GAME QUE DÁ DINHEIRO
Produtora de app fatura US$ 2,4 milhões por dia AGOSTO 2013
info.abril.com.br
FRAUDE EM PROMOÇÕES
Ganhadores contam como trapaceiam em concursos
EXCLUSIVO ENTRAMOS NO SUBMUNDO DA WEB COMO AGEM OS PORTAIS QUE VENDEM TODO TIPO DE DROGA
VOCÊ É O CHEFE / GAME QUE DÁ DINHEIRO / FRAUDE EM PROMOÇÕES / ENTRAMOS NO SUBMUNDO DA WEB
uído o atrib Cartã Zuckerberg k a Mar ndo criou qua ook e se b , o Facepresidente u torno s 19 anos ao
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R$ 13,90 / ED. 332 / AGOSTO 2013
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O AVIADOR O mineiro Erick da Cunha aprendeu sozinho a construir aviões. Fez 27. Agora tenta fabricar em série o Bumerangue EX-27, uma aeronave moderna e arrojada
IDEIAS 28. ALESSANDRA LARIU
6. CARTA DO EDITOR 10. CARTAS
ENTER 12. BALÉ CONECTADO Grupo japonês de dança cria sistema que sincroniza trajes luminosos aos movimentos dos bailarinos
14. MINECRAFT NA SALA DE AULA Colégio de São Paulo usa o jogo para ensinar história e artes
15. SUA PIZZA VAI CHEGAR VOANDO O empreendedor Giovani Amianti, da XMobots, é pioneiro na criação de drones
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A nova estética dos jogos para celular
16. APPS DO MÊS
30.
Uma seleção de aplicativos para iOS, Android, Windows Phone e BlackBerry
MANOEL LEMOS Por que a questão da vigilância é vital
32.
17. A ARQUITETA DO FUTURO Com bolsas do Google e da Intel, a brasileira Larissa Suzuki estuda cidades inteligentes na Inglaterra
20. EMBARALHE TUDO
DAGOMIR MARQUEZI O último post no Facebook
34
Veja como criptografar as mensagens trocadas pelo Gmail e pelo Outlook para fugir dos xeretas e dos espiões
AS STARTUPS E A NUVEM
22.
José Papo, evangelista da Amazon, mostra como o sucesso de empresas iniciantes, como a Kekanto, dificilmente teria acontecido sem o cloud computing
INFOTRENDS Veja como foi o evento anual da INFO sobre tendências e aprenda com Hugo Barra, vice-presidente mundial do Google, responsável pelo Android, e com Wesley Barbosa, do buscador chinês Baidu
FOTO ALEXANDRE REZENDE ILUSTRAÇÕES EVANDRO BERTOL
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44 MATÉRIA DE CAPA
EMPRESTE ESSA IDEIA Criar uma startup e mudar de vida pode ser mais simples do que você imagina. Conheça as tendências do mercado internacional e inspire-se em 20 ideias de negócios que fazem sucesso lá fora
INOVAÇÃO 60. O ANTIVÍRUS DO FUTURO Com cada vez mais dispositivos conectados, uma nova leva de ameaças virtuais pode entrar em cena e infectar carros e até nossa geladeira. Como os fabricantes de antivírus vão lidar com isso?
62.
TESTE
GOLPE DE SORTE Eles ganham de viagens a carros e apartamentos. Alguns até vivem disso. Mas os promonautas, como são chamados os viciados em promoções feitas pela internet, não contam só com a sorte. Muitos usam meios ilícitos e fraudes para vencer
67. O LADO SOMBRIO DA WEB Sites que vendem drogas, remédios controlados e contrabando estão onde o Google não chega e desafiam a lei com criptografia e meios anônimos de pagamento. INFO entrou no submundo da internet para mostrar como funciona o tráfico na chamada deep web
80. TESTE O que o INFOlab analisou neste mês
80. APPLE IMAC
81. DOCK JBL FLIP
82. SMARTPHONE BLACKBERRY Q10
83. ASPIRADOR ROOMBA 650
84. JOYSTICK RAZER ATROX
76. LABORATÓRIO ATÔMICO No Centro de Energia Nuclear na Agricultura, em Piracicaba, São Paulo, pesquisadores usam estudos atômicos para esterilizar o mosquito da dengue e envelhecer cachaça
85. TV PHILIPS 47PFL8008G/78
86. ULTRABOOK LG SLIDEPAD
87. FONE ATH�W5000 RAFFINATO
88. RADAR
54 O FENÔMENO SUPERCELL Com apenas dois jogos para iPad, a finlandesa Supercell tornou-se uma das produtoras de games mais lucrativas do mundo. Conheça a estratégia por trás dos sucessos Clash of Clans e Hay Day
Outros produtos testados pelo INFOlab
STARTUP�SE 106. TESTE DO SOFÁ Como três engenheiros criaram a Mobly, e-commerce de móveis e acessórios
FOTO_DULLA EDIÇÃO DE IMAGEM_ ARTNET DIGITAL
/ TIRAGEM DA EDIÇÃO: 115 236 exemplares
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DROGAS, GOLPE E STARTUPS COMO EM QUALQUER atividade, para preparar a edição de uma revista precisamos de planejamento. Certas reportagens levam um bom tempo para ser apuradas. Nesta edição temos dois exemplos de matérias que precisaram de uma dedicação extra de dois excelentes profissionais de nossa equipe. O primeiro é a reportagem que mostra como funcionam os sites que vendem drogas, remédios controlados e outras coisas inusitadas e proibidas, como chá de ópio e urina sintética (sim, para despistar testes de drogas). A apuração ficou a cargo do editor assistente Marcus Vinícius Brasil, que passou mais de dois meses até conseguir entrevistar o responsável por um desses portais. Atento a comunidades, blogs e invenções tecnológicas que viram tendência, Marcus mergulhou na chamada deep web, ou web profunda, e descreve seu submundo com olhar atento aos detalhes e escrita precisa. Corra à página 67,
descole com cuidado o adesivo que prende as páginas e entenda como funciona o tráfico online de drogas. O segundo exemplo de reportagem de fôlego é a história dos ganhadores seriais de concursos e promoções online. Quem ficou com a tarefa de apurar como poucos conseguem levar tantos prêmios foi o estagiário Gabriel Garcia, que mostrou ter tomado a decisão certa ao trocar a advocacia pelo jornalismo. Depois de um bom tempo conversando pelo Facebook com uma legião de promonautas, como são conhecidas as pessoas que participam compulsivamente de promoções, Gabriel conseguiu que dois deles contassem suas histórias. Eles já ganharam apartamento, motos, tablets, celulares e muitas viagens internacionais. Abertos a competidores de todo o país, os concursos online atraem centenas de milhares de pessoas. Mas por
que alguns ganham mais? Gabriel nos conta que, para vencer, muitos usam macros e robôs que fazem o computador executar uma determinada tarefa repetidas vezes, como gerar centenas de votos, clicar milhares de vezes em um jogo online ou dar dezenas de milhares de curtidas em uma marca.Não perca a matéria Golpe de Sorte. A reportagem de capa desta edição também merece destaque. A intenção: ajudar quem sonha em se tornar um empreendedor digital, mas não sabe por onde começar. Que tal por uma boa ideia? Os repórteres Paula Rothman e Thiago Tanji ouviram dezenas de pessoas, dentro e fora do país, para reunir 20 ideias bacanas de negócios. São serviços, aplicativos e sites que deram certo lá fora e que podem ser adaptados. E, por fim, você vai notar que mudamos a última página da revista. Ela agora acolhe a seção Startup-se. A cada edição, essa página mostrará uma startup em que apostamos. Aparecer ali não será fácil, porque nossos critérios de seleção são rígidos. Mas esperamos que a seção seja uma vitrine para as empresas iniciantes promissoras. Boa leitura e até setembro!
/ katiam@abril.com.br 6 / INFO Agosto 2013
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Fundada em 1950
VICTOR CIVITA (1907-1990)
ROBERTO CIVITA (1936-2013)
Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Elda Müller, Fábio Colletti Barbosa, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo Presidente Executivo: Fábio Colletti Barbosa Vice-presidente de Operações e Gestão: Marcelo Bonini Diretor de Assinaturas: Fernando Costa Diretora-Geral de Publicidade: Thais Chede Soares Diretora de Recursos Humanos: Cibele Castro Diretora-Superintendente: Cláudia Vassallo
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/ O que os leitores falam no site e nas redes sociais
FACEBOOK Porta dos Fundos Gostei da brincadeira com as duas capas. O Fábio Porchat é sensacional! Thânya Copelli / São Paulo [SP]
COMO UM VIRAL VIRA VIRAL A produtora Porta dos Fundos tem altos e baixos. Alguns vídeos são realmente criativos, inteligentes e divertidos. Outros são tão ruins que não deveriam ir ao ar. Mas concordo com a matéria da INFO. A produtora é um fenômeno ao unir diversão e negócios. Maria Aparecida Souza Andrade / São Paulo (SP)
Fábio Porchat está na capa da INFO vestido de ursinho. Não gosto dele, acho sem graça. Mas a matéria sobre viral está legal, porque mostra que o contéudo precisa ser bom para viralizar, apesar de os publicitários tentarem viralizar qualquer coisa. Márcio A. S. Queiroz / São Paulo [SP]
UM DESKTOP NO SOFÁ
Muito boa a sacada da INFO de fazer duas capas diferentes. Raymundo W. Marques / Curitiba (PR)
NÃO SAIA DE FÉRIAS SEM ELES
ALESSANDRA LARIU Um Algoritmo Será Seu Novo Chefe é um conteúdo que merece destaque! Ótima matéria. Como sempre INFO de parabéns. Jean Nascimento / Indaiatuba [SP]
Essa nova moda de transformar todo o tipo de PC e notebook em tablet já encheu. Em vez de fazer um tudo-em-um poderoso, com touch, fazem um tablet com recursos limitados. PC é PC. Tablet é tablet! Bruno S. de Freitas / Santa Cruz [RS]
Gostei do texto da seção Enter na edição de junho que mostrou apps e serviços relacionados a viagens. Outro aplicativo que pode ajudar bastante os viajantes é o Oi Turista, que permite encontrar pessoas que falam o mesmo idioma que o seu em qualquer lugar do mundo. Cainã Souza / Brasília [DF]
Os vídeos da Porta dos Fundos não são mais virais. Eles construíram fama e o conteúdo, bom ou ruim, chega para todos. Rafael Prearo / Santo André [SP] É pouco provável ter uma resposta simples para a criação de virais de sucesso. As coisas simplesmente acontecem. Marcelo Guerra/RiodeJaneiro [RJ]
TWITTER @EliasLOsSAntos Como um viral vira viral? O sucesso na internet vai além da sorte
@NaoFumado O segredo do humor da Porta dos Fundos é a quebra de expectativa
@djvareja O principal fator de geração de inovação é a concorrência, a disputa por mercado. Aqui no Brasil, vários setores são protegidos pelo governo
GOOGLE PLUS O Yahoo! adquiriu muitas empresas desde que Marissa assumiu. Se tiver um plano bom, poderá ganhar uma fatia do bolo da Microsoft e do Google. Juacy Pereira / Rio de Janeiro (RJ)
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BRONCAS DO MÊS Empresa incomunicável
Alto-falante com defeito
Cinco meses depois de comprar um tablet da Multilaser Diamond, a tela parou de funcionar. Tentei contato com a empresa mais de cinco vezes. Sempre respondem pedindo meus dados e, após enviá-los, fico sem resposta. Há três meses estou com o tablet inutilizável e não consigo reparo. Giovane Fiorentino / Vera Cruz (SP)
Comprei um Ultrabook Dell Inspiron 14z há menos de dois meses, mas os alto-falantes roncam como se estivessem estourados. O suporte técnico disse que não seria possível trocar a peça, pois os alto-falantes do notebook vêm assim de fábrica. Como o produto foi vendido com garantia, acredito que a Dell deve cumprir sua responsabilidade. Sergio Dumont / Curitiba (PR)
RESPOSTA DA MULTILASER O produto deveria ter ser sido trocado por um novo, mas o modelo não estava disponível em estoque. Nesse caso, o sistema bloqueou a solicitação. Quando isso acontece, tentamos contato para liberar outro produto, mas, por algum motivo, o contato com o consumidor não foi feito. Vamos mandar outro tablet assim que possível. Comentário do leitor A Multilaser ofereceu a troca do produto e o leitor aceitou. “Não teria conseguido resolver meu problema se não fosse por intermédio da INFO, considerando que o contato direto com a empresa nunca funcionou”, afirma o leitor.
LÍDERES DA BRONCA
As empresas mais citadas pelos leitores em julho
Vivo 20%
Oi 14%
Samsung 14%
Outras 52%
FOTO RAFAEL EVANGELISTA
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RESPOSTA DA DELL A Dell informa que não há registros de contato do cliente com essa informação. O problema era o áudio do equipamento. Porém, por se tratar de uma placa interna, era mais complexo para ser resolvido. De qualquer forma, entramos em acordo com o cliente. Comentário do leitor Após terem trocado até a placa-mãe do notebook, uma restauração ao estado original resolveu o defeito. Tenho vários produtos Dell e este foi o primeiro com problema. É ótima marca e o despreparo de um técnico não vai afetar meu relacionamento com a empresa.
Fale com a Redação Comentários sobre o conteúdo editorial da INFO e reclamações para Broncas do Mês: contateinfo@abril.com.br. A correspondência pode ser publicada de forma reduzida. Envie seu nome completo e a cidade onde mora. Comunidades Facebook / facebook.com/revistainfo Twitter / twitter.com/_INFO Google+/ google.com/+info Pinterest/ pinterest.com/revistainfo Instagram/ @revista_info Assinaturas assineabril.com (11) 3347-2121 Grande São Paulo 0800-775-2828 Demais localidades Serviço de Atendimento ao Cliente abrilsac.com (11) 5087-2112 Grande São Paulo 0800-775-2112 Demais localidades Loja INFO info.abril.com.br/loja / (11) 4003-8877 lojaabril@vendapontocom.com.br Publicidade Para anunciar na INFO, ligue: (11) 3037-2302 São Paulo (21) 2546-8100 Rio de Janeiro (11) 3037-5759 Outras praças (11) 3037-5679 Internacional (11) 3037-2300 Fax publiabril.com.br Permissões da INFO Para usar selos, logos e citar qualquer avaliação editorial da INFO, envie um e-mail para permissoesinfo@abril.com.br. Nenhum material pode ser reproduzido sem autorização por escrito. Venda de conteúdo Para licenciar o conteúdo editorial da INFO em qualquer mídia: atendimento@ conteudoexpresso.com.br / Para solicitar reprints das páginas: reprint.info@abril.com.br Saiba que /A INFO não aceita doações de hardware e software nem viagens patrocinadas por fornecedores de tecnologia. Todos os produtos testados no INFOlab são devolvidos aos fabricantes. / Os artigos dos colunistas não expressam necessariamente a opinião da INFO.
POR QUE LEIO INFO “Leio a INFO porque a revista traz um conteúdo sempre atualizado, que mescla tecnologia com empreendedorismo de forma clara e didática” Gustavo Caetano / presidente da Samba Tech
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FOTO NEW VISION ARTS FESTIVAL, LEISURE AND CULTURAL SERVICES DEPARTMENT, HONG KONG/SAR
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BALÉ CONECTADO Grupo japonês de dança cria sistema que sincroniza trajes luminosos aos movimentos ≥ POR JULIANO BARRETO
Da escuridão emergem criaturas de luz com movimentos robóticos que seguem o ritmo de uma batida eletrônica. Não é possível saber quantos dançarinos estão no palco. Eles aparecem, somem e depois se multiplicam. A apresentação é do grupo japonês de dança de rua Wrecking Crew Orchestra, e o truque das luzes bombou no YouTube, com mais de 20 milhões de visualizações. Mas a criação nasceu de uma coincidência. O hacker e empreendedor Christopher Wang, que usa o nome Akiba, estava no grupo que organizaria uma turnê asiática do show Tributo a Michael Jackson, mas ele foi cancelado. Akiba ficou, então, com vários metros de fio eletroluminescente, uma espécie de neon flexível, que havia comprado para o show. Ao tentar vender o material, conheceu os produtores da Wrecking Crew Orchestra. Além dos fios de luz, o grupo buscava uma solução para sincronizar o movimento dos dançarinos com as roupas e as músicas. Especialista no desenvolvimento de sensores com Wi-Fi, Akiba era perfeito para o projeto. “O palco tornou-se ponto de intersecção entre a arte e a tecnologia”, disse Akiba a INFO. Fundador da Freaklabs, startup que desenha placas e sensores para monitoramento, Akiba criou um receptor sem fio capaz de enviar comandos para as roupas luminosas do grupo de balé. Para isso, o empreendedor miniaturizou e reprogramou uma placa de arduino. “Cada traje usa um receptor Wi-Fi equipado com antena especial que responde aos comandos em 10 milissegundos e assim responde imediatamente à música”, diz Akiba. � Agosto 2013 INFO
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/ Educação
Minecra� na sala de aula COLÉGIO DE SÃO PAULO USA O JOGO PARA ENSINAR HISTÓRIA E ARTES ≥ POR THIAGO TANJI
Passar uma aula inteira jogando um game no smartphone pode não ser uma atitude muito bem-vista pelos professores da maioria das escolas. Mas, desde que foi lançado, em 2009, o Minecraft tenta provar que os jogos devem, sim, ser bem-vindos em sala de aula e podem ser utilizados como uma ferramenta útil para auxiliar no ensino tradicional. No colégio Viktor Rydberg, localizado na cidade sueca de Estocolmo, 180 estudantes com idade média de 13 anos já contam com o jogo em sua grade curricular. O universo de bloquinhos que permite um sem-número de construções a partir de matérias-primas diferentes é aproveitado para despertar o raciocínio lógico dos estudantes. Algumas iniciativas parecidas já são vistas no Brasil. No Colégio Bandeirantes, na zona sul de São Paulo, seis alunos do nono ano do ensino fundamental estão envolvidos em um projeto interdisciplinar de história e ar-
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tes que utiliza o Minecraft como plataforma. Até outubro, os estudantes terão a missão de reconstruir o prédio do colégio como era em sua fundação, na década de 1930. “Pensamos em utilizar o Minecraft por causa de seu universo aberto. Os alunos poderão construir uma narrativa própria, desenvolvendo habilidades como organização, planejamento e estratégia”, afirma Cristiana Mattos Assumpção, coordenadora de tecnologia educacional do Bandeirantes. As aulas têm duração de 100 minutos e são realizadas como uma espécie de curso extracurricular. Após realizarem pesquisas e entrevistas sobre a história da escola, os estudantes começarão a construir os primeiros bloquinhos do edifício. “Também é possível trabalhar a noção de empreendedorismo por meio do jogo, já que cada aluno tem uma função na equipe e deve resolver problemas, propor soluções e observar se há a conquista dos objetivos”, afirma Cristiana. O estudante Leonardo Racy conta que o projeto do colégio o ajudou a entender como funciona a produção de games, além de desenvolver habilidades como o trabalho em equipe. “Vi como o mundo acadêmico pode ser relacionado com o cotidiano de um adolescente em seu tempo livre”, afirma Racy.
