Revista InterBuss - Edição 11 - 12/09/2010

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A TRAGÉDIA

DE AMERICANA:

9 MORTOS NO VIALE DA VCA Saiba tudo sobre o grave acidente nesta edição

R EV I ST A

InterBuss

GRUPO BELARMINO RENOVA FROTA DA VIAÇÃO BOA VISTA Empresa entregou 38 novos ônibus e completa renovação de 100% da frota; idade média caiu para 1,5 ano

• TRANSCARIOCA Bilhete Único começará a funcionar em novembro • ENTREVISTA Wesley Araújo, do ValeSPBus

ANO 1 Nº 11 12/09/2010


OS COLUNISTAS DA REVISTA INTERBUSS TÊM BAGAGEM DE SOBRA. É TANTO CONTEÚDO QUE UM BAGAGEIRO SERIA INSUFICIENTE PARA TANTOS RELATOS. A Revista InterBuss tem um time de colunistas de qualidade. São colecionadores, jornalistas e historiadores que contam em excelentes textos grandes momentos do nosso transporte, trazem novidades e opinam sobre tudo que acontece em nosso país. Aqui, você fica muito bem informado!

REVISTA

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INFORMAÇÃO COM QUALIDADE


NESTA EDIÇÃO

VIAÇÃO BOA VISTA RENOVA FROTA NA REGIÃO DE CAMPINAS

Foto: Luciano Roncolato

A Semana em 10 Tempos • Página 5

Carros novos da Viação Boa Vista expostos no Terminal Metropolitano de Campinas

Fotos da capa: IG e Luciano Roncolato

Edição número 11 • Domingo, 12 de Setembro de 2010 • Concluída às 16h59 • Esta edição tem 28 páginas

EDITORIAL • Transporte em último plano ..................... 4 A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5 COLUNISTAS • José Euvilásio Sales Bezerra .................. 9 MATÉRIA DA SEMANA • A tragédia do VCA 141 ....... 10 PÔSTER • Francisco Ivano ............................................ 14 COLUNISTAS • Adamo Bazani ........................................ 16 ENTREVISTA • Wesley Araújo ..................................... 18 COLUNISTAS • Marisa Vanessa N. Cruz ......................... 21

Revista na Rede Os sites do grupo Portal InterBuss são atualizados frequentemente com novos conteúdos. Fiquem atualizados com eles: • REVISTA ELETRÔNICA Acesse nosso conteúdo também na revista eletrônica, todos os dias, 24h por dia, em: www.portalinterbuss.com.br/revista • NOTÍCIAS Veja notícias do setor de transportes atualizadas diariamente em nosso blog: www.portalinterbuss.com.br/noticias

DIÁRIO DE BORDO • De Vitória a Minas.................... 24

• GALERIAS DE IMAGENS Nossas galerias são atualizadas semanalmente com fotos, desenhos e conteúdos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em: www.portalinterbuss.com.br/galeria

VÁ, MAS VISITE • Catedral de Maringá/PR ............ 26

Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br

FOTOS DA SEMANA • As melhores do Portal InterBuss.. 22 MURAL • Os sociais da Revista InterBuss ............ 23


EDITORIAL

Mais uma vez, transporte em último plano Mais um processo eleitoral se aproxima, e mais uma vez os transportes públicos ficam em último plano na agenda de todos os candidatos, excetuando-se os que fazem promessas mirabolantes que nunca seriam cumpridas. Um candidato a deputado estadual em São Paulo chegou ao pico do absurdo ao prometer que irá ligar o Metrô Tucuruvi à Cidade Tiradentes passando por Guarulhos. Uma promessa no mínimo ridícula. Entre os presidenciáveis, nenhum plano para os transportes de massa, a não ser os anúncios do trem rápido entre Campinas e Rio de Janeiro por parte do PT, obra que sequer tem data pra começar e que se fala muito, mas se faz pouco. O candidato que sempre defendeu o “aerotrem” como solução para o transporte nas grandes cidades, Levy Fidelix, em sua primeira odisséia presidenciável sequer toca nesse assunto. A imagem do tal “aerotrem” aparece, mas o mesmo não é citado. Historicamente, transporte sempre é assunto não-recorrente entre os candidatos a qualquer cargo público de maior abrangência. Geralmente, fica-se preso a eleições de prefeitos e vereadores. Isso é lamentável, já que na maioria das vezes os comandantes locais necessitam de verbas estaduais ou

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A Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo. Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países. Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao final de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail revista@portalinterbuss.com.br. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autorizada apenas após um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da revista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

federais para colocarem em prática projetos em suas cidades. O mais curioso de tudo isso é que estamos à volta de uma Copa do Mundo de futebol, um dos eventos esportivos mais importantes do mundo, e mesmo assim o assunto transporte é sublevado. A maioria das grandes cidades estão com dificuldades para implantação de projetos de BRT por falta de verba pública e muitas das obras poderão atrasar, conforme os que são chamados de “pessimistas” previam. É comum no Brasil os candidatos apresentarem propostas que lhes atraem votos, como por exemplo: segurança pública, saúde, educação, etc. Só que alguém precisa avisar aos candidatos que transporte também atrai voto, pois é um setor que praticamente toda a população necessita, alguns em maior intensidade, outros esporadicamente. A melhoria dos sistemas com certeza eleva a qualidade de vida da população e incentiva o uso do transporte público. Pelo que se vê na campanha eleitoral, mais uma vez os transportes continuarão como estão e as frotas de veículos particulares irão aumentar, entupindo as ruas, congestionando o trânsito e deixando o transporte público a ver navios (e consequentemente a população mais carente). PARA ANUNCIAR Envie um e-mail para revista@portalinterbuss.com.br ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos! PARA ASSINAR Por enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibilizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem para revista@portalinterbuss.com.br e faremos o cadastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado. CONTATO A Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para revista@por-

Do Leitor Onde encontrar? Gostaria de dizer que a Revista Interbuss está a cada dia mais linda e também venho a perguntar a partir de quando terá as edições da Revista nas bancas de Fortaleza e região Metropolitana, pois não vejo a hora de ter as edições dessa revista espetacular em minha casa. Flávio Eduardo da Silva Santos Fortaleza/CE Resposta da redação: Obrigado pelo contato Flávio! A previsão é que em breve, disponibilizaremo as revistas para aquisição pela internet e logo mais deveremos colocar para venda nas bancas.

Contatos em geral Você também pode enviar seu contato diretamente para cada um de nossos colunistas e repórteres. Basta verificar logo no início ou no final o contato de cada um deles e enviar uma mensagem. Caso não haja nenhum canal de relacionamento disponível na matéria, você pode enviar sua mensagem para o colunista ou para o repórter através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br e nõs faremos o encaminhamento da mensagem à pessoa desejada. Na Revista InterBuss, você nunca fica sem contato ou sem resposta. Em até 72h respondemos sua mensagem. Este espaço é para você deixar a sua opinião sobre nosso conteúdo. Para isso, entre em contato através do e-mail revista@portalinterbuss.com.br. Na próxima edição, publicaremos sua opinião neste espaço. talinterbuss.com.br ou contato@portalinterbuss.com. br. Procuramos atender a todos o mais rápido possível. A EQUIPE INTERBUSS A equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sempre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe. Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo dentro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identificada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passadas ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo email contato@portalinterbuss.com.br ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.


A SEMANA EM 10 TEMPOS DE 05 a 11/09/2010

Viação Boa Vista renova frota e apresenta 38 novos ônibus Empresa operadora de linhas metropolitanas entre Campinas, Hortolândia e Monte Mor entregou nova frota na última sexta-feira; idade média da frota da empresa agora é de apenas 1,5 ano

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Foto: Luciano Roncolato

A Viação Boa Vista, empresa que opera o transporte metropolitano entre Campinas, Hortolândia e Monte Mor, estará entregando 38 ônibus acessíveis, amanhã, às 11 horas, no Terminal Metropolitano José Roberto Magalhães Teixeira. A cerimônia contará com a presença do secretário dos Transportes Metropolitanos, João Paulo de Jesus Lopes, do diretor de Gestão Operacional da EMTU, Eraldo Rubens Rett, e do gerente regional da EMTU, Edson Thomaz Zilião. Além de serem os primeiros veículos acessíveis que irão trafegar nas linhas metropolitanas entre Campinas, Hortolândia e Monte Mor, todos contam com quatro portas. “Graças à essa configuração, agora todos os passageiros que usavam as linhas 698 – Campos Verdes/Campinas, 700 – Amanda II/Campinas, 701 – Amanda I/ Campinas, 705 – Rosolén/Campinas, 706 – Jardim Esmeralda/Campinas, 707 – Jardim Nova América/Campinas, terão as opções de embarcar nos pontos Balão do Tavares e Alberto Sarmento”, explica Paulo Barddal, diretor de Comunicação do Grupo Rápido Luxo Campinas, ao qual pertence a Boa Vista. A mudança trará mais conforto e segurança para os usuários, a partir do dia 12 deste mês. “Essas linhas contavam com alguns ônibus com duas portas e, nesse caso, os passageiros tinham apenas as opções de usar a Estação Anhanguera e o Terminal Metropolitano. Com a substituição dos ônibus mais antigos, a Boa Vista está aprimorando a prestação de serviços”, argumenta Barddal. A partir da entrada em operação dos novos ônibus, todos os 147 veículos da frota da Boa Vista, inclusive os articulados, contam com quatro portas e podem operam em corredores. A empresa investiu cerca de R$ 10 milhões na renovação da frota. “Cada um dos 38 veículos é dotado de dois elevadores, possuem assentos para obesos, locais para colocação de cadeira de rodas e cães-guia, pisos antiderrapante, vidros fumê, sistemas que impedem que os veículos andem com as portas abertas e

Os novos veículos da Viação Boa Vista são Caio Induscar Apache Vip sobre MBB OF-1722M

avisos sonoros de ré”, diz Barddal. Eles são dotados de motores com gerenciamento eletrônico e estão em conformidade com a legislação ambiental vigente. Todos possuem chassis MercedesBenz OF-1722M e carrocerias Caio Apache Vip. “Eles serão utilizados por cerca de 32 mil pessoas por dia”, afirma Barddal. Com esse investimento, a idade média da frota da Boa Vista, que atualmente é de 5,8 anos, será reduzida para 1,5 ano, uma das mais baixas da Região Metropolitana de Campinas.

Investimento constante Esse é o segundo grande investimento feito pela Boa Vista, desde que a empresa foi adquirida pelo Grupo Rápido Luxo Campinas. Em 2008, por exemplo, a Boa Vista investiu R$ 42 milhões na compra de 90 ônibus convencionais com chassi MercedesBenz OF-1722M e carrocerias Marcopolo Viale, Caio Apache Vip e Busscar Urbanuss Pluss e 30 articulados também com chassi Mercedes-Benz O 500 MA e Volvo B12M e carrocerias Busscar Urbanuss Pluss.

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Foto: Errick Dias

Viação Pássaro Verde adquire Alprino, de Montes Claros/MG

Veículo da Alprino em operação em Montes Claros, norte de Minas Gerais Lili Constantino, Cristiano Constantino e Celso Faria, diretores e assessor da diretoria do Grupo Pássaro Verde visitaram o prefeito Tadeu Leite, na tarde de ontem, quarta-feira, para comunicar oficialmente a aquisição da Alprino - Auto-Lotação Princesa do Norte. Com o negócio, a Pássaro Verde chega a sua nona concessão no transporte coletivo urbano em Minas Gerais. O chefe do executivo deu as boas-vindas ao grupo e pediu para que a empresa fornecesse informações por escrito, colocando a municipalidade a par das minúcias, para evitar problemas jurídicos. Os diretores informaram que não haverá demissões ou mudanças no staff. O

pessoal que se encontra à frente será mantido nos cargos. A outra informação interessa diretamente à população usuária: o grupo colocará 10 ônibus zero quilômetro em circulação já nos próximos dias: sete chegam ainda nesta semana. - Estamos mudando as cores, para atender ao disposto na concessão do serviço - explicou Celso Faria. Também foram abordadas questões relacionadas ao preço da passagem e uma peculiaridade do serviço no município: o fato de na cidade cada ônibus exigir três motoristas e três trocadores, o que representa um custo extra que reflete no preço pago pelo passageiro. (Fonte: Ascom)

Painéis informativos com horários dos ônibus coletivos serão instalados em pontos estratégicos da cidade para auxiliar as pessoas a se organizarem. De acordo com o diretor de Operações do Transporte Coletivo, Claudinei Nunes, serão instalados 89 quadros informativos, os chamados totens, que conterão a previsão do horário dos ônibus coletivos nos principais pontos de demanda e áreas centrais. A estratégia é para garantir que o usuário tenha acesso aos horários das linhas sem dificuldade. Atualmente, o sistema de

monitoramento pode ser conferido na Prefeitura. Por meio deste quadro, os usuários podem fiscalizar se os ônibus estão dentro dos horários programados. De acordo com Nunes, além do quadro instalado em frente do Centro Administrativo da PMU, outros dois serão instalados no subterminal São Benedito, com inauguração marcada para esse mês. Claudinei afirma ainda que quando for finalizado o processo licitatório, a instalação dos totens acontecerá imediatamente. (Jornal da Manhã / Uberaba)

Painéis informativos vão monitorar ônibus em Uberaba

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Superlotação em ônibus escolares de Joinville/SC Ainda não há uma solução a curto prazo para que os alunos da Escola Estadual Olavo Bilac, em Pirabeiraba, sejam levados de forma adequada nos ônibus de transporte escolar. Desde o fim de agosto, os quatro veículos, com capacidade para 44 crianças sentadas, levam mais de cem colocando diariamente a vida dos estudantes em risco. Na quinta-feira, uma reunião entre a Gerência de Educação, Seinfra e Secretaria Municipal de Educação serviu para apontar quais as escolas que também estão com problemas de superlotação nos ônibus. “Discutimos vários aspectos, mas não podemos divulgar nada ainda. Em outra reunião, vamos analisar as propostas”, diz o gerente de educação, Oscar Maia. Segundo ele, deve ser feito um ajuste de conduta. Fiscalização e controle com quem utiliza o transporte escolar será primordial. “No veículo, só podem ser levados estudantes. É preciso mais rigidez”, completa. Em agosto, dois ônibus foram multados pela Polícia Rodoviária Federal. (A Notícia)

Novo Hamburgo terá audiência sobre transporte urbano e mobilidade urbana Na próxima quinta-feira, dia 16, será realizada uma audiência pública sobre Transporte Público Municipal e Mobilidade Urbana em Novo Hamburgo. O objetivo é promover a busca de soluções para os mais diversos problemas que afetam a todos os que precisam se deslocar pela cidade, especialmente os usuários da rede de ônibus. O encontro, requerido pelo candidato a deputado estadual Volnei Campagnoni (PCdoB), será realizado no Plenário da Câmara Municipal, às 19 horas. A participação é aberta a toda a comunidade. Um dos temas abordados será a passagem integrada – que ainda não se tornou uma realidade no município. Além disso, deve ser debatida a composição do Conselho Municipal dos Transportes: atualmente, não há representantes dos usuários. Veículos mais bem equipados, linhas interligadas, conexão com o Trensurb e legalização dos mototáxis também estão na pauta de discussão. (Assessoria de Imprensa Câmara NH)

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O NOVO TRANSPORTE DO RIO DE JANEIRO

RJ baixa imposto para ônibus de piso baixo e outros estados reclamam

Foto: Luciano Roncolato

O governador Sérgio Cabral (PMDB) reagiu às acusações de que estaria promovendo “mal-estar” com outros governadores por dar incentivos fiscais a empresas para que elas se estabeleçam no estado. “Fazemos uma política de incentivos fiscais responsável”, destacou Cabral. Foi em resposta à reportagem publicada pelo jornal O DIA, mostrando que o governador do Paraná, Orlando Pessuti, entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação de benefícios para a produção de ônibus de piso baixo no Rio. Pessuti alega se tratar de uma “guerra fiscal”. Candidato à reeleição, Cabral disse ainda que pretende manter a política tributária do estado, descartando qualquer possibilidade de fazer mudanças nos planos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico para continuar atraindo novas companhias e indústrias para o Estado do Rio. “Estamos fazendo tudo de maneira correta e transparente. Então, se você não compromete o caixa do Estado, não faz pirataria tributária, e adota uma política inteligente, correta e serena, não vejo problema algum”, ressaltou Cabral, que diz se espelhar na política tributária americana: “Nos Estados Unidos, os estados tem autonomia para praticar sua

Ônibus no Rio de Janeiro: briga fiscal para renovação de frota em massa própria política tributária”. Em jogo, a renovação da frota no Rio O governo do Paraná pede a anulação do Decreto 42.241, de 14 de janeiro, do governo do Estado do Rio que reduz a alíquota de ICMS de 6% para os ônibus de piso baixo produzidos em indústrias fluminenses.

Bilhete Único carioca começará no dia 30 de novembro; Barcas, trens e metrô também serão integrados Foi definido para o dia 30 de novembro o início da integração do Bilhete Único Carioca com trens, metrô e barcas. Até lá, o governo do Rio de Janeiro e a prefeitura da cidade irão definir os valores das passagens, que devem ser diferentes para integrações de ônibus com ônibus - que pelo Bilhete Único Carioca será de R$ 2,40 – ônibus com trem e ônibus com metrô. Com isso, o Bilhete Único do município do Rio passa a ser integrado com o Bilhete Único intermunicipal. O Bilhete Único Carioca começa a valer no dia 30 de outubro. Essa data marca também o início da operação do transporte de passageiros de ônibus na capital pelos consórcios vencedores da licitação feita pela prefeitu-

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ra. Os contratos serão assinados pelas concessionárias no próximo dia 17 de setembro. Entenda como funciona o Bilhete Único Municipal Os passageiros cariocas que precisam pegar duas conduções poderão utilizar o Bilhete Único municipal e vão pagar apenas R$ 2,40 por duas passagens. O Bilhete Único já existe no estado do Rio desde fevereiro e beneficia quem precisa pegar duas conduções para chegar ao local de destino. Quem já possui o cartão paga o valor máximo de R$ 4,40 por duas passagens a serem utilizadas num prazo de 2 horas e meia em transporte público intermunicipal. (Bom Dia Rio)

O decreto assinado pelo governador Sérgio Cabral ainda reduz para apenas 3% o imposto se os coletivos tiverem sido produzidos com peças fabricadas nos municípios fluminenses. Em jogo estão contratos de renovação das frotas de ônibus com vistas à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016. A Prefeitura do Rio, por exemplo, exige ônibus de entrada baixa. (O Dia)

