hotel para hackers
o Yahoo! de volta ao jogo marissa mayer Compra 14 startups para inovar
Como funCionam hostels que hospedam empreendedores julho 2013 facebook.com/revistainfo @_INFO
R$ 13,90 / ed. 331 / julho 2013
como um viral vira viral / a força de marissa / sucesso em série / ibope na mira do twitter / você compra só o que quer?
os vídeos de humor da porta dos fundos, de fábio porchat, foram vistos mais de 300 milhões de vezes
Quer ter seus posts compartilhados por milhões de pessoas, como faz o ator Fábio porchat? INFO mostra o caminho
como viral vira viral
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MOCHILEIROS DE 1 MILHÃO DE DóLARES
Conheça os hacker hostels de São Francisco onde jovens empreendedores compartilham beliches e o sonho de montar uma startup e ficar rico
ideias 22.
7. CARtA DO EDItOR 9. WWW 10. CARtAS
ALESSANDRA LARIU
Um algoritmo será seu novo chefe
24.
MANOEL LEMOS
17.
UM RELóGIO INtELIGENtE
enter 12.
O FILME NERD DO ANO Círculo de Fogo mostra uma épica batalha entre robôs e monstros gigantes
14.
MOBILIDADE E INOVAçÃO
Hugo Barra, vice-presidente do Google responsável pelo Android, faz a palestra de abertura do evento INFOTrends
16.
A LUZ QUE VEM DAS PLANtAS
Projeto financiado pela internet modifica o DNA de uma planta, que passa a emitir luz
O sucesso do Pebble pode transformar 2013 no ano dos smartwatches
18.
ANDROID VERSUS iOS 7
O INFOlab comparou as versões mais recentes dos sistemas operacionais. Veja os pontos fortes e fracos de cada um
19.
A LUZ QUE NÃO APAGA Espanhol cria lâmpada que não queima para protestar contra produtos que duram pouco
Uma silenciosa Revolução Industrial
26.
DAGOMIR MARQUEZI As estantes estão em extinção
28
A REVOLUçÃO DIGItAL E A INVERNADA tUPINIQUIM
O professor da FGV Luiz Antonio Joia compara as manifestações pelo país com a web
20.
APPS DO MÊS
Uma seleção de apps para iOS, Android, Windows Phone e BlackBerry
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1003182-HARMAN DO BRASIL INDUSTRIA ELETRONICA E PARTICIPACOES LTDA-1_1-1.indd 5
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TesTe 82.
tEStE
O que o INFOlab analisou neste mês 82. TableT galaxy NoTe 8
83. dock origiNal radio
62 A ARtE DO vIRAl
Inovação 30.
A FORÇA DE MARISSA
No comando há um ano, Marissa Mayer colocou o Yahoo! de volta ao jogo. Sua estratégia: comprar startups para absorver talentos e acelerar a inovação
38.
SucESSO EM SÉRIE
Os seriados usam a dinâmica da internet para superar o cinema e assumir um papel de vanguarda
A Porta dos Fundos é o hype da vez na internet. Com esquetes de humor escrachado, tornou-se a maior produtora de vídeos para a web. Entenda por que tudo o que a trupe carioca toca vira sucesso instantâneo 68.
O IBOPE NA MIRA DO tWIttER
52 matéria de capa
cOMO uM vIRAl vIRA vIRAl
Não existe receita pronta, mas o sucesso na internet vai além da sorte. Veja cinco dicas para bombar seus posts
Startups inovam ao medir a audiência da TV com base nos comentários feitos nas redes sociais
84. TableT laTiTude 10
85. impressora 3d cube
86. smarTphoNe galaxy express
86. smarTphoNe lumia 820
87. máquiNa de laVar roupas miNi sileNT
88. TV samsuNg
89. TableT Vaio Tap 20
90.
RADAR
Outros produtos testados pelo INFOlab
CTrl+z 106.
APPlE DEu vEXAME NOS GAMES
Produzido antes da volta de Steve Jobs, o videogame Pippin, de 1995, tinha poucos jogos, com gráficos medianos
74.
vOcÊ cOMPRA SÓ O QuE QuER?
Grandes redes de varejo usam big data para monitorar hábitos e fazer os consumidores gastar mais
foto_thomas susemihl edição de imagem_artnet digital produção_sheila spago assistente_sérgio BarBoni maquiagem_Wagner riBeiro
/ Tiragem da edição: 117 180 exemplares
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duas capas A cAdA edIçãO nos esforçamos, aqui na INFO, para encantá-lo com reportagens instigantes embaladas por um design criativo. Em junho, ao elaborar a edição que você começa agora a ler, deparamos com uma difícil escolha. Elegemos para a reportagem de capa o tema “como um viral vira viral”. Afinal, o que faz um vídeo no YouTube ser compartilhado por milhões de pessoas? Existe uma receita pronta para um conteúdo viralizar? Enquanto o repórter Thiago Tanji entrevistava especialistas de agências digitais brasileiras e estrangeiras para entender o que faz uma campanha bombar na web, a repórter Paula Rothman trabalhava no perfil da produtora carioca Porta dos Fundos, que chegou ao topo do YouTube com mais de 300 milhões de visualizações de seus vídeos de humor.
hOTeL Para hackers
O YahOO! De VOLTa aO JOGO
hOTeL Para hackers
MARISSA MAYER COMPRA 14 STARTUPS PARA INOVAR
COMO FUNCIONAM HOSTELS QUE HOSPEDAM EMPREENDEDORES
Para ilustrar a matéria e a capa da edição, convidamos o ator e humorista Fábio Porchat, um dos sócios da Porta dos Fundos. Thiago listou cinco macetes comuns à maioria dos virais e nosso diretor de arte, Rafael Costa, bolou uma maneira de “vestir” Porchat de forma a ilustrar cada uma dessas dicas. O resultado foram imagens muito divertidas, com Porchat como cientista maluco e ursinho panda ou participando de situações que remetem a seu humor escrachado, como a que decepa o braço com uma motosserra. O ensaio ficou tão bacana que nos levou ao dilema: qual foto escolher para a capa? Daí surgiu a ideia de fazer as duas capas que você vê abaixo. O conteúdo da revista é rigorosamente o mesmo, da primeira à última página. Nada muda, a não ser a foto de Porchat. Então, se seu amigo recebeu uma INFO diferente da sua, não estranhe. Peça para ver a capa.
O YahOO! De VOLTa aO JOGO
Os vídeos de humor da Porta dos Fundos, de Fábio Porchat, foram vistos mais de 300 milhões de vezes
7 / INFO Junho 2013
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R$ 13,90 / ED. 331 / JULHO 2013
R$ 13,90 / ED. 331 / JULHO 2013
QUER TER SEUS PoSTS comPaRTiLhaDoS PoR miLhÕES DE PESSoaS, como FaZ o aToR FÁBIO POrchaT? INFO moSTRa o caminho
COmO viral vira viral
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Não adianta vir com gatinho. Eu sou o cara!
QUER TER SEUS POSTS COMPARTILHADOS POR MILHÕES DE PESSOAS, COMO FAZ O ATOR FÁBIO POrchaT? INFO MOSTRA O CAMINHO
/ katiam@abril.com.br
MARISSA MAYER COMPRA 14 STARTUPS PARA INOVAR
COMO FUNCIONAM HOSTELS QUE HOSPEDAM EMPREENDEDORES info.abril.com.br
os vídeos de humor da Porta dos Fundos, de Fábio Porchat, foram vistos mais de 300 milhões de vezes
No dia 2 de agosto, INFO realizará seu evento anual de tendências, o INFOTrends. A palestra de abertura do evento será feita pelo brasileiro Hugo Barra, vice-presidente mundial do Google responsável pelo Android, e hoje um dos profissionais mais influentes do Vale do Silício. Barra vive desde 1996 nos Estados Unidos, onde se graduou e depois fez mestrado no prestigioso MIT. Começou a trabalhar no Google em 2008, como gerente. Ele falará sobre o futuro da computação móvel. Imperdível. Para conhecer outros palestrantes e a programação do INFOTrends, acesse infotrends.com.br. Boa leitura e até agosto!
COmO viral vira viral
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bem na foto
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Fábio Porchat, de vermelho, com Rafael Costa, o fotógrafo Tomas Susemihl (agachado), Paula Rothman, a produtora Sheila Spago e, atrás, o maquiador Wagner Ribeiro
foto Dulla
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fundada em 1950
VICTOR CIVITA (1907-1990)
ROBERTO CIVITA (1936-2013)
Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Elda Müller, Fábio Colletti Barbosa, Jairo Mendes Leal, José Roberto Guzzo Presidente Executivo: Fábio Colletti Barbosa Vice-presidente de operações e Gestão: Marcelo Bonini Diretor de Assinaturas: Fernando Costa Diretora-Geral de Publicidade: Thais Chede Soares Diretora de Recursos Humanos: Cibele Castro Diretora-Superintendente: Cláudia Vassallo
Conselho Editorial:
Diretora de Redação: Katia
Militello
Redator-Chefe: Juliano Barreto Editores: Airton Lopes, Maria Isabel Moreira, Maurício Moraes Editor Assistente: Marcus Vinícius Brasil Repórter: Paula Rothman Estagiário: Gabriel Garcia Diretor de Arte: Rafael Costa Editor de Arte: Oga Mendonça Designers: Vitor Milito, Wagner Rodrigues Colaboradores: Alessandra Lariu, Dagomir Marquezi, Manoel Lemos Infolab: Luiz Cruz (engenheiro-chefe), Leonardo Veras (analista de qualidade) Estagiários: Thiago Brito, Murilo Manhas Info online Editor: Felipe Zmoginski Editor Assistente: Fabiano Candido Repórteres: Cauã Taborda, Monica Campi, Vanessa Daraya Estagiários: Gustavo Gusmão, Marcelo Venceslau Desenvolvedores Web: Maurício Pilão, Silvio Donegá Produtor Multimídia: Cadu Silva núcleo de Revisão: Ivana Traversim (chefe), Eduardo Teixeira Gonzaga (coordenador), Gilberto Nunes,
Maurício José de Oliveira, Raquel Siqueira, Regina Pereira, Rosana Tanus www.info.abril.com.br
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info.abril.com.br extras twitter.com/_INFO
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traNsFOrmaçãO
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Kutcher interpreta Steve Jobs da juventude à sua morte, aos 56 anos
cINema
enquanto JoBS não vem
Após um ano e meio de produção, Jobs, a cinebiografia sobre a trajetória do fundador da Apple, finalmente está pronta. Como o lançamento mundial foi anunciado apenas para 16 de agosto, INFO reuniu detalhes sobre os bastidores, ima-
gens da reconstrução da primeira garagem da Apple e as críticas de quem já assistiu às cenas do filme. No site, você também confere o primeiro trailer oficial do filme, que mostra a impressionante transformação do ator Ashton Kutcher.
GooGle Glass para motoboy O novo Windows em detalhes
Veja a avaliação completa dos novos recursos do Windows Blue, a atualização do sistema que traz o botão Iniciar de volta.
O fundador da startup russa LiveMap, Andrew Artishchev, explica a INFO como criou um capacete capaz de acessar a internet por comandos de voz e exibir mapas interativos projetados na viseira.
Veja o PC que Pode ser usado Como tablet de 20” 1 Abra o leitor QR Code em seu celular. 2 Foque o código com a câmera. 3 Clique em Ler Código para acessar os conteúdos. Não tem o leitor? Acesse www.leitor.abril.com.br Caso seu celular não seja compatível, digite abr.io/fonepad
Julho 2013 INFO
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/ O que os leitores falam no site e nas redes sociais
facebOOk Google Glass
O Google Glass revolucionará o mundo da tecnologia. Parece até coisa do Steve Jobs. Luciano Ely / Portão [RS]
O mundO pela lente de um GOOGle Glass
Levei um susto ao ver a capa da edição de junho. Está incrível! Não sei onde eu estava nos últimos meses, porque não sabia nada sobre o Google Glass. INFO me atualizou e ainda deu detalhes sobre o que vamos usar no futuro. Marcel Montes / Recife (PE)
Lembram-se do iPad? Como todos o consideravam péssima ideia? Quem tiver a mente aberta para a inovação achará o Google Glass natural e, com o tempo, qualquer pessoa achará estranho não usar um. Michel Wilhelm / Balneário Camboriú [SC]
twitter @oagra1
Quando vi os óculos do Google pela primeira vez, não entendi direito seu funcionamento. Aí veio a INFO e esclareceu tudo, em detalhes, com um bom teste de usabilidade. Gostei muito! Antônio Carlos Matos / São Paulo [SP]
SOS NOKIA
Ao ler a matéria confirmei o que pensava sobre a queda vertiginosa da Nokia no mercado. Se os dirigentes da empresa querem salvar a marca e ter lucro novamente, devem voltar a negociar com o Google e lançar um aparelho com o sistema Android o mais rápido possível. Luís Fernando Santos / Brasília [DF]
VIGILANTES OU VIGIADOS?
Escrevo para parabenizá-los pelo ótimo conteúdo. Adorei as análises feitas por Dagomir Marquezi na coluna da edição de junho. Acredito que estamos mesmo caminhando na direção de uma sociedade com pouca privacidade e concordo plenamente sobre nossas leis serem defasadas. Caio Yonezawa / Itapira [SP]
CONEXÃO ACELERADA
Nos arredores da Arena Castelão deveria ter conexão com a rede 4G, mas nem o celular pega direito. Lucas Barbosa / Fortaleza [CE]
Recebi a @_INFO antes de viajar no fim de semana e as indicações de apps do texto Não Saia de Férias sem Eles me serviram muito bem!
@ghvalente
A capa da @_INFO trouxe uma questão que nos faz refletir: “A wearable computing vai pegar?”
GOOGle plus Acredito que as pessoas estão superestimando esses óculos. São mais um chamariz para assaltos do que um produto revolucionário. Se smartphones chamam a atenção, imagine andar com isso no rosto? Antonio Souza / Espinosa [MG]
10 / INFO Julho 2013
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broncas do mês Compra frustrada
Galaxy congelado
Tentei comprar uma câmera digital no Peixe Urbano, mas o site mostrou uma mensagem de erro informando que a transação não poderia ser finalizada. Dois dias depois, fui surpreendido com a cobrança do produto. Pedi o cancelamento, pois acabei comprando a câmera em outro site, mas eles ofereceram apenas um crédito. Wellington Silva / Olinda (PE)
Após seis meses de uso, meu Galaxy S3 passou a exibir imagens congeladas. Descobri que centenas de pessoas reclamam desse problema. Trata-se de um defeito que causa travamentos quando apps inserem dados na memória. Pedi meu dinheiro de volta, mas a Samsung negou, alegando que meu aparelho teria sido mal utilizado. Edson Cruz / Curitiba (PR)
RESPOSTA DO PEIXE URBANO Informamos que ocorreu um erro no sistema, que logo foi detectado e corrigido. Nosso departamento de relacionamento com o consumidor entrou em contato com o usuário e o estorno da compra foi solicitado à operadora de cartão de crédito.
RESPOSTA DA SAmSUNg A Samsung informa que o consumidor aceitou a proposta feita pela companhia. O caso do consumidor é pontual e não é avaliado como um vício de fábrica. A empresa fica à disposição para quaisquer dúvidas ou necessidades.
Comentário do leitor O dinheiro do pagamento foi estornado pela operadora de cartão de crédito alguns dias depois do combinado no acordo. Mesmo assim, não comprarei mais no Peixe Urbano e vou cancelar minha conta no site.
líderes da bronca
As empresas mais citadas pelos leitores em junho Vivo 17%
Motorola 17%
Samsung 8%
Comentário do leitor Como o aparelho era defeituoso, eles aceitaram devolver meu dinheiro com valor corrigido. Estou satisfeito com a solução, apesar do transtorno de ter de ir várias vezes até a assistência técnica e ao Procon, além das muitas ligações realizadas para a Samsung.
Fale com a Redação Comentários sobre o conteúdo editorial da info e reclamações para Broncas do Mês: contateinfo@abril.com.br. A correspondência pode ser publicada de forma reduzida. Envie seu nome completo e a cidade onde mora. Comunidades Facebook / facebook.com/revistainfo Twitter / twitter.com/_INFO Google+/ google.com/+info Pinterest/ pinterest.com/revistainfo Instagram/ @revista_info Assinaturas assineabril.com (11) 3347-2121 Grande São Paulo 0800-775-2828 Demais localidades Serviço de Atendimento ao Cliente abrilsac.com (11) 5087-2112 Grande São Paulo 0800-775-2112 Demais localidades Loja INFO info.abril.com.br/loja / (11) 4003-8877 lojaabril@vendapontocom.com.br Publicidade Para anunciar na info, ligue: (11) 3037-2302 São Paulo (21) 2546-8100 Rio de Janeiro (11) 3037-5759 Outras praças (11) 3037-5679 Internacional (11) 3037-2300 Fax publiabril.com.br Permissões da INFO Para usar selos, logos e citar qualquer avaliação editorial da info, envie um e-mail para permissoesinfo@abril.com.br. Nenhum material pode ser reproduzido sem autorização por escrito. Venda de conteúdo Para licenciar o conteúdo editorial da info em qualquer mídia: atendimento@ conteudoexpresso.com.br / Para solicitar reprints das páginas: reprint.info@abril.com.br Saiba que /A info não aceita doações de hardware e software nem viagens patrocinadas por fornecedores de tecnologia. Todos os produtos testados no infolab são devolvidos aos fabricantes. / Os artigos dos colunistas não expressam necessariamente a opinião da info.
POR quE lEiO info “info faz a curadoria do que acontece de melhor em tecnologia e negócios, dentro e fora do Brasil” Anderson Thees / cofundador do fundo de investimento
outras 58%
Redpoint e.ventures
Ops! Erramos / O nome correto da jaqueta mostrada na reportagem Seu Corpo É a Interface é NeuroBodyGame.
FOTO RafaEl EvangElista
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Julho 2013 INFO
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O herói
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Gipsy Danger, um dos robôs do filme, tem 88 metros de altura
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o filme nerd do ano
/ Por Marcus Vinícius Brasil
Em CírCulo de Fogo, O dirEtOr dE Hellboy E O dEsignEr das armaduras dO hOmEm dE fErrO unEm fOrças para cOntar a história dE uma épica batalha EntrE rObôs E mOnstrOs gigantEs
Uma fenda
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õreess h l i mde dóla o da
ust é o c ução dego prodlo de Fo Círcu
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aberta no oceano Pacífico cria uma passagem para outra dimensão e liberta monstros gigantes que invadem a Terra para acabar com todos nós. Em muitos filmes, isso seria motivo para um roteiro dramático, com gente fugindo e chorando. Mas em Círculo d e Fogo, novo lon g a-met r age m do diretor mexicano Guillermo del Toro (de Blade 2 e Hellboy), que estreia em 9 de agosto, quem vai correr e chorar são os monstros. As estrelas do filme serão robôs humanoides gigantes, controlados pela mente de duplas de pilotos. Os Jaegers, como são chamados os robôs, ganharam vida com efeitos especiais criados por Shane Mahan, designer das armaduras de Homem de Ferro e de Os Vingadores. Impossível não associar com as séries japonesas de monstros contra robôs gigantes? Del Toro nega qualquer inspiração. O tamanho dos monstros faz referência à pintura O Colosso, atribuída ao espanhol Francisco de Goya. Nas cenas em alto-mar, a xilogravura A Grande Onda de Kanagawa, do japonês Hokusai, serviu de inspiração. Alusões artísticas à parte, será como ver Optimus Prime lutando contra Godzilla. ↙
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/ inFotrends
O mINeIrO HugO Barra é um dOs prOFIssIONaIs maIs INFlueNtes dO Vale dO sIlícIO. VIce-presIdeNte muNdIal dO gOOgle respONsáVel pelO aNdrOId, Barra Falará sOBre O FuturO da cOmputaçãO móVel NO INFOtreNds, eVeNtO da INFO que acONtece NO dIa 2 de agOstO
/ Por Juliano Barreto
S TRend cias / tendên
/ cultura
digita
Mobilidade e inovação Quais serão as interfaces do futuro? Como
usaremos o poder cada vez maior de processamento dos celulares? Questões como essas estão no dia a dia de Hugo Barra, 36 anos, vice-presidente mundial do Google responsável pelo Android, sistema operacional presente em quase 1 bilhão de smartphones e tablets. Barra trabalha para que o Android chegue às TVs, aos eletrodomésticos e aos gadgets de vestir. Antes de desembarcar em São Paulo para a palestra de abertura do INFOTrends, evento da INFO que acontece no dia 2 de agosto, no WTC Sheraton, em São Paulo, Barra concedeu a entrevista a seguir.
