chef William Carvalho. “Existem já formatados seis op-
ções de menus para serviço de jantar, opção Finger Food para noivos que querem um casamento mais balada, menu kids e ainda a possibilidade de personalizar os menus de acordo com
Menu personalizado Fazer o casamento no hotel pode dar muita liberdade aos noivos. Na alimentação, há a possibilidade de escolher, por exemplo, entre buffet, jantar servido à francesa ou pratos à La Carte. Mas a tendência tem sido as Finger Foods, petiscos são servidos aos convidados durante todo o evento, que vão dos tradicionais salgadinhos até mini porções de carne, aves ou peixes.
Robson Silva – “Os noivos estão preferindo os hotéis para casamento devido ao glamour e a praticidade”
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Casamento
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Casamento desejo dos noivos com pratos inseridos”, explica o Gerente Geral do hotel, Carlos Bernardo. O hotel também oferece salas distintas para realizar cerimônia e jantar; Salas de apoio para noivos e para fornecedores envolvidos no evento; estrutura de SPA para realização de Dia da Noiva, espaço para mini wedding; mobiliário (mesas, cadeiras e lounges); equipe especializada para o atendimento à noiva; Noite de Núpcias (pacote ‘Time for love by Pullman’); tarifas especiais para convidados e estrutura de valet.
Show-Room exclusivo O Hotel Renaissance São Paulo também recebe muitas solicitações de eventos corporativos e sociais. O hotel disponibiliza uma área exclusiva de 2.700 m² decorada. Diante da demanda crescente de casamentos na propriedade, surgiu a necessidade de criar o Renaissance Celebration - um show-room de eventos sociais – primeiro dentro de um hotel brasileiro. A cada trimestre, o Renaissance Celebration inova e troca sua vitrine, móveis, decoração, amostras de doces, lista de casamento, entre outros, com o objetivo de atualizar o consumidor e apresentar a ele um leque de serviços. O espaço foi criado após a identificação da necessidade do cliente em ter um suporte durante a fase de negociação e planejamento do evento, auxiliando o cliente na escolha de menus, contratação de decoração e cronograma do grande dia. O Renaissance Celebration conta com profissionais especializados em eventos sociais e os noivos podem contratar assessoria exFestas-balada são comuns ao hotel Pullman São Paulo Ibirapuera, que oferece menu exclusivo
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Casamento Casamento sob medida
Carlos Bernardo – “Existe a possibilidade de personalizar os menus de acordo com desejo dos noivos com pratos inseridos”
terna de acordo com sua necessidade. Os noivos têm a oportunidade de conhecer e contratar fornecedores conceituados para assessoria e decoração e ainda outros profissionais. O Renaissance São Paulo oferece aos noivos uma hospedagem completa com todos os detalhes essenciais para uma noite de núpcias. Desde a decoração do quarto, com velas, flores,
seleção especial de chocolates, até as taças e a champagne. No dia seguinte, o hotel oferece ao casal café da manhã e uma relaxante massagem no The Spa at Renaissance para repor as energias do pós-festa. Os noivos contam ainda com early checkin ideal para o dia da noiva e making-off, além de late checkout para aproveitar um pouco mais os benefícios do hotel.
O Renaissance Celabration oferece auxílio aos noivos do planejamento até a noite de núpcias
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Para tornar o dia do casamento um momento ainda mais inesquecível e especial, os hotéis Tivoli oferecem, desde 2013, o Tivoli Wedding. O serviço é oferecido em todas as unidades no Brasil e em Portugal, e conta com três formatos: praia, urbano e palácio, se adequando à preferência de cada casal, das cerimônias mais simples e intimistas até contos de fadas. O Tivoli Wedding tem one-stop-shop como conceito, com múltiplos serviços e, desta maneira, centralizando todas as necessidades em um único fornecedor, visando a garantia da entrega e excelência na realização das cerimônias. O Classic Wedding Package, disponível em todas as unidades, pode ser moldado de acordo com as necessidades de cada casal. Sua proposta inicial conta com a oferta da noite de núpcias, late check out e café da manhã no quarto; T/Car para o transfer para o aeroporto; condições especiais de hospedagem para os convidados e descontos especiais na Lua de Mel em qualquer hotel do grupo. Para cada 50 convidados hospedados, o casal ganha um voucher, com validade de um ano, para se hospedar em qualquer hotel da rede. De acordo com Cristian Bernardi, gerente de Marketing do hotel, o Tivoli Ecoresort Praia do Forte (BA) é uma opção de locação ideal para destination weddings, mini casamentos com direito a pé na areia ou vista para a falésia. Para quem procura a badalação e o agito dos grandes centros, o Tivoli São Paulo-Mofarrej oferece um casamento urban chic, no qual quatro menus são oferecidos: Clássico, Glamour, Premium e Exclusive. “Anualmente realizamos o evento Your Day, que apresenta as tendências da indústria reu-
Casamento
O pacote Wedding Package do Tivoli SĂŁo Paulo Mofarrej ĂŠ montado de acordo as necessidades do casal
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Casamento
O Tivoli Praia do Forte (BA) se enquadra em uma opção de destination wedding, com uma celebração pé na areia
nindo diversos profissionais do ramo de festas e casamentos nas dependências do hotel, onde proporcionamos aos visitantes a possibilidade de desfrutar de toda a atmosfera de uma grande celebração”, conta Bernardi. A primeira e a segunda edição do Your Day foi realizada com a cerimonialista e organizadora de eventos
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Simone Wassermann. A programação contou com degustações variadas, brindes especiais, exposição de vestidos, shows, ambientes aconchegantes, teste de cabelo e maquiagem, massagem, palestras e outras atrações. Os hotéis da rede Tivoli oferecem Bolo de corte, Mesa de presentes, Pista de dança, Catering Específico se pedi-
do pelo cliente (vegetariano, outros), Menu para crianças, Contatos dos principais fornecedores da área, Jantar de Ensaio, Brunch de recém casados, Sala ou quarto reservado para a noiva se arrumar, antes-durante a festa com espelhos, secador, etc. Geralmente os pedidos e preparativos acontecem de 12 a 15 meses de antecedência da data sugerida para o casamento.
Casamento
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Golfe
Fotos: Divulgação
Tacada de ouro: Golfe ganha espaço nos hotéis
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Golfe
Dos 23 campos de golfe no Brasil ligados ao turismo, 16 estão em hotéis ou resorts
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golfe foi criado por volta do ano de 1500, na Escócia, e rapidamente a prática se desenvolveu em meio às complexas jogadas. Os tacos melhoraram no design e com a sua evolução os desafios aumentaram. Pouco a pouco, as regras foram se adaptando e os campos ficando maiores. Com o tempo, o número de adeptos do esporte foi crescendo e se tornou uma arte. E hoje esta arte movimenta cifras bilionárias no mundo chegando a US$ 40 bilhões por ano no mundo, segundo dados da IAGTO — Associação do trade da indústria turística mundial de golfe, destacando que o turista golfista gasta de 50% a 100% a mais do que o turista convencional. O esporte é relativamente caro para se praticar, tendo em vista que o preço médio de um jogo completo de tacos com bolsa é de R$ 2 mil para iniciantes, a partir de R$ 4 mil para profissionais e usados por cerca de R$ 800,00,pois isto somente uma elite tem acesso. Mas nos últimos anos, o golfe tem despertado um interesse cada vez maior em diversas faixas da população no Brasil, está em franco crescimento e já movimenta cerca de R$500 milhões por ano. Isto se dá graças ao grande número de empreendimentos turísticos, voltados à prática do golfe já existentes, em construção ou em fase de projetos no País que já conta com vários campos abertos ao público e áreas de prática nos grandes centros urbanos. Cresce também o número de hotéis e resorts de alto nível que resolveram montar campos para os praticantes, e tudo leva a crer, que o Brasil é o buraco da vez. Os campos de golfe invadem os hotéis e resorts de todo o País, principalmente na Região do Nordeste brasileiro por fazer sol o ano todo, condição ideal para a prática do esporte. O Paradise Golf & Lake Resort (SP) apresenta um campo de golf de18 buracos
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Golfe
O Iberostar (BA) possui um campo com 18 buracos e uma linda vista para o mar da Praia do Forte
Segundo dados da CBG — Confederação Brasileira de Golfe, existem 23 campos de golfe no Brasil ligados ao turismo, sendo que 16 estão em hotéis ou resorts. Existem 40 projetos de novos campos, principalmente em resorts e condomínios residenciais. Uma estimativa do mercado é que os novos empreendimentos exijam cerca de R$ 9,5 bilhões em investimentos. Nestes valores está
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incluso todo o investimento de implantação da infraestrutura turística e imobiliária (normalmente 2ª e 3ªs residências, o chamado “turismo residencial”), o valor de comercialização das propriedades e o potencial de geração de negócios adicionais (serviços, comércios, etc). Cidades como Natal, Aracaju, João Pessoa, Recife, Fortaleza e Pirinópolis em Goiás, estão na lista de investimen-
tos para terem campos de golfe. E uma notícia boa para este esporte no Brasil é depois de mais de 100 anos – o esporte fez parte do programa pela última vez em 1904 - o golfe volta a ser disputado nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Pelo menos 30 países deverão ter representantes nos torneios masculino e feminino. E os planos
Golfe
Esta é a vista que o Terravista Golf Course (BA) oferece para os praticantes do golfe
da entidade para este esporte se popularizar no Brasil são audaciosos, pois pretende aumentar a participação de dois atletas em 2016 para quatro atletas nos jogos olímpicos de 2020. Além disto, pretende ter 12 atletas profissionais de alto rendimento no top 500 do ranking mundial até 2016; 20 atletas ama-
dores de alto rendimento no top 500 do ranking mundial até 2016; 500 atletas de alto rendimento na categoria Junior até 2020 (atualmente são 40) e ter 30 mil jogadores com avaliação de handicap (e registrados em alguma das Federações nacionais) até 2020. Atualmente são 10 mil.
Bahia na liderança Entre os estados que possui o golfe de turismo, a Bahia lidera o ranking com os quatro melhores campos de golfe do País. Isso é resultado de um trabalho iniciado há aproximadamente dez anos e desencadeado com a inauguração do campo de golfe do hotel Transamérica
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Golfe
Jogar golfe numa ilha. Esta é a proposta diferenciada do Transamérica Comandatuba (BA)
em Comandatuba no ano 2000, depois vieram os campos da Costa do Sauípe, ao Norte de Salvador, da Terravista em Trancoso e mais recentemente, o do Iberostar. Ele possui um campo com 18 buracos, vista para o mar da Praia do Forte, com 40 hectares de grama paspalum, que consome três vezes menos água, adubo e pesticidas. O projeto tem a assinaura do mestre do design no segmento P. B-Dye. O Diretor do Iberostar Bahia, Rafael Silva, destaca que o golfe sempre foi considerado um esporte de prestígio e relacionamento. “No Brasil a grande maioria de esportes individuais, não alcança grande representatividade como os esportes coletivos. Ainda assim, o golfe está
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em crescimento, e esperamos que ganhe ainda mais notoriedade no âmbito nacional com a volta ao esporte olímpico. No Iberostar Bahia, realizamos muitos eventos sociais, onde integramos o golfe com escolas públicas. Acreditamos tanto no esporte como na importância e valor que aporta um campo dentro doComplexo. O golfe tem um amplo mercado no cenário internacional e temos muitos clientes que escolhem suas férias com o acompanhamento do golfe”, revela Silva. Segundo ele, os valores que o campo de golfe agrega aos serviços prestados pelo Resort são vários e entre eles, Silva destaca: É um grande atrativo dentro do nosso Resort para atrair e fidelizar nossos hóspe-
des, além de complementar com o paisagismo tanto da parte hoteleira Iberostar como de nosso condomínio Iberostate. Dispor de uma casa ou apartamento com um campo de golfe de qualidade no entorno é, de fato, um grande diferencial.
Paisagens deslumbrantes Considerado pelos profissionais do setor como o melhor campo de golfe da América do Sul, o Terravista Golf Course fica apenas cinco minutos a pé do Club Med Trancoso, localizado na cidade de Trancoso, no Sul da Bahia. O local se diferencia pela natureza exuberante de um dos cenários mais lindos do País, a Costa do Descobrimento, marco da história do Brasil. O campo profis-
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O Sauípe Golf possui uma estrutura completa para torneios nacionais e internacionais de qualquer porte
sional conta com 18 buracos distribuídos em 300 hectares, e teve projeto desenvolvido com a máxima preocupação em aproveitar a beleza natural e a topografia da região. O cartão-postal do campo é o buraco 14, que exige uma precisa tacada sobre a falésia a 40 metros de altura em relação à praia. Campo de golfe numa ilha. Esta é a proposta diferenciada do Transamérica Comandatuba, loca-
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lizado em uma, na Bahia. Batizado de Comandatuba Ocean Course, o campo ocupa uma área total de 780 mil m2, dos quais 222 mil são de grama. Conta com 18 buracos, com 6.928 vds. Todos os anos o resort é procurado por organizações de golfe para parcerias com campeonatos. O projeto do campo de golfe é assinado pelo arquiteto americano Dan Blankenship. Ele está totalmente integrado a paisagem natural da
ilha, entre o mar e o mangue, em um ambiente dominado por coqueiros centenários, dunas de areia, lindos lagos e vegetação nativa. Apresenta ondulações e desníveis suaves que, associados aos ventos oceânicos e aos bancos de areia, intensificam o prazer de jogar no resort e desafiam as habilidades dos jogadores. O Comandatuba Ocean Course está credenciado para receber disputas do circuito internacional. O The
Golfe Campos ligados ao turismo: 23 (sendo que 16 estão em hotéis ou resorts) Projetos de novos campos: cerca de 40, principalmente em resorts e condomínios residenciais Mercado de Golfe no Brasil: cerca R$ 500 milhões (fonte: CBG) - no mundo são US$ 40 bilhões (fonte: IAGTO) Título de um clube de Golfe: em média R$ 100mil (preço médio da mensalidade de R$1mil) Taxa para jogar Drive Ranges: cerca de R$50,00 Em um campo os 18 buracos (green fee): entre R$ 50,00 e R$ 400,00 Preço de um baldinho com 100 bolas de Golfe para treino em um drive range: entre R$ 10,00 e R$ 20,00. Preço médio de um jogo completo de tacos com bolsa: iniciantes - R$ 2.000,00, para profissionais a partir de R$ 4.000,00 e usados por cerca de R$ 800,00
Ocean View Bar integra o complexo que conta ainda com uma loja especializada em acessórios. Outro campo de golfe na Bahia que é considerado um dos melhores do País e referência em torneios nacionais e internacionais, é o Sauípe Golf, que fica no complexo hoteleiro de Costa do Sauípe. O campo conta com 18 buracos e estrutura completa para torneios nacionais e internacionais de qualquer porte. Está disponível para aqueles que queiram conhecer mais sobre
as técnicas do esporte, aprender ou simplesmente praticar golfe. Além da charmosa estrutura dos cinco hotéis e pousadas da Costa do Sauípe, o resort oferece todas as instalações necessárias para prática do esporte: driving range com 300 jardas para a prática de swing e um putting green com cerca 400 metros quadrados. Mas não precisa ser especialista para se divertir. Aqueles que não conhecem o esporte tem a ajuda de profissionais treinados, exclusivamente para ensinar os hóspedes. Bem ao lado da área de prática, os visitantes podem desfrutar de um bar com varanda e uma das vistas mais privilegiadas de toda a extensão do resort – um ponto de encontro para um bom papo ou para fechar negócios. Para maior comodidade dos jogadores, a sede da Academia de Golfe (Club House) conta com vestiário climatizado, armários de madeira que dão o toque de requinte e chuveiros. No Pro Shop, todos os equipamentos necessários para o jogo podem ser alugados ou comprados, além de ser possível adquirir produtos exclusivos, com a marca da Costa do Sauípe. Também é possível contratar outros serviços como aulas particulares, Golf Tour e clínicas corporativas com os profissionais.
Golfe de Norte a Sul Na Região Sul do Brasil o Wish Resort Golf Convention, localizado em Foz do Iguaçu (PR), e pertencente a rede de hotéis GJP. “Quando o resort foi adquirido pela GJP, já contava com campo de golfe, mas ele não estava no padrão que pretendíamos para um resort de alto nível. Então, contratamos o arquiteto americano Erik Larsen, uma autoridade mundial no assunto, que redesenhou todo o espaço. As obras terminam no fim de 2014. Entre as principais características do campo estão à integração com a natureza do local. O resort está em uma área de 225 hectares, com muita vegetação nativa e ser um campo atrativo tanto para novatos quanto para jogadores experientes”, menciona Stephan Hauser Ferreira, Gerente geral do Resort. Entre as marcas do novo desenho estão a beleza e o desafio estratégico que os jogadores de todos os níveis irão enfrentar. O objetivo da GJP é de tornar o campo uma referência na América do Sul. Localizado num extenso e belo cenário natural, o campo de golfe do Aguativa Golf Resort, ocupa uma área de 300 mil m² e fica no município de Cornélio Procópio (PR). Possui nove buracos, nove lagos e grama tipo bermuda e esmeralda,
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Golfe
O Wish Resort Golf Convention (RS) possui um campo de golfe que foi desenhado por um dos maiores especialistas do mundo
abriga competições amadoras e profissionais ao longo do ano. Capaz de atender as exigências de jogadores com os mais variados perfis, o campo do Aguativa tem 2.607 jardas dos tees masculinos e 2.215 jardas dos tees femininos com par 36. Entre os nove buracos, há desde os mais técnicos até aqueles que agradam jogadores iniciantes. O grande
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diferencial é o driving range (local onde os jogadores treinam as tacadas com o objetivo de melhorar sua mecânica). Trata-se do primeiro driving range brasileiro em resort jogado com bolas flutuantes e onde as tacadas são dadas em direção a um grande lago, e a paisagem permite uma visão total da trajetória e da caída da bola.
Esporte e negócios De 700 a 1 mil calorias é a média que se queima durante uma partida de golf. Carregar os tacos, andar pelos campos enormes e fazer tacadas em sequência promovem a saúde do sistema cardiovascular e melhoram o desempenho muscular e articulações. Embora o golf seja ótimo para manter o porte físico, um dos
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O campo de golfe do Broa Golf Resort (SP) possui uma área de 300 mil m² de nove buracos
grandes prazeres do jogo é bater os próprios limites e aperfeiçoar as habilidades, fazendo o cérebro analisar e criar estratégias mais rapidamente. Jogar e ao mesmo tempo fazer negócios, é uma das características deste esporte. E que o diga Marcelo Giumelli, Gerente do Broa Golf Resort, localizado e Itirapina, no Interior de São Paulo. “Muitos empresários procuram o campo de golf porque, além do prazer de jogar,
também é um lugar onde realizam seus negócios, pois uma partida completa de golf dura em média 4h30 e nesse período são feitos negócios”, assegura Giumelli. Segundo ele, o campo do Broa foi criado inicialmente para fins particulares e hoje está aberto aos sócios. “O espaço agrega um grande valor ao resort graças a sua qualidade técnica. Nosso campo é hoje considerado um dos dez melhores do Brasil, procurado por muitos golfistas que visitam a região e nosso resort. O campo possui uma área de 300 mil m² de nove buracos com quatro tees de saída par, 72 duas voltas totalizando 6434 jardas e um drive range de 300 jardas para treinos puttig grenn. Realizamos sempre no segundo semestre o Aberto de Golf do Broa Golf Resort – Taça Fernando de Arruda Botelho - considerado hoje um dos melhores torneios abertos de golf do Brasil. Inclusive o torneio de 2015 já está com vagas lotadas. Recebemos também eventos como o juvenil de golf e torneios se-
nior, todos pela federação paulista de golf. Além disso, realizamos eventos corporativos usando o conceito do golf nas empresas”, conclui Giumelli.
Campo concorrido Outro campo que faz bastante sucesso bem próximo a metrópole paulista é o Paradise Golf & Lake Resort, que apresenta campo de golf de 18 buracos e todos os obstáculos necessários para fazer desse campo um dos mais concorridos entre os amantes dessa arte. O Resort de classe internacional está cercado por uma represa e por muita natureza. Aulas para iniciantes e Green Fee (valor que pessoa paga para jogar uma volta ao campo) estão disponíveis, assim como a locação de todo o equipamento em 1,2 milhão m² de área para jogo. Normalmente um esporte masculino, há mulheres que o praticam – mas não é regra. Por isso, o complexo hoteleiro tem à disposição das esposas e/ou namoradas e filhos serviços como spa, piscinas aquecidas, kid´s club e intensa programação para adultos e crianças.
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Fotos: Freeimages.com
A import창ncia dos equipamentos na cozinha de um hotel
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Cozinha A escolha correta dos equipamentos é fundamental, pois é muito comum acontecerem grandes eventos em que as refeições precisam ser preparadas rapidamente
A
cozinha é considerada o termômetro de um hotel e merece uma atenção maior dos projetistas em conseguir adequá-la as normas sanitárias e de segurança e que ao mesmo tempo seja economicamente funcional e viável gastronomicamente. Por isto, é de fundamental importância a escolha correta dos equipamentos de cozinha, pois é muito comum acontecerem grandes eventos num hotel em que as refeições precisam ser preparadas de forma rápida e servidas ao mesmo tempo a todos os clientes. Para que isto aconteça, na maioria das vezes os pratos principais são preparados no mínimo com um dia de antecedência, colocados em câmaras de resfriamento rápido e pouco antes de começar o evento, são colocados em fornos combinados que realçam o sabor e a consistência de um prato que acaba de sair literalmente da panela. Para que esta verdadeira linha de produção aconteça é necessário que a cozinha tenha equipamentos modernos, resistentes e de fácil manutenção, pois, eles são tão importantes em uma cozinha de hotel, quanto à capacidade do Chef. Embora tenha algum conhecimento de gastronomia, a maioria dos investidores ignora os detalhes técnicos inerentes ao funcionamento de uma cozinha e na hora de adquirir um equipamento, a qualidade fica em segundo plano, prevalecendo o preço, o que compromete o desempenho da cozinha e a credibilidade do empreendimento. As necessidades de uma cozinha de A cozinha de um hotel pode ser comparada a um carro de fórmula 1, onde cada equipamento é indispensável para o seu desempenho final
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Willian Carvalho – “Na minha operação, quando um forno quebra é como trabalhar de mãos atadas”
um hotel voltado exclusivamente para o turismo são diferentes do outro que recebe convenções, festas e banquetes. Willian Carvalho, Chef do hotel Pullman São Paulo Ibirapuera, situado na capital paulista, afirma que existe diferenças entre a cozinha de um hotel voltado para convenções e a cozinha de um hotel voltado para lazer. Para ele, é essencial sempre voltar sua atenção para a qualidade final dos pratos nos dois segmentos. “O que difere entre uma cozinha e outra é o cliente. O de lazer não está preocupado com o tempo, ele quer sim gozar de uma boa refeição e que seja bem diversificada, quer relaxar e apreciar um bom produto. Já o cliente de convenções tem pressa, também quer qualidade mas com agilidade no serviço; os menus são diversos, porém mais leves para passar
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bem o dia todo de trabalho - esse cliente requer muita atenção com detalhes”, afirma. Dentre os itens que não podem faltar em sua cozinha, Carvalho frisa que toda cozinha necessita de um bom forno combinado, afinal, esta área do hotel funciona 24 horas por dia e tem muitos pontos de venda. “O que não pode faltar de jeito nenhum em uma cozinha de hotel é um bom forno combinado com capacidade para atender a demanda destes pontos. Na minha operação quando um forno quebra é como trabalhar de mãos atadas. O Brasil vem melhorando muito os equipamentos de cozinha. Hoje encontramos produtos de boa qualidade no mercado interno, mas ainda os produtos importados superam em tecnologia e qualidade”, analisa. O profissional ressalta que ao se elaborar o projeto de implanta-
ção de um novo empreendimento, é essencial consultar o Chef para que a cozinha seja funcional e adequada para cada operação a qual o empreendimento estará voltado. Para ele, realizando tal ação, muitos custos desnecessários poderão ser minimizados. “Com certeza seria muito menos retrabalho depois de um projeto finalizado, pois o chef de cozinha conhece cada tipo de operação e suas necessidades e esta consulta ao chef pode minimizar muitos custos desnecessários durante a vida útil de estruturas e equipamentos”. Carvalho avalia que é essencial destinar um orçamento adequado para a cozinha de um hotel. “Eu já vivi muitas implantações e em algumas o chef somente chegou ao final já com a equipe e se deparou com barreiras que podem ser físicas ou até de falta de equipamentos para o
Cozinha tipo de operação proposta. Um exemplo é um hotel com muitos quartos e com uma cozinha de porte pequeno ou até mesmo um hotel de pequeno porte com uma cozinha para atender grande porte, por isso a consulta de um chef pode ser muito adequada para o melhor aproveitamento do budget. Uma cozinha funciona como um carro, se não fizer a manutenção periódica ela vai te deixar na mão, por isso um plano de manutenção preventiva é fundamental para o bom funcionamento da cozinha. Esse controle gera muito menos custos com reparos e é um ganho para todos: clientes, operação e proprietários. Hoje, cadeias de hotel estão sim preocupadas com as instalações e equipamentos dando suporte rápido e fazendo estes reparos, pois sabemos que um equipamento pode gerar prejuízo e ameaça ao lucro”, afirmou.
Evolução dos equipamentos de cozinha Com a evolução tecnológica, os equipamentos de cozinha ficaram mais compactos, robustos e produtivos, assim o projetista tem mais opções para planejar uma cozinha moderna, que ao mesmo seja adequada ao local de implantação e as necessidades do empreendimento hoteleiro, seja ele dedicado ao turismo, ou a eventos corporativos. Dentre alguns itens que podem ser verificados ao se adquirir um equipamento estão a robustez, o preço, e se este produto atende a necessidade operacional de cada hotel. Para o Chef do Tryp Higienópolis, Francisco Frasson, além de obter um equipamento de qualidade e fácil manuseio, e que cumpra com as exigências de serviços e da produção da cozinha, deve se levar em consideração a marca, que seja confiável e reconhecida no mercado, assim
Francisco Frasson – “No momento da implantação da cozinha o Chef é a figura mais racional do projeto”
como a segurança e a qualidade dos mesmos. “Cada empresa tem sua política de compras, aqui no hotel Tryp Higienópolis temos a felicidade de podermos escolher os equipamentos que se adaptem ao nosso trabalho. A importância é sempre o período de vida útil dos mesmos, para isso tem que se adaptar as manutenções permanentes. Toda cozinha necessita de diversos equipamentos para seu funcionamento, como forno
combinado, fogão de oito bocas, salamandra, estufas, geladeiras, câmarás frigoríficas, ente outras. Na minha opinião, no momento da implantação da cozinha, o Chef é a figura mais racional do projeto”, frisa.
Equipamentos indispensáveis No que se refere aos equipamentos que não podem faltar em uma cozinha de um hotel, o Chef executivo do hotel
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Juan Rojas – “É sempre importante que o chef esteja presente no processo e implementação das medidas orçamentais para a cozinha”
InterContinental São Paulo, Juan Rojas, afirma que os equipamentos devem se adequar ao enfoque comercial de cada empreendimento. “É sempre necessário verificar se os espaços físicos do hotel auxiliam na rotina produtiva da cozinha. O forno combinado é um equipamento essencial em qualquer hotel. A cozinha deve ter pelo menos quatro bocas de fogão média e duas altas, mais forno, e câmaras de refrigeração para abastecer e armazenar a produção, além de chapa para grelhar e fritadeira”. De acordo com Rojas, o planejamento de budget para o projeto da cozinha deve conter diversos aspectos que possam determinar melhor o que será destinado no momento da implantação. “O orçamento de planejamento estratégico em relação à cozinha deve apresentar aspectos que compreendem períodos de projeções (sazonal), o
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que permitiria estabelecer normas e processo de monitoramento, deve-se notar que, quando é realizada a confecção de um orçamento, deve sempre se pensar que isso pode sofrer modificação dada a situação do mercado. É sempre importante que o chef esteja presente no processo e implementação das medidas orçamentais para as cozinhas”, afirma. Frasson indica que os fornos de calor seco e de vapor, chapa, grelha, placas de acumulação, lava louça, salamandra, estufa, bancada fria, forno de convecção, máquina para embalar à vácuo, cilindros para produção de massas, e utensílios e ferramentas de boa qualidade são ferramentas indispensáveis nas cozinhas.
Tecnologia aliada Existem no mercado muitas tecnologias que estão disponíveis
e que podem facilitar o trabalho de um Chef de cozinha e evitar desperdícios de tempo e produção. Entre eles estão fornos com sistema automatizados, lava-louça rápidos e ecológicos, geladeiras com sistemas informatizados de controle de estoque, e chapas com reguladoras de calor automáticos. De acordo com Frasson, existe no mercado também, um fogão que não necessita de exaustor, pois ele já faz sua própria exaustão através de cortina de ar; e o liquidificador com programa de temperatura e fornos combinados com programas de cocção integrados. Na visão do Gerente de Alimentos e Bebidas do hotel Hilton São Paulo Morumbi, Tales Matzenbacher, o Brasil evoluiu muito no desenvolvimento de equipamentos de alta performance para cozinhas industriais, onde a cada dia pode se encontrar novas tecnologias a serviço dos usuários. “Pode-se montar uma excelente cozinha sem a necessidade de importar equipamentos. Claro que é importante mencionar que no exterior temos uma diversidade bem maior de fornecedores e diferentes tipos de equipamentos que os encontrados em nosso País ainda devido a um know how de muito mais tempo neste segmento. A cada dia temos muitas novidades em termos de cozinha e equipamentos por isso tornase muito abrangente e específico quando falamos em equipamentos fundamentais para uma cozinha, de qualquer forma em um hotel faz-se necessário independente de seu estilo: forno combinado, resfriador rápido, caldeira, chapa, fritadeira e fogão. Além disso, equipamentos hoje fundamentais em nossa operação como termocirculadores para cocção em baixa temperatura, fornos combinados como Rational White Efficiency, Thermomix e uma linha de pro-
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Tales Matzenbacher – “Na hotelaria a manutenção dos equipamentos deve ser feita junto com a operação por isso a comparação deve ser como trocar um pneu com o carro andando”
cessadores de última geração nos garantem produzir com muito mais eficiência com menos pessoas e com mais segurança pois é um quesito primordial na Hilton garantir a segurança nos alimentos”, comenta. Matzenbacher comenta sobre a importância da manutenção dos equipamentos de cozinha e ressalta que nem sempre é possível fazer tal serviço pelo fato da cozinha funcionar 24 horas por dia. “Existem muitas empresas especializadas em manutenção de cozinhas industriais que atendem de maneira satisfatória, o que acontece é que no dia a dia de um hotel de grande porte as cozinhas normalmente funcionam 24h por dia dificultando a manutenção preventiva que é fun-
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damental para aumentar a vida útil dos equipamentos, quando estes param, devem ser consertados num curtíssimo espaço de tempo a fim de não prejudicar a produção e consequente a entrega dos serviços contratados pelos clientes, pondo em risco assim grandes eventos ou elevadas ocupações em resorts na alta temporada. Na hotelaria, a manutenção dos equipamentos deve ser feita junto com a operação por isso a comparação deve ser como trocar um pneu com o carro andando”, frisa. O hotel realizou recentemente uma completa renovação da cozinha do Canvas Bar & Restaurante, em um investimento estimado de R$ 500 mil apenas em equipamentos. “Foi um investimento significativo, mas que trará melhorias e agilidade para nossa produção. O equipamento é de última geração e foi importado da Itália. A instalação foi concluída há poucos meses e já estamos funcionando a todo vapor. Esta foi a segunda fase do projeto de modernização de nossas cozinhas que hoje contam com duas de alta performance. Acredito que é essencial consultar o chef ao elaborar o projeto da cozinha, pois de maneira mais assertiva sejam adquiridos os equipamentos e assim tornando muito mais produtiva sua equipe”, finaliza.
A qualidade do produto nacional Nos últimos anos, houve uma nacionalização muito grande de equipamentos de cozinhas industriais e os nossos fabricantes não ficam a dever em nada aos grandes fabricantes mundiais. Existem dezenas de modelos de equipamentos, muitos são similares e têm preços diferenciados aos importados, propiciando redução de custo e garantindo a per-
formance. Isso se deve a pesquisa constante da indústria nacional que demonstra a preocupação de reduzir custo de preparo das refeições com equipamentos compactos de grande produtividade para viabilizar qualquer empreendimento. Segundo o advogado e Presidente do Sindal – Sindicato dos Fabricantes de Equipamentos, das Empresas Fornecedoras de Produtos e Serviços de Projeto, Montagem e Manutenção de Cozinhas Industriais em Hotéis, Motéis, Flats, Restaurantes, Bares, Lanchonetes, Fast Foods, Supermercados, Hospitais, Escolas, Clubes e Similares do Estado de São Paulo, João Carlos Rodrigues Peres, atualmente a indústria nacional de equipamentos de cozinha está com a produção tomada devido ao espantoso crescimento do mercado de refeições fora do lar, que cresce a taxas três vezes superiores ao do PIB – Produto Interno Bruto. Isto acontece em razão da mudança de hábitos das famílias, o alargamento do mercado de trabalho, o novo papel da mulher na sociedade, a maior expectativa de vida da população, o aumento da população que vive só, o PAT, o incremento crescente do turismo interno e externo, a expansão das redes hoteleiras. Tudo isto, tem favorecido em muito a expansão dos negócios da indústria de equipamentos para os serviços de alimentação comercial no País. Um bom exemplo desta alta tecnologia que os investidores podem encontrar no mercado nacional de equipamentos de cozinha, Peres cita que atualmente o Chef não necessita mais acompanhar pessoalmente todo o processo de cocção na cozinha, podendo, inclusive, programá-lo para trabalho noturno sem supervisão. “Há modelos que dispensam a vigilância, pois possuem sensores
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João Peres – “Estamos conscientes de que investir em inovação, em tecnologia, sustentabilidade e design nacional é fundamental para que nossa indústria continue se aprimorando e atinja mercados mais exigentes, inclusive no exterior”
que reconhecem as necessidades do produto ao longo da preparação e providenciam os ajustes necessários. Com um simples pen drive, o operador pode baixar o banco de dados de toda a produção da unidade, controlada minuto a minuto, e visualizála remotamente num PC”, explica o Presidente da entidade.
Selo de qualidade Peres salienta que para este ano, a indústria nacional se preparou ao longo dos anos visando atender as expectativas da expansão do mercado de equipamentos em torno dos eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O resultado desta crescente expansão da indústria nacional de equipamentos de cozinha foi a conquista em 2010 através do Sindal, da
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celebração do acordo de cooperação com a NSF International, dos Estados Unidos, que é considerada líder mundial no desenvolvimento de padronizações, certificações de produtos e gerenciamento de riscos com relação à saúde pública e segurança, para utilizar as normas ANSI, objetivando estabelecer critérios e normas técnicas nacionais que atestem, via “Selo Sindal”, a qualidade dos nossos equipamentos. “O Grupo de Trabalho já iniciou suas atividades e muito em breve teremos reconhecido um padrão mundial de qualidade, segurança e eficiência dos equipamentos brasileiros, para enfrentar quaisquer concorrências”, assegura o Presidente do Sindal. Com a conquista deste acordo, isso mostra que a indústria nacional está buscando um reconhecimento internacional, sendo que a maioria dos equipamentos nacionais atende as necessidades do mercado food service brasileiro e não deixam em nada a desejar face aos importados. “Apenas pontualmente, em determinados tipos de equipamentos de porte e sofisticação mais adequados a exigências de alta produção, cuja escala nosso mercado ainda não alcançou, é que não há similar nacional. Alguns destes incorporam materiais e design mais avançados, cujos custos muitas vezes não justificam o investimento, sem falar da questão da manutenção de um equipamento importado que requer uma atenção muito especial. Nesta situação, levamos vantagem comparativa”, ressalta Peres. Apesar das conquistas do setor e do reconhecimento da indústria nacional, alguns Chefs de cozinha ainda preferem o equipamento importado. De acordo com Peres, esta preferência dos
Chefs pelo importado, pode ser em razão, talvez, de terem estagiado, trabalhado ou se formado em escolas no exterior, onde se habituaram e adquiriram intimidade com determinadas marcas de equipamentos e seu funcionamento. “É como se diz: O melhor equipamento é aquele no qual você sabe trabalhar e fazer o seu produto bem feito. Um bom profissional, experiente, versátil, se adapta e enfrenta quaisquer meios de produção”, destaca o Presidente do Sindal. Para os próximos anos, uma das preocupações da indústria nacional de equipamentos de cozinha é produzir materiais menos impactantes ao meio ambiente, sendo que essa preocupação com a preservação ambiental é uma tendência mundial, principalmente nas empresas. “Sabemos que a responsabilidade ambiental é um dos requisitos de avaliação por parte do público consumidor, que pode deixar de comprar um equipamento caso a marca tenha uma postura ecologicamente inadequada. A produção de equipamentos que evitam desperdícios, com menos gastos de tempo, de água, de gás e de energia, sinalizam uma preocupação da indústria com o custo-benefício e com o retorno do investimento. Temos para nós que o cliente entende a necessidade de inserção de tecnologia e, se os equipamentos resolvem questões sustentáveis e ganha em produtividade e qualidade, ele aceita pagar um diferencial de preço. Estamos conscientes de que investir em inovação, em tecnologia, sustentabilidade e design nacional é fundamental para que nossa indústria continue se aprimorando e atinja mercados mais exigentes, inclusive no exterior”, conclui Peres.