ILUSTRAÇÃO EVANDRO BERTOL
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/ Drones
SUA PIZZA VAI CHEGAR VOANDO
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O PROTÓTIPO A pizzaria Domino’s fez testes usando um helicóptero de controle remoto como entregador na Inglaterra
Entregas feitas por veículos aéreos não tripulados, os vants ou
O EMPREENDEDOR BRASILEIRO GIOVANI AMIANTI, DA XMOBOTS, CRÊ QUE NA PRÓXIMA DÉCADA OS DRONES FARÃO PARTE DO CENÁRIO DAS CIDADES, COM ENTREGAS E AUXÍLIO À POLÍCIA ≥ POR MAURÍCIO MORAES
GIOVANI AMIANTI
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Os drones devem povoar as grandes cidades até 2025
drones, podem se tornar comuns até o meio da próxima década. É o que prevê Giovani Amianti, sócio da XMobots, uma das pioneiras na fabricação dessas aeronaves. Com sede na cidade de São Carlos, no interior de São Paulo, a empresa produziu três modelos: o Apoena, primeiro vant a voar sobre a selva amazônica, o Nauru, primeiro modelo certificado pela Anac, e o Echar, um pequeno avião-robô controlado por uma tela sensível ao toque. Nos últimos 12 meses, a XMobots faturou 1,5 milhão de reais. A empresa vende um drone por mês. Eles são usados em levantamentos de áreas rurais. Mas Amianti prevê que em 2020 os céus das grandes cidades estarão povoados por esses aparelhos. “Os vants serão comuns em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2025, a entrega de pizza será feita por eles”, diz Amianti. Mas o uso dos drones vai muito além do delivery. O próximo projeto da XMobots será um drone espião. “Estamos criando um vant de 200 gramas e 20 centímetros de envergadura para espionagem. A aeronave vai transmitir imagens em tempo real em alta definição e cumprir a missão sozinha, monitorada por um iPad.” A previsão é que o projeto chegue ao mercado em até dois anos. � FOTOMONTAGEM OGA MENDONÇA ILUSTRAÇÃO EVANDRO BERTOL
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/ Apps que valem a pena
APLICATIVOS DO MÊS
≥ POR FABIANO CANDIDO
TEAMVIEWER QUICKSUPORT ANDROID / IOS
FOOTBALL APP Loucos por futebol não perdem um jogo com este app. Ele oferece placar ao vivo, narrações virtuais, detalhes dos jogadores e notícias de times do Brasileirão e dos campeonatos da Europa e da Ásia. Para iOS 6.0 ou superior / Grátis iTRANSLATE VOICE Traduz frases em tempo real de 42 idiomas, incluindo o português do Brasil. Fácil de usar, o aplicativo é uma ferramenta muito útil para quem vai viajar e não domina a língua do país visitado. Para iOS 5.0 ou superior / 1,99 dólar iPAD JAMSTAR Professor virtual que ensina a tocar guitarra e violão. O aplicativo oferece dezenas de exercícios que podem ajudar iniciantes ou experts que estão enferrujados. Para iOS 4.3 ou superior / Grátis
Deu pau no Android ou no iOS? Este app é a solução. Ele permite ao técnico acessar o tablet ou o smartphone remotamente para descobrir o problema. Por meio do PC dá para verificar se um programa está consumindo muita memória ou analisar se alguma configuração atrapalha o funcionamento do iOS ou do Android. Quando descobre algo, ele pode fazer alterações ou sugerir mudanças na configuração do gadget pelo recurso do chat. / Grátis
iPHONE TINDER Feito para solteiros, o aplicativo usa o serviço de geolocalização do smartphone para encontrar um par que esteja numa região próxima. Para iOS 6.0 ou superior / Grátis
ANDROID / CELULAR NOOM WALK Pedômetro que calcula o total de passos dados nas caminhadas. Funciona sem a necessidade de GPS e publica o desempenho dos exercícios nas redes sociais. Para Android 2.3 ou superior / Grátis VALET Perdeu o carro no estacionamento? Este app termina com esse tipo de drama. Com a ajuda do GPS, ele relembra, com precisão, onde o veículo foi estacionado. Para Android 2.2 ou superior / 2 dólares ANDROID / TABLET GOOGLE CLOUD PRINT Imprime documentos, fotos e planilhas nas impressoras cadastradas no serviço do Google. Serve para controlar o uso da impressora de casa ou do escritório. Para Android 2.3 ou superior / Grátis
PIXEL PEOPLE Uma agitada cidade deve ser controlada pelo jogador deste game, que precisa mesclar a profissão dos personagens para construir novas lojas, escolas e até igrejas na cidade virtual criada. Para iOS 4.3 ou superior / Grátis
CRAZY TAXI Barbarizar no trânsito, dirigir na maior velocidade possível e não matar os passageiros. Esses são os objetivos do game, um clássico do console DreamCast. Para Android 2.3 ou superior / 5 dólares
BLACKBERRY
WINDOWS PHONE
KOBO BOOKS Abre e-books e permite a compra de obras na loja virtual especializada em e-books Kobo. Com visual elegante, o aplicativo permite o acesso a milhares de livros gratuitos para baixar. Para BlackBerry 10 ou superior / Grátis
WEBCAM REMOTE Permite acessar a câmera do notebook ou a webcam do PC remotamente. Bom para quem deseja monitorar um ambiente ou descobrir se alguém utiliza o computador de casa sem permissão. Para WP 7.5 ou superior / Grátis
WI�FI FILE TRANSFER Transforma o smartphone em disco virtual acessível pela rede Wi-Fi. Além de realizar a troca de dados com computadores Windows e Mac, facilita o envio de fotos e de músicas para o BlackBerry. Para BlackBerry 5 ou superior / Grátis
COPILOT GPS gratuito, este aplicativo traça rotas sem a necessidade de uma conexão de dados no smartphone. Oferece mapas de várias cidades do Brasil, dos Estados Unidos e de países da Europa. Para WP 7.5 ou superior / Grátis
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/ Sustentabilidade
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EM LONDRES A brasileira Larissa Suzuki faz doutorado e criou uma plataforma para cidades inteligentes
TRANSPORTE_Um sistema integrado in-
A ARQUITETA DO FUTURO Com bolsas do Google e da Intel, a brasileira Larissa Suzuki planeja cidades inteligentes, com transporte de qualidade e economia de energia ≥ POR PAULA ROTHMAN
FOTO DIVULGAÇÃO
Larissa Romualdo Suzuki não usa régua nem esquadro, mas a arquitetura com que trabalha é essencial para as metrópoles do futuro. Formada em ciência da computação, ela desenvolve na Inglaterra uma plataforma para gerir cidades inteligentes como parte de seu doutorado. “Uma cidade é um conjunto de sistemas, como água, energia e transporte”, diz Larissa. “Com sensores nas ruas e nas casas podemos integrá-los e otimizar recursos.” Um passe eletrônico de ônibus, por exemplo, mostra qual o horário de pico de cada linha. “O cidadão é quem gera esses dados”, diz Larissa, 28 anos. Sua pesquisa rendeu bolsas da Intel e do Google e um convite para ingressar na IBM, na iniciativa Smart Planet. Aqui, Larissa dá exemplos de como as cidades inteligentes podem melhorar o nosso dia a dia.
forma ao usuário a hora certa para pegar o trem, o metrô ou o ônibus. As empresas sabem o horário de pico de cada linha e podem remanejar os veículos, e o cidadão usa o mesmo bilhete de metrô para alugar bicicletas. O transporte eficiente diminui congestionamentos, pois as pessoas deixam o carro em casa. Para quem precisa do automóvel, sensores nas ruas informam onde há vaga e evitam voltas desnecessárias. Estima-se que as emissões da CO2 poderiam ser cortadas em 15% até 2020 com medidas como essas. ENERGIA_Nos horários de pico, a energia é mais cara. Uma casa conectada pode ligar a máquina de lavar roupas quando a tarifa for menor e controlar sozinha a temperatura ambiente. O usuário economiza e os provedores de serviço não precisam de novas usinas para suprir os picos de demanda. Em Londres, se 600 prédios públicos, como escolas e museus, fossem transformados em edifícios inteligentes, haveria uma economia anual de 36 mil toneladas de CO2 . APP SUSTENTÁVEL _ Larissa pretende criar uma plataforma em que os usuários tenham acesso aos dados. Com isso, desenvolvedores criariam aplicativos para a cidade, como um que alerta pelo celular quando o ônibus está chegando ao ponto. �
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/ Segurança
POR QUE É TÃO CARO? NO BRASIL, O XBOX ONE TERÁ O PREÇO MAIS ALTO DO MUNDO
EMBARALHE TUDO VEJA COMO CRIPTOGRAFAR AS MENSAGENS TROCADAS PELO GMAIL E O OUTLOOK PARA FUGIR DOS XERETAS E DOS ESPIÕES ≥ POR MARIA ISABEL MOREIRA
NO OUTLOOK O Outlook já tem recurso de criptografia, mas exige um cer tificado emitido por uma empresa. A Certisign, por exemplo, oferece o E-mail Seguro por 46 reais anuais. Uma boa opção gratuita é o Secure Email Cer tificate, da Comodo (abr.io/cer tificado-comodo). Quando você gera o certificado, o serviço envia um e-mail para o endereço usado no cadastro. Aí é preciso clicar no botão que aparece nessa mensagem para instalar o certificado. Para trocar mensagens seguras, você terá de enviar a chave pública para os amigos e receber a chave pública deles. O jeito mais simples é enviar uma mensagem assinada para esses contatos. Para isso, escreva o e-mail e, antes de enviá-lo, clique em Opções e, no grupo Permissões, em Assinar. Seus amigos devem abrir a mensagem, clicar com o botão direito do mouse no seu nome e escolher Adicionar aos Contatos do Outlook. Você deve fazer o mesmo com os e-mails assinados enviados por eles. Cumpridas essas etapas, sempre que precisar enviar mensagens criptografadas para um desses contatos, clique em Opções > Criptografar. Se quiser assiná-las digitalmente, basta clicar em Assinar.
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NO GMAIL O Mymail-Crypt for Gmail (abr.io/mymail) é um recurso de criptografia que deixa seus e-mails mais seguros. Com a extensão instalada no Chrome, digite chr ome: //ex t ensions na bar r a de endereços e clique em Opções. Depois clique em My Keys e em Generate a New Key. Forneça os dados solicitados e memor ize a senha, pois ela será necessária quando quiser usar o recurso de criptografia. Depois, na opção Friends Keys, clique em Show Key. Copie o texto da janela. Esta é sua chave pública. Envie o texto para os amigos e peça que eles forneçam a você suas respectivas chaves públicas. Use a opção Insert Public Key para inseri-las na extensão. Feito isso, sempre que precisar mandar uma mensagem segura, escreva o texto e, antes de enviá-lo, digite sua senha no campo indicado e clique em Encrypt and Sign. Quando receber um e-mail codificado, forneça a senha e clique em Decr ypt para desembaralhá-lo.
INFO DICAS
Leia mais sobre segurança dos dados online em INFO Dicas, nas bancas a partir de 15 de agosto.
≥ POR CAUÃ TABORDA Quando o Xbox One chegar às lojas de 21 países, em novembro, o lugar mais caro do mundo para comprá-lo será o Brasil. Os impostos e o alto custo da logística no país encarecem o produto. A legislação local aplica nos consoles os mesmos encargos cobrados para máquinas de cassino e só o ICMS pode deixar o Xbox 18% mais caro em São Paulo. Os gastos com segurança e transporte do centro de montagem até as redes de varejo também pesam sobre o valor final. Compare os preços.
BRASIL
R$ 2 199 DINAMARCA R$ 1 487 SUÍÇA
R$ 1 458 REINO UNIDO
RÚSSIA
R$ 1 437
R$ 1 320 CANADÁ R$ 1 100 ESTADOS UNIDOS
R$ 1 091
Valores calculados com base nas cotações em 17/6/2013
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PALESTRA DE HUGO BARRA
TENDÊNCIA E INOVAÇÃO VEJA COMO FOI A QUARTA EDIÇÃO DO INFOTRENDS, EVENTO DA INFO QUE ACONTECEU NO INÍCIO DE AGOSTO EM SÃO PAULO
A QUARTA EDIÇÃO DO INFOTRENDS, evento da INFO realizado no dia 2 de agosto, no WTC Sheraton, em São Paulo, reuniu 585 pessoas para assistir a nove palestras e um debate sobre tendências e inovação em áreas como computação móvel, mídia, internet e design. O INFOTrends reuniu nomes como Hugo Barra, vice-presidente mundial do Google responsável pelo Android, Guilherme Ribenboim, diretor-geral do Twitter no Brasil, Gerd Leonhard, criador da The Futures Agency, e Wesley Barbosa, executivo da companhia chinesa de internet Baidu. Na plateia estavam presidentes de empresas, diretores de agências de publicidade, empreendedores digitais e pessoas interessadas em tendências digitais. Veja aqui alguns momentos do evento e, nas próximas páginas, o que falaram Hugo Barra e Wesley Barbosa nas palestras de abertura e encerramento do INFOTrends.
PÚBLICO ANALISA PEÇAS FEITAS POR IMPRESSORA 3D 22 / INFO Agosto 2013
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FABIO GANDOUR, CIENTISTA CHEFE DA IBM
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GUILHERME RIBENBOIM, DO TWITTER
PALESTRA DE GERD LEONHARD
DONALD CHESNUT E MARCELO TRIPOLI
CASSIO SPINA, DA ANJOS DO BRASIL
QUASE 600 PESSOAS PARTICIPARAM DO EVENTO
ABEL REIS, CEO DA AGÊNCIACLICK ISOBAR
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PARTICIPANTES MOSTRAM SUAS FOTOS
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HUGO BARRA
A RAPIDEZ NA EVOLUÇÃO DOS COMPUTADORES E A IMITAÇÃO DOS MECANISMOS USADOS NO CÉREBRO HUMANO VÃO GERAR MÁQUINAS INTELIGENTES E CAPAZES DE APRENDER ≥ POR FELIPE ZMOGINSKI ≥ FOTO RENATO PARADA
telefone que carrego no bolso é milhões de vezes mais poderoso do que os computadores de 20 anos atrás”, disse Hugo Barra, na palestra de abertura do INFOTrends. Principal responsável pelo desenvolvimento da plataforma Android, o mineiro de 36 anos recorreu ao exemplo de seu telefone pessoal para dizer que a indústria de tecnologia vive um período de acelerado desenvolvimento, em que a cada invenção diminui o tempo necessário para que surja uma nova ideia que a torne obsoleta. Vice-presidente do Google, Hugo Barra dá o nome de ganhos exponenciais a esse processo que está pressionando empresas de todos os setores, sobretudo as companhias de tecnologia, a rever seu modo de atuar. Segundo ele, a indústria vive hoje um momento disruptivo na criação de novos equipamentos, como aconteceu há cinco anos com a produção de software. “Quando surgiram as lojas de aplicativos e os kits de desenvolvimento, tornou-se viável a qualquer pessoa criar um app e fazê-lo chegar ao mun-
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do. Agora, com as impressoras 3D, uma pessoa pode criar um gadget barato e poderoso, imprimindo as peças e usando dispositivos como o minúsculo computador Raspberry Pi para fazer seu eletrônico funcionar”, afirma Barra. Esse processo pulverizado de invenções terá em comum o fato de todos os dispositivos criados se conectarem à nuvem para armazenar ou solicitar dados. “É possível ver duas tendências nesse fenômeno: uma dos dispositivos vestíveis, como o Google Glass, e outra do que chamamos de computação ambiental, o uso de sensores pelos ambientes a nosso redor. Em ambos os casos, há uma onipresença da nuvem”, disse Barra. A rapidez na evolução dos computadores e a imitação dos mecanismos usados pelo cérebro humano permitirão à indústria criar uma geração totalmente nova de máquinas inteligentes, capazes de aprender tarefas
apenas pela observação da realidade e pela comparação de padrões encontrados na natureza, como faz o cérebro. Hu go B a r r a de mon st r ou no INFOTrends a técnica de aprendizado profundo, usada pelo Google para reconhecer imagens. “Alimentamos o sistema com um grande número de fotos de gatos, e ele aprendeu a reconhecer gatos”, disse Barra. “Conseguimos até ensinar o sistema a reconhecer coisas abstratas, como fotos de casamento, Natal e dança.” Para isso, bastou fornecer um grande número de imagens sobre o tema. O sistema identifica os padrões que caracterizam aquelas imagens com base na tecnologia de redes neurais. “Também temos obtido grande sucesso com aprendizado profundo em reconhecimento de voz. Usamos isso para melhorar nosso tradutor, que com o tempo será um tradutor simultâneo”, diz Barra. Outro exemplo é o carro que dispensa motorista, que está começando a usar redes neurais de aprendizado profundo para aprender caminhos. “Experimentei nosso carro por uma semana. É realmente fantástico”, afirmou Barra ao público do INFOTrends.
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WESLEY BARBOSA O EXECUTIVO DE NEGÓCIOS DO CHINÊS BAIDU NO BRASIL ENCERROU O INFOTRENDS COM UMA PALESTRA SOBRE INOVAÇÃO E A CRIAÇÃO DE PRODUTOS DISRUPTIVOS ≥ POR FELIPE ZMOGINSKI ≥ FOTO RENATO PARADA
erá que para inovar é preciso pensar fora da caixa? Para Wesley Barbosa, não. Executivo de negócios do chinês Baidu, Barbosa, de 27 anos, fez a palestra de encerramento do INFOTrends. Disse que para inovar é bom pensar dentro da caixa. “A caixa é o lugar onde encontramos produtos reais, que podem ser modificados para dar origem a soluções inovadoras.” O Baidu é o segundo maior serviço de buscas na internet do mundo e uma companhia avaliada em 45 bilhões de dólares. Recém-chegado ao Brasil, o serviço chinês inaugurou o portal de diretório de sites Hao123 e prepara o lançamento de uma série de serviços. Durante o INFOTrends, Barbosa optou por não dar detalhes sobre os próximos lançamentos, vários ainda em fase beta no Brasil, e concentrou sua palestra nas técnicas mais modernas de inovação.
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De acordo com Wesley Barbosa, é possível seguir métodos preestabelecidos para criar produtos que possam se tornar sucessos globais. Ele listou cinco métodos que podem ser aplicados a qualquer produto ou serviço que já exista para inspirar a criação de soluções inovadoras. São os seguintes. SUBTRAÇÃO_Uma das formas mais comuns de inovar, diz Barbosa, é identificar funções em produtos existentes que podem ser extintas, tornando-os mais simples, baratos e funcionais. Um exemplo? A criação dos fones de ouvido, que surgiram da subtração das conchas acústicas dos headphones. “Quando a Apple criou o iPod Touch, ela apenas tirou a função telefone do iPhone e criou um produto que já vendeu 60 milhões de unidades”, disse. DIVISÃO_Dividir um produto pode ser uma forma de reduzir custos e aumentar sua eficiência. Uma inovação na indústria de tecnologia, por exemplo, foi a decisão da HP de criar cartuchos para suas impressoras de tinta divididos por cor. “As impressoras coloridas
tinham só um cartucho, que misturava cores para criar os efeitos desejados na impressão”, diz Barbosa. Sempre que a tinta de uma única cor primária acabava, todo o cartucho era inutilizado. MULTIPLICAÇÃO_Bicicletas têm duas rodas, a menos que sejam destinadas a crianças pequenas. Nesse caso, ela pode ter um par de rodinhas auxiliares, para ajudar no equilíbrio. “Ao multiplicar o número de rodas, os fabricantes criaram um novo produto”, diz Barbosa. UNIFICAÇÃO DE TAREFAS_Uma boa ideia pode ser criar novas funções para um produto que já existe, permitindo que ele execute novas tarefas. Um exemplo: a mochila da Samsonite que massageia as costas quanto mais pesada estiver. Ou os smartphones que fazem muito mais do que só falar. DEPENDÊNCIA DE ATRIBUTOS_Consiste em relacionar atributos que, originalmente, nasceram independentes. O sistema que aumenta o volume do som quando o carro acelera, diminuindo, assim, o ruído interno, por exemplo. � Agosto 2013 INFO
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/ Vivendo em Beta
A nova estética dos jogos para celular Interfaces simples e elegantes fazem de games como Dots, SpellTower e Strata exemplos de design inovador
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a Betaworks, empresa americana de venture capital que não apenas investe em startups de tecnologia como também cria suas próprias, todos estão felizes. Visitei o escritório deles em Nova York às 8 horas da manhã de uma segunda-feira, e o lugar já estava cheio de gente trabalhando. Parte desse entusiasmo é porque a Betaworks é uma companhia diferente. Geralmente os investidores querem expansão rápida com potencial financeiro, muitas vezes priorizando outros fatores no lugar do design dos produtos. Mas na Betaworks o design é parte essencial para o sucesso da empresa. Eles não só se preocupam com o potencial financeiro de suas startups mas também com o marketing e o design, como contou Nick Chirls, responsável pelo portfólio da empresa, que já investiu em startups como Tumblr, Airbnb e Groupon e ainda criou o jogo sensação do momento, o Dots, para iPhone. MESMO SE VOCÊ NUNCA ouviu falar da Betaworks, deve conhecer o Dots, que chegou a 1 milhão de downloads uma semana depois de o aplicativo ser lançado na loja AppStore. Já citado pelo
site da INFO (abr.io/IzVE), o game é uma espécie de versão atualizada do antigo jogo de ligar os pontos. O objetivo é formar quadrados, apagando os demais pontos com a mesma tonalidade. Do dia para a noite, o Dots virou o novo Angry Birds. Alguns atribuem o sucesso do aplicativo ao tempo limitado de jogo. Cada partida não demora mais do que 60 segundos, e os usuários podem também comprar tempo adicional. Outros dizem que o jogo é viciante porque tem um aspecto social, ao permitir que participantes compartilhem pontos extras com os amigos. Mas acredito que a razão mais importante do sucesso do Dots é sua interface simples e seu design elegante. Outro exemplo de interface que privilegia o design é o SpellTower, jogo frugal que tem como objetivo formar palavras. Uma das maneiras de brincar combina o jeito de agregar caracteres, como num jogo de Tetris, com fontes especiais e cores bonitas. No Strata, usuários têm de formar padrões seguindo cores pré-selecionadas. O Dots, o SpellTower e o Strata são jogos populares que revelam uma tendência que pode ficar mais evidente ainda neste ano. Atualmente, a maioria dos jogos para celular é simples, mas cafona (Bejeweled é um
ALESSANDRA LARIU
bom exemplo disso). Mas ao mesmo tempo existem jogos superbem produzidos, que são parecidos com os games de console. O Dots popularizou uma revolução silenciosa. Uma maneira nova e diferente de pensar na estética de jogos para smartphones. TUDO BEM QUE priorizar a estética não é uma coisa muito nova no mundo da tecnologia. Steve Jobs sempre fez isso com os produtos da Apple. A rede social Pinterest, por exemplo, revolucionou a maneira como colecionamos links legais na internet, ao usar o conceito de image bookmarking (lembram-se do precursor delicious.com?). Mas, na área de jogos, essa nova revolução estética pode trazer resultados interessantes. Será que, no futuro, a nova forma de visualizar os games será mais popular do que as imagens hiper-reais dos jogos de console? Será que existirão edições limitadas de aplicativos feitos por designers famosos de interface? Esperem lançar mais dez jogos como o Dots, o Strata ou o SpellTower que essa ideia pode virar realidade. �
Alessandra Lariu, 40 anos, é publicitária e cofundadora do site SheSays, que ajuda mulheres a entrar na carreira de criação digital. Empresária, ela mora em Nova York.