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Além do toque na tela, quais serão as interfaces no futuro? Muita coisa ainda não foi inventada na área das tecnologias de controle e de acesso. Trabalho muito com reconhecimento de voz e acredito que teremos aplicações incríveis com base na combinação dessa tecnologia com os sistemas de inteligência. O reconhecimento de voz hoje é usado para tarefas simples. Ele ficará mais interessante quando usarmos para coisas complicadas, que exigem processamento de linguagem natural. Um exemplo: o celular alerta sobre o aniversário de um amigo e você fala que quer comprar um presente. O sistema pergunta quanto você quer gastar e depois apresenta opções de produtos. Isso exigirá uma mudança no modo como usamos o smartphone. O reconhecimento de voz deve ser hands free, ativado por hot words, como no Google Glass, que é ativado quando o usuário fala determinada palavra. A meta é conversarmos com o sistema da mesma maneira que com outra pessoa. Qual é o futuro do software com smartphones cada vez mais poderosos? A capacidade computacional dos smartphones é fenomenal e o crescimento vai continuar. Jogos para celular poderão ter os mesmos gráficos que para PlayStation 3 e Xbox 360. Mais importante que o poder dos processadores será o poder computacional da nuvem. Um exemplo é o Google Brain, tipo de data center que simula o poder computacional do cérebro. Isso vai abrir portas incríveis para serviços inteligentes. Até onde o sistema Android chegará? Veremos o Android chegar às TVs, aos eletrodomésticos, aos carros e aos vários dispositivos de computação vestível.
para inspirar
Conheça alguns dos palestrantes do InFotrends
WesLey BarBosa
donaLd Chesnut
[Baidu] “A Inovação Que Vem da China” o Baidu é conhecido como o google chinês por liderar as buscas no país. Mas a empresa tem projetos que vão de apps para celulares de baixo custo a óculos conectados. para falar sobre China e inovação, INFO convidou Wesley Barbosa, senior business development manager do Baidu.
[SapientNitro] “Como Construir uma Marca Baseada na Experiência do Consumidor” entender por que um produto vende mais do que outro é só o começo do trabalho de donald Chesnut, líder global de design de experiências da agência sapientnitro. ele trabalhou com empresas como disney e unilever e falará sobre construção de marca.
Gerd Leonhard
ashWini KarandiKar
[The Futures Agency] “O Futuro da Mídia, da TV e da Publicidade em uma Sociedade Conectada” apontar tendências é o negócio da the Futures agency, consultoria que ajuda empresas a entender os desafios e as oportunidades que surgirão numa sociedade em rede. o alemão gerd leonhard é fundador e presidente da agência.
[Amnet Group] “Publicidade em Tempo Real. Como a Tecnologia Reinventa a Compra de Mídia” presidente global da amnet, plataforma digital de negociação de mídia do grupo aegis Media, a indiana ashwini trabalha para transformar as novas oportunidades trazidas pela cultura digital em resultados. Falará sobre publicidade e tecnologia.
Para saber como ParticiPar e ver a Programação comPleta do iNFotreNds, acesse INFOtreNds.cOm.br
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/ Genética
uma plaNta IlumINada PrOjeTO POlêmicO FinanciadO Pela inTerneT alTera O dna de um vegeTal, que Passa a emiTir luz
≥ POr Gabriel Garcia
Fases do projeto
Pesquisadoresamericanos alteraram
1
o DNA da herbácea arabdopsis, inserindo cadeias genéticas características de bactérias que possuem o gene da luminescência. Resultado: uma planta que brilha no escuro. Sua capacidade de iluminar ainda é pequena, mas a meta é ambiciosa. “Queremos que plantas substituam lâmpadas, iluminando estradas”, diz Antony Evans, coordenador da equipe. O projeto é polêmico. Grupos contrários alertam para a contaminação de outros vegetais. “Genes impedem o crescimento da planta em ambientes não controlados, eliminando os riscos”, afirma Evans. Os cientistas arrecadaram 484 mil dólares no Kickstarter, valor sete vezes maior que o mínimo necessário para o projeto.
por um netflix melhor
Três serviçOs que ajudam a curTir melhOr Filmes e séries 16 / INFO Julho 2013
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O software produz uma sequência de DNA com os genes da luminescência, semelhantes aos de bactérias e moscas
2
A sequência é inserida na cadeia genética da planta, que a replica em seu novo DNA
3
A primeira versão da planta consegue iluminar até 5 lúmens, 1/50 da capacidade de uma lâmpada de 40 watts
em cartaz
Para ver dePois
QUaLidade mÁXima
O site de cinema imdb traz uma lista atualizada dos últimos vídeos adicionados à versão brasileira do netflix abr.io/listaflix
quer montar uma playlist com os próximos filmes e séries que vai ver? instale a extensão netflixq no chrome abr.io/playflix
existe uma opção para garantir sempre a maior qualidade de imagem. ela fica meio escondida, mas há um atalho abr.io/bandaflix
FOTO divulGação ilusTrações evandro bertol
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/ Gadgets
UM relógio inteligente
Inovação no pulso
≥ Por Rob Temple
O sucesso do relógio Pebble, um projeto independente
que recebeu 10 milhões de dólares em financiamento no site Kickstarter, fez com que os analistas de tecnologia apontassem 2013 como o ano dos smartwatches. Apple e Samsung vão entrar nessa onda? Veja, ao lado, como os modelos evoluíram.
1972
Hamilton Pulsar P1 Primeiro relógio digital a chegar ao mercado
1983
Casio databank Cd-40 Trazia uma calculadora completa, com teclado
1992
timex indiglo Estreou o recurso backlight, para ver horas no escuro
2003
Polar s625x Detectava a distância e a velocidade na corrida
À espera do iWatch
o Galaxy Watch vem aí?
Analistas de mercado acreditam que a Apple terá um relógio inteligente sobre uma superfície curva, feita com vidro reforçado, do tipo Gorilla Glass. A empresa registrou patentes que confirmam a suspeita. Há também boatos de que o relógio funcionaria com uma versão ligth do ioS e com um programa para a prática de esportes, como o Nike+.
o modelo acima apareceu em um site coreano de boatos sobre gadgets, no início do ano. No formato de bracelete, o relógio teria tela de 1,5 polegada e um sistema parecido com o Windows 8. Especulações dão conta de que o aparelho seria a evolução do projeto Proxima, pulseira equipada com uma tela destacável exibida pela Samsung há quatro anos.
2009
lg gd910 Celular em formato de relógio, com câmera digital
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Pebble Financiado por fãs, interage com sistemas Android e ioS Julho 2013 INFO
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/ Mobilidade
ios 7
android 4.2.2
O INFOlab COmpaROu O aNdROId maIS RECENtE à pRóxIma vERSãO dO iOS. vEja OS pONtOS FORtES E FRaCOS dOS dOIS SIStEmaS móvEIS maIS uSadOS NO muNdO ≥ IluStRaçãO kadu doy FACILIDADE DEUSO USO FACILIDADE DE O excesso de informações e as várias opções para realizar as mesmas tarefas podem confundir iniciantes
O iOS ganhou novos ícones e recursos que tornam a navegação entre os menus ainda mais fluida e rápida
BArrA DE nOtIFICAçõES Seus alertas interagem com os apps, agilizando tarefas como responder e-mails
Reformulada, a barra ganhou integração com os aplicativos e mostra informações como as condições do tempo e do trânsito
tELA InICIAL Com a tela travada, o sistema permite ao usuário interagir com vários tipos de notificação e usar atalhos para apps
Com um gesto, exibe a Central de Controle, barra que traz atalhos para acionar funções do aparelho, como o Wi-Fi
mULtItArEFA Exibe uma lista vertical com miniaturas das telas dos apps abertos e permite criar atalhos para usar os programas na tela inicial
Exibe lista horizontal organizada de apps abertos e permite abrir novos programas na mesma tela
nAvEgADOr O Chrome sincroniza os favoritos com o navegador do desktop e facilita o uso de serviços do Google
O Safari ganhou um espalhafatoso modo de mostrar as abas e traz função para armazenar senhas com segurança
CâmErA Cada fabricante usa um software diferente, o que traz variedade de recursos. No Galaxy S4, o app cria montagens
O app da câmera ganhou filtros, no estilo Instagram, e recebe controles por meio de gestos na tela
rESULtADO
4X2
ConClusão_ após seis anos com a mesma forma, o novo iOS ganhou melhor usabilidade, com a adição de bons recursos e um visual mais simples. mas o android vence o comparativo por explorar melhor as possibilidades do hardware dos smartphones.
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Nos testes, o android 4.2.2 foi usado em um smartphone Galaxy S4, da Samsung. ainda em versão para desenvolvedores, o ioS 7 foi testado em um iPhone 5. Foram avaliadas a facilidade e a praticidade das novas funções.
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/ Consumo
Tira o olho, Obama!
A luz que não ApAgA
espanhol cria lâmpada qUe não qUeima como Forma de proTesTo conTra prodUTos FeiTos para dUrar poUco ≥ por gabriel garCia
Sua casa pode nunca ser iluminada por uma lâmpada Belenus, mas a discussão que ela levantou certamente fará você pensar. O empresário espanhol Benito Muros, 46 anos, construiu a Belenus para não queimar nunca. É o oposto do conceito da obsolescência programada, técnica da indústria para criar produtos que precisam ser trocados rapidamente. “Os produtos têm uma vida útil propositalmente diminuída para que as pessoas comprem cada vez mais”, diz Muros. Vendida por 27 euros, a lâmpada Belenus utiliza uma fonte de energia que dribla variações repentinas de tensão e sua temperatura não passa de 105 graus Celsius, evitando, assim, as principais causas de problemas. Muros diz que recebeu ameaças de morte e que seu produto sofre boicote. Nada que o desestimule. “Construiremos uma geladeira e uma lavadora nesses moldes. Preciso seguir em frente com ainda mais força.”
FoTos divulgação ilUsTrações evandro bertol
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6 mil
incanDescente
50 mil
Halogênio
15 mil
leD
flUorescente
quaNtas hOras dura uma lâmpada
Três dicas para driblar o prism, programa de vigilância criado pelo governo americano
Busca confidencial você pode trocar o google pelo duckduckgo (abr.io/duck), buscador que permite consultas anônimas e não registra dados sobre o local dos usuários
carta lacrada o prism pode investigar os serviços de webmail, que guardam as mensagens nos servidores das empresas. Uma alternativa, então, é baixar a correspondência com um programa como o Thunderbird, da mozilla, e encriptar os textos com o complemento enigmail (abr.io/enigmail)
navegação com segurança browsers costumam deixar rastros mesmo no modo anônimo. o programa Tor (abr.io/3aVU) redireciona esses dados para vários servidores, dificultando o monitoramento online dos usuários
2,5 mil Julho 2013 INFO
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/ Apps que valem a pena
AplicAtivos do mês / POR FAbiAno CAndido
iPhONe
iPad
blaCkberry
Marbly O PAI DE TETRIS, Alexey Pajitnov, está de volta com um novo quebracabeça. Desta vez, o objetivo é unir esferas em jogadas semelhantes às do xadrez. Para iOS 5.0 ou superior / Grátis
The FOOTball PlaybOOk BRINQUE DE FELIPÃO ao montar jogadas de ataque e simular chances de gols após tabelas e chutes em fases que vão crescendo em dificuldade. Para iOS 5.0 ou superior/ Grátis
F1 CONNeCT EM TEMPO REAL, exibe as informações das corridas da F1, como o piloto mais rápido, quem está nos boxes e as posições de cada equipe durante a prova. Para BlackBerry 10 ou superior / 1 dólar
FaCeTuNe COMO UM PHOTOSHOP em versão simplificada, este app remove imperfeições em imagens de rostos, deixando a pele mais lisa e os dentes mais brancos. Para iOS 5.0 ou superior / 3 dólares
PrOCreaTe CRIA ILUSTRAÇÕES usando camadas de imagens e oferece dezenas de pincéis para desenhar. Pode ser usado por artistas iniciantes sem dificuldades. Para iOS 6.0 ou superior / 5 dólares
360 PaNOraMa USA IMAGENS para montar uma foto em 360 graus. Conta com recurso que faz imagens panorâmicas de grandes paisagens automaticamente. Para BlackBerry 10 ou superior / 3 dólares
FlICkr REMODELADO, o aplicativo ganhou opções para aplicar filtros e editar imagens. Outro atrativo é o 1 terabyte de espaço para salvar imagens na web. Para iOS 4.3 ou superior / Grátis
TrIPshare ORGANIZA VIAGENS com recursos para encontrar hotéis, traçar roteiros de passeios e sugerir restaurantes. Ideal para quem quer economizar nas férias. Para iOS 5.1 ou superior / Grátis
GadGeT bOx SIMULA FERRAMENTAS no celular, que pode ser usado como lanterna, medidor de nível e ângulo, além de régua, bússola e gerador de código morse. Para BlackBerry 10 ou superior / 2 dólares
aNdrOId / Celular
aNdrOId / Tablet
WINdOWs PhONe
aPPGráTIs TODO DIA INDICA um aplicativo pago para ser baixado com desconto ou mesmo de graça. O programa oferece desde games até aplicativos famosos. Para Android 2.3 ou superior / Grátis
ClueFul ANALISA OS RISCOS que os apps instalados no tablet podem trazer à segurança de seus dados e dá dicas de proteção contra malware. Para Android 2.2 ou superior / Grátis
INsTaNCe SEM INSTAGRAM no WP? Sem problema. Este app traz filtros para deixar as imagens mais bonitas e publica suas fotos na rede social do programa. Para WP 7.5 ou superior / 1 dólar
aTOOMa DESLIGAR O WI-FI ao sair de casa ou silenciar alarmes na sala de aula são apenas duas das tarefas que este app pode automatizar no sistema Android. Para Android 2.2 ou superior / Grátis
blITz brIGade NAS PARTIDAS ONLINE deste jogo de tiro é possível jogar contra amigos ou desafiar até 12 usuários ao mesmo tempo. Ótima opção para fãs de shooters. Para Android 2.3 ou superior / Grátis
exPlOra 3 SUBSTITUTO para o IE Mobile, este navegador exibe páginas em tela cheia e tem integração com as redes sociais mais populares, como o Facebook. Para WP 7.5 ou superior / Grátis
sNuGle TruCk ACELERAR por uma estrada cheia de obstáculos é o objetivo deste game. O desafio é chegar ao fim da pista sem perder a carga de animais fofinhos. Para Android 4.0 ou superior / 4 dólares
Week CaleNdar CALENDÁRIO que usa os dados do Google Agenda e do Microsoft Exchange. Tem função para o ajuste automático do fuso horário dos eventos. Para Android 2.3 ou superior / 2 dólares
serIes NOTIFIer É FÃ DE SERIADOS? Experimente este aplicativo para não perder a data e o horário de exibição dos novos episódios. O programa também mostra trailers. Para WP 7.5 ou superior / Grátis
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/ Vivendo em Beta
Um algoritmo será seu novo chefe Você já ouviu falar em workforce science? Trata-se de uma forma inteligente e automatizada de encontrar os melhores profissionais
O
utro dia conheci o site workingnotworking.com, que publica um calendário com freelancers que estão livres para trabalhar. Além do calendário, o site mostra portfólios e recomendações de profissionais de criação. Comentei com minha sócia que serviços como esse poderiam ameaçar a comissão e o emprego de recrutadores, e ela respondeu: “Você ainda não viu nada. Dá um Google na expressão workforce science”. Foi o que fiz. Depois de estudar bem o assunto, concluí que abri a empresa errada. Deveria ter me juntado a Bright.com, TalentBin.com, AfterCollege.com, RemarkableHire.com e Gild.com e entrar nessa tal da ciência do RH. Inspirada na noção de big data, a workforce science é diferente das ferramentas usadas em sites como Catho.com, onde vagas de trabalho são procuradas usando-se palavras-chave. A workforce science analisa dados inusitados para combinar vagas e empregadores com candidatos perfeitos. Quer um exemplo? Se a Microsoft precisa contratar um programador especializado em Android, pode colocar um anúncio em um site de empregos e pagar recrutadores para checar centenas de currículos. Ou pode usar
o Gild.com e, por uma taxa pequena, achar o candidato perfeito para a vaga. Neurocientistas, programadores, psicólogos e recrutadores juntaram-se para criar empresas com algoritmos que investigam habilidades que vão além daquelas listadas no currículo. Esses algoritmos levam também em conta a classificação da pessoa nas redes sociais e o tipo de linguagem que usa online. Aparentemente, a maneira como nos expressamos pode dizer se temos uma atitude positiva ou negativa, se somos introvertidos ou extrovertidos, e ajudar a listar todas as qualidades que só aparecem durante uma entrevista face a face. Isso se alguém chegar a esse estágio, porque, na maioria das vezes, recrutadores descartam candidatos que têm um potencial enorme sem lhes dar a chance de chegar até a entrevista. Veja o caso do programador Jade Dominguez. Segundo um artigo sobre workforce science publicado no jornal The New York Times, Dominguez nunca completou o segundo grau, nunca teve emprego na área de programação e ainda estava com dívidas. Qualquer caça talentos o teria rejeitado na hora. Mas o que o ser humano não sabe — e que o algoritmo descobriu — é que Dominguez começou a fazer programação porque estava entediado e virou um guru para desen-
AlessAndrA lAriu
volvedores nas redes sociais. Um código que ele escreveu foi copiado por outros 1 267 programadores. Ele teve uma oferta de trabalho de 115 mil dólares anuais. Nada mau para o primeiro emprego. De acordo com esse novo conceito, dados como trabalhos anteriores e educação não são os indicadores mais exatos para avaliar futuros funcionários. Apesar de essa nova ciência estar na infância, o futuro parece promissor para candidatos e empresas. Mas não tanto para os recrutadores, que podem perder a fama de agentes matrimoniais para empregos. Isso não é exagero. Até o site de relacionamento eharmony.com já está transformando seu algoritmo para ter candidatos à procura de vagas. A workforce science é interessante porque examina tanto o passado dos profissionais quanto seu potencial futuro. Em tempos de recessão, preencher vagas de maneira inteligente não só ajuda os indivíduos e as empresas mas também estimula a economia do país. Então, se alguém quiser abrir uma startup de workforce science no Brasil, estou dentro. ↙
Alessandra Lariu, 40 anos, é publicitária e cofundadora do site SheSays, que ajuda mulheres a entrar na carreira de criação digital. Empresária, ela mora em Nova York.
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/ BizTech
Uma silenciosa Revolução Industrial Depois do software e da internet, empreendedores voltam-se para o hardware e começam a criar engenhocas eletrônicas inovadoras
N
e s t e exato momento, uma mistura explosiva e transformadora está dando início a uma nova Revolução Industrial. Muitos dos produtos que usamos no dia a dia estão nascendo das mãos de empreendedores e fuçadores que hackeiam o mundo das coisas físicas. Semelhante ao que aconteceu nas últimas décadas com software, em que tudo de que se precisava para pôr uma ideia em prática era um computador e uma conexão à internet, agora é possível também fazer isso com hardware. A peça central é a popularização de pequenos microprocessadores — muitos deles parecidos com os que dão a vida a nossos computadores — que agora podem ser usados de maneira simples para a construção das mais diversas engenhocas eletrônicas. Apesar de já existirem há décadas, nos últimos anos vimos como eles caíram no gosto popular e consumiram o tempo de milhares de amadores pelo mundo. Primeiro, ocorreu uma queda dos preços desses componentes, acompanhada do aumento das capacidades de processamento e armazenamento. Depois, passaram a ser incorporados em plataformas de desenvolvimento
baratas, que tornaram simples a tarefa de programá-los. A internet tornou-se plataforma para a troca de conhecimento. E a coisa explodiu. Os principais representantes desse fenômeno são as plataformas Arduino e Raspberry Pi. O Arduino (arduino.com.br) nasceu na Itália, em 2005, como solução barata para a criação de projetos interativos de estudantes. Em meados de 2011 já tinham sido vendidas mais de 300 mil unidades, que foram usadas em projetos que vão de simples trabalhos de escola ao controle de impressoras 3D e drones. Custando pouco mais de 20 dólares nos Estados Unidos na versão popular, o Arduino está ao alcance de todos. Para começar a brincar é preciso conectar o computador ao dispositivo por um cabo USB, instalar o ambiente de desenvolvimento, que pode ser baixado gratuitamente, e procurar um bom tutorial na internet. Gaste um pouco mais de tempo e de dinheiro, conecte outros componentes, como sensores e motores, e você pode ter o próximo gadget do momento. Adicione um módulo de conexão Ethernet e seu projeto pode fazer parte da internet das coisas. O Raspberry Pi (raspberrypi.org) é um projeto um pouco mais sofisticado, que nasceu para incentivar crianças a aprender a programar. Trata-se de
Manoel leMos
um computador completo em uma pequena placa. Custa cerca de 40 dólares nos Estados Unidos e tem saída HDMI, conexão Ethernet, meio mega de RAM, portas USB e outras conexões. Poderoso e rodando versões customizadas de Linux e Android, ele pode ser usado para transformar simples TVs em TVs conectadas, construir emuladores de videogames e até mesmo roteadores. Misture isso à proliferação de impressoras 3D e à incrível disponibilidade de capital para financiar projetos por meio de crowdfunding e temos uma silenciosa Revolução Industrial. Inventores estão criando os gadgets que sempre desejaram e publicando seus projetos na internet. O Arduino e o Raspberry Pi são só dois representantes dessa florescente fauna eletrônica. Dezenas de outras plataformas surgem com diferentes vocações. O que vemos é a ponta do icerberg. Se a onda do software e da internet trouxe gigantes como a Microsoft e o Google, mal posso esperar para ver o que vem por aí. E você? ↙
Manoel Lemos, 37 anos, é engenheiro da computação, especialista em supercomputação, empreendedor, investidor em tech startups e diretor-geral digital da Abril Mídia. É apaixonado por mergulho com tubarões.