Mulheres
Fotos: Divulgação
As mulheres estão no poder
Cresce a participação feminina em cargos hierárquicos mais elevados e na hotelaria não poderia ser diferente. As mulheres já conquistaram a gerência geral de renomados hotéis 5 estrelas e mostram por que conseguem dominar um hotel como dominam o seu lar
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o mercado de trabalho mundial, as mulheres já ocupam 1,2 bilhão de postos de trabalho de acordo com pesquisas divulgadas pela Organização Internacional do Trabalho. O crescimento da participação feminina em cargos de nível hierárquico mais elevados é uma
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tendência que já vinha sendo observada há anos em estudos e comprovado pelos índices de contratação de mulheres por empresas dos mais variados portes e perfis. No Brasil, segundo dados da Bovespa, as mulheres são responsáveis por 50% dos investimentos na Bolsa, sendo que 40% dos clubes de investimentos são
formados por mulheres. Também segundo a publicação The Economist, as mulheres respondem por 40% do PIB mundial. E as estatísticas ainda anunciam que 65% dos materiais de construção são escolhidos por mulheres assim como, 88% dos planos de saúde e 92% dos pacotes turísticos. Dados do Fórum Econômico Mundial apontam que no Mundo, as mulheres brasileiras ocupam a 69º posição na igualdade entre os gêneros, onde o local com mais igualdade entre os sexos é na Dinamarca, onde a renda das mulheres quase se iguala a dos homens. Um exemplo deste crescimento se vê no segmento hoteleiro. Se olharmos para a hotelaria há algumas décadas, vamos lembrar que
Mulheres os cargos executivos eram ocupados, na sua imensa maioria, por homens e que as mulheres tinham poucas oportunidades profissionais, ou quando tinham eram em cargos menores, como por exemplo, camareira, auxiliar de recepção e outras atividades sem muitas chances de ascensão a uma carreira profissional que vislumbrasse cargos considerados de maior relevância. Com tanta vontade, nada mais justo do que colocar as mulheres no comando e hoje, é normal encontrá-las em posições de primeiro escalão tanto na hotelaria nacional quanto na internacional. São as jovens diretoras ou gerentes de alimentos e bebidas, eventos, marketing, financeira, recursos humanos e, principalmente as gerentes gerais, em todas as bandeiras que estão presentes no mercado. Este parece ser o momento da mulher na hotelaria. Elas estão em alta. E que perfil tem esta mulher hoteleira? Como estas mulheres atingiram um cargo de alto poder em hotéis cinco estrelas, considerados hotéis de luxo?
Conhecimento é essencial Para atingir o alto padrão e conseguir o emprego dos sonhos, não precisa simplesmente saber administrar. Pois cuidar de hotéis de uma, duas ou três estrelas é uma tarefa simples, onde as exigências são menores e consequentemente mais fácil de atingir os objetivos, agora chegar ao ápice do poder e gerenciar hotéis cinco estrelas não é tarefa fácil. Hoje é preciso ter uma estratégia diferente, falar idiomas, ter na bagagem algum curso realizado no exterior, seja graduação, pós ou MBA. É com esses diferenciais que a jovem hoteleira de hoje chega ao mercado. Quanto mais atributos acadêmicos, postura e experiência internacional ela possuir,
maiores serão as chances de fazer uma bela carreira no Mundo da hospitalidade, principalmente na hotelaria de luxo. Uma prova disso é que as mulheres invadiram as universidades nos últimos 15 anos: dados do IBGE mostram que elas são maioria nos cursos superiores, na proporção de 55,3% contra 44% dos homens. Assim, as profissionais vêm preenchendo uma carência que foi muito vinculada à mão-de-obra feminina no passado. Qualificadas, elas ganham credenciais para disputar vagas de trabalho com os homens em condições de igualdade. Ciente de que conhecimento é essencial para se ocupar grandes postos na hotelaria, está a Gerente Geral do JW Marriott Rio de Janeiro, Rosana Okamoto que acumula em sua bagagem extensa experiência no setor hoteleiro, onde o investimento em sua capacitação teve grande responsabilidade em seu sucesso. A executiva é formada em Administração Hoteleira pela Hotel Mangement School Lês Roches, na Suíça, percorreu diferentes hotéis, tipos e categorias como Business, Ski Resort, Beach Resorts, Conference Hotels, Long Stay e em países que ficam em três continentes diferentes: Suíça, Japão e Brasil. “Preparação profissional e acadêmica são muito importantes, mas a vontade de crescer, a garra de aprender e o afinco de trabalhar longas horas se necessário for, também têm grande valor nessa trajetória. Todo o meu investimento em estudo, desde a graduação, foi importante na construção da minha carreira. Por isso, eu gostaria de citar todos eles. Comecei o estudo em São Paulo, na Renascença Escola. Logo depois me tranferi para o Universidade Les Roches, na Suiça. Também fiz um ano de administração na PUC de São Paulo. Já os cursos de extensão que me ajudaram muito foram
a pós graduação em administração hoteleira na FAAP, em São Paulo (SP). E o curso de finanças para administradores na FGV, também em São Paulo. Também é importante destacar os diversos treinamentos de desenvolvimento de liderança da própria rede Marriott que me ajudaram muito em todo esse processo. O primeiro obstáculo que eu encontrei foi realmente estudar, me formar em hotelaria. Estudei fora, tive que ficar longe do meu País e da minha família. Eu tinha consciência da importância em investir na minha formação para conseguir avançar na profissão. Outro ponto importante é que em hotelaria não é porque você se forma fora do país, em uma faculdade renomada, que você automaticamente ganha um cargo de gerência. É necessário começar em cargos mais básicos para ter base para o futuro. Limpei mesa, fiz check-in, passei pela cozinha. Fiz de tudo um pouco para ter base até chegar a um posto gerencial. Foi assim que desenvolvi meu potencial de liderança. Já em cargos gerenciais, passei por Recursos Humanos e Operações.”, argumenta Rosana.
Mercado competitivo A formação de grandes profissionais torna o mercado cada vez mais competitivo e com isso os desafios crescem. A competição é grande, já que a hotelaria mudou na última década. Segundo Rosana, “O desafio é constante e a melhor forma de se chegar ao cargo pretendido e de se manter nele, é investindo em auto conhecimento e melhorando o seu cabedal de informações diariamente. Eu sempre me atualizo e frequento cursos complementares e de pós-graduação. Vejo que as dificuldades em se alcançar grandes postos na hotelaria as vezes se dão pela pessoa ser do sexo feminino. E não acredito que seja só na hotelaria e sim
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Mulheres para uma mulher no trabalho e na vida como um todo. Existem características próprias dos gêneros que reunidas podem render muito mais para a empresa. Inteligente é o líder que consegue maximizar isso. A mulher geralmente é mais detalhista e consegue exercer várias funções ao mesmo tempo. Já o homem costuma ser mais focado em uma ação, mais racional. A combinação dos dois gêneros é muito boa”, avalia.
Crédito da foto: Sergio Zacchi
Conciliação Carreira X Família
Rosana Okamoto – “É necessário começar em cargos mais básicos para ter base para o futuro. Limpei mesa, fiz check-in, passei pela cozinha. Fiz de tudo um pouco para ter base até chegar a um posto gerencial. Foi assim que desenvolvi meu potencial de liderança”
em todas as áreas. Ainda existe uma dificuldade de aceitação. Me sinto muito sortuda por estar em uma companhia como a Marriott que tem planos que desenvolvem a diversidade como um todo e respeita a mulher como profissional”, comenta. De acordo com Rosana, um dos pontos principais no momento de se realizar a contratação de um de-
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terminado executivo, é não fazer distinção de sexos no momento da contratação. “Eu não faço distinção no momento da contratação. Analiso o currículo e o perfil para a posição, assim como no dia a dia de trabalho. A exigência do profissional que faço pelo cargo é compatível, não muda por ser homem ou mulher. Acho que existe diferença entre percepções de um homem
Nascida em Buenos Aires, na Argentina, a Diretora de Hospitalidade do hotel Blue Tree Premium Faria Lima, Maria Rosa Leroy, acumula muita experiência no segmento hoteleiro. A executiva é formada em Pedagogia com pós graduação em Recursos Humanos, e seu início na hotelaria foi como consultora na área de treinamentos e recursos humanos. Maria Rosa afirma ter se apaixonado pela hotelaria já em suas primeiras consultorias. “Iniciei minha carreira no Sheraton Mofarrej, como gestora de Recursos Humanos em 1985, antes de sua abertura. Eu também havia feito um trabalho de consultoria no hotel Crowne Plaza, para o Hotel Maksoud, e comecei efetivamente em 1986. Permaneci no cargo de gestora de Recursos Humanos por dois anos, após decidir que tinha interesse em ingressar na operação do hotel, área que sempre me encantei. Gerenciei a recepção do hotel, a governança, fui diretora de vendas por três anos, e deixei a Sheraton com o cargo de gerente operacional”, afirmou. As mulheres têm o desafio de equilibrar os papéis em casa e no trabalho, mas a necessidade de mostrar capacidade de executar as tarefas com eficiência e talento, além de ter espírito de liderança e confiança em sua equipe, são habilidades essenciais para qualquer
Mulheres
Maria Rosa Leroy – “Acredito que o maior desafio que eu tive no meu começo de carreira foi conciliar a minha vida pessoal com o trabalho, que demandava trabalhar finais de semana até altas horas”
gestão. A conciliação entre carreira e família foi a principal dificuldade enfrentada por Maria Rosa. “A hotelaria é uma carreira que exige muito tempo, é uma carreira que em inglês se chama time consuming, ela demanda muito tempo e muitas horas de serviço. Acredito que o maior desafio que eu tive no meu começo de carreira foi conciliar a minha vida pessoal com o trabalho, que demandava trabalhar finais de semana até altas horas. É uma carreira que você precisa estar muito presente. Eu não tive obstáculos em minha carreira, sempre
tive muito foco, busquei conhecer muito bem a operação do hotel como um todo, área por área. Tive a oportunidade de liderar praticamente todas as áreas de um hotel, desenvolvendo a visão estratégica no negócio. As promoções foram aparecendo, tanto que fiquei 14 anos na Sheraton e já estou há treze anos na rede Blue Tree”, conta.
Auge da carreira Poucas mulheres no Brasil conseguiram chegar ao cargo de gerente geral de um hotel de luxo no Brasil, o que constitui para muitos
o auge da carreira, pois neste segmento os homens ainda dominam por completo e grande parte deles, são estrangeiros. Comandando um dos mais renomados hotéis de luxo do Mundo, o Copacabana Palace, está Andréa Natal. Ela lembra como iniciou os estudos em hotelaria e posteriormente a carreira. “Me graduei pela Faculdade Estácio de Sá, no início dos anos 80, onde a profissionalização nessa área era novidade no Brasil. Iniciei minha carreira muito cedo, no Le Meridien, e posteriormente fui convidada a trabalhar no Le Meridien em Salvador, o que foi uma escola para mim. Aprendi muito, gerenciei diversos setores aprimorando o meu estilo de trabalho. Retornando ao Rio, fui convidada a trabalhar no Belmond Copacabana Palace e aceitei na hora. Fiz cursos de aperfeiçoamento em Cornell, na França e estágios em hotéis americanos e europeus. Ao longo de minha jornada profissional, não tive obstáculos, minha carreira foi acontecendo na medida em que eu me encontrava preparada para assumir novas funções”, lembra. De acordo com Andrea, é necessário ter foco e objetivo quando se almeja alcançar um determinado cargo. “É sempre muito importante continuar aprimorando os conhecimentos, fiz alguns cursos durante a minha trajetória profissional para estar sempre melhorando e adquirindo técnica e bagagem. Nunca percebi isso, que as dificuldades em se alcançar um determinado posto de trabalho são maiores pelo fato da profissional ser mulher, talvez por estar tanto tempo na mesma empresa, nunca senti dificuldades. Quando imaginei ter alguma dificuldade não me intimidei, enfrentei com a elegância que a hotelaria exige. A mulher vem conquistando mais e mais posições de chefia. Acho natural que elas
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Mulheres baixos, onde pude adquirir um amplo conhecimento geral do funcionamento de um hotel. Acho que a mulher em muitos casos se destaca mais do que o homem. Em relação a sensibilidade e percepção de detalhes que o homem geralmente não tem. Infelizmente ainda há lugares e pessoas que não conseguem acreditar no potencial profissional de uma mulher”, comentou. Com relação ao futuro, Mônica afirma estar muito bem em seu cargo atual, e seu principal desejo é ter mais tempo para ficar com a família.
Toque feminino faz a diferença
Andrea Natal – “A mulher vem conquistando mais e mais posições de chefia. Acho natural que elas passem a assumir essas funções de comando”
passem a assumir essas funções de comando”, afirma.
Desafios de gerenciar um hotel 5 estrelas O Hotel Santa Teresa, situado na capital fluminense, também conta com uma gerente geral mulher. Mônica Paixão estudou Relações Públicas, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UFRJ e também fez Economia, na Faculdade Cândido Mendes. E antes de assumir a gerência geral do hotel, Mônica trabalhou no Ipanema Plaza Hotel, além de ter ficado no Le Meridien por 15 anos, onde adquiriu experiência no ramo hoteleiro. Provar que é possível gerenciar
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um hotel cinco estrelas é um desafio a ser conquistado e que demanda tempo, mas paras estas mulheres isso é tirado de letra. “Na hotelaria, comecei como recepcionista no Le Meridien Copacabana, posteriormente para chefe de turno, em seguida assistente de gerência; assistente de chefe de recepção; posteriormente para chefe de recepção. Assumir o cargo da gerência geral foi o maior desafio por ser um hotel de grande porte com um número elevado de funcionários, onde o início foi bastante árduo devido ao grande volume de atribuições a serem executadas. Porém acredito que o que facilitou conquistar esse cargo foi ter a oportunidade de começar a minha carreira em cargos
Para estas executivas, este espaço no mercado será uma rotina a partir de agora. Pois o crescimento profissional das mulheres que gerenciam hotéis cinco estrelas, já não é mais uma novidade e sim uma tendência. Se pensarmos em vantagem ou desvantagem no gerenciamento destes tipos de empreendimentos pelas mãos femininas, vemos que não há diferença, na administração realizada por um homem ou uma mulher. A frente de um dos mais luxuosos hotéis da capital paulista, o hotel Fasano São Paulo, está Cláudia Marino como gerente geral. A executiva iniciou sua carreira no mercado hoteleiro em 1998, após ter concluído o curso de Administração de Empresas na Universidade Mackenzie e Hotelaria no Senac, além de ter cursado alguns cursos na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. De acordo com ela, seu primeiro cargo na área foi como Recepcionista Junior na Rede de Hotéis Estanplaza. Ao longo de sua trajetória profissional, Claudia passou por várias experiências até assumir o posto de Gerente geral do hotel. “Foram 16 anos de muito trabalho, amadurecimento pessoal e profissional. Gerenciar diferentes expec-
Mulheres
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Mulheres Acredito que existam algumas diferenças entre os homens e as mulheres. Por natureza, os homens são considerados mais racionais que as mulheres. Dito isso, tanto homem quanto a mulher precisa buscar o equilíbrio entre o emocional e o racional para poder justamente se destacar enquanto um bom líder. Já tive líderes homens e mulheres e os dois tipos de gestão foram fundamentais para eu formar o meu próprio estilo de liderança”. Com relação a colocação das mulheres em cargos de chefia na atualidade, Claudia Marino afirma que este mercado está bem significativo. “Em hotelaria é necessário ter muita sensibilidade. É preciso gostar de servir, de atender às pessoas. De olhar olho no olho e ser paciente. Tanto em relação aos hóspedes quanto funcionários. Caso contrário, a roda não gira. Na minha opinião, as mulheres fazem isso muito bem! Talvez sejamos mais flexíveis”, frisa.
Mônica Paixão – “Infelizmente ainda há lugares e pessoas que não conseguem acreditar no potencial profissional de uma mulher” tativas (tanto de hóspedes quanto da equipe) é um grande desafio. Saber lidar com frustrações, com reclamações, com elogios e reconhecimentos foi essencial para estar onde estou hoje. Certamente consegui trazer para a minha vida profissional, valores que recebi em casa, na minha família. Crescer em um ambiente de muito respeito ao próximo e conviver com meus pais trabalhando muito e gostando do
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que faziam moldou o meu caráter. Isto foi muito importante para mim”, afirmou. Para ela, as profissionais não encontram grandes dificuldades de se alcançar um posto de chefia pelo fato de serem mulheres. “Quando você é um profissional comprometido, dedicado e ama o que faz, não importa ser homem ou mulher. No Grupo Fasano, dos 4 Gerentes Gerais, 3 são mulheres.
Claudia Marino – “Quando você é um profissional comprometido, dedicado e ama o que faz, não importa ser homem ou mulher”
Eventos
Fotos: Divulgação
Hotelaria aposta em eventos para aumentar rentabilidade
O Grand Hyatt SĂŁo Paulo possui um dos maiores centros de eventos na capital paulista
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Eventos Os turistas de negócios representam uma parcela significativa (25,6%) dos estrangeiros que vistam o País. Seu gasto médio diário, de US$ 127, é quase duas vezes maior que o de turistas de lazer
A
indústria de eventos e turismo no Brasil movimentou R$562,9 bilhões em 2013 representando 13,5% do PIB, sendo R$ 209,2 bilhões no segmento de eventos, o que representa uma participação de 4,32% no PIB. De acordo com os dados II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos realizado pela ABEOC — Associação Brasileira de Empresas de Eventos em parceria
com o SEBRAE — Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, foram contabilizados 590 mil eventos no País em 2013. Eles geraram 7,5 milhões de empregos diretos, terceirizados e indiretos. Já a receita total do turismo no Brasil foi calculada em R$ 443,7 bilhões (9,16% do PIB), segundo o WTTC — Conselho Mundial de Turismo. Juntos, os setores representam mais de 11,4 milhões de empregos.
Segundo a ICCA —International Congress and Convention Association, os ingressos do turismo de eventos e congressos superam US$ 1 trilhão e movimentam cerca de 160 milhões de participantes. O Brasil lidera o ranking de países que mais sediaram eventos internacionais na América Latina e ocupa a sétima colocação entre os demais países do mundo, de acordo com a ICCA. E de acordo com o Ministério do Turismo, os turistas de negócios representam uma parcela significativa (25,6%) dos estrangeiros que vistam o País. Seu gasto médio diário, de US$ 127, é quase duas vezes maior que o de turistas de lazer. O turismo de eventos tem elevada im-
A área de eventos do hotel Pullman São Paulo Ibirapuera passou uma ampla reforma recentemente que incluiu até iluminação a led
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Eventos
A Arena Sauípe possui 5.125m² de área total construída e capacidade para receber simultaneamente 3,5 mil pessoas sentadas ou 6 mil em pé
portância para uma cidade ou região do Brasil, pois incentiva o desenvolvimento socioeconômico local, contribuindo para geração de empregos, rendas e criação de infraestrutura que beneficia não só o turista, como a população da cidade. Outro fator relevante é que turismo de eventos é uma grande alavanca para combater a sazonalidade da “alta e baixa estação”, visando fomentar o turismo em diferentes épocas do ano. Um evento movimenta um grande número de profissionais durante a sua realização, provocando uma grande movimentação econômica nas cidades sede. É importante observar que o turista de eventos é motivado por interesses profissionais, mesclando atividades de trabalho e lazer, tornando-se um cliente com grande potencial de consumo do item diversão. Outro aspecto importante do Turismo de Eventos é o fato do turista retornar depois, com a família, para os locais que mais lhe agradaram. E diante destas oportu-
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nidades, cada vez mais os meios de hospedagem no Brasil apostam na área de eventos com o objetivo de aumentar suas receitas, além de ser uma eficaz ferramenta de combater o período de baixa ocupação.
Gestão profissional Com o crescimento do mercado de eventos corporativos no Brasil, os hotéis passaram a se especializar e oferecer uma estrutura completa, que vai desde a organização até o serviço de hospedagem corporativa. Aliado a uma gestão cada vez mais profissional e investimentos contínuos nesta infraestrutura de serviços, os hotéis têm visto seus espaços de eventos se transformarem em uma “arma poderosa” frente à concorrência. É o caso do Grand Hyatt São Paulo, localizado na zona Sul da capital paulistana, que oferece uma ampla estrutura de salas que atendem os diversos perfis/porte de eventos, corporativos ou sociais, bem como, equipamentos de última
geração para suporte técnico. Além da estrutura para a realização do evento em si, o setor de eventos corporativos influencia cada vez mais as receitas positivas do hotel. E como a cidade de São Paulo atrai a maioria dos eventos que são realizados no Brasil, ter um hotel preparado para receber os turistas de eventos, assim como o público corporativo em ambientes modernos é de vital importância. E neste aspecto, o hotel Pullman São Paulo Ibirapuera é um dos destaques. Em 2013 o hotel fez um investimento de R$ 10 milhões na modernização de sua área de eventos e de algumas suites executivas. A modernização das 14 salas do espaço de eventos era o que faltava para completar a ampla modernização que o empreendimento realizou em 2011, quando mudou de bandeira Grand Mercure para Pullman. “O investidor deste empreendimento, Antônio Setin, estava sensibi-
Eventos lizado que esta área necessitava sofrer uma repaginação para atender as necessidades do mercado e se posicionar de maneira ainda mais competitiva. Trocamos toda a parte de informática, de dados e telecomunicações, forro, isolamento acústico, piso, parede, iluminação e até aumentamos a altura do pé direito, como a Sala São Paulo que passou de 3,50 m para 4,15 m. Isto proporciona maior conforto para atender as necessidades de nossos clientes”, destacou o Gerente geral deste empreendimento, Carlos Bernardo. Quem assinou as mudanças neste novo layout foi a arquiteta Consuelo Jorge, que também é responsável por
todo o layout do hotel, inaugurado em 2011. A modernização trouxe um ar contemporâneo, interativo e conectado aos dois pavimentos que comportam as salas de eventos com capacidade para até 250 pessoas. Tapetes e elementos de cores vivas dão charme e descontraem o ambiente, oferecendo ao espaço uma diversidade que possibilita receber qualquer tipo de evento. O destaque, no entanto, ficou para o exclusivo Chill Out Space. Com decoração informal, poltronas confortáveis, mesa de reuniões, TV e frigobar, o espaço é completamente alinhado com o conceito da marca Pullman e oferece uma experiência vibrante e dinâmica ao
visitante. Fica ao lado das áreas de conferência e funciona como um verdadeiro lounge, possibilitando uma maior interação entre os participantes. As informações podem ser transmitidas do computador direto para a televisão e o espaço possui conexão de dados independente para garantir a maior velocidade e eficiência possíveis. Outra novidade são as pausas inovadoras. Para equilibrar os encontros e reuniões de um modo original e proveitoso, o Pullman desenvolveu o conceito que substitui o antigo coffee break. O visitante poderá descobrir, por exemplo, os benefícios de uma massagem relaxante ou desfrutar de experiências gastro-
A Rede Tauá Hotéis e Resorts investiu R$ 8 milhões para ampliar o centro de convenções da unidade de Atibaia (SP)
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Eventos nômicas memoráveis, por meio de uma cozinha diferenciada, com pratos típicos e comidas regionais, em pequenos intervalos distribuídos durante os encontros. Os novos espaços de eventos, como a Sala São Paulo também contam com ótima iluminação natural, 100 Mb/s de internet, conexões de áudio e vídeo embutidos no teto e ambiente acusticamente tratado. A infraestrutura permite também videoconferências. Complementando os serviços oferecidos, o Pullman possui o restaurante Pateo, exclusivo para atender grupos e eventos, e com capacidade para até 170 pessoas.
Maior estrutura de eventos do Brasil Diante das oportunidades apresentadas pelo mercado de resorts para receber grandes eventos, a Costa do Sauípe decidiu fazer um investimento de R$ 14 milhões na Arena Sauípe – uma estrutura multiuso permanente, com 5.125m² de área total construída e capacidade para receber simultaneamente 3,5 mil pessoas sentadas ou 6 mil em pé. “Com uma estrutura dessa magnitude, estamos posicionados como o principal destino de eventos corporativos do Brasil. Hoje temos a mais completa estrutura de eventos corporativos do País, pois além da Arena, temos 37 salões de eventos e
uma equipe especializada dedicada a esse segmento. Somos hoje o único destino do País capaz de hospedar e acolher, em uma única plenária, mais de 3 mil pessoas simultaneamente. Este projeto exigiu um aporte de R$ 14 milhões e envolveu 300 profissionais, além de quatro empresas envolvidas na construção”, destacou Guilherme Martini, Diretorpresidente da Costa do Sauípe. A Arena Sauípe foi inaugurada em agosto de 2013 e conta com um salão principal de 2450 m², modulável em três salas de aproximadamente 800 m² cada, além de um foyer de 900 m² - próprio para a realização de feiras, exposições ou coquetéis. O espaço oferece ainda toda a infraes-
O Mavsa Resort possui sete salas de eventos com capacidade para até 1,1 mil pessoas
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Eventos
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Eventos
Sérgio Souza: “Nós estamos atentos ao mercado de eventos e preparados para crescer de 10 a 15% ao ano”
trutura necessária para a realização de grandes eventos: business center, depósito, facilidade de acesso para grandes montagens no salão principal, camarim e ampla área de circulação interna. Toda a Arena Sauípe é climatizada e os materiais utilizados em seu acabamento prezam pela acústica nos ambientes. O teto do salão principal, com 8 metros de pé direito, é totalmente revestido de placas de gesso e dry-wall. O espaço conta ainda com internet Wi-Fi. Em seu projeto, os arquitetos responsáveis pela Arena Sauípe tiveram grande preocupação com a questão da sustentabilidade: além de utilizar materiais menos agressivos ao meio ambiente, tais como telhas sem amianto, tintas atóxicas e iluminação com LED, houve atenção especial para aproveitar o máximo de iluminação natural.
Demanda dos grandes centros O fato de estar localizado pró-
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ximo a grandes centros urbanos e industriais que demandam muitos eventos, levou a Rede Tauá Hotéis e Resorts a ampliar o centro de convenções da unidade de Atibaia. A cidade está localizada a apenas 59 km de São Paulo e a 45 km de Campinas, consolidando o hotel como uma excelente opção para eventos coorporativos na região. A inauguração das 13 novas salas exigiu um investimento de R$ 8 milhões e dotou o espaço com uma nova área com capacidade para receber confortavelmente 910 pessoas. Os espaços funcionais atendem desde pequenas reuniões e treinamentos até convenções de maior porte. Com isto, o hotel passou a disponibilizar 33 salas multiuso com capacidade entre 20 e 1.600 pessoas. Com esta reestruturação, o empreendimento espera aumentar o faturamento da unidade em 20% e atender à demanda do segmento de negócios e eventos. Outro empreendimento que se
beneficia de estar próximo a grandes centros urbanos para captar eventos, é o Mavsa Resort localizado na cidade de Cesário Lange, a 90 minutos da cidade de São Paulo, com acesso fácil e seguro pela Rodovia Castelo Branco. Recentemente ampliou sua área de eventos que ficou com sete salas e capacidade para até 1,1 mil pessoas, sendo algumas delas moduláveis, além de um foyer para serviços de coffee break, com acesso à internet banda larga, wireless gratuito e isolamento acústico. De acordo com Nilva Meirelles, Gerente comercial do empreendimento, empresas de diferentes segmentos como automobilístico, financeiro, médico, têxtil, cosméticos, seguros, químico e agrícola, dentre outras, fazem seus eventos no Mavsa com frequência. “No Mavsa Resort os eventos corporativos são organizados de acordo com o objetivo da empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. Como as salas podem ser organizadas de diversas maneiras, a infraestrutura flexível é um dos destaques para os eventos corporativos. Possuímos uma diversidade de cardápios que atendem às necessidades de todos os clientes, desde um churrasco com costela ao fogo de chão e cardápios temáticos como feijoada e massas”, explica Nilva. Segundo ela, em termos de receitas é difícil expressar, mas em segmentação de mercado, 60% das hospedagens do Mavsa são para eventos e o restante 40% para lazer. “Para 2015, esperamos um crescimento de aproximadamente 10%”. E para o hotel que pretende investir em eventos para melhorar sua performance e rentabilidade, Nilva dá um conselho: “Esse é um nicho de mercado bastante competitivo e altamente profissionalizado, onde o sucesso envolve uma série de fatores como localização, infraestrutura, salas, qualidade de serviços e etc. Nem todos os hotéis estão preparados para trabalhar com eventos,
Eventos
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Eventos principalmente pela falta de infraestrutura e mão de obra local especializada”, garantiu Nilva.
Eventos a beira mar Também pela proximidade da capital e de se localizar em frente a uma das praias mais lindas do litoral paulista, faz com que o Casa Grande Hotel Resort & Spa, que fica na praia da enseada no Guarujá, seja uma opção para eventos. O empreendimento possui uma área de 1000 m², e seu centro de eventos se divide em cinco salões modulares, podendo ser dimensionado para atender desde pequenas reuniões até grandes feiras, convenções e congressos. De acordo com Sérgio Souza, Diretor comercial do empreendimento, em torno de 45% da receita anual total do hotel vem da área de eventos que é considerada de vital importância na operação e existe um portfólio de alimentos e bebidas exclusivo para
eventos e convenções corporativas. “O mercado de eventos está crescendo exponencialmente diante de muitas oportunidades de negócios e sua importância tende a se ampliar ao longo dos próximos anos para os resorts. Nós estamos atentos a estas oportunidades e preparados para crescer em torno de 10% a 15% ao ano”, revela Souza.
Polo para eventos O Actuall Convention Hotel, localizado em Contagem (MG), inaugurou em setembro do ano passado um moderno centro de eventos com capacidade para receber até 2.000 pessoas. O ambiente possui paredes móveis, cabines de tradução simultânea, isolamento acústico, iluminação e ar condicionado com sistema de controle inteligente. De acordo com a Diretora do Actuall, Alessandra Aguiar, o intuito é transformar a
cidade de Contagem em um polo turístico de eventos. Ela ainda afirma que o espaço conta com toda modernidade e versatilidade para colocar o empreendimento no topo da lista de agências de turismo e organizadores de eventos. O complexo de eventos do hotel atinge uma área total de 5.200 m², dos quais 1.350 m² pertencem ao novo Centro de Convenções. O ambiente conta ainda com tecnologia de algema mecânica para fixação de telão e equipamentos eletrônicos no teto, possibilitando total visibilidade dos participantes. O Gerente Nacional de Vendas, Eugênio Fiúza, destaca o diferencial da área de eventos e também do restaurante próprio do hotel, o Pau Brasil. Segundo ele, o maquinário composto por fornos combinados alemães capacita o restaurante receber até 2.000 pessoas em uma hora.
O centro de eventos do Actuall Convention Hotel foi concluído recentemente e possui capacidade para receber até 2.000 pessoas
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Eventos
O Recanto Cataratas, Thermas, Resort & Convention acaba de inaugurar o Gran Maestra, um salão para 2.500 pessoas em auditório e um foyer de 1.350 m² para cerca de 1.500 pessoas
Oportunidades no Sul No Sul do Brasil as oportunidades de crescimento de eventos também estão sendo bem aproveitas por diversos meios de hospedagens e o Recanto Cataratas, Thermas, Resort & Convention é um bom exemplo. O empreendimento inaugurou no último dia 19 de novembro o Gran Maestra, seu novo Centro de Eventos. A 24ª Convenção Anual da FACIAP - Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná, maior evento empresarial do Estado, marcou a abertura do local reunindo durante três dias empresários, autoridades e associados da instituição. O Gran Maestra é composto de um salão para 2.500 pessoas em auditório, foyer de 1.350 m² para cerca de 1.500 pessoas, pé direito de 6,5 metros e uma área de exposição de 4.600 m² com pé direito de 4,5 metros. A infraestrutura reúne também 20 salas de apoio, duas salas Vip, com capacidades diversas e flexíveis. Segundo Edilson Andrade, Diretor comercial do Recanto Cataratas, “o espaço foi pensado e projetado para oferecer conforto, comodidade, flexibilidade para atender aqueles eventos mais exigentes, de perfis variados que acontecem em Foz do Iguaçu”. Com o início das operações, o complexo hoteleiro pretende ampliar sua participação no cenário de eventos corporativos da Terra das Cataratas, já que existe uma demanda reprimida por espaços que reú-
nam, além de local para convenções, uma ampla infraestrutura para o lazer e 300 unidades habitacionais, informa o dirigente. “O Gran Maestra vai multiplicar por mais de dez a atual capacidade para eventos do resort, tanto em metros quadrados, quanto em número de pessoas. Já temos um calendário com diversas reservas do local para 2015”, revela Andrade.
Padrão GJP Também em Foz do Iguaçu, no Paraná, se encontra o Wish Foz do Iguaçu que pertence à rede de hotéis GJP e que vem despontando como uma nova e moderna opção para eventos. O centro de convenções foi inaugurado em 2013 com alta tecnologia. Tem capacidade para 665 pessoas, mas está em ampliação. Possui equipe exclusivamente dedicada, internet wi-fi de alta qualidade, alimentação personalizável para montagens de coffee breaks, buffets, coquetéis e outras opções. O resort em si também é um espetáculo à parte: são 225 hectares de área verde, campo de golfe de 18 buracos e muito conforto e sofisticação. Já na cidade gaúcha de Gramado outro empreendimento da GJP Hotels que também conta com uma generosa área para eventos é o Wish Serrano, um resort que tem tradição em eventos, principalmente na área de congressos. A área de eventos soma mais de 3 mil m², com capacidade para receber até 1,2 mil pesso-
as. A estrutura inclui ainda sala de imprensa, equipe de alimentos e bebidas e elevador para pessoas com deficiência, entre outras facilidades. De acordo com Marina Lucchesi, Gerente corporativa de vendas e eventos da GJP Hotels, independente de qual seja o hotel da rede que o cliente escolha realizar um evento, todas as unidades oferecem variados tipos de cardápios, principalmente temáticos. “O objetivo é sempre nos adequar ao evento que está sendo realizado, dando total atenção a cada detalhe. Atendemos todos os tipos de eventos, como convenções, congressos, reuniões, reuniões sociais, grupos religiosos, etc. Enxergamos o mercado de eventos como um grande nicho para crescer ainda mais nos próximos anos. Hoje representa cerca de 20% da receita total da GJP, e temos como expectativa de contribuir com 40% da receita a médio prazo e para isto contamos com novos projetos, com inaugurações em 2015 e 2016”, revelou Marina.
Aposta em eventos Outra rede gaúcha que aposta em eventos para maximizar as receitas é a Plaza e seus hotéis em Porto Alegre (Plaza São Rafael Hotel e Centro de Eventos e Plaza Porto Alegre Hotel), juntos recebem uma média de 1.300 a 1.500 eventos/ano. “A maioria dos eventos são de capacitação com curta duração (treinamentos, cursos e workshops), seguido de eventos sociais como casamentos, aniversá-
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Eventos
O Wish Serrano Resort possui uma área de eventos que soma mais de 3 mil m², com capacidade para receber até 1,2 mil pessoas
rios, lançamento de produtos, convenções e congressos. Nossos hotéis executivos já perceberam o poder gerador de receita deste produto da hotelaria, que são os eventos, e têm investido em melhorias a cada ano. Isto inclui a constante renovação de revestimentos (pisos), estrutura (palco, portas anti-ruídos), tecnologia (antenas wi-fi de maior alcance e quantidade de acessos, links dedicados de internet), entre outros. Mantemos também, uma equipe de profissionais com curso superior e com staff que garantem eficiência, agilidade e maior possibilidade de alterações no layout das salas (diferencial considerado muito importante pelos clientes), revela a Gerente geral dos empreendimentos, Fátima Rodrigues concluindo que no ano de 2014 os eventos contribuíram com cerca de 40% da receita do Plaza São Rafael Hotel e Centro de Eventos e 20% do Plaza Porto Alegre Hotel. Já o Plaza Caldas da Imperatriz, Resort & Spa, localizado na cidade catarinense de Santo Amaro da Imperatriz, possui uma proposta diferenciada para o público corporativo, com a possibilidade de imersão total em um local exclusivo e que se
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destaca com sua privilegiada área verde, ar muito puro e águas termais que além de proporcionarem saúde, entregam sons e visuais lindos ao local. Também há, no próprio Resort, a possibilidade de atividades corporativas ao ar livre (contando com empresa especializada dentro do Próprio Complexo do Plaza Caldas da Imperatriz). De acordo com Dário Zuffo, gerente geral do empreendimento, a maior procura pelas salas e salões são de empresas que buscam integrar e capacitar seus funcionários ou clientes, através de convenções, encontrando na paz do Plaza Caldas a concentração necessária para atingir os objetivos das importantes empresas
que nos procuram. “Inauguramos há pouco tempo uma moderna área para eventos totalizando hoje um pouco mais de 1.400m² de salas e salões próprios para confraternizações, convenções, confraternizações festivas e retiros. Com isto, pretendemos aumentar ainda mais as receitas geradas por este nicho de mercado”, revela Zuffo. Em ambos os empreendimentos, existe cardápios padronizados e com a customização de cardápios para atender cada ocasião, seguindo a temática de cada cliente. “Hoje já temos eventos que atendem públicos específicos como aqueles que necessitam de cardápios especiais por problemas de saúde”, concluiu Zuffo.
Os Gerentes Dário Zuffo e Fátima Rodrigues estão satisfeitos com os resultados alcançados na área de eventos dos hotéis da rede Plaza que comandam
Eventos
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Projeto luminotécnico
Fotos: divulgação
A importância de um projeto luminotécnico na hotelaria
Um bom projeto de iluminação de fachadas deve ser desenvolvimento com soluções integradas a arquitetura.
Ele deve ser planejado para criar uma atmosfera adequada, proporcionar conforto visual, ter flexibilidade para atender às diferentes solicitações dos hóspedes, ser econômico e um complemento dos projetos de arquitetura de interiores
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rande parte das sensações de conforto e desconforto sentidas por um hóspede em um hotel, está intimamente ligada a iluminação. Este elemento de vital importância é executado na fase final da obra, onde muitas vezes os recursos estão acabando, e alguns empreendedores
Projeto luminotécnico preferem contratar eletricistas para executar o serviço. Essa economia aparente reflete diretamente na depreciação do empreendimento que não terá conforto visual proporcionado por um bom projeto luminotécnico, assim como terá altos gastos de energia elétrica. Um bom projeto luminotécnico deve ser planejado para criar uma atmosfera adequada, dar conforto visual, ter flexibilidade (atender às diferentes solicitações dos hóspedes), ser econômico e um complemento dos projetos de arquitetura e interiores. De acordo com a Arquiteta Esther Stiller, qualquer projeto de iluminação deve atender a um extenso conjunto de condicionantes: o conforto visual, a saúde e o bem estar psicológico e estético dos usuários, o baixo consumo de energia, a longa vida útil das lâmpadas, a facilidade de manutenção dos equipamentos, a eficácia dos fachos luminosos de luz indireta nas áreas externas (que não devem ser desperdiçados inutilmente em direção à escuridão da noite), e a não interferência da iluminação do hotel nas áreas do entorno urbano e dos eventuais edifícios vizinhos. “O primeiro item engloba assuntos ligados à engenharia e à arquitetura; o segundo reflete compromissos de ordem econômica, exclusivamente ligados aos interesses do cliente; o terceiro diz respeito ao compromisso de todos os profissionais da área com a preservação dos recursos naturais do planeta, e com a comunidade e o quarto item, atende aos compromissos sociais relativos ao respeito e ao bem estar da comunidade”, cita Esther. Num hotel, que é uma residência “temporária” para os seus hóspedes, a atenção é
dobrada às necessidades de ordem estética e de bem estar psicológico dos usuários nas áreas privativas (quartos) e sociais (lobby, bares, restaurantes, lazer, spa, fitness, dentre outros). Como também é particularmente importante a viabilidade econômica do empreendimento, o que exige a opção por tecnologia de baixo consumo de energia e longa vida útil de lâmpadas e reatores (baixo custo de operação). “Por se tratar de espaços de uso temporário, é desejável a diversidade dos resultados visuais, e, portanto, as soluções mais criativas ou inusitadas podem ser adotadas, dentro da elegância e da linguagem estética requeridas pelo cliente ou empreendedor”, explica Esther.
Prioridade na qualidade v isual Segundo a arquiteta, o apartamento deve ser objeto da síntese entre sensação de conforto visual, abrigo, relaxamento e aconchego, e os custos de operação do sistema de iluminação. “É importante notar que o tempo de utilização dessas áreas é pequeno (duas a três horas/dia, ao contrário das áreas sociais, que ficam ligadas 24 horas/dia e 365 dias/ ano). Portanto, a qualidade visual desses locais é prioridade, frente aos itens de consumo e vida útil”. Para o Lighting Designer Plínio Godoy, algumas áreas também devem receber mais atenção. “Entendo um hotel como um sistema, que trabalha como conjunto e com seus sub-conjuntos. Temos o lobby, importante, pois é uma das primeiras impressões que o hóspede têm do hotel. Nele mostramos ao hóspede sua so-
fisticação, sua ambiência, um espaço de recepção e percepção visual importante. Em segundo lugar, temos os corredores, que é um sub-sistema de recepção do hóspede, pois leva-o até os aposentos, os quartos, onde há a possibilidade de uma análise mais detalhada dos serviços”, comenta. Para ele, é nesse momento que o hóspede faz sua crítica mais importante, quando ele se instala no quarto. A iluminação deve ser correta na função, e acima de tudo integrada com a decoração. A questão energética é importante, porém muito mais para o operador. O hóspede se interessa por funcionalidade e design. O uso de lâmpadas de tecnologia halógena é ainda possível, frente à alta qualidade dos fluxos luminosos dessas lâmpadas. A redução da intensidade luminosa é uma alternativa para o aumento da vida útil dessas lâmpadas, o que melhora o desempenho da instalação do ponto de vista da economia do sistema. As áreas sociais devem ser tratadas com grande variedade de efeitos luminosos, para garantir a riqueza visual desejada para essas áreas, com tecnologia de alta qualidade visual - halógena ou, em certos casos, lâmpadas refletoras a vapor metálico -, que consomem menos energia e duram algumas vezes mais do que as halógenas. As áreas técnicas e de serviço devem utilizar tecnologia de alta eficácia luminosa - baixo consumo e longa vida útil - que é oferecida pelas lâmpadas fluorescentes, especialmente as lâmpadas do tipo T-5, em 28 e 54W. Segundo a Arqª Esther, nos jardins e nas áreas de lazer de uso externo as lâmpadas refletoras a vapor metálico represen-
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Projeto luminotécnico tam uma excelente alternativa para pisos e para a valorização da vegetação, principalmente neste último caso, onde os fachos muito bem definidos dessas lâmpadas garantem máximo aproveitamento do fluxo luminoso, evitando o desperdício dos fachos que são dirigidos do piso para a copa das árvores ou para as fachadas. “No caso da iluminação das fachadas, deve ser estudada de forma diferente para cada fachada, e a solução de cada uma depende da sua volumetria e dos detalhes que oferece para criar um desenho harmonioso no conjunto, durante a noite. O respeito ao descanso dos hóspedes é um item obrigatório, o que implica em não jogar luz sobre as janelas dos quartos”, explica Esther.
Soluções integradas com a arquitetura Para Godoy, em relação à iluminação de fachadas, uma das questões mais importantes é o desenvolvimento de soluções integradas com a arquitetura. Quanto mais uma solução for desenvolvida em conjunto, melhor serão os resultados, pois significam muito para o resultado do hotel. “Estamos desenvolvendo um sistema de iluminação de fachadas para um grupo internacional importante, no Brasil, o grupo Accor, que solicitou um sistema inédito, que fosse facilmente instalado em hotéis novos e existentes, para criar uma assinatura de suas unidades. Utilizamos a tecnologia LED, que se mostra interessante pelos aspectos da manutenção, consumo energético, A luz natural aliada a uma boa iluminação nos apartamentos proporciona sensação de conforto visual, abrigo, relaxamento e aconchego
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Projeto luminotécnico confiabilidade e custo”, cita. Para Esther e Godoy, a demanda de produtos de iluminação no mercado nacional está crescendo cada vez mais e a indústria nacional está plenamente capacitada para atender. “Nossos fabricantes atendem a todas as necessidades da iluminação funcional (luminárias destinadas a iluminação técnica) e decorativa (luminárias sobrepostas, abajures, arandelas, etc). Haverá necessidades decorativas de cada autor de projeto que exigirão modelos com design mais sofisticado e original (luminárias decorativas) e importadas. Mas, de modo geral, até nesse item é possível encontrar alternativas nacionais que podem implicar em menores custos de implantação inicial”, garante o Arqº Godoy. Segundo ele, temos no Brasil bons fabricantes, que permitem o desenvolvimento de soluções integradas, flexíveis e de muito boa qualidade. “A questão Design é um aspecto que ainda os produtos importados são predominantes, porém não descartando os produtos nacionais, que atingem níveis de qualidade e design muito satisfatórios”, fala. No mercado existem diversas luminárias que atendem bem as necessidades de um bom projeto luminotécnico, e a escolha correta é um item de grande relevância, pois resulta em conforto visual, segurança e economia de energia e são fundamentais à decoração, pois atuam como apliques nas paredes e tetos. As luminárias são concebidas para determinados tipos de lâmpadas, portanto, a A iluminação é de fundamental importância para mostrar a sofisticação e exuberância do empreendimento
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Uma boa iluminação em áreas externas e jardins ajuda a valorizar a vegetação
escolha do modelo vincula-se a uma série de especificações técnicas, pois efeitos luminosos diferentes são criados, conforme o modelo e o material com o qual são fabricadas. Quando as luminárias são cobertas com material translúcido, como vidro fosco, a luz é difusa; se o vidro é opalino, a claridade é maior.
A escolha correta das luminárias é imprescindível Aspectos como esses são observados nos projetos luminotécnicos. As luminárias com lâmpadas fluorescentes compactas com baixo consumo de energia são utilizadas na maior parte dos ambientes por serem pequenas e estarem disponíveis em duas tonalidades de cor. Essas lâmpadas podem ser utilizadas em plafoniers, lumi-
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nárias de embutir geralmente com vidros foscos para reduzir o ofuscamento, arandelas etc. As luminárias de embutir ou spots para lâmpadas halógenas também são muito utilizadas para dar destaque, principalmente no lobby, restaurantes e bares. A iluminação indireta com luminárias específicas ou com sancas também são muito bem aceitas graças ao conforto que proporcionam. As principais reclamações dos hóspedes brasileiros em relação à iluminação estão nos quartos e muitas vezes estão ligadas a fatores culturais. Muitos hotéis pertencem a cadeias internacionais e a concepção de luminosidade na Europa e nos Estados Unidos é diferente da existente em um país tropical. Entretanto, as redes
hoteleiras já estão se preocupando com isso e se adequando à realidade brasileira. O quarto de hotel deve permitir que o hóspede relaxe, se sinta em casa. A iluminação deve ser suave, com plafoniers e arandelas. Uma iluminação mais direcionada deve ser prevista caso o hóspede deseje ler. A dimerização é interessante para que o hóspede regule a intensidade de luz que lhe for mais conveniente.
Iluminaç ão Funcional De acordo com Antonio Carlos Pazetto, Gerente Geral Comercial da empresa Ourolux, a escolha correta da iluminação para um empreendimento vai desde a funcionalidade do ambiente até as sensações de modernidade e conforto tão procuradas para os ambientes
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Antônio Carlos – “Um bom projeto luminotécnico deve se iniciar pela priorização da funcionalidade”
hoteleiros. “Um bom projeto luminotécnico deve se iniciar pela priorização da funcionalidade. Deve conter a preocupação com o conforto, análises de iluminância, temperatura de cor a ser utilizada, índices de reprodução de cor desejados, entre outros pontos. A modernidade deve seguir com o projeto como um todo e com ela a preocupação com a sustentabilidade. Tudo isto em perfeita ressonância com o empreendimento e seu posicionamento”, avalia. Dentre as soluções que a empresa possui, os quais trazem eficiência em iluminação e economia de energia, está a linha Superled, a qual conta com produtos para áreas internas e externas como recepções e estacionamentos. De acordo com Pazetto, esta linha representa
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uma economia de energia de 50% a 90%, sendo eficaz para os mais distintos empreendimentos. “Dentre os pontos fortes desta linha estão impacto direto na economia de energia; redução dos custos de fios e cabos com dimensionamento para uma carga reduzida produzida pela linha Superled; economia na utilização de aparelhos de ar condicionado devido à redução da carga de calor, pois esta solução não emite raios infravermelhos (não emitem calor); economia nos quadros de luz e disjuntores devido à redução da carga elétrica; possível redução na escolha de geradores de energia; possível redução da carga total do empreendimento, facilitando negociações com as concessionárias de energia e reduzindo custos de implantação do empreendimento; Além disso, a durabilidade de produtos como o Superled deve ser levada em conta, pois haverá uma redução nos custos de manutenção devido à sua vida longa em relação às lâmpadas comuns. Quanto à sustentabilidade, podemos citar que as soluções Superled trazem de imediato a economia de energia em alta escala, não poluem o meio ambiente, pois não contêm mercúrio em sua composição (material presente nas soluções de lâmpadas fluorescentes), e apresentam em sua construção 99% do material reciclável”, avalia.
Beleza final Quando um bom projeto de iluminação é implantado em um empreendimento hoteleiro, o hóspede consegue ter a sensação de estar em casa, pois o projeto dá ao empreendimento sua beleza final. De acordo com
Milton Gonzaga, Diretor executivo da empresa Megaport, a escolha dos equipamentos corretos de iluminação é essencial. “A iluminação de um espaço, independente do nível da decoração do mesmo, é o que definirá a beleza final do projeto. Portanto é extremamente importante a escolha dos produtos como o fluxo luminoso (lumens) e a tonalidade da cor da luz , obedecendo-se os critérios técnicos do projeto luminotécnico”, afirma. Dentre as soluções que a empresa oferece para o mercado brasileiro estão a linha diversificada de produtos LED, os quais são compatíveis com qualquer lâmpada, spot ou luminária utilizadas nas instalações elétricas habituais de hotéis. Com relação aos benefícios oferecidos pela linha de produtos da Megaport, estão a economia de energia, tendo em vista que os leds representam economia de energia em relação as lâmpadas incandescentes de 90%; halógenas, 85%; fluorescentes, 45%; e fluorescentes compactas de 40%. Além disso, os produtos contam com um acendimento instantâneo, fornecendo 100% de sua capacidade luminosa ao serem ligadas. De acordo com Gonzaga, “Este fator é fundamental para ambientes onde as lâmpadas são ligadas e desligadas frequentemente. Além disso, as luzes contam com vida útil muito superior, onde os LEDS representam 30.000 horas; as incandescentes contam com 1.000 horas, as halógenas, 2.000, etc. Outra vantagem do led é em relação ao calor, as lâmpadas incandescentes/ halógenas dissipam 90% de sua energia em forma de calor e apenas 10% em for-
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O projeto luminotécnico do hotel Pullman São Paulo Ibirapuera é considerado um case no segmento
ma de luz. As Fluorescentes 40% de calor e 60% de luz. Este fator aumenta a temperatura ambiente, gerando desconforto ou consumindo mais energia do ar condicionado. O calor transmitido pelas lâmpadas LEDS é praticamente desprezível, sendo quase 100% da energia transformada em luz”, descreve.
Cas e luminotécnico Em São Paulo existe um hotel que é um verdadeiro case de projeto luminotécnico e ninguém passa pela Av. 23 de maio a noite sem percebê-lo. Trata-se do Pullman São Paulo Ibirapuera que conta com uma iluminação quente branca,
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composta por várias luminárias em sua fachada, que proporciona um contraste agradável com as paredes da torre. Em ocasiões especiais, a cor da luz dos LEDs pode ser alterada graças a um sistema de controle remoto aliado ao painel de controle. Se por fora a iluminação impressiona, no lobby ela fica claramente diferenciada. O projeto de iluminação concebida pelo Studio IX integra tecnologia e arte. Em sintonia com a nova proposta de design de interiores, o projeto de iluminação foi concebido de forma a dar uma identidade particular ao empreendimento, observando aspectos de conforto, versa-
tilidade, eficiência energética e baixa manutenção, componentes fundamentais neste tipo de negócio. No lounge, existe uma grande luminária em Led RGB com variações pré programadas de cor através de uma central DMX. Esta peça de grandes dimensões, define o espaço de convivência formando uma espécie de um grande “tapete voador”. Laminas verticais em policarbonato alveolar surgem do teto, intercaladas com as linhas de led. N a ár e a do re s t au ra nte e x i s te m v á ri o s p e rf i s de a lu mí n i o , d i s tri b u íd o s de f o rma al e ató r i a, o s q u a i s i l u m i n a m o e s p a ç o p o r re f l e x ã o , c ri a n -
Projeto luminotécnico d o , a s s i m , de s e n h o s q u e e v i d enc i a m f i gu ra e f u n do . E s t as p eç a s e x t re m a me n t e d e l g a d as e com p ri da s s ó s e to rn ar am p o s s í v e i s m e d i an te a ut i l i za çã o d a te c n o l o g i a l e d . Mantendo a identidade visual entre as peças do Lounge e Restaurante, o designer Guinter Parschalk fundiu os conceitos e linguagens criando um pendente especial para o Private Dinner, mesclando o perfil de alumínio e lâminas de policarbonato, utilizando spots com leds de 3W (down light) e led RGB (up-light).
Iluminação eficiente Mas como fazer uma iluminação eficiente para atender a várias áreas dos hotéis? Quem responde é Antônio Carlos Bonfato, professor de hotelaria do Centro Universitário Senac - Campus Águas de São Pedro (SP). Segundo ele, nas áreas sociais e de uso comum, a iluminação deve necessariamente valorizar os ambientes, pois o foco da visão é direcionado a algo por meio da iluminação. Em
outros locais, ela deve ser prática, fornecendo a luminosidade necessária para exercer a atividade com salubridade e segurança, como no caso das áreas administrativas. Como o ambiente dos escritórios deve ser produtivo e agradável, a iluminação deve levar em consideração a individualização da luz, hoje disponível com sistemas que permitem escolher tonalidades e intensidade. Já nas áreas de eventos, é necessário ter formas de iluminação variadas, fazendo com que o espaço seja adaptável a vários tipos de ocasiões, desde uma reunião de trabalho até um show musical, pois isto faz uma grande diferença na hora do hotel vender um evento. Como os dormitórios convidam ao relaxamento, a iluminação nestas áreas pede um tom mais quente ou neutro, convidando ao relaxamento e ao aconchego. Uma luz que não deve refletir no espelho é a ideal para se utilizar no banheiro ou próximo à televisão luz, por isto não deve ser muito intensa para criar cenas adequadas e garantir mais conforto.
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Fotos: Divulgação
Spas agregam requinte e novas receitas à hotelaria
Tratamentos de bem estar fazem toda diferença durante a estadia do hóspede
Tratamentos de beleza e bem-estar ganham cada vez mais espaço nos hotéis, proporcionando ao hóspede uma experiência mais agradável durante sua hospedagem
O
mercado dos spas no Brasil tem crescido muito nas últimas décadas e a hotelaria tem visto com bons olhos este serviço, que pode agregar muito mais valor aos serviços prestados.
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Dados da ABC Spas – Associação Brasileira de Clínicas e Spas apontam que o segmento movimentou no ano de 2012 mais de R$ 370 milhões nos diferentes tipos de spas do Brasil, que somam em média mais de 1000
empreendimentos. Atualmente, existem três modalidades de spa, sendo: Urbano, que representa 75% da malha de empreendimentos no Brasil, o qual é estabelecido dentro de cidades e é focado especialmente no combate ao stress, mas também presta serviços estéticos, agregando várias modalidades de tratamentos em algumas horas; Spa Resort/ Hotel, o qual representa 18% dos empreendimentos, e conta com serviços direcionados especialmente ao
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SPA hóspede. Nessa modalidade, a demanda do spa é afetada diretamente pela ocupação do hotel. Em geral, quanto maior a proximidade do empreendimento dos centros urbanos, mais é possível explorar a demanda “local” e de “não hóspedes”, mas o grande enfoque nos serviços é para o hóspede do hotel. O Spa Destino representa 7% do total de spas no Brasil, e tem como principal objetivo oferecer tratamentos completos com objetivos pré-definidos, onde o cliente passa por vários dias de tratamento e só sai após ter o seu objetivo alcançado. Esses empreendimentos ficam localizados longe dos grandes centros urbanos do Brasil.
Conceito milenar Desde os primórdios da humanidade, muitas civilizações antigas veneravam a água como método de cura do corpo, quando guerreiros ficavam imersos em banheiras com águas termais para curar as feridas causadas pela guerra. Existem muitas definições da palavra ‘spa’. Alguns dizem que ela refere-se ao termo em latim, o qual significa “Salut per Aqua”, ou “saúde que vem da água”. Se formos procurar no dicionário o significado da palavra, encontramos a seguinte definição: “Certo balneário da Bélgica. / Local de repouso e recuperação (balneário, dieta, atendimento médico etc.)”. Este local belga continha uma nascente de água quente e era muito frequentado por pessoas a procura de um banho relaxante e reenergizante. Hoje, o mercado de spas está em franco crescimento, com diferentes tratamentos que evoluem constantemente. Atualmente, a concepção desta modalidade de tratamento se tornou muito ampla, aliando o cuidado do corpo, mente e espírito através de diferentes técnicas tradicionais e inovadoras. Agora, os serviços agregam tratamentos corporais os quais englobam preven-
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ção e cura, terapias de bem-estar, beleza e relaxamento, diferentes banhos e rituais do corpo e mente, relaxamento e beleza, além de atividades de meditação como o yoga, e também exercícios de pilates, os quais reprogramam o corpo e a mente. Os hotéis já descobriram que manter um bom spa é uma forma de atrair um novo tipo de hóspede que se preocupa com saúde e bem estar e cada vez mais os homens frequentam este espaço.
Spa Médico O resort Vila Galé Cumbuco, situado em Caucaia (CE), conta com um spa com diferentes tratamentos focados em propiciar ao hóspede o bem-estar do corpo e da mente. O Satsanga Spa Médico possui um Centro de Longevidade e Vitalidade com terapias através das águas. O local é coordenado pelo médico geriatra, Dr. Marcus Castelar Maia, e possui diferentes tecnologias que auxiliam no campo da medicina preventiva e preditiva, sempre atendendo as necessidades do cliente no âmbito do bem-estar e da saúde, sempre sob o olhar médico. De acordo com Diretor de operações do Vila Galé, José Antônio Bastos, a ideia em implantar o Spa, surgiu há vários anos no Hotel Vila Galé Praia, em Portugal, que após ter sofrido profundas obras de renovação, reabriu com um conceito disponível apenas para pessoas com mais de 16 anos e caracteriza-se pelo requinte e serviço personalizado que proporciona a todos os seus clientes. “O sucesso e adesão dos clientes foi imediato. Assim, decidimos replicar o conceito do SPA Satsanga às novas unidades que fomos abrindo. Hoje, a marca, conceito e padrões de atendimento e qualidade, são da Vila Galé, e a operação é terceirizada. A existência de spa agrega muito valor e complementa a gama de serviços oferecidos aos nossos hóspedes, possibilitando em lazer ou negócios,
usufruir de momento de relaxamento e beleza, num ambiente especialmente preparado para isso”, conta. O Statsanga Spa Médico do Vila Galé Cumbuco conta com terapias inéditas no Nordeste brasileiro, conhecidas como Duche Vichy e Hammann em uma estrutura de 3.000 m², distribuídos em 14 salas de atendimento, piscinas, saunas, banhos e duchas terapêuticas. O local conta com uma equipe médica formada por médicos geriatras, fisioterapeutas, educadores físicos, psicólogos, nutricionistas, massoterapeutas, além da equipe de apoio. Os tratamentos do spa são divididos em categorias, sendo: Carpe Diem Spa, o qual oferece a Caminhada Orientada na praia – Atividade física ao ar-livre, monitorada e acompanhada; Reflexoterapia – Estímulo de áreas reflexas dos pés que objetiva reequilibrar a circulação da energia; Massagem CELOVI - Inspirada na harmonia do mar, as mãos do terapeuta dançam como as ondas proporcionando bem estar e conforto, e o Circuito Terma Livre, o qual reúne atividades na Piscina, Jacuzzi, duchas terapêuticas, sauna seca e banho turco. A segunda categoria de tratamentos oferecida pelo espaço é o Aqua Spa, o qual conta com os serviços: Watsu - Terapia que utiliza a leveza do corpo na água, aplicando técnicas suaves que proporcionam relaxamento completo; Hamman – Hidroterapia que combina os efeitos dos vapores e da esfoliação, que juntos promovem a desintoxicação e purificação corporal; Hydra – Tratamento de limpeza e nutrição que devolve à pele a condição ideal de hidratação e suavidade; e o Circuito Terma Livre. Outra categoria de tratamentos do empreendimento é a Spa Detox, a qual oferece as seguintes opções: Duche Vichy – Terapia que concilia os benefícios da hidroterapia,
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O Satsanga Spa Médico, possui um Centro de Longevidade e Vitalidade com terapias através das águas
da termoterapia e da massoterapia; Reflexoterapia – Estímulo de áreas reflexas dos pés que objetiva reequilibrar a circulação da energia; Massagem Satsanga Crânio Facial – Alívio de tensões do pescoço e dos ombros e no relaxamento dos músculos faciais e do couro cabeludo; e o Circuito termal livre.
Tratamento masculino Situado no hotel Grand Hyatt São Paulo, na capital paulista, o Amanary Spa oferece aos seus hóspedes e clientes diferentes tratamentos tanto para o público masculino quanto para o feminino, sempre respeitando os padrões internacionais da rede Hyatt. Atualmente, do seu público total, 50% são homens, o que representa que não só as mulheres se interessam em seu bemestar. De acordo com Ana Flores, Gerente do Amanary Spa e ge-
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rente Senior para os Spas Hyatt das Américas, “O spa complementa a experiência do hóspede no hotel. Consideramos que o hóspede está fora de sua zona de conforto e precisamos oferecer todas as opções de cuidados e mimos para tornar sua permanência conosco inesquecível. Normalmente os spas são mais frequentados por mulheres mas no caso específico do Amanary spa, ele é frequentado igualmente por homens e mulheres. O fato de nosso hotel ser de negócios, o público masculino sente-se muito a vontade em nosso ambiente”, comenta a executiva. Por conta da procura dos homens pelos serviços do spa, o hotel lançou no mês de agosto um tratamento exclusivo para eles. O Back & Foot By Samia, conta com óleos essenciais, esfoliação, máscara de argila e massagem nos pés e costas, o tratamento
beneficia a circulação e rejuvenesce a pele. O passo a passo envolve um escalda pés seguido de reflexologia, além de esfoliação das costas e desinfecção com toalhas quentes e óleo Tea Tree, de ação antisséptica. Em seguida, a máscara de argila marrom é aplicada, com efeito purificante, adstringente, remineralizante e cicatrizante, eficaz contra acne e espinha. Esta aplicação rejuvenesce o tecido e contribui para a revitalização celular, uma vez que ativa a circulação. Finalizando o tratamento, que tem 90 minutos de duração, o hóspede recebe vinte minutos de massagem nas costas, com duas opções de óleo: o Natural Healing Muscle – composto por óleos vegetais brasileiros de Andiroba e Copaíba, oito óleos essenciais e com a função de relaxar a musculatura –, ou o Skin – indicado para peles sensíveis e secas, com o objetivo de conferir um aspecto liso e macio à cútis, contendo óleos essenciais calmantes e óleos ve-
SPA getais. Segundo Ana Flores, os elevados padrões de beleza presentes hoje na sociedade já atingem os homens de maneira mais concentrada. “Quando os homens não procuram por espontânea vontade um tratamento como esse, são as mulheres que acabam influenciando os homens mais facilmente, seja por meio de dicas entre amigos ou conselhos entre parceiros e cônjuges. É muito comum ver no Amanary Spa casais realizando tra-
tamentos juntos”, afirma. O Spa conta com alguns tratamentos exclusivos da marca, como o Coffee Sensation, o qual é à base de café, o Vinotage (á base de vinho) e o Tratamento Corporal de Maracujá, os quais agregam mais valor aos serviços prestados. O hotel também possui pacotes de Day Spa, o qual é direcionado para usuários que não estejam hospedados no empreendimento.
Da gestante à criança O resort Grand Palladium Imbassaí, localizado no litoral Norte da Bahia, mantém desde sua inauguração um spa o qual fornece tratamentos para todos os públicos. A ideia de ter um spa como parte integrante do Resort surgiu quando os executivos da rede sentiram a necessidade de manter em todos os empreendimentos uma maior variedade de serviços para os hós-
O Amanary Spa conta com tratamentos exclusivos para o público masculino, como o Back & Foot By Samia
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pedes. “Esta ideia foi implantada desde o primeiro Grand Palladium, na Rivera Maya (México) há 14 anos. Aqui no Brasil, desde a inauguração do Resort, seguimos o mesmo mode-
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lo de sucesso com áreas úmidas e de terapias - adaptando-o ao tamanho do hotel. As normas para estabelecer um spa são as mesmas necessárias para a operação do estabelecimento,
ou seja, é preciso contar com piscinas, tratamento de água, higiene, normas de segurança etc. E a marca também tem normas, todas as unidades do “Zentropía Spa” precisam
SPA No Zentropía Spa, do Grand Palladium Imbassaí, as futuras mamães recebem a Massagem Carinho Maternal
ter os procedimentos e os terapeutas precisam ter certificados de massagem e terapia”, afirma Daniel Ortiz, Coordenador do Zentropía Spa do Grand Palladium Imbassaí.
A marca Zentropía Spa foi lançada pela rede Palladium Hotel Group em meados de 2012. Anteriormente, cada empreendimento do grupo possuía uma
marca de spa própria, a qual era negociada com empresas terceirizadas da região, e para se manter um padrão de qualidade nos serviços prestados, a rede lançou a marca Zentropía Spa. De acordo com Ortiz, “Os principais serviços que os hóspedes solicitam são massagens de relaxamento e para casais, que exigem sobre tudo um procedimento tranquilo e agradável, um tratamento cordial e atencioso, sendo exatamente o que recebem no Zentropía Spa”. O local oferece aos hóspedes diversos tipos de massagem, as quais contam com técnicas de relaxamento focadas em aliviar o cansaço muscular. Durante a massagem, os terapeutas utilizam óleos naturais com semente de uva, que possuem função antioxidante. As massagens vão desde a pré-natal (indicadas para gestantes), seguido por relaxamentos profundos e descontracturante, massagens de pedras quentes, cura stress e a massagem da casa chamada de Zentropía, a qual utiliza cinco técnicas diferentes: Reflexologia, relaxamento profundo, shiatsu (pontos de pressão) e aromaterapia, com uma duração total de 80 minutos, ideal para liberar todo o estresse. Os tratamentos faciais também são muito utilizados pelas hóspedes. Dentre as modalidades oferecidas pelo Zentropía Spa, estão tratamentos diferenciados com aparatologia de ponta, como a corrente galvânica, a qual auxilia a pele a absorver os ativos dos cremes e máscaras aplicadas. As clientes poderão optar por uma Limpeza Profunda; Anti-idade; Colágeno; Pele sensível (com alguma reação alérgica ou com problemas de rosácea) e tratamentos de colágeno anti-stress para os olhos que é ideal para cansaço ocasionado por uma noite de festas. Por se tratar de um resort, o qual
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SPA No Pandora Spa, situado no Unique Garden Hotel & Spa, as massagens são feitas com ervas colhidas no próprio hotel, cultivadas sem agrotóxicos
reúne inúmeras atividades para toda a família, o Grand Palladium mantém a disposição um Spa Kids, o qual inclui serviços para os meninos e meninas, que vão desde massagens nas mãos, pés e costas, até a tratamentos faciais e penteados diferentes (com spray colorido). De acordo com Daniel Ortiz, “Contamos também com maquiagem para meninas e polimento unhas das mãos e pés. O tratamento tem uma duração de 50 minutos aproximadamente e é feito por nossas massagistas profissionais. Os pais podem assistir ao tratamento para tirar fotos e é possível que combinem horários para fazer tratamentos e desfrutar da experiência spa juntos, pais e filhos”, ressalta o executivo.
Equipe e tratamento próprio Com o objetivo de proporcionar ao hóspede um local onde ele possa encontrar descanso e relaxamento, o Unique Garden Hotel & Spa, localizado em Mairiporã (SP), mantém desde sua inauguração o Spa Pandora, o qual propicia ao cliente diferentes tipos de tratamentos que aliam saúde e bem-estar, focando no corpo, mente e espírito através de um cuidado holístico. De acordo com Hermes Redondo, coordenador de Spa & Fitness do empreendimento, o Spa conta com uma equipe própria de terapeutas, fisioterapeutas e esteticistas qualificados para aplicar todos os tratamentos e cuidados estéticos. O grande diferencial do empreendimento é a utilização de protocolos exclusivos com ervas cultivadas sem agrotóxicos e os tratamentos únicos e personalizados. “Outro grande diferencial é a água utilizada no spa, certificada como oligomineral, proveniente de fontes subterrâneas de bilhões de anos. Os
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agendamentos podem ser realizados no momento da reserva ou no período da hospedagem, dependendo da intenção e da necessidade de cada
cliente. Além do conforto e qualidade, o cliente sempre procura um serviço diferenciado como os tratamentos que utilizam produtos natu-
SPA
rais. Temos uma gama de opções de tratamentos de assinatura, como por exemplo a ´Signature Treatments´”, comenta Redondo.
Dentre os tratamentos que contemplam a Signature Treatments, estão: Esfoliação Exclusive | Sal do Himalaia 100’: Esfoliação corporal a
qual utiliza grãos e sal do Himalaia para remover as células mortas e as impurezas da pele. Após a aplicação desses ingredientes, o cliente
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SPA passa por um banho de imersão e hidratação corporal para ativar a circulação sanguínea e revitalizar a pele; Massagem Unique Garden | Seis Mãos 70’: Aplicada por três terapeutas sincronizados, esta massagem corporal é realizada com óleo aquecido. Promove o relaxamento físico e mental. Associada à aplicação de pedras nos chakras, proporciona o realinhamento energético; Supremacia Européia 100’: Massagem corporal com leves movimentos articulares. Diminui as tensões dos ombros, pescoço, cabeça e face relaxando e revigorando a musculatura; Realeza Oriental 100’: A combinação da arte do shiatsu, reflexologia podal e harmonização dos chakras, através da energia de pedras semipreciosas. Esta terapia é indicada para o equilíbrio dos órgãos vitais, através dos meridianos e para a harmonização energética. Induz a um grau de relaxamento profundo; Rasul 110’: Indicado para desintoxicar, esfoliar, nutrir e revigorar a pele através dos benefícios terapêuticos da argila, sauna a vapor, banho de imersão e hidratação corporal.
Saúde e beleza aliadas Localizado na Praia da Enseada, no Guarujá (SP), o Casa Grande Hotel conta desde 1995 com um Spa, o qual apresenta aos hóspedes e clientes diversos tipos de tratamento de beleza, saúde e relaxamento. De acordo com Lourival de Pieri, Diretor geral do hotel, o spa passou por grande reformulação há dois anos: “Iniciamos o Spa em 1995 e desde o início queríamos ter a qualidade de um Spa médico dentro de um hotel 5 estrelas. Mantivemos até 2012 o Spa Médico de Sorocaba com uma parceria com o já falecido Dr. Mauro Moura, e após essa data, reformulamos totalmente o Spa, mantendo o perfil médico com os diretores Dr. Felippo Pedrinola e Dra. Alessandra Rascovski e assim implantamos há 2
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anos o Spasíssimo”, afirmou. O local é ideal para hóspedes que acabam visitando o empreendimento durante Convenções, pois através dos tratamentos oferecidos, o cliente consegue relaxar e cuidar da estética ao mesmo tempo. Atualmente, o Spasíssimo é frequentado por 60% mulheres e 40% homens, com tratamentos que buscam proporcionar ao cliente qualidade de vida, reeducação alimentar e emagrecimento. Dentre os programas específicos oferecidos pelo Spa, estão: Gestante Bebê, Relaxamento, Wellness e Maturidade. De acordo com de Pieri, após a reformulação dos serviços do Spa, foi registrado um aumento de cerca de 11% na taxa de ocupação do hotel. “Temos um público frequente durante o ano, o padrão de qualidade das instalações foram totalmente reformulados, inclusive com piscina de borda infinita e saunas seca e úmidas separados em alas femininas e masculinas”, frisou. No menu de serviços do Spasíssimo, são oferecidos tratamentos de massagem, detox, facial, gordura localizada, celulite, flacidez corporal, entre outros. O spa também oferece aos seus clientes o Hair Services, o qual contempla escova, hidratação capilar, maquilagem, penteado, depilação, manicure, entre outros; Serviços clínicos, o qual possui consulta nutricional, terapia comportamental, consulta odontológica, acupuntura, clareamento dental a laser, consulta fitoterápica, consulta médica; Serviços Fitness, com Pilates solo e no aparelho, watsu, persona, tennis, surf; entre outros tratamentos que contemplam não somente a área estética, mas também a saúde do corpo como um todo. O Nobile Suítes Beach Class Executive, localizado em Recife (PE), acaba de lançar o seu mais novo espaço de relaxamento e
bem-estar. A marca recifense Unno Spa será responsável pelo local, que oferece tratamentos diferenciados aos hóspedes de negócios e lazer. No Unno Spa os produtos são da linha espanhola Germaine de Capuccini, com 50 anos de atuação no mercado. Na estrutura voltada ao relaxamento há espaços acolhedores e relaxantes, serviços exclusivos de sauna seca e a vapor (ao público masculino e feminino),
SPA
O Spasíssimo, situado no Casa Grande Hotel (SP), oferece aos clientes diferentes opções de tratamentos estéticos e de saúde
lounge de relaxamento, salas de massagem, cromoterapia, terapia energizante com pedras quentes e reflexologia natural. O menu de rituais é o grande destaque com terapias corporais e faciais, tratamentos estéticos manuais, sinergia dos óleos essenciais e a organicoterapia que são terapias Detox. Serviços de manicure, pedicure, maquiagem, sobrancelha, depilação e
cortes feminino e masculino, são disponibilizados se reservados previamente. Para Danielle Soares, Gerente Geral do hotel, a incorporação deste espaço traz um novo conceito aos serviços realizados no empreendimento. “Em dias semanais, nosso principal cliente é o de negócios, e disponibilizar à eles um momento para relaxar após o trabalho é a nossa prioridade”, explica.
No Unno Spa os produtos são da linha espanhola Germaine de Capuccini, com 50 anos de atuação no mercado
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Sazonalidade
Fotos: Divulgação
Sazonalidade na hotelaria: Como combatê-la de forma rentável
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Sazonalidade Maio, dezembro e janeiro são os meses em que a baixa ocupação assombra diferentes tipos de meios de hospedagem, sejam resorts ou hotéis corporativos nos grandes centros urbanos. Afinal, como manter a rentabilidade nas baixas temporadas?
P
or mais diferenciais que os empreendimentos hoteleiros busquem oferecer a seus hóspedes, existe um mal que atinge a todos eles: a sazonalidade. Pode acontecer em diferentes meses do ano para cada hotel ou resort, dependendo de seu segmento, porém, todos estudam como combatê-la da melhor maneira. O mês de maio geralmente registra o pior desempenho dos resorts no Brasil e a maioria não consegue ocupação acima de 40% neste período. Já os hotéis corporativos sentem os efeitos nos meses de dezembro e janeiro. Mas juntos, procuram soluções para serem rentáveis mesmo em período de baixa ocupação. O período das férias traz com ele uma velha preocupação para uma parte dos hotéis. Historicamente é um mês de pouca movimentação em diversos setores do trade nacional e o que registra o pior desempenho dos resorts durante o ano todo. É muito comum neste período, companhias aéreas e agências de viagens promoverem grandes promoções para atrair clientes e, assim, aquecer mais o turismo nacional. O mês de maio geralmente é o mais temido pelos hotéis, pois está próximo a feriados prolongados, como o carnaval, páscoa e Tiradentes, além disso, maio fica a um mês das férias escolares. O sonho de todo hoteleiro é ter uma grande movimentação de hóspedes no mês de maio usufruindo de todos os serviços oferecidos, mas a realidade é outra e o setor de lazer é o que mais sofre com a sazonalidade deste mês. Combater a sazonalidade se torna essencial e uma das alterA cidade do Rio de Janeiro aposta em eventos para combater a baixa temporada da hotelaria
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Sazonalidade
O Hotel Beira Mar Itapema (SC) realiza parcerias com OTAs e promove captação de eventos para combater a sazonalidade
nativas adotadas por alguns empreendimentos é a captação de eventos nos períodos de baixa temporada.
Interferência de fatores climáticos O clima pode contribuir tanto positivamente quanto negativamente no sucesso de ocupação de um empreendimento hoteleiro e os localizados na região Sul do Brasil sabem o quanto as condições climáticas podem interferir. Geralmente, o turista tem a ideia de que o clima nesta região é sempre frio neste mês de maio, porém, em alguns locais litorâneos da região, é possível encon-
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trar um clima agradável. O Hotel Beira Mar Itapema está localizado a poucos metros do mar e é o terceiro polo turístico de Santa Catarina, com acesso privilegiado às principais atrações do estado catarinense como o Parque Beto Carreiro World (45km), Balneário Camboriú (15km), Florianópolis (60km) e Blumenau (70km). Mesmo assim sente forte os efeitos da sazonalidade, que começa no mês de maio e dura vários meses. Dentre as principais ações que o empreendimento realiza para combatê-la, estão parcerias com as OTA’s
— Online Travel Agency, captação de eventos, dentre outras. “A região Sul é a que mais sofre com a sazonalidade nos resorts e hotéis de lazer, pois o turista vincula o frio que ocorre na serra com a região litorânea, e na verdade não é isso que acontece, pois sempre temos um clima bom até o mês de maio. Para mantermos a rentabilidade de nosso negócio trabalhamos na captação de eventos que viabilizam alguns meses deste período crítico. Também apostamos nos grupos da melhor idade: para se ter uma ideia, na última baixa temporada, tivemos uma ocupação
Sazonalidade no Senado no Projeto Lei 0488/2003 que cria o Vale Hospedagem. Este Projeto já foi aprovado em todas as comissões e está desde 2010 aguardando para ir ao Plenário do Senado para aprovação. Através dele as empresas poderão conceder um incentivo aos seus colaboradores e abater em até 5 % do Imposto de Renda a pagar. Com esta ação, além de proporcionar ao trabalhador a oportunidade de descansar nos hotéis e conhecer o seu País, irá aumentar muito a ocupação dos empreendimentos em baixa ocupação, pois o mesmo só será válido para estes períodos”, enfatiza Nunes.
dos de baixa ocupação. Em 2013, a ocupação média de resorts atingiu 56%, segundo dados consolidados pelo SENAC para a Resorts Brasil referentes ao primeiro semestre de 2014. De acordo com o levantamento, a ocupação entre 50 empreendimentos do gênero cresceu 7,78% em relação ao primeiro semestre de 2013, e a receita média indexada subiu 4,65% no mesmo período. “Às vezes, alguns esforços em mídia, entre outros, por si só não geram resultados, justamente pela falta da demanda. Insistir em ações que não resultam positivamente é um erro que às vezes é cometido”, comentou Guijarro.
Foco em novos públicos Trabalhar com importantes nichos de mercado de públicos segmentados, como a melhor idade, por exemplo, pode ser uma das saídas para combater a sazonalidade. De acordo com Daniel Guijarro, Presidente da Resorts Brasil – Associação Brasileira de Resorts, promoções, semanas temáticas e atendimento ao público corporativo também são medidas adotadas por alguns empreendimentos nos perío-
de 80%, somente com esse segmento. Temos também um restaurante aberto ao público, onde realizamos algumas ações de marketing focadas na população local e com isto viabilizamos a manutenção da equipe de A&B durante o ano todo, ao mesmo tempo em que temos um treinamento constante neste setor”, afirma Luiz Carlos Nunes, Diretor do Hotel. Segundo ele, o setor de turismo brasileiro deveria contar com mais projetos de incentivo para que o brasileiro viajasse mais e enquanto ele foi Presidente da ABIH Nacional — Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de 2002/2004, deu uma grande contribuição. “Demos entrada
Público Corporativo Se o segmento de lazer sofre bastante com os reflexos da sazonalidade, a hotelaria corporativa sofre um pouco menos, mesmo registrando baixa ocupação nos meses de dezembro e janeiro — o que é compensado pela alta temporada dos empreendimentos de lazer. De acordo com dados do FOHB, a média de ocupação dos hotéis associados à entidade foi de 65,25% no ano de 2013. Até outubro de 2014, a ocupação média
Daniel Guijarro – “Insistir em ações que não resultam positivamente é um erro que às vezes é cometido”
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Sazonalidade no acumulado do ano era de 63,81% (amostra de 467 hotéis e 71.629 Uhs). Para a entidade, o Revenue Management, ou gerenciamento de receitas sempre será uma ótima ferramenta para lidar com a sazonalidade, pois permite que os empreendimentos maximizem sua ocupação, praticando preços adequados com a demanda em cada período. Por exemplo, na baixa temporada, quando a busca é menor, os hotéis podem utilizar dessa prática para adequar seus preços e assim atingir um maior público – é o que usualmente acontece aos finais de semana em São Paulo (SP) e vice-versa.
Mudança de vocação O Rio de Janeiro é a principal porta de entrada de turistas estrangeiros no Brasil e a cidade que registra a mais alta taxa de ocupação hoteleira, mas ao contrário do que muita gente imagina, o segmento de lazer representou 34,35% de ocupação na cidade em 2013. Por sediar um grande número de empresas de grande porte e estatais, como a Petrobrás, a vocação da capital fluminense mudou nos últimos anos para eventos, pois o público de lazer se concentra apenas nos meses do verão. De acordo com dados da ABIH/RJ — Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro, cerca de 41,40% dos room nights foram vendidos por motivo de trabalho ou negócios, somados a 10,65% de hóspedes que visitaram a cidade para participar de convenções, congressos ou feiras, totalizando 52,05 % de ocupação para o segmento corporativo. A malha hoteleira fluminense consegue manter-se rentável o ano inteiro devido aos grandes eventos realizados. A média de ocupação anual da capital gira em torno de 80%. Apesar de ter o clima quente durante grande parte do ano, o turismo de lazer é mais sazonal, concentrando-se somente nos períodos de férias e de verão. Já o público corporativo acaba sendo menos sazonal, mantendo os níveis de ocupação altos durante o ano todo. Na capital carioca o ano de 2013 fe-
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chou com 71,86% de ocupação e a expectativa de Alfredo Lopes, Presidente da ABIH/RJ é que neste verão que termina no próximo mês de março de 2015, a taxa média de ocupação fique em 80%. Segundo ele, existe um trabalho contínuo de divulgação do destino em feiras de turismo do Brasil e do exterior, além de um forte trabalho do Rio Convention & Visitors Bureau para a captação de eventos para a cidade, visando manter a alta ocupação durante o ano. Também existe um trabalho de parceria com empresas aéreas para incentivar a vinda de turistas. Atualmente está em andamento uma parceria com a TAM Viagens, com preços promocionais em pernoites nos hotéis e passagens aéreas para o mercado nacional, especialmente São Paulo. Para Lopes, um calendário forte de eventos, não somente corporativos, mas também de lazer, como shows e festivais, mantém tanto o turismo de lazer, quanto o corporativo aquecidos. “O trabalho de divulgação do destino no Brasil e no exterior também são fundamentais. Em parceria com o Rio CVB, são realizadas diversas press trips com jornalistas nacionais e internacionais que ajudam a propagar os atrativos do destino”, opina o presidente da entidade.
Fatores externos Fatores como a economia de outros países, também afetam a sazonalidade dos hotéis brasileiros, bem como a atual situação econômica brasileira. O mundo é globalizado, logo um impacto econômico em um país definitivamente afeta a economia como um todo. “Um exemplo claro foi a crise econômica internacional em 2008. A presença de estrangeiros em resorts representava 40% da ocupação em 2007. Devido à crise econômica em países da Europa e EUA, houve uma queda brusca de estrangeiros e atualmente este segmento representa 12% da nossa ocupação. Outro ponto é a variação do dólar frente ao real que também tem sua influência. Dólar baixo significa mais brasileiros gastando no exterior. Real fortalecido,
Alfredo Lopes – “O trabalho de divulgação do destino no Brasil e no exterior também são fundamentais”
mais brasileiros viajando pelo país e estrangeiros vindo para o Brasil”, opinou Daniel Guijarro. A Hotel Invest divulgou recentemente na 6ª edição do Panorama da Hotelaria Brasileira dados que apontam que a ocupação média dos hotéis brasileiros teve queda de 3% no ano de 2013 e a diária média desacelerou fortemente (decréscimo de 0,5%, contra crescimento de 7,7% em 2012). De acordo com o estudo, essa baixa é resultado de diversos fatores, como a inflação alta e resiliente; o forte aumento dos juros pelo Banco Central; a deterioração da balança de pagamentos, em especial as transações correntes e a forte desvalorização cambial, que acabaram afetando o volume de viagens de negócios e eventos para empresas. O mercado hoteleiro mundial também acabou sofrendo com a baixa ocupação por conta das crises nos Estados Unidos, Ásia e na Europa. Além desta sequência de notícias ruins, outros fatores também são responsáveis pela queda na ocupação dos hotéis, como por exemplo, a superoferta de quartos devido à inauguração de novos empreendimentos. Além disso, a alta dos custos operacionais e de mão de obra também são responsáveis por isso.
Sazonalidade
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Fumar nos apartamentos
fotos: divulgação
Fumar ou não fumar nos apartamentos dos hotéis? Eis a questão!
Com lei a nível nacional, o hábito de fumar em ambientes de fechados e de uso coletivo podem gerar multas ao estabelecimento de até R$ 1,5 milhão
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Fumar nos apartamentos Com as restrições da lei antifumo os apartamentos dos hotéis se tornaram os últimos redutos dos fumantes, mas o cerco continua apertando e muitos hotéis resolveram radicalizar ao não aceitar fumantes, o que já é uma tendência mundial
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lei antifumo entrou em vigor a nível nacional no último dia 3 de dezembro e já encontra muitas polêmicas nos hotéis quanto à proibição do fumo em ambientes coletivos principalmente de restaurantes, bares e hotéis. Muitos empresários desses estabelecimentos acreditavam que esse cerco fechado contra os fumantes, afugentasse ou até mesmo diminuísse o número de clientes e hóspedes e consequentemente amargariam com os prejuízos. Porém, como nas leis sempre existem algumas brechas, na lei antifumo não podia ser diferente, e um dos artigos é brando e permite o fumo nos apartamentos dos hotéis, já que são considerados íntimos dos clientes como nas suas próprias casas e, também a fiscalização nesses lugares ferem o direito à privacidade. Com essa abertura da lei, o segmento hoteleiro não teria tantos prejuízos e os fumantes poderiam fumar livremente nos apartamentos que são os últimos redutos de ambientes fechados. Mas será mesmo que os hotéis obtêm alguma vantagem permitindo o fumo nos apartamentos? Como os apartamentos dos hotéis são os únicos lugares que restam para os hóspedes fumarem sem serem punidos, a equipe de governança dos hotéis possui um trabalho a mais na higiene e sanitização dos locais, pois eliminar aquele incômodo cheiro da fumaça não é uma tarefa fácil e requer tempo e cus-
tos. Abrir portas e janelas para arejar ou mesmo aplicar um produto para sequestrar odores, podem surtir efeito, mas dependendo do tempo de exposição, a ação não é suficiente. O ideal é que as cortinas sejam retiradas frequentemente para lavagem e substituídas e as poltronas e peças com revestimento também deverão ser higienizadas com maior cuidado. No caso do enxoval não há necessidade de um processo especial, a higienização é normal. Além desta preocupação com lavagem e higienização, existe o tempo que soa como custo, pois em vários hotéis existe uma quota mínima de apartamentos para uma única camareira limpar e contratar mais funcionários nem sempre faz o orçamento bater no final do mês. Geralmente o número de camareiras varia de acordo com a categoria do hotel. Os de padrão executivo, a proporção é de uma camareira para 16 apartamentos. Nos hotéis de luxo, a proporção é de uma para cada grupo de nove a 12 apartamentos.
Higienização complicada A Presidente da ABG – Associação Brasileira das Governantas e Profissionais da Hotelaria, Maria José Dantas, explica que em razão dos apartamentos serem os últimos redutos dos fumantes, de certa forma essa concentração tem gerado uma facilidade na logística da governança. “A quantidade de fumantes vem diminuindo, acho que as pessoas têm se preocupa-
do mais com a saúde. Desde que a lei antifumo entrou em vigor, criou muita dificuldade para os fumantes, isso de certa forma, fez baixar o número de fumantes nos hotéis”, frisa Maria José. Mesmo com essa diminuição do número de fumantes nos hotéis, a Presidente da entidade, que também presta serviço de consultoria e treinamento para vários empreendimentos hoteleiros, aponta que é muito comum ocorrer problemas com queimaduras provocadas por cigarro em produtos e equipamentos dos apartamentos, como no enxoval de cama, criados mudos, mobiliários e cortinas, e isso acaba gerando prejuízos e custos ao hotel. “Em alguns hotéis que presto consultoria tivemos peças muito caras do nosso enxoval queimadas, assim como as mesas de centro ou de canto, que são as preferidas para apoiar o cigarro aceso. Mas isso é muito comum quando os fumantes ocupam os apartamentos não-fumantes, pois estes não possuem cinzeiro. Alguns hotéis preferem correr este risco, pois dependendo da taxa de ocupação, o hóspede é informado pela recepção que o andar em que encontra seu apartamento é para não fumante, e que ali há restrições, e mesmo assim o hóspede fuma. Alguns descuidados acabam causando danos”, enfatiza Dantas. Mesmo sem queimar móveis, objetos ou enxoval um hóspede fumante aumenta o custo da operação em um hotel. As cortinas precisam ser lavadas com maior frequência. No caso de ter que bloquear o apartamento por causa do cheiro forte ou danos no mobiliário, há um impacto maior. Nem sempre a reposição de um material danificado é rápida e muitas vezes depende de marceneiro, aprovação de
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Fumar nos apartamentos orçamento, do controller, entre outras variáveis. A implantação da política de 100% não fumante por alguns hotéis é muito boa e considerada uma tendência mundial, mas existe o risco de além de perder o hóspede fumante, assim como o não fumante. “Já me hospedei em hotéis que adotaram essa política de 100% não fumante e encontrei o meu apartamento com cheiro de tabaco. Vejo que o controle é muito difícil. É muito delicado você vigiar o que o hóspede faz dentro dos apartamentos, é quase uma invasão de privacidade. Uma outra solução menos drástica é os hotéis reservarem andares exclusivos para fumantes, pois dificilmente um nãofumante conseguiria ficar em um apartamento com cheiro de tabaco. Isso é um assunto muito sério para o hotel que necessita se posicionar de forma clara”, assegura Maria José.
Hotel exclusivo para não fumante Foi isto que fez o hotel Grand Hyatt São Paulo que passou a adotar há alguns anos a política de hotel 100% antifumo e essa medida veio de encontro em oferecer um ambiente mais agradável e higiênico aos clientes. De acordo com o Diretor de Vendas e Marketing do Hotel, Silvio Araújo, a implantação desse conceito colocou o Grand Hyatt São Paulo em sintonia com a política global da companhia, que já adota a prática de hotel 100% antifumo em muitas regiões do mundo. “Acreditamos que isso vem de encontro ao desejo da sociedade, uma vez que é uma prática extensivamente apoiada também dentro de outros setores organizados da sociedade brasileira. É uma tendência que veio para firmar-se como algo defini-
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Maria José Dantas – “Já me hospedei em hotéis que adotaram essa política de 100% não fumante e encontrei o meu apartamento com cheiro de tabaco”
tivo e também uma demonstração de respeito com o hóspede que vai ocupar em seguida o apartamento”, frisa Araújo. Outro ponto que Araújo, destaca sobre o fumo nos apartamentos é a questão da higiene. “É extremamente desagradável e anti-higiênico oferecer um apartamento com cheiro de cigarro a alguém que acaba de chegar de viagem e deseja um apartamento limpo e impecável, e isto compromete totalmente a boa primeira impressão que queremos criar em nossos hóspedes e também a experiência como um todo”, completa Araújo. Questionado sobre a receptividade dos hóspedes em relação ao novo conceito do hotel, Araújo, diz que “alguns hóspedes questionaram nossa iniciativa, mas tivemos muito mais comentários positivos do que negativos sobre a medida”. Com relação à existência de alguma punição para o hóspede flagrado fumando em algum ambiente do hotel. Araújo explica, “O hóspede flagrado fumando em alguma dependência do empreendimento é imedia-
tamente orientado pela divisão de hospedagem que não pode fumar. Abordagem é direta e explícita. Caso ele persista em não respeitar as regras, as despesas de limpeza e desodorização do apartamento correrão por conta dele e suas futuras reservas não mais serão aceitas. Vale lembrar que nosso hotel possui sistema de detecção de fumaça nos apartamentos que está calibrado para detectar o hóspede fumante”, conclui Araújo.
Pioneirismo Se implantar esta medida num hotel padrão luxo pode causar controvérsia, o que dizer de um hotel padrão econômico que pertence a uma rede internacional? O Gerente de Operações da marca Ibis da Accor, Francisco Sobrinho, explica que a rede Accor foi uma das primeiras no Brasil em adotar a política de hotéis 100% antifumo e que o Ibis Morumbi foi o primeiro hotel da rede a seguir esta política. Os critérios que a rede adota para implantar esse conceito é para cada dois hotéis da bandeira Ibis instaladas em uma capital ou região, uma
Fumar nos apartamentos é 100% não fumante. Sobrinho ainda complementa que com essa experiência foi possível detectar que os clientes preferem um hotel 100% antifumo. Tendo em vista a satisfação dos hóspedes com a inserção desse novo conceito, Sobrinho assegura que a taxa de ocupação dos hotéis que adotaram a política de 100% antifumo não foi afetada, mas sim um aumento no contentamento por parte dos clientes que querem encontrar um apartamento higiênico e sanitizado corretamente. E se um hóspede fumar dentro de um hotel Ibis 100% antifumo, o que acontece? “Ao fazer a reserva o hóspede é informado, assim como no check-in da recepção e comunicação em pontos estratégicos de que é proibido fumar em todos os ambientes do
hotel. Caso o cliente seja flagrado fumando, nós o orientamos que não é permitido, mas não punimos por essa atitude”, diz Sobrinho. Outro dado importante que ele destaca com a relação ao custo-benefício em adotar a medida, é que alguns utensílios e mobiliários dos apartamentos não precisam ser lavados com muita frequência, e isto acaba gerando diminuição nos gastos com produtos químicos e contribuindo com o meio ambiente. Além disso, houve uma queda na aquisição e manutenção dos mobiliários, e consequentemente menos incidentes causados pelo cigarro.
Tecnologia para eliminar odores indesejados Investir em tecnologia para eliminar odores indesejados de mofo e cigarro, assim como li-
Silvio Araújo – “É extremamente desagradável e anti-higiênico oferecer um apartamento com cheiro de cigarro a alguém que acaba de chegar de viagem”
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Fumar nos apartamentos
Mesmo sendo uma rede econômica, os apartamentos do ibis, como os Style, possuem uma política 100% antifumo
vrar o ambiente de ácaros e bactérias nocivas é uma boa solução para agradar hóspedes fumantes e não fumantes, assim como ter apartamentos disponíveis para reserva em qualquer período. Foi pensando nisto que o hotel Bourbon Alphaville numa postura inovadora adotou a desinfecção dos apartamentos por meio da nebulização a frio. Esse serviço é bastante eficiente, no
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combate as bactérias, ácaros e fungos e ainda protege, previne e conserva o local sanitizado. Outra vantagem é que não deixa resíduos, cheiro ou manchas e os apartamentos ficam totalmente hipoarlegênico, ou seja, o hóspede que se instalar nesse ambiente não terá nenhum tipo de alergia e não ficará exposto a organismos nocivos a saúde. Além disso, a película
protetora preserva e conserva as instalações, reduzindo custos com a manutenção e troca de cortinas, cúpulas de abajur, quadros, entre outros objetos. Com esta ação, o Hotel Bourbon Alphaville se destaca no mercado e inicia um movimento no setor hoteleiro que aponta melhores índices de satisfação clientes/colaboradores e redução nos custos de manutenção.
Fumar nos apartamentos
A equipe de governança dos hotéis possui um trabalho a mais na higiene e sanitização, pois eliminar aquele incômodo cheiro da fumaça não é uma tarefa fácil e requer tempo e custos
Cobrança eventual de limpeza O hotel Pullman São Paulo Ibirapuera, localizado na zona sul da capital paulista, adotou no mês de junho de 2014, a política 100% livre do cigarro. No empreendimento, o hóspede já é informado no momento do check-in sobre as normas do hotel e que, se descumpridas, podem ocasionar uma cobrança eventual de limpeza. De acordo com o Gerente geral do empreendimento, Carlos
Bernardo, “A informação de hotel 100% não fumante é reforçada no ato da reserva, sendo uma cláusula da confirmação. Todas as FNRH´s são carimbadas com o aviso e cobrança eventual de taxa de limpeza de R$ 150,00. Nossa equipe de Welcome Desk tem a função de informar aos hóspedes sobre a política de Hotel 100% não fumante no momento do check in e após a verbalização da política: nossa equipe pede a assinatura do hóspede em um espaço reservado na ficha de registro onde menciona que o mesmo foi informado. Temos o informativo no apartamento com aviso de Não Fumante. As arrumadeiras são orientadas a informar quando o hóspede fuma durante a estada”, frisou. O executivo afirma que para reforçar as políticas do hotel, foram desenvolvidos tags informativos que são colocados dentro dos apartamentos, alertando sobre a política. “Estes tags, além da afir-
mação da constatação, pedem que a política seja respeitada e oferece opções de áreas externas do hotel para este fim. Com esta nova política, não sentimos nenhum tipo de rejeição dos hóspedes, pois mesmo os hóspedes fumantes, se incomodam com quartos com odor de cigarro”, conclui.
Carlos Bernardo – “Com esta nova política não sentimos nenhum tipo de rejeição dos hóspedes, pois mesmo os hóspedes fumantes, se incomodam com quartos com odor de cigarro”
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Housing
CRÉDITO DA FOTO: freeimages.com
Housing chega ao Brasil, mas preocupa empresários do setor hoteleiro
Ausência de arcabouço legal vem causando desconforto na hotelaria nacional em relação aos housings, que é uma modalidade comum no exterior
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uito conhecido na Europa e na América do Norte, o conceito de hospedagem Housing se dá através da locação de apartamentos mobiliados por temporadas com algumas facilidades como
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lavanderia no prédio, enxoval de cama completo, TV a cabo, internet wi-fi de alta velocidade, entre outras. Esse modelo de hospedagem ganhou força durante a realização da Copa do Mundo de FIFA de Futebol, que ocorreu en-
tre os meses de junho e julho de 2014, onde muitos estrangeiros alugaram imóveis, buscando ‘fugir’ das altas diárias hoteleiras. Dividindo opiniões, os Housings chegam ao Brasil encantando os executivos estran-
Housing Como se já não bastasse a concorrência entre os hotéis, alta carga de taxas e impostos, agora, o setor hoteleiro tem uma nova ‘preocupação’ à sua frente: os Housings. geiros, que geralmente ficam no País por alguns meses a fim de cuidarem de seus negócios e conseguem fazer uma boa economia. Tomando como base a diária média de hotéis associados ao FOHB – Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil, este executivo iria pagar em torno de R$ 7.500,00 mensais, mas optando pelo Housing, o executivo costuma desembolsar praticamente a metade desse valor, mas não como hóspede, mas sim como morador. Agora, o debate se dá através da seguinte questão: os Housings concorrem de maneira desleal com os hotéis ou não?
Facilidade via web Uma das empresas que vêm praticando esta modalidade de negócio no Brasil é a Sampa Housing. Visando oferecer ao mercado brasileiro um novo conceito de hospedagem em apartamentos residenciais equipados e mobiliados, a empresa iniciou suas operações em 2010 e em outubro de 2013 inaugurou seu novo escritório, localizado na Vila Madalena, na capital paulista. Atualmente a Sampa Housing conta com um portfólio de 300 apartamentos distribuídos em bairros nobres de São Paulo, com clientes corporativos e pessoas físicas. Geralmente, os locadores são executivos a trabalho e expatriados, pacientes em tratamento médico, famílias em férias ou em visita a parentes, além de estudantes e professores estrangeiros ou de outros estados e cidades brasileiras. De acordo com Liliane Ferrarese, Sócia da Sampa Housing, “Esse tipo de hospedagem já é bastante
comum na Europa e na América do Norte e percebemos que existia um nicho a se explorar no Brasil. Havia uma crescente demanda por um serviço de acomodação personalizado em apartamentos para morar por curtos ou longos períodos”, afirmou. Recentemente, a empresa recebeu um aporte financeiro da construtora Vitacon, onde está previsto a migração gradual da carteira de imóveis da construtora para a Sampa Housing. Com isso, a previsão é de que até o ano de 2015, a empresa amplie seu portfólio para 1.000 apartamentos. Dentre os serviços oferecidos pela Sampa Housing, estão os apartamentos totalmente decorados, com cozinha completa e lavanderia, enxoval e amenities, além de rede wi-fi e TV a cabo. Serviços como manutenções e pequenos reparos, além de limpeza e arrumação e todas as contas – água, luz, telefone, internet, TV a cabo, condomínio e IPTU – tam-
bém estão inclusos. Os interessados podem realizar a locação diretamente pela internet no site da empresa, onde ele consegue fazer sua reserva, fechar contrato e realizar o pagamento. Outro diferencial oferecido pela empresa é o serviço de reservas bilíngue, além de recepção do usuário no local para check-in e check-out. “Os grandes diferenciais deste novo conceito são a desburocratização do processo de reserva e de locação, que pode ser feito online pelo próprio cliente, além de possibilitar ao usuário uma experiência de hospedagem que alia a privacidade e a liberdade de estar em sua própria casa com a conveniência dos serviços e facilidades oferecidos por nós durante a estadia”, finaliza a executiva.
Lei de Locação Apesar de não existir uma legislação específica que regulamente os housings no Brasil, o advogado Luciano Mollica, do escritório Bicalho Mollica Advogados, afirma que o arcabouço legal para o funcionamento deste negócio pode ser encontrado na Lei n° 8.245/91 — Lei de Locações. “No Brasil, o “Housing” se baseia no
Crédito: Reprodução/Site
No Sampa Housing o cliente realiza a reserva e pagamento de seu apartamento pela internet
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Housing conceito de locação por temporada, disciplinada nos artigos 48 e seguintes da lei de locações. De acordo com ele, o locatário aluga um imóvel (mobiliado ou não) destinado à sua residência temporária, para prática de lazer, realização de cursos, tratamento de saúde, entre outros, por período máximo de 90 dias, mediante pagamento antecipado do valor do aluguel. Diferentemente dos meios de hospedagem, neste tipo de contrato, não existe o conceito de operação hoteleira, razão pela qual o locatário não terá acesso às facilidades geralmente oferecidas pelos hotéis, tais como serviços de lavanderia; arrumação; concierge; restaurante, etc. mesmo se quisesse pagar por estes serviços”, afirma. De acordo com ele, ao se encerrar o prazo contratual, se o locatário não realizar a devolução espontânea do imóvel, a locação acaba sendo realizada por prazo indeterminado, regida nos termos da Lei de Locações, salvo se o locador ingressar com ação de despejo em face do locatário. “É importante ficar atento para que a atividade do “Housing” no Brasil não venha a ser distorcida, de tal sorte que passe a ser um instrumento assemelhado à prestação de serviços de hospedagem. Isto porque, se for constatado que o contrato de “Housing” na verdade é um contrato de hospedagem, seriam aplicáveis as normas previstas na Lei nº 11.771/08, que disciplina a exploração da atividade de hospedagem no país. Se restar comprovado que o objetivo do “Housing” não era alugar um imóvel a terceiro, mas sim fornecer um serviço de hospedagem, de forma “rotativa”, com as facilidades oferecidas aos usuários deste tipo de serviço, poderia ser caracterizada a simulação do ato. Neste cenário, as empresas exploradoras do “Housing” seriam con-
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Luciano Mollica: “Se as empresas exploradoras do “Housing” forem consideradas prestadoras de serviços turísticos, elas estão sujeitas às penalidades e infrações previstas na lei”
sideradas prestadoras de serviços turísticos e, consequentemente, estariam sujeitas às penalidades e infrações em lei, tais como multa por exercer atividade de prestação de serviços de turismo sem cadastro junto ao Ministério do Turismo; multa pela ausência de licença de funcionamento; paralisação dos serviços turísticos, entre outros”, afirmou. Um dos motivos que causam dúvidas com relação a modalidade Housing, está no fato destes empreendimentos fornecerem serviços de hospedagem, porém na modalidade de locação por temporada.
De acordo com Rodrigo de Castro, Advogado da área imobiliária do escritório Veirano Advogados, por mais que os housings possuam arcabouço jurídico para funcionar nesta modalidade, é necessário ter atenção aos serviços prestados pelo estabelecimento, como lavanderia, limpeza, recepção, entre outros. “Há de se verificar se o empreendimento imobiliário possui licença para oferecer tais serviços, tal como flats, apart-hotéis, e afins. Caso haja licença – e esta tenha sido concedida em acordo com a legislação municipal - não há burla a nenhuma norma”, frisou Castro.
Housing O advogado ressalta que, em sua visão, os housings não poderão ser penalizados por estarem concorrendo sem regulamentação com os hotéis, pois eles não se enquadram na definição de hospedagem. “Esta modalidade não pode ser encontrada na Lei de Turismo, mas sim no conceito de locação residencial por temporada, devidamente regulado pela Lei de Locações de Imóveis Urbanos. O fato de o proprietário do imóvel ser uma pessoa jurídica não descaracteriza o caráter eminentemente residencial do imóvel. A destinação do imóvel – se residencial ou comercial – é previamente definida pelo ente municipal quando aprova o projeto de construção e define a legislação urbanística do local. Acreditamos que os meios de hospedagens devem se adaptar à profissionalização de uma prática que já é extremamente difundida em determinados nichos do mercado turístico nacional. Em lugares como Copacabana e Ipanema, por exemplo, a prática já existe de maneira consolidada há anos. Não acreditamos em concorrência desleal, mas sim no desenvolvimento de mais uma ferramenta de exploração do mercado imobiliário que, apesar de algumas similaridades com o setor hoteleiro, possui natureza completamente diversa deste”, analisa.
Tributação diferenciada De acordo com Luciano Mollica, ao se comparar os encargos tributários pagos pelos hotéis com os quitados pelos Housings, notam-se algumas diferenças. “Os rendimentos decorrentes de um contrato de locação são tributáveis pelo imposto de renda, cujas alíquotas podem chegar ao limite de 27,5%, nos casos em que o contribuinte é uma pessoa física e alíquotas variáveis em caso
Rodrigo de Castro: “Não acreditamos em concorrência desleal, mas sim no desenvolvimento de mais uma ferramenta de exploração do mercado imobiliário que possui natureza completamente diversa do setor hoteleiro”
de pessoas jurídicas, a depender de seu regime tributário e objeto social. Já os rendimentos obtidos pelos prestadores de serviço de hospedagem, além da tributação decorrente do Imposto de Renda e outras, são geradores de ISS — imposto sobre serviços, cuja alíquota é variável conforme o Município em questão”, analisa. Segundo Mollica, em algumas situações, o Housing pode ser mais eficiente do ponto de vista tributário, uma vez que não haverá incidência do imposto sobre serviços (ISS), ressalvado, no entanto, o ISS aplicável à remuneração devida à empresa administradora do “Housing” pela prestação deste ser-
viço de administração aos proprietários dos imóveis. “De qualquer forma, como dito, desde que sejam mantidas as particulares de cada uma das atividades, o “Housing” não nos parece representar uma concorrência desleal aos meios convencionais de hospedagem. Tal premissa, no entanto, automaticamente deixa de ser aplicável se houver o desvirtuamento da locação temporária, principalmente por meio da oferta de serviços (tais como lavanderia, arrumadeira, etc) no contrato de housing”.
Atividade clandestina A ABIH Nacional – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis,
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Housing Debates sobre o tema
Enrico Fermi: “Vejo o housing como uma modalidade de negócio totalmente ilegal e, portanto, nociva ao setor hoteleiro”
representada pelo presidente Enrico Fermi, tem realizado algumas ações contra este modelo de hospedagem. Na visão de Fermi, “esta atividade é considerada pela entidade completamente clandestina, fora da lei, pois não contribui com a arrecadação de impostos e nem com o emprego formal. Portanto, se trata de uma atividade irregular e está no nosso foco de combate”, ressaltou. O executivo afirma que o Housing vem sendo uma das cinco maiores preocupações na Europa e nos EUA. “Aqui no Brasil, começou incipiente no Rio de Janeiro e no litoral Paulista, nos períodos de alta temporada, mas temos que combater o crescimento desta forma ilegal de hospedagem. Vejo o housing como uma modalidade
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de negócio totalmente ilegal e, portanto, nociva ao setor hoteleiro brasileiro”. Dentre as ações que a entidade está realizando para combater o crescimento sem regulamentação do Housing no Brasil, estão o debate do tema junto aos órgãos de controle, a CVM — Comissão da Valores Mobiliários, às Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional. “Estamos focados para que tenhamos leis que inibam esta atividade ilegal. Estaremos atentos e vigilantes, na busca do crescimento saudável da atividade hoteleira do País, proporcionando uma maior empregabilidade, um aumento da arrecadação de impostos e, finalmente, uma melhor distribuição de renda”, finaliza.
O Presidente da FBHA – Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, Alexandre Sampaio, analisa que a carga tributária para o setor hoteleiro sempre acaba pesando mais do que para o housing. O executivo cita que este negócio poderia se desenvolver de maneira mais justa no mercado. “Um bom exemplo de como este negócio poderia se organizar melhor, de forma mais justa em relação a todos os meios de hospedagem, é um modelo de cama e café (housing) que existe no Rio de Janeiro (RJ). Uma Ong, estabelecida na cidade, cadastra imóveis no município, com a responsabilidade de conhecer seus donos e as características das ofertas. Em tese, isso aumenta bastante a segurança na locação. A Ong assume a intermediação do negócio entre o anfitrião e o turista e estabelece a geração de impostos. Este modelo poderia ser replicado em outras cidades”, avalia. O executivo afirma que a entidade pretende provocar o debate deste tema no âmbito do Conselho Nacional do Turismo. A FBHA também pretende propor audiências públicas nas Comissões de Turismo da Câmara e do Senado. “Está ainda no escopo da atuação da Federação em relação a este assunto acionar os órgãos de defesa do consumidor, em seus vários níveis, para que olhem para os direitos dos hóspedes de housing no País. De acordo com Sampaio, os meios de hospedagens deverão contar com suas representações sindicais patronais, como a FBHA, para poder concorrer com os housings, afim de buscar um ambiente de negócios justo,
Housing melhantes. Esta oferta de hospedagem tem espaço para crescer em um universo de competição paritária e existe a demanda. Devemos ter um setor de hotelaria diversificado e crescente, sem entretanto abrir mão de um mercado transparente e competitivamente lícito”, analisa.
Segurança em primeiro lugar O Presidente do FOHB – Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil, entidade que representa as principais redes hoteleiras no País, Roberto Rotter afirma que não é contra os housings. Segundo ele, esta modalidade de hospedagem trata-se de uma tendência no Brasil, porém, a grande questão será se essa modalidade terá regulamentação que seja condizente com o segmento. Para Rotter, além de se buscar formas de
regularizar os housings, é de extrema importância que a segurança do hóspede seja mantida. “Esse modelo de negócio também deve ser envolvido em regras específicas, ou seja, se enquadrar na legislação vigente. Além disso, a integridade física dos hóspedes e moradores deve ser levada em consideração, sendo a segurança uma das principais preocupações do setor. Os hotéis representam uma vasta fatia da economia que, juntos, geram bilhões de reais em impostos e taxas ao Governo. Sem falar na captação de recursos para a construção de novos empreendimentos, gerando emprego, renda e capacitação a milhares de brasileiros. A hotelaria oferece serviços de alto valor agregado que vão além de uma simples diária de hospedagem, levando em conta o completo bemestar de todos os turistas”, afirmou.
Alexandre Sampaio: “Esta oferta de hospedagem tem espaço para crescer no Brasil. Devemos ter um setor de hotelaria diversificado e crescente, sem entretanto, abrir mão de um mercado transparente e competitivamente lícito”
equilibrado, ético e formal. “O housing é uma realidade de nossos tempos, na verdade sempre existiu, de maneira diminuta e praticamente insignificante. Na medida em que ele se apresenta como uma opção, com determinadas características de hospedagem, deve garantir preceitos mínimos para se apresentar ao mercado. Em diversos países os serviços de cama e café vêm recebendo restrições e controles dos mais variados. Estão sendo aplicadas multas pecuniárias altas pelo descumprimento da legislação que normatiza o negócio e até mesmo a proibição de atuação, caso a empresa ou anfitrião se mantenha na informalidade virtual. Cabe também ao Brasil normatizar e adotar medidas se-
Roberto Rotter: “A integridade física dos hóspedes e moradores deve ser levada em consideração, sendo a segurança uma das principais preocupações do setor”
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Contrato de administração
Fotos: Divulgação
Os desafios de elaborar um bom contrato de administração hoteleira
Muitos contratos são feitos de forma ‘engessada’ e se o investidor não assinar, não adquire o sonhado imóvel que vai lhe garantir a prometida rentabilidade; nascem então os conflitos com as administradoras hoteleiras
Muitos investidores assinam contratos engessados com redes hoteleiras sem consultar advogados ou especialistas e depois descobrem que além de não terem a rentabilidade prometida, terão que pagar várias despesas administrativas
O
mercado hoteleiro nacional está vivenciando seu melhor momento nos últimos anos, o que incentiva investimentos de R$ 12 bilhões nos próximos quatro anos para a construção de 70 mil apartamentos, de acordo com dados
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do FOHB – Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil. Muita gente ainda acredita que estes investimentos são feitos pelas redes hoteleiras, mas a maioria que operam no Brasil, sejam internacionais ou nacionais, não possuem um centavo sequer de capi-
tal investido na hotelaria. A maioria destes recursos são de pessoas físicas que buscam fontes alternativas de investimentos ou querem fazer uma espécie de ‘aposentadoria contra a velhice’ e são eles quem fomentam o principal modelo que sustenta o desenvolvimento do parque hoteleiro brasileiro, os chamados condo-hotéis. Mas diante das oportunidades mercadológicas, muitos abusos estão sendo cometidos por incorporadoras, construtoras e administradoras hoteleiras. Contra estes investidores, que mesmo em sua maioria constituídos de pessoas de um bom nível cultural, eles não
Contrato de administração são alertados no ato da compra que adquirir uma unidade hoteleira pode significar investimento de risco. Como muitos contratos são feitos de forma ‘engessada’ e se o investidor não assinar não adquire o sonhado imóvel que vai lhe garantir a prometida rentabilidade, nascem então os conflitos com as administradoras hoteleiras. Dentre os principais motivos desses conflitos está justamente a falsa expectativa que os investidores acabam tendo com relação à rentabilidade do empreendimento. Muitos desses são atraídos por informações suspeitas com relação ao retorno financeiro que poderá ser obtido ao investir neste mercado. Em alguns empreendimentos hoteleiros de Belo Horizonte, havia promessas em folders muito bem impressos, com belas fotos e frases de impacto como, “seja dono de um hotel, é seguro e rentável com até 1,5% ao mês de retorno sobre o capital investido”. Certamente nos contratos assinados não havia uma prestação de contas e delimitação de funções de cada parte. Muitos investidores, ao aplicarem seu capital adquirindo uma unidade habitacional, geralmente no modelo de condo-hotel, imaginam que o investimento terá a mesma rentabilidade e retorno do que uma locação de imóvel convencional. Ou seja, existe a falta de percepção do negócio como um todo, o que resulta na discussão entre operadores e investidores, e geralmente, a solução desses atritos acabam parando nas mãos do poder judiciário.
gestão a ser realizada pela administradora hoteleria na operação. Este deve ser claramente informado sobre todas as características do empreendimento e que seja alicerçado em bases contratuais coerentes e sólidas. Na medida em que a oferta de investimentos em hotelaria, na forma de condo-hotéis, vem aumentando, muitas vezes desenfreada e irresponsavelmente, os conflitos entre administradoras hoteleiras e investidores tendem também a crescer. O sucesso
do investimento depende intimamente da operação hoteleira”, comentou. A advogada afirma que os contratos firmados, seja de locação, de administração ou de Sociedade em Conta de Participação (o qual é o mais frequente entre investidores e administradoras hoteleiras), devem prever expressamente a forma de remuneração do investidor, os aportes que este precisará realizar, dentre outras cláusulas essenciais.
Visões jurídicas Para a advogada especialista em Direito Hoteleiro e sócia do escritório Camardelli Advogados, Laís Tourinho, ainda existe no mercado a falta de conhecimento dos investidores com relação ao tipo de aplicação a qual estão realizando. “Muitas vezes, encontramos investidores que não tem plena consciência de que o investimento que farão não é apenas imobiliário, pura e simplesmente; em verdade, o retorno do investimento dependerá bastante da
Laís Tourinho – “O sucesso do investimento depende intimamente da operação hoteleira”
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Contrato de administração Tributos cobrados Outro ponto que tem gerado intensa discussão entre investidor e administradora é com relação a taxas e impostos. Muitas administradoras repassam para os investidores taxas como IPTU, o que acaba causando desconforto com o investidor. De acordo com Raphael Moreira, especialista em Direito imobiliário do escritório Veirano Advogados, os tributos federais devem ser recolhidos pela administradora hoteleira, conforme orientação da Receita Federal. “Estes devem ser recolhidos por ela, tal como se o pool hoteleiro operasse como uma SCP - Sociedade em Conta de Participação. A responsabilidade pelo pagamento dos tributos varia entre as diversas formas de estruturação do negócio hoteleiro. Por exemplo, caso o contrato que regule a relação bandeira x adquirentes seja de locação, o IPTU (tributo municipal), deve ser recolhido pela operadora. Caso o contrato seja de administração, o mesmo tributo deve ser recolhido pelos proprietários”, afirmou. Segundo Moreira, geralmente as operadoras hoteleiras trazem para si a responsabilidade do pagamento desses tributos. Porém, o advogado afirma que a responsabilidade por pagamento de tributos é expressamente delimitada pela legislação tributária. “Ultimamente, temos visto um crescente aperfeiçoamento da relação entre adquirentes de unidades imobiliárias destinadas à hotelaria e as bandeiras hoteleiras. Sugiro sempre aos leitores que procurem profissionais especializados neste mercado antes de fazer qualquer transação, por menor que seja. A precaução traz economias futuras muito relevantes”, pontuou.
vos empreendimentos hoteleiros. Mas um dos pontos que mais atraem é sem dúvida a bandeira a qual irá operar o novo hotel. Porém, por lançarem cada vez mais novos empreendimentos no mercado brasileiro, muitas redes hoteleiras impõem as incorporadoras e construtoras exigências absurdas que são passadas para os investidores através de um contrato engessado e com cláusulas abusivas. Na opinião do advogado Eduardo Coelho, sócio do escritório Coelho & Dalle Advogados, os investidores precisam, acima de tudo, buscar administradoras que possuam bom nome no mercado e que seu capital possa ter o retorno o qual desejou. “Os investidores devem buscar, principalmente, uma administradora com boa imagem e com um acervo (outros empreendimentos) para lhe apresentar. Isso não significa que o empreendimento será 100% exitoso, mas já é um ponto de partida para garantir o retorno do capital investido no ativo em questão. Em geral, os contratos elaborados são claros, mas de difícil negociação para os investidores. A
prática mostra que quanto maior for a administradora, menor a possibilidade de negociar as respectivas cláusulas. Assim, caso o investidor tenha um perfil mais conservador, dificilmente ele irá aceitar as disposições de tais contratos. Atualmente as cláusulas de performance tem sido a principal ferramenta que os investidores possuem para rentabilizar seus recursos, pois são provavelmente a única situação factível para o desfazimento de um negócio. Até mesmo as administradoras mais ‘rígidas’ têm aceitado tais cláusulas”, ressaltou. A exigência da retenção de parte da receita da unidade hoteleira para a reposição do FF&E (termo em inglês Furnishing, Fixtures & Equipment - o qual corresponde em geral toda a mobília, iluminação, carpetes, artigos de decoração e revestimentos) também gera, em alguns casos, dúvidas para os investidores, pois não existe uma fiscalização se o capital reservado está sendo realmente destinado para este fim. De acordo com o advogado Eduardo Coelho, essas taxas devem ser bem calculadas no momento da
Cláusulas abusivas Localização privilegiada, bons índices de rentabilidade em relação ao capital investido, performance acima da média de mercado. Esses são alguns dos pontos que mais atraem os investidores nos estandes de vendas de no-
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Raphael Moreira – “É importante sempre buscar profissionais especializados neste mercado antes de fazer qualquer transação, por menor que seja”
Contrato de administração elaboração do contrato. “Em todos os contratos que participamos (mais de 20 nos últimos dois anos), nenhuma administradora (pequenas, médias ou grandes) deixou de exigir uma retenção das receitas para a reposição do FF&E. Na qualidade de proprietário do ativo e com as prerrogativas de fiscalização que o contrato lhe conferem a efetiva utilização de tais recursos não é de difícil aferição. Primeiramente porque é um percentual calculado diretamente da receita bruta (muitas vezes, de forma progressiva – aumentando à medida que os anos passam). Em segundo lugar, porque se trata de um investimento aparente, visível na própria estrutura do ativo”.
Pressão por resultados A pressão por resultados por parte dos investidores tem sido um dos pontos de tensão entre eles e as administradoras hoteleiras. Por acharem que as mesmas não se empenharam o bastante para a rentabilidade do negócio, muitos investidores acabam discutindo acerca do cumprimento do contrato. Na visão de Luciano Mollica, advogado e sócio do escritório de advocacia Bicalho & Mollica Advogados, por conta da falta de uma clara atribuição de funções entre investidor e administradora, muitos desses conflitos acabam indo parar nos tribunais. “Ao identificar questões que considera importantes para a operação do empreendimento, os investidores acabam pretendendo ter voz nas decisões de gestão. Não é inviável que determinado contrato preveja hipóteses em que o investidor pode ter voz nas decisões de gestão, mas isso deve ser cuidadosamente discutido com o operador hoteleiro de modo a não apenas não comprometer as atividades regulares do hotel, mas também não significar uma transferência maior de riscos da atividade para o investidor. Mais frequente, contudo, que a ingerência do investidor nas decisões gerenciais são os problemas decorrentes da falta de prestação de contas por parte do
Eduardo Coelho – “As cláusulas de performance tem sido a principal ferramenta para rentabilizar recursos dos investidores”
operador do empreendimento hoteleiro. Quanto maior a transparência na relação com o investidor, menos problemas vai ter o administrador. O investidor ficará satisfeito em poder acompanhar e conferir os números do empreendimento”, pontuou. Para Mollica, esse tipo de tensão e pressão por resultados é muito comum em situações que conjugam capital e trabalho, e esse tipo de pressão por parte dos investidores sempre ocorrerão, pois os mesmos sempre desejarão atingir um retorno acima do esperado com o seu investimento. “Assim como o investidor tem que ter a consciência de que investir em determinada atividade significa partilhar dos riscos associados, as administradoras hoteleiras, que não colocaram o capital, tem também de saber que
estarão sujeitas a uma pressão maior por resultados, bem como a um maior controle de suas atividades. O melhor instrumento de proteção do investidor é um contrato bem elaborado, no qual exista a clara definição das obrigações de ambas as partes, especialmente no que se refere a cláusulas de performance da administradora, que uma vez não alcançadas por ela, autorizem o investidor, sem a necessidade de indenizar a administradora, a rescindir o contrato, substituindo-a por outra. Caberá ao investidor avaliar se administradora não alcançou os resultados esperados devido a fatores externos, alheios à vontade ou previsão da administradora, tais como condições de mercado desfavoráveis, podendo, em tal hipótese, optar por não rescindir o contrato, mantendo a administrado-
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Contrato de administração ra e aguardar por um momento de mercado mais favorável”, comenta o advogado, que afirma que esta é a melhor garantia para que o investidor tenha a garantia de que a administradora irá lutar por resultados positivos e não se acomodar apenas na retenção de receita bruta (central de reserva, ações de marketing, entre outras).
Cenário preocupante Com a intenção de fomentar a oferta de leitos hoteleiros na cidade de Belo Horizonte (MG), a Prefeitura do município ofereceu diversos incentivos que acabaram resultando em uma oferta maior do que a demanda na cidade. Segundo especialistas do setor, muitos investidores foram lesados por falsas promessas de rentabilidade, sendo que algumas empresas ofereciam retorno acima de 1% em muitos dos empreendimentos lançados. De acordo com o estudo divulgado pelo consultor Maarten Van Sluys, dos 80 projetos que deram entrada na Prefeitura, 21 hotéis estão com obras atrasadas (3.138 apartamentos) e 35 projetos foram cancelados ou viabilizados, o que gerou muitos conflitos com investidores. O advogado da Caixa Imobiliária e Presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB/MG - Ordem dos Advogados do Brasil – Minas Gerais, Kênio Pereira, ressalta que a situação de Belo Horizonte é preocupante. “Há várias construtoras e incorporadoras que não cumpriram o que prometeram, ou seja, a entrega dos hotéis em pleno funcionamento no mês de fevereiro/2014. Houve uma enorme propaganda visando convencer os investidores a adquirir unidades hoteleiras, sendo que o problema decorre do vício das pessoas não refletirem sobre as particularidades do negócio, ou seja, compram com base em promessas e propaganda e dispensam uma consultoria isenta. O resultado é o constante aumento de processos judiciais, que têm elevado custo, visando a devolução do que foi pago, já que há edifícios com as obras praticamen-
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te paradas, sem previsão de entrega. Certamente, com o aumento da oferta de unidades hoteleiras num cenário de economia desaquecida, a rentabilidade será bem inferior ao percentual prometido de 1%, situação essa que frustrará vários investidores que confiaram em demasia nas propagandas”, alertou. Segundo ele, por conta do volume expressivo de lançamentos de hotéis em prazo curto, muitas construtoras decidiram abortar a operação e recuaram, porém, outras decidiram manter as vendas de unidades hoteleiras, sem muita certeza se iriam conseguir concluir as obras. “Quem assumiu vender na planta unidades hoteleiras tinha pleno conheci-
mento da falta de mão de obra em 2010 e sabia dos riscos do excesso de oferta. Mas a sedução por obter maior lucro com o incentivo da Prefeitura em aumentar o coeficiente de aproveitamento para cinco vezes a área do terreno, onde em alguns locais o limite era de apenas uma vez essa área, estimulou muitos a lançarem os hotéis. Logicamente, o investidor, como consumidor, não pode ser prejudicado, pois este tem o direito de exigir que seja cumprido o que lhe foi prometido em contrato. O que vejo aqui em Belo Horizonte é a falta de seriedade de algumas empresas que promovem negócios de maneira irresponsável, que vendem mesmo sabendo que não tem plena capacidade de
Luciano Mollica – “Tensões são naturais em situações que conjugam capital e trabalho”
Contrato de administração
Kênio Pereira – “Em Belo Horizonte existe uma falta de seriedade de algumas empresas que vendem mesmo sabendo que não terão plena capacidade de entregar”
entregar. Grande parte desses problemas poderiam ser evitados se os compradores agissem de maneira mais profissional, ou seja, que buscassem previamente entender as leis que os protegem e deixassem de assinar contratos sem ler ou sem entender os reflexos de suas cláusulas”, pontua o advogado.
Regulamentação dos condohotéis pela CVM
Os abusos que estão sendo cometidos por algumas incorporadoras, construtoras e administradoras hoteleiras chamaram a atenção da CVM – Comissão de Valores Mobiliários que notificou várias empresas e deverá intervir para regulamentar a captação de recursos para os condo-hotéis. A CVM entende que existe risco neste investimento que não deveria ser negociado em estandes junto a obra por corretores de imóveis.
E na maioria das vezes, ao adquirir uma unidade hoteleira, o investidor tem de assinar um contrato padrão de letras minúsculas, pois foi convencido por folders de propaganda ou mesmo pelo corretor que investir no negócio é seguro e rentável. De acordo com o advogado Luciano Mollica, a CVM já vem fiscalizando o mercado de capitais dentro de sua competência nos termos da Lei 6.385/1.976 e não seria necessário regulamentar os condo-hotéis. “Quando falamos de mercado imobiliário, temos uma regulamentação própria, especialmente nos casos de incorporação imobiliária. Isso não quer dizer que a venda de imóveis, unidades, lotes ou fração de imóveis possa ser objeto de fiscalização da CVM, sendo um controle difuso que ela faz do mercado”, comentou. O advogado apresenta alguns pontos os quais a CVM utiliza para fiscalizar novos projetos, por suspeita de oferta irregular. “A insegurança desse controle se encontra na caracterização de valor mobiliário, que pode ser quaisquer títulos ou contratos de investimento coletivo que: 1sejam ofertados publicamente; 2- gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração; e 3- cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. Assim sendo, vendas de empreendimentos imobiliários que não tiverem essas três características elencadas, dificilmente serão alvo de fiscalização da CVM. Agora, naqueles casos em que essas características sejam observadas, o que tem sido relativamente frequente nos últimos anos (vide as notificações da CVM à empreendedores de condo-hotéis, que já ultrapassam 50 notificações), possivelmente a CVM irá notificar para que se esclareça as características do empreendimento e da forma que ele será negociado. Caso essa regulamentação tome forma, é preciso que a CVM use do seu bom senso para entender as peculiaridades do mercado imobiliário, principalmente pelo fato de que ela, por mais que detenha poder de fiscalizar o mercado de capitais, não tem poder para regulamentar de forma contrária à legislação imobiliária”, alertou.
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Fitness center
Crédito da foto – Transamérica Comandatuba
Hotéis investem em fitness center como diferencial para atrair hóspedes
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Fitness center O hotel que ainda não investiu neste segmento, corre sério risco de ver seus hóspedes migrando para o concorrente que através deste serviço, garante que o hóspede mantenha sua rotina diária
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ada dia que passa as pessoas estão se conscientizando mais que a atividade física é sinônimo de saúde, e a beleza estética é uma consequência. Algumas pessoas utilizam a ‘malhação’ como uma espécie de válvula de escape para fugir do estresse da vida agitada das grandes cidades, para fugir do sedentarismo ou mesmo contribuir para uma vida equilibrada. Ficar um único dia sem ‘malhar’ para muitos é como ficar sem comer ou mesmo sem beber e este hábito já se tornou um vício que é levado para outros locais fora do lar ou mesmo nas academias. E nos hotéis não poderia ser diferente. Uma recente pesquisa mercadológica feita nos Estados Unidos aponta que fitness center num hotel é fator essencial para atrair e fidelizar os hóspedes e este item pesa na decisão e escolha do local de hospedagem. Disponibilizar um fitness center no hotel é garantir ao hóspede que ele manterá sua rotina. O hotel que ainda não teve esta visão, corre sério risco de ver seus hóspedes migrando para o concorrente que apostou nesta tendência. Antigamente o fitness center era um cantinho apertado ou uma salinha vaga sem uso algum num hotel que surgiu depois de muitas reclamações dos hóspedes. Por isto, alguém colocava uma esteira, uma bicicleta ergométrica, alguns pesos e uma plaquinha na porta identificando o local. Hoje já existe uma consciência que a evolução da ciência médica fez com que a sala de ginástica deixasse de ser um ambiente reservado, somente, à vida social e torna-se uma Um fitness center bem montado atrai e fideliza os hóspedes
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Fitness center
No Porto da Aldeia Eco Resort, os hóspedes praticam seus exercícios em equipamentos de excelente durabilidade com vista para o mar
referência para a qualidade de vida. Com isso, tem aumentado o número de meios de hospedagem que investem na criação desse espaço, pois isso agrega valor à hospedagem, independente de qual é o público alvo.
Malhar com conforto É o sonho de todo hóspede e então por que não investir em equipamentos que supere suas expectativas? O cardio theater
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é um conforto a mais, pois esse aparelho está conectado a diversas emissoras de rádio e televisão, permitindo mais um relax. Já os painéis computadorizados das esteiras elétricas têm informações das seguintes funções: velocidade, tempo, distância, caloria, pulsação e distância. Os próprios fornecedores existentes no mercado elaboram projetos de fitness, sugerindo os aparelhos que podem compor o ambiente. A escolha certa é fundamental, pois existem aparelhos para a prática de exer-
cícios aeróbicos, como bicicleta ergométrica, esteira e stepper (simulador de escada). Outros, para os movimentos musculares, como a chamada “estação” que permite a prática de diversos tipos de exercícios, cada um para um determinado conjunto de músculos. Além disso, os acessórios são úteis para intensificar os efeitos. Para o relaxamento, o espaldar é uma opção, e uma coisa importante a ser levada em consideração, são os espelhos nas paredes para que o usuário corrija os defeitos.
Fitness center
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Fitness center
O fitness center do Bourbon Atibaia oferece aos hóspedes bikes, elípticos, aparelhos de musculação, entre outros
Mantendo a rotina E para garantir que o hóspede mantenha sua rotina, indiferente se está a lazer ou a negócios,
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e proporcionar experiências únicas, muitos hotéis procuram apresentar diferenciais em seus fitness center, como fazer a ati-
Fitness center
vidade física com vista para o mar. Este é o principal atrativo do moderno fitness center do Porto da Aldeia Eco Resort, localizado na capital cearense que funciona
das 6h00 às 22h00. Este espaço atende diversos perfis de clientes, contando com aparelhos como Eliptcal, Bicicleta Ergométrica e Esteira. Estes equipamentos são
da marca Atlethic, que fornece uma ampla gama de produtos com qualidade e sofisticação para o setor hoteleiro. Pensando em investir na qualidade de vida do hóspede, a rede Bourbon Hotéis & Resorts está apostando constantemente em suas unidades. Dentre os investimentos mais recentes, estão os novos fitness Center dos resorts de Atibaia, localizado no interior paulista, e Foz do Iguaçu (PR). Após uma recente parceria com a empresa italiana TechnoGym, as unidades passaram a oferecer aos hóspedes equipamentos de última geração e dentre eles estão: as linhas ‘Excite’, que conta com aparelhos focados nos exercícios cardiorrespiratórios, e a linha Element, que são voltados para a parte de musculação, com destaque para o DAP — Dual Adjustable Pulley. Somado a isto estão outros aparelhos como bikes, elípticos e aparelhos de musculação. O hotel Hilton São Paulo Morumbi, localizado na zona Sul da capital paulista conta atualmente com uma das maiores academias instaladas dentro de um hotel no Brasil. O fitness center do hotel, intitulado como LivingWell Health Club, está localizado no último andar da edificação e proporciona uma ampla vista da Região. Conta com área de musculação aberta 24 horas por dia, dispondo de equipamentos como: esteira, bicicleta ergométrica, step, entre outras. Além disso, o hotel dispõe de piscina climatizada com duas raias, sala de ginástica e spa. Os hóspedes podem optar por diversas aulas que a academia fornece, entre elas hidroginástica, step, bike, diversos tipos de ginástica localizada, yoga, pilates e alongamentos, entre outras.
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Fitness center
O fitness center do hotel Hilton São Paulo é bem completo e está localizado no último andar da edificação
Junto com o Living Well, funciona o Amazonian Spa, que é
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um refúgio perfeito para quem quer relaxar, sem sair de São Paulo, ou restabelecer as ener-
gias com a biodiversidade brasileira, sob um conceito à base de produtos, aromas e cores da
Fitness center com a expertise de profissionais altamente qualificados.
Pós-venda que faz a diferença A qualidade e durabilidade dos equipamentos fitness sempre deve ser levada em conta na hora de se investir neste aparelho. Um dos hotéis que dispõe de produtos de extrema qualidade e garantia de satisfação é o Juquehy Praia Hotel, localizado no litoral Norte de São Paulo (SP). Dentre os equipamentos disponíveis para os hóspedes estão: Esteira TP 1000; Um Eliptico EC 100; Uma Estação G9S; Uma Bike UB5 e uma Bike BP 1000, todas da marca Fit 4, a qual presta todo o suporte para o hotel. Na visão do Gerente geral do empreendimento, José Osmar Xavier, o investimento em fitness centers por parte dos hotéis é uma tendência em franco crescimento. “A cada dia as pessoas estão mais preocupadas com a saúde e forma física. O fitness Center hoje nos hotéis torna um fator decisivo na hora de fechar uma reserva, muitas vezes o hóspede está participando de um treinamento que não pode parar e sabe que naquele hotel onde irá se hospedar seu treino não será interrompido. Além disso, quando se vai comprar algo para um hotel que será de uso coletivo, temos que pensar em segurança, resistência, durabilidade e acima de tudo um acompanhamento com manutenção preventiva e assistência técnica especializada. Tudo isso encontramos nos equipamentos adquiridos na FIT 4”.
Qualidade italiana Amazônia. O spa oferece o que há de mais inovador em tratamentos, massagens relaxantes, desintoxicantes, aromáticas,
tratamentos corporais e faciais exclusivos com experiências sensoriais utilizando essências e elementos nativos da floresta
Presente no mercado de fitness há mais de 25 anos, a empresa
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Fitness center
Halteres, bikes, esteiras e estação de musculação compõem o Fitness Center do Juquehy Praia Hotel
italiana TechnoGym foi a responsável pelo fornecimento dos equipamentos de academia para o hotel Grand Hyatt São Paulo, localizado na zona Sul da capital. Dentre os diferenciais do Fitness Center, o hotel dispõe de instrutores que auxiliam os clientes quanto às formas corretas de executar os exercícios, além de realizar uma avaliação física do usuário. O espaço funciona gratuitamente para os hóspedes e também
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está aberto para o público em geral. Entre os equipamentos disponibilizados estão: esteiras, elípticos, bicicletas, equipamentos de musculação, pesos livres e o versátil Kinesis, onde é possível executar mais de 200 diferentes exercícios. Na visão de Ana Flores, Gerente do Amanary Spa, que também fica localizado no hotel, a presença de um Fitness Center é indispensável nos hotéis de luxo. “Os hóspedes, executivos ou de lazer, sentem a necessidade de dar continuidade ao programa de condi-
cionamento físico que executa em seu dia-a-dia no local onde vive. A qualidade dos equipamentos do fitness devem ser condizentes com o nível de cliente que temos no hotel. Um fitness com equipamentos top de linha ajuda a atrair hóspedes para o hotel. A prova disso aconteceu quando fechamos a academia por um período curto, para renovação, e alguns hóspedes mudaram-se para outros hotéis. Um fitness bem montado é um diferencial que o hotel oferece ao seu hóspede”, enfatizou.
Fitness center
O fitness center do Grand Hyatt SĂŁo Paulo ĂŠ um dos diferenciais do hotel
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Crianças
Fotos: Divulgação
A hora e vez dos pequenos
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Crianças Cada vez mais as crianças e adolescentes tem maior poder na hora de decidir o destino da família
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oi-se o tempo em que os pais decidiam o destino ao qual a família viajaria. Agora, quem tem o poder de escolha na hora da hospedagem em resorts e hotéis são as crianças e adolescentes. As recentes pesquisas mercadológicas apontam essa mudança nos últimos anos, revelando que o poder de decisão dos pequenos só aumenta em relação aos seus pais. Uma criança satisfeita pode significar a garantia de novas estadias em oportunidades futuras. Atentos ao fluxo do mercado, diversos resorts por todo o País estão investindo em opções exclusivas para atender este público. As estratégias para fidelização dos pequenos vão desde a estruturação de Kids Clubs completos, atividades esportivas e infantis para crianças, até baladas, salões de jogos e acesso à internet aos adolescentes. Muitos empreendimentos consideram indispensável o investimento nestas atividades. “É importante perceber que esse público é exigente e tem cada vez mais participação no processo de decisão a respeito da escolha de destinos e lazer da família. O propósito do resort é tornar os dias de hospedagem memoráveis e de experiências únicas, criando um ambiente favorável e estimulante, para toda a família, com uma atenção ainda mais especial para as crianças e adolescentes”, afirma o Diretor Executivo da Rede de Hotéis Mabu & Resorts, Wellington Estruquel. O Mabu Thermas Grand Resort, localizado em Foz do Iguaçu (PR) tem uma estrutura de lazer voltada para toda a família, que possibilita atividades onde pais e filhos possam realizá-las juntos ou individualmente, como passeios de bicicleta pelas trilhas junto à natureza, Principalmente no período de férias, as crianças são as que decidem onde querem ir, e o Cana Brava Resort (BA) é uma das opções
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Crianças
No Mabu Thermas Resort (PR), o Sítio do Picapau Amarelo é o tema principal da área de lazer para as crianças
parede de escalada, tirolesa, pesca esportiva, arvorismo, paintball, entre outras. Mas também dedica atividades voltadas a atender cada público específico, de acordo com a faixa etária. Em épocas de alta temporada, feriados e datas especiais, o público de lazer, família, representa 90% a 100% da ocupação. Uma das atrações da área de lazer para os pequenos hóspedes no empreendimento é o Sítio do Picapau Amarelo, que, além dos espaços como a casa da D. Benta, Horta da Narizinho, Laboratório do Visconde, entre outros, conta com a presença dos famosos personagens criados por Monteiro Lobato, que proporcionam momentos inesquecíveis de brincadeiras e atividades com as crianças. “As atividades ainda são divididas conforme a idade das crianças e contemplam brincadeiras com personagens, oficina de artes, passeio de charrete, cinema e
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brinquedoteca, pescaria no lago e caça ao tesouro. Para os hóspedes adolescentes, há um cronograma de atividades envolvendo variados esportes, brincadeiras aquáticas, jogos de caça e enigmas, cinema, torneios com jogos de salão e a brincadeira ‘torta na cara’, conta Estruquel.
Divisão temática Além de piscinas, atividades esportivas e brinquedos, alguns empreendimentos preferem focar seus investimentos em atividades segmentadas, dividas por temas. Buscando atingir crianças e adolescentes de todos os gostos, o Paradise Golf & Lake Resort, situado em Mogi das Cruzes (SP), criou um quarto exclusivo para as meninas, tematizado pela marca Lilica Ripilica. A suíte foi reformulada recentemente e é decorado com puxadores com a silhueta da Lilica Ripilica e adesivos da coala que é marca registrada da grife estão
nas portas de correr do armário e no frigobar. Os quadros e os abajures foram revestidos de acordo com o estilo do quarto e o painel com exposição de fotos e recadinhos com a moldura da Lilica Ripilica. Ao chegar à suíte as meninas ganham uma cartinha especial da própria Lilica Ripilica e tem à disposição um delicioso cardápio com lanchinhos exclusivos para as crianças que ali se hospedam. Conjugada a essa suíte, está um apartamento convencional para os pais ou outros membros da família. As atrações do Paradise Golf & Lake Resort incluem entre elas três piscinas, Kid’s Club, caiaque, pedalinho, sala de jogos, ciclovia, sala de cinema, além de um Circuito de Arvorismo e o Paredão de Escalada. O Mabu Thermas inaugurou em dezembro de 2014 a Praia Termal, onde toda a família pode
Crianças se divertir. As áreas da praia foram definidas com características variadas, para conquistar diferentes públicos. Há atrações voltadas para crianças, adolescentes e adultos. Na parte dedicada aos pequenos, fica à disposição um playground aquático com escorregadores, balde maluco, e muito espaço para brincadeiras. Já para os adolescentes há palcos para atividades recreativas e para os adultos, bale bales, deck com hidromassagens, entre outros. Além da programação fixa de lazer que o resort oferece ao longo de todo o ano, cada mês e as datas especiais, comemorativas e feriados recebem ainda um tema específico, que norteia a maioria das atividades desenvolvidas, despertando ainda mais o interesse e o encantamento dos hóspedes de todas as faixas etárias, incluindo os pais.
Atrações especiais Para cativar ainda mais as crianças no período da hospedagem, muitos hotéis fazem uma programação cheia de atrações específicas. É o caso do Cana Brava All Inclusive Resort, localizado em Ilhéus, no sul da Bahia, que aposta na tematização das atrações internas e realiza um Festival Circense. O empreendimento recebe artistas da companhia Circo da Lua, que além de realizar espetáculos, também oferece oficinas recreativas como pintura facial e de balões. No fim do dia, trapezistas, mágicos, malabaristas e palhaços tomam o empreendimento, visando prender a atenção de todos os hóspedes. O Resort realiza também diversas ações culturais como alternativas de lazer. Outra atividade promovida pelo empreendimento é o luau africano, em que são feitas apresentações de danças afro – uma mani-
festação muito ligada à cultura do estado. Quem cuida deste setor no resort é a Coordenação de Esporte e Lazer, que faz algumas apresentações como forma de teste e para ver o retorno dos hóspedes. A partir dessa receptividade, é determinado se a atração será mantida e com qual freqüência.
Distância das grandes capitais Localizado no interior de São Paulo, o Bourbon Atibaia Spa Resort possui uma ampla área de lazer para atrair crianças e adolescentes, mas sua grande aposta é o exclusivo Espaço Turma da Mônica - um mundo de fantasias, alegria e aventuras inesquecíveis especialmente preparadas para as crianças. Cenários encantadores e tematizados com a turma mais animada das histórias em quadrinhos ambientam esse espaço mágico. São 17 atividades indoor, além
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Crianças de uma piscina infantil também especialmente decorada com os personagens criados pelo desenhista Maurício de Souza. O espaço possui zonas cobertas e descobertas e entre os ambientes estão: Ateliê da Marina, Cozinha da Magali, Cantinho da Mônica, Brincando de Engenheiro, Pé na Tábua, Pula-pula do Horácio, Oficina do Cascão, Desafio da Turma, LabNet do Franjinha, entre outros. Com relação à infraestrutura e atividades, o Bourbon Atibaia oferece aulas de dança; campos de futebol e de paintball; churrasqueira, cinema; Copa do Bebê 24 horas, espaços para a prática de arborismo, arco e flecha, escalada, rapel, tirolesa e trilhas ecológicas; fitness center; ginásio poliesportivo coberto; kids club; minishopping; piscinas; pista de boliche e de cooper; playground; quadras de tênis; sala de jogos eletrônicos; saunas; Spa Kids; além dos espaços gastronômicos – Buganville Bar & Grill, Cave Bistrô, Gelateria, Food Court, Kibô Sushi Lobby Bar, Lobby Bar Pedra Grande, Manacá Pool Bar e Ristorante Dom Gaetano Pasta & Pizza – e dos espaços Turma da Mônica, Turma do Chico Bento e Sítio do Vovô.