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/ BizTech
Por que a questão da vigilância é vital Fantasmas que espionam nossa vida sempre existiram, mas agora eles são mais reais e assustadores do que nunca
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sse assunto tomou conta do noticiário e das redes sociais depois que o ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos Edward Snowden vazou documentos sobre um sofisticado e agressivo programa de vigilância eletrônica chamado Prism. Segundo Snowden, o programa, que existe desde 2007 e conta com a participação de algumas das principais empresas de internet do planeta, permite que se obtenham dados sobre os usuários dos serviços dessas empresas e até a captura, em tempo real, de suas comunicações. Estamos falando de serviços que bilhões usam todos os dias para armazenar fotos, se comunicar com amigos, fazer ligações telefônicas ou enviar e receber e-mails. As empresas negam a participação e Snowden virou herói para alguns e traidor para outros. Mas nossa conversa aqui será sobre o quão relevante é a questão da vigilância eletrônica. Basta observar a quantidade de dados pessoais que deixamos voluntária ou involuntariamente ao longo do dia nos diferentes serviços e dispositivos que usamos. Eu me considero uma pessoa preocupada com a privacidade da minha família e tenho
relativos conhecimentos sobre segurança digital. Mas, ao retornar de uma semana de férias, percebi que estava publicando fotos num grupo de discussão que continham a localização exata de onde moro. Isso aconteceu porque, logo que saímos de São Paulo para o norte do país, liguei a funcionalidade que marca as coordenadas geográficas nas fotos feitas com o smartphone. Ao voltar, esqueci de desligar a funcionalidade e tirei fotos em casa. Elas foram armazenadas numa rede social onde discuto projetos sobre monitoração de energia e, então, percebi que estavam marcadas em um mapa com um alfinete bem em cima da minha casa. Por sorte ainda não havia compartilhado as fotos e já tinha desligado as configurações da rede para a publicação de qualquer informação geográfica. O ponto é que isso é apenas um dos milhares de caminhos para a captura e a divulgação de dados pessoais de forma involuntária, por desatenção ou desconhecimento. Mas é só a ponta do iceberg. Em um dia, nossos dispositivos, e o smartphone é o mais quente de todos, sabem tudo o que fizemos. Desde o momento que acordamos e pegamos o celular para checar as mensagens até o caminho que fazemos para chegar ao trabalho, com quem falamos
MANOEL LEMOS
no trajeto, quais músicas escutamos, nossa agenda de compromissos, o que procuramos na internet e as contas que pagamos pelo home banking. Ou, ainda, quantas calorias queimamos na esteira. Esse é apenas o lado que controlamos dessa vida conectada. Agora imaginem todos esses dados dos últimos cinco anos nas mãos de estranhos, de gente que nem imaginamos que pode ter acesso a esses dados. É impossível ter certeza de que nossas informações estão seguras. A mágica desses dispositivos e serviços depende de uma série de participantes que controlam pedaços da coisa toda. Dos fabricantes dos dispositivos aos desenvolvedores das aplicações, passando pelas empresas de telecom e pelos serviços que armazenam nossos dados. A realidade é que confiamos nessas empresas, mas não temos como saber o que acontece por trás das cortinas. Mesmo cercados de mecanismos de proteção, é impossível garantir que estamos 100% seguros. Mas sobre isso falaremos na próxima edição ;-). �
Manoel Lemos, 37 anos, é engenheiro da computação, especialista em supercomputação, empreendedor, investidor em tech startups e diretor-geral digital da Abril Mídia. É apaixonado por mergulho com tubarões.
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/ Cérebro Eletrônico
O último post no Facebook Uma tragédia no Espírito Santo mostra o quanto as redes nos engoliram. Se não postamos, parecemos alienados, sem graça
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história não tem a menor graça. É uma tragédia. Mas encarna um pouco do espírito do nosso tempo. Aconteceu na cidade de São Mateus, no norte de Espírito Santo. Uma comerciante maranhense de 41 anos, chamada Edna Célia Oliveira, usa o celular para postar no Facebook: “Acabei de levar um tiro aqui dentro de casa”. O tiro atingiu seu abdome, e ela sangrava enquanto postava. S u a m e n s a g e m a nt e r i o r n o Facebook fala da noite daquele domingo fatal. Ela havia saído com amigas e entrado numa festa errada, o que gerou boas risadas entre elas. A última foto mostra Célia feliz, de vestido colorido e pulseiras douradas, se fotografando no espelho antes da tal festa. Posts anteriores mostram os detalhes finais de sua vida. Uma citação da Bíblia (“Vale mais o dia em que se morre do que o dia em que se nasce”). A foto de um prato cheio, com a legenda: “Alguém aí aceita?? Arroz, feijão, carne de porco fritinha, macarrão, jiló, quiabo e salada (repolho, alface e pepino) DELÍCIAAAAAAA!!!!!” Célia foi um dos 73 milhões de usuários brasileiros do Facebook. Viramos, em março de 2013, o segundo lugar no mundo,
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atrás apenas dos Estados Unidos, em usuários. Hoje parece quase impossível imaginar um tempo em que não havia Facebook. E esse tempo foi 2010. O Facebook nos engoliu. Virou o catalisador de nossos dias. Passamos a ser cobrados por nós mesmos se não postamos. Parecemos alienados, derrotados, excluídos, sem graça. Nossa vida não vale muito se não estiver na rede. O que torna o caso Célia mais dramático: o suposto ladrão atirou no seu abdome e ela conseguiu se trancar no quarto com o celular. Poderia ter chamado a polícia. Mas postou no Face antes que o criminoso arrombasse a porta para acabar o serviço com um tiro na sua cabeça. Seu último recado conseguiu 3,2 mil compartilhamentos. Qualquer um com o Facebook aberto no celular provavelmente faria o mesmo: postaria. É o que temos feito nos últimos dois anos, com ou sem uma bala na barriga. Somos vítimas (e causadores) da síndrome do Epac (Estou Perdendo Alguma Coisa). Temos a sensação de que bastam alguns minutos fora da internet para que algo de extrema importância aconteça. Em nossa ansiedade, alguns minutos sem contato bastam para que um convite urgente ou uma excelente (ou péssima) notícia apareça no inbox longe de nossos olhos.
DAGOMIR MARQUEZI
O escritor americano Baratunde Thurston escreveu um ótimo artigo para a revista Fast Company, descrevendo sua tentativa de tirar umas férias desplugado. E como isso foi difícil. Nossas vidas estão tão enredadas em contatos imediatos e intensos que fica difícil desligar o aparato que criamos. Faço m i n has as pa lav r as de Thurston: “Ainda sou uma criatura do meu tempo tecnológico. Amo meus aparelhos e serviços, e amo estar conectado a essa colmeia global. Não sou um ludita nem um ermitão, mas estou mais consciente do preço que pagamos: falta de profundidade, redução de precisão, impaciência, egoísmo e exaustão mental. Ao optar por conectar e dividir nossas vidas, nos arriscamos a não vivê-la”. Um exemplo desse diagnóstico foi a “revolução do Facebook”, que varreu o Brasil. Os protestos foram marcados pelo Face. E cada manifestante levou seu “post” de reivindicação numa cartolina. O movimento foi superficial e impaciente. E da “revolução” ficaram fotos postadas no Face, ao lado da imagem de Célia no seu vestido colorido. �
Dagomir Marquezi, 60 anos, dividiu sua vida entre o jornalismo e a ficção. Escreveu novelas, musicais e roteiros de cinema. Há 15 anos acompanha a tecnologia em sua coluna na INFO.
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/ Inside Information
As startups e a nuvem O sucesso de empresas iniciantes, como a rede social Kekanto, dificilmente teria acontecido sem a ajuda do cloud computing
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á dez anos, quando o modelo tecnológico migrava dos mainframes para a plataforma distribuída, empreender estava condicionado a ter, além de uma boa ideia, capital para investir por alguns anos em um mercado tradicional ou se aventurar no mundo virtual pós-bolha da internet. Hoje é diferente: redes sociais, nuvem e mobilidade estão transformando nossa vida e a forma de pensar os negócios. Vivemos um boom das startups e um dos motivos desse fenômeno foi o casamento perfeito entre o cloud computing e a criação de um novo negócio, que vai muito além da redução de custos, da escalabilidade da infraestrutura e de uma maior eficiência operacional, benefícios intrínsecos da nuvem. Agilidade é essencial, pois sem assumir riscos não existe inovação. E começar uma ideia usando infraestrutura na nuvem possibilita reduzir o ciclo entre a fase de teste e a formatação do projeto, processo pelo qual toda startup passa antes de buscar um aporte de capital. Um exemplo de como a nuvem impacta o processo de inovação em uma startup é o caso da Kekanto,
rede social brasileira que ajuda consumidores a encontrar locais de interesse por meio de check-ins e de recomendações dos próprios usuários. Nos primeiros 12 meses, a rede social enfrentou duas grandes explosões de crescimento. A primeira ocorreu no segundo mês de operação, quando o acesso à rede triplicou e o site registrou 1 milhão de page views. A segunda deu-se na plataforma móvel. O app ganhou destaque na loja do Android e os downloads diários foram multiplicados por 100, tirando o arquivo do ar por 5 minutos. A escalabilidade e a eficiência operacional da nuvem foram cruciais. O sócio Bruno Yoshimura era o único responsável pela parte técnica e sozinho conseguiu contornar a situação e garantir o crescimento da base de usuários. A Kekanto gerencia atualmente mais de 1 milhão de imagens, cerca de 8 terabytes de dados e informações de 800 mil usuários, o que necessitaria de pelo menos dois administradores seniores de sistemas. Mas a empresa não conta com ninguém dedicado a essa função. Quatro membros da equipe de 12 técnicos detêm conhecimentos para gerenciar a infraestrutura. Com isso, sobra mais tempo e dinheiro para investir no desenvolvimento da essência do negócio.
JOSÉ PAPO
Com base no perfil dos usuários e nos registros de check-in, a Kekanto analisa uma grande quantidade de dados para oferecer duas ferramentas: busca personalizada e sugestões de locais. A busca utiliza referências de usuários, faixa de preço, tipos de estabelecimento, localização e rede de amigos para mostrar recomendações. Já a ferramenta de sugestões é usada quando o usuário não dá orientação do que procura. Em ambos os casos, a Kekanto precisa processar quase 10 terabytes de dados todos os dias. Para isso utiliza, por cerca de 1 hora, servidores de big data na nuvem. Já são 180 milhões as recomendações ao mês. Se conseguir manter o ritmo, a Kekanto deve juntar-se ao grupo de startups de sucesso, que conta com nomes como Pinterest, Dropbox, Instagram e Buscapé. Todas têm um ponto em comum: apostaram no cloud computing para inovar. Se essa tecnologia não existisse, provavelmente essas empresas não sobreviveriam, pelo menos não da forma como foram concebidas. �
José Papo, 36 anos, é professor de engenharia da computação no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e de pós-graduação na PUC-SP. Atua ainda como evangelista técnico da Amazon Web Services na América Latina.
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VISTA AÉREA
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O administrador Erick da Cunha, 55 anos, pilota o Bumerangue EX-27, avião que projetou e construiu em sua empresa, a Fabe
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A V I A D O R O MINEIRO ERICK DA CUNHA APRENDEU SOZINHO A CONSTRUIR AVIÕES. FEZ 27. AGORA TENTA FABRICAR EM SÉRIE O BUMERANGUE EX�27, UMA AERONAVE MODERNA E ARROJADA ≥ POR MAURÍCIO MORAES
≥ FOTOS ALEXANDRE REZENDE
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VOCÊ SABERIA PROJETAR UM AVIÃO? O mineiro Erick Nilson Rodrigues da Cunha, 55 anos, desenhou e construiu 27 aeronaves sem jamais ter cursado engenharia. O Bumerangue EX-27 é sua criação mais recente. O design arrojado chama a atenção por lembrar uma nave espacial, com duas pequenas abas frontais, asas em delta, uma hélice traseira e corpo de linhas curvas. Cunha se apaixonou por aviação na adolescência e aprendeu sozinho a criar máquinas voadoras. Estudou administração de empresas e se tornou diretor industrial da Paratudo, fábrica de bebidas de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Nas horas de folga, dedica-se às invenções. As formas aerodinâmicas permitem ao Bumerangue EX-27 alcançar uma velocidade de cruzeiro de 380
PRODUÇÃO ARTESANAL
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Acima, Erick da Cunha e o projeto de seu avião. Ao centro, funcionário trabalha em uma peça da aeronave e, abaixo, um dos protótipos
quilômetros por hora, a uma altitude de 10 mil pés (cerca de 3 mil metros). Com autonomia de 2 mil quilômetros, consegue ir de São Paulo a Salvador sem reabastecer. O desenvolvimento levou seis anos e contou com o apoio de professores de engenharia aeronáutica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “É u m projeto b em i novador ”, afirma Paulo Iscold, professor do
D epa r t a mento de E n gen ha r ia Mecânica da UFMG. Cunha começou a produzir algumas unidades sob encomenda e agora busca apoio para fabricar o avião em escala industrial. Se tudo correr como o planejado, a partir do ano que vem o Bumerangue será vendido em kits pela Fábrica Brasileira de Aeronaves (Fabe), empresa criada por Cunha. Quem adquirir as peças poderá usá-las para montar o avião, no es-
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BATE E VOLTA AOS ESTADOS UNIDOS O WEGA 180 É UM AVIÃO FEITO EM SANTA CATARINA QUE PERCORREU 16 MIL QUILÔMETROS ATÉ A FLÓRIDA
Com 10 anos de idade, o empresário Jocelito Wildner, 48 anos, fazia asas-deltas de madeira e pulava de galpões. Mais tarde serviu na Força Aérea e, depois, virou mecânico da Varig. Após experiência frustrada em outras áreas, voltou à aviação e começou a construir planadores, mas o custo era alto. Wildner decidiu, então, montar um avião de alta performance e fundou a Wega Aircraft. Para mostrar o potencial do Wega 180, Wildner partiu, em abril, para uma aventura. Convenceu dois proprietários do avião a viajar de Palhoça, Santa Catarina, a Lakeland, na Flórida, nos Estados Unidos. Lá o grupo foi a uma feira de aviação. Foram percorridos 16 mil quilômetros, e a viagem abriu caminho para vendas internacionais. O Wega atinge velocidade de 350 quilômetros por hora. Foram construídos três. O quarto está em fase final. O segredo para fazer um bom trabalho, segundo Wildner, é seguir a receita de Joseph Kovacs, criador do Tucano: “Junte as melhores partes de todos os aviões do mundo e você terá um bom avião”.
tilo faça você mesmo. A Fabe não está sozinha nesse mercado. Existem muitas empresas que desenvolvem aviões experimentais no país. “Nunca gostei de copiar. Ou aperfeiçoo uma ideia ou busco desenvolver ideias diferentes”, diz Cunha. Qualquer pessoa pode seguir seus passos e criar um veículo aéreo, desde que não o utilize para transporte comercial. Os aviões experimentais são fiscalizados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e precisam estar com a documentação regularizada para voar, mas não são submetidos à lista de normas de fabricação dos
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DECOLAGEM VELOZ O NÚMERO DE AERONAVES EXPERIMENTAIS REGISTRADAS NO BRASIL CRESCEU 60% EM SETE ANOS
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tir para outro projeto quando começarem os lucros pela venda do Bumerangue”, afirma Cunha, que usou parte da remuneração como diretor industrial para financiar a construção do protótipo. “Para ter uma linha de produção é necessário muito recurso financeiro. Se não tivesse um trabalho paralelo, não conseguiria manter viva a Fabe.”
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modelos homologados e de uso comercial. Isso reduz o preço de cada unidade. Em contrapartida, quem voa neles corre mais riscos, pelo menos em teoria. Aeronaves como o Bumerangue EX-27 usam tecnologia de ponta, como paraquedas balístico. Se houver uma pane, o acionamento do dispositivo pode ajudar a realizar um pouso de emergência. O modelo conta ainda com piloto automático, que facilita a navegação durante várias horas seguidas. Segundo a Anac, havia 4 787 aeronaves experimentais registradas no país até março deste ano. Nesse número entram aviões, balões, dirigíveis e ultraleves, entre outros modelos. A agência criou recentemente uma regulamentação para uma nova categoria, chamada de Aeronave Leve
Esportiva (ALE). Nela estão aeronaves experimentais que seguem uma série de regras de produção e, com isso, poderão ser vendidas prontas e usadas para o transporte comercial de passageiros. O Bumerangue não se enquadra nessa regra, mas a Fabe está desenvolvendo um modelo de ALE em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia. A ideia ainda deve demorar a sair do papel. Segundo Erick Cunha, todos os esforços da pequena empresa estão concentrados no Bumerangue, que pode ajudar a Fabe a mudar de patamar. “Preciso recuperar um pouco do que investi. Só vou par-
COM DEZ ANOS DE FUNCIONAMENTO, a fábrica hoje leva de três a quatro meses para produzir cada aeronave encomendada e conta com seis funcionários. Se conseguir instalar uma linha de montagem, pretende produzir de duas a três aeronaves por mês. “Tudo isso vai depender da aceitação do Bumerangue. Ele chama a atenção aonde chega, por ser diferente. Não se vê nenhuma aeronave desse tipo operando no Brasil”, afirma Douglas Rodrigues da Cunha, 28 anos, diretor de vendas da Fabe e filho do fundador. A primeira versão da aeronave, de dois lugares, ganhou o prêmio de melhor avião experimental em 2006, na Expo Aero Brasil, uma das principais feiras do setor de aviação do país. A atual foi modificada para ter quatro lugares, a pedido de possíveis compradores interessados. As dificuldades da Fabe são uma amostra dos problemas que os produtores de aeronaves experimentais enfrentam no país. Faltam linhas de financiamento do governo, por exemplo, para incentivar a inovação. “Poucas empresas têm a estrutura montada, porque isso requer muito investimento e há mudanças às vezes semanais nos regulamentos que regem esse tipo de aviação”, diz Hermano Paes Vianna, presidente da Associação Brasileira de
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NA FÁBRICA Os aviões levam cerca de quatro meses para ser construídos. Abaixo, o design arrojado do Bumerangue EX-27
Fabricantes de Aeronaves Leves (Abrafal). A Anac afirma que as alterações têm o objetivo de atender às exigências do mercado e aumentar a segurança. A categoria representa 30% da aviação registrada no Brasil. Vianna diz que a ausência de incentivos faz com que os modelos importados representem 70% do mercado. “Há dez anos, produzíamos muito mais, mas eram aeronaves muito simples, de cano e pano. A exigência cresceu”, afirma Vianna. No exterior, o impulso foi dado com a categoria Light Sport Aircraft (LSA), equivalente à recém-criada ALE no Brasil. Segundo Vianna, o público-alvo dos aviões experimentais são aqueles que um dia desejaram ser aviadores e não conseguiram. “O sonho de voar permanece. Quando atingem uma estabilidade financeira, eles decidem comprar um avião para se divertir. O sujeito quer um avião para ir a Natal, João Pessoa, cruzar a América do Sul. Alguns, mais aventureiros, dão até a volta ao mundo”, diz Vianna. O BRINQUEDO NÃO SAI BARATO. Um avião experimental de quatro lugares da categoria ALE pode chegar a 400 mil dólares, em média, o mesmo preço de um carro importado de luxo. Modelos que não se enquadram na certificação saem por pouco menos da metade disso. O Bumerangue EX-27 será vendido pela Fabe por 250 mil dólares, valor que pode subir de acordo com os itens adicionais. A maioria dos compradores vive na
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NÃO É QUE VOA?
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O Bumerangue EX-27 tem autonomia de 2 mil quilômetros. Vai de São Paulo a Salvador sem reabastecer
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UM MODELO POPULAR CRIADO POR UM PROFESSOR DA UFMG, O CB.10 TRIATHLON JÁ SERVIU DE BASE PARA VÁRIAS AERONAVES E AGORA PODE SE TORNAR O PRIMEIRO AVIÃO ELÉTRICO DO PAÍS
Quem deseja construir um avião experimental precisa de uma planta com o desenho detalhado da aeronave, o que nem sempre é fácil ou barato. Por ter documentação acessível e bom desempenho, o CB.10 Triathlon, criado pelo professor Cláudio Pinto de Barros, da UFMG, tornou-se popular entre os entusiastas da aviação no país. O modelo já serviu de base para o ACS-100 Sora, criado pela ACS, empresa de São José dos Campos, São Paulo, e para o Wega 180, da Wega Aircraft, de Santa Catarina. O modelo será adaptado para se tornar o primeiro avião elétrico do país, em um projeto desenvolvido em parceria com a usina hidrelétrica de Itaipu. Entre os amadores, o Triathlon também faz sucesso. Não é difícil encontrar páginas na internet em que construtores narram o passo a passo da montagem da aeronave. Um dos mais experientes é Celso Calegari, 64 anos, serralheiro de Monte Alto, interior de São Paulo, que aprendeu a fabricar aviões porque não tinha dinheiro para comprar um. Ele foi desafiado por Barros a construir o primeiro protótipo do Triathlon e recebeu as plantas do projeto. “O protótipo está comigo até hoje”, afirma Calegari. Ele gostou tanto que produziu dez unidades, vendidas sob encomenda.
região Sudeste e seu ponto de encontro são os aeroclubes. O maior deles, o Clube Esportivo de Voo CEU, no Rio de Janeiro, completou 30 anos e conta com cerca de 130 aeronaves. Os planos de Erick Cunha para a Fabe são ambiciosos. Ele tem rascunhos prontos de outros dez aviões, sendo três variações do Bumerangue. Um dos modelos idealizados terá seis lugares, outro será um jato e um terceiro seguirá as regras da categoria ALE. Cunha tem facilidade para projetar. No início, montava aeromodelos para os amigos e, paralelamente, criava os seus, com características diferentes. Um deles, inédito no país, foi trocado por um curso de pilotagem de aviões.