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/ Cérebro Eletrônico
As estantes estão em extinção Por que ainda temos Cds, dVds e livros se o que precisamos cabe no iPad, no PC ou no celular? Está na hora de desapegar
C
omo encaixotar uma vida? Qual a dor de colocar suas memórias em um sacão de plástico preto e largá-las na rua para o lixeiro? Estas foram perguntas que fui obrigado a responder há dois meses, quando fui morar em um apartamento menor e passei dias difíceis olhando para minhas pilhas de CDs e de DVDs e para as estantes lotadas de livros. O que preservar? O que dispensar, provavelmente para sempre? Não tinha escolha. Era encolher ou encolher. Ao separar as coisas que deveria jogar fora, meus olhos passaram por um resumo caótico da minha vida. Boletins escolares, discos de vinil autografados, a primeira passagem para Nova York, minha foto no jornal com o presidente do Senado, o guardanapo de um bar no Caribe. Além disso, precisava me livrar de restos nostálgicos de tecnologias obsoletas. Eram CD-ROMs, players de MiniDisc, cabos inúteis, Zip drives, pendrives com parcos 512 Kbytes de espaço, disquetes de conteúdo obscuro, discos rígidos misteriosos. Também encontrei impressoras quebradas, scanners travados, cartuchos de tinta ultrapassados, meu primeiro CD player, da japonesa Sony. 26 / INFO Julho 2013
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Havia muito papel, muito mesmo. Roteiros, recortes, documentos, as cartas de uma ex-namorada. Luz Negra, o romance que não terminei de escrever. Papel sem-fim degradando, mofando, um repasto de ácaros famintos. Cada minuto com aqueles papéis era um passo a mais em direção ao apagamento da memória. Mas não podia carregar aquela carga no lombo pelo resto da vida. Acabei levando para minha nova casa uma fração de meus objetos. Levei também a consciência de que não preciso de tanta coisa na vida. Cada vez mais o que preciso está disponível no meu computador, no meu iPad e no meu celular. Livros, revistas, músicas e vídeos não precisam mais de estantes. Acho até que num futuro próximo não precisaremos mais transportar móveis de um lado para o outro em caminhões. As velhas estantes serão recolhidas para reciclagem. Assim como armários, mesas e cadeiras. Para a nova residência, elas serão reconstruídas em impressoras 3D. Com algumas diferenças. Vai ser possível adaptar seus móveis ao tamanho e às condições de seu novo apartamento ou casa. De tudo o que tinha no antigo apartamento, três quintos foram parar em sebos, nos centros de reciclagem, na casa de meus amigos ou sim-
Dagomir marquezi
plesmente no lixo. Um quinto está na garagem da minha tia Hermínia. E o quinto mais urgente e importante coube em duas malas e oito caixotes. Estou acompanhando o que pode ser uma boa tendência, o downsizing. Não precisamos de tantas coisas assim quanto o que costumamos acumular numa vida de compras e apego. Não estou aqui falando de postura ideológica ou religiosa. É apenas a racionalização necessária para uma era, como naquele sucesso do Red Hot Chili Peppers, Give it Away. Entrega. Desapega. Viva com menos. Para esse downsizing, nada contribuiu mais do que a tecnologia. Tudo o que podia ser miniaturizado foi encolhido e continua encolhendo. A digitalização fez sumir o peso das mídias físicas. Precisamos agora é de um aperfeiçoamento dos scanners. Para acelerar a digitalização dessa imensa papelada que deixamos no nosso rastro. Despojados, destruiremos menos os recursos naturais e ocuparemos menos espaço. A era digital nos levará a uma vida cada vez mais leve. E mudanças terão outro significado em nosso vocabulário. ↙
Dagomir Marquezi, 60 anos, dividiu sua vida entre o jornalismo e a ficção. Escreveu novelas, musicais e roteiros de cinema. Há 15 anos acompanha a tecnologia em sua coluna na INFO.
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/ Inside Information
A revolução digital e a Invernada Tupiniquim O que impressiona nas manifestações de junho é a semelhança com a web. Anônimo, sem intermediários e anárquico, o movimento é a cara da era digital
Q
uando Tim Berners Lee desenvolveu a World Wide Web (ou web, para os mais íntimos), sua intenção era criar uma plataforma por meio da qual cientis tas pudessem se comunicar e trocar infor mações e experiências, algo muito impor tante e necessário na vida acadêmica. No entanto, o surgimento da web trouxe bem mais do que se esperava inicialmente. Esse potencial da web foi brilhante mente capturado por Manuel Castells, que, em uma trilogia denominada Internet Galaxy, descreveu o potencial da rede e as possíveis consequências de um mundo conectado por meio de um mesmo protocolo de comunicação. A mensagem de Castells e de outros era que entraríamos na era das redes e que ela mudaria a maneira como iríamos nos comunicar, divertir, trabalhar, fazer negócios, aprender e fazer política. Para esses estudiosos, o computador seria a rede, e a rede seria a própria mensagem. Tanto isso era verdade que, a partir do ano 2000, os sistemas ba seados na internet passaram a ser adotados pela administração públi ca, no que se convencionou chamar de governo eletrônico. Depois entrou em cena uma nova área denominada
e-participation (ou participação eletrô nica), que visava, e visa até hoje, enten der como a tecnologia da informação e comunicação (TIC) e a web podem propiciar movimentos sociais, como Primavera Árabe e Occupy Wall Street. Trazendo tudo isso para o Brasil em junho de 2013, podemos afirmar que essa era chegou aqui. O que se vê é a transposição da web para o asfalto. Uma enorme quantidade de pessoas descobre que, sem intermediários, sem liderança formal, sem governança preestabelecida e no anonimato, tudo pode ser dito e postado. Se você ain da não está convencido de como esse movimento, denominado aqui Inver nada Tupiniquim, é a cara da web, va mos a algumas perguntas sobre ele: Como é sua governança? Quem manda, quem obedece? Quem o controla? Quem define o que pode ser dito? A quem os manifestantes têm de pedir permissão para participar? Se ainda não notaram, essas são exatamente as características da web. O que as pessoas perceberam é que não existe mais a necessidade de intermediários para que seus pleitos se jam ouvidos, aqui e em outros lugares. O gatilho (ou trigger) da Invernada Tupiniquim foi o aumento das passa
Luiz Antonio JoiA
gens de ônibus. Mas o aumento, sozi nho, não teria condição de produzir algo tão grande como o que vemos hoje. Assim, com a ajuda do Movimento Passe Livre (ptbr.facebook.com/passe livresp), o gatilho disparou a Invernada Tupiniquim. Além disso, o trigger se acoplou à reação desproporcional da po lícia aos manifestos conclamados pelo MPL na web, à recusa inicial dos gover nantes em negociar o aumento, ao início da Copa das Confederações, à prepotên cia dos dirigentes da Fifa, à vaia recebi da pela presidente da República em um estádio de futebol de Brasília. Tudo isso mediado e amplificado pela possibilidade de as pessoas enxer gar, em tempo real, o que ocorria nas ruas, comentar os acontecimentos em suas páginas na web, postar seus co mentários e indignações nas redes so ciais, filmar os eventos com seus celula res e disponibilizar seus filmes na rede. É óbvio que nada disso teria ocor rido se não houvesse, numa grande parte da população, um represamen to crescente de frustrações, liberadas tal qual a energia contida em um ter remoto, um vulcão ou um tsunami. Todos sabemos que a web é anár quica. Anarquia entendida aqui como a capacidade de se autogerir ou governar. Quem é o dono da web? Quem a controla?
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são paulo, 17 de junho Manifestantes no largo da Batata, na zona oeste da capital, em protesto marcado pelo Facebook
A resposta é simples: ninguém e todos ao mesmo tempo. Esse é o movimento mediado pela web mais anárquico que o mundo já viu. Portanto, é o movimento no asfalto que mais simula o ambiente virtual de nossos computadores, celulares, smartphones e tablets. As pequenas mensagens trazidas em cartazes pelos manifestantes são os 140 caracteres do Twitter; as centenas de abaixo-assinados criados na web são os plebiscitos e os referendos de que tomamos parte no atual sistema eleitoral. É a web criando vida e tornando-se real. Pode-se também perceber algo de novo na própria cobertura televisiva da Invernada Tupiniquim. A maior parte dos vídeos passados pelos noticiários na TV é feita pelos próprios manifestantes, que os produzem e postam na web. Os anônimos são, portanto, prota-
FOTO luiz maximiano
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gonistas de si mesmos. Mais uma vez, dispensam os intermediários. Assim, o que mais impressiona nesse movimento é sua enorme semelhança com a web. Muito mais do que as outras manifestações analisadas e estudadas pelos acadêmicos de e-participation, a Invernada Tupiniquim é a cara da era digital. Estamos, assim, no melhor dos mundos e no pior dos mundos. No melhor porque os cidadãos descobriram que não precisam de políticos intermediários para reclamar seus direitos. Descobriram que a web lhes permite participar, de forma libertária, anônima e direta, de uma democracia digital que dispensa intermediações. Mas estamos também no pior dos mundos. Como lidar com um movimento que não tem pauta de reivindicação ou processo de governança?
Não à toa, governos e políticos estão tontos. É claro! Nunca nenhum país teve de lidar com uma situação dessas. A internet é neutra e apartidária. Mas pode ser um ator protagonista cada vez mais importante de demandas e movimentos sociais. É isso que seria interessante, didático e pedagógico que o governo compreendesse. Assim, quanto mais pessoas incluídas no mundo digital, mais contas o governo terá de prestar a essas pessoas, e mais conscientes elas ficarão de que, mais do que estatísticas, são cidadãos de um mundo verdadeiramente real, e não digital. ↙
Luiz Antonio Joia, 57 anos, é professor adjunto da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Coordena o e:lab – Laboratório de Pesquisa em Governo e Negócios Eletrônicos da Ebape/FGV.
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a força de Marissa
no comando há um ano, marissa mayer coloca o desacreditado yahoo! de volta ao jogo. sua estratégia: comprar startups para absorver talentos e acelerar a inovação
≥ Por Juliano Barreto
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Arrojo e LIDerANÇA
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Ex-Google, Marissa Mayer, 38 anos, completa neste mês um ano como presidente do Yahoo! Ela reestruturou a empresa, tenta aproximar a marca dos jovens, ao comprar serviços como o Tumblr, e agora aposta na mobilidade
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foto AFP ImAgeForum
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Em maio do ano passado o Yahoo! afastou seu então pre-
sidente, Scott Thompson, 55 anos, em meio a um fugaz escândalo corporativo. Thompson fizera um bom trabalho no PayPal, empresa que presidiu de 2005 a 2012, e tinha carta branca dos acionistas para colocar ordem no Yahoo! após uma desastrada administração de Carol Bartz, ex-Autodesk, contratada a peso de ouro e demitida por telefone. Thompson ficou 130 dias no Yahoo!, demitiu 2 mil funcionários e caiu ao ser acusado de ter falsificado o currículo com um curso de ciência da computação que nunca fez. Àquela altura, ser presidente do Yahoo! parecia uma péssima escolha de carreira para qualquer executivo. Não para Marissa Mayer. A americana de 38 anos sempre se destacou no Vale do Silício pela beleza e pela enorme dedicação ao trabalho. Funcionária número 20 do Google, Marissa trabalhava, em média, 13 horas por dia, incluindo sábados e domingos, e tornou-se a primeira mulher engenheira a chegar ao cargo de vice-presidente em pouco mais de uma década. Ao assumir o Yahoo! em julho de 2012, aos 37 anos e grávida, Marissa tornou-se também a mais jovem presidente entre as 500 maiores companhias nos Estados Unidos.
Um ano depois, Marissa começa a provar que tem um plano consistente para reanimar o Yahoo!, após anos de resultados abaixo do esperado e de confusões que arranharam a imagem da empresa. Durante um evento sobre inovação em Nova York, em maio, Marissa afirmou que seu objetivo agora é colocar o Yahoo! em cada smartphone, tablet e PC do mundo. Exagero? Pode ser, mas uma coisa é certa: o Yahoo! voltou para o jogo. A empresa quer estar em todos os gadgets com aplicativos para ler notícias, fotografar, enviar e-mails, descobrir restaurantes, conversar com amigos ou ainda checar as cotações de ações, a previsão do tempo ou o resultado dos esportes.
que não eram obtidos há sete anos (veja quadro na página 35). “Há um ano, quando uma startup de sucesso recebia proposta de compra, era quase certo que essas ofertas vinham do Google, do Facebook ou mesmo da Apple. O Yahoo! não estava nessa lista”, afirmou a INFO Oren Raviv, analista sênior de tecnologias emergentes do instituto de pesquisas IDC. “Marissa reacendeu o espírito vencedor do Yahoo! e o recolocou como uma das forças do mercado.” Para isso, a gestão da nova presidente promoveu uma reorganização de fora para dentro, buscando inspiração em sua experiência de 13 anos no Google, onde participou da criação de serviços como Gmail, busca, mapas e notícias. Sua primeira decisão de peso no Yahoo! foi a venda, por
A reestruturação promovida por Marissa Mayer começa a reposicionar o Yahoo! como uma das forças do mercado de internet
Após três anos fora, o Yahoo! voltou à lista das 100 marcas mais valiosas do mundo. O ranking feito pela consultoria britânica Millward Brown colocou a empresa em 92 o lugar, com valor de mercado estimado em 9,8 bilhões de dólares. As ações também reagiram, alcançando valores
7,1 bilhões de dólares, de metade da participação que a empresa detinha no Alibaba, um portal chinês de serviços online. A medida gerou condições financeiras para a reformulação.
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A comprA de 15 startups no último Ano reflete A pressA que o yAhoo! tem de AprimorAr seus AplicAtivos
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Dos nove funcionários da startup Stamped, cinco trabalharam no Google com Marissa
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A PRimeiRA
Não deve PARAR PoR Aqui
As aquisições de Marissa Mayer ainda não acabaram. O Yahoo! quer agora fortalecer a divisão de vídeo. O serviço Hulu é apontado como possível alvo
Marissa eM ação
As Atitudes dA presidente pArA resolver problemAs Problema: baixa produtividade. Ação: fim do trabalho remoto. Resultado: a volta dos funcionários ao escritório integrou a equipe. Os times do Yahoo! Weather e do Flickr, por exemplo, trabalham na mesma sala. O aplicativo para previsões do tempo passou a usar as fotos publicadas no Flickr como imagens de fundo.
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Problema: falta de liderança. Ação: contratar ex-funcionários. Resultado: profissionais com passagens pelo Yahoo! voltaram à empresa ocupando cargos melhores e com novas tarefas. Além da experiência e da facilidade de adaptação, eles levaram projetos próprios, como o aplicativo mobile Jybe.
Problema: fuga de talentos. Ação: compra de startups. Resultado: boa parte das mais de 20 empresas adquiridas pelo Yahoo! é formada por jovens promissores. A inovação que os jovens levam ao Yahoo! é mais valiosa que os produtos que criaram. Muitos dos apps comprados serão continuados.
Problema: imagem desgastada. Ação: rejuvenescer a marca. Resultado: um novo escritório em Nova York, o anúncio de um app para o Google Glass e festas de lançamento são algumas das medidas de Marissa para mostrar que a marca voltou a ser associada com as últimas tendências.
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Marissa atacou, então, dois problemas antigos e crônicos: a fuga de talentos e as aquisições sem planejamento. No passado, o Yahoo! gastara muito dinheiro comprando empresas apenas para bloquear a concorrência, sem um plano sério para integrá-las a seus serviços. Foi assim, por exemplo, com o álbum de fotos online Flickr e com o agregador de sites favoritos Delicious, duas estrelas da web 2.0. “Depois da
Enquanto a direção apostava em aquisições milionárias, os principais talentos da empresa fugiam para a concorrência. A ascensão do Google está diretamente ligada à decadência do Yahoo! Muitos engenheiros experientes migraram, atraídos pelo sucesso crescente da empresa de busca criada por Larry Page e Sergey Brin. Para conquistar talentos jovens e inovadores, Marissa Mayer passou
Os consumidores ainda associam o Yahoo! a uma marca cansada, mas isso deverá mudar quando as startups compradas começarem a se destacar
compra do Flickr, em 2005, perguntei aos americanos o que seria feito com o Yahoo! Photos. Eles responderam simplesmente que não fariam nada, que os serviços seriam concorrentes”, diz René de Paula Júnior, responsável pela área de produtos do Yahoo! Brasil de 2005 a 2007. Além da falta de planejamento, o tamanho da empresa e a burocracia não incentivavam a inovação. “A demora na tomada de decisões era muito grande. Projetos simples, como desenvolver um hotsite para a Copa do Mundo, demoravam mais de seis meses para ser aprovados”, afirma um ex-funcionário, que trabalhou na empresa nos anos 2000. “O Yahoo! sofreu com uma crise de identidade. Não sabia se era um produtor de conteúdo ou um serviço online”, afirma René de Paula, que atualmente mantém o videocast Roda & Avisa, com comentários sobre tecnologia.
a observar startups promissoras do mercado americano que poderiam ser compradas. A estratégia foi apelidada pelos analistas americanos de “acquihire”, uma mescla das palavras “aquisição” e “contratação”. Mais do que acrescentar produtos ao já inflado portfólio do Yahoo!, Marissa apostou em jovens talentosos e empreendedores. Veja o exemplo do Summly, um serviço adquirido em março último. Por 30 milhões de dólares, o Yahoo! levou mais do que um aplicativo que resume textos longos automaticamente. Seu criador, o estudante britânico Nick D’Aloisio, de apenas 17 anos, agora é funcionário do Yahoo! O mesmo padrão pode ser visto nas outras 15 empresas recentemente adquiridas pela gestão de Marissa Mayer.
Segundo ela, as pessoas por trás dessas startups são mais importantes do que os produtos que vendem. “O consumidor ainda associa o Yahoo! a uma marca cansada, sem novidades, mas naturalmente isso vai mudar a partir do momento em que as novas aquisições começarem a chamar a atenção”, disse a INFO Andrew Frank, analista do instituto Gartner. Isso já aconteceu com o Flickr. O serviço de fotos registrou 25% de incremento na audiência após uma grande reforma visual e de ganhar aplicativos para iOS e Android. O álbum virtual passou a oferecer de graça 1 terabyte de espaço, suficiente para guardar aproximadamente 530 mil fotos, e foi reforçado por profissionais da startup Ghostbird, que criou um aplicativo para edição de imagens, também comprada pelo Yahoo! Outra aquisição que deve reforçar o Flickr é a da startup Qwiki, comprada por 50 milhões de dólares no início de julho, A Qwiki é dona de um app para iOS que transforma fotos em videoclipes. A mudança pela qual passa o Yahoo! gerou ainda a volta de antigos funcionários, logo apelidados de bumerangues. Eles ganharam experiência em outras áreas, o que é bom, e chegam sem problemas de adaptação. São, na maioria, pessoas que deixaram a empresa em 2008, após o Yahoo! recusar a oferta de compra feita pela Microsoft. “Alguns executivos torciam para o acordo dar certo, porque queriam vender suas ações com lucro. Outros acreditavam que seria a última chance de o Yahoo! encarar o Google. Com o fim da negociação com a Microsoft, todos ficaram frustrados”, afirmou a INFO um ex-diretor da empresa.