Em breve, corredores exclusivos de ônibus

A cidade do Rio de Janeiro vai ganhar corredores exclusivos para ônibus em alguns bairros da cidade. O objetivo é desafogar o trânsito. As primeiras vias a receber as faixas exclusivas vão ser a Avenida Nossa Senhora de Copacabana e a Rua Barata Ribeira, ambas em Copacabana, na Zona Sul do Rio, a partir das próximas férias escolares. Se as faixas exclusivas forem aprovadas, vão ser implementadas em outras regiões da capital. Na sequência, devem receber as faixas para ônibus as ruas Visconde de Pirajá e Prudente de Morais, em Ipanema, também na Zona Sul. Já na Zona Norte, as ruas Haddock Lobo e Dr. Satamini, na Tijuca, e a Estrada do Galeão, na Ilha do Governador, devem receber os corredores exclusivos. E, no Centro, as faixas devem ser implantadas, a princípio, na Avenida Presidente Vargas. (Bom Dia Rio)

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A SEMANA EM 10 TEMPOS

Usuários não acreditam na redução de tarifa em Marília/SP, mesmo com ordem judicial

Foto: Luciano Roncolato

Os usuários da Circular não acreditam que a empresa reduza o valor da passagem, conforme propõe ação do Ministério Público. Valor de R$ 2,30 teria que ser reduzido para R$ 2,10 sob pena de multa de R$ 50 mil por dia. Ação civil pública também responsabiliza a prefeitura, já que o prefeito Mário Bulgareli deu parecer favorável ao aumento após as polêmicas votações do SAF (Sistema Auxiliar de Fiscalização do Transporte Coletivo de Marília), ocorridas nos dias 28 de maio e 1º de junho. Para a costureira Maria Helena Vieira, 47, caso a justiça acate a ação e determine a redução da tarifa, a Circular vai desrespeitar a ordem judicial do mesmo jeito que destrata os seus clientes. “Somos ignorados pela empresa e acho que ela dará à Justiça o mesmo tratamento que dão para nós. Tenho certeza que, mesmo com a mais alta multa, o valor de R$ 2,30 será mantido”, diz. Já a auxiliar de serviços gerais, Aparecida da Silva Antônio, 38, lembra a recente disputa entre a Circular e a Justiça para dar a sua opinião. “Há pouco tempo, uma decisão obrigava a empresa a reduzir o valor da

Ônibus da Circular de Marília: maioria não acredita em redução de tarifa taxa, mas esta queda foi sendo adiada. Quando o preço caiu, já estava tudo planejado para eles terem um novo aumento”, afirma. Votações do SAF que autorizou último aumento foram decisivas para a ação do MP. No dia 28 de maio, a representante dos idosos, Aparecida da Silva, foi impedida de votar. Ela daria parecer favorável à

manutenção da tarifa (na época, R$ 2,10), mas sem seu voto, a contagem terminou empatada em cinco votos. Já no segundo encontro realizado às pressas, dia 1º de julho, membros favoráveis ao novo aumento não esperaram os oposicionistas, votaram e decretaram o novo aumento. No dia seguinte, Bulgareli decretou a nova tarifa. (Diário de Marília)

Prefeitura de João Pessoa/PB começa amanhã obras de baias para ônibus na Av. Cruz das Armas Frequentadores da tradicional Feira de Oitizeiro e motoristas que utilizam a Avenida Cruz das Armas como acesso para as principais rodovias federais do estado ganharão mais conforto e facilidade. A Superintendência de Transportes e Trânsito de João Pessoa (STTrans) vai implantar, a partir da próxima segunda-feira, quatro baias específicas para as paradas de ônibus. A implantação das baias - espaços asfaltados em frente às paradas de ônibus, fora das vias de circulação de veículos - tem por objetivo melhorar o fluxo do trânsito e oferecer mais uma alternativa para desafogar o tráfego na avenida, que é uma das mais movimentadas da cidade. “As baias ou recuos, como também são conhecidos, trarão mais conforto e segurança para os usuários de transporte público da capital, esclareceu Pablo Fragoso, diretor de Trânsito da STTrans. Ele explicou que antes não haviam baias separadas por linhas, o que dificultava muito para os usuários e deixava o trânsito

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mais confuso naregião. “Precisamos ampliar a área do asfalto em um metro para cada via para que o recuo fosse possível”, disse. Por ser uma área de fluxo intenso de veículos, a STTrans espera que com as modificações haja uma melhoria no tráfego. As quatro paradas de ônibus que vão receber a sinalização e o recuo estão distribuidas pelo comprimento da Feira de Oitizeiro. Além das intervenções na Avenida Cruz das Armas, a STTrans estuda mudanças em outros pontos da cidade para desafogar o trânsito nos principais corredores. A Rua Antônio Gama, no bairro de Tambauzinho, deve ser recapeada e sinalizada para servir como opção aos condutores que fogem do tráfego complicado das avenidas Epitácio Pessoa e Beira Rio. A avenida Afonso Pena, no bairro do Bessa, que é mão dupla, será modificada. “O projeto está pronto e ainda este ano ela será transformada em uma única via, no sentido de

quem sai do Bessa em direção a Intermares. A volta será possível através da rua José Simões de Araújo, que também funcionará como via única”, disse Pablo Fragoso, diretor de transportes da STTrans. As avenidas Sérgio Guerra e Walfredo Brandão, que compõem a principal do bairro dos Bancários, importante ligação dos moradores da zona sul ao centro da cidade, deve ser desafogada com a implantação de vias alternativas pela Rua Antônio Targino Pessoa da Silveira. Ruas próximas que estão sendo calçadas e pavimentadas pela Secretaria de Infraestrutura de João Pessoa (SEINFRA). “Estamos aguardando a conclusão das obras pela Seinfra para que possamos elaborar a melhor forma de desviar o tráfego da avenida Sérgio Guerra”, esclareceu Pablo. Segundo o diretor, as intervenções estão sendo feitas em diversos bairros da capital e trarão uma série de benefícios aos condutores que circulam pela cidade. (O Norte)

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José Euvilásio Sales Bezerra O Transporte em Mauá

Fotos: José Euvilásio Sales Bezerra

COLUNISTAS

Mascarelo Gran Via articulado Volks com reboque Volvo

Um dos S21 da linha 083 No dia 04 de setembro estive em Mauá, cidade da Grande São Paulo, para conferir o início das operações da nova empresa de ônibus da cidade, Leblon Mauá, empresa vencedora da licitação para a operação das linhas do Lote 2 da cidade. Mas, infelizmente não foi dessa vez que pude ver os carros da empresa nas ruas. Tudo por causa de problemas referentes ao sistema de bilhetagem eletrônica. No entanto, dei uma passada perto da garagem e vi as dezenas de veículos da empresa, todos novos. Algo muito diferente da maioria do restante da frota da cidade. Para chegar ao Terminal, peguei um dos Mascarello Gran Via articulado da Viação Cidade de Mauá, um dos veículos mais novos da frota da empresa. Ele estava lotado até o talo. Fiquei antes da catraca porque era praticamente impossível passar, tamanha quantidade de pessoas. Sobre o veículo, uma curiosidade: ele tem chassi VolksBus 17-230EOD mas o reboque é Volvo. Improviso este presente em vários articulados de outras empresas do grupo. Chegando ao Terminal Rodoviário, consigo passar pela catraca. Paguei em dinheiro

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pois não tinha o bilhete eletrônico usado nos ônibus urbanos da cidade. Bilhete eletrônico, aliás, bem parecido com ingressos utilizados em jogos de futebol. São feitos de papel, com tarja magnética, e são “engolidos” pelo validador. No terminal não vi nenhum Torino prateado da Leblon. Só os vários modelos brancos com faixa azul e vermelha das empresas Viação Cidade de Mauá e Januária. Sobre o Terminal, ele precisa de uma reforma urgente. Está muito degradado e não possui conforto para os usuários. As catracas da entrada são as mesmas usadas em ônibus comuns. Passa a impressão de improviso. Dentro do Terminal, peguei um ônibus da linha 083 - Zaíra 03, da Viação Januária, que é a empresa que será substituída pela Leblon Mauá. O ônibus deixou o terminal com lotação de banco. A linha é circular e passa pelas regiões periféricas de Mauá. Muitas dessas ruas são estreitas, com asfalto irregular e valetas. Na metade do trajeto, boa parte dos passageiros já havia descido. O veículo da viagem era em um judiado Apache S21, que