Ao tirar o brevê, cresceu a vontade de ter um avião. O primeiro modelo que desenhou foi um ultraleve. O problema foi conseguir tirá-lo do chão com um orçamento enxuto. No início da década de 1980, só havia motores aeronáuticos importados à venda no país. “Tive de dar um jeito de voar. O que encontrei de mais parecido com os motores americanos foram motores de motosserra”, diz Cunha. A adaptação funcionou, e o Experimental Leve de Uberlândia (ELU) decolou, inicialmente com dois e, mais tarde, com quatro motores de motosserra sob as asas. “Deu certo, mas não tinha muita durabilidade e encostei a ideia”, diz Cunha. Mas serviu como experiência. O ultraleve ganhou motor de Fusca e foi produzido sob encomenda, para atender seis pedidos. Recebeu aprimoramentos e se transformou no AC-101 Astro, modelo de maior
sucesso de Cunha. Um grupo de empresas da construção civil comprou o projeto e montou uma fábrica, a Asa Indústria Aeronáutica, que fabricou 120 unidades. Cunha continuou o trabalho de projetista nas horas vagas. Desenvolveu aviões agrícolas, como o Falcão AG-21, e de treinamento de pilotos, com um design que lembra o de aeronaves de meados do século 20. À medida que estudava, Cunha aprimorava suas invenções e colocava a mão na massa. Ele mergulhou na literatura exigida dos alunos do curso de engenharia. Autodidata, aprendeu a manipular materiais como madeira e fibra de vidro, a montar sistemas elétricos e eletrônicos e até a fazer pintura e solda. Também aprendeu a criar projetos e a usar softwares para 3D, como o AutoCAD e o SolidWorks. O único ponto em que prefere contar com a ajuda dos professores das universidades federais é para os cálculos, que atestam se a estrutura desenhada conseguirá suportar os esforços que vão ocorrer durante o voo. COM O OBJETIVO DE ECONOMIZAR nos custos de desenvolvimento, Cunha até hoje faz questão de testar todos os aviões que inventa. “Jamais teria condição de pagar um piloto”, afirma. Foram vários os apuros que passou. “Não é no primeiro voo que o avião sai perfeito. Sempre há correções. Já tive vários pousos forçados, panes de motor, de hélice. Mas nunca me machuquei. Nunca aconteceu nada sério. Com os aviões que vendi, nunca houve nenhuma morte por acidente”, afirma. Para inventores como Erick Cunha, que seguem a trilha de pioneiros como Santos Dumont, os problemas são um incentivo a mais para continuar e evoluir. �
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CRIAR UMA STARTUP E MUDAR DE VIDA PODE SER MAIS SIMPLES DO QUE VOCÊ IMAGINA. CONHEÇA AS TENDÊNCIAS DO MERCADO INTERNACIONAL E INSPIRE�SE EM 20 IDEIAS DE NEGÓCIOS QUE FAZEM SUCESSO LÁ FORA ≥ POR PAULA ROTHMAN E THIAGO TANJI ≥ FOTOS DULLA
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EDIÇÃO DE IMAGEM ARTNET DIGITAL
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EM PRE STE ESSA IDEIA
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ENCONTRAR UMA IDEIA GENIAL
para montar uma startup e conquistar a tão sonhada independência pode não parecer uma das tarefas mais fáceis do mundo. Mas quem disse que é necessário reinventar a roda para ter sucesso como empreendedor? Muitas vezes, boas empresas podem ser construídas a partir de ideias já testadas com sucesso. Na linguagem do empreendedorismo digital, esse tipo de startup é conhecido como copycat. “Não há problema algum em copiar modelos de sucesso. Ainda há muitas oportunidades para a criação de empresas no Brasil, já que o país apresenta uma série de lacunas”, afirma o americano Benjamin White, cofundador da aceleradora 21212, que tem escritórios no Rio de Janeiro e em Nova York. Uma dessas oportunidades está na mobilidade, uma área cada vez mais explorada. “A grande tendência está em aplicativos com ferramentas de geolocalização”, diz White. Dispositivos como os óculos Google Glass puxam essa fila da inovação e criam demanda por novos produtos móveis. “Será possível olhar para um prédio e, com o aplicativo,
transformá-lo em um grande outdoor interativo, espalhando conteú do virtual pela cidade”, diz Eduardo Henrique, chefe do escritório da empresa Movile no Vale do Silício. Mas, para que isso aconteça, alguém precisa criar esses apps. Por que não você? Além da mobilidade, outras áreas estão especialmente quentes nos mercados americano, europeu e asiático. “O Vale do Silício está voltando às origens, criando novos projetos de hardware, porque deixou de ser tão barato fabricar equipamentos na China”, afirma Phillip Klien, cofundador da Predicta, empresa brasileira com escritório na Califórnia desde 2012. Um exemplo dessa tendência são as impressoras 3D e projetos como o do computador portátil Raspberry Pi. Educação ainda é uma tendência forte. “Há uma necessidade enorme de manter o engajamento dos alunos e há muito dinheiro de investidores nesse setor”, diz Mike Ajnsztajn, fundador da Aceleratech. A possibilidade de imprimir objetos sob demanda em 3D ou de ter acesso a material educativo em diferentes plataformas aponta ainda para outra
área em expansão, a da personalização de conteúdo. “Focar em nichos e em especialização, fornecendo uma experiência diferente ao usuário, é ótima opção”, afirma Marcilio Riegert, CEO da aceleradora Start You Up. Após consultar empreendedores de várias partes do mundo e investidores que conhecem a realidade brasileira e estão antenados com as tendências, INFO fez uma seleção de 20 ideias para montar startups. Conheça cases inspiradores que podem ajudá-lo a imprimir seu nome e o cargo de presidente no cartão de visita, como fez, de forma divertida, Mark Zuckerberg no início do Facebook. Seu cartão dizia: “I'm CEO, Bitch!”
MÚSICA POP PARA AJUDAR PROFESSORES EM AULA Estima-se que apenas nos Estados Unidos o mercado de tecnologia para educação, chamado edtech, movimente mais de 7 bilhões de dólares. O grande sucesso da plataforma de videoaulas Khan Academy é apenas um dos exemplos em alta. Mas, para dar certo, não é preciso repetir a fórmula de criar conteúdo multi-
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DISPOSITIVOS Mテ天EIS Eles geram uma demanda por serviテァos que podem ser baseados em geolocalizaテァテ」o
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REDES DE NICHO Investir em sites sociais que usam informações postadas no Twitter e no Facebook é opção para criar bons serviços
mídia voltado para alunos. Uma boa ideia pode ser espelhar-se na startup americana NuSkool, que encontrou um nicho ao focar nos professores e mostrar maneiras de tornar o conteúdo em sala de aula mais pop e interessante. A ideia é sugerir formas de abordar temas a partir de músicas, filmes, games e programas de TV. Quer um exemplo? Junto a um vídeo das maiores enterradas de basquete da liga NBA há uma lista de atividades e perguntas de física que podem ser dirigidas aos alunos. Em maio, a startup associou-se à Socratic Labs, aceleradora de Nova York criada neste ano com foco em edtech. Mais um sinal de que educação é uma área em alta.
MUITOS PAGAM POR DOWNLOAD Por que pagar por uma música se ela está de graça na web? Foi pensando na lógica da pirataria que a startup TellMyFriends, de Singapura, de-
senvolveu seu slogan: “Melhor que grátis é receber pelo download”. Na plataforma, usuários ganham créditos ao compartilhar nas redes sociais links de músicas baixadas de forma legal. Cada interação dos amigos, ao ouvir, repassar ou adquirir a faixa, vale alguns centavos para novas compras. “Vimos que existia um modelo similar de marketing de produtos de saúde”, diz Ben Looi, 39 anos, um dos fundadores da Tell My Friends. Ainda em fase beta, a startup fechou acordos com gravadoras e fez parcerias com rádios locais. “Enfrentamos dois grandes problemas”, afirma Looi. “O primeiro foi convencer as gravadoras sem uma base grande de usuários. O segundo ainda é ganhar a confiança dos usuários de que não é um serviço ilegal.”
REALIDADE AUMENTADA QUE ATRAI ANUNCIANTES Com um toque no celular, o aplicativo da Blippar transforma objetos comuns em plataformas de realidade aumentada. Basta apontar a câmera. No início do ano, garrafas de Pepsi no Reino Unido mostravam um mágico surgindo do rótulo e fazendo truques. Pôsteres do filme Star Trek redirecionavam os usuários para vídeos com conteúdo extra e links para comprar ingressos. “A Blippar é a ponte entre o mundo físico e o digital, uma plataforma para fazer tudo ganhar vida”, diz Ambarish Mitra, indiano de 34 anos que fundou a startup em Londres, no ano passado. Empreendedor veterano, Mitra criou seu primeiro negócio aos 19 anos e ganhou dinheiro com o boom da internet, no fim dos anos 90, mas a ideia de um aplicativo de realidade aumentada surgiu em uma mesa de bar. “Estava com um amigo, que hoje é meu sócio, e
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brincamos sobre como seria legal se o rosto da rainha saísse das cédulas de dinheiro e cumprimentasse o garçom”, diz Mitra. Hoje com 3 milhões de usuários, a Blippar acumula grandes clientes e é a primeira startup do Reino Unido a ter parceria com uma escuderia da Fórmula 1. “A tecnologia nunca é o maior problema de um empreendedor”, afirma Mitra. “O maior desafio é fazer anunciantes gastar dinheiro com você. No nosso caso, além de convencer as marcas a colocar nosso logo em seus produtos, tivemos de explicar aos usuários como usar o app.” Parece que funcionou. Depois de um investimento semente da Qualcomm Ventures, a startup encerrou as rodadas de captação de capital e se declarou autossuficiente.
CONTEÚDO QUE PODE VIRAR GAME Gameficar é transformar o dia a dia em um jogo, trazendo elementos dos games, como fases, pontos e prêmios. No Foursquare, por exemplo, usuários podem ser recompensados quando fazem check-in em um estabelecimento. Segundo o instituto de pesquisa Gartner, até 2015 40% das mil maiores empresas do mundo terão adotado a gameficação como principal mecanismo para transformar o modo de fazer negócios. Na Tailândia, a Playbasis se destaca explorando esse mercado. A startup dá ao conteúdo já produzido pelas marcas uma camada de interação social e engajamento, além de criar ferramentas que permitem medir os resultados de cada projeto. Um de seus clientes, a rede social para amantes de viagem Burufly, aumentou a quantidade de postagens ao oferecer pontos para quem escreve. Ela criou também um
sistema de ranking de usuários. Uma universidade de Bangkok também contratou a startup para pensar em uma forma de melhorar o engajamento dos alunos. Embora muitas empresas como a Playbasis já façam sucesso, há espaço ainda para aproveitar a segunda onda da gameficação. O Gartner aponta que, até 2014, 80% dos atuais apps criados nessa área terão falhado. O motivo principal será o design ruim, que não estabelece metas que as pessoas queiram cumprir. Vale ficar de olho para aproveitar essa brecha e não repetir os erros.
APP CONTROLA O CELULAR DOS FILHOS Desde 2007, existem aplicativos que dão aos pais algum tipo de controle sobre os smartphones de seus filhos, a fim de bloquear o tempo de uso, restringir sites ou rastrear a localização. O que fez o app MM Guardian se destacar e ser baixado mais de 120 mil vezes desde janeiro foi unir todas essas e mais uma série de outras funções. “Fomos os primeiros a criar uma plataforma completa. É possível até bloquear o celular enviando um SMS”, diz Paul Grossinger, americano de 24 anos e um dos três fundadores da empresa. Mas outros diferenciais explicam por que tantos pais estão dispostos a desembolsar 25 dólares anuais pelo app. “Investimos em tecnologia e melhoramos até a eficiência da bateria do celular”, diz Grossinger. A dificuldade foi fazer o app funcionar nas centenas de modelos de celulares que usam Android. A startup de Nova York está em sua segunda
COPYCAT É UMA BOA? “Se a startup funciona fora do Brasil, por que não trazê-la para nossa realidade? Muitas necessidades do mercado ainda precisam ser atendidas e há tópicos em efervescência com capital de investidores à disposição. Nem sempre os modelos são idênticos e, por causa disso, é necessário adaptações. Mas desenvolver uma ideia já existente ajuda na validação do modelo de negócio.” MIKE AJNSZTAJN, fundador da Aceleratech “As copycats são saudáveis para nosso mercado. É uma besteira ignorar a importância delas para que o país tenha mais velocidade para produzir coisas novas. O Brasil precisa ser inovador, mas acho que é importante os empreendedores estudarem as melhores práticas de fora, trazendo referências e solucionando problemas.” FREDERICO LACERDA, cofundador da aceleradora 21212 “Cada startup tem seu valor, seja ela copycat, seja uma empresa que desenvolve algo original. Mas, ao vir para o Brasil, é necessário adotar uma estratégia diferenciada, capaz de sentir as demandas do país. O empreendedor precisa entender a mecânica da economia brasileira e criar um negócio capaz de dialogar com o mercado da melhor maneira possível.” MARCILIO RIEGERT, presidente da Start You Up
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FIQUE DE OLHO CONHEÇA OUTRAS DEZ IDEIAS PROMISSORAS
REDE SOCIAL PARA CONSTRUÇÃO Desde 2010, o site tailandês Builk disponibiliza um software gratuito para gerenciar projetos de construção civil. As mais de 2 mil empresas cadastradas formam uma rede social de construtoras que atrai anunciantes. ANIVERSÁRIO DE NAMORO ANOTADO O app LoveByte, de Singapura, é uma rede para casais que já foi baixada mais de 100 mil vezes. Os casais compartilham fotos e guardam informações, como datas especiais. O Lovebyte tem um concorrente forte, o Couple, baixado 1 milhão de vezes. PARA RECOMENDAR O QUE É BOM Plataforma de recomendação social de apps que se conecta ao Facebook, o Jazz My App, criado na Malásia, permite ao usuário clicar e recomendar um app que é citado em qualquer site, do Google Play a posts de blogs. REDE SOCIAL PARA GOURMETS Na plataforma de social gourmet japonesa Retty, o usuário marca restaurantes que visitou, descobre onde os amigos estiveram, escreve resenhas e cria listas de onde comer. Com mais de 600 mil estabelecimentos cadastrados, recebeu investimentos de 1,3 milhão de dólares. CANDIDATOS A NAMORADO O inglês Lulu é um clube da Luluzinha dos apps que já recebeu 3 milhões de dólares em investimentos. Integrado ao Facebook, ele puxa
os perfis de homens da lista das usuárias e permite que façam rankings e adjetivem os rapazes com palavras pré-selecionadas. NETFLIX LATINO�AMERICANO O mexicano Nu Flick é uma espécie de Netflix de filmes independentes. Os vídeos sob demanda podem ser alugados um a um ou de forma ilimitada, com mensalidade de 15 reais. O projeto recebeu investimento de 40 mil dólares. ALMOÇO SOB MEDIDA A startup americana ZeroCater serve almoço em mais de 200 empresas do Vale do Silício. Um menu rotativo combina pratos de mais de 100 restaurantes. Um software gerencia os pedidos online e garante que o motoboy retire e entregue tudo de uma só vez, na hora marcada. BUSCA POR BONS PRATOS O app Foodspotting ajuda a buscar restaurantes novos pelos pratos. Gosta de hambúrguer? Veja fotos postadas por outros usuários e encontre o que se encaixa em sua preferência. DÚVIDAS SOBRE SEXO O app That App esclarece dúvidas sexuais de jovens. O nome escolhido pela startup da Malásia é neutro, para não envergonhar quem for baixá-lo. APLICATIVO SUSTENTÁVEL Uma combinação de sensores e app transforma o iPhone em um coletor de dados do ambiente. Com design sofisticado, o russo Lapka é um conjunto que, quando conectado ao telefone, mede umidade do ar, radiação ou nível de fertilizantes em alimentos crus.
rodada de captação de investimentos e planeja expandir para outros países em 2014. Quanto à facilidade de copiar a ideia, Grossinger diz que isso é um bom indicador do potencial do negócio. “Ficaríamos felizes se houvesse mais gente criando apps de segurança nos países em que queremos entrar. Mostraria que há mercado. Afinal, você não pode achar que é o único gênio do mundo que teve essa ideia.”
ALERTA PARA BONS PROGRAMAS AO REDOR Unir mobilidade, geolocalização, redes sociais e prestação de serviços foi o trunfo da Spindle. A empresa americana usa o GPS de smartphones e tablets para dizer o que está acontecendo ao redor do usuário. As sugestões de programas não se limitam a roteiros de cinema, teatro ou casas de show, mas vêm do que é postado em várias plataformas. Um exemplo? Se a promoção de uma loja de sapatos nas redondezas for tuitada por uma compradora, será indexada pelo algoritmo da Spindle. Não à toa, a startup que já tinha recebido 2 milhões de dólares em investimentos foi adquirida neste ano pelo Twitter.
SITE CUSTOMIZA EXPERIÊNCIAS TURÍSTICAS Aprender a cozinhar com os moradores de um vilarejo, praticar kalaripayattu, antiga arte marcial com espadas, ou passar o dia com elefantes em um templo sagrado. Nenhum desses programas está em guias convencionais de turismo da Índia, mas o site da Travspire reúne essas e outras opções
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para viajantes em busca de algo diferente. “Oferecemos dois tipos de experiência: atividades que os habitantes dos locais realmente fazem e passeios que não estão no mainstream”, diz a fundadora da Travspire, a indiana Satya Tammareddy, 28 anos. Os roteiros são selecionados ou elaborados pelos três sócios em visitas a pequenas agências e casas de moradores. “A curadoria garante a qualidade e ajuda as comunidades. É difícil um turista estrangeiro contatar moradores, geralmente por problemas de idioma”, afirma Satya. Por isso, uma das preocupações da Travspire quando fecha parcerias é garantir que pelo menos um guia da equipe fale inglês. Lançado em fevereiro com dinheiro próprio, o site oferece passeios em dez cidades indianas, mas pretende chegar a 20 até o fim do ano e expandir a atuação para o vizinho Sri Lanka.
NA EDUCAÇÃO Games, vídeos e elementos da cultura pop inovam ao engajar alunos e professores
“Estamos analisando propostas de investidores”, diz Satya. No Brasil, o potencial para oferecer serviços de nicho para turistas é enorme. Segundo o Ministério do Turismo, 7,2 milhões de estrangeiros virão ao país para a Copa do Mundo em 2014 e outros 7,9 milhões para as Olimpíadas de 2016. Um dos focos do governo é atrair visitantes russos e chineses e aumentar o número de turistas da América do Sul. Um negócio com grande potencial.
GAME PARA ENSINAR GUITARRA A LEIGOS A startup finlandesa Ovelin tem mais de 1 milhão de usuários em seus dois apps inspirados no popular game Guitar Hero. A ideia surgiu quando os amigos Chris Thür e Mikko Kaipainen identificaram um problema comum: ambos tinham guitarra e violão, mas não sabiam tocar.
O QUE DIZEM OS INVESTIDORES “Costumo tratar as copycats sem romantismo, pois se beneficiar de modelos que já deram certo é algo inteligente. Como critérios para o investimento, obser vamos se as star tups pretendem atuar em mercados amplos, acima de 1 bilhão de dólares, e a competência do time.” PEDRO SIROTSKY MELZER, diretor da e.Bricks “Gosto de encontrar copycats que precisam de uma adaptação para o mercado brasileiro. Assim, o empreendedor consegue se diferenciar, propondo soluções inovadoras. Porque, se for uma ideia fácil de ser desenvolvida, também pode ser facilmente copiada pelos concorrentes. Devemos pensar em uma barreira de entrada: o que o negócio tem de diferente para que seja difícil para um competidor entrar?” CÁSSIO SPINA, fundador da Anjos do Brasil “Minha experiência de 14 anos de mercado mostrou que uma cópia exata não dá cer to no Brasil. O copycat pode dar um voozinho de galinha para cair no momento seguinte, quando surgem centenas de competidores. Só me interessa alguém que desenvolva uma vantagem competitiva que demore de um a dois anos para ser copiada.” ANIBAL MESSA, investidor
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VOLTA ÀS ORIGENS O Vale do Silício investe em projetos de hardware, como os que envolvem impressoras 3D e o pequeno computador Raspberry Pi
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“Descobrimos que 85% das pessoas que começam a ter aulas de instrumentos param antes de um nível mínimo de aprendizado”, diz Thür. “Eu trabalhava com física de lasers, e o Mikko, com engenharia elétrica, quando juntamos 50 mil dólares da família e de amigos e fundamos a Ovelin.” Em finlandês, a palavra define alguém esperto, que contorna problemas. A solução criada foi transformar as lições de violão e guitarra em games pagos no app para iPad WildChrods. O microfone do tablet capta o som do instrumento, e o usuário tem como missão recuperar bichos fugitivos enquanto acerta notas e ritmos. Com o sucesso, veio um investimento de 1,5 milhão de dólares e o segundo app, GuitarPod, que funciona de forma similar em navegadores. “Não fomos os primeiros a combinar educação e games, mas acompanhamos muitos alunos e professores para entender o que deve ser feito. Hoje, a forma como cada usuário joga nos dá insights para atualizar o produto semanalmente”, diz Thür, que aprendeu a tocar. “Mas ainda não como um Jimi Hendrix.”