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2000 – auge da bolha de internet
US$ 475
1999 – compra o Geocities
Do sucesso ao Declínio
EmprEsa vEtErana do valE do silício, o Yahoo! sobrEvivEu à bolha da intErnEt E a uma crisE dE idEntidadE. acompanhE o sobE E dEscE das açõEs na nasdaq
US$ 367,75
2005 – compra o delicius
2001 – terry semel assume como cEo
US$ 17,31
2011 – carol bartz é demitida
US$ 40,31 2005 – compra o Flickr
US$ 31,62
2001 – baixa histórica da ação
US$ 10,75
US$ 12,91 2007 – Jerry Yang volta ao posto de cEo
2009 – carol bartz assume como cEo
US$ 26,58
US$ 12,10
2008 – microsoft faz oferta de compra
US$ 28,38
va l o r d a s a ç õ E s E m d ó l a r E s
2008 – Jerry Yang renuncia 1996 – Estreia na bolsa
US$ 33
2012 – scott thompson é o novo cEo
US$ 15,52
2012 – marissa mayer assume
US$ 15,65
US$ 10,63 2013 – Yahoo! compra o tumblr
US$ 26,58 1994_Jerry Yang e David Filo criam o Yahoo! anos
FontE: nasdaq E GooGlE FinancE
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novos TALEnTos
O estudante britânico Nick D’Aloisio, 17 anos, criou o aplicativo Summly, comprado pelo Yahoo! por 30 milhões de dólares. Mais do que incorporar o app que resume textos longos automaticamente, a aquisição teve como objetivo conquistar um empreendedor talentoso
buscA pELos jovEns
Marissa Mayer ao lado de David Karp, 27 anos, o fundador do Tumblr, e parte dos 175 funcionários do serviço de blogs comprado pelo Yahoo! por 1,1 bilhão de dólares. A intenção é atrair os jovens
A falta de foco da matriz desani mava as operações espalhadas pelo mundo. O Yahoo! Respostas fez sucesso fora dos Estados Unidos, mas não ganhou investimentos para crescer. No Brasil, foi criado o serviço Yahoo! Meme, rede social que misturava ca racterísticas do Tumblr e do Twitter, mas não foi para a frente por falta de interesse dos americanos. “Havia um movimento pendular. A matriz dava mais ou menos liberdade para que as filiais inovassem, dependen do de quanto os acionistas estavam insatisfeitos”, afirma René de Paula. A operação brasileira do Yahoo! ainda sente os efeitos da falta de in teresse da matriz. Medição feita pelo instituto Serasa Experian mostra que o buscador do Yahoo! foi usado em 0,83% das buscas feitas no Brasil em maio, enquanto o Google obteve 85,64% de participação. Procurada
por INFO, a direção do Yahoo! Brasil preferiu não se manifestar a respeito dos planos da empresa para o país. Em seu primeiro ano no coman do, Marissa Mayer criou a política do Mobile First. “Temos todo o conteúdo que as pessoas querem para seu tele fone. A questão agora é fazer com que essas informações sejam usadas de forma fácil e relevante”, disse Marissa à revista Fortune. “Nossa meta é to car a vida das pessoas todos os dias.” Criar uma presença forte nas re des sociais é outra prioridade. Por isso, Marissa comprou o Tumblr, uma rede de blogs com mais de 300 milhões de visitantes únicos por mês. Com o Tumblr, além da audiência, o Yahoo! quer rejuvenescer a marca.
“A ideia é resgatar uma imagem de vanguarda. O Tumblr é popular entre os adolescentes, enquanto o Yahoo! é percebido como uma coisa para adultos”, afirma Raviv, do IDC. Ainda para reforçar o social, o Yahoo! procura agora um serviço on line de vídeos para comprar. O alvo da vez parece ser o Hulu, site americano que faz streaming de programas de TV. No final de junho, havia boatos de que a oferta do Yahoo! estaria em 1 bilhão de dólares. Marissa também encerrou projetos antigos. No início de julho, anunciou o fim de 12 serviços online, entre eles o buscador Altavista, adquirido pela empresa em 2003. Com foco e empolgação, Marissa Mayer parece estar no caminho. Resta saber se terá tempo e poder de inves timento para fazer com que o Yahoo! volte a ser a marca poderosa que bri lhou nos primeiros anos da internet. ↙ foto Getty ImaGes e aFP ImaGeForum
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SuceSSo em Série
≥ Por cadão volpato
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COMO NO CiNeMa As batalhas épicas do seriado Game of Thrones têm efeitos especiais como os de Hollywood. Em House of Cards (na página ao lado), o destaque é o elenco, liderado por Kevin Spacey, vencedor de dois Oscar
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Ao usAr A dinâmicA dA internet, em que o espectAdor Assiste Ao que quiser quAndo quiser, os seriAdos superAm o cinemA e Assumem o pApel de vAnguArdA, com os melhores roteiros e personAgens dos últimos tempos edição de imagem artnet
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Quando o peruano Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura, deixa escapar numa entrevista que gosta de séries de TV, como House of Cards, Homeland e The Wire, o mundo não está próximo do fim. O que está acabando é o preconceito de colarinho branco e toga em relação ao que a TV, em seus momentos mais inspirados, é capaz de produzir. Mais ainda: sendo um grande escritor, Vargas Llosa sabe farejar onde é que estão aninhadas as boas histórias. E elas, hoje em dia, estão nos seriados. Por mais que o romance moderno, eternamente condenado ao fim, insista em capturar a realidade pelo rabo, ou então transformá-la num grande exercício de imaginação, as inúmeras séries de TV que vivem pipocando aqui e ali parecem atingir em cheio o coração das pessoas. E fazem isso
surfando histórias tão adultas quanto éramos capazes de sonhar quando íamos ao cinema. Sim, porque o cinema anda perdendo muito de seu fascínio ao martelar a tecla do cômico, do familiar, do já visto, da pobre repetição de temas, numa adolescência eterna. No caso brasileiro é ainda pior: parece que quem não gosta de comédia não pode ver graça na tela grande. O fascínio do cinema, aquela humanidade que só a arte é capaz de transfigurar, vai migrando cada vez mais para outras plataformas. De forma paradoxal, as telas gigantes se encolheram até o tamanho de um telefone celular, dispersando-se pelos horários malucos que estabelecemos para nossa vida, cada um na sua, como se não fizéssemos mais parte de nações. Nem sempre, porém, a
solidão invade nossa agenda. Quando gostamos de uma série — aquela que sempre trará, na base, uma história fascinante —, a espalhamos de alguma forma. Só os seres humanos entusiasmados são capazes de juntar uma multidão, nem que seja no boca a boca virtual. Cenas de uma mulher grávida fumando, de bebedeiras no escritório e de uma transa em troca de promoção — todas de Mad Men — foram muito debatidas na internet. Assim fica difícil não assistir à série. A INterNet, aliás, provocou uma monstruosa segmentação na audiência, oferecendo — a qualquer hora e em qualquer tela — atrações para todos os gostos. Quem aprecia tramas realistas e intrincadas passa por Boardwalk Empire; quem se amarra em histórias mais diretas, que se resolvem no mesmo episódio, pode assistir a CSI e Law & Order; os nerds se esbaldam com as séries Game of Thrones e Walking Dead; e as garotas, com Girls e L World.
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menu completo A segmentação do público cria espaço para seriados de diversos formatos, como os dramas Mad Men (1) e Boardwalk Empire (6), ou os policiais The Wire (2) e CSI (3). A série Girls (4) e o terror de The Walking Dead (5) miram o público jovem
Vamos olhar para um dos exemplos de Vargas Llosa, a série House of Cards. Eis aí uma produção que conseguiu quebrar diversos paradigmas. O principal deles diz respeito ao caráter natural do gênero. O Netflix, uma espécie de TV a cabo online de enorme sucesso nos Estados Unidos e bom desempenho no Brasil, não só colocou milhões na mesa para fazer uma série de primeira como deixou todos os episódios à disposição na rede desde o primeiro dia. Ou seja, aquela espera ansiosa pelo desdobramento do dia ou da semana seguintes é controlada pelo próprio espectador, que paga pelos serviços do canal e não tem dias seguintes nem precisa se prender a uma tela de TV. Na verdade, o que acaba sustentando a coisa toda ainda é a simples, boa e velha trama, no que ela pode oferecer de surpresa e inteligência. House of Cards é uma refilmagem de uma série britânica dos anos 1990. Mas a versão americana, estrelada por Kevin Spacey, eleva a magnitude
shakespeariana da trama original. Spacey faz um deputado democrata fora da casinha — ou completamente dentro dela. Ao ser preterido para o cargo de secretário de Estado, ele inicia uma vingança que se prolonga por 12 capítulos movidos a sexo, cinismo e quantidades industriais de baixeza humana. O cartaz não deixa dúvidas: Spacey aparece ocupando o assento de Abraham Lincoln no famoso monumento em homenagem ao ex-presidente americano, em Washington, com as mãos escorrendo sangue. O humor também é um grande combustível da série. O personagem de Spacey comenta suas grandes vilanias para a câmera, deixando o espectador no papel incômodo de cúmplice, rindo nos momentos mais cruéis. Crueldade e humor são moedas correntes na maioria das séries americanas. Elas também se abrem ao fantástico, às angústias da vida moderna e aos tipos inesquecíveis. Tudo isso, mais um toque inevitável de adolescência, faz parte dos atributos
6 do cinema, que assiste a uma sangria de talentos na corrente migratória rumo à TV. Kevin Spacey é só um dos casos. Mas onde mais um ator de inegáveis dotes dramáticos e nenhuma beleza física como James Gandolfini, morto em 19 de junho, aos 51 anos, poderia ter se transformado em astro? Ou, pior, em símbolo sexual? A bOrdO de SopranoS, a série produzida de 1999 a 2007, Gandolfini virou ídolo. Aconteceu porque Família Sopranos não só atualizou mas trouxe para o chão um dos temas clássicos de filmes de gângster. Na série, as aventuras caseiras da máfia pareciam estar acontecendo ali do lado, numa vizinhança qualquer de uma cidade americana. Nessa mesma pegada de gângster, outro tipo inesquecível, demasiadamente humano, surgiu em Boardwalk Empire, série do canal a cabo HBO. Steve Buscemi vive o gângster Nucky Thompson numa Atlantic City dos anos 1920, dominada pela
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Enquanto isso no Brasil A televisão brasileira ainda engatinha atrás das produções estrangeiras, mesmo quando obrigada a produzir o próprio conteúdo, por causa da nova Lei do Audiovisual. Há uma verdadeira correria em andamento nas produtoras, e as séries nacionais vão brotando aqui e ali, mas as deficiências da dramaturgia nacional, evidentes no cinema, ainda atrapalham a TV. Bons roteiros são difíceis de encontrar. Bons personagens, então, nem se fala. Onde andarão eles? Os próximos meses serão decisivos: até que ponto o material brasileiro conseguirá prender a atenção? Os artistas estão se mexendo. Felipe Hirsch, por exemplo, famoso por suas peças de aparência vistosa e temática pop, acaba de dirigir a série A Menina sem Qualidades, adaptada do romance homônimo da escritora alemã Juli Zeh. O detalhe é que se trata da primeira investida dramatúrgica da MTV, um canal em crise com a própria identidade (cômica ou musical?). A aventura é arriscada, mas parece fazer sentido. Hirsch sempre flertou com a angústia juvenil. E a MTV, por seu lado, precisava de um jato de densidade e vigor. Ao apostar nos instrumentos do cinema e nas qualidades de Hirsch aplicadas a uma série baseada num romance de formação, o canal inventa novas motivações para seu público. Ou seja, surfa a onda migratória que anda levando as histórias bem contadas para dispositivos tão diferentes como a tela de um computador ou de um celular. E que não fariam feio numa grande tela de cinema.
febre do contrabando em tempos de Lei Seca. Dito assim, parece simples, mas o Nucky de Buscemi é um personagem rico em contradições, cheio de camadas, como nos melhores romances. A série, cujo piloto foi dirigido por Martin Scorsese e custou 18 milhões de dólares, saiu de um livro de história (Boardwalk Empire: The Birth, High Times, and Corruption of Atlantic City, escrito por Nelson Johnson) e acaba de entrar na quarta temporada. NO bastIãO dos personagens inesquecíveis, até mesmo o misantropo doutor House, da série homônima, vive ameaçado de substituição. House, porém, interpretado pelo inglês Hugh Laurie, já entrou para o vasto campo dos clássicos de séries, de tal forma que o ator e o personagem não se desgrudam mais do imaginário dos fãs. Laurie será sempre o drogado, o imprevisível, o roqueiro, o detetive médico que um dia se chamou House e viveu na televisão de 2004 a 2012. Não importa que o ator tenha um passado de cômico bem-sucedido na Inglaterra, que tenha escrito romances, que tenha uma carreira musical. House ficará colado no imaginário coletivo para sempre por meio de reprises, de memes ou de vídeos curtos no YouTube com suas melhores frases. As séries não são apenas reduto de atores talentosos. Elas também ajudam a tirar alguns nomes da obscuridade, afinal não é preciso ter um público gigantesco para sustentar uma produção, como acontece no cinema. Chevy Chase andava na pior, até recuperar o brilho em Community, e David Duchovny estava empoeirado em algum Arquivo X até saltar de novo para a vida no lúbrico Californication. E há ainda Alec Baldwin ganhando
horas extras de fama em 30 Rock, enquanto Kevin Bacon retomou o ritmo em The Following. Outros deixaram o cinema de lado temporariamente para encarar séries de primeira linha, como Dustin Hoffman, em Lucky, e Jeremy Irons, em The Borgias. Há também o exemplo de Arrested Development, série que não fez tanto sucesso quando passou na TV, mas, devido ao fanatismo de seus fãs na internet, voltou à vida por meio do Netflix. A empresa de vídeos online refilmou a série por conta própria, resgatando de uma só vez todo o elenco original, que conta com nomes conhecidos do cinema, como Michael Cera, de Juno e Scott Pilgrim contra o Mundo, e Jason Bateman, de Quero Matar Meu Chefe e Amor sem Escalas. Nas séries que amamos, a grandiosidade pode competir perfeitamente com os tipos. Roma, a produção anglo-americana rodada para a TV de 2005 a 2007, mostrava a cidade no século 1 a.C., durante a transição da república para o império, com tintas quase brutais, de tão realistas. Com muito sexo, estranhos costumes patrícios e sanguinolentas batalhas de gladiadores, Roma ainda trazia uma cereja cinematográfica no bolo: as filmagens, quase todas transcorridas nos mitológicos estúdios da Cinecittà. Com o mesmo repertório de sangue e devassidão, a série The Tudors, sobre o reinado de Henrique VIII, foi capaz de surpreender com um rei bonito, bem diferente do ogro barrigudo a que os ingleses estavam acostumados nos livros de história.
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1 Bons personagens
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Tipos desajustados, com defeitos e qualidades, tornam forte a identificação com os seriados, seja em comédias, como Arrested Development (1) e Bored to Death (2), seja no drama Breaking Bad (3), em que um pacato professor de química torna-se fabricante de drogas para garantir o futuro dos filhos
Já que a felicidade do espectador não tem fim no reino das séries, a grandiosidade histórica pode muito bem ser jogada para escanteio se a pessoa estiver a fim de algo mais próximo de seu tempo. Sem que precise quebrar a cabeça demais a respeito, pode-se escolher uma diversão meio tola sem nenhum constrangimento, e Bored to Death, uma série que passou meio batida na TV e foi produzida de 2009 a 2011 pela mesma HBO de tantos outros sucessos, é uma dessas diatribes indies para ver sem susto (como várias outras, pode ser encontrada em DVD). Em Bored to Death, atores engraçados, como Jason Schwartzman (sobrinho de Francis Coppola), Zach Galifianakis (de Se Beber, Não Case) e o veterano Ted Danson (Olha Quem Está Falando), se juntam na história de um escritor fracassado que vira deteti-
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ve particular quase durão (como se Humphrey Bogart tivesse 1 metro e meio de altura). Contando assim parece bobo, mas funciona muito bem, não tem 200 capítulos e é muito bem escrita, com uma leveza cheia de graça. Para lá dos painéis sociais, os transgressores também encontram guarida nas séries americanas. Duas delas, Breaking Bad e Dexter, estão para acabar em 2013, mas vão ficar na memória dos fãs. Breaking Bad é a história de um professor de química que descobre que está com câncer e resolve garantir o futuro dos filhos fabricando metanfetamina para um traficante amigo. É um thriller em que drama e comédia de humor negro se misturam com naturalidade. Dexter é um analista da polícia, especializado em sangue, que leva uma vida secreta de
assassino em série. Sua desculpa é só executar bandidos extremos. Ou seja, um serial killer do bem, como se isso fosse possível. Pois na série, que está na oitava e última temporada, o espectador se identifica com o personagem. Que Dexter e Breaking Bad se apaguem ainda neste ano e a gente sinta saudades sem arrancar os cabelos é sinal dos tempos. Do jeito que a coisa vai, sempre podemos esperar a estreia de uma série muito melhor. Na pior das hipóteses, basta assistir às que ainda não conseguimos ver. E sempre existirá uma, o que é muito tranquilizador. O sofá, eu e você agradecemos.
Cadão Volpato, 57 anos, é escritor, músico e ilustrador nascido em São Paulo. Gravou sete discos e escreveu seis livros, entre os quais o romance Pessoas Que Passam pelos Sonhos, recém-lançado pela editora Cosac Naify.
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Mochileiros de 1 Milhão de dólares com pouco mais do que um laptop e uma mala de roupas, Jovens empreendedores compartilham beliches e o sonho de montar uma startup nos chamados hacker hostels. INFO foi ao vale do silício conhecer esses hotéis baratos, de onde pode sair o próximo facebook 46 / INFO Julho 2013
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≥ Por Felipe Zmoginski, de São FranciSco
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casa e trabalho Ao lado, os médicos ingleses James Giles e Elspeph Hill no Startup Embassy. Nesta página, vista do hostel BlackBox, no Vale do Silício Julho 2013 INFO
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Com mobília de segunda
mão comprada por uma pechincha no site de classificados Craiglist, o espanhol Carlos Noriega fundou o Startup Embassy, um hostel de seis dormitórios em Palo Alto, nos Estados Unidos, dedicado a receber empreendedores. Há dois anos no Vale do Silício, o engenheiro de 39 anos deixou em Madri um filho recém-nascido e o emprego de gerente de telecom para tentar a sorte no competitivo mercado americano de startups. Mas sua primeira tentativa fracassou. “Fui vítima de chantagem”, afirma. Em seu primeiro ano nos Estados Unidos, Noriega convidou programadores e designers espanhóis para viver em Palo Alto e ajudá-lo a construir o Yabo, um app para iOS que identifica, por geolocalização, pessoas com interesses comuns que estão próximas. “Decidi trazer meus colaboradores para o Vale do Silício porque é mais barato do que alugar um escritório em Madri”, contou Noriega a INFO. “Além disso, ficamos mais perto de investidores e mentores que podem ajudar no sucesso da startup.” Mas, na véspera do lançamento do Yabo na App Store, Noriega diz ter sido vítima de uma ameaça. Os programadores da equipe recusaram-se a entregar o código-fonte da aplicação se Noriega não regis-
trasse um documento cedendo 30% do capital à equipe de desenvolvimento. “Desisti de tudo. Uma empresa cujos sócios se formam pela chantagem não pode ir longe”, afirma Noriega. Antes de fazer as malas e voltar para Madri, Noriega teve mais uma ideia. Comprou beliches e mesas usados, reformou-os e inscreveu o casarão que abrigava a empresa no site de hospedagem comunitária Airbnb. Batizou o local com um nome pretensioso: Startup Embassy. Sua segunda tentativa de empreender no Vale do Silício prosperou e, um ano depois da inauguração, há filas para hospedagem no hostel. Jovens da Europa, da América Latina e do Oriente Médio enfrentam rigoroso processo de seleção para conseguir um dos sete beliches e pagar 38 dólares por dia para ficar no Startup Embassy, como fez o casal de médicos ingleses James Giles e Elspeph Hill. Eles desenvolveram o Fastbleep, plataforma para médicos compartilharem experiências e conhecimentos.
OutrO mOchIleIrO do hostel é o gaúcho João Otero, 33 anos, fundador do Spotwish, aplicação para smartphone que analisa o perfil do usuário e o coloca em contato com quem tem os mesmos interesses. “Eles podem sair para tomar um sorvete ou marcar uma partida de futebol”, diz Otero. Há um ano, ele venceu uma competição da Wayra, aceleradora da Telefônica.
“Recebemos 30 mil dólares em investimentos, além de mentoring”, diz. Nas três semanas de hospedagem no casarão de Noriega, Otero espera aprender sobre a mentalidade dos desenvolvedores que vivem no Vale do Silício e ter a oportunidade de mostrar o Spotwish aos investidores que circulam pela baía de São Francisco. “Minha apresentação tem só cinco slides”, diz Otero, que já aprendeu com a convivência no hostel que os investidores preferem explicações curtas e diretas. Na cama debaixo do beliche de João Otero dorme (e trabalha) o polonês Jedrzej Tabaczysnki, 26 anos, há dois meses hospedado no Startup Embassy. Tabaczysnki é criador do Bright Sight, um aplicativo multiplataforma capaz de converter os textos encontrados em sites móveis em arquivos de som. “O app permitirá que pessoas com deficiência visual naveguem na web pelo celular, além de enviar e ler SMS”, diz Tabaczynski, recém-formado em ciência da computação pela Universidade Politécnica de Varsóvia. O polonês e o brasileiro passam o dia de bermuda e chinelo e, entre uma tarefa e outra de suas startups, pegam uma cerveja no imenso refrigerador azul na cozinha comunitária do hostel. “Trabalhamos cerca de 14 horas por dia, e quem está menos ocupado costuma cozinhar para todos”, diz Tabaczynski.
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Embora a limpeza do hostel seja feita por um ajudante contratado, todas as outras tarefas da casa são compartilhadas pelos hóspedes, como cozinhar, lavar roupa e fazer compras. Até as bicicletas usadas para ir ao centro de Palo Alto são divididas. “É tudo de comum acordo. A única coisa difícil de dividir é a conexão”, diz Tabaczynski. “Se alguém abusar da rede para fazer downloads, ouvirá reclamações.” Dois links de 100 Mbps cada um são compartilhados por até 15 hóspedes. A concentração de empreendedores com boas ideias e de especialistas para ajudá-los a fazer dinheiro colocou os hacker hostels no mapa
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bom negócio O espanhol Carlos Noriega falhou ao lançar um negócio em Palo Alto. Montou então o Startup Embassy, e hoje há filas para ocupar um dos sete beliches do hostel
das aceleradoras e dos fundos de investimento do Vale do Silício, como mostra o exemplo do BlackBox, um hostel fundado há três anos pelo empreendedor sírio Fadi Bishara, 42 anos, sócio do fundo Sinbad Ventures. “Representantes do Google for Entrepreneurs, que pesquisa startups promissoras, vieram ao nosso hostel fazer palestras sobre o programa”, diz Mackenzie Hall, gerente do BlackBox, localizado entre as cidades de Menlo Park e Atherton. A rede
Startup Pack for Developers, apoiada por empresas como a Amazon, também procurou o hostel para parcerias. Durante um desses encontros no BlackBox, o mochileiro checo Pavel Sebajlo, fundador do M.dot, aplicação que permite criar sites para smartphones com o uso de templates, fechou negócio com a rede de hospedagem GoDaddy, que pagou 25 milhões de dólares pelo M.dot. “Essa foi a maior transação ocorrida no BlackBox, mas esperamos que o criador do próximo Facebook reserve um beliche conosco”, afirma Mackenzie. O interesse dos fundos de investimento e das aceleradoras tornou lucrativos os hacker hostels. Além de cobrar em torno de 40 dólares a diária, 10 dólares a mais do que um hostel tradicional voltado para turistas, os alojamentos para hackers têm taxa de ocupação mais elevada e faturam com a venda de serviços adicionais, como programas de treinamento em áreas como inovação e gestão.
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NO BlackBOx O empreendedor argentino Matias Travizano recebeu aporte de US$ 1 milhão, mas não pensa em deixar o hostel
No BlackBox, os hóspedes podem participar de três diferentes programas de empreendedorismo, chamados Residence, Accelerate e Connect. Eles oferecem desde um tour de duas semanas pelo Vale do Silício, incluindo encontros com especialistas em gestão, até ingressos para workshops de inovação e reuniões com gestores de fundos de investimento, além de auxílio jurídico para obter autorização para morar nos Estados Unidos. Os custos de cada programa variam conforme o calendário de eventos e podem ser de até 1 mil dólares por semana, quase sempre pagos antecipadamente, antes de o empreendedor chegar ao hostel. “Criamos formas de monetizar as hospedagens usando a expertise em empreendedorismo e nossos contatos no Vale do Silício”, afirma Mackenzie. Mas o hostel não fica com parte do negócio caso o hóspede obtenha aporte de investidores. Os primeiros hacker hostels sur giram há três anos no Vale do Silício. Atualmente, existem oito hotéis para empreendedores apenas na Bay Area, região que reúne as cidades de Palo Alto, Menlo Park, Mountain View e São Francisco. À beira da piscina do BlackBox, o argentino Matias Travizano, 33 anos, criador da startup Grandata, está longe de ser um Mark Zuckerberg, mas hoje não tem mais a necessidade de dividir beliches com mochileiros de outros países. Sua empresa de
análise de dados, criada há dois anos em Buenos Aires, recebeu aporte de 1 milhão de dólares por 8% de seu capital. “É claro que já poderia me hospedar em um hotel quatro estrelas de São Francisco, mas a última coisa que quero é me isolar das pessoas”, afirma Travizano. “O estímulo intelectual que você recebe em um lugar como este é sem paralelo.” Enquanto mastiga pedaços de presunto cru, Travizano mostra na tela de seu MacBook o engenhoso sistema de análise de dados que montou com base nas informações que recebe
de empresas de telefonia. “Consigo saber em que bairros, em quais horários e que tipo de pessoa usou seus smartphones”, diz. “Com isso, as operadoras podem planejar melhor a distribuição de suas antenas e enviar mensagens de texto personalizadas.” Assim, uma mulher de 20 anos que almoce sempre em determinado bairro pode querer saber que uma nova loja de sapatos abriu na rua ao lado do restaurante que frequenta. O sistema de Travizano processa os dados sempre de forma anônima. “Não sabemos a identidade das pessoas, apenas seu perfil, como gênero, idade, localização e faixa de renda”, diz. Em sua quinta visita ao Vale do Silício nos
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ambiente informal A americana Mackenzie Hall é gerente do BlackBox, hacker hostel que cobra 40 dólares a diária
últimos três anos, Travizano passa o dia no hostel, trabalhando. Quando sai para reuniões com possíveis investidores de Palo Alto e Cupertino, troca as surradas bermudas por alinhados ternos de grife. “Em um lugar como este hostel, posso encontrar um especialista em Java que vai resolver um bug ou um bom designer”, afirma. Antes de obter o primeiro aporte financeiro, os mochileiros dos hacker hostels enfrentam a angústia de abandonar uma carreira promissora para tocar o sonho de empreender. Veja o caso do canadense François Lessard, 28 anos, especialista em arquitetura de hardware e programador Java
formado pela Université Concordia, em Montreal, no Canadá. Filho de funcionários públicos, Lessard conta que viveu dias difíceis em casa quando recusou um emprego em um banco de Montreal para se dedicar à criação do Tabture, um plugin para browsers, como o Chrome e o Safari, que permite ao usuário salvar e compartilhar seus links favoritos. “O principal objetivo do Tabture é dar uma característica social ao browser. Se o usuário encontrou um link interessante e vai salvá-lo para visitar a página depois, ele pode usar o plugin para gravar a informação na nuvem ou compartilhála no Facebook”, afirma Lessard.
O caNadeNse paga 40 dólares por dia para se hospedar no BlackBox. Usa o dinheiro que juntou como professor assistente de matemática e torce para que seu sócio em Quebec consiga mais recursos para financiar sua permanência nos Estados Unidos. “Sei que a qualquer momento posso voltar para casa e ter uma vida estável procurando um emprego público ou trabalhando em uma empresa de programação, mas não é isso o que quero”, diz Lessard. Para ele, viver em um hostel em Menlo Park representa a oportunidade de viabilizar um produto que pode influenciar o modo como as pessoas usam a internet. “Não estou preocupado em ganhar dinheiro no momento, mas em criar algo realmente útil para as pessoas”, diz Lessard. Ao optar por viver em um hacker hostel, Lessard acredita que poderá dedicar menos tempo a tarefas administrativas e concentrar mais energia na melhoria de seu produto, comparando-o a outras soluções que conhece em workshops, hackathons e churrascos na região de São Francisco. Ainda que os fundos de capital de risco sinalizem a disponibilidade de bilhões de dólares para ser investidos em ideias inovadoras, os mochileiros do Vale do Silício sabem que a cota de sacrifício pessoal para construir uma startup será grande e que pouquíssimos conseguirão chegar ao IPO, a abertura da empresa na Nasdaq. Mas em um lugar como o Vale do Silício sempre haverá espaço para tentar de novo. “A rede de contatos que se faz num hacker hostel abrirá caminhos para uma segunda chance”, diz Carlos Noriega. Os beliches reformados do Startup Embassy serão testemunha disso. ↙ Julho 2013 INFO
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Di Pollini, Forum, laborglas, senac TiraDenTes, sergio K
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como viral vira viral
um
Não existe fórmula ProNta Para um coNteúdo ser comPartilhado Por milhões de Pessoas. mas uma coisa é certa: o sucesso Na iNterNet vai além da sorte. veJa aqui ciNco dicas Para bombar seus Posts ≥ Por thiago tanji ≥ fotos thomas susemihl Julho 2013 INFO
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experimente fazer um pequeno teste. Pegue a câmera do celular e filme uma cena que desperte sua atenção. Pode ser o vídeo de seu gatinho brincando no tapete da sala, do sobrinho bebê dormindo com o rosto enfiado no prato de papinha ou um registro dos amigos fazendo uma dancinha engraçada na noitada de sexta-feira. Publique o conteúdo em seu mural no Facebook, suba o vídeo no YouTube e vá dormir. Ao checar as atualizações de seu perfil pela manhã, digamos que você seja surpreendido com uma enxurrada de notificações. Milhares de desconhecidos curtiram, comentaram e compartilharam seu post. Mais do que isso: alguns jovens na Rússia publicaram vídeos copiando a dancinha esquisita que seus amigos inventaram naquela balada. Parabéns, você acaba de criar um viral e, acredite, isso está longe de ser uma coisa trivial. Em alguns casos, a sorte parece ser a melhor justificativa para o surgimento de um sucesso repentino na internet. Afinal, só no YouTube são postadas 100 horas de conteúdo a cada minuto. Mas, entre animais fofinhos, videocassetadas e produções bizarras, há gente que estuda e trabalha diariamente com o objetivo de criar ideias que se espalham rapidamente. Apesar de afirmar em coro que não são laboratórios de virais, as agências digitais de criação têm total controle na hora de administrar uma
campanha publicitária de grande impacto. “Não é preciso ter os poderes de Darth Vader para prever o sucesso de um vídeo. Com recursos como o big data, é possível analisar quais são os principais fatores que se repetem em produções de grande alcance global”, disse a INFO David Waterhouse, chefe de conteúdo da Unruly Media, empresa do Reino Unido que estuda o poder de alcance dos hits na internet. Após conversas com estudiosos, pesquisadores e profissionais ligados às áreas de criação das agências de publicidade, também resolvemos sair atrás da receita certa para um viral. Para o ensaio fotográfico que ilustra a reportagem, convidamos o ator e roteirista Fábio Porchat, que entende bem sobre como fazer sucesso na rede. Com quatro amigos, Porchat fundou a produtora Porta dos Fundos, responsável por virais como “Na Lata”, piada com os nomes estampados nas latinhas de Coca-Cola, que ultrapassou 9 milhões de visualizações. “Acho que parte do sucesso da Porta está em seguir um critério simples: temos de acreditar no conteúdo. E, claro, rir dele”, diz Porchat. Veja, a seguir, as cinco lições apuradas por INFO para fazer aquele vídeo de seu sobrinho dançando com o gatinho se tornar um Psy.
Breshow Fantasias
Ao terminAr de ler estA reportAgem,
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1. DefenDa uma causa
Sejamos sinceros. Quem não gosta de ver centenas de curtidas e comen tários naquela foto postada? Se o con teúdo em questão defender a causa dos pandas em extinção no Tibete, melhor ainda. Afinal, os amigos (e as pretendentes) ficarão impressiona dos com seu senso de conscientização. Mobilizações do bem engajam. O português Fred Saldanha, vice presidente de criação da agência de publicidade Click Isobar, percebeu isso ao criar a campanha Vem Sean Penn. O vídeo contava a história do ator Ariel Goldenberg, 32 anos, pro tagonista do filme Colegas e portador de síndrome de Down. Seu sonho era conhecer o astro de Hollywood. Segundo números apurados pela agência, mais de 1,5 milhão de pes soas viram a produção em 147 países e cerca de 700 mil compartilharam a campanha nas redes sociais. Foi cria da ainda a hashtag #vemseanpenn, publicada no Twitter e no Instagram. Só na rede social de imagens, cer ca de 10 mil fotos foram compartilha das com o apelo. Poucas horas após a publicação, a história chegou ao ator. Apesar de avesso à badalação, Sean Penn convidou Ariel para uma visita à sua casa, em Los Angeles. “Era im possível programar esse sucesso. Mas acreditamos que as pessoas iriam se emocionar”, afirma Saldanha. No ano passado, o documentá rio Kony 2012, da ONG americana Invisible Children, também viralizou, chegando a 97 milhões de visualiza ções no YouTube. Por altruísmo ou não, parte do mundo se engajou para tornar público os crimes de Joseph Kony, líder de uma milícia em Uganda. Julho 2013 INFO
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Calvin Klein, CoCa Cola, ColCCi, DCK, ellus, Festas e Fantasias, King 55, levi's, nautiCa, West Coast
2. Desperte sentimentos
É quase um mantra. Vídeos com bebês fofos e animais engraçados sempre rendem muitas visualizações. Mas cachorrinhos e gatinhos não são os únicos responsáveis por aflorar sensações. Notícias e imagens chocantes também aguçam os sentidos e despertam a atenção. “Casos como o atentado na Maratona de Boston ou a queda de um avião tocam em sentimentos muito essenciais, de vida e morte. E há certa necessidade de comentar ou compartilhar essa angústia, esses momentos intensos”, afirma Patrícia Albuquerque, sócia da agência paulistana de marketing Espalhe. Mas os responsáveis pela criação não acreditam que apenas imagens bonitinhas ou trágicas sejam capazes de despertar a atenção das pessoas. No Laboratório de Vídeo Social da consultoria britânica Unruly, por exemplo, pesquisadores desenvolveram um software chamado ShareRank, capaz de prever o nível de compartilhamento de um vídeo antes mesmo de ir ao ar. Apesar de ser muito difícil antecipar de forma exata o impacto de uma campanha, a Unruly consegue chegar muito perto quando parte para estudos científicos realizados com voluntários. Em parceria com o Instituto de Ciência do Marketing EhrenbergBass, localizado na Austrália, a consultoria analisa as reações do público com base em estudos biométricos. Já descobriu, por exemplo, que, quando há uma emoção intensa, a chance de compartilhamento é bem maior. Feito no Brasil, um dos recentes sucessos da internet prova a tese de que a emoção pode mesmo ser um potente mecanismo de compartilhamento. Ao comparar as percepções da aparência edição de imagem artnet Produção Sheila Spago
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feminina, a campanha Retratos da Real Beleza, criada para a marca Dove pela agência Ogilvy Brasil, ganhou o prêmio mais importante do festival de publicidade de Cannes, em junho. “Tínhamos o dado de que 96% das mulheres não se acham bonitas. Com o vídeo, provamos que são mais bonitas do que pensam. E, ao comprovar isso, a campanha gerou uma comoção impactante”, diz Daniel Tártaro, diretor de integração digital da Ogilvy. O vídeo retrata uma experiência para comprovar como as mulheres se veem em comparação a como são vistas. O artista forense do FBI Gil Zamora, especializado em retratos falados, passou uma tarde desenhando sete mulheres com base na imagem que cada uma tinha de si mesma e no ponto de vista de um desconhecido que as entrevistou. Na comparação entre as imagens, é possível perceber que as mulheres são muito mais bonitas do que pensam.
Filmada nos Estados Unidos, a produção brasileira alcançou mais de 160 milhões de visualizações no YouTube e foi o vídeo de propaganda mais acessado da internet. No Facebook, foi compartilhado 3,5 milhões de vezes. As pessoas se identificaram com a história. “Não existe uma fórmula de bolo para idealizar uma campanha de sucesso. O essencial é pensar na mensagem que será passada e se ela tem um sentido para as pessoas que vão assistir ao vídeo”, afirma Tártaro.
3. Aproveite o momento
Todos os dias, às 10h30, jornalistas e publicitários que trabalham na agência Espalhe participam de uma reunião de pauta. O objetivo é identificar os principais assuntos do momento que podem servir de potencial gatilho para as campanhas dos clientes.
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Antarctica. Sua equipe desenvolveu o Ex Lover Blocker, aplicativo para iOS que ajudava a pessoa a não ligar para o ex-namorado durante o momento de carência. “Todo mundo estava falando em amorzinho, mas decidimos utilizar o assunto para falar de amizade. Caso a pessoa tentasse ligar para o ex, uma mensagem era enviada aos amigos do apaixonado, que impediam a ação”, afirma Versolato. Postado no YouTube, o vídeo da campanha teve mais de 1,4 milhão de visualizações.
“As pessoas querem assunto para publicar no Facebook, no Instagram ou no Twitter. Por isso, a marca pode ser transformada nesse assunto”, afirma Patrícia, da Espalhe. Com tanto conteúdo disponível na internet, um produto que deseja estar no centro das atenções não pode se dar ao luxo de desperdiçar a oportunidade de também ser o trending topic do momento. “O viral tem a coisa da esperteza, ele põe fogo na internet por alguns dias. Quando deixa de ser novidade, perde o poder de atração”, diz Paulo Sanna, vice-presidente de criação da agência Wunderman Brasil. Assim, quando uma notícia chega a seus ouvidos pela terceira vez, significa que ela já está ultrapassada. A fluidez dos temas que dominam a internet é mais sensível do que se imagina. Caso algum colega proponha nesta semana juntar o pessoal do escritório para gravar um Harlem 58 / INFO Julho 2013
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Shake, é muito provável que receba um olhar de reprovação. Afinal, essa já é uma moda ultrapassada. Mas, do dia 2 de fevereiro deste ano, data em que o primeiro vídeo com a dança maluca foi postado por quatro jovens australianos, ao dia 25, mais de 400 mil produções com o nome Harlem Shake foram postadas no YouTube. Até a redação de INFO entrou na onda do viral e postou um vídeo com a dancinha. Além de aproveitar a oportunidade de um possível sucesso na internet, é preciso estar de olho aberto para assuntos que fazem parte do dia a dia das pessoas. Marcos Versolato, vicepresidente de criação da agência de publicidade DM9DDB, lembra uma campanha lançada na semana do Dia dos Namorados para o Guaraná
Qualquer terráqueo minimamente informado sabe quem é o coreano Psy, autor do vídeo mais visto da história do YouTube, com cerca de 1,5 bilhão de visualizações (veja o infográfico ao lado). Com tamanho sucesso, o autor de Gangnam Style não teve dificuldade para emplacar outro blockbuster no YouTube. Lançado em 14 de abril deste ano, o clipe Gentleman superou 20 milhões de visualizações em 24 horas. A lógica para entender o alcance global desses vídeos está relacionada com a questão da visibilidade. Afinal, um viral que se preze deve estar facilmente acessível às pessoas, seja na página inicial do YouTube, seja na timeline do Facebook, para, então, virar o assunto do dia. Para alcançar esses postos, os profissionais das agências de publicidade recorrem a técnicas capazes de traçar o público-alvo e verificar o alcance do conteúdo produzido. O publicitário Paulo Sanna afirma que o primeiro passo de uma campanha de sucesso é chegar às pessoas certas. “Posso compartilhar um vídeo que acho fantástico, mas, se não conhecer muita gente, talvez ele não consiga uma grande repercussão.
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4. Cresça e apareça
Assistente de produção Sérgio BarBoni BelezA Wagner riBeiro
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suPer AudiênciA
Assim nAsceu Psy
Não foi preciso a proDução Do psY para eles se torNarem hits Na Segunda Guerra, a península coreana é invadida por tropas japonesas
Da guerra civil ao maior viral Da história Do Youtube
88,9 milhões
De visualizações O coreano Sung-bong Choi, 22 anos, canta Nella fantasia no Korea's got talent abr.io/IseK
Depois, exércitos da ex-URSS e dos Estados Unidos ocupam o país Três chaebols investem em produtos de alta tecnologia: Samsung, Hyundai-Kia e LG
A Guerra Fria divide o território. O Norte adota o socialismo. O Sul torna-se capitalista e conglomerados familiares (os chaebols) puxam o crescimento
36,7 milhões
De visualizações O clipe passinho do volante rendeu fama ao carioca MC Federado e Leleks abr.io/IseG
Nascido em Seul em 1977, o cantor Psy torna-se expoente do k-pop
As baladas de Gangnam fervem ao som do k-pop, gênero que junta música eletrônica, hip-hop e rock
A sudeste da capital, Seul, está o luxuoso distrito de Gangnam, que responde por 7% do PIB Lançada em 15 de julho de 2012, a música gangnam style, que faz referência ao distrito de Seul, espalhou-se por todo o mundo por meio do YouTube
Em 14 de abril de 2013, Psy lança o clipe gentleman, ao custo de 150 mil dólares. Em 24 horas, supera 20 milhões de acessos
ILUSTRAçõES evaNDro bertol
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Com 1,5 bilhão de visualizações, o vídeo tornou-se o mais visto da história do YouTube. Já foi compartilhado mais de 35,6 milhões de vezes no Facebook
9,2 milhões
De visualizações O gatinho Loki tenta entender o que faz o porco-espinho Harley abr.io/IseU
5,6 milhões
De visualizações O bebê Diogo, 2 anos, canta Don't let me Down, dos Beatles, com o pai abr.io/IseE
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Agora, se essa campanha chegar até a menina mais popular da escola, é bem possível que no dia seguinte esteja disseminado”, afirma Sanna. Para isso, as agências contam com ferramentas que rastreiam os internautas considerados formadores de opinião, como aqueles que têm muitos seguidores no Twitter ou possuem blogs com milhões de acessos. Mas o cara popular nem sempre é o mais indicado para compartilhar determinado vídeo. “É preciso entender o público da campanha para, então, selecionar as pessoas mais relevantes que passarão a mensagem adiante”, diz Patrícia Albuquerque, da Espalhe. Além disso, o viral dificilmente consegue alcançar o sucesso somente com as próprias pernas. As agências costumam comprar espaços no YouTube para que ele apareça em propaganda ou, então, como destaque da página. “Quanto mais se investe em mídia no início da campanha, mais rápido o conteúdo será visto pelas pessoas. Com esse combustível, o viral torna-se orgânico, com muita gente compartilhando o vídeo por vontade própria”, afirma Marcos Versolato, da DM9DDB. Após esses empurrõezinhos para alavancar o viral, os profissionais fixam os olhos nos resultados obtidos com a campanha. A Ogilvy, por exemplo, conta com equipe formada por técnicos em matemática e estatística que usa ferramentas para analisar o desempenho de um vídeo online. “Observamos se o material está em processo de aceleração ou desaceleração com base nas visualizações e na taxa de compartilhamento. Com esses dados, é possível calcular se ele terá alcance acima ou abaixo do estimado no planejamento inicial”, afirma Daniel Tártaro.