estava com alguns bancos soltos e rasgados. Só por essa viagem, vejo que a Viação Januária não deixará saudades. Uma hora de viagem, retorno ao Terminal Rodoviário, onde vejo filas enormes em várias linhas. A única vantagem desse terminal é o fato dele ser fechado – ou seja, quem entra nele por uma linha pode pegar outra que parta lá de dentro sem a necessidade de pagar uma segunda passagem. A prefeitura de Mauá poderia ter aproveitado a licitação para promover mais melhorias no transporte da cidade. Algumas, como a reforma do terminal e um novo sistema de bilhetagem eletrônica, com a utilização de cartões e a possibilidade de integrações, seriam benéficas à população e traria mais confiança ao sistema. Não basta a prefeitura estimular a concorrência, trazendo um segundo operador. Ela também precisa dar condições às operadoras de prestar um serviço eficiente à população, seja com conservação de vias, seja, como é o caso, exigindo que a empresa responsável pelos validadores faça o trabalho para o qual foi contratada. ASTERISCOS * Na última sexta-feira, 10 de setembro, uma falha técnica provocou atraso nos trens da linha 1-Azul do Metrô de São Paulo/SP. A falha ocorreu na Estação Paraíso, provocando atraso nas viagens em toda a linha. Desde que foi implantada a integração do Bilhete Único com o Metrô, houve um grande aumento no número de usuários. E, coincidentemente, o número de falhas também aumentou. O sistema metroviário está operando no limite de sua capacidade e muito pouco está sendo feito para atenuar esse problema; ** A VIP Transportes Urbanos, recentemente, adquiriu ônibus bi-articulados, carroceria/chassi Caio Induscar Top Bus/Volvo B9Salf para sua unidade Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. Durante a semana, alguns deles foram vistos em testes no corredor da Avenida Ibirapuera, em Moema. Há comentários de que podem ser usados na linha 675K/10 Terminal Jardim Ângela – Metrô Santa Cruz. Mas de nada adianta colocar ônibus bi-articulados se não forem cortadas linhas que rodam por esses corredores, de modo que eles tenham espaço para trafegar com maior velocidade. O grande problema é a resistência dos moradores das regiões mais distantes, que não querem fazer baldeação e pegar uma segunda condução – ainda que sem um novo ônus tarifário. É uma briga sem fim, que só será resolvida – ou pelo menos amenizada – quando a linha 5-Lilás do Metrô for concluída; *** Na última edição, na nota sobre os cães que foram atropelados por um trem, faltou a informação de que isso ocorreu na Estação Sacomã do Metrô – para que quem é de fora de São Paulo/SP fique melhor situado.

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MATÉRIA DA SEMANA

A TRAGÉDIA DO

VCA 141 Acidente entre trem e ônibus em passagem de nível no centro de Americana, na Região Metropolitana de Campinas, deixou nove mortos e reabre a discussão sobre o respeito aos alertas de segurança nos trilhos que cruzam grandes cidades


Foto: Luciano Roncolato

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Foto: Bandeirantes

Foto: AE

Nove pessoas morreram e 19 ficaram feridas em um acidente entre um ônibus de linha e um trem de carga, no fim da noite de quarta-feira, em Americana, interior de São Paulo. Atingido pela composição em uma passagem de nível, o coletivo foi arrastado por cerca de 100 metros e acabou prensado em outro trem. O motorista do ônibus foi indiciado por homicídio e lesão corporal culposos (sem intenção). Segundo testemunhas, por volta das 23h20, o motorista do ônibus tentou cruzar os trilhos logo atrás de um carro e o coletivo foi atingido. Havia um segundo trem parado em outra linha férrea e parte do ônibus acabou esmagada entre as duas composições. O coletivo pertencia à Viação VCA e fazia a última viagem do dia da linha Mathiense - Antonio Zanaga. Já o trem de carga, da companhia América Latina Logística (ALL), tem quatro locomotivas e 77 vagões, cada um pesando 100 toneladas, e levava milho, soja e açúcar para o Porto de Santos, no litoral. Os alertas de segurança na passagem de nível são feitos por um vigia que fica em uma guarita. Quando um trem está a cerca de 800 metros do local, o maquinista avisa por rádio o vigilante, que começa a fazer a sinalização sonora e visual para carros e pedestres. Além disso, a composição também vem apitando. De acordo com o vigia, todos os sistemas de alerta foram acionados. “O maquinista me avisou. Liguei o alerta sonoro e luminoso. Depois, quando estava a cerca de 200 metros da passagem, o maquinista acionou o apito do trem”, disse o funcionário, sem se identificar. “Ainda fiz sinal com o braço para o motorista do ônibus parar, mas acho

O Marcopolo Viale Volksbus 17 210 da Viação Cidade de Americana ficou completamente destruído com o impacto do trem da ALL que ele pensou que o trem que estava fazendo barulho era um que estava parado no sentido contrário.” O motorista do ônibus, Alonso de Carvalho, de 51 anos, afirmou a familiares que a sirene tocou quando o coletivo já estava no meio da travessia. Segundo ele, não havia ninguém na guarita. Com fraturas no pé esquerdo e em uma costela, Carvalho entrou em estado de choque após a batida e está internado no Hospital Municipal. “Várias vezes, ele gritou: “Tira aquele monstro (o trem) de cima de mim””, disse a dona de casa Jackeline Fernandes, de 22, enteada de Alonso. Logo após o estrondo da batida, vizinhos da linha férrea começaram a ajudar os bombeiros no resgate das vítimas. “Ajudei a cortar a grade e começamos a retirar os passageiros”, afirmou Itamar Pernomiani, de 30

anos. Eles reclamaram da retirada de uma cancela que funcionava no cruzamento há pelo menos cinco anos. A ALL afirmou que a sinalização é responsabilidade da prefeitura. A administração municipal informou que o Código de Trânsito não obriga a instalação da cancela (leia acima). Os moradores também disseram que o tráfego na linha férrea tem aumentado nos últimos anos. Mortos - A prefeitura de Americana decretou luto oficial de três dias. Os mortos tinham idade entre 37 e 76 anos. Anteontem, o velório do casal Osvaldo, de 75 anos, e Ailena Wolff, de 76, foi marcado pela comoção. “Ele criava passarinhos e era muito popular”, disse o aposentado Sílvio Simonetti. O casal voltava da vizinha Cafelândia, onde Ailena fez um teste com aparelhos auditivos.

Local do acidente, três dias depois ainda estava cheio de destroços. Na foto ao lado, calçados de alguns dos ocupantes do ônibus da VCA continuam espalhados próximos à via férrea. Ao fundo, trem aguarda liberação para seguir viagem

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MATÉRIA DA SEMANA Foto: Luciano Roncolato

Falta de respeito continua mesmo após acidente

Ônibus aguarda passagem de trem no local do acidente com o VCA 141 O acidente que vitimou nove pessoas na passagem de nível localizada no centro de Americana, no interior de São Paulo, parece ter acordado os motoristas, as autoridades locais e os responsáveis pela via férrea. Os únicos que parecem não ter acordado são os pedestres, que insistem em atravessar a via sem usar a passarela que está localizada bem ao lado da rua. A reportagem da Revista InterBuss esteve ontem no local da tragédia e presenciou algumas cenas no mínimo curiosas. O movimento de curiosos no local é intenso a todo momento. Muitas pessoas transitam pelos trilhos e chegam até a estação ferroviária em busca de destroços do ônibus de prefixo 141 da Viação Cidade de Americana (VCA), acidentado na noite de quarta-feira. Vários pedaços do ônibus ainda estão no local, juntamente com pertences dos passageiros, como sombrinhas e calçados, todos danificados. A maior parte da peça que sobrou do ônibus já foi retirada do local e foi levada à garagem da empresa. Em conversa com o sentinela que

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fica na guarita alertando a população durante a passagem dos trens, o mesmo informou que só agora há respeito à sinalização, pois anteriormente ninguém respeitava. Ao avistar o trem cerca de 800m se aproximando, o sentinela, que é um funcionário da prefeitura de Americana, entra em contato com outro funcionário que fiscaliza a linha por meio de um rádio e já aciona o sistema de segurança, que são sinais sonoros e o pisca-alerta visual. Desde o início da sinalização, o trem vem apitando ininterruptamente, e cruza a via ainda apitando, parando apenas quando a locomotiva passa completamente pela passagem de nível. Durante visita da nossa reportagem, as paradas operacionais dos trens ocorreram a mais de 500m de distância da passagem de nível, porém nem sempre foi assim. Segundo o sentinela da prefeitura, os trens ficavam parados bem próximos à passagem. Provavelmente esse foi um dos motivos da confusão visual do motorista da VCA ao transpor a linha com insegurança. No local há uma passarela de pe-

destres praticamente inútil. 95% dos pedestres transpõem a via férrea junto com os automóveis, numa bagunça só. O risco de atropelamento por carros também é bastante grande no local. DENÚNCIA A nossa reportagem foi abordada por uma senhora que não se identificou e informou que a VCA tentará de todas as maneiras culpar a prefeitura pelo acidente, isentando seu motorista de qualquer culpa para evitar o pagamento de indenizações às vítimas da tragédia. Ela ainda contou que já foi vítima de um acidente dentro de um veículo da VCA há cinco anos e até hoje o processo corre na justiça. “Eles enrolam para não ter que pagar, mas dia 5 agora tenho audiência no Forum”, disse a senhora. A mesma senhora ainda informou que a retirada das cancelas aconteceu depois de um abaixo-assinado organizado pelos comerciantes da região, que reclamavam de prejuízos. Segundo a senhora, parte dos ônibus seguiam reto após o Terminal Urbano e atravessavam a via por meio