Programação segmentada Para variar as atividades oferecidas, o resort do interior paulista programa semanas temáticas para todos os meses do ano. Em 2015, o Bourbon Atibaia terá a semana Férias Esportivas, em janeiro; Bourbon Folia, em fevereiro; Bourbon Radical, em março; Doces Sabores da Páscoa com a Magali e semana Meio Ambiente, em abril; Mês das Mães, em maio; Festas Juninas Só para meninas: o quarto temático do Paradise Resort (SP) leva as hóspedes mirins para o mundo de Lilica Ripilica
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Wellington Estruquel – “O propósito do resort é tornar os dias de hospedagem memoráveis, criando um ambiente favorável e estimulante, para toda a família”
Turma do Chico Bento, em junho; Férias Circenses, em julho; Mês Gastronômico, em agosto; Mês do Bem-Estar, em setembro; Bourbon Dia das Crianças, em outubro; Festival Comédia e Cultura, em novembro; e Bourbon Natal Turma da Mônica e Bourbon Réveillon Turma da Mônica, em dezembro. Ainda sobre a renovação frequente da programação, o Bourbon Atibaia oferece aos hóspedes, a oportunidade de assistir a apresentações musicais, a espetáculos de comédia e de dança, e a peças infantis, no Theatro Bourbon, instalado dentro do resort. “Foi firmada uma parceria com a Mauricio de Sousa Ao Vivo,
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para atender ao público infantojuvenil. O trabalho conjunto resultou na criação do Clube Bourbon e a Turma da Mônica, um programa inédito no Brasil, que visa a estreitar o bom relacionamento que a marca já tem com os hóspedes-mirins”, explica Adriana Cardoso, Diretora de Marketing da Rede Bourbon. Podem participar do Clube, crianças com idade entre três e doze anos que residam no Brasil e que frequentemente estejam nos resorts. Já no check-in, a criança ganha um cartão provisório de identificação e um presente de boas-vindas da Turma da Mônica, depois que os pais ou responsáveis legais preencherem e
assinaram um cadastro. E, em até 30 dias após a hospedagem, um e-mail de boas-vindas com um link para acesso à seção exclusiva do Clube no site da Rede Bourbon. Lá, a criança poderá continuar a viver aventuras na área de games, que remete aos espaços temáticos. Na casa do hóspede-mirim, chegará, também, um brinde de credenciamento, junto com a carteirinha oficial. De acordo com a diretora, o índice de participação do segmento
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o Cana Brava Resort, em Ilhéus (BA) leva a magia do circo aos hóspedes, visando atingir crianças e adultos
de lazer no universo do público do Bourbon cresceu 23% em 2014, na comparação com 2013. De forma que, atualmente, esse é o perfil principal dos hóspedes nos Resorts Bourbon. “Para se manter ‘inovador e não repetitivo nas atividades oferecidas’, os Resorts Bourbon realizam diversas ações. Entre elas, destacam-se a expansão e a manutenção constantes da infraestrutura, a renovação frequente
da programação, e a formação de parcerias com fornecedores e instituições que atendem ao mesmo público”, afirmou a diretora.
Por faixa etária Além das atividades esportivas e brinquedos, alguns empreendimentos preferem focar seus investimentos em atividades dividas pela idade das crianças. Um grande exemplo disto é o Royal
Palm Plaza Resort Campinas, no interior paulista, que conta com ações divididas de acordo com a idade das crianças, que de 0 a 2 anos contam com uma sala com puffs e mini brinquedos para essa idade. O empreendimento conta também com o Mini Ville, espaço focado para crianças de 3 a 6 anos, e inédito na hotelaria nacional. Voltado para o aprendizado lúdico das crianças, o local abri-
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A Turma da Mônica tematiza todas as atividades recreativas para o público infantil do Bourbon Atibaia (SP)
ga personagens infantis, como a coelha Fofa Flor, o Capitão Currupaco Paco e o Comandante Átila. Já para os maiores, o resort possui o Kata Kuka, uma das principais áreas de lazer do Royal Palm Resort Campinas, capaz de fascinar crianças, jovens e adultos. São nada menos do que 4.500 m² distribuídos em quatro espaços – Pátio das Ocas, Labirinto, Caminho dos Deuses e Arena de Pedra – caracterizados como um cenário pré-colombiano, onde se encontram os mistérios de uma antiga civilização. A experiência, contudo, não está ligada apenas à arquitetura e à ambientação, mas principalmente a um jogo que pode durar um ou dois dias. Os “exploradores”, sempre acompanhados por monitores, enfrentam labirintos, ocas, parede de escalada e arvorismo em busca do resgate das cabeças roubadas de três deuses sagrados: sol, terra e água. Inaugurado em 2006, o Kata Kuka pode ser usado de dia ou à noite, por crianças a partir dos nove anos ou com mais de 1,35 metros. O ideal, contudo, é participar de todas as atividades ao
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lado dos pais, em momentos de pura diversão. O resort dispõe de uma equipe de recreação com profissionais treinados para a orientação destas atividades. Para Renata Sá, do Departamento de Lazer do Royal Palm Plaza Resort Campinas, a importância da satisfação dos pequenos é imprescindível para agradar este novo cliente. “As crianças sendo tratadas como clientes sentem essa diferença e influenciam na escolha do destino. Hoje nos condomínios e até em praças temos espaços voltados para elas, então os resorts devem ter também. Uma criança feliz faz pelo menos dois adultos satisfeitos”, afirma Renata. As atividades de lazer do Royal Palm Plaza Resort Campinas durante os feriados e férias passam a contar com uma nova divisão de idades, agora ainda mais segmentada, garantindo atividades e atendimento ainda mais personalizados para crianças e adolescentes. As atrações, orientadas por monitores do início ao fim do dia, ficam ainda mais divertidas e atrativas com a novidade. “A ideia é fazer atividades mais voltadas
para as idades específicas. O que antes já fazíamos para grupos de 3 a 6 anos, e 7 a 12 anos, agora faremos com mais individualidade nos grupos de 3 e 4, 5 e 6, 7 a 9, e 10 a 12, respeitando as necessidades de cada grupo. Coordenação, força e estímulos são bastante diferentes em cada fase. Com isso, atenderemos de forma ainda mais personalizada estes hóspedes tão especiais para o resort”, explica Renata Sá, gerente de Lazer do hotel. Grupos de lazer por idade do Royal Palm Resort, em Campinas (SP): Fofuchinhos – para crianças de 3 e 4 anos Fofuchos – para crianças de 5 e 6 anos Guerreiros – para crianças de 7 a 9 anos Super Guerreiros – para pré-adolescentes de 10 a 12 anos Teens – para adolescentes de 13 a 16 anos
Adriana Cardoso – “O Clube Bourbon e a Turma da Mônica, um programa inédito no Brasil, visam estreitar o bom relacionamento que a marca já tem com os hóspedes-mirins”
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Crianças
Renata Sá – “Uma criança feliz faz pelo menos dois adultos satisfeitos”
O labirinto Kata Kuka pode ser utilizado de dia ou à noite
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Travesseiros
Fotos: Divulgação
Hotéis apostam em Menu de Travesseiros para fidelizar hóspedes
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Travesseiros O número de opções de travesseiros presentes no mercado tem crescido cada vez mais e a escolha do produto correto faz total diferença para a qualidade do sono do cliente.
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maior parte do tempo que o hóspede passa dentro de um hotel é no apartamento. Para que o indivíduo tenha uma boa experiência durante sua estadia, os meios de hospedagem precisam fornecer a ele não somente um bom colchão, um bom chuveiro ou um bom room service. É preciso que o hotel propicie ao hóspede vivenciar novas sensações e experiências de que uma noite naquele local, acaba sendo muito melhor do que uma simples noite em sua própria casa. E por receber a cada dia hóspedes mais exigentes com hábitos e biotipos diferentes, muitos empreendimentos têm investido em serviços diferenciados para agradar a ‘gregos e troianos’, como por exemplo, o Menu de Travesseiros. O número de opções de travesseiros presentes no mercado tem crescido cada vez mais e a escolha do produto correto faz total diferença para a qualidade do sono do hóspede. Em uma rápida busca das opções de produtos presentes no mercado, podemos encontrar travesseiros de espuma, plumas, mola, látex, além de existir produtos ideais para as diferentes posições de dormir, como sugestões para quem dorme de lado, de costas, de barriga pra cima e para quem sofre de alergias ou de doenças respiratórias. De acordo com especialistas, o ideal é encontrar um travesseiro que suporte o peso da cabeça do usuário, mantendo-a sempre alinhada com a coluna. Diante dessas inúmeras possibilidades para o sono, os hotéis precisam estar muito bem preparados para receberem os diferentes biotipos dos clientes, oferecendo um travesseiro ideal para cada um deles. Uma noite mal dormida em um hotel, põe em dúvida a experiência do hóspede durante sua estadia.
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Travesseiros
No hotel The Palms, em Campinas (SP), o grande destaque do menu de travesseiros são as opções aromáticas
Experiência aromática Visando garantir uma experiência rica em sensações positivas, o hotel The Palms, situado em Campinas (SP) e pertencente à rede Royal Palm Hotels & Resorts, implantou diversos serviços para tornar a estadia do hóspede mais agradável possível. Quem se hospeda no hotel com frequência já está acostumado com os diferentes travesseiros aromáticos presentes nas suítes do empreendimento. De acordo com Cleide Balestri, Gerente de Governança da rede, à iniciativa em implantar um menu de travesseiros no hotel veio por conta da busca por oferecer conforto e bem estar ao hóspede. Porém, a grande
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dificuldade encontrada por eles durante a implantação do menu, foi a de encontrar os produtos no mercado brasileiro.“Quando o hóspede conhece o nosso menu de travesseiros percebe o quanto cuidamos dos detalhes para que ele usufrua ainda mais da hospedagem. A experiência de uma acomodação repleta de comodidade e conforto, além da cama extremamente branca e macia são algumas das maneiras de agradar e oferecer o que temos de melhor. Houve uma dificuldade em encontrar no mercado nacional os produtos que compõe os travesseiros aromáticos. As essências de qualidade são importadas e, por vezes, os fabricantes encontram dificuldade na importação da matéria prima para a fabrica-
ção do item”, comenta. O hotel dispõe de nove opções de travesseiros, dentre elas o Travesseiro de espuma ortopédica, ideal para hóspedes que possuam algum problema de coluna; Travesseiro de espuma compacta; Travesseiro de alfazema; travesseiro de látex natural; travesseiro de bebê; Travesseiro de camomila; Travesseiro de erva doce; Travesseiro de poliéster; e o Travesseiro magnético cervical. Na visão de Cleide, o grande diferencial dos travesseiros aromáticos pode ser encontrado no resultado de uma noite de sono do hóspede. “Os mais utilizados são os aromáticos, pois proporcionam sensação de bem estar imediata e garantem de um sono mais tranquilo”, destaca.
Travesseiros
Cleide Balestri – “Quando o hóspede conhece o nosso menu de travesseiros percebe o quanto cuidamos dos detalhes para que ele usufrua ainda mais da hospedagem”
Ser viço Gold Localizado em Goiânia (GO), o cinco estrelas Castro’s Park Hotel é um dos empreendimentos que se preocupam em oferecer soluções para todos os tipos de hóspede. Seja a trabalho, ou a lazer, o hotel tem como principal objetivo oferecer ao cliente uma noite de sono agradável. Atualmente, o hotel disponibiliza o serviço de menu de travesseiros nos apartamentos superiores e suítes. De acordo com Madalena Ramos, Governanta Executiva do empreendimento, esta iniciativa surgiu por conta da necessidade em oferecer um serviço diferencial para os hóspedes dessas suítes. “Com isto, surgiu o Castro’s Gold, que são menus e serviços para clientes dessas categorias. O nosso menu de travesseiros é um dos itens trabalhados para esse hóspede
que se sente exclusivo. Nós consideramos que o sono é vital e essencial para o descanso físico e mental. A qualidade de vida está ligada a qualidade do sono e um dos fatores para dormir bem é ter um bom travesseiro. O Castro’s disponibiliza esse menu para que o hóspede tenha uma revigorante e saudável noite de sono, com o travesseiro de sua preferência”, afirmou. No total são oito opções disponibilizadas aos clientes, sendo o Travesseiro Real Látex, o qual conta com espuma de látex 100% macia e altura de 15 cm, moldada com furinhos que permitem a circulação de ar, mantendo o travesseiro fresco a noite toda; o Travesseiro Therapeutic, o qual é ortopédico, de espuma firme e com gomos massageadores, sendo ideal para pessoas com problemas na coluna, o qual é projetado
com três curvaturas para envolver e apoiar o pescoço e a cabeça; o Travesseiro Visco Elástico: criado pela Nasa, macio, com altura de 14 cm, automoldável que se adapta ao contorno e temperatura do corpo; o Travesseiro de Molas: com molas, espuma macia e gomos massageadores, projetado com três curvaturas para envolver e apoiar a nuca, pescoço e cabeça; o Travesseiro de Altura Regulável: com altura regulável e ajuste de quatro alturas opcionais de espuma vestisoft macia e textura aveludada; o Travesseiro de Altura Regulável com Gomos: com ajuste de quatro alturas opcionais com gomos massageadores que estimulam a circulação; o Travesseiro Ventilado de Espuma Fria: espuma macia e refrescante com altura de 10 cm, proporcionando maior ventilação; o Travesseiro Pluma de Ganso:
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Travesseiros
Madalena Ramos – “O serviço de Menu de Travesseiros trouxe para o Hotel mais competitividade e exclusividade, além de um grande diferencial no mercado”
100% de pluma de ganso que garante um conforto extra macio, adaptando perfeitamente ao corpo. De acordo com Madalena, a opção mais solicitada pelos hóspedes é a de Pluma de Ganso, que, segundo ela, não só pela fama de ser um dos melhores travesseiros existentes, mas também pelo fato de se adaptar ao corpo, proporcionando um conforto extra. Para elaborar o menu do empreendimento, a executiva conta que não teve dificuldades em encontrar os produtos no mercado brasileiro, e segundo ela, “Atualmente temos excelentes indústrias nacionais que não deixam a desejar, quando comparadas com produtos importados. O serviço de Menu de Travesseiros trouxe para o Hotel mais competitividade e exclusividade, além de um grande di-
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ferencial no mercado. Já para o hóspede, este serviço oferece uma opção a mais, enriquecendo sua estadia conosco”, afirmou.
Ao gosto do hóspede Uma noite mal dormida dentro de um hotel é uma das experiências mais negativas que o hóspede pode ter. Acordar e sentir dores no pescoço, lombar e coluna após uma noite com diversas interrupções do sono, colocam em xeque todo o cuidado que o empreendimento teve com o hóspede. Pensando em atender seus clientes de maneira específica e personalizada, o hotel InterContinental São Paulo, situado na capital paulista, decidiu também implantar o Menu de travesseiros para agregar ainda mais valor aos serviços prestados.
De acordo com Ana Lúcia Tassinari, Gerente de governaça do hotel InterContinental São Paulo, o público executivo representa grande parcela dos hóspedes do hotel. “Entendemos a importância de um executivo chegar descansado ao seu trabalho e o quanto uma boa noite de sono influencia em seu bem estar. Por isso decidimos implantar o menu de travesseiros, que é uma ideia simples, mas que mostra cuidado no atendimento e customização dos serviços. Como possuímos muitos hóspedes habitués, já sabemos o seu travesseiro de preferência e como gostam de ter suas camas arrumadas, assim, quando ele chega no apartamento, encontra tudo pronto conforme seu gosto. Isso demonstra o reconhecimento e os hóspedes valorizam muito”, explica. O empreendimento oferece oito opções de travesseiros em seu menu, sendo o Travesseiro Nasa Light o mais requisitado pelos hóspedes, o qual é mais indicado para os hóspedes que dormem de lado ou de costas, pois ele se adapta ao contorno do corpo, garantindo mais conforto durante a noite. Dentre as outras opções disponibilizadas pelo hotel, estão o Travesseiro Real Latex, o qual conta com espuma 100% látex moldada com milhares de furinhos que auxiliam a respiração e mantém o travesseiro fresco durante toda a noite. A opção de Travesseiro de Molas também é disponibilizada pelo hotel, a qual possui três curvaturas que envolvem e apoiam a cabeça do hóspede. Dentre outras sugestões estão o Travesseiro Therapeutic, o qual é ortopédico; o Travesseiro com altura regulável com Ventisoft, o qual conta com quatro alturas ajustáveis, espuma supermacia e textura aveludada; a opção
Travesseiros
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Travesseiros
O travesseiro agrega muito valor aos serviços prestados pelo hotel
com Altura regulável com gomos, onde o travesseiro conta com gomos massageadores; o
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Travesseiro com altura regulável, o qual é ajustado conforme o gosto do hóspede; e
o Travesseiro Duoflair, o qual possui espuma macia e perfurada (refrescante), propor-
Travesseiros do o maior desafio dos meios de hospedagem. O Grande Hotel Campos do Jordão (SP), situado a apenas 175 km, conta com uma série de serviços os quais tornam a estadia do hóspede sem sobressaltos. Dentre os diferenciais oferecidos pelo hotel, está o Serviço de Mordomos para os hóspedes das Suítes. Nele, o cliente tem à sua disposição diversos ‘mimos’, como desfazer e fazer as malas, late check-out às 17 horas e café da manhã no apartamento até as 12 horas, abertura de cama (água e chá), amenities diferenciados, menu de travesseiros, entre outros. De acordo com Sérgio Kiyoshi Kawasaki, Gerente de hospedagem do Grande Hotel Campos do Jordão, a iniciativa em se implantar o menu de travesseiros surgiu para incrementar serviços exclusivos nas suítes. “Este serviço foi muito bem avaliado por nossos hóspedes, que consideram o menu como um detalhe importante durante sua hospedagem. No geral, encontramos todas as opções de travesseiros no mercado nacional, com exceção do Látex, que é importado da Inglaterra”, afirmou. Dentre as opções disponibilizadas no menu do empreendimento, estão: Látex, o qual possui temperatura um pouco inferior a do corpo humano, que garante um clima refrescante durante a noite; o travesseiro de plumas, o qual é o mais requisitado do menu, contando com plumas de ganso que possuem capacidade própria de resistência e elasticidade; o tradicional travesseiro viscoelastico, o qual se adapta ao longo da noite aos diferentes movimentos do hóspede; o ventisoft; o de espuma; e o de molas.
Referências no setor cionando maior ventilação e é indicado para quem dorme de bruços, de lado ou de costas.
Cuidado essencial Propiciar a experiência mais agradável ao hóspede acaba sen-
Ciente das necessidades e desejos dos clientes, que a cada dia buscam produtos com qualidade
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Travesseiros
No Grande Hotel Campos do Jordão (SP) os travesseiros de plumas de ganso são os mais pedidos
e que tragam conforto desejável, muitas empresas estão apresentando ao mercado diferentes opções de produtos com alta qualidade e conforto. A Lavive, uma das principais empresas no mercado nacional que fabrica enxovais de alta qualidade, disponibiliza através de sua linha de enxovais Hoteleriê, diversos modelos de travesseiros os quais podem ser incluídos no menu de travesseiros de um hotel. Dentre as sugestões fabricadas, estão os Travesseiros Flexball, que contam com micro esferas de fibra, produzidas em maquinário importado, de última geração e que proporcionam distribuição uniforme dentro do travesseiro. Os travesseiros possuem fibras mais resistentes, leves, duráveis, laváveis e resiste às secadoras até 60ºC sem deformar. Além disso, os travesseiros podem ser confeccionados em tecidos 100% poliéster, 140 fios 100% algodão, 200 fios 100% algodão, 280 fios 100% poliéster, TNT ou até com tecido 100% impermeável. Todos eles podem ser encontrados nas alturas, Suporte Médio, Alto e Firme e dimensões 0,50m x 0,70m ou 0,50m x 0,90m. A empresa tam-
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bém disponibiliza os travesseiros ViscoElásticos (NASA). De acordo com Elizeu Oliveira, Gerente de marketing da empresa, os menus de travesseiros estão se tornando uma tendência na hotelaria nacional. “Acreditamos que é uma tendência, visto que cada pessoa tem um necessidade diferente, e os hotéis buscam, a cada dia um atendimento personalizado, com isso, agradam seu hóspede e se diferenciam em um mercado tão competitivo. O desejo dos hospedes, seja a trabalho ou a lazer, é ter uma boa noite de sono e tranquilidade e a escolha do travesseiro é tão importante quanto a do colchão”, frisou. Outra empresa presente no mercado hoteleiro que fornece diversas sugestões de travesseiros é a Tognato. Dentre as opções disponibilizadas estão os travesseiros de fibra siliconizada virgem, pluma, pena/pluma, visco-elastico, látex. De acordo com Luiz Pardo, Diretor comercial da empresa, com a diversidade de travesseiros, o cliente irá se sentir mais confortável em escolher o que mais lhe é aderente ao que está acostumado a dormir em sua casa. “Aqueles hotéis que que-
rem se diferenciar e trazer mais conforto ao cliente, procurando cativá-los devem oferecer o máximo de alternativas. É sabido que o cliente procura nos hotéis, travesseiros diferentes dos comuns. Se o hotel tem a oferecer, a chance de fidelizar o cliente aumenta”, comentou. Tri-campeã na categoria de melhor fornecedor de travesseiros pelo Troféu Fornecedor Destaque da Hotelaria, a empresa Altenburg dispõe de produtos com alta qualidade e que propiciam ao hóspede toda a sensação de bem estar. A empresa dispõe de um mix com mais de 30 modelos de travesseiros, com destaque para os produtos: Levitare, Plumi Gold, Plumi, Visco Elástico, Visco Elástico Cervical, Visco Elástico Comfort, Sensação de Látex, Sono e Saúde, Royal, Liberty, Altenburg Suporte Firme, Hoteltex e Ecofriendly. De acordo com Rose Molon, Gerente Institucional da Altenburg, é essencial os empreendimentos hoteleiros oferecerem diferentes produtos para os hóspedes. “É muito importante o hotel oferecer um menu ou cardápio de travesseiros para seus hóspedes, pois isso demonstra preocupação com o bem-estar do cliente. Com essa ação, o empreendimento pode fidelizar um hóspede. Temos hoje inúmeros parceiros que já trabalham com o menu de travesseiros ou, no mínimo, oferecem duas ou três opções do produto aos hóspedes. No portfólio encontram-se hotéis, spas, resorts, pousadas de altíssimo padrão e hospitais também. Além de ser uma necessidade, observamos que é também uma tendência que vem sendo adotada por muitos meios de hospedagem. Hoje, todo hotel que oferece um diferencial ao seu hóspede, com certeza, irá fidelizá-lo, pois todo hóspede deseja o mesmo conforto de casa, ou melhor do que isso”, afirma.
Carnes ex贸ticas
Fotos: Divulga莽茫o
Carnes ex贸ticas e especiais conquistam a hotelaria
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Carnes exóticas Carnes como javali, faisão, jacarés ou mesmo carnes nobres e especiais como salmão, atum, avestruz e ovinos já fazem parte do cardápio de vários hotéis
A
culinária brasileira é bastante diversificada e oferece pratos que refletem o meio ambiente e a cultura das regiões de onde se originam, absorvendo influências dos inúmeros imigrantes estabelecidos no Brasil. A busca pela culinária saudável, rica em proteínas e em baixos índices de gordura fez crescer no Brasil nos últimos anos o consumo de carnes consideradas exóticas, nobres e mesmo especiais. O que era considerada uma iguaria para a classe A e B, hoje já se reflete no consumo popular. É comum ver várias churrascarias nos grandes centros urbanos ostentando enormes banners em frente ao estabelecimento divulgando carnes como javali, jacarés, entre outros. Avestruz, cordeiro, atum, salmão e outros peixes nobres criados em cativeiros, ou mesmo camarões orgânicos conquistaram espaço em vários restaurantes e churrascarias e competem de igual com as carnes convencionais. A tecnologia atual, com a capacidade de aprimoramento de matrizes a partir da manipulação genética e a qualidade das rações ministradas aos exemplares destinados ao consumo, possibilitou a criação em cativeiro de diversas espécies. Até então, esta atividade só era possível por intermédio de caça, ação proibida no Brasil, sujeita à multa e implicações penais, salvo em casos ímpares de extrema necessidade ou desde que autorizada pelo órgão ambiental competente. No caso de animais silvestres, o Ibama. Os animais criados em cativeiro possuem um controle específico sobre a ração destinada ao plantel, dado imprescindível para a liberação da carne para o consumo, além de um rígido controle sobre a área de permanência do animal, incluinO Kobe Beef, servido no Kinu, restaurante do Hotel Hyatt São Paulo, é um dos destaques nobres da casa oriental
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Carnes exóticas
A manipulação das carnes nobres é o que as diferencia das carnes tradicionais
do o contato com exemplares de outras espécies. Deve-se também realizar uma análise parasitológica de amostras das carnes comercializadas. Todo esse cuidado possui o primordial interesse pela manutenção da segurança alimentar.
Caça legal sobre a mesa Esta explosão de consumo de carnes exóticas ou especiais também está presente nos cardápios de restaurantes de hotéis e não se trata de um modismo, mas sim de uma realidade que chegou para ficar. Fabio del Antonio, Chef Executivo do Hotel das Cataratas, localizado no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, acredita que este tipo de alimento é um atrativo muito interessante, sobretudo para estrangeiros, mais acostumados a caçar e a consumir carnes de caça, e que buscam uma descoberta gastronômica através da fauna local. “Não creio ser uma obrigação servir caças, mesmo porque não é um produto barato nem fácil de se conseguir (a paca, por exemplo, considerada a melhor caça brasileira, dá uma cria por ano, e chega a custar 300 reais o quilo com osso, ou 600 reais os filés, e dificilmente terá for-
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necimento o ano todo). Claro que quem consegue superar os problemas logísticos e absorver os custos do produto, oferecem um atrativo para seus clientes que pode ser um grande diferencial”, garante o Chef Del Antonio. De acordo com ele, no cardápio dos restaurantes que compõem a gastronomia do Hotel das Cataratas, figuram carnes jacaré, mas durante todo o ano de 2014 não houve fornecimento devido à alta procura, e os animais ainda não atingiram o tamanho para abate. “Vale lembrar que nenhuma das caças brasileiras são realmente caçadas, já que a caça é considerada um crime inafiançável. Todas essas carnes são criadas em cativeiro, possuem CIF e certificação do IBAMA. Trabalhamos também com javali, que juntamente com a paca, capivara e cateto formam o conjunto de carnes exóticas mais difundido entre os gourmets. Apesar do javali ser o mais pedido, o jacaré é o mais exótico que servimos, e nossos hóspedes ficam muito entusiasmados em poder provar um animal da fauna local em meio a exuberância da mata do Parque Nacional. É algo a “se colocar no
currículo!”, uma experiência diferenciada que seguramente renderá muitas histórias na volta pra casa”, comenta o Chef. Del Antonio afirmou que o diferencial destas carnes é que trazem experiências novas ao paladar. Por exemplo, o faisão. Ele explica que trata-se de uma carne de caça que precisa ficar pendurada, macerando por alguns dias antes de ser preparada e servida, pois isto agrega sabor maior e perfume da carne. “Outro exemplo é a rã, uma velha conhecida dos brasileiros (e dos franceses também), uma carne livre de gordura, absolutamente branca, saborosa e muito fortificante. O avestruz por sua vez, é uma carne de ave, porém é vermelha, tem mais proteína que a carne de gado, é muito macia e não possui os seus inconvenientes como colesterol. Tudo isso nos faz considerar conveniente, colocar receitas em nossos cardápios com estas carnes, mas sem deixar as outras mais conhecidas de lado. Apenas podemos ousar mais com ingredientes diferenciados”, aponta o chef do hotel de Foz do Iguaçu.
Acompanhamentos No hotel paranaense, as carnes normalmente são servidas com guarnições mais robustas, ainda que essas carnes não adquiram sabores mais intensos devido ao longo tempo de maturação, como na Europa. No Brasil, como consumimos as carnes mais frescas, sem tanta maturação, seu sabor fica mais atenuado, bem diferente do que um faisão que ficou pendurado pelo pescoço até cair (quase podre, produzindo aromas intensos e muito peculiares). Assim, o javali, por exemplo, é servido com lentilhas, cogumelos e laranjas (puxando para os sabores silvestres), ou o jacaré, apresentado com uma torta de milho paraguaia e um vinagrete de pimenta cambuci. Para complementar o prato, segundo o chef Del Antonio, é interes-
Carnes exóticas sante propor ingredientes brasileiros ou preparações mais regionais, de forma a contextualizar a caça em seu aspecto não só gastronômico mas também cultural, sobretudo das comunidades que no passado sobreviviam dessas carnes. “Ainda que o protocolo peça vinhos tintos ou cervejas encorpadas para acompanhar, eu sugiro um Chardonnay com mais madeira, mais amanteigado, que por suas notas de especiarias e boa acidez harmonizam brilhantemente com pacas, capivaras, javalis e catetos. No preparo, lombos e filés devem ser servidos ao ponto. Menos, nunca mais do que ponto...são carnes magérrimas e ressecam com facilidade. Já para os pernis, ou a totalidade das partes do cateto, o ideal são as cocções lentas com líquidos, ele precisa de, pelo menos, 5 horas de cozimento para ficar macio”, explica o especialista. Já a capivara, de acordo com o Chef, é melhor no forno, que também opta por deixar de 6 a 10 horas no forno lento, para “secar” a capa de gordura do pernil. “O jacaré é o mais simples deles, pode-se fritar ou grelhar diretamente sem muito
cuidado. Creio que as caças brasileiras, ainda com uma produção e logística bem abaixo da procura, vai penetrando nos restaurantes pelo país e conscientizando as pessoas da importância da criação sustentável e de que boas carnes de caça tem sabor e aroma mais intensos, que se consome todos os miúdos (aliás, em qualquer outra parte do mundo super disputados) e que, para se obter a experiência mais completa com esses produtos, eles precisam necessariamente de um tempo longo de maturação para que os sabores se desenvolvam. Assim como um vinho, a carne não está pronta no abate, mas com três semanas de reações enzimáticas que a deixam com as características que lhe são peculiares”, conclui o chef.
Conquista de espaço Para Kazuo Harada, Chef do Kinu, restaurante especializado na culinária oriental localizado no Hotel Grand Hyatt São Paulo, as carnes nobres ou exóticas já conquistaram espaço na área gastronômica. “Cada restaurante possui uma identidade. O restaurante japonês tem um menu
Chef Fabio Del Antonio – “Quem consegue superar os problemas logísticos e absorver os custos do produto, oferece um atrativo para seus clientes”
tradicional, buscamos as melhores carnes (wagyu japonês) e os melhores pescados, como o atum (maguro toro). Nossos clientes tem um paladar diferenciado, na maioria das vezes são executivos que estão a trabalho no Brasil. Clientes exigentes, que tiveram experiência gastronômica em outros países como Japão e EUA. Acho que não é tendência nem obrigação. Vinculado ao restaurante existe a marca Hyatt que sempre priorizou a satisfação dos nossos clientes”, menciona o Chef Harada. Segundo ele, no cardápio do
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Carnes exóticas Grand Hyatt São Paulo estão presentes carnes de peixes de diferentes sabores e texturas que podem e devem estar entre os melhores pratos de qualquer restaurante, como o Wagyu, uma carne japonesa destaque do Kinu. Nas carnes vermelhas são oferecidos o contra filé, filé mignon, atum gordo e o camarão branco, que ajudam a marcar boas lembranças às datas que ficam para sempre na vida dos clientes. “Já recebemos comentários do tipo “Nossa, esse prato me fez lembrar a última vez que estive no Japão, produtos frescos e técnica adequada” ou “Nossa, bem diferente dos restaurantes que costumo frequentar”. Nosso foco é proporcionar para cada cliente uma experiência inesquecível”, apontou Harada.
Certo ou errado? Nos restaurantes Anturius e Verbena do Hotel Transamérica São Paulo as carnes de búfalo, capivara e jacaré são algumas variedades exóticas servidas no menu. Segundo o chef Fábio Andrade, sempre que é apresentada alguma sugestão, seja no À la carte ou Buffet, há uma grande aceitação por parte dos clientes. “Pelo fato de recebermos muitos estrangeiros, é sempre interessante poder surpreendê-lo com algo inusitado, com um corte diferente, ou algum animal selvagem. E como são tipos de carne que não se costuma comer diariamente, acaba despertando curiosidade e agregando valor. Eu diria que na gastronomia, não existe certo nem errado, existe o equilíbrio, saber dosar bem os ingredientes. Sem dúvida existem algumas combinações clássicas, como por exemplo, o uso de alguns tipos de fruta, como a jabuticaba, o tamarindo, que casam bem com carnes de Bife ancho Angus Prime com purê de batata tostada ao perfume de alho e molho chimichurri, servido no Hotel das Cataratas (PR)
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Carnes exóticas paro haja cuidado, respeito e o mais importante que é o amor”, aponta Andrade.
Ingrediente mais que especial
NÃO ESTÁ NA PASTA
Pirarucu da Amazônia com palmito pupunha e quiabo salteados sobre farofa de banana, redução de pitanga do hotel paranaense
caça. Um bom vinho tinto de corpo harmoniza perfeitamente”, explica o Chef Andrade. Segundo ele, cada tipo de carne tem a sua particularidade. As de caça, por conter mais tecido muscular, necessitam de uma menor temperatura e maior tempo de cocção,
para que não fique dura. Outro fator é com relação ao tempero: uma boa marinada, pode fazer toda a diferença. “independente do tipo de carne, seja ela nobre, exótica ou qualquer outra, o importante é que seja de qualidade, e que na maneira de pre-
O Hotel Fasano, em São Paulo, é uma das referências de hospedagem de luxo no Brasil. Carnes como Filé de Angus, Cordeiro e Codorna são algumas das iguarias especiais servidas pelo Chef italiano Luca Gozzani, que destacou um ingrediente chave do cardápio, exótico ao paladar brasileiro: o Lardo di Colonnata. Trata-se de uma camada de gordura existente na parte de baixo da pele do porco, muito comum na Itália, e que tem feito a diferença nos pratos do restaurante deste hotel. “Esta parte da costa do lardo, que normalmente tem quatro ou cinco dedos de altura, vem marinado em camadas entre sal marino, alecrim e especiarias dentro de cubas de mármore. Não é uma banha, uma gordura como alguns possam pensar. Você pode comer como se fosse um presunto. Ele é fatiado fino, e não derrete como se fosse manteiga ou banha, não vira gordura pura, e sim, fica translúcido”, explica o chef Gozzani. O restaurante Fasano estuda oferecer carne de Javali, que, de acordo com o chef, o brasileiro não é igual ao que é servido na Itália. “Diferente do javali italiano, que é carne vermelha, o javali que se encontra aqui tem a carne branquinha. Por isso que lá é mais selvagem, tem sabor um pouco mais marcante”, destacou. Gozzani afirma que os pratos servidos visam proporcionar uma viagem gastronômica, neste caso, à Itália. “Sempre tentamos buscar no mercado produtos que não são tão conhecidos, no caso o Lardo, que agora está em maior evidência. Ouvimos dos clientes coisas como “olha, experimentei Chef Kazuo Harada – “As carnes nobres e exóticas ajudam a marcar boas lembranças às datas que ficam para sempre na vida dos clientes”
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Chef Luca Gozzani – “Tentamos buscar no mercado produtos que não são tão conhecidos, como o Lardo di Colonnata”
Chef Fábio Andrade – “Independente do tipo de carne, seja ela nobre, exótica ou qualquer outra, o importante é que seja de qualidade”
uma coisa nova que não sabia que existia da Itália”, que é o resultado de uma ligação entre casa e hóspede. Então, acho que precisa, sim, ter novidades”, opina o Chef. Ele aponta também que há os clientes que não querem novos pratos, e estão satisfeitos com o tradicional. O kobe beef, carne da cultura japonesa, marmorizada, entre outras, tem se tornado opções para variar o menu, que visa identificar novas carnes e cortes de diferentes países para cativar cada hóspede. O Lardo di Colonnata é servido em três tipos de pratos, nos quais agregará maior status em uma carne. Segundo Gozzani, o Lardo aumenta o sabor da carne utilizada. “Usamos esse Lardo e o Filé de Angus, que tem o acompanhamento de batatas. Depois usamos como entradas, que casam muito bem com peixes, então coloco uma Vieira grelhada e uma crema de grão de bico. Na especiaria ele tem alecrim, o qual você consegue sentir. Usamos também uma parte para fazer o re-
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cheio da codorna, que é praticamente desossada, com sete cortes de dentro para fora, para deixar a codorna inteira. Depois, usamos o Lardo junto com outros ingredientes, como o manjericão, que vai dar frescor também”, explicou Gozzani. No menu do Fasano é possível encontrar pratos como Peito de pato
ao forno com berinjela à parmegiana; Codorna ao forno recheada de toucinho toscano; Costeleta de vitela à milanesa com salada; Filé mignon grelhado com toucinho toscano; Ossobuco de vitela com vinho branco e ervas; Filé mignon grelhado com molho de vinho marsala; Costeletas de cordeiro, entre outros.