5. Faça algo extraordinário
Criado em 2001 pelo comediante americano Charlie Todd, o grupo Improv Everywhere despertou a atenção das pessoas ao criar cenas inusitadas em locais públicos da cidade de Nova York. Em seu vídeo mais popular, 207 pessoas ficaram paradas como estátua durante 5 minutos no terminal de metrô Grand Central Station. O conteúdo foi visto por mais de 32 milhões de pessoas no YouTube. “Criar algo realmente original, com
Samsung, a agência fez um videoclipe protagonizado pela “namorada assustadora”, que estourou na internet ao se declarar ao amado com uma expressão penetrante capaz de causar calafrios em Jack Torrance, de O Iluminado. A peça foi vista por 5 milhões de pessoas no YouTube. “É necessário pensar em um vídeo que entretenha, mas que também passe a mensagem do anunciante. O desafio é calibrar esses dois fatores para que soe de maneira natural”, afirma Kate Doyle, diretora de projetos da Viral Factory.
Para fisgar as pessoas, é preciso ter um bom conteúdo, contar com o imponderável e escolher quem é popular nas redes para ajudar a disseminá-lo
um conteúdo de qualidade e que nunca foi visto na internet, gera uma grande chance de se transformar em um viral”, afirmou Todd a INFO. O comediante diz que é necessário contar com boa dose de autenticidade, o que não significa amadorismo. “É só lembrar do Psy. Seu clipe é uma superprodução. Mesmo assim, tem uma característica autêntica, que dá sensação de inovação”, afirma Todd. Com sede em Londres, a agência de publicidade Viral Factory também acredita que histórias criativas são a melhor maneira de atrair a atenção. Para uma campanha da fabricante
Mas se há tantas produções boas na web, feitas por amadores ou profissionais, por que só algumas ganham projeção? “É necessário ter uma pequena mágica capaz de fisgar as pessoas. Uma palavra, um personagem. Existe um fator imponderável para o sucesso”, diz Versolato. Seja qual for essa mágica, se combinada com as cinco lições descritas acima, a chance com certeza será maior. “O que viraliza é conteúdo bom. Não adianta querer adivinhar a próxima moda ou enfiar um gatinho achando que as pessoas vão compartilhar mais”, afirma Gregório Duvivier, um dos sócios da Porta dos Fundos. Vire a página e entenda como Duvivier, Fábio Porchat e a trupe da produtora carioca conseguem transformam em viral tudo o que tocam.↙ Julho 2013 INFO
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/ diversão coletiva
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Ao centro, Antonio tabet, ian sbF e Fábio Porchat com parte dos 35 funcionários da produtora Porta dos Fundos
A PortA dos Fundos é o hyPe dA vez nA internet. Com seu humor esCrAChAdo, tornou-se A mAior ProdutorA de vídeos PArA A web do PAís. INFO invAdiu As grAvAções PArA entender Por que tudo o que A truPe CArioCA toCA virA suCesso instAntâneo ≥ Por Paula Rothman ≥ fotos vitoR PickeRsgill e guilleRmo giansanti
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a arte viral do
fotos Vitor Pickersgill
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O atOr, rOteirista e humOrista Fábio Porchat, 29 anos, é um sujeito eclético. Numa quarta-feira de junho, começou o dia em São Paulo, vestido de cientista maluco e ursinho panda para a sessão de fotos que ilustra nossa reportagem sobre viral e a capa desta edição, e o encerrou no Rio de Janeiro, de terno e gravata, interpretando um parlamentar que convida um colega para um ministério obscuro do governo, em mais um esquete de sua produtora, a Porta dos Fundos. Os mais de 100 programas de humor produzidos já registraram 330 milhões de visualizações, tornando a Porta dos Fundos a maior produtora de vídeos para a internet do Brasil e uma marca valiosa. Lançado em agosto de 2012, o canal de humor manda a seus mais de 3 milhões de inscritos um alerta a cada vídeo publicado, sempre às segundas e quintas-feiras, às 11 horas da manhã. “A Porta virou quase capítulo de novela, que as pessoas veem para ter assunto no dia seguinte”, afirma Porchat, que tem como sócios Gregório Duvivier, João Vicente de Castro, Ian SBF e Antonio Tabet. Os cinco amigos já trabalharam na televisão, mas foi na internet que eles encontraram liberdade para fazer o humor escrachado e boca-suja que conquistou milhões de fãs. Números
superlativos não faltam à Porta dos Fundos. Tome o exemplo do vídeo “Na Lata”, em que Uelerson, um funcionário de supermercado vivido por Porchat, satiriza a Coca-Cola por gravar nomes nas latas de refrigerante. O esquete é o mais acessado do grupo, com 9 milhões de visualizações. Dos 29 vídeos de maior audiência no YouTube em maio, nove são da produtora.
Um dOs prImeIrOs esquetes que viralizou debochava do atendimento da rede de fast-food Spoleto. A empresa entrou na brincadeira e resolveu contratar a Porta dos Fundos para que fizesse a continuação da história, com outros dois vídeos pagos, que também bombaram. Começava aí a produção de vídeos encomendados que tornaria a Porta dos Fundos um negócio rentável. Marcas como LG e Fiat desembolsam, em média, 250 mil reais para ter um vídeo publicitário feito pelo grupo. Estima-se ainda que a produtora receba cerca de 80 mil reais por mês do YouTube, com a publicidade inserida no canal. Federico Goldenberg,
gerente de parcerias do YouTube Brasil, não confirma esse número, mas diz que “mais de 50% da receita gerada por anúncios vai para os parceiros”. A Porta dos Fundos é procurada por marcas interessadas em seu poder de viralizar. Quem comanda a equipe comercial é o publicitário João Vicente de Castro, 30 anos. “A gente entende o que o cliente quer e inventa uma forma de fazer sem atrapalhar nossa linha editorial”, diz Castro. “Muitas vezes abrimos mão de trabalhos.” Entre as propostas recusadas está a de uma empresa que ofereceu 800 mil reais para o grupo falar mal de um concorrente. Nenhum dos esquetes pagos entra no canal da Porta dos Fundos no YouTube. Os vídeos publicitários são divulgados pelas empresas, que conseguem ótimos resultados. Uma websérie feita para a LG, por exemplo, foi vista mais de 6,5 milhões de vezes. “Cerca de 60 mil pessoas clicaram no link do Optimus G no final de cada episódio”, afirma Barbara Toscano, gerente-geral de marketing para celulares da LG. O sucesso da produtora não aconteceu por acaso. “Nossa meta é ter o maior canal de vídeos da internet até 2013”, disse Antonio Tabet a INFO em março de 2012. A reportagem Humor no YouTube noticiava, em primeira mão, a criação da Porta dos Fundos. Na época, o grupo trabalhava em casa e ainda não havia definido a estrutura da empresa. Hoje, a produtora emprega 35 pessoas, tem o próprio equipamento profissional de vídeo e uma série de projetos engatilhados, como uma nova websérie, um longa-metragem, um livro e planos de lançar produtos licenciados. Com a profecia de Tabet cumprida, INFO voltou a acompanhar a rotina da produtora para tentar entender como o sucesso aconteceu tão rápido.
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em ação
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Fábio Porchat e Gregório Duvivier gravam esquete, na sede da Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, em que satirizam a criação de um obscuro ministério
A tarefa não foi fácil. Numa noi te de junho, na nova sede da Porta dos Fundos, no bairro carioca de Laranjeiras, nenhuma das 12 pes soas presentes à gravação conseguiu conter o riso quando Fábio Porchat e Gregório Duvivier começaram o ensaio. Interpretando políticos que discutem a criação de um novo ministério, eles gravaram um es quete de menos de cinco minutos que mobilizou diretor, iluminador, operador de áudio, figurinista, as sistente de direção. “Normalmente procuramos locações externas”,
fotos Guillermo Giansanti
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afirma Ian SBF, 33 anos, diretor e editor responsável por todos os vídeos da produtora. “Como hoje precisáva mos de um cenário parecido com um escritório, a produção foi simples.” Os textos escritos por Porchat, Tabet e Duvivier nem sempre são as sim fáceis de produzir. Um vídeo so bre os dez mandamentos gravado em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, mobilizou uma superprodução para vestir dez pessoas com barba e túnica. A Porta dos Fundos tem um acervo com mais de 200 peças, que a figurinista Juli Videla montou durante o último ano. É como se o palhaço Bozo, toda a Liga da Justiça e uma senhora da alta so ciedade tivessem desfeito suas malas no closet da produtora. “Compramos e emprestamos muita coisa, mas vá rias vezes tenho de criar”, afirma Juli.
Já passa da meianoite quando todos se posicionam para dar início às gravações do esquete de política. Ian SBF liga a câmera 5D, e a imagem aparece em pequenos monitores para que dois assistentes acompanhem a captação. Gustavo Chagas, ator e di retor de making of, controla outra câ mera, uma 7D, para fazer o vídeo dos bastidores, para o canal Fundos da Porta. Debruçado sobre a cena, Bruno Menezes ergue o microfone e controla a qualidade do áudio. Há três meses na produtora, Menezes fez cursos de especialização no MIT e na Universi dade Berkeley, nos Estados Unidos.
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dentro da porta
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Estátua da Liberdade de gesso, uma das 200 peças do acervo da produtora, montado pela figurinista Juli Videla (embaixo da mesa); à esquerda, o ator Totoro e, ao lado, os sócios Ian SBF, Gregório Duvivier e Fábio Porchat antes de gravar um esquete
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Qualidade é uma preocupação constante da turma. Uma reportagem da revista americana Forbes diz que a Porta dos Fundos deu uma “demão de tinta profissional” no humor brasileiro de internet. “A gente fez o que muitos achavam impossível: consolidou conteúdo de qualidade na internet”, diz Antonio Tabet, 38 anos. Há 11 aNOs, TabeT criou o site de humor Kibe Loco, um dos mais acessados do país e famoso por transformar quase tudo o que publica em viral. O Kibe Loco foi a plataforma de lançamento dos vídeos da Porta dos Fundos e sua audiência determinou quais eram os melhores horários e dias para a publicação dos vídeos. “O Kibe foi fundamental para a gente crescer em tão pouco tempo”, afirma Ian SBF. Tabet conciliava o Kibe Loco com a função de roteirista do programa Caldeirão do Huck, no qual trabalhava João Vicente de Castro. Porchat e Duvivier se conheceram no teatro, mas também participaram de programas da Globo. Em comum, além do senso de humor, os amigos descobriram a vontade de fazer algo na web. “A TV tem uma responsabilidade maior porque fica ligada na casa das pessoas”, diz Duvivier, 27 anos. “Não dá para transmitir um absurdo ao meio do dia na TV. Na internet pode, porque é o público quem vai buscar o conteúdo.” Com Gabriel Esteves, Duvivier, Porchat e Tabet formam o time de roteiristas. Toda semana, entregam quatro novas propostas de roteiro, discutidas em reuniões de pauta. Não há tema proibido, desde que faça rir. “Quando falamos de pedofilia, não estamos atacando a Igreja, mas o idiota do padre pedófilo. A gente bate nas pessoas que têm de bater”, diz Porchat.
fotos Guillermo Giansanti
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No início, só na primeira segundafeira do mês era lançado um programa de 12 a 15 minutos, com várias cenas. Mas logo o grupo percebeu que quando as pessoas gostam de um esquete querem compartilhar só aquele, e não oito juntos. Como é mais fácil viralizar vídeos curtos de uma cena, foi essa a estratégia usada para conseguir cada vez mais compartilhamentos. Outra vantagem: a cada 1 mil visualizações, a produtora ganha um valor do YouTube, que monetiza os parceiros de acordo com a audiência que geram.
O sucesso da Porta dos Fundos já chama a atenção de canais de TV, e até a Globo teria sondado o grupo. Mas eles dizem que não há interesse em voltar para as restrições de uma emissora de TV. “A gente achou a melhor forma de se expressar. A internet é nosso horário nobre”, afirma Duvivier, ao retirar a gravata após encerrar sua participação no vídeo dos políticos. São quase 3 horas da manhã quando a gravação do esquete termina. A reportagem da INFO deixa o prédio da produtora, mas o trabalho continua.
Quando começou, a Porta dos Fundos fazia programas de 12 a 15 minutos. Mas logo percebeu que esquetes curtos viralizam mais fácil. A audiência explodiu
Há dois meses, a Porta dos Fundos fechou seu primeiro contrato de inserção de produto nos vídeos, com a cerveja Itaipava. Como no merchandising de TV, a cerveja pode aparecer, mas não precisará ser citada. Até hoje, todas as outras marcas mencionadas em vídeos, como a bolacha Negresco, apareceram por escolha do grupo. “As pessoas falam de marcas o tempo todo”, diz Porchat. “Não é estranho quando alguém diz que vai acessar uma rede social no lugar de dizer Facebook? A TV faz isso porque monetiza todas as inserções, mas a gente acredita que falar delas naturalmente gera realismo.”
Roupas são dobradas, objetos usados em cena são embalados para devolução, câmeras e cabos são recolhidos. Alguém oferece Doritos, Coca-Cola e sanduíches. Da parte de baixo do prédio alugado de três andares vem o som de risadas. Antes de sair, Ian SBF chama Fábio Porchat para conversar sobre um projeto. Porchat está há quase 48 horas sem dormir, ensaia uma careta sensual, chama o colega de “meu amor” e sai de cena dando tchau e um gemido. E aí tudo fica mais claro. Se existem mesmo elementos que garantem o sucesso de um vídeo, a Porta dos Fundos é hoje o canal que melhor soube combiná-los. Talvez porque a trupe guarde na manga, além de um profissionalismo inédito na internet, um último ingrediente secreto: não perder jamais o bom humor. ↙ Julho 2013 INFO
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O IbOpe na mIra dO TwITTer
StartupS de tecnologia inauguram no BraSil um mercado que Já faz SuceSSo noS eStadoS unidoS, focado na medição da audiência de tV uSando oS comentárioS naS redeS SociaiS ≥ Por Marcus Vinícius Brasil ≥ fotos Dulla
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Q Quando subiram os créditos, no fim do primeiro capítulo da novela Sangue Bom, da Rede Globo, a audiência medida pelo Ibope indicava uma estreia morna. Foram 28 pontos de média naquela noite de abril, o que equivale a cerca de 17 milhões de pessoas ligadas na atração da faixa das 19 horas. A novela Cheias de Charme, o maior sucesso do horário nos últimos anos, alcançou, no primeiro episódio, 35 pontos. Enquanto o Ibope mostrava dados pouco animadores, relatório de outra empresa desenhava um cenário melhor, baseado nos comentários feitos no Twitter. Na rede social, 95% dos posts sobre o capítulo eram positivos, a começar pela elogiada trilha sonora. Bastaram alguns dias no ar e a audiência de Sangue Bom subiu, alcançando médias superiores às registradas pela antecessora, Guerra dos Sexos. O insight de que a novela poderia pegar foi dado pela Tuilux, startup fundada em Santos, no litoral paulista, para estudar a audiência da televisão com base em posts no Twitter. A análise é feita por algoritmos que rastreiam milhões de tuítes mensais.
Depois de uma primeira triagem, que procura conteúdo relacionado à TV, os comentários voltam a ser peneirados pelo software de análise, que busca dados mais detalhados. “Desenvolvemos um algoritmo que acerta pelo menos 85% das vezes se um post é positivo ou negativo”, diz Helder Knidel, um dos fundadores da Tuilux. A empresa foi criada em 2012 por três profissionais com experiência em sistemas de recomendação para comércio eletrônico: Knidel, 36 anos, Humberto Ribeiro de Souza, 34, e Leandro Nunes de Castro, 39 anos. O fundo de investimentos Astella sugeriu a eles utilizar a tecnologia para medir audiência.
crítica com plataforma aberta leva ao surgimento desse ecossistema.” Também foi essencial a existência de profissionais brasileiros capazes de desenvolver sistemas para analisar grande quantidade de dados e extrair algum sentido deles. O engenheiro Leandro Nunes de Castro, da Tuilux, por exemplo, fez pós-doutorado na Universidade de Kent, no Reino Unido, e tem trabalhos focados na análise de grandes volumes. É referência em computação natural. Na Qual Canal, o perfil dos fundadores também é técnico. Anderson Fér, 27 anos, André Terra e Fabrício Buzeto, ambos com 28 anos de idade, estudaram ciência da computação.
Usar o Twiter para medir audiência só foi possível porque profissionais brasileiros começaram a se especializar na análise de enormes massas de dados
A Tuilux não está sozinha nesse tipo de oferta, que começa a ganhar espaço no Brasil. A startup Qual Canal, de Brasília, também participa da corrida para trabalhar com emissoras, agências de publicidade, além do próprio Ibope, na oferta de informações mais precisas, pinçadas do Twitter. Há ainda a argentina Zauber Labs, que tenta conquistar uma parte do mercado brasileiro e já tem entre seus clientes a Rede Record e o Yahoo! “O fato de o sistema do Twitter ser aberto permite que empresas criem serviços em volta dele”, diz Guilherme Ribenboim, diretor-geral do Twitter no Brasil. “A combinação de massa
Flávio Ferrari, 53, fez engenharia e foi presidente do Ibope Media Information. Eles passaram por mentoria na aceleradora californiana 500 Startups e voltaram para o Brasil em março. “Na Califórnia, vimos qual será o futuro desse mercado”, afirma Fér. Já o argentino Gabriel Baños, 31 anos, fundou a Zauber Labs em 2007, depois de gra duar-se em engenharia de sistemas. Há dois anos, a empresa especializou-se na análise de tuítes.
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analistas de tuítes
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Humberto Ribeiro de Souza, Helder Knidel e Leandro Nunes de Castro, da Tuilux, que estuda a audiência da TV com base em posts no Twiter
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Nova medida
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Flávio Ferrari foi presidente do Ibope Media. Hoje está na Qual Canal, que já fornece dados para a Globo
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Um dos desafios tecnológicos dessas novas startups é identificar quais posts se referem ao conteúdo de TV. Aí entra o conhecimento em com putação natural, ramo da ciência da computação que usa exemplos da natureza para resolver problemas. “Começamos a trabalhar nos algorit mos há mais de um ano e continua mos melhorando. Temos um time de pesquisa dedicado”, diz Baños, que emprega 30 engenheiros na sede, em Buenos Aires, e planeja abrir um es critório em São Paulo ainda neste ano. No caso da análise de comentá rios sobre a novela Avenida Brasil, por exemplo, foi necessário eliminar as referências à avenida carioca de mes mo nome. “Nem tudo o que encontrá vamos tinha relação com a novela”, diz Knidel, da Tuilux. “Criamos uma busca contextual, que procura no post por algum elemento que remeta à TV.” A Qual Canal já fornece relató rio para a Rede Globo, e a Tuilux tem entre seus clientes as agências de publicidade Loducca e JWT. Elas não revelam quais são os valores dos contratos. A Zauber cobra men salidades que chegam a 5 mil reais. “Vejo no Brasil o mesmo fenôme no ao qual assistimos nos Estados Unidos”, disse a INFO Chloe Sladden, vicepresidente global de mídia do Twitter, referindose à tendência de jovens empresas de tecnologia alia remse às emissoras ou aos institutos de pesquisa para analisar audiência. Por aqui, o Ibope já trabalha com a Qual Canal em uma pesquisa para verificar o impacto das redes sociais na medição de audiência de um pro grama de TV. “Nossa expectativa é que esse estudo aponte tendências e contribua para definir estratégias nes se novo cenário”, diz Juliana Sawaia,
chefe do departamento de learning & insights do Ibope. “Partindo da ideia de que é um hábito cada vez mais co mum comentar a programação, pre cisamos avaliar esse fenômeno.” O estudo ainda está em estágio inicial. Entre os cerca de 9 milhões de pessoas que navegam na internet e assistem à TV ao mesmo tempo no Brasil, 29% comentam o que veem. Essa mudança de comportamento atinge também a produção de con teúdo das emissoras. “Antes, os di retores de TV recebiam montanhas de cartas. Hoje, temos ferramentas
As agências de publicidade também beneficiamse com a melhora da medi ção da audiência. Exemplo prático: se um programa tem um pico de espec tadores, é possível identificar exata mente o que foi comentado no Twitter durante aquela alta. Assim, fica mais fácil prever se o fenômeno se repetirá. “Nosso trabalho depende de olhar para dados passados e tentar prever como o público vai se comportar no futuro”, afirma Daniel Chalfon, vice presidente de mídia da agência de pu blicidade Loducca, de São Paulo, que já utiliza o sistema da santista Tuilux.