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de um viaduto, que existe há alguns metros da passagem de nível. Com a retirada da cancela eletrônica, essas linhas passaram a atender as imediações. No local ainda há a placa indicando a presença de uma cancela eletrônica no local, porém ela não existe mais pelo menos desde o até então último acidente no local, onde um ônibus da AVA foi atingido por um trem e tombou. Nesse caso, o trem estava em baixa velocidade e conseguiu frear a tempo, evitando uma tragédia. Com a retirada da cancela do local, foram instaladas algumas tartarugas a fim de reduzir a velocidade no local. Mesmo assim, durante a presença da nossa reportagem no local, quase ocorreu um acidente bem na passagem de nível. No momento da passagem de um carro em menor velocidade, um ônibus da AVA ultrapassou-o bem na passagem de nível, quase provocando outro acidente, mostrando a imprudência dos motoristas, mesmo com uma tragédia recém ocorrida. O LOCAL Para quem não conhece, a passagem de nível onde ocorreu a tragédia de quarta-feira fica bem atrás do Terminal Urbano da cidade, localizado ao lado da estação ferroviária. Ao sair do terminal, boa parte dos ônibus logo descem a primeira via à direita, e já cruzam a via férrea, acessando com mais facilidade a avenida que dará acesso à saída da cidade pela Via Anhanguera. Há alguns metros de distância há um viaduto que cruza a via, porém é menos utilizado que a passagem de nível. O tráfego de trens é intenso no local justamente por conta da proximidade com a estação ferroviária. Chega a passar em média de um a dois trens por hora, sempre muito longos, causando um grande entrave no trânsito. A CIDADE Americana localiza-se na Região Metropolitana de Campinas, no interior de São Paulo. A cidade é um importante polo têxtil e concentra várias fábricas do ramo. A cidade é servida por duas empresas de ônibus no sistema urbano: a Viação Princesa Tecelã, pertencente ao grupo da Auto Viação Ouro Verde, e a Viação Cidade de Americana, empresa que nasceu de uma cisão da Auto Viação Americana (AVA), que é quem operava na cidade até há poucos anos. No ano passado, a VCA foi vendida para o grupo da Vale do Sol, que entre outras comanda a Arcos Belo Horizonte, a Viação Amparo e a Auto Ônibus Botucatu. (Agência Estado com Reportagem da Revista InterBuss)

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Pedestre tapa o ouvido com o ensurdecedor apito do trem, alertando a todos

Mesmo com passarela próxima, pedestres preferem atravessar a via férrea junto de carros

Local é bem sinalizado. À esquerda, a placa indicando cancela eletrônica ainda esta lá, mesmo não existindo mais o equipamento. No chão, tartarugas e nas extremidades, sinais visuais e sonoros que funcionam perfeitamente, sem contar o apito do trem

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REVISTA

InterBuss

Francisco Ivano



Adamo Bazani A cultura do carro que faz com que as pessoas se sintam acima da lei COLUNISTAS

Foto: aAdamo Bazani

Exacerbada, essa cultura ainda presente contribuiu para que pessoas desrespeitem as leis e os limites de convivência humana

Ônibus Intermunicipal da Metra, com portas a esquerda, que serve o corredor Diadema – Morumbi, inaugurado em 31 de julho de 2010, depois de 20 anos de espera. O corredor é alvo de invasões de carros e motos que cometem infração grave. O número chama a atenção. São 180 multas por dia, em média, num período de 15 dias Os donos do pedaço. Assim é que se sentem motoboys e motoristas de carro no trânsito brasileiro. Não deixa de ser uma questão cultural. Entre o final dos anos de 1950 e a década seguinte, para fomentar os negócios da indústria automobilística que se instalava no Brasil, além de incentivos governamentais e uma política econômica demasiadamente atraente para as montadoras, o segmento investiu forte no marketing. Direto e indireto para associar a imagem do carro não apenas a um veículo de transporte, que a isso se limita, mas a status, poder, à diferenciação de classes. Não é exagero dizer que um dos grandes segregadores sociais foram os carros. Claro, aqui ninguém está fazendo discurso anti-automotivo. O carro de passeio é um direito e uma necessidade de qualquer cidadão. Mas muitos extrapolam essa imagem de poder e diferenciação de superioridade que estrategicamente foi atribuído à industria. Isso vem dos anos de 1940, dos Estados Unidos, quando a própria GM, numa determinada época foi acusada de sucatear os bondes de lá. No Brasil, essa imagem pode ser vista, de maneira lúdica e de marketing inserido num novo contexto cultural em

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filmes e músicas. O galã aparecia mais ao lado de carrões até mesmo do que de mulheres. Ah, sim, sempre com um cigarro na boca, outra indústria que usou o marketing indireto para ligar seu venenoso produto ao status. Quanto aos carros, muitos se lembram da Jovem Guarda. Boa parte das músicas que davam voz ao mocinho, ao galão e ao conquistador o ligava ao fato de ele ter carro. “..na Rua Augusta a 120 por hora”...”Entre no meu carro, na estrada de Santos e você vai compreender..” “O ronco barulhento do meu carro, a calça desbotada ou coisa assim...” , “Meu Calhambeque bibi...” entre outras músicas, que ligaram a imagem da juventude, do poder ao carro. Hoje a indústria automobilística ainda usa esse expediente, as outras seguem ou seguiram a mesma cartilha. Como falamos, a indústria do cigarro também ligava beleza, saúde e status ao fato de fumar, mesmo sendo sabidos os efeitos maléficos do fumo, sendo que um dos principais protagonistas das propagandas morreu de câncer. A indústria de bebidas é a mesma coisa. Mulheres embriagantes (sem trocadilhos) são as garotas propagandas de cerveja, mesmo todos sabendo que quem toma muita da bebida vai ficar com aquela indesejável bar-

riga que as moças do comercial não tem. Ainda falando do carro, esta cultura, que de início era só para venda, extrapolou o imaginário do brasileiro, sim, os “Brasileiros loucos por carros” A verdade é a seguinte: muitos quando entram no carro se transformam. São pessoas boas, tranqüilas, cumpridoras dos deveres, das leis, humildes, mas ao assumirem o volante, por questão de cultura e educação, tornam-se pessoas desrespeitosas e até mesmo violentas e criminosas. Tem gente que suporta tudo, menos uma fechada no trânsito ou uma arranhadinha no seu carro. A moto é outro exemplo. Ela lembre foi associada a liberdade, mas o que se vê no trânsito hoje é que ela está mais para libertinagem. Assim, o trânsito não virou apenas uma guerra por espaço, mas por vaidades. O motorista do carro acha que tem direito a via só pra ele. Já o condutor da motor acha que é dono de todos os espaços entre um carro e outro e que suas intermitentes e irritantes buzininhas são palavras de ordem capazes de frear a mais gigantesca das carretas que está tentando mudar de faixa. E o transporte público nisso? Mais uma vez para escanteio por parte do poder público e de muitas pessoas que por terem carro se achem superiores às que estão no ponto de ônibus. E isso não tem a ver com escolaridade e idade. Quantos pais de família se tornam quase adolescentes irresponsáveis dentro dos carros. E as corridas com quem nem se conhece? É só um carro parar ao lado de outro no semáforo, acelerar um pouquinho, que pronto, o outro motorista, às vezes com a família dentro do carro, coloca vidas em risco para não permitir ultrapassagens. Como se 3 metros e meio ( a média do comprimento de um carro) para frente ou para trás fossem significar alguma coisa. E aquele velho hábito de o semáforo abrir e só porque a pessoa da frente demorou uns dois segundos para engatar a marcha e seguir, já vem aquele buzinaço atrás. É insuportável. Fusquinhas e BMWs, carros dirigidos por gente de pouca instrução ou prós doutorados, as atitudes são as mesmas e há um nivelamento de educação e cidadania por baixo. O ônibus que transporta bem mais pessoas que o carro, proporcionalmente polui menos e auxilia para que não haja mais veículos nas ruas é visto como um trombolhão lento na frente impedindo que o carro corra mais.

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Reprodução / Acervo GM - Pesquisa: Adamo Bazani

Aliás, os espaços destinados a transportes coletivos são desrespeitados, mesmo com punições, o que mostra quem nem sempre mexendo com o bolso, o motorista entra nos eixos (sem trocadilhos mais uma vez). Um exemplo clássico é o que ainda vem ocorrendo no Corredor Metropolitano ABD, na nova extensão, que liga Diadema, no ABC Paulista, ao Morumbi, na zona Sul de São Paulo. É uma obra esperada há mais de 20 anos pelos cidadãos. O tempo de viagem que era de mais de 1h30, dependendo do horário entre estes dois pontos, caiu para pouco mais de 40 minutos. Se cumprida a promessa para o ano que vem de eletrificação do corredor, ele se tornará ecológico, com a operação dos eficientes, duradouros, resistentes e ambientalmente corretos trólebus. Mas ao que parece, a faixa, que é exclusiva, porém não segregada, não é respeitada pelos motoristas e motoboys. A extensão foi inaugurada no dia 31 de julho de 2010. Nos primeiros dias, não havia multas para os invasores do corredor. Só advertências e conscientização. A partir do dia 16 de agosto, a CET – Companhia de engenharia de Tráfego – começou a aplicar as multas a condutores de carros e motos que desrespeitassem o espaço destinado ao transporte de maior capacidade. Mas, pelos números, parece que ainda a medida não surtiu efeito. De 16 de agosto a 28 de agosto, na região atendida pelo corredor, foram aplicadas 2.188 autuações, sendo que 729 foram para os invasores do corredor. A média de multas para quem invade o corredor com carros e motos é de 180 por dia. Mas parece que nem isso é levado em conta. Os dados são da CET. A edição do Jornal Agora são Paulo, publicada neste domingo dia 5 de setembro, traz um levantamento da reportagem. Na última quinta-feira, o repórter Wellington Alves ficou das 17h00 às 17h30 num dos trechos do corredor. Só nessa meia hora, invadiram o trecho 49 veículos. A grande maioria motos. Foram 46 motocicletas, 1 carro de passeio, um táxi sem passageiro e um caminhão. A SPTrans afirma que possui 10 fiscais, 6 nas principais paradas e 4 nas ruas. A empresa Metra e o Consórcio Visul têm 18 fiscais e a CET afirma que possui 56 agentes divididos em três turnos e que, mesmo sem defini data, vai instalar radares para fiscalização e multa. Além das linhas intermu-