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A apresentação da carne conta muito na escolha feita pelo hóspede que não a conhece
Produtos chineses
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Produtos chineses invadem a hotelaria brasileira
A China é a grande fábrica do mundo e de olho no crescimento do segmento hoteleiro brasileiro cada dia mais produtos chegam ao setor com preços muito competitivos, mas a qualidade necessita ser observada, pois assim como em qualquer indústria mundial, existem bons e maus produtos
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esde a última década, a China vem se despontando como uma grande e importante liderança comercial e econômica mundial, e desbancando o reinado dos Estados Unidos que perdurou por décadas. Em consequência disto, a China considerada a grande fábrica do mundo e aproveitando o bom momento do mercado econômico dos países emergentes, já ocupa a posição de maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, tanto no que se diz respeito a importação e exportação de produtos, que vão desde eletrônicos a equipamentos e maquinário industrial. Dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, apontam que, em 2013, as exportações para o Gigante Asiático somaram US$ 46 bilhões e as importações, US$ 37 bilhões – total de US$ 83 bilhões. Em 2012, por exemplo, a cifra foi menor, o equivalente a US$ 75,4 bilhões – US$ 34,2 bilhões em importações e US$ 41,2 milhões em exportações. Para se ter ideia da importância das relações de mercado com a China, basta fazer uma comparação com os dados sobre o comércio bilateral entre o Brasil e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) – US$ 43,9 bilhões (importações e exportações) em 2013 contra os R$ 83 bilhões com os chine-
ses. Os principais produtos exportados foram minério de ferro, soja em grão e petróleo bruto. Em contrapartida o Brasil importou da China US$ 30,1 bilhões entre janeiro e novembro, crescimento de 23% em relação a 2010, e os principais produtos importados foram: aparelhos eletroeletrônicos e componentes, máquinas e equipamentos, químicos e veículos. Alguns céticos de plantão já falam que este é o início do processo de desindustrialização no Brasil.
Qualidade Made in China E a qualidade destes produtos, como fica? Assim como em toda e qualquer indústria mundial, a China fabrica mercadorias boas e ruins e sem que muitas pessoas percebam, grandes marcas mundiais de eletrônicos japoneses, americanos ou mesmo europeus possuem o selo Made in China. Agora a ‘onda de ataque’ é o segmento hoteleiro, pois os chineses perceberam o imenso potencial deste setor e começou uma ‘invasão silenciosa’ de produtos princi-
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frutam de uma imensa aceitação por parte dos consumidores brasileiros. A fase da curiosidade, da desconfiança, já passou e os produtos chineses são muito bem recebidos pela qualidade obtida nos processos produtivos, que cresceram e se modernizaram muito nas últimas décadas.
Barreira aos chineses Segundo João Peres, Presidente do SINDAL - Sindicato dos Fabricantes de Equipamentos, das Empresas Fornecedoras de Produtos e Serviços de Projeto, Montagem e Manutenção de Cozinhas Industriais em Hotéis, Motéis, Flats, Restaurantes,
Bares, Lanchonetes, Fast-Foods, Supermercados, Hospitais, Escolas, Clubes e Similares do Estado de São Paulo, visando se posicionar de maneira ainda mais competitiva no mercado e fazer frente aos chineses, fabricantes brasileiros de equipamentos para cozinhas profissionais e food service em geral estão investindo pesado na ampliação e na modernização da sua produção. Novas tecnologias de ponta estão sendo incorporadas, assim como processos de fabricação voltados para o aumento da qualidade e o barateamento dos produtos. “Contudo, a matéria prima aço inox é uma das mais
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palmente na importação de cofres, sensores de presença, frigobar, secador de cabelo, espelho de aumento, amenities, travesseiros, enxovais de cama, mesa e banho, utensílios e equipamentos para cozinhas industriais. Para conquistar este mercado os chineses são presença cada vez mais constantes em feiras segmentadas para apresentar seus produtos e estreitar relacionamentos com os compradores hoteleiros. Independente disto, numa busca na internet é possível identificar dezenas de empresas que vendem diretamente para a hotelaria. Esta ‘onda vermelha’, uma alusão a cor predominante da bandeira da China, preocupa até mesmo tradicionais fornecedores da hotelaria nacional que descobriram os produtos chineses como fortes concorrentes. Na maioria das vezes eles chegam ao mercado brasileiro com um preço imbatível, sendo que em muitos casos estes produtos podem estar subfaturados e algumas vezes quem compra corre o risco ainda da mercadoria não cumprir critérios estabelecidos pela vigilância sanitária brasileira. A Tramontina que possui cerca de 90% da produção nacional de talheres se sentiu incomodada com a concorrência dos produtos chineses e chegou a pedir que o SECEX - Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento examinasse a diferença com relação aos valores de exportação cobrados por fabricantes de outros países. A Itália, por exemplo, exporta talheres aos Estados Unidos ao preço de US$ 39,22 por quilo, enquanto os chineses enviam talheres ao mercado brasileiro a US$ 3,48 por quilo. A hotelaria brasileira é um desses setores que se beneficiaram com a chegada de uma variedade enorme de produtos utilizados com a finalidade de melhor atender turistas e consumidores em geral. Hoje os produtos importados da China des-
Louças, talheres, copos e têxteis são alguns dos artigos que os hotéis brasileiros estão importando cada vez em maior quantidade
Produtos chineses caras do mundo, a carga tributária é elevada e o custo do dinheiro é astronômico no Brasil. Apesar disto, a indústria nacional cresce e se organiza para atender seus clientes e dar o respaldo em assistência técnica e pós-venda. Isto é uma garantia para o empresário da hospitalidade, que não vai ficar na mão numa hora em que a sua reputação e a sua marca estiverem em jogo”, afirma Peres. Segundo ele, os fabricantes chineses de equipamentos para cozinhas profissionais estão introduzindo cada vez mais produtos no mercado brasileiro. “É crescente o número de empresas locais que buscam a competitividade importando containeres lotados com produtos chineses para o setor. Na própria feira Equipotel de 2011, os fabricantes chineses procuraram as indústrias brasileiras que ali estavam, oferecendo-se para produzir seus equipamentos com um custo mais reduzido, em função da mão de obra e matérias primas (especialmente o aço inox) mais baratas do que se fossem feitos no Brasil, descontados os impostos”, conta o Presidente do Sindal.
Qualidade e competitividade A Humaitá Louças, uma das maiores fornecedoras de equipamentos e utensílios de cozinha para hotelaria nacional, descobriu que importar da China é mais vantajoso, pois existe muita qualidade nos produtos, que em alguns casos não existe fabricação nacional, e um preço mais competitivo do que adquirir no mercado nacional. Com isto, a empresa criou duas marcas próprias para os produtos que importa da China a Humaitá Catering e Humaitá Inox. “Os itens da Humaitá Catering não possuem similares fabricados no Brasil - são bandejas de fibra de vidro com antiderrapante, carros para pratos, suportes para pratos prontos, carros para transporte de gelo, recipientes isotérmicos para líquidos e alimentos, racks para lavagem,
armazenagem e transporte de copos e taças. No caso da Humaitá Inox, são réchauds, chafings, suqueiras e samovares/cafeteiras em inox para atender a hotelaria e muitos também não possuem fabricação nacional”, conta Júlio César Rodrigues, Diretor Comercial da Humaitá Louças. Outra tradicional empresa fornecedora da hoteleria nacional que recorre a China para suprir a carência da indústria brasileira é a Saga Systems. “Como hoje o Brasil não têm mais uma indústria de componentes eletrônicos e os nossos produtos são em sua essência eletrônicos, buscamos componentes de qualidade no mercado mundial. Hoje a China é um grande fabricante de componentes. Não temos como fugir desta realidade para equipar nossos cofres eletrônicos”, explica Priscilla Bastos, Diretora da Saga Systems. Segundo ela a empresa brasileira que importa e comercializa os produtos da China tem que atender as normas de qualidade, pós-venda e a legislação nacional. “Este é um tripé que caso não seja atendido, a empresa não dura muito tempo no mercado, pois um hotel que compra um produto que não tenha qualidade, não compra a segunda vez. A empresa que não atende a legislação brasileira entendo que ela está cometendo um crime e consequentemente será penalizado”, afirma Priscilla. Um segmento que sofre com o avanço das importações chinesas é o têxtil. Enxoval de cama, mesa e banho chegam no Brasil com um custo até 40% menos que os produzidos no Brasil, mas em alguns casos a qualidade é questionável. Alguns hotéis que não fazem a conta literalmente na ponta do lápis, acabam comprando estes produtos simplesmente pelo preço, mas depois acabam se arrependendo pela pouca durabilidade e sem pós venda.
Importação dificultada Quando o produto chinês en-
volve diretamente a saúde pública, a invasão é mais contida, como no caso de amenidades. “As exigências da ANVISA — Agência Nacional de Vigilância Sanitária são bem rígidas e como muitos destes produtos possuem uma qualidade questionável e não atendem a esta legislação, isto por si só funciona como um espécie de freio para a entrada destes produtos no Brasil. O facilitador pode ser o preço em razão de nossa alta carga tributária, mas como trabalhamos com produtos personalizados, a entrada destes produtos no Brasil se torna inviável. Existe ainda o desembaraço do porto o qual não é fácil, a legislação exige regulamentação na Anvisa, químico responsável, armazenamento adequado, que juntando tudo isto fica bastante inviável para não dizer quase impossível uma importação com qualidade desejável. Se eu fosse um hoteleiro, jamais pensaria em importar amenities da China. Este produto não possui um alto valor agregado, não responde por um percentual considerável na estadia e pode colocar em risco a reputação de um empreendimento por um valor pequeno”, assegura Luiz Roberto Magrin Filho, Diretor geral da Harus Amenities. Um outro segmento da hotelaria em que os chineses entram agressivos é o de refrigeração, pois é uma tecnologia muito dependente de peças importadas, mas em câmaras frigoríficas, a realidade é outra. “Câmaras frigoríficas seguem projetos específicos e devem ser fabricadas de forma personalizada, o que inviabiliza a importação. No entanto, não vejo diferença entre produtos fabricados na China ou no Brasil, mas sim as garantias, os serviços de instalação, a reposição de peças, pois são estas as diferenças”, enfatiza Augusto Boccia, Diretor administrativo da São Rafael Câmaras Frigoríficas.
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Alimentos
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Alimentos orgânicos e vegetarianos: uma preocupação coerente no hotel
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Alimentos Para acompanhar a tendência de alimentação saudável, alguns hotéis mantêm horta própria para oferecer produtos orgânicos, sustentáveis e específicos para clientes com restrições alimentares, como intolerância a glúten e a lactose
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alimentação saudável é uma preocupação cada vez mais frequente do ser humano. Seja para evitar problemas de saúde ou apenas por uma questão de estética, as pessoas têm buscado se alimentar com produtos sem aditivos químicos não apenas em suas próprias casas, mas em restaurantes e hotéis que visitam quando se deslocam. Com isso, o estabelecimento que deixa de oferecer um cardápio variado e com opções de alimentos saudáveis e orgânicos, pode estar perdendo clientes, que estão cada vez mais informados sobre os benefícios e malefícios que a comida pode causar à saúde. O Brasil é um dos maiores produtores de produtos orgânicos, como açúcar, soja, café, óleos e frutas. Estima-se que o País tenha cerca de 4,93 milhões de hectares em produção orgânica, segundo dados do Censo Agropecuário 2006, do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. De acordo com o IBS – Instituto BioSistêmico, em 2010, por exemplo, este mercado movimentou cerca de R$ 350 milhões, e teve um crescimento de 40%. Para atrair cada vez mais clientes com esta preocupação e atender diferentes públicos nos hotéis através do setor de Alimentos & Bebidas, alguns empreendimentos têm investido no uso de produtos orgânicos, sucos “detox”, colheita em horta própria e cardápios que aler ta m q u a n t o a re s tri ç õ e s a li m e n t ar e s , c o mo i n t o l e râ n c i a à g l ú te n e l a c to s e , e at é m e s m o m o s tra m s u ge s tõ e s d e a l i m ento s p ara v e g e tar i an o s . Para que o hóspede possa viver uma experiência inovadora, muitos hotéis deixam suas hortas orgânicas abertas para visitação para que ele possa conhecer in loco o alimento o qual está consumindo durante a hospedagem
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Na horta do Unique Garden, localizado em Mairipor達 (SP), os alimentos s達o mantidos em estufas para sua melhor durabilidade
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Alimentos Vantagens: saúde e economia A procura por alimentos orgânicos é, em grande parte, impulsionada pela percepção dos consumidores de que esses alimentos são mais nutritivos que os produzidos de forma convencional, apesar de não haver dados comprovados cientificamente. Contudo, um estudo recente aponta que cultivos orgânicos possuem maior concentração de compostos antioxidantes. Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido e divulgada pela Revista Exame, o nível de antioxidantes nos alimentos produzidos sem pesticidas sintéticos é cerca de 19 a 69% maior que nos cultivos que usam agrotóxicos. Conforme análise da ONG Muda SP, esta é uma diferença significativa tratando-se de compostos comumente associados a riscos menores de doenças crônicas, incluindo as neurodegenerativas e cardiovasculares, e certos tipos de câncer. A explicação é de que os cultivos produzem mais antioxidantes como defesa natural contra pragas, e o uso de agrotóxicos, portanto, inibiria a concentração desses compostos. Não apenas benefícios para a saúde, os alimentos orgânicos também apresentam vantagens econômicas para o estabelecimento que os oferece, pois tratam-se de itens que propiciam a redução de contaminações ambientais, animais e humanas, além da preservação ambiental e de recursos hídricos. Também há a possibilidade do desenvolvimento local e ao mesmo tempo da inserção global, de acordo com o Sebrae – o que é uma grande tendência para o futuro. Para Priscila Terrazzan, Engenheira Agrônoma do IBS – Instituto BioSistêmico e Coordenadora do projeto Caravana Copa Orgânica, o mercado orgâ-
Tricia Neves: “Hoje em dia, valorizamos a experiência, o que é saúde, transparência e o que é verdadeiro”
nico oferece grande potencial ao investidor que souber trabalhar com a ‘bandeira verde’. “Os produtos orgânicos têm diferenciais competitivos, como: Qualidade dos produtos atrelada à saúde; estão alinhados aos propósitos da sustentabilidade, da preservação ambiental, respeita os aspectos sociais e, possibilita a permanência do agricultor familiar no campo. Todos estes são temas importantes atualmente, como temos acompanhado
na mídia”, aponta a especialista. A oportunidade de negócio que o produto orgânico traz é o valor que ele agrega, e que é reconhecido e valorizado pelo consumidor, podendo ser inserido no mercado hoteleiro como uma diferenciação para o estabelecimento, e como consequência, a fidelização de clientes. O público que utiliza os serviços de hotelaria deseja se sentir em casa e ver que aquele hotel está preocupado com o meio am-
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Alimentos cardápio de acordo com as necessidades do hóspede, inclusive se ele for vegetariano ou vegano.
Cuidados e regulamentação
Ana Choueri: “O Vila Naiá privilegia ingredientes da sua própria horta 100% orgânica”
biente, o lado social e da saúde de seus clientes. “Com certeza essa política irá surpreender os hóspedes”, destaca Priscila. Também é importante para o hotel valorizar a experiência do hóspede durante sua estada. Ter uma horta própria, por exemplo, pode proporcionar a vivência de colher o alimento, higienizá-lo, preparálo, até chegar no consumo, participando de seu processo produtivo. Para Tricia Neves, Sócia-Diretora da Consultoria Mapie, “Isso gera histórias para contar. Permite o hóspede sair do hotel contando uma experiência. ‘Eu comi minha couve, eu lavei, eu cozinhei e no final fiz frango, quiabo e couve, e sei de onde veio’. Isso dá valorização do que é local, responsabilidade ambiental, e ainda não uso de transporte e trabalho que eu não conheço o processo produtivo. Hoje em dia, valorizamos a experiência, o que é saúde, transparência e o que é verdadeiro”.
Valorização local Para Ana Choueri, Diretora de Vendas do Hotel Vila Naiá, situado na Praia de Corumbau, na Bahia, as vantagens de se utilizar alimentos orgânicos são muitas. Além de oferecer aos hóspedes
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alimentos naturais, sem agrotóxico, há a valorização de produtos locais. “Nos tornamos mais sustentáveis. Existe uma grande horta orgânica de folhas verdes e canteiros de ervas, que usamos na cozinha. Além disso, buscamos sempre utilizar produtos locais. O Vila Naiá privilegia ingredientes da sua própria horta 100% orgânica”, afirma a executiva. Choueri diz que a gastronomia do hotel valoriza alimentos da estação que possam ser comprados na região. Os pães, por exemplo, são feitos no próprio hotel e peixes e frutos do mar são fornecidos pelos pescadores da Reserva Extrativista Marinha de Corumbau. O empreendimento, que fica localizado em uma zona rural, encontra com mais facilidade os produtos orgânicos, já que são comprados de pequenos produtores com preços mais vantajosos. “Fazemos uma gestão inteligente de estoque, o que evita desperdício, já que se trata de alimentos altamente perecíveis”, explica Ana Choueri, que lembra dos preços mais elevados aplicados nas zonas urbanas e grandes cidades. Ela garante que o empreendimento presta um serviço personalizado, onde pode adaptar o
As pessoas valorizam cada vez mais o que colocam dentro do seu corpo, e por isso, se interessam pelo processo produtivo. Porém, é preciso ter cuidados ligados à saúde e também ao gerenciamento destes alimentos. O principal avanço e crescimento do mercado de produtos orgânicos no Brasil se deve à vigência das instruções normativas do MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que criou os mecanismos de controle e avaliação da conformidade da qualidade orgânica, estabelecendo um selo único para identificação dos produtos orgânicos no Brasil. Segundo a engenheira agrônoma, atualmente, já existem certificadoras brasileiras regulamentadas pelo MAPA, e reconhecidas internacionalmente. Desta forma, o empresário hoteleiro pode ter mais segurança e passar mais confiabilidade ao consumidor final de que o produto que está sendo adquirido e posteriormente oferecido é de fato orgânico. A certificação obrigatória dos produtos orgânicos, que começou a ser exigida no dia 31 de dezembro de 2010, regulamenta o mercado e sua cadeia produtiva como transportadora e supermercados, mas ela vai além de seu objetivo, trazendo uma maior segurança aos consumidores que desejam consumir um produto orgânico com selo de certificação, atestando que foi rigorosamente fiscalizado. De acordo com dados do Ministério, os ramos mais frequentes na produção de orgânicos são a pecuária e criação de outros animais (41,7%) e a produção agrícola (33,5%). A maior parte dos produtos, no entanto, é voltada à exportação
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Alimentos (60%), especialmente para o Japão, os Estados Unidos e a Europa. O MAPA explica ainda que o agricultor que segue as regras consegue o selo do Sisorg Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica, trazendo ao consumidor a segurança de que eles foram fiscalizados e aprovados pelo governo. Além disso, a nova regulamentação conta com um cadastro nacional de produtores orgânicos, e traz dados oficiais que facilitam a aplicação de políticas públicas específicas que incentivem a agricultura dos orgânicos. Quanto a manter uma horta própria, Trícia Neves diz que o melhor para o hotel é ter o que for possível gerenciar. “Tem que ter quem cuide da horta, quem garanta que ela esteja adequada com a necessidade do gestor. Caso seja um fornecedor, a mesma coisa. Se ele tem a produção muito maior do que o consumo, provavelmente não estará sendo sustentável. É preciso gerir a agricultura, se relacionar com o fornecedor e garantir que se tenha entregas adequadas à necessidade do empreendimento”, pontuou.
Perfil do consumidor De acordo com o estudo “O Mercado Interno de Produtos Orgânicos” do IPD - Instituto de Promoção do Desenvolvimento, os consumidores além de perceberem os benefícios destes alimentos, são menos sensíveis aos preços que podem alcançar mais de 100% do valor do similar convencional. Em sua maioria, possuem alto grau de instrução, geralmente com nível superior e são predominantemente da classe média. São indivíduos preocupados com a segurança e qualidade dos produtos. Grande parte dos consumidores brasileiros está disposta a pagar mais caro por um produto que não polui o meio ambiente. Foi o
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que concluiu a CNI - Confederação Nacional da Indústria junto do IBOPE na pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Meio Ambiente, divulgada em dezembro de 2010, que trata de questões ambientais. O estudo mostrou que 68% dos entrevistados concordaram com esta afirmativa do universo pesquisado, enquanto 24% se mostraram contrários à idéia. Essa tendência foi verificada mesmo entre a população com baixa renda familiar. Para Tricia Neves, o empreendedor que quer oferecer alimentos orgânicos em seu hotel deve primordialmente entender o cliente, e não tomar decisões baseadas nos gostos pessoais sem estruturálas em fatos. “Precisamos sair do ‘achismo’, e ir para o entendimento do cliente. Existem possibilidades de pesquisas, tanto as nacionais como internacionais cada vez mais disponíveis, sobre hábitos e consumo, além de pesquisas de satisfação onde o próprio hóspede diz o que precisa, sugere mudanças. É preciso saber quem é a pessoa que fica no u hotel, o que ele busca, qual é o desejo dele, pra que eu ofereça um produto adequado e possa oferecer um produto profissional”, explica a consultora.
De olho em restrições alimentares As restrições alimentares são muito comuns, e com a facilidade proporcionada pela internet no acesso à informação, os portadores estão cada vez mais esclarecidos, a fim de evitarem contaminações e reações alérgicas que causam diversos problemas à saúde. Nas redes sociais é possível encontrar grupos e comunidades que indicam restaurantes e estabelecimentos que ofereçam alimentos que não contenham glúten e lactose, por exemplo, e também com me-
nus próprios para vegetarianos e veganos, que não consomem nenhum derivado animal. Apresentar cardápios especiais permite que essas pessoas com buscas específicas no seu consumo passem a frequentar o restaurante ou o hotel. Porém, é preciso estar atento ao processo de elaboração desses alimentos, já que existe uma diferença importante entre pratos veganos, vegetarianos e sem lactose e glúten. “No caso da intolerância à lactose e do vegetarianismo, excluem-se ingredientes, então, o restaurante garante que no prato o cliente não encontrará carne, ovos e leite na receita, por exemplo. No caso do glúten, há um processo produtivo que é raro encontrar no Brasil”, explica Tricia. O glúten não está somente na farinha branca, mas também é encontrado às vezes no tempero e em uma série de coisas. “Qualquer tipo de resquício gera reação para quem tem alergia, então o glúten é algo bem grave. Ele passa por um processo produtivo diferente. É preciso ter um espaço na cozinha que seja livre de glúten. Não é só ‘não colocar farinha naquele molho’”, aponta. Para que isso seja implantado em um restaurante, é preciso garantir que os cozinheiros entendam este processo e incorporem esta cultura. O site Veggie Hotels (http:// www.veggie-hotels.com/) abriga diversos hotéis e pousadas focados na alimentação vegetariana, capaz de conectar seus adeptos. Os empreendimentos oferecem alimentação e serviços relacionados à natureza, relaxamento do corpo e mente, e atividades como yoga e meditações. Além do Brasil, há hotéis para este público em todo o m u n d o h o s p e d a d o s n o site, que é disponibilizado em cinco idiomas.
Alimentos maior conscientização e disciplina individual”, aponta a Amabille. Segundo ela, apesar do hotel não oferecer cardápios exclusivos para vegetarianos, há sempre uma preocupação em oferecer uma grande quantidade de verduras, legumes, saladas e pratos quentes integrais, o que atende bem a esse público.
Sustentabilidade
Amabille Melo: “Falta às pessoas maior conscientização e disciplina individual”
Nutricionista no hotel No Cana Brava Resort, situado no município baiano de Ilhéus, todas as refeições são supervisionadas pela nutricionista Amabille Melo, que trabalha no controle de qualidade desses alimentos, para depois, o chef montar o cardápio. A nutricionista sugere a inserção de pratos e ingredientes e pede a retirada de alguns também. De acordo com a nutricionista, as pessoas, ao entrarem no buffet All Inclusive, sempre se esquecem de manter uma alimentação saudável e querem experimentar de tudo que é servido. “Os alimentos mais procurados são os regionais como moqueca, dobradinha e rabada e também todos que são feitos a base de camarão. Falta, a elas,
No Grande Hotel Campos do Jordão, Hotel- Escola Senac situado no interior de SP, existe uma preocupação e atenção exclusiva com os portadores de intolerâncias e alergias alimentares. Durante a reserva, o hóspede preenche um formulário e insere suas possíveis restrições e preferências à mesa. “No cardápio Restaurante Grande Hotel, o hóspede conta com opções de alimentos isentos de glúten, sendo preparações sinalizadas de forma diferenciada. Para celíacos, possuímos uma grande oferta de produtos industrializados isentos de glúten, como pães, torradas, bolos, biscoitos recheados doces e salgados. Para intolerantes à lactose, possuímos leite e pão de soja (similar ao pão de queijo). Alimentos preparados no hotel também poderão ser solicitados”, explicou Adriana Nodari, Nutricionista do Grande Hotel Campos do Jordão, Hotel-Escola do Senac situado no interior de São Paulo. Em 2012, surgiu o projeto Menu Sustentável, que conta com a participação de renomados restaurantes que, por uma semana, apresentam propostas gastronômicas sustentáveis. Os pratos selecionados são preparados seguindo alguns critérios: uso de produtos orgânicos, a preparação sem uso de água, 100% de aproveitamento dos ingredientes, a preocupação com a redução de lixo e o uso de produtos locais e sazonais. Em 2014, 120 estabelecimentos em São Paulo e Brasília (DF)
aderiram ao projeto, que ocorreu de 25 de agosto a 7 de setembro. O Restaurante Tarsila, do hotel InterContinental São Paulo, localizado na zona sul da capital, ofereceu um cardápio com entrada, prato principal e sobremesa elaborados sob a luz do conceito sustentável, como o Terrine de legumes com grapa e folhas orgânicas que não utiliza água em sua preparação. Como prato principal, a sugestão foi o Risoto de camarão com molho bisque, que aproveita 100% de seus ingredientes. Para a sobremesa, a escolha foi pela trilogia de doce de banana com casca, creme de açaí e marshmallow de cupuaçu, produtos locais e sazonais. Quando se valoriza o uso de alimentos locais, o empreendedor valoriza o uso de alimentos sem agrotóxicos, que não passam pela grande indústria de alimentação, evitando assim o transporte. O estabelecimento compra de quem está perto, então tem os benefícios que dizem respeito à sustentabilidade, à saúde, e a valorização do local. No hotel Vila Naiá, a elaboração do cardápio surgiu de uma pesquisa regional elaborada em conjunto com a chef Maria Alice Solimene, utilizando produtos locais como frutos do mar, mandioca, banana da terra, batata doce, palmito pupunha e frango orgânico.
Longe do alcance De acordo com o Chef Executivo do Grande Hotel Campos do Jordão, Dijalma Boa Sorte, os produtos orgânicos de procedência ainda não são encontrados com facilidade no Brasil, com uma grande demanda e um pequeno número de pessoas que se preocupam com a qualidade da alimentação, mas a localização do hotel facilitou este processo. “Temos excelentes fazendas que nos cercam e que produzem alimentos orgânicos dos mais va-
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Alimentos
O hotel InterContinental São Paulo ofereceu a Trilogia banana, açaí e cupuaçu como sobremesa sustentável
riados gêneros em Campos do Jordão e no Vale do Paraíba. Esse tipo de alimento também são em média de 30 a 40% mais caros que os comuns, e isso acontece pelo fato de não termos uma procura considerável, caracterizando os
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alimentos orgânicos como ‘nobres’”, explica o chef. Segundo ele, as principais vantagens no uso de produtos orgânicos é a garantia obtida ao servir alimentos que só farão bem para os hóspedes e comensais. “Temos
a segurança de não haver agrotóxicos e fertilizantes que aceleram o crescimento dos produtos, também temos segurança alimentar, pois sabemos que foi manipulado e tratado dentro de todas as normas fiscais. Além disso, temos as
Alimentos
Dijalma Boa Sorte: “Temos a segurança de não haver agrotóxicos e fertilizantes que aceleram o crescimento dos produtos”
vantagens nutricionais que apenas alimentos orgânicos podem nos oferecer”, aponta. O chef afirma que hoje em dia o hotel produz apenas alguns temperos básicos, como salsinha e cebolinha e a produção de flores comestíveis que são utilizadas na deco-
ração dos pratos do restaurante Araucária e no buffet principal. Quanto a sucos detox, que têm a finalidade de desintoxicar o corpo ou de nutrí-lo, a nutricionista Adriana Nodari afirmou que aos finais de semana há opções no café-da-manhã de sucos nutritivos no
restaurante do empreendimento. Nas refeições há uma pequena procura, embora o hotel não possua na carta uma especificação para sucos detox, o hóspede pode solicitar e o suco é elaborado conforme o pedido. “É uma tendência que as pessoas estão descobrindo, e é sempre bem-vinda, pois nada mais saudável e prazeroso do que degustar sucos com alimentos naturais e elaborados na hora, pois as vitaminas e o sabor são preservados”, comenta. O Restaurante Infantil do hotel conta com o cardápio elaborado pela nutricionista, já que esta fase da vida pede uma oferta maior de nutrientes e vitaminas. Há sempre oferta de frutas, três tipos de carne (ave, peixe ou ovo e carne vermelha) legumes, massa integral e há uma preferência pela elaboração de sobremesas com frutas e pouco açúcar.
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Alimentos cupação em relação à alimentação é muito grande, visto que o empreendimento oferece uma produção sustentável e tecnológica. “Temos o chamado alimento orgânico mineral, onde minerais são adicionados ao solo, agregando ao alimento um teor maior de nutrientes o tornando mais seguro, saboroso e saudável. O consumo destes alimentos ajudam na prevenção de algumas doenças respiratórias, distúrbios hormonais, problemas neurológicos e até câncer”, aponta Gisleine. No hotel também há a oportunidade dos hóspedes visitarem as
estufas e os colher os alimentos que serão utilizados em seus pratos. Para a nutricionista, o que falta para as pessoas consumirem mais alimentos orgânicos, saudáveis e sustentáveis é a divulgação dos benefícios sobre este novo conceito de alimentação saudável. “O consumo de alimentos orgânicos contribui para a promoção da saúde e a qualidade de vida, pois são cultivados sem a utilização de agrotóxicos, hormônios e outros produtos químicos. Porém, ainda há uma baixa produção para estes alimentos”, aponta a nutricionista.
Chef Daniel Aquino: “Nossa preocupação é de que o hóspede possa receber o prato criado por ele”
Exclusividade no prato No Unique Garden Hotel & Spa, localizado em Mairiporã, na Grande São Paulo, também existe a preocupação com a qualidade e origem dos alimentos oferecidos. O cultivo dos principais ingredientes que vão à mesa é próprio, visando atender não apenas a uma tendência, mas à exigência do mercado. De acordo com o Chef do empreendimento, Daniel Aquino, o hotel busca atender a todas as restrições alimentares, inclusive religiosas. “Em razão da nossa enorme variedade e nossa facilidade em termos alimentos frescos, nossos hóspedes podem escolher cada refeição. Nossa preocupação é de que ele possa colher seu produto e receber aquele prato que foi criado para ele”, afirmou o chef. A nutricionista do hotel, Gisleine Almeida, afirma ainda que a preo-
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Carpaccio de polvo e bouquet de folhas orgânicas servido no Unique Garden
Governança
Foto: Divulgação Sofitel Guarujá Jequitimar
Governança, o coração do hotel
O grau de exigência nos serviços de hospedagem aumentou muito, exigindo empenho e constante capacitação das equipes operacionais dos hotéis como as da governança
A falta de mão de obra capacitada neste setor deverá ser um dos principais gargalos da hotelaria nacional nos próximos anos
A
hotelaria nacional está vivendo o seu melhor momento. Segundo um levantamento realizado pela BSH International, o Brasil contará com mais de 70 mil quartos de hotel até o ano de 2016, com investimentos
na ordem de R$ 12 bilhões. Por conta deste aumento de unidades habitacionais, o mercado de trabalho estará muito mais aquecido e carente de mão de obra qualificada. Dados do FOHB – Fórum dos Hoteleiros do Brasil apontam que
serão criados mais de 50 mil postos de trabalho em razão das novas inaugurações. E uma das áreas que mais necessitará de mão de obra, será a de governança. Ao fazer o check-in na recepção de um hotel, a primeira coisa que o hóspede deseja é poder entrar no apartamento, tomar um bom banho e relaxar em uma cama confortável. Neste cenário, nos deparamos com diversos objetos que, por mais simples que pareçam, contribuem para
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Governança o conforto do hóspede: a ducha na pressão e temperatura certa; roupas de cama e toalhas perfeitamente limpas e macias; abajur alinhado milimetricamente em cima do criado mudo, entre outros objetos que acabam se tornando essenciais para nos sentirmos mais confortáveis dentro de um quarto de hotel. São nesses mínimos detalhes que podemos perceber o trabalho do setor de governança, que algumas vezes, somente é notado quando algo está fora do lugar.
Panorama do setor A realização de grandes eventos no Brasil está contribuindo diretamente para a evolução do mercado hoteleiro. Muitos hotéis decidiram se modernizar para atender a demanda de novos hóspedes, e essa modernização não ocorre apenas na parte física dos empreendimentos, os profissionais em geral também estão se atualizando. E com a chegada de novos hóspedes, o grau de exigência nos serviços de hospedagem aumentará muito, o que requer empenho e constante capacitação das equipes operacionais dos hotéis. Na visão de Maria José Dantas, Presidente da ABG — Associação Brasileira de Governantas com o crescimento da indústria hoteleira, o setor de governança precisou-se adequar às novas demandas. “Durante muito tempo esta área foi deixada para trás, sendo vista apenas como uma área operacional, um setor de apenas geração de custos. Porém, o crescimento da qualificação mudou, fazendo com que o mercado exija cada vez mais profissionais capacitados e que tenham em sua essência o princípio da hospitalidade. Ainda não existe a conscientização da importância desta área na questão estratégica do empreendimento, mas é um erro que os meios de hospedagens cometem, pois a governança cuida do principal produto da indústria hoteleira, que é a hospedagem e é nos apartamentos que os
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hóspedes passam a maior parte do tempo”, analisa Maria José. Nos últimos dez anos, a área de governança se modernizou, sendo um setor com muito mais gestão operacional e liderança. De acordo com Maria José, uma das principais mudanças na área de governança foi em relação a gerência de processos, onde o profissional precisa avaliar muito bem os custos, sempre adequando à realidade do negócio. “Hoje, a hotelaria é dotada de muitas amarras pela falta de qualificação profissional. A governança, em algumas ocasiões, ainda é vista com
muito preconceito. Muitos falam sem ao menos conhecê-la, acham que o trabalho está concentrado somente em limpeza e arrumação. O profissional desta área precisa ter um extenso conhecimento em produtos químicos, processos operacionais, como distribuir a carga de trabalho dos colaboradores, boa gestão de custos e o essencial: o profissional de governança precisa saber exercer a liderança. Mas vemos que o reconhecimento desta função vem aos poucos. Estamos nos deparando, a cada dia, com o interesse dos gestores em proporcionar treinamento
Maria José Dantas – “A governança cuida do principal produto da indústria, que é a hospedagem”
Governanรงa
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Governança para seus colaboradores, de maneira que estes possam trocar experiências com outros profissionais”, comenta Maria José.
Função insubstituível Em vários hotéis já é possível que o hóspede faça seu check-in / out, solicite serviço de quarto, peça um prato no restaurante, tudo de maneira informatizada, com poucos cliques ou poucos toques. Se formos analisar alguns postos de trabalho dentro de um hotel, a área de governança, por ser o principal produto da hotelaria, é o setor que não pode ser substituído por uma máquina. Sempre será necessária a presença de um profissional para executar a limpeza e arrumação do apartamento e áreas comuns do hotel. Para o consultor hoteleiro Mário Cezar Nogales, a área de governança no Brasil foi uma função relevada à pessoas despreparadas e de baixa condição econômica/social devido à própria característica brasileira. Por conta disso, poucas empresas acabaram investindo no preparo profissional de suas governantas. “Ainda nos dias de hoje a função não é reconhecida e também por culpa das próprias governantas que preferem se reunir em grupos com características sindicais do que de fato se preparar. De fato a governanta é a segunda em comando dentro de um hotel profissional e o que vemos no Brasil é que a função é relevada a última em comando.”, pontua. Na visão do consultor, os profissionais da área de governança devem ser inseridos em cargos estratégicos do empreendimento, pois, segundo ele, não é possível se administrar um hotel, de qualquer tipo de porte, sem uma governanta e sua equipe. A falta de interesse dos profissionais em ingressarem nessa área está muito ligada ao falso estereótipo presente, pois muitos acreditam que esta área está atrelada apenas ao trabalho doméstico e destinada
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Mario Cezar Nogales – “A governanta é a segunda em comando dentro de um hotel. Mas o que vemos no Brasil é que a função é relevada a última em comando”
à classes sociais menos favorecidas. “Para mim, os requisitos básicos para os profissionais que desejam ingressar nesse setor são a paciência e muita experiência no trato com pessoas. E seus conhecimentos vão desde técnicas de arrumação e limpeza, como conhecimento químico, organizacional, social, de produção, administração de materiais, tecidos, decoração, ecológico/ambiental e administrativo”, avalia Nogales que fala com propriedade do assunto, pois já trabalhou muitos anos na hotelaria e recentemente escreveu um livro sobre governança hoteleira.