Entre os 9 milhões de pessoas que navegam na internet ao mesmo tempo que assistem à TV, 29% comentam o conteúdo nas redes sociais melhores para entender quem está do outro lado da tela”, diz Antonio Guerreiro, diretor de novas mídias da Rede Record. “Acompanhamos se um personagem vai bem, se precisamos dar mais força a ele”, afirma Guerreiro. O canal Multishow aplica essa análise principalmente às suas trans missões feitas ao vivo. “Sigo pessoal mente os rankings no Twitter, e de pois cruzamos com a audiência”, diz Guilherme Zattar, diretor da emis sora. “Um produto que automatize isso é sensacional para os canais que têm uma programação interativa.”
Guilherme Werneck, responsável pela divisão de mídias sociais da MTV Brasil, diz que ainda há um longo cami nho para a adoção definitiva desse tipo de medição de audiência, pois falta um padrão. “Todos precisam falar a mes ma língua”, diz ele. Mas há quem aposte num mercado amplo o suficiente para acolher muitas empresas. “Algumas se especializarão no atendimento às agên cias, outras atenderão às emissoras”, afirma Flávio Ferrari, da Qual Canal. O próprio Twitter, que alimenta todas essas crias, aposta que, no futu ro, haverá disputa pela liderança desse mercado. “Acho que os modelos vão se misturar”, diz Guilherme Ribenboim. “Cada empresa escolheu determina do caminho para começar a operar, mas lá na frente elas vão competir.” ↙ Julho 2013 INFO
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Você compra só o que quer?
Grandes redes de vareJo usam biG data e Geolocalização para monitorar hábitos. a intenção? Fazer o consumidor Gastar mais nas compras, com oFertas personalizadas ≥ Por maurício moraes
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No lugar de camuNdoNgos, consumidores servem de objeto de estudo nos laboratórios da agência digital SapientNitro, em Nova York, Atlanta e Portland, nos Estados Unidos. Equipes formadas por publicitários, tecnólogos e cientistas de dados fazem experimentos para descobrir como a tecnologia pode ajudar o varejo a vender mais. Sensores capazes de detectar emoções, anúncios que percebem quem passa por eles e sistemas de rastreamento da posição dos clientes estão entre as ferramentas testadas. “Queremos conhecer o futuro e ajudar a trazê-lo à tona”, afirma Donald Chesnut, executivo-chefe de experiência da SapientNitro e um dos palestrantes do INFOTrends, evento da INFO que acontece no dia 2 de agosto no WTC Sheraton, em São Paulo. Pressionadas pela competição cada vez mais acirrada — inclusive das lojas virtuais —, grandes redes de varejo têm apostado em inovação para conhecer melhor os consumidores e incentiválos a comprar mais. Tecnologias como as de big data, monitoramento digital e geolocalização começam a ganhar espaço com o objetivo de revelar padrões de comportamento e mostrar maneiras de influenciar. O consumidor entra numa espécie de Big Brother das compras. Em um projeto piloto para algumas unidades da rede de artigos para casa Home Depot, em Atlanta, a SapientNitro instalou quiosques com um grande display, usado pelos vendedores para mostrar informações sobre eletrodomésticos e fazer comparações entre eles,
ampliando a interação com os compradores. O sistema mostra tanto os produtos em exposição nos corredores como os que não estão fisicamente disponíveis. Se há seis modelos de geladeira na loja e 18 online, por exemplo, é possível compará-los e compartilhar os resultados pelo celular. A iniciativa conseguiu atingir o dobro do resultado esperado. “Todos os varejistas, grandes ou pequenos, estão tentando entender o papel do digital na experiência da loja”, afirma Chesnut. A tecnologia também permite monitorar o que acontece em um ponto de venda em tempo real. A startup gaúcha GetWay criou um sistema que
rão usar uma pulseira, a MagicBand, que registrará dados pessoais e o número do cartão de crédito. Ela poderá ser usada para comprar produtos, ingressos, abrir a porta do quarto do hotel e escapar das filas. Em troca da comodidade, a Disney poderá acompanhar cada passo dos frequentadores de seus parques e descobrir maneiras de melhorar a experiência e aumentar o consumo. Iniciativas como essa levantam um questionamento sobre a violação de privacidade, que poderia afastar os compradores. Se antes era possível armazenar só alguns meses de informações, hoje as empresas conseguem
No futuro, pode ser que as lojas consigam identificar o cliente por meio de ondas elétricas cerebrais e oferecer produtos de acordo com o humor dele registra cada produto vendido e cruza a informação com outros dados, como o clima. Dá para saber, por exemplo, a temperatura de determinado tipo de picolé que um cliente comprou. Com base em um vasto histórico de dados, a empresa pode realizar uma análise preditiva, estudar as temperaturas previstas para a semana seguinte e preparar o varejista para vender os produtos que têm maior chance de ser procurados. “Existe muita tecnologia à disposição, mas ela ainda é mal aproveitada”, afirma Guilherme Masseroni, 33 anos, presidente da GetWay. As inovações tecnológicas não estão restritas ao varejo tradicional. Em janeiro, a Disney anunciou o MyMagic+, novo sistema de controle de entrada para seus parques. Os visitantes deve-
guardar décadas de registros. Analisar tudo, cruzar com outras variáveis, como o que se fala nas redes sociais sobre as marcas, e extrair conhecimento exige o uso do big data, sistema capaz de processar enormes volumes de dados. “O big data consegue saber quem é o cliente, quais são seus hábitos de compra e que correlações podem ser feitas”, diz Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias da IBM Brasil. É possível perceber, por exemplo, quais mercadorias costumam ser adquiridas em conjunto e as que deixam de ser compradas. Uma provável evolução disso serão lojas capazes de saber, em tempo real, o que os clientes desejam antes mesmo que pisem no estabelecimento. “Quanto mais a loja conhece o cliente, mais ela consegue fazer sugestões adequadas.
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A microssegmentação ajudará a descobrir se um cliente recebeu aumento ou acabou de se casar. Isso será possível com sofwares de monitoramento Pode ser que, no futuro, seja possível identificar o consumidor por meio de ondas elétricas cerebrais. Um consumidor que esteja mal-humorado poderá receber promoções específicas”, diz Taurion. “Com o volume de informações que teremos, o tratamento ao cliente será cada vez mais personalizado”, afirma. Com os dados em mãos, é importante agir rápido. Um alerta foi disparado para a equipe do programa de fidelidade Mais, da rede Pão de Açúcar, em outubro do ano passado. Em uma loja de São Paulo, caiu muito o número de clientes na estação de frutas, verduras e legumes. A informação partiu do sistema de monitoramento das vendas e a maneira de contornar o problema foi inusitada. A rede planejou uma ação direcionada aos consumidores que deixaram de adquirir os produtos. Para isso, recorreu ao banco de dados do cartão de fidelidade, entrou em contato com as pessoas e ofereceu uma sacola retornável, descontos e uma cesta de produtos, com o pedido para que voltassem a consumir frutas e legumes. A iniciativa deu certo e as vendas subiram. No programa Mais, os 2,7 milhões
de clientes cadastrados são segmentados de acordo com o valor gasto, o tipo de compra, a frequência com que vão às lojas e o tempo de cadastro. Enormes bancos de dados não ajudam apenas nas vendas. Conhecer quem vive em cada bairro das cidades do país é fundamental para empresas em expansão. Como fazer esse levantamento é demorado e caro, uma alternativa tem sido contratar serviços de demografia. Entre eles está o Mosaic, da Serasa Experian, que traça um retrato mais profundo do que só dividir a população nas classes A, B ou C. “Identificamos grupos que incluem desde os r ibeir inhos da Ama zônia até a chamada pequena Alemanha do Brasil, formada por catarinenses descendentes de alemães”, afirma Fernando Rosolem, da Serasa Experian. O sistema Mosaic divide a população em 39 grupos. Imagine que uma loja será aberta. Para definir o ponto, é feita a análise de um mapa com várias manchas, que indicam as áreas onde estão o público desejado e os concorrentes. Outro serviço da Serasa, o Lista Online, identifica pessoas com determinadas características que estão em um perímetro definido, como mulheres de 30 a 40 anos num raio de 2 quilômetros. Ferramentas concorrentes, como o OnMaps, desenvolvido pela start-up Geofusion, exibem uma enorme quan-
tidade de dados demográficos, comerciais e urbanos sobre um mapa. Redes como McDonald’s e Boticário usam o serviço para definir quais pontos para novas unidades têm maior chance de dar certo. A startup mapeou mais de 3 mil cidades brasileiras. Além de mostrar o que os clientes querem, análises por meio do big data podem ajudar o comércio até a mudar o comportamento dos consumidores, segundo diz Patrícia Florissi, vicepresidente da empresa EMC. Se uma pessoa costuma comprar café todos os dias em uma rede, mas muda o hábito no fim do mês porque o salário está acabando, é possível enviar a ela cupons promocionais para o período. Com isso, a rede consegue evitar a migração para um concorrente que cobre menos e ainda garantir uma receita adicional. “Antes, as empresas viam-se num ciclo. Agora, tentam influenciar o futuro”, afirma Patrícia. Esse é o caminho da microssegmentação. Saber se a pessoa recebeu aumento ou se acabou de se casar será vantagem competitiva. Para chegar a esses detalhes, nos Estados Unidos empresas inovam no monitoramento. Um software da Euclid Analytics, por exemplo, registra o posicionamento dos clientes dentro da loja. Os dados permitem descobrir quais locais atraem mais e fornecem estimativa de quantas pessoas estão na loja. Para Paco Underhill, especialista em varejo e autor do livro Vamos às Compras, a tecnologia precisa ainda ajudar os lojistas a criar provadores melhores. “Existe um espelho que grava o que a pessoa faz no provador. Ela seleciona as imagens que quer armazenar e pode rever as roupas que experimentou”, diz Underhill. A intenção? Vender cada vez mais. ↙
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porTáTil e profissional Com Windows 8, o tablet Latitude 10 tem bateria resistente e recursos de segurança, como leitor de impressão digital ≥ POr airton lopes
1,5 cm
18 cm
28 cm
RESISTENTE O LCD de 10,1 polegadas e 1 366 por 768 pixels é coberto por vidro Gorilla Glass
TableT
Latitude 10 / DeLL O habitat deste tablet da Dell são os escritórios das grandes empresas. Além de executar todos os aplicativos que rodam em um desktop com Windows 8, o Latitude 10 possui recursos de segurança avançados, como leitor de impressão digital, slot para smart card e software de criptografia. Se o trabalho exigir jornadas remotas, uma linha de acessórios com caneta stylus (96 reais), bateria extra (190 reais) e dock (451 reais) pode aperfeiçoar o escritório móvel. Assim como a entrada para microSIM card, a ótima autonomia reforça a vocação do equipamento para o trabalho em qualquer local. A duração da bateria rodando vídeo foi de 7 horas e 54 minutos, boa marca para um tablet. Em outro teste, dessa vez com o software Battery Eater, o mesmo utilizado pelo INFOlab na avaliação de ultrabooks híbridos, a autonomia, de 4 horas e 38 minutos, foi excelente. Porém, o desempenho é similar ao de um PC simples. Com peso e medidas acima da média, o tablet tem espaço para portas USB 2.0 no tamanho convencional e miniHDMI. Tela de 10,1” / Intel Atom Z2760 1,8 GHz dual core / 2 GB / 64 GB + SD / 3G / GPS / 726 g / Windows 8 / 7h54min de bateria(1)
QUASE UM DESKTOP Por 451 reais, a dock permite ligar o tablet na rede cabeada e plugar mouse e teclado
AvAlIAçãO TécNIcA: 8,3 cUSTO/bENEfícIO: 6,5
/ R$ 2 599
84 / INFO Julho 2013
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FOTO RAFAEL EVANGELISTA EDIçãO DE IMAgEM EDSoN mINoRu ILUSTrAçõES EVANDRo BERToL
(1) Duração medida com o aparelho exibindo vídeo em 720p com Wi-Fi e Bluetooth ativados
7/3/13 7:37:10 PM
Fábrica em casa
Compacta e fácil de operar, a impressora 3D Cube cria objetos pequenos sem sujeira, mas o acabamento das peças é ruim ≥ PoR Airton Lopes
linHA De PRoDução Veja quanto tempo demorou e qual o custo dos objetos feitos com a Cube no INFolab(1)
XícARA De cAfé 2h34min
R$ 14
cAPA De iPHone 1h48min
R$ 6,72
26 cm
34 cm
26 cm
impressora 3D
Cube / 3D SyStemS O preço ainda assusta, mas as impressoras 3D compactas já tentam
chegar às casas para fabricar peças e objetos pequenos. A Cube é alimentada por um cartucho com meio quilo de um tipo de fio de plástico. Enquanto derrete o material, a cabeça de impressão desenha o objeto em camadas finas sobrepostas. A operação é bem simples. Basta enviar os arquivos para a impressora por Wi-Fi ou por um pen drive, besuntar de cola a base de vidro onde será fabricada a peça, pressionar um botão e aguardar o término da impressão, para separá-la do suporte. Quem faz questão de acabamento perfeito vai se decepcionar. As peças não ficam com paredes totalmente lisas. Nas áreas suspensas, como a asa de uma xícara, a Cube cria hastes de sustentação que precisam ser removidas com estilete. Mas a maior frustração para as pessoas que se aventurarem a lidar com impressoras 3D é a descoberta de que o domínio de programas de modelagem de objetos, como AutoCAD, Blender e SketchUp, é indispensável para aproveitar bem o equipamento.
(1) Considerando apenas o gasto com matéria-prima
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tecnologia Plastic Jet Printing (PJP) / 200 microns (0,2 mm) / material de impressão: plásticos ABS ou PLA (R$ 280 cada cartucho) / tamanho máximo do objeto: 14 x 14 x 14 cm / LCD touchscreen / Wi-Fi / USB / Software: Cubify AvAliAção técnicA: 7,1 custo/benefício: 6,8
/ R$ 6 690
Julho 2013 INFO
/ 85
7/3/13 7:37:52 PM
/
na velocidade do 4g
Os smartphones intermediários da Nokia e da Samsung navegam nas redes velozes com desempenho próximo ao de modelos topo de linha ≥ Por airton lopes
0,9 cm
smartphone 4g
Lumia 820 / nokia A força de processamento e a variedade de conexões deste aparelho são as mesmas de seu irmão mais completo, o Lumia 920. As diferenças mais evidentes estão na tela e na memória interna, que são menores. Dos 8 GB para armazenamento, apenas metade fica livre para o usuário, mas há entrada para cartão microSD. Nos testes, a câmera de 8 MP do Lumia 820 agradou, especialmente em modo macro. Um detalhe interessante é a presença de um botão físico de disparo. Já a autonomia de bateria ficou aquém do desejável.
13,2 cm
6,9 cm
4g (LTE) / Windows Phone 8 / Snapdragon S4 krait 1,5 gHz dual core / 8 gB + microSD / Tela de 4,3” / Câmeras de 8 mP (1080p) e 0,3 mP (Vga) / 159 g / 8h12min de bateria(1) AvAliAção técnicA: 7,8 custo/benefício: 7,2
/ R$ 1 459
smartphone 4g
Galaxy Express / SamSung Além de equipar seu
modelo intermediário com conexão 4G, a Samsung deu ao Galaxy Express uma bateria com capacidade de carga acima da média da categoria. Nos testes, o smartphone navegou em altíssima velocidade e obteve a autonomia recorde de bateria, de 16 horas e 27 minutos. Ele roda sem demora até mesmo os jogos mais pesados, mas a resolução da tela (480 por 800 pixels) deixa claro que não se trata de um modelo topo de linha.
4g (LTE) / android 4.1 / Snapdragon S4 krait 1,5 gHz dual core / 8 gB + microSD / de 4,5” / Câmeras de 5 mP (720p) e 0,3 mP (720p) / 139 g / 16h27min de bateria(1)
1,1 cm
12,4 cm
AvAliAção técnicA: 8,0 custo/benefício: 7,4
6,8 cm
/ R$ 1 399
86 / INFO Julho 2013
IN331_Teste.indd 86
s FOTOS RAFAEL EVANGELISTA EDiçãO DE iMAGEM EDSON mINORu iLUSTrAçõES EVANDRO BERTOL
(1) Duração medida com o aparelho em chamada com Wi-Fi e Bluetooth ativados
7/3/13 7:38:15 PM
compacta No programa rápido, a máquina lava 1,5 quilo de roupa. É o suficiente para:
2
camisetas
(150 g cada)
+
1
camisa
(250 g)
+
1
calça
(800 g)
+
3
cuecas
(50 g cada)
lavadora para soltEiros Fixada na parede, a máquina Mini Silent ocupa pouco espaço e no modo rápido gasta 28 minutos para lavar até 1,5 quilo de roupa
55 cm
ElEtrodoméstico
Mini Silent / electrolux
Fixada na parede e capaz de receber até 3 quilos de roupa, esta lavadora compacta é uma opção prática para áreas de serviço apertadas para abrigar uma máquina de lavar convencional. Para quem mora sozinho, a capacidade reduzida é uma vantagem, pois não é preciso esperar a roupa suja acumular para ligar a máquina. O tempo gasto na lavagem é outro atrativo. No programa rápido, que só deve ser utilizado com metade da carga (1,5 quilo) , a tarefa de lavar uma calça jeans foi realizada em 28 minutos, de forma muito silenciosa e sem trepidação durante a centrifugação. No modo normal, a lavagem de nove camisas tamanho grande levou uma hora e 45 minutos e o resultado não foi totalmente satisfatório. O enxágue não teve a mesma eficiência em todas as peças. A Mini Silent oferece seis programas de lavagem, com duas opções para atacar a sujeira mais pesada e as manchas. Uma é recorrer a até quatro enxágues extras, a outra é realizar a lavagem com água quente.
29,2 cm
60 cm
≥ Por Airton Lopes
carregamento frontal / capacidade: 3 kg / 700 rPm / 6 programas / Água fria e quente / 110 V ou 220 V / Potência: 1 100 W (110 V) e 1 500 W (220 V) / consumo de energia: 0,057 kW/h (água fria) e 0,68 kW/h (água quente) / consumo de água: 29 l / instalação gratuita avaliação técnica: 7,7 custo/benefício: 6,9
/ R$ 1 549
Julho 2013 INFO
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/ 87
7/3/13 7:39:04 PM
/
Pronta Para a CoPa
No modo futebol, a smartTV da Samsung mostra replays, amplifica o canto da torcida e exibe na tela comentários do Twitter e do Facebook ≥ por airton lopes soM isolADo nenhuma das portas HDmI tem o recurso que leva o som da TV para o home theater
26,5 cm
61,5 cm
92,8 cm
filMA eu, GAlvão! para usar reconhecimento facial e comandos por gestos é preciso comprar uma câmera (429 reais)
Dono Do RePlAY a gravação da partida é feita em um pen drive ou em um HD plugado na porta uSB
tv
UN40F5500 / SamSung
Rever um lance bonito de uma partida de futebol não depende mais da boa vontade do narrador. Em sua linha de aparelhos de TV para 2013, a Samsung estreou o modo futebol, que realça a imagem, o som e a interatividade dos jogos. Presente até em modelos com recursos intermediários, como este, testado pelo INFOlab, o ajuste para assistir a jogos é acionado com apenas uma tecla. A partir daí, a imagem assume cores mais vibrantes, o áudio é equalizado para ressaltar o barulho da torcida e a transmissão começa a ser gravada. Isso permite pausar o jogo ou rever lances de forma instantânea, sem depender do replay da emissora. Se quiser, o espectador assiste às partidas acompanhando comentários feitos no Twitter e no Facebook, que aparecem na lateral da tela. Em relação ao ajuste padrão de imagem e de som, as diferenças são perceptíveis, mas distantes da promessa de levar o espectador para dentro do estádio. Na TV testada, a potência e a qualidade dos alto-falantes são similares às de um modelo de LCD com LED de 40 polegadas comum.