Propaganda do Opala de 1971. A indústria automobilística, além de contar com todos os benefícios de política econômica adotada a partir da segunda metade dos anos de 1950, investiu muito em propagandas diretas e inditretas que criaram no brasileiro a veneração por carros. A imagem do carro sempre foi ligada a status, poder, beleza e liberdade. Mas, ao longo do tempo, essa cultura tomou uma proporção perigosa, pela qual, atrás dos volantes, pessoas se sentem acima das leis e dos outros cidadãos nicipais da Metra, o corredor recebe 13 linhas da Capital Paulista. A SPTrans que as gerencia disse que não houve multa em nenhum ônibus e que outras 12 linhas passam ao lado do corredor porque precisam fazer conversões à direita para entrar nos bairros. Os embarques e desembarques no corredor são à esquerda, em boa parte dos 12 km de extensão. Quem invade faixa exclusiva de ônibus comete infração gravem prevista

pelo Código de Trânsito Brasileiro, recebe 5 pontos negativos na carteira e paga multa de R$ 127,69 por infração. Não é o objetivo deste repórter jogar carros contra ônibus, motoristas contra passageiros no trânsito de são Paulo e do ABC, mas apelar para a conscientização. As pessoas continuam sendo cidadãs atrás dos volantes e ninguém se torna superior ao seu semelhante só porque está conduzindo um veículo motorizado.

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ENTREVISTA

Wesley Araújo

SEM PAPAS NA

LÍNGUA Um dos colecionadores mais conhecidos do Brasil fala à Revista InterBuss sobre seu início no hobby, o futuro e faz algumas críticas acerca de alguns acontecimentos

O colecionador Wesley Araújo, um dos mais conhecidos do Brasil, falou esta semana à Revista InterBuss. Entre vários outros assuntos, Wesley abordou alguns temas polêmicos, como a cobrança de acesso a sites até então livres e sobre o futuro do hobby. Sem papas na língua, Wesley falou abertamente sobre esses temas, muitos deles que talvez você, leitor, gostaria de falar mas não teve a oportunidade ou achou que ainda não tinha chego na hora de comentar.

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Wesley está há anos na equipe do ValeSPBus, site com mais de dez anos de história e que publica fotos recebidas diariamente de todo o Brasil, assim como outros similares, o próprio Portal InterBuss e o Railbuss. Nesse segmento, o ValeSPBus está há mais tempo na estrada e ultimamente o Wesley tem sido o seu integrante mais ativo, registrando em diversos lugares as novidades do transporte a nível nacional. Muito cuidadoso, Wesley fez questão de que nossa redação lêsse a ent-

revista antes de publicá-la, e ainda fez uns retoques finais na última hora. O resultado final, vamos conferir agora. • Revista InterBuss - Há quanto tempo você já fotografa ônibus? Wesley Araújo - Bom, eu fotografo ônibus há pouco tempo, um pouco mais de três anos. Pra falar a verdade, a minha primeira foto foi em setembro de 2004, um Pluss OH-1421 da Real, mas comecei de fato em 2007, com a foto de um Apache Vip

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da Julio Simões, em Mogi das Cruzes.

você vive, não.

• Tem ideia mais ou menos de quantas fotos tem em seu acervo (fotos próprias)? Fotos de minha autoria, hoje tenho em torno de 32590 fotos, sem contar com as que perdi, ou porque formatei o computador sem fazer o backup delas, ou porque perdi o DVD.

• Você é um dos colecionadores mais respeitados em todo o Brasil. Como você vê isso? Eu não sou um bom exemplo a ser seguido (risos). Vai por mim... Brincadeira, mas sério, eu fico feliz em saber que existem pessoas que me respeitam no hobby, aliás, mais do que no hobby, eu tenho o respeito dos meus amigos, graças a Deus. Todo o trabalho que eu faço no hobby, as fotos, as viagens, os roteiros, os meus amigos acham legal. O respeito que hoje eu ganhei, eu ralei muito pra ter, estudei muito pra chegar onde cheguei. Claro que, antes de ser respeitado, eu respeitei e ainda respeito muitos colecionadores, os mais antigos principalmente. Não posso deixar de citar nomes: Sérgio Lopes, Doni, Mário Custódio, embora este último não conheça pessoalmente. Um outro colecionador que eu respeito muito, embora não esteja mais entre nós, é o Adriano Crestani.

• Você está à frente de um dos sites mais respeitados do país, que é o ValeSPBus. Como que você entrou para a equipe, e como que foi esse processo? Eu conheço o site ValeSPBus desde quando a equipe de mesmo nome o formou. A equipe propriamente dita existe há 11 anos. Entrei pra equipe em 2008. Tá, não vou negar, pedi pra entrar em 2007, quando conheci o Marcelo Leite, fundador do site. Ele me disse que eu precisava aprender a fotografar, começar a interagir de fato no hobby. Aí comecei a fotografar, a pegar gosto pela fotografia em geral (não fotografo só ônibus, mas o que eu ver pela frente que seja interessante). Até tinha me esquecido que eu havia pedido. Em 2008 o Marcelo me convida para tal. Fiquei muito feliz. Até porque, a equipe ValeSPBus, em se tratando das pessoas que a compõem, é a equipe mais bem estruturada que eu conheço, até porque todos que começaram nela, em 1999, continuam conosco. • Houve algum acontecimento curioso nesse tempo em que você está à frente do ValeSPBus? A morte do Marcelo (risos). Eu coloquei um aviso no ValeSPBus referente ao falecimento da matriarca de sua família. Do nada vejo as pessoas colocando nos Orkuts e MSN’s: LUTO pela morte do Marcelo Leite, fundador do ValeSPBus, sem contar as ligações (risos)... Até hoje eu choro de rir com tal fato. Foi uma super pérola... • Todos os colecionadores tem uma fase em que saem mais para fotografar, etc, depois essa fase acaba. Você acha que já passou por esta fase, ou ainda está nela? Ah, eu confesso que não tenho mais o pique de antes. Temos que separar as coisas e ter tempo pra fazê-las. No começo eu fotografava ônibus com muita frequência, com o tempo você vê que a tua família necessita da sua atenção, teus amigos a mesma coisa, que a vida social também é importante. Nada contra quem sai todo o fim de semana pra fotografar e tão somente pra isso, mas eu repensei essa atitude. O hobby é um hobby, é para certas ocasiões e momentos, a vida, os estudos, com quem

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• Com uma boa bagagem em termos de hobby, o que você acha das mudanças que tem ocorrido nos últimos tempos, com a entrada de uma nova turma, a paralisação de alguns mais antigos, etc? Mudança sempre é bom, necessário, seja uma mudança pra melhor ou pra pior. Aprendemos muito com ela. A entrada de uma nova turma no hobby tem tido resultados positivos e negativos. Positivo porque o hobby começa uma nova era, creio que estamos sendo mais admirados e o hobby está deixando de ser uma coisa de loucos. Negativa porque passam-se os tempos, muita gente continua falando muita besteira, muita asneira, muito blá blá, além de se comportarem de forma que não é conveniente se comportar, como por exemplo, deitar no chão pra tirar a foto do ônibus, como chamam por aí “foto-bueiro”. Um professor de fotografia, um fotógrafo profissional iria se indagar e dizer: Você está tirando foto do chão, do chassi do ônibus, do que? Sem contar o bairrismo, meu Deus, como isso é ridículo, novos colecionadores defendendo com unhas e dentes a empresa “x” ou “y”. Pra que isso? Por acaso a pessoa é do jurídico da empresa? Atitudes assim são completamente desnecessárias. • Há algum tempo você teve uma câmera roubada em São Paulo. Como foi isso e qual a lição aprendeu com tal acontecimento? Sim, minha Sony H10. Como eu gostaria de estar com ela até hoje... Mas enfim, eu aprendi às duras penas que é

preferível que eu vá fotografar sozinho em certos lugares a estar acompanhado. Digo isso porque eu vou fotografar em algumas localidades sem ninguém comigo (Itapevi, por exemplo), e nada me ocorre, daí um belo dia, tal fato me ocorre, considerando que não estava sozinho, mas... • Dos vários lugares que você já visitou, tem algum que gostou mais? E por que? Vitória/ES. Odeio praia, mas as praias da Vitória e região são as mais belas que já visitei até hoje, sem contar os encantos que a região oferece. Acredito que a forma como cheguei lá contou muito (Belo Horizonte x Vitória de EFVM). O trajeto que o trem da EFVM faz é simplesmente lindo, e a viagem, apesar de demorada, é prazerosa. Quem puder fazer tal rota, eu recomendo. Outra cidade que eu não posso deixar de citar é a cidade de Ipatinga, região do Vale do Aço (aoooowwwww Patinga!!!). • Alguns sites estão prestando serviços ao hobby há muitos anos, inclusive o ValeSPBus que já tem mais de 10 anos de estrada. O que acha dos sites que estão chegando? Tudo o que vem pra agregar valores é ótimo, pois ajuda a divulgar melhor o hobby e faz com que as pessoas entendam a essência daquilo que fazemos. É claro que nem todos os sites que estão no ar hoje agregam valores ao hobby, sejamos francos, não agregam. Montar um site só pra ter audiência? Pra medir forças com os que já estão há tempos aí? Pra mim isso não vale, pra mim isso é coisa de gente que pensa pequeno, que tem titica de galinha na cabeça. Uma outra coisa que me deixa muito p... da vida, é o fato de sites que manipulam a contagem de visitas só pra dizer que tem mais acesso que outro, poxa, a Revista Online Portal do Ônibus fez isso. De um dia pro outro eu via fotos com 700 visualizações, eu ficava impressionado (não só eu mas muitas pessoas do meio). Nada contra o site nem as pessoas que integram a equipe, não é isso, mas o que via no site era isso o que disse. Hoje não é assim mais, hoje as fotos possuem o contador com o número de visualizações correto... Poxa, nosso hobby não é competição de miss simpatia, não é competição de visitas pra dizer que eu sou melhor que você ou coisa do tipo. A idéia é AGREGAR VALORES, assim como o Portal e o ValeSPBus fazem. • Qual a sua opinião quanto à cobrança de acesso a sites direcionados a colecionadores? Você crê que isso tem futuro? Primeiro que não tem lógica um site, diga-se de passagem o Ônibus Brasil,