IMPRESSÃO 3D SOB DEMANDA O primeiro protótipo da Dreambox está instalado em um dos corredores da Universidade Berkeley, na Califórnia. A impressora 3D fabrica objetos sob demanda e funciona como uma máquina de refrigerante. O usuário paga para fazer o upload de seu projeto 3D ou para selecionar um modelo de uma lista. Quando o objeto fica pronto, uma mensagem é
enviada para o celular com um código para retirá-lo. Segundo a empresa de pesquisa Research and Markets, o mercado de impressoras 3D será de 4,5 bilhões de dólares até 2018. Essas máquinas fazem parte de uma tendência do Vale do Silício de voltar a investir em start ups de hardware. Graças ao barateamento das peças e à ajuda de plataformas de financiamento coletivo, mais empreendedores conseguem colocar suas ideias no mercado. É o caso do Udoo, que combina em um só produto o Raspberry Pi, computador pouco maior que um
COPIE E COLE CINCO DICAS PARA QUEM DESEJA ADAPTAR UMA IDEIA
1 Você pode se inspirar na melhor ideia do mundo, mas é necessário estudar muito bem seu mercado
2 Uma empresa semelhante pode estar sendo criada. Busque diferenciais para sua copycat
3 Coloque a ideia em execução no menor tempo possível, para provar a validade do modelo
4 Adapte a ideia para a realidade brasileira e procure resolver problemas reais existentes
5 Não copie apenas. Inove e supere a ideia original, para se tornar referência no mercado
cartão de crédito, com arduino, placa preferida de quem constrói projetos eletrônicos. Em abril, a startup conseguiu mais de 600 mil dólares no Kickstarter. Com o Udoo não é preciso ser engenheiro para automatizar as luzes da casa, criar robôs e até usar sensores no tapete para controlar o videogame com pulinhos.
COMO UNIR EMPRESAS A PRESTADORES DE SERVIÇO Nos Estados Unidos, cerca de 26% da força de trabalho é terceirizada e o mercado de pessoas sem vínculo empregatício deve aumentar de 30% a 50% nos próximos anos. Grande parte desse crescimento será impulsionada por facilidades tecnológicas que permitem às empresas contratar mão de obra a distância, inclusive em outros países. Fundada em 2004, a oDesk foi uma das primeiras startups a criar ferramentas para controlar o que o contratado está fazendo em casa. “Mas percebemos que as empresas precisavam de uma forma de encontrar pessoas, e não só de supervisionar o serviço”, diz o vice-presidente Matt Cooper. Hoje, a oDesk é uma espécie de rede social na qual mais de 600 mil empresas e 3,5 milhões de freelancers postam e encontram ofertas de trabalho. “Nossa curva de crescimento nos últimos dois anos foi muito grande”, afirma Cooper. “Faço um paralelo do trabalho online com o e-commerce. Há 20 anos, ninguém achava que a ideia de comprar na Amazon teria essa escala.” Outros sites já oferecem serviços similares, como o PeoplePerHour e o Elance, mas para Cooper ainda há espaço no mercado. “Vemos muito potencial de crescimento, especialmente em países onde o inglês não é a primeira língua”, afirma Cooper. Fica aí a dica. �
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O FENÔMENO SUPERCELL ≥ POR FERNANDO VALEIKA DE BARROS, DE HELSINQUE
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O CRIADOR O finlandês Ilkaa Paananen comanda a Supercell usando meias
COM APENAS DOIS JOGOS PARA iPAD, A FINLANDESA SUPERCELL TORNOU�SE UMA DAS PRODUTORAS DE GAMES MAIS LUCRATIVAS DO MUNDO. INFO VISITOU SUA SEDE EM HELSINQUE E CONTA A ESTRATÉGIA POR TRÁS DOS SUCESSOS CLASH OF CLANS E HAY DAY Agosto 2013 INFO
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EM 77 PAÍSES,
Instalados em um prédio que abrigou um dos centros de pesquisa e desenvolvimento da Nokia, em Helsinque, os 95 funcionários da produtora de games Supercell preservam um costume finlandês: eles tiram os sapatos assim que chegam da rua. Usando meias, a equipe trabalha para que os dois únicos games lançados pela empresa, Clash of Clans e Hay Day, mantenham seus recordes como os jogos mais lucrativos para iPad, superando gigantes como EA Mobile, Zynga e a vizinha Rovio, com seus passarinhos invocados do game Angry Birds. As batalhas medievais de Clash of Clans e a fazenda de Hay Day já atraíram quase 9 milhões de jogadores, que gastam, em média, a fortuna de 2,4 milhões de dólares por dia. Os jogos são gratuitos, mas suas fases podem ser superadas de forma mais fácil com a compra de itens e habilidades especiais, como canhões para atacar ou muralhas para se defender.
Essa fórmula rendeu, no primeiro trimestre deste ano, um faturamento de 179 milhões de dólares e um lucro líquido de 104 milhões de dólares para a Supercell. “Nunca uma empresa na qual investimos ganhou tanto em tão pouco tempo”, afirma Neil Rimer, fundador do Index Ventures, fundo que apostou na Supercell. Por trás do sucesso da startup está o veterano desenvolvedor de games Ilkaa Paananen, 34 anos. Após 12 anos criando jogos para celulares e para a internet, o finlandês montou a Supercell, uma empresa enxuta, dividida em células. Atualmente, as equipes criadoras dos jogos não têm mais do que 15 profissionais e não há interferência direta do chefe em relação a horários ou prazos. “Brinco que sou o presidente menos influente que conheço. Minha função é contratar as melhores pessoas, proporcionar confiança, condições de trabalho e não atrapalhar”, disse Paananen a INFO. “Cada uma das células sabe melhor do que ninguém o que fazer e o que priorizar.”
Clash of Clans é o jogo para iPad mais acessado
ANTES DA SUPERCELL, Ilkaa Paananen criou títulos de sucesso, como Racing Fever e Crazy Penguin Catapult. Sua primeira empresa, chamada Sumea, desenvolveu 165 games, até ser comprada pela americana Digital Chocolate. Paananen e seis amigos receberam 6 milhões de dólares em dinheiro, mais 12 milhões de dólares em ações. O grupo continua unido, agora na Supercell. A startup criou dois dos mais bem-sucedidos jogos para iPad e hoje está à frente de titãs como a Electronic Arts (969 apps lançados até maio) e a americana Zynga (60), segundo levantamento da App Annie, uma consultoria que mede o tráfego de aplicativos no iOS. Lançado em agosto do ano passado, Clash of Clans é um jogo de estratégia em que o participante tem de desenvolver uma aldeia medieval, conquistar territórios e se defender de inimigos, muitas vezes tecendo alianças com outros jogadores. No Hay Day, apresentado três meses antes, os participantes têm de ganhar
As batalhas medievais de Clash of Clans e a fazenda de Hay Day já atraíram 9 milhões de jogadores, que gastam por dia US$ 2,4 milhões em itens nos jogos
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STARTUP DE SUCESSO
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Ao lado, salas do prédio que já abrigou um centro de pesquisa e desenvolvimento da Nokia e que hoje é a sede da Supercell, em Helsinque, na Finlândia. Ao centro, cena do game de batalha medieval Clash of Clans, e, abaixo, parte da equipe criativa da desenvolvedora de games, que tem uma brasileira entre os três líderes de produtos. Na última foto, o jogo de fazenda para iPad Hay Day
US$ 770 MILHÕES é o valor de mercado da Supercell
35 MILHÕES de compras são feitas por dia dentro do Hay Day. São itens para passar de fase Agosto 2013 INFO
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A BRASILEIRA DOS UPDATES Um dos segredos do sucesso dos jogos da Supercell são suas constantes atualizações. A cada três semanas, novos itens especiais ou personagens são lançados. A tarefa de reinventar os jogos é dos três líderes de produto da Supercell. Entre eles está a pernambucana Drussila Hollanda, 28 anos. Há nove anos, depois de estudar desenho na Universidade Federal de Pernambuco, Drussila começou na criação de arte da Jynx Playwhere, empresa de games de Recife. Em busca de um salto profissional, Drussila foi para a Finlândia, centro importante para a criação de games. Trabalhou na Digital Chocolate, passou um tempo na Alemanha, desenhando para a Wooga, e voltou a Helsinque, seduzida pelo projeto da Supercell.
dinheiro com vacas, porcos, galinhas, lavouras e produtos em uma fazenda recebida como herança de um tio. Os dois games são para iPad e gratuitos. Mas os jogos oferecem vantagens a quem quiser pagar por elas. No caso de Clash of Clans, podem ser canhões para atacar, pedras preciosas para custear despesas ou treinamento dos exércitos para acelerar conquistas. Em Hay Day, o princípio é exatamente o mesmo: o jogador pode comprar produtos, que servem como atalhos para avançar mais rapidamente de fase. Eles custam de 1,99 dólar a 99,99 dólares. Os jogadores mais engajados não economizam com esses extras. Apenas em Hay Day acontecem diariamente uma média de 35 milhões de transações virtuais. Cada um dos milhões de usuários registrados acessa os games uma dezena de vezes ao dia. Os jogadores podem interagir entre si, comprando ou vendendo produtos, uns dos outros, o que é um passo adiante em relação aos jogos desenvolvidos para consoles. Mesmo quando não estão jogando, os participantes podem receber mensagens avisando da situação, como um ataque inimigo, no Clash of Clans, ou a escassez de rações, em Hay Day. Apesar de o enredo ser parecido com o de FarmVille, o sucesso da Zynga que virou o jogo mais acessado do Facebook, a turma da Supercell não enxerga semelhanças maiores entre os dois games. A interface moderna e o fato de serem próprios para os participan-
tes criarem uma rede social para alianças são boas razões para os jogos da Supercell terem chamado tanto a atenção. Mas não as únicas. Espertos para perceber que os tablets seriam a plataforma do momento, Paananen e sua equipe estruturaram a empresa focada na produção para o iPad, considerado por eles a melhor plataforma para receber uma interface gráfica caprichada. PAANANEN ACREDITA que em cinco anos os tablets serão dominantes no consumo de entretenimento e jogos. “Produzir games para consoles custa mais caro e não pode ser feito rapidamente”, diz ele. “Os tablets combinam o melhor dos dois mundos, têm tela com ótima definição e facilidade para ser usados até por crianças de 3 ou 4 anos.” Paananen afirma ainda que, se os jogos são bons e atraentes, a monetização acontece naturalmente. Situada numa região de Helsinque onde atualmente existem cerca de 150 startups especializadas em games, a Supercell inovou nos métodos de gestão. A empresa funciona como uma organização ágil e enxuta. Cada jogo é idealizado e desenvolvido por um time formado por um líder, artistas e designers especializados em 2D e 3D, além de especialistas técnicos. Os times são formados por cinco pessoas até o lançamento. Depois que o game chega à AppStore, as equipes crescem para dez ou 12 pessoas para adicionar novos níveis de desenvolvimento. “Nosso recrutamento de funcionários segue um padrão: os melhores caras que fazem os melhores jogos, no tempo justo”, afirma Heini Vesander, diretora de comunicações da Supercell. Cada time funciona como uma empresa dentro da em-
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presa, com transparência e liberdade para se organizar e estabelecer as prioridades. Todos os dias, no início do expediente, os funcionários recebem um e-mail com uma base de dados que informa como estão indo os jogos. Isso serve de base para a tomada de decisões. São dados normalmente mantidos em sigilo em outras empresas de games e apontam, por exemplo, quantos usuários cada jogo tem no momento e quanto dinheiro gera. Cada célula tem autonomia para coordenar as atualizações dos jogos, feitas a cada três semanas, em média. Versões beta logo são testadas com grupos de jogadores e há suporte técnico 24 horas por dia, em 12 idiomas. Entre os 95 funcionários da Supercell, 15 atuam na criação, em Helsinque, e seis ficam na filial da empresa, em São Francisco, nos Estados Unidos. “Uma das qualidades da Supercell é o conceito dos jogos. Eles têm interface gráfica atraente e entregam o que os usuários querem”, diz a pernambucana Drussila Hollanda, uma das três líderes de produto da empresa. “Os jogos nunca estão prontos. Sempre há atualizações para mantê-los interessantes para os usuários”, afirma Drussila. “Para nós, o lançamento não é a etapa final, mas o começo, porque eles são feitos para evoluir por anos.” Eis uma diferença em relação à Rovio. Enquanto a moeda do sucesso para a empresa que criou o game Angry Birds são os downloads, para a Supercell o trunfo é a compra de benefícios nos jogos.
Além da brasileira Drussila, trabalham na Supercell funcionários de outras 20 nacionalidades. Em 2008, quando Drussila já estava na Finlândia, as empresas de games para a internet instaladas no país faturavam o equivalente a 87 milhões de euros, um terço do que obtêm atualmente. Hoje, são cerca de 150 as produtoras de games finlandesas e 60% foram fundadas a partir de 2011. A gigante Electronic Arts inaugurou um estúdio em Helsinque em setembro
tamos quatro jogos em vários estágios de desenvolvimento. Com Battle Buddies, por exemplo, chegou-se à conclusão de que não havia interesse suficiente entre os jogadores. Por isso a célula responsável pelo jogo decidiu descontinuar o projeto e se concentrar em novas iniciativas”, diz Paananen. Os times de desenvolvimento da Supercell entendem que um fracasso bem compreendido e corrigido encoraja as pessoas a não ter medo de correr riscos e a ser mais inovadoras.
Os jogos da Supercell nunca estão prontos. A cada três semanas são lançadas atualizações para mantê-los vibrantes e lucrativos
do ano passado, e a Ubisoft arrematou a finlandesa Redlynx um ano antes. Mas há uma característica por trás do sucesso da Supercell que a difere das outras. A empresa não tem medo de matar jogos que entende não terem futuro. Quem decide é o próprio time. “O que fez o sucesso de Clash of Clans e Hay Day certamente foram os jogos que criamos antes e abortamos”, afirma Paananen. “Costumamos dizer que brindamos os fracassos com uma garrafa de champanhe e depois conversamos sobre o que poderia ter sido feito de diferente naquele projeto. Já aposen-
Em março, a Supercell arrecadou 130 milhões de dólares com investidores, que compraram 16,7% de suas ações. “Essa rodada de financiamento servirá para implementar estratégias de longo prazo”, diz Paananen. “O recurso vai nos permitir focar no que é realmente importante: os jogadores.” Agora, a meta da startup é crescer na Ásia e na América Latina. Mas para isso é preciso investir também em plataformas como o Android, do Google. “Adoramos o iPad. Mas nosso objetivo é construir a primeira empresa global de jogos e isso significa que é preciso também apostar nos mercados em que o Android é dominante”, afirma Paananen. Mas a Supercell ainda não definiu datas e qual a estratégia para isso. Resta agora saber se não será passada para trás por outra startup finlandesa mais ágil. �
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O ANTIVÍRUS DO FUTURO 60 / INFO Agosto 2013
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COM CADA VEZ MAIS DISPOSITIVOS CONECTADOS, UMA NOVA LEVA DE AMEAÇAS VIRTUAIS PODE ENTRAR EM CENA E INFECTAR CARROS E ATÉ A NOSSA GELADEIRA. COMO OS FABRICANTES DE ANTIVÍRUS VÃO LIDAR COM ISSO? ≥ POR FABIANO CANDIDO ≥ ILUSTRAÇÃO ALPHA DOG
EM ALGUM MOMENTO DE 2016, depois do almoço com os filhos, a mãe resolve fazer um bolo. Com alguns toques no monitor da geladeira conectada à internet, ela baixa uma receita. Liga a batedeira, que recebe, pela conexão Wi-Fi, instruções para bater a massa por 10 minutos. Mas o eletrodoméstico, infectado por um vírus, mistura os ingredientes por menos tempo. O bolo fica ressecado e sem sabor. A cena parece de um futuro distante, mas especialistas acreditam que isso está próximo de acontecer, porque a era dos dispositivos conectados está quase aí. Quando a chamada internet das coisas for uma realidade, os malwares que infernizam a vida dos usuários de PC poderão danificar o funcionamento de eletrodomésticos e dos carros inteligentes ou ainda de qualquer outro dispositivo conectado à web. “Não escaparemos disso”, diz Fabio Assolini, especialista em segurança da empresa de antivírus Kaspersky. Criados na década de 80, os programas de proteção, apesar de já terem evoluído, ainda têm um longo caminho pela frente. Hoje, esses programas possuem algoritmos capazes de estudar o comportamento do hardware e do software, em busca de problemas causados por códigos maliciosos, e que consultam bancos de dados na nuvem para checar se um arquivo desconhecido pode causar algum dano. Eles até vasculham e-mails em busca de anexos suspeitos. Mas os antivírus ainda não são compatíveis com os modernos dispositivos conectados, como carros e eletrodomésticos, diz Otto Steoterau, especialista da Norton. Existe ainda um problema importante a ser resolvido. Os dispositivos conectados são muito diferentes entre si. As geladeiras que acessam a internet têm um sistema próprio, diferente do software que controla uma TV inteligente, por exemplo. “Isso complica e encarece o desenvolvimento de soluções para cada tipo de dispositivo”, afirma Kevin Haley, diretor de resposta de segurança da fabricante de antivírus Symantec.
Um malware que alcance esses novos dispositivos pode fazer, por exemplo, com que um carro autônomo diga que está “cansado demais” para sair da garagem. Um vírus pode danificar a roupa inteligente que protege um alpinista. A geladeira infectada pode esquentar ao invés de gelar. Os desenvolvedores terão agora a difícil missão de criar o antivírus do futuro. Mas já há estudos e planos que indicam como chegar a esse novo patamar. “O caminho para isso é a nuvem, já que os dispositivos conectados vão depender dessa tecnologia para receber instruções de funcionamento”, afirma Sean Sullivan, conselheiro de segurança digital da consultoria F-Secure Sullivan. Um antivírus na nuvem deverá ser compatível com todos os tipos de gadgets e poderá bloquear um ataque antes que chegue a infectar milhares de dispositivos. Deve, ainda, alertar o usuário se alguém tentar enganá-lo com mensagens por e-mail ou ao acessar suas contas nas redes sociais. Num futuro próximo, o algoritmo dos antivírus deverá ser preparado para usar a imensa quantidade de dados que há espalhada na internet. A solução para isso está no big data, diz Steoterau, da Norton. Governos de países como Canadá e Estados Unidos já utilizam soluções de segurança que analisam bilhões de informações por dia colocadas na nuvem. A intenção é aprender padrões. Com isso, o sistema mapeia de onde podem vir ataques às suas redes militares e consegue identificar se existem hackers, crackers ou mesmo malwares tentando capturar dados secretos. Essa tecnologia deve estar disponível para todos nós um dia. Quando isso acontecer, os dados disponíveis na internet, ao serem filtrados e cruzados, poderão revelar, por exemplo, que existe algo de errado com a batedeira conectada antes que o eletrodoméstico estrague o bolo. � LEIA MAIS SOBRE OS ANTIVÍRUS DO FUTURO EM WWW.INFO.ABRIL.COM.BR/EXTRAS
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GOLPE DE SORTE
≥ POR GABRIEL GARCIA
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ELES GANHAM DE VIAGENS A CARROS E APARTAMENTOS. ALGUNS ATÉ VIVEM DISSO. MAS OS PROMONAUTAS, COMO SÃO CHAMADOS OS VICIADOS EM PROMOÇÕES FEITAS PELA INTERNET, NÃO CONTAM SÓ COM A SORTE. MUITOS USAM MEIOS ILÍCITOS E FRAUDES PARA VENCER FOTO DULLA
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SÔNIA ALVES É UMA MULHER DE SORTE. Brasiliense de 39 anos, auxiliar de produção responsável por embalar comida para avião, Sônia* mobiliou sua casa duas vezes e ganhou um ano de compras num supermercado. Em 2010, assistiu com o filho à partida entre Brasil e Portugal, durante a primeira fase da Copa do Mundo, em Durban, na África do Sul. Na volta, visitou Londres. Depois foi à Espanha conhecer Daniel Alves, jogador do Barcelona e da seleção brasileira. Com três pessoas da família, ainda viajou para a Argentina. Isso tudo sem tirar o cartão de crédito da carteira. Mais do que isso. Por seis anos, toda a renda de Sônia vinha dos prêmios que ganhava em concursos na internet. “Minha renda variava de 3 mil a 5 mil reais por mês. Ganhava caminhões de promoções, dezenas de iPhones e até motos. Depois vendia”, diz. Morador de Brasília como Sônia, Alexandre da Silva*, 33 anos, é outro sortudo. Já ganhou motos, aparelhos de TV, iPhones, iPads, uma viagem a Salvador com direito a hospedagem em hotel cinco estrelas e passe livre para o trio elétrico de Ivete Sangalo, além de viagens internacionais. No início deste ano, faturou um Volkswagen Gol e um apartamento no valor de 120 mil reais. Os dois brasilienses são promonautas, nome dado às pessoas que participam ativamente de concursos e promoções pela internet. Os promonautas se autodividem em duas cate-
gorias: os especializados em votação, que geralmente fazem sucesso em disputas que exigem quantidades colossais de votos ou curtidas no Facebook, e os chamados criativos, aqueles que preferem os desafios que pedem frases, fotos ou vídeos inspirados. Sônia gosta das promoções por votação, porque tem uma presença sólida nas redes sociais: no Facebook já são quase 4 mil os seus amigos e no Twitter tem 5 mil seguidores. “Gosto muito de votação. Mas não adianta achar que você pode ganhar uma votação trabalhando nela só à noite. Não ganha. O negócio é ter dedicação. Tem de estar ali o tempo todo, revezando com a família”, afirma Sônia.
