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Guilherme Hernandez Filho

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Valéria Barbosa

Valéria Barbosa

Guilherme Hernandez Filho Santos/SP

Chaves, não o bolivariano.

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Didi e os Trapalhões, ou Mazaroppi, estão ligados à nossa história da cinematografia e TV, como personagens célebres, e estão vivos, os primeiros na realidade e o segundo na memória popular. São criadores de figuras marcadas e facilmente identificáveis para qualquer um de nós, assim como Chaplin. Palhaços, no bom sentido. Agradam crianças e adultos, homens e mulheres, indistintamente da origem, raça ou credo. Pensando sobre isto ponderei outro dia que desde pequeno sempre gostei de cinema, mas sem ser um cinéfilo inveterado. Para mim foi mais um passatempo, uma oportunidade de sonhar, com visuais mais reais e com direito a sonorização. Adorava a sessão “zás-trás” com seus desenhos animados do Tom e Jerry, nos domingos de manhã. Já as tardes de fim de semana eram dedicadas aos longas-metragens, preferencialmente em sessão dupla.

Naquele tempo, para nós garotos, a moda era os filmes de faroeste, “westerns”, e comédias. Os romances e dramas não me atraiam. Às vezes ficção científica e eventualmente grandes épicos. O cinema brasileiro então era devagar e pouco eu assistia. Basicamente eram as “chanchadas”, da Atlântida, nome pelo qual ficaram conhecidos os filmes de enredo bem básico, que geralmente sustentava esquetes carnavalescos musicais.

Éramos inundados pelo cinema internacional, como ainda o somos, e dentre as minhas comédias preferidas, Jerry Lewis e Cantinflas se destacavam. O primeiro, agora já falecido também, fez uma breve aparição recentemente num filme nacional do Leandro Hassum, num papel de “bell boy”, parodiando a si mesmo no que já o havia consagrado e marcado, em 1960. Nunca havia duplo sentido em suas falas, nem preconceitos ou maus exemplos. Iniciou seu trabalho

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em dupla com Dean Martin, parceria que, anos depois, foi rompida. Suas atuações em papéis de personagens inocentes e populares o marcaram como um comediante de família.

Cantinflas, nome artístico de Mario Moreno, e que já não é muito conhecido ou lembrado, foi um ator e humorista, mexicano, falecido em 1993. Desenvolveu seu personagem popularesco baseado também na inocência de caráter. Fez vários filmes usando sua característica de falar muito rápido e enrolado. No seu tempo não pôde explorar a fundo seu espaço na televisão.

Chespirito, pequeno Shakespeare, não fez parte da minha infância, mas me recordo de como meus filhos, na década de 80, se divertiam com ele e repetiam seus chavões. Este outro mexicano ficou bem conhecido aqui no Brasil como Chaves. Posteriormente personificou também o anti-herói Chapolin Colorado, trapalhão, que apesar de agir com boa vontade, errava, e terminava acertando. Aqueles que o conheceram sabem que seu criador e interprete morreu em 2014 aos 85 anos. Por isso quis fazer este registro. Deixou uma enorme legião de fãs. Seu humor inocente encantava não somente os pequenos, mas também os adultos.

“Para mim isto é grego”, “coração de ouro”, “pelo amor de Deus”, “o amor é cego” e tantas outras expressões, que usamos no dia a dia, esquecemos que foram criadas por Shakespeare, há quatrocentos anos.

E do criador dos bordões “isso, isso, isso”, ou “não contavam com minha astúcia”, entre outros, até quando nos lembraremos?

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