88 / INFO Julho 2013
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Tela de 40” / Full HD / LCD com LED / Entradas: 3 HDmI, 1 vídeo componente, 1 composto / 2 uSB / Ethernet, Wi-Fi AvAliAção técnicA: 8,0 custo/benefício: 7,6
/ R$ 2 099
FOTOS RAFAEL EVANGELISTA EDIçãO DE ImAgEm EdSoN mINoRu ILuSTRAçõES EVANdRo bERToL
7/3/13 7:39:49 PM
um desktop no sofá
Com tela de 20 polegadas, o Vaio Tap 20, da Sony, transforma-se em tablet para ser usado longe da mesa, mas a bateria não dura muito ≥ por Airton Lopes 18 cm
desktop
Vaio Tap 20 / sony O crescimento do uso de tablets e smartphones mostra que a tão falada
morte dos PCs parece ser mesmo inevitável, mas há também tentativas criativas para reinventar o micro de mesa. O Vaio Tap 20 é uma delas. Computador do tipo tudo-em-um, ele tem uma tela de 20 polegadas sensível ao toque, apoiada em uma alça que ajusta a inclinação em ângulos entre 15 e 90 graus. Com a peça recolhida, ele se transforma em uma ótima mesa touchscreen. Como a tela aceita o toque simultâneo de dez dedos, no aplicativo de desenho Family Paint duas crianças conseguem rabiscar ao mesmo tempo com canetas e pincéis virtuais diferentes. Para os adultos, o maior atrativo é aproveitar a bateria embutida para se divertir com games levando o PC para outros locais da casa. Só é preciso disposição para carregar 5,1 quilos e ter em mente que a autonomia é limitada. Nos testes, a bateria aguentou 62 minutos de uso intenso. No papel de micro de mesa, esse Vaio tem a força de uma máquina média e não oferece recursos importantes, como drive de DVD e conexões de vídeo.
31,2 cm
50,2 cm
Tela de 20” touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz / 4 GB / HD de 750 GB / Vídeo onboard / Wi-Fi, Bluetooth / Windows 8 / 1h02min de bateria(1) AvAliAção técnicA: 7,6 custo/benefício: 6,6
/ R$ 3 999
pc De pApelão Com gabinete feito de papel reciclável e as dimensões de um livro, o ApC paper (99 dólares), da Via Technologies, é uma proposta minimalista de desktop
usb eneRGiZADAs o pC tem duas portas UsB 3.0. Ambas carregam smartphones mesmo com o Tap 20 desligado
(1) Duração da bateria medida com o software Battery Eater e com o Wi-Fi ativado, tela com o máximo de brilho e perfil de alto desempenho selecionado no Windows, sem permitir o desligamento automático de componentes
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/ 89
7/3/13 7:40:06 PM
/ Radar e-ReadeRS
Ultrabooks
// Pavilion 14-b090bR HP
// leITuRa NO eSCuRO
Compatível com ePub, principal formato de livro digital, o Kobo Glo tem uma tela E Ink de ótimo contraste e com iluminação embutida, o que permite usá-lo em qualquer situação. Com a luz e o Wi-Fi ligados e quatro viradas de página por minuto, a bateria durou 20 horas e 30 minutos.
Para quem abre mão do gravador de DVD, este modelo oferece configuração muito boa em um corpo mais fino do que o habitual de laptops de 14 polegadas. A capacidade do HD é um diferencial. O que deixa a desejar são as dimensões reduzidas do touchpad.
// vaio T13 Touch Sony
A diferença deste Vaio para um laptop comum é o display touchscreen, recurso que oferece mais agilidade para transitar no Windows 8. O desempenho do modelo é bom, mas é fácil achar ultrabooks similares mais leves e com mais espaço para arquivos.
// IdeaPad S400u Lenovo
especificações
Tela E Ink XGA Pearl de 6" / 2 GB / microSD / ePub, PDF, HTML, XHTML, RTF, TXT, CBZ, CBR, JPEG, GIF, PNG e TIFF / Wi-Fi / 11,4 x 15,6 x 1 cm / 184 g / 47h10min de bateria (modo normal) / R$ 399 avalIaçãO INFOlab
8,0
// KINdle IlumINadO
A conexão 3G gratuita e a tela com iluminação interna do Kindle Paperwhite 3G, da Amazon, permitem baixar livros eletrônicos sem depender do Wi-Fi ou do PC e lê-los até mesmo no escuro. O problema é que a luz permanece sempre ativa. Virando quatro páginas por minuto, com luz, Wi-Fi e 3G ligados, o aparelho aguentou 11 horas e 42 minutos.
A configuração deste ultrabook de 14 polegadas da Lenovo segue o padrão intermediário da categoria. O que o destaca são a aparência, a leveza (1,6 quilo) e a qualidade do teclado e do touchpad. Nos testes, a autonomia de bateria foi ruim. Não tem Bluetooth.
// vivobook X202e Asus
É o primeiro ultrabook com preço menos proibitivo a aceitar o toque dos dedos sobre o LCD para comandar o Windows 8. A precisão e a resposta do display de 11,6 polegadas e 1 366 por 768 pixels são satisfatórias. Porém, o desempenho é de uma máquina básica.
// ativ Smart PC Pro Samsung
Este híbrido é o melhor que já passou pelo INFOlab para ser usado como tablet. Destacando-se o teclado, seu peso cai para 900 gramas. O LCD pode ser explorado com os dedos ou com a caneta S Pen. Tem só uma USB 3.0.
Em vez de uma tela que gira 360 graus ou desliza, o modelo tem dois LCDs. O display externo é sensível ao toque. A solução é prática, só que o peso (1,3 quilo) não permite segurar o híbrido de forma confortável. O desempenho como ultrabook não empolga. Tela Paperwhite de 6" / 2 GB / AZW, PDF, Mobi, TXT e PRC (nativamente); DOC, DOCX, HTML, JPEG, GIF, PNG e BMP (por conversão) / Wi-Fi e 3G / 11,6 x 16,8 x 0,8 cm / 216 g / 29h45min de bateria (modo normal) / R$ 699 avalIaçãO INFOlab
90 / INFO Julho 2013
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7,9
Tela de 14" / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 6 GB / SSD de 32 GB e HD de 750 GB / Vídeo onboard / 1,8 kg / Windows 8 Pro / 1h27min de bateria(1) / R$ 2 599 avalIaçãO INFOlab
7,9
especificações
Tela de 13,3” touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 32 GB + HD de 320 GB / Vídeo onboard / 1,7 kg / Windows 8 / 1h32min de bateria(1) / R$ 3 499 avalIaçãO INFOlab
7,8
especificações
Tela de 14” / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 32 GB + HD de 500 GB / Vídeo onboard / 1,6 kg / Windows 8 / 58min de bateria(1) / R$ 1 999 avalIaçãO INFOlab
7,6
especificações
Tela de 11,6" touchscreen / Intel Core i3-3217 1,8 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / HD de 500 GB / Vídeo onboard / 1,4 kg / Windows 8 / 1h57min de bateria(1) / R$ 1 999 avalIaçãO INFOlab
7,5
Ultrabooks híbridos
// Taichi 21 Asus
especificações
especificações
// envy x2 HP
Com este híbrido, você escolhe entre o dobro da autonomia como ultrabook ou a metade do peso como tablet. Ele tem tela sensível ao toque de 11,6 polegadas e teclado destacável. O acabamento é de primeira, mas o desempenho é de uma máquina básica.
especificações
Tela de 11,6" touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 128 GB / Vídeo onboard / 1,6 kg e 900 g (modo tablet) / Windows 8 / 2h22min de bateria(1) / R$ 4 199 avalIaçãO INFOlab
8,2
especificações
Tela frontal de 11,6" e traseira de 11,6" touchscreen / Intel Core i5-3317U 1,7 GHz (Ivy Bridge) / 4 GB / SSD de 128 GB / Vídeo onboard / 1,3 kg / Windows 8 / 1h25min de bateria(1) / R$ 5 699 avalIaçãO INFOlab
7,9
especificações
Tela de 11,6" touchscreen / Intel Atom Z2760 1,8 GHz / 2 GB / SSD de 64 GB / Vídeo onboard / 1,4 kg e 700 g (modo tablet) / Windows 8 / 5h04min de bateria(1) / R$ 3 999 avalIaçãO INFOlab
7,7
FOTOS RAfAeL evAngeLiStA (1) Duração de bateria medida com o software Battery eater e o notebook com Wi-fi ativado, tela com o máximo de brilho e perfil de alto desempenho selecionado no Windows, sem permitir o desligamento automático de componentes
7/3/13 7:31:39 PM
Tablets
// iPad 4a Geração Apple
O modelo mais recente do tablet da Apple com tela Retina Display (2 048 por 1 536 pixels) traz um processador mais veloz e um novo conector, menor do que o anterior. Nos testes, o maior ganho foi na duração da bateria.
// Galaxy Note 10.1 Samsung
O tablet com configuração forte e chip de quatro núcleos pode dividir a tela e rodar dois apps ao mesmo tempo. O recurso pode, por exemplo, ser usado no aplicativo S Note, que faz anotações com a ajuda da caneta stylus.
// ElitePad 900 HP
Mais leve do que o iPad, o tablet da HP vem com o Windows 8 Pro, o que permite rodar todos os programas que funcionam nos PCs. Tem conexão 3,5G, NFC e porta USB 2.0. Dos 32 GB de memória, só 9,1 GB ficam disponíveis, mas há entrada para cartão microSD.
// Fonepad Asus
Com tela de 7 polegadas, chip da Intel e Android, o Fonepad faz o trabalho do smartphone, inclusive para telefonar, e o do tablet com ótima autonomia. Ele responde aos comandos com agilidade, só engasgando ao lidar com elementos gráficos pesados na web.
Especificações
Tela de 9,7” / A6X Cortex A9 1,4 GHz dual core / 32 GB / 660 g / iOS 6 / 10h59min de bateria(1) / R$ 1 999 AvAlIAçãO INFOlAb
9,2
Especificações
Tela de 10,1” / Exynos 4412 Cortex A9 1,4 GHz quad core / 16 GB + microSD / 3,5G (HSPA+) / 592 g / Android 4 / 6h04min de bateria(1) / R$ 1 699 AvAlIAçãO INFOlAb
8,7
Especificações
Tela de 10,1” / Intel Atom Z2760 1,8 GHz dual core / 32 GB + microSD / 3,5G (HSPA+) / 629 g / Windows 8 Pro / 6h41min de bateria(1) / R$ 2 899 AvAlIAçãO INFOlAb
8,3
Especificações
Tela de 7" / Intel Atom Z2420 1,2 GHz / 16 GB + microSD / 3,5G (HSPA+) / 316 g / Android 4.1 / 7h22min de bateria(1) / R$ 1 099 AvAlIAçãO INFOlAb
7,9
Fones de ouvido
// ATH-ANC9 QuietPoint Audio-Technica
Além de produzir um som de alta fidelidade e livre de distorções, este fone com sistema eletrônico de cancelamento de ruídos impede que barulhos externos atrapalhem a ótima experiência musical.
// K619 blue AKG
Este fone foge do visual clássico dos modelos para DJs. Ele é mais compacto e, em vez do fio em espiral, vem com um extensor. Nos testes, agradou tanto nas batidas graves como nos sons com mais variedade de timbres. Só peca por pressionar demais as orelhas.
// MDR-ZX100 Sony
Com apenas 120 gramas, este fone de ouvido pode ser usado por horas sem causar desconforto. O áudio não tem a mesma definição e pureza dos modelos mais sofisticados ou os graves ressaltados dos Beats Audio, mas não omite detalhes ou embola o som.
Especificações
Formato over-the-ear / Cancelamento de ruído ativo / Headset / Conexão P2 (adaptadores P10 e para avião) / 2 cabos de 1,2 m / Sensibilidade: 100 dB/mW / Resposta em frequência: 10 – 25 000 HZ / 243 g / R$ 1 500 AvAlIAçãO INFOlAb
Especificações
Formato on-ear / Headest / Conexão P2 (adaptador P10) / Cabo de 1,2 m e extensor de 1 m / Resposta em frequência: 16 – 24 000 Hz / Sensibilidade: 115 dB/mW / 211 g / R$ 399 AvAlIAçãO INFOlAb
8,3
Especificações
Formato on-ear / Conexão P2 / Cabo de 1,2 m / Sensibilidade: 100 dB/mW / Resposta em frequência: 12 – 22 000 Hz / 120 g / R$ 89 AvAlIAçãO INFOlAb
(1) Duração medida com a exibição de vídeo em 720p e com o Wi-Fi e o Bluetooth ativados (2) Preço praticado no MercadoLivre
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9,0
7,1
Julho 2013 INFO
/ 91
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/ Radar Smartphones
// Galaxy S4 Samsung
A configuração exuberante, com chip quad core, 4G, tela full HD, a câmera de 13 MP com recursos surpreendentes e a boa autonomia fazem do S4 o melhor Android. Sensores permitem rolar páginas com o olhar e com gestos no ar. A tampa traseira é de plástico.
// Nexus 4 LG
O smartphone do Google possui chip de quatro núcleos, tela de alta definição e Android 4.2, a versão mais atual do sistema. O desempenho é ótimo. A câmera de 8 MP produz fotos em 360 graus. As desvantagens são a falta de 4G e slot para cartão de memória.
// Z10 BlackBerry
O Z10 não faz feio diante do iPhone e dos Androids. Tem desempenho e autonomia notáveis e design elegante. Não há botões físicos para explorar o sistema BlackBerry OS 10. A câmera de 8 MP tira fotos decentes, mas não tem modo HDR e não faz panorâmicas.
// Ypy S400 Positivo
É uma opção para usar duas linhas em um aparelho com Android 4, display de 4 polegadas e preço razoável. Nos testes, apresentou lentidão em alguns momentos. O aplicativo da câmera de 5 MP é esperto, mas o registro é feito com atraso acima do normal.
// lumia 620 Nokia
Com 8 GB de memória, o que é bastante para um smartphone intermediário, entrada para cartão e NFC, o Lumia 620 é uma opção entre os modelos com Windows Phone abaixo de mil reais. Nos testes, o aparelho apresentou fluidez e pouca autonomia da bateria.
Especificações
4G (LTE) / Android 4.2 / Snapdragon 600 Krait 1,9 GHz quad core / 16 GB + microSD / Tela de 5” / Câmeras de 13 MP (1080p) e 2 MP (1080p) / 130 g / 20h22min de bateria(1) / R$ 2 499(2) avalIaçãO INFOlab
9,1
Especificações
3,5G (HSPA+) / Android 4.2 / Snapdragon S4 Pro Krait 1,5 GHz quad core / 16 GB / Tela de 4,7" / Câmeras de 8 MP (1080p) e 1,3 MP (720p) / 139 g / 13h17min de bateria(1) / R$ 1 499(2) avalIaçãO INFOlab
8,5
Especificações
3,5G (HSPA+) / Android 4.2 / Snapdragon S4 Pro Krait 1,5 GHz quad core / 16 GB / Tela de 4,7" / Câmeras de 8 MP (1080p) e 1,3 MP (720p) / 139 g / 13h17min de bateria(1) / R$ 1 699(2) avalIaçãO INFOlab
8,5
Especificações
3G / Android 4.0 / Snapdragon S4 Play 1 GHz dual core / 4 GB + 8 GB (microSD) / Tela de 4” / Câmeras de 5 MP (720p) e 0,3 MP (480p) / 134 g / 12h06min de bateria(1) / R$ 699(2) avalIaçãO INFOlab
7,8
Especificações
3G / Windows Phone 8 / Snapdragon S4 Plus Krait 1 GHz dual core / 8 GB + microSD / Tela de 3,8" / Câmeras de 5 MP (720p) e 0,3 MP (480p) / 129 g / 6h55min de bateria(1) / R$ 819(2) avalIaçãO INFOlab
7,5
Docks
// Onbeat Micro JBL
Na medida para ocupar o criado-mudo, a OnBeat Micro é a primeira dock no Brasil com o conector Lightning, presente nos iGadgets mais novos. A potência sonora é modesta, mas a qualidade é admirável para seu porte. Funciona na tomada ou com pilhas.
// anyRoom Wireless Speaker ION Audio
Para tocar o som de iGadgets sem precisar de cabos, possui uma peça que deve ser plugada no conector de 30 pinos dos aparelhos da Apple. O streaming é feito com qualidade de CD. O alcance é de 15 metros.
92 / INFO Julho 2013
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Especificações
4 W de potência / Entradas: P2, USB / Compatível com iPod, iPhone e iPad (com conectores Lightning e de 30 pinos) / 400 g > 4 pilhas AAA (palito) / 4h56min de bateria / R$ 459 avalIaçãO INFOlab
7,9
Especificações
32 W de potência / Entrada: RCA estéreo / Saída: RCA estéreo / Wireless 2,4 GHz / Compatível com iPod, iPhone e iPad (com conector de 30 pinos) / 3,1 kg / R$ 729 avalIaçãO INFOlab
7,8
FOTOS RAfAeL evANGeLIStA (1) Duração medida com o aparelho em chamada e com Wi-fi e Bluetooth ativados (2) Preço do aparelho sem planos de voz e dados
7/3/13 7:32:07 PM
Filmadoras
// MagiCam SD21 AEE/Xtrax Além de caixa estanque, controle remoto e suportes, esta filmadora de ação oferece um display removível de 1,5 polegada. Em seu lugar dá para encaixar uma bateria extra para dobrar sua autonomia. A qualidade dos vídeos feitos em 1 080p é muito boa.
// Hero3 Silver Edition GoPro
A qualidade dos vídeos em 1 080p da Hero3 Silver é a melhor da categoria. Ela vem com caixa estanque e tem Wi-Fi para que possa ser controlada pelo smartphone. Tem só três botões e LCD de 0,8 polegada para fazer ajustes.
Especificações
Full HD (1080p) / 8 MP / MicroSD / Zoom de 10x (digital) / LCD de 1,5" / 119 g / 2h03min e 4h04min de bateria(1) / R$ 1 299 avalIaçãO INFOlab
8,1
Especificações
Full HD (1080p) / 11 MP / MicroSD / Não possui zoom / LCD de 0,8" / 74 g / 1h51min de bateria(1) / R$ 1 499 avalIaçãO INFOlab
7,9
Câmeras
// D600 Nikon
Seu grande sensor full frame permite imagens excepcionais, com alto nível de detalhes e cores equilibradas. A fidelidade mantém-se em qualquer condição de luz ambiente. Iniciantes terão dificuldade para lidar com a enorme quantidade de controles.
// XF1 Fujifilm
Esta câmera compacta conta com mais recursos do que o habitual, mas seu funcionamento não é muito amigável. O fotógrafo vai ter trabalho para aprender a usar todos os recursos. A lente de ótima qualidade liga a máquina quando expandida e a desativa se retraída.
// NEX-5R Sony
Com corpo compacto e possibilidade de troca de lente, produz fotos excelentes e esbanja velocidade nos cliques. Possui Wi-Fi para enviar arquivos a dispositivos com iOS e Android ao PC e ao Facebook. Não tem flash embutido, mas vem com um externo.
// Galaxy Camera Samsung
Traz recursos de smartphones, como chip quad core, tela de 4,8 polegadas, Wi-Fi, 3,5G e sistema Android, para clicar, editar e compartilhar fotos feitas em 16,3 MP. O zoom é de 21x. Nos testes, foi lenta para salvar as imagens.
// PowerShot SX50 HS
Canon
O zoom óptico de 50 vezes desta Canon é o maior de todos os modelos já testados no INFOlab. A estabilização de imagem funciona muito bem. Além do LCD, tem visor eletrônico que serve apenas como quebra-galho.
(1) Duração medida no modo de filmagem
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Especificações
24,3 MP / Lentes intercambiáveis (não incluídas) / Filmagem em 1 080p / LCD de 3,2" / 864 g (só o corpo) / R$ 6 077 avalIaçãO INFOlab
8,6
Especificações
12 MP / Zoom de 3x (18 – 55 mm) / Filme em 1 080p / LCD de 3" / 223 g / R$ 1 599 avalIaçãO INFOlab
8,3
Especificações
16,1 MP / Zoom de 3x (18 – 55 mm) / Filma em 1 080p / LCD de 3" touchscreen / Wi-Fi / 436 g (271 g só o corpo) / R$ 2 699 avalIaçãO INFOlab
8,2
Especificações
16,3 MP / Zoom de 21x (4,1 – 86,1 mm) / Filma em 1 080p / LCD de 4,8" touchscreen / 4 GB + microSD / 3,5G (HSPA+), Wi-Fi, Bluetooth, GPS / 301 g / Android 4.1 / R$ 2 199 avalIaçãO INFOlab
8,0
Especificações
12,1 MP / Zoom de 50x (4,3 – 215 mm) / Filmagem em 1080p / LCD de 2,8" / 603 g / R$ 2 299 avalIaçãO INFOlab
8,0
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pin o Pipdas d s de ca unidaam fabril foram i r f o 42 m s e só vendida
Apple deu vexAme NOs gAmes Logo após retornar ao comando da Apple, em 1998, Steve Jobs reorganizou a linha de produtos da empresa e cancelou a fabricação de vários gadgets. Mas um dos projetos dessa fase obscura da Apple, o videogame Pippin, era tão ruim que nem precisou de Jobs para ser descontinuado. Criado em 1995 por uma parceria da Apple com a fabricante de brinquedos japonesa Bandai, o console usava o sistema Mac OS e rodava jogos em CD. Motivos para o fracasso não faltam. Com poucos (e fracos) jogos disponíveis, o Pippin tinha os gráficos de um PC mediano, custava 599 dólares e foi lançado no auge do primeiro PlayStation. De positivo, apenas o controle com design ousado, equipado com um trackpad para mover o cursor na tela. / Por jULIAnO bArretO ↙ veja mais: info.abril.com.br/blog/ctrlz
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