MAS ELA DIMINUIU o ritmo neste ano. Isso porque a maioria das promoções tem dado viagens como prêmio. “Por mais que sejam 0800, como a gente chama as viagens de promoção, há custos envolvidos”, afirma Sônia. “Preciso ganhar coisas para poder vender. Viagem não consigo vender.” Abertos a competidores de todo o país, os concursos online costumam atrair milhares de pessoas. Mas o que faz de alguns promonautas vencedores seriais, além da dedicação e da sorte? Nos tempos férteis das promoções por votação, Sônia chegou
a ter um empurrãozinho, digamos, ilícito. Algumas promoções foram vencidas com o uso de programação para burlar as regras dos concursos. Com um software de automatização de tarefas, as chamadas macros, ou trechos de código que fazem o computador executar uma ação repetidas vezes, o participante pode gerar centenas de votos, clicar milhares de vezes em um jogo online ou curtir à exaustão uma marca no Facebook. Pela facilidade de aprendizado, a fraude mais comum nas votações online é o uso dessas macros, que podem ser até uma extensão aparentemente inofensiva do navegador. As macros podem ser simples, com a função de preenchimento automático de formulários, ou mais sofisticadas. Os promonautas mais experientes costumam criar sequências complexas, que permitem simular cliques infinitos. Também escrevem scripts (roteiros) que criam cadastros de pessoas inexistentes, gerando milhares de votos. Para impedir que seu computador seja rastreado, eles fazem uma macro que usa um software a cada acesso, para mascarar o endereço IP da máquina. Há ainda os perfis zumbis usados no Facebook, que garantem curtidas ilimitadas, além de softwares de detecção de captcha, o teste de letras e números para distinguir usuários humanos dos virtuais. Eles permitem escapar das restrições de acesso em páginas de concursos. Experimente perguntar a Sônia como aprendeu alguns desses truques sofisticados de programação e a resposta será singela: “Quando ganhei da minha irmã meu primeiro computador, eu era uma analfabeta digital. Mas não há nada que o Google não ensine”, afirma Sônia.
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Dono de uma loja virtual de produtos para mágica, Alexandre da Silva também já usou macros nos concursos. “Como a maioria das promoções é de votação, sempre existem bons programadores que dão um jeito de conseguir mais votos. Todo mundo usa. Então, de um jeito ou de outro, a gente acaba tendo de fazer também”, afirma Silva, que seleciona os concursos que acredita ter mais chances de sair vencedor. Ele estima participar de 100 promoções, em média, por mês. São geralmente curtidas no Facebook ou concursos culturais. Mas Silva tem preferido as promoções que exigem criatividade. “Faz tempo que não participo de votação, porque geralmente as pessoas fazem cadastros fake. Dá muito problema, muita discussão. Então, agora prefiro as promoções de criatividade”, afirma Silva. Foi assim que ganhou um apartamento, neste ano. A promoção de uma construtora pedia que os participantes enviassem uma foto mostrando que loucuras fariam para concorrer a um apartamento. “Fiz uma foto tentando me desgrudar de minha mãe, com uma mala na mão, e ganhei.” A comunidade de promonautas começou no Orkut, com o nome Concursos Culturais e Brindes. Agora eles se reúnem em grupos fechados no Facebook, onde trocam dicas, ideias e prêmios. Sônia faz parte do grupo Mentes Criativas, que reúne pessoas de várias cidades brasileiras. Com a experiência de ter criado dezenas de concursos
virtuais, o produtor de jogos André Sapucaí afirma ser muito comum a fraude em concursos. “A maioria dos concursos na internet é fraudada”, afirma. “Assim que os organizadores descobrem a fraude e aperfeiçoam a segurança, o participante descobre outra forma de trapacear.” Além de conhecimentos de programação, é preciso saber como descobrir as promoções com os prêmios mais atrativos. A principal fonte de informações dos promonautas é o blog Baú de Promoções. Criado e ad-
ministrado por Aline Fusco, capixaba de 29 anos, o blog reúne as principais promoções do país. No ar desde 2008, o site tem mais de 100 mil acessos mensais. Antes do Baú de Promoções, Aline era uma promonauta ativa. Venceu cerca de 300 concursos em três anos. Mobiliou a casa e ganhou eletroeletrônicos, mas o prêmio de que mais gostou foi uma participação no filme Tropa de Elite 2 como figurante, promoção de um site de compras. A blogueira passou a se dedicar exclusivamente ao Baú de Promoções quando percebeu que daria para viver da renda gerada pela publicidade exposta na página. “Existiam blogs grandes sobre promoções,
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PROMONAUTA Alexandre, que já ganhou carro e apartamento em promoções, diz que fraudes são comuns
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mas eles não eram diários. Naquela época, queria participar todos os dias de algum concurso. O blog começou como minha agenda”, afirma Aline. Ela diz que nunca usou meios ilícitos e acredita que os promonautas que fraudam são prejudiciais à comunidade. “Tem muita gente que participa honestamente, que passa noites fazendo campanha para ter 100 likes. Aí aparece alguém que consegue 10 mil curtidas de uma hora para a outra. Isso irrita”, diz Aline. Há dez anos, as coisas eram dife-
18 nos últimos 13 anos. A primeira foi para a Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. Só neste ano, já viajou cinco vezes, incluindo Estados Unidos e Canadá. “Como tenho todos os tipos de produtos eletrônicos, não me motiva participar de promoções que oferecem celulares ou computadores”, diz. DESDE 1946, a Caixa Econômica Federal (CEF) tem monopólio sobre a exploração de jogos no Brasil. Por isso, qualquer empresa que queira realizar uma promoção ou sorteio no
As empresas e as marcas que fazem promoção na web preferem fechar os olhos para fraudes. Temem repercussão negativa se retirarem o concurso do ar rentes. Leonardo Jardim, bancário de 33 anos e morador de Porto Alegre, é viciado em concursos desde que eram offline. Ele começou na escola, aos 9 anos, em uma promoção de frases para a festa junina. Depois, vieram os concursos das emissoras de rádio. Com a internet, Jardim passou a se dedicar de verdade aos concursos. O ponto de virada aconteceu após ter ganhado um carro Renault Scenic, em 2000. “Nessa época, ainda tinha conexão discada. Por isso, só participava das promoções durante a madrugada ou nos fins de semana, quando o pulso era mais barato. Depois que ganhei o carro, meu pai viu que o negócio era sério, colocou conexão a rádio em casa. Daí passei a ficar o dia todo na rede”, afirma Jardim. Atualmente, o bancário prefere participar de concursos que oferecem viagens. Ganhou
país deve pedir autorização à CEF, além de pagar uma taxa. A exceção são os concursos culturais, isentos de tributos por estimularem o talento dos participantes. Outra condição para o concurso cultural é não ter objetivos publicitários. Ou seja, uma marca não pode promover o lançamento de um produto, por exemplo. Até julho, eram muitos os concursos culturais que aconteciam pelas redes sociais. Mas nem sempre a regra da CEF era cumprida à risca. “A Caixa não tem estrutura para fiscalizar todo o ambiente online”, diz o advogado Rafael Pellon, especializado em direito digital. No dia 18 de julho, as regras mudaram. A CEF
proibiu a realização de concursos culturais nas redes sociais. Por meio de uma portaria, o banco estatal estabeleceu que apenas a divulgação dos concursos pode ser feita pelas redes. As empresas e as marcas que fazem as promoções preferem fechar os olhos para eventuais fraudes. Elas temem repercussão negativa. “Quando uma empresa percebe que isso aconteceu, simplesmente tira o concurso do ar. Mas não é bom para a imagem, pois fica a impressão de que a promoção não era séria”, diz Pellon. Os fraudadores de concursos podem ser enquadrados no crime de estelionato, por burlarem uma regra para obter vantagem. Dependendo da forma como é feita, a fraude pode ser considerada formação de quadrilha. “Um e-mail trocado combinando uma trapaça pode configurar formação de quadrilha”, diz Pellon. Para esse crime a pena prevista é de quatro a seis anos em regime fechado. Para estelionato, vai de um a quatro anos de reclusão. Ao mesmo tempo que as redes sociais multiplicaram as promoções, elas expuseram os promonautas, não só às empresas mas também aos outros participantes. Os murais dos concursos no Facebook são repletos de acusações de fraude ou plágio. Por tudo isso, Sônia Alves se estressou. “Ando bem parada. Há muita cobrança. Fica aquele negócio de promonauta ameaçar denunciar para a empresa, gente postando ofensas. É cansativo”, diz. Da próxima vez que você se inscrever em uma promoção, saiba que há muita gente que conta com mais do que sorte para ganhar. � * O sobrenome dos dois entrevistados de Brasília foi trocado para preservar a identidade.
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O LADO SOMBRIO DA
ATENÇÃO! ABRA COM CUIDADO
WEB ≥ POR MARCUS VINÍCIUS BRASIL
SITES QUE VENDEM DROGAS, REMÉDIOS CONTROLADOS E CONTRABANDO ESTÃO ONDE O GOOGLE NÃO CHEGA E DESAFIAM A LEI COM CRIPTOGRAFIA E MEIOS ANÔNIMOS DE PAGAMENTO. INFO ENTROU NO SUBMUNDO DA INTERNET PARA MOSTRAR COMO FUNCIONA O TRÁFICO NA CHAMADA DEEP WEB Agosto 2013 INFO
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EM
CINCO MESES, A TRAJETÓRIA DO PORTAL ATLANTIS JÁ PODE SER COMPARADA À DOS GRANDES SITES DE E�COMMERCE.
Desde seu lançamento, em 14 de março, o Atlantis registrou 600 mil dólares em vendas, com quase 2 mil itens listados em 26 categorias. Sua atuação tem alcance global, e a equipe técnica trabalha para garantir a estabilidade da página, apesar do aumento crescente no número de acessos. Um sistema automático de recomendações também está nos planos. O objetivo é dar aos usuários a melhor experiência de compra, seguindo a estratégia de grandes companhias do varejo online, como Amazon e eBay. Mas há uma diferença importante entre o novo portal e os grandes sites de comércio eletrônico. O Atlantis vende drogas ilegais. A variedade de substâncias encontradas no site faz com que os cartéis internacionais de drogas pareçam coisa de amador. Cocaína escama de peixe, haxixe marroquino, mescalina, pastilhas de ecstasy no formato de granadas, estampas multicoloridas de LSD e maconha, muita maconha. Afinal, esse é o produto mais popular, com exóticas variedades da erva: neblina da amnésia, sativa havaiana, diesel azedo. O portal oferece também remédios controlados, revistas eróticas, documentos falsos, contrabando, livros sobre o cultivo de cogumelos alucinógenos e até uma inocente coleção do autor Dan Brown, de O Código Da Vinci. Bem-vindo ao submundo da internet. “As pessoas amam a conveniência de comprar pela internet”, afirma Loera, um dos fundadores do site Atlantis, em entrevista a INFO. “Elas não precisam se encontrar com estranhos ou traficantes de rua, potencialmente perigosos. Também há uma garantia de qualidade da mercadoria, com o nosso sistema de avaliação feita pelos usuários. Os produtos são extremamente puros no Atlantis, o que é raro nas ruas.”
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PARA DIVULGAR SEU SERVIÇO DE VENDA DE DROGAS, O ATLANTIS POSTOU UM VÍDEO PUBLICITÁRIO NO YOUTUBE
Essa pureza a que se o fundador do Atlantis tem preço: 5 gramas de viúva branca, uma variação de maconha holandesa, custam o equivalente a 240 reais. Não há como saber se Loera é homem ou mulher nem em que país vive. O nome é falso, e remete ao sobrenome de Joaquín “El Chapo” Guzmán Loera, chefe de um cartel mexicano de drogas chamado Sinaloa. O contato de Loera com a reportagem deu-se por meio de uma série de e-mails trocados ao longo de junho. No fim do mês, depois que o marqueteiro do Atlantis, cujo salário é pago com a moeda virtual bitcoin, lançou uma peça publicitária no YouTube que repercutiu na imprensa internacional, a conversa passou a se dar por meio de um sistema de mensagens criptografadas. O vídeo de animação postado pelo Atlantis no YouTube conta a história de um personagem chamado Charlie, que viaja muito a trabalho e acaba sem drogas. Ele descobre o site, compra a droga e fica “alto como uma pipa”. O vídeo foi logo retirado do ar pelo YouTube. Mesmo com o barulho causado pelo lançamento do serviço, os administradores do Atlantis não se mostram intimidados com a polícia. “Queremos atrair atenção e mais clientes. As forças da lei saberão da gente, e provavelmente já sabem, independentemente da maneira como divulgamos nosso produto”, disse outro fundador do portal, que preferiu não se identificar, numa entrevista coletiva a usuários do site Reddit.
“Decidimos investir tudo o que ganhamos para transformar o Atlantis no mercado número 1”, afirma Loera. Para alcançar esse objetivo, o Atlantis precisa bater seu maior concorrente, o Silk Road, atual líder no comércio eletrônico ilegal de drogas. Inaugurado em 2011, o site tem mais de 560 vendedores de drogas, de equipamentos de espionagem e de produtos de contrabando. O nome faz referência à rota da seda, que ligou o comércio do extremo oriente, do norte da África à Europa, no início da era cristã. Estima-se que a página tenha movimentado 22 milhões de dólares somente em 2012. “O Silk Road mostrou que é possível manter ativo esse tipo de negócio ilícito”, disse a INFO Nicolas Christin, especialista em crimes cibernéticos e professor da Universidade Carnegie Mellon, dos Estados Unidos. “Quando outras pessoas viram que, depois de dois anos, as autoridades não conseguiram tirar o Silk Road do ar, surgiu a possibilidade de competir.” Nicolas Christin coletou dados do Silk Road ao longo de vários meses, de 2011 a 2012, para um estudo acadêmico. De acordo com o levantamento, de 30 mil a 150 mil pessoas navegavam pelo site mensalmente até o fim do ano passado. Para garantir o anonimato de seus usuários, os administradores dos portais que vendem drogas investem em duas tecnologias principais.
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O QUE É DEEP WEB ENTENDA COMO FUNCIONA A REDE NÃO INDEXADA ACESSÍVEL PELO NAVEGADOR TOR
Para entender como funciona a deep web, pense na internet pela qual você navega todos os dias: uma malha de documentos e arquivos ligados por hiperlinks, acessados por browsers como Chrome, Firefox, Internet Explorer e Safari. Muitas páginas web, no entanto, foram desenhadas de modo a não liberar o acesso vindo de uma conexão normal nem se deixar indexar pelo Google ou por outros mecanismos semelhantes de busca. Esse conjunto de páginas e documentos foi batizado de deep web, ou rede profunda. Existem várias organizações que utilizam a estrutura da deep web de forma lícita. Universidades, por exemplo, podem usar a rede não indexada para limitar o acesso a artigos acadêmicos. Há ainda redes secretas disponíveis apenas para as agências gover-
ACESSO COMUM Pela superfície
namentais. Mas existe também o lado sombrio e ilegal da rede profunda, representado por fóruns para a discussão de terrorismo, pedofilia, sexo bizarro, além dos mercados de drogas, como Silk Road e Atlantis. Uma peça fundamental nessa estrutura é o navegador Tor (torproject.org), porta de entrada para muitas dessas páginas. O navegador faz conexão com os sites escondidos usando uma rede intrincada de servidores. Rastrear a origem do acesso é quase impossível, o que garante o anonimato dos usuários. A organização WikiLeaks também depende dessa rede para que seus colaboradores continuem anônimos. Todo o ciberativismo contra regimes opressores utiliza a deep web. “Qualquer comunicação sensível precisa se manter anônima”, diz Natalia Viana, jornalista brasileira que atuou no WikiLeaks.
SITE
USUÁRIO
CONEXÃO DIRETA
CONEXÃO PELO TOR
ACESSO ANÔNIMO Pela deep web
USUÁRIO
SITE
REDE DE SERVIDORES
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1 . DEEP WEB A estrutura da rede profunda, um conjunto de páginas escondidas de navegadores comuns, como o Chrome, e dos robôs de indexação do Google, é a única maneira de acessar sites como o Silk Road e o Atlantis. O browser usado é o Tor (The Onion Router). Com esse navegador, as conexões da internet passam por uma rede labiríntica de servidores, arquitetada especialmente para frustrar tentativas de monitoramento. O Tor também é usado por ciberativistas e por qualquer um que queira navegar pela web sem ter sua identidade rastreada.
em PDF do livro Por uma Nova Liberdade, do teórico libertário Murray N. Rothbard. “Ele é uma figura muito carismática, e pensa que faz parte de uma revolução”, diz Eileen. A reportagem da INFO entrou em contato com Dread Pirate Roberts pelo sistema de mensagens privadas do fórum, mas, em resposta, teve a conta banida. Na estrutura de vendas, Silk Road e Atlantis lembram o site de leilões eBay. Nenhum deles faz venda direta ou mantém um estoque próprio. Eles oferecem plataformas para a distribuição anônima. Qualquer um pode anunciar seus produtos no site, desde que pague uma taxa de até 500 dólares. No Atlantis, o vendedor paga 50 dólares de taxa. “Os vendedores são muito leais
AS DROGAS SÃO ENTREGUES SELADAS A VÁCUO, EM EMBALAGENS DE ALUMÍNIO OU DENTRO DE CARTÕES FALSOS DE ANIVERSÁRIO 2. MOEDAS CRIPTOGRÁFICAS Usadas para fazer as transações nos sites, moedas como bitcoin e litecoin não têm uma entidade central, como um banco, para controlar origem e destino. Os portadores dessas moedas criptográficas podem fazer compras de forma anônima, viabilizando as transações ilegais. “O fundador do Silk Road foi visionário, por reunir essas tecnologias em um único lugar”, diz a australiana Eileen Ormsby, dona do blog All Things Vice, especializado em deep web. Eileen refere-se ao Dread Pirate Roberts, criador do Silk Road, que usa o nome de um personagem do romance A Princesa Prometida, de William Goldman. “Havia mercados ilegais antes, mas nenhum tão acessível”, diz Eileen. Dread Pirate Roberts escreve avisos, dá sua opinião na comunidade e atualiza o código do site. Pouco se sabe sobre ele, nem se há mais de uma pessoa por trás do apelido. Em sua assinatura no fórum do Silk Road, há links para duas leituras recomendadas: O Novo Manifesto Libertário, no site Anarchism.net, e uma versão
ao Silk Road e suspeitam do Atlantis”, afirma Eileen. Feita a compra pelos sites, os traficantes usam os serviços de correios para enviar a droga. Nessa etapa, não há criptografia que disfarce as substâncias ilegais do olfato de cães farejadores e dos scanners dos postos de inspeção. Por isso, há um grande esforço desses portais ilegais para desenvolver técnicas de camuflagem para as drogas. No fórum do Silk Road, por exemplo, existe uma área exclusiva para a discussão do tema. Ali, aprende-se que nem a selagem a vácuo consegue evitar o vazamento de vapor das drogas depois de alguns dias. Usuários mais experientes recomendam embalagens de alumínio e filme PET, capazes de isolar gases por um bom tempo. Cartões
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MACONHA É SÓ O COMEÇO É POSSÍVEL ENCONTRAR MUITOS ITENS INUSITADOS NOS PORTAIS ILEGAIS DE E�COMMERCE. VEJA ALGUNS EXEMPLOS
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O vendedor garante que o produto é orgânico e eficiente
Trata-se de uma urina sintética para despistar testes de drogas
falsos de Natal e de aniversário que acondicionam a droga completam o disfarce. Outros membros falam em utilizar, como destinatários, o nome de antigos moradores do endereço de entrega, para evitar que o comprador seja associado ao pacote a ser entregue. Um usuário anônimo, que se diz funcionário do sistema americano de Correios, revela detalhes das inspeções. “Elas não acontecem todos os dias, a menos que haja um grande carregamento a caminho”, diz ele. “Já vi cartas oferecidas aos cachorros. Nunca vi cães farejarem a esteira, mas eles são sempre levados a carrinhos de encomendas internacionais.” A reportagem da INFO falou com um vendedor de ecstasy e LSD de sucesso no Silk Road e no Atlantis.
LIVRO COM TÉCNICAS PARA HACKEAR CAIXAS ELETRÔNICOS (60 REAIS)
Nos comentários, um usuário que leu dá seu depoimento: “Mudou minha vida!”
Ele pede que sua identidade não seja revelada, por razões óbvias, mas conta que mora na Austrália e fatura em torno de 20 mil dólares americanos por mês usando o site. O australiano afirma que nunca vendeu drogas nas ruas e que acaba de abandonar o emprego para se dedicar totalmente ao tráfico pela internet. “Percebi que faria mais dinheiro com isso”, diz. “Estou muito satisfeito agora. Meus clientes estão felizes, e isso me faz sentir bem pelo que faço. Muitos dos meus amigos que vendiam nas ruas foram presos. Negociar pela internet é muito mais seguro”, afirma o vendedor. É para os Estados Unidos que vai quase metade do total das drogas vendidas no Silk Road, com 43,8% das encomendas, seguidos por Reino Unido (10,1%), Holanda (6,5%), Canadá (5,8%) e Alemanha (4,5%). Há indícios de que pacotes comprados nessas páginas ilegais cheguem ao Brasil desde 2011. Um bra-
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UM VENDEDOR DE ECSTASY E LSD QUE USA AS PLATAFORMAS ONLINE PODE FATURAR ATÉ 20 MIL DÓLARES POR MÊS
sileiro escreveu, no fórum do Silk Road, estar com medo de realizar sua primeira compra. Outro usuário responde em seguida: “Não me preocuparia se fosse você. Comprei DMT (uma droga psicodélica) da Holanda. Levou quase dois meses para chegar. Meu envelope foi entregue selado e intacto. Não precisei assinar nada, porque foi enviado como um cartão de aniversário.” A reportagem escreveu para mais de uma dezena de usuários brasileiros no fórum do Silk Road, mas nenhum concordou em dar entrevista. No Brasil, os Correios não revelam estatísticas de apreensão, mas a empresa detalha o esquema de checagem que implantou para detectar esse tipo de encomenda. “Usamos equipamentos de raios X e espectrômetros de massa”, diz a equipe de comunicação dos Correios, referindo-se a máquinas por onde passam as cartas, capazes de captar e identificar partículas de drogas ilegais. O sistema custou 209 milhões de reais. A Polícia Federal investiga crimes na deep web desde o início de 2013. A divisão de crimes cibernéticos é a responsável e apoia outras unidades, como a de combate ao tráfico de drogas. “Essa é uma atividade recente”, diz o delegado Carlos Eduardo Miguel Sobral. “Sabemos que há crimes praticados na rede não indexada, mas não há um buscador, como o Google, que nos ajude a acessar essas informações. Precisamos desenvolver outras técnicas.” Na avaliação de Luciana Boiteux, coordenadora do Grupo de Pesquisas em Política de Drogas da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, a chance de chegar a esse tipo de crime no Brasil é remota. “A grande dificuldade é a investigação”, diz Luciana. “A maioria das prisões por tráfico no país acontece em flagrante. Sites como o Silk Road invertem essa lógica.” Apenas com a investigação do processo de compra e entrega é possível identificar os infratores. Um brasileiro que for pego por comprar drogas na internet pode ser enquadrado no Artigo 28 da Lei de Tóxicos, que prevê advertência, prestação de serviços à comunidade e medidas educativas. No caso de venda, o infrator cai no Artigo 33, que prevê até 15 anos de prisão. Se investigar consumidores e traficantes já é um problema, fechar esses sites é ainda mais complicado. O anonimato, tanto na comunicação como nos meios de pagamento, praticamente bloqueia o acesso das autoridades. Mas existem algumas brechas, segundo o estudo de Nicolas Christin, da Carnegie Mellon. Uma ideia seria acabar com o anonimato oferecido pelo bitcoin, obrigando usuários a associar suas moedas a uma identidade existente. O problema é que alguns dos sites, como o Atlantis, já utilizam outras moedas criptográficas alternativas. Outra saída seria atacar diretamente os servidores desses e-commerces, direcionando volumes anormais de tráfego, em uma espécie de ataque hacker. Nos últimos meses, o Silk Road foi alvo desses golpes, que desestabilizaram a página, tirando-a do ar diversas vezes. Mas Dread Pirate Roberts foi capaz de contornar o problema. “Ninguém sabe quem estava por trás desses ataques”, diz Eileen Ormsby, do blog All Things Vice.
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OS SITES ILEGAIS MOSTRAM QUE EXISTE UM LADO SOMBRIO NO AVANÇO DAS TECNOLOGIAS VOLTADAS À NAVEGAÇÃO ANÔNIMA
Forças do governo americano e o próprio Atlantis foram acusados pelos usuários do Silk Road, apesar de o concorrente negar. “Nunca usamos essas táticas contra a competição, e nunca usaremos”, disse Loera, do Atlantis. “Admiramos tudo o que o Silk Road conquistou e lutamos a mesma batalha que eles.” Apesar dos esforços da polícia e de agências de investigação, a tendência aponta para o surgimento de novos mercados anônimos e online, e não para a extinção dos que existem. Além do Atlantis e do Silk Road, há pelo menos quatro outros em operação: Sheep Market, Black Market Reloaded, Russian Anonymous Marketplace e Buy It Now. “Provavelmente esse vai se tornar um negócio multimilionário”, afirma Loera, do Atlantis. “Pensamos no longo prazo.” Para o professor Nicolas Christin, o Silk Road só perderá a corrida se parar de inovar. “É uma questão tecnológica. Podemos ver uma disputa semelhante à do Facebook contra o MySpace. Vence quem tem as melhores ferramentas para o usuário”, afirma Christin. No co-
meço de julho, Dread Pirate Roberts anunciou mudanças no código para melhorar o sistema de pagamento do Silk Road, em resposta às inovações da concorrência. Esses sites que vendem todo tipo de droga ilegal mostram que existe um lado sombrio nos avanços tecnológicos voltados para a navegação anônima, que pode chegar ao crime organizado. “Vendedores de rua também compram nesses mercados virtuais, o que enfraquece o controle que as organizações criminosas têm sobre eles”, diz o traficante australiano entrevistado por INFO. Para o engenheiro libanês Nadim Kobeissi, criador do software de bate-papo anônimo Cryptocat, o crescimento dos portais ilegais é um sintoma da evolução tecnológica e de como a sociedade se adapta a essa evolução. “Qualquer um pode usar um carro de forma que viole a lei e até transformá-lo em bomba”, diz Kobeissi. “Assim como carros podem ser usados para o bem e para o mal, a tecnologia de privacidade também pode. Não devemos permitir que nossos medos atrasem o progresso.” Mesmo que esse progresso esteja na venda de drogas ilegais? Essa discussão está só começando. �
MAIS DO QUE TREVAS WikiLeaks e Anonymous usam a deep wep para incomodar os poderosos
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LABORATÓRIO ATÔMICO NO CENTRO DE ENERGIA NUCLEAR NA AGRICULTURA, EM PIRACICABA (SP), PESQUISADORES USAM ESTUDOS ATÔMICOS PARA ESTERILIZAR O MOSQUITO DA DENGUE E ENVELHECER CACHAÇA
≥ POR THIAGO TANJI
FOTOS DULLA
ALÉM DA CONCEITUADA Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), polo de pesquisa de agronomia da Universidade de São Paulo, a cidade interiorana de Piracicaba, a 160 quilômetros de São Paulo, sedia o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), instituto que aplica estudos atômicos na agricultura e na pecuária. Fundado em 1966, por iniciativa do governo federal, o Cena foi incorporado à USP em 1977. “Vivia-se a Guerra Fria e a energia nuclear estava associada à produção de bombas. Mas, com a criação da Agência Internacional de Energia Atômica, em 1957, começou-se a difundir seu uso pacífico, como nas áreas médica e agrícola”, afirma o professor Antonio Vargas de Oliveira Figueira, diretor da instituição desde 2010. Conheça três projetos do Cena.
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EDIÇÃO DE IMAGEM ARTNET DIGITAL
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MOSQUITO MUTANTE No laboratório de radiobiologia e ambiente, os cientistas do Cena buscam induzir mutações em insetos a partir do uso de radiação. Não, o objetivo não é criar um super-herói com asas. O que os pesquisadores pretendem é diminuir a incidência de casos de dengue no país, com a eliminação de parte dos mosquitos Aedes aegypti, transmissores da doença. Comandada pelo professor Valter Arthur, a equipe do laboratório seleciona insetos machos que estejam na fase de pupa, estágio intermediário entre a larva e o animal adulto, e submete-os a uma técnica chamada irradiação, expondo-os a raios gama, que causam sua esterilização. Quando soltos no meio ambiente, os animais copularão com as fêmeas, mas não conseguirão gerar herdeiros, diminuindo, assim, a população do transmissor da dengue.
Aedes aegypti macho é esterilizado com raios gama
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Cachaça tem o envelhecimento acelerado com radiação
MARVADA ATÔMICA O professor Valter Arthur, 64 anos, no Cena desde 1985, lidera uma pesquisa científica ligada à cachaça. A bebida é exposta à radiação para acelerar seu processo de envelhecimento. Naturalmente, a cachaça pode ficar até três anos em tonéis de madeira, sofrendo reações químicas que aguçam o sabor. Com a técnica, o resultado é obtido em minutos. A radiação também muda a estrutura molecular da cachaça e ameniza os efeitos da ressaca. Para dar cor à bebida, os cientistas adicionaram extratos de urucum e própolis. “O urucum diminui o colesterol e o própolis age como antibiótico”, diz Arthur. Segundo ele, não há riscos no consumo, já que a bebida não acumula resíduo. Provar um drinque radioativo, porém, pode demorar ainda um bom tempo. Não existem planos para colocar a experiência no mercado de consumo.
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Ovelha faz dieta para poluir menos
DIETA DE OVELHA
À frente do laboratório de nutrição animal, o professor Adibe Luiz Abdalla, 54 anos, propõe diminuir a quantidade de gás metano expelido pelos rebanhos de animais ruminantes, uma das maiores causas do efeito estufa. Para isso, ele vai à raiz do problema: a coleta dos gases. Conduzida desde 2002, a pesquisa começa a gerar resultados, como a redução de metano por meio de uma mudança na dieta dos animais. “Inicialmente considerado tóxico, o tanino presente em algumas plantas tropicais pode interferir na fermentação do alimento no estômago do animal”, afirma Abdalla. As dietas que contêm tanino apresentam diminuição da produção de metano em até 14%. Agora, o laboratório irá alimentar as ovelhas com duas plantas presentes no Nordeste brasileiro, o mofumbo e o babaçu, para verificar mudanças no comportamento da digestão. Julho 2013 INFO
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MAÇÃ LIGHT
BEM FINO Nas bordas, a espessura da tela do iMac é de apenas 0,5 centímetro
O novo iMac está poderoso como sempre, mas com o corpo 40% mais magro e uma tela full HD que evita reflexos ≥ POR AIRTON LOPES
45,1 cm
4,4 cm
52,8 cm
17,5 cm
ME L
DESKTOP
iMac / APPLE Dizer que o destaque do iMac é o design pode soar redundante, mas é impossível não se curvar às formas cada vez mais elegantes do desktop da Apple. A nova versão perdeu nada menos que 40% do volume ocupado pelos componentes na concavidade atrás da tela. O perfil da máquina chega a mero meio centímetro nas bordas e a 4,4 centímetros na região mais espessa. A técnica de fabricação da tela full HD de LCD com LED de 21,5 polegadas ajudou a chegar a essas medidas. Não há espaço entre o painel e o vidro. Junto com a aplicação de um revestimento semelhante ao usado nos capacetes de pilotos de caça, essa característica faz com que o monitor do iMac reflita menos a luz do ambiente. Segundo a Apple, a redução chega a 75%. O emagrecimento, porém, eliminou o drive óptico e prejudicou a qualidade do som. Com quatro portas USB 3.0 e duas Thunderbolt, a oferta de conexões é boa, mas uma tomada HDMI faz falta. Nos testes do INFOlab, o desempenho foi ótimo. Detalhe: a versão do iMac avaliada é a mais modesta da família.
R DESIGN HO
Tela de 21,5” / Intel Core i5-3330S 2,7 GHz (Ivy Bridge) / 8 GB / HD de 1 TB / Nvidia GeForce GT 640M 512 MB / Wi-Fi, Bluetooth / Mac OS X 10.8.2 Mountain Lion AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,8 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,0
/ R$ 6 199
NOTAS
Impecável 10,0 9,0 a 9,9 Ótimo
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8,0 a 8,9 7,0 a 7,9
Muito bom Bom
6,0 a 6,9 5,0 a 5,9
Médio Regular
4,0 a 4,9 3,0 a 3,9
Fraco Muito fraco
2,0 a 2,9 1,0 a 1,9
Ruim Bomba
0,0 a 0,9
Lixo
Veja os critérios de avaliação em: info.abril.com.br/reviews/notas/
FOTOS RAFAEL EVANGELISTA EDIÇÃO DE IMAGEM EDSON MINORU ILUSTRAÇÕES EVANDRO BERTOL
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MÚSICA PARA VIAGEM
A caixa de som Bluetooth Flip proporciona mais de 2 horas de áudio com qualidade e sem a chateação dos cabos e tomadas ≥ POR AIRTON LOPES
NHO TAMA REAL
MOCHILA GEEK Além de transportar os gadgets, este modelo da Voltaic (129 dólares) fornece energia convertida do sol
SEM USB Para ser ainda mais prática, a caixa deveria permitir a recarga de bateria usando um cabo USB
7 cm
VIVA�VOZ A Flip tem microfone embutido para o uso em chamadas de celular e do Skype
CAIXA DE SOM
Flip / JBL Pouco maior do que uma lata de refrigerante e projetada para o uso na vertical ou na horizontal, a caixa de som portátil Flip se acomoda com facilidade na mochila e impressiona pelo áudio produzido pelos seus dois falantes de 40 milímetros. O som é incrivelmente forte e bem equilibrado para um equipamento tão compacto. O ajuste de volume é feito pelos controles localizados em uma das extremidades do corpo cilíndrico. Ao redor deles ficam o botão de força e o de acionamento do viva-voz. Graças a uma bateria interna, a Flip não precisa de tomadas para animar o ambiente. Os fios também são supérfluos quando a conexão com o smartphone é feita por Bluetooth. Nos testes do INFOlab em modo wireless, ela resistiu 2 horas e 2 minutos reproduzindo música em volume alto. Também dá para aproveitar a Flip conectando aparelhos com um cabo P2. Diferentemente do esperado, o ganho de autonomia com a conexão cabeada foi pequeno. Não passou de 15 minutos.
15 cm
7 cm
10 W de potência / Resposta em frequência: 150 - 20 000 KHz / Bluetooth / P2 / 350 g / 2h02min (modo Bluetooth) e 2h17min (modo P2) de bateria AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,2 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,3
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O TECLADO NÃO MORREU Digitar no modelo Q10 é tão agradável quanto explorar o sistema BlackBerry OS tocando a tela, mas falta espaço para vídeos e jogos ≥ POR AIRTON LOPES
12 cm
NEXTEL 3G Ainda com o Android 2.3, o Ironrock, da Motorola, é o primeiro smartphone para a rede 3G da operadora Nextel. Tem entrada para dois SIM cards e câmera de 8 MP. R$ 1 699
6,7 cm
1 cm
SMARTPHONE
Q10 / BLACKBERRY O sistema BlackBerry OS 10 não melhorou a situação da empresa que um dia dominou o mercado de smartphones, mas mostrou que, finalmente, seus aparelhos podem oferecer uma experiência de uso em telas sensíveis ao toque similar à de iOS, Android e Windows Phone. No Q10, a elegância e a fluidez da navegação por gestos do sistema são complementadas por um excelente teclado físico, o que é um chamariz e tanto para os eternos fãs da marca e para quem passa a maior parte do tempo trocando mensagens. Nesse aspecto específico, é difícil encontrar um smartphone melhor. Nos testes do INFOlab, o desempenho na execução de tarefas como navegação e envio de e-mails não decepcionou. O problema do Q10 é que, apesar da ótima qualidade, sua tela de 3,1 polegadas com formato quadrado é acanhada para ver fotos e vídeos ou para se divertir com games. Outra limitação é a menor variedade de aplicativos disponíveis para o BlackBerry OS 10.1.
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CARACTERES POR MINUTO Segundo o Guinness, o recorde de digitação em smartphones é da americana Grace Pak. Ela teclou um texto de 264 caracteres em 56,57 segundos. E sem errar.
4G (LTE) / BlackBerry OS 10.1 / Snapdragon S4 Krait 1,5 GHz dual core / 16 GB + microSD / Tela de 3,1” / Câmeras de 8 MP (1080p) e 2 MP (720p) / 135 g / 15h07min de bateria(1) AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,2 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,6
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(1) Duração medida com o aparelho em chamada e com o Wi-Fi e o Bluetooth ativados (2) Preço praticado no Mercado Livre
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UM ROBÔ NA FAXINA
O Roomba 650 aspira o pó de carpetes, pisos frio e de madeira com hora marcada e volta sozinho para sua base de recarga ≥ POR AIRTON LOPES
JOGO LIMPO No simulador para PCs e Macs Robot Vacuum Cleaner 2013, o jogador pilota um robô aspirador
AÇÃO LOCALIZADA O aspirador pode ser ajustado para trabalhar em uma área de 1 metro de diâmetro
ELETRODOMÉSTICO
Roomba 650 / IROBOT Os robôs aspiradores de pó são um alívio para quem sonha em relaxar
enquanto uma máquina autônoma suga a sujeira do chão. Com o Roomba 650, a comodidade é ainda maior, pois nem é preciso estar em casa para cuidar da limpeza do carpete e de pisos frio e de madeira. Basta programar o robô para que ele execute a tarefa no dia e no horário marcados e, no final, retorne para a base de recarga. Nos 51,5 metros quadrados do INFOlab, o trabalho foi feito em 40 minutos. A trajetória durante a limpeza não segue um padrão regular, mas cobre todo o ambiente. Em vez de desviar, o Roomba 650 bate nos móveis antes de refazer a rota. Mas não é preciso se preocupar com escadas. Sensores impedem que ele despenque. Fios pelo caminho são obstáculos mais incômodos, pois nem sempre o robô se desvencilha deles sozinho. O poder de aspiração é muito bom para eliminar poeira, migalhas e sujeira pequena. Detritos maiores, como farelos de isopor, não são capturados.
9 cm
CAPRICHO NOS CANTOS A escova lateral traz para o alcance do aspirador a sujeira que está próxima da parede
34 cm
34 cm
2 modos de limpeza / 3,7 kg / Acessórios: base de recarga, Virtual Wall e 1 filtro AeroVac extra / 1h56min de bateria AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,2 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,8
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GOLPES CERTEIROS O controle para jogos de arcade Atrox traz para os games de luta no Xbox e no PC a experiência nostálgica das disputas nas máquinas do fliperama 6,5 cm
≥ POR LEONARDO VERAS
CONTROLE
37 cm
Atrox / RAZER Todo fã de jogos de luta tem um jeito particular de desferir golpes e a prefe-
rência por um ou outro tipo de joystick. É raro, porém, algum gamer que não se encante com o Atrox e sua perfeita reprodução dos comandos das máquinas de videogame que reinaram nos fliperamas nas décadas de 80 e 90. Apesar de tentador, não é necessário atacar a alavanca impiedosamente e espancar os dez botões. Os controles respondem com rapidez mesmo quando acionados de forma suave. A maior dificuldade para quem está acostumado com o botão direcional do joystick do Xbox é a precisão necessária na execução dos movimentos para que as combinações de golpes saiam de forma natural. A construção do Atrox permite a personalização das funções originais do controle, que são um pouco diferentes da tradicional dos arcades. Levantando a tampa, o jogador tem acesso aos terminais de encaixe e à fiação dos botões.
ESC O
CASEMOD Além das funções dos botões, o visual do Atrox pode ser personalizado
25,5 cm
1 alavanca circular gate de 8 posições / 10 botões / Turbo / USB / Cabo de 4 m / Saída P2 / 3,3 kg / Compatível com Xbox 360 e PCs com Windows 8 AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,5 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,8
/ R$ 899
ROUND 1, FIGHT! Veja três jogos em que o Atrox faz a diferença entre bater e apanhar
O EDITO AD R LH
Super Street Fighter IV Arcade Edition
Mortal Kombat Komplete Edition
NO COLO Nada de mesa. Com o controle sobre as pernas fica mais confortável jogar
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BlazBlue Calamity Trigger
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SKYPE NO SOFÁ A webcam e o microfone para conversas com vídeo pela TV ficam embaixo da tela
UMA TV ILUMINADA
A qualidade de imagem e o design desta Philips são bons, mas seu único diferencial é um velho conhecido, o recurso Ambilight
TV
47PFL8008G/78 / PHILIPS Em um mercado em que as telas de 4K e tecnologias de reconhecimento de gestos, voz e face começam a ganhar espaço, esta TV da Philips carece de um recurso arrebatador. São muito boas a qualidade das imagens exibidas no display de 47 polegadas do modelo, um representante da série 8000, a mais sofisticada de smartTVs da marca, e suas opções de conectividade. O design com moldura e base minimalistas também agrada. No entanto, o único diferencial do aparelho continua sendo o Ambilight, recurso que projeta luzes na parede atrás da TV para criar um efeito de ambientação na mesma tonalidade do que está sendo exibido. O modelo mostra conteúdo em 3D e tem interface bonita e moderna. O problema é que a navegação pelos menus deixou a desejar em fluidez durante os testes. Frequentemente o tempo de resposta foi acima do razoável. Apesar de contar com Wi-Fi embutido, a TV exige a compra de um adaptador para que o Wi-Fi Miracast, função que espelha a tela do smartphone na da smartTV, possa ser utilizada.
70 cm
≥ POR AIRTON LOPES
2,8 cm
106,7 cm
22,5 cm
Tela de 47” / Full HD / LCD com LED / 3D passivo, vem com 4 óculos / Entradas: 4 HDMI, 1 vídeo componente, 1 composto, 1 D-Sub / 3 USB / Ethernet, Wi-Fi AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,2 CUSTO/BENEFÍCIO: 6,9
/ R$ 4 799
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LEVE NA BOLSA E NO BOLSO O ultrabook híbrido de 1 quilo da LG tem o corpo mais leve e o preço mais em conta entre os modelos que se transformam em tablet ≥ POR AIRTON LOPES
SÓ PELA TELA Não há touchpad ou trackpoint para mover o cursor e selecionar itens e arrastá-los
ULTRABOOK HÍBRIDO
28,9 cm
SlidePad / LG Pronto para assumir o papel de tablet ou de laptop, o SlidePad é o ultrabook
híbrido vendido no Brasil que menos pesa no bolso e na mochila. Enquanto modelos similares custam, no mínimo, 3 999 reais, a máquina da LG é vendida por 2 499 reais. A diferença de peso não chega a ser tão gritante, mas é considerável. Com apenas 1 quilo, o SlidePad é 20% mais leve do que seu concorrente mais magro, o Vaio Duo 11, da Sony. Outra virtude é a boa duração da bateria. Nos testes do INFOlab, a autonomia em uso intenso foi de 4 horas e 5 minutos. A força do SlidePad para trabalhar não chega a ser motivo de orgulho. O seu poder de processamento é suficiente apenas para realizar tarefas básicas sem sofrer. Nada de games ou programas pesados. Quando está fechado, o aparelho é praticamente um tablet comum. A transformação em ultrabook é feita pressionando o botão na lateral que libera a tela de 11,6 polegadas sensível ao toque para que ela deslize, se posicione em um ângulo de 45 graus e revele o teclado.
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1,8 cm
19 cm
POUCAS USB O SlidePad traz apenas duas portas, uma delas no padrão microUSB. Nenhuma é 3.0
19 cm
Tela de 11,6” touchscreen / Intel Atom Z2760 1,8 GHz / 2 GB / SSD de 64 GB / Vídeo onboard / 1 kg / Windows 8 / 4h05min e 6h11min (modo tablet) de bateria(1) AVALIAÇÃO TÉCNICA: 7,4 CUSTO/BENEFÍCIO: 7,3
/ R$ 2 499
(1) Duração de bateria medida com o software Battery Eater e o notebook com o Wi-Fi ligado, tela com o máximo de brilho e perfil de alto desempenho no Windows, sem permitir o desligamento de componentes (modo laptop) e com a reprodução de vídeo em 720p (modo tablet)
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PARA OUVIR E SENTIR O SOM
DESIGN REFINADO A estrutura de liga de magnésio sustenta conchas de madeira forradas com espuma e couro de cabra
O fone da Audio-Technica agrada os mais exigentes com alta fidelidade ≥ POR AIRTON LOPES
FONE DE OUVIDO O EDITO AD R LH
21,6 cm
/ AUDIO�TECHNICA Até quanto você se dispõe a gastar para ouvir música com uma qualidade sonora impecável? Se 5 mil reais ficam dentro de seu limite, este fone de ouvido da japonesa Audio-Technica tem tudo para agradá-lo. O Raffinato reproduz desde os graves mais profundos, inclusive aqueles que o ser humano é capaz apenas de sentir, não de ouvir, até os agudos mais altos com equilíbrio, clareza e sem distorção. Nos testes do INFOlab realizados com arquivos de áudio de alta definição e um amplificador A1, da BeyerDynamic, o som emitido pelos drivers de 53 milímetros do Raffinato foi espetacular. Permite identificar com nitidez detalhes da música que passam despercebidos em fones comuns. Apesar de robusto, o Raffinato não causa desconfor to além do normal, mesmo durante o uso prolongado. Ele não fica apoiado na cabeça pela haste, mas por suportes com almofadas que se ajustam com suavidade ao crânio e distribuem bem os 376 gramas do acessório. Como a pressão das conchas sobre as orelhas é mínima, o isolamento acústico acaba sendo bem fraco.
ESC O
ATH-W5000 Raffinato
17,8 cm
11 cm
UM FONE ESPECIAL
AVALIAÇÃO TÉCNICA: 8,6 CUSTO/BENEFÍCIO: 5,3
“O Raf finato é feito de uma madeira nobre, o ébano, material que proporciona um timbre muito bonito, definindo frequências de maneira surpreendente. Falando em frequências, sua amplitude de cobertura é bem maior do que a encontrada na maior parte dos fones profissionais. Vai de 5 Hz a 45 000 Hz, enquanto o normal é de 20 Hz a 20 000 Hz. Sua velocidade de resposta também é extraordinária. Seus falantes se movem de maneira rápida e precisa.”
/ R$ 5 000
João Marcello Bôscoli, 43, produtor musical e empresário
Formato over-the-ear / Headset / Conexão P10 / Cabo de 3 m / Sensibilidade: 102 dB/mW / Resposta em frequência: 5 - 45 000 Hz / 376 g
FOTO RICARDO CORREA
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/ Radar TVs
Ultrabooks
// Pavilion 14-B090BR HP
// IMAGEM PERFEITA
Para quem abre mão do gravador de DVD, este modelo oferece configuração muito boa em um corpo mais fino do que o habitual de laptops de 14 polegadas. A capacidade do HD é um diferencial. O que deixa a desejar são as dimensões reduzidas do touchpad.
Com 84 polegadas, a Bravia XBR-84X905, da Sony, é uma das primeiras TVs com resolução 4K, o que significa uma definição quatro vezes maior do que a das TVs full HD. Além de cores, brilho e contraste incríveis, ela apresenta uma profundidade de imagem que não é produzida em outras telas. O sistema de áudio do modelo com 50 watts e dez falantes também impressiona.
Especificações Tela de 14" / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 6 GB / SSD de 32 GB e HD de 750 GB / Vídeo onboard / 1,8 kg / Windows 8 Pro / 1h27min de bateria(1) / R$ 2 599 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,9
// Vaio T13 Touch Sony A diferença deste Vaio para um laptop comum é o display touchscreen, recurso que oferece mais agilidade para transitar no Windows 8. O desempenho do modelo é bom, mas é fácil achar ultrabooks similares mais leves e com mais espaço para arquivos.
Especificações Tela de 13,3” touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 32 GB + HD de 320 GB / Vídeo onboard / 1,7 kg / Windows 8 / 1h32min de bateria(1) / R$ 3 499 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,8
// IdeaPad S400U Lenovo A configuração deste ultrabook de 14 polegadas da Lenovo segue o padrão intermediário da categoria. O que o destaca são a aparência, a leveza (1,6 quilo) e a qualidade do teclado e do touchpad. Nos testes, a autonomia de bateria foi ruim. Não tem Bluetooth.
Especificações Tela de 84" / 4K (ultra HD) / LCD com LED / 3D passivo, vem com dois óculos / Entradas: 4 HDMI, 1 vídeo componente, 1 composto, 1 D-Sub / 2 USB / Ethernet, Wi-Fi / R$ 99 999 AVALIAÇÃO INFOLAB
9,3
// SOM DA ARQUIBANCADA
Especificações Tela de 14” / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 32 GB + HD de 500 GB / Vídeo onboard / 1,6 kg / Windows 8 / 58min de bateria(1) / R$ 1 999 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,6
// VivoBook X202E Asus É o primeiro ultrabook com preço menos proibitivo a aceitar o toque dos dedos sobre o LCD para comandar o Windows 8. A precisão e a resposta do display de 11,6 polegadas e 1 366 por 768 pixels são satisfatórias. Porém, o desempenho é de uma máquina básica.
Especificações Tela de 11,6" touchscreen / Intel Core i3-3217 1,8 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / HD de 500 GB / Vídeo onboard / 1,4 kg / Windows 8 / 1h57min de bateria(1) / R$ 1 999 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,5
Ultrabooks híbridos
Modelo intermediário com Wi-Fi e aplicativos, mas sem suporte a 3D, a TV UN40F5500, da Samsung, tem como novidade a função futebol. Com ela, a imagem assume cores mais vibrantes, o áudio é equalizado para ressaltar o barulho da torcida e a transmissão passa a ser gravada, o que permite rever lances sem depender do replay da emissora.
// Ativ Smart PC Pro Samsung
Este híbrido é o melhor que já passou pelo INFOlab para ser usado como tablet. Destacando-se o teclado, seu peso cai para 900 gramas. O LCD pode ser explorado com os dedos ou com a caneta S Pen. Tem só uma USB 3.0.
Especificações Tela de 11,6" touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 128 GB / Vídeo onboard / 1,6 kg e 900 g (modo tablet) / Windows 8 / 2h22min de bateria(1) / R$ 4 199 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,2
// Taichi 21 Asus Em vez de uma tela que gira 360 graus ou desliza, o modelo tem dois LCDs. O display externo é sensível ao toque. A solução é prática, só que o peso (1,3 quilo) não permite segurar o híbrido de forma confortável. O desempenho como ultrabook não empolga.
Especificações Tela frontal de 11,6" e traseira de 11,6" touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 128 GB / Vídeo onboard / 1,3 kg / Windows 8 / 1h25min de bateria(1) / R$ 5 699 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,9
// Envy x2 HP Especificações Tela de 40" / Full HD / LCD com LED / Entradas: 3 HDMI, 1 vídeo componente, 1 composto / 2 USB / Ethernet, Wi-Fi / R$ 2 099 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,0
88 / INFO Agosto 2013
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Com este híbrido, você escolhe entre o dobro da autonomia como ultrabook ou a metade do peso como tablet. Ele tem tela sensível ao toque de 11,6 polegadas e teclado destacável. O acabamento é de primeira, mas o desempenho é de uma máquina básica.
Especificações Tela de 11,6" touchscreen / Intel Atom Z2760 1,8 GHz / 2 GB / SSD de 64 GB / Vídeo onboard / 1,4 kg e 700 g (modo tablet) / Windows 8 / 5h04min de bateria(1) / R$ 3 999 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,7
FOTOS RAFAEL EVANGELISTA (1) Duração de bateria medida com o software Battery Eater e o notebook com Wi-Fi ativado, tela com o máximo de brilho e perfil de alto desempenho selecionado no Windows, sem permitir o desligamento automático de componentes
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Tablets
// iPad 4a Geração Apple O modelo mais recente do tablet da Apple com tela Retina Display (2 048 por 1 536 pixels) traz um processador mais veloz e um novo conector, menor do que o anterior. Nos testes, o maior ganho foi na duração da bateria.
Especificações Tela de 9,7” / A6X Cortex A9 1,4 GHz dual core / 32 GB / 660 g / iOS 6 / 10h59min de bateria(1) / R$ 1 999 AVALIAÇÃO INFOLAB
9,2
// Galaxy Note 8 Samsung Com tela de 8 polegadas e chip de quatro núcleos, o modelo tem força e recursos para encarar tablets de qualquer tamanho. O display de 1 200 por 800 pixels apresenta qualidade visual e sensibilidade muito boas e aceita o toque da caneta S Pen.
Especificações Tela de 8" / Exynos 4412 Cortex A9 1,4 GHz quad core / 16 GB + microSD / 336 g / Android 4.1 / 5h06min de bateria(1) / R$ 1 299 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,5
// Latitude 10 Dell Além de executar os aplicativos que rodam em PCs com Windows 8, tem boa autonomia de bateria e recursos de segurança avançados, como leitor de impressão digital e software de criptografia. Mas peso e medidas do tablet são acima da média.
Especificações Tela de 10,1" / Intel Atom Z2760 1,8 GHz dual core / 2 GB / 64 GB + SD / 3G / GPS / 726 g / Windows 8 / 7h54min de bateria(1) / R$ 2 599 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,3
// ElitePad 900 HP Mais leve do que o iPad, o tablet da HP vem com o Windows 8 Pro, o que permite rodar todos os programas que funcionam nos PCs. Tem conexão 3,5G, NFC e porta USB 2.0. Dos 32 GB de memória, só 9,1 GB ficam disponíveis, mas há entrada para cartão microSD.
Especificações Tela de 10,1” / Intel Atom Z2760 1,8 GHz dual core / 32 GB + microSD / 3,5G (HSPA+) / 629 g / Windows 8 Pro / 6h41min de bateria(1) / R$ 2 899 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,3
// Fonepad Asus Com tela de 7 polegadas, chip da Intel e Android, o Fonepad faz o trabalho do smartphone, inclusive para telefonar, e o do tablet com ótima autonomia. Ele responde aos comandos com agilidade, só engasgando ao lidar com elementos gráficos pesados na web.
Especificações Tela de 7" / Intel Atom Z2420 1,2 GHz / 16 GB + microSD / 3,5G (HSPA+) / 316 g / Android 4.1 / 7h22min de bateria(1) / R$ 1 099 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,9
Fones de ouvido
// K619 Blue AKG Este fone foge do visual clássico dos modelos para DJs. Ele é mais compacto e, em vez do fio em espiral, vem com um extensor. Nos testes, agradou tanto nas batidas graves como nos sons com mais variedade de timbres. Só peca por pressionar demais as orelhas.
Especificações Formato on-ear / Headest / Conexão P2 (adaptador P10) / Cabo de 1,2 m e extensor de 1 m / Resposta em frequência: 16 – 24 000 Hz / Sensibilidade: 115 dB/mW / 211 g / R$ 399 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,3
// HPH-PRO300 Yamaha A qualidade sonora deste fone está à altura do seu belo visual, inspirado nas motos de corrida. As faixas ouvidas nos testes apresentaram um equilíbrio de frequências muito bom. Apenas fãs de hip-hop podem fazer questão de graves mais profundos.
Especificações Formato on-ear / Headset / Conexão P2 (adaptador P10) / Cabo de 1,2 m / Sensibilidade: 107 dB/mW / Resposta em frequência: 20 – 20 000 Hz / 200 g / R$ 999 AVALIAÇÃO INFOLAB
(1) Duração medida com a exibição de vídeo em 720p e com o Wi-Fi e o Bluetooth ativados (2) Preço praticado no MercadoLivre
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8,0
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/ Radar Smartphones
// Galaxy S4 Samsung A configuração exuberante, com chip quad core, 4G, tela full HD, a câmera de 13 MP com recursos surpreendentes e a boa autonomia fazem do S4 o melhor Android. Sensores permitem rolar páginas com o olhar e com gestos no ar. A tampa traseira é de plástico.
Especificações 4G (LTE) / Android 4.2 / Snapdragon 600 Krait 1,9 GHz quad core / 16 GB + microSD / Tela de 5” / Câmeras de 13 MP (1 080p) e 2 MP (1 080p) / 130 g / 20h22min de bateria(1) / R$ 2 499(2) AVALIAÇÃO INFOLAB
9,1
// Z10 BlackBerry O Z10 não faz feio diante do iPhone e dos Androids. Tem desempenho e autonomia notáveis e design elegante. Não há botões físicos para explorar o sistema BlackBerry OS 10. A câmera de 8 MP tira fotos decentes, mas não tem modo HDR e não faz panorâmicas.
Especificações 3,5G (HSPA+) / Android 4.2 / Snapdragon S4 Pro Krait 1,5 GHz quad core / 16 GB / Tela de 4,7" / Câmeras de 8 MP (1 080p) e 1,3 MP (720p) / 139 g / 13h17min de bateria(1) / R$ 1 699(2) AVALIAÇÃO INFOLAB
8,5
// Optimus G LG O modelo topo de linha da LG tem processador de quatro núcleos, tela de excelente qualidade e conexão 4G. A quantidade de memória, 32 GB, é muito boa, mas não há entrada para cartão. A câmera faz o disparo por comandos de voz.
Especificações 4G (LTE) / Android 4.1 / Snapdragon S4 Pro Krait 1,5 GHz quad core / 32 GB / Tela de 4,7" / Câmeras de 13 MP (1 080p) e 1,3 MP (720p) / 145 g / 16h20min de bateria(1) / R$ 1 999(2) AVALIAÇÃO INFOLAB
8,4
// Galaxy Express Samsung
A conexão 4G e a autonomia acima da média para um aparelho intermediário são seus pontos fortes. Nos testes, aguentou 16 horas e 27 minutos em modo de chamada. A câmera faz fotos satisfatórias, mas não filma em 1 080p.
Especificações 4G (LTE) / Android 4.1 / Snapdragon S4 Krait 1,5 GHz dual core / 8 GB + microSD / Tela de 4,5" / Câmeras de 5 MP (720p) e 0,3 MP (720p) / 139 g / 16h27min de bateria(1) / R$ 1 399 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,0
// Lumia 620 Nokia Com 8 GB de memória, o que é bastante para um smartphone intermediário, entrada para cartão e NFC, o Lumia 620 é uma opção entre os modelos com Windows Phone abaixo de mil reais. Nos testes, o aparelho apresentou fluidez e pouca autonomia da bateria.
Especificações 3G / Windows Phone 8 / Snapdragon S4 Plus Krait 1 GHz dual core / 8 GB + microSD / Tela de 3,8" / Câmeras de 5 MP (720p) e 0,3 MP (480p) / 129 g / 6h55min de bateria(1) / R$ 819(2) AVALIAÇÃO INFOLAB
7,5
Docks
// OnBeat Micro JBL Na medida para ocupar o criado-mudo, a OnBeat Micro é a primeira dock no Brasil com o conector Lightning, presente nos iGadgets mais novos. A potência sonora é modesta, mas a qualidade é admirável para seu porte. Funciona na tomada ou com pilhas.
Especificações 4 W de potência / Entradas: P2, USB / Compatível com iPod, iPhone e iPad (com conectores Lightning e de 30 pinos) / 400 g > 4 pilhas AAA (palito) / 4h56min de bateria / R$ 459 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,9
// Original Radio Philips Esta dock traz o visual dos rádios clássicos da década de 1950 e um som com graves encorpados, boa definição e nível de distorção reduzido. Porém, fica devendo uma porta USB ou uma opção de conexão sem fio, como Bluetooth ou Wi-Fi.
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Especificações Potência não divulgada / Entradas: P2 / Compatível com iPod e iPhone (conector de 30 pinos) / 3,4 kg / R$ 1 199 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,8
FOTOS RAFAEL EVANGELISTA (1) Duração medida com o aparelho em chamada e com Wi-Fi e Bluetooth ativados (2) Preço do aparelho sem planos de voz e dados
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Filmadoras
// MagiCam SD21 AEE/Xtrax Além de caixa estanque, controle remoto e suportes, esta filmadora de ação oferece um display removível de 1,5 polegada. Em seu lugar dá para encaixar uma bateria extra para dobrar sua autonomia. A qualidade dos vídeos feitos em 1 080p é muito boa.
Especificações Full HD (1 080p) / 8 MP / MicroSD / Zoom de 10x (digital) / LCD de 1,5" / 119 g / 2h03min e 4h04min de bateria(1) / R$ 1 299 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,1
// Hero3 Silver Edition GoPro
A qualidade dos vídeos em 1 080p da Hero3 Silver é a melhor da categoria. Ela vem com caixa estanque e tem Wi-Fi para que possa ser controlada pelo smartphone. Tem só três botões e LCD de 0,8 polegada para fazer ajustes.
Especificações Full HD (1 080p) / 11 MP / MicroSD / Não tem zoom / LCD de 0,8" / 74 g / 1h51min de bateria(1) / R$ 1 499 AVALIAÇÃO INFOLAB
7,9
Câmeras
// Alpha A99 Sony Oferece recursos avançados em uma interface intuitiva e bem organizada. A Alpha 99 conta com lentes intercambiáveis e um sistema de foco mais ágil, o que é especialmente útil no modo de disparo contínuo, indicado para registrar esportes, por exemplo.
Especificações 24,3 MP / Lentes intercambiáveis (não incluídas) / Filmagem em 1 080p / LCD de 3" / 814 g / R$ 7 199 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,7
// XF1 Fujifilm Esta câmera compacta conta com mais recursos do que o habitual, mas seu funcionamento não é muito amigável. O fotógrafo vai ter trabalho para aprender a usar todos os recursos. A lente de ótima qualidade liga a máquina quando expandida e a desativa se retraída.
Especificações 12 MP / Zoom de 3x (18 – 55 mm) / Filme em 1 080p / LCD de 3" / 223 g / R$ 1 599 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,3
// Galaxy Camera Samsung
Traz recursos de smartphone, como chip quad core, tela de 4,8 polegadas, Wi-Fi, 3,5G e sistema Android, para clicar, editar e compartilhar fotos feitas em 16,3 MP. O zoom é de 21x. Nos testes, foi lenta para salvar as imagens.
Especificações 16,3 MP / Zoom de 21x (4,1 – 86,1 mm) / Filma em 1 080p / LCD de 4,8" touchscreen / 4 GB + microSD / 3,5G (HSPA+), Wi-Fi, Bluetooth, GPS / 301 g / Android 4.1 / R$ 2 199 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,0
// PowerShot SX50 HS Canon
O zoom óptico de 50 vezes desta Canon é o maior de todos os modelos já testados no INFOlab. A estabilização de imagem funciona muito bem. Além do LCD, tem visor eletrônico que serve apenas como quebra-galho.
Especificações 12,1 MP / Zoom de 50x (4,3 – 215 mm) / Filmagem em 1 080p / LCD de 2,8" / 603 g / R$ 2 299 AVALIAÇÃO INFOLAB
8,0
// D5200 Nikon Com corpo compacto e leve, esta câmera é acessível a fotógrafos não profissionais. O sensor de 24,1 MP gera imagens definidas, com fidelidade de cores e boa tolerância a ruídos. Os vídeos são gravados em full HD em até 60 quadros por segundo.
(1) Duração medida no modo de filmagem
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Especificações 24,1 MP / Zoom de 3x (18 – 55 mm) / Filmagem em 1 080p / LCD de 3" / 552 g / R$ 2 548 AVALIAÇÃO INFOLAB
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INFORME PUBLICITÁRIO CADERNO
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STARTUP�SE /
TESTE DO SOFÁ /
“Vocês não venderão um único sofá pela internet.” Os engenheiros Victor Noda, 32 anos, Marcelo Marques, 33, e Mario Fernandes, 32, ouviram a frase dezenas de vezes quando decidiram criar um e-commerce de móveis e acessórios. “Havia casos de sucesso nos Estados Unidos e na Europa, mas aqui as pessoas achavam que o consumidor precisa tocar nas peças”, diz Marques. Dois anos depois, a startup Mobly tornou-se um sucesso em vendas online. Fechou 2012 com faturamento de 150 milhões de reais. “Um dos diferenciais foi investir em logística própria”, diz Fernandes. Um software criado para o negócio controla os pedidos e o funcionamento de um centro de distribuição de 10 mil metros quadrados em São Paulo. “Temos uma equipe de inteligência e um time de tendências”, afirma Noda. Ironicamente, a peça mais vendida hoje pela startup são os sofás. Nada menos que 800 unidades por dia.
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