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ENTREVISTA

Fotos: Wesley Araújo

cobrar pelos acessos e downloads. Só porque o Aerliners faz isso, cobrar pela quantidade de downloads, um site de outro hobby vai cobrar, e ainda faz um comparativo como se o nosso hobby tivesse o mesmo status do spotter? As coisas não são por aí, a começar que nós não temos o mesmo respeito e admiração se comparado se comparado a um spotter, a camada social é completamente diferente de ambos os hobbies. E outra, cobrar o download das minhas fotos por terceiros, só seria a favor se eu, o dono da foto, o que ralou pra conseguir a foto, que ficou debaixo de sol e chuva pra consegui-la, doente muitas vezes, recebesse a porcentagem referente ao valor cobrado. Quero deixar claro que não tenho nada contra o Ônibus Brasil.com nem ao seu fundador, nem o conheço, mas quem me conhece sabe que eu não tenho papas na língua e o que disse aqui na entrevista eu digo na frente também, não tiro o meu da reta como muitos por aí fazem. Tudo bem que eles desistiram da idéia, mas que na época eu e mais meio mundo achou absurdo, achou.

Para Wesley Araújo, essa é a sua melhor foto

• Qual a melhor foto que você tirou em todo seu tempo como colecionador? E como foi para fazê-la? A melhor foto foi a do 36005 da Transpen, em Curitiba, a noite. Como a minha câmera na época não tinha modo manual (W110), tive que depender 100% da luminosidade da rodoferroviária. Armei o tripé e coloquei dois segundos de time para o obturador ser acionado. Eu fiquei boquiaberto com o resultado. Embora muito pouca gente tenha comentado na foto, foi a foto que eu mais gostei... Mas eu também não posso deixar de citar a do 05392 da SM Transportes em Castanheiras, divisa de Belo Horizonte com Sabará, e a do Century Leito da Transnorte. • Quais as maiores experiências (boas e más) que você teve em todo esse tempo de colecionador? O que o hobby deixou para você de bom e ruim? Ah foram várias as experiências. A oportunidade de conhecer vários lugares, de conhecer novas pessoas, tudo isso conta. Mas o que o hobby me deixou de ótimo foi a conquista de amizades verdadeiras, pessoas que gostam de mim pelo que sou, não pelo que faço, pessoas com quem posso contar quando passar por um problema. De ruim, é que a sua opinião referente a algo ou a alguma coisa pode causar um mal-estar enorme no hobby. Querendo ou não, a verdade tem que ser dita, mas mesmo assim, algumas pessoas não aceitam... • Você, como referência para muitos no

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Na garagem da Viação Jacareí com a equipe do ValeSPBus: Leandro Machado de castro e Marcelo Leite hobby, pretende continuar por muito tempo e deixar um legado ou acha que em algum momento será hora de parar? Uma hora terei de parar, cedo ou tarde. As vezes eu penso em parar logo, aposentar minhas câmeras e ficar na minha, as vezes eu penso em deixar algo pras pessoas se lembrarem. Só sei dizer uma coisa, ainda é incerto, mas que eu quero sim deixar um legado pra próxima geração, quero sim. • Quais dicas e recomendações você pode deixar a nossos leitores? Antes de qualquer coisa quero agradecer a oportunidade e por me con-

vidarem para ser entrevistado. Quero também agradecer aos que leram a entrevista, que gostaram, que não gostaram, que ficaram p... da vida, que riram, que não riram, enfim, agradeço mesmo, de coração. O recado que quero deixar é: busquem a perfeição, sempre. Não se acomodem, tracem um alvo e chegue até a ele. Depois ultrapasse-o, pois o nosso hobby é assim, pra superar limites. Outra coisa, concorrência no hobby não leva a nada, se alguém fotografou uma novidade antes de você, fique feliz pelo colega que fotografou e se esforce para fotografar também. Um forte abraço a todos, até a próxima.

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Marisa Vanessa N. Cruz Análise do serviço noturno nas linhas urbanas

COLUNISTAS

Fotos: Marisa Vanessa N. Cruz

uma linha de ônibus, o único jeito é reclamar com a prefeitura de sua cidade e implementar este serviço, pois demanda certamente existe, mesmo que discreta.

Bacurau, sereno, pernoitão, madrugueiro, corujão. São alguns dos apelidos dos ônibus que circulam nas madrugadas em vários pontos do país. Porém, a quantidade de linhas urbanas para a demanda é relativamente escassa em todo o Brasil e, quando precisamos, quase não tem serviço. Existem poucas finalidades para pegarmos um ônibus nas madrugadas, por exemplo: acesso imediato a um pronto-socorro mais próximo, trabalhadores voltando para casa após terminar o expediente às 2 da manhã, festas de aniversário e de casamento que terminam no meio da madrugada... Desde 1991, a prefeitura do Rio de Janeiro determinou que as linhas de ônibus que possuem horários depois da 1 da madrugada têm que ter, no máximo, 1 hora de intervalo. Este parâmetro é ideal para ser aplicado em várias linhas das capitais brasileiras que não tem atendimento noturno suficiente. E se os empresários alegam que incluir partidas nas madrugadas não dão lucro, o jeito é criar linhas especiais que atendam o número máximo de bairros. Por exemplo: Se uma empresa tem cinco linhas de ônibus em bairros diferentes em direção ao centro, crie uma linha que atenda cinco bairros de uma vez, ou crie duas linhas: uma que atenda dois bairros e outra que atenda três. Algumas empresas metropolitanas de Porto Alegre e linhas noturnas locais que partem do Terminal Capelinha, em São Paulo, utilizam este sistema. Para quem não pode depender de táxi e sentar esperando o primeiro horário de

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Terminal Amaral Gurgel em São Paulo, de onde partem as linhas noturnas que atendem a cidade todos os dias. Outras cidades dispõe do serviço, porém quase sempre têm baixa procura

Curiosidades A linha noturna mais famosa de São Paulo era a linha 501M Metrô Santana – Metrô Jabaquara (até Vila Clara). Operada pela CMTC desde a inauguração da primeira linha do Metrô e lembrada pelos mais ve-lhos como linha 999, a utilidade era enorme quando o Metrô estava fora da operação comercial. Tinha intervalos a cada 20 minutos, em média. Após a privatização da CMTC, a linha foi operada por uma sucessão de empresas e quando a linha passou para as cooperativas em 2003, o trajeto deixou de passar pela zona norte, indo somente da zona sul até a Praça da Sé. Desde julho esta linha está extinta, e a linha 5290 (Divisa de Diadema – Praça João Mendes) da Viação Tupi ampliou a oferta de horários noturnos para atender 98% do trajeto da 501M. E a linha noturna mais longa de São Paulo é a 3310 Cidade Tiradentes – Terminal Amaral Gurgel. São cinco partidas e quatro ônibus, atendendo prioritariamente quase todos os conjuntos habitacionais da região de Itaquera, zona leste de São Paulo. E é no Terminal Amaral Gurgel (nas proximidades da estação Santa Cecília do Metrô) que estão localizados quase todas as linhas exclusivamente noturnas da cidade.

A empresa disponibilizava em seu site fotos do processo de reforma dos trólebus

Placa indicativa das linhas noturnas no Terminal Amaral Gurgel, com os horários de partida de cada uma delas

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AS FOTOS DA SEMANA A 10 melhores fotos da atualização de ontem do Portal InterBuss: www.portalinterbuss.com.br

1. Apresentação do novo projeto visual da Leãozinho Turismo, por Armando Villela • 2. Excelente foto de um dos G7 da VB Transportes, por Maicon Igor Barbosa • 3. Novo G7 da Cometa em Aparecida, por Mateus Barbosa • 4. Espetacular G7 Scania da Reitur Turismo, também por Mateus Barbosa. • 5. Vissta Buss HI ex-VB na RLC, por Diego B. • 6. A recém-inaugurada Estação Parque Prado, por Fábio Takahashi Tanniguchi • 7. Irizar PB da São João, por Mateus Barbosa • 8. Novo carro e projeto visual da Francovig Transportes, por Armando Villela (continua...)

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9. nova frota com novo projeto visual da Irmãos Rafagnin, por Vagner Valani • 10. Monobloco O-371 ainda em operação pela CUTCSA, de Montevideo, por Pablo Ricardo Martinez Marcote.

MURAL Colecionadores, frotistas e pessoas ligadas ao setor de transportes estarão aqui, todas as semanas

Lançamento dos novos Comil Campione - 04/08/2010 • Presentes no evento (da esquerda para a direita): Anderson Oliveira, Antonio Kaio C. Castro, do Primeiro Clube do Ônibus Antigo, Luciano Roncolato, do Portal InterBuss, Paulo Roberto Mendes, da PRM Turismo, e Tiago de Grande, do Portal InterBuss

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Feira Transpúblico 2009 - 14/07/2009 • Prestigiando o evento (da esquerda para a direita): O colecionador Leonardo Maffei, José Euvilásio Sales Bezerra, colunista da Revista InterBuss, o colecionador Ailton Gomes, Luciano Roncolato, do Portal InterBuss, Paulo Bellini, presidente da Marcopolo, Tiago de Grande, do Portal InterBuss, Mauro Bellino, filho de Paulo e diretor da Marcopolo e Valter Gomes Pinto, sócio, diretor e membro do Conselho de Administração da Marcopolo.

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DIÁRIO DE BORDO Relato por Wesley Araújo

DE

Fotos: TWesley Araújo

VITÓRIA À MINAS

Rota: São José dos Campos x Belo Horizonte x Ipatinga x Vitória x São José dos Campos Ponto de Partida: Nosso roteiro da semana começa na cidade de São José dos Campos, também conhecida como a Capital do Vale, por se tratar da cidade mais desenvolvida do Vale do Paraíba Paulista, considerada a 9ª melhor cidade para investir, rumo à cidade de Belo Horizonte, cidade de imensas riquezas culturais, uma das melhores capitais para se viver. Embora da cidade citada saia ônibus para a capital mineira, preferi ir por São Paulo, já que há mais opções de serviços. De São José dos Campos a São Paulo embarquei no carro 5017 da Pássaro Marron, ano 2009, um Vissta Buss LO, horário das 21h30min. Com atraso de mais de vinte minutos, devido ao trânsito na Rodovia Presidente Dutra, o veículo chega ao Tietê as 23h20min. Do Pássaro Marron direto para o veículo 2018 da Viação Cometa, um Paradiso G6 1800DD MB O400 RSD, com 46 poltronas, sendo seis poltronas tipo LEITO e 40 poltronas semi-leito com encosto para pernas. Em se tratando de conforto, os DDs da Eucatur são melhores, mas pra uma viagem de aproximadamente 7h30, o carro é muito bom. Eu ia de Gontijo para Belo Horizonte, junto com o 2018

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saiu o 5885 da empresa do Sr Abílio. Ah, como doeu meu coração... 23h45min: o carro sai da rodoviária do Tietê, rumo a capital mineira, Belo Horizonte. O serviço executivo da Cometa é dotado de poltronas semi-leito, ar e água. Nada mais. O Double Service dela serve kit lanche, tanto no serviço LEITO quanto no Executivo. É um kit lanche simples, mas servem. Primeira parada: Camanducaia. Desci do ônibus, comi um pão de queijo (se você vai a Minas e não come pão de queijo, você não foi às Minas Gerais), tomei um café e embarquei novamente no veículo. Eram mais ou menos 1h30 ou 1h45. 2h da manhã o carro saiu e pegou novamente a estrada. Segunda parada: Perdões. A fama do Graal de Perdões e muito boa, em se tratando de atendimento e limpeza. De fato é mesmo, fui muito bem atendido e a limpeza do local é além de alguns postos da Rede Graal que conheço. Já eram 5h30 quando o carro partiu rumo a Belo Horizonte. As 8h15 da manhã o carro chega à rodoviária da cidade de Belo Horizonte. A estrutura da rodoviária está dentro do aceitável

para atender à demanda, mas não é o ideal. Há planos de construção de uma nova rodoviária na cidade. Mas enfim, continuando o diário de bordo, fiquei na cidade de sábado, dia 20 de novembro de 2009 até sexta-feira de manhã, dia 24 do mesmo mês. Recomendo, vale a estadia na cidade. Pra quem curte badalação noturna ou pra quem gosta de turismo, aguarde em breve mais informações. Um bom local para hospedagem em Belo Horizonte, é a Pousadinha Mineira, fica no coração de BH. Não é hotel, e um HOSTEL, ideal para quem não se importa com luxo, que só quer saber de uma cama confortável e um chuveiro quente. Atendimento excepcional, ambiente familiar. No dia 24 de novembro as 07h20, eu embarco no trem da EFVM (Estrada de Ferro Vitória – Minas) rumo à cidade de Ipatinga, que fica no Centro-Leste mineiro, região do Vale do Aço. A locomotiva da Vale era a de prefixo 887, uma GE C-35. Optei pela classe econômica pelo fato de não precisar sair da poltrona para fotografar, já que tal classe não possui ar condicionado, ao contrário da classe executiva. O preço da passagem: R$ 20,00. 7h30 em ponto a composição

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Fotos: Wesley Araújo

O vagão-restaurante do trem da Estrada de Ferro Vitória-Minas, da Vale

imagens tipicamente interioranas fazem parte das belezas do caminho

Vista da estação de Aimorés Revista InterBuss

parte da estação de Belo Horizonte. O mais interessante é a topografia e a beleza natural que o Estado de Minas Gerais possui. Durante as quatro horas e quarenta minutos que fiquei dentro da composição, vi muita paisagem interessante, coisa que você só vê por lá. 12h10: Chegada do Trem a cidade de Ipatinga, estação Intendente Câmara. Infelizmente a estação fica um pouco longe do centro, o que obriga o visitante ou a pegar uma linha municipal para o Centro, ou utilizar táxi/moto táxi. Preferi o ônibus, peguei a linha Circular 1 A. De sexta pra sábado me hospedei no Hotel Estrela do Vale, que fica a 50m da rodoviária. Muito aconchegante o hotel, todos os quartos dotados de ar condicionado, valeu a pena pagar R$ 70,00 na diária, sem contar a enorme cama de casal e o excelente café da manhã. Para quem gosta de levar o notebook, wireless no hotel inteiro. Ipatinga é uma cidade grande com características de cidade típica do interior, com as ruas centrais estreitas e o sotaque mineiro bem em evidência. Os colecionadores Gustavo César e Ikaro Silva me levaram para conhecer a garagem da Univale, no sábado pela manhã. Aliás, quero agradecê-los pela recepção. 13h10min: Embarco em outra composição da Vale rumo a Vitória, na verdade, a linha encerra em Cariacica, na estação de Pedro Nolasco. A locomotiva é uma GE Dash 9, prefixo 1129. Vocês verão nas fotos o contraste da natureza entre Ipatinga e Colatina. A viagem é impressionante, não há como perder um só momento de fotos durante a viagem, é algo inexplicável. 21h10min: Falta apenas uma estação para chegarmos ao fim, estamos em Flexal, bairro de Cariacica, é a parte mais tensa da viagem, pois Flexal é um dos bairros mais perigosos da Grande Vitória. 21h30: Pedro Nolasco. Chegamos com uma hora de atraso. Na verdade a estação final não fica em Vitória, fica também em Cariacica. De lá fui de táxi pra Vitória e me hospedei no hotel Vitória Palace. Hotel três estrelas, valor da diária: R$ 120,00. Fiquei três dias em Vitória. Mais do que o hobby em si, vale a pena visitar as praias da região, as praias de Vila Umaprincipalmente das vistas da viagem Velha. Terça-feira, 28 de novembro, 20h15min. Embarquei no carro 8535 da Itapemirim, serviço CLIMM. O carro passa por Guarapari e Campos, antes de vir a São José dos Campos. Carro com 42 lugares, é o suficiente para a linha, embora não seja confortável, não consegui dormir. Chegada em São José dos Campos: 10h15min. Quem puder realizar a viagem, que seja de Belo Horizonte a Vitória, faça isso e conte a experiência. É algo simplesmente demais, e só quem já fez a viagem, sabe qual é a sensação de descobrir novos lugares, mesmo que em tão pouco tempo.

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V Á, M A S V I S I T E

Fotos: Luciano Roncolato

Ao lado, vista da Catedral. Acima, a visão da cidade a partir do topo da igreja

CATEDRAL DE

MARINGÁ/PR Luciano Roncolato A calma e aconchegante cidade de Maringá, localizada ao norte do estado do Paraná reserva muita coisa boa aos seus visitantes. Um dos pontos turísticos mais visitados na cidade é a torre da Catedral. Primeiro é necessário muito fôlego para encarar as centenas de degraus até o topo da edificação. Um valor simbólico é cobrado para os visitantes subirem a escadaria. O valor é revertido para melhorias no prédio. A cada escala na subida, um pouco da história de Maringá é contada. Em um dos pontos, há um ossário ainda não todo preenchido, onde estão depositados os restos de todas as autoridades religiosas da cidade. Num outro ponto há um pequeno museu, com peças históricas da igreja, contando um pouco da história maringaense. A subida ao cume da catedral leva em torno de meia hora, andando em um ritmo mediano. A visão da cidade compensa o esforço. Quase todo o município é visualizado, além de localidades vizinhas. A catedral de Maringá fica localizada no centro da cidade, com fácil acesso a pé saindo do Terminal Integrado.

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