Fatores de retenção Escala de trabalho confortável, salário competitivo com benefícios em geral, plano de carreira, entre outros,
são alguns dos fatores de retenção para os profissionais que atuam na área de governança. Para a consultora e sócia diretora da empresa Hotel Consult, Lucila Quintino, grande parte dos meios de hospedagem não investem na evolução da carreira dos colaboradores dessa área. “Nem todos os hotéis praticam algo formal para a evolução de carreira de uma camareira. Este também é um fator problemático no setor, fazendo com que a empresa fique refém de mão de obra ‘pronta’, tendo que recorrer à busca de profissionais no mercado. Poucas redes enxergaram a necessidade de formar mão de obra gerencial internamente. Vemos muitas Camareiras, que pelo tempo de experiência prática, passando a cargos maiores e nem sempre com a capa-
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Governança
Lucila Quintino – “Como qualquer outro setor hoteleiro, a governança carece de mais treinamentos que realmente formem os profissionais, lhes dando condições de crescimento interno”
cidade de liderar uma equipe. Mas o setor tem evoluído muito, oferecendo treinamentos constantes”, comenta a consultora Lucila. De acordo com ela, o crescimento do profissional na área de governança, com variações de acordo com o tamanho do hotel, é passar de Camareira à Líder, Supervisora de Andares, Assistente de Governanças, Governanta e até mesmo Governanta Executiva. Um dos maiores motivos que ocasionam a baixa de profissionais nessa área são carga horária extensa e salário. Porém, na visão de Lucila existem outros fatores que refletem na escassez profissional. Na visão dela, esses fatores não são causas primárias para a retenção do funcionário. “Já se sabe através de pesquisas de mercado, dentre as razões para se deixar uma empresa, a falta de identificação com o gestor está em primeiro lugar. A falta de perspectiva de carreira está em segundo. Falta de identificação com a empresa está em terceiro. Em quarto lugar está a ausência de desafios e em último lugar está remuneração e benefícios”, diz. Segundo ela, a remunera-
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ção média para o cargo de camareira no Brasil varia muito de região para região, porém a média para as grandes redes internacionais gira em torno de R$ 1.100,00 mensais. Esta é uma remuneração muito baixa, se levarmos em conta que uma diarista não trabalha por menos de R$ 100,00 numa casa de família e ainda pode desfrutar de folgas todo final de semana. Na visão da consultora, o segredo para o crescimento da profissão está na qualificação e atualização. “Como em qualquer outro setor hoteleiro, a governança carece de mais treinamentos que realmente formem os profissionais, lhes dando condições de crescimento interno. Para suprir o problema de mão de obra que vivemos, não vejo outra forma de maior retenção do que esta, além da liderança ser efetivamente uma figura próxima e com habilidades de gestão. Acredito que a profissionalização do setor também depende muito do empregador e do perfil de profissionais que contrata. Ao passo que a evolução de carreira através da governança for algo concreto, mais e mais profissionais se interessarão em iniciar suas carreiras neste setor”, avalia Lucila.
pelos bens dos hóspedes e do hotel. Além disso, o estudante aprende os hábitos dos hóspedes, conhece um pouco a cultura dos mesmos sob uma visão global. A instituição também possui a pós-graduação em Administração Hoteleira com a disciplina “Gestão de Hospedagem”, onde é abordado o gerenciamento do setor de governança, entre outros assuntos. Na visão de Luciani Guimaro Dias Bianchi, Coordenadora do curso de Tecnologia em Hotelaria do Centro Universitário Senac – Águas de São Pedro, a falta de profissionais capacitados nessa área certamente será um dos principais gargalos da hotelaria nos próximos anos. “Creio que a falta de interesse na profissionalização e a grande oferta de empregos na área sejam responsáveis pela escassez de profissionais. Além disso há um equívoco em relação à carga horária realizada pela operação. Normalmente é respeitada a carga horária diária de 8 horas. Já para os cargos de gestão, a carga horária não tem grande diferença para executivos de outras áreas, o que acaba gerando um entendi-
Formação profissional Dentre as instituições de ensino que ministram cursos de capacitação para a área de governança está o Senac São Paulo, que atualmente conta com os cursos em diversas modalidades (livres, técnicos, graduação e pós) que abordam esta área. Dentre os cursos, está o curso livre “Camareira em meios de hospedagem”, o qual possui carga horária de 40 horas, auxiliando o aluno a desenvolver habilidades para a realização da arrumação, limpeza e vistoria dos apartamentos e áreas comuns dos hotéis. Os alunos acabam aprendendo durante o curso a enfrentar diferentes situações que ocorrem nos hotéis, sempre zelando
Luciani Guimaro – “A falta de interesse na área e em profissionalização são responsáveis pela escassez de profissionais”
Governança mento equivocado em relação a carga horária extensa e baixa remuneração”, comenta. A ABG também ministra diversos cursos e workshops para a área de governança, como o Encontro Nacional de Governança Hoteleira, a qual a entidade aborda importantes temas para o setor como: método para execução do processo de higienização, limpeza e arrumação com a técnica adequada; os perfis e a escolha dos profissionais e a redução no custo de energia e água nos hotéis através da escolha correta dos equipamentos de lavanderia, entre outros. Para Maria José Dantas, o principal caminho de sucesso para essa área é a atualização profissional. “Existem muitos profissionais que já estão em seus postos de trabalho há anos e que não se atualizam, não acompanham as mudanças do
setor. Alguns desses profissionais tem muita resistência às mudanças, é bem comum encontrar governantas que se recusam aprender a utilizar novas ferramentas de trabalho, os sistemas operacionais são um bom exemplo disso. Muitas vezes chegamos em hotéis e encontramos supervisores ou mesmo a governanta fazendo relatórios de tarefas para camareira manualmente. Ignoram quase tudo que é novo justificando que vai dar mais trabalho. Ou seja, não procuram se atualizar, o que é um erro nos dias de hoje. “As vezes a própria empresa paga cursos e treinamentos para esses profissionais e eles não participam, acham que estão perdendo tempo. Para alguém que está a frente e na liderança de uma equipe não poderia haver exemplo pior. Todo profissional precisa se atualizar continuamente mesmo que a empre-
sa não ajude, se ajudar, melhor ainda, não perca nenhuma oportunidade. Conhecimento é o nosso maior patrimônio”, analisa Maria José. E investir em tecnologia é necessário para agilizar os serviços da governança e controlar os gastos. Atualmente existe no mercado uma série de softwares chamados de governança eletrônica e o objetivo deles é o substituir todos os registros de serviço, que são feitos manualmente através preenchimento de formulários, e equipar a camareira com tecnologia wireless para que ela tenha mobilidade e consiga abrir ordens de serviços em tempo real. A maioria destes softwares conseguem mensurar o status de tarefas, como arrumação dos quartos, troca de colchões, pedidos de manutenção na parte hidráulica e elétrica, registro do consumo do frigobar e limpeza
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Governança
Virginia Sofia Franco – “A governança é o coração do hotel. Assim como no funcionamento do corpo humano, o coração tem que bater para que o resto funcione”
das cortinas e outras de governança. As camareiras também são informadas sobre as preferências do cliente já hospedado ou em vias de se alojar no quarto.
Apagão de mão de obra A cidade de Belo Horizonte é uma das capitais brasileiras que, de acordo com estudos de mercado, enfrentou a super oferta de UH’s após a Copa do Mundo de Futebol, que ocorreu entre os meses junho e julho de 2014. Como se não bastasse, a cidade enfrenta, até hoje, outro cenário: a ausência de mão de obra qualificada para trabalhar nos hotéis, especialmente de camareiras e arrumadeiras. Tentando reverter esses fatores, o Senac Minas Gerais ministrou meses antes da competição cursos de capacitação para a área de governança. De acordo com a Professora da instituição Virginia Sofia Franco de Oliveira, apesar da intensa procura pelo curso de governança, a capital mineira irá sofrer com a baixa de profissionais. “Em geral quem procura esses cursos são mulheres
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com baixa formação escolar e que estão desempregadas. Na maioria das vezes, são mulheres que atuam ou já atuaram como diaristas ou secretárias do lar. O Senac formou, em Minas Gerais, 485 camareiras em 2012 e 437 em 2013, totalizando 922 profissionais em dois anos nas cidades de Belo Horizonte, Barbacena, Uberaba, Itajubá, Uberlândia, Diamantina, Coromandel, Sete Lagoas e Divinópolis. Só em Belo Horizonte, qualificamos nesses dois anos 283 profissionais. Acredito que esse número ainda é bem reduzido perante o número de vagas disponíveis que temos constantemente no mercado de trabalho”, ressaltou Virgínia. Segundo ela, a baixa remuneração, a falta de formação escolar dos profissionais e a dinâmica atual do mercado está ocasionando esta falta de profissionais capacitados. “Mesmo para pessoas que têm baixa formação escolar, há inúmeras oportunidades nas mais variadas áreas, e, muitas vezes, com salários e condições de trabalho mais atraentes. Mesmo tendo hotéis que valorizam bem o setor de governança, eles ainda são poucos. A maioria dos hotéis ainda pagam salário mínimo e oferecem poucos benefícios para esse setor, o que faz com que mesmo profissionais qualificados, ou mesmo que já atuam na área, busquem oportunidades em outras áreas. Isso gera uma alta rotatividade no setor de governança da hotelaria e é hoje um dos principais problemas da área”, assegura a Professora Virgínia. Ela ressalta também as vantagens que a profissional que atua como camareira de hotel conquiste ao invés de ser uma diarista. “Acredito que uma pessoa tem muito mais benefícios em ser uma camareira do que em ser uma diarista. Porque, enquanto a diarista pode ganhar mais, a camareira tem segurança e todos os benéficos da lei garantidos, enquanto que, no caso da diarista, a não ser
que ela se enquadre na lei das domésticas, ela não tem nenhum tipo de benefício ou direito legal. Por outro lado, a camareira, se for uma boa profissional, terá a oportunidade de crescer e construir uma carreira”, conclui a professora.
A vez deles O processo de inserção da mulher no mercado de trabalho passou a ser intensificado no século XX, com o avanço da industrialização no Brasil. A partir dessa época muitas mulheres iniciaram sua vida profissional em fábricas, confecções, entre outros postos. Porém, as funções desempenhadas pelas mulheres sempre foram muito mais ligadas à funções domésticas, como costurar, lavar, passar, etc. Com o avanço das gerações esta posição foi se modificando, com a inclusão das mulheres em funções não somente ligadas ao lar, mas nas áreas de educação, saúde, entre outras. Somente nas últimas décadas é que a mulher começou a ocupar cargos de chefia, e hoje, temos grandes executivas no comando de empresas, redes hoteleiras, e inclusive, tivemos a primeira Presidente da República. Assuntos deste tipo sempre entram nas discussões da população,
O Cult Hotel, localizado em Recife (PE), contratou recentemente seu primeiro camareiro
Governança as quais delimitam quais funções possam ser exercidas por homens, e quais para mulheres. A função de camareira / arrumadeira sempre foi conhecida como sendo uma atividade predominantemente feminina, muito por conta do perfil histórico da inserção das mulheres no mercado de trabalho. Atualmente o mercado vem se deparando com a inclusão de homens em tarefas que no passado eram exclusivamente femininas. De acordo com a ABRH — Associação Brasileira de Recursos Humanos, existe atualmente uma flexibilização dos limites rígidos que costumavam definir as funções femininas e masculinas. Na visão de Maria José Dantas, Presidente da Associação Brasileira de Governantas, o setor está aberto para cargos masculinos. ”A questão dessa área ser predominante-
mente feminina tem muito mais a ver com o preconceito masculino. Apesar de termos muitos homens trabalhando, alguns ainda possuem uma certa resistência para entrar na área de governança. Os homens, infelizmente, não se interessam por ela por que acham que é trabalho de mulher”, analisa. Um dos exemplos de empreendimentos que acabaram inserindo homens para exercerem as funções das mulheres pode ser encontrado no Cult Hotel, empreendimento localizado em Recife (PE). Atualmente o hotel conta com um rapaz exercendo a função de camareiro. Para Carlos Henrique Lopes, 23 anos, a função é exercida por ele como qualquer outra. “Me sinto bem como o primeiro camareiro de um hotel tradicional, com décadas de existência. Aqui meu trabalho é muito mais minucioso, pois tenho que estar atento a to-
dos os detalhes. Não pode ter falhas, tem que olhar tudo, e isso tem sido um grande aprendizado para mim. Mas é muito bom, é uma experiência diferente, que faz a pessoa aprender coisas novas”, garantiu.
Planos de carreira Presente no mercado hoteleiro há mais de 40 anos, a Rede Bourbon Hotéis & Resorts sente reflexos da escassez de profissionais em áreas operacionais, sobretudo a de governança. De acordo com Maria Cristina de Carvalho Silva, Diretora de Recursos Humanos da rede, no geral os hotéis da rede enfrentam a falta de profissionais em diversas posições. “A falta de mão de obra qualificada é vista em diversas posições hierárquicas e não somente na hotelaria. Esta é uma realidade vivenciada por empresas de vários segmentos, já que hoje a oferta de trabalho é muito vasta, de-
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Governança vido ao aquecimento da economia e, também, em virtude de muitos profissionais estarem empreendendo e abrindo seus próprios negócios. Em função disto, as empresas estão cada vez mais focadas na retenção de talentos, buscando criar um ambiente de trabalho saudável para seus colaboradores, oferecendo salários e benefícios justos e disponibilizando oportunidades de aprendizagem para as suas equipes de trabalho”, comentou Maria Cristina. Um dos fatores que faz a rede reter os profissionais, não somente da área de governança, como também de outras áreas, são os planos de crescimento interno. “Nós trabalhamos fortemente com recrutamento interno, propiciando oportunidade de crescimento para nossos funcionários. Quando abrimos uma vaga para posições de liderança, antes de olhar para fora, a empresa analisa a sua equipe de trabalho, a fim de identificar profissionais que poderão assumir estas posições, passando por um ciclo de treinamentos comportamentais e técnicos”. A rede Bourbon conta também em seu quadro de colaboradores com profissionais do sexo masculino em funções conhecidas por serem tradicionalmente femininas. Dos 153 profissionais que atuam na função de camareira (o), nove são do sexo masculino, representando cerca de 0,9% nesta função. “Para se ter uma ideia, no ano de 2013, a Bourbon Hotéis & Resorts, que conta hoje com aproximadamente 2000 funcionários, teve 226 promoções internas, o que equivale a 11,3% do quadro. Inclusive, cabe citar que no Bourbon Atibaia Convention & Spa Resort, o gestor responsável por toda a área de Governança é um profissional do sexo masculino, sendo que o mesmo foi promovido internamente”, reforçou a executiva. Para Maria Cristina, a contratação de profissionais do sexo masculino para essas funções trata-se de uma
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Maria Cristina – “A falta de mão de obra qualificada é vista em diversas posições hierárquicas e não somente na hotelaria”
quebra de paradigmas, tanto para as empresas, como para os profissionais. Segundo ela, a sociedade já começa a observar mudanças em relação a isto, apesar de serem lentas. “A Rede Bourbon em nenhum momento se opôs ao fato de contratar homens para esta função, talvez agora tenha um volume um pouco maior de contratações masculinas nesta atividade, pelo fato dos próprios candidatos estarem mais abertos a trabalhar na área de Governança. A questão cultural também é muito forte, pois
não recebemos muita procura de candidatos do sexo masculino para exercerem esta atividade, em comparação com as mulheres. Para nós é interessante trabalhar com homens e mulheres, já que cada gênero traz a sua contribuição, proporcionando um equilíbrio quando conseguimos mesclar os dois sexos. Para esta função os homens levam a vantagem em relação à força física, enquanto as mulheres costumam prestar mais atenção aos detalhes ligados à atividade que desenvolvem”, conclui.
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Governança
Dicas da ABG – Associação Brasileira de Governantas para o bom desempenho das funções de camareira num hotel — É recomendado e normalmente praticado na arrumação, sempre que for feita sem a presença do hóspede, que a arrumadeira mantenha o carrinho na porta do apartamento, fechando o acesso. Porém, a porta deve ficar sempre aberta durante a arrumação do apartamento; — Caso o hóspede chegue na hora da arrumação, por medida de segurança, ele deve ser identificado pelo nome e a arrumadeira deve conferir, no relatório de tarefas, se o nome confere; — Recomenda-se à camareira nunca trabalhar com o hóspede dentro do apto com a porta fechada, pois estará dando margem para possíveis mal entendidos; — Manter o sigilo sobre os hóspedes, jamais revelando o nome deles. Para isso ela deve manter o seu relatório de tarefas, onde constam os nomes, fora do alcance de terceiros; — A camareira deve observar as necessidades implícitas. A eficiência nas tarefas rotineiras é fundamental, porém a atenção a outros detalhes mostrará que o trabalho da camareira é muito eficiente; — A percepção é muito importante por parte da arrumadeira ao arrumar o apartamento, ela deve ficar atenta aos detalhes da ocupação do apartamento; — Ao visualizar que hóspede está com excesso de roupas sem cabides, a camareira deve antecipar-se a necessidade do hóspede, providenciando mais cabides para o apartamento; — Caso constate que hóspede dobrou o cobertor para usá-lo como travesseiro, significa que o cliente necessita de mais travesseiro; — Observar a rotina de horário dos hóspedes e encontrar o melhor momento para a arrumação do quarto. Clientes com crianças, normalmente tem horários diferentes, e o melhor é fazer a arrumação na ausência deles; — O hóspede é a pessoa mais importante no hotel. Os funcionários de um hotel devem saber o nome deles para, num eventual encontro, chamá-los pelo nome fazendo com que eles se sintam muito importantes. — Existem vários tipos de clientes de hotel e é recomendável reconhecer as diferenças de comportamento desses hóspedes nos corredores, áreas sociais e apartamentos; — São eles: homens de negócio, executivas, turistas de diversos lugares do mundo (viajando em grupo ou individualmente), grupos familiares, convenções ou grupos esportivos; — Os tipos mais conhecidos são: o bem disposto; o irritado, o ostensivo ou vaidoso; o reservado; o indesejável; o doente; — Eles podem ser habituais ou ocasionais e deve-se dedicar atenção especial ainda às crianças e aos idosos; — Muita atenção para a discrição em relação aos hóspedes famosos, acatando a política de privacidade. É inadmissível qualquer abordagem informal por parte dos funcionários como: pedir autógrafo, elogiar, tirar fotos ou ter mais intimidade com o hóspede; — Nunca revelar a identidade do hóspede a terceiros, manter o nome do hóspede sob sigilo absoluto.
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Chave do apartamento
Fotos: Divulgação
Modernizar a chave do apartamento é questão de sobrevivência para o hotel
Qual tecnologia seu hotel utiliza para abrir as portas dos apartamentos? Ela reflete a vontade de seu hóspede?
Em pleno século XXI, não faz sentido milhares de hotéis no Brasil ainda oferecerem chaves de ferro bem pesadas, parecidas com as de portas de cadeias. As fechaduras eletrônicas agregam muito mais valor aos serviços prestados aos hóspedes
O
seu hotel ainda fornece chaves convencionais ao hóspede no check-in para a abertura das portas dos apartamentos? Se ainda utiliza este método arcaico e primitivo certamente deve ainda utilizar o fax para fazer reservas ou deve colocar nos letreiros na fachada dizendo: ‘Temos TV a Cores’. Mesmo em pleno século XXI, milhares de hotéis espalhados pelo Brasil ainda relutam quando o assunto é modernizar e investir em tecnologia para oferecer conforto, comodidade e segurança aos hóspedes. O acesso ao quarto deve ser um dos locais mais seguros e guardados no hotel, a começar pela porta de entrada, e na atualidade, a utilização
de chaves convencionais dos apartamentos é algo inconcebível. Ciente desta defasagem tecnológica, alguns hotéis utilizam a fértil imaginação oferecendo aos hóspedes chaves de ferro bem pesadas, feitas de forma artesanal com brasões do hotel parecendo chaves de porta de cadeia ou mesmo colocando correntes, argolas, pedaços de madeira e até mesmo estribos de arreios de cavalos, como ainda fazem alguns hotéis fazenda. Nenhum hóspede gosta de ficar carregando chaves, pois é inconveniente, corre-se o risco de perder e se deixar na recepção ao sair, qual é a garantia que o hóspede terá de que ninguém irá entrar em seu apartamento? Mesmo que a chave
seja tetra, que possui em torno de 40 milhões de combinações de segredo, a segurança não está garantida. O mínimo que um hotel deverá oferecer a um hóspede no balcão do check-in é respeito e segurança em sua estada, oferecendo um cartão magnético para validação de acesso ao apartamento, onde ficarão registradas a data de entrada e a prevista para a saída. Em muitos casos, o elevador só é liberado para subir até o andar onde o hóspede está com a introdução do cartão magnético que também abrirá a porta do apartamento. As fechaduras eletrônicas possuem um sistema de auditoria feito por uma leitora conectada a elas, o qual é capaz de informar as últimas aberturas. A quantidade de aberturas que o sistema pode ler depende da regulagem que o hotel pede ao fabricante. A leitura é fundamental na hora de se verificar quem entrou no quarto, caso o hóspede sinta falta de algum pertence seu na hora do check-out. Os cartões inteligentes carregam muito mais
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Chave do apartamento informações do que os magnéticos, por terem um microchip em seu interior. Com eles, além do controle de acesso, é possível amarrar todo o sistema de tarifação do hóspede (bar, restaurante, telefonemas etc.), entre outras coisas. “No caso exclusivo da VingCard, a auditoria permite apurar o tempo em que a porta ficou aberta, se foi aberta por dentro ou se foi colocada a tranca. Uma vez trancada, o acesso ao apartamento fica totalmente impedido inclusive pela governança, emitindo um aviso luminoso na fechadura, o que evita o “bater na porta” pela camareira. Ainda se o sistema for de fechadura on-line, pode-se saber quem está no apartamento em determinado momento, por exemplo, e qual dos hóspedes no caso de um casal ou uma família”, revela Nicolas Aznar, Presidente da VingCard para a América Latina.
Evolução histórica Especialista em fechaduras eletrônicas com muitos anos de mercado, Jessé Resende, Diretor da Saga Systems, destaca o avanço das gerações de fechaduras desde as últimas quatro décadas. De acordo com ele, o início das fechaduras em formato de cartões chegou ao mercado hoteleiro nos anos 70, onde a fechadura era completamente mecânica, o cartão era perfurado e o mensageiro tinha que trocar o segredo do cartão após o check out de cada hóspede. Isto tornava o processo muito lento e caro, pois o empreendimento hoteleiro iria depender de ter sempre um colaborador para fazer a troca do segredo da fechadura. Esse modelo de fechadura com cartões perfurados passaram a ser substituídos por eletrônicas já no início dos anos 80, onde a mudança do segredo da fechadura ocorria automaticamente. Já nos anos 90, as fechaduras evoluíram para o sistema eletrônico de banda magnética, além de terem memória para guardar diver-
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sas informações, como dados sobre as recentes aberturas de porta, com data, horário, período em que ela ficou aberta, entre outras, tudo isso devido ao avanço da eletrônica. “No início do século XXI como não poderia deixar de ser, entra no cenário mundial uma nova evolução do produto ainda melhor que são os cartões de Rádio Frequência. O mundo está vivendo praticamente a quinta geração de controle de acesso para hotéis. No início, as fechaduras trabalhavam com chaves mecânicas e hoje com potentes cartões de proximidade com memórias e o Brasil por ser um País onde o mercado de turismo ainda é muito jovem, existe em nossa cultura a chave de metal como uma solução ainda admissível. O controle de acesso para hotéis entrou no Brasil no início dos anos 90 e pulamos da chave mecânica direto para as fechaduras de banda magnética, portanto não experimentamos uma evolução como os países da Europa e Estados Unidos, porém, estamos caminhando em passos largos. As chaves mecânicas para abertura de portas pelos hóspedes, embora ainda façam parte de nosso cotidiano, em alguns anos estarão muito reduzidas por não dar segurança adequada e principalmente um histórico de entrada ao apartamento”, comenta Resende.
hoteleiros esperam acontecer algo grave para agir. Também ocorre que muitos destes gestores acham que a modernização das fechaduras acarretaria muito custo e tempo, e por isso, acabam literalmente ‘fechando as portas’ para a modernidade e segurança. Para Maurício Lopes, “O sistema de fechadura eletrônica habilita diversos níveis de acesso para todos os usuários do hotel, e, desta forma, melhora o monitoramento do acesso aos ambientes, através de relatórios que demonstram quem entrou, hora e data da abertura da porta. A instalação da fechadura eletrônica é muito simples e dependendo do número de quartos é possível ser feito em um único dia; temos uma estimativa que pode ser instalado até 30 fechaduras por dia. A instalação pode ser feita em qualquer tipo de porta, como também em ambientes
Cenário atual De acordo com o Diretor da Onity no Brasil, Maurício Lopes, dos mais de dez mil empreendimentos hoteleiros presentes no País, cerca de 60% destes ainda possuem fechaduras convencionais em seus apartamentos. Muitos gestores até possuem um conhecimento superficial das tecnologias presentes no mercado, mas, por nunca ter ocorrido algum delito dentro dos apartamentos, muitos deles ainda agem pensando: “nunca aconteceu nada aqui, por isso não tenho motivo para investir em tecnologias”, ou seja, muitos
Jessé Resende: “O mundo da hotelaria está vivendo praticamente a quinta geração de controle de acesso, mas muitos empreendimentos no Brasil ainda permanecem na primeira geração”
Chave do apartamento que necessitam ter acesso restrito, por exemplo, os elevadores, cozinhas, piscinas, academias, estacionamento, entre outras”, afirma.
Celular que abre as portas Mesmo que o hoteleiro opte em colocar uma fechadura eletrônica nas portas dos apartamentos, é necessário que ele conheça os dois tipos básicos: a magnética e a por aproximação /ou rádio-frequência. A fechadura magnética é amplamente utilizada na indústria hoteleira e em áreas de segurança. O cartão de acesso se parece com um cartão de crédito/débito com uma tarja metálica na parte de trás. Este cartão é passado através de um scanner, como um cartão de banco, e abre-se uma porta correspondente, devido à assinatura eletrônica no cartão. Os sistemas por aproximação também são soluções
mais recentes da tecnologia de fechaduras. São utilizados cartões de rádiofrequência ou RFID. Esses cartões tem um chip sensor de rádio incorporado dentro do cartão. Quando trazido para perto de um leitor correspondentemente programado, a porta abre. A tecnologia utilizada por este tipo de cartão inclui microchips e tecnologia de rádio, por isso é considerado o mais difícil de forjar e fornece o mais alto nível de segurança. A tecnologia também é uma boa aliada para quem está acostumado a viajar e cansado de pegar aqueles hotéis lotados nos quais precisa ficar algum tempo na fila para fazer o check in e retirar as chaves do quarto. Alguns hotéis no Brasil já utilizam uma tecnologia instalada no celular do hóspede, que, ao fazer a reserva, permite que seu aparelho celular se transforme na própria chave do
quarto que se comunica com a fechadura eletrônica através do Bluetooth. Para a utilização do celular para a abertura da porta, é necessário que o hóspede tenha um telefone com a tecnologia NFC, com a plataforma MIFARE4Mobile embarcada. Assim, é possível o hotel gravar a “chave do quarto” deste hóspede em seu celular, complementando o uso do cartão RFID, para estes casos. Quando o hóspede deixar o hotel, simplesmente esta combinação de chave é eliminada do banco de chaves em uso e novas chaves serão disponibilizadas a novos hóspedes. Este sistema reduz uma das coisas que mais irritam nos cartões-chave que usam tarjas magnéticas: o não funcionamento após a desmagnetização, o que é muito comum acontecer em diversas situações, como ao aproximar o aparelho celular do cartão. Uma tecnologia que
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Chave do apartamento a VingCard disponibiliza no mercado e que agrega muito valor aos serviços prestados no hotel é a fechadura online. Com ela é possível saber quando um hóspede está no apartamento, onde e quanto tempo demora a governança para limpar cada apartamento e se já limpou. Na troca de apartamento o hóspede não precisa trocar o cartão, pois a integração com o PMS o early check in ou late check out são feitos automaticamente sem necessidade de mudar o cartão. “O hotel pode cancelar um cartão ou um grupo de cartões diretamente por meio da nossa solução Vision em qualquer computador, assim como permite abrir as portas em uma situação de emergência, rodar a auditoria das fechaduras direto no software sem necessidade de ir até a porta, reprogramar as fechaduras também do software. Somado a isto, as fechaduras podem enviar alarmes se a porta ficar aberta por mais determinados minutos ou enviar alertas para troca de lâmpadas, conserto de TV, chuveiro, reposição de minibar, entre outras facilidades. Tudo isso bastando colocar uma antena em qualquer uma das fechaduras VingCard de aproximação”, destaca Aznar.
Avanço mútuo A tecnologia NFC — Near Field Communication, é um sistema muito simples, onde, apenas com a aproximação de dois dispositivos compa-
tíveis é possível realizar a troca de informações de maneira rápida, instantânea e segura. A grande diferença desta tecnologia para o sistema RFID — Radio-Frequency Identification, é que o sistema de rádio frequência permite a comunicação de dois dispositivos à longa distância, e já a NFC, permite a comunicação dos aparelhos através de um campo de frequências mais limitado, onde o usuário deve estar o mais próximo possível do dispositivo para sua funcionalidade. Além disso, as informações contidas em qualquer aparelho que utilize esta tecnologia, não podem ser acessadas por outros dispositivos, o que acaba gerando muito mais segurança entre as transações. Porém, na visão de Maurício Lopes, apesar desta tecnologia ser muito mais eficaz e segura, outras tendências surgirão no mercado, como as aberturas de fechaduras através da tecnologia Bluetooth. De acordo com ele, “esta solução é muito mais eficiente e menos custosa que a tecnologia NFC. Podemos observar que existem muitos obstáculos para o NFC ser mantido, desde smartphones que dificilmente adotarão esta tecnologia como os Iphones e smartphones de baixo custo (o Bluetooth está presente nestes smartphones há muito tempo), como a necessidade de empresas operadoras terem que credenciar os equipamentos e irão cobrar por este acesso, tornando um custo caro para o Hotel”, afirma.
Segurança na ponta dos dedos Imagine passar o dia todo apreciando as inúmeras atividades de lazer que o hotel lhe proporcionou, em um único dia, o hóspede pôde mergulhar na piscina, aproveitar a sauna, malhar no fitness center e logo após fazer uma refeição balanceada Nicolas Aznar: “A nossa solução Vision instalada nas fechaduras permite enviar alertas para troca de lâmpadas, conserto de TV, chuveiro, reposição de minibar, entre outras facilidades”
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Maurício Lopes: “O sistema de fechadura eletrônica habilita diversos níveis de acesso para todos os usuários do hotel, e, desta forma, melhora o monitoramento do acesso aos ambientes”
no restaurante do empreendimento. Após um longo dia produtivo, o hóspede se dirige ao seu apartamento, porém, ao chegar à porta, nota que acabou perdendo seu cartão de acesso/chave. Cansado, ele caminha até a recepção, comunica que perdeu sua chave, e, após alguns minutos, consegue uma nova chave de acesso. Imagine que tudo isso poderia ser evitado, se o hotel disponibilizasse algum tipo de tecnologia a qual o hóspede tivesse maior controle de seu apartamento, onde as portas se abrissem com seu aparelho celular, ou, até mesmo com sua impressão digital. Visando proporcionar mais conforto aos clientes, a empresa RWTECH, especializada em produtos de identificação e segurança, lançou no mercado o sistema Ziglock Hotel, o qual as portas podem ser abertas através da impressão digital dos hóspedes, através de uma fechadura biométrica. O produto utiliza a tecnologia ZigBee, a qual permite a comunicação sem fios com a recepção do hotel. Ao fazer seu check-in, os hóspedes cadastram suas digitais e elas são transmitidas automaticamente para a fechadura do apartamento. Através de uma simples instalação, esta nova tecnologia possibilita a eliminação das chaves, além de proporcionar ao empreendimento hoteleiro economia na compra
Chave do apartamento
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Chave do apartamento de cartões para os apartamentos. O Ziglock Hotel System também permite que os colaboradores do hotel realizem a auditoria das últimas aberturas do apartamento através de um software. De acordo com Cintia Moraes, coordenadora de Comunicação e Marketing da RWTECH, a solução Ziglock Hotel é inédita no Brasil e trará aos empreendimentos hoteleiros muito mais segurança e tecnologia. “A digital não pode ser esquecida, extraviada ou roubada, o que aumenta muito a segurança aos hóspedes. O monitoramento dos eventos em tempo real também é de grande utilidade neste sentido, pois tanto as fechaduras como as catracas e o cofre biométrico Ziglock enviam a informação de data e hora de abertura em tempo real”, afirma. A instalação desta solução é realizada de maneira simples, pois ela não necessita de cabeamento para realizar a comunicação, através da comunicação ZigBee com a recepção do hotel. A alimentação das fechaduras é feita através de baterias, as quais contam com os níveis de tensão monitorados em tempo real, permitindo a programação da troca das baterias. Na visão de Cintia Moraes, as fechaduras através da biometria estão crescendo cada vez mais no mundo, pois proporcionam ao usuário muito mais comodidade e segurança. “A biometria permite a segurança necessária em um ambiente de grande circulação de pessoas, proporcionando um acesso eficiente e tranquilo. Portanto, a tendência é o crescimento do uso dessa tecnologia, incluindo as fechaduras. Para a hotelaria ela se apresenta como a solução perfeita, pois além de garantir a segurança dos hóspedes, dispensa o uso de cartões e/ou senhas, que podem ser perdidos/extraviados, conferindo praticidade ao hóspede e redução de custos ao hotel. O sistema ZigLock Hotéis ainda possui
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recursos adicionais como: controle de áreas públicas do hotel (através de catracas) e utilização de cofres biométricos para os quartos, dispensando a utilização de senhas. Além disso, permite também o controle de acesso por grupos (camareiras, administração e hóspedes), cada qual com seu nível de acesso, podendo enviar mensagens de texto em tempo real aos celulares do staff do hotel, alertando quando houver tentativas de acesso sem autorização, por exemplo”, conclui.
Desconhecimento da tecnologia Mas se uma fechadura eletrônica agrega tanto valor aos serviços prestados, por que milhares de hotéis no Brasil continuam utilizando chaves convencionais na abertura dos apartamentos? Aznar acredita que ainda exista uma falsa premissa relacionada com o preço. “As fechaduras eletrônicas hoje não são muito mais caras que uma fechadura mecânica de boa qualidade e os valores dos cartões tem sido reduzidos também. O que o hoteleiro deve levar em consideração é que as fechaduras eletrônicas representam uma melhoria na área fixa do prédio tornando-se vantajoso quando comparado com o desgaste e quebras de um produto mecânico ao longo do tempo bem como com as reconfigurações frequentes do segredo devido ao elevado número de perdas. Penso que os hotéis relutam em mudar e investir em tecnologia devido mais por desconhecerem sobre os produtos e os benefícios que proporcionam”, analisa Aznar. E ao contrário do que muitos hoteleiros pensam, uma fechadura eletrônica não custa tão caro. “A VingCard tem uma ampla gama de Cintia Moraes: “A biometria permite a segurança necessária em um ambiente de grande circulação de pessoas, proporcionando um acesso eficiente e tranquilo”
produtos e de preços dependendo dos módulos e o desenho/materiais das fechaduras que pode ir de R$350,00 até R$800,00. E para facilitar que hotéis pequenos adotem nossa tecnologia, temos a oferta de pacotes bem atrativos para aqueles que estão querendo fazer uma mudança tecnológica e ao mesmo tempo dispostos a terem o melhor produto do mercado com desenho norueguês e materiais suecos”, diz Aznar. Somado a outro receio de um hoteleiro está o fato de achar que a troca da fechadura convencional por uma eletrônica é algo complicado, que faz muito barulho para incomodar os hóspedes e que a porta não suporte. Mas a troca das fechaduras é bem simples porque as fechaduras mecânicas tem um tamanho menor do que uma fechadura eletrônica. Por conta disso sempre tem que ser acrescentado o furo e não diminuído. O ideal é que a porta tenha uma largura de 35mm, mas com 30mm também é possível instalar. A VingCard, por exemplo, tem uma solução chamada E-Cylinder, cilindro eletrônico. Basta substituir o cilindro mecânico pelo E-Cylinder para ter uma fechadura eletrônica por meio de chave-cartão de aproximação, sem a necessidade de trocar nada mais do que o cilindro da fechadura.