3 minute read

Ciências

Next Article
Capa

Capa

Professora de Ciências, Waldycléia Fabiana Mello Pagliarini Grams

Já olhou aquela lua que brilha lá no céu? Para observar as diferentes fases do satélite natural, alunos constroem calendário lunar por meio da observação

Advertisement

Renata Bomfim

Olhar para o céu e se encantar com a beleza da lua, por vezes, vai além dos olhos de quem ob serva: também enche a câmera do celular com registros e engaja nas redes sociais. Ao menos em dias de lua cheia, a beleza vista nas alturas costuma impac tar ainda mais quando compartilhada. Mas para ensinar os alunos dos oitavos anos da Escola Municipal Governador Pedro Ivo Campos a entenderem melhor sobre todas as quatro fases da lua, a observação deu lugar para lápis, papel, caneta e criatividade. Com o calendá rio lunar, a professora de Ciências, Waldycléia Fabiana Mello Pagliarini Grams, alinhou a prática com os con teúdos teóricos abordados no eixo “Terra e Universo”.

Com os registros diários feitos ao longo de duas semanas a um mês, os alunos reproduziram as obser vações em calendários desenvolvidos por eles mesmos, divididos pelos dias da semana, horários e anotações. “Como a gente está nesse formato de aula não presen cial, tem que pensar em algo que o aluno consiga fazer sozinho em casa e sem muito recurso, que não precise comprar nada”, diz a professora. É que com o distan ciamento social, a importância das atividades, além de serem cumpridas, também desenvolve a criatividade e inovação dos alunos para pensar e utilizar materiais que possam ajudar no desenvolvimento das atividades propostas, sem precisar de investimento financeiro.

Para a aluna Amanda Aparecida Raymundo, o diferente do trabalho foi justamente a facilidade de ser desenvolvido e uma proposta prática, que não toma muito tempo de aplica ção e que tem resultado positivo. “Foi divertido até, certas vezes até chamava meus pais para ‘procurar’ a lua junto comigo, já que na maioria das vezes não era possível vê-la, pois estava nublado ou chovendo, e até mesmo conversei com alguns co legas sobre”, comenta.

Assim como Amanda, Pedro Henrique Bartsch da Silva tam bém gostou de fazer a atividade proposta pela professora. Além de ter feito a observação durante um mês inteiro, o trabalho des pertou no aluno o interesse, por conta própria, de criar o hábito da observação. “Percebi que, a cada dia, ela se encontrava em forma e até mesmo em posição/ângulo diferente. Em algumas noites ficava triste, pois estava nublado ou chovendo e não conse guia ver a lua”, diz o estudante. “Nas noites em que estava nublado, chegava a ir duas vezes em horários diferentes tentar encontrar a lua. Valeu a pena ter feita essa observação desse fenômeno em suas várias transformações e em horários diferentes da noite, onde pude registrar tal fato em fotos e em um calendário lunar.”

Com o objetivo de fazer com que a observação da lua fizesse sentido prático com os conteúdos aplicados nos livros e em pesqui sas, a professora Waldycléia buscou desenvolver o estudo do objeto de conhecimento, como o sistema sol, terra, lua e clima, mais próximo da realidade vivida pelos alunos. “Quando ele observa na prática, por mais simples que seja, consegue guardar um pouco mais aquela informação. Quando consegue concretizar algo que ele mesmo precisou elaborar, facilita a aprendizagem.”

Tayná Ketlin Guisso Camargo

Pedro H. Bartsch da Silva Desdobramento da atividade

Para complementar os estudos feitos pelos alunos com o desenvolvimento do calendário lunar, a segunda atividade promoveu a experiência prática. Para que pudessem entender melhor as mudanças das fases da lua, o exercício proposto fez com que os estudantes colocassem a mão na massa e, com a ajuda de recursos encontrados em casa, construir um pequeno observatório.

Para a atividade foi preciso contar com o apoio de uma caixa de papelão, bola pequena, barbante, fi ta adesiva e fonte de luz. Com marcação de orifícios nos quatro lados da caixa e a bola pendurada bem no centro, o apoio da luz colocada em um ponto escolhido pelo estudante indicava o período da lua.

Toda essa ideia de promover atividades diferentes dentro dessa habilidade proposta pela Base N acional Comum Curricular (B N CC), também foi nova para a professora Waldycléia. É que com a reestruturação do currículo nacional e também municipal, este assunto, antes, fazia parte da disciplina de Geogra fi a. “Este ano é bem atípico, não só pela pandemia, mas pela mudança curricular. Essa temática toda é novidade pra mim, tive que estudar bastante, porque a gente conhece o assunto, mas não tinha o costume de trabalhar com os alunos.”

This article is from: